Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
21 - 22 - Cesário Verde - Cenários de Resposta - 12.º
21 - 22 - Cesário Verde - Cenários de Resposta - 12.º
2014 | 639 | EE
4.
5.
7. .................................................................................................................................................... 16 pontos
Na resposta, deve ser referida uma característica da cidade enquanto espaço físico e uma característica
da cidade enquanto espaço humano. Os tópicos a seguir apresentados constituem apenas exemplos,
podendo ser abordados outros igualmente relevantes.
Representação da cidade enquanto espaço físico:
‒ é símbolo de aprisionamento/de morte, evidente, por exemplo, na referência a prédios sepulcrais/a ruas
delimitadas por prédios que provocam uma sensação de clausura (em «O Sentimento dum Ocidental»);
‒ é marcado por contrastes entre espaços de riqueza/bem-estar e espaços de pobreza, por exemplo,
a casa apalaçada ou os hóteis da moda vs. o casebre ou os bairros degradados (em «Num Bairro
Moderno» e em «O Sentimento dum Ocidental»).
Representação da cidade enquanto espaço humano:
‒ é palco de contrastes sociais, através da representação de tipos citadinos com características que se
opõem, por exemplo, as burguesinhas do Catolicismo e as elegantes vs. as costureiras, as floristas,
as varinas ou o velho professor de latim (em «O Sentimento dum Ocidental»)/os rudes calceteiros vs.
a furtiva «atrizita» (em «Cristalizações»);
‒ é um espaço de decadência moral e social, patente, por exemplo, na referência ao ratoneiro/aos
bêbedos/às «imorais» (em «O Sentimento dum Ocidental»).
CENÁRIOS DE RESPOSTA
A.
5.
A exclamação constitui uma manifestação
- da nostalgia e do desencanto do sujeito poético;
- da evasão no tempo e no espaço em que o «eu» se encontra: a visão dos «conventos» de outrora
convertidos em «quartéis» do presente estimula a fuga imaginativa.
6.
Traços caracterizadores:
- a pobreza dos «casebres» e o luxo dos «palácios»;
- o ambiente repressivo e fechado: as «patrulhas» partem dos «quartéis» que já foram conventos;
- a evolução e o cosmopolitismo dos «magazins» da cidade;
- a doença: os corpos enfezados das pessoas que se acumulam nas ruas e sofrem de «Cólera» e
«Febre»;
- a insensibilidade dos «soldados», comparados com fantasmas («espetrais»), na preservação da
realidade instituída;
- espaço de injustiças sociais - a vida difícil das «costureiras» e das «floristas», e pela sua vida dupla,
que são também «comparsas ou coristas».
- Ao longo das estrofes, o «eu» perceciona o silêncio e a escuridão que envolvem a cidade,
a partir de sensações auditivas («Um parafuso cai nas lajes»; «As notas pastoris de uma
longínqua flauta») e de sensações visuais («lágrimas de luz», «quimera azul»).
5.
a) 1; b) 3.
2
6. Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
- Ao longo das três primeiras estrofes, o sujeito poético refere-se à cidade como um espaço
claustrofóbico («O teto fundo de oxigénio»), confinador, que aprisiona («dupla correnteza
augusta das fachadas»), escuro («às escuras») e sem esperança.
7. Devem ser abordados dois tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes, para explicitar a
forma como o sujeito poético perceciona a cidade:
Através da leitura dos poemas de Cesário Verde, podemos verificar o modo com o «eu» lírico
perceciona a cidade:
- como um lugar onde se acumula a multidão, quer em casas apalaçadas e burguesas, quer em bairros
insalubres e becos miseráveis –ex. «O Sentimento dum Ocidental»;
- cidade moderna, que «desperta um desejo absurdo de sofrer» no sujeito poético que a vê como um
lugar de atração e de repulsa, de futilidade, da moda, de corrupção e de doença, de aprisionamento
da «dor humana»;
- espaço opressivo, confinador e destrutivo, marcado pela ausência ou perversão do amor, oposto ao
campo (vitalidade, energia, ânimo, expressão idílica do amor) - ex. «A Débil»;
- cidade industrializada, com construções elegantes e bairros modernos, com largos passeios públicos
– ex. «Num bairro moderno»;
- como um lugar de representação das injustiças sociais – Povo/classes trabalhadoras (representam a
produtividade, vitalidade, autenticidade - ex. vendedora de legumes, calafates, obreiras, varina e a
burguesia( representam ociosidade, inércia, artificialidade) – ex. criado do bairro burguês, dentistas,
arlequins, lojistas.
-…