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Robson Thyago Moreira Schneider

Phelipe Luiz Damasceno Araujo

ESTRUTURAS EM MADEIRA

Palmas
2009

Introdução a Engenharia Civil - Robson Schneider e Phelipe Luiz Damasceno Araújo


Robson Thyago Moreira Schneider
Phelipe Luiz Damasceno Araujo

ESTRUTURAS EM MADEIRA

Relatório apresentado como


requisito parcial da disciplina de
Introdução à Engenharia Civil do
Curso de Engenharia Civil.

Palmas
2009

Introdução a Engenharia Civil - Robson Schneider e Phelipe Luiz Damasceno Araújo


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SUMÁRIO

01. Introdução......................................................................................... 03

02. A madeira na historia........................................................................ 04

03. Madeira como material de construção............................................. 08

04. A Origem da madeira....................................................................... 09

05. O que é o selo verde?...................................................................... 11

06. Vantagens do uso............................................................................ 14

07. Desvantagem do uso....................................................................... 16

08. Tipos de madeira.............................................................................. 17

09. Estrutura de madeira........................................................................ 19

10. Tipos de treliças............................................................................... 21

11. Nomeclatura da madeira.................................................................. 27

12. Uso da madeira na construção civil................................................. 29

13. Norma Brasileira de regulamentação............................................... 32

14. Curiosidades..................................................................................... 44

15. Estruturas de madeira(imagens)...................................................... 47

16. Conclusão......................................................................................... 54

17. Referencias bibliográficas................................................................ 55

18. Anexos I ( CD com imagens, videos e arquivo) 56

19. Anexos II (Orçamentos dentro de Palmas) 57

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INTRODUÇÃO
A madeira como um material de construção sempre foi utilizado pelo homem desde
épocas pré-históricas. Até o século passado, as mais importantes obras de engenharia eram
construídas com pedra ou madeira, combinando-se freqüentemente os dois matérias.
Apesar do longo período de utilização, só na primeira metade do século XX foram
estabelecidas teorias técnicas aplicadas às estruturas de madeira. Após a II Guerra Mundial, as
pesquisas tecnológicas tiveram grande incremento, dispondo-se hoje de métodos precisos para
o projeto das mais variadas formas estruturais.
A sua alta flexibilidade da liberdade na modelação arquitetônica., seja em uma
construção nova ou na modernização, na construção estrutural, tornando-se versátil e quando
bem trabalhado um acabamento ideal.
Devido o pouco conhecimento na área e a complexidade para calcular estruturas com
esse material o grupo foi a favor de demonstrar o uso rotineiro, idéias, métodos de proteção,
modelos de estruturas e gráficos de pré-dimensionamento sem aprofundar nos cálculos, porem
esse documento serve para os novos acadêmicos perceberem a importância desse componente
na construção civil, e por ser bem ilustrativo não o torna uma leitura cansativa mais sim divertida
no ponto de vista pedagógico.
Desta maneira esse trabalho fornecerá um base para o estudo deste material, suas
propriedades, tipos , estruturas, curiosidades e orçamentos atualizados, vantagens,
desvantagens entre as mais varias formas de utilização , idéias e recursos para um bom
desempenho em sua obra e sem interferir ou agredir no ecossistema de sua região.

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A MADEIRA NA HISTÓRIA
As estruturas de madeira existem desde os primeiros tempos de vida do Homem.
Conhecendo a pedra, e tendo provavelmente já noção das suas possibilidades de suporte ao
contemplar o teto da caverna onde habitava, a primeira viga ter-lhe-á surgido sob a forma de um
tronco de árvore caído de margem a margem de um curso de água e sobre o qual pôde passar
confiadamente. A madeira, sendo leve, resistente, fácil de trabalhar, existindo em abundância,
com comprimentos e diâmetros variáveis, deu ao Homem a possibilidade de abandonar a
caverna, construindo inicialmente cabanas cuja estrutura seria constituída por ramos e canas
sendo a cobertura realizada de folhas aglomeradas com argila ou então com peles. A mais
elementar estrutura de madeira surgiu a seguir, com a forma de dois paus cravados no solo e
ligados nas extremidades superiores, em forma triangular, por elementos vegetais fibrosos, como
o vime, por tiras de pele ou, mais tarde, por elementos de ferro ou bronze.

A necessidade de cobrir espaços cada vez mais amplos tornou a estrutura mais
complexa; ou seja, as peças inclinadas exigiam um apoio intermédio, surgindo assim as escoras
e o contra nível, uma peça horizontal.
Para um maior aproveitamento do espaço e maior facilidade para realizar aberturas
para o exterior, as peças de suporte direto da cobertura deixaram de estar diretamente ligadas
ao solo, passando ser apoiadas em elementos verticais, realizando assim o esqueleto de
paredes, isto é, um conjunto de vigas e pilares.

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A arte de trabalhar a madeira é antecedente à de pedreiro, que só surge quando o


Homem decide dividir a pedra em blocos facilmente manuseáveis que, sobrepostos, davam
longas paredes resistentes.
Durante muitos séculos foi a carpintaria a arte mais importante na construção dos
edifícios, cuja arquitetura foi fortemente influenciada por este material. Desde as habitações às
primeiras fortificações, os seus sistemas de defesa (pontes levadiças, catapultas, etc.), e
edifícios religiosos, cuja cobertura dos mesmos e estruturas das torres trouxeram problemas,
relativamente ao vão, cuja resolução era problemática. Os muitos carpinteiros transmitiam de
geração em geração a sua própria experiência somada à experiência anterior. Os seus
conhecimentos sobre as características da madeira e sobre o comportamento das estruturas,
permitiram-lhe realizar, na Idade Média e nos séculos XVI, XVII e XVIII, verdadeiras obras-
primas quer do ponto de vista de concepção como de realização.
Não podemos falar do uso da madeira sem especificar cada civilização. Cada clima,
terreno, cataclismos que determinavam um método diferente no uso da madeira. O ser humano
viu neste elemento uma fonte de intermináveis aptidões. Vejamos, a madeira flutua, portanto os
primeiros barcos surgiram dela e foram aperfeiçoados com o tempo. É fácil de trabalhar, logo
utensílios domésticos, ou de trabalho, móveis, e esculturas. Cada local tem com os seus tipos e
espécies de árvores. Desta forma o Homem adaptou suas necessidades ao que lhe era
disponível.
Algumas civilizações o uso da madeira na arquitetura destacou-se de uma forma diferente, como
por exemplo o Extremo Oriente, com uma arquitetura leve é feita para suportar os terremotos
freqüentes, sendo, portanto, utilizados encaixes frágeis mas resistentes. Já a arquitetura
Norueguesa é caracterizada pela largura das paredes capazes de isolar o frio, um uso de
madeira maciça em grandes dimensões na construção, bem diferente da Oriental. Porém muito
interessante o diferente tipo de uso.

Vejamos algumas diferenças.

Extremo Oriente - As civilizações orientais levam consigo a fama de “mistério”, do


desconhecido”, de crenças fortes, uma cultura rica que permanece praticamente intacta. Em
alguns lugares podemos ter a impressão que globalização não existiria nunca nestes locais. Pois
a cultura enraizada é muito forte. Por isso a História da Arquitetura Oriental ainda é pouco
conhecida. Os cataclismos ajudaram muito a ocultar o passado, e dificultar a datação das obras
(pois depois de incêndios, ou terremotos,...), com todos os cataclismos que as cidades tiveram (e

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têm) que passar, e ainda que mesmo destruído os orientais possuem o dom de reaproveitar (os
elementos se mantêm, e por isso fica difícil datar alguma coisa). A madeira exposta à variação
climática pode não se manter, porém temos alguns exemplos de construções japonesas que
datam de 670 e 714. Nessa arquitetura o que é mais valorizado é o térreo (símbolo da terra), e o
telhado (símbolo do céu). Dos países orientais o que mais se destaca é o Japão no extremo
oriente. Pelo fato de ser isolado pelo mar e pelo oceano. Este complexo de ilhas tornou-se
impenetrável, logo conservou-se por muito mais tempo. Tendo como arquitetura inicial a chinesa
e a coreana, manteve-se fiel (enquanto que os outros não).

Civilizações Européias - Uma arquitetura marcante em madeira, é a Norueguesa,


onde há muitas florestas, e o clima é frio. Os habitantes locais utilizavam a madeira como
principal elemento construtivo devido à sua característica isolante, térmica. Além das casas os
“Vikings” (civilizações anteriores da mesma região) utilizavam a madeira na construção de seus
barcos: “Drakkars”. O estilo mais utilizado nas casas Norueguesas é o “laft”, onde as paredes
são erguidas com troncos de madeira empilhados horizontalmente. O isolamento total era obtido
com ripas coloridas entre os troncos, ou uma pasta elaborada (nas casas mais pobres). A casa
permanecia inabitada por um ano aproximadamente para que os troncos se assentassem uns
nos outros, o que fazia com que as casas perdessem alguns centímetros de altura. As
esquadrias eram colocadas depois.

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Nos fins do século XIX o grau de evolução já atingido pareceu não permitir maiores
progressos. O aparecimento do aço, com perfis de forma e dimensões extremamente variadas,
foi possibilitando a realização de novas e mais arrojadas estruturas, correspondendo às
exigências do desenvolvimento industrial como as grandes oficinas, hangares para aviação,
pontes de grande vão, por exemplo. Verificou-se, paralelamente, um rápido e grande progresso
no domínio do cálculo das estruturas e do conhecimento das propriedades dos materiais. A
madeira, de emprego empírico e tradicional, começou a ceder o seu lugar ao novo material. A
crise acentuou-se com o progresso do betão armado, estando as aplicações da madeira, em
muitos países, em grande decadência.
No entanto, nos últimos anos, tem sido feito um esforço no sentido de reabilitar a
madeira como material principal de construção. Inevitavelmente abandonou-se os sistemas
construtivos clássicos, uma vez que nos dias de hoje se dispõe de meios mais eficazes para
realizar as ligações. Apareceram novas idéias, novas concepções estruturais, com peças de
secções compostas, cujas características se aproximam cada vez mais das do aço. O emprego
de estruturas laminadas coladas, o progresso nos contra placados e aglomerados, um melhor
conhecimento das suas propriedades mecânicas, são outras tantas formas que levam novas
perspectivas de um maior emprego da madeira à sua origem, construção.

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MADEIRA COMO MATERIAL DE
CONSTRUÇÃO
A madeira é um material excepcional como material de construção além de ter
qualidades muito grandes como matéria prima para outros produtos industrializados.
Diversas pesquisas têm sido desenvolvidas no sentido de tratar a madeira para sua
utilização em diversas etapas construtivas. As madeiras em seu estado natural têm
características próprias que podem ser alteradas com tecnologia moderna. Algumas destas
características mais importantes são:

I - apresenta resistência mecânica tanto à esforços de tração corno à compressão, além de


resistência atração na flexão tem resistência mecânica elevada em relação ao seu peso próprio
pequeno.

II - tem resistência à choques e cargas dinâmicas absorvendo impactos que dificilmente seriam
com outro materiais.

III - tem fácil trabalhabilidade permitindo ligações simples

IV - boas características de absorção acústica. bom isolamento térmico

V - custo reduzido e é renovável, desde que convenientemente preservada

VI - apresenta diversos padrões de qualidade e estéticos.

Na medida em que técnicas modernas foram sendo adotadas na tentativa de melhoria


de suas qualidades, passou a ser mais utilizada visto que estes procedimentos melhoram sua
boas qualidades e eliminam ou minoram as inconvenientes que podem ser:

I - perda de propriedades e surgimento de tensões internas secundarias devido a problemas de


secagem e umidade. Estes
problemas são resolvidos com controle da umidade e da secagem com controle

II - fácil deterioração em ambientes agressivos que desenvolveram agentes predadores como


fungos, cupins. mofo. etc.

III - heterogeneidade e anisotropia naturais de sua constituição fibrosa. alem de suas dimensões
limitadas. podendo estes
inconvenientes serem resolvidos pela laminação, contra placados e aglomerados.

A madeira como material de construção é depois do aço o material mais


utilizado. Pode ser utilizada em diversas etapas desde as fundações até os
acabamentos, passando tanto pela estrutura como por material auxiliar. Pode ser usada também
em diversos tipos de construção como em estradas de ferro, galerias, etc.
Pode ser utilizada como combustível, tendo entretanto um poder calórico baixo, sendo
entretanto bastante utilizada para este fim.
Além disto serve como matéria prima para papel, resinas, álcool, plásticos, sendo o
papel o seu principal sub-produto.

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A ORIGEM DA MADEIRA
A madeira como material de construção é produto do beneficiamento do tronco de
árvores, que chamaremos “lenho”. As características de anisotropia e
heterogeneidade são decorrentes da sua origem. Suas características também são decorrentes
das diversas espécies existentes.
A classificação é:
1. Endógenas: aquela em que o desenvolvimento do caule se dá de dentro para fora
como as palmeira e bambus. E pouco aproveitada como material de construção.
2. Exógenas: aquela em que o crescimento do caule se dá de fora para dentro, com
adição de novas camadas em forma de anel, chamados anéis anuais de crescimento. Estas
árvores classificam-se em ginospermas e anginospermas.
As ginospermas são árvores coníferas e resinosas, tendo folhas em forma de agulha não
fornecendo frutos. São madeiras de lenho mais mole e correspondem à 35% das espécies
conhecidas.
As anginospermas são árvores frondosas conhecidas no Brasil como madeira de lei,
sendo desta maneira conhecidas por serem abatidas na época da colonização, de acordo com a
lei vigente. representam 65% das espécies conhecidas.
As árvores são compostas de raiz, caule e copa. A raiz é o apoio da árvore ao solo,
tendo a finalidade de retirar do solo os sais minerais para seu desenvolvimento.
O tronco alem de sustentar a copa conduz por capilaridade a seiva bruta da raiz às
folhas, como a seiva elaborada das folhas para o lenho em crescimento. A copa desdobra-se em
galhos e folhas, alem das flores e frutos. As folhas transformam a seiva bruta em elaborada.
O lenho é a parte da árvore que nos interessa como material de construção. Sua
constituição é diversificada e suas partes são:

Casca: É a proteção do tronco alem de conduzira seiva elaborada nas folhas para o
tronco. A parte externa é morta e denominada cortiça, a parte interna por onde passa a seiva é
denominada floema. A parte externa pode ser renovada visto que é elemento morto, não
apresentando interesse como material de construção com exceção de alguns casos onde é
aproveitada como material de acabamento e termoacústicas. A parte interna da casca transporta
a seiva das folhas ao caule.

Câmbio: E uma camada muito esbelta que se situa entre a casca e o lenho, constituída
de tecido vivo sendo tão importante quanto à parte interna da casca. Seu seccionamento produz
a morte da árvore, sendo esta uma maneira eficiente de permitir a seca da mesma em pé. O
estrangulamento do tronco com um arame impossibilita seu desenvolvimento e conseqüente
morte. Estando em pé a secagem é natural evitando trancas e rachaduras comuns em espécies
como o eucalipto.
A partir do câmbio são gerados os anéis anuais de crescimento que podem ter coloração
diferenciadas, dependendo da época do ano em que se encontram e do tipo de madeira.
Apertados indicam árvores com alta resistência, largos, com baixa
resistência, definindo-se a idade da árvore pelo número de anéis encontrados.
Problemas decorrentes de estiagens, pragas, etc., provocam defeitos que irão alterar as
características físicas e mecânicas da madeira.
Lenho: É o núcleo do tronco, sendo portanto a parte resistente da árvore. Desta parte é
retirada através de desdobro do material utilizado na construção civil. É constituído pelo alburno
que é a parte mais externa, e pelo cerne que é a parte central do tronco, sendo formado por
células mortas ou esclerosadas. Este fato torna-o mais resistente visto não existir nesta região a
seiva, e consequentemente não ser atrativo à insetos e outros agentes de deterioração. A

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utilização do alburno e do cerne não deve ser diferenciada apesar desta diferença visto que
alem de compor entre 25 e 50% do tronco o alburno é a parte que melhor absorve conservantes.
Medula: E o miolo central do tronco, sendo esta parte constituída de tecido frouxo
muitas vezes já apodrecido. Sua presença em material serrado constitui um defeito.
A produção da madeira como material de construção inicia-se no corte da árvore,
passando pela toragem, falquejamento, desdobro e beneficiamento.
O corte deve ocorrer em épocas oportunas, sendo no Brasil aconselhável o
processo ser efetuado nos meses de inverno, ou sem R. Este fato é importante na secagem do
tronco por ser a mesma mais lenta provocando menos rachaduras ou fendas, alem de atraírem
poucos insetos por estarem com pouca seiva elaborada. A toragem é o processo de
desgalhamento e corte em tamanhos de 5 à 6 metros que facilitam o transporte. Também nesta
etapa são falquejadas e descascadas.
O processo de falquejamento é o corte de costaneiras, ficando a seção
aproximadamente quadrada o que impede o tombamento no transporte alem da economia de
espaço entre troncos.
O desdobro é a etapa final para transformação em material de construção. São feitos de
duas maneiras. O desdobro normal que produz peças inteiras de lado à lado do tronco (fig.a).

A outra é o desdobro radial que corta o tronco na direção do seu diâmetro evitando-se
entretanto a medula ( fig b).

O desdobro radial produz peças de melhor qualidade, tendo menor rachaduras durante a
secagem, menores empenamentos e defeitos provenientes da heterogeneidade.
E inconveniente devido ao alto custo de produção, sendo aconselhável somente em
aplicações especiais.
A última etapa da produção da madeira é o aparelhamento da peça ou
beneficiamento da mesma. Aparelhamento é a padronização das medidas ao passo que o
beneficiamento é sua utilização com acabamento aparente.

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O QUE É SELO VERDE
É a denominação mais comum para a marca do Forset Stewardship Council, o
FSC. Esse selo pode ser reconhecido internacionalmente pelos consumidores de madeira e
produtores derivados, como móveis e estruturas para a construção civil. Desta forma o
comprador pode ter certeza que adquiriu um produto que não agride as florestas tropicais.

O Selo verde surgiu a partir da crescente preocupação ambiental dos


consumidores, principalmente do mercado europeu. Foi quando governos e organizações não
governamentais (ONGs) de vários países formularam um conjunto de normas para regular o
comércio de produtos provenientes das florestas tropicais através de acordos internacionais.
Ficou definido que as madeireiras que possuem o selo verde deveriam comercializar apenas
produtos retirados das florestas de forma ambientalmente correta e enquadrados em um plano
de manejo certificado por organismos internacionalmente reconhecidos, como o FSC.

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Como funciona

A certificação é um processo voluntário em que é realizada uma avaliação de um


empreendimento florestal, por uma organização independente, a certificadora, e verificado os
cumprimentos de questões ambientais, econômicas e sociais que fazem parte dos Princípios e
Critérios do FSC.

O processo pode ser resumido em macro etapas

• Contato inicial - a operação florestal entra em contato com a certificadora

• Avaliação - Consist em uma análise geral do manejo, da documentação e da avalicação


de campo. O seu objetivo é preparar a operação para receber a certificação. Nessa fase
são realizadas as consultas públicas, quando os grupos de interesse podem se
manifestar.

• Adequação - Após a avaliação, a operação florestal dve adequar as não confirmidades


(quando houver).

• Certificação da operação - a operação florestal recebe a certificação. Nessa etapa, a


certificadora elabora e disponibiliza um resumo público.

• Monitoramento anual - Após a certificação é realizado pelo menos um monitoramento


da operação ao ano.

O processo da certificação é conduzida pela certificadora. O Conselho Brasileiro de


Manejo Florestal não emite certificado. Cabe às certificadoras avaliar operações de manejo
florestal ou de cadeias de custódia para conceder o uso do selo FSC nos produtos, e auditar
operações certificadas, seja de manejo florestal ou de cadeia de custódia. Também cabe à
certificadora precificar e cobrar por este serviço.

O Conselho Brasileiro de Manejo Florestal não recebe nenhum subsídio ou repasse


financeiro pelas certificações concedidas no país.

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As certificadoras

O FSC Internacional (FSC IC) estabelece regras para o credenciamento das


certificadoras que serão as responsáveis pela liberação do selo FSC. Para garantir a
credibilidade e acompanhar a evolução da certificação no mundo, as certificadoras são
monitoradas constantemente pelo FSC IC.

No Brasil existem atualmente cinco certificadoras credenciadas pelo FSC IC. Estas
certificadoras estão autorizadas a avaliar as unidades de manejo florestal - empresariais ou
comunitárias - e as indústrias processadoras - cadeia de custódia - e permitir o uso da logomarca
do FSC.

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VANTAGENS DO USO
As vantagens do uso da madeira como material de construção são muitas, nomeadamente:
1. Produto Natural - a madeira é um produto de origem natural e renovável, cujo
processo produtivo em relação a outros produtos industrializados, exige baixo consumo
energético e respeita a natureza. Constitui um dos escassos materiais de construção de
origem natural, o que à partida lhe proporciona uma série de vantagens em relação aos
demais. A madeira de uso corrente não é tóxica, não liberta odores ou vapores de origem
química, sendo, portanto segura ao toque e manejo. Ao contrário de outras matérias-primas
a madeira quando envelhece ou deixa de desempenhar a sua função estrutural, não constitui
qualquer perigo para o meio ambiente, já que é facilmente reconvertida.
2. Renovável - fazemos uso da madeira como matéria-prima há milhares de anos.
No entanto este recurso contínua disponível e a crescer em novos povoamentos florestais.
Enquanto novas árvores forem plantadas de forma conscienciosa e sem comprometer os
recursos naturais e, repor as abatidas, a madeira vai continuar a estar disponível.
3. Armazéns de Carbono - para a formação da madeira, as árvores captam o
carbono da atmosfera, e libertam oxigênio. Ao fazermos uso da madeira, estamos a
armazenar o carbono absorvido durante o tempo de vida da obra ou edifício no estado sólido
e, portanto, a evitar que este se liberte para a atmosfera e, agrave o problema ambiental do
efeito de estufa.
4. Excelente Isolante - o isolamento é um aspecto importantíssimo para a redução
da energia usada no aquecimento e climatização de edifícios. A madeira é um isolante
natural que pode reduzir a quantidade de energia necessária na climatização de espaços
especialmente quando usada em janelas, portas e pavimentos. Apresenta boas condições
naturais de isolamento térmico e absorção acústica.
5. Fácil de Trabalhar - trata-se de uma matéria-prima muito versátil que pode ser
usada de forma muito variada e que cumpre com certas e determinadas especificações, de
acordo com o tipo de aplicação pretendida. Permite ligações e emendas fáceis de executar.
6. Durabilidade - Os arqueólogos pesquisam peças antigas ainda existentes em
madeira tais como: sarcófagos, embarcações, esculturas, utensílios domésticos, armas,
instrumentos musicais, elementos de construções. É possível observar-se algumas dessas
peças em perfeito estado.
7. Segurança - A madeira não oxida. O metal quando é levado a altas
temperaturas pela ocorrência de fogo deforma-se, perdendo a função estrutural.

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Naturalmente, se o ferro do betão armado não estiver com o revestimento adequado,
também este perde a função estrutural quando submetido a altas temperaturas. A madeira
na natureza já desempenha uma função estrutural. Depois de serrada, quando utilizada
como estrutura de um edifício, funciona como um elemento pré-moldado, de fácil montagem
(leve, macio), que não passou por processos de fabrico que determinem sua resistência. O
que determina a sua resistência é apenas a sua espécie.
8. Versatilidade de uso - pode ser produzida em peças com dimensões
estruturais que podem ser rapidamente desdobradas em peças pequenas, de uma
delicadeza excepcional.
9. Reutilizável - Capacidade de ser reutilizada várias vezes.
10. Propriedades físico-mecânicas - Foi o primeiro material empregue, capaz de
resistir tanto a esforços de compressão como de tracção. Tem uma baixa massa volúmica e
resistência mecânica elevada. Pode apresentar a mesma resistência à compressão que um
betão de resistência razoável. A resistência à flexão pode ser cerca de dez vezes superior à
do betão, assim como a resistência ao corte. Não se desfaz quando submetida a choques
bruscos que podem provocar danos noutros materiais de construção.
11. Textura - no seu aspecto natural apresenta grande variedade de padrões.
12. Economia - Em relação ao custo, a construção de uma casa pré-fabricada é,
em média, cerca de 30% abaixo do custo da alvenaria. Isto em casas de médio padrão, as
casas de padrão mais elevado tem valores muito parecidos às casas convencionais.
13. Prazo de execução - Os prazos de execução são bem interessantes.
Geralmente um imóvel de dois dormitórios, 60 m², leva 30 dias para ser executado; uma
casa de 100 m² a 110 m², 60 dias; e de 180 m², 90 dias. Uma casa de alvenaria do mesmo
porte exige cerca de quatro a seis meses.

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DESVANTAGENS DO USO
Em oposição apresenta as seguintes principais desvantagens, que devem ser cuidadosamente
levadas em consideração no seu emprego como material de construção:

1. Variabilidade - é um material fundamentalmente heterogêneo e anisotrópico.


Mesmo depois de transformada, quando já empregue na construção, a madeira é muito
sensível ao ambiente, aumentando ou diminuindo de dimensões com as variações de
umidade.
2. Vulnerabilidade - é bastante vulnerável aos agentes externos, e a sua
durabilidade é limitada, quando não são tomadas medidas preventivas.
3. Combustível.
4. Dimensões - são limitadas: formas alongadas, de secção transversal reduzida.
5. Classificação por rendimentos de cortes limpos - O uso desse sistema para
classificar tábuas e pranchas, pressupõe que as mesmas serão recortadas em peças
menores. Basicamente consiste em obter porções retangulares livres de defeitos em um lado
da peça e relacionar a área total dessas porções limpas com a área total da peça, obtendo,
dessa forma, o rendimento. As classes são estabelecidas de acordo com: dimensões da
peça; dimensões dos cortes; número de cortes; e rendimento de cortes limpos.
6. Situação no Brasil - Apesar da série de vantagens de caráter industrial e
comercial da padronização de medidas e de qualidade da madeira serrada, que beneficiam
tanto os produtores quanto os consumidores, no Brasil as peças de madeira empregadas na
construção civil são especificadas em dois extremos:
I. - Madeira não selecionada que compreende todo o produto da tora exceto as peças
inaproveitáveis. Esse sistema prejudica o produtor, pois peças sem defeito e que às
vezes são utilizadas num uso que poderia aceitar alguns defeitos, são
comercializadas sob um mesmo preço de uma peça com defeitos;
II. - Madeira de primeira qualidade em que as peças praticamente são isentas de defeitos.
Neste caso, pedaços significativos de madeira são desprezados na serraria
constituindo um sério problema de descarte e um evidente desperdício do recurso
florestal. Por outro lado, o consumidor fica desprotegido pois não há uma definição do
que seja madeira de primeira o que gera dúvidas no momento da inspeção de
recebimento.

Estes inconvenientes fizeram com que a madeira fosse numa determinada época,

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ultrapassada pelo aço e pelo betão armado, e substituída na execução de estruturas
provisórias, como por exemplo, cofragens.
No entanto, a madeira apenas adquiriu reconhecimento como material moderno de
construção, com condições para atender às exigências de técnicas construtivas
recentemente promovidas, quando os processos de aperfeiçoamento foram desenvolvidos e
permitiram anular as características negativas que a madeira apresenta no seu estado
natural:

1. A degradação das suas propriedades e o aparecimento de tensões internas


decorrentes de alterações da umidade são anulados pelos processos desenvolvidos de
secagem artificial controlada;
2. A deterioração da madeira em ambientes que favoreçam o desenvolvimento dos
seus principais predadores é contornada com os tratamentos de preservação;
3. A marcante heterogeneidade e anisotropia próprias de sua constituição fibrosa
orientada, assim com a limitação das suas dimensões são resolvidas pelos processos de
transformação nos laminados, contra placados e aglomerados de madeira.

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TIPOS DE MADEIRAS
São conhecidas centenas de espécies de madeira que podem ser utilizadas
estruturalmente. Entretanto, apenas algumas delas são comercializadas atualmente por
questões regionais já que algumas espécies são encontradas dentro de uma área específica,
questões financeiras onde outras espécies não possuem interesse comercial por parte dos
setores de extração e beneficiamento ou simplesmente pela ignorância das propriedades de
resistência e elasticidade de espécies não usuais.

angelim cedrilho goiabão massaranduba

angelim amargo cedro guajara parinari

angelim pedra copaíba guapuruvú pau brasil

angico preto cumarú guarucaia pau roxo

araroba cupiúba imbuia peroba rosa

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aroeira do sertão euc. citriodora ipê pinho do paraná

bagre euc. grandis itaúba pinus elliiotti

caixeta euc. saligna jacarandá da Bahia pinus taeda

canela faveira jatobá roxinho

canela preta garapa louro sapucaia

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ESTRUTURAS DE MADEIRA
Para as estruturas mais usadas em madeira apresentam-se gráficos para vigas, colunas
para um ou mais andares e treliças.

Gráfico para pré dimensionamento de vigas de madeira

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Gráfico para pré-dimensionamento de colunas de madeira(apenas um andar)

Gráfico para pré-dimensionamento de colunas de madeira (vários andares)

Gráfico para pré-dimensionamento de treliças

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TIPOS DE TRELIÇAS(TESOURAS)
Alguns modelos de tesouras.

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NOMENCLATURAS DA MADEIRA
Apresentam-se nas tabelas abaixo a nomenclatura, seguida das seções comerciais das
madeiras encontradas no Brasil.

TABELA 1 - Madeira serrada

NOMENCLATURA SEÇÃO TRANSVERSAL NOMINAL (CM)

Ripas 1,2 x 5,0 ;1,5 x 5,0

Ripões 2,0 x 5,0 ; 2,5 x 6,0

Sarrafos 2,0 x 10,0 ; 3,0 x 12,0 ; 3,0 x 16,0

Caibros 5,0 x 6,0 ; 6,0 x 6,0

Caibrões 5,0 x 8,0 ; 6,0 x 8,0

Pontaletes 7,5 x 7,5 ; 10,0 x 10,0

Vigotas, Vigas 6,0 x 12,0 ; 6,0 x 16,0

Tábuas 2,5 x 22,0 ; 2,5 x 30,0

Pranchas 4,0 x 20,0 ; 4,0 x 30,0

Pranchões 6,0 x 20,0 ; 6,0 x 30,0

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28

Postes 12,0 x 12,0 ; 15,0 x 15,0

TABELA 2 - Postes roliços

Comprimento Tipo Diâmetro

(m) Base (cm) Topo (cm)

7 leve 18,5 13,7

8 leve 19,7 14,0

leve 20,8 14,3


9 médio 23,6 17,2
pesado 27,7 21,3

leve 21,6 14,6


10 médio 24,8 17,8
pesado 28,6 21,6

leve 22,6 15,0


11 médio 25,8 18,1
pesado 29,9 22,3

leve 23,6 15,3


12 médio 26,7 18,5
pesado 30,8 22,6

médio 25,4 16,2


13
pesado 29,6 20,4

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29

médio 26,4 16,5


14
pesado 30,6 20,7

médio 27,0 16,5


15
pesado 30,8 20,4

médio 28,0 16,9


16
pesado 32,4 21,3

médio 29,3 17,5


17
pesado 33,7 22,0

médio 29,9 17,5


18
pesado 34,4 22,0

médio 31,2 17,8


19
pesado 36,3 22,0

médio 32,5 17,8


20
pesado 37,7 22,6

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USO DA MADEIRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Na construção civil, a madeira é utilizada de diversas formas em usos temporários,
como: fôrmas para concreto, andaimes e escoramentos. De forma definitiva, é utilizada nas
estruturas de cobertura, nas esquadrias (portas e janelas), nos forros e nos pisos.
Para se avaliar comparativamente esses usos é apresentado na tabela 1 o
consumo de madeira serrada amazônica pela construção civil, no estado de São Paulo, em
2001.

Tabela1 - Consumo de madeira serrada amazônica pela


construção civil, no estado de São Paulo, em 2001.
Consumo
Usos na Construção Civil
1000 m³ %
Estrutura de Cobertura 891,7 50
Andaimes e formas para concreto 594,4 33
Forros, pisos e esquadrias 233,5 13
Casas pré-fabricadas 63,7 4
Total 1783,3 100
Fonte: Sobral et al. (2002)

Nessa tabela observa-se que o uso em estruturas de cobertura representa metade


da madeira consumida no estado de São Paulo.
Neste uso, são empregadas peças simplesmente serradas, como vigas, caibros,
pranchas e tábuas. Tais produtos são comercializados em lojas especializadas, conhecidas
como depósitos de madeira, e destinam-se principalmente à construção horizontal, ou seja,
casas e pequenas edificações.
Na mesma tabela pode ser visto que a madeira usada em andaimes e fôrmas para
concreto representa 33% da madeira consumida no estado de São Paulo. Neste tipo de uso, a
construção verticalizada é a principal demandante, com aproximadamente 485 mil metros
cúbicos anuais. Este valor representa 80% da madeira consumida nesse segmento da
construção civil.
O quadro completa-se com a madeira utilizada em forros, pisos e esquadrias,
partes da obra em que a madeira sofre forte concorrência de outros materiais, e em casas pré-
fabricadas.
Para atender a esses usos na construção civil os principais centros demandantes
de madeira serrada, localizados nas Regiões Sul e Sudeste, se abasteceram durante décadas
com o pinho-do-paraná (Araucaria angustifolia) e a peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron),
explorados nas florestas nativas dessas regiões.

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31
Com a exaustão dessas florestas, o suprimento de madeiras nativas passou a
ser realizado, em parte, a partir de países limítrofes, como o Paraguai, porém de forma mais
significativa a partir da Região Amazônica. As madeiras de pinus (Pinus spp.) e eucalipto
(Eucalyptus spp.), geradas nos reflorestamentos implantados nas Regiões Sul e Sudeste,
também passaram a suprir a construção habitacional.
Tais mudanças têm provocado a substituição do pinho-do-paraná e da peroba-rosa
por outras madeiras desconhecidas dos usuários, às vezes inadequadas ao uso pretendido.
A implantação de medidas visando o uso racional e sustentado do material madeira
deve considerar desde a minoração dos impactos ambientais da exploração florestal centrada
em poucos tipos de madeira, passando pelas medidas para diminuição de geração de resíduos e
reciclagem dos mesmos, até a ampliação do ciclo de vida do material pela escolha correta do
tipo de madeira e pelos procedimentos do seu condicionamento (secagem e preservação).

Para atingir os objetivos deste trabalho os usos da madeira foram agrupados como segue:

Construção civil pesada externa - Engloba as peças de madeira serrada usadas para estacas
marítimas, trapiches, pontes, obras imersas, postes, cruzetas, estacas, escoras e dormentes
ferroviários, estruturas pesadas, torres de observação, vigamentos, tendo como referência a
madeira de angico-preto (Anadenanthera macrocarpa).

Construção civil pesada interna - Engloba as peças de madeira serrada na forma de vigas,
caibros, pranchas e tábuas utilizadas em estruturas de cobertura, onde tradicionalmente era
empregada a madeira de peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron).

Construção civil leve externa e leve interna estrutural - Reúne as peças de madeira serrada
na forma de tábuas e pontaletes empregados em usos temporários (andaimes, escoramento e
fôrmas para concreto) e as ripas e cáibros utilizadas em partes secundárias de estruturas de
cobertura. A madeira de pinho-do-paraná (Araucaria angustifolia) foi a mais utilizada, durante
décadas, neste grupo.

Construção civil leve interna decorativa - Abrange as peças de madeira serrada e


beneficiada, como forros, painéis, lambris e guarnições, onde a madeira apresenta cor e
desenhos considerados decorativos.

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Construção civil leve interna de utilidade geral - São os mesmos usos descritos acima,
porém para madeiras não decorativas.

Construção civil leve em esquadrias - Abrange as peças de madeira serrada e beneficiada,


como portas, venezianas, caixilhos. A referência é a madeira de pinho-do-paraná (Araucaria
angustifolia).

Construção civil assoalhos domésticos - Compreende os diversos tipos de peças de madeira


serrada e beneficiada (tábuas corridas, tacos, tacões e parquetes).

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NORMA BRASILEIRA DE
REGULAMENTAÇÃO

A NORMA 7190/97 – PROJETOS DE ESTRUTURA MADEIRA


A Norma 7190/97 – Projetos de Estrutura de Madeira traz a “nova” filosofia de
dimensionamento para as estruturas de madeira através do Método dos Estados Limites, unindo-
se, assim, a filosofia já implantada nas normas de concreto armado e aço.
A Norma define as ações a considerar (permanentes, variáveis e excepcionais) e
comenta sobre as combinações que devem ser feitas. Classifica-as entre as várias formas de
ocorrência e estabelece os coeficientes de ponderação para aplicação nas diversas formas de
combinações em estados limites últimos (combinações últimas normais, últimas especiais ou de
construção e últimas excepcionais) e estados limites de utilização (combinações de longa
duração, de média duração, de curta duração e de duração instantânea).
Esta Norma fixa as condições gerais que devem ser seguidas no projeto, na
execução e no controle das estruturas correntes de madeira, tais como pontes, pontilhões,
coberturas, pisos e cimbres. Além das regras desta Norma, devem ser obedecidas as de outras
normas especiais e as exigências peculiares a cada caso particular.

Os textos abaixo foram transcritos da NBR 7190/1997 e tem a intenção de transmitir uma idéia geral
do conteúdo desta norma.

CONCEITOS

Generalidades

Projeto - As construções a serem executadas total ou parcialmente com madeira devem


obedecer a projeto elaborado por profissionais legalmente habilitados. O projeto é composto por
memorial justificativo, desenhos e, quando há particularidades do projeto que interfiram na
construção, por plano de execução, empregando-se os símbolos gráficos especificados pela
NBR 7808. Nos desenhos devem constar, de modo bem destacado, a identificação dos materiais
a serem empregados.

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Memorial justificativo - O memorial justificativo deve conter os seguintes elementos:


a)Descrição do arranjo global tridimensional da estrutura;
b)Ações e condições de carregamento admitidas, incluídos os percursos de cargas
móveis;
c)Esquemas adotados na análise dos elementos estruturais e identificação de suas peças;
d)Análise estrutural;
e)Propriedades dos materiais;
f)Dimensionamento e detalhamento esquemático das peças estruturais;
g)Dimensionamento e detalhamento esquemático das emendas, uniões e ligações.

Desenhos - Os desenhos devem estar elaborados de acordo com o Anexo A desta Norma
(Desenho de estruturas de madeira) e a NBR 5984 (Norma geral de desenho técnico). Nos
desenhos estruturais devem constar, de modo bem destacado, as classes de resistência das
madeiras a serem empregadas. As peças estruturais devem ter a mesma identificação nos
desenhos e no memorial justificativo. Nos desenhos devem estar claramente indicadas as partes
do memorial justificativo onde estão detalhadas as peças estruturais representadas.

Plano de execução - Do plano de execução, quando necessária a sua inclusão no projeto,


devem constar, entre outros elementos, as particularidades referentes a:
a)Sequência de execução;
b)Juntas de montagem.

PROPRIEDADES A CONSIDERAR DAS MADEIRAS


Generalidades

As propriedades da madeira são condicionadas por sua estrutura anatômica, devendo distinguir-
se os valores correspondentes à tração dos correspondentes à compressão, bem como os
valores correspondentes à direção paralela às fibras dos correspondentes à direção normal às
fibras. Devem também distinguir-se os valores correspondentes às diferentes classes de
umidade, definidas em abaixo. A caracterização mecânica das madeiras para projeto de
estruturas deve seguir os métodos de ensaio especificados no Anexo B desta Norma.
Densidade - Define-se o termo prático "densidade básica" da madeira como sendo a massa
específica convencional obtida pelo quociente da massa seca pelo volume saturado. A massa

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35
seca é determinada mantendo-se os corpos de prova em estufa a 103oC até que a massa do
corpo de prova permaneça constante. O volume saturado é determinado em corpos de prova
submersos em água até atingirem peso constante.

Resistência - A resistência é a aptidão da matéria suportar tensões. A resistência é determinada


convencionalmente pela máxima tensão que pode ser aplicada a corpos-de-prova isentos de
defeitos do material considerado, até o aparecimento de fenômenos particulares de
comportamento além dos quais há restrição de emprego do material em elementos estruturais.
De modo geral estes fenômenos são os de ruptura ou de deformação específica excessiva. Os
efeitos da duração do carregamento e da umidade do meio ambiente são considerados por meio
dos coeficientes de modificação adiante especificados. Os efeitos da duração do carregamento e
da umidade do meio ambiente sobre a resistência são considerados por meio dos coeficientes
de modificação kmod,1 e kmod,2 especificados em 5.4.4 .

Rigidez - A rigidez dos materiais é medida pelo valor médio do módulo de elasticidade,
determinado na fase de comportamento elástico-linear. O módulo de elasticidade na direção
paralela às fibras é medido no ensaio de compressão paralela às fibras e o módulo de
elasticidade na direção normal às fibras é medido no ensaio de compressão normal às fibras.
Na falta de determinação experimental específica permite-se adotar:

Umidade - O projeto das estruturas de madeira deve ser feito admitindo-se uma das classes de
umidade especificadas na tabela 7 . As classes de umidade têm por finalidade ajustar as
propriedades de resistência e de rigidez da madeira em função das condições ambientais onde
permanecerão as estruturas. Estas classes também podem ser utilizadas para a escolha de
métodos de tratamentos preservativos das madeiras estabelecido no anexo E desta Norma.

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Tabela 7 - Classes de umidade

Classes de Umidade relativa do ambiente Umidade de equilíbrio da madeira


umidade

1 < 65% 12%

2 65% < < 75 % 15%

3 75%< <85 % 18%

4 >85% >25%

durante longos períodos

AMOSTRAGEM
Para a investigação direta de lotes de madeira serrada considerados homogêneos,
cada lote não deve ter volume superior a 12 m3 . Do lote a ser investigado deve-se extrair uma
amostra, com corpos-de-prova distribuídos aleatoriamente ao longo do lote, devendo ser
representativa da totalidade do mesmo. Para isso não se devem retirar mais de um corpo-de-
prova de uma mesma peça. Os corpos-de-prova devem ser isentos de defeitos e retirados de
regiões afastadas das extremidades das peças de pelo menos 5 vezes a menor dimensão da
seção transversal da peça considerada, mas nunca menor que 30 cm. O número mínimo de
corpos-de-prova deve atender aos objetivos da caracterização:

(a) caracterização simplificada: 6 corpos-de-prova;


(b) caracterização mínima da resistência de espécies pouco conhecidas: 12 corpos-de-prova.

TIPOLOGIA
Caracterização das propriedades das madeiras
• Caracterização completa da resistência da madeira: (d), (e), (f), (g), (h), (m) e (b);
• Caracterização mínima da resistência: (d), (e), (h) e (b);
• Caracterização simplificada da resistência da madeira serrada
Permite-se a caracterização simplificada das resistências da madeira de espécies usuais a partir
dos ensaios de compressão paralela às fibras.

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37

Caracterização da rigidez da madeira

• Caracterização completa da resistência da madeira é feita por meio da determinação


dos seguintes valores, que devem ser referidos à condição padrão de umidade (U=12
):
a) valor médio do módulo de elasticidade na compressão paralela às fibras;
b) valor médio do módulo de elasticidade na compressão normal às fibras.

• Caracterização simplificada da rigidez das madeiras pode ser feita apenas na


compressão paralela às fibras, admitindo-se a relação:
Na impossibilidade da realização do ensaio de compressão simples, permite-se avaliar o
módulo de elasticidade Eco,m por meio de ensaio de flexão , admitindo as seguintes
relações:
Para coníferas EM = 0,85 Eco e para dicotiledôneas EM = 0,90 Eco

ENSAIOS
a) umidade;
b) densidade;
c) estabilidade dimensional;
d) compressão paralela às fibras;
e) tração paralela às fibras;
f) compressão normal às fibras;
g) tração normal às fibras;
h) cisalhamento;
i) fendilhamento;
j) flexão;
k) dureza;
l) resistência ao impacto na flexão;
m) embutimento.
n) cisalhamento na lâmina de cola;
o) tração normal à lâmina de cola;
p) resistência das emendas dentadas e biseladas

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NBR 7190/1997 - Anexo E (Informativo)


Valores médios usuais de resistência e rigidez de algumas madeiras nativas e de florestamento
E.1 Introdução
Neste anexo estão apresentados os valores médios das propriedades de rigidez e resistência de algumas madeiras nativas e de florestamento.
E.2 Valores médios para U = 12%
Tabela E.1 - Valores médios de madeiras dicotiledôneas nativas e de florestamento

Nome comum Nome científico Pap(12% ) fc0 ft0 ft90 fv Ec0 n


(dicotiledôneas) (Kg/m3) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa)

Angelim Araroba Votaireopsis araroba 688 50,5 69,2 3,1 7,1 12876 15

Angelim Ferro Hymenolobium spp 1170 79,5 117,8 3,7 11,8 20827 20

Angelim Pedra Hymenolobium petraeum 694 59,8 75,5 3,5 8,8 12912 39

Angelim Pedra Verdadeiro Dinizia excelsa 1170 76,7 104,9 4,8 11,3 16694 12

Branquilho Termilalia spp 803 48,1 87,9 3,2 9,8 13481 10

Cafearana Andira spp 677 59,1 79,7 3,0 5,9 14098 11

Canafístula Cassia ferruginea 871 52,0 84,9 6,2 11,1 14613 12

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Casca Grossa Vochysia spp 801 56,0 120,2 4,1 8,2 16224 31

Castelo Gossypiospermum praecox 759 54,8 99,5 7,5 12,8 11105 12

Cedro Amargo Cedrella odorata 504 39,0 58,1 3,0 6,1 9839 21

Cedro Doce Cedrella spp 500 31,5 71,4 3,0 5,6 8058 10

Champagne Dipterys odorata 1090 93,2 133,5 2,9 10,7 23002 12

Cupiúba Goupia glabra 838 54,4 62,1 3,3 10,4 13627 33

Catiúba Qualea paraensis 1221 83,8 86,2 3,3 11,1 19426 13

E. Alba Eucalyptus alba 705 47,3 69,4 4,6 9,5 13409 24

E. Camaldulensis Eucalyptus camaldulensis 899 48,0 78,1 4,6 9,0 13286 18

E. Citriodora Eucalyptus citriodora 999 62,0 123,6 3,9 10,7 18421 68

E. Cloeziana Eucalyptus cloeziana 822 51,8 90,8 4,0 10,5 13963 21

E. Dunnii Eucalyptus dunnii 690 48,9 139,2 6,9 9,8 18029 15

E. Grandis Eucalyptus grandis 640 40,3 70,2 2,6 7,0 12813 103

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E. Maculata Eucalyptus maculata 931 63,5 115,6 4,1 10,6 18099 53

E. Maidene Eucaliptus maidene 924 48,3 83,7 4,8 10,3 14431 10

E. Microcorys Eucalyptus microcorys 929 54,9 118,6 4,5 10,3 16782 31

E. Paniculata Eucalyptus paniculata 1087 72,7 147,4 4,7 12,4 19881 29

E. Propinqua Eucalyptus propinqua 952 51,6 89,1 4,7 9,7 15561 63

E. Punctata Eucalyptus punctata 948 78,5 125,6 6,0 12,9 19360 70

E. Saligna Eucalyptus saligna 731 46,8 95,5 4,0 8,2 14933 67

E. Tereticornis Eucalyptus tereticornis 899 57,7 115,9 4,6 9,7 17198 29

E. Triantha Eucalyptus triantha 755 53,9 100,9 2,7 9,2 14617 08

E. Umbra Eucalyptus umbra 889 42,7 90,4 3,0 9,4 14577 08

E. Urophylla Eucalyptus urophylla 739 46,0 85,1 4,1 8,3 13166 86

Garapa Roraima Apuleia leiocarpa 892 78,4 108,0 6,9 11,9 18359 12

Guaiçara Luetzelburgia spp 825 71,4 115,6 4,2 12,5 14624 11

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Guarucaia Peltophorum vogelianum 919 62,4 70,9 5,5 15,5 17212 13

Ipê Tabebuia serratifolia 1068 76,0 96,8 3,1 13,1 18011 22

Jatobá Hymenaea spp 1074 93,3 157,5 3,2 15,7 23607 20

Louro Preto Ocotea spp 684 56,5 111,9 3,3 9,0 14185 24

Maçaranduba Manilkara spp 1143 82,9 138,5 5,4 14,9 22733 12

Mandioqueira Qualea spp 856 71,4 89,1 2,7 10,6 18971 16

Oiticica Amarela Clarisia racemosa 756 69,9 82,5 3,9 10,6 14719 12

Quarubarana Erisma uncinatum 544 37,8 58,1 2,6 5,8 9067 11

Sucupira Diplotropis spp 1106 95,2 123,4 3,4 11,8 21724 12

Tatajuba Bagassa guianensis 940 79,5 78,8 3,9 12,2 19583 10

As propriedades de resistência rigidez apresentadas neste anexo foram determinadas pelos ensaios realizados no Laboratório de Madeiras
e de Estruturas de Madeiras (LaMEM) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo
Pap(12% ) = massa específica aparente a 12% de umidade
fc0 = resistência à compressão paralela às fibras

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ft0 = resistência à tração paralela às fibras


ft90 = resistência à tração normal às fibras
fv = resistência ao cisalhamento
Ec0 = módulo de elasticidade longitudinal obtido no ensaio de compressão paralela às fibras
n = número de corpos de prova ensaiados

Coeficiente de variação para resistências a solicitações normais d = 18%


Coeficiente de variação para resistências a solicitações tangenciais d =28%

Tabela E.2 - Valores médios de madeiras coníferas nativas e de florestamento

Nome comum Nome científico ap(12% ) fc0 ft0 ft90 fv Ec0 n


(coníferas) (Kg/m3) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa)

Pinho do Paraná Araucaria angustifolia 580 40,9 93,1 1,6 8,8 15225 15

Pinus caribea Pinus caribea var. caribea 579 35,4 64,8 3,2 7,8 8431 28

Pinus bahamensis Pinus caribea var.bahamensis 537 32,6 52,7 2,4 6,8 7110 32

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Pinus hondurensis Pinus caribea var.hondurensis 535 42,3 50,3 2,6 7,8 9868 99

Pinus elliottii Pinus elliottii var. elliottii 560 40,4 66,0 2,5 7,4 11889 21

Pinus oocarpa Pinus oocarpa shiede 538 43,6 60,9 2,5 8,0 10904 71

Pinus taeda Pinus taeda L. 645 44,4 82,8 2,8 7,7 13304 15

ap(12% ) = massa específica aparente a 12% de umidade


fc0 = resistência à compressão paralela às fibras
ft0 = resistência à tração paralela às fibras
ft90 = resistência à tração normal às fibras
fv = resistência ao cisalhamento
Ec0 = módulo de elasticidade longitudinal obtido no ensaio de compressão paralela às fibras
n = número de corpos de prova ensaiados

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Os compensados são normatizados pela ABNT e as normas relacionadas a seguir


constituem um bom material de apoio na qualificação do produto:

- NBR 9484/86 Compensado - determinação do teor de umidade;


- NBR 9485/86 Compensado – determinação da massa específica;
- NBR 9486/86 Compensado – determinação da absorção de água;
- NBR 9488/86 Compensado – amostragem de compensado para ensaio;
- NBR 9489/86 Compensado – condicionamento de corpos-de-prova de compensado para
ensaios;
- NBR 9490/86 Lâmina e compensado;
- NBR 9531/86 Chapas de madeira compensada;
- NBR 9532/86 Chapas de madeira compensada;
- NBR 9533/86 Compensado – determinação da resistência à flexão estática;
- NBR 9534/86 Compensado – determinação da resistência da colagem ao esforço de
cisalhamento; e
- NBR 9535/86 Compensado – determinação do inchamento.

O usuário de compensados conta também com Programa Nacional de Qualidade


da Madeira da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente –
ABIMCI, que está certificando empresas produtoras de acordo com requisitos lastreados nas
normas ABNT mencionadas.

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CURIOSIDADES
Tilamook Air Museum – Hangar B – A mais comprida estrutura de madeira do mundo

A sua construção demorou pouco mais de um ano a ser


completada (finalizada na primavera de 1943). O Hangar A foi
construído logo depois, e sua construção durou apenas 30 dias. Era
tão grande quanto o Hangar B mas foi destruído por completo por
um incêndio em 1992.

Local : Oregon – EUA


Comprimeto : 1072 ft. (326,75 m)
Largura : 296 ft. (90,22 m de vão livre!)
Altura : 192 ft. (58,52 m)
Altura livre das portas : 120 ft. (36,57 m)
Área : 7 acres (28.328,0 m²)
Passarelas : 2, localizadas a 137 ft. (41,75 m) do chão
Arcos : 52 espaçados a cada 20 ft. (6 m) apoiados em pilares
de betão armado de altura igual a 24 ft. (7,31 m)

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Ponte FLISA a maior ponte de madeira do mundo

Local de construção: Flisa, Hedmark, Noruega ano de


Construção: 2002 – 2003
Projecto: Norconsult International e Plan arkiteter.
Largura: 71,0 m
Comprimento: 196,0 m
Quantidade de madeira utilizada: 900,0 m³
Custo: 3.5 milhões de Euros

A Ponte FLISA é atualmente a maior ponte de madeira do mundo. Feita em madeira lamelada-
colada, esta ponte está sujeita diariamente a tráfego intenso e veio comprovar as qualidades da
madeira para este tipo de utilizações, demonstrando assim a sua competitividade, comparativamente
com o betão e com o aço.

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Pavilhão ATLÂNTICO primeira grande estrutura de madeira lamelada de Portugal

A cobertura do Pavilhão Atlântico foi a primeira


grande estrutura de madeira lamelada colada
construída em Portugal. O então designado Pavilhão
Multiusos de Lisboa, ou Pavilhão da Utopia, foi
realizado para a EXPO’98, sendo constituído por
uma nave principal (Sala Atlântico e por uma nave
contígua (Sala Tejo) mais próxima do rio.

A estrutura de madeira da Sala Atlântico, concluída


em 1997, é constituída por 17 arcos transversais
triangulados com dimensões variáveis, tendo o
maior arco 114 m de comprimento, e altura máxima
de 47 m em relação à arena.

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ESTRUTURAS EM MADEIRA
Casa Folha - Estrutura de Madeira Laminada e Colada Curva

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Estrutura em Árvore - Credit Valley Hospital

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Casa em Eucalipto - Madeira Roliça

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Holzbau 2 - Madeira Laminada Colada

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Holzbau 2 - Madeira Laminada Colada

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52

Holzbau 2 - Madeira Laminada Colada

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53

Espaço Gourmet em Madeira

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CONCLUSÃO

Com o estudo da madeira, esse componente essencial para a construção civil, naval

entre outras, que a primeira impressão parece ser um material frágil e de pouco durabilidade

nesse trabalho comprova-se que alem de ser um excelente material para os mais variados tipos

de construção, quando bem trabalhado pode substituir vários outros materiais com um diferencial

de acabamento, possui inúmeras vantagens, é renovável, resistente, possuir propriedades de

isolamento acústico, flexibilidade para o seu fácil manuseio etc. Porem a sua exploração precisa

ser consciente.O seu uso indevido é um agravante para o desmatamento e possui um peso

muito grande a sua falta no meio ambiente.

Sem esquecer que esse material é de extrema necessidade para o funcionamento das

obras pois quando não utilizado como parte da estrutura, é usada para fazer formas para a

estrutura em concreto.

E que após a leitura desse trabalho o leitor possa tirar o melhor, e entender e caso surja

um maior interesse na área, aproveite pois é uma ótima área de trabalho e quando bem feito e

especializado uma excelente fonte de renda nas áreas de engenharia e arquitetura.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Sites

www.fsc.org.br
www.ebah.com.br
www.youtube.com
www.set.eesc.usp.br/lamem
www.pp.ufu.br/cobenge2001/trabalhos/mte114.pdf
www.ecivilnet.com/apostilas/apostilas_madeira.htm
images.google.com.br
portaldamadeira.blogspot.com/2008/12/vantagens-e-desvantagens.html
br.geocities.com/casaspre/madvant.htm
www.jular.pt/estruturas_madeiralamelada.asp

LIVROS

WALTER PFEIL, Estruturas de madeira. 5° edição


PETRUCCI, Eládio G.R. Materiais de Construção. Enciclopédia Técnica Universal
Globo. Editora Globo, 1975.
MOLITERNO, Antonio. Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira. 2ª
Edição ampliada 2ª Reimpressão - 1997. Editora Edgard Blücher LTDA.
ALVES, José Dafico. Materiais de Construção. 6ª Edição Coleção Didática nª 10. UFG
Editora.
BAUER, L.A. Falcão. Materiais de Construção, Concreto-Madeira-Cerâmica-Metais-
Plasticos-Asfalto, Novos Materiais Para Construção. 5ª Edição, Volume 2. JC Livros Técnicos e
Científicos Editora.
TRABALHOS/INFORMATIVOS/MONOGRAFIAS
Madeira : uso sustentável na construção civil /Geraldo José Zenid , coordenador . -- 2. ed. -- São
Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas : SVMA, 2009. -- (Publicação IPT ; 3010) Vários
autores.

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Anexos I (CD-Rom)

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57

Anexos II (Orçamentos)

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