Você está na página 1de 5

Tronco de Beneficência

Encerrada a Ordem do Dia e o Período de estudos, o Venerável


Mestre faz anunciar, pelos Vigilantes, que o Tronco de Beneficência fará
o seu giro pela Oficina.

Esta prática constitui um dos mais antigos costumes da


Maçonaria Moderna, tendo ficado tacitamente estabelecido que os
Maçons jamais se reúnem sem pensar nos desamparados pela sorte.

Historicamente, sua origem remonta à Maçonaria Francesa do


final do século XVIII, sendo esta a razão de sua existência nos ritos de
origem francesa, como o REAA, o Moderno e o Adonhiramita. Ele é
desconhecido nos ritos de origem inglesa e germânica.

Na época, as igrejas francesas possuíam, logo na entrada, uma


caixa, com uma fenda, para a colocação dos óbolos e na qual
encontrava-se escrita a palavra TRONC, e é com este sentido que se
deve entender o Tronco de Beneficência, em Maçonaria.

(Sua inspiração, no entanto, remonta às origens do


Cristianismo, quando Jesus faz a comparação entre o óbulo da viúva e
o do fariseu, em Lc 21; 1-4), e no Sermão da Montanha, onde enfatiza o
caráter sigiloso da doação. (Mt 6:1-4)

Originalmente, na Maçonaria, ele era conhecido como Tronco


da Viúva, sendo a viúva a própria Maçonaria, sendo os maçons ainda
hoje conhecidos como “Filhos da Viúva”.

Pode-se dizer que o Tronco de Beneficência que circula em


Loja, constitui-se mesmo numa espécie de treinamento, visando
acostumar os Obreiros da Loja à generosidade, lembrando-lhes que em
toda a parte haverá sempre alguém à espera de ser socorrido por
aqueles em melhores condições de vida.

Ao introduzir sua mão dentro da sacola, deve com ela levar


todos os sentimentos de bondade, caridade e amor, destinados àqueles
que irão ser amparados por esta doação material e seu equivalente
espiritual.

Nas nossas Oficinas o Tronco de Beneficência é levado pelo


Irmão. Hospitaleiro, para que cada Irmão nele possa depositar aquela
quantia que não lhe fará falta, sendo o valor arrecadado destinado às
obras assistenciais da Loja e é o Irmão Hospitaleiro encarregado de sua
aplicação, conforme orientação da loja ou do Venerável.

Ao fazermos nossa contribuição para o Tronco de


Beneficência, devemos sempre proceder com discrição, nele colocando a
mão direita fechada, e retirá-la aberta, mostrando que nada foi retirado,
porque o Tronco deve sempre ser engrossado e nunca, afinado, por
retiradas por parte de Irmãos.” A nossa doação deve ser depositada sem
ostentação, vale dizer, com humildade. O Livro da Lei já há muito nos
ensina: “Quando, pois deres esmola, não toques trombeta diante de ti
como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem
glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a
recompensa. Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua esquerda o que
faz a tua direita.” (Mateus 6/2, 3)

O Irmão Hospitaleiro apresentará a bolsa aos Irmãos,


segurando-a com as duas mãos, alargando a sua abertura e, virando
discretamente o rosto para o lado, enquanto cada Irmão coloca sua mão
direita fechada na mesma. Cumpre-se assim, o preceito evangélico:
”Para que tua esmola fique em segredo e teu Pai que vê em secreto, te
compensará. ( Mateus, 6/4)

O Irmão Hospitaleiro, durante a circulação do Tronco de


Beneficência, estará, evidentemente, desobrigado de fazer o Sinal de
Ord:., pois ele só é feito quando se está em pé e parado. Deverá, todavia,
cada vez que cruzar o equador do Templo, fazer a saudação ao Delta.

O Tronco de Beneficência circula com as mesmas


formalidades usadas para a Bolsa de Propostas e Informações.

A circulação do Tronco de Beneficência é feita na seguinte


ordem: o Irmão Hospitaleiro coloca-se entre colunas e após autorização
do Venerável inicia o seu giro, iniciando pelo Venerável Mestre, daí
seguindo respectivamente para o1º Vigilante, 2º Vigilante, Orador,
Secretário e Cobridor.

Esta circulação forma, aproximadamente, uma estrela de seis


pontas, ou estrela hexagonal, também conhecida como Estrela de
David, e é formada por dois triângulos equiláteros entrecruzados, onde
o triângulo de ápice superior representa a espiritualidade humana, e é
formado pelas três Luzes da Loja, responsáveis pela condução espiritual
dos Obreiros, enquanto o triângulo de ápice inferior representa a
materialidade humana, sendo representado pelas duas Dignidades e
pelo Oficial responsáveis pelo andamento material da Sessão (redação e
leitura de Atas, expedientes, textos legais e segurança do Templo, etc.).

Logo após esta circulação inicial são atendidos todos os


Obreiros do Oriente, que são obrigatoriamente Mestres Maçons, os
Mestres da Coluna do Norte, os Mestres da Coluna do Sul, os
Companheiros e os Aprendizes.

Esta circulação leva em conta a hierarquia dos cargos e dos


Graus.
Pode parecer estranho para alguns Irmãos que o Irmão
Cobridor apareça compondo a estrela hexagonal, no início da circulação
do Tronco. Acontece, porém, que nas primeiras etapas da Maçonaria
contemporânea, a Maçonaria dos Aceitos, o cargo de Cobridor, ou
Telhador, era importantíssimo, pois era ele que cuidava da segurança
do templo. Tanto que era costume, na época, entregar este cargo para
ser exercido pelo ex-venerável, que deixava o cargo e, que assim,
passava do ápice do triângulo da espiritualidade ao ápice do triângulo
da materialidade.

Depois de cumprida a circulação o Irmão Hospitaleiro volta a


ficar entre colunas, comunicando-se o fato ao Segundo Vigilante que
por sua vez comunica o Primeiro Vigilante e consequentemente ao
Venerável Mestre, que manda que o Irmão Hospitaleiro conduza a bolsa
com o Tronco recolhido à mesa do irmão Tesoureiro para conferência e
comunicação ao Orador, ou determinando que o mesmo seja cerrado
para posterior conferência.

A quantia arrecadada ficará a disposição da Hospitalaria.

É importante, por último, ressaltar que não é permitida a


circulação de outros Troncos, cuja finalidade não seja as de
beneficência.

Bibliografia:

1) Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom – José


Castellani
2) Ritual do REAA – 1º Grau A[prendiz
3) Revista “A Trolha” – vários números.
4) Comentários ao Ritual de Aprendiz – Vade-Mécum Inicático
– Nicola Aslan

ATENÇÃO!!!
T R A B A L H O – trazer para a próxima Sessão resumo de seu
próprio entendimento ( Máximo 30 linhas ) da QUARTA
Instrução do Grau de Aprendiz Maçom ( ritual de aprendiz
maçom ) para ser entregue ao irmão Primeiro Vigilante.

Você também pode gostar