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UNIVERSIDADE FEDERAL DO

TRIÂNGULO MINEIRO
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Título do SEDAÇÃO E ANALGESIA EM PEDIATRIA Emissão: 30/11/2021 Próxima revisão:
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SEDAÇÃO E ANALGESIA EM PEDIATRIA

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SUMÁRIO
1. SIGLAS E CONCEITOS...................................................................................................................1
2. OBJETIVOS...................................................................................................................................1
3. PÚBLICO ALVO.............................................................................................................................1
4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E DE EXCLUSÃO...................................................................................1
5. ATRIBUIÇÕES, COMPETÊNCIAS, RESPONSABILIDADES................................................................1
6. DEFINIÇÕES..................................................................................................................................1
7. SEDAÇÃO E ANALGESIA................................................................................................................2
8. TRATAMENTO..............................................................................................................................6
9. PRINCÍPIOS DO MANEJO DE DOR EM PEDIATRIA.......................................................................12
10. REFERÊNCIAS..............................................................................................................................13
11. HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO/REVISÃO......................................................................................14

1. SIGLAS E CONCEITOS
AINES - Anti-Inflamatórios Não-Hormonais
BNM - Bloqueadores Neuromusculares
DM – Divisão Médica
EV/IV – Endovenoso/Intravenoso
HC-UFTM – Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro
IM – Intramuscular
IN – Intranasal
NIPS - Neonatal Infant Pain Scale
OMS - Organização Mundial de Saúde
PIC – Pressão Intracraniana
PRT – Protocolo
RN - Recém-Nascido
SC - Subcutâneo
UTI – Unidade de Terapia Intensiva
VM - Ventilação Mecânica
VO – Via Oral

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2. OBJETIVOS
Orientar os profissionais do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo
Mineiro (HC-UFTM) para o uso adequado de sedação/analgesia do paciente pediátrico com a
finalidade de evitar a síndrome de abstinência.

3. PÚBLICO ALVO
Profissionais que atuam diretamente no cuidado dos pacientes pediátricos.

4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E DE EXCLUSÃO


Inclui-se crianças admitidas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e
Pediátrica, Unidade de Cuidados Intermediários, Alojamento Conjunto, Enfermaria de Pediatria e
Pronto Socorro Infantil que tenham indicação do uso de analgesia e/ou sedação.

5. ATRIBUIÇÕES, COMPETÊNCIAS, RESPONSABILIDADES


Crianças e adolescentes necessitam frequentemente de sedação e analgesia quando
atendidos em situação de emergência. Procedimentos invasivos e não invasivos fazem parte das
técnicas de diagnóstico e terapêutica em pediatria e frequentemente são desconfortáveis para a
criança, seus pais e profissionais da saúde. Apesar de necessárias, a sedação e a analgesia podem
ter efeitos adversos, necessitando de manejo em ambiente adequado e por profissionais
capacitados.

6. DEFINIÇÕES
 Dor: experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesões reais ou potenciais.
No entanto, cada vez mais tem se caracterizado a dor como tudo aquilo que o paciente refere como
dor.
 Sedação: estado de depressão do nível de consciência induzido por drogas, em diferentes
níveis de intensidade. De acordo com as doses administradas e respostas individuais, o resultado
varia desde a consciência com leve tranquilidade até à inconsciência.
 Sedação mínima: estado induzido por drogas durante o qual o paciente responde
normalmente ao comando verbal, porém com algum comprometimento na coordenação e funções
cognitivas, mantendo preservadas as funções cardiovasculares e respiratórias.
 Sedação moderada (“sedação consciente”): estado induzido por drogas no qual o paciente
responde ao comando verbal com ou sem leve estímulo táctil. A via aérea está preservada bem
como a ventilação espontânea. A função cardiovascular está normalmente mantida.
 Sedação profunda: estado de inconsciência induzido por drogas no qual o paciente não
apresenta resposta ao comando verbal e perde os reflexos protetores. Só há resposta a estímulos
dolorosos profundos. As funções cardiovasculares estão geralmente mantidas, enquanto que o
suporte respiratório é necessário.
 Anestesia: é um estado induzido por drogas em que há perda total da consciência. Ocorre
depressão respiratória e ausência de atividade neuromuscular, sendo mandatório suporte
respiratório. As funções cardiovasculares podem estar comprometidas.

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 Analgesia: alívio ou supressão da dor, associada à lesão tecidual real ou potencial.


 Bloqueio neuromuscular: usado para conseguir relaxamento dos músculos esqueléticos
através da abolição ou redução da transmissão nervosa entre nervos motores e músculo esquelético
na placa motora.
 Tolerância: diminuição no efeito da droga com o passar do tempo, ou a necessidade de um
aumento na dose do fármaco para obter o mesmo efeito.
 Abstinência: aparecimento de sintomas e sinais físicos (taquicardia, sudorese, agitação,
tremores, febre, entre outros) em resposta à retirada ou à redução abrupta da droga.
 Dependência física: refere-se à necessidade do organismo em continuar a receber a droga,
para evitar os sinais de abstinência.

7. SEDAÇÃO E ANALGESIA
A sedação reduz o estado de consciência, enquanto a analgesia reduz ou elimina a
percepção da dor. Muitos analgésicos têm algum efeito sedativo, porém poucos sedativos detêm a
propriedade da analgesia.
Um dos aspectos importantes do alívio da dor em pediatria implica o entendimento
dos métodos de avaliação da dor e de seu uso. A dor pode ser avaliada em crianças com uso de
parâmetros fisiológicos, observação comportamental e auto relato. O paciente com dor apresenta
taquicardia, dilatação pupilar, sudorese e vasoconstricção periférica. Nenhuma avaliação da dor
deve ser baseada apenas nesses parâmetros, aliam-se a escalas validadas para sua adequada
mensuração. As escalas de avaliação de dor foram validadas para o uso na pediatria, levam em conta
a fase de desenvolvimento da criança (idade verbal ou pré-verbal) e sua capacidade cognitiva de
relatar a dor.

7.1 Escalas de dor e sua aplicabilidade


 Grau de recomendação A: uso de ferramenta de idade apropriada para avaliar dor aguda e
crônica em crianças gravemente doentes (Utilizar escalas comportamentais COMFORT e FLACC);

 Escala comportamental de FLACC (face, legs, activity, cry, consolability), imagem 1:


 Crianças mais velhas 0 -7 anos / dor pós-operatória;
 Indicadores comportamentais: expressão facial, movimentos de membros inferiores,
atividade, choro, consolabilidade:
 Valores de 1 – 3 - dor leve;
 Valores de 4 – 6 - dor moderada;
 Valores de 6 – 10 - dor severa.

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Imagem 1: Tabela com Escala FLACC

 Escala de COMFORT, imagem 2:


 Criada inicialmente para avaliar o nível de sedação;
 Tem sido utilizada como ferramenta para avaliar a dor no pós-operatório e em crianças
criticamente enfermas;
 Escore menor que 17 - indica sedação excessiva;
 Escore entre 17 e 26 - sedação adequada;
 Escore maior que 26 - sedação insuficiente.

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Imagem 2: Tabela com Escala de Sedação COMFORT

 Quando utilizar:
 Crianças graves (Nível A de Recomendação);
 Ventilação mecânica (VM) / intubação orotraqueal;
 Alteração do padrão de sono associada à desorientação, distúrbios psicológicos e fadiga;
 Procedimentos invasivos (cateterização vesical/punção lombar/punção de acessos venosos);
 Pós-cirúrgico;
 Hipertensão intracraniana;
 Hipertensão pulmonar.
 Aplicar a escala a cada 6 horas ou de acordo com as condições clínicas do paciente;
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 Escala Neonatal Infant Pain Scale (NIPS):


 Desenvolvida para avaliar a resposta à dor dos pacientes no período neonatal, avalia seis
parâmetros objetivos (imagem 3);
 Pontuação > 3, presença de dor;
 Classificação da dor: 0 - Sem dor 1 a 2 - dor fraca 3 a 5 - dor Moderada 6 a 7 - dor forte.

Imagem 3: Tabela NIPS

 Escalas faciais
 Em crianças menores, as escalas faciais baseadas em figuras são de fácil uso por não
necessitarem de conhecimento numérico ou de certas palavras (Imagem 4).

Imagem 4: Figura com Escala de Classificação de Dor de Wong-Baker

 Escalas visuais analógicas, imagem 5


 Usada em crianças acima de 8 anos.

Imagem 5: Figura com Escala Visual Analógica

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8. TRATAMENTO

8.1 Tratamento não farmacológico da dor


 Medidas físicas, como massagem, estimulação de calor e frio, controle da luz e ruídos,
permanência de pais e cuidadores na unidade e acupuntura;
 Medidas comportamentais, como exercícios, condicionamento operante, respeito ciclo sono
– vigília, relaxamento, biofeedback, dessensibilização, musicoterapia, arte e ludoterapia;
 Medidas cognitivas, como distração, imaginação, hipnose e psicoterapia;
 Em recém-nascidos (RN): enrolamento, sucção não nutritiva, solução glicosada
(sacarose/glicose 25%).
As medidas não farmacológicas são particularmente úteis na redução do estresse e
da ansiedade em crianças submetidas a procedimentos invasivos

8.2 Tratamento farmacológico da dor


A escolha da medicação usada durante o processo de sedação e analgesia deve levar
em conta critérios relacionados ao procedimento ao qual o paciente será submetido, o tempo de
sedação e/ou analgesia, bem como critérios relacionados ao quadro de base e comorbidades.
 Principais medicações utilizadas em pediatria:

1 - Sedativos
Droga Dose Pediátrica Início Duração Observação
Hidrato de cloral Via Oral (VO): 25-75 VO: 10-20 VO: 4 a 8 Efeitos não confiáveis se
mg/kg minutos (min) horas idade > 3 anos
Após 30 min, pode-se Não interfere no
repetir de 25-50 mg/ kg eletroencefalograma
Dose máxima (máx):
1g (lactentes) e 2g
(crianças) ou 120 mg/ kg
Dose máx. diária: 2 g
Diazepam EV: dose inicial 0,04 a 0,3 EV: 1 a 3 min EV: 15 a 30 Sedação, controle
mg/ kg a cada 2-4 horas min motor, redução de
Dose máxima ansiedade, sem efeito
0,6mg/kg/8horas analgésico.
Maior depressão
respiratória quando
usado com combinação
com outros
neurodrepressores.
Lorazepam VO: 0,05 mg/kg/dose a VO: 60 min VO: 8 a 12 - Meia vida longa, usado
cada 4 a 8 horas (0,02 a horas para o tratamento de
0,1 mg/kg/dose) abstinência;
Dose máxima: 2 mg - Apresentação
endovenosa até o
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presente momento não


disponível no Brasil;
- Vide Diazepam.
Midazolam EV: 0,05 a 0,5 mg/ EV: 1 a 5 min EV: 20 a 30 - Sedação, controle
kg/dose IM, IN: em até min motor, redução de
Dose máxima: 20mg 5 min IM: 2 horas ansiedade, sem efeito
Dose inicial: 0,06 a 0,12 (até 6 analgésico
mg/ kg/hora horas) - Maior depressão
Titular até o efeito IN: 30 a 60 respiratória quando
desejado min usado em combinação
Intramuscular (IM): 0,1 a com outros;
0,5 mg/kg - Usar doses menores
Dose máxima: 10 mg para sedação consciente
Intranasal (IN): 0,2 a 0,3 em procedimentos (0,05
mg/kg a 0,1 mg/kg até 10 mg).
Propofol EV: 1 mg/ kg, seguido por EV: 30 EV: 3 a 10 - Sedação rápida e curta;
0,5 mg/kg, em doses segundos min - Hipotensão;
repetidas, conforme (seg) - Depressão respiratória;
necessário - Diminuição da Pressão
intracraniana (PIC);
- Pode causar dor à
infusão;
- Apneia e bradicardia.
Tiopental EV: 1 a 3 mg/kg/dose EV: < 1 min EV: 15 min - Hipotensão;
Dose máxima: 6mg/kg - Laringoespasmo;
ou - Depressão respiratória;
150 a 200 mg/ dose - Diminuição da PIC.

2 - Analgésicos
Os principais objetivos do tratamento da dor pediátrica são reduzir, controlar e
prevenir a dor. O manejo varia de acordo com o tipo, fonte, gravidade e duração da dor:
 Dor leve - a dor leve geralmente pode ser tratada adequadamente com analgésico comum e
anti-inflamatórios não-hormonais (AINES).
 Dor moderada a intensa - A dor moderada a intensa geralmente é tratada com agentes
opioides, geralmente em combinação com analgésicos não opioides.

Droga Dose Pediátrica Início Duração Observação


Dipirona VO/EV: 15mg/kg/dose 30min 6 horas Náuseas e vômitos, dor
a cada seis horas abdominal, diarreia e
Dose máxima erupções cutâneas
25mg/kg/dose Raros – anafilaxia,
agranulocitose, Stevens
Johnson, distúrbios renais e
hemorrágicos.
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Paracetamol VO: 10 a 15 mg / kg / 30min 6 horas Náuseas e vômitos


dose a cada seis horas Erupção cutânea (raro)
Dose diária máxima de Hepatotoxicidade em
75 mg / kg / dia (não doses altas.
deve exceder 3750 mg Uso crônico – lesão renal,
/ dia) neutropenia e
pancitopenia
Ibuprofeno VO: 4 a 10 mg / kg a 30min 6 horas Uso crônico risco de
cada seis a oito horas sangramento
(dose diária máxima de gastrointestinal e
40 mg / kg / dia) toxicidade renal.
Cetoprofeno VO/EV: 1mg/kg/dose a 30 min 6 horas Uso crônico risco de
cada oito ou seis horas sangramento
gastrointestinal e
toxicidade renal.
Tramadol IV: 1-2 mg/kg/4-6 h 10 min 6 horas - Boa tolerância
Infusão: 0.2-0.4 hemodinâmica;
mg/kg/h/ - Menos depressão
Dose máx: 400 mg/dia respiratória.
Morfina Analgesia: EV, IM: 0,05 EV: 5 a 10 min EV, IM: 3 a 5 - Depressão respiratória.
a 0,2 mg/kg/dose VO: 1 hora horas Reduzir a dose quando
Dose máxima: 15 mg VO: 3 a 5 usado em combinação com
VO: 0,2 a 0,5 horas os benzodiazepínicos;
mg/kg/dose - Liberação de histamina.
Infusão inicial: 20 a 30 Contraindicado na asma
µcg/kg/h grave;
Titular até efeito - Diminuição da motilidade
desejado intestinal.
Metadona 0,05 a 0,2 mg/kg a 45 min 8 a 12 horas -Tem sido cada vez mais
cada 4 a 6 horas, VO. usada no tratamento e na
Dose máxima: 10 prevenção da abstinência e
mg/kg. da dependência;
- Efeito acumulativo que
pode levar à sedação mais
prolongada que a desejada.
Fentanil EV: 1 a 4 µcg/kg/dose EV: quase EV: 30 a 60 - Depressão respiratória.
Infusão: 0,5 a 5 imediata min Reduzir a dose quando
µcg/kg/h usado em combinação com
benzodiazepínicos;
- Infusão rápida pode
causar rigidez torácica.
Infundir em 3 a 5 min
- Diminuição da motilidade
intestinal.

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3 - Drogas Dissociativas
Droga Dose Pediátrica Início Duração Observação
Ketamina EV: 0,5 a 2 mg/kg EV: 30 seg Dissociação - Agende dissociativo com
Infusão: 5 a 20 IM: 3 a 4 min EV: 5 a 10 min propriedades analgésicas e
mcg/kg/min IM 12 a 25 min sedativas;
Titular para o efeito Recuperação - Sonhos desagradáveis ou
desejado EV: 1 a 2 horas alucinações raras em
IM: 3 a 7 mg/ kg IM: 3 a 4 horas crianças;
- Frequentemente
administrado com atropina
ou glicopirolato para
controlar hipersalivação;
- Aumenta a PIC;
- Pode melhorar o
broncoespasmo.

4 - Alfa-2 Agonista Adrenérgico


Droga Dose Pediátrica Início Duração Observação
Dexmedetomidina IV: 1- 2 μg/kg 2 - 5 min 2 horas - Fornece uma
IM: 1-4,5 mcg/kg “sedação
Infusão: 0,2-0,75 consciente” e
μg/kg/h analgesia, sem
depressão
respiratória;
-Efeitos analgésicos,
levando a uma
menor utilização dos
opioides.
- Diminuição na
frequência cardíaca.
Aumento na pressão
arterial.
Raros casos de
hipotensão.

5 - Antagonistas (fármacos de reversão)


Droga Dose Pediátrica Início Duração Observação
Naloxona EV ou IM: EV: em até 2 EV, IM: 20 a - Se efeito de reversão for
(Antagonista a 0,1 mg/kg/dose min 60 min menor, pode ser necessário o
opioides) até no máximo de IM: 2 a 5 min uso de doses seriadas;
2mg/kg/dose. - Doses repetidas podem ser
Pode-se repetir a necessárias por duração do
cada 2 minutos, se efeito menor do que a
necessário. maioria dos opioides
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- Podem causar náuseas,


ansiedade, estimulação
simpática, hipertensão,
taquicardia e edema
pulmonar
Flumazenil EV: 0,021 EV: 1 a 3 min EV: < 1 hora - Se o efeito de reversão for
(Antagonista a mg/kg/dose menor, pode ser necessário
benzodiazepínicos) Dose máx: 0,2 mg uso de doses seriadas
Pode- se repetir a - Doses repetidas podem ser
cada 1 min até necessárias por duração do
0,05mg/kg ou 1 efeito menor do que a de
mg outros benzodiazepínicos.
-Pode causar aumento da
PIC, redução do limiar
convulsivo.

6 - Bloqueadores Neuromusculares (BNM)


Os BNM estão indicados para a intubação endotraqueal e durante a VM para eliminar
o assincronismo com o respirador em crianças com insuficiência respiratória grave ou para
reduzir o risco de extubação acidental em crianças com via aérea instável.
Para os pacientes com doença pulmonar ou cardíaca graves, os maiores benefícios
com o seu uso incluem redução no consumo de oxigênio e no gasto de energia, devido à
eliminação da contração muscular esquelética.

Droga Ação Dose Início Duração Vantagens Comentários


(mg/kg) (min.) (min)
Succinilcolina Despolarizante 1-2 Imediato 3-5 Curta Hiperpotassemia.
Não se usa em duração Fasciculações
infusão (intubação)
contínua
Vecurônio Não Bolo inicial: 2-4 20 Sem efeitos Debilidade
despolarizante 0,08-0,2 cardiovascul muscular
Infusão: 0,08- ares
0,2mg/kg/h
Pancurônio Não Bolo inicial: 0,1 2-4 30-45 Maior Taquicardia, há
despolarizante Infusão:0,1mg/ duração aumento de PIC
kg/h
Atracúrio Não Bolo inicial: 0,3- 2-3 25-30 Não Broncoespasmo
despolarizante 0,6 metabolizad Bradicardia
Infusão:0,3-0,6 o no fígado e
mg/kg/h rim
Rocurônio Não Bolo inicial: 0,6- 1-2 30-40 Sem Taquicardia com
despolarizante 1,2 alterações altas doses.

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Infusão:5- cardiovascul
15mcg/kg/h ares
Cisatracúrio Não Bolo inicial: 3-4 30 Não Sem efeitos
despolarizante 0,15 metabolizad cardiovasculares
Infusão: o em fígado
1,5mcg/kg/h e rim

9. PRINCÍPIOS DO MANEJO DE DOR EM PEDIATRIA


O uso correto de medicamentos analgésicos irá aliviar a dor na maioria das crianças
com dor persistente devido a doenças médicas e baseia-se nos seguintes conceitos-chave:
 usando a estratégia da escada analgésica;
 dosagem em intervalos regulares;
 usando a via de administração apropriada;
 adaptando o tratamento para cada criança;
A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou, em 1986, o sistema de escadas para
o tratamento da dor oncológica. Esse sistema consiste de três degraus e é o primeiro modelo
utilizado e aceito de forma universal para o controle da dor. A escada analgésica é um algoritmo
simples e razoável para o tratamento da dor e baseia-se na gravidade da dor segundo os pacientes.
Os estudos demonstram que, com a utilização da escada analgésica da OMS, obtém-se alívio
adequado em 90% dos pacientes.

 O primeiro degrau, o tratamento da dor leve, recomenda os AINES e os analgésicos comuns,


como a dipirona e o paracetamol. Paracetamol e ibuprofeno são os medicamentos de escolha na
primeira etapa (dor leve).
Em crianças com mais de três meses de idade que podem tomar medicamentos VO
e cuja dor é avaliada como leve, o paracetamol e o ibuprofeno são os medicamentos de
escolha. Para crianças com menos de três meses de idade, a única opção é o paracetamol.
Nenhum outro AINE foi suficientemente estudado em pediatria quanto à eficácia e
segurança para ser recomendado como uma alternativa ao ibuprofeno. Embora haja evidências das
propriedades analgésicas superiores do ibuprofeno versus paracetamol na dor aguda, isso é
considerado evidência de baixa qualidade porque os estudos foram realizados em ambientes de dor
aguda e por causa da ausência de evidências de segurança de longo prazo para seu uso contínuo
na dor persistente.
Tanto o paracetamol quanto o ibuprofeno têm toxicidade potencial: há
preocupações sobre a toxicidade renal e gastrointestinal potencial e sangramento com ibuprofeno
e outros AINEs; e há riscos de hepatotoxicidade e sobredosagem aguda associada ao paracetamol.

 O segundo degrau é utilizado para o tratamento de dores leves a moderadas e inclui a adição
de um opioide fraco, quando falhou a prescrição anterior. Para as crianças é indicado o tramadol.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TRIÂNGULO MINEIRO
HOSPITAL DE CLÍNICAS
Tipo do PRT.DM.003 - Página 14/15
PROTOCOLO CLÍNICO
Documento
Título do SEDAÇÃO E ANALGESIA EM PEDIATRIA Emissão: 30/11/2021 Próxima revisão:
Documento Versão: 2 30/11/2023

 O terceiro degrau substitui o opioide fraco por um forte que, no Brasil, inclui a morfina,
recomendado para o controle de dores moderadas a graves que não são aliviadas com a prescrição
do segundo degrau.

9.1 Tratar a dor em intervalos regulares


Quando a dor está constantemente presente, analgésicos devem ser administrados,
enquanto os efeitos colaterais são monitorados, em intervalos regulares (“de acordo com o
relógio” e não “conforme a necessidade”).
A medicação deve ser administrada em um cronograma regular para dor persistente ,
ao invés de “conforme necessário”, a menos que os episódios de dor sejam realmente
intermitentes e imprevisíveis. As crianças devem, portanto, receber analgésicos em intervalos
regulares, com adição de “doses de resgate” para dor intermitente e surto.

9.2 Tratamento da dor pela via apropriada


Os medicamentos devem ser administrados às crianças pela via mais simples, eficaz
e menos dolorosa, tornando as formulações orais a via de administração mais conveniente e
menos dispendiosa. A escolha de vias alternativas de administração, como EV, SC, retal ou
transdérmica, quando a VO não estiver disponível, deve ser baseada no julgamento clínico,
disponibilidade e preferência do paciente. A via de administração IM é dolorosa e deve ser
evitada. A via retal apresenta biodisponibilidade pouco confiável.

10. REFERÊNCIAS
1. LAGO, Patrícia M. et al. Analgesia e sedação em situações de emergência e unidades de
tratamento intensivo pediátrico. J Pediatr (Rio J) 79:S223-S230, 2003.
2. HARRIS J et al. Clinical recommendations for pain, sedation, withdrawal and delirium
assessment in critically ill infants and children: an ESPNIC position statement for healthcare
professionals. Intensive Care Med , 42:972–986, 2016.
3. BARTOLOME, Santiago Mencía; CID, Jesús López-Herce; FREDDI, Norberto. Sedação e
analgesia em crianças: uma abordagem prática para as situações mais frequentes. J Pediatr;
83(2):S71-82, 2007.
4. PIVA E CELINY. Medicina Intensiva em Pediatria. 2ª EDIÇÃO. REVINTER. 2014.
5. SILVA, Yerkes Pereira e et al. Sedação e analgesia em neonatologia. Rev. Bras. Anestesiol,
57:5, p. 575-587, 2007.
6. Ramalho CE, Bretas PM, Schvartsman C, Reis AG. Sedation and analgesia for procedures in the
pediatric emergency room. J Pediatr (Rio J). 2017;93:2---18
7. WHO Guidelines on the Pharmacological Treatment of Persisting Pain in Children with
Medical Illnesses. World Health Organization, 2012.

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Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins lucrativos.
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11.HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO/REVISÃO

VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA AÇÃO/ALTERAÇÃO


2 24/08/2021 Revisão do protocolo (PRT) – equipe Divisão Médica (DM)

Elaboração – versão 1 Data: 1/7/2019


Fabiana Jorge Bueno Galdino Barsam, médica diarista da UTI Neonatal e Pediátrica
Validação Interna
Pavila Virginia O. Nabuco, Valéria Cardos Alves Cunali e Valquíria Cardos Alves Chagas, médicas
diaristas da UTI Neonatal e Pediátrica
Validação
Eliene Machado Freitas Felix, chefe da Divisão Médica
Registro, análise e revisão
Ana Paula Corrêa Gomes, chefe da Unidade de Planejamento
Aprovação
Colegiado Executivo

Revisão e atualização – versão 2 Data: 30/11/2021


Fabiana Jorge Bueno Galdino Barsam, médica diarista da UTI Neonatal e Pediátrica
Colaboração
Fernanda Brandão Berto Resende, médica assistente da UTI Neonatal e Pediátrica
Validação interna
Fabiana Jorge Bueno Galdino Barsam, Pávila Virgínia de Oliveira Nabuco, Valéria Cardoso Alves
Cunali, Eliene Machado Freitas Felix, Anália Oliveira Soares, médicas diaristas da UTI Neonatal e
Pediátrica
Validação
Caetano Galvão Petrini, chefe da Unidade Materno-Infantil
Rodrigo Juliano Molina, chefe do Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente
Registro, análise e revisão
Ana Paula Corrêa Gomes, chefe da Unidade de Planejamento
Aprovação
Andreia Duarte de Resende, gerente de atenção à saúde

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