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Diversidade na

Biosfera

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Níveis de organização biológica
O estudo dos seres vivos revela vários graus de organização,
hierarquicamente dispostos, desde o nível molecular até ao nível
dos grandes biomas.

O nível mais básico é o átomo, mas unicamente a


partir da CÉLULA é que existe VIDA, pois esta é a sua
unidade fundamental, será o nível menos inclusivo,
no qual os seres vivos apresentam um maior número
de semelhanças.

A BIOSFERA é mais alta das hierarquias biológicas e


corresponde ao nível de organização mais inclusivo,
no qual se verifica uma enorme biodiversidade.
Níveis de organização biológica

Átomo Molécula Celula

Pequena partícula Conjunto de átomos  Constituída por vários organelos


constituída por unidades unidos por ligações estruturados por moléculas.
subatómicas. químicas  Cada organelo desempenha uma
função específica na célula que faz
dela a UNIDADE BÁSICA DA VIDA.
Níveis de organização biológica
Estrutura complexa
constituída por diferentes
Conjunto de células tecidos que interatuam,
idênticas e com funções realizando uma ou mais
semelhantes funções no organismo

Celula Tecido Órgão

Organismo
Pertence a uma ou Sistema
determinada indivíduo Grupo de órgãos que realizam em
conjunto funções essenciais no organismo.
Espécie
Níveis de organização biológica

Espécie
• Conjunto de indivíduos, em regra morfologicamente semelhantes, que podem
cruzar-se entre si, originando descendência fértil.
• Unidade básica dos ecossistemas.
Flamingo Coruja das torres
(Phoenicopterus roseus) (Tyto alba)

Nome comum

Nome científico Nomenclatura


O nome vulgar de uma determinada espécie
num país pode ser completamente diferente
noutro e. Então, surgiu a necessidade de criar
uma nomenclatura (atribuição de nomes)
universal, com normas, para facilitar a
Cavalo-marinho comunicação.
(Hippocampus hippocampus)
Lineu criou a nomenclatura binomial, na qual
o nome é constituído por duas palavras. Ainda
hoje se utiliza este sistema, embora atualizado
pelas comissões internacionais de
nomenclatura.
Assim, enquanto que o nome vulgar de um ser
vivo pode mudar de lugar para lugar, o seu
nome científico será igual em todo o mundo.
Existem associações internacionais de
taxonomia que oficializam os nomes
Barbo científicos havendo universalidade na
(Barbus bocagei) classificação biológica.
Regras de nomenclatura binominal
A nomenclatura binomial é também referida como Sistema de classificação binomial ou como sistema lineano.
As espécies são identificadas por duas palavras (nomes) latinas ou latinizadas: um nome genérico e um descritor
específico. As subespécies têm um nome composto por três nomes, colocados pela seguinte ordem: nome
genérico, descritor específico e descritor sub específico.
Ex: Espécie do Tigre (Panthera tigris) tem várias subespécies, como o Tigre-de-Sumatra (Panthera tigris
sondaica).
O primeiro termo, o nome genérico é sempre escrito começando por uma maiúscula, enquanto o descritor
específico começa com uma letra minúscula. O nome científico deve ser sempre escrito em itálico ou sublinhado
com um risco contínuo.

Salgadeira Alface-dos-arrozais
(Atriplex halimus) (Alisma plantago-aquática)

O segundo termo, o descritor


específico, começa sempre
com uma letra minúscula.

O primeiro termo, o nome


genérico é sempre escrito
começando por uma maiúscula.
Níveis de organização biológica

Organismo População

Comunidade
Ecossistema
biótica
População
Grupo de organismos da mesma espécie, que habitam numa
determinada área e num determinado período de tempo.
Comunidade ou Biocenose
Populações de espécies diferentes que habitam numa mesma
área e estabelecem relações entre si.
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Ecossistema
interações
entre estes

Comunidade Meio físico e


biótica químico

Biótopo

O biótopo corresponde ao meio físico e químico que rodeia e influencia a comunidade biótica.
Cada comunidade biótica ocupa, portanto, um biótopo. 11
Ecossistema
interações
entre estes

Comunidade
Biótopo
biótica

Ecossistema
Conjunto da comunidade biótica (biocenose), do ambiente físico
(biótopo) e das relações que se estabelecem entre si. 12
Habitat
Habitat é o local onde um organismo
vive, no ecossistema. O habitat detém as
condições físicas e químicas necessárias
à sobrevivência da espécie.

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Espécies diferentes podem ocupar o mesmo habitat. Mas desempenham
um papel no ecossistema diferente. Ou seja, tem um nicho ecológico
diferente.

Alfaiate
(Recurvirostra avosetta)

Íbis-preta
(Plegadis falcinellus)

Colhereiro Flamingo
(Platalea leucorodia) (Phoenicopterus roseus)14
Nicho ecológico
• O nicho ecológico corresponde às “funções” do
organismo no ecossistema.
• Inclui informações como: tipo e forma de
alimentação (o que come, como e em que alturas
do dia), relações com outras espécies, forma e
época de reprodução, etc.
• Assim, o nicho também mostra como as espécies
exploram os recursos do ambiente.

Se duas espécies ocuparem o mesmo nicho


ecológico durante um período de tempo prolongado,
elas irão competir a vários níveis, o que levará ao
desaparecimento de uma delas.
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O Cavalo-marinho (hippocampus hippocampus)
pode ser encontrado em águas pouco profundas,
costeiras. Têm pouca capacidade de natação, o que
implica que não se desloquem grandes distâncias.
Exemplo: São carnívoras, mas não costumam procurar
alimento. Em vez disso, agarram-se às plantas com a
sua cauda e comem o alimento que vai passando por
eles.

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A partir do texto anterior concluímos:

Habitat do cavalo-marinho Nicho ecológico do cavalo-marinho


(“o endereço”) (“a profissão”)

Habitat marinho, de águas pouco Não se desloca grandes distâncias.


profundas, costeiras. É carnívoro, sugando o alimento à
medida que vai passando por este.

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Níveis de organização biológica

Comunidade
Organismo População
biótica

BIOSFERA Ecossistema
Biomas
Níveis de organização biológica
BIOSFERA
 Sistema global que inclui toda a vida na Terra,
o ambiente onde essa vida se desenrola e as
relações que se estabelecem entre si.
 Pode ser entendida como um ecossistema
composto por todos os ecossistemas da Terra.
 É a camada superficial terrestre capaz de
suportar vida.
Desde a FOSSA DAS Até ao Monte Everest
MARIANAS (11.000m. Prof.) (Himalaias – 8.848 m. de Alt.)

Na biosfera está Biodiversidade


confinada uma grande Conjunto da grande variedade de formas de
biodiversidade vida existentes na Terra.
Diversidade
Biológica
Diversidade Biológica
Multiplicidade de seres vivos presentes na Biosfera, pode exprimir-se a diferentes níveis…

Diversidade Ecológica
 Refere-se à diversidade de comunidades presentes nos diferentes ecossistemas.

Diversidade de Espécies
 É relativa à variedade entre espécies encontradas em diferentes habitats do planeta.
 RIQUEZA EM ESPÉCIES – n.º total de diferentes espécies da comunidade.
 ABUNDÂNCIA RELATIVA – n.º de indivíduos presentes em cada espécie

Diversidade Genética
Inclui variações a nível do genótipo dentro e entre populações pertencentes à mesma espécie.

 Maior variabilidade genética numa população


Ambiente em mudança
 Indivíduos com características diferentes

Possibilidade de existir um conjunto de indivíduos com as características (fenótipo) que permitam a


sua adaptação e sobrevivência nas novas condições do meio, impedindo a extinção da espécie…
Níveis de organização biológica
Estrutura e
dinâmica dos
Ecossistemas

Estuário do Tejo
Ecossistema

Componente Componente
biótica abiótica

Comunidade biótica Meio físico e


Biótopo
químico
Interações bióticas
 Interações intraespecíficas – Ocorrem entre
seres vivos da mesma espécie.

 Interações interespecíficas – Ocorrem entre seres


vivos de espécies diferentes.

Existem relações em favoráveis (+),


desfavoráveis (-) e de indiferença ou
neutralidade (0).
Interações Predação
interespecíficas Parasitismo
Competição interespecífica
Cooperação Simbiose
Mutualismo
Comensalismo
Interações
bióticas Interações Competição intraespecífica
intraespecíficas
Canibalismo

Cooperação Colonias
Sociedades
Interações interespecíficas
Interações interespecíficas
Interações intraespecíficas
Cadeias Alimentares

NÍVEL TRÓFICO

Níveis alimentares através dos


quais ocorrem processos que
permitem o transporte de energia
e matéria num ecossistema
Teia alimentar ou Rede Trófica

As cadeias alimentares representam


sequências de organismos de diferentes
níveis tróficos, através das quais ocorre
transferência de matéria e de energia,
em resultado das interações tróficas.

Nos ecossistemas, as cadeias alimentares


não estão isoladas, encontrando-se
interligadas entre si, formando uma teia
alimentar.
Ciclo de matéria

Incapazes de “produzir”…
CICLO DE MATÉRIA
Alimentam-se de M.O. de outros
Ex: herbívoros, carnívoros
o O fluxo de materiais é cíclico
(processa-se entre os
componentes bióticos e abióticos
dos ecossistemas, devido à
presença de produtores e
Importante
para a
decompositores).
fotossíntese o Os nutrientes circulam
continuamente. Passam do meio
abiótico para os produtores e
destes para os consumidores,
Produzem M.O. A partir regressando ao meio abiótico,
de M. Mineral ou através dos decompositores.
Inorgânica
Ex: algas, plantas,
bactérias Produzem M. Mineral. a partir de M.
Orgânica
Ex: bactérias e fungos
Fluxo de energia
FLUXO DE ENERGIA
o A energia é transferida segundo um fluxo
decrescente e unidirecional, não
voltando a entrar nos componentes
bióticos, dissipando-se sob a forma de
calor.

o A energia luminosa captada pelos


produtores é transformada em energia
química que fica armazenada nos
compostos orgânicos que elaboram.

o Parte dessa energia é transferida para os


consumidores, havendo também
dissipação de energia sob a forma de
calor que abandona o sistema.
Relações tróficas
PERDAS DE ENERGIA
A energia que passa entre níveis tróficos é de 10%, havendo
portanto, 90% de perdas.

Quanto mais pequena é uma


cadeia alimentar, menores são as
perdas que se verificam. As
cadeias alimentares, geralmente,
não têm mais do que 5 níveis
tróficos, pois a energia disponível
vai diminuindo chegando a uma
quantidade mínima nos últimos
organismos.
CICLO DE MATÉRIA E FLUXO DE ENERGIA
Transferência de 10% da energia contida nos tecidos do ser
vivo do nível trófico anterior.
Verifica-se uma diminuição do
número de indivíduos em cada
nível trófico, pois não existe
energia suficiente para
sustentar o mesmo número de
indivíduos nos níveis tróficos
mais elevados. A energia
1º Nível Trófico 2º Nível Trófico 3º Nível Trófico
disponível no 5º Nível Trófico,
normalmente não permite
sustentar as necessidades
básicas e funções vitais de
outros seres vivos.
Perdas de 90% da
energia disponível no
nível trófico anterior.
DINÂMICA DOS CICLO DE MATÉRIA FLUXO DE ENERGIA

ECOSSISTEMAS
PIRÂMIDE ECOLÓGICA

A estrutura trófica de
um ecossistema pode
ser representada por
uma pirâmide
ecológica.

A base representa o 1º
nível trófico e assim
sucessivamente.
Os decompositores
utilizam a matéria
orgânica presente em
qualquer nível trófico.
Classificação de
seres vivos

WHITTAKER
Classificação de
Whittaker
(1978)
Sistemas de Classificação
Desde os tempos de
Aristóteles até meados do
século XIX, os biólogos
dividiam os seres vivos em dois
reinos: Plantas e Animais.
Depois do desenvolvimento do
microscópio, tornou-se cada
vez mais óbvio que esta
classificação era insuficiente …

Classificação (segundo Whittaker, 1979)


Mais recentemente, estudos de biologia molecular levaram Carl Woese a propor um novo
sistema de classificação. A comparação de moléculas de RNA permitiu demonstrar que entre os
seres procariontes (incluídos no Reino Monera, no Sistema de Classificação de Whittaker) existe
uma grande diferença, justificando a sua separação em dois domínios (Bacteria e Archaea)
enquanto que os restantes organismos são incluídos num terceiro domínio: Eukarya.

Classificação
de Woese
(1990)
EUBACTÉRIAS EUCARIONTES
Procariontes mais Estudos de biologia molecular
diversificados e (RNA ribossomal) demonstram
com maior que as arqueobactérias estão
distribuição filogeneticamente mais
próximas dos eucariontes.
Monera
• Seres unicelulares autotróficos e
heterotróficos;

• Procariontes;

• Neste grande reino podemos distinguir dois


ramos:

• Arqueobactérias;

• Eubactérias
Protista
• Seres eucariontes
autotróficos e
heterotróficos;

• A maioria é unicelular, no
entanto existem alguns
multicelulares.
Fungi
• Seres eucariontes heterotróficos;

• Unicelulares e pluricelulares;

• Digestão exterior seguida de absorção dos


materiais assim produzidos;

• Relação trófica:
1. A maior parte são decompositores;
2. Alguns parasitas;
3. Poucos simbiontes.
Plantae
• Seres eucariontes
pluricelulares;

• Autotróficos; (Fotossíntese)

• Maiores seres vivos do


planeta.
Animalia
Conservação e extinção
Extinção de espécies
• De acordo com estes dados, na «lista vermelha» das espécies, estão
em perigo:
o 21 % dos mamíferos
o 30 % dos anfíbios
o 12 % das aves
o 28 % dos répteis
o 35 % dos invertebrados
o 37 % dos peixes de água doce
o 70 % das plantas.

Entre os 5490 mamíferos do mundo, 79 estão extintos ou


extintos no estado selvagem, 188 espécies permanecem em
situação crítica,449 estão ameaçadas e 505 são vulneráveis.
A extinção tem vindo a
acelerar
1. Extinção de fundo
2. Extinção em massa
3. Extinções antropogénicas
Extinção
Calcula-se que cerca de 10% das espécies existentes
hoje em dia estejam extintas dentro de duas
décadas.

A extinção de espécies tem efeito negativos já que


muitas outras espécies estão dependentes delas

Além disso a maior parte da indústria farmacêutica


depende do mundo biológico, a extinção de certas
espécies podem impedir o desenvolvimento de
certos medicamentos e terapias.
EXTINÇÃO DOS SERES VIVOS

EXTINÇÃO DE FUNDO
 Extinção natural, causada por modificações naturais do meio ambiente, em que ocorre o desaparecimento
de uma ou mais espécies por não se encontrarem adaptadas.
 Pode ocorrer a substituição por outras espécies que entretanto conquistaram o habitat.
 Este tipo de extinção tende a ocorrer a uma taxa relativamente baixa, dependendo do sistema natural em
causa.

EXTINÇÃO EM MASSA
 Refere-se à morte de um grande n.º de espécies como resultado de catástrofes naturais cujos impactes
podem fazer-se sentir a nível local ou global.
 Os vulcões, furacões e impactos de meteoritos podem originar extinções em massa.

EXTINÇÕES ANTROPOGÉNICAS
 São causadas pelo Homem, mas com efeitos idênticos às extinções em massa, no n.º de seres vivos
afetados, nas dimensões globais e na natureza catastrófica de alguns eventos.
EXTINÇÃO DOS SERES VIVOS

POPULAÇÃO HUMANA ATIVIDADES HUMANAS


 Acelerado crescimento  Agricultura intensiva.
demográfico.  Indústria.
 Produção económica.
 Elevada utilização dos  Elevado consumo.
recursos.  Atividades recreativas.

EFEITOS DIRETOS EFEITOS INDIRETOS


 Degradação e destruição de habitats.  Alterações climáticas.
 Alteração dos ciclos naturais e fluxos de energia.
 Perda de Biodiversidade
 Mudanças no n.º e distribuição de espécies.

 Poluição do ar, água e solo.


Extinção e conservação das espécies

― Existem 5 causas principais que colocam em risco a biodiversidade

― Destruição de habitats – incêndios florestais

― Introdução de espécies invasoras – espécies como a acácia em ambiente onde estas não existiam.

― Sobre-exploração dos recursos naturais – caça e pesca excessiva.

― Poluição – poluição com origem na agricultura e na pecuária.

― Alterações climáticas – podem levar ao desaparecimento de massas de água, como lagos.

― Existem espécies-chave cujo desaparecimento poderá levar o ecossistema a entrar em desequilíbrio.


Medidas para proteger a biodiversidade

― As medidas para travar a perda de biodiversidade e recuperar populações de espécies ameaçadas


podem ser tomadas a vários níveis, seja local, regional ou global.

― Algumas medidas de proteção e conservação da biodiversidade:


― Recolha de informações sobre a espécie
― Elaboração de legislação adequada.
― Criação e gestão de áreas protegidas
― Cooperação entre entidades nacionais e internacionais
― Sensibilização das populações para o envolvimento na conservação das espécies ameaçadas.
Importância dos ecossistemas
para a Humanidade
O bom funcionamento dos ecossistemas depende:
1. manutenção da fertilidade dos solos;
2. prevenção da erosão dos solos;
3. desintoxicação e reciclagem de produtos residuais;
4. regulação do ciclo da água e da composição da atmosfera;
5. controlo de pragas na agricultura;
6. polinização.
ESPÉCIES EM VIAS DE EXTINÇÃO
Elefante africano - Loxodonta spp.

Tigre de Bengala - Panthera tigris tigris

Corais -

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Lince Ibérico - Lynx pardinus Lobo Ibérico - Canis lupus
EXTINÇÃO DOS SERES VIVOS

1. Anular, diminuir ou controlar as causas que provocam a


extinção das espécies

2. Criar locais onde a atividade humana seja anulada ou


pelo menos controlada.

 Áreas protegidas – permitem melhores condições de sobrevivência dos seres vivos e


contribuem para a manutenção da biodiversidade no seu ambiente natural

PARQUE PARQUE RESERVA PAISAGEM


NACIONAL NATURAL NATURAL PROTEGIDA
EXTINÇÃO DOS SERES VIVOS

3. Educar e informar a população Humana, sobre a necessidade de


proteger os habitats e as espécies.

4. Definir as utilizações dos habitats que possam dar maior benefício ao


Homem sem os destruir.

5. Recuperação de áreas degradadas

6. Reprodução em cativeiro das espécies em risco de extinção no seu


habitat natural e reintrodução; ou transferência de outros indivíduos
provenientes de regiões diferentes.

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