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Exigir que todos os vendedores de

produtos de tabaco coloquem,


dentro de seu ponto de venda, um
indicador claro e proeminente sobre
a proibição de venda de tabaco a
menores e, em caso de dúvida,
exijam que o comprador apresente
prova de ter atingido a maioridade;
Proibir toda forma de publicidade,
promoção e patrocínio do tabaco,
que promova um produto de tabaco
por qualquer meio, que seja falso,
equivocado ou enganoso ou que
possa induzir ao erro, a respeito de
suas características, efeitos para a
saúde, riscos e emissões; (b) exigir
que toda publicidade de tabaco, e
quando aplicável sua promoção e
seu patrocínio, venha acompanhada
de advertência ou mensagem
sanitária ou de outro tipo de
mensagem pertinente;
Toda pessoa deve ser informada
sobre as conseqüências sanitárias, a
natureza aditiva e a ameaça mortal
imposta pelo consumo e a
exposição à fumaça do tabaco e
medidas legislativas, executivas,
administrativas e outras medidas
efetivas serão implementadas no
nível governamental adequado para
proteger toda pessoa da exposição à
fumaça do tabaco.
Embalagem e a etiquetagem dos
produtos de tabaco não promovam
produto de tabaco de qualquer
forma que seja falsa, equivocada ou
enganosa, ou que possa induzir ao
erro, com respeito a suas
características, efeitos para a saúde,
riscos ou emissões, incluindo
termos ou expressões, elementos
descritivos, marcas de fábrica ou de
comércio, sinais figurativos ou de
outra classe que tenham o efeito,
direto ou indireto, de criar a falsa
impressão de que um determinado
produto de tabaco é menos nocivo
que outros. São exemplos dessa
promoção falsa, equívoca ou
enganosa, ou que possa induzir a
erro, expressões como “low tar”
(baixo teor de alcatrão), “light”,
“ultra light” ou “mild” (suave); e
Reconhecendo ademais que os
cigarros e outros produtos contendo
tabaco são elaborados de maneira
sofisticada de modo a criar e a
manter a dependência, que muitos
de seus compostos e a fumaça que
produzem são farmacologicamente
ativos, tóxicos, mutagênicos, e
cancerígenos, e que a dependência
ao tabaco é classificada
separadamente como uma
enfermidade pelas principais
classificações internacionais de
doenças;
Quem não fuma tem melhor
qualidade de vida e vive 10 a 15
anos mais. (13) Uma das
consequências do tabagismo
passivo, o dano cardiovascular, foi
estudada por Lightwood e Glantz,
que constataram que, após a
implantação de ambientes livres de
tabaco em diversos países, eventos
cardíacos agudos foram reduzidos
em cerca de 30%, em curto prazo.
(14) Recentemente, mostrou-se que
os efeitos nocivos do tabaco
ultrapassam gerações, aumentando
o risco de asma de modo
intergeracional, ou seja, de mãe
para filho, e transgeracional, isto é,
de avós para os netos, mesmo que a
mãe não tenha asma e não fume. Há
evidências de que o tabagismo da
avó materna durante a gestação da
mãe da criança aumenta o risco de
essa criança desenvolver asma de
duas a três vezes, mesmo que a
própria mãe não tenha fumado
durante sua gestação e não tenha
asma.(15) A Sociedade Americana
de Câncer divulgou um relatório
sobre tabagistas que estão morrendo
por doenças até então não
relacionadas ao tabaco.(16) Foram
incluídas mais 14 doenças: câncer
de mama, câncer de próstata,
insuficiência renal, isquemia
intestinal, hipertensão arterial e
infecções, assim como várias outras
doenças respiratórias além da
DPOC. Com a inclusão dessas
doenças, constatou-se um aumento
de 17% na mortalidade.
Será indispensável uma taxação
exemplar no preço de exportação
das folhas e de vendas de derivados
do tabaco. Também, impostos
deverão ser definidos em lei para
cobrir os custos do sistema público
de saúde e seguridade social,
decorrentes das doenças
relacionadas ao tabaco. Por outro
lado, urge que a justiça penalize os
envolvidos, do ponto de vista
econômico pelos danos causados às
vítimas do tabaco, fato raras vezes
visto no nosso país. Analisem-se
algumas questões do lado da IT.
Sua grande motivação e força, que
também representa seu calcanhar de
Aquiles, estão nos elevados
resultados f inanceiros. A IT compra
apoio político através de verbas e
suportes para campanhas eleitorais,
cobertura de necessidades de
pessoas e grupos oportunistas, e
benesses trocadas com outros
setores. A IT sabe manobrar muito
bem com setores ditos frágeis,
como o da agricultura familiar,
ainda muito dependente do cultivo
do fumo. Conta ainda com a
vulnerabilidade dos fumantes, os
quais, por serem dependentes, não
conseguem lidar racionalmente com
esse fator de risco para sua própria
saúde e vida. Se a leitura jurídica
for atualizada, correta e isenta, e a
IT tiver de arcar com indenizações
milionárias por danos causados aos
usuários do tabaco, certamente não
terá como manter seu negócio.
Alguns fatos importantes
alicerçaram as sucessivas ações das
últimas décadas para o controle do
tabagismo. O grandioso estudo de
Doll et al.,(3) com uma coorte de 35
mil médicos britânicos,
acompanhada por mais de cinco
décadas, demonstrou efetivamente
os danos causados pelo tabagismo,
particularmente o notável aumento
da prevalência do câncer de
pulmão. Além disso, há o
formidável conjunto de informações
obtidas nas últimas décadas que
apontam invariavelmente para
inequívocas evidências sobre os
riscos e os danos do tabagismo. A
sentença da Juíza Gladys Kessler
nos EUA,(4) que coletou um vasto
dossiê sobre as consequências do
tabagismo e as estratégias
fraudulentas da indústria do tabaco
(IT), serviu de subsídio para uma
bilionária condenação das indústrias
tabaqueiras norte-americanas. A
criação da Convenção-Quadro para
o Controle do Tabaco (CQCT),(5) o
primeiro e maior tratado
internacional de saúde pública da
Organização Mundial da Saúde
(OMS), a partir de
Como a produção e a
comercialização do tabaco,
principalmente na forma de
cigarros, ainda fazem parte da
política econômica do Estado, e seu
consumo ainda faz parte do dia a
dia da sociedade, gerando fabulosos
ganhos econômicos para a indústria
e seus acionistas, ainda permanece
um grande poder que garante a
sobrevida desse setor. Analisando
esse conjunto, conclui-se que pouco
se avançará além do ponto atual,
pelo menos no prazo desejado, se
não houver ações mais
contundentes sobre a IT,
especialmente quanto à sua
interferência na implementação das
políticas de saúde prescritas pela
CQCT. O viés da saúde não será
suficientemente forte para banir o
tabaco, que é uma droga produzida
e distribuída de forma lícita, e,
portanto, o tabagismo ainda irá
perdurar neste século e
provavelmente alcançará o século
XXII. Fazem-se necessárias outras
formas de atuar e reforçar a rede, o
que possibilitará, para as gerações
futuras, livrar-se desta praga da face
da terra, além das políticas de
controle e de educação.
Organização Internacional do
Trabalho calcula que, pelo menos,
200 mil trabalhadores morrem a
cada ano devido à exposição à
fumaça ambiental do tabaco no
trabalho5. Trabalhadores não
fumantes expostos à fumaça do
tabaco durante sua jornada de
trabalho consomem
involuntariamente de quatro a 10
cigarros a cada jornada de trabalho.
Garçons não fumantes expostos
apresentam duas vezes mais
chances de desenvolverem câncer
de pulmão do que os não expostos.
Logo, esta é uma questão de saúde
pública e ocupacional.
Lei nº 9.294/1996, que dispõe sobre
o consumo de produtos de tabaco
em ambientes coletivos, sofreu uma
importante alteração em dezembro
de 2011. Até então, essa lei federal
permitia áreas reservadas para
fumar em recintos coletivos, os
chamados “fumódromos”.
Com as alterações trazidas pelo
artigo 49 da Lei nº 12.546/2011 e
pelo Decreto nº 8.262/2014, que a
regulamenta, desde 3 de dezembro
de 2014 está proibido fumar
cigarros, charutos, cachimbos,
narguilés e outros produtos
derivados do tabaco em locais de
uso coletivo, públicos ou privados,
de todo o país.
Essa proibição se aplica a
restaurantes, bares, boates, escolas,
universidades, hotéis, pousadas,
casas de shows, ambientes de
trabalho, repartições públicas,
instituições de saúde, veículos
públicos e privados de transporte
coletivo, hall e corredores de
condomínios, etc., mesmo que o
ambiente seja parcialmente fechado
por uma parede, divisória, teto ou
toldo.Conferência das Partes (COP)
é a instância deliberativa da
Convenção-Quadro para o
Controle do Tabaco. Ela é formada
pelos países que ratificaram o
tratado (Estados Partes), entre eles
o Brasil.
Cabe à COP tomar decisões sobre
aspectos técnicos, processuais e
financeiros da implementação do
tratado nesses países.
A COP tem o poder de estabelecer
órgãos subsidiários para atingir os
objetivos da Convenção-Quadro.
Como exemplo, o Órgão de
Negociação Intergovernamental
para a elaboração de um Protocolo
sobre o Mercado Ilícito de produtos
de tabaco, o primeiro protocolo
dentro da CQCT/OMS. A COP
também já estabeleceu vários
grupos de trabalho e de estudos,
cujo objetivo é elaborar diretrizes e
recomendações para a
implementação das obrigações do
tratado.
A COP se reúne a cada dois anos.
Durante as sessões da COP, as
delegações dos Estados Partes
analisam a implementação do
tratado, avaliam os resultados dos
grupos de estudos e de trabalho
sobre determinados artigos,
aprovam diretrizes de melhores
práticas para orientar os países
adoção de medidas nacionais e
discutem aspectos administrativos.u

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