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Os Irmãos Reed 12 Natal Com Os Reed
Os Irmãos Reed 12 Natal Com Os Reed
TAMMY FALKNER
Copyright
Sinopse:
1. Nota da autora
2. Henry
3. Pete
4. Paul
5. Sam
6. Logan
7. Matt
8. Emily
9. Reagan
10. Sky
11. Josh
12. Peck
13. Friday
Leia os demais livros da série Irmãos Reed:
COPYRIGHT
É Natal! Os Reed têm grandes planos para o Natal e esperam que você se junte a
eles neste dia especial.
NOT A DA AUT OR A
C arosUsei
Leitores,
um pouco de licença poética neste livro e voltei no tempo, antes que
o bebê de Sam e Peck nascesse, no final de Sempre Seu. Muitos de vocês queriam
saber sobre os bebês de Matt e de Pete, então senti que voltar alguns dias no
tempo era a coisa certa a se fazer. Também queria conhecer um pouco do Josh, já
que estou escrevendo Good Girl Gone (ainda não lançado no Brasil) e não sei
muito sobre ele.
Então, por favor, me perdoem se eu bagunçar um pouco a linha do tempo na
cabeça de vocês. Me desculpem por isso!
Obrigada a todos pelo apoio enquanto escrevo a série Reed. Quando comecei
Tatuagem, toque e tentação, não fazia ideia de que a família Reed alcançaria
tantos leitores. Isso se transformou em uma aventura para mim e adorei cada
palavra.
Eu e minha família desejamos a cada um de vocês um feriado maravilhoso.
Feliz Natal! Boas festas! Feliz Ano Novo!
Abraços,
Tammy
HENR Y
Q uando a minha Nan morreu, pensei que meu coração morreria com ela.
Ficamos juntos por tantos anos e compartilhamos tanto amor que não podia
sequer imaginar o que eu sentiria quando não pudesse mais falar com ela. Ou vê-
la. Ou ainda, quando não pudesse mais respirar o mesmo ar que ela.
Seu perfume ainda permanece no meu travesseiro, e espero que ele nunca se
desvaneça.
Ela ficaria muito orgulhosa do que os garotos Reed planejaram, e me sinto
orgulhoso só de conhecê-los. Mas estou ainda mais orgulhoso por eles estarem
dispostos a me deixar ajudar.
Visto a roupa vermelha e puxo os suspensórios sobre a camisa branca. Anos
atrás, quando eu usava essa roupa para os meus netos, ficava muito grande. Acho
que engordei. Mas minha Nan nunca se importou com meu tamanho. E as crianças
também não parecem se importar.
Esta noite vai ser muito divertida. Vou poder ajudar os Reed a transformar
alguns sonhos em realidade. Vou poder ver sorrisos em rostinhos que perderam
toda a esperança. E em alguns adultos também, se as coisas correrem como os
meninos planejaram.
Puxo o gorro vermelho sobre a cabeça e ajeito a borda, de modo que não
cubra o rosto. Pronto. Tudo pronto. Bato na barriga, e Faith, minha neta, sorri para
mim do outro lado do quarto. Ela está com o bebê no colo e seu outro filho está
abraçado ao seu joelho. Eles vão ficar em casa com uma babá essa noite.
— Você está muito bem, vovô — ela diz.
Sorrio.
— Onde está o seu marido?
Ela revira os olhos.
— Está se vestindo com os Reeds. Vai nos encontrar lá.
— Se vestindo? — pergunto. — De quê? — Com certeza eles não planejam
ter mais de um Papai Noel. E não quero ficar de fora.
Ela ri.
— Você vai ver.
PETE
D ouElaumconfia
beijo na testa da minha filha e sigo a Em para fora do apartamento.
nas Zeroes para cuidar de Kit, assim como eu. Além disso, não
quero perder o que vai acontecer essa noite.
Ainda não consigo acreditar que Friday me convenceu a usar uma fantasia de
duende. Com meias. Me remexo, tentando dar algum espaço para minhas bolas.
Sam não estava brincando. Essas coisas são apertadas pra caramba.
Emily arqueia uma sobrancelha para mim.
— Algo errado?
Balanço a cabeça.
— Não.
Ela sorri e pega o telefone.
— Vocês estão lindos. — Ela tira uma foto.
Seguro sua mão enquanto caminhamos pela rua. É estranho andar ao lado dela
sem precisar manter minhas mãos livres para falar. Ainda usamos a linguagem dos
sinais, mas não o tempo todo. Agora posso segurar sua mão como qualquer outro
casal e não perder nada.
Em entrelaça a mão na minha e segura o estojo da guitarra com a outra. Não
posso deixar de me lembrar do dia que mudou minha vida. O dia em que a joguei
sobre o ombro e a levei para casa comigo. Sua calcinha da Betty Boop estava
aparecendo, mas nem liguei. Ela ficou pendurada sobre o meu ombro, e eu queria
tanto mantê-la segura, mas não fazia ideia do que ela me daria.
Ela me aceitou exatamente como eu era. Se comunicou comigo e fez de tudo
para que eu soubesse que ela me amava, me queria e me respeitava. E tudo o que
ela exigiu em troca foi exatamente isso: o mesmo. E amá-la foi inevitável.
Ela aperta minha mão.
— Você está bem?
Aceno e sorrio para ela.
— Sim.
Estamos a caminho de um abrigo para sem-teto. É o mesmo abrigo que estava
cheio na noite em que a levei para casa comigo pela primeira vez. Me lembro de
tê-la visto parada na calçada. Ela inclinou a cabeça para trás e parecia tão
derrotada... mas não durou muito. Ela ajeitou os ombros e seguiu em frente. Direto
para o meu coração.
Uma fila se forma do lado de fora do abrigo. As crianças estão por ali,
animadas, aguardando para ver Papai Noel. Há também aqueles que não
acreditam no bom velhinho, porque nunca receberam sua visita. São esses os que
mais quero ajudar. Os que carregam fardos na vida desde muito cedo. Aqueles
que merecem ser apenas crianças.
Vou até uma menina que está parada na esquina.
— Quanto você vai tirar esta noite? — pergunto a ela. Emily está ao meu
lado.
— Para os dois juntos, vai ser caro — a garota fala.
As bochechas de Emily coram, e ela esconde o rosto no meu braço.
— Quanto você ganha em uma noite? — pergunto.
A menina finalmente entende.
— Minha irmãzinha precisa de remédios — ela fala. Ela não estaria aqui se
não precisasse. Ninguém o faria.
— Quanto? — repito.
Tenho um maço de notas de cem dólares no bolso. Todos nós temos. Faz parte
do que estamos fazendo hoje.
— Cem — ela responde.
— Só isso? — pergunto. — Onde você está dormindo?
Ela o abrigo com o polegar.
— Onde está a sua irmã?
— Esperando para ver o Papai Noel.
Pego quatro notas de cem dólares do bolso e as dobro. Seus olhos se
arregalam. Coloco-as na palma da sua mão.
— Depois que ela vir o Papai Noel, quero que você venha me encontrar, ok?
— falo para ela. — Não importa o que eu esteja fazendo. Quero que você me
procure e me diga o que seria necessário para você arrumar um emprego, uma
casa ou estudos. Pense nisso e depois venha me contar o que quer fazer em
seguida. Vou te ajudar a colocar o plano em prática.
Os olhos dela se enchem de lágrimas.
— Sério?
— Sério mesmo — Emily fala. — Comida. Remédios. Um lugar para viver.
— Sua testa franze. — Quantos anos você tem?
— Dezoito — a menina responde rapidamente. Mas sei que ela está mentindo.
— Chega de trabalho esta noite — falo a ela. — Entre, pegue uma refeição
quente, veja o Papai Noel e depois venha me encontrar, ok?
— Ok — ela sussurra.
— Peça ao Papai Noel algo que você deseja, tá? — digo a ela.
Ela assente, mas está com um olhar derrotado nos olhos.
— Esse Papai Noel... — ela fala. — Ele vai dar à minha irmã o único
presente que ela receberá. Não me importo que seja apenas uma barra de
chocolate. É mais do que posso dar.
— Ouvi dizer que este Papai Noel tem alguns truques na manga. — Eu a viro
para a fila. — Vá procurar a sua irmã.
Eu a vejo ir para a fila com a irmã mais nova. Ela dobra o dinheiro que dei e
o coloca no bolso da calça jeans.
— O que você fez foi bom — Emily fala.
— Não, isso foi humano. Bom nem fez parte disso.
— Nunca precisei cuidar de alguém além de mim mesma — Emily fala. — Eu
podia sentir fome, mas não tinha ninguém me esperando para dar de comer.
Emily aponta para uma pessoa na fila que está acompanhada de quatro
crianças. Elas a chamam de Nana, e os pequenos estão tão animados que mal
conseguem aguentar a espera.
— Vamos falar com eles — Em fala. Paro para conversar com eles.
— Vocês estão aqui para ver o Papai Noel? — pergunto.
Os mais novos ficam loucos com o meu traje. O mais velho, entretanto, é
cínico.
— Todo mundo sabe que o Papai Noel não existe — ele grunhe.
Eu o movo para a frente. Puxo uma nota de cem dólares do bolso e a coloco
na palma da sua mão.
— Papai Noel disse para você comprar mantimentos para seus irmãos. E para
a sua avó.
Os ombros do menino se endireitam, e ele diz:
— Sim, senhor.
Olho ao redor e vejo meus irmãos fazendo e mesmo que eu. As pessoas
choram de alegria na rua. Uma mulher quase nocauteia Daniel ao pular para
abraçá-lo. E Josh... bem, ele ainda não gastou nem um dólar. Mas tenho certeza de
que vai.
As portas do abrigo se abrem, e as pessoas começam a entrar. Primeiro,
haverá um jantar de Natal. Em seguida, Papai Noel vai atender a todas as
crianças. Então vamos transformar alguns sonhos em realidade. E eu começo a
aproveitar o brilho de tudo.
— Eu te amo, Logan — Em fala, suavemente.
— Também te amo — respondo. Eu a beijo rapidamente e depois entramos.
Está na hora de começar a servir o jantar.
MAT T
E nquanto a fila para falar com o Papai Noel está andando, me acomodo com o
violão em frente ao microfone. Acho que posso cantar algumas canções de
Natal com as pessoas enquanto elas aguardam. Bato no microfone para chamar
atenção. Começo com “Frosty”, depois passo para “Rudolph” e outras antigas
muito queridas. Os adultos falam os nomes de algumas músicas de Natal e
começam a cantar junto comigo.
Há tanto amor no ar que estou achando quase difícil respirar. Paro e respiro
fundo.
— Vocês gostariam de ouvir minha música nova? Escrevi só para vocês.
A multidão aplaude. Estive em turnê com as garotas da Fallen from Zero, e
minhas músicas agora tocam nas rádios, então, algumas dessas pessoas sabem
quem eu sou.
Assinto e começo a dedilhar o violão.
Sou forte
Sou poderosa
Sou amada
Sou querida
Sou bem quista
E você também…
Onde quer que você vá
Precisa saber
Você colhe o que planta
E às vezes, as coisas dão errado
Coloco o violão de lado, porque não dizer mais nada, nem que eu tente. Sinto
como se essas pessoas tivessem arrancado o meu coração e o exposto para o
mundo ver. Isso me toca profundamente, porque fui um deles, eles são como eu
fui.
Logan sobre no palco e me abraça. Ele é o meu lar.
A garota que conhecemos na esquina se aproxima de mim depois que todos
começam a falar e a andar.
— Eu costumava tocar — ela fala.
— Violão? — pergunto. Entrego o instrumento para ela. — Experimente.
Ela se senta na beira do palco e equilibra meu violão nos joelhos. Ela começa
a tocar e é realmente muito boa. Ela olha timidamente para mim quando termina.
— Faz muito tempo.
— Você tem um violão? — pergunto.
Ela balança a cabeça.
— Tinha, mas tive que vendê-lo quando a minha mãe morreu.
— Vá até o estúdio de tatuagem amanhã. Vou deixar um violão lá para você
ensaiar.
Ela sorri.
— Sério? — Então ela balança a cabeça. — Por que você faria isso?
Porque eu posso.
— Porque eu quero.
Ela assente, se levanta e me devolve o violão.
— Onde está a sua irmã?
Ela ri e aponta atrás de mim. Vejo Henry segurando cinco dedos e sei o que
isso significa.
— Posso fazer esse? — pergunto a Friday.
Ela assente e me olha com ar questionador.
— Claro.
— Venham comigo. — Eu indico a porta, e elas me seguem. A menina mais
nova está segurando a mão da mais velha.
— Onde estamos indo?
— Pegar o seu presente — digo a ela.
Ela olha para a irmã.
— O que você pediu?
Vou com elas até o nosso prédio e subo um lance de escadas. No alto, paro e
pego uma chave. Abro a porta e as deixo entrar, acendendo as luzes.
— Você pediu uma casa, certo? — pergunto à menina.
Ela assente e sorri.
Faço um gesto com as mãos.
— O Papai Noel disse que isso aqui é para vocês.
É só um apartamento de um quarto, que tem pouca mobília, mas é mais do que
elas têm.
— Isto é para nós? — ela pergunta.
Eu concordo.
— O Papai Noel falou. — Olho para a garota mais velha e vejo uma centelha
de esperança em seus olhos. — Será de vocês por três meses. Tire um tempo para
descobrir o que quer fazer e para onde quer ir. É seguro aqui, e é de vocês. Só
vão precisar dividir o quarto.
As próximas palavras dela saem entrecortadas.
— Por mim, tudo bem! — Então ela me abraça. Tento não pensar sobre o que
ela teria feito hoje à noite se Logan e eu não a tivéssemos encontrado naquela
esquina, pois sei que há muitas outras como ela que não podemos ajudar. Mas
vamos ajudá-la, e me sinto muito feliz por podermos fazer isso. — Obrigada —
ela diz suavemente no meu ouvido.
Dou a chave a ela, e fechamos a porta. Já tem comida na geladeira e cartões
presente de roupas e itens de primeira necessidade, doados por empresas da
região.
Voltamos para o abrigo, e ela e a irmã comem novamente. Depois, elas param
e conversam com outras pessoas. Ela parece mais jovem do que antes. Há uma
faísca em seus olhos, e seu passo é mais alegre. Não consigo evitar de me sentir
bem com isso.
Não há outro sentimento dentro de mim hoje além de gratidão. Sou grata e
sinceramente apaixonada pela minha vida, meu marido e minha filha.
Logan pisca para mim do outro lado da sala. Tenho um presente especial para
ele mais tarde. Coloco a mão na barriga e fecho os olhos. Só espero que ele
goste.
R EAG AN
P assei a noite inteira em uma sala cheia de homens e mulheres e não tive um
ataque de pânico ou me senti oprimida uma vez sequer. Ajudou o fato de
Peter ficar de olho em mim, e eu sabia que seus irmãos viriam ao meu socorro ao
primeiro sinal de problemas, mas gosto de saber que posso fazer isso sozinha.
Posso superar meus medos. Cuidar de mim e das pessoas que amo.
Olho para o berço de Kennedy e vejo seus lábios se moverem suavemente,
como se ela ainda estivesse sugando a mamadeira. Ela está deitada de barriga
para cima e está linda e quentinha no pijama, já que não podemos colocar
cobertores sobre ela.
Pete para na porta. Está usando só uma calça de pijama verde e vermelho. Ele
ergue as mãos, se apoia no batente da porta e fica ali por um instante. Seus olhos
deslizam pelo meu corpo. Então nossa gata, Ginger, começa a se enrolar em seus
pés, fazendo pequenos círculos enquanto ronrona. Pete a pega e a acaricia em
baixo do queixo. O ronronar fica mais alto.
Sento na cadeira de balanço do quarto de Kennedy e encolho as pernas,
cobrindo-as com a camiseta, porque a noite de Natal está muito fria.
— A noite foi maravilhosa, né? — pergunto.
— Foi, sim.
Ele coloca Ginger no chão e para na minha frente. Se ajoelha no tapete macio,
puxa minhas pernas para baixo e as abre para que possa ficar entre elas. Prendo
meus pés atrás das suas costas, e ele se levanta comigo. Estou segurando-o como
um daqueles macaco com velcro. Suas mãos apertam meu traseiro, e desejo não
estar usando calcinha para que ele pudesse simplesmente se afundar dentro de
mim.
Pete costumava ser muito cuidadoso comigo, mas agora somos apenas nós e a
vida cotidiana. Ele superou seu medo de me machucar. Parte disso é porque eu
também superei o medo de ele me machucar. Uma pequena parte dentro de mim às
vezes se encolhia quando ele se movia muito rápido ou me assustava. Eu odiava
quando isso acontecia ainda mais do que ele. Mas depois que Kennedy nasceu,
tudo ficou para trás.
Pete é o homem com quem quero passar o resto da minha vida. Sei disso. Ele
também.
Ele me deita na cama e me olha. Em seguida, puxa minha calcinha e começa a
balançar o meu mundo, como sempre faz.
Quando estamos saciados, ele me puxa para deitar em seu ombro, e eu coloco
meus braços ao redor dele.
Adormeço ao ritmo da batida do seu coração.
T odos os dias, tento tirar alguns minutos para agradecer pelas minhas
bênçãos, que são muitas. Observo as crianças enquanto elas rasgam os
pacotes dos presentes de Natal e vejo Seth sentado no sofá. Ele está usando
pijama verde e vermelho, assim como as crianças, e meu coração se aperta
porque ele faz o melhor para ser parte de uma família.
Seth foi para a faculdade, mas foi uma dificuldade convencê-lo a ir. Acho que
uma parte dele precisava ficar perto das irmãs, e demorou um tempo para Matt
convencê-lo de que ele quer ser o pai das meninas e que ele pode ser o irmão. O
irmão que não é responsável pelo bem-estar delas o tempo todo.
Ele finalmente aceitou ir. Odeio dizer isso, mas as coisas têm sido mais fáceis
com as meninas desde então. Elas tinham a tendência de correr para o Seth
sempre que queriam pedir permissão ou ajuda. Mas desde que ele foi para a
faculdade, está começando a agir um pouco mais como um irmão em vez de como
um pai.
Me inclino contra o sofá, ao lado das suas pernas, e ele empurra meu ombro
com o joelho.
— Feliz Natal, tia Sky — ele fala. Ele não me chama de mamãe como as
irmãs. Mas elas têm pouquíssimas lembranças da mãe, e Seth tem muitas. Ele
tinha quase dezesseis anos quando ela morreu, então ele a teve por muito mais
tempo.
Inclino a cabeça em seu joelho.
— Feliz Natal, Seth. — Ele bate no topo da minha cabeça desajeitadamente,
porque ainda é um adolescente e está todo desengonçado. — Como era quando
sua mãe estava viva, Seth? — pergunto, suavemente. — Barulhento assim? —
Faço um movimento para toda a comoção.
— Não. — Ele sorri suavemente. — Era calmo. As meninas eram pequenas e
a mamãe estava doente, então tivemos um Natal tranquilo. — Ele fica em silêncio
por um momento. — Gostaria que ela estivesse aqui. Ela adoraria isso.
— Você acha?
Ele assente.
— Ela sempre quis uma família maior. Embora eu não tenha certeza se alguém
consegue desejar ter uma família tão grande. — Ele ri.
Enfio a mão no bolso e pego um presente que fiz especialmente para ele.
Coloco no seu colo.
— Isso é para você.
Ele o vira na mão.
— Tia Sky — ele diz calmamente. — Posso lhe dizer uma coisa?
Apoio o queixo em seu joelho e olho para ele.
— Pode me dizer o que quiser — falo.
— Às vezes, fico com medo de que a minha mãe fique magoada se eu te amar
demais, sabe? — ele fala. — Então, só queria dizer que mesmo que não tenha o
seu sobrenome e não tenha sido adotado como as garotas, sinto que você é a
minha mãe e Matt, meu pai. E adoro isso. Você é muito importante na minha vida.
Se eu pudesse escolher alguém em todo o mundo para ser minha mãe, seria você.
Apoio o rosto contra a calça do seu pijama, porque sinto como se meu
coração estivesse sendo apertado. Quando consigo respirar, levanto o rosto.
— Posso não ter dado à luz a você, Seth, mas você se tornou meu filho. E não
acho que sua mãe ficaria com ciúmes. Acho que ela ficaria feliz por você ter
pessoas em sua vida que gostem de você como pais de verdade.
— Meu pai verdadeiro está vivo, Sky, e eu não o vejo há dois anos. Então,
acho que é seguro assumir que Matt é o mais próximo de um pai que vou
conseguir ter. Ele é muito melhor do que o verdadeiro. — Ele sorri para mim. —
Mas você acha que poderia fazê-lo parar de me mandar mensagens de texto
mandando eu usar preservativo toda vez que vou para um encontro?
Balanço a cabeça.
— Provavelmente não.
Ele ri e abre seu presente com calma, quase como se estivesse com medo de
abri-lo. Então ele puxa o pingente minúsculo que está preso em uma corrente de
ouro simples de dentro da caixa e olha para ele. À primeira vista, é possível ver
apenas as palavras “Forte, corajoso, orgulhoso.” Mas quando a luz o atinge, é
possível ver uma imagem gravada no ouro que mostra uma foto dele com a mãe.
— Uau, tia Sky, isso é lindo. — Ele deixa que o pingente brilhe na frente do
rosto, absorvendo suas facetas. — Às vezes me esqueço de como ela era. Como
ela soava. Isso é ótimo. Muito obrigado.
Ele prende a corrente no pescoço e segura o pingente.
— De verdade, Sky. Adorei. — Ele se inclina para beijar minha bochecha, e
diz muito perto do meu ouvido. — Acho que ela não se importaria de você ser a
minha mãe. Você é incrível.
Mellie e Joey vêm correndo e escalam no meu colo. Deixo que elas me
derrubem, seguidas de Hoppy e Matty, que pulam na pilha. Eu grito:
— Me ajuda, Seth!
Mas não quero sair de onde estou. Amo cada minuto da minha vida.
Vejo as meias vermelhas e verdes de Matt bem na minha frente. Ele se inclina
em minha direção.
— A mamãe precisa de ajuda?
— Por favor! — peço, e finjo que vou fugir das crianças, mas estou fazendo
cócegas nelas, que riem, caem no chão e voltam a subir em mim.
Matt começa a arrancá-los, um por um, até que eu esteja sem fôlego no chão,
tentando me recuperar e me sentar novamente. Ele estende a mão para mim.
Por volta do meio-dia, o filho de Friday, Jacob, aparece com a mãe e o pai.
Ele trouxe alguns dos seus brinquedos favoritos que ganhou de presente do Papai
Noel, e tem alguns na árvore de Natal para ele abrir. Em seguida, seus amigos
Garrett e Cody aparecem com a filha, Tuesday. E todos nós ficamos satisfeitos
por termos feito obras nos apartamentos, assim há mais espaço.
Há pessoas em todos os lugares. Mas é sempre assim com os Reed.
Os pais de Emily aparecem, assim como os meus pais. As pessoas entram e
saem durante o dia todo. Nós ficamos, porque não queremos estar em qualquer
outro lugar. Esta é a nossa família. É grande e bagunceira, mas não queremos
mudá-la. Quero que meus filhos estejam imersos no mesmo amor e compaixão que
Matt esteve e quero que tudo continue. É tão diferente da minha própria infância.
Matt coloca seu braço ao meu redor.
— Você está bem? — ele pergunta. — Prefere ir para casa?
Balanço a cabeça e fico na ponta dos pés para que possa beijar a sua
bochecha.
— Não. Quero ficar aqui.
— Alguém viu o Josh hoje? — Pete pergunta.
— Vou chamá-lo — Sam fala, mas o telefone toca e ninguém atende. — Onde
será que ele está? — Sam pergunta.
J OSH