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CALCULE DE

CABEÇA!
Mais
continhas
em menos
tempo...

Adson
Barros

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x
2
Adson Barros :: E-BOOK :: Calcule de Cabeça!

Sumário
01 - Introdução 04

Parte 1: Bases do Cálculo de Cabeça

02 - Visão Numérica 08
03 - Comunicação Numérica 14
04 - Blocos Mentais 22

Parte 2: Técnicas Específicas

05 - Soma de Cabeça 29
06 - Subtração de Cabeça 40
07 - Multiplicação de Cabeça 53
08 - Divisão de Cabeça 70
01

Introdução
Adson Barros :: E-BOOK :: Calcule de Cabeça!

Introdução
“Soma, multiplica, APAGA, multiplica novamente, soma, subtrai,
divide, eleva ao quadrado, APAGA, eleva ao quadrado, APAGA, eleva
ao quadrado novamente, soma e subtrai”. Repetir esse processo por
duas ou três vezes até que não cansa muito, porém, quando se trata
de executar uma prova extensa, por exemplo, a história é
completamente diferente: muitas questões para resolver, curta
duração, controle emocional, estratégias... Administrar todas essas
variáveis ao mesmo tempo é um desafio gigantesco e por causa
disso, alguns detalhes podem passar despercebidos.

Um sinal que não foi corretamente transformado, uma divisão mal


feita, vírgula no lugar errado... Se proteger contra as armadilhas do
cansaço pode garantir a sua aprovação, seja em um concurso
público ou até mesmo no ENEM. Dessa forma, o “Calcule de
Cabeça!” vem para facilitar a relação dos alunos com as contas mais
básicas e acelerar o tempo de resolução das mesmas, sem gastar
tanta energia.

Meu objetivo com este material não é te fornecer fórmulas


mágicas para que nunca mais você precise fazer aquelas continhas
chatas. Não, não, não! Essas operações existirão e vão aparecer
diante da sua caneta no momento da prova. Na verdade, o que eu
quero te apresentar são técnicas inteligentes e intuitivas, maneiras
alternativas de fazer as mesmas operações mecânicas as quais esta-

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Adson Barros :: E-BOOK :: Calcule de Cabeça!

mos acostumados, de forma 100% mental ou até mesmo de


maneira mais direta.

Tenho certeza que depois dessa leitura a sua percepção


matemática irá mudar e até mesmo, no dia a dia, resolver uma
conta ou outra não será mais um problema.

Vamos com tudo!


Prof. Adson Barros

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Parte 1:
Bases do
Cálculo de
Cabeça
02

Visão Numérica
Adson Barros :: E-BOOK :: Calcule de Cabeça!

Visão Numérica
Calcular é algo muito básico, muito primitivo. Eu particularmente
não me lembro muito bem quando aprendi a fazer isso. É claro!
Deve ter sido entre a primeira/segunda série (sim, eu sou dessa
época, rsrsrs) com alguma “tia” super amorosa a qual agora, eu
também não me recordo. Entendo perfeitamente ser “algo
primitivo” porque vai além da escola e o estudo específico para uma
prova. É literalmente uma linguagem, uma forma de se comunicar.

Quando pequeno, lembro de várias vezes (disso eu me recordo) a


minha mãe pedir para que eu comprasse R$1,00 de pão após jogar
bola com os meus amigos. Em algumas circunstâncias ela me dava
uma nota maior para que eu trouxesse o troco. Era algo simples e
sem muitas dificuldades, afinal, a matemática como uma
linguagem não traz o peso de precisar necessariamente acertar
uma questão. Ela simplesmente existe e está presente no nosso dia
a dia. Quer queiramos ou não.

Se você dirige e precisa viajar em grupo, vai precisar entender um


pouco sobre o consumo do carro, a distância até o destino, o preço
da gasolina... Se você é mãe ou pai e planeja dar uma festinha para
os seus filhos, será necessário ter uma noção matemática de
quantos convidados estarão presentes dentro do orçamento
permitido...

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São “n” situações. Infinitos exemplos do cotidiano que


representam a matemática como uma linguagem e não como um
objeto de acerto (provas de vestibulares e concursos). Isso é tão
simples de entender que: se eu, quando pequeno, fosse comprar
R$1,00 de pão e voltasse para casa com 300 pães, por exemplo,
minha mãe iria ficar extremamente surpresa. Por que? Porque o
senso numérico ou melhor dizendo, a visão numérica dentro
daquela situação permite que R$1,00 de pão seja equivalente à 6 ou
7 unidades, o suficiente para o jantar daquele dia. Compreende?

Ter uma visão numérica é conseguir imaginar, literalmente, um


procedimento exato dentro do nosso pensamento!

Quando me casei, no início de 2020, eu e minha esposa tínhamos


um combinado. Como gostamos muito de viajar, decidimos em
conjunto investir a maior parte dos nossos recursos na lua de mel.
Graças a Deus conseguimos fazer uma excelente viagem a Europa.
Tudo isso foi possível por um simples passe de mágica? Não! Se
conseguimos investir a maior parte dos recursos nessa viagem é
porque em alguma outra área precisamos economizar. Por isso
escolhemos realizar a festa do casamento para 80 pessoas em um
pequeno restaurante da cidade. Perceba que se eu aumento de um
lado, fica óbvio que precisarei tirar do outro.

Tudo isso acontece no campo da lógica dentro do cérebro. Não


quero ser categórico demais, até porque esse não é o meu objetivo,
mas pensar de forma matemática é ter essa visão numérica muito
bem aguçada, ou seja, conseguir visualizar na própria mente essas
continhas. Assim, dentro do contexto das provas/concursos, se faz
necessário entender que:

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Calcular mais rápido, ou calcular na mente, é um simples exercício de


imaginação. Ao invés de representar essa situação no papel, o cérebro
racional fará essas contas pelo crivo da visão numérica.

Simplificando, para ser bom em calcular mais rápido e na mente,


a sua imaginação precisa ser fértil! É como se fechássemos o olho
(sem fechar) e conseguisse visualizar a conta que seria feita no
papel dentro da nossa cabeça. Parece meio louco, mas acontece
dessa forma. Dentro desse contexto, quero começar a brincadeira
pedindo que você calcule mentalmente:

5 + 5 = ? (I)

Foi fácil? Tranquilinho? Acredito que ao ver esse “5+5” a sua


resposta tenha sido automática (10). Vamos prosseguir... Calcula
mentalmente pra mim, por favor:

5169 + 4853 = ? (II)

Sentiu um pouco mais de dificuldade? Demorou mais um


pouquinho? Veja... Calcular um “5 + 5” requer a mesma disposição do
que um “5169 + 4853”, os processos (algoritmos) são os mesmos. A
diferença na velocidade da resolução é apenas uma: visão numérica.
É muito mais fácil visualizar a conta I de cabeça do que a conta II
porque os números da primeira operação são bem menores e assim,
fica mais fácil de enxergar isso sem escrever. Com números maiores
a sua mente forçará mais para concebê-los.

Diante disso, começamos a entender a principal ideia do cálculo


mental. Grave isso no seu coração a partir de agora:

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Quebrar números maiores em números menores é a chave da velocidade.

Experimente calcular o “5169 + 4853” da seguinte forma:

5000 + 4000 + 100 + 800 + 60 + 50 + 9 + 3 = ?

Mais rápido, não é mesmo? Vamos para frente...

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#ficaadica
QUEBRE NÚMEROS
MAIORES EM
MENORES PARA
VISUALIZÁ-LOS MELHOR
MENTALMENTE!
03

Comunicação
Numérica
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Comunicação
Numérica
Quebrar números maiores em menores é a base do cálculo
mental. Se você consegue visualizar mentalmente esses números
que foram quebrados em partes menores, tudo ficará bem mais
fácil. A energia investida aqui será para não esquecer deles (que
agora estão "picotadinhos") e assim, efetuar as continhas
necessárias. Ao longo do material irei compartilhar várias técnicas
interessantes e toda essa ideia vai ficar perfeitamente aplicável
(tangível). Confia no pai!

Continuando, vamos entender melhor o que aconteceu no


capítulo anterior. Na escola, lá atrás, aprendemos a calcular as
operações de soma, subtração, multiplicação e divisão, por meio de
algoritmos, ou seja, verdadeiros "passos a passos". Uma espécie de
receitinha de bolo. Através desses algoritmos, entendemos na
prática que a operação possui início, meio e fim (é quase uma
redação, rsrsrs). Tudo muito mecânico, diga-se de passagem.

Por causa disso, um questionamento pode até começar a brotar


dentro da cabeça do aluno:

Professor Adson, poderíamos ter efetuado “5169 + 4853” seguindo o


caminho tradicional?

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SIMMM!!!

Com toda a certeza. Veja como ficaria:

111
5169
+ 4853
10022

Nenhuma novidade, não é mesmo? Agora entenda. Se você, como


estudante, deseja fazer uma verificação de qualquer operação, o
método tradicional é indispensável pois te certifica do acerto... É só
ter calma e contar nos dedos. Por outro lado, se você deseja
VELOCIDADE, a historinha é outra. Anteriormente eu te ensinei que,
quebrar os números pode ser uma excelente opção porque agora
você estará realizando as operações no campo das unidades,
dezenas, centenas e assim sucessivamente (além de ser mais fácil
visualizar todo o processo).

Memorizar cada linha, ou etapa, dos algoritmos - método


tradicional - se torna dispendioso pela quantidade de informação
necessária a se gravar. Picotando estes números as coisas aceleram...
Perceba:

5000 + 4000 + 100 + 800 + 60 + 50 + 9 + 3 = ?

1°) 5000 + 4000 = 9000 (unidade de milhar) 8°)


2°) 100 + 800 = 900 (centenas) 7°) 10022
3°) 60 + 50 = 110 (dezenas) 6°) 1022
4°) 9 + 3 = 12 (unidades) 5°) 122

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De fato, é muito mais de boas picotar um número grande e efetuar


as operações por partes, do que memorizar cada linha do algoritmo
tradicional. Mas veja, é "muito mais de boas". Isso não significa dizer
que você vai deixar de memorizar uma operação ou outra. A
memória, aos poucos, será utilizada em "pontos estratégicos" da
operação mental e não mais em todo o processo, como no
algoritmo tradicional.

Vou te mostrar: se a gente analisar bem ali na conta anterior,


somei o 5000 com 4000. Foi tranquilo perceber que esse resultado
seria 9000, ok? Minha função agora é guardar esse número
(estrategicamente) para juntá-lo a um outro daqui a pouco.

Em seguida, somei o 100 com 800, dando 900. Guarda esse 900
também.

Prosseguindo, 60 com 50, resultando em 110... Já guardou? Rsrsrs.

E por fim, 9 com 3 que dá 12. Jóia!

Agora para fechar com chave de ouro: pega o 12 com 110 e perceba
que mentalmente a gente consegue realizar a soma do "10" com o
12 e deixar aquela centena ali de stand-by, concorda? Resultando
em 122. O mesmo acontece com a junção desse 122 com o 900.
Intuitivamente o 900 se liga ao "100" que está dentro do 122,
formando 1000. Depois rapidinho dá pra aglutinar esse 1000 com
22, resultando em 1022. Tudo se repete ao unir o 1022 com aqueles
9000 iniciais. Pega o "1000" que está dentro do 1022 e uni com
9000, formando 10000. Aglutina os 22 ao 10000 e voilà! Teremos o
10022.

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Legal né? Imagina quando você aprender as técnicas mais


hardcores desse material!

Vamos evoluir...

Tudo o que estou querendo dizer até aqui é o seguinte:

Memorize cada vez menos e automatize mais.

Aos pouco você estará se libertando do método tradicional de


executar continhas matemáticas e, ao passo que isso vai se
tornando real, eu, como professor, não quero que você pense muito
em realizar um "4 + 9" ou um "3 + 7"... Eu preciso que esses números
sejam autoexecutáveis na sua cabeça. Perceba que no exemplo
anterior, eu precisei saber em algum momento, que o 110 com 12
dava 122. Isso foi resolvido bem rápido porque eu não penso mais
para somar um "0 + 2" ou um "1 + 1". Esse é o caminho! Tornar as
contas menores cada vez mais automáticas. Pegou a ideia?

Se elas estão automáticas (mentalmente), você não precisa mais


gastar tanta energia memorizando-as. Isso acontece porque
simplesmente essas continhas começam a fluir com muita
naturalidade. É como se fosse o processo para tirar a habilitação...
Lembro muito bem do meu início na direção. Era desesperador!

Eu não conseguia conceber muito bem a ideia de memorizar


todos os comandos de um carro e sincronizá-los para sair de um
local a outro. Era muita coisa! Além disso, eu precisava desenvolver
um senso espacial/muscular muito aguçado. Frear até um certo
ponto, acelerar, olhar rapidamente os retrovisores quando
necessário, dar seta e por ai vai... Tudo isso de maneira harmônica,

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pois, caso não fosse, haveria uma pequena colisão ou até mesmo
um grande acidente.

Nas minhas primeiras vezes dirigindo, por exemplo, eu suava mais


do que pano de cuscuz. Minhas mãos pingavam, o pescoço ficava
extremamente tenso e por fim, eu não conseguia nem conversar
com a pessoa do lado. Tudo isso porque eu estava 100% focado.

O tempo foi passando... Pude errar muito sem sérios danos (graças
ao bom Deus nunca me envolvi em acidentes). Ao passo que ia me
expondo ao dia a dia de quem dirige fui ficando mais tranquilo. A
familiaridade com todos os comandos do carro foi me ajudando a
conduzir com segurança e hoje, viajo tranquilamente por grandes
distâncias (viagens de 6 a 9 horas). De pouco a pouco dirigir se
tornou um HÁBITO e quando isso acontece, a gente não pensa
muito pra fazer algo, simplesmente faz!

De vez em quando, ao sair de casa, preciso me perguntar (já com o


carro em movimento) para onde estou indo... É tanta leveza e
fluidez que acabo me esquecendo de pequenos grandes detalhes.
Tudo isso é feito com zero nervosismo, zero esforço para pensar em
"como dirigir bem".

Por causa desse poder do hábito - automatizar situações - quero te


propor algo:

Vamos automatizar a comunicação entre os números?

Isso mesmo! Pense comigo: se um aluno não pensa tanto para


saber que um "6 + 8" resulta em 14, imagine quantas continhas de

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cabeça ele poderia fazer. Seria magnífico!

Diante de tudo isso, gostaria que você guardasse em seu coração


(sem utilizar a maneira tradicional, de cabeça mesmo) as principais
comunicações dos algarismos que fecham o número 10. Mais à
frente irei te explicar o porquê.

10l0 1l9
9l1 2l8
8l2

7l3
10 3l7

4l6
6l4 5l5
Relógio Matemático

20
#ficaadica
AUTOMATIZE MENTALMENTE
A COMUNICAÇÃO DOS
NÚMEROS MENORES
ATÉ QUE NÃO SEJA
NECESSÁRIO PENSAR MAIS,
PARA SABER, POR EXEMPLO,
QUE "1 + 1" RESULTA EM 2.
04

Blocos Mentais
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Blocos Mentais
Conseguiu perceber como os algarismos conversam? Foi tranquilo
entender o "fechamento com o 10"? (parece até música de funk,
rsrsrs). Alguém pode até me perguntar:

Ah professor! Mas eu ainda não automatizei um "9 + 7" ou um "6 + 5"...


Quando irei aprender a fazer isso de verdade?

No material em anexo (Livro de Exercícios) você vai encontrar uma


bateria de questões - bem simplificadas, é claro - para que consigas
praticar tudo o que eu tenho ensinado. Esses exercícios estão
divididos por assuntos, portando, não deixe de conferir! Executando
o que te peço (que não é muito, "muhahaha") você com certeza irá
automatizar o restante das combinações. Diante disso, já podemos
continuar.

Anteriormente, coloquei a foto do "relógio matemático" para que


se inicie o processo de automação na sua mente. É muito mais fácil
entender essas combinações mais simples envolvendo o 10
(transição de dígitos) do que já partir para contas maiores. Isso
acontece porque este algarismo em específico funciona como um
"grande bloco" inteiro e é extremamente intuitivo. Vamos às
imagens:

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10 = 1

1
1

1
1

1
1

1
1

Partindo dessa ideia, fica muito fácil de enxergar por exemplo,


que um "9 + 7" resulta em 16.

9l1 1

9 + 7

10 + 6 = 16
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E um "6 + 5" resulta em 11.

5
5l5

6 + 5

1 + 10 = 11
Veja que as melhores combinações são aquelas resultantes em 10,
porém, nada impede que você desenvolva uma certa facilidade ou
fique mais confortável para trabalhar com o 20, 30, 40, 50... Quero te
apresentar caminhos e não regras. O número 10, a partir de agora,
será uma boa base para os cálculos de cabeça. Automatizar as
combinações (algarismos de 1 à 9), formando blocos de 10, é a penas
o início. Todas as explicações até aqui podem ser perfeitamente
aplicadas a números maiores.

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100 =
10
10 10 10
10 10 10
10 10 10
E assim sucessivamente...

26
#ficaadica
IMAGINE BLOCOS DE 10 PARA
EFETUAR CONTAS MENTAIS
MAIS SIMPLES.

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