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1.

º Simpósio de
Segurança
Contra
Incêndios
em Edifícios

LNEC | 11 de outubro 2023


Abertura

Laura Caldeira
Presidente do Laboratório Nacional
de Engenharia Civil

José Duarte da Costa


Presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil
Sessão 1
O futuro da
regulamentação da SCIE
Moderador

Carlos Fernandes
Ordem dos Engenheiros

Intervenções

Pedro Barbosa
Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil

António Leça Coelho


Universidade Lusófona

Carlos Ferreira de Castro


Action Modulers Consulting & Technology
O futuro da SCIE

Pedro Barbosa
Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil
Temas

2008 2023

ANTES DURANTE DEPOIS


(Evolução da SCIE) (Situação atual) (Futuro Código)
ANTES
(Evolução da SCIE)
Evolução da SCIE

Criação do
Serviço Lei nº 113/91 de
Nacional de Incêndio 29/08 Lei de Bases
Bombeiros do chiado da Proteção Civil
1979 1988 1991

1989 1990 1995 1997 1998 2001


Resolução do Conselho DL nº 61/90 de 15/02 Decreto-Lei nº Portaria nº DL nº 410/ 98 de Decreto Regulamentar
de Ministros nº estabelecimentos 66/ 95 de 8 de 1063/ 97 de 23/12 nº 10/2001 de 7/06
31/89 de 15 de comerciais Abril 21/10 Edifícios de Tipo Estádios
Setembro Parques de empreendiment Administrativo
edifícios onde estejam DL nº 64/90 de 21/02 estacionamento os turísticos e Portaria nº 1299/
instalados serviços da proteção contra riscos cobertos dos DL nº 409/ 98 de 2001 de 21/11
administração central, de incêndio em estabelecimento 23/12 estabelecimentos
regional e local, de edifícios de habitação. Portaria nº 1457/ s de restauração Edifícios de Tipo comerciais e de
interesse público e Revoga o capítulo III 95 e bebidas Hospitalar prestação de serviços
entidades tuteladas do título V do RGEU. empreendimento com área inferior a 300
pelo Estado. s turísticos. DL nº 414/ 98 de m2
31/12
Decreto-Lei nº 426/ 89 Edifícios Escolares
de 6 de dezembro
centros urbanos antigos
Legislação revogada em 2008

• Capítulo III do título V do RGEU, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 38 382, de 7 de agosto de 1951
• Resolução do Conselho de Ministros n.º 31/89, de 15 de setembro
• Decreto-Lei n.º 426/89, de 6 de dezembro
• Decreto-Lei n.º 64/90, de 21 de fevereiro
• Decreto-Lei n.º 66/95, de 8 de abril
• Regulamento das Condições Técnicas e de Segurança dos Recintos de Espetáculos e Divertimentos Públicos,
anexo ao DR n.º 34/95, de 16/12, com exceção: artºs 1.º a 4.º, n.os 1 e 2 do artigo 6.º, artigos 13.º e 15.º, n.os
1, 2 e 4 do artigo 24.º, artigos 53.º a 60.º, 64.º a 66.º, n.os 1, 3 e 4 do artigo 84.º e 85.º, n.os 1 e 4 do artigo
86.º, artigos 87.º, 89.º e 90.º, alíneas b) e d) do n.º 6 do artigo 91.º, n.º 1 do artigo 92.º, artigos 93.º a 98.º,
100.º, 102.º, 105.º, 107.º a 109.º, 111.º a 114.º, 118.º, 154.º a 157.º, 173.º, 180.º e 257.º, n.º 1 do artigo 259.º,
art.º 260.º, alíneas e), p) e v) do artigo 261.º, artº 264.º, n.º 3 do artigo 10.º do Decreto -Lei n.º 167/97, de 4
de julho
• Portaria n.º 1063/97, de 21 de outubro
• Decreto-Lei n.º 409/98, de 23 de dezembro
• Decreto-Lei n.º 410/98, de 23 de dezembro
• Decreto-Lei n.º 414/98, de 31 de dezembro
• Decreto-Lei n.º 368/99, de 18 de setembro, alíneas g) e h) do n.º 2 e o n.º 3 do artigo 3.º da Portaria n.º
1064/97, de 21 de outubro
• Portaria n.º 1299/2001, de 21 de novembro
• Portaria n.º 1275/2002, de 19 de setembro
• Portaria n.º 1276/2002, de 19 de setembro
• Portaria n.º 1444/2002, de 7 de novembro
• Artigo 6.º da Portaria n.º 586/2004, de 2 de junho
Legislação em vigor

15 anos

DESCRIÇÃO DIPLOMA 1ª alteração 2ª alteração 3ª alteração 4ª alteração 5ª alteração


Regime Jurídico DL 220/ 2008 DL 224/2015 DL 95/2019 Lei 123/ 2019 DL nº 9/2021
Declaração
Regulamento Técnico Portaria 1532/ 2008 Portaria nº 135/ 2020
retificação 26/2020
Carga de incêndio modificada Despacho nº 2074/2009 Despacho 8954/ 2020
Credenciação de entidades para emissão
Portaria nº 148/
de pareceres, vistorias e inspeções de Portaria 64/ 2009 Portaria 136/ 2011
2020
SCIE
Credenciação de técnicos municipais (1ª
Despacho nº 32/ 2021
CR)

Registo de empresas de comercialização,


instalação ou manutenção de Portaria 773/ 2009 Portaria nº 208/ 2020
equipamentos e sistemas

Reconhecimento de técnicos responsáveis


pela comercialização, instalação e Despacho
Despacho 10738/ 2017 Despacho nº 11832/ 2021
manutenção de produtos e equipamentos 686/2023
de SCIE
Taxas de SCIE Portaria 1054/ 2009 Portaria nº 165/ 2021
Comissão de acompanhamento SCIE Despacho nº 5533/2010 Despacho nº 7812/ 2020
DURANTE
(Situação atual)
Importância
dada à SCIE
Interesses dos Incêndios
envolvidos urbanos

Empresas de
equipamentos Legislação de
e sistemas de SCIE
SCIE

Utilizador dos
ANEPC
edifícios

Construção Desenvolvimento
(Licenciamento tecnológico
urbanístico)

Ensino
(universidades, Técnicos
laboratórios, etc) autores

Técnicos do Serviços SCIE


estado Transferência de
competências
Importância dada à SCIE
Incêndios urbanos confirmados
Portugal continental - 2022

6846
Edifícios
Média anual: 6706 6765
devolutos
6507 7,75%

Edifícios em
2020 2021 2022 utilização
92,25%
Incêndios urbanos_utilização-tipo
Portugal continental - 2022

I - Habitacionais
XII - Industria
VII - Hoteleiros/ Restauração
VIII - Comerciais
V - Hospitalares/ Lares
2022
IV - Escolares
2021
III - Administrativos
2020
II - Estacionamentos
IX - Desportivos
VI - Espetáculos
XI - Bibliotecas
X - Museus
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500

Nº de incêndios urbanos
Localização dos incêndios urbanos
Portugal continental - 2022

Alentejo Algarve
4,24% 4,44%

Centro
Norte 21,73%
36,04%

Lisboa e Vale do
Tejo
33,55%

Regiões com maior volume de incêndios urbanos


Vitimas dos incêndios urbanos
Portugal

Últimos 3 anos:
 Mortos: 109
 Feridos graves: 298
 Feridos ligeiros: 2266
 Assistidos: 1911

36 mortos/ ano
(3 mortos/ mês)
Vitimas dos incêndios urbanos
Portugal continental - 2022

UT I UT XII
Norte 19 0
Lisboa e Vale do Tejo 10 1
Centro 6 0
Alentejo 1 0
Algarve 1 0
TOTAL 37 1

Sub-regiões com
vitimas mortais
Legislação de SCIE e documentação complementar

 Demasiados diplomas
 Legislação difícil de aplicar
 RT SCIE responde a tudo
 Difícil de manter atualizada
 SCIE com muitas “especialidades”
 Permite várias interpretações da mesma situação
1 Lei 31 Notas Técnicas Dezenas Normas
1 Decreto-Lei
3 Portarias
10 Despachos

19 Diplomas anteriores
a 2008
ANEPC

SNB SNBPC ANPC ANPC ANEPC ANEPC

1980 2003 2007 2008 2014 2019 2024…

RJSCIE
Sede
Sede Sede Sede Sede
24 Sub-regiões
?
5 Inspeções Regionais 18 Distritos 18 Distritos 18 Distritos
DNPE/ UPRA
Gabinete Técnico Div. Segurança Núcleo Certificação e
DNPE/ Direção Serviços
contra Incêndios Fiscalização 2 Divisões

Projetos Projetos Projetos Projetos /Vistorias / MAP


Vistorias Vistorias Vistorias Inspeções Regulares e extraordinárias
Legislação Legislação Legislação Legislação
Notas técnicas Notas técnicas Notas técnicas Notas técnicas / Cadernos Técnicos
Registo e Credenciação de entidades
Reconhecimento de ações de formação
Registo de técnicos autores
ANEPC

Como se pretende que seja o técnico de SCIE da Realidade


ANEPC
 Quadro técnico sempre insuficiente
 Quase impossível recrutamento externo
 Carreira geral da função pública
 Impossibilidade de premiar desempenho
 Necessária formação contínua
Desenvolvimento tecnológico

 Novos materiais de construção


 Controlo remoto do edifício
 Sensores com info em tempo real
 Interligação de todos os sistemas
 Monitorização à distância
 Inteligência artificial
 Internet das coisas
 Etc…
Técnicos autores

- Acesso à área de SCIE com formação especifica


- 14 Cursos de formação reconhecidos

953
- 1892 Técnicos registados na ANEPC

730

Formação
Experiência de 2021;
profissional; 378; 20%
529; 28%
209

Ordem Arquitetos Ordem Engenheiros Ordem Engenheiros


Técnicos

Formação
128h; 985;
52%
Serviços de SCIE

 Submissão de pedidos totalmente


desmaterializada
 1ª CR
 2ª, 3ª, 4ª CR
Serviços de SCIE
Projeto de especialidade de SCIE (2ª, 3ª e 4ª CR) 2980

Medidas de Autoproteção (1ª CR) 2651

Medidas de Autoproteção (2ª, 3ª e 4ª CR) 2187

Registo de técnico autor 1807

Inspeção regular (2ª, 3ª e 4ª CR) 1310

Acreditação de técnico responsável de entidade 862

Alteração de dados de registo de entidade 708 35,28% 31,73%


Alteração de responsável de segurança (2ª, 3ª e 4ª CR) 587
Maps Restantes
serviços
Devolução de taxa (2ª, 3ª e 4ª CR) 368

Projeto de especialidade de SCIE (1ª CR) 353

Alteração de responsável de segurança (1ª CR) 337

Registo de entidades de equipamentos e sistemas de SCIE 258 2,01%


Vistoria (2ª, 3ª e 4ª CR)
Vistorias
230

Devolução de taxa de serviço (1ª CR) 170

Atualização da NP 4413 ou NP EN ISO 9001 144


9,18%
Inspeção regular (1ª CR) 93 21,81% Inspeções
Projetos regulares
Vistoria (1ª CR) 77

Credenciação de técnico municipal (1ª CR) 75

PEI de equipamento desportivo 36

Credenciação de entidades para a emissão de pareceres 30

Medidas de autoproteção de recinto itinerante 11

Reconhecimento de ação de formação 10


Serviços de SCIE - Evolução dos pedidos

5310

5097

3639
1403
3513
4849 1090
871
3333
387 358 307

Ano 2020 Ano 2021 Ano 2022 Ano 2020 Ano 2021 Ano 2022 Ano 2020 Ano 2021 Ano 2022 Ano 2020 Ano 2021 Ano 2022

Projeto Vistoria Medidas Autoproteção Inspeções regulares


Transferência de competências – 1ª CR

Câmaras Municipais com 1ª CR: 82


Técnicos municipais 1ª CR: 174

0% 100%
29%
Recursos humanos – Verificação e Fiscalização

1ª categoria de risco 2ª, 3ª e 4ª categorias de risco

Situação final: ANEPC: 42

 278 Câmaras Municipais (continente) Técnicos credenciados: 24


 +/- 600 Técnicos credenciados Técnicos em formação: 29
Total técnicos CM: 53

Bombeiros (IR 2ªCR): 65


Ensino

Cursos de formação Ensino superior Ensino superior - SCIE

Téc. Municipais 1ª CR: 13 cursos Conteúdos dos cursos sem SCIE  Grau Doutor: 1 curso
 Arquitetura  Grau Mestre: 1 curso
Técnicos autores: 14 cursos
 Engenharia
Fonte: Agência de Avaliação e Acreditação do
Ensino Superior-A3ES
Construção - Licenciamento urbanístico

Conceção Construção Exploração do edifício

Medidas Inspeções
Projeto Obra Vistoria
Autoproteção regulares

Termos de responsabilidade 1º contacto com o edifício

Poucos pedidos são


aprovados sem
correções
Utilizador dos edifícios

 Menos utilizadores em alguns tipos de edifícios


 Teletrabalho
 Utilizadores mais velhos (maior esperança de vida)
 Menor disponibilidade de elementos para equipas de segurança
Empresas de equipamentos e sistemas de SCIE

a) Portas e envidraçados resistentes ao fogo e ao fumo, e seus acessórios


b) Sistemas de compartimentação resistentes ao fogo e ao fumo, e respetivos Entidades de SCIE
acessórios, e revestimentos de proteção contra incêndio
c) Sistemas automáticos e dispositivos autónomos de deteção de incêndio e de registadas

d)
deteção de gases
Sistemas e dispositivos de controlo de fumo 2342
e) Extintores
f) Sistemas de extinção por água
g) Sistemas de extinção automática por agentes distintos da água e água Técnicos responsáveis
nebulizada de empresas de SCIE
h) Sinalização de segurança
i) Sistemas e dispositivos de controlo de poluição de ar
registadas
j)
k)
Iluminação de emergência
Instalações de para-raios 3360
l) Sinalização ótica para a aviação

Emissão de Termo de
Execução da atividade
responsabilidade

Suficiente?
Interesses dos envolvidos

ANEPC:
prossecução do
interesse público
Empresas de
equipamento
Proprietários
s e sistemas
SCIE

Necessidade de
Entidades
Outros estabelecer objetivo
SCIE organismos
formadoras
públicos comum a todas as partes

Ordens
Investidores
profissionais

Técnicos
autores
DEPOIS
(Futuro código)
O futuro…
ANEPC

Decreto-Lei nº 45/ 2019, de 1 de abril


Orgânica da ANEPC

Art.º 4º - Atribuições
Proceder à regulamentação e assegurar a aplicação do regime
jurídico da segurança contra incêndio em edifícios.
Novo Código

Revisão Organização Aplicação Garantir

Articulação com outros


A todos os edifícios, regulamentos/ diretivas e
Baseada em evidências
inclusive UT I normas
Acessível/ Claro

Promover a inovação
Melhor conhecimento Edifícios públicos e
técnico disponível privados
Incorporação de
tendências de automação
Garantir permanente e digitalização
atualização Todo o ciclo de vida do
Processo participativo Sistema de monitorização
edifício
da implementação
Organização do Código

Princípios gerais

Disposições
regulamentares
Atualização permanente

Notas técnicas
Revisão dos Princípios e Objetivos

1 • Reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndios

Preservação • Limitar o desenvolvimento de eventuais incêndios,


Preservação
do
Património
da Vida
humana
2 circunscrevendo e minimizando os seus efeitos,
nomeadamente a propagação do fumo e gases de combustão
Cultural

3 • Facilitar a evacuação e o salvamento dos ocupantes em risco


Preservação do
Ambiente

4 • Permitir a intervenção eficaz e segura dos meios de socorro


Investimento na área

3 835 717 €

Futuramente investir em:


3 779 278 €  Recursos humanos
3 770 081 €
 Programas de sensibilização e informação
 Programas de prevenção ativa
Ano 2020 Ano 2021 Ano 2022  Programas de estudo e investigação em SCIE

Investimento atual na área de SCIE = 0%


Ensino/ Formação

Técnicos
Técnicos ANEPC e
responsáveis
Municipais
empresas

Equipas de
Técnicos autores
segurança

Responsável/del
egado segurança
www.prociv.gov.pt

scie@prociv.pt

Obrigado
Que regulamentação
queremos no futuro?

António Leça Coelho


Universidade Lusófona
Índice

❶ De onde partimos: Um breve olhar sobre o passado

❷ Onde estamos: Um breve olhar sobre o presente

❸ Para onde queremos ir: Um breve olhar sobre o futuro

❹ Núcleo de uma futura legislação prescritiva

❺ Estrutura de uma futura legislação exigencial


De onde partimos
1 Um breve olhar sobre o passado
Legislação anterior a 2008

► Pré Chiado

▪ Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU) e algumas disposições camarárias

► Pós Chiado até 1990

▪ Decreto-Lei n.º 426/89, de 6 de Dezembro de 1989


Aprova as Medidas cautelares de segurança contra riscos de incêndio em centros urbanos antigos

▪ Resolução do Conselho de Ministros n.º 31/89, de 15 de setembro


Aprova um conjunto de medidas de Segurança Contra Incêndio em edifícios onde estejam instalados em edifícios
públicos da administração central, regional e local, instalações de interesse público e entidades tuteladas pelo
Estado
Legislação anterior a 2008

► De 1990 até 2008

▪ Decreto-Lei n.º 64/90, de 21 de fevereiro


Aprova o Regulamento de Segurança contra Incêndio em Edifícios de Habitação

▪ Decreto-Lei n.º 61/90, de 15 de fevereiro


Aprova as normas de segurança contra riscos de incêndio a aplicar em estabelecimentos comerciais (Decreto-Lei
n.º 368/99, de 18 de setembro)

▪ Decreto-Lei n.º 66/95, de 8 de abril


Aprova o Regulamento de Segurança Contra Incêndio em Parques de Estacionamento Cobertos

▪ Decreto Regulamentar n.º 34/95, de 16 de dezembro


Aprova o Regulamento das Condições Técnicas e de Segurança dos Recintos de Espetáculos e Divertimentos
públicos
Legislação anterior a 2008

▪ Portaria n.º 1063/97, de 21 de outubro


Aprova as medidas de segurança contra riscos de incêndio aplicáveis na construção, instalação e funcionamento
dos empreendimentos turísticos e dos estabelecimentos de restauração e bebidas

▪ Decreto-Lei n.º 368/99, de 18 de setembro


Aprova o regime de proteção contra riscos de incêndio em estabelecimentos comerciais

▪ Decreto-Lei n.º 409/98, de 23 de dezembro


Aprova o Regulamento de Segurança Contra Incêndio Em Edifícios de Tipo Hospitalar

▪ Decreto-Lei n.º 410/98, de 23 de dezembro


Aprova o Regulamento de Segurança Contra Incêndio em Edifícios de Tipo Administrativo

▪ Declaração de Retificação n.º 7-H/99, de 27 de fevereiro


Retifica o Decreto-Lei n.º 409/98, de 23 de dezembro
Legislação anterior a 2008

▪ Decreto-Lei n.º 414/98, de 31 de dezembro


Aprova o Regulamento de Segurança contra Incêndio em Edifícios Escolares

▪ Decreto-Lei n.º 414/98, de 31 de dezembro


Aprova o Regulamento de segurança contra incêndio em edifícios escolares

▪ Declaração de Retificação n.º 7-F/99, de 27 de fevereiro


Retifica o Decreto-Lei n.º 410/98

▪ Declaração de Retificação n.º 7-G/99, de 27 de fevereiro


Retifica o Decreto-Lei n.º 414/98

▪ Decreto Regulamentar n.º 10/2001, de 7 de junho


Aprova o Regulamento das condições técnicas e de segurança dos estádios

▪ Portaria n.º 1299/2001, de 21 de novembro


Aprova as Medidas de segurança contra riscos de incêndio a observar nos estabelecimentos comerciais e de
prestação de serviços com área inferior a 300 m²
Legislação anterior a 2008

▪ Portaria n.º 1275/2002, de 19 de setembro


Aprova as Normas de segurança contra incêndio a observar na exploração de estabelecimentos de tipo hospitalar

▪ Portaria n.º 1276/2002, de 19 de setembro


Aprova as Normas de segurança contra incêndio a observar na exploração de estabelecimentos de tipo
administrativo

▪ Portaria n.º 1444/2002, de 7 de novembro


Aprova as Normas de segurança contra incêndio a observar na exploração de estabelecimentos escolares

PRINCIPAL CONCLUSÃO
Legislação dispersa e, no geral, prescritiva (1.ª geração)
Legislação anterior a 2008

Por vezes, como acontecia com a Portaria n.º 1063/97 de 21 de outubro (Medidas de segurança contra riscos
de incêndio aplicáveis na construção, instalação e funcionamento dos empreendimentos turísticos e dos
estabelecimentos de restauração e de bebidas), não eram apresentadas as soluções

Por exemplo, sobre a evacuação definia o seguinte:


1.1 – Generalidades:
1.1.1 – Os caminhos de evacuação (corredores, portas e escadas) devem possuir
características tais que permitam uma evacuação rápida e segura dos ocupantes
para o exterior.
1.1.2 – Os caminhos de evacuação devem ainda estar ordenados e distribuídos por
forma a desembocar, independentemente uns dos outros, numa rua ou num espaço livre
suficientemente amplo para possibilitar aos ocupantes afastarem-se do edifício.
Onde estamos
2 Um breve olhar sobre o presente
Os diplomas fundamentais

► Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de novembro


(Na redação atual dada pela Lei n.º 123/2019, de 18 de outubro)
Estabelece a terceira alteração ao regime jurídico da segurança contra incêndio em edifícios

► Portaria n.º 1532/2008, de 31 de dezembro


(Na redação atual dada pela Portaria n.º 135/2020, de 2 de junho)
Estabelece a primeira alteração ao Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios

► Despacho n.º 2073/2009, de 15 de janeiro


(Na redação dada pelo Despacho n.º 8954/202, de 18 de setembro)
Estabelece os critérios técnicos para determinação da densidade de carga de incêndio modificada

Regulamentação prescritiva (1.ª geração)


Será necessário alterar a atual legislação?

Não, pois deve ser substituída por outra

Inerentes à própria legislação


► Graves erros concetuais da atual legislação (e.g., Categoria de Risco)

❶ ► Mais exigente do que aquela que revogou


► Mais exigente do que outra legislação estrangeira
Razões para a
► Soluções menos económicas
substituição

Decorrentes do facto de ser prescritiva


► Grande rigidez de soluções

❷ ► Limitada capacidade de resposta


► Dificuldade em incorporar novos conhecimentos
► Dificuldade em aferir a segurança resultante
Para onde queremos ir
3 Um breve olhar sobre o futuro
Hipóteses de evolução da futura legislação

► Publicar a atual com alterações


► Publicar uma nova legislação prescritiva, idêntica à atual (prescritiva de 1.ª geração)
Hipóteses ► Publicar uma nova legislação prescritiva da 2.ª geração
► Publicar uma legislação exigencial
► Publicar uma prescritiva (de 2.ª geração) e uma exigencial

Defende-se a última das hipóteses porque:


► Não podemos deixar de ter uma legislação prescritiva
(porque parte da comunidade técnica não tem ainda o conhecimento para projetar e analisar com base numa
legislação exclusivamente exigencial)

► Não há qualquer justificação válida para não se ter, também, uma regulamentação exigencial
(porque não promover a sua existência é condicionar fortemente o desenvolvimento da SCIE em Portugal)
Sequência de ações a desenvolver

► 1.º Passo
Preparação de uma nova legislação prescritiva da 2.ª geração
Trata-se de uma legislação em que as soluções são avaliadas,
Sequência por exemplo, recorrendo a ESI

► 2.º Passo
Preparação de uma legislação exigencial
Núcleo de uma futura
4 legislação prescritiva
Identificação e quantificação do perigo e da exposição

► Quantidade de fumo libertado


Identificação dos ► Temperatura do fumo e gases quentes
fatores que constituem
o perigo ► Concentração de gases tóxicos
► Radiação

► Ocupantes
► Edifício onde ocorre o incêndio
► Conteúdo físico existente no seu interior
Identificação da
exposição ► OGSI
► Edifícios vizinhos
► Meio ambiente
Definição de um índice de perigosidade

Índice de perigosidade 𝟒

𝐈𝐏𝐔𝐓 = ෍ 𝐅𝐏𝐢
em que: 𝐢=𝟏

IPUT – Índice de perigosidade da UT


FPi – Fatores de perigo

Os fatores de perigo são:


FSI – Fator severidade do incêndio (depende do tipo de atividade associada a cada UT)
FAE – Fator altura do edifício e/ou número de pisos abaixo do plano de referência
FEf – Efetivo associado à UT
FTO – Tipo de ocupantes existentes na UT
Definição de um índice de perigosidade

FSI – Fator severidade do incêndio

Tipo de incêndio t (s) Tipo de utilizações Materiais

Lento (L) 600 Gares de transporte públicos Materiais de baixa combustibilidade

Escritórios, salas de aula, quarto de Materiais celulósicos como, caixas de papelão empilhadas,
Médio (M) 300
hotel, habitação, hospital paletes de madeira e outros similares.
Teatros (cinemas), centros Produtos plásticos empilhados, armazenamento de roupas e
Rápido (R) 150
comerciais, bibliotecas outros similares.
Determinadas indústrias e Líquidos facilmente inflamáveis, espumas de plásticos celulares
Ultrarrápido (U) 75
armazenamentos expandidos e outros similares.

Tipo de incêndio Valor do FSI


Lento (L) 1,0
Médio (M) 1,5
Rápido (R) 2,5
Ultrarrápido (U) 6,0
Definição de um índice de perigosidade

FTO – Tipo de ocupantes existentes na UT

Tipo de ocupantes Designação Exemplos de utilizações FTO


Escritórios, escolares, instalações industriais, aeroportos,
Ativos e conhecedores do edifício, ou em transito OT1 1,0
estações ferroviárias e rodoviárias
Lojas, centros comerciais, museus, locais de lazer
Ativos e não conhecedores do edifício OT2 bibliotecas, museus, parque de estacionamento, 1,5
espetáculos e reuniões e recintos desportivos
Em repouso, conhecedores do edifício, e com OGS 24 Habitação com OGS, dormitórios escolares com OGS e
OT3 2,0
horas por dia ocupações similares
Em repouso, conhecedores do edifício, mas sem OGS 24
Habitação sem OGS, dormitórios escolares sem OGS e
horas por dia, ou não conhecedores do edifício, mas OT4 2,5
ocupações similares, ou hotéis e similares com OGS
com OGS durante 24 horas
Em repouso, não conhecedores do edifício e sem OGS
OT5 Hotéis e similares sem OGS 3,0
durante 24 horas

Recebendo cuidados médicos, ou com idade inferior a 6


OT6 Hospitais, lares, creches e similares 4,0
anos e com OGS 24 horas por dia
Nota: Nas UT em que existem OT6 é obrigatória a existência de OGS 24 horas por dia
Definição de um índice de perigosidade

Podemos considerar 4 classes de perigo,


às quais corresponde um índice de perigo (IPUT),
de acordo com o apresentado no quadro seguinte:

Classe de perigo Valor de índice de perigo (IPUT)

I IPUT ≤ 6

II 6 < IPUT ≤ 9

III 9 < IPUT ≤ 12

IV IPUT >12
Estrutura de uma futura
5 legislação exigencial
Estrutura de uma regulamentação exigencial

► Regulamento
Contém objetivos diversos como, por exemplo, sociais, funcionais e, ainda,
exigências de desempenho

► Normas
Expressam um conjunto de regras, condições ou exigências, relativamente a
Composição diferentes aspetos (definições; classificação de componentes; definição de procedimentos;
da estrutura especificação de dimensões; descrição de medidas; medidas de qualidade e quantidade de
materiais, produtos, sistemas, serviços ou práticas)

► Engenharia de segurança
Métodos de cálculo e os modelos de simulação
(Podem servir não só para resolver questões de projetos complexos, mas também de
aferição de ferramentas mais simples de apoio aos projetistas para aplicação em situações
correntes)
Estrutura de uma regulamentação exigencial

As legislações prescritivas dão indicações precisas quanto à forma como os edifícios


devem ser projetados, construídos, protegidos e explorados do ponto de vista da
segurança ao incêndio

As legislações exigenciais
incorporam

Objetivos Funcionais

Metas Sociais Exigências de Desempenho


Estrutura de uma regulamentação exigencial

► São expressas, geralmente, de forma qualitativa


► Devem traduzir os níveis de segurança a conferir aos edifícios
Metas sociais
(MS) ► São estabelecidas de modo a que a sua conformidade possa ser
avaliada pelo uso de métodos que estejam validados e sejam
reconhecidos pela entidade com competência em matéria
regulamentar e de licenciamento

Como exemplo de Metas Sociais pode citar-se a


proteção dos ocupantes,
que deve ser garantida de modo a que
a existência de um incêndio não provoque
a perda de vidas
Estrutura de uma regulamentação exigencial

Objetivos Devem estabelecer o modo como os meios de segurança


funcionais (OF) existentes no edifício permitem concretizar as metas sociais

Tomando como exemplo a segurança das pessoas,


os Objetivos Funcionais devem impor que os edifícios sejam
dotados dos meios que tornem possível a sua evacuação
numa situação de incêndio
(isto é, permitam que exista um tempo mínimo durante o qual os diversos
espaços a percorrer pelos ocupantes ainda têm condições ambientais que
permitem a saída para o exterior)
Legislação exigencial: Exigências de desempenho

► Aplicam-se aos materiais, aos métodos de construção e aos diversos


componentes e sistemas
► Devem estabelecer os níveis de desempenho de cada um deles de modo a
Exigências de alcançar as MS e os OF
Desempenho
(ED) ► Para garantir as ED é necessário definir critérios de desempenho
(expressos em valores absolutos ou em intervalos de confiança)

► Os critérios considerados aceitáveis quantificam a capacidade de desempenho


em termos de valores absolutos, limiares de valores ou intervalos quer, dos
materiais, dos componentes, dos sistemas de segurança e do próprio edifício
Estrutura de uma regulamentação exigencial

Questão final

As Metas Sociais,
os Objetivos Funcionais,
as Exigências de Desempenho
e os Métodos Aceitáveis

devem estar todos incluídos


num documento único
ou devem constituir
documentos separados?
Obrigado pela atenção

António Leça Coelho


p901967@ulusofona.pt

Universidade Lusófona
Evolução da Legislação de SCIE

Carlos Ferreira de Castro


Action Modulers Consulting & Technology
Índice

❶ Histórico até 2009

❷ Histórico de 2009 a 2023

❸ Princípios Orientadores da Regulamentação de SCIE

❹ Futura evolução – Estratégia?

❺ Considerações finais
1 Histórico até 2009
Situação anterior a 2009

Antes dos anos 80 do século XX


• Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU) – Decreto-Lei n.º 38 382, de 7 de
Agosto de 1951;
• Regulamento das Condições Técnicas e de Segurança dos Recintos de Espectáculos e
Divertimentos Público – Decreto 42662, de 20 de Novembro de 1959.

• Em Outubro de 1974 o Batalhão de Sapadores-Bombeiros de Lisboa publicou um


conjunto de regras de segurança contra incêndio, ao abrigo do Artigo 159.º do RGEU.

Artigo 159.º do RGEU:


Nas edificações com dez ou mais pisos ou de grande desenvolvimento horizontal e, bem assim, em edificações de
natureza especial, seja qual for o número de pisos, outras disposições de segurança contra incêndios poderão ser
exigidas pelas câmaras municipais, mediante prévia consulta dos peritos competentes.
Situação anterior a 2009

Anos 80 do século XX
• Serviço Nacional de Proteção Civil (SNPC)

• Serviço Nacional de Bombeiros (SNB)

• Subcomissão de Segurança contra Incêndio em Edifícios no âmbito da Comissão de Revisão


e Instituição de Regulamentos Técnicos do Conselho Superior de Obras Públicas e
Transportes (CSOPT)
Situação anterior a 2009

Estratégia: Um regulamento de SCIE por cada uso – O projeto de cada


regulamento seria elaborado por um organismo do Ministério das Obras
Públicas, Transportes e Comunicações:
• Edifícios de Habitação – elaborado pelo LNEC;
• Edifícios Escolares – elaborado pela DG dos Equipamentos Educativos;
• Edifícios Hospitalares – elaborado pela DG das Instalações e Equipamentos da Saúde;
• Edifícios Administrativos – elaborado pela DG Edifícios e Monumentos Nacionais;
• …

A Subcomissão de Segurança contra Incêndio em Edifícios do CSOPT debatia e validava o


projeto de cada regulamento para submissão ao Governo.
Situação anterior a 2009

Regulamentos de Segurança contra Incêndios:


• Edifícios de Habitação – Decreto-Lei n.º 64/90;
• Parques de Estacionamento Cobertos – Decreto-Lei n.º 66/95;
• Recintos de Espectáculos e de Divertimento Público – Decreto Regulamentar n.º 315/95;
• Edifícios do Tipo Hospitalar – Decreto-Lei n.º 409/98
• Edifícios do Tipo Administrativo – Decreto-Lei n.º 410/98
• Edifícios Escolares – Decreto-Lei n.º 414/98
• Estádios – Decreto Regulamentar n.º 10/2001
Situação anterior a 2009 Situação anterior a 2009

Medidas de Segurança contra Incêndios:


• Centros Urbanos Antigos – Decreto-Lei n.º 426/89
• Empreendimentos Turísticos – Portaria n.º 1063/97 (DL 167/97)
• Estabelecimentos de restauração e bebidas – Portaria n.º 1063/97 (DL 167/97)
• Estabelecimentos Comerciais (> 300 m2) – Decreto-Lei n.º 368/99
• Estabelecimentos Comerciais e de Prestação de Serviços (< 300 m2) – Portaria n.º 1299/2001

Normas de Segurança na exploração de:


• Edifícios de Tipo Hospitalar – Portaria n.º 1275/2002
• Edifícios de Tipo Administrativo – Portaria n.º 1276/2002
• Edifícios Escolares – Portaria n.º 1444/2002
Situação anterior a 2009

Aspectos negativos correntemente apontados à época


De ordem geral:
• Educação em segurança da população muito fraca;
• Legislação de segurança pouco clara e com procedimentos não uniformes. Portanto: geradora de muita
confusão;
• Inexistência de gestão da segurança durante todo o ciclo de vida dos edifícios e instalações;
• Ausência de um plano e de uma metodologia coerentes na publicação de legislação de segurança.

Relativa à fiscalização das condições de segurança – carência de:


• Recursos humanos capazes, em quantidade suficiente;
• Procedimentos de actuação uniformes a nível nacional;
• Coordenação das acções a desenvolver a nível central, distrital e local;
• Uniformização dos critérios técnicos de interpretação das medidas de segurança que eram pouco claras
na legislação;
• Um sistema de recolha e tratamento de dados global para a actividade de fiscalização.
Situação anterior a 2009

Aspectos negativos correntemente apontados à época


Relativa a competências em segurança contra incêndio.
❑ Insuficiente preparação de:
– Projectistas e outros técnicos envolvidos no projecto e na construção de edifícios;
– Dirigentes e técnicos responsáveis pela utilização e manutenção de edifícios, instalações,
sistemas e equipamentos (gestão da segurança);
– Técnicos envolvidos na fiscalização das condições des egurança.
❑ Ausência de sistema de certificação de competências para o exercício
das funções de:
– Projectista;
– Fiscalização das condições de segurança;
– Instalação e manutenção de sistemas e equipamentos de segurança;
– Delegados e encarregados de segurança.
Situação anterior a 2009

Necessidade de um regulamento geral de segurança contra incêndio

Alguns dos argumentos mais frequentes:


• A regulamentação de segurança não cobria todos os usos (lacunas no espaço) nem a
totalidade do ciclo de vida (lacunas no tempo) dos edifícios;

• Morosidade na publicação de regulamentos para cada uso dos edifícios ═> aparecimento
de «medidas avulso»;

• Repetição de disposições regulamentares para cada uso dos edifícios, nem sempre com
critérios coerentes (riscos semelhantes tinham tratamento diferente);

• Dificuldade de aplicação da regulamentação a edifícios multiuso.


2 Histórico de 2009 a 2023
Regulamento Geral de SCIE

METODOLOGIA DO SNBPC NA ELABORAÇÃO DO REG. GERAL:


1 – DEFINIÇÃO CLARA DE PRINCÍPIOS E OBJETIVOS
2 – RECOLHA DE INFORMAÇÃO TÉCNICA, NACIONAL E ESTRANGEIRA

3 – CONTRATAÇÃO DE TRÊS PERITOS, RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DO SNBPC


– Arqº Miguel Correia da Silva – Coordenador do SNBPC
- Engº. Carlos Ferreira de Castro
GRUPO DE TRABALHO DO SNBPC
- Engº. José António Cartaxo Vicente
- Engº. José António Lameirinhas

4 –SOLICITAÇÃO DO APOIO PERMANENTE DE 4 PERITOS DO CSOPT, PARA AGILIZAR A ELABORAÇÃO


DA PROPOSTA A ENVIAR PARA PARECER FINAL À SUBCOMISSÃO DE REGULAMENTOS DE SCIE

GRUPO DE ACOMPANHAMENTO DO CSOPT – Conselheiro Prof. Engº. João Appleton


(Conselheiro Engº. José G. Soares Amaro)
– Prof. Engº. António Leça Coelho
– Prof. Engº. Ildefonso Cabrita Neves
– Prof. Engº. João Lopes Porto
Regulamento Geral de SCIE

Elaboração do projecto de Regulamento Geral de SCIE


Princípios orientadores:
▪ Aproveitamento da experiência existente na elaboração e na aplicação dos
regulamentos de SCIE em vigor na época;
▪ Não introdução de clivagens com as disposições de segurança então
aplicáveis em Portugal;
▪ Manutenção do cariz prescritivo da Regulamentação;
▪ Visão sistémica, não só relativamente à segurança, mas também em relação
ao próprio regulamento;
▪ Colagem aos objectivos;
▪ Consciêncialização de que se trataria de um Regulamento Nacional.
Regulamento Geral de SCIE

Regime Jurídico da SCIE e Regulamento Técnico de SCIE


Principais aspectos diferenciadores:
▪ Aplicação geral – independente do uso e do promotor ou da entidade exploradora dos
edifícios e recintos;
▪ Cobertura de todo o ciclo de vida dos edifícios e recintos;
▪ Conceito de utilização-tipo (UT);
▪ Caracterização do risco de incêndio;
▪ Clarificação das responsabilidades;
▪ Reconhecimento de competências;
▪ Adopção de Euro-códigos e Euro-classes;
▪ Abertura a disposições de tipo exigêncial;
▪ Simplificação dos processos administrativos;
▪ Aplicação de contra-ordenações e coimas.
Regulamento Geral de SCIE

Histórico desde 2009

RJ-SCIE e RT-SCIE entram em vigor a 1 janeiro de 2009;

Resultaram da cisão do RG-SCIE em dois: RJ-SCIE e RT-SCIE de que resultaram várias «gralhas»,
imediatamente detetadas, mas tardiamente retificadas (algumas ainda se mantêm hoje !).
Alterações do RJ-SCIE (DL 220/2008)
• Decreto-Lei n.º 224/2015, de 9 de outubro;
• Decreto-Lei n.º 95/2019, de 18 de julho;
• Lei 123/2019, de 18 de outubro.

Alteração do RT-SCIE (Port. 1532/2008)


• Portaria 135/2020, de 2 de junho.
Regulamento Geral de SCIE

Extrato da apresentação do SNBPC à OA em 17 abril 2006


Princípios Orientadores da
3 Regulamentação de SCIE
Evolução

Histórico – conclusões
• Os aspetos estruturantes do RJ-SCIE foram estabelecidos há 20 anos;
• As disposições técnicas do RT-SCIE estavam concluídas há 17 anos;
• Existe uma prática de 14 anos da aplicação desta legislação;
Durante todo este tempo as alterações limitaram-se praticamente à correção de «gralhas», a aspetos
meramente formais e a (poucas) alterações em medidas técnicas pontuais.

Nestas décadas, a evolução da sociedade e do conhecimento da SCIE,


bem como o resultado da experiência de aplicação da legislação de SCIE
não é compatível com a não adaptação da regulamentação em vigor para
dar resposta a essas realidades.
Facetas da Segurança contra Incêndio

Podem apontar-se cinco campos de atuação, todos interdependentes, no que se refere à


Segurança contra Incêndio em Edifícios

Investigação CONHECIMENTO Engenharia


de incêndios de segurança

Segurança
contra riscos
de Incêndio

Organização, gestão Educação


e planeamento de ATUAÇÃO para a
segurança segurança
Inspeção e
fiscalização da
segurança
Facetas da Segurança contra Incêndio

A Investigação de Incêndios inclui a análise:


o Das suas causas;
o Do papel das medidas de segurança nos edifícios sinistrados;
o Da forma como evoluíram e foram combatidos os incêndios;
o Respetivas consequências.

Uma Investigação de Incêndios devidamente estruturada proporcionará a


informação necessária para fundamentar o nível e tipo de medidas de
segurança a estabelecer nos diferentes edifícios para mitigar o risco de
incêndio.

A regulamentação de segurança deveria basear-se na investigação de incêndios


em vez de simplesmente «copiar» regulamentação estrangeira
Facetas da Segurança contra Incêndio

A Engenharia da Segurança contempla:


o A avaliação do risco de incêndio;
o A conceção, concretização e manutenção das medidas técnicas, físicas e humanas (de
organização), visando a limitação desse risco a um nível aceitável (mitigação do risco).

As normas e os regulamentos devem integrar os resultados da Engenharia da


Segurança, aplicando-os ao longo do respetivo ciclo de vida a: edifícios, instalações
técnicas, equipamentos e sistemas, materiais e produtos de construção.

O conhecimento proporcionado pela Engenharia de Segurança deve ser


diretamente aplicado na evolução da regulamentação de segurança contra
incêndio em edifícios
Facetas da Segurança contra Incêndio

A Educação para a Segurança inclui:


o Educação da população, em geral:
o Na Escola (todo os níveis de ensino);
o No local de trabalho;
o Formação (geral e especializada), de novo:
o Na Escola (ensino profissional e superior);
o No local de trabalho.
A regulamentação, sempre que necessário, deve apontar os níveis de conhecimento
mínimo dos vários intervenientes na cadeia de valor da segurança contra incêndio em
edifícios
Facetas da Segurança contra Incêndio

A Inspeção e a Fiscalização de Segurança compreendem a avaliação e o


controlo da aplicação de medidas de segurança contra incêndio ao longo de
todo o ciclo de vida dos edifícios.

A sua iniciativa pode ser:


o Do Estado;
o Das próprias entidades avaliadas;
o De entidades 3as (seguradoras ou sociedades de controlo técnico, por exemplo)

A regulamentação de segurança contra incêndio deve clarificar as circunstâncias em


que é necessária a ação fiscalizadora do Estado e quais os organismos da
Administração Pública envolvidos
Facetas da Segurança contra Incêndio

A Organização, Gestão e Planeamento de Segurança compreendem a


estrutura de meios humanos e os procedimentos de natureza preventiva e de
intervenção que garantam a operacionalidade da solução de segurança.

Atenderá aos cenários de risco e ao papel dos agentes da cadeia de valor da


segurança dos edifícios (entidades gestoras, particulares, empresas da área
da segurança, bombeiros, outros agentes e serviços de proteção civil, etc.).

A regulamentação de segurança deve estipular os requisitos de Organização, Gestão e


Planeamento de Segurança incluindo as responsabilidades e atribuições dos vários
intervenientes.
4 Futura evolução – Estratégia?
Evolução da Legislação de SCIE

Para se fazer evoluir a Legislação de SCIE importa debater os seguintes


aspetos:
▪ Metodologia a adotar;
▪ Questões estruturantes:
▪ Tipo de regulamentação;
▪ Caracterização dos usos;
▪ Caracterização do risco;
▪ Edifícios existentes;
▪ Controlo da aplicação da regulamentação;

▪ Questões técnicas.
Evolução da Legislação de SCIE

Questões estruturantes
▪ Tipo de regulamentação: prescritiva vs desempenho;
▪ Coexistência das duas hipóteses?

▪ Caracterização dos usos:


▪ Devem manter-se as 12 UT ?
▪ UT XII ?
▪ Recintos ao ar livre, itinerantes e provisórios?

▪ Caracterização do risco:
▪ Manter as duas dimensões – locais de risco e categorias de risco ?
▪ Manter a característica booleana na categoria de risco ? Adotar uma função ?
▪ Fatores de risco a considerar e respetivos limites/ponderação ?
Evolução da Legislação de SCIE

Questões estruturantes
▪ Edifícios existentes (fase de projeto):

PASSADO
Medidas compensatórias
Elevada subjetividade.

PRESENTE Evolução positiva na intenção e negativa


Modelos de análise de risco na concretização:
As únicas soluções atualmente impostas
(ARICA e GRETNER) não satisfazem!

Futuro • Melhorar e diversificar os modelos


Como evoluir? Aplicar projeto por desempenho
(também se aplica aos existentes)
Evolução da Legislação de SCIE

Questões estruturantes
▪ Controlo da aplicação:
▪ Acompanhamento da regulamentação para a fazer evoluir;
▪ Recurso à Comissão de Acompanhamento (Art.º 35.º do RJ-SCIE);

▪ Controlo das soluções de segurança:


▪ Técnico responsável ? Já é assim, em parte;
▪ Entidade fiscalizadora ? Já é assim, em parte;
▪ Entidade certificadora da solução ?
Evolução da Legislação de SCIE

Questões técnicas (alguns dos muitos exemplos para debate futuro)


▪ Cálculo da densidade de carga de incêndio modificada: Suprimir várias lacunas;
▪ Acessibilidade: Clarificar a garantia da operacionalidade dos meios de socorro;
▪ Hidrantes exteriores: Aplicação de marcos vs bocas de incêndio. Exigências quando não
existe rede pública (fonte independente da rede privativa para SI);
▪ Reação ao fogo: Correção dos erros existentes (exemplo: almofadados). Comparação com
parceiros europeus;
▪ Evacuação: Condicionantes das distâncias a percorrer;
▪ Instalações de energia elétrica: Corrigir exageros (exemplo: 1000 Vah). Baterias de iões
de lítio. Instalações fotovoltaicas;
▪ Ascensores prioritários para bombeiros: Âmbito de aplicação; Condicionantes;
▪ Controlo de fumo: Continua a justificar-se tanto detalhe? Deve remeter-se para uma NT os
critérios de dimensionamento? Insuficiência nos caudais mínimos em certos locais?
5 Considerações finais
Evolução da Legislação de SCIE

Observações finais
▪ O regulamento é um sistema:
▪ Regula a concretização de uma solução global (integrada);
▪ Cada alínea não vale por sí própria (condição necessária, mas não suficiente, indissociável de
outras medidas regulamentares);
▪ A aplicação correta de um regulamento, mesmo que prescritivo, implica:
▪ O conhecimento dos objetivos (razão de ser) e o âmbito de cada medida que contém;
▪ O entendimento das interligações entre as diversas medidas que contribuem para um dado
objetivo.
▪ Um regulamento deve resultar de um trabalho coletivo de técnicos com
diferentes experiências e saberes, que partilhem valores comuns, entre outros:
a modéstia, o pragmatismo (foco nos objetivos definidos) e a cooperação
em equipa.
Obrigado pela atenção

Carlos Ferreira de Castro


carloscastro@actionmodulers.pt

Action Modulers Consulting & Technology


Pausa para café
Sessão 2
O ensino da SCIE
Moderador

Ricardo Mesquita
Ordem dos Arquitectos

Intervenções

Paulo Vila Real


Universidade de Aveiro

Albano Neves e Sousa


Instituto Superior Técnico

Miguel Chichorro Gonçalves


Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
O ensino da SCIE com ênfase no
cálculo estrutural ao fogo

Paulo Vila Real


RISCO, Departamento de Engenharia Civil,
Universidade de Aveiro
Índice

❶ Objetivo

❷ Domínios do conhecimento para avaliação do comportamento ao


fogo das estruturas

❸ Cálculo Estrutural ao Fogo

❹ Exemplos

❺ Conclusões
Objetivo

Pretende-se apresentar a multidisciplinaridade exigida a um projetista de estruturas e correspondente


conjunto de conhecimentos que o ensino superior deve colocar à sua disposição para que possa realizar
cálculo estrutural em situação de incêndio.

Começar-se-á por apresentar a regulamentação necessária à verificação da segurança ao fogo das


estruturas, evidenciando as áreas de ensino necessárias à realização desta verificação.

A apresentação focar-se-á, preferencialmente nos aspetos


relacionados com a resistência ao fogo das estruturas.
Domínios do conhecimento para avaliação
do comportamento ao fogo das estruturas

A avaliação da resistência ao fogo de uma estrutura, dependendo do grau de complexidade pretendido,


pode requerer o conhecimento das seguintes áreas disciplinares:

• a mecânica dos fluidos, para definição dos cenários de incêndio, ditos incêndios naturais;

• a transmissão de calor, para avaliação da temperatura nos elementos estruturais;

• a análise estrutural, para avaliação do comportamentos das estruturas em situação de incêndio.


Ponto de partida – 1

O Regulamento (UE) n. 305/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho de


9 de março de 2011, que revoga a Diretiva dos produtos de construção de
89/106/CEE do Conselho, estabelece que as obras de construção devem
satisfazer, em condições normais de manutenção, os requisitos básicos das
obras de construção durante um período de vida útil economicamente razoável:
i) Resistência mecânica e estabilidade
ii) Segurança em caso de incêndio
iii) Higiene, saúde e proteção do ambiente
iv) Segurança na utilização
v) Proteção contra o ruído
vi) Economia de energia e isolamento térmico
Ponto de partida – 2

O Regulamento (UE) n. 305/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho de 9 de março


de 2011 estabelece, no que respeita ao requisito básico correspondente à segurança em caso
de incêndio, que as construções devem ser concebidas e realizadas de modo a que, no caso de
se declarar um incêndio:

i) a capacidade resistente das estruturas com função de suporte possa ser considerada
durante um período de tempo determinado;

ii) a produção e propagação do fogo e do fumo no interior da construção sejam limitadas;

iii) a propagação do fogo às construções vizinhas seja limitada;

iv) os ocupantes possam abandonar o local ou ser socorridos por outros meios e

v) a segurança das equipas de socorro seja tomada em consideração.


Regulamentação e normas de cálculo disponíveis

Para cumprir o requisito básico de “segurança em caso de incêndio”, estão disponíveis:

1. Regulamentação Nacional de Segurança contra Incêndios em Edifícios (SCIE);

2. Normas Europeias de verificação da resistência ao fogo das estruturas – os EUROCÓDIGOS ESTRUTURAIS:


Regulamentação nacional

• Regime Jurídico de Segurança contra Incêndio em Edifícios


(Decreto Lei nº 220/2008 de 12 de novembro, posteriormente alterado pelo Decreto-Lei n.º
224/2015 de 9 de outubro e mais tarde pela Lei n.º 123/2019 de 18 de outubro)

• Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios


(Portaria n.º 1532/2008, posteriormente alterado pela Portaria n.º 135/2020 de 2 de junho)

• Critérios técnicos para determinação da densidade de carga de incêndio modificada


(Despacho n.º 2074/2009)

• Requisitos para adoção de medidas de proteção relativas à resistência do edifício à


passagem do fogo rural, a constar em ficha de segurança ou projeto de especialidade no
âmbito do Regime Jurídico de Segurança contra Incêndio em Edifícios (Despacho n.º
8591/2022)
Os Eurocódigos Estruturais: o Eurocódigo “0” e as partes 1-2 relativas à
verificação da resistência ao fogo

NP EN 1990: 2009, Bases para o projeto de estruturas NP EN 1994-1-2: 2011, Projeto de estruturas mistas aço-betão
NP EN 1991-1-2: 2010, Ações em estruturas expostas ao fogo NP EN 1995-1-2: 2022, Projeto de estruturas de madeira
NP EN 1992-1-2: 2010, Projeto de estruturas de betão NP EN 1996-1-2: 2015, Projeto de estruturas de alvenaria
NP EN 1993-1-2: 2010, Projeto de estruturas de aço NP EN 1999-1-2: 2022, Projeto de estruturas de alumínio


Resistência ao fogo padrão – Parâmetros R, E e I

R – Resistência mecânica; E – Estanquidade; I – Isolamento térmico

R Carga RE Carga REI Carga

calor
calor

chamas
chamas
gases
quente
gases s
quente
s

- Apenas capacidade de suporte de carga: parâmetro R


- Capacidade de carga e compartimentação: parâmetros R, E e quando requerido, I
Resistência ao fogo padrão – Parâmetros R, E e I

Tempo que decorre desde o início de um processo de aquecimento


normalizado (por ex. curva de incêndio padrão ISO 834) a que um elemento é
submetido até ao momento em que ele deixa de desempenhar as funções para
que foi projetado
T = 345 log 10 (8t + 1) + 20, t em minutos
Elementos do projeto de especialidade de SCIE

Regime Jurídico de Segurança contra Incêndio em Edifícios


(Decreto Lei nº 220/2008)



(Ex.: R30, R60, R90…)
Os vários projetos de especialidade.
Onde cabe a verificação da resistência ao fogo das estruturas?

* ❑ Projeto de estabilidade;
❑ Projeto de alimentação e distribuição de energia elétrica;
❑ Projeto de instalação de gás;
❑ Projeto de redes prediais de água e esgotos;
❑ Projeto de drenagem de águas pluviais;
❑ Projeto de arranjos exteriores;
❑ Projeto de instalações telefónicas e de telecomunicações;
❑ Projeto de conforto térmico;
❑ Projeto de instalações eletromecânicas;
** ❑ Projeto ou ficha de segurança contra incêndios, (visado, se necessário, pela ANEPC);
❑ Projeto acústico;
❑ Projeto/Ficha de ventilação e exaustão de fumos / gases de combustão;
❑ Projeto de licenciamento das instalações mecânicas de climatização.

* Onde se apresenta a memória descritiva e justificativa do cálculo estrutural ao fogo de


modo a comprovar a resistência ao fogo especificada em **
Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios (Portaria n.º
1532/2008)

❑ Resistência ao fogo de elementos estruturais e incorporados (Capítulo I)

q ◼ Resistência ao fogo de elementos estruturais (Artigo 15º)


q
- Consoante o seu tipo, os elementos estruturais de edifícios devem possuir uma
resistência ao fogo que garanta as suas funções de suporte de cargas, de isolamento
térmico e de estanquidade durante todas as fases de combate ao incêndio, incluindo o
t rescaldo, ou, em alternativa, devem possuir a resistência ao fogo padrão mínima t
Incêndio indicada no quadro IX abaixo: Incêndio
natural.
padrão.
Abordagem
Abordagem
baseada no
prescritiva,
desempenho,
embora esta
embora esta
designação
designação
nunca seja
nunca seja
utilizada no
utilizada no
RJ-SCEI
RJ-SCEI
nem no RT-
nem no RT-
SCEI, ao
SCEI, ao
- A verificação deve ser feita de acordo com o estipulado nas normas nacionais ou contrário dos
contrário dos
comunitárias aplicáveis (os Eurocódigos Estruturais). Eurocódigos
Eurocódigos
Procedimentos de cálculo alternativos segundo os Eurocódigos
Procedimentos de cálculo
q

Regras prescritivas
(Acções térmicas através de incêndios nominais)
t
Análise por Análise de partes Análise da
elementos da estrutura estrutura global

Cálculo das Cálculo das


Definição das
acções mecânicas e acções mecânicas e
acções mecânicas
condições fronteira condições fronteira

Utilização de Modelos de cálculo Modelos avançados Modelos de cálculo Modelos avançados Modelos avançados
tabelas simples de cálculo simples de cálculo de cálculo
(se utilizável)

q
Regras baseadas no desempenho
(Acções térmicas baseadas na física)

t
Selecção de modelos simples ou avançados
de desenvolvimento de incêndio

Análise por Análise de partes Análise da


elementos da estrutura estrutura global

Cálculo das Cálculo das Definição das


acções mecânicas e acções mecânicas e acções mecânicas
condições fronteira condições fronteira

Modelos de cálculo Modelos avançados Modelos avançados Modelos avançados


simples de cálculo de cálculo de cálculo
(se utilizável)
Regime Jurídico de Segurança contra Incêndio em Edifícios.
Perigosidade atípica (Lei n.º 123/2019 de 18 de outubro)

Nota: este artigo permite a utilização de abordagens baseadas no desempenho (ou exigenciais).
Cálculo Estrutural ao Fogo
Quatro etapas

1. Definir o tipo de incêndio (as ações térmicas) – EC1

2. Definir as cargas em situação de incêndio – EC0 +EC1

3. Calcular a temperatura na estrutura – Todos os Eurocódigos


4. Calcular o comportamento mecânico – Todos os Eurocódigos
Ações Térmicas – 1

Métodos de Cálculo

Abordagem Prescritiva Abordagem baseada no


(Ações térmicas dadas por desempenho
incêndios nominais) (Ações térmicas baseadas na Física)

q q

t t
Incêndio nominal. Ex: Incêndio natural
Incêndio padrão ISO 834
Ações Térmicas – 2

De acordo com a regulamentação nacional (RT-SCIE) as abordagens baseadas no desempenho


são possíveis. Estipula-se que os elementos estruturais dos edifícios devem possuir uma resistência
ao fogo que garanta as suas funções de suporte de cargas durante todas as fases de combate ao
incêndio, incluindo o rescaldo, ou, em alternativa devem possuir resistência ao fogo padrão mínima
(abordagem prescritiva). Isto abre a porta à utilização de modelos de incêndio natural.
ºC
1200

1000

800

600

400 ISO 834


Incêndio natural

200

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
minutos
Ações Térmicas – 3

O Anexo Nacional da NP EN 1991-1-2 estipula:


Para o cálculo das condições de aquecimento, a escolha do modelo avançado de incêndio a
adoptar (modelo de uma zona, modelo de duas zonas ou modelo de dinâmica de fluidos) é
Z deixada ao critério do projetista em função da importância do projeto e dos objetivos pretendidos.
Z

H
H
Zona Superior
mU , TU, VU,
QC EU, U mOUT,U
QC p = f(Z)
QR
ZS QR
m, T, V, QC+R,O
ZP E, (Z)
p mIN,L mOUT,L
Q
mp mOUT
ZP
mIN,L mL , TL, VL, mIN,L Incêndio generalizado
EL, L Zona inferior Todo o compartimento à
mesma temperatura
0 0

Modelo de duas zonas Modelo de uma zona


CADORIN, Jean-François, Compartment Fire Models for Structural Engineering, Thèse de doctorat, Université de Liège, 2003.
Ações Térmicas – 4

O Anexo Nacional da NP EN 1991-1-2 estipula:


O valor de cálculo da densidade de carga de incêndio pode eventualmente ser modificado para ter
em conta as medidas ativas de combate a incêndio, desde que as opções sejam conveniente
fundamentadas pelo projetista, com base em análises de risco (estudos semi-probabilísticos de risco
de colapso da estrutura), associadas a práticas já experimentadas.

Escritório qf,k = 511 MJ/m2


1400
Influência das medidas activas de segurança contra incêndio
Sem protecção activa
1200
Anexo Nacional da NP EN 1991-1-2, com m = 0.8 (qf,d = mqf,k)
Sapadores Bombeiros
1000
Vias de acesso seguras

Temperatura (ºC)
Detecção automática e alarme por fumo
800 qf,d = 1567 [M J/m2]
Meios de 1ª intervenção
qf,d = 815 [M J/m2]
Sistema de extinção automática por água 600 qf,d = 397 [M J/m2]
Transmissão automática do alarme para os bombeiros
qf,d = 210 [M J/m2]
qf,d (MJ/m2) 1567 409 815 397 210 400
ISO 834
Anexo Nacional
200

Redução de cerca de 87% no valor de cálculo 0

da densidade de carga de incêndio.


0 10 20 30 40 50 60 70 80
Tempo (min.)
Ações Térmicas – 5

Modelo de cálculo
avançado
FDS – Fire Dynamics
Simulator (FDS),
NIST (National
Institute of
Standards and
Technology)
Ações Térmicas – 6

Modelos de incendio preconizados na NP EN 1991-1-2


Cálculo Estrutural ao Fogo
Quatro etapas

1. Definir o tipo de incêndio (as ações térmicas) – EC1

2. Definir as cargas em situação de incêndio – EC0 +EC1


3. Calcular a temperatura na estrutura – Todos os Eurocódigos

4. Calcular o comportamento mecânico – Todos os Eurocódigos


Regras de combinação para as ações mecânicas

• À temperatura ambiente (20 ºC)


෍ 𝛾𝐺,𝑗 𝐺𝑘,𝑗 + 𝛾𝑄,1 ⋅ 𝑄𝑘,1 + ෍ 𝛾𝑄,1 𝜓0,𝑖 ⋅ 𝑄𝑘,𝑖
𝑗≥1 𝑖>1

• Em situação de incêndio
1. O fogo deve ser considerado como uma ação de acidente.
2. A ocorrência simultânea de outras ações de acidente
independentes não necessita ser considerada.

෍ 𝐺𝑘,1 + (𝜓1,1 ou𝜓2,1 ) ⋅ 𝑄𝑘,1 + ෍ 𝜓2,𝑖 ⋅ 𝑄𝑘,𝑖 + 𝐴𝑑


𝑗≥1 𝑖>1

1.0 x carga permanente


1 x ação variável de base (valores frequentes) (Recomendado no Anexo Nacional da NP EN 1991-1-2)
2 x outras ações variáveis (valores quase permanentes)
Ad – valor de cálculo das ações indirectas de incêndio.
O EC3 permite desprezar o efeito da dilatação térmica em análises por elementos.
Cálculo Estrutural ao Fogo
Quatro etapas

1. Definir o tipo de incêndio – EC1

2. Definir as cargas em situação de incêndio – EC0 +EC1


3. Calcular a temperatura na estrutura – Todos os Eurocódigos

4. Calcular o comportamento mecânico – Todos os Eurocódigos


Cálculo das temperaturas em elementos estruturais. Método dos elementos
finitos. Exemplos – 1

30 minutos de exposição ao incêndio padrão ISO 834 nos quatro lados

AÇO (IPE 300) BETÃO (30x30 cm2)

DT = 22 ºC DT = 794 ºC
Cálculo das temperaturas em elementos estruturais. Método dos elementos
finitos. Exemplos – 2

Pré-laje com Poliestireno expandido Laje mista aço-betão


Diam ond 2007 for SAFIR

FILE : p ré -la j e s3
NODES : 71 1 5
E LE ME NTS : 72 9 8

TEM PE RATURE PLO T

T IM E : 7 2 00 sec
1 02 1 .10
8 97 .0 0
7 72 .9 0
6 48 .8 0
5 24 .7 0
Y 4 00 .6 0
2 76 .5 0
X Z 1 52 .4 0
2 8.3 0

Campo de temperaturas ao fim de 120 minutos Campo de temperaturas ao fim de 120 minutos
numa pré-laje com poliestireno expandido (EN numa laje mista aço-betão
13369 e EN 13747) sujeita ao fogo padrão ISO 834 (EN 1994-1-2) sujeita ao fogo padrão ISO 834 na
na face inferior face inferior (Ala Pediátrica do Hospital de São João)
Cálculo Estrutural ao Fogo
Quatro etapas

1. Definir o tipo de incêndio (as ações térmicas) – EC1

2. Definir as cargas em situação de incêndio – EC0 +EC1


3. Calcular a temperatura na estrutura – Todos os Eurocódigos

4. Calcular o comportamento mecânico – Todos os Eurocódigos


Domínios de verificação da resistência ao Fogo
no caso das estruturas metálicas – curvas de incêndio nominais
R, E

1. Tempo:
2
Rfi,d tfi,d > tfi,requ
Efi,d
1
2. Resistência:
t fi,requ t fi,d t Rfi,d,t > Efi,d,t

q 3. Temperatura:
qd qd < qcr,d

q cr,d Nota: 1 e 3 necessitam do conhecimento


3 da temperatura crítica no caso de
elementos em aço
t
Temperaturas críticas por defeito no Anexo Nacional Português
da parte 1-2 do Eurocódigo 3
- O Anexo Nacional da NP EN 1993-1-2 fornece valores da temperatura
crítica por defeito a utilizar quando não se efetua o seu cálculo.
Importância de conhecer a temperatura crítica para a determinação da
espessura da proteção passiva contra incêndio
Espessura de tinta intumescente em função do fator de massividade e da temperatura crítica

Espessura de tinta
intumescente
necessária para conferir
uma resistência ao fogo
de 60 minutos a uma
viga em IPE 180,
aquecida em três lados.
< 40.0%
Fator de massividade:

> 68%

𝐴𝑚
= 250,3 ≈ 250𝑚−1
𝑉
Exemplo 1: Barreiro Retail Park, estudo das necessidades de proteção passiva
contra incêndio -1

- Cenários de incêndio: Incêndio natural


(uma e duas zonas e fogo localizado)
- Resistência ao fogo: R 60 e R 90
dependendo da zona.
Exemplo 1: Barreiro Retail Park, estudo das necessidades de proteção passiva
contra incêndio – 2

ºC
1200

1000
Jumbo
800 Escritórios
Decathlon
600 AKI
Unidade D
400 Unidade K
ISO 834
200

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
Tempo [min]

Evolução da temperatura do compartimento para todos os


cenários de incêndio considerados
Exemplo 1: Barreiro Retail Park, estudo das necessidades de proteção passiva
contra incêndio – 3

Estrutura original

Deformada no instante de colapso


Y

X
1
Exemplo 2: Ampliação da ala Pediátrica do Hospital de São João no Porto

Deslocamentos verticais
- Cenário de incêndio: ISO 834
- Resistência ao fogo: R 120 ISO 834

Ações de membrana
Zona tracionada

Anel de
compressão
LERF: Laboratório de Estruturas e Resistência ao Fogo da Universidade de
Aveiro

Ensaio de resistência ao fogo a parede em LSF para


disponibilização em laboratório virtual
Considerações finais

• Fez-se uma descrição da regulamentação disponível para a verificação da resistência ao fogo


das estruturas de edifícios;
• Com base nos exemplos apresentados, foram evidenciadas as várias áreas disciplinares
necessárias para comprovar a estabilidade das estruturas em situação de incêndio;
• O projetista de estruturas deverá, como se viu, ter conhecimentos nas áreas disciplinares de
mecânica de fluidos, transmissão de calor e análise estrutural. Estas são as três áreas do
conhecimento que o ensino superior deve ministrar para formar especialistas para projeto de
estruturas sujeitas à ação do fogo.
Referências

• Paulo Vila Real, Manual de dimensionamento ao fogo de estruturas metálicas,


Edição CMM – Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista,
ISBN: 978-989-99251-8-2, (484 páginas), abril de 2021.
• Jean-Marc Franssen and Paulo Vila Real, Fire Design of Steel Structures,
(1st ed. 2010, 2nd ed. 2015) – ECCS ed. and Ernst & Sohn a Wiley Company ed.
www.steelconstruct.com.
• Paulo Vila Real and Jean-Marc Franssen, Elefir-EN V1.5.8 (July 2015), http://elefiren.web.ua.pt.
• DIFISEK + (2008), Dissemination of Fire Safety Engineering Knowledge +
http://lerf.web.ua.pt/.
• Paulo Vila Real; Nuno Lopes “Estudo numérico da resistência ao fogo de pré-lajes”, requerido
por Flaviarte – indústria flaviense de artefactos de cimento, Lda., LERF – Laboratório de Estruturas
e Resistência ao Fogo, Universidade de Aveiro, fevereiro de 2009.
• Ozone V2.2.6, (2009), http://www.arcelormittal.com/sections/.
Referências

• SAFIR – A Thermal/Structural Program Modelling Structures under Fire, Jean-Marc Franssen,


https://www.gesval.be/fr/catalogue.
• Jean-François Cadorin, “Compartment Fire Models for Structural Engineering”, Thèse de
doctorat, Universidade de Liège, 2003.
• André Reis, “Determinação de cenários de incêndio em edifícios”, Dissertação de Mestrado,
Universidade de Aveiro, outubro de 2011.
• Paulo Vila Real; Nuno Lopes “Estudo das necessidades de proteção passiva contra incêndio da
estrutura metálica e mista da ampliação da ala pediátrica do Hospital de São João no Porto”, para
a empresa LCW, LERF – Laboratório de Estruturas e Resistência ao Fogo, Universidade de Aveiro,
outubro de 2020.
• Projeto Erasmus + parceria estratégica Key Action 2, “PARFORCE: Partnership for virtual
laboratories in civil Engineering”, financiado pela União Europeia, 2021 – 2022.
https://www.uni-weimar.de/en/civil-engineering/chairs/advanced-structures/research/finished-
projects/parforce/.
Obrigado pela atenção

Paulo Vila Real


pvreal@ua.pt

Universidade de Aveiro
A SCIE no ensino da Engenharia Civil

Albano Neves e Sousa


Instituto Superior Técnico
A multidisciplinaridade da SCIE

O Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndios em edifícios estabelece, correctamente, as seguintes


áreas de intervenção:
• Condições exteriores comuns;
• Condições gerais de comportamento ao fogo, isolamento e protecção;
• Condições gerais de evacuação;
• Condições gerais das instalações técnicas;
• Condições gerais dos equipamentos e sistemas de segurança;
• Condições gerais de autoprotecção.

Este índice demonstra o carácter fortemente multidisciplinar da SCIE, com ligações fortes a:
• Arquitectura;
• Engenharias diversas (Materiais, Civil, Mecânica, Electrotécnica e outras);
• Ciências Comportamentais.
SCIE no ensino da Arquitectura e Engenharia Civil

Devido à preponderância da Arquitectura e da Engenharia Civil no domínio do projecto e construção de


edifícios, a leccionação da Segurança Contra Incêndios em Edifícios ocorria tradicionalmente nestes cursos,
limitando-se, contudo, às temáticas da protecção passiva e dos sistemas activos de combate com água, com
abordagens pontuais ao dimensionamento estrutural face à acção do fogo. Esta é ainda a situação actual,
notando-se, contudo, uma tendência para o desaparecimento do tema nestes cursos.

Aparentemente, com a restruturação dos cursos na sequência do processo de Bolonha e com o advento de
novas áreas de expansão da Arquitectura e Engenharia Civil, deixou de haver espaço para a Segurança Contra
Incêndios em Edifícios!
O ensino da Engenharia Civil pós-Bolonha

Ensino da Engenharia Civil em 2 ciclos de estudos:

• Licenciaturas – 3 anos (180 ECTS - European Credit Transfer System)


• Ciências fundamentais (Matemática; Física; Química; Geologia);
• Ciências aplicadas (Arquitectura; Estruturas; Construção; Geotecnia; Hidráulica e Recursos Hídricos;
Ambiente; Transportes; Sistemas Urbanos);
• Competências transversais e humanidades;
• Projectos integradores.
• Mestrados – 2 anos (120 ECTS)
• Ciências aplicadas;
• Novas áreas de estudo (Smart Cities; Construção Sustentável; Materiais Inovadores; Reabilitação;
BIM) ;
• Dissertação (30 ECTS).
SCIE no ensino da Engenharia Civil – cursos de mestrado

Uma pesquisa dos cursos de mestrado na área da Engenharia Civil oferecidos no Ensino Superior Público
Universitário e Politécnico mostra que, em 21 instituições de ensino (10 ESPU e 11 ESPP):

• Apenas 15 cursos apresentam unidades curriculares com referência expressa à SCIE nos respectivos
programas de estudos;

• Apenas 4 cursos apresentam unidades curriculares totalmente dedicadas à SCIE;

• Apenas 1 curso (Mestrado em Engenharia de Segurança aos Incêndios Urbanos, na FCT-UC) é totalmente
dedicado ao tema.
SCIE no ensino da Engenharia Civil pós-Bolonha

Semestre Unidade
Universidade Mestrado Conteúdos no âmbito da SCIE
tipo curricular
2º Construção
Verificação da resistência ao fogo das estruturas metálicas.
(obrigatória) Metálica
Complementos Cálculo Estrutural ao Fogo Curvas de Incêndio paramétricas; Definição das densidades de
3º (opcional) de Construção carga de incêndio de acordo com Parte 1.2 do Eurocódigo 2; Dimensionamento de Estruturas
Metálica e Mista Metálicas e Mistas em Situação de Incêndio segundo o Eurocódigo 3 e o Eurocódigo 4.
Construção em Comportamento ao fogo; Comportamento da Madeira e produtos derivados sob cargas de
3º (opcional)
Madeira incêndio; tratamento ignífugo; Resistência ao fogo das conexões.
1. Conceitos e princípios gerais; 2. Regime jurídico e regulamentação aplicáveis; 3.
Caracterização do risco de incêndio em edifícios e recintos - Utilizações tipo; Classificações
Engenharia
Aveiro dos locais de risco; Categorias e factores de risco; Condições exteriores comuns; 4. Aplicação
Civil
de medidas passivas e activas de proteção contra o fogo a um projecto de um edifício; 5.
Comportamento ao fogo de produtos da construção - Reacção ao fogo; Resistência ao fogo:
Segurança ao
compartimentação (isolamento térmico e estanquidade a chamas e gases quentes) e
3º (opcional) Fogo na
capacidade de suporte de carga de estruturas; 6. Evacuação - Cálculo de efectivo, Critérios
Construção
de dimensionamento, Evacuação de locais; 7. Exigências regulamentares em matéria de
instalações técnicas; 8. Equipamentos e sistemas de segurança e condições gerais de
autoproteção; 9. Principais mecanismos de movimento do fumo (convecção natural, vento,
ventilação natural) e do seu controlo em caso de incêndio; 10. Fenomenologia da extinção
de incêndio e o dimensionamento de meios de extinção.
SCIE no ensino da Engenharia Civil pós-Bolonha

Semestre
Univ. Faculdade Mestrado Unidade curricular Conteúdos no âmbito da SCIE
tipo
Engenharia Civil – 3º Instalações e Sistemas Técnicos em
Instalações de combate a incêndio.
Construções (obrigatória) Edifícios
Segurança contra incêndios - Cenários de incêndio; Acções
Engenharia Civil – 3º Dimensionamento a acções
térmicas e mecânicas em situação de incêndio; Análise
Mecânica Estrutural (obrigatória) excepcionais
térmica; Análise mecânica.
1º Análise de risco de incêndio
1º Dinâmica do fogo
Evacuação de edifícios e organização

da gestão de segurança
Faculdade
Fundamentos de segurança ao
de Ciências 1º
Coimbra incêndio em edifícios
e
Sistemas, instalações e equipamentos
Tecnologia Engenharia de 1º
de segurança ao incêndio
Segurança aos
2º Engenharia de segurança ao incêndio
Incêndios Urbanos
Projecto e regulamentação de

segurança ao incêndio
2º Segurança ao fogo de estruturas
Segurança ao incêndio em instalações

industriais
2º Seminário de investigação
3º Dissertação
SCIE no ensino da Engenharia Civil pós-Bolonha
Semestre
Univ. Faculdade Mestrado Unidade curricular Conteúdos no âmbito da SCIE
Tipo
Instituto Superior
Algarve
de Engenharia
Beira 2º
Eng. Civil Estruturas Metálicas Projecto ao fogo.
Interior (obrigatória)

Edificações Legislação sobre segurança contra incêndios.
(obrigatória)
Nova de Ciências e Sistemas de combate a incêndios com água - Caracterização dos diferentes sistemas
Eng. Civil
Lisboa Tecnologia 3º (opcional) Instalações Prediais (redes de incêndio armadas, redes com sprinklers e cortinas de água); Determinação das
características dimensionais e de escoamento das redes.
3º (opcional) Projecto Estrutural Comportamento das estruturas ao fogo.
Construção e Concepção e
Minho Reabilitação 2º (opcional) Conservação das Sistemas prediais de … e de combate a incêndios.
Sustentáveis Instalações dos Edifícios
O RJSCIE e o RTSCIE em projecto e utilização de edifícios: Avaliação prescritiva e de
desempenho; Vistorias; Medidas de autoprotecção e inspecções. Parte 1 – O fogo e seus
efeitos: O fenómeno do fogo; Fogo em compartimento; Comportamento dos materiais de
Projecto construção; Comportamento dos elementos de construção; Parte 2 - Prevenção e
Integrado na 1º Segurança Contra protecção: Risco de incêndio e segurança; Cálculo de resistência ao fogo das estruturas;
Porto Engenharia
Construção de (obrigatória) Incêndios em Edifícios Evacuação; Sinalização; Iluminação, detecção e alarme; Meios de extinção; Outros
Edifícios sistemas e equipamentos de SCI; Parte 3 – Regulamentação de SCIE: Disposições gerais de
segurança; Projecto de SCIE; Condições exteriores comuns; Comportamento, isolamento
e protecção; Condições gerais de evacuação; Instalações técnicas; Equipamentos e
sistemas de segurança; Organização e gestão da segurança – MAP.
Trás-os-
Escola de Ciências 2º Betão Armado e Pré- Acção do fogo em estruturas de edifícios - Acção do fogo; Análise e verificação da
Montes e Eng. Civil
e Tecnologia (obrigatória) Esforçado segurança; Resistência ao fogo das estruturas de betão.
Alto Douro
Ciências Exactas e
Madeira
da Engenharia
Segurança e combate a incêndios: Fases dum incêndio; Classes de reacção e resistência
3º ao fogo; Disponibilidade de água; Dimensionamento de colunas secas e húmidas, RIA e
Instalações Prediais
Eng. Civil - (obrigatória) sistemas de extinção automática; Materiais e equipamentos; Legislação; Aplicação a caso
Instituto Superior Construção de estudo.
Lisboa
Técnico Materiais de Protecção, Comportamento ao fogo de materiais e soluções de protecção ao fogo de estruturas:
3º (opcional)
Reparação e Reforço madeira, betão armado e aço.
Eng. Civil - Acção do fogo em estruturas de betão - Verificação da segurança de estruturas de
3º (opcional) Estruturas de Edifícios
Estruturas edifícios para a acção do fogo.
O ensino da Engenharia Civil pós-Bolonha

Semestre
Politéc. Escola Mestrado Unidade curricular Conteúdos no âmbito da SCIE
Tipo
Comportamento ao fogo e segurança contra incêndio em edifícios; Revisão de conceitos
básicos; Evolução e propagação de um incêndio; Processos de extinção; Poder calorífico e
Engenharia da 3º Física das densidade de carga de incêndio; Reacção e resistência ao fogo; Compartimentação corta-
Bragança
Construção (obrigatória) Construções fogo; Regulamento de segurança contra incêndio; Estrutura e metodologia de verificação;
Projecto de segurança contra incêndio de um edifício; Medidas de segurança passiva e
activa; Medidas de autoprotecção.
Construção Pré-

Fabricada de Aço, Durabilidade, protecção e resistência ao fogo (de estruturas de madeira e derivados).
Castelo Superior de (obrigatória)
Engenharia Civil Betão e Madeira
Branco Tecnologia

Física dos Edifícios Instalações de combate a incêndios e de emergência.
(obrigatória)
Superior de
Guarda
Tecnologia e Gestão
Superior de Eng. Civil – Segurança Contra
Leiria 2º (opcional)
Tecnologia e Gestão Construções Civis Incêndios
Exploração e
Engenharia Civil - 3º
Instituto Superior Manutenção de Centrais de Detecção de Incêndio e sistemas de extinção de incêndio.
Edificações (obrigatória)
Lisboa de Engenharia de Edifícios
Lisboa Engenharia Civil - 1º Construções Importância da protecção contra o fogo [e à corrosão de modo a garantir a durabilidade
Estruturas (obrigatória) Metálicas e Mistas das obras].
Fenómeno do fogo, combustão e combustíveis, tipos de fogos e produtos da combustão;
Fogo em edifícios, evolução, carga do incêndio e modelos de propagação;
Instituto Superior Segurança e Comportamento dos materiais, propriedades e classificação; Prevenção e protecção,

Porto de Engenharia do Engenharia Civil estabilidade em regulamentação, disposições de segurança, evacuação, iluminação de segurança, controlo
(obrigatória)
Porto Incêndios de fumos, detecção e alarme; Meios de extinção, extintores e outros sistemas fixos.
Verificação ao fogo de estruturas com aplicações em casos práticos (Estruturas de betão;
Estruturas de aço; e Estruturas de Madeira).
Sup. de Tecnologia
Setúbal
do Barreiro
Viana do Superior de
Castelo Tecnologia e Gestão
Superior de
Viseu
Tecnologia e Gestão
Superior de
Tomar
Tecnologia
SCIE no ensino da Engenharia Civil – cursos de mestrado

Em geral, a SCIE surge em unidades curriculares da área das:

• Estruturas – Resistência das estruturas (de betão, aço e madeira) à acção do fogo;

• Edificações – Panorama geral da regulamentação e redes prediais de combate ao fogo.

A ausência de unidades curriculares totalmente dedicadas à SCIE não permite cobrir, de todo, a totalidade
das matérias necessárias.
Especialidades complementares no ensino da Engenharia Civil

O problema não é exclusivo da especialidade de SCIE!

Outras especialidades dos edifícios têm vindo a ver reduzida a leccionação no âmbito dos cursos de
Engenharia Civil, obrigando os profissionais à frequência de cursos de formação profissional e/ou pós-
graduação, muitos dos quais leccionados em ambiente externo ao Ensino Superior Universitário e
Politécnico, com perda evidente da componente científica:

• Redes hidráulicas prediais (distribuição de gás, distribuição de água, e drenagem de águas residuais).

• Condicionamento térmico;

• Condicionamento acústico.
A importância da componente científica no ensino da SCIE

A perda da componente científica contribui para manter as dificuldades dos profissionais nas áreas de
interface entre diferentes disciplinas, o que, em áreas tão multidisciplinares como a SCIE, acaba por ocorrer
com muita frequência, com particular incidência na:

• Classificação de materiais;

• Avaliação de cargas de incêndio;

• Definição de agentes extintores;

• Coordenação de especialidades;

• …
A importância da componente científica no ensino da SCIE

E, no entanto, não sendo possível dominar todas as áreas da SCIE, tal como não é possível dominar todas as
vertentes de qualquer das diversas áreas da engenharia, as quais são cada vez mais multidisciplinares, a
oferta de cursos de mestrado como o curso de Engenharia de Segurança aos Incêndios Urbanos, da FCT-UC,
parece ser uma solução interessante, pois, idealmente, reforça a componente técnica e regulamentar
oferecida na generalidade dos cursos de formação profissional para projectistas com uma importante e
desejável componente científica.

Só este tipo de cursos, eventualmente em regime de colaboração de diferentes instituições de ensino


superior, de modo a maximizar a capacidade formativa, permitirá uma abordagem mais científica, essencial, a
prazo, para a utilização de uma regulamentação de carácter mais exigencial e menos prescritivo.
Obrigado pela atenção

Albano Neves e Sousa


albano.nsousa@civil.ist.utl.pt

Instituto Superior Técnico


O ensino da SCIE – Enquadramento e
Reflexões

Miguel Chichorro Gonçalves


Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Necessidade da formação da SCIE

1988 2017

2018

2019
Necessidade da formação da SCIE

O ensino da SCIE – Estado da arte e Desafios

01 Necessidade da formação da SCIE


02 Enquadramento Legal – Atos de engenharia – SCIE
03 Ensino da engenharia de SCIE
04 Legislação de SCIE – Fundamental
05 Conceitos Gerais de SCIE
06 Reflexões sobre o Ensino da engenharia de SCIE
Enquadramento Legal – Atos de engenharia – SCIE

Decreto-Lei n.º 78/2022 de 7 de novembro : CCP

O presente decreto-lei procede à:

a) Primeira alteração à Lei n.º 30/2021, de 21 de maio, que aprova medidas especiais de contratação pública;

b) Décima segunda alteração ao Código dos Contratos Públicos, aprovado em anexo ao Decreto -Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, na
sua redação atual (CCP)…

O CCP veio introduzir alterações profundas na legislação anteriormente aplicável à formação e execução dos contratos de empreitada de
obras públicas…

…maior exigência na elaboração dos projetos, visando uma melhoria na qualidade

Art.º 43º 1& +7& +3& do CCP


o caderno de encargos do procedimento de formação de contratos
de empreitada de obras públicas deve incluir um projeto de
execução. => Portaria 701-H
Enquadramento Legal – Atos de engenharia – SCIE

Portaria n.º 701-H/2008 de 29 de Julho («Instruções para a elaboração de projetos de obras»)

…a presente portaria dá maior importância às exigências e requisitos na elaboração dos projetos de obras públicas,
mantendo e reforçando o seu carácter vinculativo para as entidades envolvidas.

Instruções para a elaboração de projetos de obras seguem diretivas:


a) Atualizar e completar os conceitos e definições;
b) Levar em consideração as profundas alterações na legislação aplicável aos contratos públicos desencadeada pelo
novo Código dos Contratos Públicos;
c) Eliminar todos os procedimentos de cálculo e de avaliação de honorários, incompatíveis com a atual economia de
mercado;
d) Aperfeiçoar e desenvolver os requisitos mínimos exigidos em cada fase do projeto;
e) Completar e atualizar as especificações de projeto definidas para cada tipo de obra;
f) Atribuir maior responsabilização aos autores do projeto;
g) Ajustar as fases de projeto aos atuais conceitos de gestão na execução das obras;
h) Introduzir maior rigor nas estimativas orçamentais elaboradas nas diferentes fases do projeto.
Enquadramento Legal – Atos de engenharia – SCIE

Portaria n.º 701-H/2008 de 29 de Julho

…«Projeto», o conjunto de documentos escritos e desenhados que definem e caracterizam a conceção


funcional, estética e construtiva de uma obra, compreendendo, designadamente, o projeto de arquitetura e
projetos de engenharia;

Programa preliminar – DO SCIE


Fases do Projeto:

a) Programa base;

b) Estudo prévio;

c) Anteprojeto;

d) Projeto de execução e Assistência técnica.


Enquadramento Legal – Atos de engenharia – SCIE

Portaria n.º 701-H/2008 de 29 de Julho

As obras são classificadas em quatro categorias consoante a maior ou menor dificuldade da conceção e o
grau de complexidade do projeto…

Categorias de Obras

a) Categoria I;

b) Categoria II;

c) Categoria III;

d) Categoria IV;
Enquadramento Legal – Atos de engenharia – SCIE

Portaria n.º 701-H/2008 de 29 de Julho

ANEXO II Classificação das obras por categorias

Categorias
I II III IV
I EDIFÍCIOS

II INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E SISTEMAS
II.1 Instalações, equipamentos e sistemas de águas e esgotos

II.7 SEGURANÇA INTEGRADA
Sistemas de segurança integrada x

Enquadramento Legal – Atos de engenharia – SCIE

Portaria n.º 255/2023 de 7 de agosto 14 anos de Portaria n.º 701-H/2008 de 29 de Julho

Instruções para a elaboração de projetos de obras seguem diretivas:

g) Completar e atualizar as especificações de projeto definidas para cada tipo de obra;

h) Introduzir os modelos paramétricos desenvolvidos com recurso à metodologia BIM na


elaboração dos projetos de obra pública
Enquadramento Legal – Atos de engenharia – SCIE

Portaria n.º 255/2023 de 7 de agosto 14 anos de Portaria n.º 701-H/2008 de 29 de Julho


ANEXO II Classificação das obras por categorias Categorias
I II III IV
I EDIFÍCIOS

II INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E SISTEMAS EM EDIFÍCIOS
II.1 Instalações, equipamentos e sistemas de águas e ÁGUAS RESIDUAIS

II.8 SEGURANÇA INTEGRADA
Sistemas de segurança integrada
Segurança Contra Incêndio Em Edifícios
• Projetos de segurança contra incêndio em edifícios 1ª categoria de risco x
• Projetos de segurança contra incêndio em edifícios 2ª categoria de risco x
• Projetos de segurança contra incêndio em edifícios 3ª categoria de risco x
• Projetos de segurança contra incêndio em edifícios 4ª categoria de risco x
Enquadramento Legal – Atos de engenharia – SCIE

Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro RJUE


Estabelece o regime jurídico da urbanização e edificação

Artigo 3.º Regulamentos municipais


1 – No exercício do seu poder regulamentar próprio, os municípios aprovam regulamentos municipais de urbanização e ou de
edificação, … sejam devidas pela realização de operações urbanísticas.
2 – Os regulamentos previstos no número anterior devem ter como objetivo a concretização e execução do presente diploma,
designadamente:
a)…;
b)…;
c) Disciplinar os aspetos relativos ao projeto, execução, receção e conservação das obras e serviços de urbanização…
d) Disciplinar os aspetos relativos à segurança, funcionalidade, economia, harmonia e equilíbrio socioambiental, estética,
qualidade, conservação e utilização dos edifícios, suas frações e demais construções e instalações; …
Lei 123 – Artigo 14.º -A Edifícios e recintos existentes: Estão sujeitos ao disposto no presente decreto -lei, nos termos do regime jurídico da urbanização e
edificação, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, as operações urbanísticas referentes a edifícios, ou suas frações autónomas, e recintos,
construídos ao abrigo do direito anterior, nos termos …
Enquadramento Legal – Atos de engenharia – SCIE
Enquadramento Legal – Atos de engenharia – SCIE
Ensino da engenharia de SCIE

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO


SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS EM EDIFÍCIOS
MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL (3,5H/SEM)
MESTRADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E HIGIENE OCUPACIONAL (4,0H+0,9H – 2UC)
MESTRADO EM PROJETO INTEGRADO NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS (2H/SEM)
.
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO
SEGURANÇA AO FOGO NA CONSTRUÇÃO
MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL (3H/SEM)

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA


DOUTORAMENTO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA AO INCÊNDIO (180 ECTS)
1º ANO – DOIS SEMESTRES LETIVOS, COM 30 ECTS CADA. 1º SEMESTRE: TRÊS UNIDADES CURRICULARES OBRIGATÓRIAS + DUAS UNIDADES CURRICULARES OPTATIVAS.
2º SEMESTRE UMA UNIDADE CURRICULAR OBRIGATÓRIA, COM 30 ECTS (PROJETO DE TESE)

UNIVERSIDADE LUSÓFONA – PORTO


PROJETO DE SEGURANÇA I E II
MESTRADO EM PROTEÇÃO CIVIL (3,5H/SEM 1 E 2)

Politécnico do Porto | ESTG – Escola Superior de Tecnologia e Gestão


SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS (PÓS-LABORAL)
C1 – CURSO DE PREPARAÇÃO PARA A SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
C2 – CURSO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS PARA PROJETISTAS DE 2ª 3ª E 4ª CATEGORIA DE RISCO
C3 – CURSO DE FISCALIZAÇÃO E VISTORIAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS

Privado: ISLA Leiria – Instituto Superior de Línguas e Administração de Leiria


SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS
Ensino da engenharia de SCIE

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO


SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS EM EDIFÍCIOS
MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL (3,5H/SEM)

EVOLUÇÃO DO ALUNOS AO LOGO DOS ANOS (OPÇÃO LIVRE)

TOTAL ALUNOS EM
ANO TURMAS
ALUNOS MOBILIDADE
2022/2023 28 5 Português/Inglês

2022/2023 27 6 Português/Inglês

2021/2022 39 7 Português/Inglês

<= 2020/2021 Média 11 1 1 Português

TOTAL DE ALUNOS COM SCIE DESDE 2008: > 600 ALUNOS


Ensino da engenharia de SCIE

UNIDADE CURRICULAR Segurança Contra Incêndio em Edifícios (M.EC) – FEUP

DOCENTE RESPONSÁVEL Miguel Chichorro Gonçalves


2.ºAno
CARGA HORÁRIA 3,5h/semana (2T+1,5TP) ECTS 6 ANO/SEMESTRE
1.ºSem

OBJETIVOS / COMPETÊNCIAS Objetivos:


• Estudo dos princípios gerais de segurança contra incêndio. Segurança passiva e ativa. Análise de
risco de incêndio. Prevenção e Proteção
• Compreender os conceitos fundamentais e princípios físicos e químicos da Engenharia do fogo.
• Enquadramento Regulamentar
• Compreender o processo metodológico de um projeto específico de SCIE
• Compreender a importância e a implementação das medidas de autoproteção (MAP), enquanto
medidas de OGS – Organização e Gestão da Segurança contra incêndio
Competências:
• Conhecer e saber utilizar as técnicas de cálculo/experimentais na quantificação da resistência ao
fogo e reação ao fogo.
• Capacidade para identificação e resolução de problemas da SCIE
• Capacidade e análise crítica das condições exteriores comuns, comportamento e isolamento ao
fogo, evacuação, condições técnicas e sistemas e equipamentos de segurança aplicados a um
edifício e recinto
• Conseguir aplicar os conhecimentos adquiridos à materialização de um projeto da especialidade e à
realização das MAP.
Ensino da engenharia de SCIE

Capítulo 1 — O fenómeno do fogo – Conceitos, Estatísticas


PROGRAMAÇÃO SEMANAL CONTEÚDOS
O FOGO E OS Capítulo 2 — Incêndio em compartimento – Curvas de incêndio
PREVENÇÃO E CAD1+
SEUS EFEITOS Capítulo 3 — Comportamento dos materiais de construção
FOGO/EFEITOS REGULAMENTAÇÃO DE SCIE CAD2 Capítulo 4 — Comportamento dos elementos de construção
PROTEÇÃO Capítulo 5 — Risco de incêndio e segurança
CAPÍTULO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Capítulo 6 — Cálculo da resistência ao fogo das estruturas
SEMANA
PREVENÇÃO Capítulo 7 — Evacuação
1 X X Ex1/Ex2 E PROTEÇÃO
Capítulo 8 — Sinalização, Iluminação, Deteção, alarme e alerta
2 X X X
Capítulo 9 — Meios de extinção
3 X X Ex3/Ex4
Capítulo 10 — Outros Sistemas e equipamentos de SCI
4 X

5 X Ex5/Ex6 Capítulo 11 — Disposições gerais de segurança


6 X X Capítulo 12 — Projeto de SCIE
7 X X X Ex7/Ex8 Capítulo 13 — Condições exteriores comuns
8 X X REGULAM. Capítulo 14 — Comportam., Isolamento e Proteção
SCIE
9 X X X X Ex9/Ex10 Capítulo 15 — Condições Gerais de Evacuação
10 X X X Capítulo 16 — Instalações Técnicas
Ex11/Ex1 Capítulo 17 — Equipam. e Sistemas de Segurança
11 X X X X
2
Capítulo 18 — Organização e gestão da seg. – MAP
12 X X

13 X CAD2
Legislação de SCIE- Fundamental

REGIME JURIDICO

Decreto-Lei n.º 9/2021 de 29 de janeiro – 4.ª alteração – Em vigor


Lei n.º 123/2019 de 18 de outubro – 3.ª alteração – Em vigor
Decreto-Lei nº 95/2019 de 18 de julho – 2.ª alteração
Decreto-Lei n.º 224/2015​ ​de 9 de outubro – 1.ª alteração
Decreto-Lei n.º 220/2008 de 12 de novembro – Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios​
REGULAMENTO TÉCNICO
Declaração de Retificação n.º 26/2020 – correção na Portaria n.º 135/2020, de 2 de junho​ – Em vigor
Portaria n.º 135/2020 de 02 de junho – 1.ª Alteração – Em vigor (desde 01/08/2020)
Portaria n.º 1532/2008 de 29 de dezembro – Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios
Índice RT SCIE
CARGA DE INCÊNDIO MODIFICADA
Despacho n.º 895​4/2020, de 18 de setembro – 1.ª alteração​ – Em vigor (desde 21/09/2020)
Despacho n.º 2074/2009, de 15 de janeiro – Critérios técnicos para determinação da densidade de carga de incêndio
modificada ​
Conceitos Gerais de SCIE

LEI N.º 123 / 2019, DE 18 DE OUTUBRO – RJ-SCIE

EDIFÍCIOS NOVOS/EXISTENTES

O RJ-SCIE VISA, FACE AO RISCO DE


INCÊNDIO, A PRESERVAÇÃO:

❖ VALOR DA VIDA HUMANA

❖ PRESERVAÇÃO DO AMBIENTE

❖ DO PATRIMÓNIO CULTURAL
Conceitos Gerais de SCIE

LEI N.º 123 / 2019, DE 18 DE OUTUBRO – RJ-SCIE

NESTE SENTIDO, INCLUI DISPOSIÇÕES QUE COBREM TODO O CICLO DE VIDA DOS EDIFÍCIOS OU DOS RECINTOS,
DESTINANDO-SE A:

a) Reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndios;

b) Limitar o desenvolvimento de eventuais incêndios, circunscrevendo e minimizando os seus


efeitos, nomeadamente a propagação do fumo e gases de combustão;

c) Facilitar a evacuação e o salvamento dos ocupantes em risco;

d) Permitir a intervenção eficaz e segura dos meios de socorro.


Conceitos Gerais de SCIE

LEI N.º 123 / 2019, DE 18 DE OUTUBRO – RJ-SCIE

Estão sujeitos ao regime de segurança contra incêndios:

a) Os edifícios; NOVOS E EXISTENTES


b) Os recintos; Novos e existentes

Dois “tempos”:

a) Fase de PROJETO

b) Fase de UTILIZAÇÃO MAP (SI, Formação, Simulacros)


Conceitos Gerais de SCIE

LEI N.º 123 / 2019, DE 18 DE OUTUBRO – RJ-SCIE

PROJETO

Operações urbanísticas – Os procedimentos administrativos respeitantes a operações urbanísticas são


instruídos com um projeto de especialidade de SCIE, …devem ser cumpridas as condições de SCIE.
VISTORIAS

UTILIZAÇÃO

Utilização dos edifícios – O pedido de autorização de utilização de edifícios deve ser instruído com
termo de responsabilidade subscrito pelos autores de projeto, diretor de obra e do diretor de
fiscalização de obra, no qual devem declarar que se encontram cumpridas as condições de SCIE.

INSPEÇÕES
Conceitos Gerais de SCIE

LEI N.º 123 / 2019, DE 18 DE OUTUBRO – RJ-SCIE RESPONSABILIDADE

❖ Em FASE DE PROJETO E CONSTRUÇÃO de edifícios e recintos, são responsáveis pela aplicação e pela verificação das
condições de SCIE

➢ Os autores de projetos e os coordenadores dos projetos de operações urbanísticas, no que respeita à respetiva elaboração,
bem como às intervenções acessórias ou complementares a esta a que estejam obrigados, no decurso da execução da
obra.

➢ A empresa responsável pela execução da obra.

➢ O diretor de obra e o diretor de fiscalização de obra, quanto à conformidade da execução da obra com o projeto aprovado.

❖ Os autores dos projetos, os coordenadores dos projetos, o diretor de obra e o diretor de fiscalização de obra subscrevem
termos de responsabilidade, de que conste, respetivamente, que na elaboração do projeto e na execução e verificação da obra
em conformidade com o projeto aprovado, foram cumpridas as disposições de SCIE.
Conceitos Gerais de SCIE

LEI N.º 123 / 2019, DE 18 DE OUTUBRO – RJ-SCIE RESPONSABILIDADE


❖ A manutenção das condições contra Risco de incêndio implementação das medidas de autoproteção aplicáveis aos edifícios ou
recintos DESTINADOS à UT I, durante todo o ciclo de vida dos mesmos, é da responsabilidade dos respetivos proprietários,
com exceção das suas partes comuns na propriedade horizontal, que são da responsabilidade do administrador do
condomínio.

❖ Durante todo o ciclo de vida dos edifícios ou recintos QUE NÃO SE INTEGREM NA UT I, a responsabilidade pela manutenção
das condições de SCIE aprovadas e a execução das medidas de autoproteção aplicáveis é das seguintes entidades:

➢ Do proprietário, no caso do edifício ou recinto estar na sua posse

➢ De quem detiver a exploração do edifício ou do recinto

➢ Das entidades gestoras no caso de edifícios ou recintos que disponham de espaços comuns, espaços partilhados ou
serviços coletivos, sendo a sua responsabilidade limitada aos mesmos
Conceitos Gerais de SCIE

LEI N.º 123 / 2019, DE 18 DE OUTUBRO – RJ-SCIE

COMPETÊNCIA

A ANEPC é a entidade competente para assegurar o cumprimento do regime de segurança contra incêndio
em edifícios, com exceção dos edifícios e recintos que são classificados na 1.ª categoria de risco cuja
competência é dos municípios.

À ANEPC incumbe a credenciação de entidades para a emissão de pareceres e para a realização de vistorias e
de inspeções das condições de SCIE, nos termos previstos no presente decreto-lei e nas suas portarias
complementares.
Reflexões sobre o Ensino da engenharia de SCIE

• DESAFIOS GERAIS NA ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA


INCÊNDIO,
Miguel Chichorro Gonçalves1, Vitor Abrantes2, Maria da Luz Garcia3, António Leça Coelho4

• UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A REFLEXÃO SOBRE O MODELO


CURRICULAR DAS DISCIPLINAS DE SEGURANÇA CONTRA
INCÊNDIO EM PORTUGAL
Miguel Chichorro Gonçalves1, Vitor Abrantes2, Maria da Luz Garcia3, António Leça Coelho4
JUNHO 2002

JUNHO 2002
Reflexões sobre o Ensino da engenharia de SCIE

• A evolução da Engenharia de Segurança Contra Incêndio tem sido motivada pelo


acréscimo de investigação na área do incêndio e desenvolvimento tecnológico e por
conseguinte a formação deverá acompanhar este movimento assim como a prática de
projeto. Deverá pois fazer-se uma reflexão sobre o Modelo Curricular nas disciplinas
de Segurança Contra Incêndio.

• O engenheiro de segurança contra incêndio deverá ser capaz de interagir em todas as


fases do projeto, com todos os profissionais das várias especialidades, pelo que terá
que ser simultaneamente um especialista e um generalista, sendo necessário adaptar
a formação a estes aspetos.

• 14 anos de experiência na docência e 30 de investigação desta temática mostrou a


necessidade para uma íntima relação entre a investigação da SCIE, formação e a prática
profissional na engenharia de segurança contra o incêndio.
Reflexões sobre o Ensino da engenharia de SCIE

O Modelo Curricular nas disciplinas de Segurança Contra Incêndio coloca


responsabilidades e exigências em três domínios:

• A formação deverá processar a nova informação científica e tecnológica, manter a sua importância e
produzir novos livros e novos cursos;
• A comunidade investigadora deverá continuar a fomentar a infraestrutura científica e endereçar os
verdadeiros e reais problemas mundiais da profissão;
• A prática dos engenheiros de proteção contra incêndio deverão articular os seus problemas para
solucioná-los pela investigação e deverá continuar a desenvolver técnicas para potenciar a adoção
de práticas de engenharia baseadas também no desempenho.
Reflexões sobre o Ensino da engenharia de SCIE

• A evolução do quadro legislativo deverá acompanhar o progresso científico pelo que, entre
outros desafios da Engenharia de Segurança Contra Incêndio, existe a necessidade de
incrementar a formação dos técnicos e de criar uma estrutura (universitária) capaz de
atribuir competências formativas e qualificações em SCIE, cobrindo não apenas aspetos
técnicos mas também sociais e éticos.

• A globalização do conhecimento promovida sobretudo pelo desenvolvimento no campo das


tecnologias da informação em sentido amplo contribui efetivamente para, numa perspetiva de
médio prazo, atingir-se uma uniformização global na construção de edifícios no que se refere
ao risco e atendendo ao valor real da vida humana. O objetivo subjacente é pois o da busca
de graus equivalentes de segurança contra incêndio qualquer que seja o edifício em
qualquer país desenvolvido, englobando o aspeto da busca da solução mais económica.
Reflexões sobre o Ensino da engenharia de SCIE

• O correto balanço entre o conhecimento básico e aplicado é a dificuldade a


ultrapassar. Se se direciona o ensino exageradamente para a ciência básica existe um
risco evidente de perder estudantes tecnicamente orientados e simultaneamente
preparar graduados com “capacidades” não diretamente relevantes para a indústria da
construção.

• A primeira tarefa da educação universitária é, para o estudante, a forma como se lhe


fornece, tanto a qualificação para reunir e assimilar o novo conhecimento, como
prepará-lo para todos os futuros desafios da sua carreira profissional. Isto é prepará-lo
em termos metodológicos para formular e resolver tarefas técnicas qualificadas na
SCIE.
Reflexões sobre o Ensino da engenharia de SCIE

O modelo curricular deverá dar resposta às inúmeras várias atividades correntes na


Engenharia de Segurança Contra Incêndio:
• ADMINISTRAÇÃO DE PRÁTICAS E PROCEDIMENTOS DE ACORDO COM OS ASPETOS PRESCRITIVOS DOS REGULAMENTOS E NORMAS.
• A UTILIZAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS (DE PROJETO – BIM; E DE EQUIPAMENTOS: DETETORES, ETC.) DISPONÍVEIS PARA RESOLVER
PROBLEMAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

• A UTILIZAÇÃO DE NOVOS MÉTODOS DE ENGENHARIA

Ex: enquanto a investigação providenciou alguns métodos para o cálculo da resposta dos sistemas de
SAE, o projeto continua a basear-se nas prescrições espaciais de ocupação.
• A REAL AVALIAÇÃO DA REAÇÃO AO FOGO NA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO NA RESOLUÇÃO DE NOVOS PROBLEMAS
• A IMPLEMENTAÇÃO DA AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA O FOGO NA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO NA RESOLUÇÃO DE NOVOS (OU VELHOS)
PROBLEMAS

Ex: Reabilitação de pavimentos de madeira aos quais se tem que prescrever RF


• A VALIDADE DOS DADOS PROVENIENTES DE ENSAIOS LABORATORIAIS (EMPÍRICOS) NÃO PODEM SER GENERALIZADOS PARA APLICAÇÕES
ESPECÍFICAS
Reflexões sobre o Ensino da engenharia de SCIE

Elementos que se consideram necessários para permitir a evolução da Engenharia de Segurança Contra
Incêndio:

• A IMPLEMENTAÇÃO DE MÉTODOS QUANTITATIVOS PARA ESTABELECER A EFICÁCIA DOS SISTEMAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

• ADOÇÃO DE UM CURRICULUM NUCLEAR BASEADO EM PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS QUE SERÁ SUPORTADO POR LIVROS NAS ÁREAS
DISCIPLINARES

• ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO BÁSICO DA INVESTIGAÇÃO EM FORMAS ÚTEIS

• A MANUTENÇÃO DE UMA CONDUTA DE INVESTIGAÇÃO EM PROBLEMAS FENOMENOLÓGICOS SIGNIFICATIVOS NA PRÁTICA COMO, FUMO,
IGNIÇÃO, ETC.

Devido à complexidade dos problemas do fogo e à sua interdisciplinaridade, os resultados significativos


levam tempo a desenvolver e estabelecer credibilidade. Existem várias lacunas por preencher na engenharia
de segurança contra incêndio como um conjunto completo de ferramentas analíticas.
Obrigado pela atenção

Miguel Chichorro Gonçalves


miguelcg@fe.up.pt

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto


Pausa para almoço
Sessão 3
A sustentabilidade
ambiental e a SCIE
Moderador

Carlos Pina dos Santos


Laboratório Nacional de Engenharia Civil

Intervenções

Elisabete Cordeiro
Laboratório Nacional de Engenharia Civil

António Nascimento
Desenvolvimento Tecnológico para a Construção,
Energia, Ambiente e Sustentabilidade

Pedro Lopes
Escola Nacional dos Bombeiros
A sustentabilidade ambiental e a SCIE

Elisabete Cordeiro
Laboratório Nacional de Engenharia Civil
Índice

❶ Introdução

❷ O desafio da SCIE na Construção Sustentável

❸ A SCIE e os novos materiais e sistemas construtivos

❹ A avaliação dos materiais e sistemas construtivos quanto à SCIE

❺ Considerações finais
1 Introdução
Introdução

► Atualmente, a conservação do ambiente é uma das principais


preocupações para as populações, governos e empresas

► Em 2020, a Comissão Europeia apresentou o


Plano de Acão para a Economia Circular na UE, que:

▪ Inclui medidas ao longo de todo o ciclo de vida dos produtos


▪ Promove processos de economia circular
▪ Incentiva um consumo sustentável
▪ Estimula a produção de menos resíduos

► A Construção Sustentável é uma das estratégias


para prosseguir estes objetivos
Introdução

► Algumas das características dos edifícios de


Construção Sustentável são o uso de:

▪ Fontes de energia renováveis


▪ Iluminação e ventilação natural
▪ Materiais ecologicamente corretos e com baixo
impacto no ciclo de vida
▪ Paisagismo com reduzida de manutenção e irrigação

► A Construção Sustentável está a implicar


alterações significativas:
http://www.jeannouvel.com/wp-content/uploads/2017/04/ajn-ptw-sydney-ocp-
rolandhalbe-rh2336-0060.jpg

▪ No projeto dos edifícios


▪ Na tecnologia de construção
O desafio da SCIE na
2 Construção Sustentável
Três exemplos de Construção Sustentável...

https://gbdmagazine.com/wp-content/uploads/2020/06/clemson-university_cooper- https://i.pinimg.com/564x/ce/8b/5b/ce8b5b8658b880e1fcd2f1e69db https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0f/Fa%C3%A7ana_Fotvoltaica_


carry_gbdmagazine_05.jpg.webp 5a822.jpg MNACTEC.JPG/1280px-Fa%C3%A7ana_Fotvoltaica_MNACTEC.JPG
Três exemplos de Construção Sustentável... afetada por incêndios

https://media.licdn.com/dms/image/C4D12AQEc7V-P4PMuEg/article- https://media.springernature.com/lw685/springer-
https://www.enr.com/ext/resources/Blogs/New-England-News-and-Views/Elm-St-Fire-7-23- inline_image- static/image/art%3A10.1007%2Fs10694-023-01490-
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A SCIE e os novos materiais
3 e sistemas construtivos
Um assunto na ordem do dia

► A relação entre Construção Sustentável


e a SCIE é um desafio que está
atualmente a merecer a atenção do
meio técnico nacional e internacional
A investigação sobre SCIE e Construção Sustentável

► A nível internacional, a Construção Sustentável é um tema que


tem vindo a ser abordado, ao longo dos anos, na área da SCIE

► A Fire Protection Research Foundation editou, em 2012, um relatório


sobre a Construção Sustentável e SCIE
Meacham, B., Poole, B., Echeverria, J. & Cheng, R. 2012. Fire Safety Challenges of Green
Buildings. Final Report. The Fire Protection Research Foundation. Quincy, MA

► Em 2020, foi editada uma versão atualizada


Meacham, B.J. and McNamee, M., 2020, Fire Safety Challenges of ‘Green’ Buildings and
Attributes, Fire Protection Research Foundation, Quincy, MA
Materiais e sistemas construtivos

► Nestes relatórios, um edifício é dividido em 9 categorias

► Nas 9 categorias, foram identificadas mais de


100 tipos de materiais ou sistemas construtivos
utilizados na Construção Sustentável

► Estes materiais e sistemas construtivos podem


pertencer a mais de uma categoria
Materiais e sistemas construtivos

1. Materiais e sistemas estruturais (17)


2. Materiais e sistemas exteriores (26)
3. Sistemas de energia alternativa (9)
► Das categorias incluídas no
estudo, 7 delas têm especial 4. Fachadas (6)
impacte na SCIE
5. Materiais e acabamentos interiores (14)
6. Espaços interiores (5)
7. Envolvente e instalações técnicas (21)
1. Materiais e sistemas estruturais

► CLT (Cross-laminated timber)

► Hempcrete (cânhamo, calcário e água)

► Construção modular

https://mcgrawimages.buildingmedia.com/CE/CE_images/2016/september/Sept-reThink-4.jpg
1. Materiais e sistemas estruturais

► CLT (Cross-laminated timber)

► Hempcrete (cânhamo, calcário e água)

► Construção modular

https://static.wixstatic.com/media/8d8a56_18f68eb1582a47b3b5f91089be5cae35~mv2.jpg/v1/fill/w_640,h_560,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/8d8a56_18f68eb1582a47b3b5f91089be5cae35~mv2.jpg
1. Materiais e sistemas estruturais

► CLT (Cross-laminated timber)

► Hempcrete (cânhamo, calcário e água)

► Construção modular

https://www.cedral.world/siteassets/articles/cedral-fits-perfectly-to-modular-construction/img_5471-1.jpg?v=4a87e0&width=1200&height=750&mode=Crop
2. Materiais e sistemas exteriores

► Biopolímeros, PET

► Painéis estruturais com isolamento

► Sistema de Isolamento Térmico pelo Exterior (ETICS)

https://www.architectureanddesign.com.au/getmedia/79483984-d8e3-4b9d-be8b-02afe6bab4c9/polyemer.aspx?width=600&height=450&ext=.jpg
2. Materiais e sistemas exteriores

► Biopolímeros, PET

► Painéis estruturais com isolamento

► Sistema de Isolamento Térmico pelo Exterior (ETICS)

https://www.mornglass.com/wp-content/uploads/2019/07/SIP-panel-with-OSB.jpg
2. Materiais e sistemas exteriores

► Biopolímeros, PET

► Painéis estruturais com isolamento

► Sistema de Isolamento Térmico pelo Exterior (ETICS)

https://www.mornglass.com/wp-content/uploads/2019/07/SIP-panel-with-OSB.jpg

https://www.obras360.pt/resources/medias/mediamanagement/medias/etics-ilustracao.jpg
4. Fachadas

► Integração de Energia Solar em edifícios (BIPV)

► Fachadas verdes

► Fachadas ventiladas

https://energypedia.info/images/thumb/f/f1/BIPV.jpg/425px-BIPV.jpg
4. Fachadas

► Integração de Energia Solar em edifícios (BIPV)

► Fachadas verdes

► Fachadas ventiladas

https://energypedia.info/images/thumb/f/f1/BIPV.jpg/425px-BIPV.jpg
4. Fachadas

► Integração de Energia Solar em edifícios (BIPV)

► Fachadas verdes

► Fachadas ventiladas

https://energypedia.info/images/thumb/f/f1/BIPV.jpg/425px-BIPV.jpg
5. Materiais e acabamentos interiores

► Paredes, tetos e pavimentos de madeira e CLT

► Paredes, tetos e pavimentos em poliéster (FRP)

► Isolamentos acústicos

https://why-wood.com/wp-content/uploads/2022/11/Screenshot-2022-11-22-130803.png
5. Materiais e acabamentos interiores

► Paredes, tetos e pavimentos de madeira e CLT

► Paredes, tetos e pavimentos em poliéster (FRP)

► Isolamentos acústicos

http://www.lusomatec.pt/admin/content/images/bigoque_painel_frp_1435597834.png
5. Materiais e acabamentos interiores

► Paredes, tetos e pavimentos de madeira e CLT

► Paredes, tetos e pavimentos em poliéster (FRP)

► Isolamentos acústicos

https://isolamentosportugal.comportugal.com/compra_telasdeisolamentotnrmicoe_15387
A avaliação dos materiais e sistemas
4 construtivos quanto à SCIE
Avaliação dos materiais e sistemas construtivos

► Cada material ou sistema construtivo foi avaliado segundo


22 atributos, quanto

▪ Ao perigo de incêndio
▪ Ao aumento de risco de incêndio
▪ À diminuição das condições de segurança

... em comparação com a construção tradicional

https://cloudfrontgharpediabucket.gharpedia.com/uploads/2022/03/Eco-Friendly-Alternatives-To-Concrete-01-0316070004-1.jpg
Avaliação dos materiais e sistemas construtivos

► Os 22 atributos tiveram como base a interação do fogo


com o material ou sistema construtivo

“O material/sistema construtivo…
► Aumenta a propagação pelo exterior
► Aumenta a propagação pelo interior
► Condiciona a evacuação
► Condiciona o meios de intervenção
► Condiciona os meios de Socorro
► Condiciona a estrutura
► ...»

https://sustainability.virginia.edu/sites/g/files/jsddwu1096/files/2023-01/alderman_sustainability_highlights_graphic_largecropped.png
Avaliação dos materiais e sistemas construtivos

► Ponderando os resultados obtidos com os 22 atributos,


cada material ou sistema construtivo foi classificado como
tendo um nível de risco:

▪ Baixo,
▪ Moderado, ou
▪ Alto

► Para cada material ou sistema construtivo, foi apresentada


uma lista de medidas mitigadoras dos riscos identificados
1. Materiais e sistemas estruturais
Exemplo da análise de risco e medidas de mitigação [1]

CLT (Alto)

► Perigos/Riscos:

▪ Pode delaminar
▪ Aumenta a carga de incêndio do edifício
▪ Problemas de estabilidade

► Mitigação do Risco:

▪ Criar barreiras para evitar propagação


▪ Sprinklers
▪ Aplicação de materiais com marcação CE ou
homologados

https://mcgrawimages.buildingmedia.com/CE/CE_images/2016/september/Sept-reThink-4.jpg
1. Materiais e sistemas estruturais
Exemplo da análise de risco e medidas de mitigação [1]

Painéis com isolamento (Alto)

► Perigos/Riscos:

▪ Se falhar, o isolamento pode contribuir para propagação do incêndio


▪ Aumento da carga de incêndio

► Mitigação do Risco:

▪ Assegurar a selagens adequada dos painéis


▪ Durante a instalação especial cuidado com passagem de instalações
técnicas junto a fontes de ignição
▪ Aplicação de materiais com marcação CE ou homologados

https://www.mornglass.com/wp-content/uploads/2019/07/SIP-panel-with-OSB.jpg
1. Materiais e sistemas estruturais
Exemplo da análise de risco e medidas de mitigação [1]

Construção Modular (Alto)

► Perigos/Riscos:

▪ Disseminação do incêndio pelo interior das paredes


▪ Produtos tóxicos

► Mitigação do Risco:

▪ Criar barreiras para evitar propagação


▪ Durante a instalação especial cuidado com passagem de instalações
técnicas junto a fontes de ignição
▪ Aplicação de materiais com marcação CE ou homologados

https://www.cedral.world/siteassets/articles/cedral-fits-perfectly-to-modular-construction/img_5471-1.jpg?v=4a87e0&width=1200&height=750&mode=Crop
2. Materiais e sistemas exteriores
Exemplo da análise de risco e medidas de mitigação [1]

ETICS (Alto)

► Perigos/Riscos:

▪ Se falhar, o isolamento pode contribuir para propagação do incêndio


▪ Aumenta a carga de incêndio do edifício

► Mitigação do Risco:

▪ Criar barreiras para evitar propagação


▪ Durante a instalação especial cuidado com as possíveis fontes de
ignição na proximidade
▪ Aplicação de materiais com marcação CE ou homologados

https://www.mornglass.com/wp-content/uploads/2019/07/SIP-panel-with-OSB.jpg

https://www.obras360.pt/resources/medias/mediamanagement/medias/etics-ilustracao.jpg
4. Fachadas
Exemplo da análise de risco e medidas de mitigação [1]

Integração de Energia Solar em edifícios (BIPV) (Alto)

► Perigos/Riscos:

▪ Pode apresentar risco de ignição


▪ Aumenta a carga de incêndio do edifício,
▪ Impacto nas operações dos meios de socorro
▪ Risco de quebra de vidros

▪ Mitigação do Risco:

▪ Criar barreiras entre os PV e outros materiais combustíveis


▪ Sistema de interrupção de energia sinalizado
▪ Aplicação de materiais com marcação CE ou homologados

https://energypedia.info/images/thumb/f/f1/BIPV.jpg/425px-BIPV.jpg
4. Fachadas
Exemplo da análise de risco e medidas de mitigação [1]

Fachadas Verdes (Moderado)

► Perigos/Riscos:

▪ Pode contribuir para o aumento da carga de incêndio, propagação de incêndio


▪ Impacto nas operações dos meios de socorro
▪ Impacto na desenfumagem e calor

► Mitigação do Risco:

▪ Manutenção da vegetação
▪ Criar acessos para os meios de socorro
▪ Mecanismos de desenfumagem
▪ Aplicação de materiais com marcação CE ou homologados
5. Materiais e acabamentos interiores
Exemplo da análise de risco e medidas de mitigação [1]

Paredes, tetos e pavimentos de madeira (Moderado)

► Perigos/Riscos:

▪ Pode contribuir para a propagação do incêndio,


▪ Produção de fumo
▪ Aumento da carga de incêndio

► Mitigação do Risco:

▪ Sprinklers
▪ Utilização de retardantes
▪ Aplicação de materiais com marcação CE ou homologados

https://why-wood.com/wp-content/uploads/2022/11/Screenshot-2022-11-22-130803.png
5 Considerações finais
Considerações finais

1. Estão a verificar-se mudanças significativas na indústria da construção


com vista à adoção de práticas de construção ecologicamente responsáveis
e energeticamente eficientes

2. Nestas mudanças, é fundamental não descurar a garantia da SCIE


para assegurar a proteção das vidas humanas, do património
e do ambiente

3. A Construção Sustentável pode resultar em riscos de SCIE


que não são usualmente considerados num projeto
de construção tradicional

4. Os materiais sustentáveis não têm de proporcionar um


desempenho em relação ao fogo inferior ao dos seus
equivalentes tradicionais, se forem adotadas medidas apropriadas
de SCIE
Considerações finais

5. A utilização do projeto baseado no desempenho proporciona


flexibilidade na concretização dos objetivos de SCIE e
simultaneamente fomenta a inovação

6. Esta abordagem possibilita a otimização dos sistemas de


SCIE, assegurando que os objetivos de sustentabilidade
sejam alcançados sem comprometer a segurança

7. A regulamentação de SCIE deverá que ser adaptada,


de modo a melhor enquadrar a Construção
Sustentável
Obrigado pela atenção

Elisabete Cordeiro
eccordeiro@lnec.pt

Laboratório Nacional de Engenharia Civil


Reação ao fogo de novos materiais e
soluções construtivas inovadoras: uma
partilha do Itecons

António Nascimento
Desenvolvimento Tecnológico para a Construção,
Energia, Ambiente e Sustentabilidade
Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons
Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons
Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons

Itecons como Organismo de Avaliação Técnica

para produtos não abrangidos ou apenas


parcialmente abrangidos por uma norma
harmonizada (novos materiais e soluções
construtivas inovadoras)

Itecons como Laboratório de Ensaio

https://accept.uc.pt/processes
Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons

Lembrar que:

«As obras devem ser concebidas e realizadas de modo a que, no caso de se declarar um incêndio:

• a capacidade das estruturas de suporte de carga possa ser garantida durante um período de tempo determinado,

• a deflagração e propagação do fogo e do fumo dentro da obra sejam limitadas,

• a propagação do fogo às construções vizinhas seja limitada,

• os ocupantes possam abandonar a obra ou ser salvos por outros meios,

• a segurança das equipas de socorro esteja assegurada.»

DOCUMENTO INTERPRETATIVO Exigência Essencial n°. 2 «SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO» (94/C 62/01)
Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons

Portanto, o desempenho de um produto de construção em matéria de reação ao fogo deve ser classificado sempre
que a utilização prevista for tal que o produto possa contribuir para a deflagração e propagação de fogo e fumo no
compartimento ou zona de origem, ou mais além.

Reação ao fogo: Resposta de um material, em condições de ensaio especificadas, no que respeita à sua
contribuição, pela sua própria decomposição, para o fogo a que está exposto.

Resistência ao fogo: Aptidão de um elemento de construção para desempenhar, por período de tempo
determinado, as funções desejadas de suporte de cargas, estanquidade às chamas e gases quentes e/ou
isolamento térmico especificadas no ensaio de resistência ao fogo normalizado.
Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons

Para permitir a determinação do desempenho de reação ao fogo de produtos de construção foi desenvolvida uma
solução harmonizada (EN 13501-1)

Classificação adicional para “Produção de fumo”


s1 – A produção total de fumo assim como a taxa de propagação do fumo é limitada,
com critérios mais exigentes do que para s2.
s2 – A produção total de fumo assim como a taxa de propagação do fumo é limitada
s3 – Sem limitação

Classificação adicional para “Gotículas ou partículas incandescentes”


d0 – Ausência de gotículas ou partículas incandescentes ou que as mesmas não
provocam ignição
d1 – Não se observa a persistência de gotículas ou partículas incandescentes por um
período de tempo superior ao definido
d2 – Sem limitação
Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons
Produtos de construção, excluindo Produtos lineares de isolamento Revestimentos de
revestimentos de pavimento e produtos térmico de tubos pavimento
lineares de isolamento térmico de tubos

A1 A1L A1fl
A2-s1, d0 A2-s1, d1 A2-s1, d2 A2L-s1, d0 A2L-s1, d1 A2L-s1, d2 A2fl-s1 A2fl-s2
A2-s2, d0 A2-s2, d1 A2-s2, d2 A2L-s2, d0 A2L-s2, d1 A2L-s2, d2
A2-s3, d0 A2-s3, d1 A2-s3, d2 A2L-s3, d0 A2L-s3, d1 A2L-s3, d2
B-s1, d0 B-s1, d1 B-s1, d2 Bfl-s1 Bfl-s2
BL-s1, d0 BL-s1, d1 BL-s1, d2
B-s2, d0 B-s2, d1 B-s2, d2 BL-s2, d0 BL-s2, d1 BL-s2, d2
B-s3, d0 B-s3, d1 B-s3, d2
BL-s3, d0 BL-s3, d1 BL-s3, d2
C-s1, d0 C-s1, d1 C-s1, d2
CL-s1, d0 CL-s1, d1 CL-s1, d2 Cfl-s1 Cfl-s2
C-s2, d0 C-s2, d1 C-s2, d2
CL-s2, d0 CL-s2, d1 CL-s2, d2
C-s3, d0 C-s3, d1 C-s3, d2
D-s1, d0 D-s1, d1 D-s1, d2 CL-s3, d0 CL-s3, d1 CL-s3, d2
D-s2, d0 D-s2, d1 D-s2, d2 DL-s1, d0 DL-s1, d1 DL-s1, d2 Dfl-s1 Dfl-s2
D-s3, d0 D-s3, d1 D-s3, d2 DL-s2, d0 DL-s2, d1 DL-s2, d2
DL-s3, d0 DL-s3, d1 DL-s3, d2
E EL Efl
E-d2 EL-d2
F FL Ffl
Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons

EN 13501-1

revestimento de pavimentos

Calor de combustão Elemento isolado em


Incombustibilidade Ignitabilidade Ensaio do painel radiante
combustão – SBI
(EN ISO 1716) (EN ISO 1182) (EN ISO 11925-2) (EN ISO 9239-1)
(EN 13823)

Para as classes: Para as classes: Para as classes:


*Para as classes: A2, A2L,
A1, A2,
A1, A2, A1fl, A2fl, A1L e
B, C, D, E, F Para as classes:
A1fl, A2fl, B, BL,
A2 Bfl, Cfl, Dfl, Efl, Ffl, A2fl, Bfl, Cfl, Dfl
A1L eL A2L C, CL,
D e DL BL, CL, DL, EL e FL

Em condições específicas, o
ensaio também é relevante
para a classe A1 Produtos de construção e produtos lineares
de isolamento térmico de tubos, excluindo
revestimentos de pavimentos
Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons
ENSAIO DO ELEMENTO ISOLADO EM COMBUSTÃO ENSAIO DO PAINEL RADIANTE (EN ISO 9239-1)
SBI (EN 13823)
O ensaio de SBI tem como referência uma situação O ensaio tem como referência uma situação de fogo
de fogo num compartimento em que o produto em que o revestimento de pavimento está sujeito a
aplicado numa circunstância particularmente uma ação térmica radiativa provocada pela deflagração
desfavorável (formando um canto ou aplicado num de um fogo num compartimento adjacente e
canto), é objeto de ataque direto pelas chamas e comunicante com o espaço interior (zona de
pela radiação térmica originada pela combustão de circulação, p.e.) em que o revestimento está aplicado.
um elemento ou componente isolado (p.e. uma
pequena peça de mobiliário ou cesto de papéis).

Classe B-s1,d0

Classe Bfl-s1
Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons
EN 13501-1

Calor de combustão Elemento isolado em


Incombustibilidade Ignitabilidade Ensaio do painel radiante
combustão – SBI
(EN ISO 1716) (EN ISO 1182) (EN ISO 11925-2) (EN ISO 9239-1)
(EN 13823)

Para as classes: Para as classes: Para as classes:


*Para as classes: Em condições específicas, o A2, A2L,
A1, A2,
A1, A2, A1fl, A2fl, A1L e ensaio também é relevante B, C, D, E, F Para as classes:
A1fl, A2fl, B, BL,
A2 para a classe A1 Bfl, Cfl, Dfl, Efl, Ffl, A2fl, Bfl, Cfl, Dfl
A1L eL A2L C, CL,
D e DL BL, CL, DL, EL e FL

Determinação do comportamento à combustão lenta contínua sem chama (EN 16733:2016) – smouldering
Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons

DETERMINAÇÃO DO COMPORTAMENTO À COMBUSTÃO LENTA CONTÍNUA SEM CHAMA (EN 16733:2016)

A combustão lenta contínua sem chama e com ou sem luz visível, é geralmente
evidenciada pelo aumento da temperatura e/ou pela presença de efluentes
(fumo).
Um provete é montado verticalmente e exposto ao calor constante de um
queimador de gás propano com chama aplicada sobre a superfície do provete.

RESULTADOS:
• ENSAIO SATISFATÓRIO: o produto não demonstra propensão para a
combustão lenta contínua sem chama
• ENSAIO NÃO SATISFATÓRIO: o produto demonstra propensão para a
combustão lenta contínua sem chama
• A avaliação da propensão para a combustão lenta contínua sem chama do
produto não é possível
Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons

Avaliações Técnicas Europeias (ETAs) emitidas pelo Itecons

sistemas compósitos de
outros produtos isolamento térmico exterior
60% com revestimento aplicado
sobre isolante (ETICS)
27%

produtos para isolamento


sonoro a sons de
percussão
13%

Fonte: https://www.itecons.uc.pt/services/technical_evaluations
consultado a 10/10/2023
Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons

Tipo de produto: ETICS REFERÊNCIA PRODUTO DE ISOLAMENTO TÉRMICO CLASSE


Documento de avaliação europeu (DAE): 15/0804
poliestireno expandido (EPS);
B-s2,d0
ETAG 004 / EAD 040083-00-0404 aglomerado de cortiça expandida (ICB)
17/0342 poliestireno expandido (EPS) B-s2,d0
poliestireno expandido (EPS);
17/1014 C-s2,d0
aglomerado de cortiça expandida (ICB)
lã mineral (MW) 17/1014 poliestireno expandido (EPS) C-s3,d0
6% poliestireno 17/1014 lã mineral (MW) B-s2,d0
aglomerado de cortiça expandido (EPS)
expandida (ICB) 18/0258 poliestireno expandido (EPS) B-s2,d0
53%
41% poliestireno expandido (EPS);
18/0293 B-s1,d0
aglomerado de cortiça expandida (ICB)
19/0062 aglomerado de cortiça expandida (ICB) B-s1,d0
poliestireno expandido (EPS);
20/0061 B-s1,d0
aglomerado de cortiça expandida (ICB)
22/0327 poliestireno expandido (EPS) B-s1,d0
22/0582 poliestireno expandido (EPS) B-s2,d0
23/0581 aglomerado de cortiça expandida (ICB) B-s1,d0
23/0581 aglomerado de cortiça expandida (ICB) C-s2,d0

Fonte: https://www.itecons.uc.pt/services/technical_evaluations
consultado a 10/10/2023
Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons

Tipo de produto: underscreed para isolamento sonoro a


sons de percussão
Documentos de avaliação europeu (DAE):
EAD 040048-01-0502 – fibras de borracha
EAD 040049-00-0502 – espuma de poliuretano (PU)
EAD 190010-00-0502 – espuma granulada de
poliuretano, com ou sem cortiça granulada

https://amorimcorkcomposites.com/

Classificação da reação ao fogo: E


Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons

Tipo de produto: Granulado de cortiça


expandida
Documento de avaliação europeu (DAE):
EAD 040369-00-1201

https://www.amorimcorkinsulation.com/

Classificação da reação ao fogo: E


Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons

Tipo de produto: Isolamento térmico para


edifícios feitos de fardos de palha
Documento de avaliação europeu (DAE):
EAD 040146-00-1201

https://www.simbiotico.eco/ecospot/terrapalha

Classificação da reação ao fogo: E


Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons

Tipo de produto: Kits/sistemas de cofragem


perdida não resistente com base em blocos
vazados ou painéis de materiais isolantes e
eventualmente betão
Documento de avaliação europeu (DAE):
ETAG 009 (atual EAD 340309-00-0305)

https://www.smartbloc.no/

Classificação da reação ao fogo: B-s1,d0


Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons

Tipo de produto: Painéis minerais pré-


revestidos para tetos
Documento de avaliação europeu (DAE):
EAD 040036-00-0501

https://www.acustekpro.com/

Classificação da reação ao fogo: A2-s1,d0


Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons

Tipo de produto: Placa aglutinada com


cimento (Cement-bonded board)
Documento de avaliação europeu (DAE): EAD
210024-00-0504
Descrição do produto: produto não
homogéneo constituído por:

• componente substancial: núcleo com


cimento Portland e agregados

• componente não substancial externo:


malha de fibra de vidro
https://secolite.eu/pt/produtos/placa-de-cimento-secolite

Classificação da reação ao fogo: A1


Reação ao fogo de novos materiais e soluções construtivas inovadoras:
uma partilha do Itecons

EN 13501-1
Requisitos específicos para o ensaio do elemento isolado em
combustão (SBI), o ensaio de ignitabilidade e o ensaio do
painel radiante

A contribuição potencial de um produto para um incêndio não


depende apenas das suas propriedades intrínsecas e do
ataque térmico, mas também, em grande medida, da sua
utilização final na construção. Portanto, deverá ser ensaiado de
forma a simular a sua aplicação no uso final.

NOTA Deve notar-se que, como consequência de um produto ser


utilizado em diferentes aplicações de uso final, O PRODUTO
PODE TER DIFERENTES CLASSIFICAÇÕES RELACIONADAS
A CADA APLICAÇÃO.
Obrigado pela atenção

António Nascimento
antonio.nascimento@itecons.uc.pt

Desenvolvimento Tecnológico para a Construção,


Energia, Ambiente e Sustentabilidade
Novos sistemas de produção de
energia e riscos inerentes nos edifícios

Pedro Lopes
Escola Nacional de Bombeiros
Índice

❶ Painéis Fotovoltaicos num edifício

❷ Incêndios em painéis fotovoltaicos

❸ Intervenções na rede pública

❹ Componentes de um sistema fotovoltaico

❺ Baterias de iões de lítio

❻ Incêndios em bateria(s)
1 Sistema Fotovoltaico num edifício
Sistema Fotovoltaico num edifício

Novas fontes de energia sustentável


=> Painéis PV + Baterias (iões de lítio)
=> Risco acrescido para os moradores
e os próprios bombeiros
Sistema Fotovoltaico num edifício – painéis fotovoltaicos (PV)

Em contraste com os painéis solares térmicos que convertem luz solar em calor, os
painéis fotovoltaicos convertem luz solar em eletricidade, mantendo a produção
enquanto receberem radiação.

Painéis solares térmicos Painéis Fotovoltaicos (PV)


Sistema Fotovoltaico num edifício – painéis fotovoltaicos (PV)

Os painéis fotovoltaicos podem ser instalados em estruturas:

1. Coplanares 2. Triangulares 3. Este / oeste


Sistema Fotovoltaico num edifício – componentes

Os sistemas fotovoltaicos consistem essencialmente nos seguintes componentes:


1. Gerador fotovoltaico (PV);
2. Caixa de conexão do gerador (opcional);
3. Cablagem de corrente contínua;
4. Interruptores / seccionadores;
5. Inversor de Corrente Contínua (CC) em
Corrente Alternada (CA);
6. Cablagem de corrente alternada;
7. Sub-distribuição;
8. Alimentador e/ou contadores para consumo
próprio. 9. Alguns sistemas possuem ainda
baterias para acumulação energia.
Sistema Fotovoltaico num edifício – componentes

➢ Habitualmente, alguns dos componentes dos sistemas


fotovoltaicos são instalados no exterior, nas caves ou nas
garagens, em locais nem facilmente detetáveis, nem
acessíveis .
Sistema Fotovoltaico num edifício – componentes

➢ Seria fundamental que os bombeiros pudessem encontrar a placa de aviso sobre a


localização do sistema solar ou da(s) bateria(s) e onde os cortes de energia do sistema
podem ser feitos (preferencialmente deve estar do lado de fora do edifício).
Sistema Fotovoltaico num edifício – componentes

Um correto dimensionamento e escolha


de cada componente pode trazer um
maior retorno financeiro através do
maior desempenho do conjunto.

• Assim como os painéis, o sistema de montagem e as estruturas também não devem


ser de material combustível e devem resistir a ventos fortes.
Sistema Fotovoltaico num edifício – INVERSORES

Relativamente à localização dos inversores – componente particularmente


importante no sistema, podemos ter:

1. Inversor central (inversor string), localizado a certa distância dos painéis dos quais
recebe corrente contínua, podendo abranger até 22 módulos – 90% a 95% das
situações (tensões até 1500 V);

2. Microinversores localizados junto aos painéis e


que cobrem apenas 2 a 4 módulos no máximo
(tensões até 60 V).
2 Incêndios em painéis fotovoltaicos
Incêndios em painéis fotovoltaicos

Origem dos incêndios em sistemas


fotovoltaicos:

▪ Antigos;
▪ Danificados;
▪ Mal instalados ou com
▪ Componentes de baixa
qualidade.

Os locais e tipo de instalação destes sistemas dificultam/desmotivam as


indispensáveis ações de manutenção.
Fundamental um projeto adequado, uma boa instalação, boa operação e eficaz
manutenção, que salvaguardem uma operação sem sobressaltos.
Incêndios em painéis fotovoltaicos

Causas mais frequentes de incêndio:

1) Sobreaquecimento dos componentes;

2) Arco elétrico nas caixas e cabos de CC;

3) Falta de manutenção ou durante essa


manutenção;

4) Espaços ocultos combustíveis entre


Foto: O incêndio da foto ocorreu após 17 anos de
funcionamento sem qualquer manutenção (foto cortesia NREL). painel e cobertura do edifício;

…/…
Incêndios em painéis fotovoltaicos

Causas mais frequentes de incêndio (cont.):

5) Pontos e superfícies quentes gerados nos


painéis fotovoltaicos;
6) Deteção tardia por se tratar de zonas no
exterior do edifício;
7) Espaços reduzidos para acesso dos
bombeiros;

8) Dificuldade em isolar um painel fotovoltaico em caso de incêndio, uma vez que,


se houver luz solar, há geração de energia elétrica!
Incêndios em painéis fotovoltaicos

Uma das causas mais comuns de incêndio em telhados de grandes dimensões,


como é o caso dos grandes edifícios comerciais, é o arco de CC, originado por
instalação incorreta ou problemas nos materiais.
Incêndios em painéis fotovoltaicos

Os sistemas fotovoltaicos são particularmente sensíveis a arcos elétricos, devido às altas


correntes e tensões envolvidas. Arcos CC não se autoextinguem e podem atingir
temperaturas de até 3000 °C.
Até ao momento, não há nenhuma correção definitiva para evitar esses arcos CC.
Incêndios em painéis fotovoltaicos

Incêndio em painéis solares na Amazon


(Foto: Fresno Fire Department)

Amazon – 47 instalações com painéis solares nos EUA – Incêndios em PV em 12,7%


das instalações. Causas => má instalação ou falta manutenção programada.
Incêndios em painéis fotovoltaicos

➢ Cuidado especial: sistema não incorporado diretamente no material de cobertura,


existindo espaço entre a cobertura e os painéis (estruturas triangulares). Situação
problemática se houver acumulação de folhas e outros lixos por baixo do painel,
aumentando a carga de combustível disponível.
Incêndios em painéis fotovoltaicos

➢ Desligar o QGBT não desliga todo o sistema!

➢ Enquanto houver radiação recebida pelo Painel PV => vai haver produção de
energia e Corrente Contínua a circular!

➢ A existência de painéis fotovoltaicos =>

➢ A existência de painéis fotovoltaicos =>


pode comprometer a SCI e a segurança dos
Bombeiros – Eletrocussão é um perigo
genuíno!
Incêndios em painéis fotovoltaicos – Que precauções devem ser tomadas?

OS SISTEMAS NÃO SÃO TODOS IGUAIS! Certifique-se de fazer uma boa pesquisa e
recomende uma empresa qualificada e certificada.
Incêndios em painéis fotovoltaicos – Que precauções devem ser tomadas?

• Fundamental verificação regular – Atenção a danos por roedores ou outras


pragas – podem provocar graves problemas.

• Testes de rotina e manutenção


periódica são fundamentais para
evitar problemas!
Incêndios em painéis fotovoltaicos – Que precauções devem ser tomadas?

Não caia na armadilha de optar por painéis e sistemas mais baratos!


Escolha painéis solares certificados e pergunte ao instalador o que pode fazer para reduzir
os riscos durante o período de instalação.
Incêndios em painéis fotovoltaicos – Que precauções devem ser tomadas?

• Os sistemas devem ser constituídos por filamentos com um revestimento


retardante de chamas e ser compostos por materiais que emitam pouco fumo e
de baixa toxicidade.

• Os orifícios de passagem de cablagens e penetração de cabos devem estar


protegidos de forma a garantir a manutenção da compartimentação dos

locais de risco em situação de incêndio, o que


pode ser conseguido através da aplicação de
materiais intumescentes.
Incêndios em painéis fotovoltaicos – cuidados na intervenção

➢ Evolução: Painéis Fotovoltaicos mais


potentes, construídos para resistir a
intempéries. Mais difícil para os
bombeiros usar a ventilação tática
(abertura na cobertura para libertação do
calor, do fumo e dos gases quentes e
tóxicos).

➢ Painéis disfarçados na arquitetura do edifício, dificultam a sua identificação e


acarretam riscos acrescidos para os bombeiros.
Incêndios em painéis fotovoltaicos – cuidados na intervenção

➢ Como os novos modelos costumam ter designs elegantes e quase indetetáveis, os


bombeiros podem não saber se o prédio tem painéis fotovoltaicos até chegarem
junto a eles.

Mesmo quando os painéis fotovoltaicos


estão secos, os revestimentos repelentes de
poeira podem torná-los bem mais
escorregadios.
Incêndios em painéis fotovoltaicos – cuidados na intervenção

➢ Ficar longe do telhado é a técnica mais fácil


e segura para os bombeiros!

▪ O fogo pode ser apagado com segurança,


usando água em jato, a uma distância de 20
m, ou em neblina, a uma distância superior a
5 m.
Incêndios em painéis fotovoltaicos – cuidados na intervenção

▪ Um incêndio num painel fotovoltaico ou numa bateria não requer espuma para
ser extinto. Testes demonstraram ser a água o agente extintor mais eficaz.
Incêndios em painéis fotovoltaicos – cuidados na intervenção

➢ Painéis fotovoltaicos incendiados num telhado – costas desses painéis


construídas com material inflamável => desenvolvimento do incêndio. Se
houver uma quantidade considerável de chamas dentro ou ao redor dos
painéis fotovoltaicos => o telhado também em chamas => o COS deve
ordenar a retirada e operação em combate indireto.
Incêndios em painéis fotovoltaicos – cuidados na intervenção

É fundamental que os Bombeiros saibam previamente da existência do sistema de


painéis fotovoltaicos, de forma a fazerem avançar veículos de intervenção com
capacidade de água adequada a uma intervenção deste tipo.
Intervenções na rede pública

➢ Durante as interrupções de energia, os painéis solares ligados à rede precisam ser


desligados. Quando os funcionários da concessionária são chamados para consertar
linhas caídas, p.ex. elas não podem ter energia excedente produzida pelos painéis
que a enviam à rede. Se os painéis não desligarem, esses trabalhadores podem ser
colocados em situação de risco.

➢ Em conclusão, em interrupções não NÃO BASTA O


programadas ou em situação de incêndio, a
segurança na intervenção dos técnicos e dos
bombeiros está, antes de mais, na desativação
rápida de todo o sistema de produção
fotovoltaico.
3 Sistemas de Armazenamento Energia (ESS)
Sistemas de Armazenamento Energia (ESS)
Baterias de iões de lítio

A reação eletroquímica que ocorre


entre o cátodo e o ânodo,
conseguida pelos iões libertados
dos eletrólitos de sal de lítio,
permite o armazenamento de
energia elétrica nas respetivas
baterias.
Eletrólito é altamente inflamável!
A rutura pode causar a libertação de chama intensa.

Ao nível da segurança contra incêndio, as baterias de iões de lítio são um dos riscos mais
complexos com que os bombeiros hoje se confrontam, agravado pelo fato de estarem
presentes ao nível industrial, doméstico e nos veículos elétricos.
Incêndio em baterias de iões de lítio

➢ Se o sistema de armazenamento de energia (ESS – Energy Storage System) for


afetado pelo incêndio, o impacto da chama pode fazer com que o sistema se
degrade e possa induzir o desenvolvimento rápido do incêndio.

➢ É vital que os bombeiros arejem o compartimento do ESS, em especial se a


bateria estiver exposta a temperaturas acima dos 65,6ºC (150ºF).
Incêndio em baterias de iões de lítio

As causas de incêndio nas baterias de iões de lítio são diversas, sendo em


muitos dos casos devidas aos próprios processos desenvolvidos no interior das
baterias:

1. Sobrecarga elétrica durante as fases de carga


e descarga;

2. Curto-circuitos internos, quer mecânicos


quer térmicos, provocados por danos nos
isolamentos;

…/…
Incêndio em baterias de iões de lítio

3. Produz-se a evaporação do eletrólito, aumentando a pressão na


célula, com risco de produzir a rotura na cobertura. O eletrólito que
sai na forma de vapor é inflamável e pode incendiar-se ao entrar em
contacto com uma fonte de ignição, como uma chama viva, uma
chispa ou uma superfície quente, provocando uma reação em cadeia;
4. O ponto de não retorno designa-se por “thermal runaway” (“fuga
térmica”), falha interna ao nível da célula, que desencadeia um
processo de degradação auto-acelerado devido ao calor gerado,
resultando numa explosão e/ou incêndio intenso.
Incêndio em baterias de iões de lítio

• As causas que podem dar origem a uma “fuga térmica” podem ser:
✓Defeitos internos de fabrico;

✓Danos físicos;

✓Defeitos do separador devido à formação de dendritos;

✓Abuso mecânico (esmagamento / penetração);

✓Abuso térmico (altas temperaturas, exposição às chamas, etc.)

✓Abuso elétrico (sobrecarga, curto-circuito, etc.)


Incêndio em baterias de iões de lítio

• Medidas preventivas a tomar – todas as possíveis para evitar qualquer das


causas anteriormente referidas:

✓Proteção contra esmagamentos e perfuração;

✓Controle da temperatura nas baterias;

✓Compartimentação de baterias e zona de baterias;

✓Desligar e ventilar as zonas das células afetadas.


Incêndio em baterias de iões de lítio

Segundo a NFPA, a água é o agente extintor


mais eficaz para arrefecer um incêndio deste
tipo. A NFPA 855 indica que os locais de risco
devem ser protegidos com sprinklers seguindo a
NFPA 13 ou equivalente; são permitidos outros
sistemas de extinção sempre que comprovados
para estes riscos, como sejam SAEI por CO2, água
nebulizada (water mist), água pulverizada, etc.
Incêndio em baterias de iões de lítio

Os sistemas de deteção de incêndio desempenham um papel fundamental como


medida de deteção precoce, conseguindo deter a propagação da “fuga térmica” e
limitando o dano geral.
Incêndio em baterias de iões de lítio

➢ Bateria incendiada ou no interior de um edifício com um incêndio, os bombeiros


devem utilizar a água como para o painel fotovoltaico. Se a bateria estiver num
local apertado => arejar bem esse espaço e só depois intervir.
Incêndio em baterias de iões de lítio

➢ Atuais edifícios => áreas destinadas ao estacionamento e carregamento de


veículos, com as respetivas baterias. Acréscimo fatores de risco em situação de
incêndio, em especial nas baterias dos veículos e nos postos de carregamento –
incêndio de grande intensidade e dificílimo combate!
Obrigado pela atenção

Pedro Lopes
pedro.lopes@enb.pt

Escola Nacional de Bombeiros


Pausa para café
Sessão 4
A modelação e simulação da SCIE
Potencialidades e fragilidades

Moderador

José Cabeçadas Jesus


Ordem do Engenheiros Técnicos

Intervenções

João Viegas
Laboratório Nacional de Engenharia Civil

Paulo Prata Ramos


SFPE Portugal/Ordem dos Arquitetos

Nuno Lopes
Universidade de Aveiro
Simulação computacional do
escoamento de fumo

João Viegas
Laboratório Nacional de Engenharia Civil
Sumário

❶ Enquadramento

❷ Simulação do desenvolvimento do incêndio: Como?

❸ Análise da segurança: Como?

❹ Simulação do desenvolvimento do incêndio: Porquê?

❺ Comprovação da qualidade da simulação

❻ Conclusões
1 Enquadramento
Enquadramento

A segurança contra incêndio assente nos seguintes princípios gerais (Artigo 4.º da Lei n.º 123/2019 – Regime
Jurídico da Segurança contra Incêndio):

1 – O presente decreto-lei baseia-se nos princípios gerais:


da preservação da vida humana,
do ambiente e
do património cultural.
2 – Tendo em vista o cumprimento dos referidos princípios, o presente decreto-lei é de aplicação geral a todas
as utilizações de edifícios e recintos, visando em cada uma delas:
a) Reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndios;
b) Limitar o desenvolvimento de eventuais incêndios, circunscrevendo e minimizando os seus efeitos,
nomeadamente a propagação do fumo e gases de combustão;
c) Facilitar a evacuação e o salvamento dos ocupantes em risco;
d) Permitir a intervenção eficaz e segura dos meios de socorro.
Enquadramento

A segurança contra incêndio assente nos seguintes princípios gerais (Artigo 4.º da Lei n.º 123/2019 – Regime
Jurídico da Segurança contra Incêndio):

1 – O presente decreto-lei baseia-se nos princípios gerais:


da preservação da vida humana,
do ambiente e
do património cultural.
2 – Tendo em vista o cumprimento dos referidos princípios, o presente decreto-lei é de aplicação geral a todas
as utilizações de edifícios e recintos, visando em cada uma delas:
a) Reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndios;
b) Limitar o desenvolvimento de eventuais incêndios, circunscrevendo e minimizando os seus efeitos,
nomeadamente a propagação do fumo e gases de combustão;
c) Facilitar a evacuação e o salvamento dos ocupantes em risco;
d) Permitir a intervenção eficaz e segura dos meios de socorro.
Enquadramento

A segurança contra incêndio assente nos seguintes princípios gerais (Artigo 4.º da Lei n.º 123/2019 – Regime
Jurídico da Segurança contra Incêndio):

1 – O presente decreto-lei baseia-se nos princípios gerais:


da preservação da vida humana,
do ambiente e
do património cultural.
2 – Tendo em vista o cumprimento dos referidos princípios, o presente decreto-lei é de aplicação geral a todas
as utilizações de edifícios e recintos, visando em cada uma delas:
a) Reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndios;
b) Limitar o desenvolvimento de eventuais incêndios, circunscrevendo e minimizando os seus efeitos,
nomeadamente a propagação do fumo e gases de combustão;
c) Facilitar a evacuação e o salvamento dos ocupantes em risco;
d) Permitir a intervenção eficaz e segura dos meios de socorro.
Enquadramento

A segurança contra incêndio assente nos seguintes princípios gerais (Artigo 4.º da Lei n.º 123/2019 – Regime
Jurídico da Segurança contra Incêndio):

1 – O presente decreto-lei baseia-se nos princípios gerais:


da preservação da vida humana,
do ambiente e
do património cultural.
2 – Tendo em vista o cumprimento dos referidos princípios, o presente decreto-lei é de aplicação geral a todas
as utilizações de edifícios e recintos, visando em cada uma delas:
a) Reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndios;
b) Limitar o desenvolvimento de eventuais incêndios, circunscrevendo e minimizando os seus efeitos,
nomeadamente a propagação do fumo e gases de combustão;
c) Facilitar a evacuação e o salvamento dos ocupantes em risco;
d) Permitir a intervenção eficaz e segura dos meios de socorro.
Simulação do desenvolvimento
2 do incêndio: Como?
Simulação do desenvolvimento do incêndio: Como?

Modelos analíticos

Modelos computacionais

Modelos integrais (de zona)


Modelos de campo (CFD-Mecânica de fluidos
computacional)

Modelação física experimental


Simulação do desenvolvimento do incêndio: Como?

Modelos analíticos

Modelos computacionais

Modelos integrais (de zona)


Modelos de campo (CFD-Mecânica de fluidos
computacional)

Modelação física experimental

M f = 0,071Q 0 , 33
f (Z − Z0)
1, 67
1 + 0,026Q 0 , 67
f (Z − Z0)
−1, 67

Simulação do desenvolvimento do incêndio: Como?

Modelos analíticos

Modelos computacionais

Modelos integrais (de zona)


Modelos de campo (CFD-Mecânica de fluidos
computacional)

Modelação física experimental


Simulação do desenvolvimento do incêndio: Como?

Modelos analíticos

Modelos computacionais

Modelos integrais (de zona)


Modelos de campo (CFD-Mecânica de fluidos
computacional)

Modelação física experimental


Geometria
Campo de velocidade
Campo de temperatura
Simulação do desenvolvimento do incêndio: Como?

Modelos analíticos

Modelos computacionais

Modelos integrais (de zona)


Modelos de campo (CFD-Mecânica de fluidos
computacional)

Modelação física experimental


SIMULATION RESULTS
Soot

Velocity
Simulação do desenvolvimento do incêndio: Como?

Modelos analíticos

Modelos computacionais

Modelos integrais (de zona)


Modelos de campo (CFD-Mecânica de fluidos
computacional)

Modelação física experimental


Simulação do desenvolvimento do incêndio: Como?

Modelos analíticos

Modelos computacionais

Modelos integrais (de zona)


Modelos de campo (CFD-Mecânica de fluidos
computacional)

Modelação física experimental


EXUTOR Coordenadas [m] Área
x y z [m2]
1 0,00 2,60 28,80 2,54
2 -2,10 10,30 28,80 2,54
3 2,10 10,30 28,80 2,54
Modelo físico
Escoamento de fumo num átrio
Análise da segurança: Como?

• Simulação do desenvolvimento do incêndio:

• Crescimento da potência calorífica libertada


• Escoamento do fumo no interior do edifício
• Estimativa transiente das condições ambientais nos vários compartimentos

• Simulação da evacuação dos ocupantes

• Comparação da evacuação dos ocupantes com as condições ambientais

• Engenharia da segurança ao incêndio


Simulação do desenvolvimento
4 do incêndio: Porquê?
Simulação do desenvolvimento do incêndio: Porquê?

Situações em que o Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios (Portaria 135/2020)
formalmente permite o recurso a outras metodologias:

Por exemplo:
Artigo 149.º Instalações de desenfumagem dos pátios interiores
8 — São permitidas instalações de desenfumagem ativa, desde que produzam resultados
equivalentes aos das instalações referidas nos números anteriores.

Art.º 14.º do Regime Jurídico da Segurança contra Incêndio em Edifícios (Lei 123/2019)
Art.º 14.º do Regime Jurídico

No caso de edifícios e recintos novos, quando, comprovadamente, as disposições do regulamento técnico


referido no artigo 15.º sejam desadequadas face às grandes dimensões em altimetria ou planimetria ou às
suas características de funcionamento, ou de exploração ou construtivas, tais edifícios e recintos ou as suas
frações são classificados de perigosidade atípica e ficam sujeitos a soluções de SCIE que, cumulativamente:

a) Sejam devidamente fundamentadas pelo autor do projeto, com base em métodos de análise de risco
que venham a ser reconhecidos pela ANEPC ou em métodos de ensaio ou em modelos de cálculo, ou
com base em novas tecnologias ou em tecnologias não previstas na presente legislação, cujo
desempenho ao nível da SCIE seja devidamente justificado, no âmbito das disposições construtivas ou
dos sistemas e equipamentos de segurança;

b) (….)

c) Sejam explicitamente referidas como não conformes no termo de responsabilidade do autor do projeto;

d) Sejam aprovadas pela ANEPC, ou pelos órgãos executivos dos municípios, quando da 1.ª categoria de
risco.
Art.º 14.º do Regime Jurídico

No caso de edifícios e recintos novos, quando, comprovadamente, as disposições do regulamento técnico


referido no artigo 15.º sejam desadequadas, face às grandes dimensões em altimetria ou planimetria ou às
suas características de funcionamento, ou de exploração ou construtivas, tais edifícios e recintos ou as suas
frações são classificados de perigosidade atípica e ficam sujeitos a soluções de SCIE que, cumulativamente:

a) Sejam devidamente fundamentadas pelo autor do projeto, com base em métodos de análise de risco
que venham a ser reconhecidos pela ANEPC ou em métodos de ensaio ou em modelos de cálculo, ou
com base em novas tecnologias ou em tecnologias nãoÁtrios de grande
previstas na altura, armazéns
presente legislação, cujo
de grande altura, etc.
desempenho ao nível da SCIE seja devidamente justificado, no âmbito das disposições construtivas ou
dos sistemas e equipamentos de segurança;

b) (….)

c) Sejam explicitamente referidas como não conformes no termo de responsabilidade do autor do projeto;

d) Sejam aprovadas pela ANEPC, ou pelos órgãos executivos dos municípios, quando da 1.ª categoria de
risco.
Art.º 14.º do Regime Jurídico

No caso de edifícios e recintos novos, quando, comprovadamente, as disposições do regulamento técnico


referido no artigo 15.º sejam desadequadas, face às grandes dimensões em altimetria ou planimetria ou às
suas características de funcionamento, ou de exploração ou construtivas, tais edifícios e recintos ou as suas
frações são classificados de perigosidade atípica e ficam sujeitos a soluções de SCIE que, cumulativamente:

a) Sejam devidamente fundamentadas pelo autor do projeto, com base em métodos de análise de risco
que venham a ser reconhecidos pela ANEPC ou em métodos de ensaio ou em modelos de cálculo, ou
com base em novas tecnologias ou em tecnologias não previstas na presente Grandes parques decujo
legislação,
estacionamento
desempenho ao nível da SCIE seja devidamente justificado, no âmbito das disposições cobertos,ou
construtivas etc.
dos sistemas e equipamentos de segurança;

b) (….)

c) Sejam explicitamente referidas como não conformes no termo de responsabilidade do autor do projeto;

d) Sejam aprovadas pela ANEPC, ou pelos órgãos executivos dos municípios, quando da 1.ª categoria de
risco.
Art.º 14.º do Regime Jurídico

No caso de edifícios e recintos novos, quando, comprovadamente, as disposições do regulamento técnico


referido no artigo 15.º sejam desadequadas, face às grandes dimensões em altimetria ou planimetria ou às
suas características de funcionamento, ou de exploração ou construtivas, tais edifícios e recintos ou as suas
frações são classificados de perigosidade atípica e ficam sujeitos a soluções de SCIE que, cumulativamente:

a) Sejam devidamente fundamentadas pelo autor do projeto, com base em métodos de análise de risco
que venham a ser reconhecidos pela ANEPC ou em métodos de ensaio ou em modelos de cálculo, ou
com base em novas tecnologias ou em tecnologias não previstas na presente legislação, cujo
desempenho ao nível da SCIE seja devidamente justificado, no âmbito das disposições construtivas ou
dos sistemas e equipamentos de segurança;

b) (….)

c) Sejam explicitamente referidas como não conformes no termo de responsabilidade do autor do projeto;

d) Sejam aprovadas pela ANEPC, ou pelos órgãos executivos dos municípios, quando da 1.ª categoria de
risco.
Art.º 14.º do Regime Jurídico

No caso de edifícios e recintos novos, quando, comprovadamente, as disposições do regulamento técnico


referido no artigo 15.º sejam desadequadas, face às grandes dimensões em altimetria ou planimetria ou às
suas características de funcionamento, ou de exploração ou construtivas, tais edifícios e recintos ou as suas
frações são classificados de perigosidade atípica e ficam sujeitos a soluções de SCIE que, cumulativamente:

a) Sejam devidamente fundamentadas pelo autor do projeto, com base em métodos de análise de risco
que venham a ser reconhecidos pela ANEPC ou em métodos de ensaio ou em modelos de cálculo, ou
com base em novas tecnologias ou em tecnologias não previstas na presente legislação, cujo
desempenho ao nível da SCIE seja devidamente justificado, no âmbito das disposições construtivas ou
dos sistemas e equipamentos de segurança;

b) (….)

c) Sejam explicitamente referidas como não conformes no termo de responsabilidade do autor do projeto;

d) Sejam aprovadas pela ANEPC, ou pelos órgãos executivos dos municípios, quando da 1.ª categoria de
risco.
Comprovação da qualidade da simulação

CEN/TR 12101-5 (Secção 4.7)

Deverá ser disponibilizada documentação que indique que a filosofia de projeto do sistema de
desenfumagem e o seu cálculo satisfazem os objetivos de projeto.

Quando forem usados modelos computacionais de zona como parte do processo de projeto para executar
os cálculos recomendados na presente norma,
• todas as fórmulas matemáticas usadas nesses modelos,
• pressupostos considerados, e
• valores dos parâmetros de entrada deverão ser explicitamente incluídos na documentação
disponibilizada ao proprietário do edifício.

Adicionalmente, as informações relativas à validação dos modelos computacionais de zona usados no


projeto deverão ser incluídas na documentação. Quando tal informação de validação se encontrar em
documentação disponível ao público, deverão ser citadas as referências apropriadas.
Comprovação da qualidade
5 da simulação
Comprovação da qualidade da simulação

• Muito relevante!
• Experiência da entidade que desenvolve a simulação.

• Adequação da malha
• Forma e dimensões

• Respeito dos gradientes dos campos simulados


Validação – temperatura

C aso 3 - C oluna B

3.0

2.5

2.0 00:10
prev 00:10
Cota [m] 00:20
1.5 prev 00:20
00:30
prev 00:30
1.0 01:00
prev 01:00
02:00
0.5 prev 02:00
30:00
prev 30:00
0.0
0 50 100 150 200 250
T em peratura [ºC]
Validação – velocidade

2.5

1.5
Cota [m]

30:00
0.5
pre 30:00

0
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Velocidades [m/s]
Validação

Ensaios 501 e 502 do “Memorial Tunnel Fire


Ventilation Test Program”
Comprimento de 853 m
Altura de 7,94 m
Largura de 8,56 m
Tina (pool fire) de combustível líquido (Fuel
Oil No.2) a 238 m do portal sul
Ensaio 501, a media temporal da potência
calorífica foi de13,5 MW (HRRnominal = 20
MW)
METHODS

304
6 Conclusões
Conclusões

1. A adequação dos meios de segurança ao incêndio face às características próprias do edifício pode
obrigar ao recurso à figura de “perigosidade atípica”

2. A engenharia da segurança ao incêndio incorpora metodologias que permitem evidenciar a segurança

3. A comprovação da segurança exige evidências diversas (e.g., experiência da equipa, adequação da


malha, validação)
Obrigado pela atenção

João Viegas
jviegas@lnec.pt

Laboratório Nacional de Engenharia Civil


Modelação computacional de evacuação:
Limitações e virtudes

Paulo Prata Ramos


SFPE Portugal/Ordem dos Arquitetos
Índice

❶ Modelação computacional de evacuação

❷ Contexto da evacuação na SCIE

❸ Edifício hoteleiro existente (artigo 14.º-A RJ-SCIE)

❹ Conclusões
Modelação computacional de
1 evacuação
Modelação computacional de evacuação – O que é?

• Programa informático que prevê o possível movimento das pessoas num determinado cenário de
evacuação, tendo em conta as suas características físicas e as características dos ocupantes

• Ferramenta de projeto de SCIE numa abordagem pelo desempenho

Todos
dão para
martelar
2 Contexto da evacuação na SCIE
Contexto da evacuação na SCIE

• A SCIE é um todo complexo, interdependente Socorro


externo
Resistência
MAP
• A evacuação é uma das componentes da segurança estrutural

passiva
Extinção Comparti-
automática mentação
• A evacuação é crítica para a salvaguarda
da vida humana
Segurança
Passiva
• Não é o único meio disponível para salvaguardar a Meios de
intervenção SCIE Reação ao
fogo
vida humana
Segurança
Ativa
• A modelação pode servir para ver que determinado
problema de evacuação tem que ser resolvido com
Controlo de
Evacuação
fumo

outro sistema
Deteção e Instalações
• A eficácia da evacuação está dependente de outros alarme
Sinalética e
técnicas

sistemas, sendo necessário uma abordagem holística iluminação


Contexto da evacuação na abordagem pelo desempenho

Tempo disponível
Tempo necessário
para evacuação Muito maior que
para evacuação
segura
• Numa abordagem de projeto baseado no
desempenho (performance-based design – PBD)
é feita a verificação da salvaguarda da vida 𝑡 𝑡
humana
𝐴𝑆𝐸𝑇 ≫ 𝑅𝑆𝐸𝑇
• Isso faz-se analisando a exposição dos
ocupantes ao perigo durante a evacuação
(ISO/TR 16738)

• Os tempos são estimados com base em


Margem de
estatísticas, modelos numéricos ou
segurança
computacionais
Contexto do movimento na evacuação

• Os modelos computacionais de evacuação


permitem estimar o tempo de movimento dos
ocupantes, que é uma das componentes do
tempo total de evacuação (ISO/TR 16738)
• Pré-evacuação: deteção, verificação e alarme
Evacuação
• Evacuação: reconhecimento, reação ao alarme e
movimento
• O tempo de reação ao alarme é aquele cuja
estimativa é mais falível Pré-
evacuação
• Dependendo do contexto (noite/dia) ou da
utilização-tipo, o tempo de reação ao alarme
pode ser maior que o tempo de movimento Movimento
Compreender a “mecânica” do movimento

• O movimento pode ser descrito / interpretado com modelos matemáticos


• É possível estabelecer paralelo com dinâmica de fluídos compressíveis
• Por vezes os resultados podem ser contraintuitivos (reduzir para aumentar)

𝑑
𝑡𝐷𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎çã𝑜 =
𝑘 − 𝑎𝑘𝐷

𝑃
𝑡𝑅𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖çã𝑜 =
(𝑘 − 𝑎𝑘𝐷) × 𝐷 × 𝐿𝑒
Edifício hoteleiro existente
3 (artigo 14.º-A RJ-SCIE)
Edifício hoteleiro existente (artigo 14.º-A RJ-SCIE)

• Hotel (UT VII de 4.ª CR) com centro de congressos (UT VI de 2.ª CR)
• Na sequência de uma auditoria, propuseram-se melhorias na evacuação (percursos de evacuação
alternativos, novas saídas para o exterior)
• Modelação da evacuação total do edifício com PathFinder
• Cenário com sala de refeições e centro de congressos com efetivo máximo
• Referencial – Comparação do existente com o proposto (imagem abaixo 150 s)

Existente Proposto
Edifício administrativo (perigosidade atípica, artigo 14.º RJ-SCIE)

• Edifício administrativo (UT III de 3.ª CR) com 14 pisos (grande altura)
• Espaços administrativos com ~45.000 m2 e efetivo total de ~5.000 ocupantes
• Vias de evacuação a cumprir os requisitos do RT-SCIE
• Modelação com Pathfinder levando ~30 min para evacuação total (!)
• Através da matriz de comando e sequenciação de alarme (evitar evacuação simultânea, diminuindo a
densidade de pessoas nas vias) reduziu para ~15 min
• Conjugado com modelação de incêndios (CFast)
Edifício hoteleiro (perigosidade atípica, artigo 14.º RJ-SCIE)

• Hoteleiro (UT VII de 3.ª CR + UT IX 2.ª CR) com ~1.600 ocupantes


• Vias de evacuação e controlo de fumo a cumprir os requisitos do RT-SCIE
• Modelação de evacuação conjugada com modelação de incêndio mostrou não haver condições de
segurança adequadas (tASET ≫ tRSET)
• O modelo mostra quão absurdo são os índices de ocupação do RT-SCIE
• Através da matriz de comando e sequenciação de controlo de fumo, conseguiu-se alcançar condições de
sustentabilidade para a evacuação
4 Conclusões
Modelação computacional de evacuação – Conclusões

• É uma ferramenta poderosa de projeto, MAP e auditoria, permitindo estimar o tempo de movimento da
evacuação

• É necessário um conhecimento profundo das suas limitações e virtudes e estimar as demais componentes
temporais até se concluir a evacuação

• Cumprir o regulamento prescritivo na íntegra não assegura, por si só, a segurança dos ocupantes

• A modelação computacional de evacuação, associada a outros modelos, permite fazer essa verificação

• A modelação computacional de evacuação permite aferir a eficácia das medidas de SCIE, muito para além
da evacuação

• Isso só é possível se for devidamente contextualizada na estratégia global de SCIE e houver um


referencial de avaliação (critério exigencial)
Obrigado pela atenção

Paulo Prata Ramos


paulo.ramos@etu.pt

SFPE Portugal/Ordem dos Arquitetos


Modelação do comportamento ao
fogo de estruturas em aço inoxidável

Nuno Lopes & Paulo Vila Real


RISCO, Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Aveiro
Índice

❶ Introdução

❷ O aço inoxidável em estruturas

❸ Determinação da resistência ao fogo de estruturas metálicas

❹ Estudo comparativo de estruturas em aço inoxidável ao fogo

❺ Considerações finais
Introdução
1 Resistência ao fogo de estruturas | O aço inoxidável
em estruturas
Avaliação da resistência ao fogo de estruturas

Critério R – capacidade de suporte de carga


Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios
(Portaria n.º 1532/2008; 1ª alteração Portaria n.º 135/2020 de 02 de junho; Declaração de Retificação n.º 26/2020​)
❑ Resistência ao fogo de elementos estruturais e incorporados (Capítulo I)
◼ Resistência ao fogo de elementos estruturais (Artigo 15º)
- Consoante o seu tipo, os elementos estruturais de edifícios devem possuir uma resistência ao fogo que garanta as suas funções de suporte de cargas,
de isolamento térmico e de estanquidade durante todas as fases de combate ao incêndio, incluindo o rescaldo, ou, em alternativa, devem possuir a
resistência ao fogo padrão mínima indicada no quadro IX:

Fogo natural

A verificação deve ser feita de acordo com o estipulado nas normas nacionais ou comunitárias aplicáveis.
Avaliação da resistência ao fogo de estruturas

• Valores tabelados
• Avaliação analítica (métodos simplificados de cálculo)
• Avaliação numérica (métodos avançados de cálculo)

DIAMO

FILE: A
NODES:
BEAMS:
TRUSSE
SHELLS
SOILS: 0

DISPLAC

TIME: 57

X
1.0 E+01 m
Avaliação da resistência ao fogo de estruturas

NP EN 1993-1-2:2010
O aço inoxidável

Desde há cerca de 200 anos que é conhecido que a


adição de crómio ao aço comum melhora a sua
resistência à corrosão. Mas, apenas no início do século
XX surgiu o novo material aço inoxidável.

A sua resistência à corrosão resulta de uma camada


transparente e bem aderente de óxido rica em crómio
que se forma espontaneamente à superfície, na
presença do ar ou de outro qualquer ambiente
oxidante.

(EuroInox & SCI, 2003)


O aço inoxidável

Euros por ton


8000
Vantagens: S235
7000
1.4301 (304)
6000
Resistência à corrosão 1.4401 (316)
5000

Aparência estética 4000


3000
Reduzido custo de manutenção 2000
1000
Resistência mecânica e ductilidade 0

Tenacidade e resistência ao impacto


Fonte: www.meps.co.uk (para placas laminadas a quente)
Comportamento a temperaturas elevadas preço do aço
inoxidável /
preço do S235 1.4301 (304)
8
1.4401 (316)
7
6
Desvantagens: 5 4,9
4
Regras de projeto menos desenvolvidas 3 3,2
2
1
Custo inicial 0
O aço inoxidável

Análise do custo de ciclo de vida

Os seguintes itens devem ser considerados:

• Custos iniciais
Poupança de custos em camadas de proteção à corrosão e proteção ao fogo.

• Custos operacionais
A excelente resistência à corrosão beneficia:
• a redução dos custos e frequências de inspeção
• a redução dos custos de manutenção
• e o aumento da vida de serviço

• Valor residual
O aço inoxidável tem um alto valor no final da vida da estrutura
O aço inoxidável em estruturas
2 Aplicações estruturais | Propriedades a altas
temperaturas
Disponibilidade de produtos

Os produtos em aço inoxidável podem ser cortados, soldados, enformados e fabricados tão facilmente como
os aços comuns.

Exemplos Tipos Formas


Secções ocas (tubulares) Secções circulares ocas (CHS)
Secções elípticas ocas (EHS)
Secções retangulares ocas (RHS)
Secções quadradas ocas (SHS)
Secções abertas Cantoneiras de abas iguais e desiguais
Canais
Secções em 'T'
Secções em 'I' (colunas/vigas universais)
Secções planas perfiladas Secções enformadas e paineis
Secções sólidas (barras) Circulares (redondas)
Retangulares (planas)
Quadradas
Hexagonais
Disponibilidade de produtos

Perfis HEB acalandrados em aço


inoxidável 1.4404 (316L) para
plataforma de lançamento da NASA

(Montanstahl.com, 2023)
https://www.montanstahl.com/blog/bent-stainless-steel-heb-beams/
Disponibilidade de produtos

Ponte pedonal em aço inoxidável através de impressão 3D, com uma forma totalmente não uniforme.

(MX3D, 2020)
https://mx3d.com/projects/mx3d-bridge/
Casos de aplicação

O elevado custo inicial do aço inoxidável tem restringido o seu uso a aplicações com elevado valor
arquitetónico ou que requeiram elevada resistência à corrosão:
- localizadas à beira mar
- de instalações nucleares
- de instalações químicas
- de instalações petrolíferas
- de instalações de águas residuais
- de instalações de armazenamento de alimentos
No entanto, quando considerado o completo custo de ciclo de vida das estruturas, o aço inoxidável pode
tornar-se uma opção competitiva para outras aplicações comuns.
Casos de aplicação

Ilha em Graz, Áustria (fotos 2007, construção 2003)


Casos de aplicação

Sanomatalo Building,
Helsinkia, Finlândia (1999)
Casos de aplicação

(Euroinox, 2002)

Villa Inox,
Tuusula, Finlândia (2000)
Casos de aplicação

Estação de comboios de Gent-Sint-Pieters,


Gent, Bélgica (2008)
Propriedades mecânicas à temperatura normal

EN 1993-1-4: Regras gerais e regras suplementares para aço inoxidável

Tipos de aço inoxidável Classificação de acordo com a EN 10088


Ferríticos 1.4003, 1.4016, 1.4512

Austeníticos 1.4306, 1.4307, 1.4541, 1.4301, 1.4401, 1.4404,


1.4539, 1.4571, 1.4432, 1.4435, 1.4311, 1.4406,
1.4439, 1.4529, 1.4547, 1.4318

Austeníticos-ferríticos 1.4362, 1.4462


Outras designações comuns: 304 = 1.4301 304L = 1.4307
316 = 1.4401 316L = 1.4404
Duplex = Austeniticos-ferriticos
Propriedades mecânicas à temperatura normal

Aço Inoxidável Vs Aço carbono

Aço Aço Aço


carbono inoxidável inoxidável
S235 1.4301 1.4401
Tensão convencional de
235 210 220
cedência (MPa)

Tensão de rotura (MPa) 360 520 530

Extensão após rotura 15% 45% 40%


Propriedades mecânicas a temperaturas elevadas

EN 1993-1-2: Regras gerais e Verificação da resistência ao fogo (Anexo C)

Tipos de aço inoxidável Classificação de acordo com a EN 10088


Ferríticos 1.4003

Austeníticos 1.4301, 1.4401, 1.4404, 1.4571

Austeníticos-ferríticos 1.4462
Propriedades mecânicas a temperaturas elevadas

Fatores de redução da tensão de cedência a altas temperaturas


 (
k y ,q = f 0.2 p,q + k 2%,q f u ,q − f 0.2 p,q ) f1
y
k y, q Grade 1.4301
1.4 Grade 1.4401/1.4404
Grade 1.4003
Grade 1.4571
1.2
Grade 1.4462
Carbon Steel
1.0

0.8

0.6

0.4

0.2

0.0 q (ºC)

mo
c,
,TL
q 

0 200 400 600 800 1000 1200


Propriedades mecânicas a temperaturas elevadas

s (MPa) Room20 ºC
temperature
Aço inoxidável
Stainless Steel
600 Aço carbono
Carbon Steel

500

400

𝑓2%,𝑠𝑠 =291 300

𝑓𝑦,𝑐𝑠 =235
200
𝑓0.2𝑝,𝑠𝑠 =210
100

0 e
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4

e=0.002
e=0.02
(residual)
(total) O dimensionamento ao fogo proposto na EN 1993-1-2 admite a ocorrência de maiores
deformações que à temperatura normal, por se tratar de uma ação de acidente.
Propriedades mecânicas a temperaturas elevadas

Fatores de redução da tensão de cedência a altas temperaturas


 (
k y ,q = f 0.2 p,q + k 2%,q f u ,q − f 0.2 p,q ) f1
y
k y, q Grade 1.4301
a 600ºC 1.4 Grade 1.4401/1.4404
Grade 1.4003
Grade 1.4571
1.2
Grade 1.4462
Carbon Steel
1.0

0.8
0.7 f y , 20º C
0.6

0.47 f y , 20ºC 0.4

0.2

0.0 q (ºC)

mo
c,
,TL
q 

0 200 400 600 800 1000 1200


Propriedades mecânicas a temperaturas elevadas

20 ºC
1.4301
s 100 ºC
200 ºC
700 300 ºC
400 ºC
600
500 ºC

500 600 ºC
700 ºC
400 800 ºC
900 ºC
300 1000 ºC
1100 ºC
200

100

0 e
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35 0.40
Propriedades mecânicas a temperaturas elevadas

Fatores de redução do módulo de elasticidade a altas temperaturas

k E, q
a 600ºC 1.0
Stainless steel
Aço inoxidável
Aço carbono
Carbon steel
0.8
0.76 E20ºC
0.6

0.4

0.31E20ºC
0.2

0.0 q (ºC)
0 200 400 600 800 1000 1200

comLT,,q

Propriedades mecânicas a temperaturas elevadas

Tensão (MPa)
450

400

350

300

250

200
500ºC-S235 500ºC-1.4301 500ºC-1.4401
150
600ºC-S235 600ºC-1.4301 600ºC-1.4401
100
700ºC-S235 700ºC-1.4301 700ºC-1.4401
50

0
Extensão
Determinação da resistência ao
3 fogo de estruturas metálicas
Métodos simplificados de cálculo |
Métodos avançados de cálculo
Determinação da resistência ao fogo de estruturas metálicas

P. Vila Real, Manual de dimensionamento ao fogo de estruturas


metálicas, CMM, 2021

J.-M. Franssen, P. Vila Real, Fire Design of steel Structures, ECCS,


Ernst & Sohn, 2nd edition, 2015
Determinação da resistência ao fogo de estruturas metálicas

Engenharia de segurança estrutural ao fogo vs. Classificação


Prescritiva: Bas. no desempenho:
Fogo nominal Fogo natural

Elemento Classificação (R##) Engenharia de


segurança estrutural
ao fogo

Parte de estrutura DIAMOND 2007 for SAFIR

FILE: A
NODES: 6468
BEAMS: 3004
Engenharia de Engenharia de
TRUSSES: 0

segurança estrutural segurança estrutural


SHELLS: 0
SOILS: 0

DISPLACEMENT PLOT ( x 1)

TIME: 5752.042 sec

ao fogo (R##) ao fogo

X
1.0 E+01 m
Determinação da resistência ao fogo de estruturas metálicas

Procedimento para a determinação do comportamento ao fogo de estruturas

Ação do fogo (curva de temperatura-tempo)

Análise térmica da secção


DIAMOND 2007 for SAFIR

FILE: UB356x171x51
NODES: 90
ELEMENTS: 88

SOLIDS PLOT
TEMPERATURE PLOT

TIME: 3600 sec


648.90
646.40
643.90
641.40
638.90
636.40
633.90
631.40
628.90

X Z

Comportamento da estrutura até ao


colapso em função do tempo
DIAMOND 2007 for SAFIR

FILE: A
NODES: 6468
BEAMS: 3004
TRUSSES: 0
SHELLS: 0
SOILS: 0

DISPLACEMENT PLOT ( x 1)

TIME: 5752.042 sec

X
Determinação da resistência ao fogo de estruturas metálicas

Eurocódigos estruturais – Verificação analítica ou numérica

✓ EN 1990 Eurocódigo – Bases de projeto


Combinação: situação de acidente
 1,1 ou  2 ,1 de acordo com os anexos nacionais
G + (1or 2),1  Q1 +  2,i  Qi O Anexo Português recomenda o valor frequente  1,1
i 1

✓ EN 1991 Eurocódigo 1 – Ações em estruturas


Parte 1.2 ação do fogo (EN 1991-1-2)
Determinação da ação do fogo

✓ EN 1993 Eurocódigo 3 – Projeto de estruturas de aço


Parte 1.2 ação do fogo (EN 1993-1-2)
Análise térmica da secção
Análise mecânica da estrutura
Avaliação analítica (métodos simplificados de cálculo)

NP EN 1993-1-2:2010
Avaliação analítica (métodos simplificados de cálculo)

Anexo C da NP EN 1993-1-2

• As fórmulas de cálculo da resistência ao fogo são as mesmas propostas para os elementos de


aço carbono, incluindo a classificação da secção (mas com os limites da EN 1993-1-4).

• A temperatura crítica é calculada interpolando o fator de redução da tensão correspondente a 2%


da deformação total (classes 1, 2 e 3) ou a tensão de proporcionalidade a 0,2% (classe 4), com
base no grau de utilização.
• Nota: a fórmula na parte 1-2 do EC3 para determinar a temperatura crítica dos elementos em aço carbono das
1
classes 1, 2 e 3 𝜃𝑎,𝑐𝑟 = 39.19𝑙𝑛 + 482 º𝐶 não pode ser usada.
0.9674𝜇03.833 − 1

𝑓𝑦,𝜃 Classes 1, 2 e 3 𝑓𝑦,𝜃 = 𝑓0.2𝑝,𝜃 + 𝑘2%,𝜃 𝑓𝑢,𝜃 − 𝑓0.2𝑝,𝜃


𝑘𝑦,𝜃 =
𝑓𝑦 Classe 4 𝑓𝑦,𝜃 = 𝑓0.2𝑝,𝜃 = 𝑘0.2𝑝,𝜃 𝑓𝑦
Avaliação analítica (métodos simplificados de cálculo)

Caso de elementos sujeitos a compressão axial


1
N fi,b, Rd =  fi Ak y ,q f y
 M , fi
1 1 2
 i , fi = 1 q = 1 +   q +  q
i ,q +
2
i2,q −  i ,q 2  

0.5
 k y,q 
 = 0.65 235 / f y q =   
 k E ,q 

𝛾𝑀,𝑓𝑖 = 1.0

para secções de classe 4 a Aeff deve ser utilizada em vez da A


Avaliação analítica (métodos simplificados de cálculo)

Oferecido com o livro:


J.-M. Franssen, P. Vila Real, Fire Design of steel
Structures, ECCS, Ernst & Sohn, 2nd edition, 2015
Avaliação numérica (métodos avançados de cálculo)

NP EN 1993-1-2:2010
Avaliação numérica (métodos avançados de cálculo)

Para análises estruturais (normalmente não lineares geométrica e materialmente), a evolução temperatura-
tempo e a geometria da secção (criadas durante a análise térmica anterior) são necessárias.

Adicionalmente:
✓ Malha
✓ Restrições
✓ Cargas
✓ Imperfeições geométricas
✓ Tensões residuais

O procedimento de cálculo deve considerar a dependência da temperatura e ambas a rigidez e


resistência da estrutura (Lei constitutiva).

A estratégia de cálculo é baseada num procedimento incremental (passo a passo) até ao colapso da
estrutura, definido normalmente como o instante em que a matriz de rigidez deixa de ser positiva
definida, assim tornando impossível estabelecer o equilíbrio.
Avaliação numérica (métodos avançados de cálculo)

Estruturas com elementos finitos de viga

Análises no plano
Análises no espaço

EF de viga 2D
EF de viga 3D
Estado de tensão unidimensional
Estado de tensão unidimensional
Avaliação numérica (métodos avançados de cálculo)

Estruturas com elementos finitos de casca


Diamond 2009.a.5 for SAFIR
FILE: o
NODES: 6849 Diamond 2009.a.5 for SAFIR
BEAMS: 0
TRUSSES: 0
SHELLS: 6663 FILE: o
SOILS: 0
NODES: 6849
DISPLACEMENT PLOT ( x 20)
BEAMS: 0
TIME: 7229.51 sec
TRUSSES: 0
SHELLS: 6663
SOILS: 0

SHELLS PLOT
DISPLACEMENT PLOT ( x 20)

TIME: 7229.51 sec


Shell Element

Y X Diamond 2009.a.5 for SAFIR


FILE: o
5.0 E-02 m NODES: 6849
BEAMS: 0
TRUSSES: 0
SHELLS: 6663
SOILS: 0

DISPLACEMENT PLOT ( x 20)

TIME: 7229.51 sec

Y X
EF de casca
5.0 E-01 m
Z

Y X

1.0 E-01 m
Estado plano de tensão
Secções de Classe 4 (encurvadura local)
Avaliação numérica (métodos avançados de cálculo)

Estruturas com elementos finitos de viga e casca

Laje de
betão com
EF de viga

Perfil em
aço com EF
de casca

Vigas mistas com perfis metálicos alveolados


Avaliação numérica (métodos avançados de cálculo)

Estruturas com elementos finitos de viga e casca

Laje de Perfis em
betão com aço com EF
EF de casca de viga
Efeito de membrana

Laje de betão suportada por vigas e colunas metálicas


Avaliação numérica (métodos avançados de cálculo)

Ligação da análise térmica com a análise estrutural


Para elementos finitos de viga, a análise térmica é feita com elementos finitos 2D

O elemento de viga é constituido por fibras que correspondem ao prolongamento dos elementos no eixo
longitudinal. Em cada ponto de integração, todas as variáveis (temperatura, tensões e extensões) são constantes
em cada fibra.
Avaliação numérica (métodos avançados de cálculo)

Ligação da análise térmica com a análise estrutural


Para elementos finitos de casca, a análise térmica é feita com elementos finitos 1D
Diamond 2009.a.5 for SAFIR
Diam ond 2009.a.5 for SAFIR
FILE: o FILE: t10
NODES: 6849 NODES: 18
BEAMS: 0
TRUSSES: 0
ELEM ENT S: 8
SHELLS: 6663
SOILS: 0 SOLIDS PLOT
TEM PERATURE PLOT
SHELLS PLOT

T IME: 4380 sec


t22.tsh 676.00
t25bp.tsh 600.00
t16p1.tsh
517.14
t12.tsh
t16.tsh 434.29
t40.tsh 351.43
t18.tsh 268.57
t8.tsh
t14p2.tsh
185.71
Y t6p3.tsh 102.86
Diam ond 2009.a.5 for SAFIR
t8v5.tsh 20.00
FILE: o
X Z t55.tsh NODES: 6849
t10.tsh BEAMS: 0
<T min Diam ond 2009.a.5 for SAFIR
T RUSSES: 0
t10p2.tsh FILE: o
SHELLS: 6663 NODES: 6849
t10p1.tshSOILS: 0 BEAMS: 0
T RUSSES: 0 Diam ond 2009.a.5 for SAFIR
t28.tsh SHELLS: 6663
SHELLS PLOT SOILS: 0
t10ic.tsh FILE: o

L
SHELLS PLOT
t6ic.tsh
t22.tsh
NODES: 6849
t10i.tsh

Aço
t22.tsh
t6i.tsh
t25bp.tsh
t25bp.tsh
BEAMS: 0
t16p1.tsh t16p1.tsh
t30.tsh t12.tsh t12.tsh T RUSSES: 0

E
t16.tsh
t16.tsh
t8p3.tsh t40.tsh
t40.tsh SHELLS: 6663
t18.tsh
t14.tsh t18.tsh t8.tsh
SOILS: 0
t8.tsh t14p2.tsh
t25.tsh t6p3.tsh
t14p2.tsh t8v5.tsh
t12lf.tsh t6p3.tsh t55.tsh Diam ond 2009.a.5 for SAFIR

t8v1.tsh t8v5.tsh t10.tsh SHELLS PLOT


FILE: o
NODES: 6849
t10p2.tsh
t55.tsh t10p1.tsh
BEAMS: 0

t14v1.tsh t10.tsh t28.tsh


T RUSSES: 0
SHELLS: 6663
SOILS: 0
t9h.tsh t10p2.tsh t10ic.tsh
t6ic.tsh SHELLS PLOT
t10p1.tsh
t6h.tsh t10i.tsh
t28.tsh t6i.tsh
t22.tsh t22.tsh
t55le.tsh t10ic.tsh t30.tsh t25bp.tsh

t18le.tsh t6ic.tsh
t8p3.tsh
t14.tsh
t16p1.tsh
t12.tsh
t16.tsh
t25bp.tsh
t10i.tsh t25.tsh t40.tsh
t16le.tsh t6i.tsh t12lf.tsh t18.tsh
t8.tsh
t16p1.tsh
t8v1.tsh
t16ld.tsh t30.tsh
t14v1.tsh
t14p2.tsh
t6p3.tsh t12.tsh

L
t8p3.tsh t9h.tsh t8v5.tsh
t40lb.tsh t55.tsh
t14.tsh
Z
t6h.tsh
t55le.tsh
t10.tsh
t10p2.tsh
t16.tsh
t10a.tsh t25.tsh t10p1.tsh

t12lf.tsh Y X
t18le.tsh
t16le.tsh
t28.tsh
t10ic.tsh
t40.tsh
t6ic.tsh
t8v1.tsh t16ld.tsh

t14v1.tsh t40lb.tsh
t10i.tsh
t6i.tsh
t18.tsh

F
t10a.tsh t30.tsh
t9h.tsh t8p3.tsh
t14.tsh
t8.tsh
t6h.tsh t25.tsh

t55le.tsh
t12lf.tsh
t8v1.tsh
t14p2.tsh
t14v1.tsh
Z t18le.tsh
t16le.tsh
t9h.tsh
t6h.tsh
t6p3.tsh
Z t55le.tsh
t16ld.tsh Y X
t18le.tsh
t16le.tsh t8v5.tsh
Y X t40lb.tsh t16ld.tsh

Z t10a.tsh
t40lb.tsh
t10a.tsh t55.tsh
Y X t10.tsh
t10p2.tsh
t10p1.tsh
t28.tsh
t10ic.tsh
Diam ond 2009.a.5 for SAFIR
t6ic.tsh
FILE: o
NODES: 6849
BEAMS: 0
t10i.tsh
T RUSSES: 0
t6i.tsh

Em elementos de casca, a distribuição de temperaturas pode ser não-


SHELLS: 6663
SOILS: 0

SHELLS PLOT
t30.tsh

L t22.tsh
t25bp.tsh
t16p1.tsh
t12.tsh
t16.tsh
t8p3.tsh
t14.tsh
t25.tsh

uniforme na espessura do elemento de casca não tendo transferência de D


t40.tsh
t18.tsh t12lf.tsh
t8.tsh
t14p2.tsh
t6p3.tsh
t8v1.tsh
t8v5.tsh
t55.tsh t14v1.tsh
t10.tsh
t10p2.tsh
t10p1.tsh
t9h.tsh
t28.tsh
t10ic.tsh t6h.tsh

calor no plano do elemento


t6ic.tsh
Z t10i.tsh
t6i.tsh
t55le.tsh
t30.tsh
t18le.tsh
Y X t8p3.tsh
t14.tsh
t25.tsh t16le.tsh
t12lf.tsh
t8v1.tsh
t14v1.tsh
t16ld.tsh
t9h.tsh
t6h.tsh t40lb.tsh
Z t55le.tsh

Y X
t18le.tsh
t16le.tsh
t10a.tsh
t16ld.tsh
t40lb.tsh
t10a.tsh
Avaliação numérica (métodos avançados de cálculo)

Ligação da análise térmica com a análise estrutural


Para elementos finitos de casca, a análise térmica é feita com elementos finitos 1D

Betão

Em elementos de casca, a distribuição de temperaturas pode ser não-


uniforme na espessura do elemento de casca não tendo transferência de
calor no plano do elemento
Estudo comparativo de estruturas
4 em aço inoxidável ao fogo
Métodos simplificados | Análise numérica |
Estudo paramétrico
Métodos simplificados de cálculo em elementos

 M 1 = 1.1
Viga lateralmente restringida em
IPE220
k y, q Grade 1.4301
1.4 Grade 1.4401/1.4404
Grade 1.4003
Grade 1.4571
1.2
Grade 1.4462
Carbon Steel
1.0

0.8

0.6

0.4

0.2

0.0 q (ºC)

comLT,,q

0 200 400 600 800 1000 1200
Métodos simplificados de cálculo em elementos

 M 1 = 1.1
Fator de Curvas de encurvadura
redução
1.2
EN 1993-1-1 (aço carbono)
1 EN 1993-1-4 (aço inoxidável)

0.8

Colunas axialmente comprimidas em 0.6

CHS291.1x6 com 3 m de comprimento 0.4

0.2

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
Esbelteza normalizada

k E, q k y, q Grade 1.4301
1.0 1.4 Grade 1.4401/1.4404
Grade 1.4003
Stainless steel
Grade 1.4571
Carbon steel 1.2
0.8 Grade 1.4462
Carbon Steel
1.0

0.6
0.8

0.4 0.6

0.4
0.2
0.2

0.0 q (ºC)
0.0 q (ºC)

comLT,,q

0 200 400 600 800 1000 1200

comLT,,q

0 200 400 600 800 1000 1200
Análise numérica do comportamento ao fogo de estrutura metálica

Estrutura porticada de um edifício de escritórios

S235 Vs 1.4301 Vs 1.4401

Programa SAFIR

Temperature (ºC)

Secções transversais Diam ond 2007 for SAFIR

FILE : vi g a4
NODES : 25 2
1200

E LE ME NTS : 19 0

Vigas – IPE 450


1000
TEM PE RATURE PLO T

Colunas – HEA 300


T IM E : 1 8 00 sec
8 28 .3 0
8 20 .2 1 800
8 12 .1 3
8 04 .0 4
7 95 .9 5
7 87 .8 6
7 79 .7 8 600
7 71 .6 9
7 63 .6 0
ISO 834 fire curve
400 Stainless steel
Carbon steel

200

Node 188
0
Y
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
X Z
Time (min)
Análise numérica do comportamento ao fogo de estrutura metálica

Diam ond 2007 for SAFIR

Time (min.)
FILE : Fra me 1
NODES : 21 6

0
B EA MS : 10 5
T RUSS E S: 0
S HE L LS : 0
S OIL S: 0

Elem. 76 Elem. 81 NODES P LO T


BEAMS PLO T
IMP O SE D DOF P LO T
0 15 30 45 60 75 90 105
DIS TRIBUTE D LO ADS P LOT

p i la r1 .te m
-0.1
Node 165 p i la r2 .te m
p i la r3 .te m

Elem. 23 vi ga 3 .te m
vi ga 4 .te m

-0.2
S235
Y

F0
Z
F0

F0
X
F0 F0

F0
F0 F0

F0
-0.3 1.4301
1.4401
-0.4

-0.5
Deslocamentos (x1)
-0.6
S235 (27 min.) 1.4301 (78 min.) 1.4401 (95 min.)
-0.7

-0.8

-0.9
Node 165
-1 vertical
displacement
(m)
Análise numérica do comportamento ao fogo de estrutura metálica

Diam ond 2007 for SAFIR

FILE : Fra me 1
NODES : 21 6
B EA MS : 10 5
Axial effort (kN)
T RUSS E S: 0

Elem. 76 Elem. 81
S HE L LS : 0
S OIL S: 0 200
NODES P LO T
BEAMS PLO T
IMP O SE D DOF P LO T
DIS TRIBUTE D LO ADS P LOT

Node 165
p i la r1 .te m
p i la r2 .te m
p i la r3 .te m
100
Elem. 23 vi ga 3 .te m
vi ga 4 .te m

Y
0
F0
Z
F0

F0
X
F0 F0

F0
F0 F0

F0
0 15 30 45 60 75 90 105
-100 Time (min.)

-200

Esforço axial
-300

S235 (27 min.) 1.4301 (78 min.) 1.4401 (95 min.) -400

-500

-600
Elem 23-S235 Elem 23-1.4301 Elem 23-1.4401

-700
Elem 81-S235 Elem 81-1.4301 Elem 81-1.4401
Análise numérica do comportamento ao fogo de estrutura metálica

Diam ond 2007 for SAFIR

Bending moment
FILE : Fra me 1
NODES : 21 6
B EA MS : 10 5
T RUSS E S: 0

350 (kNm)
S HE L LS : 0
S OIL S: 0

Elem. 76 Elem. 81 NODES P LO T


BEAMS PLO T
IMP O SE D DOF P LO T
DIS TRIBUTE D LO ADS P LOT

Node 165
p i la r1 .te m
p i la r2 .te m
p i la r3 .te m
300
Elem. 23 vi ga 3 .te m
vi ga 4 .te m

250
Y

F0 F0 F0 F0 F0 F0

200
Z X
F0 F0 F0

150

100
Momentos fletores
50

S235 (27 min.) 1.4301 (78 min.) 1.4401 (95 min.) 0


0 15 30 45 60 75 90 Time (min.)
105
-50

-100

-150 Elem 76-S235 Elem 76-1.4301 Elem 76-1.4401

-200
Elem 81-S235 Elem 81-1.4301 Elem 81-1.4401
Estudo paramétrico comparativo

5 estruturas porticadas de edifícios de escritórios

Dimensionamento da estrutura:
- Combinação de estado limite último (ELU),
considerando o vento como ação variável base.

- Análises elásticas lineares para os esforços


- Análises de instabilidade (αcr)

Para as estruturas em S235:


- pilares HE 220A e vigas IPE A450

Para as estruturas em 1.4301 e 1.4401:


- pilares HE 260A e vigas IPE 450

João Cabral, “Estudo do comportamento ao fogo das estruturas em aço inoxidável”, tese de mestrado em
Engenharia Civil na Universidade de Aveiro, orientadores: Nuno Lopes e Paulo Vila Real, julho de 2023.
Estudo paramétrico comparativo

Ações mecânicas: combinação de ações para situações acidentais, com o vento como ação
variável de base
Estudo paramétrico comparativo

Ações mecânicas: combinação de ações para situações acidentais, com o vento como ação
variável de base

Cenários de incêndio (curva de incêndio padrão ISO 834):


- Fogo em todos os compartimentos do edifício

Cenário 1
Estudo paramétrico comparativo

Ações mecânicas: combinação de ações para situações acidentais, com o vento como ação
variável de base

Cenários de incêndio (curva de incêndio padrão ISO 834):


- Fogo em todos os compartimentos do edifício
- Fogo em apenas um compartimento

Cenário 2
Estudo paramétrico comparativo

Ações mecânicas: combinação de ações para situações acidentais, com o vento como ação
variável de base

Cenários de incêndio (curva de incêndio padrão ISO 834):


- Fogo em todos os compartimentos do edifício
- Fogo em apenas um compartimento
- Fogo em todos os compartimentos em cada piso

Cenário 3
Estudo paramétrico comparativo

Ações mecânicas: combinação de ações para situações acidentais, com o vento como ação
variável de base

Cenários de incêndio (curva de incêndio padrão ISO 834):


- Fogo em todos os compartimentos do edifício
- Fogo em apenas um compartimento
- Fogo em todos os compartimentos em cada piso

Cenário 4
Estudo paramétrico comparativo

Ações mecânicas: combinação de ações para situações acidentais, com o vento como ação
variável de base

Cenários de incêndio (curva de incêndio padrão ISO 834):


- Fogo em todos os compartimentos do edifício
- Fogo em apenas um compartimento
- Fogo em todos os compartimentos em cada piso

Cenário 5
Estudo paramétrico comparativo

Critérios de colapso considerados nas análises numéricas:

- Falha numérica do programa SAFIR

- Limites estabelecidos pela norma de ensaios experimentais ao fogo EN 1363-1.


Ocorre a falha no ensaio da viga ao fogo quando um dos seguintes critérios se verifica:
1. Deformação medida ≥ 1,5 × Dlimit;
2. Dlimit e (dD/dt)limit são excedidos.
em que:
𝐿2
• Dlimit = 400∙𝑑
𝐿2
• (dD/dt)limit =
9000∙𝑑
Estudo paramétrico comparativo

Métodos simplificados de cálculo Métodos avançados de cálculo


EN 1993-1-2:2005 EN 1363-1 Falha numérica
Cenário 1
Resistências ao fogo obtidas
S235 17,2 min 14,4 min 14,4 min
para a estrutura P3 1.4301 35,3 min 29,5 min 29,5 min
1.4401 44,0 min 39,3 min 39,3 min
Cenário 2
S235 18,6 min 18,5 min 19,3 min
1.4301 43,0 min 46,3 min >120 min
1.4401 53,4 min 58,5 min >120 min
Cenário 3
S235 17,2 min 14,5 min 14,7 min
1.4301 35,3 min 29,0 min 29,1 min
1.4401 44,0 min 37,9 min 37,9 min
Cenário 4
S235 17,9 min 14,6 min 14,6 min
1.4301 38,5 min 34,5 min 39,0 min
1.4401 47,1 min 43,2 min 47,2 min
Cenário 5
S235 20,4 min 20,9 min 20,9 min
1.4301 51,7 min 56,7 min 65,2 min
1.4401 67,6 min 72,8 min 80,9 min
Estudo paramétrico comparativo

Resistências ao fogo obtidas para todas as estruturas analisadas e cenários de incêndio.


5 Considerações finais
Considerações finais

Foi feita uma descrição das metodologias para determinação da resistência ao fogo de estruturas metálicas
com foco na aplicação de métodos avançados de cálculo.

E analisou-se o cálculo ao fogo de estruturas em aço inoxidável, comparando o comportamento e


resistência obtidos com os de estruturas em aço carbono:

• Com aplicação de métodos simplificados de cálculo para elementos isolados;

• E utilizando métodos avançados de cálculo para estruturas completas.


Obrigado pela atenção

Nuno Lopes & Paulo Vila Real


nuno.lopes@ua.pt & pvreal@ua.pt

RISCO, Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Aveiro


Encerramento

Álvaro Vale e Azevedo


Diretor do Departamento de Edifícios
do Laboratório Nacional de Engenharia Civil

António Leça Coelho


Universidade Lusófona
Muito obrigado pela sua presença!

O LNEC agradece o apoio de todas as entidades que


colaboraram na organização e realização do Simpósio

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