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Aula 3 - Neonatologia
Aula 3 - Neonatologia
MÉTODO CANGURU
Elen Santos
Em todo o mundo, nascem anualmente 20 milhões de bebes pré-
termo e de baixo peso;
Um terço morre antes de completar um ano de vida;
No Brasil, a primeira causa de mortalidade infantil são as afecções
perinatais, que compreendem:
Problemas respiratórios;
▪ Asfixia ao nascer;
▪ Infecções, mais comuns em bebes pré-termo e de baixo peso.
HISTÓRICO
Originado na Colômbia em 1979, pelos Dr. Reys Sanabria e Dr. Hector Martinez,
Surgiu como uma possibilidade de atenção humanizada ao RN de baixo peso;
Visando reduzir os custos da assistência perinatal;
Promover o contato pele a pele e o vínculo afetivo entre a mãe/pai e o bebê;
Maior estabilidade térmica;
Estimulando mais rapidamente o desenvolvimento do bebê;
“Metodologia salvadora e de baixo custo”;
No Brasil, o método foi incorporado às ações do Pacto de
Redução da Mortalidade Materna e Neonatal através da portaria
nº 1683 de 12 de julho de 2007.
O que é o método canguru?
Esclarecer sobre as
Período que se inicia no Acolher os pais e a condições de saúde
pré-natal de alto-risco família na UTI
do RN e cuidados;
seguido da internação do Sobre a equipe, as
Neonatal; rotinas e o
RN na UTI Neonatal;
funcionamento da UTI
Garantir a puérpera a
Comunicar aos pais as
permanência na unidade
peculiaridades do seu bebe e
hospitalar pelo menos nos
demonstrar continuamente as
primeiros cinco dias, oferecendo
suas competências.
o suporte assistencial necessário
Primeira Etapa
Utilizar o posicionamento
adequado do bebe,
Garantir ao bebe medidas de propiciando maior conforto,
proteção do estresse e da dor. organização e melhor padrão
de sono, favorecendo assim o
desenvolvimento.
Primeira Etapa
Atividades
Refeições durante a Cadeira adequada para a complementares que
permanência na unidade permanência ao lado de contribuam para
pelos estados e/ou seu bebe e espaço que melhor ambientação,
municípios. permita o seu descanso desenvolvidas pela
equipe e voluntários.
Segunda Etapa
Do bebê
Critérios: • Estabilidade clínica
• Nutrição enteral plena (peito, sonda gástrica ou copo)
• Peso mínimo de 1.250g.
Da mãe
• Desejo de participar;
• Disponibilidade de tempo e de rede social de apoio;
• Consenso entre mãe, familiares e profissionais da saúde;
• Capacidade de reconhecer os sinais de estresse e as situações de risco do RN;
• Conhecimento e habilidade para manejar o bebe em posição canguru.
Segunda Etapa
Dando continuidade a
Até atingir o peso de 2.500g;
abordagem biopsicossocial.
Terceira Etapa
Ambulatório de acompanhamento:
Corrigir as situações de
risco, como ganho Orientar e acompanhar Orientar esquema
inadequado de peso, tratamentos adequado de
sinais de refluxo, especializados; imunizações
infecção e apneias;
Terceira Etapa
1. Recursos Humanos
Recomenda-se que toda a equipe de saúde responsável pelo atendimento do bebe, dos pais e
da família, esteja adequadamente capacitada para o pleno exercício do Método.
A equipe multiprofissional deve ser constituída por:
• Médicos
• Terapeutas ocupacionais
• Pediatras e/ou neonatologia as
• Assistentes sociais
(cobertura de 24 horas)
• Fonoaudiólogos
• Obstetras (cobertura de 24 horas)
• Nutricionistas
• Oftalmologista
• Técnicos e aux. de enfermagem (na 2a
• Enfermeiros (cobertura de 24 horas)
etapa, uma auxiliar para cada seis
• Psicólogos
• Binômios com cobertura 24 horas).
• Fisioterapeutas
2- Recursos Físicos
▪ Cama e berço (de utilização eventual, mas que permita aquecimento e posicionamento
da criança com a cabeceira elevada);
▪ Aspirador a vácuo, central ou portátil;
▪ Balança pesa-bebe;
▪ Régua antropométrica, fita métrica de plástico e termômetro;
▪ Carro com equipamento adequado para reanimação cardiorrespiratória.
Avaliação do Método
O pai, em geral, e o primeiro a entrar na Unidade e a ter contato com a equipe e com o
filho;
Ele receberá as primeiras informações para o restante do grupo familiar;
Seus afazeres se multiplicam pelas cobranças impostas por outros membros da família,
pelas solicitações da equipe de saúde e pela necessidade de suporte a sua mulher;
A mãe, apos o parto, quando o bebe e levado para a UTI, vivencia momentos de vazio,
solidão e medo;
Sem o bebe, sem o companheiro e muitas vezes sem noticias, não e raro que pense que
estejam lhe escondendo ou negando informações.
UTI NEONATAL:
CUIDADOS COM A PELE
Elen Santos
Introdução
EPIDERME
▪ Camada mais externa;
▪ Processo de queratinização que se inicia ao redor da 17ºsemana de gestação;
▪ Promove uma barreira, retenção de água e calor;
▪ Protege contra a absorção de toxinas e microorganismos.
DERME
▪ Composta de tecido conjuntivo denso (fibroso e elástico) de disposição irregular;
▪ Contém os vasos sanguíneos, linfáticos, nervos e células inflamatórias.
SUBCUTÂNEO
▪ Em certas regiões, essa camada é profundamente infiltrada por tecido adiposo;
▪ Isola e protege os órgãos e tecidos internos, além de armazenar calorias.
Funções da pele
1. Proteção da pele:
Barreira contra ações químicas, mecânicas e biológicas (basteriológicas);
Nos RN prematuros com <30 semanas essa camada não esta totalmente desenvolvida
levando a um aumento da perda insensível de água;
A queratinização é a maturação da epiderme e ocorre nas primeiras 2 a 4 semanas após
o nascimento;
Nos prematuras ocorre perda insensível de água através da pele.
2. Regulação:
Regulação e manutenção da temperatura corporal;
Os prematuros perdem calor por evaporação, pela diminuição da camada isolante
fornecida pelo tecido adiposo.
3. “Órgão” sensorial:
Devido a inervação abundante a nível da derme, a pele é sensível à recepção de
estímulos táteis, térmicos e dolorosos;
4. Propriedades imunológicas:
A pele produz uma substância ácida que forma uma camada em sua superfície com
propriedades bactericidas
Os prematuros com < semanas não possuem essa camada ácida protetora;
A pele é praticamente estéril por ocasião do nascimento, sendo colonizada
rapidamente ao redor do 2º e 7º dia.
5. Propriedades de renovação:
A pele esta constantemente mudando, com reposição de novas células e
descamação das velhas;
Pele do RN prematuro
Manutenção da integridade das camadas da pele para que ela possa continuar suas
funções normais de fornecer uma barreira;
Objetivos:
1. Manter a integridade da pele
2. Prevenir injúria física e química
3. Minimizar a perda insensível de água
4. Manter a temperatura estável
5. Prevenir Infecção
6. Proteção de absorção de agentes tópicos
Fatores de risco:
1. Idade Gestacional > 32 semanas;
2. Edema generalizado
3. Pacientes com paralisia
4. Uso de medicamentos vasopressores
5. Feridas cirúrgicas
6. Ostomias
7. Múltiplos cateteres endovenosos e arteriais
8. Ventilação mecânica que mantém o neonato imobilizado
9. Certas patologias que impossibilitam a mudança frequente de decúbito.
Intervenções de enfermagem
2. Limpeza da pele:
▪ Na admissão e banho de rotina, esperar que a temperatura esteja estável, bem como os
outros parâmetros vitais, antes de banhar o neonato;
➢Visa uma ação antimicrobiana e estética;
➢Sabonetes com pH neutro e mínimo de corantes e perfumes;
➢Soluções à base de clorexidina como agente antimicrobriana;
Banho de rotina em RN >1500g com água morna e sabão neutro, evitar sabão
diariamente. Nos RN < 1500g e <30 semanas deverá utilizar água morna estéril nas
primeiras 2 a 3 semanas após nascimento:
➢ O uso de sabão diariamente altera o balanço químico da pele;
➢ O uso diário de sabão somente após 2 meses;
➢ Nos prematuros o sabão provoca alterações químicas da pele, quebrando a
integridade da pele servindo como porta de entrada para bactérias e fungos.
▪ Queimadura química:
➢ Quando necessário fazer assepsia com solução clorexidina 0,5% mínimo possível,
remover após procedimento e limpar a área com água estéril;
➢Pode ocorrer irritação ou mesmo ocorrer queimaduras devido a imaturidade da pele;
➢Evitar uso de soluções à base de iodo;
➢Evitar uso de água oxigenada;
Prevenir infiltrações de medicações EV:
▪ No caso de infusão contínua, monitorizar o local da punção de hora em hora;
▪ Observar sinais de infiltração ( edema, hiperemia local, isquemia);
▪ As medicações mais tóxicas para a pele são: gluconato de cálcio, bicarboanto de sódio, antibióticos
e vasopressores, como dopamina e dobutamina;
▪ Utilizar curativos transparentes com hidrogel ou pectina que facilitam visualização.
4. Prevenir lesões na pele
▪ Utilizar somente fitas adesivas próprias para a pele sensível do RN;
▪ Usar o mínimo de fita possível para fixar o cateter endovenoso, mantendo uma área livre
para visualização do local;
▪ Nos prematuros < 1000g, usar protetores ou barreiras de pele, usar adesivos antes de fixar
sondas, cateteres e eletrodos;
▪ Trocar os eletrodos do monitor cardíaco somente quando não estiver funcionando;
▪ Realizar monitorização cardíaca através do cateter umbilical em prematuros extremos nas
primeiras 2 semanas de vida;
▪ Remover os adesivos cuidadosamente, usar algodão embebido em água ou óleo de
amêndoas para facilitar remoção;
5. Evitar uso de cremes e loções, salvo se forem prescritos
6. Prevenir queimaduras:
▪ Evitar uso de compressas muitos quentes para aquecimento;
7. Prevenir perda insensível de água:
▪ Manter o RN em incubadora;
▪ Usar umidificação através de incubadora ou via tenda plástica por 2 a 3 semanas após
o nascimento ou até alguma estabilidade;
▪ Umidificação acima de 70% apenas se pele íntegra, pois pode propiciar a proliferação
de bactérias;
▪ Umidade relativa em torno de 40 a 60% e em prematuros extremos 85-95%;
8. Prevenir lesões por pressão
▪ Mudar decúbito a cada 2 a 3 horas de acordo com estabilidade do RN;
▪ Usar colchão de água ou pele de carneiro sintética para amaciar a superfície.
UTI Neonatal:
CONTROLE TÉRMICO
Introdução
1. Prematuridade;
2. Anomalias congênitas;
3. Septicemia;
4. Asfixia e hipoxia;
5. Comprometimento do sistema nervoso central;
6. Aporte nutricional e calórico inadequado;
7. Diminuição dos movimentos voluntários;
8. Imaturidade do sistema de controle térmico;
9. Quantidade de tecido adiposo subcutâneo deficiente.
Consequências
Bradicardia
Apneia
Aumento do estresse respiratório
Diminuição da perfusão periférica
Hipoglicemia
Acidose metabólica
Falência cardiorrespiratória
Medida da temperatura
Fatores de risco:
▪ Neonatos nas primeiras 8-12 horas de vida;
▪ Prematuridade;
▪ PIG;
▪ Alteração do sistema nervoso central;
▪ Estresse
Quadro clínico:
▪ Extremidade e tórax frios;
▪ Intolerância alimentar;
▪ Aumento dos resíduos, vômitos;
▪ Distensão abdominal, dificuldade de sucção;
▪ Letargia;
▪ Choro fraco;
▪ Mudança na coloração pele;
▪ Irritabilidade;
▪ Apnéia;
▪ Bradicardia;
Intervenções da hipotermia