Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
ÍNDICE
2
ALVOR LATENTE............................36
IMPENITÊNCIA.............................37
À BELEZA.................................38
OS SOLITÁRIOS............................39
A UM UTILITÁRIO..........................40
QUASE DEUSES, MENOS QUE HOMENS...........41
A DIFERENÇA ENTRE PEDRO E JUDAS..........42
AO MENOS ME OLVIDAR VENDO O TEU ROSTO....43
EPITÁFIO DE UM POETA.....................44
DESTE-ME, DEUS, ESTA HORRENDA NATUREZA...45
METAMORFOSE..............................46
SABES, DEUS, COMO É TRISTE ESTE EXERCÍCIO.......47
CLEMENTE, NUNCA PERDES ALMA ALGUMA.......48
NO ÁTIMO FINAL...........................49
ANTE O DIÁLOGO DAS CARMELITAS............50
NESTE SILÊNCIO TÃO GRAVE.................51
NÃO BUSQUES SEGURANÇAS ENTRE O VENTO.....52
SONETO DA ANTOLOGIA......................53
O SANTO QUE EU NÃO FUI ANDA COMIGO.......54
A VIDA E AS MORTES.......................55
AS ASAS DO SILÊNCIO SE APROXIMAM.........62
NÃO CRUZES ESTE RIO FEITO APRESSADO......63
DESCANSA, ALMA...........................64
PEDINTE PELA LUZ.........................65
LAMENTO MEUS INSTANTES QUE MORRERAM......66
TREVAS DA POSSIBILIDADE............................67
AS COUSAS OUTRA VEZES TÊM HARMONIA.......68
FÁTIMA...................................69
PADRE PIO E GEMMA........................72
IMAGEM...................................74
3
O QUE FOSTE EM VIDA ESTARÁ COMIGO........76
QUANDO EU MORRER.........................77
O HOMEM E O TEMPO........................78
NA NOITE ACHEI UM CHORO DE JESUS.........81
MISTÉRIO — O AMOR DIVINO É UM ABSURDO....82
SE VEROS VAMOS...........................83
VERSOS DESTINADOS A QUALQUER INSTANTE....85
EXERCÍCIO DIFÍCIL........................86
CONVITE À INTIMIDADE ESPIRITUAL..........87
EIS QUE TROCASTE O TOM DO MEU SILÊNCIO...88
AO PERFEITO SOLITÁRIO....................89
O SEM-TETO DA RUA TRÊS...................91
OS ROSTOS................................92
O JULGAMENTO DE SÓCRATES.................93
O SANTO..................................94
NÃO É DESTE MUNDO A RECOMPENSA!..........95
PULSAÇÃO.................................96
UM LONGO EPITÁFIO........................97
EM TODO PÔR DO SOL HÁ UM ENSAIO..........99
PENSAMENTOS DE PAULO NA ESCURIDÃO........100
AVANTE, SANGUÍNEA E SANTA PEDRA!........101
SIMÃO PEDRO.............................102
O MENINO FRANCESCO FORGIONE.............104
À MÃE AO PÉ DA CRUZ.....................105
O SORRISO FÁCIL.........................106
A CRISTO NO GETSÊMANI...................107
CRISTO NO DESERTO.......................108
4
5
6
PREFÁCIO
Por Clara Ochove
8
a alma ouve afinal: “Não espanta-te como graças se alinham aos respiros
teus?” (poema “Descansa, Alma”).
Para findar esse breve prefácio, que não passa de voo rápido sobre um
imenso e luzidio trigal, atestarei algo sobre o poeta. Santo Inácio de
Antioquia, mártir morto nos circos romanos, escreveu, em uma de suas sete
cartas: “Eu sou o trigo de Cristo”. Pois o poeta que se dobra a “afirmar o
princípio eterno de onde veio”, como disse Murilo Mendes, também o é.
Também é trigo de Cristo. É o poeta que traz à tona a “saudade irreprimível”
que todos carregamos, mas que a ele foi dado o dom de expressar e entender.
Em “Epitáfio de um poeta” Pedro termina expressando a admirável
recompensa dessa vocação:
“Mas não narro essas cousas com tristeza
Se provei das mundanas asperezas
O hálito mosaico as compensava...
Fiz da alma elísio diminuto
E após deitar meus ossos no escuro
Fundi-me à perfeição que eu procurava.”
Entremos, então, nesse áureo campo, roçando a mão pelo trigal, tendo
sempre em mente, como Maximus, de que tudo, tudo, ecoa pela eternidade.
9
10
A ESPERA
11
O ANJO DA BELEZA
12
A TERRA NÃO FOI FEITA PRO DESCANSO
13
QUE RESTARÁ, ENFIM, DESTES MEUS DIAS?
14
INTERCESSORA ÍRIS
À Clara Ochove
15
À CLARA OCHOVE
16
SONETO A OLAVO DE CARVALHO
17
SEGUNDO SONETO A OLAVO DE CARVALHO
18
DIVISA
*Sobre Olavo de Carvalho, lá pelos seus quarenta e alguns anos
19
O NORTE ATRÁS DA TELA
20
SONETO A BRUNO TOLENTINO
21
SEGUNDO SONETO A TOLENTINO
22
SONETO A RAUL DE LEONI
23
SONETO A SÓCRATES
24
SONETO A ARISTÓTELES
25
SONETO A VIKTOR FRANKL
26
VERDADE E BELEZA
27
POESIA E FILOSOFIA
28
LOUVOR AO PERECÍVEL
29
PRIMEIRA VEZ
30
ETÉREO
31
REVOADA
32
AOS QUE FLAGELAM CRISTO
33
SEGUNDO SONETO DE NATAL
34
SONETO À POBREZA
35
ALVOR LATENTE
36
IMPENITÊNCIA
37
À BELEZA
38
OS SOLITÁRIOS
39
A UM UTILITÁRIO
40
QUASE DEUSES, MENOS QUE HOMENS
41
A DIFERENÇA ENTRE PEDRO E JUDAS
42
AO MENOS ME OLVIDAR VENDO O TEU ROSTO
43
EPITÁFIO DE UM POETA
44
DESTE-ME, DEUS, ESTA HORRENDA NATUREZA
45
METAMORFOSE
46
CLEMENTE, NUNCA PERDES ALMA ALGUMA
47
SABES, DEUS, COMO É TRISTE ESTE EXERCÍCIO
48
NO ÁTIMO FINAL
49
ANTE O DIÁLOGO DAS CARMELITAS
50
NESTE SILÊNCIO TÃO GRAVE...
51
NÃO BUSQUES SEGURANÇAS ENTRE O VENTO
52
SONETO DA ANTOLOGIA
53
O SANTO QUE EU NÃO FUI ANDA COMIGO
54
A VIDA E AS MORTES
(Uma autobiografia)
E se muito morremos
até a eterna graça
ou o eterno sufoco
— Em ódio e fogo —
há chances de ver e rever
no ponto privilegiado
antecedendo cada morte
desvelada a face ignorada
d’alma que vamos esculpindo
no painel do tempo;
55
das ilhas insinuam mitos à mente
dócil à imaginação
— vivi anos inteiros
e talvez seja o primeiro dia livre, puro
56
E penso nas pérolas que desperdiço.
O homem jovem não carrega uma sombra.
57
Estou no cimo, mas piso ao solo
flutuo pela rua com o corpo dormente
e a alma nua, de tão viva, está candente!
Estou no amor – pela primeira vez.
58
Ela, sagrada, secreta, ainda virá
ouvir-me calar e ser um sonho real
na simetria de dois silêncios
que se somam.
59
vibram num sutil âmbar,
castos, cândidos em sua inveja?
Completar os vazios de uma mulher
unir-se a Ela e ser completo
— Vejo uma nova aurora, um novo Éden
na pele desta Eva orvalhada
em suas Pétalas —
Sou uno, sou completo:
este amor está repleto
de vinho... e de Deus...
60
— não, tudo bem, tudo bem,
tudo é bênção, tudo é sorte;
tudo está em seu lugar
nestas velhas cenas
que me surgem.
Que em breve,
Muito em breve
Eu morrerei...
61
AS ASAS DO SILÊNCIO SE APROXIMAM
62
NÃO CRUZES ESTE RIO FEITO APRESSADO
63
DESCANSA, ALMA
64
PEDINTE PELA LUZ
65
LAMENTO MEUS INSTANTES QUE MORRERAM
66
TREVAS DA POSSIBILIDADE
67
AS COUSAS OUTRA VEZ TÊM HARMONIA
68
FÁTIMA
1917, Portugal.
Dezenas de milhares viram
o assombroso vendaval;
depois o sol, com sua dança
de raios prateados,
num esplendor tamanho
que aleijados começam a andar
— anseiam dançar junto –
e os cegos querem contemplar
— eis que o Eterno os faz ver.
As lágrimas jorram;
os ventres tremem;
as interjeições ressoam;
as almas se dilatam;
três crianças veem, falam,
com a bela Senhora, que anunciaram.
E eu cá imagino:
olhando o poente,
ela recorda sempre,
daquele trêmulo sol de prata
que pareceu despencar,
beijar a terra?
No coração da noite
70
seus sonhos
têm cegos pasmos com a luz,
aleijados ardendo, docemente,
haurindo o vento fresco enquanto correm?
Ela re-ouve, em sonhos,
os soluços ante o quadro
do Absoluto?
o sol dançar...
71
PADRE PIO E GEMMA – A menina que passou a ver, sem ter pupilas
I
A ESPERANÇA DE GEMMA
II
GEMMA VÊ
72
naus no horizonte, velas a rumar;
sua vó chorando de felicidade!
III
há de escutar a recomendação
do velho santo, do sagrado Pio,
ao se alumbrar co’a bela criação.
73
IMAGEM
Saio só na noite
o silvo frio não me assusta
mas dos rostos no caminho
disfarço meu rosto, contrito.
A alma a flutuar
entre prisão e soltura:
tudo é possível, porém,
nada passível, de senso.
74
São mesmo meus, esses lampejos
de senso?
A noite me encara...
mil impressões surgem
sob a penumbra dum poste
e deixa dores,
de louco;
e lumes,
de santo.
75
O QUE FOSTE EM VIDA ESTARÁ COMIGO
76
QUANDO EU MORRER
E os segredos da minh'alma
— cada interna luz e treva —
77
O HOMEM E O TEMPO
78
as etapas tão suaves da etérea flor; a valsa das folhas secas; o frescor da
minha amada
que pouco a pouco lhe escapa... e já vi, austero tempo, o rosto
dos meus mortos, gélidos no ataúde, despidos já de ti. Tudo isto
me assusta tanto, que não há um dia em que eu não busque a Eternidade,
e vou me equilibrando entre silêncios.
A Eternidade... tão maior que tu! Leva com tua mão avara, as mães, os avós
(até das crianças tu às vezes te apartas, num conluio com a morte!)
que importa? Leva. O que aconteceu, por um instante, não desacontece:
perante a Eternidade tu és tão compresso, tão lépido, quanto
o efêmero feixe de sol que penetrou minha janela e deixou em brasas
as íris do meu anjo. Passarás, como passa o corpo dela, e o meu,
como passou-me a presença de vovó. Mas nossas almas são perenes.
E é verdade, que talvez eu arda perenemente num fogo escuro;
sim, poucas coisas são tão terríveis, mas não é tão terrível quanto
se todos ardessem... haverá, sim, uma cidade sem sol nem lua,
uma pátria pura adornada pelas pedras mais raras; pátria alumiada
pelo Relâmpago sereno e sem limites.
Cristo abraçará seus filhos... isto é suficiente
pra um pecador chorar e ir se dissipando em tranquilidade.
79
E posso viver, como um ínfimo capítulo de ti, e depois partir
em completa paz.
80
NA NOITE ACHEI UM CHORO DE JESUS
81
MISTÉRIO — O AMOR DIVINO É UM ABSURDO
82
SE VEROS VAMOS
83
dos chiados que saem
do imenso mar
Sempre, sempre...
sempre estás disposto
a nos provar
que poeira nenhuma
vem conosco
se veros vamos
ao teu lar.
84
VERSOS DESTINADOS A QUALQUER INSTANTE
85
EXERCÍCIO DIFÍCIL
À Clara Ochove
86
CONVITE À INTIMIDADE ESPIRITUAL
87
EIS QUE TROCASTE O TOM DO MEU SILÊNCIO
88
AO PERFEITO SOLITÁRIO
89
este estado pleno a embalar—
me a prece. Porém, entende,
90
O SEM-TETO DA RUA TRÊS
91
OS ROSTOS
92
O JULGAMENTO DE SÓCRATES
93
O SANTO
—
*Inspirado nos textos de Louis Lavelle
94
NÃO É DESTE MUNDO A RECOMPENSA!
95
PULSAÇÃO
96
UM LONGO EPITÁFIO
98
EM TODO PÔR DO SOL HÁ UM ENSAIO
99
PENSAMENTOS DE PAULO NA ESCURIDÃO
100
AVANTE, SANGUÍNEA E SANTA PEDRA!
Avante, sanguínea e santa Pedra!
Espera-te, nesta aurora rosada, o espanto
em ver que não mentia o Deus humano;
101
SIMÃO PEDRO
II
102
tudo isto não passava na memória,
tal como o galo após os meus três nãos...
III
103
O MENINO FRANCESCO FORGIONE
104
À MÃE AO PÉ DA CRUZ
105
O SORRISO FÁCIL
106
A CRISTO NO GETSÊMANI
107
CRISTO NO DESERTO
108
Ah, Leão Manso! Lampião Inapagável da Pátria! Subida
é sinônimo de a Ti curvar-me; da Perfeição à Cruz
transitar, e do deserto meditar como se equilibra
meu coração vil se resvala na Tua solidão de Luz,
na vastidão do Teu silêncio, sob sibilos do vento;
109