Escravidão no Brasil Império: uma análise a partir da Literatura e Imprensa da época
O século XIX foi marcado por importantes acontecimentos no Brasil. Sobretudo, a
partir da segunda metade do referido século, foi crescente o volume e a profundidade dos debates em torno da escravidão e emancipação dos escravizados. Nesse cenário, esteve em disputa posicionamentos contrários e favoráveis a uma abolição imediata, travada por diferentes setores, desde grupos Parlamentares, membros do Governo imperial, literatos e jornalistas, de modo que os discursos variaram de acordo com os interesses políticos, econômicos e sociais dos envolvidos. Considerando tais aspectos, a pesquisa ora apresentada, propõe discutir a questão da escravidão entre os anos de 1850- 1867, com o objetivo de perceber como essa temática estava em discussão no período, sobremaneira, expressas na Literatura e Imprensa da época. Para tanto, toma-se como fontes principais as obras literárias O Demônio Familiar (1857) e Novas Cartas Políticas de Erasmo (1867), além de periódicos como Diário de Rio de Janeiro e o Correio Mercantil. Diante disso, é conduzida uma análise sobre a escravidão, com destaque para como pensou e escreveu acerca do tema, o escritor e político José de Alencar (1829-1877) autor das duas obras mencionadas. Sendo assim, pretende-se considerar suas atuações no período e as relações com seus contemporâneos que permitam melhor compreender os debates em torno da escravidão. Dessa maneira, apoiados na relação entre História, Literatura e Imprensa, busca-se notar as questões suscitadas pela escravidão e abolição dos cativos no Brasil da segunda metade do século XIX. Para tanto, estudiosos como José Murilo de Carvalho (2008); Lilian Schwarcz (1998); João Roberto Faria (2022) e Sandra Pesavento (2003) serão teóricos basilares na condução desse estudo.
A Revista Marítima Brasileira: o envolvimento da Marinha de Guerra do Brasil nos conflitos mundiais do século XX, pela perspectiva de um período militar