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ANO LITÚRGICO A

MARCOS - O EVANGELHO DO FILHO DE DEUS

Prezados diocesanos,

Iniciamos mais um ano civil e, desde o ciclo do Advento, um novo Ano Litúrgico, Ano B,
onde iremos meditar o Evangelho de Marcos.
A Tradição da Igreja, desde o primeiro século, atribui o segundo evangelho a João Marcos,
um discípulo direto de Pedro e, portanto, sua obra é baseada nas memórias do primeiro Papa. É o
Evangelho mais curto e sóbrio. No entanto, de forma alguma, perde seu valor e riqueza e deve ser
acolhida pelas comunidades católicas de nossos dias como oportuna e rica reflexão sobre a
humanidade de Jesus. Ao relatar momentos bem humanos de Jesus, como por exemplo quando parece
desanimado com a falta de compreensão dos discípulos, Marcos revela um Jesus que experimenta
desapontamentos, alegrias e tristezas. Ao mesmo tempo, exorta à confiança, como centro do
discipulado e do serviço dos cristãos .
Podemos dizer que o Espírito Santo preparou um jovem idôneo e fiel para escrever o segundo
Evangelho canônico, reflexo fiel da pregação e dos relatos de Pedro.
Outra novidade deste tempo refere-se ao uso da Terceira Edição Típica do Missal Romano.
Não se trata de um novo Missal, já que é a tradução mais fiel do Missal Romano pós-conciliar,
promulgado por São Paulo VI. Sobre esta nova tradução, escreveu o prefeito do Dicastério, Cardeal
Arthur Roche: “Esperamos que a nova edição do Missal Romano seja um novo estímulo para celebrar
e vivenciar o sagrado mistério da Eucaristia, memorial da morte e ressurreição do Senhor”.
Para que, como nos recorda a Sacrossanctum Concilium, haja uma frutuosa e autêntica
participação litúrgica do povo de Deus, é necessário retomar nossa formação litúrgica, como nos
acena inclusive a Desiderio Desideravi do Papa Francisco, “uma Carta Apostólica ao povo de Deus
sobre a liturgia, para recordar o significado profundo da celebração eucarística, tal como emergiu do
Concílio e para convidar à formação litúrgica. Com seus 65 parágrafos, a carta reelabora os resultados
da sessão plenária do Dicastério do Culto Divino, em fevereiro de 2019, e segue o Motu Proprio
Traditionis custodes, reafirmando a importância da comunhão eclesial em torno do rito resultante da
reforma liturgia pós-conciliar.
Não se trata de uma nova instrução ou de um diretório com normas específicas, mas sim de
uma meditação para compreender a beleza da celebração litúrgica e o seu papel no evangelizar. A
carta é concluída com um apelo: “Abandonemos as polêmicas para ouvirmos juntos o que o Espírito
diz à Igreja, mantenhamos a comunhão, continuemos a nos maravilhar com a beleza da liturgia”.
Dessa forma, nossas equipes litúrgicas, bem preparadas, poderão contribuir para que os fiéis
possam participar ativa e frutuosamente de nossa liturgia, sem criatividades inadequadas que só
confundem e espantam o povo fiel com sua piedade simples e autêntica. Nada de invencionice! E que
cada equipe litúrgica conheça a fundo a Instrução Geral do Missal Romano, suas rubricas e riqueza
próprias, empenhados em fazer comunhão no modo de orar.
Aproveitemos bem as reflexões próprias do Evangelho proposto para este Ano B e,
fortalecidos pela mensagem do Evangelho, possamos nos enriquecer com as reflexões deste grande
evangelista, ao mostrar os fatos mais relevantes de Jesus de Nazaré, nosso Mestre e Salvador, e
reconhecê-lo como o Emanuel, Deus-Conosco, a exemplo do centurião ao exclamar:
“verdadeiramente este homem era Filho de Deus” (Mc 15,39).

+ Luiz Henrique da Silva Brito


Bispo Diocesano de Barra do Piraí-Volta Redonda

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