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Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5706-075-9
DOI 10.22533/at.ed.759202805
Atena Editora
Ponta Grossa – Paraná - Brasil
www.atenaeditora.com.br
contato@atenaeditora.com.br
APRESENTAÇÃO
I.
CAPÍTULO 1........................................................................................................................... 1
A COMUNIDADE DE CERRO PELADO, FRONTEIRA E HISTÓRIA AGRÁRIA
José Carlos Sampayo Ferreira
DOI 10.22533/at.ed.7592028051
CAPÍTULO 2......................................................................................................................... 13
A GUERRA DE (RE)CONQUISTA SOBRE O CAMPO MEXICANO E A RESISTÊNCIA TERRITORIAL
ZAPATISTA
Rodrigo de Morais Guerra
DOI 10.22533/at.ed.7592028052
CAPÍTULO 3......................................................................................................................... 22
ALDEADOS DE PIRATININGA – INDÍGENAS ADMINISTRADOS DE SÃO PAULO COLONIAL (SÉCULOS
XVI - XVII)
Antonio Martins Ramos
DOI 10.22533/at.ed.7592028053
II.
CAPÍTULO 4......................................................................................................................... 33
ANALOGIA DO SÁBADO
Cleonaldo Pereira Cidade
DOI 10.22533/at.ed.7592028054
CAPÍTULO 5......................................................................................................................... 45
CONTRIBUIÇÕES DE KOSELLECK, RÜSEN E FREIRE PARA O PROFESSOR DE HISTÓRIA QUE ATUE
NO ENSINO RELIGIOSO.
Marcelo Noriega Pires
DOI 10.22533/at.ed.7592028055
CAPÍTULO 6......................................................................................................................... 57
O CAMPO RELIGIOSO “BRASILEIRO” NA OBRA MACHADIANA
Valdeci Rezende Borges
DOI 10.22533/at.ed.7592028056
CAPÍTULO 7......................................................................................................................... 70
ORIXÁ E NATUREZA: O CANDOMBLÉ NA PERSPECTIVA DECOLONIAL
Victor Hugo Basilio Nunes
DOI 10.22533/at.ed.7592028057
CAPÍTULO 8......................................................................................................................... 86
O ESPAÇO DE TERREIRO COMO ESPAÇO EDUCATIVO
Patrícia da Silva Pereira
DOI 10.22533/at.ed.7592028058
SUMÁRIO
III.
CAPÍTULO 9......................................................................................................................... 98
O “LIVRO DE ENTRADA DE IRMÃOS DA IRMANDADE DE N. SRA. DO ROZARIO DOS PRETOS DA
FREGUESIA DA CAXOEIRA” – RS, SÉC. XIX
Henrique Melati Pacheco
DOI 10.22533/at.ed.7592028059
IV.
1. É importante destacar que as obras de teoria científica não se situaram temporalmente tão somente no Oitocentos, mas,
de acordo com Tânia Bessone, houve “Registros e comentários a respeito de obras mais lidas ou muito ‘faladas’ na primeira
década do século XX”, dentre as quais estavam a dos principais autores utilizados no Oitocentos quando se tratava de teo-
rias científicas tais como: Spencer, Darwin, Comte, Haeckel, etc. Ver FERREIRA, Tânia Maria T. Bessone da Cruz. Palácios
de destinos cruzados: bibliotecas, homens e livros no Rio de Janeiro (1870-1920). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1999.
p. 142. Vale sublinhar ainda que a doutrina positivista, por exemplo, infiltrou-se tanto na sociedade brasileira, adentrando
pelo século XX, que chegou a ser tema de música popular brasileira, intitulada “Positivismo” e cantada por Noel Rosa, que
também tinha parceria na letra com o jornalista Orestes Barbosa. O trecho seguinte é emblemático: “o amor vem por prin-
cípio, a ordem por base, o progresso é que deve vir por fim. Desprezaste esta lei de Augusto Comte e fostes ser feliz longe
de mim”. A referida música nasceu no famoso Café Nice, como conta MÁXIMO, João; DIDIER, Carlos. Noel Rosa: uma
biografia. Brasília: Editora UnB, 1990. p. 246-247.
Dessa maneira, a guerra discursiva fez uso dos mais variados recursos e episódios
na tentativa de construir atos de fala eficazes ao combate e, assim, instaurar um clima
desfavorável à permanência do império no Brasil. Com o estudo das enunciações dos
principais representantes republicanos é que se torna inteligível o período de contestação
do Brasil-Império, visto que se permite uma melhor compreensão das particularidades,
motivações e interesses dos contestadores, sobretudo dos liberais, vitoriosos na disputa
pelo poder.
Como observou Maria Tereza Chaves de Mello, em relação à oratória, o grupo
de propagandistas da república “buscava [...] seduzir a platéia, ávida de discursos
grandiloqüentes e predisposta à submissão pela palavra e pela teatralização gesticulatória”.4
Por isso, a propaganda se tornou uma das maiores e melhores armas para deslegitimar
o status quo monárquico. Fora desse modo que os seus discursos se tornaram arma
contra o Império e instrumento de caráter pedagógico na disputa pela organização do
país, o que era facilitado pela formação de base retórica do período compartilhada pelos
2. Ver MELLO, Maria Tereza Chaves de. “A República e o Sonho”. In: Varia História. Belo Horizonte: UFMG, vol. 27, n°45,
jan-jun 2011. p. 124.
3. MELLO, Maria Tereza Chaves de. A república consentida: cultura democrática e científica do final do Império. Rio de
Janeiro: Editora FGV: Editora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Edur), 2007. p. 11.
4. Ibidem, p. 52.
O autor ressalta também que “o liberalismo foi utilizado pelos vitoriosos como
instrumento de consolidação do poder, desvinculado da preocupação de ampliação das
bases deste poder”.10 Percebe-se assim a permanência, ou mesmo, a construção de
mecanismos capazes de afastar a intervenção dos “cidadãos” na cena política, o que se
tem é uma briga de elites que, para se manterem no poder, afastam a grande parcela da
população das decisões políticas do país.
Contudo, da chegada ao poder até sua permanência no protagonismo político do
país, os republicanos liberais fizeram vasto uso de recursos retóricos para convencer e
mover à ação um maior número de adeptos aos seus ideais. Desse modo, vale destacar
que desde a Antiguidade Clássica, passando à Idade Média, com sua tradição escolástica,
e chegando à Modernidade a arte retórica permaneceu ativa, haja vista, por exemplo, os
estudos oferecidos na Universidade de Coimbra (instituição que recebeu grande parte dos
filhos da elite brasileira). O estudo de retórica chegou ao Brasil e fez parte da formação
estudantil da maioria dos pensadores oitocentistas, inclusive, do trio de republicanos
liberais aqui estudados, sobretudo durante a estada no curso anexo e/ou na Faculdade
de Direito de São Paulo.
O conhecimento da arte retórica é identificado, principalmente, pelas características
discursivas adotas e pela importância dada à palavra, seja por meio dos registros das falas
proferidas durante as participações em meetings e conferências, ou ainda em seu vasto
uso na imprensa da época. Assim, apenas para destacar alguns pontos comuns existentes
na tríade de republicanos liberais, pode-se começar pelo que seria a consciência do valor
9. Ver CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia
das Letras, 1987, p. 64.
10. Ibidem, p. 65.
11. Sobre a adoção da linguagem da “política científica” ver ALONSO, Angela. Idéias em movimento: a geração de 1870 na
crise do Brasil-Império. São Paulo: Paz e Terra, 2002, p.176.
REFERÊNCIAS
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Administração 22, 23, 24, 25, 26, 27, 29, 31, 103, 146, 163, 201
Afrocentricidade 87
Aldeamentos 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 32
Analogia sabática 33, 34, 35
Educação 1, 14, 20, 33, 45, 46, 48, 49, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 60, 77, 78, 84, 87, 95, 97, 164, 174,
175, 176, 177, 178, 181, 187, 188, 189, 201
Educação Histórica 45, 49, 174, 175, 176, 178, 181, 187, 188
Ensino de História 45, 56, 188, 189, 198
Ensino religioso 45, 46, 47, 50, 52, 53, 54, 55
Eric Hobsbawm 136, 137
Escravismo 22, 23, 24, 28, 29, 30
Força 22, 28, 29, 46, 50, 54, 57, 59, 77, 90, 102, 110, 125, 141, 180, 184, 187
Fronteiras 78, 79, 83, 112, 113, 115, 122, 131, 133, 134, 188, 195
Governo 17, 18, 26, 58, 59, 124, 125, 126, 130, 131, 180, 183, 184, 185
Guerra 2, 3, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 23, 24, 25, 27, 47, 48, 59, 113, 114, 115, 116, 117,
118, 119, 120, 121, 122, 123, 124, 127, 131, 133, 134, 150, 156
Identidade 14, 15, 16, 19, 20, 22, 30, 31, 50, 52, 76, 80, 91, 93, 109, 113, 115, 122, 138, 143, 144,
165, 168, 192, 195, 199
Ideologia 48, 50, 136, 138, 139, 140, 141, 143, 144, 145
Indígena 13, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 96, 165, 166, 171
Irmandades 63, 93, 94, 97, 98, 99, 101, 103, 104, 105, 107, 108, 112
Nação 16, 19, 35, 89, 110, 122, 128, 129, 136, 138, 142, 143, 151, 196, 199
Nacionalismos 136, 142
Negras 65, 72, 87, 93, 94, 97, 98, 103, 104, 105, 107, 108, 109, 111
Sábado 33, 34, 35, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 148
Território 13, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 91, 104, 119, 125, 167, 193
Tradição inventada 136, 137, 142
Transgeracionalidade 87, 92
Zapatismo 13