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RESOLUÇÃO CREMERS Nº 4, de 30 de junho de 2022

RESOLUÇÃO CREMERS Nº 4, de 30 de junho de 2022

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DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO

Publicado em: 18/07/2022 | Edição: 134 | Seção: 1 | Página: 112

Órgão: Entidades de Fiscalização do Exercício das Profissões Liberais/Conselho Regional de


Medicina do Estado do Rio Grande do Sul

RESOLUÇÃO CREMERS Nº 4, DE 30 DE JUNHO DE 2022

Dispõe sobre o tratamento de dados pessoais e sensíveis no âmbito do Cremers e dá outras


providências

O CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO RIO GRANDE DO SUL, no uso das atribuições que lhe
confere a Lei n.º 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto n.º 44.045[,
de 19 de julho de 1958, resolve:

CONSIDERANDO a Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 - Lei Geral de Proteção de Dados


(LGPD),

que dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa
natural ou
por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos
fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da
pessoa

natural;

CONSIDERANDO o Processo TCU nº 014/856, de 12 de agosto de 2015; resolve:

Art. 1º. O tratamento de dados pessoais e sensíveis deverá ser realizado em atendimento ao

interesse público e aos propósitos institucionais, com base nos objetivos e princípios da LGPD,
por

meio da Comissão Permanente da LGPD e do Encarregado pelo Tratamento de Dados.

Art. 2º. Fica instituída a Comissão Permanente para Gestão de Proteção de Dados Pessoais no
âmbito

do CREMERS, com base na Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, com o objetivo de, dentre
outros:

I. coordenar e supervisionar a execução das ações a fim de viabilizar a implantação adequada


dos termos previstos na LGPD;

II.avaliar e monitorar a implantação de procedimentos de proteção de dados;

III.propor estratégias e metas para a adequação;

IV.estabelecer diretrizes para a proteção de dados pessoais e sensíveis e propor sua


regulamentação;
V.estabelecer a matriz de risco na gestão de dados do CREMERS;

VI.de forma contínua fomentar, planejar, conduzir e acompanhar o desenvolvimento de


futuras ações, visando a adequação e evolução da proteção de dados pessoais sensíveis e da
aplicação da LGPD no âmbito interno e externo;

VII.ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em matérias de interesse relevante podendo


estabelecer projetos de colaboração;

VIII.elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas atividades;

IX.celebrar, a qualquer momento, compromisso com agentes de tratamento para eliminar


irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa no âmbito de processos
administrativos, sob aprovação da Diretoria;

X.deliberar, na esfera administrativa, sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e


os casos omissos, sob aprovação da Diretoria;

XI.editar normas, orientações e procedimentos simplificados e diferenciados,

Art. 3º. A Comissão Permanente para Gestão de Proteção de Dados Pessoais será composta
por 03

Conselheiros que atuarão como coordenadores, com competência técnica e poderes para
participar

das reuniões e nelas deliberar, além de 04 membros do CREMERS, sendo que 01 deve ser
proveniente

da assessoria jurídica e outro ligado à tecnologia da informação;


§1º: os membros serão designados e nomeados pelo Presidente do CREMERS, ad referendum
da Plenária;

§2º: em caso de impedimento do Presidente da Comissão, afastamento ou vacância da função,


será designado substituto temporário ou definitivo, conforme o caso;

§3º: os membros farão jus à uma gratificação nos termos da Portaria nº 41/2021, Anexo V, e
conforme às normas estabelecidas à Comissão de Licitação.

Art. 4º. Será designado pela Diretoria o Encarregado pelo Tratamento de Dados,
internacionalmente conhecido como DPO (Data Protection Officer), nos termos do art. 5º, VIII
e terá as seguintes atribuições:

I. Acompanhar o cumprimento da aplicação dos termos da LGPD;

II. Realizar o relacionamento entre os titulares de dados de forma esclarecer questões

relacionadas ao tratamento de dados junto ao Cremers;

III. Realizar o relacionamento com as autoridades de controle;

IV. Disponibilizar informações e informar todos os que tratem dados pessoais.

V. Atestar o cumprimento das políticas de privacidade e proteção de dados;

VI. Recolher informação para identificar atividade de tratamento;

VII. Outras atribuições relacionadas à proteção de dados.


Art. 5º. O processo de adequação será desenvolvido de forma progressiva e participativa entre
os

setores e funcionários do CREMERS.

Art. 6º. Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Porto Alegre, 14 de julho de 2022.

DR. CARLOS PASQUALOTTO FETT SPARTA DE SOUZA

Presidente

14/07/2022

RESOLUÇÃO CREMERS Nº 5/2022

REGULA O EXERCÍCIO DA MEDICINA PELOS MÉDICOS FRONTEIRIÇOS DO URUGUAI

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul, no uso de suas atribuições
que lhe são conferidas pela Lei nº 3.268 de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo
Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, considerando que o Decreto nº 5.105, de 14 de
junho de 2004 promulgou o Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o
Governo da República Oriental do Uruguai para Permissão de Residência, Estudo e Trabalho a
Nacionais Fronteiriços Brasileiros e Uruguaios, concluído em Montevidéu, em 21 de agosto de
2002 e estabeleceu, no Artigo III o documento especial de fronteiriço e no Anexo de
Localidades Vinculadas, as Localidades Fronteiriças no Brasil, vinculando-as às Localidades
Fronteiriças no Uruguai;
considerando que o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República
Oriental do Uruguai celebraram, no Rio de Janeiro, em 28 de novembro de 2008, um Ajuste
Complementar ao Acordo para Permissão de Residência, Estudo e Trabalho a Nacionais
Fronteiriços Brasileiros e Uruguaios, para Prestação de Serviços de Saúde;

considerando que o Congresso Nacional aprovou esse Ajuste Complementar por meio do
Decreto Legislativo nº 933, de 11 de dezembro de 2009;

considerando o Ajuste Complementar internalizado pelo Decreto n. 7.239, de 26 de julho de


2010;

considerando a necessidade de normatizar o exercício da Medicina por parte dos médicos


fronteiriços uruguaios;

considerando as decisões judiciais já proferidas neste âmbito, estando pendentes de


julgamento no Superior Tribunal de Justiça;

considerando que até o presente momento, as decisões judiciais foram contrárias aos
interesses do CREMERS;

considerando que as cidades fronteiriças são Chuí, Santa Vitória do Palmar/Balneário do


Hermenegildo e Barra do Chuí, Jaguarão, Aceguá, Santana do Livramento, Quaraí, Barra do

Quaraí;

considerando, finalmente, o decidido em Sessão Plenária do Corpo de Conselheiros, realizada


em 30 de junho de 2022, resolve:

Artigo 1º - Cabe ao Diretor Técnico do estabelecimento de saúde brasileiro, a quem os médicos


fronteiriços uruguaios se subordinam, verificar a condição de fronteiriços para que estes

exerçam a Medicina, nos termos do Decreto n. 7.239, de 26 de julho de 2010.


Artigo 2º - O Ajuste Complementar ao Acordo para Permissão de Residência, Estudo e
Trabalho a Nacionais Fronteiriços Brasileiros e Uruguaios, para Prestação de Serviços de Saúde,
firmado no Rio de Janeiro, em 28 de novembro de 2008, promulgado pelo Decreto n. 7.239, de
26 de julho de 2010 se aplica exclusivamente a Nacionais Fronteiriços Brasileiros e Uruguaios,
residentes nas Localidades Vinculadas elencadas no Anexo do Decreto nº 5.105, de 14 de
junho de 2004, sendo expressamente vedada a atuação de médicos de outras nacionalidades
com base no referido ajuste, bem como em Municípios brasileiros que não sejam localidades
vinculadas respectivamente a determinados Municípios uruguaios listadas no Anexo do
Decreto nº 5.105, de 14 de junho de 2004.

Parágrafo Único: Somente é permitida a contratação de médico fronteiriço uruguaio nas


localidades brasileiras nas quais aquele estiver autorizado a atuar conforme documento
especial de fronteiriço emitido pela Polícia Federal, nos termos do Decreto nº 5.105 de 14 de
junho de 2004.

Artigo 3º - O Diretor Técnico do estabelecimento de saúde brasileiro, público ou privado


deverá, previamente à contratação, confirmar formalmente a colação de grau diretamente
junto à universidade expedidora do diploma, a respectiva especialidade e a capacidade para o
exercício da Medicina diretamente junto à autoridade de registro dos médicos do Uruguai
(Colégio Médico do Uruguai), ficando responsável pelos médicos fronteiriços uruguaios.

Parágrafo Primeiro. A capacidade para o exercício da Medicina deve ser confirmada


anualmente

diretamente junto ao Colégio Médico do Uruguai.

Parágrafo Segundo. A perda ou a suspensão da capacidade para o exercício da Medicina no


Uruguai faz cessar o direito ao exercício da Medicina no Brasil na condição de fronteiriço,
sendo o Diretor Técnico da instituição responsável pelo afastamento cautelar e definitivo do
profissional.

Artigo 4º - No caso de suposto desvio ético do médico fronteiriço uruguaio, cabe ao Diretor

Técnico, Diretor Clínico e Comissão de Ética Médica, individual ou conjuntamente, comunicar à


autoridade médica uruguaia sobre o caso (Colégio Médico do Uruguai), fornecendo cópia do

prontuário para apuração, bem como comprovar a providência ao CREMERS, com cópia de
toda

documentação.

Parágrafo Único: no caso de conduta que possa configurar crime no Brasil, cabe ao Diretor

Técnico, Diretor Clínico e Comissão de Ética Médica, individual ou conjuntamente, comunicar


os

fatos às autoridades competentes brasileiras para as providências cabíveis, resguardando o

sigilo médico e desde que os fatos não impliquem em responsabilização penal do paciente.

Artigo 5º - O Diretor Técnico do estabelecimento de saúde brasileiro deve manter um registro

com nome e número de registro como médico no Uruguai de todo médico uruguaio
fronteiriço,

acompanhado de toda documentação pertinente, incluindo cópia do documento especial de

fronteiriço emitido pela Polícia Federal, o ofício de confirmação da colação de grau pela

universidade expedidora do diploma e os ofícios comprobatórios anuais da aptidão para


exercer
a Medicina.

Parágrafo Único: O médico fronteiriço deve apor, em todos os documentos médicos por ele

emitidos, assinatura e carimbo com nome completo, número de fronteiriço no CREMERS

incluindo o "F", e a localidade vinculada no Brasil na qual está autorizado a atuar conforme

documento especial de fronteiriço.

Artigo 6º - O Diretor Técnico do estabelecimento de saúde brasileiro deve informar o


CREMERS,

no prazo de 10 dias contados da contratação, sobre a presença de todo médico fronteiriço

uruguaio que trabalhe no Brasil, devendo atestar, anualmente ou sempre que requisitado, a

condição de médico e a aptidão deste para exercer a Medicina.

Parágrafo Primeiro. O Diretor Técnico deve enviar ao CREMERS, acompanhando o ofício de

comunicação exigido no caput do presente artigo, cópia de toda a documentação elencada no

Artigo 5º, inclusive do carimbo.

Parágrafo Segundo. No caso de médicos fronteiriços já contratados na data da publicação


desta
resolução, o Diretor Técnico terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogáveis uma vez por uma
igual

período, na hipótese de pedido justificado de prorrogação, para encaminhar toda a

documentação comprobatória ao CREMERS.

Artigo 7º - O CREMERS deve manter um cadastro, em livro próprio, de médicos fronteiriços

uruguaios que atuem no Brasil, com numeração própria e letra "F" ao final, a ser organizado

pela Secretaria Operacional em pastas individuais, ainda que em meios digitais, mantendo

arquivadas fisicamente as cópias dos documentos encaminhados pelo Diretor Técnico, Diretor

Clínico, Comissão de Ética Médica ou qualquer pessoa física ou jurídica em relação ao médico.

Parágrafo Primeiro - Recebida a documentação no CREMERS, deve ser imediatamente

encaminhada à Secretaria Operacional para exame dos documentos.

Parágrafo Segundo - O CREMERS publicizará em seu sítio eletrônico o cadastro dos médicos

fronteiriços em atividade, devendo constar a limitação da atuação ao respectivo município

fronteiriço brasileiro elencado no Ajuste Complementar.

Artigo 8º - Os médicos fronteiriços não poderão ocupar cargos éticos, inclusive de direção
técnica e clínica, comissão de ética médica e chefias de serviços, estipulados pelo Conselho

Federal de Medicina e pelo CREMERS.

Artigo 9º - Os casos omissos serão dirimidos pela Diretoria, ad referendum da Plenária.

Artigo 10 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

CARLOS PASQUALOTTO FETT SPARTA DE SOUZA

Presidente do Conselho

ANDRÉ MARTINS DE LIMA CECCHINI

1º Secretário

Este conteúdo não substitui o publicado na versão certificada.

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