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6.

ºano
História e Geografia
de Portugal

O século XX

Salazar e o Estado Novo (os opositores, a guerra colonial)

Salazar e o Estado Novo (os opositores, a guerra colonial) – síntese

Durante o regime de Salazar, todos os portugueses eram controlados. A liberdade dos cidadãos
era desrespeitada. Para defender o Estado Novo contra qualquer tipo de oposição, usavam-se
vários mecanismos: a censura, a polícia política e o partido único.
A censura consistia na vigilância e exame prévio dos meios de comunicação (rádio, televisão,
imprensa) e das atividades culturais (teatro, cinema, etc.) para que não transmitissem ao
público ideias e informações contrárias ao regime político no poder.
A polícia política era a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado) que perseguia, prendia,
torturava e até matava os opositores políticos de Salazar.
Por outro lado, a limitação da liberdade dos portugueses também se fazia sentir na política, pois
apenas era permitida a existência de um único partido político, a União Nacional, apoiada pelo
regime do Estado Novo.
O Salazarismo desrespeitava a liberdade dos portugueses e outros valores democráticos. A
coragem dos opositores ao regime mostrou aos portugueses que era possível viver em
liberdade. A oposição ao Estado Novo fez-se em vários momentos e teve diversos
protagonistas. Foram, essencialmente, as más condições de vida e de trabalho de muitos
camponeses e operários que os levou a protestar nas ruas. Queriam emprego, melhores
habitações e cuidados de saúde.
Em 1945, um conjunto de homens e mulheres formou o Movimento de Unidade Democrática
para organizar formas de luta contra o Estado Novo: manifestações, cartazes, panfletos, etc.
Em 1958, o General Humberto Delgado apresentou-se como candidato às eleições para a
Presidência da República, opondo-se ao candidato apoiado por Salazar. Apesar do grande apoio
popular, o General Humberto Delgado não foi o vencedor. Contudo, revelou-se a vontade de
mudança política dos portugueses.
Na década de 1960, os estudantes também se revoltaram contra o regime de Salazar. Nas ruas
e em greve, os universitários lutaram contra a opressão e falta de liberdade.
Um conjunto de escritores, artistas e cantores também se manifestaram, nas suas artes, contra
o regime salazarista. Um dos mais conhecidos foi o cantor Zeca Afonso.
Para além desta oposição nacional, Salazar teve também de lidar com a oposição vinda das
colónias. Ao seu desejo de autonomia, Salazar respondeu com a guerra.
Até à década de 1960, as colónias portuguesas estavam dependentes do governo de Salazar.
Não tinham, por isso, qualquer autonomia.
Os outros países europeus, como a França e a Alemanha, já tinham reconhecido a
independência das suas colónias. Só Portugal teimava em negar o direito à independência aos
territórios coloniais.
Foi, então, que estes iniciaram a luta pela independência. Em 1961, Portugal perdeu para a
União Indiana Goa, Damão e Diu, e em África iniciara-se uma guerra sangrenta. A guerra
colonial começou também em 1961 em Angola, em 1963 na Guiné e em 1964 em Moçambique.
O resultado, ao fim de 13 anos de conflito, foi cerca de 8000 soldados mortos e vários milhares
de feridos, mutilados e desaparecidos, para além das enormes despesas com a guerra. A maior
parte dos países do mundo condenava Portugal por manter esta guerra devastadora para
ambas as partes. Só a Revolução do 25 de abril de 1974 pôs fim ao conflito e deu a
independência às colónias.

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