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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I

PROF: DANILO DEL’ ARCO

@danilodelarco

JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA

. Jurisdição é o exercício do Estado, ou seja, é uma função que o Estado tem, é o


poder/dever do Estado. Essa função do Estado lhe é atribuída pela própria
sociedade. É o poder/dever do Estado em decidir quando provocado.

. Assim, a Jurisdição é, antes de tudo, uma expressão do poder do Estado. É o


mecanismo de solução dos conflitos da sociedade. É uma função estatal
atribuída pela sociedade para que o Estado, quando provocado, dê uma solução
ao conflito. É um dever do Estado.

Dois princípios traduzem o exposto acima: princípio da ação ou inércia, onde o


processo se inicia pela ação do interessado, pela provocação do interessado
(artigo 2º do CPC).

Princípio da indeclinabilidade da jurisdição, quando o Estado é provocado ele


tem que dar uma solução o conflito, é um dever, não pode declinar desta
função (art. 140 CPC).

A sociedade atribui ao Estado o poder para que ele possa dar uma solução
impositiva (substituir a vontade das partes) e definitiva (ou seja, após todos os
recursos analisados, a decisão deve ser cumprida) ao conflito quando
provocado. A vontade das partes perde relevância, porque se sujeitam a
decisão do Estado. Assim, a jurisdição é uma atividade substitutiva da vontade
das partes, é o princípio da definitividade da jurisdição, que se dá com a coisa
julgada (art. 502 CPC)

- Depois que o processo transita em julgado, existe ainda a possibilidade de ser


ajuizada uma ação que desconstitua esse trânsito em julgado, que é a ação
rescisória. Se a última decisão foi da Vara ou do TRT, vai ser ajuizada no TRT; se
a última decisão foi no TST, vai ser ajuizada no TST. A ação rescisória
desconstitui o trânsito em julgado e permite um novo julgamento da ação.

- Quem personifica o Estado? O Juiz é quem representa o Estado na jurisdição,


desde que concursado e que tenha sido nomeado e tomado posse nos termos
da lei. Todos os juízes tem jurisdição idêntica.
O Estado vai exercer a jurisdição por meio de órgãos e estes órgãos são os
Juízes. O juiz é um órgão do Estado investido de jurisdição. É quem aplica a
ordem jurídica (expressão da vontade da sociedade), quem aplica o direito
material ao caso concreto, é quem concretiza o comando genérico da lei ao caso
concreto.

Definição de jurisdição: É uma função do Estado, é o poder/dever do Estado de


quando provocado dar uma solução impositiva e definitiva ao conflito aplicando
o direito material ao caso concreto.

. Todo juiz tem a mesma jurisdição. Ex.: Juiz criminal poderia, em tese, julgar
uma ação trabalhista. O que impede é a competência. Todo Juiz tem jurisdição,
mas nem todo juiz tem competência.

A Jurisdição é una, indivisível porque o poder do Estado não pode ser


fracionado. Assim, todo juiz tem jurisdição de forma idêntica.

Por uma questão de política administrativa do Estado, para viabilizar a


jurisdição, foi necessário que o Estado fizesse uma distribuição da jurisdição aos
órgãos jurisdicionais. Notem que não houve divisão, mas sim distribuição, uma
vez que a jurisdição é una. Para distribuir a jurisdição aos órgãos jurisdicionais
existem alguns critérios definidos por lei. Estes critérios nós conhecemos como
regras de competência (regras que distribuem a jurisdição).

Foram criadas duas regras: A primeira levou-se em conta o interesse público


(em um primeiro plano). Criaram-se regras de ordem pública. O Estado tem que
fiscalizar essas regras de interesse público -> são as regras de competência
absoluta – podendo o juiz declará-las de ofício ou a requerimento da parte, pois
o interesse é público (art. 64, §1º CPC).

. Assim, o Estado definiu algumas regras de competência, sendo: em razão da


matéria, em razão da pessoa e em razão da função (regras de competência
absoluta).

. Estas regras podem ser declaradas de oficio pelo juiz a qualquer momento.

Caso isto ocorra, ou seja, o juiz ou tribunal declare a incompetência absoluta, o


efeito será, salvo decisão judicial em contrário, preservado até que outra
decisão seja proferida pelo juiz competente (Art. 64, §4º CPC). A sentença
proferida pelo juiz incompetente pode ser executada, pois a coisa julgada sana a
incompetência absoluta, prevalece o princípio da definitividade da jurisdição.
O meio para alegar essa nulidade e desconstituir a coisa julgada é a ação
rescisória (art. 966 CPC) – prazo de 2 anos (art. 975 do CPC).

Destaca-se que mesmo havendo uma incompetência absoluta a decisão será


válida enquanto isto não for trazido no processo, pois todo juiz tem jurisdição e,
em tese, pode julgar qualquer ação.

A Ação rescisória pode trazer esta discussão, caso ela passe desapercebido pelas
partes e juízes durante o processo, o que acarretará a desconstituição da coisa
julgada válida, a suspensa a execução, com um novo julgamento.

A segunda regra de competência, ou seja, em um segundo plano, o Estado


pensou no interesse das partes, o que culminou nas regras de competência
territorial. EX: No CPC: Domicílio do réu e na Trabalhista: No local da prestação
de serviço -> melhor para o trabalhador; são regras de competência relativa
(Juiz não pode declarar de ofício, depende de alegação da parte contrária).

. No processo do trabalho o Réu terá 5 dias da notificação/citação para alegar a


incompetência territorial, sob pena de preclusão de ser direito, fazendo com
que o juiz se torne competente.

Neste caso, a lei veio atender o interesse das partes para tornar a justiça mais
próxima, mais acessível às partes. Estas regras são chamadas de competência
relativa ou territorial, ou em razão do lugar. O CPC escolheu como regra o
domicílio do réu (art. 46 CPC); já o processo do trabalho escolheu o local da
prestação de serviço (art. 651 CLT).

Como aqui o interesse primordial é das partes, a incompetência relativa não é


declarada de ofício pelo juiz, exige provocação das partes no prazo legal (art.
800 CLT) de 5 dias da notificação, sob pena de preclusão. Diferente da
incompetência absoluta que não haverá preclusão

OBS:*Art. 795 CLT §1º: Existe um vício neste artigo

-> O vocábulo “foro” não quer dizer território neste contexto, mas e sim quer
dizer “ABSOLUTA”. Este foro quer dizer incompetência absoluta e não é
incompetência territorial/ relativa.
COMPETÊNCIA

*Competência em razão da pessoa: É a regra de que a pessoa que está no


processo define o juiz competente. É uma regra circunstancial, uma opção
política do legislador. Acontece, por exemplo, com os deputados Federais e
Senadores que possuem prerrogativa de foro, pois quem os julga é o STF.

É uma regra de competência absoluta que poderá ser declarada de ofício pelo
juiz a qualquer momento, não se operando a preclusão. Exemplos: Art. 45, I e II
CPC e 109, inciso I CF.

É a pessoa que vai definir:

Ex.: Senador, Deputados – julgados pelo STF.

Ex.: União – Justiça Federal é a competente para julgar as causas da União.

Art. 109, inciso I CF -> Compete aos Juízes Federais julgar... – com exceção de:
falência, acidente de trabalho, Justiça do Trabalho e Justiça Eleitoral.

Ex.: Ingresso com ação em face do INSS pleiteando auxílio doença ->
competência da Justiça Federal.

Ex.: Se vou requerer auxílio doença acidentário em face do INSS -> competência
da Justiça Estadual (exceção).

. União terceiriza a contratação de trabalhadores para determinado serviço


(CLT). Nesse caso, Justiça do Trabalho que irá analisar a responsabilidade da
União, ou seja, questões trabalhistas que envolvam a União é de competência
da Justiça do Trabalho.

Competência funcional: Competência absoluta e é distribuída conforme o órgão


do poder judiciário. É a distribuição da competência conforme cada órgão do
poder judiciário (ver aula da organização judiciária). Ex: art. 652 e 653 da CLT
trazem regras de competência funcional da Vara do Trabalho.

Competência em razão da matéria: Competência absoluta prevista no artigo


114 CF/88. “Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:”
Inciso I: “as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público
externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios;

O termo “ações oriundas das relações de trabalho” quer dizer que neste
momento a Justiça do Trabalho passou a ter competência para julgar todas as
ações trabalhistas de um modo geral, não só as que envolvem empregado e
empregador, mas também as questões dos trabalhadores de um modo geral
como: autônomo, trabalhador eventual, estagiário, estatutários, todos.

Quando o inciso dispõe que estão “ abrangidos os entes de direito público externo e da
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.”,
leva a crer que os estatutários também seriam da competência da
Justiça do Trabalho. Porém, em janeiro de 2005 veio uma ADI que em sua
decisão liminar o STF determinou ser inconstitucional qualquer interpretação
que admita que os estatutários sejam de competência trabalhista, assim,
excluíram estes da JT.

A expressão “entes de direito público externo”, permite a Justiça do Trabalho


julgar ações em que as embaixadas e consulados sejam partes, pois quando
estes órgãos contratam trabalhadores no Brasil estão praticado ato de gestão e
não de império, pois as embaixadas e consulados somente possuem imunidade
de jurisdição em atos de império. Diferente das organizações internacionais,
como ONU, OIT, OMS, estas organizações possuem imunidade de jurisdição em
território brasileiro, não podendo sofrer ações trabalhistas no Brasil.

Outro ponto que foi decidido pelo STJ foi a relação existente entre o profissional
liberal e seu cliente, ex: como fica a relação entre médico e paciente? Entre
advogado e cliente? Neste caso o STJ (súmula 363 do STJ)afirmou que a relação
não é de trabalho e sim de consumo, portanto, competência da Justiça Estadual
e não da trabalhista.

 Resumindo: exceção deste artigo: estatutário, os trabalhadores


temporários contratados pela Administração Pública e o profissional
liberal (médico, dentista, advogado, etc).

Inciso II: “as ações que envolvam exercício do direito de greve;”


II- Ações decorrentes do exercício de greve: A CF permite a greve no art. 9º, mas
pede que seja regulamentada em lei, no caso a lei que regulamenta a greve é a
de nº 7783/89. Essa lei foi criada para os empregados celetistas (trabalhadores
regidos pela CLT). Porém, caso os servidores façam greve deverão se utilizar
desta mesma lei, mas a competência para dirimir as questões será da Justiça
Estadual, segundo entendimento do STF.
Portanto, se a greve for de trabalhadores celetistas todas as questões
decorrentes desta greve serão dirimidas pela Justiça do Trabalho, tanto
questões sobre abusividade da greve quanto as questões envolvendo a posse
dos imóveis objeto da greve - Súmula vinculante 23 STF: Ações possessórias
decorrentes de greve vão ter que ser ajuizadas na justiça do trabalho.

Inciso III: “as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;”

Ações que envolvam sindicatos como: Desmembramento e dissociação sindical. Dissídio


Coletivo, ação de cumprimento (Sindicato x Empresa), Trabalhador x Sindicato (cobrando
devolução de contribuição sindical), todas são da Justiça do Trabalho.

Inciso IV: “os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;”
IV- Mandado de segurança, habeas corpus e habeas data.
Essas três medidas ou esses três remédios constitucionais protegem a violação
ao direito líquido e certo.
Ex.: Habeas data: Protege o Direito à INFORMAÇÃO. Ex: Trabalhador é
acometido de um acidente de trabalho e é internado em hospital público. O
atendimento gera um prontuário, que é do trabalhador. Quando vai solicitar o
prontuário o Hospital nega fornecer as informações a seu respeito, porém, estas
informações são essenciais para uma ação trabalhista. Neste caso o trabalhador
poderá ingressar com o habeas data na Justiça do Trabalho em face do hospital
público para que ele preste essas informações.
Agora, se a pessoa busca informações do pai que foi internado, como se trata de
informações de terceiro aí a medida não é habeas data e sim mandado de
segurança.
Ex.: Habeas Corpus – Protege o Direito de LOCOMOÇÃO – Um jogador de
futebol é emprestado para um outro time, mas no contrato de empréstimo há
uma cláusula impedindo este jogador de disputar qualquer campeonato que o
time que o está emprestado está disputando. Nest caso há uma violação ao
direito de ir e vir profissional, o jogador está tendo restrição na sua liberdade
profissional, o que permite o cabimento da medida de habeas corpus. Notem,
que a Justiça do Trabalho NÃO TEM COMPETÊNCIA CRIMINAL, ou seja, o habeas
corpus aqui é para proteção da liberdade profissional. No caso de uma
testemunha ser presa em audiência, por crime de falso testemunho, o habeas
corpus será na Justiça Federal e não na Trabalhista.
Mandado de segurança – Para caber o MS na Justiça do Trabalho devemos
observar 3 critérios: 1) O ato praticado deve ser de uma autoridade pública ou
investida na função pública na seara trabalhista; 2) O ato deve violar direito
líquido e certo e 3) Desta decisão da autoridade não cabe recurso próprio e nem
habeas corpus ou habeas data. O MS é a ultima solução possível. Ex: Súmula
414, II, do TST.
Ex: Quando o juiz do trabalho nega uma tutela antecipada e esta negativa viola
direito líquido e certo, não cabe recurso de imediato, pois na Justiça do
Trabalho as decisões interlocutórias não comportam recurso de imediato,
então, neste caso, a parte poderá impetrar o MS contra o ato do Juiz junto ao
TRT.
Destaca-se que o Mandado de Segurança não é recurso.

Inciso V:
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto
no art. 102, I, o;
Conflitos entre:
-> Vara do Trabalho e Vara do Trabalho = quem decide é TRT – art. 803 a 808
CLT;
-> Vara do Trabalho e Vara Cível (discussão de matéria) = quem decide é o STJ –
art. 105, I, “d”, CF;
-> Vara do Trabalho e Vara Cível (com competência trabalhista) = quem decide é
TRT - art. 803 a 808 CLT;
-> Vara do Trabalho de São Paulo e Vara do Trabalho Paraná = quem decide é
TST, porque envolveu dois TRT’s - art. 803 a 808 CLT
-> TJ e TRT = quem decide é STJ - art. 105, I, “d”, CF
-> TRT e TRT = quem decide é TST - art. 803 a 808 CLT
-> TST e STJ = quem decide é STF – art. 102, I, “o” CF
-> Vara do trabalho e TRT = quem decide é o TRT. Aqui nem há conflito porque o
TRT é hierarquicamente superior a Vara do Trabalho.

Conflito de Acidente de trabalho –


-> Entre Empregado (ou seus sucessores) x Empregador = Justiça do trabalho
(súmula 22 vinculante do STF)

-> Entre o Empregado x INSS (auxílio doença acidentário) = Justiça Comum


Estadual (exceção do art. 109, I, CF)
. Empregado sofre acidente de trabalho e o INSS não quer conceder o auxílio
doença acidentário e sim auxílio doença.

-> Entre o INSS x Empregador (ação de regresso do INSS contra a empresa para
restituir o que gastou com o trabalhador pelo acidente de trabalho sofrido por
culpa da empresa, art. 120, lei 8213/91) = Justiça Federal

Inciso VI: “as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de
trabalho;”

Qualquer dano moral ou patrimonial que for decorrente da relação de trabalho,


ou seja, em que o nexo causal foi a relação de trabalho é de competência da
Justiça do Trabalho.

Inciso VII: “as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores
pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;”

Ex: Um Fiscal do trabalho recebe uma denúncia e vai em uma empresa


averiguar as condições de trabalho e ao constatar uma irregularidade, como
ausência de registro dos empregados, aplica uma multa junto ao empregador.
Mesmo a empresa recorrendo administrativamente ela perde e esta multa
trona-se uma certidão de dívida ativa. Neste caso a União fará a execução da
certidão na Justiça do Trabalho. Se existirem um grande números de ações
deste tipo, é possível criar uma Vara de Execução Fiscais na Justiça do Trabalho.

Inciso VIII – “a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e
seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;”
As Contribuições sociais são o INSS e o SAT.

- A Justiça do trabalho poderá executar de ofício as contribuições sociais que


advenham das suas condenações. EX: Ao condenar uma empresa a pagar horas
extras para o trabalhador, sobre as horas extras deverá incidir INSS, neste caso a
JT condena as horas extras e também ao INSS sobre estas horas extras, se a
empresa não pagar este INSS, a JT poderá executá-la de ofício.
Agora, se o empregado trabalhou sem registro, mas recebeu tudo certinho,
porém, a empresa nunca recolheu o INSS, neste caso, o empregado deverá
denunciar a empresa no INSS e o INSS deverá ajuizar uma ação de cobrança em
face da empresa na Justiça Federal (Súmula vinculante 53 do STF ).
Inciso IX – “outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.” Inciso
sem sentido e sem explicação razoável. Um furo do legislador.

Competência relativa
*Competência em razão do lugar/território: Juiz não pode declarar de ofício. A
parte ré tem 5 dias da notificação (citação) para alegar essa competência
relativa por meio de uma medida judicial chamada de exceção de
incompetência, prevista no art. 800 da CLT.
. O Art. 651, “caput”, CLT traz a Regra: local da prestação de serviço do
empregado.
. Se ficar demonstrado que o local da prestação de serviços está muito distante
da onde o empregado reside ou muito distante da Vara do Trabalho mais
próxima dele, para não violar o acesso à justiça o juiz pode aceitar que o
processo tramite no domicílio, mas esta possibilidade seria uma exceção.
. Qual o local dever ser ajuizada uma RT? No local de prestação de serviço, a não
ser que tenha algum motivo que viole o acesso à justiça.

§1º - Exceção criada apenas para o vendedor viajante. Neste caso é possível que
o vendedor empregado entregue produtos da empresa em várias cidades e em
todas essas cidades podem ter uma Vara do Trabalho. Ex: Um vendedor que
presta serviço em Londrina, Cambé, Rolândia, Arapongas, Maringá e Apucarana.
A matriz da empresa é em Londrina, Maringá tem uma filial e foi esta filial que
contratou e registrou o empregado, mas ele reside em Astorga.
Neste caso, respeitando a regra do art. 651, §1º da CLT, ele tem que:
Ex: Propor a ação trabalhista na cidade da empresa que ele está vinculado, não
importa se é matriz ou filial, ou seja, terá que propor a ação em Maringá, que é
a cidade da filial da empresa que ele está vinculado e tem Vara do Trabalho. Se
Maringá não tivesse Vara do Trabalho, a ação deveria ser ajuizada no local do
seu domicílio, mas Astorga não tem Vara do Trabalho, então deverá ajuizar na
Vara do Trabalho da cidade mais próxima do seu domicílio, no caso Arapongas.

§3º - Ex.: Uma pessoa que trabalha no circo, em um teatro, em exposições e


presta serviço em várias cidades, neste caso o trabalhador pode escolher a Vara
do Trabalho em que ajuizará a RT, ou seja, pode escolher entre o local da
contratação e o dos respectivos serviços, ou seja, qualquer lugar que ele
prestou serviço.
§2º - Quando a prestação de serviços ocorre no exterior. Uma empresa
multinacional de construção civil que atua no Uruguai contrata brasileiros para
trabalhar em Dubai. O brasileiro foi contratado no Brasil e foi do Brasil para
Dubai, ficou 3 anos lá e voltou em razão do final da obra e rescisão do contrato,
neste caso se ele quiser propor uma RT em face da empresa poderá propor aqui
no Brasil, na Vara do local da contratação e caso não tenha, na Vara de seu
domicílio.
Destaca-se que quando ele volta para o Brasil, ele vai ajuizar a ação aqui no
Brasil, porém a lei não fala aonde, se é no último local da prestação de serviços,
no local da contratação ou no domicílio, a ideia é que deve ser o local de maior
acesso ao reclamante).

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