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Finais de Canto - 10
Finais de Canto - 10
Canto I
105-106
Acontecimento Chegada da armada portuguesa a Mombaça após várias dificuldades
motivador ocorridas em Moçambique ordenadas por Baco.
Em Moçambique, Gama é atacado traiçoeiramente; triunfa e aceita um
piloto que recebera a incumbência de os aniquilar.
Vénus afasta a armada da costa de Quíloa, anulando este objetivo
traiçoeiro.
Novas tentativas do Mouro e nova intervenção de Baco.
Chegada a Mombaça, cujo rei Baco muito avisara para aniquilar os
Portugueses.
Em síntese, a armada de Vasco da Gama encontra-se já na costa oriental
da África, junto a Moçambique, não muito longe da Índia; Vasco da Gama
vê-se obrigado a confiar em pilotos locais que conheçam as rotas
necessárias para atingir o seu objetivo. Assim, a inserção destas estâncias
reflexivas é exatamente condizente com a situação narrada; a
dependência dos outros para vencer a incapacidade própria.
Conteúdo da reflexão Perigos a que o ser humano está sujeito e tem de enfrentar: “Os grandes
e gravíssimos perigos”. A tormenta e o dano no mar, a guerra e o engano
em terra. O Bicho da terra tão pequeno enfrenta os perigos.
A reflexão efetuada centra-se na situação daqueles homens que, estando
perdidos em mares desconhecidos e ao alcance de todas as agressões da
Natureza, são ainda objeto da maldade humana. Assim, reflete sobre o
sofrimento do Homem exposto a forças e poderes que o ultrapassam.
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Os Lusíadas de Luís de Camões -10ºano
No início do poema, Camões refere, orgulhosamente, o Homem como sendo capaz de ir além
do que “prometia a força humana” (Canto I, estância 1). Agora, neste final de canto, apresenta o
mesmo Homem como um bicho da terra tão pequeno.
Efetivamente, esta expressão alude à pequenez e vulnerabilidade humanas. Desta forma,a
metáfora “bicho da terra” exprime a limitação do ser humano e, ao ser adjetivada por “vil e tão
pequeno”,conota melhor a fraqueza e incapacidade humanas.
Como se pode ver nestas duas estâncias, põe-se em relevo a coragem necessária ao ser
humano, quando se atreve a vencer não só a força da Natureza como também a maldade do seu
semelhante, ou seja, põe-se em evidência o desamparo a que o Homem se sente votado, quando,
em desespero, lhe parece que até as forças divinas estão contra ele.
As ideias expostas anteriormente são enfatizadas pelo uso de adjetivação valorativa( “Grandes
e gravíssimos perigos), por jogos de palavras (amigos/inimigos; coberto/descoberto), por uma
sequência de apóstrofes (Ó grandes…; Ó, caminho da vida), ou seja, pela invocação direta de vários
elementos, num tom vibrantemente exclamativo, daí as frases exclamativas e as interjeições.
Temos, ainda, nestas duas estâncias a repetição anafórica e aliterante –aliteração- (Tanta…) que
representa uma batida forte e insistente, bem como as interrogações retóricas a reforçarem a
chamada de atenção (Onde pode?).
Assim, e para concluir,este texto mostra-nos o espírito duvidoso da fragilidade humana – o
espírito antiépico -, mas mostra-nos ,simultaneamente, o enaltecimento do homem, a fé afirmada
no homem e nas suas extraordinárias capacidades, facto que está de acordo com os valores do
Renascimento, o que faz desta epopeia um poema renascentista.
Canto V
92 -100
Acontecimento motivador Conclusão do discurso de Gama ao Rei de Melinde. Gama enaltece a
tenacidade (perseverança, resistência) dos Portugueses.
Posicionamento do poeta: O facto de não conseguir encontrar, entre os portugueses, quem alie
crítica/conselhos os feitos guerreiros ao gosto da cultura, entristece e desespera o
poeta.
Grandes heróis do passado tomavam como exemplo os feitos de
outros heróis cantados pelos poetas e trabalhavam para merecerem
ser cantados. (Dá o exemplo de César e Cipião, heróis clássicos, que
foram simultaneamente guerreiros e escritores (cultos).
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Marcas linguísticas do Metáfora “n’ua mão a pena e noutra a lança”(duas metáforas): pena
discurso valorativo e conotada com a arte da escrita; lança conotada com a arte da guerra.
judicativo O seu significado simbólico reforça-se com a imagem da sua
simultaneidade, uma em cada mão, o que significa o gosto simultâneo
pela arte da guerra e pela arte da escrita.
Anástrofe – “Enfim…tão somente”.
Enumerações
Adjetivação valorativa
Anáfora
Personificação – “mundo canta” e “Terra espanta” -enfatiza glória e
fama de Vasco da Gama que está a ser louvado pelas Musas (refere-
se à sua própria obra “Os Lusíadas”), destacando-o como herói
nacional. Por isso, deverá estar agradecido, pois nem todos os heróis
têm esse privilégio.
Canto VII
Estâncias 78-87
Exame – 2016 época especial
Explicar por que razão o poeta faz uma nova invocação.
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Destacar marcas do tom marcadamente autobiográfico - dados biográficos, a palavra que marca,
pela sua reiteração, diferentes momentos da vida do poeta, o valor do articulador “e ainda…”,
expressões que exprimem melhor a apreciação geral que o Poeta faz da sua vida.
«Nũa mão sempre a espada e noutra a pena» (v. 16). Explique o sentido deste verso, tendo em conta
os aspetos autobiográficos evocados pelo Poeta na segunda e na terceira estâncias.
No verso «Nũa mão sempre a espada e noutra a pena» (v. 16), o Poeta autocaracteriza-se,
destacando as suas facetas de guerreiro e de poeta. Assim, por um lado, o Poeta evoca a sua
experiência da guerra, que considera perigosa e inumana; por outro lado, salienta o facto de nunca
ter abandonado a escrita. Nesta autocaracterização, em que se valoriza a conjugação da bravura com
o amor à poesia, encontra-se configurado um modelo de virtude e de dedicação heroica.
Tema de reflexão Lamentos do poeta devido aos seus infortúnios e pelo não
reconhecimento do seu mérito, facto inviabilizador do incentivo a
futuros escritores.
Nesta reflexão, o Poeta considera-se vítima da ingratidão dos seus
contemporâneos, criticando aqueles que, em vez de o
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Canto VIII
Estâncias 96-99
Referir a quem se dirige o Poeta e a advertência feita.
O poeta dirige-se aos que têm curiosidade em ajuizar , julgar do bem e do mal.
Explicar o uso da primeira pessoa do plural, no último verso.
O uso alarga a critica , evidenciando que ninguém, nem aquele que reflete sobre o problema escapa
ao poder do dinheiro.
Apontar o referente do pronome Este e comentar o seu uso anafórico.
O dinheiro. Este uso funciona como acumulação e, por isso, amplifica o caráter pernicioso do
dinheiro.
Enumerar os efeitos perniciosos do dinheiro.
Faz dos amigos traidores; corrompe os mais nobres carateres e as maiores purezas; deturpa o
conhecimento e entorpece a consciência; condiciona os textos e as leis; está na origem de
difamações; favorece a tirania dos reis; corrompe até os sacerdotes, sob a aparência da virtude.
Interpretar o uso do recurso expressivo que, a par da anáfora, é reiteradamente usado na estância
98. (estâncias 98 e 99)
A antítese. O seu uso evidencia o poder que o dinheiro tem de converter tudo no seu contrário.
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Canto IX
Estâncias 88-95
Exame 2008
Relacionar esta exortação como o propósito enunciado no final do Canto VII, explicando os valores
defendidos pelo poeta num e noutro texto.
Os valores são essencialmente os mesmos: valores de virtude, esforço, desapego dos interesses
pessoais, justiça, heroísmo ao serviço da pátria.
Regresso à Pátria
Vénus prepara o repouso e prémio para os navegantes portugueses.
Acontecimento motivador
Este repouso é a compensação de longos trabalhos, prémio bem
merecido.
Explica o significado da Ilha dos Amores (89-92)
Tema de reflexão ( simboliza o prémio merecido pelos portugueses - a imortalidade- ou
seja o (re)conhecimento universal dos seus feitos).
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Os Lusíadas de Luís de Camões -10ºano
Canto X
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Estâncias 145-156
exame 2010
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Lamentações do poeta
Apóstrofe “Olhai que ledos vão “
Aliteração – “Por várias vias”
Comparação – “Quais rompentes leões e bravos touros”
Marcas linguísticas do
Anáfora – A ferro…/ A quentes…/ A golpes…/…
discurso valorativo e
Hipérbole – “Demónios infernais”
judicativo
Adjetivação
Enumeração
Discurso de segunda pessoa
Correção do exame
1.Na primeira estrofe dá-se conta da chegada dos portugueses à pátria («Até que houveram vista do terreno
/ Em que naceram, sempre desejado.»), fazendo-se referência ao tempo climatérico que se fazia sentir e que
era favorável a um regresso tranquilo («Assi foram cortando o mar sereno, / Com vento sempre manso e
nunca irado,»).
Refere-se também a entrega dos triunfos alcançados ao rei, através dos quais poderá engrandecer-se o
monarca e a pátria («E à sua pátria e Rei temido e amado / O prémio e glória dão por que mandou, / E com
títulos novos se ilustrou.»).
2. A interpelação ao Rei justifica-se pelo facto de o alertar para a obrigação de reconhecer o valor dos seus
súbditos, até porque estes têm qualidades que o farão vencedor, e serão capazes de reerguer a pátria do
estado abúlico em que se encontra, tal como é confirmado nas estâncias 145 a 148. Logo na primeira sobressai
o estado de desânimo do poeta por ver a pátria envolta na cobiça e na tristeza («O favor com que mais se
acende o engenho / Não no dá a pátria, não, que está metida / No gosto da cobiça e na rudeza / D~ua austera,
apagada e vil tristeza.»), prosseguindo, na seguinte, com o apelo ao Rei para que este desperte os ânimos dos
seus súbditos que se revelam excelentes heróis e se sujeitam aos mais duros tormentos para o servir e
enaltecer («Por isso vós, ó Rei… / Olhai que sois (e vede as outras gentes) / Senhor só de vassalos
excelentes.»).
3. A enumeração presente na estância 147 permite destacar a superioridade dos vassalos portugueses,
salientando- -se, simultaneamente, os inúmeros perigos a que se sujeitaram durante a empresa dos
descobrimentos, nomeadamente a fome, a guerra, as condições atmosféricas adversas, os naufrágios.
4. O poeta mostra-se desalentado ou desanimado face à insensibilidade dos seus compatriotas, afirmando
«Nô mais, Musa, nô mais, que a Lira tenho / Destemperada e a voz enrouquecida, / … de ver que venho /
Cantar a gente surda e endurecida». Revela-se também perplexo e triste por constatar o estado de inércia e
de tristeza que paira sobre a pátria, apesar da bravura revelada pelos portugueses no passado («Não no dá a
pátria, não, que está metida / No gosto da cobiça e na rudeza / D~ua austera, apagada e vil tristeza.»).
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