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Os métodos contracetivos inibem a ovulação, engrossam o muco cervical, inibem a capacitação

dos espermatozoides e atrasa o seu transporte, interrompe o transporte do óvulo fertilizado e


causa alterações no endométrio que dificultam a implantação.

Impacto dos métodos contracetivos para a mulher e bebé e a sociedade

Os métodos contracetivos não servem apenas para evitar a gravidez. A disponibilidade de


métodos contracetivos modernos desempenhou um papel fundamental na capacitação das
mulheres, reduzindo o fardo da gravidez excessiva e aumentando as oportunidades das
mulheres para atividades não domésticas.

A falta de acesso à contraceção e a confiança no aleitamento materno como método


contracetivo estão entre os fatores que contribuem para o aumento das gestações indesejadas.
Uma das medidas de prevenção à gravidez é o serviço de planejamento familiar com
qualidade, que favorece a redução da mortalidade materna e infantil, além de reduzir o
número de filhos e aumentar o intervalo entre as gestações. Este fato gera uma estabilidade na
economia, por aumentar o número de mulheres que trabalham e o poder aquisitivo, além de
melhorar a qualidade de vida da mulher, da família e da população

. As rotas orais correspondem à pílula e as não orais estão disponíveis na forma de injeções,
implantes subcutâneos, adesivos transdérmico, dispositivos intrauterinos e por meio de um
dispositivo plástico em forma de anel colocado na vagina

Pílula:

Entre os métodos modernos de regulação da fertilidade, os contracetivos hormonais têm


desempenhado um papel de destaque. A pílula oral combinada foi a primeira e ainda a mais
popular forma de contraceção hormonal. Embora altamente eficaz em estudos clínicos
controlados (eficácia superior a 99%), a sua eficácia torna-se consideravelmente menor na vida
real, principalmente por uso inadequado, esquecimento de um ou mais comprimidos ou início
tardio de um novo ciclo. Essa limitação levou à busca por métodos contracetivos hormonais de
“ação prolongada” que não exijam ação diária por parte das mulheres.

Relativamente à composição, elas podem ser compostas apenas por progestina ou por uma
combinação de estrogênio e progestina. As PCO apenas de progestina, também conhecidas
como "minipílulas", são tomadas diariamente sem interrupção.

A maioria das mulheres que utilizam a pílula contracetiva não sofre efeitos secundários graves,
mas algumas delas sofrem efeitos secundários ligeiros, como manchas ou sangramentos de
escape, náuseas, dores de cabeça, sensibilidade mamária, aumento de peso, alterações de
humor, libido baixa e problemas dermatológicos, também, porém, raramente alguns graves,
como problemas cardiovasculares e riscos de cancro da mama, dos ovários, do endométrio e
do colo do útero.

As PCO combinadas oferecem benefícios, como a redução do risco de câncer de ovário e


endométrio.
Anel vaginal:

Os anéis vaginais surgiram há cerca de 40 anos atrás, são relativamente recentes. A aplicação
clínica deste método foi demonstrada quando Mishell e Lumkin publicaram um estudo clínico
com um anel vaginal que libertava acetato de medroxiprogesterona.

A principal vantagem dos anéis vaginais são a sua eficácia (praticamente a mesma ou melhor
que a pílula), facilidade de uso, já que não é preciso dosagem diária (como a pilula que é
necessário ser tomada todos os dias à mesma hora), capacidade do usuário de controlar o
início e a descontinuação, taxa de libertação quase constante permitindo doses mais baixas
(menos evasivo).

Desvantagens:

Os anéis vaginais podem causar corrimento vaginal e queixas, a expulsão do anel não é
incomum, mas pode acontecer, o anel pode ser sentido durante o coito e a inserção vaginal
pode ser desagradável para algumas mulheres.

Como funciona:

O anel vaginal é um tipo de método contraceptivo em forma anel com cerca de 5 centímetros,
que é feito de silicone flexível e que é inserido na vagina. O anel vaginal contém hormônios
sintéticos femininos, de progesteronas e estrogénios. O anel é inserido e após as 3 semanas de
uso do anel, é necessário fazer uma pausa de 1 semana para permitir o surgimento da
menstruação, antes de colocar o novo anel.

Conclusão:

Numerosos estudos têm demonstrado elevada aceitabilidade entre as mulheres, que relatam a
facilidade de uso e a falta de uma ação diária como desejável

DIU hormonal:

Os dispositivos intrauterinos são outra opção segura de contracepção para mulheres. Estes
podem conter hormonas ou não, mas neste caso vamos falar dos hormonais. o DIU é o que
chamamos de um contraceptivo a longo prazo, ou seja, após inserido ele atua por vários anos
sem depender do comportamento da usuária, o que diminui muito suas chances de falha. Dura
cerca de 3-5 anos.

O sistema consiste numa estrutura de polietileno em forma de T com um reservatório de


esteróides ao redor da haste vertical. O reservatório consiste em um branco, feito de uma
mistura de levonorgestrel (É um tipo de progesterona sintética) e silício. Não contém, portanto
estrogénio.

Efeitos secundários ou colaterais- desvantagens


Os efeitos colaterais mais comuns são alterações no padrão hemorrágico, vulvovaginite, dor
abdominal/pélvica, acne, cistos e dor de cabeça. Outras preocupações menos comuns são
gravidez ectópica, sepsis, infecção pélvica e perfuração da parede uterina ou colo do útero.

Taxa de eficácia: >99%

Adesivo:

O adesivo transdérmico é uma opção de contraceptivo hormonal que contém as hormonas


sintéticas norelgestromina e etinilestradiol (progestina e estrogénio). cujas hormonas são
libertadas diariamente através da pele para a corrente sanguínea

O adesivo é aplicado semanalmente durante as primeiras 3 semanas do ciclo menstrual,


seguido de uma semana sem adesivo. Para aplicá-lo, os usuários devem escolher uma área
limpa, seca, íntegra e não irritada no abdômen, costas, nádegas ou parte superior do braço,
evitando áreas apertadas ou friccionadas pela roupa.

É importante evitar o uso de óleos, pós, cremes, loções ou pós no local de aplicação, pois isso
pode prejudicar a aderência do adesivo. Desde que o adesivo esteja bem aderido à pele limpa
e seca, é possível realizar atividades normais como banho, exercício, ducha, natação e
banheiras de hidromassagem. Deve-se fazer um controle diário para garantir que o adesivo
esteja na posição correta.

Os efeitos colaterais são semelhantes aos dos contraceptivos orais combinados, com a
possibilidade de irritação no local de aplicação, dores de cabeça, dismenorreia (ausência de
menstruação) e desconforto mamário.

Benefícios: É de uso semanal, pelo que não tem que pensar todos os dias em contraceção,
apenas tem que se lembrar de mudar uma vez por semana o adesivo; É fácil de usar
Especialmente indicado para mulheres que não gostam de tomar comprimidos; Ao contrário da
pílula, as hormonas não necessitam de ser absorvidas pelo aparelho digestivo, permitindo que
a ecácia deste método não seja posta em causa, em caso de vómitos ou diarreias; Tem as
mesmas vantagens não contracetivas da pílula oral: Controle do ciclo, menstruações escassas e
não dolorosas entre outros. É um método reversível

Eficácia: 91% de eficácia.

Implante Subcutâneo:

O implante subdérmico é uma opção de contraceptivo de longo prazo que libera etonogestrel.
É considerado altamente eficaz, com uma taxa de falha anual de 0,05%. O implante é uma
haste única de 4 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro, contendo 68 mg de progestina (o
etonogestrel é um tipo de progestina). A liberação da hormona é controlada por uma camada
adicional de acetato de etileno vinilo (material plástico) . A inserção e remoção do implante são
procedimentos minimamente invasivos, geralmente realizados em consultórios médicos e
requerem apenas anestesia local. Ao contrário de contraceptivos que contêm estrogénio, o
implante pode ser utilizado com segurança em pacientes com histórico de doença
tromboembólica, hipertensão, excesso de peso, obesidade, tabagismo ou idade acima de 35
anos.
Os efeitos colaterais mais comuns incluem sangramento irregular e os menos comuns incluem
alterações no desejo sexual, descoloração ou cicatrização da pele, dor ou infecção no local de
inserção e ganho de peso.

Dura 3-5 anos

Vantagens: é um produto de alta eficácia e sem alguns inconvenientes como interações


medicamentosas, necessidade de uso diário, semanal ou mensal.

Injeção: A injeção liberta hormonas que impedem a liberação de óvulos. É um método de


prevenção da gravidez que contem acetato de medroxiprogesterona disponível como uma dose
única de 150 mg, que é administrada a cada 3 meses por um profissional de saúde treinado.

Benefícios: É um método conveniente discreto e de baixa manutenção, é ideal para pacientes


com contraindicações ao uso de estrogénio e com certas condições medicas.

Os efeitos secundários principais dessa injeção são alterações menstruais e atraso no retorno à
fertilidade. As alterações menstruais podem incluir hemorragia, sangramento e manchas
irregulares que duram alguns dias. O retorno da fertilidade pode ser atrasado em até 18 a 24
meses após a interrupção da injeção. Além disso, o ganho de peso é outro efeito secundário
comum, com as mulheres podendo ganhar mais de 1,5 kg no primeiro ano e continuar
aumentando ao longo do tempo.

Eficácia: 94%

Nota: Em estudos sobre a eficácia dos novos métodos hormonais, pilula, adesivo e anel
mostraram se menos eficazes em comparação aos métodos de longa duração como a injeção,
Diu e implante subcutâneo.

Relativamente aos métodos menos eficazes segundo o estudo verificou se a ocorrência de 4


gravidezes em cada 100 mil mulheres por ano, comparado ao uso da injeção, do Diu e dos
implante que resultou 0.2 em cada 100 mil mulheres por ano.

Pode-se concluir com esta tabela que os métodos de longa duração, que não requerem a
intervenção diária ou semanal são mais eficazes, já que por exemplo, no caso da pilula está
sujeita a esquecimento, o adesivo pode ficar mal colocado ou sair do sítio facilmente e o anel
pode ocorrer a sua expulsão por algum motivo. Tudo isto são coisas que não acontecem com
os métodos de longo prazo.

Conclusão:

Em conclusão, os métodos contracetivos hormonais desempenham um papel crucial no


planejamento familiar, proporcionando uma opção eficaz e conveniente para evitar a gravidez.
Ao entender como esses métodos funcionam e considerar suas vantagens, é possível tomar
decisões informadas sobre saúde reprodutiva. No entanto, é crucial abordar as considerações
de segurança e efeitos colaterais, reconhecendo que cada pessoa pode reagir de maneira
única. A disponibilidade e acessibilidade desses métodos variam, ressaltando a importância de
uma abordagem global para garantir que todos tenham acesso a opções contracetivas. Em
última análise, a escolha de um método contracetivo hormonal deve ser guiada por conversas
abertas com profissionais de saúde, permitindo que cada indivíduo faça escolhas informadas
alinhadas com suas necessidades e circunstâncias específicas.

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