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FATEC SP

Materiais para
Construção
Civil III

Materiais Metálicos
para Construção
Civil
i

SUMÁRIO

Materiais metálicos – definições ....................................................................... 01

Características gerais dos metais ..................................................................... 01

Estrutura cristalina dos metais .......................................................................... 01

Estados alotrópicos do ferro .............................................................................. 02

Propriedades dos constituintes metalográficos ................................................. 03

Tratamento dos aços ......................................................................................... 03

Crescimento dos grãos ..................................................................................... 03

Recristalização de grãos deformados por trabalho mecânico à quente ........... 03

Deformação a frio (encruamento) ..................................................................... 04

Normalização .................................................................................................... 04

Têmpera ............................................................................................................ 04

Recozimento ..................................................................................................... 04

Revenido ........................................................................................................... 05

Tratamento isotérmico dos aços ....................................................................... 05

Propriedade dos metais .................................................................................... 06

Densidade ........................................................................................................ 06

Propriedades térmicas ..................................................................................... 06

Propriedades elétricas e magnéticas ............................................................... 06

Propriedades químicas ..................................................................................... 06

Propriedades mecânicas – definições .............................................................. 06

Propriedades mecânicas .................................................................................. 07

Resistência à tração ......................................................................................... 07


ii

Alongamento e estricção .................................................................................. 08

Diagrama tensão x deformação verdadeiro ...................................................... 09

Resistência à compressão ................................................................................ 10

Dobramento ....................................................................................................... 10

Resistência à ruptura transversal ...................................................................... 11

Dureza ............................................................................................................... 11

Fluência ............................................................................................................. 12

Fadiga ............................................................................................................... 12

Obtenção do aço para concreto armado ........................................................... 13

Aços para concreto armado .............................................................................. 14

Referências bibliográficas ................................................................................. 17


Materiais Metálicos Processos mecânicos:
• Fragmentação ou trituração: o minério é que-
Definições: brado em pedaços menores;
• Classificação: separação das pedras inúteis;
Metais: do ponto de vista tecnológico, o metal é • Levigação: separação dos materiais por dife-
um elemento químico que existe como cristal ou rença de densidade através de lavagem em
agregado de cristais no estado sólido e é caracte- água corrente;
rizado pelas seguintes propriedades: • Flotação: mistura de óleo e água ao minério
• Alta dureza; seguida de insuflação de ar, fazendo com que
• Grande resistência mecânica; se forme uma espuma rica em minério que é co-
• Elevada plasticidade (grandes deformações lhido posteriormente na superfície da mistura;
sem ruptura); • Separação magnética: um equipamento magné-
• Boa condutibilidade térmica e mecânica; tico atrai o metal separando-o das impurezas;
• Etc. • Lavagem simples;
• etc.
Minerais: são metais encontrados diretamente na
natureza ou na forma combinada com outros ele-
mentos. Processos químicos:
• Ustulação: aquecimento do minério sob forte
Minérios: são os minerais dos quais se podem jato de ar provocando a sua decomposição ou
extrair os metais. São os modos como normalmen- oxidação;
te os metais se encontram na natureza, em forma • Calcinação: aquecimento ao fogo.
de misturas de metais ou compostos de metais e
impurezas, sempre com a possibilidade de serem Na etapa da metalurgia, ocorre a extração do me-
processados economicamente. tal puro do minério através de processos como:

Jazida ou depósito: massa de minérios ou mistu- • Redução: fusão do minério com carbono ou
ra de minérios existentes na superfície ou no inte- óxido de carbono em fornos de alta temperatu-
rior da terra em quantidades suficientes para se- ra;
rem explorados economicamente. • Precipitação química: reações simples da qual
resulta o metal puro;
Ligas: são os produtos metalúrgicos provenientes • Eletrólise: para minérios que possam ser dissol-
da mistura ou da combinação de um ou mais me- vidos na água;
tais entre si ou com outros elementos, apresentan-
• etc.
do propriedades mecânicas e tecnológicas melho-
res que a dos metais puros. Podem ser obtidas
através de processos de fusão, pressão, eletrólise,
Características gerais dos metais
aglutinação, metalurgia associada, etc.
Estrutura Cristalina dos Metais
Metalurgia: é o estudo das propriedades dos me-
tais, das mudanças dessas propriedades através
Reticulados cristalinos: os metais ao se solidifi-
de tratamentos especiais, dos processos de fabri-
carem cristalizam-se, isto é, assumem posições
cação, da constituição e estrutura dos metais e
relativamente definidas e ordenadas, formando
ligas, etc.
uma figura geométrica regular que é o cristal.
Obtenção dos metais
Existem sete sistemas cristalinos que, de acordo
A partir do minério, a obtenção de um metal passa
com a disposição dos átomos, dão origem a 14
pelas fases de mineração e metalurgia.
tipos de reticulados.
A mineração compreende a colheita do minério (a
céu aberto ou subterrânea) e a sua concentração,
A maioria dos metais (cerca de dois terços) cristali-
que consiste em separar os minérios utilizáveis dos
za de acordo com três tipos de reticulados:
economicamente pobres através da eliminação da
ganga (areia, argila, organismos, etc.).
• Reticulado cúbico centrado: em que os áto-
A concentração poderá ser feita por processos
mos se dispõem nos vértices e no centro de um
mecânicos ou químicos.
cubo. Ex.: ferro à temperatura ambiente (forma

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alotrópica alfa), cromo lítio, molibdênio, tungstê- Alotropia ou polimorfismo: é a propriedade que
nio, etc. certos metais (como o ferro) apresentam de possu-
írem reticulados cristalinos diferentes conforme a
temperatura.

Estados alotrópicos do ferro


A alotropia do ferro é muito importante sob o ponto
de vista da produção do aço. A forma alotrópica
gama pode dissolver carbono até uma porcenta-
gem de aproximadamente 2%, ao passo que a
forma alfa dissolve apenas uma quantidade míni-
ma de carbono, da ordem de 0,02% (a 727ºC). Es-
se fato tem grande importância no tratamento tér-
mico dos aços.

Ferro alfa (α) ou ferrita: é o ferro que ocorre entre


a temperatura ambiente e 910ºC. Sua estrutura é
• Reticulado cúbico de face centrada: em que cúbica de corpo central e não permite formar liga
os átomos se dispõem nos vértices e nos cen- com o carbono. É dúctil, usinável e apresenta a
tros das faces de um cubo. Ex.: ferro acima de propriedade de ser magnética até a temperatura
912 ºC (forma alotrópica gama), alumínio, co- de 780ºC.
bre, chumbo, níquel, prata, etc.
Ferro gama (γ): é o ferro que ocorre entre as tem-
peraturas de 910 e 1400ºC. Apresenta estrutura
cúbica de face centrada que melhor permite a so-
lubilidade do carbono. É dúctil e suave.

Ferro delta (δ) ou ferrita delta: é o ferro que ocor-


re entre 1400 e 1539ºC (temperatura de fusão do
ferro). Possui estrutura cúbica de corpo central.

Os pontos máximos de temperatura para cada es-


tado alotrópico (910ºC, 1400ºC e 1539ºC) são os
que se denominam pontos críticos.

• Reticulado hexagonal compacto: em que os


átomos se localizam em cada vértice e no cen- T (ºC)
tro das bases de um prisma hexagonal, além
de três outros átomos que se localizam nos
centros de três prismas triangulares alternados. 1539
Ferro delta
(δ)
1400
Ferro gama
(γ)
910

780
Ferro alfa
(α) Ferro magnético

Tempo (horas)

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Propriedades dos constituintes metalográficos

Resistência à Alongamento (λ)


Características 2 Dureza (H)
Tração (Kg/mm ) (%)
É o ferro no estado alotrópico alfa que, em solução, contém traços
Ferrita de carbono. Apresenta baixa dureza e resistência à tração e ele- 30 90 40
vada ductilidade e resiliência.
É o carboneto de ferro (Fe3C) contendo 6,67% de carbono. Apre-
Cementita senta elevada dureza e resistência e baixa ductilidade (quebradi- 200 650 0
ça)
(1)
Solução sólida de ferro e cementita. Só é estável acima de
Austenita ---- ---- ----
723ºC. Possui boa resistência e tenacidade. Não é magnética.
É a mistura mecânica de 88% de ferrita e 12% de cementita na
Perlita forma de lâminas ou lamelas finas. As propriedades mecânicas da 70 250 10
perlita são intermediárias entre as da ferrita e as da cementita.
(1)
Solução sólida: liga homogênea de duas ou mais substâncias que, em certas proporções, se misturam completamente no estado
sólido de modo que seus cristais ou grãos tenham todos a mesma composição.

Tratamento dos aços Com o resfriamento, o aço resultante apresenta


Os aços, conforme a sua utilização podem ser grãos de dimensões (graúdos e pequenos) e dis-
submetidos a diversos tipos de tratamento a fim de posições que dependem dos grãos originais antes
obter determinadas propriedades. O tratamento do aquecimento.
pode ser térmico, termoquímico ou a frio (encrua- O material com grãos graúdos apresenta menor
mento). coesão e maior facilidade de propagação de fissu-
ras no seu interior tornando-se quebradiço. Desse
Tratamento térmico modo, em igualdade de condições, os de granula-
Antes do estudo do tratamento térmico é importan- ção fina têm melhores propriedades mecânicas.
te estudar alguns fenômenos: o crescimento dos Quando ocorre um superaquecimento acima de
grãos, a recristalização dos grãos deformados e a 1150ºC o aço fica quebradiço e sua regeneração
deformação a frio. não é mais possível, não sendo mais apropriado
para emprego em estruturas de concreto armado.
Crescimento dos grãos
Quando se aquece o aço acima de 723ºC (tempe- Recristalização de grãos deformados por traba-
ratura crítica), os cristais existentes sofrem trans- lho mecânico à quente
formações e os grãos crescem fazendo com que o Chama-se trabalho mecânico à quente a lamina-
aço adquira uma textura de grãos graúdos. Este ção, o forjamento e o estiramento do aço acima da
fenômeno ocorre quando o aço permanece por zona crítica (720ºC). Os grãos deformados acima
longo tempo à temperatura de apenas alguns da zona crítica recristalizam-se rapidamente sob a
graus acima da zona crítica (zona limitada pelas forma de novos pequenos grãos, o que não ocorre
linhas que marcam a passagem de ferro alfa a fer- à temperatura ambiente. Acima da zona crítica, o
ro gama) ou quando o aço é submetido à tempera- aço é mais mole e, portanto, mais fácil de traba-
tura elevada, ainda que por pouco tempo. lhar.

Influência da temperatura e do tempo sobre o tamanho dos grãos Deformações abaixo e acima da zona crítica
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Deformação a frio (encruamento)
O encruamento consiste em submeter o aço a um
trabalho mecânico à temperatura abaixo da zona
crítica, deformando os grãos do material.
Este tratamento altera algumas propriedades do
material como, por exemplo, o aumento da resis-
tência ao escoamento, da dureza, da fragilidade e
diminuição do alongamento, da estricção e da re-
sistência à corrosão.
Os aços podem ser encruados propositalmente
(por tração, compressão ou torção) com o objetivo
de melhorar algumas propriedades que são úteis
em determinadas aplicações.
O aço encruado começa a recristalizar-se acima de
500ºC e com aquecimentos próximos de 600 a
700ºC o material readquire as suas propriedades
iniciais (menor resistência ao escoamento, maior
ductilidade, etc.). Este fato é de extrema relevância
quando ocorre, por exemplo, um incêndio em es-
truturas metálicas ou de concreto armado executa-
dos com aços que receberam tratamento mecânico
a frio.
Mecanismo da têmpera dos aços comuns
Tipos de tratamento
Tratamento térmico dos metais: c) Recozimento
Os tratamentos térmicos consistem em submeter o O recozimento consiste no reaquecimento do metal
aço a determinada temperatura e depois resfriá-lo a temperaturas superiores ou inferiores à crítica e
segundo certas regras com o objetivo de conferir no subseqüente resfriamento lento. Este tratamen-
determinadas propriedades ao material. to tem por objetivo eliminar as tensões internas
que por ventura existam na peça.
a) Normalização
O aço é aquecido a uma temperatura superior à
crítica durante um tempo suficiente à total trans-
formação em austenita e, em seguida, é resfriado
ao ar livre.
Serve para eliminar as tensões internas que apa-
recem naturalmente nos processos de laminação e
outras formas de moldagem, formando assim uma
estrutura homogênea. É aplicável nos aços com
baixo teor de carbono. Com a normalização o ma-
terial torna-se mais dúctil e menos quebradiço.

b) Têmpera
A têmpera consiste no aquecimento do metal até a
temperatura de formação da austenita por um
tempo determinado e em seguida no seu resfria-
mento brusco. Para o resfriamento rápido, utiliza-
se a água fria ou salmoura (têmpera violenta) ou
óleo ou chumbo (têmpera branda).
O resfriamento pode dar origem a diversos tipos de
cristais, conforme a velocidade em que a tempera-
tura é reduzida. A têmpera aumenta a dureza, o
limite de elasticidade, a resistência à tração e dimi-
nui o alongamento e a tenacidade.
Mecanismo de recozimento nos aços comuns

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d) Revenido para diminuir mais a seção sem que o fio se rom-
O processo é semelhante ao do recozimento, po- pa, faz-se o tratamento patenting, pela elevação da
rém o metal é aquecido à temperatura inferior à temperatura acima da crítica e resfriamento em
crítica e tem a finalidade de corrigir defeitos (desu- banho de sais ou chumbo à temperatura do trata-
niformidades, tensões internas, grãos de dimen- mento.
sões diferentes das desejadas, etc.) surgidos du-
rante a têmpera ou recozimento.
Como exemplo da ação do revenido temos a figura
abaixo representada por três molas produzidas
com material temperado (T), recozido (Rc) e tem-
perado revenido (TRv).

Etapas da transformação isotérmica

—————————————————————————
Laminação

Seqüência de operações de laminação à quente

Efeito dos tratamentos térmicos sobre molas

—————————————————————————
Na aplicação de uma carga baixa, verifica-se a
Trefilação
deformação permanente no caso da mola recozida
(Rc) e a ruptura súbita para a mola temperada (T).
No caso do temperado revenido (TRv), mesmo
para cargas maiores, a mola ainda apresenta um
comportamento elástico.

e) Tratamento isotérmico dos aços


O aço é aquecido a temperatura superior à crítica
e resfriado rapidamente até uma temperatura de-
terminada, sem que sofra transformação alguma.
Em seguida, é mantido à mesma temperatura um
tempo suficiente para que o efeito seja homogêneo
em toda a peça.
Este tipo de tratamento é chamado patenting e se
faz em fios de alta resistência. Estes fios de aço
com teores de carbono entre 0,5 a 0,7% são obti-
dos por laminação seguido de trefilação. Depois de
várias passagens na trefilação o aço está frágil e,
Seção de uma matriz de trefilagem
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Propriedades dos metais Resistividade elétrica: é a recíproca da condutibi-
lidade elétrica.
As propriedades mecânicas dos metais são as que
apresentam maior importância para uso na enge- Permeabilidade: é a habilidade de um material ser
nharia. São aquelas relacionadas com a resistên- magnetizado.
cia que os metais oferecem quando sujeitos às
solicitações de natureza mecânica, como tração,
compressão, torção, choque, cargas cíclicas, etc. Propriedades químicas
O conhecimento das propriedades físicas e quími- Estão relacionadas à resistência que os metais
cas dos metais também é importante na sua esco- oferecem ao ataque pelo meio ambiente (corrosão)
lha e utilização. ou ao efeito da temperatura (oxidação).
As propriedades dos metais podem ser melhora-
das através de processos de solidificação, de
transformação, de controle dos tamanhos dos Propriedades mecânicas - definições
grãos dos metais, etc., conforme requer as diver-
sas finalidades de utilização (na construção civil, Deformação: é a alteração dimensional que se
na construção mecânica, etc.).
verifica no material como resultado da carga apli-
Massa específica (densidade): é a relação entre cada. Normalmente é expressa em porcentagem,
a massa e o volume do material. exceto na torção, cujo ângulo de torção é medido
em radianos.
Densida-
Ponto de k(*)
Metal de
fusão (ºC) (cal/cm/s/ºC) Resistência: é a carga ou tensão máxima supor-
(g/cm3)
Lítio 0,53 ---- ---- tada pelo material dentro de determinadas condi-
Alumínio 2,70 660 0,52 ções. Por exemplo: resistência elástica, resistência
Zinco 7,13 419 0,30 à carga máxima, resistência à ruptura, etc.
Ferro 7,87 1.539 0,18
Cobre 8,96 1.083 1,00
Ductilidade: corresponde à capacidade de um
Estanho 7,30 232 ----
Chumbo 11,34 327 0,09 material poder ser deformado apreciavelmente
Ouro 19,32 1.063 ---- antes de se romper. Os materiais não dúcteis são
Magnésio 1,74 650 ---- chamados de frágeis.
Mercúrio 13,60 38,87 ----
(*)
Condutibilidade térmica relativa, tomando o cobre como unidade.
Maleabilidade: é a propriedade do metal sofrer
Propriedades térmicas deformações no sentido externo de sua forma.
Coeficiente linear de dilatação térmica: expres-
sa a alteração dimensional decorrente da elevação Tenacidade: corresponde à capacidade do mate-
da temperatura. rial deformar-se plasticamente e absorver energia
antes de se romper. A tenacidade pode ser medida
Poder calorífico: quantidade de calor necessária
para elevar de uma unidade de temperatura a pela quantidade de trabalho por unidade de volu-
massa unitária de um material homogêneo. me do material, necessário para levar o material
até a ruptura, sob carga estática.
Calor específico: relação entre a capacidade de
armazenar calor do material e a da água, isto é, a Resiliência: corresponde à capacidade de um
quantidade de calor necessária para elevar a mas-
sa unitária de um material de 1ºC de temperatura metal absorver energia quando deformado elasti-
para a quantidade de calor necessária para elevar camente e devolvê-la, quando descarregado do
de 1ºC a mesma quantidade de água. esforço que provocou a deformação.

Propriedades elétricas e magnéticas

Condutibilidade elétrica: é a capacidade do metal


transmitir ou conduzir corrente elétrica.
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Coeficiente de segurança:
É um número empírico pelo qual é dividida a resis-
tência do material escolhido.

Tensão admissível de trabalho:


É o resultado da divisão da resistência do material
pelo coeficiente de segurança.

O coeficiente de segurança faz, portanto, que a


tensão de trabalho de um material corresponda a
um valor inferior à sua resistência.

Inúmeras são as razões pelas quais é adotado o


coeficiente de segurança:

• deterioração sofrida pelos materiais pela ação


do meio ambiente;
Representação esquemática da resiliência e tenacidade • variações na distribuição das tensões adotadas
mediante gráfico tensão (σ) x deformação (ε) no projeto;
• surgimento ocasional de sobrecargas;
As áreas hachuradas indicam a quantidade de tra- • dificuldade de se garantir a perfeição na fabri-
balho por unidade de volume que pode ser realiza- cação das peças metálicas;
da em um material sem causar deformação per- • etc.
manente (resiliência) ou sem causar a ruptura (te-
nacidade). Ensaios mecânicos:
São ensaios realizados em laboratórios que têm
por objetivo determinar as propriedades mecânicas
dos materiais. São executados em rigorosa obedi-
ência às normas técnicas utilizando-se de amos-
tras (corpos de prova) dos materiais cujas proprie-
dades se quer medir. A conclusão quanto aos re-
sultados obtidos nos ensaios deverá ser feita após
o cotejo com as especificações.

Propriedades mecânicas

Resistência à tração
É obtida através da relação entre a força aplicada
em um corpo de prova e a área de sua seção
transversal. Trata-se de uma importante proprieda-
de do aço empregado na construção civil. Quando
se submete um corpo de prova metálico a uma
Representação esquemática de valores comparativos de carga de tração de forma gradativa e crescente,
resiliência e tenacidade de dois tipos de aço ocorre também uma deformação progressiva no
sentido do comprimento do material.
Da análise do diagrama acima, que compara a De posse dos diversos valores das tensões e das
tenacidade e a resiliência de um aço de baixo car- respectivas deformações, poderá ser construído
bono e um de alto carbono, podemos depreender: um diagrama tensão x deformação específica.
A tensão será calculada através da divisão da car-
Tipo de Limite de Resistência
Tenacidade Resiliência ga pela área da seção transversal do corpo de
Aço Escoamento à Tração
prova e a deformação específica, através do cálcu-
Alto C Maior Maior Menor Maior lo percentual da deformação ocorrida em um de-
terminado segmento do corpo de prova.
Baixo C Menor Menor Maior Menor

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O diagrama nos mostrará o comportamento do
corpo de prova durante a aplicação da carga:
Num primeiro trecho – zona elástica – o gráfico
mostra uma proporção linear entre o alongamento
e a carga aplicada (proporcionalidade).
Em seguida, ocorre o escoamento, isto é, uma
deformação apreciável do corpo de prova para
uma carga oscilando próximo de um valor constan-
te.

Diagrama tensão x deformação de um metal sem escoamento

Diagrama tensão x deformação de um metal dúctil apresentando o


fenômeno de escoamento

Cessado o escoamento, o corpo de prova é solici-


tado até atingir a carga máxima registrada durante
o ensaio, a partir da qual, inicia-se o fenômeno da
estricção, isto é, um estrangulamento na seção
transversal do corpo de prova.

A tensão necessária para se chegar ao início do


escoamento é o limite de escoamento ou resistên- Determinação gráfica do limite convencional
cia de escoamento e a tensão máxima suportada
pelo material até o início do estrangulamento é o
Alongamento e estricção
limite de resistência à tração.
A variação percentual entre o comprimento final no
momento da ruptura e o comprimento inicial de um
Nos aços encruados ou ligados que não apresen- determinado segmento do corpo de prova é deno-
tam o escoamento natural, o limite de escoamento minada alongamento.
é representado pela tensão sob a qual se produz Da mesma forma obtém-se a estricção ou estran-
gulamento calculando-se a variação percentual da
um alongamento permanente e mensurável de, por
área da seção transversal do corpo de prova antes
exemplo, 0,2% . e após a ruptura.
Os valores do alongamento e da estricção caracte-
rizam a ductilidade do material.

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Formas típicas do diagrama tensão-deformação de
alguns metais e ligas:

Representação esquemática da distribuição do alongamento num


corpo de prova submetido ao ensaio de tração

A parcela “a”, uniforme, é distribuída ao longo de


todo o material ensaiado e ocorre até a máxima
carga que é proporcional à base de medida do
corpo de prova. A parcela “b” é um alongamento
localizado que atinge o valor máximo na seção
estrangulada.

Diagrama tensão x deformação verdadeiro


O limite de resistência à tração corresponde à ten-
são nominal obtida pela relação entre a carga má-
xima verificada no ensaio e a área da seção trans-
versal do corpo de prova.

Os metais dúcteis que sofrem grande estricção no


ponto de ruptura apresentam um valor do limite de
resistência à tração inferior à tensão máxima real,
dada pelo quociente entre a carga máxima verifi-
cada no ensaio e a área estrangulada da seção
transversal do corpo de prova.

Diagrama tensão-deformação nominal e real

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Diagramas tensão-deformação típicos para diver-
sos tipos de aços-carbono no estado recozido:

Dobramento
Quando uma peça está sujeita a esforço de do-
bramento, ocorrem simultaneamente tensões de
compressão e tração na sua seção transversal.
O ensaio de dobramento tem por objetivo principal
Resistência à Compressão a verificação da ductilidade do material. Executa-
Quando submetidos à carga de compressão, os se aplicando uma carga no corpo de prova apoiado
metais apresentam o mesmo comportamento elás- em dois pontos, de modo a deformá-lo lentamente,
tico que na solicitação à tração. dobrando-o em 180º. O material não deve apre-
Na fase plástica o comportamento do metal é dife- sentar rompimento ou fissuras na parte em que a
rente; o corpo de prova sofre um alargamento na peça está sujeita à esforços de tração. É, portanto,
seção transversal adquirindo um formato achatado mais um ensaio qualitativo, de simples análise vi-
sem que ocorra sua ruptura. Os metais menos dúc- sual, do que quantitativo.
teis sofrem ruptura por cisalhamento.
A resistência à compressão de metais dúcteis
normalmente não é determinada pelas diversas
restrições que apresenta o ensaio de compressão.

Esquema de ensaio de dobramento

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O valor da dureza correlaciona-se com algumas
propriedades mecânicas do material, como a resis-
tência à tração e a ductilidade.

Ensaio de Dureza Brinell:


No ensaio de dureza Brinell, uma esfera de diâme-
tro D é forçada a penetrar no material através da
aplicação de uma carga P, resultando em uma
impressão em formato de uma calota esférica de
diâmetro d.

Corpo de prova em fase de dobramento – A peça deve ser dobrada


em até 180º

Resistência à ruptura transversal


A determinação da resistência à flexão tem maior
importância para as ligas mais duras e frágeis co-
mo, por exemplo, o ferro fundido, o tungstênio, o
titânio, etc.
O ensaio é realizado com corpos de prova apoia-
dos sobre dois apoios e aplicando-se uma carga
no centro do vão até a ruptura.
O ensaio permite ainda determinar a flecha corres-
pondente à carga aplicada e construir um diagra- A dureza H será dada pela expressão:
ma carga x flexão do material ensaiado.
2P
H=
(
πD D − D 2 − d 2 )
O valor de H será um número que corresponde ao
valor da dureza Brinell.

Além do método Brinell, temos os ensaios de dure-


za Rockwell e Vickers. Ambos seguem o mesmo
princípio de ensaio empregado no método Brinell,
ou seja, baseiam-se na aplicação de uma carga
que força o penetrador contra a superfície da peça
Corpo de prova sujeito ao ensaio de ruptura transversal que se quer ensaiar.

Relação entre a dureza e a resistência à tração:


Dureza Existe uma relação muito útil sob o ponto de vista
A dureza dos metais é determinada com base na prático entre a dureza Brinell e a resistência à tra-
resistência à penetração superficial que um corpo ção. Sendo empírica, esta relação só é válida para
de prova apresenta na aplicação de uma carga, aços-carbono e aços-liga de médio teor em liga.
efetuada por intermédio de um penetrador em for-
mato esférico ou de pirâmide ou cônico. σt = 0,36 H
Com a aplicação da carga, resulta uma deforma- onde:
ção (impressão) na superfície do material. As di- σt = limite de resistência à tração,
mensões ou profundidade relativas dessa impres- H = dureza Brinell.
são constituem a base para apuração de valores
representativos da dureza.
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Ensaios de Dureza

Fluência • efeito da temperatura;


Fenômeno de deformação plástica, lenta e progres- • efeito das dimensões das peças ou corpos de
siva das ligas metálicas, que ocorre a medida em prova;
que a temperatura aumenta, sob carga constante. • efeito da forma das peças ou corpos de prova;
O aumento da temperatura acentua o fenômeno • efeito das condições superficiais;
porque a deformação plástica torna-se progressi- • efeito do tratamento superficial;
vamente mais fácil de iniciar-se e de continuar. • efeitos do meio (corrosivo, oxidante).
Fadiga
Em peças sujeitas a variações das cargas aplicadas
ocorre o aparecimento de flutuações nas tensões
originadas. Tais tensões podem adquirir um valor
que, ainda que inferior à resistência estática do ma-
terial, pode levar à sua ruptura, desde que a aplica-
ção das tensões seja repetida inúmeras vezes.
Os principais fatores que influenciam na resistência
à fadiga dos metais são:
• efeito da composição e das condições de fabri-
cação;
• efeito da freqüência da tensão cíclica;
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Obtenção do aço para concreto armado Laminação:
Na laminação, as palanquilhas são aquecidas à
Matéria prima: temperatura de 1250 ºC, desbastadas, preparadas
A matéria prima básica utilizada na produção de e acabadas em cilindros até atingir as dimensões e
barras de aço é a sucata (ferro velho, latarias, reta- formas desejadas.
lhos de chapas, cavacos, etc.). Na etapa final de laminação a barra passa por um
cilindro que dá a conformação das nervuras trans-
Aciaria: formando-se no vergalhão.
A sucata é separada, classificada e carregada ao Os vergalhões seguem ao leito de resfriamento
forno elétrico junto com ligas de ferro-manganês, onde perdem o calor naturalmente. Esta operação é
ferro-silício, cal, calcários e fundentes em propor- denominada normalização.
ções adequadas. Amostras dos vergalhões são coletadas e submeti-
A fusão dos materiais é feita através de eletrodos das a ensaios conforme as especificações das
elétricos à temperatura de 1550ºC. normas de aço para construção civil. Atendidas as
Ainda no forno, é colhida uma amostra para análise exigências da norma, os vergalhões estarão dispo-
química permitindo verificar a composição dos ele- níveis à comercialização.
mentos e efetuar as correções necessárias. Com o objetivo de se obter algumas propriedades
Processadas as correções, novas amostras são mecânicas do aço como o aumento da resistência à
enviadas ao laboratório para análise até atingir a tração e da dureza e a diminuição do alongamento,
composição química desejada. da ductilidade, da resistência à corrosão, etc., após
Em seguida o aço líquido é utilizado na fabricação a laminação, as barras de aço podem ser submeti-
de palanquilhas através do lingotamento contínuo. das à chamada deformação à frio ou encruamento.
Ainda na máquina de lingotamento, o aço é solidifi- Neste processo os aços comuns com resistências
cado em uma câmara de refrigeração. menores são submetidos a esforços de tração,
As palanquilhas são levadas a um leito de resfria- compressão ou torção, individuais ou combinados,
mento onde são analisadas, inspecionadas e arma- atingindo resistências maiores.
zenadas.

Fatec SP – Materiais para Construção Civil III 13


Aços para Concreto Armado c) Conforme o processo de fabricação, as barras e
os fios de aço para concreto armado classificam-
Introdução: se em:
Na execução de estruturas em concreto armado,
empregamos o aço para absorver as solicitações de Barras: obtidas por laminação à quente, sem sofrer
tração impostas aos componentes estruturais. posterior deformação à frio, com escoamento defi-
Os aços para concreto armado existentes no mer- nido caracterizado por patamar no diagrama tensão
cado brasileiro apresentam diferenças quanto à x deformação.
resistência à tração, características geométricas,
tipo de fabricação, dimensão da seção transversal, Fios: obtidos por deformação à frio, sem patamar
etc. Cabe aos profissionais responsáveis pelo proje- no diagrama tensão x deformação.
to, pela execução ou pelo controle tecnológico do
aço a ser empregado em estruturas de concreto, Exigências gerais:
decidirem sobre o emprego do material, avaliando e As barras e fios de aço destinados à armadura de
confrontando os resultados com as exigências es- concreto armado deverão:
pecificadas pela NBR-7480, da ABNT que diz res- • apresentar suficiente homogeneidade quanto às
peito à “encomenda, fabricação e fornecimento de suas características geométricas;
barras e fios de aço destinados a armaduras para • apresentar configuração das nervuras (ou mos-
concreto armado”. sas) tal que não permita a movimentação da bar-
ra dentro do concreto;
Definições: • ser isentos de defeitos prejudiciais, tais como
Lote: grupo de barras ou fios de procedência identi- fissuras, esfoliações, corrosão, dobras e carepa;
ficada, de mesma categoria e com o mesmo diâme- • quando barras, apresentar massa real igual à
tro nominal e configuração geométrica superficial, sua massa nominal com tolerância de 6% para
apresentado à inspeção como um conjunto unitário. diâmetro nominal igual ou superior a 10mm e de
10% para diâmetro nominal inferior a 10%;
Partida: conjunto de lotes apresentados para ins- • quando fios, tolerância de 6%;
peção de uma só vez. • ter comprimento normal de fabricação de 11m
com tolerância de 9%;
Fornecimento: conjunto de partidas que perfaz a • apresentar marca de laminação em relevo, iden-
quantidade total da encomenda. tificando o fabricante, a categoria e o diâmetro
nominal;
Diâmetro nominal (φ): número correspondente ao • quando não tiver nervuras, a identificação deve
valor, em milímetros, do diâmetro da seção trans- ser feita com etiquetas ou marcas em relevo;
versal do fio ou da barra.
Embalagem:
Classificação: As barras e os fios são fornecidos em feixes ou
a) Conforme o tipo de fabricação e a dimensão da rolos com etiquetas que contenham o nome do fa-
seção transversal: bricante, a categoria, e o diâmetro nominal.

Barras: são produtos de diâmetro nominal igual ou Encomenda:


superior a 5mm, obtidos exclusivamente por lami- O comprador de barras e fios de aço deve indicar
nação à quente. na encomenda:

Fios: são os produtos de diâmetro nominal igual ou • número da norma – NBR 7480;
inferior a 10mm, obtidos por trefilação ou processo • diâmetro nominal e a categoria;
equivalente. • a quantidade em toneladas;
• comprimento e a sua tolerância;
b) Conforme o valor característico da resistência de • o tipo de embalagem;
escoamento, nas seguintes categorias: • outros requisitos que considerar importante.
Barras: são classificadas nas categorias CA-25 e Condições específicas:
CA-50. Requisitos de propriedades mecânicas de tração:
Fios: na categoria CA-60.
Fatec SP – Materiais para Construção Civil III 14
Tabela 1

Ensaio de Tração – Valores Mínimos Ensaio de


º
Dobramento (180 )
Categoria Resistência Limite de
(a) Alongamento
Característica Resistência (c) Diâmetro do pino
em 10 φ
de Escoamen- fst (mm)
(%)
to fy (MPa) (MPa) φ < 20 φ ≥ 20

CA-25 250 1,20fy 18 2φ 4φ

CA-50 500 1,10fy 8 4φ 6φ

CA-60 600 1,05fy(b) 5 5φ -----


(a)
O mesmo que resistência convencional à ruptura.
(b)
fst mínimo de 660MPa.
(c)
φ = diâmetro nominal

A resistência de escoamento de barras e fios de Formação dos lotes:


aço pode ser caracterizada por um patamar no dia- O produtor ou fornecedor deve, em cada partida,
grama tensão-deformação ou calculada pelo valor repartir as barras, os fios ou os rolos em lotes apro-
da tensão sob carga correspondente à deformação ximadamente iguais e perfeitamente identificáveis,
permanente de 0,2%. com massas não superiores a 30t.
Pode também ser calculada pelo valor da tensão Quando não houver possibilidade de identificação
sob carga correspondente à deformação de 0,5%. da corrida, o inspetor deve orientar a formação de
Se houver divergência, prevalece o valor corres- lotes para inspeção conforme a tabela a seguir:
pondente à deformação permanente de 0,2%.

Requisitos de propriedades mecânicas de do-


bramento:
O corpo de prova deve ser dobrado a 180º em um
pino com diâmetro conforme a tabela 1, sem ocor-
rer ruptura ou fissuração na zona tracionada.

Características complementares:
As barras da categoria CA-50 são obrigatoriamente
providas de nervuras transversais ou oblíquas.

O comprador deve ter livre acesso aos locais em


que as peças encomendadas estejam sendo fabri-
cadas, examinadas ou ensaiadas, tendo o direito de
inspecioná-las diretamente ou através de inspetor
credenciado.
O inspetor deve verificar os defeitos e o comprimen-
to do material em estado normal de fornecimento.

Amostragem:
Para verificação das propriedades mecânicas e
características próprias das barras e fios de aço
destinados a armaduras para concreto armado de-
ve ser feita uma amostragem conforme os seguin-
tes procedimentos:
Fatec SP – Materiais para Construção Civil III 15
Massas máximas dos lotes para inspeção (t)
Corridas não identificadas

Diâmetro nominal (mm) Categoria do aço


Fios Barras CA25 CA50 e CA60
2,4 --- --- 4
3,4 --- --- 4
3,8 --- --- 4
4,2 --- --- 4
4,6 --- --- 4
5,0 5,0 6 4
5,5 --- --- 5
6,0 --- --- 5
--- 6,3 8 5
6,4 --- --- 5
7,0 --- --- 6
8,0 8,0 10 6
9,5 --- --- 6
10,0 10,0 13 8
--- 12,5 16 10
--- 16,0 20 13
--- 20,0 25 16
--- 22,0 25 20
--- 25,0 25 20
--- 32,0 25 25
--- 40,0 25 25

Formação de amostras: Os corpos-de-prova para os ensaios de tração e


Cabe ao adquirente, em cada partida, extrair alea- dobramento devem ser retirados de seguimentos
toriamente amostras com 2,2m, desprezando a de barras ou fios de comprimento adequado.
ponta de 20cm da barra ou do fio, identificá-las e
enviá-las ao laboratório. A área da seção transversal de uma barra ou fio a
ser adotada deve ser igual a de uma barra cilíndri-
Quantidade de amostras: ca que possua a mesma massa por unidade de
Lotes de corridas identificadas: comprimento.
A amostra representativa de cada lote é composta
por um exemplar. Se qualquer corpo-de-prova não Ensaios
satisfizer as exigências desta norma, deve ser feita Ensaio de tração:
uma contra-prova, sendo a amostra representativa Este ensaio deve ser realizado de acordo com a
de cada lote composta por dois novos exemplares. NBR-6152. O comprimento inicial l0 é igual a 10
diâmetros nominais, não sendo permitido o uso de
Lotes de corridas não identificadas: corpo-de-prova usinado.
A amostra representativa de cada lote é composta
por dois exemplares. Se qualquer corpo-de-prova Ensaio de dobramento:
não satisfizer as exigências desta norma, deve ser Este ensaio deve se realizado de acordo com a
feita uma contra-prova, sendo a amostra represen- NBR-6153, com a ressalva de que os apoios para
tativa de cada lote composta por três novos exem- a realização desse ensaio devem permitir o livre
plares. movimento dos corpos-de-prova.

Corpos-de-prova: Aceitação e rejeição:


Cabe ao laboratório receber a amostra identificada A aceitação do lote é aprovada se atender:
e preparar os corpos-de-prova. a) aos requisitos quanto a defeitos e massa e tole-
rância;

Fatec SP – Materiais para Construção Civil III 16


b) aos resultados satisfatórios dos ensaios de tra- Referências bibliográficas:
ção e dobramento de todos os exemplares.
Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR
Notas: 7480 – Barras e fios de aço destinados a ar-
Se um ou mais destes resultados não atender ao maduras para concreto armado – Especifica-
estabelecido nesta norma, deve ser realizada uma ção. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.
contraprova única. Se todos os resultados da con-
traprova forem satisfatórios, o lote é aceito. Bauer, L. A. Falcão. Materiais de Construção – Vol.
É facultado ao fornecedor o acompanhamento da 2. Rio de Janeiro: LTC, 3ª edição, 1987.
amostragem e dos ensaios de contraprova.
Chiaverini, Vicente. Tecnologia Mecânica. São
Rejeição: Paulo: Makron Books, 2ª edição, 1986.
O lote é rejeitado se:
a) não atender ao especificado quanto aos defeitos Petrucci, Eládio G. R. Materiais de Construção.
e à massa e tolerância; Porto Alegre: Globo, 1975.
b) no ensaio de contraprova, houver pelo menos
um resultado que não satisfaça às exigências Smith, F. William. Princípios de Ciência e Enge-
desta norma. nharia dos Materiais. Lisboa: McGraw-Hill, 3ª
edição, 1998.

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