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Teele dC Meat tee Whbbbbbdededed’d ‘A bronquiolite viel aguda (BVA) & uma doenca in fecciosa aguda do trato respiratério, mais comum em lactentes devido & sua suscetiblidade imunolégica Partcularidades anatémicas. Define-se como primeira episbdio de sbilos no lactente menor de 2 anos prece- ido por sais sintomas de infecgdo viral respiretvia ata (Coa, tsse ou feb). Etiologia 1 Virus sincical respiratorio (VSR) (54% a 80%), 18 Metapneumovius humano. 1» Adenovins. 1 Rinovins. 1 Parinfluenza. 1 Influenza Ae B. 1» Mycoplasma pneumoniae, coronavitus humano, bo- cavius humanos. Fisiopatologia = 0 vius a patti do epitélo nasofaringeo atinge 05 bronquiolos terinais, onde sua replicacao € mais eficiente, 18 Hé um influzo de polimorfonucleares nas vias aére- as com consequente intrag3o de tecidos peribron- uiolares, 0 que leva a aumento da permeabilidade, gerendo edema submucoso e producao de secre- es com expansao importante da vscosidade, fo- ‘mando “plugues’ mucosos. Fatores de risco ‘= Idade menor que 12 meses. 1 Cardiopatias e doenca pulmonar crénica da prema- turidade (DPC). 1 munodeficiénca. 1 Prematuridade. 1 Anomalias congénitas. 1 Exposigdo a0 tabagismo intracero. 1 lmunossupressao. Histéria Rinorreia, espinos, congestao nasal (sintomas de vias ‘areas supetires precedendo sintomas de vias aéreas inferiores) e febre 3 a 5 dias ap6s 0 inicio do quadro. ‘Com o acometimento das vias aéreas inferiores hd tos- 'e, taquipneia, sibilos e esforgo respitatério nos casos mais graves. Apneia (especialmente nos menores de 2 meses de idade €/ou prematuros). Diagnéstico 0 diagndstico ¢ clinico; a radiografia ¢ indicada para casos graves ou para detecyao de complicagdes como atelectasias, pneumonia € pneumotérax. Exa- mes laboratoriais est80 indicados nos casos graves de BVA. Exame fisico 1 Ha silos ¢ taquipneia com ou sem estorco respi- ratorio. A ausculta pulmonar pode revelar estertores repitantes e subcrepitantes € 0 tempo expiratério -geralmente prolongado. ' Avalarsinais de arta: taquipneia ¢ hipoxemia (satu- ragdo de onigénio no sangue arterial [S20,] <95%6). [ABVA grave pode determinar sepse viral, especial ‘mente nos menotes de 3 meses de idade = A apneia € uma complcacao comum de lactentes, chegando a acometer 20% dos menores de 6 me- ses de idade que necessitam de intemacdo hospi- tala. Scanned with CamScanner Classificagao de gravidade | es ss Ge ‘Adequada Frequéncia respiratéria (em incurses |nasaatee ee Troerataial [teres sa ead “Saturagie de 0, ms [eaearee Exames laboratoriai: Indicado nos casos moderados a graves; considera = Leucograma: linfocitose expressive. Leucomettia total normal ou leucocitose. O leucograma é mais felevante para descartar coinfeccBo bacterina. = Gasometria arterial: presenca de distirbios me- tabdlicas sao achados da BVA grave: acidose meta- bolica (pela baixa ingesta e pela taquipneia), hiper- ‘capnia (pCO, >55mmHg, quando 2 taquipneia n8o ‘estd conseguindo compensar as anormalidades na difusdo dos gases) e hipoxemia (Sa0, <95% na ‘gasometra). « Eletrélitos: hiponatremia pode oconter por secreg3o inapropriada de hornénio antidiurético (SIADH) ge~ rada pela infecrao vial grave. = Identificacdo etioldgica: cuitura de células (esul- tado pode demorar de 4 2 14 dias), imunofiuores- céncia direta (detecta antigenos vires com resultado répido), testes imunocromatogréicas (mais sens vel nos menores de 2 anos de idade no inicio dos sintomas), reaco em cadeia da polimerase (PCR) (mais sensivel que a imunofiuorescencia e cultura), realizados em secrecao nasofaringea, e soroogia. Os pacientes com quados graves e com comorbidades podem ter maior indicacdo do diagndstico etiolégco. Radiografia de torax Relficagdo dos arcos costais e hiperinsuflacdo, pelo aprisionamento aéreo; rebaixamento e retiicacao das cipulas diafragmaticas; atelectasias, devido aos bron- uiolos insuflados e cheios de secrecdo fluida S20, por vezes, identificadas como condensagao, evando ao uso inadequado de antibisticos, Diagnéstico diferencial 1 Hiper-reatividade brénquica. ® Cardiopatias congénitas com hiperfluxo pulmonar 1 Doenca do refluxo gastresofagico. 1 Sindrome gripal aguda (virus Influenza). '= Pneumonia atipica (Chlamydia trachomatis, C pneu- ‘moniae e Mycoplasma pneumoniae). = Pneumonia bacteriana aguda (Streptococcus preu- ‘moniae e Haemophilus influenzae). += Coqueluche (Bordetella pertussis), Aumeniod pa ade | Aumewsdo pa ode | 270 | Tratamento 18 A maioria dos casos de BVA é autolimitada € néo necessita de intemacao. 1 Broncodilatadores:nd0 s20 indicados rotineamente, ‘Mas podem ser mantidos nos casos com boa respos- ta20 teste terapeutic. 1» Nebulizacio com solueso salina hiperténica (SSH) $3e a 5%: pode ser indicada nos casos de pacientes ‘que estejam hospitalizados. 1 Cortcosteroides sistémicos ou inalatéios: nao est20 indicados. 1 Epinefina: nBo est indicada no tratamento da BVA 1 Antcolinéigicos (atropina ou derivados): podem au rmentar a producBo de plugues mucosos. 1 Anibisticos: ndo s8o preconizados, exceto se confr- ‘mada a complicacéo bacteriana, 1 Fisiterapia respratria: sem beneficios confirmades. 1 Intemagao hospitalar: medidas de suporte com espe- Gal atengdo pare oxigenoterapiae hidratacdo. « Indicacées: dispneia mantida apés tratamento na cemergéncia com broncodiatador de curta duracao associada a saturacao <35%. ' Nebulizacdo com solucdo salina a 3%. © Suplementagao de 0,; se saturagao de 0, <80%. Quando a Sa0, 290% na auséncia de acidose, a suplementado com O, ndo esté recomendada. ® Hidrtagao @ manuteng3o do estado nuticonal podem trazer beneficios nos cas0s de desconforto respiratorio. A Figura 55.1 apresenta o fluxograma para trata- ‘mento de BVA utiizado na rotina do Instituto de Puer- cultura e Pediatria Martagio Gesteira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (\PPMG/UFR)). Profilaxia O palivizumabe & um anticorpo monoclonal humanizado direconado contra a proteina de fusio (proteina F) de superfiedo VSR Age pelaneutalizacao e inbigsodafusto 82% em condicbes de dieta VO Dispreia lave ‘$20, <92% ¢ som condigées de dieta VO Dispneia grave ou ‘$20, <90% ‘ou modereda ou hipercapnia® Dieta oral = NBZ salina 3% + By 0 6 em Gh ise necesséro, altemer com NBZ com 8 © SF, 956) m NNBZ 8; fenoteol ou salbutamol na dose de 1 gota/3kg de peso ci Fuse ha nbutasia 6 s8umindeO,ousrcomgras Oxigenoterapiacateter 50 | Saturagdo pulmonar de cxigénio pO) 95 (0%) ‘ied [140 ou brdicaia ronal de gi 6m Press arteral de iscabénico(aCO) <0 [tis ee a TE Scanned with CamScanner PRRRPRRRPRRPRARRRRREN ee ee aw QV Ws ys vw Pacientes que nao respondem ao tratamento —sensibilizados para aeroalérgenos. A Tabela 56.3 de- medicamentoso, ou naqueles em que a suspensio _ monstra 0s corticosteroides inalat6vios mais utilizados ‘do medicamento acarreta descontrole da doenga, po- © 0 que se considera dose baixa, média e alta de dem se benefciar da imunoterapia, desde que sejam cada um. ‘Tabela 56.2 Classificaao da asma intercrise a . Sintomasdiumnos Nenhum ou minimo ‘2oumais/semana pelomenos 1 3 oumais pardmetros cememn [Naam | @alsperserene Dresentesem qualquer Dees actlss semana Necessdade de ] medicamentos de resgate | a ae tle Limitagiode atvidades | Nenburma | Presente em qualquer momento a Picode Nuxo epiratérioou | Normal ou préximo do normal | <80% predito ou do melhor volume expiratrio forgado {ndivial, conhecido 1 ou mals em 1 segundo (VEF) ai pporano I = Exacerbagio Nenbura ae __Vemaualquersemana Font: odopads eSB. 201, Tabela 56.3 Corticosteroides inalatéros e dosagens Corticosteroideinalatério(>5ancs) | Dosebaixa(ug) | Dosemédiang) | Dosealta(ug) ‘Beclometasona 1008200 2003400 400 7 Budenosida spray (>400 Budesonida nebulzads 2503500 1.000 =e e016 Tsai 1 _ = su Ja 1003200 >300 Sect an Canaan Pedic Socket poston pape Can Resi SugestBes para leltura Poszag 1353 Beigeman A Chipps BE, Bachar LB. Update on te uty of co Gob ite for Asthma, Global tategy for Asthma Management ‘costeoids in acute peda espator sores. Alergy Asthma and Prevention. 2018, Disponivel em: hp://ginasthma org/2018- Proc 2015; 36(5):3328, gina tepor global srategyfor-asthma-managementand:preven- Bekmazian A Fee C, Bekmerian St al Emergency department lon/. Acesso em: 30/05/2018. crowing ad younger age are asocsted with delayed coricostercid Parente AA, Maia PN. Aerossoteraia. Rev Pulméo Rl. 2013; admiration to chideen with acte asthma, Pediat Emerg Care. 22(3):149, 2013;29(10): 1075-8 Sociedade Brasilia de Pneumologie Tsilogia (SBPT). Oiretizes Ducharme FM, Dell SD, Radhahishnan D et al Diagnoses and da Sociedade Brasileira de Pneumologie Tsiologia para © manejo management of asthma in preschools: a Cenadan Thoracc da asma, J Gras Pneuml. 2012; 38(1):1-46 Scanned with CamScanner ey) Defi = Pneumonia: inflamacao do parénquima pulmonar de causa infecciosa ou no que leva a um dano no tecido pulmonar, reversvel ou no. = Pneumonia adquirida na comunidade (PAC): ddoenca infecciosa adquirda fora do ambiente hos- pitalar ou de unidades especiais de atencao a satide ‘0u, ainda, que se manifesta em até 48h da admiss80 2 unidade assistencial. Fetores de risco: desmuticdo, baira idade, comorbidades, babi peso a0 nascet, episodios prévios de siblos e de pneumonias, 2u- séncia de aletamento matemo, vacinacBo incomple- ta. infecdes vials respratorias. = Classificacdo radiolégica ou anatémica: acinar ‘ou alveolar (anteriormente designada lobar); inters- tical jlerniologi: Principal causa de intemiaco e uma das principais cau- as de morbimortaidade em menores de 5 anos de idade. Os estudos revelam reducao da mortalidade & letalidade a0 longo dos anos no Brasil. Etiologia (s vius s30 a principal causa de PAC em crangas jo wens, 8 excegBo do pertodo neonatal, quando as bacté- tas tepresentam a principal causa de pneumonia, Entre 05 agentes vias, o us sinccal respiratorio (VSR) € 0 mais comumente associado @ tas infecrBes nos lac- tenes Ene os agentes bactranos, 0 pneumacoco & Tabela 57.1 Agentes etioligicos das pneumonias por faixa etaria Pier ace Menem Ele (© mais frequente em todas as faras etérias, exceto no periodo neonatal (Tabela 57.1). Clinica 1 Hist6ria: sinais/sintomas de infeccéo viral das vias aéreas superiores prévia;febre, tosse © cansaco 80 0 sintomas déssicos, mas podem estar ausentes. Em menores de 2 meses de idade, principalmente, ocorrem sintomas inespecifices, como prostraczo, dor abdorinal,hiporexa, geménca, 1 Exame fisico: equipne'a, com ou sem esforgo res- pirtrio; pode haver aumento ou reducio do frérito toracovocal; na presenca de derrame, pode ser note- da macicez & percusséo da cana tordcica; 8 ausculta pulmonar, podem-se notar estertores crepitantes, fe yYPwwuNuNe eee ws © Doisa 11 meses de ida # Uma 5 anos: 240impm, 1 Febre e sibildncia podem elevar a frequencia respie- téria e devem ser tratadas, e a frequéncia respiratoria reavaliada. = Sinais de gravidade: saturacdo de oxignio menor ‘0u igual a 92%; cianose, geméncia, incapacidade de se almentar ou recusa alimentay,trager subcostal, convulsbes, dsidratacBo e desnuticdo graves, sono- lencia anormal, altemdncia entre letargia e iitai dade. 1.0 superior a Sip, Exames laboratoriais ' Devern ser reservados para casos graves. Hemo- sgrama pode mostrar leucocitose com desvio para a esquetda, sugerindoeticlogla bacteiana, e aumento de protein C reativa, Valores nomais nfo excluer a doenca. 18 Hemocultura: ata especicidade, mas com baixa po- sitvdade (10% a 35%), 1 Cultura do liguido pleural: posividede de 50% 2 70%, quando no howver uso prévio de antbistico. Exames de 'agem «© Radiografia detérax incidénciaposteroanterior TPA] perfil): 0 dagnéstico de pneumonia nao ‘deve ser retardado pela impossbildade de acesso a exame de imagem. © Alta sensibiidede, cerca de 75%. «© Padito alveolar: mais observado nas infecgdes por bactéties tipicas. « Padido interstcial:vius, © Chlomyd. © N&o determina tiologia. # Pode mostiar complicagdes, como: desrame pleural, pneumatoceles e abscessos. 1» Tomografia de térax: ndo é indicada de tna. in 20ka) ‘SOmgkgaia de 6 em 6h “1Omgikgida 1 vez a0 ‘20.2 dOmgikgiia de 12 6m 12h 4 clavulanoto - 5Omgikgia de B em Bh Figura 57.1 Condutas quando h suspeita de pneumonia adquirida na comunidade 4 rin @ gem sibilos) {— tocemacio ‘PRP Re eee eee e _ PB P Scanned with CamScanner Www wb bbbddsdaas wu Assim que @ crianga for internada Coletar 2 amostras de hemocuiture em momentos dif ‘ou sem melhora 15 48.3 72h ‘Alta apés 48h sem febro ‘com ATB VO para completar 10 dias Marcar reavaliagéo 1t6rax e hemocultura -— Ver fluxograma da Figura 87.3 ‘Se suspeita de germes atipicos ‘com quadro de tosse prolongada, ‘dade escolar, contactantes com 08 mesmos sintomas, coletar Crioaglutinina e iniciar macrolidio Suspeitar de outros germes diferentes de pneumococos e cefuroxima ou amoxicil Figura 57.2 Condutas para o tratamento hospitalar de pneumonia adquirida na comunidade Arte anbiorctet VO vor PRA Feu Scanned with CamScanner Pneumonia com dorrame pleural ‘pulmonar puruiento e/ou Drrenagem de t6rax + peniclina cristalina ‘ou oxacilina na suspeita de S. aureus ‘Avalior = Obstrugdo do dreno = Derrame pl septado (com US ‘Manter drenagem, desobstruir dreno @ ATB por "= Avaliartorecoscopia (Observardes: A toracocentese 56 seré ‘= Derrames pleurais de pequeno vol 1 Criangas de 2 a 6 meses de idade com conjuntvite medi Figura 57.3 Condutas para 0 tratamento hospitalar de pneumonia adquirda na comunidade com derrame pleural na infancia p08 anbototrapi US-uasonogtis Sugestdes de leitura - Cheick, Boat, rot Wel. Kens dorks fhe es ttn vain chien. ed Astra Eee 2012 Dies tlias em puri aida na comuridde em pti Bras Preol 2007, 33Cupe S50. Feri 5, Santhona CC, March MFBP. Lethal by reuris tnd lacs exsocated o death. Pda (Re 3). 201; 90(1 327 = Ceturoxima ou # Amoxicline-clavulanato e/ou 1 Macroliio ipesquisas de germes atipicos stizada quendo 0 volume do derrame ume dever ser conduzidos como pneumonia comuritéria comum. tino, considerar pneumonia por Chlamydia e iniier macrolicio por 14 di ‘Nova radiografia © “ath steve ‘hemocult (com amoxiciina) por 14 dias. / =f Jain, liam 0), Amold SR et Community Acquired pneumonia requitng hospitalization among US. cen. N Eng! 1 Med, 2015; 372855. Rozov T. Doencas puimonares em pediatia ~ dagndstico e vata ‘mento, 2. ed, Rio de Janeio: Avene; 2012 “Soxiedde Brasicia de Proucogae Tecloga/Sociedade Baslera de Peditia (SBPT/SBP). Preumria Adquia na Comunidade na Indi: Tatamenio e revencao,Detizes Cnicas na Sade Suple- ‘meni; 2011. PRR RARRRPRRRRRRRERD Scanned with CamScanner UWE dad Tuberculose Pulmonar na Infancia Definicao Doenca infectocontagiosa causada pelo compleso ‘Mycobacterium, cujo agente mais importante é 0 M. tu- ‘berculosis. Pode acometer dversos 6rglos e sistemas. A formas de tuberculose mais frequentes em pediatia s¥o: pulmonar, ganglionar periférice e pleura. A forma ‘meningoencefalca, embora rare, € grave. As formas pulmonares cortespondem a cerca de 75% do total € 2s exttapuimonares ao restante. Devem-se separar criancas (menores de 10 anos de idade) de adolescentes (10 a 18 anos de idade) 20 se abordarem as manifestagbes da tuberculose pulmo- rar em peciatia. Criancas, em geral, deservolver & tur berculose priméia, quase sempre negaiva bacterolog ‘camente. Adolescentes costumam desenvolver formas, do tipo adulto (em geral positives bacterologicamente). Epidemiologia 0 percentual médio de casos na infancia ¢ estimado fem 5% a 10%. A incidéncia é subestimada devido & caracterstca paucbacler da infeccdo e pela dificuldade de comprovacao bacterioligica. Etiologia = Mycobacterium tuberculosis (Mtb) = Mycobacterium bows. ‘= Mycobacterium africanum. Fisiopatologia 1 Primoinfecgdo: ciangas contatos de adultos com tuberculose pulmonar ativa podem se infectar por via aérea. O Mtb alcanca a via aérea terminal in- dduz processo inflamatério no parénquima (Toco de Chon). Os baclos deste foco drenam para linfono- dos regionais e depois se disseminam por via he- matogénica, A trade composta pelo foco de Ghon, linfangite e adenopatiatorécica forma 0 complexo primatio. A pani da segunda semana passa a pre- dominar a imunidade celular como mecanismo de defesa, « Infecgdo latente: apts a primoinfeccao pelo Mib pode se estabelecer infeccdo latente por tuberculo- ‘se (ILTB), pois devido & imunidade celular 05 bacilos ficam quiescentes. Pessoas com ILTB apresentam prova tuberculinica reatora ou testes de interferona ‘gama (interferon gamma release assay [!GRA]) po- sitvos sem sinais clinicos de doenca ou alteracbes radiolégicas. ‘= Tuberculose primétia: no havendo boa resposta pela imunidade celular na primoinfeccao, 05 bacilos localzados nos linfonodos regionais ou na circulacdo sistemica se mulipicam e desenvolve-se a tubercu- lose ativa s Tuberculose tipo adulto: pode-se estabelecer ‘anos apés a primoinfeccao. Os bacilos que se en- ccontravam quiescentes (ou havendo novo contato) ‘se mutiplicam instalase a tuberculose ativa. € mais ‘comm em adolescentes. As lesdes pulmoneres $30 mais extensas que em ctiancas, podem ter escava- ‘Ges e, na maiora das vezes, so positives bacterio- logicamente. Transmisso = Pessoa a pessoa por via aérea. Pacientes baciliferos, 20 tossr,espalham no ar particuls infectantes. Ape- ras partculas <1Omm de diémeto podem aleancar os alvéolos. Fatores de risco de adoecimento portuberculose '= Contato intradomiciiarprolongado. 18 Frequencia da tosse quantidade de baclos no es- catto do caso-fonte. 1 Idade infeior a 5 anos. 2 Infecgdo pelo virus da imunodeficiéncia humana (HIV). 1 Desnuticao grave. 1 Ambientes urbanos e superpopulosos. Scanned with CamScanner iagnéstico Segundo a Organizacao Mundial da Saiide (OMS), 0 diagnéstico se alicerga er: "= Anamnese: histéria epidemioldgica de contato com ‘adulto bacilfero, o que é particularmente importante ‘as criangas menores de 5 anos de idade, pois per ‘manecem longes horas no inteior de casas, além dos sintomas clnicos sugestivos como tosse crénica, febre, emagrecimento, fadiga, adinamia, * Gxame fico minucioso, com avaliaggo do cresci- mento ponderoestatural. * Radiograia de t6rax sugestve: aumento de regio hilar; condensagdes pneuménicas simulando pneu- monias por germes comuns; aspecto mili; derra- mes pleurais;initrados com ou sem escavagies nos tergos superiores dos pulmdes, mais frequentes em adolescents. * Prova tuberculnica ou IGRA (método imunolégico in vitro que identitica proceso inflamatério decorrente de producao de interferona gama {INF4]). © Confirmacao bacteriologica, quando possivel = Brame de HIV (preferencialmente em areas de alta incidéncia). Desde 2002, 0 Ministério da Sade implantou © sistema de pontuagao para o diagnéstico de tuberculo- se na inféncia (Tabela 58.1) # 0 ponto de corte igual ou superior a 30 permite ini iar o tratamento a crtério médico, ' Pontuacdo igual ou inferior a 25 indica prosseguir a investigacdo. Considerar exames como: lavado gést- 0, bigpsias e broncoscopia Exame radiolégico sugestivo de tuberculose = Adenomegalas tilares ou mediastinais associadas ‘ou nao a condensacao pulmonar ‘= Imagem reticulonodular difusa bilateral (padtao mi- fia) ai rreran d evolucaolenta com cavitagdo. 1 Lesdes em tergo superior dos pulmées com escava ‘Bes (maiores de 10 anos de idade). Prova tuberculinica (PT - inoculagao itradérmica do derivado proteico do M.tb) f= Permite avaliar a infecedo pelo Mtb. Segundo 0 Mi- nistétio da Saude, ¢ indicativo de infeccao: © PT 210mm em vacinados com badilo Calmette- ‘Guérin (BCG) hS menos de 2 anos. © PPD 25mm em vacinados hé mais de 2 anos ou ‘no vacinados. Bioquimica, bacteriologia, citologia e histopatologia ‘A comprovacao bacteriol6gica da tuberculose em crian- «as € excepcional, por isso valoriza-se 0 Sistema de Pontuacdo (ver Tabela 58.1). O exame de escarro para pesquisa dirta de bacilo dlcoolicido resistente (BAAR) (oloracdo ZiehFNielsen) € culture para Mtb (meio Lowenstein-Jensen) fica limitado a criangas que sabern expectorar (5 anos de idade). Menores de 5 anos de idade podem ser submetidos a lavado géstic, porém 2 postividade € bai. Pode ser feito exame citolégico e bioquimico do iquido pleural, asctico, pericérdico ou liquor. Em determinados casos, materais de bidpsias ‘ganglionares, ésseas, pleurais pericardicas podem ser Tabela 56.1 Sistema de pontuacio para diagnéstico de tuberculose pulmonar em criangas e em adolescentes (negativos bacteriologicamente) (Quadro clinicorradiolégico | Febre ousintomas ‘Adenomegaia hilar pads como:tosse,adinamia, | milayou condensacéo expectoracio, ‘uinfitrado (com ou sem emagrecimento,sudorese >2 | escavagio)>2 semanas semanas ‘evoluindo com pira ou sem +415 pontos ‘methoracom antibiétcos | ara germes comuns [asin ova | nena bts Mdscmans cheque ers (Bron [neo com | melhora com antibisticos sito cma Salas | pone | Radiogaia normal ponte Interpretagi0: >40 pontos, | 30.235, tuberculose possivel | <25,tuberculose | — —_powcoprovivel | | tuberculose muito provével_| Cacia Caine Gi | Contato ecasionalou | 084mm ausente | Sporto ‘grave Estado _28CG | ruitricional réximo com adulto | =10mmem vacinados | Desnutrido | tubereulosonos | hi <2anos ou ore | mos 2 anos 5mm emvacinados | 45 pontos | Flo ponte: hs >2 anos ou em nao | vadinados | +15 pontos: Peso =P100u Fonte desnuttido no © pont bs | | | Scanned with CamScanner PPRRPRRARPRRRRRRARRR cenviados a exame histopatelégica, quando se evidencia _sifampicna por meio da ampliicagdo do dcido nu- ‘© granuloma, Em adolescents sto encontradas formas _cleco do baclo por reacao em cadeia da polimerase de tuberculose com positvidade bacterilégica, PCR. Util er formas de tuberculose tipo adult, prn- jpalmente em adolescentes capazes ar. Diagnéstico rapido earns Gt Sioa arts pats ep = Métodos imunolégicos: prove tuberculiica ou Plagndstico diferencial IGRA. Medem a infeccdo por tuberculose. ‘ Peumonias subagudas por germes comuns. © IGRA: testes imundl6gics in vitro e que medem = Doencas por fungos -principalmentehistoplasmose. 2 produclo de INF-y pelas células do indivduo As formas puimonares em pacientes infectados supostamente infectado pela tuberculose.Exstem pelo HIV podem mimetizar outras doencas, como dois tipos: Quantiferon® Gold e Elspot®. Vanta- _micoses pulmonares (histoplasmose, aspergilose), gens: ndo so influenciados pela vacinacio previa pneumonia por Pneumocystis jiroveci, viroses respi- com BCG; mis especticos que @ prova tubercult —_ratvias graves. nica (PPD); ites em casos de anergia (no caso de criangas imunocomprometdas ov muito jovens); leiturarépida, ndo requerem segunda visita Tratamento * Desvantagens:caos; sensbidade idéntica & da tratamento est descito nas Tabelas 58.2 e 58.5 prova tuberulnica; nfo recomendados em crian- ‘as com menos de 2 anos de idade Goaeeah eatansrals 1 Prova tuberculinica: mede @ resposta mune celu- _* Distirbios do trato gastintestnal: néuseas, vbmitos, lar 8 tuberculina (PPD). clareia. ® Vantagens:recomendada para cfangas acima de Aina eas fezes adquitem colores avermelhade. Siricses de dader tiescon WENA. 1 Hepatotorcidade e ictercia $80 raras, mas podem '® Desvantagens: pode ser influenciada pela vacina- surgir pela rifampicina e isoniazida. «a0 preva com BCG hi menos de 2 anos; resul- Neurite rerobubar, alteracSo visual dose-dependen- todo pode se faso-negaivo em doencas imunos- te pelo etambutol (muito ara, ndo oferece perigo supressoras;requer pessoa treinado para leitua 2 prética). fe necessita de um dia de inoculagzo e outto de ae Conduta nos efeitos adversos 1 Métodos néo imunolégicos:detecam metabsltos Suspensio dos f&rmacos por poucos dias ou uso de do baci. No Brasi se dspSe do teste répido mole- sitomaticos nos casos de intleréncia digestva. cular (ou Gene Xpert"), que permite, num peiodo ‘Nao € necessério monitoragdo de enzimas hepsi- de 2h, no Ambit aboratora,ndo = identicar Mtb cas de rotina. O esquema bésico deve ser suspenso se como também detecar a resisténcia bacterana 8 0 paciente apresentar icteric Tabela 58.2 Esquema basico de tratamento para criangas (<10 anos de idade) Wubbbbdbddoad f Esquema - birmacos [ ‘até 209 2035kg 35a4skg | - 3askg ___ ie (rmaiko/dia) _(mgrkgidia) | (mg/kgidia) | (mgikalia) Fase de ataque Aompicna 10 300 0 ae a (duragio:2 meses) Isoniazid 0 200 300 | 400 Z | Pirazinamida 35 | 1.000 1500 | 2.000 | Fasedemanutengio | Rifampicina (10 300 450 | 600 BA (duraséo:4meses) | soniazida h10. | 200, | 300 400 if A ‘Tobela 58.3 Esquema bisico de tratamento para adolescentes (10 a 18 anos de idade) | 1 comprimido 150/100m9 | 5049 2 comprimidos 30/2009 (=) a rs on tease z Ameses) Isoniazida = t = | Z Prasinamida = 3 comprimidos Etambutol 150/75/400/275 | ?50K9 4.comprimidos le ee (artes) Sonn s2806% easy serene reg Scanned with CamScanner Prevencao ‘Quando se identifica um caso de tuberculose em aduk to, deve-se fazer 0 contiole de contatos (pessoas que tenham convivéncia préxima com 0 doente). Griangas devem fazer radiografia de térax e prova tuberculinica: se assintomsticas, com radiogratia nor- ‘mal e prova tuberculinica reatora: iniciar tratamento da infeccao latente (ILTB) com isoniazida na dose de lOmg/kg/dia (7 a 15mg/kg/dia) por 6 ou 9 meses. ‘Se a prova tuberculinica for ndo reatora, ela deve ser repetida apés 8 semanas para avaliar a viragem tu- berculinica (aumento de 10 mm em relacao ao pri- Meiro exame) e, se esta acontecer, deve-se repetir a radiografia para descartar tuberculose ativa; sendo este exame de imagem normal, iniciar tratamento de wre. Sugestdesdeleitura oe Brel isto da aide (WS). Sera de lnc em Sade epee nea tent Nana deamon gles pun conte co ubreose no surat Se, Srna Sealine Sede, Deparment de Vins ogc en 5-201 Cobo AC Con Ch Nate TM a pcs epider Cox manesces das preendodo iboao praia Peipetne cate rd Bes Prawna 208461364407 Satins Cx Labogese MA Tuberaouem ciras ever. Sopa: ene 2018 Sona CE Teen Pees 1, Patel Cost Seares Spe nan Ro de ner: eter, 2016. Mid Heh aon (HHO) Gude or Naor ber SSregemmeson the vonogenet of Tibecoss n Chien scene: wo; 2014 decal ginzatn (WHO). The use of dela in he enna of gressan eons chen ord a= cee egos Cee WHO, 2016 Wield Heath Orgneston (HHO). WHO teat ides chugs’ tera 2016 update. The End TD sty. e- seen 2016 Scanned with CamScanner

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