Você está na página 1de 4

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA

CATARINA-IFSC, CÂMPUS JARAGUÁ DO SUL/CENTRO

Resenha elaborada sobre o Artigo:

“Designação: A arma secreta, porém incrivelmente poderosa, da


mídia em conflitos internacionais”
Designação: Uma parceria de alienação entre mídia e Estados

K. Rajagopalan, 2003. designação: a arma secreta, porém incrivelmente poderosa,


da mídia em conflitos internacionais.

Designação, a poderosa arma da mídia. Em tempos modernos, de globalização e acesso


às informações e notícias, a mídia detém o poder de designar em conflitos internacionais,
entre o ocidente e o oriente. Este artigo é escrito por Kanavillil Rajagopalan, Doutor em
Lingüística Aplicada (PUC-SP) e Pós-Doutor em Filosofia da Linguagem (Universidade da
Califórnia, Berkeley, EUA), linguista indiano e professor titular na Unicamp no campo de
estudos da linguagem na área da semântica e pragmática.

Em suma, Rajagopalan trás reflexões, pensamentos e críticas não discutidas na


sociedade, na qual as informações são manipuladas e controladas por grandes mídias,
usando como exemplo as diversas guerras em tempos modernos, como a Guerra do
Golfo, dos EUA contra o Iraque, no Afeganistão e o atentado do 11 de setembro de 2001,
fazendo do caos um grande negócio, seja de aspecto econômico, como de atenção
mundial.

Primordialmente, Rajagopalan fala sobre a manipulação da mídia nos conflitos


internacionais entre o oriente e ocidente, com a Guerra do Golfo, conflito entre o Iraque e
os Estados Unidos em 1991, se transformou em um grande holofote mundial, com
enormes audiências. Por outro lado, na guerra do Afeganistão, as grandes emissoras
tiveram prejuízos com suas transmissões, por mostrarem o lado derrotado, enquanto a
rede árabe Al-Jazira detinha as imagens do maior inimigo deste conflito, Osama Bin
Laden, sendo a maior atração para a guerra em questão. Para o autor, o objetivo desta
viagem no tempo sobre os diversos conflitos, é para demonstrar o modo como a mídia
interpreta e torna esta a sua verdade, buscando “educar” o povo com estas notícias,
designando qualquer informação, veracidade, conteúdo e acontecimentos.
Por conseguinte, no primeiro trecho chamado ​“Nomes: afinal o que há de tão curioso
nessas palavras?”​, mostra o estudo e a análise teórica dos nomes e suas
representações e significados. Como tese, o uso de diversos estudiosos sobre o tema,
como Russell (1911) dominou de “nomes logicamente próprios”, não há mediação de
significados entre o nome, com a sua referência direta, sem qualquer predicativo.
Contudo, as discussões vão além, dando diversos exemplos em busca para entender os
nomes, mas todos levando ao mesmo caminho, concretizando o desejo para raciocinar
teoricamente estas palavras curiosas.

Na segunda parte, intitulado ​“O discurso jornalístico e a escolha dos termos de


designação”​, evidencia a designação em qualquer notícia e informação, no qual tem
fortes alicerces na própria gramática, onde é necessário primeiro identificar o sujeito da
frase para poder dizer algo ao seu respeito. Em outras palavras, primeiro, nomear, para
dizer algo a respeito do objeto, sendo um mundo designado. Também, a manipulação dos
nomes tem o poder de trazer consequências ruins, como tachar Osama Bin Laden de “o
cabeça dos terroristas”, na qual o tornou famoso e odiado em escala global, como
símbolo do mal. Além disso, a designar um grupo de países como “eixo do mal” (países
como o Irã, Iraque e Coreia do Norte) dá a assimilação automática de que o outro lado é
do bem, dando a mídia o poder de designar quem é do bem e do mal neste conflito, e
qual lado devem defender.

Por fim, no último trecho sobre ​“O poder da designação” ​o poder da utilização de
termos e a sua designação é uma luta de dois lados, onde por um lado, dos aliados, o
“grupo do mal” são chamados de “homens-bomba” e “terroristas-suicidas, enquanto a
imprensa ocidental os intitulam de “mártires” e “soldados da guerra santa”, demonstrando
o poder da manipulação, no qual pode atingir pessoas leigas que não questionam o que a
mídia diz, transformando a narrativa jornalística e informativa em uma busca pelo lado
“ideal” e manipulativo para “educar”, com o poder designação, com informações
manipuladas e alternativas.
Como propósito, o autor é extremamente crítico ao modo no qual a imprensa manipula e
utiliza destes meios para fins controladores, onde o que ela produz é a verdade, ou em
tempos modernos, é intitulado de ​fake news (notícias falsas sem fontes). Indo além, o
poder de designação é capaz de produzir uma lógica binária, como destaca-se no trecho
2, onde por definição científica, as ações e ordens são feitas em 1 e 0, mas no caso da
mídia, apenas em 1 ou 0 (eu estou certo, ou você está errado). Isso denota a briga de
lados, onde um briga por tornar a visão uma verdade, enquanto o outro briga para
demonstrar que o outro lado é mal. Por fim, a imprensa centralizada produz a alienação,
com um conglomerado produzindo apenas uma verdade, indo em contrapartida ao que é
produzido na mídia descentralizada, onde o próprio povo colhe a informação e a repassa,
cabendo ao leitor escolher o seu próprio lado e colher das diversas fontes informações, e
nesta competição, quem fala a verdade ganha. “ A massa mantém a marca, a marca
mantém a mídia e a mídia controla a massa”, frase de George Orwell, deixando claro que
a desinformação é um projeto apoiado pela marca (Estado) e manipulado pela mídia
(centralizadas), como ferramenta de controle sobre o povo e suas ações.

Bibliografia:

K. Rajagopalan, 2003​. Designação: a arma secreta, porém incrivelmente poderosa,


da mídia em conflitos internacionais. ​Acesso em: 22/02/2021

Naves, A. B. ​Nomes Logicamente Próprios e Referência Direta​. Universidade Federal


de Goiás, 2001. Disponível em:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/principia/article/download/17757/16343/54768​.A
cesso em: 22/02/2021

Tonietto, L. ​Lógica Binária. ​Unisinos, 2009. Disponível em:


http://professor.unisinos.br/ltonietto/tsi/ica/LogicaBinaria.pdf .​Acesso em:
22/02/2021

Você também pode gostar