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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS

FABÍOLLA DE CRISTO MEDINA

DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA LEGAL E SUA RELAÇÃO COM O PIB


AGROPECUÁRIO: UMA ANÁLISE ENTRE 2000 E 2022

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para


a obtenção de título de bacharel em Ciências
Econômicas na Universidade Estadual de Ponta
Grossa – UEPG.

Orientador: Prof. Dr. Renato Alves de Oliveira

PONTA GROSSA
2023
DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA LEGAL E SUA RELAÇÃO COM O PIB
AGROPECUÁRIO: UMA ANÁLISE ENTRE 2000 E 2022

RESUMO

O objetivo do estudo é verificar se há uma relação entre o desmatamento da Amazônia


legal brasileira e o PIB agropecuário entre o período temporal de 2000 e 2022. O
presente estudo faz uma breve abordagem sobre a Amazônia legal brasileira,
detalhando suas características e particularidades, assim como busca demostrar seus
objetivos e legalidade, explanando a respeito do desmatamento da Amazônia legal e
sua relação com o PIB agropecuário. Através do método estatístico, o presente estudo
verificou, por meio da regressão linear simples e o coeficiente de correlação de
Pearson, se existe correlação entre as variáveis da taxa de crescimento anual do
desmamento da Amazônia legal e a taxa de crescimento anual do PIB agropecuário.
Os dados da taxa de crescimento anual do desmatamento foram adquiridos pelo
Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia por Satélites – PRODES e
a taxa de crescimento anual do PIB agropecuário foram coletados pelo banco de
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. A regressão e o
coeficiente de Pearson apresentaram parâmetros que evidenciam que a relação
estatística é fraca positiva não sendo significativa entre às duas variáveis.

PALAVRAS-CHAVE: Desmatamento, Amazônia Legal, Economia.

ABSTRACT

The objective of the study is to verify if there is a relationship between the deforestation
of the Brazilian legal Amazon and the agricultural GDP between the time period of
2000 and 2022. The present study makes a brief approach on the Brazilian legal
Amazon, detailing its characteristics and particularities, as well as how it seeks to
demonstrate its objectives and legality, explaining the deforestation of the legal
Amazon and its relationship with the agricultural GDP. Using the statistical method,
this study verified, using simple linear regression and Pearson's correlation coefficient,
whether there is a correlation between the variables of the annual growth rate of
deforestation in the legal Amazon and the annual growth rate of agricultural GDP. Data
on the annual growth rate of deforestation were acquired by the Project for Monitoring
Deforestation in the Amazon by Satellites – PRODES, and the annual growth rate of
the agricultural GDP was collected from the database of the Brazilian Institute of
Geography and Statistics - IBGE. Regression and Pearson's coefficient showed
parameters that show that the statistical relationship is weak positive and not so
significant between the two variables.

KEY WORDS: Deforestation, Legal Amazon, Economy.


AGRADECIMENTOS

A Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, ao longo de minha vida, e
não somente nestes anos como universitária, mas que em todos os momentos esteve
comigo.
Agradeço a minha mãe Gilvane, meu pai Osmar e ao meu irmão Cristian, que
nos momentos de minha ausência dedicados ao estudo superior, sempre fizeram
entender que o estudo é importante!
Henrique, sou muito grata por seu apoio e amor, sem você este TCC não teria
chegado ao fim. Obrigada por sua gentileza e compreensão.
A meu orientador Renato, pelo suporte no pouco tempo que lhe coube, pelas
suas correções e incentivos.
Agradeço aos professores que me acompanharam ao longo do curso e que,
com empenho, se dedicam à arte de ensinar.
A Universidade Estadual de Ponta Grossa, pela oportunidade de fazer o curso.
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1 INTRODUÇÃO

As relações econômicas que constituem as relações sociais passam e


continuará a passar por grandes transformações que refletem a evolução da
sociedade e tudo que lhe acompanha. Tais transformações, são consequências da
globalização e industrialização, a qual expandem e dinamizam as relações
econômicas, visto que apresentam uma sistemática padronizada que se integram à
sociedade, e com ela se adaptam às novas exigências e requisitos apresentados
pelas necessidades humanas.
O plano ambiental também sofre transformações, sejam estas em decorrência
das ações humanas, sejam pelas consequências naturais, oportunidade na qual a sua
execução sempre é constituída com o propósito de regular situações futuras, ora para
propiciar melhorias e bem-estar, ora para tentar balizar formas para ganhar “proveito”
da natureza.
Nesse sentido, destaca-se o desmatamento da Amazônia Legal, objeto de
estudo do presente trabalho, o qual é alvo de grandes debates e discussões, não
obstante, apresenta também grandes transformações, sobretudo no que tange às
grandes forças econômicas do Brasil.
Logo, com intuito de demostrar as grandiosas transformações do
desmatamento da Amazônia Legal, o presente trabalho por uma perspectiva
econômica, analisará entre um período temporal de 22 anos, a relação do
desmatamento da Amazônia legal com o PIB agropecuário.
Utilizou-se para a produção da presente pesquisa o método estatístico,
explorando diferentes fatores e matérias relativos ao tema, meio pelo qual se
apresentou o desmatamento da Amazônia legal brasileira e o PIB agropecuário e suas
expansões entre 2000 e 2022, para então, buscar a conclusão a respeito do tema.
Ademais, fora utilizado também pesquisas bibliográficas e documentais para a
tratativa de tal análise, bem como uma análise da literatura, os quais tratam do assunto
e possuem como propósito propiciar o melhor entendimento do tema.
Inicialmente, apresentou-se a Amazônia legal brasileira, a demonstração de
modo detalhado da sua composição, uma breve narrativa acerca das características
que envolvem e a sua legalidade, expondo sua origem, evolução e biodiversidades. A
seção seguinte apresenta o desmatamento, sob a perspectiva da Amazônia legal,
traçando diversos conceitos, sua composição, características e sua relação com o PIB
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agropecuário. Por fim, a última seção que possui fundamental importância para essa
pesquisa, pretende demostrar a relação do desmatamento da Amazônia legal com o
PIB agropecuário através da regressão linear simples e correlação de Pearson.

2 AMAZÔNIA BRASILEIRA

A Floresta Amazônica é uma floresta tropical, localizada na região norte da


América do Sul, caracteriza-se por ser uma floresta tropical úmida, a qual é constituída
por árvores altas, climaticamente quentes, que auferem uma considerável quantidade
de chuva anual, representando, uma admirável e valorosa biodiversidade, composta
pelas mais variadas espécies de animais e plantas, as quais não foram catalogadas
ainda (LEMOS; SILVA, 2011).
A floresta Amazônica percorre, um território que vai além do Brasil e se
distribui também entre outros oito países. Tem uma área estimada em 7,8 milhões de
km², das quais o Brasil detém 64%. Em seguida aparece Peru (10%), Bolívia (6%),
Colômbia (6%), Venezuela (6%) e o restante (8%), que se distribui entre Equador,
Guiana, Guiana Francesa e Suriname. A população está estimada em 38 milhões de
habitantes. (SANTOS; SALOMÃO; VERÍSSIMO, 2021)
No entanto, importa destacar também que mesmo a floresta amazônica se
estendendo até a Colômbia, o Peru e outros países da América do Sul, o termo
“Amazônia Legal”, objeto de estudo do presente trabalho, se restringe e abrange
apenas o Brasil, não sendo aplicável e estendível aos outros países que fazem parte
da América do Sul. (FEITOSA, 2019).
Consoante ao que dispõem no IBGE, a Amazônia legal brasileira é composta
e formada por 772 municípios distribuídos da seguinte maneira, conforme se
apresenta através do quadro 1 abaixo.
(continua)
Rondônia 52
Acre 22
Amazonas 62
Roraima 15
Pará 144
Amapá 16
7

(conclusão)

Tocantins 139
Mato Grosso 141
Maranhão 181
Total 772

Quadro 1. Municípios que compõem a Amazônia Legal.


Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2022)

Perfaz, nos limites brasileiros (Figura 1), uma área total de 4,2 milhões de km²
com o Bioma Cerrado, formando a chamada Amazônia Legal, a qual corresponde
nove Estados: Amazonas, Acre, Amapá, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Roraima,
Rondônia e Tocantins (LEMOS; SILVA, 2011).

Figura 1. Amazônia Legal 2021.


Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2022)

O conceito de Amazônia Legal, no que lhe concerne, é tido como um conceito


político-social, visto que foi através das delimitações estabelecidas pela Lei n.º 5.173
de 27 de outubro de 1966 cominada com os dispositivos da Constituição Federal do
Brasil de 1988, que a Amazônia Legal iniciou um plano de valorização econômica da
Amazônia (DICIO, 2014).
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Isto é, a Amazônia Legal foi instituída visando definir a delimitação geográfica


da região política de atuação da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia
(SUDAM) com a finalidade de promover o desenvolvimento econômico e sustentável
de sua área de atuação, instituir a integração competitiva da base produtiva regional
na economia nacional e internacional, bem como para coibir as ações ilegais nas
áreas em comento (IBGE, 2022).
A Amazônia legal brasileira compreende cerca de 61% da floresta amazônica,
isto é, a maior floresta tropical do planeta, a qual fornece importantes serviços
ecossistêmicos como a provisão de água, alimentos, madeira, fibras. Além disso, atua
como uma eficiente bomba, reciclando a água sobre toda a extensão da floresta,
exercendo um papel grandioso no ciclo hidrológico contribuinte para regular o clima
da região e consequentemente propiciar benefícios para todo o Brasil (MAURANO;
ESCADA; RENNO, 2019 apud SPRACKLEN et al., 2012).
À vista disto, superada as definições acerca da Amazônia, sobretudo a
Amazônia legal, passa-se, portanto, a analisar o desmatamento da Amazônia legal
brasileira, posto que muitas vezes tal tema é visto como uma problemática, justamente
por ser adotadas de modo ilegal, deixando à margem seus pontos relevantes e
importantes.

3 DESMATAMENTO E SEUS DESDOBRAMENTOS

O desmatamento da Amazônia legal brasileira, no que lhe concerne, desperta


grande atenção de diversos pesquisadores e sobretudo no que tange ao Poder
Público, em suas mais variadas esferas, tanto no que se refere as medidas políticas,
quanto no que diz respeito a sua aferição e controle (CARVALHO; MAGALHÃES;
DOMINGUES, 2016).
O processo de desmatamento da Amazônia Legal brasileira se inicia em
meados da década de 70 com o início da ocupação da região, o qual incentivou um
grande processo migratório e uma consequente concentração populacional urbana no
país, isto é, um grande adensamento urbano (CARVALHO; MAGALHÃES;
DOMINGUES, 2016 apud FERREIRA E SALATI, 2005; BECKER, 2005).
A constatação da necessidade de integração gerou um conjunto de políticas
governamentais para torná-la efetiva, para tal finalidade, o governo federal elaborou
grandes projetos de rodovias que propiciavam o estímulo à imigração e à formação
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de atividades econômicas, como a Belém-Brasília (GOODLAND; IRWIN, 1975), a


Cuiabá-Santarém, a Cuiabá-Porto Velho-Manaus, a Perimetral Norte e a
Transamazônica, todos inseridos no Programa de Integração Nacional – PIN, que
ocorreu na primeira metade da década de 1970 (KOHLHEPP, 2002).
Tal expansão era motivada pelas facilidades econômicas apresentadas,
riqueza em suas terras, bem como pelos benefícios fiscais. Além disso, era reforçada
pela relação positiva entre a criação de corredores de acesso à região, a migração e
a especulação fundiária, bem como pela legislação brasileira (CARVALHO;
MAGALHÃES; DOMINGUES, 2016 apud REIS; MARGULLIS, 1991).
Nesse período, a relação entre migração e criação de corredores de acesso
à região a partir da abertura de estradas, era sinalizada e apontada como um dos
maiores fatores que determinavam o desmatamento da Amazônia legal (CARVALHO;
MAGALHÃES; DOMINGUES, 2016).
No que se refere ao processo de ocupação na Amazônia, pequenos
proprietários de terra começaram a expandir as fronteiras agrícolas, os quais foram
substituídos posteriormente por uma segunda geração de proprietários, com maior
capitalização e ocupando áreas maiores (CARVALHO; MAGALHÃES; DOMINGUES,
2016 apud SOUZA et al., 2012).
Em paralelo, esse processo forçou os pequenos agricultores a buscarem
novas áreas de ocupação, gerando novas fronteiras para o desmatamento. A
insegurança sobre os direitos de propriedade e regularização das terras com políticas
fiscais e creditícias eram presentes, contribuindo no processo de expansão da
fronteira (CARVALHO; MAGALHÃES; DOMINGUES, 2016 apud BINSWANGER,
1991; WALKER et al., 2000; MARGULLIS, 2003; MERTENS et al., 2002).
O setor da pecuária, se destacou também frente o desmatamento em grandes
escalas. Segundo Aguiar et al. (2007), a área convertida em pastos perfazia cerca de
70% da área total desmatada, que vinculada à baixa produtividade foi incumbida por
estender o arco do desmatamento (CARVALHO; MAGALHÃES; DOMINGUES, 2016
apud CHOMITZ E THOMAS, 2001).
A ampliação da agricultura para a produção de grãos, em especial a soja e o
milho, também aumentou o processo de expansão da fronteira agrícola em direção às
áreas de florestas. Tal expansão, deu com uma maior taxa com relação à pecuária e
a área de desmatamento na fronteira agrícola foi, em média, para o dobro da área
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para as pastagens (CARVALHO; MAGALHÃES; DOMINGUES, 2016 apud MORTON


et al., 2006; MERTENS et al. 2002; KAIMOWITZ et al., 2004).
Consoante ao que afirmam Arima e Veríssimo (2002), as principais formas de
desmatamento na Amazônia é a conversão de floresta em pastagens para a criação
de gado, o corte e a queima da floresta para cultivos na agricultura familiar e a
implantação de cultivos de grãos pela agroindústria.
Isso representa a interpretação de grande parte da literatura que destaca a
mudança do uso da terra, reconhecendo que a tendência do desmatamento na
Amazônia é pautada pela demanda por novas áreas para cultivo ou pasto, diferente
do predomínio da demanda por madeira, que ocorre na maioria parte da Ásia, ou
lenha, como em parte da África (CARVALHO; MAGALHÃES; DOMINGUES, 2016
apud GEIST E LAMBIN, 2002).
Desse modo, superada as definições acerca da Amazônia Brasileira, o
Desmatamento da Amazônia Legal e seus desdobramentos, passa-se, portanto, a
analisar a metodologia utilizada para a consecução do presente trabalho, a qual irá
trazer valorosos e importantes pontos para o presente trabalho.

4 METODOLOGIA

A presente seção irá expor a metodologia utilizada, a qual se consolidará


através da apresentação da regressão linear simples e sua análise através de duas
variáveis, tal como a taxa de crescimento anual do PIB e a taxa de crescimento anual
do desmatamento, bem como se utilizará do coeficiente de correlação de Pearson,
sendo este complementar à regressão utilizando as mesmas taxas.

4.1 VARIÁVEIS
4.1.1 Desmatamento da Amazônia Legal

O desmatamento da Amazônia Legal é representado pela taxa de crescimento


anual do desmatamento da Amazônia legal entre o período de 2000 a 2022, bem como
a variável independente do proposto estudo.
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4.1.2 PIB Agropecuário

O PIB Agropecuário é representado pela taxa de crescimento anual do PIB


agropecuário no período temporal de 22 anos. É a variável dependente do estudo.

4.1.3 Base de Dados

Os dados do desmatamento da Amazônia legal foram obtidos pela PRODES


(Projeto De Monitoramento Do Desmatamento Na Amazônia Por Satélites), bem como
os dados do PIB Agropecuário foram coletados do IBGE (Instituto Brasileiro De
Geografia E Estatística).

4.1.4 Tratamento prévio dos dados

Para análise do presente estudo, no que diz a regressão linear simples e a


correlação de Pearson, os dados do PIB agropecuário e desmatamento da Amazônia
legal, foram transformados em taxas de crescimento ano a ano proporcionando
melhores resultados.

4.2 MÉTODOS DE ANÁLISE


4.2.1 Análise de Regressão Linear Simples

A análise de regressão se refere ao estudo da dependência de uma variável,


a variável dependente, no que tange a uma ou mais variáveis, as variáveis
explanatórias, objetivando estimar ou prever um valor médio (populacional) da
primeira em termos dos valores conhecidos ou fixados (em amostragens repetidas)
das segundas (GUJARATI; PORTER, 2011).
Com o intuito de apresentar se há ou não relação entre às duas variáveis da
taxa de crescimento anual do desmatamento da Amazônia legal e da taxa de
crescimento anual do PIB, foi utilizado no presente trabalho, a ferramenta Excel para
realização da regressão e correlação.
Os dados são apontados pela taxa de crescimento anual do desmatamento
da Amazônia legal representada pela variável x e a taxa de crescimento anual do PIB
agropecuário representada pela variável y.
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Importa destacar, que no presente estudo, a análise da regressão linear


simples foi gerada a partir de um nível de confiança de 95%.

4.2.2 Análise de Correlação

Correlação é a medida de associações entre duas ou mais variáveis, ou seja,


estima à associação entre uma variável e as demais, além de suas inter-relações.
Enquanto na análise de regressão, as variáveis dependentes e explicativas são
tratadas de forma assimétrica, na correlação, quaisquer duas variáveis são tratadas
simetricamente, não havendo distinção entre dependente e explicativa (VICINI, 2005,
apud SILVA, 2017).
O valor de “r” está sempre entre -1 e +1, com r = 0 correspondendo à não
associação linear. Valores negativos de r (quando r 0) indicam uma associação
negativa, ou seja, à medida que x cresce, y decresce (em média).
Por outro lado, quando r 0, temos uma correlação positiva e à medida que x
cresce, y também cresce. Quanto maior o valor de r (positivo ou negativo), mais forte
é a associação linear entre as variáveis (VICINI, 2005, apud SILVA, 2017).
O cálculo do coeficiente de correlação de Pearson, pode ser calculado da
seguinte forma:

∑ (𝑋𝑖 −𝑋̅ ) (𝑌𝑖 −𝑌̅ )


𝑟=
√(∑(𝑋𝑖 −𝑋̅ ) ²)) (∑ (𝑌𝑖 −𝑌̅ ) ²)

Onde:
𝑋𝑖 … 𝑋̅ = 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑎 𝑣𝑎𝑟iá𝑣𝑒𝑙 𝑖𝑛𝑑𝑒𝑝𝑒𝑛𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑌𝑖 … 𝑌̅ = 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑎 𝑣𝑎𝑟iá𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑒𝑠𝑚𝑎𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

4.3 AVALIAÇÃO DO MODELO

Para fazer a avaliação da regressão, no que se refere á percentagem, R²


ajustado define a representatividade do variável x para explicar o comportamento da
variável y. O valor de R² ajustado pode ser interpretado como a proporção da variação
total da variável dependente (y) explicada pela variação das variáveis independentes
através do modelo de regressão (BESSEGATO; REIS; QUININO, 2011).
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4.4 AVALIAÇÃO DAS VARIÁVEIS

O valor - P define se existe correlação entre as variáveis, para cada variável


serve como apoio para entender a relação das variáveis independentes com a
dependente (SILVA, 2017).
Os valores gerados valor - P são valores de teste de significância individual
para cada variável independente o qual declara se a mesma tem relação estatística
com a variável dependente. Se o valor - P for menor que 0,05 a correlação entre as
duas variáveis é significativa. Se o valor - P for maior que 0,5 a correlação entre as
duas variáveis não é significativa.
Para a avaliação do valor - P considerou-se um nível de confiança de 95%.

4.5 AVALIAÇÃO DA CORREÇÃO

Valores de r (+ou-) Interpretação

0,00 Ausência de correlação

0,01 a 0,19 Correlação muito fraca

0,20 a 0,39 Correlação fraca

0,40 a 0,69 Correlação moderada

0,70 a 0,89 Correlação forte

0,90 a 0,99 Correlação muito forte

1,00 Correlação perfeita

Quadro 1. Interpretação do coeficiente de correlação de Pearson


Fonte: Elaboração própria.

A partir desta tabela os coeficientes gerados foram interpretados.


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5 RESULTADOS

Através da regressão linear simples, mostrou-se que o valor – P ficou resultou


o valor de 0,872211, o que isso significa que, a correlação entre a variável x e y não
é significativa, posto que o valor – P é maior que 0,5, sendo a correlação entre duas
variáveis, não significativa.
Coeficiente de determinação (R²) mostra que quanto mais próximo de 100%,
maior a representatividade do variável x, explicando o comportamento da variabilidade
que ocorre com a variável y.
O coeficiente de determinação R² ficou resultou o valor de 0,084224 em
8,42%, demonstrando que a representatividade do variável x sobre o comportamento
da variável y é menor.
O cálculo do coeficiente de correlação de Pearson, representa uma correlação
0,3873393426 em porcentagem 38,73% sendo fraca positiva, conforme se apresenta
através da figura 2 abaixo.

Figura 2. Desmatamento da Amazônia Legal sobre o PIB entre o período de 2000 a 2022.
Fonte: Elaboração própria com base no cálculo pela Fórmula de Pearson (2023).

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Consoante ao que fora delineado até aqui, o desmatamento da Amazônia


legal é produto de uma construção sócio-histórica, que carrega em seu bojo conflitos,
que estão intimamente conectados com as grandes transformações da humanidade,
sobretudo no que se refere as transformações econômicas, sociais e aqui,
objetivamente, ambientais.
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Essas transformações, no que lhe concerne, são consequências da


globalização e industrialização, a qual expandem e dinamizam as relações sociais,
sobretudo as relações de econômicas.
À vista disso, frisa-se que o trabalho atingiu o seu objetivo fim, posto que a
Regressão linear simples e a correlação de Pearson ambas complementares,
mostraram o resultado de uma correlação fraca positiva não sendo significativa a
relação do desmatamento da Amazônia legal com o PIB agropecuário.
Ademais, há possibilidade de ter diversas variáveis que tenham relação mais
significativa com o PIB agropecuário. Análises com outras variáveis independentes
podem gerar melhores resultados significativos.
Por fim, importa destacar que o presente trabalho não pretende esgotar as
suas tratativas pertencentes ao tema, mas apenas rever e analisar pontos importantes
que estão sendo constantemente analisados e discutidos, tanto na sua esfera
econômica, social, quanto em sua esfera política, e sobretudo, ambiental.

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SILVA, G. F. D. A influência do desmatamento nos aspectos socioeconômicos
da região de Matopiba. 2017. Disponível em:
https://bdm.unb.br/bitstream/10483/19008/1/2017_GustavoFerreiraDutradaSilva.pdf.
Acesso em: 12 de fevereiro de 2023.
TERRABRASILIS. Plataforma de dados geográficos (desmatamento da
Amazônia legal brasileira). Disponível em: http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/sobre/.
Acesso em: 28 de janeiro de 2023.
VICINI, L. Análise multivariada da teoria à prática. Santa Maria: UFSM, 2005.
Disponível em:
http://w3.ufsm.br/adriano/livro/Caderno%20dedatico%20multivariada%20-
%20LIVRO%20FINAL%201.pdf. Acesso em: 13 de fevereiro de 2023.

8 ANEXOS

ANEXO A - Valores coletados para realizar à Regressão Linear Simples e Correlação


de Pearson
(continua)
PIB
ANO AGROPECUÁRIO VARIÁVEL X VARIÁVEL Y
Taxa de crescimento Taxa de crescimento anual
anual PIB desmatamento
2000 74,2 8,221024259 0
2001 80,3 3,362391034 -0,334686711
2002 83 -6,74698795 19,19075145
2003 77,4 -6,20155039 17,29712253
2004 72,6 -1,51515152 9,355804064
2005 71,5 8,951048951 -31,53535935
2006 77,9 -0,38510911 -24,86588829
2007 77,6 -2,31958763 -18,44463111
2008 75,8 -4,35356201 10,81452236
2009 72,5 7,034482759 -42,18883123
2010 77,6 3,865979381 -6,216505895
2011 80,6 -10,9181141 -8,314285714
2012 71,8 7,520891365 -28,77843565
2013 77,2 -5,18134715 28,87770729
18

(conclusão)
2014 73,2 -2,73224044 -14,92106603
2015 71,2 -5,05617978 23,84277733
2016 67,6 11,53846154 27,16288062
2017 75,4 -8,09018568 -11,98530343
2018 69,3 -2,74170274 8,478479919
2019 67,4 1,335311573 34,4081741
2020 68,3 -4,39238653 7,128048178
2021 65,3 37,67228178 20,15482444

ANEXO B - Valores obtidos através da Regressão Linear Simples

R múltiplo 0,084223767
R- Quadrado 0,007093643
R- Quadrado ajustado -0,040187612
Erro padrão 21,61855236
Observações 23

Valor -P
0,872211344

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