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Químbanba

---11,.--­
Fundamcntos e Práticas Ocultas - Vol. O 1

• D.tnilo Coppini •
© 2015 Danilo Pereira Copplnl

F.d.Jtor
Francisco Facchiolo Lima
Coordenação &utorial
Francisco Facchiolo lima
O,ganh:ador
Da.nHo ��ira Coppini
Rev.lsáo
CamHna Fernanda MalvC'J.i
Design Gráfico
Francisco Facchiolo lima
Arte da Capa
Néstor Avalos

Todos os Direitos rcscrvxlos ao autor D.inilo Pereira CoppinL


Não é �rmitida a reprodução por qualquer meio m«:1nico, decrónko,
xerogcilico etc. de pane ou totalidade do ronteúdo e das imagens contidas
neste imprcs.so S(':m prévia autorização por escrito do autor.

Editora _E$(Hérica.
indke.................. .............................3
Dedkatória...............................................................................................4
lnuodução.............................................................................................5
Lcnda..... ................. ............................... ..............................................9
Exu - Entft': o Cosmos e o Caos................ . ..................13
A Natureza da Quimba.nda Brasileira.............. ........29
O Ego. Exu e aimportáncia dos Rhuais......... ........33
. .\
Ancestralidade e o Caminho Negro de E.xu..... ........40
Exu e a Comunicaçãoatm·és dos BúUOS .............;}
Búuos de Exu.......................... .......................... ...;9
i
AtaqUC' e: Defesa Astral· O Conct: to.................. . ............78
Procedimentos forces para limpeza ene.rgéticl e:combate astral.... ........93
Os PósdaQuimba.nda.............. ...... ...... 101
A Quimbanda e o Uso de D rogas.... ........... 113
OSoprodaQuimbanda..... ........... 120
Okutá • O Co r.w;ão de Exu..... ...... ........... 122
O l\xlmlaCaboç"-........ ................. . ..........129
O Tridente o u Garfo de Exue Pombagira... ......133
A Gpade Exu....................... . ...... .............. . .. ... ..... 145
F:u.cndo um Patuá de ProcCÇ,lO.. ............... ................. 148
. funçi.o dos punhais e adagas noculto de Exu......... .... ..
.\ . ..........I�
Fonalecendo a Rdaçiocom Exu •Construindo o Templo Interior ....... 163
Buscando Fo rças com Exu Pantera Neg ra....................... ...... 167
Trab alhos Espiritt.l3is reali1.ados naSo:ta-fei.raSanta............ ...... 174
Pedido de Proteção feito com Vela...................................... ...... 185
Trabalhocom Exu Chama Dinheiro no dia31 de Dezembro.. ...... 188
Trabalho de Mone aos Inimigos Ocu ltos com o Exu Cira•Mundo.......194
BibBogr:úia.........................................................................................199
l>ebícatótin

JlllllUê ))tllllltll!
:Enroyê <$i11!
Se plantarmos a Ár\'orc da QUlmbanda e a tratarmos com amor
e dedicação colheremos a Luz atn,-és dos frutos da vcJ'dadc. Não
pode.ríamos sorver ta.is frutos siem nos lembrarmos � Mcst.lt"S
que nos ensinaram. &euá Exu Pantera Negra! Sem o Senhor cm
noosas vid:u dificilmente teríamos tamanho ex.iro cm nossas lll::nd:.u
cvolufü-as e conscqucntemc.nte, do:iicamos a Ti esse fruto que
adcnuará na vida de muitos adeptos, Também dedicamos à grande
Mestra Sete Salas, cujos ventos abri.mm tcxlos os caminhos para
nossas rcalh:aç6es,

A toda famOfa 7emplo de Qulmbaoda Maloral BHlubudt e Exu


Panttra Negra' essa obra umbém é dedicada, afinal, sem voct:s não
scríamos uma alcateia tão promissora, N6s sabemos que o fluxo
contrário não foi capu de sujar nosso saJão, cncio,. senrcmos juntos
e nos delkicmos com os frutos da Árvore de l\'WoraL

À mjnha esposa Priscila, meu 6.Jho Leonardo e toda famfüa. Tanto


esforço e privação objetivam a Luz da ContinUldadc. Para ,'O<.ts
ofereço pane do legado! Ao irmão Francisco Facch..iolo Lima um
eterno .agradecimento pelo esforço.

Por 6m, ag:ntdeccmos o grande .arfüt.a mexi.e.ano Néstor Avalos por


cio gcnciJmente nos ccdcr o desenho para .a c.ap.a. Que Maioral o
.abençoei Recomendamos: Néstor Arts Offici.al BJ.ack.Arts Site.

Ao Po"° de Gnng11... L T. ]!

lnroyê <$i11! ii11 i Jnojubá!


EngoHdo foi o tempo cm que a Quimbanda era uma cxptcssio
religiosa desprovida de informação, porém, toda essa cncrgia deve
llC'r alicerçada cm responsabUkladc. Devemos ter ccrtttaS sobre cada
ato para nio nos tonurmos escra,-os de bai.ns energias e sermos
chkotcados pelo Ego ou pela falsa llC'nsaçio de poder, MuJras sio as
formas de cultuar Exu e a lcgidmidadc dessa pluralidade foi galgada
atrm'és dc lit�ias próprias dcllC'n\-olvidasdc acordo com a formação
e inclinação tcligiosa de cada grupo, mas a responsabilidade que
paira na cabeça de seus representantes é llC'mpre a mesma: Evoluçãol

Ressalta.mos que Quimbancb não é Kimbanda, O Culto da


Qu.imbanda é tipicamente brasiJciro, ao contrário da K:ambanda que
é um cuJto africano cuja fundamentação Banru é a via determinista.
Qu.imbanda é eclética, fruto da união entre conceitos catôOcos,
isllmkos, cabalistas, africanos e ind(gc:nas que juntos formaram
um culto rico cm sincretismos. Mesmos que a 04:animção do cuJto
tenha sido liistoricamentc recente, a csstncia do cuJto estava nos
atos de resist�ncia e nas práticas onde a m.hcara com chifres e dentes
pontiagudos atcrroriza-..-a os algou:s. Quem estava por trás dessa
ll13Scara era Exu.

Pratkar a Quimbancb é recriar e despcrtar a rcsisttncia dentro


de nossas almas, É suportar a adversidade desllC' mundo Hus6rio e
decadente bus.::ando cnesgias ancestrais, Qu.imbanda é o ÜJ.lto ao
Exu-Catiço, ao Poderoso Mono que conhece a vida, os problemas,
as dores e doenças. Esse culto cnvoJve prfocas antigas e mcx:lcrnas,
pois a verdadeira Quimbancb tem estrutura para absor,cr novm
conceitos e c-..•oluir segundo csllC's, Praticar um ritual da Qu.imbanda
é fundamcma.l para llC' conectar com as cnesgias amigas e crescer
espiritualmente com as mesmas,

O conteúdo desse Livro llC' confunde muito com a história do Templo


de Qu.imbanda Maioral Beel:r..ebuth e Exu Pantera Negra. Tudo que
está refamdo é fruto de anos de pesquisa onde resuJtados posith-os
e ncgati� alkcrçaram nossas cc.rttt3.S, Sen6mo-nos honrados
cm passar adiante o que. os c.spí.ritos e os mestres encarnados nos
c.nsinaram.

O leitor ir.í perttber que antes de descrevermos uma prática


procuramos Humitur com explkaç6es sobre o tema. Pregamos
e. llC':mpf(' pregaremos a libetdade e a Libc.rtação, Obviamente. não
escf'C\-cmos esse. Livro para os estagnados ou Tradiciotulistu, pois
suas mentc.s mo::anind:.u jamais c.ntenderão a grandeza dos Reinos
de Maioral. Essa obra é apenas uma ffedu disparada pelo arco
de. Bedzc.buth que ansc.U a contaminação amvés da gnose da
Quimbanda,

"Qulmbanda - Fundam•ntos e Práticas Oculta.si" é uma série


de t.Its Livros que. se.rio lanç:idos llC':quenciaJmentc, Enfocaremos
informações substanciais sobf(' a 6.losofia e prática. Desse. mcxlo, os
leitores nio f('CC'berão um Livro tr.1dicionaJmentc. llC':quenciaJ, mas
sim um conjunto de. informaçõc.s complc.menwes. Isso porque os
textos que. formam o l.iv10 são estudos internos do T.Q.1\tf.B.E.RN
revelados ao público. Entc.ndemos que cada capítuJo faz parte.de um
momento na vida d e. um adepto e. condiz com suas no::essidades e
anseios. Diante. da pluralidade d e. entendimentos, acreditamos que o
segmc.nto que. apresentar bases s6Hdas e trabalhos REIAS diferencia­
sc.du demais, haja vista que o púbHco consumidor dos nossos IMOs
geralmente são pessoas com conhecimento nu anc.s ocultas.

Desejamos que. os adeptos c.nxc.4:uem 03 obra uma bússola que


apontará a Luz de Lúcifer expandindo a mente e o c.spfriro para
novas pr.ítku. A Quimbanda crt que. a evolução individual é o
caminho que pmará o que. é útU, mudará segundo a necc:ssidade
e. c.liminacl o desnecessário. Isso fuz parte. do fortalecimento do
caráter que libertar.í o a depto dos c.nmwes psíqUlcos e sociais,
Não aceitamos f('SpostlS do dpo: '"É assim porque os mais ,-clhos
c.nsinavam dc.ssa formal� ou ..Ê assim porque é a Tntd.iç:id�. Para
nós tudo tem explicação e. essas não podem c.star firmadas apc.nas
cm lc.ndu e mitos ou 03 Tradição Oral. As duas viu d e. aceso tem
sua importància., mas não podemos c.squecer que as palavras foram


corrompidas e manip uJadas ao longo doo séculos como forma de
favorecimento individual e coletivo.

Toda Án-orc Vdha deve se .adaptar ao mundo novo para sobreviver e


se assim não for dei.xará de eilstir lc-.'3.fldo consigo toda sua jornada
e a de seus antcpassidos,

A Qutmbancb não é nmsa, nem de njnguéml Rdigiio não tem


dono! Somos apenas mais um instrumento lUS mãos de V.S 1'.WoraL
Ele determinou nosso caminho, nossi jornada pelos abismm
desconhc,cidos e para rcssurn:ição do Culto primhivo.

Estamos em um tempo de fortalecimento e dcscj:unm a vincb de


novos ,-cntos, Para isso, como bons combatentes, dC\-cmos deixar
de lado a mentira e focarmm nossos aros na busca incessante
pela libemç:io de nossos cspCritos, Que d.as cnmnha.s siia nossas
rcspouru, que a partir das vísceras venham nossas visões e que as
fontes cm chamas devem o tridente d.a manifestação! Que a Terra
profunda abra sua boca e momc aos Fühos d.a Quimbanda aquilo
que nmsm grosseiros sentidos não conseguem captar.

�alvt li Químbanôa!

'
Nôs rcsisdmos nado que pudemos...
Lnamos pela continuidade de nossos antepassados,
pela purcza de nossas veias,
pelo canto dos pássaros do dia c: da noite.
Escondemos as ui.lh.ts das llerpentc:s,
camuflamos m njnhos c: desarmam.os as armadilhas de caça,
Passamos frio c: fome,
mas escondemos nosso Povo
da raça dcitraçada que vinha cm nossa di.n:ção
guiada pdos midoies de nossa prôpria mata!
Nunca dvemos ócUo, porém, diante desse terror o Obscuro nasceu
e lizcmos coisas que nio ti'nhamos feito antes...
Sabíamos que acomc:cc:ria, pois os and� diziam que chagaria o dia
em que o que mais temíamos deveria acontc:cc:r:
O índio lle tornar piedador de homens!
Nio falamos de muar os homens para comer
honrando�s como inimigos,
mas de rasgar tcx:las as panes de seu copo
c: adornar as árvores
como previu o Grande Pajé obscurocido pela
Som bra de Anhangál
&u foi o Tottm mais eKw-o que a floresta teve!
Pitávamos nossos corpos com urucum c: as cinzas feitas
do corpo destruído dos nossos inimigos,
As ponros de nossas lanças eram feiras com os ossos
das pernas e dos bnços dos homens brancos,
pois sabíamos que existia um veneno escondido dentro ddcsl
Andávamos cm bandos c: durante muito tempo não pc:rmhimos
que homem algum cnuasse cm nosso tcrritôrio.
Fomos tcmjdos pelos brancos, pelos llC'g:tos c: até pdos próprios
vermelhos, afinal, sabíamos que os cics que traz.iam os homens
brancos até nossas tribos eram de sangue índio!


A narurcza assu.mju as dores das lll:'mcntcs de lll:'US 6.Jhm e netos
dun.ntc muito tempo, mas o homem bn.nco usou tipos de feitiçaria
que desconhecíamos e isso \'C'io com os índios que eles enfeitiçavam
e soltavam na boca da matai
Fon.m cspcrtm, pois sabiam que n6s os receberíamos cm festa!
Assim colocaram doenças dentro das tribos e nem o Grande Pajé
soube como curar...
Mas Pajé de verdade nunm abandona sua tribo
e a noite decidiu se encontrar com Anh.tngá no meio da floiesta,
Anhang.í, Senhor d:u TteVlU, chorou sangue e d.i�c ao Grande Pajé:
- Cobra tem veoe.00) ma.s motn com paulada. P.gue bons
guerreiros e filhas e filhos e corte e$U mato. Para os doentes;
dpó, multo dpó fervido e os pós para de. n tro• para fora. Pegue
os mortos• e.nteff'e-OS dignamente, ma.sem buracos opostos as
novas tdlbas. Assim homem de longe se perderá pelo cheiro.
Quando akan5ar grande dlstand.a e chegar adma dos Grandes
Rios monte suas ca.sa.s oonmente e, e.m sUendO) aguarde até o
d.la em que espíritos de bran<O$ e vermelhos saibam conviver no
mesmo espasio. Até lá, ente.rre o p6 d.a carne no pé do Chorão
e lamente-.se pelos que oio tfwram forças para enfrentar a guerra.
Daqui onde eu moro, receberei e abrirei os caminhos para todos
os vermelhos e permitirei que a tribo honre seus nomes.
Quando em dúvida e$tlwr, sfga a pegada da onça e &e na noite
Se perder, pe5a pela on5a oegra!
F.teu.á, Pajé, filho da Rore$ta, leve HV po\d
E assim o Cn.n de Pajé conduz.iu seu povo p d a ui.lha das serpentes
e desapareceu mata adentro, Não tardou o homem branco chegou
onde cn. a tribo, mas sô encontrou a própria monc vinda pelos
menores lll:'rcs que cx.isrcm.
Salve o Po\'o da Floresf31
Anau@ l\»o que Voa! Anauê Karajá! Anauê A.najéa Anwi Aondf!
Anaul Andlrál

10
Jlbram o� 1�ortaí� e venham
receber o �acrífícío
® �ngue que e�corre pela
faca purífíca o fiel e
® profano mata!

----�::::::::::>�Ç'--9�2�:-:=,-----
<$i11 - (Entre o �O!lltlOG t o �os

"A Mcmc humana é limitada demais para comprttndcr ttrtas


coisai �, {Mtstre Boolight-- dtz.2002)

Todo ser-humano vive sob o embate de duas forçu: A força linear


e Hmirada conccituadamcntc e a ÍOJ'Çl não-Linear, d.inàmka e
não previsível. Essas forças são exotericamcmc conhecidas como
Cósmicas e c.aótkas ou Causais e Acausah, A pardr desse embate
'\'3.fl\OS elucidar a ação dos Exus e Pombagiros cm meio a esse
rurbilhâo. A mente humana é programada para captar tcdos os
dementes cm cst:tdo de constlnda invari.avdmcmc construindo
um scn6do (mesmo que frágil). pois Sle não fosse dessa maneira.
pelas inúmeras limitações, tomar-se-ia confusa e doente,

OefinlSÕf$ (resumo):

Cosmo, cuja origem cnconm alicerces na palavra g:tcg,1 KÓOJ.-10«;.


dcfinc-se como os aspectos de disciplina, harmonia e organh:aç:io
projetada no prôprio Universo físico emsua plenitude.o macrocosmo
e microcosmo. Tcorila-sc:
Pl\"ssupóc-sc que aruc de forma infinita, haja visra que age
de forma ddica e contl'nua no ordenamento vibracional das
pan:kuku sulxu:6micu..
Ê uma estrutura causal, ou seja.. regida pelas ..Lcis da Física".
Ê VibracioMl, afinal, a construção das difcrcntcs formas
materiais depende da intensidade aplicada nas parúculas,
Temporal pdo fato de estar limitado à linha de tempo (passado,
presente e futuro).
Material, pois é composto ranro de matéria densa qU3.llto d e
g.,ses dctc:ctá,-cis.
Não admite o conce:ito do "Nada Absoluto" e sim do espaço
vazio que scr'Í prttndiado.
Tridimensional, pois se encontra Um.irado à altura, largura e

"
profuncUdade.
São as formas.
É disciplinado,

O Cam ( do grego kh.ios,Abismo), erroneamente confundido como


'confusão' e 'desordt:m' na verdade é o antjgo nome do 'Espaço
Vazio Disforme' ou Estado Primordial ou ainda 'Nada Absoluto'
('Não Ser). Esse conceito ,,..m de uma definiç:io mais antiga ainda:
A separação, Ex.istcm muitas gnolles esotéricas que retratam a g&lesc
do Cosmo e a sepuaç:io de uma fugulha desse Estado Inicial que se
divicUu formando dois sistemas cncrgétic�eléuicos que embatem
cm tempo constante, Criaç:io e 'N:io Cri.açio'.
Su.a natun:za inenarrável age cm 'o-.íri.os pontm da Cri.ação
(Macro e Mictoeosmo) e cm divcrsm mundos p.araldos,
Su.a aç:io desordena o estático e Linear uravés de acontecimentos
nio previsíveis e de natu.tt'Z3 anárquica Todavia, sob um olhar
mais profundo, é generativo e auto cdati'o'O.
Todo ordenamento do Cosmo é fclgiJ diante a ação do Cac-6.
É o Amorfu.
É anárquico.

Caos X Cosmos

Partindo dessu dc-6niç6es, a citnda nos expHc.1 que todo


ordenamento é provjndo do Caos (OIYW nb Chaoi) e todo sistema
Linear tende ao desordenamento e à faltnda, a não lll."r que enconw:
entradas de cnc�i.as sustentáveis. Em um sentido amplo, quando
a emhsio de energia (e a fui.ta de atcnç:io) do sistema Linear está
comprometida é atacada violentamente pela desordt:m e destruição
pua que uma nova estrutura po.na imperar, ou seja, o Caos retoma
a energia para gerar uma nova ordem (Chaos ab Ordo).

Alguns dentistas alegam que a ação incisiva do Ctm nm ambientes


Causais é uma espécie de 'desordt:m ordt:nada' ou melhor, algo que
está por trás da crugnação dos véus causais, Essa ação está inllerida
dentro de todas as vertentes (medicina, economia, climatologia,
biologia, rcUgiõcs, dentre outr3S). AJcgam que as mudanças
produzidas pelas forçu Causais não possuem uma descarga

14
encrgérka fone o su6ckntc para causar grandes mudanças, já a ação
do Caos éviolcnta ao ponto de modificar o 6wc.o inicial de qualqucr
sistema. mesmo siendo arravés de adventos simplcs.

Vamos a.cmplificar:.

Um rapll que. cstucb em determinada escola e, por inúmcros


problemas, sie sente. den'alorindo e desmoth·ado. Humilhado,
acaba pcrdendo sua evolução e adoece �iquicamcntc. Apôs um
determinado pcríodo, através do apoio de ccnm am� e fammarcs
procura outra instkt.Ução para se. matriculae. Lá., dcscobtc seu poder,
ftotcstt e ganha srarus, Depois de ccno tempo p.usi scr admirado
pelas mesmas pessoas que o humilharam.

A conscincia/cstag:nação está evidente. na sua primeira escola. As


humilb3ções e des,.'31.orinção, a vida sem sentido (insuportávd)
abriu uma •porta' para a ação caótica, Veio a perca e a doença. Nesse
momento a vida linear ro:cbc um duro golpe do niilismo e a jor03da
simétrica dessie rapaz é litcralmcnrc agitada, colocada a prova até
que sie despedatt o concreto que norte-ava a vida e se inicie uma
busca individual. Literalmente o rapaz adentrou cm seu abismo
pessoal, O Caos é isiento de sientimcnto,. frio e quente ao mesmo
tcmpo,. como uma ferramenta de demolição agindo nm conccirm
e estrutura psíquica-social. Esses valores dcstru.Idm construirão um
espaço/vácuo que devem ser prcench.idm novamcntc. O Caos nio
preenche.ri essas lacuruu e ncssie estágio entra 00\-'3..tttentc a ação
o�ani:r.adora do Cosmo e sua reestruturação. A ação Caótica fuz
com que essa reestruturação não recaia cm mesmo crro e os conttitm
de autoestima e ,'31.orização ,-ão modificar a trajetória vindoura do
rapaz. Essa Nova Ordcm uowc.c uma nova pcrspecrl'\'3 atttca do
mesmo siec. Essie excmplo mmtr.t dar.tmentc a ação do Caos par.t
destruir e dar um novo ordt:namcnto a dcsien,-olvimcnro lincu

O Ctos pode agir cm divcr.ios nivcis da vida de um scr humano e a


absoIÇio e transmutação dessas açôcs é individual.

A Quimbancb nio sieria uma expressão de amplo progresso se


sieus pilares estrut urais não fossiem a c-,-oluçâo e a liberdade, Dessa

"
maneira. cntcndt:mos que devemos percorrer ccms 'trilhas' para a
real comprttnsio acerca da dimensão da paJavra Exu (em ambas
polaridades) e sua ação comunal e individual diante ao Cósmico
e ao C36tjco. Para isso procuramos as iespostas cm tod.ts as vW e
esmiuçamos o que já é consoHdado nos ricoscampos da Tradiçiopara
ap6s dissertarmos sobre a formação e açio do Exu de Quimbanda.

.&ó - O nome que se tomou perfeito para a reapadçáo dos


Poderosos.

O contexto histórico, polí6co e ieligioso que csth-cram presentes


na formaçio da Quimbanda Brasileira já estio bem dissiemdos
cm outros tenos nossos. Por tal motivo, optamos cm seguir pelas
sendas dantes não explorad:u, principalmente as que dão vuão ao
confronto ordenado cnr.rc o Caos e o Ordenamento,

A Sabedoria dos Antigos Yorubás nos dt:ixou heranças nos "fta.11�


e 'Ôriftf(. Os "ftan" são a narrafü':t de mitos e lcncbs, liastórias e
algumas canções passidas oralmente gc.raçio p6s-gc.raçio pelos
Yorubás. Os Oril.:.is são compactos dis,cursos poéticos, ritualísrkos,
comemorativos e podemos dittr sem medo que também são ceruu
adaptações dos "lran"'. Ambas são formas narrafü'3S. Ao estudarmos
essas duas fontes, percebemos que cm alguns uo::hos ou mesmo
frases, a figura de Esú é cxtrcll13.ntentc condizente com a açio Caos
X Cosmos que dcs,crevemos anteriormente, Assim, transcreveremos
ccms passagens e usiremos como ponto inicial para descrevermos a
real naruie:r.a do Exu de Quimbanda.

Sob hip6tesc alguma estamos dittndo que a Quimbanda BrasiJcira


faz uso dessa prática, entretanto, podemos tccorrcr as mesmas para
traçarmos uma rota que forti6car.í a cxpliaçio sobre a adoção
do nome Yorubá •Esú' para os PodetoSOS Mortos que compõe o
corpo dos &ã Rth11J.1 d11 Qulmb111ul4 As passagens cs,colhidas
para corroborar cm nosso entendimento se alinham perfeitamente
com a proposta inicial do texto, porém, não sieguem nenhuma
ordem esped6ca. Usaremos aquelas que evidenciam as tendtncW
que dcsiejamos iessiltar, fra.sies que dt:monsuam a narurtta aôtica
impHdta e por vttes explicitas nessa Deidade Yorubi,

"
Prtmelro caminho: Êsú e sua Naturna dúbia.

Aforma que conectamos os drtcrcs co ntklos nos ..Jean" c nos ..Orikis"


não é parte daAntiga TradiçãoAfro. Lembramos que a Qlllmbanda
Bruilcira é eclética e abson:iva c isso acarn:ra uma grandc Hberdade
de conectarmos pontos tradicion3l.mcme separados,

lnkiamos essa rrajer6ria com o seguintc uo:ho:

"&,,11111ul11 .e,dtorlbnente l,aln11f111ulo-•par11 a dlt'd1'11 e p,,m a


'"fwtdtr• (B.1m 1-9\111 glxgi gbigi),

Bara (um dos nomcs de &ú) anda com segurança. cheio d e domínio.
ora para a direita (que reprcscnta o Cosmo c a caus:U3lidadc), ora
para a csqucrda (que reprcscnta o Caos c amusudidade). O mesmo
llC':r tem Livre aceso c domínio (Sen horil) dc ambas as poJaridadcs.
É importante entendermos esllC': conceito, pois não sc t.rata de bcm
X mal e sim de mascuHno/posidvo/dinãnüco c fcminino/ncgarivo/
reccpth'o.

"Ele matou 11m}'IÚGAro 011U'm1 com NINIpedra qu,10111,.n� hofa


atirou!"

Mesmo scm rcr a pkna compreensão sobre a dimcnsão do Caos e do


Cosmo, osAntigos sacerdotes e siccrdotisas sabiam que Exuerauma
deidadcquecaminhava alearoriamente na Hnhatemporal doMacro e
Microcosmo. Entendemos que nos sistemas causais, o tempo possu.i
ub marcações básicas: P3ssido, prellC':nte e futuro. Essa marcação
é Hneu, ou seja, obedece a Unha dos acontecimentos. Somente a
naru.rcza ca6rk:a e 3Clusal não está submetida a tais limitações, A
expressão dcmonstra que Exu tem uma natu.«7.3 ca6rka e conhece
rcx:los os mcios de pfO\'OCU' acontecimentos a r.rdado ou não ao
sistema linear. Essa expressão também demonstra que Exu pode
buscar no passado, prellC':nte e futuro de todas as pessoas energias
cap.uc:s de provocar situações rcvcrsh-cis ou não. Ajuda fortaleccr
essi compreenW pane de um outro �Oriki"'. "&il, np1'1tw,do,
lm,;nr11do1 que quebra e,nfrAg111mlOI qu ,uio Npodl!níjunr11r
110tfll1'UIIU!"

"
Dentro de um sistema Hnca.r, um erro pode compromctcr tudo
que já cscl traçado cncrgc:cica.mcntc a uma pessoa. EntJCramo,
muiw ,-cus Exu (conhecodor d:u cntr.tdas tcmporais) nos impdc
a cometer ccrtos atm que, inicia.lmcnte, acroditamos lll."r aquUo que
nm derrubará. Mais a freme, vemos que tais a� foram necessirios
para uma muda nça evolutiva, Exu também não tcm um conceito de
ccno e errado tão atrdado como nosso sistcma vigente cmbasado,
dessa forma age de. acordo com a ncccssidadc. Isso também lle rc6ctc
nessa frase rcti.r.tda de outro �Oriki;: "Ena, que 6n uma pes.soa
falar coisas que não deuja!"'. Seus impu1sm sio tão fones que
dcmoem pensamentos p1f-0tdcn� e n:criam raciocínios. Essa
qualidade é CX31.racb cm outras passigens, mi como: "P.sil, não ,ne
1Ntnlp11le, 11111nlpul#outr11�UINI. "(Êsil mdJe mi, omo tlômlm.1111i
o�.) Exu também é considerado o Divino mensageiro da palavra e
dessa forma sua palavra se ecoa cm todo Universo... "'fu Oro ma
ni ko. Ex " Oro ma ja ko, Ex11 Oro Tol»JJJ tire site, Ex11 Oro Oh1111
OIOIN11 nHma """ kiri;. Mais uma va, m Antigm nos dciuram
rastroS da nuun:za de Êsú, que mesmo possUlndo uma naturcza
ca6tka., a extensão de suas ações está atrelada ao Cmmo,

Como portador dos mistérios de Tempo/&paço. para Exu a


dimensão d:u coisas pode lll."r modi6acb de acordo com sua
necessidade o u dellejo.

Ao contrário de n6s que tcmm nossm sentidos Limitados, Exu


conlll."guc em.csgar energia (vid3) até naquilo que considcramos
inanimado. Por isso consegue C'xtrair cnc11:ia de todas as coisas,
Outro rupccto é a própria destruição, Segundo uma antiga lenda
(ltan) cm uma detcrmjnacb situação Exu se transformou cm
po::l.ra para escapar de soJdados que o persieguia.m. Isso demonma
que ele mesmo sabe destruir-se e ro::onstruir-lll." sempre que llentc
necessidade,

18
UVoeê qtum pro�ou o &1para""'" do h'ono!,.

Sua natureza caôtia também age: como incitador. Provoca guernu


(externas e intemas), pois conhece os meios de alcançar onde
nossos sistemas estão comprometidos e a partir desSIC ponto causar
as mudanças. Exu é capaz de destruir e matar SIC necessário para
obter um poder uansmumdor, cm algumas lendas de age de forma
completamente contrária ao S1Cnso comum de justiça., éf-jca e moral.
Arquiteta., plallC'ja., age silcndosimente para alcançar SICUS objetivos
e go.çta de \'C't a de sgraça, Esse caráter, tido como irrcvcrcnte,
demonst.ra-nos uma aversão à Ordem e às Leis.

"& 'l'""°pro.,p,,.ldade d• voee� Fxu., l'<><i qu i o dom, de ,1/lll.de,


proM{ÃO, pro»lllfÃII, bondade e prosperlNláe, P""fm,qr, 1N# M
tudo Ido. "'

EsSIC t.n:cho de um Orild most.ra que a natu«'la aôtia de Exu pode


interferir beneficiando S1Cus adeptos. Sua ação combate a estagnação
que causa a cont.rapartc de tcxlos esses pedidos. t-.1.rus do que nunca
comprttndemos que a naturC7.3ca6ticaagede acordo com a vontade
de Exu, MUltos não comprttndem que a ação que rompe a estrutura
cm.gnada. Hncar e temporal da pobrC2a pode ser considerada
aôtica., afinal, uma uajct6ri3 escrita sem as intcrfcrtncias de Exu
poderiam ret.ratar uma vida de miséria, onde as relações pessoais
estariam vinculadas a esse meio. Falando em relações pessoais, Exu
também n:cebe em outro Oriki o útulo de Senhor d:u Relações
pessoais (fartura). "Exú wam ,,a wa h, mi o"'..

EsSIC trecho de um Orik.i nos demonst.ra que Exu tem a capacidade


de Salvação, ou seja, de Iluminação. A rclação que iremos construir
a pan.ir dessa frase ralvcz não seja bem aceita por certos grupos
rcligiosos, enr.retamo, SIC faz nccess.íria para a comprcensão da
profundidade da gnoSIC da Quimbanda Bnuilci.ra. A expressão:
Âgiri Esú ma na/ Significa:" Exu está prcS1Cntc no nascer da auroral".
Isso demon stra que existe uma n:laç ão ent.n: a naturcza de Exu e o
despertar da Luz, Esotericamente, temos a palavra Jatjna "úafer�

19
cujo significado e o uso interpretativo sio muito similares. Um ser
que tcis a Sah-ação e está na Aurora, justo (Odam). cuja essif:ncia
ca&k:a é usada para corroborar com a escaJada c-.•olut.iva espiritual
e matcriaJ daqueles que o busc.un, bonito (Eligbám Rtwá), Senhor
da Comunicação, cuja fúria pode lll3tar e libertar a hu.rnanklade de
tudo que é n.Um foi uma deidade perfeita p.tr.1 ocorier o sincredsmo.

Todos esses uo::hos de -Orikis" e interpretações de ..Jtanb nos


mon.n.m como o nome Esú foi um arquétipo perfeito p.tr.1
nomear os cspfritos que formavam as Colunas de V.S. Maioral,
Usamos apenas aJ guns exemplos, pois existem inúmeros outros que
poderíamos estuda.t As relações de Êsú com os Deuses C6smicos
(Ôrisás) nio nos compete. pois não fuz pane da nossa busca,
porém, que 6que explicito a todos que se analisarmos de forma
comparafü-a encont.cucmos similaridades desse Deus com muitas
outras Tntdições.

O que realmente nos impona é força do nome que ao longo da


criação e dcsvencilhamento de outras expressões ieligiosas fez
com que determinados cspfritos fossem qu:di6cados e t.ipi6cados
segundo ccru.s caracteóstias. O nome Êsú corrompeu-se para Exu
e passou exercer a qu:didade de dtulo. Todo espírito que cariega
o nome Exu tem determinadas similaridades, entretanto, a banda
(Caminho evolutivo) que a.crttm suas funções d.ifc te ncia-0s. O Exu
deQuimbanda., ao contrário dos espíritos nomCldos como Exu pela
Umbanda., tem narutt7.3 caótic a., mas dominam as pofaridades e não
agem de forma concomitante com espíritos de natu«'la cósmica,
Espíritos de nuu.n:za ca6tka sio senhoris tanto da direita qU3.JltO da
esquerda (Bam nym gbigi gi,igi).

Pdo que estudamos e compreendemos, Exu é um nome que deixa


evidente cenas quaJ:idades:

Natureza Caôtica;
Domínio dimensional;
Ação restrita ao Plano C6smko (tisico e astral);
Domínio da temporalidade;
Domínio dementar;

"'
Pcnonandadc sem traços morais;
Ação sem julgamento de 13cm x Mal';
Aniqull31"io do Fgo;
Ação de protetor;
Ponador da Libcrraçio.

Ess.u sio as principais c.uactcrísrkas conrklas nos espfritos da


Qu.imbanda, O dtulo Exu. além de conrcr rodo p10ttsso de
demonh:açio e rq,udfa imposto pelo Estado Cristão, esotcricamcntc
demonstr a a Real Natureza dos Espíritos da Qu.imbanda. A
esiiencia luciférica já residia silcnciosamcnrc danres mesmo das
transformações,

Os Exus que se manifestam na Q.iimbanda possuem uma cssfncia


,-ctdadeiramentc obscura, A forma de ação é complcramenrc diversa
dos espíritos que nicebem a mesma nomenclatura cm outraS formas
de culro af�brasilciro e Nossa Tmdiçio entendeu tais difcrençu.
Um Exu que traoolha ll3S linhas de Umbanda, apesar de rcr um
arquérjpo mt.Llro simjJar aos Exus da Qu.imbanda, n::io exctCc a
plenitude de sua narun:za na modificação das linhas temporais,
Isso porque a rdigião é pautada cm conceitos morais e éticos pré­
esrabelccidos e impõe sansõcs aos espíritos que as uansgridam.
Eslll: espfriro, ao contrário dos que se manifestam ll3S linhas de
Qu.imbanda, não sofreu uma alquimia sufidenrcmcntc profunda ao
ponro de dissolver todos os traços morais e éticos ao qual esravam
submctk:los, Esses ..pi� fonalcccsscm-lll: ainda mais com a açio
doutrinadora dos legisladores deslll: caminho. Por mais que o nomd
dtuJo que carreguem lll:ja portador das modificações ordenadas,
a pressão interna e o cerceamento provindo das leis causa.is é tio
grande que esses espfritos podem exercer apenas parte da fonte
alimentadora, Mt.Llros desconhecem esse cerco legal e agem como
juízes comportamentais.

Um Exu de Qlllmbanda não age atraVés de pari.me� pré­


esrabelcddos, Se th-cr de modificar uma Unha de destino de forma
posifü':t ou ncgafü':t f.uá sem nenhum entrave, agirá de acordo
com aqu.iJo que lhe é pcd.ido e s6 fará aquUo que rc-.almcnrc delll:jar.
Quando fazemos uma soliciração ao Exu pessoal, temos que
aguardar as respostas lll:m tentar decifrar de que forma o espfrito

21
vai agir, A fnuc: "O,fimJusdfi""11 111 �ot!" tio popular dentro
do Maqu.ia,-clismo t.a.lvtt seja a máxima da ação de Exu desprovida
de religião. moral o u ética. A isenção de concxitm esugn.ados não
significa que Exu não entenda o que é bom ou ruim para qlJ(':m o
cultua, pois esutÍ3.mos na posição de escravos se pan:icipássemos de
uma rcUgi::io qlJ(': visa apenas destruir nossas vidas sem o intuito de
reconstruí-las de forma C\'Olutt\'3. Novamente recaímos na Tradição:
"&ufa o ,r'f'II 11/rnr nur'to e o nc.ff'to 11/rnr ,,.,.,,...

O Exu de Qu.imband.a pcxle usar todas as anJmanh.a.s possíveis para


alcançar seus objetivos inclusive a mentira e a enganação. Isso seria
uma afronta ao sistema linear imposto pelas religiões de base cristiu,
mas para nôs é apetUs a ação ca6tica orquestrada, Isso se reftcte no
campo individual e coJcdvo c comcçarcmosanal:asa.r outros conceitos
a partir desse pomo.

Ena, Sociedade e Misantropia.

D,fintções (ttSumo)

Sodtdn.dt: Em tese, sociedade expressa uma forma de convívio


aparememcmc amfatosa,onde os seres humanos vivem cm conjunto.
As pessoas criam vínculos conscientes onde os interesses formam as
relações sociais. Esse colcth•o está sob a •oo.tuta"' de um governo
qlJ(': usi de leis coercivas (que supostamente seriam pelo bcm-esur
do povo) para organjmr a massa. Existem classes diferenciadas de
conccitos díspares, cujos membros conoctam-sc uns aos outros por
interesses comuns.

Misautropia: Termo derivado d.a junção de du:u palavras gregas:


Ódio e Homem, Definimos Misantropia o esudo de ódio,. repulsi,
aversão e dcscon.fiança que ccnos indivíduos nut.tem pelos humanos
e suas relações, Esse estágio está intimamente conoctldo com a
roclusão e ccno grau de isolamento.

Tudo qlJ(': é governado através de normas (Leis) torna-se prcvish-cl,


linear e até ccrto ponto estagnado. Se leis sio nettssirias para
orguizar uma sociedade. significa qlJ(': dentro d.as mesmas existem
forças opostas, Seg undo concciros de Nicolau Maq Ulavel, a

22
sociedade é construida por indivíduos ambíguos, contraditórim
e maus, Se não ex.isdsS1C uma ÍOJ'Çl coerciva dificilmente esS1C maJ
S1Cri3 confülo e a conS1Cqutncia seria a desigtcgaçio social. Viver
em sociedade é: "'Absur•1e rtdprommmude ofensas, do. violinda, da
exp!ornrão, tldaprar a Slltt prôpria i,onrade à de 011t10... " Niettsche,
Fricdricb • 'Para AJém de Bem e Mal'. O que fia evidente para n�
é que seja para combater o mal ou para impor a supremacia das
lTl3SSlS fracas (amparadas pelas Leis protecionistas). a sodcdadc é
um berço onde forças tentam sufocar a selo;io natural amwés dm
'valores humanm', Sociedade é discipHna. defesa de instituições e
cdi6cadora dm valores éticm e morais. Por mais que a sociedade
S1Cja fugmenrada por grupm sociais distintm existe uma espécie de
'teia' invisfrcl que os conecta. TaJvcz S1Cja parte da naru.n:za humana
viver cm grupo, pois além de poder orga.ni:r.ar S1Cu 'habitat social'
pode escolher SU3S rcl:tç6es, entrcranro, desde que nasce as forças
de cerceamento escio em ação, FamJna. amigos, vizinhos, escola.
clubes, enfim, circulo sobre circulo esmaga a verdadeira natureza
individual.

O ser humano tem um forte impuJso materiaHna e gcralmcmc isso


esbarra nos conceitm de bens comuns e bens públicm. Esse impuJso
marcrl3Jista toma o homem de ra.1 forma que m valoies intrlnsc�
que o mesmo carrega W sufocados e acbptados. Essa miscelânea
de impulsos fuz com que o homem, mesmo dentro de um grupo
social, veja e anaJjSIC as coisas ape03.s sob seu pom<Klc•visra, ou S1Cja,
quando a Lei esmoiece, o homem se torna predador de sua prôpri.a
ra;a

AD analisirmos profundamente o 'esqueleto' da Quimbanda


Bruilcira vislumbramm que Exu e Pombagira também escio
04:aniT..ados cm núcleos distintm que compõe um Império, Não
SIC trara de uma únia sociedade, mas de centenas de sodcdades
rcgicbs por Reis e Rainhas que SIC conectam umas às outras cm proJ
de uma Ação ou Objcdvo 1'.1.aior. Quando citamos um 'Ponto de
Força' dcvemm ter a dtnci3 de que o mesmo tem uma rc�ncia
e toda um.a estrutura de ação. Se os Reinos estio em constante
esrado de expansão, cabc-nm a máxima de Augusto Comtc: "&m
"'
org111tlufáO ,uio «rlWprognmo! .
Lembremo-nos que todos os Exus cb Quimbanda um dia csdvcn.m
sob a ação da sociedade e conviveram com suas formas de pressão.
Porque apcru.s ttrtos cspfritos fomm ura(dos pan. as Colunas de
V.S l\1.ruoral e outros ficaram a merce do Sistema Escravista? Porque
a o�anfr.aç:io dos 'Reinos de Exu' diferenciam-se dos mexidos de
sociedadd

Os homens que se adaptam cordi3.lmcmc à sociedade pedem sier


classificados como estagnados e causais. Sio pessoas rettpti1.'3S
às ações religiosas e govcrru.menrah, alguns possuem até ttrta
espiritu3lidade, mas jamais a corrompeu cm busca das n.i'zes mais
profundas. MatcriaHna.s ou nio, possuem valotes éticos e mof'als
sôtados o suficiente para não perttbetem os inúmeros docuJos que
o cerca. Tcx:la sua ação patt:tt sier orqucsuada e a prcvisibWdadc é
latente. Dentro da nossa Tradição é chamado dc•Homcm de Barrob.

Existem homens (muJhcrcs) que por sua va rejeitam e até


combatem a ação da sociedade, Rebelam-se de maneiras divems
e ostentam solitariamcntc sieus pensamentos rt'\'Olucionários ante o
Sistema. AJguns são ext.temamcntc cspiritu3lizados, outros nio, mas
nenhum cnJatt é suficicnrcmentc fone para desviar seus objetivos.
Ccralmentc tem suas vidas conturbadas, pois pelo fato de terem suas
convicções mlllto enraizadas não consieguem scglllr detcmtinados
padrões da sociedade. Não podemos confundir isso com uma rt'\'Olra
supcrfici31 ou uma •psieudo' rt'\'Olra amparada por grupos ou pessoas
semelhantes (pois se torna mais uma máscara de sociedade). Essa
revolta é interna, ígnea. sHenciosa ou não. Uma das caractcrísrkas
dessies seres é o fato de sierem isolados da sociedade, pois seus
conttitos tornam-se repugnantes, Por Vtt.CS os acontecimentos que
a vida impõe si.o tão •pesados' que essies humanos acabam cxl.iando
o homem social a tal pomo que a vida cm sociedade é um martírio.
Vício, suiddio, excessos e crimes podem ocorrer cm suas vidas
materiais. assim como a reclusão e depressão. Pcx:lcmos dizer que
tn.ços de misantropia estão nessies seres,

A Quimbanda Bnuilcira discorda do posicionamento aca�mico


sobre o termo 'Misantropii quando a palavra é aptacada a grupos de
compona.mento cn.rcmfara, Em verdade, entendemos que qualquer
grupo que ampare compona.mentos/idcais é um núclro soci3J,

24
Sob a ação individual, emendemos que ninguém nasce odiando
uma muJhcr, homossiexual, judeu, cristão, etc.! Isso são conceitm
passados pelo comportamento do meio ou pela influencia familiar
(inclusive anccnnl). A Misantropia é um ódio/aversão incxpHcável
que se aloja em tcxlo sistema lógico de cenas pessoas ao ponto da
\na.temática' da sociedade (geral ou determinada) nio se enquadrar
nos seus conceitos.

Nooso modelo de sociedade engloba ramo o 'homem de barro'


quanto o 'homem de fogo'. Obviamente que a construção desse
sistema aprisionador, consumisra e superficial foi desenhado para
favorecer o 'homem de barro', afinal, é a força motora desse sistema,
Porém, geralmente quem domina a sociedade nio é nem 'barro',
tampouco o <fogo '. Ex..istc uma classe de homens e muJhercs que
manjpu.Jam e iecriam os conceitos de moral e ética, edificam o poder,
dom(nio e materialkladc, aprendem manipular o sistema cm prol de
seus objetivos, usam todos os artifícios e manobras que as brechas
do sistema socktário fornecem para g,tlgar seus desejos e ànsias. Sob
uma visão espiritual, esses seres não sio o modelo de ascensio, mas
certamente possuem características que os diferem dos 'homens
de barro'. São medianos, pois estio ent.n: o fogo e o barro, como
se fossem um barro cozido pronto para ser modelado. Alguns sio
escravos de seus próprim mundm e no final de suas vidas acabam
sendo u.n(dm pelas correntes inertes do barro frio. entretanto,
ou� tornam-se expoentes do fo go e apre.miem cam.inlur nas
dt::nsu sendas.

Na sociedade material temos:

Homens de Barro;
Homens de Fogo;
Homens MC'd.ianos,

Quando citamoo sobre a cstrurura dm Reinos de Exu, dcvemm


deixar cxpliciro que, apcsu de ser uma csp6c ie de soei cdade, difere•
se mt.Llto do que concebemos como ral. Em primeiro l ugar, a ordem
que foi criada para iegcr os Reinos não visiva protcgc:r os fracm e
indefesoo, É um Esrado de Guerra. onde espíritos sio d.irccionadm
para a ação individual e colcti'\'3. Quando atraídos para essas

"
CoJunas, os espíritos perdt:m cenas caracterísrkas mundanas au·a,-és
de uma profundaalqUlmia interna. Isso retira da c:s�ncia do espírito
conceitos éticos e morais e, sem ta.is conceitos, deixa de cilsfü o bem
e o mal. Então, a Sociedade que Exu vive n5o é baseada cm pré•
conceitos. Não cx.istem grupos drcufarcs cm ação (famma, amigos,
escola, etc.) apenas os impulsos do Reino que cada espírito pencnce.

Dc:siie entendimento nascem pergunw que atormentam a mente


dos adeptos: "Porque todo c:siie a.ército? Qt.13.1 é a J'Cll função dc:siies
Reinos�".

Se todo Sistema é construído de forma linear e cilstc a conúnua


recarga energétka, a tendtncia é perdurar e expandi.t Se nenhuma
ação ocorrer quebrando a causualjdadc:. todos os scn::s•humanos
c:stuáo submfasos à esragnação contínua e às Trevas da ignorância,
Se cx.istisiie apenas o conformismo provindo dos 'homens de barro'
a ilusão que o homem estaria submfaso iieria infinüamcntc maior,
mas onde existe a emanação de revolta, existe a ação de um Exu,

Sabemos que o Sistema Causal regente recebe dc:s�as condnU3S


de alimentação. O homem emana, amvés da fé cega e da ação
rcHgiosa, podcro5as descargas capar.cs de manter a ação do Sistema,
Esse Sistema, regido por um Deus &cravista, possui suas armadas
prontas pua a mantcnça do Sistema. Se Exu n5o agir de forma
individual e co1et.iva. atacando e defendendo incc:ss:antemenre,
prm'OC3.lldo a mudança amwés do Caos que ataca as Lin.Jus tt"t:U e
orguizadas, esraóamos condenados à escravidão.

Podemos ver a ação de Exu em diversos momentos históricos tais


como rcbcHóes, ascen�ncia de partjdos ou organizaçõcs de oposiçâo,
na queda de ditadott"s, nas gtt'Vc:s, pasiieaus, na ação criminosa e
terrorista. Em mudanças sutis ou dristjcas, na ciiencia, na Htcratura,
enfim, a ação de Exu é mu.ito maior do que as pessoas concebem,
Lembremos que os Exus de Quimbanda são espíritos que agem
de forma individual e coletiva (Legião) iiemprc modelando 00\'0S
conceitos ou protegendo algo evolutivo.

Se fosiiemos exemplificar essa ação, poderí.amos d.iur que a


queda do miHrarismo no Brasil teve uma ação de Exu. E como

"
sibemos que essa mudança foi fruto cb ação desses espfriros?
Em primeiro lugar. ao analisa.rmos o contcxto hJsr6rico veremos
quantll confusão houve até que a tcsisttnci.1 fosse formada,
Depois disso, como essa resisttncia agiu. Anos mais ratdc vemos
um membro dessa rcsist&lcia sentado na mesma posição que os
mWr:ucs ocupl\'3.fll cm contt'3panc uma parcela da popuJação
desejando a \'Olta do antigo sistema. Exu deu aos tcbddes o Direito
de governarem, mas ao ver que os mesmos erros estão sendo
rcpeddos, começou uma nova mudança atnwés de suas ações de
narurcza c.lÓtka. Cre-.'<"-s. manifestações. ações judiei.ais
...

A popuJação nio necessita saber que existe um.a ação de Exu em


tcx:l.ts as mudanças. mas os adeptos precisam aprender que a ação
de seus Mentores pode ser muito mais extensa do que simplesmente
atender certas necessidades e .anseios,

A formação dos Reinos de Exu e a relapio com a Misantropia

O termo 'Misatropia', s�undo nosso entendimento, é amplo e


ainda não está complemente c dHictdo. Existe um.a diferença entre
um indivíduo que possui esse compomunento de forma narural
daquele que foi tio influenciado pelo meio que tomou.se dessa
forma. Existem arquivos ac.u:l&njcos que relatam que ambos os
casos tratam.se de misintropia, entretanto, são .anafüadas em
graus diferentes. Entendemos que isolados ou nio, radiais ati�
ou passh'OS. a misantropia esdmula o 6dio e dessa forma promove
certas mudanças comporu.menrah, Esse 6dio pode ser superficial ou
interno,. ógido e impcnctri,'<"-L

Translucido para nôs é o conceito de que Exu não é misatropico!


Nem de longe: esses csp í.ritos tem6dio da sociedade e da humanjdadc,
afinal, para ter se tornado um Exu (receber o dtulo) todos os seus
enlaces sentimcnuis materiais são dissolvidos em um peSldo
momento de alquimia, Exu luta contra um sistema codificado,. mas
para ter ex.ito cm suas ações não pode agjr sob os impulsos de ôdio
ou .amor. O Caos já é um.a força colérica e desmiadora, dessi forma,
esse agente cósmico do � nio ostcntll sentimentos. tampouco,.
condura moral e cívica.

27
A rd ação da misantropia com os Reinos de Exu ocorre na
diferenciação dasAJmas pôs•mortc fiska Aqueles cuja esiiencia está
cd.i.ficada fortemente tu.s Hnh3s causais não servem para as Armadas
de V.S Maioral, Apenas as Almas inconformadas. com seus 6dios
externados ou silenciosos são capazes de resisdr à Alquimia que será
imposta. Entendemos que o radical cxt.temista convicto e o aluno
que sofreu anos de pcrscg:u.içâo por ter um comportamento a\\"SSO
à sociedade podem compor as mesmas 6.lci.ras. pois seus 6dios
deixarão de ser direcionados ao ••x"' ou "'V" e passarão agir conua
todo o Sistema Linear,

A l'C\'Olta contra uma determinada situação que regeu um tempo/


espaço não ésu6cicntc para que uma Alma seja atraída pdos ,-6nkcs
do Sul>Mundo. Se um grupo quer derrubar um govemo e consegue
esse 6dio dci.n de existir, Isso mostra que os impulllOs temporários
não são suficientes para detcrmitu.r o destjno final de uma Alm.a.

A lmportãnda de compreender essa Formação

Quando um adepto tem o escl.uedmcnto acerca � Mcst.tes


Espirituais (Exu e Pombagi.ra). dci.n de agir com impulsos e passa
respeitar a ll3íUf('la caótjca., bem como as ações coletivas.

Se soubermos como Exu age. devemos cqullibrar essas ações e seus


rc8cxos cm nossa vida cocicUana e principalmente na nossa escalada
espiritu3L Para isso alstem riruais e orações corretas para ca.da ripo
de acontecimento. Cada demento usado no 0.dto de Exu tem um
porque. afinal, sabemos que uma das principais car.tetcósticas de
Exu é ser o Portador da Luz. Assim, cabe a n6s adicionarmos os
dcmcntos certos para que uma força ca.ôtica possa agir mais ou
m enos uiva,

Acrodirrunos que esse capltuJo é fundamental para tcxlos que


rraoolham com os Exus de Quimbanda, pois certas resposras 6u1rio
e a forma de Culto podcr.í ser muito mais precisa,

28
Jl,Jbttute;a ba Guímbanba l5maíleít'll
,
-2�
,~,e-.

A Qu.imbanda Brasileira. por ser uma Tradição que durante muitos
anos rcitutrdou-s,e aua,-és dos ensinamentos orais, ocultou sua
,-ctdadcira naruten para poucos inkiados, Esses, por sua vez,
em sua grande maioria sai'ram do 'Caminho de Maiorol' por nio
suponarcm a prc�ão que é impingida aos adeptos ao longo de seu
processo de alquimia interna, Os poucos que rcsisdram moldaram
a Qu.imbanda segundo cxprc�ões e perspecdvas partku.Jarcs, por
isso t:Ustc um.a grande pluraHdadc na forma com que o Culto é
dcs,en\'olvido no BrasiJ.

Independente de como o Cuho foi dcsc.nvoJvido, deixando de


lado o rcgionalhmo e a formação dos zdadorcs, a Qu.imbanda
Brasileira tem caractc.rísrkas pankuJarcs que devem ser levadas cm
consideração. A Naru.tt7.3 da Verdadeira Quimbanda, ao contrário
das de.mais tdigiócs e cultos, não cscl associada ao dcscnvoJvimcnto
de uma conduta moral e étk,1 refinada e nem é influenciada pdas
empenhas do perícx:lo cvoludvo da llOckdadc hum.a.na. Também
não é um meio ao qual os adeptos sentirio a misfaç:io espi.riruaJ
enquanto estiverem na matéria, pois o inn.Llto da Quimbanda nio
é gerar satisfação e sim libertação, pois satisfuçâo desprovida de
libertação é ilusôria.

A Qlllmbanda BrasiJcira está u�ociada ao ptOCC�o que ocorre


enw: a conscitncia e a inconscitnda. É o árduo caminho de
apn:ndiudo que tem como intUlto o conhecimento sobre s i próprio
,.
e principaJmente sobre a relação do "Eu com o Sistema vigente
mostrando u n:laçôes que existem entre o corpo, corpo ast.ral e
espírito e a escalada evolutiva ou escravista que esseSerescoJhc.
Os sentimentos são mecanismos que devem ser lapidados por todo
adepto da Quimbanda, Diferente de outras expressões rcUgimas, a
Quimbanda BrasUcira entende que cada adepto é um Ser individuaJ
e tem a llbctdade de formar seus parâmetros sem impmições sobre
"Bem X Mar. O mais inrere�ante é quem Exus mostram•nos que

29
existe uma corrcmc invisfrd que prende-nos a valores posidvos e
negativos. pois não comptcendc.r o que sentimos cm rel3Ção a tudo
é o mesmo que nos prender em te.ias invisíveis onde os 6os da moral
nos sufocam, Se o sentimento é inevitável, que seja formado com
múltiplu visõc.s, doudo d e discernimento e não esteja arrefado 30S
conceitos de moral e ética da musa vigente. Exu é a semente. que
estoura a terra e rompe a vida e não wna árvore que já mscc. com
frutts.

Todo esse processo de autoconho::imcnro visa dominar e entender


os sendmc.ntos e emoçõc.s para formar os pcnS1mentos adequados
que irio ser a forma mais vc.rd3dc.ira de comunic3Ção com o mundo
espiritU3L 1'3.ra alcançar esse nível o adepto dc-,-crá vh-cnciar cm
variadas situ3Çôcs, cxperitndas profundas e por vezes doJoridas, Até
que o 3dcpto entenda que tudo que ele vibra e sente pode interferir
cm sua jornada e que a mente é mc.di3Clora entre o •Eu" e o Caminho
de Exu. pode encontrar inúmeros di6culdades. A Quimbanda não
deseja 3depros perfeitos. mas aJmas Livres, mentes que tnnscc:ndem
as formu Hmiudocu e vão além dos conceitos morais e éticos,

�uímbanôa t o lrurtínto l'>ttôallo,


O homem Uwninulo pela Luz da Quimband3; que é um dos raios
da La de Lúcifer, luu internamente contra as ama..tr3S do Sistema
Cídaco Escravista (rttncarnaç:io e cumprimento de Carma), Para
vencer esses entraves, o espírito deve ser constantemente alimentado
através da fonte espiritual (Sabedoria) e, 30 mesmo tempo. seus
instintos dc-,-cm ser incitados para que ajam como predadores. A
Sabedoria não confronta o ato prtdar6rio, apc.nu concede 30 adepto
o discc:mimcnro de quando. como e com que intensidade essa
vonteid3Clc deve 3.ftorar, Não se trau de tcstringir, mas de adequar e
adaptar nossos instintos à tcalkladc quc vh-cnciamos,

O adepto cria em seu "Eu" uma aversão à fraqueza e Hmitaçõc.s


que existem na sodcd3dc. Um ptcd3dor não chora cm cima de sua
presa. tampouco. dispc.ndc energia cm perscg:Ulçóes infrurífcras.
O ,-crdadeiro prc.dador não rende errar porque é 3licc:rç3Clo pela
sabedoria e principalmente. pelo autoconhccimc.nto. Um adepto

"'
avançado sabe seus limües e limhaçôcs,
O homem é condicionado ao ins6nto de autopreSll."rvaçâo. Luta
incessantemente pela vida e pela integridade, EsSII." mecanhmo é
reguJado pda dor e pdo mo:lo, ou seja, o homem se mantem vivo
porque cultua ambos. O medo llbera a adreruilina que aumenta a
força ílsica e expande os Sll."n6dos tais como audição. olf.no e visão e
pode fazer com que o homem vá ao combate ou fuja do mesmo, O
adepto da Qu.imbanda aprende que a\'3.0ÇU ou to:U3.t nas batalhas
não é uma decisio motivada pelos scn6menros ou Sll."nsações; sim
pelo instinto predatório frio, agudo e incisivo. O Qu.imbandci.ro
não é refém do medo, tampouco, da dor, pois entende sua naru.re:m
e a dos espfritos que o ministram.

Exu é um espírito com a capadcbdc de 'andar' cm nossa Hnha


temporal (passado, presente e futuro). Como SII." encontra no plano
astral, essa linha de tempo não se restringe apenas a cxisttncia
matcrl31 ao qual remos consdif:ncia, ou seja. Exu pode ,-ag,,.r cm
nossas cxisttnci3.s passadas e interferir, de maneira construth':1, na
nossi vida material presente. Assim, Exu pcxlc fazer com que fobias
deSll."m-olvidas cm vidas anteriores sejam vencidas nessi cx.isrtncia.
Todo esSII." processo visa fortalecer o instinto predador que é desperto
nos verdadeiros adeptos,

4[) lMtínto l'>rt/Ja/Jot e o (ego


O Ego é a defesa cb personalidade, estrurura do aparelho �íquico
que nos conduz pela ttalidade. O Ego é 'defensor do medo' e coíbe
tcxlos os instintos predatórios que possuímos.

Comprttnder nossos instintos pn:datôrios nio é o mesmo que


coibi-los, Coibir significa reprimir, expressar claramente uma
negativa., A comptttnsâo é a accitação e entendimento do impulso
para que o mesmo seja desperto quando necessário, A coibição
gera insatisfução. traumas e o ôdio. Esses Sll."ntimcntos, dentro desse
contexto, são arrath-os de Carma e elos das algemas do Sistema
Escravista do Falso Deus, A compn:cnsâo dos impulsos é parte da
libertação e do próprio autoconhecimenro.
O ltgo, f).,11 t a ímpottâncía boi; llUtmlÍi;.
,
-2�
,~,e-.

A Qu.imbanda Brasileira em si nio tem um posicionamcnto
anccmal sobre o Ego,. ou lleja. no passado da rcUgiâo não existia u m
entendimento doutrinário dou científico sobre o tema, entretanto,.
os cspfritos que conduzem os adeptos para uma reforma interior
visam um dcsprcodimcmo diante a luz da cspi.riruaHdadc,

Panimos do ponto que a cspiriruaHdadc emí auelada às nossas


rd.aç6cs consdcmcs, subconsdcmcs e inconscientes. Acredito que
o adepto que dciieja adcnuar no campo 'além<onscitncia' não deve
edificar citoda com espiritualidad e, ou melhor, dcfinições cic.ntí6cas
com concdtm advindos dos pl anos astrais/espirituais, As pessoas
que buscam nas teorias e expHcaçôcs cicndlic.u alicerces para SU3S
convicções teligiosas não possu.i o principal fundamento necessário
para a C\'Oluçâo espiritual: A fé. Obvi.tmcmc não estamos tratando
de uma fé cega e desprovida de condução como ocorre nas religiões
cm.gnadas, mas sim uma fé que age como o impu.Jso que faz com
que o adepto busq ue amparo e novos horizontes nos ensinamentos
dos espíritos,

Para adentrarmos cm um campo dcnrAico, antes de tudo devemos


estudar acerca do mesmo, Qu.ando falamos cm Ego (Eu), estamos
diante a um demento cond.kionador que existe cm nossas mentes
subconscientes. Cremos que o Ego é uma 'faixa' com vibração
própria que dd.imitll o campo consciente do inconsciente, ou sieja..
é um 'tcrritôrio' repleto de condiciotUmentos. Alguns cicn6stas
denominam essa fu.ixa como '"Pré-consdtnda... Partindo desse
ponto,cmcndemos qUC': o Ego é uma emanação que abllOrvc c emana
energias conscientes (sociedade, valores morais. convívios) criando
condicionamentos lôgicos e racionais.

Frnld (Pai da Psicanálhc) alegava que existia uma barreira �íqu.ica


que coibia os instintos mais agressh-os e ridos como não civilizados
porque emanava para a consdtnda o medo d e punjções. Essie é o

"
exato papel do 'superego', ou seja. criar as portas que impedem as
forças e ene4:ias subconscientes aflorarc.m, No superego existe a
coibição através do medo. Os cientistas alegam que o grande papel
do superego é forçar o ego iie comportar de forma moral criando um
indivíduo mais próximo da •perfeição'.

Dessa forma vimos duas realidades: Ego e o Superego. O Ego que


conecta a conscitncia à subconscitncia como uma 'ponte' e consuói o
superego para bloquear todas as formas agressh':lS c.primkivas(di3.nte
ao palco sociecirlo ou a reatadadc que está vivendo) que cilstc.m no
subconsciente. O Ego capta e corrobora o processo de criação dos
mcdm e fobias e m envia para o superego agir incisivamente cm tais
pontos, O Ego. que cm tciie iieria a formação do "Eub, nada mah
é do que o estágio psíqlllco onde o indivíduo recebe os impulsos
do subconsciente primitivo (chamado pda citncia de 10), potém,
6.lt.ra-m e bloqueia-m amwés da coerção existente no superego. Isso
garante que existam desejos e impulsos, cnurtanto, que os mesmos
sejam devidamente 6.lt.radm e coibidos pc.bs inúmeras regras e
ditames mor:ils existentes no supen:go.

O abismo primitivo e rcbddc que rodos os homens possuem é


ciumado pela citncia deiO.As forçudo 10 buscam a contentamento
imediato sem tomar conhecimento das circunstlncias da realidade.
Funcionam de acotdo com o principio da satisf.ição,. preocupadas
cm reduzir a tensão mediante a busca do praz.c:r e evitando a dor...
O id contém a nmsa energia psíquica básim (tibido) e iie mostra por
meio da d.imjnuição de tensão.

No Hvro "A Cabala 1'.1.íscicab• Dion furr111,e ex.põe cm um dos seus


c.1pftulos uma visão muito interessante a respeito de Deus. Segundo
seus estudos, Deus é Pressão! Oras, mas se a 10 gera tensão. qual
seria essa relação? T= F/A e P:F/A, entretanto, enquanto a tensio é
gerada no plano material, a pressão age sobre o plano material, Dessa
forma podemos compn:cndcr que o Falso-Criador criou regras que
agem concomitantemente no mkro e m.acrocmmo.

Oesiie parágrafo anterior pede.remos ditar a primeira grande


descobem: O movimento subconsciente e consciente são reguJados
pela mesma energia. As tensões e pressões sio fnnm de grandes

"
descargasc:nc4:éricas apOc.tdas sobre a Criação.

Para se tornar um Exu o cspfriro deve antes de qualquer coisa romper


tcxlos m laços que possui com suas a:ist&icias individuaH:r.:tdas, mas
não como forma de assumhcm a individualidade de outrem. Para
alcanç.ucm essa compreensão e adorarem uma postura est.ratégka
esses espfritos endu.rc,ceram seus impuJsos emocionais e aptenderam
controlar todos m sentidos com fins de tessurgirem no plano astral
e influenciarem o mundo material transcendendo velhm conceitos,
Esse processo de absorçio condnua cb gnose sinistra fuz do Exu/
Pombagira espíritos g:randimm c: capu.cs de ab::l.ic.ucm todo ripo
de vaidade e ansiedade focando-se na trajetória e nas est.ratégias
que devem seguir cm prol das Colunas de Maioral. Importante
salientarmos que os mesmos não perdt:rio suas lembranças
ancestrais, mas saberão licbr com os aspcctm físicos (incorporação)
sem dc:inr que as mesmas influenciem seus atos. Assumem o nome
de uma Legião conocr.tda a um Reino ap<:6 aflorarem suas reais
esllf:ncias, Terno pleno conuole sobte seus poderes, pois tod.ts as
fagulhas que o ptendi.am às regras que ditam a cx:lstfocia material
foram arrancadas. Odeiam a cx.intncia material e mesmo assim se
submetem a ,-oirar para estruturar, despertar a forç a oculta, carregar
pensamentos com ideias fC\'Olucionárias e modificar o caminho de
seus filhos (tutelados).

Nesse sentido, podemos dizer que m Exus, após sofrctem a


decomposição de seus Egos, são mcx:lelados pelas energias
inconscientes, dantes trancafiadas, e usam-nas para despertarc.m
instintos que possibilitam novas energias flulrcm. Muitas vaes essas
energias não pmsuem estrutura 16gica e rah,:z essa seja uma das
respmtas para a açio caôtica de Exu diante a um conflito linear
(personalidade), A ação dm Exus cm nmsas vidas escl diretamente
conectada com o fato de aflorarem pensamentos e lembranças capaus
de influenciar nmsas jornad.ts, Muitas vezes esses pensamemm sio
aprisiotudos por n6s nas cadeias da 10, mas influenciam-nos da
mesma forma Exus e Pombagiras nos ensinam como ,,:ncer certas
paixões at.ravés da profunda compreensão do papel dos prazeres em
nossas vidas.

"
Percebemos que o Ego,. Superego e a 10 estão em intcnllO processo
de pressão. O Ego acaba sendo intermcd.iador entre a 10 e o mundo
externo. O Ego extrai certas forças do 10, nw deturpa-as para que.se
tomem conuoJad:u. Emrrtanto, dcixaremosdc lado cenosconcciros
dcndficos e filosofais e falaremos acerca da religião. É sabido que a
10 para n6s representa o í\. bismo Individual' e também sabemos que
nessas fendas obscuru é que estão uancafiad:u nossas verdadeiras
eh.amas. O que apenas poucas pesllOas sabem é que para o Ego
alcançar ceruu regiões abismais é necessária a abenura de 'pona.i que
uancam o attSllO as mesmas, Nossa Tradição Esotérica as denomina
como 'Ponas Tranca Fogo', ou seja, são bJoqucios demiúrgicos que
não permitem alguns acessos, Como o Ego. Sup erego e 10 estão
conoctados, falamos sem roccio algum que enquanto nosllO Ego (Eu)
não se desprender de certos conceitos não conseguirá acessar tais
n:giõcs, Quando citam.os destruição do Ego nio estamos di:t.e.ndo
isso de forma literal, até porque enquanto na m.aréria estivermos o
Ego (Eu) desempenha o papd de sanidade e n:guJa muitas relações,
Seria mais apropri3do falarmos obscurecermos o Ego arm . 'és do
dcspena.r do potencial ocuho. Alquimicamcntc simbolizaria o
Nigrcdo ou o csclgio de obscuro:imcnto e apodrecimento, a monc
espiritU3l que visa o despertar do potencial cncatccrado, paralisando
as doci95es morais e produz.indo um pcóodo de descoberuu
dolorc6as acerca de si e do entorno. Obviamente que os csr.igios
posteriores dessa AJquimfa Negra iriam destruir tantos conceitos e
valores que a "no\-'a pessoa,. não iria mais reconhecer a antiga. Esse
é um dos fundamentos ocultos impHdtos nos procesllOs inkiáticos.

Destruir para roconstrUlrdc forma llOmbria, agir cm concomittncia


com a Orandc Obra, Devemos alcançar a compreensão de nossa
própria grandeza e mais importante ainda compreendermos a
divindade que habita em nosllOS abismos. Os Exus sio nosllOS
maiores guias dentro desses procesllOs, pois podem nos fornecer
forças e sabedoria (com discernimento) que nos c.tpacita superar
os dolorosos esclgios de ascensão. Obviamente que os espCriros
influenciam nossos meios externos para facifüar a ocorr&ida desses
estágios, nw esse não é o foco central e esotérico desse tmbalho.

"
Exu - Um gula dentro dosTrfsSubslstemas

A principal ação de um Exu é nos ajudar cqu.if1brar os níveis de


prazer e desprazer, Quando entendemos a raiz do desprucr
podemos manjpuJá-lo e ué dominá-lo e isllO faz com que a ação de
entn\'C deixe de agi.t Também nos ensina a relação do prazer com
a supcr6ci3lidadc e temporaHdade, ou seja, a ação cncrgétia de um
Exu quebra todas as formas de condicionamento.

Todas as rirualístfoas visam movimentar a 1.0na de confono de


um adepto. Quando enfrentamos cssies momentos aumentaremos
a tensão para as modificações necessárias cm busa de uma
nova identkladc. Enfrentar constantemente a tensão é guern:ar
di.ariamentc pdas mudanças internas que rcftcdrão externamente,
Então. por mais simples que sieja um ritual e por menor que siejam
as mudanças energéticas externas que o mesmo produza, certamente
estará incitando mudanç as.

Vamos cxcmpli6car de forma que os adeptos comprttndtm a


,-crdadeira importància de um ritU31, Uma moça que está noiva é
abandonada na véspera do seu casamento. Dcsiesperada procura a
ação de uma Pombagira para sanar esse problema. Dentro de um
Templo 'sério' encontra amparo de uma adepta que incorpora a
Pombagira "X", S6 de estar na presença de um espírito de narurcza
caôtica, as fortes emanações começam aoolar ainda mais a moça.
Chorando compulsivamente rdata ao espírito o que está ocorrendo,
A Pombagira °'X", por ter acellO à Unha temporal da moça, percebe
uma séricdc acontccimcnros que motivaram o fim do relacionamento.
Alguns cnsiejos eram impulsionados pelo inconsciente da moça, Por
mais fortes que fossem os motivos relatados detalhada.mente pela
Pombagira, a moça 96 queria seu n:lacionamcnto novamente. Nesse
cuto momento pcrttbcmos que a Pombagira tentou mostrar a
rait do problema através de argumentos diretos e como a psique
da moça estava obstrulda, teve que minimh:ar o impacto propondo
outra forma de solução: Um ritual. A moça alcg:n:mentc aceitou,
afinal, a tensão fora diminulda naquele instante, O ritual proposto
poderia ou não ter sucesllO, ll13S no per!cxlo cm que esta\':l sendo
feito m.inimi1.0u a baixa autoestima, a siensição de cast.ração e
outr.JS amciçu. Esse tempo pro::ioso ganho pda espiritualidade é

"
extremamente importante para que essa lleparaçio não tcsulraslle cm
uma possível aniquil:tção interna e um constante csrado de culpa,
A energia tcaJ desse mbalho fez com que a moça reprimisse seus
sentimentos dttu.rbados e se aHnhassc cncrgc:ticamcntc de tal forma
qU<" seu noi\'o, no primeiro contato que teve com da, d«idiu ,oirar,

O ritual feito pela Pombagirammbém poderia não tcrgcntdoo efeito


desejado, mas certamente faria com que a moça fosse in struída sobre
a ansiedade, baixa autoestima e autoimagem, O ideal dos cspfriros
é a ação cm proJ da Hbetdade psíquica e do consrantc csrado de
evolução. Quando um espfrito usa da Magia Obscura para atingir
um meio, ccJtantentc está dente da ação e tcação que existe cm seus
atos, O rapu nor.•o poderia ser dominado e voJtar lll."mi-escravilado
para a moça, mas isso não 3C<'naria sua �iquc, ao contrário, criaria
uma nova dO<' nça au-.wés de um.a projeção lcx:lou, 1 númcras ,'3.rl.antcs
poderiam acomcccr no exemplo cit:tdo, mas cabe-nos a profunda
compreensão sobre a ação dos Espíritos de Exu e Pombagira no que
diz respeito ao Ego.

"
Jl JlncMtalíbabe t o �amínho negr.o be ixu

,���
��

Esse texto visa elucidar um assunto dC"Vcras imporumc e


FUNDAMENTAL dentro da nossa Tntdiçio. pois para C'J.Cl'CC'r
qualquer tipo de atividade magisrka com Exu tcmos por obrigação
conhecer o cultuar nmsa ana.-st.tafü:ladc. Entendemos que esse
assunto é muito mais amplo e complexo do que é exposto aua,-és
de conceitos Litcririos e dcnrJficos e para cht:garmm ao .ipitt dcssc
texto inicia.remos noss.1 jornada atm-és do significado da p;ilavra:

A,ues:tm/JdAd,� lhrtiodaridade ou ma&, do que é a 11mtmt (que


� rtftre aOI anfepassatws ou a nr«twrts).
O que se rrubeu dasgm1rõa amniores; hemlitarkdam.

Partimos do pressuposto que essa anccmaHdadc é a história que


nos formou, Os genes que fon.m comuns e dcsienvoh-ccun o
rumo de um povo que comung,l\'a hábitos, cultura e costumes
herdados hcrcd.iwiamcntc. Obviamente que 30 estudarmos a fundo
cncontratt"mos que todos os o,ganhmos possuem um gene comum
ou melhor um grupo de genes (pool de genes) advindos da 'origem
da vida'; um.a espécie de univers.aHd.ade do c6d.igo genétko. Mas e$.a
disicussâo, .apesar de dar um ..norte" para outros .assuntos (teoria d.a
evolução) não é exara.mente o tem.a central.

"'Segundo 110SS0 t11tmdit1u11ro, n a1urst111/idade dos ndtpuu da


Quimb.1 nd.1 Bmsiltim um u111,1 profa11da f'0t1exâo rom as miUJ da
espirilualidade. Cremos que nOJ.Jn anustmlidade t'SJ'irituntwm tkdMas
fonttJ: Amwb da tlOJSa fonnnpfo tspiriruatprimai t da divmidade
t'l1trgirka q11eemnt1mt10J ao WngodenOJ.Jo ddo rtt'IKllrtllltôrio, Atmtlô"
dwll.J duas fonteJ ntmbnos t.plritos q,se tmitem tnergin.s tm mtsmo
gnu, ou stja, aindn q,se certos impulsos Jtjnm d�0tVltd&Js pnm 11ds,
no plnno tUtmt tstdo �,n dirrcionfltÍOJ t ntmnn similnrrs. Isso foz
rom q,se nossa a nrtstmlklNle ndo t'Sttja pmn apmtU ao maptn 111e1110
u11ttko e sim à vibmfâo tne,gttim, lkntro dos c011uitosdo pnfjl111$1110
t'IK'Otltm mos o mtr11di111mto que a mKt'StmlklnM t'SltÍ fortemmte

.,
«Jntrtoda à Trnd.ifâo, º" stja, flS co,lt!Xôts proi-hn de faros tntrgltiau
t'Xistr,11t.1 1lflS wt-gonu, por ral moriw, ocorre a ntreuidade de 11ma
i11kiaçâo formal e apmmtapio aos anupassa&Js, � (Coppini, Danllo
- Qu.imbanda-O Culto da Chama Vermelha e Preta- Ed, Capelobo-
201 ;).

Sabemos que a ancestralidade cn,-oh-c liist6ria, comportamento,.


couumcs, sangue e o mais imponanrc de tod3s as Hg,ições: A
espirlru.alidadc. Quando fulamoscm espirituatadadc, int.rinsicamc.ntc
estamos diante a outra palavra- TRADIÇAO. A panir desse ponto
nascem algumas perguntas:

O que é a Tra dição?


Como se aplka cm cuJtos eu.remos como a Qu.imbanda?
QuClll são nossos ,-ctdadeiros ancestmis?
O que isso in.6ucnda na jornada de um adepto?

A Tradição nada maisé do que.a forma liist6rimquc um dcterminado


po,-o cultU3Va sua cspl.ritualldadc. Era passido de pai o u mãe para
6Jho (a) a fim de que fossem mantidos os mfatérios e Hturglas de.
um povo, Milhares de cultos já nasceram e padeceram sob a Terra,
enr.rctanto, todos fr.-cr.un ancest.ralld:.tde. AJguns magistas acre.ditam
que podem, ar.ra,-és de rituais, concctar-sie com a ancestralidade
desses Po,.-os, cnt.tt"tanto, nesse ponto ,-c·10 a primeira gnose advinda
do Meun Pantera Negra.:

"Nt11h1'm t.1pirilo antigo, <'lljos MIJSl's t formas de CNhuar fornm


tsq11«idos IÚJtja se manifestar tKM1.mt11lr, Stus mblirios malrriail
fomm dm,mposrosj1111to ao stu rorpo e seqllt'l' a Tum IÚJtjo1'prolfernr
o q,u abson't'II, Nâo tstd adormtddo af;llltrrla.Udo 11111 uoiv, cha.111fltW,
foi absorvido por olltrn.Sformas de c,dro q,u IISaHI tsStS fi111dammuu
mesmo mn rer a mínima uopfo de (jllll ltm sua rral origem,"

Eis que SUJ};C uma luz: Até as religiões sio dclicasl Essa afirmativa já
era de conhecimento aberto, principal.me.me o que é pubHcamentc.
retratado acerca da formação da Igreja Católica 0,C.A.R), porém,
C'Ustc.m fundamentos formadores dessas rellglôc.sque nem as pessoas
envolvidas sabem diur ao ceno sua origem.

"
Falar de Quimbanda é retratar a história formadora do nosso
país, principalmente durante e pós-escravidão do Povo Negro.
A interatividade, muitas vttes cm palcos agressivos e violentos,
criou no,.'3S relações étnko<ultura is ar.m-és das expeli&leias
com as culruru amcr(ndias e europeias, Essa massa cuJtural criou
uma 6.loso6a afro-brasileira e demarcou um novo mapa social,
Dessa forma nasceram •novas' Tradições e. consequentemente. a
ancestralidade (após um período de rcestrururaçâo) começou ser
vista de maneira mais ampla

A Quimb3.Jlda. por ser uma expressão rcHgiosa mais recente cm


rdaç ão as demais rcJigiõcs, acompanhou esse processo. Foi criada
uma nova lcgi.io de 3.JlCestrais que nor teiam o cuJto e dessa gerou-se
uma pluralkladc de Tradições.

"Os aplritos ""'1ua&,s ,1,1 Quimb.111da Ntm semprr ddxa,nm ,,a


Ttrm 1111111 hml.,l(a espirilllat passii'tl de adomfrio. Entrrta.1110, a
anastm/idade se mit111m rom opromlimt111ode rtsistê11âa aosprocwos
de ro/o111Zf1fâo, m, esptdal, 11as Últas ro111m a ts(1)ltnlllm (nativa e
afrka.1111) e os 'J"ilombos. Tambim amdita.1110/ q,u a rtsifúncia unha
11111 a1nbilo i11umo nn tais 1ms, pois, os mesmos /11,am111 ron1m tnlorts
momis e itkos em deurmit,ada ipoca tstabtku11dopadrões mergétkos
panklllam e dlft,uda&,s, � (Coppini, D..wilo - QUlmbanda-0
CuJto da Chama Vermdha e Prcta-Ed, Capelobo- 2015)

Todo texto nos deixou claramente o seguinte caminho:

A 3.Jlcestralkladc consangu(nca nem sempre é o furor


determinante na caminha cvoluti-.'3 de uma pessoa;
A anttstrolidadc cria Tradições;
As Tradições podem sofrer mudançu cm ambientes extremos;
Nm podemos dcgcr nossa Tradição;
Dentro de mUlras Tradições podem estar escondidos
fundamc.nros espirituais de. eras passadas, deuses e deusas
esquecidos e povos desconhecidos,

O adepto da verdade.ira QUlmbanda (e não digo dessa falácia


esquizofrfuka que mUlros chamam de culto de Exu) pede ter sua
vida cono:::t3da há dois tipos de anttstrolidadc:

"
Norunl
Esp·1ritual.

A anccsuaHdadc turu.ral é aquela que está conectada aos físico/


ll13.ft:rial e a ancestralida de espiritual é aquda ao qual o a depto escolhe
para seguir. Usan.-mos um acmplo para elucidar completamente
cssie assunto:

Um jovem bnsileiro conheceu e começou frequentar a Qu.imbanda.


No templo conhcccu seus Mestres e começou ter conrato com uma
nova cultura. Esse jovem já havia ido a c.uas de Umbanda e lá
dissienun outros nomes para seus Exus. Porque essa dlfcrcnç:i?

Muito provavelmente o pai-de.santo umbandista n::io teve o


disttrnimcnto de estudar a vida do jO\'t"m cm qucsrao. Não
sibia que seus av6s eram de origem ind(gcna, t:unpouco, que sua
anccmaHdadc tinha influencias do J>o,.-o Europeu. O jovem era
mu.ito u.r.•o, possuía um comportamento agressivo e ao longo de
sua vida já havia cometido pequenos dditos, Todo esse h..isr6rko
sierviu como baiie para o Qu.imbandci.ro avaliar as influencias da
formação cuJtural e como a anccst.raHdadc naruraJ estava sendo
inftucnciada pelo imf(lCto da força espiritual. Além d.isso, submeteu
o jovem 3 Tndição ao qual faz pane, ou seja. usou o conhecimento
uansmiddo p d os seus Mentores vivos para avaUar a siruaç:io.

Quando um adt:pto é ini ciado cm um Templo de Qlllmbanda toda


a ancestralidade que formou àquela forma dt: culto se aproxima do
adepto. É extrema.mente imponante que exista um legado dentro
do uabalho, ou seja. que o atual dirigente tenha passado pdos ritos
t.r.tdicionais, Isso é uma forma de resgate astral e dt: continuidade do
uabalho iniciado pelos anciãos do culto. Obviamente que se teve
um início esse o foi entre um homem e um espírito,. entretanto. o
conjunto que se desen,-oh-cu através do primeiro legado deve ser
respcitado!Todas as pnítkasque foruendo aderidas são provindas de
uma Tntd.ição e não nlste subterfúgio para isso. Se a Quimbanda tem
traços de Brux1ria Medieval é potque algum ad epto de determinada
Tradição teve conrato com ouuu cuJturas nos primórdios, da
mesma forma a in.6uencia indígena vinda de Pagés Q(am:ãs),
Não existe forma cem ou C'.rrada dC'. cukuar Exu, Ex..istC'. a forma
com a qual a C'.g:régora abllOtvC'.U a Tntdiçio, Uma pessoa sem
Tradição nio tem amparo dos C'.spí.ritos, Isso é tão sério quC'. C'.srudos
cabalístjcos apontam que a hC'.mnça dC'. nosllOs antepassados podc:m
ultrapassar as esfCl'3S g enétkas e adentrar no campo dos bJoqueios
(teoria dos cunpos morfogc néticos). "Segundo ara troria, 01padrões
de «111,porw11ttuo de derermit,ada up«k (animai! e hllman01) 1do
rtgistmdos em n,a 11mnôria eoktilNl a(llm,datitNl q,u é mprada peWs
dtJet'tllÍt111n Um padmo rrpetido muifai i-e:us aia 11111 eampodeforra
'l"e ofoz 1erfocibnmu rrpetido peWs membros daquela esplrk. Dma
fam,a, hmla.1110/padrões não 1ommu de 110SSOJ a,rt.Jtmis, mas de toda
h11111a11idade," (Escola lnidática de Kabalah).

Todo esse tcx10 foi feito para chegarmos ao momento ritualíst.ico.


O Caminho N..gro de Exu é a escolha que o adepto fez ao adentrar
cm uma Tntd.ição (C.omnte vigente) e se separar (consdente ou
não) da depC'.ndtncia da hcranç:i ancestral. Tcxl.ts as dificuldades
que vivemos nesse plano sio conhecidas pardalmente pelos nosllOs
Mestres Exus. Certamente esses espfritos não sabem detalhes llObre
nosso plano atual, mas certamente sabem o que é um.a dívida,
fom� doC'.nça., desespero, .angustia., enfim, conhC'.CC'.m muito bem .as
fngUkladcs humanas, Se nio rompermos o cordão que nos conecta
com a ancestralidade natural, podcrcmos dci.nr que os erros p.assidos
influenciem nossas jornadas c-.•olut.ivas, Esses C'.rro& nio VC'.m da nossa
ancestralidade espiritual e sim dos laços consangu(neos e liast6ricos.

Pda Luz de LúcifC'.r, que Uum.in.a os adeptos da Quimbanda


Brasileira, um ritual foi desenvoJvido para dC'.Var nosllOs Mest.tes
(Exu e Pombagira) como verdadeiros condutores de nossa
ancestralidade, Dessa forma escaparemos do cklo vki.ante contido
dentro da .ancest.raJjdade natural, Assim, modificaremos a ação do
Campo M6rfico .ao qual estamos inseridos e criatcmos uma nova
herança/legado que repercutirá em toda humanidade, Também nos
beneficiaremos com a vinda em intensidade crescente das forças
contidas na nossa ancemaHdade espiritual manifesta atnwés dos
ritos da nossa Tradição.

"
�Rítmú
Nooso ritual inicia-se com a compreensão do símbolo que representa
a ancestralidade espiritual.

Como podemos ver, a imagem apresenta dois pentagrama


sobrepouos. O inferior não possu.i conexões e está confülo dentro
de um cí.rculo menor, Para a Quimbanda o penragnuna com a
ponu para cima simbolila a ancestralidade material e isso pode ser
visto cm mUlros pomos riscados de Exu e Pombagi.ra, porém, essa
anccmaHdadc que Exu ret.ctta em seus Pomos simboHza que roda
sua movimentação energética (mágica) iniciou-sccnqu.antocstava na
tn3léria densa. ou seja, Pontos Riscados que 3.prcscntam rol símbolo
dcmonmam que o Exu/Pombagira inkiou sua evolução espiritual
enquanto csrava vivo tn3fcria.lmenrc, Nesse Ponto o símbolo
dcmonma remição. por isso não possui Linhas de cruzamento.

Por fora vemos o pentagrama "invertidob que para a Qu.imbanda


simboliza um sl'mbolo de força noturna. magia negra e conhecimento
proibido. Essa forma gráfica é maior e expressa a superioridade de
uma força dinàmka (possui Unhas de crU1.aJOento) repleta de gna;cs
obscu.nu sobie a ancestnlidade nua e restrifü-a. O drculo ao redor
determina que esse ponto dC\'3 ser apHcado cm um espaço restrito,
ou melhor, cm um corpo.

O súnbolo representa que nosso corpo, apesar de comer uma


ancestralidade consangu(nca repleta de vícios e limitações, pede
quebrar esse 'cordão umbilical' através do fone contato com a
Tradição espiritual da Quimbanda..

A frase "Nefanpe!Ne.&npe Xulo?" é uma dedamç:ãoqucsig:ni6ca


"Me livre dos Inimigos vhos! Me Uvn dos lnlmlgo.s mortos!".
Essa expressão é uma reprodução escrita de um trecho de uma reza
ind(gc:na '1Camayurá" (anterior ao contato com o homem branco),
haja vista que esse povo não possuía língua escrita, O fundamento
dess.u palavras está no despertar de nossas raftes ancestrais mais
profund:u e ocultas,

Pto«dlm•ntos:

Esse ritU3l não é oneroso, porém, movimenta algo que pcxlc


surpiecndcr os adeptos de forma positiva, N:io nego que possa
a.Boru sendmentos reprimidos, mas os benctlcios sio incalculáveis.

Recomendamos um banho de tampcza ou descarrego cnCl}:étiCO


antes de ritualizar,

1. Tudo comcç:a quando desenhamos o slmbolo descrito cm uma


folha de fQPel virgem, O adepto pcxlc optar em usar lápis
(grafite), carvão ou peroba
2. Feito o desenho o adepto se dirigirá para um parque. mata,
beira de praia ou ccmhério portando consigo um cacliambo, um
punhado de fumo de corda desfiado (ou fumo preparado com
ervas antcriormcmc), uma vela branca, trb moedas de pequeno
valore um.agilctc ou alfinete,
3. Oi.rija-se até o local ao cnurdcccr. Escolha um ponto calmo e
de poucos transeuntes.
4. Prepare seu ctehimbo. N:io aperte o fumo dentro do fornilho,
apenas coloque-o llOlto.

"
5. Acenda sua vela e siegurc-a a altura do coração e fuça a segUlntc
o ração:

"Chamo aq�/($ qw 1,têm � longe, qw m1zam M águas 1,tgm1


e nnana111 a sabtdoria q� lilxrtanf mi11h.1 alma. Chamo 11uw
,�rdaddros a,,reslmis, t.!plritos que c0111eguim.111 sair do ddo de vida
e morre e rrcdxmm as dddiws de Vaua Sa,ltidade Maiornl. Ó Exw t
Pombnginu, meus 111t.1trrs sagmdOJ, abn,çot:m o 111n1 rir11al/"

6. Pegue as moedas e fcchc�s entre as mãos (posição de concha).


Ex.clame com profundo n:spcito:

';,i.,11igOJ espiriros '{"eguarda,n eproUf!1t1 meponto defor(II, em nome


da mi11h.1 wrdadtim a11ustrnlidade, pero lkmra dtsse ch.io parn me
«11m111kar «1111 os 1lfor1os tkilos, &cdM 111 mi11h.11palavms, minhafi t
ITtJ agmdtdmmtOJ emforma defort1111a!Prouja11rme e ,ri, ptr,niram
que baixoJ mtrgias Jt aproximem de mim ou se bmejidt:m deforma
°"
ilídta vamplrkas dos 111e11s atOJ epalavms! Laro)-ê Exu! Laro;V Pow
da (prnia, prnra. 11,ara ou Ofllro local 'l"e V(!(; es1foer)."

7. Com as moedas c.nt.tc as mãos, soprc�u drtc.ndo:

"fu 11,1 mi11ha ftmtr, fu 11,v mi11h.v costas, Exu à dirtira, Exu à
Es'f"m.la, Ex11 acima� Exu ab.1ixo, Exu em /rJdos os lados! Prolqdo,
forpt t 1,'t'ft./ade dos meus aros!"

Pegue as moedas e jogue FO,ra tcis.

8. Pegue. a giletc o u agulha e de um pequeno furo/cone cm seu


dedo mód.io da mão esquerda, Ocix.c sete gotas ca(rcm no papel
cm cima do sCmbolo. Mentalitc. que o s(mbolo está cm chamas e.
que um grande poder começa circular cm seu corpo.
9. Na chama da ,·da queime. o símbolo até que 6quc apenas cm
cinzas,
10. Pegue um pouco dessas cill1.3S e coloque dentro do cach..imbo.
J 1. Acenda o cachimbo e após inalar a fumaça, sopre� com toda
força. Ciume sieus Exus:
"Laro)i Ex,J,I Cobd Exu! AIMpmuU úgiâo! E" i11uxo 1tlt'IIS a11rmn1is
pam 1111/M.mn o rumo da 1111nha tmfetória e ao soprnr a .fa,na(a N
t':l«T(O o dirrito de ba11ir os vidOI r m-os ass,1111.kh.Jpela anrt.1trnlidade
sa1,gui11tar

12. Repita isso llete Vttes.


13. CoJoque o fornilho lU boca e sopre com força iieu cachimbo
no chio. Esiie ato garante a absorção (terrn) de tudo que,'O<.'f dciieja
rompet. Também fuz com que os espíritos compan-jlhem de seu
fumo e lhe abençoem através do tabaco.

14. Quandoacabar ofumodofornilho,coloqueamãoesquctda no


peito e dciu- ftu.ir as energias. Nesse momento os adeptm cmtumam
iiencir u.rn al(vio inesperado, um júbilo incxplicávd e a sensação de
liberdade, Vá aré a vda acesa, coloque o joelho direito no chão e
exclame
"fua w/a ia dJama que in<intnml todos OI 1t1NS ob.mlculos, 1o&Js os
vidOI r trrOJ 'l"e mtw anlepassatws me dn'xnmm. Que Sll(U bo1tsS1s
pmnaneça 111 m1 111i11ha jomada, wim ordmo.' O!Je Sl/4/fmqllttllS r
medos ofol!f,d1S1n1a eh-e parn longe de minha aistbuia.' l.aruyl Exllf

48
Agmtúro aforra, o poder e a gMria '{lle rm-bo a mda 111011,e,110! LAroyJ
MaiornU"

15. Levante-se, de sete passos para trás e vá embora sem olhar para
a'"''ª·

..
í$i11 e n tomuníot(ilo nttn11ég ôo!l ;t;IÍ3ío!l
,
-2�
,~,e-.

Toda formação da Quimbanda teve e tem como núcleo anual
a 6gura de Exu. N:io adianta as pessoas tentarem mudar isso
formulando os mais absurdos fundamentos, pois toda estrutura
do 0.dto foi moklacb pda tabulnga desse antigo deus Yorubá. Se
hoje os espfriros que formam as Legiões da Quimbanda ttttberam
Exus»
o título de .. é porque ocorrem similaridades de personaHdadc
e natureza. poderes e limitações,

Como já citamos antcriormcnrc, apesar da narurcn � Exu ser


caótica. sua ação está embasada dentro do plano cmmico. Assim,
Exu tem o poder de se apropriar das csiienciu que carttg,1 cm seu
dtuJo (que envolve lilst6rias, lcnd:u e fé de um Povo) e usar dessa
com os mais diversos fins. Esse é o 'ponto-dc-parfüli para que
possamos explicar uma série de fundamentos, dentre esses o uso
dos búzios (Cauris) como forma complcmenrar dentro do oraculo
de Exu,

Em primeiro lugar, gosuóa.mos de deixar dara a dcfiniçâo de um


oráculo. Toda va q,u o homem nmsJita se ro1111111kar rom uma
divindade ntnwés de 11111a artt di11i11atória é rh.w1ado de or,l('ll/q.
Salk:ntamos que o onkuJo e todas as fuses que nonciam sieu preparo
podem sier consider.tdos uma espécie paralela de CuJto, onde um
sittrdoteou sacerdodsa é preparado para ser um intermediário ent.rc
homens matéria e Deuses ou c.spí.riros, Na Quimbanda Bnuilcira
essie conttito perdurou e os adeptos também W preparados para
esSl finalidade.

Dentro da cxprc�io religiosa ao qual denominamos "Quimbanda


Brasileira". entendemos que existam duas formu principais de.
onkulo:

Asca�
• Os búdos noneados por os.sos.

"
Ex.istc:m outras formas de: confirmação como a AJobaç.l - Oráculo
simples onde uma ceboJa é cortada cm dwu panes e: jogadas para
responder posidvamc:ntc: ou negativamente que: usamos quando
nocessário.

O foco dessc capítu.Jo é o uso dos búzios para a comunicação com os


Exusdc: Quimbanda. Apesar de existir uma gr.indc: resisttncia denuo
do tcrrir6rio bcuilc:iro attJCa da lcgitimjdadc desiie ato, entendemos
que: Exu já estabdocc:u certos c.unjnhos que: romperam a Hnha
tr.td.icionaHsta dando ll13Jl:em par.inovas interpretações e usos, Sob­
hip6tesc: alguma estamos atacando o u desmc:recc:ndo our� CuJros,
apenas visamos mostrar de forma coerente: e fundamenr:ula a reJaç:io
de Exu com os Oráculos, cm c:spocial, aos que fazem uso de: búzios,

Diante: das Tradições confülas nos O.tiros Af�Bf'3Silc:iros


encontramos alguns demc:ntos importantes, c:nuctamo, o demento
vital que dcvesc:r citado é q u e os búzios são dr.idos por meio de ÊsU.
Essa deidade é que conduz a rirualística como um mensageiro todas
as questões, Podemos ver essa rdaçâo tanto dentro dos princípios
prádcos quanto dos litúrgicos,
A priori os búzios, cuja quaJjdade dendfica é C)pnua 111011em, são
conchas tão valiosas que no passado iierviam como moeda nos
mercados, Alcg,i-se que entre os sécu.Jos XVII e XVIII os búzios
repreiienta'\'3.fll uma paocela do meocado internacional. Os mfatérios
que norteiam essas conchas são contados cm diversos ltan africanos,
potém, cncontt'amos rduos h..ist6ricos c:mrc os sécu.Jos XVI e XI
A.C onde os C1Uris já eram tidos como moedas na China, l\fuitas
nações as negociavam com a África em troca de ouro e marfim, mas
a pressão comc:ocial e a C\-olução natural do coméocio fizeram com
que as conchas se dcsvalorb:assc:m e pouco a pouco iieu uso como
moo:b acabou sucumbindo.

As prlm•lru formas artlficlals de


dinheiro na China eram "lmltaçõei'
de búúos feitas em ouo.

"
Existe uma lenda Yorubá que diz que, ao conuário de ouuas
conch:.u que e quando colocadas próximas à orelha supostamente
reproduzem o som do mar, os cauris rcprodUlC'm os sons de um
mercado. Essa relação entre o mercado e Esú também é pane de
outra lenda onde exerce o papel de supervisor do mercado do Rci
(Êsú Akcsrn). Our.ra passagem conta que Êsú, apôs fazer o Orixá
Ossrum vomitar o Ajé (rique:r.a), percebeu que o mesmo veio na
forma de búzios e tomou-o para sr estabelecendo assim a primeira
'moodi.

A presença dos C.auris, cm especial a CJpmta 1t1011M, ocorn:


também na Religiosidade Hindu. Slm'a., deus ..Destruido� ou
..Transformador' tem seus cabelos p enteados dou amarrados em
forma dessa concha. Essa forma de pentear ou prender os cabdos
é ciumada tu Índfa de Kaparda. Esotericamentc cnconmmos uma
similaridade entre cssis duas divindades, pois o cabelo de Shh-a
forma um Cmri que 30 mesmo tempo divide sua poJaridade, Shi'\':l
usa de suas forças para desmilr e reconsmllr tentando galgar a
Hbertação. Escl intrinsiamentc ligado 30 despertar., 30 domfojo das
emoções que alternam o homem e ao dirccionamcnto correto diante
às situações ca6ticas, Exu se cobre com um gorro mcrndc vermdho,
metade preto que é dividido por búzios, Essi forma visual, descrita
cm alguns íran africanos denota um movimento rc6ex.ivo e produz
tensões capazes de destruir e reconstruir. Como Exu é uma divindade
de causa e efeito, cuja natureza pcxlc seguir ou romper as Leis, Toda
e qualquer 'rachadura no sistema Hneu (Causal) é uma pona abert3
para sua ação ca6tka.

Os Cauris (Búzios) são conchas. Ao longo de toda história as conchas


foram s(mbolos sagrados conectados com deuses e deusis, porém,
mUlto mais presentes como símbolos femininos, principalmente
pdo f.tto de terem certas semelhanças com o 6�io genital (vagina).
AJguns escritores, e partkuJarmcntc essa informação carece de bases
sóJkW, afirmam que as conchas são símbolos do renascimento a pelo
menos 20.000 anos. Na Roma antiga as conchas eram ciumadas de
..pequenas marri:t.e? ou °'pequenos úteros». No Brasil -ressaltamos a
importância dessa informação- os !ndios "A.ruák"' produz.iam colares
de conch:.u de caramujo. Apreciados e usados como produto de
troca. esses caramujos tornaram-se a moeda do Aho Xingu.

"
Um fato importmtc de salk.ntarmos é que as conchas são usadas
denuo da magia cda feitiçaria pelo seu alto poder de ativar a innllção
e captar ematuçóes subconscientes. Isso produz um certo esrado de
clareza., o u melhor, uma fagulha de Uuminação. As conchas também
são um s(mboJo perfeito para a compreensão da "Árvore da Morte"
e podem subsdtuir a palavra Kliphot. Não abordaremos esse assunto
com profundidade. pois no capfrulo que mostramos a natureza
caôtica do Exu de Q.dmbanda já explanamos sobre o tema,

Ceno é que as conchas (cauris) possuem vários atributos histôricos


e culturais. Porém, va.lc-nos ressaltar alguns dos principais aspectos:

Forte a.ssodaçáo oom E'.sú;


• Valor pelo brilho e forma;
• Aho poder de dupertar a lntu.lçáos
Receptáculo subconsdente;
• Portadora de luz;
Repreuntação feminina e masculina;
• Usada em oráculos.

Apesar de já termos dt:tdo isso em outros tôpicos, tt:lembramos aos


adeptos e demais leitores que a história e a espi.rituandade foram
prcssionacbs e tibc.rcas de tal forma que formaram novos conceitos.
O nome Êsú, dantes usado para um Ôrisí, tornou-se um druJo
que ccnos espfritos passaram usar, Se nos primôrdios da religiio
os antjgos rclacioturam o comportamento e expressão ao pomo de
nome-arem os mortos que se manjfesravam como '"Exut' é potquc
dnham muitas caractcrísdc.u cm comum, I..cmbramos que um
nome dessa 'envergadura' nio é uma manobra simplista dos planos
astrais, afitul, trara-se da corrupção de uma divindade com Culto e
Histôria muito bem cd.ifictdos por séculos.

Tcx:lo nome rem pcx:lcr, às vttes de cunho negativo, outn:-6 posirl\'os.


Ceno é que um nome carrega uma herança., um título e uma
ancesuaHdadc, O útulo/nomc Exuéo indicati\'O prindpalacctea das
qualidades que determinados espfriros possuem, Na Qu.imbanda., o
dtulo Exu antecede sua alcunha de ação, ou seja. o espfriro carrega
a anccstmUdadc e os poderes relativos ao nome direcionados à ação
'"X' ou "Y"'. Esse conceito pode ser cortt:ladonado com a tese do

S4
socióJ ogo e antrop6logo francb Marut Mnuss que relara que
dentro da energia de um nome. cx.istc a função classi6cat6ria e a
individuaH:r.:.tdora. A primeira demonstra a noção de sociedade e a
segunda a individuação. Ccno é que dentro da própria antropologia
moderna., o conceito "o nome é. a pesso:i' mostra-nos que um
nome iiela o destjno de um homem. Outro pomo a ser dito é que a
genérica mcx:lcrna disserta: •�.. 111 ,�ilm/As de 111>1$01 nnustraú
moá,Jnm nOfla pt'ÓprlA ,�rihKIA de munáo não ,omenu
atrnvls dA herllnf" t#ÚUl'lzl ,enáo atrlllll• dalm-1111fa ge,útka. "'
Oiscovcry l\1ag.u:inc

Exu é mUlro mais que um nome, vai além d3s pc:GSÍ\-cis variantes de
cmcnd.imento, potém, devemos ter um 'nonc' em nossos estudos.
Quando um espírito recebe o nome de ..Exu Tar certamente iecebe
TODA a heranç:i implícirn no nome dessa divindade. Não significa
que a ação deve ser a mesma, até porque divergem cm muitos
pontos, mas os espfritos abençoados com esse título podem ro::orrer
(se assim descjaiem) a tcdo conhecimento que o dtuJo cartcg,1,

Como a Divindade Êsú é o dono dos búzios e responsívd pelo


mesmo cm oráculos, o Exu de QUl.mbanda pode se apropriar
dessa passagem e usar dessi gnose para fa,-oiecer a prática de no\'os
oráculos, Não se trata de invenção, mas do DIREITO de usar o
conhecimento e certos dcmcmos atrc.lados ao mesmo para no\'os
fins. Essi, indush-c é a natu.rtta de Exu,

"Pnra m�ermr ,SN �q,u.no deban a _p,,rtlr á#111e, múltiplos


_pwkionmn,.nro.,, ta/JHr. -.Jn-11111 pardt•lnrmmte lnununnu
11oltArmot a lnPOtlll' a Jit-ra de fu, únlro cnpnz d# l1werter a
ortkm 11/gente , hut.aumr o nor,o, sendo o shN onde .tó ,-X1Su o
Mo, e-ontmáltórlo, JWlmdo,url e múltiplo e1H áln.r$0• sndldot, a
dit11ná11de tia 1H11tgem1 do l110,llhuíw/1 s,.nlx,r dA nor,idatk, do
Jogo , - por q•e mio! - da mNdllnf" d,1#."' SARRETI FILHO,
Aulo (O rg.). Dos YorUbá ao CandombJé Kétu: Origens. Tradições
cContinUldades, Sio Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
2010. 304 p.

A Quimbanda Bnuilcira é uma Tradição expansionista e cdétka.


Por iier dessa forma abre cenas margens para que alguns mistérios

"
deix.cm de t1lstir tonundo.sc fundamentos. Dessi afirm.u.iva
pan:i.rcmos para um dos assuntos mais controversos dentro do
Universo de Exu: A formação de um Oráculo da Quimbanda cujo
elemento lntermedlárlo são os caurls.

Mais que cdi.fic.tda está a refação entrt Exu e os búzios.


Concomitantemente. a relação entre Esú (Ôrisi) e 'Exu-ôttiço'
ou 'Exu-Egun'. Isso demonstra que o 'Exu de Qlllmbandi tem
pleno Oi.tt"ito ao uso dos búz.ios como fonna de se comunicar
com seus devotos, filhos e m:crdotcs (as). O Direito cm si não é
contestado. mas sim o desenvoMmento de um no,..o or.kuJo que
mantivesse aspectos tradicionais a crescidos da C\'oluç:io dentro da
própria QU:.mbanda Esse desc1wolvimenro nasceu da necessidade
de uma comunkação mais t:llOtérka, haja vista que com o advento
da incorporação, cm tese nio existi.ria a necessidade de um meio
secundário. entrttantO. todo bom adep to sabe que a incorporação
por não ser um compan.i.lhamcnto n.uwaJ está diretamente
atrtlada ao bem estar sensorial e tisico do adepto médium. Não
podemos esquecer que o mundo modificou-se ao longo dos séculos
tornando.se um local onde as necessidades natura.is de todos os
setcs,..)\'OS tomaram-se vincuJadas a um Sistema cio agressivo que se
asscmdha a um laboratôrio de docnç:u �íqu.icas. O ad epto, assim
como outros seres humanos, está dentro desse sistema e sofre as
consequtncias do mesmo. Dessi forma, certas ,-cus a incotporação.
mesmo inconsciente, pode sofrer in6ucncias desses momentos. Por
exemplo: Um adepto que está temporariamente desempregado, por
mais desem·olvida que seja sua anaJjzaç:io, pode ter suas funções
cerebrais comprometidas e interferir na incorporação (cm razio da
ansiedade e nervosismo). Mesmo que essa intcrfer&lda for mínima
pode C3JJS1l problemas e confusões ao longo do contato direto.

Nada pode substiruir a rdaç:io adepto/espírito. As formas com que


ada um desenvoJvc sua comunicação são particulares, pessoais
e individuais. Nio existe uma regra de como dc\-cmos fu.Jar com
nosllOs Mestrts. entrttanto. se não atentarmos para certos detalhes
tudo que nos é &lgrado pode rlllr cm razio da faltadcd.iscernimcnto
espiritual. Isso é uma regra! A constante busca pelo equilíbrio
energético.
Os búzios preparados para um Oráculo gcrdmcnrc tem uma das
partes estourida, Isso faz com que a energia 6ua com maiorou me nor
intensidade. O oráculo, assim como cm outris denominações,
também é inrcrprrtado dc acoJdo com. a forma cu essies búzios caem,
ou seja. cada jog.tda pode ter dtt.Cnas e até centenas de variantes,

Cada Reino e Sub Reino da QUlmbanda possuem 1'mbolm


cspcdlicos, Isso fu. com que os búzios apontem as conexões
energéticas do consulente. Por exemplo, se os búzios ao caírem
mostram o Reino das AJmas e a polaridade aponta ao polo posit.i\'o/
d.inàmko e masculino certamente que temos um Exu conectado ao
Reino d3s Almas se mwifcstwdo, O adepto experiente chamará
toclos os Exus que pertencem ou estão conectados a essieReino até que
um ddes responda de forma corrrta nm búzios, Esse procedimento
é repo::lido exaust.iV3S vem ate que o adepto tenha plena ccrtC7.3
sobre a rd aç ão entre o espírito e o consulente. Quando o adepto
nio consegue uma resposta adequada ou se trata de uma qualidade
rira de Exu., se prepari espiritualmente e incorpori seu Mestre para
que o mesmo sane as dúvid:u e mostre o caminho.

O não uso de um oráculo de apoio pode acarretar danos scríssimm,


Quando uma pessoa C chamada para a QUlmbanda Brasileira
podcmos afirmarque sua espirituandadepossui uaçm ma.isagtt"ssr.'m
e rebeldes (mesmo que inconscientes) que as demais pessoas, Se
essa pessoa começar desen,..olver-sc pode ocortt"r a incorporação a
qualquer instante. Esse é o exato momento onde perigosos erros
acomccc:m na vida de boa pane dos adeptm. AJguns walfabetos
espirituais solkitario o nome do espfrito e dario uma Pcmba na mão
desse novo adepto (supostamente incorporado) cx.igindo ao mesmo
que risque o 'Ponto ltascado' do Exu m.anikstado. Se o 00\'0 adepto
nio estiver com sua incorporação fluindo perfcitamcntc,dificilm.entc
conseguirá riscar um ponto fundamentado e consiequcntemcnte a
qua.J:adade do Exu e sua Legião estarão comprometidos. Raros são
os casm cm que esse ptOCCdimcnto é eficaz. cnw:tanto, aptt"senta
implicações desastrosas:

Mistificação - O novo adepto siem. experitodas anteriores não


sabe sie está ou não incorporado e por desconhccc:r a lUturtt3
desse ato acaba deiu.ndo fluir uma suposta 00\'3 personalidade,

"
Sem conhecer lll."U Mestre Exu pessoal abre lll."U campo de ÍOtm3
errõnCl e não consegue compartll.h.a.r energias, No afã de esr.u
no grupo,. sucumbe à mistificação.
M.an.lpulaçáo - O l\O\'O adepto é conhecedor de 'Pomos
Risc.tdos', 'Pomos Cantados' e quaHdadc:s de Exu. Consciente
ou n::io de lleu aro, manjpuJa as energW e el ege seu próprio
Exu. Eslle procedimento às veu:s acaba tendo \'Cntddade. pois o
adepto lle encanta pelo mc:succorreto, porém, a maioria acarreta
consoquencias gnves,
• Ser usado por espirltos obse$$0ru - Sem conhecer a real
foiça de lll."US Mestres é muito comum um adepto incorpontr
um Obsessor que desenvolverá sua espi.rituaHdade, Dentro das
casas de Quimbanda onde não cilste uma preocupação e um
equilíbrio energético por pane de seus cH.rigentes essas formas
espirituais são constantes indush'C nm próprios cH.rigentes,
Já vimos inúmeros casos de supostos cH.rigentes estarem
incorporados com espí.ritm de vibração bruxa, sujos e atrelados.
Mas o ego muitas vezes impede que as pessoas compreendam
isso, 3.li.nal, ,'3lorizam os espíritm "t.tC"VO&m",

"
:61Í3íoG ôe &nfírmaçilo
Os onkulos são a forma mah sagrada e precisa de nos contatar
o mundo cspiritU3l, Por mais simples que seja sempre deve ser
considerado um ritual sagrado e, como tal, tratado com muita
responsabilidade. Apenas os sittrdotcs e sacerdodsas (d:u ,-cncmcs
religiosas que fazem wio de oráculos) tem a medi unidade, experitnda
e vivencia para captar com ampHtudc a movimentação do oráculo e
rcatamr uma consuJta detalhada s obre o destino das pessoas,

Dentro do sistema da Qu.imbanda Brasileira um dos aspo::tos


mais imponanrcs é a liberdade que os adeptos adqu.irem a� a
consoJ.idaçâo da refação entre os mesmos e seus Mestres Exus, Se o
adepto necessitar de um zelador toda vtt que ptccisa se comunicar
com seus próprios espíritos, certamente é um escravo do mesmo.
Como dito cm outros ttttos, o Exu de Qu.imbanda. por ter em
sua css&lcia nominal os conhecimentos e dons cb ancestralidade
herdada. permite aos adeptos em C\'oJução o uso de um oriculo
simplificado denominado "Búúos de Exu pua Confirmação111•

Essie onkuJo, apesar de ser mais objcr.ivo, responde sobre todos os


aspectos necc�ários e sana quaisquer dúvidas sobre a Hturgia do
Culto de Exu. Não depende do grau o u dos anos dentro de um
culto,. tampouco, de uma mcdiunidade sôlida. Os "Búzios de
Confirmação" são excelentes meios de comunicação e escalada
espirirual, pois um adepto esforç ado pode esda.n:ccr centenas
de dúvidas e crescer espiritualmente, afinal, tecl amparo cm suas
pnÍtjc.u e demais dúvidas.

O ockulo é formado por quatro búz.ios, Na Cultura Yorubá, esse


onkulo denomina-se Ouvi ty0 mirin (Os quatro búzios). Pan:imos
do prc.�uposto que o número quatro está di.n:ramentc con0Ct3do

,.
à terra e à estabilidade e tem ligação dirrta com a ancesuaHdadc,
Apesar de ser um número mru:cri31ista. tem como função primotd.ial
a quebra das ilusóc.s um-és da imposição da reaHdadc. E.ua
imposição também é asll0Ci3da ao ato de. gerenciar a vida através
do cqu1Ubrio d ementar: Fogo, Ar. Água e Terra. Também delimita
nossa jornada espacial cm Nonc, SuJ, Leste. e Oeste.

Nossa Tradição opta c.m usar os búiam africanos apc.nas em cuão


dos mc.smm serem mais resistentes e suponarem as 'qu«Lai.
Entendemm que C.llOtcricamcntc, por nio serem completamente.
brancos, representam mdhor o conccito de. dualidade (Luz e Tft'\'3.S)
dentro de um mesmo sc.r, Para trabalharmos com os búzios dC"Vc.mos
conhcccr a polaridade. contida cm suas formas e tamanhos,

A grande maioria dos sacerdotes que pratkam o


oráculo de búzios cnxc�a esse lado como 'aberto',
ou seja, como expressão da polaridade posifü-a e
dinãmka, o lado da afirmação. entretanto,. Nmsa
Tradição entende que o desenho que a natureza
deu a esse objeto é mu.ito similar a uma ,-agina
(Yoni), dessa forma torna.se ncg,ujya e recepdva,
fechada, escura e conscquemcmcmc seria o lado
da negação,

Esse lado do bú:tio ainda não foi preparado para


o oráculo, lTl3S pcxlcmos c.ll.XC'rgar uma corcova.
Alguns alcg,im se tratar da mulher gcívida. mas
essa forma é antagónica à vaginal. Um an6go
fcidcciro Yorubá nos ensinou que ao olharmos essa
cuca cenrnl veremm que a naru.«7.a já desenhou
o sie:mcn mascuJino e seus inúmeros pontm de
vida Dessa forma torna-se uma reprc:scnração da
bolsa escrotal masculina, De natlltt'la dinâmica e
posir.iva. esse lado representa a afirmação,
Alguns m:erdotes alegam que não é necessário
'abrir> o búzio para ttalizar o jogo, porém, essa
abenu.ra tem dU3S grandes funções:

Equilibrar e estabilizar as quedas, pois com


a coocova fic.1 diílciJ alcançar a estabilidade
necessária,
Simbofü.ar a boa de Exu,

RituaJjsticamentc também podemos considerar que essa cotcO\--a


simboliza um fardo e, como Exu não carrega fardo de ninguém,
retiramos a tampa e scg:Ulmos respeitando a ess&lcia herdada pdos
Exus de Quimbanda.

Assim como outros apetrechos rirualJsdcos que estão inseridos no


culto de Exu, os búzios tem vida pr6pria e necessitam de energia
para desempen.JufC'm seus papéis, Esporadicamente os adeptos
devem aJjmentá-los com as fontes de ener gia s:tgntda, Entendemos
que os búzios sio pane de nossos prôprios Exus, afinal, através deles
teremos uma comunicação precisa e desprovida de interferfocias. A
interação é a pane mais importante, pois o adepto comproendecl
mais profundamente a Hnguagcm das conchas,

%obre a forma bo!l :61Í3ío!l


Poucas pessoas sabem desse deralhc, mas os búzios se dividem por
sexo. Os mucuHnos geralmente são maiotcs e mais alongados que os
femininos e não são cio arredondados, Essa diferença pode fadHtar
no momento do jogo, afinal, detecta uma anomalia energétic.1
atm-és da poJaridade.

Nossa Tradição não impõe que os adeptos ten.Jum em seus jogos de


confirmação dois búzios machos e dois f&neas, mas tccomenda que
assim sieja para que amplie a visualização.

..
�obre o ©t:áculo
Para que o adepto use os 'Búzios de Confirmação' entende.mos
sett"m necessários alguns itens:

Quatro búzios africanos devida.meme consagrados


Uma t:iboa arredondada com borda (simjJar ao do jogo de lf.í
• Opo•- /fá)

Uma sineta.
Uma quartinha (macho ou f�mca) com água e cachaça.

Ao longo do tempo o adepto pode fazer marcações na tábua,


bem como inserir elementos dentro da mesma. Os .. Búzios de
Confirmação" são o inkio de uma longa jornada ao qual todos os
adeptossedentospda C\'Oluçio e com:u-o cspiriru.al vão passat

.,
fotltlllG be cowgra{llo bo!l l5ú;ío!l
e ba iíibllll be «>,áculo
Existem diversas formas de consagrar os búzios, c:nt.tt"ranto, Nossa
Tradição cultiva apenas dU3S formas, A primeira é feira para aqudcs
que frequentam Templos que seguem nossos rituais. Nesses casos,
quando a pessoa assenta seus Exus os búzios serão preparados
e consagrados conjunmmcnte, ou sieja, serão aHmcnt:u:lm
cnergcticamentc da mcsm.a csstncia, Depois de rodo ritual, são
J.a,.':tdos com uma mistura adequada e estão prontos para o uso. O
adepto mais aplicado também ieccbca Obrigação de visão espiritual
para ter disccrnjmento e intuiç,ôcs que vão além das técnkas pré­
cstabdccidas.

A segunda forma de consagração é voJtada para todos os adeptos


que não sieguem Nossa Tradição por motivos diversos. Para essas
pessoas desenvolvemos técnkas que capacitarão o uso rirualístico
dm búzios com perfeição. Devemos rcssaJtar que os búz.ios só teráo
utiHdadc para os adeptos quc ti,-crem uma firmação prôpria. ou sieja,
um ponro-Oe-força para seus a� mágkos/reUgiosm.

Também transcrevemos uma forma eficiente de consigcu a clbua


de oráculo. Com m búzim e a tábua consagrados estão completos m
primeiros estágios do Oráculo de Confirmação.

Mattrlal.s necessários para consagação:

Sete QuaHdadcs de Erva de Exu


Óleo de Consagração
lOOm.J de bebida destjlada
30ml de Óleo de Ocndt
IOm.l de melaço de cana
OI litro de água de poço
20ml de água de chuva (rc:colhc a água nos d.ias chu�m)
OI pitada de Sal Marinho
OI Pombo Preto
OI Pomba Branca

<3
01 terrina pequena com tampa
03 vdas ptcras de 'sete dias'
OI sineta.

Modo de preparo

1 - Ap6s misturar a água de chuva e de poço, maceramos as cr.-.u cm


conjunto com os pái.

05 g de Noz-moscada
1Og de Arruda
Pó de O,oun (05g)
IOg de Manjericio
lOg de FoJhas-da-fonuna
lOg de folha de Atocira
20g dc bagaço de cana-de�car
O1 pedaço de fumo de corda
100g de farinha dc mandioca crua

2 - Coc essa mistura, Deixe descansar durante a noite até o amanhcttr


do dia seguinte.
3 - Pela manhã., acrcsccntc a bebida dcstilada na mistura. Com uma
colher de pau ou g,tlho de goiabeira., girc 77 vttes cm scntido anti­
horário. Visu3füe a mfatura como um grande ,-6nke de energia,
4 • Coloque os búz.ios ( abcnos) dentro dessa mistura e exclame:
"Cturt� Ca11ri de Exu, tep11rijico ernrrrgo rom nsfor(tlS dtsSa miShlm,
Pronto t.1ftlrdspam rrubtr o 1nnn1nm10 de vidnr
5 - Deixe descansar por mais uma hora.
6 - Na terrina, mfatu.tc o óleo de dende (Epõ), mdaço. a pirada de
sal marinho e a farinha de mandioca. Faç a uma fl13SSl, Coloque os
búzios por cima dessa de mcxlo que 6qucm com a pane aberta para
cima.
7 • Coloque um pouco de bebida na boca e sopre com força cm
cima dos búzios a.clamando:
"Deiper,a olho e b«n deExu, daperftl olho e bom tk Pombngiml 0/h,'li
a/bt1 da H1.11iria e de 110J.Sos grossos sn11id01 e di:ui os mmi11hos ff""
jamais sabma.11101 Sal,,� o OnlOO de Ex"''"
8 - CoJoque a terrina dentro de um trfangu.Jo e firme (acenda) as
velas de 'sete dias' nas ponw do mesmo,

9 - De jOC':Lhos pron.r.tdos inkia a sieguinte oração de consagração:


"Exu (di:uronome dofu-Mt.1tre Ptssoal)e Pombngim (diur onome­
Mestm Ptw.11), /X(" nma bom que esu1 búzios stja.111 ronsafP"Ws romo
portadmrs da 1,� e da 1a/xdoria pam 'l"e iluminem minha btisra.
A IMz q11e brilh.1 Na roroa de Maiomtptmlirird que t.JJts b,ízios stjam
romo ofarol ff"" guia as emb.1rm;õtspam que seu tmjero sefa livre de
rolhõts rom llJpt:dnu 011 romo a luz do m11duiro de I.Aafer qwpmtu·�
minha ida ao mundo dos 1tK»'tos, Laroyi Exu, Exu éMojubd! Laroyi
(diur o nome do Exu (W(ath)r
1 O - O adt:pto deve pe:gar o Pombo Preto. O proccd.imcnto cortcto
para segurá-lo é mwando SU3S uu, 1..3,.'3.J' com atenção as paus, o
rabo e o bico em água corf('.ntc, Na nossa Tradição costumamos
defumá-lo com mirra antes de sacrificí-lo,
11 - N0'-'3.tn<"-ntc o adepto prostra o jodho na frente da firmação e
exclama:
''Pombo Preto que atmiwa as maras, Pombo Preto que t'0,1 por toda
parte, IISíl/Ío romo 11,ensagriro ptlos ho111e11s, simbo/odapr«rill(âo, lhe
uifimi pam que seu sangue fomtp1 vida aos 111N1 rauris, Que Exu
sont'l tllll mhKill e ff"" hlll.J rrrwufartak(am mi11h.1 magiar
12 - O adt:pto siegura o pescoço do Pombo e arranca a cabeça
puxando com a mão (nio usa Obé). Derrama o sangue em cima
da terrina. Depois disso toca a sineta por cima enquanto recebe as
energias,

"'
13 - Em 9eguida, o adepto deve pcg3.r o Pombo Branco. O
procxd.imcnto é o mesmo. Diante da firmação exclama:
14 - "Pombo Bnmro q11e atmima a c1m1zilhada, Pombo Branco que
i,0,1 por iodo. paru, usa&, eomo 1'NNSagâro pt!OJ homms, sim/Joio da
pr«rt·apio, lhe enfarri pam quest11 sa11f}'efor11t{lt vida aos 1tltlll eauris,
Q,u Exu SlHU'l UJa minâa t q,u tua Úlz �j,1 11,acuw/a t forral(fa
mi11h.1 m,1gia'"
15 - Derrama o sangue cm cima da terrina, Depois disso toca a
sineta por cima enquanto recebe as energias,
16 - Os corpos dos animais devem ser cnterntdos na mata ou cm
uma praça. Junto colocamos uts moedas e uts búzios fechados.
Dessa forma devolvemos para a Terra seu fruto e pagamos a mesma
pelo uso de lll."US filhos.
17 - Ourante os sete dias em que os búzios estiverem sendo
conSlgtados o adepto deverá repetir a oração de consagração. Após
eslle pru.o, retire os búzios da massa e lave-0s com uma mistura de
água e bebida destiJada e besunte-os com o ôlco de consagração,
18 - A terrina pode ser lavada para uso posterior, a mistura dcve ser
despachada em uma encruzilhada aberta
19 - Os búzios devem lll."r guardados em uma pequena sacola feita
com pano preto,

Co magraçáo da 111bua

Nossa Tntdição nio fuz um ri.rua! complexo para consagrar a tábua de


oráculo, mas achamos importante desicaracterizar cncrgcticamente e
recarregar com nossos propósitos. Pa.ra isso necessitaremos:

Óleo de Dcndt
Óleo de Pimenta
SaJ marinho
I0Omldeágua
100 mi de bebida destilada
Me.Laço de cana
OI folha de mamona
02 olhos de Lobo
OI charuto
O 1 vela \'Crmdha de lll."te d.ias.
Modo de fazer
1. A consagração da tábua prcferC'ncialmentC' é feita na mesma dara
da consagração dos auris, p::,is pC'gamm um pouco da mistura
de ervas feita C' lavamm a tábua.
2. Em scgUlda ptt"pa.ramos uma misru.ra dC' água com sete pitadas
de sal. Com a ponra dos dcdm da mão d.i.tt"ira salpicamm em
cima da tábua enquanto proferimm: "Sal e�� dpa e sd,
purifim afonnaftsim,purifica afom,a astmtr
3. Com um pano Hmpo so::amm bem a clbua,
4, Misturamos um pouco de ôlco d e dendtcom o óleo de pimenta,
Em seguida acrescentamos um pequeno fio de mdaç-o de cana.
;. Afolha de mamona é usada como um pano para besuntar o ôlco
preparado cm tcx:la tábua. Não dcvemm sob hipótese alguma
usar esse 61c:o cm excesso, apetus o suficiente.
6. Colocamos a tábua ao lado esquerdo do uiangulo (por fora) de
consigraçâo dos cauris.
7. Dentro da clbua acc:ndcmm uma vela ,,:,:rmdha de sete dias e
deiu.mm os dois olhos de Lobo, um charuto e a dose de bebida
destUada como presentes para o Exu,
8. O charuto dC't'C ser aceso e soprado sete \'CUS por cima da tábua.
Rcpctjmos o procedimento com a bebida desdJada, c:mrctanto,
uma única V<:t.. Exclame sete vttes seguidas essas palavnu:
"Com fogo e ptlo for!, me antfoto urd santifiraM, Ntk Exu
podml a Ndar, falar t a,t tomt'I' se n«mário. Ntle a Vt"lmdt t
a /ustipt habirarrio, Ntle a Lllz e tU Traw estamo em tqllil-lbrio
e 11do txistinl vivo ou morro tomforra tk inltfftrir 11me ta 111po
magnttko.' laroyê Ex.M,I"
9. Assim como os búz.im essa tábua repousi sete d.ias.

Com os búzios e a tábua devidamente consagrados o adepto


aprenderá a ritualísdca para se comunkarcom m espfriros, Sentado
no chão ou cm uma mesa o adepto ofertará uma vela ao seu Espfriro
Mc:st.tt" e f.uá uma ttZaquecontenha em sua esllf:ncia um banimento
ao ambiente e uma C't'OC.lÇáo de Exu. Como opção, pode fazer uso
de incensm que o a judc:m aguçarem seus sentidos. Essa cvoaç:io é
para que os espíritos se manifestem/falem at.ovés da forma com que
os búz.ios caírem.

Para banü o ambiente todos os elementos são váHdos, lll3S temos


uma forma própria de no�a Tradição que pode substituir todas as
demais, Dentro de uma quartinha de barro pequena o adepto coloca
água, cach aç a e um pedaço de fuva Aridi, Quando vai comcç:,.r seu
ritual, abre a tampa da quartinha, insere os dedos na misrum e
salpica no chio e em cima da tábua. Em 9eguida &z a l\"za enquanto
toca a sineta - sete ,,:us scg:Uldas - cm s entido anti-horário:

"Nfflll átJlll um fogo, 11ma água u,n prolepio, água que bkho Ndo
bdM, água q,u qwm bdxé o eâo. Inimigo ébauido, queimado, uurido
e sopmdo p.1m ddM.ixo do rapeu de S1ta 111/s!

Exu (di:ur o nome do ,ne;tre ptsioal) é eh.111,ado pam rtsponderptlos


b,ízios, 41 dúvidas e q111Stôts q11e 1n1 filho (11) está vfrmdo, Que a
ivrdade, 1011u11ua 1,'m.latk e nada n/i,n da 1,�M stja dita em nome
de Maiomt de Todos osbfmlOJ. Exu reponde 11fir11«, amls, a dirrita,
a tsqwrda, por dms, por baixo, por todos 01 lndos!

Que não existam ba,rtims parn responder, q,u 11 sabtrioria g,nprr reine,
q11e o q,u má entemulo pOJ.Ja st"I' darrado pdos Ex111 SeuCataNJ1tlbas,
Seu Cowu e Sete BunuOJ. Que os SeuRds e Rainhas e iodas as Ltgiôts
stjam txaitodOJ. Q,da queda M búr.io i 11111a resposta de fu e que
eu ,mha di:sur,1i111mro S#ficknuparn e11xr,gar e g11fR' 11111 mergia,
Laro)'i Ex,J,I Exu é Mojubál"

Posição d.as mios

Feita a oração e o banjmcnto, o adepto pegará os quatro búzim com


as lll3C6 cm forma de concha, VcrbaH1.3.rá sua dúvida de forma clara
e di�. E.dicg.uá uma mão na outra para produz.ir energia e soltará
eslles búiim cm cima da clbua, Recomendamos que não jogue os
búzios na tábua e sim llOltc-oo a uma altura de n o máx.imo 1O cm.

As quedas e &eu.s slgnlficados

Nos 'Búzios de Exu para Confirmação' cx..istcm quatro quedas


determinantes e várias outros complementares. As quatro principais
são:

••
Plenamente Ncha&x Essa queda é chamada pdm Yorubis de
"Oytku" e simbofü:a Literalmente o 'não' exclamativo. Quando
os búzios Cl('.m dessa forma. certamente cx.iste uma carga noch-a
bem densa, Dependendo da pergunta pode representar amargura,
tristeza, enttrramento abrupto de um tdadonamenro, ful&lda de
um comércio e ar.é a morte fisica, Se a pergunta for relativa a uma
pessoa que está soficndo espiritualmente, pcx:le ter iclação com
araque astral de Larvas e ObsesllOtcS visando a completa rui'na da
mesma, Nesses casos um procedimento de combate astral fuz-se
ncttssário,

Pardalmente Fechados: Essa que.da é ciumada pelos Yorubás de


"Ohmnm" e simboliza 'reio'. Quando os búzios cat:m dcssi forma,
também demonstram uma carga ncgatt'\'a., entretanto, a grande
mensagem é que a ilusão está impedindo de traçar novos caminhm.
Também pcx:le demonstrar surpresas ruins, Quando o oracu.Jo é para
uma terccira pessoa, iccomenda-se uma limpC2a astral e algum tjpo
de ritual para dellObstruir os caminhm,

"'
&ptlllbrados; Essa queda é chamada pelos Yorubis de ..EjjJaJ<eltu"
e simboliza 'sim'. Quando os búzios caem dessa forma expressam o
oquiJíbrio, a fluida e o amot.

Quando c.t('.m oqullibr.tdos dessa forma, pcx:lemos aponro.r que os


abertos encurralam o fo::b.ulo e isso dobra o ,.'3Jor da iesposta.

Entretamo, quando os búzios fechados encurralam o búzio aberto


essa queda diminui o vaJor pela metade, ou seja.. o "Sim" torna.se
mais distante e pasdvel de muda nça.

70
Abertos: E�a queda é chamada pelos Yorubisde 'Wó.jia"esimbofüa a
plenüude a6rmafr.-a. Quando os búzios caem dessa forma simboH:t.a
a boa colheita. Às vttes quando os búzios C3('.m dessa forma podem
expressar vitôrias depois de tempos diflcds, de batalhas desgastantes
e de peóodos de depressão. Quando estamos consuJtando sobn:
determinado assunto e depois de diversas perguntas os búzios caem
dessa forma entendemos como um 'sim' absoluto.

Quando jogamos e os búzios C3('.m abenos ne�a posição (simllar


ao movimento horário), estamos diante a uma gDnde realização
moncclria (mareri3l).

71
Pudalm•nte Abutos E�a queda é chamada pelos Yorubás de
"Etaw" e simbolh:a um momento de do:attrto. Quando os búzios
aem dessa forma simboliza que o adepto pede ter errado na forma de
pe4:unta.r. O o:pfrito que responde através dos búzios está pedindo
que os mo:mos iiejam jogados t\0\-'3Jltente e a pergunta formulada
iiejaclarae direta. Quando cssaqueda aparctt nas litu.rgias,simboliza
que ainda tem algo faltando para que a mesma esteja perfeita.

Quando os búzios caem 'Parcialmente Abenos' de forma que suas


panes superiores estejam tcx:las na mesma posição simbola.3 que o
adepto escl pe4:untando algo ao qual já sabe a resposta.

Obiel'U'tpio: Todo búzio tem uma pane superior (a mais fina) e uma
pane inferior, A partt superior é um di.ro::ionador, ou seja, pode
apontar o camjnho ao qual cabe ao adepto interpretar.

72
(!tomplemenmcão be 4!luebaG
Para d.temos uma explkaçâo mais dctal.Juda sobre o assunto,
devemos nos atentar para alguns fundamc.ntos muito imponantes.
O primeiro é que a cibu.a de jogo é divida em qu.auo panes:

material

Quando os búiios Cl('.m cnconando-Sle ao Limjrc da tábua podemos


facUmcntc ver aspectos dantes ocuJtos:

Mesmo que a posição dos búzios esteja equilibrada, podemos ver


que o camjnho cspiritU3l está f«hado. Dessa forma concluímos
que a resposta deve lll!'C acrescida dessa informação. Por exemplo:
Um adepto p�unta ao Mestre Exu se vai viajar. Se a queda for
similar a essa a resposta está clara: Sim, vai viajar, potém, como a
Unha espiritual se fecha, demonstra que a viagem está foncmentc
conectada com o mundo marcrial, ou seja, uma viagem de trabalho.
Exemplo dois: Se a pcrgunra fossie a respeito de uma pessoa
'"X" poderfo.mm dizer claramente que essa não se desenvolve
espiriru.dmcme e é cxtrcmamcntc material.isca,

Se usássemm o mesmo nemplo e a queda fmsie essa, poderíamos


entender que essa viagem va.i sier imponante para o crescimento
espiritual ou, dependendo das n-spostas anteriores, que apesar de
irmos viajar devemos estar focados no nosso fado espiritu:i.l ou
cumprir com as obrigações pendentes. Exemplo dois: Se a p.-4:unta
fmsc a respeito de uma pessoa "X" podcríamm d.iv::r claramente que
essa coJoca sua espirirualidadc a freme do caminho material e não se
importa com aso.-nsão financc.ir.t,

Quando m búzios caem de ÍOtm3 aleatôria no o.-nuo da tábua


também de.nora uma característka introspc:cti,.-a e egoísta.
Dependendo da pergunta pode simbolizar pessoas com segredos
bem guardados, Se estiverem enca,.'3.ladm e sobrepostos mostram
obstáculos difíceis de supc:rar.

74
Olho de Exu: Quando m búiim caem dessa forma, mesmo esundo
pmitiwdo, Exu nos dá um conselho para que obscr.-cmos mdhor as
siruaç6es no entorno.

Boca de &u: Quando um búzio cai exaram ente no cruzamento de


Unhas dessa forma, pede.mos c.ntender que mesmo posifü'ado Exu
está nm dando recado que deve.mos nos comunkar mais claramente
ou ainda deixar fluir mdhor as EXJlavras,

Prosperidade: Quando os búzios ca(rcm sobrcpostm e abc:rtm


simboliza prosperidade m.ami3l e espiritual.

"
Tral5io: QU3.0do os búzios caírem sobrepostos fechados, por mais
que o enredo seja posith'O, Exu está avisando sobre posdvcl tnução
ou roubo.

.lDeta(heg ímpot'tllnte5
Sobre os bóúos sobrepostos

Poucas pessoas entendem o côdigo dos búzios, Mesmo cm um jogo


simples como a ..Búzios de Exu para Confirmação" essies c6digos
prevalecem, Quando os búzios C3('.m sobn:postos (um por cima
do outro) W sinais que devemos atentar e seguir, pois pcx:lcm
comprometer nossa relação com os Mestres Exus,

Existem dnoo variante$;

Aberto por batxo e fechado por dma.: O Exu está descontente com
o adepto. Momento de reflexão e calma para que alcance a raiz do
problema,
Aberto por baixo e aberto por d"'°' Problema conjugal.
Fechado por baixo e fechado por dma: Aceno conjugal.
Fechado por baixo e aberto por dma.: Problema de justiça.
Bódos sobrepostos em cn:n: Sérias complicações, Jogar
sien:namente e verificar todos os camjnhos.

Sobre os bóúos que caem de lado

Muitas vezes estamos consuJtando um orácuJo de búzios e na queda


um dos búzios fica de lado. Isso não é muito comum, entretanto,

,.
pmsui significados exprcssivm:

Quando a parte aberta eflá virada ao adept« A força do jogo é


ampliada
Quando a parte fKhada ..s-tá virada ao adept« Pode ser ramo um
trabalho que não foi aceito quanto o simples furo de Exu não querer
mais responder o jogo ou a pe�unta.
Quando o adepto enxerga o bóuo 'em pé': Pode indicar scpançio
judicial ou problemas de sitkk

A tábua e ruas re.lasiões mals e$0térku

MWtos probJcmas que ocorrem cm nosw vid:u estão diretamente


associados a ação dos quatro elementos cm nossos corpo e alma.
No gráfico apresentado podemos cnxcrg:u novas rdações que
pmsibiUtario uma expanW de interpretações.

(cnmíêncía

Jlllllll

Conhecendo ascar.icter!srkas dementais, bem como relação às áreas


da consciiencia menos expostas e explor.id:u, o adepto poderá elevar
o simplório Oráculo de Confirmação para uma complexa rede de
informações,

n
Jltaqut t .'.lDtftllll Jl,!ltnÚ - O &nctíto

�?�·----, ..... -... ':;:-,


��-
A humanidade v)\'C um período de completa manipulação
escravista. Dinheiro. sexo. vícios, doenças e reUgiões são as fão:ras
que o Sistema vigente opera, ou seja, os seres humanos são dispostos
cm círculos limitadores, O que a grande maioria desconhece é que
fora do alcance de seus sentidos Hmitados - Visão, audição, mo,
paladar e olfato- existem mun� astrais paraldos e dentro desses,
uma infinidade de espíritos coexistem,

O nosso conmo com os cspfritos dcsiencarnados (Exus e Pomb agi.ros)


nos forneceu uma leitura pankuJar sobre os planos paralelos,
Dentre esses cnsinamcntos está a concepção de não muJtiplkidadc
dos "Eu?. Nossos Mcsucs Exus nos ensinam que cada cspfriro é
único. porém, a mente tem o poder de muJtipHcar os resultados
de todos os aconrccimcntos cm suas vidas. Como a mente produz
energia. os mundos paralelos vão se formando. Isso não significa
que estamos vivos e temos personalidade nesses mundos paralelos,
apenas que no.nas ações e pensamcntm geram dctticidadc e energia
cap31..Cs de ptoduzirem e alimc nr:ucm esses mundos, Assim como no
UnP,crso, mundos tUsccm e morrem e essa regra não seria diferente
cm n:l açio aos mundos astrais paralelm, cm.rctanto, quando um
dessies mundos C alimentado por uma cgrégora, torna-se capaz de
expandir-se e prcxluz.ircnergia prôpria

Dessa maneira 6ca dato que um sier-humano nio pode viver


concomitantemente várias rcaHdades paraJelas, mas se sua mente
incondicionada criar u..m mundo dos desiejos e sonhos poderá gerar
uma nova reafü:bdc a partir do concc:ito de duplicicbdc do universo.
Essa tcaHdadc paralda é uma forma de autodefcsi diante às amc-aças
do mundo ílsico e as ex-pcriiencias impactantes que marcaram a
formação de seu mundo inua�íqu.ico. Quando a pessoa vh-c no
plano matc'rial apenas para garantir sua ex:isttncia básica e sua mente
vibra nesses mundm para.Idos, prov:n-clmentc está vivendo um
quadro csqUlzoidc.

78
Nou1 visão attrca dos mundos paralelos pode explicar 3lguns
acontecimentos. Uma guerra gera uma eletricidade infindável e
descarg.u emocionais condnU3S. O medo, a ira., a mone e o desejo
de rocomeçarsio tão intensos entre as panes contrárias que produz
poderow cgrégorasc.nergétkas, Cc.namentequc.a mukiplicaç:io dos
mundos paralelos é enorme, mas 3lguns llt: torturo tio carregados
que acabam tendo autonomja, Nesses mundos a guerra concinua e
centenas ou milhares d e espfritos que morre mm no plano material
foram sugados por poderosos v6rtitts criados denuode tais paraidos
e estio prc.llOs nesses mundos.

Os Exus nos ensinaram que o véu que separa esllt:s mundos é muito
fino e por \'CU:S ocorrem 'pontos de congrutnda'. São lugares
onde ttrw forças possibilitam uma interação enuc os mundos e,
consequentemente, ocorrem as jnfluencias boas ou más, Scg:Ulndo
o exemplo citado, os campos de guerra são locais onde as energjas
pesad:.u concinuam coC'Usündo. Por t3l moft,•o, nio podemos
desconsiderar ulTl3 pessoa que alega ter visto cm tais locais a aparição
de um homem vcscindo fardas surradas ou até mesmo um corpo
mutilado \'lg.lndO.

Esses acontecimentos nio são exclusivos de campos de batalha.


Uma casa co m ulTl3 famll.ia agressivaque convh-c com atos vjoJc.ntos
(verbal, corporal e mental) pode gerar acontecimentos simiJarcs.
Uma empreSl onde a concorrtnda seja acirntda, uma casi de
apostas, pro,çdbulos, igrejas, templos. enfim, todos os lug ares onde
ocorrem descargas energétkas densis.

Acreditamos que devemos deixar clara a visão da Qlllmbanda


Brasileira acctca de Co rpo Astral antes de continuarmos o assunto,
Amwés do contato com os espíritos aprendemos que a monc. física
é apena o começo d:.u transformações, Segundo as informações
recebidas e o estudo comparativo com outras Tradições, chegamos à
algumas conclusões deveras imponantes:

O corpo material pode estar dcsprovido de energia vital (mono),


entretanto,. cilstc ulTl3 atividade tttt"bral intcnSl dumnte
determinado tempo.

,.
Apôs essa atividade o corpo astral é refüado do corp::, tisico.
Esse corpo asuaJ também inicia um processo de do::omposição
sendo mais rápida aos corpos sufü e mais demorada aos corpos
densos. Isso ocorre pda medição de densidade de acordo com a
vibração eru:�ética que a pessoa emanou em vida
O corpo astral também carrega os vícios e as paixões conscientes
e inconscientes que as pessoas nutriram na terra material.
A insatisfação ou não conclusão de um desejo pode fuzc:r
com que a pessoa permaneça presa no corpo astral por tempo
indeterminado (até que. obtenha a satisfação ou comptcc.nsão).
No plano asuaJ inferior (perifer ia do séf-jmo plano) não C'Ustc.
inibição moral ou étka e todos os pensamentos afloram sem
nenhuma °'tra'o':t Limitadora...
Tod:u as paixões e desejos do homem em vida material são
rcftctjdos no corpo astral e. até no espírito.
Quando o espfrito encontra suas respostas e uma possível via
C\'Olufü';\, desprende sua centdha c.spi.rirual do corpo astral e.
segue. (via Cruz.e iro) rumo aos planos de. Direito.

De forma adversa a outras 6Joso6as gnmticas, a Quimbanda


Brasileira entende que o corpo astral, por mais que. tenha gravado
determinados acontccimentos, quando dcixa de. ter seus condutores
(mente. e a centdh3) dc.sfulo::c. imod.iatamentc. Assim como o corpo
físico. o corpo astral também passará por uma dccomposição e será
alimento para muitos seres que existem no plano astral denso.

Os Exus nos deram como acmplo os organismos marinhos que


formam SU3S conchas. Quando tais animais morrem, essas conclus
se dissolvem e são usadas para formar l\O'o'aS rochas ou, em raros
casos, são usad:u como morada por outros seres, Então, entende.mos
que o corp::, asuaJ em regra é do::omposto e sua energia serve como
alimento para out� seres, salvo cm raros casos onde a centelha
espiritual abandona o corp::, ast.tal e o mesmo é usido por outra
qualidade de ser espiritual. Esse compartilhamenro, assim como
ocortc nas conclus, pode criar uma nova forma espiritual e esse
corpo, mesmo em estágio de decomposição, servirá para alguma
6.naHdade obllCura. Essas criaturas astrais sio chamadas por nôs de
Larvas Astrais.

.,
Derivada do rol1'13.Jlo antigo larwu, a palavra larva simbojjza,.'3 um
espantalho, demônio ou assomb ração que se usurpa as pessoas,
Entre m antigos, a palavra larva designava os fantasmas de pessoa
que ti,.,:ram a mone física d e maneira agressiva. vioJenta e prematura
ou de criminosos que ,.'lg.l,.':Ull entre os vl\-os para afligi•los. Esse
conceito tem similaridade com o entendimento dm Yorubás:
"Se SNS aros foram ma11S, romo o mivNma 111e1110 de seu vN.i11ho,
asJ4JJi1111ro de algubn de q,mn ti11ha ronfia,lfª� St'f mmtirosa e
ftnlldllkn,a, da sml roNdeNada ao réu mau (nm b,mJ} 011 no 'nt,1
àpndi" ptlo Dtw 1W Ctu. AIJlldel ({"" Ndo viivmm «>1t1p/Na1t1eNte
suas vidaspe,111,u«mio Na ln'7ll romo foNrarmas. "Kofi jolmJ011 and
Raph.ul 1i111de OJ•it'Wle, Mouothdnn ili TmditioNal Yoruba &ligio,1•
hllJ':lk»'f/l Niultious. 1111ifi11. edul)

O conttito Yorubá chamado de •orun bun't ou Bururu" é o mesmo


de "Orun-Apad.i... Segundo os Yorubás, é o local astral (dimenW)
para onde são condu:ticbs as almas ruins, Talvez esse conttito se
assemelhe ao infcmo cristão, afinal, os própdm 3fricanos definem•
no como •quente como uma pimenta picante... Noutras definições
apresentam uma tcferencia ao "l ugar dos cacos quebradol' cm
alusão� pedaços de barro que caem da tumba durante um funeral.
Esse local de fogo e dor é a morada para os espfriros maldosos qUC'
nio cvolu.I.r.un na Terra, mas não são demõnjm, são apenas espíritos
que supostamente nio sio c..,oJu(dos. Pcfa Tradição Yorub.i, esses
espíritos quando manipuladm por um fdtjttiro fu.zem os trabalhos
sujos da religião.

A priori, as lar..,as exis tem para exercerem o papel d e decompositonu


do plano astral e se desetWoJvem alimentando.se de enc:rgia
(provindas de formas de pensamento) e dos cadáveres deixadm
no plano astral. Quando falamm a palavra lar.':\, acreditamos em
seres de porre minúsculo que atacam nosso 04:anhmo promO\-cndo
dcsequllíbrjos e doenças, Essa é apenas uma das realidades desses
seres, afinal, não temm comptcensão attrca cbs dimen96es espaciais,

As larvas, assim como no mundo mareri3.l, tendem a passar pelo


processo de mctamorfme e virarem animais adultos. Nesse estágio
tornam•se muito mais perigosis, pois seus instintos primir.i..,o s
estão todos desenvoJvidos. Mais perigous ainda se tornam quando

"
encontn.m (são atraídas) um cadh-cr ast.tal cujas energias densas
e apegos demasiados estão pulsando de forma considerável. Não
tarda para que tol1\C'm esse corpo e direcioncm-iie com vonteidadc
instinfü'3 segundo os mesmos, Tudo que o ser-humano vibrou cm
vida (indush'C' suas l1lC'môrias) iiecl compan-jJhado com uma forma
cspirirual desprovida de qualquer t.raço de humanidade.

Chegamos à prime.ira 'cncruz.iJhada' e muitos leitores devem estar


imaginando como esiie sistema funciona e até onde pode nos
influenciar, Acreditamos que alguns pontos disdntos ficaram bem
claros:

Existemseres-humanos que p6s-monc: ficam presos cm cg:Jégoras


criadas por fones impulsos energéticos. A pcrmantnda desiies
espíritos cm tais siruaç6es depende da quantidade de energia
que formou esse mundo paralelo.
A Quimbanda Brasileira entende que quando o corpo material
se decompõe. o corpo astral também inkia sua decomposição.
Assim, essa pcrmantncia cm realidades concomüamcs tem
tempo para findar-se,
Q.tando um corpo astral é abandonado pda fagulha espiritual e
está carregado de emoções e atrelado na materialidade, vai ..
'lg.lr
sem direcional1\C'nto pelos vales asuais cm busca de energias
compaúvcis, possivelmente encontradas nos mundos paralelos,
Se o corpo asual ainda nio está impossibilitado de vagar cm
razio da deco mposição, pode se tomar uma "nova concha" para
seres instintr.'os e iiem humanidade alguma,

Conscquemememc::

Existem 'pontos de cong:rutncia' onde as realidades pedem se


crumr, Um corpo astral, tomado por uma lanoa adulta, pode
rasgar os vius entre as nalldades e adentrar dentro da nossa
matedaJldade.

Nesse exaro p::,mo iniciamos o processo de clifc:n:nciação e


classificação. Os cadáveres astrais guardam todas as características
do iier que o habitava (inclusive apar&da). ). O que dlfcrc.ncia
nosso entendimento de outras correntes é que um corpo asual

82
(também conhecido como cucio) sem a ação de uma Larva torna­
-sc desptoVido de ação incisiva, Por mais que cenos 'apefüci estejam
entranhados nesse corpo ruu:,J, como csr.í sem dirociotu.mento
(mente consciente e o Espi.rito), sua locomoção ocorre apenas pela
Lci de Atração cnc�ética. Porém, ru Larvas que possuem essa Casca
podem dar outru funcionafadades à mesma fuend�as caminhar e
se foru.lccer justamente das cncrgW que atrcgava. Como ru Larvas
são seres criados cm baixa e grosseira densidade vh-cm apenas pelm
instintos e esses corpos asuais tornam-se perigollOs e dcscontrol:tdm
seres vampíricm. O que faz a ação dessas lar.'3S perdurar é a fulsa
sensação de pru.cr que o corpo asml pode mnskrir para a lar.'3
quando está se nutrindo de energias densas e viciantes. Tentem
conceber um ser criado para decompor tendo contato com
3S sensações humanas e nutrindo-se pru.crosamcntc pan.ir de
descontroles humanm, O:rro é que uma lar.'3 pode monrar um
a.é reiro de similares e ClUS.U distúrbios cm mUlros locais.

Como são invisíveis aos nossm olhos, apenas as pesllOas que estudam
e praticam vb.s reljgiosas conseguem rastreá-las ccombuc-las. Muitas
vezes essas Jar.'3S acabam se entranhando tio profunda.mente com os
cadh-cies que assumem uma espécie de personalidade superficial e
um apego à 00'\'3 condição. De forma alguma isllO seria uma fonte de
evolução, pois rodo esse procesllO é motivado por cnc�W gro.nciru
e vampirismo, mas a ação desses seres é mui to interessante e mciece
um estudo mais profundo.

A presença de um cadáver astral tomado por uma lar.'3é tão grosseira


que deixa evidencias fáceis de serem aptadts:

Odores de putrcfuçâo;
Queda e quebra de objetos pessoais;
&rnlos pela casa;
Apan:cimcnto de boJor e fungos;
Queima condnua de objetos elét.ricm;
Visão de sombras andando pela asa.

Ainda pcxlcmos salientar que esses ambientes ficam cm constante


d.isnirbio. Se existe qualquer pessoa com problema relacionado ao
vício (bebida, dro ga, compuJsividadc) certamente se agravará, pois a
pttM'n� ,lesses seres estimulam as puxões e ,·í� de vuias espécie1.
Pcs.soas doen tes umbém pior:am comicleravdmenlC, poi:1 a açio
,·.tmpfrici sug:i as energias pu.t m.tnter l iwe o corpo �mal eh açi,o
clcoompc»imra n atuu.l.
A.lguns magLuas ren omados acreditam que as Uo·� Aflr:ais são o
pior cios aaques. pc.1is oomo do Krcs oo mplcc:1mcn te desprovidos
ele wbü�b mor.d". não cx:iste ne.nhum.t barTCir.t par.a su� :içi,cs. A
Quimbimch Brasilcin en lt'!llde que l(l(loc os aru1ucs espirimais do
consequênciascl:1 i.nexinincia de ·t,ussola mor.d" nos pbnos densos.
Pori!:m. p.tra oontin uumc,s cs,;c :1.S11unmdc\·emos impor um.t m.tra.
um ·,livüor de águ�· p.tra c1uc todos os :aclcptos e dcnuis leitores
pos.1am diferenciar osespfriu1111.

Oenno de cc"os caminhos cspiritu.t.li.uas exine UITU enmmc

�§ma�J�s&iW��JM�� MM'fas���f.g{&�ri:�
clctcrmi.nados ponros, muiros ac:redium que se tuum cl� mNmas
energias e dum wancla o mesmo *modu:1 opcrancl is. par.i
combate r tais lorç:M. Antes ele .ulentr.u-mos n o oomb.t1e espirinul.
°'
,·.tm cscbmc:tt algumas diferenças:

Osci.piri1� rcvolDdos n,ocbcm cs.sa d:usi6açia. pois no dcsenarne


ruioo p.tninm al'l'\"gan do rc\'OI� prof unchs. Essa rcvnla não
abscurca"IJ sua ·buwc,b moral' oomplec:unen,e. Dess:i Numa
suas açitlCI do fc it:l!S segundo SC\1:1 pcirimmos pt.slO;\is de Justiça.
Algumas ,·acs a rcvolu que escl em su:1 cs.sênda C óa lcgitim.t
que dn am:banh� p.tra � Calurw de Exu. Quando isso OCX1rrc
C1$C e1pírito p�aci por uma profunda Alquimia e SC1.1 corpn utnl

nic, 1TUis sufrcri um:1 clcaimpcll:Siçio tunmJ. &ses- espíritos nío


<X.KTumam au.n·c.sur os mt$ entre as munclos. mas pC1Clem linr
ptt:SOS em rcalidacles p.tn ldn pc,r lcmgns anos.

Os t':'lpfriros �ires difcrendam•se d05 Rcvoluclos ju:1umentc


parque na delcnCl.fne fuioo e1uvam tio imcuos cm :1uas �•ltas

..
quuua 'buSM>bmor.J' não m.tisexistia. Sio srdenros pebVinpnp!
E.ues espÍritm costumam budar os vb.u e :ulemrucm no cunpo
fidco. Quand o nlo úo atnídos pcbs Jl'n� ele Exu, �cum:un se
agrupar com outros flmibtc$ e r.igam pd:i Tcrr:i em busa de $U:is
vi npnçai-.

()J Rcvoh:ulc,11 :anseiam peb açio da Jwtip e os Obst"ssom da�m


a rinpnp. porém, :ambos :i.inel:i pom,em o cspirim hum.tno.
t-, os difere el:is u� Astrai:1. As lao·.\$ !do oonduz.idas :apenas
pelos instintos grOS1Ciros. Nio exiru: motivação $1.'ntimem:J p.tra
su:is ações. já os �píriros Revolt:ulos e Obscs..wra são motivados
jummemc por tais impulins.

Encrer.uno. em :alguns mamcntos a açi,i,el:is Lao·as eda.s �


$l' :uscmdh.tm demal:1. principdmente quanela o :tiro el:i ,·i�é
aoormrnaclo :ws vicic111. O &piri10 Ob�r cst:i tio ugo pelo 6dio
e vinpnp que SCtu impulsos :aalum amtlnelo a-nas lao·.\$ ao loal
e auim. um C>b:lcsstu 1. apn ele exercer :ieus :iu115 com Urvu :anuis

cm conjunco. Dcsu N1rm a :i açi,o 60 muiro O(llllrundcnte.


Se o ataque a um:i pc.sSIC.U é pm,·indc> :apenas por u� Anuis.
:apcs:ir ck $1.'r incllh•o e elancl!M>, pm.1ui saluçõcs rd:itinmcnte fáceis.
As u� nio supcm:im :ambien.10- equilibDela s c imanr.ul1111. Cama
são instintiv-.1$, :iab:am indo embon da local. DdUm:içiia. bó\nhos
e 'bater folhas' úo su6dl'nccs p-'ra dcsp:idi.tr uma ou mai.� l.:irvas.
Mas uma ooiu é importante: Se a peuo:i (familia) não mudar su�
vibrações e>mr:is Luvas $1.'clo :ituíelu, ou $1.'j:t, um :Jco6blra (par
exemplo) elen· se tratar nesse período sob peru de Jc.r no,·ó\mcnte
um alvo JUD as Lao·.\$. Algum:is ,·acs as p� Írcq llentam IJJVfC'
infestados ele lao·ó\l" e por cena infclk:iel.>ek aabam ancg;mdo-as
junm. Js.so nioé algo ina.imum e pode�r resolvido íac:ilmmcc.
Quanelo a :u:t<{'le é Íl'itc> pcu &piriu)S Obscuorcs, as oondiçi,cs
ck oomlure já são m.tis compkxu. Como K :alim cnt:im de 6Jio
e vinpnça (e Jl(l(lem F.ncs iSM>. pab :i.incb do oondux.idos pelo
apfrito). tod:i e qualquer form:i de comb:uc os i.rritaci ainda mal$.
Esam111, vivem se OC11ltando el e imímcras form:is e :igcm oom
._rcsriYicbde n•mptt que pn,mYd. Procuum nlo se nunifcsur
li-liamcntc p;it-' não Jl'rcm elcson,berms, mas em alguru CllSM p

.,
vimos usarem as lan'3S para eng3.nar a verdadeira naru.n:za da ação,
Esses espíritos sio tão sagazes que quando estão sendo atacados,
sac.m do ambiente e aguardam as energias volr:.uem a ser como
antes. São confundidos pelos leigos como a própria manifestação do
Diabo. Existem casos em que seus araques chegam ser tlsicos como,
por a.emplo, ser sufocado na cama enqU3.JltO dormimos.

N:io rdataremos comoout.r.u religiões tratam desse caso, mas a Nossa


Tradiç:io entende que um espfrito que possUl tamanha agtcssividade
e motivação pode ser aliciado dentro de uma negociação, Negociar
não significa nos rendermos aos caprichos de um espírito, ao
contrário, esrarcmos uansformando as energias do mesmo. Temos
cxperi&ldas de campo onde espíritos dessa ruru.tt7.3 tornaram.se
poderosos sendnelas das famUias ao qll3.I eram algou:s. Para aqueles
que enxergam Exu como 'PoHciais do Astral' essa negociação soa
como se esses Exus fossem poHciais corruptos, mas nem de longe
é o caso. Negociar significa dar o primeiro passo para evoluir
espirirualmeme uma AJma cega e complerameme enegiedda.
QU3.0do esses espíritos furiosos aceitam a negociação. devemos
observar qual tipo de ving3.n91 o mesmo está promO\-cndo. A partir
desse pomo poderemos saciar esse impulso, ou seja, se o Espírito
deseja a morte de alguém para saciar a 'sede de vingança', usamos
uma das maioies premhsas da Q.iimbancb: "Sangue por Sangue.
Vida por Vida!�. Assim, o espírito sentirá a satisfação/alivio da
mesma maneira, cessará o ataque e poderá. se assim desejar. iniciar
sua trajetória c-.•oludva. Mas existem casos onde esses Obsessores
não querem negociar. Quando isso ocorre, apenas com a inter.-cnção
de Exu e Pombagira, via adeptos experientes e de formaç:io s61ida,
consegue.se aoorrenrar esse ser obscurecido e lc-.'3-lo para onde os
Exus desejarem.

Esse proco:l.imento de ncgociaç:io não se aplica aos Espíritos


Revoltados que pmsuem sede de Justiç:i. Os Espíritos Obsessores
desejam vingança por mofr,os diversos, não possuem um foco
espe:dfico, já os Rcvol� tem a clareza de quem praticou a
injusdça e desejam reparar o ato. São os ataques mais brutais e quase
sempre quem recebe esses ataques não tem tempo de solkitar ajuda
de um segmento reUgioso, Os Exus e Pombagiru não gostam de
interferir em tais casos e, se o far.cm, cobram '\'li.ores muito altos

..
para taL Para sanar esses probJemas, deve.se evocar a força amoral
de Exu e sua ação brutal contra esse esp(r·,ro. Mas existe um pomo
importante nesse procedimento: Se o adepto que vai conduz.ir um
trabalho dessa natureza captar a injustiça praticada contra o EspCrito
Rc-.•olrndo e seus conceitos cticm e morais forem abalados ao pomo
de dar uma pareda de razão à cobrança, nenhum ritual terá et.ito.
Tudo que um adepto emana é reconhecido pdas legiões de Exu.

Em primeiro l uga r dcvemm desmistificar a palavra Maldição.


M.a.ldição é uma fone descarga ene�ética proferida arra,-és dos cinco
sentidos carregados de 6dio. Conhc.ccdoras ou nio desse. tjpo de
magia/fdtiçuia. cilstem pessoas com eu.rema facilidade de enviar
esses 'dardoo'. O intuito da 1'.1.aldiçâo é deslocar à vítima uma série
de png;u maligms.

O contato com m c.spí.rirm (Reais) nos forneceu muitas informações


ao longo dos anm, Quando abordamos sobte a maldição th-cmm
que montar uma resposta concisa através de. alguns depoimentm,
Amaldiçoar é dcscariegar tcxlo ódio amvés da fala, olhar, tato,
olfato, paladar e da audição. Quem lança uma 1'.1.aldição (agente.)
tem controle sobre a ação de seus sentidos e consegue emanar essa
energia ao oponente (vítima). Em um cu.no espaço de tempo, o
agente consegue 'lanç:u chispas' pelm oihm e c.nxc.rg:u o fururo
desgraçado de sua vítima, bem como falar disparando pragas, sendr
gosto de sangue ou algo amargo na boc.\. sentir cheiro de cemjtério
ou algo decomposto, tocar a vítima com as mios carregadas de más
intensôes e ouvir gritos de socorro e agonia, Todo esse processo
é processado e emanado cm um s6 insf3.Jlte, O agente é capaz de
catafüar seu 6dio, monra.r um advento maligno futuro (ao qual
determinará a intensidade) e descariegar essa energia de uma s6 va
na sua vítima ou em algum objeto que será entng:ue a mesma.

Esotc.ricameme, o ato de amaldi ço ar é uma ane obcura, pois não


são todas as pessoas que conseguem esse controle, Mas o que a
maioria desconhece é o fato de que uma Maldição araca o Escudo
energético de sua vídma com tamanha intensidade que atrai todo

"
rjpo de Espírito Obse$Or e Larva Astn.1 para a mesma, A vítima,
sem proteção, cU6ciJmente não sucumbi à pre$âo de uma Maldição.

O grande problema de uma l\i.ald.içâo é desfu.ze-la, Enquanto o


agente estiver vivo ainda temos a possibif1dade de espelhar as forçu
que o mesmo lançou, ou seja, recriar o ambiente da Maldição e
retornar essa energia para a fonte p.rimotd.ial (agente), Pa .n. i$O
temos que ter uma forte relaç ão com nossos próprios Mestres Exus
e com MestJCs de outros Reinos. Oesracun.-se como porttdorcs do
poder de emanar e disllOh-cr as Maldições o Exu Sete Maldições, Exu
e Pombagin.s das Sete Desgn.ç:u, Exu Sapo, Exu e Pombagira Sete
Sombnu, dent.re outros,

Lcmbtcmos que as Maldições possuem foco, Tornam-se hetcditárias


quando não atingem sua plenitude enquanto a vítima estiver viva.
A$im, passam de uma geração para a oum, Há cada geração fica
mais difícil conuoJar os efeitos dessa descarga, Antigos mestres da
Quimbanda nos ensinaram que pan. ClllOS .usim, a f.un(lia tem que
bar.i1.ar um galo com água benta (catóHca), conar o corpo e dar o
próprio sangue para o galo beber, Depois di$o, llOlta.-se o galo em
uma mata fechada. A Maldição ir.í at.r.ís do galo e depois que o
mesmo sucumbir a força de ataque será di$oJvida.

Muitos $.10 os meios pan. combuer a Maldição. t-.1.as o mais


interessante é alertar o adepto que todo trabalho que o mesmo rc-.Uila
junto� Exus, fona.lettseu escudo e não permite que 'dardos' dessa
natureza sequer cheguem peno de seus corpos, Jamais um adepto
deve esq ueccr que os perigos espirituais podem vir de todos os lados
e nio existe uma religião ou fé maior que a outra. Uma pesllOa que
aos olhos profanos não tem ,.-aJor algum pode ser uma agre$iva
agente de maldições terríveis,

As Prag.,s po$Uctn uma narun:za bem similar às Maldições, A


diferença é que não são gectdas pelos cinco sentidos, apenas por
um, A pnga OCCC':$ita ser rogada, ou seja, precisa ser dita em tom de
suplica. Uma pessoa (agente) suplica a intervenção de seres ou forçu

88
destrutivas e mortíferas a fim de que haja cm um local ou cm uma
pessoa, As pngas podem ser uansmirklas apenas por pessoas que
tenham um forússimo dcS1ejo de que seu oponente receba energias
maléficas. Uma maldição é composta de no mínimo trb pragas
diferentes, entretanto, a ação dos espíritos é relativamente a mesma.,
mas a praga não assume caráter de hcrod.iraricdadc. PopuJarmcntc as
pessoas que emanam pragas são chamadas de 'boca de sipo'.

J,l '.ln11eja
A inveja é o S1endmcnto de incapacidade, frustr3Çâo e tristeza que
uma pessoa tem ao ver seu S1emclhantc prosperar abundantemente
ou ter quaUdades físicas e mentais (lmdcctuah) que o in,-cjoso é
incapaz de alcançar. Se ÍosSle apenas o scn6mento seria um mal de
pequeno port� entretanto, essas pessoas que chafurdam no rc,calque
querem destruir a vicb da outra apenas cm razão do sucesso e brilho
pessoal. Geralmente a inveja pane de pessoas que estão prôximas
a nm, Pessoas invejosas tendem a manipular as ações d3S pessoas
vitoriosas a fim de que as mesmas Sle c.nterrcm, ou seja, todos os
atos são friamente exccutru:los para derrubar e fazer o brilho natural
de alguém, Quando percebemos esSle ataque devemos recorrer aos
nossos mcst1es Exus e efetuar umasérie de trabalhos/ritos espirituais
a fim de derrubar ou ncutrafü:ar o invejoso.

Uma das consoqutndas da inveja é o famoso 'Olho Gordo' (Olho


de Seca Pimenteira), conhecido na Quimbanda BrasiJdra como
'Olho que Seca a Colheita'. A frustaçâo do invejoso pode fuzc:r com
que os olhos emanem 'chispas' capazes de ferir o escudo encrgédco
atraindo Larvas e Obsessorcs. Não é uma l\1.aldição ou Pnga pelo
fato de não Sler consciente, mas 3.gc exaram.ente da mesma forma.
Existem pessoas que conseguem destruir colhciras inteiras com um
simples olhar invejmo, o que toma-as extremamente perigosas.

O 'Olho que Seca a CoJhcita' de-,-c ser combatido de forma


contundente. A vítima de-,-c tampar Sleu corpo físico e asml amwés
de banhos com ervas de Exu (prcferenci31mentc arruda, folhas de
pimenta malagueta, mamona e urtiga) e um pô, feito de Pimenta
do Reino e cravo da índia é soprado no corpo. Na tesidtncia da

..
pessoa, coJoca.-sc um ovo de casca branca cm cada canto da c.ua, No
ovo deve estar dcsenh3do um olho. Defuma-se a casi com pimenta
malagueta e enxofre e os ovos são rccoJhidos, A vítima deve levar
esses O\'OS aré um terreno baldio e lança-los de cost:u para dentro
do terreno. Saindo do local, na primeira cncruzilh3da 'aberta' deve­
se ofcmr um agrado ao Exu Tranca-Ruas soHdtando que imp�a
àquda carga cnc�ética nociva despejada no terreno baldio volte
junto com a pessoa.

Jli; lltJ11$ "ao ltontnítío"


Muitos conceitos descritos até agora são parte da herança cuJtu.ra.l
que a feitiçaria europeia nos deixou, em especial, as brww e
brwc.os Lusitanos, Como a Bruxaria é parte afü-a dos conceitos d a
Quimbanda Brasileira, devemos compreender sua ação para efetuar
um �sível contra-ataque o u libertação,

Um dos grandes fundamentos da Bruxa.ria Lusitana era o uso de


"Rezas Fortd'. E.uas re7.3S em grande pane eram (são) de cunho
ar6lico, mas algumas apresentam modi6caçõesc alU9Ões mitol6gias
e dementais sufü o u nio que as fazem poderosos 'dardos de ven eno'.
Um CJ.Clllplo clássico é o cosrumc dessas bruxas (que perdura até os
dias atuais) tt1.3.f a ..Oração do Crtdo" das cost:u de um inimigo
quando deseja derrubar suas prot�ôcs.

';4.mhn trmw da vida, da mrne e da rtm11Ttipfo,


NOI p«tl/Ws, da mslln'ti{rio dos sa.11/os, ,,a ro11u111hdo
mrôlka da igrrjfl sa11m� no santo dos espíritos, no
mio ,ws mor/os e ,ws vivos, j,l!§tr a vir oWpoderoso,
rodo p.1i lHus dedirtira mão, umanfo "'" dia, tsrd ao rtu ao
sllbir os mortos da rtwmifdo do dia, krrtiro ao i11for110
aos OOrern.111 se/"'ltntws aos morrOI m«iftmdosfoipi/aoo
por il1ído de po,tkr sobrepad«eu Vi,gnn Maria do Ciu, no S1 ,uo
Espirilo, do ro,Kebidofoi qllllt só 11111 Cristo faJIIS, m, Ttrm da
Ao <i11 rrindor ro&, poderoso, pai Dew eu crdo."
(Nívio Ramos Sales, Rc7.as que o Povo reza, pg. 31)

90
Emrctanto, quando a •Rtta do Credo" é sussurrada, qll3SC
irrcconho::(vd e 30 contrário torna.se uma forma de idoJatria ao
Demónio. EX:.stem trb formas de Rezas 30 contrário:

1. Escrita de trás para &ente (forma mais poderosa - Oeu.s-


Su,d);
2. Usando a forma negadva (NÃO aelo ...);
3- lnldada pelo fim (Exemplo do Credo Atave$$0).

Apesar de alguns leigos acreditarem que a Quimbanda Brasileira


nio teve influencia da pnítk:a das poderosas rezas. contestamm
veementemente. afinal. a Brunria Europeia está explicita nos ritoo
da religiio. Tudo na Qui mbanda gira cm torno de ter.as, MUlus vttes
as ttZ:.ll aconto::em atr.wés de 'Pontoo-C.anrados' • mas de uma forma
ou outra estão no cotidiano das pnítkas. Os antigos Quimbandci.ros
sabiam o real poder de uma reza, afinal, hoje até a citncia concorda
que seus cfdtm ultrapassam as esferas do mfaócismo, Oc-1.C'nas de
relatos divulgam que uma tt1.a bem feira tem o pcdcr de fãvoro::er
a cura ffsic:a cm casoo de doenças graves. bem como amenizar dores
e favorecer tratamentos, Oeste pomo emendemos que uma reza
feira de forma maléfica pede interferir fisic:amentc, conduzindo as
pessoas a um emulo dcprcssh-o. cercada de pensamcntoo nocivos e
autodestruth-os.

O sintoma do ataque <via ieza• é simples, Dor nas cootas, dor de


cabeça, indispooição e perturbação do 90no.

A máxima das rc2as é: "'Reu se combate com reu!". Quando


o ataque é intenso. pcx:lcmos usar uma tócnica muito antiga para
•queima(° m c:fcitm, Esse procedimento consiste cm segurar um
espelho com a mão esquctda e um punhado de sal na di.rcita, A
vítima olha para o espelho (a altura dos ombros) e inicia a ma.
Conforme for rttando, vai jogando sal para tnís. por cima dos
ombros. Isso ataca direumentc as forças contrárias. pois age como
repelente de baix:.u vibrações. Após esse procedimento, dc\-cmm
imcd.iaumcmc ministrar um Banho de Ervas do pescoço para baixo.

Um adepto expcricmc cmtuma rttar mascando nove grãos de


'Pimenu da Costa' (outras llC'mentes ou cr.'3.S) e uma garrafu de

91
caduç:i na mão. Conforme for rezandocoloca poqueoas qU3.Jltidadcs
de cachaça na boca vai soprando no corpo da vítima. Isso garante
uma boa Limp<"Za, Depois de feito esse procedimento, cruza o corpo
da vítima com uma p:mba ou p6 apropriado.

As ervas tem um pcdcr incrível de rcvitataaçâo e fucm.-sc necessárias


em tcxlos os proccssm de Limp<"la astral. Com dois galhos de aroeira.
um adepto buc no corpo da vítima e dama p:la limpeza astral cm
nome do Po,-o da J,.W, Enquanto bate as folha s , vai soprando água
no corpo da mesma. E ntretanto, antes de soprar a água de-,-c vibrar
a segUlntc reza:

'St co,n lttll u frrim,n rom rtza re1om,1rti e ma 1111mdingn serrl


dcwlvidn. d/tia de ódio de q11em 1ofiru, Se tw rtzil ifork a mi11hn i
maior, S<M1ftlhodn QuimbnNda� herdtirodeMofo!"

Ret.a para íuer nas costas de um inimigo- Conjuro do& Pregos


dejefllS

"E,n nome 1W Diabo de U,,gun biforrada� de cor W'f'ltitlha e pé �


bo.tú, rtta áos avwo' mN i11i,nigo, j11mn&, nas SJ1aS costas a morre.
C�uJO me mú prego igllnl de faius, me aj,Jdn pmvkr ,nc11 opo11m�
sete ,nartdadas e,n mda mão, 1,ow ,na,tt/adas em sNJ pls, prmdo c0111
corda ecorrrmea Mgnra ,,a .111a vida.' Carrrgueo ptsoda dor, abm,n­
se rodas SIIIUferida, e conto a partir de agora o dia q,u cwpirri Na sw
cout.!Mnnál"

Rna para fechar um caminho

'"Por onde o inimigo passu andando varremos e guardamos o p6


(pOC'ira). Esse pô é misturado com cinza de cigarro e deve ser jogado
em cima de f<"lcs de cachorro que estejam na rU3. Feito isso, no dia
seguinte (ou quando consegu.ir) se reza nas costas do inimigo:

Coloro lnlS pis ,,n bosta, pnm ntla ef,mdar. Pd41 ma/h,u de Sa1a.11ds
smú prt.10 à pobraa, miJiria e solidão e vivmú aba,,amW o mbo e,n
busca de akN(tfo e ro11m/a, Amém/"

92
JUgult1l' pr.oceôímtuto.G fOttt..G par.a límpCJll
enugétíot t combate n.Gtnú

�iBifa?
����

A Quimbancb Bnuilcira é uma rcligiio agrcssi'\'a e obscura, mas


porque se preocupa tanto cm rcaHar defi-s.u e combates astrah?
Pdo simples fato de acro:liurmos quc vi,,:mos em constante estado
de guerra, Se nio soubermos nos libertar d.as forças escravimdoros
dificUmcntc consegui.remos atacar de forma rígida e aguda, Saber
de-fender é importantíssimo, afüul, vivemos cm uma densidade
onde existem ftwc.os e tc'ftuxos constantes,

Todospo<km "'" as tdtims<k 111illhasl'onq11istas, mas ni11g11b11 ('OI�


disrm1ir a tstmtlgin q11e gm" as vildrias. (Tzu, Sun - A Anc da
Guerra- Editon Jardim dos Livros)

Existem muitas formas de li.mptt3 e combate, mas nos limharcmos


apenas algumas, Rc$alvamos que simplicidade não tem relação
alguma com rcsuJtado. pois qualquer uma dcsu.s práticas fcitru com
dc\-oção, coragem e dctcrmjnaçâo é muito mais eficaz que ouuas
limpttaS cm que são usadas dezenas d e dcmcnros,

l,ímpe;a com ©tio!!


Os O\'OS estão dentro da grande maioria d3S culturu antigas como
alusio à procriação, ao útero e à continu.idade, É uma tt"prcllC':ntaç:io
de energia virai e seu desen,..olvimc:nro conectado aos mfatérios de
&ú. Oc:ntro das praticas de fcidç.uia é prukamentc impossível
desvincuJarmos o uso do O\'O, afinal, é um tt"ttptáculo poderoso que:
tanta mú a fertilidade quanto quebra as energias noci,'lS,

A QWmbanda Brasileira absor,cu parte dessa Tradição secular e


também faz uso dm O\'OS para algumas riruaJísrkas, Entendemm
que um útero fértll pode atrair formas de vida., ou lleja., um ovo tem
a capacidade de prender um cspfriro e imobiliza-lo por determinado

.,
tempo, Isso ocorfC' em razão da CX:mtncia individualim:la que o
ovo reptcsiema. 3.li.nal, não ex.is te cordão umbilical que con<'Cfa-o 30
útc.ro gerador, Para isso devemos compreender a narun:za dos ovos
e SU3S diferenças.

No combuc asual e na Hmpe:za encrgétka os O\'OS sio passados cm


ttrtos pomos no corpo das vítimas para que absorvam as energias
nocivas, Como o ovo é umacxisttncia individualizsda, rompem-se os
1:.tços cnu·e a v(f1ma e os espíritos que estão obsrrUlndo os caminhos.
Nossa Tntdição cosruma dcsienhar cruzes na casca do ovo branco com
Pcmba-prcta. Essas cruzes sio como ,-6nitts que sugam as energias
para dentro do ovo e desuoem os 6os condutotcs, Para trabalhos
mais incist\•os cosrumamos usar ovos de pata, já para Hmpe:zas
mais ametUS O\'O de gaHnha mesmo. Um dt:rolhc interessante é que
nos tnbalhos mais densos podemos trabalhar os o� de para de
maneira mais incisiva. Com uma cola LíqUldadesienh amos uma cruz
no ovo e polvilhamos p6 dt: imã por cima, Depois de seco pcx:le ser
usado ramo na nmpe:za individual (corporal) quanto na limpeza de
ambientes enquanto ocorrem defumações,

Os ovos de casca vermelha, segundo nosso entendimento, são


elementos mais ígneos, cartcgados de virilidade. Dessa forma nio
temos o habito de usi-los em limpezas e combates. MUitas ,-czcs
siervimos os mesmos cozidos embebedados no EpO (dendt). Essa
oferenda é feita para restabelecer a saúde física e mental dos adeptos.
0.-os de Codoma sio usados para a virilidadt: e ape:dtc sexual
dos homens bem como para neutralizar forças nocivas dentro do
ambiente. Uma ofcrencb simples e que repele mUlras forças inenes
é siervir 30 Exu Cobra sete O\'OS de codorna crus, Isso faz com que
essie espfriro neutralize e mosuc os focos ondt: as energias conuárias
estio se alojando.

Os o� dt: g:.ilinha d'angola (Eh)), apesar de sietcm d.ifkcis, são uma


iguaria que siervimos a Exu e Pombagira quando desiejamos buscar
dinheiro. Lembremos que um galo ou galinha dessa raça é muito
,•aHoso para os espíritos, suas penas são como •moedas' e a energia
é equfübradora., afinal, carrega luz e trt'V3.s em sua esstncia. MUlros
Quimbande� não usam essie animal por associá-lo aos Cultos
cósmkos, mas csquettm fuciJmenteque tudo que usamos nos cultos

94
é de origem c6s.mka, Nossa ritU3lístkas. e intens.õcs. é o que nos
diferencia, A galinha d'angola também está associada ao Culto dos
Mortos e ao Rei da Kalunga.

E$a limpC2a é feita quando as vftimas estão sob fones tonll.l'3S


mentais, principalmente no período de sono. O adepto usará
t.tts. petUS de Urubu (prcvi3.mentc colhidas na n.uu..ren) e pa$acl
por todo corpo cb vftima enquanto sopra cachaça com g:rios. de
Pitnenta-da-Cos.ra maccrados.. O Urubu é uma a,-c conectada ao
fogo decompos.itor e a ação de suas penas, dentre: muitos usos,
pode romper laços ene,géticos nocivos., Ao soprar a ruchaça com
pimenta o adepto vai <fechando o corpo' para que essas energias
voltem para o mesmo l ugat O ideal é que esse procedimento seja
acompanhado de um 6.ltro de proteção (descrito pelo mesmo autor
no livro Quimbanda - O Culto da Chama Vermelha e Preta). Apôs
repetir o ritual trb vttes s.cg:Uldas, as petUS devem ser queimadas e
suas cinns depositadas dentro do 6Juo,

Cantiga para Limptta de Pc:nas: "'-'"'IN MIJ tU/eNtS n Exu, ó Ga,,gl


Exu dn1 pam mim, ó Gmlfi� N wo daforma cerra, ó Gangá, p.1m que
o mnt unhafim.'"

tímpeJa com funutcn be tabaco


Certamente o Tabaco é uma planta que possui uma longínqua
tradição nos ritos de HmpC7.3 e purifiação. Os po-,-os amerCndios
acrtd.itam que a fumaça sagrada provinda da queima do tabaco abn:
portas e escadas entre o mundo dos vi,-os e dos monos. O sopro
do charuto (cigarro ou cachitnbo) é muito d.inàmko, afinal, mescla
dois elementos: fogo e o at Espiritualmente expande e aquece todas
as fases dos rituais e C\'OC3 as forças espirituais.

O tabaco é uma erva que a o ser queimada Libera toda a energia


de seu ciclo virai e isso causa dois efeitos: Expulsão e queima de
conexões espirituais noch'3S (banimento) e a 'cura' das fendas
que estão no escudo energétko das vítimas, E$a reconstrução do

.,
escudo ocorre por uma aractcrísrka peculiar. Nos trabalhos de Exu,
charutos mais fortes sio okmdos aos espíritos. O tabaco deslles
charutos geralmente ocorre em solos com alta concc:nt.raçâo de
argila. A argUa, elemento mágico indispensável aos asllentamentos,
tem a apacidade narural de iecriar, curar e restabelo::cr os corpos
ílsicos e astrais.

O tabaco tem pcxlcr dc dcsobnn.llros chacnu, pcrmhindo a absorção


cquUJbrada d.as forç.u astrais (a.Hmcnto do corpo astral). Quando
soprado nos pontos certos de uma vftjma pode restabelo::cr a energia
que: estava sendo vampirizada. Um adepto deve ter cc:rta indmjdadc:
com o charuto, mesmo que não lleja um tabagista., pois cm rea.Hdadc
fumos espirituais não couumam ser tragados.

Qt.13.Jldo o tabaco é usado de ÍOtm3 crrõnca acaba lle tornando um


grosseiro vído. Esse é u m dos pequenos 'pre900' que as pessoas
pagam conscientes ou não pelo mal uso do tabaco.

Na Quimbanda Brasileira é usado de algumas formas:

Charutos fort.., (Exu) ou dgvrllhu (]\,mbaglra);


Cachimbos com fumos preparados;


Rapé curat""'
Cigarros de fumo de c.otda dema,dos

Fumo de corda usado •m banho de llmpna;


• Cigarros oon'Wndonals.

O uso dos cigarros convenciona.is é bem popuJa.r entre: os adeptos,


entre.tanto, nossa Tradição acre.dita que essa forma de: tabaco esteja
muito auclacb às correntes materiais, desSl forma iecomendamos
para tais fins,

Fumo preparado nada mais é do que o uso das folhas de tabaco


(ou fumo de corda) acrescido de ervas e outros elementos. At.ravés
de um intenso intc:rca.mbio com a cuJtura ind.fgcna de alguns
paJ'lles pudemos comptttndcr a ação dessas mjsturns. Muitas ,-cus
optamos cm usar o fumo Maparhu (Peruano) acrescido de ervas
oquUJbradoras, ouuas usa.mos o fumo baiano cm conjunto com

..
erv3S ígnc-.u, Existem fumos que: acrescidos de pdes de animais
(cobra) e outros com resinas cspccffi.cu. O uso desses fumos está
diretamente concet:tdo com o Povo da Mata e um dos grandes
segredos do tabaco é que ele concenua e expande a propriedade
das out.ras erws. Um fumo desses llOprado no cotpo de uma pessoo
pode incinerar energias nociV3S e ao mesmo tempo agir de forma
cicauh:antc e curativa cm seus escudos energéticos.

Para preparar o fumo é necessário ter as ervas 'secai de excelente


quandadc e reduzi-las quase ao pô amwés do ullO de um pilão. Nessa
mfatu.ra é colocado o fumo e, dentro de um recipiente adequado
(vid� escu�) dC\-c desicansar po.r no mínimo 90 (noventa) dias,

Os rapés são um imponante capltu.Jo das medicinas indígenas, Não


iremos adentrar muito nos mistérios do rapé, apenas citrucmos
sua aplicaç:io como fone ali.ado nos procedimentos de HmpC7.3
energética. O rapééum pófeito para inalação e contém tabaco cm sua
esstncia., entA"tanto, sua ação transcende o próprio tabaco. Apensar
de nio fazer pane da Tradiç:io da Quimbanda., o rapé tornou-se um
podcrollO aliado nos trabalhos de Hmpcn e desobstruç:io energétka.
Seu poder de expansio corrobora nos procesllOs acumuJacivos
d.isllOlvendo entraVes internos que naturnlmente atravancam a
e-.•oluç:io. Externamente. couumamos usar o rapé simples (cr:r.•o,
canela efumo) para soprar nos corpos ílsicos enquanto ministramos
as Hmpcza.s. Essa prática mostrou-se incisiva no combate astral.

Usar fumo de corda nos banhos de Limpeza., ao contrário do que a


grande maioria dos leitores imagina., não é uma Tradição hetdada
dos africanos, Os i'ndios Tupi-Guarani fu:ia.m largo uso do petymn
(fumo) em seus banhos purificadores. O fumo age como um açoite
em energias nocivas e mesmo com outras CJV3S e água. age como
potencial:andorda mesma mandra.

Os cigarro co nvencionais rem o fumo como base de suas fabricações.


cnurtanto, sio acrescidos de outros dementas que enfraquecem a
ação purificadora e sigrada do tabaco. Na nossa Tradiç:io. mesmo
que Exus e Pombagiras usem os cigarros. entendemos que o mesmo
é um fone instrumento de cobrança por pane do &pfrito que
reside no fumo. São bastonetes de vício que movimentam mu.ito
dinheiro. Isso fuz com que os usemos principalmente nos trabalhos

.,
de cunho material, afinal, atrai as corrc:ntcs grossieiras da mru:éria.

:tímpt;a com fogo


O uso do fogo como instrumento para limpcza 6 uldica é uma prática
que cmí implkira e explicira em quase tcx:las as cuku.r.u ancig,u. O
fogo está dirrtamcntc relacionado ao Sol, calor, às coJhdtas e ao
furor d.inimko que abre os caminhos. Possui muiras faccras e age
de formas desconhecidas, afinal, é extremamente difkU controlar o
fogo, mas os adeptos inkiados nesse demento aprendem algumas
formas de usar a fo rça ígnea para destruir e desobstruir todas as
energias nocivas provindas de ataques espirituais,

Descreveremos uma das formas mais agress·ivas e incisivas dentro


dos combates e limpczas astrais: 'O Círculo de Fo go'.

No nosso livro anterior MQui111ba.11da • O Cuho da Chama Vermelha


e Prrta" descrevemos os usos da pólvora (Tuia, Fundanga) denuo
das ritualístic.u de Hmpcza, Dessa forma não roescrt'\-cremos os
procxd.imcntos, O ritual do 'C(rculo de Fogo' necessita d o demento
p6h-ora para tornar•sie realmente eficaz nos combates,

O ritual consiste em colocar uma v(tima de araque em um local


amplo e, com uma d.israncia segura, derramar álcool no chio cm
torno dela (circularmente). Devemos espalhar a p6h-ora cm pequena
quantidade ao longo do drculo todo. Quando ateamos fogo, o
calor 6ca intenso e a pólvora é queimada aos poucos produzindo
alguns minutos de fogo e fumaça densa. O fogo queima as Hgaçõcs
espirituais nod'\'3S e a póJvora dissolve-as., Não podemos deixar de
aplicar um poderoso banho de ervas após esse procedimento, pois é
necessário oquUJbrar o escudo enei:gético da vítima.

Outra forma é deitar a v(tjma dos araques n o clúo por cima de uma
fina camada de p6 de imã e accnder49 vcbs vermelhas no entorno.
Com uma pcmba branca risca.se o contorno do corpo de modo
que pareça uma 'cena de pcrkia', O adepto deve proferir palavras de
poder, determinando às forças nod'\'3S que estejam presas n a sombra
do chão. Coloca•se álcool e fogo na 'sombra desienhada' enqU3.JltO se

98
mjnist.ra na vítima um banho de ervas.

A Água é um demento mUlto conectado com a vida e a prolifet3Ção


da mesma. O seu uso dentro da magia é extenso e percorre muitas
culturas e Tntd.içócs, mas dentro da Qu.imbanda essa pnítict não é
tão disseminada.

A pnítkaé ttfativam entesimples.O adepto ttcolhc aproximadamente


02 litros de água do mar (paga por da). Deve ter em mão uma
concha do mar relativamente grande para ministrar a água cnqU3.Jlto
banha a vfrjma de araquc astral. Cada concha d e água que o adepto
derramar sobre a vítima antará o seguinte ponto:

''Pombagim Rai11ha 1W Mar km o qlH 1r111 q11e km,; leva todo.


11,a/dam, klNl tudop.1m ofa11M 1W marl"

Depois desse procedimento, deve.se defumar a pessoa com uma


mfatu.ra feita dts scg:Ulntcs ervas: Sálvia., alecrim e alfazema.

'.lítnpeJll com pebafoll' be 01rne


Essa HmpC7.3dC\-c ser mjnistrada apcnasquandoos ataques espirituais
forem de cxt.ttma vonteidadc, Pcx:lc ser feira separadamente ou em
conjunto com outras HmpC7.3S.

A e.une crua é um ícone, um s(mboJo máximo de s.ttisfação. desejos


brutais e insdndvos. Sabemos que ramo as larvas quanto os espíritos
obscssorcs são movidos por instintos e a e.une crua se torna wn
objeto de desejo,. principalmente se csth-cr carregada com a energia
da vítima, É uma rcpm:lução do próprio cadáver fl'sico e a ilusão de
uma vitória.

Todas as carnes podem ser usadas, cnt.retulto, da.mos prcferencia


ao fígado bovino ou suíno, pois sua energia está diretamente H gada
à raiva, ódio e rancot. Se a v(tima está cm processo de depressão
com fobias optamos pelo uso do rim bovino. OC\-cmos fu.zcr um

.,
pequeno corte nessas carnes e colocarmos pequenos pedaços de imã.
pois serão os fC'sponsá,-cis cm temporariamente segurar a energia da
v(6ma no pedaço de carne,

O ritual consiste cm passar/esfregar no corpo da vítima dh-crsos


pedaços de carne crua (sangrenta de prcfcrcncia) enquanto
clamamos pela libertação da mesma Pelo menos 04 pedaços devem
iier usados nesse rito, principallTIC'ntC' ll3S cosw, pois é a parte do
corpo humano mais ,•uJnc.rh-cl. Esf«g3.mos as carnes cm forma de
cruz e clamamos para que a s maldições, png,ts, tezas ao contrário
e amquc.s de vivos e monos iiejam dtenados ao cadh-cc. Colocamos
as carnes cm um prato e imediaramente Sl!mos com essas carnes do
local onde estamos fâzc,ndo o ritual. As carnes devem iier deixadas
em lugares abandonados, prtfcrc.ncialmcntc onde ocorram aves
decompositoras,

A pessoa deve ser coberta em sal grosso w:é as e.unes saífC'm do local.
Depois disso são ministrados dois banhos: Descarrcgoc Encrgização.
Costumamos consagrar um fi�dc.-conras para a pessoa USlr w:é que
os sintomas do ataque cessem por completo. O ambiente cm que
esiie ritual for feito deve ser desc.urcg ado.

100
AD lermos llObrc feidços e conj� da Q.iimbanda Brasileira
encontramos o uso dos p6s-ritua l1sücos, Vou relatar alg uns dctaJhes
importantes sobre a confecção e o uso desses agentes mágicos,

Quando os adeptos vão a uma loja espe:cialiuda cm anigos


rcligiollOs geralmente encontram seções tcplcus de pôs-mágicos,
Cuia cai.x:lnha contém um nome c:spe:d.fico e um pequeno saco
com aprox.imadamente 100g de pó. &ses pôs são feitos e tingidos
de acotdo com o apelo estampado na caixa, ou seja, os de amor e
paixão são avermelh3(.'fos o u rosa. os de dest ruição sio c:sc�. os de
prosperidade são amarelos, os destin3(.'fos à 'abertura de camjnhos'
sio azulados e os de saúde são verdes. Esses pós são um dos maiores
engodos que existe no mercado. O conteúdo da grande maioria
desses �trata-sede gesllO ou calclrio tingido. Existem fabricantes
que usam a t é restos de giz escolarl

Apesar de nio ser rdcvantea o assunto, também citaremos os banhos


que estio a ,-cnda nas C3S3S de an.igos rcligiollOs. Em sua grande
maioria são feitos de água, esstncia e corante de bolo. Se a pessoa
usa e alcança tcsuJtados é porque sua fé teve a capacidade de ser
canafaada através do aro rirualístico e nio amwés dosagrado sangue
,-ctde,

Os � são feiros cm pi16cs de madeira, latão ou louça. Se a pessoa


quer ter um pó clicaz, deve ter um bom pilão, caso contrário nio
aJcançará a levC".la nocessária para que esse p6 6ua amwés de um
llOpro. O pilão de madeira é o mais apropriado, pois a madeira é
um illOlante natural e não a.bGorvc a energia, Dessa forma. o mesmo
piJio pode ser usado na confocç:io de dh-crsos tipos de pô. Os de
mera\ e poocelana (almofariz) precisam passar por um processo de
banime nto e LimpC2a a cada confecç ão.

Tudo que existe na natureza pode ser transformado cm pô. O


adepto deve aprender ter o dis.::ernjmenro para sabe,r como pode

'º'
US2r acb dcmenro :a seu favor. Por exemplo: Um pó fcilo com
tc1r2 de formiguei.r o e espora de galo ausa gr:indcs confusões e
btig2S onde for ;>gado ou sopr:M:lo. Ji um pó feiro com 06 rcsros
dos ch:arutos dos Exus rom:t-se um po1crue pó usado n:a qucim:a
de brv:tS :tSrnis. Cad:a elemento deve ser cstud:.do com cui<bdo.
pois cs.<;a :aJquimi:a envolve 12mo o conhcdmento religioso quanto :a
inmiçio do :adepto.

Êxi.s1cm demcncos muito dHlccis de pila,. Nesses ClSOS o :adcpco


deve rornr esse demento e pil:tr posteriormente. Our.ros demcntos
devem ser lix:.dos ou nbdos. Ess:3 decido só pode ocorrer com :a
pritic::i.. Por exemplo: O pó d:a faV2 "'G2rr2 do Oi:abo ou G:arra de
Pomb2gira" é c:n.rem:amente cfü::n nos Cl.SO.\ de scP'lnç5o :amorosa.
Porém, qu:indo coloc:i.mos :a fava no pi�o cb cosruma :am�r e
nfo se despedaça com facilidade. F.ndo co smm:amos pilar :a mesma
cqu:ando d:a cSti ::ahcm. rccimmos do pil1o e a queim:amos. Qu:ando
pil:amos n�mente, css:t faV:t st 1r2nsform:i bcilmente em pó.
Bichos se<:os como o s:1po (por exemplo) t:tmbém ncccssit:i m ser

queim:idos.
Os pós podem ser us�os de divers:is form:is:

• Soprados - i ama das formas mai.s poderosas, pois além das


qualidades contidas no pó o sopro ca..rrega-o de iftteru6es.
Jogados - Oiudonados atrnH das mios.
Colocados dentro de feitiços 011 em objetos como carteiras
e contratos.
Queimados em defu.maç6es.
PolviJhados em -.elas e outros objetos rituaJftticos.
PolviJhadot em buhos.

Um pó fcilo pil:i.ndo-se folh2S de 1our(), :tlecrim, forrun:i. :ibre­


aminho. pó de b1hios bnncos e pó de ouro pode :i.l:wanar
um negócio. Se nesse pó for :idkion:ido pó de imJ :i.tni clientes
potcndais. Se US:trmos terra ret.ind:t d:t pom de um b:inco. 1err:i
reiir:tcb de um comércio próspero. pen:u colorid:tS de p-ámros
(queim:ubs e ir:i.nsform:tcbs em pó). efum e pó de tijolo, :tlém
de :i.tnirmos bCkl sone e prospericbde :to comércio. protegemos o
mesmo contr:i inveja e 'olho gordo'.

102
fu-jsrem elcmen1<� que devemos rer muito cuicbdo :.o pil;ar, como
por exemplo. :t foV':l "olho decibr::i". pois :t co:c:in;a contid:t n;a mC$m:t
pode c:.us:.r sérios dwos ls �5 (inclusive :t mone). Portamo.
:tntcs de pil;ar qu:tlqucr marerfal devcmo.s conhecer su:tS propriecbde
mjgias e m;ateri;ak

O c:trv:1o l um equiJibndor do demento ígneo e pode ser us:tdo em


rodos os pós que ncces:sj1em de cquilibru :t energi;a. Folh;as do Fogo
seC:lS pilad:tS com cuv!o constroem um poderoso pó ene�tico que
:to toa, um:t pC5SO:l queima a.s m;azcbs que estio cm seu corpo.

Um pó feito com esc:.m;as de peixe. arocin. folha.s de ofé ou pó de


c:tfé. folh:3s de pit:tngucit:t e pó de �ngibre consrrocm um poderoso
pó de limpeu e proroç:io. Podemos us:tr n� mistur:i folha.s de
percgum sec::i.s o que fo.r:i com que esse pó :tfme cspiriros obscssorcs.
Um pó feito com obi e orobô (fava.s :tfric:l.flli) pode ser mistur;Mfo
n;a comid:t de um;a pessoa que esteja sendo :tt.1ada espiritu:tlmeme.
Isso t.rari um comb:.re interno.

P:l.r:l. scpllir um asaJ. cahclo de mula. besouro soco. C5pinho


de ros:35, espinho de c::iccos e um pé de gaJinha.. Esse conteúdo é
coloado deniro de um ca1dcir:1o e é 21e�o o fogo. Qu:.ndo o.s
objetos e5tiverem torr.M:los devem ser pibdos. F..s.�e pó é soprado
n;a pom d:t C:lS3 ou do emprego do oponen1c. C:tuS:t dl':5truiçlo e
dcsgr:iÇ:t de forma muiro rápida.. Obvi:tmente que n:io MSr:t pila.,
que o pó o.ri pronro p:tt:t o uso. Exisrem or::iç6es/reus p;at:t 21ivar
esses pós. Uma d:tS rez::i.s que f:ttemosenqu;amo pil:tmos ()$ m:tteri:tis
la Oraçio do Pilio.

"'Tnn mironga, tnnfn'tiro, tnn magia n�• no mnt piláo


Pilo NU, qWJrtou ou. vinte e um, pero amor 011 tÜl'lru.ipfo
Meu. pil4o tnn r,J@, mru. pi/Ao I 1nua.,e, meu.pi/Ao l ttmhY n11
artedMp6,
Sopro aqui, ,opro aeolá emntp6 ndo ddxa de11z,'r
Como umil cobra q11e ,� nt0nde no, ean/OJ, um rato q11.eco�
nonNl.ro
Um mort'ego IJUeinvadea etua ou. lobo q11.eataca a trl11-f40
lntita m�do ou. índiapaix4o
Mn1. p114o vai agfr eonforment pttlir

,.,
E,•pó;p,,m (díur o 'l'" d#-.JA),"
(repira essa oração até F.u.c:r o p6)

Depois de feito o pô. pode-se cantar:


'Segura o í•lt� a coruja piou/ Vou mandar a mandlnga pra
qutm me envtou(2x)'

Tcxlos os 'p6s,<l,irccionado.< dC't-cm ser pilados com o nome da


pessoa escrito sete VC?.CS em um papel O procedimento é simples:
&crcvc o nome em um papd sem uso, coloca no fundo do pilão.
Quando estiver qltlSle pronto q ueima esse papd e mfarura no p6.

Quando a pessoa está longe e não podemm jogar o p6 na frente


da sua casa ou comércio. procuramos uma encruzilhada aberta.,
jogamos m búzios para confirmac. Positivando. pagamm os quauo
cantos. Pcg,lmos um pouco do p6c colocamosdcnuo de um canudo
feito com g.dho de mamona (na fruta pode ser um canudo feito de
papelão) e canto po r canto sopramos o p6 para o alto chamando
o nome da pessoa sete vaes seguidas. Podemos cantar o ponto
descrito anteriormente.

Ex.istcm p6s fcitm para serem polvilhados nas roupas íntimas. Um


exemplo é o AS Casanuntelto. No dia cm que estiver acontocendo
um casamento, lU hora cm que m noivos estiverem d.ittndo suas
juras, o adepto rouba uma ftor da igreja, Deixa a mesma secar e
pila� conjuntamente com a erva 'Agarnu:linho' e com uma Unha
,-crmdhadc lã com serc nm, Para cada n6 a pessoa deve chamarpdo
nome do amante. Esse p6 dcvc ser salpicado nas roupas fnrimas do
casal o que garantirá 6ddidadc e paitio.

Descreveremos alguns J>m e suas aplicaç-ôcs. Nem sempre temos


as crnu fresc.u, desse mcx:lo optamos pebs secas, Cada 07 folhas
Íl'e$C8$ cortt.Sponde a 1g de erva UQ\.

Pó para Abertura de Caminhos oom Exu Sete Enc::nallhadas


Modo deprrp.1ro: Elcmcntm torntdoscm uma panela eposteriormente
pifados e n:duzidos a p6. Depois de peneirado. coloca-se aos pés da
firmação do Exu por sete dias seguidos. Esse pô é para ser soprado
no corpo das pessoas nocessitad3.s,

104
Itens:
Folh.u de Abte-Caminhos (21 folhas)
Fava A.ridi - ½ fava ralada
Follw de Arodn (63 folhos)

AS para passar nas mãos e atnlr dlnhelto oom Exu Chama­


Dlnbelto
Mododeprrparo: Elementos torrados emuma panda e poucriormente
pilados e reduzidos a p6. Depois de peneirado. Depois de pronto,
acrescentar uma 'pirada' de pô-dc-chave e uma pitada de pC>dc­
ouro. Coloc.l-lle aos pés d a 6.nnação do Exu por sete dias seguidos.
Esse p6 deve iier passado nas mios antes das pesllOas irem trabalhar
ou rcaliiarem bons neg6cios. Oi».: O pxie<have é o pô tesuJtante
dts novas chaves feitas pdo chaveiro (tamadas).

Itens:
Dinheiro em Penca (21 foJhas)
Fortuna (21 foJhas)
Caroço de romi (28 caroços)
TfC\•o de QU3UO folhas (01 unjdade)

AS para atrair amor e palxáo com Pombat;tra Sete Salas


Mododeprrparo: Elementos torrados em uma pane.la posteriormente
pilados e rtduzidos a p6.

Itens:
Fava Garra do Diabo (07 fiwas)
Rosa Vermdha (pérabs de 07 rosas)

Depois de torrados e moídos. a mistura deve iier peneirada,


Acrcsicentamos:
Cancl, cm p6 ( 03 colheres de chá)
P6 de OsunA.fricano (OI unjdade)

Fazer uma pequena oferenda a Pombagira e deixar esiie p6 descansar


por t.lts di3.s junto a mesma. P.usar uma pequena quantidade no
corpo antes de iie encontrar com a pcsllOa desejada.

,.,
Pó reffilurador de saúde oom Ena Curador
Modo depreparo: Elementos torrados cm uma panela posteriormente
pifados e reduzidos a p6.

Itens:
Coco ralado seco (1O gramas)
Fava de Ocndt (OI fa,.'3)
FavaAridã (OI fava)
Raspa de Limão ( ½ Limão)

Depois de torrados e mo(dos, a mjstura deve ser penci.r.tda.


Acrescentamos:
Pôdc:Osu.nAfriano(OI unidade)

Depois de pronto, misturar com um.a colher de pau enquanto pede


com muita fé ao Exu Curador que cokque suas energias n a mistura.
Deixe repousar 07 dias e apôs pode soprar no corpo e no leito d a
pessoa que ncccssira desse poder rcstauctdor.

Pó para a pessoa vencer o vído oom Exu das Matas


Modo depreparo: Elcmcnros torrados cm uma panela posteriormente
pifados e reduzidos a p6.

Itens:
1 pedaço de fumo de cotda (previamente desfiado)
Sementes de cabaça 'macho'(77 sementes)
Pimenta da Costa(77 pimentas)
Cipó Prara (04 golhos ou ;g)
Sruão (07 folhos)

Esse p6 deve descansar por 21 d.ias em um fnuco escuro firmado cm


cima do 'Ponto Risc.ulo' do Exu Curador. Todos os dias o adepto
deverá firmar esse ponto cantando e rcz.ando ao Exu pela Jjbertação
do vído.Ap6sesscpeóodo, o mesmo deve ser poJvilh.ado cm pequena
qu.antjdadc na comid.ada vítima. Para esse fim, poMLhamos sempre
com .a mão d.ircira.

""
AS para fechanunto de corpo com Ena
Mododeprrparo: Elemc.ntm torrados em uma panela poucriormente
pilados e tcduzidos a p6, Nesse. procedimento rc,comc.nda.mos que
sc.ja qucinwlo inúmCt3S vetts até que ao ser colocado no pilão seja
f.íciJ a transformação cm pó.

Itens:
Cabc,a de galo preto (OI abcl")
Pó de ferro (5g)
Fava Anué (OI inteira)
Vence Demanda (3 folhas)
Comigo Ninguém Pode (21 folhas)
P61vora (OI Pitada)

Depois de pronto csiie pó deve iier ofcmdo ao Exu Tranca Rua das
AJmu ou ao Exu 7 Cruzes, Apôs iietc: dias de descanso. o adepto
riscará com o dedo indicado da mio direita besuntado de. óJeo de
mamona uma cruz no peito e uma cruz nu cmw do nttCssitado,
Colocará um pouco do p6 na mio di.tdta e soprará com toda forçi
para que se fixe no símbolo. Esiie procedimento deve ser repeüdo
t.Its ,,:us, Esse procedimento pede. iie tcpctir scmptc que ocorrer
necessidade, Nm casos mais extremos também é soprado na pona
da rcsidtncia.

AS para Sorte com Ena 7Á Pelintra


Mododeprrparo: Elemc.ntm torrados em uma panda pmtcrio rmente
pilados e tcduzidos a p6. Nesse procedimento recomenda.mos que
seja qucinwlo inúmCt3S vetts até que ao ser colocado no pilão seja
f.ícil a transformação cm pó.

Itens:
Cabeça de fuiW macho (OI cabeÇ3)
Pé de coe.lho (02 d.iantci.rm e 02 trasieiros)
Terra de Banco (IOg)
Fava Ldecum (21 favas)
Fava Andá (03 fuws)
P6 de búz.im brancos (7 búzios moídos)
BiJhctc prcmfado (OI bilhete ptcmiado de qualquer loteria e
com quaJquer nloQ

107
Esse p6 é mUlto podt:roso e deve llC':r usado com parcimónia. Depois
de: pronto será colocado cm um vidro escuro e deverá ser depositado
dt:nuo de uma firmação de quatro fcrnu:luru.

Ao longo de llC':tC dias, quatro velas vermelhas deverão llC':r acesas


dt:nuo das fcrraduru enquanto o adepto dama ao Exu ll PHinua
a boa sorte tu vida, no jogo. nas apostas e cm todos m objetm e
pessoas que necessitem dessa força.

Pó para atnlr d.lnhe.lro com Exu Chama Dlnh•lro


MOM depreparo: Elementos torntdm cm uma panela posteriormente
pilados e rcduzidm a p6.

Itens:
Folhas de: Chama Dinheiro (77folhas)
Pó de Ouro (OI unidade. \'t'ndido cm a.si de an:igos tdigiosos)
Pimenta da Cosra (21 grãos)
Pó de búzios Obúz.im brancos)

Esse pó deve ser guardado em pote de barro com rampa. Dentro


dcvemm colocar notas de dinheiro e moedas de dh't'rsos pafses. sete
im5s e llC':tC anzóis de pesca pequt:nos. No corpo é soprado,. mas pode
llC':r USldo em banho e até mesmo polvilhar a cancira e se a pessoa
dvcr esrabdocimcnto comercial, soprar nos qU3tro cantm,

108
AS para redrar fobias e medos com Exu Glra Mundo
Mododeprrparo: Elementostorrados em uma panda posteriormente
pilados e reduzidos a p6.

Itens:
Raspa de chi&< de búfalo ( 20g)
Raspa de chi&< de boi (20g)
Raspa de chi&< de bode (20g)
Raspa de chi&< de viado (;g)
Folha do fogo (05 ou 07 folhas "in natura" ou 5g lleco)
Pimenta da Costa (moída IOg)
Cali: cm p6 (30g)

Esse pó é usado cm conjunto com a funda.nga (pólvora). A vítima


de fobias deve ficar no centro de um drcuJo deslle p6 misturado com
um ou dois canuchos. Quando for queimado, a vffama deve girar
sete vtt.es cm sentido anfa-horário. O drcu.Jo deve ser grande para
nio ter risco de queimar a pessoa, Após essa queima, dcvc-lle Limpá­
la energrtkamentc com dois galhos de aroeira fresca

'AS para proteger o carro de ad.dentes com l\:wo Cigano


Mododeprrparo: Elementos torrados em uma panda posteriormente
pilados e reduzidos a p6.

Itens:
Pou-fcrro (07 1..::as)
Comigo njnguém Pode (07 folhas)
Arruda (07 galhos fartos)
Guiné (07 folhas)
Obi africano (pó de 03 sementes)
Aridi (OI fuva cm p6)

Esse p6 deve ser soprado no carro. Primeiro a frente, dcpoh atrás e


por uldmo nas latcsais.

'AS para atrair emprego com Exu Destranca Ruas


Mododeprrparo: Elementos torrados em uma panda posteriormente
pilados e reduzidos a p6.

,..
Itens:
Osun (03 em pô)
Waji ou Anll (07 pitacbs)
Pó de CUlela (21 pltacbs)
Pó de Louro (21 pitad.ts)

Esse pó deve ser passado no corpo antes de uma enuevista de


emprego.

Pó para combater olho gordo


MOM depreparo: Elementos tor� cm uma panela posteriormente
pifados e reduzidos a pó.

Itens:
Palha de alho (10g)
Erutofrc (2g)
Guiné Ofolhas)
Pimenta da Cosra (21 grãos)

Esse pô deve ser soprado na vítima (c.ua e comércio) enqU3.JltO a


oração é feira,

Pó da de,trul?O
MOM depreparo: Elementos torrados cm uma panela posteriormente
pifados e reduzidos a pó.

Itens:
Cabcç:i de cobra sc,ca (OI)
Pimentas Malagucw (J7 pimcnra.s)
Asa de morcego (OI par)
Terra de sete catacumbas (50g)
FC7..Cs de anil1\3J lll."Cl encontradas na rua (01 unidade)
Sal gro«o (2g)
Pó de Camo Vegctll (5g)
Terra de aterro sanitário (.5g)

Esse p6 deve lll."r mUlro bem torrado e peneirado e para que fique
realmente forre, devemos enterra-lo cm um ccmhério por 29 d.ias
(dentro de uma garrafa de vidro). Pode 9er jogado na casa da vítjma,

110
nas costas da vítima. cm seus pencnccs, local de trabalho, polvilhado
cm sua comida. Se for diro:::ionacb apenas uma pessoa espoc(6ca, o
nome dda deve ser escrito sete vczcs segu.idas em um •papel vi-'l:em'
e queimado junto ao p6 enquanto sua destruição é visuaHr.ada. Essa
fôrmuJa pode ser acrescida de mu.itos fundamentos bastando ao
adepto a força de vontade cm cstucbr os resultados.

l'ldedoença
Mododeprrparo: Elementos torrados em uma panda posteriormente
pilados e reduzidos a p6.

Itens:
Pipoc.1 (01 prato estourada cm 61co sujo)
Terra de Hospital (IOg)
Areia de margem/beira de rio poluído (IOg)
Aradura de ferimento ou escarro de um mendigo adoecido
Mofo de patt:dc (raspa de parede com mofo)

Depois de torrados e pilados, esses materiais devem ser colocados


dentro de uma cabaça com sementes, Areia-se fogo quantas vaes
forem necessárias até que tcx:la mistura possa ser pilada novamente
para tornar-se um p6, Soprar na pessoa ou desenhar um •Ponto
Riscado" com essa mistura pode uai.cr inúmeras doenças à vítima,

'AS para upa.ração d.e casais


Mododeprrparo: Elementos torrados em uma panda posteriormente
pilados e reduzidos a p6.

Irens:
Cabeç a de frango (O t cabeça)
Cabc,a de Franga (OI c,!x,9')
F.sraca de madeira (OI csraca fina de aprox.imad.tmcntc 1 Sem)
rabo de rato (OI rabo)
Scrc quafülades de Pimenta (IOg)
Azouguc (03 po<l6cs)
Terra de formigueiro (IOg)

Esse p6 cx.igc fone intcnsio de quem o preparará. A cstaa. deve ser


passada por dentro do bico da a.beça do frango e atravessar a a.beça

111
da franga para que também sala pdo bico, As cabeças devem 6ar
opo.nru,
Depois de pronto, deve repousar durante 07 cUas aos pés de uma
PomOO.gira. Pronto pode ser sopntdo na casi, no camjnho. nos
objetos pc$oah e ru:é em cima de uma foto do casal,

Pó de Ama.m.5áo
Modo depreparo: Elementos torntdos cm uma panda posteriormente
pilados e reduzidos a p6.

Itens:
Casa de João de Barro (OI pedaço)
Flor apanhada em c.uamcnto (07 flores)
Ag,.m1dinho (IOg)
Terra de Igreja que ocorra casamentos ( IOg)
Row vermelhas (péralas de 03 botões)
Cra� vermelhos (pétalas de �s flores)
Bem-me-Quer (20g d e folhas)
Canela cm pau (OI pedaço pequeno)

Depois de pronto, pode ser soprado nas costas da vítima ou


polvilhado em seus a�cntos, Todos os proco:Limcntos dos fdtjços
de amarração devem ser carregados com C.$<"- p6.

111
A grande ma$a cega, manipulávd e entregue às paixões jamais
entendení a profundidade das palavras que estão inseridas nesse:
texto, pois dentro de suas prioridades cvolufü'3S não está o contato
com o ..Eub oculto e: adormo::ido, O procesllO de: auroconhc:cimc.nto
que. a Quimbanda impõe. ocorre atr.wés de uma intensa dedicação
e abllOrçâo dos momentos onde os véus entre os vi\-os e os mortos
sio nug.uJos,

Os antigos feitice.iro& (Ngangas, Ndokh, Kimbandas, Medievais,


C.abatastas e Xamâs) &ziam uso de ccnos tipos de substincias
alucinó,gc:nas que fa,-oiecia.m, cm ccnos rituais, o cont3fo com
as forças espirituais. Clús, venenos controlados, fumos, bebidas
meS1Clada s, ervas inaladas (cm p6) e unguc.ntos eram mUlto mais
comuns do que possamos imagina.e. O wo dessas substincias nio era
recreuivo/prlU'rollO, ao contrário, um adepto s6 poderia adentrar
nos mistérios obscuros de$es preparados quando tinha o camjnho
iniciático sóHdo e bem estruturado.

Se nosllOs antepassados rdjgiosos &ziam uso de preparados


�icoati,-os a Quimbanda (Verdadeiro) entende que c.m certas
ocuiôcs o UllO desu.s vias nclgicas é nett$ário, desde que as devidas
pro::auçôes sejam tomadas (pdos 7.dadorcs e adeptos). Temos
como exemplo o uso das medicinas indJgenas (bebengc:m. rapé e
a AyahU3Sca) que nosllO tc.mpJo é adepto. a$im como o 'Vinho da
Jwcmi usado por alguns Mestres Quizumbci.ros, Entendemos que
o uso dessas substàncias c.nreôgcnas (prodtw!'m o estado xamã.nico
ou de h-r.ue induz.ido pda ingcscio de substàncias altc.radoras da
consdiencia) podem ser pode.rosas ferramentas nas buscas mais
incisivas dentro do processo de contato espiritU3l, bem como
facilitadoras nos rituais que adentram as partes mais obS1Curas da
mente,

Mas o grande dilema dessie texto escl no vício ou ullO recreativo de


detc:rmjnacbs substâncias, Para entendermos melhor as questões a

"'
seguir, dt:'Vemos comprttnder o funciolUmenro do corpo ílsico X
corpo astral e espiritual, Os espfriros ancestrais nos ensinam que
remos tres corpos compartilhando o mesmo espaço. O prime.iro
corpo é chamado de involucro ílsico ou corpo marc.rial. Denso,
repleto de falhas, fnque7.3S e limitações, essa casca C a primeira
prisão do espírito. A densidade foi propositaJmentc. feita para limitar
,.
o conf3to entrC' o '"Eu,. mate.ri.ai com o ..Eu astral e principalmente.
com as emanações advindas do espiritual. O corpo astral, mesmo
limitado em certm aspectos é o responsável pela guarda e proteção da
porção c.spi.rirual, chamada pela Qu.imbanda de 'sopro' ou c.spí.riro.
Dessa forma tcmm:
Corpo material
Corpo astral ou alma
Sopro espiritual ou espírito

O corpo material é tão grosseiro que rodos m seus ins6nros


primidvos visam saciar seu funcionamento e geram depcndtnci3s.
Cri.a concxócs que tanto prendem a consd�ncia quanto alknam as
buscas interiores, Possui uma programação que age como 'esponja',
ou seja. consegue absorn:r rodas as informações ao seu redor e usi­
las das formas mais c.llCravistas e punidV3S pms(vds, Muitas pessoas
desconhecem o poder do corpo material e o ret.lOCC'sso que o mesmo
pode causar nas buscas espirituais. Segundo um relato do Senhor
Exu Q.tirombõ o corpo humano e suas relações é o causidor de mais
da metade dos aprisionamentos do campo astral. Quando estamos
cm ritual e atraímm forças aJém-matéria., roda vibração (descargas e
reClJl:as) energéticas mudam sua vib ração originaJ (ao quaJ o corpo
ílsico se nutre) fazendo com que certas relações governadas pdo
corpo físico não mais estejam sob sua 16gica prisional, Assim, se
usarmos aJgum tipo de psicoativo o mesmo atingirá dirrtamente o
corpo astral que abriri as 'poru.i para nmso conhecimento oculto
contido nas chamas do espírito. Entretanto,. quando usamos as
drogas cm momentos recrc-.u:ivm, nmso corpo fisico ruiva sua função
de 'esponja' e começ:i o processo de identificação. Ao identificar que
aquela substlncia interfere em seu funcionamento, o corpo aciona
centenas de outros campos para usar as sensações praU':rosas como
meio escravista. A mente. humana (cm ambiente propício) C capaz
de criar dependtncia ílsica para tais subscincias.

114
Sob um ponto de visu espiritual, o corpo füico age como limirador
do corpo astral e espiritual. Por i$O é tão importante a ritualístka
espiritual, poiSC$as retiram-no do ambientc dc conrrolcc cscravismo
e o corpo füico (mente) pctdc o conuoJc totaJ deixando amostra as
fendas nt:tt$árias para que os espíritos possam conduzir os adeptos
à outras realidades reais e não as reandades criadas pela mente
c.scravisra, Um exemplo cbro de$a luu entre as ..duas mentes" o u
r
dois .. Eu$" está ll3 incorporação e n a dificuldade. do espíito Mc. st.rc
tomar todas as funções,

"Tí:11/11fo,.,,.11 rltw,/lf/'kA 11/sA qulm,r o eontrok materlA/ ,1obt'lt


nó,, pofYm, ""'"' eon,�tmn " m,.nn 110 e,onm,k ,.scrallirlll
.,
sujnrlor • omnu "" 11(,/m,o Interno. -&. ú«lft.r.

Existem outros agravantes no uso recreativodasd.rogas, Todo usuário


cria cm seus campos energéticos 'ukc.n.i capazes de romper com a
proteção do 'escudo'. Apesar de muitos acreditarem que o 'escudo
energético' é uma banaHdadc, temos como uma das mais poderosas
proteções que nosso corpo astral consegue impor sobn: o corpo
marcri.al. Assim, inrc.mamcnte, sob o impulso do espírito, a alma
descarn:ga uma poderosa emanação inconsciente ao corpo tisico
criando uma barreira que nio permite a intc.rfi.-Itnci.a energética
externa, Um adepto cm evolução espiritual mantém seu escudo
scmprc fona.lccido através d:u ritua.lísticas da Quimbanda (banhos,
orações. ofcrcnd:u c.spcdficas, ctc.), Isso gan.ntc que espíritos de
baixa vibração não se.aproximem e iniciem um prott$Odc simbiose.

Algumas almas desencarnadas viciadas e obscurecidas são


en.rcmamcnrc ar.rdad:u às d.rogas e sensações do mundo material.
Essas de.sejam sentir as emanações que o corpo füico pulsi ao estar
cm estado alterado, afinal, com as fendas abertas no escudo, essas
emanações ulr.rapa$am o campo delimirador. Então, tais almas
viciadas levam os vivos a cometerem abusos e até crimes para que
continuem alknados nos 'paraísos artificiais' criados pela mente
tisica.

Nós, membros da QUlmbanda Brasileira., remos a obrigação de nos


conhecermos e sabermos os rcsuludos de nossis ações, Todo esforço
de anos pcx:lc ser comprometido ao usarmos uma droga para uso

'"
recrc-.uivo, fsllO nio significa que a Quimbanda tenha uma Lei
interna que proíba o uso,. mas entende que s.c trata de uma fraqueza
que: não condiz com a lura que: a reUgião se propôs. Acreditamos.
que: as d.rogas tenham um papel demiurgko na vida das pc:ssoo.s,
pois a grande maioria dos usuár'1os para de usar quando se: converte
em uma Igreja Evangélica ou faz programas. de des.intoxkaç:io cm
clínicas de temática rcUgiosa. São formas de: reconectar os seres
humanos ao Sistema Escravista, Quando as pessoas não conseguem
largar o vício, acabam de duas maneiras.: Monas ou c:ncarccradu, As
monsss.crvirio aos propôsiros baixos que escio impHdtos noSistl"ma
e as. presas terão novamente: a fé cm suas rotinas desesperadoras..
l.c.mbtemos da célebre frase do M,shY P111Jur11 N,:rir "Te11 IR11,
M 11/01Mp,,m n.ee!Hr II r'(tl(,,flf"

QU3.0do fula.mos sobre dro gas nio pensem que deixamos de lado o
fumo e as. bebidas, O fumo,. apesar de tolerado pelos cspCriros, nio
é aceito, afinal, o Cuardiio dessa planta não permite: que a mesma
seja usada cm fins profanos e cria um forte vício nos usuários..
Assim como as 'Tialtl3S do Fogo Branco"' sio ,-orucs para aqueles
que: usam o álcool de forma irresponsável. Isso não significa que
devemos deixar de aproveitarmos determinadas s.iruaçõcs, mas antes
de quctermos isso,. devemos nos conhecer, conhecer nos.llOs Limites,
controlarmos nossos impu.JllOs e principalmente: não fazermos disso
uma poru. para nossa própria derrota e cstímu.Jo para nos.llO Ego.

Panfodo dessas informações, entendemos que: podemos clamar o


socorro e intervenção do mundo cspirirual para nos vermos livres
desses vícios, Da mesma forma podemos clamar que os mesmos
adentrem mais profundamente: na vida de nossos oponentes,
fuend�os cada vez mais acorrentados cm seus. labirintos psíquicos..

Descreveremos a prárk:a para sanar os vícios com Exu e Pombagira,


Atentamos aos adeptos que eilstcm estágios onde a d.roga está
cio cntmnhada na vida de um viciado que dificilmente: um único
trabalho pode sanar, Para esses casos é recomendável um tratamento
espcdfico ditado pelo espfrito.

116
t'rabnfho para l.íbettação be lDícío
Em primeiro I ugar, a pessoa q uc rc-alizar.í esse fddço deve estar d ente
atttca dos vícios que rondam a vítima, Isso é muito importante.
pois acreditamos que cenos comportamentos ocorrem através
de um demento incitador, ou seja, cilstc um vício primário que.
quando chega a certa fasie, aciona o desejo por outru substlncW. É
o caso do rapaz que está no bar e quando se sente btbado deseja usar
cocaÚla supostamente para amenizar a cmbriaguC2.

Ocntcdo comportamento da vítima o adepto tcclq ucconsieguir uma


pequena porção de cada uma das d.rog,u que a mesma usa. Sabemos
que a compra, bem como o porte dessas subn:1ncias proibidas trata­
se de crime previsto no cócUgo penal, porém, existe m momentos
tão ext.lemos que dC't-cmos repensar sobre nossu Limitações, Não
estamos incitando ninguém praticar um crime:, apenas relatando
uma forma d e Libertar uma pessoa amada das garnu demiúrgkas,

Mat•rlals necessários:
Uma a.baçi média 'macho' (se for homem) ou 'ftmca' (sie for
mulher)
O1 garrafa de c.tehaça
O1 garrafa de conh aque
O1 garrafa de uísque
O1 maço de cigarro
Uma folha de papel branco sem uso cortada c:m tjros (21 tiras)
Um lápis
Uma cana de: baralho - se for homem Rd de &padas, se for
muJher luinha de &parlas
O1 p.tcotc: de algodão
01 camiseta ou fronha usada pela vfrjm.a (suja).
07 vdas vermd.has e prc:tas.

Modo de fazer.

1 - Com uma serra fina tctiramos a pane: superior da cabaça.


Devemos tc:r mu.ito cuidado ao serrar, pois noccssitarc:mos que essa
peça se c:ncüxc com ptccisão.

117
2 - Rerir.imos toda semente de dentro da cab aça.
3 - Forr.imos o fundo da cabaça com algodão.
4 - Despejamos dentro da cabaça OI dose de cada bebida,
5 - Colocamos na cabaça sete cigarros apagados e as d.rogas iJJcitas
(mfnjma quantidade).
6 - A carta de C1bc-ça para baixo,
7 - Pegamos as 21 tiras de papd e o lápis, Começamos esCl'C"Ver o
nome da vítima nas 6ru de papel, Para cada tira escrira e dobrada
em trl:s panes o adepto exclamará:
"Sara11a Seu ZI P//J11tra, SnrlltKI .M11t'/n Muln111bo, Saram Poi,o
do L«o! Neu11 hor11 sagrada '" tlnmo para qtu o, Senho1Y1 e
&11/Joms, H111 eo,no �s.uis ú.gfk', lnterHNham NO 11ído de
(d/ut' o nome dn vltí1N1) P""" qw o IIUJ'INO tome 110}0 d, todA.t
""""""'dill.,,,,1eondd11s MIM eabafA. Eueonfto no Pooo de &li
P""" millZAr ,.,M ht#fão e de 1111,dlnto pt'llm,.to rwompen.uí.-lo,
eo,n um11 linda fe11u. P,,.,.,.J14 qtu ek(a) se}A limY deu,., vklo•
m11/d/to., , q,u o ti.IA ,,,. qtu ,14 e-ol«.011 ,ui h«.a pel11 prlme/m
"'
tHr. siefa amnldifoado por .E:al.
8 - Feita essa parte, devemos pegar a pc-ça de roupa ou a fronha
da pessoa e cortar em tiru, Para cuia tir.i cortada exclame:
"Em ,wnu de &li ZI Pi/J11tr11 q,u I dono tk todas as droga, e
Pomhagira M11rla Mulambo q11e III Senhor11 dA Yld11 E,.,,anl# e
todA q1111drllha d11 Ura d,urmhw q,ut (diur o nome da 11/tillla)
"""" da roda do r,/do. Não bebenl, fa11111nl 011 11MrJ q1111J,quer
tipo IU e11torpe.t#nh. Ffo1nl lo11ge do,folso., amigou to11111nl nojo
p.ln r,idA ,rmnh. ZI Pi//nm, , MarlA Mulnmbo ,ne eu11u111!
.EJ, 111 Mgrlm11s d, 11111(0) sofr,dor qtu /11/AP""" .u,/1111,. o tksti,u,
tk,w infolk. L,,,,ryl E,,#/"
9 - CoJoque a tampa na cabaça e com as tjros de roupa amarrc4s
bem fume.
10 -Vá para uma pnça, de prcferencia mal iluminada e leve rambém
as garrafas de bebida e o maç-o de cigarros que foi aberto,
11 - Ptoeurc um jardim ou algum lugar onde a cab aça possa ser
escondida, Se deS1ejar coloque� dentro de um saco de pio para
facilim a camuftagcm,
12 - Na mesma pnça, após pedir lkenç:a ao 'Povo da Praça' e jogar
Slete moedas de pequeno valor no chio, acenda as setevebs, dcn-.une
um pouco das bebidas no chão e deixe o maço de dgarros ao lado.

118
Peça com seu coração que o Povo esquo::ido lhe ajude resgatar a
pessoa amada do vício.
13 - Glorifique Zé Pilintra e l\1.tria Mulambo prometendo que
depois que esse filho for Hbeno, voJtará 3 mesma praça e coloca.r.í os
presentes como 3g:ntdccimen10.
14 - Vire-se e vá embora sem oUur para uís.

119
O �opto bn ©.uímbanba

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��-
-·'-:-...-tfi� ...
-;. "'.::

Sopn.r um assentamento, firmação ou uma imagem é a rcproduçlo


do processo poétko da Criação.ou seja.é o ATO OE CONCEDER
VIDA A ALGO INANL\.tADO! Assim como Deuses criaram o
homem a pani.r do barro e sopraram sieu ar divino concedendo­
Lhes vida material, o adepto que sopra suas firmações reproduz. esse
ato. O sopro é direcionado pdo demento ar. mas contém a saliva,
("dctcrgcntcb natural da boca) e rcsíduoscelularcsqucsc dcsprcndcm
muito fucilmcntc da boca Isso cria uma espécie de sopro ancestral,
pois esses elementos contém nosso c6digo O.N..A. O sopro também
carrega o fogo que temos arm.u.c.nado cm nosso corpo. Mesmo que
30 soprarmos o ar sala mais frio, a temperatura é a mesma de antes
de sair do corpo.

Soprar bebida em Bxu é: CoJocar um pouco de bebida alco6Lia na


boca enquanto vibram-se as intcns6cs e, com os lábios entreabertos,
sopra- a com grande pressão na imagem, assentamento, firmação ou
cm pontos da naru.rcza,

Dessa forma emendemos que o sopro age no:

Edlfica5áo e Fortdedmento das ligaçóes anceflrals.


• Concessão de vida.
• Ato dtualbtko que b'an.Smlte energia e força elementar.

Acrcd.iramos que nesse ponto de aptcndizado. o adepto já tenha


completa ci�ncia de que todos os assuntos giram cm tomo de uma
principal engrenagem. A grande luta do adepto é fazer com que
os Exus e Pombagiras que ministram sua C\-oluçâ o fortal�am os
vínculos ancestrais e dessa forma, rompam com todos os laços que
o prendem nesse plano tcrrcmc (rttnc.unaçâo). Assim, um adepto
consciente entende que todos os ritos e práticas que fortalcç:tm
sua ligação com sua anccst.raMade espiritual são extremamente
imponantes e dCYem ser feitos de forma contínua e progressiva,
pois somente assim ocorrerá uma simbiose fone o suficiente para

""
conceder-lhe a Libertação.

O llOpro rambém é um meio de cu.ct espiritual. Ao soprarmos a


cachaça (ou outra bebida) queimamos tocbs as larvas astrais que
pmsam transitar em nossas 6.rmaç6c.s. Como cilstc. uma troca
energética, quando sopramos também colocamos tu eslincia de
Exu ou Pombagira toda energia noct\'3 que circula em nossos corpos
fisico e astral. Dessa maneira ocorrem curas ou avillOs vindos de Exu
para que se procure alguém para reaHza-la.

Um bom qUlmbandei.ro conhocc ttrtas propriedades hc.rbais, A


Tradição nos ensina sobre o uso da FavaAtaré (que guarda a pimenta
da costa). Alega-se que c.ssi pimenta é um ígneo instrumento capaz
de evocar Exu em qualquer situação, A Tntdiç:io poética diz que as
Favas (no geral) eram/são presentes entregues pelos mortos aos vi\•os
que simbolizam sua prosperidade e a conti.nukladc de sua c.ss&lda.
Pcxlcmos d.iur que as Ewas vinham debaixo para cima., ou seja, a
planta rocebia energia crônica e presenteava os seres humanos vi\•os
ar.m-és dessis favas (que eram a energia crônica manifesta). Alguns
al egam que a Íll'\'3 (por comer novas se.mentes) é a representação
fisica da natureza do processo de reencarnação, por isso toma-se tão
importante tu liturgia da Qu.imbanda Brasileira. Seria praticamente
imposs(vd cultuar Exu de Qu.imbanda sem conhocer o fundamento
dessas Íll'\'35.

Quando o Adepto sabe fazer uso de se.mentes (cm espocial as ígneas)


pode ampliar a força de seu sopro. Colocar a pimenta da cosra (sete
grãos) na boca e mastjga-las f.ucndo os pedidos ao Exu é um d os
meios mais eficazes d e ser atendido, pri ncipalmente. se essa pimenta
for cuspida ou soprada cm um assenramcmo, firmaç ão ou cm uma
encruzilhada de terra batida. 1'.1.astigar se.mentes de anis estrelado e
soprar com bebida no Exu C um pc.di.do de caminho, pois o adepto
pode estar perdido. Mastigar uma raiz de gengibre e soprar no Exu
é um pedido de cura., enfim, as ervas, se.mentes e plantas em geral
podem ser usadas para potC'ncializar nossas ncttssidades.

121
Muitos estudantes de QUlmbanda sabem que o 'Oku,a' é o
centro energétko d3S firmações e assentamentos, Okucl. também
conho::ido como Otd. é uma palavra de origem africana que designa
uma determjnada pedra que, ap6s passar por algumas ritualísdcas,
toma-se o pomo/fetiche inicial e principal para o assentamento de
uma deidade. Esse conhecimento foi agregado à Qtiambanda ar.m-és
do contato com outras cxptcssões rdigiosas de origem africana,
enmcamo, a forma de conduzir a s ritualísticas são bem diferentes,

Muitas pod.r.u podem servir como 'Okutd� entn:tanto. entendemos


que pedras uabalhad:u pela ação do homem Oapidadas ou roladas)
não são apropriadas. &se fetiche deve ser moldado pela ação da
natureza, ou seja, se a plOCC':dtncia for um rio, a corre nteza e o atrito
é quevio moldá-la, Se for o mar, alem das correntes e atritos temos
o sal que age diretamente na pedra. Podemos buscar nosso 'Okutá'
na mata onde a pedra abGorvcu a energia dasfoJhas. er.'35, sementes,
além de ter tido contato com animais. A escolha de uma pedra pcx:lc
simboJ.izar uma descarga energética mais ampla.

O ato de buscar o 'O!Ntd' na mata remete-nos aos nossos


antepassados, Existe 3lé uma cantjga que fala sobn: esse contato com
seres espirituais:

"&foi no nurto, ó Ga11ga!


Colher dpó1 ó Ginga!
.EN vi 11m bk.bo, ó Gmlfl'I
C.om mn olho só, ó G1111ga!".

Era cosrume dos andgos enviar seus adeptos iniciantes para denuo
da mata cm busca do primeiro e mais sagrado item que compõem os
assentamentos. A busca pdo 'Okutd'é uma peregrinação individual

122
onde o adepto receberá 3 em3lução da pedra e siberá que
aquela e nergi3 Lhe é harmoniosa. Q.tando o iniciante não tC\'C a
oponunidade de ritualh:3r dcss3 forma. os adeptos m3is cxpc.rkntcs
ou mesmo os s3cerdotcs costum3tn i.m3ntar as pedras para reavivar
certas c.nergW nelas, Ambos os rituais são vá.Mos, entrcunto, pua
aqudc.s que t&n a oponunjdadc. de. buscar essas pocl.r3S cm pontos
da turu«7.3 cscio mais conc,cudos com a ÍOJ'Çl individual.

MUitas são as teorias acerca do formato edo tamanho do 'Okutâ,


emtttanto, temos algumas dirctirtcs únk.as e. aplicl,-cis apenas por
n6s, Costumamos detc.rmilur e. dividir a pedra por formato da
scg:u.inte ma neira:

Pedras arro:londadas Pontiagudas: 'O!Nrd'MascuHno


Pedras 3rro:londadas rcgularc.s: 'Okllfd' femjnino

Nossa Tradição crt que. o '0/Nra' está conectado à polaridade


c.nergética de. um cspfrito, pois c.mendemos que.cm todos os objetos
existam dupla polaridade e. uma prcdomjnc, Vc.rificamos isso
anaHsando se o formato te.nele ao tãlico ou uterino.

123
Quando nos aprofundamos c:sotc:ricamc:ntc: no mfatério de: Exu e:
sua relação com as pedras, chegaremos à condUSlO que: as pedras
(gnms (magmáticas) são pc:rfeiras para desempenhar a função de:
,-6nkc-môr em um assentamento. pois o fogo é o demento mais
presente: na ressurreição de: um espírito. O fogo que: aHmc:nta.rá as
,·das d o novo 'corpo' energético, aquecendo a Terra fria que: compõe:
a alquimfa elos asscmamc:mos. Mas nio podemos esquecer do poder
d:.u ouuu pedras,

Uma pod.ra de: rio (Seixos Rolados), roJada naturalmente: pelo


movimc:nro da água e: pdo atrito, está con0Ct3da com o poder
do lodo (lama) que: 6ca no fundo dos rios, Essas pcd.ras tem em
suas composiçõc:s mm1arcs de: anos de: ação da natuft'la, poru.nro.
carregam a histôria geológica do próprio planeta, Sendo assim
é muito adequada para se: tomar um 'Ok,mf, pois tem o poder
temporal de: atrair a anttmaHdadc: e: cc:.rtamc:ntc: as c:nc:�ias ffuirio
em harmonia, pois a po:ira já venceu muitos anos de: guerra contra
o clima e: o ambiente.

Alguns pseudos Quimbandeiros alcg,im que: 'Ok:utd' de "Magia


Nc:grab se: busca ck:ntro do ttmitério. Essies seres de: barro a
sierviço da desarmonia demiúrgica não sabem um grande segredo
da Quimbanda.: "'Tudo é Kal unga!". Essi frase: dita pelo Exu
Pantera Negra mostra-nos que: em todos os cantos desse: planeta e:
do Universo não existe: local onde: algul113. forma viva já não tenha
padecido. Essie conttito é d.ifkU de: sier entendido pelos analfubetos
espiriruais, pois para des apenas o local onde: corpos humanos estão
sie decompondo é uma Kalunga. Quantas e: quantas ,-cus nossa
Terra já nio escondeu os ,-cstígios de seus holocaustos naturaisl

As pedras roladas c:ncontntdas no mar também sio poderosas, pois


possuem em sua c:sstncia a c:nc:�ia da Grande: Kalunga. Ccralmc:ntc:
W de: origem vulcànica e: quando ath':ldas corrc:tamc:mc: tornam-se:
poderosos fctkhcs,

114
Acredito que a exposição tenha demonstrado a importlncia desse
fetiche. M.as o grande segtcdo da Qu.imbanda é revelado a pan.ir
desse ponto. Consideramos que uma firmação ou assenumento
é a rc.criação de um corpo (microcosmos) que. agirá como portal
contínuo e fortal«ido através das ritU3.l(sticu. Como todo corpo,
pro::isa de. um coração! QU31. é a função do coração no corpo
humano? É o dJnamo do corpo humano,. o 6�ão responsável pda
circulação de. enc,gialsrngue. Sob a La de Lúcifer comprttndemos
que. o 'Ok111d' é o coração do assentamento/firmação, Assim como
nos corpos humanos de que proporciona o dill3.ntismo energético,
pois tem poder ativo e reccpth'o. O momento da consagração dessa
pedra tUda mais é do que o ,-ctdadeiro pacto entrcvi,os e monos.

Para aqueles que possuem maior sensibilidade encrgétka, ao pegar


o 'Ok111d' nas mãos, a vibração é cio rc-al e. intensa que o adepto
consegue senti-lo pulsar, O mais intc.tcssantc. é que a pedra pulsa cm
compasso diverso do nosso pulso e isso mnsmüc a credibilidade.

(!tomo obtec um '4Dlwtá'


A forma com que. cada vertente. religiosa afro-bnlSilc.ira obtém suas
po:lros de poder está essencialmente vinculada à forma com que
seus antepassados o fiura.m, Como a QUlmbanda é fruto de. um
sincretismo evolutivo, podem ex.istir variações na fomu com que
cada Casa/Templo o faz. Existem ainda Templos que não fuzc:m uso
desse. ritual, l113S isso não nos diz respeito. Nossa Tradição é escrira
pelas experi�nci.as individuais de cada membro da casa e isso agrega
ao invés de excluir,

Sabe.mos que os 'Oklllds'c.st.ão na Narureu., de. forma inene ou não,


cada pedra emana uma enc.�ia prôpria e individU3.l pulsando amwés
de uma determinada faixa vibratória. Impona.nte salkntarmos
que nem todas as po:lros são 3.propriada.s para serem usadas como
'Oku,ás', pois suas emanações não a permitem ser um ro::eptáculo,
Essa diferença, muitas vttes pc.rccpdvel apenas àqueles que c.st.ão
sintonizados com a ritualíst.ica, é fundamental.

12>
Um 'Ok111d' é pcsido, denso, sem ntehaduras e quando o adepto tem
o encontro, sabe imediatamente que aquela pedra é o coração de
sua firmação. Os 'Okutds'nm chamam e muitas vezes nos g:Ulam até
des. Quando pegamos a pedra pela primeira vez. sentimos a energia
percorrer nosso corpo e temos certeza abllOluta que éa pedra correta.

O 'Oltutd'é um receptácuJo vazio. Existem fdtjcciros que dentro da


própria mata conseguem pactuar com aJgum espírito c.issenra-lo no
'Ohlrd', Nossa Tradição usa a Pcd.ra apenas para os Exus que estão
no enredo dos adeptm, ou seja, o 'Okutd'deve sair °'vazio"" de dentro
do pomo da natureza,

Nesse tomo descreveremos como devemos buscar um 'Ok111d'


em um rio. Os adeptm j:i devem conhecer o local previamente e
saber m trcchm onde existam pedras nas margens, as cond.ições do
tempo (clima) e se as oferendas necessárias pouam ser feiras sem
interrupção.

1 • No dia e hora marcados ptt'Viamcnte, os adeptm ,.-ão se dirigir


ao loc,L
2 • Deverá tc.r cm mãos pedaços de foJha de bananeira cortados cm
forma de quadr.tdo, farofa salg.tda, farofa doce, bebida destilada,
coités, ,.-elas ,.-crmdhas e pretas, clurutos e cigarrilhas,
3 • Na beira do rio fará a saudação ao Exu Rei da Praia, Pombagi.ra
Rainha da Praia, Exu dos ltim, Pombagira cios ruos. Exu do Lodo,
ao Povo da Mata, aos Mestres: pessoais e aos espfritos que guardam o
Ponto da Naturcza cm que está fazendo os rituais,
4 • Feira a saudação inicial, prepare porções de farofa em cima das
foJhas de bana.nei.ra e sirva todo povo que foi saudado. Ao lado da
comida coloque um coiré e sirva a bebida, Acenda o charuto ou
cigarrilha e bafore sete vtt.es cm cima da oferenda. (Para os Exus
farofa salgada e cachaça/ma.rafo e para as Pombagiru farofa doce e
bebida com md).
5 • Apôs servir as comklas, fu.cr as orações e d.nticos o adepto
inicia uma meditação e entra em contato com seus mestres pessoais
pedindo que o g:Ulcm na busca pelo 'Okucl'. Quando se sentir apto
deverá entrar no leito do rio.
6 • O primeiro pasllO é abrir uma garrafa de cach aça (marafo) e uma
de espumante branco e jogar ll3S aguas como forma de agradecer a

12,
entrada, Também couumamos jogar sete moodas de pequeno '\'3.lor
ou sete búzios brancos.
7 • O adepto deverá olhar 6.xamcmc para as pedras ué que uma lhe
chamará atenção demasiadamente, Obcrvc as formas e se estiver
dentro do contexto deverá pegá-la.
8 - Imediatamente colocará junto ao coração e dei.xará a pedra
sentir e absorver a pulsaç ão. Permitirá que o objeto se equilibre ar.é
tornaMie uno e pulsar junto. Esse é o grande segredo, despertar o
Ohtrá" com o calor de nosso prôprio corpo. Oferte a Pedra ao Seu
Mestre Exu pessoal. Repita pardalmcmc o ritual se também buscar
o '0/Nrá' de sua Mestra Pombagira.
9 • Agntdcç:i ao Povo da Pra.ia/Rios, envolva o 'Okutã cm um pano
preto virgem previamente dcfunwlo com mirra e saia do leito.
1 O - Não deixe uma sujeira sequer na maro. Garrafus, fósforos, sacos
piá.Ricos, crc.
11 - Oirija-sie imediatamente para onde suas firmações pessoais
estão.
12 - Ao ch egar defronte às firmações, pegue uma pemba prrta e
desenhe o 'Ponto Riscado' de sieus mestres, Ative-o siegundo Nossa
Tradição.
13 • Coloque o 'Ok111á' e um algu.idar (lavado e defumado) e
cUsponha-o ao denr.ro do Pomo.
14 - Acenda uma vela fina da cor preta ou da cor vermelha e deixe
queimar enquanto prepara a segunda pane do ritual.

O 'OkNtd' é um nicepclcuJo. Dessi forma entendemos que dC"t-c


nicebcr alguns tipos de energia para gerar a vida ncciessária, A
primeira oferenda que um adepto deve fai.cré a do 'Sangue Verde'.

1 - O adepto fu.ní uma macieração de aroeira (casca e folhas), arruda.,


folha do fogo acrescido de caldo de cana-de-açúcar, Essa mjstura
deverá sier despejada até cobrir o 'Ok111á�
2 • Por cima dessa mistura colocaní p6 de Ossum, um fio de mel e
uma colher de sopa de óleo de dendt (cpõ).
3 • Acienderá sete '\,:las de sete dias no entorno do algu.idar e fará a
segu.intc reza:

127
"Puhunos j1111tos, so11101 ,11,ifimd01 ro1110 Nm só romp'lO. Agom uni
rrreprJOO de meu Mtstrr (Mmm) p.1m q,sepowunos t1:oluirjuntos,
Co,uagro-!m romo Ptdm Comr,fo e que o Smhor (a) Exu (diur o 11ome
1W Mesrrr) auite meprtsmlrfartal«e,,do meus Íll(OI a11astmis, Laro)i
Exu,I"
4 - Ourante sete d.ias o adepto repetirá essa oração. Quando as vdas
findarem, o adepto pega.rãa pedra coração de dentro do alguidar e a
lavará com bebida desdlada (prcferenckdmeme cachaça). Deve lavar
t3mbém o alguidtr e forrá-lo com uma foJha de mamona fresca.
Colcq ue o 'Okutd' novamente no algUld:u,
5 - O 'O!Nrd'está consigntdo e apto a receber novos sacriílcios. Deve­
se deixa-lo ao lado da firmC'Jll de Exu até que o adepto encont.te um
sacctdote sério para rcafü:a.r seu ritual de assentamento.

Oln.: Muitos dNnlhes dtJrritos ume riU/d tsfdo 110 livro "Qlimba.11da
-O Cldro da Ch.1,,,.., Vume/ha e PrrtaN1W mmno autor.

Dentro do Culto dos Exus praticado pela Qutmbanda Bnuilci.ra


cx.istc. o f undamento do .isscnt3mcnto. Não vamm adenua.r nesse
assunto por hora, entretanto, vamos cxplana.r llObrc um rema
conuoverso e dcvenu importante para que a força dos.isscnt3memos
cx.isra: A Pedra Yang{.

Yangí é o nome Yorubá para a pedra ou rocha de cor a,-crmdhada


(tjjolo) larerita (conhcdda hoje como ptandta). Essas pedras
rochosis são cxtrafdts do solo com muita concc:nrnção de ferro e
alu.mfoio. lsllO ocorre porque as chu\'3S extraem quase tcx:l.ts.is outras
substlndas o�lnkas ptcscntes nas ro chas, Dessa forma, ptcdomjna
o 6x.ido de ferro. &sas pedras não podem ser consideradas barro,
pois normalmente nio possuem síl.ica e sua composição apresenta
finos fios de qll3.nl0.

Um fundamento que não podemos deixar de cirar é a corrcspondtncja


entre a Yang( e o sangue. Assim como a Yang(. o sangue pmsui
colo ração avermdhada. lsllO ocorre porque as cduJ.is conseguem
armazenar um pigmento vermelho chamado hemoglobina &se se

118
conecta tanto 30S átomos de ferro quanto aos dc oxig&ljo, Portanto,
o ferro é o principal moth'O do srngue sier vermelho.

Segundo os nagõs e sua concepção do unh-crso, a Yangí, chamada


de Êsú-Yangi., foi a primeira protoforma, ou mdhor, a primeira
matéria (forma) dotada de cilsttnda individual Foi a la.ma amor&
que sie desprendeu da terra e se solidifico u. Posteriormente, segundo
as lendas, 'lkN'(a morte) usou-a como matéria-prima para modelar
os homens, Cada pedaço de Yang( representa um.a ancestnlidade
de Êsú e uma conexão direta com o Rei (Pai AncestrC) de Todos
os Êsús (Yang:0, assim como através de cada pedaço dessa pedra o
andgo responderá, pois a Yangí representa o processo de expansão e
muldplic ação.

Esse conh«imcnto, apesar de estar atrelado 30 cuJto � Orius,


foi sugado pelos vônices da Quimbanda. Emendemos que a pedra
Yang( represente o cotpo e o sangue da Terra. ou melhor. a cuca apra
para roceber as fugulh.as espiritu:ias. Entendemm que 30 usarmos
essa pedra nos assentamentm teremos um receptáculo pronto para
f'C'.Wt\'3.J' a forç a do Exu, buscando tcxla sua energia ancesuc. É como
se, atm-és de rituais, fuéssemm o processo inverso de 'IIN� o u
seja, pul3Ssiemos d a Tcsra .a força d.aqueles que j á retornaram a d.a
f'C'.Wt\'3.Jldo roda sua trajetória. Esse conceito reafirma a ideia de que
.a Quimbanda é um culto nccrc:G66co e cdétko. A Yangu( não sierá
Êsú-Yangi, mas o corpo, a m.aréria para .a vinda e o estabelecimento
de um.a alma que já se encontra cm fusc elevada de desenvolvimento.
Essa alma (Exu ou Pombagira) usar.í desse meio para esrabdecer
uma via de acesso cmtt o mundo dos vivos e dm monos.

Um dm grandes mfatérios contidos nas religiões afro-bnuilciras é o


uso rirua.Hstko da cabaça. Alguns adeptos chegam desconhecer essie
fundamento, mas essie pequeno texto tcssaltar.í a impord.nd.a dessie
demento especialmente dentro do cuJto de Exu.

Em primeiro l ugar, todos devem terci&ld.a que a cabaça é um fruto


e suas sementes sio comesdveis. Prov:n-clmentc em épocas tcmotas

129
tenha s,e espalhado pelo mundo através dos rios e mares, afinal,
po r sc:rem lacradas e fluruantes, suas sc:mc:mc:s estão protegidas, Ao
encontrarem solo favorá,-cl gcrmjnavam, Por tal motivo arqueólogos
já encontraram artefiu:os feitos cm cabaçru cm cUvc.rsas culturas
espalhadas pdo mundo.

Esse. é o primeiro mistério dcssc: fruto: "Protc,çãctl É um demento


que protege: suas sc:mentes e resiste às jornadas da vida, O segundo
mistério é: ..Expansão e Crcscimc:ntob, pois a partir do primeiro
pé se espalhou pelo mundo inteiro. Essc: princípio é descrito nos
cultos afro como 'àdC>iràn' ou a cabaça que contém a c:nc4:ialforç a
que se. propaga, Segundo o culto Yorubá, quando Êsú aponta a
ponta de sua Clbaça para algo, transmhc. sc:u bé (c:nc4:ia vital). A
cabaça pontfaguda possui uma relação esotérica com a própria forç a
masculina e d.inàmka, como se tt"prc.sc:ntassc. o aparelho reprodutor
masculino (falo, bolsa escrotal e os c.spc:rmua.toides-sc:mc:ntc.s).

". ..Nas rtllgiôts afro bwildnu, a mbafa é i'gba� na 1rr111i11ologia Nlgô,


q11e rrpmema o 1111i1,'e1'$0, o 111asc11ll110 e ofa111i11i110; o simbolodn. unido
d<OóataU eC!d,,d,,NNI, o e;.,. Tmn... '(JeffCdoph.we)

Dentro do culto africano, Êsú é tanto portador do stmc:n como


do útero anccstrc:, além de sc:r condutor do princípio da vida
individualizada, A Qlllmbanda também emende dessa tn3.Jldra,
entretanto, separa as funções por polaridade, ou seja:

Exw, poslthos, dln.lmlcos, portadoru do &lo mítico


(Okane) cuja cabaça pontiq:uda representa a e.nergla
mw:ulloa.

Pom�lta, negativa, Neeptfva, portadoras dos segredos do


ótero ancutre cuja cabaça é atndondada.

As sc:mentcs da cabaça ponfüguda possuem propriedades espirituais


forússimas que podem descarregar energias nociVllS e carregar o
corpo com c:nc.4:ias dinàmkru, Um banho feito com tais sementes
propicia ao adepto forças de abertura de camjnhos. Já os banhos
feitos com as sementes da cabaça arredondada (simUar a um coco)
funcionam como forte atmtivo de.energias vitais, Algu� mulheres


tomam banho de se.mente de cabaç:i para engravidar.

O:no é que a cabaça possu.i vírios usos. Sio cxcdentc.s rc.dpic.ntes


para m � e. pembas mágicas, pois asseguram que. a c.ncrgia não
se. dissipe, Cortadas hoútonta.lmc.ntc. são as cUlas apropriadas para
o uso nos banhos de. erws, pois fornccc.m pane da lilstóri.t de. sua
C\'oluç:io para o Hquido (sangue verde).

Noosa Tradição também gosta de llC':tvir o marafo ao Povo da l\1.ara


(Exus e Pombagiru) cm pcquc.03Scabaç:uconru:las horitonta.lmentc,
Chamamos esllC':s instrumentos de ..coité", Dessa forma as bebidas
niccbc.m os mistérim de vida e monc contidos na cabaça

As cabaças sio usidas para muitos fdti� e. mirong.,s, Suas


propriedades são perfeitas para uma infinidade de práticas.
Lembramos que é um dos materiais indispensávc.is nos assc.nta.mc.ntm
de Exu e, cm cc.rtos casos, tomam.se o '\'lSO que Exu é asllC':nrado.

Existem práticas obscuras fdtas com a cabaça, tais como explodi­


las com a tuia (p6h-ora) para afastar e e.liminar os inimigos, Nessas
ocasiões é cantado o ponto:

"EJN q11ebrn a eabafa� tspalha a semmte, afasra todo mal q,u ronda
agr111d"

Aptcscnrarcmm aos ldtores um feitiço rd.ttiva.mcntc simples


usado para queimar noosos inimjgos uravés do uso da cabaça, O
deslocamento causado pela cxplmão fará com que os dcmc.ntm
dentro da cabaç a atinjam a vítima fc.rindo o 'Escudo Enc,rgético' da
mesma,

Mated.al nec:eWloe

OI cabaça (sc o inimigo for homem usamos cabaça macho e llC':


for mulher cabaça �mel)
02 cartuchos de fundanga (pôl\'ora)
Cacos de vidro tcsultantc de colisão de carros
Sete. pregos c.nfcrrujados
Uma vela quebrada cm sete panc.s

"'
Sete pimentas malagueras
1O mi de Óleo de d ende
Ai.ougue/Mercúrio (03 capsuJas)
Foto e nome da vf6ma,

Modo de íuer:

I, Faça um bu.r.teo na abaç:i para que os materiais �sam ser


colocados d en tro. Não retire as scmcmes, &creva o nome
completo da vítjma quantas vezes forem possívcis na partc
exterior da cabaça.
2, CoJoque os cacos de vidro. o ôloo de dendt, os sete pregos, as
pimentas,a vda quebrada cm sete panes e o azouguc, Amaldiçoe
a vítima a cada demento que é inserido.
3, A foto d a vítima cobrirá esses elementos,
4, Despeje toda p6h-ora dentro da clbaça e prep;uc: um pavio para
ter seguranç:i,
5. Dirija.se até uma encruzilhada 'abcrta' desolada, 'Pague' p d o
chão e glorifique o s Exus gU31Wões d o 'Pom<Klc-foIÇa', Se
sentir necessidade. acenda uma vela cm ada canto da cncruza
enquanto explia seus motivos.
6, CoJoque a abaça no meio d a rua, mais precisamente no ponto
central da encruzilhada.
7, Ateie fogo e saia de perto pdo menos 10 mcuos, Quando a
cabaça estourar eh.ame alto pelo nome de sua vítima e lance
uma praga contra da,
8, Agntdeç:i ao Povo da Encruzilhada, vi .te.se e parra sem oJhar
para t.r.is.

Reoomendamo.s que o adepto ao voltar para uu lar ou Templo


banhe..se com ervas nvtg:orante$.

132
O i'tíbmte ou 6atfo be (!):u e 'f>ombagíra
,
-2�
,~,e-.

'Ogmfo á,Eruiftrm•
A ,np4 de EJru ,,u rodela... ••

Exu sem g,trfo (tridente) é um.a viW quasie imposdvel aos adeptos
da Quimbanda Brasileira, Essa arma ou instrumento de poder está
tio c:nuanhacb na massa formadora de "Exu-Cadço" que muitos
dcsconhoccm a plenitude de suas finalidades, o que repn:senro.m, raio
de ação e polaridade, Nosso Templo acrtd.ita que todos os adeptos
dc\-em compreender alguns mfatérios para não serem ludibriadm
por teorias ,'31.ias e dcixarc.m de lado a escalada c-.•olucionista que o
'Culto de Exu• ofcrtt aos lcgftjmos buscadores,

1 - 1'>orqut i�11 ll!la gatfo?


O que gostartlmos de deixar claro nesse estudo é que o uso do
'TridentdCarfo' nãotem rdaçâoalguma com o CultoA.fricanoa Esú,
Esiie 'orixá' portava cm sua mão um cajado nodoso e um a-uo fálico
(Og6) que demonstc\l'\'3.fll a ÍOJ'Ç,'l de seu dinamismo e joviatadadc.
&ú sô recebe o t.ridcmc quando os primeiros mhsionários europeus
adentraram cm territórios africanos e sie depararam com sua forma
de culto. Assustados com cenas caractcósticas entenderam esse
orixá como a personjfiClÇâoffacc do diabo na África. Certamente
que essa conccpç:io veio para o BrasiJ e aqui se csrabelettu de
ll0V3S formas em vinude dm inúmeros sincretismos ocorridos, Em
textos anteriores já desclt'Vemos com riqueza de detalhes llObrc essas
rcl:tç6es tt:Ligiosas e culturais,

O Diabo moldado pelo cristianismo também recebeu não s6 o


tridente como outru caracteósticas de deuses pagãos. Dessa forma
foi criada uma estnu:égia de assoe� consciente e inconsdcmc­
ondc alguns elementos funcionavam como idendficadorcs do
opositor, O tridente, os ditfres, o enxofre, as cores ,,:rmdha e preta.
uaços zoom6r6cos, dentre oums formas são itens da l113SSl que

'"
criou a imagem poética de Satanás e SU3S hostes.

Os Exus e Pombagiru que se manifcmun na Quimbanda Brasild.ra


costumam ostentar os tridentes como poderosas armas mágicas
capncs de emanar e atrair as c orrentes necessárias. Sabemm que
o Tridente é uma arma tjpicamcntc soJar encontrada nas mãos de
deuses andgos como Poseldon!Netu.00) Shtva, Agn1, M.ah.abl,
denr.re ouuos, cnuetulro, dentro do rico unNerso da Quimbanda.,
essa arma se desdobrou e recebeu caracterÍstjcas lunares e femininas
(além d3s soJares). Dc$a forma a tríade inércia, movimento e
cquUíbrio foj separada cm duas armas muito similares, mas com
polaridades oposras,

2 - fotlllllG bt !}lltfo (ttíbtnte)


As duas principais formas são:

A) Atredoodado B)�drado

Entrcranro cm raros casm ocorre o g,ufo cm 'V'

C) Garfo fffl "V''

'"
A) Arredondado: Os garfos ancdond� são vistos como as
amw empunhadas pd:u Senhoras Pomb1giras. E$t a6rmafü-a
nio está errada., mas incompleta Os espfriros po$UC.m suas
polaridades naturais (masiculino +,feminino -), mas devem sc.r em
conjunto com o campo enc.rgérko que. desenvoJvc.m suas funções.
Dessa forma., os Exus que trabalham cm Reinos tcttptivos usrun
C.$3.S armas por domjnarem a esstnci3 da mesma. Suas formas
arredondadas mostram-nos d o poder urc:rino, ncgativo, femjnino,
lunar e: niceprivo. Portanto, os garfos arttdondados são usidos por
Exus e. Pombagims de: naru.n:za nc:gafü-a EXll3. a criaç:io de. poderosos
vórtices atrativos. Quando um Exu ou uma Pombagira aponta um
garfo dessa qual:adade para um alvo, a vftjma pede. sc.r c.sgorada
c.nergcticamenrc: até sucumbi.t São instrumc.ntos \'3lllpfrkos e:
sua manipuJação é perigosa., pois os di.-itos de. drenagem podem
se. expandir de acordo com a intensio do portador. Po$ui fortes
Hgaçócs com os elemcmos terra e. ágU3.

8) Quadrados Esses garfos são a expressão do dhumismo e. do


movimento. São fá.Hcos, positivos, masicuHnos, solares e dinimicos.
E$e garfo (tridcntc) demôi, cria e equilibra quando necessário. De
suas pontas são emanados poderosos fcixc.s enc:rgérkos que agem
nos campos carro!, mate.ria! e espiritU3L É uma arma de. disparo
incisi\•o que pode abrir ou obnrUlr um caminho, dizimar uma
barre.ira e. pcrfu.rar uma armadura. Não é costume as Pombagiru
ostc.ntarcm garfos quad.r.tdos como arma., mas da mc.sma forma que
um Exu usa o garfo arttdondado por dominar as correntes ncgarivu,
as Pombagiras rambém podc.m f�-lo com relação às correntes
pmitivas, Possua fortes ligações com os dc.mentos fogo e ar.

Assim como era na an6guicbde, o t.ridenrc continua sendo um


meio de manipuJar os quatro dementes. A difc.rença é que pela
natu.«7.a de Exu ser dividida (tn3Cho e ftmea) a polaridade. também
o é. Como Exus e Pombagiras formam casais a força dos quatro
demc.ntos escl unjda. Por isllO existe a necessidade dos adeptos
sc.mpre promoverem o equfübrio c.ntrc o e.uai, pois doutro modo
ha,-cní um desiquilíbrio dc.mentar que causa danos na vida e na
aso::c.nsão espiritual dos adeptos.

'"
q Garfo em "V'': Essies garfm qU3.Se nio são mais vistos dentro
do Cu.Iro da Quimbanda, mas sua simbologia é muito fone. Exus e
Pombagiras pcx:lem usar e�e g,ufo para imo biliur fones oponentes.
Geralmente o Exu imobiJh:a enquanto a Pombagira drc:na. Nos
ataques mentais sio muito incish-os e causam a completa desm.llçio
de p.uimrtros.

3 - �ímbologút bos lomplementos llilabos


nos garfos.
Nos "Pontos Riscado$" encontramos símbolos que complementam
os g,trfos de Exu e Pombagira, Esses símbolos sio muito impomntes
para qUC' os adeptos entendam a plenitude de ação do espÚ'iro, bem
como suas Hmiraç6es,

"'
Em primeiro l ugar devemos co mpreender que:

Jlauo foto Jlt 11111'1 fllf• 11,

t:ma ,.,..
flg.01 flg.02

Em ambos os garfos existem a ÍOJ'Çl dos quatro elemenrm (fig.OI),


potém, nos garfos quad.r.tdos destacam-sie os elementos positivos
(Fogo eAr) e nm garfm arredondaclos os elementos neg,uivos (Águ a
e Tem,).

Sendo assim, existem alguns elementos agregados aos garfos para


dinicion.ar, harmonizar e amptaar seus raios de ação,

"'
flg.03 Flg.04

fli;.os flg.o6
Na figura 03 encontramos pequenos drculos na bue do tridente,
Segundo algunsarmci.ros,csscsdrculosc:ram conuapesos necessários
para dar cqulUbrio no manuseio dessas armas. Esotcricunemc o
doculo (ou esfera) representa o ciclo vital, a vida, morte e a prôpria
Terra. É uma marcação de começo e fim cnc�ético. Os Exus e
Pomb agiras que demonsmm cm sieus 'Pomos Riscados' g,ufos
portando drculos cm SU3S bases agem de maneira muito enérgica
lUS intervenções no plano material.
Na figura 04 cncontmmos pequenas lin.Jus que crUl.3.tn o corpo
dm garfos. Essas Hnhas demonstram que as intervenções enérgicas
também são eucut:tdas no plano .ut.ral. Apesar de não ser uma
regra, quando existem essas duas mrucações nos 'Pontos Riscados'
de Exus e Pombagiru ttrtamcntc os mesmos governam Legiões, ou
seja, no m(n.imo são 'Mcst.tes'.
Na figura OS encontramos uma marcação que noua Tradição
chama de ..Chave". Essa marcação é muito mais esotérica do que a
grande maioria dos s eguklorcs e adeptos pcGSatn imaginar, pofa da

'"
demonsua a plenitude da força e a pol:.uicbde da ação. A �ição
da clm-c indica se o g,ufo age de forma horária (força centrifuga,
polo irradiador, força de proteção que fecha o corpo a.mal) e de
forma and-horária (fo tÇl centrípcta que mantém aberto o corpo
astral, extremamente scnslvel e intu.itiva, poder de captação).
Isso é ext.temamcntc importante e fundamental para tcxlos que
trabalham com as ÍOtÇlS de Exu, pois dessa o adepto conhece as
intc.nsõcs das grali:u sagrad:.u. Um c.spfrito mal intencionado pode.
sie r 'dcsmucantdo' com tal conhecimento. Um suposto 't.clado�.
formado com fugmc.nros de ensinamentos corrompidos e. que não
buscou a 'tabadnga' do conhecimento para tapar as rachaduras de.
sua formação também pode submeter ao erro centc.n:.u ou mU.h.trcs
de pessoas. Figura 06. A 'Chave And-hociria' não costuma aparecer
nos garfos quadrados, sendo mais usual nos g,ufos arredondados,
entretanto, os mesmos (Arredondados) podem aparecer com
'Cha,-cs Horárias', principalmente se manipuJados por Exus,

&mo o c5atfo Ôf.lllOll!ltta a tell!lllo enugética


Em inúmeros 'Pontos Rhcadoi pode.mos ver o cOO) do garfo/
tridente curvado ou em casos mais extremos ponando 'nôs'. Para
entendermos a mensagem dessies súnbolos devemos ter uma noção
básica sobre o que é tensão cn�ética,
Tensão cnesgétka é a Cl.Jl:alcorrcntc e.manada ou absorvida pelo
Garfo de Exu que gc:ct deformidades na estrutura rctllfnca. Essa
dcformkladc é medida e aruiJ.isada auavés do Ponto Riscado. Para
que não exista a ruptura dessa rurna/fc.rramcnta, são adicionados
outros dementes ru:cnuadorcs. A tensão cn�ética é awsida por
bruscas oscilações (cm campo cstávc.1) cm virtude de instabilidades
nas correntes de força (energia).

Entendemos que a tensão de certas correntes energéticas são


tio intensas que alguns Exus ou Pombagiru demonstram cm
sieus 'Pontos Riscados' se dentrC': suas funções está o trabalho c.m
campos cuja tcnsio é tamanha que os garfos apresentam curvas
longitudinais. Quando um garfo apruc:ce dessa maneira o espírito
está assinalando que sua força de ação emana ou absorve grandes e
"pesada/' descargas: cnergétkas. Essies esp!ritos são preparados para

"'
guerrt-.ue submeter tcx:lo tipo de energia,

O Po11to RimuW do fu do Lodo demo11stm qw o ,nmno abson-e


pt.J,ulaS(lll'fl'J espirinlais.

O Po1110 Rismdoda Pomb.1gim Maria Mulmnbodemo,mm qwdmtro


de SIIIIS afM t'Jds,e a abJo,pio de ll11sdo eo tsgotammto mergitfro,

,,.
Por aemplo, o fu das Setr Cadtoânu HIO!lm em Jt'II 'Ponto Riscado'
q11eageâdkm1m11r emanando t absort•mdoptsndas rmgas t't1t,gitimsl
t!itrir11J. ÍJJo porqut fl«l 1111t11rt:U1 tstd ron«wla à qutda díígw e toda
tktriridrldegmula a p.utirde nuiio, St'IIponto lnmblm nos mostm qw
tsSt Exu eitd rot)«fatÍo a a/,gllHlllfonna de Cruuiro 11,uÁguas, A.uim
tt:mos a rompremido qw mep011to rismdo podt JtT IISlldo p.1m esgotar
011 mtTgiza,; prinâp.1/menre atnwls do rampo �nriH1tntat (tlguas),
,m,a pmo.1 qw nrrmiu de a/inhammto e t'f"illbrio mrrgitiro,
Obviammu, wt Ponro tamlxm n'Ol'a Ofl im'Om a prtse,l(fl time Exu.

Formas de amenh.ar a tensão

QU3.0do o Exu ou Pombagira trabalham no limite enugétloo


costumam dc.monstrar cm seus Pontm símbolos que locaHmm.-sc. na
base. ou cm o urro ponto t.rans\'c rsaJ, Dessa forma podemos enconuar
drcu.Jm na base. dc.sses garfos (simboli1.am o aterro. a monc ou o
Ponto de. emanação- a energia primifü'a), chaves, dupbs linlus
(bloquctdores enc.rgéticos), c.spirais (o início progredindo ou o fim
repelindo) dc.ntrc OUU'OS. Dessi forma enrendt::mos que uma ação
dt::senvolvida através desses Pomos poderia im-cner complctamc.nte
o fluxo de uma circunstancia ou mesmo promove-la com ext.n.-ma
,-cloddade.

,.,
Ritual do Tridente

O Ritual do Tridente é um dos mais importantes ritu:ils dentro da


QUlmbanda Texto estudo que antecede essa prárka visa esclarecer
os adeptos a imponância dessi 'arma' e a função primordiaJ dentro
do uni\,:,:rso da nossa Tntdição. Pa.ra a rea.lUação desse ritual o
adepto dc\,:,:rá ter um Altar de Exu., pois caso contrário, não poderá
concrcti:t.ar as prátkas.

Ol>jetho do Rltu,J

Fazer com quem g,trfos (niceptivos e d.inàmicos) sejam cncnll5es


das mãos de um adepto. consagran� para todosmatos sagrados.
Esse ato permite que as mãos e seus movimentos sejam reconhecidos
no mundo astral e tenham autoridade de atração ou banimento de
acordo com a naturcn do ato. Transformar m movimentos em
d.irccionadorcs energéticos e condutores de poJaridade capacitando
ao adepto a inserção de certos podeies cm sua csstncia.

Mated.als nec:es.sádos

Um garfo pequeno niceptivo de ferro


Um garfo pequeno d.inàmko d e ferro
Óleo de dendt
Um cartucho de pôt..•ora
Prato de barro
Pcmba Preta
07 tipos de erva de Exu
Uma fa,.-a Ataré
OI dose (IOOmJ) de bebida destilada (prcferencia Gim ou
Cacho;o)
07 vdas pretas e vermelhas
02 pele de cobra (trocl de pele)
½ kdc al};ila (de prcfcienda ,.,:,:rmclha)
OI làmina bem amolada.

Modo de fazer
OI.a da Semana= Segunda-feira
Lua aproprlada: Crescente

'"
Horário: Depois das 20h

1 - Pcgu cassctcquaUdades dccr.-adcExu c macere riru.discicamcntc


em ½ litro de água mineral. Actt"S1Ccntc IOOmJ de bebida alco6Lica.
Cubra essa mfaru.ra com um pano branco e dcix.c-a descansando por
no m(nimo duas horas.
2 - Coloque o 6lco de dcnd! em uma panela e deixe aquecer até a
fervura.
3 - Abra a 'Fava Atar€' e tt"tirc toda pimenta de dentro. Coloque no
pilão e ritualjsticamentc pi le-as. As sementes quebradas CK'\-cm ser
despejadas dentro da panela onde o ôlco de dcndt está começando
ferver, Deixe descansar por duas horas,
4 - No prato de barro desienhc o sieguintc Ponto Riscado (representa
a ação dinfunica e tt"ceptiva nm pi.anos nutcrial e espiritual):

5 - Com mt.Uro cuicbdo, derrame a pôl\•ora por cima desse desenho


inteiro. Coloque um pavio ou cordão de algodio dentro do prato e
ateie fogo, A p6h-ora queimada deve dcsienhar cm fogo cssie ponto.
6 - Sempre instru(mos os adeptos se prepararem para m rituais.
Banho, unção amwés de ôlco ou uso de uma tintura.
7 - Com os elementos prontos, o adepto se coloca diante da
firmação de Exu (uonqud.ra), fu as saudações rotineiras e ufa
adcq uaduncnrc das firmações.
8 - Colocará o prato de barro a sua frente e acenderá as sietc vdas
'vermdha e preta' no entorno, Para cada vela acesa exclamará:

142
"Luz e TtYttm, Snng,t# , E,cu,./dlÍI.J, Vlá11 , Mor"-, Pode,. ,
Amblfáo! Lnroyi F:r«, Senhor do., mnu ,mn/nhof., M11,ho ,
Fêm,A, Flor , E,pb,bo.,, .Evol•fáo q11e ,u tscolbl. /ltnnhu, dlllJul
ntJ o lnforno P""" que Maloml d# Todo., o, Diabos 11H11f«•m#
MnAhorn!"
9 - Coloque a cabeça no chão e peça que a Terra que lleu corpo fisico
esteja equHlbr.tdo o suficiente para receber as forç as vindouras, Peça
que as lembranças doloridas onde cx..isra o fua.$0 sejam drenadas
pdos abismos e sirvam de alimento para as fer.u disformes,
10- Exclame:
"E:al Mneho , FhMn, e-Is aqui o filho d, VOJsoJ de.e/01, t11fa
##Olha ,Sl'II d, neordo eo,11 ff,s,o., ,a,IUIÚXIJ , qu pn.t-/.ta d#
forfASpara mio ,nvergar rom osfardos. &u IMoj11btl! Conr•da
a mim afo"fa de VOJsofeP'l'tlfo"fado no, ""'' d#fogo do biferno!"
11 - Pegue o Garfo/tridente de Exu d.inimko com a mio direita e
e,ga acima da cabeça excb.mando:
"ForfA fU# düso/11e as ro<ha, INl111lg11.t,fo'fa que quebm 1101so
próprio rYjk.ro. ,,go-1# ao alto para lfU# ndentf'# "11 minha IIÍIRII
, eort'a �lo me11 ,1111,gu!"
12 - Pegue o Garfo/tridente de Exu rcceprjvo com a mão esquerda,
encoste as ponras no chão exclamando:
"ForfA q11e eoagubt m ene,:/.m l1dmlgas,fo,rA quefor1H11 m_JH>fAS
de ,1a11g11e, roloeo nur.t pon/As ,ui Úr'Ya para lfU# dr,n, mlnhtis
fr"lfu«At e ad,ntre eo,1111/0,rA de fu '1n me11 corpo e sangu,!"
13 - Cruz.e os braçm com os tridentes na mão e exclame:
"Snng,u , Ferro! Ogarfofapar"- da m/11/.Jt, euhK-la ocultn!"
14 - Lave os tridentes na mfatum de er.'3S e em scgu.ida, besuntc-m
com o 61eo de dendt repousado com pimenta,
15 - Com uma lâmina bem amolada efetue um pequeno corte no
centro de amOOS as mãos, Pegue novamente os tridentes e deixe o
sangue se mesclar com a mistur.t de ervas e o 6lco de dendt, Sinta os
el ementos guerrt-.ando para a� lll." harmonizarem e lll." unirem cm
ato m&gico. Visual.iz.c as palmas das mãos rugando e Saindo delas
grandes tridentes de ferro. Exclame:
"&NASlee ,,,, ,ninha ,,#,Ida m/11hti.t v-,n/add,.111 armas. &11
parte d, Voua M11jts1Ade M11loml , u,,ngo as nrmm lfU#
me /JIHrtaráo! Sou aH11f,011do #te wu, e _pono abeHf""" ,
a,1111ldlfOA" tudo qu ,IUIWm ,Nio.t toeart.m!"

,.,
16 • Enrole as peles de cobra nas mãos sangn.ndo e exclame:

,.m
"&lo meupneto rom o, trlMnh.t de .E»I! Me11 rorpofisiro, Mtml
,sul eomunhtio eo111 o '11.forno!"
17 • Mcxlcle com argifa uma bola, Implante os dois garfos e as pdes
de cobra dentro dessa l113Ssa. Nada deve apruc:cct. Afüe a massa com
a mjstura de crws e o 61oo de dendt.
18 • AJguns adeptos gosum de decorar essa bola de argUa com
búzios e sementes. Isso fica ao enc.\l};O de ada adepto. O fato é que
apé6 pronta, essa bola de argila deve repousar ao lado das firmações
até estar bem dura. Depois de 07 meses o adepto deve quebrar essa
bola e colocar os tridentes dentro de suas firmações,
19 • A mistura de ervas restante deve ser usada como um poderoso
banho. O óleo dedendtdeve ser guardado para as magias e fei tiçarias
de Exu, O prato pode ser lavado e ser usido para oferendas &'t"l'SlS.

144
A capa de Exu é um ancfato muito conhccido dentro do Culto da
Quimbanda, mas nem sempre os adeptos sabem qual é o significtdo
e os usos desse instrumento, As explicações que cx.istcm sobre o
assunto sio dcveros superficiais e até obvias e foi justamente por isso
que se Eu. nccessário esdarcccrcenos pontos sobre o assunto.

As capas de Exu e Pombagira (das também usam) iepresientam um


símbolo de proteção e acolb:amento. Aquele que nunca foi cnvoho
em uma capa jamais saberá a sensação de proteção e alívio que
sienúmos quando um Exu nos abraça. O calor e a energia são cio
latcmcsquc muitasvczcs não desejamos sai.rdaqudc momento. Mas
a capa e o uso da mesma estio conoctru:lo com ouuos fundamentos
que vão muito além desses,

Nas baroltw e guerras andgas, a capa era usada como um artefato


que ajudava o guerreiro ter cquil(brio e vdocidadc em seus golpes.
AD girar, a capa funcionava como uma vda de barco e impulsiOlU'-'3.
os golpes, fazendo-os sieiem mais incisivos, Quanto mais pesadas,
maior era o impulso. A capa também ajuda'-'3. os gucriei.ros se
camu.Barem nos campos de barolha nos períodos noturnos, pois
muitas vttes cssasbatalhasocorriam cm descampados c a camu.8.agcm
poderia sal'o':lf uma vida. Naturalmente as capas protegiam contra as
mudanças dimátjcas e serviam de barnteas para o descanso,

Como a capa era parte de uniformes das ÍOtÇas armadas (milícias


ou pequenos C'X.ércitos), os chefes de Estado (lmpcradoies, Reis,
Príncipes, Duques e outros nobres) fuz.iam uso da mesma. Além de
terem conhccimcnro acerca do uso nas batalhas, os nobres usavam­
nas como instrumento de inúmidação, Assim nasceu o mito da
'Capa Pn-ti. Os anos fiuram da capa (principaJmentc a preta)
um símbolo de ÍOJ'Çl, Lei, monc, punição e pcr.ieguição. Por tal

,.,
motivo associam o uso das capas com ajustiça Qulu:s, promotores e
advogados). polícia e inquisidores.

Nas sombru, as capas rambém tomaram-lll: objeto usido pdos


assassinos e ladrões, principaJmente as capas com capuz.. afinal
escondiam as faces dos md:aantes, Isso ftt com que as capas pretas
formassem no homem um medo tão profundo que até nas aparições
espirituais in,-oluntárias eram dcS1Critos espi'rhos portando capas
escuras, Na idade média mu.itos bruxos e bruxas (aJquimist:u,
fcitkciros e magos) usavam as capas para eS1Conder lll:U ..Eu,. profano
e afforu lleu ..Eu" mágico, afinaJ, a capa nio valorim as formas
físicas e oculta tcdos os ddi.-itos. Na magia negra as capas sio como
'segundas pdei dos bruxos. Geralmente as capas eram usadas sob o
corpo nu., ungido de óleos ou unguentos mágicos.

Texto C:Slll: enredo marcou tão profundamente as pessoas e rcUgiões


que o mjto da capa perpetuou-se ao longo dos sóculos. Isso foi um
dos principais mocivm da capa ter sido largamente difundida como
artefato do diabo. Obviamente que esse mjto profano acabou sendo
sugado pelos v6rtkcs da QUlmbanda.

Exu e Pombagi.ra podem usar capas quando estão incorporados por


diversos fatores:

Proteção das cne4:ku do eS1Cudo do adepto;


S(mbolo de sua natureza;
S(mbolo de seu trabalho;
S(mbolo de sua patente.
Oculração de suas intenções,

Nenhum Exu go.çta que os adeptos fitem-no nos olhos, Isso potque
os olhos (gíria de Exu - Jandas) W uansmissorcs poderosos
enquanto ocorre a incorporação, Aua,-és dos olhos do adepto
(médium) os Exus car� e dcscariegam energi.as e por taJ motjvo
não gostam que interrompam a-nos processos. Por isso é normal
\\"tmos Exus e Pombagi.ras com capas de gorro ou de chapéus. No
começo das incorporações os Exus costumam vir de olhos fechado
ou semfabcnos justamente pdo adepto ainda não conhecer e ter
controle sob sua mente, Um olhar direto de Exu pode transtornar a

"'
energia de uma pesllOa.

Dessa forma., o ullO das capas escl telacionado a muitos fatores.


Uma capa não pode ser dada ou usida por um adepto (no culto de
Exu) sem que o Exu esteja enquadrado cm um o u mais f.uorcs:, ou
seja, se Exu pede uma capa. devemos saber o porque desse pedido
e principalmente se o adepto (móiium) csr.í preparado para usar
um a.ncfato tão poderoso e simbóHco. Ptnscm da segUlntc forma:
Se na nossa vida sairmm na rua com um revolver aparoccndo na
nossa cintura causarc.mos mUlras reações externas. Medo, pl'\'Ot.,
curiosidade, in<:bgaçâo e alguns olhares maHgnm vindos de pesllOas
que desejam testar nosso preparocom esiie artcfuro. Se não estivermos
preparados para usi-lo a arma se volta contra nós, ou mdhor., o
feitiço se vira contra o feiticeiro!

Um Exu de capa deve estar firme, sóHdo, assim como o adepto.


Algumascorrentes da Qu.imbanda3legam que para usar Capa o Exu
deve ter o 'iué de Ctpab, ou iieja.. ter sido testado pelo saccJ'dotc
responsávd e ter ofcrocido informações históricas e energéticas que
façam iienddo.

Sco adepto deseja usar uma capa cm iieus ritos partkuJares nio existe
problema algum, mas um cspfrito procisadcmonstrarcontrolc sobte
3lgumu corrc.ntes, pois. quando um Exu de capa nos abraça.. troca
energias conosco de forma harmoniosa e mUlras vezes descarrega
nosso cotpo físico e asrraL

147
"'
"Qu,.m 11áo_potl#eom 1111111nd/11ga. lllio <Arnga pll/UII! (DhAtlo
pop•lar),

E$c ditado popular faz pane do ptott$O Mstórico de formação


do Brasil . Tah-cz a grande maioria das pC$03S desconh eça a
profundidade desse t.rcx:ho pdo simples f..u-o de que forma que se
ensina a h..ist6ri3 no Brasil seja fulha e tcndencionista.

Antes do ano de 1.500 0/C a Cultura l\'fulçuma.na já havia se


espalhado por 2/3 da África antiga. NaruraJmcntc ocorreu uma
fusão culrur al intensa cnuc a Cultura Nafü-a e os mandam entos do
Islã e mllltos foram os povos mulçumanm na África mas para 00$0
enredo, destacam-se os GUlnonos-Sudancses muJçumanos e SU3S
quauo cmjas: Fufa, M.andinga, Hau$as e Tapas.

A grande maioria dos escm-os muJçumanos pomúa uma oducação


diferenciada dos demais escravos. Alguns eram letrados, outro
tinham expcrifncia adJnjnistrativa e comercial e ainda cx..istfam
ncg� com forte expcritncia mil itar. Esses ncg� eram cnvoJtos cm
muito mistério,. mas o ceno é que fuziam suas pr.ític.u mul�umanas
mesmo enquanto submetidos à escravidão.

Existem rclatm que os mesmos eram mais fones 6sicamcntc que a


maioria, mlllras vaes eram usados pelm Senhores de F.11.c.ndt como
capat31.Cs. AJguns recebiam até a alforria em razão do uabalho.
Certo é que esses negros, principaJmentc os da etnia Mand.inga
usavam um p:m.tÍ no pescor;o onde guardavam SU3S orações. Como
todo muJçumano, os Mandingas rc7.3Vam cinco ,-cus ao dia cm
direção à Meca retirando daquele saquinho SU3S escrituras sagradas
e recirando em árabe partes do Alcorio.

O negro Ba.ntu, por exemplo, já estaVa há 200 anosantes no território


brasileiro e existiam qU3Sc dU3S gerações de nascidm na senzala
antes dos Ma.nd.ingas, Quando esses negros viam-nm em l iberdade,

'"
sabendo que eram temidm aré pelm Senhores de Fazenda, f.u.cndo
suas orações cUárias e retirando do tal patuá as J'C7.3S imaginavam que
aqueles neg«:6 eram podcrt"Gos fciticc.iros e o siegn:do de sua magia
estava no saquinho. Outro aspecto é que m negros muJçumanm
alimenta'\':lm esses saqu.inhm com siementcs e ervas (possivdmente
um herança ancestral absorvida) e m negros na sen1.3la entendiam
que o patuá deve.ria ser alimentado para dar forças e fumettr Eworcs
espirituais aos tais negros.

O negro da senzala que sonhava com a fuga sabia que para ter
exito de-,-cria passar pda guarda dm Mand.ingas, Para isso remavam
reproduzir m patuás cun:gados pelos mesmos. Muitos fundamc.ntm
e.mm absorvidos pelo contato visual e aos poucos absor.-cm.m certm
funda.me.mos. Porém, o que eles nio emencUam é que o patuá
tratava-se de um anjffcio para que o Negro MancUnga pudcssie
cartt'g.tr seus textos siem ser imponunado pelas autoridades,

Quando um negro escravo fugia e era apanhado ponando uma


réplka de um paruá sofria castjgos duóssimos dos Mandig,u e fui
assim que nasceu o ditado popuJar,

f,.1.:u, siegundo rdaros vinclos do mundo espiritual. existiram m


paruás que deram ceno e permitkam a fuga dm escm-os, Esses
paruás rcproduzidm eram consagrados aos Deuses Africanos e, para
que fugissem com b.ito, o mais tradicional era o patuá de Êsú,
A partjr desse ponto a liast6ria tomou conta dos adventos e os
paruás sobreviveram aré os d.ias atuais como forma d e proteção,
boa sone e atr.tfü•o do dinheiro. Como nio pode.ria ser diferente. a
QUlmbanda (certm m:crdotcs) perpetuaram a arte dos pmtis com
certas ada.prações.

Ncssie tomo ensinaremos a fcirura de um pcderoso patuá de


proteção. Em primeiro lugar devemos ter a d&lda que um bom
quimbandciro de-,-c f3.7.C':r seu pr6prio patuá, Sua en�ia de defesa
estará concentrada nm dc.mentm, assim como SU3S necessidades
monetárias e sentimentais, O patuá é como um imã de dupla
poJaridade, pois pode atrair e afastar conforme for o desejo d o
adepto.

149
Basicamente rodos os puuás são feitos (montados) dentro de
pequenos saqUlnhos de to::ido, couro tmr:ldo ou n'tscico. O couro
rústico é mais apro::iado, mas nem sempre. temos meios de conS1eguir.

Basicamente os paruás tem esse formato:

IWem &er decorados o u n.áo e


lsso fica a aitérlo dos adeptos.
O Importante é o conteúdo e a
forma de Imantação d o mesmo.

Mododef«ur.

l - O primeiro passo para a confo::ção de um patuá é fazer o


saquinho. Os patuás deExu., quando não são 6tos em couro escuro,
são preparados em tecidos verme.lhos ou pretos. Nossa Tradição não
entende. isso como regra., porém, não costuma usar outr.JS cores. A
cor da Unha sc.mpte entra cm contraste, ou Sleja., se for vc.rmdho
linha preta e se fur preto usamos Linha verme.Lha.
2 - O adepto dC't'Crá pilar uma pequena quantidade de arruda.,
espinhos de Limoeiro e comjgo-njnguém-pode. Acrescente nessa
mistura uma pequena pirada de pó de ferro e uma de enxofre.
Fundamental é que as ervas nio fiquem totalmente pUadas,
3 -Separe uma unha de um pé de galo ofenado paraExu e uma Fava
'Olho-de-Cabra".
4 -Escreva em um pequeno papd uma poderosa oração de proteção.
Lcmbte-Sle que o patuá é pequeno e essi oração deve ser dobrada
(para o lado de fura) quatro vCtts.
5 - ApéG cS1Crcver a oração. o adepto colocará uma quantjdadc
pequena da mistura pilada., a unha de galo e a Ít'\'3 cm cima do
papd e dobrará cm qU3tro partes de modo que os demcmos fiquem
guardados dentro d a oração.
6-Acomodará esSle papel dentro do ro::epclcuJo e iniciará o ritual de
fo::hamento do patuá,
7 - Enquanto o adepto costura para lacrar Sleu patuá deve repetir
Sletc \'CUS a oração que está dentro dele, Entre. as orações acreS1Cente

1,0
pcd.idm de proteção e invisibiHdadc ao Exu ao qual está destinando
esse ancfato,
8 • Depois de pronto, o patuá deve pcrmano::er nas firmações de
Exu pelo prazo mínimo de sete d.ias. Após esse csr.i apto para ser
usado.

Existem infinitas formas de montam10s um patuá e ttrtamcntc é


um ancfato pcxlcroso tanto ao quimbandeiro quanto às pessoas que
o procuram atrás de ajuda. Quando estudamos os fundamentos da
Qlllmbanda a intuição já nos mostra elementos cspo::ffi.cos para a
confecção. Tudo pode llC':r aproveitado!

Vamos reproduzir duas orações ÍOJ'Çl para protcçio que podem ser
usadas dentro do patuá descrito.

l'>oôeco!la «>ntrão bt l'>t'oteção


..Um drcuJo dc crânios é colocado cm volta de mim e qU3UO espadas
são fincadas ao meu redoe. Cctcado estou pelos Quatro Cruzeiros
Negros que regem do fundo da Terra ao Alto do Espaço e imperam
o Lado Obscuro dos Quatro Elementos da Criação.
Eu damo no centro desse circulo às Sombras da Sabedoria e da
Força cujas cabeças sio adornadas com coroas!
Clamo pela minha vida para que aqui ou do outro lado cu possa ser
guiado por esses Reis e luinhas!
Que 3 Criança com Asu de Morcego paire sobre mim e com sua
mio esquerda ciume do AJro o escuro e gigantesco Ongão Negro
que cuspirá fogo cm minha coroa e cercaní meu espaço Slgrado não
existindo um 96 grão de areia que llC': esconda dessa ÍOl'Çll
De joelhos prostrados damo ao Rei Soberano da Chama Negra que
me presenteará com um garfo e me erguerá ao céu llC':m cstrcJasl
Que cu seja amc-açador enquanto na carne esdvcrl
Que nenhum diicorc chegue perto da minha pelei.
Que nenhuma fuca pasllC pelo meu corpo!
Que nenhuma magia ou feitiçaria llC': apt'lrumc d o meu escudo!
Que dentro do Círculo dos Anciões eu edifique a morada onde os
r
espíitos imundos não poderio encostarl
As aves voam, as aves de pena negra ,-oam por tcxlos os canros desllC':

"'
mundo levando a mjnha oração que é um chamado do Filho da
FotÇa para as Tropas de Guerra,
Os Cruu:iros estão abertos pact a manjfc.staçâo dessa força, pois
enchctci o mundo com espfritos rebeldes e perversos!
Eu levanto a cruz 30 AJto e a inveno mostrando 30 Inimigo que seu
clnttr nio habita cm meu corpo!
Coloco minha mão na Terra e que todos os Exus e Pombagiru
conectados com Maioral me escutem: Se uma flecha cm mjnha
di�âo for lançada, um mU.hio de flechas neg:ns ,-oltarão cm seu
lug.ul
Que mshn #fa e1111111me tio Dmgtio NegroMalom/e 11,shll •nl!'�

"Salve o &piriro te nascido na raça dcSaranásl Salve o Portador das


mais letais armas. assassino do inferno, Diabo de Guerra, Grande
Mcsue cios Duelos!

Guarda-me em Vossa capa. para que os olhos que me procuram não


me vejam e para aqueles que saibam onde estou temam vir ao meu
encontro, Fecha meu corpo contra as invcsfüias dos covardes, contra
os derrorados que m e invejam e contra todos que desejam armar
emboscadas!

Eleva-me au-.wés do vento que tua capa produz quando estás cm


combate, forja-me no calor do sangue derramado. purifique meu
corpo com a lágrima dos oponentes e fortalece mjnha mente
conduzin�mc pelos labirintos obscuros.

Sete Capas ,-os chamo! Estenda Vossas gloriosas mãos e retira­


m e do abismo! Attnda as todus que permiti.rio aos meus olhos
contemplar a arena de Vosso Reino! Sou abençoado pelo Senhor das
Armas Ocultas que me guia e protege todas as horas da minha vicbl
Facas, lanças, mach3dos e punhais não me acharão, tampouco.
armas de fogo cncont.rario meu corpo, pois sou 6.Lho dos Senhor
das Armadilhas que tUsceu para tader.u a sangrenta l\'fadlhal�,
Lnroyi S.u Capas/

'"
tomo umi, um patuá
Paruás são andinos individuais e siecretos. Não pcx:lcmos emprestar
ou deixar as pessoas toca-lo. É um instrumento para sier usado em
um bolso, cotdio, cancira ou até escondido no sucii das muJhcrcs.
Se 6carguardado cm uma bolsa não ocorrerá a troca COCl};ética.

Não permita que sieu paruácnucc m contato com o sol ou com a água
salgada, Isso dcsmagneti?aní sua csiiencia, Procure usar seu patuá no
momento de SU3S orações para fortalcc.t-lo constante.mente,

'"
Jl função bos punhais e aba!Jll!l no culto be (!xu

��
..,.. � ;,.,-;. ,._:::
Dentro da Tntd.içâo da Quimbanda Brasileira é muito comum o uso
dos punhais e adagas nas firmações de Exu e Pombagira. AJcga-sc
que seu wio começa no terceiro mUtnjo antes de Cristo. cnt.n:f3.Jlto,
essa afirmativa caro::c d e documentação.

Apesar dos punhais por \'CUS sierem pucddos com as adag.ls. não
são a mesma arma, Tntdicionalmentc os punh.tis são menores, mais
finos e possuem u.ma espécie de cruz que protege a mão. As ad3g3S
são como pequcnas espadas, entretanto não possuem proteção para
as mios, A diferença não está limitada apcnas n a distancia de goJpcar
e sim no tipo de ferimento causado e lU função durante a bualha,

Os soJdados romanos USl'\'3..m sieus punhais como uma arma de


batalha para curto alcance, Apesar d e sier um instrumento mon:iJ,
tradicionalmente cra usado na mão esquerda dos llOldados como
arma de defesa durante suas batalhas, Por sier menor, mais leve
que uma espada e ter uma proteção para que a mão nio dcsUzassc
para a lâmina facilira,-a os movimentos rotativos e bloqueava os
goJpes contrários. Entrcunto, muitas vezes as bamlh3s faz.iam com
que os homens luussem sem mu.ito espaço, assim, torna,.'3.lll.-se
fundamentais,

Ent.n: os povos pagãos o uso da adaga era mais frequente, A diferença


estava em su.is lâminas que possuíam características interessantes.
A primeira era uma cavidade que ficava paralela ao fio que servia
para inuoduzir ar na corn: nre sanguínca, Outra era que suas lâminas
eram constantemente preparadas com ,.-cnenos mortais. Isso também
permitia que fossem lançadas, pois mesmo que nio pc.rfurasse:m
com profundidade, espalhavam veru:no no corpo ferido,

No Bruil os punhais sofreram cenas mcxlific.lÇ6es tornando-se


maiores e perdendo certas qua.tadades, entretanto, mantendo sua
principal caractcrístka: ferir com a ponta. Encontramos rdatos que
o principio cios punhais é que dt:ram. origc:m aos espetos uSldos

'"
para assar carne. As adagas se distinguem pela fotÇa de suas làmjnas.
MUlros as C'lU('rg,lm como facas de guerra, mas na \'C'tdade as facas
são ext.tcmamcnrc &ágeis cm rel:tção às adagas. Também \'C'mos
adag3.s com proteção para as mãos (assim como os punhais) e isso
faz pane das f.tOC.lS culturais ao longo dos séculos cm que as guernlS
ocorreram,

J,l Jltma abtqm1ba


Existem inúm� modelos de punhais e adagas disponíveis no
mercado,. mas prcfercnciaJmcnrc optamos por aqueles cuja lâmina
seja fciracm um bom aço ou ferro e cujo cabo seja de madeira, osso,
chifre ou mesmo o prôprio mera!, lâminas com cabos de plástico
nio produzem o efeito de 6.luo que o adepto necessita e seu uso
pode acarretar um inflwc.o cncrgétko, Lembre.se que esse punhaJ
ou adaga servirá por mUlros anos. então, recomendamos que seja da
melhor quaHdadc possível. O tamanho,. bem como o modelo, não
são realmente rclC'V3.ntcs.

® 1'>tmhal no �ulto be l!xu


No mundo astral certas armas tisicas reftctcm seus usos e
características. entretanto, podem receber outras, Oc6.nitivamcntc
nio cortamos nada com um punhal, pois o mesmo é uma arma
de perfuração, Dessa forma, usamos para perfurar os pontos fracos
da alma humana, Sua forma também sugere que se trata de um
instrumento fálico capaz de gerar uma enorme concc:nuação de
energia, Como reprcscnração f.í.ljca está associado ao prôprio Og6
de &ú e seu alto poder ígneo. Algumas lendas sugerem que se &ú
encostar seu Og6 cm aJguma coisa a mesma é incinerada,

Dentro dos adtos obscuros o punhal é um slmboJo de poder,


a própria emanação do Fogo de Satanás e Lúcifer, um poder
masculino mUltas vezes reJaciolUdo 30 raio e 30 trovão. Tem uma
funç ão de ddjmitar e aterrar se nccc:ssário. Esse atcrramcnto é como
um 'exorcismo', uma submissão.

'"
Exu uSl os punhais tanto para carregar dt: podt::r ígneo quanto para
consumir t: esgotar, Por isllO é comum vermos punhais espetados cm
'Pontos dt: Força', afinal. é um instrumento bélico capaz dt: nutrir
com forç.u ígneas criando uma atmosfera de controle t: vitória, Sob
um oJhar 'qUlmbandt::i.10' o punhal é a pcrsoni6C1Çáo da própria
'Carra do Diabo'.

A função de raio/uovâo simboliza o formaro e a intensidade da


energia que sai da ponta da làmina nos ritos mágicos, Quando
empunhada. o adt::pto deve visuaJjzar um esuondollO ra'10 de fogo
Saindo da ponta desse artefato. J:i m Exus sabem manipuJar c�as
on<:W dt: acordo com suas necessidadt::s t: intensôes, Podemos
dittr que o punhal simboliza a vitória t: o poder, pois sua ação é
extremamente contundente t: um ataque ou defesa feito com essa
arma torna-se tão letal quanto a picada da Mambál Por tal motivo,
todo Exu que porta um punhal nos mostra que alcançou um grau
evolutivo considt::nível t: maduro.

Muitas vttes os punhais W usidos por Pombagiru t: dentro da


Quimbanda encontramos uma Legião chamada de "Sete Punhal$"'.
Mesmo que o punhal tenha uma energia dinâmica, quando
empunhado por uma Pombagira (ponadora da energia negativa)
torna-se um objeto conectado com conflitos eróticos t: é usido nas
magias de cunho sexual. Nc�t: llC':ntido o punhal é comparado com
uma llC':rpcntt: que sibila suas feitiçarias.

€orno conngtat lllll punhal J'lml o €ulto bt (fxii


Para consigrarmos qualquer objeto a st:JViÇO do CuJto dt: Exu
dcvemm Hmp:i-lo ames dt: qualquer aro. Toda atividade deve ser
iniciada cm uma terça-feira apôs as 2Ih.
1 - Lavamos o Punhal cm água corrente;
2 • Prcparamm uma mistura de um copo dt:: água (200ml) t: sete
pitadas de sal dt:: cozinha.
3 - Com a ponta dos dedos respingue essa água na lã.mina enquanto
recita:
"Sal t: água., água e sal. purifica a forma fl'sica, purifica a forma asuaW
4 - Deixe a lâmina secar naturalmente

,,.
; • Após seca, besunte-O com 6Jco de dcndt sagrado (feito com
pimenta da costa).
6 • Com um pano limpo (preferencialmente que nunca tenha sido
usado) limpe a lâmina.
7 • Acenda ut:s velas \\"mtelhac ptt"ta na forma de uiangulo posith'O
(ponta para cima).
8 • Ao ttntro dessas \\"las, coloq ue um carvão cm brasa dentro de
um r«ipicntc apropriado para defumar e ministre uma pequena
porção de raspa de chifre de boi, raspa de chiftt" de bode e cn.xoftt"
para queimar,
9 • Passe vagarosamente o punhal pda fumaça e pelas velas enquanto
r«ira:
�go, ó tlemmto sagmdo, Mlilo de lfli MaiomJ, abm os poros doferro
t 1W aro pam mep,mhat ronsag-arl Carregue-os tom afor('l de S1ta11ás
t tom a Luz M Uâfrr, trnmforme ma arma 110falo th fu (diur
o 110111t de sN Mestre} pam que esse gfqrioso tspirito possa domi11ar,
abri,; ftrha,; atmir e rri"'lsar as «N'ft1l1ll t11trgérims roefóm1t mi11h.1
11«tsSklndt e a Suprema ¼,,tade do Império/".
10 • Quando sentir que a lâmina está devidamente carrcg.tda o
adepto colocará a ponta d a làtnina no centro de sua mão esquerda
forçando até que ex:ista uma pequena dor. Exclame:
'1ilra dt ponta, i"''lhat dtspt'f'fo, jamail 1ml ponra, lá111i11a ou rabo
romrn 111i111!Meurorpoéfarm&, «nt1 aseiramMdn. Gm11deStrpt11k.
Qwnro aos mt'NI i11imitps, jamais txbtinl rontrolt ou pitdn.dt/".
11 • O adepto irá segurar o punhaJ deitado cm suas duas mãos e
ofcrcttr.í a seu Exu como um instrumento de proteção enquanto
r«ita a CC7.3 füul:
"'Exu (di:u,-o no111t), meu Mesnr t Gtiardkio da 111i11ha tvolll(do, a
ti diJpo11ho me pu11h<IIp.1m st'f' 11m i11sm111u1110 dt a,oq,u t dtfoa.
Q,u 11ossa rtlapio mio se rorte e 11tm pe,fure, mfll que nOJ.Jos i11i111i:§>s
sinm111 um gilido mtdo q111111do tn1tarrm 110s atacar. Amo t,1t,'t'l1t11ar
"" atirnr ma am,a, posso ft11ta•la tm â111.1 dos mNS inimiga,, pow
dominar os tspiriros, dtsde 'l"e a b.1la11ra tsttja ali11h.1da. O rhtiro do
sa11fJU dos i11im.ig:ll atmird Slllt /àmli1a ali '{"e O mbo mio pm11ita mais
q,u aprtf,mdt em seus rorpa,. Exu a<rite mais uma arma e mais um
ilutnmumo 'l"e resg,iardanl 1Nfilho (a). LaroJ-ê Exu!Exu é Mojllbá!"
12 • O adepto pode fincar esse punhal cm cima de um toco de
madeira ou pedaço de caixão ao lado da firmação ou guarda-la na

'"
b.ianha para ser usada quando necessário. Lembramos que se optar
em finca-la no toco de madeira ou no cai.tio, a làmjna deve estar
\'Oltada para a porta,
13 - Costumamos dcixar pedras vulcànjc.u cm \'Olta do punhal
fincado.

Jl J;lbaga no �ulto bt <$i11


A Adaga fücralmenrc é uma arma assassina. Feira para perfurar,
quebrar ossos, matar auavés da injeção de ar n o sangue, essa arma
é a expressão da morte. Por ser menor que uma espada é fãcU de
lll:r carregada, pode ter 60-de<ortc cm ambos os lados ou apenas
em um, mas sempre possu.i cone, M agistkamcntc é um artefato de
ataque e sacriflcio, principalmente se a consagrarmos para contr\l•
ataque astral.

Os Exus que carregam essa arma nos demonstram sua natureza, É


pane do complexo en redo de sitUis quc os espfritos codificaram para
demonsuar suas aptidões e pcdcrc.s, Quando um Exu está com uma
adaga na mão cc:rtamcntc está atacando ou ameaçando e isso deve ser
bem analjsado pelos adeptos, principalmente em giras, entretanto,
quando o Exu coJoca a adaga no chão e pisa n ela simboliza que nio
tem maldade alguma para com as pessoas. Costumamos ,-cr Exus
como Sr, Exu Sete Capas, Exu Matança eSr, Tranca Ruas portando
suas adagas, mas um Exu que nunca uabalha sem a arma é oSt. Exu
Cigano. Dessa forma todos os Exus que trabalham influenciados
pelo Povo Cig,ano também tem uma adaga em SU3S firmações, Como
é um símbolo da monc, também possui conexões com o Povo da
Kalunga. afinal, é um instrumento transformador de en ergias.

A adaga é ígnea, entretanto, é ponadora de dois elementos: Fogo e


Ar, Nossa Tradição costuma consagra-la para ambos os elementos
antes de colocarmos a mesma nas firmações de Exu, Depois
disso, nossos próprios mestres carregarão essi arma com suas
pankufaridades, Lembre.mos que tanto o punhal quanto a adaga
quando guardados na bainha estão em estado letárgico. Só quando
fora é que dclll:mpcnham SU3S funções,

"'
&mo consagra& umaJlbaga parn o tulto bt �
P.ira consagrarmos qualquer obj eto a serviço do Culto de Exu
devemos Limp:i-lo antes de qualquer aro. Toda atividade deve ser
inkiada cm uma tcrça-fei.ra ap6s as 2 Ih,
14 - La,'3lllos a Adaga cm água cortt"nrc;
15 - Ptcparamos uma misrura de um copo de água (200m.l) e sete
piradas de sal de cozinha,
16 -Com a ponta dos dedos rcspinguc c�a água na làmina enquanto
rocita:
"Sat r dg,ia, d!Jlll r sal p11rifira aformaflska� p11rijim a forma Mtml/"
17 - Deixe a làmina socar naruralmentc
18 - Após s«a. bcsunt�a com 61co de dende sagrado (feito com
pimenta da costa),
19 - Separe uma raça com vinho tinto. Lave a lâmina com vinho
enquanto recita:
"Sangur, sa,lf!}'e. sa,lgl«, tu senis mftl/Wm dme dnne,110, Forte e
,nortifrm sm;inl ao fu (diur o nome) nn rodas as s11<1Sg11mns, StnJinl
parn o ritodesarrifidor nas mdosdmefilho (a) da Quimlxmdajamais
folhanl!'.
20 - Com um pano Limpo (preferencialmente que nunca tenha sido
usado) limpe a lâmina,
21 - Acenda trb velas vermelha e preta na forma de t.riangulo
pmitivo (ponta para cin13).
22 • Ao cc:nuo dessas vdas, coloque um a.rvão cm brasa dentro de
um rocipicmc apropriado para defumar e ministre uma pequena
porção de raspa de chJfre dc boi, erva do fogo e mamona seca para
queimar.
23 • Passie vagarosamente a acbga pela fumaça e pdas velas enquanto
roeira:
�go ea,; ar efogo, earrtgo de mergias me i11s1r11111mtode morre. Que
asJi1n eomo 11a Terrn pode 11,ara,; 110 Asrmt ,mi os mmnospodmu!"
24 • Quando sientir que a lâmina está devidamente carregada o
adepto passará a mesma no seu corpo ( siem corta-O enquanto recita:
'Paea de p011ta, adafll dqMa:, jamais lrnl ponta, /àmli,a ou eabo
eo11trn mim."'
25 • O adepto irá siegurar a acbga dcirada em suas duas mãos e
oferecc:r.í a seu Exu como um instrumento de proteção e recitará a

.,.
reza 6ml:
"Exu (diur o 11ome), meu Meitre e Guardião da mi11h.1 n,'OlllfdO, a
ti disponho wa adafll parn 111i11ha prottfdO, Q,u 11ossa rtlafdo l'Jdo
se cork e ne111 pnfarr, mas 'fllt' 110J.Jos i11i111igos Jinram pavor e 111cdo
q111mdo ma arma os atnmr. Posso mllt't1mar Ofl atimr ma arma, posso
/foca-la c111 dma dos 111n1S i11i111i:§>s e o aroma dosa,'!"" dOI i11i111igos
dirtdonard ma Ld111i11a. . Exu aaik maiJ M111,.1 arma e maiJ M111
i11smm1e11ro 1110,rat 'fllC mgwrdard teu filho (a). laroJ-ê fu! ExM i
MojNbd!"'
26 • O adt:pto pcx:lc fincar essa adaga cm cima de um toco de
maddra ou pedaço dt: cai.tio ao lado da firmação ou guarda•la na
lxunha para ser usada quando necessário. I..cmbramos que se optar
em finca•la no toco de maddra ou no caixão. a làmjna deve estar
,-oluda para a porta.

Essa consagração pode ser acrescida de muitos outros elementos e


pós. Isso também é inruldo pelo adepto mais expcrkmc. e que já
tenha um bom contato com os espíritos, f,.-fus essa é a consagração
base para todos os dt:mais atos,

«> 1�unhal bt Jllllgía Tugn


Tcx:lo qUlmbandt:iro deve te.r cm mente que a arma que usa para
amaldiçoar é a mesma que usa para abençoar, pois se a faca tem
dois l:ulos, cada lado tem sua função. Tanto nos punhais quanto
nas adagas, aJguns adeptos CCGtumam gravar •Pontos Riscado� cm
ambos os lados das atm3S como focos de �n� e dira::ionamc.nto.
Entretanto. quando o adepto necessita de uma arma cspecffica
para um determinado advento, pode fazer uma segunda arma.
pois geralmente c�a sierá aterrada ou despachada apôs as práticas
rituaJJstjcas.

Uma mesma arma pcx:Lc receber diversas consagnçóc.s, entretanto.


quando o adepto for efetuar determinados tjpos de feitiço não é
recomendado o uso dt:sua própria arma. haja vista quc.a programação
da làmina não pode tcr duaUdadc energética,

O 'Punhal (ou Ad3g3) de Magia Negra' ou 'Punhal (ou Ad3ga) de

"''
'Morte' é um dos maioies exemplos d.isso. Carregado para um fim
e uma vfrjma espedfica essa arma não deve ser misturada com as
demais.

Existem muitas formas de se ptC'parat um punhal para Magia


Negra, entretanto, optamos cm descfC'\-cr apenas duas formas. Sete
cUas ames do RituaJ o adepto dc.ver.í ir a um ccmitério e cravar ou
enterrar o punhal/adaga cm uma sepultura. Uc todas as artimanhas
para esconder essie objeto, pois sie outro adepto encontra-la e usá-lo
em qualquer anjmal o adepto que enterrou a faca fC'ttberá pane do
influxo.

Ao cravar o punhal/acbga estamos ferindo a Terra silenciosa.


Estamos incitando a ira daqudcs que cscio cm descanso e silencio,
Dessa forma a lã.mina dessie instrumento sierá cariegada de energias
nociV3S, ,-cnenosas e fatais, Recomendamos que sieja um punhal
mUlto amolado de cabo preto e lâmina fina.

®s cmmollÍllís y.mi pttplll'.ll! uma Jlbaga


ou l'>unlutl Jnalô1to
:Wtwtl 1
Escolha uma sepultura ou cova antiga. Pc:Gicionc-sie em fu.nre a essa
e scgute o punhal/adaga com as duas mios, Erga� até a altura dos
olhos e diga:

'Term tios MortoJ, aqlli a paz r o sümdo ri, os tlt'UI q,u arabnam os
viws, mM pam os morros me i 11111 ra mpo de proMfâO r g,urrn. Em
110111edo rri rda Rai11h.1 da Ka/1111ga� ao Gmndioso bp«troda Mngia
Ntgm, mwo me p1111h.1Uadafll ,,a �pNl111rnl«Ml a11ti:§l pm que s1111
lá 111i11a stja carregada rom a g,urm, im, lágrimas r dor que os vii'OS
11áo podem "'" 0111mlirr (crave a faca- inclusive o cabo e faç a uma
marcação para que não a pc:ica).

Sete dias depois desse ato, vá bus.::ar sua arma negra. Ao retirá-la da
terra bata com a ponta r.rt:s vczcs no solo para agradeccr e enrole-a

,.,
em um pano preto ptt'Yiamente defumado com Mirra.

QU3.0do for usá-la., dellC':nrole� e bau a ponu trb VC7.CS no chão


pedindo que a fotÇl dos mortos desperte na lâmina.

l\ítmtl 2
Outra forma de amaldi ço ar uma làJnjna é fincan�a dentro de um
peixe (bag:rc - Eja-Kika, Cascudo ou Bruacu) que será enterrado
no cemitério cm uma cova nova Faça os procedimentos de praxe
e dirccione-llC': até uma llepultura / cova. Oi.ante do Mono n:cém­
chcgado ao Campo Sagrado, direcione uma onçâo ao mesmo e peça
que de (a) carregue a lâmina com todas a s suas raivas e frustaçôcs
enqU3.0t0 o pciu- deteriora. Jogue trb moedas dentro do buraco
onde entcrracl o peixe.

No Cruzeiro de�c Cemitério ofereça uma vda branca., um copo


com água e um copo com cach aça na intensão da3lma quc carregará
sua lâmina, Depois de 21 dias vá busca-la e siga os procedimentos
do ritual anterior.

,.,
Uma indagação constame dem.rcosadeptos Was fomwquepodcm
ser usad:u para fortalo:c.r o víncuJo com seusMestres Exus. Sabemos
que não é uma tarefa fácil edificar uma refação energética com os
Monos, mas existe uma série de técnkas que podem corroborar
com esse ptottsso.

O adepto dC\-c saber que:


• Apesar de Exu ser o 'Dono da Fala', a principal forma de
comunkação nio é através de ondas sonol'3S. Os c.spíl1ros se
comunkam por Li ngU3gt: ns tdepátkas, ind.i.rrta., 'subtcrdneas' e
atraVés do ptóprio ambiente. A comunicação tdepátja ocorre
atraVés do pensamento e esse é capaz de produzir uma força/
energia que gera movimento, Dessa forma. tudo que imaginamos
(pensamos) pode criar fomw (a prindpio sufü). Segundo A. Victor
Segno, o pensamento, por meio do movimento, descola os átomos
do ar que rodeiam o corpo. produzindo, deste modo, as vibraç,óes
ou ondas de pensamento na atmosfera. Um pensamento fraco nio
prcx:luz mais que um leve abalo, semdhante a uma ttnue brisa que
ll\O\'C suavemente. as folh:.u d3s árvorcs; ao passo que os pensamentos
fortes e impcn.tosos deslocam os átomos por um espaço maior, Essa
teoria pode se alinhar com o conceito de escudo ene4:ético que é
um dos dementos da Quimbanda,

Para que o adepto entenda a extensão da comunicação tclepácica,


necessita de prátkas que aHccrcem a mesma. Como nossa Tradição
é eclética criamos uma rirualística que cm•olve meditação.
visual:ar.ação e afü'lção de Pontos. Tcx:la essa escalada se inicia através
do estímulo da imaginação. Q.tando falamos cm imaginação nio
tcndencionamos para mendru e invenções, afinal, pan.i.mos da
prcmhsa maior que a imaginação é o que o ser humano possui de
mah poderoso. 0C."Vemos estar atentos apcnas nos rcBcxos dessa, pois
a imaginação deve ter como fundamento a criação de uma mem6ria

1<3
para atrações futuras. Segundo Alben Einstein: "/11,agit,a[âo i
Uldo, ia prévia das atmfMfatlll'TlS�, Para estimular essa imaginação
podemm usar alguns ro::ursos, tais como som ambiente. perfumes,
ôlcos, defumações, enfim, aquilo que agrada nossm sientidm e
perm.it�nos expandir os pensamentm.

Essa rirua.líscica deve ser feita para que o adepto possa dominar
e apaziguar sieus pensamentos, ou seja, 'desligado' ou a.fustado há
pelo menos duas horas da rotina diária inicia suas práticas, Por isso
rccomendamm m horárim noturnos.

O l ugar escolhido para o rito dC't-c ser confortável e todos m meios


para pacificar m pensamentos sio válidos, O adepto pode usar
inccnsm, pesfumes, ôlcos, sons, scrying, tabaco, bebidas ritua.lístkas,
rapé medicinal, cn.6m. o resultado deve sier pacificar e deixar a mente
criafü'a Livre.

Usando a imaginação o adepto deverá construir um ''focal mágico,.,


que pode ser uma sala, salão, clatt-i.ra, encruzilhada, caverna,
choupana ou outro sírio que siervirá de ponto de encontro com
os Mestres Espirituais. Esse local deverá conter instrumentos
ritua.1/stjcos como velas, charutos, caldeirões, livros, animais siecos,
súnbob sagrados e tudo que a imaginação do adepto puder ag:tcgar,
Importante salientarmos que qU3.fltO mais deralhada for a imagem
dessie local, mais fácil sierá a comunicação.

QU3.Ddo o adepto t.iver com.role de criação desse ponto poderá iniciar


suas prátkas mágicas, Rccomendamm que enquanto a imaginação
não permitir ao adepto a completa criação e visuaHT.aÇão nio fuça o
ritual.

() Ritual lnícíal
Em uma noite de lua crescente ou cheia, o adepto deverá ban.Jur
sieu corpo com uma mistura feita com um litro de água, lOg:sálvia,
IOg: manjericão, IOg: arruda e IOg hortelã, Apê6 maceradas as ervas

"''
o adepto derrama esse do pescoço para baixo.

Fará o ritual corriqueiro cm suas 6nnações ou assentamentos,


Acrescentará a queima de um incenso de arruda, mirra, sàndtlo
ou guiné, Pcrmkirá que a fumaça da queima das ervas eleve seus
padrões de pensamento deixando os problemas mundanos para
serem resoMdos s6 depois do conrato com seus Mestres,

Scntaníconfonavdmente cm frente as 6.tm3Çôes e n:dtará a seguinte


octção:
"Em 1111111e do G,-11,uk .O,,a gão Nrgro, a-quel, que t4W4ÚI 11
,su1111Jáão, dou vld11a11 mru Templo lnhrlor e t.011-11/donprete11fA
do., ""'"' Met1n, G,"zrd/6,1, Clnmo no poder do ,neu ,sp/,.ho
lg,NO pa,-11 que tksp,n-" a.t mr.mdri,u nnustnih e lfll# 1;0111 tllll'lf'IA
,U_po$GA Ulllfi'uir tJe todo.t 'IIUIII te11tld11$ ,.xtm•SleNSllt'ÜÚS. O,a,no
&11 e Pomhagfra J>II"" mru ref#glo ontk r-erelHreJ o., G11pad111
'1Uburm,ntos. l+ometo Mo hmur/Jz.ar, ,uio e11,if1111d/,- o que ;
n,n/ do que ;fletido.
Att'1IIÍIA, Ó GmmleMaJornl, lflU 'IIUII Templo #jA llllllltolUh'llf lÍO
só/JdA w, 111/Nha ·,mmk, capaz de abrig a,. me11 eonlH.e-immto ,
,JJt01uler m/11/Jt,,1 /Nh.m6es.
&!«o &li, EPoeo Pombtlglra, rom a forfA tbl$ Nllnh111J>11l11vm1
,pe11smnr.nl'OJ!'�

Nesse exato momento fechará seus olhos e voJtará seus pensamentos


ao local construído com o uso da imaginação. Oc:nt.ro desse ambiente
continue o ritual, acendendo vdas, incensos e ofertando presentes.
Certamente comcç:trá ouvir tdcpaticamcntc a voz dos seus Mestres
Exus. MUitas \'CZCS os adeptos aré se assustam com a cl:.utta dessas
comunkaç6es, Deixe a mente fluir pelo tempo necessário e ao
6naliiar essa mcdiraç:io/ritual agradeça mesmo que não tenha
ouvido nada dan.mcnte, pois como foi dito anteriormente, Exu
pode se manifestar através de outras formas Lingulstic.u que nossas
mentes ainda nio estão preparadas, Esse procedimento pode ser
repcddo quantas vezes o adepto desejar.

,.,
A rotina da vida muitas vttes nos enfraquece e nos distancia da
chama sagr.tda que portamos. Por m.:ias fone que um ser humano
possa sier, chega um momento cm que nulo fica anuviado, diffciJ e os
pensimentos já nio 6ucm como antes, Uma vontade incontrolável
de recomcç:u toma nossas mentes e não temos um ponto de pardda
para 00\'3S jornadas, Falta-nos força e energia para continuar
guerreando.

Justamente nesses momentos é que o CuJto de Exu scd.ifctt"nci.1 dos


demais, Exu é vitafül:.tdc, poder, movimento e energia., portanto.
um verdadeiro filho de Exu/Pombagira deve ter ao seu alcan ce as
fontes pu.rilicadoras e rcencrgizadonu que o ajudarão enfrentar os
precipkios da rodna,

O Povo da M.ara sabe mUlto bem como otimjzar as forças da terra.,


plantas e anim.:ias. Essa sabedoria é dcvenu importante para que os
adeptos consigam encontrar o cquiJ.lbrio, O ritual ensinado pelo
Mesuc Pantera Negra é apenas uma forma de urairmos a energia e
desanuviarmos nossos olhos para compreender as fuses da vjda e a
importància dc lembrarmos constantemente quem somos e qual sio

,.,
nossos objeci\•os.

Esse ritual deve preferencialmente ser feito em um l ugar aberto. com


árvores, rios e que não seja um pomo turístico cheio de curiosos
e cristitas. Toc:los os dias cb semana são bons e a fase lunar mais
apropriada é a crescente,

Material oecU$Ó.rlo:

14 velas finas verdes


14 velas finas preus
Barbante
OI pedaço de carne bovina crua
½ foJha de bananeira
30ml de óleo de dendc (cp6)
O1 garrafa de cachaça (marafo)
01 charuto
03 metros de corda de sisai fina,

Modo de fuer.
1 - O adepto deve se dirigir até o local. Chegando ao mesmo.
marque um drcuJo com a corda de sisai,
2 - Com o barbante amarte as velas cm g rupos de sete separados
por cor.
3 - Disponha as vdas cm quadrante intercalando as cores.

,.,
4 - Abra a bebida ako6Lica e derrame em sienddo anti-horário por
cima da cotda de sisai.
; - Também derrame a água mineral cm sienrjdo horário por cima
da corda.
6 -Ao accnder as velas ex.clame:
'1.aruyê Povo da Mata� Salt.� fu Panum Negra.' C'.obá kgi.io! Oferto
a água pam 11uinr a sede do meu tspírito, oferto a bebíd.1 pam saciar a
irn de fu, oferto ofogo parn ÜMmi11ar mi11h.1 Hlt11lr, mNI ea mi11hos
t11,eu d�fino/"
7 - O adepto coJocará o pedaço de folha de bananeira no centro do
drculo. Por cima ofertará a carne crua Derramará o 61eo de dendt
na carne enquanto a.clama:
';,J «U"1témeueorpovtlho, otpôé meusa,�. Na. Tmn<kim111i11h.u
angustiai e efrimenrostrmow-111tdefo'f41 e sabtrwrias!"
8 - Ap6s e$e ato, sientará dentro do drcuJo, acenderá o charuto
e baforará em di.n:ção a terra, ao céu, afrente, amú. a direita e a
esquerda,
9 - CoJocará o charuto ao lado da carne e iniciará a sieguinte «7.X.

"RzitMdeda Mata:
Q,u ao abrir 111t11S o/luu, assim 'l"" a bola dtfogo nlÍír (l()J <ius, eu
t.Jlrja pronto parn mniJ 11m âdo.
Qut 11Ji11h.1 /a.11fll t.Jlrja forte parn a rara tque O t.'t'tlt1IO de 111i11h,u
Jkdnu 11,iofalhem mu batalhas,
Qut minha earn uja s11fidmteparn toda, tl.J 11mssidrvla e q11e t'II Jtja
dignodetknrunarosa11g11t11a urm 11tgrn!
E ao longo d.1 11,a11hâ, assim eomooFogo a11111tNftl oen/or, fOJSª 111111
eorpo tstar prrparndo p.1m q11e minhas ptrmu 11do falhem fjllll11do na
mata eu eilivtr ptr1t'f}lit1do, pois q111mdoa Bola de Fogo 110 pilw t.Jtivtr
dtstjo t1tar !illbortrmdoa mr,,e dn minh.1 rara,
Q,u a 11atlll't%1l mt nbrig,u don:' (Jlltquei11,a aptle e q,u N sempre
«ht /«ais de repouso J<glll'O e «>m dgwz «>rrr11u.
Q1111 ndo a &la de Fogo eo11,eçnr 1e rtrolhn; '{"t N wllr vitorioso e
tenha Nm l«atde guarida, pois os olhOJ prrâsamfrehar, a ab11n prtâsa
tneo111mr os anttpasst,dos t ukbmr nasfog,uirns do ollh'O 1t11111do. O
g,urrrirodesm,ua pam eitar apto parn a lxua/h.1.

,..
Mas se Na 11oiu Pa11trm fwrln 1air parn r11,11r, q,u os olhos ,ri, se
n,gnne,n, q,u a mpimfâo seja si/t11(iosa, 'l"e o solo não estale, pois
urr11rri a prtsa tk ratfom,a q11e qua11do o bo«for t.ln&,, senl romo o
da Sf'f'ft11/r ,ugm/
Q,u a ÚJa me pro«fa e tk,mme SIIIU Ugi,nas e,n 111e11 ro,po e 'file
as peks ndo me fallr,n p.1m proteger•111t dos tlt1JI01 gthdos, Q,u os
inimig,s ndo me vej,w1 romo 11m ho,ne,n, ma, 1111,a grmdepantem 'file
lhes c11J1sa patw e 111tdo.
Q,u o próxi,no rk/Q 1tj11 mais fano e mais glorioso que md Etnld
Pa11um Ntgm, A1111td Povo da Mam� Laroyi Exu das Matas!".

10 • Feira a rcr.a o adepto iniciará uma mo:litação e senfüá as


energias 6u.indo pdo corpo. Recomendamos que a meditação ocorra
enquanto as \\':las estio acesas,
11 • Para füulilar o adepto deve recolher a corda e guarda•la para
um próximo ritual. Nenhum tipo de lixo dC\'t': permanecer no local.
Por isso a oferenda deve ser completamente pen:dveL
12 • Agradeça as forças, c:nc4:ias e espíritos prcsenrc:s, saúde os
quatro cantos e pana do local sem oJhar para tcis.

Depois que desanuviamos nossos pensamentos e rttnconuamos


uma meta para darmos continuidade cm nossas vidas semprc
precisaremos de forças para abrir nossos caminhos. Recomeçar cenas
coisas não é fícil, mas com o apoio espiritual todos os impactos
ficam mais amenos e ternos a grande ccncza que alcança remos tcx:los
os nossos sonhos. Por esse motivo ensinaremos ao adepto como
continuar o primeiro ritual cm busca da auto rc.Uilaçâo.

Contados 21 dias do p rimeiro ritual o adepto fará uma entrega ao


Exu Pantera Negra visando c:nc:4:ia, ÍOIÇa, abenura de caminhos,
vitaHdadc:, virilidade e proteção. R.se trabalho é muito sagrado, por
tal motivo pedimos que somente: a� f.ucr o primeiro ritual é que
essa entrq:a seja feita, Pode ser feito cm frente as 6rmaç6es pessoais
ou mesmo na 'beira' da mata. A c:scoJha é pessoal.

Materiais �rios:

Uma vda palito verde;


Uma vda palito vermelha e preta;

110
Uma abóbora dpo 'moranga' (pequena);
l00g de carne de soJ (carne seca) desfiada;
1 copo de 6Jco de Dende;
Uma cebola roxa;
Sete pimentas dedo de moç.t.
Um pedaço de fumo de corda desfiado (ou um pouco de fumo
Arapirac,);
l/2k de farinha de mandioca gro�a;
Uma garrafa de marafo (pin&3);
Um charuto (de qU3lqucr qU3lid:tdc).

Modo de preparo

1 - Refüc uma pequena umpa da Moranga e retire toda semente e


poJpa de dentro (parece uma pequelU panela),

2 - Coloque uma pane.lalimpa no fogo e tefogue no 61co de dendt


aceboJa e a pimenta dcd.o de moça (ambas picadas). Quando estiver
no ponto acreS1Centc a carne de soJ e deixe refo ga r por mais alguns
mjnutos. Ap6s, junte a farinha de mandioca e mecha (com colher de
pau) até que a fu.ri.nha esteja de uma cor (alaranjadala,-crmdhada)
uniforme.
3 -Aguarde essa fu.rofa esfriar.
4 - Mistu.te na farofa os pedaços de fumo de cotda. ou fumo desfiado.
5 -Peque a ab6bora com as duas mãos, chegue aabenura bem pc,no
da boca e faça a oração ao Povo das Matas,
"'Et,tdEteNIIE:al
Que no frio dessi vida cu esteja protegido pelas peles dos anjmais
abatidos, Que suas carnes a.Jjmentcm meu corpo e suas fug:ulhas

171
espiriru.ais sejam absorvidas.
Que cu tenha a coragem e a forç a do ja,.'ali, a vdoddadc do cervo.
os sentidos de uma sctpentc e a liberdade das grandes aves. Que
meu corpo seja como o de uma onça.. meu veneno como o de um
escorpião e meus olhos como os do Carcará
Iit,ul,Fku
Nas encruzilhadas da mata nunca hei de temer., pois Exu das Matas
sempre. lú de me guiu Com o Po\'O da Mata nunca ,.'OU me pctdcr
e minha caminhada sempre. estará segura, pois no brilho do sol ou
n a luz da lua, os la bi.rintoo scmprc. c.stario no mesmo lugar,
Flechas não me perfuram, machados não quebram mrus ossos.
lanç.u não me aJcança.m e espinhos não furam meus pés descaJços.
pois Exu está comigo •
. EuuJ,
.Etell4
E na clareira da mata, Exu Curador faz seu unguc.nto, o mesmo
,.-cnc.no que mata me sah-a e Exu Cobra corre a gira e trás a cura
dentro da cabaça de mirongas, O laço que foi armado para prender
minha caminhada foi desfeito por Arranca Toco e o bote que me
esperava diante do Cruzeiro, Sete. Montanhas l("V()u para longe,
.Eu.uJ, .Etell4
Na escura mata noturna Pantera Negra vem me gubr., me ensina
a magia da Lua e me lc.va ao rio pra me banhar, Exu dos Rios me
ensina o pcder do sangue da Terra e Exu Lobo me dá o poder das
almas da guerra.
.EuuJ, .Etell4
Salve o Povo d a Mara. pra entrar e Sair sempre. hci de. lembrar, que
grande. é po'o'O de Exu. mas todos se tornam 96 um Rei que deve.mos
lou,.'3.rl L aroyt Exu Rei d3s Matas, não desampare. os 6.lhos de fé, a
Quimbanda me ensina pescar., mas o Senhor que me mantém de
pé!".

6 - Com 3S m:ãc:G preencha a Moranga com a farofa feira.


7 - Regue a farofa com uma dose de ma.rafo.
8 - As 21:30h, cm frente as SU3S firmações ou cm algum local
preparado para rcaJ.izar riru.ais. pegue uma folha de papd branco
(sem uso anterior) e risque/desenhe. a lápis o Ponto Riscado do Exu
Pantera Nc.g ra.

172
9 • Acenda o charuto e bafore sete vcus cm cima do Pomo. Para m
que sentem dificuldade cm baforar, attncb o charuto e cm scnfü:lo
and-horário, circule o Ponto lletc vttcs enquanto chama pela
presença da Legião de Exu Pantera Negra.
1O • Coloque a Moranga rc,chcada em cima d o Ponto.
11 - Pegue a vda vermelha e preta e acenda aos seus Exus (Exu e
Pombagira) dizendo as scgUlntcs palavras:
'Pero lia11ra (l()J met1S Mestrrs p.1m �roir nq11tk que abrird meus
eu1i11hos. Q,,u todamergi.'lflw tm harmonia em 110,nede V.S Maiomt!
&-1m1d Exu (D� o Nome 1W Exu)! Snmml Pombagim (d� o nome da
Pomb.1gim}, &-1mul Ex11 Pantmi Ntgm!"
12 - Acenda a vela ,-ctdc e ofereça ao Exu Pantera Neg ra. �a a
abenura dos Caminhm para tudo que desejar, Sinta o poder da
oferenda e confortavelmente injcic uma meditação livre,

Deixe a oferenda até a vda queimar. No d.ia scg:Ulntc, embrulhe a


oferenda cm um pano Limpo (de prcfcrencia preto) e deixe-o na beira
de uma mata, Não se csqu�a de colocar trb mocd.ts e o charuto
(acenda novamente) ao bulo da ofcienda (para o Povo da 1'.iata). ™
sete passos para trás, vire-se e vá embora sem olhar para trás.
ttabalhos iqítíttmÍ!I nmí3abot1
nn ..$ext11-feíra %llllfa.

��
� - ,..,.
�:�>i=T- . -�...::i""
�•.-

A Quimbanda comemora a "Sena-feira Santa� como o dia c:m que:


o Diabo venceu Deus. É o d.ia cm que Deus sangrou e aHmenrou
o Vale da Oa,-cira mostrando que materialmente e cspirirualmcntc
pode sucumbi.t EX:.stcm muitos significados csotéricm por trás
desse acontecimento, porém, a Qu.imbanda é mais simpHsta nessas
relações, Isso nio impede que os adeptos acrescentem fundamentos
noo feitiços, até porque, nossa Tradição assim aceita,

Para a Quimbanda 8r'3Silc:ira a époc.1 da Quaresma é o período de


maior atividade espiritual do ano, pois muitos mitos e lcnd:u cristãs
facifüam o 6wr.o de certas energias, Dessa forma, feitiços e trabalhos
de todas as naru«'las cncom.ram 6.-nilidadc astral.

Esse dia é um maoco em mu.ito cultos obscUJOs, cnt.tt"ranto,


rambém é um dia em que nossos inimigos nm atacam atr'\l\'l!s de
fortes descargas cnttgn-kas. Nem sempre sabemm quem são nossos
inimigos (inimigos ocuJtos), cntrttanto, aqudcs que conhecemos,
mesmo com pouco potcncial ofensivo, dC\-cm tcr suas correnrcs
cncrgéticas trancadas para não nm afetar,

A QUlmbanda recebeu cssa data de hcrança das antigas bruxas


que aporu.ram cm temu brasileiras exiladas pelo Santo Oficio.
As Tradições de. Brunria Mcdic.val W ricas no que cUz tcspc.ito
às prátkas mágicas rcali1.adas ncssa dara. O caldeirão das bruxas
fcn-c ncssa data, onde. desde bruxedos de monc até patuás de
proteção cram preparados, Talvez por tal motivo que. os fcidços
ttali1.ados nessa data possuam tantos fngmcnros cristãos cm forma
de. blasfemias. Toda sena-feira é um dia consagrado à bruxaria, ou
melhor, à comunhão das bruxas com o próprio Satanás, poiém,
na Sena-feira Santa (conhecida como Sexra-feira da P.ütio) é que
algumas blUX3S tcnovavam seus pactos maljgnm e lançam poderosos
fcidços scntimcntais.

174
Transcrt'\-ctemm algumas rezas e feidços que faze.mos na •sena-feira
Santa� para dh-cnos fins.

t'rnblllho be l,ímpe3a com �cte tru3es


ôeJltoeím
'Sena-feira Santa' inkiamos nossos trabalhm com uma fone
defumação no ambiente. Essa defumação comc.çascr preparada pdo
menos uma se.mana antes da data e para isso necessitamos:

14 galhm de aroeira com folhas


14 tiros de. couro ou palh.a'1a<osra.

Modo de 6rur.

OI -Scp.uamm 02 galhos de aroeira e.com a 6ra dc couro ou a palha


amarramos m galhm c.m form.a de cruz.
02 - Repc.tjmos esse. procedimento com os 14 galhos formando 07
cruzes de .aroeira,
03 - Essas cruzes ficam cm repouso no ambiente por uma semana.
04 - NaSena-feira. às 12h em pomo, comc91mos atear fogo nesses
galhos, P.u�samos essa fumaça por todo ambiente. Vibramos .a
seguinte rcZ:1:
"C,vz; 'l"e matou o maldito 1ltsSfl msa pegafogo, aqui i easa de Fxu t
o sa11g1« vim 011ro. Euqua 11ro uns ehomm de agonia, Olltros de Mr e
trisuza� eu louw01a11((stmis 'I"" smtam na mi11h.111usal Laro)i �,.,

Pcx:lcmos também cantar Pontos de Exu enquanto fuzc:mos essa


HmpC'lt:
"Ar trls horas do dia
Ti11h.1 um dna nwijim&J
Ek sofria, tlegemin
'Ti11h.1 Diabo pm rodo hdo/
Salomi, Salomi
Da.,l(a 110 Smg,,te tk Mzart
Salomi, Sn/omt
Da.,l(a 110 Smg,,te tk Mzart/

'"
Sara Nds tstalNl gargnlhamh
0/hmlM ofana.nu srmgmr
Nâo morrr fâofácil b.vtardo
O infamo b1ttiro rui ro11u:111omrl
Sa/omi, S1/o111é
Danra "º Sangue de Nazaré
Salomi, S1/o111é
Danra "º Sa,1g11e de Nazaré!
ChomMaria,
Chom aos pis da Coa
DNs de 1,-erdnde ,,iiomorre
Por'f"" iftilo de Fogo t Úlz/
Sa/omi, S1/o111é
Danra "º Sa,1g11e de Nazaré
Salomi, S1/o111é
Danra 110 Sa,� de Nazartr

"Na Sextn-ftim Santa


É dm defo,u},r
Corre Sangue, monr §'lfe
Jixu 1,'t:11J (Oltltltl0f1lrl"

"Na Sextn-ftim Santa


Emfm11t à e11Cn1zilh.1da
Ena:,n11ri Stu Gim Mundo
Da,IM vdrku gal'fl'/h.ulas
Seu Gim M1111do ria da maldade q11e Ekfez
Matou struriJ/lios, todos tlts de 11111a ,-ezr

05 - Quando o g,tlho estiver no final coloque� na ftcnrc da casa e


deix.c qUC'ima, até o 6.m. Se for apartamento deixe na sacada ou na
área de sierviçm,
06 - Soprc P6 de Proteção nas portas e janclas,

'Ponto ôe l�coteçilo - %rte 1'>nnhafo be :túdfa


Ap6s a Hmptt3 devemos firmar um 'Ponto de Proteção' e para isso
noccssitamm:

176
07 punhais
01 tabo1 de madeira cortada c:m drcuJo (aprox..imadamentc:
30cm de: dilmc:uo)
01 vda vermelha e: preta de: 03 dias (caso nio tenha pode: ser
su bstkulda por uma de: 07 d.ias)
07 pimentas da costa
01 dosc:dc:Gim
01 pcmba prrta ou carvão
IOg de p6 de feno
03 mi de 61c:o de dc.ndt

Modo de fazer.

01 - Com a pcmba ptt1:t dC't\"mos riscar o 'Ponto Rhcado do Exu


Lúcifer:

02 - Fa1.e.mos uma mjstura de óleo de dende, enxofre. carvio e:


cachaça. Essa mistura deve. sier passada lUS làm.ilUS dos punhais.
03 - Nessa hora o adepto vai pegar cada um dos punhais e: fincar no
eixo vertical e. horilonrnl do 'Ponto Riscado'. E nquanto crava esses
punhais vai cantando:
"Sekfoms de ponta �,n cima de ,una Hltsa, q1«111 atiro11foi I.Aafer só
pm mostmr q,,tem Ek é! Laro)i I.Adftrl Sa/1,,e 110SS11fo111tmr
04 - CoJocamos um pouco da bebida Gim na boca enquanto
mastigamos as sementes da pimenta. Mc.ntalmc:mc: visualizamos

tn
nossa casa sendo ttrcada d e facas, cspad:.u e punhais, tornando um
locaJ inacess(vd aos inünigos, Pedimos a proteção de Exu Lúcifer e
de todas as Legiões a Ele aliadas. Quando scnfümos o fogo percorrer
nosso corpo sopramos cm cima da tábua,
o;• O óJco de dendt é para besuntara'"''ª·
06 • Pcg,amos o p6 de ferro com a mio direita e sopramm na vela,
de modo que grude no 61co. Attndcmos, ofertamos o Fogo ao Exu
Lúcifer e coJocamos a vela cm cima da tábua
07 • Essi tábua dC\'t': permanecer ao lado das firmações de Exu pelo
pcóodo das festividades de Páscoa,
08 • Depois da Páscoa cssi tábua pode ser desmontada ou continuar
como proteção.

O feitiço pode ser acrescido de muitas outras fontes cnergétkas,


O dcstm-olvimcnto do adepto fará com que de vislumbre muitas
formas de fonalccimcnto,

feítíro 11t �tparnplo com lmngem 11t �llllfo.


Esse certamente é um feitiço cujas origens sio da Brwc.a.ria Mcd.it:VaL

1· O adepto dC\'t': comprar uma imagem de gesso de Santo Antônio


e lt:Var para o padre benur, Deve alegar ao padre que a sua casa está
tumultuada e que o sigrado l113f.rimonio está por acabar, tn3S que ao
dedicar orações ao Santo as coisas lle pacificam, Certamente o padre
desejará ajudar e concederá uma espécie de benção sobre o ancfato.
2 • O adepto pegará uma fira vermelha e uma 6ra azuJ (feminina e
masculina) e escreverá o nome do a.si!. Amarrará as firas na imagem
do santo enquanto diz:
"'º
'S1 A111d11io msammtdro, fa/a11a t' fala"º
(nome do msal),mo sob
11111 guarda. En(jllanto tsSa imagem eilfot'T i11tacta n«lS vida, smio de
paz.. MM Jt' qlldnnr a i111,1gn11, ptmi e dtJtrw(âo stnio rol«ado.J m-1
sNJ rompits!'
3 • Na 'Sexta feira Santa' o adepto pegará um coração de boi e abrirá
ao meio. Colocará a imagem do Santo dentro deslle coração.
4 • ôuo tenha as fotos do casil as mesmas ro.mbém dC\'t':m ser
acondicionadas dentro do mesmo, Se nio tiver fotm escreva cm
divcrsm papéis lleUS nomes separados.

178
5 • Amar.e o coração de boi com barbante fone. Enrole.o máximo
pmsh-cl.
6 • Vá a uma encruzilhada em "T"' por volta das 22h, pague a
encruzilhada, glorifique a Pombagira Rainha das St:te Encruzilhadas
e no pomo de força de Maria P.tdilha inkic seus ritm.
7 • Comece colocando o coração no chio. Em ,-olta acenda sete
cigarros e colcque sete garrafas de espumante to5e abertas. Dentro
de cada cspumantecoJoque Ult\3 0053. vermdha aberta sc.m espinhm,
8 • Chame pela Pombagira l\i.aria PadUha. Peça a Ela força para esse
trabalho de separação e peça proteção ao Po-.·o da Encruzilhada.
9 • Pegue um lTl3.nC.lo e comece batc.r em cima do coração c.nquanto
a.clama:
�e 111111ft/q i S111111ds q,u q11ebrn as fo!fas divilw, que falat1a e
fala.110 r«t'bam aq11i/q q,ufoi prometido. Gllt"ml e deJtnlipio tsrarrio
m, JnlS dtstü101 e em sete dias eada 11m uguinl 11111 mmi11ho."
10. A imagem dentro do coração irá quebrar, Quando senfücs a
quebra da itn3gCm, agradeça ao Povo de Exu, à luinha e a Maria
1'3düha.
11 • De sete passm para trás, vire.se e,';\ c.mbora, Nesse feitiço não
se.rio colocadas: ,-elas. As velas serio ofc.rtadas: a Maria Padilha assim
que o casal se separar,

Esse fdtjço é deveras poderoso, pois age violentamente na meme das


pessoas. Usa.mos quando desejamos atacar a �ique a fim de que a
vítima, ames de nos atacar, seja condurida ao erro.
Não se. trata de um fcitiço exclusivo para a Scxta•Feira Santa., mas
certamc.ntc nesse dia torna-se mUlro mais incisivo.

Materlals neces.sádos:

Dois quilos de carne moída (quanto mais sebosa melhor)


Farinha de mandioca crua (1/2 quilo)
07 pregos peque.nos
02 f.mu: olho de boi
OI vda de sebo
Vidro de colisão (quando euros se chocam e ficam cacos na

.,.
rua - IOg)
Pó de Ocstruiçio (IOg)
OI alguidar méd..io
Fd de galo (se possívcl, o mclhor seria com fcl bovino)
O l frango preto
Nome completo e foto da vfti.ma (sie posdvd, algum item
pessoal)

Modo de fuer.

1 - Numa bacia Hmpa, misturamos a carne moída, fu.ri.n.Ju., p6 de


destruição e oo vidros de coHsão, Para tal usamos uma colher de
madeira. 1'.fütu.r.unoo até a m.assi estar bem hom�nca,
2 - Moddamos uma cabcç:i com essa mistura. Enquanto fazemos
isso,. vibramoo incessantemente a imagem da vítima enquanto
soltamos pngas ou maldições cm cim.a do feitiço.
3 - Pegamos as faV3S 'Olho de Soi' e molh.amoo na água.
Cuidadosamente .anexamos as mesmas no l uga.r dos olhos da cabeça
de carne,
4 - Pegamos um barbante e .amarramos a foto na vda de siebo (ou
nome).
5 - Acendemos .a vela, chamamos o nome da vítjma e começamos
esperar os pregos n.a vda, Antes de espetar esqlJ(':ntamos a ponta do
prego na ciuma da vda até que nossos dedos queimem levemente,
Isso carrega ainda mais a vela de ócHo.
6 - Na parte superior cb cabeç:i, no luga.r do chacra coronário,.
espcramoo a vcla de siebo ( com a foto amarrada c os pregos fincados)
e apagamos a chama,
7 - C.olocamoo a cabeç a dentro do alguidar e banh.amoo a mesma
com fcl. (Essie ato é o pcional, h.aja vista a dificuldade cm ter esse
item)
8 - Pcgamoo tudo e IC\'3.fllOS a uma estrada de ferro.
9 - Quando chegarmos no local, chamamos a ptcscnç.a de Exu
Marabõ e o Povo doo Trilhos. Clamamos para que o feitiço poosa
prosperar e nossa vítima sieja atacada com agressividade.
10 - Amarramos o frango todo de modo que fiqlJ(': imóvel.
Besuntamoo com óleo de dcnde, Ofcrtunoo essie frango a Marabõ
com .as seguintes palavras:

,.,
"Exu Mambô, Laro;-H Ncsa bom a IWgm(tl é ehmtwla, mas 11tio
eiqwu:mos a balat1fa.' & i vida, é vida por vida e saNfJUpor sa,lglH.
&u t,'tUI eh.1marti o 11omedn. minh.1 vitima pam q11eo Po,v:, do trilho
ddxe mefriufoperronrr o dldor (dizer o nome da v(tima 7x)
11 • Colocamos o alg:Uldar c.m cima do trilho do trem e ft'.tttndemos
a vela, O frango também é coJocado no trilho. porém, do outro lado
do trilho.
12. Devemos ag:uucl.tr no local até que o ucm passe e possamos ver
a oferenda ser dizimada nos t.riJhos. Assim que acont«er, gritamos o
nome da vfrima sete vezes.
13 • Agradecemos os trilhos e ao Senhor exu Marabó, da.mos sete
passos para tris e parfamos,
14 • Na nossa casa dC\-cmos tomar um banho de arruda. Logo em
seguida. um banho de cachaça om me.laço.

Para h:Ur o pedido é nece$.Sffl.o:

Sete. bifes de gado;


Sete carvões vegettis;
½ copo americano de óJeo de dende (SOm.J);
½ copo americano de Cachaça ou Gim;
Um cadeado (pode sier usado) com chave;
20cm de 60 de cobre 6no (pcxie sier usado)• Recomendamos
6os de eletricidade descascados.
Tirn.s de papel virgem branco;
Foto pequena dos inimigos;
Tinta preta;
50g de enxofre;
Sete p� enferrujados;
Um pincel 6no;
Um punhado de terra de cemitério (devidamente compracb);
Um lápis;
Um prato de barro (ou alguidar n<OO)
Sete vdas prrt3S finas/palito;
Pomo Riscado do Exu Tranca Tudo•

..,
Modo de faur.

l - Lave o prato de barro com cach aça, Use mcradc da qutnddadc


descrita,
2 - Após o prato scc:ar, pinte o sigiJo do St. Exu Tranca Tudo no
fundo do prato,

Detalhe sobre a dnta

Peque o frasco de tinta (procure usar dnra látex. pois soca rápido) e
misture sete pitru.'W de terra de cc.mhério, sete pregos c.nferrujados,
poeira de uma cncruzUhada fechada e uma pirada de enxofre:.
Attnda um duruto, cigarro ou cachimbo e sopre a fumaça dentro
dcssi 6nra enquanto nicira a scgUlntc reza:

"Trrm MKalungaprohukndodulef,m1otiwar,poârn da tNmlZilhada


1n111r11da pros cmni11h01 do i11imir§Jfrrh.u, pó de mxofepros inimigos
c�r. Gtrngo tsSfl ti11rn com seu corrmkS, st1eptdms, stU urras, setr
p1111hais, sete la,lfas, sete /ar01, 1etr armadHhaJ, 1ru conrnuzas, setr
profa11daas e sete ldgrimaJ que 11/e#S i11i111igos hão de dJomr. Tmnco o
mminho de Sll<lS maldndtJ, i11vtja, ódio, mncor t ma/dipfo-. fua tinta
é o sa,,gue do Exu Tm11'a Tudo de To&,s os G,.mi11hos! l.aroy-ê Tnmtn
TNdo! (7x)'

182
3 •Com a 6nra ainda fresca polvUhc p6 de enxofre. Deixe iiecu:.
4 •Colcquc os sete bifes circularmente intcfC.llados com os pedaços
de carvão. Regue tudo com óleo de dendt e cachaça (ou Cim).
; • Pegue a foto de seus inimigos e os olhe fixamente, Amaldiçoe­
os cm vcn. bruxa de todas as formas possíveis, Na pane de trás da
foto, escmra o nome dele (a) sete vttes (uma por cima da outra) na
vcrtkal e na horizontal escreva por cima (formando uma cruz) as
palavras 'desgraça/ morte' umbém sete vttes uma por cima da outra,
6 • O U.'lO do fio de cobre tem um segredo, Se usarmos o fio
dJmamcntc. o mesmo não emana t:nCl}:ia plena. pois é ro::obcrto de
esmalte isolante. Para obtermos a máxima ação, devemos queimar
.is dU3S pontas do fio, Feito esse procedimento, pegamos .a foto,
cnrolam�la no gancho do c.tdCldo e por cima da foro enrolamos
o fio de cobre aré que as duas po nras queimadas possam ser u nidas
(to«:idas), (&iie ato garante que toda eletricidade emanada pelo
inimigo esteja cm uma espécie de circuito fechado).

Detalhe sobN o cadeado

O cadeado deve ter um tamanho que a foto possa iier cnroJada. Se


nio th-crmos a foto da pessoa podemos escrever o nome completo,
entretanto, não tem .a mesma cficicia. Para cada injmigo CK'\,:mos
usar um cadc-ado.

7 •Coloque.a chave dentro do c.tdCldo e inicie a reza:

"HJ/a.110 (a) de Tal (nome rompleto M inimif§,), ptla Tmnra dos


MorrOI tu frrho sn1S rami11hos, llfk/, ptNSamtntOI e aros 'l"e stjam
dirrri011ad01 rontm mim. Ou/a ivla qll( vod au11derp.1m me dt'f'nlb.u
qll(imanf11111prôpria vida e a vida deJnJSfamiliares, Se twipmsa qll(
ExuiM barro, /embre--1eqll( éMfmo eosangueqll(rorn mu minh.u
wiaJ tle bdJe tambi:m. Deua forma tm.1Ko Ulll vida t'ttLS Sl'te (frrlN o
ratkndo} e t'ttLS me 1kioabrirti ,111,Ka mais (quebre a dxwe dentro M
(atkado) e,n nomelW poderoso fu Tmnm Tudo.'"

8 • Coloque o (s) cadeado (s) no centro do prato e coloque� no


chão. Pegue as sete velas prcras e diga:

'"
"Sttr i-tlas pretM auNIW Na i111tt1µio de lhe ugar. Seu ehmnas negras
fjlldmanio seus olhos e amaldiçoanio UJa bom todas as t.'tZll q,uproferir
meu 110,ne º"pensarem mim. St1eehagas 1uurtrno nn teu eorpose 1/âo
1111/dar teuspmsa,nmto e i11te11Jôa e e,n sete t.'tlórios h.1 depbareehomr
sen.-iofiumo q11eeu 111a11doe111110111ede ExuTm1'm Tudo!Mambá
Tmnm Tudo é Vi11gador!'

9 • V1su3füc o injmigo completamente preso e imobW:r.:ulo. Use


imagens como arame farpado. cordas, corrc.ntc e aJgcll13S, Deixe
as vdas quciman:m até o fim. No cUa segu.intc, rcri.n: os cadeados
de dentro do pro.to e cnrcrrc.o cm um vaso ou no jardim de sua
rcsidfocia, Se optar pelo vaso plante alguma qualidade de planta
com espinhos ou ,-cneno.
10 • Lc,.,: o prato aré a encruzUhad.a fcch3da que vocf varreu e
retirou a poeira., coloque-o no ponto de força do Exu Tranct Tudo,
pague com sete moedas o chio de Exu, amaldiçoe seu inimigo (a),
dt sietc passos para trás, virc-sie e pane sem olhar 00\'3.tnCOtc,

184
l'>fbíôo ôe 1�cote{llo ftíto com 10ela

Dentro das práticas da Quimbancb BnsiJc.ira C'Ustem rituais de


difetcntcs nh-cis de complexidade. Sob-hipótese alguma devemos
menosprezar o poder de um ritual simples, afinal, não existe forç a
m:.ilor do que a descarga cncrgética que um adepto emana, Pro::iosa
é a chama de uma vda e sua expansão nos mundos astrais, por tal
motivo,. transcreveremos essa prática que será um marco donde
ouuas práticas devem su.rgi.t

Nesse ritual pcd.iremos proteção contra os inimigos vivos e monos,


contra a inveja. 6dio, rancor e png.i, fciúçaria e magia nociva e as
ações dcuaiçáo e covardia.Também solicinucmos um fortalecimento
cm nossos caminhos através do d.ircx:ionamcnto intuith'o.

O trabalho é relativamente simples e cm•olvc apcMs uma '"''ª


(vermelha. preta, vermelha e preta ou branca e preta) e a ro::iuç:io
de uma oração. A sintonia é a parte mais importante desse ritU3.1,
F.ue riruaJ deve ser feito nos d.ias de segunda-feira (Almas) a partir
d3s21:00�.

Modo de liner.

Scntatt.mosconfum,-clmentc cm frc:ntcas nossas firmações, fuemm


os rituais corriqueiros e no horário cstipuJado inkiaremm a prática.
Antes de acender a ,da
· para o rituaJ, a ungiremm com 61co de deode
(cpO) e carrcgaicmos eoc.rgc:cic.unc.ntc. através de uma rcn simples:

(Segure a vela com as duas mios e tteitc. com vigor)

"Diabo q,uftn,e, diabo que ferwu, se afura i 11111 o ô/to de Mndi i


meu/ Auiafogo 110p.11/Niro, 1111111 �la é aasa, mrho,ro rom mbo mtre
as per11asqwima 11ofogo dedeftsa.' Fogo romfogoserombau, ma i>t/11
é meu tsrudo e IO(K) i11itnif§, rrbau!"

..,
oodl:u ao stgUkhr($ do erro/
Q,u nossas mãos stjam se« gamu 'I""arrn 11m111 os fO((JI eq11e,uwospis
foram 1"111tTa term toda.' Quenossosdmusstjam iglllliJ(l()Jdapammt.
, tUJJJII.S 1111'1.v ro1110 as dn. ronlja. Q,u pos:a 111os ter a sobritdatk das
d,wm r orquillbriodosparques, 'I""asondasdo 111arseja111 ro11troladas
,111111i11has wituell.S rom1t1111Up,ssam sairdemi11h.1 bomq1111ndofor
11«mdrio, Que tup,ssa tnmmr r desrm.11mr, g:n-erNar 111NI ilutint(JI e
ser ilnpemdordomtu "Eu".
Qw os morros me r«o11Jxra.m , mxe,gw111 mtu esfoqo. St não me
ajlldart'tn q11e 11,io se roloq11em em mNS raminhos, poil a bi11fâo do
Senhor do A!fa,,je rrrai sob osfilha, da Quimba11da.
Encerroeua �no, t1,'()(lltllÍo o 71 ro 77 illfl11iloque1r 11,auifotaptlos
49, Saltv Maioml, a Gmmk Santidade dn. Quimb.111da, Impemdor
derodos (J/ Exus, Po111b.1ginis! SaJ1,,e 1IN'IIS Mmm! LAroyJ Exu! Exu é
Moj,d,,I!'.

Deixe a ,·da queimar até o fim.

187
t'rnbalho com Cf.1.11 &ama .lDínheí,o
no bía 31 be .lDe;emb,o

��
� - ,..,.
�:�>i=T- . -�...::i""
�•.-

No calendário vulgar entre os d.ias 31 de Ottembro e OI de janeiro


os sc.mdJunrcs comemoram a "Vinda de Ano", Apesar de ser uma
comemoração global ooorrcm diversos tipos de festas que seguem
padrões locais, ou seja, existem ccru.s partkularidadcs nas formas
de comemoração. Ess.u d.ifcrcnç:u nio são grandes o su6ckntc para
atrapalhar a criação de uma gigantesca massa energética que cnvoJvc
o globo terrestre.

Nessas darns os semelhantes costumam se concc.nu-.u cm loc.us


públkos ou privlldos pré- csrabelccidos, ingerir bebidas ako6Licas e
despejar confusas energias de fé, esperança, runor, paz, prosperidade,
fu.rrum e fam.llia. Essas energias são abundantes e fortes, A queima
de fogo s, mesmo que dcs não tenham citocia é uma grande forma
de deslocamento e de puri.fic.tÇâo do espaço denso para que css.u
energias possam ser drenadas pdos cspfrhos cm·oltos na Corrcmc
Contrária, ou seja, nas Colunas do Fals�Ocus. Poru.nto, a prime.ira
grande informação é que a comemoração de 6m de ano, também
conhc,cida como Rcvcillon, é uma d3S maiores e significafü'3S
daus onde o Falso-Deus nicebc grandes carg.u cnc�éricas que
possibilitam-no a continuidade do Sistema cscravisra,

A nfrtlde tfimologia, ri1.-ti//q11 um origem no verbo emfai.11rt1 rlwille,;


ff"e Jig11iftm "'arordar" °" 'írm,imar" (m-1 smtido fiprndo). Assim, o
riwi/1011 é o dl'rpt'l'tar do 11<wo a,10.( Significados.com)

Dentro do contttto L.T,J 49. nmsos antj� irmãos descobriram


que parte dessas enc�ias podt:riam ser dt:svi3das do sentido original
e serem coJocad:u cm nossas vidas profu.nas, ou seja, cenas forças
podem ser d.renadas e usadas conscientemente em nmsas vidas.
Mas para isso funcionar realmente dt:'o-críamm 6Jtrar essas energias
e d.ircciona�as adt:quadamentc. O maior foco de�c trabalho é
o carregamento de ccrtm objetos que serio usados posteriormente

188
dentro do CuJro de Exu Chama Dinheiro, Exu do Ouro, Pombagira
f,.1.aria Pad.ilha rum e Pombagi.ra da Fonuna.

Rcsumjndo: Atra,-és de uma rin.1.dística usurpamos a pane saldável


da cnc:11:ia de abenu.ra de caminhos, prosperidade e fartura para
carregarmos objetos ritudísticos que serio usidos em datas
posteriores, Não faremos dctcrmjnados ritu:lls na data em questão,
pois o ambiente nio estará propício para rol, haja vista que é um
molTIC':ntO onde as Correntes do Falso-Deus est3.rão muito ativas e as
�nci.as (espirituais) anuais esta rio cm con6üo.

l">ttplitllnbo o 1\ítmú
Os Exus e Pombagi.ras que exercem seus pontos de força em
campos financeiros pertencem ao Povo da Lira. A Lira em•olve todo
comércio, estudo,. música., shows. prostiruição. bares, ou seja. é um
Reino amplo e que domjna grande pane da átca urbana. O adepto
deverá sair nas noites. que antecedem a data em questão e pcg,tr um
pouco da ene,gia desses Reinos., 1'3.ra isso recolherá uma porção de
terra cm sete locais que lu;a grande movilTIC':ntaç:io financeira (portas
de: banco, grandes comércios, empresas, inscitui�ôes financeiros).
O procedimento de retirar terra é especffi.co e individual para ada
Reino e passaremos a forma correta de retir.u terra da Lira

O adepto deverá ter cm mios:

Uma pequena pá;


Um pote de vidro com tampa de rosca;
07 Búzios brancos abenos;
07 Moedas correntes
07 Moedas ancigas

O pote com tampa será o l ugar onde a terra será armazenada Antes
de usá-lo deverá ser lavado convcnciotulmeme, descarregado de
energias nod\'3S e 'programado' para servir como receptáculo. A�
a limpeza COO\-cncional, dC'\-cmos faz.cr uma mistura de um copo de
água mineral e sete pitadas de sal rc6nado, Com o dedo indicador
da mão direita mechemos 21 ,-cus essa mistura em sentido anti-

...
horário enquanto diumos: •&,1 e .ígua, dg,u, , SAI, p•rifi,a a
for111a flúca1 purljic-11 a forma mtrtú!". Feito C':$C': procedimento,
lavamos o pote: com a 3.gua salgada e: deinmos secar. O terceiro
passo é carregar esse: pote para que o mesmo po$a sier usado como
rc:cc:pcit:ulo c:n�ético. O adepto deverá pega.r sietc: palitos de fósforo
e risd-los unidm. No mesmo instante cm que ocorrer a combustão
devem ser jogados dentro do pote: enquanto o adepto fala: "PóÜJom
qw tal efogo qu., '1111'"1 opoder ,s/lÍ IIIJU/i fiea aq•J, ; prdAdo
aqui,p,,r11U11«.C4' "IJUI!'� O pote deverá sier fcchado.

Os búz.ios, moc:das correntes e: antigas serio ungidos com uma


mistura de 6Jc:o de dende (c:pO), me.l aço e cachaça, Não precisamos
efetuar nenhuma reza especifica.

Após escolher os locais, o adepto sairá na noite para comprar e$3.S


terras, Ao chegar no ponto desejado dC't'Crá pedir Hcc:nçi e evocar
o Rei e a Rainha da Lira: "&, filho da Quimbanda, ,,,, "º"" de
Maloral,_pefoaoRele aRnlnhada Lira, IH!m eo111oao1guartll6e•
de$W Ponto de Forra III der,/dm lk4Hf-"'para rwrtlrar NINIporrAo
de term qw ser.í usada '1n m,u., rli"U4h ,, em ,wme de E:al, pago
oP"fºJtuto e p,f<> qw a ürra siga roma forra pletud". Pegue
apenas uma p3. cheia, No buraco deposite 01 moc:da corrente, 01
moeda antiga e um búzio e exclame: Dlnhdro de homem"'"" I
IN-04fda qw gira, d/lÚH/ro d, ho,ne,n morto ; mo,.da IJ"e se fq,/
, dl11bdt'II de ,splrlto I ,aurl!. Para cada ponto repita a mesma
operação.

4i) l\itunf feito bín 31/12


Material oeces.sárlo:

07 velas amarelas;
07 velas p�cas;
07 velas vermelhas;
07 moc:das correntes;
07 moc:das antigas;
07 búzios brancos (gema média) abertos;
Um imã pequeno;

190
OI vda cm formato de cifrio;
01 ped aço de: 60 de cobre (aprox..imadamente ½ m);
01 canolina branca;
01 pemba preta;
01 garrafa de mdaço;
OI garrafa de Óleo de de.nele;
04 now de dinheiro de diversos valores; (Pode sier quantas
notas dc.siejar e d e quantas nacionalidades fr.-cr);
01 pedra pirita pequena (opcional).
OI pedaço depa.no preto (lm)

Modo de fuur.

Antes de inkiar o ritU3l, devemos efetuar uma Hmpcza espir itual


cm todos os objetos que serão consig:rados, Para isso ex.istc.m duas
técnicas simples que descrc't-crcrnos:

1· Em um borrifadorcoJocamos I copo a.mc:rka.no de água mineral,


½ copo de cachaça ou outra bebida destilada,½ copo de espuman te,
sete gotas de 61c:o de dc:ndt e sete pimc.nw tipo m.a.l ag:ueta. Deixe
essa mistura descansar por 03 d.ias ao lado das firmações pessoais
de Exu. Peça para Exu carregar aquele líquido com a força da
pu.rificaçâo. Depois desse tempo esse líquido pode ser usado para
Hmpar todos os objetos ritualístkos antes dos mesmos serem usados.

2· Pegue um alg:Uldar peque.no. Aquc-ça um carvão até que o mesmo


esteja em brasi. Jogue uma mistura de arruda seca., guiné e casca de
alho cm cima dessie ca.rvâo. Enquanto a fumaça queima defume os
objetos ritualístkos. Enquanto prntica o ato peç:i a Exu e Pomb1gira
que limpem o objeto de todas as energias profu.nas e prepare-o para
receber as energias do ritual.

Com todos os objetos cnct};eticameme tampos, o prime.iro passo


é tntçar com a pemba ptcra o Ponto ruscado do J>o,.-o do Ouro e
Dinheiro.

191
No drcuJo central negro coJocamos o imã. Por cima desse
dep ositamos a Terra compntda aré cobrirmos o círculo cenua.L

Nossímbolos do cifrio coJocamosscpantdamcmc: Moedas conentes


(de vários valores), mocd.ts antigu, notas e búzios (Cau.ris).
Amarnunm as 21 velas finas (amarela. preta e vcrmdha) com o fio
de cobre e coJocamos do lado esquerdo do slmbolo.
Como opção colocamm a pedra pirita no centro por cima do imã
(que está cobeno de terra).
Pegamos um pequeno pires, coloc.unos cm cima do imi (que está
coberto de terra) e firmamos a vela de cifrão. Deixa.mos o feitiço
montado até o momento da virada. Qutndo faltar poucos mjnutos
para a queima de fogos (24:00h), acendemos a vela de cifrão e

192
realizamos a seguinte ieza:
"Opovo nu pelo diNIHlro, mAS dinheiro eu tenho, o pooo ,u.a
pela h,mllfA, 111111 ÍH1'1111f11 '" u1,ho, o poPo ru.ap.dintlo njutln,
""" 11Jud11 eN u1,ho., o po"° nu nn "'"'"'" llng,un e multm
IÍ11f"III eu Nnbo.
Pego o qu I se 11, aqui, a«>úl, � o 1/11#; #lipar11 me ajudll,-,
&u eshÍ Ili/ui ,,suí a«>úl, &u tnú pra ,nl», o h'IIUt de úl.
C,,ng,u de fo,vm ,neN to«> , minhti mlrol1fll 11111 rko fie-011
pob,.p11r11 "'" ouro ,ne d11r.
Últngn 1nltÚJ11 �"" rom forfA e mlrongn, mAh 11111 rko foou
pob,.p11r11fort11n111M Mr.
Últngo meu nltAr eom forfll e mlrongn, &. do Ouro ,wl 1IU
ajutl11r, '1IIÚS 11n, rkofirou pobre e SNAfortuNA me de11, mlnhn
HIA; dow11d11 eue ouro l ,n,11.
Últngo 1M11 al.t11r eom forfA , mlrongn e 11111/1 11111 rko fie-011
pot,,. parn ,teN dJIÚHlro 1IU d11r, &u ChlllNII DlniHlro ,shÍ 1IU
ajudando e todo dinhdro 1/IMprulso Ele me trlÍ-s!".

Depois da comemoração e queima de fogos repita e�a oração de


hora cm hora até o momento que iie recolher ao sono. Cuardc a
terra, a pirita. as moedas correntes e antigas e o imi no pote com
tampa para serem usadas cm rituais de prosperidade roliladm
poueriormenre, as notas coloque na carteira e as velas enrole no
pano pieto eguaJde em lugar seguro. Cenamcnteto� os caminhos
serio abertos quando essas velas foiem acesas,

A cartolinadC\-c iier queimada e SU3S cinzas iiercm sopradas na pona


ou dentro de um banco,

,.,
t'tabalho ôt Jnottt aos lnímígos Ocultos
com o <$i11 Gí,a-Jnunôo

��·
....�:��- •.:J.,i:...·
�-); -: .,
-r .,-:
Em algumas ocasiões somos vítimas de pessoas que dcsconhcttmos.
Não temos informações sobie quem ou o que está nos atacando
cspiritU3lmentc, Muitas vttcs esses ataques são feitos por pessoas
que estio ao nosso l:ulo, abraçand�nos e declarando amizade e
6ddicbdc e isso torna prarkamentc im�s(vd (cm um primeiro
momento) detectarmos. A Quimbanda é uma rcligiãoextremamcmc
comprometida cm nos forncttr rcspostllS e nos vingar de situações
adversas, principalmente nos casos cm que nio moth':Ullos os ataques
e os inimigos se ocultam nas bnuruu cb 00\-'3.IWa para akançar seus
inrcmos (o que nio é cmdo).

Atm-és dessie trabalho de Magia Negra de Exu, Gira-Mundo


desempenharí dois papéis: LxaJlur a fonte nociva e eliminar o
opon•nte. Mesmo que o inimigo esteja usando forç.u vamp(ricas
sinistras e invisíveis para nos atacar, cc:rtamcmc Gira-Mundo podc.r.í
dctecci-fas e busca-las cm suas fomes.

A Anc usada nesse trabalho mescla o CuJto de Exu com a M agia


Negra.AJguns pcxlem achar que se trata de uma bain magb., po�m.
detectar e exterminar seres que nm atacam de forma invisível nio é
um trabalho que ac.uick o Ego. Se deinrmos as ações continuarem
até encontrarem barreiras naturais e espiritU:Us (como a Lci do
Retorno, Ação e Reação, etc.) estamos agindo como fdtkeiros
que respeitam a força do Universo e nio como Arauto.s do Plano
Infernal.

Na l\-fag:ia Negra usamm o sangue e outrllS partes dos animais


qU3.Jldo precisamos de suas el\C'rgias virais. entretanto, os ritos que
envolvem sangue não sio classificados como sag:ndm, pois além
de impingirmos violtncb., não fuu:mos espécie alguma de ritos
preparatôrim. Por isso, nio existe um preparo tt:ligioso espccffi.co
para f.u.c:r esse aro, mas que fique muito claro aos adeptos: l\1.atar

194
um animal ex..igc LimpC'Za me mal e preparo cmociotul, pois qualquer
toç,o de pio:lade ou compaixão pode acarretar um influxo encrgérko
que causará enormes danos psíquicos e espirituais, principalmente
no 'Escudo Energétjco'. Outra coisa: Não é porque o adepto matou
um animal em um ritual de Magia Negra que lhe concede o Oi.reiro
de SACRIFICAR para Exu. O Sacrificio cm-oh-e desenvoJvimento,
gnolles, compreensão e Tnu:lição na Qlllmbanda Um.a pessoa lll."m o
preparo de seu Obé (faca de sacrificio), ao sacrificar para Exu estará
atraindo suas faces mais predar6ri.as e assassinas e não a serenidade e
luz luciférica deslles &pfritos, Uma faca n.a mio de um despreparado
s6 pode ser usada cm rituais de 6d.io e isso dt:'Vc ser comedido ao
curemo, pois essi energia vida e entorpecem sentidos.

ltitmtl ôtJnagíaTugnt com Cfi11 cõíntJIUunbo


Antes de inki.ar o ritual, g:osmó.a.mos de ensinar as pessoas f.w:rcm
uma vela de sebo para Quimbanda Brosilcira (pois ex..istc outras
formas de feitio). Essas velas sio as ma.is poderosas para atraírem
força s obscuras e podem ser usacbs nos rituais de Magia Negra.,
bem como nos cerimonfais de Exu e Pombagira. O cheiro do llebo
queimado atrai seres espirituais com muita fuci(jdade, pois esdmul.a
o sensorial da fome, Dessa forma não tccomendamos o uso dentro
de rcsidtocias que nio tenham suas protc-çócs firmadas,

Primeiro devemos escolher a forma cb vela, Podemos usar as


profissionais (que sio feiras cm alumínio) ou optarmos em
improvisar com copos de vidro anúg:os, Em ambos oscasos dc\-cmos
ungir a pa.nc interna com ôlco de m.amot\3., dende ou rícino (para
nio grudar a vda), Pegue uma panei.a e coloque velas de qualquer
cor picadas. Junto com as ,-elas colcquc ped aços de llebo anim.al
(gordura). Não colcquc muita gordura. pois pode comprometer .a
duraç ão da vcl.a. Fcf\'3 essa mistura .até que a mesma lle torne um
Hquido uniforme, Derrame dentro das formas, acerte o pavio (pode
ser profissional ou barbante comum) e deixe esfriar de um dia para
o outro, Faça no m(nimo 00\'C vdas dessas,

Com o Punhal Maldito (ver Clphulo sobre os punhais) e as vdas de


sebo podemos fazer uma série de rituais necromànticos, po�m. o

,.,
foco desse texto é o Trabalho com o Exu Cira Mundo.

Matedals ne«ssárlos:

Um Punhal Maldito;
Uma vela fina branca;
Nove vdas de sebo;
Enxofre cm pô;
Dois pedaços de Car1--ão Vcgeta.J;
Uma madeira redonda lixada (sem verniz) dc aproximMamcntc
30 cm de diàmcuo;
Um lápis;
Uma garrafu de bebida destiJada;
Um charuto;
Uma taça;
Um coelho ou um pombo preto.

Modo de PnpaN><

1 - Em uma noite de segunda-feira, preferencialmente as de Lia


Cheia., o adepto macerará um banho de ervas do pescoço para
bruxo feiro com Comigo.Ninguém-Pode, Casc.1 de Alho soca.,
Arruda 1'.1.acho (que rcm a folha maior) e Pctt"gum (fresco ou seco).
Acrescente na água do banho uma medida-dose de bebida destilada,
Divida esse banho em duas partes, (Para os adeptos que não dvcrcm
todas essas ervas. faça o banho com as que csth-ctt"m 30 alcance)
2 - Derrame uma pane do banho do pescoço para bruxo enquanto
vibra pensamentos de libertação e de força.
3 - Sente-se confonavelmentc e desenhe na mMcira m:londa o
Ponto Riscado do Exu Gira-Mundo.

19'
4-Acendaavda fina comum na ponta centnldo Tridente dinamico.
5 - Misture um pouco de bebida com enxofre e jogue cm cima do
Ponto.
6 - Inicie e e\'ocaçâo:
"'Poderoso Exu Gim Mundo, nessa bom profana e dts,gnzfada� me
filho de Maiomt de Todos OI b,ftr1101, q11e i,as respeita <0H10 GnzW
Mmreda Qlimlxmda, dama p.1m q11e11111fau mais 1111uabm se vire
comm HUW i11imigos (l('#hO/ e d«lamdos. Mambd Exu Gim-Mundo,
portador das pa.wgms it1fm1,1U, fofa com que as Alm,u famintas e
desupemdaJ conrun pt/0/ qwtro qumttos pam achar mts i11im.i:§>s e
com fllaS espadaJ d«apilt-0/ dia11,e à colNlmin ff"efoum comig:,, Todo
11"V<JJ0 e anpstia ff"e tstOII passaudo será trn,uftrido empoucosgolpes
em cima de fnl Po,110, maJ 11/io i�1 esse ato como uma afronra, pois
o 'l"e mail desejo é �r uw ódio co111m a'{"tlts q11e destjam t-'t'I" minh.1
queda' Laroyi Pm'tno ff"e Gim e mcomm tudo, Laro;i Malig,10 qlH
usará a úi co111m 111NS itlimig,s! Laro;i fu Gim Mundo/"
7 - Pegue o coelho e diga:
';uimalpodnOJo, UJ f{lleesmpa do botedasm'tsdempli,a eprOCTia ,,as
,ocas esrondklas será sacrifimdo pam achar e dt'f'nlbar HlnlS il1it11ig01.
Que rw fagulha t.1pirituat seja drt11,1da pelo Poduoso Exu Gim­
M1111do.1'
Se for com o Pombo Preto diga:
';uimat poderoso, UJ ff"e voa m'"f/1,;do pmgas r ainda sitn faz os
huHlll1IOS lhe am,'lrt'ln sml sa,:rijimdo pam achar t derrubar meus

197
tilimig,s, Q,u 1111t fagulha tspiri11111I uja d«11ada ptlo Podtroso Exu
Gim-Mundo/"
8 - Coloque um pedaço de carvão vegetal embaixo de cada pé.
9 - Coloque a cabeç:i do animal do centro do Ponto e dt uma
punhalada sem piedade na cabeça dele. Se for necessário apunhale
,.'3.J'ias ._,:us, mas o fundamental é prender a cabeça do animal na
tábua com o punh31 fincado. O animal deve orar bem 9eguro para
não cscapararé our morto.
10 - O sangue que ocorrer deve lll."r iecolhido no copo com cachaça.
Se a posoa tem a firmação do Exu Cira-Mundo em sua casa
lletvc-o com essa mistura, callO contrário, guarde osc copo para ser
dcsp,dudo.
11 - Com o animal morto e preso no ponto riscado na tábua,
acendo-lle o charuto e bafora para cima, Para cada bafontda pede-se
que Exu Gira-Mundo corra atrás de todm os inimigt'6,
12 - No momo dia saia de casa levando a tábua com o animal
fincado, as ._,:las de llebo, a garrafa de bebida e o testante do charuto.
Col oque os dois carv6o (que ficaram embaixo dos pés) dentro do
copo com bebida e sangue.
13 - Procure um local isolado e que tenha arbustos para esconder
Olle feitiço. Chegando no local, glorifique o po,..o (os opfritos)
daquele ponto de forçi e antes de comcç:ir jogue uts moedas no
chão. Coloq ue a tábua com o anill131 fincado e circularmente acenda
as vcbs de llebo. Derrame a garrafa de bebida circularmente por
fora das vdas acoas, Deixe o charuto e o copo de bebida cm cima
da tábua, 0-fctcça ao Exu Gira-Mundo e pcç:i novamente que lleus
inimigos ocultm e declarados sejam dizimados pelas podc�as
legiões de Exu.
14 - Levantc-s� de sete passm para trás e vi.n:-lle. Não oJhc para o
feitiço no-.'3.tnentd
15 - Chegando à sua roidfnda banhe-se com a 9eguncb pane do
preparado de ervas, Não seque o corpo, porém, coloque a roupa
limpa. Defume a casa com SáJvia para purificar o ambiente e pela
manhã do dia seguinte limpe a casa com uma mistura de água (li) e
lletc pitadas de sal (marinho).

198
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Corrupio.

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