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Ennison F uza Jr. a rdoso teixeira

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ei H Ca

Simulação de rejeitos
lançamento em cenários de quebra de
http://dx.doi.org/10.1590/0370-44672018720098 barragem usando modelos físicos
Tennison Freire Souza Jr.1,2,4 Resumo
https://orcid.org/0000-0003-0235-3152

Sidnei Helder Cardoso Teixeira3,5 Este artigo apresenta um estudo experimental realizado para avaliar o volume de material
https://orcid.org/0000-0002-3522-1706 liberado do reservatório durante um evento de rompimento de uma barragem de rejeito por meio
de modelos. Para verificar a influência dos parâmetros relacionados à geometria da ruptura e à
1 Universidade Federal do Paraná - UFPR, Centro resistência ao cisalhamento não drenada (Su) em um evento de ruptura, foram simulados 20
de Estudos de Engenharia Civil - CESEC, Curitiba cenários considerando a ausência de água no reservatório. O material utilizado para simular o
- Paraná - Brasil. rejeito foi a bentonita, devido à semelhança entre as propriedades da lama e do lodo de rejeito
mineral. A geometria e a resistência ao cisalhamento não drenadas foram ajustadas considerando
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS,
2 um fator de escala de 1: 500. Em relação aos parâmetros estudados, a geometria da ruptura foi
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - baseada em dados da literatura, cujas inclinações laterais foram 0,50 H: 1V, 0,51 H: 1V e 0,5467 H: 1V
PPGEC, Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil. nas violações trapezoidais e 1: 1 (L / H = 0,97) e 1: 1 (L / H = 1. 1) nos retangulares. A resistência ao
cisalhamento não drenada variou de 0,030 a 0,20 kPa. Os resultados permitiram concluir que a
3 Universidade Federal do Paraná - UFPR, mobilização de material aumenta com a largura média da abertura da brecha trapezoidal, sendo
Departamento de Construção Civil - DCC, este o comportamento distinto nas brechas retangulares. Embora as brechas retangulares tenham
Curitiba - Paraná - Brasil larguras médias menores em relação às brechas trapezoidais, suas larguras de base foram maiores
e é possível inferir que o volume mobilizado depende da geometria e da largura média da brecha.
E-mails: 4tennisonufpr@outlook.com ,5
sidnteix@outlook.com
Palavras-chave: rejeito de mina; ruptura da barragem; falha de violação; modelo físico.

1. Introdução

A atividade de mineração gera milhões Entre as alternativas de disposição de efeito do alagamento por meio de parâmetros
de metros cúbicos de materiais extraídos e rejeitos, os mineradores frequentemente optam como velocidades e vazões máximas. No
manipulados no processo de beneficiamento por construir barragens e armazenar rejeitos em entanto, esta abordagem é inadequada para
a cada ano. No caso dos rejeitos, a seus reservatórios. No entanto, se as barragens barragens de rejeitos, devido à existência de
quantidade produzida depende do processo forem construídas ou projetadas de forma propriedades físicas diferentes do material a
de extração utilizado, da concentração do inadequada, essas estruturas representam um montante em comparação com os reservatórios
minério e da localização do depósito. A grande risco para a sociedade, para o meio de água, então é necessário entender o
quantificação desse material é complexa, ambiente e para a economia. Geralmente, esses comportamento de mobilização de massa dos
devido à diversidade de operações e materiais levantam incertezas quanto ao seu rejeitos minerais usando uma abordagem
tecnologias utilizadas nas técnicas de comportamento mecânico, seja pela baixa geotécnica, que é mais avaliação realista do
extração e processamento. Segundo Portal resistência ao cisalhamento ou pela fenômeno.
Brasil (2014), durante o ano de 2013 no permeabilidade variável. Portanto, é necessário o O objetivo desta pesquisa foi
Brasil, a participação dos bens minerais nas monitoramento contínuo do material ao longo de desenvolver um estudo teórico / empírico
exportações foi de 23,5%. No PIB (Produto todo o processo de construção e operação. para avaliar o volume liberado de rejeitos
Interno Bruto) do setor mineral, que foi de U Para barragens de retenção de água, as em cenários de rompimento de barragens
$ 85 bilhões, os ativos minerais avaliações do rompimento da barragem são utilizando a bentonita como material
representaram uma participação em torno realizadas utilizando a abordagem hidrodinâmica, contido para simular os rejeitos minerais
de 4% do PIB nacional. cujo foco é a compreensão do potencial convencionais.
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Aspectos gerais das barragens de rejeitos

As barragens de rejeitos (ver Figura 1) solo. Uma vez construída a estrutura, a de praia. Atualmente três métodos
representam barreiras artificiais de retenção para celulose é liberada a montante da barragem construtivos são destacados: método
conter resíduos minerais do beneficiamento de por meio do bombeamento do rejeito de a montante; método a jusante;
minério. Em geral, essas estruturas são acordo com as técnicas de beneficiamento método da linha central. Além destes,
comumente iniciadas pela construção de uma do minério. Os rejeitos são depositados existe o método misto que representa
barragem inicial com resíduos de mineração, hidraulicamente a partir da crista do dique a mistura entre os métodos
rejeitos ou compactados de partida, para formar um rejeito tradicionais de construção.

figura 1
Barragem do Fundão em 2015

no município de Mariana- MG.


Fonte: Minning (2018)

Segundo a ANA (2017), existem 839 com 30 m. na literatura. A Figura 2 ilustra um exemplo
barragens de rejeitos no Brasil, o que Azam e Li (2010) realizaram um de ruptura da barragem de Marriepsruit no
representa 3,66% das barragens em todo o estudo com 18.401 locais de minas. Eles subúrbio da Virgínia, na África do Sul,
mundo. Essas barragens são principalmente observaram que a taxa de falha nos causada pelas chuvas na região. Davies
suscetíveis a instabilidades de encostas, últimos 100 anos foi estimada em 1,2% e (2002) citou um inventário mundial de
galgamento e terremotos (ICOLD, 2001). Ricoet isso é cerca de duas vezes a magnitude da 3.500 barragens de rejeitos conhecidas nos
al. (2008) citaram que 83% das falhas ocorreram taxa de falha de barragens convencionais últimos 30 anos (1970 a 2001) de duas a
em barragens inativas, 15% em barragens de retenção de água. Além disso, cinco falhas por ano, o que é equivalente a
ativas e dois por cento ocorreram em barragens perceberam que fatores climáticos, má uma probabilidade anual entre uma em 700
inativas, mas mantidas. Além disso, nos gestão dessas estruturas e fluxo foram os e uma em 1750. Esta taxa de falha não
mesmos estudos, 55,9% dos incidentes fatores que mais geraram falhas nessas fornece uma comparação favorável com
ocorreram em barragens com mais de 15 m de estruturas. Os resultados obtidos neste menos de um em 10.000 que parece
profundidade e 22,6% em barragens estudo são semelhantes aos relatados representar represas convencionais.

Figura 2
Ruptura da barragem de rejeitos de
Marriespruit na Virgínia-África do Sul, 1994.
Fonte: Lista de Inundação (2018)

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2. Materiais e métodos

Para a pesquisa aqui apresentada, o rejeito era bentonita devido à sua resistência semelhantes aos rejeitos minerais cujas características
material utilizado em substituição ao e características reológicas sendo físicas são apresentadas na Tabela 1.

Propriedades Padrão Valores

Massa unitária sólida DNER-ME 093/94 2,40 g / cm³

Massa Total da Unidade NBR NM 45: 2006 0,86 g / cm³

Teor de umidade higroscópica DNE-ME 213/94 13,96%


Limite de plasticidade NBR 7180: 2016 65,28%
Limite de liquidez NBR 6459: 2016 455,94%
tabela 1
Teste de Granulometria a Laser --- ----
Caracterização física da bentonita.

Quanto ao equipamento de leitura (ver suporte de leitura com pranchas fixas e com a geometria de 40 cm x 50 cm x 60 cm (largura,
Figura 3) do relevo pós-ruptura, é composto móveis; d) webcam de cinco megapixels com comprimento e altura) sendo preenchido até 15 cm de
por: a) computador com MyCam® resolução de imagem 640 x 480; ee) laser de altura em relação à base da mesma para simular uma
Programas; b) caixa do simulador com fissuras na varredura linear. barragem de rejeitos escala 1: 500,
madeira; c) estrutura metálica como base para o A caixa de simulação foi projetada ou seja, com 75 m de altura, sem água.

Figura 3
Modelo físico com
sistema de leitura de triangulação a laser.

Para definir as paredes laterais a brecha tem formato trapezoidal com inclinações e as barragens de rejeitos atingem taludes
inclinadas adotadas no estudo, foram laterais de 0,5 H: 1V, enquanto Froelich (2008) citou laterais de 1: 1 ou 2: 1. Desse modo, foram
consideradas as pesquisas de MacDonald que a inclinação lateral das brechas abertas por um adotadas as inclinações das paredes laterais
e Langridge-Monopolis (1984), de Froelich mecanismo de tubulação é de 0,7 H: 1V. Brunner das brechas de 0,50 H: 1V, 0,51 H: 1V, 0,5467 H:
(2008) e Brunner (2014). De acordo com (2014) afirmou com base nas notas da FERC que a 1V e 1H: 1V. Informações adicionais sobre
MacDonald e Langridge (1984), escória violações são mostradas na Tabela 2.

Geometria B1 B2 B3 B4 B5
Altura de violação (cm) 15,00 15,00 15,00 14,50 16,50

Largura inferior (cm) 9,70 9,70 11,60 14,50 16,50

Declividade lateral (H - cm: V - cm) 0,100 0,5000 0,5467 1 1


Largura (cm) 25,00 24,70 28,00 14,50 16,50

Largura média (cm) 17,35 17,18 19,80 14,50 16,50


mesa 2
Altura da ruptura / largura média (cm / cm) 1,16 1,15 1,32 1.03 0,91
Geometria das brechas de ruptura adotada.

Para entender o comportamento do da forma do material durante o processo de fotografias equidistantes. Desta forma,
volume liberado, foi utilizada a técnica de falha, o scanner a laser, que é mantido em variações das dimensões altimétricas são
levantamento topográfico pelo método de condições fixas (distância focal e distância de obtidas, a cada seção transversal, por
triangulação a laser. Com esta técnica, base), permite avaliar a superfície através da tortuosidade (formações curvas) ou por
pois existem variações leitura do objeto através interrupção de linhas (formatos retilíneos).

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Dada a distância onde o laser dependendo da diferença entre os tempos são iniciados os procedimentos de registro
incide no objeto e o sinal refletido do de captura, a imagem 3D é desenhada. da superfície gerada. As coordenadas dos
objeto, as imagens são capturadas Uma vez que a superfície foi gerada após pontos são calculadas a partir de equações
pela webcam e o tempo estipulado, o seccional (1), (2) e (3).

Y = DH (1)

X = ρpixel
/ cm (2)

Z = f (L, C) (3)

Onde: a cada centímetro durante a geração das foi produzido, o que materializa as
DH - Distância horizontal medida fotografias por meio de uma escala acoplada a superfícies tridimensionais quando
diretamente pela placa deslizante na um painel deslizante. Uma vez que as integrado com SURFER 3D® software,
direção da maior dimensão da caixa do fotografias foram tiradas a partir do momento subsidiando a interpolação geoestatística
simulador, em centímetros; da ruptura, essas imagens foram agrupadas em pelo método de krigagem oferecido pela
ρ / cm - Densidade de pixels, ou seja, pixels por
pixel
um programa desenvolvido em MatLab.® ferramenta Map na opção “mapa de
unidade de comprimento para diferentes dimensões software, que permitiu a geração do X e contorno” e por sua vez criando os mapas
altimétricas, em pixels / cm; Z coordenadas da identificação de contorno (Ver Figura 4). Para
f (L, C) - Coordenadas 2D dos pixels de cromática do laser referentes ao tom modelagem de superfície 3D, a opção de
acordo com as linhas e colunas da imagem, vermelho presente nas imagens superfície foi usada e a forma de cunha foi
em centímetros. geradas. Desta forma, uma nuvem de interpretada como uma função da
o Y-a coordenada foi obtida para pontos (cerca de 8.000 a 10.000 pontos) geometria da quebra
você
e os valores deS.

Figura 4
Curvas de nível de falha de cunha.

A fim de obter a resistência ao conteúdo do material liquefeito, a caixa L distâncias horizontais a partir da visualização da
cisalhamento não drenada
você
(S) da bentonita foi usada. O equipamento foi construído deposição das laterais da caixa, conforme
em função da variação da umidade em acrílico para facilitar a medição do mostrado nas Figuras 5a e 5b.

(uma) (b)

Figura 5
a) Caixa L preenchida; b) deposição
da rejeição na abertura do portão.

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O teor de umidade da bentonita foi 4), e então validado pelos estudos de espalhamento de após a abertura da brecha da caixa L,
alterado e a resistência ao cisalhamento não rejeitos de Lazarim (2015). A resistência ao o peso específico do material solto (γ)
drenada (S) foi calculado com base no método
você
cisalhamento não drenada (S) é calculado em função
você
e a altura média do material
de inclinação infinita modificado (ver Equa- do ângulo de deposição do solo depositado (h).
média

= γ. h média .
Svocê cos²uma . tguma (4)

Onde: O rial (γ) foi obtido preenchendo uma reservatório, foi adotado o método das
S:você
resistência ao cisalhamento não caixa de 5 x 5 x 10 cm solta e a seguir superfícies equidistantes ou método das
drenada do material; pesado em balança de precisão, cujo áreas médias. Este método calcula o
uma: ângulo de deposição de rejeitos; valor foi calculado em função da volume de material entre as áreas
γ: Peso específico do material;h razão de peso do solo (P) solo
e o volume extremas delimitadas pelas curvas de
média
: altura média do material. O da caixa (V). Para calcular
solo
o volume nível, de acordo com a Equação 5:
peso da unidade a granel do mate- mobilizado de material do

UMA+ A
Vmob.= base Principal .E (5)
2

Onde: A área superior foi gerada a partir da ser aplicado às características do material ou
Vmob.- Volume mobilizado calculado interpolação dos comprimentos obtidos pela equipamento para que o teste corresponda ao
de material; inclinação média do modelo físico (a)de cada protótipo. A Tabela 3 lista os fatores de escala
UMA- Área delimitada pelo topo
principal
seção no plano referente à dimensão de 15 para vários parâmetros, com base na teoria de
curva de nível; cm, referenciada pela base da caixa de similaridade. Os aspectos considerados a partir
UMA
base
- Área delimitada pela base simulação da área da base. da teoria da similaridade são semelhantes aos
curva de nível; Quando os modelos de pequena escala são apresentados no estudo de Dell 'Avanziet al. (
E - Distância vertical entre os níveis submetidos aos testes não centrifugados (como no 2006), Lazarim (2015), Silva (2013) e Souza
básicos e superiores (15 cm). estudo apresentado), um fator de escala deve Junior et al. (2017).

Parâmetros e propriedades Fator de escala (protótipo / modelo em pequena escala)

Gravidade 1
Comprimento λ
Área λ²
Volume λ³
Força λ³
Densidade 1
Massa λ³
Peso unitário a granel 1
Estresse λ
Ângulo de fricção 1
Porosidade 1
Módulo elástico Λ Tabela 3
Relação entre magnitude e parâmetros
Coesão λ
versus fator de escala (protótipo / modelo
Inércia λ4 em pequena escala). (Silva, 2013).

O cálculo dos parâmetros de liberação quantidades na Tabela 3. Portanto, as em valores de protótipo das Equações (6),
de massa em escala real, é baseado na variáveis do modelo físico são convertidas (7) e (8):

H protótipo = λ x H modelo
(6)

Sprotótipo u = λ x S você é modelo


(7)

V. protótipo = λ3 x V . modelo (8)

Onde: H - Altura da barragem;S - Resistência ao V - Volume de material lançado.


λ - Fator de escala; cisalhamento não drenada;
você

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3. Discussão

Diversas dificuldades ocorreram (Figura 6), utilizando a técnica de medição foi gerado a partir da norma NBR 6502
durante os testes de caracterização de granulometria a laser. A distribuição (ABNT, 1995), cuja designação de material
granulométrica da montmorilonita das frações granulométricas de bentonita aplicável é silte com pouca areia e
sódica. No estudo aqui apresentado, os obtida é: 89,84% de silte, 8,25% de areia e vestígios de argila. Esta bentonita
autores preferiram apresentar a curva 1,91% de argila. Certamente, esses valores apresenta um índice de plasticidade (IP)
de distribuição granulométrica obtida correspondem aos grãos floculados de superior a 15%, caracterizando um
em testes realizados sem defloculante. bentonita. A classificação material de alta plasticidade.

Figura 6
Teste de granulometria de bentonita.

Em relação à resistência ao cisalhamento descrito anteriormente, foi adaptado faixa de resistência ao cisalhamento não drenada
não drenada (S),você
que foram obtidos usando os um intervalo de teor de umidade de (S)você
de 0,030 a 0,20 kPa, conforme mostrado
procedimentos de teste da caixa L, como 890% a 970%, referente ao na Figura 7.

Figura 7
Resistência ao cisalhamento não drenada (S)
você
versus conteúdo de umidade do material (w%).

Tais valores de resistências ao entre 1 e 17 kPa, conforme discutido em de bentonita é mobilizado durante os testes.
cisalhamento não drenadas são compatíveis Lucia (1984). Comparando os formatos de brechas, é
com os discutidos por Olson e Stark (2002) e Usando a técnica de obtenção de possível perceber que a geometria da brecha
com a escala 1: 500, adotada para o modelo resistência ao cisalhamento nãovocê
drenada (S) influencia na mobilização de massa. Embora
físico. Olson e Stark (2002) apresentaram um em função do teor de umidade (w%) na as fendas retangulares e trapezoidais
estudo mostrando que a razão de resistência consistência da pasta, verificou-se que, à tenham permitido a formação de cunhas
ao cisalhamento não drenada de rejeitos medida que o teor de umidade da bentonita semelhantes, as larguras médias das fendas
normalmente consolidados,S / σ́varia de 0,04
você vo
, aumentava, os ângulos de deposição do retangulares foram menores e os valores de
a 0,20, em condições de pré-falha. material diminuíam e, consequentemente, massa mobilizada foram superiores às das
Representa valores de Su variando entre 0 e diminuíam o valor Su do material. fendas trapezoidais.
105 kPa no campo e entre 0 e 0,21 kPa no A relação entre a resistência ao Provavelmente, uma vez que as medidas
modelo em pequena escala. Após a ruptura cisalhamento não drenada (S) evocê
o volume das larguras de base das brechas retangulares
da barragem de rejeitos, as resistências ao liberado do reservatório(V.lib) pode ser eram maiores do que as larguras de base das
cisalhamento são referidas como resistência visto na Figura 8. Pode-se notar que, como brechas trapezoidais, a magnitude da massa
ao cisalhamento não drenado liquefeito, com a largura média da violação (Lm) mobilizada pode ser significativamente
valores normalmente variando aumenta, um volume maior influenciada pelo tamanho do

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violação de base. Nas violações com redução da massa mobilizada com o aumento violação. O alívio de tensões gerado após a
encostas 0:50 H: 1 V, 0,51: 1 V e 0: 55 H: 1 da largura da brecha. Em geral, nas simulações formação da brecha permitiu a formação de
V, percebeu-se que quanto maior o B5, os valores dos volumes mobilizados foram cunhas com larguras menores e
aumento na largura média da menores do que em uma brecha mais curta comprimentos maiores, ocasionadas pela
abertura, maior a massa mobilizada. (B4). Possivelmente, esse comportamento pode estabilização dos taludes das seções centrais
Já para as brechas retangulares ser justificado pela variação das deformações (S2, S3 e S4) em ângulos menores na brecha
B4 e B5, percebeu-se que havia um geradas após a abertura do B5 em relação ao violação B4.

Figura 8
Resultados da avaliação da
massa mobilizada pós-ruptura
do modelo físico do reservatório de rejeitos.

Com relação à forma da cunha na as seções reduzem também. Além disso, a resistência ao cisalhamento drenado
você
(S), de
brecha B1, notou-se que quando a altura da base do material depositado acordo com a Figura 9. Isso implica que
resistência ao cisalhamento não drenada imediatamente próximo ao ponto de quanto mais rígido o material, mais
(S)você
valor reduz, as inclinações do violação aumenta, pois há um aumento na superficial é o material mobilizado.

Figura 9
Comparação da mobilização da
massa do material em função da resistência
ao corte não drenado (S) na violação
você
B1.

Como pode ser visto na Figura 10, em foram obtidos. Na fenda 4 (formato formas circulares. Os ângulos das seções S1 e
duas brechas (B3 e B4) com diferentes trapezoidal), observou-se a formação S5 foram mais acentuados para a violação 3 em
geometrias e usando materiais com de cunhas elipsoidais, o que não foi comparação com a violação 4, enquanto as
diferentes resistências ao cisalhamento não observado na fenda 3 (formato seções S2, S3 e S4 apresentaram ângulos com
drenadas, diferentes formatos de cunha retangular) que gerou cunhas com valores próximos.

Figura 10
Comparação do
mobilização de material
massa em função da geometria da brecha.

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4. Conclusões

Aqui, com relação à mobilização em • Em violações trapezoidais, o encostas mais acentuadas, confirmando que a
massa de rejeitos no modelo físico de a quantidade de material mobilizado aumentou inclinação da brecha exerce influência na
pequena escala, as seguintes considerações com a largura média da violação; mobilização de massa;
podem ser inferidas: • Em violações retangulares, este • As brechas retangulares, al-
• A quantidade de material mobilizado o comportamento era diferente. Nas violações B4 e embora tenham largura média menor em
o rial aumenta com o teor de umidade B5, as tendências indicam que para valores de Su relação às brechas inclinadas, induzem
do material, que depende de sua inferiores a 0,040 kPa, há um aumento na massa maior mobilização da massa depositada, o
resistência não drenada; mobilizada à medida que a largura da violação que indica que a largura da base, que nas
• A inclinação lateral da violação aumenta; brechas retangulares era maior, tem
influencia a quantidade de material • Cunhas cujas violações foram influência significativa no lançamento de
mobilizado pós-falha; encostas laterais mais altas (perto de 90 °) mostraram rejeitos.

Agradecimentos

Os autores agradecem à CAPES ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia e equipamento; ao Departamento de


(Coordenação de Aperfeiçoamento de da Construção Civil da Universidade Federal do Geomática da UFPR pelo fornecimento da
Pessoal de Nível Superior) pelo Paraná (UFPR) pela disponibilização de estrutura do laboratório para realização
fornecimento de recursos e bolsas; infraestrutura laboratorial das simulações experimentais.

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Recebido: 6 de julho de 2018 - Aceito: 28 de janeiro de 2019.

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REM, Int. Eng. J., Ouro Preto, 72 (3), 385-393, jul. set. | 2019393

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