Aula 01 (1ºs anos do ensino médio) – Prof. Dr. Thales Biguinatti
Carias – IFMT/Campus Cáceres Ilha das Flores
■ Direção: Jorge Furtado
■ Ano de lançamento: 1989 ■ País: Brasil ■ Produção: Giba Assis Brasil e Mônica Schmiedt ■ Tema: relações sociais e econômicas na periferia de Porto Alegre Como assistir um filme?
■ Filme = narrativa em imagem.
■ Filme = linguagem.
■ Filme documentário = verdade?
■ Mais vale compreender a estrutura de linguagem de um
filme do que verificar se o que ele fala é verdade ou mentira. Como se estrutura a linguagem de “Ilha das flores”?
■ Ironia entre a linguagem científica e a realidade social que
está sendo analisada.
■ Como se caracteriza a linguagem científica? Por que ela
entra em choque com a condução da narrativa? Como o filme nos leva a constatar que a linguagem científica revela certa ironia ao falar do ser humano?
■ E o que isso tudo tem a ver com a dita modernidade?
A linguagem científica e a racionalidade no mundo moderno
■ Ciência – Início (séc. XIII d.c.); Consolidação (Séc. XVII d.c.)
■ A realidade pode ser descrita e explicada pelo ser humano usando
apenas a razão.
■ Para isso, há o desenvolvimento do método científico que tem a
experiência como base. No filme
■ A linguagem científica se caracteriza pela enunciação do
narrador.
■ Narrador distanciado; descrição imparcial dos objetos e
eventos;
■ A ironia do filme é feita pelo contraste desta linguagem com
as imagens apresentadas; Como relacionar esses elementos do filme com a modernidade na história?
■ Moderniadde = avanço da ciência; formação dos Estados e Reforma
protestante;
■ Aparecimento das noções de humanidade de e progresso;
■ Filme – Linguagem científica e problemas do progresso;
■ Não há como pensar O Brasil sem entender que o progresso embalou a
conquista europeia do território, encobrindo uma vasta dominação social. Trecho do livro “Futuro Passado”, R. Koselleck, 2006 ■ “O conceito de progresso único e universal nutria-se de muitas novas experiências individuais de progressos setoriais, que interferiam com profundidade cada vez maior na vida quotidiana e que antes não existiam. Menciono a revolução copernicana, o lento desenvolvimento da técnica, o descobrimento do globo terrestre e de suas populações vivendo em diferentes fases de desenvolvimento, e por último a dissolução do mundo feudal pela indústria e o capital. [...] O progresso reunia, pois, experiências e expectativas afetadas por um coeficiente de variação temporal. Um grupo, um país, uma classe social tinham consciência de estar a frente dos outros ou então procuravam alcançar os outros ou ultrapassá-los. Aqueles dotados de uma superioridade técnica olhavam de cima para baixo o grau de desenvolvimento dos outros povos, e quem possuísse um nível superior de civilização julgava-se no direito de dirigir esses povos. Na hierarquia dos estamentos, via-se uma classificação estática, que o impulso das classes progressistas deveria ultrapassar (p. 317) Conclusão
■ Progresso = forma de julgar e classificar povos diferentes
dentro da história
■ Progresso como instrumento de civilização;
■ Uso do progresso como justificativa para a dominação pura
e simples. No passado e no presente (no filme e na história do Brasil).