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EWERSON VASCONCELOS
LUCAS BARCELOS
PERNAMBUCO, 2023
APRESENTAÇÃO
Este conteúdo traz a narração sobre a Taça dos Campeões 1939, primeiro certame de
expressão regional com métodos oficiais, profissionais e legais que se tem conhecimento na
história do futebol nordestino. Detalhes sobre sua época, criação, critérios, finalidade, disputa,
fotos, repercussão, contextualização e muito mais.
Seu corpo consta com elementos pesquisados via Hemeroteca Digital Nacional, sendo
extraídos documentos oficiais, análises e relatos da imprensa brasileira dos mais variados
jornais e estados federativos.
LINHAS DE PESQUISA:
DA CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÉPOCA
DA IDEIA PARA CRIAÇÃO DE UM REGIONAL
DA CRIAÇÃO DA TAÇA DOS CAMPEÕES 1939
DOS PARTICIPANTES
DOS MOLDES OFICIAIS DA COMPETIÇÃO
DOS ANUNCIOS DA CHEGADA DO BAHIA E DO PRIMEIRO JOGO DA FINAL DO
NORDESTÃO
DO REGULAMENTO, OFICIALIZAÇÃDA EXCURSÃO DO BAHIA EM PERNAMBUCO SENDO
ORGANIZADA PELO SPORT
O E RECONHECIMENTO DA FEDERAÇÃO
DA BOLA ROLANDO (SPORT 4x2 BAHIA)
DA COBERTURA FOTOGRÁFICA DO JORNAL SPORT ILUSTRADO (RJ)
DO ALMOÇO E JOGO DE BASQUE DO SPORT EM HOMENAGEM AO BAHIA
A VISITA DO BAHIA À IMPRENSA PERNAMBUCANA
DA EXCURSÃO DO BAHIA EM PERNAMBUCO SENDO ORGANIZADA PELO SPORT
OS AMISTOSOS DO BAHIA CONTRA SANTA CRUZ E NÁUTICO
DA HIPÓTESE DO BAHIA TER FUGIDO DA DISPUTA E DO DEBOCHE DA IMPRENSA
DA REPERCURSSÃO DO JOGO E DA PASSAGEM DO BAHIA
DOS PROBLEMAS DO BAHIA COM JOGADORES
DO JOGO DA VOLTA
DAS VIAS E FINALIDADE
DE UMA ESTRELA NA DISPUTA
DO PREJUÍZO HISTÓRICO
A Batalha (RJ)
A Noite (RJ)
Correio da Manhã (PE)
Correio da Manhã (RJ)
Correio da Tarde (SP)
Correio Paulistano (SP)
Diário Carioca (RJ)
Diário da Manhã (PE)
Diário de Pernambuco (PE)
Gazeta de Notícias (RJ)
Jornal do Brasil (RJ)
Jornal do Commercio (RJ)
Jornal dos Sports (RJ)
Jornal Pequeno (PE)
O Dia (PR)
O Estado (SC)
Sport Ilustrado (RJ)
A representação do logo do Sport Club do Recife em 1939 é uma colorização de Marcos, usuário
do Twitter (@MarcosCfn87).
A década de 1930 é uma das mais importantes do futebol, foi nela que a imponência da
modalidade esportiva se fixa no país. Inicialmente a relação entre Federação Brasileira de
Football (FBF) e Confederação Brasileira de Desportos (CBD) não era das melhores, com
cenários como clubes e Federações não conseguirem realizar jogos, excursões e cadastros de
atletas, pois não havia um entendimento entre as entidades, porém, após muitas polêmicas e
negociações, a pacificação aconteceu. Pra se ter uma ideia, o fim da FBF ocorreu por um
decreto presidencial e o clássico Flamengo x Vasco chegou a não ocorrer em alguns anos pelo
motivo de que cada um dos clubes pendia para uma entidade diferente, num imbróglio que
também envolvia a Federação Carioca de Football.
As coisas fluíram e a década também foi marcada por evoluções. Enquanto a CBD
organizada e administrava as ações da Seleção Brasileira, elevando o time para as disputas do
Campeonato Sul-Americano (Copa América), Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, a FBF passou a
comandar os envolvimentos dos clubes. Era ela que cadastrava e regularizava atletas, que geria
as competições, ordenava regulamentos e concedia licenças para os clubes realizarem viagens,
excursões e outros, além de ao lado da CBD, organizar o Campeonato Brasileiro de Seleções.
Essa nova organização nacional gerou a febre do profissionalismo no país e filiações de
Federações Estaduais à FBF e da criação de competições interestaduais, como o Torneio dos
Campeões de 1937, que foi oficialmente o 1° Campeonato Brasileiro, o Torneio Roberto Gomes
Pedrosa, o popular Torneio Rio-SP em 1933 e a Taça dos Campeões do Nordeste de 1939, o
primeiro regional do Nordeste aos moldes oficiais.
No inicio da temporada, o tricolor, que era o atual campeão baiano e colecionava títulos
das edições de 1931, 1933, 1934 e 1936, cogitava propor a disputa de um troféu com o atual
campeão pernambucano, para decidir o título de “campeão do Nordeste”. Houve muitas
negociações e conversas para decidir o formato, a tabela, os mandos de campo e demais
circunstâncias para a formação da taça. Em março, o Bahia enviou um ofício com elogios ao
Sport e a ideia de "disputar um significativo troféu". A princípio, a ideia era começar a disputa
em terras baianas. As negociações foram acontecendo, mas não houve uma rápida decisão,
porém os baianos insistiam na disputa, inclusive com o desejo da taça ser realizada em abril.
"O local do primeiro jogo seria escolhido por sorteio, assim como o do terceiro, em caso de
empate", com possibilidade de ser disputado em campo neutro, mais precisamente em Maceió-
AL, porém a direção do Bahia discordou, preferindo jogar duas vezes no Recife, sem se
preocupar com campo neutro, como relatado pela direção tricolor ao Diário de Notícias (BA):
"Não queremos campo neutro. Havendo terceiro encontro e sendo escolhido o Recife, o Bahia terá
o maior prazer em jogar, por conseguinte, duas vezes no Recife. Mesmo porque si o terceiro jogo
terminar empatado, teremos direito a disputar a finalíssima na Bahia e o mesmo direito terá o
Sport Club do Recife no caso do local escolhido para a terceira partida ser o Bahia de atuar no
Recife."
4. DOS PARTICIPANTES
Ficou acertado que a arbitragem da competição seria da forma mais cultural e oficial da
época, sendo a Federação Estadual do clube visitante tendo um de seus árbitros oficiais
apitando a partida, neste caso, um árbitro da Federação Baiana de Futebol ministrando as leis
da partida de ida, enquanto um da Federação Pernambucana seria o "juiz" em Salvador.
O Bahia chegava ao Recife com muito cartaz. Aquele elenco que era o mais caro de todo
eixo Norte do país vinha de triunfos sobre o Náutico (3x2), America/RJ (4x1) e Corinthians
(5x2) e empatado com o Santos (3x3). Para receber os baianos, o Sport realizou uma grande
recepção, convidando seus sócios, torcedores comuns, Federação Pernambucana, Associação
de Clubes Suburbanos e a Associação de Cronistas. O anuncio da partida partia da imprensa de
diversos estados.
O Sport estabeleceu um alto valor dos ingressos, entre 11.000 e 2.200 mil-réis e
aplausos na entrada dos rivais no campo da Ilha do Retiro.
Os jogadores do Bahia passaram a tarde descansando num hotel antes de partir para o
estádio, onde foram recebidos com aplausos pela torcida rubro-negra e pelos representantes
Logo aos 3', Caio Mario abre o placar para o Sport, marcando de cabeça. Vianna empata
para o tricolor de aço e o primeiro tempo acaba em 1 a 1. Começa o segundo tempo e às 17:11
horas da tarde, Caio Mario marca o segundo dele e do leão, que chegou a marcar o terceiro com
Djalma (Bezerra). 5 minutos depois, o esquadrão volta a marcar com Vareta, mas Caio Mario
queria mesmo se tornar o craque do jogo e fez o seu hat-trick. Placar final, Sport 4x2 Bahia.
Escalações:
BAHIA: Maia; Bahiano e Tarzan; Guga; Munt e Gia; Vianna; Galateo; Varêta; Nelson e Jorge
Números:
4-2
6 TOQUES 1
10 FALTAS 10
2 IMPEDIMENTOS 1
4 ESCANTEIOS 3
10 DEFESAS 11
RENDA: 16.000$000 (mil-réis)
O Sport Ilustrado (RJ) é historicamente uma das maiores referências em conteúdo visual
da história do esporte brasileiro. O jornal, que em 1939 já era um dos mais antigos e
tradicionais do país, cobriu a partida Sport 4x2 Bahia, com os times entrando em campo,
perfilados e lances do jogo. Além disto, houve um almoço com música jazz que o Sport
concedeu ao Bahia como homenagem, evento que também contou com a cobertura do Sport
Ilustrado.
Figura 47: Jogadores do Sport antes da partida | Sport Ilustrado (RJ) - 05 de Julho de 1939
A Taça dos Campeões 1939 era um marco para o futebol do Nordeste e os clubes viviam
todos os momentos conscientes da grandeza daquele acontecimento. Após a primeira partida
da “melhor de três”, o Sport concedeu homenagens ao rival baiano. Na Ilha do Retiro foi realizo
um almoço-dançante de cordialidade, com show de música jazz da banda Acadêmica. Além das
Como confirmado pelas direções de Bahia, Sport, Náutico, Santa Cruz e pela imprensa de
múltiplos estados, o esquadrão de aço realizaria outros dois jogos em Pernambuco, um contra
o Santa Cruz e outro contra o Náutico. Os amistosos seriam presididos pelo Sport, que era o
grande administrador da excursão tricolor no Recife. O rubro-negro foi quem providenciou o
local dos jogos (Campo da Jaqueira), arbitragens, preços dos ingressos e ofertas de abatimentos
para sócios.
Havia um planejamento prévio para que a decisiva da Taça dos Campeões fosse
realizada 15 dias após o primeiro jogo da final, mas em meio disso, o tricolor baiano havia
acertado dois amistosos, presididos pelo Sport, contra Santa Cruz e Náutico. Dois dias após a
vitória do leão sobre os baianos, ficou confirmado a partida entre Náutico x Bahia e dois dias
depois, Santa Cruz x Bahia.
A partida contra o Náutico que estava marcada para ser o próximo compromisso
tricolor em Recife foi cancelada e os baianos voltaram para Salvador, segundo eles, pelo motivo
de que a delegação precisaria voltar exatamente naquele dia (25 de maio) e naquele horário
(21:00 horas) por conta do planejamento logístico.
Antes do Bahia acertar sua vinda para o Recife, o clube muito planejou, por dois meses, a
criação e disputa da Taça dos Campeões e a excursão. A direção era uma das mais competentes
e políticas do país, ao ponto de em menos de um semestre, realizar amistosos contra
América/RJ, Corinthians e Santos e cogitar sua ida à Europa. O clube vinha com um ótimo e
aparentemente controlado clima e plano logístico e administrativo da sua temporada em terras
maurícias, porém, tudo mudou, coincidentemente, após a vexatória goleada sofrida contra o
Santa Cruz por 5 a 0 após o revés contra o Sport. A imprensa não deixou barato e falou sobre a
hipótese que os baianos possivelmente receberam ordens para voltar para não sair derrotados
novamente, já que havia uma grande possibilidade de ser vice pro Sport, goleado para o Santa
Cruz e ter mais uma má impressão na revanche contra o Náutico: "O clube visitante deixou de
realizar o jogo com o Náutico. Há várias razões acerca dessa deliberação. Para uns, o Bahia
recebera ordens para regressar; para outros, a sua volta resultou do fracasso de terça-feira".
Nessa época, de fato era comum que os clubes realizassem ações para fugir de derrotas
e de cenários não favoráveis. E existe vários exemplos. Em 1920, foram realizados amistosos
sendo apostados os títulos de honrarias de “campeão do Norte” e em um deles o América/PE
abandonou o campo numa partida contra o Remo, após não concordar com a validação de um
gol paraense O famoso episódio do “Senta pra não perder de mais”, quando os jogadores do
Flamengo sentaram-se no gramado para não levar mais gols do Botafogo, num clássico em
1944. Em 1929 e 1934, o Corinthians abandonou o campo numa partida contra o Santos. Em
1935, houve a não volta para o segundo tempo por parte do América no clássico contra o
Atlético, quando o coelho perdia por 5 a 0 e após o intervalo fugiu da segunda etapa pelas
janelas do vestiário.
Semanas após a passagem do Bahia por Recife, muito ainda se falava, principalmente do
histórico Sport 4x2 Bahia, do quão grande clube o Sport estava se tornando por seu plano de
elevação da Ilha do Retiro e da grandiosa receptividade dos clubes, imprensa e povo
pernambucano. O triunfo leonino sobre os tricolores evidenciavam o progresso do futebol
pernambucano, inclusive trazendo atratividade para o mercado.
O esquadrão de aço entre a sua excursão e volta à Salvador, sofreu duros golpes morais.
Primeiro, a imprensa divulgou que para os compromissos no Recife, o tricolor contou com o
zagueiro Carapicú sem permissão e sem satisfação ao clube o qual o atleta pertencia, o Galícia,
que suspendeu o defensor por um ano. E por fim, o argentino Galateo, titular contra o Sport na
Ilha, foi preso após tentar fugir com uma quantia de dinheiro do Bahia.
O grande mistério da Taça dos Campeões de 1939 é o jogo da volta da série “melhor de
três”, sendo esse o que poderia ser a partida final em caso de empate ou triunfo do Sport, que
ficaria com o título. Ou a necessidade de um terceiro jogo, em caso do tricolor vencer por
qualquer placar. Estava sendo noticiado que a partida em Salvador seria duas semanas após o
confronto no Recife, ou seja, em 01 de junho, porém após a volta dos visitantes à boa terra,
nunca foi cogitado, lembrado ou falado sobre a possibilidade da conclusão daquele Nordestão.
Os jornais, até mesmo os mais tradicionais, ainda não contavam com a sessão de opiniões e
colunas dos cronistas, algo que foi tão popularizado a partir do final dos anos 1950 e começo
da década de 1960, assim os jornais continuaram tendo uma função mais informativa e menos
opinativa, onde os cronistas talvez pudessem pensar sobre o jogo da volta, mas sem ter espaço
comunicativo para isto.
Logística, finanças, calendário e outros aspectos, todos esses podem ter sido o motivo do
clube baiano não idealizar a partida de volta, porém as suas ações durante todo o ano de 1939
e até mesmo do rival Sport mostram que nenhum desses fatores atrapalhariam a possibilidade
da realização da decisiva, o que leva ao pensamento já expressado pelo Diário de Pernambuco.
Além das finanças, não houve problema no calendário dos clubes. A FPD ajudou a
organizar a competição e sempre gerava as licenças, sempre sendo presente nas
eventualidades do certame. O Sport continuou sua rotina pelo Campeonato Pernambucano,
mas isso não seria problema, visto que a própria Federação replanejava o estadual de acordo
com as tarefas maiores de seus filiados. Outro detalhe importante é que o Bahia chegou a
convidar um clube pernambucano no mês de junho para uma temporada em terras baianas,
mas não foi o Sport e sim o Santa Cruz, quem o clube havia perdido por 5 a 0 na excursão no
Recife. O esquadrão obtinha um compromisso firmado com o Sport e deixou de disputar uma
partida contra o Náutico, o que logicamente seria pensável que se tivesse clubes a ser
convidados para compromissos em Salvador, seria primeiramente o leão e talvez o timbu,
todavia, aparentemente, a questão da imagem como o Diário de Pernambuco citou na
despedida dos baianos fez sentido, com os tricolores interessados em limpar sua linhagem
perante os corais, não dar margem pra um vice-campeonato encaminhado ante o leão e manter
a impressão considerando o Náutico, no caso, o triunfo no começo do ano.
O encontro entre tricolores foi adiado por fortes chuvas, mas ocorreu dia depois, com
triunfo baiano por 3 a 2.
É extramente perceptível que nenhum dos fatores lógicos para não ocorrer a finalíssima
atrapalhou o planejamento. O Bahia estava coberto de datas, finanças, logística, técnica e tudo o
que tem direito para articular o segundo e jogo da decisão.
Dois dos principais critérios de uma competição são suas vias criteriosas e a finalidade
de sua disputa, e a Taça dos Campeões 1939 dispõe de ricos e claros detalhamentos
relacionados a esses aspectos. O Torneio dos Campeões de 1937, unificado como Campeonato
Brasileiro em 2023, é didático sobre o cenário esportivo e nacional da década de 1930. O
conceito nacional do futebol brasileiro partia de um mapa entre Federações Estaduais filiadas,
profissionais, estruturadas (cidades, estádios, hotéis, turismo e afins) e políticas. Nele, foi
encontrado apenas quatro estados em todo o país que estaria dentro desses critérios, estando
com a legitimidade de uma competição verdadeiramente nacional, assim como a Taça dos
Campeões, dentro dessas mesmas vias, formava um certame verdadeiramente regional,
contando com os dois estados que formavam a representação nordestina do futebol nos
moldes da FBF/CBD, assim como o Torneio dos Campeões do Nordeste de 1948 (criado pelo
Santa Cruz e vencida pelo Bahia) e o Torneio dos Campeões do Norte-Nordeste de 1952 (criado
e vencido pelo Náutico), disputas dentro desses padrões e que contavam com um baixo número
de estado, porém estabelecendo métodos da realidade das épocas.
"Não importa número de participantes, nome, fórmula de disputa, nível técnico nem é tão
importante, o importante é a finalidade."
Bahia e Sport possuíam grandes jogadores, os quais muitos são ídolos eternos do clube,
mas entre os atletas, um se destaca por sua trajetória de vida futebolística. Reserva no triunfo
leonino, o “ponta-de-lança” Ademir de Menezes fazia parte do elenco. O avançado começou sua
carreira no leão e é considerado um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro.
Era um dos pilares do time do Vasco, vencedor do Campeonato Sul-Americano de 1948, o
primeiro título continental da história de clubes no mundo, eternizado no fantástico ‘Expresso
da Vitória’. Ademir, o Queixada, foi vice-campeão mundial pela Seleção Brasileira em 1950,
quando foi autor daquela Copa do Mundo com 9 gols, sendo o maior artilheiro sul-americano
em uma edição do taça da FIFA.
O Bahia pensava grande e idealizou a Taça dos Campeões desde março de 1939, com
direito a um valoroso troféu, negociando e chegando a demonstrar para mídia a vontade
excessiva de realizar o certame, incluindo ofícios e informações de que ainda em abril chamaria
o Sport para a bola rolar para aquele Nordestão. Tudo foi acordado e os baianos partiram para
Recife, onde foram recebidos de forma aprazível, calorosa, cultural e mais do que tudo, oficial,
por entidades, órgãos, lideranças e claro, a Federação Estadual, entre métodos legais do maior
torneio do país, o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais. A Veneza Brasileira parou para
vivenciar tudo aquilo, até mesmo o maior rival do Sport. A disputa ocorreu e um jogo lendário
aconteceu. Foi um passo para a elevação e linguagem nordestina em pró do seu progresso no
esporte nacional, como as próprias coberturas das capitais do país demonstravam, via seus
interesses pela taça.
O Sport, sua torcida, a FPD e o povo pernambucano fizeram tudo que deveria ser feito,
ou talvez muito além, e em campo, os leoninos venceram, precisando apenas empatar em
Salvador para sagrar-se campeão regional, todavia por algum(ns) motivo(os), apresentados em
hipóteses, a partida de volta não ocorreu.
O Sport Club do Recife foi outro imensamente prejudicado, afinal, saiu na frente na
decisão e vivia a expectativa de conquistar o maior título de seus 34 anos e do futebol regional.
O clube escreveu certo por linhas certas, num passo a passo pra gerar um projeto oficial e
belíssimo dentro e fora de campo, no futebol e em outras circunstâncias.
21. DO RECONHECIMENTO
Fica provado que a Taça dos Campeões 1939 foi uma copa regional nos protótipos e
austeridade oficial, regulamentada, padrão e legal, então é primordial por parte dos clubes e
federações buscarem o reconhecimento dessa disputa junto a CBF. Independente se algum
clube deve ou não ser reconhecido campeão, a competição em si precisa e merece do
reconhecimento, nem que seja reconhecida sem status de um campeão. Afinal, sua trajetória