Todos Os Homens São Maricas Quando Estão Com Gripe
Pachos na testa Risos de grilo
Terço na mão Ai Lurdes, Lurdes Uma botija Que foi aquilo Chá de limão Não é a chuva Zaragatoas No meu postigo Vinho com mel Ai Lurdes, Lurdes Três aspirinas Fica comigo Creme na pele Não é o vento Dói-me a garganta A cirandar Chamo a mulher Nem são as vozes Ai Lurdes, Lurdes Que vêm do mar Que vou morrer Não é o pingo Mede-me a febre De uma torneira Olha-me a goela Põe-me a santinha Cala os miúdos À cabeceira Fecha a janela Compõe-me a colcha Não quero canja Fala ao prior Nem a salada Pousa o Jesus Ai Lurdes, Lurdes No cobertor Não vales nada Chama o doutor Se tu sonhasses Passa a chamada Como me sinto Ai Lurdes, Lurdes Já vejo a morte Nem dás por nada Nunca te minto Faz-me tisanas Já vejo o inferno E pão de ló Chamas diabos Não te levantes Anjos estranhos Que fico só Cornos e rabos Aqui sozinho Tigres sem listas A apodrecer Bodes de tranças Ai Lurdes, Lurdes Choros de corujas Que vou morrer.