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Doenças da Parede Torácica

Chapter · January 2010

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Henrique Trad
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulous Radiologia
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45 CAPÍTULO

Doenças da Parede Torácica

Clovis Simão Trad


Henrique Simão Trad

As doenças da parede torácica envolvem uma grande varie- tecidos mediastinais. Na radiografia em perfil, é fácil notar o
dade de lesões, de diferentes origens, incluindo alterações deslocamento posterior do esterno.
congênitas e do desenvolvimento, doenças inflamatórias e • A TC e a RM tem sido utilizadas para mensuração do índice
infecciosas, tumores de partes moles e tumores ósseos. Essas de Haller, calculado dividindo-se o maior diâmetro látero-
lesões são de difícil caracterização na prática clínica e mes- lateral pelo ântero-posterior, a partir das margens internas da
mo na radiografia do tórax e podem trazer sérias dificuldades parede torácica (Fig. 45-1). O índice normal é de 2,56 ± 0,35.
diagnósticas. Com o advento da tomografia computadorizada
(TC) e da ressonância magnética (RM), foi possível localizar
n 1.2. Pectus Carinatum
e estadiar melhor essas lesões e em alguns casos, fazer o diag-
nóstico definitivo. Um resumo das principais lesões da parede Também denominada tórax em quilha, é anomalia rara caracte-
torácica está descrito na Tabela 45-1. rizada por protrusão anterior do esterno. Geralmente assinto-
mática, acomete de 0,6 a 0,97 em cada 1000 indivíduos. Entre
1. Anomalias Congênitas e do Desenvolvimento os pacientes as queixas são de ordem estética e emocional. Pode
ser classificado em superior, inferior e lateral.
n 1.1. Pectus Excavatum ACHADOS DE IMAGEM
Mais comum anomalia do desenvolvimento da caixa torá- • A radiografia lateral do tórax pode demonstrar a deformida-
cica, caracterizada por afundamento do esterno, com des- de esternal, que por vezes encontra-se encurvado ou até com
locamento anterior das costelas. É condição de ocorrência formato em “S”.
esporádica ou associada a um padrão dominante de heredita- • A TC axial demonstra claramente o deslocamento do esterno
riedade. Acomete de 0,13% a 0,4% da população e a maioria e sua posição mediana ou lateralizada (Fig. 45-2). Reconstru-
é assintomática. ções tridimensionais auxiliam no planejamento cirúrgico.

ACHADOS DE IMAGEM n 1.3. Costela Cervical


• Na radiografia em PA do tórax o coração encontra-se des-
locado à esquerda e rodado. É possível notar um aumento Achado relativamente comum está presente em até 0,5% da
na densidade paracardíaca à direita, por deslocamento dos população. Mais comum aparecer na sétima vértebra cervical.

677
678 Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica

Cerca de 90% dos casos é assintomática, mas alguns podem


TABELA 45-1. Principais Doenças da Parede estar associados à síndrome do desfiladeiro torácico, com sin-
Torácica tomas de compressão dos vasos subclávios e plexo braquial.

1. Anomalias congênitas e do desenvolvimento ACHADOS DE IMAGEM


Pectus excavatum
Pectus carinatum • A radiografia em PA da coluna cervical (Fig. 45-3) ou AP do
Costela cervical tórax mostra a costela supranumerária a partir do corpo ver-
Disostose cleidocranial tebral cervical, podendo ou não estar fundida ao primeiro
Síndrome de Poland arco costal, por tecido ósseo ou fibrocartilaginoso.
Cifoescoliose dorsal

2. Doenças inflamatórias e infecciosas


n 1.4. Disostose Cleidocranial
Osteocondrite costocondral (síndrome de Tietze) É anomalia rara, caracterizada por ossificação incompleta
Infecções piogênicas das clavículas, associada a anomalias do desenvolvimento
Infecções granulomatosas (tuberculose, actinomicose, dos ossos púbicos, coluna e ossos longos. As clavículas po-
aspergilose)

3. Neoplasias da parede torácica


Benignas ou malignas
Adiposo
Vascular
Hematológico
Tecido nervoso/nervos periféricos
Muscular
Fibroso e fibro-histiocítico
Ósseas

FIGURA 45-2. Corte axial de TC demonstra o abaulamento esternal e da


parede torácica em caso de pectus carinatum.

FIGURA 45-1. Pectus excavatum. Corte axial de TC (A) demonstrando os


diâmetros ântero-posterior (AP) e látero-lateral (LL). Corte axial (B) T1 de
RM demonstra claramente o rebaixamento esternal e o efeito compressivo FIGURA 45-3. Radiografia ântero-posterior da coluna cervical demonstra a
sobre o coração. costela supranumerária à direita em C7.
Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica 679

dem estar ausentes, hipoplásicas e com até dois segmentos • A TC e a RM são os melhores métodos para demonstrar
ossificados separados. os achados inicias de aumento de volume das partes moles
adjacentes e reação periosteal, além de avaliar a extensão do
processo aos compartimentos adjacentes como mediastino
n 1.5. Síndrome de Poland
e pleura.
• A RM é o melhor método para demonstrar as fases iniciais
Anomalia congênita em que ocorre agenesia ou hipoplasia
de edema ósseo, porém, pode estar limitada pela presença
do músculo peitoral maior, associado à sindactilia do mesmo
de fios metálicos cirúrgicos, principalmente no esterno.
lado. Raramente é bilateral.

ACHADOS DE IMAGEM
• Na radiografia do tórax, nota-se aumento da transparência
no lado afetado, pela ausência muscular que não deve ser
confundida com pulmão hiperlucente unilateral.
• A TC e a RM mostram claramente a ausência da musculatu-
ra e outras anomalias da caixa torácica que podem acompa-
nhar o quadro (Fig. 45-4).

2. Doenças Inflamatórias e Infecciosas

n 2.1. Osteocondrite Costocondral


Também conhecida como síndrome de Tietze, é caracterizada
por dor e edema de uma ou mais articulações costocondrais.
Clinicamente é importante por fazer diagnóstico diferencial A
com síndromes de dor torácica. Geralmente acomete a segun-
da articulação costocondral.

ACHADOS DE IMAGEM
• Nas radiografias pode ser visível o aumento de volume das
partes moles locais, calcificações irregulares na cartilagem
ou reação periosteal na costela adjacente, geralmente na
margem superior.
• TC pode auxiliar ao demonstrar melhor o aumento de volu-
me das partes moles e dar mais detalhes às alterações ósteo-
escleróticas e de reação periosteal.
• A RM demonstra mais facilmente as alterações de aumento
de volume e edema das partes moles e o edema ósseo.
B
n 2.2. Infecções Piogênicas
Processos infecciosos das costelas e esterno são raros. Oste-
omielite pode ocorrer geralmente por disseminação hemato-
gênica de processo infeccioso sistêmico, extensão de infecção
adjacente como empiema ou após procedimentos cirúrgicos,
dentre estes, esternotomia é o mais comum, entretanto, com-
plicações pós-cirúrgicas ocorrem em cerca de 5 % dos casos.
São causadas principalmente por Staphylococcus aureus e Pseudo-
monas aeruginosa, acompanhadas geralmente por aumento de
volume das partes moles e reação periosteal. Destruição óssea
ocorre tardiamente.

ACHADOS DE IMAGEM C
• A radiografia é limitada na avaliação dos processos infeccio-
sos, visto que os achados aparecem tardiamente, podendo FIGURA 45-4. Síndrome de Poland. Cortes axial (A) e coronal (B) T1, e axial
demonstrar o aumento de volume das partes moles, cole- T2 (C) demonstram claramente a ausência da musculatura peitoral maior e
ções pleurais associadas, destruição e esclerose óssea. da glândula mamária à direita.
680 Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica

res dilatados, tortuosos e de paredes finas. São mais comuns


n 2.3. Tuberculose, Actinomicose e Aspergilose em crianças e adultos jovens.
Em certas situações, esses três patógenos envolvem a pare-
de torácica, com destruição de tecidos moles e ósseos, com
ACHADOS DE IMAGEM
formação de fístulas pleurais e cutâneas, por acometimento • À radiografia é comum notar aumento de partes moles lo-
direto ou extensão da doença pulmonar. No caso da tuber- cal, e por vezes, identificar flebolitos.
culose, o envolvimento da parede torácica é mais comum por • A TC é mais sensível na identificação dos flebolitos e mostra
via hematogênica e formação de um abscesso local. A acti- uma formação heterogênea devido aos componentes lipídi-
nomicose é doença causada por bactéria incomum, em que cos, fibroso e vascular da lesão.
cerca de 15% dos casos apresenta lesão associada da pleura e
parede torácica, por produção de enzimas proteolíticas, com
a possibilidade de formação de fístulas. A aspergilose pode se
apresentar em uma forma crônica semi-invasiva, geralmente
apical, indolente, com invasão da pleura, mediastino e parede
torácica (Fig. 45-5).
Nas radiografias, pode ser difícil demonstrar o envolvimen-
to da parede torácica, sendo preferencial o uso da TC ou RM
para melhor estadiamento dessas lesões.

3. Neoplasias da Parede Torácica


Neoplasias da parede torácica são incomuns correspondendo
a cerca de 1% a 2% de todos os tumores do corpo. Aproxi-
madamente 60% são malignas e a maioria resulta de metásta-
FIGURA 45-5. Aspergilose crônica semi-invasiva. Corte axial de TC com
se ou invasão direta de tumores adjacentes à parede torácica contraste evidencia extensa formação expansiva envolvendo o terço supe-
(pulmão, mediastino e mama). Tumores primários incluem rior do hemitórax com invasão da parede torácica.
uma vasta gama de diagnósticos diferenciais, com diversas
origens como tecidos adiposos, cartilaginosos, ósseos, neurais,
hematológicos, fibrosos e vasculares. Podem ser classificadas
em benignas e malignas (Tabela 45-2). Os métodos de ima- TABELA 45-2. Principais Neoplasias da Parede
gem fornecem informações importantes quanto à localização,
natureza e o estadiamento das lesões, com possibilidade de
Torácica
diagnósticos específicos em alguns casos, mediante a caracte- A. Benignas
rização tecidual das lesões. Lipoma
Hemangioma cavernoso
n 3.1. Neoplasias Benignas Schwannoma periférico
Neurofibroma
Lesões benignas são geralmente assintomáticas e de cresci- Ganglioneuroma
mento lento. Paraganglioma
Osteocondroma
Displasia fibrosa
n A) Lipoma Tumor de células gigantes
Lesões benignas, circunscritas e de contornos regulares. Tipi- Elastofibroma
camente acomete pacientes adultos entre 50 e 70 anos, mais B. Malignas
comum em obesos. Geralmente são lipomas dos planos pro-
Lipossarcoma
fundos da parede torácica.
Angiossarcoma
Mieloma múltiplo e plasmacitoma
ACHADOS DE IMAGEM Linfoma
• A TC e a RM são diagnósticas ao demonstrarem o compo- Neuroblastoma e ganglioneuroblastoma
nente gorduroso da lesão (Fig. 45-6). Geralmente não apre- Tumor maligno da bainha de nervos periféricos
sentam reforço pós-contraste, mas podem apresentar alguns Liomiossarcoma
septos no interior, estes com discreto reforço. Rabdomiossarcoma
Fibromatose agressiva
Fibro-histiocitoma maligno
n B) Hemangioma Cavernoso Condrossarcoma
Osteossarcoma
São lesões incomuns, tipicamente cutâneas, grandes e podem Sarcoma de Ewing
ser localmente invasivas. Caracterizadas por espaços vascula-
Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica 681

• Na RM, a lesão apresenta geralmente alto sinal em T1 e T2, ACHADOS DE IMAGEM


podendo apresentar alguns focos irregulares de hipersinal
T1 por estase de componentes sanguíneos no interior dos • À radiografia, é possível visualizar um aumento de volume
espaços vasculares dilatados. Alguns focos de ausência de das partes moles, ou erosão óssea da margem inferior do
sinal por fluxo vascular aumentado podem ser vistos no in- arco costal ou forame neural acometido.
terior. O reforço, tanto na TC quanto na RM, é de padrão • A TC evidencia lesão sólida com densidade de partes moles
vascular (Fig. 45-7). (Fig. 45-8) e mais facilmente demonstra erosão óssea asso-
ciada, denotando crescimento lento da lesão. Após a inje-
ção do contraste endovenoso, as lesões apresentam reforço
geralmente homogêneo, mas as degenerações císticas ficam
n C) Schwannoma (Neurilemoma) mais evidentes como áreas hipocaptantes.
Periférico • À RM, as lesões apresentam intensidade de sinal semelhante
ao músculo em T1 e hipersinal em T2, com captação homo-
São neoplasias de crescimento lento originadas das células da gênea ou heterogênea do contraste. Áreas de degeneração
bainha de nervos periféricos. São conhecidos também como cística apresentam marcado hipersinal T2, sem reforço.
neurilemomas ou neurinomas, acometendo pacientes adultos
entre 20 e 50 anos. Podem aparecer nas raízes neurais espi-
nhais ou dos nervos intercostais, de forma esférica nas lesões n D) Neurofibroma
menores, e lobulados quando de maiores dimensões. Geral-
mente sólidos, podem apresentar áreas de degeneração cística, São lesões originadas dos nervos periféricos, encapsuladas ou
principalmente nas lesões maiores. não, com componentes de degeneração cística e calcificações.

FIGURA 45-6. Lipoma. Radiografia em AP do tórax (A) demonstra


formação lobulada e de contornos regulares adjacente à parede to-
rácica esquerda. Corte de TC (B) demonstra claramente o conteúdo A B
gorduroso da lesão e os contornos regulares.

A B C D

FIGURA 45-7. Hemangioma. Cortes axiais de TC pré (A) e pós-contraste (B) em paciente com hemangiomatose demonstram formação na parede torácica
esquerda com múltiplas estruturas serpiginosas e flebolitos. Reconstruções de angioressonância (C e D) em paciente com hemangioma na parede tóraco-
abdominal esquerda. Notar os vasos nutridores da lesão.
682 Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica

Acometem pacientes entre 20 e 30 anos, sem predileção por maduras, células de Schwann e fibras nervosas, sem apre-
sexo. Sessenta a 90% dos pacientes apresentam o diagnóstico sentar componentes neuroblásticos, células intermediárias
de neurofibromatose tipo I. Degeneração maligna já foi des- ou figuras mitóticas. Podem ocorrer espontaneamente,
crita, mas é rara. ser fruto da maturação ou tratamento de neuroblastoma
e ganglioneuroblastoma, embora a incidência de cada uma
ACHADOS DE IMAGEM dessas ocorrências seja incerta. Acometem pacientes com
idade média de 7 anos com discreta predominância no sexo
• Alargamento dos forames neurais e erosões ósseas com- masculino. Geralmente são achados incidentais em pacien-
pressivas são vistas aos exames de imagem. tes assintomáticos, e o local mais comum é o mediastino
• As lesões são hipodensas à TC, com reforço heterogêneo posterior.
pós-contraste. À RM, são de intensidade de sinal hetero-
gênea, com área central hipodensa em T2, com reforço he-
terogêneo pós-contraste, predominando na região central
(Fig. 45-9).

n E) Ganglioneuroma
São lesões originadas das células da cadeia simpática para-
vertebral torácica. São constituídas de células ganglionares

B C

FIGURA 45-8. Schwannoma periférico. Radiografia em PA do tórax (A) e FIGURA 45-9. Neurofibromas em paciente com neurofibromatose. Múltiplas
corte axial de TC (B) demonstram lesão bem delimitada na parede torácica lesões nodulares nos espaços intercostais, com hipersinal em T2 (A e B) e
esquerda. Note na TC a densidade de partes moles da lesão. hipossinal T1 com discretas áreas de reforço pós-contraste (C).
Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica 683

ACHADOS DE IMAGEM n G) Elastofibroma


• Apresentam-se radiograficamente como massas paraverte-
brais, com densidade de partes moles, podendo apresentar São lesões benignas de topografia característica, na porção
erosão e deslocamento de arcos costais. Contém calcifica- inferior da escápula, profundo ao músculo serrátil anterior.
ções em até 25% dos casos, que é mais facilmente identifi- Apenas 1% dos casos acontece fora da parede torácica. São
cada à TC. comuns em pacientes acima dos 60 anos e 60% são bilaterais,
• À RM, as lesões apresentam intensidade de sinal discreta- achado que reforça a suspeita da lesão. Geralmente assintomá-
mente heterogênea, predominando sinal intermediário em ticos, podem causar sintomas de dor e estalidos à movimen-
T1 e T2 (Fig. 45-10). tação do ombro.

n F) Paraganglioma ACHADOS DE IMAGEM


Acometem pacientes adolescentes e adultos jovens e se origi- • A TC demonstra uma lesão com densidade de partes moles,
nam das cadeias simpáticas paravertebrais. Localizam-se ge- pouco definida, na topografia característica, infraescapular
ralmente no terço médio da parede torácica, entre a 5ª e a 7ª ou subescapular. Pode apresentar aspecto estriado pela pre-
costelas, predominando à direita. sença de tecido gorduroso entremeado no tecido fibroso.
São lesões predominantemente homogêneas, com intenso Esse aspecto é mais fácil de identificar à RM, sendo lesões
realce após a administração de contraste (Fig. 45-11). São co- heterogêneas, de aspecto estriado, entremeadas por áreas de
mumente associadas a outros paragangliomas extratorácicos. hipersinal em T1 e T2 (Fig. 45-12).

A B

C D

FIGURA 45-10. Ganglioneuroma. Formação expansiva no terço superior do hemitórax direito. Envolvimento ósseo é visível no topograma (A). A TC (B) e
a RM (C e D) demonstram claramente o envolvimento da parede torácica e a extensão ao forame neural.
684 Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica

C D

FIGURA 45-11. Paraganglioma. Formação paravertebral direita, visível na FIGURA 45-12. Elastofibroma dorsal. Cortes axial (A) e sagital T2 (B), axial
radiografia de tórax em PA (A). As imagens de TC pós-contraste (B e C) T1 (C) e axial T1 com supressão de gordura e contraste endovenoso (D)
demonstram claramente o envolvimento da parede torácica e a extensão da demonstram formações expansivas profundamente aos músculos serrátil,
lesão ao canal vertebral. bilateralmente (D, setas).
Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica 685

n H) Osteocondroma n I) Displasia Fibrosa


Osteocondroma é um tumor benigno que consiste de um pe- É uma anomalia do desenvolvimento ósseo, com falha de
dículo de osso normal (exostose) recoberto por uma capa de maturação dos osteoblastos. Pode ser monostótica em 70%
neoplasia cartilaginosa. São lesões ósseas comuns, acometendo a 80% dos casos, e a idade de aparecimento da lesão é dos 10
pacientes adultos jovens. Na parede torácica, têm predileção aos 70 anos, com predomínio entre 20 e 30 anos. A displa-
pela junção costo-condral, podendo ser séssil ou pedunculada. sia fibrosa é a lesão benigna mais comum da parede torácica.
Sintomas podem aparecer por fratura, deformidade local, efei- Geralmente assintomáticas, podem apresentar dor local por
to compressivo da lesão em estruturas vasculares e nervosas e fratura. Na parede torácica, geralmente acometem os arcos
nos casos de degeneração maligna. costais, podendo envolver também as clavículas.

ACHADOS DE IMAGEM ACHADOS DE IMAGEM


• Nas imagens é característico notar a continuidade da corti- • A imagem é diagnóstica para essas lesões, que se apresentam
cal e medular do osso acometido com a lesão, que apresenta à radiografia como lesões ósseas insuflativas e deformantes,
uma capa cartilaginosa, mais bem demonstrada nas imagens com aspecto fosco e adelgaçamento cortical.
de RM (Fig. 45-13). • À TC, o aspecto interno de densidade intermediária e
• Dor local, lise óssea, calcificações irregulares e espessamen- leitosa é evidente, podendo conter algumas calcificações
to da capa cartilaginosa são sinais de imagem que sugerem internas amorfas (Fig. 45-14). À RM, a lesão apresenta hi-
degeneração maligna. possinal T1 e sinal variável em T2, podendo ser alto ou

A B C

FIGURA 45-13. Osteocondroma. Radiografia do tórax (A) demonstra lesão lobulada, calcificada na parede torácica anterior, envolvendo arcos costais. Corte
axial de TC (B) demonstra lesão envolvendo os elementos posteriores de corpo vertebral, notando-se a continuidade entre a cortical e a medular da lesão
com o osso. Corte em ponderação T2 de RM (C) demonstra a capa cartilaginosa da lesão, com alto sinal.

FIGURA 45-14. Displasia fibrosa. Lesão


osteolítica insuflativa envolvendo arco
costal na radiografia (A) e TC (B), com A B
aspecto leitoso.
686 Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica

baixo. Geralmente apresentam realce homogêneo pós-


contraste, identificado apenas nos exames de RM. Trans-
n A) Lipossarcoma
formação maligna é rara, descrita para fibrossarcoma e
São neoplasias originadas de células adiposas com graus vari-
osteossarcoma.
áveis de diferenciação celular. Responsável por 15% dos sar-
comasrepresenta uma neoplasia comum do retroperitôneo e
n J) Tumor de Células Gigantes membros inferiores, acometendo a parede torácica em cerca
de 10% dos casos.
São tumores ósseos benignos de origem indeterminada, carac-
terizados por seios vasculares margeados ou preenchidos por ACHADOS DE IMAGEM
células gigantes. Tipicamente solitários, podem ser múltiplos e
acometem pacientes dos 21 aos 40 anos, após o fechamento • À TC e RM é característico identificar o componente gor-
das epífises de crescimento, com predomínio no sexo femi- duroso da lesão. Tipicamente, nos lipossarcomas, existem
nino. Apresentam-se geralmente nas porções subcondrais de estrias ou componentes com densidade de partes moles,
costelas, esterno e clavícula. maiores nas lesões menos diferenciadas. Essas áreas apre-
sentam hipossinal em T1 e hipersinal em T2 à RM, com
reforço após a administração de contraste. É possível que,
ACHADOS DE IMAGEM
em lipossarcomas muito indiferenciados, não se identifique
• À radiografia, são lesões excêntricas, líticas e com afilamento o componente gorduroso da lesão.
cortical. Essas características são mais bem avaliadas na TC,
que mostra a relação da lesão com as estruturas adjacentes.
• À RM, as lesões apresentam baixo sinal T1 e alto sinal T2,
n B) Mieloma Solitário e Múltiplo
podendo apresentar áreas de aspecto cístico com nível líqui-
São neoplasias caracterizadas por proliferação de células plas-
do no interior (Fig. 45-15).
máticas, podendo se apresentar como lesão solitária ou infil-
tração difusa da medula óssea. O mieloma solitário, também
n 3.2. Neoplasias Malignas chamado de plasmacitoma, acomete pacientes com idade
média de 50 anos, e pode progredir para mieloma múltiplo.
Neoplasias malignas primárias da caixa torácica são raras, Apresenta-se como lesão única com lise óssea e afilamento
geralmente sintomáticas, sendo dor local o sintoma mais fre- cortical, podendo apresentar aspecto insuflativo ou não. Pode
quente. São localmente agressivas e de crescimento rápido. se apresentar também, mais raramente, como lesão de partes

A B

FIGURA 45-15. Tumor de células gigantes. Lesão lítica insuflativa


de arco costal baixo (setas) na radiografia (A). A RM em T1 (B e C)
C D e T2 (D) demonstra claramente a lesão, envolvendo o arco costal.
Nível líquido é visível no interior da lesão na sequência T2 (D).
Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica 687

moles, sem envolvimento ósseo. O mieloma múltiplo acomete com realce heterogêneo pós-contraste, de limites indefini-
pacientes mais velhos, de 60 a 70 anos, e se apresenta com dos, com deslocamento e invasão de estruturas adjacentes.
múltiplas lesões ósseas líticas dispersas na medular dos corpos
vertebrais, costelas e clavículas.
n E) Rabdomiossarcoma
ACHADOS DE IMAGEM São sarcomas raros, de alto grau, com diferenciação para cé-
• À radiografia, são lesões líticas, de margens parcialmente de- lulas musculares estriadas. São lesões de crescimento rápido,
finidas, algumas com aspecto insuflativo, principalmente no acometendo pacientes jovens, com idade geralmente inferior a
plasmacitoma (Fig. 45-16). Esclerose óssea pode se desen- 45 anos. Sintomas são comuns, por envolvimento ósseo e de
volver após fratura, radioterapia ou quimioterapia. nervos periféricos. Existem três subtipos, embrionário, alveo-
• À RM, as lesões apresentam mais caracteristicamente hipos- lar e pleomórfico, sendo o alveolar o mais comum na parede
sinal em T1 e hipersinal T2. torácica e que apresenta pior prognóstico. O subtipo embrio-
nário é o mais comum em crianças, geralmente disseminando
pela parede torácica e mediastino.
n C) Linfoma
Linfomas primários da parede torácica são raros, sendo mais
comum o acometimento secundário. Acomete pacientes em
torno dos 50 anos, sendo o linfoma não Hodgkin de grandes
células B o tipo mais comum, podendo ser multinodular ou
infiltrativo.

ACHADOS DE IMAGEM
• À TC são lesões com densidade de partes moles, podendo
apresentar aspecto infiltrativo difuso, envolvendo partes ós-
seas, com discreto realce difuso pós-contraste (Fig. 45-17).
• À RM são lesões com hipossinal T1, mais baixo que o mús-
culo, e com alto sinal em T2. É comum visualizar extensão
da lesão pelos feixes vásculo-nervosos e tecido subcutâneo.

n D) Liomiossarcoma
São lesões raras, menos de 5% dos sarcomas superficiais de
partes moles, ocorrendo geralmente em pacientes adultos, A
com idade entre 50 e 70 anos. A maioria são lesões solitárias e
quando múltiplas, que sugerem metástases.

ACHADOS DE IMAGEM
• À TC são lesões com densidade de partes moles, frequente-
mente com áreas de necrose e degeneração cística. À RM, se
apresentam como lesões com hipossinal T1 e hipersinal T2,

B
A B
FIGURA 45-17. Linfoma. Cortes axial (A) e sagital (B) de TC de tórax com
FIGURA 45-16. Mieloma. Radiografia (A) e TC (B) mostram lesão expansiva contraste evidenciam formação expansiva heterogênea envolvendo o ester-
lítica envolvendo arco costal. no no terço proximal.
688 Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica

ACHADOS DE IMAGEM n F) Fibromatose Agressiva


• Aos exames de imagem, são lesões heterogêneas, infiltrati-
vas e mal delimitadas, que comumente apresentam áreas de Também conhecida como tumor desmoide, é lesão prolife-
degeneração cística e necrose (Fig. 45-18). rativa intermediária de origem indeterminada. Corresponde a
54% dos sarcomas de baixo grau da parede torácica, acomete
pacientes adultos jovens, não tem risco de metástases e pode
sofrer remissão espontânea.

ACHADOS DE IMAGEM
• À TC pode apresentar diferentes coeficientes de atenuação,
devido a diferenças nos diversos componentes da lesão. Ge-
ralmente são infiltrativas nos pacientes mais jovens e apre-
sentam aspecto nodular nos pacientes mais velhos.
• Nas imagens de RM, são lesões com baixo sinal em T1, por
vezes mais baixo que o músculo, e com sinal intermediário
em T2, porém, podendo apresentar focos de marcado hi-
possinal ou hipersinal (Fig. 45-19).

n G) Fibro-histiocitoma Maligno
A Embora seja o tumor maligno mais comum de partes moles
do adulto, o fibro-histiocitoma maligno raramente ocorre na
parede torácica. Origina tipicamente da fáscia ou grupos mus-
culares profundos, podendo ser primário do osso. São lesões
homogêneas ou heterogêneas, com densidade de partes moles
à TC e hipossinal T1 e hipersinal T2 na RM.

n H) Condrossarcoma
É a neoplasia maligna primária mais comum da parede toráci-
ca, com dois picos etários de apresentação, abaixo dos 20 anos
e acima de 50. É mais frequente na parede anterior, nas arti-
culações condrais, sendo duas vezes mais comuns em homens
do que em mulheres.

ACHADOS DE IMAGEM
B • São lesões com densidade de partes moles, contornos irre-
gulares, associadas à destruição óssea adjacente, com calcifi-
cações internas irregulares, de padrões variados.
• A TC é melhor para mostrar as calcificações da matriz con-
droide interna (Fig. 45-20). À RM, as lesões apresentam hi-
possinal em T1 e hipersinal em T2, com áreas variadas de
hipossinal interno, decorrentes da matriz calcificada. Após a
administração de contraste, apresentam realce heterogêneo
e irregular.

n I) Osteossarcoma
Neoplasia óssea maligna de adultos jovens, raramente ocorre
na parede torácica, sendo os principais sítios de lesão as cos-
telas, escápula e clavículas. Osteossarcoma extraósseo pode
ocorrer em pacientes mais velhos, com idade média de 50
C anos. A apresentação clínica mais comum é de massa dolorosa
de crescimento rápido.

FIGURA 45-18. Rabdomiossarcoma. Formação expansiva envolvendo espa-


ço pleural e região paravertebral direita, infiltrando a parede torácica. Nos
ACHADOS DE IMAGEM
cortes axiais de TC (A) e de RM T1 pós-contraste (B) e T2 (C), é possível • A imagem é fundamental na caracterização da matriz óssea
notar a extensão da lesão ao canal vertebral. calcificada da lesão, com boa demonstração da extensão
Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica 689

A B

C D

FIGURA 45-19. Fibromatose agressiva. Espessamento e heterogeneidade na parede ântero lateral direita do tórax (setas), visualizada no corte axial (A) e
sagital (B) de TC, axial T2 (C) e sagital T1 (D) na RM.

local do tumor (Fig. 45-21). Geralmente se apresentam


com hiposinal T1 e hipersinal T2 à RM, com áreas calci-
ficadas apresentando sinal maior que o músculo nas pon-
derações T1.

n J) Sarcoma de Ewing e Tumor de Askin


Conhecidos como tumores neuroectodérmicos primitivos, são
neoplasias de crianças e adultos jovens, provavelmente origi-
nadas de células embrionárias remanescentes da crista neural.
São geralmente lesões únicas grandes ou lesões múltiplas, infil-
trativas. Os sítios de origem são costelas, clavículas, escápulas
e esterno, mas pode originar-se de tecidos extraósseos, e mui-
tas vezes não é possível identificar o local primário.

ACHADOS DE IMAGEM
• Na TC são lesões grandes, com densidade de partes moles,
heterogêneas, com áreas de degeneração cística e necrose. À
FIGURA 45-20. Condrossarcoma. Corte axial de TC demonstra lesão expan- RM são lesões com hipossinal T1 e hipersinal T2, heterogê-
siva na parede torácica anterior, de características agressivas e com calci- neas. É comum o envolvimento ósseo, e o padrão de realce
ficações de matriz condroide no interior. pós-contraste é caracteristicamente heterogêneo (Fig. 45-22).
690 Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica

FIGURA 45-21. Osteossarcoma. Forma-


ção expansiva agressiva envolvendo arco
costal baixo à direita, com calcificações
A B de matriz óssea, facilmente visualizadas
na radiografia (A) e na TC (B).

A B C

FIGURA 45-22. Sarcoma de Ewing. Radiografia (A) mostra extensa formação expansiva no terço superior do hemitórax direito. Cortes de TC (B e C) mostram
o envolvimento do segundo arco costal.

O tumor de Askin, descrito em 1979, é tido hoje como um


tipo agressivo de sarcoma de Ewing (Fig. 45-23).

n K) Metástases
Metástases são a causa mais comum de lesões da parede torá-
cica associadas à destruição óssea de costelas ou do esterno,
no paciente adulto. São ossos que contém preferencialmente
medula vermelha, vascularizada, propensa a se tornar sítio de
metástases hematogênicas. Pode ocorrer fratura patológica.
Neoplasias de mama, tireoide e pulmão são as que mais comu-
mente metastatizam para a parede torácica.

ACHADOS DE IMAGEM
• Geralmente se apresentam como lesões múltiplas, ou se as-
sociam a metástases em outros órgãos, como fígado e pul-
mão (Fig. 45-24). Envolvimento e lise óssea é a regra, com FIGURA 45-23. Tumor de Askin. Corte tomográfico mostra formação expan-
siva envolvendo arco costal e parede torácica, com destruição óssea e in-
variável extensão às partes moles adjacentes.
filtração das partes moles.

4. Lesões Não Neoplásicas

n 4.1. Calcinose Tumoral ACHADOS DE IMAGEM


Lesão rara, podendo ocorrer em qualquer faixa etária. Pro- • À radiografia, são múltiplas lesões calcificadas, de padrão
vavelmente decorrente de uma alteração no metabolismo do globular, com múltiplos septos transparentes no interior.
fósforo, é mais comum em negros do que em brancos. Apare- • A TC demonstra calcificações nas partes moles, de padrões
cem mais comumente na infância como múltiplas lesões no- variados, podendo demonstrar claramente a evolução da do-
dulares de partes moles, com evolução progressiva. ença com o passar dos anos (Fig. 45-25).
Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica 691

A B

C D

FIGURA 45-24. Metástases. Radiografias de tórax em PA (A) e perfil (B) de paciente em tratamento para osteossarcoma mostram múltiplas lesões de arcos
costais e corpos vertebrais, escleróticas e múltiplos nódulos pulmonares. Imagens de radiografia (C) e TC (D) de tórax em outro paciente com carcinoma
pulmonar demonstram lesão lítica de arco costal, melhor demonstrada na TC (D).

inflamatórias indistinguíveis das apresentadas por osteomieli-


n 4.2. Síndrome Sapho te, porém raramente forma abscessos. Podem apresentar um
ou mais focos, sendo mais frequentemente unifocal, com a
É uma síndrome rara de patogênese mal definida, caracteri-
articulação esterno clavicular mais comumente afetada. Há hi-
zada por sinovite, acne, pustulose palmoplantar, hiperostose
perostose com esclerose e lise óssea (Fig. 45-26).
e osteíte. Na microscopia de biópsias apresentam alterações
692 Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica

A B

FIGURA 45-25. Calcinose tumoral. Ra-


diografias do mesmo paciente em
2001 (A), 2002 (B) e 2003 (C) mostram
progressão de formação calcificada na
parede torácica esquerda. Radiografia
de outro paciente (D) com extensas
C D calcificações nodulares na parede torá-
cica e região cervical direita.

A B

FIGURA 45-26. Síndrome SAPHO. Reconstruções MIP de TC mul-


tislice (A, B e C) mostram áreas de esclerose e irregularidade nas
margens das articulações esternal e esterno-clavicular. Cintilografia
C D óssea (D) mostra acentuada captação do traçador nestas arti-
culações.
Capítulo 45 Doenças da Parede Torácica 693

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