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QUANDO O QUE NÃO SE ENCONTRA NÃO SE ENCONTROU

Distinguiu os
espinhos
do mais
puro amor.

A ilusão, feito um
vidro se quebrou e
seus
pedaços não,
ninguém jamais colou.

E o raio que do grande


céu berrou,
iluminou
o caminho escuro do
pranto ao desamor.

Mergulhei no mais quente


vulcão
e saí tremendo
de frio, não de calor.

Por andar descalço no


chão,
cato hoje
os cacos de vidro
que foi despertado
pela dor.

E com a agulha nas


mãos,
vou tirando
o corpo estranho que
em mim entrou.

Ainda enxergo
fiapos no vão
de um corpo disperso
e nocivo,
indiferente e
sem brilho.
Estão meus pés
ligados ao chão
ou minhas
antenas
em outra estação.

E o que falar
do seco
coração?

Feito um chá tão


amargo, feito fermento
que cresce e envenena
o pão.

Só poderei expandir
se de mim conseguir
entrar e calmamente
sair.

E quando o
silêncio explodir
aqui, não haverá
palavras que possam
nos reunir.

Pois longe do maramor o


que é dor não
ganha cor.

O que estava
ali se
desintegrou.

E se perto não
dá mais calor,
foi por queimar aos
poucos que nada mais
sobrou.

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