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O CANTO DE LOUVOR DE HERMES

Quem poderia louvar-Te segundo o Teu valor?


Para onde dirigirei os meus olhos para louvar-Te?
Para cima, para baixo, para dentro ou para fora?
Não há nenhuma via, nenhum lugar,
nem criatura alguma fora de Ti.
Tudo está em Ti, de Ti tudo provém.
Tudo concedes e nada tomas, porque tudo possuis.
E nada há que não Te pertença.
Quando Te entoarei louvor?
Pois é impossível saber a Tua hora e o Teu tempo.
E por que deveria entoar-te louvores?
Pelo que criastes ou pelo que não criastes?
Pelo que manifestastes ou pelo que conservas oculto?
E com que Te entoarei louvor?
Como se algo me pertencesse,
como se possuísse algo de próprio?
Ou se fosse outra coisa senão Tu.
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Porque Tu és tudo o que eu possa ser,


És tudo o que eu possa fazer,
tudo o quanto eu possa dizer.
Porque Tu és tudo e nada existe além de Ti!
Mesmo o que não existe, Tu és.
És tudo o que veio a ser.
E tudo o que não foi manifesto:
Espírito, quando contemplado pela alma-espírito;
Pai, quando dás forma ao Universo todo;
Deus, quando Te revelas como força ativa universal;
O Bem, porque criastes todas as coisas.
O mais sútil da matéria é o ar;
O mais sútil do ar é a alma;
O mais sútil da alma é o espírito;
O mais sútil do espírito é Deus.

• Autoria: Hermes Trismegisto


• Fonte:
https://www.recantodasletras.com.br/poesias/4868974
• Pesquisa e Edição do Texto: Nelson Alves – 2021.10.24
noslen.sevla@gmail.com

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