INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS, CIÊNCIAS E

TECNOLOGIA DE ALAGOAS - IFAL

Componente curricular: Linguística Aplicada
Docente: Professora Dr° Cristiane Batinga Agra
Curso de Licenciatura em Letras-Português
Aluna: Rose Karlynne Gomes Machado
Período VI

Reflexões sobre o primeiro capítulo do livro Epistemologia do Sul de Boaventura de

Souza Santos.

Para além do Pensamento Abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes.

Inicialmente a palavra epistemologia soou me não tão conhecida, do qual

não sabia explicar ou aplicar determinada situação. Ao iniciar a leitura desse texto a
explicação e ação da palavra foi apresentada. Epistemologia é toda noção ou ideia
sobre as condições do que conta como conhecimento. Podendo ser acrescentado,
segundo o dicionário, o estudo das etapas e limites do conhecimento humano e
suas formas. Sendo o conhecimento fruto da prática e relações executadas por
seres sociais.

Envoltos em uma “teia” de relações sociais, essas ações geram diversas

epistemologia, conhecimento, culturais e políticas. Sendo cada um deles com suas
“verdades” ocasionando, muitas vezes, conhecimentos contrários ou rivais.

Segundo o apresentado por Souza, o livro busca refletir o porquê a

interculturalidade, natural, foi descontextualizada e substituída por dominantes: o
mundo moderno, cristão ocidental e a política do coronelismo e capitalismo
repercutindo/dominando os povos e culturas que não eram cristãos e não ocidentais
com pretensões à universalidade.
 Quanto ao primeiro capítulo que explana sobre o pensamento abissal como
sendo uma linha que se divide entre o pensamento colonial e o moderno. Mesmo os
dois lados dessa linha serem diferentes, são mutuamente dependentes.

O autor discorre sobre as impossibilidades dos territórios coloniais quanto à

emancipação, enquanto o moderno salienta-se pela sua capacidade de produzir e
radicalizar distinções. Cada um dos lados cria subsistemas de distinções visíveis e
invisíveis de tal modo que as invisíveis se tornam o fundamento das visíveis.

O pensamento abissal moderno consiste no conhecimento voltado a ciência

moderna da distinção universal entre o verdadeiro e o falso em detrimento aos
conhecimentos da filosofia e da teologia. Tendo cada um seu espaço nos lados da
linha.

No lado que abrange o campo da teologia e filosofia, o autor discorre, não

poder ser verificável suas verdades: crenças, opiniões, magia, idolatria,
entendimentos intuitivos ou subjetivos. Podendo essas tornar se objeto para a
inquirição científica. Já no lado moderno é determinado por aquilo que conta como
legal ou ilegal de acordo com o direito oficial. Havendo assim a separação da linha
abissal, de um lado o do direito, guiados pela lei e do outro lado, da linha, o não
direito.

O autor apresenta o quanto é antigo os lados da linha, sendo uma

possibilidade de criação das primeiras manifestações do direito ao tratado de
Tordesilhas, assinado entre Portugal e Espanha e a do lado da filosofia
manifestadas desde meados do século XVI, linhas de amizade.

Infelizmente mesmo depois de passado tanto tempo, o velho mundo está

presente e uma tensão entre regulação e emancipação continua a coexistir nas
relações políticas e culturais. Com massiva injustiça social além de estar
contaminado internamente pela lógica da apropriação/violência. Com divisões de
classes, dominação de poder dos mais fortes, os que possuem dinheiro, contra a
maioria da sociedade marginalizada.

O sul global versus o norte global o texto nos ajuda a refletir o porquê dos
que estão abaixo da linha do globo terrestre, América do Sul e África, são mais
explorados. Que sistema permitiu e permite que parte dos povos do sul, em sua
grande maioria, vivessem à margem da sociedade. Qual o poder, engrenagem,
intenção, sistema permite tanta separação e injustiça.

Acredito ser necessário uma formação, aos cidadãos que permita

entendimento cultural e político, reconhecimento dos espaços de convívio do
contexto histórico e presente, autoconhecimento dos direitos e deveres em busca da
melhor vivência coletiva.