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EVANDRO MORETTI

A VERDADEIRA
SANTA CEIA

a Bom Senso
Editor
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o
qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais
nos lugares celestiais em Cristo, como também nos
elegeu nele antes da fundação do mundo, para que
fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em
amor. Efésios 1.3-5
Índice

03 ............... Sobre o Autor


04 ................ Introdução - O Motivo do Livro
05 ............. Capítulo 1 - Ceia não é Páscoa
06 ........... Capítulo 2 - Não existe “Santa Ceia”
07 .............. Capítulo 3 - Se reunindo para pior
10 .......... Capítulo 4 - Isto não é a ceia do Senhor
12 ............ Capítulo 5 - Fazei isto em memória de mim
13.......... Capítulo 6 - Comer indignamente
15 ......... Capítulo 7 - Fracos e doentes
16 ........... Capítulo 8 - Julgar a si mesmo
18 ............. Capítulo 9 - Esperai uns pelos outros
19 .......... Capítulo 10 - A Verdadeira Santa Ceia
20 ............ Como apoiar
Sobre o autor

Evandro Moretti foi pastor no movimento


pentecostal e neopentecostal. Também foi
professor de teologia por 11 anos, porém, ao
estudar sobre a simplicidade do evangelho,
percebeu muitas diferenças em comparação
com os atuais ensinos do sistema religioso.

Atualmente ele combate o dízimo obrigatório,


o separatismo preconceituoso, o endeusamento
de líderes, a politicagem nos púlpitos, o
misticismo e as bizarrices feitas em nome da fé.
Denuncia salários exorbitantes de líderes
evangélicos e a falta de transparência financeira
que ocorre em muitas denominações. Combate
regras nocivas de interferência e manipulação, e
também as invencionices e proibições
promovidas em muitos ambientes do
cristianismo. Defende a fé coerente, onde Cristo
é o assunto principal. É a favor de reuniões
cristãs saudáveis e independentes.

Este livro é pra você, que gosta da fé cristã


coerente, sem manobras religiosas

03
Introdução: O motivo do livro

O principal objetivo deste livro, é provar, com base


nos textos bíblicos, que a tão famigerada “santa” ceia,
na realidade, não é como se aprende na maioria das
instituições religiosas.

No sistema religioso, esse tema é tão mal


interpretado, que ao longo dos anos, tem sido capaz
de deixar algumas pessoas neuróticas, com pregações
que geram medo, a exemplo: “se você participar da
santa ceia despreparado, uma maldição virá sobre sua
vida”. Os evangélicos mais antigos, principalmente os
do seguimento pentecostal, vão se lembrar de
“testemunhos” que eram contados no culto de ceia,
onde o pregador dizia, que uma pessoa despreparada
participou da ceia, e morreu com o cálice na mão. Essa
e outras histórias sempre eram contadas nas
denominações. Sem contar a exclusão de pessoas,
que ainda ocorre nesses cultos, onde é dito que, casais
amasiados não podem participar da ceia, nem
crianças, nem pessoas não batizadas, nem pessoas
que estão cumprindo um período disciplinar por mal
comportamento, etc.

Por se tratar de um tema tão mal usado nas


denominações, é que pensamos em trazê-lo, com uma
interpretação sensata, a fim de ajudar pessoas no
processo de desintoxicação religiosa.
04
Capítulo 1 - Ceia não é Páscoa
Na segunda carta de Paulo aos Coríntios, no
capítulo onze, é onde temos, a base principal deste
tema, vamos estudar, a partir do versículo
dezessete.

Antes de tudo, é fundamental diferenciar a ceia


cristã, da páscoa judaica. A páscoa era para judeus,
uma cerimônia obrigatória, que Jesus, sendo judeu,
obviamente cumpriu, assim como cumpriu toda a
Lei, como está dito no evangelho de João, 19:30
“Está consumado”. Portanto, para a igreja, Jesus não
deixou nenhuma cerimônia ou ritual estabelecido.

É preciso entender que, a ceia não é uma


continuidade da páscoa, pois a nossa Páscoa não é
um ritual. Nossa Páscoa é uma Pessoa: Alimpai-vos,
pois, do fermento velho, para que sejais uma nova
massa, assim como estais sem fermento. Porque
Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. 1
Coríntios 5:7

Após a verdade citada acima, fica esclarecido


que a ceia de 1Coríntios, não é a páscoa judaica, e é
sabido de todos os cristãos, que não somos judeus,
e, portanto, a páscoa, uma celebração judaica
obrigatória de 8 dias, não nos cabe como obrigação
cristã. 05
Capítulo 2 - Não existe “Santa Ceia”
Para começar, até o título que deram a esta
cerimônia, não existe. O termo “santa ceia”, não
existe.
No texto bíblico, ocorre o termo ‘ceia’, uma
refeição, que, para nós cristãos torna-se especial
pela oportunidade da partilha, em amor, e que
jamais deveria ter se transformado num ato
separatista e preconceituoso. Em muitas
denominações, antes da “santa” ceia, o líder
religioso explica que apenas batizados podem
participar, e que estejam devidamente
preparados para tal. Em alguns casos, a pessoa
que teve um dia ruim, e que, por exemplo, tenha
discutido com alguém, se obriga a não participar,
pois tem medo de estar atraindo a ira divina. Em
muitas instituições, as crianças, e os casais
amasiados, que não tenham efetivado a união no
cartório, também não podem participar, pois,
segundo a péssima explicação religiosa, estão
vivendo em pecado. O que não é verdade.

Em suma, a cerimônia mensal, ou anual, que as


denominações fazem, chamando de santa ceia, é
um simbolismo obsoleto, e quando dizem que
este ritual é uma ordem de Jesus, também não
estão sendo honestos com as pessoas.
06
Capítulo 3 - Se reunindo para pior
As denominações, sejam católicas ou protestantes,
transformaram a ceia, num verdadeiro ritual
religioso, necessitam de um sacerdote abençoando
os elementos, para que estes se transformem ou
simbolizem o corpo de Cristo. Quando Jesus disse
“este é o meu corpo que é partido por vós”, Ele se
referia à entrega de si mesmo em amor, e não
estava dizendo que o pão literalmente era o seu
corpo. Mas, a má interpretação milenar de
passagens bíblicas, forçaram situações que
perduram até hoje, e que, não tem nada de
verdadeiras.

Vamos estudar os textos:


Nisto, porém, que vou dizer-vos, não vos louvo,
porquanto vos ajuntais, não para melhor, senão para
pior. 1Co 11.17

O versículo 17, nos dá uma clara percepção do que


viria pela frente, Paulo estava repreendendo a igreja
por estarem agindo, de maneira vergonhosa em
comparação à conduta amorosa ensinada por Cristo.
O ideal do evangelho, é que melhoremos como
pessoas, mas aqueles irmãos, ao se reunirem para
cear, estavam mostrando atitudes de pessoas
piores.
Paulo usa essa carta para corrigi-los, é o que
vamos estudar
07
Porque, antes de tudo, ouço que, quando vos
ajuntais na igreja, há entre vós dissensões; e em
parte o creio. E até importa que haja entre vós
heresias, para que os que são sinceros se
manifestem entre vós. 1Co 11.18-19

Observamos no versículo 18, o que motivou o


apóstolo a intervir na ceia da igreja de Corinto, ele
os escreve, pois ouviu pessoas sinceras acerca da
situação desonrosa que ocorria na igreja. Paulo
está determinado a corrigir a situação, pois como
está escrito no texto, dissenções estavam
ocorrendo. A correta interpretação para
“dissenções” é “divisões, desuniões, exclusões”.
A igreja de Corinto estava quebrando o principal
propósito da fé cristã: o amor. Ao se dividirem
entre si, o amor ensinado por Jesus estava sendo
desprezado.
No versículo 18, aprendemos que nem tudo é
fofoca, e que, quando, numa comunidade cristã,
presenciamos uma injustiça contra nosso
próximo, o correto é denunciar, a fim de sanar
essa injustiça. Assim fizeram os irmãos que
contaram a Paulo tudo o que estava
acontecendo.

Paulo diz no versículo 19, que é importante


quando uma injustiça ocorre, pois pessoas
sinceras se manifestarão.
08
Em Corinto, havia uma igreja cristã imatura, que
constantemente precisava da experiência de Paulo a
fim de resolver situações problemáticas que iam
surgindo, neste caso era o modo como se reuniam
para comer. A Ceia era pra ser uma reunião de
comunhão e irmandade. Uma vez que marcavam um
dia para comerem juntos, todos deveriam ser bem
vindos, mas em Corinto havia separatismo. Alguns
irmãos eram excluídos da ceia, e isso estava
adoecendo aquela comunidade.

No versículo 19, Paulo encorajou o


questionamento. Quando o amor é quebrado os
sinceros devem se manifestar, devem questionar.
Isto soa bem diferente do que ocorre em muitas
denominações na atualidade, pois questionar
situações de injustiça, lamentavelmente é
interpretado como ato de rebeldia contra a
liderança.

Esse questionamento, nada mais é , que um


diálogo cristão, uma conversa honesta, quando
realmente houver necessidade, entre cristãos de
uma comunidade, no objetivo de que uma situação
de injustiça seja resolvida. Atualmente existe tão
pouco espaço para o questionamento nas
comunidades cristãs, que o melhor a fazer na
maioria dos casos, é definitivamente, sair daquela
denominação.
09
Capítulo 4 - Isto não é a ceia do Senhor

De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é


para comer a Ceia do Senhor. 1 Co 11.20

Paulo foi contundente, se uma reunião para


comerem em nome do Senhor era marcada, então
era pra ser realizada com o mesmo espírito de Jesus,
ou seja, em amor e partilha. Cristo deu graças, partiu
o pão e repartiu entre eles, e era isto que era pra ser
repetido. “fazei isto em memória de mim” é repetir o
ato de partilhar. Mas o que eles estavam fazendo
nessas reuniões, não tinha nada a ver com O Senhor,
e Paulo explica o motivo no versículo seguinte:

Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a


sua própria ceia; e assim um tem fome, e outro
embriaga-se. 1Co 11.21
A Ceia era pra ser uma oportunidade de partilhar
em amor. Quem tinha muito, levava mais, quem tinha
menos, levava menos, e quem não tinha nada, levava
a si mesmo, e todos deveriam celebrar juntos. Mas
em Corinto, estava havendo separatismo. Tinha gente
sendo deixada de fora da ceia. Eles não estavam
esperando uns pelos outros, e isto ficou evidente no
versículo acima. Alguns chegavam primeiro, pois
tinham mais condições, enquanto outros, ao
chegarem para cear, não encontravam nada, além de
uma mesa vazia e alguns cristãos inchados de tanto
comer. 10
Não tendes, porventura, casas para comer e para
beber? Ou desprezais a igreja de Deus e envergonhais
os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisso
não vos louvo. 1Co 11.22

No versículo 22, que é a sequencia do texto,


descobrimos quem estava eram os mais
prejudicados na ceia de Corinto, os mais
desprezados eram os que nada tinham. Eles são
chamados de igreja de Deus, sim, os pobres de
uma comunidade cristã, mesmo não podendo
ajudar com nada, são a igreja de Deus.

O problema da ceia, na comunidade cristã de


Corinto era o desamor. Se decidiam cear juntos,,
então era isso que deveria ser feito. Caso contrário,
era melhor não fazerem nenhuma ceia, pois tinham
casas para comer.

O que Paulo chama de “comer a ceia


indignamente”, é o ato de desonrar o propósito do
amor, quando pessoas são excluídas, enquanto
outras têm privilégios.

A ceia cristã, não era um pedacinho de pão e um


copinho de vinho, era um jantar comunitário, que
deveria ser servido a todos, sem exceção, mas
aqueles irmãos estavam desprezando isto.
11
Capítulo 5 - Fazei isto em memória de mim
Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei:
que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o
pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai,
comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei
isto em memória de mim. Semelhantemente também,
depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o
Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as
vezes que beberdes, em memória de mim.

Jesus disse, após dar graças e partir o pão “fazei isto


em memória de mim”. Aqui, o Senhor não estava
estabelecendo um novo ritual, mas enfatizando o
exemplo da partilha. O ato a ser imitado era repartir.
O pão e o vinho, eram, o símbolo da entrega de sua
própria vida em amor, e todas as vezes que
repartimos daquilo que Deus nos deu, estaremos
celebrando sua entrega. Portanto, a ceia nunca foi
sobre um ritual separatista, e sim sobre o amor que
reparte.

O sistema religioso transformou a ceia, em um ato


separatista, uma cerimônia geradora de culpa. Eu vi
recentemente o vídeo de um padre, que respondia
perguntas em suas redes sociais, ele recebeu uma
pergunta sobre a hóstia, o pão da ceia católica, uma
mulher lhe disse que ao pegar a hóstia, repartiu com
seu filho, e estava em dúvida se havia cometido um
pecado, ao que o padre lhe respondeu, sim você
cometeu o gravíssimo pecado de sacrilégio.
12
Não diferente desse padre, os líderes evangélicos
também dão explicações absurdas sobre a ceia, e
enchem as pessoas de culpa.

No versículo 26, Paulo afirmou que, ao repartirem


a ceia entre si, estariam anunciando e trazendo à
memória, a causa da morte de Cristo, e como está
escrito em João 15:13, “ninguém tem maior amor do
que este, de dar a vida pelos seus amigos”. Jesus
entregou sua vida por amor, portanto, o próprio ato
de cearem juntos, sem separatismos ou exclusões,
anunciava a causa máxima da morte de Jesus: Seu
amor. Santa ceia sem amor não é ceia e muito
menos santa. Porém é exatamente o que estava
ocorrendo na igreja de Corinto, e é o que ocorre na
maioria das denominações.

Capítulo 6 - Comer indignamente


Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o
cálice do Senhor, indignamente, será culpado do corpo e
do sangue do Senhor. 1Co 11.27

Para quem prestou atenção nos versículos


anteriores, fica fácil responder o que é comer a ceia
indignamente, em todo o contexto do capítulo 11,
Paulo está repreendendo o separatismo e a exclusão
de pessoas, então não resta nenhuma dúvida, de
que, era sobre isto que estava se referindo.
13
Ainda no versículo 27, o apóstolo, exorta, que ao
comerem de forma indigna, estariam sendo culpados
do corpo e do sangue do Senhor, ou seja, estariam
sendo culpados por ferir o corpo de Cristo, que é
representado pela igreja. Ao atingirem os irmãos, os
deixando de fora, estariam atingindo o próprio Cristo.

Imagine você, tendo condições de comer um


banquete, e nesse momento se aproxima uma criança
com fome, mas ao invés de alimentar a criança, você a
expulsa para longe de você, julgando que ela não
merece comer. Essa era a atmosfera nas ceias de
Corinto, e tudo que se pareça com isto, seja no templo
ou em qualquer outro lugar, é reprovado pelo
evangelho da graça. É isto que Paulo chama de comer
a ceia indignamente.

Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma


deste pão, e beba deste cálice. Porque o que come e
bebe indignamente come e bebe para sua própria
condenação, não discernindo o corpo do Senhor. 1Co
11.28-29

Nos textos acima, Paulo enfatiza a necessidade dos


separatistas, de examinarem a si mesmo, ao invés de
examinarem os outros. Pois até então, eles estavam
julgando os outros, considerando quem devia e quem
não deveria comer, mas são duramente repreendidos,
a ponto de Paulo dizer, que, se não soubessem
discernir o corpo de Cristo, estariam correndo o risco
14
de condenação. Discernir o Corpo de Cristo era
entender que, aqueles irmãos que estavam sendo
desprezados a ponto de passarem fome, eram o Corpo
de Cristo, pois era este um dos termos usados pelo
apóstolo para se referir à igreja: Veja 1 Coríntios 12.27.

Capítulo 7 - Fracos e doentes


Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e
muitos que dormem. 1 Co 11.30

O versículo 30, mostra a consequência do


separatismo que ocorria na igreja de Corinto. Os
separatistas, ao excluírem os mais pobres, estavam
impedindo talvez, a única boa refeição que alguns
irmãos tinham oportunidade de participar, mas, ao os
impedir, somada a atmosfera de desprezo, estavam
assim, adoecendo estas pessoas, e alguns já tinham até
morrido. Um ambiente de desprezo e exclusão leva as
pessoas a adoecerem.

Qualquer lugar onde exista desprezo, gera uma


atmosfera insalubre, principalmente no nível em que
estava ocorrendo na igreja de Corinto. Paulo chegou
dizer, que enquanto alguns se fartavam, outros
passavam fome. No mundo antigo haviam pessoas que
faziam uma refeição por dia, e outras, nem isso. Era
fundamental que os irmãos mais abastados da
Comunidade de Corinto procurasse ajudá-los, porém,
não ajudava, e além disso, os desprezava.
15
Capítulo 8 - Julgar a si mesmo
Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não
seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos
repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados
com o mundo. 1 Co 11.31-32

A missão de Paulo em corrigir essa igreja continua,


e no texto acima, observamos sua insistência para
que, cada cristão de Corinto aprendesse a julgar a si
mesmo. A palavra original para julgar a si próprio,
significa “se opor”. Aqueles cristãos estavam se
opondo aos outros, sentenciando irmãos ao desprezo,
quando deveriam estar se opondo aos seus próprios
atos vergonhosos de separatismo.

Percebemos nesse texto, o amor de Paulo ao tentar


corrigir os errantes, mostrando a eles o caminho a
seguir, ele queria que aqueles irmãos aprendessem a
corrigir a si mesmos, para não precisarem ser
corrigidos pelos outros. Uma tradução mais
explicativa para os versículos 31 e 32, seria: “Quando
a gente aprende a corrigir nossos próprios erros, não
precisamos ser corrigidos pelos outros (neste caso,
estavam sendo corrigidos por Paulo), porém, quando
somos corrigidos, estamos sendo ensinados pelo Senhor,
para não termos o mesmo destino das pessoas maldosas
e violentas desse mundo”

Um outro nome para a ceia que ocorria em Corinto


16
era Festa Ágape, o banquete do amor, mas o amor
estava passando longe desta igreja. Aqueles irmãos
estavam julgando que alguns eram desnecessários
em seus banquetes, mas julgaram errado. Muitos
cristãos têm problemas com a palavra “julgar”, por
não saberem interpretar direito o famoso texto de
Mateus capítulo 7: “Não julgueis”, entretanto,
naquela ocasião, Jesus ensinou sobre julgar errado
e julgar certo, segundo a reta justiça, que
significava tirar a trave do próprio olho, para
depois, em caso oportuno, julgar (corrigir) o
comportamento de um irmão. Vemos isso na
prática aqui na comunidade de Corinto, os
separatistas julgaram absurdamente errado
quando excluíram pessoas de seus jantares, mas
foram julgados da forma correta, quando julgados
por Paulo. O problema é que, na enorme maioria
das vezes no sistema religioso, evitam e não sabem
julgar corretamente uma situação nociva, mas
vivem fazendo julgamentos errados e
desnecessários acerca de situações supérfluas.

17
Capítulo 9 - Esperai uns pelos outros
Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer,
esperai uns pelos outros. Mas, se algum tiver fome, coma
em casa, para que vos não ajunteis para condenação.
Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for ter
convosco. 1Co 11.33-34

Essa é a recomendação final do apóstolo àquela


comunidade cristã, a partir de agora, quando
marcassem um jantar, que todos fossem bem vindos, e
usassem de paciência para com todos.

Não existe nada de místico nas recomendações de


Paulo acerca da ceia em Corinto, mas ao longo dos
anos, os líderes religiosos transformaram o tema num
ritual carregado de culpa e separação. Comer
indignamente não tem nada a ver com o que explicam
nos púlpitos da grande maioria das denominações. E o
que Paulo esteve corrigindo em todo o tempo, no texto
todo, foi a atitude exclusivista e maldosa de gente, que
dizendo se irmãos, estavam desprezando os mais
simples da fé cristã. Paulo encerra dizendo que, não
precisavam fazer uma ceia comunitária, e caso não
pudessem conter sua própria fome, que comessem em
casa. A verdadeira ceia cristã, é toda refeição onde haja
partilha com amor. Nunca foi obrigatório para igrejas
cristãs organizarem jantares comunitários, mas,
quando organizados, todos devem ser bem vindos:
crianças, visitantes, casais amasiados, gente não
batizada, etc.
18
Capítulo 10 - A verdadeira Santa Ceia
Já vimos neste livro, que o termo “santa” ceia é um
acréscimo, pois os textos originais, no máximo, citam o
termo “ceia”, mas, sendo positivos em relação ao termo
“santa” ceia, e pensando naquilo que aprendemos no
evangelho, temos uma ideia do que, de fato é uma ceia
santa, no sentido mais puro da fé cristã. Em Efésios 1.4,
está escrito que, Nele (em Jesus) somos santos e
irrepreensíveis, em amor. Ou seja, a característica
maior da santidade do cristão, é o amor. Portanto, só
há uma santa ceia, quando é feita aos moldes do amor
de Cristo. Qualquer refeição pode se tornar uma santa
ceia, desde que estejam presentes pessoas que amam,
acolhem e partilham.

Se um grupo de cristãos, decide fazer uma ceia em


sua comunidade, que deixe claro que ninguém será
excluído. E se, por falta de recursos, não puderem
oferecer um jantar a todos, então, que sigam o
conselho de Paulo, e prefiram comer em suas próprias
casas, pois assim não estarão correndo o risco de
desprezar alguma pessoa.

A respeito da cerimônia que as denominações fazem,


com um pedacinho de pão e um copinho de suco, Deus
não condenará as pessoas por participarem, mas,
aquilo é apenas um simbolismo obsoleto, que, só será
pedagógico, se todos os presentes no culto puderem
participar. Entretanto, o partir do pão tem a ver com
uma vida de partilham, e não com um ritual religioso.
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