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Abstract: The present study constitutes an initial mapping of the 'media arrangements' in
the Legal Amazon region, based on data published by the Atlas da Notícia 2020-2021. The
next phase of the investigation will seek to understand the activity of digital alternative
journalism initiatives in the Brazilian Amazon region, from the procedures of analysis of
communication in contemporary times, by investigating the activity, routine, support and
working conditions in these newsrooms/vehicles. From the perspective of the binomial
'Communication and Work', the analysis is centered on understanding the role of
Communication in the arrangements of digital journalism in the Amazon region for local
development, through guaranteeing access to communication and information, with the
rescue of proposals of the National Policy for Regional Development (PNDR) and the
Regional Development Plan for the Amazon (PRDA). The methodology of this exploratory
research (Gil, 1994) is based on the Quantitative and Qualitative methods (Jensen and
Jankowski, 1993; Bernard, 1996) and on the application of the snowball technique
(BALDIN; MUNHOZ, 2011).
2 Atlas da Notícia 2021, ver em: https://www.atlas.jor.br/ Acesso em: 22 fev. 2022.
iniciativas de jornalismo digital criadas na Amazônia Legal3 durante a pandemia da COVID-
19. A delimitação da geografia deste estudo justifica-se pela importância e atualidade do
objeto investigado, situado na bacia Amazônica.
A área da Amazônia Legal foi instituída pelo Governo Federal, sob a presidência de
Getúlio Vargas, por meio da Lei 1806/19534, ao dispor sobre o Plano de Valorização
Econômica da Amazônia, com objetivo de melhor planejar o desenvolvimento
socioeconômico da região amazônica. O Art. 7º, (Plano de Valorização desta lei, no item
a), faz referência à valorização do trabalho na região, para efeito de planejamento
econômico e defesa dos biomas e potenciais ambientais. Para tanto, determina:
3A Amazônia Legal é formada pelos Estados da Região Norte: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará,
Rondônia, Roraima e Tocantins – e parte do estado do Maranhão.
4 Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1950-1959/lei-1806-6-janeiro-1953-367342-
publicacaooriginal-1-pl.html Acesso em: 20 de agost. 2022.
decreta, assim, uma atenção à região amazônica, quando define no Art. 1º, com base no
Plano de Valorização Econômica da Amazônia, previsto no Art. 199 da Constituição:
6 São considerados desertos de notícias, os municípios/regiões que não possuem nenhum veículo de
jornalismo independente/alternativo.
O Atlas da Notícia é uma iniciativa para mapear veículos produtores de
notícias – especialmente de jornalismo local – no território brasileiro.
Identificamos e mapeamos veículos que publicam, mesmo que só
esparsamente, notícias de interesse público – sejam impressos ou digitais
– e com periodicidade diária, semanal ou quinzenal. Estamos falando de
produtores de notícias sobre a prefeitura e a câmara municipal e temas
como contas públicas, saúde, educação, segurança, mobilidade e meio-
ambiente. [...] A metodologia do projeto é baseada, principalmente, na
contabilização de veículos de notícia no Brasil, seja através de pesquisa
própria como de colaboração de terceiros. A primeira edição do Atlas da
Notícia foi publicada em novembro de 2017, com um recorte sobre
jornais impressos e veículos online de notícias (ATLAS, 2022, INTERNET).
O censo Atlas identificou, ainda, que a região Norte continua liderando o ranking
de desertos de notícias, sendo o estado de Rondônia com a maior quantidade de novos
veículos – entre eles, iniciativas alternativas e canais comunitários de comunicação. Esses
desertos são ocasionados pela falta de qualquer tipo de veículos de comunicação
(impresso, TV, Rádio, digital). Os resultados do Censo apontam a profissionalização de
veículos comunitários, como um caminho para a erradicação dos desertos de notícias
locais na região amazônica, como já vem ocorrendo, entre 2020 e 2021:
Considerações iniciais
Os resultados preliminares, com base no mapeamento dos ‘arranjamentos digitais
de jornalismo’ na Amazônia Legal, reforçam que a ‘Comunicação e Trabalho’ estão
híbridos na vida humana. Esse binômio permite tensionar à pesquisa acerca das mudanças
no Trabalho do Jornalista na região amazônica. No contexto de mutações da atividade dos
jornalistas e reorganização do trabalho jornalístico em novos ‘arranjos alternativos’
iniciados no período da pandemia da COVID-19 (2020-2021), este estudo caminha para
uma proposta analítica peculiar e um olhar aguçado sobre esse cenário que se instaura,
principalmente, ao constatar o surgimento de coletivos de Jornalismo Digital, com foco as
atividades dos arranjos alternativos na Amazônia, e o compromisso com o
desenvolvimento regional, por meio da prática da comunicação democrática e
independente para a região Norte do país, com foco em pautas ambientais.
Essas transformações não podem ser vistas apenas na ótica da estrutura da
atividade jornalística, mas, também, como mudanças no perfil do mercado de trabalho,
nos processos de produção da notícia e valor-notícia, nas relações entre os profissionais e
na ideologia que define a profissão. Como recorda Fígaro (2011), estudar a comunicação
na atividade humana de trabalho revela um caráter ontológico. O profissional é antes de
tudo, uma pessoa. Esse sujeito traz valores, costumes, cultura, ideologias e sonhos: uma
história de vida. Por isso, nesta primeira etapa da pesquisa (mapeamento dos veículos), é
possível identificar uma linha editorial comum entre os veículos alternativos de
jornalismo: a pauta ambiental e construção de narrativos em defesa da floresta.
Portanto, essa pesquisa exploratória torna-se possível quando inserida e iluminada
pelos estudos da Comunicação, redes e linguagens: objetos teóricos e empíricos; ao
debruçar-se na compreensão da atividade de jornalismo em um contexto peculiar, que é a
Amazônia brasileira. A partir das motivações teóricas e metodológicas abrem-se caminhos
para uma investigação, mais profunda, sobre o fenômeno comunicacional que perpassa
pelas mudanças econômicas, sociais, culturais, ambientais e tecnológicas e, incisivamente,
nas mudanças estruturais que se incidem no Trabalho do Jornalista amazônida.
Finalmente, essa reflexão epistemológica, com base nas iniciativas digitais de
jornalismo alternativo, também recorda o valor da vida e o trabalho do povo da Amazônia.
O desenvolvimento regional da Amazônia Leal passa pela garantia de Políticas Públicas
que assegurem os direitos básicos e constitucionais, entre eles, o acesso ao trabalho, o
direito à informação, saúde, educação, qualidade de vida, bem-viver e, urgentemente, a
defesa e proteção do meio ambiente e a luta pela floresta em pé.
REFERÊNCIAS
BAKER, Mona. (1993). Corpus Linguistics and Translation Studies: Implications and
applications. In: M. BAKER; G. FRANCIS & E. TOGNINI-BONELLI (Ed.). Text and Technology:
In honour of John Sinclair. Amsterdam/ Philadelphia: John Benjamins.
BALDIN, N.; MUNHOZ, Elzira. Snowball (bola de neve): uma técnica metodológica para
pesquisa em Educação ambiental comunitária. (2011). Disponível em
http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/4398_2342.pdf
https://estatico011.tufabricadeventos.com/4748_coms2_fichero_4015666_1961040646
/1_4015666_9343_4489_9EA535FB-205C-48D9-9E2914066D4BD665.pdf