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2. PROCURAÇÃO
Contribuinte,
Confira os dados de Identificação da Pessoa Jurídica e, se houver qualquer divergência, providencie junto à
RFB a sua atualização cadastral.
^Curitiba
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Paraná SÃO FRANCISCO
DO SUL Baía da Babitonga
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Praia da Figueira
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CEP: 89201-010
Prefeitura Municipal de São Francisco do Sul, 2007. Base Cartográfica extraída da Ortofotocarta Digital
Fone/Fax: (47) 3422-0182
0 3 6 9 12 15 do município de São Francisco do Sul, Escala 1:2.000. Ortofotos com Escala de Vôo :10.000. Executado
Joinville - SC
km
E-mail: oap@oap.srv.br
por: Aeroconsult Aerolevantamentos e Consultoria Ltda, ano de 2007. Imagem de Satélite Landsat 2002.
£
280
¤ www.oapmeioambiente.com.br
Instrução Normativa - IN 24
Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul
9. PLANTA PLANIALTIMÉTRICA
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Convenções
Sistema Viário
Hidrografia
Área de Estudo
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Área de Preservação Permanente - APP
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Parcelas
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9 Projeção: Universal Tranversa de Mercator - UTM
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Escala Numérica: 1:3.000
Datum Horizontal: SAD 69
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Datum Vertical: Marégrafo Imbituba/SC
Agosto/2012
Escala Gráfica
0 50 100 150
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Meters
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Prefeitura Municipal de São Francisco do Sul, 2007. Base Cartográfica extraída da Ortofotocarta Digital
do município de São Francisco do Sul, Escala 1:2.000. Ortofotos com Escala de Vôo :10.000. Executado
por: Aeroconsult Aerolevantamentos e Consultoria Ltda, ano de 2007. Imagem de Satélite Landsat 2002.
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30 Projeto Governo do Estado de Santa Catarina
Administração do Porto de São Francisco
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do Sul - APSFS
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Anel Rodoferroviário do Porto de São
Francisco do Sul
Instrução Normativa - IN 24
PLANTA PLANIALTIMÉTRICA
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Instrução Normativa - IN 24
Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul
A presente seção tem por finalidade atender ao disposto na Legislação Ambiental em vigor,
especialmente os critérios e parâmetros da Instrução Normativa – IN 24, e apresentar a
caracterização da flora existente ao longo do Anel Rodoferroviário do Porto de São
Francisco do Sul, localizado no município de São Francisco do Sul – SC.
O bioma Mata Atlântica é composto por uma série de ecossistemas bastante diversificados, além
de biologicamente distintos daqueles encontrados em outras regiões do país. É considerado um
dos mais ameaçados do mundo e de grande prioridade para a conservação da biodiversidade em
todo o continente americano.
O Brasil é o país que mais detém a megadiversidade biológica do Planeta, possuindo entre 15 a
20% do número total de espécies da terra. A Mata Atlântica e seus ecossistemas associados
cobriam, na época do descobrimento, 1.360.000 km2 (MMA, 2000). Atualmente, apenas 8% da
área do bioma preserva suas características bióticas originais que, apesar das devastações ao
longo do tempo, abriga grande biodiversidade e endemismos, encontrando-se entre os 25
hotspots mundiais em regiões mais ricas e ameaçadas do planeta (Figura 5.2.1.1).
Das áreas de Floresta Atlântica, remanescentes ao longo de toda a sua distribuição geográfica,
poucas se caracterizam como florestas primárias (onde não houve interferência humana),
estando estas situadas principalmente em locais de difícil acesso. As demais áreas florestadas
apresentam algum grau de alteração, sendo denominadas florestas secundárias. Essas alterações
podem ser causadas por intervenções que vão desde a exploração seletiva de produtos florestais
(por ex.: madeira, palmito e plantas ornamentais), até a supressão total da floresta, com posterior
regeneração. Os estágios de regeneração da floresta são definidos como: inicial, médio ou
avançado, dependendo das características dendrométricas (medidas das árvores), e outros
aspectos da formação, como por exemplo, a presença de epífitas (bromélias e orquídeas) e lianas
(cipós), (Resolução CONAMA/04/94).
A Floresta Atlântica ainda abriga uma parcela significativa da diversidade biológica brasileira
que por muitos anos, desde a época do Brasil colônia, foi exaustivamente explorada e que até
hoje sofre com essa devastação. Sua existência está atrelada à grande extensão de montanhas, a
qual dificulta a ação humana, sendo o fator que mais contribui para a conservação de suas
espécies, tanto da flora quanto da fauna.
Com 9,5 milhões de hectares, o Estado de Santa Catarina apresenta uma pequena parcela de sua
cobertura florística original. As áreas mais consideráveis de vegetação natural remanescentes
eram da Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), em virtude das dificuldades de acesso e
da topografia acidentada. Outras vegetações lenhosas como a Floresta Ombrófila Mista
(Floresta com Pinheiros) e a Floresta Latifoliada do Alto Uruguai, foram fortemente exploradas
e ocupadas com a produção agrícola. Também os campos do Planalto têm sido cada vez mais
transformados em áreas de culturas agrícolas.
A Figura 5.2.1.2 apresenta o Mapa do Domínio da Mata Atlântica e suas associações no Estado
de Santa Catarina, adaptado por KLEIN (1978).
1
Fonte: Reserva da Biosfera da Mata Atlântica/SC.
Segundo LEITE & KLEIN (1990) e REIS (1999) as principais características das formações que
compõem este Domínio são descritas a seguir:
Formação vegetal exuberante, complexa, ocupando uma grande parte do estado, margeando o
Oceano Atlântico. Um grande número de espécies arbóreas adensa os estratos superiores,
criando assim um ambiente propício ao desenvolvimento de vegetais esciófitos, epífitos e lianas
lenhosas, além de pteridófitas, heliconiáceas e marantáceas.
Situada entre o planalto e o oceano, a Floresta Ombrófila Densa é constituída, na sua maior
parte, por árvores perenefoliadas de 20 a 30 m de altura. Sua área é formada por planícies
litorâneas e, principalmente, por encostas íngremes da Serra do Mar, formando vales profundos
e estreitos.
(I) Floresta das Terras Baixas: Recobre as planícies quaternárias costeiras fluviais e flúvio-
marinhas, até aproximadamente 40 m de altitude. Pouco desenvolvida e pouco densa, com
predomínio do Olandi (Calophyllum brasiliensis), Figueira-do-mato (Ficus organensis),
Copiúva (Tapirira guianensis), Canela-garuva (Nectandra rigida), entre outros.
2
Fonte: RBMA/SC
(II) Floresta Submontana: Fanerófitos com alturas uniformes de alto porte ocupam relevo
montanhoso com solos mediamente profundos e altitudes variando de 40 a 400 metros.
(III) Floresta Montana: Situada entre 400 e 1.000 m de altitude ao longo da Serra do Mar, com
domínio de canelas e de coníferas como os Podocarpus, que se instalam sobre o solo delgado.
(IV) Floresta Alto-Montana: Abrange as encostas superiores da Serra do Mar, acima de 1.000
m de altitude, sobre solos litólicos. Área de ocorrência da popular “mata nebular”, com
formações arbóreas mesofanerofíticas com destaque para as espécies Gramimunha
(Weinmannia humilis) e Camboim (Siphoneugema reitzii).
Uma grande parte de Santa Catarina está coberta por florestas onde o Pinheiro do Paraná
(Araucaria angustifolia) predomina no estrato superior e caracteriza a região.
(I) Influência Marinha: Com fisionomias diversas, em terrenos arenosos mais firmes e menos
ondulados e em áreas posteriores às dunas, a vegetação pode ser caracterizada como de porte
herbáceo a porte arbóreo. Nas restingas catarinenses, predominam as mirtáceas, além de uma
grande variedade de bromeliáceas e cactáceas.
A área motivo deste estudo está inserida no domínio da Floresta Ombrófila Densa Sub-montana,
que compreende as formações florestais situadas na faixa altitudinal entre 30 e 400 metros,
ocupando solos bem drenados e com profundidade variável. Esta formação, originalmente, é
caracterizada por ecótipos que variam pelo posicionamento dos ambientes de acordo com a
latitude. As espécies indicadoras desse ambiente são: Alchoernea sp, Hyeronima alchorneoides,
conhecidos regionalmente por tanheiro e licurana respectivamente, ambas da família botânica
Euphorbiaceae, Didymopanax morototonii, da família botânica Araliaceae e Pautéria sp da
família botânica Sapotaceae, sendo estas espécies consideradas endêmicas na região
(IBGE:1992).
Desde a colonização de São Francisco do Sul, a mata original foi sendo substituída por área de
exploração de madeira e cultivos agrícolas, o que transformou as matas naturais em tipologias
variadas de vegetação secundária, fato este que atualmente se observa na paisagem vegetacional
da região de São Francisco do Sul.
Assim, historicamente observa-se que a prática agrícola, característica dos povos açorianos, se
instalou na região, na forma de pequenas roças de cultivo de aipim, banana, abacaxi e outras
plantas de interesse doméstico, promovendo a retirada da vegetação primitiva, transformando a
flora num mosaico de tipologias florestais, que atualmente representam as várias fases de
ocupação da área, Figura 5.2.1.3.
O anel rodoferroviário será implantado em parte sobre vias já abertas e pavimentadas com
asfalto ou saibro, no entanto a maior porção passará por trechos a serem abertos completamente,
necessitando assim a retirada da cobertura vegetal existente.
No entroncamento da futura via com a rodovia BR-280, estaca zero do Projeto de Engenharia
Rodoferroviária apresentado pela Empresa Azimute, a nova conformação geométrica atingirá
uma vegetação arbórea secundária que ocupa a margem da Rodovia BR-280 e da Rua Francisco
Machado de Souza por um percurso de aproximadamente 340 metros, Figura 5.2.1.4.
Entretanto, vale frisar que, apenas uma das margens da Rua Francisco de Souza apresenta
vegetação arbórea, a outra apresenta apenas gramíneas rasteiras, já que é ocupada por pátio e
depósitos da Bunge Alimentos. O traçado ao atravessar a propriedade da Bunge Alimentos
atingirá área com gramado, adjacente a área de depósito da empresa, o qual é mantido aparado
rente ao solo, Figura 5.2.1.5.
A partir desse ponto até o entroncamento com a via existente o traçado está projetado próximo a
uma aglomeração urbana que ocupa a base da elevação margeando a Baía da Babitonga. Nesse
trecho o projeto atravessa uma vegetação secundária alterada pelo uso da terra, onde se observa
o desenvolvimento de pequenas plantações e hortas domésticas. Neste segmento ocorrem
aglomerações vegetais dominadas por espécies pioneiras nativas, ervas ruderais e plantas
frutíferas cultivadas pelos moradores.
Assim, o presente projeto atinge a base da elevação denominada “Bela Vista” também de
conhecida como “Rabo Azedo”. Na Figura 5.2.1.6 é possível observar a elevação contornada
pela via esquemática projetada.
Nas visitas a campo observou-se que o Jacatirão (Tibouchina mutabilis), entre as espécies
autóctones, é a mais abundante, sendo o principal representante arbóreo da porção atingida. No
entanto, os elementos dominantes são representados por Jacatirão-açú (Miconia
cinnamomifolia), Copiúva (Tapipira guianensis) e Canela-ferrugem (Nectandra rigida), estas
últimas presentes na porção Sul da área de estudo.
Para o levantamento das espécies vegetais as aglomerações vegetais foram agrupadas e tratadas
como uma única tipologia já que as fitofisionomias se assemelham e se encontram muito
próximas geograficamente.
Com referência a Orelha de onça (Tibouchina sp), há que se considerar a sua densidade,
recobrindo por completo a superfície do solo e a rigidez do seu caule, que dificulta a travessia.
Ocorre ainda grande quantidade de Poáceas como capim-colonião (Panicum maximum) e
capim-gordura (Melinis minutiflora).
Relatos de moradores locais, bem como os registros fotográficos apresentados, confirmam que a
área foi palco de intensa atividade agrícola, como por exemplo o cultivo de mandioca, e se
encontra abandonada há décadas, tempo suficiente para a regeneração parcial da sua cobertura
florestal.
A área estudada compreende uma superfície de 34.600,00 m2 estruturada por uma comunidade
florestal secundária que mesmo aparentando bom desenvolvimento resguarda clareiras e
nuances deixadas pela ocupação antrópica recente.
As espécies vegetais ocorrentes, em sua maioria, são componentes típicos das formações
secundárias regionais como o Jacatirão (Tibouchina mutabilis), Jacatirão-açu (Miconia
cinnamomifolia), Embaúba (Cecrópia) Camboatá (Cupania vernalis) e Tanheiro (Alchornea
triplinervia). No sub-bosque ocorre com abundância Capim gordura (Melinis minutiflora),
Capim colonião (Panicum maximum), Orelha de onça (Tibouchina pilosa) e Taquari
(Colanthelia sp).
Com relação à espécie, aqui denominada vulgarmente de Taquari (Colanthelia sp), trata-se de
uma espécie de taquara (Poaceae) com colmos lisos e ocos, com diâmetro de aproximadamente
um centímetro e altura por volta de 2 metros. Esta espécie forma densas touceiras, que recobrem
o solo parcialmente sombreado pelo dossel superior.
Sobre os troncos das árvores de maior porte, é notada a presença discreta de espécies de
bromeliáceas, principalmente do gênero Vriesea e raros exemplares de orquídeas.
Como previamente descrito o uso da área promoveu a supressão parcial do sub-bosque, fato que
é observado em boa parte da área (Figura 5.2.1.8).
Quanto à porção ocupada por residências a cobertura vegetal é constituída especialmente por
árvores frutíferas, na sua maioria espécies exóticas, plantadas pelos moradores. Apresenta
adensamento descontínuo, entremeadas por plantio de cercas vivas que, no conjunto,
proporcionam um aspecto mais homogêneo à vegetação. Encontram-se ainda pequenas roças,
onde eventualmente é cultivado abacaxi, aipim, mamão, maracujá, cana-de-açúcar e outras
plantas de interesse local (Figura 5.2.1.9).
Nas clareiras dos antigos cultivos agrícolas deu-se a instalação de plantas invasoras, que aos
poucos vão ocupando o solo abandonado e promovendo o processo de regeneração da
vegetação. Nestes pontos, são abundantes as ervas rasteiras, principalmente as gramíneas, que se
alastram espontaneamente entre os espécimes arbóreos de Goiabeira (Psidium guajava), Aroeira
(Schinus terebinthifolius), Jerivá (Arecastrum romanzoffianum), Inga-feijão (Inga marginata) e
Embaúba (Cecropia adenopus) (Figura 5.2.1.10).
Com relação às espécies exóticas aparecem, de forma descontínua, Bananeiras (Musa sp),
Abacateiro (Persea americana), Jambolão (Eugenia jambolana), Mangueiras (Mangifera
indica), Laranjeiras (Citrus sp) e Ameixeiras (Eryobotrya japonica). Encontram-se ainda
touceiras de Bambus (Bambusa sp) e cercas vivas estruturadas por Hibiscos (Hibiscus sp) e Pau
d’água (Dracena flagans).
O inventário florestal é a base para o planejamento do uso dos recursos florestais e neste
trabalho, tem como finalidade levantar as características qualitativas e quantitativas da
vegetação, visando seu enquadramento nos parâmetros da Resolução CONAMA nº 04/1994
(Tabela 5.2.1.1), além de apresentar as características estruturais e fitofisionômicas da cobertura
florestal da região de implantação do anel rodoferroviário.
Tabela 5.2.1.1: Principais parâmetros da Resolução CONAMA 04/94 para as formações secundárias da
Mata Atlântica em Santa Catarina.
ESTÁGIO SUCESSIONAL DE REGENERAÇÃO
PARÂMETROS
Inicial Médio Avançado
DAP Até 8 cm Até 15 cm Até 25 cm
ÁREA BASAL Até 8 m2/ha Até 15 m2/ha Até 20 m2/ha
ALTURA Até 4 m Até 12 m Até 20 m
FISIONOMIA Herbáceo/arbustiva Arbórea/arbustiva Arbórea dominante
sobre os demais estratos
ESPÉCIES Samambaias (Pteridium Capororoca (Rapanea Jacatirão-açu (Miconia
INDICADORAS: aquilium), capim- ferruginea) associada à cinnamomifolia),
gordura (Melinis Vassoura-vermelha Tanheiro (Alchornia
minutiflora), vassoura (Dodonea viscosa). triplinerva), Canela-
(Bacharis sp), vassoura- preta (Ocotea
braba (Bacharis sp). catharinensis),
Palmiteiro (Euterpe
edulis).
Segundo HUSCH et al. (1982), o crescimento das árvores é influenciado pelas características da
espécie, interagindo com o ambiente. Para PRODAN et al. (1997), as influências ambientais
incluem fatores climáticos (temperatura, vento, precipitação e insolação), fatores pedológicos
(características físicas e químicas, umidade e microrganismos), características topográficas
(inclinação, elevação e aspecto do solo) e competição (influência de outras árvores, sub-bosque
e animais), sendo que a soma desses fatores exprime o conceito de qualidade de hábitat.
Numa Floresta Atlântica, no Estado de Minas Gerais, FERREIRA (1997) constatou, ao final de
10 anos de monitoramento em um experimento de manejo de vegetação secundária em que
foram aplicados cortes seletivos, incrementos anuais em volume entre 3,9 e 3,7 m³/ha/ano.
ALDER & SILVA (2000) observaram incremento anual em volume de 2,56 m³/ha/ano nas
espécies com DAP > 45 cm, após 17 anos de monitoramento em uma floresta equatorial de terra
firme, na Amazônia.
MAITRE (1991), analisando três áreas de floresta tropical na Costa do Marfim, observou
incrementos anuais em volume entre 0,7 e 1,8 m³/ha/ano na área não explorada, 2,5 m³/ha/ano
na área explorada e 2,2 a 3,6 m³/ha/ano na área explorada com aplicação de tratamentos
silviculturais.
Como pode ser observado nas informações apresentadas previamente, não existem muitos
experimentos e estudos referentes ao incremento de volume para Floresta Atlântica Secundária
em áreas onde não é realizado o manejo florestal. No entanto, analisando os dados obtidos por
diversos autores acima citados, para os cálculos de volumes de madeira na área a ser suprimida
adotaremos um incremento anual de volume de 3,00 m³/ha/ano.
METODOLOGIA
Com base nos dados levantados em campo, foi calculado o DAP (Diâmetro à Altura do Peito)
médio, a Área Basal por hectare, bem como o Volume total de lenha existente na área de
supressão.
AB = DAP2 x π (m2)
4.000
Se a área basal das árvores amostradas é AB , em uma amostra de área S , com uma área S do
1 1
povoamento, a área basal total será:
AB = AB1 x S
S1
Média: Somatório da variável (DAP, Altura, Área Basal) de todas as parcelas, dividido
pelo número de parcelas.
S = √S2
As dimensões da área, volumes de lenha e demais dados apurados são apresentados de forma
resumida na Tabela 5.2.1.6 apresentada posteriormente. Os dados apurados a partir do
inventário florestal na área estudada são apresentados a seguir na Tabela 5.2.1.4.
Vale ressaltar alguns pontos peculiares desta formação florestal que por vez influenciaram no
resultado deste estudo,tais como:
Fragmentação florestal;
Clareiras;
Efeito de borda;
Heterogeneidade; e
Alteração antrópica recente.
Na área de estudo não foram registradas espécies constantes na Listagem de Espécies da Flora
Nativa Ameaçadas de Extinção, de acordo com a lista oficial do Ministério do Meio Ambienta,
Anexo I da Instrução Normativa nº 06 de 23 de setembro de 2008.
Com base na análise dos dados obtidos na área a ser licenciada para a supressão da vegetação,
no tocante à legislação ambiental, são os seguintes os dispositivos legais pertinentes:
Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981,
9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos
4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no
2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.
I - florestas plantadas;
II - PMFS de floresta nativa aprovado pelo órgão competente do Sisnama;
III - supressão de vegetação nativa autorizada pelo órgão competente do
Sisnama;
IV - outras formas de biomassa florestal definidas pelo órgão competente do
Sisnama.
Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras
providências.
Institui o Código Estadual do Meio Ambiente e dispõe, conforme seus Artigos transcritos a
seguir, que:
Parágrafo único. Nos termos do art. 11, inciso I, alínea “a”, da Lei no 11.428,
de 2006, é vedada a autorização de que trata o caput nos casos em que a
intervenção, parcelamento ou empreendimento puserem em risco a
sobrevivência in situ de espécies da flora ou fauna ameaçadas de extinção, tais
como:
Regulamenta o Art. 12, parte final, 15, 16, 19, 20 e 21 da Lei no 4.771, de 15 de setembro de
1965, o art. 4o, inciso III, da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, o art. 2o da Lei no 10.650, de
16 de abril de 2003, altera e acrescenta dispositivos aos Decretos nos 3.179, de 21 de setembro
de 1999, e 3.420, de 20 de abril de 2000, e dá outras providências.
Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto
ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação
Permanente – APP.
I - utilidade pública:
Define vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração
da Mata Atlântica, em cumprimento ao disposto no Art. 6o do Decreto nº 750, de 09 de
dezembro de 1993.
Art. 18. O crédito de reposição florestal será concedido com base na estimativa
da produção da floresta para a rotação em curso.
QUADRO RESUMO
Tabela 5.2.1.7:Convenções.
Conversão volume 1,4
Fator de Correção (Fator de Formula) 0,8
Como previamente descrito no presente estudo os valores obtidos para o volume de lenha da
formação a ser suprimida foi atualizado considerando um incremento anual de 3,00 m³/ha, o que
resulta num acréscimo volumétrico de 18,00 m³/ha no período de 2006 a 2012, totalizando um
volume de 615,35 m³.
Os demais parâmetros do inventário florestal não foram alterados, pois conforme vistorias a
campo no mês de julho do corrente ano pode-se constatar que a paisagem florística e a formação
florestal existentes não apresentou significativo desenvolvimento, não alterando a sua
classificação conforme os parâmetros da Resolução CONAMA nº 04/94, permanecendo no
estágio médio de regeneração.
PARCELA 01
PARCELA 02
PARCELA 03
PARCELA 04
PARCELA 05
PARCELA 06
PARCELA 07
PARCELA 08
PARCELA 09
5.2.2. FAUNA
A presente seção tem por finalidade a caracterização da fauna ocorrente ao longo do traçado do Anel
Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul, através de levantamento preliminar e expedito,
realizado em agosto de 2012 e em base de dados de levantamento faunístico realizado de maio a junho
de 2006 naquela localidade.
5.2.2.1. INTRODUÇÃO
A expansão das atividades socioeconômicas tem sido a principal responsável pela modificação e/ou
destruição de uma série de habitats. Em todo o mundo a retirada da vegetação nativa, seja para
exploração de madeira ou para uso da terra, tem atingido níveis alarmantes.
Para se ter uma idéia desse processo no Brasil, restam da Mata Atlântica apenas cerca de 5% da
cobertura vegetal original. Esse bioma, assim como outras paisagens exploradas no mundo, tem em
comum o fato de já ter sido área de vegetação contínua. Hoje, no entanto, restam apenas pequenos
pedaços remanescentes, cada vez mais isolados uns dos outros, mergulhados em uma paisagem em
mosaico criada pelo homem através do processo conhecido como fragmentação de habitats.
Nos últimos vinte anos os resultados de uma série de estudos sobre os diversos efeitos da
fragmentação começaram a surgir, deixando claro que não é mais possível ter a ilusão de que
fragmentos podem ser pequenas réplicas completas do habitat original. As evidências sobre as perdas
de espécies em remanescentes florestais crescem a cada ano, e o entendimento de como e porque cada
espécie é afetada por esse processo torna-se essencial para que novas perdas possam ser evitadas.
A maneira como os animais vão lidar com a paisagem fragmentada é criticamente dependente de seus
padrões espaciais, tais como: tamanho da área de vida (AV - área utilizada por um indivíduo em suas
atividades de busca de alimento, acasalamento e cuidados com a prole), territorialidade, capacidade de
mover longas distâncias e tolerância ao habitat que circunda os fragmentos.
O conhecimento dos hábitos alimentares de cada espécie, assim como da disponibilidade de recursos
alimentares, são bases essenciais para entender o quão adequado são os fragmentos pequenos de Mata
Atlântica para manter populações em longo prazo.
O levantamento faunístico busca cadastrar espécies existentes em uma determinada área, avaliando as
interações e qualidade deste ambiente em relação às espécies ali existentes. Sendo um exercício que
abrange uma série de observações, com o objetivo de catalogar as espécies que existem na região.
Trata-se de um trabalho qualitativo, essencial para a implantação de programas de monitoramento
(Hellawell, 1991).
Todos estes fatores são considerados relevantes, por ser a fauna produto do meio que a suporta, visto
que todos os organismos são dependentes do seu habitat para satisfazer as necessidades específicas de
sobrevivência e reprodução (Firkowski, C. - UFPR).
Por outro lado, a vegetação é uma das mais importantes características do meio para a maioria dos
animais. Os impactos nesse segmento do habitat produzem efeitos diretos na fauna, pela redução ou
alteração de dois elementos básicos à sobrevivência, que são o alimento e o abrigo.
2001; Rosário, 1996; Bege & Marterer, 1991; Bernardes et al., 1990; Coimbra & Adelmar, 1984;
Emmons, 1990; Francisco, 1997; Frisch, 1964; Godoy, 1987; Hofling & Camarho, 1999; Marques et
al. 2001; Papavero, 1994; Santos, 1992; Soerenser, 1990; Storer, 1995; Veitenheimer et al. 1993, entre
outras.
5.2.2.2.1. METODOLOGIA
A metodologia utilizada na realização deste estudo consistiu nos procedimentos descritos a seguir.
Para todos os grupos faunísticos citados foram realizadas entrevistas com moradores da área de estudo
e adjacências, objetivando consolidar as informações obtidas na fase de levantamento bibliográfico e
compor um quadro das espécies ocorrentes neste ambiente.
O resultado de cada entrevista foi cruzado com a base de dados cadastrada de forma a colaborar com a
informação assim obtida. Os dados considerados coerentes com as informações iniciais ou citados por
mais de uma fonte, não conflitando com a fauna esperada para o ecossistema descrito, foram utilizados
no aperfeiçoando da base inicial.
Foram realizadas oito campanhas de campo, visando o presente levantamento, com duração de 8 horas
cada em maio a junho de 2006. Sendo realizada uma nova campanha em agosto de 2012, com duração
de 8 horas, objetivando a reavaliação da área.
O maior esforço em campo foi empregado nas áreas contendo remanescente florestal, em função de
sua grande complexidade vegetacional e consequentemente do maior número de espécies que a
frequentam. Sendo principalmente investigados ocos de árvores, troncos caídos, interiores de gravatás,
em baixo de rochas, serrapilheira, tocas, linhas de drenagem e outros abrigos/habitat onde estes grupos
costumam se abrigar.
Além dos métodos de levantamento bibliográfico e entrevistas aqui já citadas foram utilizadas
metodologias específicas para cada um dos grupos faunísticos (Herpetofauna (répteis), Mastofauna e
Avifauna), descritas a seguir.
O levantamento realizado em campo teve por objetivo identificar as espécies de aves ocorrentes nas
áreas do empreendimento e adjacências. Para isto foram observados os espécimes de aves terrestres,
identificando os espécimes levantados até o menor nível taxonômico possível.
A metodologia de observação direta foi utilizada por tratar-se de uma área de grande extensão e
diversidade de ambientes, sendo composta por vegetação em estágio inicial, médio e avançada de
regeneração, áreas úmidas e urbanas. O método consistiu em observação a olho nu dos espécimes.
Com o auxílio de objetiva foram realizadas a observação e identificação das aves que se encontravam
à distância nos ambientes abertos.
Este método consistiu no reconhecimento da vocalização das espécies que não eram visualizadas,
podendo, desta forma, ser constatada a ocorrência de determinadas espécies na área de estudo.
O levantamento realizado em campo teve por objetivo identificar as espécies de mamíferos e répteis
ocorrentes nas áreas do empreendimento e adjacências. Para isto foram observados os espécimes de
mamíferos e répteis ocorrentes, identificando-se os espécimes levantados até o menor nível
taxonômico possível.
Quando possível realizou-se o inventário fotográfico das espécies e de vestígios levantados no local.
Este método consistiu na observação a olho nu de espécimes. Com o auxílio de objetiva foram
realizadas a observação e identificação à distância.
Durante o período de estudo foram considerados diversos tipos de vestígios para detectar a ocorrência
de determinadas espécies nas áreas, como: pegadas, bolo fecal, ninhos, tocas, pelos, peles e restos
alimentares.
Os vestígios encontrados foram fotografados e alguns foram removidos dos locais para análises e
posterior identificações, tais como fezes e pelos.
Este método consistiu na observação de espécimes encontrados mortos nas áreas de estudo e
proximidades. Depois de localizados, os animais foram identificados e fotografados.
5.2.2.3.1. HERPETOFAUNA
Neste levantamento a herpetofauna engloba a fauna dos répteis. Este grupo desempenha um
importante papel no equilíbrio e manutenção dos ecossistemas, constituindo uma das bases no
funcionamento da teia alimentar.
Os representantes deste grupo são animais pecilotérmicos, aqueles que a temperatura interna do corpo
varia de acordo com a temperatura do ambiente, por isso são facilmente encontrados em regiões com
temperatura mais elevadas.
Os répteis apresentam no ambiente maior independência da água, por possuírem pele impermeável,
fecundação interna, ovos com casca e respiração pulmonar. Assim, podem viver em ambientes longe
de corpos de água. No entanto, certos répteis exibem uma forte associação com a água, como os
jacarés, diversas tartarugas e cágados, além de algumas serpentes.
Alguns desses animais, menos exigentes na escolha do habitat são beneficiados e/ou não se alteram
com a formação de barreiras, enquanto outros, mais sensíveis, sofrem com a fragmentação e a
modificação dos ambientes naturais e com outras atividades humanas.
- REPTEIS
Atualmente, os lagartos compõem o maior grupo entre os répteis, com aproximadamente 5000
espécies descritas. Abrangem uma grande diversidade de dimensões e formas corpóreas, variando
desde as pequenas lagartixas anãs, de poucos centímetros de comprimento, aos gigantes dragões de
Komodo, com até três metros e cerca de 150 quilos (POUGH; JANIS; HEISER, 2008). Em geral, são
formas de vida facilmente reconhecidas e distinguíveis de outros animais, por apresentar corpo
alongado coberto de escamas, quatro membros com cinco dígitos cada, cauda longa, pálpebras móveis,
ouvido externo com tímpano e, em geral, pela oviparidade. Entretanto, algumas linhagens
diversificaram-se, havendo casos de reduções apendiculares, perda de pálpebras e de ouvido externo,
além da ocorrência de viviparidade em várias espécies.
O Brasil ocupa a segunda colocação na relação de países com maior riqueza de espécies de répteis;
fica atrás apenas da Austrália (com 864 espécies registradas, segundo Wilson & Swan, 2008), mas
suplanta México, Índia, Indonésia, Colômbia, China e Peru, mais ou menos nessa ordem (Sociedade
Brasileira de Herpetologia). Até o momento (BÉRNILS, 2010), foram reconhecidas 721 espécies de
répteis naturalmente ocorrentes e se reproduzindo no Brasil: 36 quelônios, 6 jacarés, 241 lagartos, 67
anfisbênias (cobra-cega) e 371 serpentes.
Tabela 5.2.2.1: Répteis Ameaçados de Extinção no Brasil Compilação das Listas Internacionais, Nacionais e
Regionais de Espécies Ameaçadas.
ORDEM/
NOME
ESPÉCIE SUB- FAMÍLIA IUCN IBAMA CITES MG SP RJ PR
VULGAR
ORDEM
Acanthochelys Cágado-
Pleurodira Chelidae LRnt PA PA
radiolata amarelo
Acanthochelys Tartaruga-do-
Pleurodira Chelidae LRcd
macrocephala pantanal
Acanthochelys
Cágado-preto Pleurodira Chelidae LRnt VU
spixii
Atractus
Serpentes Colubridae PA
maculatus
Atractus serranus Serpentes Colubridae PA
Bachia bresslaui Sauria Gymnophtalmidae PA
Boa constrictor Jibóia Serpentes Boidae Ap2
Bothrops cf.
Jararaca Serpentes Viperidae CR VU
jararaca
Bothrops
Urutu-cruzeiro Serpentes Viperidae VU
alternatus
Jararaca-
Bothrops
verde/ Serpentes Viperidae Pex
bilineatus
Patioba
Bothrops cotiara Cotiara Serpentes Viperidae EN AmEx
Urutu/Cotiara
Bothrops fonsecai Serpentes Viperidae VU PA
estrela
Bothrops
Jararaca ilhoa Serpentes Viperidae CR EN
insularis
Bothrops
Cotiarinha Serpentes Viperidae VU
itapetiningae
Bothrops Jararaca-
Serpentes Viperidae PA
neuwiedi pintada
Bothrops pirajai Serpentes Viperidae VU
Jacaré-de-
Caiman latirostris Crocodilia Alligatoridae AmEx Ap1 VU VU EP AmEx
papo-amarelo
Calamodontophis
Serpentes Colubridae VU AmEx
paucidens
Calamodontophis
Serpentes Colubridae EN
sp.
Tartaruga-
Caretta caretta Cryptodira Cheloniidae EN AmEx Ap1 EN VU AmEx
cabeçuda
Cercosaura
Calanguinho Sauria Gymnophtalmidae PA
ocellata
Tartaruga-
Chelonia mydas Cryptodira Cheloniidae EN AmEx Ap1 EN VU AmEx
verde
Clelia clelia Muçurana Serpentes Colubridae Ap2 AmEx
Clelia maculata Mussurana Serpentes Colubridae PA
ORDEM/
NOME
ESPÉCIE SUB- FAMÍLIA IUCN IBAMA CITES MG SP RJ PR
VULGAR
ORDEM
Clelia plumbea Mussurana Serpentes Colubridae PA
Clelia rustica Mussurana Serpentes Colubridae PA
Cnemidophorus
Calango Sauria Teiidae EN
lacertoides
Colobodactylus
Sauria Gymnophtalmidae PA
dalcyanus
Colobodactylus
Sauria Gymnophtalmidae PA
taunayi
Colobosaura
Sauria Gymnophtalmidae PA
modesta
Corallus cropanii Serpentes Boidae Ap2 EN
Suaçubóia/
Corallus
cobra-de- Serpentes Boidae Ap2 VU VU
hortulanus
veado
Corallus spp. Serpentes Boidae Ap2
Crocodilurus
Sauria Teiidae Ap2
lacertinus
Dermochelys Tartaruga-de-
Cryptodira Dermochelyidae CR AmEx Ap1 EN VU AmEx
coriacea couro
Diploglossus
Sauria Anguidae PA PA
fasciatus
Dormideira/
Dipsas albifrons Serpentes Colubridae VU
Jararaca
Dormideira/
Dipsas neivai Serpentes Colubridae PA
Jararaca
Ditaxodon
Serpentes Colubridae AmEx
taenianatus
Dracaena spp. Sauria Teiidae Ap2
Drymoluber
Serpentes Colubridae PA
brazili
Echinanthera
Serpentes Colubridae PA
cyanopleura
Ecpleopus
Sauria Gymnophtalmidae PA
gaudichaudii
Elapomorphus
Serpentes Colubridae PA
quinquelineatus
Enyalius perditus Camaleão Sauria Polychrotidae PA PA
Salamanta/
Epicrates
Jibóia-arco- Serpentes Boidae Ap2 VU
cenchria crassus
íris
Jibóia-arco-
Epicrates spp. Serpentes Boidae Ap2
íris
Eretmochelys Tarrtauga-de-
Cryptodira Cheloniidae CR AmEx Ap1 EN VU AmEx
imbricata pente
Eunectes murinus Sucuri-preta Serpentes Boidae Ap2 PA
Eunectes spp. Sucuri Serpentes Boidae Ap2
Geochelone Jabuti/
Cryptodira Testudinidae Ap2 EN
carbonaria Jabutipiranga
Geochelone
Jabuti Cryptodira Testudinidae VU Ap2
denticulata
Gomesophis
Cobra-do-lodo Serpentes Colubridae PA
brasiliensis
Helicops gomesi Cobra d´água Serpentes Colubridae VU
Heterodactylus
Lagarto Sauria Teiidae VU
lundii
Hoplocercus
Calango Sauria Hoplocercidae EN
spinosus
Hydromedusa Cágado-da-
Pleurodira Chelidae VU CR
maximiliani serra
ORDEM/
NOME
ESPÉCIE SUB- FAMÍLIA IUCN IBAMA CITES MG SP RJ PR
VULGAR
ORDEM
Cágado-
Hydromedusa
pescoço-de- Pleurodira Chelidae PA
tectifera
cobra
Imantodes
Dormideira Serpentes Colubridae PA
cenchoa
Kentropix
Calango Sauria Teiidae PA
paulensis
Lachesis muta Surucucu-
Serpentes Viperidae VU AmEx CR EP
rhombeata pico-de-jaca
Lepidochelys Tartaruga-
Cryptodira Cheloniidae EN AmEx Ap1 EN AmEx
olivacea marinha/oliva
Lagartixa-da-
Liolaemus lutzae Sauria Tropiduridae VU VU
areia
Liolaemus
Sauria Tropiduridae VU
occipitalis
Liophis
Serpentes Colubridae VU VU
atraventer
Mabuya caissara Lagarto Sauria Scincidae VU
Melanosuchus
Jacaré-açu Crocodilia Alligatoridae AmEx Ap1
niger
Micrurus
Coral Serpentes Elapidae PA
decoratus
Micrurus frontalis Coral Serpentes Elapidae PA
Paleosuchus
Jacaré-coroa Crocodilia Alligatoridae EN
palpebrosus
Peltocephalus
Cabeçuda Pleurodira Testudinidae VU
dumeriliana
Phalotris
Serpentes Colubridae EN
multipunctatus
Philodryas
Cobra-verde Serpentes Colubridae PA AmEx
arnaldoi
Philodryas
Serpentes Colubridae PA
lividum
Phimophis
Serpentes Colubridae PA
guerini
Phrynops hogei Cágado Pleurodira Chelidae EN AmEx CR VU
Tartaruga-do-
Phrynops rufipes pescoço Pleurodira Chelidae LRnt
vermelho
Phrynops Cágado-
Pleurodira Chelidae LRnt PA
vanderhaegei cabeçudo
Placossoma
Calango Sauria Gymnophtalmidae EN
cipoense
Tartaruga-da-
Podocnemis
cabeça- Pleurodira Pelomedusidae VU Ap2
erythrocephala
vermelha
Podocnemis Tartaruga-da-
Pleurodira Pelomedusidae LRnt Ap2
expansa amazônia
Polychrus
Preguiça Sauria Polychrotidae PA
marmoratus
Pseudoboa
Serpentes Colubridae PA
serrana
Pseustis Papa-
Serpentes Colubridae PA
sulphureus pinto/ovo
Ptycophys
Serpentes Colubridae PA
flavovirgatus
Rachidelus brazili Serpentes Colubridae PA
Sordelina
Cobra-d'água Serpentes Colubridae PA
punctata
Stenocercus Sauria Tropiduridae LRnt
OAP ®
– Consultores Associados
Instrução Normativa – IN 24
Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul
ORDEM/
NOME
ESPÉCIE SUB- FAMÍLIA IUCN IBAMA CITES MG SP RJ PR
VULGAR
ORDEM
fimbriatus
Taeniophalus
Serpentes Colubridae PA
perssimilis
Trachemys
Cryptodira Emydidae EN
adiutrix
Tripanurgos
Cobra-cipó Serpentes Colubridae PA
compressus
Tropidophis
Serpentes Tropidophiidae Ap2 PA
paucisquamis
Tupinambis cf.
Teiú Sauria Teiidae Ap1 VU
merianae
Tupinambis cf.
Teiú Sauria Teiidae Ap2 PA
teguixim
Tupinambis spp. Teiú Sauria Teiidae Ap2
Uromacerina
Serpentes Colubridae PA
ricardinii
Xenodon
Serpentes Colubridae AmEx
guentheri
Legenda:
Listas Internacionais:
Lista Nacional:
Listas Regionais:
de Extinção no Estado de São Paulo e dá providências correlatas. 2) Encontro para elaboração da "Lista
de Espécies Ameaçadas da Fauna do Estado de São Paulo". Universidade Federal de São Carlos, 11 a
13 de dezembro de 1996
Paraná: AmEx - Ameaçada de Extinção. * Referência: 1) Morato, S. A. A; Leite, J. C. M. &
Bérnils, R. S. 1995. Répteis. In: Tossulino et al. Lista vermelha de animais ameaçados de extinção no
Estado do Paraná.
5.2.2.3.2. MASTOFAUNA
Em área territorial, o Brasil é o quinto maior país do mundo e o primeiro dentre os países
megadiversos. Nos últimos anos, a classe Mammalia tem sido o grupo mais estudado dos vertebrados.
Apesar disso, em virtude de serem animais de difícil captura e visualização, bem como pelos hábitos
crepusculares, ainda existem muitas espécies desconhecidas.
A diversidade de mamíferos no Brasil atinge números expressivos, constituindo-se numa das maiores
do mundo. Até pouco tempo atrás, eram conhecidas 22 ordens de mamíferos no mundo das quais 11
encontradas no Brasil, representadas por 524 espécies. No Brasil estão representadas 44 espécies de
marsupiais, 19 edentados (tamanduás, tatus), 141 morcegos, 75 primatas, 32 carnívoros, 36 cetáceos e
dois peixes-boi, oito artiodáctilos (dedos em forma de casco) e um perissodáctilo (um casco – eqüino),
165 roedores e um lagomorfo (lebre). Este total representa em torno de 13% de todos os mamíferos do
mundo (Fonseca et al., 1996).
No entanto, segundo Reis et al. (2006) são reconhecidas 658 espécies, representadas por 55 espécies
de marsupiais, 19 xenarthras, 164 morcegos, 98 primatas, 29 carnívoros, 41 cetáceos e dois peixes-boi,
12 artiodáctilos e um perissodáctilo, 235 roedores e dois lagomorfo.
O bioma Mata Atlântica é o que apresenta maior número de espécies (n = 250). Estando a região norte
de Santa Catarina inserida neste bioma. Cherem et al. (2004) descreve 152 espécies de mamíferos
distribuídos em 10 ordens: Chiroptera (60 espécies), Rodentia (54), Cetacea (34), Carnivora (26),
Didelphimorphia (17), Xenarthra (9), Artiodactyla (7), Primates (3), Perissodactyla (1) e Lagomorpha
(1). No entanto, Cimardi (1996) registra 169 espécies. Aproximadamente 23 espécies de marsupiais e
57 espécies de roedores ocorrem nesta região, das quais 39% e 53%, respectivamente, são endêmicas
(Fonseca & Kierulff, 1989).
A Tabela 5.2.2.2 apresenta as espécies da mastofauna ameaçadas em Santa Catarina citdas na Lista
Nacional das Espécies da Mastofauna Brasileira - Ameaçadas de Extinção - IBAMA/2003.
Tabela 5.2.2.2 espécies da mastafauna ameaçadas em Santa Catarina citdas na Lista Nacional das Espécies da
Mastofauna Brasileira - Ameaçadas de Extinção - IBAMA/2003.
Família Nome científico Nome popular Estados
Myrmecophagidae Myrmecophaga tridactyla Linnaeus, Tamanduá-bandeira AC, AM, AP, BA,
1758 DF, GO, MA, MG,
MS, MT, PA, PI, PR,
RO, RR, RS, SC, SP,
TO
Vespertilionidae Myotis ruber (Geoffroy, 1806) Morcego-vermelho PR, RJ, SC, SP
Canidae Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815) Lobo-guará BA, DF, GO, MA,
MG, MS, MT, PR,
RJ, RS, SC, SP, TO
Canidae Speothos venaticus (Lund, 1842) Cachorro-vinagre AC, AM, AP, BA,
DF, GO, MA, MS,
MT, PA, PR, RO,
RR, SC, SP, TO
Felidae Leopardus pardalis mitis (Linnaeus, Jaguatirica AL, BA, CE, DF, ES,
1758) GO, MA, MG, MS,
MT, PB, PE, PI, PR,
RJ, RN, RS, SC, SP,
TO
Felidae Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) Gato-do-mato AL, AM, AP, BA,
CE, DF, ES, GO,
MA, MG, MS, MT,
PA, PB, PE, PI, PR,
RJ, RN, RR, RS, SE,
SC, SP, TO
Felidae Leopardus wiedii (Schinz, 1821) Gato-maracajá AC, AM, AP, BA,
DF, ES, GO, MA,
MG, MS, MT, PA,
PI, PR, RJ, RO, RR,
RS, SC, SP, TO
Felidae Puma concolor capricornensis (Nelson Onça-parda, suçuarana, ES, MG, MS, PR, RJ,
& Goldman, 1929) puma, onçavermelha, RS, SC, SP
leão-baio
Balaenidae Eubalaena australis (Desmoulins, Baleia-franca, baleia- BA, ES, PR, RJ, RS,
1822) franca-austral, Baleia- SC, SP
franca-do-sul
Balenopteridae Balaenoptera borealis (Lesson, 1828) Baleia-sei, baleia- ES, PB, RJ, RS, SC
espadarte
Balenopteridae Megaptera novaeangliae (Borowski, Baleia-jubarte, jubarte AL, BA, CE, ES,
1781) MA, PB, PE, PR, RJ,
RN, RS, SC, SE SP
Physeteridae Physeter macrocephalus (Linnaeus, Cachalote AL, BA, CE, ES, PA,
1758) PB, PE, PR, RJ, RN,
RS, SC, SE SP
Pontoporidae Pontoporia blainvillei (Gervais & Toninha, cachimbo, ES, PR, RJ, RS, SC,
d'Orbigny, 1844) boto-amarelo, SP
franciscana
Cervidae Mazama nana (Hensel, 1872) Veado-bororó-do-sul PR, RS, SC, SP
Muridae Wilfredomys oenax (Thomas, 1928) Rato-do-mato PR, RS, SC
5.2.2.3.3. AVIFAUNA
A América do Sul é considerada o continente das aves, abrigando cerca de um terço das espécies de
aves existentes na terra. No Brasil, ocorrem 1.822 espécies de aves, entre espécies residentes e
visitantes, correspondendo a mais da metade das espécies de aves registradas para a América do Sul,
sendo o segundo país do mundo em riqueza de aves, perdendo apenas para a Colômbia, conforme o
Relatório do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2008).
Deste montante 682 espécies ou 40,66% são assinaladas para a Mata Atlântica, sendo 207
consideradas endêmicas. Dentre as espécies endêmicas, 24,6% constam na lista do IBAMA de fauna
ameaçada. No bioma Mata Atlântica 50 espécies são consideradas Vulneráveis; 32 espécies são
incluídas na categoria em Perigo; e 12 espécies são consideradas Criticamente em Perigo.
O estado de Santa Catarina encontra-se entre os três estados com melhor grau de conservação deste
bioma, no entanto, devido às intervenções ocorridas desde o início de sua ocupação o número de
espécies ameaçadas de extinção vem aumentando gradativamente. Atualmente, o estado catarinense
aponta 34 espécies de aves incluídas na lista da fauna brasileira de espécies ameaçadas de extinção
IBAMA (2003). Um dos grupos com maior risco de extinção é o das aves de rapina, o qual, mesmo
apresentando ampla distribuição, está sofrendo uma drástica redução de seus nichos e,
consequentemente uma diminuição gradativa de suas populações. Além deste grupo, várias outras
espécies quase se extinguiram pela caça, capturas e destruição de habitat, como é o caso do grupo dos
Psitacídeos (araras, papagaios e periquitos).
De acordo com levantamento realizado por Rosário (1996), foram registradas 596 espécies de aves
para o estado de Santa Catarina, das quais 337 ocorreram no ambiente de Floresta Ombrófila Densa,
demonstrando a importância deste ecossistema para a avifauna. Esta formação vegetal é caracterizada
pela sua estratificação, constituída por árvores, arvoretas, arbustos e ervas.
A existência de vários níveis de estrato em uma floresta densa é fundamental na distribuição vertical
da avifauna, permitindo diversas populações explorarem um mesmo ambiente, sem que ocorra
competição.
A Tabela 5.2.2.3 apresenta as espéciesda avifauna ameaçadas em Santa Catarina citdas na Lista
Nacional das Espécies da Mastofauna Brasileira - Ameaçadas de Extinção - IBAMA/2003.
Tabela 5.2.2.3 espécies da avifauna ameaçadas em Santa Catarina citdas na Lista Nacional das Espécies da
Mastofauna Brasileira - Ameaçadas de Extinção - IBAMA/2003.
FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR ESTADOS
Tinamidae Crypturellus noctivagus noctivagus Jaó BA, ES, MG, PR, RJ,
(Wied, 1820) RS, SC, SP
Diomedeidae Diomedea dabbenena (Mathews, 1929) Albatroz-de-tristão, RS, SC, SP
albatroz-de-gough
Diomedeidae Diomedea epomophora Lesson, 1825 Albatroz-real, RJ, RS, SC
albatroz-real-
meridional
Diomedeidae Diomedea exulans Linnaeus, 1758 Albatroz-viajeiro, RJ, RS, SC, SP
albatroz-errante
Diomedeidae Diomedea sanfordi (Murphy, 1917) Albatroz-real- RS, SC
setentrional
A área de estudo divide-se em dois ambientes distintos, sendo a primeira de ocupação urbana (Figura
5.2.2.1), incluindo o bairro Bela Vista, área do Porto de São Francisco do Sul e área da empresa
BUNGE.
BUNGE
Figura 5.2.2.1: Foto aérea mostrando área de estudo contendo ocupação urbana, com
destaque para o Porto de São Francisco do Sul, área parcial do bairro Bela Vista e empresa
BUNGE.
Figuras 5.2.2.2 e 5.2.2.3: A área de estudo situada junto ao estuário da Baía da Babitonga, recebendo influência
direta de sua fauna. Em destaque na Figura 5.2.2.2 o Morro Bela Vista, o qual mantém em sua base o bairro Bela
Vista. Na Figura 5.2.2.3 destaca-se ambiente de praia, nas proximidades do empreendimento.
A ocorrência de grande concentração de grãos junto às vias dá-se pela perda nos vagões e caminhões
ao transportá-los (Figura 5.2.2.6). A grande concentração de grãos propicia à proliferação de insetos e
atua como atrativo a espécies granívoras e insetívoras, destacando-se entre a avifauna o Vanellus
chilensis (quero-quero) (Figura 5.2.2.7), Pitangus sulphuratus (bem-te-vi-de-corroa) (Figura 5.2.2.8),
Troglodytes aedon (corruíra), Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira), Passer domesticus (pardal) (Figura
5.2.2.9) e Bubulcus ibis (garça-vaqueira) (Figura 5.2.2.10).
Figura 5.2.2.6: Grande concentração de grãos junto à Figura 5.2.2.7: Vanellus chilensis (quero-quero),
rodovia, atraindo a fauna local. avistado em bandos alimentando-se junto à ferrovia e
áreas abertas.
Figura 5.2.2.8: Pitangus sulphuratus (bem-te-vi-de- Figura 5.2.2.9: Bando de Passer domesticus (pardal)
coroa). alimentando-se junto à rodovia.
Figura 5.2.2.11 e 5.2.2.12: Didelphis marsupialis (gambá-de-orelha-preta) encontrado morto junto à via ao se
alimentar, pode ser observado a grande quantidade de grãos dentro do estomago.
Figura 5.2.2.13: Rattus rattus (rato-doméstico). Figura 5.2.2.14: Rattus norveginus (ratazana).
Nos ambientes abertos contendo gramíneas são observadas espécies granívoras e insetívoras como
Estrilda astrid (bico-de-lacre), Sicalis flaveola (canário-da-terra-verdadeiro) (Figura 5.2.2.15),
Furnarius rufus (joão-de-barro) (Figura 5.2.2.16), Columbina talpacoti (rolinha-roxa) (Figura
5.2.2.17), Estrilda astrild (bico-de-lacre).( Figura 5.2.2.18), Satrapa icterophrys (suiriri-
pequeno).(Figura 5.2.2.19), Columba livia (pombo) (Figura 5.2.2.20), Crotophaga ani (anu-preto),
Guira guira (anu-branco) (Figura 5.2.2.21), Troglodytes aedon (corruíra), bem como em destaque a
Syrigma sibilatrix (maria-faceira) (Figura 5.2.2.22), Molothrus sp. (chopim) (Figura5. 2.2.23 e
5.2.2.24) e Phimosus infuscatus (tapicuru-de-cara-pelada) (Figura 5.2.2.25).
Figura 5.2.2.15: Sicalis flaveola (canário-da-terra- Figura5. 2.2.16: Furnarius rufus (joão-de-barro).
verdadeiro).
Figura 5.2.2.17: Columbina talpacoti (rolinha-roxa). Figura 5.2.2.18: Estrilda astrild (bico-de-lacre).
Figura 5.2.2.19: Satrapa icterophrys (suiriri-pequeno). Figura 5.2.2.20: Columba livia (pombo).
Figura5. 2.2.21: Guira guira (anu-branco). Figura5. 2.2.22: Syrigma sibilatrix (maria-faceira)
Figura 5.2.2.23: e 5.2.2.24: Molothrus sp. (chopim) em ambientes abertos e junto aos trilhos.
O morro denominado Bela Vista apresenta uma cobertura vegetal arbórea com forte influência
antrópica. Toda a área percorrida apresenta vestígios de trilhas. Além da evidente movimentação de
moradores da região.
A cobertura florestal apresenta-se baixa, com sub-bosque denso, em muitos pontos dominada por
taquaras, indicativo de áreas degradadas.
No topo verifica-se uma área de aproximadamente 1 hectare, cuja vegetação foi suprimida, ficando
apenas em alguns pontos árvores isoladas, encontrando-se neste local, através de levantamentos
anteriores, pegadas de Hydrochoerus hydrochaeris (capivara) (Figura 5.2.2.26), possivelmente
oriunda de áreas com vegetação mais preservada.
Encontra-se na comunidade do bairro Bela Vista, criação de consumo de Anser sp. (ganso) (Figura
5.2.2.27), Gallus gallus domesticus (galinha) (Figura 5.2.2.28), Capra hircus (cabra) (Figura
5.2.2.29) e Sus domesticus (porco) (Figura5. 2.2.30), que são alimentados principalmente com restos
de comida e grãos recolhidos na beira das vias.
O Canis lupus familiares (cão-doméstico) (Figura 5.2.2.31) e o Felis silvestris catus (gato-doméstico)
(Figura5. 2.2.32), são encontrados soltos pelo bairro ou sendo utilizados como animais de guarda. A
presença destas espécies domésticas implica em predação de pequenos espécimes silvestres de ave,
mamíferos e répteis que habitam o ambiente de entorno.
Figura5. 2.2.31: Canis lupus familiares (cão- Figura5. 2.2.32: Felis silvestris catus (gato-doméstico)
doméstico).
São observados com frequência sobrevoando a área de estudo o Caracara plancus (carcará).(Figura
2.2.39), Coragyps atratus (urubu-de-cabeça-preta) (Figura 5.2.2.40) e Fregata magnificens (fragata)
(Figura 5.2.2.41).
Figura 5.2.2.33: Macho de Euphonia chalybea Figura 5.2.2.34: Fêmea de Dacnis cayana (saí-azul).
(bonito-lindo).
Figura 5.2.2.35: Mocho de Dacnis cayana (saí-azul). Figura 5.2.2.36: Tangara cyanocephala (saíra-militar).
Figura 5.2.2.37: Piaya cayana (alma-de-gato). Figura 3.2.2.38: Colaptes campestris (pica-pau-do-
campo).
Figura 5.2.2.39: Caracara plancus (carcará). Figura 5.2.2.40: Coragyps atratus (urubu-de-cabeça-
preta).
As espécies observadas junto à praia com maior frequência são Egretta thula (garça-branca-pequena)
(Figura 5.2.2.42), Larus dominicanus (gaivotão) (Figura 5.2.2.43), Egretta caerulea (garça-azul).
(Figura 5.2.2.44), Phalacrocorax brasilianus (biguá) (Figura 5.2.2.45) e o Megaceryle torquata
(martim-pescador-grande) (Figura 5.2.2.46).
Figura 5.2.2.42: Egretta thula (garça-branca-pequena) Figura 5.2.2.43: Larus dominicanus (gaivotão)
Figura 5.2.2.44: Egretta caerulea (garça-azul). Figura 5.2.2.45: Phalacrocorax brasilianus (biguá).
Figura 5.2.2.49: Distribuição das espécies da herpetofauna (répteis), levantada por ambiente.
O presente estudo observou que devido a proximidade da via com o remanescente florestal e com a
cerca de proteção da empresa BUNGE, não será possível utilizar como medida de proteção dos
animais, cercas no entorno do remanescente florestal, pois estas propiciariam o aprisionamento de
animais que por ventura as ultrapassassem, levando-os facilmente ao atropelamento.
SULIFORMES
PELECANIFORMES
ANSERIFORMES
ACCIPITRIFORMES
FALCONIFORMES
GRUIFORMES
CHARADRIIFORMES
COLUMBIFORMES
PSITTACIFORMES
CUCULIFORMES
Crotophaginae
Guira guira Anu-branco 1, 5; U
Crotophaga ani Anu-preto 1; U
STRIGIFORMES
APODIFORMES
CORACIIFORMES
GALBULIFORMES
PICIFORMES
PASSERIFORMES
1 – Avistamento
2 – Vocalização
3 - Vestígio
4 – Entrevista
5 – Levantamento anteriores
6 – Encontrado morto
CHIROPTERA
DIDELPHIMORPHIA
CINGULATA
PILOSA
CARNIVORA
RODENTIA
Tabela 5.2.2.6: Relação da Classe Reptilia levantada na realizado na área do empreendimento e entorno.
SQUAMATA
LEGENDA: 1 – Avistamento;
2 – Vocalização;
3 – Vestígio
4 – Entrevista;
5 – Rastro;
6 – Levantamentos anteriores
7 – Encontrado morto;
M – Área de mata e borda de mata.
U – Área úmidas e aberta.
Completando a compensação ambiental exigida por lei o empreendedor deverá averbar, em área nas
mesmas condições ambientais ou melhor, uma área equivalente a área suprimida, neste caso de
34.256,00 m² (Art. 17 da Lei 11.428/2006).
Conforme o exposto a compensação ambiental exigida legalmente totaliza 48.937,14 m², que o
empreendedor deverá averbar a margem da escritura em área de sua propriedade ou de terceiro, para a
qual remete Termo de Compromisso anexo a Instrução Normativa IN 24, também protocolizada nesta
Fundação do Meio Ambiente.
Assim, conforme preconiza a Portaria FATMA nº 078/04 deverá ser realizada a compensação
ambiental pelo uso da citada área de preservação permanente através do plantio de 123 mudas nativas,
atendendo o adensamento proposto de 800 mudas/ha.
Pelo presente Termo de Averbação de Área Florestada e Área Verde, aos 15 dias do mês de Agosto de
2012, ADMINISTRAÇÃO DO PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL – APSFS, CNPJ:
83.131.268/0001-90, com sede a Avenida Engenheiro Leite Ribeiro, nº 782, Bairro: Centro, Município
de São Francisco do Sul – SC, tendo em vista a supressão de vegetação na área de 34.256,00 m2
pleiteada para a implantação do Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul, declara
perante a autoridade florestal do Estado de Santa Catarina, que também assina o presente termo, que a
vegetação existente com a área total de 48.937,14 m2, a ser averbada em área a definir com vegetação
de igual ou superior qualidade aquela a ser suprimida, será averbada em caráter de Compensação
Ambiental, sendo 34.256,00 m2 referente à compensação ambiental necessária ao atendimento ao
disposto no artigo 17 da Lei Federal nº 11.428/2006 – Lei da Mata Atlântica, e 14.681,14 m2 referente
a compensação ambiental necessária ao atendimento ao disposto no artigo 31 § 1° da citada Lei da
Mata Atlântica, para compor respectivamente a:
ÁREA FLORESTADA, gravada como área de compensação nos termos da legislação ambiental,
sendo vedado qualquer tipo de uso sem autorização da FATMA – Fundação do Meio Ambiente.
ÁREA VERDE, gravada como de utilização limitada nos termos da legislação florestal.
O proprietário compromete-se, por si, seus herdeiros e sucessores, a fazer o presente gravame sempre
bom, firme e valioso, bem como após definição da área de compensação averbá-lo à margem do
registro imobiliário respectivo perante o Cartório competente, nele depositando a planta ou croqui da
propriedade com a área previamente delimitada e aprovada pelo órgão ambiental.
E, para que surta seus jurídicos e legais efeitos, firmam o presente termo, em 03 (três) vias de igual
teor, na presença das testemunhas abaixo indicadas, que igualmente assinam o presente termo e
rubricam a planta/croqui que o acompanham.
TESTEMUNHA 01 TESTEMUNHA 02
NOME: NOME:
CPF: CPF:
A supressão da vegetação será realizada no período de 12 (doze) meses, iniciando após a emissão da
Licença Ambiental de Instalação e Autorização de Corte, emitidos por esta Fundação do Meio
Ambiente.
Limpeza do terreno
Monitoramento da supressão
Atendendo as exigências legais referentes à supressão da vegetação no Bioma Mata Atlântica, deverá
ser executado o reflorestamento com espécies nativas a título de Reposição Florestal, em acolhimento
especificamente a Lei Federal nº 12.651/2012, Decreto Federal nº 5.975/2006 e Instrução
Normativa MMA nº 06/2006.
Considerando o adensamento florestal de 800 mudas por hectare deverá ser plantada 2.462 mudas
nativas na área de 30.767,50 m2 para atender a reposição florestal. O projeto de reposição florestal
deverá ser detalhado quando da implantação e execução das obras e demais atividades.
Outra forma de atender a reposição florestal é a aquisição de Créditos de Reposição Florestal junto a
detentores com plantio já aprovados. Neste caso o empreendedor recebe a transferência de créditos em
montante equivalente ao volume de madeira a ser suprimido mediante negociação direta com o
detentor credenciado junto ao órgão ambiental.
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
3.3. Justificativa
4. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO
4.4. Terraplanagem
4.4.1. Cortes
4.4.2. Aterros
4.4.3. Equipamentos Previstos
4.4.4. Logística
5.1.2.5. Clima
5.1.2.5.1. Parâmetros Climáticos do Município de São Francisco do Sul
8. PROGRAMA DE MONITORAMENTO
9. EQUIPE TÉCNICA
11. DOCUMENTAÇÃO
11.1. CNPJ
11.3. Certidão de Uso e Ocupação do Solo, Alagamentos e Ponto de Captação de Água para
Abastecimento Público
11.7. Procuração
11.9. DARE
12. ANEXOS
VOLUME II
1. APRESENTAÇÃO
Este trabalho apresenta o Estudo Ambiental das obras de implantação do Anel Rodoferroviário do
Porto de São Francisco do Sul, visando subsidiar o processo de licenciamento ambiental do
empreendimento, conforme determina a legislação em vigor.
O porto dispõe de apenas uma rua de acesso, a rua Engenheiro Leite Ribeiro, em cuja margem está o
único portão de acesso à área operacional, próximo aos prédios administrativos da APSFS.
A rua Engenheiro Leite Ribeiro dá, ainda, acesso aos escritórios e oficinas da APFS, inclusive ao pátio
de estacionamento de veículos leves, acrescentando mais tráfego ao trecho.
Essa situação faz com que todos os veículos de carga com destino ou origem nos locais de estocagem
dentro do porto ou nos berços de atracação tenham que passar por esse mesmo ponto, acarretando
percursos relativamente longos e demorados dentro da área de operação, ocasionando
congestionamentos de caminhões e atraso no carregamento/descarregamento de navios. Esta situação
faz com que muitas empresas deixem de utilizar os serviços do porto.
Este projeto foi objeto de licenciamento ambiental pela Fundação do Meio Ambiente – FATMA no
ano de 2006, possuindo Licença Ambiental de Instalação, LAI nº 053/06 (em anexo) e Ofício de
Prorrogação nº DQD/217/2011/CRN.
- Contratante
- Consultoria Ambiental
CNPJ: 00.958.096/0001-03
A OAP Consultores Associados iniciou suas atividades no ano de 1995, com o objetivo de
proporcionar a prestação de Serviços de Consultoria e Assessoria em Meio Ambiente, Urbanismo,
Saneamento, Trânsito, Transporte Rodoviário Urbano e Resíduos Sólidos.
Contando com uma Equipe Técnica especializada e multidisciplinar, vem desenvolvendo estudos,
planejamento, projetos e licenciamento ambiental para empreendimentos privados e instituições
públicas.
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
O Município de São Francisco do Sul localiza-se na região nordeste do Estado de Santa Catarina,
litoral norte do estado, na região sul do Brasil. Insere-se na Microrregião Homogênea “292 – Colonial
de Joinville” do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Integra a Associação de
Municípios do Nordeste de Santa Catarina – AMUNESC e a região Metropolitana Norte-Nordeste de
Santa Catarina.
Este município possui uma área de 492,973 km², tendo ao Norte como limites geográficos os
municípios de Garuva e Itapoá; ao Sul, o município de Barra do Sul; a Leste, o Oceano Atlântico; e ao
Oeste, ao município de Joinville e Araquari.
O empreendimento será implantado na porção Noroeste da Ilha de São Francisco, na área de domínio
do Porto de São Francisco do Sul, como pode ser observado no Mapa 01 - Localização do
Empreendimento.
Nesta região ocorrem áreas remanescentes de vegetação formadas por pequenas ilhas de Floresta
Ombrófila em estágio médio de regeneração. Estes remanescentes possuem certa relevância,
principalmente aqueles localizados no lado externo do empreendimento, pois estão próximos a
fragmentos maiores, abrigando uma grande diversidade biológica. Os fragmentos localizados no
interior do sistema rodoferroviário, também apresentam papel importante como elemento paisagístico
local.
Além disso, existe na área do empreendimento a comunidade do Bairro Bela Vista (“Rabo azedo”),
que foi formada, nos últimos anos, por meio de ocupações irregulares e outras apropriações. Tendo em
vista a proximidade com o complexo portuário e suas diversas atividades, o aglomerado urbano conta
com uma quantidade considerável de residências, das quais cerca de vinte edificações terão de ser
removidas.
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CEP: 89201-010
Prefeitura Municipal de São Francisco do Sul, 2007. Base Cartográfica extraída da Ortofotocarta Digital
Fone/Fax: (47) 3422-0182
0 3 6 9 12 15 do município de São Francisco do Sul, Escala 1:2.000. Ortofotos com Escala de Vôo :10.000. Executado
Joinville - SC
km
E-mail: oap@oap.srv.br
por: Aeroconsult Aerolevantamentos e Consultoria Ltda, ano de 2007. Imagem de Satélite Landsat 2002.
£
280
¤ www.oapmeioambiente.com.br
Estudo Ambiental Simplificado - EAS
Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul
Este anel, ao ser implantado permitirá ampliar a capacidade de carga do porto, pois ganhará agilidade
nas manobras tanto com as carretas como com o próprio transporte ferroviário. O empreendimento
também tem o objetivo fornecer maior competitividade para o porto de São Francisco do Sul, pois
diminuindo o tempo de embarque e desembarque das mercadorias, maior será a procura pelos seus
serviços, podendo aumentar sua área de influência, tanto nacional como internacional.
3.3. JUSTIFICATIVA
Atualmente, existe apenas uma rua de acesso à área operacional do porto, a Rua Eng. Leite Ribeiro, e
esta mesma rua também serve de acesso aos escritórios, às oficinas, ao pátio de estacionamento e
também servindo como único acesso à comunidade do bairro Bela Vista, também conhecido como
localidade da ponta do Rabo Azedo. Percebe-se que o tráfego local é conflitante, acarretando num
ponto de estrangulamento.
Sugere-se como melhoria de curto prazo, para amenizar esses conflitos, a disponibilização de
equipamento de manobras da composição ferroviária com flexibilidade operacional adequada e o uso
de equipamentos de transporte desde a embarcação até os vagões com capacidade e características
operacionais adequadas, ou seja, à implantação do Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do
Sul.
4. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO
O Anel Rodoferroviário terá uma extensão de 1.338,51 m (Estaca OPP até 66+13,31m). Inicia-se na
Rodovia Olívio Nóbrega, entra no acesso à praia de Paulas pela rua Francisco Machado de Souza,
contorna a elevação do bairro Bela Vista (Ponta do Rabo Azedo) e termina na rua que dá acesso ao
Porto de São Francisco do Sul, Rua Engenheiro Leite Ribeiro.
A localização das obras na área em estudo pode ser observada no Mapa 01- Localização do
Empreendimento, apresentado anteriormente.
De acordo com o Projeto Geométrico, a seção transversal do anel rodoferroviário terá uma largura
média útil de 16 metros, dos quais 10 metros serão destinados à rodovia (via de mão-dupla) e 6
metros serão destinados à ferrovia, com acostamentos de 1,5m para cada lado, conforme pode ser
observado no croqui abaixo.
A rodovia e a ferrovia serão executadas no mesmo nível. A rodovia terá pavimento asfáltico tipo
CAUQ – cimento asfáltico usinado à quente, pois deverá suportar cargas elevadas com grande
tráfego de carretas.
Nos estudos de capacidade, a pista da rodovia sempre é utilizada, de início, por três categorias de
tráfego:
b) O tráfego desviado, ou melhor, o tráfego que seria atraído de outras estradas existentes, em
virtude dos melhoramentos realizados.
c) O trafego gerado, ou seja, aquele tráfego potencial que se manifestará após ter sido
praticado o melhoramento, consistindo, portanto, no tráfego consequente de atividades ou
negócios estimulados pela implantação do empreendimento.
Nos estudos de tráfego, sua quantificação, composição, e análise dos melhoramentos resultantes da
pavimentação asfáltica, têm por finalidade encontrar variáveis que possibilitem verificar a
suficiência do sistema de transporte, a definição do traçado e muitas vezes o padrão de rodovia a ser
especificado.
Todo estudo voltado à capacidade da via e ao dimensionamento se inicia pela estimativa do seu
volume médio diário anual (VMDA).
Quando se assume um modelo para o crescimento do tráfego e uma linha de horizonte (período de
projeto), o VMDA quando for agregado a outros parâmetros (Fator de eixo, Fator de carga, e Fator
climático regional), permitirá identificar a ação destrutiva sobre o pavimento asfáltico, ação esta
proveniente tanto da repetição de um eixo padrão de 18.000 libras (8,2 toneladas), como da
degradação provocada pelas ações do intemperismo climático e incidentes sobre a estrutura do
pavimento.
Tal hipótese prevê para um determinado período (período de projeto ou linha de horizonte), que a
operação ou repetição do eixo padrão de 18.000 libras, deverá incidir na via em estudo durante o
período pré-fixado.
Para o Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul, levando-se em conta o grande
número de carretas em períodos de escoamento de produção, o número N estimado para representar
as ações destrutivas advindas do intemperismo climático e do tráfego incidente, importou no
seguinte valor:
O número (N > 1 x 108) estimado para um pavimento com camada de revestimento em concreto
asfáltico na espessura de 10cm se apresenta de forma coerente com o que se espera de uma via com
grande capacidade de tráfego, tanto hoje como no futuro, para o anel rodoferroviário em análise.
Considerando-se que a empresa não realizou contagens de tráfego em campo no intuito de respaldar
a análise efetivada, torna-se possível afirmar que entre os principais fatores restritivos que limitarão
o fluxo de veículos no Anel Rodoferroviário, deverão ser destacados:
- Largura da plataforma de 10 metros, com tráfego nos dois sentidos inserido em duas faixas
de tráfego, com acostamentos de 1,5m para cada lado.
Em virtude dessas características (raios de curva das concordâncias horizontais, rampas máximas,
largura da plataforma, da pista, etc.), o projeto realizado se inseriu dentro da classificação do
DEINFRA como uma estrada de classe IVA, que corresponde a um projeto de rodovia em pista
simples, correspondendo a uma demanda, com data de abertura da rodovia ao tráfego, situado entre
50 e 200 vpd. Os respectivos critérios de classificação técnica e as velocidades diretrizes
recomendadas para o projeto de rodovias novas, para as diferentes condições de relevo da região
atravessada, estão resumidos no quadro abaixo.
Para esta rodovia será atribuída uma seção transversal tipo SP 9,5. Com Pista de Rolamento
medindo 7,0 metros com acostamentos de 1,5m nos dois lados.
Para a rodovia será adotada uma pista de rolamento de 7,0 m de largura, mais acostamentos de 1,5m
para cada lado na rodovia, totalizando uma largura de 10,0 metros. Para a ferrovia será adotada uma
largura de 6,0 metros.
As seções transversais típicas das seções plenas de aterro, das seções plenas de corte e das seções
mistas, foram projetadas com plataforma na largura de 16,00 m, contendo uma declividade de 2%,
auxiliando na drenagem da superfície, como pode ser visto nas seções transversais exemplificadas a
seguir.
Com base no projeto geométrico elaborado, se efetivou a análise das seções projetadas em todo o
anel, fato que permitiu identificar fatores positivos e alguns negativos, que para fins de
licenciamento ambiental, se tornou importante destacar:
Medida restritiva:
Medidas potencializadoras:
Tratando-se de uma rodoferrovia projetada com o objetivo de aumentar a capacidade de carga geral
do Porto de São Francisco do Sul, e consequentemente incentivar a exportação e importação de
cargas, diminuindo os conflitos com o tráfego local (navios, caminhões, carros, pedestres, etc.),
torna-se um fator positivo, para os moradores da cidade e moradores locais, para o município de
São Francisco do Sul e para o Estado de Santa Catarina.
A geometria em planta, perfil e seções transversais obedeceram aos seguintes parâmetros básicos:
Em virtude da empresa VEGA do Sul ter demonstrado intenção de adquirir vagões especiais para
carga /eixo de 26 t, o que obrigará a ALL – América Latina Logística do Brasil S.A a fazer
adequações na ferrovia permanente, a superestrutura da ferrovia do anel deverá ser prevista com:
Lastro(Base)
Em virtude de que o subleito deverá apresentar um valor de suporte não superior a 7%, indica-se a
interposição de uma camada de sub-lastro (reforço) com 30cm de espessura, constituída por solos
granulares selecionados, cujo CBR seja superior a 20%, complementado por uma camada de lastro
com espessura também de 30cm em toda a extensão da linha ferroviária.
COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA
PENEIRA % ACUMULADA EM
Pol. mm PESO RETIDO
2 ½” 64 0
2” 50 0-10
1 ½” 38 30-65
1” 25 85-100
½” 12,5 95-100
Dormentes
Os dormentes utilizados serão de concreto armado protendido. Recomenda-se que seja adotado este
tipo de dormente por causa da padronização, da preservação ambiental, da maior durabilidade,
melhor estabilidade da ferrovia e facilidade de manutenção.
Nos desvios de cruzamento e pátios poderão ser utilizados dormentes de madeira, embora não haja
impedimentos em utilizar também dormentes de concreto.
Trilhos
O trilho a ser empregado, face a carga por eixo de vagões especiais, deverá ser o perfil TR-57 kg/m.
Devem ser utilizadas barras longas, com comprimento de 324 metros, obtidas através de soldagem
elétrica de barras de 18,0 metros.
4.3.1. SINALIZAÇÃO
Em conformidade com a Norma Brasileira NB-114/89, os cruzamentos da via férrea com rodovias,
quando feitos em nível, deverão ser dotados de um sistema de sinalização voltado para os usuários
da travessia, com a finalidade de minimizar os riscos de acidentes e outras ocorrências.
Este sistema de sinalização compreende num conjunto de placas de advertência, implantadas tanto
na ferrovia como na rodovia, complementado por sinalização ativa, constituída por semáforo,
campainha e cancela, acionada pela própria composição ferroviária.
4.4. TERRAPLANAGEM
Assim, a área da plataforma destinada a receber a estrutura do pavimento e da ferrovia, terá também
que receber todos os elementos de suporte e drenagem, que irão assegurar a adequada captação e
escoamento das águas pluviais precipitadas sobre o corpo estradal, durante a vigência de sua vida
útil.
Do ponto de vista executivo, para se conseguir sucesso qualitativo nos serviços de implantação da
via, a partir da movimentação de terra eles deverão obedecer a procedimentos recomendados que se
encontram normalizados, tantos os serviços a executar nas áreas de corte como nas de aterros.
Grande parte das obras de implantação do Anel Rodoferroviário será executada em corte, isto
porque a linha ferroviária existente do Porto de São Francisco do Sul encontra-se na cota 2,7m
(Estaca 66+18,5 – PF). Sabe-se também que a ferrovia possui características particulares que
limitam sua declividade e raio de curvatura.
Durante a escolha do melhor traçado, observou-se alguns dados relevantes, como raios mínimos de
curvaturas e declividade das rampas, o principal fator limitante é a ferrovia, com raios de curvaturas
mínimos muito grandes e rampas com declividades bastante suaves.
De acordo com a autoridade portuária, o local destinado ao bota-fora ficará a cargo da empresa a ser
contratada para execução da obra.
4.4.1. CORTES
Os volumes de corte a serem escavados segundo o que foi observado no projeto geométrico,
deverão ser executados de acordo com as especificações do DER-SC.
Por isto, sempre que houver a necessidade da escavação/substituição de materiais para melhorar a
capacidade de suporte do subleito da via, no início do serviço, deverá ser retirado o seu
revestimento primário para permitir a substituição de todo o tipo de solo possuidor de elevada
expansão e/ou de capacidade de suporte insuficiente.
Sempre que se retirar os materiais granulares da camada de revestimento primário, eles deverão ser
reaproveitados em outros serviços complementares na via, depois de terem sido julgados como
tecnicamente apropriados nas inspeções periódicas da fiscalização.
Já os materiais formados por solos classificados como inadequados para estruturar o pavimento,
eles deverão ser colocados em locais específicos denominados de “bota-foras”.
4.4.2. ATERROS
Para tanto os aterros deverão ser executados em camadas sucessivas de solo, de modo que todas
sejam devidamente compactadas na espessura máxima de 30cm, no intuito de se alcançar
densidades especificadas em projeto.
Mesmo assim, a camada final do aterro que irá suportar diretamente a camada de sub-base, deverá
ser constituída por solos de granulometria selecionada, onde os materiais finos nelas contidos
permitam uma expansão volumétrica do solo < 1% e um ISC (Índice de Suporte Califórnia) a
20%.
Quando não for utilizado material do próprio leito da via, deverão ser obtidos materiais
provenientes de jazidas licenciadas.
Por meio de um programa de coleta de amostras, na fase de exploração deverão ser colhidas no
mínimo nove amostras para a determinação do Índice de Suporte Califórnia (ISC), para se controlar
a Expansão do solo, e para se determinar à massa específica aparente seca, máxima.
DISCRIMINAÇÃO QUANT.
Trator de Esteira de 60KW (80 1W) 01
Trator de Esteira de 105KW (140HP), com Lâmina angulável 01
Trator de Esteira de 200/225 KW (270/300HP) com Lâmina angulável e Escarificador 01
Hidráulico
Trator de Esteira de 200/225KW (270/300HP) com Placa e Escarificador 02
Carregador Frontal de 130KW (170HP) com Rodas Pneumáticas 03
Carregador Frontal de 75KW (100HP) com Rodas Pneumáticas 01
Motoniveladora 90KW (120HP) 01
Motoniveladora 130KW (170HP) 02
Retroescavadeira sobre Pneus 70KW (93CV) 01
Retroescavadeira sobre Esteira (poclain) ou similar 01
Escavadeira de lança com Draga de Arrasto 01
Trator de Pneus tipo Agrícola 75KW (100HP) 02
Perfuratriz manual para rocha 23KG 02
Perfuratriz de Esteira e Ar Comprimido (Wagn Drill) 02
Compressor de ar com capacidade para de 10m3/min (365pcm) 02
Rolo Autopropulsor de Pneus com Pressão Variável 25A 30t X 105KW (140/145HP) 01
Rolo Carrugado Vibratório Autopropelido de 95KW (125HP/10A 20t) 01
Rolo Tandem 8 a 12t 01
Rolo Liso Vibratório de 130KW (1401W) 5,2 tipo CA-25 01
Caminhão Tanque com Moto-Bomba e Barra Irrigadora Horizontal com capacidade mínima 01
de 5m3
Grade de Disco, Rebocável com Angulação Regulável 01
Caminhão de 7,6 a 9t, com Carroceria 01
Caminhão 5t, Chassis para Basculante, Equipado com Caçamba 12
Rolo de Rodas Pneumáticas, de Pressão Variável 01
Caminhão Basculante 7/9t, Caçamba para Minérios 03
Rolo pé de Carneiro (Tambor Duplo) Autopropelido 01
Conjunto de Britagem e Equipado com Peneira Classificadora com Capacidade Nominal de 01
50/70m3/h
DISCRIMINAÇÃO QUANT.
Usina de solos com Pug Mill, com Capacidade de 100/120t/h 01
Usina de Asfalto Tipo Gravimétrica com Capacidade de 60/30t/h 01
Tanque com Aquecimento e Bomba Circuladora para Depósito de CAP, com Capacidade de 01
30t
Tanque para Depósito de Emulsão Asfáltica, Capacidade 30m3 01
Tanque para Depósito de Asfalto Diluído CM-30 com Capacidade de 30t 01
Distribuidor de Agregados Autopropelido ou Rebocável para Espalhamento em Marcha a Ré 01
Caminhão Tanque para Asfalto com Dispositivo de Aspersão com Capacidade Máxima de 6t 01
com Roda e Tacômetro
Vibrador de Concreto de Imersão com Motor a Gasolina 01
Betoneira com Capacidade de 0,25m3 01
Bombas d’Àgua (Diversas e Diversos Diâmetros) 01
Compactador Mecânico ou Ar Comprimido (Tipo Sapo) para uso em áreas confinadas 04
Laboratório de Solos, Betume e Concreto Completo 01
Sonda Rotativa Para Extração de CP do Revestimento 100mm 01
Viga Benkelmann 01
Acendedores: para iniciar a detonação de espoletas ou dos reforçadores (boosters) Podem ser:
estopim de segurança, estopim ultra-rápido, conectores para estopim, cordão ignitor, reforçadores.
Estopim de segurança: aspecto de cordão. Núcleo de pólvora negra de nitrato de potássio, revestido
com tecido impermeabilizante. Queima com velocidade uniforme, conhecida(145 m/s, ± 10%) .
Para detonar pólvora negra, precisa espoleta, o mesmo ocorrendo para gelatinas e dinamites. Usado
para iniciar cargas a distancias curtas e cordéis detonantes.
Estopim ultra-rápido: para iniciar dinamites e nitrocarbonitratos. Alta segurança contra impacto,
correntes parasitas, eletricidade estática. Velocidade na ordem de 2000 m/s. Conector numa ponta, e
na outra espoleta instantânea ou retardo.
Conectores para estopim: mesmo princípio do estopim, providenciam a ligação destes com o cordão
ignitor. Núcleo é um misto pirotécnico.
Cordão ignitor: cordão fino e flexível , revestido com polietileno, que queima com chama firme.
Usado para acender linhas de estopins em qualquer quantidade.
Reforçadores (boosters): cargas explosivas de alta potência usadas para iniciar a explosão de
explosivos de baixa sensibilidade, como anfos, pastas detonantes, e para assegurar a continuidade
da onda explosiva ao longo da coluna. Combinam alta velocidade de detonação (VOD) com alta
energia (AWS). Geralmente são iniciados com cordel detonante, espoleta simples ou elétrica.
Aumentam a segurança contra detonações falhas.
Espoletas simples : cápsulas de alumínio com tetranitrato de penta-eritritrol (ou nitropenta) e carga
iniciadora de azida de chumbo. Ligam o explosivo ao estopim comum por pressão de alicate
especial. Usadas quando se quer ou pode haver seqüência de explosão, não quando o fogo é
simultâneo. Acoplamento perigoso, porque a carga explosiva está aberta ao ligar.
OAP® – Consultores Associados
Estudo Ambiental Simplificado - EAS
Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul
Espoleta elétrica: Permitem detonações simultâneas. Podem ser instantâneas ou "de tempo" :
4.4.4. LOGÍSTICA
Para se iniciar as obras deverão ser demarcadas áreas e linhas que definirão os locais da
conformação geométrica projetada.
Essas áreas abrangem o corpo estradal contido entre os pés dos aterros e as cristas dos cortes, cujos
limites deverão ser demarcadas por piquetes e/ou estacas denominadas “off-sets”, as quais servirão
para orientar e delimitar o início dos trabalhos de terraplanagem nas seções demarcadas de corte e
de aterro.
Depois da demarcação das seções e durante a execução da terraplanagem, a execução das obras de
arte correntes se fará necessária, seguindo-se uma sequência lógica e racional de implantação
(drenos, calhas, escadas dissipadoras de energia, galerias, caixas, bueiros, etc).
Por isto, a logística relacionada com as medidas tomadas para a obtenção e transporte dos materiais
destinados à obra, precisa ser adequadamente estruturada e programada. Para realizar tal intento, os
projetistas verificaram as necessidades de materiais, o que os levou a estabelecer um diagnóstico
sobre a logística de transporte, de modo a assegurar o fornecimento e consumo de materiais em
tempo hábil, tanto para os dispositivos construtivos projetados e destinados tanto para o sistema de
drenagem a implantar ao longo dos trechos da via, bem como o conjunto de materiais (granulares e
betuminosos) que deverão ser aplicados na estruturação do pavimento.
4.5.1. CONSIDERAÇÕES
O projeto de drenagem e das obras de arte correntes foi realizado pelos engenheiros da Empresa
Azimute Engenheiros Consultores Ltda, e nele foram contempladas soluções e dispositivos
definidos e dimensionados com base na norma IS-210 do DNER, atual DNIT.
Para se chegar à quantidade dos dispositivos, na elaboração do projeto foi preciso realizar um
estudo hidráulico e hidrológico do meio físico local, que englobasse as pequenas sub-bacias, os
talvegues transpostos pelo corpo da estrada, a pista de rolamento e as superfícies compostas dos
taludes (de corte e de aterro), originadas com a terraplanagem da plataforma da rodoferrovia.
Por outro lado, a eficiência do sistema de drenagem a implantar numa via, será função da escolha de
dispositivos adequados para garantir a plena captação, condução e descarga orientada das águas
pluviais nela precipitada.
Para tornar mais seguro o fluxo do tráfego, foi definido em nível de projeto, a forma triangular de
sarjeta como a forma ideal a ser aplicada.
Sem dúvida os dispositivos idealizados com este formato terão a função de captar e conduzir as
águas pluviais precipitadas no corpo estradal.
A sarjeta escolhida foi especificada como Sarjeta Tipo-I, do antigo DER/SC, cujas características
geométricas são apresentadas a seguir:
No cálculo das vazões e identificação dos comprimentos críticos, foi atribuído ao coeficiente de
deflúvio (run-off) um valor de 0,90 para as superfícies asfálticas ou revestidas em concreto, e um
valor de 0,70 para as superfícies dos taludes revestidas com grama.
Para tempo de recorrência (Tr) foi previsto um período de cinco anos, e atribuído um valor de 0,015
para o coeficiente de rugosidade n (superfícies de concreto) utilizado no processo de
dimensionamento hidráulico, segundo o caminho estabelecido por Manning.
Por este caminho foi possível a determinação dos comprimentos críticos das sarjetas.
Com base nestes procedimentos e nas informações coletadas no projeto geométrico sobre as alturas
de corte nos taludes e das declividades de terreno, foram determinados os comprimentos críticos das
sarjetas conforme a declividade implantada no terreno, chegando-se ao conjunto de parâmetros
dispostos no quadro apresentado a seguir:
As caixas coletoras foram concebidas para captar, redirecionar e conduzir as águas oriundas das
sarjetas de corte, das descidas d’água em corte, e também para receber o deságue dos eventuais
drenos subterrâneos.
Foi previsto que as caixas localizadas na pista de rolamento serão protegidas por grelhas de
concreto, ao passo que as caixas coletoras executadas no fundo dos talvegues estarão livres desta
proteção.
Dispositivos concebidos:
Na via, este tipo de dreno deverá ser implantado nos bordos internos da pista, precisamente nos
segmentos em corte onde foi detectada a necessidade de se rebaixar o lençol e de drenar as águas
infiltradas nas camadas do pavimento (basicamente infiltrações no subleito e sub-base).
Os drenos previstos terão 1,50m de profundidade e 0,40m de largura, devidamente preenchido por
material granular (brita) assentado em volta de uma linha de tubo poroso de 0,20m de diâmetro,
conforme as recomendações contidas nas Especificações Gerais para Obras Rodoviárias.
Estes drenos longitudinais rasos foram projetados com a finalidade de captar e conduzir as águas
infiltradas pela superfície do revestimento asfáltico.
Foi prevista a utilização deste tipo de dreno para os locais onde não for possível a implantação de
drenos profundos (eventuais cortes em rocha).
De todo o modo os drenos rasos tipo IX terão a seção de 0,40m x 0,50m onde a vala escavada para
a implantação do dreno deverá ser preenchida com material granular (brita), que deverá atender às
Especificações Gerais para Obras Rodoviárias, que prescreve as especificações granulométricas do
material granular utilizado, na seguinte forma:
Este tipo de dispositivo auxiliar a ser executado em concreto, foi projetado de modo a dificultar ou
evitar o entupimento dos drenos, nos seus pontos de descarga.
A determinação das vazões das águas pluviais precipitadas no anel rodoferroviário foi realizada por
meio dos procedimentos que fazem parte do Método Racional, em virtude da bacia de contribuição
possuir área inferior a 5 km2.
Por esta metodologia se pressupõe que a máxima vazão em uma determinada seção é função do seu
tempo de concentração (tempo em que toda a bacia passa a contribuir para a referida seção), e que
as condições de permeabilidade superficial se mantenham constantes durante a ocorrência de
chuvas.
Q C.i. A
Onde:
Já o tempo de concentração tc foi definido como o tempo que leva uma gota d’água teórica para ir
do ponto mais afastado da bacia até o ponto considerado.
tc te tp
Onde:
]
te = tempo de entrada, como se trata de pequenas bacias foi adotado o valor de 10 minutos;
tp = tempo de percurso dado por tp = L/60.V (min),
Como já tinha sido abordado, o dimensionamento dos dispositivos de drenagem é realizado com o
objetivo de se identificar seções de escoamento hidráulico, capazes de atender vazões resultantes
das precipitações pluviais, calculadas ou estimadas com base nos estudos hidrológicos realizados.
Por outro lado, a velocidade cresce com o aumento da declividade, proporcionando o aumento da
vazão até que se atinja a declividade crítica, que é a inclinação acima da qual a vazão permanece
constante para qualquer aumento da declividade.
Com base nestas equações foram elaboradas as tabelas de vazões para os bueiros tubulares e
celulares mais utilizados na prática. Assim, os valores de vazões nelas apresentados atendem às
condições de escoamento hidráulico na forma de canal, e poderão ser utilizados no processo de
dimensionamento desde que se satisfaçam as condições de declividade crítica anteriormente
estabelecidas.
Notação:
Além de drenos tipo I, drenos tipo IX, saídas de dreno tipo “L”, bocas de bueiro, corpos de bueiro, e
caixas coletoras, estão previstas também descidas d’água em degraus (escadas dissipadoras), boca
para descidas d’água, caixas coletoras com boca de lobo, caixas de ligação e tubulações em geral.
A transposição de talvegues será efetuada por bueiros, (tubulares e celulares), que deverão ser
implantados ao longo da via nos locais previamente determinados em projeto, de modo a se
assegurar o livre escoamento das águas pluviais precipitadas.
Para a devida compreensão da questão, procurou-se definir cada um dos dispositivos concebidos
para se realizar a transposição, na seguinte forma:
- Bueiros
a) Corpo: É a parte canalizada situada sob o terreno, com forma e dimensões constantes,
podendo ser excecutada em tubos, células, arcos, etc.
b) Bocas – São peças instaladas a montante e a jusante, para arrematar externamente o corpo do
bueiro e contribuir para a sua fixação no terreno. Elas favorecem a entrada do fluxo d’água
com um mínimo de perturbação turbilhonar. Muitas vezes a boca de montante é substituída
por uma caixa coletora ou poço; isto se torna necessário quando a cota de entrada do corpo
se situar muito abaixo do nível do terreno natural.
De um modo geral, esses bueiros poderão ser chamados de bueiros de grota, dependendo do nível
da cota de fundo do talvegue, que poderá se situar próxima da cota do eixo da via ou mesmo abaixo
dele.
Além disto, os bueiros para a transposição de talvegues poderão se apresentar segundo uma linha
simples de dutos, ou ainda na forma de múltiplos dutos, quando houver necessidade de se implantar
mais de uma linha para a adequada passagem das águas.
Por isto eles podem ser duplos, triplos, tubulares ou celulares, etc., como mostram os exemplos
apresentados nas (Figuras 4.1 e 4.2) dispostas a seguir:
Figura 4.1: Bueiro celular simples Figura 4.2: Bueiro tubular triplo
Outra opção é procurar uma locação que afaste o eixo do bueiro o mínimo possível da normal ao
eixo da rodovia. Deve-se sempre tomar as devidas precauções para os deslocamentos dos canais
com relação à entrada e saída d'água do bueiro, para evitar erosões e deposições, principalmente
quando houver esconsidade em relação ao eixo da via.
Nos cortes, e na região de corte das seções mistas, quando a altura da saia de aterro não for elevada,
ou quando a capacidade das sarjetas for insuficiente, deve-se observar que tais casos não se tratam
mais da transposição de talvegues, mas sim da drenagem superficial do leito da via.
Neles, a drenagem é realizada cruzando-se o eixo ao nível do greide por meio de bueiros,
denominados popularmente como bueiros de greide.
Cumpre observar que uma sequência lógica e racional para o desenvolvimento dos serviços de
implantação foi prevista, uma vez que a execução das obras de arte correntes deverá acompanhar
passo a passo o prosseguimento dos serviços preliminares, de modo que a obra como um todo não
sofra solução de continuidade. Para isto ocorrer, se fará necessário assegurar o fornecimento dos
materiais na época apropriada.
Assim, deverão ser tomadas precauções específicas a favor da segurança da obra, principalmente
nos locais de acentuadas declividades.
- A altura mínima para o recobrimento com material granular acima da geratriz externa
superior dos bueiros será de 0,60m.
- Todos os bueiros tubulares e celulares deverão ser assentados em berços conforme projeto
tipo DER/SC.
- Para prevenir os riscos de erosão nos pés dos taludes e no restante da via, a drenagem
pluvial deverá englobar dispositivos de captação, condução e descarga das águas pluviais
precipitadas sobre o corpo estradal, sobre a pista e sobre os taludes de corte e aterro.
- Deverão ser observadas em sua íntegra, prescrições contidas nas instruções de serviço IS-
210 do DNER, atual DNIT.
- A largura da vala para o assentamento destas tubulações deverá ser igual ao diâmetro
externo das tubulações acrescido de 0,40 m. Esta dimensão poderá ser aumentada ou
diminuída conforme as características geotécnicas do terreno e de outras restrições que se
apresentarem durante a escavação.
- Com relação ao rejuntamento dos tubos, antes da execução de qualquer junta deverá ser
promovida a limpeza do tubo em suas extremidades de modo que no processo de colocação
a ponta deverá estar perfeitamente ajustada à bolsa.
4.6.1. CONSIDERAÇÕES
- Caracterização geral das camadas de solo que compõe o subleito da estrada, visando a sua
correta identificação;
Neste contexto, tendo em vista o processo de licenciamento ambiental do empreendimento que ora
se realiza, a descrição pormenorizada destes fatores permitirá prever as repercussões sobre o meio
ambiente, e por consequência, as medidas mitigadoras a tomar.
Para a construção do pavimento foi prevista uma estrutura granular básica para o pavimento
flexível. Ela será composta por três camadas granulares, ou seja, uma camada de sub-base com 40
cm de espessura assentada sobre o subleito da via, uma camada de base com espessura de 20 cm
assentada sobre a camada da sub-base, e uma camada de revestimento asfáltico (CAUQ) na
espessura de 10 cm, cuja superfície estará em contato direto com as rodas dos veículos.
- Regularização do Subleito;
- Reforço/Substituição do Subleito;
- Imprimação;
- Pintura de Ligação;
4.6.3. DIMENSIONAMENTO
O método se baseia no valor do CBR ou ISC (Índice de Suporte Califórnia) e nos princípios
contidos no trabalho intitulado “Design of Flexible pavements considering mixed loads and traffic
volume” efetuado por W.J. Turnbull, C.R.Foster e R.G. Ablvin, trabalho este apresentado na
Conferência Internacional de Projetos Estruturais de Pavimentos Asfálticos, realizada na
Universidade de Michigan, em 1962.
O princípio do método está em se considerar a composição das diversas cargas por eixo, dos
veículos que passarão na rodovia durante um período de tempo previamente estipulado denominado
de período de projeto, onde, neste período, os esforços desenvolvidos gradativamente irão desgastar
a estrutura do pavimento pela repetição ou passagem de cargas.
N 365 P Vm FE FC FR
Onde:
Observa-se que através do número N se procura representar as ações destrutivas sobre o pavimento,
resultantes da passagem dos veículos e do intemperismo climático.
Ao admitir-se um modelo linear para o crescimento do tráfego, o valor Vm (Volume médio diário de
trafego anual para o período de projeto) e o valor V p são dados pelas seguintes expressões:
a) V p V0 1 P t )
Vo 2 P t
b) Vm
2
Nestas expressões V0 representa o volume médio de tráfego diário anual num só sentido da pista de
rolamento no início do projeto de P anos, t a taxa anual de crescimento do tráfego, P o período de
projeto estabelecido e V p o volume médio de tráfego diário anual, no último ano do período de
projeto de P anos.
O fator de eixo (FE) corresponde a um parâmetro que ao ser multiplicado pelo número de veículos,
fornece o número de eixos correspondentes, representando, portanto, a variabilidade do número de
eixos existentes em cada veículo.
O fator de carga (FC) é um parâmetro denominado fator de equivalência ao eixo padrão que ao ser
multiplicado pelo número de veículos que circulam, fornece sob o ponto de vista destrutivo, o
número de eixos equivalentes ao eixo padrão.
Assim, no dimensionamento serão determinadas as categorias “j“ de eixos incidentes e para cada
uma serão determinados os (FC)j incidentes.
No dimensionamento, o parâmetro (FR) também assumirá determinado valor, pois ele deve
representar a ação destrutiva proveniente da variação da umidade dos materiais constituintes do
pavimento nas diversas estações do ano, uma vez que o seu excesso no solo provocará variações na
capacidade de suporte dos materiais que constituem o pavimento.
Adotar-se para a região em estudo o fator climático regional FR = 1,00 será uma medida
aconselhável, pois se comparamos a severidade climática dos países de clima frio (congelamento de
solos saturados de umidade) com o clima menos adverso dos países tropicais, se verifica que no
Brasil são menos intensas as ações de degradação por intemperismo climático.
Entretanto, para situações mais críticas é aconselhável se relacionar o parâmetro (FR) com a altura
média anual de chuva em mm, conforme os valores constantes do quadro apresentado a seguir:
Deve ser observado que na realização do projeto preliminar do pavimento seus autores estimaram a
magnitude do número N, em torno do seguinte valor:
Como já tinha sido enfatizada na identificação das características do tráfego, esta ordem de
grandeza correspondeu a um valor de N> 108 o que levou a se caracterizar o Anel Rodoferroviário
em estudo, como uma estrada que, para o período de projeto adotado, apresentará uma corrente de
tráfego com grande fluxo de veículos comerciais (caminhões-carretas).
Entretanto, todo pavimento flexível tem sua estrutura formada por camadas de materiais com
finalidades estruturais específicas, que atuam na função de revestimento, base, sub-base e reforço,
todas sequencialmente assentadas sobre o subleito da via.
Assim, os coeficientes estruturais mais relevantes utilizados para se dimensionar o pavimento são
apresentados no quadro a seguir:
A espessura total do pavimento que deverá estar relacionada ao número N e ao valor do CBR do
subleito em termos da base granular construída em pista experimental, será obtida por correlações
identificadas e existentes entre estes parâmetros, como poderá ser observado no gráfico ajustado
pelo Engenheiro Murillo Lopes de Souza, apresentado a seguir.
No eixo das abcissas (escala logarítmica), tem-se graduado o numero N e no eixo das ordenadas
(escala decimal) se lê a espessura total do pavimento (em centímetros).
Entrando-se com o valor de N encontrado nos estudos de tráfego, se identifica qual reta inclinada
que representará o valor do CBR do subleito em causa, e a partir dela segue-se horizontalmente até
o eixo das ordenadas, para se obter o valor da espessura total em termos de base granular.
Essa espessura é denominada de Hm, sendo que o índice m da letra H indica o valor do CBR do
subleito. De modo idêntico se procede ao se encontrar a reta correspondente ao valor do CBR do
reforço, que é designada pelo índice n da letra H. Assim determina-se a espessura total Hn acima da
camada de reforço. Com o valor do CBR da sub-base (sempre igual a 20%), mesmo que o seu valor
real seja superior a este valor, determina-se a espessura total H20 em termos de base granular,
situada acima da camada da sub-base.
Tendo-se identificado as espessuras totais Hm, Hn e H20 referentes à base granular única, as
espessuras reais de cada camada estrutural do pavimento previsto em projeto (R, R, h20, e hn) serão
determinadas através da solução do seguinte conjunto de inequações:
RKr+RKb H20
RKr+BKb+h20 Ksb Hn
Onde:
Para o Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul foi estabelecido uma estrutura
preliminar para o pavimento rodoviário, constituída por uma camada de revestimento asfáltico a ser
executada em CAUQ (Concreto Asfáltico Usinado a Quente) na espessura de 10 cm, sobre uma
camada de base granular de brita graduada.
A BASE por sua vez terá a espessura de 20 cm e se assentará sobre a camada de SUB-BASE
granular, prevista na espessura de 40 cm, a ser construída sobre o subleito da via. Lembrando que
antes de se executar a base e sub-base do pavimento será necessário realizar o reforço e
regularização do SUB-LEITO. Entretanto, este reforço será realizado em pontos com pouco
resistência de suporte, que serão constatados “in loco” durante a execução da pavimentação.
Por isto, serviços como a execução da regularização, a execução do reforço do subleito, sub-base,
base, imprimação, pintura de ligação, e da camada final de revestimento asfáltico, deverão ser
implementados.
Trata-se de uma camada de espessura variável, executada com a finalidade de ajustar o leito da via
às medidas da plataforma projetada.
Pelas instruções para o controle tecnológico de serviços de pavimentação do DNER, neste serviço a
condição essencial é a que os materiais empregados provenientes das jazidas de empréstimos
tenham uma qualidade assegurada, ou seja, possuam características de suporte iguais ou superiores
aos materiais componentes do próprio subleito da via e que serviram de base ao dimensionamento
do pavimento, sendo que a expansão dos materiais utilizados deverá ser no máximo de 2%.
Sob o ponto de vista ambiental, a jazida prevista para a exploração dos materiais utilizados neste
serviço, deverá estar devidamente regularizada e licenciada.
Em termos de controle qualitativo deverão ser procedidos ensaios. Para isto na jazida serão colhidas
no mínimo nove amostras, para a determinação do ISC (Índice de Suporte Califórnia), da expansão,
e para a determinação da massa específica aparente seca, máxima.
Um ensaio do ISC (CBR) com a energia de compactação prescrita no método DNER-ME 47-64,
com espaçamento máximo de 500m, de pista e, no mínimo, um ensaio para cada dois dias.
Para a determinação da massa específica aparente seca, máxima, deverá ser realizado um ensaio de
compactação, segundo o método DNER-ME 47-64, com espaçamento máximo de 100m de pista,
com amostras coletadas seguindo à seguinte ordem: bordo direito, eixo, bordo esquerdo, eixo, bordo
direito, etc., a 60cm do bordo.
A especificação prevê que o número de ensaios de compactação poderá ser reduzido desde que se
verifique a homogeneidade do material.
Na pista, a qualidade dos serviços de regularização será verificada mediante o controle dos serviços
de compactação, através de ensaios de umidade e densidade in situ, realizados nos trechos a liberar,
de modo que o grau mínimo de compactação assegurado, Gmin, seja de 100%.
Como já foi enfatizado, face às condições deficientes em relação ao suporte do subleito, em alguns
locais será preciso reforçar o subleito através de uma camada adicional de solo, ou mesmo substituí-
lo.
Para este serviço, segundo as instruções para o controle tecnológico do DNER, a condição essencial
será que os materiais empregados na camada de reforço tenham características de suporte iguais ou
superiores às existentes no subleito. Também a expansão volumétrica dos materiais dela
constituintes deverá ser no máximo de 1%.
As jazidas dos materiais destinados ao reforço do subleito deverão, sob o ponto de vista ambiental,
se encontrar devidamente regularizadas e licenciadas.
Para o controle tecnológico dos materiais extraídos, deverão ser colhidas nove amostras para os
ensaios de expansão volumétrica, de ISC, e de determinação da massa específica aparente seca,
máxima.
Um ensaio de ISC (CBR) com energia de compactação segundo prescrições do método DNER-ME
48-64, com espaçamento máximo de 500m de pista e, no mínimo, um ensaio a cada dois dias.
Para a determinação da massa específica aparente seca, máxima, deverá ser realizado um ensaio de
compactação, segundo o método DNER-ME 48-64, com espaçamento máximo de 100m de pista,
com amostras coletadas seguindo a seguinte ordem: bordo direito, eixo, bordo esquerdo, eixo, bordo
direito, etc., a 60cm do bordo.
A especificação também prevê que o número de ensaios de compactação poderá ser reduzido desde
que se verifique a homogeneidade do material.
Do mesmo modo que nos serviços de regularização, os serviços de reforço do subleito na pista,
serão verificados mediante o controle dos serviços de compactação, através de ensaios de umidade e
densidade in situ, realizados nos trechos a liberar, de modo que o grau mínimo de compactação a
ser assegurado, Gmin, seja de 100%.
Em termos qualitativos, para se executar esta camada, cresce o nível de exigências para assegurar
que estruturalmente a camada de sub-base possa efetivamente cumprir sua função.
Cabe enfatizar que à sub-base cumpre a finalidade de transmitir e distribuir as tensões oriundas da
camada estrutural da base imposta por ações repetitivas provenientes da passagem dos veículos na
pista, às camadas inferiores do pavimento.
Assim, ela transmite e distribui as tensões provenientes das camadas superiores às camadas de
reforço e ao próprio subleito.
Além disto, pela natureza granulométrica dos materiais constituintes, ela também exerce função
drenante, ao evitar que as águas provenientes de materiais eventualmente saturados no subleito da
via ascendam por capilaridade às camadas superiores do pavimento.
Nas jazidas a serem exploradas, o controle dos materiais extraídos se dará por meio da verificação
de ensaios realizados em amostras colhidas no local, também num número mínimo de nove
amostras, para o ensaio do ISC, expansão, e para a determinação do índice de grupo e da massa
específica aparente seca, máxima.
Determinação do Índice de Grupo, com espaçamento máximo de 150 m de pista e, no mínimo, dois
grupos de ensaios por dia. O Índice de Grupo, como se sabe, é função do limite de liquidez, do
limite de plasticidade e da granulometria, que devem ser determinados pelos métodos DNER-ME
44-71, ME 82-63 e ME 80-64.
Por último, deverá ser realizado um ensaio de ISC (CBR), com a energia de compactação segundo o
método DNER-ME 48-64, com espaçamento máximo de 300m de pista e, no mínimo, um ensaio a
cada dois dias.
Na execução dos serviços de compactação, a condição essencial é que o serviço seja realizado de
modo a satisfazer o grau mínimo de compactação especificado, e dentro da faixa de tolerância de
umidade.
Uma determinação do teor de umidade a cada 100m, imediatamente antes da compactação, pelo
método da frigideira.
Determinações de massa específica aparente, in situ, com espaçamento máximo de 100m de pista.
Do mesmo modo que nos serviços anteriores, os serviços de execução da sub-base serão verificados
mediante o controle da compactação, através de ensaios de umidade e densidade in situ, realizados
nos trechos a liberar, de modo que o grau mínimo de compactação a ser assegurado, G min, seja de
100%.
A base granular corresponde à camada estrutural executada acima da sub-base. Ela é constituída de
materiais estabilizados granulometricamente, com a finalidade de resistir e distribuir os esforços
verticais e horizontais provenientes da passagem dos veículos, de modo a repartir uniformemente
estes esforços à sub-base, à camada de eventual reforço e ao subleito da via.
Para a execução da base, materiais como bica corrida e brita graduada, ou base estabilizada
granulometricamente processada em instalações de britagem existentes e próximas ao
empreendimento, deverão ser as alternativas mais viáveis para a execução da camada de base
granular.
Por outro lado, durante sua execução os materiais empregados deverão estar sujeitos ao controle
tecnológico previsto e especificados em norma, para se enquadrar às características da base granular
adotada.
De todo o modo, como se trata de expressivo volume de material granítico a ser extraído e
processado, as instalações de britagem e as jazidas destinadas à realização deste serviço, deverão
estar sob o ponto de vista ambiental, regularizadas e licenciadas. Poderá ser considerada ainda a
alternativa de utilizar os materiais rochosos extraídos da área de implantação, após sua devida
britagem.
A nível mais geral, o material granular empregado deverá possuir composição granulométrica
enquadrada numa das faixas estabelecidas pelo DNER, ou seja:
Peneiras Faixa
mm A B C D
2” 50,8 100 100 100 100
1” 25,4 100 75-90 100 100
3/8” 9,5 30-65 40-75 50-85 60-100
No 4 4,8 25-55 30-60 35-65 50-85
No 10 2,0 15-40 20-45 25-50 40-70
o
N 40 0,42 8-20 15-30 15-30 25-45
No 200 0,074 2-8 5-15 5-15 5-20
4.6.3.4.6. IMPRIMAÇÃO
A imprimação consiste na aplicação de uma camada fina (filme) de material asfáltico sobre a
superfície da base concluída, antes da execução da camada de revestimento asfáltico.
A imprimação executada servirá para aumentar a coesão das partículas junto à superfície da base, e
a penetração do material asfáltico empregado (CM-30), promoverá melhor aderência da camada de
base ao revestimento, além de também contribuir para a impermeabilização da estrutura.
Para se realizar a imprimação são utilizados asfaltos diluídos de baixa viscosidade, que permitirão a
penetração do ligante nos vazios do material granular da base.
Os ligantes mais utilizados e disponíveis no mercado são os asfaltos diluídos tipos CM-30 e CM-70.
b) Para distribuição do ligante: caminhão tanque equipado com barra espargidora e caneta
distribuidora, bomba reguladora de pressão, tacômetro, termômetro, etc.
A temperatura de aplicação do material asfáltico deve ser fixada em função da sua relação
temperatura- viscosidade. Por outro lado, deve ser escolhida a temperatura que proporcione a
melhor viscosidade para o espalhamento do ligante.
Quando a superfície da base estiver muito seca e poeirenta, será preciso umedecê-la ligeiramente
antes da distribuição do ligante.
Deve-se evitar a formação de poças de ligantes na superfície da base. Caso isto aconteça, torna-se
necessário à remoção das mesmas, pois se isto não ocorrer o excesso de ligante retardará a cura do
asfalto diluído, tornando-se prejudicial ao revestimento asfáltico.
A imprimação é um serviço bastante conhecido e fácil de ser executado. Porém, sob o ponto de
vista ambiental, cuidados especiais deverão ser tomados para se evitar acidentes (derrames
ocasionais nas operações de armazenamento, carga, transporte e aplicação), pois sem dúvida o
ligante inserindo-se no ambiente, degradará o meio físico e biológico local.
Quanto aos controles tecnológicos para assegurar a qualidade nos serviços realizados, deverá ser
seguida a especificação DNER-ESP-14/71.
A pintura de ligação consiste na aplicação de uma camada (filme) de material asfáltico aplicado
sobre a superfície de base imprimada ou de uma camada de revestimento, antes da execução da
camada de revestimento asfáltico final.
Esta pintura serve para promover a aderência entre o revestimento asfáltico e a camada subjacente,
e serve também para impermeabilizar a base ou pavimentos subjacentes ao revestimento a ser
executado.
Ao se utilizar o material, também deverá se tomar os devidos cuidados para não ocorrer derrames
acidentais no armazenamento, carga, transporte e aplicação do material, sob pena de degradar o
meio ambiente local, principalmente em relação aos corpos d’água existentes.
O concreto asfáltico usinado a quente (CAUQ) é o produto resultante da mistura realizada a quente,
em usina apropriada, de agregado mineral graduado (agregado graúdo e miúdo), material de
enchimento e cimento asfáltico do petróleo (CAP).
Esta camada terá função estrutural, pois ela transmite de forma atenuada as tensões e ações
provenientes do tráfego dos veículos às demais camadas inferiores que constituem o pavimento.
Quanto aos materiais componentes da massa asfáltica, como já foi dito, estes serão compostos por
ligantes betuminosos, por agregado graúdo, agregado miúdo, e pelo material de enchimento
denominado filler.
Ligante betuminoso:
Deve ser observado que o cimento asfáltico do petróleo (CAP) é um material termoplástico, cuja
viscosidade diminui com o aumento da temperatura. A relação entre temperatura e viscosidade,
entretanto, pode não ser a mesma para diferentes tipos de ligantes betuminosos e por isto ela irá
depender evidentemente das características ou das propriedades inerentes a cada tipo de CAP.
A viscosidade mais conveniente que cada ligante deve possuir depende de vários fatores, sendo os
principais apontados a seguir:
- Tipo de aplicação;
- Características e graduação do agregado utilizado;
- Condições climáticas da região onde se executa a pavimentação.
Com a mais alta viscosidade (menor temperatura) deve ser selecionado o ligante que assegure o
recobrimento adequado do agregado e proporcione a trabalhabilidade apropriada para que a mistura
asfáltica possa ser perfeitamente espalhada e comprimida na pista.
Agregado graúdo:
O agregado graúdo normalmente especificado será a pedra britada, podendo ser ainda o seixo
rolado britado, ou ainda outro material indicado nas especificações, previamente aprovado pela
fiscalização.
Por sua vez, o agregado graúdo deve se constituir por fragmentos de pedra sãos, duráveis, livres de
torrões de argila e de outras substâncias nocivas, devendo por isto atender aos seguintes requisitos
normativos:
Agregado miúdo:
O agregado miúdo poderá ser areia, pó de pedra, ou mistura de ambos. Suas partículas individuais
deverão ser resistentes, apresentar moderada angulosidade, livres de torrões de argila e outras
substâncias nocivas. Ele deverá apresentar um equivalente de areia igual ou superior a 55%.
Filler:
Este material de enchimento deverá ser constituído por materiais finamente divididos, inertes em
relação aos demais componentes da mistura. Todos os elementos que compõe o filler deverão ser
não plásticos (NP), tais como cimento Portland, cal extinta, pó calcário, e deverão atender às
especificações (DNER-ME 083/94).
Para se assegurar qualidade para a massa asfáltica, na sua aplicação deverão ser verificados:
c) Rolo pneumático e rolo metálico liso, tipo tandem, para a compactação da camada.
As fotos apresentadas a seguir (Figuras 4.3 a 4.6), destacam os principais equipamentos necessários
para se executar a camada de revestimento betuminoso.
Figura 4.3: Usina de asfalto no preparo do CAUQ. Figura 4.4: Caminhão basculante em procedimento
de alimentação com massa asfáltica a Vibro
acabadora.
Figura 4.5: Rolo liso metálico tipo tandem, Figura 4.6: Rolo pneumático com calibragem
dotado de vibração para o serviço de variável, aplicado no serviço de compactação da
compactação e acabamento da superfície camada de revestimento asfáltico.
asfáltica.
Como equipamento mínimo para a construção do concreto asfáltico (CAUQ), será preciso contar
com os seguintes dispositivos:
b) Usina de concreto asfáltico equipada com uma unidade classificadora de agregados, após o
secador. Poderão ser utilizadas usinas volumétricas, gravimétricas ou mistas.
c) Caminhões com caçambas metálicas para o transporte da massa asfáltica recém preparada
para a pista.
A área proposta para o canteiro de obras está situada dentro da propriedade do Terminal de Granéis
Santa Catarina – TGSC. Este local também será utilizado pelo TGSC para implantação da porção
marítima do seu empreendimento portuário.
Esta área de canteiro de obras possuirá 1.800 m2 e estará localizada nas coordenadas UTM 736450,
7096600.
Setor vestiários:
Será composto de uma edificação contendo chuveiros, lavatórios, sanitários e armários. Essa
edificação deverá apresentar piso e paredes impermeabilizadas e abrigar bacias sanitárias, boxes
com ducha para banho, mictórios e lavatórios. Essa edificação será abastecida por água potável
coletada na rede da concessionária local.
Recomenda-se que o esgoto gerado nos sanitários e vestiários seja encaminhado para uma estação
compacta de tratamento de esgoto por lodos ativados.
Será construída uma área para disposição de resíduos sólidos em caçambas especiais para coleta,
separados por tipos de materiais, identificados pelas cores normatizadas, caçambas essas que depois
de cheias, serão retiradas por empresa legalizada para destinação final. Segundo a NBR 10.004/04
os resíduos gerados serão enquadrados por sua periculosidade, como Classe I e II (não perigosos).
Será construída uma área segregada para abastecimento de combustível para máquinas. Nessa área
será construído um piso cimentado e dotado em todo o seu perímetro de uma canaleta para
contenção de derivados de petróleo. Os efluentes coletados por essa canaleta deverão ser
encaminhados para uma caixa separadora de água e óleo, antes de serem lançados na rede de
drenagem. Não está previsto o armazenamento de combustível no canteiro.
O projeto de sinalização desenvolvido pela empresa Azimute Engenheiros Consultores Ltda, segue
orientações e recomendações preconizadas nas Especificações e Normas do Manual de Sinalização
Rodoviária do DNER, edição de 1999.
Assim, nesta seção serão observados os principais conceitos inseridos nos procedimentos de
sinalização horizontal e vertical praticados, para a verificação de sua conformidade com os
seguintes preceitos, ou seja:
- Sinalização Vertical:
A sinalização vertical corresponde a um subsistema da sinalização viária que irá utilizar placas e
pórticos com placas, onde o meio de comunicação estará na posição vertical, fixado ao lado ou
suspenso sobre a pista da rodovia, transmitindo mensagens de caráter permanente e, eventualmente,
variáveis, mediante símbolos e ou legendas previamente reconhecidas e legalmente instituídas.
- Placas de Advertência
- Sinalização horizontal:
Ela terá a função de organizar o fluxo de veículos e pedestres, controlar e orientar os deslocamentos
em frente a situações indefinidas relacionadas com a geometria e topografia ou em frente a
obstáculos, complementar os sinais verticais de regulamentação, de advertência ou de indicação.
Diferentemente dos sinais verticais, a sinalização horizontal mantém alguns padrões cuja mescla e
forma de coloração na via, definem os diversos tipos de sinais. Como exemplo, a ilustração
apresentada a seguir mostra uma ação combinada de balizadores e tachões refletivos, linhas e
faixas, que quando corretamente utilizados aumentam significativamente a segurança do usuário,
principalmente nos trechos sinuosos em declive (Figura 4.8).
Os seus elementos refletivos são confeccionados em acrílico, que permitem ação refletiva mono ou
bidirecional.
Estes dispositivos são utilizados em sinalização rodoviária para divisão de fluxos opostos, para
dificultar as ultrapassagens em lugares não permitidos, e para, simultaneamente balizar a rota de
tráfego, principalmente à noite. Os tachões podem ser:
- Placas de advertência;
- Placas de regulamentação;
- Placas de orientação e indicação dos serviços à disposição junto à via.
Já as letras, números, setas e tarjas deverão ser revestidas com películas do mesmo tipo I-A.
Somente as bandeiras e pórticos deverão usar para letras, números, setas e tarjas, películas do tipo-
II.
Quanto à sinalização horizontal, a mesma deverá ser executada com tinta a base de resina acrílica
(NBR-11862), na espessura 0,6mm (úmida), com a aplicação de microesfera de vidro tipo I-B e II-
A (NBR-683).
O cronograma físico apresentado a seguir indica que foi previsto um total de 360 dias (12 meses)
trabalháveis para a execução da obra. Neste cronograma está incluída a mobilização dos
equipamentos para se iniciar a obra (instalação do canteiro e serviços iniciais de demarcação), a
execução da terraplanagem e das obras de arte correntes, o serviço de pavimentação propriamente
dito e a implantação do projeto de sinalização.
Os últimos noventa dias foram previstos para a execução dos serviços considerados
complementares à obra.
CRONOGRAMA FÍSICO
DIAS
SERVIÇOS
30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360
Mobilização / Serviços
60 % 40%
Iniciais
Terraplenagem 10% 10% 10 % 10% 15% 15% 15% 15%
Drenagem e Obras de
Arte 15% 15% 15% 15% 20% 20%
Complementares
Pavimentação Rodovia /
15% 15% 15% 15% 20% 20%
Implantação Ferrovia
Sinalização 20% 40% 40%
Obras Complementares 25% 25% 50%
O diagnóstico ambiental referente aos aspectos físicos, bióticos e sócio-econômicos, foi elaborado de
modo a subsidiar as análises de especialistas no tocante às condições do local que será submetido às
obras de implantação do Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul.
Nesta seção do EAS estão apresentados, de maneira detalhada, os dados relevantes obtidos durante os
trabalhos de campo realizados com o intuito de caracterizar o ambiente, trazendo informações gerais,
ou seja, aquelas que caracterizam toda a Região onde se insere o empreendimento (município de São
Francisco do Sul) e também informações específicas, ou seja, aquelas referentes ao local de
implantação, propriamente dito.
O diagnóstico ambiental foi realizado por uma equipe de técnicos com formação multidisciplinar, os
quais possuem conhecimentos ligados aos temas abordados e, para chegarem ao presente diagnóstico
realizaram várias atividades de campo e de escritório, as quais estão apresentadas a seguir, de maneira
resumida:
Cabe salientar que, para cada um dos assuntos abordados, foram adotados métodos de coleta de dados
e análises de informações específicos, os quais, estão explicados, com maior riqueza de detalhes, nas
seções onde esses assuntos são tratados.
5.1.1.1. GEOLOGIA
O mapa geológico do Estado de Santa Catarina publicado pelo DNPM (1986) e por SANTA
CATARINA (1986) apresentou nove unidades tectonoestruturais para a geologia Catarinense:
Cinturão móvel;
Greenstone belt;
Núcleos graníticos;
Domos graníticos;
Granitóides;
Cobertura dobrada de plataforma;
Cobertura fanerozóica;
Intrusões alcalinas e;
Cobertura costeira e bacia de Pelotas.
Segundo SCHEIBE (1986) afloram no território catarinense seis litotipos (Figura 5.1.1):
Figura 5.1.1: Unidades Litoestratigráficas definidas para o Estado de Santa Catarina, SCHEIBE
(1986).
HORN FILHO & DIEHL (1994 e 2001) subdividiram a geologia catarinense em cinco grandes
províncias geológicas posicionadas por seus caracteres estruturais, petrográficos, sedimentares e
evolutivos:
Escudo Catarinense;
Bacia do Paraná;
Planalto da Serra Geral;
Complexo Alcalino e;
Província Costeira.
Afloram de leste para oeste as rochas graníticas, metamórficas, sedimentares e basálticas e depósitos
sedimentares da Província Costeira; os litotipos cristalinos e sedimentares do Escudo Catarinense; as
rochas sedimentares da Bacia do Paraná; as rochas alcalinas do Complexo Alcalino e as rochas
basálticas e riolíticas do Planalto da Serra Geral.
5.1.1.2. RELEVO
O relevo do Estado de Santa Catarina é caracterizado por apresentar duas regiões distintas, limitadas
pelas elevações Serra do Mar e Serra Geral. Deste ponto para o interior, domina um altiplano
levemente inclinado para Oeste, conhecido por Região do Planalto. Para Leste, da borda desse planalto
até o mar está a Região do Litoral e Encostas, que é constituída por uma diversidade de formações
topográficas, formando setores com características próprias e de grande beleza cênica.
Na Região do Planalto ocorre uma diferenciação entre as regiões das Bacias do Rio Uruguai e do Rio
Iguaçu. O Rio Uruguai nasce no Morro da Igreja (1.808m) e o Rio Iguaçu no Campo dos Padres
(1.800 m), que são os acidentes orográficos mais elevados do território catarinense.
O Planalto da Bacia do Rio Uruguai inclui terras localizadas no Oeste e Sudoeste, até as escarpas da
Serra Geral, situada a Leste. A drenagem principal é constituída pelo rio do mesmo nome e por seus
formadores, os Rios Pelotas e Canoas. O relevo desse planalto desenvolve-se para Oeste, onde
predomina a forma de patamares.
Por sua vez, o Planalto do Rio Iguaçu que é de menor abrangência, inclui as terras próximas da divisa
com o Paraná, entre o Rio Negro e sua foz no Rio Iguaçu, até a cidade de Porto União, destacando-se
as serras da Moema, de Jaraguá e do Rio Preto, todas de grande beleza e destaque paisagístico.
A Região do Litoral e Encostas é formada por planaltos sedimentares e encostas cristalinas que
formam as serras litorâneas, sendo a drenagem orientada para Leste, em direção ao oceano. Na área
mais ao Norte, a imponente Serra do Mar adentra o Estado com desenvolvimento notável nas
localidades de Garuva, Joinville e Jaraguá do Sul.
Na altura do Vale do Itajaí, e daí para o Sul, a Serra Geral passa a constituir o divisor de águas para a
Vertente Atlântica, formando múltiplas ramificações menores, algumas com grande desenvolvimento.
Essa área serrana, também de topografia acidentada como a anterior, apresenta alto potencial de
aproveitamento turístico.
O litoral é formado por três setores bem diferenciados, caracterizando paisagens distintas.
A) LITORAL NORTE
Caracterizado pela extensa planície interpolada por formações cristalinas, com predominância arenosa.
Estende-se desde a Barra do Rio São Francisco (Baía da Babitonga) até a Barra do Rio Itapocú.
Destaca-se na paisagem e condiciona a função portuária da cidade de São Francisco do Sul.
As formações sedimentares com predominância arenosa neste trecho do litoral podem ser consideradas
como um fator negativo ao se considerar a qualidade dos solos agrícolas. Formações florestais aí
existentes permitiram, todavia, a acumulação de detritos orgânicos que tendem a atenuar a pobreza do
solo.
B) LITORAL CENTRAL
Estende-se desde a Barra do Rio Itapocú até a altura da extremidade sul da Ilha de Santa Catarina.
Sua morfologia é caracteriza pela maior movimentação, isto é, as formações cristalinas esbarram mais
frequentemente no mar, guardando as cristas. Entretanto, sua direção é mais ou menos oblíqua, que
resulta numa frente mais contínua.
Como consequência disso a região dispõe de numerosas enseadas e baías de forma elíptica que
apresentam fundos lodosos ou de manguezais. Alguns rios importantes deságuam no litoral central,
formando planícies de sedimentação também marinhas: em Itajaí e Tijucas.
A Ilha de Santa Catarina é um conjunto de esporões que o processo de sedimentação culminou por
unir, ainda no Quaternário, prevendo duas lagoas em seu interior. A mais ampla é a da Conceição, que
é uma das principais atrações turísticas do município, e a outra denominada de Lagoa do Peri,
localizada no Sul da Ilha, bem menor que a primeira.
C) LITORAL SUL
Marcado pelo predomínio das baixadas. O processo de retificação por efeito da sedimentação eólico-
marinha combinada com a deposição de detritos de rios importantes, como o Tubarão e o Araranguá,
está bem avançado e, por isso, se apresenta muito retilíneo, sobretudo, a partir da cidade de Laguna.
Entre os acidentes mais importantes, está a planície em forma de delta do Rio Tubarão que é ocupada,
em parte, para fins agropecuários.
Nas proximidades de Araranguá, as numerosas praias do litoral meridional lhe dão grande beleza
panorâmica, onde o mar aberto e as elevadas dunas esbarram em formações sedimentares antigas, as
quais se apresentam como paredões abruptos, de níveis modestos.
5.1.1.3. HIDROGRAFIA
A Rede Hidrográfica do Estado de Santa Catarina apresenta dois grandes sistemas independentes de
drenagem: a do Atlântico e a do Interior (Figura 5.1.2).
Legenda
Vertente Atlântica
Vertente do Interior
Figura 5.1.2: Mapa hidrográfico de Santa Catarina. Fonte: Bacias Hidrográficas do Estado de
Santa Catarina – Diagnóstico Geral, SDM, 1997.
Os rios que drenam as Zonas de São Francisco do Sul, Itajaí, Florianópolis e Laguna se orientam no
sentido do mar, enquanto os rios que drenam as áreas do Planalto de Canoinhas, Alto Rio Negro,
Campos de Lajes, Joaçaba e Chapecó estão vinculados à Bacia Platina, constituindo-se as principais
artérias tributárias de grandes coletores como o Rio Iguaçu e o Rio Uruguai.
Muitas bacias litorâneas como a do Tubarão, Araranguá e Itajaí-Açu têm como divisor a escarpa da
Serra Geral. Algumas bacias situadas na porção Nordeste do Estado têm como divisor, entre duas
vertentes, as Serras Cristalinas, enquanto outras, da porção Centro Oriental, têm divisores inscritos na
própria região da Vertente Atlântica.
A principal linha divisória responsável pela orientação geral da drenagem é representada pela escarpa
da Serra Geral, a qual é bastante retalhada pela erosão regressiva que tende ao recuo das cabeceiras.
Para o estado de Santa Catarina foram identificadas 23 Bacias Hidrográficas como mais relevantes em
termo de sua abrangência, conforme se pode observar na Figura 5.1.3.
As bacias hidrográficas do Estado de Santa Catarina foram definidas e classificadas pela Lei Estadual
no 10.949 de 09 de novembro de 1998, a qual caracterizou o estado em dez regiões hidrográficas,
conforme pode ser visto na Figura 5.1.4.
Na Tabela 5.1.1 pode-se observar o agrupamento das principais bacias pertencentes a cada região
hidrográfica.
5.1.1.4. CLIMA
O estudo do tempo e do clima ocupa uma posição central e importante no amplo campo da ciência
ambiental. Os processos atmosféricos influenciam os processos nas outras partes do ambiente,
principalmente na biosfera, hidrosfera e litosfera. Do mesmo modo, os processos e outras partes do
ambiente não podem ser ignorados pelo estudante do tempo e do clima. Os quatros domínios globais –
a atmosfera, a hidrosfera, a litosfera e a biosfera – não se superpõem uns aos outros, mas
continuamente permutam matéria e energia entre si.
O clima influencia diretamente as plantas, os animais (incluindo o homem) e o solo. Ele influencia as
rochas através do intemperismo, enquanto as forças externas que modelam a superfície da Terra são
basicamente controladas pelas condições climáticas. Por outro lado, o clima, particularmente perto da
superfície, é influenciado pelos elementos da paisagem, da vegetação e do homem, através de suas
várias atividades. Os processos geomorfológicos, pedológicos e ecológicos, e as formas que eles
originam, só podem ser devidamente compreendidos com referência ao clima predominante na
atualidade e no passado.
O clima de uma localidade é formado por uma complexa interação entre os continentes, oceanos e as
diferentes quantidades de radiação recebida do Sol. O giro da Terra em torno deste astro faz com que
essa quantidade de energia recebida em cada localidade varie ao longo do ano, criando um ciclo
sazonal responsável pelas quatro estações (primavera, verão, outono e inverno).
No Estado de Santa Catarina esta variação sazonal do clima é bem definida por causa da sua
localização geográfica. No verão, quando os raios solares estão chegando com maior intensidade, a
quantidade de radiação solar global recebida chega a 502 cal/cm2 e no inverno esse fluxo é bem menor
e fica em torno de 215 cal/cm2.
A frequência de inserção de frentes frias e de massas de ar frio é muito maior no período de inverno,
contrastando com as altas temperaturas de verão, geradas pela permanência da massa de ar tropical. As
estações de transição, outono e primavera, mesclam características das duas outras estações.
Além das variações sazonais associadas ao movimento da Terra em torno do sol, a orografia
(distribuição das montanhas) de Santa Catarina e a proximidade do mar são, também, os principais
fatores responsáveis pelas diferenças de clima existentes entre as diversas localidades do estado.
A altitude da planície litorânea varia de 0 a 300 m. Logo que se sobe a Serra do Mar, no Planalto
Serrano e no Meio Oeste, as altitudes variam entre 800 e 1.500 m. Mais a Oeste, as altitudes vão
diminuindo até ficarem próximas dos 200 m, no Extremo Oeste.
Toda essa variação de altitude e distanciamento do mar faz com que o clima varie bruscamente entre
uma região e outra. As temperaturas, por exemplo, podem variar mais de 10ºC entre os Planaltos e o
Litoral.
5.1.2.1. GEOLOGIA
Conforme a Teoria da Tectônica de Placas, o fenômeno da colisão entre placas é caracterizado pela
movimentação da crosta terrestre e ocorre quando as placas se movem uma em direção à outra,
convergindo mutuamente. No ato da colisão se origina uma zona de subducção, onde a placa oceânica
(mais densa) mergulha sob a placa continental para ser consumida no manto. As informações
geológicas apresentadas por GONÇALVES e KAUL (2002) ilustram este fenômeno mostrando a
elevação do Complexo Luis Alves como resultado da colisão, em um passado distante, do
“Microcontinente” Luis Alves com o “Microcontinente” Itapoá/S. F. do Sul, que se tratava de uma
massa litosférica vinda de Leste, a qual é representada atualmente pela Região da Vila da Glória e
Itapoá, além da Ilha de São Francisco do Sul (Figura 5.1.5).
Segundo a Doutora Mônica, praticamente todos os principais atributos morfológicos do relevo hoje
existente na região, foram modelados por este processo geodinâmico.
Em termos geocronológicos as rochas mais antigas da região da Baía da Babitonga foram identificadas
como rochas metamórficas arqueanas, do tipo gnaisse granulítico e integram o Complexo Luís Alves
(KAUL e TEIXEIRA, 1982), também denominado de Complexo Granulítico de Santa Catarina
(HARTMANN, SILVA e ORLANDI FILHO, 1979).
Tais rochas se formaram há cerca de 2,6 bilhões de anos, sendo afetadas por metamorfismo do tipo
granulítico, com fusões parciais de rochas ao sofrerem posterior processo de migmatização.
Segundo GONÇALVES (1989), na colisão ficou estabelecida uma zona de sutura entre os terrenos da
região de Joinville e aqueles da região de Itapoá e São Francisco do Sul.
A zona de sutura hoje apresenta rochas intensamente fragmentadas em decorrência das ações
tectônicas ocorridas concomitantemente com terremotos e vulcanismos.
Resultantes das mesmas ações, no Complexo Luís Alves surgiram duas bacias tectônicas, conhecidas
pelas denominações de Campo Alegre (KAUL, COUTINHO e ISSLER, 1982) e Joinville
(GONÇALVES, SANTANA e TOMAZZOLLI, 2000).
São Francisco do Sul localiza-se no Litoral I – Setentrional ou Norte – do Estado de Santa Catarina
(DIEHL & HORN FILHO, 1996) (Figura 5.1.6), cuja geologia, descrita por HORN FILHO et al.
(1993) e HORN FILHO (1997) apresenta como constituintes essenciais, as rochas de idade
arqueana/proterozóica e elúvios associados do Sistema Cristalino; os sedimentos de idade quaternária
indiferenciada do Sistema Continental de Encostas; os sedimentos pleistocênicos e holocênicos do
Sistema Litorâneo e os sedimentos atuais do Sistema Praial.
A) SISTEMA CRISTALINO
O Escudo Catarinense está representado em São Francisco do Sul por maciços rochosos, elevações
isoladas e promontórios do embasamento cristalino e que constituem do ponto de vista
geomorfológico, as terras altas do setor meridional da Serra do Mar no Brasil e do setor setentrional
das serras do Leste Catarinense.
O espesso revestimento vegetal da Floresta Atlântica sobre as rochas do sistema cristalino tem
protegido as mesmas dos processos erosivos, entretanto, fornecem igualmente ácidos orgânicos,
desenvolvendo bactérias nitrificantes que, nas suas ações, podem afetar a superfície da massa rochosa.
Compreendem os depósitos coluvial e fluvial, os quais são considerados indivisos, devido ao contínuo
caráter de sedimentação ocorrido durante todo o Quaternário e que perdura até os dias atuais.
Os colúvios são constituídos de uma mistura de sedimentos arenosos, sílticos e argilosos, de grãos
imaturos e angulosos. Em meio a estes sedimentos, têm sido observados macroclastos de
granulometria variável, com tamanhos desde grânulos a matacões, predominando do ponto de vista
litológico, os granitos, os gnaisses e os ultramafitos do Sistema Cristalino.
Os fluviais estão encaixados nas drenagens dos principais rios da ilha e continente, compreendendo os
depósitos de canal, os depósitos de barras de meandros e os depósitos de planícies de inundação. Os de
canal, típicos dos cursos superiores, são formações proveniente de sedimentos arenosos contendo
seixos e matacões. Nas planícies dos cursos inferiores, predominam sedimentos arenosos e siltico-
argilosos. Os depósitos de barras de meandros aparecem mais confinados aos bancos convexos dos
canais ativos e abandonados, derivando do transporte de material arenoso por saltação e mais grosso
por tração.
C) SISTEMA LITORÂNEO
Neste sistema foram agrupadas as unidades geológicas da planície marinha propriamente dita,
correlacionadas cronologicamente aos eventos transgressivos e regressivos do Atlântico Sul, do final
do Pleistoceno e de todo Holoceno.
Representa uma planície composta de uma série de plainos praiais (strandplains), configurando uma
superfície plana-ondulada, formada pelo acréscimo de esporões arenosos sucessivos, depositados por
correntes paralelas à costa ou por cristas praiais originadas pela ação das ondas (SUGUIO, 1992).
No Pleistoceno Superior foram reunidos os depósitos marinhos praiais recobertos por depósitos
eólicos e os depósitos lagunares.
Os depósitos eólicos apresentam-se como terraços de superfície aplainada a ondulada, com altitudes
entre 12 e 19 m e constituídos de sedimentos arenosos de granulometria fina a média. Os depósitos
lagunares representam as intercristas dos feixes litorâneos, de granulometria arenosa média e,
geralmente, enriquecida em matéria orgânica da vegetação secundária de restinga, típica dos depósitos
marinhos sobrejacentes.
HOLOCENO
- Depósitos Eólicos Litorâneos: apresentam-se sob a forma de dunas barcanóides, ativas ou fixadas
pela presença da vegetação. Os sedimentos destas dunas são constituídos de grãos arenosos médios,
quartzosos, arredondados e bem selecionados.
- Depósitos Estuarinos: formados de sedimentos arenosos finos com teores de silte e argila,
provenientes do fundo da baía, depositados em ambientes de baixa energia e com muita carga de
material fino transportado em suspensão.
- Depósitos Conchíferos Artificiais: compreendem colinas de forma cônica, de altitudes entre 7 e 15m
e constituídos de sedimentos arenosos, conchas, além de fragmentos diversos de origem biológica e
arqueológica. A idade holocênica confirma a expectativa de idade da maioria dos sambaquis de outras
planícies costeiras ou marinhas do sul do Brasil (HORN FILHO et al., 1995).
Os depósitos holocênicos são os que representam maior complexidade e diversidade. Nos ambientes
de transição, ocorre sedimentação areno-argilosa em lagunas e baías, bem como sedimentos areno-
argilosos bastante ricos em matéria orgânica dos manguezais atuais. Afloram ainda sedimentos flúvio-
lagunares, areno-argilosos e depósitos turfáceos, em terrenos alagadiços. São observadas ainda, areias
marinhas litorâneas bem selecionadas, apresentando, localmente, cordões arenosos, superfícies de
dunas, ativas ou estabilizadas.
D) SISTEMA PRAIAL
O litoral de São Francisco do Sul tem suas praias agrupadas em dois subsistemas praiais arenosos:
Praias Estuarinas (praias sob regime estuarino) e Praias Oceânicas (praias sob regime oceânico).
- Praias Oceânicas: Expostas a níveis de energia moderados a altos. Foram classificadas como praias
alongadas, em espiral e de bolso. As praias de esporões de barreiras, na interface estuário/oceano, têm
sua sedimentação amarrada inicialmente às elevações cristalinas, progredindo a partir de importante
deriva litorânea e suprimento arenoso. Predominam nas praias oceânicas, declividades baixas a
médias; estados dissipativos e reflectivos; e granulometria arenosa fina a média.
A região de São Francisco do Sul na sua maior parte se caracteriza por formações de rochas
magmáticas e metamórficas, formações estas com planos de xistosidades evidenciados na direção
norte-sul.
Dentre estes depósitos, alguns apresentam espessas camadas de argilas moles que, por critérios da
engenharia construtiva, apresentam comportamentos característicos de solos de baixa capacidade de
suporte e elevada compressibilidade.
Em princípio, de acordo com sua gênese, as rochas são classificadas em três categorias, ou seja,
Rochas Ígneas, Rochas Sedimentares e Rochas Metamórficas.
A Tabela 5.1.2 apresenta as características genéticas mais relevantes de cada categoria de rocha.
Pode-se constatar que as rochas ígneas se originaram a partir de resfriamento do magma e as rochas
sedimentares foram originadas pela acumulação e consolidação dos depósitos sedimentares, sobretudo
dentro da água.
As rochas metamórficas foram formadas a partir da transformação das rochas originais, podendo ser
ígneas, sedimentares ou mesmo metamórficas, pela sua exposição à alta pressão e à elevada
temperatura subterrânea.
Uma parte de rochas ígneas e todas as rochas sedimentares são formadas na superfície da Terra
(vulcânicas), entretanto, todas as rochas metamórficas, bem como o restante das rochas ígneas
(plutônicas), são formadas na parte mais interna da crosta terrestre.
Por outro lado, as rochas ígneas e metamórficas constituem a maioria do volume da crosta terrestre,
sendo que as rochas sedimentares possuem uma ampla área de distribuição na superfície, porém o seu
volume avaliado em pesquisas recentes mostrou ser relativamente pequeno.
Ao se originarem do magma, as rochas ígneas são classificadas como rochas primárias. As energias
formadoras desta rocha provêm do calor interno do planeta.
Durante o processo de resfriamento e consolidação do magma são formados vários tipos de corpos
ígneos com diversos modos de ocorrência. Os corpos ígneos formados na superfície da Terra através
de erupções vulcânicas são denominados de corpos geológicos vulcânicos.
Um típico exemplo de corpo ígneo vulcânico é a lava. Já o tamanho dos minerais constituintes das
rochas componentes dos corpos vulcânicos se apresenta pequeno, sendo indistinguíveis a olho nu, o
que indica um resfriamento rápido do magma e são representadas pela família do basalto.
Por outro lado, quando os corpos ígneos são formados dentro da crosta terrestre através de penetração
e resfriamento do magma em locais subterrâneos, ocorre o fenômeno da intrusão. Por isto, muitas
rochas a serem estudadas são identificadas como corpos intrusivos.
Já os corpos intrusivos de tamanho grande geralmente não são tabulares, e em campo são encontrados
comumente os corpos com tamanho de alguns quilômetros de extensão, chamados de batólito.
A borda dos corpos de origem intrusiva, sobretudo dos corpos pequenos, é frequentemente composta
de rochas de granulometria fina, devido ao resfriamento mais rápido ao longo da superfície de contato.
Da mesma forma, as rochas compostas por minerais grandes devido ao resfriamento mais lento, são
chamadas de rochas plutônicas.
Tomando por base as visitas feitas ao local, mapa Geológico contido no Atlas Ambiental da Região de
Joinville (2003) e Carta de Joinville (SG.22-Z-B “Geologia”), ano de 2004, elaborado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, unidade Santa Catarina, da diretoria de Geociência, a área de
implantação do Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul é formada por rochas
graníticas de origem anatética (originada por metamorfismo de alto grau que gera magma de
composição granítica – rocha ígnea e que pode ser chamada de granito), com porção restrita de
gnaisses, de idade Pré-cambriana, pertencente ao Sistema Cristalino, e de sedimentos colúvio-alúvio-
eluviais, conforme apresentado no Mapa 02 – Geologia.
O complexo rochoso é constituído principalmente por terrenos de idade Arqueana de médio grau da
fácies anfibolito, integrados por migmatitos polifásicos e granitóides associados.
Segundo a proposta de Gonçalves & Kaul (2002), a litologia do complexo rochoso na área de estudo
corresponde principalmente a granitóides cálcio-alcalinos deformados, com foliação, cataclásticos,
equigranulares finos a médios, porfiríticos, além de porções restritas de gnaisses.
Estes sedimentos são depósitos incoerentes, de aspecto terroso, que sofreram deslocamento na
vertente. São constituídos por sedimentos essencialmente terrígenos que recobrem as seções médias e
inferiores das vertentes, predominando finos imaturos e angulosos, com frequente ocorrência de
grânulos dispersos na matriz principal (Figuras 5.1.7 e 5.1.8). São sedimentos depositados ao longo
do Quaternário.
a b
Segundo a proposta de Gonçalves & Kaul (2002), a litologia na área de estudo corresponde principalmente a
granitóides cálcio-alcalinos deformados, com foliação, cataclásticos, equigranulares finos a médios, porfiríticos,
além de porções restritas de gnaisses. Os afloramentos verificados no topo da elevação correspondem
notadamente a blocos e matacões isolados (a). Na porção inferior da encosta, os afloramentos apresentam-se de
maneira mais ampla, sendo inclusive utilizados pelos moradores da Vila do Rabo Azedo como “fundação” para
suas residências. Na área apresentada na fotografia (b) observa-se ocupações junto à encosta.
7096920
Convenções
Sistema Viário
Hidrografia
Área de Estudo
Baía da Babitonga
Geologia
Qhm
Pip, Complexo Paranaguá - Granitóides
Qhca
5
Qhca, Sedimentos Colúvio-alúvio-elúviais
45
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Qhm, Sedimentos Marinhos Atuais
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105 120
12
100
155 14
Projeção: Universal Tranversa de Mercator - UTM
150
165
Escala Numérica: 1:7.500
7095920
55
35
85
13
0 Datum Horizontal: SAD69
Datum Vertical: Marégrafo Imbituba/SC
90
45
Agosto/2012
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15 Escala Gráfica
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D Prefeitura Municipal de São Francisco do Sul, 2007. Base Cartográfica extraída da Ortofotocarta Digital
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do município de São Francisco do Sul, Escala 1:2.000. Ortofotos com Escala de Vôo :10.000. Executado
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por: Aeroconsult Aerolevantamentos e Consultoria Ltda, ano de 2007. Imagem de Satélite Landsat 2002.
6
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15
20 Projeto Governo do Estado de Santa Catarina
25 Administração do Porto de São Francisco
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Anel Rodoferroviário do Porto de São
Francisco do Sul
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MAPA 02 - GEOLOGIA
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Estudo Ambiental Simplificado - EAS
Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul
5.1.2.2. GEOMORFOLOGIA
A evolução da paisagem de uma determinada área está condicionada aos fatores básicos referentes aos
processos endógenos e exógenos (LOPES, 1993).
Os fatores endógenos referem-se à influência dos diferentes tipos de rochas e a ação de movimentos
tectônicos. Estes movimentos ficam registrados nas rochas através de dobras, falhas, movimentos
epirogenéticos positivos e negativos e as grandes feições morfoestruturais do relevo (LOPES, 1993).
A formação da Ilha de São Francisco do Sul se deu como resultado da ligação de diversas ilhotas pela
ação construtiva do mar, após a transgressão marinha que afogou o modelado, distinguindo-se a área
de morros a oeste, como Morro Grande (315 m), Morro das Laranjeiras (303 m), Morro da Cruz (281
m), Morro da Jacutinga (178 m) e Morro da Palha (147 m), bem como morretes com altitudes em
torno de 20 m, os quais chegam ao conjunto de elevações em que se apóia a cidade de São Francisco
do Sul (Morro do Pão de Açúcar, com 180 m, e outros mais baixos).
A planície é estreita na face da ilha voltada para a Baía da Babitonga (entre a ilha e a península do
Saí). As pontas rochosas marcam o contorno da ilha, salientando-se o cabo João Dias, o Morro da
Banana, as pontas da Enseada, da Prainha, Alta e dos Morretes.
As massas rochosas que a compõem em forma de morros, na Ilha de São Francisco, foram pequenas
ilhas primitivas e atualmente se acham ligadas umas as outras por lençóis de areia e áreas brejosas.
O contato entre as encostas dos morros e a planície se dá quase sempre de forma suave, pois embora as
encostas de alguns apresentem declividades em torno de 15º, no sopé desses morros são comuns os
depósitos que formam uma rampa de menor inclinação até a planície, como ocorre entre os morros das
Laranjeiras e da Cruz, onde estão as nascentes do arroio Tamarina.
Corresponde basicamente aos granitóides do Proterozóico Superior, que sofreram ação de falhamentos
e fraturamentos.
Representam um conjunto de colinas e morros de média altitude, aflorando ao longo do setor oeste da
ilha e em alguns pontos isolados nos setores norte e nordeste, e ao longo do setor oeste do continente.
O Domínio Morfoestrutural das Rochas Granitóides engloba nesta área a Unidade Geomorfológica
Serra do Mar.
Esta unidade situa-se no extremo Norte do Estado, separando o Planalto de São Bento do Sul das
Planícies Litorâneas, tendo como limite meridional os embasamentos das serras do Leste Catarinense.
Esta região apresenta um conjunto de cristas e picos, separados por vales com encostas íngremes,
principalmente em sua vertente leste. Os principais picos encontram-se na vertente do Rio Saí-Mirim,
porção continente, e na porção centro-leste da Ilha de São Francisco do Sul. Estes correspondem às
antigas ilhas ligadas por sedimentos recentes.
O quadro natural inibiu sobremaneira a ocupação humana e é justamente nestas condições de baixa
densidade demográfica que conservaram os principais remanescentes da Floresta Ombrófila Densa –
Mata Atlântica em toda a fachada atlântica de Santa Catarina.
Desenvolve-se de forma contínua na Ilha de São Francisco do Sul, sendo mais amplo no setor leste,
alongando-se em direção ao sul.
A maior parte da Ilha constitui-se por planícies originárias do período Quaternário, as quais se
subdividem em três subdomínios: Planícies Marinhas, Planícies Aluviais e Planos e Rampas Coluvio-
Aluviais, resultantes de sedimentos arenosos e areno-argilosos com nível de cascalho de fino a médio.
Os manguezais estão localizados junto à foz dos rios Monte de Trigo e Capri entre outros, e uma
menor parcela na baía da Babitonga, em locais de pouca declividade do fundo oceânico e sob
influência das marés.
Representa as regiões mais elevadas, localizadas em área de transição entre ambientes continental e
marinho.
Os modelados esculpidos sobre sedimentos depositados por fluxos torrenciais nas porções distais das
rampas sedimentares estão localizados nas encostas de declividade mais acentuada do Domínio
Morfoestrutural Serra do Mar, os quais formam rampas e platôs.
Modelado de dissecação
Correlacionado à ação fluvial e/ou pluvial, são reconhecidos três tipos distintos de relevo: Colinoso,
Morraria (outeiro) e Montanha.
- Colinoso: caracterizado pela dissecação em vales encaixados, com amplitude altimétrica pequena,
constituindo elevações convexo-côncavas na forma de colinas.
- Morraria (Outeiro): representa uma dissecação mais fechada, com amplitudes altimétricas maiores,
constituindo elevações convexo-côncavas na forma de morros.
- Montanha: a dissecação é mais encaixada, podendo conter terraços alveolares, topos extensos
convexo-côncavos e vertentes com diferentes graus de inclinação, cujas amplitudes altimétricas são
superiores a 300m, conferindo a presença de montanhas.
Modelado de acumulação
É resultante da ação dos processos marinho, eólico, lacustre, coluvial e fluvial. Neste modelado são
observados cinco tipos de relevo: Planície Marinha, Planície de Maré, Terraço Marinho, Terraço
Flúvio-lagunar e Rampa Colúvio-eluvial.
Planície Marinha: resultante da acumulação marinha recente, ocasionada pela ação das ondas,
formando as praias atuais.
Planície de Maré: localiza-se nas proximidades de foz de rios, as quais, devido à ação das marés,
contém cobertura vegetal típica de manguezais.
Terraço Marinho: apresenta conformação levemente inclinada para o mar, com superfície plana e
ondulada.
De acordo com o mapa dos Domínios Morfoestruturais e Unidades Geomorfológicas contido no Atlas
Ambiental da Região de Joinville (2003), Carta de Joinville (SG.22-Z-B “Geomorfologia”), ano de
2004, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, unidade Santa Catarina, da
diretoria de Geociência, e visitas realizadas in loco, a área em questão é representada pelos Domínios
Morfoestruturais Rochas Granitóides e Depósitos Sedimentares do Quaternário, representadas pelas
Unidades Geomorfológicas Serra do Mar e Planos e Rampas Colúvio-aluviais, respectivamente.
A Unidade Geomorfológica Serra do Mar se apresenta como um conjunto de cristas, picos, serras,
montanhas e escarpas separadas por vales profundos em “V”. Suas encostas, em sua maioria, são de
alta declividade e abrigam as maiores altitudes de todo o Litoral Catarinense, com picos que atingem
1.500 m.
Os relevos que compõem esta unidade constituem importante testemunho do tectonismo cenozóico
que afetou as Regiões Sul e Sudeste do Brasil. A complexidade tectônica e o condicionamento
estrutural deram origem a vários compartimentos que funcionam como divisores de drenagem para o
interior e para as Bacias Hidrográficas da Vertente Atlântica.
modelados foram esculpidos sobre sedimentos depositados por fluxos torrenciais nas porções distais
de rampas sedimentares, podendo apresentar ravinados pela ação das águas de escoamento superficial
difuso e/ou concentrado. Observa-se que a fração granulométrica predominante é argilosa, geralmente
de coloração vermelha e/ou amarelo-avermelhada, onde, de modo geral, o escoamento superficial são
muito ativos, podendo desencadear fenômenos erosivos.
Conforme Ortofotocarta Digital de 2007, da Prefeitura de São Francisco do Sul, a área em estudo se
encontra em cotas de 1 a 32 metros, aproximadamente.
5.1.2.3. PEDOLOGIA
Pela ótica da pedologia, o processo de formação de solos compreende a ação coordenada de diversos
fatores ambientais. Tudo acontece a partir da rocha denominada rocha mãe ou rocha formadora, onde
se tem a ação da temperatura, da umidade, da pluviosidade regional, do vento, etc, que induzem sobre
a mesma um processo de meteorização (ações climáticas que degradam a rocha).
Em São Francisco do Sul, de modo geral, podem ser encontrados solos do tipo Neossolos, Argissolos,
Gleissolos, Organossolos, Espodossolos e Cambissolos. Já os Solos Indiscriminados de Mangue, Areia
de Praia e Afloramentos de Rochas são considerados “tipos de terrenos”, não apresentam
desenvolvimento pedogenético.
Os Argissolos são solos minerais, não hidromórficos, profundos, com cerosidade, quando presente,
pouca e fraca. Ocorrem normalmente em áreas de relevo ondulado e secundariamente em relevo forte
ondulado no domínio das rochas graníticas.
Os Organossolos são solos hidromórficos, de coloração preta ou cinzenta muito escura, essencialmente
orgânicos, pouco evoluídos, resultantes de depósito de restos de vegetais em grau variável de
decomposição, em ambiente mal a muito mal drenado. São desenvolvidos sobre sedimentos paludais
ou lacustres do Holoceno, em áreas planas sujeitas a inundações frequentes.
Os Espodossolos compreendem solos minerais, com horizonte B espódico, no qual houve acumulação
e precipitação de matéria orgânica e alumínio com presença ou não de ferro iluvial. Apresentam
usualmente textura arenosa ao longo do perfil, possuem drenagem deficiente em razão de
impedimentos no horizonte B. Quimicamente são solos ácidos, extremamente pobres em nutrientes,
sendo mais evoluídos e localizados nos terraços mais antigos em relevo plano e/ou suave ondulado.
Os Cambissolos são derivados dos mais diferentes tipos de materiais de origem e sob condições
climáticas diversas, devido a esta variação são encontrados desde solos rasos a profundos, em relevos
planos a montanhosos. Apresentam coloração escura no horizonte A, devido a teores relativamente
elevados de carbono orgânico e de alumínio. São constituídos por solos minerais, não hidromórficos.
A textura varia desde arenosa até muito argilosa, sendo as texturas médias e argilosas as mais
frequentes. São em geral relativamente elevados os teores de silte, acarretando uma relação silte/argila
também elevada.
A Areia de Praia é considerada um tipo de terreno por não possuir origem pedogenética. Predomina a
fração areia, com grãos arrastados e rolados, sob influência direta das marés. Aparece numa faixa
estreita entre as marés baixa e alta, onde as areias sofrem constantes alterações, devido principalmente
ao movimento das águas do mar, ora removendo, ora depositando materiais.
Os Afloramentos de Rochas são terrenos representados por exposição de rochas de origem geológicas
variadas, podendo ser brandas ou duras, nuas ou com reduzidas porções de material grosseiro não
consolidado, formados por misturas de material terroso e grandes proporções de fragmentos
provenientes da desagregação das rochas. Apresentam-se geralmente sob a forma de lajeados ou
blocos de rochas arredondadas, relacionadas ao Pré-Cambriano. Ocorrem comumente associados aos
Solos Litólicos em relevo montanhoso e/ou escarpado.
A Baía da Babitonga apresenta na sua morfologia de fundo os segmentos mais profundos na mesma
direção principal da Baía (NE-SW), na forma de um Canal Central alongado com profundidades de até
24 m, sendo comum à presença de bancos de areia emersos expostos em períodos de baixa maré.
HORN FILHO (1997) define as zonas marinhas e flúvio-marinhas de maior energia com
predominância de sedimentos da fácies areia, areia síltica e silte arenoso. Já nas zonas de menor
energia, sob influência das correntes fluviais e protegidas da dinâmica marinha, verifica-se a
predominância da fácies silte arenoso, silte argiloso e areia síltico-argilosa.
Em visita técnica realizada na área em estudo verificou-se que o solo da área é resultante da alteração
intempérica do granito (Figuras 5.1.10 e 5.1.11), ou seja, trata-se de um solo residual alterado
constituído por argila e quartzo. É um solo com boa porosidade, mas de permeabilidade regular.
Conforme os dados constantes no do mapa Pedológico do Atlas Ambiental da Região de Joinville
(2003) e Carta de Joinville (SG.22-Z-B “Pedologia”), ano de 2004, elaborado pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística, unidade Santa Catarina, da diretoria de Geociência, observou-se a
ocorrência da associação do Cambissolo Álico Distrófico e Argissolo Vermelho-amarelo Álico e
associação do Cambissolo Distrófico e Gleissolo Distrófico.
O Cambissolo Álico Distrófico é constituído por solos minerais, não hidromórficos. A textura varia
desde fraco arenoso até muito argiloso, sendo as texturas médias e argilosas as mais frequentes. Em
geral, seus teores de silte são relativamente elevados, acarretando numa relação silte / argila também
elevada. São derivados dos mais diferentes tipos de materiais de origem e sob condições climáticas
diversas.
Já o Argissolo Vermelho-amarelo Álico que é uma classe de solos minerais, não hidromórficos, são
relativamente profundos e de cores bastante vaiáveis. Situa-se em terrenos de relevo ondulado e forte
ondulado, sendo sucessíveis aos processos erosivos, tendo textura argilosa média. São solos de baixa
fertilidade natural, com baixos teores de bases trocáveis, e teores de alumínio elevados.
5.1.2.4. HIDROGRAFIA
Segundo o Atlas Ambiental da Região de Joinville (2003), o Complexo Hídrico que alimenta a Baía
da Babitonga abrange uma área total de 1.400km2. Nessa área estão abrigadas as bacias hidrográficas
dos Rios Cubatão, Palmital, Cachoeira e Parati, além de outras pequenas sub-bacias que deságuam
diretamente na Baía da Babitonga e na Lagoa do Saguaçu.
A Baía da Babitonga é a área estuarina mais importante da costa norte do estado de Santa Catarina. É
colonizada por manguezais que abrangem uma área aproximada de 6.200 ha.
Como todas as regiões estuarinas, a Babitonga exerce papel de grande importância na nutrição,
desenvolvimento e reprodução de juvenis e larvas de numerosas espécies de peixes e invertebrados de
importância econômica e ecológica.
Esta baía abriga um arquipélago de 25 ilhas, sendo a Ilha de São Francisco a maior delas e o
Complexo Hídrico por ela formado se distribui de maneira significativa ao longo de seis municípios:
Garuva, Joinville, São Francisco do Sul, Itapoá, Araquari, e Balneário de Barra do Sul.
As áreas territoriais destes municípios apresentam alta diversidade ambiental, em virtude das
nascentes dos principais rios estarem situadas no alto da Serra do Mar e desaguarem no mar, exceção
feita a São Francisco do Sul e Barra do Sul.
Para ilustrar essa situação toma-se como exemplo as águas do Rio Cubatão do Norte, que descem as
encostas da Serra do Mar, atingindo a planície quaternária, que no passado era ocupada por uma
Floresta Atlântica muito densa. Posteriormente o Rio Cubatão atravessa áreas sedimentares
(aluvionares e marinhas) e, em sua foz, extensas áreas ocupadas por manguezais, para finalmente
desaguar na Baia da Babitonga.
Sua ligação com o Oceano Atlântico é feita através de uma desembocadura com cerca de 1.850 m de
largura entre as praias da Figueira, do Pontal e Capri. Além disso, a Baía da Babitonga possuía outra
ligação com o Oceano, a qual era feita através do Canal do Linguado e da Barra do Sul e foi
interrompida pelo aterro do canal, visando facilitar o acesso por terra ao Porto de São Francisco do
Sul.
O Complexo Hídrico da Baía da Babitonga tem como contribuintes principais: Bacias Hidrográficas
do Rio Cubatão do Norte, Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira, Bacia Hidrográfica do Rio
Palmital e Bacia Hidrográfica do Rio Parati.
De acordo com a Resolução CONAMA 357/05, as águas da Baía da Babitonga se enquadram nas
águas salobras. Como ainda não possuem classificação oficial, são atualmente enquadradas como da
Classe I, as quais podem ser destinadas:
O Município de São Francisco do Sul ocupa totalmente a Ilha de São Francisco e mais uma área
continental. Ele está localizado na Região Hidrográfica da Baixada Norte Catarinense (RH6) (Figura
5.1.12). Seu regime hidrográfico é composto por rios perenes da vertente Atlântica, os quais drenam
os terrenos cristalinos e os terrenos sedimentares da planície costeira adjacente. A maioria deles
apresenta forma meândrica livre, com sinuosidades variando entre baixa e média e desembocam na
Baía da Babitonga, no Canal do Linguado e no Oceano Atlântico (Horn Filho, 1997).
A região onde se localiza o município é caracterizada por apresentar alta pluviosidade, porém, na sua
porção insular, ou seja, naquela localizada na Ilha, o município não possui bacias hidrográficas
capazes de acumular volumes hídricos significativos, em função das pequenas dimensões territoriais
das mesmas.
As principais bacias hidrográficas insulares são: Rio Acarai, Rio Jacutinga, Rio Monte de Trigo, Rio
da Pedreira, Rio Miranda, Rio Morro da Palha, Rio Tapera, Rio Perequê, Rio Gamboa, Córrego
Olaria, Rio Arroio Tamarina, Lagoa Capivaru, Lagoa Poço da Balsa e Lagoa Acaraí.
Apesar de indistinta quanto a sua morfologia, a rede de drenagem apresenta um padrão arborescente
junto ao Embasamento Cristalino, apresentando, ainda, um perfil longitudinal mais acentuado e
declividades maiores que aquelas verificadas nas planícies.
O Rio Acaraí, localizado no setor Centro-norte da Ilha de São Francisco, representa seu mais
importante curso fluvial, deslocando-se na direção NE por cerca de 19 km, desde suas nascentes em
meio aos depósitos pleistocênicos até a sua foz no setor central da Praia da Enseada.
Quanto às lagoas associadas às águas do Rio Acaraí, as Lagoas do Poço da Balsa e Acaraí foram
originadas do alargamento do curso desse rio, enquanto que a Lagoa Capivaru representa um meandro
abandonado do mesmo. Esta última, também denominada de Lagoa Capivari, apresenta forma
alongada no sentido NE-SW com 2.340 m de comprimento e 1,30 km² de área, classificando-se como
representando a vigésima quarta lagoa do estado, no que se refere às suas dimensões.
No que se refere aos parâmetros físicos da Baía da Babitonga, deve-se destacar inicialmente que o
litoral norte catarinense encontra-se sob domínio de um regime de micromarés (amplitude menor que
2 metros), semidiurno, com altura média de 0,8 m e máxima de 1,2 m, durante o período de sizígia
As marés astronômicas provocam o estabelecimento das correntes de marés e de ondas locais, que
atuam dominantemente na desembocadura da Baía da Babitonga, transportando sedimentos para o
interior do estuário durante a preamar e desta para o Oceano Atlântico, durante o refluxo das águas por
ocasião da baixa-mar.
Ao norte da Ilha, na interface Baía/Oceano, as correntes de marés aliadas à atuação das ondas e dos
ventos predominantes de direção NE, propiciam a formação de esporões arenosos como aqueles
verificado no Pontal do Capri.
Conforme as informações compiladas por Horn Filho (1997), três tipos de ondas atingem a costa da
região de estudo: ondulações (Swell), vagas (Sea) e ondas de tempestade (Storm). Os principais
estados do mar associados aos padrões meteorológicos, característicos do clima de ondas do verão e
do outono são: lestada (proveniente de E e ESE), ondulação (de SE), vagas de ENE e vagas
provenientes de SSE.
Na Ilha de São Francisco do Sul, o regime hidrográfico consiste em rios perenes da Vertente Atlântica,
os quais drenam os terrenos cristalinos do Escudo Catarinense no setor ocidental e os terrenos
sedimentares da Planície Marinha adjacente, segundo Horn Filho (1997).
A característica arenosa da maior parte da Ilha de São Francisco faz com que a região próxima não
apresente uma densidade de rios considerável, sendo que o rio mais próximo é o rio da Pedreira.
Tomando por base a visita realizada na área em interesse, não foi encontrada nenhuma nascente e,
consequentemente, curso d’água na área de implantação do empreendimento.
7096920
Convenções
Sistema Viário
Hidrografia
Nascente
Área de Estudo
Baía da Babitonga
Área de Preservação Permanente - APP
5
Bacias Hidrográficas
45
20
Bacias Hidrográficas Litorâneas Independentes
7096420
40 45
s
30
ha
Bacia Hidrográfica do Rio Pedreira
n
35
re
ca
15
25
35
as
M
40
F.
ua
35
15
R
25 35
30
20
20
8
20
30
10
BR
Rua
65
44 11
5
Sílvio
140
0
5 11
80
5
5 13
0
95
16
105 120
A ma
12
100
155 14
Projeção: Universal Tranversa de Mercator - UTM
150
165
do de
Escala Numérica: 1:7,500
7095920
55
35
85
13
0 Datum Horizontal: SAD 69
Datum Vertical: Marégrafo Imbituba/SC
90
Olive
45
Agosto/2012
85
60
50
ira
25
80
15 Escala Gráfica
45
70
on
75
s 0 100 200 300 400
di
eiro
A d Meters
.
Rib
D Prefeitura Municipal de São Francisco do Sul, 2007. Base Cartográfica extraída da Ortofotocarta Digital
do
eite
fre
do município de São Francisco do Sul, Escala 1:2.000. Ortofotos com Escala de Vôo :10.000. Executado
70 5
Al
60
por: Aeroconsult Aerolevantamentos e Consultoria Ltda, ano de 2007. Imagem de Satélite Landsat 2002.
6
L
.
od
ng.
R
E
40
Av.
40
15
20 Projeto Governo do Estado de Santa Catarina
25 Administração do Porto de São Francisco
65 0
6 do Sul - APSFS
7095420
Anel Rodoferroviário do Porto de São
Francisco do Sul
35
Rio
MAPA 03 - HIDROGRAFIA
dr e
25
10
ira
oso
30
lm . Ba r r 5
Rua. A
50
5
45
55
60
70
65
20
40
15
Estudo Ambiental Simplificado - EAS
Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul
5.1.2.5. CLIMA
O clima do litoral norte catarinense pode ser classificado como subtropical úmido, marcado por
diferenciações marcantes entre o inverno e o verão.
Conforme as informações de VEADO et al. (2002), a presença da mEc provoca altos valores de
temperatura e umidade, com chuvas que se apresentam sob a forma de intensas chuvas de convecção
acompanhadas por descargas elétricas. A presença da mTa provoca chuvas geralmente menos intensas
que as massas equatoriais. A mTc provoca períodos de pluviosidade reduzida ou nula, com dias de
tempo quente e seco.
No inverno, as massas polares que acompanham a Frente Polar Atlântica (FPA) promovem o
afastamento das massas tropicais, repercutindo na queda abrupta de temperatura e da pluviosidade. Na
região de São Francisco do Sul, geralmente a entrada da FPA é seguida da Massa Polar Atlântica
(mPa), trazendo tempo bom e seco. Os meses mais frios registram as maiores pressões atmosféricas.
O clima do Município de São Francisco do Sul segundo Köppen, é do tipo Cfa, ou seja, mesotérmico
úmido, sem estação seca definida e com alta pluviosidade bem distribuída ao longo do ano.
No inverno a frequência de avanço de frentes frias e massas de ar frio são maiores, contrastando com
as altas temperaturas de verão, geradas pela permanência da massa de ar tropical. As estações de
transição – outono e primavera – apresentam características semelhantes às das outras estações.
Nos meses de inverno, os sistemas que dominam as condições meteorológicas sobre a região de São
Francisco do Sul são as frentes frias, massas de ar polar e os vórtices ciclônicos.
A região da Baía da Babitonga é considerada calma, não apresentando tempestades tropicais, ou seja,
tufões, ciclones e furacões. Ventos alísios são gerados pelo anticiclone do Atlântico Sul.
Além dos dados elaborado por Horn Filho (1997), utilizou-se também, para a análise climática da
região em estudo, dados da Estação Meteorológica da Universidade da Região de Joinville -
UNIVILLE, localizada no Campus Universitário, s/n, bairro Bom Retiro em Joinville – SC.
A) TEMPERATURA
Na região de São Francisco do Sul as temperaturas médias, mínimas e máximas anuais oscilam entre
20,5oC, 17,8oC e 24,7oC, respectivamente, em 37 anos de observação segundo Horn Filho (1997).
Em julho a média das mínimas é de 13,8oC, porém observou-se ao longo de uma série de 30 anos uma
temperatura mínima absoluta de 2,6oC na primavera, caracterizando assim, a possibilidade de
ocorrência de anomalia climática em termos de resfriamento dentro desta estação.
Conforme indica o gráfico da Figura 5.1.18, na região da Babitonga o mês de julho apresenta as
menores temperaturas mínimas do ano, as quais são provocadas pela invasão da mPa. No que se refere
às temperaturas máximas, face à influência das massas equatorial e tropical, as maiores temperaturas
são verificadas entre janeiro, fevereiro e março, com médias históricas das temperaturas máximas da
ordem de 28,6ºC.
35
30
25
20
Tempo de 15
Observação:
37 anos
10
0
J F M A M J J A S O N D Média
Temperatura Mínima (Média ºC) 21,5 21,9 21 18,9 16,8 14,6 13,8 14,6 15,5 17,2 18,6 20,2 17,8
Temperatura Máxima (Média ºC) 28,6 28,6 27,9 25,9 23,9 21,8 20,8 21,3 21,8 23,2 25,1 27,1 24,6
Figura 5.1.18: Evolução mensal das temperaturas mínimas e máximas em São Francisco do
Sul. Média de parâmetros registrados em 37 anos de observação na estação meteorológica do
INMET, desativada em 1983. (Gráfico elaborado a partir de dados tabulados por Horn Filho,
1997).
Conforme dados compilados da Estação da UNIVILLE, a amplitude térmica registrada na região está
entorno dos 9ºC, enquanto que a média das temperaturas máximas é de 26,6ºC (março) e a média das
temperaturas mínimas é de 17,6ºC (julho), sendo que a maior temperatura média anual foi registrada
em 2001 e a menor temperatura média anual em 1999 (Figuras 5.1.19 e 5.1.20).
Figura 5.1.19: Índice de temperatura (mínima, média, máxima) anual registrada entre
1996 e 2011.
Fonte: OAP, 2012 (dados fornecidos pela estação meteorológica Univille).
Figura 5.1.20: Índice de temperatura média mensal registrada entre 1996 e 2011.
Fonte: OAP, 2012 (dados fornecidos pela estação meteorológica Univille).
B) UMIDADE RELATIVA
A umidade relativa máxima em São Francisco do Sul é de 87,9 % e ocorre entre os meses junho, julho
e agosto. Por outro lado, a umidade relativa mínima é de 85,2 %, em dezembro. A umidade relativa
média anual fica em torno de 87,2 %. A Figura 5.1.21 apresenta o gráfico da evolução mensal da
umidade relativa do ar na região de São Francisco do Sul, em 35 anos de observação segundo Horn
Filho (1997).
Figura 5.1.21: Evolução média mensal da umidade relativa do ar total em São Francisco do
Sul. Média dos parâmetros registrados na estação meteorológica do INMET, desativada em
1983. (Gráfico elaborado a partir de dados tabulados por HORN FILHO, 1997).
Observa-se que a umidade relativa média máxima ocorre nos meses de inverno, quando há um período
de baixa pluviosidade. Esse aumento pode ser explicado pela localização costeira da área, a qual
recebe influência dos ventos da direção Sudeste, que empurram o ar úmido para dentro da Ilha de São
Francisco do Sul. Esse relativo aumento no inverno, contribui para formação de bancos de nevoeiros
baixos, principais indicadores de condições de estabilidade atmosférica.
Temperaturas médias elevadas e precipitação intensa criam condições para elevação da umidade
relativa do ar, fator climático importante, uma vez que influencia diretamente no conforto térmico,
potencializando a sensação térmica das temperaturas mais altas e mais baixas. De acordo com os
dados obtidos na Estação Meteorológica da UNIVILLE (observa-se na Figura 5.1.22), toda a região
apresenta altos valores, aproximadamente 80% de umidade relativa do ar.
C) PRECIPITAÇÃO
Os meses de junho, julho e agosto são mais secos, sendo que agosto apresenta a menor quantidade
média de precipitação. Os meses de janeiro, fevereiro e março caracterizam-se como os mais
chuvosos, com média de precipitação de 248, 281 e 245 mm, respectivamente, em 36 anos de
observação segundo Horn Filho (1997).
A Figura 5.1.23 possibilita a verificação de intensas precipitações nos meses de verão, especialmente
no mês de fevereiro (média de 281 mm), a qual pode ser explicada pela conjugação de chuvas trazidas
pela mEc e mTa e intensificada pelo efeito orográfico da Serra do Mar.
Figura 5.1.23: Evolução mensal da precipitação pluviométrica total em São Francisco do Sul.
Média dos parâmetros registrados na estação meteorológica do INMET, desativada em 1983.
(Gráfico elaborado a partir de dados tabulados por HORN FILHO, 1997).
A precipitação média anual acumulada em São Francisco do Sul é de 1.904mm, informação que se
confirma pela observação da Figura 5.1.24, que apresenta o gráfico da distribuição total de chuvas no
Estado de Santa Catarina, com base nos dados do CLIMERH (Centro Integrado de Meteorologia e
Recursos Hídricos de Santa Catarina), o qual coloca São Francisco do Sul na faixa de 1.800 mm a
1.900 mm anuais.
São Francisco do Sul apresenta o número médio anual de 15 dias de chuva/mês, sendo que o mês de
junho é o menos chuvoso, com média de 11 dias de chuva. Os meses de janeiro e fevereiro são os mais
chuvosos, com 18 dias de chuva em média.
Fonte: CLIMERH - SC
Na Figura 5.1.25 é possível observar que as precipitações mais intensas ocorrem na primavera e verão
(outubro a março), e são marcadas pela ocorrência de chuvas de grande intensidade e com curta
duração. No outono e inverno (abril a setembro) o índice pluviométrico é menor, com chuvas
ocorrendo de maneira mais distribuída.
As maiores precipitações médias anuais ocorreram em 1998 e 2008 e as menores precipitações médias
anuais ocorreram em 2000 e 2003 (Figura 5.1.26).
Já nas Figuras 5.1.27 e 5.1.28 observam-se os índices pluviométricos acumulados mensais e anuais.
Ressalta-se que, os maiores e menores índices pluviométricos acumulados mensais ocorrem no mês de
janeiro e maio, respectivamente.
D) VENTOS
As informações disponíveis sobre a direção dos ventos na região de estudo indicam a predominância
dos ventos de leste (26,5 %) e nordeste (16,4 %), este último com presença marcante no verão. No
inverno predominam os ventos de sudoeste (16,4 %), sudeste (14,7 %) e sul (13,4 %). As demais
direções do vento podem ser consideradas de menor frequência: norte (5,4 %), oeste (4,4 %) e
noroeste (2,3 %), segundo Horn Filho (1997), em 34 anos de observação.
Os ventos na região são um fator importante devido a grande influência que exercem sobre a maré
observada (maré meteorológica) em relação à Tábua de Maré (maré astronômica). Desta forma, podem
ocasionar a elevação ou o abaixamento do nível da água e o atraso ou adiantamento dos instantes de
ocorrência das baixa-mares ou preamares. A velocidades médias dos ventos, em São Francisco do Sul,
segundo Horn Filho, em 34 anos de observação, varia entre 9 Km/h no mês de junho e 11,52 Km/h em
janeiro, conforme Figura 5.1.29. Vale colocar que, durante a passagem de frentes frias, estes ventos
levantam o mar na barra, podendo formar ondas de até 2,5m.
14
12
10
8
Velocidade Média
(Km/h)
6
0
J F M A M J J A S O N D
Velocidade Média Mensal do Vento 11,52 10,08 10,08 9,72 9,72 9 9,36 9,72 10,08 10,44 10,44 10,8
Figura 5.1.29: Evolução da velocidade média mensal dos ventos em São Francisco do Sul.
Média dos parâmetros registrados em 34 anos de observação na estação meteorológica do
INMET, desativada em 1983. (Gráfico elaborado a partir de dados tabulados por HORN
FILHO, 1997).
Observa-se na Figura 5.1.30 a predominância de ventos em São Francisco do Sul de direção Leste,
principalmente do quadrante Sudeste.
E) INSOLAÇÃO E NEBULOSIDADE
Os meses de abril a julho registram a menor cobertura do céu por nebulosidade e uma relativa
incidência de luz solar, coerentes com os meses de menor quantidade de precipitação na área. Os
meses de agosto a novembro apresentam um acréscimo de nebulosidade e uma redução na incidência
da luz solar, da mesma forma, coerentes com um ligeiro acréscimo nos totais pluviométricos.
Conforme Figura 5.1.31, o mês de maior índice de insolação é janeiro (verão), com 171,4 horas, e o
menor índice é o mês de setembro (inverno), com 102,6 horas. A insolação média anual em São
Francisco do Sul é de aproximadamente 142,12 horas, segundo Horn Filho (1997).
Figura 5.1.31: Evolução da variação média mensal da insolação em São Francisco do Sul.
Média dos parâmetros registrados em 33 anos de observação na estação meteorológica do
INMET, desativada em 1983. (Gráfico elaborado a partir de dados tabulados por HORN
FILHO, 1997).
Em termos de nebulosidade, a Figura 5.1.32 apresenta dados referente à região de São Francisco do
Sul. O número 0 (zero) indica céu claro sem nuvens e 10 para céu encoberto.
6
Nebulosidade (0/10)
0
J F M A M J J A S O N D
Nebulosidade (0/10) 7,4 7,6 7,2 6,7 6,7 6,6 6,6 7,5 8 8,3 7,9 7,6
A grande nebulosidade que se encontra nesta região é devida à proximidade com a Serra do Mar, que
serve como barreira aos ventos que vem do mar, e com o Oceano Atlântico onde ocorrem encontros de
correntes frias e quentes, beneficiando a formação de nuvens por processos diversos.
F) EVAPORAÇÃO E PRESSÃO
Figura 5.1.33: Evaporação média mensal em São Francisco do Sul - SC. (Fonte: CLIMERH).
A pressão atmosférica média anual da região de São Francisco do Sul corresponde a 1.014,56 mbar. A
Figura 5.1.34 ilustra a variação da pressão ao longo do ano na região, segundo Horn Filho (1997).
Figura 5.1.34: Evolução da variação média mensal da pressão atmosférica em São Francisco
do Sul. Média dos parâmetros registrados em 32 anos de observação na estação meteorológica
do INMET, desativada em 1983. (Gráfico elaborado a partir de dados tabulados por HORN
FILHO, 1997).
Ocorre uma considerável diminuição da evaporação à medida que a pressão atmosférica aumenta,
reduzindo a capacidade da atmosfera em formar nebulosidade, diminuindo, com isso, os índices
pluviométricos durante os meses de outono, primavera e inverno.
A região tende a manter a condição de atmosfera estável, pelo fato da pressão média estar em torno de
2 mbar, acima da pressão média ao nível do mar.
A presente seção tem por finalidade atender ao disposto na Legislação Ambiental em vigor,
especialmente os critérios e parâmetros da Instrução Normativa – IN 24, e apresentar a
caracterização da flora existente ao longo do Anel Rodoferroviário do Porto de São
Francisco do Sul, localizado no município de São Francisco do Sul – SC.
O bioma Mata Atlântica é composto por uma série de ecossistemas bastante diversificados, além
de biologicamente distintos daqueles encontrados em outras regiões do país. É considerado um
dos mais ameaçados do mundo e de grande prioridade para a conservação da biodiversidade em
todo o continente americano.
O Brasil é o país que mais detém a megadiversidade biológica do Planeta, possuindo entre 15 a
20% do número total de espécies da terra. A Mata Atlântica e seus ecossistemas associados
cobriam, na época do descobrimento, 1.360.000 km2 (MMA, 2000). Atualmente, apenas 8% da
área do bioma preserva suas características bióticas originais que, apesar das devastações ao
longo do tempo, abriga grande biodiversidade e endemismos, encontrando-se entre os 25
hotspots mundiais em regiões mais ricas e ameaçadas do planeta (Figura 5.2.1.1).
Das áreas de Floresta Atlântica, remanescentes ao longo de toda a sua distribuição geográfica,
poucas se caracterizam como florestas primárias (onde não houve interferência humana),
estando estas situadas principalmente em locais de difícil acesso. As demais áreas florestadas
apresentam algum grau de alteração, sendo denominadas florestas secundárias. Essas alterações
podem ser causadas por intervenções que vão desde a exploração seletiva de produtos florestais
(por ex.: madeira, palmito e plantas ornamentais), até a supressão total da floresta, com posterior
regeneração. Os estágios de regeneração da floresta são definidos como: inicial, médio ou
avançado, dependendo das características dendrométricas (medidas das árvores), e outros
aspectos da formação, como por exemplo, a presença de epífitas (bromélias e orquídeas) e lianas
(cipós), (Resolução CONAMA/04/94).
A Floresta Atlântica ainda abriga uma parcela significativa da diversidade biológica brasileira
que por muitos anos, desde a época do Brasil colônia, foi exaustivamente explorada e que até
hoje sofre com essa devastação. Sua existência está atrelada à grande extensão de montanhas, a
qual dificulta a ação humana, sendo o fator que mais contribui para a conservação de suas
espécies, tanto da flora quanto da fauna.
Com 9,5 milhões de hectares, o Estado de Santa Catarina apresenta uma pequena parcela de sua
cobertura florística original. As áreas mais consideráveis de vegetação natural remanescentes
eram da Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), em virtude das dificuldades de acesso e
da topografia acidentada. Outras vegetações lenhosas como a Floresta Ombrófila Mista
(Floresta com Pinheiros) e a Floresta Latifoliada do Alto Uruguai, foram fortemente exploradas
e ocupadas com a produção agrícola. Também os campos do Planalto têm sido cada vez mais
transformados em áreas de culturas agrícolas.
A Figura 5.2.1.2 apresenta o Mapa do Domínio da Mata Atlântica e suas associações no Estado
de Santa Catarina, adaptado por KLEIN (1978).
1
Fonte: Reserva da Biosfera da Mata Atlântica/SC.
Segundo LEITE & KLEIN (1990) e REIS (1999) as principais características das formações que
compõem este Domínio são descritas a seguir:
Formação vegetal exuberante, complexa, ocupando uma grande parte do estado, margeando o
Oceano Atlântico. Um grande número de espécies arbóreas adensa os estratos superiores,
criando assim um ambiente propício ao desenvolvimento de vegetais esciófitos, epífitos e lianas
lenhosas, além de pteridófitas, heliconiáceas e marantáceas.
Situada entre o planalto e o oceano, a Floresta Ombrófila Densa é constituída, na sua maior
parte, por árvores perenefoliadas de 20 a 30 m de altura. Sua área é formada por planícies
litorâneas e, principalmente, por encostas íngremes da Serra do Mar, formando vales profundos
e estreitos.
(I) Floresta das Terras Baixas: Recobre as planícies quaternárias costeiras fluviais e flúvio-
marinhas, até aproximadamente 40 m de altitude. Pouco desenvolvida e pouco densa, com
predomínio do Olandi (Calophyllum brasiliensis), Figueira-do-mato (Ficus organensis),
Copiúva (Tapirira guianensis), Canela-garuva (Nectandra rigida), entre outros.
(II) Floresta Submontana: Fanerófitos com alturas uniformes de alto porte ocupam relevo
montanhoso com solos mediamente profundos e altitudes variando de 40 a 400 metros.
(III) Floresta Montana: Situada entre 400 e 1.000 m de altitude ao longo da Serra do Mar, com
domínio de canelas e de coníferas como os Podocarpus, que se instalam sobre o solo delgado.
2
Fonte: RBMA/SC
(IV) Floresta Alto-Montana: Abrange as encostas superiores da Serra do Mar, acima de 1.000
m de altitude, sobre solos litólicos. Área de ocorrência da popular “mata nebular”, com
formações arbóreas mesofanerofíticas com destaque para as espécies Gramimunha
(Weinmannia humilis) e Camboim (Siphoneugema reitzii).
Uma grande parte de Santa Catarina está coberta por florestas onde o Pinheiro do Paraná
(Araucaria angustifolia) predomina no estrato superior e caracteriza a região.
(I) Influência Marinha: Com fisionomias diversas, em terrenos arenosos mais firmes e menos
ondulados e em áreas posteriores às dunas, a vegetação pode ser caracterizada como de porte
herbáceo a porte arbóreo. Nas restingas catarinenses, predominam as mirtáceas, além de uma
grande variedade de bromeliáceas e cactáceas.
A área motivo deste estudo está inserida no domínio da Floresta Ombrófila Densa Sub-montana,
que compreende as formações florestais situadas na faixa altitudinal entre 30 e 400 metros,
ocupando solos bem drenados e com profundidade variável. Esta formação, originalmente, é
caracterizada por ecótipos que variam pelo posicionamento dos ambientes de acordo com a
latitude. As espécies indicadoras desse ambiente são: Alchoernea sp, Hyeronima alchorneoides,
conhecidos regionalmente por tanheiro e licurana respectivamente, ambas da família botânica
Euphorbiaceae, Didymopanax morototonii, da família botânica Araliaceae e Pautéria sp da
família botânica Sapotaceae, sendo estas espécies consideradas endêmicas na região
(IBGE:1992).
Desde a colonização de São Francisco do Sul, a mata original foi sendo substituída por área de
exploração de madeira e cultivos agrícolas, o que transformou as matas naturais em tipologias
variadas de vegetação secundária, fato este que atualmente se observa na paisagem vegetacional
da região de São Francisco do Sul.
Assim, historicamente observa-se que a prática agrícola, característica dos povos açorianos, se
instalou na região, na forma de pequenas roças de cultivo de aipim, banana, abacaxi e outras
plantas de interesse doméstico, promovendo a retirada da vegetação primitiva, transformando a
flora num mosaico de tipologias florestais, que atualmente representam as várias fases de
ocupação da área, Figura 5.2.1.3.
O anel rodoferroviário será implantado em parte sobre vias já abertas e pavimentadas com
asfalto ou saibro, no entanto a maior porção passará por trechos a serem abertos completamente,
necessitando assim a retirada da cobertura vegetal existente.
No entroncamento da futura via com a rodovia BR-280, estaca zero do Projeto de Engenharia
Rodoferroviária apresentado pela Empresa Azimute, a nova conformação geométrica atingirá
uma vegetação arbórea secundária que ocupa a margem da Rodovia BR-280 e da Rua Francisco
Machado de Souza por um percurso de aproximadamente 340 metros, Figura 5.2.1.4.
Entretanto, vale frisar que, apenas uma das margens da Rua Francisco de Souza apresenta
vegetação arbórea, a outra apresenta apenas gramíneas rasteiras, já que é ocupada por pátio e
depósitos da Bunge Alimentos. O traçado ao atravessar a propriedade da Bunge Alimentos
atingirá área com gramado, adjacente a área de depósito da empresa, o qual é mantido aparado
rente ao solo, Figura 5.2.1.5.
A partir desse ponto até o entroncamento com a via existente o traçado está projetado próximo a
uma aglomeração urbana que ocupa a base da elevação margeando a Baía da Babitonga. Nesse
trecho o projeto atravessa uma vegetação secundária alterada pelo uso da terra, onde se observa
o desenvolvimento de pequenas plantações e hortas domésticas. Neste segmento ocorrem
aglomerações vegetais dominadas por espécies pioneiras nativas, ervas ruderais e plantas
frutíferas cultivadas pelos moradores.
Assim, o presente projeto atinge a base da elevação denominada “Bela Vista” também de
conhecida como “Rabo Azedo”. Na Figura 5.2.1.6 é possível observar a elevação contornada
pela via esquemática projetada.
Nas visitas a campo observou-se que o Jacatirão (Tibouchina mutabilis), entre as espécies
autóctones, é a mais abundante, sendo o principal representante arbóreo da porção atingida. No
entanto, os elementos dominantes são representados por Jacatirão-açú (Miconia
cinnamomifolia), Copiúva (Tapipira guianensis) e Canela-ferrugem (Nectandra rigida), estas
últimas presentes na porção Sul da área de estudo.
Para o levantamento das espécies vegetais as aglomerações vegetais foram agrupadas e tratadas
como uma única tipologia já que as fitofisionomias se assemelham e se encontram muito
próximas geograficamente.
Com referência a Orelha de onça (Tibouchina sp), há que se considerar a sua densidade,
recobrindo por completo a superfície do solo e a rigidez do seu caule, que dificulta a travessia.
Ocorre ainda grande quantidade de Poáceas como capim-colonião (Panicum maximum) e
capim-gordura (Melinis minutiflora).
Relatos de moradores locais, bem como os registros fotográficos apresentados, confirmam que a
área foi palco de intensa atividade agrícola, como por exemplo o cultivo de mandioca, e se
encontra abandonada há décadas, tempo suficiente para a regeneração parcial da sua cobertura
florestal.
A área estudada compreende uma superfície de 34.600,00 m2 estruturada por uma comunidade
florestal secundária que mesmo aparentando bom desenvolvimento resguarda clareiras e
nuances deixadas pela ocupação antrópica recente.
As espécies vegetais ocorrentes, em sua maioria, são componentes típicos das formações
secundárias regionais como o Jacatirão (Tibouchina mutabilis), Jacatirão-açu (Miconia
cinnamomifolia), Embaúba (Cecrópia) Camboatá (Cupania vernalis) e Tanheiro (Alchornea
triplinervia). No sub-bosque ocorre com abundância Capim gordura (Melinis minutiflora),
Capim colonião (Panicum maximum), Orelha de onça (Tibouchina pilosa) e Taquari
(Colanthelia sp).
Com relação à espécie, aqui denominada vulgarmente de Taquari (Colanthelia sp), trata-se de
uma espécie de taquara (Poaceae) com colmos lisos e ocos, com diâmetro de aproximadamente
um centímetro e altura por volta de 2 metros. Esta espécie forma densas touceiras, que recobrem
o solo parcialmente sombreado pelo dossel superior.
Sobre os troncos das árvores de maior porte, é notada a presença discreta de espécies de
bromeliáceas, principalmente do gênero Vriesea e raros exemplares de orquídeas.
Como previamente descrito o uso da área promoveu a supressão parcial do sub-bosque, fato que
é observado em boa parte da área (Figura 5.2.1.8).
Quanto à porção ocupada por residências a cobertura vegetal é constituída especialmente por
árvores frutíferas, na sua maioria espécies exóticas, plantadas pelos moradores. Apresenta
adensamento descontínuo, entremeadas por plantio de cercas vivas que, no conjunto,
proporcionam um aspecto mais homogêneo à vegetação. Encontram-se ainda pequenas roças,
onde eventualmente é cultivado abacaxi, aipim, mamão, maracujá, cana-de-açúcar e outras
plantas de interesse local (Figura 5.2.1.9).
Nas clareiras dos antigos cultivos agrícolas deu-se a instalação de plantas invasoras, que aos
poucos vão ocupando o solo abandonado e promovendo o processo de regeneração da
vegetação. Nestes pontos, são abundantes as ervas rasteiras, principalmente as gramíneas, que se
alastram espontaneamente entre os espécimes arbóreos de Goiabeira (Psidium guajava), Aroeira
(Schinus terebinthifolius), Jerivá (Arecastrum romanzoffianum), Inga-feijão (Inga marginata) e
Embaúba (Cecropia adenopus) (Figura 5.2.1.10).
Com relação às espécies exóticas aparecem, de forma descontínua, Bananeiras (Musa sp),
Abacateiro (Persea americana), Jambolão (Eugenia jambolana), Mangueiras (Mangifera
indica), Laranjeiras (Citrus sp) e Ameixeiras (Eryobotrya japonica). Encontram-se ainda
touceiras de Bambus (Bambusa sp) e cercas vivas estruturadas por Hibiscos (Hibiscus sp) e Pau
d’água (Dracena flagans).
O inventário florestal é a base para o planejamento do uso dos recursos florestais e neste
trabalho, tem como finalidade levantar as características qualitativas e quantitativas da
vegetação, visando seu enquadramento nos parâmetros da Resolução CONAMA nº 04/1994
(Tabela 5.2.1.1), além de apresentar as características estruturais e fitofisionômicas da cobertura
florestal da região de implantação do anel rodoferrofiário.
Tabela 5.2.1.1: Principais parâmetros da Resolução CONAMA 04/94 para as formações secundárias da
Mata Atlântica em Santa Catarina.
ESTÁGIO SUCESSIONAL DE REGENERAÇÃO
PARÂMETROS
Inicial Médio Avançado
DAP Até 8 cm Até 15 cm Até 25 cm
ÁREA BASAL Até 8 m2/ha Até 15 m2/ha Até 20 m2/ha
ALTURA Até 4 m Até 12 m Até 20 m
FISIONOMIA Herbáceo/arbustiva Arbórea/arbustiva Arbórea dominante
sobre os demais estratos
ESPÉCIES Samambaias (Pteridium Capororoca (Rapanea Jacatirão-açu (Miconia
INDICADORAS: aquilium), capim- ferruginea) associada à cinnamomifolia),
gordura (Melinis Vassoura-vermelha Tanheiro (Alchornia
minutiflora), vassoura (Dodonea viscosa). triplinerva), Canela-
(Bacharis sp), vassoura- preta (Ocotea
braba (Bacharis sp). catharinensis),
Palmiteiro (Euterpe
edulis).
Segundo HUSCH et al. (1982), o crescimento das árvores é influenciado pelas características da
espécie, interagindo com o ambiente. Para PRODAN et al. (1997), as influências ambientais
incluem fatores climáticos (temperatura, vento, precipitação e insolação), fatores pedológicos
(características físicas e químicas, umidade e microrganismos), características topográficas
(inclinação, elevação e aspecto do solo) e competição (influência de outras árvores, sub-bosque
e animais), sendo que a soma desses fatores exprime o conceito de qualidade de hábitat.
Numa Floresta Atlântica, no Estado de Minas Gerais, FERREIRA (1997) constatou, ao final de
10 anos de monitoramento em um experimento de manejo de vegetação secundária em que
foram aplicados cortes seletivos, incrementos anuais em volume entre 3,9 e 3,7 m³/ha/ano.
ALDER & SILVA (2000) observaram incremento anual em volume de 2,56 m³/ha/ano nas
espécies com DAP > 45 cm, após 17 anos de monitoramento em uma floresta equatorial de terra
firme, na Amazônia.
MAITRE (1991), analisando três áreas de floresta tropical na Costa do Marfim, observou
incrementos anuais em volume entre 0,7 e 1,8 m³/ha/ano na área não explorada, 2,5 m³/ha/ano
na área explorada e 2,2 a 3,6 m³/ha/ano na área explorada com aplicação de tratamentos
silviculturais.
DE GRAAF (1986), referindo-se a estudos de crescimento em floresta tropical natural no
Suriname, observou aumento no incremento anual em volume de 2,0 a 4,5 m³/ha/ano nas
espécies comerciais sob tratamentos silviculturais.
Como pode ser observado nas informações apresentadas previamente, não existem muitos
experimentos e estudos referentes ao incremento de volume para Floresta Atlântica Secundária
em áreas onde não é realizado o manejo florestal. No entanto, analisando os dados obtidos por
diversos autores acima citados, para os cálculos de volumes de madeira na área a ser suprimida
adotaremos um incremento anual de volume de 3,00 m³/ha/ano.
METODOLOGIA
Com base nos dados levantados em campo, foi calculado o DAP (Diâmetro à Altura do Peito)
médio, a Área Basal por hectare, bem como o Volume total de lenha existente na área de
supressão.
7096720
Convenções
Sistema Viário
Hidrografia
Área de Estudo
6 5
Área de Preservação Permanente - APP
7
30
Parcelas
7096520
8
45 20
40
25
15
20
35
35
9 Projeção: Universal Tranversa de Mercator - UTM
35
25
Escala Numérica: 1:3.000
Datum Horizontal: SAD 69
7096320
40
45
Datum Vertical: Marégrafo Imbituba/SC
Agosto/2012
Escala Gráfica
0 50 100 150
15
Meters
4
Prefeitura Municipal de São Francisco do Sul, 2007. Base Cartográfica extraída da Ortofotocarta Digital
do município de São Francisco do Sul, Escala 1:2.000. Ortofotos com Escala de Vôo :10.000. Executado
por: Aeroconsult Aerolevantamentos e Consultoria Ltda, ano de 2007. Imagem de Satélite Landsat 2002.
3
30 Projeto Governo do Estado de Santa Catarina
Administração do Porto de São Francisco
10
do Sul - APSFS
2
1
7096120
Anel Rodoferroviário do Porto de São
Francisco do Sul
Estudo Ambiental Simplificado - EAS
MAPA 04 - VEGETAÇÃO
10
5 25
20
35
15
30
40
45
Estudo Ambiental Simplificado - EAS
Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul
AB = DAP2 x π (m2)
4.000
Se a área basal das árvores amostradas é AB , em uma amostra de área S , com uma área S do
1 1
povoamento, a área basal total será:
AB = AB1 x S
S1
Média: Somatório da variável (DAP, Altura, Área Basal) de todas as parcelas, dividido
pelo número de parcelas.
S = √S2
As dimensões da área, volumes de lenha e demais dados apurados são apresentados de forma
resumida na Tabela 5.2.1.6 apresentada posteriormente. Os dados apurados a partir do
inventário florestal na área estudada são apresentados a seguir na Tabela 5.2.1.4.
Vale ressaltar alguns pontos peculiares desta formação florestal que por vez influenciaram no
resultado deste estudo,tais como:
Fragmentação florestal;
Clareiras;
Efeito de borda;
Heterogeneidade; e
Alteração antrópica recente.
Na área de estudo não foram registradas espécies constantes na Listagem de Espécies da Flora
Nativa Ameaçadas de Extinção, de acordo com a lista oficial do Ministério do Meio Ambienta,
Anexo I da Instrução Normativa nº 06 de 23 de setembro de 2008.
Com base na análise dos dados obtidos na área a ser licenciada para a supressão da vegetação,
no tocante à legislação ambiental, são os seguintes os dispositivos legais pertinentes:
Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981,
9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos
4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no
2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.
I - florestas plantadas;
II - PMFS de floresta nativa aprovado pelo órgão competente do Sisnama;
III - supressão de vegetação nativa autorizada pelo órgão competente do
Sisnama;
IV - outras formas de biomassa florestal definidas pelo órgão competente do
Sisnama.
Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras
providências.
Institui o Código Estadual do Meio Ambiente e dispõe, conforme seus Artigos transcritos a
seguir, que:
Parágrafo único. Nos termos do art. 11, inciso I, alínea “a”, da Lei no 11.428,
de 2006, é vedada a autorização de que trata o caput nos casos em que a
intervenção, parcelamento ou empreendimento puserem em risco a
sobrevivência in situ de espécies da flora ou fauna ameaçadas de extinção, tais
como:
Regulamenta o Art. 12, parte final, 15, 16, 19, 20 e 21 da Lei no 4.771, de 15 de setembro de
1965, o art. 4o, inciso III, da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, o art. 2o da Lei no 10.650, de
16 de abril de 2003, altera e acrescenta dispositivos aos Decretos nos 3.179, de 21 de setembro
de 1999, e 3.420, de 20 de abril de 2000, e dá outras providências.
Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto
ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação
Permanente – APP.
I - utilidade pública:
Define vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração
da Mata Atlântica, em cumprimento ao disposto no Art. 6o do Decreto nº 750, de 09 de
dezembro de 1993.
Art. 18. O crédito de reposição florestal será concedido com base na estimativa
da produção da floresta para a rotação em curso.
Completando a compensação ambiental exigida por lei o empreendedor deverá averbar, em área
com iguais ou melhores condições ambientais, uma área equivalente à área suprimida, neste
caso de 34.256,00 m² (Art. 17 da Lei 11.428/2006).
Conforme o exposto a compensação ambiental exigida legalmente totaliza 48.937,14 m², que o
empreendedor deverá averbar a margem da escritura em área de sua propriedade ou de terceiro,
para a qual remete Termo de Compromisso anexo à Instrução Normativa IN 24, também
protocolizada nesta Fundação do Meio Ambiente.
Assim, conforme preconiza a Portaria FATMA nº 078/04 deverá ser realizada a compensação
ambiental pelo uso da citada área de preservação permanente através do plantio de 123 mudas
nativas, atendendo o adensamento proposto de 800 mudas/ha.
Considerando o adensamento florestal de 800 mudas por hectare deverão ser plantadas 2.462
mudas nativas na área de 30.767,50 m2 para atender à reposição florestal. O projeto de reposição
florestal deverá ser detalhado quando da implantação e execução das obras e demais atividades.
Como previamente descrito no presente estudo os valores obtidos para o volume de lenha da
formação a ser suprimida foi atualizado considerando um incremento anual de 3,00 m³/ha, o que
resulta num acréscimo volumétrico de 18,00 m³/ha no período de 2006 a 2012, totalizando um
volume de 615,35 m³.
Os demais parâmetros do inventário florestal não foram alterados, pois conforme vistorias a
campo no mês de julho do corrente ano pode-se constatar que a paisagem florística e a formação
florestal existentes não apresentou significativo desenvolvimento, não alterando a sua
classificação conforme os parâmetros da Resolução CONAMA nº 04/94, permanecendo no
estágio médio de regeneração.
Tabela 5.2.1.7:Convenções.
Conversão volume 1,4
Fator de Correção (Fator de Formula) 0,8
5.2.2. FAUNA
A presente seção tem por finalidade a caracterização da fauna ocorrente ao longo do traçado do Anel
Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul, através de levantamento preliminar e expedito,
realizado em agosto de 2012 e em base de dados de levantamento faunístico realizado de maio a junho
de 2006 naquela localidade.
5.2.2.1. INTRODUÇÃO
A expansão das atividades socioeconômicas tem sido a principal responsável pela modificação e/ou
destruição de uma série de habitats. Em todo o mundo a retirada da vegetação nativa, seja para
exploração de madeira ou para uso da terra, tem atingido níveis alarmantes.
Para se ter uma idéia desse processo no Brasil, restam da Mata Atlântica apenas cerca de 5% da
cobertura vegetal original. Esse bioma, assim como outras paisagens exploradas no mundo, tem em
comum o fato de já ter sido área de vegetação contínua. Hoje, no entanto, restam apenas pequenos
pedaços remanescentes, cada vez mais isolados uns dos outros, mergulhados em uma paisagem em
mosaico criada pelo homem através do processo conhecido como fragmentação de habitats.
Nos últimos vinte anos os resultados de uma série de estudos sobre os diversos efeitos da
fragmentação começaram a surgir, deixando claro que não é mais possível ter a ilusão de que
fragmentos podem ser pequenas réplicas completas do habitat original. As evidências sobre as perdas
de espécies em remanescentes florestais crescem a cada ano, e o entendimento de como e porque cada
espécie é afetada por esse processo torna-se essencial para que novas perdas possam ser evitadas.
A maneira como os animais vão lidar com a paisagem fragmentada é criticamente dependente de seus
padrões espaciais, tais como: tamanho da área de vida (AV - área utilizada por um indivíduo em suas
atividades de busca de alimento, acasalamento e cuidados com a prole), territorialidade, capacidade de
mover longas distâncias e tolerância ao habitat que circunda os fragmentos.
O conhecimento dos hábitos alimentares de cada espécie, assim como da disponibilidade de recursos
alimentares, são bases essenciais para entender o quão adequado são os fragmentos pequenos de Mata
Atlântica para manter populações em longo prazo.
O levantamento faunístico busca cadastrar espécies existentes em uma determinada área, avaliando as
interações e qualidade deste ambiente em relação às espécies ali existentes. Sendo um exercício que
abrange uma série de observações, com o objetivo de catalogar as espécies que existem na região.
Trata-se de um trabalho qualitativo, essencial para a implantação de programas de monitoramento
(Hellawell, 1991).
Todos estes fatores são considerados relevantes, por ser a fauna produto do meio que a suporta, visto
que todos os organismos são dependentes do seu habitat para satisfazer as necessidades específicas de
sobrevivência e reprodução (Firkowski, C. - UFPR).
Por outro lado, a vegetação é uma das mais importantes características do meio para a maioria dos
animais. Os impactos nesse segmento do habitat produzem efeitos diretos na fauna, pela redução ou
alteração de dois elementos básicos à sobrevivência, que são o alimento e o abrigo.
2001; Rosário, 1996; Bege & Marterer, 1991; Bernardes et al., 1990; Coimbra & Adelmar, 1984;
Emmons, 1990; Francisco, 1997; Frisch, 1964; Godoy, 1987; Hofling & Camarho, 1999; Marques et
al. 2001; Papavero, 1994; Santos, 1992; Soerenser, 1990; Storer, 1995; Veitenheimer et al. 1993, entre
outras.
5.2.2.2.1. METODOLOGIA
A metodologia utilizada na realização deste estudo consistiu nos procedimentos descritos a seguir.
Para todos os grupos faunísticos citados foram realizadas entrevistas com moradores da área de estudo
e adjacências, objetivando consolidar as informações obtidas na fase de levantamento bibliográfico e
compor um quadro das espécies ocorrentes neste ambiente.
O resultado de cada entrevista foi cruzado com a base de dados cadastrada de forma a colaborar com a
informação assim obtida. Os dados considerados coerentes com as informações iniciais ou citados por
mais de uma fonte, não conflitando com a fauna esperada para o ecossistema descrito, foram utilizados
no aperfeiçoando da base inicial.
Foram realizadas oito campanhas de campo, visando o presente levantamento, com duração de 8 horas
cada em maio a junho de 2006. Sendo realizada uma nova campanha em agosto de 2012, com duração
de 8 horas, objetivando a reavaliação da área.
O maior esforço em campo foi empregado nas áreas contendo remanescente florestal, em função de
sua grande complexidade vegetacional e consequentemente do maior número de espécies que a
frequentam. Sendo principalmente investigados ocos de árvores, troncos caídos, interiores de gravatás,
em baixo de rochas, serrapilheira, tocas, linhas de drenagem e outros abrigos/habitat onde estes grupos
costumam se abrigar.
Além dos métodos de levantamento bibliográfico e entrevistas aqui já citadas foram utilizadas
metodologias específicas para cada um dos grupos faunísticos (Herpetofauna (répteis), Mastofauna e
Avifauna), descritas a seguir.
O levantamento realizado em campo teve por objetivo identificar as espécies de aves ocorrentes nas
áreas do empreendimento e adjacências. Para isto foram observados os espécimes de aves terrestres,
identificando os espécimes levantados até o menor nível taxonômico possível.
A metodologia de observação direta foi utilizada por tratar-se de uma área de grande extensão e
diversidade de ambientes, sendo composta por vegetação em estágio inicial, médio e avançada de
regeneração, áreas úmidas e urbanas. O método consistiu em observação a olho nu dos espécimes.
Com o auxílio de objetiva foram realizadas a observação e identificação das aves que se encontravam
à distância nos ambientes abertos.
Este método consistiu no reconhecimento da vocalização das espécies que não eram visualizadas,
podendo, desta forma, ser constatada a ocorrência de determinadas espécies na área de estudo.
O levantamento realizado em campo teve por objetivo identificar as espécies de mamíferos e répteis
ocorrentes nas áreas do empreendimento e adjacências. Para isto foram observados os espécimes de
mamíferos e répteis ocorrentes, identificando-se os espécimes levantados até o menor nível
taxonômico possível.
Quando possível realizou-se o inventário fotográfico das espécies e de vestígios levantados no local.
Este método consistiu na observação a olho nu de espécimes. Com o auxílio de objetiva foram
realizadas a observação e identificação à distância.
Durante o período de estudo foram considerados diversos tipos de vestígios para detectar a ocorrência
de determinadas espécies nas áreas, como: pegadas, bolo fecal, ninhos, tocas, pelos, peles e restos
alimentares.
Os vestígios encontrados foram fotografados e alguns foram removidos dos locais para análises e
posterior identificações, tais como fezes e pelos.
Este método consistiu na observação de espécimes encontrados mortos nas áreas de estudo e
proximidades. Depois de localizados, os animais foram identificados e fotografados.
5.2.2.3.1. HERPETOFAUNA
Neste levantamento a herpetofauna engloba a fauna dos répteis. Este grupo desempenha um
importante papel no equilíbrio e manutenção dos ecossistemas, constituindo uma das bases no
funcionamento da teia alimentar.
Os representantes deste grupo são animais pecilotérmicos, aqueles que a temperatura interna do corpo
varia de acordo com a temperatura do ambiente, por isso são facilmente encontrados em regiões com
temperatura mais elevadas.
Os répteis apresentam no ambiente maior independência da água, por possuírem pele impermeável,
fecundação interna, ovos com casca e respiração pulmonar. Assim, podem viver em ambientes longe
de corpos de água. No entanto, certos répteis exibem uma forte associação com a água, como os
jacarés, diversas tartarugas e cágados, além de algumas serpentes.
Alguns desses animais, menos exigentes na escolha do habitat são beneficiados e/ou não se alteram
com a formação de barreiras, enquanto outros, mais sensíveis, sofrem com a fragmentação e a
modificação dos ambientes naturais e com outras atividades humanas.
- REPTEIS
Atualmente, os lagartos compõem o maior grupo entre os répteis, com aproximadamente 5000
espécies descritas. Abrangem uma grande diversidade de dimensões e formas corpóreas, variando
desde as pequenas lagartixas anãs, de poucos centímetros de comprimento, aos gigantes dragões de
Komodo, com até três metros e cerca de 150 quilos (POUGH; JANIS; HEISER, 2008). Em geral, são
formas de vida facilmente reconhecidas e distinguíveis de outros animais, por apresentar corpo
alongado coberto de escamas, quatro membros com cinco dígitos cada, cauda longa, pálpebras móveis,
ouvido externo com tímpano e, em geral, pela oviparidade. Entretanto, algumas linhagens
diversificaram-se, havendo casos de reduções apendiculares, perda de pálpebras e de ouvido externo,
além da ocorrência de viviparidade em várias espécies.
O Brasil ocupa a segunda colocação na relação de países com maior riqueza de espécies de répteis;
fica atrás apenas da Austrália (com 864 espécies registradas, segundo Wilson & Swan, 2008), mas
suplanta México, Índia, Indonésia, Colômbia, China e Peru, mais ou menos nessa ordem (Sociedade
Brasileira de Herpetologia). Até o momento (BÉRNILS, 2010), foram reconhecidas 721 espécies de
répteis naturalmente ocorrentes e se reproduzindo no Brasil: 36 quelônios, 6 jacarés, 241 lagartos, 67
anfisbênias (cobra-cega) e 371 serpentes.
Tabela 5.2.2.1: Répteis Ameaçados de Extinção no Brasil Compilação das Listas Internacionais, Nacionais e
Regionais de Espécies Ameaçadas.
ORDEM/
NOME
ESPÉCIE SUB- FAMÍLIA IUCN IBAMA CITES MG SP RJ PR
VULGAR
ORDEM
Acanthochelys Cágado-
Pleurodira Chelidae LRnt PA PA
radiolata amarelo
Acanthochelys Tartaruga-do-
Pleurodira Chelidae LRcd
macrocephala pantanal
Acanthochelys
Cágado-preto Pleurodira Chelidae LRnt VU
spixii
Atractus
Serpentes Colubridae PA
maculatus
Atractus serranus Serpentes Colubridae PA
Bachia bresslaui Sauria Gymnophtalmidae PA
Boa constrictor Jibóia Serpentes Boidae Ap2
Bothrops cf.
Jararaca Serpentes Viperidae CR VU
jararaca
Bothrops
Urutu-cruzeiro Serpentes Viperidae VU
alternatus
Jararaca-
Bothrops
verde/ Serpentes Viperidae Pex
bilineatus
Patioba
Bothrops cotiara Cotiara Serpentes Viperidae EN AmEx
Urutu/Cotiara
Bothrops fonsecai Serpentes Viperidae VU PA
estrela
Bothrops
Jararaca ilhoa Serpentes Viperidae CR EN
insularis
Bothrops
Cotiarinha Serpentes Viperidae VU
itapetiningae
Bothrops Jararaca-
Serpentes Viperidae PA
neuwiedi pintada
Bothrops pirajai Serpentes Viperidae VU
Jacaré-de-
Caiman latirostris Crocodilia Alligatoridae AmEx Ap1 VU VU EP AmEx
papo-amarelo
Calamodontophis
Serpentes Colubridae VU AmEx
paucidens
Calamodontophis
Serpentes Colubridae EN
sp.
Tartaruga-
Caretta caretta Cryptodira Cheloniidae EN AmEx Ap1 EN VU AmEx
cabeçuda
Cercosaura
Calanguinho Sauria Gymnophtalmidae PA
ocellata
Tartaruga-
Chelonia mydas Cryptodira Cheloniidae EN AmEx Ap1 EN VU AmEx
verde
Clelia clelia Muçurana Serpentes Colubridae Ap2 AmEx
Clelia maculata Mussurana Serpentes Colubridae PA
ORDEM/
NOME
ESPÉCIE SUB- FAMÍLIA IUCN IBAMA CITES MG SP RJ PR
VULGAR
ORDEM
Clelia plumbea Mussurana Serpentes Colubridae PA
Clelia rustica Mussurana Serpentes Colubridae PA
Cnemidophorus
Calango Sauria Teiidae EN
lacertoides
Colobodactylus
Sauria Gymnophtalmidae PA
dalcyanus
Colobodactylus
Sauria Gymnophtalmidae PA
taunayi
Colobosaura
Sauria Gymnophtalmidae PA
modesta
Corallus cropanii Serpentes Boidae Ap2 EN
Suaçubóia/
Corallus
cobra-de- Serpentes Boidae Ap2 VU VU
hortulanus
veado
Corallus spp. Serpentes Boidae Ap2
Crocodilurus
Sauria Teiidae Ap2
lacertinus
Dermochelys Tartaruga-de-
Cryptodira Dermochelyidae CR AmEx Ap1 EN VU AmEx
coriacea couro
Diploglossus
Sauria Anguidae PA PA
fasciatus
Dormideira/
Dipsas albifrons Serpentes Colubridae VU
Jararaca
Dormideira/
Dipsas neivai Serpentes Colubridae PA
Jararaca
Ditaxodon
Serpentes Colubridae AmEx
taenianatus
Dracaena spp. Sauria Teiidae Ap2
Drymoluber
Serpentes Colubridae PA
brazili
Echinanthera
Serpentes Colubridae PA
cyanopleura
Ecpleopus
Sauria Gymnophtalmidae PA
gaudichaudii
Elapomorphus
Serpentes Colubridae PA
quinquelineatus
Enyalius perditus Camaleão Sauria Polychrotidae PA PA
Salamanta/
Epicrates
Jibóia-arco- Serpentes Boidae Ap2 VU
cenchria crassus
íris
Jibóia-arco-
Epicrates spp. Serpentes Boidae Ap2
íris
Eretmochelys Tarrtauga-de-
Cryptodira Cheloniidae CR AmEx Ap1 EN VU AmEx
imbricata pente
Eunectes murinus Sucuri-preta Serpentes Boidae Ap2 PA
Eunectes spp. Sucuri Serpentes Boidae Ap2
Geochelone Jabuti/
Cryptodira Testudinidae Ap2 EN
carbonaria Jabutipiranga
Geochelone
Jabuti Cryptodira Testudinidae VU Ap2
denticulata
Gomesophis
Cobra-do-lodo Serpentes Colubridae PA
brasiliensis
Helicops gomesi Cobra d´água Serpentes Colubridae VU
Heterodactylus
Lagarto Sauria Teiidae VU
lundii
Hoplocercus
Calango Sauria Hoplocercidae EN
spinosus
Hydromedusa Cágado-da-
Pleurodira Chelidae VU CR
maximiliani serra
ORDEM/
NOME
ESPÉCIE SUB- FAMÍLIA IUCN IBAMA CITES MG SP RJ PR
VULGAR
ORDEM
Cágado-
Hydromedusa
pescoço-de- Pleurodira Chelidae PA
tectifera
cobra
Imantodes
Dormideira Serpentes Colubridae PA
cenchoa
Kentropix
Calango Sauria Teiidae PA
paulensis
Lachesis muta Surucucu-
Serpentes Viperidae VU AmEx CR EP
rhombeata pico-de-jaca
Lepidochelys Tartaruga-
Cryptodira Cheloniidae EN AmEx Ap1 EN AmEx
olivacea marinha/oliva
Lagartixa-da-
Liolaemus lutzae Sauria Tropiduridae VU VU
areia
Liolaemus
Sauria Tropiduridae VU
occipitalis
Liophis
Serpentes Colubridae VU VU
atraventer
Mabuya caissara Lagarto Sauria Scincidae VU
Melanosuchus
Jacaré-açu Crocodilia Alligatoridae AmEx Ap1
niger
Micrurus
Coral Serpentes Elapidae PA
decoratus
Micrurus frontalis Coral Serpentes Elapidae PA
Paleosuchus
Jacaré-coroa Crocodilia Alligatoridae EN
palpebrosus
Peltocephalus
Cabeçuda Pleurodira Testudinidae VU
dumeriliana
Phalotris
Serpentes Colubridae EN
multipunctatus
Philodryas
Cobra-verde Serpentes Colubridae PA AmEx
arnaldoi
Philodryas
Serpentes Colubridae PA
lividum
Phimophis
Serpentes Colubridae PA
guerini
Phrynops hogei Cágado Pleurodira Chelidae EN AmEx CR VU
Tartaruga-do-
Phrynops rufipes pescoço Pleurodira Chelidae LRnt
vermelho
Phrynops Cágado-
Pleurodira Chelidae LRnt PA
vanderhaegei cabeçudo
Placossoma
Calango Sauria Gymnophtalmidae EN
cipoense
Tartaruga-da-
Podocnemis
cabeça- Pleurodira Pelomedusidae VU Ap2
erythrocephala
vermelha
Podocnemis Tartaruga-da-
Pleurodira Pelomedusidae LRnt Ap2
expansa amazônia
Polychrus
Preguiça Sauria Polychrotidae PA
marmoratus
Pseudoboa
Serpentes Colubridae PA
serrana
Pseustis Papa-
Serpentes Colubridae PA
sulphureus pinto/ovo
Ptycophys
Serpentes Colubridae PA
flavovirgatus
Rachidelus brazili Serpentes Colubridae PA
Sordelina
Cobra-d'água Serpentes Colubridae PA
punctata
Stenocercus Sauria Tropiduridae LRnt
OAP ®
– Consultores Associados
Estudo Ambiental Simplificado - EAS
Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul
ORDEM/
NOME
ESPÉCIE SUB- FAMÍLIA IUCN IBAMA CITES MG SP RJ PR
VULGAR
ORDEM
fimbriatus
Taeniophalus
Serpentes Colubridae PA
perssimilis
Trachemys
Cryptodira Emydidae EN
adiutrix
Tripanurgos
Cobra-cipó Serpentes Colubridae PA
compressus
Tropidophis
Serpentes Tropidophiidae Ap2 PA
paucisquamis
Tupinambis cf.
Teiú Sauria Teiidae Ap1 VU
merianae
Tupinambis cf.
Teiú Sauria Teiidae Ap2 PA
teguixim
Tupinambis spp. Teiú Sauria Teiidae Ap2
Uromacerina
Serpentes Colubridae PA
ricardinii
Xenodon
Serpentes Colubridae AmEx
guentheri
Legenda:
Listas Internacionais:
Lista Nacional:
Listas Regionais:
de Extinção no Estado de São Paulo e dá providências correlatas. 2) Encontro para elaboração da "Lista
de Espécies Ameaçadas da Fauna do Estado de São Paulo". Universidade Federal de São Carlos, 11 a
13 de dezembro de 1996
Paraná: AmEx - Ameaçada de Extinção. * Referência: 1) Morato, S. A. A; Leite, J. C. M. &
Bérnils, R. S. 1995. Répteis. In: Tossulino et al. Lista vermelha de animais ameaçados de extinção no
Estado do Paraná.
5.2.2.3.2. MASTOFAUNA
Em área territorial, o Brasil é o quinto maior país do mundo e o primeiro dentre os países
megadiversos. Nos últimos anos, a classe Mammalia tem sido o grupo mais estudado dos vertebrados.
Apesar disso, em virtude de serem animais de difícil captura e visualização, bem como pelos hábitos
crepusculares, ainda existem muitas espécies desconhecidas.
A diversidade de mamíferos no Brasil atinge números expressivos, constituindo-se numa das maiores
do mundo. Até pouco tempo atrás, eram conhecidas 22 ordens de mamíferos no mundo das quais 11
encontradas no Brasil, representadas por 524 espécies. No Brasil estão representadas 44 espécies de
marsupiais, 19 edentados (tamanduás, tatus), 141 morcegos, 75 primatas, 32 carnívoros, 36 cetáceos e
dois peixes-boi, oito artiodáctilos (dedos em forma de casco) e um perissodáctilo (um casco – eqüino),
165 roedores e um lagomorfo (lebre). Este total representa em torno de 13% de todos os mamíferos do
mundo (Fonseca et al., 1996).
No entanto, segundo Reis et al. (2006) são reconhecidas 658 espécies, representadas por 55 espécies
de marsupiais, 19 xenarthras, 164 morcegos, 98 primatas, 29 carnívoros, 41 cetáceos e dois peixes-boi,
12 artiodáctilos e um perissodáctilo, 235 roedores e dois lagomorfo.
O bioma Mata Atlântica é o que apresenta maior número de espécies (n = 250). Estando a região norte
de Santa Catarina inserida neste bioma. Cherem et al. (2004) descreve 152 espécies de mamíferos
distribuídos em 10 ordens: Chiroptera (60 espécies), Rodentia (54), Cetacea (34), Carnivora (26),
Didelphimorphia (17), Xenarthra (9), Artiodactyla (7), Primates (3), Perissodactyla (1) e Lagomorpha
(1). No entanto, Cimardi (1996) registra 169 espécies. Aproximadamente 23 espécies de marsupiais e
57 espécies de roedores ocorrem nesta região, das quais 39% e 53%, respectivamente, são endêmicas
(Fonseca & Kierulff, 1989).
A Tabela 5.2.2.2 apresenta as espécies da mastofauna ameaçadas em Santa Catarina citdas na Lista
Nacional das Espécies da Mastofauna Brasileira - Ameaçadas de Extinção - IBAMA/2003.
Tabela 5.2.2.2 espécies da mastafauna ameaçadas em Santa Catarina citdas na Lista Nacional das Espécies da
Mastofauna Brasileira - Ameaçadas de Extinção - IBAMA/2003.
Família Nome científico Nome popular Estados
Myrmecophagidae Myrmecophaga tridactyla Linnaeus, Tamanduá-bandeira AC, AM, AP, BA,
1758 DF, GO, MA, MG,
MS, MT, PA, PI, PR,
RO, RR, RS, SC, SP,
TO
Vespertilionidae Myotis ruber (Geoffroy, 1806) Morcego-vermelho PR, RJ, SC, SP
Canidae Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815) Lobo-guará BA, DF, GO, MA,
MG, MS, MT, PR,
RJ, RS, SC, SP, TO
Canidae Speothos venaticus (Lund, 1842) Cachorro-vinagre AC, AM, AP, BA,
DF, GO, MA, MS,
MT, PA, PR, RO,
RR, SC, SP, TO
Felidae Leopardus pardalis mitis (Linnaeus, Jaguatirica AL, BA, CE, DF, ES,
1758) GO, MA, MG, MS,
MT, PB, PE, PI, PR,
RJ, RN, RS, SC, SP,
TO
Felidae Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) Gato-do-mato AL, AM, AP, BA,
CE, DF, ES, GO,
MA, MG, MS, MT,
PA, PB, PE, PI, PR,
RJ, RN, RR, RS, SE,
SC, SP, TO
Felidae Leopardus wiedii (Schinz, 1821) Gato-maracajá AC, AM, AP, BA,
DF, ES, GO, MA,
MG, MS, MT, PA,
PI, PR, RJ, RO, RR,
RS, SC, SP, TO
Felidae Puma concolor capricornensis (Nelson Onça-parda, suçuarana, ES, MG, MS, PR, RJ,
& Goldman, 1929) puma, onçavermelha, RS, SC, SP
leão-baio
Balaenidae Eubalaena australis (Desmoulins, Baleia-franca, baleia- BA, ES, PR, RJ, RS,
1822) franca-austral, Baleia- SC, SP
franca-do-sul
Balenopteridae Balaenoptera borealis (Lesson, 1828) Baleia-sei, baleia- ES, PB, RJ, RS, SC
espadarte
Balenopteridae Megaptera novaeangliae (Borowski, Baleia-jubarte, jubarte AL, BA, CE, ES,
1781) MA, PB, PE, PR, RJ,
RN, RS, SC, SE SP
Physeteridae Physeter macrocephalus (Linnaeus, Cachalote AL, BA, CE, ES, PA,
1758) PB, PE, PR, RJ, RN,
RS, SC, SE SP
Pontoporidae Pontoporia blainvillei (Gervais & Toninha, cachimbo, ES, PR, RJ, RS, SC,
d'Orbigny, 1844) boto-amarelo, SP
franciscana
Cervidae Mazama nana (Hensel, 1872) Veado-bororó-do-sul PR, RS, SC, SP
Muridae Wilfredomys oenax (Thomas, 1928) Rato-do-mato PR, RS, SC
5.2.2.3.3. AVIFAUNA
A América do Sul é considerada o continente das aves, abrigando cerca de um terço das espécies de
aves existentes na terra. No Brasil, ocorrem 1.822 espécies de aves, entre espécies residentes e
visitantes, correspondendo a mais da metade das espécies de aves registradas para a América do Sul,
sendo o segundo país do mundo em riqueza de aves, perdendo apenas para a Colômbia, conforme o
Relatório do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2008).
Deste montante 682 espécies ou 40,66% são assinaladas para a Mata Atlântica, sendo 207
consideradas endêmicas. Dentre as espécies endêmicas, 24,6% constam na lista do IBAMA de fauna
ameaçada. No bioma Mata Atlântica 50 espécies são consideradas Vulneráveis; 32 espécies são
incluídas na categoria em Perigo; e 12 espécies são consideradas Criticamente em Perigo.
O estado de Santa Catarina encontra-se entre os três estados com melhor grau de conservação deste
bioma, no entanto, devido às intervenções ocorridas desde o início de sua ocupação o número de
espécies ameaçadas de extinção vem aumentando gradativamente. Atualmente, o estado catarinense
aponta 34 espécies de aves incluídas na lista da fauna brasileira de espécies ameaçadas de extinção
IBAMA (2003). Um dos grupos com maior risco de extinção é o das aves de rapina, o qual, mesmo
apresentando ampla distribuição, está sofrendo uma drástica redução de seus nichos e,
consequentemente uma diminuição gradativa de suas populações. Além deste grupo, várias outras
espécies quase se extinguiram pela caça, capturas e destruição de habitat, como é o caso do grupo dos
Psitacídeos (araras, papagaios e periquitos).
De acordo com levantamento realizado por Rosário (1996), foram registradas 596 espécies de aves
para o estado de Santa Catarina, das quais 337 ocorreram no ambiente de Floresta Ombrófila Densa,
demonstrando a importância deste ecossistema para a avifauna. Esta formação vegetal é caracterizada
pela sua estratificação, constituída por árvores, arvoretas, arbustos e ervas.
A existência de vários níveis de estrato em uma floresta densa é fundamental na distribuição vertical
da avifauna, permitindo diversas populações explorarem um mesmo ambiente, sem que ocorra
competição.
A Tabela 5.2.2.3 apresenta as espéciesda avifauna ameaçadas em Santa Catarina citdas na Lista
Nacional das Espécies da Mastofauna Brasileira - Ameaçadas de Extinção - IBAMA/2003.
Tabela 5.2.2.3 espécies da avifauna ameaçadas em Santa Catarina citdas na Lista Nacional das Espécies da
Mastofauna Brasileira - Ameaçadas de Extinção - IBAMA/2003.
FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR ESTADOS
Tinamidae Crypturellus noctivagus noctivagus Jaó BA, ES, MG, PR, RJ,
(Wied, 1820) RS, SC, SP
Diomedeidae Diomedea dabbenena (Mathews, 1929) Albatroz-de-tristão, RS, SC, SP
albatroz-de-gough
Diomedeidae Diomedea epomophora Lesson, 1825 Albatroz-real, RJ, RS, SC
albatroz-real-
meridional
Diomedeidae Diomedea exulans Linnaeus, 1758 Albatroz-viajeiro, RJ, RS, SC, SP
albatroz-errante
Diomedeidae Diomedea sanfordi (Murphy, 1917) Albatroz-real- RS, SC
setentrional
A área de estudo divide-se em dois ambientes distintos, sendo a primeira de ocupação urbana (Figura
5.2.2.1), incluindo o bairro Bela Vista, área do Porto de São Francisco do Sul e área da empresa
BUNGE.
BUNGE
Figura 5.2.2.1: Foto aérea mostrando área de estudo contendo ocupação urbana, com
destaque para o Porto de São Francisco do Sul, área parcial do bairro Bela Vista e empresa
BUNGE.
Figuras 5.2.2.2 e 5.2.2.3: A área de estudo situada junto ao estuário da Baía da Babitonga, recebendo influência
direta de sua fauna. Em destaque na Figura 5.2.2.2 o Morro Bela Vista, o qual mantém em sua base o bairro Bela
Vista. Na Figura 5.2.2.3 destaca-se ambiente de praia, nas proximidades do empreendimento.
A ocorrência de grande concentração de grãos junto às vias dá-se pela perda nos vagões e caminhões
ao transportá-los (Figura 5.2.2.6). A grande concentração de grãos propicia à proliferação de insetos e
atua como atrativo a espécies granívoras e insetívoras, destacando-se entre a avifauna o Vanellus
chilensis (quero-quero) (Figura 5.2.2.7), Pitangus sulphuratus (bem-te-vi-de-corroa) (Figura 5.2.2.8),
Troglodytes aedon (corruíra), Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira), Passer domesticus (pardal) (Figura
5.2.2.9) e Bubulcus ibis (garça-vaqueira) (Figura 5.2.2.10).
Figura 5.2.2.6: Grande concentração de grãos junto à Figura 5.2.2.7: Vanellus chilensis (quero-quero),
rodovia, atraindo a fauna local. avistado em bandos alimentando-se junto à ferrovia e
áreas abertas.
Figura 5.2.2.8: Pitangus sulphuratus (bem-te-vi-de- Figura 5.2.2.9: Bando de Passer domesticus (pardal)
coroa). alimentando-se junto à rodovia.
Figura 5.2.2.11 e 5.2.2.12: Didelphis marsupialis (gambá-de-orelha-preta) encontrado morto junto à via ao se
alimentar, pode ser observado a grande quantidade de grãos dentro do estomago.
Figura 5.2.2.13: Rattus rattus (rato-doméstico). Figura 5.2.2.14: Rattus norveginus (ratazana).
Nos ambientes abertos contendo gramíneas são observadas espécies granívoras e insetívoras como
Estrilda astrid (bico-de-lacre), Sicalis flaveola (canário-da-terra-verdadeiro) (Figura 5.2.2.15),
Furnarius rufus (joão-de-barro) (Figura 5.2.2.16), Columbina talpacoti (rolinha-roxa) (Figura
5.2.2.17), Estrilda astrild (bico-de-lacre).( Figura 5.2.2.18), Satrapa icterophrys (suiriri-
pequeno).(Figura 5.2.2.19), Columba livia (pombo) (Figura 5.2.2.20), Crotophaga ani (anu-preto),
Guira guira (anu-branco) (Figura 5.2.2.21), Troglodytes aedon (corruíra), bem como em destaque a
Syrigma sibilatrix (maria-faceira) (Figura 5.2.2.22), Molothrus sp. (chopim) (Figura5. 2.2.23 e
5.2.2.24) e Phimosus infuscatus (tapicuru-de-cara-pelada) (Figura 5.2.2.25).
Figura 5.2.2.15: Sicalis flaveola (canário-da-terra- Figura5. 2.2.16: Furnarius rufus (joão-de-barro).
verdadeiro).
Figura 5.2.2.17: Columbina talpacoti (rolinha-roxa). Figura 5.2.2.18: Estrilda astrild (bico-de-lacre).
Figura 5.2.2.19: Satrapa icterophrys (suiriri-pequeno). Figura 5.2.2.20: Columba livia (pombo).
Figura5. 2.2.21: Guira guira (anu-branco). Figura5. 2.2.22: Syrigma sibilatrix (maria-faceira)
Figura 5.2.2.23: e 5.2.2.24: Molothrus sp. (chopim) em ambientes abertos e junto aos trilhos.
O morro denominado Bela Vista apresenta uma cobertura vegetal arbórea com forte influência
antrópica. Toda a área percorrida apresenta vestígios de trilhas. Além da evidente movimentação de
moradores da região.
A cobertura florestal apresenta-se baixa, com sub-bosque denso, em muitos pontos dominada por
taquaras, indicativo de áreas degradadas.
No topo verifica-se uma área de aproximadamente 1 hectare, cuja vegetação foi suprimida, ficando
apenas em alguns pontos árvores isoladas, encontrando-se neste local, através de levantamentos
anteriores, pegadas de Hydrochoerus hydrochaeris (capivara) (Figura 5.2.2.26), possivelmente
oriunda de áreas com vegetação mais preservada.
Encontra-se na comunidade do bairro Bela Vista, criação de consumo de Anser sp. (ganso) (Figura
5.2.2.27), Gallus gallus domesticus (galinha) (Figura 5.2.2.28), Capra hircus (cabra) (Figura
5.2.2.29) e Sus domesticus (porco) (Figura5. 2.2.30), que são alimentados principalmente com restos
de comida e grãos recolhidos na beira das vias.
O Canis lupus familiares (cão-doméstico) (Figura 5.2.2.31) e o Felis silvestris catus (gato-doméstico)
(Figura5. 2.2.32), são encontrados soltos pelo bairro ou sendo utilizados como animais de guarda. A
presença destas espécies domésticas implica em predação de pequenos espécimes silvestres de ave,
mamíferos e répteis que habitam o ambiente de entorno.
Figura5. 2.2.31: Canis lupus familiares (cão- Figura5. 2.2.32: Felis silvestris catus (gato-doméstico)
doméstico).
São observados com frequência sobrevoando a área de estudo o Caracara plancus (carcará).(Figura
2.2.39), Coragyps atratus (urubu-de-cabeça-preta) (Figura 5.2.2.40) e Fregata magnificens (fragata)
(Figura 5.2.2.41).
Figura 5.2.2.33: Macho de Euphonia chalybea Figura 5.2.2.34: Fêmea de Dacnis cayana (saí-azul).
(bonito-lindo).
Figura 5.2.2.35: Mocho de Dacnis cayana (saí-azul). Figura 5.2.2.36: Tangara cyanocephala (saíra-militar).
Figura 5.2.2.37: Piaya cayana (alma-de-gato). Figura 3.2.2.38: Colaptes campestris (pica-pau-do-
campo).
Figura 5.2.2.39: Caracara plancus (carcará). Figura 5.2.2.40: Coragyps atratus (urubu-de-cabeça-
preta).
As espécies observadas junto à praia com maior frequência são Egretta thula (garça-branca-pequena)
(Figura 5.2.2.42), Larus dominicanus (gaivotão) (Figura 5.2.2.43), Egretta caerulea (garça-azul).
(Figura 5.2.2.44), Phalacrocorax brasilianus (biguá) (Figura 5.2.2.45) e o Megaceryle torquata
(martim-pescador-grande) (Figura 5.2.2.46).
Figura 5.2.2.42: Egretta thula (garça-branca-pequena) Figura 5.2.2.43: Larus dominicanus (gaivotão)
Figura 5.2.2.44: Egretta caerulea (garça-azul). Figura 5.2.2.45: Phalacrocorax brasilianus (biguá).
Figura 5.2.2.49: Distribuição das espécies da herpetofauna (répteis), levantada por ambiente.
O presente estudo observou que devido a proximidade da via com o remanescente florestal e com a
cerca de proteção da empresa BUNGE, não será possível utilizar como medida de proteção dos
animais, cercas no entorno do remanescente florestal, pois estas propiciariam o aprisionamento de
animais que por ventura as ultrapassassem, levando-os facilmente ao atropelamento.
SULIFORMES
PELECANIFORMES
ANSERIFORMES
ACCIPITRIFORMES
FALCONIFORMES
GRUIFORMES
CHARADRIIFORMES
COLUMBIFORMES
PSITTACIFORMES
CUCULIFORMES
Crotophaginae
Guira guira Anu-branco 1, 5; U
Crotophaga ani Anu-preto 1; U
STRIGIFORMES
APODIFORMES
CORACIIFORMES
GALBULIFORMES
PICIFORMES
PASSERIFORMES
1 – Avistamento
2 – Vocalização
3 - Vestígio
4 – Entrevista
5 – Levantamento anteriores
6 – Encontrado morto
CHIROPTERA
DIDELPHIMORPHIA
CINGULATA
PILOSA
CARNIVORA
RODENTIA
Tabela 5.2.2.6: Relação da Classe Reptilia levantada na realizado na área do empreendimento e entorno.
SQUAMATA
LEGENDA: 1 – Avistamento;
2 – Vocalização;
3 – Vestígio
4 – Entrevista;
5 – Rastro;
6 – Levantamentos anteriores
7 – Encontrado morto;
M – Área de mata e borda de mata.
U – Área úmidas e aberta.
Como cidade portuária e de forte desenvolvimento turístico, São Francisco do Sul, com uma área
territorial de 492,973 km2, apresenta uma ocupação preponderantemente urbana.
O Município de São Francisco do Sul, de acordo com os dados do IBGE, apresentava no ano de 2000
uma população de 32.301 habitantes, enquanto que no censo de 2010 alcançou 42.520 (Tabela 5.3.1).
Os dados do IBGE levam em consideração apenas os dados da população fixa, ou seja, aquela
residente no município. Vale lembrar que os dados da população correspondente aos períodos de
temporada não são estimados pelos órgãos federais, no entanto, com bases em dados indiretos, pode-se
considerar que a população chega a triplicar nesses períodos. Este acréscimo ocorre nos meses de
dezembro a fevereiro, período de veraneio.
Baseado nos números do IBGE pode-se afirmar que em uma década São Francisco do Sul apresentou
um crescimento populacional de 31,63% com uma taxa média de crescimento populacional na ordem
de 3,16% ao ano.
Crescimento populacional na década entre 2000 e 2010, de São Francisco do Sul comparado ao Estado
de Santa Catarina e ao Brasil pode ser visto na Figura 5.3.1, a seguir:
Densidade Demográfica
Como São Francisco do Sul tem uma área de 492,973 km² e sua população é de 42.520 habitantes,
conforme dados do censo 2010 do IBGE, sua densidade demográfica é de 86,25 hab/km². Durante as
férias de verão, a presença de veranistas e turistas eleva a densidade populacional para algo em torno
de 229,04 hab/km².
Em São Francisco do Sul, quanto aos aspectos econômicos, a agricultura perdeu espaço para as
atividades ligadas ao porto e as atividades correlatas, de beneficiamento para embarque, de serviços
voltados ao comércio exterior, e pequenas oficinas e estaleiros. Dessa forma, o município passou por
um acelerado processo de urbanização, tornando a cidade um importante centro de desenvolvimento
econômico cujo potencial relaciona-se diretamente com a atividade portuária.
Historicamente, as atividades agrícolas no município, ainda que em proporções bem mais modestas
em relação ao restante do país de então, desenvolveram-se nos moldes da colonização portuguesa,
baseada no trabalho escravo, na monocultura e com a formação de grandes engenhos. O fim do
trabalho escravo causou uma profunda crise no modelo vigente, transformando em caráter
praticamente decisivo, a vocação do município de São Francisco do Sul.
Ainda no contexto do setor primário, deve ser destacado o papel da maricultura. No município, cita-se
a Associação de Maricultores Comunitários do Bairro de Paulas (AMACOP), em São Francisco do
Sul. A idéia do cultivo de marisco surgiu durante o período de defeso, quando a pesca é interrompida.
Cada 2,5 quilos de sementes de marisco chegam a 50 quilos de molusco adulto depois de
aproximadamente meio ano. A produção de outros moluscos como a ostra também é vislumbrada
pelos maricultores. O marisco se adapta bem na baía, onde a profundidade é de mais ou menos quatro
metros. Para a ostra, porém, exige-se uma profundidade maior. Estuda-se ainda a produção de algas e
vieiras (uma espécie de molusco em formato de concha).
No entanto, a proximidade com importantes centros urbanos estaduais se caracterizou como um fator
de limitação a expansão em grande escala da atividade comercial, cujo mercado foi absorvido por
estes centros. Em termos de absorção de mão-de-obra, as atividades terciárias se mostram como as que
potencialmente vêm absorvendo uma parcela cada vez maior da mão-de-obra disponível.
Especialmente no setor de serviços, destacam-se as atividades ligadas ao lazer, à cultura e ao turismo.
No Município, estas vêm apresentando um expressivo desempenho positivo, sendo o poder público
municipal grande incentivador do turismo na Baía da Babitonga e em suas ilhas. A cultura açoriana,
também presente no município, as ruínas da ocupação francesa e outros monumentos históricos são
atrativos que são valorizados, juntamente com o turismo nas ilhas, como importantes fatores para o
desenvolvimento desta atividade no município.
De maneira geral, as indústrias, o comércio e os serviços em São Francisco do Sul tiveram seu
desenvolvimento influenciado pelo porto, que facilitou a circulação de mercadorias, e contribuiu para
o estabelecimento de algumas indústrias que produziam alimentos, materiais de transporte, produtos
metalúrgicos e de madeira.
produtivas. Até certo ponto, estes fatores podem ser relacionados ao crescimento conjunto dos três
setores econômicos de forma aparentemente equilibrada.
Tais fatores, aliados a diversos outros e de acordo com as especificidades de cada região, contribuíram
para o grande desenvolvimento agroindustrial do sul. Nos dias atuais, é grande a importância da
produção agrícola da região no contexto nacional, tanto em relação ao suprimento do mercado interno
como em termos de produtos destinados à exportação.
No entanto, especificamente em São Francisco do Sul, o setor primário não teve o mesmo papel do
que nas demais áreas do estado. Historicamente, as atividades agrícolas no município, ainda que em
proporções bem mais modestas em relação ao restante do país, desenvolveram-se nos padrões da
colonização portuguesa, fundamentado no trabalho escravo, na monocultura e com o desenvolvimento
de grandes engenhos. O término do trabalho escravo causou uma profunda crise no modelo vigente,
transformando em caráter praticamente decisivo, a vocação do município de São Francisco do Sul.
Paralelamente a crise no setor primário, as atividades ligadas ao porto mantiveram seu ritmo de
crescimento, atraindo parte do capital antes empregado nos engenhos. Portanto, a partir do final do
século XIX, a economia municipal passou a ter como centro dinâmico o porto e as atividades
correlatas.
Deve-se destacar a recente evolução da maricultura na região, que vem se tornando progressivamente
uma das principais atividades primárias no litoral catarinense e que encontra na Baía da Babitonga um
local extremamente favorável.
A Baía da Babitonga envolve 35 localidades de pesca. A grande maioria dos pescadores artesanais de
Santa Catarina exerce sua atividade de captura nas baías, lagoas e estuários, utilizando-se embarcações
de pequeno porte e aparelhos de eficiência limitada.
São Francisco do Sul possui 23 comunidades: Baía da Babitonga, Capri, Enseada, Estaleiro do Norte,
Forte, Frias, Iperoba, Itaguaçu, Laranjeiras, Linguado, Paulas, Paum, Ponte Branca, Porto do Rei,
Praia do Marquinho, Praia do Mota, Prainha, Reta, Ribeira, Rocio Grande, Sandra Regina, Ubatuba e
Vila da Glória, conforme as Figuras 5.3.2 e 5.3.3.
Principais peixes capturados em São Francisco do Sul: Baiacu, badejo, bagre, bijupirá, cações,
caranha, carapeba, carapicu, caratinga, corvina, enchova, espada, garoupa, gaivira, linguado, mero,
miraguaia, pampo, papa-terra, parati, paru, pescada, raia, robalo, saguá, sardinhas, sororoca, tainha,
tainhota, xerelete. Crustáceos capturados: Camarão-branco, camarão-rosa, camarão-sete-barbas,
caranguejo, siri. Moluscos pescados: Berbigão, marisco, mexilhão, ostra.
Destaca-se que a principal estrutura de apoio náutico da comunidade pesqueira é o Atracadouro Paulas
localizado junto à região de maior concentração de pescadores.
- Maricultura
Atualmente, Santa Catarina destaca-se na Maricultura como primeiro produtor nacional de mexilhões
cultivados.
As pesquisas com mexilhões começaram em 1986 pela UFSC, através do Laboratório de Mexilhões.
Em 1989, a UFSC e a ACARPESC, atual EPAGRI, levaram a tecnologia de cultivo de mexilhões para
as comunidades pesqueiras com a introdução de cultivos experimentais. constatou-se também um
grande potencial em cultivo de ostras. Com os resultados positivos desses experimentos, houve um
grande incremento da atividade, que a cada ano aumenta o número de maricultores.
Entre os anos de 1970 e 1980 os setores que apresentaram melhor desempenho foram o metalúrgico e
materiais de transporte, ambos vinculados às atividades portuárias. Nos demais setores observou-se
uma relativa estabilidade, ocorrendo retrações nos setores de vestuário e de produtos alimentares.
O porto é o principal fator de crescimento econômico do município, que tem sua história marcada
pelas atividades a ele relacionadas. Trata-se do setor mais moderno e dinâmico, capaz de imprimir e
ditar o ciclo econômico municipal. Sua expansão e consequentemente, sua retração - torna-se uma
variável fundamental na determinação nos níveis de investimentos, de emprego e de renda municipal.
A construção do Porto teve início em 1945 e a inauguração ocorreu em Julho/1955, com a construção
dos Cais 1 e 2, que tinham 550 m de extensão e 2 (dois) armazéns com 4.000 m2 cada. Em
Novembro/1955 foi criada a Administração do Porto de São Francisco do Sul (APSFS) que é uma
autarquia Estadual (APSFS, 2005a).
No final da década de 1970, o Porto foi impulsionado pela instalação de dois terminais, sendo um da
PETROBRÁS (Tefran) e outro da antiga COCAR, atual CIDASC (Companhia Integrada de
Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina), que operavam respectivamente com petróleo e grãos.
Logo depois, nos anos 80, houve um crescimento bastante significativo, em função de investimentos
em equipamentos e na construção de um pátio para contêineres, porém, no início da década de 1990
houve uma descontinuidade nesse crescimento, devido aos baixos investimentos (APSFS, 2005a).
A partir de 1994, ocorreu o chamado Salto da Década de 1990, com a retomada do crescimento e a
procura dos agentes importadores e exportadores pelo Porto de São Francisco do Sul, em face de sua
localização privilegiada. Esse fato resultou na sobrecarga da área retroportuária, dos berços de
atracação e dos equipamentos, e contribuiu para que a APSFS desse nova dinâmica às atividades
portuárias, sem prejuízo às suas principais características (baixos custos, produtividade e rapidez no
atendimento) (APSFS, 2005a).
O acesso aquaviário ao porto se dá através de um canal balizado por sinalização adequada que tem 1,5
MN (milha náutica) de extensão e largura mínima de 150 m. Na entrada da Baía da Babitonga são
observadas profundidades navegáveis que variam entre 13 e 14 m.
O Porto de São Francisco do Sul conta, atualmente, com cinco berços de atracação, os quais totalizam
975 m de cais acostável, sendo as especializações dos berços distribuídas da seguinte forma:
- BERÇO 101: opera com granéis sólidos (grãos e farelos) e líquidos (óleos vegetais);
- BERÇO 102: opera exclusivamente com navios de contêiner, mas pode atender, em caráter
excepcional, a navios de carga geral;
- BERÇO 301: berço privado de múltiplo uso, pertencente à empresa TESC. Atende de forma
complementar aos navios de contêiner, bobinas de aço e carga geral.
No acumulado das exportações o aumento foi de 29% em relação ao mesmo período de referência. De
2.509.758 para 3.231.614 toneladas.
Entre as mercadorias que se destacaram em resultados percentuais, estão: o milho em grãos com
avanço de 171%, de 37.300 para 100.906 toneladas; o óleo de soja 93%, de 59.000 para 114.000
toneladas e a soja em grãos 85%, de 1.214.153 para 2.241.677 toneladas.
Nas importações (de janeiro a junho), o acréscimo foi de 3%, de 643.448 para 661.697 toneladas.
Quanto ao movimento mensal de mercadorias, os resultados também são positivos, com uma
vantagem de 17% sobre o mês de junho do ano passado, de 801.584 para 939.192 toneladas.
As exportações subiram 16%, de 483.938 para 562.428 toneladas, com destaque para a soja em grãos
que avançou 66%, de 239.687 para 396.838 toneladas.
Observa-se a grande variedade de produtos movimentados, indicando uma diversificação dos negócios
que circundam o porto. Atividades satélites desenvolvem-se mediante a demanda por serviços
especiais ligados ao transporte, acondicionamento, beneficiamento e embalagem, bem como os
serviços de despachos e de comércio interno e internacional. Tais atividades trazem mais dinamismo à
economia municipal, em um processo que perdura praticamente desde a fundação da cidade.
Desta forma, as atividades ligadas ao Porto de São Francisco do Sul se configuram como centro
dinâmico da economia municipal, estreitando-se, ao longo de seu processo de desenvolvimento, os
laços intersetoriais entre as unidades produtivas atuantes no município.
- Sistema Viário
O acesso rodoviário para a Ilha de São Francisco se faz através da BR-280, ligando-se à rodovia BR-
101 no município de Araquari. A rodovia SC-301 segue da cidade de São Francisco para nordeste,
levando às praias de Ubatuba e Enseada.
Outras vias importantes são as estradas SFS-100, SFS-457 e SFS-030, que não possuem pavimentação
asfáltica, dando acesso à Praia Grande, à localidade da Tapera e à Praia do Ervino, respectivamente.
A rodovia BR-280 é a principal rodovia do município de São Francisco do Sul, partindo do Porto de
São Francisco do Sul, cruzando a BR-101 e seguindo em direção à Jaraguá do Sul, distante
aproximadamente 60 km, se encontrando com a BR-116.
Segundo estimativas do DER-SC, citadas em DTA (2002), no trecho entre o Porto de São Francisco
do Sul (BR-280) e a BR-101, o fluxo é sobrecarregado, excedendo, já no ano de 2000, o volume
médio diário de 10.000 veículos e apresentando falta de manutenção e restauração.
A seguir, a Tabela 5.3.2 mostra a frota de veículos atual de São Francisco do Sul.
A ferrovia FSA-280 (Figura 5.3.5) liga o Porto de São Francisco ao município de Porto União (leste-
oeste), conectando-se à ferrovia FSA-16 (norte – sul). Tem nas suas proximidades os aeroportos de
Joinville, distante 60 km e o de Navegantes, que fica a 100 km.
- Rede de Água
Na Ilha de São Francisco, o regime hidrográfico consiste de rios perenes pertencentes à Vertente
Atlântica, os quais drenam os terrenos cristalinos do Escudo Catarinense no setor ocidental, e os
terrenos sedimentares da planície costeira adjacente. A maioria dos rios da Ilha apresenta-se em forma
de meandros livres de baixa e média sinuosidade, e desembocam nas águas da Baía da Babitonga, do
Canal do Linguado e no Oceano Atlântico.
A rede de drenagem é constituída por cerca de dez rios, sendo que o rio principal é o Acarai, que se
localiza na porção Centro-Norte da Ilha e se desloca na direção nordeste, numa extensão de 19 km,
desde a nascente até a sua foz, que está na Praia da Enseada.
Apesar de o município estar localizado numa região de boa pluviosidade, na sua parte insular não
existem bacias capazes de acumular ou contribuir com volumes hídricos significativos para o
abastecimento público, fato que ocorre em virtude das reduzidas extensões territoriais das bacias
hidrográficas de São Francisco do Sul.
Em razão de limitações na capacidade de oferta de água pelos mananciais localizados na Ilha e com o
objetivo de atender satisfatoriamente as demandas do município, em especial dos balneários nos
períodos de veraneio, houve a necessidade de se construir um sistema de adução submerso na Baía da
Babitonga, o qual possibilita a suplementação de água pelos mananciais da porção continental do
município e é de suma importância para garantir o atual abastecimento de água. Com a conclusão
dessa obra, o suprimento de água da população francisquense passou a ser feito por 5 mananciais, dos
quais 3 se localizam na porção insular (Rios Cardoso, Laranjeiras e Olaria) e 2 na porção continental
(Rio da Rita e Rio Alegre).
O Setor de Saneamento em São Francisco do Sul sempre foi administrado pelo próprio município,
através do SAMAE (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto), criado em 1968. O mesmo vem
concentrando esforços nos sistemas de tratamento e abastecimento de água, através de intervenções
que visem a melhoria da qualidade de seus processos produtivos.
Atualmente, o tratamento da água de abastecimento de São Francisco do Sul é feito na ETA-SFS, com
capacidade total de tratamento de 120L/s. Na temporada de verão (veraneio), ou seja, no período
compreendido entre Dezembro e Fevereiro a estação trabalha acima de sua capacidade nominal de
tratamento, atingindo até 180L/s.
Rio Cardoso
A Estação de Tratamento de Água de São Francisco do Sul (ETA-SFS) apresenta estrutura adequada
para o controle operacional, bem como para a qualidade da água produzida. Um sistema de automação
faz leituras on time do pH da água bruta e regula automaticamente a dosagem de Cal (primário) a ser
aplicada para a correção do pH de entrada. Esse sistema de automação monitora os níveis dos
reservatórios, as vazões de entrada e de saída da ETA, o consumo real de cada sistema e as bombas e
inversores de frequência. Na ocorrência de anormalidades e falhas no sistema, os operadores são
alertados através de alarme.
- Sistema de Drenagem
A drenagem no Centro Histórico dirige-se diretamente à baía através de pequenos córregos ou galerias
pluviais.
As áreas dos baixios são drenadas também diretamente na Babitonga através de dois valos que
margeiam a estrada de ferro, um no sentido norte, outro no sentido oeste. As áreas próximas ao anel
viário da BR-280 são drenadas pelo Rio Monte de Trigo, que deságua em Paulas, ao Norte; e à
sudoeste o córrego Olaria drena a zona mais ao sul da cidade.
Na região dos balneários a rede é precária e em Ubatuba é jogada diretamente ao mar. Na região de
Enseada, as redes ou são lançadas no mar ou no Rio Acaraí, que deságua também no mar.
- Coleta de Lixo
Existe sistema de coleta de lixo em toda a área urbanizada. A coleta ocorre diariamente no verão e no
inverno três vezes por semana nos balneários.
- Transporte Coletivo
São Francisco do Sul possui dois terminais rodoviários; um na Avenida Nereu Ramos, Próximo ao
Hospital e outro no Balneário de Enseada, próximo a extremidades dos molhes da Petrobras. Nenhum
dos dois possui infraestrutura satisfatória.
- Energia Elétrica
A região de São Francisco do Sul é alimentada por duas linhas principais de transmissão de energia
elétrica, sendo uma de 230 kV, que abastece a Vega do Sul e a Petrobrás, e outra de 69 kV, que
abastece a área urbana, onde através de 3 alimentadores situados em Ubatuba redistribuem a energia
para as praias.
- Gasoduto SC-GAS
A região de São Francisco do Sul está atualmente servida de gás natural por meio do gasoduto da
Companhia SC-GÁS.
- Saúde
A rede de saúde do município de São Francisco do Sul é deficiente devido ao aumento considerável na
população nos meses turísticos. A Tabela 5.3.3 mostra o número de estabelecimentos por tipo.
Tabela 5.3.3: Número de estabelecimentos por tipo de prestador segundo tipo - Dez/2009.
A rede de atendimento suporta com dificuldades, nos meses de verão, a demanda acrescida pelos
turistas que visitam o município. Diante disso, o sistema deverá dispor de capacidade superior à
requerida pela população residente. Também vale acrescentar que o município possui vários
programas na área da saúde, como de Saúde Bucal, Vacinação, Preventivos (Câncer, AIDS, Drogas,
etc.), Pré-natal e outros. A Figura 5.3.7 mostra o Hospital de São Francisco do Sul.
- Corpo de Bombeiros
O Corpo de Bombeiros atende entre 1.000 e 2.000 casos clínicos (tal como acidentes de trânsito,
ataques cardíacos, convulsões, etc.) que se concentram especialmente nas sextas-feiras, sábados e
domingos. Na temporada registra-se de 6 a 7 casos de afogamento de banhistas por semana.
- Polícia Civil
O atendimento da polícia civil é realizado pela delegacia da comarca de São Francisco do Sul (Figura
5.3.8). As principais ocorrências são sobre furto de veículos, arrombamentos, calúnia, difamação,
agressão, apropriação indébita, uso e tráfico de drogas e roubos.
São Francisco do Sul se encontra inserida no contexto turístico, constituído por diversificada rede
hoteleira.
- Comércio Local
- Zoneamento
O território do Município de São Francisco do Sul possui seu zoneamento definido pela Lei Municipal
nº 763, de 22 de abril de 1981, a qual define as atividades e usos permissíveis em cada uma das áreas e
zonas então definidas, inclusive estabelecendo as intensidades da utilização do solo.
O perímetro urbano engloba o Centro Histórico e suas adjacências, seguindo para o norte, envolvendo
os balneários de Capri, Itaguaçu, Ubatuba, Enseada e Prainha, seguindo pela orla da Praia Grande ao
extremo sul da Ilha. O Distrito Industrial foi estabelecido ao longo da rodovia BR-280, entre o Canal
do Linguado e a área urbanizada nos arredores da sede do município. O restante da área é considerado
Zona Rural.
O empreendimento está localizado na área urbana vizinha ao Porto, denominada de comunidade Bela
Vista ou do Rabo Azedo (Figura 5.3.14) e encontra-se na Zona Portuária ZP1, conforme Lei 763/81 e
Lei 587/07
Segundo o art. 17 da Lei 763/81 (alterada pela Lei 587/07), a Zona Portuária ZP visa estimular,
concentrar e agrupar atividades comerciais, industriais e de serviços, principalmente voltadas a função
portuária.
- Uso e Ocupação
Na Ilha de São Francisco predominam as áreas cobertas por florestas nativas. As alterações antrópicas
ocorrem ao longo da ilha, destacando-se as áreas urbanizadas, próximas à orla, principalmente nos
setores norte e nordeste, e as atividades agrícolas, no centro e sul da ilha. Pode-se citar, também, a
ocorrência de manguezais e corpos hídricos importantes.
As áreas cobertas por vegetação são representadas por diversas tipologias florísticas, ocorrendo desde
a vegetação de restinga, ao longo da Praia Grande, até a Floresta Ombrófila Densa, nos morros da
região, com destaque para o conjunto de elevações conhecido como Morro da Palha. Outra formação
florestal importante, também do Domínio da Mata Atlântica, são os manguezais, que ocorrem em
manchas ao longo de toda a orla interna da ilha, na Baía da Babitonga, e também no Canal do
Linguado.
Na Baía de Babitonga, os maiores manguezais situam-se no rio Jacutinga, com forma estreita e
alongada e vizinha a uma área de silvicultura. Outro manguezal significativo situa-se no rio Monte de
Trigo, também estreito, seguindo o curso do rio. Na porção norte da Ilha, o manguezal apresenta-se
degradado.
No Mapa 05 - Uso e Ocupação do Solo podem ser observadas as áreas urbanizadas e as áreas com
vegetação remanescente na região do empreendimento.
A comunidade do morro Bela Vista, localizada em área do Porto de São Francisco do Sul, formou-se
nos últimos 25 anos, através de invasões.
A maioria das residências do bairro Bela Vista é de madeira com área construída pequena. O tipo de
ocupação é característico de habitacional para população de baixa renda. Os terrenos com mais de
1.000m² indicam utilização não apenas residencial.
Muitas das áreas invadidas estão locadas para terceiros, ou seja, alguns proprietários possuem mais do
que um imóvel; outros não residem no local e muitos residem em habitação locada ou cedida,
indicando que as ocupações não tem hoje apenas a função de suprir a necessidade de habitação para
famílias de baixa renda.
Cerca de 90% dos domicílios têm ligação de rede elétrica e abastecimento de água, mostrando que a
comunidade conta com infraestrutura básica de habitação. Contudo, não há na comunidade escola nem
creche, sendo que a Prefeitura oferece serviço de transporte escolar. A demanda da saúde é assistida na
unidade de atendimento central do Município.
As profissões que se destacam na comunidade são: portuário / estivador; construção civil, pintor,
eletricista, pedreiro, diarista / doméstica e autônomo, apontando ser uma população que desenvolve
serviços de baixa especialização, contratados no próprio Porto ou no centro da cidade.
O reassentamento da comunidade do bairro Bela Vista e a consequente liberação do espaço por ela
ocupado é de vital importância para o futuro do Porto de São Francisco do Sul, pois a área em questão
corresponde a única possibilidade viável para a expansão das atividades portuárias, hoje totalmente
comprometida pela absoluta ausência de alternativa para atendimento ao crescimento do Porto.
Todo o processo de identificação e relocação das famílias atingidas pelo empreendimento deverá ser
acompanhado pelos órgãos da Prefeitura Municipal responsáveis pelas questões de bem estar social e
pela própria comunidade. Além disso, as novas áreas a serem ocupadas deverão dispor de
infraestrutura adequada para receber os moradores.
Por conta do processo de licenciamento ambiental das obras do Terminal de Granéis de Santa Catarina
- TGSC junto ao IBAMA, a maioria das famílias que ocupavam a área do TGSC já foram removidas e
suas casas retiradas, como pode ser observado na Figura 5.3.16 a seguir.
A relocação da comunidade Bela Vista contribuirá, além da liberação da área para o desenvolvimento
portuário, para a eliminação dos riscos ambientais e sociais aos quais estão expostos os seus
habitantes.
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Convenções
Sistema Viário
Hidrografia
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CLUBE
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RECREATIVO
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BUNGE
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PORTO DE SÃO
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Datum Horizontal: SAD 69
Datum Vertical: Marégrafo Imbituba/SC
Agosto/2012
Escala Gráfica
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D Prefeitura Municipal de São Francisco do Sul, 2007. Base Cartográfica extraída da Ortofotocarta Digital
do
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do município de São Francisco do Sul, Escala 1:2.000. Ortofotos com Escala de Vôo :10.000. Executado
Al por: Aeroconsult Aerolevantamentos e Consultoria Ltda, ano de 2007. Imagem de Satélite Landsat 2002.
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Anel Rodoferroviário do Porto de São
CENTRO Francisco do Sul
HISTÓRICO
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PORTOS
CLUBE
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Estudo Ambiental Simplificado - EAS
Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul
São Francisco do Sul é o município mais antigo do Estado de Santa Catarina, havendo indicação da
chegada dos primeiros europeus em 1504, no navio Espoir, comandado pelo francês Binot Palmier de
Gonneville, apesar de controvérsias a respeito (Santos, 1974: 20). Ainda no século XVI, tem-se
registros sobre passagens de estrangeiros na região da Baia da Babitonga. Um dos registros no litoral
norte refere-se ao português Aleixo Garcia que, em 1524, teria adentrado o rio Itapocu em direção a
Peabiru, caminho de ligação entre o Atlântico e os Andes, considerado “a porta de entrada do sertão”
(Bueno, 1998: 143). Em 1541, Alvarez Nunes Cabeza de Vaca, então representante do rei espanhol
Carlos V, percorreu o mesmo trajeto, a partir da foz do rio Itapocu (Luz, 2000: 26-7).
Esses primeiros relatos de entradas via litoral, assim como a povoação da Baia da Babitonga, têm sido
importantes pontos de partida para o estudo da ocupação da região tanto no período colonial quanto
naquele considerado como “pré-histórico”, especialmente para o reconhecimento do patrimônio
arqueológico nacional.
1
Antes do Presente, que por convenção internacional tem como referência o ano de 1950.
madeira, pedra, osso, fibra e concha. Verdadeiros marcos na paisagem, os sambaquis foram
construídos para moradia, sepultamento de mortos, realização de rituais.
Reconhecido por sua “monumentalidade”, “Sambaqui é um tipo de sítio arqueológico que apresenta
formas e dimensões diversas, geralmente colinares e com destaque nas planícies costeiras, edificado
intencionalmente através de técnicas específicas que incluíam o uso intensivo principal de conchas de
moluscos para a formação de aterros, resultando em um espaço multifuncional [...]” (Oliveira, 2000:
37).
As esculturas em rocha são conhecidas como zoólitos (zoo = animal; lito = pedra) e em osso,
zoósteos. A maioria delas foi confeccionada em rocha e tem forma de animal; mais raras são as
antropomorfas. São pouco mais de 200 peças encontradas em sítios no litoral desde o estado de São
Paulo até o Uruguai. Desse conjunto, o pesquisador André Prous reconheceu duas categorias
estilísticas: uma naturalista, reproduzindo a forma do animal de maneira que em algumas peças é
possível identificar a espécie, e outra, geométrica, com esculturas bastante estilizadas, em formas de
cruz, nucleares ou triangulares (Gaspar, s/d). Em comum, a maioria apresenta uma concavidade
ventral ou lateral, cuja função não é conhecida, havendo conjecturas sobre o seu uso em atividades
rituais. Em osso são conhecidas poucas esculturas e bastões adornados com figuras de animais.
No litoral norte de Santa Catarina uma importante coleção está em guarda permanente no Museu
Arqueológico de Sambaqui, e representa mamíferos, peixes e aves.
Os sambaquis, por sua vez, vêm sendo reconhecidos como marcadores de territórios. Até a década de
1980, esses sítios eram considerados resultantes do acúmulo de conchas e outros resíduos da
alimentação que, acreditava-se, era predominantemente baseada em moluscos. Pesquisas iniciadas no
final dessa década revelaram que o peixe tinha importância maior do que os moluscos na dieta
alimentar (Figuti, 1993). Além disto, estudos sobre processos de formação desses montes indicaram
que espessas camadas de conchas foram deliberadamente construídas sem que os moluscos tivessem
sido consumidos e sem outros vestígios que indicassem deposição não intencional (Afonso & Blasis,
1994). Outro aspecto relevante é que essas plataformas estão construídas em locais estratégicos, tanto
em áreas planas associados à desembocadura de cursos d’água quanto em encostas de elevações.
No litoral norte de Santa Catarina, há sambaquis sobre cordões de dunas (em toda a faixa leste da ilha
de São Francisco), sobre costões rochosos (sambaqui Enseada I), em encostas de morros (Forte
Marechal Luz, Morrete da Praia Grande), próximos a cursos de água (rios Acarai, Monte de Trigo,
Capivaru, Cubatão, Paranagua-mirim, Areias Pequenas, Areias Grandes, Perequê) e às margens da
baía da Babitonga e canal do Linguado (Alves & Martins, 2006).
Associadas aos sítios tipo sambaqui são encontradas poucas oficinas líticas, no litoral norte de Santa
Catarina. Esse tipo de sítio caracteriza-se por apresentar depressões alongadas, ovaladas e circulares
em um afloramento rochoso que servia de base para o polimento (acabamento) de peças ou afiamento
de instrumentos de trabalho como lâminas de machado, por exemplo (Rohr, 1984. Oliveira, 2001). No
litoral norte são conhecidas oficinas em Itapoá (Itapoá I e II), São Francisco do Sul (Ilha
Guaraqueçaba, Iperoba II, Enseada I), Joinville (Lagoa do Saguaçú II, Caieira) e Barra Velha (Ponta
dos Náufragos) (MASJ, 2010).
Tem-se, ainda, registros de outras duas populações, denominadas pela Arqueologia como Tradição
Itararé e Tradição Guarani, produtoras de artefatos cerâmicos.
A segunda população a ocupar o litoral norte teria sido a Itararé. Assim como os construtores de
sambaqui, no litoral norte essa população tinha sua economia de subsistência baseada na pesca, coleta
e caça. “Vinculados às populações Gê que viviam na região entre o litoral e o planalto, conhecidos
como Xokleng, bugres ou botocudos” (Bandeira, 1999: 6), muito provavelmente chegaram ao litoral de
Santa Catarina por volta do ano 1.000 d.C2.
Seus sítios são denominados por alguns arqueólogos como “acampamentos” encontrando-se, no litoral
norte do Estado, remanescentes de seus assentamentos sobre sambaquis (Idem, 1997; 1999). Já os
sítios cerâmicos geralmente são “rasos”, de pouca espessura e não se destacam na paisagem. Seu
principal elemento identitário é a presença de artefatos, e/ou fragmentos de artefatos, feitos de barro
cozido, em meio a um solo com manchas escuras, com carvão (Rohr, 1984: 84). O tipo de cerâmica
encontrada associa esses sítios aos grupos denominados como Tradição Taquara-Itararé. Essa
cerâmica caracteriza-se por sua morfologia (vasilhames pequenos, paredes finas), tratamento de
superfície (alisada, polida) e de coloração escura (Bandeira, 2004. Bandeira & Alves, 2008). Podem,
ou não, estar associados a populações que já dominavam a produção de alimentos vegetais (os
horticultores).
Apesar dos levantamentos arqueológicos realizados, no território que margeia a Baia da Babitonga,
apenas sete sítios apresentam cerâmica desta Tradição, ambos em camadas superiores de sambaquis
(Forte Marechal Luz, Enseada I, Bupeva II em São Francisco do Sul, Rio Pinheiros II em Balneário
Barra do Sul, Ilha do Mel III em Araquari, Ponta das Palmas e Itacoara em Joinville).
No planalto essa população está associada aos sítios arqueológicos tipo estruturas subterrâneas e
aterros. Conhecidos popularmente como “buracos de bugre”, as estruturas podiam ser “casas” ou
“galerias”. Segundo Rohr “a dispersão geográfica das casas subterrâneas é muito grande, tendo sua
presença sido assinalada nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná” (1984: 81).
Esses sítios caracterizam-se por depressões no terreno, remanescentes de espaços cavados com
diâmetros variando entre 2m e 20m e com profundidade de até 6m (Bastos & Teixeira, 2008: 36). As
formas podem ser elipsoidais ou circulares, em sua maioria, e a datação encontra-se por volta de 1.000
anos AP.
Associados a essa população ceramista, além dos registros de ocupação de topos de sambaquis, no
litoral norte do Estado estão registradas três estruturas tipo casas subterrâneas e um aterro na bacia do
rio Cubatão (Ambiental, 1989) e mais três dessas estruturas em elevações localizadas em áreas planas,
próximas da BR-101 (Brochier, 2004).
Sítios arqueológicos da etnia Guarani, do período pré-colonial ou de contato, não foram localizados
nas imediações da baía da Babitonga. Bandeira (2004), em sua tese de doutoramento, analisou os sítios
arqueológicos remanescentes de grupos ceramistas na região e encontrou ocupação por população de
Tradição Guarani apenas na bacia do rio Itapocu (Sítio Cerâmico Poço Grande). A população nativa
existente quando da chegada dos europeus à região não está devidamente identificada, embora a
literatura disponível associe essa população aos “carijós” e/ou Guarani.
A população de Tradição Guarani ocupava todo o litoral catarinense, tendo a horticultura como
economia de subsistência, complementada pela caça, pesca e coleta. Apresentam vestígios cerâmicos
com morfologia e decorações bastante diversificadas (Brochado & La Salvia, 1989 apud Montardo et
2
Depois de Cristo.
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Estudo Ambiental Simplificado - EAS
Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul
al, 1996). Devido ao aprisionamento e a alta mortalidade provocada pelo contato com os europeus, ao
final do século XVII, sua população havia desaparecido da costa (Santos, 1974: 32).
Além desses sítios, são conhecidos dois abrigos sob rocha cuja afiliação cultural não está esclarecida.
Abrigos são, de fato, estruturas naturais que serviram como locais de moradia, de cerimoniais ou para
enterramentos de membros do grupo. No litoral norte é conhecido apenas um abrigo na bacia do
Cubatão (sítio Salto do Quiriri I, conforme Ambiental, 1989) e um segundo, na ilha de São Francisco
(Alves, 2003). Este último abrigo está localizado em um morrete, na Praia Grande, em local com alta
densidade de sambaquis e provavelmente está vinculado à população sambaquiana, pois apresenta piso
de conchas de moluscos (predominando Anomalocardia brasiliana).
A chegada dos europeus ao continente americano alterou drasticamente o equilíbrio do meio ambiente,
inclusive dos grupos humanos. O litoral norte de Santa Catarina despertou o interesse desses viajantes,
principalmente pela segurança e recursos encontrados na baía da Babitonga. Durante o século XVI e
primeira metade do século XVII, a região foi “visitada” por espanhóis e portugueses, entre outros,
interessados no aprisionamento de nativos para serem vendidos como escravos e no abastecimento de
seus navios, em trânsito entre a Europa e a bacia do Prata (Santos, 1974). Binot Paulmier de
Gonneville teria sido o primeiro europeu a aportar na baía da Babitonga, em 1504 (idem: 20).
Posteriormente, há registros sobre a passagem do português Aleixo Garcia, em 1524 (Bueno, 1998:
143) e Alvarez Nunes Cabeza de Vaca, em 1541 (Luz, 2000: 26-27).
Em meados do século XVI, no litoral de Santa Catarina, então palco da disputa entre portugueses e
espanhóis pelo território sul americano, aconteceram as primeiras tentativas de povoamento. A coroa
espanhola tomou a primeira iniciativa de povoamento da região, em 1553, com a instalação de João
Senabria e filho em São Francisco do Sul, onde permaneceram por cerca de dois anos (Santos, 1974:
28). Efetivamente, o “primeiro povoado catarinense” foi instalado em 1658 com a chegada de Manoel
Lourenço de Andrade, e elevado à categoria de “vila”, em 1660. Há registros de que, em 1642,
Antônio Fernandes obtivera terras em “São Francisco do Sul onde já havia uma capela de Nossa
Senhora das Graças” (Idem: 34). Tal edificação provavelmente estaria relacionada à fundação de
Paranaguá, em 1640, por vicentistas que ali se estabeleceram.
Inicialmente foram concedidas sesmarias para os fundadores, cabendo a Manoel Lourenço de Andrade
a área da vila até Laranjeiras, na ilha de São Francisco, “ficando-lhes ao lado as de Luis Rodrigues
Cavalinho, que se alongavam, como aquelas, até o mar grosso, compreendendo a lagoa do Acaraí”
(Pereira, 1984: 46). Nesse período, também foram concedidas sesmarias em Iperoba, Península do Saí,
Rio Parati, Ilha do Mel, Rio Pinheiros (Idem. Gualberto, 1902: 69). Posteriormente, outros registros
remetem às concessões de sesmarias: em Itapoá (1711), na região de Três Barras (1787, 1802), junto à
cabeceira do Rio Areias (1788), na Iperoba (1803), junto aos rios Bucarein, Pirabeiraba, Palmital,
Jaguaruna, dos Mirandas, Paranaguá e Ilha do Mel (1804), na Itapema, na Olaria, Rio Parati, no lugar
Cabeceiras do Rio do Morrete (1805), Rio Piraí, Rio Monte de Trigo, Rio Acaraí (1808), no Morro da
Palha (1817), próximo ao Rio São João (1822), Rio Parati (1825), Rio Cubatão (1827) (Arquivo
Histórico de Joinville).
Em 1841, ao visitar a região buscando um local para instalar um “falanstério”, Benoit Jules Mure,
francês, considerou como obstáculo a ocupação de todas as margens da península do Saí. Sua colônia,
conhecida como República do Saí e que durou cerca de dois anos, só foi instalada após negociação
com um dos sesmeiros do local (Ficker, 1962: 165. Piazza, 1983).
O século XIX passou para a história como o período das maiores migrações da humanidade. Em 1847
Laguna e São Francisco do Sul foram elevadas à condição de cidades.
Em meados do século XIX, nova ênfase na política de imigração atingiu o status de São Francisco do
Sul. Embora a “República do Saí” em 1842 tenha fracassado, a instalação das colônias alemãs
deslocaram para si o caráter de núcleos irradiadores de ocupação no Estado. A partir de então, o
território de São Francisco foi desmembrado em novos municípios, resultando na atual configuração
geopolítica do litoral norte do Estado.
São Francisco do Sul teve na base de sua economia a produção de farinha e a pesca, cujos engenhos de
farinha foram as primeiras unidades semi-industriais de Santa Catarina (Farias, 1998: 249), em
meados do século XX sua expressão econômica passou a ser irrelevante. Também a indústria baseada
na pesca não conseguiu fazer frente à concorrência, obrigando estes municípios a buscarem novas
alternativas. São Francisco do Sul passou então a ter nas atividades portuárias o seu sustentáculo
econômico.
Hoje, a herança cultural da aventura desses pioneiros pode ser conferida nas festas típicas, nos
costumes, na culinária, e, principalmente, na arquitetura. Em passeios pelo centro da cidade, é possível
admirar casarões, igrejas e monumentos bem conservados ou restaurados, preservando a memória dos
tempos antigos.
Em 1905 foi iniciada a construção da linha férrea Dom Pedro I, ligando São Francisco do Sul a Porto
União, fazendo parte da linha São Paulo – Rio Grande. Na região de São Francisco do Sul foi
construída uma ponte ferroviária que conectou a ilha ao continente por um período de 30 anos (1905 a
1935).
O ano de 1909 marcou o início das obras de edificação do Forte Marechal Luz, situado no Morro João
Dias, construído para fortificar os morros do Norte da Ilha de São Fransico e do seu litoral contra a
invasão dos espanhóis, ingleses e franceses.
A conexão hidro-ferroviária original foi substituída em 1934 por uma ligação rodoferroviária
subdividida em dois segmentos: o primeiro, denominado de segmento Sudoeste, interligava o
continente à Ilha do Linguado e o segundo, Nordeste, conectava esta ilha até a Ilha de São Francisco.
Esta ligação representa atualmente a Rodovia BR-280 e a Ferrovia da ALL (América Latina Logística)
que aparecem justapostas. Ambas estruturas foram construídas sobre os aterros Sudoeste e Nordeste,
compostos de materiais pétreos na forma de blocos e matacões de diâmetros variáveis, cujas rochas
foram exploradas da Ilha do Linguado. Estes aterros impediram a partir desta época, a livre
comunicação das águas dos setores Norte e Sul do Canal do Linguado, em contato com o sistema
estuarino da Baía da Babitonga e com o Oceano Atlântico, respectivamente.
No que se refere à ocupação urbana, pode-se afirmar que o crescimento espontâneo da cidade (a partir
de seu centro histórico), deu-se pela encosta dos morros e ocupando os baixios, originando uma
estrutura viária irregular.
Figura 5.3.17: Ocupações do centro histórico do Figura 5.3.18: Edificações tombadas pelo Patrimônio
município de São Francisco do Sul. Histórico.
O patrimônio arqueológico localizado no território brasileiro pertence à União, está protegido pela
Constituição Federal (Artigos n. 215 e 216) e especificamente pela lei n. 3924/1961. Referências à
proteção desse patrimônio constam nos seguintes documentos, entre outros: Lei n. 7542/1986
(referente aos sítios e bens submersos), Resolução Conama n. 01/1986 (inclui o patrimônio
arqueológico no meio sócio-econômico), Lei n. 9605/1998 (sobre crimes ambientais, englobando o
patrimônio cultural). De acordo com a Carta de Lausanne3, “o patrimônio arqueológico compreende a
porção do patrimônio material para a qual os métodos da arqueologia fornecem os conhecimentos
primários. Engloba todos os vestígios da existência humana e interessa todos os lugares onde há
indícios de atividades humanas não importando quais sejam elas, estruturais e vestígios abandonados
de todo o tipo, na superfície, no subsolo ou sob as águas, assim como o material a eles associados.”
(apud Bastos & Teixeira, 2005: 79).
Toda a ilha de São Francisco apresenta alta potencialidade e complexidade arqueológica, com a
presença de grandes sambaquis na faixa leste, voltados para o oceano, na margem oeste, na baia da
Babitonga, assim como no canal do Linguado. Conforme levantamento do MASJ (2010) há sessenta e
seis sítios cadastrados no município de São Francisco do Sul. Na ilha, entretanto, são conhecidas as
coordenadas geográficas de cinquenta e cinco sítios.
Além desses, há vinte e sete sambaquis descritos por Rohr (1984) e/ou registrados no Cadastro
Nacional de Sítios Arqueológicos – CNSA sem informação de localização geográfica. Alguns desses
podem estar registrados com outra denominação, no cadastro do MASJ.
A área objeto deste projeto está localizada na porção noroeste da ilha de São Francisco, em áreas de
propriedade do Porto principalmente, Bunge Alimentos S.A e Terminal de Granéis de Santa Catarina -
TGSC.
3
Trata-se da “Carta para Proteção e a Gestão do Patrimônio Arqueológico”, produzida pelo ICOMOS (Conselho
Internacional de Monumentos e Sítios), em Lausanne, Suiça, em 1990, da qual o Brasil é signatário.
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Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco do Sul
A obra tem caráter complementar ao contorno ferroviário que deve margear a rodovia BR-280, trecho
entre São Francisco do Sul e Jaraguá do Sul, a ser duplicado. O traçado do contorno da ferrovia,
trechos (1) Guaramirim-Joinville e (2) São Francisco do Sul foram alvo de diagnósticos arqueológicos,
sob responsabilidade de Brochier (2004) o primeiro trecho, e de Osvaldo Paulino da Silva. Ressalta-se,
ainda, que parte da propriedade da Bunge Alimentos e TGSC tem diagnóstico arqueológico
prospectivo (Alves & Martins, 2008), complementado por Alves (2009). O terreno confrontante a leste
foi prospectado por Alves & Martins (2007). A rodovia BR-280 foi alvo de diagnóstico arqueológico
sob responsabilidade de Bandeira & Alves (2008).
Assim, para efeito deste diagnóstico arqueológico, considerando-se as características da obra (linear)
pretende-se prospectar a área com a seguinte abordagem, tomando-se como referencial Plog et al
(1978):
Área Diretamente Afetada (ADA), a ser considerada a faixa de rolamento com 1.338,51
metros de extensão por 20 metros de largura, deverá ser percorrida integralmente com
estabelecimento de um transect no meio da faixa, e sondagens subsuperficiais em intervalos de
25 metros. Sendo encontrado vestígio cultural, mais sondagens subsuperficiais serão abertas,
objetivando a caracterização e relevância da evidência e se configura sítio arqueológico.
Área de Influência Direta (AID), a ser considerada uma faixa de 20m em cada margem da
faixa de rolamento, deverá ser percorrida integralmente, com prospecção superficial,
especialmente em afloramentos rochosos a margem da baia.
Área de Influência Indireta (AII) – aqui considerada aquela correspondente a ilha de São
Francisco. Informações serão levantadas com base em informações orais, documentação
secundária e bibliografia disponível sobre a ocorrência de assentamentos humanos pretéritos.
A princípio deve-se considerar o conceito de sítio em seu sentido mais genérico, ou seja, como local
com evidências arqueológicas, independente do percentual de vestígios coletados. A significância dos
sítios, considerando-se o potencial informativo acerca da sociedade que os construíram, só poderá ser
definida com prospecções mais refinadas, com escavação extensiva, não sendo o caso para o presente
projeto. Todos os locais com evidências materiais (artefatuais e ecofatuais) deverão ser prospectados a
fim de se confirmar e delimitar o sítio enquanto unidade social.
Terminado o levantamento, deve-se apontar, sob o ponto de vista do patrimônio arqueológico, o grau
do impacto em sítios localizados, ou a sua ausência, e as medidas a serem tomadas.
Entretanto, essa condição não deve impedir a emissão de licenças ambientais, conforme determina a
Portaria Interministerial nº 419 do Ministério do Meio Ambiente, de 26 de outubro de 2011:
Quando emitido o parecer técnico do IPHAN, este será encaminhado ao órgão ambiental para ser
juntado no processo de licenciamento ambiental.
O PNGC visa especificamente orientar a utilização racional dos recursos da Zona Costeira, propondo
um ordenamento da ocupação dos espaços litorâneos, de forma a contribuir para a melhoria da
qualidade de vida da população e a proteção dos patrimônios natural, histórico, étnico e cultural.
De acordo com a Lei no 7.661/88, as praias são bens públicos de uso comum do povo, o que assegura,
sempre, o livre e franco acesso a elas e ao mar, em qualquer direção e sentido, ressalvados os trechos
considerados de interesse da Segurança Nacional ou incluídos em áreas protegidas por legislação
específica.
Entre as ações programadas pelo PNGC está a sua compatibilização com as políticas públicas que
incidam sobre a Zona Costeira, entre outras, a industrial, de transportes, de ordenamento territorial,
dos recursos hídricos, de ocupação e de utilização dos terrenos de marinha, seus acrescidos e outros de
domínio da União, de unidades de conservação, de turismo e de pesca, de modo a estabelecer
parcerias, visando a integração de ações e a otimização de resultados.
Também está elencada a promoção, de forma participativa, da elaboração e implantação dos Planos
Estaduais e Municipais de Gerenciamento e dos Planos de Gestão, envolvendo ações de diagnóstico,
monitoramento e controle ambiental, visando integrar o poder público, a sociedade organizada e a
iniciativa privada.
Assim que estiver legalmente estabelecido, o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro (PEGC), irá
explicitar os desdobramentos do PNGC, visando a implementação da Política Estadual de
Gerenciamento Costeiro, incluindo a definição das responsabilidades e procedimentos institucionais
para a sua execução.
O Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro (PMGC), por sua vez, deverá explicitar os
desdobramentos dos Planos Nacional e Estadual visando a implementação da Política Municipal de
Gerenciamento Costeiro, incluindo as responsabilidades e os procedimentos institucionais para a sua
execução. O PMGC deve apresentar estreita relação com os planos de uso e ocupação territorial e
outros pertinentes ao planejamento municipal.
Em 7 de dezembro de 2004 foi assinado o Decreto Federal no 5.300, que regulamenta a Lei no 7.661,
de 16 de maio de 1988, que institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC), dispõe
sobre regras de uso e ocupação da zona costeira e estabelece critérios de gestão da orla marítima, e dá
outras providências.
O PAF visa o planejamento de ações estratégicas para a integração de políticas públicas incidentes na
zona costeira, buscando responsabilidades compartilhadas de atuação e estabelecendo o referencial
acerca da atuação da União na região, com uma síntese das concepções e responsabilidades federais
para o seu planejamento e a sua gestão, definidos a partir da avaliação dos aspectos legais, materiais e
estratégicos dessa atuação, além dos encargos colocados pelos compromissos internacionais firmados
pelo país.
Neste contexto, espera-se que a aplicação dos instrumentos e procedimentos técnicos do Projeto Orla,
em especial aqueles resultantes do diagnóstico e implementação dos planos de intervenção, promovam
o alcance de benefícios nos três níveis de gestão territorial:
NACIONAIS
Atendendo aos propósitos de uma ação convergente do poder público, no sentido de valorizar o
conceito do patrimônio coletivo da orla, revertendo a lógica da “privatização dos benefícios e
socialização dos prejuízos”, dando um significado estratégico à formação da cidadania, pois envolve,
entre outros, um dos espaços de maior significado simbólico para os brasileiros, as praias.
REGIONAIS
Permitindo com que o uso adequado da orla potencialize esse ativo natural, como elemento para o
desenvolvimento do turismo, para a manutenção de recursos estratégicos e para a implantação de
infraestrutura de interesse para o crescimento econômico regional.
LOCAIS
Valorizando a paisagem, os atrativos turísticos e a proteção física, como elementos fundamentais para
o convívio social da orla, propiciando a geração de pequenos negócios compatíveis com a conservação
e utilização sustentável da biodiversidade local.
C) PROJETO ORLA
O Projeto Orla é uma iniciativa do governo federal, supervisionado pelo Grupo de Integração do
Gerenciamento Costeiro (GI-GERCO) da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM),
tendo como coordenadores a Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos do
Ministério do Meio Ambiente (SQA/MMA) e a Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão (SPU/MP).
O Projeto Orla introduz uma ação sistemática de planejamento da ação local visando repassar
atribuições da gestão deste espaço, atualmente alocada no governo federal, para a esfera do município,
incorporando normas ambientais na política de regulamentação dos usos dos terrenos e acrescidos de
marinha, buscando aumentar a dinâmica de mobilização social neste processo.
As bases para desenvolvimento destes objetivos estão de acordo com a fundamentação legal presente
no próprio texto constitucional, que reafirma o caráter público das praias e a propriedade estatal dos
terrenos e acrescidos de marinha, estabelecendo atribuições e competências na defesa do patrimônio
natural e cultural do país.
Assim, o Projeto Orla apóia-se diretamente em dois documentos legais que amparam de forma integral
seus objetivos e ações, a saber: a Lei 7.661 de 1988 e a Lei 9.636 de 1998, e no Plano de Ação Federal
para a Zona Costeira.
O Governo Federal, através do Ministério do Meio Ambiente, publicou no ano de 2002 os resultados
do diagnóstico sobre a diversidade biológica marinha e costeira do Brasil, realizado em parceria com
órgãos e instituições ligadas ao meio ambiente, intitulado: “Avaliação e Ações Prioritárias para a
Conservação da Biodiversidade das Zonas Costeira e Marinha”.
O objetivo principal do estudo foi fornecer ao Governo Federal a base científica necessária para
instruir estratégias de uso econômico, implantar novas áreas protegidas e auxiliar os estados e
municípios na gestão integrada das zonas costeira e marinha.
Avalia-se que estas regiões apresentem uma biodiversidade maior que aquela existente na parte
terrestre do país. Além disso, as atividades econômicas realizadas nessas áreas, especialmente a pesca,
geram cerca de 800 mil empregos, dos quais dependem mais de 4 milhões de pessoas.
A Zona Costeira do Brasil é uma unidade territorial que compreende uma faixa de 8.698 km de
extensão, com largura variável, contemplando um conjunto de ecossistemas contíguos sobre uma área
de aproximadamente 388.000 km². Atinge 17 estados e mais de 400 municípios, de norte a sul do país.
Inclui também a faixa marítima formada pelo mar territorial, com largura de 12 milhas náuticas a
partir da linha da costa.
Essa faixa concentra quase um quarto da população do País, em torno de 36,5 milhões de pessoas
(IBGE 1996), com uma densidade média de 87 hab/km², cinco vezes superior à média nacional (17
hab./km²). Treze das dezessete capitais dos estados litorâneos situam-se à beira-mar e as atividades
econômicas costeiras são responsáveis por cerca de 70% do PIB nacional.
As Zonas Costeiras são regiões de transição ecológica entre os ecossistemas terrestres e marinhos,
desempenhando papel de extrema relevância para a sustentação da vida no mar. Seu caráter de
fragilidade requer atenção especial do poder público.
Na Zona Costeira brasileira podem ser encontradas áreas com intensa urbanização, atividades
portuária e industrial relevantes, e exploração turística em larga escala, como é o caso das metrópoles
e centros regionais litorâneos que, em sua maior parte, localizam-se em áreas estuarinas e baías.
Entretanto, esses espaços são permeados por áreas de baixa densidade de ocupação e ocorrência de
ecossistemas de grande significado ambiental, que são objeto de acelerado processo de ocupação,
demandando ações preventivas, de direcionamento das tendências associadas à dinâmica econômica
emergente (a exemplo do turismo e da segunda residência) e o reflexo desse processo na utilização dos
espaços e no aproveitamento dos respectivos recursos.
Nas duas situações, o elemento comum está na diversidade dos problemas, na fragilidade dos
ambientes encontrados e na complexidade de sua gestão.
A Zona Marinha tem início na região costeira e compreende a plataforma continental marinha e a
Zona Econômica Exclusiva (ZEE) que, no caso do Brasil, estende-se até 200 milhas da costa.
Esta Zona é ambientalmente menos vulnerável, já que oferece maior resistência à ação antrópica, em
função de suas profundidades, correntes marinhas e especialmente pela grande distância entre esta e as
áreas terrestres densamente ocupadas.
A Ilha de São Francisco foi considerada área de extrema importância para a conservação da
biodiversidade da zona costeira, inclusive com recomendação para implantação de Unidades de
Conservação na região.
No que se refere à Praia Grande, em São Francisco do Sul, esta mereceu destaque, sendo considerada
prioritária para conservação pela sua provável importância biológica, apesar de insuficientemente
conhecida.
As restingas de São Francisco do Sul, por sua vez, foram classificadas como área de muito alta
importância biológica. Além disso, a pressão antrópica na área em estudo foi considerada baixa.
Quanto ao Arquipélago dos Tamboretes, este foi classificado como área prioritária de extrema
importância biogeográfica, com fauna e flora diversificadas de costões rochosos. Aparecendo também
como área de reprodução da ictiofauna e de nidificação de aves marinhas.
A Agenda Ambiental Portuária (1998) relata que a modernização portuária traz em seu bojo
investimentos significativos, principalmente pelo setor privado, direcionados para novas instalações e
para ampliações das já existentes, o que pode ser constatado no Programa Brasil em Ação: construção
do Porto de Pecém, ampliação dos Portos de Santos e Suape e obras de infraestrutura, com dragagem,
do Complexo Portuário de Sepetiba.
Tais empreendimentos, além das operações portuárias de rotina realizadas nas diversas instalações
portuárias, incluindo os terminais marítimos, reconhecidamente apresentam grande potencialidade de
geração de impactos ambientais de diversas naturezas, e para que a administração pública possa
manter o competente controle desses impactos, torna-se imprescindível que as ações sejam
desenvolvidas de forma descentralizada e desburocratizada.
Tais impactos, considerados como indiretos da atividade portuária, devem ser levados em conta nas
avaliações tendo em vista, sobretudo, medidas preventivas a serem implantadas por meio de
instrumentos de planejamento e gestão ambiental.
A ocorrência de impactos, diretos ou indiretos, gera conflitos diversos, caracterizados por interesses
concorrentes, envolvendo principalmente os setores de pesca, turismo e lazer, expansão urbana e
proteção ambiental.
Orientado pelas diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC), o
Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro (GERCO) vem há vários anos trabalhando a realidade
da Zona Costeira, tendo desenvolvido, de forma descentralizada e com a participação dos 17 estados
costeiros, diagnósticos, zoneamentos e planos de gestão. Os impactos acima relacionados ficam
evidentes no “Macrodiagnóstico da Zona Costeira na escala da União” (1996), trabalho elaborado no
escopo do GERCO.
O GI-GERCO, promovendo a discussão sobre o setor portuário, deliberou pela criação de um grupo de
trabalho específico para o assunto.
Dessa forma, em 19 de março de 1998 foi criado, por meio da Portaria no 005 do Secretário da CIRM,
o “Subgrupo de Trabalho para preparação de uma Agenda Ambiental Portuária", com incumbência de
preparar uma Agenda Ambiental para adequação do setor portuário aos parâmetros ambientais
vigentes no país, visando o estabelecimento de mecanismos que possibilitem o acompanhamento e o
cumprimento das normas de preservação ambiental em todos os portos e instalações portuárias; e
envolvendo especificamente:
F) AGENDA PORTOS
Conforme informa o site do Ministério dos Transportes do Brasil, em meados de 2004 foram iniciadas
atividades de pesquisa nos principais portos brasileiros para ações emergenciais de melhoria de
desempenho, sob a coordenação da Casa Civil da Presidência da República, com a participação dos
seguintes Ministérios: Transportes, Agricultura, Desenvolvimento Indústria e Comércio, Fazenda
Planejamento, e Meio Ambiente.
A Agenda Portos teve como produto a Portaria no 977, de 16/12/04, e a Portaria no 978, 16/01/2005,
ambas da Casa Civil da Presidência da República. A primeira constituiu grupo técnico interministerial
para coordenar, acompanhar e monitorar as ações emergenciais e prioritárias nos principais portos
brasileiros e a segunda designou os seus membros.
O Projeto Piloto, estava previsto no Orçamento da União/2005, por meio da Lei no 11.100, de 25 de
janeiro de 2005, publicada no DOU de 26/01/2005, cujos programas inerentes a área portuária, serão
acompanhados pelo DEPTA, conforme o regimento definido pela Portaria no 399/MT de 14/07/2004,
publicada no DOU de 26/07/2004 Seção I, pagina 110, no Capítulo III, artigo 7o, incisos de I a VI.
Sua proposta é agir de forma integrada em cada um desses locais, promovendo obras de restauração e
recuperação dos bens tombados e edificações localizadas nas áreas de projeto, bem como atividades de
capacitação de mão-de-obra especializada em restauro, formação de agentes locais de cultura e
turismo, promoção de atividades econômicas e programas educativos.
O Programa Monumenta tem proporcionado uma série de resultados que contribuem para o
cumprimento do programa de Governo, ativando a economia das cidades pela ocupação e geração de
renda da população e pela capacitação de mão-de-obra específica. Um dos objetivos é permitir que o
patrimônio histórico e artístico com proteção federal tenha suas características restauradas e que, cada
vez menos, dependa de recursos federais para sua conservação.
Com a finalidade de coordenar as ações necessárias à implementação do PAC e sua execução, foi
criado o Comitê Gestor do PAC (CGPAC), composto atualmente pelos Ministros da Fazenda e do
Planejamento, Orçamento e Gestão. Para consolidar as ações, estabelecer metas e acompanhar os
resultados de implementação e execução do Programa, foi instituído o Grupo Executivo do PAC
(GEPAC).
Na fase do PAC 1, que durou até 2010, promoveu-se o planejamento e a execução de grandes obras,
fazendo o País crescer e se desenvolver de forma acelerada e sustentada. Agora, o PAC 2 tem a missão
de manter a roda da economia girando, investindo em obras e ações que diminuem as desigualdades e
geram ainda mais qualidade de vida para os brasileiros.
As solicitações de empenho para as ações do PAC são tramitadas periodicamente por meio do SisPAC
- Sistema de Monitoramento do Programa de Aceleração do Crescimento, sob gestão do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, conforme Decreto nº 6.394, de 12/03/2008.
Cabe ao Ministério dos Transportes, por meio da Secretaria de Gestão dos Programas de Transportes –
SEGES, o acompanhamento, nos programas de Infraestrutura Logística, de ações e metas físicas que
contemplaram - na primeira fase do PAC, investimentos de aproximadamente R$ 40 bilhões e cerca de
1.500 ações entre obras, manutenção e projetos:
Em 2010, compondo uma ação de Estado, a segunda fase do PAC foi estabelecida com os seguintes
objetivos:
O PAC 2 incluiu novos projetos com investimentos para o período 2011-2014 e pós-2014 com
desafios de gestão, tais como o aperfeiçoamento dos modelos setoriais: concessão de rodovias e
ferrovias, hidrovias, navegação de cabotagem, no que tange ao Ministério dos Transportes.
Até dezembro de 2011, na segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) foram
investidos R$ 14,9 bilhões no setor Transportes, sendo R$ 14,7 bilhões no PAC. Destes, R$ 6,1
bilhões foram para a conclusão de 628 km em rodovias.
Em 2012, o orçamento total é de R$ 21,9 bilhões sendo para o PAC R$ 19,8 bilhões. Subdivide-se em:
Nas ferrovias, mais de 3 mil quilômetros de estradas de ferro estão sendo construídas.
No setor hidroviário estão em andamento os projetos para recuperação e adequação de oito corredores
hidroviários, incluindo-se aí obras de dragagens, derrocamentos, sinalização, ampliação de terminais
de carga, recuperação de portos fluviais e implantação de barragens e eclusas.
O Estado de Santa Catarina contratou o IBGE para elaborar o “Projeto Gerenciamento Costeiro –
Diagnóstico Ambiental do Litoral de Santa Catarina”, cujo Relatório Final foi publicado em 1998.
O estudo dividiu os 513 km de extensão do litoral catarinense em três setores: sul, centro e norte. No
setor norte do Estado, o município de São Francisco do Sul aparece caracterizado como classe média
na qualidade de vida, por apresentar número reduzido e médio de problemas socioeconômicos, com
percentual reduzido de problemas graves para o cidadão e com pressão média das atividades turísticas.
Ainda com relação à região de São Francisco do Sul, o Governo Estadual, através da Secretaria de
Estado do Desenvolvimento Social, Urbano e Meio Ambiente, publicou em 1999 o trabalho “Síntese
do Zoneamento Ecológico-Econômico da Região Hidrográfica da Baixada Norte Catarinense”.
Este estudo tinha como objetivo apresentar um diagnóstico das condições físicas e socioeconômicas da
região, representando ainda um instrumento de negociação e ajuste entre as diversas propostas de
desenvolvimento regional.
A Região Hidrográfica da Baixada Norte Catarinense (RH 6), está situada na região nordeste do estado
de Santa Catarina, compreendendo uma área de 5.138 km2 e uma população total de aproximadamente
626 mil habitantes (IBGE, 1996), distribuídos em 13 municípios: Araquari, Balneário Barra do Sul,
Barra Velha, Corupá, Garuva, Guaramirim, Itapoá, Jaraguá do Sul, Joinville, Massaranduba, São
Francisco do Sul, São João do Itaperiú e Schroeder.
Entre as diretrizes e ações propostas no trabalho para o desenvolvimento regional estão a delimitação e
o zoneamento das áreas de proteção ambiental e de remanescentes da Mata Atlântica, compreendendo
as de proteção legal (serras, morros, nascentes e margens de rios e feições litorâneas), os parques e
reservas e áreas de proteção de mananciais para o abastecimento urbano. Bem como, o incentivo a
formação de espaços verdes destinados à preservação, ao lazer e principalmente ao turismo rural e
ecológico.
Além das áreas de preservação estabelecidas pela legislação federal, o documento alerta para aquelas
estabelecidas pela legislação ambiental estadual, que considera áreas de proteção especial os
promontórios, as ilhas fluviais e as ilhas costeiras e oceânicas, quando cedidas pelo governo federal,
assim como os estuários e lagunas.
No caso de São Francisco do Sul, o estudo sugere preservar a vegetação nativa litorânea remanescente
que, segundo ele, ocupa consideráveis áreas do litoral deste município, além de aproveitar o grande
potencial da Baía da Babitonga para o turismo náutico e cultural e as feições litorâneas e o
remanescente de mata nativa para o turismo ecológico.
Em 16 de novembro de 2005 foi promulgada a Lei Estadual 13.553 que instituiu o Plano Estadual de
Gerenciamento Costeiro e em 22 de dezembro de 2006 o Decreto Estadual 5.010 regulamentou o
Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro.
Na regulamentação, a faixa costeira do estado foi composta pela área dos 36 municípios costeiros e
subdividida em 5 setores. São Francisco do Sul está inserido no Setor 1 - Litoral Norte, junto com os
municípios de Araquari, Balneário Barra do Sul, Garuva, Itapoá, Joinville e Barra Velha.
O Master Plan (FUB, 2007) é uma ação de planejamento territorial orientada com vistas a eliminar os
entraves ao desenvolvimento do estado e promover novos focos de dinamismo à sua economia; quer
se restabelecer o processo de planejamento como uma política administrativa permanente do Estado,
no seu papel de indutor do desenvolvimento e das atividades privadas consequentes, a fim de
materializar as potencialidades manifestas de sua economia real.
Buscou-se identificar, com o Master Plan, pontos de atuação do Governo do Estado que pudessem, de
maneira rápida e efetiva, contornar os gargalos que dificultam o desenvolvimento socioeconômico da
população catarinense. Alguns pontos nucleares foram sugeridos no relatório preliminar “Indicações
Estratégicas”, que indicou uma diretriz promissora a ser seguida pelo Governo na sua ação indutora de
investimentos e desenvolvimento.
Portanto, o Master Plan não é um plano de desenvolvimento no sentido clássico, como normalmente
esses planos são apresentados. Essa não foi a tarefa cometida aos consultores encarregados do
trabalho. Preferencialmente, a consultoria respondeu a questões estratégicas formuladas sobre a
retomada do desenvolvimento no estado, capitaneada pelo Governo Estadual. Nos aspectos
selecionados, foram sugeridas ações críticas que pudessem dinamizar a economia catarinense, já com
sinais de esgotamento.
Dentre as áreas sugeridas pelos consultores, e aprovadas pelo alto escalão do Governo, 4 (quatro)
delas foram examinadas: Logística de Transportes, Ciência & Tecnologia, Energia e Finanças.
Aquelas que demonstraram maiores perspectivas são as de Logística e Tecnologia; Energia não é um
fator crítico no estado e o aspecto financeiro é decorrente dos demais fatores a serem escolhidos.
Mesmo assim, algumas sugestões foram feitas sobre essas dimensões, mas que dependerão,
obviamente, de decisão política do Governo.
Os portos representam a parte mais crítica da infraestrutura logística do Estado de Santa Catarina, por
estarem próximos da saturação. Um aspecto crítico que afeta o sistema portuário do Estado é a falta de
uma visão estratégica integrada do sistema.
Em termos mundiais, a tendência em serviços portuários indica maior demanda por serviços logísticos
integrados, maior concorrência entre seus fornecedores e maiores exigências de eficiência por parte
dos consumidores para poder competir num mundo globalizado. Por parte da sociedade, existe uma
demanda maior pela preservação do meio ambiente e coordenação entre as atividades do porto e a
comunidade local. Adicionalmente, o setor público que historicamente foi o financiador do
desenvolvimento portuário apresenta fortes restrições orçamentárias, impedindo a manutenção dos
níveis de investimentos à preservação da competitividade dos portos. Essas tendências resultam em
pressões crescentes para que os portos se tornem competitivos e financeiramente auto-sustentáveis, ao
mesmo tempo em que devem continuar exercendo suas funções sociais.
O PCD é uma ação de planejamento do estado e foi desenvolvido a partir de uma perspectiva de
construção de cenários para o período de 2007 a 2015. A elaboração do Plano respeitou os seguintes
princípios:
O PCD tomou como base os dados da Secretaria de Estado do Planejamento, dos Planos de
Desenvolvimento Regionais e do Master Plan, desenvolvidos para o estado. Também contou com a
participação relevante das equipes técnicas das Secretarias Setoriais, Regionais e demais órgãos da
administração pública estadual.
Todo esse processo foi coordenado pela Secretaria de Estado do Planejamento, que atuou também
como Grupo de Controle, propiciando e zelando pelo cumprimento dos objetivos estabelecidos na
proposta de elaboração do Plano.
O PCD não é um documento acabado, mas um instrumento de interação entre o governo e a sociedade,
aberto a receber novas idéias que reflitam as complexidades e as rupturas do mundo atual e a
incorporar novas estratégias que certamente vão emergir durante a sua implementação.
Partindo dessa lógica, os cenários normativos construídos para 2015 permitiram identificar as
situações futuras desejáveis, que deverão ser mediadas pela ação conjunta e articulada dos atores
públicos e privados.
Este documento é um marco importante na sequência de esforços que visam alcançar o Cenário Futuro
desejado por meio do gerenciamento sistemático da implementação das estratégias que vão permitir o
cumprimento das diretrizes traçadas. Ao Plano Catarinense de Desenvolvimento deverão ser alinhados
os Planos Plurianuais (PPAs), os Programas Setoriais, as Diretrizes Orçamentárias (LDOs) e os
Orçamentos Anuais (LOAs) que, suportados por modernas ferramentas de gestão, vão constituir o
Sistema Estadual de Planejamento.
A opção metodológica para elaborar o PCD foi a Análise de Cenários, uma ferramenta usada por
governos, agências internacionais e empresas para responder de forma criativa aos desafios atuais e
futuros.
A área de Infraestrutura compreende as ações do governo com o objetivo de dotar o Estado de Santa
Catarina de sistemas básicos de qualidade em logística de transporte de cargas e passageiros e oferecer
aos domicílios e empresas as condições de acesso aos serviços de energia elétrica, gás natural,
telefonia e saneamento. Essa área reúne diretrizes estratégicas de grande potencial de impacto sobre o
desenvolvimento econômico, social e ambiental.
Entre as Diretrizes do Plano está a potencialização dos sistemas logísticos de Santa Catarina de modo
a aumentar a capacidade de movimentação de cargas e consolidar o estado como centro integrador da
plataforma logística do Sul do país para os mercados nacional e internacional, bem como o
fortalecimento do processo de ampliação e manutenção da rede de rodovias pavimentadas no estado.
Os municípios integrantes do projeto serão: Garuva, Itapoá, Joinville, São Francisco do Sul, Barra do
Sul, Araquari, São João do Itaperiú e Barra Velha.
De acordo com a proposta, esta via cênica será executada preferencialmente sobre estradas já
existentes, respeitando as características do relevo. Seu caráter será contemplativo, de lazer e
entretenimento, sendo permitido somente o trânsito de veículos leves e em baixa velocidade.
Em novembro de 2006 foram realizadas duas consultas públicas, a primeira em Joinville e a segunda
em São Francisco do Sul, para apresentação da proposta de Unidade de Conservação à comunidade da
região. Na oportunidade as principais críticas ao processo de criação foram a falta de divulgação das
consultas públicas e falta de articulação do IBAMA com as instituições públicas locais na discussão da
proposta. Na última reunião, em São Francisco do Sul, os representantes do IBAMA se
comprometeram em realizar outras consultas públicas nos demais municípios abrangidos pela proposta
de criação.
Com base nas contribuições e críticas recebidas durante as primeiras consultas públicas e os
documentos encaminhados por instituições locais, o IBAMA elaborou texto técnico atualizando a
“Proposta de criação de uma unidade de conservação na Baía da Babitonga (Rodrigues et al., 2005)”,
documento que abre o processo de criação que tramita no IBAMA sob o número 02032.000066/2005-
71.
Salienta-se que a área destinada para instalação do Anel Rodoferroviário do Porto de São Francisco
do Sul, bem como a área do Porto Organizado de São Francisco do Sul, não se encontram dentro dos
limites previstos para a implantação da referida reserva de fauna proposta pelo IBAMA.
Este berço, projetado para ser o novo terminal de granéis, será um cais constituído de uma plataforma
de 19 metros de largura e 280 metros de comprimento, ligado ao Berço 101, que servirá de ponte de
acesso para suporte da correia transportadora e acesso de caminhões.
O Berço 401 A foi projetado para atender navios de 75.000 toneladas de porte bruto, 13,5 metros de
calado, 220 metros de comprimento e 39,9 metros de boca.
Este novo terminal de granéis permitirá uma reestruturação das operações portuárias, concentrando a
movimentação e o depósito de contêineres na área utilizada pelos Berços 101, 102, 103, 201 e 301.
Assim, na nova configuração do porto organizado, o Berço 101 deixará de ser um berço de navios
graneleiros para se tornar um berço para navios porta-contêiner.
A Lei Complementar nº 006 de 09 de agosto de 2006 institui o Plano Diretor Municipal para São
Francisco do Sul, em consonância com os artigos 126 e 180 da Lei Orgânica do Município de São
Francisco do Sul, de 05 de abril de 1990, e da Lei Federal nº. 10.257 de 10 de julho de 2001 - Estatuto
da Cidade.
O Projeto de Revitalização da Orla de São Francisco do Sul engloba as praias do Forte, Itaguaçu,
Ubatuba, Enseada, Saudade.
A AGENDA 21: SÃO FRANCISCO DO SUL DO FUTURO (2004) teve sua origem em iniciativa da
área ambiental do BNDES, a qual, como parte do processo de financiamento à implantação de uma
empresa de grande porte em São Francisco do Sul, procurou estimular a elaboração da Agenda 21 – e
a posterior participação da empresa em projetos consistentes com a Agenda – como forma de
contribuir para o desenvolvimento sustentável do município e como complemento à presença tão
marcante do empreendimento sob os pontos de vista econômico, social e ambiental.
A empresa processadora de aço Vega do Sul contratou consultor especializado, com grande
experiência na elaboração de Agendas 21, e procurou a parceria da prefeitura para o processo que ela
se dispunha a patrocinar. Estabelecida a parceria, outras empresas, instituições e entidades do
município foram chamadas a apoiar e participar da direção do projeto.
Referente as atividades portuárias, mais especificamente ao Porto de São Francisco do Sul a Agenda
21 relata:
PONTOS FORTES
PONTOS FRACOS
- Um único armazém;
- Conflito de trânsito urbano local e entre ferrovia e rodovia;
- Caminhões que atendem ao porto sem manutenção e com irregularidades;
- Triagem com tamanho insuficiente;
- Administração indicada por critérios políticos.
AMEAÇAS
OPORTUNIDADES
- Duplicação da BR-280;
- Implantação de grandes empresas na região.
CENÁRIO DESEJÁVEL
- Os acessos ao porto, tanto rodoviário quanto ferroviário, estarão otimizados, e terão sido construídas
amplas estruturas retroportuárias, com a implantação de uma EADI (Estação Aduaneira Interior) no
município;
- O porto terá sido ampliado e contará com equipamentos de tecnologia avançada, sem construções
estáticas na zona primária, maximizando a utilização da área atual;
- Novas áreas portuárias terão sido criadas no município e o emprego e a renda gerados pelo porto
terão crescido.
ESTRATÉGIAS
AÇÕES E PROJETOS
Conforme o PDZ está prevista a expansão da área portuária, com a construção do berço 401 e de
atracadouros para barcaças oceânicas, junto à ponta do Rabo Azedo. Para que se efetive a
implementação dessas novas áreas faz-se necessária a execução do Anel Rodoferroviário do Porto de
São Francisco do Sul.
Além disso, a partir do parecer do IPHAN, conclui-se que a implantação do Anel Rodoferroviário na
localidade de Rabo Azedo não descaracterizará os aspectos históricos e culturais do centro histórico de
São Francisco do Sul.
Os métodos de avaliação dos impactos ambientais são instrumentos que visam identificar e avaliar os
efeitos adversos ou benéficos das intervenções no meio ambiente, visando propor medidas mitigadoras
e compensatórias, bem como definir os parâmetros e ações de monitoramento ambiental durante e
após a implantação do empreendimento.
Existem diferentes métodos de identificação dos impactos, dos quais podem ser citados as “check-
lists”, as matrizes, as redes de inter-relação e os diagramas de fluxo.
As “chek lists”, são listagens das ações de execução do empreendimento e respectivos efeitos ou
impactos ambientais. Podem ser incorporadas escalas de valores e ponderação dos fatores. São
métodos simples e estáticos, que não evidenciam as inter-relações entre os fatores ambientais e a
cadeia de efeitos ou impactos decorrentes das intervenções.
As redes de interação, por sua vez, demonstram avanços em relação às técnicas anteriores, pois
quando estabelecem relações do tipo causas-condições-efeitos, permitem melhor identificação dos
impactos e de suas inter-relações. Este método consiste especificamente na identificação da cadeia dos
impactos diretos e seus impactos decorrentes (indiretos).
No Brasil, no que se refere à avaliação dos impactos ambientais, tem como marco de referências, a
Resolução nº 001/86 do CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, que estabelece
responsabilidades e diretrizes gerais para seu uso e implementação.
A mesma resolução considera “impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e/ou biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente afetem a saúde, a segurança e o bem-
estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do
meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais”.
No caso dos impactos ambientais de caráter negativo, torna-se necessário a realização de ações que
anulem, ou se isto não for possível, reduzam as alterações impactantes sobre o meio ambiente, ações
essas denominadas Medidas Mitigadoras.
A seguir será apresentada a listagem das ações do empreendimento e dos componentes ambientais e
socioeconômicos afetados, visando considerar todos os aspectos relacionados às ações e respectivos
efeitos.
Meio Físico
Solos
Relevo
Água
Qualidade do Ar
Meio Biológico
Flora
Fauna
Aspectos Socioeconômicos
Infraestrutura
Uso e Ocupação do Solo
Atividades Econômicas
Emprego e Renda
População
As listagens de controle foram dispostas em uma matriz para correlacionar as ações e os componentes
ambientais e socioeconômicos, visando identificar os possíveis impactos gerados pelo
empreendimento.
MATRIZ DE CORRELAÇÃO
Implantação do canteiro
Supressão da vegetação
Implantação do sistema
Remoção da população
Operação do sistema
Detonação de rocha
drenagem pluvial
Implantação da
rodoferroviário
rodoferroviário
terraplanagem
Execução da
de obra
Solos X X X X X X X
Meio Físico
Relevo X X
Qualidade do Ar X X
Componentes socioambientais
Águas Superficiais
X X X X X
e Subsuperficiais
Biológico
Flora X
Meio
Fauna X X X X X
Infraestrutura X X X
Meio Socioeconômico
Uso e Ocupação do
X X X
Solo
Atividades
X
Econômicas
Emprego e Renda X X X X X X
População X X X X X X
Os fluxogramas estabelecem relações do tipo causas – condições - efeitos, que permitem uma melhor
identificação dos impactos indiretos e de suas interações, por meio de gráficos, tabelas ou diagramas.
Desta maneira, ajudam a promover uma abordagem integrada na análise dos impactos ambientais.
Com base na matriz de correlação, foram elaboradas as Tabelas dos Impactos, onde foram
determinados os impactos potenciais de cada etapa/ação do empreendimento, os componentes
ambientais afetados.
FASE DE IMPLANTAÇÃO
Geração de ruídos
Pré-determinação dos horários de detonação de
rocha e divulgação junto à comunidade.
FASE DE OPERAÇÃO
Os resíduos sólidos originados na operação dos canteiros de obra deverão ser recolhidos e
encaminhados para reciclagem. Quando não for possível a reciclagem dos materiais, estes deverão ser
encaminhados para disposição em aterros licenciados.
Medidas Mitigadoras:
Na forma de minimizar os efeitos das interferências que causam alterações na qualidade das águas,
deverão ser verificados os aspectos relacionados com as áreas de apoio que abrigam o canteiro de
obras e outros eventuais canteiros de suporte às frentes de serviço.
Estas áreas deverão contar com sistemas de drenagem superficial de modo a interceptar e conduzir os
fluxos de maneira a se evitar erosões e empoçamentos, assegurando a continuidade das linhas de
drenagem atualmente existentes.
O canteiro de obra deverá contar com sistema de tratamento de esgoto sanitário ou sanitários químicos
portáteis, de modo a não comprometer a qualidade do lençol freático.
Nas áreas destinadas à lavagem e lubrificação de veículos e equipamentos em geral, deverá existir
sistema de captação e separação de óleos e graxas através de canaletas e caixas de decantação, todas
confeccionadas em concreto.
Medidas Mitigadoras:
Anteriormente à execução da obra, a população afetada pelo empreendimento deverá ser removida,
evitando com isso maiores transtornos tanto para a comunidade como para a execução da obra. A
remoção deverá ser realizada de forma segura, para uma área previamente definida entre as partes
envolvidas.
Medidas Mitigadoras:
- Alocar a comunidade para uma área que apresente melhores condições que a atual;
- Realizar a relocação das famílias em área próxima, diminuindo com essa medida o período de
adaptação à nova área.
- Remover e dispor em área licenciada todos os resíduos sólidos das antigas habitações.
Como foi percebido durante a elaboração do diagnóstico ambiental, nos trechos onde serão executadas
as intervenções, existe uma fauna bastante diversa.
Medidas Mitigadoras
O traçado do anel rodoferroviário atinge uma área de vegetação, a qual será suprimida para a
implantação do empreendimento. Trata-se de vegetação em estágio médio de regeneração.
Apesar desse impacto ser negativo, ele é considerado de pequeno porte e medidas mitigadoras ainda
poderão ser tomadas no intuito de minimizar seus efeitos.
Medidas Mitigadoras:
Na fase de execução da obra, a criteriosa instalação dos dispositivos do sistema de drenagem deverá
reduzir o impacto à jusante do empreendimento.
Medidas Mitigadoras:
- Manutenção dos dispositivos. Deverá ser realizada inspeção periódica de desempenho, durante
e após a ocorrência de chuvas intensas.
A alteração das condições de estabilidade de taludes é um impacto potencial resultante das atividades
que envolvem terraplanagem, contenção, obras de arte ou drenagem em áreas frágeis ou mais
susceptíveis à desestabilização.
Por isso, é importante o conhecimento das características geológicas/geotécnicas locais para definição
dos riscos envolvidos.
As grandes alturas dos taludes de corte projetadas para determinados pontos da obra deverão ser
rigorosamente fiscalizadas, sendo implantadas, quando necessárias, estruturas de contenção de
deslizamentos.
Medidas Mitigadoras:
Medidas Mitigadoras:
- Deverá ser realizada a manutenção preventiva dos equipamentos e veículos utilizados, com o
objetivo de evitar tais acidentes.
Medidas Mitigadoras:
- As pistas utilizadas no serviço de transporte deverão ser irrigadas regularmente com caminhão
pipa, enquanto perdurar a necessidade de se elevar o percentual de umidade.
O traçado do anel rodoferroviário abrange uma área com rocha, implicando numa série de detonações
para remoção do material rochoso e implantação do empreendimento.
Dentre os principais impactos negativos provenientes desta ação, estão as ondas de choque produzidas
pela detonação da rocha. Este impacto poderá lançar fragmentos em locais indesejados.
Medidas Mitigadoras:
- Utilização de métodos de explosão que permitam diminuir a intensidade das ondas de choque
provocadas pela detonação das rochas e impeçam o lançamento de fragmentos em locais
indesejados, bem como minimizem a dispersão de material particulado na atmosfera.
A implantação do anel rodoferroviário virá consolidar a ligação entre o bairro Bela Vista e o atual
sistema, facilitando o deslocamento entre as várias moegas existentes no porto.
Entre os benefícios proporcionados pela obra está a melhoria no escoamento da produção agrícola.
Além disso, o sistema oferece maior comodidade e segurança aos motoristas e maquinistas que
venham a utilizar o anel, pois este trecho se destinará somente a movimentação de veículos vinculados
ao porto.
Na fase de execução da obra podem ocorrer índices significativos de ruídos, principalmente no que diz
respeito a movimentação de máquinas para pavimentação asfáltica da rodovia e implantação da linha
férrea.
Medidas mitigadoras
Para se evitar tais acidentes, propõe-se a execução das medidas mitigadoras descritas a seguir.
Medidas Mitigadoras:
- Deverá ser realizada a manutenção preventiva dos equipamentos e veículos utilizados, com o
objetivo de evitar tais acidentes.
Durante a utilização das máquinas e caminhões para imprimação poderá ocorrer a geração de gases e
fuligem. Para o devido controle de emissões dos motores se recomenda o controle periódico do seu
funcionamento, com o desenvolvimento de rotinas e procedimentos que detectem situações de
anormalidade.
Assim, todas as máquinas e veículos leves ou pesados em serviço nos canteiros e ao longo da faixa de
domínio da rodoferrovia, se preciso for, deverão ser objeto de controles periódicos de emissões, para
se verificar o atendimento dos parâmetros máximos de emissões, estabelecidos em legislação vigente.
Devendo o monitoramento observar os seguintes critérios:
Uma vez implantado o anel rodoferroviário, os impactos advindos da sua utilização também terão
repercussões.
Desta forma, o que se espera a partir das razões da implantação do sistema, é que o empreendimento
venha introduzir no contexto local e regional ganhos sociais duradouros, sem degradar os recursos
naturais disponíveis na região.
De todo o modo, em termos de impactos devidos à operação deverão ser evidenciadas as questões
descritas a seguir.
Na fase de operação do anel rodoferroviário poderão ocorrer acidentes, sendo este um fator de risco
que deverá ser considerado.
Apesar desse impacto ser negativo, ele é considerado de pequeno porte e medidas mitigadoras ainda
poderão ser tomadas no intuito de minimizar seus efeitos.
Ao longo do anel rodoferroviário ocorre fragmentos de vegetação nativa com exemplares da fauna
local. Com a operação do sistema, principalmente na época da colheita de grãos, ocorre o
derramamento destes próximo aos trilhos e rodovias, contribuindo positivamente como suprimento
alimentar para a fauna granívora/onívora.
No entanto, a busca por alimento tanto das espécies que se alimentam diretamente dos grãos, bem
como da fauna (carnívora/onívora) pertencentes a níveis tróficos superiores, apresenta grandes chances
de ocasionar atropelamentos de animais.
Medidas Mitigadoras:
A movimentação de granéis sólidos (soja, milho, farelo de soja), tanto pelo transporte rodoferroviário,
quanto pela movimentação no pátio/armazéns e pela operação nos navios, resulta em eventual
derramamento de granéis sólidos. Estes vazamentos ocorrem em virtude de pequenos desajustes que
podem ocorrer na transportadora por correia ou na transferência desta para os ship loaders.
Esses resíduos se acumulam no pátio, penetrando nos espaços entre os pisos, trilho e canaletas de
drenagem, sendo carreados pela rede de drenagem para os corpos d’água, onde são consumidos pela
fauna e organismos aquáticos ou levados pela correnteza, decompondo-se ao longo do processo. Desta
forma, pode-se inferir que este impacto poderia vir a interferir na cadeia trófica local, sendo mais
intenso no período de safra.
Medidas Mitigadoras:
- Providenciar a limpeza periódica das margens do anel rodoferroviário a fim de retirar resíduos
de cargas, especialmente grãos. Os resíduos deverão ser encaminhados para destinação
adequada em aterro licenciado.
Apesar do corte de vegetação ser considerada uma ação causadora de impactos negativos, neste caso a
vegetação a ser suprimida já se apresenta bastante alterada pela ação antrópica, possuindo
características de fragmentação florestal, heterogeneidade e efeitos de borda e clareira.
Podemos destacar também a remoção da população residente no bairro Bela Vista. Uma parcela dessa
comunidade já foi removida, em razão da futura implantação do Terminal de Granéis de Santa
Catarina – TGSC naquela localidade. Além disso, a relocação desta comunidade para uma área com
infraestrutura adequada (saneamento básico, rede de energia elétrica, ruas pavimentadas), em
edificações melhores que as atuais, se tornará em benefício para a comunidade, uma vez que ocorrerá
uma melhoria da qualidade de vida da população local.
Na fase de operação do empreendimento, os principais impactos negativos serão referentes aos riscos
de acidentes e possíveis derramamentos de carga.
No que concerne ao perigo de acidentes, este poderá ser mitigado com a instalação da sinalização
vertical e horizontal, agregado à instalação de redutores de velocidade e a uma constante fiscalização
de trânsito. Já para o caso de derramamentos de carga, poderá ser aplicada uma maior fiscalização no
momento do fechamento dos contêineres, carretas ou vagões, evitando com isso a possibilidade de
perda de carga ao longo do eixo viário.
Entre os impactos positivos destacam-se a atração de novos investimentos com geração de empregos e
renda e a melhoria das condições do tráfego rodoferroviário junto ao Porto de São Francisco do Sul.
8. PROGRAMA DE MONITORAMENTO
A resolução no 01/86 do CONAMA estabeleceu que após o estudo realizado para a identificação dos
impactos ambientais, durante a implantação do empreendimento será preciso elaborar um programa de
acompanhamento e monitoramento dos impactos e verificação das medidas tomadas, de modo que
nele esteja explícito os parâmetros e fatores considerados.
Como se verifica, do ponto de vista ambiental será fundamental o estabelecimento das providências
para solucionar os problemas que surgirão com o andamento das obras.
Por isto, a seguir, se apresentam as principais atividades que deverão fazer parte do processo de
monitoramento, durante e após a implantação do anel rodoferroviário.
Durante e após a terraplanagem, a erosão do solo junto aos taludes de corte e aterro poderá ocasionar
problemas de estabilidade de maciços, provocando o carreamento de material (solo e vegetação) para
as linhas de drenagem, causando o assoreamento das mesmas.
Recuperação da cobertura vegetal para a proteção das superfícies expostas à ação das águas
pluviais, a regularização e redução do escoamento superficial e o aumento do tempo de
absorção da água pelo subsolo, contribuindo no controle dos processos erosivos e de
instabilização e evitando o carreamento de sedimentos às linhas de drenagem.
Definição de estruturas físicas, tais como gabiões, lonas e leivas, a serem implantadas onde
ocorrer ou apresentar indícios de processos erosivos.
Fiscalização diária por técnico habilitado em todo o percurso da via, com a finalidade de
evidenciar processos erosivos ou indícios dos mesmos;
Nas áreas onde foram constatados processos erosivos ou vestígios, deverão ser realizados
técnicas de contenção (gabiões, lonas, leivas de gramas, etc...).
Na execução dos serviços de terraplanagem deverá ser realizada análise visual periódica das
superfícies de taludes implantadas, mesmo após sua revegetação, para a detecção de processos
erosivos no seu estágio inicial, principalmente de desbarrancamentos, o que facilitará as ações de
recuperação e prevenção. Tal inspeção deverá ser realizada por pessoal técnico devidamente
habilitado.
Por isto, nesta fase o monitoramento será necessário para averiguar se as equipes especializadas
responsáveis pela aplicação destes materiais na pista se encontram treinadas e conscientizadas dos
riscos ambientais envolvidos na atividade.
Principais ações
Fiscalizar os veículos que transportam as emulsões asfalticas para que não deixem ocorrer
vazamentos.
O gerenciamento dos resíduos sólidos terá por objetivo definir responsabilidades e procedimentos no
que se refere a separação, coleta, armazenamento temporário e disposição final dos resíduos sólidos
produzidos na obra.
- Separação: Todo o resíduo sólido proveniente das obras de implantação deverá ser separado,
levando em consideração o aproveitamento em processos de reciclagem e necessariamente os
resíduos não aproveitáveis deverão ser encaminhados a aterros licenciados;
- Coleta: As coletas dos resíduos deverão ser periódicas, evitando excesso de resíduos nos
locais estocados;
- Disposição final dos resíduos sólidos produzidos na obra: os resíduos provenientes das
obras deverão quando possível ser reciclados, os não aproveitáveis deverão ser encaminhados
a aterros licenciados. No caso de resíduos com características tóxicas, esses deverão ser
destinados para disposição em Aterro Industrial – Classe I.
Este tópico diz respeito ao controle de veículos e equipamentos na fase de implantação da obra, sendo
verificados os níveis de ruídos, emissões veiculares e controle de vazamento de óleos e graxas.
O objetivo do controle da emissão de ruídos e vibrações por máquinas e equipamentos é garantir que o
nível ruído permaneça dentro dos limites máximos admitidos para este tipo de atividade.
Quanto ao controle de vazamento de óleos e graxas, durante a inspeção mensal dos equipamentos,
deverão ser investigadas possíveis avarias que possam provocar o escapamento de combustíveis, óleos
e graxas para o ambiente.
Além do controle de emissões veiculares, deverá ser observada a poluição causada por poeira
proveniente das atividades dos equipamentos de terraplenagem e trânsito de caminhões, sendo
efetuada, quando da ocorrência de períodos excessivamente secos, a aspersão de água nas pistas,
acessos e frentes de trabalho, por caminhão pipa dotado de dispositivos de irrigação.
O monitoramento de remanejamento da população terá por objetivo avaliar a remoção das famílias
afetadas pelo sistema rodoferroviário, considerando a integridade física dos moradores e dos bens
envolvidos.
Anteriormente ao processo de remoção, as partes envolvidas deverão definir a área para a qual serão
deslocadas. Depois de definido o local para onde cada família será deslocada, deverá ser consolidada a
remoção das famílias, de modo a assegurar o bem estar dos envolvidos.
As habitações de alvenaria deverão ser demolidas e os materiais em bom estado de uso deverão ser
recuperados e reaproveitados na construção das novas moradias. Os materiais que não apresentarem
condições de recuperação deverão ser encaminhados para aterro licenciado.
As residências de madeira, quando possível, deverão ser retiradas e transportadas na sua íntegra ou em
partes, facilitando o trabalho de desmontagem e remontagem das mesmas, além de agilizar o processo
de acomodação da família, diminuindo os custos e os transtornos da população afetada.
Os sistemas de fossa e filtro, quando houver, serão removidos, diminuindo prováveis contaminações
do solo e corpos d’águas.
A remoção, deslocamento e remontagem das casas deverão ser realizados por profissional habilitado.
Durante as obras de implantação do anel viário deverão ser monitorados os espécimes que percorram a
área das obras.
Antes e durante os procedimentos de retirada da cobertura vegetal deverá ocorrer vistorias dos abrigos
de fauna e afugentamento das espécies do local. No caso da presença de pequenas espécies que
apresentam baixo poder de mobilidade, torna-se necessário à transferência destes para o remanescente
vegetal adjacente.
Além disso, poderão ocorrer acidentes com animais no canteiro de obras durante a fase de execução da
obra. Nesta fase deverão ser implementados dispositivos de controle de velocidade e sinalização.
Os espécimes encontrados atropelados, caso estejam vivos deverão ser identificados e encaminhados
para clínica veterinária.
Sugere-se a promoção de Educação Ambiental junto ao pessoal envolvido com a obra com a
distribuição de uma cartilha de educação ambiental destinada aos empregados, no sentido de se
impedir a caça por parte de funcionários, instruir ações de resgate de eventuais animais que sejam
encontrados feridos na faixa de intervenção, bem como instruções de como se acionar os órgãos
responsáveis pelo seu recolhimento (Polícia Ambiental).
9. EQUIPE TÉCNICA
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MITTERMEIER, R.A.; C.G, Gil & C.G. MITTERMEIER (eds). Megadiversity: Earth’s Biologically
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Monitoring Biological Diversity: Standard Methods for Mammals. Washington DC, Smithsonian
Institution Press: 1996. 409p.
11. DOCUMENTAÇÃO
11.1. CNPJ
Contribuinte,
Confira os dados de Identificação da Pessoa Jurídica e, se houver qualquer divergência, providencie junto à
RFB a sua atualização cadastral.
11.7. PROCURAÇÃO
11.9. DARE
12. ANEXOS
PARCELA 01
PARCELA 02
PARCELA 03
PARCELA 04
PARCELA 05
PARCELA 06
PARCELA 07
PARCELA 08
PARCELA 09
VOLUME II
x PÊRA RODOFERROVIÁRIA
JOINVILLE-SC
Agosto/2006.
2
R
3
R
SUMÁRIO
1.0-APRESENTAÇÃO .........................................................................................................5
2.0-PLANTA DE LOCALIZAÇÃO DOS TRABALHOS .........................................................6
3.0-ESTUDOS DE PROJETO .............................................................................................7
3.1-Estudos Topográficos ................................................................................................7
3.2-Estudos Geológicos e Geotécnicos ...........................................................................9
3.3-Estudo Hidrológico ...................................................................................................19
3.5-Estudos de Tráfego..................................................................................................41
4.0-PROJETOS .................................................................................................................44
4.1-Projeto Geométrico ..................................................................................................44
4.2-Projeto Terraplenagem ............................................................................................45
4.3-Projeto Drenagem Pluvial e O.A.C...........................................................................47
4.4-Projeto Pavimentação ..............................................................................................61
4.5-Projeto Sinalização ..................................................................................................62
5.0-QUADRO DE QUANTIDADES ...........................................................................64
6.0-CRONOGRAMA FÍSICO......................................................................................65
7.0-INFORMAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE EXECUÇÃO ....66
7.1 Fatores condicionantes ............................................................................................66
7.2 Responsabilidade pelos Serviços e Obras...............................................................69
7.3 Execução dos Serviços ............................................................................................71
8.0-MANEJO AMBIENTAL .........................................................................................74
8.1 Condições Gerais.....................................................................................................74
8.2 Canteiros de Obras ..................................................................................................75
8.3 Pavimentação ..........................................................................................................77
8.4 SINALIZAÇÃO .........................................................................................................78
10.0-INVENTÁRIO FOTOGRÁFICO ........................................................................79
4
R
1.0-APRESENTAÇÃO
5
R
6
R
3.0-ESTUDOS DE PROJETO
3.1-Estudos Topográficos
3.1.1 Introdução
x Detalhamento do trecho:
7
R
O levantamento topográfico foi executado com estações totais LEICA modelos TC-
600 e TC-307 e nível óptico modelo NA-720. Os elementos e dados coletados no campo
foram processados no escritório, em computadores, através de programas específicos
para a área de projetos, nas suas versões mais atuais do Autocad e Posição. Os
resultados destes processamentos serão formados e apresentados em pranchas nas
escalas compatíveis e adequadas à qualidade gráfica e visual para os estudos a serem
realizados.
3.1.3 Equipe Técnica
8
R
3.2.1 Relevo
3.2.2 Geomorfologia
9
R
Foto 01 - Deposições tipo rampas de colúvios Foto 02- Sedimentos arenosos ao longo da Praia dos
próximo à Praia dos Ingleses Ingleses.
3.2.3 Hidrografia
11
R
condução das águas continentais para o oceano. O único rio existente nas proximidades,
denominado Monte de Trigo, nasce junto ao morro da antiga pedreira, seguindo para
nordeste na localidade de Iperoba, mais precisamente na praia do Calixto.
3.2.4 Solos
Foto 04 - Exposição do perfil do solo próximo à Praia Existem os solos desenvolvidos sobre os
dos Ingleses.
depósitos sedimentares inconsolidados, de
caráter arenoso, bem como os situados nas porções intermediárias, sobre os colúvios e
leques aluviais nas porções transicionais de relevo mais íngreme para as regiões mais
planas.
12
R
13
R
14
R
descem a Serra do Mar e sedimentos depositados nos períodos em que o mar teve nível
mais elevado que o atual.
15
R
A obra está inserida na área urbana de São Francisco do Sul, espremida pelas
instalações do e as elevações adjacentes. Consultado o sistema de controle de áreas
tituladas do DNPM, verifica-se que não existem mais locais disponíveis para a realização
de requerimentos visando a obtenção de materiais de origem mineral para utilização
direta na obra. Assim, as substâncias minerais a serem empregadas na fase de
execução, com exceção daquelas originadas das frentes de escavação, terão que ser
buscadas em jazimentos comerciais existentes na região, conforme as indicações
apresentadas a seguir:
Areia
A jazida mais próxima esta situada na Rodovia SC 495, que dá acesso a Balneário
Barra do Sul, pertencente a MINERAÇÃO JUNDU LTDA., onde é possível obter areia com
granulometria variando de fina a média provinda de extração em terraços arenosos.
Outro jazimento está situado à margem do Rio Piraí, podendo ser acessado através
da BR 101, seguindo no sentido Joinville - Barra Velha por aproximadamente 2,3 km após
o viaduto da BR 280. A partir desse ponto segue na direção por mais 2,2 km, através de
estrada vicinal até chegar ao Porto de Areia da empresa
CONCREMAX INDUSTRIAL LTDA., onde pode ser obtida areia quartzosa de fina a média
de origem fluvial.
16
R
Brita
Solos
Existem diversas ocorrências em exploração comercial além de outras que podem vir
a ser exploradas com características semelhantes, das quais podem ser destacadas duas
frentes situadas na BR 280 a 1,1 e 1,45 km respectivamente.
17
R
Foto 07 - Detalhe da jazida de material de primeira Foto 08 - Jazida de material de primeira categoria
categoria situado a 1,1 km do início da obra. situada a 1,45 km do início da obra.
18
R
3.3-Estudo Hidrológico
3.3.1. Generalidades
Como etapa inicial dos Estudos Hidrológicos, da rodovia em projeto, foi efetuado e
desenvolvido inventário de dados hidrológicos existentes.
Com base na publicação “Inventário das Estações Pluviométricas”, MMEJDNAEE,
procedeu-se um trabalho de identificação e localização dos postos pluviométricos
disponíveis e em operação nas imediações da rodovia em estudo.
Inventário Pluviométrico
Período de
Órgão Coordenadas
Código Nome da Estação Município Observação
operador
Latitude Longitude Início Fim N
2648013 São Fco do Sul São Fco do Sul INEMET 26°15’ 48°38’ 1923 66
2648014 Joinville Joinville RFFSA 26°18’ 4851’ 1938 * 51
2648027 Garuva Garuva DNAEE 26°0 1’ 48°53’ 1976 * 13
2648020 Itapocú Araquari DNAEE 26°24’ 48°43’ 1976 * 13
2648028 Ponte SC 301 Araquari DNAEE 26°25’ 48°50’ 1977 * 12
Obs.: * Em operação
19
R
Descrição Geográfica
Geomorfologia
20
R
21
R
3.3.5 Clima
22
R
23
R
24
R
Considerações Iniciais
Para a definição das vazões dos dispositivos de drenagem e das obras de arte
correntes torna-se indispensável à determinação das chuvas de intensidade-duração-
tempo de recorrência. Para tanto, procedeu-se estudo do comportamento das chuvas
intensas.
O tempo de recorrência para o projeto de cada dispositivo de drenagem foi fixado
segundo a NP-03/DNER “Normas de Procedimento para Estudos Hidrológicos” levando-
se em conta:
- importância e segurança da obra;
- classe da rodovia;
- interrupção do tráfego e os prejuízos econômicos;
- prejuízo a propriedade lindeiras;
-estimativa de custos de restauração na hipótese de destruição;
- outros fatores.
Assim sendo, os tempos de recorrência adotados foram:
- dispositivos de drenagem superficial - 5 anos
- Drenagem Urbana – 5 anos.
- obras de arte correntes 15/25 anos
- pontes e canais de grande porte 50 anos
- dispositivos de drenagem do pavimento (subsuperficial) 1 a 5 anos
Metodologia
26
R
I = (t, T)
Sendo:
I = intensidade em mm/h;
t = tempo de duração da chuva em minutos e,
T = tempo de recorrência em anos.
Graficamente a função toma a seguinte forma quando desenhada em papel
bilogarítmico.
27
R
H X KS
28
R
TABELA I
Valores de "K" calculados segundo a Lei de Gumbel - X= X + XG
Nº eventos Tr - Tempo de Recorrência em Anos
considerados 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 50,00 100,00
10 1,058 1,848 2,289 2,606 2,847 3,588 4,323
11 1,034 1,809 2,242 2,553 2,789 3,516 4,238
12 1,013 1,777 2,202 2,509 2,741 3,476 4,166
13 0,996 1,748 2,168 2,470 2,699 3,405 4,105
14 0,981 1,724 2,138 2,437 2,663 3,360 4,052
15 0,967 1,703 2,112 2,410 2,632 3,321 4,005
16 0,955 1,682 2,087 2,379 2,601 3,283 3,959
17 0,943 1,664 2,066 2,355 2,575 3,250 3,921
18 0,934 1,649 2,047 2,335 2,552 3,223 3,888
19 0,926 1,636 2,032 2,317 2,533 3,199 3,860
20 0,919 1,625 2,018 2,302 2,517 3,179 3,836
21 0,911 1,613 2,004 2,286 2,500 3,157 3,810
22 0,905 1,603 1,992 2,272 2,484 3,138 3,787
23 0,899 1,593 1,980 2,259 2,470 3,121 3,766
24 0,893 1,584 1,969 2,247 2,457 3,104 3,747
25 0,888 1,575 1,958 2,235 2,444 3,088 3,729
26 0,883 1,568 1,949 2,224 2,432 3,074 3,711
27 0,879 1,560 1,941 2,215 2,422 3,061 3,696
28 0,874 1,553 1,932 2,205 2,412 3,048 3,681
29 0,870 1,547 1,924 2,196 2,402 3,037 3,667
30 0,866 1,541 1,912 2,188 2,393 3,026 3,653
31 0,863 1,535 1,910 2,180 2,385 3,015 3,641
32 0,860 1,530 1,904 2,173 2,377 3,005 3,629
33 0,856 1,525 1,897 2,166 2,369 2,966 3,618
34 0,855 1,520 1,892 2,160 2,362 2,987 3,608
35 0,851 1,516 1,886 2,152 2,354 2,977 3,598
36 0,848 1,511 1,881 2,147 2,349 2,971 3,588
37 0,845 1,507 1,876 2,142 2,344 2,963 3,579
38 0,843 1,503 1,871 2,137 2,338 2,957 3,571
39 0,840 1,499 1,867 2,131 2,331 2,950 3,563
40 0,838 1,495 1,862 2,126 2,326 2,943 3,554
41 0,836 1,492 1,858 2,121 2,321 2,936 3,547
42 0,834 1,489 1,854 2,117 2,316 2,930 3,539
43 0,832 1,485 1,850 2,112 2,311 2,924 3,532
44 0,830 1,482 1,846 2,108 2,307 2,919 3,526
45 0,828 1,478 1,824 2,104 2,303 2,913 3,519
46 0,826 1,476 1,839 2,100 2,298 2,908 3,513
47 0,824 1,474 1,836 2,096 2,294 2,903 3,507
48 0,823 1,471 1,832 2,093 2,290 2,898 3,501
49 0,821 1,469 1,830 2,090 2,287 2,894 3,496
50 0,820 1,466 1,827 2,086 2,283 2,889 3,490
29
R
TABELA I
Valores de "K" calculados segundo a Lei de Gumbel - X= X + XG
Nº eventos Tr - Tempo de Recorrência em Anos
considerados 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 50,00 100,00
51 0,818 1,464 1,924 2,083 2,280 2,885 3,486
52 0,817 1,462 1,821 2,080 2,276 2,881 3,481
53 0,815 1,459 1,818 2,077 2,273 2,875 3,474
54 0,814 1,457 1,816 2,074 2,270 2,873 3,471
55 0,813 1,455 1,813 2,071 2,267 2,869 3,467
56 0,812 1,453 1,811 2,069 2,264 2,865 3,462
57 0,810 1,451 1,809 2,066 2,261 2,862 3,458
58 0,809 1,449 1,806 2,064 2,258 2,858 3,454
59 0,808 1,448 1,804 2,061 2,256 2,855 3,450
60 0,807 1,446 1,802 2,059 2,253 2,852 3,446
H1 dia
TR (anos) H24 horas (mm) H1 hora (mm) H mm (mm)
(mm)
5 132,58 145,18 58,22 14,23
10 154,48 169,16 67,15 16,58
15 166,68 182,51 72,09 17,89
25 182,11 199,41 78,17 19,54
50 202,63 221,88 86,09 21,74
100 222,99 244,17 93,76 21,49
30
R
31
R
REGIME PLUVIOMÉTRICO
PERÍODO DE TEMPO
ENTIDADE LOCALIDADE
OBSERVAÇÃO CONSIDERADO
INEMET 1928-1986 60 SÃO FRANCISCO DO SUL
Precipitação média em mm
350,00
300,00
250,00
150,00
100,00
50,00
-
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
VERÃO OUTONO INVERNO PRIMAVERA
32
R
33
R
34
R
Generalidades
Uma caracterização geral dos métodos pode ser feita da seguinte forma:
35
R
36
R
Q=C.i.A
Onde:
Q = pico de vazão em m³/s;
C = coeficiente de deflúvio superficial;
i = intensidade da chuva em m³/s.ha ;
A = área drenada em ha;
O método racional se baseia no principio que a vazão máxima, provocada por uma
chuva de intensidade uniforme, ocorre quando todas as partes da bacia passam a
contribuir para seção de drenagem.
37
R
O tempo necessário para que isto aconteça, medido a partir da chuva, é o que se
denomina tempo de concentração (tc).
Coeficiente de Escoamento, C
Do volume precipitado sobre a bacia, apenas uma parcela atinge a seção de vazão,
sob a forma de escoamento superficial, isso porque parte é interceptada ou umedece o
solo ou preenche as depressões ou se infiltra rumo aos depósitos subterrâneos.
O volume escoado é, então, um resíduo do volume precipitado e a relação entre os
dois são o que se denomina, geralmente, coeficiente de deflúvio ou de escoamento.
As perdas podem oscilar sensivelmente de uma para outra precipitação, variando
conseqüentemente o coeficiente de deflúvio. Em particular, a porcentagem da chuva que
aparece como escoamento superficial aumenta com a intensidade e a duração de
precipitação.
No método racional utiliza-se um coeficiente C, que, multiplicado pela intensidade da
precipitação do projeto, fornece o pico da cheia considerada por unidade de área.
Portanto, não se trata de uma relação de volumes escoado e precipitado, mas o
coeficiente de deflúvio, nesse caso, está indicando a relação entre a vazão máxima
escoada e a intensidade da precipitação.
O coeficiente de deflúvio depende da distribuição da chuva na bacia, da direção do
deslocamento da tempestade em relação ao sistema de drenagem, da precipitação, do
tipo do solo, da utilização que se faz da terra, da rede de drenagem existente, da duração
e intensidade da chuva. O valor de C, por se tratar de uma relação de vazões, além de
levar em conta todos esses fatores, deve considerar, ainda, o efeito do armazenamento e
da retenção superficial sobre a descarga.
O coeficiente de deflúvio C, utilizado no método racional, não traduz simplesmente o
resultado da ação do terreno sobre a precipitação, da qual resulta a descarga superficial,
mas é mais completamente definido como a relação entre a vazão de enchente de certa
freqüência e a intensidade média da precipitação de igual freqüência.
A escolha deste coeficiente depende muito do julgamento pessoal do engenheiro
projetista. Em geral, as superfícies não são homogêneas, não sendo, por isso
38
R
conveniente adotar um único valor tirado de tabelas para toda a área de drenagem. O
mais conveniente é adotar um coeficiente composto, cujo cálculo é executado em
planilha. Este cálculo é a determinação da média ponderada para toda a área da bacia de
drenagem, de todos os valores de C para as parcelas que o compõe.
Obviamente, na escolha do valor de C para o projeto, deverá ser considerado o
efeito da urbanização crescente, da possibilidade de realização de planos urbanísticos
municipais e de legislação local referente ao zoneamento e ocupação do solo. Dessa
forma, deve-se escolher para valor de C, um valor que o mesmo teria em TR anos.
A tabela a seguir, contém os valores de C adotados neste projeto:
N.º Zonas C
Zonas de edificação muito densa.
39
R
frisar que é preferível utilizar os registros de precipitação ou descarga locais, sempre que
existentes nada impedindo o emprego do método proposto a partir dessas informações.
A necessidade de um contínuo aperfeiçoamento dos métodos de dimensionamento
é indiscutível. Somente com um trabalho sistemático de verificação de obras existentes;
de confronto de suas dimensões com as resultantes da utilização deste ou de outros
métodos; de registro sistemático do desempenho das estruturas, sua ruína parcial ou total
e suas causas, será possível estabelecer critérios de projeto mais satisfatórios, cujo
resultado econômico será, sem dúvida, altamente compensador. Essas considerações
são válidas para outras estruturas hidráulicas de importância equivalente.
40
R
3.5-Estudos de Tráfego
41
R
Através dos dados acima mencionados pode-se prever uma taxa de crescimento
fixada em 26,15%, como observado graficamente:
333.220,00
350.000,00 264.152,00
300.000,00
250.000,00
200.000,00
Número de
Caminhões 150.000,00
100.000,00
50.000,00
0,00
Caminhões que entraram no Porto Caminhões que entraram no Porto
- Ano 2003 - Ano 2004
Ano de Análise
V 1>2 P 1 x t / 100@
Vm
2
Onde:
Vt = 365 x P x Vm
42
R
N = Vt x (F.E) x (F.C)
N = Vt x (F.V)
43
R
4.0-PROJETOS
4.1-Projeto Geométrico
44
R
4.2-Projeto Terraplenagem
45
R
46
R
47
R
PAVIMENTO
Dimensionamento
48
R
b) Revestimento do concreto
Usada no lado jusante da pista nos segmentos em tangente e no bordo interno dos
trechos em curva.
A = (6,00+1,00+H-0,25)xL (m²)
c) Vazão na sarjeta
2 1
1
Q2 u (R)3 uI2 u A2
n
49
R
2 1
1
Q2 u (0,1265) 3 u I 2 u 0,150
0,015
Q2 2,52 u I 2
Q2 0,252 u I 2
Fazendo-se:
Q 1 = Q2
10.862,07 u I 2
L
6,75 H
Comprimentos críticos para sarjeta tipo I com revestimento de concreto para
trecho em tangente.
50
R
51
R
Introdução
52
R
Este tipo de dreno deverá ser implantado nos bordos externos da pista, nos
segmentos em corte onde foi previamente detectada a necessidade de implantação do
mesmo, e terá a dupla finalidade de rebaixar o lençol e drenar as águas infiltradas no
pavimento.O dreno profundo terá l,50m de profundidade e 0,50m de largura, preenchidos
por um material drenante (brita) e um tubo poroso de diâmetro O,20m.
Para que este tipo de dreno desempenhe sua função, é necessário que o mesmo
seja executado de forma a permitir o contato da camada inferior do pavimento com o
dreno.
Q=C.i.A
Onde:
Q = pico de vazão em m³/s;
C = coeficiente de deflúvio superficial;
i = intensidade da chuva em m³/s.ha ;
A = área drenada em ha;
O método racional se baseia no principio que a vazão máxima, provocada por uma
chuva de intensidade uniforme, ocorre quando todas as partes da bacia passam a
contribuir para seção de drenagem.
53
R
O tempo necessário para que isto aconteça, medido a partir da chuva, é o que se
denomina tempo de concentração (tc).
A sua determinação depende de uma série de fatores como: tipo de solo e do uso da
terra, desuniformidade da distribuição de chuva, condições de umidade do solo no inicio
da precipitação, etc...
Para o dimensionamento das tubulações, foi considerado um C ponderado, onde nas
áreas acima da cota 35 foi utilizado um C de 0,30 e para as demais áreas foi utilizado um
C de 0,7.
N.º ZONAS C
Zonas de edificação muito densa.
1 Partes centrais, comerciais, com ruas e calçadas pavimentadas. 0,8
Zonas adjacentes ao centro de menor densidade de população.
Ocupação mista: residencial e comercial.
2 Ruas e calçadas pavimentadas. Bairros em expansão. 0,7
Zonas com muitas superfícies livres.
Distrito Industrial. Cidade, jardins, parques, com ruas
3 0,5
Macadamizadas ou pavimentadas.
Zonas de cobertura florestal urbana.
4 0,3
Acima da cota 35
5 Zonas de cobertura florestal rural. 0,3
6 Superfícies impermeáveis 1,00
Fonte: Adaptado de WILKEN (1978:132)
54
R
Tempo de Concentração - ( tc )
Definido como sendo o tempo que leva uma gota d’água teórica para ir do ponto
mais afastado da bacia até o ponto de projeto considerado.
tc = te + tp
Onde:
te = tempo de entrada, como se trata de pequenas bacias adotaremos o valor de 10,0
min;
tp = tempo de percurso, calculado pela fórmula :
tp = L / 60 . V (min)
Em que:
L = comprimento do trecho de galeria;
V = velocidade média (m/s).
55
R
2/3
Q = 1 / n . (S.R) . I
Onde:
Q = descarga em m3/s;
S = área da seção molhada em m²;
n = coeficiente de rugosidade, n = 0,013 para o concreto;
R = raio hidráulico da seção em m;
P = perímetro molhado em m;
I = declividade do fundo da galeria em m/m.
A velocidade mínima e máxima de projeto adotada para a tubulação foi de 0,75 m/s
e 5,5m/s consecutivamente, velocidade limite para que não ocorra a deposição de
sedimentos e conseqüente assoreamento da tubulação, e também erosão do material.
Disposição de Curvas
Alinhamentos: Para execução das linhas de drenagem nos trechos em curva (de raio
curto), as mesmas podem ser efetuadas no próprio poço de visita conforme tabela abaixo:
56
R
57
R
Rejuntamento
Reaterro
Caixa de ligação
58
R
59
R
f) Execução
Os serviços deverão ser executados de acordo com as normas, especificações
e métodos da ABNT.
A programação operacional da obra será elaborada de forma a minimizar os
problemas de trânsito.
60
R
4.4-Projeto Pavimentação
A estrutura do pavimento flexível das vias a que se refere este projeto decorre das
seguintes equações:
R Kr + B Kb > H20 (1)
R Kr + B Kb + h20 Ks > Hn (2)
R Kr + B Kb + h20 Ks + hn Kref > Hm (3)
onde: R = espessura real da camada de rolamento
B = espessura real da camada de base
H20 = espessura real da camada de sub-base
Kr = coeficiente estrutural da camada de rolamento
Kb = coeficiente estrutural da camada de base
Ks = coeficiente estrutural da camada de sub-base
h20 = espessura estrutural do pavimento necessária acima da sub-base
Hm = espessura estrutural do pavimento necessária acima do sub-leito
Conforme já exposto anteriormente iremos adotar para o cálculo da espessura das
camadas que comporão o pavimento o número N=1,0 x 107 e CBR médio de 7,0%.
H20 = B + R = 25 cm
R = 10,0 cm
R Kr + B Kb > H20; 2x5,0 + B >= 20cm; B >= 25cm-10cm = 15cm
B=20 cm
Adotando h20(sub-base) = 35 cm, teremos:
20 + 20 + 35 + hn Kref > 66 cm
hn >= 66 cm – 75 cm
hn = -9 cm (Não necessita reforço)
O pavimento será constituído por:
Revestimento de concreto asfáltico: 10,0 cm (CBUQ)
Base granular: 20,0 cm (Brita Graduada)
Sub-base granular: 35,0 cm (Macadame Seco)
61
R
4.5-Projeto Sinalização
62
R
A sinalização horizontal deverá ser executada com tinta a base de resina acrílica
(NBR-11862), na espessura 0,6mm (úmida) com a aplicação de microesfera de vidro tipo
I-B e II-A (NBR-683).
O projeto contempla também a necessidade de implantação de tachões refletivos,
dispositivo de grande importância na segurança, canalizando com eficiência o tráfego da
via.
63
R
5.0-QUADRO DE QUANTIDADES
64
R
6.0-CRONOGRAMA FÍSICO
65
ADMINISTRAÇÃO DO PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL PROJETO ACESSO AO PORTO ORGANIZADO - PÊRA RODOFERROVIÁRIA
7.1.1 Localização
66
R
67
R
fornecimento de barreiras, sinais de perigo e de aviso não será feito diretamente, mas sim
através da inclusão de seus custos nos preços propostos para os itens de serviço do
contrato. Toda a sinalização deverá rigorosamente seguir os padrões da legislação
vigente.
Na eventualidade do uso de explosivos para a perfeita execução dos trabalhos, os
cuidados deverão, ser redobrados afim de não por em perigo vidas ou propriedades, e a
responsabilidade por quaisquer danos é de inteira responsabilidade da Empresa
Executora. Previamente deverá fornecer e implantar sinais especiais para aviso ao
público das operações de explosão.
Essa sinalização especial também não gerará qualquer tipo de remuneração extra,
deverá ser incluído nos preços propostos para os itens de serviço do Contrato.
Todos os explosivos deverão ser armazenados de maneira segura, recebendo,
todos os locais de armazenamento, o letreiro "perigo explosivos".
A Empresa Executora será responsável pela proteção de toda a propriedade pública
e privada, linhas de transmissão de energia, telefones, TV a cabo e outros serviços, ao
longo ou adjacentes ao trecho em serviço ou obra. O ônus será exclusivo da Empresa
Executora.
Quaisquer serviços de utilidade pública avariados pela executante deverão ser
consertados imediatamente, com ônus para a mesma.
A Empresa Executora deverá isentar a Administração do Porto de São Francisco
do Sul – APSFS e todos os seus representantes, nos processos, ações ou reclamatórias
de qualquer ato causado pela obra ou serviço.
À executante caberá todos os encargos impostos por lei por quaisquer danos ou
morte de qualquer pessoa ou danos a propriedades públicas e privadas por ela causados.
A Fiscalização da APSFS poderá solicitar a abertura de trechos concluídos ao
tráfego, entretanto a conservação será de responsabilidade e custa da Empresa
Executora.
68
R
69
R
70
R
7.3.1 Mobilização
7.3.2 Terraplenagem
Serviços Preliminares
71
R
72
R
73
R
8.0-MANEJO AMBIENTAL
8.1 Condições Gerais
Antes do início efetivo das obras, recomenda-se que, para tanto a empresa
contratada assim como a Fiscalização e/ou Administração do Porto, analise detalhada de
todos os aspectos ambientais envolvidos, de forma que as intervenções previstas
minimizem o impacto junto ao meio ambiente.
Recomenda-se, para obtenção de orientação relativamente ao acima, exposto,
contatos e consultas com órgãos e entidades ambientais, tais como FATMA, IBAMA, etc.
objetivando a obtenção do licenciamento ambiental da obra.
A seguir, são listadas algumas medidas ambientais que deverão ser observadas
antes, durante e depois da execução do empreendimento em pauta, identificando-se,
inclusive, a competência de cada uma delas.
74
R
75
R
76
R
8.3 Pavimentação
77
R
8.4 SINALIZAÇÃO
78
R
10.0-INVENTÁRIO FOTOGRÁFICO
80
R
81
R
• PÊRA RODOFERROVIÁRIA
JOINVILLE-SC
Agosto/2006.
2
R
3
R
SUMÁRIO
3.1-Traçado Rodoviário....................................................................................................7
3.2-Traçado Ferroviário....................................................................................................8
4.1-Traçado Rodoviário....................................................................................................9
4.2-Traçado Ferroviário..................................................................................................10
5.1-Traçado Rodoviário..................................................................................................11
5.2-Traçado Ferroviário..................................................................................................12
4
R
1.0 – APRESENTAÇÃO
5
R
6
R
7
AZIMUTE - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS Data:11/8/2006 Folha:1
RELATÓRIO DE ALINHAMENTO
Município: SÃO FRANCISCO DO SUL
Microbacia: PORTO DE SÃO FRNCISCO DO SUL
Trecho: ANEL RODPFERROVIÁRIO - PERA (RODOVIA)
Arquivo: C:\OBSOLETOS\08306\GEO-02\08306-02-E.prj
Extensão: 1.273 km
Estaca Descrição Norte (y) Este (x) Cota A.C. Raio Desenv.
AZIMUTE
24 - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS
7096478.182 736681.260 9.649 55°06'31" SISTEMA
71.000 POSIÇÃO
68.290
AZIMUTE - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS Data:11/8/2006 Folha:2
RELATÓRIO DE ALINHAMENTO
Município: SÃO FRANCISCO DO SUL
Microbacia: PORTO DE SÃO FRNCISCO DO SUL
Trecho: ANEL RODPFERROVIÁRIO - PERA (RODOVIA)
Arquivo: C:\OBSOLETOS\08306\GEO-02\08306-02-E.prj
Extensão: 1.273 km
Estaca Descrição Norte (y) Este (x) Cota A.C. Raio Desenv.
AZIMUTE
49 - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS
7096503.025 736326.027 5.188 SISTEMA POSIÇÃO
AZIMUTE - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS Data:11/8/2006 Folha:3
RELATÓRIO DE ALINHAMENTO
Município: SÃO FRANCISCO DO SUL
Microbacia: PORTO DE SÃO FRNCISCO DO SUL
Trecho: ANEL RODPFERROVIÁRIO - PERA (RODOVIA)
Arquivo: C:\OBSOLETOS\08306\GEO-02\08306-02-E.prj
Extensão: 1.273 km
Estaca Descrição Norte (y) Este (x) Cota A.C. Raio Desenv.
3.2-Traçado Ferroviário
8
AZIMUTE - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS Data:11/8/2006 Folha:1
RELATÓRIO DE ALINHAMENTO
Município: SÃO FRANCISCO DO SUL
Microbacia: PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL
Trecho: ANEL RODOFERROVIÁRIO - PERA (FERROVIA)
Arquivo: C:\OBSOLETOS\08306\GEO-01\GEO-08306-01-E.prj
Extensão: 1.350 km
Estaca Descrição Norte (y) Este (x) Cota A.C. Raio Desenv.
AZIMUTE
25 - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS
7096440.225 736702.478 9.954 SISTEMA POSIÇÃO
AZIMUTE - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS Data:11/8/2006 Folha:2
RELATÓRIO DE ALINHAMENTO
Município: SÃO FRANCISCO DO SUL
Microbacia: PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL
Trecho: ANEL RODOFERROVIÁRIO - PERA (FERROVIA)
Arquivo: C:\OBSOLETOS\08306\GEO-01\GEO-08306-01-E.prj
Extensão: 1.350 km
Estaca Descrição Norte (y) Este (x) Cota A.C. Raio Desenv.
AZIMUTE
50 - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS
7096520.867 736347.135 5.493 -19°46'04" SISTEMA
150.000 POSIÇÃO
51.752
AZIMUTE - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS Data:11/8/2006 Folha:3
RELATÓRIO DE ALINHAMENTO
Município: SÃO FRANCISCO DO SUL
Microbacia: PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL
Trecho: ANEL RODOFERROVIÁRIO - PERA (FERROVIA)
Arquivo: C:\OBSOLETOS\08306\GEO-01\GEO-08306-01-E.prj
Extensão: 1.350 km
Estaca Descrição Norte (y) Este (x) Cota A.C. Raio Desenv.
9
AZIMUTE - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS Data:11/8/2006 Folha:1
PIH Tipo da Curva Norte (y) Este (x) A.C. Raio Desenv. Tangente
Estaca PC Norte (x) Este (y) Cota Greide Estaca PT Norte (y) Este (x) Cota Greide
4.2-Traçado Ferroviário
10
AZIMUTE - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS Data:11/8/2006 Folha:1
PIH Tipo da Curva Norte (y) Este (x) A.C. Raio Desenv. Tangente
Estaca PC Norte (x) Este (y) Cota Greide Estaca PT Norte (y) Este (x) Cota Greide
11
AZIMUTE - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS Data:11/8/2006 Folha:1
5.2-Traçado Ferroviário
12
AZIMUTE - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS Data:11/8/2006 Folha:1
6.0–NOTA DE SERVIÇO
6.1-Traçado Rodoferroviário
13
AZIMUTE - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS Data: 11/8/2006 Página 1 de 13
NOTA DE SERVIÇO
Cliente: ADMINISTRAÇÃO DO PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL
Obra: PROJETO DE ENGENHARIA RODOFEROVIÁRIA
Município: SÃO FRANCISCO DO SUL
Trecho: ANEL RODOFERROVIÁRIO - PERA (FERROVIA)
Local: PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL
Arquivo: C:\OBSOLETOS\08306\GEO-01\GEO-08306-01-E.prj
Extensão: 1.350 km
ESTACA PONTO NORTE ESTE DIST.EIXO COTA GREIDE COTA PRIMITIVO COTA VERMELHA
ESTACA PONTO NORTE ESTE DIST.EIXO COTA GREIDE COTA PRIMITIVO COTA VERMELHA
ESTACA PONTO NORTE ESTE DIST.EIXO COTA GREIDE COTA PRIMITIVO COTA VERMELHA
ESTACA PONTO NORTE ESTE DIST.EIXO COTA GREIDE COTA PRIMITIVO COTA VERMELHA
ESTACA PONTO NORTE ESTE DIST.EIXO COTA GREIDE COTA PRIMITIVO COTA VERMELHA
ESTACA PONTO NORTE ESTE DIST.EIXO COTA GREIDE COTA PRIMITIVO COTA VERMELHA
ESTACA PONTO NORTE ESTE DIST.EIXO COTA GREIDE COTA PRIMITIVO COTA VERMELHA
ESTACA PONTO NORTE ESTE DIST.EIXO COTA GREIDE COTA PRIMITIVO COTA VERMELHA
ESTACA PONTO NORTE ESTE DIST.EIXO COTA GREIDE COTA PRIMITIVO COTA VERMELHA
ESTACA PONTO NORTE ESTE DIST.EIXO COTA GREIDE COTA PRIMITIVO COTA VERMELHA
ESTACA PONTO NORTE ESTE DIST.EIXO COTA GREIDE COTA PRIMITIVO COTA VERMELHA
ESTACA PONTO NORTE ESTE DIST.EIXO COTA GREIDE COTA PRIMITIVO COTA VERMELHA
ESTACA PONTO NORTE ESTE DIST.EIXO COTA GREIDE COTA PRIMITIVO COTA VERMELHA
14
AZIMUTE - SOLUÇÕES EM TODOS OS SENTIDOS Data:11/8/2006 Folha:1
TOTAL ÁREA DE ATERRO: 1372.797 m2. TOTAL VOLUME DE ATERRO: 21801.980 m3.
TOTAL ÁREA DE CORTE: 17115.350 m2. TOTAL VOLUME DE CORTE: 277660.45 m3.
REL-08306-03-A
• PÊRA RODOFERROVIÁRIA
JOINVILLE-SC
Agosto/2005.
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ÍNDICE
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REL-08306-03-A
1.0-MAPA DE SITUAÇÃO
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2.0-MAPA DE LOCALIZAÇÃO
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4.0-PROJETO GEOMETRICO
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5.0-PROJETO DE TERRAPLENAGEM
30
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