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Este material passará por uma análise técnica de profissionais com referência em
textualização de gramática e jurisdição idealizada para as pastas julgadoras da CBF, as
Comissões de História, Justiça e Técnica.
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1. Do Torneio Norte-Nordeste de 1968, o Campeonato Brasileiro do Norte
2. Dos participantes
3. Do regulamento
4. Do período prévio a criação do Campeonato Brasileiro
5. Do conceito ‘nacional’ no futebol brasileiro
6. Dos Brasis no Brasil
7. Do Robertão e poder político
8. Da nacionalização e paralelismo ao Robertão
9. Dos Campeonatos Brasileiros Regionalizados
10.Da finalidade
11.Das influências fora do futebol
12.Da unificação ao Campeonato Brasileiro
13.Do simbolismo do eixo Norte para o Brasil em 1968
14.Da campanha do campeão brasileiro do Norte de 1968
● A Nação (SC)
● A Tribuna (SP)
● Correio da Manhã (RJ)
● Diario da Manhã (PE)
● Diario da Tarde (PR)
● Diario de Natal (RN)
● Diario de Notícias (RS)
● Diario de Pernambuco (PE)
● Diario do Paraná (PR)
● Diario Popular (RS)
● Estadão (SP)
● Jornal do Brasil (RJ)
● Jornal do Commercio (AM)
● Jornal do Maranhão (MA)
● Jornal dos Sports (RJ)
● O Estado de Florianópolis (SC)
● O Jornal (RJ)
● O Poti (RN)
● Revista PLACAR (Nacional)
● Tribuna da Imprensa (RJ)
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O Torneio Norte-Nordeste foi uma competição de futebol criada e administrada
pela CBD em 1968, sendo o campeonato nacional do eixo Norte do Brasil, disputa
paralela ao Torneio Roberto Gomes Pedrosa, popularmente conhecido como Robertão e
oficialmente de Taça de Prata. Foi disputado entre 28 de Setembro de 1968 e 02 de
Março de 1969. O campeonato indicava o campeão brasileiro do eixo Norte do país, que
jogaria contra os campeões nacionais dos certames Torneio Centro-Sul, Taça de Prata e
Torneio de Campeões Estaduais (ex-Taça Brasil), para definir o campeão do Brasil de
1968 e o representante brasileiro na Copa Libertadores da América. Foi formado por
clubes de todos os estados do eixo Norte do Brasil com futebol profissionalizado e
filiados à CBD: AL, AM, BA, CE, MA, PA, PB, PE, PI, RN e SE. Todos estados eram os
mesmos que participaram da Taça Brasil entre 1959 e 1967 e do Torneio de Campeões
Estaduais (ex-Taça Brasil) de 1968.
O Torneio Norte-Nordeste de 1968 sempre contou com uma posição muito justa
das federações, que não se curvaram aos clubes, como exemplo a Federação Cearense
que trabalhava as possibilidades de indicações dos seus representantes, se seriam
diretamente pelos estaduais ou por um torneio eliminatório, porém, Ceará e Fortaleza
gostariam que fosse a dupla os dois representantes do estado no certame com indicação
direta, causando um choque de egos. Mas a posição pró-técnica fez com que os rivais
não disputassem, assim, a FCF inscreveu seus dois melhores representantes sem ser a
dupla, inclusive, a equipe campeã cearense da temporada, que não foi nem um, nem
outro, mas sim o Calouros do Ar.
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Diario de Pernambuco, 04 de Setembro de 1968
2. DOS PARTICIPANTES
Região Nordeste
Alagoas:
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Bahia:
Ceará:
Paraíba:
Pernambuco:
Sergipe:
Região Norte
Amazonas:
Maranhão:
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Piauí:
Pará:
3. DO REGULAMENTO
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Diario de Pernambuco, 20 de Dezembro de 1968
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Diario de Pernambuco, 25 de Julho de 1968
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A CBD (Confederação Brasileira de Desportos), fundada em 1914 e a FBF
(Federação Brasileira de Football), fundada em 1933, foram entidades oficiais dos
esportes e futebol brasileiro que realizaram diversas ações em pró a profissionalização e
nacionalização. Desde a década de 1920, houve competições entre clubes e seleção
estaduais com intuitos de apresentar o campeão nacional e uma integração do esporte
em todo país. Os órgãos nacionais produziam estudos em várias regiões para poder
convocar a Seleção Brasileira e também organizava torneios com intuitos nacionais,
como os certames entre campeões estaduais em 1920 e 1937, vencidos respectivamente
por Paulistano-SP e Atlético Mineiro.
A Taça Brasil foi criada com um rico e justo critério, o qual fez que a competição
fosse legitimamente nacional para contextos financeiros, logísticos e culturais da época.
16 estados filiados a CBD e dentro dos padrões mínimos de profissionalismo tiveram
seus campeões estaduais como representantes, entre eles alguns nordestinos como
ABC-RN, Auto Esporte-PB, Bahia, Ceará, CSA-AL, Ferroviário-MA e Sport Recife. Houve
na época uma certa pressão para que o representante do Brasil viesse nos embates
entre RJ e SP, mas a própria CBD reconhecendo que o Brasil não é somente do Cristo
Redentor até as águas que molham a Terra da Garoa, colocou o que o país tinha de mais
profissional e legal para decidir a vaga continental do ano seguinte e a primeira taça
brasileira, a qual o Bahia venceu diante do Santos.
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campeão da Taça Brasil melhor colocado sem ser o mesmo. Em 1962, mais um estado
entrou na disputa, o Piauí. Eram 18 estados participantes via critério técnico. Tudo só
melhorou em 1963, quando as federações de Goiás e o Distrito Federal com seu
campeão brasiliense também participaram, junto com os campeões: fluminense (Rio de
Janeiro) e carioca (Guanabara). Simplesmente o Brasil após ser bicampeão mundial, ver
seu torneio nacional agregar valores em fazer que mais estados elevem seus níveis de
profissionalismo e seu status nacional fique legitimamente firme. Em 1964, mais um
impacto, com o campeão do estado do Amazonas participando. E assim foi se
desenvolvendo a Taça Brasil, até entrar mais um estado, o Mato Grosso, em 1968, a
última edição deste belíssimo e verdadeiro torneio nacional.
O conceito "nacional" no futebol não deve ser tratado da mesma forma que o
conceito "nacional" da República, onde, para exemplificar, um projeto do Governo
Federal para ser nacional deve ser ampliado para todas regiões e estados independente
de qualquer fator. No futebol é diferente, algo pra ser nacional não precisa contar
tecnicamente dentro um torneio com representantes de todas regiões e/ou estados, mas
sim ser um torneio formalizado via consulta de todos os representantes das tais
federações estaduais filiadas e dentro de um método apto na profissionalização,
legalização e padronização, essa consulta seguindo o mapa nacional oficial do futebol.
A Taça Brasil quando surgiu, teve o intuito de dar ao Brasil o seu primeiro
campeão nacional e para isso teve que criar (ou seguir) um mapa nacional do futebol,
nele todas as federações estaduais brasileiras filiadas e que tinham seus campeões
estaduais definidos foram consultadas e as que cumpriam e estavam dentro das
aptidões necessárias da legalidade e profissionalização foram representadas, via critério
técnico. Isso é verdadeiramente e legitimamente algo nacional, assim como o torneio
vencido pelo Grêmio Maringá em 1969, quando houve o encontro entre os campeões
dos torneios que na sua somatória, reunia a representação legal e legítima de todas
federações filiadas a CBD, que por Robertão, Norte-Nordeste e Centro-Sul, era a garantia
que no Santos, Sport e Grêmio Maringá, todo o país teve sua representação legitimada.
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impactou para o profissionalismo e filiações em diversos estados ao longo das 10
temporadas do torneio nacional, portanto, diversos estados profissionais, inclusive o do
Ceará, vice-campeão da Taça Brasil, não teve chance de disputar o que era tratado como
nacional pelo fato de ser descartado e mesmo assim foi efetivado em 2010 pela CBF.
Paralelo ao Robertão, tiveram dois torneios, o Norte-Nordeste e o Centro-Sul, que assim
como o Robertão de forma legítima, eram interestaduais que também foram embriões
do Brasileirão, porém, seguindo critérios técnicos. Inclusive, assim que surgiu o
Campeonato Nacional de Clubes em 1971, houve o fim dos conceitos dos campeonatos
Robertão e Norte-Nordeste. O detalhe está que em 1968, o conceito ‘nacional’ ganhou
uma nova perspectiva, com o Brasil de fato tendo uma temporada nacional entre os
clubes, pois todos estados e regiões profissionais e afiliadas à CBD disputaram o
‘Campeonato Brasileiro’, que foi dividido em eixos, o Centro, Norte e Sul, onde cada um
deles eram campeões brasileiros regionalizados.
Agora vamos para outro cenário: a CBF ganha mais uma vaga para a Libertadores
e quer definir seu representante através de um torneio nacional entre os 27 campeões
estaduais de 2021. Todas as federações recebem o ofício com todos os requisitos, datas e
demais detalhes para inscrever os seus representantes. Algumas federações em comum
com seus campeões, vices e demais clubes dos estaduais abrem mão da vaga e de
maneira formal informam a CBF, cada uma por sua razão específica e apenas 4 estados
participarão representados pelos seus campeões: Alagoas (CSA), Minas Gerais
(Atlético-MG), Pernambuco (Náutico) e Rio de Janeiro (Flamengo) e 1 estado participará
com o seu vice, após o campeão se negar a jogar: Ceará (Ceará). No total dos 27 estados
e 5 regiões com direito a disputa informados pela CBF, apenas 5 estados de 2 regiões
participaram. Seria um inter-regional? Não, é um torneio nacional, pois é um
campeonato que reúne todos os representantes legais via critério técnico de todas
federações estaduais vinculadas à CBF e que inscreveram seus clubes, sendo que todas
receberam a consulta e o ofício e algumas delas abriram mão por conta própria junto a
seus clubes. Foi seguido o mapa nacional profissional do futebol brasileiro de forma
legítima e legal.
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Exemplos atuais:
O Brasil hoje tem 27 federações e 9 delas disputaram a Série A de 2022, são elas:
SP, MG, MT, RS, SC, RJ, PR, CE e GO. Sabe quantos estados ficaram de fora? 18, o dobro da
representação, mas isso quer dizer que o torneio não é nacional? Lógico que não.
Por qual motivo a Taça Brasil teve fim? Por que um torneio tão importante, tão
nacional, criado por conta da Libertadores, que seguia um verdadeiro mapa profissional
brasileiro teria fim? Se acabou em 1968 e o Brasileirão oficialmente começou em 1971,
o que houve nesse período entre o fim de um e o início de outro certame? Entre 1933 e
1966, era disputado nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, o Torneio Rio-São
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Paulo, organizado pelas federações paulista e a carioca, oficialmente denominada de
Torneio Roberto Gomes Pedrosa, homenageando o ex-jogador, dirigente e político que
nasceu no RJ e faleceu em SP.
É importante lembrar que um dos grandes fatores para que a CBD criasse a
divisão nacional do país para a disputa dos torneios nacionais foi e realidade da época
relacionada à logística e seus fatores inclusivos, como tempo para viagens, calendário de
outros certames dos clubes, seleções estaduais e seleção brasileira e os altos custos.
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Copa. Essas reuniões foram galgando até chegar ao acerto sobre o planejamento de
1968, quando não foi criado um torneio totalmente nacional em formato de uma Liga,
mas sim vários torneios nacionais regionalizados em formatos de Liga, no caso, os
Campeonatos Brasileiros do Norte e Sul, por exemplo.
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partidas, assim, os clubes se elevaram nas finanças e isso só foi possível por conta da
divisão nacional, pois esse modelo implantado num só Campeonato Brasileiro, geraria
custos e problemas de datas, visto os problemas logísticas da realidade da época.
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Diario de Pernambuco (PE), 11 de Março de 1967
16
Diario de Pernambuco (PE), 04 de Abril de 1967
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Diario de Natal (RN), 09 de Agosto de 1968
Em 1966, antes mesmo do Torneio Roberto Gomes Pedrosa ser estendido e virar
o Robertão, foi publicado um texto opinativo no Diário Popular (RS), citando os
problemas do país em realizar torneios nacionais por o Brasil ser um país com
dimensões continentais e sugerindo uma disputa em divisão de grupos. E foi o que
aconteceu em 1968, com o país dividido em grupos regionais.
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Diario Popular (RS), 04 de Setembro de 1966
E não foi apenas a CBD que realizou novos métodos de disputas em suas
competições com divisão geográfica em meio a transição de competições. Entre 1998 e
2001, a Conmebol criou competições divididas em eixos Norte e Sul para chegar a um
modelo ideal da totalidade da região continental. A Libertadores já era com muito
sucesso o certame de primeiro escalão da América, porém a entidade sul-americana
realizava mudanças em seu sistema de disputa no segundo escalão. Assim como a Taça
Brasil para a CBD, a Copa Conmebol vinha sendo disputado com tradição e antes do seu
fim, houve a disputa de duas competições divididas por eixo, a Copa Merconorte e a
Copa Mercosul, ambas com a mesma finalidade: gerar o título sul-americano de segundo
escalão para o campeão de cada eixo, algo extremamente similar no Brasil, onde o
Torneio Norte-Nordeste e o Robertão davam o título brasileiro para os eixos Norte e Sul
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do Brasil. Enquanto a Merconorte e a Mercosul eram disputadas, a Copa Conmebol
também era jogada paralelamente e assim que a Conmebol criou a Copa Sudamericana,
tanto o antigo torneio secundário quanto os dois certames divididos por eixos foram
extintos, cenário extremamente igual ao Brasil, que deu fim a Taça Brasil e
posteriormente assim que foi criado o Campeonato Brasileiro, as disputas dos
Brasileirões do Norte e do Sul foram extintos.
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7. DO ROBERTÃO E O PODER POLÍTICO
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Diario de Pernambuco (PE), 15 de maio de 1968
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Diario Popular (RS), 23 de Setembro de 1967
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Diario de Pernambuco (PE), 11 de Maio de 1968
24
Diario de Pernambuco (PE), 04 de Maio de 1967
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Diario de Pernambuco (PE), 09 de Setembro de 1967
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Diario de Pernambuco (PE), 14 de Outubro de 1967
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8. DA NACIONALIZAÇÃO E PARALELISMO AO ROBERTÃO
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Jornal dos Sports (RJ), 31 de Setembro de 1968
29
O Jornal (RJ), 22 de Maio de 1970
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Diario de Pernambuco (PE), 05 de Julho de 1968
31
Diario de Pernambuco (PE), 29 de Dezembro de 1968
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Diario de Pernambuco (PE), 04 de Julho de 1968
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Diario de Noticias (RS), 09 de Novembro de 1967
Jornal brasiliense informa que a CBD pretende iniciar o ano de 1969 com os
certames mais importantes do país sendo iniciados mais cedo, os certames são os três
campeonatos brasileiros regionalizados.
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Correio Braziliense (DF), 07 de Janeiro de 1969
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Diario de Pernambuco (PE), 26 de Setembro de 1968
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Jornal dos Sports (RJ), 15 de Setembro de 1968
37
Diario de Pernambuco (PE), 19 de Dezembro de 1969
38
Diario de Pernambuco (PE), 20 de Março de 1969
Esses valores trazidos pelo novo calendário nacional do futebol brasileiro junto a
criação de Brasis já tinha sido elogiada pela crítica carioca, que ainda em 1967, quando a
CBD já divulgada o planejamento pelo manutenção da Taça Brasil, que mudaria nome e
finalidade e criação do brasileiros regionalizados, deu seu parecer positivo pelas novas
plenitudes.
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Diario da Manhã (PE), 25 de Novembro de 1968
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O Estado de Florianópolis (SC), 15 de Novembro de 1968
41
O jornal paranaense Diario da Tarde citava o Torneio dos Campeões da CBD como
“Torneio entre campeões brasileiros”, que de fato seria o encontro nacional entre os
campeões brasileiros de cada respectivo eixo.
Por ser campeão do Torneio Centro-Sul, o Grêmio Maringá passou a ser chamado
de “campeão brasileiro”, sustentando ainda mais o aspecto objetivo que os campeões
dos certames nacionais regionalizados eram campeões brasileiros. Com destaque para o
clube sendo chamado de “campeão brasileiro do Torneio Centro-Sul” e de “campeão
brasileiro”.
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Jornal do Paraná (PR), 09 de Outubro de 1969
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A imprensa também destacava as vitórias nacionais do Grêmio Maringá, campeão
brasileiro do Centro no Torneio Centro-Sul e no embate contra o Sport, campeão
brasileiro do Norte, para definir o adversário do campeão brasileiro do Sul, o Santos. De
forma ampla, um dos mais tradicionais jornais do estado trabalhava bem o termo
“campeão brasileiro”.
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Diario do Paraná (PR), 25 de Março de 1969
45
Diario do Paraná (PR), 01 de Abril de 1969
10.DA FINALIDADE
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planejamento nacional, com subdivisões de eixos, onde os clubes teriam mais chances
de garantirem títulos para no fim poder buscar o título maior através do embate entre
os 4 torneios, para também garantir a vaga brasileira na Libertadores. E isso foi
amplamente relatado por todo o Brasil.
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Diario de Pernambuco (PE), 31 de Julho de 1968
Ainda em 1967, os jornais dos mais variados estados relataram que a CBD e
federações estaduais de diversas regiões, além de dirigentes de clubes como América,
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Bangu, Botafogo e Flamengo concordaram com o novo planejamento para 1968,
divulgando detalhes de reuniões e artigos pré-estabelecidos.
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Diario de Notícias (RS), 06 de Dezembro de 1967
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Correio da Manhã (RJ), 24 de Novembro de 1967
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Jornal brasiliense divulga o planejamento de datas e confrontos nacionais, com os
campeões dos certames Torneio Norte-Nordeste, Robertão, Torneio Centro-Sul e a Taça
Brasil se encarando para definir o campeão maior entre eles.
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Diario de Pernambuco (PE), 28 de Maio de 1967
53
Diario do Paraná (PR), 16 de Março de 1969
O torcedor do Sport Recife vivia dias de glórias após o título brasileiro do Norte e
após ter tanto o que comemorar em 1968, buscava o algo a mais na temporada, como
aponta o jornal pernambucano “depois de ganhar o “Nordestão, o “Nortão” e (o clássico)
do Santa Cruz, o rubro-negro pode ganhar também o “Brasilão””. O termo “Brasilão” é um
sinônimo da época para o que hoje chamamos de “Brasileirão”, dando ênfase a um título
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brasileiro. A finalidade daquela temporada também se instalava no cotidiano dos
torcedores.
55
Diario de Notícias (RS), 25 de Março de 1969
56
Jornal do Brasil (RJ), 23 de Março de 1969
57
Diario do Paraná (PR), 10 de Maio de 1969
58
Diario do Paraná (PR), 24 de Abril de 1969
59
Diario do Paraná (PR), 07 de Maio de 1969
60
Diario do Paraná (PR), 09 de Maio de 1969
61
Diario do Parana (PR), 04 de Setembro de 1969
62
Jornal dos Sports (RJ), 24 de Março de 1969
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Jornal dos Sports (RJ), 10 de Maio de 1969
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O Poti (RN), 11 de Agosto de 1968
65
Jornal do Commercio (AM), 06 de Agosto de 1969
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Diario de Pernambuco, 06 de Outubro de 1968
O conteúdo foi grandioso e para engrandecer ainda mais, este guia traz muitas outras
informações do período, especificamente da temporada 1968, onde não tivemos uma ou
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duas competições nacionais, e sim quatro. Fica provada a legitimidade do paralelismo e
das igualitárias finalidades do Torneio Norte-Nordeste e da Taça de Prata em 1968, com
cada um dando o título de campeão de um eixo do país para definir em seu embate o
campeão maior do Brasil e representante do país na Libertadores. O Robertão de 1967
tinha o intuito de gerar o título de campeão do Sul do Brasil, assim como o de 1968 daria
o título de campeão do eixo Sul do país e a finalidade de que o campeão sul-brasileiro
representasse o eixo num torneio maior posterior, aspectos igualitários ao Torneio
Norte-Nordeste de 1968, que dava ao seu vencedor o título de campeão brasileiro do
Norte e possuía o mesmo propósito final. Se o Robertão de 1967 e de 1968 foi unificado
ao Brasileirão, então nada mais justo que o torneio interestadual do outro eixo do país,
com os mesmos intuitos nacionais da temporada e inclusive com um sistema bem mais
criterioso também ser unificado, inclusive, de forma responsável, sendo tratados como
campeões brasileiros do Norte e do Sul pela criação dos Brasis e hoje, sendo tratados
como campeões brasileiros, após olhar o passado com olhos do passado, sem
anacronismo.
Fica claro que um dos aspectos relevantes para a unificação da Taça Brasil, assim
como o Torneio de Campeões Estaduais de 1968 foi a justiça dos critérios, o mesmo que
foi extremamente seguido do Campeonato Brasileiro do Norte.
Essa outra fala banca ainda mais a legitimidade para a unificação do Torneio
Norte-Nordeste ao Brasileirão, pois independente de quaisquer detalhes, a finalidade do
certame especificamente em 1968 era a mesma do Robertão na temporada.
"Há vários precedentes sobre isso. Só em São Paulo tivemos 11 anos com 2
campeões, no Rio de Janeiro, oito anos. Em Minas Gerais, três. (Torneio) Rio-São Paulo já
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teve mais de 2 anos com mais de um campeão, inclusive 1 ano com quatro campeões, em
1966. Vários países tem Apertura e Clausura, ou seja, tem dois campeões por ano. Como é
uma fase na qual uma competição está se extinguindo, está se exaurindo na sua forma e
outra está surgindo, como é que você poderia punir um campeão de uma competição e
privilegiar a outra?"
O Sport Club do Recife, clube campeão brasileiro do Norte de 1968, deve receber
um troféu idêntico ao de campeão brasileiro na atualidade, faixa e medalha, assim como
os campeões do Robertão de 1967 e 1968 receberam em 2010. E assim como os atuais
vices campeões brasileiros, o Club do Remo, vice-campeão brasileiro do Norte de 1968
deve receber sua medalha de vice-campeão brasileiro.
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O futebol das regiões Nordeste e Norte formam o eixo Norte do Brasil e em 1968,
além de ter um grande torneio para definir o campeão brasileiro do lado de cima do
país, o eixo colecionava grandes marcas atemporais e globais no futebol. Alguns
cronistas de hoje podem realizar anacronismo achando que o país poderia ser taxado
apenas por um eixo, quando na verdade o outro lado obtinha de referências e pesos que
também sustentaram a força do futebol brasileiro a ser o “país do futebol”. A seguir, será
apontado algumas delas:
Revelações para Copas do Mundo: O eixo Norte do Brasil sempre produziu e/ou
revelou atletas que contribuíram para a Seleção Brasileira em mundiais. Até ali, foram
disputadas 8 edições de Copas, e o lado superior do Brasil ou revelou ou teve jogadores
nascidos nas regiões que disputaram e até mesmo foram campeões pela amarelinha.
Foram campeões: Dida (meia alagoano revelado pelo CSA, campeão em 1958 e maior
ídolo do Flamengo pré-Zico), Vavá (atacante pernambucano revelado pelo Sport,
bicampeão em 1958 e 1962) e Zequinha (meia pernambucano revelado pelo Auto
Esporte-PB, campeão em 1962). Disputaram Copas e foram revelados por clubes do eixo
Norte: Velloso (goleiro sul-matogrossense revelado pelo Clube Bahiano de Tênis-BA,
disputou em 1930), Ademir de Menezes (atacante pernambucano revelado pelo Sport,
disputou o mundial de 1950), Maneca (atacante baiano revelado pelo Galícia-BA,
disputou em 1950), Dequinha (volante potiguar revelado pelo Atlético de Mossoró-RN,
disputou em 1954), Rildo (lateral-esquerdo pernambucano revelado pelo Sport,
disputou em 1966) e Manga (goleiro pernambucano revelado pelo Sport, disputou em
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1966). Vale destacar também os atletas que representaram o Brasil em Copas do Mundo
FIFA e que nasceram no eixo: Fausto (volante maranhense, disputou em 1930), Ivan
Mariz (meia paraense, disputou em 1930), Pamplona (volante paraense, disputou em
1930) e Índio (atacante paraibano, disputou em 1954),
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venceram o Brasil respectivamente por 3 a 0 e 4 a 1, porém, os
pernambucanos-brasileiros venceram o Paraguai por 3 a 2 e os donos da casa por 3 a 1.
5 anos antes de conquistar o Norte, o Sport Recife havia conquistado uma marca
internacional para o eixo Norte. A International Soccer League foi um certame
intercontinental organizado pela antiga Associação Estadunidense de Futebol, que era
filiada à FIFA e contava com a autorização e aval da entidade global para sua realização.
Disputava entre 1960 e 1965, recebeu a presença de diversos clubes como o Bayern de
Munique, Everton, West Ham, Monaco, Nice, Palermo, Sporting, Werder Bremen, entre
outros. O Sport em 1963 foi convidado para participar, sendo o primeiro brasileiro fora
do eixo RJ-SP a disputar a competição, chegando a encarar o West Ham do lendário
Bobby Moore, considerado por muitos o maior zagueiro da história do futebol britânico
e campeão mundial em 1966 pelo English Team. Em 1964, foi a vez do Bahia representar
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o Brasil no certame e elevar ainda mais o peso do eixo Norte do país para o cenário
internacional.
Esses feitos exibem a força do eixo Norte do Brasil desde os primórdios de sua
história. O quão os clubes, atletas, torcidas e todos os demais envolvidos inclusive no
Torneio Norte-Nordeste de 1968 possuíam uma imensa colaboração para o
desenvolvimento do futebol brasileiro que ali já era bicampeão e vice-campeão do
mundo, tendo nessas conquistas esplêndidas influências de clubes que disputaram o
Campeonato Brasileiro do Norte.
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CSA 3x0 Sport - 01 de Dezembro de 1968
Sport 2x0 Calouros do Ar - 05 de Dezembro de 1968
Sport 2x1 Santa Cruz - 08 de Dezembro de 1968
Sport 4x1 CSA - 11 de Dezembro de 1968
Sport 1x0 Calouros do Ar - 15 de Dezembro de 1968
Sport 4x1 Santa Cruz - 22 de Dezembro de 1968
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