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GUERRA

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Desde que você se foi o sol se recusa a sair de trás das nuvens
A chuva também se nega a cair por aqui
Os montes parecem menores
As estrelas se tornaram foscas
O horizonte está prestes a sumir

As árvores parecem tristes e cabisbaixas


As residências estão desgastadas, a cor sumiu
As flores não desabrocham mais
A distopia agora é realidade
As batalhas sugaram a felicidade
E esta guerra tomou de nós a paz

Todo o ser que voava nem se vê mais no céu


Os moradores daqui, de casa não saem
Os que saem, a zumbis assemelham-se, corpos velhos, mentes arrancadas
Os animais só choram o tempo inteiro
Todos que antes viviam em um devaneio
Agora são apenas uma melodia desentoada

Eu não pude fugir desse ciclo de exaustão


Nada é capaz de atenuar a angústia, a dor, a agonia que me cobre
Quase que meu corpo explode por si só
Meus órgãos cozinham dentro dessa carcaça
Desgasto, desintegro, definho, sumo
Me torno um resto, um amontoado de pó

As lágrimas ferventes escorrem por todo o meu corpo


Me queimam mais que chamas de fogo ardente
Formam um extenso e profundo rio ao meu redor
E eu afundo, afogo, sufoco, morro
Meus olhos se tornaram dois buracos negros
E tudo o que era trágico consegue se tornar pior

A única coisa capaz de me libertar é a janela da sala


Onde me escoro e impacientemente, e dolorosamente, e agonizantemente lhe aguardo
Abra essa porta, me abrace em desespero
Tome minha alma para si
Arranque de mim esse fardo

Talvez inutilmente espero, pois nunca sai de minha mente a ideia de que quando te disse
"até logo", estava, na verdade, dizendo "adeus"
O amor está esperando por você, não é aqui que sua jornada se encerra
Faça me uma promessa: a de que sua morte não será fruto da calamidade
Não me deixe pela antipatia, não se afete pela desumanidade
Eu lhe rogo, meu querido, não morra na guerra.

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