Livro Forex - o Maior Mercado Do Mundo - 1 Edição

2020 - Eu Sou Trader Investidor - Enéias Nascimento
FOREX - O Maior Mercado do Mundo - www.eusoutraderinvestidor.com
Autor: ENÉIAS NASCIMENTO

Ano: 2021
Site: www.eusoutraderinvestidor.com
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Forex - O Maior Mercado do Mundo

Eu Sou Trader Investidor
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sua distribuição totalmente gratuita - Se você pagou por esse material, exija seu dinheiro de
volta. A originalidade do conteúdo deste livro pode ser comprovado através de Copyright,
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estar amplamente divulgado no site oficial e no canal no Youtube (Eu Sou Trader Investidor),
onde também é possível encontrar diversos materiais sem nenhum custo para o aprendiz.
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5º, IV e 220 da Constituição Federal de 1988. O autor desse livro não é consultor financeiro
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considerado indicação de onde aplicar seu dinheiro. Este material representa apenas
opiniões e decisões pessoais, que podem não ser apropriadas para outros investidores. Por
favor, use o bom senso e/ou consulte um profissional de investimento certificado antes de
investir seu capital. O Eu Sou Trader Investidor e o seus criadores não são responsáveis
pelos resultados de suas decisões. Esse livro deve ser visualizado apenas para fins
educacionais ou de entretenimento. Resultado passado não é garantia de resultado
futuro. Forex é um ambiente de alto risco, onde a alta alavancagem permitida pelas
corretoras pode fazer o trader ter grandes perdas. Por isso sempre aja consciente, sabendo
gerenciar o seu risco, e tomando as suas próprias decisões.
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO
MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO AO MERCADO FOREX
CAPÍTULO 1 - O Básico
CAPÍTULO 2 - Entendendo as Cotações

CAPÍTULO 3 - Comprar e Vender
CAPÍTULO 4 - Como se Trabalha com o Forex
CAPÍTULO 5 - Horários e Sessões no Forex
MÓDULO 2 - SISTEMAS E ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO
CAPÍTULO 6 - Conhecendo o Price Action
CAPÍTULO 7 - Tipos de Gráficos e Time Frames
CAPÍTULO 8 - Price Action na Prática

CAPÍTULO 9 - Como Montar uma Estratégia para Operar
CAPÍTULO 10 - Tipos de Ordens
MÓDULO 3 - GERENCIAMENTO DE RISCO
CAPÍTULO 11 - Gerenciamento de Risco - O Princípio Mais Importante
CAPÍTULO 12 - Como Funcionam os Lotes

CAPÍTULO 13 - O que é um “Pip” e Como Calcular
CAPÍTULO 14 - Definindo o Risco
CAPÍTULO 15 – O Segredo dos Vencedores

MÓDULO 4 - COMO COMEÇAR NO FOREX
CAPÍTULO 16 - O Caminho do Trader Iniciante

CAPÍTULO 17 - Tudo o que Você Precisa Saber sobre Corretoras
CAPÍTULO 18 - Como Abrir uma Conta no Forex - Real e Demonstrativa

CAPÍTULO 19 - Como Enviar Dinheiro para sua Conta no Forex e Efetuar Saques
CAPÍTULO 20 - Usando a Plataforma

MÓDULO 5 - GESTÃO DE CAPITAL
CAPÍTULO 21 - O que é e Como Funciona a Alavancagem
CAPÍTULO 22 - Controle de Patrimônio e Conceitos de Educação Financeira

CAPÍTULO 23 - Quanto Enviar para a Corretora
CAPÍTULO 24 - Custos no Forex
CAPÍTULO 25 - A Trajetória de um Trader e sua Rentabilidade no Forex

MÓDULO FINAL
PARTE 1 - Princípios Fundamentais do Trading de Sucesso
PARTE 2 - A Importância do Processo
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INTRODUÇÃO
Olá amigo trader. Esse é um livro completo para você que quer iniciar nesse
mercado chamado Forex. Aqui vou te ensinar tudo o que você precisa saber para
ser bem sucedido como trader. Minha intenção é que você, ao terminar a leitura
dessa obra, esteja apto a operar de uma forma lucrativa e consistente.
"Ok, Enéias, na internet já tem tudo que eu preciso saber sobre Forex. Por que então
seu livro é diferenciado?"
Ao contrário de inúmeros sites e vídeos por aí, tentarei da forma mais objetiva,
dinâmica, e divertida, passar para você o conhecimento que precisa ser adquirido
no caminho do sucesso.
Ao final do livro, você terá um entendimento completo e adequado do Forex e de

como operar nesse mercado. Meu desejo é te deixar pronto para aprender os
macetes e estratégias que te levem ao nível de trader bem sucedido.
Esse livro é um projeto pessoal que iniciei em 2018, quando escrevi o Guia para
Iniciantes no Forex. Um material bem didático com o qual milhares de traders
puderam estudar e se beneficiar com conteúdo de fácil entendimento, e poderoso
agregador de conhecimento. Recebi inúmeros feedbacks positivos ao longo de mais
de 2 anos enquanto esteve no site.
A partir daí eu decidi que esse material precisava ser expandido. Com minha própria
evolução e aprendizado ao longo do tempo, eu fui incrementando aos poucos meu
material, disponível no site citado nesse livro. E após a decisão de melhorar o Guia
para Iniciantes, pensei: “Por que não fazer um livro completo, incluindo
conhecimentos avançados, que farão mais gente obter sucesso nesse mercado?”.
Desse pensamento passei a escrever essa obra que vos segue, e levei meses para
aperfeiçoá-la, de forma que ficasse um ensino detalhado, esmiuçado, para você não
ter dúvidas sobre assuntos cruciais ao sucesso.
Algo que me fez melhorar a qualidade do material foi responder diversas dúvidas
de traders, tanto iniciantes como já experientes, mas que ainda careciam de
melhores informações do Forex. Dessas respostas eu fui incrementando as aulas, e
cada vez mais preparando esse material com detalhes importantes. Por isso, leitor,
tenha certeza de que o conteúdo presente no livro será de grande valia para sua
jornada. E mais, tenho certeza de que essa obra será aquela que mais te ensinou
assuntos realmente significativos, o que realmente transforma um iniciante
inexperiente, em um profissional digno de galgar altos patamares nesse ramo.
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Ao finalizar esse estudo, não tenho dúvidas que estará anos luz à frente da
esmagadora maioria, aqueles que focam sua vida em encontrar uma estratégia que
seja “A” estratégia, e os leve ao nível de traders bem sucedidos. Como sabemos, não
existe um setup, uma abordagem capaz de fazer o trader sempre ter lucros, já que
as perdas fazem parte do processo.
Os iniciantes ingênuos buscam desenfreadamente um sistema milagroso, que os

faça ricos em pouco tempo. Atente para isso, mesmo que não percebam, milhares
de traders dão atenção demais a coisas sem sentido, acreditando firmemente que
estão no caminho certo. Ao final do livro você verá como é a realidade desse
mercado, poderá enxergar ‘fora da caixa’, e verá dentro dela essas inúmeras
pessoas lutando contra algo ilógico, esforçando-se para ficarem ricas da forma
errada, e finalmente, verá todos esses perderem dinheiro ao longo dos anos.
Enquanto você, que estudou esse material, alcança seu sucesso um passo de cada
vez, e cada vez mais se distancia da “Matrix” dos traders que fazem parte da
estatística cruel dos 99% que nunca conseguem alcançar a verdadeira consistência.
Essa é a primeira edição de um material que pretendo fazê-lo ainda maior. Sim, a
cada dia que passa eu busco mais conhecimento na área, e consigo redigir novos
artigos, os quais são divulgados no site eusoutraderinvestidor.com, e no canal do
YouTube de mesmo nome. Com essas novidades, eu acrescento mais material à
próxima edição.
Você vai reparar que alguns assuntos também importantes ainda não foram
abordados nessa obra. Tópicos como tributação, ferramentas EA e seu uso, e uma
parte da “Mentalidade do Trader de Sucesso” ainda não estão nesse livro. Eu lutei
muito tempo para finalizar essa primeira versão, e apesar de querer várias vezes
adiar sua estreia até que tudo estivesse pronto, senti a necessidade de divulgar o
conhecimento já colocado aqui.
O maior mercado do mundo, Forex, o qual está prestes a aprender, e a atividade do

trading em si são compostos de muitos assuntos, a serem tratados em momento
posterior, ou seja, nas próximas edições. É tanto conteúdo que daria uma faculdade,
um curso superior, ao menos um tecnólogo de 2 anos, para um conhecimento mais
prático. E se for mais a fundo, nem sequer um bacharelado com pós-graduação e
mestrado encerraria os tópicos para se compreender todo esse mercado. Mas você
não precisa disso tudo para ser bem sucedido. O conhecimento nesse livro já vai te
guiar no caminho do sucesso, e caberá a você executar o ensino dessa obra no seu
dia-a-dia do trading.
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Fique atento, porém, aos artigos e vídeos divulgados constantemente no site e no

canal do YouTube mencionados, pois eles servirão de base para a segunda edição
desse livro, já em fase de preparação. Enquanto ela não chega, tenho certeza
absoluta da essencialidade dessa obra para seu aprendizado e sucesso no maior
mercado do mundo, o Forex.
Deixo agora você desfrutar de cada página do livro, aproveitando ao máximo o

ensino aqui divulgado. A seguir você verá o meu contato pessoal, e através dele tem
um link aberto para conversar comigo a hora que desejar. Você não está sozinho
nessa caminhada, pois estou à disposição para te ajudar no que precisar. Conte com
seu amigo aqui, Enéias Nascimento, na sua jornada.
Um forte abraço e que Deus ilumine seus caminhos sempre.
Enéias Nascimento
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MÓDULO 1
INTRODUÇÃO AO
MERCADO FOREX
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FOREX - O Maior Mercado do Mundo

Do Básico Iniciante ao Avançado Profissional
eusoutraderinvestidor.com
CAPÍTULO 1
O BÁSICO
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CAPÍTULO 1 - O BÁSICO
Vamos começar aprendendo os conceitos mais iniciais desse mercado. É através

deles que toda a base de sua jornada será fundamentada, pois ninguém se dá bem
em um negócio sem saber o máximo sobre ele.
O QUE É FOREX ?
O nome “FOREX” é a abreviatura de “Foreing Exchange”, que traduzida literalmente

para o português seria “Troca Estrangeira”. E como há o “Forex Market”, temos
então o “Mercado de Troca Estrangeira”, comumente chamado aqui no Brasil de
Mercado de Câmbio. Se trata de um mercado onde grandes bancos, empresas,
governos, investidores e traders negociam as mais variadas moedas existentes no
mundo. Nele ocorrem as trocas necessárias para que inúmeras atividades sejam
realizadas ao redor do planeta.
Quando decidimos viajar para um país estrangeiro, sabemos que não poderemos
usar a nossa moeda naquela localidade, então precisamos trocá-la pela moeda
usada no país de destino. Suponha que você faça uma viagem para a Disney, então
você precisará trocar seu dinheiro por dólares americanos. Ao fazer essa operação
em um banco, ou mesmo em uma casa de câmbio, você estará participando do
mercado Forex. Simples assim.
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Mas não somente as pessoas precisam substituir seu dinheiro para negociações no
exterior, empresas e bancos são frequentes participantes nesse mercado mundial.
Imagine uma empresa como a Apple, que deseja comprar insumos na Suíça. A
Apple não poderá usar os dólares americanos para essa negociação, ela precisará
trocar a sua moeda por francos suíços, para só então ter acesso ao mercado e
adquirir os produtos desejados. Imagine agora uma empresa alemã, que queira um
empréstimo de um banco inglês. Certamente o banco inglês não poderá entregar
libras para essa empresa, já que ela deseja trabalhar com euros no seu país. O
banco inglês então, em contato com outro banco da zona europeia, efetuará uma
troca de Libras Esterlinas por Euros, para que o empréstimo possa ser realizado. E
essas transações serão realizadas onde? Exatamente, no Forex.
Tamanho e Funcionamento do Mercado
O mercado Forex é o maior e mais líquido mercado

do mundo, onde se movimentam mais de 6 trilhões
de dólares diariamente! O Forex funciona 24 horas
por dia, durante 5 dias na semana. Os principais
centros de negociação estão em Londres, Nova York,
Zurique, Tóquio, Frankfurt, Hong Kong, Paris,
Singapura e Sydney. Para se ter uma ideia, a Bovespa
movimenta cerca de 10 bilhões por dia, o que não é
nem 0,2% da movimentação diária do mercado de
câmbio mundial.
Desde já, saiba que o mercado Forex não é centralizado, como são, por exemplo, as
bolsas de valores. Isso significa que o Forex não tem um local físico, nem um
administrador oficial centralizado. Por exemplo, na bolsa de valores de São Paulo, a
Bovespa, as ordens de compra e venda são todas processadas em um mercado
central, a própria bolsa de São Paulo, e tudo passa por ela. No Forex isso não
acontece, pois as negociações de moedas são todas entre bancos (interbancárias).
São os grandes bancos mundiais, localizados nas cidades citadas mais acima, que
negociam entre eles as transações de trocas de moedas. Não há um local único
para essas transações, e não há um órgão central regulador das operações, é tudo
negociado "um a um".
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Interessante ressaltar que cada banco terá a sua cotação da moeda, que pode ser
diferente de outros bancos. Mas as corretoras de hoje conseguem valores bastante
próximos dessas cotações, e são responsáveis pelo acesso ao mercado
interbancário. Simples traders como nós não temos acesso fácil a essas transações
entre grandes instituições, pois eles negociam cifras de milhões, sendo comum
negociarem bilhões e bilhões diariamente. Resta-nos operar através de uma
corretora que nos forneça a possibilidade de trabalhar com moedas no Forex.
“Já que é um ‘mercado’, o que se negocia nele?”
No Forex, como foi explicado, os

participantes negociam dinheiro. Sim,
nesse mercado diariamente se compra
ou vende dinheiro, moedas de diversos
países. Ao comprar dólares americanos,
é como se estivéssemos investindo nos
Estados Unidos. Da mesma forma, se
alguém comprar Real brasileiro, é como
se estivesse investindo no nosso país.
Se a economia de uma determinada nação está indo bem, sua moeda se valoriza em
relação a outras. Mas se está indo mal, a cotação sofre uma desvalorização. É comum
ouvirmos todos os dias nos noticiários que a cotação de determinada moeda
valorizou devido à melhora na economia. Isso significa que mais pessoas, empresas,
bancos desejaram investir naquele país, pois sentiram que se depositarem suas
economias ali, terão mais chances de terem lucros, ou mesmo se protegerem de
perdas em seus patrimônios.
No Forex existem 8 moedas que são mais negociadas no mundo todo, e cada uma
representa um país ou zona econômica. São elas:
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Moeda País Símbolo no Forex

Dólar Americano EUA USD
Euro Zona Econômica da União Europeia EUR
Libra Esterlina Reino-Unido GBP
Dólar Australiano Austrália AUD
Dólar Neozelandês Nova-Zelândia NZD
Dólar Canadense Canadá CAD
Franco Suíço Suíça CHF
Iene Japonês Japão JPY
De todas as moedas negociadas no mundo, o dólar americano (USD) se sobressai

por vários motivos. Entre eles tem-se o fato de ser a moeda que os países mais
mantêm em reserva cambial, e devido a inúmeros ativos serem sempre negociados
majoritariamente em dólar. É o caso por exemplo do petróleo e do ouro. Além
disso, toda negociação de moeda no Forex acaba envolvendo o dólar, como
explicado nos próximos parágrafos.
Sempre que negociamos no Forex, fazemos através de pares de moedas (não se

preocupe, mais adiante será explicado). Ou seja, se compramos dólar, temos que
pagar essa aquisição em alguma moeda. Se compramos dólar com nossos reais,
então adquirimos os USDs e pagamos com nossos BRL’s (reais). Caso um europeu
queira adquirir dólares, o fará mediante a entrega de seus euros. Nas negociações
citadas, foram usados os pares USD/BRL e EUR/USD.
Porém, quando um morador do Reino Unido deseja comprar euros usando suas
libras esterlinas, ele até o faz diretamente, mas em termos de negociação
interbancária, primeiro há uma negociação entre a libra e o dólar, e depois uma
negociação com o dólar e o euro. Por exemplo, ao adquirir 10 mil euros, primeiro
acontece uma compra de dólares, pagando em libra esterlina, para só depois
ocorrer a aquisição de euros usando esses dólares. Essa negociação se chama
“negociação cruzada”, e você terá muito mais detalhes sobre isso ainda nesse livro,
fique tranquilo.
Quem são os operadores desse mercado?
A seguir você verá uma lista de entidades que fazem parte de gigantesco mercado
que é o Forex. Como você já deve saber, é um ambiente em que não só indivíduos
ou empresas trocam suas moedas, mas também bancos, fundos de investimento,
entre outros. É importante conhecê-los pois você terá uma noção de como funciona
o Forex ao redor do mundo, e isso influenciará sua percepção de mercado.
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Bancos - O mercado interbancário permite a

maioria das transações comerciais no Forex e
grandes quantidades de operações
especulativas por dia. Alguns grandes bancos
negociam BILHÕES de dólares diariamente. Às
vezes essa negociação é feita em nome de
clientes, mas também podem ser os traders do
próprio banco operando o dinheiro da
instituição.
Empresas - Como falei nos exemplos, as empresas precisam usar o câmbio para
pagar por bens e serviços em países estrangeiros. Uma parte importante da
atividade diária do mercado Forex vem de empresas que querem trocar moedas
para realizar transações em outros países, como no caso hipotético da Apple
comprando insumos na Suíça.
Governos e Bancos Centrais - O Banco Central de um país pode desempenhar um

papel importante no mercado de câmbio. Ele pode causar um aumento ou
diminuição no valor da moeda de seu país tentando controlar a oferta dessa moeda,
a inflação e a taxa de juros. É comum ouvirmos no noticiário que o Banco Central do
Brasil efetuou uma venda de bilhões de dólares para conter a alta da moeda, diante
de informações negativas para o Real. Em 2016 houve uma crise tão grande aqui no
país que o Bacen precisou intervir diversas vezes no mercado de câmbio. Para isso
os Bancos Centrais podem usar suas reservas cambiais, depositadas em outros
países, para tentar estabilizar o mercado.
Fundos de Hedge - A grande maioria das transações de câmbio são de natureza

especulativa. Isso significa que quem compra ou vende uma moeda não tem planos
de recebê-la, de tê-la em mãos. Em vez disso a transação é executada com a única
intenção de especular sobre o movimento dos preços dessa moeda em particular.
Os especuladores de varejo (eu e você) somos minúsculos em comparação com os
grandes Fundos de Hedge que controlam e especulam com bilhões de dólares de
capital diariamente no Forex.
Indivíduos - Caso você já tenha ido para outro país e trocou seu dinheiro pela
moeda local em uma casa de câmbio, ou mesmo no aeroporto ou no seu banco,
você já participou do mercado Forex.
Investidores - Empresas de investimentos que gerenciam carteiras para seus clientes

usam o Forex para facilitar transações em títulos estrangeiros. Por exemplo, um
gestor de investimentos que controla uma carteira de ações internacional precisa
usar o Forex para comprar e vender vários pares de moedas com o fim de pagar
por ativos estrangeiros que queira comprar.
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Traders de Varejo - E finalmente chegamos aos traders de varejo (eu e você). A

indústria de comércio de varejo vem crescendo todos os dias com o advento de
plataformas de negociação de Forex e a facilidade de acesso através da internet. Os
traders de varejo acessam o mercado indiretamente através de uma corretora, ou
mesmo um banco.
NEGOCIAÇÃO ATRAVÉS DE PARES
Já que no Forex o ativo negociado é o dinheiro, ele é um mercado bem peculiar. Ou

seja, se no mercado de câmbio compramos e vendemos moedas, precisamos pagar
por elas, e esse pagamento também será em dinheiro. Pode parecer confuso no
início, pois é mais fácil pensar em “TROCA” de moedas. Mas tenha o entendimento
que toda operação no Forex tem um custo, e esse custo precisa ser calculado, logo,
precisamos considerar que para comprar dinheiro, precisamos pagar por ele, e
pagar em dinheiro. E de fato é assim que acontece, não é apenas uma simulação
para esclarecimento. Pois sempre que compramos moedas no Forex, entregamos
outra moeda no lugar, e esse ‘entrega’ é o pagamento por aquelas que estamos
adquirindo.
_______________________________
“Para comprar dinheiro,

precisamos pagar por ele,
e pagar em dinheiro.”
_______________________________
“Mas como raios isso funciona?”
Digamos que um europeu acredita que a economia do Japão vai piorar e a

economia da Inglaterra vai melhorar. Nesse caso, já que esse trader está
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especulando com a variação da cotação das moedas, logo, ele não está
simplesmente querendo trocar o dinheiro de sua carteira para viajar, por exemplo.
Até porque ele nem está negociando a moeda de sua localidade, o euro. Há a
pretensão de negociar outras moedas, de locais diferentes, e com base em análises
feitas por ele. Aqui o trader europeu vai fazer uma negociação especulativa no
mercado Forex, ou seja, ele quer lucrar com a variação da cotação entre a libra, o
GBP, e o iene, JPY.
Para ter resultados positivos com o acontecimento esperado para os dois países,
esse trader precisa adquirir libras esterlinas, se desfazendo de ienes japoneses. Ou
seja, ele vai comprar GBP, e pagar em JPY. Ele irá fazer uma negociação, que
envolve uma compra e uma venda simultânea. Ao adquirir as libras, ele comprou,
ok. E ao pagar por elas, ele o fez em ienes, e esse pagamento em JPY foi, no âmbito
do mercado Forex, uma venda de ienes!
“Como assim uma ‘venda’?”
Ocorrerão duas operações, pois há dois envolvidos em uma negociação de

dinheiro. Já que haverá moedas indo e voltando, ambas as partes estarão
comprando e vendendo ao mesmo tempo. Vamos lá... passo a passo. O trader vai
até um banco e informa que quer comprar libras; disse também que vai pagar em
ienes. Como é de interesse do banco que ele faça essa operação, por motivos que
serão ensinados em outro capítulo, a instituição financeira vai tranquilamente aceitar
a negociação. Nesse momento o banco vai pegar suas libras e passar para o trader.
Ao mesmo tempo, o trader vai pegar seus ienes e passar para o banco.
Preste atenção agora: na visão DO TRADER, ele fez uma compra de GBP, libras, e
pagou em Iene Japonês, JPY.
Já na visão DO BANCO, a instituição fez uma venda de libras, e por essa venda, o
banco recebeu em ienes japoneses.
Além do raciocínio acima explicado, há o fato de que para o TRADER, comprar libras
e pagar em ienes, é o mesmo que vender ienes e receber em libras. Sim, é
exatamente como se ele quisesse se desfazer de seus JPYs, mas desejasse fazer isso
recebendo em libras.
É como quando compramos e vendemos qualquer bem, um carro por exemplo. O

normal é que ao adquirir o veículo, e pagar em dinheiro, desejávamos o automóvel,
e a aquisição foi feita pagando em uma moeda oficial. Mas imagine, apenas por um
momento, que o objetivo inicial fosse se desfazer de uma certa quantidade de
dinheiro, mas não por qualquer bem, já que o desejo final é passar o dinheiro para
frente, mas somente se for por um carro. Isso mesmo, imagine que alguém tenha
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dólares em espécie aqui no Brasil e não queira mais ficar com essa moeda, por
acreditar que ela vai desvalorizar. Essa pessoa irá querer vender seus dólares e
receber em algum outro bem, que até poderia ser em reais, mas ela desejou
receber um carro como pagamento pelas notas americanas.
O que aconteceu aqui? A pessoa do exemplo fez uma venda de dólares, e recebeu
o pagamento em automóvel. Mas ao mesmo tempo podemos considerar o que
normalmente ocorre, ou seja, houve uma compra de um carro, e o pagamento
aconteceu em dólares. No Forex, ao negociarmos moedas, cada uma com seu valor
cotado, há dois bens sendo negociados, e dessa forma qualquer operação
envolverá SEMPRE uma compra e uma venda ao mesmo tempo, seja da visão do
comprador ou do vendedor. No mercado de câmbio, quem adquire moedas,
também está vendendo outra. E quem deseja vender moedas, da mesma forma
estará comprando outra divisa.
No Forex é assim: quem compra uma moeda, paga em outra (faz também uma
venda). E a outra ponta da negociação, o banco por exemplo, faz uma venda de
uma moeda, e recebe por isso em outra (faz também uma compra). Nos próximos
capítulos, com exemplos práticos, você vai compreendendo melhor essa ideia.
Assim, com dinheiro indo e voltando, há duas operações simultâneas toda vez que
uma negociação é realizada no Forex. SEMPRE, sempre será assim, para cada
compra, haverá uma venda.
Por isso dizemos que as moedas são negociadas em pares. No exemplo mais acima,
teríamos o par de moedas Libra/Iene, ou, usando os símbolos mostrados no
capítulo anterior, houve uma negociação no par GBP/JPY, ou GBPJPY, sem a barra.
Quando alguém por exemplo compra euros e paga em dólares, há uma
negociação, um trade, no par EURUSD.
O Brilhante Funcionamento do Mercado de Câmbio

Especulativo
Voltando ao exemplo do trader europeu que desejava comprar libras pagando em

ienes, poderia ser que ele NÃO tivesse JPYs para usá-los na aquisição das libras.
Sem ter como pagar, como, então, ele vai conseguir realizar essa operação? A
resposta para essa pergunta é a brilhante funcionalidade do Forex.
Ao negociar em uma corretora, e informar o intuito de realizar essa negociação, a

instituição não vai exigir que ele tenha a disponibilidade de ienes.
“Não??” Não!
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Não precisa. A instituição fará um empréstimo de ienes para o trader para que ele
possa, assim, fazer a compra de libras na própria corretora! De posse dos ienes, o
trader paga normalmente pelas libras, fazendo a operação que tanto deseja.
Essa explicação do processo de funcionamento do Forex é importante para que

você entenda a essência da negociação no mercado. Mas fique tranquilo que ainda
estudaremos a fundo os detalhes dessa transação como custos, taxas, spreads, e
como fica quando o trader quiser encerrar a operação e realizar seu lucro.
Principais Pares de Moedas
Agora que você já entendeu que toda negociação no Forex será na forma de par de
moedas, vamos ver quais são as principais paridades negociadas nesse ambiente.
Como dito anteriormente, o dólar, USD, é a moeda mais importante do mercado de

câmbio, tendo em vista todo o potencial dos Estados Unidos. Logo, os principais
pares do Forex, também conhecidos como majors, serão formados pela junção das
principais moedas, citadas no capítulo anterior, com o dólar americano. São eles:
EURUSD, GBPUSD, AUDUSD, NZDUSD, USDCAD, USDCHF, USDJPY.
Entre as outras moedas, ou seja, sem considerar o USD, também há pares que
podem ser negociados, como o exemplo que dei da libra versus o iene, ou GBPJPY.
Quando um par não contém o USD em sua composição, ele é chamado de par
cruzado. Também conhecidos como minors, os principais cruzamentos dessas
moedas são:
• EURGBP, EURAUD, EURNZD, EURCAD, EURCHF, EURJPY

• GBPAUD, GBPNZD, GBPCAD, GBPCHF, GBPJPY
• AUDNZD, AUDCAD, AUDCHF, AUDJPY
• NZDCAD, NZDCHF, NZDJPY
• CADCHF, CADJPY
• CHFJPY
Portanto, ao todo temos 28 pares mais negociados no Forex, 7 com o dólar

americano, e 21 pares sem o USD. De todos as 28 paridades, a mais negociada é o
EURUSD, e isso o torna o mais líquido, sendo, portanto, o queridinho do mercado
de câmbio.
Cada par tem determinadas características, que você aprenderá ao longo de sua
caminhada no mundo do trading. Mas posso te adiantar que, por exemplo, o
EURGBP costuma ter pouca volatilidade; já o GBPUSD é bastante volátil. Alguns
traders entendem que o USDJPY segue mais os padrões de preço conhecidos;
outros operadores entendem que o CHF não gosta de seguir esses padrões de
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comportamento do mercado. Algumas dessas características serão bem visíveis

diariamente, outras vão muito da opinião de cada participante do Forex. Cabe a
você estudar os pares, e identificar quais se encaixam melhor na sua estratégia.
Você aprenderá mais sobre essa verificação ainda neste livro.
HISTÓRIA DO FOREX
A título de curiosidade é bom sabermos como tudo isso começou. Em 1876 um

modelo de troca de moedas baseada no ouro teve início, o famoso “Padrão Ouro”.
Todas as moedas do mundo precisavam ter sua cotação baseada nesse metal. A
intenção por trás disso era que as cotações das moedas ficassem estabilizadas com
base na cotação do ouro. A Inglaterra, por ser a grande potência da época, e
Londres o grande centro financeiro do mundo, impôs o padrão ouro naquele
tempo.
Internacionalmente, o padrão-ouro significou que os países participantes adotariam

um regime cambial fixo. Cada país fixou, então, o valor de sua moeda em relação a
uma quantidade específica de ouro. Essas nações também se comprometeram a
elaborar e pôr em prática políticas monetárias de compra e venda de ouro, de
modo a preservar a equiparação da moeda com o metal.
Porém, apesar te ter sido uma intenção boa, esse modelo gerou complicações com
o surgimento da Primeira Guerra Mundial. Nessa época os países europeus não
tinham ouro suficiente para sustentar a quantidade de dinheiro que estava sendo
emitido com vistas a pagar os grandes projetos militares. Entre a Primeira e a
Segunda Guerra, o mundo viveu um período caótico para cotar adequadamente
suas moedas.
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Interessante que mesmo tendo seu modelo abandonado, o ouro sempre se

manteve como padrão-teórico para estabelecer o valor intrínseco de várias moedas,
somente não é mais o método oficial utilizado.
Para saber como de fato nasceu o Forex, vamos primeiro e rapidamente entender o
que foi o "Sistema Bretton Woods" que aconteceu em 1944. Após o fim da Segunda
Guerra, e tendo os Estados Unidos se firmado como nova potência mundial, o país
impôs ao mundo o dólar como moeda internacionalmente reconhecida, e se
colocou como tendo a supremacia no campo monetário e de finanças mundiais.
Com o acordo de Bretton Woods ficou estabelecido que as moedas do mundo
teriam as cotações com base no dólar, e o dólar teria sua cotação com base no
ouro.
Com isso, após abandonar o modelo do padrão ouro, os países decidiram então ter
taxas de câmbio fixas, e que resultariam do dólar americano como principal moeda
de reserva, e que o dólar seria a única baseada no ouro. Isso significava que o
‘Padrão-Ouro’ ainda que indiretamente, tinha influência nas taxas de câmbio. Nesse
período, países do mundo todo mantiveram reservas em dólares americanos.
Quando solicitado, os EUA recebiam de volta os dólares, e pagava em ouro.
Os Estados unidos permaneceram trocando ouro por dólares até meados de 1971.
Nesse ano, a França e outros países europeus começaram a esvaziar suas reservas
de dólares o máximo possível, resgatando ouro, tudo para diminuir a influência do
Tio Sam no exterior. Com isso, os EUA declararam que não trocariam mais ouro por
dólares norte-americanos mantidos em reservas estrangeiras, e esse fato marcou
oficialmente o fim do Sistema de Bretton Woods. O colapso desse sistema fez com
que houvesse uma aceitação global das taxas de câmbio flutuantes em 1976. Esse foi
de fato o nascimento do FOREX.
A partir de então, o sistema monetário internacional seria constituído de pura

moeda-fiduciária, que são títulos não conversíveis, ou seja, não é lastreado em
nenhum metal (ouro, prata p.ex.). O valor da moeda-fiduciária vem da confiança
que as pessoas têm em quem emitiu o título. Esse título pode ser dinheiro em papel,
cheque, título de crédito etc.
O câmbio flutuante é um sistema cambial em que o valor das moedas flutua, varia,
de acordo com a oferta e a demanda do mercado. Se muita gente quer comprar
determinada moeda, seu valor aumenta. Todavia se mais pessoas estiverem
dispostas a vendê-la, seu valor diminui. É assim que funciona no Forex, e você terá
plena aprendizagem desse processo, e de como ganhar dinheiro com essas
‘flutuações’.
19
O QUE É O FOREX TRADING ?
Trading é a palavra em inglês para “negociação”.

E a troca de moedas no mercado internacional
de divisas, feita através de negociação, é
comumente conhecida como Forex Trading.
Porém o trading no Forex diz mais respeito às

operações realizadas por traders de varejo (eu e
você), em que há uma especulação no preço de
uma moeda em relação a outra, com o intuito do lucro com a valorização, ou mesmo
a desvalorização da moeda. Sim, você leu corretamente, é possível ganhar dinheiro
se uma moeda desvalorizar também. Mas isso será explicado com bastante clareza
mais à frente.
Por exemplo, suponha que um japonês acredite que o dólar americano irá valorizar
em relação ao Iene, nesse caso ele pode comprar o par de moedas USDJPY a um
preço inferior, e torcer para que após um determinado tempo o valor do par suba e
ele possa vendê-lo a um preço superior, obtendo lucro com essa operação. Esse
processo já foi explicado em linhas gerais em capítulo anterior, mas é importante
frisar que as negociações são sempre feitas em pares, em que uma moeda é
adquirida, e para pagar essa aquisição outra moeda deve ser entregue.
Porém, se ao efetuar uma compra no par USDJPY acontecer de o dólar desvalorizar,

então o investidor comprou a um preço, e então o preço do par BAIXOU, fazendo
com que haja um prejuízo. É importante que você entre nesse mercado consciente
dos riscos a que estará envolvido, pois no Forex não há somente recompensa, mas
também prejuízos em potencial.
Nessa operação de compra de dólar e entrega de ienes, se a cotação do Dólar/Iene

cair, ou seja, se o preço do dólar em relação ao iene diminuir, então quem tiver feito
essa compra estará agora com um prejuízo. Isso quer dizer que se vender os
dólares visando resgatar os ienes, terminará com menos ienes do que quando fez a
operação.
Ao se tornar um Trader no Forex, o desejo é de ganhar dinheiro, e com isso o

intuito é conseguir operações lucrativas, evitando as perdas. Porém como dito,
perdas sempre existirão, são inevitáveis. Mas existe um segredo de como superar os
prejuízos e ter lucros como saldo final. O objetivo desse livro é exatamente te
ensinar esse caminho.
20
Liquidez do Mercado Forex
Quando se negocia dessa forma, acreditando na valorização de determinada

moeda em relação à outra, e depois de um tempo realiza-se uma operação inversa
para reaver o dinheiro inicialmente investido mais o lucro, houve uma “Especulação”.
Essa atividade é predominante no Forex, ou seja, há muito mais pessoas comprando
para lucrarem com a variação das cotações, do que aqueles que apenas querem
viajar para a Disney, ou mesmo uma empresa que deseja comprar insumos em
outro país.
____________________________________________________
“A especulação é predominante no Forex.

Há muito mais pessoas comprando
para lucrarem com a variação das cotações,
do que aqueles que apenas
querem viajar para a Disney”
____________________________________________________
Essas pessoas negociando diariamente, e na quantidade gigantesca mencionada no

início do capítulo, torna o mercado Forex o mais líquido do mundo. Liquidez
significa a capacidade de um ativo ser transferido a outro proprietário. Se for
facilmente transferível, é mais líquido. Por exemplo, o que é mais fácil, simples e
rápido de vender, uma casa ou um carro? Em condições normais, é mais fácil
vender o carro, logo o bem ‘carro’ é mais líquido do que o bem ‘casa’. E isso ocorre
porque há sempre mais pessoas comprando e vendendo carros, do que pessoas
negociando casas.
Portanto, como no Forex há milhões de pessoas diariamente comprando e

vendendo, na casa de trilhões por dia, não há outro mercado que se compare ao
Forex no que diz respeito à liquidez. Se você quiser comprar dólares, é muito fácil
achar quem esteja vendendo. Isso se tratando do mercado interbancário, pois não
adianta nada comprar dólares e ir ao centro de sua cidade ou mesmo de porta em
porta tentar vender, que nesse caso será o ativo menos líquido do mundo! Mas no
ambiente do mercado de câmbio, uma negociação de moeda é feita tão
rapidamente que não leva nem um segundo para ser concretizada, há sempre
alguém do outro lado da negociação ansioso para vender suas moedas.
21
COMO SE GANHA
DINHEIRO NO FOREX ?
Como dito em tópico anterior,

compra-se moedas de um país por
acreditar que sua economia vai bem,
e que pode melhorar ainda mais. Por
exemplo, se eu compro U$ 10 mil
dólares, pagando por eles R$ 56 mil, estando o dólar cotado a R$ 5,60 reais, caso o
dólar valorize em relação ao real e atinja uma cotação de R$ 6,00, então meus U$ 10
mil dólares agora valem R$ 60 mil reais, ou seja, R$ 4 mil a mais do que eu usei para
comprar. Se por ventura eu decidir vender esses dólares, eu terei meus R$ 56 mil reais
de volta, e mais um lucro de R$ 4000 reais, totalizando R$ 60 mil.
Repare que as negociações no Forex, como mencionado anteriormente, sempre são

negociadas em pares, pois sempre haverá a troca de uma moeda pela outra. Essa
sistemática é diferente de negociar ações, por exemplo. Quando compramos uma
ação, pagamos por ela seu preço determinado no momento da aquisição. Caso ela
valorize e seu preço aumente, ao vendermos essa ação teremos o valor que
tínhamos antes de adquirir, e mais o lucro referente a essa venda. Por exemplo,
alguém que compre um lote de 100 ações da Petrobrás a R$ 25 reais, pagará por
elas R$ 2.500,00. Se o preço da ação aumentar R$ 5,00, atingindo R$ 30 reais, então
ao vender as 100 ações, o investidor terá recebido R$ 3.000,00. Esses 3 mil reais
representam os R$ 2.500 investidos inicialmente, mais R$ 500 reais de lucros pela
negociação, ou seja, R$ 5,00 reais extras por cada ação na carteira.
É através da especulação com a variação das cotações dos pares de moedas que
nós, traders, podemos auferir lucros com as negociações no mercado Forex.
VANTAGENS DO MERCADO DE CÂMBIO
O Forex possui diversas vantagens em relação a outros

mercados. Esses benefícios o tornaram famoso nos últimos
anos, e cada vez mais pessoas desejam conhecer e operar
o Foreign Exchange Market. As principais comparações são
em relação a bolsas de valores no mundo todo. Enquanto as bolsas têm limitações
incômodas, o Forex vem para quebrar essas barreiras e tornar o trading um
atividade bastante flexível e livre de amarras. A seguir, listo algumas das vantagens
mais importantes.
22
Funciona 24 Horas por Dia
Sim, o Forex não dorme, pelo menos de domingo à noite até sexta-feira, por 5 dias
na semana, o mercado de câmbio está acordado o tempo todo. Isso acontece
devido a sua característica planetária, já que a todo momento há alguma sessão de
mercado financeiro aberta no mundo. Enquanto dormimos no Brasil, os japoneses e
australianos estão fazendo a festa e ganhando dinheiro ao operarem em suas bolsas
e mercados locais. Quando os nipônicos e conterrâneos dos cangurus vão dormir, é
a vez do Tio Sam e do Big Bem entrarem em ação, já que EUA e a Inglaterra
funcionam em horários diferentes. Em outro capítulo você aprenderá sobre o
horário das sessões no Forex.
Nas bolsas pelo mundo existe o chamado “morning bell”, o famoso sino que dava
início à abertura da bolsa de valores. Hoje, apesar de ser tudo feito eletronicamente,
o efeito do ‘morning bell’ ainda persiste, marcar o início do pregão diariamente. No
Forex o que se tem é a abertura da semana, mas todos os dias não precisamos de
um sino que nos avise quando o ‘pregão’ vai abrir, pois simplesmente ele não
encerra!
Alta Alavancagem
Apesar de ser uma faca de dois gumes, a

alavancagem, se usada corretamente, se
torna sem dúvida a melhor vantagem
desse mercado. É com essa alavancagem
que conseguimos operar no mercado, e
auferir lucros com o mais simples dos movimentos na variação do preço de algum
par de moeda. Para você ter uma ideia, as corretoras hoje em dia permitem operar
com alavancagens de 500 vezes o valor depositado na conta, com algumas
chegando a oferecer até 2000 vezes. Por exemplo, se o trader deseja adquirir U$
100 mil dólares, basta ter na sua conta uma quantia de U$ 200! Com isso o trader
fica livre para manter o restante do seu dinheiro onde quiser, não precisa nem deve
ficar todo em uma corretora. Esse assunto será mais aprofundado no tema “Gestão
de Capital”. O objetivo desse livro é te fazer aprender o segredo de usar essa e
outras vantagens do Forex sempre a seu favor.
No mercado de ações, operar alavancado é difícil e rodeado de burocracia. Tanto as

corretoras como os reguladores de mercado dificultam bastante o crédito a
investidores. A consequência disso é que só é possível ter lucros maiores se o
investidor tiver um capital significativo alocado, separado, em cada ação, ou mesmo
se ficar com uma ordem por bastante tempo e o ativo da carteira valorizar bem.
23
Outro benefício atrelado à alta alavancagem, é que não é preciso ter muito dinheiro
para começar a operar. Com apenas poucos dólares você já pode abrir uma conta e
negociar tranquilamente. Obviamente, mesmo com a alavancagem, se o capital for
muito pequeno, não será possível negociar grandes valores. De qualquer forma,
antes de começar operar com dinheiro real nesse mercado, há um caminho a ser
seguido, e você precisar estar preparado.
Grande Liquidez
Como explicado anteriormente, o

mercado Forex é o mais líquido do
mundo. Devido a essa característica,
ordens são executadas em questão de
milissegundos. Ou seja, sempre que
você desejar operar nesse mercado, haverá alguém prontamente disposto a negociar
com você. E não é preciso nem conhecer o outro lado da transação, é tudo feito
eletronicamente.
Por outro lado, nas bolsas de valores por vezes a compra da ação demora um
tempo, e dependendo do preço e quantidade que você quiser comprar, pode levar
um tempão! Alguém que queira comprar R$ 500 mil em ações terá uma certa
dificuldade, pois a bolsa precisará encontrar compradores para esse alto volume
negociado de uma única vez. No Forex, ordens na casa de milhões são executadas
quase que instantaneamente.
Baixo Custo
O custo para operar no Forex não se compara a outros mercados. As

corretoras do mercado de câmbio ganham através de spreads e
comissões. Mas se você abrir uma conta em uma boa corretora, esses valores serão
mínimos, e não vão afetar sobremaneira sua negociação. Em mercados de ações,
além de emolumentos e taxa de manutenção cobrados pela administradora, você
ainda paga taxa de corretagem. Outro benefício interessante é que as corretoras de
Forex disponibilizam gratuitamente para você o acesso a diversas plataformas, como
o Metatrader por exemplo. Além disso é possível abrir contas demonstrativas e ir
treinando operar nesse mercado, também sem custo algum. Enquanto nas bolsas, é
difícil achar uma corretora que ofereça esse serviço sem pagar nada por ele.
Outras Vantagens
- Menos pares de moedas para manter a atenção em vez de milhares de ações
24
- Liberdade de operação em qualquer parte do mundo, somente precisando de um

notebook e uma conexão com a internet
- A volatilidade do mercado permite que os traders lucrem com o mercado indo

para qualquer direção. A mesma facilidade que o trader encontra em comprar um
par de moeda, ele também encontra em vender. Dessa forma é possível lucrar tanto
na alta, quanto na queda.
PORQUE O FOREX É TÃO ATRATIVO ?
Ser um trader do Forex te dá a chance de fazer crescer seu patrimônio

significativamente, e com um grande capital investido e rendendo bem, é possível
ter um tipo de estilo de vida incrivelmente satisfatório. Imagine-se trabalhando
somente com um laptop, em qualquer lugar do mundo, e auferindo rendimentos
somente com o mover dos preços no mercado. Sem precisar bater ponto, sem
precisar passar horas trabalhando, sem o incômodo de ter que lidar com os mais
variados ânimos de pessoas no trabalho; tendo tempo para sua família, sua vida,
seus hobbies, enquanto seus rendimentos dos investimentos entram para pagar
suas contas.
Bom, não é fácil alcançar esse nível, mas é plenamente possível, desde que você seja
uma pessoa disciplinada e determinada. Também não é algo a se buscar agora no
início da caminhada, levará alguns anos para atingir esse patamar.
25
Abaixo eu relaciono algumas características dos traders de sucesso que você

precisará adotar. É basicamente uma lista das habilidades que você tem que
desenvolver para atingir o nível de sucesso que almeja nesse mercado.
Dedicação: é preciso se esforçar da maneira correta para ser o melhor trader de

Forex possível
Disciplina: a consistência no trading vem de uma

abordagem firme e mecânica, sem desvios
quanto ao tratamento do mercado. É a disciplina
para seguir à risca seu planejamento, sem vacilar
Confiança: de acreditar em você mesmo e no seu sistema utilizado. É não ter medo
da incerteza que impera no mercado financeiro, e dos mais variados resultados
possíveis
Foco: em seguir o plano, não desviando sua atenção para qualquer outra coisa fora
dele. Concentração no planejamento é a chave para a disciplina
Lógica: para visualizar o movimento dos preços de uma forma objetiva e sem
complicações
Organização: que cria hábitos de trading positivos, que devem ser reforçados
continuamente
Paciência: para aguardar o seu sistema mostrar o sinal, durante o tempo que for
preciso, se mantendo firme enquanto espera. É saber se manter quieto, e não pular
dentro de um trade por emoção e achismos.
Realismo: para entender a realidade do mercado e do trading; compreender e

aceitar que leva tempo até atingir o sucesso
Autocontrole: para evitar emoções que atrapalhem seu foco e disciplina, que
inevitavelmente levariam a perder a paciência e errar na execução de seu plano. É se
manter firme para não cair no perigo do overtrading, nem operar arriscando demais
Como traders, podemos aproveitar a alta alavancagem, liquidez e volatilidade do

mercado Forex, aprendendo e dominando de forma eficiente uma estratégia de
negociação, construindo um plano de negociação eficaz em torno desse sistema, e
seguindo-o com uma disciplina sólida como uma rocha.
De antemão já fique sabendo que o gerenciamento de risco é a chave para o

sucesso. Alavancagem é uma faca de dois gumes, pois pode te fazer ter altos lucros,
26
como também fazer você perder muito dinheiro rapidamente. A chave para o
gerenciamento de risco adequado no Forex é SEMPRE saber o risco envolvido, a
exata quantia de dinheiro que pode perder em um trade ANTES de entrar em uma
operação. E mais, estar TOTALMENTE tranquilo com a possível perda dessa quantia,
pois qualquer trade pode ser uma operação perdedora.
ALERTA
Antes de finalizar essa parte inicial, é necessário um alerta muito importante.

Embora o Forex seja um mercado gigante e cheio de oportunidades para ser
lucrativo, preciso avisar a você que existe tanto um grande potencial de lucros,
como potencial de perdas. É comum as pessoas virem para o Forex pensando
apenas nas recompensas e ignorando completamente os riscos envolvidos. Se você
quer ter sucesso no Forex, e ter o estilo de vida dos traders de sucesso, é crucial que
você entenda que qualquer trade, qualquer operação, pode dar prejuízo. A chave
está em saber gerenciar esse risco adequadamente, assumindo as perdas quando
ocorrerem, e se manter disciplinado na execução do plano.
27

CAPÍTULO 2
ENTENDENDO AS
COTAÇÕES
28
CAPÍTULO 2 - ENTENDENDO AS COTAÇÕES
Um conhecimento bastante importante para se aprender nesse início de caminhada

de trader no Forex é sobre as cotações dos pares, pois é a partir delas que todo o
seu operacional será realizado.
A taxa de câmbio entre as moedas de dois países é estabelecida através da cotação.

Essa relação existente se dará em forma de PAR DE MOEDAS. É através do par de
moedas que fixaremos um valor único, indicativo de quanto vale a cotação.
Explicando melhor: cotação será o resultado da "divisão" de

uma moeda pela outra.
Por exemplo, quantos dólares eu consigo com 100 euros. Em março/2021, com 100
euros você conseguia aproximadamente 120 dólares. Como a cotação será a divisão
de uma moeda pela outra, iremos pegar a moeda em qual estamos
nos baseando, no caso o euro, e dividir a outra moeda, aquela que queremos saber
a quantidade que podemos conseguir, o dólar. A moeda que estamos nos
baseando, o euro, será colocado "na base" da divisão.
29
Teremos então:
120 Dólares / 100 Euros
Ou seja, temos 120 dólares e dividimos por 100 euros, o resultado será:
120 dólares / 100 euros = 1,20
1,20000 é a COTAÇÃO do EURO (moeda base) em relação ao DÓLAR.
Isso quer dizer que cada 1 Euro equivale a 1 Dólar e 20 centavos, ou U$ 1.20*
*Repare no ponto, em vez da vírgula. Isso é importante para evitar confusões. O

sistema decimal americano e de diversos países ao redor do mundo é diferente do
brasil. Aqui no país usamos a vírgula (“,”) para separar as casas decimais dos
números inteiros, e o ponto (“.”) para separar os milhares. Nos EUA, porém, é o
contrário. O ponto separa as casas decimais, e a vírgula separa os milhares. Então, se
aqui no Brasil R$ 10 mil reais seriam representados por R$ 10.000,00, nos EUA U$ 10
mil dólares seriam U$ 10,000.00
Perceba a nomenclatura, ao dizer "COTAÇÃO DO EURO", significa que o euro será a

moeda base. Mas essa nomenclatura é apenas a abreviação de "Cotação do
euro em relação ao dólar". A partir de agora não se esqueça que NUNCA uma
moeda será cotada sozinha, sempre aparecerá acompanhada. E não esqueça que
a moeda cotada ("Cotação DO EURO") já nos mostra quem é a moeda base da
história.
30
Mas esse exemplo foi apenas para ilustrar. No dia-a-dia o que ouvimos sempre já é
a cotação de algum par de moedas. É comum ouvirmos "a cotação do dólar fechou
o dia em R$ 5,60", nesse caso ouvimos "COTAÇÃO DO DÓLAR", então já sabemos
que a moeda base da relação será o dólar. E a moeda que o acompanhará será o
REAL brasileiro (Veja o símbolo “R$”)
Logo, se a cotação DO DÓLAR em relação ao real é R$ 5,60, isso quer dizer que
cada 1 DÓLAR equivale a 5 reais e 60 centavos. Ou podemos dizer que U$ 1 dólar
compra R$ 5,60 reais.
NOMENCLATURA
Na hora de escrever o nome dos pares, a moeda base aparecerá primeiro, e a

moeda que aparecer em seguida será chamada de "Moeda de Cotação".
Talvez isso pode estar gerando uma certa confusão na sua mente, tipo, "como a
moeda base” será a moeda COTADA, e a outra moeda do par será a MOEDA DE
COTAÇÃO??"
Para eliminar essa dúvida, pense da seguinte maneira. Como a cotação do EURO
em relação ao DÓLAR é de U$ 1.20, então o EURO é a moeda base, ela será a
moeda cotada. Mas cotada por quem? Pelo dólar! Logo, o Dólar será a moeda que
vai cotar, ou seja, o dólar será a moeda de cotação.
A moeda base é COTADA, e a moeda de cotação é a que COTA (faz a cotação).
NA PRÁTICA
Se você comprar euros em relação ao dólar, ou seja, comprar EUR/USD, a taxa de

câmbio vai te dizer quanto de dólares você vai ter que dispor para pagar pelos
euros que deseja comprar.
31
Por exemplo se você quiser comprar 1000 euros, sendo a cotação 1.20 então você
precisará dispor de:
1000 * 1.20 = 1200,00 dólares
Basta multiplicar a quantidade da moeda base pela cotação, e você terá a resposta.
Lembrando que na cotação simples geralmente aparecem somente duas casas

decimais (pois ninguém negocia na padaria valores menores que 1 centavo, não
é?), mas no Forex você verá 5 casas decimais: 1.2000. Isso se aplica aos pares de
moedas que não tenham o Iene japonês. Os pares com o Iene terão 3 casas
decimais.
Digamos que você queira comprar U$ 1000 dólares, só que agora em relação ao
iene japonês. A cotação do dólar em relação ao Iene é de 110.90, como ficaria esse
cálculo?
Primeiramente vamos montar o par.
- Quem é a moeda base? A moeda base será a moeda cotada, e a moeda cotada
encontramos no texto "Cotação DO DÓLAR". Logo o dólar será a moeda base, e o
iene será a moeda de cotação, já que é o iene que está "cotando" o dólar.
O par então é USD/JPY.
32
*Não se preocupe, com o tempo a nomenclatura dos pares ficará automática para
você, sem precisar passar por esse processo
Já temos nossa cotação e já sabemos quem é a moeda base, o dólar. Então o

cálculo seria:
U$ 1000 dólares * 110.90 ienes (Cotação) = 110900 ienes
Isso mesmo que você viu, U$ 1000 dólares valem 110 mil e 990 ienes!
"Mas como vou comprar dólares, se eu não tenho ienes??"
No Forex, através das corretoras, todo o processo é automático, isso significa que
ela fará todos os cálculos para você. Se você quer comprar dólares em relação ao
iene, pois acredita que os Estados Unidos estão melhor economicamente do que o
Japão, então você precisa comprar o USDJPY, e não outro par. Caso você quisesse
comprar dólares em relação ao Franco Suíço, por acreditar que os Estados Unidos
estão melhor do que a Suíça, precisará comprar o par USDCHF. E assim com todos
os pares.
A corretora fará toda a transação COMO SE você tivesse ienes, não importa qual a
moeda da sua conta. Lembra do exemplo no capítulo anterior?
33
Você pode ter sua conta em euros, em dólar, em libras esterlinas, ou qualquer outra
moeda que a corretora permitir, você poderá operar QUALQUER par
disponibilizado na plataforma.
Se servir de exercício rápido, tente ver quantos dólares canadenses (CAD) são
necessários para comprar U$ 1000 dólares americanos (USD). Considere a
cotação do dólar americano em relação ao dólar canadense sendo 1.32000.
Agora só para complicar um pouquinho (mas você facilmente saberá), descubra

quantas libras esterlinas (GBP) são necessárias para comprar 10.000 euros (EUR). A
cotação do EURO em relação à libra esterlina sendo de 0.87680.
34
PREÇO BID E PREÇO ASK
As cotações nas corretoras sempre aparecem em dois valores, e você já deve ter se
perguntado o porquê. Para entender o que são, primeiro você precisa entender o
que é spread. Spread nada mais é que a diferença cobrada pela corretora para que
se possa operar no mercado, é uma das formas pelas quais ela lucra.
A diferença do ASK menos o BID será o Spread:
ASK - BID = Spread
ASK é o preço "pedido" pela corretora, ou seja, se você quiser comprar algum par,
precisará pagar o preço que a corretora está pedindo para aquele par.
BID é o preço "ofertado" pela corretora, ou seja, se você quiser vender algum par,
precisará pagar o preço que a corretora está ofertando para aquele par.
35
"Mas peraí, como assim 'vender algum par'?"
Eu sei, não chegamos lá ainda, mas chegaremos. Por hora fique apenas com o que
disse no primeiro capítulo e primeira aula, de que é possível operar em ambos os
lados, comprado ou vendido. Essa é mais uma vantagem do Forex, pois tanto com o
mercado em alta como em baixa é possível obter lucros.
Mas isso fica para o próximo capítulo.
36

CAPÍTULO 3
COMPRAR E VENDER?
37
CAPÍTULO 3 - COMPRAR E VENDER

Toda lógica de operar nos mercados é para
fazer lucros, e lucros no trading se
conseguem através de duas formas básicas:
- Comprar a um preço inferior e depois
vender a um preço mais alto;
- Vender a um preço superior e depois
recomprar a um preço mais baixo;
Quanto à primeira forma creio que não há problemas, pois é fácil entender que se
você comprar algo 'barato' e vender mais caro, a diferença será lucro no seu bolso.
Já para a segunda forma de ganhar dinheiro nesse mercado, vendendo, é onde
algumas pessoas podem ter uma certa confusão, mas este guia irá tirar essa suas
dúvidas de uma vez por todas.
COMO É POSSÍVEL LUCRAR COM AS VENDAS ?
Para entender como se lucra com vendas no Forex, vamos passar por algumas
etapas devagar. Primeiro imagine-se sendo possuidor de um carro popular
qualquer, que tenha boa vendabilidade no mercado. Você decide vendê-lo então
por R$ 30 mil reais.
1 mês após a venda do veículo, o comprador retorna para você alegando problemas
financeiros, e pergunta se você não quer recomprar o veículo que antes era seu. Daí
você diz que sim, porém só recompra se ele o vender a você por R$ 25 mil reais.
Digamos que ele concorde e você pague para ele somente os R$ 25 mil acordados.
Nesse momento você tem o mesmo bem que tinha antes, porém tem R$ 5 mil reais
a mais, o que aconteceu foi que você teve um lucro fazendo uma operação
primeiramente de venda, e depois de recompra de um bem.
38
"Mas e como vou vender algo que ainda não tenho??"
De fato, quando operamos 'vendidos' no mercado financeiro nós não dispomos

inicialmente do que desejamos vender. Para melhor entendimento da venda no
Forex, vamos ver primeiramente como funciona a opção da "venda" no mercado de
ações, para termos uma ideia inicial.
Nas bolsas de valores ao redor do mundo é possível operar vendido também,

porém não é tão comum quanto operar comprado. Mas quando se consegue essa
alternativa de operar vendendo uma ação, o que a corretora faz é "emprestar" a
quantidade de ações que alguém deseja vender. De posse dessas ações
'emprestadas', o trader vende ela por um valor que acredita estar superfaturado,
caro demais, e espera que seu preço baixe. Ao efetuar a venda recebe um dinheiro
por isso e mantém ele na carteira.
Após algum tempo com a operação aberta, caso o preço da ação de fato tenha
diminuído, então o trader vai lá e fecha a operação, que nada mais é
que recomprar as mesmas ações que vendeu antes, afinal a corretora irá cobrá-lo
para devolver essas ações posteriormente. Como explicado antes no exemplo da
venda do carro, dessa vez as mesmas ações que vendeu custarão um valor menor
do que foram vendidas no início, essa diferença será o lucro do trader.
Será lucro pois inicialmente o trader tinha essa mesma quantidade de ações, mas
nenhum dinheiro (digamos assim), e após recomprar o igual número de ações,
agora mais baratas, ele terá exatamente a mesma quantidade de papéis que pegou
emprestado da corretora, e poderá devolver normalmente. Só que por ter
comprado elas mais barato do que vendeu, e ter gastado menos agora, SOBROU
dinheiro com ele. Ou seja, ele recuperou as mesmas ações, e ainda ficou com algum
dinheiro como diferença. Essa diferença é o lucro que o trader teve na venda.
Minha dica é que releia o parágrafo anterior, pois no Forex de varejo, o mercado
que negociamos de fato, as operações são plenamente baseadas no conceito acima
tratado. Ainda nesse capítulo você verá como operamos através de contratos, em
que nenhum dinheiro passa por nossas mãos, e apenas auferimos o lucro, ou
pagamos o prejuízo proporcional ao tamanho da negociação que pretendemos
realizar. Agora retornamos à explicação anterior.
A corretora então "toma de volta" as ações emprestadas e o trader fica com os

lucros. Coloquei "toma de volta" entre aspas pois no mercado de Forex para nós,
traders de varejo, tudo acontece hipoteticamente, a corretora não precisa de fato
passar o dinheiro para o trader vender, ela apenas “considera que emprestou”, e
que depois recebeu de volta. Pois bem, você acabou de aprender como se faz
dinheiro "vendido" no mercado financeiro.
39
"Tá, e no Forex??"
Depois dessa longa, mas importante explicação, vamos agora ao que interessa,
como funciona esse negócio no Forex??
No mercado de câmbio as moedas são negociadas sempre em PARES, como você

viu na aula passada. Pois bem, como estamos negociando dinheiro com dinheiro,
vai haver dinheiro indo e voltando. Como assim? Quando compramos um par de
moedas, o que acontece é que estamos comprando a moeda base, a primeira do
par, e vendendo a moeda de cotação, a segunda do par. Mas quando vendemos
um par, estamos vendendo a moeda base e comprando a moeda de cotação.
Vamos usar como exemplo o EURUSD, euro versus dólar. Digamos que você
queira COMPRAR 1000 euros. Já vimos que com a cotação a 1.20, 1000 euros vão
custar U$ 1200 dólares. Pois bem, ao efetuar essa compra você precisará dispor de
U$ 1200 dólares, que você vai entregar à corretora para poder pegar os seus euros
adquiridos. Nesse momento a corretora estará COMPRANDO dólares de você, isso
mesmo! A corretora está efetuando uma ordem de COMPRA de seus dólares,
porém a corretora está te pagando em EUROS! É sempre o inverso para a corretora.
Viu que é uma via de mão dupla? Ao mesmo tempo em que você ADQUIRE euros,
você está vendendo seus dólares para a corretora, que está comprando de você
esses dólares. A COMPRA que você faz, de euros, você paga para a corretora em
dólar, e a compra que a corretora faz a você (e nesse caso você está VENDENDO), a
corretora paga para você em euros. Dessa forma todo mundo sai satisfeito, você
que queria comprar euros usando dólares, e a corretora, que quis te vender os
euros, e ao mesmo tempo acabou comprando seus dólares.
Se ainda não ficou claro, no próximo exemplo espero que esclareça.
Vamos agora para um exemplo inverso, em que você efetuará uma VENDA do par
EURUSD. Digamos que você queira vender a quantia de 1000 euros, porque
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entende que o euro vai desvalorizar diante do dólar, nesse caso você precisa vender
o par EURUSD. Mas sua conta é em dólar (supomos), então como é que você terá
euros para vender para a corretora, não é mesmo? Lembra do exemplo das ações,
pois bem, a corretora então vai te emprestar euros, na exata quantia que você
quiser vender, isto é, 1000 euros.
De posse desses 1000 euros que pegou ‘emprestado’, você então vai vendê-los, que
é sua pretensão inicial, VENDER. Aí a corretora vai COMPRAR de você esses euros.
Como eu disse no começo, para toda operação no Forex, a corretora fará uma
operação inversa, para cada compra há uma venda, e para cada venda há uma
compra respectiva.
Para comprar de você seus 1000 euros a corretora te pagará EM DÓLARES, mas ela
pagará em dólares porque é a segunda moeda da cotação, e não por desejo da
corretora. Fique atento: Se essa operação fosse por exemplo no EURGBP, você
venderia os euros para a corretora e ela te pagaria em libras, e não em dólar.
Mas ok, ela te comprou esses euros que você quis VENDER e você recebeu em
dólares o valor da cotação. Agora você tem U$ 1200 dólares (considerando a
cotação 1.20000), e a corretora está com seus 1000 euros que você vendeu para ela.
Digamos que depois de uma semana, a cotação do EURUSD tenha ido para 1.15, e
você decide recomprar os 1000 euros que vendeu para a corretora. Nesse momento
você vai lá e recompra os 1000 euros, e como o nome diz, essa operação será uma
COMPRA (Recompra). E por quê? Porque para toda operação que for feita, na hora
de encerrar o trade uma operação inversa à inicial será efetuada, lembre-se do
exemplo da venda e recompra do carro, é a mesma coisa.
Aí a corretora vai lá e te vende os 1000 euros que você inicialmente vendeu para ela.
Como ela te pagou em dólares no início, ficando em sua posse esse valor em USDs,
você então logicamente pagará em dólares para reaver os 1000 euros, porém agora
não pagará o mesmo que a corretora. Se ela te pagou U$ 1200 dólares, você só
pagará U$ 1150, 50 dólares a menos que a operação inicial. Nesse cenário, você
recuperou os 1000 euros e ainda continuou com 50 dólares 'no bolso', esse então
será o SEU LUCRO na operação de VENDA.
Após todo esse processo, a corretora automaticamente "toma de volta" os 1000

euros que emprestou para você. E o saldo dessa história foi que você "pegou" 1000
euros da corretora, ao final "devolveu" a mesma quantia, mas com um saldo positivo
de 50 dólares a mais na conta. E assim houve um lucro na operação de venda.
41
Mas nem tudo são flores!
Lembrando que no trading também pode haver perdas, e isso é bastante comum.
Pode acontecer de assim que você efetuar uma venda, o preço do par SUBA, e
quando você for fechar a operação, "recomprando" o par, você tenha que pagar
mais caro do que a corretora te pagou no início, e aí vai tirar 'do seu bolso', do seu
capital, e consequentemente terá tido um prejuízo.
Da mesma forma que se você comprar algum par de moedas, e o preço dele
diminuir com o tempo, ao vender novamente para a corretora o par, você receberá
MENOS do que pagou inicialmente, e nesse caso também haverá um prejuízo.
O segredo está em buscar oportunidades em que seja mais

provável COMPRAR antes que o preço de algum par SUBA; e
VENDER antes que o preço de um par CAIA.
Se você compra e o preço sobe, pode fechar a operação com lucro. Se vende e o
preço em seguida cai, pode encerrar o trade com mais dinheiro na conta. Se
acontecer o inverso, é prejuízo para assumir, totalmente normal.
Outros pares
Toda essa sistemática explicada vale para qualquer par no Forex. Se você por
exemplo acredita na valorização da libra (GBP) diante do iene do Japão (JPY), tem
então que comprar GBPJPY, e nesse caso você irá comprar libras e vender ienes,
comprar libra DA corretora, e vender iene PARA A corretora. Já a corretora fará o
inverso, ela vai te vender libras, e comprar de você ienes. Isso é para todo e
qualquer par.
Observações importantes
Cabe destacar que usei como exemplo a corretora fazendo parte da operação
inversa por dois motivos:
1 - Para facilitar o entendimento, já que é mais fácil a sistemática do empréstimo

com a instituição;
2 - Na prática, no dia-a-dia do Forex de varejo não negociamos com outros

participantes, mas sim com a corretora. A negociação no mercado real para
especulação, no Forex Spot, ou seja, no Forex à Vista, é muito restrita e praticamente
42
não ocorre entre negociantes de varejo (eu e você). Você verá muito mais detalhes
sobre isso ainda nesse livro.
Outro ponto importante a considerar é que nesse capítulo eu usei o termo "re-
comprar", mas na prática diária do trading não se usa essa terminologia. Se você
vende algum par, na hora de recomprar você estará "FECHANDO A OPERAÇÃO", e
você pode usar esse termo mesmo, "Fechar a operação" ou "Encerrar a posição". Já
se você compra um par, na hora de fechar a operação você estará vendendo o par
de volta, mas não se usa esse termo, "vender de volta", e sim simplesmente "fechar
a operação" de compra.
NEGOCIAÇÃO ATRAVÉS DE CFDS
Na prática, nós, traders de varejo, não passamos por todo esse processo explicado.
Pois é, tudo o que disse até aqui funciona somente no Forex através de bancos e
casas de câmbio, onde conseguimos negociar as moedas propriamente ditas. Nas
corretoras de varejo, nós negociamos através de contratos.
Esses contratos não são o mesmo que o contrato que lemos ao abrirmos uma conta
na corretora. São termos que "assinamos" sempre que abrimos uma ordem. Esses
contratos dizem que nós vamos ganhar ou perder de acordo unicamente com a
variação na cotação do ativo.
É como se o trader dissesse para a corretora:
""Olha, eu quero entrar em uma operação de compra de 10 mil euros versus dólar, e
quero ganhar (ou aceito perder) o equivalente à variação da cotação""
Assim, se o euro valorizar frente ao dólar, o proporcional a essa variação será pago
ao trader, e acrescentado ao seu saldo. Caso a cotação caia, o trader perderá o
proporcional, que será debitado de sua conta. Assim, nenhum valor passará pela
sua mão, nem da corretora para o trader, nem do trader para a corretora! Ou seja,
ao comprar 10 mil euros, esse valor oficialmente nunca passará por sua conta.
PORÉM... para comprar esses 10 mil euros, ou qualquer valor, o trader precisa ter
saldo para poder garantir a margem. "E quanto será esse valor?" Na aula apropriada
você aprenderá. Não vamos colocar o carro na frente dos bois. Mas para não deixar
você ‘voando’, aqui entra o conceito de “Alavancagem”, que é simplesmente poder
operar proporcionalmente a esses valores altos, com um valor bem menor, o qual
serve apenas para garantir essa operação. O cálculo é simples, basta dividir o
tamanho da posição desejada pela alavancagem de sua conta.
43
Por exemplo, se quiser operar no EURUSD, e adquirir 50 mil euros versus o dólar
(comprar euro e pagar em dólares), a corretora vai verificar qual é o preço a pagar
por esses 50 mil euros para poder calcular sua margem. Considerando ainda a
cotação do EURUSD como 1.20, para comprar o equivalente a 50 mil euros, você
precisaria de U$ 60,000.00 dólares. Suponha sua conta com alavancagem de 1:200,
basta dividir então 60 mil dólares por 200.
U$ 60,000.00 / 200 = 300 dólares
U$ 300 dólares seria o valor para ter na conta e poder abrir essa operação. Se tiver
menos, não poderá operar esse montante. Se tiver mais, será permitido a você essa
operação, e ainda ficará um saldo disponível para outros trades.
"Por que, então, toda essa explicação anterior, se não é assim que negociamos na
prática?"
É preciso entender o funcionamento do mercado ao qual você deseja fazer parte.

Mesmo que o dinheiro nunca passe pela sua conta, é CRUCIAL conhecer a lógica
por trás do cálculo de lucro ou prejuízo. Do contrário estaremos tentando ser
profissionais, sem levar a sério o conhecimento da mecânica do mercado no qual
atuamos.
44

CAPÍTULO 4
COMO SE TRABALHA
COM O FOREX?
45
CAPÍTULO 4 - COMO SE TRABALHA COM O

FOREX
O Forex, como ensinado em aulas anteriores, é um mercado gigantesco, com uma

liquidez absurda, e desse mercado de câmbio muita gente tira dinheiro, ou seja, faz
do Forex um investimento, na busca da independência financeira. E quem consegue
esse feito passou a atuar no trading de forma profissional, levando a sério.
Pois bem, diante dessa constatação, vamos tratar nessa aula dos tipos de
abordagem utilizados para trabalhar nesse mercado. As formas como os traders
decidem abrir suas negociações, os períodos que ficam com os trades abertos, entre
outros.
PRIMEIRAMENTE
É preciso entender em primeiro lugar que o Forex não é brincadeira, não é algo que
você vai começar a operar hoje, e amanhã já colocará dinheiro na sua conta. Não!
Mesmo que você tenha visto algum vídeo no YouTube dizendo que é possível ter
altos rendimentos constantes nos primeiros dias, ou mesmo alguém prometendo te
ensinar uma estratégia capaz de te deixar bem de vida em pouco tempo, não
acredite. Certas pessoas estão aí apenas para tirar o dinheiro de iniciantes não
precavidos (coisa que você não vai ser, ao estudar esse livro).
E outra, falar que ganhar muito nesse mercado demora alguns anos, é uma ideia
que não vende, pois essa afirmação não dá mercado. Logo, preferem iludir as
pessoas, alegando que no Forex há uma mina de ouro.
46
Para ter sucesso não basta termos operações lucrativas, mas é preciso que
QUANDO tivermos operações com prejuízo, esse prejuízo seja MENOR que os
lucros auferidos nos trades vencedores. Um princípio crucial a entender desde já é
que precisamos saber perder!
Profissionais desse mercado entendem também que é preciso uma abordagem

específica e ADEQUADA para poder tirar vantagem do movimento do preço. Não é
qualquer "estilo de negociação" que fará o trader ganhar dinheiro, pois nem todos
os "estilos" são formas ideais para trabalhar no Forex. Para obter sucesso os
profissionais adotam uma estratégia de negociação em sintonia com a forma que o
mercado funciona, e passam a operá-la de maneira disciplinada.
COMO ATUAM OS TRADERS ?
No Forex existe um grande número de formas pelas quais os operadores negociam.

O que vou trazer aqui são as principais abordagens usadas nesse mercado. Elas
podem se dividir em dois grupos: Em relação à forma de análise, e em relação ao
período com uma negociação em aberto.
ATENÇÃO: Nem todas as formas de negociação trazidas aqui são aconselháveis,

apenas relatei o que de fato “se usa por aí” no mercado de câmbio.
EM RELAÇÃO À FORMA DE ANÁLISE
Negociação através de robôs: Utilizam sistemas de software que são produzidos

para identificar no preço de um ativo se houve uma movimentação que atenda aos
critérios definidos pelo programador. Se o preço no gráfico agiu da forma que o
robô está programado para verificar, então uma operação será aberta na
plataforma. Em caso contrário, nada é feito. Aqui a 'máquina' tenta fazer o trabalho
do trader em analisar o mercado. Porém é inegável a importância de uma mente
47
humana na hora da tomada de decisão, coisa que um software nunca conseguirá

fazer totalmente sozinho, enquanto não pensar igual a um humano.
Infelizmente há muitas promessas de robôs altamente eficazes, porém são só

promessas. O que muitas vezes acontece é algum robô de negociação ter uma
sequência boa de trades lucrativos, durante dias ou semanas, e já ser divulgado que
é um sucesso, unicamente para conseguir angariar alguns dólares de pessoas
ingênuas.
Outra situação bastante comum é os traders iniciantes acreditarem que grandes

bancos atuam no mercado com robôs secretos, lucrando altos valores para suas
instituições. Mas isso também é um mito. O que pode acontecer no máximo é existir
operadores e empresas que usam esses sistemas para administrarem as operações,
ou abrir posições em situações muito específicas, em que um ser humano de
verdade precisou fazer a parte principal, a análise do setup, e o robô ficou a cargo
da parte mais simples, executar UMA ordem ESPECÍFICA, em UMA situação
ESPECÍFICA.
Não existe um robô que você programe e deixe-o rodando por meses, anos a fio,
que apenas gere lucros. Se existisse, não estaríamos aqui operando, estudando,
buscando a disciplina, mas sim, em busca desse sistema ou sistemas incríveis. Afinal,
por que levar anos se dedicando a uma atividade, se podemos buscar e encontrar
esses sistemas milagrosos e passar a viver somente na praia enquanto uma máquina
faz acontecer no trading? Aliás, todos poderiam fazer isso e ninguém mais lucraria.
"Ah, Enéias, existem sim, porém são muito caros para que todos consigam!"
É exatamente isso que querem que você acredite, se não, como vão vender? E se
ganham tanto com o robô, principalmente considerando juros compostos, PRA QUÊ
VENDER? É lenda, meu amigo, lenda!
Na próxima explicação você verá um exemplo bastante específico onde robôs de

negociação podem se dar bem. Mas também perceberá como um humano é
CRUCIAL para o sucesso do robô.
Negociação com Estratégia Matemática: Algumas formas de analisar o mercado são

extremamente objetivas, sempre envolvendo cálculos exatos para definição das
operações, seu valor de entrada e saída. Por exemplo uma estratégia que considera
a máxima e a mínima de um dia, e busque sempre entrar no rompimento de um
desses valores. Não há maiores análises aqui, seria algo simples como esse exemplo.
Claro, alguns critérios a mais podem ser incluídos, como limitar essa máxima a um
determinado valor, ou se a média de movimentação no período estiver dentro de
um valor específico.
48
São critérios muito exatos, sem margem para discricionariedade, não há

subjetividade alguma. Nesses casos, um robô pode funcionar muito bem, já que
esse é o cenário adequado ao funcionamento de uma máquina, zero poder de
decisão próprio, apenas replicando o que foi programado. Aqui não cabe ao robô
decidir NADA, apenas verificar se as condições exatas definidas pelo trader
aconteceram.
Embora pareça ótimo ter um robô operando para o trader, não é só deixá-lo
trabalhar como um escravo e esquecer da vida, só lembrando do trading na hora de
sacar os lucros. Vou repetir: isso não existe!
O trader precisa estar em constante monitoramento de seu Expert Advisor (que é

como chamamos os robôs de trading) para verificação do desempenho da
estratégia. Haverá momentos em que o trader precisará ajustar parâmetros a
determinados períodos do mercado. Outras situações exigirão do trader refazer
seus testes para melhorar a estratégia, seja para minimizar um período de perdas,
ou maximizar um período de lucros. Nunca o trader irá deixar o robô atuar sozinho
pelo resto de sua vida. Essa é a lenda que querem que acredite, para venderem pra
você um sistema infalível.
Mais uma coisa, um robô que gere entre 10% e 25% ao ano, em média, de forma
regular, é extremamente difícil de encontrar. Se o índice de pessoas que ganham no
trading já é baixíssimo, achar/desenvolver um sistema automatizado consistente é
ainda muito mais difícil e raro. Os robôs que se vende abertamente por aí usam
tantas formas erradas de se operar, que são piores do que lixo tóxico!
Apenas para concluir essa parte, quero deixá-los um alerta: Fique longe de robôs
que operem utilizando qualquer um desses artifícios:
- Sem stop loss; com ou sem preço médio
- Com Martingale
- Fazendo “grid”
- Com Hedge
No momento oportuno você aprenderá sobre essas formas inadequadas de abordar

o trading profissional.
Negociação através de Análise Técnica: Utiliza a movimentação do preço, seja

puramente no gráfico, ou através de indicadores, para decidirem se entram ou não
em uma operação. O analista puramente técnico desconsidera totalmente a
influência das informações da economia mundial para tomada de decisão. Ele usa as
informações que o preço dá, através de gráficos cartesianos, que demostram a
variação nas cotações das moedas.
49
Aqui podemos dividir em análise com indicadores, e análise gráfica pura. A primeira
utiliza sistemas que usam o preço como base de informação. A partir desses dados
esses sistemas plotam no gráfico principal do par de moedas um gráfico menor,
com informações sobre o preço, porém 'apuradas'. Há diversos tipos de indicadores
como médias móveis, osciladores, indicadores de força, volume etc.
Já a análise gráfica pura, também conhecida como Price Action, não fará uso de
indicadores, somente o preço CRU, no gráfico "limpo". Em aula futura
aprenderemos sobre os tipos de gráficos existentes, e você terá uma noção melhor
sobre esse forma de análise tão difundida nos dias de hoje.
O foco desse curso em relação à análise será voltado para o PRICE ACTION. Essa
abordagem de análise do mercado é a grande base, inclusive para uso de
indicadores. Isto é, sem saber analisar a ação do preço o trader que deseje utilizar
indicadores em sua estratégia terá muita dificuldade em entendê-los perfeitamente.
Para usar esses sistemas, é CRUCIAL saber o processo de padrões do preço, seus
movimentos, a explicação de máximas, mínimas, abertura e fechamento, além de
princípios básicos de tendência, consolidação, suporte e resistência.
E mais, você verá que as melhores estratégias são as que têm critérios objetivos,
com pouca margem para discricionariedade. Aprenderá que no trading do Forex o
simples é o que funciona, logo, quanto mais básico e objetivo for o seu sistema,
mais fácil será de identificar os padrões de comportamento do mercado de forma
clara, sem margem para dúvidas. Isso é tão importante no trading que eu poderia
falar bastante sobre isso agora, mas no momento certo você aprenderá nesse livro o
que precisa saber.
Logo, o foco desse curso é deixá-lo preparado para buscar a consistência

desenvolvendo uma estratégia simples e objetiva, que o ajude no caminho da
consistência e do sucesso nesse ramo.
Negociação através de Análise Fundamentalista: Utiliza dados e informações da

economia mundial como parâmetros para tomada de decisão. Notícias como taxa
de juros, desemprego, produção interna de um país, ou mesmo acontecimentos de
grandes repercussões geram nos traders do mundo todo expectativas quanto à
próxima movimentação do preço. Ao efetuarem suas transações no mercado, o
50
preço dos ativos se movimenta, para cima ou para baixo. O analista fundamental vai
verificar a força das informações divulgadas sobre a economia dos países, para
tomar a decisão de comprar ou vender determinado par de moedas. O analista
puramente fundamental desconsidera totalmente a informação do preço no gráfico,
usando unicamente os dados econômicos mundiais para escolher que direção
seguir no mercado.
Aqui é comum reconhecer quando assistimos noticiários na televisão ou internet.

Quando ouvimos "o preço do petróleo teve alta devido ao fechamento do comércio
com 'determinado país'", ou então "a bolsa de Nova York fechou em queda com o
medo de mais uma paralisação do governo". São situações como essas que fazem
com que vários operadores do mundo todo decidam comprar ou vender, e
consequentemente mover o preço.
Negociação Mista: Aqui o trader usa conceitos de cada uma das formas de analisar.
Por exemplo, um operador pode ver o cenário econômico de algum país e verificar
que as informações para ele são boas e o valor da moeda pode subir (análise
fundamentalista). Daí ele vai para o gráfico e procura um ponto de suporte mais
indicado para efetuar uma compra a um preço razoável (análise técnica), e
finalmente ele pode colocar um robô para ir administrando a sua ordem enquanto
ela está aberta (negociação automatizada).
Hoje é muito comum ver traders utilizando essa abordagem. Mas é preciso ficar
atento, pois o excesso de informação é algo extremamente ruim, e leva inúmeros
traders a perderem dinheiro no mercado. Quanto mais informação se busca sobre
algum ativo, maior a probabilidade de ter perdas no longo prazo. Como você viu na
explicação anterior e aprenderá na aula sobre os princípios básicos do sucesso, o
simples é o que funciona, então, complicar demais te fará ter perdas. Esse é um dos
maiores paradoxos do trading, difícil de aceitar pela maioria. Espero que ao longo
do livro isso fique cada vez mais claro para você, especialmente na parte que te
ensinar sobre estratégias de negociação.
EM RELAÇÃO AO TEMPO COM UMA ORDEM ABERTA
Primeiramente
Antes de tudo, vamos esclarecer algo muito importante, e que deve ser levado por
você por toda sua caminhada. Quanto ao tempo com uma ordem aberta, pode-se
separar basicamente em dois grandes grupos, Day Trading e Swing Trading, sendo
o que diferencia um do outro o fato de um trade ficar ou não por mais de um dia
em aberto.
51
No caso de uma negociação seguir por mais de 24 horas, há outros subdivisões,

para as quais existem nomes que podem fazer referência, como veremos aqui. Mas
no caso de ordens encerradas antes do fechamento do dia, só existe um nome
oficial para essa abordagem, Day Trading. Qualquer outro é invenção da moda, e
tentativa de criar “estilos de negociação” que insiram no contexto do trading algo
errado e contraproducente.
Day Trading: Abordagem em que o trader abre uma operação e fecha dentro de
um mesmo dia. Visa geralmente buscar poucos pips por operação, evitando ficar
exposto ao mercado de um dia para o outro. Abre-se normalmente mais de 1
operação por dia, mas o que determina mesmo a sistemática é abrir e fechar uma
ordem no mesmo dia, que no Forex é antes do fechamento da sessão de Nova
York.
Por não segurar a ordem para o dia seguinte, não pagam, nem recebem o swap,
que é a diferença na taxa de juros dos bancos centrais dos países das moedas
envolvidas no par.
Tem se difundido muito o day trading, principalmente no Forex. Mas é preciso ficar
atento, pois apesar de ser uma técnica bastante utilizada para ter rendimentos, não
pode e não deve ser entendida como algo "melhor", "mais lucrativo", só porque o
trader terá mais operações para abrir. Como outras abordagens, o day trader
também gerará, na melhor das hipóteses, o mesmo rendimento de abordagens
mais tranquilas e menos frequentes de negociação.
Swing Trading: Abordagem de negociação em que o

trader abre uma ordem e deixa-a aberta por mais de
um dia, geralmente alguns dias. É comum uma ordem
ficar aberta mais de uma semana. Em geral, fazem bem
menos operações que day traders.
Sempre se busca mais pips nas operações que outras

formas de negociar. Usa-se stops mais largos, visando
fugir das oscilações comuns do mercado, e tem-se como objetivo alvos consideráveis,
especialmente em relação ao risco assumido. São comuns termos como “Surfar a
Tendência”.
Position Trading: Abordagem de negociação que visa operações a médio prazo. Um

position trader costuma passar alguns meses com suas operações em aberto.
Operar a favor do swap é importante para os traders que fazem uso dessa forma de
operar.
Carry Trading: Nessa abordagem o trader (praticamente um investidor de
52
médio/longo prazo) pretende segurar suas ordens por muito tempo, meses e anos
inclusive. Aqui opera-se buscando ganhar com o swap positivo, deixando uma
operação pequena (lotes menores) aberta por um longo período, auferindo
'rendimento' vindo dos swaps positivos. Essa abordagem se parece muito com o
estilo “Buy and Hold” das ações, onde o investidor não tem pretensão de vender os
papéis, e almeja viver recebendo os dividendos da empresa. O swap positivo
funciona como esses dividendos, só que no Forex.
A Moda do Scalping
Nos últimos anos uma forma de operar tem se difundido muito, com mais e mais
pessoas entrando no mercado através dessa porta. Trata-se daqueles que abrem e
fecham rapidamente muitas ordens, inúmeras, tentando ganhar com as menores e
minúsculas movimentações possíveis, são os auto intitulados “scalpers”.
Scalping se trata de uma forma de operar parecida com o Day Trading, porém aqui
o operador abre e fecha inúmeras operações por dia, muitas vezes em sequência,
uma atrás da outra, e todas visando pegar uma quantidade de pontos muito
pequena. A ideia é literalmente 'escalpelar' o mercado nos menores movimentos.
Alguns se intitulam “scalpers”, mesmo sem operar muitas ordens no dia, apenas
esperando o mercado agir de uma forma bem específica para entrar e sair muito
rapidamente. Mas o termo “scalper” se refere a quem faz muitas operações, e faz
isso constantemente. Os que seguem o princípio fundamental de operar pouco,
ainda que suas ordens fiquem pouco tempo abertas, esses não são “scalpers”, mas
sim day traders.
Fique ciente que essa novidade não é algo alinhado com as bases da abordagem
adequada a utilizar no mercado. Para ter sucesso é preciso agir em sintonia com a
forma que o mercado funciona, a qual explicarei mais à frente nesse mesmo
capítulo.
Você verá que a lógica por trás das técnicas de scalping não são condizentes com a
maneira de operar de um trader profissional. Eu entendo que muitos novatos no
mundo do trading são atraídos por essa forma de negociação, e acredite, eu vejo
isso há mais de 10 anos nesse ramo. Já vi de tudo um pouco, mas algo que
massacra traders iniciantes, levando-os à ruína, é acreditar que “quanto mais
operações, mais lucros”, ou ainda “que entrar e sair rapidamente do mercado é
melhor para se expor menos”. Veja a seguir uma explicação deveras importante
para entender mais sobre essa questão.
53
QUAL ABORDAGEM UTILIZAR ?
Essa questão atinge a maioria dos traders iniciantes que desejam adotar logo um
'estilo', e começar a operar. Mas é preciso ficar atento a certos aspectos do trading,
especialmente no Forex, para evitar cair em armadilhas.
É importante primeiro saber que grandes traders não estão atrás de operações de
curtíssimo prazo, eles procuram passar algum tempo com suas posições em aberto.
Isso acontece pois entende-se que uma análise de mercado, quando feita de forma
adequada, pode levar algum tempo para se mostrar lucrativa.
É como se fosse da seguinte maneira: um trader visualiza sua estratégia sendo

formada no gráfico, decide entrar em uma operação, mas isso não significa que essa
operação TENHA que seguir para sua direção, muito menos significa que o preço vá
fazer isso de imediato, nos minutos, horas ou dias a partir da abertura do trade.
Para se decidir, o preço pode levar algum tempo, alguns dias ou semanas até isso
acontecer. É como se no instante em que a ordem é aberta, não fosse possível dizer
claramente que sua análise está invalidada só porque o preço foi um pouco contra
você. Para concluir que o preço tem mais chances de ir contra do que ir a favor, e
consequentemente poder "cortar a perda", é preciso um tempo considerável, e
alguns minutos ou horas não podem e não devem ser tomados como base para
essa decisão.
Todos os dias os traders travam uma briga feroz, em uma luta voraz, tentando ver
quem vai sair vencedor, compradores ou vendedores. Querer entrar em uma
operação acreditando que em poucos minutos o preço vai se decidir para que lado
54
seguir, é ter uma expectativa ERRADA a respeito de como o mercado funciona. Se

você já tem algum tempo de trading, e já tentou fazer operações mais rápidas, vai
entender o que estou dizendo ao lembrar as inúmeras vezes em que o preço após
pegar seu stop foi fortemente na sua direção.
Isso mostra o quanto é COMUM o preço oscilar bastante antes de se decidir de fato.
Nesse momento de oscilação normal, concluir que o preço invalidou sua análise é
bastante precipitado. Logo, agindo assim você passará por inúmeras situações em
que o preço te tira de um trade, para logo em seguida ir com força na direção que
você tinha analisado e identificou a maior chance de acontecer. É preciso deixar o
mercado andar, dar "espaço" para ele decidir para onde quer ir, sem querer limitar a
sua atuação a um curto espaço de tempo.
O mercado tem o seu tempo próprio, que depende da atuação dos negociantes do
mundo todo, a qual é impossível saber com exatidão, muito menos o momento
preciso em que se consolidará em movimento. Isso quer dizer que o trader não
pode limitar o tempo de uma operação, em nenhuma hipótese. Não cabe a nós
dizer ao mercado financeiro que “se ele não se mover até certo horário, eu vou tirar
a ordem”.
A abordagem alinhada com o funcionamento do mercado é abrir um trade e deixar

ele rolar, até que o próprio movimento do preço te tire da operação, com lucro ou
com perda. Para isso existem nas plataformas ferramentas de entrada e saída
programadas, de maneira que nossa tarefa é verificar o aparecimento de nossos
padrões, posicionar as ordens, e deixar acontecer. Qualquer interferência em um
trade aberto deve estar previamente planejada, e deve ser algo extremamente
específico. Ou seja, não se toma decisão sem definir qual será ela bem antes de
comprar ou vender, pior ainda se for uma decisão de encerrar a ordem, sem ter
antecipadamente previsto esse cenário. Você verá mais sobre isso no capítulo onde
ensino sobre planejamento de trading.
Traders de sucesso aprenderam a desenvolver a PACIÊNCIA. Não só a paciência

para esperar seu sinal aparecer, mas também a paciência em deixar o mercado se
decidir para que lado seguir, sem ficar interferindo inutilmente em uma operação.
55
Então, para quem está começando agora, procure operar de forma mais tranquila,
adote uma estratégia que permita você ficar alguns dias em um trade. Esqueça logo
essa ideia de ficar rico rápido, e o pensamento de que pelo fato de operar mais,
abrir mais trades, vai obter mais lucros. Nunca esqueça que no trading, no Forex, o
menos é mais! Operar mais traz menos resultados... e operar menos traz mais
consistência e mais resultados lucrativos. Há todo um fator psicológico envolvido na
exposição constante ao mercado. E por ‘exposição’ eu NÃO me refiro a ficar com
uma ordem aberta, mas sim, ficar acompanhando o mercado, de olho o tempo
todo, praticamente um viciado em operar. Isso é bastante prejudicial, é destruidor.
Infelizmente todos os dias milhares de traders iniciantes entram e saem desse

mercado, sendo que muitos deles começam acreditando na falácia de vendedores
de ilusão. A grande maioria busca operações mais rápidas, e é raro ver um novato
pensar em operar pouco e buscar um lucro pequeno, mas consistente, que no
longo prazo se tornará em um patrimônio enorme e duradouro.
Até corretoras influenciam hábitos errados de trading, ao disponibilizar para os

clientes ferramentas cada vez mais fáceis de operar em alta frequência, ou para
arriscar mais. Também há inúmeros seminários, webnários, salas de negociação,
cursos ao vivo, todos mostrando técnicas de operar bastante e diariamente. Para as
corretoras isso é muito lucrativo, já que mais ordens gerarão mais custos com
spreads, comissões e swaps. Essa é a dura realidade do mercado. Os clientes que
operam pouco, arriscam pouco, passam dias com suas ordens abertas esperando o
mercado se decidir, esse tipo não dá tanto lucro para as empresas, e são os que de
fato ganham dinheiro no mercado. Aqueles que operam muito, os que abrem
inúmeras ordens, esses são os que ALIMENTAM o sistema.
Se escolher operar dessa forma, você estará inevitavelmente entrando para a

estatística cruel dos mais de 90% infelizes que entram e perdem suas economias
operando. Faça a diferença, seja a diferença. Para chegar aonde muitos não
chegam, faça o que muitos não fazem. Uma pesquisa rápida na internet e você verá
as toneladas de assuntos sobre estratégias de negociação rápida e frequente, mas
verá o grande contraste que há com as técnicas mais tranquilas de abordar o
mercado, essas são muito poucos pesquisadas.
Outra coisa importantíssima é saber que ter PACIÊNCIA no trading é vital. Isto é, se
você não tem paciência, busque conseguir, pois sem ela você não terá sucesso, irá
perder seu dinheiro para aqueles que sabem esperar. O grande investidor Warren
Buffet disse: “O mercado é uma máquina de transferir dinheiro dos impacientes para
o bolso dos pacientes.” Usar formas de operar nas quais se abram muitas operações
o coloca automaticamente como impaciente, não importa o que te digam.
56
O argumento mais falho que já ouvi, e que até hoje me dói os ouvidos escutar é o
seguinte: “Eu não tenho paciência, por isso o estilo que mais se adequa a meu perfil é
fazer operações rápidas!”.
Não tenho palavras para afirmar o quão ERRADO é pensar assim. Fico triste ao ver
inúmeros, ÍNÚMEROS traders ao longo dos anos ficando pelo caminho por acreditar
nessas mentiras. Já tive duras discussões com pessoas incentivando essa prática,
alegando se tratar de apenas mais um “estilo de negociação”.
Veja bem, tudo que vai contra princípios básicos de trading não é “estilo de
negociação”, mas sim prática errada de trading, que leva inevitavelmente ao
fracasso. Então, qualquer forma de operar que use técnicas inadequadas levará você
ao fracasso. As técnicas ideais para negociar você aprenderá nesse livro, por isso
insisto para estudar e operar baseados nos princípios trazidos aqui no curso.
Princípios seguros e adequados, ensinados ao longo de décadas de trading por
grandes operadores de sucesso, e que se utilizados de forma disciplinada, o
colocarão a toda velocidade a caminho da independência financeira.
QUAL O FOCO DO LIVRO ?
Nesse material eu vou te guiar pelo processo de entender sobre Price Action, ou
Análise Gráfica. Esse ramo é estudado há décadas, e extremamente utilizado no
mundo todo. Não são apenas traders de varejo que usam os movimentos do preço
como base para tomar suas decisões. Muitos fundos de investimento, diversos
traders institucionais, e grandes especuladores do mercado financeiro também
aproveitam a simplicidade e alta capacidade de estabelecer um sistema simples e
poderoso usando conceitos práticos da pura e simples Ação do Preço.
Além disso, entender como o preço se movimenta ao longo do tempo é BASE para
outras abordagens. Praticamente todos os indicadores usam o preço como fonte de
suas informações. E a própria análise fundamentalista tem diversos índices que
consideram um peso significativo à variação da cotação dos ativos negociados.
Portanto, ainda que sua pretensão seja usar uma abordagem diferente da pura ação
do preço, ou ainda que você deseje ter uma estratégia com uma análise mista, não
tenho dúvidas de que você se dará MUITO melhor, se aprender tudo que precisa
sobre Price Action. E mais, tenho convicção de que quando você perceber que o
simples é o que funciona, então ficará óbvio que operar com base na ação do preço
no gráfico se sobressai e muito de outras análises.
57

CAPÍTULO 5
HORÁRIOS E SESSÕES
NO FOREX
58
CAPÍTULO 5 - HORÁRIOS E SESSÕES NO FOREX
SESSÕES DE NEGOCIAÇÃO
Vamos agora saber como funciona o Forex em relação ao seu horário ao redor do
mundo. Como você viu, o Forex é um mercado 24 horas, e durante 5 dias na
semana, ele simplesmente não para. Passarei aqui os horários gerais, com foco no
Fuso horário Brasileiro (GMT -3), e assim, você que mora em outro país poderá
ajustar à sua realidade horária.
No domingo à noite dá início a semana do mercado, com a abertura da sessão de

Sydney. Algumas horas depois os japoneses entram em cena com a sessão da
capital de seu país, Tóquio. Na madrugada da segunda-feira, são os ingleses que
acordam para tomarem chá e fazerem suas operações. E por fim, no finalzinho da
manhã, são os nova iorquinos que entram em cena em Wall Street. Em cada um
desses locais, as negociações das moedas costumam abrir antes das bolsas, e cerca
de uma hora depois é a vez das ações e outros títulos começarem a circular.
Nesses locais seus mercados abrem pela manhã, mas aqui no Brasil (e em outros
países) devido ao fuso-horário diferente, essas aberturas vão ocorrendo ao longo
59
do dia. Por isso o Forex é 24 horas, pois durante a semana sempre vai haver uma
sessão em andamento.
Sessão de Sydney
A primeira sessão a abrir a semana, e

também o que consideramos como a
abertura do DIA NO FOREX, é a sessão
australiana, chamada Sessão de Sydney.
É caracterizada pelo baixo volume de
negociações, devido ao fato de os maiores bancos do mundo ainda estarem
fechados, como os de Londres e Nova York. Já que há poucas pessoas negociando,
na grande maioria das vezes o preço oscila muito pouco, e com isso temos uma
baixa volatilidade.
Volatilidade é a intensidade com que os preços variam. Mudanças significativas

implicam alta volatilidade, já alterações pequenas significam baixa volatilidade. Na
sessão de Sydney veremos poucas pessoas negociando, o que gera menos
demanda e oferta, e consequentemente você perceberá o preço “patinando”,
andando muito de lado.
Nessa sessão, operações mais rápidas ficam prejudicadas devido à baixa

volatilidade, mesmo assim, você já aprendeu que não é a forma adequada de
buscar lucros com o trading. Por outro lado, é o melhor momento para analisar o
mercado, e verificar se algum ativo está próximo de mostrar algum sinal. Sim,
enquanto a grande maioria dos traders fogem dessa sessão, os traders mais
experientes, os que fazem realmente dinheiro no mercado, aproveitam a calmaria
para analisar o mercado, e verificarem por exemplo, como foi o dia anterior.
O mercado Forex, como você verá, fecha na sexta-feira, com o encerramento das
negociações em Nova York, porém durante a semana, quando NY fecha, é quando
se encerra o DIA NO FOREX. Nesse momento abre-se imediatamente a sessão de
Sydney, e é quando os preços estão praticamente parados. Daí é possível ver com
calma o que aconteceu no dia anterior do mercado, e verificar as melhores
estratégias para possível posicionamento. Grandes traders ao redor do mundo,
inclusive aqueles de bancos, dão BASTANTE atenção a essas informações, e é nesse
horário que costumam fazer sua análise mais precisa, e posicionar suas ordens.
60
Sessão de Tóquio
Após a sessão australiana, vem a do Japão, e o

negócio começa a movimentar um pouco mais.
Pares com o iene japonês (JPY), ficam
ligeiramente mais agitados, e muitas vezes
podem ocorrer grandes movimentos nesses
ativos. Bancos Japoneses já começam suas negociações, e várias notícias
econômicas daquele país passam a circular. Mas o movimento ainda não chega nem
perto do que as duas outras sessões movimentam, NY e Londres.
Nessa sessão japonesa, os que fazem operações mais rápidas procuram focar suas
análises nos pares com o JPY, e assim tentam conseguir seus resultados ainda na
noite/madrugada, sem esperar passar para o outro dia. Muitas pessoas que
trabalham em horário comercial preferem essa sessão, para realizarem suas
operações de maneira mais rápida, e já saberem se terão ou não o “lucro do dia”.
Bom, não preciso repetir mais sobre isso, não é? Creio que você já entendeu a
pegada aqui, que diferencia os pacientes daqueles sem paciência. Mas é tão
importante se afastar de atitudes ruins no trading, que reforçarei esse alerta.
Operações rápidas em horários de maior volatilidade não é uma forma adequada
de você abordar o mercado, isto é, ficar procurando rápidos resultados.
De qualquer maneira, nessa sessão ainda existe uma certa calmaria, especialmente
nos pares sem o JPY, onde é possível analisar o mercado de forma tranquila, sem a
pressão de ver o rápido mover dos preços.
Sessão de Londres
Aqui temos o primor da volatilidade no mercado. Londres

como o grande centro financeiro mundial concentra os
maiores bancos do mundo. Dessa forma, é de se esperar
que o planeta inteiro esteja aguardando os ingleses
acordarem para iniciarem negociações com moedas.
Assim, quando é madrugada aqui no Brasil, o preço de
praticamente TODOS os pares no Forex começa a se
movimentar de maneira mais forte.
Especialmente ativos com o euro e a libra, são esses que por vezes se movimentam
muito além do que durante as outras sessões anteriores. Mas como o dólar está
61
presente no mundo todo, os ativos com USD também pegam carona nessa grande
volatilidade, e acaba que os pares do Forex como um todo tendem a se movimentar
bastante assim que os londrinos abrem as suas negociações.
Traders do mundo todo ficam atentos a esse horário, pois muito provavelmente
suas ordens serão abertas e encerradas nessa sessão. Stops curtos, ou objetivos de
ganhos mais rápidos são frequentemente alcançados nesse horário, e assim, antes
de irem trabalhar, traders já sabem se bateram ou não a famosa “meta do dia”.
Cabe ressaltar novamente que essa não é uma abordagem ideal. Analisar e tomar
decisões com o mercado em pleno movimento é perigoso e contraproducente.
Enquanto grande parte dos traders, especialmente iniciantes, ficam vidrados nessa
sessão, esperando saber o quanto antes seus resultados, traders mais experientes e
conhecedores dos perigos do mercado estão já muito provavelmente com suas
ordens posicionadas desde o dia anterior. Ordens essas colocadas durante a
calmaria das sessões de Sydney e talvez de Tóquio.
Se você, sendo iniciante ou não, quer estar entre os maiores e lucrar com
consistência, procure abordar o mercado de uma perspectiva mais tranquila. Evite
tomar decisões com o preço se movimentando rapidamente no gráfico. Você
aprenderá mais sobre isso no decorrer desse livro.
Sessão de Nova York
Quando no Brasil está chegando próximo da hora do

almoço, os americanos entram em cena em Wall Street. Aqui
acontece algo muito interessante, pois nesse momento os
londrinos ainda estão operando, os bancos ingleses ainda
negociam moedas com uma certa frequência, e temos uma
sobreposição de sessões.
Antes que Londres encerre, ainda há muitas pessoas ao redor do mundo

negociando, e com o mercado americano aberto, a volatilidade, que dá uma
pequena desacelerada com o passar da sessão londrina, volta a acender as
expectativas daqueles que negociam durante esse horário. Os preços muitas vezes
têm uma nova onda de volatilidade, e com isso andam mais um pouco (ou ficam
oscilando mais rapidamente), e isso dura até o momento em que a sessão de
Londres começa a baixar as portas.
62
Finalizado lá na Inglaterra, resta aberta apenas a sessão de NY, e com isso, depois
de um certo tempo, o mercado começa a querer dormir novamente, ficando boa
parte bastante lateralizado, sem movimento, sem oscilações bruscas de preço. Claro,
tudo que falei aqui é apenas o NORMAL. Em situações atípicas de mercado, algo
pode acontecer no mundo que leve as pessoas a procurarem algum banco aberto e
negociarem suas moedas, e aí, mesmo que seja a sessão mais calma do Forex, o
preço pode explodir para algum lado, gerando uma grande volatilidade.
Também pode acontecer de, por exemplo, justo no início da sessão de Londres, o
mercado decidir colocar o despertador na soneca várias vezes, como nós, e só vir
acordar bem depois do que iria geralmente. E isso deixa muitos day traders
frustrados, pois suas operações ficam patinando, vindo a se decidir, ou não, ao
longo do dia.
Ao final desse capítulo você terá diagramas completos e exclusivos para entender
melhor sobre as sessões, suas respectivas volatilidades e tudo sobre o horário no
Forex.
FOREX NOS FERIADOS
O Forex só fecha em dois feriados mundiais, Natal e Confraternização universal, ou

primeiro de janeiro. Se esses dias caírem em um dia de semana, não haverá
negociação. Como aqui no Brasil o dia no Forex inicia à noite, então em 25/12 e
01/01 as negociações estão fechadas durante o dia, mas abrem na parte da noite,
com o início das operações em Sydney. Entretanto, nesses dias o mercado ficará
parado desde a noite do dia anterior.
Ou seja, na véspera de Natal, pode ir tranquilo jantar com sua família, o mercado vai
fechar assim que os americanos em Nova York forem comer seu grande peru de
Natal. E no virar do ano, relaxe, vá ficar com seus queridos e planejar suas metas do
próximo ano, pois nessas duas situações não vai ter ninguém do outro lado
querendo negociar, e justamente por isso, as corretoras e bancos estão fechados
para qualquer tipo de negociação.
COMO FUNCIONA O HORÁRIO NO FOREX
Atente bem para essa aula, pois ela é crucial a respeito do horário no mercado, que
gira todo dia o dia todo ao redor do planeta. Aqui você verá a importância das
aulas de Geografia na escola, e terá uma explicação como você nunca viu, te
63
deixando perfeitamente preparado para não ter problemas com o relógio em um

mercado mundial.
Há muita confusão com esse horário no meio dos traders, e é até compreensível.
Quem você acha que se importa tanto a ponto de verificar o porquê desses
horários, e principalmente quem é que se dedica a aprender a sistemática da
composição do fuso horário ao redor do mundo. Eu te respondo, somente aqueles
realmente preocupados em estudar o mercado que querem atuar, para ganhar
dinheiro com ele. Esse livro vai te deixar pronto para saber tudo o que precisa sobre
os horários no Forex, e poder até ensinar qualquer um que não entender como
funciona.
Preparados? Então, Let’s move on....
Convencionou-se no mundo todo que o dia do Forex, o início e fim do mercado de

câmbio, se daria no momento em que a sessão de Nova York fechasse. Já que o
dólar é a moeda mais forte do mundo, sendo amplamente negociada em todo o
planeta, seria natural esperar algo assim. E dessa forma, os EUA receberam essa
responsabilidade.
Então, assim que fecham as portas de Wall Street, encerra-se o DIA DO FOREX, e
imediatamente inicia-se outro. Assim que Nova York fecha, Sydney abre no segundo
depois. Então, o Forex não tem pausa! De domingo a sexta-feira não há intervalos,
está sempre funcionando, com exceção das datas que mencionei anteriormente.
Caso você esteja se perguntando por que ativos como o Ouro e a Prata ficam
indisponíveis para negociação assim que Nova York fecha, primeiro saiba que eles
não fazem parte do “Mercado de Câmbio”, logo não são ativos negociados no
Forex propriamente dito. São metais negociados muitas vezes dentro das sessões
do Forex, mas não pertencem a ele. Logo, seguem um horário diferente. A título de
curiosidade, as negociações de ouro e outros metais ficam paradas por 1 hora, que
é a primeira hora da sessão de Sydney, vindo a serem negociados tão logo passem
esses primeiros 60 minutos.
O horário no Forex segue o fuso horário do hemisfério norte, já que os maiores

centros financeiros estão ali. Logo, quando lá em cima ocorre o Horário de Verão,
então todo o mercado é ajustado, inclusive para os mercados do hemisfério Sul.
A tabela a seguir mostra os horários de início e término do dia no Forex no Brasil, de

acordo com os fuso horários principais, GMT e EST. O primeiro segue o meridiano
64
zero, ou meridiano de Greenwich, ponto zero da localização mundial. O EST é o

horário no leste dos Estados Unidos, região onde se situam Nova York e
Washington.
HORÁRIO NO BRASIL
HORÁRIO DE VERÃO HORÁRIO NORMAL
SESSÕES Hemisfério Norte Hemisfério Norte
De Março a Novembro De Novembro a Março
ABERTURA FECHAMENTO ABERTURA FECHAMENTO
Sydney / GMT +11 18:00 03:00 19:00 04:00

Tóquio / GMT +9 21:00 06:00 22:00 07:00
Londres / GMT 0 04:00 13:00 05:00 14:00
Nova York / GMT -5 09:00 18:00 10:00 19:00
A maior complicação em relação ao horário se dá, sem dúvida alguma, em como

funciona essa questão de fuso e especialmente de Horário de Verão no hemisfério
norte. Pois bem, atente para a explicação abaixo, e tente esquecer algum possível
hábito de pensar em “Horário de Verão é uma hora a mais”. Sim, para quem passa o
período é, mas no Forex, como o horário de verão NÃO é o nosso, então não será
dessa forma.
No Horário de Verão, os relógios são acrescidos de uma hora. Logo, quando é meia
noite (00:00) do início desse período, a hora é ajustada para que fique em 01:00 da
manhã. Então cuidado ao pensar que no Horário de Verão do hemisfério norte, as
coisas ficarão uma hora a mais, NÃO é dessa forma. Como tudo isso é no Norte,
será diferente. Esse pensamento é que confunde na hora de verificar as horas no
Forex.
Durante o Horário de Verão, os compromissos começarão e terminarão na MESMA

hora, a do seu relógio. Ou seja, se você está nesse período em uma localidade que
o adota, se seu trabalho começa às 08:00 e encerra às 18:00, serão nesses exatos
horários que acontecerão. No relógio não muda. Não é porque está em horário
diferenciado que você chegará ao trabalho às 07:00. Você vai pro seu emprego às
08:00, e só sairá às 18:00, como sempre foi.
Mas se o Horário de Verão é em outro local, precisamos verificar como está o

horário lá, para então podermos adequar aqui. Atente a essa última informação
destacada.
Fique ligado, em períodos normais, sem Horário de Verão, NY fica no fuso horário
GMT -5, ou seja, quando em Londres (GMT 0) começa o dia às 00:00, em NY ainda
65
são 19:00, 5 horas antes. No Brasil o fuso horário principal, o de Brasília, é GMT -3,
então quando em Londres é hora do almoço, 12:00, aqui veremos 09:00 da manhã
nos relógios. Logo, NY costuma ficar 2 horas atrás do horário brasileiro. Quando
estamos acordando às 07:00. Os nova iorquinos ainda têm mais duas horas de sono
(05:00).
MAS ATENÇÃO, no hemisfério norte, especialmente nos EUA, o Horário de Verão lá

dura bastante. De março a início de novembro os americanos estão 1 hora
adiantados, e assim, o horário deles é GMT -4, apenas, portanto, 1 hora atrás de nós
brasileiros. Isso é IMPORTANTÍSSIMO, pois os horários do Forex dependem do
horário da sessão de Nova York. TODO o horário do mercado de câmbio olha e
considera essa sessão, então use essa aula para aprender e ficar craque.
_______________________________________
“Os horários do Forex dependem

do horário da sessão de Nova York.
TODO o horário do mercado de câmbio
olha e considera essa sessão!”
________________________________________
Lá em NY a sessão começa quando os relógios marcam precisamente 08:00 (não

muda). Então nos Rolex dos operadores de Wall Street esse será o horário para
poderem negociar as moedas (lembre-se que é diferente da bolsa de ações
americana). E quando os relógios em NY marcarem 17:00, as negociações encerram
por lá. A sessão então dura 9 horas corridas.
ATENTE BEM, de março a novembro os EUA estão em Horário de Verão, logo, em

vez de duas horas antes de nós, eles ficarão apenas 1 hora atrás do nosso horário.
Vamos lá.
De novembro a março, horário normal:
▪ NY abre às 08:00, mas para nós é 10:00 nos nossos relógios

▪ NY fecha às 17:00, mas para nós brasileiros os relógios marcarão 19:00 (2
horas na frente)
Esse horário de fechamento é o que você TEM que aprender. TODO o Forex
depende dele, pois é o marco de início e fim de um dia no Forex.
66
Agora vamos de Horário de Verão lá em NY - De março a novembro:
▪ NY abre às 08:00, mas para nós é 09:00 nos nossos relógios

▪ NY fecha às 17:00, mas para nós brasileiros os relógios marcarão 18:00
(apenas 1 hora na frente)
Veja que para os nova iorquinos o relógio deles marca exatamente o mesmo
horário, pois estão em Horário de Verão, apenas fizeram adiantar uma hora, a rotina
deles NÃO MUDA. O horário das bolsas permanece oficialmente os mesmos, o que
muda é, digamos, o tempo, pois se levantarão temporariamente mais cedo, e
encerrarão suas atividades também antes do que de costume em relação ao passar
do dia. Mas os horários são iguais, abertura e fechamento.
O que muda é para nós e todos aqueles que não estão seguindo o horário de verão
no hemisfério norte, pois precisaremos nos ajustar a isso. Se eu sempre olho o
fechamento de Nova York em um horário, com a mudança precisarei olhar em
outro. E isso todo ano, duas vezes por ano, março e novembro.
Para Londres o raciocínio é o mesmo, pois lá também há o Horário de Verão. E nós

estamos em GMT -3 em relação à Inglaterra, logo, estamos atrás em três horas dos
relógios de lá. Em Londres a sessão de negociação de moedas também abre às
08:00, e encerra às 17:00, nos relógios de lá. A diferença será no nosso horário local,
que será bem diferente do horário de NY e Londres nos nossos relógios.
Atente para o fato de que o fuso horário oficial em Londres é GMT 0 (zero), pois é
lá que passa o meridiano inicial do planeta, no distrito chamado Greenwich (daí o
nome, “Meridiano de Greenwich” - As aulas de Geografia da quarta série parecem
bem interessantes agora, hein?). Mas quando lá entram em Horário de Verão,
passam para GMT +1, pois os relógios avançam 1 hora. Lembra de Nova York? Que
o fuso saía de GMT -5 para GMT -4, ou seja, avançaram uma hora também, mas
como o sinal é negativo, o valor foi de -5 para -4.
De novembro a março, horário normal - Londres: GMT 0 / Brasil GMT -3 - Diferença

de 3 horas
▪ Londres abre às 08:00, mas para nós é 05:00 nos nossos relógios (3 horas
antes)
▪ Londres fecha às 17:00, mas para nós brasileiros os relógios marcarão 14:00
67
Agora vamos de Horário de Verão lá em Londres* - De março a novembro -

Londres: GMT +1 / Brasil GMT -3 - Diferença de 4 horas
▪ Londres abre às 08:00, mas para nós é 04:00 nos nossos relógios (4 horas
antes)
▪ Londres fecha às 17:00, mas para nós brasileiros os relógios marcarão 13:00
Então se você é day trader e precisa ficar ligado no início da sessão de Londres, TEM
que se atentar a essas informações. Recomendo revisar esses horários, e ficar
especialista na parte de horários do Forex.
Não irei entrar em detalhes do Horário de Verão brasileiro, pois além de ter sido
suspenso recentemente, era uma confusão ENORME que se fazia. Era deveras
complicado, pois quando o Norte saía do Horário de Verão, poucas semanas depois
nós entrávamos no nosso, e aí era uma enorme bagunça, 4 mudanças de horários
ao longo ano. Para nós do Forex essa suspensão foi um ponto positivo, diminuiu
nosso trabalho de verificar fuso horário ao redor do mundo. Agora, apesar de
necessitar de atenção, está menos complicado, ou mais fácil, se você já se
acostumou com as mudanças.
* O horário de verão oficial considerado pode variar entre corretoras. A maioria se

baseia no horário de Nova York, como você já viu, mas outras podem se basear no
horário de Londres, então fique atento. Recomendo uma corretora que seja fiel ao
horário dos EUA, em NY.
DIFERENÇA DE HORÁRIO ENTRE CORRETORAS
Como você estudou, o Forex no mundo todo considera o horário em Nova York
para o fechamento, o marco do dia oficial do mercado de câmbio, porém não é
assim para algumas corretoras. Há aquelas que insistem em se basear por exemplo
no horário de Londres, ou ainda uma junção entre o de Tóquio com o da capital
inglesa. Algumas corretoras têm seus meios próprios de considerar o horário, o que
muito se deve ao fato de usarem provedores de liquidez diferentes, e aí é mais fácil
para elas MUDAR TODO O HORÁRIO DO FOREX do que simplesmente ajudar o
cliente e seguir o horário CORRETO mundial do mercado de câmbio.
Ainda bem que a maioria hoje considera sim o horário de Nova York para
fechamento, e com isso quando você olha para o gráfico nessas corretoras, você
está DE FATO vendo as informações que grandes bancos e instituições financeiras
também enxergam. Somente algumas empresas teimosas insistem em ajustarem
68
algo que não deveria ser mexido. Como o Forex não é centralizado, cada uma pode
tomar a decisão que achar melhor, mas eu fortemente recomendo a você ficar com
uma corretora que siga os relógios da Big Apple americana, a cidade da Estátua da
Liberdade, NY.
Para saber se sua corretora usa o gráfico correto do Forex, o que se alinha ao
horário de fechamento de Nova York, basta olhar o gráfico Diário. Se nesse time
frame cada semana tiver apenas 5 velas, então você está em uma corretora que
segue o horário correto. Agora, se sua plataforma mostrar uma vela a mais, e com
isso a semana tiver 6 velas no gráfico Diário, desconsidere essa corretora para
procurar padrões de preço. Você estará enxergando diferente da maioria, e ficando
vários passos atrás dos verdadeiros profissionais do Forex.
O que acontece é que essas corretoras desajustadas procuram considerar o

domingo como um dia no mercado, mas NÃO! Não é assim. A semana no Forex
tem apenas 5 dias: segunda, terça, quarta, quinta e sexta-feira, ponto! Considerar o
domingo como um dia do mercado de câmbio vai contra qualquer sintonia com o
mercado real. Portanto, fica a dica para usar as plataformas das corretoras alinhadas
a NY. Nesse material você será apresentado à corretora mais interessante para
traders de varejo, que segue o horário mundial do Forex, e tem inúmeras vantagens.
Mesmo assim, siga as dicas que eu dei para identificar se sua corretora está alinhada
ao padrão correto atualmente.
ENTENDO AS SESSÕES E HORÁRIOS
A seguir vou te mostrar alguns diagramas que te auxiliarão no melhor entendimento

das sessões tratadas no início do capítulo. Você também verá a sobreposição de
sessões, e qual delas tem maior e menor volatilidade.
69
Diagrama com o Horário Normal no Hemisfério Norte - De

Novembro a Março
70
Diagrama com o Horário de Verão no Hemisfério Norte - De

Março a Novembro
Repare que há mudanças apenas nos horários em si
71
Diagrama com Sobreposição das Sessões

Aqui foi considerado o horário normal no hemisfério Norte.
72
Diagrama com a Volatilidade das Sessões
CONCLUSÃO
Nessa aula você aprendeu de uma forma completa como funciona todo o horário
no mercado de câmbio. Viu que o Forex não para, não tem pausa durante a
semana. Sempre que um dia acaba após a sessão de NY, um novo dia começa com
o início da sessão de Sydney, abrindo imediatamente. E com o passar do dia, outras
sessões vão tendo início, e gerando assim sobreposições, que aumentam a
volatilidade no mercado.
Você também aprendeu como funciona o fuso horário, e como as sessões vão
iniciando ao longo do dia. Viu bastante sobre Horário de Verão, e que o mercado
considera essa alteração no hemisfério norte para mudanças ao redor do mundo.
Por fim, aprendeu sobre o verdadeiro e correto horário do mercado, que é aquele
alinhado ao fechamento de Nova York. Continue estudando esse livro, pois ainda
tem muito mais vindo por aí. Vamos nessa.
73
MÓDULO 2
SISTEMAS E
ESTRATÉGIAS DE
NEGOCIAÇÃO
74

CAPÍTULO 6
CONHECENDO O PRICE
ACTION
75
CAPÍTULO 6 - CONHECENDO O PRICE ACTION

Você já viu por aí algum gráfico somente com
algumas barras e poucas linhas? Um gráfico sem
nenhum indicador, ou sem nada mais 'especial' em
cima dele? Bom, se você já visualizou algum assim,
você estava olhando para um gráfico que mostra
somente a ação do preço, somente o preço cru na
tela, sem nada mais. Nesse capítulo vamos conhecer
e estudar a fundo o que é o tal do "Price Action", e
porque ele é o mais recomendado, para qualquer
nível de desenvolvimento de um trader.
O QUE É ?
Price Action é simplesmente a ação do preço ao longo do tempo, é o movimento

que o preço faz durante suas oscilações para cima e para baixo no decorrer dos
dias, meses, anos. Quando aprendemos sobre Price Action nós conseguimos ter
uma visão clara do que o preço vem fazendo, sendo possível determinar de maneira
simples em que direção o mercado está se movendo ultimamente.
O movimento no preço de qualquer ativo negociado no trading é causado pelo

pensamento de todos os traders do mundo todo. Quando a maioria decide
comprar, o preço sobe, quando a maioria decide vender, o preço cai. Acontece que
o comportamento das pessoas ao adquirir os ativos e se desfazer deles é muito
parecido ao logo do tempo. Isso significa que o movimento do preço segue alguns
padrões, e esses padrões se repetem com uma certa frequência no gráfico. O
analista que estuda o Price Action tem como objetivo aprender sobre esses padrões,
e identificá-los no momento em que ocorrerem.
____________________________
“O movimento do preço
segue alguns padrões,
e esses padrões se repetem
com uma certa frequência
no gráfico”
____________________________
76
O trader que usa a ação do preço no seu operacional vai montar o seu
sistema usando esses padrões como base. Cada movimento esperado, cada padrão,
cada comportamento que ficar estabelecido no planejamento de um trader, será
incluído no seu sistema, e passará a fazer parte do operacional do negociador. Ou
seja, se o Price Action é a forma de analisar somente o movimento do preço e seus
padrões, o Trading System do trader de Price Action será feito com base
unicamente nessa análise, nada mais.
Simplificando, usar o Price Action é tomar TODAS as decisões de entrada e saída

com base em um sistema que use somente um gráfico com barras, ou "cru", sem
nenhum indicador.
Todas as variáveis econômicas são o que causam o movimento do preço, e isso

pode ser facilmente visto nos gráficos. Em vez de tentar filtrar essas milhões e
milhões de variáveis que existem, é bem melhor negociar apenas com os padrões
de preço refletidos no gráfico, que já trazem tudo, todas as variáveis de mercado,
mastigado e condensado no movimento do preço através das barras.
PRICE ACTION NO FOREX
Em qualquer mercado é possível usar o Price Action nas análises, mas como esse
livro é voltado para o Forex, vamos trabalhar em cima desse mercado de câmbio.
O Forex é altamente líquido, o preço se move bastante diariamente, e as cotações

nos gráficos dos pares de moeda tendem a seguir e respeitar bem os padrões ao
longo do tempo. Particularmente eu gosto muito de operar dessa forma, e tenho
feito toda a minha carreira em cima unicamente da ação do preço.
A primeira coisa a se fazer para começar a negociar com o Price Action é retirar
todo e qualquer indicador que possa ter sobre o gráfico. Deixe-o 'limpo', agradável
de se olhar. Somente use as barras, subindo e descendo, o preço precisa aparecer
para você da forma mais clara possível.
Eis um exemplo de um gráfico da forma como eu utilizo.
77
Agora vamos fazer uma comparação: dê uma boa olhada no gráfico abaixo, é
exatamente o mesmo anterior, porém com indicadores bem populares. Agora
compare-os e decida, qual gráfico é mais "limpo", mais claro, para negociar?
A grande maioria dos indicadores são derivados do movimento dos preços, isto é,
eles usam o preço como fonte de informação, mostram algo de forma atrasada
(lagging), isso significa que são ferramentas secundárias!
Portanto, se já existe um método sólido para negociar baseado apenas no

movimento dos preços (análise de Price Action), é muito melhor usá-lo em vez de
tentar analisar dados secundários, muitas vezes em excesso, que fazem mais
confundir e atrapalhar do que qualquer outra coisa.
78
OPERANDO COM PRICE ACTION
Vamos ver agora como se opera usando apenas a ação do preço no gráfico. Aqui
eu vou te mostrar exatamente usando como exemplo o meu sistema de negociação,
que utiliza somente conceitos de Tendência, Nível e Sinal.
No gráfico abaixo você pode ver um par de moedas em tendência de baixa, e pode
perceber que após retrações de alta, o preço deixa alguns sinais de entrada, que
chamo de pinbar.
COMO DETERMINAR A TENDÊNCIA COM PRICE

ACTION
Você leu no começo dessa aula que o Price Action é usado para definir o
movimento que o preço 'vem fazendo' ultimamente. Podemos caracterizar o
movimento do preço de duas formas: Tendência e Lateralização.
Operar em tendência é sempre melhor, pois entende-se que há mais traders

entrando naquela direção, e as probabilidades estarão a nosso favor se formos para
onde os grandes fluxos estão indicando que têm força para empurrar o preço.
Existem inúmeros indicadores que vão tentar te dizer qual é a tendência do

mercado, mas nenhum deles se compara à forma de analisar o subir e descer do
movimento do preço puro no gráfico, que já é uma maneira bastante consolidada
de determinar a tendência.
Para achar uma tendência de baixa, é só procurar fundos que sejam menores que
os fundos anteriores, e topos que sejam menores que os topos anteriores. Já para
identificar uma tendência de alta, basta encontrar topos maiores que topos
79
anteriores, e fundos mais altos (maiores) que os fundos anteriores. No gráfico abaixo
vemos uma tendência de baixa seguida de uma alta, bastante visíveis.
COMO USAR O PRICE ACTION PARA ABRIR OS

TRADES
Para operar com qualidade, o trader precisa estabelecer no seu planejamento

entradas que usem dois ou mais itens que apontem na mesma direção, o que
chamamos de "Confluência de Fatores". Ao negociar buscando sinais que estejam
em sintonia, as probabilidades de sucesso no longo prazo aumentam
significativamente.
Importante: Não é que "mais itens de confluência" aumentam a probabilidade de um

trade dar certo, não é isso! Mas operar usando alguns fatores que 'se encaixem', faz
com que o trader traga as probabilidades de longo prazo a seu favor, pois estará
cada vez mais buscando o padrão que se repete no mercado, como explicado no
início. Esse pode ser um ponto paradoxal de entender, mas por agora coloque na
cabeça que é importante operar com fatores que apontem para um mesmo norte, e
assim você terá sucesso no longo prazo.
No gráfico abaixo você verá um sinal de operação que usa 4 fatores de confluência
bastante conhecidos. Quando os 4 fatores mostram que o preço pode seguir em
determinada direção, isso indica que ali PODE estar acontecendo o padrão que tem
se repetido ao longo dos anos, sendo então uma ótima forma de operar
(considerando um sistema PLANEJADO que use esses itens).
80
Antes que você questione o uso de Fibonacci ali, saiba que essa ferramenta se trata
apenas de uma régua, nada mais. Ela mede a proporção da retração em relação ao
movimento forte anterior. NÃO é um indicador, é uma RÉGUA, só isso.
CONCLUSÃO
Nesse capítulo você teve uma noção geral sobre o que é negociar com um
gráfico LIMPO, sem indicadores que VÃO te confundir mais do que te ajudar.
Conheceu também como os analistas do movimento do preço puro no gráfico
decidem entrar em um trade, através de um sistema pré-definido que inclua
critérios baseados em padrões que o preço tem feito ao longo de décadas.
Sobre a importância e relevância do Price Action, o famoso autor Mark Douglas, no

seu livro The Disciplined Trader, de 1990, fez uma afirmação essencial. Ele
mencionou que, analisar um gráfico e definir um padrão para operar de uma forma
que seja "MECÂNICA", é melhor que operar analisando de uma forma
"MATEMÁTICA". Essa forma ‘matemática’ seria basicamente a forma como os
indicadores processam a informação conseguida nos preços, através de cálculos.
Além disso ao longo de todo o seu livro, o autor se refere a padrões de preço que
se repetem, visualizados graficamente. Então, com uma pessoa ''de peso" como o
Mark Douglas argumentando, fica fácil optar por operar com um gráfico limpo e
claro à nossa frente.
A partir daqui é importante que você continue estudando com afinco essa parte do
livro, pois esse foi o primeiro passo dado para entender sobre um operacional
prático, claro e objetivo. Fique tranquilo, daqui a algumas poucas aulas você poderá
de fato ir para a prática usar todo esse conhecimento no seu treinamento.
81

CAPÍTULO 7
TIPOS DE GRÁFICOS E
TIME FRAMES
82
CAPÍTULO 7 - TIPOS DE GRÁFICOS E TIME

FRAMES
Nessa aula passaremos pelos tipos de gráficos disponíveis para operações no

trading, e você entenderá como operar no gráfico mais utilizado no Forex, o gráfico
de velas japonesas, os famosos candlesticks.
INTRODUÇÃO
No mercado financeiros usamos gráficos para visualizarmos a variação do preço no

tempo. Um gráfico cartesiano é composto por dois eixos, duas retas, uma delas
vertical apontando para cima, e outra horizontal, apontando para à direita. O eixo
vertical é utilizado para verificação da variação do preço, e o eixo horizontal para a
variação do tempo.
83
Um preço que sobe terá um desenho ascendente nesse gráfico. Já um preço que cai
gerará uma figura que aponta para baixo. Parece simples, mas é preciso ir criando
bem esse senso de direção, pois será extremamente útil na hora de determinar
tendências e lateralidades no mercado.
84
GRÁFICO DE LINHA
Esse gráfico é o mais simples de todos. Ele é bom para fácil identificação de
tendências e visualização geral do preço no decorrer do tempo. Esse gráfico mede a
variação de determinado preço escolhido pelo operador. O mais comum e mais
utilizado deles é o gráfico de linha aplicado ao fechamento. A cada período, seja um
dia, uma hora, ou mesmo a cada 5 minutos, o gráfico de linha aplicado ao
fechamento vai ligar os pontos no gráfico, pontos esses que correspondem aos
valores de fechamento de cada período citado.
Suponha o gráfico Diário, cada dia haverá um único valor de fechamento, e esse
preço será marcado no gráfico para ser "ligado" por uma linha. Digamos que hoje o
EURUSD fechou a 1.14500, amanhã fecharia em 1.15100, e no terceiro dia fechasse
em 1.16000, o resultado seria uma linha ascendente ligando esses 3 preços.
85
Suponha o mesmo par, mas agora no gráfico de 1 hora, o H1. Se às 08:00 da manhã
ele fechar em 1.14700, às 09:00 fechar em 1.14500, e às 10:00 fechar em 1.14300,
teremos uma linha descendente ligando esses pontos, esses preços. Porém nesse
exemplo o gráfico vai variar a cada hora, e não a cada dia como no exemplo
anterior.
Esse valor de fechamento pode ser também o de abertura, ou a junção das

máximas, ou ainda das mínimas, tudo vai depender da estratégia do Trader. De
qualquer forma, o gráfico de linha é muito pouco utilizado. Abaixo um exemplo
desse tipo de gráfico:
A sua vantagem mais latente é permitir o traçado de suportes e resistências de

maneira simples, mais fácil visualmente. Mas nem por isso significa que o suporte e
resistência traçados no gráfico de linha será o mais preciso. Por ser mais fácil
desenhar esses níveis, torna-se interessante para iniciantes aprender traçá-los no
gráfico de linha, já que para isso não depende muito do famoso tempo de tela,
requisito importante para marcar limites em gráficos de velas japonesas com mais
precisão.
86
Veja esse exemplo de como é simples o traçado dos níveis de suporte e resistência,
e linhas de tendência no gráfico de linha.
Porém, o intuito desse livro é deixá-lo pronto para operar entre os grandes, operar
da forma mais lucrativa, mais consistente, e não podemos "perder" tempo treinando
em um gráfico que não será usado no futuro. É importante saber sobre esse tipo,
mas apenas a título de informação, pois os conceitos dos próximos gráficos são
melhor entendidos quando se compreende antes a formação do gráfico mais
simples, o de linha. No decorrer do livro você perceberá.
GRÁFICO DE BARRAS
Esse tipo de gráfico será o precursor do principal dessa aula. O gráfico de barras é
formado por símbolos como uma barra na vertical, e mais dois pequenos traços
horizontais, um de cada lado da barra. Esse símbolo vai representar 4 informações:
Abertura, fechamento, máxima e mínima do período escolhido pelo operador.
Exemplo do gráfico de Barras.
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Suponha que o time frame escolhido foi o gráfico Diário do EURUSD. No início do
dia o preço era de 1.15500, e no decorrer do dia atingiu o pico máximo de 1.15800.
Com o passar das horas, o preço foi caindo, caindo, até que chegou ao valor de
1.15400, valor menor atingido durante o dia, e menor que a abertura. Próximo de
encerrar o dia, o preço se recupera e alcança 1.15600, em seguida o dia é encerrado,
e a barra daquele dia é fechada. Uma nova barra então se abre para marcar os
novos pontos do dia seguinte. A figura ficaria dessa forma:
A linha horizontal à esquerda marca o valor do preço de abertura do dia, e a linha à

direita marca o preço de fechamento. A parte mais alta da barra marca a máxima, a
parte mais baixa a mínima.
Se o preço de abertura e de fechamento forem os mesmos, o símbolo ficará assim:
E caso a máxima ou a mínima se iguale à abertura ou ao fechamento, essas seriam

então as barras visualizadas.
88
O mesmo raciocínio quanto ao período pode ser aqui aplicado. Caso o time frame
seja o gráfico de 1 hora, então abertura, fechamento, máxima e mínima serão os
valores respectivos dentro do período de apenas 60 minutos. Ou seja, cada barra
marcará os 4 valores compreendidos entre cada hora.
Apesar de esse gráfico não ser muito utilizado, especialmente no Forex, entendê-lo
é crucial para a adequada compreensão do gráfico de velas japonesas, o qual você
verá a seguir.
GRÁFICO DE CANDLESTICKS
Também chamado de gráfico de velas, foi inventado por um japonês, Munehisa

Honma, há mais de 300 anos para medir a variação na cotação do arroz. Através
desse sistema ele conseguia ter uma ideia bem próxima de que direção o preço do
arroz poderia tomar após alguns padrões que se repetiam no decorrer do tempo.
Dizem que ele fez fortuna com essa técnica, e que foi o primeiro trader bem
sucedido do mundo.
Até onde isso é fato, não se sabe, mas uma coisa é certa: as velas japonesas ficaram
marcadas como algo altamente produtivo e de grande eficácia. Foram trazidas ao
ocidente pelo americano Steve Nison, investidor de Wall Street. E até os dias de hoje
permanecem como um meio bastante útil para identificar possíveis padrões de
comportamento do preço.
89
Atribui-se a Munehisa Honma o maior desenvolvimento desta técnica de análise. Diz

a lenda que conseguiu 100 trades consecutivos vitoriosos. De suas teorias evoluíram
as técnicas de candlestick que hoje são utilizadas e pesquisadas em todo o mundo.
Abaixo um exemplo desse tipo de gráfico.
Esse acima é o gráfico que utilizo nas minhas análises, e que é considerado o mais
"limpo" e mais adequado para operações de Price Action.
Como Funciona o Gráfico de Candles
Ele é formado por símbolos chamados de "velas", "candles". Cada vela marca os
mesmos dados das barras explicadas anteriormente, abertura, máxima, mínima e
fechamento. Porém a forma como a vela é representada é diferente. Eis o exemplo
de um candle.
Repare que a forma do candle lembra de fato uma vela, com o corpo e o pavio.
Abaixo da figura há também outro pavio. Esse pavio é a linha superior e inferior. A
linha vertical em cima é chamada de sombra superior, e a linha vertical em baixo é
chamada de sombra inferior. As linhas horizontais marcam ou a abertura, ou o
fechamento, de acordo com o preço de cada um
90
Se a abertura for um preço menor que o fechamento, então a linha horizontal

inferior será a abertura, e a linha horizontal superior será o fechamento. A diferença
entre o fechamento e a abertura forma o "corpo" da vela. Nesse último caso citado,
com o fechamento acima da abertura, a vela será uma vela de "alta", e seu corpo
será um corpo de alta, geralmente da cor verde, azul, ou branca, como na imagem
acima.
Se a abertura for um preço maior que o fechamento, então a linha horizontal

inferior será o fechamento, e a linha horizontal superior será a abertura. Nesse caso
a vela será uma vela de "baixa", e seu corpo será um corpo de baixa, geralmente da
cor preta ou vermelha, como na imagem abaixo:
Os níveis horizontais e verticais em cada uma das velas estão abaixo discriminados.
Vamos usar o exemplo do EURUSD mencionado na explicação do gráfico anterior, o
91
de barras. Suponha que o time frame escolhido foi o gráfico Diário do EURUSD. No
início do dia o preço era de 1.15500, e no decorrer do dia atingiu o pico máximo de
1.15800. Com o passar das horas, o preço foi caindo, caindo, até que chegou ao
valor de 1.15400, valor menor atingido durante o dia, e menor que a abertura.
Próximo de encerrar o dia, o preço se recupera e alcança 1.15600, em seguida o dia
é encerrado, e a barra daquele dia é fechada. Uma nova barra então se abre para
marcar os novos pontos do dia seguinte. A figura ficaria dessa forma:
Se fôssemos traçar uma linha de movimento desse candle do exemplo acima,

percorrendo o trajeto da cotação ao longo do dia, teríamos algo do tipo:
92
Quando o preço de abertura é igual ao de fechamento, teremos uma situação

interessante, pois a vela ficará exatamente igual à barra que estudamos no gráfico
anterior:
93
Essa imagem acima é também uma vela, porém não tem corpo, já que o preço de
abertura e fechamento foram exatamente os mesmos. No caso de a abertura ou
fechamento coincidir com a máxima, ou mesmo com a mínima, a vela formada não
terá uma das sombras, ou mesmo não terá sombra nenhuma. Veja alguns
exemplos:
O pinbar, um dos padrões de candle mais importantes no trading, é uma vela de

cauda longa e corpo pequeno, ou mesmo sem corpo, e pode ser das seguintes
maneiras.
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Para que fique caracterizado como um pinbar basta que o tamanho da cauda seja
no mínimo 2/3 do tamanho do candle todo. Você estudará muito mais sobre esse e
outros padrões de candle ainda nessa parte do livro.
Os gráficos de velas são os mais populares e mais utilizados de todos os três

apresentados. Assim, esse é o tipo que você verá com mais frequência durante o
trading no Forex. Também é o tipo de gráfico que eu recomendo seriamente que
você use quando aprender a operar com as estratégias de Price Action.
TEMPOS GRÁFICOS
No mercado financeiro, como você tem visto, usamos gráficos para visualizarmos a
variação do preço no tempo. Agora vamos ver como funcionam a questão dos Time
Frames.
Quando a variação de preço ocorre dentro de um período de tempo determinado,

teremos um gráfico com aquela nomenclatura. Explicando melhor, se estamos
trabalhando com o gráfico Diário, por exemplo, então a variação de preço dentro
de um dia inteiro será colocada no gráfico através de um símbolo, que no caso que
estamos trabalhando, seria uma vela, um candle. E assim, a nomenclatura daquele
Time Frame será “Gráfico Diário”, ou “Gráfico de 1 Dia”, ou ainda “Gráfico D1”.
Agora digamos que vamos utilizar o gráfico de 1 hora, isso quer dizer que o símbolo
utilizado representará a variação do preço dentro de uma hora, chamamos esse
gráfico de H1. A mesma coisa para qualquer outro período. O gráfico de H4
representa a variação do preço dentro de 4 horas para cada vela; o gráfico de 30
minutos ou M30, mostra a variação do preço por candle durante 30 minutos.
95
Eis os Time Frames mais comuns e suas nomenclaturas:

- MN: Gráfico Mensal
- W1: Gráfico Semanal
- D1: Gráfico Diário
- H4: Gráfico de 4 horas
- H1: Gráfico de 1 hora
- M30: Gráfico de 30 minutos
- M1: Gráfico de 1 minuto
Algumas plataformas permitem variação desses gráficos, e é possível trabalhar por

exemplo com Time Frames de 8 horas, ou mesmo 30 segundos.
Time Frames mais Importantes

Algo essencial a salientar é que quanto maior o tempo gráfico, há uma maior
probabilidade de a informação ser mais robusta. Logo, um gráfico semanal tem
informações mais interessantes que um gráfico de 5 minutos. E certamente padrões
que aconteçam no gráfico Diário terão maior peso do que aqueles que aconteçam
em gráficos de 1 hora. Porém quando falamos de certas situações específicas,
precisamos nos ater a outras questões, explicadas a seguir.
Outra informação crucial é que na hora de definir a tendência de um ativo, o gráfico

no qual precisamos nos basear é o D1. Sim, o gráfico Diário é o mais importante
para saber em que direção o preço está indo. Portanto, se um gráfico de 15
minutos, por exemplo, indica alta, mas o gráfico Diário mostra queda, a informação
do gráfico de 15 minutos está muito mais para um movimento contra a tendência
do que a direção de fato do ativo. Se no gráfico de 1 hora temos uma queda, mas a
tendência do gráfico Diário é claramente de alta, então é plausível pensar que o
96
movimento de H1 está muito mais para uma retração do que para a tendência
correta do ativo. Se os movimentos de dois períodos gráfico estão alinhados, sendo
um deles o gráfico Diário, então o movimento do período menor pode ser
enquadrado como pertencente à impulsão da tendência.
97
Fique ciente também que quanto menor o time frame, especialmente na casa dos
minutos, será pior para a parte de gerenciamento e psicológico. Vejo muitos traders
iniciantes, muitos mesmo, querendo começar e ir operar em períodos como o de 1
ou 5 minutos. Não são gráficos bons, pois muitas vezes exigem que o trader fique
constantemente de olho no mercado para não perder as supostas ‘oportunidades’.
Como você aprenderá nesse livro, um dos princípios fundamentais do sucesso é
justamente não ficar muito tempo exposto ao mercado. O correto é procurar seu
sinal, colocar a ordem, e se afastar do gráfico.
Traders que decidem operar baseados em Times tão curtos acabam inevitavelmente
passando muito tempo na frente da tela do computador, e isso afeta drasticamente
sua parte psicológica e sua capacidade de decisão. Não brinque com isso, há
inúmeros estudos mostrando que a atenção constante e duradoura reflete
negativamente na parte do cérebro capaz de tomar as decisões mais racionais e
objetivas, tão cruciais ao trading. Não se deixe enganar por aqueles que ficam
operando ao vivo na internet, olhando gráficos de períodos ínfimos, e pior ainda se
for abrindo muita ordens, uma atrás da outra. São amadores tentando se passar por
traders profissionais, provavelmente tentando te vender algum material com
conteúdo errado de ensino.
Saiba que os profissionais nesse mercado operam baseados em períodos gráficos

mais longos, como o gráfico Diário. Tomando como base a tendência do D1, e
olhando níveis de suporte e resistência bastante significativos, traders profissionais e
institucionais baseiam suas estratégias e entradas sempre que estão analisando o
mercado. Day traders consistentes existem, mesmo operando períodos como M15,
mas você verá logo adiante o porquê não é uma abordagem tão adequada.
Ruídos Intra Dia
Mais um fator que deixa claro o quão ruim é analisar o mercado em time frames
minúsculos. Nesses gráficos há uma enorme quantidade de ruído intra dia, fazendo
com que os padrões que apareçam não indiquem o verdadeiro comportamento de
mercado por trás. Isto é, há muitos sinais falsos, inúmeros!
Explicando melhor: o trader de sucesso opera buscando no gráfico padrões de

comportamento das massas, que indiquem que o preço tem boas chances de seguir
em alguma direção. Por exemplo, ao ver um pinbar o trader interpreta que um
movimento de reversão PODE estar a caminho, pois é esse o comportamento,
reversão, que o pinbar geralmente indica, como você estudará mais à frente nesse
livro. Porém um pinbar no gráfico de H1 é formado inúmeras vezes por diversos
motivos, sendo a vontade do preço de reverter a menor das "preocupações do
pinbar", por assim dizer.
98
Veja essa imagem abaixo, no GBPUSD gráfico Diário. Repare quantos pinbar's temos
em pouco mais de 4 meses. Agora repare quantos desses padrões de fato
empurraram o preço na direção que indicavam (verdes são os bons sinais, e
vermelhos os sinais falsos).
Compare com um gráfico no mesmo par, GBPUSD, porém agora no time frame H1,
e no final desse mesmo período anterior.
Veja quantos sinais falsos de pinbar há nesse gráfico de 1 hora. Muitos deles
indicaram que o preço poderia ir em uma direção, e na grande maioria das vezes o
preço simplesmente seguiu na direção oposta! Em poucos momentos foi que o
pinbar de fato estava indicando o próximo caminho do preço.
Isso quer dizer que o pinbar não funciona no H1? Quer dizer que só funciona no
Diário? Não, mas fica claro que, devido ao forte ruído de times frames menores, os
sinais que ocorrem dificilmente parecem indicar o comportamento por trás do
padrão.
99
Portanto, ao operar os padrões de comportamento do preço, o trader precisa ter

um embasamento justificado. E analisar esses padrões em períodos curtos fará ele
olhar mais barulho do mercado, do que qualquer comportamento que
minimamente possa estar por trás.
Gráficos maiores como o Diário frequentemente imprimem padrões que superam os

ruídos do mercado ao longo do dia. Isto é, um padrão no D1 tem excelentes
chances de estar de fato indicando o verdadeiro comportamento por trás dele.
Logo, é ideal fazer essas análises nesse tipo de gráfico, e também operar ali mesmo,
e não ficar tentando entender os ruídos que milhões de traders intra dia acabam
gerando nos gráficos menores.
Outro motivo de haver tantos ruídos em time frames menores é devido à alta
quantidade de robôs operando no mercado mundial. Infelizmente ainda há muitas
pessoas que acreditam que robôs podem fazer o trader ter resultados significativos
no longo prazo, sem fazer absolutamente nada a mais. Por isso, muitos operadores
pelo mundo lançam mão desse artifício, muitos mesmo. Essa enorme quantidade de
máquinas abrindo inúmeras operações ao longo de um dia acabam gerando esses
ruídos, infelizmente. Tentar se meter com esses movimentos TOTALMENTE
aleatórios em períodos curtos vai afetar sem dúvidas as operações.
Mas é Possível Ter Sucesso Sendo Day Trader?
Sim, é plenamente possível, mas são poucos os day traders, realmente lucrativos
nesse mercado, algo inferior a 1%. E só conseguem esses resultados positivos se
utilizarem os princípios fundamentais do trading (mais pra frente nesse livro) nas
suas operações, somente assim o day trader tem uma chance de ter lucros
consistentes. Alguém que opere usando stop loss, buscando uma recompensa
sempre maior do que risco assumido, que abra poucas operações, e seja altamente
disciplinado, consegue ter lucros ao longo dos anos, pois entende, aceita, e põe em
prática as verdades do trading.
ATENÇÃO - Apesar de existirem ótimos operadores intra dia, um bom e

disciplinado day trader, que opere entre H1 e M15, por exemplo, vai conseguir
resultados inferiores ou no máximo iguais ao dos traders que operam períodos mais
longos. Com algumas diferenças.
- O day trader passará muito mais tempo do seu dia olhando os gráficos. Já o
operador de períodos mais longos não, ele só precisa de alguns poucos minutos
por dia para tomar suas decisões. Isso dá mais tempo para VIVER, fazer o que
100
quiser, seus hobbies, passar tempo com os filhos, a família, investir em outros
projetos, aproveitar a vida de trader que pensamos em ter quando iniciamos nesse
ramo.
- O day trader abrirá naturalmente mais operações do que o outro trader de time
frames maiores. Quanto mais operações, menos lucros se consegue, fato. E mais,
operar muito gerará mais tensão, implicará também em mais dados para anotar,
mais registros a fazer, mais relatórios, mais testes, mais decisões. É tanta coisa que
sinceramente não compensa. Aliás, a pessoa que se intitula "day trader" e não quer
manter registro de suas operações, contando apenas com o relatório automático da
plataforma, não merece sequer ser chamado de trader. No máximo é um apostador,
abrindo ordens sem um mínimo de organização possível, por mais que ache o
contrário.
- Enquanto o operador de períodos mais longos consegue muitas vezes pegar boas
tendências, gerando resultados muito bons, o day trader está preocupado em pegar
pequenos movimentos no dia. Tudo isso sob o pretexto de entrar e sair logo do
mercado, evitando se expor.
- Traders de time frames maiores desenvolvem cada vez mais a paciência,

característica INDISPENSÁVEL ao trading de sucesso. Muitos day traders alegam
que por não terem muita paciência de esperar dias para ver uma ordem fechar, o
estilo mais adequado ao seu perfil é o de operações mais curtas. Isso é uma frase
dotada da mais imprudência e incapacidade para o sucesso que já vi nesse meio!
Pois o trader TEM QUE DESENVOLVER A PACIÊNCIA. Se falta essa característica a
alguém, que busque, aprenda, e coloque em prática, em vez de ficar encontrando
argumentos para justificar o injustificável.
O Melhor Time Frame
Não poderia encerrar essa parte da aula sem mostrar qual o melhor tempo gráfico
para se analisar e operar.
Sem dúvidas, o gráfico Diário é o melhor e mais indicado para você e qualquer
trader do mundo analisar e fazer suas operações. O gráfico D1 é mais consistente,
mais consolidado, dá mais sinais prováveis, menos sinais falsos, e tira os ruídos do
mercado no intra day.
Outro motivo para você voltar suas análises para esse time frame é o fato de a
maioria dos traders, mesmo os que operam gráficos menores, darem pelo menos
101
uma olhada no Diário. Como muita coisa no trading acaba sendo uma profecia
autorrealizável, logo, quanto mais pessoas vendo a mesma coisa, mais provável que
ela funcione.
Por exemplo, você acha que Fibonacci funciona porque é encontrado na natureza,
em animais, árvores, nas proporções das folhas, e nos astros do universo? Por mais
que de fato isso aconteça com essa sequência numérica, no trading não tem nada a
ver. Mas acaba que Fibonacci no gráfico FUNCIONA, e funciona muito bem. Mas dá
certo porque a maioria dos traders usa essa ferramenta. Logo, muita gente vendo e
operando com base nas mesmas premissas, acaba por forçar o preço para a mesma
direção. Isso chama-se profecia autorrealizável (Você verá mais sobre Fibonacci
nesse livro).
Eu não tenho dúvidas de dizer que o que mais se aproxima do santo graal no Forex
é o gráfico Diário. Mas não por dar sempre sinais corretos, muito longe disso. E sim
pelo fato de que através dele o trader obtém inúmeros benefícios. Não existe uma
técnica, muito menos um robô que sempre dê certo, que funcione em todas as
operações, e que o trader ao achá-la e passar a utilizá-la será milionário em
pouquíssimo tempo! Não! Mas se você considerar o santo graal do trading como
aquilo que pode tirar o trader da lama das perdas e colocá-lo no caminho dos
lucros e da consistência, então o gráfico Diário chega muito próximo dessa
definição.
Outra, o trader que decide largar de vez o vício de operar gráficos menores, e parte
para estratégias no gráfico Diário, passa a ter resultados completamente diferentes,
e não só no saldo da conta, mas também na qualidade de vida, que é o mais
importante no trading. Na minha jornada não só eu passei exatamente por isso, mas
vejo e vi vários outros traders que abandonam os gráficos menores e se concentram
no gráfico Diário passarem a ter um sucesso nunca antes alcançado. Muito saem do
lamaçal de perdas, e passam a ser consistentes, tomando como primeira decisão
deixar de lado gráficos horríveis como 5 minutos ou mesmo 1 minuto, e se
concentrando no gráfico D1.
Entre os benefícios que o gráfico Diário trás, para citar o mais importante, eu afirmo
que operar no gráfico Diário evita um dos dois maiores problemas do trading:
o overtrading!
Overtrading é quando o trader chega a um estágio em que abre muitas operações

em questão de pouco tempo. Se você conhece alguém que abre mais de 3 ou 5
operações por dia, essa pessoa certamente está afetada pelo fenômeno
102
do overtrading. Os malefícios trazidos são destruidores, e já vi inúmeros traders

caírem por não aceitar que quanto mais se opera, menos se ganha. Uma verdade
fundamental do trading de sucesso.
O Mito do Risco Maior no Gráfico Diário
Antes que você pense que irá arriscar mais por estar operando no gráfico Diário,
deixe eu esclarecer uma coisa. Tudo vai depender do tamanho da sua posição, ou
seja, o tamanho do lote usado nas operações. Haverá aulas específicas sobre isso,
mas de antemão já entenda que regular o tamanho do lote operado é CRUCIAL
para o adequado gerenciamento de risco no trading.
Para operar no Diário certamente os stops serão maiores, mais largos. Mas isso não
quer dizer um risco maior! Basta você ajustar o lote utilizado para que o risco
desejado seja o risco real da operação. Se um trader arrisca sempre 25 dólares por
negociação operando em M15, então para operar no Diário com um stop maior
basta ele recalcular o lote e DIMINUÍ-LO, para que o risco permaneça os mesmos 25
dólares! Tudo é questão de tamanho de posição.
Conclusão sobre Time Frames
Fique longe dos gráficos menores, e evite acabar caindo nesse grande problema
que é operar demais. Quebre o ciclo vicioso do: operar frequentemente >> arriscar
bastante >> perder muito >> e depois querer recuperar o que perdeu operando
mais e mais novamente, dando assim início a mais uma rodada desse ciclo de
destruição tão comum entre os iniciantes, e mesmo entre traders com mais
experiência.
Se você opera em períodos como M5, M15, e misericórdia, se você opera M1, mude
seu operacional o quanto antes. Tome suas decisões com base no gráfico Diário. Se
desejar, estude o período de 4 horas (H4) ou o de 8 horas (H8) (se a plataforma
permitir). Estude também os gráficos semanal e mensal para visualizar bem o
cenário geral do mercado, e pontos mais significativos de suporte e resistência.
Sim, você certamente vai operar menos se operar no gráfico Diário. Mas lembre-se
da verdade fundamental de que no trading Mais é Menos, e Menos é Mais. Ou seja,
se você operar mais, terá menos lucros. Já se você abrir menos operações, terá
certamente mais resultados positivos no longo prazo.
103
Dê o grande passo na sua carreira, o mesmo que eu dei muito tempo atrás e passei
a lucrar nesse mercado ao invés de perder consistentemente. Abandone de vez o
ato de olhar e analisar os barulhos em time frames menores, e migre para os
períodos maiores como o Diário, ou mesmo o H4. Ganhe com isso mais tempo,
mais qualidade de vida, e mais resultados positivos.
CONCLUSÃO
Essa aula foi importantíssima antes de começarmos a desenvolver estratégias reais,

técnicas de visualização do preço no gráfico, e definição do ponto de entrada e
saída. Nas aulas seguintes você aprenderá a parte prática de como operar, de como
fazer testes, e a aula mais esperada por você (creio eu), será aquela em que
darei exemplos de estratégias para você finalmente escolher a sua, montá-la,
desenvolvê-la, e partir para a prática.
104

CAPÍTULO 8
PRICE ACTION NA
PRÁTICA
105
CAPÍTULO 8 - PRICE ACTION NA PRÁTICA
Nessa aula quero mostrar para você qual é

o caminho mais fácil para buscar o sucesso,
ao desenvolver uma estratégia simples com
base nos conceitos de Price
Action ensinados aqui.
Após o capítulo, você estará apto a

entender como funciona o movimento do
mercado, saberá identificar as zonas mais
importantes do gráfico, e terá capacidade
de montar uma estratégia com base em um
comportamento de mercado específico, em
um padrão de preço escolhido por você.
O QUE É O PRICE ACTION
O Price Action é como se fossem as

pegadas que o preço deixa no gráfico.
Você já teve a oportunidade de andar em
uma praia e ver várias pegadas de
pessoas que passaram por ali? Reparou
como você pode perceber o que a pessoa
fez, se seguiu em frente, se desviou de
algo, se parou para descansar etc.? Então, com o preço no gráfico é a mesma coisa,
pois a cada movimento ele deixa marcas, pegadas, que podem te dizer o que ele vem
fazendo. E o mais interessante, através dessas pegadas você pode analisar qual é o
comportamento do preço, da mesma forma que as marcas na areia da praia.
Identificando esse comportamento, você será capaz de dizer qual é a chance de o

preço seguir em determinada direção, pois você agora conhece seus passos.
Quando ver que o preço fez novamente um padrão que você já o viu fazer antes,
deixando com isso as 'marcas', então você sabe que há uma chance de o preço
repetir seu comportamento, e é aí que entra o trabalho do analista de Price Action.
COMO SE MOVIMENTA O MERCADO
O movimento do preço no gráfico, como sabemos, depende da vontade da maioria

dos traders do mundo todo. Acontece que na maior parte do tempo os operadores
106
em vários países estão em uma briga extremamente equilibrada, e isso faz com que
o movimento ande bastante "de lado", de uma forma indefinida.
Porém, de tempos em tempos um ou mais grandes bancos, chamados de "Big

Boys", decidem executar uma compra ou venda massiva de alguma moeda em
específico. Mas eles não fazem isso de uma vez, em uma única ordem. É aos
poucos, dividindo o todo em partes, até porque os bancos precisam de demanda, e
só conseguem essa liquidez de forma mais fácil se executarem suas ordens
progressivamente, raramente será em uma "tacada" só.
Então, considerando esse comportamento constante no mercado, é normal ver o

preço lateralizado durante vários dias, para só então decidir seguir em alguma
direção. Quando o preço finalmente se move para um dos lados, há uma boa
probabilidade de ele entrar no que chamamos de tendência.
Infelizmente, o preço passa mais tempo andando de forma lateral do que firme em
uma única direção. Daí temos o princípio fundamental de que na maior parte do
tempo o trader só acompanha o mercado. Aquele operador que abre ordens
diariamente, constantemente, várias ordens no dia, acabará pegando muitos
momentos de indefinição, e será estopado de suas ordens diversas vezes. Mas se
esse trader decidir somente entrar quando entender que o preço "se decidiu" e
provavelmente seguirá em tendência, suas chances de sucesso serão maiores.
Repare no EURUSD, gráfico Diário, abaixo. As zonas em amarelo são os períodos

em que o preço andou "de lado", sem definição. Já as setas vermelhas e verdes
indicam os momentos em que o preço escolheu um lado e se moveu em tendência.
Veja como na maioria das vezes o preço está sem definição, e somente em alguns
poucos momentos ele de fato segue firme em uma direção determinada.
Nos momentos em que o preço anda de forma lateral, não é ideal entrar em muitas
operações. Pode ser que dentro da lateralização se forme um padrão que indique
107
uma boa possibilidade de o preço partir para uma tendência, mas isso é um caso
excepcional. O mais adequado, especialmente para quem está começando, é
procurar por tendências, e buscar pontos em que essa tendência pretende
continuar, entrando no trade no momento de início do movimento de continuação.
No decorrer da aula quero deixá-lo pronto para saber como identificar esses
pontos.
TENDÊNCIA
Quando o preço finalmente decide ir em uma direção de forma forte, ele entra em
tendência, como vimos anteriormente. Nesse momento, muitas ordens estão sendo
executadas naquela direção, de compra ou de venda, e assim o preço segue até a
próxima lateralização.
Os traders mais consistentes estão tentando pegar essas ordens gigantes, muitas
vezes com grandes players envolvidos, pois entendem que seguir a força dominante
é melhor do que lutar contra ela. Você já tentou nadar contra a correnteza de um
rio? Se sim, percebeu o quanto é difícil! Mas se for na mesma direção do fluxo da
água, nem precisará fazer força, pois a intensidade da correnteza te levará na
direção que desejar. E se essa correnteza não estiver levando para onde você
deseja, simplesmente é melhor ficar "fora do rio", do que tentar algo com grandes
chances de INsucesso.
As tendências podem ser de alta ou de baixa. As tendências de ALTA fazem topos

mais altos que os topos anteriores, e fundos mais altos que os anteriores.
Já as tendências de BAIXA fazem fundos mais baixos que os anteriores, e topos mais
baixos que os anteriores. Veja nas imagens abaixo.
108
EXEMPLO TENDÊNCIA E LATERALIZAÇÃO NO EURUSD, GRÁFICO DIÁRIO
109
EXEMPLO DO PREÇO VARIANDO ENTRE TENDÊNCIAS DE BAIXA PARA ALTA
NÍVEIS DE SUPORTE E RESISTÊNCIA
Quando o preço está indo em determinada direção, em algum momento ele

perderá força e mais ordens contrárias entrarão. Por exemplo, quando há mais
vendedores do que compradores participando do jogo, o preço cai. Porém em
algum momento esses vendedores irão fechar suas ordens, executando uma ordem
inversa, de compra. Isso fará o preço dar uma "parada para respirar" e refletir. Caso
os compradores não tenham força suficiente, e em seguida mais e mais vendedores
voltem a executar suas ordens, o preço retorna a cair de maneira firme.
MAS se no momento em que o preço der essa parada para descanso, caso os
compradores entrem com força, executando ordens com lotes maiores do que os
vendedores estão dispostos a vender, então aquele ponto onde o preço deu uma
"descansada", na verdade é o ponto em que o preço vai virar e passar a subir. Tem-
se então um Fundo.
110
Mas se o preço fizer o movimento inverso, isto é, os compradores pararem pra

descansar e os vendedores assumirem a direção, então esse ponto de parada para
descanso dos compradores na verdade será o ponto de virada, e teremos então um
topo formado.
Quando dois topos ou dois fundos coincidem estar na mesma região, então temos
um nível de suporte ou resistência. Se forem dois fundos unidos, teremos um nível
de SUPORTE. Caso sejam dois topos na mesma região, teremos uma RESISTÊNCIA.
Suporte significa uma região na qual por pelo menos duas vezes o preço tentou cair
abaixo de determinado nível, sem sucesso, formando então uma zona em que
muitas pessoas estão esperando o preço alcançar novamente para poderem
comprar. Isso acontece pois entende-se que a maioria dos traders estão com os
olhos atentos a esses níveis, e se o preço os alcançar mais uma vez, há grandes
chances de voltar a subir.
Resistência é uma zona em que o preço ao menos por duas vezes tentou romper
acima de determinado nível, também sem sucesso, formando dois topos. Isso
acontece pois em ambos os vendedores foram mais fortes e jogaram o preço para
baixo. Formou-se então uma região em que várias pessoas estão aguardando o
preço chegar até lá outra vez para venderem. Isso acontece pois entende-se que a
maioria dos traders estão com os olhos muito atentos a esses níveis, e se o preço os
alcançar novamente, há grandes chances de voltar a cair.
Suportes e resistências tendem a se repetir com frequência dentro do mercado, e

isso porque os operadores preferem agir nesses pontos, acreditando que ali algo
pode acontecer, do que em lugares aleatórios. Ou o preço rompe um nível, ou
respeita essa região voltando para antes dela, sendo, portanto, "segurado" pelo
suporte/resistência.
111
Veja abaixo exemplos de suporte e resistência. Repare como o suporte por três
vezes é testado pelo preço, e toda vez que alcança esse nível, os compradores
voltam a dominar e empurrar o preço fortemente para cima. Se o preço algum dia
voltar àquela região, então haverá muita gente de olho para ver o que acontecerá a
seguir, se o preço vai furar o suporte e cair ainda mais, ou se vai respeitar e subir
com bastante força mais uma vez.
Agora repare como funciona uma resistência. O preço inicialmente fez um topo
bastante visível, e meses depois voltou a essa região para testá-la novamente.
Enquanto alguns achavam que o preço poderia seguir adiante e romper o último
topo, a maioria dos vendedores acreditaram na baixa. De fato, o preço respeitou a
região que antes foi topo, e justamente ali retornou em queda. Formou-se,
portanto, uma resistência bastante visível. Caso o preço volte àquela zona mais uma
vez, certamente milhares de traders estarão atentos ao que o preço fará a seguir, e
é nesse ponto que você como trader de Price Action deve estar de olho também.
112
SINAIS QUE INDICAM POSSÍVEL COMPORTAMENTO

DE MERCADO
O trader de Price Action sempre vai esperar o preço alcançar algum nível de suporte
ou resistência significativo para decidir operar, nunca vai desejar abrir uma posição
"no meio do caminho". Porém não basta o preço encostar no nível encontrado, é
preciso que ele dê INDÍCIOS de que algo pode acontecer a seguir.
Os sinais nas regiões de suporte e resistência apenas indicam que algo pode
estar acontecendo, um comportamento pode estar por trás de determinado padrão.
Por exemplo um engolfo de queda, acontecendo justamente em um nível de
resistência significativo, indica boas chances de os vendedores estarem para
dominar o próximo movimento do preço, mas não é certeza. (No próximo capítulo
você aprenderá mais sobre engolfo e outros padrões)
Veja na imagem abaixo, EURUSD gráfico Diário, como o preço encontrou um nível
que já foi antes resistência, e também suporte (em uma inversão). Justo nesse
momento, após um dia de alta, o preço fechou um dia forte de baixa, "engolindo" o
candle do dia anterior, caracterizando um engolfo. Esse sinal indica que por trás
dele pode estar acontecendo o comportamento de mercado em que os vendedores
se posicionaram para tomar a frente dos compradores, que vinham dominando até
o momento. E justamente é isso que acontece, e podemos constatar ao ver que
após o engolfo, o preço cai por duas semanas seguidas.
Há diversos sinais que indicam padrão de comportamento de preço. Posso citar por
exemplo o pinbar, o inside bar, o spinning top, o próprio engolfo, entre outros. Cada
um demonstra um tipo de atitude possível por trás do padrão formado. Cabe ao
trader escolher UM desses padrões e se especializar nele, entendendo todos os
aspectos e ficando um mestre em reconhecer o padrão uma vez que ele aparecer
no gráfico.
113
Quanto mais o trader treinar operar um determinado padrão de preço, mais

acostumado, mais habituado ele ficará em perceber quando ele aparecer. Isso
deixará seu processo de trading mecânico, sem muita margem para
discricionariedade. E é assim que tem que ser o trading, o operador precisa saber
exatamente o que ele quer ver no gráfico, para só então procurar por esse padrão,
e aí quando ele aparecer, operar sem margem de dúvidas.
Veja abaixo o inside bar e o falso rompimento, dois padrões de comportamento de

preço bem interessantes; repare como eles funcionam bem para indicar possível
reversão do preço em uma zona crítica. Após aparecerem os padrões, um trader
que opere somente inside bar, por exemplo, poderia imaginar que por trás do
padrão poderia estar acontecendo uma entrada forte de vendedores na região, e o
preço poderia reverter de alta para baixa. E foi o que de fato aconteceu, veja como
o preço cai após o padrão ter acontecido justamente na região de resistência.
SUPORTE E RESISTÊNCIA SÃO ZONAS, NÃO

VALORES EXATOS
Como o título diz, nenhum suporte ou resistência pode ser considerado como um
preço exato no gráfico. Ao operarmos, é comum colocarmos linhas de suporte e de
resistência, e isso não é errado, desde que entendamos esse princípio da "região".
Abaixo veja como o preço primeiro faz um fundo, e depois de meses o preço
retorna ao nível desse fundo, mas não vai exatamente até a linha exata colocada no
gráfico, apenas "chega perto" daquele preço. Podemos sim considerar essa região
como uma região de suporte. Isso acontece pois muitas vezes os compradores
estão tão ansiosos em ver o preço subir que colocam suas ordens pendentes antes
mesmo de o preço confirmar se vai respeitar ou não o nível. Dependendo da
quantidade dessas ordens, o preço nem chega exatamente até o nível considerado.
114
Veja também como no terceiro toque no suporte o preço agora de fato já alcança a
linha horizontal, o preço exato. Mas não é por isso que o nível será suporte, mas sim
por ser uma REGIÃO bastante visualizada por traders do mundo todo. Existe uma
expressão que diz que devemos "traçar linhas de suporte e resistência com giz de
cera, em vez de lápis", pois assim estaremos marcando um espaço mais largo para o
preço decidir se respeita ou não determinado nível.
COMO TRAÇAR OS NÍVEIS DE SUPORTE E

RESISTÊNCIA ?
De fato, para o iniciante no trading é difícil saber exatamente onde está o nível que
pode segurar o preço. Para isso existe a técnica de olhar o gráfico de linhas, já que
como ele elimina as sombras, fica mais fácil saber onde se encontram essas regiões.
Para isso, basta unir as "quinas" do gráfico de linhas, com outras que coincidem num
valor de preço próximo.
Analise na imagem abaixo como fica mais fácil de traçar regiões de suporte e
resistência com o gráfico de linhas. Na imagem em seguida, veja os mesmos níveis,
porém um pouco mais difíceis de serem encontrados no gráfico de velas.
115
A habilidade de traçar as linhas de suporte e resistências virá com o tempo, o

famoso "tempo de tela". Então, já que para ser um trader profissional é preciso
muito tempo, desde já entenda que é preciso paciência, pois essa habilidade só será
adquirida após horas e horas treinando sua estratégia no gráfico, fazendo testes ou
mesmo operando em conta demonstrativa.
CONCLUSÃO
Nessa aula você aprendeu como o preço se movimenta no mercado. Ficou sabendo
que entre lateralização e tendência, o preço passa a maior parte do tempo andando
de lado, e somente em alguns momentos ele se decide e passa a andar em
tendência, isso até que volte a andar como "siri" outra vez. Também entendeu como
se formam os topos, os fundos, e como e por que aparecem no gráfico os níveis
(regiões) de suporte e resistência.
Também aprendeu que o trader de Price Action só opera quando o preço chega
até um desses níveis. E só abre trades quando o preço mostra algum padrão de
comportamento que indique a probabilidade de estar acontecendo "alguma coisa"
116
por trás, ou seja, que o preço tem boas chances de seguir em uma direção
específica.
A próxima aula usará todos esses conhecimentos ensinados aqui para você
decidir como montar uma estratégia eficaz para operar no Forex. Trarei exemplos
de padrões de comportamento e detalharei exatamente como você pode colocá-los
em um trading plan para executar seus testes de forma adequada, visando um dia
poder usar esse planejamento em suas operações reais. Vamos em frente que vem
mais aula por aí.
117

CAPÍTULO 9
COMO MONTAR UMA
ESTRATÉGIA PARA
OPERAR
118
CAPÍTULO 9 - COMO MONTAR UMA ESTRATÉGIA

PARA OPERAR
Chegamos a um dos capítulos mais esperados pela maioria dos traders que
começam nesse mercado. A nossa vontade ao encarar o trading pela primeira vez é
ficar interessado em setups, sistemas de operação, gráficos, aquela imagem do
trader com telas na sua frente. Pois bem, mesmo sabendo que estudar estratégias
não deve ser algo feito com mais intensidade que outros assuntos, como
gerenciamento por exemplo, decidi trazer esse tema aqui nessas aulas mais iniciais
para esclarecer como funciona a análise de Price Action, e como é a realidade das
análises profissionais. Assim, com isso em mente, você já vai estudar outros assuntos
entendendo como funciona essa parte mais da vivência diária do trader.
Nessa aula você vai aprender como escolher critérios a utilizar na sua técnica, que
são as características do preço que você deseja visualizar no gráfico para decidir
entrar em um trade. Ao final do estudo, você conhecerá comportamentos de
mercado que podem ser uma estratégia sólida e bem definida, e que você deve
testar e verificar qual é melhor, e qual você acredita ter potencial de gerar mais
lucros.
OS PILARES DE UMA BOA ESTRATÉGIA
Uma boa estratégia é estabelecida em cima de 3 pilares

importantíssimos para o sucesso no trading. Ao longo dos
próximos parágrafos você verá a descrição desses pilares e
como eles podem ser usados na elaboração do seu sistema
de negociação
119
TENDÊNCIA - O Primeiro Pilar
O primeiro pilar para uma boa estratégia é escolher operar no sentido em que o
preço está indo com mais força. Essa abordagem chama-se "seguir a tendência". No
trading há um famoso dizer: "A tendência é sua amiga, até que ela acabe." Em inglês
há uma entonação melhorzinha: "The trend is your friend, until it ends".
Isso quer dizer que operar a favor da tendência é algo bom, você irá se beneficiar se
pegar o fluxo maior para onde o preço está seguindo com força. Da mesma forma
que a correnteza de um rio, que segue na direção em que a água mostra que tem
mais força, a tendência mostra que o preço segue para onde tem mais intensidade.
Seguir esse fluxo é sem dúvidas melhor do que tentar ir contra ele.
Vamos analisar como as tendências funcionam, usando como exemplo a de alta.

Quando mais compradores começam entrar sucessivamente nas operações, e
quando esse número supera o de vendedores, esses últimos começam a ficar
escassos, e os compradores começaram oferecer mais pelo ativo que
desejam comprar, pois há menos vendedores ofertando o ativo. É a lei da oferta e
da procura na prática. Isso força o preço para cima cada vez que mais compradores
entram no jogo.
Mais gente querendo comprar implica em menos pessoas querendo vender, que
por sua vez faz com que o preço suba ainda mais. A alta do preço faz muitos
quererem lucrar da mesma forma que os que já lucraram bastante na alta inicial, e
isso faz com que ainda mais compradores entrem com ofertas para adquirir o ativo.
E nesse ritmo o preço vai subindo em tendência. Está configurada, portanto, uma
tendência de alta.
Quem compra em tendência de alta tem mais chances de lucrar do que aqueles
que vendem, tentando prever quando a tendência irá acabar e finalmente cair. E
quem vende quando o preço está caindo forte, em tendência de baixa, tem mais
chances de ganhar dinheiro do que aqueles que compram tentando prever o fim da
queda e início da alta.
_____________________________________________
“Quem compra em tendência de alta

tem mais chances de lucrar
do que aqueles que vendem,
tentando prever quando a tendência
irá acabar e finalmente cair”
_______________________________________________
120
Então, desde já, fique ciente do poder de entrar no mercado a favor de onde o
preço está caminhando mais forte. Se você olha um gráfico e define que o preço
está subindo em tendência, então procure oportunidades de compra pela sua
estratégia. Mas se olhar um gráfico e verificar que o preço está caindo em
tendência, procure oportunidades de venda. Se fizer isso, suas chances aumentam
significativamente. Caso você ainda sinta dificuldades em definir se um preço está
em tendência ou não, ou para que direção o preço está seguindo, sugiro reler o
capítulo sobre PRICE ACTION.
Par AUDUSD, gráfico Diário, mostrando uma forte e firme tendência de queda
Retração - O Cansaço da Tendência
Quando o preço segue forte em alguma direção, em tendência, é normal que ele
faça correções na direção oposta de tempos em tempos. A esses movimentos
contrários chamamos de retrações. Nesse momento é como se o preço parasse
"para respirar". Nenhum ativo se move em linha reta, mesmo que queira seguir com
determinação em alguma direção, ele faz isso efetuando correções.
Essas retrações acontecem por alguns motivos:
- Devido ao fato de aqueles que estavam na direção da tendência quererem realizar

parte ou todo o lucro. Para isso precisam efetuar uma ordem inversa a que
entraram no começo. Se a tendência é de alta, quem compra tem lucros, mas só vai
realizar esses lucros se encerrar suas posições vendendo o que compraram. Nesses
momentos essas vendas para auferir o ganho contribuem para que a retração
aconteça;
- As retrações também ocorrem devido à tentativa de alguns operadores do

mercado quererem achar o "ponto de virada", o ponto em que a tendência irá
reverter e começar a ir no sentido contrário. Quando muita gente ao mesmo tempo
acredita que em determinado preço a tendência irá acabar, essa grande quantidade
121
de pessoas começa a operar no sentido contrário ao que o preço vinha. Essas

ordens fazem a cotação ir na direção contrária à tendência. Caso essa força
contrária não seja suficiente para vencer a força maior da tendência, o máximo que
vai acontecer é exatamente uma retração, e não uma inversão completa da
tendência atual.
No primeiro caso, daqueles que realizam o lucro, acontece de o preço ir por um

tempo na direção inversa à tendência, justamente porque as ordens de realização
de lucros são ordens inversas àquelas feitas inicialmente. Se o preço sobe em
tendência de alta, então os compradores que lucraram vão querer realizar todo ou
parte de seus lucros. Ao fazerem isso eles precisam VENDER, e essas vendas
acontecendo ao mesmo tempo forçam o preço para baixo.
Acontece que, em algum momento, esses mesmos compradores que colocaram no

bolso o seu lucro, vão querer entrar novamente comprando, entendendo que o
preço ainda pode aumentar mais. Nesse momento o preço volta a subir e continua
a tendência de alta.
Veja que enquanto o preço ganha força nas subidas, as correções (setas vermelhas)
apenas são paradas do preço devido aos compradores realizando parte dos lucros,
ou seja, colocando 'no bolso' uma fatia das posições de compra que estão gerando
ganhos. Após a maioria entender que pode ganhar mais na continuação da alta,
começa a abrir novas compras, empurrando o preço para cima.
E aqueles que tinham ficado de fora na alta anterior, agora podem estar querendo
uma nova oportunidade. E com o preço mais baixo, pretendem comprar mais
barato, e tentar vender mais caro.
Quem nunca chegou a uma loja e titubeou para comprar algum item, por talvez
achar o preço alto demais. Em outra semana o valor desse item tinha ficado ainda
maior, e você por mais que quisesse, foi obrigado a pisar no freio e não comprar
122
naquele momento. Então, em uma data posterior, ao retornar à loja, percebe um

leve desconto no preço do produto que almeja. E ainda que mais caro do que da
primeira vez que você o viu, mesmo assim você decide comprar.
Vejo isso acontecer muito com o UBER. Ao acessar o aplicativo para o destino
desejado, às vezes o preço é cotado a um valor considerado caro pelo cliente.
Então, muitas vezes ele vai aos concorrentes, aplicativos diferentes que fazem o
mesmo serviço, e procura um preço menor. Quando esse valor inferior não aparece,
retorna-se ao UBER para verificar se o preço mudou. Talvez você já tenha passado
por isso, mas muitas vezes o preço no app está mais caro do que inicialmente.
Agora vem a parte interessante, conforme o tempo passa, e o passageiro à procura
do carro começa ficar atrasado para seu compromisso, ele sente que poderia ter
aproveitado o preço anterior no app, e lamenta porque agora o preço está mais
caro. Isso piora a cada tentativa de acessar o app e o valor da corrida está subindo.
Se por um breve momento o preço CAIR, ainda que seja um valor superior ao
inicial, o cliente muitas vezes aceita o valor para não perder o compromisso.
No trading é algo bastante parecido. Muita gente entra no ativo e o vê em

tendência de alta, mas não quer comprar com a cotação atual por achar que está
caro. Daí passa algum tempo e o preço sobe mais ainda, gerando a sensação de
ansiedade. O trader começa pensar que a oportunidade está passando, e o preço
pode seguir a tendência sem ele. Com isso, assim que o preço tiver uma baixa,
ainda que leve, muitas pessoas acabam entrando, e isso acontece mesmo que o
preço seja superior ao visto inicialmente.
Isso ocorre pois percebemos que o preço pode voltar a subir, e queremos
aproveitar o momento. É exatamente assim com a tendência de alta no mercado.
Obviamente, nenhuma tendência dura para sempre, e em algum momento ela

pode querer reverter. Porém operar tentando achar esse ponto de virada é bastante
contra produtivo. O melhor sem dúvida alguma, é procurar um ponto no gráfico em
que se entenda que a tendência tem mais chances de continuar, e não que irá
acabar.
______________________________________
“Operar tentando achar o ponto

de virada final da tendência,
o momento em que ela vai acabar,
é bastante contra produtivo”
______________________________________
123
Onde Entrar na Tendência?
Preste atenção agora: o ponto de entrada para pegar a tendência, que é o ponto
em que se acredita que a tendência irá continuar, esse local de entrada DEVE ser
após uma retração!
Você já aprendeu acima o porquê de as retrações ocorrerem. Pois bem, os

operadores de tendência aguardam o preço fazer um forte movimento no sentido
da tendência, a IMPULSÃO, depois eles aguardam acontecer a RETRAÇÃO.
Somente após a retração acontecer é que se deve procurar sinais de entrada, pois
significa que você provavelmente estará entrando no início do movimento
de continuação da tendência. É exatamente assim que você, como trader que
almeja o sucesso, deve se posicionar.
"Mas como saber quando a retração vai acabar e a tendência continuar??"
Essa é exatamente a pergunta a se fazer nesse momento. A retração irá mostrar

sinais de cansaço. Isso quer dizer que quando a correção da tendência estiver
próxima do fim, ela dará algum sinal de exaustão, dará algum indicativo de que está
para acabar. É exatamente esse SINAL que você irá procurar, esperar acontecer,
para decidir entrar. Quando esse indicativo de cansaço da retração acontecer, essa é
a sua hora, a hora do show, a hora de posicionar sua ordem pendente e esperar o
preço seguir (ou não) na direção desejada. Mas antes de falarmos no SINAL, vamos
passar pelo segundo pilar, a seguir.
NÍVEIS DE SUPORTE E RESISTÊNCIA - O Segundo

Pilar
Agora que você já entendeu tudo sobre o primeiro pilar de uma boa estratégia, a
tendência, vamos agora para o segundo pilar: os níveis de suporte e resistência.
Caso você não tenha estudado a aula anterior sobre as noções de Price Action, ou
ainda tenha dúvidas, esse é um ótimo momento para revisar, pois o conhecimento
ali ensinado é essencial a toda essa aula.
Pois bem, esse níveis, como você já sabe, são regiões em que milhares de traders no
mundo todo estão 'de olho'. Há muita gente interessada nesses 'pontos de
interesse', pois entendem que é nessas zonas que o preço irá 'tomar uma decisão'.
Essa decisão pode ser basicamente duas: romper ou respeitar. Há também a
possibilidade de o preço nem romper, nem respeitar, e simplesmente ficar oscilando
em cima da zona por um tempo, MAS em algum momento ele irá decidir em que
direção seguir.
124
Aqui o mais importante a considerar é que o trader bem sucedido somente opera
em níveis de suporte e resistência, nos pontos quentes do gráfico. Pois sabe que se
operar 'no meio do caminho', aumentam as chances de entrar atrasado, ou de
entrar cedo demais.
Entrando atrasado, depois que o movimento já começou, implica em prejudicar

seriamente a relação risco/recompensa. Os traders consistentes entendem a
magnitude da importância de operar com uma R/R a seu favor, de preferência
maior que 1:2. E entrar atrasado compromete justo esse quesito tão crucial para o
sucesso no trading. Entrando cedo demais, sem esperar o preço chegar ao nível de
suporte/resistência, existe um enorme risco de ser estopado antes de o preço
caminhar para objetivo. QUANDO isso acontecer, o trader será obrigado a ver o
preço seguir forte na sua direção, porém não estará a bordo.
Na imagem acima, uma compra feita antes que o preço alcançasse o nível de
inversão de resistência para suporte, com um stop abaixo da região, faria o trader
ser estopado facilmente. E pior, teria que engolir ver o preço subir forte, e ir embora
sem ele!
125
Na imagem acima, uma entrada no ponto marcado seria muito atrasada, tendo em
vista que o preço já tinha se afastado bastante da região de suporte/resistência. O
máximo que conseguiria lucrar nesse trade seria com uma relação de risco/retorno
horrível, menor que 1:1 !!
Como e por que funcionam os níveis de suporte e resistência
Por exemplo, imagine que um preço venha subindo e alcance um nível de

resistência. Nessa região existirão traders que querem vender, pois acreditam que
nesse nível há muitas pessoas querendo que o preço volte a cair, como no passado
(afinal é uma resistência - olha aí a importância da aula anterior).
Assim que o preço se aproximar dessa zona, começarão entrar ordens de venda, e
o preço geralmente diminui a velocidade com que chegou até essa região. Porém, a
força dos que entraram com ordens de venda precisará enfrentar aqueles que
querem que o preço continue subindo, os compradores. Quem for mais forte nessa
hora ganhará a jogada.
Isto é, se os vendedores superarem os compradores que vinham colocando o preço

para cima, então a resistência irá 'funcionar', e o preço vai cair. Mas caso a força dos
compradores seja de fato muito significativa, e os vendedores não consigam superá-
la, então o preço não vai dar a mínima para a resistência, e vai romper sem olhar
para trás.
Para o suporte, o raciocínio é exatamente o mesmo, somente mudando os

protagonistas de posição. Se o preço vem caindo forte e alcança um nível de
suporte, ali estarão muitas ordens de compras pendentes. Essas ordens são
daqueles que acreditam que aquela região, por já ter empurrado o preço para cima
antes, o fará novamente. Porém, ao mesmo tempo em que as ordens de compra
forem executadas assim que o preço chega ao nível, os vendedores que vinham
trazendo o preço para baixo não vão querer que seus lucros se evaporem, e vão
atuar com força para o preço ultrapassar o suporte, e cair ainda mais. Quem vai
vencer é quem tiver mais força nas suas operações.
Se os vendedores vierem apoiados em massivas vendas de grandes bancos, e os

compradores forem em sua maioria fundos de hedge e traders de varejo, muito
provavelmente o preço irá romper o suporte, e cair além dele. Mas se quem está
empurrando o preço para baixo for o contrário, traders de varejo e instituições de
menor expressividade, com os grandes players do mercado (sempre eles) estando
quietinhos nó aguardando o preço alcançar o nível de suporte para entrarem com
gigantescas ordens de compra, então os vendedores, se estiverem em menor
número que esses big boys, vão perder a briga, e o preço será fortemente
empurrado para cima assim que encostar os pés na zona de suporte analisada.
126
E para a inversão de suporte e resistência?
Muitas vezes no mercado, acontece de haver um nível que foi suporte, porém o
preço rompe para baixo, cai mais um pouco, e ao retornar para cima, para na
mesma região que antes era suporte. Ali o preço parece desacelerar, e o que
acontece depois? Em muitas vezes o preço respeita aquela região e volta a cair!!
Isso é o que chamo de inversão de suporte e resistência.
Repare na imagem abaixo, o USDJPY no gráfico Diário, como o preço rompe um

nível que era suporte. Após cair bem e depois retrair (seta verde) exatamente até o
nível rompido, o preço por duas vezes fez movimentos de queda, e operar vendido
se mostrou bem lucrativo.
Também pode acontecer o inverso: o preço vem subindo e dá de cara com um

nível que antes fora resistência, porém rompe e continua subindo. Após algum
tempo o preço volta a cair e se depara com a mesma região rompida
anteriormente. Ali há uma grande chance de o preço 'parar para pensar', e decidir
que direção tomar. Nesse momento, muitas vezes acontece de o preço voltar a
subir, respeitando aquela região.
127
Muitas pessoas conhecem esse movimento como pull back, mas na verdade é uma
inversão de resistência e suporte. Pull Back é quando o preço faz o mesmo
movimento explicado, mas após o rompimento inicial não chega a se afastar bem
do nível, fazendo apenas um pequeno toque e partindo em seguida na direção do
rompimento. Para efeito desse curso, não trataremos de pull back, mas sim
de verdadeiras inversões de suporte para resistência e vice versa.
Devidamente entendidos os conceitos ensinados até agora sobre essas regiões, a

pergunta agora é: "Como saber se o nível de suporte/resistência irá segurar o preço,
ou se o preço vai romper a região e partir em disparada?"
VOCÊ PRECISA ENTENDER OS CONCEITOS EXPLICADOS ACIMA, será crucial para

você ter sucesso. Se teve dúvidas, leia novamente. Eu repito, o que foi explicado
sobre a movimentação do preço em relação a compras e vendas em
suportes/resistências faz parte do segredo de ter uma boa estratégia para alcançar
a consistência nesse mercado.
Primeiramente cabe deixar claro que NUNCA é possível ter certeza do próximo
movimento do preço. Não importa a força da análise, ou a formação e experiência
do analista. Não importa se quem tenta dizer para onde o preço vai é o dono de
um banco bilionário. Nada, nem ninguém nesse mundo é capaz de dizer com 100%
de certeza para onde o preço vai a partir de determinado ponto.
Mas apesar dessa aleatoriedade e incerteza, é possível entrar sabendo que, no

longo prazo, as probabilidades estarão a seu favor, e com o passar dos anos você
terá entrado com mais chances de dar certo, do que com chances de dar errado. É
aí que entra em ação o quesito tendência.
Quando o preço está em tendência, ele vai deixando níveis de suporte e resistência
ao longo do caminho. Enquanto segue caindo/subindo é comum o preço voltar a
128
essas regiões para testá-las novamente. Nesse teste acontecerá o comportamento

de mercado narrado mais acima, na parte que falei ser crucial você entender.
O momento mais importante para o trader é ao final de uma retração, pois é ali que
ele vai procurar os sinais de cansaço da correção, para tentar pegar o início do
movimento de continuação da tendência. Lembram?
Pois bem, esse cansaço da retração muitas vezes acontece EXATAMENTE em níveis
de suporte e resistência. Isso ocorre justamente porque ali existe a briga que narrei
alguns parágrafos acima. Quando o preço vem de uma correção, dá de cara com
um nível de suporte ou de resistência, e consequentemente 'para pra pensar', quem
é que provavelmente tem mais força de vencer??
Vamos a um exemplo para melhor entendimento:
Digamos uma tendência de queda, em que grandes bancos vêm executando

massivas ordens de venda de um par de moedas, seja por qual motivo for. Em
algum momento, de acordo com o que diz o princípio fundamental de que nenhum
preço anda em linha reta, o preço inevitavelmente vai querer corrigir. Seja porque
os grandes bancos querem realizar parte de seus lucros, seja porque há outros
operadores no mundo tentando elevar a cotação para um preço superior, ou
mesmo pelos dois simultaneamente. Após essa correção, que no caso é uma
correção de alta (o preço corrige subindo), ele vai acabar encontrando algum nível
de suporte ou mesmo de resistência. Assim que chegar a essa região, quem você
imagina que tem mais força?? Seriam aqueles que vinham de forma firme jogando o
preço para baixo, em tendência, ou aqueles que estão tentando mudar a tendência
de direção?
Como você já deve ter imaginado, os que vêm no sentido da tendência têm mais
chances de vencer essa briga. No exemplo acima, após o preço cair forte em
tendência, e depois de efetuar uma correção de alta, se o preço encontrar um nível
de resistência (p. ex.), o trader atento perceberá que naquela região haverá um forte
movimento dos operadores para empurrar o preço novamente para
baixo, continuando assim a tendência de queda! É dessa forma que podemos tirar
vantagem, e procurar operar com as chances a nosso favor.
Então, a pergunta anterior: "Como saber se o nível de suporte/resistência irá segurar

o preço, ou se o preço vai romper a região e partir em disparada?", pode ser
respondida da seguinte forma:
"Apesar de NÃO saber com certeza... em caso de tendência, é

bem melhor imaginar que o nível de suporte/resistência irá
129
segurar o preço, e empurrá-lo na direção da força

predominante anterior!"
Entendendo tudo que foi explicado acima, você estará apto para a próxima parte da
aula, definir uma estratégia para operar.
SINAL DE ENTRADA - O Terceiro Pilar
O terceiro e último pilar para uma boa estratégia é

o sinal de entrada. Esse sinal de entrada se trata
especificamente de um padrão de comportamento
do mercado que se repita de tempos em tempos.
Como estamos tratando de operar sempre a favor
da tendência, para maximizar nossas chances, então
esse padrão de comportamento de mercado será precisamente algum sinal de que
uma correção está mostrando sinais de fraqueza, como ensinado nos pilares
anteriores.
Conforme explicado, as retrações de uma tendência uma hora terminam, e o preço

continua seu movimento na direção da força predominante. Quando estão para
acabar, essas retrações mostram sinais de cansaço, e esses sinais podem
ser facilmente identificados no gráfico, cabendo ao trader ficar atento para quando
eles acontecerem. Lembrando que o local para esperar que esses sinais de fraqueza
ocorram é exatamente em zonas de suporte e resistência.
Existem milhares de sinais, inúmeros padrões de comportamento que podem indicar

que uma correção está chegando perto do fim. Para esse livro, vou mostrar alguns
padrões interessantes, comuns, porém bastante efetivos se operados
adequadamente.
Veja bem, esses padrões que mostrarei, você e outras milhares de pessoas podem já
ter visto, estudado, e até mesmo operado, talvez sem sucesso. Mas agora, você tem
o entendimento necessário do cenário de mercado que precisa estar acontecendo
para que esses padrões de comportamento sejam válidos, e as chances estejam a
seu favor.
O Engolfo
Esse padrão bastante conhecido no mundo do trading tem um significado por trás.
Quando o preço se aproxima de uma zona de suporte/resistência após uma
retração, CASO haja demasiadas ordens a favor da tendência naquele nível, então
assim que o preço alcança a região, se a força da retração estiver
130
consideravelmente fraca, as ordens pendentes a favor do movimento predominante

irão "engolir" o último movimento da retração. Como no gráfico que mais uso e
ensino, e que sinceramente recomento para você iniciante operar, é no Diário que
você deve procurar esse padrão (gráfico D1, o melhor dos gráficos).
No gráfico Diário, o engolfo será uma vela que terá um corpo inverso e maior que o
corpo da vela do dia anterior. Essa é a característica básica do engolfo, o corpo do
candle mais recente tem que ‘engolir’ o corpo da vela engolida. Quanto aos limites
do engolfo serem além dos limites da vela anterior, isso você verá com mais
detalhes já, já.
Na imagem abaixo o candle marcado teve um corpo de baixa maior que o corpo de
alta da vela do dia anterior, caracterizando um clássico engolfo.
Veja abaixo que após um engolfo aparecer o preço geralmente vai na direção que o
engolfo aponta. No exemplo a seguir, após um engolfo de queda, o preço passa
alguns dias caindo.
Os engolfos ideais são aqueles que não mostram uma sombra grande de rejeição.
Já uma sombra a favor do movimento, ou seja atrás do engolfo, é até um ponto a
favor, mas uma sombra contra a tendência, ainda que seja um engolfo bonito,
mostra que o que está para acontecer pode não ser o que o trader espera.
131
Repare na imagem abaixo como o movimento não saiu como imaginado. A sombra
para baixo em um engolfo de queda não dá boas indicações de que o preço pode
continuar caindo.
Para aplicar o engolfo como um sinal adequado, o ideal é que ele apareça junto
com os outros dois pilares de uma boa estratégia, tendência e nível de
suporte/resistência. Ou seja, primeiro o preço precisa estar seguindo em tendência
bem definida, e após fazer uma correção, precisa alcançar alguma região
importante, para que tenhamos certeza de que ali há muitas pessoas de olho
(embora nunca certeza do próximo movimento do preço).
Quando a retração demonstrar sinais de cansaço, diminuindo sua velocidade ao se

aproximar da zona de suporte/resistência, se aparecer um engolfo bem definido,
esse é um belo sinal para o trader ter no planejamento e entrar na operação. Pois o
engolfo atuará como um indicador de que a correção está para acabar, e que a
tendência pode continuar forte na sua direção inicial.
Vamos analisar um exemplo no gráfico Diário do EURUSD para entendermos como

operar corretamente o engolfo. Após vários fortes movimentos de baixa, indicados
132
pelas setas vermelhas, o preço fez uma retração (seta verde) que alcançou um nível
que já tinha sido resistência antes.
No momento em que a retração começou a diminuir a velocidade, mostrando

cansaço, apareceu um candle de corpo branco pequeno, e em seguida um candle
de corpo preto, de baixa, maior, 'engolindo' o corpo do candle do dia anterior. Esse
seria precisamente o sinal de entrada do trader que opera esse tipo de padrão.
Após o engolfo, o preço literalmente despencou, seguindo forte no sentido da

tendência anterior, de queda.
133
Na imagem acima está indicado os locais que o trader pode escolher para serem
sua entrada e stop loss. A entrada pode ser alguns pips abaixo da mínima do candle
que engoliu o anterior. O stop loss pode ser alguns pips acima da retração. Isso dá
espaço para o mercado se decidir se vai seguir na direção da tendência, pois o
limite da retração, o preço mais longe que a correção alcançou, esse é um ponto
que o preço só alcança quando as chances de a tendência acabar e reverter são
grandes.
Por isso é bom sair assim que o preço mostra que na verdade o engolfo foi um falso
sinal, e de fato o preço queria subir. É sempre melhor sair logo, com o prejuízo pré-
determinado, do que segurar uma perda por longos períodos, podendo, no caso do
Forex, alavancado, quebrar a conta.
Para o Take Profit no caso do engolfo, e também no caso de qualquer padrão de

comportamento do mercado, o ideal é sempre sair com uma relação de
risco/recompensa acima de 1:1, de preferência acima de 1:2 (Você terá uma aula
completa sobre isso). No exemplo acima, dava para sair com até 1:5, porém você
deve avaliar nos seus testes qual é a proporção que o sistema se dá melhor. Pode
ser que 1:5 faça você ter muitos stops antes de o preço chegar ao take. Já uma R/R
de 1:3 pode melhorar sua taxa de trades lucrativos, e até melhorar a questão do
psicológico.
Antes de passarmos para o próximo sinal, vamos ver os tipos de engolfo que
existem, e uma descrição sobre eles.
Engolfo Perfeito
Esse candle é caracterizado por ter a máxima acima da máxima da vela anterior, e a
mínima abaixo da mínima da vela engolida. Além disso, o fechamento do engolfo
acontece ALÉM da máxima/mínima da vela anterior. Veja na imagem abaixo.
134
Esse tipo de engolfo é o melhor que pode acontecer, pois ele mostra um grande
probabilidade de o mercado estar de fato fazendo o comportamento mostrado
nessa aula, de seguir na direção contrária da correção, continuando a tendência.
Engolfo Completo
O engolfo completo é quase o mesmo do engolfo perfeito, pois ele tem sua máxima
e mínima além da máxima/mínima da vela anterior. A única diferença é que o
fechamento do engolfo não vai conseguir passar além dos limites do último candle.
Isto é, o engolfo vai encerrar dentro dos limites do candle engolido. Veja na imagem
abaixo.
135
Repare como a máxima e a mínima do engolfo vão até preços além da máxima e
mínima anterior. Mas veja como o fechamento fica ‘contido’, ou seja, dentro dos
limites da vela engolida. Esse tipo de engolfo também é muito bom, mostra boa
probabilidade de dar certo. Mas não tem a mesma ‘força’ do engolfo perfeito, pois
o fato de fechar a vela além dos limites do candle anterior é algo realmente
significativo no mercado, especialmente se for no gráfico Diário.
Engolfo ‘de Corpo’
Aqui a característica básica tem que ser mantida, que é o corpo engolir o corpo
anterior, mas nesse tipo de engolfo um dos limites não vai conseguir passar além do
limite equivalente da vela engolida. A máxima do engolfo pode por exemplo ser
INFERIOR à outra máxima, mas nesse caso ao menos a mínima tem que ir além da
mínima anterior. Ou pode acontecer de a mínima do engolfo ficar ACIMA da outra
mínima, mas nesse caso a máxima do candle TEM que ficar além, acima da máxima
da vela anterior. Veja na imagem.
136
É interessante estudar esse tipo de conteúdo, eu entendo, mas cuidado para não
querer usar TODOS ao mesmo tempo. Aqui a aula te mostrará os padrões mais
interessantes no Price Action a respeito das velas, dos candles, e assim você poderá
ver com qual mais se identifica. Concentre-se, por agora, em entender os princípios
para montar uma boa estratégia, e escolha um padrão de comportamento para
chamar de seu.
E lembre-se sempre, TODO trade pode dar errado, por isso sempre use stop!
Inside Bar
O padrão de comportamento conhecido como Inside Bar mostra que há uma

dúvida geral no próximo movimento do preço, indicando que a batalha para ver
quem vai ganhar está ferrenha. Quando essa 'dúvida' acontece após a retração dar
sinais de fraqueza, isso pode indicar que as chances de o preço seguir a tendência
são boas, CASO o preço rompa os limites do padrão na direção da tendência.
Esse padrão é formado por no mínimo duas barras: a barra mãe e a... Inside bar. Há
uma barra maior, em que a máxima e a mínima são valores que vão além da
máxima e da mínima do próximo candle, esse critério é obrigatório, mas há uma
pequena exceção, explicada já, já. Basta saber que a inside bar será uma barra
MENOR que a barra mãe, a que vem antes.
137
138
Veja na imagem abaixo, a barra mãe é maior que a Inside bar, essa última aparece
logo em seguida da barra mãe.
Após a configuração do padrão, que tem no mínimo dois candles (barra mãe e
inside bar), geralmente quando o preço rompe a máxima ou a mínima da barra
mãe, então segue na direção do rompimento. Porém é preciso ficar atento, pois tal
padrão, se operado contra tendência, costuma fazer falsos rompimentos, por isso
sempre procure operar ele a favor da tendência.
Veja essa tendência de alta no GBPUSD. O preço após seguir com certa força para
cima, logo começar a fazer uma retração que chega até o nível rompido
inicialmente, em uma clara inversão de resistência para suporte, como explicado
mais acima nessa aula. Nesse momento o preço deixa dois belos padrões de Inside
Bar, um após o outro.
Caso o preço rompesse a máxima das barras mãe, esse seria um ótimo sinal de
entrada de COMPRA para ter em um planejamento, e seria a favor da tendência.
139
Após o rompimento, o preço seguiu forte na direção do movimento inicial da

tendência, no caso alta.
sua entrada e stop loss. A entrada pode ser alguns pips acima da máxima do candle
que forma a barra mãe. O stop loss pode ser alguns pips abaixo da mínima da barra
mãe, ou se o padrão acontecer bem próximo do fim da retração, o stop pode ser
alguns pips abaixo do final dessa correção, como no exemplo da imagem. Isso dá
espaço para o mercado se decidir se vai subir na direção da tendência, pois o limite
da retração é um ponto que o preço só alcança quando as chances de a tendência
acabar e reverter são grandes.
Por isso é bom sair assim que o preço mostra que na verdade o Inside bar foi um
falso sinal, e o preço queria de fato cair. Como falei antes, é sempre melhor sair
logo, com o prejuízo pré-determinado, do que segurar uma perda por longos
períodos, podendo, no caso do Forex, alavancado, quebrar a conta.
Para o Take Profit no caso do Inside Bar, e também no caso de qualquer padrão de
risco/recompensa acima de 1:1, de preferência maior que 1:2. No exemplo acima,
dava para sair com até 1:6, porém você deve avaliar nos seus testes qual a
proporção que seu setup se dá melhor. Pode ser que 1:6 faça você ter muitos stops
antes de o preço chegar ao take. Já uma R/R de 1:2 pode melhorar
consideravelmente sua taxa de trades lucrativos, e até melhorar a questão do
psicológico. Com uma R/R de 1:2, o trader pode perder em até 65% das operações,
e ainda assim será lucrativo. Tudo vai ser definido nos testes, por isso eles são tão
importantes. Em aula posterior explicarei como efetuar essa etapa, aguarde.
Veja abaixo como é um possível sistema de entrada para operar um Inside Bar.
140
Pinbar
O padrão de comportamento conhecido

como PINBAR mostra que a retração
pode ter dado o seu último gás, e que
agora, depois de muitos traders terem
sido estopados com a grande cauda do
pinbar, o mercado está pronto para
seguir na direção da tendência.
No meu site e canal no YouTube eu

tenho falado extensivamente sobre esse
excelente padrão de comportamento do mercado, que para mim é um dos mais
significativos padrões que podem acontecer no gráfico de um par de moedas.
O pinbar, também conhecido como Pinocchio Bar (Barra de Pinóquio), é um padrão

de candle muito famoso no mundo do Forex, e para analistas de Price Action ele é
um dos principais sinais de entrada, que tem grande chance de dar certo se
operado corretamente. Ficou curioso do porquê ele leva esse nome? Então siga
lendo e descubra mais sobre esse candle bastante importante no mundo do trading
e como saber identificá-lo corretamente.
O pinbar tem uma característica importante, ele mostra possível reversão do

movimento anterior. Meu sistema de operação particular usa bastante esse sinal do
141
pinbar, portanto decidi trazer nesse livro os critérios que eu utilizo para definir se o
candle é um pinbar ou não.
Primeiramente apresento aqui esse padrão.
Na imagem acima temos o famoso pinbar, na forma como é mais conhecido. Suas
características mais básicas são: corpo pequeno e cauda longa. Mais abaixo
quantificarei esse "pequeno" e esse "longa".
POR QUE O PINBAR MOSTRA REVERSÃO ?
Aqui vou explicar por que o pinbar é tão famoso, e tão efetivo no trading. Esse
padrão de candle mostra provável reversão do movimento anterior. Se o
movimento anterior foi de alta e aparece um pinbar com a cauda para cima, então é
forte o indício de que o movimento pode reverter para movimento de baixa. Caso
após um movimento de queda apareça um pinbar com a cauda para baixo, então é
bem provável que o movimento inverta e comece a subir.
Veja esses exemplos reais.
142
Há um princípio por trás dessa característica que tem o pinbar, o qual eu explico
agora.
Em níveis importantes de suporte e resistência, a atenção de milhões de traders,

muitos deles novos no mercado, está concentrada nessas regiões. E um padrão
muito comum que esses traders operam é o rompimento. Um rompimento é
quando o preço ultrapassa o nível e começa seguir forte na direção em que
rompeu, e é nesse momento que muitos operadores abrem suas ordens na direção
do rompimento, crendo que o preço, antes segurado pelo nível de suporte ou
resistência, agora ganhou força e vai seguir nessa direção.
Acontece que existe bastante do que chamamos de "falso rompimento". Um falso

rompimento acontece quando o preço inicialmente faz o rompimento de forma
forte, e leva muita gente a acreditar que vai seguir naquela direção, e de repente o
preço inverte o movimento de maneira firme e volta para atrás do nível
anteriormente rompido, fechando o candle em questão antes dessa região. Isso é
um clássico falso rompimento.
143
Eis a cronologia de um padrão assim.
Após o preço romper o nível, acontece o que é descrito na imagem, os grandes

bancos entram na direção contrária do rompimento, empurrando o preço para o
lado inverso, e ativando as ordens de STOP de inúmeros traders que decidiram
entrar assim que o preço rompeu o nível. Esse fator ajuda o preço ir ainda mais na
direção contrária do rompimento, e o candle acaba fechando atrás do nível
inicialmente rompido. A isso chamamos falso rompimento.
O nome Pinocchio Bar vem desse movimento "mentiroso" que o mercado faz, pois
inicialmente ele foi em uma direção, mas na verdade a direção que ele de fato
queria ir era a outra, o que acabou revelado ao final do tempo do candle. E como o
personagem da Disney, o padrão também inicialmente conta algo que não é a
verdade. Porém, com o Pinocchio era o nariz que crescia, mas com o pinbar é a
cauda que fica grande com o falso movimento que ele faz.
No exemplo da imagem, após muita gente ser estopada do mercado e sair da

operação, agora os traders que tiveram paciência entram na direção contrária ao
rompimento, o que é um sinal de grande probabilidade.
O mesmo acontece com falso rompimento de suporte, porém com os candles

apontando para cima, e a cauda apontando para baixo.
144
Vamos conhecer os pontos importantes desse candle.
Pinbar de alta:
Sua característica é que possui a cauda apontada para baixo
145
Pinbar de Baixa:
Sua característica é que possui a cauda apontada para cima
Agora vamos às suas características que vão definir se é um pinbar ou não.
1º) O pinbar tem uma cauda longa
De fato o item mais importante do pinbar é a cauda, pelo fato de essa cauda
mostrar o que expliquei acima: o falso rompimento. E essa cauda precisa ser
de tamanho significativo. Quanto maior a cauda, mais forte pode ser a reversão.
Pinbar sem cauda significativa não é pinbar!
2º) Cauda significativamente maior que o corpo
Aqui entra um ponto que gosto de destacar. Enquanto vários traders consideram
que todo e qualquer pinbar tem um corpo pequeno em relação ao tamanho do
pinbar, eu considero que o tamanho do corpo depende da direção dele.
2.1) Pinbar de alta:
O pinbar de alta pode ter as características básicas do pinbar, como cauda longa e
corpo pequeno, mas também pode ter um corpo longo, desde que esse corpo seja
na direção do pinbar. Ou seja, se o pinbar é de alta, o corpo pode ser longo desde
que seja de alta, isto é, fechamento maior que a abertura.
146
Eis então dois exemplos de pinbar de alta.
Então, seja com corpo pequeno, ou corpo grande com fechamento mais alto que a
abertura, um pinbar de alta é assim caracterizado. Lembrando que a cauda precisa
ser significativa! A esse pinbar de corpo longo eu chamo “Pinbar de Categoria 2”, e
ao pinbar de corpo pequeno e cauda longa eu chamo de “Pinbar Clássico”.
2.2) Pinbar de baixa:
Já o pinbar de baixa tem as mesmas características de um pinbar de alta, porém

com a cauda para cima. E o corpo, caso seja grande, precisa ter agora a abertura
maior que o fechamento, ou seja, ele precisa fechar em um preço que seja inferior
ao preço em que abriu.
Seguem dois exemplos de pinbar de baixa.
Abaixo um exemplo do que não seria um pinbar de baixa, pois o corpo grande não
foi na direção do candle (candle de baixa, mas corpo de alta):
147
Agora que você já entendeu a cronologia da formação do pinbar através do falso

rompimento, posso então mostrar como são formados esses candles com corpo
maior, Pinbar de Categoria 2.
E por que eu considero esses candles com corpo maior como pinbar?
Simples. Como falei, o pinbar é conhecido como Pinocchio Bar, que tem seu
fundamento no falso rompimento. E esses candles, apesar de terem o corpo maior,
também fizeram o padrão do falso rompimento, pois inicialmente foram em uma
direção e, ao final do tempo do candle, foram na direção contrária. Se então houve
148
um falso rompimento, e o candle deixou uma cauda longa, temos uma Pinocchio
Bar.
Então, o pinbar somente vai exigir que o corpo seja pequeno nos casos em que a
direção do corpo seja contrária à do pinbar. Explicando melhor: em caso de pinbar
de alta, caso o corpo seja de baixa (preço de fechamento inferior ao de abertura)
então ele precisa ser significativamente menor que a cauda. Pois se o corpo for de
alta e for significativo, não será pinbar. Veja abaixo um exemplo de pinbar DE ALTA,
mas com corpo de baixa. Nesse caso obrigatoriamente o corpo tem que ser
pequeno, do contrário não será pinbar.
Pinbar de ALTA, com corpo de baixa e pequeno.
Em caso de pinbar de baixa, caso o corpo seja de alta (preço de fechamento maior
ao de abertura) então ele precisa ser significativamente menor que a cauda. Pois se
o corpo for de baixa e for significativo, não será pinbar. Veja abaixo um pinbar DE
BAIXA, mas com corpo de alta. Nesse caso obrigatoriamente o corpo tem que ser
pequeno, do contrário não será pinbar.
Pinbar de BAIXA, com corpo de alta e pequeno.
149
Quantificação dos tamanhos e proporções do pinbar.
3º) Tamanho da cauda
Nesses casos explicados acima, em que o pinbar necessita ter um corpo pequeno, o
Pinbar Clássico, então a cauda do pinbar, item mais importante do candle, precisa
ter pelo menos 2/3 do tamanho do pinbar. Isso quer dizer que em relação ao
tamanho total do pinbar, a cauda precisa ter no mínimo 66,66666...%.
Exemplo prático:
150
4º) Tamanho do corpo e do nariz
Ainda nos casos em que o pinbar necessitar ter um corpo pequeno, o Pinbar
Clássico, como explicado mais acima, e como a cauda precisa ter no mínimo 2/3 do
tamanho do candle, então o corpo e o nariz precisam ter, somados, no
máximo 1/3 do tamanho do candle, simples assim.
OBS:
- Quanto menor o tamanho do nariz, melhor.
- Quanto mais próximos estiverem os preços de abertura e fechamento um do
outro, melhor (Pinbar Clássico é melhor que Pinbar Categoria 2);
- Quanto mais próximos do final do pinbar estiverem os preços de abertura e
fechamento, melhor (Nariz pequeno).
Esses são os critérios básicos considerados por mim como os mais importantes em
um pinbar clássico.
Últimas Considerações a Respeito do Pinbar
Como visto, o pinbar tem algumas características e critérios que precisam ser
atendidos, do contrário estaremos vendo qualquer outro padrão, menos um pinbar.
Para sermos um trader de sucesso e nos diferenciarmos da gigantesca maioria,

precisamos seguir um plano, e precisamos segui-lo à risca. Então, se alguém colocar
o pinbar dentro do seu plano de negociação, tem que respeitar os critérios que o
definem, se não o que vai ser operado não é um pinbar, e consequentemente o
trader estará operando contra seu próprio plano. E, no longo prazo, operar contra
seu próprio plano é uma atitude que te fará fracassar no mercado.
Quer negociar um pinbar? Saiba então definir o que vem a ser um.
151
MAS... Você pode ter a ideia de que o falso rompimento é seu padrão de
negociação principal, e as proporções não são decisivas. Se assim você determinar,
e colocar no plano, fazer testes e comprovar a lucratividade, certifique-se de saber
quantificar bem seu falso rompimento. E, claro, ninguém vai te impedir de chamar
seu padrão de pinbar. Por exemplo, você pode estabelecer que uma cauda de 60%
é ideal para sua estratégia, e está tudo bem, desde que você se certifique de testar
tudo antes, para saber se a estratégia e o padrão são bons e assertivos.
DUAS CARACTERÍSTICAS PARA NUNCA ESQUECER
- A cauda do pinbar precisa ser significativa, ela é o mais importante do pinbar
- Para ter maior probabilidade de funcionar, o pinbar precisa ter feito um falso
rompimento
Definindo o Pinbar Dentro da Estratégia
Na imagem abaixo é possível ver que após um forte movimento de queda o preço
fez uma retração menor. Essa retração 'parou para respirar', dando sinais de
cansaço exatamente em cima de um nível que já tinha sido suporte anteriormente,
podendo virar uma resistência, empurrando o preço para baixo. E nesse exato
momento, nessa exata região, o preço fez um pinbar, com um bonito falso
rompimento.
Após o pinbar, o preço despenca, indo forte na direção predominante anterior, no

caso, queda.
152
sua entrada e stop loss. A entrada pode ser alguns pips abaixo da mínima do pinbar.
O stop loss pode ser alguns pips atrás do pinbar. Isso dá espaço para o mercado se
decidir se vai descer na direção da tendência, pois o limite do pinbar é um ponto
que o preço só alcança quando as chances de a tendência acabar e reverter são
grandes.
Por isso é bom sair assim que o preço mostra que na verdade o pinbar foi um falso
sinal, e de fato o preço queria subir. Como falei antes, é sempre melhor sair logo,
com o prejuízo pré-determinado, do que segurar uma perda por longos períodos,
podendo, no caso do Forex, alavancado, quebrar a conta.
Há outras formas de entrar no pinbar, como por exemplo no meio do candle. Mas
essa abordagem apresentada aqui no livro é boa para os iniciantes testarem e
verem se o sistema se mostra lucrativo no longo prazo. Ao passo que você for se
desenvolvendo como trader, outras opções podem surgir para que você também
efetue testes.
Para o Take Profit no caso do pinbar, e também no caso de qualquer padrão de

risco/recompensa acima de 1:1, de preferência acima de 1:2. No exemplo, dava para
sair com até 1:3, porém você deve avaliar nos seus testes qual a proporção que seu
setup se dá melhor. Pode ser que 1:3 faça você ter muitos stops antes de o preço
chegar ao take. Já uma R/R de 1:2 pode melhorar consideravelmente sua taxa de
trades lucrativos, e até melhorar a questão do psicológico. Tudo vai ser definido nos
testes, por isso eles são tão cruciais.
Importante destacar aqui que todos esses padrões mostrados servem tanto para
tendências de baixa, quanto para tendências de alta. Para não ficar uma aula muito
grande, eu trouxe apenas um exemplo para cada padrão. Mas, no caso do pinbar, o
preço poderia muito bem estar em tendência de alta, romper alguma resistência,
retornar a ela, e deixar um pinbar com cauda para baixo, indicando que o preço
153
agora pode subir e continuar a tendência de alta. A lógica é a mesma para os

demais candles apresentados.
OUTROS PADRÕES
Como falei, existem milhares de padrões de comportamento de preço, que podem

ser escolhidos pelo trader para medir quando uma retração está 'cansada' e o preço
prestes a seguir na direção anterior, no sentido da tendência. Nesse livro eu trouxe
aqueles que têm lógicas bem interessantes, e assim indicam com boa probabilidade
que o comportamento de mercado está de fato ocorrendo por trás do padrão.
Se você pegar qualquer livro ou apostila de Price Action, ela certamente ensinará
inúmeros padrões, e você com certeza já deve ter visto muitos desses. Topo duplo,
fundo duplo, ombro-cabeça-ombro, rompimento de linhas de tendência,
rompimentos de canal, spinning top, três nuvens negras, três soldados brancos, e
tantos outros, com os mais diferentes nomes. Cabe a cada trader ESCOLHER UM
ÚNICO PADRÃO, e testá-lo exaustivamente em back testes, até ficar um mestre
nesse sinal, a ponto de quando ele aparecer, o trader não tenha NENHUMA dúvida
que se trata do comportamento esperado, e execute a operação sem receios ou
hesitações.
O laser é uma luz tão focada, que corta até o aço!!
Sim, contenha sua sede de operar, e escolha somente um padrão dos milhares que
existem por aí. Monte um conjunto de critérios específico, faça testes, até ficar
craque. Querer operar vários padrões, várias estratégias diferentes, sob o pretexto
154
de ter mais oportunidades, o fará perder TOTALMENTE o foco. E o trader,

especialmente o iniciante, que não se especializa, que não tem foco, PERDE
dinheiro, justamente por estar operando demais!!! Uma causa bastante comum que
faz os iniciantes terem grandes prejuízos é o overtrading, o fato de abrir muitas
ordens. Se o padrão de comportamento que você escolheu te dá mais de 30 ou 40
trades por mês, procure rever o que pode estar acontecendo, pois, uma quantidade
acima disso indica claramente que você está operando em excesso. Você pode estar
querendo operar mais de um padrão e nem se dá conta disso. Acredite, acontece
muito.
CONFLUÊNCIA DE FATORES
Uma boa estratégia será baseada nos três pilares estudados por você nessa aula,
mas há algo a acrescentar nesse estudo, a confluência de fatores. Ela nada mais é
do que a junção de critérios que apontam em uma mesma direção, e que juntos,
aumentam as chances de estar certo sobre o comportamento de mercado por trás
do padrão ao longo dos anos.
Isso significa que quando você junta em um mesmo sistema motivos que estão
alinhados com a possível direção do mercado, suas chances aumentam de ganhar
dinheiro no longo prazo. E como fazer isso?
Além de obviamente operar:

1 - A favor da Tendência
2 - Em níveis de Suporte/Resistência e
3 - Após algum padrão de comportamento de mercado, como padrões de candle,
por exemplo
Você poderá também juntar outros fatores a esses acima, que já são essenciais. Só
de usar os 3 pilares, os quais eu chamo de “TNS” (Tendência, Nível e Sinal), já haverá
uma confluência de fatores em utilização. Porém alguns outros critérios podem ser
adicionados de acordo com o que você estuda sobre o mercado.
Existem vários critérios, de verdade, são milhares de milhares que você pode usar
nas mais variadas estratégias. Mas aqui nesse livro eu te trouxe o que acho mais
importante, a tríade TNS, e também trarei mais alguns que podem ser de grande
ajuda. Certifique-se sempre de não usar critérios demais, tornando seu sistema
complicado. Tudo o que você não quer é acabar ficando em dúvida se entra ou não
em um trade. E com muitas variáveis, isso acontecerá frequentemente. Quanto mais
simples for seu sistema, mais fácil ficará de ter certeza se é o seu padrão ou não.
155
FIBONACCI
O assunto de Fibonacci no trading tem considerações bastante significativas. Vamos

discorrer sobre seus aspectos mais interessantes para o mercado e para nossas
operações. Aprenderemos tudo o que pudermos sobre essa excelente e bastante
utilizada ferramenta no mundo do trading.
Leonardo Fibonacci foi um matemático italiano que nos séculos XII e XIII
desenvolveu uma sequência numérica extremamente útil.
Na matemática, a Sucessão de Fibonacci (ou Sequência de Fibonacci), é

uma sequência de números inteiros, começando por 0 e 1, na qual, cada termo
subsequente corresponde à soma dos dois anteriores. A sequência recebeu o nome
do matemático italiano Leonardo de Pisa, mais conhecido por Fibonacci, que
descreveu, no ano de 1202, o crescimento de uma população de coelhos, a partir
desta. Essa sequência já era, no entanto, conhecida na antiguidade. Mas foi com ele
que ficou famosa no mundo todo.
Os números de Fibonacci são, portanto, os números que compõem a ordem abaixo

descrita.
0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610, 987, 1597...
A sequência de Fibonacci tem aplicações na ciência da computação e na teoria dos
jogos. Também aparece em configurações biológicas, como, por exemplo, na
disposição dos galhos das árvores ou das folhas em uma haste, no arranjo do cone
da alcachofra, do abacaxi, ou no desenrolar da samambaia. E nos mercados
financeiros foi introduzida pelo fato de suas proporções se encaixarem bem com os
movimentos dos preços.
Fibonacci percebeu que ao dividir um número qualquer da sequência pelo seu

sucessor, ele chegava sempre a um número muito próximo de 61,8%, ou 0,618.
Cada vez que ele dividia um número maior na sequência pelo seu posterior
imediato, mais próximo o resultado era de 61,8%. Por exemplo:
5 / 8 = 0,625
55 / 89 = 0,6179...
987 / 1597 = 0,6180338...
156
Analisando diversos itens na natureza, o matemático constatou que a proporção de

61,8% era replicada em várias situações, como por exemplo em proporções do
braço, pernas e altura de pessoas com estatura média. Também viu esse padrão
acontecendo em folhas, galhos e arvores, e em diversos animais.
Nos movimentos dos preços de ativos diversos, é possível perceber que em

determinadas proporções, como você verá nessa aula, o preço tende a tomar
atitudes semelhantes. Por exemplo, como você estudou o preço não anda em linha
reta, ele segue em determinada direção efetuando correções. No trading, quando
essa correção tem um tamanho de 61,8% da impulsão que deu origem a essa
retração, o mercado tem o costume de considerar esse ponto como de provável
continuação da tendência.
Um exemplo tornará mais claro. Suponha um movimento do par Dólar/Real,

subindo de R$ 5,00 até R$ 6,00 de forma firme, ou seja, em tendência e gerando
uma impulsão única. Depois o preço retorna em queda, fazendo a correção do
movimento anterior (de alta). Veja que o tamanho da impulsão foi de R$ 1,00, e
nesse caso, quando a retração alcançar o preço de R$ 5,3820 ele terá caído R$
0,618. Esse valor em termos de proporção representa 61,8% da impulsão anterior,
que foi de R$ 1,00. Ou seja, quando a correção do preço do USD/BRL alcançar uma
proporção de 61,8% da impulsão anterior, o preço tende a segurar e há uma boa
chance de continuar seu movimento de alta. Assim, caso a tendência continue, o
preço pode voltar a atingir R$ 6,00 e até passar desse valor.
Entenda que tudo isso foi um exemplo, não usei situações reais de mercado. Mas
esse é o cálculo para trabalharmos com a retração de Fibonacci.
157
Na imagem acima você tem uma representação gráfica de como é o movimento de

impulsão em alta, e de correção de queda. Quando a correção alcançou a
proporção de 61,8% da impulsão em azul, a partir desse monto iniciou-se a
continuação da tendência, a seta verde.
Em tendência, quando o preço corrige as impulsões, alguns níveis de Fibonacci

costumam ser respeitados. Isto é, o preço não rompe essas regiões, mas sim
respeitam e seguem em sentido contrário à correção, implicando em continuação
da tendência. Os níveis de Fibonacci mais utilizados são os seguintes.
• 23,6%
• 38,2%
• 50,0%
• 61,8%
• 76,4%
Essas outras proporções também são conseguidas a partir da sequência de

Fibonacci, vamos trazê-la de volta.
158
0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610, 987, 1597...
A proporção de 38,2% é conseguida dividindo-se qualquer número por dois à

frente. Por exemplo:
8 / 21 = 0,3809...
55 / 144 = 0,381944...
610 / 1597 = 0,381966...
Veja que a cada número maior na sequência, mais próximo de 38,2% a proporção
chega, e isso indefinidamente.
O nível de 23,6% é conseguido dividindo-se qualquer número por 3 à sua frente.

Por exemplo:
13 / 55 = 0,2363...
55 / 233 = 0,236051...
Já a proporção 50% é conseguida ao somar dois números pares (ou dois ímpares)
mais próximos e usar esse número para dividir o número ímpar (ou par) entre eles
mais próximos do maior. Exemplo:
... 8, 13, 21, 34 ...
21 / (34 + 8)
21 / (42) = 0,50 ou 50%
Ou...
... 13, 21, 34, 55 ...
34 / (55 + 13)
34 / (68) = 0,50 ou 50%
Obviamente esses cálculos não são necessários no dia-a-dia, trouxe apenas para
que você visse que não são números aleatórios, são calculáveis na sequência, e por
fim, utilizados no trading por milhões de pessoas ao redor do mundo. Fibonacci é
uma ferramenta inserida em inúmeros sistemas existentes nos dias de hoje.
Alguns traders podem considerar ainda outras proporções, mas essas que
apresentei acima respondem pela grande maioria dos pontos em que a retração
159
costuma respeitar e continuar a tendência. Daquelas, apenas 3 se destacam com

mais frequência, são elas:
• 38,2%
• 50,0%
• 61,8%
Isso quer dizer que o preço tende a continuar seu movimento em algum desses
níveis, ou seja, na maioria das vezes o preço vai parar e respeitar um desses 3 níveis,
em vez dos outros dois. Na imagem abaixo você verá essa região demarcada em
verde.
Repare na imagem acima um conceito já aprendido por você. Regiões de suportes e

resistência são exatamente o que o nome diz, REGIÕES. Não são linhas exatas.
Logo, embora as ferramentas de traçado de Fibonacci nas plataformas usem linhas,
você não deve focar sua atenção em valores únicos, mas sim em regiões. Não há
como acreditar que o preço tem mais chances de bater em um valor exato e a partir
dali continuar seu movimento, pois a forma de traçar Fibonacci varia de trader a
trader. Logo, o preço pode muito bem virar e continuar a tendência em um ponto
que não coincida exatamente com a linha, mas fique dentro de regiões. Dessa
160
forma, a principal região de Fibonacci é entre 50,0% e 61,8%. Ampliando um pouco

mais, boas retrações também acontecem entre 38,2% e 50,0%, daí a região verde
na imagem acima representar muito bem como esse movimento geralmente ocorre.
E por falar nisso, já introduzo um outro conceito importante aqui. Muitos acreditam
que Fibonacci funciona no mercado financeiro como funciona na natureza, mas
outros, eu inclusive, entendem como uma “profecia autorrealizável”. Isto significa
que Fibonacci só tende a dar certo pois existem muitas pessoas acreditando que
funcionará, e justamente por causa disso, as ordens de mercado são colocadas
nesses níveis, forçando o preço a tomar alguma decisão nesses pontos.
Então, por achar que ali o preço pode partir novamente em seu movimento
anterior, e exatamente ali existirem ordens das mais variadas, o preço acaba
fazendo algo, e não simplesmente ‘passando direto’.
Profecia autorrealizável é como se fosse um grupo de pessoas, por exemplo,

acreditando que um determinado coqueiro vai cair por causa do vento e por estar
com o caule aparentemente frágil, e assim os cocos ficarão jogados no chão. Daí as
pessoas que pensaram isso decidem colocar cestos amarrados na árvore para
poderem pegar os cocos que caírem junto com a planta. Quanto mais pessoas
acreditarem nisso, mais cestas serão colocadas no coqueiro. O excesso de cestas,
portanto, acaba causando a queda da árvore, e assim, ela caiu não por causa do
vento, mas sim por causa do peso das cestas. Se as cestas não tivessem sido
colocadas, ela até poderia cair, mas por outros motivos, e talvez NÃO no momento
desejado pelos “traders do coco”. Mas por acreditarem que cairia, e assim encher a
planta de cestos, ela acabou caindo. Isso é profecia autorrealizável, ela se realiza
unicamente por existir. Se não existisse, não aconteceria.
Independente se é autorrealizável ou não, uma coisa é certa, níveis de Fibonacci

tendem a funcionar bem tanto em retrações (correções), como em expansões.
Como usar Fibonacci em uma Estratégia?
Para usufruir dessa ferramenta em uma boa estratégia, o trader pode aplicá-la
medindo a retração que ocorre durante a tendência. Você estudou que o preço
anda efetuando correções, e quando ele está seguindo uma direção determinada
em tendência, essas correções não duram muito, enfraquecem e uma hora acabam,
dando origem a mais uma impulsão do movimento anterior.
Fibonacci trabalha justamente medindo o tamanho da retração, e como vimos, em

determinadas proporções as chances de virada são maiores. Agora podemos entrar
mais a fundo no conceito de Confluência de Fatores, ao incluir Fibonacci como mais
um item a favor do movimento. Imagine que o preço venha subindo em tendência e
161
comece uma correção. Enquanto estava em alta forte, o preço deixou alguns níveis
de suporte e resistência pelo caminho. Durante a correção, esses níveis podem ser
testados pelo preço, e você estudou que é nessas regiões que a retração tende a
acabar e continuar o movimento de impulsão anterior. A grande sacada aqui é
tentar coincidir essas regiões de suporte/resistência com os níveis de Fibonacci. Veja
a imagem abaixo.
Repare como o preço incialmente sobe e corrige deixando uma resistência. Após a
correção continuar, e romper a resistência formou-se nova impulsão. A partir daí
uma retração iniciou, com movimento de baixa. Em determinado ponto o preço
alcançou a região amarela, que já tinha sido resistência em movimento anterior. Essa
região amarela coincide com a região verde de Fibonacci mostrada na imagem. E
mais, esse nível amarelo fica bem próximo à retração de 50% de Fibonacci, que é o
meio do caminho da impulsão. Como a imagem mostra, não precisa ser um toque
perfeito em 50,0% para que a confluência exista, pois o preço não segue linhas
exatas na maioria das vezes, mas sim regiões. Desse ponto em diante uma nova e
forte impulsão iniciou.
Na imagem abaixo veremos o USDJPY no gráfico Diário, onde fez uma impulsão e
em seguida retraiu.
162
Uma breve observação a ser feita é que alguns traders poderiam ter considerado o
início da impulsão em outro ponto, como mostrado abaixo.
Isso vai interferir na proporção da retração, e essa interferência pode ou não ser
significativa. Se não for, ótimo, segue o baile. Mas se gerar uma diferença grande é
preciso ter alguns fatores em conta para saber qual fundo considerar. Eu
recomendo que se marque os topos mais significativos da tendência, a fim de
verificar quais serão os fundos. Veja.
163
Se marcarmos os topos e fundos importantes, aquele roxo, o de início alternativo,

fica contido, ou seja, fica acima de um fundo mais importante, o verde. Esse fundo
mais importante (verde) foi gerado imediatamente após um topo significativo (azul).
O roxo foi gerado após um topo de pequena expressão.
Logo, vamos considerar o ponto verde como início do ponto de partida da

ferramenta de Fibonacci.
Podemos verificar também que essa retração alcançou um ponto que já tinha sido
resistência em momento anterior.
Agora já temos esses dois itens para uma Confluência:

1 - Preço em Tendência
2 - Correção que alcançou um nível que já foi resistência
Podemos então acrescentar a ferramenta Fibonacci para vermos a proporção dessa

retração em relação à impulsão.
164
Podemos concluir que a retração chegou bem próximo de 50% da impulsão, e que
essa região é um excelente ponto onde a retração pode finalizar seu movimento e
iniciar a continuação da alta.
Agora temos 3 itens da Confluência:

3 - Correção que alcançou uma região importante de Fibonacci - 50,0%
Cabe destacar aqui que a forma de traçar a ferramenta para medir retrações,
em tendências de ALTA, é de baixo para cima, isto é, a partir do fundo
considerado até o topo estabelecido como limites da impulsão.
Já se for uma tendência de BAIXA, então se traça a ferramenta de Fibonacci

de cima para baixo, isto é, do topo considerado como início da impulsão, até
o fundo estabelecido com final da impulsão e início da retração.
Por fim, olhando as imagens acima, é possível constatar um sinal de candle muito
significativo, um belo PINBAR formou exatamente nessa região da confluência. Esse
candle, como visto nessa aula, indica a probabilidade de inversão do movimento
anterior. O movimento anterior aqui considerado é o da retração, que vinha em
BAIXA (pois retração é contrário à tendência). Então, um pinbar com cauda
apontando para baixo, indica uma boa chance de o preço seguir para cima. E subir
é exatamente a direção que a tendência vem fazendo, tendência de alta. Vamos ver
o resultado desse padrão na imagem abaixo.
165
Para essa situação tínhamos 4 itens de confluência alinhados indicando boas

chances de alta:
3 - PINBAR com cauda para baixo
4 - Correção que alcançou uma região importante de Fibonacci - 50,0%
Aqui na lista acima eu incluí o pinbar como terceiro item para que fique didático
aquela questão dos 3 pilares de uma boa estratégia, o que chamo de “TNS” -
Tendência, Nível e Sinal. A ferramenta Fibonacci vem para acrescentar mais um item
de confluência. Ele poderia ou não ter sido colocado ali, mas sua inclusão dá mais
‘peso’ ao sistema, pois com essa configuração, ao longo de muitas operações, a
chances de ter uma ordem lucrativa aumentam.
ALERTA
Cuidado ao pensar que “Quanto mais itens de confluência, melhor será a

probabilidade de alta”. Não é bem assim. Está certo que reforçar a confluência traz
mais peso para um sistema, mas fazer isso em demasia trás 3 grandes problemas.
O primeiro e maior sem dúvida é querer procurar todo tipo de informação que
reforce sua ideia do próximo movimento do preço, e com isso o trader muitas vezes
foge do seu planejamento (isso quando ele tem um plano) e acaba recorrendo a
fatores fora de seu sistema. Vejo muitas pessoas querendo adicionar itens à
confluência, que acabam buscando notícias a favor da direção que se acredita, ou
ainda incluem diversos indicadores, osciladores, médias, várias e várias linhas de
tendência, tudo para reforçar sua ideia do próximo movimento do preço. Mas
quando olhamos o planejamento desse tipo de trader (novamente, quando existe
um), muitos desses fatores não estão lá descritos, e MESMO ASSIM ele abre a
ordem, ou evita abrir se o viés for contrário.
166
Essa questão é mais bem tratada nas aulas de mentalidade de mercado e controle
psicológico do trader, mas de antemão saiba a importância de ter um planejamento
sólido e objetivo, com alguns itens que gerem confluência, sem exagerar. E saiba o
quanto é CRUCIAL para a sobrevivência no mercado, e assim poder ganhar dinheiro
nesse ramo, o fato de seguir disciplinadamente seu plano de negociação.
O segundo problema de ter muitos itens nessa relação é ficar com ordens muito
escassas, abrindo pouquíssimos trades no ano. Ao procurar uma junção de fatores
muito restrita, dificilmente o trader irá encontrar seu padrão no decorrer dos dias.
Isso pode gerar frustração e acabar levando o negociador a operar fora de seu
sistema, pois certamente a tentação de abrir mão de um ou outro item do
planejamento será enorme, para poder ter o que operar. Se não quer passar por
isso, e não desobedecer ao seu plano por estar restrito demais, certifique-se de não
limitar muito as suas ordens. Uma boa quantidade de itens para Confluências pode
ficar entre 3 e 5. Mais que isso tenha em mente a possibilidade de deixar registrado
no seu planejamento que serão apenas fatores que reforçam, mas não obrigatórios.
Eu posso, por exemplo, incluir que só abrirei a ordem com os 3 primeiros itens da
confluência do exemplo anterior, e deixar Fibonacci como opcional. Logo, tendo ou
não o preço retraído até algum nível da ferramenta, eu abrirei a ordem se os 3 itens
da minha lista de fatores forem atendidos.
Mas se eu colocar Fibonacci como obrigatório, e mais, se eu exigir que a retração

do preço chegue ao menos a 38,2% da ferramenta, por exemplo, então eu não vou
poder flexibilizar o planejamento para abrir uma ordem com o preço em 23,6%, só
porque o sinal foi muito bonito. Isso é ser indisciplinado.
E o terceiro problema de incluir fatores demais nessa lista é cair na tentação de

procurar o trader perfeito. Além de ter escassez de operações, como falei, o trader
criará a ideia de que quando FINALMENTE o padrão aparecer, então suas chances
serão enormes, e errar é impensável. Daí o trader pode cair na besteira de arriscar
mais do que estipulou, por acreditar que errar está praticamente fora de cogitação.
É nessas horas que temos a sensação de que a lei de Murphy mais aparece. Muitas
vezes o sinal é perfeito, e mesmo assim o preço vai contra e pega no stop, gerando
um prejuízo. Não posso descrever em palavras tamanha frustração que isso gera
para o trader que tanto estudou e montou seu belo planejamento. O plano pode ter
sido excelentemente bem elaborado, mas faltou acrescentar um item muito
importante, a INCERTEZA do mercado, e que toda ordem pode dar prejuízo.
Por fim, entenda que uma operação isoladamente considerada não tem mais ou
menos chances de funcionar do que QUALQUER outra. As chances são sempre
aleatórias. Não importa a ‘perfeição’ de um sinal, ele tem as mesmas chances de
NÃO funcionar do que outros. Essa é uma verdade das mais difíceis a serem aceitas
pelo trader, e mesmo os ditos ‘experientes’ ainda sofrem em perceber e aceitar essa
167
REGRA. Mas como você verá no final do livro, ela faz parte dos princípios
fundamentais do trading de sucesso. Isso implica que operar acreditando que uma
análise mais bem elaborada, com mais e mais fatores da confluência a favor da
direção imaginada, com supostamente mais ‘respaldo’ em fundamentos e notícias,
fazer trading acreditando que tudo isso implica que uma operação isolada terá mais
chances do que outra, é errado e contraproducente, indo na contramão de como o
mercado funciona de verdade.
Mais Exemplos
Como essa parte é a que acredito ser a mais importante em se tratando de

estratégia, vamos a mais alguns exemplos.
No gráfico abaixo vemos o EURJPY em tendência de queda, já com dois fundos e

dois topos, querendo firmar o terceiro topo. Nesse momento crucial, o preço deixou
um engolfo de corpo muito bem feito, como você estudou nos padrões.
168
Fazendo as marcações didáticas, temos o seguinte.
Para essa situação tínhamos 4 itens de confluência alinhados indicando boas

chances de queda:
1 - Preço em Tendência de Baixa
2 - Correção que alcançou um nível que já foi suporte e pode ser resistência
3 - Engolfo de corpo, que ainda fechou abaixo da mínima da vela anterior
4 - Correção que alcançou uma região importante de Fibonacci - 61,8% - Proporção
áurea, número de ouro de Fibonacci
Eis o resultado.
Após o primeiro engolfo o preço caiu bem, que já daria um certo lucro. Em seguida
retornou para retestar o nível, e deixou, pasmem, outro engolfo, que TAMBÉM levou
o preço para baixo. Foram dois sinais, no mesmo nível, na mesma região de
Fibonacci.
169
Caso você tenha percebido, ali na imagem há um padrão chamado “Ombro-

Cabeça-Ombro”. Essa é uma das figuras de Price Action mais conhecidas, junto com
Topo/Fundo Duplo, entre outras. Nessa primeira edição do livro eu não trouxe
figuras gráficas no conteúdo, mas futuramente pretendo divulgar uma segunda
edição, que trará esse conteúdo em complemento ao que foi ensinado aqui.
Independente disso, saiba que todo o cerne da análise gráfica e principais
ensinamentos estão presentes nessa obra.
CONCLUSÃO
Nessa aula você pode ver quais são os três pilares para montar uma boa estratégia.
1 - TENDÊNCIA
2 - NÍVEL DE SUPORTE/RESISTÊNCIA
3 - SINAL - Padrão de comportamento de mercado
Entendeu a importância de sempre operar a favor da tendência para maximizar suas

chances. Também viu como é crucial operar em níveis de suporte e resistência, pois
é ali que o preço mostrará para onde pretende seguir, em vez de entrar em
qualquer ponto aleatório do gráfico, correndo o risco de entrar em uma operação
atrasado, ou cedo demais.
No caso de entrar atrasado, haveria uma perda considerável na questão da relação

risco/recompensa, crucial para qualquer trader. E caso a entrada fosse cedo demais,
poderia acontecer um stop pouco antes de o preço seguir forte na direção
desejada, porém sem o trader a bordo.
E por fim, aprendeu alguns exemplos de padrão de comportamento de preço, que

já vão te dar um norte do que escolher para poder efetuar centenas, milhares de
testes, e saber o que é melhor para você operar. Escolhendo um único sistema
montado com base nesses conceitos, e ficando um mestre na execução de trades
somente com ele, você estará caminhando forte em direção ao sucesso como
trader.
170

CAPÍTULO 10
TIPOS DE ORDENS
171
CAPÍTULO 10 - TIPOS DE ORDENS
Quando abrimos uma compra ou venda no Forex estamos realizando um trade, e

quando abrimos um trade, estamos fazendo uma "operação" no mercado de
câmbio. Na hora de abrir esse trade existem alguns tipos de ordens para executar a
operação, e pretendo tratar das principais aqui nesse capítulo.
As ordens no trading se dividem em ordens de entrada e ordens de saída. As de

entrada, como o nome já diz, são para abrir uma operação, 'entrar' no mercado. E
as ordens de saída são para quem 'já está dentro' do mercado com uma ordem
aberta, e fará a ordem de saída para que o trade seja fechado e a posição
encerrada.
ORDENS DE ENTRADA
ORDEM A MERCADO - É uma ordem para entrar em uma operação. Abrir um trade
"a mercado" significa que a compra ou venda será feita imediatamente, e pelo
melhor preço disponibilizado na corretora, que será a cotação do momento. A
cotação que aparece para você na plataforma será o preço cobrado/oferecido ao
trader.
172
No Forex, delays, atrasos na execução de uma

ordem são praticamente inexistentes, o que
significa que uma ordem a mercado será
executada pelo preço que você está presenciando
ali no gráfico, no exato momento de clicar em BUY ou SELL.
Na imagem você vê os botões de “Vender a Mercado” e de “Comprar a Mercado”, é
nesses locais onde é possível entrar em uma negociação pelo preço atual do ativo.
Nesse livro você entenderá o porquê esse tipo de ordem pode prejudicar
seriamente seus resultados.
ORDEM BUY STOP - A ordem de buy stop é uma ordem pendente, ou seja, uma
ordem que não é executada no exato momento em que é colocada. Como o
próprio nome diz, ela fica pendente, esperando algo acontecer, e esse 'algo' é o
preço alcançar determinado valor para que a ordem seja executada. Essa ordem de
buy stop é uma ordem de COMPRA, e ela será colocada em um preço SUPERIOR,
isto é, um preço MAIOR que o preço atual de mercado.
Por exemplo considere o EURUSD a 1.13500, e você acredita que o preço vai subir,
mas que só atingirá 1.14000 se PRIMEIRO ele alcançar 1.13700. Nesse caso você pode
colocar uma ordem de compra pendente do tipo Buy Stop no preço que primeiro
tem que ser alcançado, no caso 1.13700. Assim que esse valor for atingido no
gráfico, então sua ordem de compra será executada, e você poderá sair no preço
desejado de 1.14000, se isso acontecer, claro.
Repare que enquanto o preço desejado não for alcançado, a ordem ficará
'esperando' e nada será feito até que a condição seja atingida. Se o preço cair e se
afastar do valor desejado da ordem tipo Buy Stop, você nem ganha, nem perde, já
que não entrou em uma operação. Veja um outro exemplo na imagem abaixo.
ORDEM DE SELL STOP - Da mesma forma que a ordem de buy stop, a ordem de
sell stop é uma ordem pendente, pois será executada somente quando alguma
173
condição for atendida, e essa condição é o preço do gráfico alcançar um

valor INFERIOR, isto é, um preço menor que o atual do par.
Por exemplo considere o USDJPY a 110.900, e você acredita que o preço vai cair e só
atingirá 110.000 se PRIMEIRO ele alcançar 110.500. Nesse caso você pode colocar
uma ordem de VENDA pendente do tipo Sell Stop no preço que primeiro tem que
ser alcançado, no caso 110.500. Assim que esse valor for atingido no gráfico, então
sua ordem de venda será executada, e você poderá sair no preço desejado de
110.000, se isso acontecer, claro.
'esperando' e nada será feito até que a condição seja atingida. Se o preço subir e se
afastar do valor desejado da ordem tipo Sell Stop, você nem ganha, nem perde, já
que não entrou em uma operação.
Veja um outro exemplo na imagem abaixo.
ORDEM BUY LIMIT - Essa ordem também é uma ordem pendente, ou seja,
aguardará a cotação chegar a um determinado valor escolhido pelo trader para ser
executada. Porém nesse caso, a ordem Buy Limit deverá ser colocada em um
preço ABAIXO do preço atual. Isso quer dizer que PRIMEIRO o preço no gráfico tem
que CAIR, para só então a ordem ser executada e a operação iniciar.
Por exemplo considere o EURUSD a 1.13300, e você acredita que o preço vai subir,
mas só atingirá 1.14000 (acima) se PRIMEIRO ele CAIR e alcançar 1.13000 (abaixo).
Nesse caso você pode colocar uma ordem de compra pendente do tipo Buy
Limit no preço que primeiro tem que ser alcançado, no caso 1.13000. Assim que esse
valor for atingido no gráfico, então sua ordem de compra será executada, e você
poderá sair no preço desejado de 1.14000, se isso acontecer, claro.
174
'esperando' e nada será feito até que a condição seja atingida. Se o preço subir
diretamente para 1.14000 e se afastar do valor desejado da ordem tipo Buy Limit,
você nem ganha, nem perde, já que não entrou em uma operação.
Explicando Melhor
É perceptível a grande dificuldade que os iniciantes têm para entender corretamente

as ordens pendentes, especialmente as do tipo “LIMIT”. Mas como esse livro não
pretende te deixar na mão, quero esmiuçar mais ainda esse tipo de ordem
especificamente, para que não restem dúvidas no seu aprendizado.
Imagine-se como um negociante de carros, e que você vê uma boa oportunidade

de vender um determinado veículo por R$ 50.000,00. Suponha então que nos seus
fornecedores, aqueles que sempre você compra para depois revender, digamos que
algum deles te oferece esse mesmo veículo por R$ 48.000,00. Dessa forma você
verifica que pode ganhar R$ 2000,00 se comprar do fornecedor e ir vender o carro
no mercado de automóveis.
Porém você verifica que com as taxas de transferência, seu lucro cairá para R$ 1000
reais, e a negociação não parece mais tão atrativa. Você então decide pechinchar
para comprar o carro a R$ 47.000,00, ou seja, mil reais a menos do que te foi
oferecido. E aí o fornecedor pede um tempo para pensar.
Durante esse período, você ainda NÃO adquiriu o carro, e caso o fornecedor
decline e recuse a proposta, você não vai comprar o veículo para negociá-lo, ficará
aguardando outras oportunidades. Também não vai querer comprar o carro, se o
fornecedor retornar e disser que só vende pra você por R$ 49.000,00, isto é, mil
reais A MAIS do que foi oferecido inicialmente, e R$ 2000 reais a mais do que você
gostaria de comprar. Dessa forma, fosse definitivamente não vai querer fechar esse
negócio, pois entende que não seria vantajoso.
Fazendo um paralelo com o mercado, é como se o valor de R$ 47.000,00 fosse sua

ordem do tipo BUY LIMIT, ou seja, uma compra PENDENTE em que você está
aguardando para comprar, mais barato, o ativo, no caso o automóvel. O valor de R$
48.000,00 é o preço que você consegue adquirir o veículo se fosse fazer uma
“ordem a mercado” na negociação de automóveis. Esses R$ 48.000,00 seriam então
o “preço no gráfico”, pelo qual você não quer comprar logo, mas sim esperar por
uma baixa no preço. E, por fim, os R$ 50.000,00 seriam o seu objetivo, o valor de
venda do veículo onde você entende que conseguirá lucrar uma quantia
considerável.
175
Se houvesse um gráfico de carros, você teria colocado uma ordem de Buy Limit em
R$ 47.000,00, e um Take Profit em R$ 50.000,00. Ao se deparar com o gráfico
novamente, veria o ativo sendo negociado a R$ 49.000,00, um valor acima do que
você gostaria, e nesse caso você não estaria na negociação, pois o preço foi para
um valor diferente, acima do que você desejava, e assim, você não perdeu nem
ganhou nada pois sua ordem “não foi aberta”.
Veja um outro exemplo na imagem abaixo.
ORDEM SELL LIMIT - Essa ordem se assemelha à anterior, porém o sentido é

inverso. Também é uma ordem pendente, ou seja, aguardará a cotação chegar a
um determinado valor escolhido pelo trader para ser executada. Porém nesse caso,
a ordem Sell Limit deverá ser colocada em um preço ACIMA do preço atual. Isso
quer dizer que PRIMEIRO o preço no gráfico tem que SUBIR, para só então a ordem
ser executada e o trade iniciar.
Por exemplo considere o USDJPY a 110.500, e você acredita que o preço só atingirá
110.000 (abaixo) se PRIMEIRO ele SUBIR e alcançar 110.700 (acima). Nesse caso você
pode colocar uma ordem de venda pendente do tipo Sell Limit no preço que
primeiro tem que ser alcançado, no caso 110.700. Assim que esse valor for atingido
no gráfico, então sua ordem de venda será executada, e você poderá sair no preço
desejado de 110.000, se isso acontecer, claro.
'esperando' e nada será feito até que a condição seja atingida. Se o preço cair
diretamente para 110.000 e se afastar do valor desejado da ordem tipo Sell Limit,
você nem ganha, nem perde, já que não entrou em uma operação.
176
Explicando Melhor
Para melhor entendimento desse tipo de ordem, imagine que você tem a posse de
uma mercadoria que pode vender por R$ 150,00. Mas você acredita que pela
escassez do produto o valor dele no mercado vai subir, e alcançar R$ 200,00. Você
também estudou o mercado desse item, e viu que em alguns meses, a produção
dele vai aumentar, gerando mais oferta, e assim o preço baixará novamente, já que
será outra vez ofertado no mercado. Daí sua estratégia pode ser vender seu
produto por R$ 200,00, mas somente quando o preço no mercado chegar a esse
valor. E depois RECOMPRAR a mercadoria a um preço menor, no momento em que
ela estiver sendo ofertada em volume normal, que é o que você espera. Isso vai
gerar pra você um lucro na venda, como você estudou no capítulo 04.
Suponha que foi estabelecida uma meta, de recomprar esse bem por R$ 120,00, um
preço até menor do que você teria negociado inicialmente (R$ 150,00).
Se de fato tudo isso ocorrer, você vender por R$ 200,00, e recomprar por R$ 120,00,
você terá lucrado R$ 80 reais, e tem novamente a mercadoria com você. Lembra da
explicação sobre operar vendido em capítulo 04? Aqui se aplica perfeitamente.
Nesse exemplo:
- R$ 150,00 inicialmente era o preço do produto “a mercado”;
- R$ 200,00 era o preço alvo para que você “entrasse VENDIDO no trade”;
- R$ 120,00 era seu objetivo, seu “Take Profit” nessa operação, o preço que você
recompraria a mercadoria (ou “encerraria o trade”), e garantiria seu lucro de R$
80,00
Essa então foi uma ordem do tipo SELL LIMIT.
Resumindo, vender dessa forma, com uma ordem Sell Limit, é quando se busca
vender por um preço mais caro, para que na recompra do bem, o lucro seja maior.
177
ORDENS DE SAÍDA
ORDEM DE STOP LOSS - O stop loss é uma ordem de saída de um trade, e como
explicado nesse livro, é uma ordem de limite de perda. Ela serve para impedir que
uma perda no trading se alongue demais, gerando um prejuízo maior que o
aceitável. No preço que o trader escolher a corretora executará uma ordem
instantânea, ou seja, quando o preço optado pelo trader 'bater' com o preço do
ativo, a operação será fechada com o prejuízo previamente determinado pelo
operador. O valor da perda será descontado do saldo da conta.
Se o trader efetuou uma compra, o stop loss será como uma ordem de venda, e se
o trader vendeu inicialmente, o stop loss será como uma ordem de recompra. Mas
o stop precisa ser colocado deliberadamente pelo trader, ou seja, o operador TEM
que posicionar essa ordem de saída, a plataforma não fará esse trabalho por ele. E
mais, é preciso fazer isso ANTES de posicionar a operação. Quando um trade é
colocado, o stop já vai junto dele. Em hipótese alguma coloque uma ordem e deixe
para pôr o SL depois. Entrada e Stop andam juntos, sempre!
O Stop Loss é a ordem MAIS IMPORTANTE no trading, visto

que ela é a que determina exatamente a essência de definir o
risco antes de entrar em uma operação.
OBS: A ordem de stop loss não depende da plataforma, da conexão da internet, ou

do ânimo do vizinho. Ela é uma ordem que fica registrada no sistema da própria
corretora, e ela executará* no momento em que o preço do ativo passar pelo ponto
escolhido pelo operador. Ainda nesse livro você terá uma aula completa de como
colocar uma ordem na plataforma com entrada e stop.
*Existem os casos de o preço “pular” o stop, em gaps ou momentos de alta

volatilidade do preço, mas não são tão comuns. E se você operar de acordo com os
princípios fundamentais ensinados nesse livro, é improvável que tenha problemas
com isso. Ou seja, operando de forma adequada, mesmo que aconteça, você não
sofrerá danos severos. A não ser, claro, algo realmente impactante no mundo, mas
nesse caso TODOS acabam sofrendo. De qualquer forma, é um assunto a ser
explicado melhor na aula de gerenciamento de risco, e com uma técnica de proteção
ainda maior na aula de gestão de capital. Chegaremos lá.
178
ORDEM DE TAKE PROFIT - O take profit é uma ordem de saída de um trade. Nessa
ordem, o trader escolhe um preço no qual ele sairá da operação com lucro. No
momento em que o preço do par alcançar o valor escolhido pelo trader, a ordem é
encerrada e o lucro contabilizado no saldo.
ORDEM DE STOP GAIN - É quando o trader, de forma manual ou automática, retira

o stop loss da zona de prejuízo e o coloca deliberadamente em uma região APÓS a
entrada, ou seja, em uma região de lucro. Nesse momento a ordem
que inicialmente era de stop loss, passa a ser de stop gain. Stop Loss significa
"parada de perda", já que inicialmente fica ATRÁS do preço de entrada, na região
de prejuízo. E Stop Gain significa "parada de ganho", já que agora a ordem de stop
se encontra em um valor À FRENTE do preço de entrada, em uma região de lucro,
de ganho.
Importante salientar que o stop só pode ser colocado na região de lucro CASO o
preço ande a favor da operação o suficiente para que isso seja possível. Se abrir um
trade e o preço for contra, não é possível fazer essa movimentação do stop para
zonas positivas.
ORDEM DE TRAILING STOP - Nessa ordem, o trader deseja que conforme o preço
vá seguindo na sua direção, o stop, que antes foi colocado em um preço na zona
de prejuízo, passe para uma zona de lucro, virando um stop gain, como explicado
anteriormente. A diferença é que aqui quem moverá esse stop será a plataforma (e
não a corretora*). A cada mínima movimentação do preço na direção desejada, o
stop se moverá na mesma proporção. É importante frisar que o trailing stop só será
ativado SE e QUANDO o lucro em pontos estiver positivo em um tamanho
exatamente igual ao colocado no trailing stop.
Por exemplo, se você compra EURUSD a 1.13500, coloca um stop loss inicial em
1.13000, e decide colocar um trailing stop de 30 pips (300 pontos no trailing); então
assim que o preço atingir 1.13800, com +30 pips de lucro, o trailing stop entra em
179
ação. Inicialmente ele ficará no exato preço de entrada, 1.135000, já que se o preço
no gráfico está em 1.13800 e o trailing stop é de 300 pontos, então 1.13800 - 300
pontos é igual a 1.13500. Digamos agora que a cotação atinja 1.14000, seu stop gain
estará então no preço de 1.13700, 300 pontos ATRÁS da cotação atual, e alguns
pontos à frente do preço de entrada, ou seja, garantindo algum lucro. A
movimentação do trailing é por ponto, logo, sempre que um ponto positivo for
alcançado, o trailing segue um ponto a favor.
Caso o preço recue e atinja o trailing stop, a posição será fechada com algum
ganho ou mesmo no breakeven, no zero a zero, dependendo de quanto o preço se
mover inicialmente. Ou seja, se o preço voltar contra uma posição aberta com
trailing se movimentando, o stop móvel não retornará, ele fica esperando o preço
voltar e atingi-lo.
* Para que o trailing stop funcione, a plataforma precisa estar aberta, o computador
funcionando e conectado à internet, do contrário ele não ativará e a ordem ficará
apenas com os parâmetros iniciais de stop e take (se forem colocados, obviamente).
Até a divulgação desse livro, somente é possível usar trailing stop no Metatrader para
PC/Notebook, não havendo essa opção para o app do Metatrader em smartphones.
O DESVIRTUAMENTO DO TIPO DE ORDEM ADEQUADA

AO TRADING DE SUCESSO
Há um erro bastante comum, cometido nessa parte de tipos de ordens, que é

operar a mercado, fazer trading abrindo e fechando “na mão”. Para um operacional
adequado ao funcionamento do mercado, o correto é operar com
ordens PENDENTES, sempre! Aqui o problema ocorre em relação à mudança
constante do preço enquanto se calcula todos os parâmetros necessários à entrada
e saída do trade.
Com o mercado em movimento, o trader fica exposto à rápida variação do preço.

Isso influencia sua capacidade de decisão, pois a cada segundo ele estará
recebendo novas informações do mercado. O candle que ele acompanha estará
mudando a cada instante. E uma subida ou descida mais brusca vai inevitavelmente
mexer com seu psicológico.
Nesse momento, acompanhando o frenético subir e descer do preço, o cérebro do

trader será inundado de elementos químicos para tomada de decisão rápida. Nossa
mente tem um limite para administrar esses elementos, e com uma sobrecarga
deles, o que é natural em quem faz operações mais rápidas no trading, abrindo
ordens junto com o mover do preço, o cérebro não aguentará e começará a falhar
180
em diversas atividades, sendo a mais preocupante a capacidade de tomar decisão

quanto aos trades abertos, a abrir ou para fechar.
Se eu pudesse fazer uma comparação, diria que cada operação no mercado é como
se fosse um negócio que um dono de empresa precisa efetuar. Mas não qualquer
empreendedor, e sim aqueles que lidam com atividades de risco, importantes, que
necessitam atenção especial, como por exemplo um dono de empresa que vende
frota de aviões para países abastecerem seus exércitos, sua frota aeronáutica.
Agora imagine esse mesmo empresário tomando decisões em pouco tempo, com
outros clientes no seu pé, todos insistindo nas negociações, pressionando,
cobrando, exigindo, ofertando, devolvendo, as frotas vendidas ou a vender.
Certamente sua capacidade de tomar decisões acertadas ficará seriamente
prejudicada. Um trade no mercado PRECISA ser tratado com a importância de
vender uma frota de aviões, ou seja, com extrema cautela e precisão máxima, para
melhor fechamento do negócio. Está achando exagero? Experimente operar
acompanhando o subir e descer das cotações enquanto acontecem, com dinheiro
real, é pior ainda...
Quem abre ordens a mercado se submete a esse mesmo tipo de pressão, pois o
constante mudar do preço exige do trader a mesma atenção narrada no parágrafo
anterior. Ou o trader decide se concentrar, focando sua capacidade mental em uma
decisão por vez, com calma para pensar, e absorvendo os dados de maneira
progressiva, sem pressa, sem pressão, ou do contrário ele irá sobrecarregar seu
cérebro a ponto de prejudicar seu auto controle, cometendo inúmeros erros. Erros
de execução do trade; erros de gerenciamento de risco (o mais perigoso); e erros de
administração de operação, apenas para citar alguns.
Tenha sempre em mente a crucial importância de manter seu psicológico

preparado, calmo, tranquilo, para analisar, executar, e principalmente, encerrar seus
trades. Abrir ordens a mercado não vai te favorecer nesse sentido, vai só prejudicar
seu operacional, e consequentemente toda sua carreira como negociante do Forex.
Problemas com o Gerenciamento de Risco
Ao abrir ordens a mercado, com o gráfico se movimentando, o gerenciamento de

risco pode acabar sendo feito de forma muito rápida. No tópico anterior eu
mencionei sobre a grande importância do controle psicológico. Mas você precisa
saber que o gerenciamento de risco adequado, além de essencial, é o pilar MAIS
IMPORTANTE do trading. Sim, sem um risco corretamente administrado o trader
181
está fadado ao fracasso, ainda que tenha uma excelente estratégia e um controle
psicológico super disciplinado.
Assuntos como saber calcular o valor do lote correto a usar em uma operação, valor
do pip de cada par, proteção de capital, distribuição de patrimônio, inclusão correta
de stop e take profit para adequada relação risco/recompensa, são todos temas que
o trader dedicado PRECISA dominar. E não só dominar o conhecimento, tem que
saber aplicar na prática também. A proposta desse livro é te deixar preparado
nesses assuntos essenciais.
Para essa prática nós precisamos do cenário adequado. Operações durante fortes
movimentos do preço, como por exemplo na abertura da sessão de Londres e nas
primeiras horas seguintes, fazendo isso a mercado, “na mão”, definitivamente não é
o melhor momento. Ainda mais se o preço estiver sendo acompanhado em gráficos
como o de 5 minutos, extremamente inconstantes. A maioria dos traders que abrem
ordens a mercado opera em times frames menores, gráficos de tempos inferiores,
como 5 ou 15 minutos.
Para se ter uma ideia mais clara: imagine uma operação intra dia, acompanhando o
gráfico de 5 minutos, que se move bem rápido durante o dia. Stops em setups nesse
time frame geralmente têm entre uns 5 a 15 pips (dependendo do par até menos).
Aí o trader precisa calcular o lote adequado para a operação, e enquanto faz isso, o
preço já andou alguns pips, o que já muda a configuração a ser usada no stop. Se
ele for recalcular, o preço pode ter andado mais. E para saber o local correto do
take profit, outra situação complicada se o mercado estiver se movendo
rapidamente. Conforme o preço for mudando, o cálculo do stop e take vai ficando
mais complicado.
Quem opera times frames menores muito provavelmente quer entrar "a mercado",
pois quer pegar o exato momento em que o sinal aparecer, justamente para não
perder a "oportunidade". Acontece que a probabilidade de cometer erros,
especialmente erros de gerenciamento de risco, aumenta consideravelmente. E ao
abrir a ordem a mercado, uma vez lançada NÃO DÁ PRA VOLTAR ATRÁS, já era, a
ordem foi aberta. No Forex a liquidez gigantesca não dá tempo de pensar em
desistir depois de uma ordem executada a mercado, é praticamente instantâneo!
Se você tem algum tempo de experiência abrindo ordens a mercado, certamente já

passou por momentos em que percebeu que o preço de entrada não era aquele,
ou que o padrão que você analisou na verdade não era o correto, ou pior
ainda, entrou com o lote usado no último trade porque esqueceu de alterar. Esses
erros são extremamente comuns em quem abre ordens a mercado.
182
Já a chance de alguém cometer esses erros abrindo ordens pendentes e em gráficos

maiores é praticamente zero. O trader que assim o faz tem TEMPO para agir,
pensar, analisar, pois opera quando o mercado está calmo, e em períodos do
gráfico que o permitem colocar uma ordem pendente a uma distância considerável
do preço atual. Isso tudo lhe dá o conforto de operar com um psicológico tranquilo,
e ainda que erre algo, terá tempo para corrigir antes que o preço alcance o valor no
qual colocou sua ordem pendente.
Trader e a Medicina
Mais uma comparação ideal a ser feita aqui é quanto ao trading também dever ser
tratado como uma cirurgia. Para um médico cirúrgico fazer qualquer procedimento
ele precisa de tempo, preparação, estudo, e tranquilidade para executar sua
atividade. EXATAMENTE como no gerenciamento de risco do trade.
Mesmo que no trading, caso cometamos algum erro, ninguém irá morrer, ainda
assim nosso capital, nosso patrimônio pode "bater as botas". Basta executar um
trade com lote errado para isso acontecer. Imagine uma operação que deva ser
aberta com um lote de 0.05, e por um lapso, o trader abra a ordem com o lote 5.00!
Pronto, está feita a maior atitude imprudente que o trader poderia ter tomado. Se
der errado, perderá TODO seu patrimônio. E não se engane, com a alta
alavancagem permitida, esse erro não é difícil de acontecer.
Problemas com o Controle Psicológico
Quando um trader opera normalmente a mercado, ele adquire o hábito de clicar

em Comprar e Vender diretamente. Pior ainda é se criar a rotina de “operar a um
clique”, que tem sido uma grande praga para muitos. Corretoras usam das mais
elaboradas estratégias para levar o trader a operar da maneira mais fácil e rápida
possível, e ganha um doce quem adivinhar o porquê. Já para conseguir colocar uma
ordem pendente nunca é tão fácil.
A prática de operar a mercado gera no trader a criação de um hábito, que como

sabemos é algo muito difícil de ser alterado. Então, a atividade de operar clicando
em Comprar e Vender torna-se o “normal” do operador. Ele até esquece que
existem ordens pendentes.
As consequências, além das citadas até aqui, incluem execuções de trades fora do
planejamento. Sim, sempre que uma situação PARECER como uma oportunidade,
ainda que fora do plano, o trader que agora tem o hábito de operar “na mão”,
183
pode muito bem executar uma ordem sem pensar direito. Suponha que um trader
vinha analisando a possibilidade de alta no preço, mas o sinal ainda não se
configurou, isto é, sua confluência de fatores ainda não apareceu para liberá-lo a
operar. Daí, em determinado momento o preço começa a subir muito rápido. Tinha
passado um bom tempo meio lateral, e do nada começa se mover forte para cima.
Diante desse cenário, existe sempre a possibilidade de abrir uma ordem ‘na
emoção’, no impulso de ver o preço subindo, mas será muito mais provável que um
trader habituado a abrir ordens a mercado faça isso, do que o trader que se
habituou a abrir ordens pendentes. O operador disciplinado olhará aquele
movimento, e ainda que fique tentado, ele certamente conseguirá controlar sua
mão, para não fazer besteira. Já o trader com o hábito de operar “na mão” com
certeza terá muito menos chances de se conter, e facilmente será levado a clicar em
comprar, em uma situação fora dos seus critérios. Por mais que pense ser uma
oportunidade, seu sistema não o autorizou a operar, e esse trade foi um trade
IMPULSIVO, típico de iniciantes inexperientes.
Tenha sempre em mente a enorme importância de abrir suas ordens com ordens
pendentes, em momentos nos quais o mercado se movimenta pouco, como por
exemplo na sessão de Sydney, e sempre tomando como base time frames que
permitam o tempo suficiente para você evitar erros bestas, mas que podem levar
embora todo o seu dinheiro.
184
MÓDULO 3
GERENCIAMENTO
DE RISCO
185

CAPÍTULO 11
O PRINCÍPIO MAIS
IMPORTANTE DO
TRADING 186
CAPÍTULO 11 - O PRINCÍPIO MAIS IMPORTANTE

DO TRADING
Se tem algo importante no Forex, e no trading no geral, é o gerenciamento de risco

(GR). E não só é importante como também é o conhecimento MAIS ESSENCIAL,
CRUCIAL, VITAL, que você precisa saber e aplicar se quiser ser lucrativo nesse
mercado. Sem ele, sua trajetória como trader e investidor estará fadada ao fracasso.
Nesse capítulo vou explicar em detalhes como entender esse gerenciamento e saber
a importância de aplicá-lo.
A partir do momento que alguém entra no mercado Forex, e decide ser um trader,
se depara com inúmeras informações, muitas delas enganosas, alegando que é
possível ter ganhos astronômicos em muito pouco tempo, nada mais longe da
verdade. E muitas dessas informações nem sequer mencionam o que é
gerenciamento de risco, e mesmo se mencionarem, não o fazem da forma correta.
Não falam do verdadeiro gerenciamento de risco a se usar para ser lucrativo. E eu
estou aqui para isso, te mostrar o que realmente é fato nesse assunto crucial a
qualquer trader.
187
POR QUE USAR O GERENCIAMENTO DE RISCO?
O princípio MAIS IMPORTANTE do trading, aquele em que se você não entender e

acreditar irá perder TODO o seu dinheiro, é o princípio da INCERTEZA. Como em
TUDO na vida, não sabemos o que vai acontecer no próximo minuto. No trading
não seria diferente, pois a cada segundo ocorre uma situação nova e impossível de
prever com exatidão. Não é possível saber onde o preço estará amanhã, nem qual
será o valor do ativo no minuto seguinte! Não com 100% de certeza. No trading e
investimentos tudo depende de projeções, probabilidade, e por fim, especulação.
Devido à incerteza do mercado, ninguém sabe qual será o resultado de qualquer

trade. É impossível saber se o preço de um ativo vai subir ou descer assim que o
trade for aberto, não importa o quão "boa" seja a análise. O melhor analista do
mundo não tem como aumentar para nem sequer 50,01% a chance de um trade.
Por mais difícil que seja de imaginar, isso é um fato, não importa o que fizermos, a
chance de um único trade dar certo é 50%.
Há uma aleatoriedade no resultado de cada operação, e por isso é preciso saber

controlar o risco para que você consiga o propósito do GR, explicado a abaixo.
PARA QUE SERVE O GERENCIAMENTO DE RISCO?
O gerenciamento de risco tem duas funções principais:
1 - Proteção do capital investido
A primeira função do gerenciamento é impedir que seu capital aplicado seja

deteriorado de maneira substancial ao longo do tempo. E principalmente no Forex,
onde a alavancagem permitida por várias corretoras dá aos traders o poder de
trabalhar com volumes de dinheiro bastante elevados, tendo pouco dinheiro como
margem. Sem um gerenciamento de risco adequado, o risco de esses traders
perderem todo o capital investido é enorme, por isso se torna tão importante saber
administrar esse capital da forma correta com o GR.
Ao gerenciar adequadamente o risco, o trader protege seu patrimônio de:

- Flutuações bruscas do mercado;
- Sequências grandes de perdas consecutivas;
- Problemas com slippage e alta liquidez nos preços dos ativos;
- E até de problemas com a corretora que administra seu dinheiro;
Já dizia Warren Buffet: a primeira regra para investir é "Não perder dinheiro", e a
segunda regra é "Não esqueça da primeira". Embora no mercado as perdas sejam
188
absolutamente normais, o que ele quis dizer é que você não pode agir de forma
imprudente, colocando seu capital em riscos altos e desnecessários.
Operando sem um GR adequado, pode acontecer de dar tudo certo enquanto

estiver indo bem, enquanto as operações forem positivas. Mas quando o trader
passar por um período de perdas sequenciais, e olhe que isso é extremamente
comum, se não tiver administrado corretamente seu risco, a conta vai sofrer um
baque de grandes proporções, e quem sabe até quebrar, algo comum entre os
novatos que não gerenciam o risco adequadamente. E é por isso que o GR tem
como função primordial a proteção do capital investido.
Como mencionei antes, o movimento dos preços dos ativos é totalmente incerto,
ninguém consegue prever para onde ele vai a seguir. Há uma aleatoriedade no
resultado de cada trade. Por isso, sabendo que ao 'arriscar' dinheiro você está de
fato correndo o risco de perdê-lo, é preciso saber o que fazer para administrar esse
risco corretamente, e evitar que essa possível perda não destrua o seu capital
investido.
2 - Ser lucrativo apesar das perdas
A segunda função do gerenciamento de risco é justamente fazer o trader ser

lucrativo, mesmo que suas operações deem prejuízo.
Ãnn?? Como assim? É possível ganhar dinheiro perdendo dinheiro?
Absolutamente, meu caro. E isso é tão comum no trade como água no rio. Na
verdade, ganhar dinheiro perdendo dinheiro é o que os melhores traders fazem, e
por anos a fio.
Um fato absolutamente verdadeiro é que se você faz trading, inevitavelmente você

vai perder alguma vez. E mais frequentemente, você vai perder várias vezes!
O segredo do gerenciamento de risco é ser lucrativo mesmo perdendo várias e

várias vezes, e eu mostro como.
Existe algo chamado relação Risco/Recompensa, que é quando você calcula o valor
arriscado na operação, em relação a quanto pretende ganhar. Ou seja, para cada 1
dólar que você arrisca, quantos dólares você almeja ganhar na operação
Os melhores traders se destacam porque sempre, e eu digo sempre mesmo, sem

exceção, eles buscam ganhar mais do que arriscam. Por exemplo, para cada 1 dólar
arriscado em um trade, buscam ganhar uma valor acima de 1 dólar, de preferência 2
dólares ou mais.
189
Estatisticamente, se quando você perde, perde pouco, e quando ganha, ganha

muito, ainda que tenha vários trades com prejuízo, as operações lucrativas não
somente podem cobrir essas perdas, mas também podem deixar sua conta com
saldo positivo.
Veja esse exemplo:
Digamos que um trader tenha uma relação de risco/recompensa de 1/3, ou seja,

para cada 1 dólar arriscado ele tente ganhar 3 dólares. A cada trade ele arrisca U$
100 dólares, para ganhar U$ 300. Agora imagine que ao final de 100 trades, esse
operador tenha obtido prejuízos em 60% deles, mais da metade de operações
foram perdas.
Total de trades: 100

Trades negativos: 60
Trades positivos: 40
Valor perdido: 60 * -100 = -6000,00

Valor ganho: 40 * 300 = +12.000,00
Saldo líquido: +6.000,00
Ou seja, o trader ganhou U$ 6000 dólares, mesmo errando 60% dos trades.
Esse, meu amigo leitor, é o segredo de ser lucrativo no Trading.
Agora associe isso a alguma estratégia com alto índice de operações lucrativas,
digamos os 60%, mas de ganhos.
Total ganho: 60 * 300 = +18.000,00

Total de perdas: 40 * -100 = -4000,00
Total líquido: +14.000,00
Com uma taxa melhor de trades positivos, o lucro será ainda maior, para uma
mesma quantidade de trades.
Dependendo da relação risco/recompensa, eis aqui a taxa de negociações

ganhadoras mínima que é preciso fazer para ser lucrativo:
• 1/2 - Bastam 33,3...% de acertos + 1

• 1/3 - Bastam 25% de acertos + 1
• 1/4 - Bastam 20% de acertos + 1
Quanto melhor a R/R, menos operações positivas o trader precisa ter para ser
lucrativo no longo prazo.
190
Agora a situação se inverte caso se arrisque mais do que se tenta ganhar. Como por
exemplo uma relação de risco de 2:1, onde para cada 2 dólares de risco, tenta-se
ganhar apenas 1 dólar. Isso dá uma R/R de 0,5, menor que 1, e isso não é saudável.
Assim o trader precisa ganhar sempre mais do que 67% das vezes, o que é uma
taxa de operações lucrativas bem difícil de conseguir no mercado. E quanto mais
diminui essa relação, pior fica para o operador.
Deu para entender agora a importância de saber gerenciar o seu risco? Você terá
uma aula inteira só sobre RR, tamanha a importância e essencialidade do tema.
O SEU RESULTADO NO MERCADO SERÁ COM BASE EM

PROBABILIDADES
Não é possível ser lucrativo no mercado se você não pensar em probabilidades. Os

traders mais lucrativos têm essa certeza enraizada em suas mentes, pois, como falei
no início, o resultado de cada trade é incerto. Porém, com uma abordagem correta
e disciplinada, adotando um gerenciamento de risco eficiente, a probabilidade está
a seu favor, apesar de momentos ruins no mercado.
Executar uma mesma estratégia, disciplinadamente, durante uma série de trades

considerável, e sabendo gerenciar adequadamente seu risco em cada operação, é o
segredo para se vencer essa aleatoriedade, e ter lucros cada vez maiores no trading.
Nesse livro você aprenderá a fundo por que pensar em probabilidades é uma das
chaves do sucesso no mercado financeiro.
Se você adotar uma relação de Risco/Recompensa adequada, ao longo de vários

trades, mesmo tendo perdido alguns, ou mesmo vários, essa vantagem matemática
vai colocar seu saldo no positivo, vai melhorar seus lucros no mercado.
Imagine uma moeda, jogada no cara ou coroa, e imagine que se der coroa você
ganhará 3 dólares, e se der cara você perderá 1 dólar. Agora imagine que essa
moeda seja lançada 2 vezes apenas. Você tem 3 resultados possíveis:
cara/cara = Você perde 2 dólares

cara/coroa = Você perde 1 dólar, mas ganha 3 dólares = 2 dólares de lucro
coroa/coroa = Você tem 6 dólares de lucro.
Em duas das possibilidades você saiu no lucro!
Agora imagine que a moeda seja lançada 10 vezes. É possível que o resultado sejam
10 caras em sequência e você perca 10 dólares? SIM, é possível. A probabilidade de
isso acontecer é baixa, mas é perfeitamente possível. Da mesma forma que é
possível que sejam 10 coroas em sequência e você lucre 30 dólares.
191
Mas, estatisticamente, como consideramos uma moeda não viciada nesse exemplo,
com 50% de chances de dar cara e 50% de dar coroa, então, ao longo de uma
grande série de lançamentos a tendência é que o número de caras e coroas se
iguale. E, no longo prazo, com isso acontecendo, o lucro que você ganhou em cada
coroa, 3 dólares, vai superar as perdas em cada cara, 1 dólar.
No trading o princípio é o mesmo. Não que o trading como um todo seja um jogo,
pois isso não é verdade, mas CADA TRADE, ISOLADAMENTE CONSIDERADO, tem a
mesma chance de dar certo ou errado, como o lançamento da moeda.
A VANTAGEM do trading é que os padrões se repetem ao longo do tempo, e com

uma abordagem estratégica e disciplinada, após uma grande série de
trades, diferentemente dos lançamentos da moeda, é possível ter uma taxa de
operações positivas maior que 50%. E isso atrelado a uma R/R maior que 1:1 se torna
uma ferramenta excelente para aumentar de forma significativa os resultados de um
trader. E esse é o segredo de ser lucrativo no mercado ao longo do tempo, como
mencionei.
GERENCIAMENTO NO TRADING = STOP LOSS
Você já se sentiu traído pelo mercado quando o preço bate no seu stop e depois
segue de volta na sua direção? Já sentiu que a corretora "caça" seu stop loss só para
te tirar da operação com prejuízo? E depois de sentir isso, já desejou operar sem
Stop Loss, justamente para evitar essas "pegadinhas" do mercado?
Se você se identificou com alguma das questões acima, saiba que elas são bastante
comuns. E quero trazer aqui o pensamento mais perigoso para seu capital que você
poderia ter. Se você fizer isso, estará colocando seu patrimônio seriamente em risco.
192
Esse medo de ser estopado e depois o mercado seguir na direção que você queria
é mais uma pegadinha do cérebro, pois se isso já aconteceu com você, ficou uma
"cicatriz mental" que é difícil de ser esquecida. E aí toda vez que o mercado se
aproximar de seu stop, você vai achar que irá acontecer aquilo novamente, e sentirá
MEDO, o pior sentimento que o trader pode ter.
Daí, o que muitos traders inexperientes fazem? Duas coisas básicas:
1 - Movem o stop loss para mais longe, acreditando que o preço ainda vai voltar na
direção que desejava;
2- Retiram totalmente o stop loss, para evitar saírem do trade e perderem o possível
retorno do preço na direção do objetivo.
E por que essas atitudes são bastante prejudiciais e perigosíssimas?
Essa de "o preço vai voltar" é onde a maioria se perde. Independentemente de

qualquer coisa, independentemente de qualquer análise, pode vir o Warren Buffet
pessoalmente dizer pra segurar, ainda assim o preço pode ir indefinidamente contra
você, e aí seu capital sofre e sua conta pode quebrar.
No trading não podemos ter, em HIPÓTESE ALGUMA, essa

ideia de "tem que segurar que vai voltar!", ou então “O
mercado sempre volta!”
Isso leva muita gente a grandes perdas!
Normalmente o que acontece com quem segura grandes prejuízos?
O que ocorre é que, para INFELICIDADE de muitos, na maioria das vezes o preço
VAI VOLTAR! (Sim, INfelicidade, veja o porquê).
É extremamente comum o mercado ficar constantemente alternando antes de se

definir para onde vai. Essa indefinição leva tempo, muito tempo, e por isso o
mercado anda de forma lateral mais do que de forma firme em alguma direção.
Por isso que certas estratégias sem stop costumam dar certo durante um período, e
a pessoa vai galgando alguns pontinhos ao longo de dias, semanas, e até alguns
poucos meses.
Mas acontece que UMA HORA O PREÇO VAI DEFINIR PRA ONDE VAI DE FATO!
193
Isso quer dizer que em algum momento de sua trajetória, o preço vai "ESCOLHER"
pra que lado ir (qual força venceu, compradora ou vendedora) e aí...
... é nessa hora que o bicho pega, e o preço anda horrores! Sai literalmente EM
DISPARARADA, sem olhar pelo retrovisor. Arranca sem dó, levantando poeira e
sumindo da vista dos incautos e não precavidos.
E qual o resultado disso? Você já deve ter imaginado. Não imaginou?
Então lá vai...
O trader que opera sem stop, uma hora INEVITAVELMENTE vai acabar entrando
CONTRA o lado para o qual o mercado finalmente decidiu ir, e exatamente no
momento dessa decisão! Pronto, está preparada, elaborada, feita, e colocada em
execução a receita do insucesso.
Todos os ganhos que esse trader teve ao longo de dias... semanas... meses(!) vão
pelo buraco! E em um piscar de olhos, em um abrir e fechar da plataforma, ele vai
ter seu capital estrondosamente negativo. Seu emocional estará abalado, não
saberá o que fazer, e decidirá pela única opção "plausível" naquele momento: "é
tudo ou nada!"
Deixará a ordem aberta na remota esperança de o preço voltar a seu favor, para
pelo menos "não perder tanto, e diminuir o prejuízo total". Mas esse trader não
percebeu o que aconteceu: o preço já se decidiu! Então o mercado irá tirar até o fim
do que resta de saldo na conta, e é nessa situação que ele receberá o
famoso Margin Call.
Parece familiar? É, quase todos já passaram por isso, e infelizmente muitos ainda
vão passar. Minha missão aqui é ajudar você a não vivenciar essa terrível sensação, e
terminar desistindo de um negócio tão promissor.
Por isso, dê atenção quando falo sobre:
- Gerenciamento de Risco
- Controle de Emoção
- Não operar muito
- Não usar lotes altos
- Definir seu risco antes, e colocar o stop
- Não acreditar em ganhos milagrosos
- Não ficar focado em entrar pra pegar míseros pontinhos
- Entender todos esses conceitos antes de operar com conta real
194
E tantas outras coisas que podem parecer "chatas" a princípio, mas que na verdade
são, em conjunto, a chave para o sucesso.
É chato ouvir que “terá dias em que você não vai operar”, e mesmo assim o preço
vai mover 300 pips em um único dia. É chato ouvir que “você vai ter perdas”. É
chatíssimo ouvir que “fazer diariamente 40 dólares, 50 dólares, 200 dólares, não é
possível a longo prazo”, e que quem diz que faz, ou está mentindo, ou não está
fazendo isso há anos, somente há algum tempinho e já quer usar isso como
argumento pra dizer que é consistente.
Apenas estou falando isso para ajudá-los a cair na real, abrir os olhos, e entender
certos princípios "chatos", mas essenciais, verdadeiros, e que fazem parte de uma
carreira de sucesso. E gostaria muito que essa realidade venha para vocês o quanto
antes, evitando assim grandes perdas. Prometo que será útil e importante para
todos vocês aceitar tudo isso o mais rápido possível.
Em hipótese alguma um trader pode entrar em uma operação

sem saber quanto pode perder se o mercado for contra sua
direção. É preciso definir o risco ANTES de entrar em um trade.
Quando alguém opera sem usar stop loss, seja por qual motivo for, o que ele está
fazendo é simplesmente achando que sabe para onde o mercado vai. Ele entra em
uma operação pensando que já tem a informação, já tem a certeza, do próximo
movimento do mercado, mesmo que isso esteja no seu subconsciente. Caso ele
soubesse da verdade do trading que diz que: "Todo trade pode dar errado!" com
certeza ele procuraria meios de se proteger de um possível movimento no mercado
195
contra sua posição. E a forma mais comum, mais aceita, e mais indicada de efetuar
essa proteção, é através do STOP LOSS.
Quando um trader DIZ que não usa stop loss, na verdade ele está se enganando,
pois de fato ele usa sim um Stop, mas um stop loss diferente. Caso ele abra um
trade e o preço se movimento fortemente contra ele, e continue indo firme nesse
movimento, o trader tem duas opções: ou ele encerra a posição quando não
aguentar mais o prejuízo, ou ele deixa a conta quebrar, algo muito, muito comum
no Forex.
Isso quer dizer que de uma forma ou de outra, o trader vai inevitavelmente sair de
um trade, com um determinado risco. Então, querendo assumir isso ou não, o trader
tem sim um stop loss!
O que podemos entender disso é que, colocando stop ou não, você precisa saber
quanto aguenta perder de forma sossegada, de forma tranquila, sem perder a linha.
E tem que fazer isso mesmo, porque uma hora o mercado irá contra você,
inevitavelmente. Se você opera no Forex, e pretende operar por algum tempo, o
mercado ir contra você é algo certo, inevitável, é uma condição para a normalidade
do mercado, algo que vai acontecer. Hoje? Amanhã? Semana que vem? Não
sei, mas vai, isso é fato, é uma verdade fundamental, algo que não se discute.
Então você, trader, não importa seu grau de experiência no mercado, ou tempo de
tela, pode ter 1 mês, ou 15 anos de trading, você precisa fazer como quem opera de
forma prudente, e saber quanto você pode/aguenta perder QUANDO o mercado
for contra você com toda força e velocidade, independente do seu sistema,
independente da sua análise.
Quando isso acontecer, de abrir uma operação e o preço tomar gás e partir pra
cima de você, você tem que saber ONDE E COM QUANTO DE
PREJUÍZO abandonará essa posição.
O importante é definir o risco que você está tranquilo se perder hoje, se perder
amanhã, e se perder 3, 4, 5 ou 10x seguidas, o que é absolutamente normal, e até
mesmo esperado acontecer.
Entenda uma coisa, pense no seu capital como o dinheiro que você precisa para se
manter vivo no mercado. O dinheiro que você precisa abrir mão, perder mesmo, até
encontrar os trades positivos. Então pense nesse dinheiro como se fosse passar por
10 ou mais trades negativos em sequência.
Se você decide que esse valor por trade será de 100 dólares por exemplo, pense se
você aguenta perder esse valor 10 vezes seguidas! Se você se sentir tranquilo
196
perdendo 10x seguidas essa quantia, então esse valor está adequado para você
arriscar.
Mas se você diz: "Tá louco?! Eu tenho U$ 1000 dólares na minha conta e arrisco U$
50 dólares por cada trade que eu abro. Então se eu perdesse isso aí, e pior, se eu
perdesse 10x em sequência, vai embora metade do meu capital! Mas isso Não
acontece comigo, porque meu sistema é “O” sistema, infalível, nunca vai acontecer, é
improvável!"
Se você pensa assim, só lamento. Perder 10x em sequência é totalmente normal,

compreensível e administrável. O que não é normal é achar que seu sistema nunca
vai dar sinais falsos! E que nunca vai perder 10x seguidas.
Caso tenha essa mentalidade, ok. Quero apenas tentar ajudá-los a não perderem
seu dinheiro, e também a conseguirem desenvolver a mentalidade correta de um
trader de sucesso.
Reafirmo que gerenciar seu risco é VITAL, e que isso se faz com STOP LOSS. Não
importa em que nível você esteja. Isto é, usar STOP não é uma possibilidade que
alguns decidem não usar, é um fato que alguém vai usar de uma forma ou de
outra!
Seja com 1%, como boa parte faz, ou seja com todo seu capital, caso abra uma
ordem "sem stop loss", o importante é saber quanto você aguenta perder quando o
trade der errado, e quanto aguenta perder quando der errado 10x ou mais em
sequência.
Caso você não saiba, e entre em operações sem definir seu stop loss, então meu
amigo, seu stop (sim, todos têm stop, queira você ou não) será o valor da sua conta,
será o que você tem investido. Porque se você abrir o trade e logo e seguida o
mercado andar 1000 pips contra você e zerar seu capital, esse foi seu stop, aceite, é
assim que funciona.
Sempre gerencie seu risco, sempre ponha stop loss.
Fazendo isso, você deu o passo inicial para ter sucesso.
Espero que tenha ficado o aviso, pois faço como amigo e como alguém que se
preocupa com os outros. Me sinto na responsabilidade de avisar, pois é só o que
posso fazer.
197
A GRANDE ILUSÃO DE ESTRATÉGIAS SEM STOP LOSS
Prepare-se para ver como agem os grandes pilantras desse tipo de abordagem
pernicioso e nefasto, que tem levado inúmeros para o fracasso financeiro. Não
acredite neles, e se tiver dúvidas, veja os argumentos contra essa forma venenosa
de operar.
Fazer trading sem stop loss é mortal para qualquer conta, você já leu isso várias
vezes aqui nesse capítulo. Também viu que nenhuma estratégia se sustenta no
longo prazo com essa forma errada de negociar. Você também verá contas com
rebaixamentos altíssimos, se passando por ótimas contas, apenas por manter meses
e meses em sequência de ganhos. Alguns até conseguem a SORTE de passar alguns
poucos anos sem quebrar, devido aos períodos de baixa volatilidade normais no
mercado. O grande problema é quando o mercado sair dessa maré baixa, e
começar seus grandes solavancos de liquidez e mudança nas cotações.
Em 2020 tivemos toda a questão do coronavírus no mundo, e sem querer entrar no

mérito da causa que movimentou tanto o mercado a partir de março daquele ano,
certamente pessoas que operavam sem stop sofreram sérias consequências. Eu
testemunhei várias contas indo para o saco, ficando sem nada, levando stop out da
corretora. Contas que passaram meses e meses no positivo, devido a 2019 ter sido
um ano fraquíssimo de volatilidade. Porém, quando inevitavelmente a volatilidade
veio, ela veio com tanta força que as contas desses amadores sem stop não
aguentaram. Não conseguiram fazer sua “preciosa” artimanha de aportar para evitar
o stop out. Foi tudo muito rápido!
Esse tipo de pessoa que não sabe operar, muitos deles maliciosos querendo apenas
enganar os ingênuos, mostrando contas com períodos ótimos de rentabilidade, eles
usam o artifício do aporte. Têm bastante dinheiro, vindo das vendas de cursos e
outras atividades ligadas ao engano nesse mercado, e com isso abrem várias contas.
Abrem as ordens sem stop e deixam rolar. Quando os trades ficam positivos, eles
vão fechando na mão, e galgando lucros, um atrás do outro. Porém quando o
preço vai contra eles, eles esperam. Se baseiam no FALSO argumento de que “o
mercado sempre volta”.
Para uma constatação fatídica de que essa frase é mentirosa, basta analisar qualquer
ativo, ponha no gráfico mensal, e veja que em algum momento ele fez um topo ou
fundo histórico. Existem ativos que há décadas não voltam ao patamar de outrora.
Imagine-se operando sem stop numa situação assim. É desesperador. Mas eles não
te mostram isso, apenas o histórico de ordens positivas para tentar te enganar e
vender um sistema falho de operar sem gerenciamento.
198
Fazer trading SEM STOP LOSS é operar SEM gerenciamento de

risco. Ponto.
E o drawdown desses que operam sem stop? Pois é, muitas dessas contas você verá
que passaram por períodos horríveis de rebaixamento, coisa de -70%, -90% de
queda em seu capital líquido! Praticamente quebraram a conta, mas usaram da
artimanha dos aportes, mencionada anteriormente. Quando o rebaixamento chega
próximo ao limite, momento em que a corretora executaria o stop out, eles
mandam mais dinheiro para ‘salvar’ de um fechamento compulsório das ordens. E
vão fazendo isso, segurando perdas que podem nunca mais voltar.
Em plataformas de performance, como MyFxbook ou MQL5, o resultado geral é

algo surreal. Muitas vezes mostram alguns poucos anos positivo. Mas ao analisar
uma coisa simples como o drawdown, fica claro que estão operando sem stop, pois
o rebaixamento medido por essas plataformas não considera os trades fechados,
mas sim o capital líquido. Esse capital líquido é o saldo da conta menos o ‘flutuante’,
o valor que está em aberto de ganho ou perda. O flutuante desse pessoal é
gigantesco e negativo, e aí o drawdown fica enorme. Eles alegam que têm lucro,
mas na verdade eles não podem sacar o saldo, já que está preso em operações
negativas.
O primeiro argumento falho deles quanto ao rebaixamento alto é que drawdown de

conta não é métrica, pois eles operam sem stop e é normal ficar muito tempo
negativo. Se tem uma coisa no trading que NÃO é normal, é ficar preso a
operações negativas por muito tempo. O CORRETO é sempre usar stop loss, para
assumir a perda e partir para outra, não há outra solução, não há outro
posicionamento que fique em sintonia com o mercado, é o mais importante
princípio do trading, SEMPRE proteger o capital, e isso se faz com stop loss.
Como disse, em março de 2020, com a explosão de volatilidade no mercado Forex e

em diversos outros, muitas dessas contas quebraram. Os amadores do “sem stop”
não conseguiram fazer os aportes a tempo, e a corretora gentilmente os “convidou
a se retirarem”, executando o Stop Out. Quando a conta fica com pouco saldo para
garantir a margem mínima da operação, e o capital cai até um ponto próximo da
metade dessa margem, a corretora executa o Stop Out, uma ordem de fechamento
compulsória dos trades abertos, para poder liberar margem para outras operações.
Assim, os pilantras não puderam mais enganar tantos inocentes, e alegaram de

tudo. As contas estratosféricas viraram cinzas, e os relatórios em sites de
performance foram excluídos imediatamente, como é de praxe nessas situações.
Mas prints tirados a tempo comprovam até hoje a incompetência desse pessoal, e
são uma arma poderosa quando tentarem alegar consistência, a custo da conta de
muitas pessoas que acreditaram nessa estratégia do fracasso.
199
A partir daí, iniciaram outra onda de contas sem stop, dessa vez mais ‘calejados’
para evitar momentos abruptos, e poder aportar a tempo. Esses seres desprovidos
de ética e moral dispõem de bastante dinheiro, abrem contas razoavelmente de
pequeno/médio porte, com alto poder de aporte. Ou seja, eles podem mandar
dinheiro novo para irem sustentando as contas negativas, enquanto se gabam de
saldos positivos em plataformas como MyFxbook. Esses relatórios são usados para
atraírem os ingênuos, que acreditam que encontraram o “grande segredo” do
mercado.
Assim, conseguem sustentar uma situação dessas negativa por mais tempo. Tempo
esse suficiente para enganar mais e mais pessoas a acreditarem em uma suposta
mudança de paradigma. Nada mais longe da verdade. Mesmo assim, uma hora o
inevitável acontecerá, e quem seguir essas diretrizes do INsucesso terá SEVERAS
perdas, podendo nunca mais se recuperar.
Se quer lucrar nesse ramo do trading, e aumentar seu patrimônio de forma segura,
a primeira coisa é saber proteger o capital. E isso se faz com STOP LOSS.
CONCLUSÃO
Operar no mercado de forma lucrativa é pensar em probabilidades, só isso. O Forex

e o trading são simples, não precisamos, nem devemos complicar esse mercado e
essa atividade. Se você é novo no ramo e muito do que disse aqui te deixou com
uma pulga atrás da orelha, comece a entender que é justamente por isso que
muitos perdem dinheiro, por essa dificuldade em aceitar e entender esses conceitos
e princípios.
Caso você não acredite no que foi exposto, busque mais informações na internet,
procure traders confiáveis e consistentes que podem te afirmar o mesmo que te
disse aqui. Mas eu te adianto que quanto antes você colocar essas ideias na sua
cabeça, especialmente sobre gerenciamento de risco e relação risco/recompensa,
melhor.
Meu desejo é que você absorva esse conhecimento, e que você tenha as
habilidades necessárias para ser um trader de sucesso. E vamos para o próximo
capítulo, em que ensinarei de forma mais prática essa questão do cálculo do risco.
200

CAPÍTULO 12
COMO FUNCIONAM OS
LOTES
201
CAPÍTULO 12 - COMO FUNCIONAM OS LOTES
Nesse capítulo iniciarei o ensino do assunto prático MAIS IMPORTANTE de todos!

Trata-se de entender como fazer o Gerenciamento de Risco na trading. Na aula
anterior você aprendeu como é VITAL para o trader saber administrar o risco
adequadamente, e nessa aula, começaremos estudando sobre os lotes usados no
Forex.
LOTES NO FOREX
No Forex as negociações são realizadas através de LOTES de moedas. Isso significa

que não negociamos uma ou duas unidades de cada moeda apenas, mas sim
quantidades maiores de dinheiro. Isso acontece pois no Forex, a amplitude da
oscilação do preço não é significativa. Explicando melhor, as variações das cotações
dos pares de moedas, proporcionalmente a seu valor, são pequenas, bem pequenas
na verdade.
Um exemplo ficará mais claro: Imagine a cotação do Dólar/Real (USDBRL) saindo de

R$ 5,20 para R$ 5,25 dentro de apenas um dia. Essa variação, em termos
percentuais, foi de apenas 0,9%, e mesmo assim foi uma mudança razoável para
esse ativo. Agora imagine o EURUSD com uma desvalorização, em que o preço caiu
de 1.18 para 1.17 em apenas um dia. Você olha e diz: “foi pouco, apenas um
centavo!”. E de fato, em comparação com outros ativos diversos no mercado
financeiro, por exemplo as ações, 1 centavo de variação é ínfimo. Mas no Forex, na
maioria dos pares, é uma mudança e tanto para um dia de negociação, mesmo
representando apenas -0,8% de queda.
202
Diferente das ações, por exemplo, nas quais é comum vermos alteração na casa de
1, 2, ou mesmo 5% em um único dia, no Forex não é assim. Isso acontece pois o
mercado de câmbio, em relação a outros ativos pelo mundo, é em geral pouco
volátil. Sim, talvez você tenha lido que é o “mercado mais volátil do mundo”, mas
não é bem esse o conceito.
Volatilidade em termos financeiros significa a intensidade da variação no preço de

um ativo qualquer. Quanto mais esse preço varia, maior é sua volatilidade. E como
vimos na explicação anterior, o Forex, em termos de proporção, não varia muito.
Por conseguinte, é um mercado com baixa volatilidade.
Existem sim pares de moedas mais exóticos em que as variações são mais intensas,
e com isso até podem ser considerados bastante voláteis, mas aqui o foco do curso
são os ativos mais negociados do mundo, os pares que os investidores e traders
mais operam. E justamente por serem as moedas vastamente negociadas ao redor
do planeta, acaba que há um certo “”equilíbrio””. Coloquei entre aspas duplas para
que fique claro que não estou falando em igualdade, mas sim em um desequilíbrio
bastante moderado.
É como se fosse uma gangorra em um parquinho de crianças, com os preços

subindo e descendo, mas sem grande amplitude, se não as crianças podem se
machucar. Outros ativos mais voláteis são como grandes máquinas de alavanca,
girando em torno de um eixo com amplitude muito grande. Então, em termos de
volatilidade, o Forex é o ’parquinho’, e ativos como metais, ações entre outros, são
as máquinas. Mas não se engane, em relação a outras características, como
ensinado no primeiro capítulo, por exemplo em termos de LIQUIDEZ e TAMANHO
do mercado, o Forex seria uma grande embarcação mega gigantesca, e outros
mercados seriam apenas pequenas lanchas e jet skis.
Então Vamos de Lotes!
Pois bem, já que as variações nas cotações não são algo muito significativo, não
adianta comprar umas poucas moedas se a intenção é fazer lucro de verdade.
Ninguém vai vir para esse mercado comprar 10, 20 ou 100 moedas. Por exemplo, se
o dólar está R$ 5,30, e você imagina que ele pode chegar a R$ 5,40, comprar
apenas 100 dólares te daria um lucro total de R$ 10 reais, ou 10 centavos de reais
por dólar. No trading no Forex, especialmente voltado para especulação, as
variações buscadas nem chegam a tanto. Dependendo do par, 10 centavos é uma
alteração enorme para ter como objetivo.
203
________________________________________
“No Forex não é comum

buscar grandes variações
na cotação. Dependendo do par,
10 centavos é uma alteração enorme!”
_________________________________________
Traders do mundo todo buscam algo entre UM DÉCIMO de um centavo, e talvez 5

a 7 centavos, quando muito! Sim, no Forex as negociações são voltadas para
alcançar uma variação pequena mesmo. Pois nós, traders de varejo, nos
aproveitamos das pequenas mudanças, e capacidade de operar grandes
quantidades de dinheiro para realizar nossos lucros em pouco tempo, isto é,
algumas horas ou poucos dias/semanas.
Só é possível alcançar esse objetivo se operarmos uma soma considerável de

dinheiro, e isso se faz através de LOTES. Quando abrimos um trade, uma
negociação, seja de compra ou de venda, a negociação é baseada em LOTES de
moedas. Ou seja, nós compramos ou vendemos uma quantia fechada, redonda, da
moeda base do par. Isso quer dizer que não há a possibilidade de comprar tipo U$
1534.50 dólares, ou então 45,78 euros, ou ainda 43578,12 libras esterlinas. Só nos é
permitido negociar "lotes" fechados como 1000 dólares, 5000 euros, 80.000 libras
esterlinas, e por aí vai. Sempre, sempre negociamos lotes das moedas, nunca elas
fracionadas. E justamente por estarmos comprando um conjunto fechado, redondo,
bonitinho, sem valores quebrados, então estamos negociando com LOTES.
O lote usado nas operações é comumente chamado de "VOLUME" pelas

plataformas. Ou seja, é no campo ‘Volume’ que o trader escolhe que lote deseja
operar. Sempre que uma operação estiver para ser aberta, todo o cálculo do risco é
baseado em QUANTO se deve negociar, QUAL a quantidade de dinheiro a ser
utilizada em uma operação. É assim que o trader opera no Forex, usando LOTES em
suas negociações.
No Forex há 3 tipos de lotes mais conhecidos e mais usados pelas corretoras, são
eles:
- Lote STANDARD: Equivale a 100 mil unidades da moeda base

- Lote MINI: Equivale a 10 mil unidades da moeda base
- Lote MICRO: Equivale a 1000 unidades da moeda base
204
Dessa forma, caso por exemplo se deseje comprar U$ 1000 dólares diante do iene
japonês, então precisamos comprar 1 lote MICRO do par USDJPY. E se quisermos
comprar U$ 5000 dólares do mesmo par, então precisaremos de 5 MICRO lotes.
Quando a quantia for maior que 10 mil e menor que 100 mil, então negociaremos
MINI LOTES. Para comprar por exemplo 10 mil euros frente ao dólar, compraremos 1
MINI lote de EURUSD. Já para comprar 50 mil euros, então compraremos 5 MINI
lotes. Se, porventura, formos negociar 75 mil euros, a compra deverá ser de 7 MINI
lotes e mais 5 MICRO lotes.
Não se preocupe, essa nomenclatura não é essencial para negociar, somente

entender como funciona a negociação no Forex.
O que é importante mesmo é a forma como esses lotes aparecem na hora de você
abrir o trade! Veja abaixo:
- O lote STANDARD, de 100 mil unidades da moeda base, é

representado pelo número 1.00
- O lote MINI, de 10 mil unidades da moeda base, é representado pelo

número 0.10
- O lote MICRO, de 1000 unidades da moeda base, é representado pelo

número 0.01
Essa sim é a nomenclatura que você PRECISA conhecer para operar
1.00 0.10 0.01 ...____________...
Cada uma dessas DEFINIRÁ O RISCO ASSUMIDO.
Muitos traders começam a operar e não sabem sequer como colocar o lote na hora
de abrir uma negociação. Certamente não vou deixar você ser um desses, pois ao
concluir esse livro, você estará no SELETO grupo daqueles que sabem definir seu
risco, e consequentemente calcular seus lucros.
ATENÇÃO
Repare onde falei que são unidades da MOEDA BASE. Isso é importantíssimo, então
já grave bem desde agora. No Forex há muita confusão com isso, pois uma grande
205
parte de traders acreditam que esses lotes mencionados são lotes de dólares
americanos (USDs), mas não é bem assim.
Ao dizer que são lotes da MOEDA BASE, então essa moeda negociada vai depender
do par. Atente para os exemplos a seguir.
(A moeda base está sublinhada)
✓ 1.00 de EURUSD são 100 mil euros
✓ 0.50 de GBPJPY são 50 mil libras esterlinas

✓ 0.78 de CADCHF são 78 mil dólares canadenses
✓ 1.54 de AUDUSD são 154 mil dólares australianos
✓ 0.05 de CHFJPY são 5 mil unidades de francos suíços

✓ 0.59 de USDJPY são 59 mil dólares americanos
✓ 2.00 de EURCAD são 200 mil euros

✓ 0.08 de GBPAUD são 8 mil libras esterlinas
✓ 1.22 de USDCAD são 122 mil dólares americanos

✓ 5.00 de USDCHF são 500 mil dólares americanos
✓ 0.44 de EURJPY são 44 mil unidades de euros

✓ 0.01 de NZDUSD são 1000 dólares neozelandeses
✓ 0.04 de EURUSD são 4 mil euros

✓ 0.10 de GBPUSD são 10 mil libras esterlinas
✓ 0.25 de AUDUSD são 25 mil dólares australianos
Percebeu como nem sempre o lote será dado em dólares americanos (USDs). Isso
só acontece quando o USD é a moeda base, como por exemplo no USDCAD,
USDCHF e USDJPY.
LOTES NA PRÁTICA
Vamos dar alguns exemplos de lotes, exemplos de variação na cotação e suas

consequências no valor da moeda, lucros e prejuízos.
Suponha uma aquisição de um lote STANDARD (1.00) no par EURUSD. Isso significa
uma compra de 100 MIL euros, pagos em dólares americanos. Digamos que a
cotação no momento da compra era de 1.22000 (Comece a se acostumar com
206
muitas casas decimais - As aulas de matemática parecem bem interessantes agora

hein). Assim, o preço em dólares (USD) dessa compra foi de U$ 122,000.00
Ou seja, foram necessários U$ 122 mil dólares para se adquirir 100 mil euros. O
processo na teoria seria repassar essa quantia de USDs e receber os 100 mil euros.
Porém você aprenderá que no trading não é necessário ter esse montante para
operar valores altos assim, devido à alavancagem, mas cada coisa no seu tempo.
Sigamos.
Agora imaginemos que após dois dias a cotação do EURUSD subiu metade de 1
centavo. Numericamente essa alteração foi na terceira e quarta casa decimal, isto é:
1.22000 -> 1.22500
Repare que a cotação não alterou sequer 1 centavo inteiro, se não ela teria ido para
1.23000. A mudança foi de um valor inferior, apenas metade de um único centavo.
Como você viu que no Forex as variações não são tão significativas, e que nós
traders aproveitamos essas pequenas oscilações para lucrar, é possível fazer um
ótimo lucro com uma variação tão pequena quanto meio centavo.
No exemplo em questão, caso a operação fosse encerrada, isto é, se os 100 mil

euros fossem ‘devolvidos’, e resgatados os dólares, então um ganho aconteceria. No
âmbito do mercado de câmbio, finalizamos uma operação quando vendemos a
quantia exata que compramos, ou quando recompramos a quantia exata que
inicialmente vendemos. Lembra da aula sobre “Comprar e Vender”?
Logo, esses 100 mil euros seriam então vendidos, seja para a mesma instituição
onde foram adquiridos incialmente, ou qualquer outra. Aqui eu trago um exemplo
em contexto de negociação real da moeda, mas para trading não é exatamente
assim que ocorre. A forma como estou tratando é para que fique claro o processo
de lucro usando lotes de moedas, pois o resultado de seus trades será com base
nesse cálculo.
Assim que os 100 mil euros forem vendidos, o valor conseguido seria de U$
122,500.00, portanto 500 dólares a mais que os necessários para comprar os 100 mil
euros inicialmente. Veja, com uma alteração de apenas meio centavo, o lucro foi
considerável, +U$ 500 dólares.
Lembre-se, os resultados do trading podem ser dois tipos, lucro ou prejuízo. Caso,
por exemplo, a cotação do EURUSD caísse de 1.22000 para 1.21500, os mesmos
meio centavo, então o resultado seria um prejuízo de -500 dólares. Isso, claro, se o
negociante quisesse encerrar a operação, vendendo seus euros adquiridos.
207
A conta seria:
1.22000 - 0.00500 (Meio centavo) = 1.21500
Logo, 100 mil euros a 1.21500, daria o valor de venda de U$ 121,500.00 (dólares)
Como o valor inicialmente pago pelos 100 mil euros foi de U$ 122,000.00, então
uma perda aconteceu, no valor de -500 dólares.
PROPORCIONALIDADE
Os resultados, portanto, serão proporcionais aos lotes negociados. Um lote maior

gerará um resultado maior (lucro maior ou perda maior), e um lote menor vai
implicar em um resultado menor (lucro menor ou perda menor), isso considerando
o mesmo valor da oscilação da cotação.
Essa questão da proporção é crucial ser bem entendida, pois é a partir dela que
você saberá quanto está arriscando por operação, e também a relação entre
tamanho do Stop Loss e o lote utilizado.
O conhecimento nesse sentido chama-se POSITION SIZE, que significa "Tamanho de

Posição". Pois com limites de perdas menores, isto é, stops de tamanho menor, é
possível usar lotes mais altos. Já com limites de perdas maiores, ou seja, stops mais
largos, de tamanho maior, então para que o risco permaneça adequado, o lote a
ser usado deve ser diminuído.
Haverá uma aula específica sobre esse assunto, não quero me estender. Mas nessa
parte de proporcionalidade é crucial assimilar a lógica envolvida. Se um negociante
entende que uma pequena variação pode ocorrer contra ele, por exemplo o
EURUSD sair de 1.22000 para 1.21500 (meio centavo), ele pode usar o lote
STANDARD (1.00) como vimos, e assim ele assume o risco de perder 500 dólares.
Mas, caso ele perceba que a variação contra ele pode ser maior, tipo 1 centavo
contra sua posição, então para que ele arrisque a mesma quantidade, isto é, 500
dólares, ele precisará negociar um lote menor. Isso é trabalhar com POSITION SIZE.
No exemplo dado, ele precisaria reduzir seu lote pela metade. Deveria então
comprar apenas 50 mil euros, ao preço de 1.22000, pagando U$ 61,000.00. E caso o
preço de fato for contra ele, isto é, CAIR o 1 centavo imaginado, então ele venderia
seus 50 mil euros na cotação de 1.21000, que é 1.22000 - 0.01000 (1 centavo). O total
conseguido nessa venda seria de U$ 60,500.00, ou seja, 500 dólares a menos do
que usou para comprar os 100 mil euros inicialmente.
208
Se ele perdeu 1 centavo a cada euro adquirido, então a perda foi de:
50 mil euros * (-0,01) = U$ -500.00
Como disse, toda essa sistemática de cálculo será dada em capítulo posterior. Mas é
importante entender o conceito de proporcionalidade nessa aula sobre lotes, para
que a técnica do Position Size fique compreensível desde agora.
Novamente, TODA a parte de gerenciamento de risco

depende da questão dos lotes, e a questão de qual lote usar
depende do Position Size.
Vamos a mais um exemplo para fixarmos bem o conteúdo.
Imagine que alguém adquira 0.75 de USDJPY. Isso significa uma compra de U$ 75
mil dólares americanos, pagos em ienes japoneses. Supondo a cotação do USDJPY
em 102.500, para essa operação foram necessários 7,687,500.00 ienes. Isso mesmo,
você não leu errado! Para comprar 75 mil dólares americanos é preciso dispor de 7
milhões, 687 mil e 500 ienes. Isso acontece porque cada 1 dólar custa 102 ienes e 50
centavos de iene, então é só multiplicar.
75,000 USDs * 102.500 = 7,687,500.00 ienes (JPYs)
*Repare na vírgula no lugar do ponto. No Brasil o padrão é o inverso, como explicado

em aula anterior. Logo, 102.500 são 102 unidades e meia de iene. E 75,000 são 75 mil
dólares
Muito bem, agora vamos imaginar duas situações.
PRIMEIRA: Subida do preço de 102.500 para 104.000 (Alta de 1.5 iene por dólar)
SEGUNDA: Queda no preço de 102.500 para 101.000 (Baixa de 1.5 iene por dólar)
Na primeira situação, de alta do preço, caso o negociante decidisse finalizar o

negócio, ele precisaria fazer uma venda de seus dólares, e resgatar os ienes pagos
inicialmente. Todavia, agora a conversão será feita com a nova cotação, mais alta.
75,000 * 104.000 = 7,800,000.00
Subtraindo o preço pago incialmente pelos 75 mil USDs, temos:
7,800,000.00 - 7,687,500.00 = 112,500.00 ienes japoneses

209
Entendendo que o negociante gostaria de seu lucro em dólares, ele terá que
converter esses ienes.
Não confunda! Lembre-se das aulas anteriores. Aqui o trader inicialmente NÃO
tinha dólares, mas sim ienes! Ou então, ele nem sequer tinha ienes, mas conseguiu
‘emprestado’ alguns JPYs, para poder pagar pelos USDs e conseguir efetuar essa
operação, já que acreditava na valorização do USD frente ao JPY. Com os ienes em
mãos, efetuou-se o pagamento pelos USDs, e a primeira parte da operação foi
concluída.
Com o passar do tempo e a consequente subida da cotação do USDJPY saindo de

102.500 para 104.000 o trader decidiu finalizar o negócio, resgatando os ienes
inicialmente pagos, para poder auferir o lucro. Com os ienes resgatados, o trader
‘devolve’ o valor emprestado com a corretora ( 7,687,500.00 ienes ), e ainda fica
com um saldo positivo na moeda japonesa. Como você viu a diferença entre o que
foi pago no começo e o que foi recebido ao final foi de 112,500.00 ienes.
Muito bem, entendendo que o negociante gostaria de seu lucro em dólares, ele terá
que converter esses ienes. E para isso, vamos introduzir aqui o cálculo de conversão
de forma estruturada. Abaixo você verá a montagem do cálculo da relação entre o
USD e o Iene. Como você viu no capítulo 03, a moeda base fica sempre em baixo na
fração, no denominador.
210
Dessa forma, para converter de JPYs para dólares americanos temos o seguinte
raciocínio:
O dólar que estava dividindo o iene, passa para o outro lado da igualdade e a
cotação agora fica no lugar do dólar, e irá dividir os ienes.
Portanto, para acharmos o valor dos 112,500.00 ienes em USDs, temos:
112,500.00 / 104.000 = 1,081.73 dólares americanos (USDs)

Ienes / COTAÇÃO ATUAL = Resultado em USDs
Ao final da operação, o trader auferiu um lucro de +U$ 1,081.73 dólares
Agora vamos para a SEGUNDA situação, em que a cotação teve uma QUEDA e saiu
de 102.500 para 101.500.
Na segunda situação, de queda do preço, caso o negociante decidisse finalizar a

operação, ele precisaria fazer uma venda de seus dólares, e resgatar os ienes pagos
inicialmente. Todavia, agora a conversão será feita com a nova cotação, mais BAIXA.
75,000 * 101.000 = 7,612,500.00
211
Subtraindo o preço pago incialmente pelos 75 mil USDs, temos:
7,575,000.00 - 7,687,500.00 = -112,500.00 ienes japoneses
Repare que a variação foi a mesma do exemplo anterior, 1.5 iene por dólar, mas foi
NEGATIVO. Sim, pois se o trader comprou e o preço do ativo caiu, um prejuízo
aconteceu, e o operador precisa assumir essa perda.
Não precisamos nem nos alongar no cálculo, já que é o mesmo da primeira

situação, isto é, -112,500.00 ienes equivalem a -U$ 1,081.73 dólares, agora negativos,
de prejuízo na operação.
Perceba que em termos de quantidade, a variação foi idêntica em ambas as

situações, pois o preço variou 1.5 ienes na alta, e os mesmos 1.5 ienes por dólar na
queda. Logo, os resultados em termos de valor também foram os mesmos, com a
diferença de que um foi lucro, e o outro foi um prejuízo.
Veja como é o processo de realização da perda. Ao final do trade, quando o

negociante fosse resgatar os ienes, pagando agora em dólares (os 75 mil que
comprou no início), ele receberá MENOS ienes do que pagou. Sim, receberá 112 mil
e 500 ienes a menos.
ATENÇÃO - Lembra que o trader não tinha ienes no começo, e precisou pegar
emprestado a quantia necessária para adquirir os dólares? Pois bem, agora terá que
pagar aquele valor, MAS não terá ele por completo, estará faltando uma parte que
precisará ser coberta. Essa parte é exatamente os 112 mil e 500 ienes, que
convertidos em dólar, para o trader poder pagar, equivalem a U$ 1,081.73 dólares, o
valor da perda na negociação. Esse valor seria descontado de seu saldo na conta.
CONCLUSÃO
É importante você terminar essa aula entendo bem esse conceito, pois como disse
antes, TUDO no gerenciamento de risco no Forex depende de saber usar os lotes.
TODA a parte de calcular e pré-definir o risco de um trade passa por esse
conhecimento.
Há inúmeros traders por aí que mal sabem o que são lotes, e mesmo assim operam
valores absurdamente altos em relação a seu capital. Ou até têm uma noção do que
são eles, mas na hora de abrirem uma operação, ignoram completamente o cálculo
correto, e só se preocupam em “quanto podem ganhar”, e não no pensamento
mais importante de todos nesse ramo: “quanto podem perder”. Pensam que devido
a alavancagem e o fato de poderem usar lotes muito maiores do que o capital
212
depositado na conta, então podem ganhar mais, e consequentemente operam com

volumes de moeda bem acima de um risco saudável.
Nas próximas aulas você vai aprender a definir esse risco adequadamente,
entendendo que o risco será definido na hora de escolher qual lote/volume usar no
trade!
Guarde essa última afirmação bem guardada, ela deve te acompanhar pelo resto de
sua carreira como trader do maior mercado do mundo.
213

CAPÍTULO 13
O QUE É UM “PIP”
E COMO CALCULAR
214
CAPÍTULO 13 - O QUE É UM “PIP” E COMO

CALCULAR
Nessa aula aprenderemos o que é o PIP, a medida BASE de todo o Forex. Na última
década foi incluído o conceito de PONTO, e nessa aula também veremos a
diferença deste para o PIP. Fique atento porque entender o conceito explicado
desse item tão importante é mais do que valioso para seu sucesso.
Inúmeros traders já operam em conta real e pouco sabem sobre a mensuração do

mercado. Não sabem sobre a cotação e a forma como é montada. Não sabem
também como se calcula o valor de um lote, ou pior, se enganam como são
formados os lotes. Você verá muito por aí, se é que já não viu, pessoas falando que
o lote standard são 100 mil dólares! Não!! O lote standard são 100 mil unidades da
moeda base!
Se você se confundiu com a afirmação acima, é sinal de que a aula anterior não foi
muito bem compreendida por você. Recomendo fortemente retornar, e só passar
para as aulas seguintes quando entender de verdade a aula estudada. Não se
acanhe em perguntar, meu contato está nesse livro, e estou à disposição para
ajudá-los gratuitamente. Seja por e-mail, Whatsapp ou Telegram, sinta-se à vontade
para falar com um trader que já entende desse mercado.
O QUE É UM PIP?
Muito bem, antes de partirmos para a prática do cálculo, vamos passar rapidamente
sobre os conceitos de "PIP". PIP significa “point in percentage” e é a unidade de
medida básica no Forex. Ele é usado para medir as mudanças nos preços dos ativos.
215
É como se fosse o metro* do sistema métrico, como se fosse a grama* do sistema

de massa, como se fosse o litro* do sistema de volume líquido.
*Não quer dizer os mesmos valores, apenas o conceito
Em valores, 1 PIP é a penúltima casa decimal em uma cotação.
Por exemplo na cotação do EURUSD, que tem 5 casas decimais, o pip será a quarta
casa decimal. Logo, 1 PIP no EURUSD é igual a 0.00010.
Por conseguinte:
• 2 pips serão 0.00020

• 55 pips, serão 0.00550
• 147 pips serão 0.01470
Assim será para todos os pares de moeda com 5 casas decimais.
Para os pares com apenas 3 casas decimais, caso dos pares com o iene Japonês,
JPY, então o pip será a SEGUNDA CASA DECIMAL. Por exemplo o USDJPY, que tem
3 casas decimais, 1 pip será 0.010.
Por conseguinte:

• 10 pips, 0.100
216
Como se Chegou ao Valor do PIP?
Na cotação normal dos objetos/serviços ou qualquer coisa na qual se coloque

preço, o mínimo de variação é de UM CENTAVO. Tenho certeza de que você nunca
pagou R$ 5.985 em uma Coca-Cola. É comum vermos em postos de gasolina uma
terceira casa decimal, te dizendo que o litro da gasolina é R$ 4,999. Mas isso é até
errado, pois em que hipótese eu daria uma nota de 5 reais, e receberia 0,001 de
troco? Ok, se somados vários litros, até pode ficar “redondo”, mesmo assim, não é
algo que vai ao encontro do que trabalhamos regularmente. O centavo ainda é,
digamos, a unidade mínima considerada para precificação no cotidiano.
A coisa muda quando se trata do mercado de câmbio. Como a liquidez é imensa, e

a volatilidade, como vimos, é baixa no geral, muitas vezes um par de moedas é
extremamente negociado e mesmo assim não altera sequer um centavo na sua
cotação. Com isso, para que o preço pudesse ser mensurado melhor para
negociantes, com o tempo foram criadas mais casas decimais, e com isso
estabeleceu-se, algumas décadas atrás, o CENTAVO do CENTAVO.
Como o centavo comum é um centésimo de 1 unidade da moeda, ou seja 1% da

unidade, então esse centavo do centavo é um centésimo do centavo normal, ou
seja, é 1% de 1% (Por favor, não lembre nenhuma pessoa que fez esse cálculo na
internet e virou meme, rsss)
Então vamos lá para que fique claro. Para chegarmos a 1% de qualquer valor, temos
que dividir um número por 100. Suponha 1 real, ou R$ 1,00. Um centavo de real é R$
0,01, e para chegarmos a esse valor basta dividir o 1 real por 100 vezes, que
encontraremos o centavo clássico.
Agora vamos pegar esse 1 centavo, R$ 0,01, e dividir por mais 100 vezes, e assim
teremos 1% de um centavo (que já era um por cento da unidade), e o valor
representativo dessa quantia seria R$ 0,0001.
0,01 / 100 = 0,0001
Pode parecer algo muito simples, mas para ficar perfeitamente explicado, e para a
partir daqui não haver mais dúvidas quanto à UNIDADE BASE no Forex, é preciso
passarmos por esse processo.
Além disso, como esse livro é voltado para te deixar um profissional nesse ramo,
então você precisa saber tudo o que for importante. E tenha em mente que o
processo da formação do PIP é crucial para entendermos toda a sistemática por trás
217
do cálculo do risco. Esse risco é nada mais, nada menos que o assunto mais
importante do trading e investimentos que existe, e por isso, entendê-lo é vital.
Voltando ao raciocínio, o termo “Point in Percentage”, é como se estivesse se

referindo ao cálculo sobre o centavo, a unidade mínima da precificação, só que
dividida em mais 100 partes. O “ponto”, ou “point” aqui ainda não é o ponto nominal
do Forex, que será explicado a seguir. Esse “ponto” do “point in percentage” seria o
centavo, e ele seria ‘quebrado’ em mais 100 partes (“in percentage”), tendo assim
virado um número percentual. Como mencionei, 1 PIP é 1% de um centavo.
“Porcentagem”, como disse, é algo dividido em 100 partes ( X/100 = % ). Então,

“Point in Percentage”, ou “Centavo em Percentual”, seria algo como Centavo em 100
partes.
Até hoje eu não vi essa explicação em nenhum lugar. E com isso, certamente essa é
a primeira vez que você entende o conceito de PIP de uma forma tão aprofundada.
Esse é um dos objetivos do livro, levar você ao conhecimento esmiuçado de um
mercado cheio de oportunidades.
"E o PONTO que ouço bastante, o que é?"
Fique atento, pois hoje é comum se falar em "pontos" em vez de "pips", mas não
são a mesma coisa!
E mais, mesmo sabendo a diferença entre os dois, aqui você vai ver o porquê não é
recomendado ficar usando os pontos no Forex, mas sim o PIP. Ele é a BASE do
cálculo e é com ele que os profissionais desse mercado lidam, o PIP.
1 ponto é a última casa decimal da cotação. Em termos de valor, um ponto seria
10% de 1 pip, um décimo de um valor que já é minúsculo. É como se pegássemos 1
pip e dividisse mais uma vez, agora por 10 vezes.
R$ 1,00 ( 1 unidade da moeda ) / 100 = R$ 0,01 ( 1 centavo )
R$ 0,01 ( 1 centavo ) / 100 = R$ 0,0001 ( 1 pip )
E por fim...
R$ 0,0001 ( 1 pip ) / 10 = R$ 0,00001 ( 1 ponto )
218
Sendo assim, 1 PIP é igual a 10 pontos, logo:
• 2 PIPS são 20 pontos

Porém, para o cálculo correto do lote a ser usado nos trades, e a adequada
definição do RISCO, você precisará usar tudo em PIPS. Além de ser o cálculo mais
consolidado e mais simples, como mencionei é o padrão usado pelos profissionais.
Portanto, procure tratar sempre com os pips.
Então, para efeito de profissionalismo, e para descartar qualquer tentativa de

incentivar o uso de pontos, esse curso nem tratará mais disso. Só para não deixar
um ar de “Mas por quê??”, entenda que no Forex, existem muitas pessoas que se
esgoelam para ficar galgando migalhas, ficam tentando escalpelar o mercado, e
com isso abrem inúmeras operações.
Além dessas existem aquelas pessoas que ficam buscando objetivos curtos, muitas
vezes com stop estreito demais, e devido às oscilações normais do mercado,
acabam sendo massacrados e estopados frequentemente, nunca conseguindo a
consistência.
Essas atitudes que mencionem são um vício pernicioso que se alastra pelo trading,
especialmente no Forex. Como você viu em aulas anteriores, não é saudável fazer
nada disso. E como você aprenderá, tais atitudes vão totalmente na contra mão dos
princípios basilares do sucesso no trading. É justamente aqui que entra a questão
dos pontos.
Trabalhar com pontos, algo que é tão ínfimo, em vez de usar os pips, incentiva o
trader a operar da forma errada. Justamente por acreditar que alguns poucos
pontos mexem em seu saldo, haverá uma constante tentação em focar nesses
pequenos números. Assim, quando menos se espera, o trader está viciado em pegar
poucos pontos, entrando constantemente no mercado à procura de oportunidades,
e TODOS que assim procedem acabam entrando para a estatística dos que perdem
e desistem.
O objetivo do curso é te deixar PREPARADO para buscar o sucesso. Se eu ensinasse

tudo baseado em operar com pontos, estaria abrindo essa enorme brecha para um
mal incalculável. Fique longe de quem opera buscando migalhas, e também fique
longe de quem abre inúmeras ordens, acreditando no ditado de que de grão em
grão a galinha enche o papo. Até seria, mas nesse caso as galinhas, os traders,
219
enchem o papo para serem abatidas. Seja paciente, busque o sucesso sim de grão
em grão, mas não queira fazer isso freneticamente.
IMPORTANTE
Como no Forex as alterações de preço nas moedas não são tão significativas como
nas ações por exemplo, precisamos operar as mínimas mudanças nas cotações para
poder auferir lucros. Nas ações é comum termos alterações por exemplo de 20 reais
a 22 reais, de 12 reais a 15 reais, mas no Forex uma alteração de números inteiros é
bastante improvável. Caso um preço mude 99 pips por exemplo, nem sequer mexe
na cotação em relação aos centavos.
Tipo, se o EURUSD estiver cotado a U$ 1.15000 e durante um dia ele variar até U$
1.15990, a cotação não mudou um centavo sequer, mas teve uma alteração de 99
pips para mais, que no Forex é muita coisa!
E justamente por isso, por ter pequenas variações ao longo dos dias, para operar e
lucrar no Forex é preciso negociar grandes quantidades de moedas, e não apenas
uma pequena fração. É exatamente esse o motivo de ser disponibilizado a
negociação via LOTES, grandes* quantidades de dinheiro, e isso para que as
mínimas variações nas casas decimais mais distantes, nos permitam ter lucros
consideráveis.
*Não confunda! Operar grandes quantidades de dinheiro não quer dizer que se deva
arriscar muito, definitivamente NÃO! Ao me referir a operar com “lotes grandes”
quero dizer que não é negociando umas poucas dezenas que conseguiremos fazer
dinheiro. Mas em hipótese alguma estou dizendo para você usar lotes muito altos
para seu capital, correndo assim um risco maior do que está confortável em perder.
Atente bem para isso.
O MITO DA ALAVANCAGEM E O RISCO
Aqui entra um assunto importante, a

ALAVANCAGEM. Ela é responsável por
permitir ao trader operar grandes
quantidades de lotes de dinheiro, tendo
menos dinheiro na conta.
Como explicado anteriormente, para ter

algum lucro considerável no mercado,
grandes quantidades de dinheiro
precisam ser negociadas, e não é comum alguém dispor de tanto dinheiro assim. Com
a alavancagem, um trader com um capital de 1000 dólares por exemplo, pode
220
comprar entre 30 mil dólares e, pasmem, 500 mil dólares, dependendo da

alavancagem permitida pela corretora.
O assunto sobre alavancagem é um dos mais importantes nesse mercado, mas

deixarei os detalhes minuciosos que envolvem essa excelente ferramenta mais para
frente. Já que apesar de estarmos tratando de gerenciamento de risco, o uso da
alavancagem NÃO DEVE SER USADO NESSE CÁLCULO.
Talvez você tenha se espantado com a última informação, mas acredite,

alavancagem serve para outra coisa, GESTÃO DE CAPITAL. Para o risco você tem
que aprender tudo sobre lotes (ou volume), pips, stop, tamanho de posição, entre
outros. A alavancagem vem no sentido de dizer ao trader quanto ele precisa ter na
conta para operar.
Eu sei, eu sei. Quanto ter na conta para operar não teria a ver com risco? Por mais
paradoxo que seja, não é bem assim. O problema é que há o errado costume no
Forex de pensar que quanto maior a alavancagem, maior é o risco, e quanto menor
a alavancagem, menor é o risco. Porém, a alavancagem não interfere nesse
processo do risco assumido.
Atente bem para a afirmação a seguir, e guarde-a bem guardada na sua mente.
Quem define o risco da operação é o trader na hora de

escolher o lote (volume). A alavancagem não interfere nessa
definição.
Imagine um trader que tem alavancagem de 1:2000, e outro que tem alavancagem
clássica de 1:30. Digamos que ambos irão abrir um trade de 100 pips de stop,
usando o mesmo lote, 0.10. Quem está arriscando mais?
Se você disse que o risco é o mesmo, meus parabéns, é exatamente isso.
É a mesma coisa que perguntar o que pesa mais, 1 quilo de algodão, ou 1 quilo de
ferro! A resposta é que ambos pesam a mesma coisa! 1 quilo é 1 quilo e ponto final.
Não importa se é algodão, ferro, carbono, aço, penas, areia, nada!
Agora imagine o trader com alavancagem de 1:30 abrir a mesma operação com 100
pips de stop, mas com um lote de 1.00, e o outro trader com alavancagem de
1:2000 abrir também uma operação com os mesmos 100 pips de stop, mas lote de
0.02. Quem está arriscando mais?
Isso mesmo, aquele que está usando o lote maior, de 1.00, é o que tem um valor de
221
risco superior. E que por sinal tem uma alavancagem menor, esse é o que está
arriscando um valor mais alto. Viu como a alavancagem é irrelevante nesse sentido?!
E por que tanta gente ensina errado por aí? Alegando que alavancagem define
risco.
Acontece que o pensamento que circula nas aulas internet à fora é inverso ao
pensamento correto. “Mentores” ensinam calcular até quanto você pode operar
com determinada alavancagem, mas na verdade deveria ser ensinado quanto
deveria ter na conta para abrir determinado lote.
Sim, se eu tenho uma alavancagem de 100 vezes meu capital, é claro que ao
depositar 500 dólares eu posso operar 100 vezes esse valor, abrindo ordens de até
50 mil dólares. Mas pensar assim é ir contra o que se preconiza para o sucesso.
Nunca pense em até quanto pode operar, assim você ficará tentado a usar volumes
de dinheiro mais altos do que pode. Sempre pense na questão do lote certo a ser
usado em cada operação, e a alavancagem entra em cena apenas para te dizer
quanto você vai precisar dispor para poder abrir essa ordem.
Ainda não chegamos à aula de definição do risco, mas podemos ver um exemplo.
Suponha que após os cálculos você definiu o lote da operação em 0.50, ou seja, 50
mil unidades da moeda base. Digamos que a operação seja no USDJPY, logo,
seriam necessários, a princípio, 50 mil dólares para abrir essa ordem. Mas supondo
que você tenha uma alavancagem de 200 vezes, o cálculo é o seguinte:
50 mil dólares / 200 = 250 dólares
250 dólares então é a margem garantia que a corretora irá EXIGIR que você tenha
na conta para operar com esse lote de 0.50. Caso tenha mais que isso, ótimo,
poderá abrir a ordem tranquilamente, ficando esse valor bloqueado até o final da
operação, sem que você possa usá-lo em outros trades, e o restante estará liberado
para abrir outras operações, se assim desejar.
Porém, ao determinar que o lote era de 0.50, como você verá adiante no livro, em
NENHUM momento a alavancagem entrou em cena! Apenas no final é que ela
aparece, só para te dizer isso, o valor da “CAUÇÃO” que a corretora exige ter em
conta. Se não tiver o suficiente, a ordem não será aberta e o aviso de “Dinheiro
Insuficiente” aparecerá para você.
Imagine o trader A e o trader B. O trader A tem 2000 reais de patrimônio

depositados em sua poupança, e o trader B tem 10 mil reais. Ambos decidem operar
no Forex. O trader A decide converter todo seu dinheiro e consegue 400 dólares,
daí ele abre a conta na corretora e escolhe alavancagem de 1:500.
222
Agora suponhamos que no dia a dia, sempre que o trader A for abrir uma posição,
ele pensará: “Nossa, posso operar até 200 mil dólares, ótimo”. A partir daí, passará a
fazer suas operações pensando no lucro de cada operação. Ele sabe que pode abrir
ordens mais ‘pesadas’ e assim lucrar mais. O trader A é inexperiente e está com a
mentalidade errada, independente se já tem 10 anos ou mais de trading.
Agora vamos ao trader B, que converteu os seus 10 mil reais em dólares e

conseguiu U$ 2,000.00. Abriu uma conta com alavancagem também de 1:500. No
dia-a-dia o trader B não vai sequer calcular até quanto poderia operar, ele só vai
verificar A CADA operação qual é o valor que precisa ter como margem para seus
trades. Sempre que for posicionar uma ordem, ele verifica o lote, converte para
dólares se for o caso, e divide pela alavancagem, sabendo, assim, qual a margem
que a corretora vai exigir dele. Nesse processo, ele definirá um risco baixo e
adequado para o caso de ter sua ordem estopada. O trader B está com a
mentalidade correta do mercado, independente se é novato no trading ou não.
Percebe agora a diferença? A alavancagem serve para algo que não tem nada a ver
com definição do risco, mas quase ninguém fala isso por aí.
CÁLCULOS NA PRÁTICA
Agora que você já sabe o que é 1 pip, já sabe a nomenclatura dos lotes mais usados,
e também como funciona para ter lucros no Forex com apenas mínimas alterações
nos preços, vamos para a parte prática de calcular o valor correto do pip, e por
consequência, saber calcular o lote adequado ao risco
assumido.
Resultado em Pips
Primeiramente vamos ver como ficam os resultados em

pips, e como são as variações nas cotações dos pares
de moedas. Atente bem, isso é bastante negligenciado
por iniciantes.
Suponhamos uma operação no EURUSD cotado a

1.13200, e você decide comprar a esse valor.
Após algum tempo, o par se encontra com a cotação

de 1.13550. Isso significa que o preço subiu, e subiu 35 pips (1.13550 - 1.13200 =
+0.00350), você então estará com um lucro, em pips, de 35.
Agora caso você compre, e depois de um tempo o preço esteja cotado a 1.13050,
significa que você estará perdendo 15 pips (1.13050 - 1.13200 = -0.00150).
223
Agora vejamos uma VENDA no par USDJPY (Você a essa altura já sabe que também
podemos operar vendido, não é?).
Digamos que você vendeu a 110.300, e após algum tempo a cotação está em
109.800, isso significa que você está com LUCRO de 50 pips (110.300 - 109.800 =
+0.500).
Lembre-se que nos pares com o iene Japonês o pip é a segunda casa decimal.
Agora caso você venda, e depois de um tempo o preço esteja cotado a 110.500, ou
seja, maior, significa que você estará perdendo 20 pips (110.300 - 110.500 = -0.200).
Resultados em Dólares
No Forex, ao negociarmos os lotes, cada PIP terá um valor DIFERENTE de acordo

com o lote adquirido. Tipo, se você comprar um lote baixo, uma variação de 1 pip
na cotação te dará um valor menor do que se estivesse negociando com um lote
mais alto.
Esse resultado será dado na moeda base da sua conta. Se sua conta for em dólares,
mais comum, o valor do pip aparecerá para você em dólares. Se a conta for em
euros, então é nessa moeda que os lucros e prejuízos serão calculados. Tudo com
base no valor do PIP.
Por exemplo (para conta em dólar): digamos que você compra 10 mil euros diante
do dólar, você vai comprar o lote MINI de EURUSD, que é de 0.10. Isso significa que
você está comprando 10 MIL EUROS, e não 10 mil dólares.
Se a cotação estava em 1.16000 quando você comprou, então, para essa compra
você precisou dispor de U$ 11,600.00 dólares. É como se você passasse para a
corretora 11 mil e 600 dólares, e recebesse 10 mil euros.
Se o preço variar 1 PIP para mais, então a cotação irá para 1.16010. E nesse
momento, se você decidisse fechar a operação, e reaver seus dólares, vendendo os
10 mil euros de volta para a corretora, então esses 10,000.00 euros estariam valendo
agora U$ 11,601.00, ou seja, 1 dólar a mais de lucro.
Caso você esperasse e a cotação fosse a 1.16500, 50 pips acima do preço de

entrada, então, ao vender seus 10 mil euros de volta para a corretora, você receberia
U$ 11,650.00, com 50 dólares de lucros!
Muito bem, o que isso significa? Significa que operando com 1 lote mini, no par
EURUSD, cada variação de 1 PIP representará 1 dólar, para mais ou para menos.
224
Caso seja adquirido lotes proporcionais, a variação também será proporcional. Da

seguinte maneira:
• Se você adquirir um lote de 0.50 EURUSD, então cada pip valerá 5 dólares.
• Se adquirir o lote de 0.70, cada pip valerá 7 dólares.
• E se for usado o lote standard, 1.00, então serão 10 dólares por cada pip variado.
Cada lote terá um valor de pip diferente.

Um lote maior implicará em um valor de pip maior, e um lote menor, em um valor
de pip menor.
Isso ocorre pois quando negociamos mais dinheiro (lote maior), então a variação de
preço nos dará um lucro/prejuízo maior. E se operarmos menos dinheiro (lote
menor), o resultado será inferior. O exemplo acima explicou essa diferença, se ainda
tiver dúvidas, volte novamente a ele.
Para servir de ilustração, eis os valores do pip para o par EURUSD:
• 1 lote Standard (1.00): 1 pip vale 10 dólares

• 1 lote Mini (0.10): 1 pip vale 1 dólar (exemplo acima)
• 1 lote Micro (0.01): 1 pip vale 10 centavos de dólar (U$ 0.10 - não confunda)
Porém esses valores mudam de par para par, não é dessa forma para todos os
pares.
ALERTA
Muito cuidado com aulas por aí informando um cálculo único para definição do
risco, ou valor do pip. Não é assim! Profissionais não ignoram essa parte. Apesar de
alguns pares terem o valor do pip realmente próximo, essa diferença pode ser
determinante em operações maiores. Se ouvir alguém dizer que é irrelevante, ou
que você pode calcular o valor do pip do USDJPY da mesma forma que faz para o
EURUSD, por exemplo, muito cuidado com quem está ensinando dessa forma!
Alguns poucos ativos têm o cálculo igual, mas a maioria NÃO! Você aprenderá
nesse livro uma fórmula simples, mas que vai ter valores diferentes de par para par.
O que não pode é querer usar os mesmos valores para todos os pares.
Nas explicações a seguir ficará mais claro tudo isso.
225
CÁLCULO DO VALOR DO PIP
O cálculo do valor do pip é feito da seguinte forma:
Valor do PIP = ( 1 PIP ÷ Cotação ) * 100,000 ( cem mil ) .
Vamos usar primeiro o EURUSD como exemplo, cotado a 1.15000.
Primeiro divide-se 1 pip pela cotação:
0.00010 (1 pip) / 1.15000 (cotação)= 0.000086956
Depois multiplica-se esse valor por 100 mil, que é para sabermos primeiro o valor do
pip no lote Standard:
0.000086956 * 100 mil = 8.6956
Esse valor final será em EUROS! Isso significa que cada 1 pip no lote Standard (1.00),
no par EURUSD, valerá 8,6956 euros. Como essa é a moeda base do par EURUSD,
então o resultado nesse momento é na moeda europeia.
"Mas, Enéias, ali em cima você mencionou que seriam 10 dólares por pip no lote
Standard para o par EURUSD!"
O que acontece é o seguinte, como é de costume a maioria dos traders usarem

dólares nas suas contas, e definirem seus riscos e lucros em dólar, vamos
transformar esse valor em dólar:
8,6956 euros * 1.15000 (cotação do EURUSD) = 9,99994 DÓLARES
226
Como eu arredondei no início, então resultou nesse valor quebrado. Mas se você
fizer na calculadora com todas as casas decimais, o valor será de 10 dólares por pip
para o lote 1.00 que é o lote STANDARD.
É a partir do valor do pip no lote Standard que teremos o valor para os outros lotes.
Para sabermos o valor do pip para o lote MINI, de 0.10, é só dividir o valor por 10:
10 dólares / 10 = U$ 1.00 dólar por pip no lote mini (0.10)
E para saber o valor do pip no lote MICRO, de 0.01, basta dividir o valor inicial por
100:
10 dólares / 100 = U$ 0.10 centavos de dólar por pip no lote micro (0.01)
Esse valor de 10 dólares será FIXO para os seguintes pares:
EURUSD
GBPUSD
AUDUSD
NZDUSD
Todos os 4 pares acima têm o dólar como moeda de cotação, portanto o cálculo é
o mesmo ensinado para o EURUSD, porque esses pares já são cotados em dólar.
Não esqueça: primeiro divide 1 pip pela cotação, depois multiplica o resultado por
100 mil. Ao final, converte-se resultado pela cotação do par de referência (que aqui
é o próprio par), para que o resultado seja em dólares.
Há um segundo grupo de pares de moedas que poderemos aprender a calcular o

valor do pip, são aqueles que têm o dólar como moeda base.
USDJPY
USDCAD
USDCHF
O cálculo é exatamente o mesmo, a única diferença é que o resultado final já será

em dólares, e aí não precisamos converter, como fizemos com o euro no exemplo
anterior.
227
Vamos usar primeiro o USDJPY cotado a 100.900 ienes. Ou seja, 1 dólar vale 100
ienes e 90 centavos de ienes.
Primeiro dividimos 1 pip pela cotação: (Lembre-se que o pip no JPY é a segunda casa
decimal)
0.010 (1 pip) / 100.900 (cotação) = 0,00009017132
Agora multiplicamos o resultado pelo valor de 100 mil para sabermos o valor do pip
para o lote Standard (1.00)
0,00009017132 * 100 mil = 9.0171 dólares
Nesse caso o resultado já vai vir em dólares, não necessita converter.
Logo, o valor de 1 pip para o lote Standard no par USDJPY será de U$ 9.0171
dólares.
O cálculo para saber o valor do pip para os lotes mini e micro é o mesmo, ou seja,
divide-se por 10 e por 100 respectivamente:
U$ 9.0171 dólares / 10 = U$ 0.90 é o valor de 1 pip para o lote mini
U$ 9.0171 dólares / 100 = U$ 0.09 é o valor de 1 pip para o lote

micro
O cálculo se repete para os outros pares citados, USDCAD e USDCHF.
ATENTE - Nesse caso do USDJPY, USDCAD e USDCHF o valor

do PIP não será fixo!
O valor só será fixo no caso dos pares citados anteriormente EURUSD, GBPUSD,
ZUDUSD e NZDUSD. Fora esses 4, qualquer outro par terá o valor do pip VARIÁVEL!
E isso tudo se refere à conta na corretora tendo como moeda base o dólar
americano, moeda mais utilizada pelos traders.
Se a moeda base de uma conta for outra, tipo euro, libra ou iene por exemplo, o
cálculo é o mesmo, mas na hora de converter o par de referência será outro. Em um
momento posterior pretendo trazer esse ensinamento, para o caso de você morar
no Japão, Reino Unido ou Europa, e aí te ensinarei a calcular tudo isso na sua
moeda base.
228
A maior dificuldade é quando temos PARES CRUZADOS. "Pares Cruzados" são

aqueles que não têm o dólar presente no par.
Exemplos são: EURGBP, AUDJPY, NZDCAD, entre vários outros.
Nesses casos o procedimento será IDÊNTICO ao usado para calcular o valor do pip
para os pares EURUSD, GBPUSD, AUDUSD e NZDUSD. Idêntico pois para esses
pares, no final precisamos converter em dólar, lembra? Para os pares cruzados não
será diferente, precisaremos converter para o dólar ao final do cálculo.
Vamos por exemplo usar a cotação do EURGBP, cotado a 0.86870
Cálculo
1º)
0.00010 (1 pip) / 0.86870 (cotação) = 0,00011511
2º)
0,00011511 * 100 mil (lote standard) = 11.51 EUROS
Repare que o resultado sempre será na moeda base, por isso com os pares USDJPY,
USDCAD e USDCHF não precisamos transformar, pois o dólar já é a moeda base!
Pois bem, temos que 1 pip no par EURGBP, para o lote Standard, vale 11.51 EUROS
Mas quanto isso vale em dólar??
Basta transformamos esses euros em dólar. E como faremos isso?
Pegaremos a cotação da moeda base versus o dólar. Como queremos saber quanto
é 11.51 EUROS em dólar, precisamos usar a cotação do par EURUSD, pois é esse par
que me dará a cotação de euros em dólares.
EURUSD = 1.15000
11.51 euros * 1.15000 = 13.23 dólares
ATENTE para a forma que usei. Aqui o cálculo foi MULTIPLICAR, pois se 1 euro
compra U$ 1.15 dólares, logo o euro vale mais do que o dólar, e então 11.51 euros
229
será equivalente um valor numericamente MAIOR em dólares. Caso eu fosse dividir,

o resultado seria inferior, e consequentemente ERRADO. Ao multiplicar, terei,
portanto, um valor numericamente maior que 11.51 euros. E a própria fórmula da
cotação mostra que para transformar de euros para dólares temos que multiplicar.
Veja na imagem a seguir:
Voltando ao exemplo, veja como já mudou bastante o valor do pip de um par para
o outro. No USDJPY o valor do pip para o lote Standard (1.00) era de 9 dólares,
agora o valor do par EURGBP para o mesmo lote, é de mais de 13 dólares!!
Isso significa que em uma operação de compra no USDJPY, com o lote de 1.00,
Standard, cada pip vai te dar de lucro (ou prejuízo) cerca de 9 dólares, mas uma
operação no EURGBP, com o mesmo lote de 1.00, vai gerar um valor de lucro ou
prejuízo de aproximadamente 13 dólares por pip!
Um trader que consiga ganhar 50 pips no USDJPY com o lote 1.00, teria lucrado ao
todo um valor próximo de 450 dólares. Já se ele abrir uma operação no EURGBP e
ganhar também os mesmos 50 pips, seu lucro teria sido em torno de U$ 661.50
dólares.
O cálculo para o risco, o prejuízo, se acontecer, é exatamente o mesmo. Se o trader

perder 50 pips no USDJPY perderá cerca de 450 dólares. Já se perder OS MESMOS
50 pips no EURGBP, perderá aproximadamente 661.50 dólares! Veja que diferença!
E ainda tem gente que diz que é irrelevante. Absurdo.
230
Por isso sempre precisamos ficar atentos ao cálculo

do lote, pois podemos entrar em um trade
arriscando mais do que estamos confortáveis em
perder, unicamente por não saber como calcular o
valor do pip!!!
Lembrando que esse valor por pip não é fixo para pares que não tenham o dólar na
segunda moeda, ou seja, USDCAD, USDCHF, USDJPY e qualquer outro par cruzado.
Isso acontece pois na fórmula para cálculo do valor do pip existe a variável cotação,
que muda a cada ponto. Com isso, a cada mudança no preço, teremos um valor de
pip diferente. Claro que uma mudança pequena de alguns poucos pips não afeta de
maneira significativa esse valor, mas uma mudança maior sim. De qualquer forma, é
importante saber esse cálculo para entender o funcionamento da lógica dos lotes.
Outro motivo para saber bem como calcular o valor do pip é saber quais pares são
mais “caros”, e quais são mais baratos. Um trader que tenha definido arriscar tão
pouco que possa ter dificuldade com lotes, pode ser o caso de ficar longe de pares
como o EURGBP, por exemplo, onde o risco por pip é mais alto. Mas esse mesmo
trader pode querer operar pares como EURNZD, em que o valor do pip é pequeno.
Vamos voltar aos cálculos e aprender um pouco mais, antes de passarmos para a
parte mais crítica de TODO o trading, a definição do lote adequado para o risco
escolhido por operação.
Para os outros pares cruzados, além do EURGBP que já vimos, o cálculo será
exatamente o mesmo, somente atentando para os pares com o Iene, JPY, nos quais
o pip é a SEGUNDA casa decimal, ou seja, 0.010. E atentando também para a
conversão final. Vamos a mais exemplos.
Vamos calcular o valor do pip para o par GBPJPY:
Cotação GBPJPY: 144.300
0,010 (1 PIP) / 144.300 (cotação) = 0,0000693
0,0000693 * 100 mil (LOTE 1.00) = 6.93
6.93 o quê???
6.93 LIBRAS, ou 6.93 GBPs, pois é a moeda base do par!

231
"E quanto isso é em dólar? Afinal, minha conta é em dólar, não me interessa saber
quanto será em libras!"
Basta buscarmos a cotação da moeda base versus o dólar, no caso o GBPUSD.
Cotação GBPUSD = 1.30540
Lembrando que para converter é preciso lembrar de como é a composição do par

na forma de fração.
6,93 libras * 1.30540 = 9.04 dólares - USDs
Cada 1 pip no par GBPJPY, usando o lote de 1.00, lote Standard, implicará uma
variação de aproximadamente U$ 9,04 dólares, para lucro ou para prejuízo.
ALGO INTERESSANTE
Quanto maior a cotação, menor o valor do pip!
Isso acontece porque a cotação fica no denominador na fórmula, na parte de baixo,

dividindo, e com isso um aumento no preço do par faz com que o resultado seja
menor. Vamos ver um exemplo. Suponhamos o GBPJPY subindo e alcançando a
cotação de 150.000, ou seja, 570 pips acima do valor inicial de 144.300.
232
Cálculo do Valor do Pip:

(0.01 (1 pip) / 150.000) * 100 mil = 6.67 libras
Em dólares, usando a mesma cotação, seria:

6,67 libras * 1.30540 = 8,70 Dólares - USDs
Repare como o valor do pip diminuiu de U$ 9.04 para U$ 8.70, e isso considerando
a cotação do GBPUSD a mesma, para conversão.
E se a cotação CAIR, o valor do pip AUMENTA. Pois como disse, a cotação está no
denominador da fórmula, na parte de baixo, a que divide, e assim, quanto menor a
cotação, maior será o valor do pip.
Essa informação é extremamente útil se você deseja ser uma Carry Trader, aquele
que segura suas operações por muito tempo visando ganhar com swap cambial.
Caso o swap seja positivo para a VENDA em determinado par, mesmo que se ganhe
esse swap tanto na alta como na baixa, o valor líquido do ganho será diferente
conforme a direção. Se o preço do ativo subir, então o swap será cada vez menor.
Já se a cotação cair, como o valor do pip vai aumentar, e o swap é pago em pips,
então o ganho desse ‘juros cambial’ será cada vez maior.
Lembrando que nessa situação estou falando de SWAP, pois se um trader vender e
o preço subir, ele pode até estar ganhando o swap, mas estará perdendo no
resultado.
Vamos calcular o valor do pip para o par AUDCAD:
Cotação AUDCAD: 0.95100
0,00010 ( 1 PIP ) / 0.95100 (cotação) = 0,0001051524
0,0001051524 * 100 mil (lote 1.00) = 10.51

233
10.51 o quê?
10.51 dólares australianos, ou 10.51 AUDs, pois é a moeda base do par!
"E quanto isso é em dólar AMERICANO? Afinal, minha conta é em dólar, não me
interessa saber quanto será em dólares australianos!"
Basta buscarmos a cotação da moeda base versus o dólar, no caso o AUDUSD.
Cotação AUDUSD = 0.72680
10.51 AUDs * 0.72680 = 7.64 dólares - USDs
Cada 1 pip no par AUDCAD, usando o lote de 1.00, lote Standard, implicará em uma
variação de aproximadamente U$ 7.64 dólares, para lucro ou para prejuízo.
Vamos calcular o valor do pip para o par EURNZD:
Cotação EURNZD: 1.71800
0,00010 ( 1 PIP ) / 1.71800 (cotação) = 0,00005820721
234
0,00005820721* 100 mil (lote 1.00) = 5.82
5.82 o quê?
5.82 euros, ou 5.82 EURs, pois é a moeda base do par!
"E quanto isso é em dólar americano? Afinal, minha conta é em dólar, não me
interessa saber quanto será em euros!"
Basta buscarmos a cotação da moeda base versus o dólar, no caso o EURUSD.
Cotação EURUSD = 1.18650
5.82 EURs * 1.18650 = 6.94 DÓLARES - USDs
Cada 1 pip no par EURNZD, usando o lote de 1.00, lote Standard, implicará uma
variação de aproximadamente apenas U$ 6.94 dólares, para lucro ou para prejuízo.
ATENTE PARA ISSO
Se alguém pensar que ao operar no EURGBP e no EURNZD com o mesmo lote, isso
vai gerar o mesmo risco, estará redondamente enganado! Mais acima você viu que
uma operação com lote standard de 1.00 no EURGBP, com aqueles valores, faziam o
pip valer cerca de U$13.23 dólares americanos. Aqui, o EURNZD operado com o
mesmo lote, 1.00, standard, terá o valor do pip em U$ 6.94 dólares. Quase a
metade!
É em uma dessa que o trader faz a besteira de usar lote fixo, ou de calcular o risco
sem se preocupar com essas diferenças. Depois perde mais do que achava
adequado e não sabe o porquê! Lamentável. Sigamos...
Preste bem atenção aos próximos exemplos, pois trarei exemplos de DIVISÃO para
saber o valor do pip em dólares!
Vamos agora calcular o valor do pip para o par CADCHF:
Cotação CADCHF: 0.70200
0,00010 (1 PIP) / 0.70200 (cotação) = 0,0001424501
235
0,0001424501 * 100 mil (lote 1.00) = 14.24
14.24 o quê?
14.24 dólares CANADENSES, ou 14.24 CADs, pois é a moeda base do par!
Muito bem, e agora, como converter o CAD para dólar americano? Aqui há uma
peculiaridade, mas nada muito difícil, apenas para ficar mais atento.
Precisaremos primeiro da cotação que envolve o CAD e o USD, logo precisaremos

da cotação do USDCAD. Digamos o USDCAD cotado a 1.30700, isso quer dizer que
U$ 1.00 dólar americano compra 1.30700 dólares canadenses, ok? Então,
entendemos que o dólar americano VALE MAIS que o CAD.
Logo, se o CAD vale menos, significa que U$ 14.24 dólares canadenses representam
um valor numericamente MENOR em dólares, pois menos dólares comprarão mais
CADs. Por isso o cálculo final para saber o valor do pip em dólares aqui será a
divisão pela cotação do USDCAD, já que o valor dessa cotação é maior que 1.
Temos:
14.24 CADs / 1.30700 = U$ 10.89 dólares americanos, ou 10.89 USDs
Cada 1 pip no par CADCHF, usando o lote de 1.00, lote Standard, implicará uma
variação de aproximadamente U$ 10.89 dólares, para lucro ou para prejuízo.
236
“Ah, Enéias, assim fica muito chato fazer todos esses cálculos!”
Realmente, passar por todo esse processo não é simples, mas como disse é
importante. Contudo, fique tranquilo, trarei uma forma para ficar um pouco mais
fácil. Se estiver querendo converter CAD, CHF ou JPY, então a conta final do cálculo
do pip será dividir pela cotação do par de referência.
Só precisaremos passar por isso no caso dos pares CADCHF, CADJPY, e CHFJPY, nos
quais os resultados serão respectivamente em CAD, CAD e CHF. Então, para
converter em dólar o valor do pip, pegue o resultado e divida pela cotação do
USDCAD quando der em CADs; e divida pela cotação do USDCHF quando der em
CHFs. Vamos para mais exemplos.
Vamos agora calcular o valor do pip para o par CHFJPY:
Cotação CHFJPY: 113.900
0,010 (1 PIP no JPY) / 113.900 (cotação) = 0,00008779631
0,00008779631 * 100 mil (lote 1.00) = 8.78
8.78 o quê?
237
8.78 Francos Suíços, ou 8.78 CHFs, pois é a moeda base do par!
Agora vamos converter em dólar. Precisaremos primeiro da cotação que envolve o

CHF e o USD, logo precisaremos da cotação do USDCHF. Digamos o USDCHF
cotado a 0.91100, isso quer dizer que U$ 1.00 dólar americano compra APENAS
0.91100 francos suíços! Sim, nesse caso o dólar vale MENOS que o CHF.
Aqui Vem a Lógica Mencionada
Já que o dólar americano vale menos que o franco suíço, o valor de 8.78 CHFs
precisa corresponder a um valor numericamente MAIOR em USDs. Já que o CHF
vale mais, ele pode comprar mais dólares. Então, para converter, precisamos dividir
o resultado de 8.78 CHFs pela cotação do USDCHF, pois ela é um número menor
que 1 ( 0.91100 < 1 ).
Sim, se multiplicássemos 8.78 por 0.91100 teríamos um valor INFERIOR, o que não
corresponde à realidade, pois se assim fosse, implicaria que o dólar valeria mais.
Como o dólar vale menos, então 8.78 CHFs precisam comprar um valor
numericamente maior. Portanto vamos dividir.
8.78 CHFs / 0.91100 = 9.63 dólares americanos, ou 9.63 USDs
238
CONCLUSÃO
Nessa aula aprendemos o que é um PIP, o que são pontos, e que devemos sempre
trabalhar com PIPS. Vimos que o pip é 1% de um centavo para os pares sem o iene,
e no iene vale exatamente 1 centavo, daí o pip dos pares com JPY ficar na segunda
casa decimal, e não na quarta casa decimal como na maioria dos pares.
Vimos também que a variação no preços pode ser calculada em pips, e vimos
também a variação em dólares. A variação em dólares depende do lote usado. Um
lote maior faz com que a variação em dólar do valor da ordem seja maior, e um lote
menor implica em uma variação menor.
Na próxima aula você verá que a fórmula para calcular o lote adequado ao risco
pode ser facilitada se você souber o valor do pip do par, especialmente os pares
EURUSD, GBPUSD, AUDUSD e NZDUSD.
Também vimos que a alavancagem, apesar de ser extremamente importante para o

Forex, ela em nada interfere na questão da definição do risco. O risco é definido na
escolha do lote. Na próxima aula vamos destrinchar esse assunto até ficar bastante
claro esse processo de definição do risco.
Por fim, aprendemos como verificar o valor do pip nos pares em que ele não é fixo,
e como isso é importante na hora de determinar os pares mais “caros” e os mais
“baratos”. Nesse sentido constatamos que determinados pares têm uma
discrepância maior no seu valor do pip, o que torna perigosíssimo operar no Forex
sem saber quais pares vão gerar um risco maior para um determinado lote.
Por fim, sinta-se sempre à vontade para entrar em contato comigo, autor dessa
obra, no e-mail eusoutraderinvestidor@gmail.com, ou no Whatsapp/Telegram 81 -
999258963. Ficarei feliz em poder te ajudar.
Mais informações em www.eusoutraderinvestidor.com
Nos vemos na próxima aula.
239

CAPÍTULO 14
DEFININDO O RISCO
NO FOREX
240
CAPÍTULO 14 - DEFININDO O RISCO NO FOREX
Você já deve ter lido bastante até aqui que o trader de sucesso define seu risco
antes de entrar em um trade, certo? Pois bem, antes de abrir uma operação é
crucial que o trader tenha em mente quanto pode perder de forma
confortável. Após definir essa quantia, ele precisará calcular o lote a usar de acordo
com esse risco!
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Cabe reforçar aqui a GIGANTESCA importância desse tema. Ele não só é importante,
na verdade todo o seu sucesso no trading depende de você entender e aplicar
corretamente o que for ensinado aqui. Não é exagero afirmar isso. Em meus 10 anos
de mercado eu já vi inúmeras, centenas, milhares de pessoas que não sabiam definir
o risco corretamente. O resultado era que todos esses perdiam dinheiro, não
conseguiam manter a consistência nos resultados. Desses, a grande maioria desiste.
Aqueles que mostravam conhecer bem essa parte, os que sabiam calcular o lote,
havia dois resultados possíveis: ou estavam sendo consistentes, ou então estavam
muito próximos de ser. Isto é, estavam bem encaminhados e o sucesso era questão
de tempo. Imagine você ser um engenheiro, que não sabe definir corretamente o
risco de seus trabalhos. Imagine um médico que não saiba definir e limitar os riscos
de seus receituários, ou não consiga estabelecer com certa precisão o que cada
241
procedimento de uma cirurgia tem como risco ao paciente. No trade é o mesmo

princípio.
Em toda e qualquer atividade, e não só ao abrir uma operação, definir o risco

adequado e gerenciá-lo de forma eficaz vai além da simples importância, e entra na
seara de ser ou não bem sucedido no mercado. Tipo, não pense que se não
aprender essa aula direito a consequência será apenas se prejudicar um pouco, por
exemplo, achar que vai ganhar só um pouco menos por não se dedicar a essa parte.
Não! Aqueles que ignoram esse assunto estão fadados ao fracasso, e muitos irão
perder tudo, apenas por não querer aprender esse tema crucial.
É inevitável, quando pergunto a alguém que já opera com dinheiro real, se sabe de
cálculo de lote, e recebo a resposta que faz um “cálculo por cima”, ou que calcula
com base em ensinamentos errados, eu já sei o destino dessa pessoa. Primeira coisa
que eu digo é para parar tudo e só retornar a operar novamente quando passar por
todo esse estudo. Pense comigo, o tema “definição de risco” não é tão difícil quanto
estudar 4 ou 5 anos em uma faculdade, e as possibilidades de ganhos altos no
trading são boas (sempre no longo prazo). Então sugiro que retire todo e qualquer
estigma que tenha quanto à matemática, e dedique-se a aprender a essência da
definição do risco adequado.
A BASE DO SISTEMA
Um exemplo inicial abrirá as portas do

entendimento. Suponha que você negocie motos
de leilão. Cada lote de motos vale R$ 5.000, e vem
com 10 motos.
Você dispõe de 50 mil reais para comprar de lotes e revender. O negócio funciona
da seguinte forma: cada lote de motos é uma incógnita, já que não é possível
examinar minuciosamente os veículos antes de adquiri-los. Se o Lote for de motos
boas, bem conservadas, e funcionando, a expectativa é que cada motocicleta seja
vendida por R$ 1500 reais, no mínimo. Espera-se, então, vender um lote de motos
boas por R$ 15 mil.
Porém, se o lote adquirido for de motos ruins, a expectativa é apenas vender as

peças, sem previsão de valor. Então nesse último caso é considerado como prejuízo
total, o lote inteiro será de perdas. R$ 5000 reais seriam então considerados como
prejuízo. As poucas peças vendidas seriam para diminuir esse valor negativo.
Pois bem, antes de entrar nesse negócio, você calcula os riscos. Entendendo que
não pode perder mais do que 20 mil reais, qual seria a quantidade de lotes de
motocicletas que você poderia comprar a cada leilão?
242
Para essa definição, é preciso considerar o pior cenário, ou seja, todos os lotes
serem de motos ruins. É improvável? Sim. Mas é plenamente possível. Supondo que
isso acontecesse, sua perda seria total. Portanto, quantos lotes no máximo você
pode comprar para LIMITAR o seu risco até o valor PREVIAMENTE definido?
Talvez você já tenha imaginado a resposta, mas vamos a um cálculo simples para
chegarmos a essa conclusão.
Primeiro você divide seu risco estabelecido pelo valor de prejuízo máximo por lote:
R$ 20.000,00 ÷ R$ 5.000,00 = 4 lotes de motocicletas

Prejuízo máximo aceitável ÷ Perda Máxima por cada LOTE = Quantidade de lotes a negociar
Você assume que só aceita perder o valor máximo de 20 mil reais. Caso compre 4
lotes, e todos eles sejam de motos ruins, então seu prejuízo total será exatamente o
valor máximo que estipulou perder, não mais do que isso. Essa última afirmação
será de extrema importância quando chegarmos à parte de definição de risco no
trading em si.
O melhor cenário seria todos os lotes darem certo, e assim, comprando apenas 4
lotes, seu faturamento máximo seria de 60 mil reais, ou R$ 15 mil por lote.
Descontando os 20 mil investidos, então seu lucro bruto (antes das taxas e outras
despesas), seria de 40 mil reais. Nessa hipótese, ou você perde 100% do que se
limitou a perder, ou ganha o dobro desse valor. Já estou te apresentando o conceito
de risco/recompensa, que será tratado na próxima aula.
Quero que assimile bem a forma de calcular o risco aqui demonstrada. Para saber a
quantidade de lotes a adquirir, foi preciso dividir o prejuízo máximo aceitável pela
perda máxima por cada lote.
Poderíamos estabelecer a seguinte estrutura:
LOTES A NEGOCIAR = Prejuízo Máximo Aceitável ÷ Perda Máxima por cada Lote
Dessa fórmula acima você entenderá o conceito que tanto quero te passar nesse
livro. E nunca esqueça do que significa Gerenciamento de Risco.
A função do negociante, em relação a gerenciar seu risco, é

estabelecê-lo, limitá-lo, e buscar um objetivo de ganho
superior à quantia que arriscou perder. Essa é a essência de
TODO o tema gerenciamento de risco.
243
DEFININDO O RISCO NO TRADING
Já mencionei que essa será a parte mais importante de TODO o curso? Sim? Mas
não custa reforçar. Portanto, ATENÇÃO!
Como você viu no exemplo inicial das motocicletas de leilão, o cálculo do risco foi
dividir o valor máximo estipulado como prejuízo aceitável, pelo valor de prejuízo por
lote. No trading é o mesmo processo.
Para saber gerenciar o risco em qualquer negócio, divide-se o

valor máximo assumido como prejuízo, que é o RISCO
ACEITÁVEL DA OPERAÇÃO, pelo valor da perda máxima de
cada negócio a se fazer. O resultado será a quantidade a
negociar. Isso vale para tudo.
( Risco Aceitável da Operação ) ÷ ( Perda Máxima por Negócio )
A única diferença no trading é que o valor da perda máxima por negócio não é fixo, a partir
do momento em que se entra em uma negociação, CASO seja uma negociação ruim, essa
perda irá aumentar cada vez mais, progressivamente, até que chegue ao valor que você
estipulou. Então aqui precisamos saber como fazer esse cálculo aplicado a algo em que o
preço vai variando (renda variável, lembra?)
244
Para uma explicação completa, usarei primeiramente o

mercado de AÇÕES, porque nele é mais simples de
calcular o risco, e assim servirá como uma base muito boa
para entender depois o conceito de definição de risco no
Forex. Calma gafanhoto, paciência é crucial no trading, e
aqui é importantíssimo para compreender o negócio
direito!
Suponha uma ação da empresa ABC sendo vendida a R$ 25,00. O capital que você
tem vale R$ 50.000,00, e você quer investir de forma que seu risco máximo seja
perder 10% de seu dinheiro, portanto você não quer perder mais do que 5 mil reais.
Da mesma forma que no exemplo das motos de leilão, vamos tratar as negociações
em lotes também, pois no mercado de ações, o normal é que sejam negociadas em
lotes de 100 unidades. Lembra da fórmula?
( Risco Aceitável da Operação ) ÷ ( Perda Máxima por Negócio )
A Risco Aceitável da Operação é R$ 5.000,00, e a Perda Máxima por Negócio seria 25

reais por ação, no caso de a empresa falir. Mas como negociamos as ações em lotes
de 100 (e isso é importante), o valor da perda máxima por lote seria um lote inteiro
perdido, logo 100 ações * 25 reais por ação levaria a um prejuízo de R$ 2500 reais
por lote.
Portanto:
R$ 5.000,00 ÷ R$ 2.500,00 = 2 lotes de ações, ou seja, 200 ações

Risco Aceitável Perda Máxima por
da Operação Negócio - Por Lote
Dessa forma, para entrar nessa negociação arriscando apenas 5 mil reais, você não
poderia comprar mais do que 2 lotes de ações. Nesse caso seriam 2 lotes inteiros. E
se a ação desvalorizar TOTALMENTE, de R$ 25,00 até não valer mais nada, você
estaria perdendo 25 reais em cada uma, como teria 200 ações (2 lotes) na carteira, a
perda total seria:
200 * ( -25,00 ) = -R$ 5.000,00
245
Exatamente o valor do Risco Aceitável da Operação. E assim você conseguiu saber

quantas ações comprar para limitar sua perda, que no caso seriam 200 papeis, ou 2
lotes inteiros.
Agora, vamos imaginar que você não acredita que a ação possa chegar a
desvalorizar 100%, mas sim somente uma parte. Suponha que sua expectativa é que,
se der tudo errado, a ação pode valer apenas R$ 15,00, tendo uma perda de 10 reais
por ação. E você estipula que SE e QUANDO o preço cair até R$ 15,00 por ação,
então você venderia todas elas por esse valor e assumiria o prejuízo.
Veja que agora estamos limitando a desvalorização do ativo, e não mais

considerando que ele perderia todo o seu valor. É algo como pular de um barco
enquanto ele está afundando, e não ficar parado esperando-o submergir por
completo. Essa é a pegada no trading, limitar seu risco e gerenciá-lo antes que tudo
vá para o brejo.
Como então fazer esse cálculo? A fórmula é a mesma, com a diferença sendo
apenas no valor da Perda Máxima por Negócio. No nosso exemplo, 1 lote de 100
ações com desvalorização de 10 reais por ação, a perda por lote seria de -1000 reais
-R$ 10,00 * 100 ações = -R$ 1000,00
Outra forma de fazer esse cálculo, e que recomendo que faça a partir de agora é a
seguinte.
Valor do lote original:
100 * R$ 25,00 = R$ 2500,00

Ações * Cotação Inicial = Valor INICIAL
Valor do lote após a desvalorização:
100 * R$ 15,00 = R$ 1500,00

Ações * Cotação FINAL = Valor FINAL
Perda Máxima por Negócio:
R$ 2500,00 - R$ 1500,00 = R$ 1000,00

Valor INICIAL - Valor FINAL = Perda Máxima por Negócio
246
Essa será a forma oficial de calcular o valor da Perda Máxima

por Negócio, pois aplicada ao Forex é assim que chegaremos
ao valor exato.
Perda Máxima por Negócio = ( Valor INICIAL do lote ) - ( Valor FINAL do lote )
O Valor INICIAL do Lote é o preço do lote cheio ANTES da mudança na cotação

O Valor FINAL do Lote é o preço do lote cheio APÓS a mudança na cotação
Retornando ao cálculo anterior.
Risco Aceitável da Operação: R$ 5.000,00

Perda Máxima por Negócio: R$ R$ 1.000,00
Fórmula:
LOTE = ( Risco Aceitável da Operação ) ÷ ( Perda Máxima por Negócio )
Portanto:
R$ 5.000,00 ÷ R$ 1.000,00 = 5 lotes de ações, ou seja, 500 ações

Risco Aceitável Perda Máxima por
Assim, para entrar nessa negociação arriscando apenas 5 mil reais, você não poderia
comprar mais do que 5 lotes de ações. Nesse caso seriam 5 lotes inteiros. E se a
ação desvalorizar de R$ 25,00 até R$ 15,00 por papel, você estaria perdendo 10 reais
em cada uma, como teria 500 ações (5 lotes) na carteira, a perda total seria:
500 * ( -R$ 10,00 ) = -R$ 5.000,00

quantas ações comprar para limitar sua perda.
247
POR QUE EM LOTES?
Até aqui você vem aprendendo sempre negociar em lotes, e isso tem um motivo
específico. No Forex, mercado para o qual está estudando, não negociamos
unidades, nem valores quebrados, como você aprendeu na aula sobre esse tema.
Não dá para comprar 1 euro, ou então 584.00 dólares. Todas as negociações são
em lotes, e para efeitos de cálculo o lote OFICIAL do mercado de câmbio são 100
mil unidades da moeda base, ou seja, 1 lote Standard (1.00).
Com o advento da internet e instalação de várias corretoras ao redor do mundo, foi

conseguido fracionar o lote standard, e assim, hoje podemos operar PARTES desse
volume. O mínimo, como você já aprendeu, são 1000 unidades da moeda base, e
esse valor é representado pelo número decimal 0.01. Ele significa 1% do lote cheio, o
lote oficial, aquele chamado de “Standard”, equivalente a 100 mil.
Por isso todos os cálculos aqui ensinados envolvem lotes, e como o lote básico é o
de 100 mil, é em cima dele que trabalharemos. Sigamos.
______________________________
“O lote OFICIAL
do mercado de câmbio
são 100 mil unidades
da moeda base.
Esse é o lote standard,
representado por 1.00”
______________________________
ATENÇÃO AO PRÓXIMO EXEMPLO
Suponha uma ação com valor muito alto, tipo 800 reais
por papel. Imagine também o mesmo risco total
anterior, R$ 5.000,00. Você acredita que se der tudo
errado a ação pode desvalorizar 200 reais por unidade,
e valer apenas R$ 600,00.
Vamos calcular quantos lotes de ação seriam necessários adquirir para ficar dentro
do risco aceitável.
248
Risco Aceitável da Operação: R$ 5.000,00

Perda Máxima por Negócio: ???
Fórmula:
Já sabemos o Risco Aceitável da Operação, citada no início, que é um prejuízo no

valor de R$ 5000,00. Precisaremos agora encontrar a Perda Máxima por Negócio.
Como fizemos no exemplo anterior, a fórmula a ser utilizada será:
Logo:
Valor do lote original:
100 * R$ 800,00 = R$ 80.000,00

(Ações) * (Cotação Inicial) = Valor INICIAL
Valor do lote após a desvalorização:
100 * R$ 600,00 = R$ 60.000,00

(Ações) * (Cotação FINAL) = Valor FINAL
Perda máxima por negócio:
R$ 80.000,00 - R$ 60.000,00 = R$ 20.000,00

(Valor INICIAL) - (Valor FINAL) = Perda Máxima por Negócio
Agora que descobrimos a Perda Máxima por Negócio, vamos ao cálculo da fórmula
principal:
249
R$ 5.000,00 ÷ R$ 20.000,00 = 0,25 lotes de ações

Risco Aceitável Perda Máxima por Quantidade de Lotes a Negociar
Ou seja, 0,25 é apenas uma FRAÇÃO do lote, e nesse caso seria menos de 100
ações, apenas 25 papeis para adquirir.
Aqui não apareceu um resultado em lotes inteiros, mas sim apenas uma parte, uma
fração do lote cheio. Esse lote parcial é possível comprar no que chamamos na
bolsa de “Mercado Fracionário”. Isso é algo que as bolsas permitem fazer, porém
com uma cotação ligeiramente diferente, já que é possível negociar a partir de uma
única ação. Então teremos um mercado específico, onde os papeis ficam trocando
de mãos em unidades, e não em “lotes cheios” ( 1 lote “cheio” = 100 ações ).
Assim, para entrar nessa negociação arriscando apenas 5 mil reais, você não poderia
comprar SEQUER 1 lote cheio, mas sim apenas uma parte dele. Nesse caso seriam
25 ações, ou 25% de um lote. Esse número percentual equivale ao número 0,25
para efeito de cálculos.
Você verá que no Forex esse número fracionado é bastante

utilizado, tendo em vista que no mercado de câmbio o lote
cheio é o lote Standard, de 100 mil unidades da moeda base,
como você aprendeu nos capítulos anteriores.
Então, para concluir o raciocínio do último exemplo, se a ação desvalorizar de R$

800,00 até R$ 600,00 por papel, você estaria perdendo 200 reais em cada uma.
Como teria 25 ações (0,25, ou 25% de um lote) na carteira, a perda total seria:
25 * ( -200,00 ) = -R$ 5.000,00

quantas ações comprar para limitar sua perda.
250
FINALMENTE, COMO FAZER TUDO ISSO NO FOREX

Agora que você sabe como trabalhar com lotes, e como é a forma de definir o risco
para qualquer negociação, vamos aprender na prática como DEFINIR O RISCO no
mercado de câmbio, sabendo qual o lote a se usar em qualquer operação que for
abrir.
Dados para os próximos exemplos práticos
Capital disponível para operar: U$ 5,000.00 ( 5 mil dólares )

Risco total assumido a cada trade: 2%, que são U$ 100.00 ( 100 dólares )
Esse será o valor a arriscar na operação do exemplo
EXEMPLO 01
Vamos supor que você visualizou uma oportunidade pelo seu sistema no euro
versus o dólar, ou seja, no par EURUSD. Você viu que esse ativo pode SUBIR, e
decide então fazer uma COMPRA. Logo, você estará comprando euros e vendendo
dólares, como aprendido no início do livro.
A cotação no momento da compra era de 1.15500. Atente aqui para o fato de que é
1.15500 dólar por cada euro negociado.
Apesar da expectativa de alta, você visualizou que também existia uma certa chance
de esse preço cair 50 pips, isto é, a cotação cair até 1.15000. Isso implica que cada
euro desvalorizaria 50 pips da cotação, logo em vez de 1.15500 dólar por cada euro,
seria 1.15000 dólar por 1 euro.
Nesse cenário, você iria ACEITAR A PERDA e sair da operação, finalizando o trade
(na teoria estaria vendendo os euros adquiridos, e recebendo em dólares um valor
inferior ao inicial, ou seja, com prejuízo). É a isso que chamamos de STOP LOSS, o
ponto, o preço exato onde o trader assume que aquela operação não tem muitas
chances de seguir a seu favor, e ali ele limita sua perda, em vez de deixar em aberto
e possivelmente perder todo o seu capital. Lembre-se sempre disso: perder todo
seu capital em uma operação não pode ser uma possibilidade. Por isso a
importância de sempre pré-definir o risco por trade.
Perceba, a intenção é ganhar no longo prazo, mas nesse meio tempo perdas vão
acontecer, é inevitável, como visto no capítulo 11. Todo o conteúdo aqui tratado será
voltado para a limitação do prejuízo por operação. Então já se acostume, pois a
cada exemplo nesse capítulo a PRIMEIRA coisa a fazer é reconhecer que existe a
chance de dar errado, e CASO dê errado mesmo, então estabelecemos qual é o
ponto em que iremos abandonar o barco antes que afunde completamente.
251
Diante da situação do exemplo 01, qual seria a quantidade de euros a adquirir, para
que seu trade estivesse adequado ao seu risco estipulado?
Lembra-se da fórmula para cálculo de risco em qualquer negócio?

A fórmula para saber qual o lote a utilizar nas negociações.
Fórmula:
A primeira variável é o Risco Aceitável da Operação, mas essa já sabemos qual é. Ela
está descrita acima, foi estabelecida em 2% do capital, ou seja U$ 100.00. Agora
precisaremos calcular a Perda Máxima por Negócio, e que será calculada em cima
do LOTE CHEIO, da mesma forma como fizemos com as ações.
No Forex, esse “lote cheio” é o lote Standard, de 100 mil unidades da moeda base.
Como estamos negociando no EURUSD, um lote standard seriam então 100 mil
euros, pois o EUR é a moeda que aparece primeiro em EUR/USD.
Peço, querido leitor, que releia mais uma vez o parágrafo anterior, e tente
compreendê-lo claramente.
Vamos agora calcular quanto seria essa Perda Máxima por Negócio, ou seja, perda
máxima por lote cheio.
Não esqueça!
( 1 negócio no Forex = 1 Lote Standard )
Fórmula para achar a Perda Máxima por Negócio:
Para sabermos o Valor INICIAL do Lote, precisamos encontrar quanto custa um lote
cheio de EURUSD com a cotação inicial, ou seja, quanto custa 100 mil euros a
1.15500?
252
Como estamos trabalhando com o EURO versus DÓLAR, esse “preço de custo” tem
que ser em dólares.
Quanto vale, em DÓLARES, 100 mil euros?
Ou seja, para converter de euros para dólar é só multiplicar pela cotação:
100 mil euros * 1.15500 = 115500.00 dólares

(EURs) (Cotação INICIAL) = USDs
115 mil e 500 dólares é o Valor INICIAL do Lote, e esse valor é o preço para adquirir
um lote de 100 mil euros com essa cotação fornecida.
Agora precisamos achar o Valor FINAL do Lote, e para isso basta encontrarmos
quanto vão valer 100 mil euros com a cotação final da negociação. Isto é, se a
cotação desvalorizar 50 pips, então quanto valerão 100 mil euros com a nova
cotação?
100 mil euros * 1.15000 = 115000.00 dólares.

(EURs) (Cotação FINAL) = USDs
115 mil dólares é o Valor FINAL do Lote, e que será o valor recebido ao final da
negociação, quando o trader decidir encerrar sua posição no EURUSD.
Agora podemos calcular a Perda Máxima por Negócio.
253
U$ 115500.00 - U$ 115000.00 = U$ 500.00

(Valor INICIAL) - (Valor FINAL) Perda Máxima por Negócio
Repare que com a queda na cotação, o valor do lote standard passou a valer 500
dólares a menos. Esses 500 dólares, portanto, são a Perda Máxima por Negócio, a
ser utilizada na fórmula.
Basicamente, CASO você abrisse um trade e no Lote/Volume colocasse o lote

standard, representado pelo número 1.00, então, você estaria arriscando perder 500
dólares (USDs), na hipótese de o EURUSD cair 50 pips na cotação.
Agora que descobrimos a Perda Máxima por Negócio, vamos ao cálculo da fórmula
principal para calcular o lote a utilizar nas negociações:
Fórmula:
U$ 100.00 ÷ U$ 500.00 = 0,2 LOTES de euros

Ou seja, apenas uma FRAÇÃO do lote, e nesse caso seria menos de 100 mil euros,
apenas 20% desse valor, logo, seriam 20 mil euros para adquirir.
Atente para esse número 0.20, ele representa 2 lotes minis, ou seja, 2 lotes de 10 mil
unidades da moeda base, como você estudou na aula de lotes. Portanto, na hora de
abrir uma operação, a corretora não vai perguntar quantas unidades da moeda
você quer negociar! Ela vai pedir a quantidade de LOTES! E se essa quantidade não
for de lotes inteiros, então será uma FRAÇÃO de um lote inteiro.
No momento de abrir o trade, no campo do LOTE ( “Volume” na maioria das

corretoras ), você colocaria 0.20, e assim estaria negociando exatamente como
planejado.
Talvez de cabeça você já tenha chegado a esse valor, pois entendendo que 1 lote de
EURUSD operado geraria um risco de 500 dólares, então para que o risco fique em
100 dólares, seria necessário adquirir apenas 20% dele, pois 20% de 500 é 100.
254
Ótimo, isso mostra que sua mente é boa com cálculos. Mas eu recomendo que você
aprenda a forma estruturada, pois será importante na hora de definir o risco em
pares cruzados, já que a conversão para a moeda desejada VAI dificultar muito as
coisas para se fazer de cabeça. Na verdade, é bem improvável que uma pessoa
normal acerte o lote fazendo cálculos apenas mentalmente nos pares minors, onde
há necessidade de conversão. Vamos chegar lá.
Fazendo um “noves fora”, para tirar a prova do cálculo, vamos verificar o risco real.
- Ao comprar 0.20 no EURUSD, estariam sendo adquiridos 20 mil euros

- Por esses 20 mil EURs, seria pago o valor de:
20,000.00 euros * 1.15500 = 23,100.00 dólares
- Ao final da operação, os 20 mil euros estariam valendo:

20,000.00 euros * 1.15000 = 23,000.00 dólares
23,100.00 - 23,000.00 = U$ 100.00
Portanto, exatamente 100 dólares de prejuízo máximo aceitável.
Vamos para mais alguns exemplos, antes de partimos para situações não tão
simples.
Lembre-se que esse processo, uma vez aprendido sua forma de fazer, ficará bem
simples e rápido com o passar do tempo, com você podendo usar certos macetes
para diminuir o trabalho. Obviamente, só saberá usar essas dicas SE entender bem a
estrutura do cálculo que leva à definição correta do risco.
255
EXEMPLO 02
Agora você quer abrir um trade no GBPUSD, libra versus dólar americano. Mesmos
valores da situação anterior:
Capital disponível para operar: U$ 5000.00 ( 5 mil dólares )

Risco total assumido a cada trade: 2% que são U$ 100.00 ( 100 dólares )
Par: GBPUSD
Cotação atual: 1.33000
Expectativa de movimento a favor: Cotação SUBIR até 1.34500
Isto é, aumentar em 150 pips ( 1.34500 - 1.33000 = 0.01500 )
Portanto a operação é de COMPRA
Expectativa de movimento contrário: Cotação CAIR até 1.32200
Isto é, diminuir em 80 pips ( 1.33000 - 1.32200 = 0.00800 )
Portanto o Stop Loss será colocado em 1.32200
Fórmula:
do LOTE CHEIO, o lote Standard, ou 100 mil unidades da moeda base, 100 mil libras
esterlinas (GBPs).
A partir de agora já posso te apresentar uma versão simplificada da fórmula acima,

que ajudará na visualização do cálculo.
256
O “R” na parte superior é o Risco Aceitável da Operação, pois é o valor que o trader
precisa assumir perder em caso de movimentação contrária do preço. E o “R ( 1.00 )”
é a Perda Máxima por Negócio, representada pelo risco de perda para o lote cheio,
1.00.
Vamos agora calcular quanto seria essa Perda Máxima por Negócio, o R (1.00), ou
seja, perda máxima por lote cheio
Não esqueça!
Para sabermos o Valor INICIAL do Lote , precisamos encontrar quanto custa um lote
cheio de GBPUSD com a cotação inicial, ou seja, quanto custa 100 mil libras a
1.33000?
Como estamos trabalhando com a LIBRA versus DÓLAR, esse “preço de custo” tem
257
Quanto vale, em DÓLARES, 100 mil libras?
Ou seja, para converter de libras para dólar, é só multiplicar pela cotação:
100 mil libras * 1.33000 = 133,000.00 dólares

(GBPs) * (Cotação INICIAL) = USDs
133 mil dólares é o Valor INICIAL do Lote, e esse valor é o preço para adquirir um
lote de 100 mil libras com essa cotação fornecida.
quanto vão valer 100 mil libras com a cotação final da negociação. Isto é, se a
cotação desvalorizar 80 pips, então quanto valerá 100 mil libras com a nova
cotação?
100 mil libras * 1.32200 = 132,200.00 dólares.

(GBPs) * (Cotação FINAL) = USDs
132 mil e 200 dólares é o Valor FINAL do Lote, e que será o valor recebido ao final
da negociação, quando o trader decidir encerrar sua posição no GBPUSD.
Agora podemos calcular a Perda Máxima por Negócio - R (1.00)
258
Perda Máxima por Negócio - R (1.00):
U$ 133,000.00 - U$ 132,200.00 = U$ 800.00

(Valor INICIAL) (Valor FINAL) Perda Máxima por Negócio
dólares a menos. Esses 500 dólares, portanto, são a Perda Máxima por Negócio - R
(1.00), a ser utilizada na fórmula.

dólares (USDs), na hipótese de o GBPUSD cair 80 pips na cotação.
Agora que descobrimos a Perda Máxima por Negócio - R (1.00), vamos ao cálculo da
fórmula principal para calcular o lote a utilizar nas negociações:
Fórmula:
LOTE = ( Risco Aceitável da Operação - R ) ÷ ( Perda Máxima por Negócio - R (1.00) )
U$ 100.00 ÷ U$ 800.00 = 0,125 LOTES de libras

da Operação Negócio - R (1.00)
Ou seja, apenas uma FRAÇÃO do lote, e nesse caso seria menos de 100 mil libras,
apenas 12,5% desse valor, logo seriam 12 mil e 500 libras para adquirir.
Como você aprendeu na aula sobre lotes, no Forex através de corretoras não é
possível negociar* menos do que um lote micro, correspondente a 1000 unidades
da moeda base. Nem também podemos negociar um lote ‘quebrado’, ou seja, com
frações inferiores a mil unidades. Logo, no caso acima, ou o trader escolhe correr
um risco maior e compra 13 mil libras, ou decide correr um risco menor e compra
apenas 12 mil libras, já que, como falei, não é possível comprar uma quantidade
“quebrada”, como seria se pudesse comprar 12,500.00
259
Na prática, ou ele coloca 0.12 ou 0.13 no campo do lote/volume. Não existe 0.125.
O risco para 0.12, em vez de -U$ 100.00 seria, então:
12,000.00 GBPs * 1.33000 = U$ 15,960.00

12,000.00 GBPs * 1.32200 = U$ 15,864.00
Risco de perder apenas -U$ 96.00
13,000.00 GBPs * 1.33000 = U$ 17,290.00

13,000.00 GBPs * 1.32200 = U$ 17,186.00
Risco de perder apenas -U$ 104.00
Usando o stop mencionado, de 80 pips, não existe* uma hipótese de arriscar

exatamente 100 dólares nessa operação. Ou o trader arrisca -U$ 104.00, ou arrisca -
U$ 96.00.
*A exceção seria a conta CENT, mas não é o momento de falarmos sobre isso.
IMPORTANTE
Eu sei que todos esses cálculos podem ser um pouco complicados, e você talvez esteja
achando desnecessário passar por tudo isso. Porém quero fazer duas considerações:
1 - É realmente importante entender o processo de cálculo do lote na sua essência, pois é

assim que você se tornará um profissional nesse mercado. Se desejamos operar Forex de
maneira duradoura, aumentando nosso patrimônio através do trading nesse mercado
gigantesco, então nada mais natural que entendermos o seu funcionamento. Traders
profissionais não ficam mestres em estratégias, eles se tornam mestres em gerenciamento
de risco. E uma parte crucial nesse processo de capacitação para ser profissional é aprender
esses cálculos ensinados aqui, que estão detalhados de forma bastante esmiuçada.
2 - Eu GARANTO a você que com o passar dos exemplos, e ao longo de sua trajetória, a
elaboração desses cálculos ficará mecânica, simples, e rápida de ser feita. E mais, prometo
te apresentar ferramentas que vão te auxiliar no processo de encontrar o lote adequado ao
risco. Mas garanto também que usar as ferramentas sem saber o processo, não vai te
ajudar. É a mesma coisa de um médico usar o bisturi nas cirurgias, sem estudar o processo
de como um corte deve ser feito. Ou um piloto de avião usar o manche que controla o
veículo aéreo, sem saber o processo de como aquele item move as partes que direcionam a
aeronave nos ares. É desastre na certa, tanto para esses profissionais, como para você.
Aprenda o processo, e depois use as ferramentas com excelência.
260
EXEMPLO 03
Agora você quer abrir um trade no USDCAD, dólar americano versus dólar
canadense. Mesmos valores da situação anterior:
Capital disponível para operar: U$ 5000.00 ( 5 mil dólares )

Par: USDCAD

Fórmula:
do LOTE CHEIO, o lote Standard, ou 100 mil unidades da moeda base, 100 mil
dólares americanos (USDs).
Nesse caso específico, não precisamos converter inicialmente, pois se você reparou,
o lote cheio já é em dólares. O processo aqui é que será inverso, pois estaremos
comprando 100 mil dólares americanos (USDs), e pagando em dólares canadenses
(CADs).
Hãnn?!
261
Sim, aqui precisaremos tomar uma posição como se tivéssemos CADs em vez de
USDs, apenas para compreensão do processo. Suponha que você espera que o
dólar americano vai valorizar frente ao dólar canadense, nesse caso você quer
adquirir USDs e se desfazer de CADs. Sim, eu sei, você não tem CADs na sua
carteira, mas a corretora fará o processo como se tivesse. Vamos lá.
Quanto vale, em dólares canadenses, 100 mil dólares americanos (USDs)? Basta
multiplicar pela cotação, pois:
Ou seja, para converter de dólar para CADs, é só multiplicar pela cotação:
100 mil dólares * 1.28000 = 128,000.00 CADs
128 mil dólares CANADENSES é o valor para adquirir um lote cheio de 100 mil USDs
com essa cotação fornecida.
Para compreensão completa, entenda da seguinte forma, CASO você fosse comprar
um lote cheio de dólares americanos, pagando em CADs, é COMO SE a corretora te
emprestasse esses 128 mil CADs, e com eles você adquirisse 100 mil USDs. Com a
aquisição, você teria 100 mil USDs na mão e aguardaria a resolução de sua
expectativa em relação à cotação. Supondo um aumento na cotação, ao vender
seus dólares americanos de volta à corretora (lembre-se de que para encerrar uma
compra, uma ordem de venda será feita), nesse momento a corretora te passaria o
valor correspondente em CADs. Mas agora seria um valor MAIOR, já que a cotação
subiu.
Por exemplo, se a cotação variasse para o alvo, 1.30000, você receberia da corretora
o total de 130 mil CADs, 2 mil CADs a mais do que os 128 mil pagos inicialmente.
262
Desses 130 mil CADS, 128 mil você devolveria para a corretora (hipoteticamente),
para pagar o “empréstimo” recebido por ela anteriormente, e ficaria com 2000
CADS de lucro. Mas você não quer CADs; você quer seu resultado, seu lucro, em
dólares americanos. Para isso, hipoteticamente, a corretora se comprometeria em
converter para você esse valor, e te passar o equivalente em dólares, que seria
somado a seu saldo. Daí você sairia satisfeito com seu negócio.
Essa explicação inicial serviu para entender o processo hipotético de funcionamento

das operação em pares que envolvem moedas às quais você naturalmente não teria
acesso. Através desse caminho de empréstimo-compra-venda-devolução-conversão
você sai satisfeito com seu lucro, e a corretora fez todo o processo para tornar isso
viável para você.
Essa é, digamos, a função da corretora, te permitir tudo isso. Se não fosse ela, você
só poderia negociar USDCAD se tivesse CADs para pagar pelos dólares. Olha a
complicação!!!
Se você não quisesse passar pelo difícil processo de primeiro adquirir CADs e em
seguida comprar dólares com eles, sua pretensão seria inviável.
“Enéias, não seria melhor eu adquirir dólares pagando em reais, e se de fato o

USDCAD valorizar eu somente trocaria esses dólares por CADS, quando a cotação
subisse?”
Até seria, mas e quem ia te comprar seus CADs ao final do processo? Entende agora
como a corretora é importante?
MAS....
Tudo que falei é hipotético, não é assim que funciona na prática das corretoras. O
processo de Cálculo de Risco e Ganhos na teoria é exatamente esse, sem tirar
nenhuma virgula. Mas nenhum dinheiro desses passa por sua mão, ou pela mão da
corretora, já que negociamos contratos. São os chamados “CFDs”, Contracts For
Difference, criados pelas corretoras para te pagar, em caso de ganho, somente o
valor proporcional à variação positiva na cotação. Ou então te cobrar em caso de
mudança negativa no preço do ativo. Você estudará muito mais sobre CFDs no
tempo certo ainda nesse livro.
Bom, retornando ao exemplo da compra no USDCAD, como estamos estudando

cálculo de RISCO, óbvio que vamos considerar a hipótese da PERDA. Lembre-se,
estamos tentando encontrar a Perda Máxima por Negócio - R (1.00), a segunda
variável, para poder usar na fórmula principal do lote.
263
máxima por lote cheio
Não esqueça!

ATENTE
Você viu que na fórmula principal do lote usaremos todas as informações em USDs,
que é a moeda base da conta da maioria dos traders. Então essa Perda Máxima por
Negócio precisa ser achada em dólares americanos.
Acontece que para o cálculo ficar exato, PRIMEIRO vamos calcular em CADs, e
depois converter para USDs.
Para sabermos então o Valor INICIAL do Lote , precisamos encontrar quanto custa
um lote cheio de USDCAD com a cotação inicial, ou seja, quanto custam 100 mil
dólares americanos a 1.33000?
Como estamos trabalhando com a DÓLAR versus CAD, esse “preço de custo” tem
que ser em CADs, pois estamos comprando USDs e pagando em CADs.
Quanto vale, em CADs, 100 mil USDs?
264
Talvez você lembre da aula passada em que mencionei que com CAD e CHF era
para dividir pela cotação. Sim, mas divide pela cotação se fosse para achar o valor
em dólares USD. Aqui queremos o valor em CADs, que é a moeda que iremos usar
para pagar pela compra dos dólares. Assim, para converter de USDs para CADs, é
só multiplicar pela cotação:
100 mil dólares americanos * 1.28000 = 128,000.00 dólares canadenses

USDs (Cotação INICIAL) CADs
128 mil dólares canadenses (CADs) é o Valor INICIAL do Lote, que é o custo para
adquirir um lote de 100 mil USDs com essa cotação fornecida.
quanto vão valer 100 mil USDs com a cotação final da negociação. Isto é, se a
cotação desvalorizar 120 pips, então quanto valerá 100 mil USDs em CADs com a
nova cotação?
100 mil dólares americanos * 1.26800 = 126800.00 dólares canadenses.

USDs (Cotação FINAL) CADs
126 mil e 800 dólares canadenses (CADs) é o Valor FINAL do Lote, e que será o
valor recebido ao final da negociação, quando o trader decidir encerrar sua posição
no USDCAD.
Agora podemos calcular a Perda Máxima por Negócio - R (1.00).
265
128,000.00 CADs - 126,800.00 CADs = 1,200.00 CADs

CADs a menos. Esses 1200 CADs, portanto, são a Perda Máxima Por Negócio - R
Como disse antes, agora que iremos para a fórmula principal

do LOTE, vamos converter os 1200 CADS para USDs, moeda a
usar no cálculo principal.
Aqui temos uma peculiaridade na conversão, pois em vez de multiplicar, iremos

dividir. E por quê?? Por causa da forma como são dispostas as variáveis do par.
Dessa forma, para converter de CAD para dólares temos o seguinte raciocínio:
266
Macete
Quando for converter CAD para dólares americanos (USDs), você deve dividir pela
cotação do USDCAD.
Quando for converter CHF para dólares americanos (USDs), você deve dividir pela
cotação do USDCHF.
Quando for converter JPY para dólares americanos (USDs), você deve dividir pela
cotação do USDJPY.
1,200 CADs / 1.26800 = U$ 946.37 dólares americanos (USDs)
Esse então é o risco por lote cheio, ou seja, a Perda Máxima por Negócio - R (1.00), a
ser utilizada na fórmula.
Repare que usei para a conversão a cotação FINAL de 1.26800, pois será ela que a
corretora vai considerar ao final da operação.

standard, representado pelo número 1.00, então, você estaria arriscando perder
1200 CADS, que equivalem a U$ 946.37 dólares (USDs), na hipótese de o USDCAD
cair 120 pips na cotação.
Agora que descobrimos a Perda Máxima por Negócio - R (1.00), e já convertemos

para USDs, vamos ao cálculo da fórmula principal para encontrar o lote a utilizar nas
negociações.
Fórmula:
Utilizar sempre na mesma moeda
U$ 100.00 ÷ U$ 946.37 = 0,10566... LOTES de USDs (Moeda base)

da Operação “R” Negócio - R (1.00)
267
Ou seja, apenas uma FRAÇÃO do lote, e nesse caso seria menos de 100 mil USDs,
apenas 10,566...% desse valor, logo seria um valor “quebrado”, entre 10 mil dólares e
11 mil dólares para adquirir.
um risco maior e compra 11 mil USDs, ou decide correr um risco menor e compra
apenas 10 mil USDs, já que, como falei, não é possível comprar uma quantidade
“quebrada”.
Na prática, ou ele coloca 0.10 ou 0.11 no campo do lote/volume. Não existe

0.10566.
O risco para 0.10 em vez de -U$ 100.00 seria, então:
10,000 USDs * 1.28000 = 12,800.00 CADs

10,000 USDs * 1.26800 = 12,680.00 CADs
Risco de perder apenas -120 CADs ou 94,63 USDs ( 120 CADs ÷ 1.26800 = 94.63 USDs)
11,000 USDs * 1.28000 = 14,080.00 CADs

11,000 USDs * 1.26800 = 13,948.00 CADs
Risco de perder apenas -132 CADs ou 104.10 USDs ( 132 CADs ÷ 1.26800 = 104.10 USDs)
U$ 104.10.
OUTRA FORMA DE CÁLCULO

Você viu que na fórmula para definição do lote há apenas dois valores que
precisamos: o Risco Aceitável da Operação e a Perda Máxima por Negócio - R (1.00)
(por lote cheio). E você também reparou que desses dois valores o segundo foi o
que precisamos passar por alguns cálculos para encontrar. Foi preciso todo um
processo para chegarmos à Perda Máxima por Negócio (perda máxima por lote
cheio).
Uma outra opção para saber esse valor da perda máxima por negócio, é usarmos o
conceito de VALOR DO PIP, estudado na aula anterior.
268
Para então chegarmos ao valor desejado, basta MULTIPLICAR o Tamanho do Stop

pelo Valor do Pip referente ao par operado.
Perda Máxima por Negócio - R (1.00) = Tamanho do Stop * Valor do Pip
Uma rápida passada pelos exemplos anteriores, atrelada ao cálculo do valor do pip,
já aprendido por você, vai te mostrar como essa forma pode ser mais prática em
alguns momentos.
EXEMPLO 01 - Compra de EURUSD
- Risco: U$ 100.00
- Tamanho do Stop: 50 pips
- Valor do Pip do EURUSD: U$ 10.00
Aqui basta lembrar da regra que os pares com o dólar na segunda moeda sempre
terão o pip valendo U$ 10.00 para o lote cheio, o lote de 1.00
Perda Máxima por Negócio - R (1.00) = 50 (pips) * 10 (USDs) = U$ 500.00
U$ 500.00 é exatamente o mesmo valor encontrado no cálculo que fizemos no

Exemplo 01.
Agora o Cálculo do LOTE a ser usado:
Fórmula Principal:
U$ 100.00 ÷ U$ 500.00 = 0,20 LOTES

0.20 será o lote/volume a ser utilizado para que o risco fique exatamente o
desejado.
269
EXEMPLO 02 - Compra de GBPUSD
- Risco: U$ 100.00
- Valor do Pip do GBPUSD: U$ 10.00
Aqui basta lembrar da regra que os pares com o dólar na segunda moeda sempre
terão o pip valendo U$ 10.00 para o lote cheio, o lote de 1.00
Perda Máxima por Negócio - R (1.00) = 80 (pips) * 10 (USDs) = U$ 800.00
U$ 800.00 é exatamente o mesmo valor encontrado no cálculo que fizemos no

Exemplo 01.
Agora o Cálculo do LOTE a ser usado:
Fórmula:
U$ 100.00 ÷ U$ 800.00 = 0,125 LOTES

0.12 ou 0.13 será o lote/volume a ser utilizado para que o risco fique PRÓXIMO
do desejado.
EXEMPLO 03 - Compra de USDCAD
- Risco: U$ 100.00
- Valor do Pip do USDCAD: É aqui que precisamos de atenção
270
Como o Valor do Pip para os pares não é fixo, o cálculo através desse método não
será exato, mas será aproximado. Para valores maiores de risco por operação, essa
forma de calcular gerará discrepâncias que podem prejudicar a escolha correta do
lote. Isso acontece pois na fórmula do Valor do Pip existe a variável da cotação, que
de fato muda constantemente. Então, a cada nova mudança de preço teremos um
novo valor de pip.
Há uma peculiaridade nos 4 pares a seguir, como ensinado na aula anterior.

- EURUSD
- GBPUSD
- AUDUSD
- NZDUSD
No caso dos pares acima, e qualquer outro com o USD na segunda moeda, o Valor
do Pip também varia a cada cotação. PORÉM, como você aprendeu no último
capítulo, ao final do cálculo é preciso converter para dólar, e isso é feito usando a
própria cotação do par. Com isso o valor será sempre fixo.
Eis os valores do pip para os 4 pares acima citados:
• 1 lote Standard (1.00): 1 pip vale 10 dólares

• 1 lote Mini (0.10): 1 pip vale 1 dólar
• 1 lote Micro (0.01): 1 pip vale 10 centavos de dólar ( U$ 0.10 - não confunda )
Por esse motivo, não irei estender muito as explicações dessa fórmula de cálculo,
pois o mais adequado é considerar a forma base ensinada até aqui, ela vai dar o
valor exato do risco, e o lote exato a usar.
EXEMPLO 04
Vamos para mais um exemplo, agora de um par cruzado, ou minor. Isto é,

trataremos do cálculo do lote em ativos SEM o USD presente no par.
Par: EURCHF
271

Fórmula:
O Risco Aceitável da Operação está descrito acima, foi estabelecido em 2% do

capital, ou seja U$ 100.00. E a Perda Máxima por Negócio deve ser calculada em
cima do LOTE CHEIO, o lote Standard, ou 100 mil unidades da moeda base, 100 mil
euros (EURs).
máxima por lote cheio.
Não esqueça!
ATENTE
Negócio precisa ser achada em dólares americanos.
272
Acontece que para o cálculo ficar exato, PRIMEIRO vamos calcular em CHFs, e
depois converter para USDs.
um lote cheio de EURCHF com a cotação inicial, ou seja, quanto custa 100 mil euros
a 1.33000?
Como estamos trabalhando com a EURO versus CHF, esse “preço de custo” tem que
ser em CHFs, pois estamos comprando EURs e pagando em CHFs.
Quanto vale, em CHFs, 100 mil euros?
Ou seja, para converter de EURs para CHFs, é só multiplicar pela cotação:
100 mil euros * 1.08000 = 108000.00 CHFs!!

EURs (Cotação INICIAL) CHFs
ATENÇÃO
Aqui o objetivo é verificar o CUSTO de comprar 100 mil euros, um lote cheio, e
PAGAR em francos suíços, já que o CHF é a moeda de cotação. Lembre-se, ao
comprar uma moeda, você está pagando na moeda inversa.
108 mil francos suíços (CHFs) é o valor para adquirir um lote de 100 mil euros com
essa cotação fornecida.
quanto vão valer 100 mil EURs com a cotação final da negociação. Isto é, se a
273
cotação desvalorizar 100 pips, então quanto valerá 100 mil euros com a nova
cotação?
100 mil euros * 1.07000 = 107000.00 CHFs!!

EURs (Cotação FINAL) CHFs
107 mil francos suíços (CHFs) é o Valor FINAL do Lote, e que será o valor recebido
ao final da negociação, quando o trader decidir encerrar sua posição no EURCHF.
108,000.00 CHFs - 107,000.00 CHFs = 1000.00 CHFs

CHFs a menos. Esses 1000 CHFs, portanto, são a Perda Máxima por Negócio - R

do LOTE, vamos converter os 1000 CHFs para USDs, moeda a
Para esse cálculo, precisarei recorrer a uma cotação diferente da do EURCHF. Se

quero verificar quantos USDs valem 1000 CHFs, então vou necessitar da cotação do
par de referência, ou seja, o par que envolva essas duas moedas. Esse par então
será o USDCHF.
A partir daqui introduzo o conceito de Par de Referência, que será bastante utilizado
para calcularmos o risco em pares cruzados. No exemplo do USDCAD, quando
queríamos transformar de CAD para USD, o par da operação era o próprio par de
referência, isto é, eu usei o próprio USDCAD do trade para calcular o valor dos
CADs em USDs.
Mas em pares cruzados, os que não têm o dólar na sua composição, precisarei
recorrer a ativos externos. No exemplo que estamos tratando, precisei sair do
âmbito do EURCHF, e ir buscar o par USDCHF para me ajudar nos cálculos.
E aqui também teremos aquela peculiaridade na conversão, pois em vez de

multiplicar, iremos dividir. E por quê?? Por causa da forma como são dispostas as
variáveis do par.
274
Dessa forma, para converter de CHFs para dólares temos o seguinte raciocínio:
Macete
Considerando o USDCHF cotado a 0.89000
1000 CHFs / 0.89000 = U$ 1,123.59 dólares americanos (USDs)
275
Esse então é o risco por lote cheio, ou seja, a Perda Máxima Por Negócio - R (1.00),
agora sim, a ser utilizada na fórmula.

standard, representado pelo número 1.00, então, você estaria arriscando perder
1000 CHFs, que equivalem a 1,123.59 dólares (USDs), na hipótese de o EURCHF cair
100 pips na cotação.
Vamos finalmente à fórmula para saber qual o lote a utilizar nas negociações.
Fórmula:
U$ 100.00 ÷ U$ 1123.59 = 0,089 LOTES de euros

Ou seja, apenas uma FRAÇÃO do lote, e nesse caso seria menos de 100 mil euros
(EURs), apenas 8,9% desse valor, logo seriam 8 mil e 900 euros para adquirir.
um risco maior e compra 9 mil euros, ou decide correr um risco menor e compra
apenas 8 mil euros, já que, como falei, não é possível comprar uma quantidade
“quebrada”.
8,000 EURs * 1.08000 = 8,640.00 CHFs

8,000 EURs * 1.07000 = 8,560.00 CHFs
Risco de perder apenas -80 CHFs ou 89.88 USDs ( 80 CHFs ÷ 0.89000 = 89.88 USDs)
276
9,000 EURs * 1.08000 = 9,720.00 CHFs

9,000 EURs * 1.07000 = 9,630.00 CHFs
Risco de perder apenas -90 CHFs ou 101.12 USDs ( 90 CHFs ÷ 0.89000 = 101.12 USDs)
U$ 101.12. Seria interessante, talvez, arriscar o valor de -U$ 101.12, já que é bem mais
próximo do valor desejável. Se usar o lote menor, estaria arriscando -U$ 11.12
dólares a menos que o inicialmente previsto.
IMPORTANTE - VARIAÇÃO NO VALOR DO RISCO
Aqui cabe uma consideração essencial. Ao final do trade no EURCHF, a cotação do

USDCHF, par de referência usado para conversão, muito provavelmente será outra e
não a do início (0.89000), dessa forma o valor do risco ficará variando.
Em outras palavras, ao fazer o cálculo do lote, levei em consideração a cotação do

USDCHF no momento da entrada no trade, que foi 0.89000, e esse será também o
valor que a corretora vai considerar para mostrar o risco assim que o trade for
aberto. Porém, conforme o preço do USDCHF for mudando enquanto a operação
no EURCHF estiver aberta, esse prejuízo também vai acompanhando a variação do
par de referência.
Se ao final do trade, quando o preço chegar ao Stop Loss, o preço do USDCHF

estivesse mais alto, significa que o dólar valorizou frente ao franco suíço, e assim a
perda seria MENOR. Sim, pois a perda no trade do EURCHF teria sido em FRANCOS,
e se ele desvalorizou frente ao dólar, a perda em dólar também diminuiu.
Agora se a cotação do USDCHF baixar, significa que o dólar desvalorizou e o CHF

ficou mais caro. Assim, a perda estipulada inicialmente ficou MAIOR. Pois, como
perdi em FRANCOS, e os francos ficaram mais caros, a perda também aumentou de
valor.
Tipo, imagine o USDCHF cotado a 0.91000, ou seja, dólar valorizou 2 centavos (200
pips) em relação ao CHF, comparado à cotação inicial de 0.89000, os cálculos
ficariam assim:
- Perda Máxima por Negócio (Lote Cheio): 1000 CHFs (Esse não mudou)
- Perda Máxima por Negócio (Lote utilizado de 0.09): -90 CHFs (Esse não mudou)
277
- Convertendo em dólares: -90 / 0.91000 = 98.90 USDs, que é menor que o risco
inicial de 101.12 USDs
Agora imaginemos o USDCHF cotado a 0.85000, ou seja, dólar desvalorizou 3

centavos (300 pips) em relação ao CHF, comparado à cotação inicial de 0.89000, os
cálculos ficariam assim:
- Perda Máxima por Negócio (Lote Cheio): 1000 CHFs (Esse não mudou)
- Perda Máxima por Negócio (Lote utilizado de 0.09): -90 CHFs (Esse não mudou)
- Convertendo em dólares: -90 / 0.86000 = 104.65 USDs, que é MAIOR que o risco
inicial de 101.12 USDs
Esse é o motivo pelo qual seu risco muda ao longo de uma operação, caso já tenha
percebido isso acontecer.
Nos pares com o dólar na segunda moeda (EURUSD, GBPUSD, AUDUSD, NZDUSD),
não há variação no risco visto inicialmente, e o risco final. Isso acontece porque já
no começo nós sabemos o valor do lote em DÓLAR.
Veja o caso do Exemplo 01, trade no EURUSD:

- Valor inicial do lote adquirido (20 mil euros): 20 mil * 1.15500 = 23,100.00 dólares
- Valor final do lote adquirido (20 mil euros): 20 mil * 1.15000 = 23,000.00 dólares
Ao fim do trade, no stop loss, a perda já estava calculada desde o início, e era de
100 dólares EXATAMENTE, independente da variação da cotação do par de
referência, que era o próprio EURUSD.
EXEMPLO 05
Agora você quer abrir um trade no AUDJPY, dólar australiano versus iene japonês.
Vamos mudar um pouco os valores dos exemplos anteriores, apenas para não
‘travar’ a mente em números fixos. E agora incluí aqui o JPY, iene japonês, para
podermos relembrar como é o cálculo envolvendo o pip para os pares com essa
moeda asiática.
Temos mais um exemplo de um par cruzado, ou minor. Isto é, trataremos do cálculo

do lote em um ativo SEM o USD presente no par.
Novos valores a usar:

Capital disponível para operar: U$ 2500.00 ( 2 mil e 500 dólares )
278
Par: AUDJPY
Cotação atual: 77.350 (Atente: são 77 ienes e 35 centavos e não 77mil e 350 ienes)
O ponto é usado no lugar da vírgula


Fórmula:
O Risco Aceitável da Operação está descrito acima, foi estabelecido em 1% do

capital, ou seja U$ 25.00. E a Perda Máxima por Negócio deve ser calculada em cima
do lote cheio, o lote Standard, ou 100 mil unidades da moeda base, 100 mil dólares
australianos (AUDs)
Vamos agora calcular quanto seria essa Perda Máxima por Negócio - R (1.00), ou
seja, perda máxima por lote cheio.
Não esqueça!
Fórmula para achar a Perda Máxima por Negócio - R (1.00):

ATENTE
279
Negócio - R (1.00) precisa ser achada em dólares americanos. Acontece que para o
cálculo ficar exato, PRIMEIRO vamos calcular em JPYs, e depois converter para
USDs.
um lote cheio de AUDJPY com a cotação inicial, ou seja, quanto custam 100 mil
dólares australianos a 77.350, pagando em ienes?
Como estamos trabalhando com a dólar australiano versus iene japonês, esse
“preço de custo” tem que ser em ienes, pois estamos comprando AUDs e pagando
em JPYs.
Quanto vale, em JPYs, 100 mil AUDs?
Ou seja, para converter de AUDs para JPYs, é só multiplicar pela cotação:
100 mil AUDs * 77.350 = 7,735,000.00 ienes!!

AUDs (Cotação INICIAL) JPYs
ATENÇÃO
Aqui o objetivo é verificar o CUSTO de comprar 100 mil AUDs, um lote cheio, e
PAGAR em ienes japoneses, já que o JPY é a moeda de cotação. Lembre-se, ao
comprar uma moeda, você está pagando na moeda inversa.
280
7 milhões e 735 mil ienes (JPYs) é o valor para adquirir um lote de 100 mil AUDs com
essa cotação fornecida.
quanto vão valer 100 mil AUDs com a cotação final da negociação. Isto é, se a
cotação desvalorizar 35 pips, então quanto valerão 100 mil dólares australianos com
a nova cotação?
100 mil AUDs * 77.000 = 7,700,000.00 ienes japoneses!!

AUDs (Cotação FINAL) JPYs
7 milhões e 700 mil ienes japoneses (JPY) é o Valor FINAL do Lote, e que será o
valor recebido ao final da negociação, quando o trader decidir encerrar sua posição
no AUDJPY.
7,735,000.00 JPYs - 7,700,000.00 JPYs = 35,000.00 JPYs

Repare que com a queda na cotação, o valor do lote standard passou a valer 35 mil
JPYs a menos. Esses 35 mil JPYs, portanto, são a Perda Máxima por Negócio - R

do LOTE, vamos converter os 35 mil JPYs para USDs, moeda a
Para esse cálculo, precisarei recorrer a uma cotação diferente da do AUDJPY. Se

quero verificar quantos USDs valem 35 mil JPYs, então vou necessitar da cotação do
par de referência, ou seja, o par que envolva essas duas moedas. Esse par então
será o USDJPY.
E aqui também teremos aquela peculiaridade na conversão, pois em vez de

multiplicar, iremos dividir. E por quê?? Por causa da forma como são dispostas as
variáveis do par.
281
Dessa forma, para converter de JPYs para dólares americanos temos o seguinte
raciocínio:
Macete
282
Considerando o USDJPY cotado a 104.000
35 mil JPYs / 104.000 = U$ 336.54 dólares americanos (USDs)
Esse então é o risco por lote cheio, ou seja, a Perda Máxima por Negócio - R (1.00),
agora sim, a ser utilizada na fórmula.

mil JPYs, que equivalem a 336.54 dólares (USDs), na hipótese de o AUDJPY cair 35
pips na cotação.
Vamos finalmente à fórmula para saber qual o lote a utilizar nas negociações.
Fórmula:
U$ 25.00 ÷ U$ 336.54 = 0,074 LOTES de AUDs

Ou seja, apenas uma FRAÇÃO do lote, e nesse caso seria menos de 100 mil dólares
australianos (AUDs), apenas 7,4% desse valor, logo seriam 7 mil e 400 euros para
adquirir.
Bom, não é possível comprar uma quantidade “quebrada”. Será preciso escolher
entre 0.07 e 0.08.
7000 AUDs * 77.350 = 541,545.00 JPYs

7000 AUDS * 77.000 = 539,000.00 JPYs
Risco de perder apenas -2545 JPYs ou 24.47 USDs ( 2545 JPYs ÷ 104.000 = 24.47 USDs)
283
8000 AUDs * 77.350 = 618,800.00 JPYs

8000 AUDS * 77.000 = 616,000.00 JPYs
Risco de perder apenas -2800 JPYs ou 26.92 USDs ( 2800 JPYs ÷ 104.000 = 26.92 USDs)

U$ 26.92. Seria interessante, talvez, arriscar o valor de -U$ 24,47, já que é mais
próximo do valor desejável. Se usar o lote maior, estaria arriscando U$ 1.92 dólares a
mais que o inicialmente previsto.
Lembrando que aqui também o valor do risco vai variar conforme a cotação do
USDJPY for mudando ao longo do trade aberto no ar negociado. Se ao final do
trade o preço do USDJPY estiver maior, significando força do dólar, e fraqueza do
iene, então a perda, que é em JPY, será amenizada, pois o iene desvalorizou nesse
tempo.
Já se o preço do USDJPY cair, mostrando fraqueza do dólar e força do iene, então a

perda do trade no AUDJPY, que será em JPY, vai aumentar, já que o iene estará
mais caro. Logo, perder em uma moeda que ficou mais cara, aumenta o prejuízo.
Mais alguns exemplos, um pouco mais diferente, sem as explicações, para você ir
treinando.
EXEMPLO 06
Compra de NZDCAD, cotado a 0.90000, previsão de risco em 50 pips.

Expectativa da perda: o par cair até 0.89500
Risco Aceitável da Operação: U$ 25.00
Perda Máxima por Negócio - R (1.00)

Quanto custa 100 mil NZDs em CADs no início
100 mil NZDs * 0.90000 = 90,000.00 CADs
Quanto custarão 100 mil NZDs em CADs ao final

100 mil NZDs * 0.89500 = 89,500.00 CADs
Perda Máxima por Negócio = 90,000.00 - 89,500.00 = 500 CADs
Perda Máxima por Negócio precisa ser em DÓLAR (USD - Moeda Base da Conta)
284
Par de referência: USDCAD

Cotação do USDCAD: 1.28000
500 CADs ÷ 1.28000 = 390.62 USDs
Perda Máxima por Negócio em USD: U$ 390.62
Fórmula:
LOTE = U$ 25.00 / U$ 390.62 = 0.064 lotes de NZDs no NZDCAD
Decisão: Adquirir o número de lotes inferior mais próximo, portanto comprar

lote/volume de 0.06 no NZDCAD
EXEMPLO 07
Compra de GBPJPY, cotado a 140.000, previsão de risco em 120 pips.

(Atente: são 140 ienes e não 140 mil - Isto é, 1 libra compra 140 ienes japoneses)
O ponto é usado no lugar da vírgula
Expectativa da perda: o par cair até 138.800 (140.000 - 1.200) - Lembre-se do PIP no
Iene (JPY)

Quanto custa 100 mil GBPs em JPYs no início
100 mil GBPs * 140.000 = 14,000,000.00 JPYs
Quanto custarão 100 mil GBPs em JPYs ao final

100 mil GBPs * 138.800 = 13,880,000.00 JPYs
Perda Máxima por Negócio = 14,000,000.00 - 13,880,000.00 = 120.000 JPYs
285
Par de referência: USDJPY

Cotação do USDJPY: 104.000
(Atente: são 104 ienes e não 104 mil - Isto é, 1 USD compra 104 ienes japoneses)
120.000 JPYs ÷ 104.000 = 1153.84 USDs
Fórmula:
LOTE = U$ 850.00 / U$ 1153.84 = 0.7366 lotes de GBPs no GBPJPY
Decisão: Adquirir o número de lotes superior mais próximo, portanto comprar

lote/volume de 0.74 no GBPJPY
Aqui vamos tirar a prova do risco, só para relembrarmos.
Ao comprar 74,000 GBPS no GBPJPY (Lote 0.74), paga-se no INÍCIO: 10,360,000.00

JPYs
74000 GBPs * 140.000 = 10,360,000.00
Ao vender 74000 GBPS no GBPJPY (Lote 0.74), paga-se no FINAL: 10,271,200.00 JPYs
74000 GBPs * 138.800 = 10,271,200.00
Uma diferença de -88,800.00 ienes (JPYs) - Esse é o risco da operação em JPYs
Em dólar USD seria -88,000.00 / 104.000 = -U$ 853.84

(Valor de perda superior a U$ 850.00, devido ao arredondamento de lote)
286
EXEMPLO 08
Compra de EURGBP, cotado a 0.90200, previsão de risco em 30 pips.

Expectativa da perda: o par cair até 0.89900
Perda Máxima por Negócio - R (1.00)

Quanto custa 100 mil EURs em GBPs no início
100 mil EURs * 0.90200 = 90,200.00 GBPs
Quanto custarão 100 mil EURs em GBPs ao final

100 mil EURs * 0.89900 = 89,900.00 GBPs
Perda Máxima por Negócio = 90,200.00 - 89,900.00 = 300 GBPs

Par de referência: GBPUSD

Cotação do GBPUSD: 1.34350
300 GBPs * 1.34350 = 403.05 USDs
Fórmula:
LOTE = U$ 15.00 / U$ 403.05 = 0.037 lotes de EURs no EURGBP
Decisão: Adquirir o número de lotes inferior mais próximo, portanto comprar

lote/volume de 0.04 no EURGBP
Aqui vamos tirar a prova do risco, só para relembrarmos.
Ao comprar 4000 EURs no EURGBP (Lote 0.04), paga-se no INÍCIO: 3608.00 GBPs
287
4,000 EURs * 0.90200 = 3,608.00 GBPs
Ao vender 4000 EURs no EURGBP (Lote 0.04), paga-se no FINAL: 3596.00 GBPs
4,000 EURs * 0.89900 = 3,596.00 GBPs
Uma diferença de -12 libras (GBPs) - Esse é o risco da operação em GBPs
Em dólar USD seria -12 * 1.34350 = -U$ 16.12

E COMO FUNCIONA NO CASO DAS VENDAS?
Até agora só tratamos das compras, para que pudéssemos absorver ao máximo o
conhecimento ao tratar da forma mais acessível à nossa mente. Agora que
compreendemos o processo, então trabalhar no “sentido contrário” não será tão
complicado de entender. A forma de cálculo é exatamente a mesma, e você verá
nos exemplos a seguir.
EXEMPLO 09 - Venda de EURUSD
Vamos supor que você visualizou uma oportunidade pelo seu sistema no par
EURUSD. Você viu que o preço desse ativo pode CAIR, e decide então fazer uma
VENDA. Logo, você estará vendendo euros e adquirindo dólares, como aprendido
no início do curso.
A cotação no momento da VENDA era de 1.21000.
Você visualizou que existia uma hipótese de esse preço subir 70 pips, isto é, a
cotação subir até 1.21700. Isso implica que cada euro valorizaria 70 pips da cotação,
logo, em vez de 1.21000 dólar por cada euro, será 1.21700 dólar por 1 euro.
Como você estaria VENDIDO nessa operação, o fato de a cotação SUBIR é ruim.
Lembra do início do curso? Em que ao operar vendido o trader deseja que a
cotação caia. Assim ele pode recomprar mais barato ao final, e ficar com um saldo
positivo na sua conta.
No caso de o EURUSD subir e alcançar 1.21700, você iria ACEITAR A PERDA e sair da
operação, finalizando o trade (na teoria estaria RECOMPRANDO os euros
VENDIDOS inicialmente, e pagaria em dólares um valor superior ao inicial, ou seja,
com prejuízo).
288
Esse é o já tratado STOP LOSS, o ponto, o preço exato onde o trader assume que
aquela operação não tem muitas chances de seguir a seu favor, e ali ele limita sua
perda, em vez de deixar em aberto e possivelmente perder todo o seu capital.
Lembre-se sempre disso: perder todo seu capital em uma operação NÃO pode ser
uma possibilidade. Por isso a importância de SEMPRE pré-definir o risco por trade.
Diante dessa situação, qual seria a quantidade de euros a VENDER, para que seu
trade estivesse adequado ao seu risco estipulado?
Lembra-se da fórmula para cálculo de risco em qualquer negócio? Mesmo para as

VENDAS, a fórmula será exatamente a mesma.
Fórmula:
A primeira variável é o Risco Aceitável da Operação, supondo ser em 2% do capital

de U$ 5 mil dólares, ou seja U$ 100.00. Agora precisaremos calcular a Perda Máxima
por Negócio - R (1.00), e que será calculada em cima do lote cheio. Como estamos
negociando no EURUSD, um lote standard seriam então 100 mil euros, pois o EUR é
a moeda que aparece primeiro em EUR/USD.
Vamos agora calcular quanto seria essa Perda Máxima por Negócio - R (1.00), ou
seja, perda máxima por lote cheio
Não esqueça!

Aqui vamos INVERTER o Valor Final e o Inicial, já que é uma operação de venda

289
Para sabermos o Valor INICIAL do Lote , precisamos encontrar quanto

RECEBEREMOS inicialmente pela VENDA de um lote cheio de EURUSD com a
cotação inicial, ou seja, quanto custa 100 mil euros a 1.21000?
Como estamos trabalhando com o EURO versus DÓLAR, esse “preço da venda” tem
Quanto vale, em DÓLARES, 100 mil euros?
Ou seja, para converter de euros para dólar, é só multiplicar pela cotação:
100 mil euros * 1.21000 = 121,000.00 dólares

(EURs) (Cotação INICIAL) USDs
121 mil dólares é o Valor INICIAL do Lote para RECEBER pela VENDA de um lote de
100 mil euros com essa cotação fornecida.
quanto vão valer 100 mil euros com a cotação final da negociação. Isto é, se a
cotação SUBIR os 70 pips previstos, então quanto valerá 100 mil euros com a nova
cotação?
100 mil euros * 1.21700 = 121,700.00 dólares.

(EURs) (Cotação FINAL) USDs
290
121 mil e 700 dólares é o Valor FINAL do Lote, e que será o valor A PAGAR ao final
da negociação, quando a posição no EURUSD for encerrada e houver a RECOMPRA
dos euros inicialmente vendidos.
U$ 121,700.00 - U$ 121,000.00 = U$ 700.00

(Valor FINAL) (Valor INICIAL) Perda Máxima por Negócio
Repare que com a ALTA na cotação, o valor do lote standard passou a valer 700
dólares A MAIS. Esses 700 dólares, portanto, é o que se pagaria para a corretora
além do que foi recebido inicialmente. Logo, esses 700 dólares são a Perda Máxima
por Negócio - R (1.00), a ser utilizada na fórmula.
Basicamente, caso você abrisse um trade e no Lote/Volume colocasse o lote

dólares (USDs), na hipótese de o EURUSD SUBIR 70 pips na cotação.
Agora que descobrimos a Perda Máxima por Negócio - R (1.00), vamos ao cálculo da
fórmula principal para calcular o lote a utilizar nas negociações.
Fórmula:
U$ 100.00 ÷ U$ 700.00 = 0,1428 LOTES de euros

Ou seja, apenas uma FRAÇÃO do lote, e nesse caso seria menos de 100 mil euros,
apenas 14,28% desse valor, logo, seriam 14 mil e 280 euros para adquirir.
Como não dá pra fracionar, ou o trader escolhe operar com 14 mil euros, ou então
com 15 mil. Os lotes seriam, respectivamente, 0.14 ou 0.15.
291
No momento de abrir o trade, no campo do LOTE ( “Volume” na maioria das

corretoras ), o trader colocaria 0.14 ou 0.15, e assim estaria negociando um valor
próximo do planejado.
E agora, como você já deve estar bastante afiado, vamos passar mais alguns
exemplos, sem toda a explicação já extensamente debatida nos exemplos anteriores.
EXEMPLO 10 - Venda de NZDCAD
VENDA de NZDCAD, cotado a 0.90000, previsão de risco em 50 pips.

Expectativa da perda: o par SUBIR até 0.90500

Quanto custa 100 mil NZDs em CADs no início
100 mil NZDs * 0.90000 = 90,000.00 CADs
Quanto custarão 100 mil NZDs em CADs ao final

100 mil NZDs * 0.90500 = 90,500.00 CADs


500 CADs ÷ 1.28000 = 390.62 USDs
Fórmula:
292
LOTE = U$ 25.00 / U$ 390.62 = 0.064 lotes de NZDs no NZDCAD
Decisão: VENDER o número de lotes inferior mais próximo, portanto vender

lote/volume de 0.06 no NZDCAD
Não sei se você reparou aqui, mas para operar no VENDIDO

com o mesmo tamanho de stop de uma COMPRA, o valor do
lote é EXATAMENTE o mesmo. Basta comparar esse Exemplo
10 com o Exemplo 06, onde mostrei uma compra no NZDCAD
com stop de 50 pips.
Isso facilita muitos as coisas, pois não precisaremos de cálculos diferentes para cada
direção. Já bastam tantas contas para fazer, então algo que venha a facilitar é
extremamente bem vindo.
EXEMPLO 11 - Venda de GBPJPY
VENDA de GBPJPY, cotado a 140.000, previsão de risco em 120 pips.
Expectativa da perda: o par SUBIR até 141.200 (140.000 + 1.200) - Lembre-se do PIP
no Iene (JPY)

Quanto custa 100 mil GBPs em JPYs no início
100 mil GBPs * 140.000 = 14,000,000.00 JPYs
Quanto custarão 100 mil GBPs em JPYs ao final

100 mil GBPs * 141.200 = 14,120,000.00 JPYs
Perda Máxima por Negócio = 14,120,000.00 - 14,000,000.00 = 120.000 JPYs

Par de referência: USDJPY

Cotação do USDJPY: 104.000
120.000 JPYs ÷ 104.000 = 1153.84 USDs
293
Fórmula:
LOTE = U$ 850.00 / U$ 1153.84 = 0.7366 lotes de GBPs no GBPJPY
Decisão: VENDER o número de lotes superior mais próximo, portanto vender

lote/volume de 0.74 no GBPJPY
E novamente, o Lote encontrado nesse Exemplo 11 é idêntico ao Lote

encontrado no Exemplo 07, onde foi efetuada uma COMPRA de
GBPJPY, pois o tamanho do stop era o mesmo daqui, isto é, 120 pips.
Aqui vamos tirar a prova do risco, só para relembrarmos:
Ao VENDER 74,000 GBPS no GBPJPY (Lote 0.74), recebe-se no início: 10,360,000.00

JPYs (74,000 GBPs * 140.000 = 10,360,000.00)
Ao RECOMPRAR 74,000 GBPS no GBPJPY (Lote 0.74), paga-se no final: 10,448,800

JPYs (74,000 GBPs * 141.210 = 10,448,800.00)
Uma diferença de -88,800.00 ienes (JPYs) - Esse é o risco da operação em JPYs
Em dólar USD seria -88,000.00 / 104.000 = -U$ 853.84

294
EXEMPLO 12 - Venda de USDCAD
VENDA de USDCAD, cotado a 1.28000, previsão de risco em 120 pips.

Expectativa da perda: o par SUBIR até 1.29200

Quanto custa 100 mil USDs em CADs no início
100 mil USDs * 1.28000 =128,000.00 CADs
Quanto custarão 100 mil USDs em CADs ao final

100 mil USDs * 1.29200 = 129,200.00 CADs


1200 CADs ÷ 1.28000 = 928.79 USDs
Fórmula:
LOTE = U$ 150.00 / U$ 928.79 = 0.1615 lotes de USDs no USDCAD
Decisão: VENDER o número de lotes inferior mais próximo, portanto vender

lote/volume de 0.16 no USDCAD
Aqui vamos tirar a prova do risco, só para relembrarmos:
295
Ao VENDER 16,000 USDs no USDCAD (Lote 0.16), recebe-se no início: 20,480.00

CADs (16000 USDs * 1.28000 = 20,480.00)
Ao RECOMPRAR 16,000 USDs no USDCAD (Lote 0.16), paga-se no final: 20,672.00

CADs (16000 GBPs * 1.29200 = 20,672.00)
Uma diferença de -192 dólares canadenses (CADs) - Esse é o risco da operação em

CADs
Em dólar USD seria -192 CADs / 1.29200 = -U$ 148.60 dólares americanos
(Valor de perda levemente inferior a U$ 150.00, devido ao arredondamento de lote
para baixo)
DEFININDO O RISCO USANDO O GRÁFICO
Vamos agora a alguns exemplos de trading no gráfico, e definição de risco. Para

isso usarei a estratégia do pinbar, mostrada em aula anterior.
EXEMPLO 13 - Venda no USDJPY
Na imagem acima vemos um pinbar de queda no USDJPY, que pode levar o preço
para baixo. Suponha que a estratégia aqui é entrar vendido um pouco abaixo do
pinbar. O stop loss ficaria levemente atrás do candle, acima da cauda. E o take profit
ficaria no suporte mais importante e mais próximo.
296
Como visto na imagem, os parâmetros de entrada, stop e take seriam os seguintes:

Entrada: 104.150
Stop Loss: 104.600
Take Profit: 103.250
Primeira coisa a saber é qual o risco assumido por operação, ou seja, qual o valor
máximo que se estaria disposto a perder. Esse será o risco do trade, e na fórmula
conhecida é a Risco Aceitável da Operação - R.
Vamos estabelecer esse risco do trade em U$ 70 dólares, por exemplo.
Fórmula
Vamos saber agora a Perda Máxima por Negócio - R (1.00). Passarei a fazer de um
forma ligeiramente mais simples, pois entendo que a essa altura o cálculo completo
já está bem assimilado por você.
Como é uma venda, vamos subtrair a cotação do stop da cotação da

entrada. Logo:
104.600 - 104.150 = 0.450 ou 45 pips (Lembre que estamos trabalhando com o JPY).
Stop Loss Entrada
Agora vamos multiplicar esses 45 pips do stop por 100 mil, que é o lote padrão do
Forex, o lote standard, representado pelo número 1.00.
0.450 * 100 mil = 45,000.00 ienes (JPYs)
45 mil é o valor arriscado nesse trade EM IENES, caso utilize o lote standard, 1.00
Agora vamos converter esses JPYs para dólares americanos.
297
Portanto, basta dividir os ienes pela cotação do par de referência, que por sinal é o
próprio USDJPY.
USD = 45 mil / 104.150 = 432.07 USDs
Nesse cálculo eu utilizei a cotação de entrada no trade, mas pode ser a cotação
atual do ativo.
Assim, encontramos a Perda Máxima por Negócio - R (1.00). Vamos colocar os

valores na fórmula para encontrarmos o lote dessa operação.
Fórmula
LOTE = U$ 70.00 / U$ 432.07 = 0.1620 lotes
298
0.1620 seria o lote a usar nesse trade para que o risco ficasse exatamente em 70
dólares. Porém, como não dá para usar valores quebrados, ou utilizamos 0.16 para
arriscar ligeiramente menos, ou usamos 0.17 para aumentar o risco. É prudente
arriscar nesse exemplo o lote de 0.16, já que está mais próximo de 0.1620 do que
0.17 está.
Ao final da operação, teríamos um take profit, como mostrado na imagem a seguir.
EXEMPLO 14 - Compra no NZDCAD
Na imagem acima vemos um engolfo de corpo, de alta, no NZDCAD, que pode

levar o preço para cima. Suponha que a estratégia aqui é entrar comprado próximo
da metade do engolfo. O stop loss ficaria levemente atrás do candle, abaixo da
mínima. E o take profit ficaria na resistência mais importante e mais próxima.
299
Os parâmetros de entrada, stop e take seriam os seguintes:

Entrada: 0.90150
Stop Loss: 0.89800
Fórmula
Cálculo mais simples: pega a entrada e o stop, e faz uma subtração do maior pelo
menor. Como é uma compra, então é Entrada - Stop Loss.
0.90150 - 0.89800 = 0.00350 ou 35 pips

Entrada Stop Loss
Agora multiplica por 100 mil (Lote 1.00):
0.00350 pips * 100 mill = 350 CADs
350 é o valor arriscado nesse trade EM CADs, utilizando o lote standard, 1.00
Agora vamos converter esses CADs para dólares americanos.
Par de Referência: USDCAD

USD = CADs / Cotação
300
USD = 350 / 1.27350 = U$ 274.83 Essa é a Perda Máxima por Negócio - R (1.00)
Fórmula
LOTE = U$ 30.00 / U$ 274.83 = 0.109 lotes
arriscar bem menos, ou usamos 0.11 para aumentar levemente o risco. Pode ser o
caso de arriscar nesse exemplo o lote de 0.11, já que está mais próximo de 0.109 do
que 0.10 está.
EXEMPLO 15 - Venda no USDCAD
Na imagem acima vemos um INSIDE BAR, em região de inversão

suporte/resistência, no USDCAD, que pode levar o preço para baixo. Suponha que a
estratégia aqui é entrar vendido um pouco abaixo da mínima da barra mãe. O stop
loss ficaria levemente atrás da máxima do padrão, acima dela. E o take profit ficaria
no suporte mais importante e mais próximo.
301

Entrada: 1.33150
Stop Loss: 1.34250
Fórmula
Cálculo mais simples, pega a entrada e o stop, e faz uma subtração do maior pelo
menor. Como é uma VENDA, então é Stop Loss - Entrada
1.34250 - 1.33150 = 0.01100 ou 110 pips

Stop Loss Entrada
0.01100 pips * 100 mil = 1,100.00 CADs
1,100.00 é o valor arriscado nesse trade EM CADs, utilizando o lote standard, 1.00
Agora vamos converter esses CADs para dólares americanos.
Par de Referência: USDCAD

USD = CADs / Cotação
USD = 1100 / 1.27350 = U$ 863.76 Essa é a Perda Máxima por Negócio - R (1.00)
302
Fórmula
LOTE = U$ 25.00 / U$ 863.76 = 0.0289 lotes
arriscar bem menos, ou usamos 0.03 para aumentar levemente o risco. Pode ser o
caso de arriscar nesse exemplo o lote de 0.03, já que está mais próximo de 0.0289
do que 0.02 está.
Ao final da operação, teríamos um take profit, como mostrado na imagem a seguir.

Nesse exemplo, o preço chegou a ir forte para baixo, e retrair de volta para a região
negativa. Uma abordagem sem interferências levaria mais tempo, mas pegaria o
take cheio. Caso o trader protegesse no breakeven, sairia no zero a zero. Mais sobre
essas abordagens na aula seguinte.
303
EXEMPLO 16 - Venda no GBPAUD
Na imagem acima vemos um PINBAR, em região de inversão suporte/resistência, no

GBPAUD, que pode levar o preço para baixo. Suponha que a estratégia aqui é
entrar vendido na metade do pinbar. Isto é, aguardaria o preço subir um pouco
para poder ativar a entrada, e só depois cair para ter o lucro. Se cair direto, não
entra no trade, mas se fizer o que é almejado, a relação risco/retorno ficará
excelente, e o stop muito bem posicionado, com um excelente espaço para o
mercado andar se for preciso. A entrada aqui é do tipo SELL LIMIT, como você
estudou em aula anterior, pois o preço de entrada da VENDA está ACIMA do preço
atual.
O stop loss ficaria posicionado atrás da máxima do pinbar, acima da cauda, e teria o
mesmo tamanho do pinbar, isto é, máxima - mínima do pinbar = tamanho do stop,
projetado para cima, além da entrada. O take profit ficaria no suporte mais
importante e mais próximo.

Entrada: 1.81900
Stop Loss: 1.82875
304
Fórmula
1.82875 - 1.81900 = 0.00975 ou 97,5 pips

Stop Loss Entrada
0.00975 pips * 100 mil = 975 AUDs
975 é o valor arriscado nesse trade EM AUDs, utilizando o lote standard, 1.00
Agora vamos converter esses AUDs para dólares americanos.
Par de Referência: AUDUSD

Cotação do AUDUSD: 0.74550
305
Lembrando:
USD = AUD * Cotação
USD = 975 * 0.74550 = U$ 726.86 Essa é a Perda Máxima por Negócio - R (1.00)
Fórmula
LOTE = U$ 200.00 / U$ 726.86 = 0.275 lotes
arriscar menos, ou usamos 0.28 para aumentar o risco. Pode ser o caso de arriscar
nesse exemplo qualquer um dos lotes, dependendo do apetite por risco. Se achar
que um pouco de risco a mais não afetará o emocional, pode arriscar 0.28. Mas se
quiser proteger fortemente o capital, pode ajustar o lote para menos, e usar 0.27.
306
Para saber a diferença entre um e outro, é simples.
Vender 0.27 de GBPAUD significa vender 27 mil GBPs
- Custo da Entrada: 27,000 GBPs * 1.81900 (Preço da venda) = 49,113.00 AUDs

- Custo da Saída/Stop: 27,000 GBPs * 1.82875 (Preço na recompra) = 49,376.25 AUDs
Diferença: 49,376.25 - 49,113.00 = 263.25 AUDs de prejuízo
Convertendo
USD = 263.25 * 0.74550 = U$ 196.25 (Esse é o prejuízo se usar o lote menor)
Vender 0.28 de GBPAUD significa vender 28 mil GBPs
- Custo da Entrada: 28,000 GBPs * 1.81900 (Preço da venda) = 50,932.00 AUDs

- Custo da Saída/Stop: 28,000 GBPs * 1.82875 (Preço na recompra) = 51,205.00 AUDs
Diferença: 50,932.00 - 51,205.00 = 273 AUDs de prejuízo
Convertendo
USD = 273 * 0.74550 = U$ 203.52 (Esse é o prejuízo se usar o lote maior)
Ao final da operação, teríamos um take profit BEM RÁPIDO, como mostrado na

imagem a seguir. E o preço ainda teria andado bastante a favor da queda.
307
Interessante notar que o preço teria passado do ponto de entrada o suficiente para
abrir a operação. Era a entrada perfeita.
EXEMPLO 17 - Venda no EURUSD
Na imagem acima vemos um PINBAR, em região de inversão suporte/resistência, no

EURUSD, que pode levar o preço para baixo. Suponha que a estratégia aqui é entrar
vendido um pouco abaixo do pinbar. Isto é, aguardaria o preço cair para poder
ativar a entrada. A entrada aqui é do tipo sell stop, como você estudou em aula
anterior, pois o preço de entrada da VENDA está ABAIXO do preço atual.
O stop loss ficaria posicionado na metade do pinbar, e teria aproximadamente o

tamanho da metade do candle. O take profit ficaria no suporte mais importante e
mais próximo. Aqui cabe avaliar se uma RR seria satisfatória, que é o assunto da
próxima aula.

Entrada: 1.13910
Stop Loss: 1.14450
308
Fórmula
1.14450 - 1.13910 = 0.00540 ou 54 pips

Stop Loss Entrada
0.00540 pips * 100 mil = 540 USDs
540 é o valor arriscado nesse trade JÁ EM DÓLARES, utilizando o lote standard, 1.00.
Repare como aqui nem precisamos converter, pois já achamos a Perda Máxima por
Negócio em USDs. Isso vai acontecer nos pares que tiverem o dólar como a moeda
de cotação, a segunda que aparece no nome do par.
Vamos direto para a fórmula.
Fórmula
LOTE = U$ 50.00 / U$ 540.00 = 0.0926 lotes
309
arriscar um valor levemente menor, ou usamos 0.10 para aumentar o risco. Pode ser
o caso de arriscar nesse exemplo o lote de 0.09, pois ele está mais próximo de
0.0926 do que o lote de 0.10 está.
Ao final da operação, teríamos um take profit bem rápido, como mostrado na

imagem a seguir. O preço chegou a passar do stop loss inicialmente, mas a
operação ainda estava pendente nesse momento, só sendo ativada quando o preço
caiu direto, não retornando mais para o stop loss antes de pegar no take.
É dessa forma que se calculam os riscos e os lucros no Forex.
Dica de Como Conseguir a Perda Máxima por Negócio -

R (1.00) na Plataforma
Agora que você já entende os conceitos, e já aprendeu como é feito o cálculo da

perda máxima para o lote de 1.00, posso te mostrar uma forma mais prática de
conseguir esse valor no seu dia-a-dia. Infelizmente as plataformas disponíveis não
trazem esse valor de forma prática, é necessário um macete para consegui-lo.
Tenha sempre uma conta demonstrativa aberta quando for operar, e faça o
seguinte: Antes de abrir a ordem real na sua conta verdadeira, vá na conta demo e
coloque um trade com os mesmos parâmetros da ordem que deseja abrir. Ou seja,
310
ponha uma operação com o mesmo valor de entrada e stop loss que pretende
incluir de acordo com seu planejamento. A diferença aqui é que você vai colocar
essa ordem na conta demo com o lote 1.00. Quando estiver com a negociação no
gráfico, vá até a linha do stop loss e posicione o mouse em cima dela. Irá aparecer
para você o valor do risco daquela operação, e esse número é exatamente a Perda
Máxima por Negócio - R (1.00) a ser utilizada na Fórmula já conhecida.
Esse procedimento é muito fácil de conseguir na plataforma Metatrader, na qual

você terá um tutorial completo nesse livro de como operar. Basta seguir essa dica
simples, e você terá em mãos a variável da fórmula que você precisa, pois o “R” é
seu risco escolhido, esse você sempre tem que saber. Assim, ao dividir seu “R” pelo
número conseguido na conta demo, R (1.00), você ficará sabendo qual lote usar na
sua operação. Essa dica já ajudou inúmeras pessoas depois que eu a trouxe ao
mundo do trading, e tem sido uma ‘mão na roda’ na hora de operar.
CUIDADO COM O RESULTADO EM PIPS
Vejo muita gente contando os resultados em pips, fazendo seus fechamentos

mensais, semanais ou mesmo diários em “pips conquistados”. Você verá nessa parte
porque é tão errado pensar dessa forma.
O real resultado deve ser considerado em variação monetária, seu lucro em dinheiro
em relação a seu patrimônio. Isto é, não importa quantos pips você fez, importa
quanto você ganhou comparado ao total de seu patrimônio. Até em relação ao
capital depositado é uma forma inadequada de fazer essa relação, mas isso fica
para momento posterior. Agora vamos tratar de resultado em pips versus resultado
em valor.
Vamos supor a seguinte situação: um determinado trader teve 10 oportunidades

mostradas pela sua estratégia, e todas foram abertas. A relação risco/retorno
utilizada foi fixa para todas as operações, sendo de 1:2. Ou seja, em cada trade o
resultado só pode ser stop loss ou take profit. Dessa forma, imaginando que o risco
311
foi de -U$ 100.00 dólares por operação, com potencial ganho de +U$ 200.00 por
trade, os resultados de cada operação ou seria uma perda de 100 USDs ou um
ganho de 200 USDs.
Vamos aos trades. Abaixo a lista das operações, sem dizer se foram lucrativas ou
não, é a lista de trades com seus tamanhos de stop e take apenas. As listas com os
resultados estarão em cores logo em seguida.
1 - SL: 50 pips / TP: 100 pips

2 - SL: 130 pips / TP: 260 pips
8 - SL: 100 pips / TP: 200 pips
10 - SL: 150 pips / TP: 300 pips
Vamos verificar 3 diferentes situações.
PRIMEIRA SITUAÇÃO: O trader teve 5 ganhos e 5 trades negativos, sendo os

resultados estes mostrados abaixo:
1 - TP: +100 pips / +US 200.00

2 - TP: +260 pips / +US 200.00
3 - SL: -40 pips / -U$ 100.00
4 - SL: -70 pips / -U$ 100.00
5 - SL: -60 pips / -U$ 100.00
6 - TP: +160 pips / +US 200.00
7 - SL: -55 pips / -U$ 100.00
8 - TP: +200 pips / +US 200.00
9 - SL: -45 pips / -U$ 100.00
10 - TP: +300 pips / +US 200.00
Com o resultado, o saldo líquido foi um lucro de +U$ 500.00 dólares, já que o
ganho bruto foi de U$ 1,000.00 e a perda foi de -U$ 500.00. O resultado em pips foi
de +750, positivo também, pois foram ganhos 1020 pips brutos, e perdidos -270.
312
Talvez você pense que isso é natural, afinal, se houve lucros no final, o saldo de pips
é positivo. Logo, imagina-se que quando alguém conta os pips conseguidos e
mostra um saldo positivo, EM PIPS, é de se concluir que seu resultado foi lucrativo,
certo? Errado!!
Agora vou te mostrar mais duas situações, onde isso NÃO vai acontecer.
SEGUNDA SITUAÇÃO: O trader teve 4 ganhos e 6 trades negativos, sendo os

1 - TP: +100 pips / +US 200.00

2 - SL: -130 pips / -U$ 100.00
3 - TP: +80 pips / +US 200.00
4 - SL: -70 pips / -U$ 100.00
5 - SL: -60 pips / -U$ 100.00
6 - SL: -80 pips / -U$ 100.00
7 - TP: +110 pips / +US 200.00
8 - SL: -100 pips / -U$ 100.00
9 - TP: +90 pips / +US 200.00
10 - SL: -150 pips / -U$ 100.00
Com o resultado, o saldo líquido foi um lucro de +U$ 200.00 dólares, já que o
ganho bruto foi de U$ 800.00 e a perda foi de -U$ 600.00. O resultado em pips, por
outro lado, foi NEGATIVO em -210!
Veja o que houve aqui, apesar de o saldo final ter sido um ganho, o resultado em
pips foi uma perda. E por que isso aconteceu? A explicação se dá através dos
valores variáveis de tamanho de stop loss (SL) e take profit (TP). Algumas operações
tiveram stop mais longo, enquanto outras o stop foi mais curto. O mesmo para o
TP, já que era o dobro do SL para todos os trades.
Agora sabe o que é mais curioso? A terceira situação.
TERCEITA SITUAÇÃO: O trader teve 3 ganhos e 7 trades negativos, sendo os

1 - SL: -50 pips / -U$ 100.00

2 - TP: +260 pips / +US 200.00
3 - SL: -40 pips / -U$ 100.00
4 - SL: -70 pips / -U$ 100.00
313
5 - SL: -60 pips / -U$ 100.00

6 - SL: -80 pips / -U$ 100.00
7 - SL: -55 pips / -U$ 100.00
8 - TP: +200 pips / +US 200.00
9 - SL: -45 pips / -U$ 100.00
10 - TP: +300 pips / +US 200.00
Sabe qual foi o resultado? Um PREJUÍZO de -100 dólares, já que o ganho bruto
(+U$600.00) não superou a perda (-U$ 700.00). Aqui nada demais, já que você sabe
muito bem que perder é absolutamente normal, ainda mais com uma amostra tão
pequena como 10 operações.
O maior problema vem agora. Imagine que o trader que teve esse resultado conte
seu resultado EM PIPS.
Vamos ao resumo.
Operações lucrativas: Total de +760 pips

Operações perdedoras: Total de -400 pips
Saldo final EM PIPS: +360 pips ( 760 - 400 )
Sim, meus amigos, esse trader contou seu resultado em pips e tem a “falsa
impressão” que teve lucros, já que seu saldo nessa métrica mostrou-se positivo.
Porém, como pode ser visto claramente no resultado, o valor final foi um prejuízo
de -U$ 100 dólares!
Por que estou te mostrando isso? Por dois motivos:
1 - Aprenda contar seus resultados em valores/percentual do patrimônio, não em

pips. Contar pips serve para calcular tamanho de stop, valor de pip, entre outras
coisas relacionadas a gerenciamento. Mas para verificar seu resultado, conte em
valores e percentual de seu capital, NUNCA em pips!
2 - Para que você fique atento a pilantras que te mostram resultados em pips, ou
pontos, e querem passar por traders consistentes. Essa é uma tática que os mais
iniciantes não percebem, pois acreditam que se o “mentor” ganhou mais pips do
que perdeu, ele saiu lucrativo. Como ficou provado acima, isso está bem longe da
verdade
314
Já vi casos em que o trader operava sem stop, o que já é um tremendo erro, e fazia
o seguinte: sempre que a operação ia favor, ele fechava com um take profit curto.
Porém quando o preço ia contra, então ele começava a fazer o que se chama nesse
meio (inescrupuloso, por sinal) de “GRID”! É a técnica conhecida por “Fazer preço
médio”, que é ir abrindo novas ordens conforme o preço vai contra sua posição, e
assim o preço médio de aquisição/venda de determinado ativo vai se aproximando
mais e mais do preço atual. Dependendo da forma como é feita, também pode ser
um “Martingale”, outra monstruosidade.
A ideia aqui é acreditar que “uma hora o preço vai voltar”, (falei que isso é uma
mentira, na aula 11) e pensando nisso, assim que o preço fizesse um movimento,
ainda que leve, a favor do trade, a operação era fechada com um take profit curto,
apenas para garantir a operação.
O resultado era que vários e vários trades ficavam positivos, mas com um valor
baixo de ganho, pois o take era curto. Mas somando-se os pips (ou pontos), como
eram muitos trades assim, a soma acabava ficando significativa, isto é, o resultado
em pips era bem alto. O problema é quando vinha a inevitável perda.
Como o trader ia baixando seu preço médio, ajustando a cada nova entrada,
aumentando a perda por segurar uma situação insustentável, quando o preço
chegava a um patamar em que o lote utilizado já estava alto demais, e a perda
bastante significativa, o trader fechava a operação, assumindo um prejuízo bem
superior à média de ganhos nos takes curtos. E como o preço médio ficava cada vez
menor, ou seja, como o ponto de entrada se aproximava cada vez mais do preço
atual, a perda em pips era pequena! Mas a perda em valor era MUITO ALTA!
Como você pode imaginar, com essa estratégia fajuta o saldo em pips fica positivo,
mas o saldo em valores fica negativo, pois os pequenos ganhos, ainda que muitos,
não superam as perdas de grande valor. Aí o “mentor” se apresenta como trader
top, profissional e consistente, “”provando”” um resultado EM PIPS, quando na
verdade sua perda foi superior ao lucro conseguido, e assim seu resultado foi
prejuízo, e não lucros. Fique esperto com esse tipo.
CONCLUSÃO
Nessa aula você aprendeu o conteúdo MAIS IMPORTANTE para toda a sua
trajetória como trader. E não poupo palavras para dizer como é CRUCIAL você
saber esse assunto e dominar essa parte do estudo por completo.
315
Não esqueça, já existem ferramentas que calculam isso automaticamente, mas é

PRECISO que o trader conheça a sistemática, e se torne um MESTRE nesse assunto.
Um trader que não conhece de cálculo de lote não pode se declarar experiente,
muito menos um trader de sucesso. Traders de sucesso são ótimos
GERENCIADORES DE RISCO!
Me mostre um trader que sabe calcular o lote adequado ao seu risco pré-
determinado, que te mostrarei alguém com capacidade para ter ótimos
rendimentos no Forex. Mas me apresente alguém que não sabe como definir seu
risco adequadamente, e te mostrarei uma pessoa que só está brincando de ser
trader.
Antes de finalizar essa aula, quero que você lembre de uma frase muito importante
dita no capítulo anterior, e que será essencial em aulas futuras. E como aqui foi
ensinado especificamente sobre definição de risco, ela também cabe muito bem
nesse contexto.

definição.
Como prometi, vou te passar uma ferramenta muito boa para esse cálculo. Trata-se
de uma planilha em que basta colocar o par operado, o valor do risco que você
quer assumir, valor de entrada e stop da operação, que ela te dá automaticamente
o LOTE/VOLUME a negociar.
Você pode fazer o download dessa ferramenta no site abaixo, na parte de planilhas.
www.eusoutraderinvestidor.com
É importante que use essa ferramenta com conhecimento e inteligência. E
principalmente, tome SEMPRE cuidado na hora de definir o seu risco, e calcular o
lote correto de cada operação. Você não imagina como pode ser desastroso errar o
volume de um trade se fizer alguma besteira. Basta pensar se acontecer de trocar
0.50 por 50.0 na hora de colocar uma operação no mercado. Agora imagine fazer
isso a mercado, quando não dá tempo de corrigir o erro.
Esse último problema pode ser regulado se você NUNCA abrir ordens a mercado,
que é um equívoco grande por parte da maioria dos traders. Ao abrir ordens
316
pendentes, caso esse ou outros erros aconteçam, dá tempo de consertar. Mas a

mercado, uma vez lançada a ordem, já era, não dá pra voltar a trás.
Por agora, ao aprender e dominar essa aula, você pode se considerar como um dos
pouquíssimos traders que são MESTRES em gerenciamento de risco, e te dou meus
PARABÉNS com muito orgulho.
Você é fera!
317

CAPÍTULO 15
O SEGREDO DOS
VENCEDORES
318
CAPÍTULO 15 – O SEGREDO DOS VENCEDORES
Não há título melhor para esse capítulo, pois aqui de fato eu vou te apresentar
aquilo que faz os traders consistentes ganharem dinheiro. Nessa aula você
aprenderá o grande segredo que faz o patrimônio aumentar significativamente no
longo prazo. Fique ligado, pois o conteúdo dessa aula será bem impactante.
Após uma aula complexa como a última, e depois de você ter aprendido que saber
definir o risco é o mais importante no trading, talvez paire pela sua cabeça a
pergunta: Se aqui está o segredo dos vencedores, para que eu estudei tanto sobre
lote e risco?
Aqui, meu nobre colega, será passado algo que só é possível aprender se já souber
calcular o lote e definir o risco. Mesmo que nesse assunto da aula não tenha muito
do conteúdo da aula anterior, sem gerenciar o risco adequadamente não seria
possível sequer tentar colocar esse segredo em prática.
Basicamente, todas as aulas de gerenciamento de risco até aqui ensinadas são para
poder permitir você respirar no mercado! Do que adianta conhecer as melhores
estratégias, saber o segredo dos vencedores, se quando for operar te faltar
oxigênio?
319
Saber definir o risco adequadamente é o que nos mantém vivos no mercado

financeiro. Assim, seu capital permanecerá respirando, e respirando bem, mesmo
durante os períodos ruins. Aqueles que falham na administração de seus riscos,
perdem seu patrimônio, ou sofrem terríveis baixas, sem que seja possível usufruir
dos períodos bons no mercado.
Já os que souberam usar os lotes certos para as operações, sabendo da importância

de sempre arriscar pouco, esses se manterão vivos, ativos, consistentes, mesmo
diante das mais perversas fases que se possa passar.
Imagine que seu capital é sua munição, e o trading é a batalha que você precisa
enfrentar; se não souber usar sua munição adequadamente, logo ficará sem balas
para permanecer na luta. Aqueles que conseguirem gerenciar bem seus recursos
têm mais chances de vencer a guerra ao permanecer nela por mais tempo.
Meu intuito nesse livro é deixar você absolutamente consciente da necessidade de

gerenciar seu risco de forma correta e também passar para você as chaves do
sucesso daqueles que de fato ganham dinheiro no mercado. Ao aprender e aplicar
esses conhecimentos, você virá e fará parte também desse seleto grupo dos
vencedores no trading.
O GRANDE SEGREDO
Sem mais delongas, entre as principais chaves para o sucesso no trading, a mais
importante é sem dúvidas a relação Risco/Retorno. É através dessa belezinha que
você fará seu capital aumentar ao invés de diminuir e possivelmente acabar.
Risco/Retorno, também chamado de Risco/Recompensa, é a forma de relacionar a

quantidade arriscada por operação, com o objetivo de lucro. Isto é, quanto de
ganho você projeta na operação em relação ao risco assumido. Vamos a um
exemplo bem simples.
Se eu quero arriscar 50 dólares em uma operação, e eu tenho como objetivo

ganhar 100 dólares, então a minha relação de risco/retorno é de 1:2. Para cada 1
dólar arriscado, eu pretendo ganhar 2 dólares.
Se fôssemos colocar em forma matemática, a relação seria dada por:
320
Esse 1:2 significa que para cada 1 dólar arriscado, o trader está objetivando ganhar 2
dólares. Logo, isso mostra que seu objetivo de lucro é duas vezes maior que o seu
risco, é o dobro. Essa é uma ótima relação de R/R (Risco/Retorno). Em termos
matemáticos, essa fração de 1/2 mostra que o risco é metade do ganho, exatamente
como a fração indica (1/2).
Algumas pessoas, para se referir a essa relação, pode ser que mencionem “2:1” ou
então “dois pra um”, na tentativa de dizer que buscam o dobro. Não é errado, mas
é bom que fique claro que nesse caso é uma relação de Retorno/Risco. Ouço
sempre isso nos grupos que tenho e administro, e muitas pessoas que vêm tirar
dúvidas também têm esse hábito. O importante aqui é que você entenda a
GIGANTESCA importância de que deve SEMPRE buscar um lucro acima do valor
arriscado.
Nessa aula teremos alguns exemplos práticos no gráfico, de como seria essa
relação, como fazer para trabalhar com esse valor, e assim obter lucros consistentes
no longo prazo.
GANHANDO APESAR DAS PERDAS
No trading, como você viu na primeira aula dessa parte de Gerenciamento de Risco,
o grande e maior princípio é o da INCERTEZA no mercado. Não sabemos em
nenhum momento o que o preço fará a seguir, isso é totalmente aleatório, visto que
tudo é possível. Dessa forma, é natural imaginar que teremos perdas (embora
muitos ainda não assimilem essa ideia).
Sim, meu jovem aprendiz, você vai ter perdas, e muitas! Não é para te desanimar,
apenas te mostrar desde agora a realidade do trading. Mas não quero dizer que
você vai perder dinheiro no total, o que quero dizer é que entre várias operações
321
que você fizer, em várias delas você vai perder, mas também em várias outras você
vai ganhar.
O grande segredo dos vencedores está em quando ganhar, ganhar mais do que
quando perder. Isto é, nas operações positivas, o lucro representa um valor maior
do que aquele perdido nas operações com prejuízo. Ao verificar relatórios de
operações de vários traders ao longo dos anos, me deparei com muitos que se
diziam consistentes, mas a média de ganho era uma valor inferior à média de
perdas. Esses relatórios, apesar de mostrarem um saldo positivo, nunca se
mantiveram consistentes, e os supostos traders lucrativos que os apresentaram, um
a um iam saindo do mercado.
Sim meu amigo, se você tentar procurar alguém que ganhou dinheiro no mercado
ao longo dos anos arriscando um valor maior do que aquele que pretende lucrar,
não terá uma tarefa fácil. Na verdade, você passará a vida buscando, sem encontrar.
Entenda, desde agora, esse conceito crucial, que é um dos princípios fundamentais
do trading de sucesso, a serem estudados ainda nesse livro.
Só tem sucesso no trading quem usa uma relação de

risco/retorno acima de 1:1. Sendo os mais lucrativos aqueles
que buscam no mínimo 1:2.
Com alguns exemplos vou provar para você como é possível ganhar dinheiro no
mercado apesar das perdas.
Imagine que você tenha uma estratégia que ganha em 40% das vezes, isto é, em
40% das suas operações você obtém lucros. As 60% restantes são perdas,
operações que geraram prejuízo ao invés de ganhos. Suponhamos que após um
ano inteiro de trading, você abriu 200 operações.
Supondo que o risco por operação ficou definido inicialmente que seria 100 dólares
por trade, ou seja, as operações negativas gerariam um prejuízo de -U$ 100.00. Já
para a projeção de ganho, a estratégia aqui será buscar SEMPRE um lucro de 2
vezes o valor arriscado, ou seja, uma RR de 1:2 foi o planejado para toda e qualquer
operação. Logo, quando uma operação é aberta, só há dois resultados possíveis:
- Perder -U$ 100.00
- Ganhar +U$ 200.00
Operações lucrativas: 40% de 200 = 80 trades positivos

Operações com prejuízo: 60% de 200 = 120 trades negativos
322
Cálculo do Resultado:
Operações lucrativas: 80 * U$ 200.00 = U$ 16,000.00 (Lucro bruto)
Operações com prejuízo: 120 * (-U$ 100.00) = -U$ 12,000.00 (Prejuízo total)
Resultado líquido: U$ 16,000.00 - U$ 12,000.00 = U$ 4,000.00
Isso significa que após 200 operações, com uma RR de 1:2, com 40% de taxa de
operações lucrativas, o resultado foi um ganho líquido de +U$ 4,000.00 dólares.
Sim, com 120 PERDAS, com 120 trades negativos, ainda assim foi possível ter lucros,
e lucros consideráveis. Se tivesse começado o ano com U$ 10 mil dólares, com esses
U$ 100 dólares do risco representando 1% de seu capital arriscado a cada trade, ao
final do ano o resultado seria um lucro de +40%! Um GRANDE resultado! Caso o
risco fosse de 2% do capital, U$ 200 arriscados por trade, então o resultado ao final
do ano seria de +80%! Claro, maior risco gera potencial de maiores perdas, e
embora isto não implique mudança no cenário final com a taxa de operações
lucrativas em 40%, arriscar mais por operação faz com que o drawdown, o
rebaixamento máximo do saldo, possa ser significativo.
Viu agora como é que se ganha apesar das perdas? Quem te disser que dá para
ganhar no trading sem passar por prejuízos, ou te afirmar que é possível ganhar
dinheiro com “100% de acerto”, essa pessoa não sabe de nada do que está falando,
é um amador tentando iludir os ingênuos. Toda estratégia vai ter sua taxa de trades
com prejuízo, mas também sua taxa de trades lucrativos. Cabe a cada um decidir
sempre buscar um lucro maior quando ganhar, do que o limite de perda pré-
estabelecido por operação.
Veja abaixo a taxa de operações lucrativas mínima para sair no lucro com as
respectivas relações de risco/retorno.
- R/R 1:1 - 50% das operações, mais 1

- R/R 1:2 - 1 terço das operações, mais 1
- R/R 1:5 - 1 sexto das operações, mais 1
323
ONDE QUERO CHEGAR?
Para ser um vencedor consistente e obter lucros nesse mercado, não precisamos ter
uma alta taxa de trades lucrativos, mas precisamos ter sim um excelente
gerenciamento de risco. Uma relação risco/recompensa boa, de no mínimo 2x o
risco, já coloca as probabilidades a nosso favor.
E já que não precisamos lucrar em muitos trades, não devemos sentir uma
perda quando ela inevitavelmente acontecer. Pois sabemos que apesar do prejuízo,
os lucros compensarão. O importante é se manter firme a uma estratégia ao longo
dos anos, para poder dar tempo a ela de mostrar que funciona.
Considerações finais sobre taxa de operações lucrativas
Primeiramente evite falar "Taxa de Acerto".
No trading há um princípio fundamental que diz que: só fica caracterizado se o

trader acertou ou errou em relação a ter ou não executado seu planejamento à
risca. Então, a "taxa de acerto" de um bom trader tem que ser 100%. Ou seja, um
trader que se considere profissional precisa sempre executar seu planejamento à
risca. Ainda que uma ou outra falha possa ocorrer, seu objetivo deve ser buscar
100% de acerto, isto é, 100% de disciplina ao seguir o planejamento.
Porém, uma taxa de operações lucrativas considerada boa é bem menor do que
ouvimos por aí. Uma que fique entre 35% e 60% é ótima, pois mostra que o trader
terá lucros. Isso, claro, se usar sabiamente a relação Risco/Recompensa.
Se você tiver uma estratégia que já te mostrou que ganha em pelo menos 50% das
vezes, e sua relação de risco é de pelo menos 1:2, fique sossegado e mantenha a
pegada. No longo prazo você não só estará entre os vencedores, como terá
alcançado um grande patrimônio.
Preocupe-se em seguir sua estratégia, com uma disciplina sólida, mantendo sua
mentalidade de trading, aquela que afirma que será "devagar e sempre, pouco a
pouco, que se chega lá". Lembre-se da tartaruga e da lebre. A lebre afobada partiu
a toda velocidade fazendo a tartaruga comer poeira na largada. Mas ela se sentiu
auto confiante em excesso, parando para dar um cochilo. A tartaruga permaneceu
"devagar e sempre", sem afobação, firme, constante, um passo de cada vez. O final
da fábula vocês sabem.
324
Vocês facilmente podem perceber aqui quem se enquadra como lebre, e quem
como tartaruga. O iniciante afobado, querendo ganhar muito dinheiro
rapidamente, abre muitas operações em um único dia, quer estar "no mercado",
não quer perder nenhuma "oportunidade"; quando tem lucro, ganha pouco;
quando perde, deixa a operação aberta tempo demais e perde muito; é teimoso;
opera com lotes incompatíveis com seu capital, pensando que pode vencer a
corrida facilmente.
Já o operador disciplinado, com mão leve na hora de definir o risco e ajustar o lote,
deixando passar inúmeras ""oportunidades"", porque não se enquadram no seu
sistema, passa dias sem operar, quando opera, é pouco. Quando ganha, ganha
muito. Quando perde, perde pouco. Protege seu capital com gerenciamento, e sabe
que se continuar assim, ganha a corrida tranquilamente.
Sejamos como a tartaruga. Podemos aparentemente "comer poeira" na largada,

mas com o tempo veremos as lebres boquiabertas, se perguntando o que
aconteceu.
Para finalizar esse início e partirmos para a prática, vou reafirmar isso em letras
garrafais para você nunca mais esquecer.
O grande segredo dos vencedores está em quando ganhar,

ganhar mais do que quando perder.
Isto é, nos trades que derem certo e você obtiver lucros, você precisa ganhar um
valor maior do que aquele que você arriscou no momento de abertura da ordem.
Eu vou um pouco mais além, para que não gere certa confusão daqui a algumas
páginas. Em todos os trades que abrir na sua trajetória, seu objetivo de lucro deve
ser maior que o seu risco assumido.
POLÊMICA
Essa última frase do parágrafo anterior difere da primeira pois ela abre a
possibilidade de ganhar menos do que arrisca em algumas operações. Sim, ao dizer
que o objetivo é ganhar mais, eu abro interpretações para que algumas vezes possa
ocorrer de o lucro conseguido ser inferior ao risco inicial, mas o objetivo de ganho
inicial, esse sim, é obrigatório para seu sucesso que ele seja superior ao risco
assumido. Sem exceções.
Trocando em miúdos, o trader de sucesso NUNCA entrará em uma operação na

qual ele tenha como meta um ganho inferior ao risco inicial. Ele até pode acabar
325
ganhando menos, mas seu objetivo é ganhar mais. Quando digo “ele até pode
acabar ganhando menos” me refiro ao fato de que não é o trader quem deve
decidir encerrar uma operação com menos do que arriscou, mas sim o mercado
tirá-lo da operação, devido a seu movimento natural. Você verá mais sobre isso
daqui a pouco. Por agora já vá colocando em sua cabeça que toda negociação tem
que ter um objetivo de lucro, e esse objetivo tem que ser superior ao risco inicial da
operação.
Algumas pessoas insistem em afirmar que “tudo depende do seu perfil operacional”, e
com base nessa afirmação fajuta, tentam justificar o fato de que seja possível ser
consistente arriscando mais do que o objetivo de lucro. Dessa forma assumem as
mais inadequadas relações de risco/retorno. Já vi traders arriscarem 10, 20, 30% do
capital, na busca de ganhar migalhas como 0,5 ou 1%. Muitos desses fazem isso em
nome de uma equivocada “Meta Diária”, outro grande problema.
O foco desses péssimos operadores é acreditar que devido às normais oscilações do

mercado, o melhor para eles seria estabelecer um risco grande, e então pegar o
mercado quando ele der qualquer que seja o lucro. Isso é errado, e pernicioso.
VAMOS PARA A PRÁTICA
Vamos ver na prática como estabelecer e calcular uma boa relação risco/retorno.
Imagine que você vai operar no EURUSD, uma ordem de compra, pois entende que
o ativo pode ter sua cotação valorizada. Suponha o preço inicial do EURUSD em
1.21000 e sua expectativa de perda é que, SE o preço cair até 1.20500 você encerra a
operação.
A essa altura você já percebeu que a PRIMEIRA coisa a se fazer em uma operação
não é pensar em quanto pode ganhar, mas sim pensar em quanto pode PERDER. É
assim que profissionais fazem. Amadores e perdedores entram em trades pensando
incialmente nos seus alvos, e só depois vão pensar no risco. Isso é trágico.
Tendo feito essa projeção de risco, você calculou que seu stop loss ficaria 50 pips
atrás do ponto de entrada, pois:
1.21000 - 1.20500 = 0.00500 (50 pips)

Entrada Stop Tamanho do Stop
Esses 50 pips, como disse, é o tamanho de seu stop loss. Quero que você guarde
bem na memória a importância dessa definição: saber o tamanho do stop é tão
crucial quanto saber prender a respiração em baixo d’agua. Não tem como
326
sobreviver se tentar respirar abaixo dela, da mesmíssima forma, não tem como
sobreviver no trading sem saber qual o tamanho de seu stop loss.
Na aula anterior você viu que para escolha do lote adequado é essencial saber esse
valor do stop, pois sem ele você não saberá calcular a Perda Máxima por Negócio
(Por lote cheio, 1.00), tão debatida na última aula.
Então, se seu stop é de 50 pips, (ou seja, se você perder nessa operação, sua perda
será de 50 pips), então qual o valor, em pips, a buscar como objetivo para que você
tenha uma relação de risco/retorno interessante, boa, adequada?
Como você viu, nunca um trader deve buscar um objetivo de ganho inferior ao
valor arriscado, logo, no mínimo (e mesmo assim não é aconselhável) o trader
poderia buscar uma relação de 1:1. Isto é, um objetivo de ganho idêntico ao
tamanho do risco. Se o risco é de 50 pips, o objetivo em hipótese alguma pode ser
um valor menor que 50 pips.
E mais, aqui estou falando em pips por uma questão de aprender sobre tamanho,
mas o correto é que o objetivo, maior que o risco, seja calculado em dólares (ou a
moeda base da sua conta). Calcular apenas em PIPs é errado, pois como você
aprenderá ainda nessa aula, uma pessoa que ganhe de fato 200 pips, tendo
arriscado 50 pips, dependendo da forma como ela administrar a operação, pode
acabar gerando um lucro inferior ao valor arriscado. Isso acontece muito com quem
decide fazer parciais de forma errada. Veremos mais sobre isso ainda nesse capítulo.
Voltando ao exemplo, comprando EURUSD a 1.21000, com stop loss em 1.20500, um

objetivo mínimo de ganho seria de 50 pips. Logo, a ordem de encerramento dessa
posição não poderia ficar antes de 1.21500, pois é a partir desse preço que o trader
garante 50 pips de lucro, pois:
1.21500 - 1.21000 = +0.00500 (50 pips)

Take Profit Entrada Tamanho do Take Profit
Logo, na hora de entrar nessa operação, o valor da entrada ficaria em 1.21000, o

stop loss ficaria em 1.20500, e a ordem de encerrar a operação no lucro seria a de
take profit em 1.21500, ou seja, 50 pips acima da entrada.
Mas como disse, objetivar um ganho igual ao risco não é adequado, o correto
mesmo é buscar um ganho superior. Então, qualquer ponto que seja acima de
1.21500, o trader já estaria entrando no campo da relação risco/retorno “positiva”.
327
Risco/Recompensa ”positiva” não quer dizer que haja uma

negativa. É comum no trading tratar por ”positiva” qualquer
relação de risco/retorno acima de 1:1. Se a RR é inferior a 1:1,
costuma-se dizer que é uma RR “negativa”.
Agora, uma pergunta: e se quisesse um objetivo de ganho de duas vezes o risco

assumido? Qual seria então o valor da cotação para o Take Profit?
É simples, se seu stop é de 50 pips, para ganhar o dobro precisa buscar 100 pips de
lucro. Nesse caso, basta somar 100 pips ao valor da entrada, logo:
1.21000 + 0.01000 = 1.22000

Entrada 100 pips Take Profit
Dessa forma, os dados da operação deveriam ser:

- Entrada: 1.21000
- Stop Loss: 1.20500
- Take Profit: 1.22000
Com esses parâmetros a ordem ficaria com stop de 50 pips, take de 100 pips, e
consequentemente uma relação risco/retorno de 1:2
100 ÷ 50 = 2
Então a recompensa é 2 vezes o tamanho do risco, isso implica na RR de 1:2, para

cada 1 dólar arriscado, o objetivo de ganho é de 2 dólares.
E em uma venda?
Como você estudou na aula 13, basta inverter a direção, e fazer os mesmos cálculos.
Suponha agora você operando no GBPJPY, e sua análise te mostra possibilidade de

queda. A cotação do GBPJPY no momento era de 140.800 e você verifica que seu
stop loss ficaria em 141.750, isto é, 95 pips acima do ponto de entrada. Como é uma
venda, esse stop de fato é acima, e não abaixo da entrada, como é na operação de
compra. O take profit na venda fica abaixo da entrada.
328
Como pode ser visto na imagem, ainda não definimos o take profit. É o que faremos
agora.
Supondo que estejamos buscando um objetivo de 3 vezes o tamanho do stop, para

que assim tenhamos uma relação de 1:3, qual seria o take profit dessa operação?
Primeira coisa, qual o tamanho do stop? Já sabemos, que é de 95 pips, pois:
141.750 - 140.800 = 0.950 (95 pips)

Take Profit Entrada Resultado
Se queremos um objetivo de ganho de 3 vezes o risco, então teremos um take que

seja 3 * 95 pips. Logo:
3 * 95 pips = 285 pips

Nosso objetivo então seria de 285 pips para buscar de ganho, que no GBPJPY é
representado por 2.850, já que o pip é a segunda casa decimal, 0.010.
Agora, como sabemos que na VENDA o take profit fica embaixo, basta subtrairmos
285 pips do valor da entrada, portanto:
140.800 - 2.850 = 137.950

Entrada 285 pips Resultado (Take Profit)
329
Dessa forma, os dados da operação deveriam ser:

- Entrada: 140.800
Com esses parâmetros a ordem ficaria com stop de 95 pips, take de 285 pips, e
consequentemente uma relação risco/retorno de 1:3, o que é excelente.
ATENTE
Estou tratando aqui apenas de cálculos em pips. Isso é para que possamos
simplificar agora no início. Ainda não entrei na questão de valores, e por isso não
pense que só porque ganhou o triplo de pips estará sempre ganhando 3 vezes
mais. Será sim dessa forma se você NÃO fizer parciais. Já, já chegamos lá. Paciência
gafanhoto.
Vamos agora aos gráficos, para estipular qual será a relação risco/retorno
conseguida em determinadas condições.
Na imagem abaixo vemos um pinbar acontecendo em um suporte no ativo

EURUSD. Vemos que uma ordem de entrada poderia ser colocada na linha verde
um pouco acima do pinbar, com o stop loss ficando imediatamente abaixo.
Visualizamos também que um take profit interessante poderia ficar na resistência
significativa mais próxima.
330
Qual seria então a relação risco retorno desse trade?
Primeiro vamos ver os parâmetros:

- Entrada: 1.10300
A primeira coisa a se fazer é verificar o tamanho do stop. Se é uma compra, vamos

subtrair a entrada menos o stop loss.
1.10300 - 1.09800 = 0.00500 (50 pips)

Entrada Stop Loss Tamanho do Stop
O stop loss portanto tem 50 pips
Vamos verificar agora o tamanho do take profit. Como é uma compra, vamos
subtrair o take menos a entrada:
1.11700 - 1.10300 = 0.01400 (140 pips)

Take Profit Entrada Tamanho do Take
O take profit portanto é maior que o stop loss, e tem 140 pips
Agora, para descobrirmos a relação de risco/retorno, basta dividirmos o tamanho

do stop pelo tamanho do take profit
50 / 140 = 0,357
Bom uma RR de 0,357 não é um número interessante de se trabalhar, por isso,

vamos inverter a divisão, para verificar quantas vezes o take profit é maior que o
stop loss. Isto é, vamos verificar justamente a relação de Retorno/Risco.
140 / 50 = 2,8
Agora sim, um número que fica mais interessante de trabalharmos. Isso quer dizer
que o take profit tem quase 3 vezes o tamanho do stop loss. Essa é uma excelente
RR para trabalhar. Poderíamos representar esse risco/retorno por 1 : 2,8
331
Resumindo, com essa RR estaríamos buscando 2,8 pips de lucro, por cada 1 pip de
risco. E já que estamos tratando de números em forma de relação, podemos dizer
que para cada 1 dólar arriscado, estamos buscando U$ 2.80 dólares de lucros.
Independente do lote a ser utilizado, a relação se mantém.
Caso após esse cálculo verificarmos que a RR é menor que 1:1, por exemplo 1 : 0,5,
entenderemos que é uma RR “negativa”, a qual não é adequada para trabalhar. Veja
no exemplo abaixo.
Nesse possível trade no EURUSD, suponhamos que o take profit fosse colocado na
linha azul, já que era uma resistência próxima. Vamos ver os parâmetros dessa
ordem, e em seguida calcular tamanho do stop e do take.
- Entrada: 1.10457
Tamanho do Stop:
1.10457 - 1.09900 = 0.00557 (55,7 pips)

Entrada Stop Loss Tamanho do Stop
Tamanho do Take Profit:
1.10740 - 1.10457 = 0.00283 (28,3 pips)

Take Profit Entrada Tamanho do Take
332
Cálculo da RR:
28,3 / 55,7 = 0,508

Tamanho do Tamanho RR
Take Profit do Stop
Repare que aqui o retorno é menor que o risco. Na hora de calcular eu coloquei o
retorno primeiro, e dividi pelo risco, para verificar a relação. Em uma situação ideal,
o retorno é maior que o risco, e o resultado da divisão daria maior que 1. Nesse
caso, como o risco é maior que a recompensa, a relação entre os dois ficou inferior
a 1, seria representado por 1 : 0,508. Ou seja, para cada 1 dólar arriscado, estaria
buscando U$ 0.508 centavos de lucro. Aqui temos um exemplo de péssima relação
RR, a chamada relação RR “negativa”.
Assim, o trader que decidisse operar nesse momento, precisaria escolher entre NÃO
operar, ou então melhorar a RR. Para a segunda opção, ele tem duas possibilidades:
1 - Diminuir o tamanho do stop
2 - Aumentar o tamanho do take
Na primeira, o trader ficar mais exposto ao risco de ser estopado e retirado da

operação antes de o preço mover-se a seu favor. Na segunda hipótese, ao colocar
um take mais longe, o trader teria mais dificuldade de atingi-lo, podendo passar
algum tempo tendo lucro, e depois o preço voltar tudo. Aqui infelizmente não há
uma receita de bolo, é preciso ver na sua estratégia qual se dá melhor ao longo do
tempo, e isso se faz nos backtestes, os quais ainda aprenderemos.
Antes de passarmos para a próxima parte, o mais importante que quero que guarde
é o seguinte:
O objetivo de ganho em qualquer operação SEMPRE deve ser

maior que o valor arriscado!
Muito bem, agora que você entendeu esse conceito simples, mas importantíssimo,
está na hora de aprofundarmos um pouco mais.
RISCO/RETORNO EM VALORES
A partir de agora vamos estudar o risco/retorno em valores para sabermos se ao

final de um trade de fato estaremos buscando ganhar mais. Aqui trataremos e
fechamentos parciais, para entender o conceito.
333
A primeira abordagem tratada aqui é a chamada “Set and Forget”, algo como
“estabelecer e esquecer”, ou “colocar e esquecer”. Essa forma de operar pode ser
entendida como a atitude de incluir um trade, com stop e take profit pré-definidos,
e simplesmente não fazer mais nada, deixar rolar. Essa forma foi mostrada nos
exemplos anteriores, onde calculamos a RR em pips.
Veja bem, não é a única forma de operar, existem outras abordagens, mas a RR é
melhor calculada se utilizado o “Set and Forget”, pois basta dividir o take pelo
tamanho do stop. A maior dificuldade vem quando queremos saber qual é o RR
fazendo parciais.
A SISTEMÁTICA DAS PARCIAIS
Fazer parciais significa que o trader vai fechar uma parte do seu lote antes do
objetivo final. No trading existe essa possibilidade, desde que se esteja negociando
no mínimo dois lotes micro, isto é, 0.02. Uma ordem com 0.01 não pode ser
fracionada em fechamentos parciais. A partir de 0.02 já é possível decidir fechar o
trade em partes.
Fazer fechamentos parciais é uma abordagem visando proteção do lucro que se

ganha quando o preço se move a seu favor. É como se fosse dividir o seu lote, sua
posição, em ordens menores, sendo que uma ou mais você fecha antes, para se
proteger e garantir algum lucro, e as outras você deixa seguirem.
A lógica aqui é querer garantir uma parte do lucro que o mercado está te dando
pelo preço ter ido a seu favor durante algum tempo. Um exemplo ficará mais claro.
Imagine você comprando numa casa de câmbio o valor de 5000 dólares, e pagando
25 mil reais, com o dólar a R$ 5,00. Daí você pensa vender os 5000 dólares somente
quando ele valer R$ 6,00 reais, conseguindo vender por 30 mil reais, e assim ganhar
5 mil reais de lucro.
Esse seria seu take, R$ 6,00 com lucro de 5000 reais. Se fosse no gráfico, a linha do
take estaria em R$ 6,00, e seu lucro inicialmente projetado seria de 5 mil reais. Isso
se você não fosse fazer nenhuma parcial, isto é, o ganho final só será R$ 5.000,00 se
abrir a ordem e deixar correr até pegar no take, sem interferências (Set and forget).
Mas digamos que você decide vender metade dos 5000 dólares quando o dólar
bater R$ 5,50 reais. Nesse caso você venderia 2500 dólares a R$ 5,50 e deixaria os
2500 dólares restantes para vender a R$ 6,00, caso a cotação chegue até lá. Essa
decisão foi tomada pois você acreditou que o preço poderia não chegar até R$
6,00, voltando para R$ 5,00. Assim, fazendo uma parcial em R$ 5,50, você garantiria
334
uma parte do lucro, e caso o preço de fato voltasse a R$ 5,00, você não perderia
todo o ganho da operação.
Nessa primeira venda, que seria sua parcial, você teria vendido 2500 dólares a um
total de R$ 13.750,00 reais
2500 USDs * R$ 5,50 = R$ 13.750,00
Daí restariam 2500 dólares na carteira para vender a R$ 6,00 reais.
Quando o preço chegasse a R$ 6,00, você NÃO teria mais os 5000 mil dólares para
vender, mas só metade disso, pois vendeu a outra metade antes do tempo, isto é, a
R$ 5,50, que é antes do take em R$ 6,00. Com esses 2500 dólares a R$ 6,00, você
conseguiria vender e obter o valor de R$ 15.000,00 reais.
2500 USDs * R$ 6,00 = R$ 15.000,00
Somando esses 15 mil reais de agora com R$ 13.750,00 da primeira venda, que foi
sua parcial, então a soma total é de R$ 28.750,00 reais. Como você comprou os
5000 dólares por R$ 25.000 reais inicialmente, então seu lucro final foi de R$
3.750,00 reais.
R$ 28.750,00 - R$ 25.000,00 = R$ 3.750,00

Valor bruto das duas vendas Valor Pago Inicialmente Lucro Final
Veja que esses R$ 3.750,00 reais é um valor inferior aos 5 mil reais de lucros
inicialmente projetados, que era quando você pensava em vender os 5000 dólares
de uma vez só a R$ 6,00.
Mas, por ter vendido uma parte antes, você perdeu seu poder total de lucro, em
prol de uma proteção, uma garantia de que se o preço não chegasse a R$ 6,00,
você já teria algum lucro.
Por exemplo, se após fazer a parcial em R$ 5,50, e ficado com 2500 dólares
restantes em aberto, aguardando a cotação alcançar R$ 6,00, digamos que o preço
chegasse só a R$ 5,70, não alcançando R$ 6,00, e voltasse a R$ 5,00 novamente, o
valor inicial, pelo qual você comprou os 5000 dólares. Nesse caso você poderia
vender os 2500 dólares restantes a R$ 5,00 por dólar, pelo valor total de R$
12.500,00 reais, e que somamos aos R$ 13.750,00 reais da parcial, teria ao todo R$
26.250,00 reais, implicando em um lucro de 'apenas' R$ 1.250,00 reais, e não os 5
mil reais de lucros projetados inicialmente, nem também os R$ 3.750,00 reais de
lucro se o dólar tivesse alcançado R$ 6,00.
335
Vimos 3 possibilidades:
1 - Comprar a R$ 5,00, e vender tudo a R$ 6,00 - Lucro: R$ 5.000,00
2 - Comprar a R$ 5,00, vender metade a R$ 5,50, e o restante a R$ 6,00 - Lucro: R$

3.750,00
3 - Comprar a R$ 5,00, vender metade a R$ 5,50, e o restante acabar vendendo

após a queda e retorno do preço a R$ 5,00 - Lucro: R$ 1.250,00
Essa 'perda', o valor que você deixou de ganhar, não foi para lugar nenhum, não é a
corretora/banco/casa de câmbio que embolsa. Simplesmente foi um lucro menor
que você decidiu fazer, para se proteger em caso de o preço voltar contra sua
posição após ter andado bem a seu favor.
Essa garantia tem um preço, nada é de graça. Ao se proteger garantindo uma parte
do lucro, você sacrifica o lucro completo projetado inicialmente.
Sistema de parciais tende a prejudicar a relação risco/retorno se não for bem feito.
Só vale a pena em casos em que o preço tem boas chances de andar muito, com
projeções satisfatórias. Já espaços curtos, próximos de níveis de suporte/resistência,
podem ser um problema se quiser ganhar muito fechando o trade em partes.
Eu, particularmente, tenho um planejamento de parciais, para proteção em caso de

retorno do preço. Isso já me salvou várias vezes de um stop, mas também me
atrapalhou de ganhar um valor cheio e mais significativo nos takes que tive.
Você precisa escolher o que vai decidir:

- Melhorar a relação risco/retorno, e deixar as ordens correrem sem interferência,
sem parciais, tentando ganhar mais, porém sofrendo com ordens positivas se
tornando perdas;
OU
- Fazer parciais para se proteger das oscilações do mercado, e assim evitar ver o
dinheiro já 'na mesa' acabar virando um prejuízo, por não ter tomado precauções.
Com isso terá uma taxa de operações lucrativas maior, porém conseguirá ganhos
muitas vezes inferiores a 1:2. Isso é bom para o psicológico, pois haverá ordens
positivas em quantidade talvez superior às negativas. Haverá também ordens em
que você já terá garantido o lucro, com parciais e stop no breakeven, e você fica
totalmente tranquilo quanto ao que o preço fará a seguir.
336
É uma balança, não tem como ser perfeito e querer tudo, ganhar muito ao mesmo
tempo em que se protege. Tem que escolher um ou outro, tentando buscar na sua
escolha o seu objetivo.
Se você aguenta passar por um drawdown maior (rebaixamento de saldo), buscando

ganhos mais altos, e se você não sofre com perdas em sequência, nem com ordens
positivas virarem prejuízos, então pode usar a abordagem "Set and Forget”. Ou seja,
coloca a ordem, põe stop e take, e não mexe mais, não interfere. Não tem parcial,
nem breakeven.
Mas se quer uma abordagem mais 'regular', e uma curva de crescimento sem tantos
solavancos, talvez proteção e parciais sejam as melhores opções. Onde você vai ver
qual das abordagens é mais lucrativa? Nos backtestes que fizer na sua estratégia.
Pode ser que você identifique possibilidade de retornos maiores se não interferir,
atrelado a períodos mais significativos de oscilação do saldo. Mas pode ser que sua
estratégia se dê bem com parciais, e no longo prazo se mostre lucrativa, apesar dos
trades em que não ganhar tudo.
Esse é nosso trabalho, estudar nossa estratégia e planejamento, tentando buscar a

melhor forma possível de aumentar o nosso patrimônio, sempre com os dois pés na
realidade.
EXEMPLOS DE PARCIAIS E SEUS RESULTADOS LÍQUIDOS
Para ficar mais claro a explicação das parciais, alguns exemplos no gráfico serão
uma ótima ferramenta.
Na imagem a seguir temos uma operação de venda no EURAUD. Após o preço

testar novamente um nível rompido, e deixado alguns pinbar’s, digamos que o
candle considerado para entrada foi o marcado com a seta. Os valores de Entrada e
Stop loss são os relacionados abaixo, junto com os valores de Take Profit possíveis.
- Entrada: 1.63000
- Take Profit de 2x: 1.61700
- Take Profit de 3x: 1.61050
337
Inicialmente sabemos que o tamanho do stop é:

1.63650 - 1.63000 = 65 pips
E o tamanhos dos takes possíveis são:

Take de 2x: 1.63000 - 1.61700 = 130 pips
Take de 3x: 1.63000 - 1.61050 = 195 pips
Se usássemos a abordagem de “Set and Forget”, bastaria aguardar a ordem

pendente abrir e deixar rolar até o take escolhido, sem interferência, e o lucro seria
o previsto inicialmente. Vamos a alguns cálculos de lote para verificarmos em
dólares.
Suponha uma previsão de risco inicial de 100 dólares, qual seria o lote adequado a
esse trade? Vamos relembrar alguns conceitos da última aula.
A Perda Máxima por Negócio é considera a perda usando um lote cheio de

EURAUD, par do exemplo, representado por 100 mil euros. O resultado será na
moeda de cotação, e ao final convertida em dólares. Para calcular a Perda Máxima
por Negócio, vamos calcular usando 100 mil euros no preço de entrada, e 100 mil
euros no stop loss.
338
Entrada: 100,000 * 1.63000 = 163,000 AUDs

Stop Loss: 100,000 * 1.63650 = 163,650 AUDs
Logo, se der tudo errado, a perda desse trade para o lote standard, 1.00, seria de
650 AUDs (163.650 - 163.000 = 650)
Para sabermos em dólar vamos converter. Cotação do par de referência, aquele que
envolve o AUD e o USD, logo é o AUDUSD, cotado a 0.75200
USD = 0.75200 * 650 AUDs = 488.80 USDs
Essa é a Perda Máxima por Negócio, ou seja, a perda máxima para o lote standard,
de 1.00, ou 100 mil unidades da moeda base.
Agora que temos esse dado crucial, vamos à fórmula:
LOTE = U$ 100 / U$ 488.80 = 0.2046

Veja que não dá para usar 0.2046 no lote/volume da operação, por isso precisamos
arredondar e depois verificar o risco real. Vamos considerar o lote 0.20 no EURAUD,
o que isso significa? Estaremos vendendo 20 mil euros e recebendo em AUDs.
Vamos agora ver o risco real:

Entrada: 20,000 * 1.63000 = 32,600 AUDs
Stop Loss: 20,000 * 1.63650 = 32,730 AUDs
Na teoria significa que inicialmente venderíamos 20 mil euros e receberíamos 32,600

AUDS. Ao final da operação, no stop loss, recompraríamos os 20 mil euros, porém
teríamos que pagar por eles um valor maior, obtendo assim uma perda na
negociação da venda. Perda essa que seria no valor de 130 AUDs, basta verificar a
diferença dos valores.
339
Convertendo:
130 AUDs * 0.75200 = U$ 97.76 dólares americanos

O risco desse trade, em vez de -U$ 100, seria apenas -U$ 97.76. Por que isso
aconteceu? Por causa do ajuste de lote. Para que fosse 100 dólares exatos no risco,
só se usássemos um lote de 0.2046, ou seja, se negociássemos 20.460 euros. Como
não dá para operar frações assim, ou o trader opera 20 mil euros ou 21 mil. Como
ficou escolhido operar menos, isto é, 20 mil euros, então o risco consequentemente
ficou levemente menor.
Muito bem, se eu deixar o trade livre até que o preço OU pegue no stop loss, OU
alcance o take profit de 2x o risco, meus resultados possíveis seriam:
Stop Loss: -U$ 97.76
Take Profit: +U$ 195.52 (O dobro de U$ 97.76)
Caso se decidisse pelo take de 3x, esse lucro subiria para +U$ 293.28 (o triplo de U$
97.76)
E se houvesse uma parcial no meio do caminho?!
Bom, na imagem acima é possível ver que há uma linha azul mais clara
representando o ponto no gráfico referente à RR de 1:1. Ou seja, se o preço alcançar
o valor de 1.62350, ele estaria a uma distância de 65 pips da entrada, o mesmo
tamanho do stop loss. A isso chamamos de “1:1”. Nesse ponto, como o risco da
operação é de -U$ 97.76, se a ordem fosse totalmente encerrada, então o lucro
seria exatamente o mesmo valor, só que positivo, isto é, +U$ 97.76.
Aqui, caso se desejasse fazer uma parcial para garantir uma parte desse lucro,
bastaria fechar um valor de lote inferior ao lote aberto. Se o trade está aberto com o
lote de 0.20, eu poderia, por exemplo, decidir fechar metade desse lote, portanto,
faria uma parcial com 0.10, e deixaria o restante para o final, para o take profit.
Ficaria, portanto, 0.10 em aberto buscando o take.
Vamos lá, o que acontece se eu fechar 0.10 no 1:1, no preço 1.62350?

Qual o valor do meu lucro?
Seria +U$ 97.76? NÃO!
340
Eu só ganharia U$ 97.76 nesse ponto se eu fechasse todo o lote, os 0.20, e encerra-

se por completo a operação. Mas não é isso que foi feito, apenas uma parte do lote
foi fechada, referente à metade do lote do trade.
Em 1.62350, o 1:1 da operação, decide-se fechar então 0.10, ou seja, 10 mil euros
seriam RECOMPRADOS*, pois a operação foi de venda.
* Na prática, bastaria fechar a operação com apenas 0.10 no valor do lote/volume. Não é necessário
fazer uma compra.
Vamos lá, considerando apenas esses 10 mil euros da parcial, eles foram vendidos
por qual valor no início da operação?
10,000 * 1.63000 = 16,300.00 AUDs
E no ponto que representa o 1:1, na hora de recomprar, qual o valor a pagar pelos
10 mil euros?
10,000 * 1.62350 = 16,235.00 AUDs
Atente, no começo da operação, considerando somente os 10 mil euros da parcial,

eu recebi inicialmente o valor proporcional, que foi de 16,300.00 AUDs, e na hora de
recomprar, eu paguei um valor menor pelos 10 mil euros. Menor quanto? 65 AUDS
a menos.
65 AUDs = 65 * 0.75200 (AUDUSD) = +U$ 48.88 USDs
Veja, meu lucro foi inferior ao valor que eu estava ganhando no momento, de U$
97.76. Como expliquei antes, seria U$ 97.76 se eu fechasse todo o lote, a operação
toda. Mas como fechei metade do lote, então meu lucro foi exatamente metade de
U$ 97.76, isto é, o lucro PARCIAL seria de +U$ 48.88.
E agora? Estaria aberto ainda 0.10 de lote, 10 mil euros ficariam aguardando a
definição do preço, se volta e fecha no stop loss, ou se continua caindo e alcança o
take. Os cenários agora são os seguintes.
Se o preço voltar e pegar no stop loss, a perda NÃO será mais de -U$ 97.76, pois já
fechamos uma parte do lote. Eu teria então 0.10 abertos e se o preço voltasse tudo
e chegasse até o stop em 1.63650 minha ordem seria encerrada automaticamente,
na teoria eu seria forçado a recomprar os 10 mil euros restantes pelo preço do stop.
Logo:
10,000 * 1.63650 = 16,365.00 AUDs

Lote Restante Stop Loss Total Conseguido no Stop
341
Considerado agora somente os 10 mil euros restantes em aberto, como eu tinha

pagado 16,300 AUDs por eles, eu acabaria pagando 16,365 AUDs no stop loss, a
diferença seria de 65 AUDs pagos a mais, que seria então o prejuízo da operação. Já
calculamos esse valor anteriormente em dólares, o resultado foi de U$ 48.88,
exatamente o mesmo resultado conseguido ao fechar a parcial no 1:1, só que aqui
foi de perda, não de lucro.
Logo, se a perda foi exatamente o mesmo valor do lucro realizado na parcial do 1:1,
qual foi o meu saldo final? Nem houve ganho, nem perda, o resultado foi um
“BREAKEVEN”, ou seja, um “Zero a Zero”. Um empate. Isso é uma vantagem, pois se
a parcial no 1:1 não tivesse sido feita, a perda agora seria uma perda “cheia”, o valor
completo incialmente predeterminado de -U$ 97.76 dólares. Porém, já que foi feito
uma parcial protegendo a operação, evitou-se assim uma perda completa.
Uma opção nessa operação é fazer o que chamamos de “Proteção da Ordem no

Breakeven”. Isso significa que após fechar uma parcial, o stop é movido, e ficará no
mesmo preço da entrada. Assim, quando o preço caísse até 1.62350, seria fechado
metade do lote, isto é, fechou-se 0.10, e o stop sairia de 1.63650 e seria colocado em
1.63000, mesmo valor da entrada.
Dessa forma, caso o preço retornasse contra o trader, quando chegasse ao valor da
entrada em 1.63000, o lote restante seria fechado no “breakeven”.
10,000 * 1.63000 = 16,300.00 AUDs
16,300 AUDs foi o mesmo preço que paguei por metade do lote, isto é, por 0.10.
Assim, essa parte restante que foi encerrada no final da operação não gerou nem
lucro, nem prejuízo. Mas... eu já tinha fechado uma parte com lucro de +U$ 48.88
na parcial do 1:1, lembra? Meu saldo final foi então um lucro de +U$ 48.88.
Sim, esse é um valor menor que o risco inicial, que era de -U$ 97.76. Repare que o
objetivo não era esse, a meta era que o preço fosse até o take profit, mas no meio
do caminho houve uma reviravolta. E, portanto, como ficou decidido antes que se
faria a proteção da ordem, então com esse retorno inesperado do preço, ainda
assim foi possível garantir algum lucro no bolso. Não é ruim, desde que o objetivo
principal sempre seja um retorno acima do valor do risco inicial.
ATENÇÃO
Essa abordagem do breakeven e parcial precisa ser muito bem planejada, e

principalmente testada, pois se a forma como for feita gerar muitas ordens com
ganhos pequenos, então não valerá a pena. Para saber se será realmente rentável, é
342
preciso verificar nos testes se essa abordagem além de gerar lucros no final, se ela
também tem uma média de ganhos acima da média de perdas. Se isso for possível
e verificável nos back testes, então a estratégia de proteção com parciais é viável.
Mas se nos testes a média de ganhos ficar abaixo da média de perdas, então
recomendo rever a abordagem de proteger a operação, e mudar alguns critérios.
Ao final dessa parte trarei algumas ótimas dicas para fazer parciais de maneira
profissional, visando melhorar a média de ganhos e minimizar a média de perdas.
“E se o preço for até o take?”
É aqui onde pode haver certa confusão. Relembremos os valores de ganhos iniciais
no último exemplo:
Stop Loss: -U$ 97.76

Take Profit 2x: +U$ 195.52 (o dobro de U$ 97.76)
Take Profit 3x: +U$ 293.28 (o triplo de U$ 97.76)
Acontece que uma vez fechada alguma parcial, essas projeções de ganhos vão
diminuir! O trade só seria encerrado com esses lucros se nenhuma parcial fosse
feita, e o lote inicial fosse até o fim. Como foi feita uma parcial no 1:1, e o lote
restante de 0.10 seguiu aberto, vamos ver como ficam as novas projeções do lucro
nos takes possíveis.
Take Profit 2x: 10,000 euros * 1.61700 = 16,170 AUDs

Take Profit 3x: 10,000 euros * 1.61050 = 16,150 AUDs
No primeiro caso, take de 2x, o lucro seria de:

16,300 - 16,170 = +130 AUDs ou +U$ 97.76
Valor Valor
Na entrada No Take
No seguindo caso, take de 3x, o lucro seria de:

16,300 - 16,105 = +195 AUDs ou +U$ 146.64
Valor Valor
Na entrada No Take
O que isso significa?
Take de 2x: Se fosse feita a parcial no 1:1, fechando-se metade do lote, o lucro final
seria a soma do ganho conseguido na parcial, com o ganho conseguido no take
profit de 2x:
343
U$ 48.88 + U$ 97.76 = +U$ 146.64 dólares americanos

Ganho Ganho Ganho Total
Na Parcial No Take
O lucro inicialmente projetado para o take profit em 2x, se usada a abordagem do

Set and Forget, era de +U$ 195.52. Mas ao final da operação com parcial, o lucro
final foi menor! Como eu disse, essa diferença foi o preço a pagar pela proteção da
ordem.
Como o risco inicial era de perder -U$ 97.76, vamos ver a RR final conseguida nessa
situação:
RR = U$ 146.64 / 97.76 = 1,5 exatamente ( 1 : 1,5 )

Veja que interessante, se uma parcial é feita no 1:1, fechando-se metade do lote
original, o resultado final em um take de 2x o tamanho do stop não será mais o
dobro (2x), mas sim apenas 1,5x o valor inicialmente arriscado.
E para o Take de 3x: Se fosse feita a parcial no 1:1, fechando-se metade do lote
como parcial, o lucro final seria a soma do ganho conseguido na parcial, com o
ganho conseguido no take profit de 3x:
U$ 48.88 + U$ 146.64 = +U$ 195.52 dólares americanos

Ganho Ganho Ganho Total
Na Parcial No Take
O lucro inicialmente projetado para o take profit em 3x, se usada a abordagem do

Set and Forget, era de +U$ 293.28. Mas ao final da operação com parcial, o lucro
final foi menor! Como eu disse, essa diferença foi o preço a pagar pela proteção da
ordem.
Como o risco inicial era de perder -U$ 97.76, vamos ver a RR final conseguida nessa
situação:
RR = U$ 195.52 / 97.76 = 2,0 exatamente ( 1 : 2 )
Veja que interessante, se uma parcial é feita no 1:1, fechando-se metade do lote
original, o resultado final em um take de 3x o tamanho do stop não será mais o
triplo (3x), mas sim o dobro do valor inicialmente arriscado.
Você acaba de aprender algo bastante útil. Se quiser ter uma RR de 1:2, buscando 2
dólares para cada dólar arriscado por operação, e também quiser fazer uma parcial
no 1:1, dessa forma para que você consiga essa RR você obrigatoriamente precisará
344
buscar um take profit de 3x o tamanho do stop. Poucos sabem disso, pois é muito
raro ver alguém que se preocupam em ir a fundo nessa questão de gerenciamento.
Mas você que está estudando por esse livro estará mais que preparado para essas
definições, e poderá buscar a consistência, já que estará municiado com
conhecimento.
Repare também que a RR considerando unicamente os pips conseguidos em

relação aos pips arriscados é de 1:3, mas o resultado final em valores é inferior,
valendo 1:2. Dessa forma cuidado ao afirmar que busca 1:3, se você faz parciais e no
final seu resultado é inferior. E mais cuidado ainda com aqueles que alegam ganhar
1:3, ou até mais, porém no meio do caminho vão fazendo muitas parciais, e parciais
muito cedo, tendo uma alta taxa de trades lucrativos, mas no final, os valores
conseguidos são inferiores ao risco assumido, ou não conseguem uma RR líquida
satisfatória.
Um exemplo clássico de traders amadores (muitos que se acham profissionais), é

alegar que arriscaram -30 pips, e conseguiram o triplo, +90 pips, batendo no peito
pra dizerem que conseguem uma RR de 1:3. Mas quando você vai ver a estratégia
de gerenciamento utilizada, foi feito uma parcial quando o preço chegou em +15
pips de lucro, isto é, quando a RR estava em 1 : 0,5 o trader fechou uma parte do
lote, depois em 1:1 ele fecha outra parte, e depois 1 : 1,5, aí 1:2 e assim
sucessivamente.
Aqueles que fazem isso precisam ser verdadeiros e dizerem quanto de RR

conseguiram ao final, de forma líquida. Dependendo do lote fechado nessas
parciais, nem 1:2 é capaz de conseguir.
Veja, não estou dizendo que é ruim uma abordagem de parciais, de forma alguma.
É algo bom para proteção de ordens. O que não quero é que se afirme ganhar 1:3,
1:4, 1:5, etc., contando apenas o resultado em pips, quando na verdade o lucro
líquido conseguido em valores foi de 1:1, 1 : 1,5, ou 1:2.
Para medirmos nossa performance, ou de outros, saibamos calcular a verdadeira RR,

em VALORES.
345
DICAS PARA PARCIAIS
Como prometido, seguem algumas dicas para melhorar a média de ganhos e

minimizar a média de perdas, caso deseje fazer parciais com proteção de ordem.
Primeira Dica
Não mexa no stop para o breakeven até que o preço busque algum nível de
suporte resistência importante. Em geral, é recomendável que esse ponto esteja
distante da entrada pelo menos o equivalente ao tamanho do stop. Por exemplo:
Uma operação de compra no EURUSD, entrada em 1.25000, com Stop Loss de 70
pips, isto é, SL em 1.24300, então o ponto estabelecido para finalmente mover o
stop para o “zero a zero”, que é colocá-lo no mesmo ponto da entrada, seria em
1.25700. Isso significa que enquanto o preço não alcançar 1.25700, o stop fica
imóvel, não será mexido. Isso dá espaço ao mercado para oscilar sem te tirar antes
da operação.
Não precisa ser exatamente no 1:1, pode ser também além desse ponto. Não
recomendo que se coloque antes disso, a não ser uma entrada com potencial
grande de ganho, mas com nível de suporte e resistência muito próximo. Por
exemplo o trade anterior, no EURUSD. Caso em 1.25500 houvesse uma região
significativa de S/R, você poderia estabelecer ali seu ponto de breakeven. Mas isso
precisa ficar bem claro no planejamento, e o principal, uma vez colocada a ordem,
não faça nada que não estiver no seu plano.
Exemplo: vejo muitas pessoas protegendo a operação no breakeven um pouco

antes de notícias de potencial alto impacto. Não é errado, mas será um equívoco se
você fizer isso sem estar devidamente escrito no planejamento. Agora, se no seu
plano estiver registrado o item: “Mover o stop para o breakeven se a ordem estiver
no lucro, e 30 minutos antes de notícias de alto impacto”, nesse caso é perfeitamente
viável, pois você saberá que não agirá no impulso, mas sim em um planejamento
sólido, e principalmente, um plano testado com essa condição, inclusive.
Lembre-se, TUDO que estiver no seu planejamento tem que ter passado por testes.
Então se quiser considerar notícias no seu trading plan, certifique-se de fazer os
testes considerando essa variável. Se tem algo comum naqueles que já vi perderem
dinheiro, é operar considerando coisas que não estavam previamente descritas no
plano, e ainda que houvesse esse registro, mesmo assim as pessoas não tinham
testado essa variável adequadamente nos backtestes. O destino é sempre o mesmo,
insucesso. Seguir o planejamento à risca, como você já viu nesse livro, e ainda verá
mais à frente, é um dos princípios fundamentais do trading de bem sucedido.
346
Segunda Dica
É muito importante no trading dar espaço ao mercado para respirar, isto é, deixá-lo
oscilar antes de se definir, e por isso mexer no stop requer atenção e cuidados
especiais. Primeiro e mais importante: NUNCA mexa no stop para aumentar seu
risco, isto é, mover o stop “para trás” do ponto inicial. Esse é, digamos, o segundo
maior erro de gerenciamento de risco, pois o primeiro é de tirar o stop, ou não o
colocar.
Com uma ordem aberta, não se mexe mais no stop loss se for para aumentar o
risco, se quiser sobreviver nesse mercado, não faça isso. Há aspectos psicológicos
envolvidos que precisam ser explicados em mais detalhes na hora certa. Mas de
antemão entenda a necessidade de nunca, eu disse NUNCA mexer no seu stop
“para trás”, para aumentar o risco, pior ainda se for retirar o stop, aí já é
amadorismo total, precisar reler a aula 11 novamente.
Mas você pode tentar reduzir o seu risco, isso é perfeitamente viável e para algumas
estratégias pode dar muito certo. Porém eu acho mais interessante o seguinte: se o
preço for a seu favor, ainda que um pouco, considere fazer parciais, em vez de
reduzir o tamanho do stop. Isso significa que o stop ficará imóvel, e uma parte do
lote será fechada. Assim, se o preço voltar contra a posição e pegar no stop, não
será um “stop cheio” (lote inteiro), mas sim apenas uma parte.
Imagine o exemplo da compra no EURUSD em 1.25000, com stop de 70 pips, isto é,

stop loss em 1.24300. Digamos que o lote utilizado foi de 0.10, e assim o risco era de
perder -U$ 70 dólares. Supondo que o preço vá a favor e alcance 1.25350, esse
ponto representa uma RR de 1 : 0,5, isto é, metade do risco inicialmente assumido.
Nessa hipótese, se uma parcial de 30% do lote for realizada nesse preço, o lucro
será de +U$ 10.50 dólares apenas, pois:
35 pips * U$ 0.30 por pip = +U$ 10.50

(30% de 0.10 = Lote 0.03)
A partir daí, se o preço cair até o stop loss em 1.24300, então o prejuízo não será
mais de -U$ 70.00, mas sim de -U$ 49.00. E por quê?
Veja que ao fechar uma parcial de 0.03, sobrou um lote restante em aberto de 0.07.
Esses 0.07 ainda estariam rolando, podendo dar lucro, ou prejuízo. Como o preço
foi até o stop loss em 1.24300, dando um prejuízo de -70 PIPS, agora o cálculo seria
o seguinte.
-70 pips * U$ 0.70 por pip = -U$ 49.00

(Lote restante: 0.07)
347
Dessa forma, ao fazer uma parcial de 30% do lote, com 35 pips de lucro (RR 1 : 0,5),
o risco foi reduzido em 30%, e o melhor, o stop não precisou ser movido, dando
espaço para o mercado oscilar, sem fechar a operação antes do tempo. Imagine
que após a parcial, o preço caminhasse contra a posição e alcançasse 1.24400,
faltando 20 pips para o stop, ainda assim a ordem estaria aberta, e o lucro em
potencial ainda poderia ser alcançado.
Importante lembrar que essa forma de redução do risco, ainda que possa ser
interessante por dar espaço ao mercado e evitar as chamadas “violinadas”, mesmo
assim elas prejudicam a RR no ponto final. Suponha que o take da ordem fosse de
duas vezes o tamanho do stop, isto é, 140 pips, e colocado, portanto, em 1.26400.
Fazendo essa parcial com 35 pips de lucro, quando o preço batesse no take profit o
ganho não seria o dobro do risco inicial, ou seja, o lucro final não seria de +U$
140.00, mas sim de +U$ 108.50. Eis o porquê:
140 pips * U$ 0.70 por pip = +U$ 98.00

(Lote restante: 0.07)
E ainda houve o lucro da primeira parcial, que foi de +U$ 10.50. Somando os dois
temos:
U$ 98.00 + U$ 10.50 = U$ 108.50
E agora, como você já sabe como fazer o cálculo, vamos ver quanto foi a RR
conseguida com essa estratégia usando parcial para redução do risco.
U$ 108.50 / U$ 70 = 1,55
A RR foi de 1 : 1,55, isso implica que para cada dólar arriscado, o ganho foi de 1
dólar e 55 centavos.
Caso o trader quisesse usar a abordagem da parcial, e mesmo assim ganhar duas
vezes seu risco inicial, o take profit precisaria ficar além do dobro do stop loss. O
cálculo é simples, pois considerando que na primeira parcial o ganho foi de U$
10.50, o trader precisaria de pelo menos +U$ 129.50 no take profit, pois com esse
ganho atingiria os R$ 140.00 desejados. Como sabemos que o valor do pip para o
lote restante em aberto (0.07) vale U$ 0.70, então basta dividir, e o resultado será a
quantidade de pips para buscar no take profit.
U$ 129.50 / 0.70 = 185 pips
348
Se o take profit precisa ficar a 185 pips da entrada para que o lucro total seja de U$
140.00, o dobro do risco, então vamos somar esses 185 pips à entrada.
1.24000 + 0.01850 = 1.25850

Entrada 185 pips Take Profit
E dessa forma é possível usar parciais para reduzir o risco, lembrando de ajustar o
take profit para que a relação de Risco/Retorno seja a desejada.
MAIS UM SEGREDO DOS VENCEDORES
Quero realmente que você assimile os conhecimentos passados nessa aula, e agora
vou te fornecer mais uma peça crucial. Para vencer no trading, você NÃO pode
arriscar muito por operação. Cada negociação precisa ter um valor de risco baixo,
de preferência bem baixo, especialmente se você for iniciante.
A essa altura você já sabe que o emocional afeta muito no trading, e quando
arriscamos um valor alto, isso atrapalha demais em nos mantermos objetivos. Ao
estar com muito dinheiro em jogo, passaremos a ter uma visão de tentar acertar o
próximo movimento do preço, e imagino que você já tenha ciência de que isso é
impossível.
O trader profissional sabe e aplica na prática o conhecimento de que a incerteza

impera no mercado. O quanto antes massificarmos isso na nossa mente melhor.
Assim, não sofreremos se em determinados momentos tivermos perdas em
sequência, pois como tenho vos ensinado nesse capítulo, os ganhos superiores às
perdas é que vão te dar sucesso no longo prazo. E uma forma excelente de
assimilar essa verdade, da incerteza, da total imprevisibilidade do próximo
movimento do preço, é arriscando pouco por operação!
____________________________________
“Uma excelente maneira de assimilar

a verdade da incerteza no mercado,
da total imprevisibilidade do próximo
movimento do preço, é arriscando
pouco por operação.”
____________________________________
O primeiro ato para dar esse start é: Arrisque pouco por trade. Arrisque uma
quantia que está confortável em perder.
Quando um trader arrisca uma quantidade de dinheiro significativa por operação,

349
ele ficará preso ao trade, preocupado com seu resultado, pois se o final for um
prejuízo, ele não está pronto para assumir a perda, e é até capaz de quebrar a
conta, dependendo de quanto arrisca. Ao passo que quando o risco por operação é
uma quantia pequena, o trader simplesmente não dará um valor demasiado àquilo,
pois a "carga emocional" exigida é de tamanho ínfimo.
Por exemplo, imagine-se indo à farmácia que você sempre frequenta. Digamos que
você vá até essa farmácia porque ela tem sempre os melhores preços da cidade
para a medicação que você compra. Agora digamos que ao chegar lá, o preço do
remédio esteja 10 centavos mais caro. O que você pensa: "Será que em outra
farmácia eu não encontraria pelo preço anterior, 10 centavos mais barato?". Ou será
que isso seria tão insignificante para você que simplesmente você ignoraria e
seguiria com seu dia sem maiores problemas? Creio que a segunda opção.
Isso exemplifica muito bem que quando o valor é pequeno, você não dá tanta
importância se, de fato, acontecer a hipótese ruim: o remédio estar 10 centavos mais
barato em outra farmácia.
Trazendo isso para o trading, se você arriscar um valor pequeno de seu capital a
cada operação, um valor que não te deixará desconfortável se perder, e se ocorrer
de o trade ser negativo, o que vai acontecer com seu emocional? Nada! Pois você
sabia que podia ser negativo, e a quantia que perdeu foi pequena em relação ao
seu capital.
Teste do Sono
Uma forma de saber se você está arriscando mais do que está confortável em
perder é a seguinte: estabeleça o valor, abra o trade, e feche o computador, não
veja mais o trade durante aquele dia. À noite tente dormir sem pensar na operação,
e tente ter uma boa noite de sono. Caso você consiga dormir bem, e acordar
disposto, nem sequer lembrando direito do trade aberto, isso é a prova de que você
está arriscando um valor pequeno, um valor que você está confortável em perder.
Mas, se por outro lado você ficar apreensivo, não conseguir dormir direito,
levantando-se uma ou mais vezes durante o sono, e pior, se em qualquer momento
for até o computador acompanhar a ordem, isso mostra que você está arriscando
demais, pois o risco da operação significa um valor considerável do seu capital, e
você deve diminuí-lo.
"Mas, Enéias, se eu arriscar pouco por trade, o ganho também será pequeno! E assim
como vou ganhar dinheiro rápido no mercado?!"
A resposta para essa pergunta é simples: Não existe "ganhar dinheiro rápido no
350
trading"! Essa é a primeira Verdade Fundamental do processo de se tornar bem

sucedido nas negociações.
Se você ainda acredita que em poucos meses, ou mesmo em poucos anos estará no
hall da fama do trading, podendo comprar um carrão e viver em uma casa na praia
o resto da vida, está enganado, muito enganado. O trading pode ser, e é, uma
atividade promissora, com proporção de ganhos em forma de juros compostos,
fazendo com que o trader tenha uma vida boa ao atingir o sucesso, SIM! Mas o
processo até que isso seja possível não é rápido, leva tempo, anos.
Enquanto não aceitarmos isso verdadeiramente, sempre estaremos querendo

arriscar mais para poder auferir mais lucros, de forma que o sucesso possa vir "mais
rápido". E ao arriscar mais, estaremos nos fixando ao trade, gerando uma
expectativa de que ele dê certo, acreditando que ele vai na nossa direção e vai nos
dar lucros. Consequentemente não estaremos aceitando a verdade de que é
impossível saber o que o mercado vai fazer a seguir, e de que todo trade pode ser
negativo. E ao não aceitarmos essa verdade, os resultados serão frustrantes, e
perderemos dinheiro, muito dinheiro.
Traders profissionais não ficam ‘na expectativa’ de que suas ordens deem lucro, pois
eles sabem que cada trade é uma total incógnita. Os profissionais têm uma
expectativa positiva de suas operações no longo prazo. Eles sabem que se agirem
de forma disciplinada, há grandes chances de os ganhos cobrirem as perdas, e
assim sairão no lucro. Mas a cada operação unicamente considerada, sabem que
tudo pode acontecer, e por isso, traders profissionais arriscam pouco.
351
REBAIXAMENTO - O QUE É O FAMOSO DRAWDOWN?
Antes de passarmos para a parte de ajuste de valor do risco, precisamos aprender o

que é o drawdown, como calcular, e principalmente como minimizá-lo.
“Drawdown” significa rebaixamento em português, e é ele que mede quanto sua

conta baixou desde o valor máximo alcançado. Digamos que você tivesse começado
com 5 mil dólares, o primeiro trade já tenha sido uma perda, e a partir daí seu
capital não conseguiu voltar mais ao patamar inicial de U$ 5,000.00. Imagine que o
pior momento que sua conta passou foi quando ela atingiu o valor de 4500 dólares.
Nesse caso, o rebaixamento foi de 500 USDs (5000 - 4500 = 500). 500 dólares
representam 10% do valor máximo que a conta já esteve, que foi de U$ 5 mil (500 /
5000 = 0,10 ou 10%).
Agora vamos imaginar que após uma grande sequência de trades positivos, a conta
chegou a estar com 10 mil dólares. Nesse momento, após algumas perdas mais
pesadas, o capital agora é de U$ 8,000.00. Veja que o rebaixamento aqui foi de 2
mil dólares a menos que o saldo máximo alcançado, que era de 10 mil. Esse valor de
2 mil dólares representa 20% de 10 mil, logo o rebaixamento agora foi maior do que
aquele de outrora.
-U$ 2000 / U$ 10.000 = -0,20 ou -20%

Baixa Capital Máximo Drawdown
No Saldo Alcançado
Nesse caso, no meio do trading quando falamos em “drawdown”, estamos

querendo dizer o Rebaixamento Máximo! Veja bem, toda vez que a conta passar
por um rebaixamento, tipo sair de 10 mil dólares e alcançar 9,700.00, a conta passou
sim por um drawdown, que nesse caso foi de apenas -3%. Mas como disse, quando
falamos em “drawdown” é comum estarmos nos referindo ao rebaixamento
máximo, aquele que a conta passou que foi mais significativo.
Até agora no exemplo esse valor foi de -20%, que foi o período em que o capital
baixou de 10 mil dólares (valor máximo alcançado), e atingiu 8 mil dólares, 20% a
menos, -20% de drawdown.
Suponhamos agora que após alguns anos, a conta chegou aos 50 mil dólares, e
passou a partir daí por um período bem difícil de perdas em quantidade maior que
o número de ganhos, e assim, imagine a conta chegando a ter apenas 35 mil
dólares. Nesse momento, para calcular o drawdown, basta dividir a perda que a
conta está passando, pelo valor máximo já alcançado no saldo.
-15mil / 50 mil = -30%

352
Nesse último caso, o drawdown anterior de -20% foi superado. Agora, o novo
drawdown é de -30%, que é bastante significativo.
Basta você lembrar que o drawdown é o maior valor que a conta sofreu em baixa a
partir do último valor máximo já alcançado.
FIQUE ATENTO
Hoje em dia é muito comum ver contas com excelentes performances, coisa de 20,
30% ao mês, ou mais. Esses valores são absurdos, já que não é possível alcançá-los
de maneira consistentes por anos, eles não condizem com a realidade do trading
profissional, mesmo assim são divulgados por aí com bastante ênfase. Sempre
aparecem junto de uma proposta de venda de sistema, robô, estratégia, curso, ou
qualquer coisa parecida. Fique Longe.
Ao analisar a performance, veja o drawdown. Essas contas, para conseguirem atingir

um valor tão significativo de rentabilidade, acabam inevitavelmente arriscando
MUITO, e assim passam por um valor extremamente alto de drawdown. Isso
significa que a pessoa por trás está assumindo riscos muito grandes para seu capital,
e com isso, pegando um momento de sorte, acaba tendo sequências boas de
ganhos, e consegue exibir uma excelente performance, fora do normal.
O problema aqui é justamente não respeitar o princípio fundamental do trading de

arriscar pouco, sempre. Ainda que não apresente um drawdown alto, desconfie, pois
esse momento pode ainda não ter chegado. É comum haver contas que passem
meses no positivo, sem um grande rebaixamento, mas com valores tão altos de
rentabilidade, não dá para segurar. Inevitavelmente, uma hora ou outra, o
drawdown vai explodir, podendo levar a conta junto. E quem seguir estratégias
assim vai sofrer as consequências também. E o pilantra que divulgou isso estará
rindo à toa com o dinheiro que conseguiu dos ingênuos que acreditaram. Fique
esperto.
Mais um alerta, como você já viu na aula 11 que fazer trading sem stop loss é mortal
para qualquer conta, e que nenhuma estratégia se sustenta no longo prazo com
essa forma errada de operar, você também verá contas com drawdown altíssimo, se
passando por ótimas contas, apenas por manter meses e meses em sequência de
ganhos. Não acredite, se duvida, releia a aula 11 e veja os argumentos contra essa
forma de operar perniciosa.
Fazer trading SEM STOP LOSS é operar SEM gerenciamento de

risco. Ponto.
353
AJUSTE DE VALOR DO RISCO
Outro tema importante dentro do assunto de gerenciamento de risco, é o ajuste do

valor arriscado por operação. Aqui veremos sobre se é maios vantajoso ir
diminuindo o risco proporcionalmente a cada stop, e aumentando a cada take, ou
se é melhor manter o risco fixo.
JUROS COMPOSTOS
Falando de juros compostos, onde a matemática é bastante favorável ao processo

acumulativo no caso de ganhos, podemos e devemos pensar em arriscar um valor
proporcionalmente maior conforme nosso patrimônio vai crescendo. Isto é, se hoje
um trader tem 10 mil, e arrisca 1%, então ele arrisca 100. Em determinado momento
se o patrimônio dele alcançar 20 mil, ele já estaria arriscando 200 se mantiver a
porcentagem em 1% de risco por operação. Mas, a essa altura, se ele ainda estivesse
arriscando 100 dólares, certamente sua curva de crescimento exponencial dos juros
compostos seria eliminada, e estaria ganhando em juros simples, tirando toda a
mágica do negócio. 100 dólares de 20 mil (novo saldo) é apenas 0,5%, e o trader
não estaria aproveitando a força dos juros sobre juros.
Para que o patrimônio cresça com a velocidade desses juros compostos, é preciso ir
proporcionalmente aumentando o valor do risco. Isso pode ser feito mantendo a
porcentagem em relação a seu patrimônio, o que é excelente.
Agora, vale a pena fazer isso a cada trade?
Se pensarmos em termos apenas de sequência de ganhos ou perdas, uma

constatação empírica é fato: será mais difícil recuperar o valor anterior após uma
sequência de trades com prejuízo. Ou seja, se perder, por exemplo 20 trades
consecutivos, considerando um risco/retorno de 1:2, levaria mais tempo para
recuperar se o risco fosse ajustado em cada operação.
Veja na imagem abaixo, a tabela à esquerda é a representação de 31 trades. Nela o

risco é ajustado a cada operação. Na tabela da direita, o risco é fixo até a
recuperação.
354
O que se vê é que ajustando o risco a cada trade, o capital inicial só seria

recuperado na 31ª operação, quando também haveria um pouco de lucro. Agora se
o risco permanecer fixo a cada trade, então essa recuperação aconteceria após 30
negociações, uma a menos que o modelo com o risco ajustável.
Mas há algo a se perceber. No 20º trade, o rebaixamento do modelo de risco

ajustável é de -33,24%, e no modelo com risco fixo é de -40,0%, quase 7% maior!
Fica claro que usar um risco fixo por operação pode ser mais vantajoso em uma
recuperação de rebaixamento, mas também traz o risco de um drawdown
significativamente maior para o capital.
Ainda analisando a parte das perdas, a melhor escolha da abordagem dependeria

da taxa de operações lucrativas da estratégia utilizada. Se a estratégia consegue se
manter sem muitas perdas consecutivas, típico de estratégias com parciais, então
talvez seja melhor manter o risco fixo, para que SE um rebaixamento ocorrer, a
recuperação seja mais rápida. Isso acontece porque como não há uma grande
sequência de perdas, então esse rebaixamento não seria tão significativo, e o trader
poderia focar na recuperação, ao arriscar um valor fixo para cada operação.
Mas se a estratégia passa por períodos de perdas consecutivas com frequência, e

em grande quantidade, típico de estratégias Set and Forget, pode ser melhor adotar
o modelo de ajuste de risco por operação. Ou seja, risco variável, diminuindo a cada
trade em que se tem um stop loss. Assim, nos períodos de rebaixamento, o
355
drawdown ficará mais controlado. Em contrapartida, a recuperação pode demorar

um pouco mais, mas sem uma diminuição de saldo impactante, que poderia afetar
o psicológico, especialmente de iniciantes.
Veja na imagem abaixo como o saldo diminui mais rapidamente considerando a

abordagem do risco fixo, e como o saldo diminui com menos impacto no modelo
de risco variável.
Portanto, ao adotar a abordagem de risco variável diante de uma sequência de

perdas, o capital dificilmente chegará a zero, pois será preciso muitas, muitas
mesmo, operações com prejuízo, para perder tudo. Mesmo assim, chegar a zero é
matematicamente fora de cogitação, pois a curva exponencial negativa vai gerar um
movimento que tende ao infinito. E a perda considerando o risco fixo, chega a zero
em um período menor. Quanto maior o risco por trade no modelo de risco fixo,
mais rápido é a perda de todo o capital. Viu como é importantíssimo estudar
gerenciamento de risco?
E quando vierem os lucros?
A situação toma outra direção no caso de lucros em sequência. Caso o risco seja
fixo, teremos os famosos Juros Simples, que é quando o percentual não é calculado
em cima do novo saldo, mas sim do saldo inicial. O crescimento do patrimônio
usando Juros Simples é uma linha reta, mas em Juros Compostos, que é quando o
percentual é ajustado a cada novo saldo, esse aumento é de forma exponencial, isto
é, aumenta o saldo cada vez mais.
Na imagem abaixo, vemos a continuação das tabelas mostradas anteriormente.

Repare como a tabela do lado esquerdo, que utiliza o modelo de risco ajustável, em
356
juros compostos, veja como o saldo atinge um valor maior na negociação de

número 40.
Ao passo que do lado direito, com o risco fixo, juros simples, o saldo final é um lucro
de +40%, e se utilizado o risco ajustável, juros compostos, o saldo ao fim das
negociações é maior, ficando em +46,28%. Isso tudo considerando risco/retorno de
1:2.
Veja na imagem abaixo como é a curva de crescimento do patrimônio considerando

as duas abordagens.
Podemos concluir que com uma sequência de ganhos, utilizar a forma dos Juros
Compostos é significativamente mais vantajosa. Isso é, ao galgarmos operações
lucrativas, é melhor ir ajustando o risco, mas mantendo a mesma proporção,
aumentando somente o valor proporcionalmente ao saldo atual. Ou seja, não é
porque saí de um capital de 10 mil e alcancei capital de 20 mil que passarei a arriscar
3%! De forma alguma! O risco pode e deve ser o mesmo em porcentagem, mas
justamente pelo saldo ir aumentando, o valor do risco também aumenta, seguindo
o percentual da conta.
Explicando melhor, se quando eu tinha 10 mil dólares eu arriscava 2%, isto é, 200
dólares, quando eu alcançar 20 mil dólares, meu risco continua 2%, mas o valor dele
é proporcionalmente maior, ou seja, 2% de 20 mil são 400 dólares.
357
Agora se o risco for mantido o mesmo a cada operação, estaremos usando Juros
Simples, e nossa curva de crescimento será em linha reta*, sem a exponencialidade
tão importante dos juros compostos. Explicando melhor, se com 10 mil eu arrisco
2%, 200 dólares, caso eu me mantenha arriscando esse valor de forma fixa, isto é,
sempre arriscar 200 dólares em cada trade, imagine que eu alcance os 20 mil
dólares de saldo. Nesse momento, arriscar U$ 200.00 significa que estou arriscando
apenas 1% de meu capital atual, pois 1% de 20 mil são U$ 200.00. Nesse caso o risco
diminuiu em proporção, mas se manteve fixo em valor, essa é a essência dos Juros
Simples.
* Quando menciono linha reta é com uma sequência consecutiva de ganhos ou perdas.
QUAL A MELHOR ABORDAGEM?
Como você viu, para lucros é indiscutivelmente melhor usar o risco ajustável, e
aproveitar os juros compostos. Porém no caso das perdas, pode ser mais vantajoso
usar o risco fixo, para uma recuperação mais rápida do valor anterior ao
rebaixamento.
Mas o grande problema aqui é que não sabemos quando virá

uma sequência de perdas ou de ganhos!
Nesse caso, podemos analisar a seguinte abordagem: a cada trade negativo,

manteríamos o risco fixo, e a cada trade positivo, ajustaríamos o risco. É importante
ressaltar que em caso de perdas consecutivas, essa manutenção do risco fixo seja
variável.
“Hãnn?!!”
Sim, eu não me confundi na última afirmação. O que quis dizer é que poderemos
estabelecer parâmetros para diminuir o risco, não fazendo a cada operação, mas
sim a cada bloco de saldo.
Exemplo, poderemos estabelecer que a cada 10% de rebaixamento, ajustaríamos o

risco, para nos mantermos vivos por mais tempo no mercado, mas sem perder
completamente o fator de recuperação do modelo de risco fixo. Por outro lado, a
cada operação positiva, aumentaríamos o risco proporcionalmente ao novo saldo, e
assim, no caso de rebaixamento teríamos uma recuperação mais rápida, e na
hipótese de lucros isso seria feito visando a um melhor ganho em juros compostos,
aumentando nossa curva de crescimento patrimonial de forma exponencial.
Uma demonstração prática mostrará essa abordagem em funcionamento.
358
Suponha um capital inicial de 10 mil dólares, e um risco fixo em percentual para

ganhos, mas fixo em valores para perdas. Por exemplo, se após o primeiro trade
houver um stop loss, levando o saldo para U$ 9,800.00, então a próxima operação
manterá o risco com base no último saldo maior, isto é, no segundo trade o risco
não será diminuído, serão os mesmos 200 dólares.
Digamos que ocorre outra ordem negativa, e agora o saldo é U$ 9,600.00, mesmo
assim, na terceira operação manter-se-ia o risco igual, que é referente a 2% do
capital máximo anterior (U$ 10,000.00). E assim sucessivamente até que o
rebaixamento alcançasse -10%, isto é, quando o saldo estivesse em U$ 9,000.00. A
partir de então, como estabelecido no começo, o novo risco seria de 2% desse novo
saldo, isto é, -U$ 180.00 arriscados por negociação (2% de U$ 9,000.00 = U$ 180.00).
Em caso de mais perdas consecutivas, o risco seria o mesmo até que o
rebaixamento atingisse -20%, ou seja, quando o saldo estivesse em U$ 8,000.00, e
assim o novo risco seria de -U$ 160.00 (2% de U$ 8,000.00 = U$ 160.00).
Agora vamos zerar tudo e retomar o exemplo. Após o primeiro trade considere que
este tenha sido positivo, e o risco/retorno foi de 1:2. Como o risco era de U$ 200.00,
o lucro nessa operação positiva foi de +U$ 400.00. O saldo atualizado estaria em U$
10,400.00.
Trade Número 01
- Resultado: +U$ 400.00
- Novo Saldo: U$ 10,000.00 + U$ 400.00 = U$ 10,400.00
- Próximo Risco: -U$ 208.00 (Maior - Ajustado)
- Expectativa SE lucro: +U$ 416.00 (Valor Maior - Ajustado) (RR 1:2 - Permanece)
Para a próxima operação, portanto, o risco seria AJUSTADO proporcionalmente,

significando que agora seriam arriscados 2% do novo saldo, -U$ 208.00.
Suponha mais um trade positivo, com lucro o dobro do risco, portanto um ganho
de U$ 416.00, elevando o saldo para o valor de U$ 10,816.00. O risco para a próxima
operação seria então 2% desse novo saldo, 2% de U$ 10,816.00, que implica arriscar
U$ 216.32.
Trade Número 02
- Novo Saldo: U$ 10,400.00 + U$ 416.00 = U$ 10,816.00
- Próximo Risco: -U$ 216.32 (Valor Maior - Ajustado)
359
Mais um trade positivo, o terceiro agora, o lucro dessa negociação foi de +U$
432.64, e o novo saldo agora é U$ 11,248.64. O risco para a próxima operação seria
então 2% desse novo saldo, 2% de U$ 11,248.64, que implica arriscar U$ 224.97.
Trade Número 03
- Novo Saldo: U$ 10,816.00 + U$ 432.64 = U$ 11,248.64
- Próximo Risco: -U$ 224.97 (Valor Maior - Ajustado)
Muito bem, agora imagine uma operação negativa, gerando um prejuízo

previamente determinado em -U$ 224.97. O novo saldo iria baixar para U$
11,023.67.
ATENÇÃO - Nesse momento, qual seria o risco da próxima operação, considerando

a abordagem utilizada no exemplo?
O risco seria mantido no mesmo valor, isto é, U$ 224.97, ele não seria ajustado
proporcionalmente. Como venho explicando, essa abordagem pode gerar uma
recuperação mais rápida de um possível rebaixamento. Veja que o planejado
inicialmente é que o risco será fixo até um rebaixamento de 10%. Quanto seria então
o valor do saldo que habilitaria o trader a mudar seu risco, diminuindo-o e se
protegendo de grandes rebaixamentos?
Resposta: Se o maior capital alcançado foi de U$ 11,248.64, conseguido após o trade

número 03, então um rebaixamento de -10% faria o novo saldo diminuir até U$
10,123.77
U$ 11,248.64 - 10% = U$ 10,123.77
Quando e SE o capital cair até U$ 10,123.77, então o risco seria reajustado. Para isso
bastaria aplicar 2% sobre o novo saldo. Logo, o risco para a próxima operação seria
calculado em cima de U$ 10,123.77, isto é, 2% de U$ 10,123.77 equivale a arriscar U$
202.47.
Enquanto o saldo, o capital, não rebaixar até U$ 10,123.77, o risco permanece sendo
de 2% em relação ao maior capital que o patrimônio já alcançou, que era de U$
11,248.64, implicando em um risco de -U$ 224.97 por operação.
Seguindo com o exemplo, o trade de número 04 teria, portanto, as seguintes

métricas:
360
Trade Número 04
- Resultado: -U$ 224.97
- Novo Saldo: U$ 11,248.64 - U$ 224.97 = U$ 11,023.67
- Próximo Risco: -U$ 224.97 (Permanece)
- Expectativa SE lucro: +U$ 449.94 (Mesmo Valor - Permanece) (RR 1:2 - Permanece)
Após o quarto trade ter sido um prejuízo de -U$ 224.97, levando o saldo para o
valor de U$ 11,023.67, como visto acima, suponha que o quinto e o sexto trade
também foram negativos. Teríamos 2 prejuízos de -U$ 224,97 cada. Sim, o risco não
alterou, pois o saldo ainda não chegou ao limite estabelecido para a mudança no
valor do risco. Após o quinto trade o saldo seria de U$ 10,798.70 e após o sexto
trade o saldo baixaria para U$ 10,573.73.
Trade Número 05
Resultado: -U$ 224.97
Novo Saldo: U$ 11,023.67 - U$ 224.97 = U$ 10,798.70
Próximo Risco: -U$ 224.97 (Permanece)
Expectativa SE lucro: +U$ 449.94 (Mesmo Valor - Permanece) (RR 1:2 - Permanece)
Trade Número 06
Novo Saldo: U$ 10,798.70 - U$ 224.97 = U$ 10,573.73
Para finalizar essa sequência de perdas consecutivas, o sétimo trade também foi
negativo, e o saldo agora seria de U$ 10,348.76, isto é, menos U$ 224.97 (repare
que o risco ainda é o mesmo desde que essa série de perdas se iniciou). Veja que o
saldo ainda não baixou -10% do maior valor conseguido. Como mostrei, o limite era
que: se e quando o saldo chegasse a U$ 10.123,77 somente aí é que o risco seria
reajustado.
Trade Número 07
Novo Saldo: U$ 10,573.73 - U$ 224.97 = U$ 10,348.76
Pois bem, o risco para o oitavo trade é o mesmo, -U$ 224,97, e a expectativa de
ganho, com a RR de 1:2, é do dobro desse valor, ou seja, U$ 449.94. Nada mudou,
361
pois o capital ainda não retomou o patamar anterior ao rebaixamento, ou seja, o

saldo ainda não voltou a ser o máximo já alcançado, U$ 11,248.64.
Após esses últimos 4 trades terem sido perdas, uma sequência de 3 ganhos foi
conseguida. Vamos ver o resultado.
Trade Número 08
Resultado: +U$ 449.94
Novo Saldo: U$ 10,348.76 + U$ 449.94 = U$ 10,798.70
Repare que o saldo atual ainda não retornou ao nível de outrora, que era de U$
11,248.64. Estamos tentando recuperar do rebaixamento com um risco fixo.
Agora trade 9 e 10 positivos.
Trade Número 09
Novo Saldo: U$ 10,798.70 + U$ 449.94 = U$ 11,248.64
Antes de irmos para o décimo trade, veja que finalmente a recuperação do

rebaixamento ocorreu, e o saldo retomou o patamar máximo que já tinha alcançado
um dia, o valor de U$ 11,248.64. Para o décimo trade teremos o mesmo valor de
risco e projeção de ganho, e por quê? Porque 2% de U$ 11,248.64 é U$ 224.97
Trade Número 10
Novo Saldo: U$ 11.248,64 + U$ 449.94 = U$ 11,698.58
Próximo Risco: -U$ 233.97 (AJUSTADO - O saldo aumentou!)
Expectativa SE lucro: +U$ 467.94 (AJUSTADO - O saldo aumentou!) (RR 1:2 - Permanece)
Viu que agora os parâmetros de risco e projeção de ganho aumentaram? Isso

ocorreu pois ficou estabelecido no início do planejamento que o risco só seria
reajustado em duas situações:
1 - Para MAIS, em caso de trade positivo e saldo novo maior
2 - Para MENOS, no caso de o rebaixamento atingir -10% do maior saldo já
conseguido.
362
TESTES COMPROBATÓRIOS DA ABORDAGEM
Eu fiz inúmeros testes com essa abordagem, e ela se mostrou melhor em

praticamente todos os cenários! As únicas poucas vezes em que usar essa
abordagem ‘mesclada’ foi pior que usar um risco sempre ajustável (a cada trade) foi
quando a taxa de operações lucrativas se manteve muito próxima do zero a zero.
Lembra dessa tabela?

- R/R 1:2 - 1 terço das operações, mais 1
- R/R 1:5 - 1 sexto das operações, mais 1
Pois bem, quando a taxa de operações lucrativas (vulgo “taxa de acerto”) fica
próxima ao limite, o resultado da abordagem ensinada tende a ser pior. Por
exemplo, se a taxa for de 26% para RR de 1:3, dependendo da configuração dos
resultados, pode haver um prejuízo na abordagem ensinada. Já com a abordagem
de risco sempre ajustável a cada operação, pode haver lucros.
O QUE ESCOLHER?
Cabe a você fazer testes na sua estratégia, muitos testes no passado, o que
chamamos de “backtestes”, para descobrir qual abordagem te daria um resultado
melhor. Mas de antemão eu já te digo que se a taxa de operações lucrativas da sua
estratégia superar os valores de breakeven da tabela anteriormente mostrada, então
usar a abordagem que passei aqui nessa aula tende a maximizar e melhorar seus
resultados, em comparação com a abordagem de atualizar o risco em todo e
qualquer trade.
CONCLUSÃO
Nessa aula você aprendeu o grande segredo dos vencedores, que nada mais é do
que saber gerenciar seu risco de forma que possa buscar:
1 - SEMPRE o objetivo de ganhar mais nos trades positivos, do que o valor arriscado
em cada operação;
2 - SEMPRE arriscar pouco por trade.
363
O primeiro permite ao operador ganhar no longo prazo, apesar das perdas, pois
quando tiver operações com lucros essas superarão as que tiveram prejuízos. Esse é
o maior segredo que pouquíssimos dão a devida importância. Você aprendeu bem
sobre relação risco/retorno e viu que, por exemplo, estratégias com RR de 1:3
podem perder 75% das vezes e ainda assim não dar nenhum prejuízo. Bastando 1
trade positivo além dessa taxa e o saldo já fica no azul.
O segundo é igualmente essencial, mas ele está mais para sobrevivência do trader
no mercado. Pois o maior fator que faz os iniciantes perderem seu dinheiro é
simplesmente arriscar demais, e isso acontece por não saberem calcular
adequadamente o risco. O chamado “overleverage” já quebrou muitas contas desde
que o trading se popularizou. O termo significa que as negociações possuem um
risco além do saudável. Ao usar altos lotes, os inexperientes estão sempre em busca
de grandes vitórias, operações super lucrativas que possam fazê-los alcançar a tão
difundida “vida de trader” que pilantras oferecem por aí.
Traders profissionais arriscam pouco, justamente por entenderem que é impossível

saber o próximo movimento do preço, devido ao princípio mais essencial do
trading: a incerteza. Com isso, sabem que perdas são mais do que normais, e assim,
eles limitam esses prejuízos a um valor realmente baixo, que não os afete
psicologicamente. Novatos, gananciosos e afoitos, muitas vezes “colocam a banca
toda”, buscando algo irreal, e alcançando algo destruidor.
Você também aprendeu a importância de gerenciar seu risco por trade, viu sobre o
drawdown e como ele é importante para avaliar uma estratégia e a forma de
gerenciamento. Drawdown muito alto é ruim, pois isso mostra que o risco por trade
é significativo, o que não é adequado. Contas com rentabilidade muito acima da
média tendem a mostrar um grande rebaixamento, e se ainda não apresentaram
esse drawdown, espere mais um tempo, e ele vai estar lá, fato.
E por fim você aprendeu sobre ajuste de risco a cada trade, vendo qual são as
abordagens utilizadas, as que favorecem os juros compostos, e as que minimizam
os períodos negativos. Sabendo de tudo isso, cabe a você aplicar esses
conhecimentos, e passar à frente da grande massa que só faz perder nesse
mercado, muitos por não saber corretamente sobre o tema mais importante:
Gerenciamento de Risco.
364
MÓDULO 4
COMO COMEÇAR
NO FOREX
365

CAPÍTULO 16
O CAMINHO DO
TRADER INICIANTE
366
CAPÍTULO 16 - O CAMINHO DO TRADER

INICIANTE
Esse capítulo será um pouco diferente, mesmo assim irei abordar um tema bem
importante. Trata-se da caminhada que um trader iniciante precisa seguir para
alcançar o sucesso. Muita gente entra nesse mercado sem ter nenhuma noção das
etapas que deve passar se quiser ser lucrativo no Forex, e é nesse capítulo que você
terá a orientação correta sobre esse assunto.
Eu poderia ter colocado essa aula

no início do livro, mas optei por
incluí-la agora, já que depois de
estudar vários capítulos você já
sabe o bastante para compreender
esse caminho rumo ao sucesso no
trading. Na leitura a seguir, vou te levar em uma breve viagem pelo caminho que
todo iniciante que almeja ser bem sucedido deve percorrer.
INTRODUÇÃO - O INÍCIO DA JORNADA
Um trader que está começando no mercado agora, que creio possa ser seu caso,
amigo leitor, ele precisa seguir um caminho, uma rota, uma série de passos até
atingir a consistência.
Quando o trader conhece o mercado, quando ele conhece o Forex especificamente,

na grande maioria das vezes ele vem iludido pelo ganho fácil, e leva um longo
tempo até se convencer do contrário. Já outros até entram sabendo dos riscos, mas
367
logo se encantam com os ótimos resultados dos testes na conta demonstrativa, e já

partem para a conta real. Porém, ao operar com capital de verdade, os resultados
costumam ser incrivelmente diferentes.
Creio que você possa ter se identificado com essa forma de entrar no mercado. Mas
fique tranquilo, praticamente todos que vêm para o trading acabam passando por
um dos dois caminhos narrados no parágrafo anterior. E pior, muitos ainda
quebram várias contas, perdendo todo o dinheiro, até entender (ou não) como
funciona o mercado.
Pois bem, existe um caminho, como disse há um passo a passo para o trader
iniciante começar essa jornada da forma correta, e seguir firme através dela.
Estando ciente de que caso se mantenha disciplinado nessa trajetória, irá colher os
frutos.
A APRENDIZAGEM
Esse caminho começa com o estudo. Sim, através do estudo sobre o que é o Forex,
quais os termos usados, o que é uma cotação, quais os horários das sessões, como
se negocia no mercado de câmbio, o que é um pip, um lote, uma vela, um gráfico,
uma corretora... nossa, é muita coisa, mas esse livro já vem te preparando bastante
nas aulas anteriores. E creio eu que você tenha assimilado boa parte do que foi
ensinado até aqui.
368
Outra parte que diz respeito ao estudo é em relação à aprendizagem

sobre gerenciamento de risco e controle psicológico. Esses dois assuntos são
tratados cada um de uma forma específica. A primeira, sobre gerenciamento, você
teve uma visão completa na parte anterior, e a parte voltada só para o controle
psicológico é um tema bastante complexo, mas aqui no livro eu te trouxe excelentes
ensinamentos.
Após o final desse estudo, você estará apto a ir para a prática, isto é, treinar, treinar
e treinar, até se estabelecer como consistente, e aí sim, poder operar com dinheiro
real.
O INÍCIO DA PARTE PRÁTICA
Após o trader ter avançado bem no estudo do mercado, ele já terá bastante
conhecimento para ir para a próxima etapa: Aprender sobre estratégias de
negociação. Você já iniciou essa fase ao estudar o capítulo sobre como montar um
setup, um sistema. Mas antes de ir para a prática efetivamente, é preciso entender
bem sobre a parte teórica das estratégias de negociação existentes, pois elas exigem
que o trader ao usá-las nas negociações, entenda os conceitos comportamentais do
mercado em cada técnica. No capítulo 9 você viu os padrões de preço existentes, e
o que o mercado pode estar fazendo por trás de cada padrão.
Embora esse livro passe o conhecimento suficiente e completo para começar a

operar, existem muitas outras estratégias, especialmente de Price Action, que você
pode aprender com inúmeros materiais disponíveis gratuitamente na internet. Você
não precisa pagar caríssimo por um curso que te ensine uma estratégia específica,
pois esse conhecimento além de livremente ser achado na web, ele não deve ser o
foco da sua atenção.
Sim, a estratégia deve ser a menor das suas preocupações. O setup de um trader é
a parte que deve ser a mais simples de todas. Um bom operador não perde seu
tempo estudando muitas estratégias diferentes. Aprenda e aceite logo essa verdade.
Os profissionais se desenvolvem em cima de uma única estratégia e passam anos
operando somente esse setup.
Depois de muitos anos de experiência, após terem dominado a técnica de tal forma
que já se tornou algo totalmente mecânico operar usando-a, aí sim eles começam a
pensar em incluir outra estratégia ao seu planejamento. E nem todos os profissionais
desejam operar mais de uma técnica, já que muitos ficam com seu único sistema de
negociação durante toda a sua carreira. O que é totalmente normal, afinal, se o
modelo utilizado para operar está dando resultado há anos, os profissionais sabem
que se acrescentarem outro setup, existe o risco de dividir a atenção. Por isso a
importância de somente pensar em adotar outra estratégia quando a primeira já
369
estiver totalmente assimilada na mente e nos músculos, a ponto de ser algo

totalmente mecânico.
Pois bem, nessa etapa você precisa escolher qual será a estratégia que utilizará. A
escolha balizará suas entradas por muito tempo, por isso estude bem os padrões, e
escolha aquele que você entende ter uma maior chance de trazer bons trades ao
longo do tempo. Pode ser que você goste do pinbar, ou talvez acredite que o inside
bar será mais efetivo. Talvez uma junção desses dois, com algum outro critério de
confluência de fatores, como aprendido na aula 09. Quem sabe você estudou outro
padrão de preço em algum lugar e acredita ser eficaz, quem sabe até já usa esse
modelo em conta real, e está estudando esse livro buscando melhorar.
A estratégia escolhida, para que seja boa, precisa ter os três pilares ensinados no
capítulo 09, isto é:
1 - A favor da tendência
2 - Em níveis de suporte/resistência
3 - Após algum padrão específico (comportamento do preço)
Se você estabelecer seu setup em cima desses pilares, quando for para a parte dos
backtestes, a probabilidade de encontrar uma estratégia eficiente e lucrativa é muito
maior, do que um sistema que não use esses pilares fundamentais. Por conseguinte,
se tentar operar contra a tendência, ou em qualquer lugar do gráfico, longe de
importantes suportes e resistências, ou quiser operar completamente às cegas, só
no ‘feeling’, eu te garanto, não terá êxito em achar uma boa estratégia.
Como um Iniciante NÃO Deve Agir com sua Estratégia
Já que essa parte fala do caminho dos traders iniciantes, preciso te mostrar qual é a
atitude que eu vejo e constato em 99,9% dos novatos que decidem encarar o Forex,
e acabam, inevitavelmente, perdendo dinheiro.
É fato, a esmagadora maioria dos iniciantes operam sem uma estratégia,

acreditando que estão utilizando uma. Estudam em algum lugar um setup qualquer,
leem algum livro e gostam da estratégia, daí em outro dia assistem a um vídeo no
YouTube, ou estudam algum artigo, gostam da forma como a pessoa analisa,
entendem, e isso tudo vai sendo assimilado. Em outra semana ou mês, a mesma
coisa: lê, estuda, gosta aprende mais uma estratégia, e vai somando tudo isso a seu
“repertório”, seu “arsenal”. E aí o que acontece? O novato, que agora já se considera
mais experiente, vai para o gráfico e procura por algum dos sistemas que estudou
ao longo desse tempo. Assim que ele vê algo parecido ou mesmo idêntico ao que
vinham aprendendo, ele abre a ordem. Se ele tiver a prudência de fazer isso em
conta demo, ótimo. O problema é quando vai fazer na conta real.
370
E assim o novato vai fazendo, acreditando firmemente que está operando com base
em um sistema, com uma estratégia. Quando algum deles vêm até mim eu
pergunto qual é o plano de negociação, e após receber a resposta, a constatação
que faço é simples: Estão operando aleatoriamente, sem sistema nenhum.
Bom, sinto informar, mas quem age assim está no caminho errado se quiser ter
sucesso no Forex, e no trading em geral. Mesmo que se acredite estar negociando
com base em estratégias sólidas, agir dessa forma é agir sem critério, sem
planejamento, sem preparo, sem habilidades essenciais ao trading. O iniciante que
opera assim, e logicamente não alcança resultado sustentado, esse precisa
então parar tudo, e se concentrar em seguir as dicas que darei a seguir.
Dicas para uma Estratégia Eficaz
Essas dicas são muito importantes. Foram importantes para mim, foram importantes
para outros traders que cansaram de perder dinheiro nesse mercado, e decidiram
fazer algo que não tinham feito antes, para alcançarem resultados que ainda não
tinham conseguido.
O que você precisa fazer é o seguinte:
De tudo que você já estudou, já leu, já pesquisou, você tem duas opções:
1 - COPIAR alguma estratégia específica, e só uma, uma única, somente

uma, exatamente como aprendeu, e ir testando. Pode fazer adaptações, mas desde
que sejam poucas, que não alterem o fundamento da estratégia original, e desde
que as alterações sejam seguidas à risca durante os testes;
2 - MONTAR alguma estratégia específica, e só uma, uma única, somente uma, só

uma, incluindo critérios que você crê que possam ser importantes, conforme seus
estudos. Esses critérios devem ser poucos, simples e objetivos. E aí seguir à risca sua
estratégia montada nos seus moldes. Pode até chamar de “sua”.
Feito isso, com A estratégia escolhida, você vai anotar, em detalhes minuciosos, tudo
que considerar essencial para ela funcionar. Muita gente começa usar um sistema,
não anota nada, tem pavor de ficar registrando, detalhando, porque acha que no
Forex ela tem que ser totalmente livre, e fazer essas coisas supostamente vai tirar
essa liberdade. Acontece que essa liberdade total que desejam não gera resultados
sustentados no mercado. Pode gerar um trade bom aqui, outro ali, mas no geral o
saldo vai diminuindo progressivamente, e a pessoa não entende o porquê de nunca
atingir o sucesso. Isso será mais bem explicado na parte do trading plan. Mas para
adotar uma estratégia efetiva, além dos 3 pilares, posso te dar algumas dicas a mais,
bem importantes.
371
Tente ser o mais específico possível. Tipo, não diga: "vou operar engolfo", mas diga
assim: "vou operar engolfo quando ele tocar em zona de suporte e resistência e em
‘tal’ proporção”, especificando esse ‘tal’. Tente mensurar, tornar calculável, em
números, o máximo possível. Tipo "Vou operar pinbar com essas proporções: cauda:
X% ; corpo: Y%", em vez de: "vou operar pinbar" somente, pois fica muito vago, o
que é extremamente prejudicial. Caso use Fibonacci, por exemplo, não diga apenas,
“operar em níveis de Fibo”, seja específico: “Operar no mínimo na retração de 38.2%
de Fibo, e no máximo 61,8%”.
Agindo assim você se prende, se amarra em um mastro, que será sua estratégia, a
qual deve ser seguida firmemente como uma rocha, como receita de antibiótico na
UTI! Uma estratégia sem detalhes, muito vaga, abre margem para diversas
interpretações, e agir de forma muito discricionária no trading é ruim para qualquer
sistema.
E por que isso?
Porque após você estabelecer qual estratégia vai utilizar, e anotar tudo de
forma detalhada no trading plan, virá a próxima parte: testar a estratégia, que será
explicada ainda nesse capítulo.
A Tendência CORRETA
Antes de passarmos para a parte do Trading plan, vamos discorrer sobre a

tendência correta no Trading. Muitas pessoas aprendem que é preciso seguir a
tendência, mas recebo muitas perguntas sobre qual time frame considerar.
No trading com Price Action, que é a base para outras abordagens, a tendência
correta é a do gráfico Diário. É no gráfico D1 que você deverá definir se um ativo
está em tendência ou não, se está fazendo topos/fundos maiores/menores.
Esse gráfico é o time frame considerado pelos grandes bancos para suas
negociações, pois os valores de abertura, fechamento, máxima e mínima de um dia
estão como parâmetros de inúmeras estratégias de negociação dos Big Players. É
com base no Diário que grandes instituições fundamentam suas estratégias de
investimento, e é embasado no D1 que traders institucionais definem se o gráfico
está subindo ou descendo em tendência de alta ou baixa.
Qualquer outro gráfico deve ser usado como auxiliar. Isso mesmo, inclusive o
gráfico Semanal e o Mensal apenas complementam a tendência definida no gráfico
Diário. O W1 e no MN, semanal e mensal, respectivamente, trader profissionais
utilizam-nos como definidores de regiões significativas de suporte e resistência, mas
não para definição da verdadeira tendência.
372
Já os gráficos menores, como H1 ou M30 (1 hora e 30 minutos), por exemplo, ainda

que tais períodos mostrem estruturas de tendência, eles não servem para definir “A”
tendência. Logo, se o gráfico Diário está em ALTA, e o M30 mostra estrutura com
topos e fundos cada vez mais baixos, é bem provável estar diante apenas de uma
retração. Mesma coisa no caso de uma tendência de baixa no Diário, e no H1 o
preço vier mostrando cada vez mais topos e fundos maiores, que para muitos seria
tendência de alta. Não! Isso é apenas uma correção, a tendência verdadeira é a do
Diário, no caso do exemplo, de baixa.
Embora não exista um período exato no gráfico Diário para considerar tendência, é
de se notar que os últimos 6 meses dizem mais sobre a direção do mercado, do
que os últimos 3 anos, por exemplo. Às vezes me deparo com algumas pessoas
“retirando o zoom” do gráfico D1 para definir a tendência, mas fazendo isso de
forma acentuada. De acordo com o tanto de “zoom retirado” é provável que o que
se enxergue esteja mais para uma análise do gráfico semanal do que do Diário.
Para evitar confusões e ajudar os iniciantes, eu recomendo que, na dúvida, veja os

últimos 6 meses, ou algo próximo disso, e esse parâmetro te ajudará a definir a
tendência. Se houver topos mais altos que os anteriores, e fundos mais altos que os
últimos fundos, então temos uma tendência de alta. O contrário serve para a
tendência de baixa, como você aprendeu nas aulas de Price Action desse livro.
Qual Gráfico Escolher
As melhores estratégias estão baseadas no time frame Diário, e não só para

definição de tendência, mas também regiões de suporte/resistência e definição do
sinal operado. Também é possível encontrar estratégias lucrativas em outros
períodos, mas você terá menos trabalho para encontrar um sistema vencedor se
escolher operar com um setup simples, objetivo, e totalmente baseado no gráfico
de 1 dia.
Particularmente não recomendo desenvolver e usar estratégias em gráficos

inferiores a M30. Isto é, procure ficar longe de time frames como o de 1, 5 ou 15
minutos. E caso pense em operar no semanal ou mensal, entenda que ali a
abordagem é outra, pois provavelmente suas ordens poderão durar meses abertas,
e nesse contexto foge-se um pouco do trading convencional, e se faz mais um
investimento, algo a médio longo prazo. É uma abordagem diferente, comumente
chamada de Position trading, ou Carry Trading. O foco do livro não é nessas formas
de operar, apesar de serem algo a se estudar se você gosta de buscar outras formas
de aplicar seu dinheiro. Só não vamos confundir com as finalidades desse livro.
373
O TRADING PLAN
Uma vez que o trader iniciante já estudou sobre o mercado, já aprendeu sobre
estratégias, e já escolheu o padrão comportamental que
irá operar, está na hora da próxima etapa: desenvolver
o Trading Plan.
É exatamente para essa fase que tratarei agora sobre a

elaboração e estruturação de um planejamento. Você
aprenderá como desenvolver e montar corretamente
seu trading plan, para poder usá-lo exaustivamente
durante os testes. Irá aprender como fazer um
planejamento sólido e estruturado, de acordo com o
padrão de comportamento de mercado que você
escolheu, desenvolvendo assim o seu Trading Plan.
Um Trading Plan é uma peça essencial na carreira de um trader. É nele que

colocamos todos os critérios que definem quando um sinal para operar será válido,
ou não. Nele também estabelecemos metas, decidimos em que horário vamos
operar, quais os riscos que iremos aceitar em cada trade, o que faremos após
determinado número de perdas, entre outras informações bem importantes.
Trading Plan é uma Ferramenta, e Ela Existe!!
Se tem algo que vejo muito os iniciantes falharem, praticamente todos, é a não
elaboração de um planejamento registrado. O que alguns poucos ainda fazem é ter
a estratégia em mente, mas não anotar nada (a maioria, como disse antes, nem
estratégia definida tem).
É simples, um trading plan são suas anotações, de forma estruturada, que indicam
tudo o que você vai fazer no mercado. Por exemplo, que horas vai acompanhar o
gráfico, em quais períodos está liberado para procurar seu sinal e em quais está
liberado para operar; quais são os critérios definidores de seu sinal, e quais são
aqueles que te proíbem de abrir ordens; como será a entrada, em que direção;
onde ficará seu stop loss e take profit; como fará o gerenciamento, se deixará correr
ou se vai pré-planejar uma administração da ordem em aberto; como vai finalizar a
operação; qual será o valor do risco a cada trade; quais ativos pretende operar;
entre outros itens importantes.
Nessa parte trarei um exemplo bem simples de como pode ser estruturado um
Trading Plan, mas de nada adiantará se você quiser tê-lo apenas na mente, acredite.
Anote, registre, seja criterioso com sua nova atividade de trader. Por exemplo,
nenhuma empresa no mundo consegue ter sucesso duradouro se agir
374
aleatoriamente e sem um planejamento embasado, e anotado, registrado. Isso serve

para acompanhamento, verificação e posterior controle. Mesmo que você ache que
não precisa, porque supostamente tem tudo de cabeça, mesmo assim, anote tudo
que faz parte do seu sistema em algum lugar, esquematize, deixe estruturado, de
forma a ser facilmente compreendido por você mesmo, e use essas anotações para
se certificar se o que está acontecendo no mercado bate ou não com o que você
detalhou e explicou no planejamento. Esse registro de seu sistema é o seu TRADING
PLAN.
Flexibilidade no Trading
Antes de partirmos para um exemplo dessa ferramenta crucial, algo precisa ficar
claro para você. Quando tratamos de flexibilidade no trading, de não ser
“engessado”, quer dizer que você precisa estudar técnicas diversas tanto para
entrada de uma operação, quanto de saída, a parte mais difícil de um trade. Ao
procurar uma melhor forma que você entenda ser lucrativa, você irá testar, como
ensinarei ainda nesse capítulo.
Porém, uma vez escolhidos os critérios e os itens que você incluirá no planejamento,
e uma vez devidamente registrados e anotados no seu documento oficial, a partir
daí não existe margem para flexibilidade. Sim, você precisará se ater ao seu plano
como se fosse uma receita de antibiótico na UTI, ou como se fosse um manual de
pilotagem de foguetes espaciais, ou mesmo um guia de construção do fundamento
de prédios, ou ainda um manual de cirurgia de transplante de coração, nesses casos
não há espaço para um desvio sequer.
No trading, após elaborado e testado seu sistema registrado em um planejamento,

não existe espaço para improvisos! Você escutará muitos por aí alegando que
durante uma operação, ficam acompanhando o mercado para tomar uma decisão.
Esse tipo de amador irá gritar aos 4 cantos que é importante monitorar o trade
aberto, pois se algo “der errado” ele precisa estar lá para tomar alguma providência.
375
E se algo “der certo” também precisar estar ‘em cima’ para saber o que fazer. Os
que alegam isso não aprenderam o verdadeiro conceito de disciplina no trading.
Uma vez fechado seu planejamento para os testes, e ainda

mais para suas operações reais, você deve conter a enorme
tentação que virá para operar FORA de algum critério de seu
plano.
Não tenho palavras para destacar a importância da afirmação anterior. Já é difícil

estabelecer uma estratégia simples e objetiva, pois a tentação de incluir critérios
demais em um setup vai atormentar o iniciante que deseja seguir as dicas desse
livro. Será ainda mais difícil ter a iniciativa de anotar tudo em um documento oficial,
seu trading plan. Se você conseguir ser disciplinado o suficiente para fazer esses
dois: definir uma estratégia simples e objetiva, e anotar tudo em um documento,
seu trading plan, ainda assim você passará por uma parte deveras complicada:
segurar o ímpeto de operar fora de seus critérios.
Sim, mesmo sendo disciplinado na definição da estratégia e elaboração do plano,

mesmo assim o iniciante demorará muito até desenvolver o hábito de seguir seu
trading plan à risca, e justamente por isso ele precisará passar por algumas etapas
antes de arriscar dinheiro real no mercado. Essas etapas serão descritas nesse guia.
Alguns exemplos podem te ajudar.
Imagine que seu planejamento é simples como o descrito a seguir.
TRADING PLAN
1 - Operar a favor da tendência;
2 - Após alguma retração que alcance nível de suporte/resistência importante
previamente demarcado;
3 - Em algum dos níveis de Fibo seguintes: 38,2%, 50% e 61,8%, ou a região entre
eles;
4 - Quando aparecer um pinbar com cauda de no mínimo 65% do tamanho do
candle;
Esse seria, por exemplo, o ‘core’ do plano, embora alguns critérios sobre entrada e
saída ainda sejam necessários. Aqui irei utilizar esse exemplo só para ilustrar como
seria operar de forma indisciplinada. Imagine então o gráfico abaixo. Temos o par
USDCHF em clara tendência de baixa. Após o preço fazer o último fundo, ele iniciou
retração e deixou um pinbar, como mostrado na imagem. Porém esse sinal, apesar
376
de estar de acordo com o item 4 do planejamento, e mais, estando de acordo com

o item 1, operar a favor da tendência, fica claro que o sinal NÃO apareceu na região
principal considerada, nem em uma região alternativa, também previamente
estabelecida pelo trader. Esse sinal claramente NÃO atende ao item 2 da lista de
critérios usada aqui como exemplo.
E mais, ao considerar Fibonacci no item 3, esse também não foi respeitado. Veja
abaixo que o preço mal chegou a 38,2% da retração. A região amarela mostra o
espaço que o preço ainda faltava percorrer para validar o item 3 do trading plan.
Sendo assim, uma operação aqui estaria fora do planejamento. E por mais que o
trader se sentisse confiante que uma negociação seria positiva, ele não deveria
entrar em uma operação que não atendesse a seus critérios pré-definidos no plano.
Nesse exemplo, o resultado teria sido negativo, pois o preço segue na direção
oposta à desejada pelo trader.
377
Concluímos que se o trader abrir a operação nesse caso, então ele foi indisciplinado,
e pra piorar teve uma perda. Isso significa que ele agiu fora de seus critérios do
planejamento, e por isso ele errou. Mas não estou dizendo que ele errou porque
perdeu dinheiro, não. O que estou falando é que ele errou por não ter seguido seu
plano à risca, e abriu uma ordem fora de seu trading plan, isto é, o seu sistema não
autorizou a operação ser aberta, e mesmo assim a ordem foi colocada. O resultado
é indiferente.
Talvez você tenha estranhado a última afirmação, pois, “como assim o resultado é
indiferente”?? Antes de trazer uma explicação completa sobre um dos princípios
fundamentais do trading de sucesso, vamos a mais um exemplo.
Na imagem acima temos o EURUSD, gráfico Diário, em clara tendência de queda, e

o preço já iniciou uma retração, fazendo inclusive um pinbar muito bem definido
378
durante a correção. Aqui podemos ver que o item 1 e 4 foram perfeitamente

atendidos, pois:
1 - O ativo está em tendência, e uma operação de venda estaria a favor dela;
4 - O sinal foi um pinbar bem claro;
Mas repare que o item 2, suporte/resistência, e o item 3, Níveis de Fibo, não foram
atendidos, pois o preço nem chegou até a região considerada, nem alcançou 38,2%
de Fibonacci. Aqui está claro que uma venda nesse pinbar estaria fora dos critérios
do sistema do exemplo, e assim, de acordo com o planejamento não está
autorizado abrir uma ordem.
ATENTE - Caso o trader não abra a ordem, duas situações podem acontecer.
1 - O preço ir contra e assim evitou-se um prejuízo;
2 - O preço ir a favor, e assim não houve lucro
Em qualquer das duas situações possíveis o trader teria acertado! Sim, o trader teria
agido corretamente ao não abrir a ordem, pois obedeceu ao planejamento. E assim,
o resultado é irrelevante! Lucro ou prejuízo, não importa, desde que o operador
seja disciplinado em obedecer ao seu sistema sempre. Para muitos isso soa
estranho, afinal, se estamos fazendo trading para ganhar dinheiro, é de se imaginar
que lucrar é importante, e perder é ruim. Pois se ganhamos o saldo aumenta, mas
se perdemos o capital diminui, e para ganhar, seria importante ter lucros. Correto?
Errado!
Sim, ter ganhos é importante, a matemática não muda, pois somar faz algo
aumentar. Mas no trading o resultado de uma única operação não deve ser levado
em consideração para o longo prazo. Como você sabe, dá para ganhar dinheiro no
trading apesar das perdas, ou você não leu a aula 15? Logo, o que importa ter
algumas ou mesmo várias operações com prejuízo, se o saldo final for lucro?
Perceba o que estou querendo dizer: para ter sucesso no

longo prazo, seguir o planejamento à risca é mais importante
do que o resultado de uma operação. Pois é o resultado de
várias operações ao longo do tempo que dará a você o
sucesso almejado, e não o lucro em uma única negociação
Vejamos agora o que aconteceu após o pinbar da última imagem.
379
Veja bem, após o pinbar o preço caiu de maneira forte, e assim, o lucro de uma
venda aqui não veio, já que como o planejamento não autorizava uma ordem
nessas condições, então o trade não foi aberto. Nem ganhou, nem perdeu nada.
Para muitos isso seria uma “oportunidade perdida”, mas para os traders
disciplinados, seguindo o Trading Plan do exemplo, foi somente um movimento do
preço que não se enquadrou nos critérios, e assim o operador ficou naturalmente
de fora.
Há duas considerações que gostaria de fazer sobre esse último exemplo.
1 - Primeiramente ainda que o preço tivesse alcançado o nível de 38,2% ou 50% de

Fibonacci, ou seja, atendido ao item 3 do planejamento, mesmo assim não se estaria
autorizado a abrir a operação se o preço não chegasse ao nível de suporte e
resistência considerado. Pois dessa forma, mesmo o item 3 sendo atendido, o item
dois não teria sido. E para que uma oportunidade exista de fato, todos os critérios
do planejamento devem aparecer no gráfico, sem exceção.
Por exemplo se o preço tivesse feito o seguinte movimento, o trader que tivesse
definido a região cinza como região do item 2, teria que ser disciplinado e não
operar nessas condições, sendo paciente e aguardando o preço buscar a sua região
considerada.
380
2 - Segundo, pode ser que você, como eu no início fazia muito, fique tentado a
considerar abrir uma ordem nesses termos, pois uma queda dessa é de encher os
olhos, não é mesmo? Então talvez você pense que há alguma maneira de
considerar esse sinal dentro do seu plano, e assim estar autorizado a operar na
próxima vez que acontecer. É normal pensar assim, e digo mais, não é errado! Vou
explicar.
Realmente, há situações em que o preço parece respeitar bem, e mesmo que um

dos critérios não tenha sido atendido, o preço muitas vezes vai na direção que
almejamos. Isso frustra, especialmente os iniciantes. Mas ANTES de você partir e
alterar seu planejamento para não perder mais “oportunidades” como essa, é
preciso levar em consideração algo muito importante. Qualquer alteração do
planejamento altera a estratégia.
Sim, caso você mude o trading plan para poder incluir situações como a do último
exemplo, então você acaba de adotar outra estratégia, excluindo a sua última e
tendo uma nova. É errado? Não. Mas mudar de estratégia só deve ser feito se nos
backtestes ficar comprovado que ela não era lucrativa, como você aprenderá ainda
nessa aula. Uma vez que você já testou sua estratégia, já comprovou que ela dá
lucros, e já opera com ela na real, isto é, se já passou por todas as fases ensinadas
nessa aula, então essa é a sua estratégia, e NÃO pode ser mudada!
Então, meu amigo, se acha que perdeu uma boa entrada, essa é a grande tentação
que mencionei, operar fora de seu planejamento para poder ter mais
“oportunidades”. Não esqueça, só é uma oportunidade se o sinal atende a todos os
critérios do seu plano. Fora isso, não passa de mais um movimento do mercado,
que deve ser desconsiderado como “oportunidade”, ou ainda uma “boa entrada”.
Atente bem para a frase da imagem. Ela vai ilustrar muito bem o que acontece no
próximo exemplo.
381
Na imagem abaixo temos o ativo Ouro, que mesmo não fazendo parte Forex
propriamente dito, é muito negociado entre os traders do mercado de câmbio. Aqui
vemos que apesar de um certo momento lateral, o ativo ainda apresenta certa força
da tendência de queda predominante. Após uma retração o preço deixou uma
inside bar, e um pinbar muito bem definido, exatamente em nível considerado como
suporte/resistência, e em região que fica dentro do intervalo de níveis de Fibonacci
autorizados para operar, praticamente em cima de 50%. Assim, temos então que
foram atendidos os 4 critérios do trading plan usado como exemplo.
1 - Tendência - Operação de venda a favor da direção principal

2 - Região de suporte/resistência considerada
3 - Nível de Fibo predefinido
4 - Sinal adequado (Pinbar*)
* Aqui o inside bar entrou apenas como informativo, não se está operando por causa
dele.
Um trade nessas condições, perfeitamente alinhadas com o trading plan, é de se

esperar que dê certo, não? Não! No trading, não se deve ter expectativa em uma
única operação, mas sim em um conjunto grande de operações ao longo dos anos.
382
Aqui o trader pode ter feito tudo certo, obedecido ao planejamento, e mesmo assim
o preço pode ir contra sua operação e o prejuízo acontecer. Vejamos.
Aqui, mesmo o trader agindo corretamente e em sintonia com seu plano, ainda
assim o preço foi no sentido contrário e o trader assumiu seu prejuízo. Deve ficar
frustrado? Não! Pois seguiu seu planejamento à risca. O resultado da operação é
irrelevante.
E agora vamos à coroação do trader disciplinado.
Suponhamos agora o mesmo trading plan, porém com uma mudança no sinal,
agora operando o inside bar, como aprendido no capítulo 09.
TRADING PLAN
eles;
4 - Quando aparecer um inside bar.
Vamos acrescentar aqui algo que não incluí antes, mas que tenha ficado
subentendido que a entrada e saída devem sempre estar registrado no trading plan.
Entrada: X* pips além da mínima/máxima da barra mãe;

Stop Loss: Exatamente na metade da barra mãe;
Take Profit: Fixo em 2 vezes o tamanho do stop;
* Esse “X” precisa ser especificado no plano.
383
No gráfico a seguir vemos uma inside bar acontecendo exatamente em uma região
de suporte/resistência, e o NZDCAD em tendência de queda. O sinal também
apareceu bem em cima do nível de 50% de Fibonacci. Dessa forma, tivemos os 4
critérios do trading plan atendidos, e uma entrada de venda poderia ser colocada
como PREVIAMENTE estabelecido no plano acima, com stop loss e take profit
também já pré-definidos no Trading Plan.
Aqui o trader teria sido disciplinado, pois seguiu seu plano à risca, e independente
do resultado, ele agiu de maneira correta. Novamente, o resultado é irrelevante se
for a favor ou contra, desde que o operador tenha obedecido fielmente ao seu
plano de negociação.
Eis o resultado desse trade.
384
Aqui o trader conseguiu ter seu lucro no take profit, e ainda que seu plano fosse
alcançar um take em 3x o tamanho do stop, também teria conseguido. Mas nesse
caso no planejamento ficou claro que ele pararia e fecharia a posição em 2x, não
abrindo margem para atitudes amadoras como retirar o take e tentar pegar o
movimento. Isso também é um erro, uma falha na mentalidade de trading. Se
planejou sair com 2x o tamanho do stop, saia com 2x o tamanho do stop. Se quiser
ter um plano para melhorar a RR, certifique-se de prever isso antes de iniciar os
testes, ou seja, muito antes de estar operando.
Empecilhos Imaginários
Ainda nessa questão do Trading Plan e da disciplina em segui-lo, precisamos tratar

de empecilhos imaginários, algo que engana muitos traders iniciantes. Esses
empecilhos são coisas que o novatos visualizam e imaginam que podem atrapalhar
seu trade, e assim, eles não entram na operação. Estaria tudo bem, se não fosse
algo crucial: esse empecilho está registrado no planejamento como impedidor da
ordem??
Vamos a mais um exemplo para ficar claro. O plano segue as bases dos últimos
exemplos.
TRADING PLAN
3 - Quando aparecer um engolfo, qualquer tipo.
Entrada: Em 25% do tamanho da vela engolfo

Stop Loss: Exatamente atrás do engolfo;
385
Ao passar pelos ativos, o trader que segue esse plano verifica a seguinte situação no
GBPNZD, gráfico Diário.
Ao que vemos, todos os itens foram atendidos:

1 - Ativo em tendência, de alta;
2 - Preço alcançou um nível importante de suporte/resistência, e que foi
considerado pelo trader;
3 - Apareceu um engolfo, do tipo perfeito;
Agora imagine que esse trader vem de uma sequência de 5 stops consecutivos, e
fica receoso de abrir a operação e ter o sexto stop loss em sequência. Daí ele
passará a agir com um viés contraditório, um fenômeno mais bem explicado na
parte da mentalidade. E passa a procurar por sinais contrários ao seu setup. Isso
acontece muito. E acaba dando de cara com a seguinte visualização.
386
Há uma clara Linha de Tendência de Baixa passando exatamente no ponto onde ele
colocaria s sua entrada. E agora? O trader pode pensar que é uma boa evitar essa
operação, pois sabe que quando o preço toca em uma LTB há uma certa chance de
cair, e aqui na situação a ordem seria de compra. Agora o trader, que já vinha
receoso de sua sequência de stops, ele bate o martelo e diz que essa é uma
péssima operação, e não irá entrar nessa compra. Agiu certo?
Não! Definitivamente Não!
Se você ficou na dúvida, pois claramente tem uma LTB ali e ela pode atrapalhar,
então por que o trader estaria erado em não colocar a ordem? A resposta está nos
critérios previstos no trading plan utilizado para essa situação. Não há nenhum item
entre os listados no plano que fale de LTB! Se você viu algum, marque uma consulta
com o oftalmologista, pois ali não tem nada disso. Vamos rever o plano.
TRADING PLAN
3 - Quando aparecer um engolfo, qualquer tipo.
“Mas, Enéias, não seria o caso de se abrir uma exceção? Afinal,

temos uma LTB muito clara ali, e pode atrapalhar o trade.”
Lembra que falei sobre “Flexibilidade” no Trading Plan? Pois bem, até é possível
fazer uma alteração no plano e incluir o seguinte critério:
4 - Não operar se houver Linha de Tendência exatamente em cima da entrada do

trade
Mas essa flexibilidade e alteração só pode ser feita antes dos testes, e a partir da
mudança no trading plan, será preciso passar por toda a fase de backtestes
novamente. Se o trader já está operando com o trading plan acima descrito, então é
porque entende-se que ele já foi testado e aprovado, comprovando gerar lucros.
Não há, a partir de agora, nenhuma possibilidade de alterar e continuar operando.
toda e qualquer alteração no plano implica inexoravelmente em mudança na
estratégia, e essa mudança precisa ser passada por testes e mais testes.
O trader que desobedeceu ao planejamento por considerar algo que não está ali,
simplesmente foi indisciplinado, e ERROU, independente do resultado!!!
387
Novamente vos afirmo que sim, o resultado é irrelevante, pois mesmo que o preço
tivesse caído forte, ainda assim o trader teria errado ao agir indisciplinadamente,
desobedecendo a seu plano. Vamos ver o resultado dessa situação.
Veja como o preço ignorou a LTB traçada de vermelho, e subiu. Isso mostra que
apesar de haver sim uma certa chance de a LTB atrapalhar, pelo fato de esse critério
não estar previsto no plano, ele deveria ter sido desconsiderado completamente.
Algo interessante aqui nesse exemplo, e que ensina bastante sobre paciência no
trading, é que essa operação, se não houvesse nenhuma administração da ordem
positiva, ela teria demorado muito tempo para pegar no take. Se o trader usar uma
abordagem do tipo “set and forget”, precisa ter bastante tranquilidade para ver a
ordem oscilar. Mas caso se planeje antes tomar atitudes de proteção do lucro, essas
decisões podem e devem ser executadas com o trade aberto, pois já estavam
predefinidas no plano.
Viu agora qual é a diferença entre um trader disciplinado e um que não é? Viu
também como os amadores operam, e como os profissionais agem no mercado?
Tudo dependerá da existência de um plano sólido e testado, e mais ainda, da
disciplina em executá-lo fielmente.
Nessa parte ficou claro como um trader cria seu sistema, registra em um plano, e
passa a operar como previamente definido, sem margem para subjetividade na
execução de suas operações.
A seguir trago um texto muito interessante que eu tenho no meu site, e que já
ajudou muitas pessoas a aprenderem sobre a verdadeira disciplina, e sobre os
conceitos de “Acertar” e “Errar” no trading.
388
Como Acertar no Trading?
Sempre ouço os traders falando em "Eu

acertei o trade e ganhei um bom lucro!", ou
então "Caramba, eu cometi um erro, pois o
preço foi contra minha ordem e eu tive um
prejuízo!". Essas afirmações são mais comuns
do que se pensa, é algo até """normal""" no
meio do trading. Porém pensar e agir
assim é um erro. A seguir eu trago uma
explicação detalhada de como
precisamos agir no mercado.
A partir de hoje guarde uma afirmação para

o resto de sua carreira como trader: No trading só avaliamos se acertamos ou
erramos em relação a termos ou não seguido nosso Trading Plan à risca. Se você
pensa que "acerta" quando seu trade dá lucros, e que "errou", caso tenha dado
prejuízo, está pensando diferente de como traders experientes e lucrativos pensam,
e não está em sintonia como funciona o mercado, como se movimenta o preço.
Todo trader que se preze precisa de um planejamento, isso é tecla amplamente

batida. Após criar um planejamento detalhado de como você vai operar no
mercado, é a hora de seguir essa "receita" de forma disciplinada. O interessante é
que o movimento do preço após abrir um trade não vai importar, desde que tenha
obedecido ao que você mesmo estabeleceu.
Vamos a um exemplo para ilustrar a essência do que quero trazer aqui: Imagine-se
trabalhando em uma empresa séria, em que o seu chefe direto te dá todas as
ordens que você tem que executar para que a empresa tenha lucros e avance no
mercado. Você, como bom funcionário, segue todas as determinações, nos mínimos
detalhes, e seu chefe vê sua atitude e até lhe parabeniza. Agora imagine que ao
final do ano, ao efetuar o balanço da empresa, a diretoria verifica que houve um
prejuízo considerável, e seu setor era o aquele envolvido diretamente com a área.
Diante desse cenário, o presidente da companhia decide demitir você. Então,

prontamente você argumenta que seguiu todas as ordens emitidas por seu chefe, e
se no final do ano houve prejuízo, a culpa não estaria ligada diretamente às suas
atitudes. Daí o presidente então decide não demitir você, mas decide dispensar o
chefe. Porém, o chefe argumenta que seguiu todos os princípios e determinações
da presidência da empresa, não falhando em nada.
Somente após toda essa briga, foi que o presidente contratou um auditor que
verificou estar tudo certo na cadeia de comando e na execução das tarefas pelos
389
subordinados. Ficou constatado que a causa do prejuízo foi falta de demanda para
o produto/serviço fornecido pela empresa em que trabalha.
O que eu quero ilustrar com esse exemplo é o seguinte: se você fizer tudo certo,
tudo que for sua responsabilidade, o resultado que vier de um trade, de uma
operação, pode ser qualquer um (lucro ou prejuízo), sua parte você cumpriu, você
fez o que tinha que fazer, você acertou. Isso significa que existem motivos alheios a
nossa vontade que causam o movimento do mercado, nós somos uma força
minúscula para mover um mísero ponto sequer no preço. Mas se cumprimos nosso
papel, então não cometemos erros, ainda que prejuízos ocorram. É exatamente
assim no trading. E "cumprir nosso papel" significa executar nosso planejamento à
risca, sem falhas.
Da mesma forma, se você enquanto funcionário da empresa, descumprir as ordens

dos superiores, praticar atividades escondidas, acreditando serem melhores para
empresa, ainda que suas atividades gerem lucros, isso não implica que você teve
atitudes corretas. Você errou não obedecendo à cadeia de comando, a seus
superiores e às determinações deles. No longo prazo, isso vai gerar problemas para
você, problemas esses tão grandes a ponto de os momentos em que suas atitudes
imprudentes deram lucros não poderão te livrar dos momentos em que elas
gerarem prejuízos.
O Paradoxo da Subordinação no Trading
Você pode estar pensando: "Esse exemplo não se aplica ao trading, pois no mercado
não temos chefe, patrão, não seguimos ordens de superiores, não precisamos prestar
contas a ninguém!"
Ledo engano, pequeno gafanhoto. Caso esse pensamento tenha passado pela sua
mente, tenho algo extremamente importante para te dizer. No trading temos sim
um patrão, temos sim que obedecer a ordens superiores, temos regras que
precisam ser cumpridas, do contrário só o que teremos são frustrações.
Essas regras se dividem em duas categorias, como no exemplo da empresa acima:
1 - Princípios Basilares
Esses princípios são como as determinações da presidência da empresa, é algo que
vem lá de cima, em uma escala máxima de autoridade, que você não pode sequer
cogitar alterações, pois você não tem contato direto com a diretoria e presidente da
empresa.
Esses são os princípios fundamentais do trading que temos que aceitar e seguir,
literalmente obedecer, não podemos simplesmente ignorar e querer fazer diferente,
390
sob a desculpa de "pensar fora da caixa"! Há regras básicas de sobrevivência no

trading como gerenciamento de risco, uso de limite de perdas, o famoso Stop Loss,
uso da relação risco/recompensa adequada, operar sabendo que não obteremos
lucros fácil e rapidamente, entre outros. No último módulo explicarei quais são esses
princípios.
2 - Critérios e ordens imediatas

Aqui entram as ordens do "chefe" no exemplo que citei da empresa. No trading, as
ordens diretas do seu chefe estão descritas no seu trading plan. É nesse documento
que estarão registrados todos os critérios para que você saiba exatamente o que
fazer. A diferença aqui é que você é seu próprio chefe, e é você que dá as ordens
ao estabelecer antecipadamente os critérios que vai ter que obedecer.
Na execução desse trading plan não há margem para "achismos",

discricionariedade, pensamento subjetivo, você não pode tentar imaginar algo,
achar qualquer coisa, você simplesmente tem uma lista de coisas a fazer e precisa
cumprir estritamente como está lá.
Ao final de um período, o que seu "chefe" irá avaliar não é seu

resultado, é se você seguiu as ordens descritas ali, pois sabe-se
que o resultado será adequado se você fizer o que tem de
fazer.
Caso aconteça algum resultado ruim, e ficar constatado que você cumpriu seu
papel, não há nada a atribuir a você, sua parte foi feita. No trading, ainda que
tenhamos um prejuízo aqui, outro ali, ou mesmo uma sequência de perdas, tudo o
que precisa ser avaliado é sua disciplina na obediência ao que manda seu ‘chefe’,
seu trading plan!
Se o fizermos, acertamos, independente do resultado do trade. Isso quer dizer que

se você abre uma operação dentro dos critérios definidos no planejamento, não
importa se o trade der prejuízo, você acertou! E também significa que se você abriu
uma operação fora dos critérios do trading plan, mesmo que o trade dê muito
lucro, você errou!
O lucro de um trade aberto de forma errada NÃO vai

compensar os prejuízos que ocorrerão na sua trajetória como
Trader, se continuar a abrir ordens indisciplinadamente.
Apenas mais uma ilustração para quem ainda hesita em entender.
391
Imagine que você planejou regar suas plantas:

- com água,
- diariamente,
- só 1 vez,
- pela manhã,
- com pouca água
Se você fizer isso, sabe que a probabilidade de a plantinha viver bem e bastante é
grande. Mas mesmo fazendo isso religiosamente, ela pode murchar, ou mesmo
morrer "do nada"! Se isso acontecer, não significa que você fez algo errado! Apenas
aconteceu. Mas também, a probabilidade maior é elas continuarem vivendo, bem e
felizes.
Agora e se você colocar refrigerante em vez de água, porque alguém no YouTube

falou que é bom? Ou regar 5 vezes ao dia? Ou ainda, mudar o hábito e só regar à
noite? Ou mesmo encharcar a planta? Ou ainda regar só uma vez por semana?
Nesse caso, você estará errando! Pois está fazendo algo fora do planejado.
A planta pode viver mesmo assim? Pode!
Pode ser que se desenvolva até mais com refrigerante? Talvez!
Mas se isso acontecer, se a planta melhorar com sua atitude fora do planejamento,
significa que você acertou? Não!
Você errou, não seguiu seu planejamento. Não importa o resultado!!! No longo
prazo a plantinha vai morrer, ainda que indique que está indo bem agora.
Conclusão sobre Trading Plan e sobre Acertar no Trading
Se você quer acertar no trading, entenda e aceite os princípios mais essenciais, as

grandes verdades. Feito isso, busque ter um planejamento sólido e detalhado do
que você vai fazer ao operar, ao abrir seus trades. Pronto, agora basta ter a
disciplina de fazer tudo o que você planejou, e os resultados e lucros virão com o
tempo.
Ter lucros abrindo trades fora de seus critérios definidos, é imprudência, e isso vai
reforçar hábitos negativos na sua rotina de trading. Por isso se você lucrou, mas
sabe que não executou o trade totalmente de acordo, saiba que fez errado, e tem
que mudar urgente.
392
Por outro lado, se você abriu trades totalmente de acordo com o trading plan, ainda
que tenha prejuízos, ainda que tenha períodos ruins e negativos, mantenha-se
obedecendo às regras, mantenha-se executando tudo nos conformes, mantenha-se
cumprindo seu papel. Pois você estará acertando, e o lucros por ser disciplinado
compensarão o período de perdas.
Essa é nossa obrigação, e é assim que acertamos no trading.
Estrutura de um Trading Plan com Exemplo
Uma estrutura simples e prática para colocar em um trading plan pode ser
subdividida em 3 partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.
INTRODUÇÃO
Nessa parte podemos incluir itens básicos como:
- Risco por trade

Por exemplo 1%, 2%, etc.
- Ativos operados
Por exemplo EURUSD e GBPJPY, ou então todos os 28 principais pares
- Time frame base

Por exemplo gráfico Diário, com verificação do semanal para níveis de
suporte/resistência
- Períodos do dia para procura do sinal

Por exemplo, olhar o mercado no fechamento da vela do gráfico Diário, isto é, no
fechamento da sessão de Nova York.
- Metas*/Limites
Por exemplo, limitar as perdas no mês a -10% do capital
*Evite por metas diárias, ou qualquer metas de ganhos. O trading é dinâmico e
variável
- Horários
Por exemplo, monitorar o trade aberto somente das 11:00 às 12:00, para decidir algo
que já esteja pré-definido no planejamento
DESENVOLVIMENTO
393
Aqui é onde traremos o ‘core’, o centro do sistema, e podemos subdividir essa parte
em mais categorias, por exemplo:
1 - Critérios do Sistema
2 - Pontos de Entrada e Saída
3 - Administração da operação*
* Esse último não é necessário em abordagens do tipo Set and Forget
Critérios do Sistema
Nessa parte estará o principal da estratégia, que são os itens de seu setup, aqueles
que montam a sua Confluência de Fatores. Nesse livro e nessa aula trouxe exemplos
claros que podem fazer parte de um Trading Plan objetivo.
TRADING PLAN
eles;
4 - Quando aparecer um inside bar.
Aqui eu trago algumas considerações. Ao longo de seus testes e de sua experiência,

você notará que pode melhorar seu plano, e pode obter mais trades lucrativos, e
evitar algumas perdas. Como expliquei, qualquer alteração do planejamento precisa
ser feita antes dos testes. É nesse momento que você poderá ser flexível e mudar o
trading plan para se adequar ao que você estudou e acredita sobre o mercado.
Aqui você pode colocar observações em cada item desses, pois alguns cenários no
dia-a-dia podem gerar dúvidas. Para isso procure ser o mais objetivo possível, e
com detalhes importantes. Por exemplo, se entende que algum tipo de inside bar
não se enquadra no seu sinal, descreva!
Outro exemplo, e que eu uso muito no meu operacional, é a forma como a retração
ocorre. Se uma retração apresenta mais força do que a impulsão da tendência, isto
é, se a impulsão foi razoável, sem tanta força, e a retração foi significativamente
forte, por exemplo com apenas um ou 2 candles, eu desconsidero operar nesse
sentido. Faço isso pois no conceito de força da tendência é melhor operar quando a
impulsão é forte e a retração é fraca. Essa seria uma observação a colocar no item 2,
por exemplo, que trata da retração, dizendo que essa deve alcançar algum nível de
suporte/resistência.
394
Por fim, se quiser por exemplo considerar os níveis de Fibo exatamente, e não em
regiões, deixe isso claro. Tudo que quiser estabelecer no plano, faça antes de testar,
e deixe registrado e bem descrito em detalhes as situações que você quer ver ou
quer evitar em um sinal.
Pontos de Entrada e Saída
Não tenho dúvidas de que esse é um dos assuntos mais difíceis de adquirir
experiência. Mesmo traders profissionais passam a vida estudando e testando
formas de melhorar as saídas de suas operações, para maximizar os lucros e
minimizar os prejuízos. Por isso, não se martirize se sair de uma operação com um
lucro menor do que poderia, nem fique chateado se acabar tendo uma perda cheia
no stop, quando poderia ter protegido a operação, afinal, você está estudando e
testando para melhorar como trader. E a parte de sair das negociações é a mais
espinhosa e trabalhosa de desenvolver com excelência. Por isso, paciência é
essencial.
Mas nessa parte algo que precisa ficar estabelecido é sua entrada, seu stop loss
(Nossa, como já falei sobre a importância do stop, hein?!) e seu objetivo de ganho,
seu take profit. Evite querer entrar em um trade sem take, pois mesmo que deseje
surfar a tendência, procure um ponto de saída, isso ajudará muito no seu controle
psicológico, acredite.
Nessa aula eu trouxe um exemplo, e na aula de estratégias também trouxe diversas

formas de operar e entrar nos padrões ensinados. Abaixo trago o exemplo que usei
na demonstração do inside bar.
Entrada: X* pips além da mínima/máxima da barra mãe;

Stop Loss: Exatamente na metade da barra mãe;
Administração da Operação
É nessa parte que tenho estudado bastante nos últimos anos, descobrindo cada vez
mais coisas interessantes. No início, como iniciante e aspirante a profissional, eu usei
muito a técnica Set and Forget, e isso de fato é bom para novatos aprenderem a ter
disciplina. Porém é ruim no quesito psicológico, já que as oscilações no saldo
podem desanimar o trader que acabou de chegar ao mercado.
Com os anos eu fui aprendendo e desenvolvendo técnicas de administrar a

operação, seja mexendo no stop loss para proteção da ordem no zero a zero, seja
fazendo parciais. E no capítulo 15 você teve uma bela aula onde te mostrei muito do
que aprendi ao longo de mais de uma década de trading.
395
É nessa sessão do trading plan que você pode estabelecer seus critérios para mexer
em uma ordem. Aqui é muito importante saber que serão esses itens que dirão a
você o que fazer com o trade aberto, tudo para que você não opere no achismo, e
acabe desobedecendo ao seu trading plan.
Por exemplo, vejo muitos traders inexperientes perguntando se devem proteger a

ordem antes de uma notícia de alto impacto. Minha reposta é a seguinte: Tem esse
item no planejamento? Se sim, faça! Mas se não houver nada sobre isso, não faça. É
simples como tomar um copo de água. Tem água no copo? Tome. Não tem? Então
primeiro encha o copo.
Muitas vezes também vejo novatos indecisos sobre pontos de suporte e resistência
quando a ordem já está aberta. Nos grupos que administro há anos, já vi muito
disso. O trader vai lá, abre o gráfico para monitorar a ordem e se depara com o
preço em algum nível de S/R, e fica indeciso se fecha a operação ou não. Minha
resposta? Estava planejado fazer algo nesse ponto? Se sim, execute. Se não,
esqueça, deixe rolar!
Incrível como inúmeros traders caem nesse quesito. Que não

entendem a importância de PRÉ-planejar TUDO antes de abrir
uma ordem, e só mexer no trade se estiver previamente
descrito no Trading Plan.
CONCLUSÃO DO TRADING PLAN
Não é, a meu ver, uma parte obrigatória como as duas primeiras. Mas como tudo
na vida, é bom que deixemos algo encerrado, sem pontas soltas. Por isso, eu
recomendo que nessa parte você descreva seus objetivos como trader, ou melhor,
escreva os princípios fundamentais do trading de sucesso que acha que deve mais
atenção. No meu trading plan pessoal eu tenho uma lista de frases que leio sempre,
e me ajudam a me manter firme e disciplinado no meu plano. No último capítulo
você verá mais sobre isso.
396
Exemplo de Trading Plan

Abaixo segue um exemplo bem básico, juntando tudo que foi falado até aqui.
TRADING PLAN
INTRODUÇÃO
- Ativos Operados: 28 Principais do Forex
- Horário de Negociação: 18:00 - 19:00 - Procurar o sinal sempre no fechamento da sessão de
Nova York
- Risco por Operação: 1%
- Time frame base: Gráfico Diário
- Metas*/Limites: Parar de operar no mês se minha perda atingir -10%
- Horários: Monitorar o trade aberto somente das 11:00 às 12:00, para decidir algo que já
esteja pré-definido no planejamento
DESENVOLVIMENTO
Critérios Definidores da Entrada

1 - Tendência no gráfico Diário
2 - Preço retrair até algum Suporte/Resistência previamente marcado
3 - Retração alcançar 50% ou 61,8% de Fibonacci
4 - Sinal de Candle: Pinbar com 65% de Cauda no mínimo
OBS:
- Operar desde que a Impulsão seja forte e a retração mais fraca
- Rejeitar retrações com apenas um ou dois candles
- Operar mesmo que o sinal apareça dentro de regiões de Fibo, não valores exatos
- Não operar se não houver espaço para pelo menos uma recompensa equivalente ao dobro
do risco
- Não operar se o preço estiver já muito próximo de níveis de suporte/resistência nos gráficos
semanal ou mensal, a ponto de não conseguir encaixar meu take profit antes da região.
Entrada e Saída da Operação

Entrada: 3 pips além da mínima/máxima da barra;
Stop Loss: 5 pips atrás do pinbar;
Administração do Trade
- Parciais em níveis importantes de S/R até o take - Quantas forem necessárias;
- Na primeira parcial já protejo a operação com stop no breakeven;
- Mover o stop para atrás de importantes regiões de S/R no lucro, conforme o preço avançar
397
CONCLUSÃO
- Buscar como objetivo uma média de 3% ao mês, não me limitando a esse valor.
- Sempre citar os seguintes princípios:
✓ Tudo pode acontecer;

✓ Todo trade pode dar errado e posso ter o prejuízo pré estabelecido;
✓ Eu aceito o risco e não tenho medo algum do resultado de qualquer trade;
✓ Eu sou responsável pelos meus resultados no mercado;
✓ Para lucrar não preciso saber o que vai acontecer a seguir;
✓ Há uma distribuição aleatória entre ganhos e perdas, em um determinado conjunto
de variáveis que definem uma oportunidade;
✓ Uma oportunidade não é mais do que uma probabilidade maior da ocorrência de
um acontecimento do que outro, ao longo do tempo;
✓ Cada momento no mercado é único;
✓ O resultado de cada trade é aleatório, mas o resultado de uma série de trades
usando a mesma estratégia NÃO é aleatório; por isso sempre usarei a mesma
estratégia, não importam as circunstâncias do mercado;
✓ Só opero se o sinal atender totalmente ao sistema;
✓ Tenho uma atitude mental ganhadora, uma expectativa positiva de minhas análises
conforme o sistema que utilizo;
✓ Independente do meu último trade ter sido no prejuízo, executarei esse trade
tranquilamente, pois atende plenamente aos critérios de meu sistema de
negociação;
✓ Independente do meu último trade ter sido ganhador, não estou eufórico para o
resultado desse trade;
✓ Confiante com o resultado no longo prazo, SIM; eufórico com os ganhos, NÃO;
✓ Não aumentarei o meu risco nesse trade;
✓ Não analisarei outro item qualquer fora do meu sistema;
✓ Se o trade atende às exigências do trading plan, não permitirei achismos na análise
que atrapalhem na abertura da operação;
✓ Se o trade NÃO atende às exigências do trading plan, não permitirei achismos na
análise que influenciem abrir uma operação fora dos critérios do sistema;
✓ Não permitirei achismos durante o trade aberto, seguindo estritamente o que
manda o trading plan;
✓ Minha ordem é uma ordem pendente;
398
O DIÁRIO DE TRADES
Com o Trading Plan elaborado, chegou a hora de montar um Diário de Trades. Eu

sempre afirmo várias vezes sobre a importância de manter registros de todas as
nossas negociações, e é nesse Diário onde estarão todas registradas, com vários
detalhes.
Também nesse livro deixarei bem claro todas as características de como elaborar
um Diário de Trades detalhado. A partir de agora vamos estudar a fundo sobre essa
ferramenta essencial, o que ela é, como funciona, e o que você precisa para ter a
habilidade necessária para montar um excelente Diário usando os conhecimentos
assimilados.
O que é o Diário de Trades
Certamente você já ouviu falar nesse tal de Diário de Trades. Mas será que
entendeu a devida importância desse documento? Para você ter uma ideia, esse
Diário é simplesmente uma das peças que separa os traders amadores dos
profissionais, e sua confecção mostra se um trader terá ou não sucesso no longo
prazo.
O Diário de Trades é um registro que se faz de todas as operações que o trader

abre. E quando eu digo todas, é todas mesmo. Esse registro pode ser feito em uma
planilha do Excel, ou qualquer meio que registre os dados necessários a um controle
posterior do desempenho. Mas uma planilha do Excel é a mais indicada, pois
permite analisar dados estatísticos de forma bem mais fácil e automática, por
exemplo pares mais lucrativos, melhores horários para operar, circunstâncias que
geraram mais perdas, e inúmeros outros dados.
O que Contém um Diário de Trades?
As informações básicas que esse documento precisa ter são:

- Data e hora do trade
- Par operado
- Direção negociada, isto é, se foi compra ou venda
- Lote usado
- Preço de entrada
- Stop inicial (Risco da operação)
- Take colocado
- Movimentações de Stop, se utilizado
- Parciais planejadas e realizadas, se for o caso
- Resultados, positivos, negativos e breakevens
399
- Custos, como comissão e spread

- Swap Pago/Recebido
- Padrões de candles operados, proporções
- Níveis de preço significativos, e...
Essas informações acima eu diria que são técnicas, e precisam constar em um

Diário bem elaborado. Além delas, outras podem ser elencadas para deixar mais
robusto o documento, e assim poder ser realizado um controle mais detalhado ao
final de várias operações.
Itens extras:
- Movimentações atípicas durante o trade
- Caraterísticas incomuns encontradas
- Possíveis problemas encontrados durante a operação*
- Outros detalhes da confluência de fatores utilizada
- Observações mais importantes
* Aqui eu recomendo apenas registrar em Diário, mas nunca considerar essas coisas
como definidoras de alguma decisão se isso não estiver no trading plan. Pode ser o
caso de após centenas de operações, ficar claro que alguma característica
problemática de fato atrapalhou uma quantidade significativa de trades, e isso pode
ser analisado melhor. Mais sobre isso já, já.
Além das informações técnicas e das anotações extras, eu ainda recomendo que um
bom Diário de Trades registre como você se sentiu durante as operações, por
exemplo:
- Sentiu receio de abrir a operação?
- Sentiu-se eufórico para abrir logo o trade?
- Com o trade negativo, ficou tentado a encerrar antes do stop para diminuir a
perda?
- Ficou tentado a aumentar o stop, ou mesmo retirá-lo, visualizando que o trade
poderia voltar a favor logo após encerrar com prejuízo?
- Quando a ordem estava caminhando a seu favor, ficou ansioso e quis fechar o
trade ‘na mão’, com receio de ele voltar e pegar no stop?
- Ficou eufórico com a força do preço a seu favor e quis retirar o take profit para
“surfar a tendência”?
- Ficou tentado a considerar itens fora de seu planejamento e interferir na operação
antes do tempo? Por exemplo, com o trade aberto, você se deparou com uma linha
de tendência que poderia atrapalhar o trade? Ou ainda, será que viu sair uma
notícia ruim para um par que estivesse comprado, e ficou tentado a fechar a ordem?
Ou pior, viu alguém em algum vídeo no YouTube, ou em algum grupo de trading
mostrar um indicador completamente fora de seu planejamento, e essa pessoa
400
afirmar veementemente que era um péssimo sinal para a direção que você
almejava?
- Era para usar uma ordem pendente, mas você se viu ansioso de perder o
movimento do trade e ficou tentado a abrir a operação “na mão”?
Repare que todas essas considerações acima são erros de controle psicológico e
disciplina em seguir à risca um planejamento sólido. Ao registrar suas sensações
durante o trade, você pode monitorar onde tem mais dificuldade. Por exemplo,
você pode reparar que durante muitas operações você acaba cometendo o erro de
abrir o trade ‘na mão’, antes de o preço alcançar seu ponto de entrada com ordem
pendente. Dessa forma, você pode trabalhar mais em cima disso, adquirindo a
verdadeira disciplina de sempre usar ordens pendentes.
Cada uma dessas informações é precisamente importante. É preciso que você

acrescente tudo que disser respeito a sua estratégia, para que você possa analisar os
dados de seus trades ao longo do tempo, analisar também suas emoções e auto
controle, e verificar se pode melhorar em alguma coisa.
Por que não é Comum Ouvir Muitas Informações Sobre o

Diário de Trades?
Muita gente não faz o Diário alegando que a plataforma já elabora um registro
automaticamente. Mas até hoje eu não vi um registro desse tipo que mencione
todos os critérios que o trader define antes de entrar em uma operação, como por
exemplo linhas de suporte e resistência, níveis significativos, movimentação do preço
durante o trade, e até mesmo o que o trader sentiu durante a negociação aberta.
Tudo que esses registros automáticos fazem é mostrar dados básicos como pontos
de entrada e saída, lote, lucro ou prejuízo, swap, hora de abertura e fechamento,
essas coisas.
Eu costumo dizer que o Diário de Trades é um dos critérios que separam os

amadores dos profissionais. Traders que não gostam ou não querem registrar suas
operações geralmente não o fazem porque sabem que se o elaborarem estarão
assumindo a responsabilidade por suas perdas. Mas o que não percebem é que
temos que assumir essa responsabilidade, e não ficar culpando o mercado, os
grandes bancos, o George Soros, os iluminatis ou a globalização pelos nossos
prejuízos. E o pior é que esse sentimento de irresponsabilidade muitas vezes é
inconsciente.
Veja bem, você não deve se sentir culpado por perdas em uma única operação, se
seguir seu plano. Já falamos sobre isso. Se abrimos a operação obedecendo a nosso
sistema, seremos sim responsáveis, mas o resultado desse único trade é irrelevante,
ainda que negativo, pois é aleatório, e por isso não podemos sentir culpa.
401
Assumimos a responsabilidade, pois, ao operarmos, somos nós que colocamos as

ordens, mas em hipótese alguma somos culpados, isto é, causadores do resultado
conseguido, seja lucro ou prejuízo. Mas se abrimos um trade fora de nosso
planejamento, então erramos, e além de sermos responsáveis, teremos sido
culpados, e o resultado no longo prazo será o fracasso. Sentir culpa nesse caso é o
mínimo que fazemos para tentar melhorar e fazer diferente. Sim, nesse último caso
somos culpados pela nossa imprudência em desobedecer às ordens de nosso plano.
Aqui é preciso discernimento para entender a diferença dos conceitos. Somos

responsáveis porque nós que operamos, e consequentemente seremos
responsáveis pelos nossos resultados no geral. Se perdemos dinheiro no longo
prazo, precisamos assumir essa responsabilidade, ou, e aqui exige cuidado, mesmo
em situações completamente atípicas em que fatores alheios interferiram em nosso
resultado ao longo do tempo (já que trading não é garantia de nada) então, somos
responsáveis sim por nossos resultados, unicamente por estar no mercado a
operarmos. A decisão de participar desse ramo foi unicamente nossa, então
paremos de culpar outros.
E mesmo fazendo tudo certo, o futuro é incerto. Fazer tudo de acordo com os
princípios fundamentais traz as probabilidades bastante a nosso favor, e é isso que
buscamos. Mas garantia mesmo, não temos nenhuma. Mesmo assim, temos que
assumir a responsabilidade por nossos resultados no longo prazo, sejam eles bons
ou ruins. Sejamos adultos, e deixemos de lado qualquer sina que tenhamos contra o
mercado, contra corretoras, ou contra “o sistema”.
Retornando ao raciocínio sobre o porquê as pessoas se recusam elaborar o Diário, é

que muitos entram no mercado querendo ter uma liberdade tão grande que elimine
qualquer responsabilidade de elaborar planilhas, registros. Querem ser totalmente
livres achando que isso não é necessário. Você viu nessa aula sobre o Paradoxo da
Subordinação no Trading, e aqui na questão do Diário de Trades é a mesma
situação.
Geralmente quando se fala para essas pessoas elaborarem um Trading Plan ou o

Diário de Trades, eles já pensam que isso vai amarrá-las, deixá-las engessadas, e na
verdade o que querem é operar de forma livre, totalmente subjetiva. E como falei,
dessa forma pensarão que se "der errado" a culpa não vai ser delas, vão poder
culpar qualquer coisa menos a sua própria atitude de operar.
O que não percebem é que o trading é diferente dessa realidade que desejam. Por
exemplo, muitos pensam que não temos patrão, não temos que obedecer a regras,
podemos ser totalmente livres, mas isso não é verdade. No trading temos patrão
sim, temos regras maiores que precisam ser obedecidas à risca. Nosso patrão no
trading costumo dizer que é o nosso planejamento de trade, e as regras que temos
402
que obedecer são os princípios fundamentais do trading de sucesso, como por

exemplo sempre definir o risco antes de entrar em uma operação, ter a consciência
de que não vai ficar rico rápido, não arriscar uma quantia que não se esteja
confortável em perder, registrar as operações em planilha, entre outras. Essas são as
características que definem um trader pro.
Quanto mais profissional você for nesse ramo, maior a chance de sucesso. Muita
gente quer operar abrindo muitos trades por dia, às vezes abrem 5 ou 10 em menos
de uma hora! E aí quando veem que precisam registrar tudo, fazer relatório, anotar
item a item tudo o que aconteceu, então ficam com preguiça. Não sei se percebeu,
mas essa última situação implica justamente no fato de que registrar trade por trade
na planilha, e cada um com o máximo de informações possível, já é um fator que
ajuda contra o overtrading, que é um dos grandes motivos de perdas de capital no
Forex.
Importância
Com certeza ao chegar a este ponto você já percebeu a importância do Diário de

Trades, mas agora quero tratar de outro motivo crucial para elaborá-lo.
Para os traders do Forex, se tem uma coisa absurdamente vital é você dominar sua
estratégia de negociação. Um trader que não fica um verdadeiro mestre em uma
única estratégia, certamente nunca alcançará o sucesso. E advinha qual é um
método excelente para criar esse domínio no sistema de negociação...
... Exatamente, o Diário de Trades!
Como eu disse no início, nesse documento você precisa registrar os critérios do seu
trading plan que foram atendidos, afinal, se algum não for respeitado, você nem
deve abrir o trade. Mas também você precisa anotar detalhes sobre esses critérios,
informações importantes. Ao fazer isso ao longo dos meses, ao longo dos anos em
que você opera sua única estratégia, você vai preparando, moldando seu cérebro
de uma forma que cada critério faça parte integrante de seu raciocínio
continuamente. Ou seja, você vai massificar a estratégia na sua mente se em TODAS
as vezes que finalizar um trade, você fizer o registros de cada detalhe no seu Diário
das operações.
Não só o uso contínuo e recorrente do seu Trading Plan vai te ajudar nessa tarefa
de dominar a estratégia, mas também o Diário de Trades é companheiro
inseparável nessa árdua missão. E o trader que não elabora um Diário ficará sem
essa poderosa ferramenta de massificação de conhecimento e domínio da
estratégia no seu cérebro, correndo o risco de nunca adquirir a verdadeira maestria
no seu sistema de negociação.
403
Você que quer ter sucesso no trading precisa ter domínio completo do seu setup,
seus critérios necessários para decidir entrar em um trade, e principalmente, sair
dele. Assim você terá o controle necessário, e a habilidade requerida de quem
deseja ser profissional.
Sempre vejo inúmeros traders iniciantes querendo "viver de trading", ou seja, ter o
trading como profissão, geradora de renda, que pague suas contas. Mas a grande
ironia é que querem ter o trading como profissão, mas não querem se
profissionalizar. Não querem realizar os passos necessários para se tornar um
verdadeiro profissional na área, e um desses passos é o Diário de Trades.
__________________________________
“Muitos traders querem

ter o trading como profissão,
mas não querem
se profissionalizar!”
__________________________________
Conclusão sobre o Diário de Trades
Depois de tudo que você leu, não espere para amanhã, não espere para "quando
tiver um capital grande", faça o necessário a partir de agora!
Caso você não saiba, para ser um trader de sucesso, você deve agir hoje, da exata
mesma forma que agirá quando tiver um patrimônio considerável. Não deixem que
te digam o contrário, alegando que com pouco capital as atitudes diante do
gerenciamento são diferentes, ou ainda afirmarem que você pode ‘arriscar mais’,
pois precisa supostamente “alavancar a banca” já que tem um capital menor. Pior
ainda é dizerem que a mentalidade de quem tem um capital de 1000 dólares não se
compara com a mentalidade do trader com 1 milhão de patrimônio.
Saiba que os princípios, a forma de operar, o gerenciamento de risco, o uso da

estratégia, o registro em Diário, tudo isso é feito de forma exatamente igual para o
trader com 1000 dólares, e para o trader com 1 milhão dólares na conta, não muda
nada! Então não importa se hoje você arrisca 5 ou 10 dólares por trade,
proporcional a seu capital, ou se arrisca 1000 dólares ou mesmo 5000 dólares por
operação, você precisa de um Diário de Trades, do contrário estará trilhando sem
perceber o caminho do INsucesso.
404
Aquele que for disciplinado com pouco, aprenderá o hábito

correto para ser disciplinado com muito. Mas o que for
desobediente aos princípios com menos dinheiro na conta,
esse se manterá imprudente ainda que algum dia tenha muito
dinheiro (que por sinal nunca virá do trading, acredite).
Apuração de Filtragem de Informações
Quando seus registros no Diário estiverem já com algumas dezenas, ou melhor

ainda, centenas de operações registradas, você já vai poder fazer uma filtragem
desses dados. Se estiver usando o Excel, então estará com uma ferramenta
excelente em mãos.
Com esse programa é possível saber por exemplo, quais ordens deram mais lucro,
se foram as de compra ou de venda, ou ainda o par em que mais ganhou. Também
conseguirá filtrar em quais dias da semana seu sistema tende a dar sinais falsos, ou
então qual o horário em que as operações mais lucrativas aconteceram. Essas são
apenas algumas das informações filtradas que é possível extrair de um Diário de
Trades bem elaborado e preenchido.
Antes de partirmos para a parte prática em plena execução, onde falaremos mais
sobre os backtestes, apresento-lhes um exemplo de Diário de trades Feito de forma
simples no Excel. Essas e outras planilhas podem ser baixadas gratuitamente no site
a seguir.
405
Exemplo de um Diário de Trades no Excel

* Os valores são meramente ilustrativos
A PARTE PRÁTICA EM PLENA EXECUÇÃO
Primeira Parte - Back Testes
Chegou a hora de colocar a mão na

massa. Após todas as etapas
anteriores, ou seja, aprender sobre o
mercado, estudar sobre estratégias e
escolher a sua, desenvolver o Trading
Plan, elaborar o Diário de Trades, você
irá efetivamente para as operações.
Em uma primeira abordagem, será necessário que você faça TESTES na sua
estratégia. Isso significa que você irá para o mercado verificar se o sistema que você
escolheu de fato funciona, se é lucrativo, se você se identifica com o padrão de
comportamento que optou. Ainda não será agora que você irá operar com uma
conta demonstrativa e com o mercado se movimentando ao vivo. Primeiro é preciso
que essa verificação seja feita na forma de backtestes.
“Fazer backtestes” é uma expressão que significa que serão executados testes no
passado. As plataformas de negociação contam hoje com inúmeros dados de anos
406
anteriores em relação às variações nas cotações de cada par. Com o Metatrader,

por exemplo, é possível avançar décadas para trás e verificar se sua estratégia teria
dado lucros no passado. Isto é, se você pudesse se deslocar até o ano de 2010, por
exemplo, e ali fosse usar exatamente os critérios que estão no seu Trading Plan, será
que sua técnica teria dado lucros para você? Será que você se daria bem em operá-
la? Como teriam sido as perdas, haveria muitas em sequência? O risco assumido
seria o ideal? Essas e outras informações são essenciais para você poder decidir se
vale a pena ou não operar com dinheiro real usando a estratégia que escolheu.
Há algumas formas de fazer esse tipo de teste no passado, a forma que eu ensino e
recomendo que cada trader faça é o Backteste Manual. Através dessa técnica você
vai olhar o gráfico em anos anteriores, como se estivesse acontecendo ao vivo, e
analisar cada sinal para saber se é válido ou não pelo seu setup. Nessa parte você
passará um bom tempo aplicando tudo aquilo que anotou no Trading Plan e só vai
operar se acontecer exatamente o que estiver registrado ali.
Como você viu no início desse livro, existem estratégias chamadas de ‘matemáticas’.
São setups extremamente objetivos, e com isso é possível desenvolver robôs, EA’s,
que podem fazer backtestes muito mais rápido e em maior quantidade do que os
backtestes manuais. Mas se sua estratégia não é matemática, e você usa os
conceitos ensinados nesse livro para operar, isto é, tendência, suporte e resistência,
padrão de candle, o “TNS”, então é preciso que você faça os backtestes
manualmente.
De qualquer forma, estratégias matemáticas lucrativas existem, mas são bem difíceis
de serem encontradas, e mesmo assim, além de ser necessário muito trabalho em
cima de inúmeros backtestes para melhorá-la ao ponto de ser lucrativa ao longo do
tempo, mesmo assim, sua rentabilidade não fica acima de uma média regular, é
tudo muito racional e pé no chão. Em minha trajetória se eu encontrei dois traders
com estratégias matemáticas lucrativas, foi muito. Eram bem disciplinados, mas
tiveram enorme trabalho para chegarem a suas técnicas ganhadoras. E mesmo
assim, os resultados obtidos ficam sempre dentro da realidade de um trader que
não usa estratégia matemática. Outra informação, é que apesar de usarem robôs,
suas estratégias passam por constantes atualizações, sempre buscando se adequar e
se manter vivo e lucrativo no mercado. Não é uma tarefa fácil.
Para conseguir fazer backtestes manuais com qualidade, será preciso uma
ferramenta, um EA (Expert Advisor) que "apague" as informações do gráfico à frente
do período no passado que você escolheu para realizar os testes. Pois se tentarmos
fazer esses exercícios olhando para o que já aconteceu, vamos adquirir um viés
direcional, uma pré-ciência do que está à frente, e isso vai influenciar de maneira
muito forte as nossas decisões durante essa verificação, inviabilizando um teste
imparcial, objetivo.
407
Nessa fase você precisará realizar centenas de testes na sua estratégia. E eu não
estou exagerando, você precisa de centenas de trades realizados em forma de
exercício, e todos devidamente registrados no seu Diário de Trades. Ao afirmar que
são necessárias "centenas" de operações em formas de testes, significa que ao
menos 200 você precisa fazer, embora eu recomende um número maior. Essa será
a parte mais trabalhosa de sua carreira como trader, pois você precisará por "a mão
na massa" para realizar essa etapa.
É de extrema importância testar a estratégia durante uma longa série de trades!

Muitos escolhem uma estratégia, abrem umas 3, 4 ou 5 operações, toma 2 Stops, e
já parte pra outra. Isso impede de saber se a estratégia de fato funciona. Eu
recomendo uma quantidade dependendo da frequência que esse sistema dá um
sinal. Eu gosto de recomendar sempre centenas de trades para você ter uma real
noção da sua estratégia. Ainda que você tenha 20 Stops em sequência, tem que ir
até o fim, tem que ser disciplinado já nessa fase. Pois só ao longo de uma grande e
considerável série de trades é possível saber sua taxa de operações lucrativas, se
funcionará no longo prazo, e se você se adapta e se adequa a ela. Afinal, será sua
companheira por anos. Se você fizer exatamente o que disse, não tenho dúvidas
que será um trader profissional.
Somente com uma grande quantidade de operações assim é possível constatar

estatisticamente se a estratégia por você escolhida é lucrativa no longo prazo. Para
uma estatística ser confiável são precisos dados, muitos dados. E no caso do trading,
esses dados são os trades abertos durante os testes. Se quiser fazer mais que 200,
melhor ainda, o importante nessa fase é ter dados para analisar. Quanto maior a
amostra, mais fiel é a estatística.
Só um detalhe, esses duzentos trades precisam ser considerados dentro de um

intervalo de backtestes de anos. Não adianta escolher uma estratégia que vai dar 50
trades por mês, e fazer um backteste de apenas 4 meses no passado, para que
dessa forma se concluam as 200 operações. Pois uma estratégia que execute tantos
trades assim não é boa, ou seja, algo deu errado durante sua fase de estudos e
elaboração do trading plan. Volte, reveja o que passou despercebido, escolha uma
estratégia e monte um Trading Plan em que os sinais sejam esporádicos. Uma
estratégia que dê em média mais de 40 - 50 operações por mês precisa ser
revisada. Não existem tantas boas oportunidades assim no mercado considerando
um conjunto de critérios bem elaborado e objetivo. As estratégias boas são difíceis
de encontrar, e essas dão poucos trades por mês.
Como Fazer Testes na Estratégia
Hoje em dia existem ferramentas que nos permitem "voltar no tempo" em um

gráfico. Há programas que te mostram a variação no preço em tempo real, como se
408
dados antigos estivessem passando na sua frente da mesma forma que

aconteceram no passado. Há duas ferramentas bem indicadas para esses testes,
uma é o programa Forex Tester, e outra é o Soft4FX. Ambas são pagas, mas a
versão demonstrativa da segunda atende bem para testes em Price Action. Ela é um
Expert Advisor que você coloca no Metatrader 4, e a partir dela pode voltar no
tempo em qualquer ativo do Forex.
No canal do YouTube Eu Sou Trader Investidor você vai encontrar vídeos tutoriais na
prática de como usar essa ferramenta. Lá eu ensino passo a passo como você pode
treinar sua estratégia ao longo dos anos que passaram, como se estivesse operando
no momento em que os sinais foram aparecendo. Usei a ferramenta mencionada no
parágrafo anterior, e através dela é possível "apagar" todos os dados, todos os
candles após o período escolhido, e ir avançando aos poucos através do gráfico.
Dessa forma você, trader, pode verificar se os critérios que escolheu para definir sua
entrada funcionam através dos anos. Fazendo isso você poderá ter horas e horas de
"tempo de tela" em questão de poucos dias.
Volte no tempo como Marty Mc'Fly e aprenda com o passado
Também há a possibilidade de simplesmente abrir a sua plataforma e voltar

manualmente o gráfico para períodos passados, e depois ir avançando também
manualmente parte por parte. O problema dessa abordagem é que ao ser capaz de
ver o que já aconteceu à frente, ainda que de relance, você será tomado de um viés
capaz de direcionar sua escolha. O bom é uma ferramenta que literalmente apague
tudo à frente do momento desejado, e vá liberando as informações aos poucos. A
cada momento você precisará de fato decidir se entrará ou não na operação.
409
Iniciando os Trabalhos
Após escolher uma estratégia, ou mesmo desenvolver a sua, caso já tenha

habilidades para isso, é hora da ação. Escolhendo a técnica de testes mais
adequada, aquela que apaga o que aconteceu no gráfico e vai liberando aos
poucos as informações, você precisará de todo arcabouço do trader: Trading Plan,
de preferência com um Check List, e o Diário de Trades.
Sim, você vai precisar fazer tudo, eu disse tudo, igualzinho como se estivesse
operando realmente. Ou seja, primeiro elabore o Trading Plan, detalhando todos os
critérios que você quer ver acontecer para decidir entrar em uma operação. Nesse
plano inclua imagens do que seria um trade ideal, pois elas serão seu "molde". Com
o Trading Plan pronto e registrado, você faz agora um pequeno check-list para
responder toda vez que visualizar algo que possa ser um sinal. Esse check-list deve
ser simples e direto, com cada critério do lado esquerdo, e a reposta do lado direito.
Elaborado o Trading Plan e o check-list, deixe pronto o Diário de Trades. Para isso, é
suficiente uma planilha do Excel, em que você vai registrar dados básicos como: par
operado, data, direção do mercado, se atendeu cada requisito do planejamento,
preço de entrada, lote, stop loss, take, resultado, e observações importantes.
Essa peça é de extrema importância, pois será com

base nela que você fará todo o estudo, todas as
estatísticas, todo o resultado e análise de seus
testes. Esse Diário de Trades será o documento que
você vai olhar toda vez que sentir dúvidas no seu
operacional, e principalmente, será seu "mastro", seu
guia de volta ao pensamento/habilidade que está
tentando desenvolver: entender e aceitar a incerteza do mercado.
Executando os Back Testes
Tudo pronto? Comece a avançar o gráfico candle por candle, dia por dia, período
por período, e pare toda vez que identificar algo que pareça seu setup, seu sinal.
Avalie e conclua se de fato é um sinal pelo seu sistema.
Nos primeiros testes muitas dúvidas podem e vão aparecer, mas precisam ser
resolvidas logo. O seu planejamento precisa ser bastante detalhado para eliminar,
ou ao menos diminuir ao máximo, as dúvidas que surgirão. Cada vez que um
questionamento vier, procure dirimir essa dúvida, resolvê-la, e inclua uma
observação no trading plan. Lembra que eu falei que qualquer alteração no
410
planejamento iria criar uma nova estratégia e todos os testes precisarão ser refeitos?
Pois bem, aqui é preciso ter cuidado, pois logo nos primeiros trades do teste você
ainda terá muitas dúvidas, e por isso precisará fazer observações. Mas não mude o
plano, continue operando como montou o planejamento da primeira vez.
Serei bem sincero com você, a tentação de mudar a estratégia, seja para evitar
alguma perda ou para maximizar algum ganho, será gigantesca. E aqui muitos
traders iniciantes, que até tiveram a motivação necessária para chegar até esse
ponto, acabam caindo nesse quesito. Então a minha dica é: faça anotações, mas não
mude o planejamento. Procure alcançar ao menos uma centena de trades em forma
de testes, antes de alterar qualquer critério de fato no Trading Plan. Se conseguir
chegar a 100 operações sem se desviar do plano, garanto que você terá
desenvolvido algo realmente raro, a consistência em ser disciplinado. Se nesse
ponto sentir que já fez muitas observações no planejamento, então considere fazer
uma alteração. Mas lembre-se, a partir de agora estará com outra estratégia, ainda
que use a mesma base do plano. E assim, com um novo sistema, volte e refaça as
operações que você passou antes das mudanças oficiais. Veja e constate se teria
sido melhor ou não operar com as alterações feitas.
Se tem algo que vejo muito, e também já passei muito por isso nos meus primeiros
anos, é começar a ter uma sequência de stops, e pensar: “se eu tivesse colocado o
stop ali naquele outro ponto eu não teria perdido esse trade!”. Também era bastante
comum me deparar com o seguinte pensamento: “Perdi uma bela oportunidade por
ter colocado tal critério no plano. Se eu flexibilizar essa parte pegarei muito mais
movimentos bons como esse último que fiquei de fora!”.
Na parte do Trading Plan explicada nesse capítulo, eu falei sobre a flexibilidade do

planejamento, que só existe margem para alteração antes dos testes. Se fizer
mudanças no plano, precisa refazer os testes. E existe uma perfeita explicação para
isso.
Caso, por exemplo, eu achasse que deveria colocar meu stop loss em outro ponto,
mais afastado, para evitar algumas perdas, eu preciso verificar como ficariam meus
resultados no geral, ao longo de todos os testes realizados, pois agindo assim
minha relação risco/retorno ficaria prejudicada. Será que os trades que eu evitaria
ser estopado, e que consequentemente me dariam um ganho proporcionalmente
menor devido à mudança do stop, será que essas operações com lucro inferior
cobririam as perdas ‘cheias’? Ou ainda, será que as operações em que quis mudar
algo para poder aproveitar um ganho maior, será que essa mudança não afetaria
outras ordens as quais poderiam acabar gerando uma perda devido ao movimento
não alcançar um objetivo de lucro superior? E por fim, será que ao flexibilizar algum
critério visando pegar mais oportunidades, será que em outros momentos teria
dado certo também?
411
Está compreendendo? Uma mudança em alguns poucos trades precisam ser

levadas para as demais operações do teste. E mais, flexibilizações nos critérios
precisam passar por novo teste no mesmo período para ver se daria certo em todas
as vezes em que o sinal ocorreu sem o critério que foi retirado. Eu cito um exemplo
simples. No início dos testes com minha estratégia, utilizando o pinbar, eu vi muitos
pinbar’s fora de meus critérios gerarem movimentos expressivos, e nos quais eu
teria ficado de fora, pois meu plano não autorizou operar em diversos deles. Daí eu
decidi fazer uma alteração para poder incluir mais pinbar’s na minha estratégia, sem
alguns itens importantes que havia no meu Trading Plan, ou seja, eu flexibilizaria
meus critérios, para poder ter mais “oportunidades”.
Como eu não refiz os testes, eu acabei perdendo dinheiro operando na minha

conta real, ao incluir essa alteração no plano sem passar pelos backtestes
antecipadamente. Quando eu finalmente fui fazer os testes considerando a
mudança, vi que teria pegado muitos pinbar’s ruins, que teriam dado prejuízo, e
assim o resultado final não compensava. O que aconteceu foi que eu estava movido
pelo viés imediato de ver um ou outro pinbar dar muito certo, e desconsiderar na
minha mente que deveria ver como uma alteração desse tipo afetaria os outros
momentos em que pinbar’s apareceram. Entendeu a importância dos testes?
Muito bem, vamos retornar ao processo. Após ao menos uma centena de trades,
com o plano devidamente alterado de acordo com suas anotações, e o Diário de
testes resetado* e pronto para ser preenchido novamente, a partir de agora, passe a
operar todos os trades já com essa alteração. É importante que você se policie para
não fazer mudanças em excesso, pois se isso acontecer é sinal de que seu Trading
Plan não está detalhado o suficiente, e tem muitas brechas, o que é bastante
prejudicial.
* Recomendo salvar o Diário de Trades anterior, pode ser útil no futuro. Apenas crie
um novo relatório, com os mesmos itens do Diário feito até agora, e acrescente (ou
retire) os itens da mudança estabelecida.
Decidiu que abrirá o trade, então registre os dados no Diário, todos que puderem
ser incluídos (resultados obviamente só após o trade encerrado). Marque os pontos
de entrada no gráfico, e se puder tire um print, ao menos um, da imagem antes e
depois de operar. Isso será para você um importante arquivo para ter a mão sempre
que precisar estudar mais a sua estratégia.
Avance o gráfico e vá administrando exatamente como manda o Trading Plan. Caso

planeje abrir o trade e deixar aberto até pegar ou no stop ou no take, faça isso.
Finalizado o trade, registre o resultado no Diário por completo e volte a avançar no
gráfico até o próximo sinal. Faça isso até o fim do período que você decidiu testar, e
durante todos os pares de moeda e ativos que você escolheu para efetuar as
verificações.
412
Conclusão sobre Backtestes
Dá trabalho? Sim, bastante. Mas quem falou que ia ser fácil, não é mesmo? E essa é
uma parte bem importante de seu desenvolvimento. O backteste serve para
aprender várias habilidades de trading. E uma delas é o reconhecimento da absoluta
certeza de que o próximo movimento do preço é incerto, é totalmente imprevisível,
ninguém sabe o que vai acontecer a seguir. E justamente por isso, é preciso abrir
todas as operações em que o sistema der o sinal, para aproveitar os momentos que
der certo, e sair das operações em que der errado. Não tente adivinhar qual trade
vai dar lucro e qual vai gerar uma perda. Apareceu o sinal do seu sistema? Opere!
Não hesite. Essa é uma das características da disciplina.
São inúmeros os benefícios de elaborar um bom backteste, e um dos principais

certamente é aprender sobre o funcionamento do mercado, da sua estratégia. Esse
passo no desenvolvimento de habilidades é um recurso poderoso, pois te permite
ganhar anos de experiência, anos de "tempo de tela", em questão de dias ou
semanas. Em vez de esperar o mercado se mover naturalmente, o que demora
bastante, você pode começar no passado e ir ganhando a experiência dos anos que
já aconteceram somente fazendo backtestes.
Encare como uma etapa no seu desenvolvimento, um passo crucial, um verdadeiro

treinamento. Todo ramo profissional importante para ser bem executado exige do
aprendiz que ele pratique, e de preferência pratique de uma forma que evite
perigos, de uma forma inofensiva, sem riscos verdadeiros, mesmo assim, o mais
próximo da realidade possível. É dessa maneira que acontece com um médico, com
um advogado, com um engenheiro, com um mecânico, com um piloto de avião,
com um policial, com um pintor, com um arquiteto, entre tantos outros que
precisam treinar a “real” antes de partir para a prática verdadeira. E não é diferente
com o trader. Faça testes, pois com eles você terá um guia, e será seu material de
consulta todas as vezes em que tiver dúvidas ou se sentir emocional durante sua
trajetória como trader.
Segunda Parte - Conta Demonstrativa
A segunda parte da fase prática somente será realizada após você finalizar todos os
testes necessários da fase anterior. Somente após a conclusão desses testes é que
você terá a verdadeira noção da adequabilidade da estratégia no longo prazo.
De posse desse histórico robusto, e já estando fera em analisar um gráfico e

determinar se um sinal é ou não válido pelo seu sistema, você vai começar abrir
operações em conta demonstrativa. Para isso escolha uma boa corretora e abra
uma conta desse tipo. No capítulo 18 você terá um tutorial completo.
413
Essa conta, chamada de “Conta Demo”, ela espelha o mercado real, com a
movimentação do preço ao vivo. Isso significa que as operações que você abrir
nessa simulação terão as mesmas características de como se fossem feitas com
dinheiro de verdade, porém o saldo que aparece lá para você é totalmente fictício.
Hoje, treinar em conta demo é muito fácil e inúmeras empresas permitem aos
traders novatos praticarem suas estratégias em plataformas de negociação com o
mercado ao vivo, de maneira totalmente gratuita. Nesse livro eu te dou o caminho
passo a passo para a abertura dessa conta na corretora que recomendo, também te
mostro como abordar essa sistemática.
Será nessas operações abertas em tempo real que você irá aprender e desenvolver
suas habilidades de operar ao vivo. Mesmo sendo dinheiro fictício você entenderá o
que precisa ser feito, passará algumas emoções de ver o mercado se mexendo
enquanto você decide operar ou não. Precisará saber exatamente como colocar o
stop, o take, como colocar as ordens pendentes que você aprendeu, entre tantas
outras atividades que só podem ser treinadas dessa forma, já que no backteste o
gráfico está parado, ou seja, ele avança ao seu comando. Na conta demo não, o
gráfico anda independentemente de você agir, e assim você precisa alinhar o time
de sua análise com o time do mercado, como se de fato estivesse operando ‘de
verdade’.
Operando na conta demonstrativa não há a possibilidade de dar "pause" no

mercado, você precisará vencer os medos e partir para a prática real, porém em
conta com dinheiro simulado. Entendeu?
Essa fase de testes em conta demonstrativa só será concluída quando você

conseguir alguns meses sendo lucrativo operando sua estratégia. Eu aconselharia
um tempo maior do que um mês, mas é recomendável que só encerre essa etapa
quando você se sentir seguro de que não comete erros bobos, pois são esses
equívocos que farão você perder dinheiro de verdade quando for para a conta real.
O trader precisa treinar bastante para ficar craque em não cometer tais falhas. Após
o tempo necessário para adquirir experiência na execução fiel do plano, operando
exatamente como manda o seu Trading Plan, e registrando tudo no Diário de
Trades, aí sim, poderá passar para a próxima etapa.
Antes de partirmos para a terceira parte da fase prática em plena execução, cabe
trazer aqui uma reflexão sobre a psicologia do mercado entre a conta demo e real,
já que há sempre a dúvida: Por que na conta demo é mais fácil ganhar dinheiro, e
na conta real é bem mais difícil?
414
Conta Demo Versus Conta Real
Muita gente me pergunta o porquê somos geralmente tão bons na conta demo, e
na conta real perdemos tanto dinheiro. Afinal, se o mercado é o mesmo em ambas,
isso não faz sentido, certo? Não é bem assim. O mercado pode ser idêntico, e o
operacional também, mas há um abismo psicológico entre operar dessas duas
formas. Vou te explicar como e por que isso acontece, e também te mostrarei uma
solução pra você operar na conta real tão bem como opera na demonstrativa.
Conta Demo, o que é?
Conta demo, ou Conta Demonstrativa, é uma simulação de uma conta real. É um

meio que as corretoras disponibilizam para os novatos no trading estudarem e
conhecerem como funciona a plataforma, o mercado, os ativos e preços, e também
"como seria" caso estivessem operando com dinheiro de verdade. Os valores ali são
fictícios, você não arrisca seu capital, pois é tudo uma simulação. Se perde, não
perde nada de verdade. Se ganha, não ganhou nada também.
Apesar de ser tudo simulado, as movimentações que vemos ali são, na maioria das
vezes, a real movimentação do mercado. Digo "na maioria" pois em alguns poucos
momentos é comum ver discrepâncias leves na formação do preço, mas nada que
atrapalhe. Essa semelhança com o mercado real, como se estivéssemos operando
de verdade, é bastante útil e tem suas vantagens.
Através das contas demonstrativas podemos aprender na prática como mexer na

plataforma. Há várias funções, várias formas de fazer uma mesma atividade, vários
caminhos e atalhos, bastante coisa para aprender. Por exemplo, podemos treinar
como abrir ordens, como exibir os gráficos dos ativos, como proteger a operação,
usando o gerenciamento de risco, entre outros.
É ali que podemos cometer os erros mais banais, já que estamos aprendendo. Errar
o lote do trade, ou mesmo fechar uma ordem sem querer, ou ainda abrir uma
operação em um par errado, diferente do que realmente queríamos, ou ainda
colocar uma ordem do tipo "Buy Stop", quando na verdade deveria ser "Buy Limit".
Erros como esses, se cometidos em uma conta real, é seu dinheiro que irá pelo ralo.
Por isso, a hora de errar essas coisas é na conta demonstrativa.
Tudo isso mostra a importância desse tipo de conta. Todo trader iniciante deve
passar uma parte de seu treinamento operando por ela.
Conta Real
Ela é exatamente o oposto da anterior. Aqui o trader deposita dinheiro de verdade,
415
é onde mantém seu capital para operar. Perdas aqui representarão prejuízos reais!
Ganhos também serão auferidos de forma verdadeira, ou seja, seu saldo aumenta, e
se você quiser sacar os lucros, pode fazer tranquilamente.
É através da conta real que nós traders operamos no mercado. É por ela que
participamos do mercado de câmbio, ainda que de forma indireta, podendo ganhar
ou perder, colocando em prática nossa estratégia de negociação.
Por que é fácil ganhar dinheiro na conta demonstrativa?
Essa questão da conta demo é realmente interessante, e acontece um fator

psicológico curioso, que explicarei a seguir. Por não usarmos dinheiro real, nosso
cérebro fica tranquilo para tomar boas decisões de entrada, afinal, não há
preocupações reais em jogo. Não hesitamos abrir um trade, simplesmente
colocamos nossas ordens de compra e venda tranquilamente. Na verdade, nem
pensamos muito, vemos algo interessante e que pode indicar o possível movimento
do mercado, e abrimos uma operação.
E mais, operando em conta demonstrativa, nós conseguimos tranquilamente deixar

um trade correr, sem interferir no seu movimento. Essa característica
é fundamental para o sucesso, ou seja, para ganhar dinheiro no trading no longo
prazo, precisamos aprender a não interferir, não atrapalhar, simplesmente deixar o
preço fazer o seu movimento. Administração de operação aberta só em caso
previamente planejado e registrado no Trading Plan.
A coisa muda totalmente de sentido quando colocamos nosso dinheiro real "em
jogo". Quando sabemos que se perdermos, será uma perda verdadeira, que
diminuirá nosso capital, então nosso cérebro já não será tão objetivo na tomada de
decisão. Haverá hesitação para entrar em um trade, e ficamos procurando saber, ter
certeza se não estamos fazendo nada errado, se analisamos tudo que tínhamos pra
analisar. Pensamos nos mais diferentes cenários, e isso nos gera medo. Medo de
perder dinheiro, medo de perder uma oportunidade, medo de operar. Isso é
paralisante! Com risco real de prejuízo, tenta-se ao máximo querer acertar o
próximo movimento do preço, que sabemos ser algo errado a buscar.
Pior ainda, quando o trade estiver aberto, haverá muitas sensações. Chegamos a
suar frio se a ordem ficar negativa por um tempo, e ao menor sinal de ganhos,
nosso dedo vai "coçar" para encerrar o trade, colocar o lucro no bolso, e finalmente
liberar nosso cérebro de tantas toxinas, hormônios e elementos químicos que
causam o estresse. É uma função natural do nosso corpo, manter o equilíbrio e tudo
funcionando bem.
E quando estamos com um trade ao vivo, nosso organismo entra em desequilíbrio
416
muito facilmente, gerando essa necessidade de o corpo pôr ordem na casa. Essa
organização mental só vai acontecer se estivermos fora da operação, e de
preferência com algum lucro no bolso. Eu costumo dizer que "Você não é você
quando o trade está aberto!", fazendo referência ao comercial do chocolate Snickers,
o qual diz que nós não somos nós mesmos quando estamos com fome. É a mesma
coisa no trading.
Entende agora por que obter sucesso duradouro no trading é tão difícil? É algo que
gera desequilíbrio interno, mexe com emoções, e tudo isso atrapalha um
operacional adequado.
Quando vemos nosso capital aumentar e diminuir com as oscilações do mercado,

ficamos bastante apreensivos, devido à incerteza do próximo movimento do preço.
Isso acaba mexendo tanto na nossa mente, que interfere de forma cruel na nossa
capacidade de decisão. Erros como fechar o trade com pouco ou nenhum lucro,
mover o stop para mais longe, ou ainda retirar o take por ganância, e acreditar que
o preço vai indefinidamente além do planejado para sair, são erros típicos de quem
está se deixando influenciar pelo efeito "trade aberto".
É simples, sem essas intempéries emocionais na conta demo, o trading flui. Abrimos
ordens sem preocupação ou hesitação, e principalmente deixamos as operações
seguirem seu rumo, sem atrapalhar. Como falei, algo crucial para o trading de
sucesso. A consequência disso é que na Conta Demonstrativa os resultados
costumam ser significativamente melhores do que aqueles obtidos em conta real. É
inclusive bastante comum sermos lucrativos na simulação, e perdermos dinheiro
quando é nosso capital que está "na mesa".
A gigantesca maioria das pessoas nesse mercado não desenvolve as habilidades

necessárias do auto controle, a ponto de ter um nível de domínio próprio que
permita simplesmente deixar um trade rolar até o stop ou take. Seja o stop loss ou
mesmo o stop gain, movimentado para ir protegendo uma operação que está
dando lucros. Isso significa que a maioria dos operadores quer fechar o trade "na
mão". Também não é coincidência que a maior parte dos traders perde dinheiro no
trading, pois eles praticam essas e outras atitudes erradas durante suas curtas
trajetórias no mercado.
Como disse mais acima, uma das características mais importantes para ser lucrativo
no mercado de renda variável, é aprender a permitir o mercado andar, sem
interferir no seu movimento. Se você souber o quanto isso é essencial, começará a
trabalhar fortemente em cima desse fator.
417
Como Mudar essa Realidade
Obviamente não vou deixar você, leitor, sem uma estratégia para superar esse
efeito, e buscar obter na conta real os mesmos resultados que tem na conta
demonstrativa.
Basicamente há duas formas para evitar esse problema. A primeira é que

precisamos simular na conta real, a mesma condição psicológica que temos na
demo. Como assim?
Na demonstrativa estamos com nossa mente despreocupada, pois se perdermos,

como não é dinheiro real, não perderemos nada que nos afete. Com isso, quando
operamos na real, também precisamos dar à mente essa tranquilidade. Ou
seja, quando perdermos de verdade, da mesmíssima forma que na
demonstrativa, não podemos perder nada que nos afete! Esse é o segredo!
E conseguimos isso ARRISCANDO POUCO!
Sim, meu amigo, o grande problema de as pessoas perderem na real muitas vezes é
porque não conseguem ficar tranquilas, pois estão arriscando muito! Seja porque
cometem o pecado mortal de não definir o risco antes de abrir um trade, ou
também porque até definiram, mas o risco estabelecido é de perder uma quantia
que não se está confortável em ter como prejuízo!
Todas as nossas ordens no trading precisam ser previamente calculadas, e em cada

operação temos que saber antes quanto perderemos se tudo der errado! E mais,
esse valor tem que ser algo confortável, de forma que se perdido for, não nos
afetará. Assim, nossa mente estará livre, liberta, tranquila para operar em conta real,
da mesma forma que operamos em uma conta demonstrativa. No capítulo 15 eu te
mostrei que um dos grandes segredos dos traders vencedores é arriscar pouco, pois
eles sabem da importância de tomar decisões de forma tranquila, sem estresse
emocional. E se tem algo que ajuda muito nesse processo, é arriscar uma quantia
realmente baixa.
A segunda forma de trabalhar bem com dinheiro de verdade é aprendendo a

maneira como o mercado funciona. Basicamente é entender que de acordo com
uma estratégia específica, haverá uma quantidade de operações perdedoras, e uma
quantidade de operações vencedoras. Assim, podemos operar livres da carga
emocional do medo de termos várias perdas em sequência, pois saberemos que
nossa estratégia funciona, e como qualquer outro setup, passa por períodos ruins.
Isso, claro, se tivermos feito testes suficientes no passado, e comprovado a eficácia
do sistema.
418
Conclusão sobre Conta Demonstrativa
Há uma gigante diferença psicológica entre operar em conta demonstrativa e em

conta real. Essa distância entre uma e outra acaba por fazer os traders ganharem na
primeira, e perderem na segunda, quando estão com dinheiro real em jogo.
Porém, há soluções para se vencer essa problemática, e ganhar na conta real tão
bem quanto na simulação. Basta sabermos e entendermos a importância de arriscar
pouco, e também de conhecer a forma como o mercado funciona. E, claro,
colocarmos em prática esse conhecimento.
Terceira Parte
Nessa terceira e última fase da parte prática, finalmente o

trader pode operar dinheiro real. Porém é preciso ficar
claro que a aprendizagem ainda não acabou, pois aqui
será como se fosse uma "residência" de medicina. Você
vai operar seu dinheiro real, mas fará isso operando com
pouco!
Separe um valor que você considere ínfimo para o seu patrimônio total e deposite
na corretora. Será desse valor que você estabelecerá o risco por operação. Você
ainda verá nesse livro uma aula completa sobre a verdadeira e mais adequada
gestão de capital aplicada ao Forex, que difere do que estou te mostrando nessa
parte específica sobre pouco capital para treinar. Antes de pegar o jeito dessa
gestão mencionada, você precisa passar pela fase prática ensinada nesse capítulo, e
isso inclui operar em conta real com um capital pequeno.
Ou seja, se você tem 10 mil dólares de patrimônio, e já está decidido a operar com
dinheiro real, mas ainda está aprendendo, mande um valor significativamente
menor para a corretora. E será desse valor pequeno que você escolherá o risco
assumido por operação, não em relação aos 10 mil.
Por quê? Porque você ainda está na fase de aprendizagem, mesmo que esteja
operando com dinheiro real. Então, digamos que você decida enviar 500 dólares
para a corretora, se escolher arriscar 1% por trade, então o risco será de 5 dólares
(1% de 500). Lembre-se, ainda estamos na fase de pegar o jeito da coisa, nada de
querer meter os pés pelas mãos e arriscar demais aqui. Agir dessa forma certamente
o fará perder dinheiro, tão rápido quanto o Neymar ter que se afastar durante um
evento importante no futebol, de tanto cair.
Outra coisa, em hipótese alguma mande tudo o que tem, ou pior ainda, nunca faça
empréstimos para operar no Forex. Essa é uma receita clássica do INsucesso, perda
419
de dinheiro, e da gigante frustração de inúmeros traders imprudentes ao redor do

mundo. Faça as coisas direito!
Tente passar 1 ANO operando só com essa conta pequena, e faça tudo conforme o
treinamento, para se possível terminar o ano razoavelmente lucrativo.
"Razoavelmente" quero dizer que você deve tentar render pelo menos mais que a
renda fixa. Findo esse prazo, e tendo lucrado ao menos uma porcentagem razoável,
você estará literalmente formado como trader.
A partir de agora, você poderá aplicar diretamente os conceitos ensinados nesse

livro sobre a gestão de capital adequada ao Forex. Ou seja, você não mais arriscará
uma porcentagem da conta por operação, mas sim uma pequena porcentagem de
seu patrimônio todo, deixando na corretora somente o suficiente de acordo com
sua estratégia, tudo conforme será ainda explicado mais pra frente.
Porém, caso queira continuar operando com pouco capital, por se sentir mais
tranquilo e confiante dessa forma, então mantenha-se fazendo o que já vinha
executando na parte prática. Se desejar aumentar um pouco esse capital pequeno, e
definir o risco a partir somente dele, também é uma opção. O importante é se sentir
tranquilo, seguro, ciente do que está fazendo, e claro, gerando resultados
sustentados ao longo do tempo.
O PROBLEMA DE PULAR ETAPAS
O grande problema de não seguir esse passo a passo descrito em toda essa aula, é
que o trader já vai começar dando margem à indisciplina. Por exemplo, ao partir
direto para a conta demonstrativa, ele não terá aprendido corretamente sua técnica,
que só é assimilada bem durante os testes. Em conta demonstrativa até será
possível ir aprendendo algo, mas estará sujeito às inúmeras emoções que o
mercado ao vivo nos causa. E isso certamente irá atrapalhar a especialização
necessária na estratégia.
Outro problema de ir direto para conta demonstrativa, sem passar pelos testes, é
que o trader estará operando sem ter o conhecimento das estatísticas da sua
estratégia. Ele não sabe sua taxa de operações lucrativas (Win Rate), não sabe se ela
tem um drawdown muito grande, não sabe qual risco é o ideal por operação, nem
muito menos tem conhecimento se a técnica é lucrativa de fato!
Outro erro bastante comum, e perigosíssimo, é ir direto da conta demonstrativa

para a conta real, só porque teve alguns poucos trades lucrativos. Achando que já
entendeu como funciona o mercado, e que agora estará apto a fazer muito dinheiro
no trading. As ruas do mercado financeiro estão cheias de traders abandonados,
que perderam tudo, estando à beira da desistência. E na maioria das vezes sem
420
entender como algo que parecia tão fácil, pode fazer com que perdessem tanto,
sentindo uma frustração sem tamanho.
Mas o pior erro, com certeza, é passar para operar dinheiro de verdade, sem nem
sequer ter estudado bem o mercado, sem fazer o Trading Plan, ou o Diário de
Trades, nem treinar com testes e conta demonstrativa. Acredite, a gigantesca
maioria faz exatamente isso.
Para ser diferente da maioria, faça o que a maioria não faz. Estude, faça o Trading
Plan, Diário de Trades, e treine, treine exaustivamente. Faça direito. Se inúmeras
outras profissões exigem uma especialização demorada, como advocacia,
engenharia, medicina, administração, entre tantas outras, levando anos para concluir
somente a parte teórica, por que então o trading seria diferente? Por que seria
assim tão mais simples, exigindo só alguns poucos dias de estudo e treino, para já
estar apto a ganhar dinheiro? Não! Ser operador/investidor leva tempo, então siga
o ritmo recomendado, e faça valer seu esforço.
CONCLUSÃO
Nessa aula você aprendeu o passo a passo

para atingir a consistência no trading e
consequentemente o sucesso nesse ramo.
Viu que é preciso primeiro estudar sobre
esse mercado, aprendendo os conceitos
principais e mais importantes; aprendeu que logo em seguida a essa aprendizagem
precisará escolher uma estratégia, um modelo de negociação com critérios definidos
por você, e imediatamente colocá-los no Trading Plan, deixando essa peça
indispensável pronta para ser utilizada. Após a elaboração do Trading Plan, deve
confeccionar o Diário de Trades, outro documento tão crucial quanto o Trading Plan.
Dessa forma você mostrará que é um trader organizado e trata essa atividade de
forma profissional.
Com toda essa documentação pronta, deve partir para a parte prática, que tem 3
fases: irá fazer Backtestes no passado para comprovar se sua estratégia é boa, e
verificar outras estatísticas deveras importantes. Depois vai abrir uma conta
demonstrativa e operar seu setup exatamente como nos testes, buscando aprender
com o mercado ao vivo, evitar erros, e finalmente ser lucrativo por pelo
menos alguns meses. Por fim, na última etapa do aprendizado, irá separar uma
parte pequena de seu patrimônio, um valor que não te afetará em demasia se você
o perder, e operar na real. Nessa última etapa, você tentará ser lucrativo ao longo
de um ano inteiro, operando a sua estratégia com uma disciplina sólida como uma
rocha.
421

CAPÍTULO 17
TUDO O QUE VOCÊ PRECISA
SABER SOBRE CORRETORAS
422
CAPÍTULO 17 - TUDO O QUE VOCÊ PRECISA

SABER SOBRE CORRETORAS
Como o Forex é um mercado interbancário, onde são negociados lotes de moedas

na casa de milhões e bilhões, o acesso a traders de varejo, eu e você, fica mais
difícil. Por esse motivo nos últimos anos surgiram as corretoras de Forex. Essas
instituições permitem que traders de varejo como nós possamos operar e ter a
oportunidade de ganhar através do mercado de câmbio.
Nessa aula você vai tirar suas dúvidas de como funcionam essas corretoras, suas
subdivisões e características. Minha proposta é te fazer entender de uma vez por
todas essa bagunça de informações desencontradas que existe internet à fora, e
concentrar seu aprendizado aqui.
O GRANDE MITO
Antes de falar de corretoras precisamos entender um conceito já mencionado antes

nesse livro. Vamos explicar primeiro o funcionamento do “Forex de Varejo”, através
de negociações com CFDs.
Em aulas anteriores eu mencionei sobre como é o funcionamento do Forex Spot, ou

Forex à Vista, onde bancos, instituições financeiras e empresas diversas negociam
grandes lotes de moedas. Também te expliquei como é a sistemática de compra e
venda dessas divisas, para que lucros possam ser realizados, fizemos isso na aula 04.
423
Agora quero que grave e não esqueça: nós, traders individuais, operando nosso
próprio capital, somos chamados de “Traders de Varejo”, ou em inglês “Retail
Traders”. Em muitas literaturas é comum encontrar esse termo traduzido por
“traders de ‘retalho’ ”, mas fica mais adequado “de varejo”. O termo significa que
não operamos grandes quantidades, como os bancos operam, por exemplo. É o
mesmo sentido de uma loja de atacado, onde nesses locais vemos o preço de
‘atacado’ e o preço de ‘varejo’. Comprar no varejo significa que não iremos levar
uma enorme quantidade do produto, mas apenas um ou outro. Trazendo esse
conceito para o Forex, ser um Trader de Varejo significa que não iremos
adquirir/vender quantias significativas de dinheiro, na casa dos milhões, por
exemplo, que é típico de grandes bancos e instituições financeiras. Nós, operando
nosso patrimônio, iremos comprar/vender quantias menores, algumas dezenas ou
talvez centenas de milhares de alguma moeda. Então é como se aqueles que
operam muitos lotes, milhões, bilhões de dólares, esses seriam os “Traders de
Atacado”, e nós, que não chegamos a esses números, somos os “Traders de Varejo”.
Entendido esse conceito, agora passamos para a segunda parte da desmistificação

do Forex. Como traders de varejo, não vale a pena para as instituições ficar
trocando pouco dinheiro com milhares de operadores ao redor do mundo, muitos
desses operando freneticamente, várias vezes ao dia. Imagine um banco recebendo
ordens a cada segundo, diversas delas, tendo que dar conta de cada uma, e a
grande maioria delas sendo quantias ínfimas perto do que operam. Fica difícil e
custoso diante do pouco benefício, mesmo com internet e sistemas de
processamento altamente capazes. É nesse contexto que muitos pensam que as
corretoras aparecem aqui para agir como intermediárias, e operar essas quantias
menores com os traders, tendo os bancos como provedores da liquidez necessária
a todas essas ordens.
Por muito tempo eu pensei que minhas operações eram negociadas com outras
pessoas. Tipo, se eu queria comprar euros versus o dólar, eu imaginava que alguém
do outro lado do mundo teria euros para me vender, e assim nossas ordens seriam
‘casadas’. Mas não, a realidade do Forex de Varejo é bem, bem diferente. Nessa
aula você vai aprender tudo o que precisa, e passará a operar entendendo como
funciona na real.
Essa forma de negociação direta acontece para os “Traders de Atacado”, e a partir

de agora os chamaremos de Traders Institucionais. São aqueles que operam para os
bancos e instituições financeiras, de investimento, fundos de hedge, e
administradores de contas de terceiros com muito capital. Esses participantes do
mercado operam no Forex Spot, ou Forex à vista. Esses sim, operam como
aprendemos nos livros e vídeos na internet. Se compram libras pagando em ienes,
alguém do outro lado da negociação irá vender esses GBPs e receber os JPYs como
pagamento. Se um banco recebe um pedido de compra de dólares de milhões de
424
unidades de uma grande empresa suíça, então o banco irá receber os francos como
pagamento, e irá transferir os milhões de USDs para a conta dela. Esse é o mercado
Forex como aprendemos, só que não fazemos parte dele, ao menos não
diretamente, como vou te mostrar já, já.
Para esses traders institucionais, os de empresas com muito capital, eles dispõem de
sistemas interconectados digitalmente, para acesso ao mercado conhecido como
Mercado Interbancário. Grandes bancos ao redor do mundo, responsáveis por essas
trocas de dinheiro, criaram uma rede entre eles para facilitar essas transações em
todo o planeta. Instituições como JP Morgan, Barclays, Citibank, Bank of America,
Deutsche Bank entre outros, estão conectados e conseguem negociar uns com os
outros através de uma rede interbancária, chamada de ECN.
ECN - O QUE É E COMO FUNCIONA
Eletronic Communication Network, ECN, é uma rede em que essas empresas

financeiras gigantescas negociam na casa de bilhões e trilhões diariamente! E isso
acontece de forma constante. Em uma fração de segundos uma negociação
bilionária pode ser negociada, pois dentro dessa rede sempre haverá uma
contraparte para a maioria das negociações. Essa rede ECN é caracterizada pela
velocidade e amplitude das operações ali realizadas, afinal, como você viu, são
trilhões de dólares circulando todos os dias. Outro fator que marca bem o sistema
ECN é a quantidade de empresas interconectadas.
Além dos bancos citados, que são os mais famosos em negociações no mercado de
câmbio, fazem parte também da rede ECN grandes empresas e fundos de
investimento. Essas instituições trabalham muito com especulação financeira de
ativos ao redor do mundo, e precisam de liquidez para suas negociações. Em outras
palavras, elas querem alguém que esteja do outro lado pronto para negociar. E
justamente por terem esse desejo, acabam sendo importantes para todo o sistema,
afinal, os bancos também querem alguém do outro lado quando eles mesmos
quiserem ou especular, ou arranjar uma parte diferente para uma negociação não
convencional. Tipo, imagine um país africano, em que seu banco central decide
adquirir massivas reservas de dólares, porém negociando a sua moeda local. É difícil
achar demanda suficiente para tais negócios, e assim, quanto maior o leque de
participantes dessa grande rede ECN, mais fácil fica essa tarefa.
Devido à existência de vários participantes com muito potencial de negociação,

nessa rede ECN existe um tipo de book de ofertas. Nele estarão aparecendo os
preços que cada participantes está oferecendo/pagando (BID/ASK, lembra?). É
através desse book que os negociantes ficam sabendo quem está com as melhores
cotações. É um verdadeiro leilão, quem estiver oferecendo mais barato para os que
querem comprar, esse fica em primeiro. Já os que estiverem pagando mais para
425
aqueles que quiserem vender, esse estará no topo da fila, será o participante para o
qual a ordem de venda de alguém vai.
Vamos a um exemplo. Imagine que 5 bancos participantes da ECN tenham as

seguintes cotações para o EURUSD.
Tabela 1
Cada um dos bancos definiu os valores da tabela acima como acharam melhor
(oferta/demanda). A coluna “BID” mostra o preço que cada banco está pagando
para quem quiser vender euros para eles, e receber em dólar (bid = oferecer). A
coluna “ASK” mostra o preço que cada banco está cobrando (pedindo) para aqueles
que quiserem comprar euros e pagarem em dólar (ask = pedir). Repare que uns
426
tem preços melhores que outros. Então, o book de cotações fará um ranking dos
melhores e montará da seguinte maneira.
Tabela 2
No lado do “BID” o banco D aparece em primeiro, pois ele é o que está oferecendo
pagar mais para aqueles que quiserem vender euros, logo ele será o banco da vez
quando uma ordem de venda de EURUSD chegar ao book da rede interbancária.
Os demais bancos, por oferecerem menos, ficam atrás do bando D.
Já na coluna “ASK” é o banco B quem tem o protagonismo, ou seja, é ele que está à
frente quando chegarem ordens de compra, pois é o que está com o melhor preço,
isto é, cobrando mais barato para quem quiser comprar euros pagando em dólar,
ou seja, fazer uma compra de EURUSD. Os outros bancos ficam atrás do banco B,
pois estão cobrando mais caro que ele.
Nesse instante a cotação do EURUSD oficial na rede ECN será a junção do melhor
preço BID com o melhor preço ASK, conforme mostrado abaixo.
Repare que aqui não há spread nesse momento, pois coincidiu de o melhor preço
BID ser igual ao melhor preço ASK, e isso acontece muito no sistema ECN, tendo em
vista a grande quantidade de participantes querendo negociar. Esse será o preço
que aparecerá para os clientes que quiserem fazer negócio com instituições
pertencentes à rede. Sabe aquela cotação que você vê quando consulta no google
ou algum site de investimentos? Ela geralmente é a primeira das duas acima, a
cotação BID da rede ECN, que é a cotação para venda. Alguns sites ou empresas
427
podem fornecer a segunda, que é o preço para quem quer comprar a moeda base
do par. É assim que funciona a cotação no sistema ECN.
Agora imagine que qualquer dos bancos pertencentes à rede ECN receba ordens de
venda de euros na casa de bilhões de uma vez só, de qualquer de seus clientes, o
que acontecerá? Lembrando que esses clientes (alguma grande empresa por
exemplo) querem a melhor cotação, não estão nem aí se o banco tem o melhor
atendimento.
Assim que as vendas chegarem, elas começarão a ser preenchidas pelo banco D, o
primeiro da fila, que tentará cobrir toda a negociação bilionária. O banco D pode
não querer cobrir todas as ordens, para não baixar as reserva de EUR, por exemplo,
e assim ele decide encerrar aquelas negociações específicas até uma próxima
rodada. Para isso, basta que o banco D baixe o preço pago por cada euro versus
dólar, e assim caia no ranking, indo para outra posição na fila. Lembrando que na
primeira coluna, “BID”, fica na frente quem paga mais pela moeda que os clientes
quiserem vender. Ao baixar o preço pago, o banco D caiu no ranking.
Acontecendo esse cenário, de saída do banco D das negociações, agora será a vez
do próximo no ranking. Entra em cena o banco A, que está oferecendo pagar 1
ponto a menos do que o banco D estava. Digamos que o banco D decidisse baixar
seu preço, e passar a oferecer 1.20994 por cada euro vendido, assim, a nova tabela
seria a seguinte.
Tabelas 3 e 4
Veja como o banco A subiu no ranking para a primeira posição, e como o banco D
foi para a quarta posição, à frente ainda do banco E. Com essa configuração temos
algo interessante, o par EURUSD passou a ter uma leve diferença entre o preço BID
e o preço ASK, o chamado SPREAD.
428
Nova cotação
SPREAD: 1 ponto, já que:
1,21009 - 1,21008 = 0,00001

BID - ASK = Spread
Dessa forma, a cotação do ativo diminuiu um ponto no BID, no preço de venda do

par. A cotação oficial que aparece nos gráficos é o valor BID, o primeiro, e
acabamos de constatar uma leve queda no preço do EURUSD. Isso aconteceu pois
chegaram ordens de venda de grande volume para esse par de moedas, e com isso
o preço tende a cair. Como você sabe, mais oferta de um bem, tende a levar o
preço para baixo. Isto é, suponha que o banco A também queira suspender as
negociações, e passe a oferecer um valor menor ainda, caindo no ranking, da
mesma forma como fez o banco D inicialmente. Quem passará para o topo das
negociações é o banco B, que está oferecendo o EURUSD a 1.21005. Após o banco
B vem o Banco C, com sua cotação em 1.20995, para o topo da fila. Nesse momento
a cotação BID já caiu 1.21009 para 1.20995, isto é 1,4 pips, ou 14 pontos. E isso tudo
aconteceu porque ordens de venda de grande valor começaram a chegar. Viu
como mais vendas levam à queda do preço?
Lei da Oferta e da Procura
Vamos entender agora, usando o sistema ECN, como funciona a lei da

oferta/demanda no Forex. Você sabe que quando um ativo está escasso no
mercado, e existem mais compras do que vendas, então o preço sobe, devido
justamente à falta daquele bem, e ao fato de que os compradores irão oferecer
cada vez mais por ele. Agora quando a oferta do bem é abundante, isto é, existem
muitos bens e muitas vendas, então o preço cai, pois os vendedores vão oferecer
seu bem cada vez mais barato, na tentativa de se desfazerem dele o quanto antes.
No Forex é exatamente assim, porém a sistemática precisa ser explicada.
Imagine que o Banco E, o quarto lugar na fila para o ranking de quem quer comprar
(o ranking da direita - ASK) receba clientes querendo comprar euros com ordens
bilionárias. Apesar de essa instituição ter recebido os pedidos, ela tem que colocá-
los no book. Suponha que o Banco E tenha muitos euros para negociar, ainda que
não tenha tudo. Pode ser desejo do banco E participar dessa negociação e vender
os seus euros para os clientes compradores. Mas... o banco E não está bem
posicionado no book da rede ECN (Tabela 4). Assim, ele pode decidir baixar seu
valor de compra, isto é, pode cobrar mais barato para assim subir no ranking.
429
Supondo que o banco E passe a pagar 1.21008 por cada euro versus dólar, então ele
vai para a primeira posição (Tabela 5) e assim vende seus euros para os clientes,
esgota a quantia disposta a vender, e logo em seguida sai do ranking, ou decide
mudar de posição ao cobrar mais caro. Vejamos a nova tabela “ASK”, da direita,
quando o banco E decidiu cobrar mais barato e subiu na fila.
Tabela 05
Nova Cotação
ATENÇÃO - Repare que chegaram ordens de compra em grande quantidade, e ao

invés de o preço subir, ele baixou um pouco. Sim, isso acontece muito no Forex,
justamente pelo desejo dos bancos de serem os primeiros do book e negociar.
Talvez você esteja confuso, pensando: “Mas você disse que quando há muitas
compras, o preço sobe! E aqui o preço caiu!”. Sim, o preço caiu, ainda que um pouco,
mas veja agora a grande mágica do Forex, que fará o preço subir já que há muitas
compras. Assim que as ordens do banco E forem preenchidas e ele decidir cobrar
mais caro para suspender as vendas, os outros do ranking é que serão
contemplados. O próximo da fila seria o banco B, que vai vender seus euros a U$
1.21009 dólares, 1 ponto mais caro. Quando o banco B decidir encerrar as
negociações, basta cobrar mais por cada EUR e assim cair no ranking do book. Se as
compras de euros forem realmente grandes, elas serão repassadas para outros
bancos, cada vez mais abaixo no book. Agora seria a vez do banco C que venderia
seus euros a 1.21010, e depois o banco A e por último o banco D, o qual vende seus
euros a 1.21015.
Até agora saímos de uma cotação inicial de 1.21008 para

1.21015, ou seja, 0,7 pips maior.
A cada encerramento de negociações em um banco, ele decide mudar sua cotação

tanto de compra, como de venda, para poder se reposicionar no book. Se tiver
430
poucos euros para vender, então cobrará mais caro, e assim cairá na tabela “ASK”, a
da direita, com isso ficará para trás, propositalmente, para não acabar suas reservas.
Caso ele já tenha comprado muitos euros dos clientes que querem vender, então
para não ficar saturado de euros, basta o banco decidir comprar euros cada vez
mais barato, e assim cai no book da tabela “BID”, da esquerda, para controle de suas
reservas.
Por que a Cotação CAI?
Perceba, um banco decide baixar o preço do ativo quando ele já está saturado
daquela moeda, pois já comprou muito dos clientes vendedores, e quer cair no
ranking “BID”, da esquerda, de forma proposital. E isso acontece quando há muitas
ordens de vendas dos clientes. Logo, quanto mais vendas, menor o preço tende a
ficar.
Por que a Cotação SOBE?
Um banco decide aumentar o preço do ativo quando ele já vendeu muito daquela
moeda, e não quer ficar sem reservas. Para isso ele sobe o preço que está
cobrando, caindo no ranking do lado direito, o “ASK”. E isso acontece quando há
muitas ordens de compras dos clientes. Logo, quanto mais compras, maior o preço
tende a ficar.
É dessa forma que funciona a lei da oferta e demanda no Forex. Porém você viu no
começo dessa explicação que, antes de o preço seguir essa lei, alguns bancos
tentam se posicionar melhor no ranking para terem suas ordens preenchidas antes
dos outros, e assim atender melhor os clientes. E nessa tentativa de melhor
posicionamento, o preço vai contra o que se espera da lei econômica. Explicando
melhor no quadro abaixo.
FIQUE LIGADO
Se entram muitas ordens de compra, é normal o preço cair um

pouco antes de aumentar vertiginosamente. E se vendas
volumosas aparecerem no mercado, é normal ver o preço
aumentar, antes de cair de maneira firme.
Nesse livro você já ouviu falar sobre “Falso Rompimento”, lembra? Pois bem, falsos
rompimentos são comuns no Forex, pois quando o preço chega a zonas de
431
interesse, esse padrão comportamental é bastante normal e esperado. Ou seja, se o

preço alcança uma resistência, e nesse ponto algum grande cliente tem ordem de
venda bilionária para executar, alguns bancos que quiserem comprar essas moedas
podem digladiar na tentativa de melhorar seus preços e ter suas ordens
preenchidas. Nessa briga, ao invés de cair, o preço sobe, dando a entender a muita
gente que o preço iria romper a resistência. O preço sobe porque quando há
ordens de venda entrando em grande quantidade, a tentativa dos bancos para ficar
à frente no book e poder comprar essas moedas, é feita oferecendo mais para
quem quiser vender, e fazem isso aumentando o preço.
Nessa hora muitos amadores entram comprados, quando na verdade o que estava
acontecendo nos bastidores dos grandes bancos eram ordens de venda de maior
volume. Assim que a briga dá uma trégua, e os bancos que estavam brigando pra
ver quem comprava primeiro chegam a preços limites, então as ordens de venda
bilionárias passam a ser preenchidas no book. As divisas vendidas vão enchendo as
reservas dos bancos compradores, e estes decidem, aos poucos, controlar essas
compras. Para esse controle, diminuem o preço para caírem propositalmente no
ranking do lado esquerdo. Isso leva a cotações cada vez menores.
Dependendo da vultuosidade das vendas naquele momento, o ativo pode ficar tão
abundante, que o bancos vão oferecendo preço muito menores, já que não vale a
pena ficar saturado de determinada moeda. E assim acontecem as grandes quedas
de preço no mercado, pois com mais ativos entrando em circulação, menos vão
querer pagar por ele. Lei da oferta e da procura.
No suporte tende a acontecer o inverso. Quando o preço alcança esses níveis, se

entrarem grandes ordens de compra de determinada moeda versus outra, a parte
direita da tabela, aquela na qual quem cobra mais barato fica na frente, esse ranking
começa a se mexer. Primeiro é comum os bancos brigarem para ver quem fica na
frente, pois estão com reservas abastecidas e querem vender, consequentemente
cobram cada vez mais barato (o inverso do que se espera no mercado em
momentos de grandes compras). Mas isso não dura muito tempo, pois o cliente
quer ver seu desejo de compra realizado o quanto antes e pelo melhor preço. Assim
que a briga alivia, as ordens de compra começam a ser preenchidas no book e os
bancos vão vendendo seus estoques para os clientes. À medida em que ficam
escassos da moeda em questão, precisam parar de vender, visando segurarem suas
reservas. E para isso, para conseguirem esse controle de estoque, para não ficarem
sem nada, basta aumentarem o preço dos ativos, e assim caírem no ranking, isto é,
ficarem cada vez mais abaixo na tabela do lado direito.
Mais vendas = Preço tende a cair

Mais compras = Preço tende a aumentar
432
Mas antes é normal ir no sentido contrário durante algum

tempo.
Outra forma de ver essa movimentação é da perspectiva dos bancos que colocam
seus preços no book. Uma vez que vendedores no mercado estejam escassos, as
reservas dos bancos diminuem; para melhorar essas reservas, os bancos passam a
figurar no papel de clientes, pois desejam comprar e melhorar seus estoques, e
assim eles precisam atrair vendedores. Para isso oferecem cada vez mais pelo ativo,
elevando a cotação. Uma vez que o preço chegue a um ponto que desperte o
interesse de venda nas pessoas, essas ordens de SELL chegarão ao mercado.
Quando as vendas atingirem um volume muito grande, começa-se o ciclo
mencionado anteriormente: os bancos compram até encherem suas reservas, e
passam a oferecer cada vez menos para cair no ranking de forma deliberada.
E o ciclo se repete, dia após dia, semana após semana, ano após ano. Em alguns
momentos há um maior desequilíbrio de reservas e as movimentações ficam mais
intensas, com o mercado mais volátil, variando mais. Em outros períodos os
estoques se equilibram e os bancos, que também são clientes, diminuem suas
negociações, gerando uma lateralidade no preço dos ativos. Interessante notar que
o mercado passa mais tempo em equilíbrio moderado, do que em tendência,
quando há um desequilíbrio nessas reservas. E essa variação nos estoques
acontecem não só pelas ordens dos bancos, mas de toda a cadeia de negociações
do Forex, que vai desde o menor comprador/vendedor, até uma empresa com
ordens gigantescas.
Conclusão sobre o Sistema de Precificação Oficial do Forex via

Rede ECN
Nessa parte você aprendeu como os bancos pertencentes à rede interbancária

Eletronic Communication Network determinam seus preços. E de acordo com essa
fixação é que temos a cotação oficial do Forex, que é a contação interbancária. A
partir de toda essa explicação você entenderá como funcionam as corretoras que
permitem a negociação nessa rede gigante, e também será com base nesse modelo
que você entenderá outras formas utilizadas no mercado nos dias de hoje.
CORRETORAS ECN
Corretoras ECN são aquelas que fazem o link entre o investidor e a rede
interbancária citada nessa aula. Mas aqui eu já começo desmistificar o Forex como
muitos o conhecem hoje. Entendam desde já, não existem corretoras ECN para
Traders de Varejo, pois traders de varejo não negociam no Forex à Vista, mas sim
através de CFDs (daqui a pouco você entenderá mais sobre eles).
433
Existem certas empresas de investimento e traders institucionais, individuais ou não,

com mais “poder de fogo”, mais “bala na agulha”, isto é, têm mais dinheiro. Mesmo
assim, não se qualificam como operadores bilionários, ou ao menos multimilionários.
Em outras palavras, mesmo detentores de grandes patrimônios, não possuem o
necessário para fazerem parte da rede ECN de forma direta. Sendo assim, eles
precisam negociar com alguém, e para esse público foram criadas as corretoras de
Forex chamadas de “ECN”.
Veja bem, ECN é uma rede interbancária de negociações, então não é a corretora
que seja ECN, mas ela fará o link entre os investidores com muito dinheiro e a
Eletronic Communication Network. Isto é, ela juntará as ordens enviadas para seu
sistema, ficando assim com muito dinheiro para negociar, e dessa forma estará
permitida a ter acesso à rede interbancária.
Lá dentro, a corretora encontrará alguma parte contrária para “casar as operações”

enviadas a seu sistema. Com acesso à ECN, essas corretoras conseguirão atender o
desejo de seus clientes de maneira mais fácil, pois sem elas, mesmo tendo muito
dinheiro, ainda assim os clientes não conseguiriam participar da rede bi/trilionária
ECN. Com a corretora, isso é possível, pois ela chegará com ‘poder de fogo’
significativo, e terá voz, terá poder de negociação, será ela também uma
participante da rede interbancária. E é de interesse dos participantes da ECN terem
mais partes dispostas a negociar, desde, claro, que sejam partes com muito
dinheiro.
434
Logo, quando você tiver seus milhões (assim espero e torço), você encontrará as
facilidades de uma corretora ECN, e poderá ter uma porta aberta para essa rede
trilionária. Enquanto isso não acontece, há outras opções, vamos a elas em instantes.
Spreads e Comissões nas Corretoras ECN
Assim, as corretoras ECN além de permitirem o acesso desses clientes ao mercado

interbancário, conseguem fornecer spreads praticamente ZERO, pois na maioria das
vezes a concorrência está tão acirrada que os preços dos topos dos rankings vão se
equivaler e ficarem iguais. Quando há alguma alteração, ela não é significativa,
ficando ali na casa dos pontos. Somente em moedas não tão negociadas, como
NZD e CHF, por exemplo, ou em horários que não há muitos negociadores, tipo na
sessão de Sydney, então justamente pela baixa oferta e demanda, pode haver
discrepâncias mais significativas e o spread ser maior nesses pares e nesses horários.
Por esse serviço as corretoras cobram a chamada “Comissão”, uma taxa geralmente
fixa por lote, para cada ordem que o operador enviar. Como a corretora não ganha
nada com o spread, é natural imaginar que ela precisa ser remunerada de alguma
forma pelo seus serviços. Quando você estudar sobre os CFDs ainda nessa aula, a
questão da comissão ficará mais clara.
CORRETORAS STP - Straight-Through-Processing
Esse tipo de corretora não fará parte da rede ECN, será uma empresa diretamente
ligada a alguns bancos e instituições financeiras, muitos de menor porte do que
aqueles pertencentes à rede ECN. Alguns desses bancos podem até fazer parte da
rede interbancária, mas suas negociações com corretoras STP serão individuais, com
base em suas decisões, isto é, não passarão pelo book de ofertas da ECN. Assim, as
cotações fornecidas por esses bancos serão próprias, não estarão cotadas no book
da rede interbancária, e os bancos aplicarão seu spread da forma como acharem
melhor.
As corretoras STP levam esse nome por estarem diretamente ligadas a esses bancos,
chamados agora de Provedores de Liquidez. Straight-Through-Processing significa
processamento direto, é a corretora negociando suas ordens (de seus clientes)
diretamente com um banco, no famoso ‘mano a mano’. A corretora com seus
clientes de um lado, e o banco Provedor de Liquidez do outro. Quando um cliente
envia uma ordem de compra de USDJPY, por exemplo, ele quer comprar dólares e
pagar em ienes. Então o banco que recebe essa ordem da corretora tentará
preenchê-la com outra parte dentro de seu sistema, isto é, procurará alguém
querendo vender dólares e receber em ienes. Caso não seja possível ‘casar’ todas as
ordens dessa corretora e das outras que fazem parte desse sistema STP, então o
banco pode assumir a outra parte, e comprar/vender as moedas das negociações
435
recebidas. Atenção a essa última afirmação, ela será muito importante mais pra
frente nessa aula.
Veja, aqui não há o book de ofertas, a corretora estará ligada a alguns bancos ou
até mesmo vários bancos, e procurará um que possa atender ao seu pedido com
uma boa cotação para seu cliente. Aquele que oferecer a melhor condição, ela
manda a ordem de seu cliente para lá de forma direta, por isso o nome Straight-
Through-Processing (processamento direto). Aqui a interpretação mais adequada é
que a corretora não ficará no meio da negociação, ela apenas fará o link do cliente
com o banco, e vice-versa.
Esse exemplo da imagem acima, com o acesso livre e direto ao banco negociador, é
o que chamamos de Direct Market Access, acesso direto ao mercado, quando a
corretora não interfere de nenhuma forma na ordem do cliente, apenas permite o
link dele com o banco.
A Estratégia das Corretoras STP - Direct Market Access (DMA)
Acontece que com o tempo as corretoras foram percebendo que dessa maneira os
bancos Provedores de Liquidez ficavam com a maior parte das taxas, e sobrava
apenas as corretagens e pequenas comissões. Para ganharem mais, as corretoras
decidiram entrar no meio dessa negociação para aplicar o Markup, uma espécie de
taxa sobre a taxa. É como se a corretora aumentasse o spread para poder ganhar
mais com essa negociação.
436
Veja bem, aqui o banco já cobra um spread dele mesmo, para poder auferir lucros
com as negociações. Agora a corretora atuando como cliente direto do banco, ela
pagará o spread do banco, e fornecerá um spread maior para o cliente, ganhando
assim mais dinheiro com seus serviços prestados. Não deixa de ser um serviço
direto, pois a ordem do cliente irá sim para o mercado, ao menos o mercado de
moedas Forex à Vista, pois as divisas estarão sendo negociadas de fato com um
Provedor de Liquidez. Mas a corretora que permitiu essa ligação entre cliente e
mercado decidiu que poderia ganhar mais com isso, e se meteu no meio da
negociação para melhorar seus ganhos.
Dessa maneira, podemos diferenciar dois tipos de corretoras STP, aquelas que
entram no meio da negociação e cobram mais taxas pelo link com o mercado,
chamadas de STP padrão. E temos as que não interferem nas ordens dos clientes e
as mandam direto ao mercado, as quais chamamos de STP DMA, ou STP - Direct
Market Access
Spreads e Comissões nas Corretoras STP
A decisão quanto ao spread nos bancos Provedores de Liquidez das corretoras STP
em muito pode estar baseada sim na rede ECN. Porém sempre o banco agirá de
uma forma que possa ganhar mais alguns dólares por seus serviços. E assim
teremos spreads naturalmente maiores nas corretoras STP comparados aos spreads
praticamente zero das corretoras ECN. E além desse spread, como visto acima,
existe ainda o Markup da corretora para poder ganhar com esse link ao banco.
437
As comissões também variam de corretora para corretora, umas cobrando mais,

outras menos por esse acesso ao mercado. Em caso de corretora STP que aplique o
Markup para ganhar também com o spread, geralmente não há comissão.
A GRANDE SACADA DAS CORRETORAS
Com o tempo as corretoras entenderam como o sistema funcionava, constataram

que a grande maioria dos traders perdiam dinheiro, e perceberam que, como eram
os bancos que atuavam como contraparte em muitas das vezes, então esse dinheiro
que os operadores perdiam iria todo para os bancos. Somente alguns poucos
traders profissionais sobrevivem no mercado, e as corretoras passaram a identificá-
los e desenvolveram uma nova forma de atuar nesse ramo. Decidiram então
funcionar como “bancos”, mas não bancos de fato, e sim executando a função que
o banco Provedor de Liquidez executa no sistema STP, ou seja, as corretoras
passaram a gerar um mercado dentro delas mesmas.
CORRETORAS MARKET MAKER - Criadora de Mercado
Chegamos à parte inicial do Forex de Varejo, mas ainda não aos “Traders de
Varejo”, eu e você. Paciência, gafanhoto, tudo aqui é importante, conto com sua
dedicação no aprendizado.
Após perceberem que poderiam ganhar como os bancos, as corretoras decidiram

elas mesmas gerarem um ‘mercado de câmbio’ dentro de suas dependências. Por
isso o nome delas foi dado de “Market Maker”, por gerarem esse mercado
internamente. A partir desse momento criou-se uma coisa chamada “Dealing Desk”,
algo como “Mesa de Negociação”. Nesses locais a ideia era que as ordens dos
clientes chegassem e não saíssem para banco nenhum, ficariam todas dentro de um
registro interno na corretora, para que entre seus próprios clientes elas pudessem
ser preenchidas. E quando não fosse possível realizar essas negociações uns com os
outros, então a corretora faria o papel de contraparte, exatamente como os bancos
fazem no sistema STP. Assim, as corretoras ganhariam quando os clientes
perdessem, e mais ainda, seriam 100% beneficiadas com os spreads completos. Era
o sistema perfeito.
O problema veio com a liquidez. Como conseguir gerar um mercado de moedas

para uma quantidade de clientes com ordens que não se equilibram? A capacidade
de uma corretora passa muito longe de uma rede ECN, não chega nem perto.
Então, dificilmente todas as ordens poderiam ser preenchidas com os próprios
clientes, gerando assim um déficit em determinadas moedas, e um superávit em
outras. E o problema maior era caso a corretora não conseguisse cobrir o
excedente!
438
Para a corretora não daria certo, já que a matemática não iria ‘bater’. Isso implicaria
em falta de liquidez, as ordens dos clientes não seriam executadas na sua totalidade,
ou nem seriam abertas, e a corretora perderia mercado. Por exemplo, imagine que
em um determinado dia a grande maioria dos clientes quisessem vender EURUSD,
mas não houvesse nem 5% de clientes querendo comprar esse par. Seria um
problemão para a corretora se ela não tiver capital para comprar os outros 95%.
A solução para isso foi recorrer novamente aos bancos, como no sistema STP, mas
agora seria diferente. Quando ocorresse esse desequilíbrio, a corretora Market
Maker precisaria de um provedor de liquidez para “preencher o buraco”, e assim
gerar liquidez para seus clientes. No momento em que a corretora detectasse
ordens excedentes em algum par de moedas, ela primeiro recorreria às suas
reservas para tentar cobrir o máximo possível de ordens que estivessem sobrando. É
por isso que para uma corretora poder funcionar, os órgãos reguladores* exigem
que elas tenham um capital satisfatório.
* Mais sobre regulação ainda nessa aula
Quando suas reservas esgotassem, e mesmo assim a corretora não conseguisse

cobrir as ordens excedentes, ela de pronto entraria em contato com algum dos
bancos pertencentes à sua lista particular de Provedores de Liquidez, para que essas
ordens pudessem ser cobertas. A diferença agora era que quem negociaria
diretamente com o banco seria a corretora, e não mais seus clientes. Logo, como
não há o link do cliente da corretora com o banco Provedor de Liquidez, não
estamos no sistema de processamento direto, STP.
Um exemplo ficará mais claro. Imagine que em determinado dia a corretora Market
Maker recebesse um total de ordens de compra de 500 lotes de USDJPY. Isso
significa que já pessoas que juntas querem comprar 50 milhões de dólares, e pagar
em ienes (500 * 1.00 lote de 100 mil = 50 milhões). Agora digamos que dentro da
corretora, a Mesa de Negociação encontrou ordens de 10 milhões de venda de
USDJPY, isto é, há pessoas que juntas querem se desfazer de 10 milhões de dólares
e receber em ienes. Percebeu que há um desequilíbrio? Ao juntar esses clientes uns
com os outros, ainda sobrarão ordens de compra de 40 milhões de USDs versus o
iene para a Mesa resolver. E agora?
É nesse momento que a empresa entra em ação para gerar liquidez para seus
clientes. Ela precisa dispor de 40 milhões de dólares, e receberá em ienes de seus
clientes. Se ela não tiver esse dinheiro todo, ela precisará recorrer a algum banco, e
comprar a diferença. Esse valor será vendido aos seus próprios clientes, aqueles que
ficaram ‘sobrando’ na Mesa de Negociação. Primeiramente a corretora cobre o
máximo que puder e achar prudente pela sua política interna, e vende dólares para
seus clientes. Suponhamos que a corretora conseguiu cobrir 30 milhões de dólares,
restando outros 10 milhões em aberto. Esses 10 milhões a corretora pode adquirir
439
em algum banco Provedor, e assim fica tudo resolvido, até o próximo desequilíbrio.
Esse é o trabalho da corretora Market Maker.
No início dessas empresas houve uma segurança para esse novo sistema, e com sua
popularização, mais e mais pessoas e empresas com menos capital puderam fazer
parte do Forex. Isso aconteceu, pois teríamos a corretora para permitir essas
negociações, seja dentro dela mesma, ou com o processo de equilíbrio com um
banco.
Algum tempo depois houve muita polêmica envolvendo essa prática, pois alegou-se
que se as corretoras ganhavam quando os clientes perdiam, então ela estaria
agindo contra eles. Essa afirmação pode fazer sentido mais pra frente nessa aula,
quando estivermos falando de CFDs, mas agora, em que ainda não passamos para
os Traders de Varejo, repare que não faz muito sentido. Pois a ideia da corretora
Market Maker não é ficar contra seus clientes em todas as negociações, mas sim
apenas naquelas que estiverem em desequilíbrio.
A princípio, entrar contra todos os clientes, para supostamente ganhar mais, levaria
inevitavelmente de volta ao sistema STP, já que a corretora não dispõe de todo esse
poder de negociação que os bancos têm, muito menos do que o sistema ECN
fornece. Ela precisaria de dinheiro, e buscaria com o banco, então, se assim o fosse,
era melhor usar o sistema de Straight-Through-Processing (processamento direto). E
por que então muitas preferem o sistema Market Maker como explicado? Porque
ganham com spread e comissões exclusivos, com os clientes que tiverem suas
ordens ‘casadas’, já que não passou pelos Provedores de Liquidez. Além disso, a
440
corretora poderá sim ganhar uma parte daqueles que perderem e ela estiver do
outro lado da negociação com dinheiro próprio. Não é ilegal, é apenas mais uma
forma de as corretoras custearem seus serviços.
Como prometi, ainda nessa aula mostrarei o que são as corretoras ilegais e
traiçoeiras, que é algo muito diferente do que conhecemos, agora você também,
como corretora Market Maker.
Spreads e Comissões nas Corretoras Market Maker
No quesito custos, por mais estranho que pareça, as corretoras Markets Makers os
mantêm muito próximos do sistema STP com seu Markup. O que acontece é que
cada uma colocará suas comissões como bem entender. Devido à grande
concorrência, essas comissões ficam bem próximas de uma corretora para outra. E
quanto ao spread, já que os Provedores de Liquidez costumam ser os mesmos para
diversas corretoras, então o que vai diferenciar são os Markups de cada uma.
Algumas podem aplicar uma constante maior, outras uma menor, e aí vai de o
cliente procurar uma com melhores condições.
Mas me deixa repetir... tudo o que estou falando até aqui desse sistema das
corretoras AINDA NÃO nos diz respeito como Traders de Varejo. Eu sei que talvez
você queira me xingar a essa altura, já que ainda não cheguei na parte mais
interessante. Mas quero que entenda que sem esse conhecimento todo passado até
agora, você não alcançaria facilmente a clara compreensão de como funciona para
nós no Forex de Varejo. Então, paciência, leitor.
441
A REVOLUÇÃO DOS CFDS
Agora que você aprendeu sobre os tipos de corretoras, posso explicar a fundo,
finalmente, como é feito o Forex para traders de Varejo. Estes somos nós, que
operamos de forma especulativa e com capital inferior às empresas e instituições
financeiras atuantes no mercado de câmbio.
Quando as corretoras Market Makers se consolidaram no mercado, e com cada vez

mais concorrência, também com a crescente popularização da internet e meios de
transferência de dinheiro (cartão de crédito e carteiras virtuais), houve uma maior
busca por clientes. Começou-se uma massiva captação de pessoas com menos
capital, os Traders de Varejo. A lógica é simples, se a corretora quer ganhar
dinheiro, precisa de clientes. Se ela ganha com comissão, spreads, e atuando na
contraparte das operações, então quanto mais negócios em suas plataformas, mais
lucrativa ela será.
A abertura do mercado para traders com pouquíssimo capital se deu através da

criação de um instrumento chamado de Contract for Difference, o já falado aqui no
livro CFD.
CFD - Contract For Difference
Como mencionei um pouco antes nessa aula, você viu que o sistema ECN não
aceita pessoas ou empresas com pouco capital, pois administrar operações
pequenas não vale a pena em um mercado trilionário. Quando entramos no âmbito
das corretoras de Forex, também não é muito bom negócio ficar recebendo ordens
pequenas e tendo que procurar contrapartes. E até mesmo entrar na outra posição,
‘contra’ o cliente, pode não ser muito proveitoso, já que a corretora precisa de um
aparato bom de moedas à disposição. Se será a outra parte, precisa ela mesma
cobrir as ordens com as divisas que os clientes desejarem.
Foi nesse contexto que se criou o CFD, um contrato para aqueles que querem
especular com a variação das mais diversas moedas, sem precisar dispor delas de
fato. O sistema dos CFDs em muito se parece com os Contratos Futuros. Nesses
últimos os negociantes se comprometem a comprar ou vender o bem no dia do
vencimento. Com o tempo os contratos futuros passaram a ser negociados de
forma também especulativa, para que fosse possível auferir lucros com essas
operações. A diferença é que os contratos futuros têm prazo, e com isso quem
estiver de posse dele ao final do período tem que honrar o compromisso. Isto é, nos
contratos futuros o bem existe e será negociado no vencimento.
Os CFDs se assemelham com os contratos futuros que são negociados antes do

vencimento, com fim especulativo. Nos Contracts For Difference o dinheiro
442
negociado não será passado de uma parte para a outra, na verdade, será tudo na
seara da hipótese.
Imagine que você acredita que o AUDUSD pode subir de preço, e sair da casa dos
0.70500 alcançando 0.72000. Dessa forma, no mercado Forex Spot, você teria que
comprar dólares australianos e pagar em USDs. Uma vez que o preço de fato
chegasse ao seu objetivo, você venderia novamente os AUDs, resgataria os dólares
americanos e obteria seu lucro. Essa metodologia já foi bem explicada no início do
livro. Digamos que você tem um capital de 50 mil dólares, e seu risco assumido por
operação é de 1%. Logo, você deseja utilizar um lote que seu risco seja de perder
U$ 500.00. Supondo que você acredite que se o preço cair e atingir 0.69900 você
entende que não vale mais a pena estar nessa operação, e ali você coloca o Stop
Loss.
Vamos aos parâmetros dessa ordem:

Par operado: AUDUSD
- Direção: Compra
- Entrada: 0.70500
Agora que você já estudou a aula sobre definição do risco (você estudou, não é?),
vamos calcular rapidamente o lote dessa operação.
O Risco Aceitável da Operação - R já sabemos, é de U$ 500.00. Vamos agora

calcular a Perda Máxima por Negócio - R (1.00), isto é, a perda máxima de 1 lote
cheio no Forex, 100 mil unidades da moeda base, no caso o AUD.
Valor Inicial do Lote = 100 mil * 0.70500 = 70,500 USDs

Valor Final do Lote = 100 mil * 0.69900 = 69,900 USDs
Perda Máxima por Negócio = 70,500 - 69,900 = 600 USDs
443
Não precisamos converter pois o valor já foi em dólares, como acontece nos pares
EURUSD, GBPUSD, AUDUSD e NZDUSD.
Outra forma de achar a Perda Máxima por Negócio é subtraindo o maior valor (no
caso a entrada) pelo menor (o stop, nesse exemplo), e em seguida multiplicar por
100 mil.
0,70500 - 0,69900 = 0,00600

0,00600 * 100,000 = 600 USDs
Lote = U$ 500 / 600 = 0,83333...
Podemos arredondar para 0.83 e verificar o risco exato da operação.
83 mil AUDs * 0.70500 = 58,515.00 USDs

83 mil AUDs * 0.69900 = 58,017.00 USDs
Risco oficial será de: 58,515 - 58,017 = U$ 498.00, o mais próximo que conseguimos
chegar de 500 dólares.
Tudo isso foi para concluirmos que operar nesse ativo, com o risco pré definido em
500 dólares, seria necessário adquirir 83 mil dólares australianos e pagar o
proporcional em dólares, U$ 58,515.00. Imagine você, trader de varejo, tendo que
dispor de uma quantia dessa para poder operar! Claro, hoje temos a alavancagem e
não precisamos dispor de todo esse capital, certo? Sim, até certo ponto. A
alavancagem nos níveis que temos hoje foi possível devido justamente aos CFDs, já
que com eles não será necessário ter os U$ 58,515.00 para essa operação. Sim, o
trader que quiser abrir a negociação do exemplo pode muito bem especular sem
dispor de tanto capital. O que não acontece no sistema ECN e STP*, ao menos não
no Forex Spot, ou Forex à vista. No mercado de câmbio real, o mercado
interbancário, para contar com alavancagem, é preciso de crédito, e mesmo assim
algo que não é comum.
* Hoje já existem CFDs sendo negociados por grandes bancos tanto na rede ECN como na forma STP.
No Forex à Vista temos empresas negociando seus milhões e bilhões, totalizando

trilhões diariamente. Aqueles que especulam com grande quantia o fazem com a
quantia de fato, indo e vindo! Por isso dizemos que o Forex movimenta 6 trilhões de
dólares diariamente. São 6 trilhões mesmo, e não somente dinheiro alavancado.
Apesar de existirem hoje em dia CFDs até entre as grandes negociações
especulativas, no Forex Spot é tudo através do dinheiro em si, cada dólar existe e é
negociado. A alavancagem que temos nos sistema ECN e STP é para empréstimo,
por isso a necessidade de crédito.
444
Imagine uma empresa querendo especular GBPCHF, na direção comprada. Ela

precisará comprar libras usando francos suíços. Caso essa empresa não tenha
francos, o banco/corretora precisará emprestar os francos para ela, como você
estudou nos capítulos iniciais desse livro. Esse empréstimo pode ser por algum
período, e determinado por uma caução mínima, a chamada margem (a ser
estudado mais pra frente). Imagine que o cliente queira negociar 10 milhões de
libras, e para isso tenha que dispor de 12,152,000.00 CHFs (cotação 1.21520). Caso o
banco queira fazer essa negociação, pode ofertar a seus clientes uma margem
mínima de 1:20, isto é, 20 vezes menos o valor necessário. Logo, o cliente precisaria
dispor de um capital de 607,600.00 francos, que seriam equivalentes a
aproximadamente 683 mil USDs (cotação USDCHF 0.88880). Sem esse dinheiro na
conta, o banco não permitiria essa negociação, já que o cliente não teria como
cobrir eventuais perdas, de acordo com a política do banco e órgãos reguladores.
Mas tendo esse capital, o banco retém o valor, e empresta o necessário para a
operação, isto é, 12 milhões e 152 mil francos suíços. Pronto, temos uma operação
milionária executada dentro do mercado Forex à Vista.
Veja que no exemplo anterior o dinheiro precisa existir, e mesmo com a

alavancagem permitindo empréstimos a clientes, ainda assim o dinheiro está lá, e
será passado para a contraparte. Porém não é assim que funciona com o CFD.
Com o Contract For Difference temos que o cliente irá apenas especular com a
variação do par de moedas. Essa variação no exemplo do AUDUSD seria de 60 pips
de stop, no caso de perda, ou de 200 pips de take, no caso de ganho.
- Stop Loss: 0.70500 - 0.69900 = 60 pips

- Take Profit: 0.72500 - 0.70500 = 200 pips
Assim, o cliente não precisará dispor de U$ 58,515.00 para adquirir os 83 mil AUDs
como calculamos alguns parágrafos acima, para poder ganhar (ou perder) com a
variação.
Sei que pode ser complicado de entender, mas com o exemplo abaixo creio que
ficará claro. Vamos ver o conteúdo de um CFD para melhor compreensão,
mostrando as cláusulas e valores, pois se é um contrato, tem que ficar tudo
anotado. Outra coisa que você verá nesse exemplo é que se é um contrato, então é
um acordo entre duas partes, onde cada uma se compromete com alguma coisa. Se
não fosse assim, não seria um contrato propriamente dito.
445
Contract For Difference N. 0000000

Corretora - ABC
Cliente: Trader João da Silva

Data: 01/01/2021
Hora: 12:00:00
Ativo: AUDUSD
Lote: 0.83
Cláusulas
Condição de PERDA
1. O cliente se compromete a pagar para a corretora a variação negativa no preço
do ativo descrito nesse documento, de acordo com o lote operado, convertidos
para a moeda base da conta, e tendo o valor calculado da seguinte forma:
(Preço de fechamento - Preço de abertura) * 83,000.00
1.1 Em caso de perda, o valor do prejuízo será descontado da margem mínima

garantida como caução da ordem, sendo esta calculada de acordo com a
alavancagem registrada na conta.
1.2 No caso de o capital líquido ficar abaixo de 50% da margem, a ordem será
fechada automaticamente pela corretora (Stop Out)
Condição de GANHO
2. O saldo do cliente será acrescido (aumentado) do valor proporcional à variação
positiva da mudança de preço no ativo mencionado nesse contrato, de acordo com
o lote operado, convertidos para a moeda base da conta, de acordo com o seguinte
cálculo:
Custos
3. Será descontado do ganho, ou acrescido à perda, o valor da comissão aceita em
contrato, de acordo com o lote utilizado.
(...)
Repare que é uma forma simples de exemplificar as condições de ganho e de perda,

mas o contrato e as condições vão além do que apenas o conteúdo acima.
446
Ao executar o trade, supondo a alavancagem da conta sendo de 1:500, por

exemplo, vamos primeiro calcular a margem do contrato. Consideremos a moeda
base da conta do trader João da Silva em USDs.
Lote: 0.83, isto é, 83 mil AUDs
83 mil AUDs equivalem a 58,515.00 USDs ( 83,000 * 0,70500 )
Margem mínima:
U$ 58,515.00 / 500 = U$ 117,03
U$ 117,03 é o valor que o trader tem que dispor para poder abrir essa ordem. Sem
esse dinheiro, a ordem não será aberta.
Assim que o trader clica em comprar (ou tem sua ordem ativada nesse preço), o
contrato é iniciado e esse valor de U$ 117,03 ficará bloqueado como margem
garantia para essa ordem.
1ª Possibilidade - Perda
Supondo que o preço de fato caia e chegue a 0.69900, a ordem será

automaticamente fechada e o prejuízo será calculado como no item 1 do contrato.
(0.69900 - 0.70500) * 83,000.00 = -0,00600 * 83,000.00 = -498 dólares
Aqui a corretora então vai descontar do saldo do cliente o valor calculado em -498
USDs, pois já que o preço caiu, então a primeira cláusula foi executada, a que previa
o que seria feito em caso de perda.
Você reparou que em nenhum momento foi necessário circular

mais do que 117,03 dólares pela corretora para garantia? Viu
que não houve necessidade nenhuma de adquirir 83 mil AUDs
diretamente com ninguém? Percebeu que tudo foi feito
considerando somente a corretora e o cliente, e que nenhuma
outra parte foi envolvida? Você acabou de entender o que é
CFD. Mas, claro, ainda tenho mais a te explicar.
447
Sabe quem ganhou esses 498 dólares? Não foi o mercado, não foi outro trader, foi
a corretora! Simples assim! Obviamente, em caso de ganho do cliente, a corretora
perderia, e o trader teria seu lucro. Vamos ver o que teria acontecido em caso de
alta no preço e lucros para o operador.
Acontecendo de o preço subir e alcançar 0.72500 como imaginado pelo operador,

então temos a execução da cláusula 2 do contrato acima, que diz:
Condição de GANHO
2. O saldo do cliente será acrescido (aumentado) do valor proporcional à variação
positiva da mudança de preço no ativo mencionado nesse contrato, de acordo com o
lote operado, convertidos para a moeda base da conta, de acordo com o seguinte
cálculo:
Agora vamos aos cálculos do lucro.
(0.72500 - 0.70500) * 83,000.00 = 0.02000 * 83,000.00 = +1,660.00 USDs
U$ 1,660.00 dólares é o que o trader teria ganho nessa operação, e esse valor, de
acordo com a cláusula 2 do CFD em questão, seria adicionado ao saldo do trader
ao final da operação (não antes). Ainda no contrato, a cláusula 3 menciona o custo
da comissão, que será descontado do saldo do trader de acordo com o contrato
assinado com a corretora na abertura da conta (não o CFD).
Novamente, viu que o trader ganhou U$ 1,660.00 sem ter que desembolsar U$
58,515.00 para adquirir os 83 mil AUDs? Sabe quem perdeu esse dinheiro? Sim, a
corretora. Ela se comprometeu a pagar o trader em caso de variação positiva nessa
operação de compra no AUDUSD.
Como é um contrato, cada parte se compromete com alguma

coisa. A corretora se compromete a pagar ao trader se ele
ganhar, e o trader se compromete a pagar a corretora (ter seu
saldo descontado) em caso de variação negativa. É só isso.
448
Isso é bom?
O Forex para nós, Traders de Varejo, seria inviável se não fosse através desse
sistema, acredite. Isso significa que eu e você teríamos que nos limitar a operações
em bolsa, ou mesmo outros mercados, com quase nenhuma alavancagem, para
poder fazer trading, e certamente esse seria um mercado com menos
oportunidades. A outra opção era juntar um grande capital e operar como Trader
Institucional individual, ou conseguir emprego em algum banco e operar o capital
dele. Consequentemente o Forex Trading seriam algo bem difícil.
Mas as corretoras hoje, apesar de atuarem como outra parte nos CFDs, elas nos
permitem acesso a esse tipo de negócio especulativo. E mais, justamente por
negociarmos via CFDs, a alavancagem para nós é incrível, e com isso não
precisamos dispor de muito dinheiro para garantir nossas operações. Ainda nesse
livro você aprenderá como funciona esse mundo da alavancagem no Forex e todos
os seus benefícios.
Forex sem CFD e sem Alavancagem, não seria o Forex como

conhecemos hoje.
Operar via CFD é algo tão comum que já representa o meio mais comum de se
fazer trading especulativo. Foi uma ideia tão boa, que grandes bancos já fazem esse
tipo de negócio até entre eles mesmos. Mas como não é o foco desse livro, não
será aprofundado aqui, basta saber que a sistemática é bem parecida.
EQUILIBRANDO AS CONTAS NA CORRETORA
Embora o mercado de CFDs seja simples, proporcione todas essas vantagens, e

tenha como proposta não exigir todo o dinheiro negociado, ainda assim as
corretoras fazem uso de um sistema complexo, mas importantíssimo, de equilíbrio
de contas.
Antes de explicar melhor esse sistema, entenda logo que corretoras que fornecem
CFD não mandam ordens de clientes para o mercado, uma vez que CFD e Forex à
Vista não se relacionam, ao menos não diretamente. Isto é, se sua corretora negocia
através de CFD (100% das corretoras de Traders de Varejo), então ela não vai
negociar sua ordem com o mercado, nem sequer buscar uma outra parte dentro de
sua própria dependência. Isso é coisa de corretora ECN e STP, que não são de
449
Varejo. É você contra ela, e ponto final (não em um sentido de inimigos, mas de
uma parte de cada lado, você de um, e a corretora do outro).
Tudo que você estudou em outros materiais que dizia que você comprava dólares
ou vendia euros, ou qualquer outra moeda com outra pessoa no mercado é para
ser tido apenas como ilustrativo, já que não é nosso caso de operadores de Varejo.
Entendido isso, podemos prosseguir.
Você lembra como era o sistema Market Maker, onde a corretora precisava cobrir as
ordens excedentes? Seja com dinheiro próprio ou de bancos, ela tinha a obrigação
(se não perderia clientes) de fornecer essa liquidez. Pois bem, com essa nova forma
de investimento especulativo através de CFDs, e principalmente depois do que
aconteceu em 2015 com o franco suíço, houve a crucial necessidade da exigência de
meios protetivos para as corretoras não passarem maus bocados.
A forma correta e exigida por órgãos reguladores para que as corretoras funcionem
adequadamente é que ela não fique com ordens desbalanceadas a ponto de não
ter como pagar em caso de grande movimento de mercado. Vamos a um exemplo.
Imagine que a corretora ABC em determinado momento tenha ordens de compra

para o EURJPY somadas de 800 lotes, ou seja, 80 milhões de euros versus ienes. A
corretora é contraparte no CFD de todas elas. Isto implica inexoravelmente que se a
corretora perdesse em todas, ela teria que pagar para todos os envolvidos. Assim, a
corretora verifica a outra ponta da questão: quantas ordens de venda há no EURJPY
nesse mesmo momento?
Suponha que ao mesmo tempo das ordens somadas de 800 lotes de compra,
existam 500 lotes de venda do EURJPY, o mesmo par. Isso significa que se o preço
subir, esses 800 lotes de compra dos clientes estarão lucrativos e a corretora no
prejuízo. Porém acontecendo essa subida, os traders que estiverem vendidos
estarão perdendo, e a corretora estará ganhando. Então, se o preço sobe a
corretora não fica desesperada e arranca os cabelos, já que ela está ganhando na
outra ponta, com os traders vendidos no EURJPY, que estão perdendo com a
subida.
Aqui fica claro que mesmo nessa situação, a corretora ainda está levando a pior em
300 lotes, pois essa é a diferença entre os que estão ganhando com a subida, e os
que estão perdendo com esse movimento de alta no EURJPY. Quem é que paga
essa conta? A princípio é a corretora, e agora começa a ficar claro para você (assim
450
espero) que a corretora nem sempre ganha nessa história de ser a contraparte em
todas as negociações via CFD.
Sabendo disso, o que as empresas fazem? Elas usam um sistema protetivo junto aos
provedores de liquidez. Essa forma de precaução é feita através de ordens junto a
bancos e instituições financeiras diversas, apenas referentes às ordens em excesso.
Então, se a corretora está correndo o risco de perder o equivalente a 300 lotes de
EURJPY em caso de subida do preço, ela pode equilibrar buscando liquidez em
algum provedor, e assim o desejo da corretora é estar comprado no EURJPY, pois se
ele subir e ela ficar 300 lotes no prejuízo, ela compensa essa perda com sua ordem
comprada no mercado. O que ela vai fazer, portanto, é uma ordem de 300 lotes de
compra no EURJPY em algum banco.
Sim, nesse momento a corretora recorre às instituições financeiras pertencentes ao

mercado Forex à Vista para uma proteção. Se o preço do EURJPY subir e ela estiver
perdendo para os clientes o proporcional aos 300 lotes excedentes, essa diferença
ela compensa com os ganhos que estará tendo por estar comprada em 300 lotes de
euros versus ienes no mercado À Vista. Com valores ficará mais claro.
Imagine que no preço de 125.000 para o EURJPY entraram 800 lotes de compras e
500 lotes de vendas. Suponha agora uma subida do preço para 125.500, isto é, 50
pips de alta na cotação. Somando as ordens de compras, teremos:
800 lotes * 100 mil = 80 milhões de euros

125.500 - 125.000 = 0.500 (50 pips)
0.500 * 80 milhões = 40 milhões de ienes de variação (Essa é a perda da corretora)
Em dólares seria aproximadamente -U$ 385,000.00
A corretora ainda não está perdendo tudo isso, pois ela tem as ordens de venda de
seus clientes, em que ela está na ponta positiva. Vamos lá.

125.500 - 125.000 = 0.500 (50 pips)
0.500 * 50 milhões = 25 milhões de ienes de variação (Esse é o ganho da corretora)
Em dólares seria aproximadamente +U$ 241,000.00
Se a corretora não tomar as devidas providências para balancear essa quantia de

lotes operados pelos seus clientes, ela corre o sério risco de ter que pagar a
diferença, ou seja, ela teria que desembolsar U$ 144 mil dólares para cobrir os que
451
ganharam com suas ordens de compra, já que 241 mil ela já tem pois ganhou dos
que perderam estando vendidos.
Se ela tiver feito uma ordem protetiva de compra de EURJPY no mercado Forex à
Vista, junto com algum banco ou instituição financeira, em um total de 300 lotes,
com a subida do preço então ela estaria ganhando exatamente esses 144 mil
dólares que precisa para cobrir seus clientes ganhadores.

125.500 - 125.000 = 0.500 (50 pips)
0.500 * 50 milhões = 15 milhões de ienes de variação (Esse é o ganho da corretora)
Em dólares seria aproximadamente +U$ 144.000.00 exatamente o que a corretora
precisa.
O que acontece muito é os clientes perderem, sabemos disso. Então, o desequilíbrio

seria benéfico para a corretora, pois entende-se que ela ganharia. Vejamos, uma
queda na cotação do EURJPY para 124.200, ou seja, 80 pips a menos que o valor de
entrada dessas ordens.
Compras dos Clientes

125.000 - 124.200 = 0.800 (80 pips)
0.800 * 80 milhões = 64 milhões de ienes de variação (Esse é o ganho da corretora -
Pois o preço caiu, compradores estão perdendo e a corretora ganhando)
Em dólares seria aproximadamente +U$ 618,000.00
Vendas dos Clientes

125.000 - 124.200 = 0.800 (80 pips)
0.800 * 50 milhões = 40 milhões de ienes de variação (Essa é a perda da corretora -
Pois queda no preço leva os vendedores a ganharem, e a corretora a perder)
Aqui percebemos que a corretora está no lucro em +232,000.00 dólares, o que para
ela seria excelente. Por que “seria”? Porque quando a corretora viu o
desbalanceamento ela fez a ordem protetiva no mercado, a compra de 300 lotes,
então:
452

125.000 - 124.200 = 0.800 (80 pips)
0.800 * 30 milhões = 24 milhões de ienes de variação (Essa é a perda da corretora -
Pois ela comprou no mercado Forex à Vista para se proteger desse desequilíbrio)
Portanto, a corretora não está ganhando nada, pois a diferença positiva para ela,
em relação às operações de seus clientes está sendo apagada pela perda do
mesmo valor no mercado real, com a ordem de proteção.
Portanto, será que agora você entende que corretoras que operam do outro lado,
sua contraparte, não estão* atuando contra você?! Mas sim te fornecendo uma
abertura para especular com o mercado de câmbio. As corretoras sofrem muito
preconceito com o estilo Market Maker explicado nesse capítulo, pois o que se
prega tanto por aí é que “A corretora Market Maker atua contra o cliente, pois
quando ele perde é ela que ganha!”. Nada mais injusto!
Bom, ao menos era para ser assim! Porém na última década, período no qual se
popularizaram os CFDs, explodiu número de corretoras de Forex de Varejo que não
faziam essa ordem protetiva. E por quê? Você vai entender na parte que vem agora
A Sagacidade das Corretoras
Quando as corretoras perceberam que dava para fazer o papel dos bancos, como
mostrei ao explicar sobre as Market Makers, elas decidiram tomar a frente nessas
negociações. Uma constatação clara nesse momento era de que a maioria dos
clientes perdiam dinheiro, e como o banco era contraparte no sistema STP, eles
embolsavam a diferença. Em caso de perda para o banco, ou seja, na remota
hipótese de os traders ganharem dinheiro, o banco tinha capital para cobrir,
diferentemente das corretoras.
Ao começarem a atuar com CFDs as corretoras viram uma grande oportunidade,

poderiam embolsar esses ganhos quando os traders perdessem. Claro, era óbvio
que o cenário ruim poderia sim acontecer, de os traders ganharem e a corretora
perder, mas isso era improvável, pensaram! De fato, como sabemos a esmagadora
maioria perde dinheiro, isso no longo prazo. Mas é fato que nada no mercado é
certeza, e em algum momento a maioria dos traders poderiam estar na ponta
lucrativa, como no exemplo anterior do EURJPY. Assim, as corretoras teriam que
assumir os prejuízos.
453
Por um momento, alguns poucos anos, muitas corretoras assumiram o risco, pois o
Forex ao longo de décadas nunca tinha passado por grandes volatilidades
explosivas. Assim, mesmo que uma vez ou outra acontecesse de os traders estarem
na ponta ganhadora e a corretora ter que cobrir, ainda assim elas pensaram que
poderiam sair lucrativas, pois com as vezes em que ganhassem teriam então capital
para essas coberturas de saldo. Isso durou até janeiro de 2015!
A Queda das Corretoras de Varejo Imprudentes
Naquela data uma restrição antiga foi tirada do franco pelo governo suíço, isso fez
os ativos com o CHF terem uma volatilidade nunca antes vista no mercado, o preço
do franco explodiu com bastante força, havendo pares que se movimentaram quase
4000 pips, 40 mil pontos em questão de segundos! Com isso várias pessoas
perderam muito dinheiro, e outras ficaram positivas, pois estavam na direção a favor
do movimento. As que perderam, perderam o que tinham em conta, e as que viram
aquilo e fecharam com lucros muito altos, exigiram receber das corretoras, como
estava em contrato, no CFD.
Acontece que naquela época muitas empresas não faziam uso dos meios de
proteção explicados, com ordens de precaução no mercado Forex à Vista. Assim, as
corretoras amargaram o inevitável, ficaram em uma situação em que seus ganhos
anteriores não conseguiam cobrir suas perdas. O que aconteceu foi que os clientes
que ficaram no prejuízo com esse evento e perderam tudo, o capital deles não era
suficiente para cobrir os valores que os outros traders ganharam por estarem na
ponta positiva. Houve um enorme déficit que não foi coberto, já que não havia
ordens de proteção no mercado À Vista.
A consequência foi que muitas fecharam as portas, declararam falência, e deixaram

muitos traders sem seus merecidos pagamentos. Algumas foram adquiridas por
outras empresas para ter à disposição a carteira de clientes, e assim acordos foram
feitos. Isso aconteceu, pois a alavancagem sempre foi alta com os CFDs, e na época
era comum ter alavancagem de 1:400 ou mesmo 1:500 em várias dessa corretoras.
A Péssima Fama das Corretoras de CFDs
Já naquela época era comum chamar de “Market Makers” as corretoras que

forneciam CFDs, porém, como você aprendeu, Market Maker é uma abordagem
diferente, não é o que as corretoras de CFDs fazem. As MM, como são apelidadas,
elas geram um mercado interno, entre clientes. Os excedentes elas assumem a outra
ponta, e o que não puderem cobrir, negociam com bancos, como você aprendeu.
454
O que a corretora de CFD faz é ser a contraparte de todas as operações, mas é

esperado dela que tome medidas protetivas no mercado de câmbio À Vista, para
evitar tragédias como a de 2015.
Até podemos chamar essa atuação das corretoras de CFDs de “Criadora de

Mercado”, já que como ela atuará do outro lado, não deixa de ser um grande
sistema de negociação em suas dependências. Mas que fique claro que o conceito
de Market Maker não é o mesmo de uma corretora de CFD, apesar de muita gente
ainda achar que é. Você como trader estudado e aprendiz dos conceitos corretos,
agora sabe bem a diferença entre elas.
Até o acontecimento de 2015 com o CHF, muitas corretoras não faziam essa ordem
de proteção, e com isso havia muita manipulação de preços. Era comum nessa
época algo que ficou conhecido como “stop hunters”, sim, naqueles anos sombrios
muitas corretoras fajutas faziam isso, não as sérias. Esse sistema inescrupuloso
pegava stops de clientes, e depois deixava o preço seguir na direção original.
Faziam isso muitas vezes aumentando o spread deliberadamente das vendas,
quando o preço oficial do mercado se aproximava de muitas ordens de stop.
Além disso, era comum ter problemas com saques de dinheiro, e ainda outras mais
pilantras simplesmente sumiam do mapa. Muitas dessas empresas maliciosas
estavam sediadas em países conhecidos como “paraísos fiscais”. São famosos por ter
regulamentação mais branda para diversas operações financeiras. E por essas e
outras são destino de dinheiros conseguidos por meios ilegais como corrupção e
tráfico de drogas. Porém você verá que esses locais, apesar do estigma ruim que
ficaram, têm suas vantagens para o Forex de Varejo. Calma que chegaremos lá.
É importante terminar essa parte sobre a má fama das corretoras de CFDs deixando
você ciente de que, muito do que se tem de preconceito hoje vem dessas corretoras
criminosas, que em um passado não muito distante roubaram dinheiro dos vários
clientes. Porém que fique claro, existem corretoras de CFDs totalmente legalizadas,
regulamentadas, e operando com ordens protetivas como precaução para
momentos como o de 2015, ou quem sabe pior.
Portanto, quando escolher uma corretora, como por exemplo a que eu uso e
recomendo nesse livro no capítulo adequado, você saberá verificar se ela é uma boa
corretora, ou se é mais um lobo querendo se passar por cordeiro. Você terminará
esse capítulo perfeitamente capacitado para saber buscar as evidências da corretora,
se é boa, regulamentada, legalizada e pode te fornecer os serviços e vantagens que
você deseja. Saberá também se tudo que alguma corretora oferece de bom está na
455
verdade escondendo uma péssima ou nenhuma regulação, e um esquema

criminoso por trás.
Segregação nas Corretoras - Traders Bons e Traders

Ruins
Antes de passarmos para os modelos de precificação dos pares no Forex em

corretoras de Varejo, vou te mostrar como funciona dentro dessas empresas a
segregação que existe entre bons e péssimos traders.
É uma realidade gritante que traders perdem dinheiro ao redor do mundo

diariamente, e o que é estarrecedor é que a cada dia milhares de novos operadores
entram nesse mercado sem nenhum conhecimento. Arriscam seu dinheiro em
operações sem uma estratégia pré-definida, sem planejamento, sem testes, sem
nem ao menos saber o que é um lote. Triste realidade.
Diante desse fato, as corretoras desenvolveram um sistema de identificação de bons

e maus traders. Isso significa que elas sabem quem são aqueles que ganham e
aqueles que perdem no mercado, assim elas podem separá-los em dois grupos. E
por que ela faz isso? Há dois motivos mais claros: o primeiro é poder operar junto
com os vencedores, isto é, abrir as mesmas ordens que eles, e assim a própria
corretora será um Trader Institucional em grandes bancos, operando no Forex à
Vista e rendendo alguma coisa para seu patrimônio. Esse é o mais óbvio. Agora o
outro motivo é polêmico.
Lembra das corretoras que não fazem a ordem de proteção no mercado real das
ordens excedentes? Pois bem, algumas corretoras ainda insistem nessa prática,
porém decidiram fazer isso apenas para aqueles que operam e não conseguem
obter resultados consistentes. Assim, a probabilidade maior é que a corretora ganhe
no longo prazo com esses que entram e amanhã já não estão mais entre os
operadores ativos, seja porque desistiram, ou porque perderam tudo. E a corretora
conseguiu faturar com o breve momento em que estiveram em atividade. É nefasto,
sim, mas é a realidade. E pior, é difícil saber quais corretoras fazem isso, pois é algo
comum, mas nunca dito abertamente, a não ser por pessoas que trabalharam
dentro delas e hoje falam sobre o assunto.
Apesar de não ser ético, não é ilegal fazerem isso, a não ser que esteja nas regras
do órgão regulador que a corretora faça sim as ordens protetivas. Os reguladores
mais respeitados exigem isso. Se a corretora não fizer, corre o risco de perder seu
certificado junto a órgãos como FCA, ASIC, SEC, e outras que você vai estudar ainda
456
nesse capítulo. Perdendo sua certificação, perde seus clientes, perde sua reputação,
e fica fora do mercado. Por isso é tão importante escolher corretoras com
regulamentação em países sérios.
Apesar de tudo isso, você precisa se esforçar para ser um trader bom, pois ainda
que acabe operando em uma corretora que secretamente faça essa segregação,
você terá vencido no mercado, e estará no seleto grupo dos ganhadores. Portanto,
é importante sim operar com uma boa corretora, porém mais importante ainda é
focar em se desenvolver como trader e se profissionalizar nisso, para não só fugir de
corretoras ruins, mas principalmente superar os incríveis obstáculos rumo à
disciplina dos traders campeões.
MODELOS DE PRECIFICAÇÃO
Agora que você aprendeu que o Forex à Vista, operados por sistema ECN, STP e
inclusive Market Makers em alguns casos, é um mundo completamente diferente do
que operamos todos os dias, e como você já sabe a forma de eles determinarem os
preços, agora será possível compreender como funciona a precificação nas
corretoras de CFD. É simples, pois o que as corretoras de Forex de Varejo fazem
não é nada mais do que replicar, espelhar a cotação presente no book da rede ECN,
ou nos bancos do sistema STP, e a partir dessa definição, podem ou não aplicar
algum markup, e incluir comissão, swap, entre outros.
Modelo ECN
Nesse capítulo você aprendeu a forma como os preços dos pares no Forex são
estabelecidos. No sistema ECN são os próprios participantes da rede interbancária
que estabelecem essa cotação. Obviamente, os que mais atuarem, isto é, aqueles
que tiverem mais dinheiro, mais negociações, e mais liquidez, estes têm peso maior
nessa definição.
Porém, devido à grande quantidade de participantes da rede ECN, a concorrência é

acirrada, isto é, os bancos e empresas desse sistema estão em constante briga por
clientes e liquidez, sempre querendo fechar o máximo de negócios lucrativos
possíveis. Assim, quanto mais barato um banco X conseguir oferecer determinada
moeda, é para lá que os compradores vão, já que no book da rede ECN o banco X
aparecerá em primeiro lugar. E se muitos participantes quiserem operar vendido,
então eles vão procurar quem esteja oferecendo mais. O banco ou instituição que
pagar mais por alguma moeda subirá na fila, e ficará à frente, sendo então para lá
que os participantes irão dirigir suas atenções e irão fechar seus negócios. Assim,
essa enorme rede consegue gerar uma concorrência tão forte, que há um equilíbrio
muito latente nos preços das moedas. Quanto mais negociado é um determinado
457
par, mais chances de ele ter cotações equivalentes com os mais diversos
participantes da rede.
Como visto, essa concorrência é positiva, pois barateia os preços dos ativos que se
deseja comprar, e eleva os preços dos pares que os participantes do mercado estão
querendo vender. Portanto, aqueles que negociam na rede ECN sabem que
seguramente estão fazendo um bom negócio, já que o book fica à disposição dos
participantes, sendo constantemente atualizado cada vez que um ou outro membro
da rede fizer uma alteração em seu preço, sempre muito próximo dos demais,
porém mais competitivo.
As corretoras de CFDs que decidem utilizar esse sistema irão copiar essas cotações
para seus clientes que abrirem contas do “tipo” ECN, ou então conhecidas como
“Raw Spread”, que é o caso da corretora recomendada nesse livro. Isto é, você não
vai operar em uma corretora ECN, mas vai ter o mesmo preço que um membro da
rede interbancária consegue. Essa será a cotação a constar no contrato com a
corretora sempre que uma ordem for aberta. As alterações nos preços também
serão conforme as alterações no book da Eletronic Communication Network. Mudou
para eles, muda para você praticamente de forma instantânea. Por isso é bom
trabalhar com corretoras alinhadas ao funcionamento da rede ECN, pois você terá o
real preço do mercado interbancário para basear suas operações.
A grade vantagem, sem dúvidas, é operar com pouco ou mesmo nenhum spread.
Sim, como você viu na explicação sobre a rede ECN, na maioria das vezes os preços
dos topos dos ranking se equivalem, e é possível operar sem nenhuma diferença
entre o BID e o ASK. Operar sem spread, como você aprendeu nesse livro, é muito
vantajoso, pois evita que seu stop seja ativado antes do tempo, ou mesmo ser
obrigado a ver o preço passar seu take sem ativá-lo, isso em operações de venda.
Também evita ver suas compras executadas em um preço muito acima de seu
ponto desejado de entrada, ou pior, em ordens pendentes, muitas vezes o preço
nem chega a passar pelo seu ponto de partida da compra tipo Buy Stop e já cai em
seguida, mesmo assim, devido ao spread, a ordem foi ativada e você ficou só no
prejuízo (ainda nesse livro você entenderá por que isso ocorre).
Resumindo, SPREAD é ruim, é péssimo, evite-o ao máximo!

Fast Execution - E o problema do Slippage
Outra característica desse modelo, que foge até um pouco da precificação em si, é
o fato de que na rede ECN as ordens são executadas em questão de milissegundos.
Como o Forex é gigantesco, quase sempre haverá alguém do outro lado para
negociar, como você estudou na aula 1. Então, se a corretora promete o modelo
ECN para suas negociações, é natural que não haja demora na execução das suas
458
ordens. Corretoras que apresentem alto índice de lagging, demora na fixação da

cotação e execução das operações, acabam por permitir muitos slippages, que é
quando a cotação varia de um preço para o outro sem passar pelos preços
intermediários. Ou seja, imagine o EURUSD saindo de 1.19450 até 1.19430, ou seja, o
preço cai 2 pips. É natural ver no gráfico a movimentação ponto a ponto:
1.19450 -> 1.19449 -> 1.19448 -> 1.19447 -> 1.19446 -> 1.19445 -> 1.19444 -> 1.19443
-> 1.19442 -> 1.19441 -> 1.19440
Pequenos saltos são normais na casa dos pontos, então por exemplo, se
visualizarmos o GBPUSD saindo de 1.36000 para 1.36020, ou seja, variando 2 pips
para cima, então é normal haver alguns pulos do tipo:
1.36000 -> 1.36001 -> 1.36005 (pulou 4 pontos) -> 1.36006 -> 1.36007 -> 1.36008 ->
1.36011 (pulou 3 pontos) -> 1.36012 -> 1.36013 -> 1.36014 -> 1.36015 -> 1.36017
(pulou 2 pontos) -> 1.36020 (pulou 3 pontos)
Isso acontece muito em momentos de mais volatilidade, típico de horários com

notícias de alto impacto. Mas se a corretora não for baseada no modelo de ECN, e
não prometer em contrato rápidas execuções de ordens, é possível haver pulos
maiores do que esses. O grande perigo é o famoso “pulo do stop”. Imagine o
exemplo anterior do GBPUSD e você estando vendido, com stop em 1.36002. Veja
no exemplo que o preço não passou por 1.36002, pois pulou de 1.36001 para
1.36005. Assim, o stop seria executado somente em 1.36005, um preço 4 pontos
além do que você gostaria.
Poucos pontos não fazem tanta diferença para quem opera de acordo com os
princípios ensinados nesse livro. Mas se a corretora tiver muitos desses “saltos”,
pode acontecer de a perda levar o trader a encerrar a ordem com prejuízo mais
significativo. Pode até ocorrer de o preço pular pips inteiros em vez de pontos. Em
momentos de grande volatilidade, o preço pode pular um stop loss, e só ser
executado vários pips além dele.
Imagine o GBPJPY partindo do preço 140.000. Digamos uma venda nesse valor, com
stop em 140.200. Se o preço chegar próximo do limite de perda, e não passar por
ele, pulando o valor 140.200, dependendo de como esteja a velocidade dessa
mudança, ela pode demorar se regularizar. Digamos que o preço pule o 140.200 e
só apareça em 140.250, 5 pips acima, o stop pode ser executado ali. Porém se a
volatilidade estiver forte demais, existe a chance de o preço passar tão rápido por
140.250, que não encerra a ordem. E isso pode acontecer algumas vezes até a
situação normalizar. Em determinadas condições, “pulos de stop” ocorrem com
dezenas de pips. Não é comum, mas é plenamente possível.
459
Corretoras com base no modelo de precificação ECN tendem a ter menos slippage,
mas não estão imunes a isso. Em contrato na hora de abrir a conta, praticamente
todas elas têm uma cláusula que a protege de acontecer algo no mercado, e
consequentemente a corretora ter que alterar as cotações com esses “saltos”. Para
se proteger desses momentos, adotar a gestão de capital ensinada no próximo
módulo será muito importante.
Comissão no Modelo de Precificação ECN
Como não haverá o spread da corretora para manter seus custos, então ela
precisará aplicar uma outra taxa, chamada de “comissão”. Nada mais é do que um
valor geralmente fixo por lote, e proporcional ao volume operado. É comum
encontrar comissões entre 4 e 8 dólares por lote cheio de 1.00, independente do par
de moeda.
Por exemplo uma corretora com comissão de U$ 7.00 por cada lote de 1.00, ela irá
corar um valor proporcional independente do par que estiver operando. Se você
abrir uma ordem com volume de 0.50 no EURUSD, USDJPY, GBPCHF, ou até mesmo
um par exótico como EURTRY, a comissão será fixa em U$ 3.50, isto é, ela não vai
variar desse valor, independente da cotação, da alavancagem, ou de qualquer outra
coisa. Quem define a comissão é a corretora, e o valor a pagar depende do lote
escolhido. Novamente, o par é irrelevante.
Conclusão sobre o modelo ECN
Por isso, já sabe, quando for abrir uma conta, é preferível abrir em uma corretora
que forneça o sistema de precificação do modelo ECN, com spread praticamente
zero, e rápida execução das ordens, sempre ao melhor preço disponível no book da
rede interbancária, ainda que você saiba que sua ordem nunca vá para lá.
O que precisará ser pesado, operacionalmente falando, é o valor da comissão.
Modelo STP - Straight-Through-Processing
Agora que você conhece mais sobre a rede ECN e seu sistema de precificação
baseado na concorrência entre fornecedores, passaremos agora a aprender sobre
outros sistemas de definição das cotações no mercado. Tudo isso será de muita
importância para que você “saiba onde está se metendo”, isto é, aprenda o
ambiente em que está querendo atuar, e todo seu sistema de funcionamento. Nessa
parte você vai entender como funcionam a maioria das contas “Standard”* que as
corretoras oferecem.
*Não confunda com o lote Standard
460
Você viu que a definição das cotações no sistema STP depende do banco provedor
de liquidez. As corretoras STP procuram ter vários desses provedores, para que não
fiquem presas a um ou outro com cotações ruins, isso seria péssimo para seus
negócios. Com mais provedores, a corretora pode levar as ordens de seus clientes
para aqueles que tiverem melhores condições. É como se fosse um “book” de
ofertas, mas entre os Provedores que a corretora recorre para gerar liquidez, e não
com todo o mercado.
Pois bem, no modelo de precificação baseado no sistema STP, a corretora de CFD

irá fixar suas cotações com base nos bancos ou instituições que ela recorrerá para
fazer suas ordens protetivas. Está vendo agora a importância de ter estudado sobre
isso um pouco antes nessa aula? Seguimos...
Se a corretora depende dessas empresas financeiras para equilibrar as ordens de

seus clientes, e assim evitar cair no prejuízo que muitas entraram em 2015, então
uma boa opção é que elas usem os preços desses bancos, e os faça constar no
Observatório de Mercado de suas plataformas (nome dado pela empresa do
Metatrader à lista com as cotações). Assim, quando a corretora negociar com os
provedores de liquidez, ela não terá maiores problemas em equilibrar as
negociações excedentes de seus clientes, e poderá fazer a ordem de proteção de
maneira tranquila.
Já a corretora baseada no modelo de precificação ECN não terá essa ‘vantagem’, e

assim ela precisa cobrar uma comissão por esse risco que ela assume. Como o
modelo de precificação ECN se baseia no book da rede interbancária, mas a
corretora faz suas ordens protetivas em bancos que muitas vezes não estão
baseados nessa precificação, ela corre o risco de pegar uma cotação ruim quando
for tentar equilibrar as ordens dos clientes.
Por exemplo, ela pode fornecer EURUSD para seus clientes a 1.25000, surgir um
desequilíbrio em seus sistemas de execução de ordens que a obrigue a fazer as
ordens de proteção no mercado À Vista, e quando ela vai executar essas
negociações talvez encontre preços maiores ou menores que aquele fornecido aos
clientes. Ela pode tanto ganhar, como perder. Nesse caso específico, muitas vezes
ela perde, já que os preços na rede ECN são quase sempre melhores que no
sistema STP. A comissão que ela cobra vem no sentido tanto de proteger a
corretora, como, obviamente, poder sustentar seus serviços. Ninguém trabalha de
graça, não é?!
No modelo de precificação baseado no sistema STP, portanto, não haverá

comissões (na maioria das vezes), mas teremos um spread maior que na rede ECN,
certamente. E mais, corretoras baseadas no modelo Straight-Through-Processing
461
podem aplicar um Markup ao spread conseguido no mercado, e com isso a

diferença entre o BID e o ASK aumenta.
Veja um exemplo.
No exemplo acima, a corretora conseguiu o melhor preço para suas ordens de

proteção com os bancos A e B. O banco B era o que estava pagando mais para
quem quisesse vender, e o banco A era o que estava cobrando mais barato quando
a corretora fosse comprar de sua mão. Então é com esses bancos que a corretora
irá negociar quando suas ordens internas estiverem desequilibradas. Se o
desequilíbrio exigir que a corretora compre, ela comprará do banco A, que está
cobrando mais barato. Caso as ordens na corretora apresentem um desequilíbrio
que obrigue a corretora a vender, então a corretora irá buscar o banco B, que está
pagando mais para esse tipo de operação.
Com esses dois preços estabelecidos, a corretora tem a seguinte cotação: 1.25055 /
1.25058, com apenas 0,3 pips de spread, o que é ótimo. Porém, como ela não
cobrará comissão, ela precisa se sustentar, e para isso, entre outros custos, ela pode
aplicar um Markup de 1 pip sobre o spread oficial, apenas como exemplo, pode ser
mais, pode ser menos. Portanto, a nova cotação para os clientes da corretora para o
EURUSD seria 1.25055 / 1.25068, com 1,3 pips de spread.
Veja que nesse momento o banco C está fora de cogitação, pois não ficou bem
posicionado em no BID, nem no ASK. Agora a situação muda de figura se o banco C
462
decidir mexer em seus preços, por qualquer motivo que seja. Digamos agora o
banco C com os seguintes preços:
- BID: 1.25051 (Subiu 0,3 pips)
- ASK: 1.25055 (Baixou 0,4 pips)
Repare que no BID o banco C ainda perde para o banco D. Nesse preço, quem
oferecer mais fica à frente, pois é o preço que o banco está oferecendo para quem
quiser vender, logo, quem estiver pagando mais, leva. Porém com a forte baixa no
ASK, preço para quem quiser comprar, o banco C subiu no ranking, e passou o
banco A, que tem seus EURUSD a 1.25058. Isso aconteceu pois o banco C passou a
cobrar mais barato pelos seus EUR versus os dólares. Cobrar mais barato faz o
banco subir de posição na tabela. Assim, a corretora permanece com a cotação do
banco B para o BID, mas decide usar a cotação do banco C para o ASK, pois está
melhor, com preço mais baixo. Temos então a nova cotação que a corretora
consegue, antes do markup:
Cotação após mudança do Banco C: 1.25055 / 1,25055

Spread: Zero
Sim, é um dos raros casos de spread zero no sistema de precificação STP. Mas veja
bem, pois ainda não foi aplicado o markup de 1 pip da corretora. Quando for
aplicado, então a nova cotação irá para:
1,25055 / 1,25065 - Com 1 pip de spread
Comissão no modelo de Precificação STP
Com toda essa explicação, não espere Spread zero de corretoras com o modelo
baseado em STP. Elas são excelentes para quem não quer operar pagando
comissão. Mas para quem quer evitar o spread, elas não são boas opções. A
comissão aqui muitas vezes não existirá, somente o spread e as demais taxas como
para saques, p. ex. Nessa questão, a diferença entre uma e outra ficará a cargo do
markup colocado pela corretora, quanto maior for, pior será para o trader.
Também é preciso verificar as oscilações comuns no spread durante o dia no Forex,

e isso vai depender dos Provedores de Liquidez nos quais a corretora toma como
base para sua precificação. Se os bancos aos quais a empresa estiver ligada não
tiverem bons preços, ou oscilarem muito suas cotações entre o BID e o ASK, esse
fato, atrelado ao markup, pode prejudicar seriamente suas operações. Isso significa
que boas corretoras vão manter spreads baixos, sem muitas oscilações. Mas para
ficar livre mesmo de spread, o melhor é uma empresa baseada no modelo ECN de
precificação.
463
Conclusão sobre o modelo de Precificação STP
Ficou claro, portanto, para o Trader de Varejo, que a diferença básica entre
corretoras com o modelo ECN e aquelas com o modelo STP de precificação é
simplesmente a questão da comissão e do spread. No modelo da rede interbancária
a comissão estará presente, mas o spread será praticamente zero. E no modelo STP
na grande maioria das vezes não haverá comissão, mas o spread estará lá, e
dependendo da corretora, pode ser bastante prejudicial para suas operações.
Spreads e comissões são a forma base que as corretoras de CFDs têm para se
manter, sem isso morreriam. Desconfie se algum dia você encontrar corretora sem
spread e sem comissão, muito provavelmente ela não estará protegendo suas
ordens excedentes, contando ganhar somente quando você perder, e estará
assumindo um risco que pode cair nas costas dos clientes.
Por fim, na questão da liquidez, todas as corretoras de Forex de Varejo hoje

fornecem rápida execução para suas ordens, o que não seria um fator a considerar
entre os modelos. Logicamente, se você tiver problemas com sua corretora para
abrir, e principalmente para fechar suas operações, investigue bem. Se ficar
comprovado que ela não tem rápida execução, ou que é comum acontecerem
muitos slippage, corra para outra.
REGULAMENTAÇÃO
Teremos agora uma explicação completa sobre como considerar uma corretora boa
e segura com base nos órgãos regulamentadores que autorizam seu
funcionamento. Nessa parte você ficará bem ciente das entidades que regulam as
empresas que querem atuar no mercado Forex e captar clientes.
Quando uma corretora decide iniciar seus serviços ela precisa escolher em que país
atuará. O comum é que ela inicie seus serviços na nação da qual faça parte. Se uma
empresa é do Reino Unido, é natural que ela abra suas portas, sua sede, lá na terra
da Rainha. Mas se uma corretora australiana decide começar a negociar, é na lá na
Austrália que ela procurará montar sua sede e passar atuar no mercado de câmbio.
Mesmo que no Brasil não haja, ainda, corretoras de Forex, vamos entender como é
o processo aqui para poder passar para os demais países ao redor do mundo.
Quando uma corretora decide abrir sua sede aqui no Brasil, é a Comissão de
Valores Mobiliários que tem a responsabilidade de autorizá-la a funcionar. Nossa
CVM emitirá a permissão para que a corretora abra suas portas e passe a captar
clientes e capital. A CVM é o órgão regulador brasileiro, responsável por toda essa
parte não só de autorizar, mas também de emitir regulamentos e legislação sobre o
funcionamento das empresas.
464
Uma corretora só receberá o selo de autorizada quando ela comprovar que segue
as determinações da CVM no seus mínimos detalhes. Qualquer equívoco ou
ausência de documentação impede a abertura da empresa aqui no Brasil. Logo, e o
que é mais importante, quando alguém quer operar no mercado financeiro
brasileiro precisa abrir uma conta em corretora, e será prudente procurar uma que
seja autorizada pela CVM a funcionar. Não se engane, existem muitas empresas que
não dão a mínima para essa autorização, e mesmo assim funcionam na cara dura,
captando dinheiro de clientes unicamente para agir de má fé e tomar o capital dos
ingênuos.
E no Forex?
No início do Forex era comum haver corretoras mais na Europa, sendo Londres, na
Inglaterra, o grande foco, já que é lá que se encontram os maiores bancos
participantes desse mercado. Nos Estados Unidos, também havia empresas que
forneciam negociações no mercado de câmbio, e lá a regulamentação também é
bastante séria. Ainda nessa aula você conhecerá os órgãos de cada país e suas
características.
Com o passar dos anos outros países foram entrando nesse mercado de maneira
mais frequente, e corretoras começaram a surgir em locais como Austrália, Canadá,
África do Sul, e também em ilhas com regulamentação mais brandas como Chipre,
Seicheles, Bahamas, Ilhas Maurício, entre outras.
Importante salientar que não basta conseguir apenas a permissão do órgão, já que
normalmente cada corretora precisa comprovar que se mantém seguindo todas as
ordens do regulador, do contrário, sua autorização será cassada. Para isso ocorrem
auditorias constantes nas operações da empresa, para verificar sua adequação às
regras e à manutenção da boa qualidade.
Vamos agora enumerar os principais órgãos reguladores, para que assim você fique
por dentro de como funciona a autorização para uma corretora funcionar, e
também fique apto a escolher uma boa empresa para enviar seu dinheiro quando
for operar de fato.
LONDRES
Na cidade da Rainha, quem regula as atividades das corretoras

no Reino Unido é a Financial Conduct Authority. Então, para abrir
suas portas, uma corretora precisa seguir todas as determinações
da FCA e só assim terá a autorização para executar suas
atividades. Ela é uma das mais fortes e atuantes regulamentadoras no mundo todo.
465
A título de curiosidade, para uma corretora poder funcionar no Reino Unido com
autorização da FCA ela precisa ter 1 milhão de euros em capital de giro, para
demostrarem dispor de capacidade de liquidez, como você já estudou nesse
capítulo. Além dessa determinação, outros critérios como manter o dinheiro de
clientes em contas segregadas e proteção contra saldo negativo também são
exigidos de corretoras que queiram funcionar no UK (United Kingdon - Reino Unido).
EUROPA
Na Europa é a ESMA que fornece as permissões para as

corretoras. A European Financial Markets Authority foi criada
em 2010, mas passou a ser mais conhecida em 2018 quando
editou uma medida que para muitos foi polêmica. Naquele
ano, visando proteger os Traders de Varejo, principalmente,
ela determinou que as corretoras limitassem a alavancagem fornecida aos clientes de
acordo com cada ativo. A maior alavancagem, portanto, seria de 1:30 para os pares
majors; ouro teria no máximo 1:20, e outros avitos entre 1:2 e 1:20.
Essa mudança teve como base a vontade da ESMA de reduzir o número de pessoas
que perdiam tudo por não usar a alavancagem adequadamente. Mas ela não foi a
pioneira nesse assunto. Em 2010 a legislação nos EUA teve uma alteração bem
parecida. Entre diversas mudanças incluídas pela lei Dodd-Frank, durante o governo
Obama e após a crise de 2008, estava a regra de limitação de alavancagem de até
1:50 para os pares de moeda mais importantes, e 1:20 para os pares exóticos. 8 anos
depois, era a vez da ESMA determinar regras parecidas. Foi uma mudança e tanto, e
esse fato gerou duas ondas ao redor do mundo.
Primeira Onda
Em um primeiro momento, isso forçou corretoras boas, que tinham autorização da

ESMA, a abrirem filial em países com regulamentação mais branda, como Chipre e
Bahamas. Assim, a corretora poderia manter sua sede fornecendo a alavancagem
determinada pela ESMA, mas também poderia oferecer para seus clientes contas
em filiais onde permaneceriam operando com 1:500, por exemplo.
Desde a década 2000 - 2010 já era comum haver corretoras com sede nesses países,
muitas vezes chamados de Paraísos Fiscais, mas essas empresas eram tidas como
muito suspeitas, e assim evita-se abrir-se contas por lá por parte de traders mais
cautelosos. Mas após a limitação de alavancagem pela ESMA houve um aumento
significativo de abertura de filiais nesses países, que apesar de terem sim uma
regulamentação mais branda, o que poderia gerar desconfiança nos investidores,
não apagava o fato de que a sede da corretora ficava em um país com
regulamentação mais forte, no caso, a ESMA.
466
Segunda Onda
Com a grande migração de clientes para essas filiais, os números de traders que
tinham suas contas nas sedes e perdiam todo o seu dinheiro diminuiu fortemente. O
índice de operadores que perdiam tudo devido à falta de prudência no uso da
alavancagem era próximo dos 90%. Com a mudança esse número caiu, e ficou
entre 60 e 70%. A ESMA comemorou, acreditando que tinha feito algo bom. Porém,
como sabemos, a maioria esmagadora continua perdendo, porém em filiais, não
mais com suas contas na sede da corretora. Essa redução, portanto, não deve ser
tomada como absoluta para definição de que menos alavancagem reflete em
melhora no desempenho.
Porém outros órgãos reguladores ao redor do mundo começaram a querer fazer o

mesmo, e passaram também a limitar a alavancagem. Foi o caso da ASIC na
Austrália, que a partir de março de 2021 limitou a alavancagem permita pelas
corretoras autorizadas naquele país a no máximo 1:30. Isso fez com que as
corretoras sediadas no país dos cangurus corressem para formalizar a abertura de
filiais nas ilhas Seychelles e no Chipre. Agora, quem deseja operar com alavancagem
de 1:500, por exemplo, precisa informar que deseja que a conta seja aberta nessas
filiais. Se desejar abrir conta na Austrália, ou em corretoras sediadas unicamente na
Europa, terá no máximo 1:30, o que é extremamente ruim para quem sabe o que faz
em termos de alavancagem.
ESTADOS UNIDOS
Na terra do tio Sam, como visto um pouco antes,

houve a mudança ocorrida pela lei Dodd-Frank em
2010, e com isso a alavancagem lá também é
limitada. Dessa forma, uma tendência recente é
que as corretoras americanas que desejem
fornecer alavancagens maiores para seus clientes
também abram filiais em países com regulação mais leve. É o caso de corretoras com
filiais nas Bahamas e Ilhas Maurício.
Os órgãos reguladores americanos são dois:

- A Commodity Futures Trading Commission - CFTC; e
- The National Futures Association - NFA
467
Se alguma corretora quiser oferecer seus serviços no mercado Forex, através de CFD
ou não, estando localizadas nos EUA, então é preciso haver um registro no CFTC, e
conseguir a autorização da NFA
AUSTRÁLIA
As corretoras de Forex que desejem abrir sedes na

Austrália estão sujeitas à autorização e supervisão da
Australian Securities and Investments Commission,
também conhecida como ASIC. Esta licença para seu
funcionamento serve para garantir aos clientes que
seus serviços estão de acordo com as exigências da
do órgão, especialmente em questão de segurança.
Para se ter uma ideia dessas exigências da ASIC, basta saber que ela exige das
corretoras de Forex regulamentadas por ela, deter pelo menos U$ 1 milhão de
dólares em capital operacional. Tudo pra poder oferecer liquidez e segurança a seus
clientes.
Outra característica marcante da ASIC é sua velocidade da identificação de

esquemas e fraudes, e de desconformidades com suas regulações. Ela costuma agir
muito rápido na desautorização e bloqueio de empresas suspeitas de golpes no
mercado financeiro, especialmente no Forex. Isso tudo acontece devido ao seu
constante monitoramento dos membros que detêm uma licença nos seus registros.
A corretora que esse livro recomenda, como você verá em capítulo específico, é
regulamentada pela ASIC, e também possui filiais em países com regulamentação
mais branda para poder oferecer alavancagens maiores, como 1:500, por exemplo.
468
É seguro abrir conta em Paraísos Fiscais?
Apesar de parecer ruim operar em locais conhecidos como “Paraísos Fiscais”, isso
não apaga o fato de que a corretora tem sede em um país mais forte, como EUA,
Austrália, Reino Unido ou outro qualquer da Europa. O problema é se a corretora
for regulamentada apenas nos países com regulamentação mais leve. Nesse último
caso o cliente precisa ficar de olho, e se possível, evitar ao máximo abrir conta e
enviar dinheiro se a corretora não for regulamentada em país mais sério.
Já vi casos de clientes não terem seus depósitos efetivados, e só depois de muito

batalhar foi que conseguiram recuperar o capital. Tudo isso aconteceu em corretora
que não tinha sede em país mais seguro como EUA, Londres, Austrália, Reino Unido,
África do Sul, entre outros. A licença autorizativa para funcionar era apenas no
órgão regulador do país de leis mais brandas. Justamente por serem mais leves na
legislação e na fiscalização, muitas empresas fraudulentas correm para tais locais. E
também ficaram muito conhecidos por serem destino de dinheiro de crimes como
corrupção.
Mas não é porque o local recebe esse tipo de dinheiro que ele deve ser rechaçado
de cara. Cabe ao trader conhecer sua corretora no país de regulação forte, e se ela
fornecer uma opção com alavancagem maior, entre outras vantagens, em um país
com regimentos mais leves, então é de se confiar que a corretora além de ter um
nome a zelar, precisa manter sua reputação firme também no país da sede.
469
ENVIOS E SAQUES
Quando for abrir conta em uma corretora é preciso ver também a questão de envio
e saque de dinheiro. Ainda nesse livro você terá uma orientação completa de como
fazer através de cada método. Vamos discorrer um pouco sobre as características a
levar em consideração na hora de escolher um deles.
Segurança
Quanto à segurança nessas operações, só por estar em uma corretora

regulamentada já é plausível pensar que você terá essa proteção, de que a corretora
não vai impedir seus saques, pois não é uma corretora “Scam”, como são
conhecidas aquelas que estão no mercado só para pegar seu dinheiro. Mas vamos
verificar algumas questões para levar em consideração.
Se a corretora é regulamentada em país sério, essa parte será mais tranquila, pois
qualquer problema que houver, um simples contato com o suporte pode te
esclarecer o que está havendo. De qualquer forma, uma pesquisa na internet em
sites de reclamações pode ser útil.
Já que estamos falando em enviar dinheiro para o Exterior, é preciso um cuidado

extra na hora de escolher o método de envio. O mais seguro é a transferência
bancária Internacional, pois você terá toda a segurança de seu banco para essa
transação. Pode não ser o meio mais rápido, nem o mais barato, mas certamente é
o mais seguro para envio de grandes quantidades de dinheiro. Independente disso,
sempre tenha em mente a gestão de capital aplicada ao Forex estudada nesse livro.
Rapidez
Essa questão depende muito do método utilizado. A forma mais recomendada de

mandar dinheiro para a corretora, como você ainda aprenderá nesse livro, é fazer
via transferência bancária internacional. Nesse método o dinheiro costuma levar de
2 a 5 dias úteis para cair na sua conta, porém será um meio mais seguro de se
utilizar.
O envio pode ser feito também via cartão de crédito, muito comum para quem quer
enviar pouco dinheiro para a corretora. Aqui o depósito é instantâneo, com a
mesma velocidade de uma compra na internet. O contra é que esse valor enviado
só poderá ser retirado no mesmo método do envio, ou seja, se quiser sacar esse
capital, só poderá fazer pelo mesmo cartão com o qual enviou o saldo. Se perder o
cartão ou tiver problemas com o banco, então entre em contato com o suporte da
corretora, que ela providenciará uma forma de sacar esse capital através de
470
transferência internacional. Os lucros obtidos podem ser sacados por transferência

tranquilamente, como é em qualquer método de envio.
Existem outras opções muito usadas ultimamente, carteira virtual e bitcoin, por
exemplo. Hoje em dia muitas corretoras permitem depósitos nessa criptomoeda,
pela velocidade e praticidade. A entrada é instantânea, tão logo o pagamento seja
verificado. E quanto a carteiras virtuais como Neteller ou Skrill, o depósito também é
imediato, porém você precisará adquirir saldo nesses locais. O mais comum que as
pessoas fazem é procurar vendedores de saldo Neteller/Skrill, ou então adquirir em
sites especializados.
Pode ser que optem ainda por comprar saldo direto da empresa, que sai muitas
vezes bastante caro. Uma vantagem das carteiras virtuais é poder sacar seus lucros
através delas mesmas. Algumas corretoras permitem isso, como a que eu
recomendo aqui no livro. É uma vantagem muito grande pois não há taxa para
saque, e você pode fazer em menos de um dia útil. Uma vez com o saldo na
carteira virtual, poderá ou sacá-lo para sua conta no Brasil, ou negociá-lo com
outras pessoas.
Taxas
Existe taxa de envio e saque mais para quem for fazer via transferência internacional,
porém na corretora essa taxa é apenas para o saque, sendo difícil achar aquelas que
cobram para depósito através desse método. Se for via cartão de crédito ou carteira
virtual, é comum serem transações gratuitas.
Então, se for fazer via transferência, certifique-se de ter uma taxa de saque dentro
de sua realidade, e evite também ficar fazendo retiradas constantes, deixe seu
dinheiro render um pouco os lucros para poder sacar alguma coisa. Você aprenderá
sobre isso em gestão de capital.
Nesse quesito, não tenha dúvidas de que o melhor método são as carteiras virtuais,
pois dentro da corretora você não vai ter taxa nem de envio, nem de retirada, isso
para as melhores corretoras. Cartões de crédito cobram muitas vezes taxas para
essa transação, e ainda que não cobrem, a cotação para conversão da sua moeda
para a moeda base da sua conta não será tão boa.
Para Resumir
Via transferência Bancária

- Mais seguro
- Envio e retirada levam de 2 a 5 dias úteis
- Cobra-se taxa para sacar
471
Via Cartão de Crédito

- Também é seguro, pois você conta com o seguro do cartão, se houver
- Envio imediato
- Não há taxa para envio e saque, geralmente
- Saques estão limitados ao valor enviado. Para sacar mais, só por transferência
Via Carteiras Virtuais

- Também é seguro, mas precisa ficar atento a golpes na internet de vendedores de
saldo mal intencionados
- Envio imediato
- Não há taxa para envio e saque, geralmente
- Saques não estão limitados ao valor enviado, isto é, pode sacar seus lucros através
da própria carteira virtual - A corretora recomendada aqui no livro fornece esse
serviço de saque de lucros via carteira virtual, não se limitando apenas ao saldo
enviado.
OBSERVAÇÕES FINAIS
Dificilmente se encontra hoje corretoras que trabalhem de uma única forma descrita
nesse capítulo. O que é bastante comum são empresas que oferecem contas com
modelos de precificação variados. ECN, Baixo Spread, e Standard são as mais
comuns.
Quando você vir uma corretora oferecendo conta com negociações ECN, sendo
uma corretora para Trader de Varejo através de CFD, isso quer dizer que ela vai
fornecer as características de uma corretora ECN, aquelas diretamente ligadas à
rede interbancária. Entre essas características, estará o fato de ter praticamente zero
spread e cobrar uma comissão por cada ordem. Também teremos a promessa de
rápida execução (fast-execution) sempre que um trade for aberto ou encerrado.
A conta com baixo spread, conhecida como Raw Spread, é a mesma situação citada
acima, pois é uma conta baseada no modelo ECN, e conseguirá todas essas
vantagens para o trader.
As contas Standard, bastante comuns, são equivalentes às contas das corretoras

com o modelo STP. Isto é, não vão utilizar os preços no book da rede interbancária,
mas sim as cotações que conseguirão com seus provedores de liquidez diretamente.
Cobrarão, portanto, um spread mais alto especialmente devido ao markup, e não
haverá comissão.
A corretora que eu uso, por exemplo, oferece o serviço de conta baseada no

modelo de precificação ECN, ou seja, o spread é praticamente zero, e cobra uma
comissão baixa. Se desejar abrir uma conta diretamente, acesse o site indicado no
472
aqui no livro para ver o tutorial completo. Mas daqui a pouco você terá esse passo a
passo aqui mesmo no livro.
Como você aprendeu aqui nessa obra, o que importa é que você negocie com boas
condições, como por exemplo operar tendo certeza de que está negociando com as
melhores cotações do mercado, e também pagando baixa comissão e baixos
spreads (ou mesmo zero spread). Portanto, abra uma conta entendendo tudo o que
for passado aqui, e opere com os princípios adequados ao trading de sucesso. O
tipo de corretora pouco afetará você.
473

CAPÍTULO 18
COMO ABRIR UMA
CONTA NO FOREX
REAL E DEMOSTRATIVA
474
CAPÍTULO 18 - COMO ABRIR UMA CONTA NO

FOREX - REAL E DEMONSTRATIVA
Finalmente a parte prática está começando. Embora esse seja o momento mais
esperado, tenha em mente a importância de todos os assuntos tratados até aqui,
pois são essenciais para seu sucesso como trader. Nesse capítulo você vai aprender
como abrir uma conta de negociação, demonstrativa e real, e já ir dando seus
primeiros passos para aprender a "mexer" com a plataforma de negociação.
Primeiramente irei te mostrar como fazer o cadastro completo na corretora, e em
seguida, com seu registro aberto, mostrarei como você poderá abrir suas contas
demonstrativas de forma bem simples.
Para essa aula eu explicarei como abrir a conta, e em aulas posteriores

ensinarei como depositar fundos, e como utilizar a plataforma de operação. A
plataforma que ensinarei será o Metatrader, pois é a mais utilizada pelos traders ao
redor do mundo. Não que seja a melhor, mas ela se destaca pela sua facilidade,
usabilidade, manejo, disponibilidade de ferramentas, leveza, facilidade de acesso, e
disponibilidade em praticamente todas as corretoras. São inúmeras vantagens que
fazem o Metatrader a queridinha dos traders entre as plataformas disponíveis.
475
ABRINDO A CONTA
A corretora que eu uso e recomendo é a IC Markets. É uma empresa Australiana já

com vários anos no mercado, regulamentada pela ASIC, órgão regulador
australiano bastante rígido, e é uma corretora amplamente utilizada no mundo todo
por Forex de Varejo. Eu já uso há alguns anos e não tenho do que reclamar. Já
operei com diversas outras, optando pela IC Markets pelo custo benefício.
Posso ter uma conta com modelo de precificação ECN, que é a conta Raw Spread, a
que recomendarei você abrir por ter quase zero a diferença entre o BID e o ASK
para os pares maiores, passando boa parte do dia o spread zerado. Pago uma
comissão bem baixa pelas minhas ordens. Tenho rápida execução dos trades, e o
suporte deles é muito bom, inclusive em português. Envio e saque da corretora
podem ser feitos sem problemas, e no próximo capítulo passarei vários detalhes
sobre como mandar e retirar dinheiro de sua conta.
É uma corretora excelente, a melhor, na minha opinião e de vários traders

profissionais ao redor do mundo. Ela aceita, inclusive, depósitos baixos, como 50
dólares por exemplo. Para quem está começando e quer arriscar pouco, ela é ótima,
a melhor opção, sem dúvida alguma.
Inicialmente você será redirecionado para a página da IC Markets Global, que é a

sede filiada em Seychelles. Caso você queira abrir uma conta com alavancagem
bem menor, mas ficar na Austrália, então envie um e-mail para o suporte
informando que quer abrir uma conta com o código 39427, mas que deseja ser
aberta na sede, e eles te encaminharão o link.
support@icmarkets.com
A seguir você verá um tutorial completo para abrir uma conta real na IC Markets.
Para começar, o primeiro passo será acessar o link abaixo, em que você será
direcionado para o site de cadastro da corretora.
CLIQUE AQUI PARA ABRIR SUA CONTA NO FOREX
Ou digite o endereço abaixo no seu navegador
www.icmarkets.com/?camp=39427
476
Lá você verá a seguinte tela, e deverá clicar em "COMECE A OPERAR"
Uma tela será aberta, e nela você deverá incluir seus dados de País, Nome,
Sobrenome, E-mail e Telefone. ATENÇÃO, coloque seu e-mail usual, ou outro
qualquer, mas desde que seja um que você tenha certeza de que usa
constantemente. Isso é para evitar o caso de sua conta de e-mail ser bloqueada por
qualquer motivo (inatividade, p. ex.), ou mesmo excluída, e aí o processo para
acessar a corretora, local onde você deposita seu dinheiro, ficará bastante
prejudicado. Lembre-se também de colocar um telefone útil, para não ter
problemas depois.
Ao final, clique em "SEGUINTE".
Na próxima tela você deverá incluir sua Data de Nascimento, Endereço e se a conta
477
será pessoal, conjunta ou empresa. Se você é um trader comum, o que conhecemos

como Traders de Varejo, marque a primeira opção “pessoal”. Desça a página mais
para baixo para visualizar outras informações.
Ainda na mesma página da imagem acima, descendo mais um pouco, você verá o
restante dos campos de endereço para completar. Você também verá uma caixinha
de marcar que diz: "Fui recomendado por um Corretor Afiliado". Marque essa
caixinha e verifique se o número do meu ID aparece no campo logo abaixo,
em "Consulte ID". O número que deverá aparecer é 39427. Caso apareça outro
número, limpe os cookies do seu navegador e tente novamente. Isso deve resolver.
Na próxima página você escolherá algumas características de sua conta principal. O

que estamos fazendo aqui é o registro inicial na corretora, mas esse registro precisa
de uma conta principal, e são as informações dessa conta que você está escolhendo
nesses primeiros passos. Uma vez com o registro aberto, você poderá abrir outras
contas reais, ou mesmo demonstrativas, e poderá escolher outras moedas base,
alavancagens diferentes, ou plataformas diversas.
478
As informações bases serão a Plataforma escolhida, o tipo da conta e moeda base

da conta. A plataforma que eu uso e recomendo é o Metatrader. O 4 é mais
simples, porém mais rápido e mais leve. O 5 é mais completo, com mais recursos,
porém é mais pesado para computadores e celulares com pouca memória. Mais
sobre plataformas ainda nesse livro.
O tipo da conta eu recomendo a Raw Spread, que é a conta que utiliza o modelo
de precificação ECN, como estudado em aula anterior. Já para a moeda base da
conta, a maioria dos traders de varejo escolhe o dólar americano. Se você assim o
desejar, coloque "USD" nesse campo.
Ao final nessa página, pode optar por receber informações da corretora no seu e-
mail, o que eu acho importante, pois se houver algum aviso que te interesse, você
será informado diretamente no e-mail.
Na página seguinte você responderá a um questionário simples, somente para saber

seu nível de experiência de trading no Forex. Pode marcar qualquer um, sem
problemas. Após isso coloque uma pergunta e reposta de segurança caso precise
recuperar a senha.
479
Na imagem abaixo, ainda na mesma página, você pode ver que coloquei como
exemplo "Qual o nome de solteiro da sua mãe?", como pergunta de segurança. Mas
fica a seu critério. Logo em seguida, você precisa indicar se leu os termos do
contrato legal, clicando em "Aceitar a Declaração e Enviar".
Assim que confirmar que leu os termos, você será direcionado para sua página
inicial, a qual irá pedir seus documentos em forma de arquivo, para comprovação
de sua identidade. É importante enviar documentos legíveis, seja em formato de
imagem, ou mesmo PDF. Eu recomendo que você baixe algum aplicativo de
Scanner pelo próprio Smartphone, como por exemplo o CamScanner, que pode ser
baixado gratuitamente na Play Store para aparelhos Android. Com esse App você
tira uma foto dos seus documentos e salva em formato PDF. Esse documento
escaneado pelo celular pode ser o que você vai enviar para a corretora.
480
Rolando a página para baixo, haverá dois campos para envio de documentos. No
primeiro, do lado esquerdo, você envia seu documento de identidade. Esse
documento pode ser tranquilamente sua carteira de habilitação, registro de
Identidade, ou RG, ou ainda o passaporte caso você tenha. Eu recomendo que se
você for habilitado, use sua CNH. Ela é o documento mais completo que existe hoje
no Brasil, com todas as informações em um único lado do documento. Abra a CNH,
faça o escaneamento como expliquei anteriormente, e envie o arquivo para a
corretora.
Mas, caso você não seja habilitado, e deseje enviar outro documento, se esse
documento tiver frente e verso, você precisará enviar os dois arquivos se estiverem
separados. Ou talvez consiga colocar os dois lados em um único arquivo de
imagem ou mesmo de PDF. Se for enviar dois arquivos separados, envie a parte
traseira do documento no outro espaço para upload, mais abaixo.
481
Como expliquei antes, se for mandar a parte de trás do seu documento de

identidade, mande nesse segundo campo mais abaixo, do lado esquerdo da tela.
Clique exatamente em cima do nome "Browser", pois o site, por algum motivo
desconhecido, não colocou a imagem toda do botão para funcionar como link.
No lado direito da imagem acima você faz o upload de seu comprovante de

residência. Para ser aceito e ter sua conta aprovada, esse comprovante tem que
estar em seu nome e ser recente, pelo menos dos últimos 3 meses. Se você não
tiver um com seus dados nele, há uma opção muito boa, você pode emitir um
boleto para depósito de algum banco digital, e esse boleto serve para a corretora
como prova de residência. Atualmente, o banco digital que recomendo as pessoas
abrirem conta para ter o comprovante de residência é o PicPay. Você pode abrir
uma conta no PicPay através do link abaixo.
ABRIR UMA CONTA NO PICPAY
Ou você pode baixar o App na Play Store, procure por PICPAY. Use o código
Y7HTMA. Abra a conta normalmente no PicPay com seus dados básicos (É super
seguro), e emita um boleto para depósito na sua conta digital recém criada. Pode
ser de 20 reais se quiser. Use esse boleto como Comprovante de Residência na IC
Markets.
A seguir você receberá a informação de que seus documentos foram enviados.

Clique em qualquer lugar da tela, fora da caixa com o aviso, para voltar para a tela
da corretora.
482
Aparecerá a seguinte tela, informando que os documentos estão pendentes de

aprovação. Se estiver tudo ok com a documentação, em relação aos dados
informados no cadastro coincidirem com os dados contidos nos documentos, a
corretora aprovará rapidamente. Não deve demorar mais do que um a dois dias
úteis, às vezes em algumas horas já estará tudo ok para seguir em frente.
Para seguir com seu cadastro e posterior criação da conta, é necessário responder a
um teste simples de aptidão. Isso é devido às regulamentações exigirem que a
corretora somente permita abertura de contas a quem entende dos riscos a que
está submetido no mercado Forex. Fique tranquilo. Clique no pequeno link indicado
pela seta na imagem abaixo.
483
Coloque a linguagem em português no local indicado na imagem, caso você tenha

dificuldades com a língua natural da Austrália, o inglês (Já que a corretora é
australiana, como disse no início).
Bom, eu poderia dar as respostas aqui para você, mas não quero que pensem que
trading é uma atividade qualquer. É importante você responder com base nos seus
conhecimentos. NÃO são perguntas difíceis, e a corretora não vai reprovar você.
Basta responder se baseando sempre que:
1 - Existe risco de operar no Forex, principalmente para pessoas inexperientes;
2 - Você é o responsável por administrar esse risco, em todas as situações! E não a

corretora.
484
3 - O risco é sempre o maior possível.
Se eu for mais claro que isso, eu vou acabar dando as respostas. Você verá como as
perguntas se encaixam exatamente no que expliquei acima.
Ao marcar todas as respostas, clique no botão verde, em "SUBMIT" ao final do teste.
Concluído o teste você poderá visualizar que será aberta uma conta temporária em
"Temporary Accounts". Essa conta serve para você fazer depósitos enquanto sua
conta real não é aprovada. Mas eu sugiro aguardar o período necessário, e só
enviar qualquer valor quando seu cadastro já tiver sido liberado, e sua conta real na
plataforma estiver devidamente aberta e funcionando. Enquanto o cadastro ainda
estiver pendente, sua tela deve ficar como a indicada na imagem abaixo. Os campos
em branco são os lugares em que aparecerá o seu nome.
485
Assim que você chegar a esse ponto, a corretora já vai ter enviado um e-mail para
você com os dados para acessar sua conta no site da corretora. Ou seja, o primeiro
e-mail que você vai receber indicará o nome de usuário e senha provisória para ter
acesso a seu ambiente virtual no site da IC Markets. Na imagem abaixo veja como é
esse e-mail:
Ficou claro? Você não terá ainda uma conta real para operar enquanto não forem
aprovados os seus documentos. Você terá apenas o acesso ao site. De posse desses
dados enviados para você no e-mail, você faz Log Out, isto é, sai da sua conta
clicando na parte superior direita do site. Depois clica no link enviado para você no
e-mail, ou mesmo entra novamente no site da IC Markets e clica lá no canto
superior direito, em "LOGIN DO CLIENTE". Insira seu e-mail e senha provisória
enviada para você. Já dentro do seu ambiente virtual, acesse "Change Client Area
Password", que fica na aba "Profile".
486
Assim que estiver tudo ok com a verificação dos documentos, a informação de

conta aprovada aparecerá na sua tela inicial, lado esquerdo, e será enviado um e-
mail para você com os dados da sua conta de negociação na plataforma escolhida.
487
Através do e-mail enviado para você, visto na imagem acima, faça o download da
plataforma Metatrader escolhida. Basta clicar no botão indicado na imagem abaixo,
se estiver usando um computador ou notebook.
488
Clique no link indicado abaixo, para baixar a plataforma em que você irá abrir suas
negociações.
Será feito o download do arquivo para instalação do programa no seu computador.
Execute e instale a plataforma normalmente.
489
Para desconectar de sua conta na corretora, clique em "Log Out", na parte superior
direita.
490
FINALIZANDO TUDO
Concluídas essas etapas, com a conta aprovada, conta real aberta, plataforma
instalada corretamente, você já pode se planejar para enviar dinheiro para a
corretora, conforme ensinarei nos próximos post em detalhes.
Lembrando que você precisa entender dos riscos a que está submetido por operar
no Forex, e por isso mesmo só deve fazer qualquer aporte se tiver passado
por todas as etapas para se tornar um trader consistente. Mesmo assim, ainda que
esteja totalmente preparado, nunca envie um valor alto para a corretora, como você
aprenderá na parte de Gestão de Capital. Seja prudente.
CONTA DEMONSTRATIVA E LOGIN
Agora passarei para você o tutorial para abrir uma conta demonstrativa. Com o seu
registro aberto, será extremamente simples conseguir qualquer conta demo na IC
Markets. Siga o passo a passo a seguir e não terá mais dúvidas.
Na sua página do cliente, ou “Client Area”, verifique em MY DEMO ACCOUNTS na

parte esquerda, e clique em Open New Demo Account
Na próxima parte, você deverá escolher quais características sua conta demo terá.
Entre elas estão moeda base da conta, plataforma, tipo da conta, alavancagem e
depósito inicial.
491
Após escolher as características, clique em PROCEED, e sua conta estará criada. Da

mesma forma como foi na conta real, a IC Markets enviará para você o número da
conta e senha para poder acessar a plataforma. Verifique seu e-mail, se não achar,
olhe na caixa de Spam.
Com a plataforma aberta, insira o número da conta e senha conforme mostrado

(Metatrader, e o servidor correto, também indicado no e-mail, que você poderá
operar tranquilamente em sua conta.
492
O procedimento para login na conta real é exatamente o mesmo, lembrando de

além de login e senha corretos, precisa do servidor informado para você no e-mail
ATENÇÃO
Recentes alterações na regulamentação da ASIC em 2021 fizeram com que os

clientes da IC Markets precisassem optar por permanecer com contas na Austrália,
onde a alavancagem máxima seria de 1:30, ou migrar suas contas para filial em
Seychelles, de nome IC Markets Global. Caso você se depare com algum passo
diferente do mostrado nesse tutorial, você pode optar por ter alavancagem de 1:500
se ficar na IC Markets Global, que é a filial da IC Markets em Seychelles (Você
estudou sobre isso na parte de corretoras, lembra?).
Mas se tiver ainda alguma dúvida, estou à disposição para ajudar. Meu contato está
mais abaixo.
CONCLUSÃO
Nessa aula vimos como dar os primeiros passos para operar na prática tudo que
aprendemos até aqui. Tudo começa abrindo uma conta em alguma corretora de
Forex. Lá você poderá abrir sua conta real, baixar a plataforma, e fazer login no
programa para iniciar as operações.
493
A plataforma Metatrader é a mais usada hoje. Apesar de haver outras muito boas
como a CTrader, também fornecida pela IC Markets.
Caso tenha qualquer dúvida, mande-me uma mensagem no meu

Whatsapp/Telegram: (81) 999258963
Terei muito prazer em te orientar corretamente.
494

CAPÍTULO 19
COMO ENVIAR DINHEIRO
PARA SUA CONTA NO
FOREX E EFETUAR SAQUES
495
CAPÍTULO 19 - COMO ENVIAR DINHEIRO PARA

SUA CONTA NO FOREX E EFETUAR SAQUES
Enviar dinheiro para uma corretora de Forex é o primeiro passo para poder operar
com conta real. Uma vez que o trader já passou pelas fases necessárias, e está apto
a negociar com valores reais, além de abrir uma conta real, ele precisa saber enviar
corretamente dinheiro para sua conta na corretora. Aqui você terá um tutorial
completo sobre como fazer esse envio usando as formas mais comuns:
Transferência Internacional, normal e via casa de câmbio online, e através de
Carteiras Virtuais.
Caso você ainda não tenha aberto uma conta, você pode abrir na corretora que uso
e recomendo. O tutorial completo está na aula anterior.
IC MARKETS - Tutorial
ENVIANDO POR BANCOS - TRANSFERÊNCIA

INTERNACIONAL
Primeiramente vamos verificar como fica o envio diretamente pelo seu banco. Você
deve fazer login na sua conta de Forex. Se você estiver seguindo o tutorial
completo, e já tiver uma conta real na IC Markets, faça login através do site principal
da corretora.
Na página principal de sua conta na corretora, você tem duas opções para
depositar. Se somente houver uma conta registrada, pode fazer clicando em
"DEPOSIT" na parte superior esquerda, como indicado na imagem. Mas se tiver mais
496
de uma conta, vá no lado direito da respectiva conta e clique na imagem verde, vai
abrir as opções para escolher depositar.
Se clicar em "DEPOSIT", a página abaixo será aberta, e você deve clicar em Fund by
Wire Transfer / Bank Transfer / TT. Ignore a informação de que o mínimo para
depósito é 200 dólares. Você pode enviar menos se quiser, tranquilamente.
Ao clicar nessa opção, aparecerão para você as informações necessárias para

realizar a transferência. Conforme é possível ver na imagem a seguir.
497
São esses dados que você fornecerá a seu banco onde você tem conta aqui no
Brasil para que a transferência internacional seja efetuada. Lembrando que dessa
forma as taxas e cotação do banco não são muito favoráveis. Atente para o Swift
Code e para o número BSB, serão solicitados pelo seu banco, e será importante
entender mais sobre eles na hora de sacar. Ainda nesse capítulo te explicarei
melhor.
A transferência leva em média de 2 a 5 dias úteis, podendo chegar antes disso

dependendo do banco. O processo de envio depende de cada instituição. Alguns já
permitem essa transação direto no aplicativo, enquanto outros podem exigir que o
cliente se dirija até o estabelecimento, o que nos dias de hoje é algo bem incomum,
já que tudo se faz online.
Nessa transação o banco irá cobrar a sua taxa de envio, mais o IOF, que é o
Imposto sobre Operações Financeiras (forma simples de dizer o nome completo e
complexo desse imposto), além, claro, de estabelecer uma cotação não muito
favorável.
ATENÇÃO - Para clientes da IC Markets que optarem por ter seu registro na filial em
Seychelles, não precisa mudar nada do que está aqui. Pode usar os dados
498
fornecidos pela corretora, os quais encaminham seu depósito para a Austrália, e de

lá a corretora faz a devida segregação para as contas respectivas. Caso aconteça
alguma mudança, a IC Markets informará, e alterará os dados para depósitos.
Envio por Transferência Internacional, Através de Casas

de Câmbio Online
Agora, para fazer transferência internacional com menor custo, é indicado fazer
através de casa de câmbio online, e para isso, a mais indicada hoje é a empresa
REMESSA ONLINE. A seguir um tutorial completo.
Essa empresa é responsável por servir de intermediária para suas transações

internacionais. E ao contrário do que se pensa, não é por ser intermediária que os
custos serão maiores. Ao enviar via Remessa Online, você vai contar com taxas
melhores, cotação mais baixa, e o melhor, envio mais rápido.
Para fazer uso dessa opção, nesse capítulo te mostrarei o passo a passo minucioso
para aproveitar dessa excelente ferramenta que é a Remessa Online. Fique atento, e
veja o tutorial a seguir.
Efetuando o Cadastro na Remessa Online
Primeira coisa é se cadastrar no site https://www.remessaonline.com.br
A página que irá abrir será essa mostrada abaixo, onde você irá clicar em cadastrar,
em seguida em Cadastrar como PF se for para seu uso pessoal, ou PJ se for para
sua empresa.
499
Basta inserir seus dados corretamente para realizar seu cadastro, e ao final clique
em Cadastrar
500
Na página seguinte informe seus documentos, data de Nascimento, e seus dados de

telefone.
Em seguida informe seu endereço completo, após colocar o CEP outros dados serão
solicitados.
501
Muito bem, agora sua conta já está aberta. Lembre-se de ir ao seu e-mail
cadastrado verificar a chegada do e-mail de confirmação. Agora é hora de escolher
se vai enviar ou receber dinheiro. Vamos por partes, iremos aprender como mandar
o saldo desejado para a corretora. Clique em Enviar Dinheiro. Caso você não esteja
vendo essa página abaixo, é porque estará no Dashboard, seu escritório virtual,
então clique conforme a imagem seguinte.
ENVIO de Dinheiro pelo Remessa Online
502
Caso seja para sua conta na corretora de Forex, você seleciona a opção conforme a
imagem a seguir.
No caso, como é para sua corretora, a opção é conforme mostrado na imagem.
Repare no IOF cobrado, esse é um dos custos da transação. Os demais serão

informados posteriormente.
503
Hora de cadastrar os dados da sua corretora, pois é para ela que seu dinheiro será
enviado. Caso ainda não a tenha cadastrado, clique em Adicionar Outra Corretora.
Escolha o país sede da sua corretora, que no caso da IC Markets é a Austrália. Para
saber o país da sua corretora, você pode mandar um e-mail para o suporte, ou
então, quando for verificar o endereço de lá, que será obrigatório para essa
transferência, estará informado para você no próprio escritório virtual do site.
ATENÇÃO - Para clientes da IC Markets que optarem por ter seu registro na filial em
Seychelles, não precisa mudar nada do que está aqui. Pode usar os dados
fornecidos pela corretora, os quais encaminham seu depósito para a Austrália, e de
lá a corretora faz a devida segregação para as contas respectivas. Caso aconteça
alguma mudança, a IC Markets informará, e alterará os dados para depósitos.
504
Em seguida escolha a moeda da sua conta, que no caso abaixo foi o dólar USD.
A partir de agora serão incluídos os dados da corretora para envio da transferência

internacional. Esses dados você consegue na página de depósito no seu escritório
virtual, como mostrei logo no início dessa parte do capítulo.
505
Na IC Markets você pode pegar todos esses dados indo direto na página de
depósito e selecionando a opção para WIRE TRANSFER/BANK TRANSFER, conforme
abaixo.
506
Veja na imagem acima que ali tem todas as informações necessárias, basta copiar e
colar na página do Remessa Online.
Novamente, não se preocupe se sua conta está em filial, e não na Austrália. Use os
dados informados pela corretora, ainda que não sejam para o país da filial, e sim da
sede.
507
Os dados acima são exatamente conforme estão descritos na imagem da IC Markets

mostrada anteriormente, eu só fiz copiar e colar. No caso da IC, não há banco
intermediário, então marque “Não”. ATENTE para a última informação, que é o
número de sua conta REAL para a qual você quer transferir.
508
A seguir é o endereço da corretora que você deve incluir, conforme a imagem

abaixo, onde coloquei os dados fornecidos também na página para depósito da IC
Markets.
A seguir, cadastre um nome para sua corretora, para envios posteriores.
509
Como de praxe é preciso ler e aceitar os termos e condições da empresa.
510
Escolha quanto quer enviar. Você pode colocar o valor diretamente em reais de
quanto gostaria de mandar, ou então se quiser mandar um valor predeterminado
em dólares, basta colocar o valor na parte inferior, que o valor em reais será
calculado conforme a cotação da Remessa Online.
ATENTE para os custos mostrados na imagem. Há uma porcentagem em cima da

cotação, há também uma tarifa bancária, e por fim o Imposto IOF.
ATENTE também par ao fato de que pode haver alguma outra taxa de transferência
da corretora, e assim acabará entrando menos do que você selecionou para enviar.
Nesse caso vai depender da corretora, e mesmo que não haja taxa de depósito,
pode haver uma variação na cotação para menos, com isso o valor que aparecerá
na corretora pode ser menor. Também pode haver um aumento para mais, e aí,
claro, entrará mais do que você mandou. Veja que para entrar 200 dólares, valor
recomendado pela IC Markets (mas não obrigatório), eu coloquei 10 dólares a mais
apenas por segurança.
Use o código EN8423 para obter desconto na taxa de envio.
Após verificar tudo, clique em Aceitar e Continuar.
511
Agora vão aparecer para você os dados a serem informados no TED que você fará
para a Remessa Online. O dinheiro correspondente será enviado para um banco no
Brasil, para uma conta do site, e assim que esse dinheiro entrar, o site reconhecerá
que é referente a sua transação, e automaticamente fará o envio do dinheiro.
ATENTE para enviar exatamente o valor informado, no caso da imagem, eu

precisaria enviar exatamente R$ 1175,01. Assim a empresa saberá que é seu depósito
e já envia para a corretora.
Nesse caso, se mandar via TED, haverá a taxa do seu banco, se for o caso. Se
mandar via PIX, mais recomendável, você pode fazer uma transferência direta
usando a chave da conta da Remessa Online fornecida para você, no valor também
exato informado. Nesse caso, já evita custos.
512
No momento de registro dessa aula, o PIX ainda estava em fase inicial, e por isso
não foi incluído mais detalhes dessa transação. Numa próxima edição pode esperar
explicações com mais detalhes. De qualquer forma, solicite no e-mail de suporte da
remessa online essa opção.
remessa@remessaonline.com.br
513
Na página inicial do site, seu Dashboard, essas informações aparecerão resumidas.

Caso precise voltar a elas para saber mais informações, basta clicar.
Agora é só aguardar o prazo informado pela remessa online de alguns dias úteis e o
dinheiro estará na sua conta na corretora. Lembre-se de salvar esses dados para
posterior declaração à Receita Federal.
Limites da Remessa Online
A empresa tem alguns limites de envio, diários e anuais, para saber acesse sua
página inicial, e logo na parte superior aparecerá para você. Clique em Entenda o
seu Limite para mais informações. (A imagem a seguir é de uma conta nova, que
nunca enviou saldo)
514
Os limites atuais são R$ 75.000,00 reais no ano, e no máximo R$ 37.500,00 por dia.
Ou seja, se você mandar R$ 37.500,00 em um dia e outros 37 mil e 500 no outro,
seu limite anual terá sido atingido.
Para fazer upgrade da conta, e poder enviar mais dinheiro, se realmente necessário,
vá na opção abaixo.
Preencha seus dados conforme for sendo solicitados, de acordo com as imagens a
seguir.
515
516
Para conclusão e aprovação do cadastro completo, será preciso enviar os

documentos, como Registro de Identidade (pode ser a CNH), Comprovante de
residência atual, e precisará comprovar a renda através da Declaração do IR, e do
recibo de entrega da declaração (Ambos os documentos ficam salvos no
computador de quem fez a declaração).
517
Uma vez enviados os documentos, conclua a operação e aguarde verificação deles

por parte da empresa. Fique sempre atento ao seu e-mail.
Efetuando SAQUES Via Remessa Online
Para saques o processo não é tão simples, mas também não é nada de outro
mundo. Acesse a parte de RECEBER DINHEIRO no seu Dashboard, sua página inicial.
Em seguida escolha a moeda que será efetuado o saque. Para contas com moeda
base o USD, coloque Dólar Americano.
518
Assim que a moeda for escolhida, irá aparecer para você os dados que você precisa
informar para a sua corretora, para que ela faça a transação. Veja na imagem
abaixo.
De posse das informações acima, siga os passos a seguir na sua corretora, no caso a
IC Markets, e acesse a área de retiradas (ou Withdraws), para dar andamento ao
processo. Você precisará cadastrar um banco para essa operação, e será o banco
mostrado na parte esquerda da imagem acima. Já nas imagens abaixo é o caminho
para ir para as opções de retiradas. Você pode ir direto no Menu superior Tranfers,
519
depois clicar em Withdraws, ou pode ir direto na conta escolhida para saque, e clicar
no quadrado mais à direita, e assim escolher a opção de Wire/Bank Transfer.
Caso você ainda não tenha cadastrado os dados para essa retirada, precisa acessar
em ADD BANK DETAIL, conforme indicado na imagem. Repare que se você não
tiver conta cadastrada, na parte direita, em verde, não aparecerá nenhum dado.
520
Na página seguinte estarão as opções para você cadastrar seu banco, que não
serão os dados de sua conta corrente oficial no Brasil, mas sim os dados de uma
conta sua aberta no Remessa Online, para poder receber através da casa de
Câmbio. Essas informações ficarão salvas para futuros saques através desse meio.
Preste bastante atenção em como preencher os dados, pois há detalhes importantes

para poder ter sua transação efetuada com sucesso, sem maiores problemas.
Preciso reforçar algumas informações importantes. Repare que em Account Number

é para colocar seu código IBAN, fornecido pela Remessa Online na parte esquerda
da imagem abaixo. E esse mesmo número é para colocar em IBAN Code.
521
Repare que há dois códigos Swift, um deles é o que você vai preencher no campo
adequado na IC Markets, que é o que aparece do lado esquerdo na imagem acima.
O Código Swift do lado direito é o código do banco intermediário, a ser colocado
nas informações Adicionais.
Após ter efetuado o cadastro da sua conta, retorne para a parte de retiradas
(Withdraws) da corretora, e veja as opções que aparecem quando você seleciona
que será uma Transferência Internacional. Aparecerá a sua conta de Trading e o
saldo ao lado dela. Se desejar sacar de outra conta que possivelmente você tenha,
basta alterar nessa opção. Você verá também a sua conta cadastrada para a
retirada, que é a do Remessa Online. Ao lado, na parte verde, estarão os detalhes
522
que você informou na hora de cadastrar essa conta. Confira para verificar se estão
corretos. Por fim, digite a quantia que deseja retirar da sua conta.
Para essa transação, a Ic Markets cobra uma taxa de 20 AUDs, aproximadamente 12

USDs quando da elaboração desse livro. Esse é um motivo para pesar se vale a pena
sacar por esse meio, pois se prejudicar seus lucros, pode ser o caso de pensar em
outra forma, ou de esperar mais um pouco.
Para finalizar o processo, se for o seu primeiro saque da corretora, será preciso
enviar um documento de comprovação de titularidade da conta. Esse documento
pode ser conseguido mandando um e-mail para o suporte da Remessa Online,
informando seus dados como nome, CPF, e e-mail cadastrado. Peça pela
Declaração de Titularidade de Conta, para efetivar o saque da corretora, e eles te
enviarão rapidamente. Faça o upload conforme indicado abaixo.
523
Será aberta aquela página onde foram feitos os uploads dos documentos para
abertura de conta, como você aprendeu no capítulo anterior. Desça a página até a
524
última opção de envio de documento, onde você verá a parte de envio de BANK
STATEMENT.
Veja o andamento da Autorização na parte final da página. Aguarde a aprovação

antes de fazer a retirada.
525
Quando finalmente o dinheiro estiver disponível na sua conta da Remessa Online,

você terá as opções para transferência direto para sua conta corrente no seu banco,
e assim a transação terá sido concluída. Lembre-se de salvar essas informações, tirar
prints e salvar os registros, para posterior declaração para a Receita Federal.
NETELLER - UMA FORMA PRÁTICA E SIMPLES DE ENVIAR

E SACAR DINHEIRO DA CORRETORA
A empresa Neteller é uma carteira virtual utilizada no mundo todo. Ela disponibiliza
um meio de as pessoas poderem efetuar pagamentos online por todo o planeta.
Além disso ela é parecida com um banco, porém um banco em que você pode ter
acesso a seu capital em várias partes do mundo.
Os traders do Forex utilizam bastante esse meio para enviarem dinheiro para suas
respectivas contas de negociação nas corretoras. Atualmente praticamente toda
corretora de Forex disponibiliza para seus clientes a opção de depósito via
transferência Neteller. Basta o usuário ter uma conta na empresa, vincular essa conta
na corretora, e fazer as transferências para a corretora sem custo algum. Irei te
passar um tutorial completo para aprender a fazer todo o processo e mais: vai
aprender uma forma de conseguir comprar dólares Neteller de maneira bastante
segura.
Primeiro Passo - Abrindo uma Conta Neteller
A primeira coisa a fazer é abrir uma conta Neteller através do link:
https://www.neteller.com/pt
Na tela que será aberta, clique em "Registre-se Gratuitamente".
526
Será aberta uma página em que você precisará preencher com seus dados pessoais,
e criar uma senha. Não será permitido criar outra conta com o mesmo e-mail, por
isso certifique-se de fazer tudo certinho nesse cadastro, especialmente na hora de
escolher a moeda base da conta, explicado mais à frente. Após preencher, clique
em "Registre-se agora"
A parte inicial do processo é extremamente simples, pois assim que incluir seus
dados, criar uma senha, e clicar em Registre-se agora, você já terá sua conta na
Neteller. Mas atenção, ainda não acabou, é preciso alguns passos bem importantes
para ficar com tudo concluído. Abaixo uma imagem mostrando que a conta já está
aberta e funcionando.
527
Preste atenção que essa parte é bem importante. Você deve clicar em "Começar",
como indicado na imagem acima, e será aberta uma tela em que você precisará
escolher qual será a moeda da carteira. Antes você precisa colocar qual é seu país
de residência, e aqui pode colocar normalmente. Se é brasileiro, e mora no Brasil,
coloque Brasil.
Agora a parte mais crítica: se sua conta na corretora for em dólar, coloque o dólar
como moeda da carteira, pois aí as transferências para sua carteira virtual Neteller
não sofrerão com o câmbio que a corretora cobra, toda vez que houver um
depósito ou transferência na carteira. Se cometer o erro de deixar a moeda da
carteira diferente da moeda base da sua corretora, sempre que sacar ou enviar
dinheiro para sua conta, a Neteller usará a cotação do câmbio dela própria, e é bem
cara. Por isso, preste bem atenção aqui. Na imagem abaixo você verá como
preencher.
528
Quando você finalizar, clique em "Salvar", e você será redirecionado para uma
página de finalização de cadastro. Aqui você precisará completar seus dados, com
algumas informações mais específicas. Fique atento para preencher tudo
corretamente, em especial seu número de telefone. Ao final clique em "Continuar".
Na próxima tela aparecerá um número bem importante, o seu ID de Segurança,

com 6 dígitos. Anote e guarde bem esse número, pois ele será necessário na hora
de fazer o depósito na sua conta na corretora. Depois pode clicar em "Continuar".
Na próxima tela serão exibidos vários meios de depósitos, e você pode optar por
qualquer um deles. Aqui o problema é a taxa de câmbio cobrada pela Neteller, que
sempre é bem mais cara que a taxa real. Isso tudo além da taxa de depósito de
2,5% que a empresa cobra. Ou seja, não é muito viável. Logo mais nesse capítulo
você verá uma forma bem simples e segura de adquirir dólares Neteller.
529
A tela abaixo mostra as opções de depósito, que aparecem assim que você finaliza
o cadastro e recebe seu ID de Segurança. Agora você clica em "Conta" no canto
superior esquerdo, como indicado na imagem.
A seguinte tela aparecerá para você, e você vai reparar que o número da sua conta
Neteller aparece no lado superior direito da tela. Esse número você também anota e
guarda bem, pois ele também será necessário na hora de enviar dinheiro para a
corretora.
Nesse momento só falta uma coisa para finalizar o cadastro completo, que seria
verificar a conta. A princípio não será necessário verificar a conta nesse momento, se
usar a forma de envio que vou ensinar nesse artigo. Mas, se você desejar enviar
dinheiro direto pela plataforma da Neteller, pagando a taxa cambial deles, então
530
você precisa verificar sua conta e validá-la. Isso é necessário para poder ter seus
limites aumentados, se não ficará limitado a 100 dólares por envio.
Para validar a conta, clique em "Configurações" na coluna que fica à esquerda da

tela mostrada acima. Na página que abrir, clique em "Verificar agora".
Na tela que se abrirá, você terá a opção de validar sua conta via Facebook, que
sinceramente não sei bem como funciona. Ou pode clicar em "Não, obrigado",
como indicado na imagem, e ir para as outras opções.
Assim que você clicar, serão mostradas a você as opções disponíveis. Você pode
optar por fazer pelo aplicativo, ou enviar uma foto do seu documento de
identidade, e outra com você segurando o documento. Mas, como disse antes, se
531
optar por transferir pelos meios que ensinarei logo a seguir, não precisará confirmar,
ao menos por enquanto.
Para sair da sua conta, basta clicar no local marcado na imagem, canto superior
direito, e depois em "Sair", tudo conforme mostrado abaixo.
Para fazer login, basta acessar o site principal da Neteller, clicar em "Entrar" no canto
superior direito da tela, e colocar seu e-mail e senha criada no início do cadastro.
532
Como Enviar Dólares da Neteller para a Corretora
Antes de ensinar como adquirir dólares Neteller com segurança, primeiro vou
mostrar como fazer para enviar saldo da sua conta na Neteller, direto para sua
corretora. Farei isso pois pode ser que muitas pessoas queiram enviar dinheiro
diretamente pela Neteller, ainda que pague mais caro, visando terem segurança.
Ótimo, segurança sempre é bom, e se você fizer isso, agora é hora de enviar seu
saldo para a corretora, aprendendo nessa parte do artigo.
Primeiro você deve fazer login na sua conta de Forex. Se você estiver seguindo o
tutorial completo, e já tiver uma conta real na IC Markets, faça login através do site
principal da corretora.
Na página principal de sua conta na corretora, você tem duas opções para
depositar. Se somente houver uma conta registrada, pode fazer clicando em
"DEPOSIT" na parte superior esquerda, como indicado na imagem. Mas se tiver mais
de uma conta, vá no lado direito da respectiva conta e clique na imagem verde, vai
abrir as opções para escolher depositar.
533
Se clicar em "DEPOSIT", a página abaixo será aberta, e você deve clicar em

Neteller. Ignore a informação de que o mínimo para depósito é 200 dólares. Eu já
testei com uma outra conta nova, fiz um depósito via Neteller de apenas 10 dólares,
operei e saquei normalmente.
Após clicar na opção da Neteller, será aberto uma aba logo abaixo, onde você
deverá inserir os seguintes dados:
- Número da conta Neteller

- Número do ID de segurança Neteller
Você pode reparar que já vai vir preenchido com alguma informação, mas você
precisa apagar e colocar a correta. Assim, a corretora estará autorizada a "puxar" o
534
saldo da sua conta Neteller, para sua conta na corretora, no exato valor que você
escolher, sem custo algum.
Obviamente, se sua conta não for Metatrader, escolha o tipo de conta

correspondente. Eu recomento você usar essa plataforma, como ensinei no capítulo
de como abrir a conta. Há bastante material para o Metatrader, mais do que para as
outras plataformas, por exemplo muito mais EA’s.
Após preencher os dados, e colocar o valor, clique em "PROCEED". Geralmente não

demora muito para o valor ser transferido, é praticamente instantâneo. Somente se
houver algum problema não especificado pode atrasar, mas não é comum isso
acontecer.
Como Efetuar Saques para a sua Conta Neteller
Para sacar o procedimento é bem parecido, porém o tempo que leva para a
operação ser concluída é maior do que para depositar. Pois a corretora precisa
processar a ordem, e ela tem um período no dia em que faz isso. Se você solicitar
dentro do horário limite, então terá a ordem de saque executada rapidamente. Caso
contrário, leva em torno de 1 dia para a ordem ser processada. Na IC Markets, se
você pedir até às 22:00, horário de Brasília, então você receberá no dia seguinte,
logo cedo estará na sua conta. Se fizer na sexta-feira, receberá na segunda da outra
semana.
Passe o mouse em "Transfer" na aba superior, como indicado na imagem, e em

seguida clique em "Withdraw Funds".
535
Na página que irá abrir, você perceberá que já estará preenchido o número da sua
conta Neteller, e o número da sua conta na corretora. Basta então você escolher a
quantia que deseja sacar, colocar no campo indicado, e depois clicar em "SUBMIT".
Para acompanhar o processamento da sua ordem, basta rolar para baixo a tela de
saque, a que você está, e verá que fica uma lista de suas ordens pendentes,
canceladas, e executadas, como mostro na imagem abaixo.
536
Agora basta aguardar a confirmação, que será enviada para seu e-mail assim que o
saque for aprovado, e o dinheiro estiver à disposição na sua conta Neteller.
Você precisa ficar craque nessa questão de depósito e saque, pois como eu ensino,
não se deve deixar muito dinheiro na corretora, somente o suficiente para umas
poucas operações. Por isso mesmo, se o saldo da conta baixar, é preciso fazer
aportes. Já se você obtiver lucros, faça saques regulares. Não deixe dinheiro
"voando" na corretora. Nunca se sabe o que pode acontecer. Além disso, se seu
capital for maior, deixe a maior parte dele em investimentos mais seguros no seu
país de origem.
Como Comprar Dólares Neteller com Segurança
Bom, se você optou por não verificar a conta agora, ou mesmo já verificou, mas se
interessou pelo método que falei, então fique atento aos próximos parágrafos.
Na Neteller é comum haver muitas transferências de saldo, esse é um excelente

meio de você conseguir saldo para sua carteira virtual, sem precisar pagar os
absurdos cobrados pela Neteller. Basta achar alguém que tenha saldo na carteira,
negociar um valor adequado, e próximo da real cotação da moeda, o dólar/real por
exemplo, e fazer a compra. Você envia o valor combinado para a conta da pessoa e
ela te envia o saldo Neteller. O grande problema é justamente aí: onde achar
alguém de confiança para fazer essa transação?
Uma questão amplamente complicada por quem teme usar a Neteller são os
inúmeros golpistas que oferecem dólares na internet. Esse pessoal entra em contato
com a vítima, oferece o serviço e diz que vai enviar os dólares para sua conta.
Porém é dito que a transferência só será feita assim que a vítima depositar o todo
537
ou parte do valor combinado para a transação. Daí o golpista some com o dinheiro,
e a vítima fica sem nada. Muita gente já passou por isso, infelizmente.
Pois bem, uma boa solução para esse problema é encontrar sites intermediários.
São sites que fazem um cadastro de todos os vendedores que manifestarem
interesse, e para isso fazem uma forte verificação das credenciais desse possível
vendedor. Se for uma pessoa de confiança, ela será autorizada a oferecer dólares
Neteller em seus sites.
Você, comprador, só precisa fazer o cadastro nesse site intermediário, procurar os

vendedores em uma lista disponibilizada na própria página, escolher o que melhor
lhe atenda, em relação a valor disponível à venda e cotação, e efetuar a compra.
A grande sacada desses sites é fazer o seguinte: primeiro você envia um dinheiro
para o site, ficando com "saldo". Daí você faz o pedido de compra clicando no
vendedor que você escolheu e confirmando a transação. Nesse momento o site
segura o dinheiro, e vai informar o vendedor para enviar o saldo que você adquiriu
para sua carteira virtual Neteller. Assim que o vendedor enviar o dinheiro para você,
e estiver confirmado o recebimento, somente aí é que o site libera o dinheiro para o
vendedor.
O site atua como um "Mercado Pago" nessas transações. Se o vendedor não enviar
a tempo, o saldo inicial da transação é devolvido para você, ficando à sua
disposição para efetuar a compra com outro vendedor. Dessa forma evita-se confiar
em uma pessoa totalmente desconhecida.
Eu sei que você deve estar perguntando: "E como confiar no site?!" Bom, é aí que
entra aquela pesquisa que você pode fazer na internet, em sites como o Reclame
Aqui, ou outros meios de consulta. Pode até pesquisar no Google à procura de
indícios de fraude. Você também pode receber recomendações de sites seguros
que fazem esse sistema de transação.
Qual Empresa Utilizar
Eu, particularmente, utilizo o site mr. money Brasil. Já fiz várias transações através de
lá tranquilamente. Primeiro eu enviei dinheiro, ficando com saldo positivo no site,
depois escolhi os vendedores que mais se encaixavam ao que eu desejava, podendo
escolher entre o valor que eu queria e a melhor cotação disponível. Consegui
sempre comprar pela cotação praticamente igual a real cotação do mercado.
Abrindo a Conta no Site
538
Caso você deseje fazer transações pelo site que falei, siga os passos explicados no
link logo abaixo. Se desejar, faça um teste com pouco dinheiro, e vá sentindo
confiança. Nunca, nunca queira adquirir uma grande quantidade de dólares de uma
vez só, pois não é necessário depositar muito dinheiro na corretora de Forex para
operar, ainda que você tenha um grande capital.
Acesse o link a seguir para efetuar o cadastro:

https://www.mistermoneybrasil.com/pt/MMB913981
IMPORTANTE
Use o mesmo e-mail que utilizou no cadastro da Neteller. Pois é com base nele que
os valores adquiridos serão enviados para sua carteira. Certifique-se de estar
digitando corretamente.
Um tutorial completo de como efetuar compras e vendas na plataforma

recomendada pode ser encontrado no site oficial do livro, no link abaixo.
https://bit.ly/3neB7PK
IMPORTANTE
Em qualquer caso de envio de dinheiro para o exterior, especialmente para valores

altos, é necessário informar tudo corretamente para a Receita Federal, e aí não
haverá problema nenhum. Uma informação importante é a de que só há a
necessidade de pagar imposto de renda se você tiver lucros, e se suas negociações
em cada mês superarem 35 mil reais.
O programa para isso é o GCAP, disponível para download no próprio site da RFB.
Ainda que você envie por bancos ou casas de câmbio, essa informação para a
Receita Federal é necessária. Então, independente da forma de envio, você tem que
declarar tudo em detalhes.
Enviar dinheiro por carteiras virtuais não é ilegal. Porém, de fato, gera uma
complexidade maior na hora de informar para a Receita. Por esse motivo, só é
recomendada para valores pequenos. Valores maiores, faça por outros meios, e
assim ficará mais simples o processo de informação de envio e saque.
CONCLUSÃO
Operar no Forex tem inúmeras vantagens, mas certamente uma desvantagem é o

envio de dinheiro para a corretora, já que ela fica sempre em outros países. Nesse
539
caso o processo é mais complicado do que enviar dinheiro para corretoras no Brasil
e operar na bolsa de São Paulo, a Bovespa. Ainda assim as vantagens do Forex são
inúmeras em relação a nossa B3.
Apesar de ser um processo complicado o envio de dinheiro para fora do país, com
o advento da internet e as inúmeras facilidades que foram criadas na última década,
essa tarefa ficou incrivelmente mais fácil. E nesse tutorial você teve uma orientação
completa para fazer esse envio de uma forma segura e tranquila, podendo agora
operar com conta real no mercado Forex. Isso claro, se você já entende todos os
riscos envolvidos e também já passou por todas as fases necessárias para ter
sucesso nesse mercado.
540

CAPÍTULO 20
USANDO A PLATAFORMA
541
CAPÍTULO 20 - USANDO A PLATAFORMA
COMO TUDO COMEÇOU
Para que o trader possa fazer suas operações no mercado, ele precisa de um tipo
de programa específico para essa atividade. Vários anos atrás essa atividade de
comprar e vender era feita via telefone, quando o investidor ligava para seu corretor
e o informava de seu desejo de adquirir ou de se desfazer de seus papéis na bolsa
de valores. Esse personagem na história é o “broker”, a pessoa responsável na
corretora que tinha o acesso direto ao mercado e poderia negociar ações. Os
investidores sozinhos não tinham a permissão de comprar ou vender diretamente,
era necessário o broker para isso.
Com a evolução dos sistemas digitais, surgiram plataformas onde era possível não
só ver as cotações de inúmeros instrumentos financeiros, mas também executar
ordens no mercado. Essas operações eram enviadas para a corretora, que as
recebia e executava dentro do mercado, chamado mercado de balcão. Com a
facilidade de acesso a computadores nos lares das pessoas na década de 90, essas
plataformas receberam o nome de “Home Brokers”, algo como corretores em
domicílio. Era como se o investidor tivesse sempre a seu dispor aquela pessoa que
outrora era a responsável por receber suas ordens, só que essa pessoa agora era a
plataforma.
542
O Home broker é, portanto, um programa de sistema computacional que recebe as

ordens do cliente investidor, e envia para a corretora poder efetuar essa negociação
no mercado. E mais recentemente, na última década, com a popularização dos
smartphones, hoje temos diversas plataformas na palma da mão. Não sei se
pretendem mudar o nome, mas agora poderíamos chamar, quem sabe, de “Hand
Broker”, ou Broker de Mão, ou Portátil. Acho que posso tentar patentear.
PLATAFORMAS EXISTENTES
Para o mercado Forex, operado através de Traders de Varejo, existem algumas

plataformas mais comuns, entre elas posso citar o Metatrader e o CTrader. Esse livro
irá focar no Metatrader, que é a plataforma mais utilizada nos dias de hoje. Nesse
capítulo você terá uma visão geral de como baixar, instalar e utilizar esse programa,
para pôr em prática tudo o que aprendeu no seu estudo.
Metatrader
A plataforma Metatrader é um programa de propriedade da empresa Metaquotes,

responsável pelo recebimento dos dados dos preços de diversos ativos por uma
corretora, e publicação dessas cotações em seu programa, através de gráficos e
uma série de outras informações. A corretora precisa adquirir com a empresa
Metaquotes o acesso à plataforma para poder disponibilizar a seus clientes. No caso
do mercado de câmbio, temos a facilidade de não precisarmos pagar nada para
usarmos o Metatrader, pois as corretoras se encarregam dessa parte. Em mercados
nacionais, é comum as empresas cobrarem uma mensalidade, ou um pacote a seus
clientes, para poderem usufruir do benefício.
O Metatrader atualmente está na versão 5, mas a anterior, a versão 4, ainda é

bastante utilizada pelos traders de Varejo. As diferenças de uma para outra, a título
prático, são bem pequenas. Porém em questões de segurança, rapidez da
informação, e principalmente funções disponíveis a programação e desenvolvimento
de Expert Advisors a versão 5 veio com mais qualidades. Uma desvantagem do
Metatrader mais recente é que ele é pesado, ou seja, exige um processamento mais
intenso e usa muita memória da máquina, causando lentidão em computadores e
smartphones menos potentes. Mas ainda assim é uma excelente ferramenta e veio
para ficar.
Aqui no livro, a maioria das informações que forem ensinadas para a versão 5
servem para o Metatrader 4 tranquilamente. Nessa aula não vou passar
conhecimentos aprofundados no programa, já que o foco aqui é te deixar
543
preparado para operar, e não para programar ou algo mais a fundo no sistema.
Mas te passarei o que é mais importante para abrir e fechar ordens como um
profissional.
Baixando a Plataforma
A primeira coisa para poder usar a programa é ter uma conta, e para isso o capítulo
específico foi bem completo. Se ainda não tem uma conta, nem adianta baixar a
plataforma. Volte à aula correspondente e abra um cadastro na corretora
recomendada, nem que seja para abrir uma conta demo. Sem a conta, nem ao
menos a demo, não será possível usar o Metatrader ou qualquer outra plataforma.
Você pode abrir como foi ensinado no capítulo do assunto, e escolher, por exemplo,
as seguintes características para a sua conta.
Repare que quando eu criar a conta, ela aparecerá na minha lista de contas demo
abertas. A que eu abri acima, como é Metatrader 5, aparecerá como MT5. Fique
atento a seu e-mail, pois as informações de Login, Senha e Servidor serão enviadas
para lá.
544
Acesse a página inicial de seu escritório do cliente no site da IC Markets, e vá em

Trading Tools, em seguida clique em Downloads.
Escolha a plataforma da sua conta, não pode ser outra. Ou seja, se criou uma conta
MT5 (Metatrader 5), não baixe o MT4, e vice-versa. Clique para fazer o download.
Faça a instalação normalmente do arquivo que for baixado no seu computador.

Assim que tudo for instalado, a página do MT5 que será aberta será a seguinte.
545
Pode fechar a janela menor, que aparece ao centro, pois você já abriu a sua conta.
No menu Arquivo, submenu Login da Conta de Negociação, você poderá incluir as

informações enviadas para seu e-mail, para poder acessar sua conta.
546
Quando o login tiver sido feito, você ouvirá um barulho de conexão. Lá na parte
inferior direita será possível ver alguns números. Se forem diferentes de zero, e com
um símbolo azul e verde, então significa que você está logado na conta.
Você saberá se a conexão foi realizada olhando para o canto inferior direito da sua
tela. Ali fica a informação dos dados recebidos ao logar na sua conta. Se o login não
tiver sido realizado, ficará a informação de "Sem Conexão". Verifique se não foi
alguma informação errada que você incluiu, como alguma letra diferente na senha,
ou um número diferente na conta, ou ainda, e isso acontece muito, veja se não
escolheu o servidor errado.
Você pode maximizar um dos gráficos que aparecem na sua tela. Algumas
informações importantes que já aparecem para você na parte superior da janela são
o número da conta que você está logado e se é demo ou real. Também aparece se
é uma conta tipo “Hedge” ou “Netting”. Hedge é a conta em que a corretora permite
abrir ordens inversas, sem que uma anule a outra. Não que isso seja uma prática
547
boa, mas é permitida. Nesse tipo de conta também é possível abrir duas ordens na
mesma direção, por exemplo duas compras, em preços diferentes, sem que a
plataforma entenda como junção de ordens, e acabe fazendo preço médio.
Na conta tipo Netting é justamente o oposto. Se abrir uma ordem de compra de

por exemplo 0.05 de lote, e abrir uma ordem de venda com o mesmo volume, a
ordem de compra será encerrada, não ficará nada aberto. Se fizer uma compra por
exemplo no EURUSD em 1.21000 e depois o preço cair e fizer outra compra em
1.20000, ambas com o mesmo lote, então você terá apenas uma ordem aberta, no
preço de 1.21500, com o dobro do lote, isto é, terá um preço médio em 1.21500 com
a soma dos lotes abertos nas duas ordens. Nessa conta Netting, justamente por esse
mecanismo, não é possível fazer Hedging, algo que não é recomendado para o
trading.
As contas por padrão na IC Markets são do tipo Hedge, mas você pode optar por
outra, bastando enviar um e-mail para o suporte.
Na lateral da janela do Metatrader é possível ver o “Observatório de Mercado”, uma

janela menor onde ficam as cotações dos ativos. Repare que haverá apenas 4, mas
você pode incluir mais em “Click to add”, ou ainda usar o atalho CTRL+U e procurar
em uma lista de ativos aqueles que a sua corretora disponibiliza para você operar
através de CFD.
548
Você pode clicar com o botão direito do mouse

sobre o ativo no lado esquerdo e escolher Abrir a
Janela do Gráfico, para poder visualizá-lo da forma
convencional, através de um gráfico cartesiano de
variação de preço no tempo, como estudado nesse
livro.
Com o gráfico aberto, é possível alterar o esquema

de cores através do seguinte passo a passo. Clique
com o botão direito do mouse sobre qualquer lugar
do gráfico, e vá em propriedades, o último item do
menu que abrir.
549
Na aba “Cores”, você pode

escolher, por exemplo, o
esquema de cores Preto no
Branco, ou Black on White. Basta
clicar conforme a imagem
abaixo. Pode também alterar as
cores conforme seu gosto. Eu
tenho o hábito de esconder a
grade, então coloco em White.
O conjunto de características que você escolher para visualizar, seja em cores ou

mesmo a forma como você deixar seu gráfico, esse será o Template, e que pode ser
salvo para uso futuro.
Barras de Ferramentas e Botões
Vamos explorar um pouco as opções que o Metatrader nos oferece através das
barras de ferramentas. Na imagem abaixo você vê quais as barras disponíveis. É
possível acessá-las através do menu Exibir > Barra de Ferramentas.
550
Originalmente o Metatrader 5 não coloca a barra de ferramentas dos Time Frames,

você terá que inclui-la manualmente se quiser ter a opção de mudar rapidamente
entre períodos gráficos. No menu superior Exibir > Barra de Ferramentas >
Timeframes, conforme imagem abaixo.
A barra que irá aparecer será igual a essa aqui.
551
Na barra acima você poderá navegar entre um e outro Time Frame, de acordo com
sua estratégia de visualização do mercado, como aprendido nesse livro.
Particularmente eu deixo todos os ativos na minha plataforma no gráfico principal e
mais importante, o gráfico Diário.
Na barra de ferramentas padrão, uma alteração que eu faço antes de salvar o

Template, é desmarcar o botão do gráfico com a seta verde, para poder manter o
gráfico parado, e não se mover a cada nova vela; também deixo ativo o botão com
uma seta azul, para gerar um pequeno afastamento do gráfico na borda direita. Isso
ajuda bastante na visualização. Esses botões são os da imagem abaixo.
Após concluídas essas alterações, eu recomendo que você salve o Template, que
nada mais é do que manter guardadas as configurações que você escolheu, como
cores, e essas alterações do gráfico. Para isso, basta clicar com o botão direito em
qualquer lugar no gráfico, e ir em Templates > Salvar Template.
Escolha um nome simples para seu Template básico, e salve. Será a partir dele que
você colocará os outros gráficos e ativos.
552
Quando você abrir algum gráfico, você poderá usar as características já predefinidas
por você, sem precisar fazer todo o processo novamente. Baste clicar com o botão
direito do mouse em qualquer lugar do gráfico, ir em Templates e escolher o que
você salvou, como na imagem abaixo.
Após a alteração do Template, o gráfico acima ficará como esse que segue. Na
imagem abaixo, eu manualmente alterei o Time Frame de H1 para o gráfico D1.
Infelizmente esse detalhe não fica salvo no Template.
553
Ainda na barra de ferramentas padrão você pode aumentar ou diminuir o zoom do

gráfico o quanto achar interessante. O zoom é diminuído para se ter uma visão
maior do mercado, e é aumentado para ver os detalhes. Se diminuir muito o zoom,
perderá qualidade, então é melhor amentar o time frame para ver períodos mais
antigos. E se quiser aumentar muito o zoom, ainda assim não será possível ver os
movimentos intradia, só se mudar de tempo gráfico para um menor como horas ou
minutos. Os botões para essa função são os da imagem abaixo. Essa função
também pode ser acessada através do comando de segurar a tecla CTRL e girar o
scroll do mouse, ou se apertar as teclas de atalho “+” e “-“.
Além da barra de ferramentas padrão, há também a de Estudos de Linha, onde é

possível traçar suportes, resistência, linhas de tendência, canais equidistantes,
Fibonacci, entre outros. Essa barra é customizável, basta clicar com o botão direito
do mouse e ir em Personalizar.
554
Na janela que abrir é possível incluir outras ferramentas nessa barra. Eu, por
exemplo, uso bastante a de traçar retângulos. Pois como você aprendeu, zonas de
suporte e resistência não são linhas exatas, mas sim regiões, compreendidas entre
dois valores. Então eu uso bastante o retângulo para traçar essa zona de S/R.
Selecione a ferramenta desejada no lado esquerdo e clique em Inserir ->, para que
ela passe a aparecer na sua barra de Estudos de Linha de fácil acesso no gráfico.
Veja como aparecerá na barra a partir de agora. Será assim para qualquer
ferramenta que você desejar inserir, ou mesmo retirar alguma que não use muito.
Todas essas funções podem ser incluídas através do menu superior Inserir, porém
555
na Barra de Ferramentas fica mais fácil, pois basta apenas um clique e já está na sua
mão.
Outras partes presentes na barra de ferramentas padrão são os botões de alterar

entre tipos de gráficos, por exemplo sair do gráfico de candles e ir para o gráfico de
linha, ou mesmo o gráfico de barras.
Há também o botão Nova Ordem para poder abrir suas operações, como você
aprenderá ainda nesse capítulo.
Para usar Exterts Advisors (EA’s), os famosos robôs, é preciso ativar a opção de
Algotrading, também presente na barra de ferramentas padrão. Abaixo um exemplo
dessa função desligada (à esq.) e em funcionamento (à dir.).
Menus e Submenus
Como você viu, muitas funções mais utilizadas podem ser colocadas nas barras de
ferramentas, para facilitar o acesso, mas há um caminho para esses e outros
instrumentos dentro dos menus do site. Vamos verificar as principais funções nesses
locais.
Começando pelo menu Arquivo, você pode acessar, por exemplo, um novo gráfico,
da mesma forma que mostrei ao fazer no Observatório de Mercado. Também é
possível fazer login em outra conta através desse menu na opção Login da Conta de
Negociação. E uma das funções bem importantes nesse menu é aquela que abre
556
diretamente a pasta de dados do Metatrader. Para incluir Templates, indicadores e

EA’s externos, por exemplo, é necessário seguir o seguinte caminho.
Será aberto a janela de seu sistema operacional

para acessar as pastas que permitem você
adicionar mais ferramentas ao seu Metatrader.
Entrando na Pasta MQL5 (ou MQL4 no MT4) você
poderá acessar a pasta Experts para os EA’s
externos que quiser incluir na sua plataforma;
também poderá entrar na pasta Indicators, e lá
poderá colocar novos indicadores que não tenham
originalmente no Metatrader; e caso queira um
Template feito e organizado por outra pessoa,
basta colocar o arquivo específico dentro da pasta
Profiles > Templates.
Qualquer arquivo que quiser incluir, desde um simples Template até um Expert
Advisor, será preciso copiar o arquivo desejado e colar dentro da pasta
correspondente. Essas 3 pastas que mostrei são as mais utilizadas por traders ao
redor do mundo.
557
No Menu Exibir é onde se encontra a opção de inclusão das barras de ferramentas

mostradas anteriormente, além de outros importantes acessos. Na imagem abaixo é
possível ver algumas janelas com seus respectivos atalhos ao lado. Em Ativos (CTRL
+U) é aberta a janela que você viu um pouco antes aqui nesse capítulo, onde é
possível saber todos os ativos fornecidos através de CFDs pela sua corretora.
Um pouco mais abaixo vemos uma lista de submenus importantes.
558
Observação do Mercado (CTRL + M): Abre a janela do lado direito com as cotações
de todos os ativos selecionados para aparecerem. Um pouco antes você já viu sobre
esse submenu.
Janela de Dados (CTRL + D): Essa janela abre algumas informações do ativo que
está à frente na tela, como por exemplo máxima, mínima, abertura, fechamento,
Volume, entre outros.
Navegador (CTRL + N): Não é um Google Chrome para navegar na internet (rsrs),
mas sim uma janela também na parte esquerda onde será possível navegar por
exemplo entre os indicadores, Expert Advisors, contas, etc.
Caixa de Ferramentas (CTRL + T): Essa janela é a que mostra o saldo, capital líquido,
margem, histórico, exposição, e principalmente as ordens em andamento, entre
várias outras informações. Ela aparece na parte de baixo da plataforma.
Testador de Estratégias (CTRL + R): Nessa janela, que também aparece na parte de
baixo do Metatrader, é onde é possível fazer testes em EA’s que operam como
robôs de investimento. Traders utilizam essa ferramenta para verificar se uma
estratégia foi lucrativa no passado, e várias outras estatísticas do setup. É o Backteste
que você estudou na aula sobre o assunto, porém um backteste feito de forma
mecânica, sem a discricionariedade do trader decidindo ou não entrar nas
operações. Aqui o trader já tem os critérios pré configurados da estratégia,
extremamente objetivos e puramente matemáticos, e executa os Expert Advisors
para testar o modelo de seu sistema no passado.
No Menu Inserir podemos escolher entre os indicadores disponibilizados pela

plataforma, ou outros que porventura adicionarmos através da pasta de dados,
como mostrado. Também é possível incluir os objetos como Linhas de
Suporte/Resistência, e figuras como retângulo e triângulo. Há ainda a possibilidade
de colocar ferramentas de Fibonacci e Elliot através das opções desse submenu
Objetos.
559
Várias das opções dentro do menu Gráficos estão disponíveis nas barras de
ferramentas da janela principal. Aqui é só um caminho alternativo.
560
No menu Ferramentas, além da

opção de abrir uma Nova Ordem
(F9), a parte que mais se destaca aqui
são as Opções, ou CTRL + O. Nesse
submenu é onde podemos fazer
diversas escolhas importantes.
Na janela que se abre ao selecionar o submenu Opções, posso destacar, por

exemplo, a aba Expert Advisors. Caso você vá utilizar algum EA de fora, não original
do Metatrader, você precisará marcar a opção Permitir DLL Externo, conforme
imagem abaixo.
561
Outra opção que gosto de utilizar é a retirada dos sons originais do Metatrader para
ligar, desligar, abrir, alterar e fechar ordens, ou recebimento de notificações (coisa
chata, viu?!). Basta desmarcar a opção de Ativar eventos sonoros. Repare que é
possível configurar outros tipos de sons para cada função ali prevista.
Na aba Gráficos, entre outras funções, posso destacar a opção de Mostrar níveis de
negociação. Ao desmarcar essa caixa, você não verá os pontos de entrada das
562
ordens, nem de stop ou take. Muita gente pergunta por que essas linhas não
aparecem no gráfico, e na maioria das vezes é porque essa caixa está desmarcada.
Mais uma aba importante, é a de Negociação. Aqui é possível desativar a opção de

Negociar a um clique. Eu sempre defendo que tudo relacionado ao operacional se
faça com confirmação, nunca faça nada diretamente. Por exemplo, não opere a
mercado, logo, não queira ter à disposição a opção de com um clique você já estar
dentro de um trade. Fique ciente do quanto isso é perigoso para seu operacional,
disciplina e principalmente, perigosíssimo para seu gerenciamento. Um erro nesse
quesito pode levar embora todo o seu dinheiro. O mesmo eu digo em relação a
fechar e alterar ordens. Tudo, tudo com confirmação. Nada de querer ficar
facilitando algo onde é extremamente importante ter o máximo de cuidado possível,
e acabar correndo o risco de operar freneticamente, suscetível a erros bobos, que
minam seu sucesso.
563
Na aba Servidor é onde podemos mudar a senha de acesso à plataforma, e também

a senha de investidor, aquela que outras pessoas podem ter para apenas visualizar
as operações e desempenho, sem nunca poder operar de nenhuma maneira.
564
Para alterar a senha de investidor, clique no botão Mudar, e será aberta a caixa logo
abaixo. Após finalizar o processo, clique em OK.
Por fim, no menu Janela é possível selecionar o

modo de visualização dos gráficos, para, por
exemplo, ficar com mais de um à vista.
Abrindo, Fechando e Alterando Ordens
Passarei a ensinar o caminho para poder abrir suas negociações como um

profissional, com a segurança devida, e da forma correta ao trading de sucesso,
tudo utilizando a plataforma Metatrader.
Após identificar seu setup configurado no gráfico, se encaixando exatamente

conforme seu plano, a primeira coisa é clicar no botão abaixo, localizado na barra
de ferramentas padrão. Ou você pode fazer através do caminho Ferramentas >
565
Nova Ordem, ou ainda através do atalho no teclado F9. Assim, a caixa de

negociação será aberta da seguinte forma.
Na primeira vez que a janela acima for aberta, ela será mostrada com os botões de
vender e comprar apagados, pois as informações de Volume ainda não foram
preenchidas. Uma vez aberta qualquer operação, se lá na aba Negociação, do
submenu Opções, no menu Ferramentas estiver marcado como na imagem um
pouco mais acima, isto é, o Lote a ser usado ser o último negociado, então todas as
vezes que for abrir um novo trade, o último lote utilizado na operação irá aparecer
aqui. Muito cuidado com isso, para que não erre o lote. Sempre é preciso verificar o
volume na hora de entrar em uma operação. E se você opera com lote fixo, é sinal
que NÃO estudou corretamente a parte inteira de gerenciamento de risco, e não
deveria estar estudando essa aula ainda. Seja disciplinado, estude todo o livro
corretamente, especialmente a parte de gestão do risco, para ser um trader em nível
profissional.
Uma vez digitado o lote as opções de comprar ou vender já ficarão ativas para
serem clicadas. Mas... você como bom trader disciplinado já sabe que não será
nesses botões que irá negociar. Eles estão ali para enganar os traders desavisados,
que decidiram operar a mercado. A esse ponto do seu estudo você já sabe que
operadores de trading profissionais não operam ‘na mão’, nós usamos ordens
pendentes.
566
Para usar esse tipo de ordem pendente, você precisa ir até a opção de Tipo, e
alterar de Execução de Mercado, para colocar Ordem Pendente, conforme imagem a
seguir.
Com isso será aberto uma janela alternativa, que é a janela certa para você
posicionar suas ordens. ATENTE para a informação do par operado na primeira
opção, logo acima. Pode acontecer de você abrir a janela de negociação, e mudar a
janela do par, sem que com isso o ativo da janela de ordem seja atualizado. O risco
é abrir um trade no par que você não quer. Portanto, ATENÇÃO!!
567
É na janela da imagem acima que você colocará os parâmetros de seu trade, como
entrada, stop, e take profit, além, claro, do tipo da ordem, venda ou compra, e do
lote escolhido de acordo com seu risco pré definido. Após incluir e revisar os
valores, clique em Colocar. Irá aparecer um resumo com os parâmetros. Confira e
clique em Ok.
Você poderá ver que as linhas referente a seus parâmetros aparecerão no gráfico
do ativo correspondente. A entrada é padrão ficar de verde, e o stop e take de
vermelho. Na linha de entrada aparece a informação do Tipo da ordem, Lote e
Preço, repare: SELL LIMIT, 0.01 at 104.000.
568
A título de revisão, lembre-se que nesse caso uma venda só será ativada se o preço
inicialmente subir e alcançar o preço colocado como de entrada na operação. Se o
preço cair sem alcançar o ponto definido, a ordem não será aberta.
E se subir e continuar subindo firme, o stop ali em cima pode ser atingido, o que é
perfeitamente normal.
Vamos agora ver um exemplo de Sell Stop, que é a ordem que colocamos quando
queremos que o preço já caia logo, no sentido de não esperar uma subida inicial.
Repare na janela abaixo que em Tipo eu coloquei Sell Stop. E que agora o preço de
entrada está abaixo do preço atual.
569
Quando eu coloco essa ordem, veja como aparecem as linhas no gráfico. A linha de
entrada está abaixo do preço do USDJPY naquele momento, e a ordem só será
aberta se a cotação do par cair e alcançar o valor da minha entrada. No caso de o
preço subir direto, então minha ordem permanece pendente, sem que eu esteja
ganhando ou perdendo nada.
DETALHE IMPORTANTE: Não pagamos nada para a corretora por posicionar ordens
pendentes. Só há custos se entrarmos na operação.
*Repare que usei o lote 0.02 para poder mostrar o exemplo a seguir
Caso eu perceba que errei alguma coisa referente ao posicionamento do stop, ou

mesmo em relação à entrada, mas que com isso meu stop teria um tamanho
diferente, então é obrigatório ajustar o volume/lote da negociação, para que o risco
seja o mesmo, como você aprendeu em Position Sizing. E para isso é preciso retirar
a ordem e colocar outra.
Supondo eu que quisesse na verdade ter colocado um Sell Stop abaixo do último
penúltimo candle, mas mantendo o stop loss no mesmo preço, isso aumentaria o
tamanho do SL, e eu deveria mudar o lote. Assim, eu RETIRO a ordem pendente
atual, e coloco outra. Os novos dados seriam colocados como na imagem abaixo.
570
Veja na imagem acima como o tamanho do meu stop aumentou. Você vê ali que eu
diminui o lote para 0.01, para mostrar que ao aumentar o stop loss, o lote precisa
ser reduzido. Não fiz o cálculo do risco exato, pois aqui o importante é você
aprender a questão do Position Sizing na prática.
Aumentou o tamanho do stop Reduz o tamanho do lote

Diminuiu o tamanho do stop Aumenta o tamanho do lote
TUDO PROPORCIONALMENTE!
Repare também como o tamanho de meu stop ficou maior que meu take profit. Isso
estaria me dando uma RR inferior a 1:1, ou seja, como costumamos chamar no meio
571
do trading, uma RR negativa. Logo, em um caso como esse, eu posso querer

aumentar meu Take Profit, ou reduzir meu Stop Loss, e para isso precisarei fazer
uma mudança nos meus parâmetros.
Se decidir alterar a ordem colocada, podemos fazer isso acessando a negociação

pendente na janela do Terminal. Lembre-se que é lá que ficam todos os trades
abertos ou a abrir; eles aparecerão na aba Negociação. O Terminal pode ser ativado
através do comando CTRL + T, ou em Exibir > Terminal.
Para fazer alterações no stop ou no take, eu posso clicar com o botão direito do
mouse em cima da linha da ordem e depois em Modificar, ou posso simplesmente
dar dois cliques em cima dos valores de S/L (104.100) ou T/P (102.600). Será aberta
uma janela onde poderei alterar esses parâmetros, e assim ajustar minha RR. Após
revisar minha mudança, basta clicar em modificar.
572
Uma vez que a ordem esteja aberta, o procedimento para fazer alterações é o
mesmo, porém não será mais possível mudar a entrada, nem o lote. Para isso,
somente uma outra negociação, e sem poder retirar a que está em andamento, a
não ser com o prejuízo ou lucro do momento.
Explicando melhor, caso um trade esteja aberto e você perceba que errou o lote,
então para conseguir uma operação com o volume correto, será preciso abrir outra
ordem. Porém... essa ordem anterior não será cancelada. Se quiser encerrar a
negociação que abriu com o lote errado, precisará aceitar o prejuízo, ou realizar o
lucro que estiver acontecendo no momento. Não tem saída, uma vez com o trade
aberto, já era!
Por isso a importância de usar sempre ordens pendentes, para poder revisar tudo
direitinho, e se ainda assim houver erros, dar tempo de alterar. Você não tem ideia a
quantidade de erros que cometerá se decidir abrir ordens com execução a
mercado. Basta 1 erro no lote, e sua conta pode ir para o saco! Imagine colocando
5.00 em vez de 0.05, até que perceba, pode perder muito dinheiro. Não se engane,
dependendo do saldo e da alavancagem, isso é plenamente possível de acontecer.
Clicando com o botão direito do mouse no terminal é possível também incluir

colunas que não estejam aparecendo, como por exemplo Permanência (Swap) e
Comissão. Também poderá alterar a forma como o lucro é mostrado, se em pontos
ou na moeda base. Mas a essa altura você já sabe que não deve calcular seus
resultados em pontos, não é mesmo. Nem deve contar em pips, se isso talvez
passou pela sua cabeça. O certo é contar em dinheiro, e na proporção desse
resultado em relação a seu patrimônio.
573
Para fechar uma ordem aberta, basta dar dois cliques na linha da negociação, e na
janela que se abrir você pode clicar em Fechada..., que é o botão que fica abaixo
das opções de vender e comprar a mercado. Repare como ficam próximos esses
botões, portanto cuidado.
574
De qualquer forma, fechar uma operação dessa forma é fazer também a mercado!
Sim, para encerrar suas ordens é ideal que você deixe o mercado te tirar da
operação, seja no seu stop loss, ou no take profit, ou ainda no Stop Gain, quando
seu stop estiver na região de lucros, protegendo sua operação. Evite o hábito ruim
de trading de fechar suas operações ‘na mão’, pois os mesmos perigos psicológicos
que rondam a execução a mercado na hora de abrir um trade, também estão na
hora de encerrar as posições.
Talvez você tenha percebido que até aqui é tudo muito fácil para operar a mercado,
ou para abrir ordens cometendo erros, sem poder alterá-los depois; ou ainda, para
poder fazer alterações e fechamentos tudo com a famosa ‘negociação a um clique’.
Entenda que é assim que o sistema funciona. Todas as corretoras disponibilizam
tudo mais fácil para você operar muito e a mercado, de preferência com lotes cada
vez mais altos. Infelizmente todas elas estimulam hábitos ruins de trading, como os
que citei até aqui nesse livro. Pois quanto mais houver operações, mais elas ganham
com comissões e taxas.
Coincidência? Deixarei você especular ( :P )
Existem empresas que fazem pior, oferecem bônus para seus clientes começarem, e
exigem que eles operem de uma forma totalmente contra os princípios. Para
poderem ter o direito de sacar o “presente”, precisam operar muito, várias vezes ao
dia, usando lotes desproporcionais ao capital, e só retiram o dinheiro se dobrarem a
conta. Se o trader conseguir, ele estará com a mentalidade completamente
corrompida, acreditará que poderá fazer o mesmo com seu próprio capital, enviará
dinheiro pessoal para a corretora, e como vai operar habituado ao que fez com o
bônus, inevitavelmente perderá tudo o que enviou. Entenda, alcançar o que as
corretoras que oferecem bônus exigem, é sorte. E para ter essa sorte, o trader se
expõe ao contágio de um viés totalmente distorcido do trading profissional.
Na imagem abaixo você vê a janela com a opção de encerrar manualmente uma

posição. Mas... não é a forma profissional. Mantenha-se sempre disciplinado em
desenvolver os hábitos dos traders de sucesso.
575
CONCLUSÃO
A intenção desse capítulo no livro é que você aprenda o necessário para operar
com qualidade, e com as características de um profissional. Porém o Metatrader é
um programa com muitas funções além das que eu te mostrei aqui, e com
ferramentas de programação extremamente valiosas para quem quer se
desenvolver nessa parte. O conteúdo dessa aula é suficiente para fazer você
entender como um trader de alto nível opera na plataforma, sem maior necessidade
de aprofundamento em questões de programação.
Eu te asseguro que se aprender como mostrei nessa aula, e seguir esse tutorial
como foi passado, após sua jornada de desenvolvimento da estratégia, trading plan,
testes, conta demo, você estará caminhando para o sucesso, como os profissionais.
Explore a plataforma, verifique outras possibilidades que se encaixem com algo que
você estabeleceu no planejamento. Mas certifique-se de fazer isso na conta demo!
Conta real não é lugar para testes, é lugar para a ação!
576
MÓDULO 5
GESTÃO DE
CAPITAL
577

CAPÍTULO 21
O QUE É E COMO
FUNCIONA A
ALAVANCAGEM
578
CAPÍTULO 21 - O QUE É E COMO FUNCIONA A

ALAVANCAGEM
PENSAMENTOS INICIAIS - POR QUE SE OPERA NO

FOREX?
Por que operamos no Forex? Você já refletiu sobre isso? O Forex é um mercado
com várias vantagens em relação a outros mercados. Uma dessas vantagens é a
conhecida alavancagem. Através dela é possível que o trader não precise ter na
corretora todo o dinheiro que deseja operar em determinada negociação. E assim,
seja possível lucrar com pequenas variações na cotação de um par de moeda.
Essa alavancagem é uma ferramenta muito importante, pois ela faz com que a conta
do Forex seja apenas uma conta de margem, que explicarei com mais detalhes no
decorrer do capítulo. Com uma conta relativamente pequena é possível negociar
grandes lotes de moedas, para que assim, uma mudança singela no preço permita
um ganho considerável. Por exemplo, se a cotação do EURUSD sair de 1.15000 para
1.15900, ela não alterou nem sequer um centavo, pois permaneceu em 1.15. Porém,
mesmo com essa pequena variação, é possível ter bons resultados, desde que se
use a alavancagem.
E a grande vantagem do Forex é permitir alavancagens bastante consideráveis,

como 1:500 ou até 1:2000. Quando se vê alavancagens altas assim é normal pensar
que é por demais arriscado, mas se utilizada da forma correta, essa forma de
alavancar pode e faz o trader ter excelentes ganhos, e não só em relação às
operações. Há muito mais sobre alavancagem do que pensa atualmente.
579
Essa é a peculiaridade bastante específica do mercado de câmbio, que torna a

alavancagem a melhor vantagem do Forex. É importante entender que o mesmo
potencial de ganho com a alavancagem também abre a possibilidade para perdas
na mesma proporção, e por isso o gerenciamento de risco é o mais importante.
Com ele podemos usar a alavancagem a nosso favor, de uma forma que maximize
os lucros, e minimize as perdas.
ENTENDENDO A ALAVANCAGEM
Agora que você já entende essa especificidade do Forex, vamos ver como ela
funciona na prática, de uma forma simples. Apesar de já ter estudado sobre isso em
algumas partes desse livro, peço que dê uma atenção especial a esse capítulo, pois
esse conhecimento está aqui explicado de uma forma que será crucial para
entender o conceito revolucionário de investir no mercado de câmbio, maximizando
suas oportunidades de lucros.
Digamos que um trader tenha 1000 dólares em sua conta. Se ele visualizar que o
euro pode valorizar em relação ao dólar, ele pode comprar o par EURUSD. Digamos
que com uma cotação de 1.15000, o trader decide comprar somente 1 euro.
Suponhamos que após uma semana o valor da cotação suba de 1.15000 para
1.18000; ao fechar a operação, isto é, quando o trader revender o único 1 euro que
comprou, ele terá lucrado somente 3 centavos. E ele teve esse lucro com uma
movimentação boa da cotação. Sim, uma cotação que varia 3 centavos alterou seu
preço em 300 PIPS, um movimento consideravelmente grande para uma semana.
Mas mesmo com o par tendo movimentado bastante, o lucro foi pequeno,
obviamente porque o trader comprou muito pouco. Agora digamos que o trader
decida comprar 100 euros. Se o par também se mover 3 centavos, agora o trader
lucrou 3 dólares (3 centavos por cada 1 dos 100 euros na carteira), e ainda é pouco
tendo em vista o capital do trader (U$ 1,000.00) e a capacidade de compra que ele
tem. 3 dólares não é nem 0,5% do valor do capital.
580
Para essas duas operações o trader tinha o capital mais do que suficiente para
operar, pois ele possuía 1000 dólares na conta, e usou apenas U$ 115.00. Agora,
digamos que o trader queira ganhar mais, e para isso deseje operar comprando 5
mil euros (lote 0.05). A princípio ele não tem capital para isso, pois só tem 1000
dólares na conta, e precisaria de U$ 5,750.00 dólares para adquirir os 5 mil euros ( 5
EURs * 1.15 = U$ 5,750.00 ).
O que ele faz então? Ele usa a alavancagem! Com 1000 dólares, ele precisa de uma
alavancagem de ao menos 5,75 vezes para poder operar essa quantidade toda.
Digamos que a alavancagem dele seja de 1:30, então ele pode negociar desde que
possua no mínimo 30 vezes menos o valor desejado. Se esse quiser operar os 5 mil
euros, usando U$ 5,750.00 dólares, basta ter uma quantia 30 vezes menor que isso
para conseguir abrir o trade.
Abrindo esse lote de 5 mil euros, supondo uma variação menor na cotação, de
1.15000 para 1.16000, 100 pips, ou 1 centavo, o seu lucro agora será de 50 dólares.
Agora sim, um bom lucro em relação a seu capital, 5% de ganho. Dessa forma,
usando a alavancagem foi possível obter um lucro com uma variação de "apenas" 1
centavo na cotação. Mas na verdade, no âmbito da movimentação comum do
Forex, mover 1 centavo, ou 100 pips, é uma mudança significativa.
O Mito da Alavancagem
Antes de seguirmos para a questão da margem mínima, quero reforçar novamente

com você uma frase dita em aulas anteriores. Ela é importantíssima, e será tão
essencial mais para frente nesse livro, que insisto muito em repeti-la. É sobre a
maiorias das pessoas atrelarem alta alavancagem a um risco maior, o que não é
verdade para quem sabe utilizá-la da maneira correta, ensinada nessa obra.

definição.
Basta lembrar que alavancagem não terá peso na hora de você definir o risco, já
que ela não terá influência na definição do volume da operação. O lote de um
trade, junto com o seu limite de perda do gráfico (Stop Loss) é que dirá quanto o
operador está disposto a arriscar em qualquer negociação. Alavancagem, como
você verá nessa aula especificamente, é para outra coisa. Então desde já entenda,
aceite, e internalize que maior alavancagem não quer dizer necessariamente maior
581
risco. Quem afirma isso é porque ainda não entendeu o que você, agora, já sabe
sobre o assunto.
Alavancagem e Valor Mínimo
Para concluir essa parte de entender a alavancagem, é importantíssimo

compreender o conceito dessa ferramenta. Alavancagem não é para saber o
máximo disponível para operar, mas sim para saber o mínimo para ter disponível na
conta para estar apto a abrir uma operação, a chamada margem mínima.
Essa margem é o valor que você vai deixar disponibilizado para a corretora garantir
a sua operação. Esse valor será ocupado, indisponível para outras negociações,
ficará separado e não pode ser utilizado, e isso acontecerá cada vez que abrir uma
operação. Se não operar nada, não abrir nenhum trade, então todo o capital
depositado pode ser usado como margem, mas ao abrir qualquer operação, algum
valor do capital já vai ser usado para poder abrir o trade. O conceito
de margem será uma informação importantíssima dessa parte do livro de Gestão de
Capital, pois é com base na margem que você saberá quanto enviar para a
corretora.
ATENÇÃO
Agora há pouco você leu sobre “valor máximo para operar” com determinada
alavancagem. Mas eu quero que entenda que alavancagem não serve para saber
“até quanto se pode operar”, mas sim, qual o valor da margem de cada operação!
Repita comigo:
Alavancagem NÃO é para saber “até quanto” se pode operar.

Mas sim, para saber O MÍNIMO para ter disponível na conta
para estar apto a abrir uma determinada operação.
Nunca mais esqueça a afirmação acima!
Parece um pouco estranho para aqueles que têm algum tempo de mercado, afinal
todos os materiais disponíveis na internet não explicam dessa forma, ao menos não
se profundam o suficiente. O que eu vi em mais de uma década de trading no Forex
foram diversos cursos e pessoas ensinando que com X alavancagem você pode
operar até Y do seu capital. E focavam nisso. Chegavam a estabelecer lotes fixos
para determinadas alavancagens, ou mesmo lotes fixos para quantias pré-
estabelecidas de saldo em conta. Um absurdo diante do verdadeiro conhecimento
sobre Gestão de Capital no mercado de câmbio. Após alguns anos eu percebi isso,
582
e passei a ensinar os conceitos adequados nesse quesito, tendo sido pioneiro no

Brasil a disseminar esse conteúdo dessa forma. Você entenderá o porquê.
Calculando a Margem Mínima
Para aprender a calcular a margem mínima, vamos usar o mesmo exemplo anterior,
comprar 5 mil euros. Como você viu, se o trader tivesse uma alavancagem de 5,75
vezes, ou então 1 : 5,75 então ele poderia operar tranquilamente. O cálculo para
chegarmos a essa conclusão é simples.
Margem Mínima = Lote ÷ Alavancagem
Simples assim, dividindo o lote pela alavancagem da conta, encontraremos a

Margem Mínima. Lembrando que esse lote deve estar expresso na moeda base da
conta. Se você operar no EURUSD, e sua conta for em dólar, converta o lote de
euros negociado para a moeda americana. E se, por exemplo, você abrir um trade
no GBPJPY, converta o lote em libras da operação para o USD.
Supondo que a alavancagem da conta no exemplo fosse exatamente 1 : 5,75,

considerando a cotação do EURUSD em 1.15000, e por fim sabendo que 5 mil euros
equivalem a U$ 5,750.00 dólares, então teríamos o seguinte cálculo:
Margem Mínima = 5,750.00 USDs / 5,75 = 1000 USDs

Valor necessário Alavancagem Margem Mínima
para comprar 5,000.00 EURs
Repare que se a alavancagem da conta fosse de apenas 1 : 5,75, então o trader teria
que usar toda a sua conta para poder garantir a margem dessa operação. Assim, na
hora de abrir o trade, ele ficaria sem possibilidade de abrir qualquer outra
negociação na plataforma, pois seu saldo estaria completamente comprometido
com a margem da operação de lote 0.05 no EURUSD.
Mas sabemos que as alavancagens no Forex são bem maiores que isso. Vamos
então para o exemplo considerando uma alavancagem de 1:20.
Agora, um detalhe que poucos dão a devida atenção é como fazer esse cálculo, no
sentido de quais valores colocar. Repare que no cálculo anterior, primeiro converti o
valor de 5 mil euros em dólares: para comprar 5.000 euros, no par EURUSD, com a
cotação de 1.15000, será necessário usar U$ 5,750 dólares. Então a conta será a
seguinte:
583
Margem Mínima = 5,750.00 USDs / 20 = 287.50 USDs

Ou seja, para o trader comprar 5 mil euros o EURUSD, com 1:20 de

alavancagem, ele precisa ter no mínimo U$ 287,50 dólares na conta da corretora.
Essa será a margem necessária, a margem mínima. Se tiver menos do que isso não
será possível abrir a operação. Muitas vezes recebo perguntas de traders que não
conseguem abrir ordens, e o problema na maioria das vezes é que ele está
tentando abrir um lote (volume) além do que o capital depositado e a respectiva
alavancagem permitem.
Mas no nosso exemplo o trader tem mais do que U$ 287.50 que a corretora exige
para essa negociação, já que dispõe de U$ 1,000.00 para operar. Assim, ele será
autorizado a abrir esse trade, e esse valor ficará bloqueado, aparecendo para o
trader a seguinte informação.
Valores
- Saldo: U$ 1,000.00
- Margem Utilizada: U$ 287.50
- Margem Liberada: U$ 712.50
Detalhamento das ordens

- EURUSD: Lote: 0.05 - Margem ocupada: U$ 287.50
A margem utilizada, também chada de Margem Ocupada, Margem Mínima, ou

apenas Margem, é o valor que fica indisponível para servir de garantia para outras
operações.
O valor de U$ 712.50 dólares é a diferença do saldo com a margem utilizada, que

significa o valor que ainda não foi separado como garantia para nada, e poderá
servir para outras operações que o trader deseje abrir.
Vamos supor que o trader do exemplo decida abrir mais operações, estando com
esse trade no EURUSD já em andamento. Digamos que ele deseje operar no
USDJPY, e de acordo com a sua estratégia ele viu que, pelo tamanho do stop e risco
pré-definido, o lote a ser utilizado no trade seria de 0.10, isto é, 10 mil unidades da
moeda base. Aqui a moeda base já é o USD, dólar americano, portanto não
584
precisamos converter. Basta ir direto para a fórmula para saber a margem mínima,
usando U$ 10,000.00 dólares no cálculo.

para comprar 0.10 de USDJPY
U$ 500.00 dólares é então a margem mínima para operar com lote de 0.10 no
USDJPY. Esse é o valor que a corretora exigirá que o trader tenha livre. Atente, a
conta agora, para saber se o trader tem ou não margem para operar essa quantia,
não será com base em seu saldo, mas sim com base na sua margem liberada. Se a
margem livre for superior ao valor da margem mínima dessa operação, então o
trader está liberado para operar. Mas se a margem livre for menor que a margem
mínima da operação, então o trader receberia o aviso de margem insuficiente.
No nosso exemplo, o trader ainda tem U$ 712.50 de margem liberada, portanto um

valor acima do que ele precisa dispor como garantia para uma operação de 0.10 no
USDJPY. Como a ordem anterior no EURUSD ainda está aberta, então esse valor
será diminuído da margem liberada, que é de U$ 712.50. Logo, o trader ficará com
margem livre de apenas U$ 212.50 ( U$ 712.50 - 500 USDs = U$ 212.50 ).
Desconsiderando qualquer movimentação no EURUSD e USDJPY para fins didáticos,

vamos ver como fica a margem do nosso trader do exemplo.
Valores
- Saldo: U$ 1,000.00

- USDJPY: Lote: 0.10 - Margem ocupada: U$ 500.00
Repare que a margem utilizada aumentou. Isso aconteceu pois temos agora 2
operações em andamento, uma no EUSDUSD e outra no USDJPY. A primeira exigiu
que o trader tivesse U$ 287.50 de margem, e a segunda U$ 500.00. Somadas as
duas margens mínimas, temos então um total de margem indisponível (margem
utilizada) de U$ 787.50. Como estamos considerando que não houve alteração de
lucros ou perdas nas operações, como se ambos os preços dos ativos estivessem
585
parados no ponto de entrada, então o capital permanece de U$ 1,000.00. Assim,

aumentando a margem utilizada do saldo, temos que a margem liberada para
outras operações seria diminuída, indo para apenas U$ 212.50.
Agora pense: se o trader quiser abrir mais uma ordem de 0.10 no mesmo par,
USDJPY (por qualquer motivo), ele conseguiria?
A resposta é não, pois ele não tem margem para isso!
Você acabou de ver que para abrir uma operação de 0.10 no USDJPY, com
alavancagem de 1:20, a corretora exigiu do operador que ele tivesse no mínimo U$
500.00 de margem livre. Esse valor exigido não muda de acordo com a margem
livre ou ocupada, ele muda de acordo com a alavancagem. E como a alavancagem
da conta do trader do exemplo é fixa em 1:20, qualquer operação que ele for fazer
em qualquer ativo que tenha o USD como moeda base do par, será exigido dele o
valor mínimo de U$ 500.00 a ser retirado da margem disponível. Como vimos, a
margem liberada do trader é de apenas U$ 212.50, portanto inferior ao que a
corretora exigirá dele para abrir outra operação de 0.10 no USDJPY.
Vamos agora supor que o trader identificou uma oportunidade pela sua estratégia
no par AUDUSD, de venda. Digamos que ele verificou que o lote a ser utilizado
nessa operação seria de 0.05. Vamos calcular se ele teria ainda margem disponível,
ou se seria impedido dessa operação.
0.05 no AUDUSD significa operar 5 mil dólares australianos, AUDs. Atente, ainda que
seja uma operação de venda, o cálculo aqui não muda, pois o desejo é de operar
em cima da moeda base, para toda e qualquer negociação. Considerando a
cotação do AUDUSD em 0.77000, então para vender 5 mil AUDs diante do dólar
americano seria necessário uma quantia de U$ 3,850.00 dólares. Vamos agora
calcular a margem.

para VENDER 0.05 de AUDUSD
U$ 192.50 dólares é então a margem mínima para operar com lote de 0.05 no
AUDUSD. Esse é o valor que a corretora exigirá que o trader tenha livre. Verificando
a margem liberada veremos que ela é de U$ 212.50, ou seja, superior à margem
exigida para a operação. Portanto, concluímos que o trader poderá abrir essa
negociação, pois tem margem suficiente, apesar de ‘apertada’. Veja que com 3
operações abertas, agora o trader fica com menos ainda de margem livre. Terá,
agora, o valor de apenas U$ 20.00 ( U$ 212.50 - U$ 192.50 = 20 USDs ).
586
Vamos ver como ficam os dados da conta do trader.
Valores
- Saldo: U$ 1,000.00

- AUDUSD: Lote: 0.05 - Margem ocupada: U$ 192.50
Veja que a Margem Utilizada aumentou com a terceira operação aberta, saindo de
U$ 787.50 e indo para 980 USDs, já que foi somada a ela o valor da margem
mínima dessa terceira negociação. A margem liberada ficou bem pequena, apenas
20 USDs disponíveis para outros trades. Com uma margem tão apertada assim, o
trader não seria capaz de abrir nenhuma ordem. Precisaria esperar alguma das
ordens em andamento fechar para ter assim a margem daquele trade específico
liberada.
Por exemplo, supondo que na primeira operação, o EURUSD, digamos que o trader
saiu no zero a zero, nem perdeu, nem ganhou, apenas a ordem foi fechada no
breakeven. Com o encerramento da posição, a margem que antes estava ocupada
será agora liberada. Como a garantia da ordem no EURUSD era de U$ 287.50, esse
valor será acrescentado à margem livre, que passará a ser de U$ 307.50 ( U$ 20,00
+ U$ 287.50 = U$ 307.50 ). Vamos ver como fica a conta do trader.
Valores
- Saldo: U$ 1,000.00
- Margem Utilizada: U$ 692.50 (baixou)
- Margem Liberada: U$ 307.50 (aumentou - tem mais margem)

- EURUSD: Lote: ----- - Margem ocupada: U$ ----- (Encerrada)
587
Alavancagens Maiores
Com alavancagens mais expressivas, a diferença aqui é que a quantidade de

margem mínima exigida pela corretora será bem menor. Supondo que a conta do
exemplo tivesse 1:500, por exemplo, vamos ver como ficaria no momento mais
crítico, quando havia 3 operações em andamento.
Primeira Ordem - EURUSD - 0.05

Segunda Ordem - USDJPY - 0.10

para comprar 0.10 de USDJPY
Terceira Ordem - AUDUSD - 0.05

para VENDER 0.05 de AUDUSD
Valores
- Saldo: U$ 1,000.00

588
Consegue enxergar a gigantesca diferença entre operar com pouca e com muita
alavancagem? Em uma situação, de 1:20, o trader abriu 3 ordens e já ficou com a
margem comprometida. Na outra, ainda tinha margem livre com folga.
ATENÇÃO - Eu volto a repetir, isso não significa que com mais alavancagem o
trader deva abrir mais ordens, ou ainda operar com mais lotes!!! Significa outra
coisa. Ter mais alavancagem mostrou que para eu abrir as mesmas ordens eu
preciso ter menos dinheiro na conta.
Considere o trader A com alavancagem de 1:20, e o trader B com alavancagem de

1:500. Digamos que ambos tenham o mesmo sistema, e as oportunidades
mostradas nos exemplos fossem as mesmas para os dois operadores. O trader A
teria que ter no mínimo U$ 980.00 depositados na sua conta, pois no momento
mais crítico para sua margem, esse foi o valor exigido pela corretora para poder
abrir as ordens que desejava. Já o trader B precisaria ter em conta apenas U$ 38.20,
e mesmo assim estaria liberado para abrir as mesmas ordens que o trader A.
Com essa lição você acabou de aprender, de maneira simples, como usar a grande
vantagem da alavancagem no Forex a seu favor. Entendeu que quanto mais
alavancagem uma conta tem, menor é a exigibilidade de margem para abrir as
ordens. E quanto menor a alavancagem, mais dinheiro o trader tem que ter para
manter a garantia adequada a suas operações.
Mas há um grande ‘porém’ nessa história...
Não é assim tão simples. Não queira você a partir de agora mandar 50 dólares para
sua corretora, abrir uma conta com alavancagem de 1:500, e achar que vai ganhar
muito dinheiro operando esses lotes. Também não pense em sacar quase todo seu
capital, já que agora você entende que não precisa deixar tanto dinheiro assim na
sua conta. A módulo de Gestão de Capital ainda não acabou, e você vai aprender
como saber dosar o saldo depositado, com a necessidade de garantir a margem.
Mais um Benefício da Alavancagem
Um outro grande benefício atrelado à alta alavancagem é a questão do custo da

operação para efeito de imposto de renda. Esse assunto está mais bem explicado no
site, mas entenda que a margem exigida pela corretora pode ser considerado o
custo do investimento. Mas não é um custo como spread e comissão, onde esse
dinheiro você efetivamente paga para a corretora e de fato não volta para você. Ao
dizer que a margem é o “custo”, é como se fosse o valor do CFD, o valor que você
pagou para negociar o CFD.
589
Sabemos que esse valor é apenas uma caução, mas como você pode estudar sobre
imposto de renda no site eusoutraderinvestidor.com, esse valor, que inclusive a
corretora afirma que é pago para ela, pode ser considerado como o valor de custo.
Assim, quanto maior a alavancagem, menor seria então o custo do CFD, o que
implica diretamente na questão da isenção que os ganhos de capital em moeda
estrangeira possuem. Quanto maior o custo, maior o valor total da venda, e mais
provável será de ficar fora do benefício. Quanto menor esse valor, mais chances de
ficar livre de ter que pagar algum imposto (embora sempre seja obrigatório a
declaração).
Imagine-se comprando um carro por 30 mil reais, e vendendo por 35 mil. Seu lucro
foi de 5 mil. Ótimo, mas e o custo? O custo foi de 30 mil, que retornou para você
após a venda do carro. E mesmo que vendesse o carro com certo prejuízo, por
exemplo, 28 mil reais, seu prejuízo não anularia o valor do custo. A perda de 2 mil
não afeta o valor de compra do carro, que foi de 30 mil. Quando for declarar essas
negociações para a Receita Federal, órgão responsável pela cobrança do imposto
de renda, então precisará informar o custo de cada negociação, e esse custo pode
ser considerado a margem exigida pela corretora. Mais informações sobre isso estão
no site mencionado, pois esse livro não irá abordar a fundo a questão tributária do
Forex, pois não é o foco do trading nessa obra.
Capital Líquido - Capital Flutuante
Antes de passarmos para o aprendizado do Stop Out, dando continuidade ao tema

da alavancagem e depósito na corretora, vamos ver como ficaria a margem utilizada
e a margem liberada de acordo com andamento das ordens positivas e negativas.
A princípio saiba que a margem utilizada não será alterada, ela se manterá fixa
independente se as ordens estão no lucro ou com prejuízo. Isso acontece devido ao
fato de que o cálculo da margem não depende do saldo, mas sim de quanto a
pessoa quer operar, e especialmente da alavancagem. Você viu que a fórmula para
saber a margem é o lote dividido pela alavancagem, e com as ordens abertas,
positivas ou negativas, o lote não muda, nem a alavancagem da conta. Dessa forma,
a margem utilizada será sempre a mesma. A margem usada só será alterada se
alguma nova ordem for aberta, ou fechada!
Fique atento, algumas corretoras permitem que você mude a alavancagem de uma
conta, e caso ela permita fazer isso com ordens abertas (o que é difícil), então você
precisa ficar bastante atento a essa questão da margem, pois com a mudança na
alavancagem, a margem será alterada. Em situações normais, porém, com a
alavancagem fixa e o lote sem poder ser alterado uma vez que a ordem está aberta,
então a margem utilizada não vai variar.
590
Já a margem liberada, aquela que ainda pode ser utilizada em outras operações,
essa aqui depende dos resultados das ordens abertas. Isso porque o cálculo para
saber quanto ainda há disponível envolve o saldo flutuante, ou capital líquido. Para
saber a margem liberada a fórmula é a que segue.
Margem Liberada = Capital Líquido - Margem Utilizada
Aqui não tem nada de muito novo, pois você já sabia que a margem liberada é
diminuída conforme novas ordens são abertas. Também já sabe que a margem livre
aumenta quando as ordens são fechadas. Ok.
Agora repare que ali não é o saldo inicial no cálculo, mas sim o capital líquido.
Capital Líquido é o saldo da conta acrescido (ou diminuído) do resultado dos trades
em andamento. Digamos que o trader A do exemplo anterior, que começou com
U$ 1,000.00 dólares, suponha que no momento em que ele estava com 3 ordens
abertas seu resultado em andamento fosse o seguinte.
- EURUSD: Lucro de +U$ 200.00

- USDJPY: Lucro de +U$ 25.00
- AUDUSD: Prejuízo de -U$ 125.00
Saldo líquido em andamento: Lucro de +U$ 100.00
Veja que nessa situação o trader A está com um lucro acumulado de suas
operações abertas no valor de U$ 100.00 dólares. Assim, como ele iniciou os trades
com um saldo de U$ 1,000.00, seu Capital Líquido agora é de U$ 1,100.00, ou seja,
100 dólares a mais do que começou. Pois como disse, Capital Líquido é o Saldo
inicial (antes das operações) acrescido ou diminuído dos resultados das ordens em
andamento.
Antes de abrir as ordens seu capital era de U$ 1,000.00, e agora para o trader A, que
está ganhando 100 dólares nas suas operações (ainda em andamento), aparecerá a
informação de que seu Capital Líquido é maior que seu saldo inicial, isto é, 100
dólares a mais.
Com essa situação, acontece algo para a Margem Liberada do trader A, ela vai
aumentar! Sim, como você viu, o cálculo da Margem Livre depende do Capital
Líquido da conta, e o Capital Líquido da conta depende do resultado flutuante (das
ordens em andamento). Se o resultado está sendo um ganho, então esse lucro será
somado ao saldo inicial para chegarmos ao Capital Líquido. E desse valor
591
descontaremos a margem utilizada, para sabermos quanto será agora a nova

Margem Liberada.
Vamos verificar então como fica a conta do trader no momento em que ele está
tendo esse lucro de +U$ 100.00.
*Repare que aqui estou considerando o momento em que o trader A está com as 3
ordens abertas.
- EURUSD: Resultado flutuante: +U$ 200.00 - Lote: 0.05 - Margem ocupada: U$ 287.50
- USDJPY: Resultado flutuante: +U$ 25.00 - Lote: 0.10 - Margem ocupada: U$ 500.00
- AUDUSD: Resultado flutuante: -U$ 125.00 - Lote: 0.05 - Margem ocupada: U$ 192.50
Resultado Líquido em Andamento: +U$ 100.00
Valores
- Saldo (Inicial): U$ 1,000.00

- Capital Líquido: U$ 1,100.00 (Saldo Inicial + Resultado Líquido em Andamento)
- Margem Utilizada: U$ 980.00 (Não alterou)
- Margem Liberada: U$ 120.00 (Aumentou +U$ 100.00) ( U$ 1100 - U$ 980 = U$ 120 )
Quanto mais lucros as ordens gerarem, maior será a margem liberada na conta.
Assim, com mais ordens lucrativas, existe a possibilidade de abrir outras operações,
pois a margem livre irá aumentar, o que permitiria que outras negociações fossem
abertas. Porém você verá que isso não é algo recomendável. Em hipótese alguma o
trader deve querer “preencher os espaços” da margem, unicamente porque pode
operar mais. Quem pensa assim são os amadores. Mais pra frente estudaremos
sobre o Stop Out, o grande vilão de quem não sabe gerenciar adequadamente seu
capital.
E no caso de termos um resultado líquido flutuante negativo? Nesse caso, veja o

que acontece com a margem, considerando se o trader A estivesse perdendo em
suas operações.
592
Resultado Líquido em Andamento: -U$ 50.00

Valores

- Capital Líquido: U$ 950.00 (Saldo Inicial + Resultado Líquido em Andamento)
- Margem Liberada: -U$ 30.00 (Diminuiu -U$ 50.00) (U$ 950.00 - U$ 980.00 = -U$ 30.00)
É meu amigo, você acaba de descobrir que a margem pode ficar negativa. Nesse
caso, além de não poder abrir mais nenhuma negociação, o trader começa a correr
o perigo do STOP OUT. Nada mais é que um sistema de proteção da corretora para
encerrar as ordens compulsoriamente, independente da vontade do operador,
visando liberar margem para as negociações. Mas chegaremos lá.
NÍVEL DE MARGEM
Antes de passarmos para o aprendizado do Stop Out, dando continuidade ao tema

da alavancagem e depósito na corretora, vamos entender como funciona o Nível de
Margem.
Nível de Margem é a relação que existe entre o Capital Líquido e a Margem

Utilizada. E por “Relação”, entenda como algo dividido por outra coisa. Lembra, por
exemplo da “Relação Risco/Retorno”? Onde temos o risco dividido pela recompensa
da operação. Pois bem, aqui também teremos uma divisão para saber o Nível de
Margem.
Essa relação mostra quanto seu Capital Líquido representa em

relação à margem utilizada, em percentual.
Voltando ao exemplo do trader A, vamos verificar o nível de margem no momento

em que o trader estava com as 3 ordens abertas, e estava tendo um ganho de U$
100.00 dólares. Ali, verificamos que o Capital Líquido dele era de U$ 1,100.00, e sua
Margem Utilizada era de U$ 980.00. Para termos a relação entre esses dois valores e
consequentemente o Nível de Margem nesse momento específico, vamos dividir o
primeiro pelo segundo.
Nível de Margem = Capital Líquido ÷ Margem Utilizada
593
Nível de Margem = U$ 1,100.00 / U$ 980.00
Nível de Margem = 1,12
Esse valor significa que o Capital Líquido é 1,12 vezes maior que a Margem Utilizada.
Se o resultado fosse inferior a 1, então é porque o Capital Líquido seria inferior à
margem, e você viu que isso é possível, quando te mostrei que a margem livre
ficaria negativa.
Basta multiplicarmos agora o resultado por 100 para sabermos o nível de margem
em termos percentuais. Logo, 1,12 seria então 112%. Eis os dados que aparecerão
para o trader A no seu Terminal.

Valores

- Margem Liberada: U$ 120.00 (Aumentou +U$ 100.00) ( U$ 1100 - U$ 980 = U$ 120 )
- Nível de Margem: 112.00%
Vamos considerar o exemplo do trader A com as 3 ordens abertas, mas o resultado

líquido negativo, ou seja, quando ele estava perdendo -U$ 50.00, vamos verificar
como ficaria o nível de margem.
Nível de Margem = Capital Líquido ÷ Margem Utilizada
Nível de Margem = U$ 950.00 / U$ 980.00
Nível de Margem = 0,9693 ou 96,93%
Nesse caso de Nível de Margem inferior a 1, ou inferior a 100%, temos que o Capital
Líquido é menor que a margem utilizada. Como falei, nessa situação as ordens do
trader se aproximam do Stop Out, e correrão perigo de serem compulsoriamente
fechadas pela corretora. Vamos ver como ficam os dados nesse momento específico
da conta do trader A.
594
Valores
Lembra do trader B? Aquele que tinha alavancagem de 1:500? Pois bem, vamos usá-
lo agora no exemplo. Supondo as mesmas condições do trader A, porém com
alavancagem de 1:500, vamos ver como ficariam as informações do trader quando
ele estivesse ganhando, com 3 ordens em andamento.

Valores

- Margem Utilizada: U$ 39.20 (Bem menor que a do trader A)
- Margem Liberada: U$ 1,060.80 (Bem maior que o Trader A) ( U$ 1100 - U$ 39.20 = U$ 1060.80 )
Veja como o Nível de Margem aumentou significativamente quando aumentamos a

alavancagem. Isso acontece, pois a margem utilizada diminuiu muito. E como na
fórmula do nível de margem a margem utilizada fica no denominador, quanto
menor ela for, maior será o Nível.
595
STOP OUT
Chegamos a uma das partes mais importantes no quesito alavancagem. Se você

quer aprender todo esse módulo de Gestão de Capital, e operar de acordo com os
princípios ensinados, precisará estar bem por dentro dessa parte.
O Stop Out é um meio de proteção da corretora para contas com capital

proporcionalmente muito inferior aos lotes que o trader opera. Ele é o grande vilão
dos traders iniciantes que entram no mercado sem saber o que fazer, e acabam
abrindo ordens com grande volume, sem dispor de margem suficiente para isso.
Quando ouvimos a expressão “Quebrou a conta”, geralmente pensamos que a
pessoa perdeu tudo. Mas não, “quebrar a conta” significa que a corretora encerrou
as ordens abertas compulsoriamente, independente da vontade do operador, pois
ele ficou sem margem para mantê-las abertas.
Quando se perde tudo, chegando a zero no saldo, é porque o slippage foi tão forte,
aliado à enorme incompetência da pessoa, que nem o Stop Out foi capaz de evitar
que a conta fosse zerada. Esses casos acontecem com aqueles excepcionalmente
despreparados. Não basta operar altamente alavancado, com capital pequeno, os
amadores ainda fazem isso em momentos de grande volatilidade, tentando
escalpelar o mercado. O destino desses é inevitável, e já vi inúmeros passarem por
isso.
Mas o mais comum mesmo é quando o trader não calcula direito o seu o lote, não
gerencia adequadamente seu risco, e acaba tendo as ordens fechadas, sem prévia
explicação da corretora. Simplesmente ela vai lá e pow! Fecha as ordens sem te
perguntar nada! A corretora é ruim por fazer isso? De maneira nenhuma, pois antes
de abrir a conta o trader precisa aceitar os termos do contrato, e todas elas deixam
claro que em caso de falta de margem, ela vai fechar suas ordens, mesmo que você
não queira, e independente de o preço ainda não tenha chegado ao seu stop loss!
Como Funciona o Stop Out
A maioria das corretoras estabeleceu o que os órgãos reguladores mais sérios

exigem, que é ativar o Stop Out quando o Nível de Margem ficar abaixo de 50%.
Está vendo a importância de saber sobre Margem e seu Nível?! E você aí pensando
que era algo inútil (rsrs).
Pois bem, para facilitar a explicação, usarei o exemplo do trader A, com

alavancagem de 1:20, mostrado nesse capítulo, com 3 ordens abertas. Supondo que
ele continuasse tendo prejuízos com os trades em andamento, e consequentemente
tendo seu Capital Líquido cada vez menor, o que aconteceria, por exemplo, se seu
resultado líquido flutuante das operações chegasse a um prejuízo de -U$ 500.00?
596
Vamos calcular o Nível de Margem, Capital Líquido, e a Margem Liberada, já que nós
sabemos que essas são as únicas coisas que mudam com a variação do resultado
das ordens em andamento (Alavancagem, lotes e margem utilizada são fixos).
Com o prejuízo flutuante de -U$ 500.00, o Capital Líquido ficará assim:
U$ 1,000.00 (Saldo Inicial) - U$ 500.00 (Prejuízo flutuante) = U$ 500.00
Isso significa que o trader agora só tem 500 dólares na sua conta. Se ele fechasse
todas as suas operações nesse momento, ele ficaria com 500 dólares de saldo
apenas; teria perdido 50% de seu capital inicial.
Vamos agora calcular a Margem Liberada:
U$ 500.00 (Capital Líquido) - U$ 980,00 (Margem Utilizada) = -U$ 480.00
Você já sabe que a margem liberada pode ficar negativa. E, assim, não será possível
abrir mais nenhuma ordem, além de ficar perigoso por se aproximar do Stop Out.
Vamos, por fim, verificar como fica o Nível de Margem nessa situação, com as 3
ordens ainda em andamento, e um prejuízo de -U$ 500.00 flutuante.
U$ 500.00 (Capital Líquido) ÷ U$ 980,00 (Margem Utilizada) = 0,5102
Esse valor de 0,5102 em percentual é de 51,02%! Repare que está somente um

pouco acima dos 50% mínimos exigidos pelas corretoras para ainda não fechar as
ordens compulsoriamente. Se esse prejuízo aumentar um pouco mais, entra em
ação o Stop Out da corretora, e ela começará o fechamento das ordens.
A ordem com que as operações serão fechadas varia de corretora para corretora,
mas é comum que as empresas comecem fechando aquelas que estão bloqueando
mais margem. Assim, no exemplo do trader A, se o Capital Líquido cair abaixo de
U$ 490.00 dólares, que é metade da margem utilizada, ou seja, 50% do Nível de
Margem, então a corretora pode fechar, por exemplo, a ordem no USDJPY, que é a
que está exigindo mais garantia do capital do trader, U$ 500.00. Com essa ordem
compulsoriamente fechada, a margem livre do trader A iria aumentar. Vamos ver
então como ficaria.
597
- EURUSD: Resultado flutuante: -U$ 150.00 - Lote: 0.05 - Margem ocupada: U$ 287.50
- USDJPY: Resultado flutuante: -U$ 211.00 - Lote: 0.10 - Margem ocupada: U$ 500.00
Valores

- Nível de Margem: 49,89% ( U$ 489.00 / U$ 980.00 = 0,4989 )
Nível de Margem Inferior a 50%, as ordens começam a ser obrigatoriamente fechadas pela corretora.
Com o nível de margem abaixo dos 50%, então a corretora fecha a ordem que
tenha mais margem a liberar, no caso acima o USDJPY. Veja como fica a nova
situação do trader.

- EURUSD: Resultado flutuante: -U$ 150.00 - Lote: 0.05 - Margem ocupada: U$ 287.50
- USDJPY: Compulsoriamente fechada!
Valores
- Novo Saldo: U$ 789.00 (U$ 1,000 inicial - U$ 211 da perda no USDJPY)

- Capital Líquido: U$ 489.00 (Saldo + Resultado Líquido em Andamento)
- Margem Utilizada: U$ 480.00 (Baixou devido a saída do USDJPY)
- Margem Liberada: U$ 9.00 (Aumentou com a retirada da ordem no USDJPY)
U$ 489.00 (Capital Líquido) - U$ 480.00 (Margem Utilizada) = +U$ 9.00 - Volta ficar positiva
- Nível de Margem: 101,87% ( U$ 489.00 / U$ 480.00 = 1,0187 )
Nível de Margem volta a ficar acima de 50% - e assim dá mais tempo ao trader.
Repare que com a saída da ordem do USDJPY, a margem que esse trade ocupava,
que era de U$ 500.00, deixou de ser um problema, e aliviou o valor da garantia.
Essa garantia passou de U$ 980.00 para U$ 480.00, e assim o Nível de Margem deu
uma respirada (Ufa), pois o Capital Líquido agora é superior à margem mínima.
Nível de Margem = Capital Líquido / Margem Mínima (exigida)
598
Nível de Margem = U$ 489.00 / U$ 480.00 = 1,0187 ou 101,87%
Porém se essas perdas aumentarem, o Capital Líquido vai diminuir, e se ele diminuir,
o Nível de Margem também vai. Se novamente chegar a ficar abaixo de 50%, a
corretora vai fechar mais uma ordem do trader. E assim ela vai fazendo até que o
trader ou recupere-se, ou perca o limite que tinha disponível, e fique só com uma
pequena “laminha” na sua conta (situação de muitos!).
Margin Call
A famosa “Chamada de Margem” acontece quando o Nível de Margem do trader

fica próximo de 50%. Em boa parte das corretoras, se esse nível baixar de 100%, o
trader já recebe um e-mail nada agradável: é a corretora avisando de que se não
regularizar a margem e ela continuar caindo, ela vai fechar suas ordens, queira o
trader ou não.
Stop Antes do Stop
Já vi traders se perguntando por que motivo suas ordens foram fechadas antes de
alcançarem o stop loss previamente colocado. Agora que você conhece o Stop Out
você sabe que isso é possível. Porém isso só acontece quando o trader não sabe
gerenciar seu risco adequadamente, entrando com lotes altos e esquecendo de
definir um ponto no gráfico onde sairá com sua perda pré-estabelecida.
Vamos a um exemplo prático e com valores, para que fique claro como não operar
e acabar tomando um Stop Out, antes do stop loss.
Imagine um trader C, que tenha 1000 dólares na sua conta com alavancagem de
1:30. Ele decide operar no USDJPY, mas só pensa na recompensa que pode ter.
Primeira coisa errada, ele tenta abrir o lote no máximo possível para sua conta, e
descobre que por ter uma alavancagem de 30 vezes, ele pode abrir ordens de até
30 mil dólares, o que no USDJPY significa operar com lote 0.30.
Ele abre a ordem e deixa rolar. No seu íntimo ele acredita que vai acertar a próxima
direção do preço, e fica na expectativa. Ele até pensa que pode dar errado e o
preço ir contra ele, mas não dá muita atenção a essa hipótese, pois afinal, ele
analisou o mercado, e isso, para ele, já se mostra suficiente. No seu subconsciente,
se o mercado for contra ele, o mercado o traiu.
Deixando de lado questões de ordem psicológicas aprofundadas, por agora, vamos

nos ater ao fato de o preço ter ido contra sua posição, isto é, imaginando que a
ordem foi uma compra, então o preço caiu. Digamos que a entrada foi no preço de
599
102.000 e agora o preço está em 101.000, 100 pips a menos. E suponhamos que o
trader deseja, na pior das hipóteses, isto é, se o “mercado o trair”, ele vai querer
fechar a operação com 200 pips negativo, ou seja, fechar quando o preço atingir
100.000.
Entenda que 200 pips é o stop dele, e ele pode querer ou não colocar o SL nesse
ponto. Independente de usar o stop loss da plataforma, ele assumiu a perda em 200
pips. Se não fizer nem isso, ou seja, colocar o SL automático, então ele assume,
ainda que de forma totalmente irresponsável, que em uma situação bem ruim e
atípica do mercado, ele pode perder tudo que tem na conta. Logo, nesse cenário
seu stop loss real seria de 1000 dólares, ainda que ele pense que não usa stop loss,
como muitos assim o fazem.
Vamos calcular a perda e os demais dados da conta desse trader.

- USDJPY: Resultado flutuante: -U$ 297.03 - Lote: 0.30 - Margem ocupada: U$ 1,000.00 (todo o saldo)
Valores
- Saldo: U$ 1000.00 (U$ 1,000 inicial - Nenhuma ordem fechada até agora)
- Margem Utilizada: U$ 1,000.00 (Não alterou)
- Margem Liberada: -U$ 297.03 (Negativa, pois o Capital Líquido é menor que a Margem Utilizada)
U$ 702.97 (Capital Líquido) - U$ 1,000.00 (Margem Utilizada) = -U$ 297.03

Nível de Margem fica abaixo de 100%, e o trader recebe o Margin Call - Precisará tomar cuidado para
não levar Stop Out
Enquanto o trader C está perdendo 100 pips, ele ainda espera que o preço retorne e
dê seu lucro desejado, e acredita que faltam 100 pips para o preço alcançar seu
ponto de saída da operação, que é em 100.000, com ou sem SL ali colocado, como
disse anteriormente. Isto é, o trader decidiu encerrar a operação somente quando a
cotação chegasse a 100.000.
O preço continua caindo e alcança rapidamente o valor de 100.300, caindo,

portanto, 70 pips da última cotação, que era de 101.000. De repente o trader vê que
sua operação não está mais lá! Foi fechada antes do seu stop em 100.000. Ele se
pergunta o porquê, já que ainda tinha 30 pips até o SL. E pior, a essa altura ele já
vinha planejando retirar o stop (se tivesse colocado), ou simplesmente não encerrar
a operação em 100.000, e segurar por mais algum tempo. Talvez quisesse esperar
até 99.000, acreditando firmemente que o preço iria voltar. Essa situação é
600
extremamente comum em iniciantes, que é quando eles sentem que ainda podem
estar certos, pensam que se fecharem a operação, o preço pode voltar com força a
seu favor e ele ter saído antes de o ativo se recuperar. Mas agora ele está desolado,
sem entender, pois a corretora aparentemente o traiu, já que o tirou da ordem
antes de o preço sequer chegar a 100.00. O que pode ter acontecido??
Bom, agora que você já entende bem de Stop Out, vamos ver o que aconteceu
quando o preço bateu 100.300. Abaixo segue o cálculo de seu prejuízo.
- Entrada: 30,000.00 USDs * 102.000 (cotação inicial) = 3,060,000.00 ienes

- Encerramento: 30,000.00 USDs * 103.300 (cotação no fechamento) = 3,009,000.00 JPYs
- 3,060,000.00 - 3,009,000.00 = -51,000.00 ienes de prejuízo
Agora vamos converter essa perda para dólares.
-51,000.00 ienes ÷ 100.300 (cotação no fechamento) = -508.47 USDs
Sua perda era de -U$ 508.47 dólares. Agora vamos calcular seu Capital Líquido.
Capital Líquido = U$ 1,000.00 - U$ 508.47 = U$ 491.53 USDs

Saldo Inicial Prejuízo da Ordem Capital Líquido
Com um Capital Líquido de U$ 491.53, vamos verificar então seu Nível de Margem.
Nível de Margem = U$ 491.53 ÷ U$ 1,000.00 = 0,49153 ou 49,15%

Capital Líquido Margem Ocupada
E como o Nível de Margem caiu abaixo de 50%, a corretora não teve outra
alternativa senão encerrar compulsoriamente a ordem do trader, antes de o preço
alcançar seu limite de perda em 100.000. Por esse motivo, o trader teve que ver seu
saldo diminuído para U$ 491.53, e agora ele estará fora de uma possível
recuperação do USDJPY.
Sabe o que muitos fazem nessa situação? Quando visualizam o preço retornando,
ainda que um pouco, já entram novamente na ordem, pensando que a corretora o
traiu, mas que ele pode se vingar e entrar novamente, tudo para tentar diminuir o
prejuízo, e quem sabe sair com pouco lucro. E se tentar fazer isso, não conseguirá
mais operar com o lote de antes, então o fará com um volume bem menor. Está
vendo como é ruim não saber gerenciar o risco adequadamente?
Apenas para não deixar você voando no que o trader deveria ter feito nessa
situação, vou explicar a atitude correta a se fazer aqui. Embora, se você ainda não
601
entendeu, a essa altura, o que ele fez de errado, é um forte sinal de que ou você
pulou capítulos nesse livro, ou está lendo ignorando todo o conhecimento de
gestão de risco tão firmemente ensinado até aqui. Mas vamos lá.
Primeira coisa, ele deveria ter definido seu Risco Aceitável da Operação, seu “R”. Isso
é crucial!!!
Segundo, deveria verificar qual seria o ponto no gráfico onde ele considera que,
pela sua estratégia, não valeria mais a pena estar posicionado, e deveria pular fora
do barco. Esse seria seu Stop Loss. E ele precisa saber disso para calcular a segunda
variável da fórmula do lote, como você revisará abaixo. A primeira ele já tem, é o
Risco Aceitável da Operação - R. Sabendo onde será seu stop loss, ele poderá
calcular a Perda Máxima por Negócio - R(1.00).
Por fim, calcularia o lote a utilizar nessa operação baseado no seu R (Risco pré-
definido), e no tamanho do stop (Entrada - Saída para o caso de compra, e Saída -
Entrada para o caso de venda).
Na prática seria o seguinte. Supondo um risco de 2% para a conta de 1000 dólares,

o que daria U$ 20.00 a ser arriscado nessa operação. Stop loss em 100.000 como
inicialmente pensado. Vamos ao processo de cálculo do lote de maneira simples.
Se é compra então:
102.000 - 100.000 = 2.00

Preço de Entrada - Preço de Saída (SL)
Perda Máxima por Negócio - R(1.00) (lote cheio, de 1.00)
2.00 * 100,000.00 = 200,000.00 ienes ( 200 mil JPYs )

Diferença entre Lote de 1.00 Perda Máxima por Negócio
Entrada e Saída
(200 pips)
Convertendo para dólares:
200,000.00 / 100.000 (no SL) = 2,000.00 USDs
U$ 2,000.00 será a Perda Máxima por Negócio - R(1.00) em dólares!
602
Fórmula para cálculo do lote:
Lote = U$ 20.00 / U$ 2,000.00 = 0.01

E voi lá... temos o lote para usar nessa operação. Isso quer dizer que se o trader C
quiser arriscar 20 dólares nessa negociação, com stop loss de 200 pips, então ele
precisa usar o lote de 0.01 para que dê certo. Ao abrir 0.01 ele estará operando 1000
dólares, um lote micro, e a margem mínima será de apenas U$ 33.33 dólares. Então
o preço pode ir contra sua posição, que ele não terá sua ordem encerrada antes do
stop, e poderá ficar sossegado.
Mas sabe qual é o problema para os iniciantes? Operar com um lote baixo assim
não compensa para eles. Pensam que só vão ganhar dinheiro se operarem com
volumes maiores de dinheiro. De fato, para ganhar mais, tem que usar lotes
maiores, mas você agora já sabe que fazer isso aumenta o risco, e aumentar o risco
não é recomendável se for para além de um limite aceitável de perda. Então se o
risco máximo que o trader C aceitou perder era de 20 dólares, ele tem que usar
0.01, não importa o quanto isso seja ruim para seu desejo de ganhar muito dinheiro.
O pensamento aqui está INVERTIDO. Iniciantes e pessoas que não sabem (ou não
querem) gerenciar adequadamente seu risco, não pensam primeiro nas perdas,
pensam primeiro nos ganhos. Traders profissionais calculam o risco ANTES de
pensar em qualquer coisa referente a lucros. Eles sabem que ganhos são eventuais,
mas a perda é algo concreto e esperado! Portanto, é preciso contar logo que a
perda vai acontecer (em algum momento todo trader tem perdas, muitas delas), e se
a perda vai acontecer, vamos fazer de tudo para minimizá-la. Operar pensando
inicialmente na recompensa é não pensar que a perda é certa e que inevitavelmente
irá ocorrer, seja no próximo trade ou em qualquer outro que o operador vier a abrir.
CONCLUSÃO
Nessa aula você aprendeu os conceitos mais importantes e cruciais da alavancagem.

Tenho certeza de que tudo que foi ensinado aqui elevou bastante o seu nível de
603
trader. Aqui eu te mostrei que a alavancagem não serve para dizer “até quanto” se
pode operar, mas sim quanto preciso ter na conta para garantir as minhas ordens.
Você viu que uma alavancagem maior permite ao trader deixar menos dinheiro
depositado, mas viu que devido ao Stop Out, essa não é uma decisão simples.
Outros fatores precisam ser pensados, mas falarei mais sobre isso na aula sobre
Quanto Enviar para a Corretora.
604

CAPÍTULO 22
CONTROLE DE PATRIMÔNIO E
CONCEITOS DE EDUCAÇÃO
FINANCEIRA
605
CAPÍTULO 22 - CONTROLE DE PATRIMÔNIO E

CONCEITOS DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Para poder entender o restante desse módulo de Gestão de Capital, quero explicar
agora um princípio extremamente importante, não só para o Forex, mas para sua
vida financeira. Apesar de parecer clichê que você deve controlar seu patrimônio, e
mais importante, TER um patrimônio (rsrs), mesmo assim, essa parte é uma
das peças chave para o entendimento sobre "Quanto Investir no Forex".
Qualquer pessoa que deseje ser investidor, ou mesmo trader (são conceitos
diferentes), precisa obrigatoriamente saber quanto tem de dinheiro, ou seja,
necessita saber qual é exatamente seu capital, seu patrimônio.
Seja o dinheiro que você tem na poupança, ou mesmo guardado em casa no

colchão, ou ainda em títulos, ações, fundos de investimento, tudo que puder ser
convertido em dinheiro em espécie de maneira rápida, ou seja, tudo que tenha a
característica da liquidez, entra no seu patrimônio. Aqui não entram seu imóvel, ou
seu carro, bens, joias, somente o que tiver liquidez. Isso é para poder aplicar
corretamente os princípios de quanto investir no Forex, não envolve o controle
completo de seu patrimônio.
606
De posse dessa informação, quanto você tem de capital, dinheiro aplicado ou

guardado, você terá uma noção real de quanto pode investir no mercado de
câmbio, de quanto vai mandar para a corretora. O valor exato de quanto você pode
deixar na sua conta você saberá no próximo capítulo, mas já fique sabendo que será
somente uma parte de seu patrimônio.
NÃO EXISTE TRADING SEM CAPITAL
O título é autoexplicativo, afinal, não dá para operar se você não tiver dinheiro. Há
quem alegue que existem corretoras que oferecem bônus, mas sem querer me
aprofundar, saiba que as empresas dão esses ‘cavalos de Tróia’ chamados de bônus,
apenas para que você desenvolva hábitos ruins de trading. Ao exigirem dos clientes
condições desfavoráveis para que o dinheiro possa ser sacado, tipo dobrar a conta,
ou operar uma quantidade de lotes alta, ela cria no trader atitudes que não estão
alinhadas ao sucesso, como abrir muitas ordens, e até mesmo o fato de render
100% de algo em pouco tempo. Ou seja, tudo errado!
E se o cliente conseguir atender aos critérios e poder retirar o bônus, ele ficará
tentado a mandar mais dinheiro e replicar o que fez com o “presente”” da corretora.
Pois se dobrou aquela quantia, pensará que pode muito bem repetir o feito, só que
agora com mais dinheiro, dinheiro de seu próprio bolso. Mandará mais capital para
a corretora, e por querer operar da mesma forma que outrora, acabará
inevitavelmente perdendo tudo. Afinal, a maneira como agiu para dobrar o bônus é
errada e contra os princípios básicos do sucesso, e tudo que vai na contramão dos
princípios, leva ao fracasso.
Tenha um capital, não dependa de bônus, muito menos de empréstimos. Essa é

outra praga que vejo em algumas ocasiões. Pessoas totalmente despreparadas
financeiramente que tomam dinheiro emprestado para poderem enviar para a
corretora e assim conseguirem operar. Esse tipo de iniciante já vem para o mercado
sem o mínimo de uma educação financeira básica, e ainda pensa em ter sucesso. É
a mesma coisa de um estudante querer ser médico, mas não saber que pra viver é
preciso de oxigênio, que sem água todos morreriam, ou ainda não ter a mínima
noção de biologia básica do ser humano. Ou então um aluno querer entrar em uma
faculdade de engenharia, mas ter dificuldades de somar e subtrair. Deixando para
aprender isso na universidade. Não dá, tem coisas que temos que aprender antes
de partir para o aprendizado real. E educação financeira básica é requisito
fundamental para ser um trader/investidor de sucesso.
Aqueles que não têm patrimônio algum, que não dispõem sequer de uma fonte de
renda, aqueles que querem depender de bônus, ou pior, de dinheiro emprestado, e
ainda aqueles cheios de dívidas que vêm para o mundo do trading querendo
‘mudar de vida’ e pagar suas contas, todos, eu disse todos irão perder até o que
607
não têm, e serão massacrados pelo mercado. Sairão sem nada, ficarão desolados, e
isso os atormentará o resto da vida, enquanto não mudarem de mentalidade.
Nesse capítulo eu quero preparar você para dar os primeiros passos (se é que já
não tenha começado) e poder entrar no Forex com a mentalidade financeira
correta, com um patrimônio sólido, e sem depender de terceiros, bônus ou
empréstimos. Ao seguir os passos aqui apresentados, você já entrará na corrida do
trading na pole position, com uma vantagem sobre a grande maioria que não
entende os básico da educação financeira. Mesmo que você já seja alguém
financeiramente estabelecido, essa aula é importante para que revise conceitos. Será
importante você estar com as ideias dessa aula frescas na mente, para poder
entender o que virá no capítulo seguinte. Então, Let’s move on...
O CAPITAL
Tudo nessa aula será direcionado para você ter seu capital, isto é, poder ter um
patrimônio que seja a base para saber como investir no Forex a partir dele. Cada
passo a seguir irá te orientar no processo de construção de um montante financeiro
que te permitirá ter ‘bala na agulha’, munição para operar no trading.
Tenha uma RENDA
Sem uma forma que coloque dinheiro no bolso, não há como termos o capital.
Todos os que desejam ter sucesso operando nos mercados têm que pagar o
pedágio de depositar uma quantia na corretora, do contrário não terá como operar.
Então, para que você possa ter esse capital para começar e continuar operando, há
duas formas: ou você ganha esse dinheiro, seja através de uma herança, na loteria,
contando com a sorte; ou você trabalha e tira de seus rendimentos o dinheiro para
poder entrar do "jogo", onde participam grandes players e milhões de pessoas ao
redor do mundo.
Muita gente quer começar investir e operar com pouquíssimo capital. Isso é até
recomendável, como você viu no capítulo que fala das fases do caminho do trader
iniciante, onde uma delas é mandar um capital menor para a corretora e ir sentindo
o mercado, com um risco mínimo do mínimo. Mas veja, esse valor mencionado no
capítulo das fases do trader iniciante, ele deve ser apenas uma parte do todo, um
pedaço do seu patrimônio financeiro, que você está aprendendo a montar.
O problema é quando se coloca as expectativas de independência financeira em um

capital pequeno, pois assim vários problemas virão. Uso de lotes muito altos e
excesso de operações são os maiores vilões de quem quer ficar rico rápido
608
começando com pouco dinheiro.
Se você trabalha e aufere rendimentos constantes, siga os próximos itens do passo a

passo para poder seguir na construção de seu patrimônio. Não trabalha?! Então
continue estudando os mercados, gerenciamento de risco, vá treinando sua
estratégia. Só não queira pegar um empréstimo, depositar na corretora e achar que
nunca mais vai precisar de patrão.
Ah, aproveite e busque uma vaga no mercado de trabalho! Não há destaques

suficientes para dizer o quanto é crucial você ter dinheiro entrando, se quiser
montar seu patrimônio. Não dependa da Mega Sena, nem de ser chamado para
programas de televisão, nos famosos reality shows! Vá à procura de emprego!
Ou você pode também querer montar um negócio, mas até para isso a maioria
exige um capital inicial. Existem alguns ramos que você investe uma pequena
quantia para comprar um kit de vendas, e sai de porta em porta oferecendo esses
produtos. Eu já tive uma experiência em que eu oferecia perfumes que me custavam
50% do preço final, e eu acabava ganhando o dobro do valor do custo. Eu precisei
apenas comprar um kit com algumas amostras, e uma certa coragem de ir a
estabelecimentos diversos oferecer meu produto.
Cada venda era uma alegria, pois eu estava ganhando o pão, trabalhando, e
podendo melhorar de vida. O que me chamou atenção nesse setor foi o baixíssimo
valor para poder ter uma renda. Eu gastei com o kit das amostras, e quando havia
pedidos eu me limitava a vender só o que poderia comprar. Não vendia ‘fiado’, era
tudo à vista para evitar calotes. No dia da entrega eu avisava para a pessoa ficar
preparada, pois quando chegasse lá, eu entregaria o perfume e receberia o
pagamento. Alguns desistiam, eram poucos, mas como o produto estava comigo,
eu simplesmente oferecia a outras pessoas.
O resultado era surpreendente. Havia meses em que eu ganhava mais de R$

2000,00 reais de lucros líquidos, vários salários mínimos na época, trabalhando
algumas horas por dia. Como eu era muito jovem, não soube administrar direito
naquele momento, e não pude aproveitar ao máximo minha disciplina nas vendas.
Mas me serviu de lição e aprendi o que deveria fazer.
Já recebi muitos relatos de pessoas que ou ficaram sem emprego, ou queriam sair
de seus trabalhos e ficar vivendo apenas com os lucros do trading. Com minha
experiência pude orientar todos a não desistirem de querer ter uma renda
constante, mesmo que fossem operar no Forex. Sempre dou o conselho de
permanecerem nos empregos, e para os desempregados os oriento a procurarem
um trabalho, e assim poderem manter o dinheiro entrando. Ter renda é essencial,
não só para viver e pagar as contas, mas também para montar o patrimônio.
609
Como você viu, não se faz trading sem capital, ao menos não o trading correto, o
trading levado a sério. Então se você não recebeu uma herança, ou se não ganhou
na loteria (não recomendo, as estatísticas são cruéis), então só resta trabalhar. O
trabalho dignifica o homem, e na Bíblia diz que quem não quiser trabalhar, que
também não coma. Não quero colocar como uma obrigação no sentido ruim, mas
como uma necessidade da qual nem eu, nem você, estamos livres. Mantenha seus
objetivos claros, e se quiser ser independente financeiramente algum dia, até lá
precisará trabalhar, gerar renda, viver.
Esqueça logo a ideia de pagar contas com os resultados do trading. Eles são
extremamente variáveis. Se você ainda não sabe, é plenamente possível ter lucros
excelentes em um determinado mês, e logo em seguida passar um ou mais meses
só perdendo dinheiro, e mesmo assim estar buscando o sucesso. É perfeitamente
normal ganhar por um ou mais anos, e depois passar 12 meses e não fechar positivo
ao final do período.
Nesses casos, como pensa em pagar as contas que vêm mensalmente? Como
manter-se pagando a internet em dia até para poder operar? Como comprar
comida? Como pagar a escola dos filhos? Será que vai ligar para as empresas e
pedir para adiar os carnês? Vai pedir para a concessionária de energia ir segurando
as contas até que tenha algum mês positivo? Interessante que a resposta para
muitos já está na ponta da língua: usar os ganhos acumulados, para poder fazer
esses pagamentos.
Esqueça essa de que os lucros anteriores seguram as pontas nos meses ruins, isso é
papo de amador. Os profissionais conhecem de juros compostos, como você
estudou no capítulo sobre o segredo dos vencedores, e sabem que retirar dinheiro
durante a fase de crescimento do patrimônio é fatal para o desenvolvimento. A
curva exponencial dos juros compostos só é íngreme o suficiente se o capital for
deixado intacto, só havendo interferências em épocas de crises realmente grandes,
casos fortuitos e forças maiores. E retirar lucros para pagar contas, algo corriqueiro,
destrói toda e qualquer chance de ter resultados expressivos, os quais levam tempo
até serem alcançados.
Portanto, o segredo aqui é ganhar dinheiro de uma ou mais fontes de renda (de
preferência mais de uma), e acumular patrimônio, enquanto desenvolve seu capital
através de suas operações. Suas contas? Pague com os rendimentos de seu trabalho
regular. Esqueça o trading para isso! Afinal, você quer ser ou não um profissional?
Como disse, quem realmente faz dinheiro no trading não fica saqueando seus lucros
para pagar a conta de luz ou de água.
610
Gaste Menos do que Você Ganha
Um dos princípios básicos de quem quer ser independente financeiramente é

primeiro ter um capital que possa 'trabalhar para você', como vimos no tópico
anterior. Esse capital deve ser acumulado primeiro com seu trabalho regular, e deve
ser ajudado pela rentabilidade conseguida com suas operações, já vimos isso. Mas
em relação a aumentar seu patrimônio através dos ganhos com o seu emprego ou
negócio, sua fonte de renda, é preciso que você saiba manter suas despesas sob
controle, do contrário, terá mais problemas do que imagina. Se alguém não
consegue gastar menos do que ganha, sempre estará endividado.
Essa pessoa precisa urgente resolver sua vida financeira, buscar meios de baixar seu
custo de vida, para que fique dentro de suas possibilidades. Só assim vai sobrar
dinheiro para o próximo passo.
A chave é viver dentro de suas possibilidades. Se você ganha R$ 1.000,00, não pode
ter despesas de R$ 1.200,00. Se ganha R$ 5.000,00 mensalmente, precisa se manter
gastando menos do que isso, ou passará de aspirante a trader/investidor para
pessoa endividada. Após estudarmos o princípio mais importante da educação
financeira, que é ter uma renda, o segundo mais essencial é esse: gastar sempre
menos do que seus rendimentos.
A palavra aqui é frugalidade, significa viver dentro de suas possibilidades, sem luxos
ou excessos que prejudicariam suas finanças. Esse é um assunto muito espinhoso,
pois a grande maioria vive no limite. Sempre sobra mês no fim do dinheiro, ao invés
de sobrar dinheiro no final do mês. Escuto muito isso.
O estímulo ao consumo desenfreado desencadeou na sociedade atual uma

necessidade de ‘ostentar’. Muitas pessoas querem comprar coisas que não precisam,
com dinheiro que não têm (cartão de crédito), para impressionarem pessoas que
não conhecem, a fim de mostrarem ser uma pessoa que não são. Esse é o famoso
‘consumismo’, o ato de comprar coisas sem necessidade, para objetivos não
essenciais.
Se você quer ser um trader de sucesso, o primeiro passo é aprender a educação

financeira básica, e entre os ensinamentos aqui passados, desenvolver a disciplina
de se manter dentro de seu orçamento. Não tem um orçamento? Então vamos
aprender a fazer, pois como disse William Edwards Deming, “Não se gerencia o que
não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende,
e não há sucesso no que não se gerencia”.
611
Defina Claramente suas Receitas e Despesas
Saiba quanto você ganha, essas serão suas receitas. Depois faça um relatório de
tudo que você gasta no mês. Para você ter controle do seu orçamento é preciso
que você o tenha anotado, registrado em algum lugar. Pode ser em papel ou em
um aplicativo, ou então o que eu mais indico: em uma planilha do Excel. Na
verdade, o orçamento é o planejamento inicial das suas finanças, seja mensal,
semanal, quinzenal ou anual, mas suas despesas diárias devem ser anotadas no que
chamamos de Fluxo de Caixa, um simples registro de tudo o que entra e tudo o que
você gasta.
Ambos podem estar em uma mesma planilha, em uma aba você faz o seu
orçamento, em outra aba você coloca as suas despesas, o seu Fluxo de Caixa. Esse
Fluxo de Caixa tem que ser alimentado diariamente a cada gasto que você fizer
você precisa anotar. Entrou ou saiu dinheiro? Anote.
Com o seu orçamento devidamente planejado você saberá o limite de cada item, de
cada despesa. Por exemplo: aluguel R$ 1000, plano de saúde R$ 1500, parcela do
financiamento do carro R$ 900, academia R$ 100, internet e televisão R$ 250, e por
aí vai. A partir destes limites é que você vai saber se já está perto ou não de atingi-
los à medida em que anota as suas despesas no fluxo de caixa.
Faça uma tabela na planilha e a cada linha anote data, despesa, valor da despesa,
forma de pagamento, e o item a que ela se refere. Por exemplo se você faz uma
compra no supermercado, então esta despesa vai para o item “Alimentação”. Se
você sai para o cinema esta despesa pode ir para o item “Lazer”, e assim para cada
campo do seu orçamento.
Abaixo trago um exemplo simples, mas bastante prático de como você pode
organizar seu Orçamento e seu Fluxo de Caixa para manter suas despesas bem
organizadas.
612
ORÇAMENTO
DESPESAS
RECEITAS DESCRIÇÃO VALOR
DESCRIÇÃO VALOR Moradia R$ 1.500,00
Salário R$ 5.000,00 Saúde R$ 1.500,00
Renda Extra 1 R$ 1.000,00 Educação R$ 700,00
Renda Extra 2 R$ 1000,00 Lazer R$ 500,00
TOTAL R$ 7.000,00 Alimentação R$ 1000,00
Energia R$ 200,00
Telefone R$ 150,00
Internet R$ 150,00
Transporte R$ 600,00
Investimento R$ 700,00
TOTAL R$ 7.000,00
FLUXO DE CAIXA
DATA DESCRIÇÃO VALOR PGTO ITEM SALDO OBS
01/jan Recebimento de Salário R$ 5.000,00 - - R$ 5.000,00
02/jan Poupança* R$ 700,00 Débito Investimento R$ 4.300,00 Investimento Completo
02/jan Supermercado R$ 200,00 Débito Alimentação R$ 4.100,00 Acum. Alim. R$ 200
03/jan Cinema R$ 70,00 Débito Lazer R$ 4.030,00 Acum. Lazer R$ 70
04/jan Aluguel R$ 1000,00 Dinheiro Moradia R$ 3.030,00 Acum. Moradia R$ 1000
05/jan Plano de Saúde R$ 1.500,00 Débito Saúde R$ 1.530,00 Esgotado Saúde
06/jan Supermercado R$ 300,00 Débito Alimentação R$ 1.230,00 Acum. Alim. R$ 500
07/jan Renda Extra 1 R$ 1.000,00 - - R$ 2.230,00
08/jan Condomínio R$ 500,00 Dinheiro Moradia R$ 1.730,00 Esgotado Moradia
09/jan Escola dos filhos R$ 700,00 Débito Educação R$ 1.030,00 Esgotado Educação
10/jan Renda Extra 2 R$ 1.000,00 - - R$ 2.030,00
15/jan Supermercado R$ 500,00 Débito Alimentação R$ 1.530,00 Esgotado Alimentação
16/jan Conta de Luz R$ 200,00 Dinheiro Energia R$ 1.330,00 Esgotado Energia
20/jan Conta de Telefone R$ 150,00 Dinheiro Telefone R$ 1.180,00 Esgotado Telefone
22/jan Conta de Internet R$ 150,00 Dinheiro Internet R$ 1.030,00 Esgotado Internet
25/jan Gasolina R$ 200,00 Débito Transporte R$ 830,00 Acum. Transp. R$ 200
28/jan Uber R$ 200,00 Débito Transporte R$ 630,00 Acum. Transp. R$ 400
30/jan Viagem à praia R$ 630,00 Dinheiro Lazer R$ 0,00 Lazer Ultrapassado
* A poupança foi colocada ali como investimento apenas a título de exemplo
Você pode acompanhar que a cada despesa realizada o Fluxo de Caixa foi
atualizado, e o saldo foi sendo descontado. Quando entrava uma receita, ela era
somada ao saldo anterior. Quando uma despesa chegava ao limite pré-
estabelecido, esse aviso era incluído na tabela, em observações, para que a pessoa
soubesse que aquele item não poderia receber mais despesas. Por exemplo,
quando o item Alimentação foi esgotado, caso uma nova compra no supermercado
fosse realizada, já seria possível imaginar que o saldo final do orçamento ficaria
negativo.
613
Algo interessante no exemplo acima é que inicialmente foi planejado gastar R$

600,00 com Transporte, mas ao final do mês não houve necessidade de passar de
R$ 400,00. Essa economia de R$ 200,00 foi suficiente para cobrir os gastos a mais
realizados com Lazer, efetuados na viagem à praia, e mesmo assim o saldo ao final
terminou conforme planejado, isto é, tudo que foi recebido, foi utilizado.
Sim, ficou bem destacado ali o item investimento como uma ”Despesa”, e ainda
nessa aula você entenderá o porquê disso.
Resumindo: Saiba quanto você ganha; planeje inicialmente quanto você vai gastar
no mês. Depois anote devidamente item por item do que você for gastando
diariamente, e vá abatendo este valor de cada campo do seu orçamento, para saber
quando chegar perto ou então ultrapassar este limite fixado por você no
planejamento.
Quando se aproximar o final do mês você vai ter uma noção se já ultrapassou o
limite ou se está exatamente em cima, e aí você saberá que não pode mais gastar.
Ou então você pode ter ultrapassado o limite talvez por displicência e também sabe
que não pode mais gastar naquele item. Caso surja uma real necessidade de ter
gastos em itens ultrapassados você precisa entender que vai tirar de outro lugar.
Talvez em alguma despesa na qual ainda haja mais espaço até atingir o limite, ou
então você vai ter que sacrificar em outro local do seu orçamento.
Importante salientar que na hora de montar o orçamento, tente deixá-lo flexível

para possíveis alterações durante o mês. Quantas vezes você não separou um
dinheiro para extras e durante o mês de repente lembrou que tem um aniversário
para ir e precisa comprar um presente? Você de repente vê que o valor do presente
não estava previsto e provavelmente esse item extra vai ultrapassar aquilo que você
planejou. Por isso sempre é bom deixar uma margem para mais. Se você separa por
exemplo R$ 300 para extras, deixe 350/400. Mas se seu orçamento é apertado para
deixar cada item um pouco mais flexível, você precisa rever os seus gastos, porque
ficar exatamente em cima de cada item é muito arriscado, nesse caso é muito fácil
acontecer de ultrapassar o limite da despesa e acabar, como citei, entrando no
cheque especial ou mesmo utilizando o cartão de crédito. Caso isso aconteça você
está indo na contramão do que é prudente para suas finanças.
Portanto, saiba primeiramente planejar o orçamento, entenda a importância de ter

tudo registrado, tenha a disciplina de anotar cada despesa, e verifique
constantemente sua planilha para ver onde está gastando mais e onde pode
precisar alterar e ter flexibilidade. Dessa forma você chegará ao final do mês dentro
do planejado, o que é um cenário ótimo e bom para seu objetivo financeiro na
construção de seu capital.
614
Cortando Gastos
Manter os gastos dentro do orçamento é algo necessário, mas muitas vezes difícil
de conseguir. Nessa parte da aula vou trazer dicas que me ajudaram muito na hora
de segurar a onda, diminuir despesas onde realmente fazia sentido, e que me
levaram a buscar ao máximo me manter disciplinado. Se você for uma pessoa
‘gastadora’, ou se seu orçamento está sempre apertado, não tenho dúvidas de que
essas recomendações serão extremamente úteis.
A primeira dica é: Ataque as despesas maiores. Após alguns meses registrando tudo
no Fluxo de Caixa, você saberá exatamente onde está sendo seu maior ralo, aqueles
itens que mais têm consumido seu dinheiro. Trabalhe firme nos 3 maiores itens em
que é possível haver diminuição no valor, faça o possível para reduzi-los, não é hora
de moleza, seja forte. Corte aquele streaming que você não usa mais; ligue para a
operadora de cartão para cancelar ou diminuir a anuidade; vá a supermercados
mais baratos, ou procure comprar coisas em atacadões (mas não exagere na
quantidade - não faça muito estoque).
Se gasta muito com transporte, veja a possibilidade de trocar de carro, comprando

um mais barato e reduzindo IPVA e seguro. Ou dependendo da situação, veja se é
realmente necessário ter um carro. Para aqueles que dispõem de dois veículos,
avalie a real necessidade de ter ambos. A venda de um pode desafogar você
fortemente. Negocie seu aluguel com o locador, ou ao menos brigue para não ter
ajustes. Se tem casa ou carro financiado, repense essas despesas. Tudo é melhor
sempre comprando à vista. Mude seu plano de saúde para uma opção mais barata,
como por exemplo alterar de apartamento para enfermaria, se puder, claro. Compre
medicamentos genéricos, se seu médico liberar. Use os programas do governo
acessíveis a sua situação, como o Farmácia Popular, por exemplo, em que há vários
medicamentos gratuitos, para hipertensão ou diabetes, apenas para citar alguns.
É um processo difícil, ninguém disse que ia ser fácil. Mas pense que está construindo
seu futuro, e que seu “eu” de alguns anos à frente precisa de você agora. Isto é,
imagine-se daqui a 5 anos pensando “Poxa, como eu poderia ter economizado nisso
ou naquilo. Estaria bem melhor agora!”. Talvez você até já esteja pensando nisso
nesse momento, tipo, por que não fez tudo isso 5 anos atrás. Não se lamente,
levante a cabeça a aja, agora. O cartão de crédito está prestes a ser aliviado nas
parcelas das compras? Então seja firme e não complete ele novamente. Não dê vez
à lei de Parkinson, a qual explico mais à frente.
Uma dica poderosa que dou para você criar a mentalidade necessária para
desenvolver o hábito de gastar menos é a seguinte: pense que se tivesse uma
redução forçada de salário, você teria que sacrificar alguma despesa
615
obrigatoriamente. Então haja como se tivesse acontecido essa redução, e use o

dinheiro que ficou sobrando para investir. Seu futuro agradecerá.
Caso você receba algum aumento de receita, seja no seu salário, ou ainda uma
renda extra, contenha o ímpeto de acrescentar mais despesas nessa folga que está
tendo. Esse é um dos piores erros que nós cometemos quando não estamos
habituados a poupar. Um aumento no salário mínimo e suas receitas ganham uma
folga, então segure a tentação de mudar o plano de internet para um mais rápido,
se isso não for extremamente necessário. Se conseguiu uma renda extra, seja você
mesmo, ou através de alguém da sua família que quer ajudar nos seus projetos em
conjunto, seja forte e impeça seu “eu gastador” de querer agora comprar um carro
melhor, pior ainda se for financiado. FUJA DE DÍVIDAS!
A lei de Parkinson basicamente fala que quando se cria um espaço, a tendência é

aquele espaço ser preenchido por algo. Em várias coisas na natureza podemos
observar, por exemplo, se algo cair numa floresta e criar um buraco, com o tempo
aquele espaço tende a ser preenchido naturalmente com terra ou outro material
trazido pelo vento. Imagine uma casa abandonada, também muito provavelmente
será preenchida por vegetação. Quando um espaço surge, há uma tendência de ser
preenchido de forma automática, ainda que leve um certo tempo. Se quando há
uma brecha a mais no seu orçamento, advinha quem será o agente preenchedor?
Isso aí, você mesmo vai encher essa ‘vazio’ com novas despesas. E assim o ciclo
nunca se encerra, pois o hábito de preencher os espaços já existe, e qualquer novo
aumento de receita será o gatilho para que mais despesas sejam feitas, ocupando
aquele novo espaço no orçamento.
Se algo não for feito deliberadamente por você, esse hábito se perpetuará, e pior,
passará de geração para geração, pois os filhos tendem a manter os hábitos vistos
em casa. Se quiser mudar o rumo de sua vida financeira, mude de hábitos. Quando
uma receita surgir, ou seu salário aumentar, freie a intenção de aumentar os gastos.
Os exemplos do que pode gerar essa tentação eu já mencionei, portanto agora
você já sabe onde será mentalmente atacado, cabe a você ser forte e evitar incluir
esses novos sugadores de dinheiro do seu orçamento.
Se você está em uma situação de descontrole financeiro, se é casado(a), e

principalmente se tem filhos, sente com eles e converse sobre dinheiro. Isso não é
errado, pelo contrário, é altamente recomendável. Explique que precisa fazer
mudanças na rotina de vocês. Presentes caros, nem pensar. Extras desnecessários,
fora de cogitação.
Porém... não exagere, obviamente isso é ruim. Não passe a comer somente miojo,
sua saúde e da sua família é prioridade, pois ninguém imagina o quanto é ruim ficar
doente até que fique. Cuide-se e cuide dos seus. Ou por exemplo ficar sem dar
616
descarga para economizar água. Higiene também é saúde, não use a necessidade
de economizar como desculpa para hábitos ruins. Mantenha hábitos bons, ao
mesmo tempo que economiza! A palavra aqui é equilíbrio. Ao conter excessos,
certamente você será bem sucedido nos seus objetivos financeiros do orçamento,
isto é, conseguirá poupar e montar seu patrimônio. Uma vez que conseguir uma
folga, esse valor você vai poupar.
Mas não exagere a ponto de faltar o básico. Como disse, cuide de você e dos seus
próximos. A vida ficará chata se você não aproveitar, nem que seja um mínimo
possível. Um passeio, uma viagem econômica, uma pizza no fim de semana, um
sorvete com os filhos, uma visita aos seus pais/avós. Dependendo de como for feito,
é algo que dá aquele gostinho de aproveitar as pequenas coisas da vida com as
pessoas que amamos. Repito, o que não dá são os exageros. Vai visitar seus
familiares? Sua presença é o que eles querem, e não presentes caros. Vai levar os
filhos para passear? Mais uma vez, sua presença e atenção é o que eles mais
desejam, especialmente em um mundo tão digital e cheio de afazeres para te
distrair. Ficar um tempo com seus filhos e cônjuge é crucial, mas não é desculpa
para comprar presentes caros em uma tentativa ineficaz de cobrir sua falta por
passar muito tempo no celular.
A vida é curta, aproveite. Mas também a vida pode durar bastante, que é o que
queremos, então preocupe-se com seu futuro, e contenha os excessos do agora.
Poupe Regularmente a Diferença
Uma vez que se consiga gastar menos do que se ganha, você atingiu o patamar de
uma condição economicamente ideal, e assim uma diferença positiva vai sobrar no
orçamento.
Essa diferença precisa ser guardada, poupada. Não se pode querer gastar menos do
que se ganha, para depois querer gastar a sobra com algo 'de presente'. Se assim
for feito, na verdade não se gastou menos, se gastou tudo que tinha, ou seja, foi
tudo ilusão.
Uma dica para poupar essa diferença, sem cair na armadilha de gastar o dinheiro, é
guardar já no ato de recebimento da renda. Para isso você precisará de um
planejamento antecipado de quanto pretende gastar no período, e aí, sabendo
disso de antemão, antes de iniciar o mês já guarda esse dinheiro em algum lugar
difícil de ser acessado por você mesmo. O próximo passo vai te dar um norte nesse
quesito.
617
Invista o Dinheiro Poupado em Ativos Geradores de

Renda
Existe uma coisa chamada passivo, e outra chamada ativo. Passivos são bens que
consomem dinheiro, como carro, casa, cachorro, e bens móveis. Sem querer entrar
no mérito se algo é necessário ou não, tais itens simplesmente exigem que se gaste
uma quantia constantemente para que seja mantida. Ou seja, podemos escolher ter
passivos, mas precisamos saber que eles irão consumir, e não gerar renda, por isso
o equilíbrio é importante.
Já os ativos são o inverso, são bens que em vez de consumir recursos, te

proporcionam rendimentos. Adquirir um ativo vai fazer com que mais dinheiro entre
na sua conta, ao invés de sair. Exemplos são os títulos de renda fixa pagadores de
juros, cotas de fundos imobiliários que geram aluguéis aos seus possuidores, ou
mesmo ações pagadoras de dividendos. É esse tipo de aquisição* que deve ser o
foco do dinheiro que você poupa regularmente. Portanto, essa diferença que sobrar
entre o que você recebe e o que você gasta, precisa ser usada para adquirir ativos.
*Não é para investir nesses ativos em específico, mas sim estudar esse tipo de investimento, e optar
pelo que mais estiver de acordo com a sua realidade
O dinheiro separado no seu orçamento tem destino, investir em coisas que te

paguem, que coloquem dinheiro no seu bolso. Isto tem um implicação simples: se
separar dinheiro, fizer todo o esforço para poupar, e gastar esse valor em um carro,
por exemplo, você irá minar seus esforços, pois adquiriu um passivo, que consome
recursos, e não um ativo, que te pagaria rendimentos. É a mesma coisa de
economizar determinado mês, e já no mês seguinte usar esse dinheiro para
comprar algo pelo seu esforço. É a mesma coisa!
Repetindo o que mencionei antes, não que você não deva comprar um carro, caso
precise, mas esse dinheiro separado do orçamento é para você investir. Se quiser
poupar para um carro, faça reservas diferentes. Isso vai implicar em economizar
mais? Com certeza, se não a matemática não bate. Mas quem quer investir, e ao
mesmo tempo comprar um carro, ou uma casa (também é um passivo), então tem
que aceitar a dificuldade que terá em trabalhar para os dois. Resumindo, não use
em passivos a verba destinada a comprar ativos. Não misture as ideias, pois uma
coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Será dos rendimentos oriundos desses ativos que você poderá um dia dizer que
"Vive do mercado financeiro", ou "Vive de juros", e não mais depende de um
emprego. Quando seus rendimentos advindos desses investimentos em que você
guarda o dinheiro, os ATIVOS, superarem o valor das suas despesas mensais ou
anuais, você terá atingido a independência financeira.
618
Importante: Esses rendimentos maiores que suas despesas precisam ter uma
base fixa, ainda que anuais. Não pode ser apenas, ou a maioria, vindos de renda
variável. Pois, como o próprio nome diz, a renda variável vai variar. Em um mês você
pode ter lucros, em outro prejuízos. Esse ano você pode ter ganhado bem mais que
suas despesas, no próximo pode ganhar menos, ou mesmo ter perdas. E aí? Como
fazer para pagar as contas? Consumir do capital? Péssima ideia.
A grande importância de conseguir fazer tudo isso é montar seu patrimônio, pois
será a partir dele que você poderá fazer os cálculos de quanto enviar para sua
corretora. Não, não é pra enviar tudo para sua conta, isso será mais bem explicado
nas próximas páginas. Mas você só vai saber bem qual é o valor a depositar quando
montar seu capital, e souber controlá-lo adequadamente.
Por que uma parte? Para operamos não precisamos colocar todo o nosso
patrimônio na corretora, já que elas nos permitem operar como se tivesse todo o
nosso capital lá, sem a necessidade de fazer isso de fato. Esse fenômeno é
conhecido como alavancagem, e você estudou muito bem esse assunto no último
capítulo (você estudou, não estudou?). Antes de conhecer esse livro, você já deve ter
ouvido falar muito mal da alavancagem. Mas agora você entende que se seu
operacional for pautado em um rigoroso gerenciamento de risco e uma gestão de
capital ideal, então ela será uma tremenda aliada na busca pela independência
financeira no trading.
CONTROLANDO O CAPITAL
Uma vez com o capital montado, ainda que aparentemente pouco, você precisa
manter controle, isto é, registros regulares de como seu capital se desenvolve.
Como você aprendeu que deve comprar ativos, usarei como exemplo alguns dos
mais famosos, mas em nenhum momento estou recomendando que você invista em
qualquer deles. Como diz no início desse livro, aqui não há nenhuma recomendação
de onde ou quando investir seu dinheiro. Eu apenas mostro o que existe em termos
de ativos no mercado financeiro, e características de cada um. Cabe, portanto, a
você, individualmente e por conta e risco próprios, estudar o que achar interessante
e escolher onde investir seu capital.
Usando Planilhas
A melhor ferramenta a meu ver é fazer o registro através de planilha de controle,

como mostrei no orçamento e Fluxo de Caixa. Uma tabela no Excel é mais que
suficiente para isso. Separe os períodos (meses, trimestres ou anos) em arquivos ou
abas diferentes, e constantemente vá registrando o desempenho de cada um dos
ativos presentes na sua carteira.
619
Essa ‘carteira’ nada mais é que o nome dado ao conjunto de ativos que você decidiu
investir e nos quais mantem seu capital aplicado. Por exemplo se alguém decide
colocar 20% de seu dinheiro em títulos do tesouro direto, 30% em CDBs, e 50% em
renda variável como ações, esses 3 ativos compõem a carteira desse investidor.
Fechamentos
A cada período é necessário realizar o balanço dos investimentos. Isso significa que
você precisará verificar o saldo final de cada um de seus ativos e qual foi o
desempenho deles na sua carteira. Vamos a um exemplo.
Suponha o investidor “A”, que tem um orçamento no qual recebe a título de receitas
o valor de R$ 3000,00 por mês. Suas despesas somadas totalizam aproximadamente
R$ 2.700,00 mensais. Assim, o investidor A consegue planejar poupar 10% de suas
receitas, isto é, irá separar R$ 300,00 assim que receber sua renda, e já irá fazer o
que chamamos de “aporte”. “Aportar” é quando ele usará esses R$ 300,00 para
comprar os ativos escolhidos para fazer parte da sua carteira. Considerando que o
investidor do exemplo conseguiu firmemente por um ano economizar essa quantia
mensalmente, e supondo que deixou tudo na conta corrente, apenas para efeito de
considerar um capital fechado, ao final de 12 meses* ele teria R$ 3000,00. Digamos
que ele passou esse último ano juntando e estudando, e decidiu que começaria de
forma conservadora, aplicando apenas em renda fixa.
*Atenção - Não estou estabelecendo tempos mínimos, no sentido de que você deveria passar um ano apenas
juntando e estudando. Fiz essas explicações para que ficasse claro, mas você deve ajustar tudo à sua realidade e
tomar suas próprias decisões. O que está aqui é apenas para auxiliar você a entender como funciona uma vida
organizada financeiramente e quais são as opções existentes no mercado de ativos.
Vamos considerar que ele decidiu comprar R$ 1500,00 em CDBs e R$ 1500,00 em

títulos do tesouro direto, e que fará o controle de seu patrimônio mensalmente. Sua
carteira, portanto, ficaria da forma abaixo, no início do primeiro mês após o período
montando o patrimônio.
A rentabilidade estaria zerada, afinal nenhum mês se passou até esse momento.
Agora imaginemos que após 30 dias, na hora de olhar o saldo de seus ativos na
corretora, ao final do primeiro mês, ele verificou que o CDB estaria valendo no total
620
R$ 1503,75 e o título do tesouro R$ 1509,00. Mas ele também verificou que em cada
um havia taxas e impostos que somados sub totalizavam os seguintes montantes:
R$ 0,84 no CDB e R$ 2,02 no Tesouro direto. Assim, seu valor líquido de cada ativo
seria o bruto, descontado dos impostos e taxas. Ao final do primeiro mês o
fechamento ficaria da seguinte forma.
Na imagem acima vemos novas colunas na tabela. Elas são necessárias para o
acompanhamento dos lucros e dos impostos com as taxas, pois eles não entram no
cálculo da rentabilidade. Ou seja, para saber quanto seu patrimônio está rendendo,
é preciso descontar essas despesas do valor bruto, chegando assim ao valor líquido
do investimento. Depois, divide o valor líquido pelo valor inicial do período para
saber a rentabilidade daquele mês específico, e podemos verificar quanto rendeu
cada ativo na carteira.
Se você visitar o site eusoutraderinvestidor.com, e o canal no YouTube de mesmo

nome, você encontrará não só essa e outras planilhas disponíveis gratuitamente,
como também vídeos explicativos de como usar o Excel para esses cálculos. Com
poucos ativos não é tão difícil, mas quando seu patrimônio fica mais robusto,
certamente precisará de ferramentas para te ajudar.
Veja que apareceu também mais uma linha, pois nosso investidor do exemplo não
para de poupar. Esse é o grande segredo, não é porque ele alcançou um capital
inicial para começar a investir que ele iria parar de fazer aportes.
621
Guarde bem a informação a seguir.
No início de sua carreira de trader e investidor, em qualquer

mercado, é muito mais importante o valor que você aporta em
seus investimentos, do que a rentabilidade que você
conseguirá com eles.
Essa frase me ajudou muito no início de minha jornada. Pois quando comecei eu me
preocupava demais em conseguir os investimentos mais rentáveis, e esquecia a
importância dos aportes, não dava a devida atenção ao que realmente poderia fazer
minha carteira ‘alavancar’. Mesmo que saibamos a força dos juros compostos,
sabemos que ele não fará nada se não tivermos capital.
Dinheiro é o combustível do foguete chamado ‘Juros Compostos’. E no início da

decolagem dessa aeronave, quanto mais combustível tiver, maior, mais forte, e mais
longe será o voo. Não se engane, o início é crucial para seu sucesso, e quanto mais
você aportar no começo de sua carreira, maiores serão os patamares que seu
capital alcançará com os juros compostos. Uma vez com o foguete em órbita, o
combustível não será tão importante para grandes voos, será apenas um acréscimo,
mas não será mais o grande impulsionador inicial, pois os investimentos e a
rentabilidade, após vários anos, farão seu patrimônio crescer sozinho.
Se você ler e entender a passagem anterior, mantendo-se bastante ciente de sua

importância, estará dando passos largos na sua caminhada até o sucesso, até a
independência financeira, seja no Forex, ou em qualquer outro mercado.
Vamos voltar à última imagem e destrinchar um pouco as informações contidas no

balanço do primeiro mês do investidor A. Você pode ver que ao final do período,
além de seus ativos terem valorizado, ele também tinha R$ 300,00 em conta
corrente, por exemplo. Esse dinheiro será utilizado na aquisição de ativos, que
poderiam ter sido comprados no próprio período em questão, que é o ideal. Eu
coloquei em separado apenas para fins didáticos, para que ficasse mais fácil a
visualização do princípio que queria trazer aqui, o da importância dos aportes. Mas
a partir de agora, todos os aportes seguintes feitos mês a mês serão para adquirir
ativos no mês que for realizado.
Antes de passarmos para o segundo período do balanço, vamos supor que o

investidor decidiu colocar R$ 150,00 em cada investimento, e zerar a conta corrente,
fazendo assim seu aporte. O total de cada ativo ficaria, portanto, em R$ 1653,75 no
CDB, e R$ 1659,00 no Tesouro, isso considerando o saldo bruto. Veja que a
rentabilidade do primeiro mês foi aparentemente baixa, pois eu utilizei no cálculo os
juros aproximados da realidade vivida no ano em que escrevi esse livro (2020 -2021).
622
A taxa de juros Selic no Brasil era de 2% ao ano, e era comum encontrar CDBs
pagando entre 100% e 200% desse valor. Já para os títulos do tesouro, uma
rentabilidade próxima de 6% não era tão difícil de achar, com vários títulos
oferecendo inclusive valores maiores.
Pois bem, nosso investidor finalizou o primeiro mês ganhando R$ 9,89 de lucro
líquido, e agora ele tem um capital de R$ 3309,89. para o cálculo correto da
rentabilidade, é preciso diferenciar duas situações, com aportes e sem aportes.
O ideal é sempre aportar, como você já aprendeu. Mas antes de entrarmos no

cálculo da rentabilidade com esse envio de dinheiro novo, vamos entender de
maneira simples como é o cálculo da rentabilidade sem aportes. É bastante simples,
pois basta dividir o lucro líquido (descontado taxas e impostos) pelo valor inicial do
investimento. Assim, se o CDB começou o primeiro mês valendo R$ 1500,00, e
finalizou valendo R$ 1502,91, o lucro foi de R$ 2,91. Dividindo R$ 2,91 por R$ 1500,00
(valor inicial), temos:
R$ 2,91 / R$ 1500,00 = 0,00194
Basta multiplicar por 100 para saber em termos percentuais. Logo:
0,00194 * 100 = 0,194%, como pode ser visto na tabela.
O cálculo do título do tesouro segue o mesmo princípio.
R$ 6,98 / R$ 1500,00 = 0,00465 ou 0,465%

Lucro Líquido Valor Inicial = Rentabilidade
A planilha arredondou para a segunda casa decimal, ficando respectivamente 0,19%

e 0,47%.
Se não fossem feitos mais aportes, o cálculo seria esse a cada período. Porém, como
você já ficou bem esclarecido, é crucial permanecer poupando e aportando em seus
ativos na carteira, e de maneira regular.
CALCULANDO A RENTABILIDADE COM APORTES
Pois bem, vamos agora para um cálculo dificilmente realizados por traders e
investidores. Já é raro ver alguém controlando o patrimônio, mais difícil ainda é
encontrar os que sabem calcular corretamente quanto seu capital está crescendo.
Mas como pretendo te preparar para ser bem sucedido, aqui estará explicado em
623
detalhes minuciosos como manter o adequado gerenciamento, não só de quanto

você tem, mas quanto o que você tem está te rendendo.
O cálculo correto envolve a divisão do capital em cotas. Imagine que você decida se
juntar com alguns amigos para que, unindo capital, vocês pudessem investir em
imóveis. Dessa forma, juntos vocês formariam um “Fundo”. Supondo que você e
mais 4 outros decidam entrar nessa jogada, e fique estabelecido que cada um vai
entrar com R$ 10.000,00. Logo, o total do capital aplicado incialmente seria de R$
50.000,00, e a quantidade de amigos seria de 5, cada um desembolsando o valor de
10 mil reais.
O que fundos de investimento mais famosos fazem é dividir o capital aplicado em

“Cotas”. Eles costumam estabelecer esse valor inicial da cota em R$ 100,00 por
padrão (já, já você entenderá o porquê). Assim, se você considerar o capital
completo unido (R$ 50 mil) como um Fundo de Investimento, então considere como
fazem as grandes instituições, divida esse “Fundo” em cotas e considere cada cota
como R$ 100,00.
Eu ainda não falei quantas cotas haverá, mas é simples, basta dividir o valor total do
fundo, ou seja, o valor total separado por todos os participantes, pelo valor de cada
cota. Assim, teremos:
R$ 50.000,00 / R$ 100,00 = 500 Cotas

Capital Total do Fundo Valor da COTA Quantidade de Cotas
Logo, como são 5 amigos dividindo o investimento, serão 500 cotas para dividir
para os cinco. Assim, cada um terá direito a 100 cotas, pois 500 / 5 = 100.
Calma, não se preocupe, esse livro é tão esmiuçado que um cálculo como esse será
repassado e repassado até que você entenda.
Passos para Calcular as Cotas
- Primeiro: Foi considerado o valor total do investimento - R$ 50.000,00

- Segundo: O total de pessoas participantes do “Fundo” - 5 (cinco)
- Terceiro: Ficou estabelecido por padrão que o valor da cota seria de R$ 100,00
- Quarto: Dividindo o valor do Capital do “Fundo” pelo valor da cota, verificamos
que haverá 500 cotas a dividir
- Quinto: Se são 5 participantes, e 500 cotas, cada um terá direito a 100 cotas
624
Obtendo Lucros e Calculando a Rentabilidade
Suponha que após 6 meses, os imóveis adquiridos tenham valorizado 20%. O novo
valor do Capital desse Fundo seria, portanto, R$ 60.000,00, pois ganhou 10 mil reais
com a valorização.
Agora vem a parte legal, pois é nesse momento que calcularemos a rentabilidade
baseado nesse sistema. Com esse aumento de R$ 10.000,00 o valor da cota vai
mudar. Toda vez que houver alteração no valor do capital investido, o valor da cota
sofrerá uma alteração. Se o resultado do período considerado for positivo, então
teremos um aumento no valor da cota. Mas se porventura houver prejuízos, então a
cota terá seu preço diminuído. Para saber o novo valor, basta dividir o novo Capital,
após a valorização, pela quantidade de cotas atual.
Vamos verificar o novo valor da cota desse fundo.
R$ 60.000,00 / 500 Cotas = R$ 120,00

NOVO Capital Quantidade de Cotas = NOVO Valor da Cota
Total do Fundo
ATENÇÃO - Todo o cálculo da rentabilidade será em cima do valor da cota. Repare

que foi dito que o ganho após 6 meses foi de 20%, e agora verificamos que a cota
aumentou 20 reais, portanto 20% do valor anterior, que era de R$ 100,00. Viu como
a valorização da cota reflete a exata valorização do valor do fundo.
Vamos calcular a rentabilidade acumulada desse investimento até aqui.
( R$ 120,00 / R$ 100,00 ) - 1 = 0,20 ou 20%

NOVO Valor da Cota Valor da COTA Constante = Rentabilidade Acumulada
INICIAL
E por que isso???
O cálculo das cotas é importante para saber a rentabilidade real do seu

investimento, considerando os aportes, parte essencial de seu crescimento como
trader e investidor. Quando novas entradas de dinheiro ocorrerem, o cálculo
ensinado permanece, e refletirá o percentual verdadeiro de ganhos em cima do
capital investido. Vai ficando mais claro com o passar da aula.
625
Fazendo um Novo Aporte - Um Novo Integrante
Agora, imagine que uma sexta pessoa tenha manifestado interesse em entrar nesse
investimento para negociações de imóveis. Como se faria essa integração? Nesse
caso, precisaria verificar quanto esse outro investidor estaria disposto a aplicar no
Fundo, e assim esse valor seria então somado ao capital total investido. Digamos
agora que ele decida entrar com R$ 21 mil, mais do que a média dos outros. Como
é um bom dinheiro, então em ‘assembleia’ entre os 5 participantes fica decidido que
o novo integrante poderia fazer parte do negócio, e assim eles contariam com mais
capital para negociar imóveis. Obviamente, como o sexto cotista investiu mais, ele
tem direito a mais cotas.
Como faríamos esse cálculo?
Quantas cotas tem o fundo? 500 cotas. Ok.

Quanto vale cada cota após o último resultado? R$ 120,00. Ok.
Quantas cotas o sexto investidor poderá adquirir?
Sempre que um novo aporte for feito no investimento total, o cálculo para saber a
quantidade de cotas que esse dinheiro vai representar é dividir o valor aportado
pelo valor atual da cota.
R$ 21.000,00 / R$ 120,00 = 175 cotas

Capital Total Investido Valor da COTA = Quantidade de Cotas
Pelo novo Integrante
Essas 175 cotas serão adicionadas às cotas anteriores. Como havia 500 cotas, o
Fundo agora conta com 675 partes. Cada um dos 5 primeiros investidores detém
100 cotas, e o sexto integrante tem mais que eles, 175. Nada mais natural, afinal, o
mais recente membro do Fundo entrou com um valor maior do que os participantes
entraram no começo, e ainda maior do que cada participante tem direito
imediatamente antes do sexto membro entrar.
Antes da entrada no novo investidor, o valor do Capital do Fundo era de R$ 60 mil,

e cada um dos 5 primeiros integrantes tinha participação em R$ 12 mil nesses R$
60.000,00, já que cada um tinha 100 cotas, e cada cota valia R$ 120,00 após a
valorização ( 100 * R$ 120,00 = R$ 12.000,00 ). Com a entrada de mais uma pessoa,
as 5 primeiras permanecem com direito a 12 mil reais e 100 cotas, porém a última
tem direito nesse momento a R$ 21 mil, que foi o valor aplicado. Assim começa ficar
claro como essa divisão é justa e exata.
626
Se formos dividir o Capital total investido pelo valor da cota, teremos:
R$ 81.000,00 / R$ 120,00 = 675 cotas

Capital Total Investido Valor da COTA = Quantidade de Cotas
Repare que, embora o investidor tenha entrado com R$ 21 mil reais, o valor da cota
não se alterou, permaneceu em R$ 120,00, que foi o valor após o último resultado,
aquele de +20%, ocorrido quando o sexto membro ainda não tinha entrado para a
turma. O valor da cota não mudou com a entrada de mais uma pessoa, pois não há
lucros em colocar dinheiro no fundo, apenas aporte de dinheiro novo.
ATENTE - O valor da cota só mudará quando houver ganho ou

perda no período, pois NÃO há lucros em colocar dinheiro novo
no investimento!
É o que veremos agora, em mais um exemplo.
Supondo que após um mês os imóveis comprados com os R$ 81 mil valorizaram 5%.
Assim, o valor total do fundo agora é de R$ 85.050,00, R$ 4050,00 a mais que o valor
inicial, esse foi o ganho do investimento nesse período. Agora que houve um lucro,
sabemos então que o valor da cota mudará, ele ficará maior.
Para esse cálculo vamos dividir o novo valor total do fundo, o capital total após o
lucro do período, e dividir pela quantidade de cotas existentes.
R$ 85.050,00 / 675 Cotas = R$ 126,00

NOVO Capital Quantidade de Cotas NOVO Valor da Cota
Total do Fundo
NOVAMENTE - Todo o cálculo da rentabilidade será em cima no valor da cota.

Repare que foi dito que o ganho do mês foi de 5%, e agora verificamos que a cota
aumentou 6 reais, portanto 5% do valor anterior, que era de R$ 120,00. Viu como a
valorização da cota reflete a exata valorização do valor do fundo. E mais, com base
no novo valor da cota, podemos saber qual é a valorização real desse Fundo ao
longo do tempo.
( R$ 126,00 / R$ 100,00 ) - 1 = 0,26 ou 26%

NOVO Valor da Cota Valor da COTA Constante = Rentabilidade Acumulada
INICIAL
627
O erro que muitos cometem aqui seria calcular direto, dividindo todo o lucro
alcançado pelo valor total investido. Ou seja, se fizéssemos o seguinte cálculo:
R$ 14.050,00 / R$ 81.000,00 = 17,34%

Lucro Total Alcançado Valor Total Investido = Rentabilidade Calculada
Total do Fundo de Maneira Errada
Você viu que pelo sistema de cotas a rentabilidade do Fundo está acumulada em
+26%, um valor superior aos 17,34% calculados de forma direta.
Toda essa explicação é para te mostrar que a valorização de um investimento com

aportes é diferente da valorização de um investimento inicial sem novos envios de
dinheiro. E como você já escutou outras vezes, se não houver aportes você não
conseguirá alcançar a independência financeira (a não ser que ganhe muito dinheiro
de outra forma, loteria ou herança por exemplo).
O que Muita Gente Faz de Errado?
Acontece que muitos, inclusive eu durante um certo tempo, conta errado a

rentabilidade dos investimentos com aportes. A forma clássica, mostrada mais
acima, é pegar o lucro e dividir pelo valor aplicado, mas ao incluir os aportes nessa
conta, somando ao valor total, o cálculo não ficará exato, podendo levar a erros de
projeção e estimativas para sua independência financeira.
Quando colocamos no Excel aquele cálculo básico de rentabilidade, ou mesmo

quando fazemos em calculadoras internet à fora, sempre incluímos rentabilidades e
aportes fixos. Tipo, “quanto eu vou ter daqui a 15 anos se poupar R$ 300,00 por mês,
a uma rentabilidade de 20% ao ano?” Isso até pode dar certo em renda fixa,
chegando a valores bem próximos, mas jamais será a realidade em renda variável. E
como o mercado foco desse livro é o Forex, que possui resultados extremamente
variáveis, você precisa estar pronto para saber controlar adequadamente seu
patrimônio, e calcular corretamente quanto ele rende para você com suas
operações e investimentos no mercado de câmbio, e em ativos no geral,
pertencentes a sua carteira.
A Rentabilidade Real na Prática dos Investimentos
Vamos agora considerar um investidor motivado a ser independente

financeiramente. Vamos supor que em janeiro do ANO 1 ele decidiu mudar seus
hábitos e passar a poupar R$ 500,00 por mês, logo no início de cada período de 30
dias. Porém no começo, incentivado pelo recebimento de um extra no trabalho, ele
pode dar o primeiro passo com R$ 1000,00.
628
Assim que ele enviou os R$ 1000,00 para sua corretora de investimentos, ele decidiu
adquirir ativos e passar a investir de fato. Supondo os mesmos ativos do último
exemplo, CDB e Tesouro Direto, ele decidiu colocar 50% de seu capital em cada um
desses ativos, ficando R$ 500,00 em um, e R$ 500,00 no outro.
Eis sua carteira no começo do ano.
Aqui o valor de R$ 1.000,00 é como se fosse o Capital Total do Fundo explicado no

exemplo inicial. Já fizemos o primeiro passo, agora passemos para o segundo.
Vamos verificar quantas pessoas têm dividindo esse investimento ( Hãnn?! ). Isso
mesmo, aqui, cada aporte é como se fosse um investidor. E como no início só foi
feito um único aporte, então só há um “membro” desse Fundo. Inicialmente o
investidor é apenas um, logo há apenas um dono de todas as cotas. Mesmo assim,
é preciso dividir em pedaços menores, para que fique claro como é o cálculo do
rendimento.
Lembra-se das etapas?
- Primeiro: Valor Total Inicial do Investimento - R$ 1.000,00

- Segundo: O total de pessoas participantes do “Fundo” - 1 (uma apenas - Um
aporte até agora)
- Terceiro: Fica estabelecido por padrão que o valor da cota seria de R$ 100,00
- Quarto: Calcular a quantidade de cotas
- Quinto: Verificar a quantidade de cotas por participante
Agora vamos dividir o valor em cotas. O terceiro passo é considerar o valor padrão
da cota em R$ 100,00. Assim, se temos um investimento de R$ 1000,00 e temos que
cada cota vale R$ 100,00, quantas cotas ao todo esse investimento dará?
R$ 1000,00 / R$ 100,00 = 10 cotas

Capital Total Investido Valor da COTA Quantidade de Cotas
629
E assim temos o balanço inicial do capital do investidor do exemplo, no início do

mês de janeiro.
Ao final do primeiro mês, como já vimos, é bem fácil calcular a rentabilidade, então
vamos passar direto para o resultado desse período, que é a tabela que você já
conhece, mas agora ficará mais atento à questão do aporte e das cotas.
No fim do primeiro mês verificamos que o capital líquido, após descontado

impostos e taxas, está em R$ 1003,29, e que se dividirmos esse novo valor total do
investimento pela quantidade de cotas ( 10 ), então teremos um novo valor de cota
de R$ 100,33.
Veja bem, nesse primeiro mês o aporte foi considerado o investimento inicial. O
valor da cota aumentou pois o Capital Total subiu. Como vimos no exemplo do
Fundo entre 6 amigos para investimentos em imóveis, em um período que houve
lucros, o valor de cada parte do fundo teve uma elevação já que o lucro implica em
valorização do investimento. Essa valorização, como agora você já sabe, é
corretamente calculada através da valorização da cota.
A rentabilidade considerando apenas janeiro é simples de calcular, basta dividir o

lucro pelo valor inicial do período, mesmo com o aporte.
R$ 3,29 / R$ 1000,00 = 0,00329 ou 0,33% aproximadamente
Mas sabemos que a rentabilidade acumulada é calculada de forma diferente, pois

uma vez que apareçam aportes, os resultados não serão os mesmos.
Qual é então a rentabilidade acumulada até agora, nesse mês de janeiro, a partir da
valorização da cota? Temos que o Capital rendeu 0,33%, pois:
R$ 100,33 / R$ 100,00 = 1,0033
630
Subtraindo 1 do resultado, temos:
1,0033 - 1 = 0,0033 ou 0,33% (multiplicando por 100)

Isso quer dizer que o resultado final de R$ 100,33 da cota, é 0,33% superior ao valor
da cota no início do investimento. Portanto, +0,33% foi a valorização acumulada do
Capital Investido até agora. É fácil fazer essa constatação se formos direto para a
calculadora dividir o lucro de R$ 3,29 por R$ 1000,00 do capital inicial. Porém como
eu disse antes, uma vez que novos aportes entrarem na jogada, esse cálculo levará
a resultados errados. Vamos seguir.
Fevereiro chegou, o investidor recebeu novamente seu salário, e agora poderá

aportar mais R$ 500,00 em seus ativos. Assim que pega o dinheiro, já envia para a
corretora e compra R$ 250,00 de CDB e R$ 250,00 em Tesouro Direto. No início do
mês, após o aporte, antes de o investimento render, o seu balanço estaria conforme
abaixo. Repare que usei o valor bruto do investimento para somar ao aporte.
Como houve aporte, então precisamos calcular a NOVA quantidade de cotas.
Como assim?
Entenda como se cada novo aporte fosse uma pessoa nova investindo no negócio.
Como aqui R$ 500,00 foram incluídos no Capital Investido, teremos uma nova
quantidade de cotas!
ATENÇÃO
Novo Aporte Novo Investidor Aumenta a QUANTIDADE de cotas

Lucros no período Aumenta o VALOR da cota
Prejuízos no período Diminui o VALOR da cota
631
Logo, com a entrada de R$ 500,00 no Capital Investido, teremos uma nova

quantidade de cotas. Primeiramente, vamos calcular quantas cotas esses 500 reais
podem comprar nesse momento.
R$ 500,00 / R$ 100,33 = 4,98 cotas

Novo Capital Investido Valor da COTA Quantidade de Cotas
O novo aporte, portanto, como se fosse um novo investidor, tem poder de compra
de 4,98 cotas desse Capital. Assim, R$ 500 serão adicionados ao valor do fundo, e
4,98 cotas serão somadas às cotas já existentes.
R$ 1004,25 + R$ 500,00 = R$ 1504,25

Capital ANTES do Aporte Aporte em fevereiro Novo Valor do Capital Investido
No final de janeiro (Bruto) No início de fevereiro
10 + 4,98 = 14,98 cotas

Qtde de Cotas Novas Cotas Nova Qtde Total de Cotas
Iniciais a adicionar
No início de fevereiro teríamos, portanto, o seguinte balanço.
Não há novos resultados, pois o mês de fevereiro ainda não transcorreu. O que
vemos na tabela acima são apenas os valores de lucros e custos vindos de janeiro.
Repare que agora o valor da quantidade de cotas aumentou, pois tivemos entrada
de dinheiro novo, mas ainda não tivemos o resultado do mês. Assim que o mês
finalizar, e houver lucros, teremos mudanças no valor da cota, como pode ser visto
no balanço final do segundo mês abaixo.
No fim do segundo mês verificamos que o capital líquido, após descontado

impostos e taxas acumulados, está em R$ 1508,25, e que se dividirmos esse novo
valor total do investimento pela quantidade de cotas ( 14,98 ), então teremos um
novo valor de cota de R$ 100,66, como pode ser visto na tabela acima.
632
A rentabilidade considerando apenas fevereiro é simples de calcular, basta dividir o

lucro do mês, pelo valor inicial do período, mesmo com o aporte.
R$ 4,96 / R$ 1504,25 = 0,00329 ou 0,33% aproximadamente

A diferença estará na rentabilidade acumulada, em que o cálculo através do sistema
de cotas dará um valor diverso do cálculo convencional.
Aqui você perceberá que se tentar fazer o cálculo mais simples, chegará a um
resultado equivocado. Se dividir o valor do lucro acumulado, R$ 8,25, pelo valor
inicial do investimento, R$ 1000,00, obterá um rendimento de +8,25%, o que é
obviamente errado.
Outro erro é se considerar todo o lucro até agora, e dividir por todo o investimento,
incluindo o aporte de fevereiro, isto é, dividir o lucro total de R$ 8,25 pelo valor total
aplicado, que foi de R$ 1500,00 (R$ 1000 iniciais mais R$ 500 de aporte em fevereiro).
O resultado seria, então:
R$ 8,25 / R$ 1500,00 = 0,0055 ou 0,55%
Mas esses 0,55% de rentabilidade acumulada nos dois meses está errado também!
Pois não foi utilizado o sistema de cotas, mas sim um cálculo simples e geral,
considerando apenas o lucro e o investimento com aporte. O correto é fazer pela
valorização da cota.
Qual é então a rentabilidade acumulada em janeiro e fevereiro, a partir da

valorização da cota? Temos que o Capital rendeu 0,66%, pois:
R$ 100,66 / R$ 100,00 = 1,0066

da cota no início do investimento. Portanto, +0,66% é a valorização acumulada do
Capital em janeiro e fevereiro. Esse valor é muito próximo da soma das
rentabilidades dos dois primeiros meses, a diferença é irrisória. Mas isso é porque
estamos trabalhando com um capital pequeno, e com rentabilidades baixas da
renda fixa, e em um período curto de tempo. Se o cálculo da rentabilidade
acumulada for feito da forma errada usando valores altos de patrimônio, e com as
633
rentabilidades bastante oscilantes da renda variável, especialmente no Forex, e mais,

quando consideramos períodos longos de investimento, as discrepâncias se tornam
muito latentes.
Mais uma coisa importante, note que o cálculo do valor da cota leva em
consideração o valor líquido do Capital, pois o que importa é saber a rentabilidade
líquida de um investimento. Existe a opção de saber a rentabilidade bruta, e para
isso basta considerar o valor do Capital Investido antes dos impostos e taxas.
Ao final desse módulo teremos um exemplo bastante prático de como um

trader/investidor calcula sua rentabilidade com base em seus investimentos no geral,
especialmente no Forex. E mais, no site indicado nesse livro,
www.eusoutraderinvestidor.com, você contará com planilhas para cálculo do
patrimônio que utilizam o cálculo pelo valor da cota, e também considerando a
inflação. Por isso, ao final da leitura, você poderá baixar essas e outras planilhas
gratuitamente, para te ajudar no seu desenvolvimento como trader e investidor.
Tá achando que acabou? Ainda não, querido leitor. Vamos avançar no tempo, e
verificar como teria sido a rentabilidade do investidor do exemplo acima. As
rentabilidades vão variar pouco mês a mês, e os aportes também. Isso quer dizer
que mesmo sendo renda fixa, podemos considerar que aconteceram algumas
mudanças nos títulos, ainda que pequenas, e também mudanças na capacidade de
aporte do nosso investidor do exemplo, com alguns meses guardando mais, e
outros guardando menos dinheiro. Veja a cada mês como está o crescimento
patrimonial.
Em março, as rentabilidades mudaram um pouco, mas o aporte se manteve.
No valor “Aplicado” temos o investimento inicial de R$ 500,00 em cada ativo,

somado com o aporte de fevereiro, R$ 250,00. No valor “Anterior” é o valor bruto
terminado no último mês (fev). Na coluna do “Aporte” é o valor aplicado no mês de
março. Em “Valor Inicial do Mês” é a soma do que foi aplicado até agora, mais o
aporte do período.
634
Repare como no início do mês, com o novo aporte, o que muda é a quantidade de
cotas, e não o valor dela. Dinheiro novo não é lucro, e sem lucro o valor da cota
continua o mesmo. Em março a quantidade de cotas foi para 19,95 com a entrada
de R$ 500,00 do aporte.
Ao final do período, havendo ganhos, só então o valor da cota irá mudar. E aqui
mudou para mais, já que houve lucros, assim o capital total ficou maior. Temos que
agora, com o lucro total de R$ 17,22, e o capital líquido de R$ 2017,22, o NOVO
valor da cota será de R$ 101,11.
R$ 2.017,22 / 19,95 = 101,11

Capital Total Líquido Total de Cotas = NOVO valor da Cota
Calculando a rentabilidade no período, é simples:
R$ 8,97 / R$ R$ 2010,65 = 0,00446 ou 0,446%

Lucro no Período Valor no Início do Mês Rentabilidade do Período
Antes da Valorização
Calculando a rentabilidade ACUMULADA, pelos sistema de cotas:
R$ 101,11 / R$ 100,00 = 1,0111

Capital nos três primeiros meses.
Em abril, as rentabilidades se mantiveram, mas o aporte aumentou para R$ 700,00

em cada ativo.
635
Repare novamente como no início do mês, com o novo aporte, o que muda é a
quantidade de cotas, e não o valor dela. Dinheiro novo não é lucro, e sem lucro o
valor da cota continua o mesmo. Em abril a quantidade de cotas foi para 33,80 com
a entrada de R$ 1400,00 do aporte.
Ao final do período, havendo ganhos, só então o valor da cota irá mudar. E aqui
mudou para mais, já que houve lucros, assim o capital total ficou maior. Temos que
agora, com o lucro total de R$ 32,48, e o capital líquido de R$ 3.432,48, o novo
valor da cota será de R$ 101,56.
R$ 3.432,48 / 33,80 = 101,56

Capital Total Líquido Total de Cotas NOVO valor da Cota
Calculando a rentabilidade no período, é simples:
R$ 15,27 / R$ R$ 3.422,22 = 0,00446 ou 0,446%

Lucro no Período Valor no Início do Mês Rentabilidade do Período
Antes da Valorização
Calculando a rentabilidade ACUMULADA, pelos sistema de cotas:
R$ 101,56 / R$ 100,00 = 1,0156

Capital nos quatro primeiros meses (Jan, Fev, Mar e Abr).
Dessa forma a rentabilidade pode ir sendo calculada de forma exata. Como falei,
ainda que no início fique tudo muito próximo de valores calculados de forma mais
simples, entenda que com o passar do tempo e aumento dos valores investidos, o
cálculo exato da valorização acumulada só vai ficar exato se for feito pelo sistema de
cotas, como você aprendeu nesse capítulo.
Não irei me estender no cálculo desse exemplo, pois ao final desse módulo teremos
um caso prático de um trader do Forex, que também invista em outros ativos na sua
carteira, calculando sua rentabilidade real ao longo dos meses e anos. Assim,
teremos uma visão mais realista de como é ser trader/investidor, e de como calcular
636
corretamente a valorização de uma carteira que englobe trading e investimentos no

geral.
RENTABILIDADE vs CRESCIMENTO PATRIMONIAL
Ainda precisamos diferenciar Rentabilidade de Crescimento Patrimonial.
Rentabilidade é a proporção que o lucro representa em relação à aplicação. Isto é,

qual a porcentagem do resultado alcançado em relação ao Capital antes do
período. Por exemplo, imagine um investimento de R$ 8.000,00 no início do ano,
sem aportes, e ao final do período o montante acumulado é de R$ 10 mil. Sabemos
que o lucro é a diferença, portanto, um ganho de R$ 2 mil reais foi conseguido, mas
a rentabilidade é a proporção desse ganho referente ao valor inicial. Logo, a
rentabilidade é dada por:
R$ 2.000,00 / R$ 8.000,00 = 0,25 ou 25%

Lucro no período Capital ANTES do Período Rentabilidade
Lembrando que esse cálculo dá certo quando não se tem aportes durante o
período considerado. Se forem feitos aportes, então o cálculo através de cotas é o
recomendado para saber a rentabilidade acumulada real.
Crescimento Patrimonial envolve quanto o capital cresceu como um todo,

considerando os aportes feitos ao montante do investimento. Um exemplo ficará
mais claro. Digamos que se iniciou um período de investimento com R$ 10 mil, e
mensalmente foram aportados R$ 500,00. Ao final de 1 ano, imaginemos que o
montante acumulado conseguido foi de R$ 18 mil, e aqui foi considerado um ganho
com os ativos. O crescimento patrimonial vai nos dizer quanto nosso capital
aumentou em relação ao início do período. Como vimos, o aumento foi de R$ 8 mil
reais, sendo composto por aportes somados a ganhos nos ativos investidos. Para
saber o crescimento em termos de proporção, basta dividir o aumento do Capital,
pelo valor no início.
R$ 8.000,00 / R$10.000,00 = 0,8 ou 80%

Aumento no período Capital ANTES do Período Crescimento Patrimonial
Ao afirmarmos que nosso Capital “cresceu” 80%, não estamos dizendo se fizemos
aportes ou não, nem se nosso capital rendeu alguma coisa ou não. O patrimônio
aumentou, é fato, mas somente com esse dado não se sabe como ele ocorreu. Por
isso precisamos saber diferenciar. O crescimento pode ter vindo somente da
rentabilidade (sem aportes), ou mesmo pode ter havido aportes, mas no final do
período talvez houve prejuízo.
637
Exemplo: imagine um investimento inicial de R$ 20 mil reais, e aportes por 12 meses

seguidos no valor de R$ 1.000,00. Digamos que no final de 1 ano o valor do
montante esteja em R$ 29.000,00. A pergunta é: houve crescimento patrimonial?
Sim, óbvio, pois o Capital aumentou no período. Mas se você percebeu, se não
tivesse tido nenhuma variação nos ativos em termos de resultados (lucros ou
prejuízos), então esse valor era para ter sido de R$ 32 mil reais, 12 mil a mais do que
o capital inicial. Nesse caso entende-se que houve prejuízo no investimento. E de
quanto foi esse prejuízo? Em números, é simples, basta subtrair o que deveria ter
sido, do que realmente foi, logo:
R$ 32 mil - R$ 29 mil = R$ 3 mil reais de perdas
Mas para calcularmos a perda em termos percentuais, sabendo que aportes foram
feitos durante o ano, então precisamos usar o sistema de cotas, e precisaremos de
mais detalhes de como foi a rentabilidade ao longo dos meses. Não vou estender
aqui esse exemplo, mas creio que você entendeu a diferença entre os conceitos de
rentabilidade e crescimento patrimonial.
É plenamente possível ter um aumento no patrimônio e ainda assim ter perdido

dinheiro no período. Mas uma rentabilidade positiva indica ganhos durante o
processo. Se não houver nenhum aporte, o capital só vai aumentar se houver
ganhos, o que nem sempre será certeza, especialmente em renda variável. Está
vendo a importância de sempre poupar dinheiro e adquirir ativos?
CONCLUSÃO
Nesse capítulo a intenção é te fazer entender a importância do capital para o

investimento, seja ele no Forex ou qualquer outro mercado. E mais, me esforcei para
te mostrar o quão essencial é que você tenha uma renda, e desse dinheiro você
retire uma parte para investir. Não adianta nada ficar se preocupando com
rentabilidade em cima de um capital pequeno, se não ocorrerem aportes. São esses
envios de dinheiro que vão dar sustância a seus investimentos, e montar a base para
que a rentabilidade faça sua parte ao longo dos anos.
Não queira cair na besteira de largar o emprego pensando em “viver de trading”.

Pelo menos nos primeiros anos você precisará de renda, de onde você vai tirar os
aportes para construir seu capital. Deixe-me repetir só para reforçar...
O patrimônio que você deseja alcançar NÃO virá da

rentabilidade de suas negociações, se você não tiver renda, e
nem se mantiver efetuando aportes.
638
Seu capital é sua munição na guerra que é o trading. Começar uma batalha sem
balas é inviável. Começar com poucas, sem previsão de reforçar a munição, é pedir
para ser massacrado! Só terá sucesso na luta diária que é o mercado financeiro
aqueles que começarem com um capital e tiverem de onde tirar mais dinheiro para
fazê-lo crescer.
Eu posso resumir da seguinte forma:
1 - Tenha uma Renda

2 - Gaste menos do que ganha
3 - Poupe regularmente a diferença
4 - Com esse dinheiro separado, compre ativos e não passivos
5 - Repita o processo
Quanto e onde aplicar seu dinheiro cabe só a você decidir. O mercado está cheio
de oportunidades, e o Forex é um ambiente com muitas delas, sempre, claro,
sabendo gerenciar os riscos inerentes à incerteza do próximo movimento do preço.
639

CAPÍTULO 23
QUANTO ENVIAR PARA
A CORRETORA
640
CAPÍTULO 23 - QUANTO ENVIAR PARA A

CORRETORA
Nesse capítulo você vai entender a real Gestão de Capital a ser utilizada em um
mercado alavancado como o Forex de Varejo, e entenderá por que a forma como
fazem a maioria dos traders não está alinhada ao enorme potencial que o trading
de CFDs nos permite. Também te mostrarei alguns passos simples para você saber
quanto em termos percentuais você pode deixar separado para fazer suas
operações no Forex, e assim, não só usufruir dos benefícios, como também evitar
riscos desnecessários.
COMO A MAIORIA FAZ
Quando comecei no mercado eu tinha a seguinte visão: “Vou juntar um capital e

enviar para a corretora. Com o dinheiro na conta, eu vou calcular um percentual do
total depositado, e arriscar em cada trade”. Meu objetivo quanto a arriscar um valor
X por negociação era excelente, afinal, é isso que ensino aqui nesse livro. O
problema estava em depositar na corretora todo o meu capital poupado.
Há alguns anos eu venho adotando essa gestão de capital, e não cheguei a ver
outras pessoas ensinando dessa forma. Era algo novo de tal maneira, que muitos se
641
espantavam quando eu dizia que não mandava meu patrimônio para a corretora,
mas somente uma pequena parte. Ou então, quando eu afirmava que meu risco
por trade era inferior a 1%, muitas vezes inferior a 0,5%, ninguém entendia de cara,
até que eu explicava a gestão ensinada nesse livro.
Apesar de ser algo inovador para muitos, quando você entender a profundidade
dessas implicações, verá que não só é o mais adequado, como é o mais lógico a se
fazer. Ou seja, após compreender a gestão de capital ensinada esse módulo,
perceberá claramente que não há motivos para mandar todo o seu dinheiro para a
corretora.
Gerenciamento com Base na Diversificação
O Forex não é o único mercado que existe, e em qualquer livro ou curso de

investimento sério é ensinado que não se deve deixar todos os ovos em uma
mesma cesta. Certamente você já ouviu isso, e entende os riscos que concentrar
investimentos traz. Se der errado, vai tudo pelo ralo. Com o Forex não é diferente.
Querer mandar todo o seu dinheiro para uma conta no exterior, e operar como se
ali estivessem todas as oportunidades, é errado, demasiadamente arriscado,
prejudicial e contraproducente.
A concentração de capital em um único mercado, ou ainda, investir tudo em apenas

um ativo, gera a expectativa de ganhos mais altos. Afinal, alguém que invista 2000
dólares em um ativo A que valorize 100% certamente ganhará mais do que outra
pessoa que divida seu investimento, por exemplo, comprando 1000 dólares do ativo
A com a mesma valorização, e outros 1000 dólares de um ativo B, que renda apenas
10%. O primeiro investidor, o que concentrou seu dinheiro no ativo A, esse ganhou
outros 2000 dólares, enquanto o segundo ganhou menos, ‘apenas’ U$ 1100.00 ( U$
1000 de A e U$ 100 de B ). Talvez esse último se lamentasse por não ter concentrado
tudo no ativo A. Mas na verdade ele se livrou do risco de o ativo A ter uma grande
desvalorização, e ele perder bastante.
Como seria isso? Imagine que o investimento A gerou prejuízo de -50%, o que é de
se esperar de algo com potencial de reder 100%. O primeiro investidor teria uma
perda de -U$ 1,000.00, equivalente à metade de seu patrimônio. Enquanto o
segundo, o que diversificou, perderia 500 dólares no ativo A, mas teria ganho 100
dólares no ativo B, e assim, seu saldo seria uma perda líquida de 400 dólares, isto é,
uma perda de -20% de seu capital, ficando bastante à frente do outro que colocou
todos os ovos na mesma cesta.
Em um exemplo simples eu te mostrei que investir em mais de um ativo é

importante para proteção patrimonial, ainda que isso custe perder um alto potencial
de valorização. Pensar apenas em rentabilidade, especialmente no início de uma
642
jornada financeira, você já viu em aula anterior que é errado. Ali você foi
bombardeado com a informação de que, no início de seu acúmulo patrimonial,
APORTAR é mais importante do que buscar grandes valorizações nos seus
investimentos.
E já que poupar e investir é crucial, algo mais importante ainda é não jogar fora seu
dinheiro arduamente conseguido. Já dizia Warren Buffet: “A primeira regra dos
investimentos é ‘Não perca dinheiro’, e a segunda é ‘Nunca se esqueça da primeira
regra!’ “. O que o tiozinho de 90 anos, um dos mais ricos do mundo, quis dizer foi
que qualquer pessoa que queira investir e ter um grande patrimônio, precisa
primeiro pensar em proteção de capital! E se tem algo com alto poder de
segurança, se for bem feito, é a separação de seu patrimônio em investimentos
diferentes.
Diversificação é a chave aqui. Mas o que torna o Forex um mercado extremamente

vantajoso é que você pode diversificar, e mesmo assim, maximizar seus lucros, como
se não tivesse diversificado. Sim, no mercado de câmbio você pode operar
exatamente como se tivesse com todo o dinheiro na sua conta, sem deixá-lo lá,
somente uma pequena parte. Quem permite isso é a já amplamente estudada
alavancagem.
Antes que você pense “Ah, mas o risco aumenta ao utilizar a alavancagem para
maximizar os ganhos!”, tente lembrar da aula sobre isso. Lembrou? Não? Volte aos
capítulos sobre definição do risco, valor de pip, e alavancagem e estude novamente,
pois é sinal de que não ficou muito claro para você. Uma frase que já deveria estar
massificada de forma firme na sua mente era a seguinte:

definição.
Lembrou agora, né?! Atenção, trader! Isso tem que estar encrustado em sua
mentalidade. Mas tudo bem, agora creio que não preciso mais pegar no seu pé
para guardar essa informação.
Portanto, prego batido, ponta virada, deixemos de discutir que maior alavancagem
implica maior risco. Se você sabe usá-la corretamente, como ensino aqui no livro,
essa questão será tão inócua quanto tentar discutir velocidade de carros com o peso
dos peixes, uma coisa não tem nada a ver com a outra!
643
- Risco maior ou menor (de perda em operação) = Definição do LOTE

- Saber qual é a margem mínima = ALAVANCAGEM
Outra coisa que não preciso nem mencionar mais é sobre pensar que alavancagem
é para saber até quanto se pode operar, pois isso ficou extremamente claro no
capítulo específico sobre o assunto.
ALAVANCAGEM Saber qual é a margem mínima!
É esse conhecimento acima que você usará ao máximo na definição de quanto

enviar para a corretora. A alavancagem vai definir o valor que você precisa dispor
para equilibrar margem mínima e segurança de saldo durante suas operações.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPITAL/PATRIMÔNIO
Uma informação deveras importante é que esses princípios aqui mostrados servem
tanto para os traders iniciantes como também para os mais experientes. Não há
diferença entre eles no que diz respeito a quanto deixar na corretora, pois os
conceitos de alavancagem e conta de margem se aplicam igualmente aos dois. Há
uma pequena exceção, que é quando o trader está na fase de testar a sua estratégia
já comprovada em backtestes, fazendo isso com dinheiro real. Falarei mais sobre
isso no capítulo sobre o caminho do trader iniciante.
Nesse único caso, ao enviar um saldo pequeno para testar o psicológico com
dinheiro real, o trader pode tentar fazer uma gestão mais simples, baseada no saldo
depositado, e não em seu patrimônio. O foco dessa parte, como você verá, é criar
os hábitos de trading necessários ao sucesso, como a disciplina de se manter
utilizando a mesma estratégia, e treinar o gerenciamento de risco adequadamente.
Mas a gestão de capital ensinada aqui só precisa ser usada quando todo o seu
patrimônio estiver no cálculo da definição do risco, que estudaremos ainda nesse
capítulo.
Uma leve pausa: você já percebeu que gestão de CAPITAL é diferente de gestão de
RISCO, não é? A primeira fala sobre administrar seu patrimônio, o que inclui quanto
se envia para a corretora. A segunda fala de saber calcular seu risco por operação e
manter seu ganho superior ao valor arriscado no trade. Ok? Sigamos.
Além da exceção mencionada, aquela em que o trader ainda não começou usar seu
risco oficial, mas sim um risco bem menor, apenas para sentir o mercado ‘na pele’,
muitos podem argumentar o seguinte: “Eu tenho pouco dinheiro, então posso enviar
logo tudo para a corretora, e gerenciar meu risco com base no meu saldo total”.
644
Agora que você já estudou a aula anterior, sobre a importância do capital, e de todo
o processo para consegui-lo, creio que você entende que com pouco dinheiro o
trader não deve estar focando em rentabilidade. E é justamente uma boa
valorização aquilo que buscamos ao operar no Forex. Talvez essa última afirmação
tenha parecido confusa, mas você rapidamente encaixará os pensamentos.
O Forex é um mercado onde objetivamos ganhar dinheiro no longo prazo, ao

conseguir resultados que melhorem a valorização de nossos investimentos como
um todo. Logo, operamos no mercado de câmbio para rentabilizar melhor. Se
alguém dispõe de um patrimônio ainda pequeno, e sabe (deve saber) que precisa
focar em aportar e investir mais, não concentrando seus esforços em valorização,
então o Forex não deve receber a atenção total do trader em relação a
investimentos.
É como alguém que deseja melhorar um carro, e para isso decida ir a uma oficina
especializada em substituição de peças, para obter um desempenho do veículo
automotor acima da média. Só que essa pessoa chega ao local conduzindo sua
bicicleta. Não é impossível tornar uma bicicleta em um super carro, mas o custo e o
tempo necessário podem não compensar e acabar se tornando uma dor de cabeça
para o dono da bike. E mais, talvez durante o processo a bicicleta não aguente e
quebre, ou apresente problemas sérios que seja necessário talvez conseguir outra
para começar tudo novamente.
No trading é a mesma coisa. Começar no Forex com pouco dinheiro, sem a

previsão de novos e constantes aportes, ou ainda pensar em crescimento
patrimonial apenas com a rentabilidade (sem novas aplicações), vai frustrar o trader,
sem dúvida alguma. Ele colocará uma expectativa muito grande em cima dos
resultados, e assim, quando a realidade bater na porta, o desânimo será inevitável.
Isso se conseguir se manter vivo, pois os números mostram que a gigantesca e
esmagadora maioria, algo acima de 99%, além de não alcançar o sucesso almejado,
ainda perde muito dinheiro no meio do caminho.
A rentabilidade no trading só irá ajudar um capital a crescer, se ele além de começar

em um valor adequado, receber aportes sucessivos, que o tornem mais robusto. Aí
sim, o trader estará no caminho certo, e seus ganhos no mercado farão diferença.
Isso tudo pode se resumir em:
Com um capital pequeno o aspirante a trader/investidor

precisa estar mais interessado em aumentar seu patrimônio, do
que em mandar o pouco que tem e operar com base nele.
645
Entenda uma coisa, se você tem pouco dinheiro, concentre-se em melhorar sua
renda, ou mesmo poupar mais, para que você melhore seu capital. Enquanto não
tiver um patrimônio robusto, fique longe de trading com dinheiro real.
Eu digo isso sabendo que muitos desanimam nessa parte, mas entenda que meu
objetivo é te ajudar. Então se você tem 50 dólares, 100 dólares, valores bem baixos,
não coloque suas expectativas de independência financeira nesse capital. Veja bem,
não estou desestimulando você a investir, pelo contrário, estou incentivando a trilhar
o caminho certo, aquele que diz: “Devagar se vai ao longe”. Use esse pouco dinheiro
disponível, que é importante, para fazer crescer seu patrimônio a partir dele. Ou
seja, se todo seu capital são 100 dólares, é com esse dinheiro que você começará
sua carreira, e é a partir dele que você o fará aumentar, mas definitivamente não
com trading, e sim com aportes. Viu novamente como entender de educação
financeira e controle patrimonial é importante?
Se você começar com o errado pensamento de ‘alavancar a banca’, perderá tudo!

Vejo muitos alegando exatamente isso, que por ter um capital pequeno, pode
“arriscar mais”, supostamente para ter lucros maiores, e assim finalmente alcançar
um capital maior. Mas você lembra que eu disse que o conhecimento de gestão de
capital serve tanto para iniciantes como para os mais experientes? Isso também se
aplica aos que têm pouco, e igualmente também aos que têm muito dinheiro. Isto é,
a gestão de risco e de capital profissional deve ser levada à sério, seja com 1000
dólares, ou com 100 mil.
Assim, aqueles que pensam em usar uma gestão diferente agora já que dispõem de
pouco, para no futuro usar outra administração de capital porque estarão
supostamente com um patrimônio maior, estão redondamente enganados. Como
disse, a gestão profissional é a mesma, tenha você 1000 dólares, ou 1 milhão.
Ao usar princípios variados por conta de uma diferença no tamanho do capital,

objetivando ‘alavancar a banca’, tudo o que você vai conseguir é adquirir vícios de
trading. São hábitos ruins que se instalarão na sua mente, atitudes perniciosas que
irão ficar enraizadas na sua memória muscular, e que serão muito difíceis de
abandonar. Eleve isso à potência máxima, caso você tenha lucros fazendo a coisa
errada, administrando seu capital com a mentalidade mencionada: “Tenho pouco,
posso arriscar mais, pra poder ganhar mais!”, e você verá a tragédia acontecer em
questão de pouquíssimo tempo.
Ou você já começa trabalhando sua mente de acordo com atitudes de quem

realmente é consistente, ou entrará para o rol dos falidos no trading. Aqueles que
de fato ganham dinheiro no mercado sabem que, mesmo com pouco capital, a
mentalidade tem que ser a de um grande gestor de fundo multimilionário. Isto é,
gestão de risco máxima, controle patrimonial extremo, acompanhamento e gestão
646
de ordens a nível ‘molecular’, precisão como de um médico que faz cirurgia de

coração, disciplina de uma atleta olímpico. Sem exageros, é preciso profissionalismo
e dedicação em patamares absurdos. E não se engane, não é operando 20 horas
por dia que você estará se esforçando, muito menos tomando riscos desnecessários
que se adquirirá a experiência. Tudo isso é contrário ao que realmente se exige de
um trader que almeja ser profissional.
No módulo final desse livro você terá uma explicação bastante enfática sobre a
importância do processo e o completo desapego ao resultado. A aceitação e
implementação desse paradoxo é o que leva o trader ao sucesso, e sua recusa e
insistência no caminho oposto, o que faz tantos milhões de operadores ao redor do
mundo viverem frustrados.
Como esse capítulo é de gestão de capital, o foco aqui é quanto enviar para a
corretora. Mas eu preciso te alertar logo para esse princípio: monte seu capital, para
te afastar de vez da ideia perniciosa de começar com pouco, e querer ‘alavancar a
banca’. Isso é tudo o que as corretoras e o mercado em si desejam, que mais
pessoas venham despreparadas para esse meio, para que deixem seus dólares nos
bolsos dos tubarões. Não permitirei que você, amigo leitor, fique leigo diante de
tamanha armação sistemática no mundo todo, e acabe sendo vítima desse
esquema. Com esse livro quero te levar ao patamar de trader diferenciado, que não
só foge desses devoradores de sardinhas, mas também que joga como eles, de
igual pra igual.
QUANTO ENVIAR PARA A CORRETORA
A primeira e mais importante informação a partir de agora é: Você não precisa e

não deve colocar todo o seu patrimônio na corretora.
Além de desnecessária, é bastante perigosa essa atitude. Inúmeros riscos estão

envolvidos nesse mercado, como corretoras que quebram e encerram suas
atividades (mesmo as regulamentadas estão sob esse risco). Ou ainda grandes e
inesperados movimentos no preço dos pares de moeda, que são capazes de "pular"
um stop loss (o famoso slippage), e quando vir a ser fechada a ordem, o capital
depositado pode não aguentar, e o trader pode perder todo o saldo da conta.
Resumindo, Não coloque todo o seu capital na corretora, é desnecessário, inútil, e

bastante perigoso.
Há um caminho para chegarmos ao valor ideal, embora eu já adiante que não existe
uma fórmula exata. Há apenas orientações que garantem um equilíbrio entre deixar
o suficiente para garantir a margem, e não deixar muito que leve o trader a correr
riscos desnecessários. Podemos abordar essa questão através de um passo a passo.
647
O roteiro que você verá a seguir está mais bem explicado no módulo de “Como
Começar no Forex”, mas preciso passar novamente por ele, ainda que levemente,
para te fazer entender o processo de definição do melhor valor a enviar e manter
na corretora.
Testar a Estratégia
Uma vez com o patrimônio montado, com um capital robusto e considerável diante
de sua situação financeira, é hora de começar as atividades práticas no trading.
Nesse momento, de posse de sua estratégia, e antes de começar operar na real,
você precisará fazer testes, para saber várias informações sobre desempenho,
ganhos, perdas, taxa de lucratividade no tempo, riscos envolvidos, tudo o que você
puder extrair da sua técnica será conseguido nessa fase. Ela é um passo importante
e essencial entre o controle do patrimônio e o estabelecimento do risco por trade,
que será visto mais a seguir.
Se você ainda não tem uma estratégia, tudo bem. Mas você só poderá estabelecer
o valor a deixar como saldo na conta depois de desenvolver o seu sistema de
operação. Ao final da leitura do livro, com sua estratégia elaborada e registrada em
planejamento, volte a essa aula para estudá-la mais uma vez, e assim ficar mais
claro o valor a enviar para a corretora, de acordo com seu capital e com seu sistema
de negociação. Sem isso, o trader que decide mandar dinheiro para a corretora sem
saber esses detalhes, estará cometendo um erro, seja mandando mais que o
necessário e acabe correndo riscos inúteis, seja mandando menos e ficando
impossibilitado de operar.
Existem várias formas para testar sua estratégia, seu modelo operacional, e no site
base desse livro, além do canal no YouTube, você poderá ver vídeos explicativos e
didáticos, com exemplos de estratégias, inclusive. Isso são coisas que não dá para
colocar em papel, por isso a importância de manter seus estudos nas mídias citadas
no início e final do livro.
Aqui, o importante a considerar é que nesses testes você seja o mais próximo da
realidade possível. Isso envolve ir ao "passado" no gráfico, e seguir avançando, vela
por vela, e tomar as decisões de entrar ou não em um trade de acordo com sua
estratégia, unicamente.
Outro fator crucial é registrar todas as operações tomadas, nos mínimos detalhes.
Isso é importante para estabelecer as estatísticas de sua técnica. De posse desses
dados você saberá por exemplo qual a quantidade máxima de stops em
sequência que você tomaria operando usando seu sistema. Saberá também qual
seria a taxa de lucratividade da técnica, encontrada dividindo os trades lucrativos
pelo total de operações.
648
Fique atento a essa informação importante: uma boa estratégia, usando os

conceitos de trading corretos, terá entre 40% e 60% de trades lucrativos. Acima
disso eu o aconselho a rever a forma que está operando. Uma trader experiente
raramente, muito raramente vai lucrar em mais de 60% dos trades. Se isso ocorrer, é
sinal de que está usando uma relação de risco/retorno inadequada, muito
provavelmente está arriscando mais do que tem como objetivo de ganho. E não
preciso mais falar sobre isso, já que no capítulo 15 você recebeu a orientação
completa sobre o assunto. Leve isso em consideração na hora de testar a sua
estratégia.
Lembre-se também de fazer muitas operações durante esses testes, muitas mesmo.
Faça, centenas, milhares de operações nos seus testes. Só assim para ter estatísticas
confiáveis. Não são 20 ou 30 trades que te mostrarão a realidade da técnica.
Estatísticas precisam de dados, e quanto mais dados, melhor e mais próximas da
realidade serão suas conclusões. Quero que você entenda a importância de ter
dados, e tê-los anotados, para que com essas estatísticas você tenha a base para a
correta definição de quanto deixar na sua conta.
RISCO ACEITÁVEL POR TRADE
Uma vez estabelecido o valor de seu patrimônio, quanto você tem exatamente de
dinheiro aplicado ou mesmo guardado, e agora que você já sabe várias estatísticas,
várias informações da sua estratégia, você precisará estabelecer um valor que
esteja confortável em perder por operação. Entenda, não é um valor considerado
para perder se tudo der errado, é um valor para pôr em risco a cada trade!
Muitos hoje dizem: "Não disponibilize para fazer trading um valor que você não
possa perder". Essa frase é absolutamente correta, e eu apenas complemento
dizendo que: "Não disponibilize um valor por operação que você não esteja
confortável em perder."
Você já leu ao longo desse livro que perder é absolutamente normal no trading.
649
Para ganhar dinheiro, você vai perder dinheiro, e isso é totalmente normal e
esperado. Já que esperamos passar por perdas, então precisamos decidir qual será
o valor que poderemos perder e ainda assim ficarmos tranquilos, sossegados, sem
permitir que a perda afete nosso emocional para operar.
Caso você não saiba esse valor, comece testando psicologicamente com pouco,
digamos 0,5% do seu patrimônio. Suponhamos alguém com R$ 10.000,00 reais de
capital completo, de patrimônio todo (não só na corretora, pois para todos os
efeitos o trader ainda não colocou nada na sua conta). Digamos que ele decida que
o risco por trade será de 0,5% de seu patrimônio, R$ 50 reais. Então, caso ele perca
em uma operação, ele não vai se afetar muito, isto é, não será uma perda que ele
sinta bastante. Mas se ele achar que com R$ 60 reais ele já comece titubear, então o
risco estabelecido fica em R$ 50 reais. Se uma perda de R$ 50 ainda for "muito",
então deve-se reduzir o risco ainda mais, até chegar a um valor confortável em
perder, perder mesmo.
Agora digamos que nos testes da estratégia, houve um momento em que o trader
constatou 10 stops em sequência (repito, isso é normal!). Se ele estabeleceu seu
risco por trade em R$ 50 reais, ele precisa definir se estará confortável em perder R$
500 reais após uma sequência de perdas (10 x -R$ 50,00 = -R$ 500,00).
Importante salientar que se a estratégia for elaborada e executada adequadamente,

as perdas serão superadas pelos ganhos com o passar do tempo. E mesmo com
uma sequência de 10 perdas, os lucros futuros compensam esses prejuízos. O que
precisa ser decidido é se o trader aceita tranquilamente perder essa quantidade em
sequência. Se não aceitar, reduz-se o risco até um valor que não afete o emocional
do operador, mesmo após uma longa sequência de stops atingidos.
Reforçando, o trader precisa saber que sua estratégia é lucrativa ao longo do

tempo, apesar das perdas, e isso ele conseguirá fazendo os testes. Mesmo sendo
lucrativo nos testes, tem que definir que risco aceita por trade, e consequentemente,
que risco aceita por sequência de perdas.
Veja uma situação hipotética: O trader tem R$ 5000 reais ao todo de capital. Vê que
na sua estratégia o máximo de stops seguidos foi de 10 perdas. Ele obviamente não
pode estabelecer um risco por trade acima de 500 reais, pois assim corre o risco
de perder todo seu capital antes de ver sua estratégia funcionar, e os lucros
superarem as perdas.
Estabelecido um valor a arriscar por operação, e aceitado o máximo valor a perder

por sequência negativa, falta mais um dado importante para estabelecer quanto de
capital colocar na corretora. Isso será explicado mais à frente.
650
A Importância de Arriscar Pouco
Arriscar pouco dinheiro por trade é uma técnica que tem por trás um conceito
psicológico imenso. Considerando que você está no início da caminhada, eu
recomendo fortemente que seu risco seja o menor possível. Reduza seu risco a um
nível literalmente irrisório!
"Por quê?"
É extremamente comum os iniciantes no trading perderem bastante, e isso acontece

ainda que o novato estude com afinco, treine bastante, e comece operar
acreditando com todas as forças que fez o certo. Perder é inevitável, e se você é
iniciante, perder muito é quase que certo. E já que isso vai acontecer, você precisa
manter um capital para operar. Não adianta de nada querer ser um trader, se você
perder tudo. E é exatamente o que acontece com quem arrisca demais. A chave nos
primeiros dias é mantenha seu capital! Lembre-se das duas primeiras regras do
Warren Buffet, citadas há pouco.
Mas não desanime, essa fase vai ficar para trás. E quanto mais você se mantiver
agindo adequadamente, mais rápido esse período crítico passará, e você colherá os
frutos.
Quando um trader arrisca uma quantidade de dinheiro significativa por operação,

ele ficará preso ao trade, preocupado com seu resultado, pois se o final for um
prejuízo, ele não está pronto para assumir a perda. Ao passo que quando o risco
por operação é uma quantia pequena, o trader simplesmente não dará um valor
demasiado àquilo, pois a "carga emocional" exigida é de tamanho ínfimo.
Por exemplo, imagine-se indo à farmácia que você sempre frequenta. Digamos que
você vá até essa farmácia porque muitas vezes ela tem os melhores preços da
cidade para a medicação que você compra. Agora digamos que ao chegar lá, o
preço do remédio esteja 10 centavos mais caro. O que você pensa: "Será que em
outra farmácia eu não encontraria pelo preço anterior, 10 centavos mais barato?". Ou
será que isso seria tão insignificante para você que simplesmente você ignoraria e
seguiria com seu dia sem maiores problemas? Creio que a segunda opção.
Quais as consequências? Se em outra farmácia estiver o preço de sempre, você

perdeu 10 centavos. Mas se em outras farmácias estiver o mesmo preço, ou até mais
caro, você na pior das hipóteses não perdeu nada. 10 centavos foi o risco calculado
que você incorreu, e ele foi insignificante. Isso exemplifica que quando o valor é
pequeno, você não dá tanta importância se, de fato, acontecer a hipótese ruim (o
remédio estar 10 centavos mais barato em outra farmácia).
651
Trazendo isso para o trading, se você arriscar um valor pequeno de seu capital a
cada operação, um valor que não te deixará desconfortável se perder, e se ocorrer
de o trade ser negativo, o que vai acontecer com seu emocional? Nada! Pois você
sabia que podia ser negativo, e a quantia que perdeu foi pequena em relação ao
seu patrimônio.
Uma forma de saber se você está arriscando mais do que está confortável em
perder é a seguinte: estabeleça o valor, abra o trade, e feche o computador. Não
veja mais o trade durante aquele dia. À noite, tente dormir sem pensar na operação,
e tente ter uma boa noite de sono. Caso você consiga dormir bem, e acordar
disposto, nem lembrando direito do trade aberto, isso é a prova que você está
arriscando um valor pequeno, um valor que você está confortável em perder. Mas,
se por outro lado você ficar apreensivo, não conseguir dormir direito, levantando-se
uma ou mais vezes durante o sono, e pior, se for em qualquer momento até o
computador acompanhar a ordem, isso significa que você está arriscando demais,
pois aquele valor significa um valor considerável do seu capital, e você deve
diminuí-lo.
"Mas... se eu arriscar pouco por trade, o ganho também será pequeno! E assim como
vou ganhar dinheiro rápido no mercado?!"
A resposta para essa pergunta é simples: Não existe "ganhar dinheiro rápido no
trading"! Essa é uma das mais importantes Verdades Fundamentais do processo de
se tornar bem sucedido nas negociações.
Se você ainda acredita que em poucos meses,

ou mesmo em poucos anos estará no hall da
fama do trading, podendo comprar um carrão
e viver em uma casa na praia o resto da vida,
está enganado, muito enganado. O trading é
uma atividade promissora, com proporção de
ganhos em forma de juros compostos,
fazendo com que o trader tenha uma vida
boa ao atingir o sucesso, sim! Mas o processo
até que isso seja possível não é rápido, leva
tempo, anos.
Enquanto não aceitarmos isso verdadeiramente, sempre estaremos querendo arriscar

mais para poder auferir mais lucros, de forma que o sucesso possa vir "mais rápido".
E ao arriscar mais, estaremos nos fixando ao trade, gerando uma expectativa de que
ele dê certo, acreditando que ele vai na nossa direção e vai nos dar lucros.
Consequentemente não estaremos aceitando a verdade de que é impossível saber o
que o mercado vai fazer a seguir, e de que todo trade pode ser negativo. E ao não
652
aceitarmos essa verdade, os resultados serão frustrantes, e perderemos dinheiro,

muito dinheiro.
Concluindo sobre Definição do Risco Oficial
Após a correta definição do que para você é um risco aceitável, poderemos seguir
para a próxima etapa. Mas preciso verificar somente mais algumas considerações.
O risco aceitável (R) será utilizado em toda e qualquer operação. Em aula anterior
cheguei a mencionar a importância de não ficar fracionando esse valor. Vejo muitos
day traders dividindo um risco “diário” em riscos menores. Por exemplo,
estabelecem que vão arriscar 2% ao dia, e se houver 4 operações, será 0,5% de
risco em cada uma. Se forem 2 trades, vai ser 1% em cada um deles. Mas essa forma
de gestão de risco é errada.
Primeiro que a incerteza predominante no mercado impede qualquer pessoa de

saber antecipadamente quantos sinais sua estratégia vai dar. Até uma média bem
aproximada é difícil de se concluir. Pode haver dias com 2 operações, como pode
haver uma semana inteira sem nenhum sinal. Pode haver meses com 30 padrões
configurados, e outros 30 dias com apenas 1 ou 2 indicações do sistema. No trading
não são só os resultados que são extremamente variáveis, mas também a frequência
com que os padrões aparecem é completamente aleatória. Dividir seu risco com
base em expectativa é ir na contramão de como o mercado funciona.
Para evitar esse problema e outros que possam vir de uma indisciplina no
gerenciamento, fixe seu risco, seja em valor ou em percentual, e ajuste seu lote em
cada trade para que o valor aceitável como prejuízo fique corretamente
estabelecido. Isto é, defina qual será seu “R”, e passe a utilizá-lo em toda e qualquer
operação. A cada trade, arrisque seu valor R previamente estabelecido, e contenha a
tentação de aumentar esse valor após períodos de ganhos em sequência. Quanto à
forma de fixação, de preferência em percentual é mais adequado, pois você pode ir
ajustando automaticamente conforme seu patrimônio cresça, da forma que ensinei
no módulo de gestão de risco.
Treino em Conta Demonstrativa
Após os testes estratégia, e após decidir quanto arriscar por operação, você
precisará passar um tempo, algumas semanas/meses pelo menos, treinando abrir
seus trades em conta demonstrativa, da mesma forma como se estivesse operando
com o seu dinheiro real. Para isso, na hora de abrir a conta demo, escolha um
capital o mais próximo possível do seu capital total. Não precisa fazer cálculos de
margem nesse momento, somente escolha lá um capital equivalente ao seu
patrimônio e comece abrir suas operações, exatamente conforme sua estratégia.
653
A cada trade, verifique corretamente o lote (volume) a usar na operação, tudo de

acordo com o risco escolhido por você para cada trade. Se ainda tiver dúvidas, volte
ao capítulo sobre definição de risco para esclarecer. Essa informação do volume
aberto nas operações será bastante importante quando você for escolher quanto
mandar para a corretora. Registre tudo no diário de trades, ele é peça essencial no
seu desenvolvimento.
QUAL CAPITAL COMEÇAR A INVESTIR?
"Ok, quanto colocar na corretora então?"
Finalmente, chegamos ao tópico mais esperado, mas tenha ciência que tudo o que
foi explicado até aqui é importantíssimo para essa definição.
Primeiro Caso
O mais adequado e também mais prático a fazer, é que você deixe depositado na
corretora o suficiente para cobrir a quantidade máxima de perdas em sequência
que você viu ser possível acontecer usando a sua estratégia, durante os testes.
Por exemplo, se sua estratégia mostrou 10 stops em sequência, então você pode
estipular enviar, por exemplo, 10 vezes o valor que estabeleceu como risco assumido
por trade (10R). Suponhamos um risco de U$ 50 dólares por trade, então seria
interessante e suficiente deixar pelo menos U$ 500 dólares depositados na
corretora.
Dessa forma simples você sabe quanto deixar na conta, e sabendo todos os perigos
envolvidos. Ou seja, caso alguma coisa grave aconteça, como a corretora quebrar,
ou uma movimentação fortíssima pegar você desprevenido, tudo que você irá
perder é esse valor depositado na corretora, nada mais! Ninguém vai cobrar você
por valores além do que está no seu saldo*.
* Existe a questão da proteção do saldo negativo, mas por questões de praticidade, entenda que
nenhuma corretora no exterior executará você judicialmente por estar posicionado em um momento
de grande volatilidade, e por causa de eventos de caso fortuito e força maior você ficar ‘devendo’ para
a corretora. Se seguir os passos de proteção de capital, ajuste de lote, e uso adequado de volume para
risco baixos, tudo que venho ensinando, então é praticamente impossível que aconteça com você
situações de saldo negativo.
Mas essa orientação serve apenas se você operar com alavancagens mais altas,
como 1:500, por exemplo. Se quiser usar essa dica em contas com alavancagens
mais baixas, poderá ter problemas com margem, como explicarei a seguir.
654
O Problema com a Alavancagem nos Últimos Anos
Após as mudanças para corretoras com sede na Europa, através da ESMA, em 2018,
na Austrália em 2021 e em outros países ao redor do mundo, a alavancagem
disponível ficou bastante limitada. Para se ter uma ideia, há vários pares em que só
se pode operar com alavancagem de 1:20 ! Pouco demais! Forex de varejo respira
alavancagem, é impossível desvincular uma coisa da outra. Ao diminuir
drasticamente a alavancagem permitida a nós, retail traders, esses órgãos
reguladores nos forçaram a operar com dinheiro muito próximo do que está sendo
negociado.
Por exemplo, se um trader adquire um contrato (CFD) de 1.00 no par GBPJPY, por
exemplo, e tem uma alavancagem de 1:20, a margem mínima necessária seria de
aproximadamente R$ 6,750.00 dólares. Para 100 mil libras parece pouco, mas para
quem passa alguns poucos dias posicionado, e muitas vezes em outros ativos ao
mesmo tempo, acaba sendo muito dinheiro. Isso limita as possibilidades de ganho
ao atrapalhar um operacional livre de amarras. Junte isso ao fato de stops mais
curtos (o que não é o ideal, mas há muitos que operam assim), e consequentemente
lotes mais altos (position sizing), a margem mínima sobe ainda mais.
Com alavancagem tão pequena como essa citada, quase nada, pode acontecer de o
valor que você calculou para mandar para corretora através da quantidade máxima
de stops, conforme mostrei acima, não seja suficiente para a margem exigível à
abertura de suas ordens. E aí, nesse caso específico, será preciso verificar essa
margem mínima necessária, conforme explicado a seguir.
Segundo Caso
Essa parte será melhor explicada diretamente com um exemplo. Suponha um trader
com R$ 10.000,00 reais de capital completo, todo seu patrimônio, convertidos
seriam U$ 2,000 dólares*. A alavancagem permitida por sua corretora é de 1:20. A
estratégia desse operador mostrou nos testes que o máximo de trades perdedores
em sequência são 12 operações. Ele decide arriscar 1% de seu patrimônio por cada
negociação, no caso R$ 100 reais, em dólares seriam U$ 20.00*. Conforme mostrei
anteriormente, ele poderia manter na corretora somente a quantia de 240
dólares (12 * U$ 20.00), para cobrir uma eventual longa sequência de stops.
Porém durante o treinamento em conta demonstrativa ficou constatado que o

maior lote usado nas operações era de 10 mil unidades, ou 0.10, lote mini.
Suponhamos que o maior valor em dólares USDs referente a esses 0.10 foi no
GBPUSD, em que 10 mil libras equivaliam, no momento, a aproximadamente U$
13,500 dólares. Como a alavancagem da conta é de 1:20, então esse trader
655
precisaria de U$ 675 dólares para abrir uma única operação com o lote de 0.10 no
GBPUSD ( 13,500 / 20 = 675 dólares ).
Se nos testes ficou constatado que a estratégia daria uma sequência de perdas de
12 consecutivas, logo, utilizando a primeira regra, o mínimo a deixar na conta seria
de U$ 240.00 dólares. Porém se tentar fazer dessa forma, ele será impossibilitado de
operar, por falta da margem. A corretora exigiria U$ 675 de uma ordem de 0.10 no
GBPUSD, e o trader só tem U$ 240 na conta para garantir a caução mínima. Para
essa única ordem, seria necessário mandar U$ 675, quase 3 vezes mais o que a
primeira regra nos mostrou. O trader com capital de U$ 2,000 dólares, teria que
mandar mais de um terço de seu patrimônio para a corretora. Agora imagine duas
ordens dessas abertas ao mesmo tempo, a margem mínima seria de U$ 1,350.00,
quase 70% do patrimônio somente para garantir dois trades. Em termos de Forex de
varejo, via CFD, é algo surreal!
Nesse caso específico de baixa alavancagem, não dá para fazer a forma mais prática
que expliquei anteriormente, a de multiplicar a quantidade máxima de stops pelo
valor arriscado por trade. E agora, o que fazer?
Minha recomendação aqui é NÃO usar uma corretora com alavancagem tão baixa!
Ao fazer isso, ela te impede de usar a verdadeira e mais adequada gestão de capital
no Forex. A empresa exigirá de você deixar muito dinheiro desnecessariamente
parado na corretora. Sem necessidade, pois uma alavancagem maior te permitiria
usufruir dos benefícios, deixar bem menos em posse de uma corretora externa, e
sem correr o risco de largar todo o seu capital em outro país.
Mas aqueles que insistem em permanecer com alavancagens pífias assim, não tem
jeito, vão ter que mandar muito dinheiro para as contas. E aí não vale nem a pena
discutirmos essa gestão de capital, ficará uma causa sem sentido. Agindo dessa
maneira, se submetendo a limitações como essa, a maioria dos traders que operam
com alavancagens pequenas segue os ditames das corretoras, faz o mesmo que
todos os outros, manda todo o patrimônio para fora, e fica à mercê de apenas um
mercado.
Se quiserem diversificar em outros investimentos, esses operadores sujeitos às

imposições de baixa alavancagem prejudicarão a margem mínima, pois mandarão
menos dinheiro para as suas contas, e ficarão com margem limitada para usufruir
das vantagens da sua estratégia. E assim, perderão o poder de definição do risco
oficial.
Por exemplo, imagine um trader/investidor que decide deixar uma parte do capital
no seu país de origem, em investimentos mais conservadores, e a outra parte
manda para a corretora com alavancagem baixa. Alguém que tenha U$ 10 mil
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dólares, e deixe 5 mil no banco, 5 mil na corretora. Se ele decidir arriscar 2% do

patrimônio por operação, ou seja, U$ 200, então, supondo um lote utilizado de 0.80
no EURUSD, por exemplo, aproximadamente 96 mil dólares*, a margem mínima
nessa operação seria de 3200 USDs, considerando uma alavancagem de 1:30. Se
precisar abrir 2 ordens dessa ao mesmo tempo, não poderá o fazer, pois o saldo
está abaixo do mínimo necessário (U$ 6,400), já que tem apenas U$ 5 mil na conta.
Se o sistema der mais sinais, não poderá operar, e assim não vai usufruir do poder
de seu sistema ao máximo.
Das duas uma: ou ele diminui seu risco oficial para não ter problemas com margem,
ou arranja mais dinheiro para garantir a caução mínima necessária. É mais fácil
buscar uma alavancagem maior. Simples assim.
Por outro lado, se a alavancagem fosse de 1:500, a margem mínima para essa
ordem de 0.80 no EURUSD seria de 192 dólares, bem menos que os U$ 3,200 de
antes. Se o risco fosse de U$ 200 por operação, e a sequência máxima de stops
fosse de 10 trades consecutivos, bastaria deixar U$ 2000 na conta, e haveria margem
suficiente para 10 ordens com esse volume, ao mesmo tempo. Não que seja
saudável abrir tantas ordens, mas seria possível ter folga para 2 ou 3
simultaneamente, e mesmo assim passar por uma sequência de perdas sem afetar o
saldo, nem a margem.
No Forex, alavancagem é vida!
Forex sem alavancagem NÃO é Forex!

Você agora entende por que operar com alavancagem baixa é algo muito ruim!
Pois exigirá um capital consideravelmente significativo à disposição da corretora,
somente para garantir margem.
Sem querer entrar no mérito de por que os órgãos regulamentadores estão fazendo
isso ao redor do mundo, uma coisa é certa: com essa atitude, mais dinheiro irá fluir
dos países mais diversos do mundo, e estarão depositados dentro das fronteiras
daqueles sedes das corretoras. Quanto mais dinheiro em posse dessas empresas,
mais elas ganham com outras aplicações e investimentos.
Não se engane, quem deixa dinheiro parado, sem render, não sabe aproveitar as
oportunidades do mercado financeiro. E as corretoras sabem disso. Até hoje eu
nunca recebi nada a título de deixar o dinheiro aplicado na empresa (no caso os
bancos vinculados). Mas se eu mando pouco dinheiro para minha conta, e o
restante ficar aplicado em qualquer investimento conservador no meu país, renda
657
fixa por exemplo, sou eu que estarei ganhando com o dinheiro parado, e não a
corretora.
Abrir uma conta com alavancagem tão ínfima quanto 1:30 é pedir para deixar de
ganhar dinheiro, além de ajudar a corretora/bancos no exterior a faturar para eles, e
finalmente, é correr riscos desnecessários. Mas operar com alavancagem alta, como
1:500, nos liberta dessas amarras, permite-nos deixar o grosso do patrimônio nos
mais variados investimentos que desejarmos, e nos deixa tranquilos para operar na
corretora usando nosso risco oficial (R), em toda e qualquer operação que
desejarmos abrir.
Conclusão Risco Oficial
Veja se com sua alavancagem é possível deixar na corretora somente o valor

necessário para tomar a quantidade de stops em sequência que sua estratégia
mostrou nos testes. Uma alavancagem acima de 1:500 é mais que suficiente para
usar essa técnica.
Para aproveitar o total potencial do Forex de varejo através de CFDs, evite

alavancagens baixas. A corretora recomendada aqui no livro tem opções muito
interessantes, e você será corretamente orientado de como usufruir ao máximo
desse benefício. Sim, alavancagem é a essência do trading no mercado de câmbio.
Esqueça de uma vez por todas a errada ideia de atrelar “alta alavancagem” a
maiores riscos, pois isso é coisa de quem não conhece de Gestão de Capital.
Caso a sua alavancagem seja muito baixa como 1:30, e você necessite usar lotes não
tão pequenos, então calcule sua margem mínima em cima do lote mais alto que
você costuma usar nos seus trades (verificado no treinamento em conta demo); uma
margem que permita abrir de 2 a 3 ordens ao mesmo tempo é mais do que
suficiente (não queira abrir mais que isso).
A Gestão do Saldo na Prática
Abaixo trarei um exemplo simples, mas bastante objetivo e completo para você
visualizar na prática como pode ser uma gestão de capital baseada nos conceitos
mostrados nessa aula especificamente.
Da próxima vez que você vir alguém perguntando quanto enviar para a corretora,
saberá que há outras 3 perguntas importantes a se fazer antes de chegar a essa
conclusão.
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1- Qual seu patrimônio atual?
2- Quanto está disposto a arriscar por operação?
3- Nos testes que fez na sua estratégia, qual foi a sequência máxima de stops que
observou ser possível acontecer?
Respondido isso, é possível definir um valor com base na técnica mencionada nesse
capítulo. Eu recomendo que se envie para a corretora o suficiente pra cobrir essa
quantidade de stops, ou talvez um pouco mais.
Abro um parênteses aqui para te mostrar que essa sequência de perguntas não só
serve para avaliar a quantia a depositar, mas também tem grande utilidade para
saber o nível de aprendizado de alguém que deseja investir no Forex. Ao perguntar
a alguém o primeiro item, qual é o patrimônio atual, se a pessoa não souber
responder, é um sinal claro de que não há um conhecimento mínimo de educação
financeira. Esse iniciante não está apto a cogitar enviar 1 dólar sequer para a
corretora, e precisa urgente montar seu capital, como ensinei no capítulo respectivo.
Se a primeira pergunta for respondida, é na segunda questão que muita gente cai.
Inúmeros traders novatos não entendem do risco do trading, e acreditam que é
possível apenas ganhar, sem perder nada. Alguns até acreditam que prejuízos
podem ocorrer, mas como não dão a devida atenção a isso, ignoram
completamente a obrigação de definir um valor para arriscar em cada operação,
negociando baseado em um falso senso de que se analisou certo, o preço irá seguir
a favor. Nada mais longe da verdade. Você já aprendeu que acertar e errar no trade
não dizem respeito ao resultado da operação, mas sim a ter ou não obedecido a
um planejamento sólido.
Por fim, a terceira pergunta é fatal, ela realmente faz uma peneira fina entre quem
pode ter sucesso, e os que vão fracassar no trading. Se a resposta for que não fez
testes na estratégia, então querer saber quanto mandar para a corretora
definitivamente não deve ser a menor das preocupações do trader.
Finalizado esse parênteses, vamos retornar ao exemplo para entender como é uma
gestão de capital simples, na prática.
Digamos que um determinado trader tenha um capital completo de U$ 20.000

dólares em patrimônio para investir, e quisesse arriscar 1% desse valor por operação,
então o risco seria de 200$ por trade. Dessa forma, já foram respondidas as duas
primeiras perguntas.
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1- Qual seu patrimônio atual?

R- U$ 20,000.00
2- Quanto está disposto a arriscar por operação?

R- 1% ou U$ 200.00
Agora digamos que no teste da estratégia ele tenha verificado uma sequência de 15
ordens no prejuízo. Isso claro, após uma grande quantidade de trades. Essa foi a
quantidade máxima de perdas consecutivas que obteria se tivesse operado a
estratégia no período dos testes. Com isso já temos então a resposta para a terceira
pergunta.
3- Nos testes que fez na sua estratégia, qual foi a sequência máxima de stops que
observou ser possível acontecer?
R- 15 stops consecutivos
A partir dessas informações, o trader poderá concluir que em um pior cenário

aconteceriam essas 15 perdas em sequência quando fosse operar na real. Por
isso, pela técnica ensinada, só seria preciso mandar para a corretora U$ 3000
dólares dos U$ 20 mil do patrimônio ( 15 x U$ 200 = U$ 3000 ). Talvez decida-se
mandar um pouco mais, para garantir um possível cenário pior de 20 perdas em
sequência, e assim, o valor enviado seria de U$ 4000 dólares ( 20 x U$ 200 = U$
4000 ). Essa quantia não representa nem 25% do patrimônio do trader.
Se ainda está com dúvidas, é possível operar tranquilamente arriscando 200 dólares
por operação, ainda que tenha pouco dinheiro na conta. Quem permite isso é a
nossa conhecida, amiga, e aliada alavancagem. Novamente, nesse ponto do livro
você já deve saber disso. Mas tudo bem, eu entendo que é um assunto deveras
complicado para quem está começando, por isso essa obra é focada em te passar o
conhecimento esmiuçado, mastigado, cabendo a você estudar e revisar, para que
esse tão importante conhecimento fique gravado em sua mente.
Então, basta que o trader envie U$ 4000 dólares para a corretora, e em cada
operação seja utilizado um lote que represente o risco assumido de U$ 200 dólares
por trade. Assim, a conta só seria zerada na improvável hipótese de tomar 20 stops
seguidos, usando a estratégia planejada.
Na outra ponta, caso tenha lucros, é possível ir efetuando saques, e deixando o

restante suficiente para cobrir o pior cenário verificado nos testes. Em caso de
perdas, fica decidido enviar mais dinheiro para corretora para evitar grande baixa do
saldo. Esse dinheiro extra será retirado do valor que ficou à disposição, em qualquer
outro investimento (de preferência com boa liquidez).
660
Vamos agora ver uma sequência de 20 operações, e os resultados em dois cenários

possíveis, lucros e perdas. Supondo que após dois meses, o trader tenha
conseguido uma lucratividade de 50% em suas negociações, isto é, 10 takes e 10
stops, não necessariamente em sequência. E digamos que a relação de risco/retorno
utilizada fosse fixa em 1:2 em cada operação, ou seja, em todo e qualquer trade só
há dois resultados: perder -U$ 200, ou ganhar +U$ 400 dólares.
Os resultados poderiam ter a seguinte amostragem.
Ao final de 2 meses, o saldo da conta foi para U$ 6000 e agora o trader tem U$
2000 dólares a mais do que foi enviado inicialmente, 2 mil dólares de lucros efetivos.
Nesse momento pode-se decidir sacar esses 2000 dólares e deixar somente os U$
4000 iniciais, para cobrir uma grande sequência de perdas. Repare que na hipótese
acima, em nenhum momento a conta passou por um rebaixamento tão forte que
obrigasse o trader a mandar mais dinheiro. Essa será a próxima situação a ser
estudada.
661
ATENTE - Repare aqui como os ganhos em percentual da conta não têm a mínima
relação com ganhos referentes a todo o patrimônio. O lucro do trader, que conseguiu
ganhar U$ 2000 dólares, representa +50% em relação ao saldo depositado
inicialmente, porém em relação a todo seu capital, de U$ 20 mil, sua rentabilidade no
período foi de +10%. Essa última é a que importa
Agora vamos para uma situação de mais prejuízos do que lucros, para ver como a
conta se comportaria, e que atitude poderia ser tomada. Supomos que após dois
meses foram 15 stops e 5 takes, não nessa ordem. Teríamos a seguinte amostragem.
Na hipótese acima, reparamos que houve uma sequência de 8 stops, e mesmo

assim a conta não foi zerada. Naquele momento o rebaixamento chegou a 45% da
conta, isto é, nem metade do saldo foi atingido. No final do período, o prejuízo
acumulado foi de -U$ 1000, e a partir daí o trader pode tomar algumas decisões.
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___________________________________________________________________________________
ATENTE - Veja aqui como rebaixamento de conta não tem nada a ver com
rebaixamento de capital. No exemplo acima o Drawdown foi de -45% em relação ao
saldo depositado inicialmente, mas em relação ao capital do trader foi de apenas -
9%. Repare também como o prejuízo ao final, de -U$ 1000 dólares, ou -25% da
conta, não reflete a perda real do trader, que foi de apenas -5%, considerando todo
seu patrimônio.
Fica assim o alerta para ‘excelentes’ desempenhos mostrados na internet, de pessoas

que não usam stop, e fazem aportes para segurar a margem. Os ganhos conseguidos
durante algum período devem representar um percentual de tudo que o operador
tem, e não só do que está depositado. Uma pessoa mal-intencionada pode depositar
bem pouco na conta, ter momentos de lucros, que ficarão proporcionalmente
significativos em relação ao pequeno saldo. Mas quando passar pelos inevitáveis
períodos em que o preço não volta, ao fazer aportes, isso mostra que o capital da
pessoa é maior do que aquele que iniciou.
O “ótimo” resultado conseguido no início na verdade era ínfimo diante do que o

operador tinha em posse. Mas com isso ele conseguiu iludir muita gente. Eu costumo
dizer que esse tipo de pessoa sem ética, pra não dizer outra coisa, está aplicando o
golpe “perfeito”. O segredo desses pilantras é enganar pessoas e fazer entrar mais
dinheiro do que está aportando nas contas pequenas, para manter o ciclo
funcionando. O problema são as pessoas que seguem esses falsos traders, que não
dispõem da capacidade de aportes que eles têm. Com isso acabam perdendo tudo. É
de uma maldade extrema o que fazem.
___________________________________________________________________________________
Voltando ao exemplo, ao final dos dois meses, o trader pode decidir enviar outros
U$ 1000 dólares para reforçar a conta, e poder ter a garantia que tinha no começo.
Ou também pode decidir fazer isso já durante o período de baixa na conta, que foi
quando o saldo passou por 8 stops em sequência. Isso se deve à necessidade de
garantir a margem mínima necessária para poder abrir e manter as ordens abertas.
Caso a alavancagem seja de 1:500, fornecida pela corretora que uso e recomendo,
a IC Markets, então esse trader não teria problemas com margem durante um bom
tempo. Para saber quando ele precisará fazer um novo envio de dinheiro para a
corretora, o exemplo abaixo irá esclarecer melhor.
Usarei como exemplo ordens com média entre 25 e 100 pips de stop loss, no par
EURUSD, para facilitar os cálculos.
Para abrir uma ordem com 25 pips, com 1:500 de alavancagem, arriscando U$ 200
663
por trade, será preciso usar o lote de 0.80, pois:
200$ / 25 pips / 10 = 0.80 (Fórmula simples)
Abrir uma ordem com 0.80 no EURUSD significa operar 80 mil euros, que
representam hoje aproximadamente 96,000 dólares. Usando uma alavancagem de
1:500, basta ter na conta o valor de U$ 192.00 dólares, pois:
U$ 96,000 / 500 = U$ 192.00

Ou seja, enquanto o saldo não atingir U$ 192.00, é possível ir abrindo ordens
com 0.80 de lote tranquilamente. Claro, não se pode deixar a conta chegar a um
valor tão baixo, pois é preciso manter ainda a margem para o Stop Out. De
qualquer forma, se seguir as orientações aqui presentes, não precisará se preocupar
com essa questão do Stop Out nem tão cedo.
Já para abrir uma ordem com 100 pips, com 1:500 de alavancagem, arriscando os
mesmos U$ 200$ por trade, é preciso usar o lote de 0.10, pois:
200$ / 100 pips / 10 = 0.20 (Fórmula simples)
Abrir uma ordem com 0.20 no EURUSD significa operar 20 mil euros, que
representam hoje aproximadamente 24,000 dólares. Usando uma alavancagem de
1:500, basta ter na conta o valor de U$ 48.00 dólares, pois:
U$ 24,000 / 500 = U$ 48.00

Ou seja, enquanto o saldo não atingir U$ 48.00, é possível ir abrindo ordens com
0.20 de lote tranquilamente (Lembrando a questão do Stop Out, mas como disse,
seguindo o que está aqui, não se preocupe com isso agora).
Para que não seja necessário ficar fazendo esses cálculos em caso de baixa do valor
da conta, pode-se estabelecer, no exemplo acima, que CASO a conta baixe até uns
500 dólares, automaticamente já seja enviado mais dinheiro para a corretora. Dessa
forma o trader pode ir fazendo esse 'jogo' de mandar mais dinheiro em caso de
baixa após um certo período, e sacar os lucros conforme o saldo da conta for
aumentando, de preferência a segunda opção.
664
"E o que fazer com os U$ 16,000.00 dólares que restaram do patrimônio, e não foram
enviados pra corretora?"
Basta deixar em qualquer outro investimento mais seguro. Caso o trader decidisse
colocar em uma renda fixa, por exemplo, ele obteria rendimento constante de um
valor que estaria totalmente parado sem necessidade na corretora. Traduzindo em
valores, vamos usar como hipótese um título do Tesouro Direto brasileiro, que tem
pagado cerca de 8% ao ano. U$ 16,000.00 renderia para esse trader o equivalente a
U$ 1,280.00 de ganhos após 12 meses, apenas por não ter enviado seu dinheiro
todo para a corretora.
Se tivesse mandado, poderia ter ganho com a valorização cambial, ou mesmo

perdido, e perdido muito dependendo da oscilação. Isso significa que deixar
dinheiro parado na corretora é como se fosse uma operação forçada no par da sua
moeda versus a moeda base da conta. Ou seja, é aplicar todo o patrimônio em
câmbio, sem diversificar!
PERIGOS ENVOLVIDOS
Risco é algo inerente à atividade do trading, e saber lidar

com ele é importantíssimo. Conforme descrevi no início,
há sempre riscos envolvidos além dos que já contamos
normalmente, os stops e perdas. Mas existem outros
problemas atrelados diretamente às empresas que nos
fornecem o acesso ao mercado de CFDs, e também aos
movimentos atípicos de mercado, que de tempos em
tempos assolam o sistema financeiro ao redor do mundo.
Movimentos Explosivos
E momentos de grande e extremas volatilidades, como já ocorreu no passado, as

corretoras podem não dar conta da demanda, e assim vão aplicar as medidas de
segurança para evitarem quebrar. São atitudes que visam proteger o patrimônio da
empresa, e jogar a responsabilidade nos traders que estiverem com operações
abertas no momento, essa é a verdade. Uma leitura nos termos e condições de
abertura de conta e você verá como hoje o sistema contempla amplamente a
proteção das corretoras, e responsabilização dos operadores pelos mais diversos
acontecimentos.
Achou que aquele questionário para abrir a conta era inútil? Pois é... Ali as corretoras
já começam incutir na cabeça nos traders que seja o que for que acontecer a nível de
mercado, a corretora não terá culpa de nada! Ela é responsável por dar acesso ao
665
mercado, mas o que acontecer fora de suas paredes, ou seja, as oscilações normais e
fortes dos preços, se o trader estiver posicionado, é tudo por conta e risco 100% dele.
Em 2015 houve uma volatilidade tão extrema no mercado que inúmeros traders
perderam dinheiro. Nesse episódio que envolveu o Franco Suíço muita gente perdeu
tudo que possuía depositado na corretora, e sofreu para recuperar uma parte do que
tinha guardado, isso se é que chegaram a conseguir.
Nesse mesmo episódio do CHF, em um único dia pares com essa moeda chegaram
a mover 3000 PIPS em questão de minutos! Em muitas ordens que estavam abertas
no momento em que isso ocorreu, contra o movimento explosivo, fatalmente o stop
foi "pulado", ocorrendo o slippage explicado nesse livro. Quando a ordem de
fechamento pudesse ser finalmente executada, não havia mais dinheiro na conta
dos traders. Dessa forma, mesmo tendo gerenciado o risco adequadamente
colocando o stop loss, muita gente acabou perdendo TODO o dinheiro depositado
na corretora.
Veja na imagem abaixo, o par EURCHF em 15 de janeiro de 2015, como ele fez uma
movimentação completamente atípica e explosiva naquele dia. Quem estava com
ordem de compra aberta, ainda que com stop loss protegendo a operação, não
suportou o slippage, e muitos perderam tudo. Quem estava comprado, teve um
lucro enorme, porém muitas corretoras tiveram problemas com liquidez para
executar as ordens adequadamente. E aqueles que conseguiram fechar positivo,
muitos não receberam da corretora, já que várias delas não tinham os sistemas de
proteção que mencionei no capítulo sobre empresas de CFD.
666
Problemas com a Corretora
Há a possibilidade de a corretora que você guarda seu dinheiro vir a ter problemas,
e consequentemente fechar as portas. Seja ela segura ou não, o risco existe, e estamos
todos expostos a ele.
Para quem está começando, pode ser difícil entender a profundidade de como
funciona o sistema da regulamentação das corretoras, e daquelas que realmente
oferecem segurança. Muito novatos acabam mandando dinheiro para empresas
duvidosas. Há tantas corretoras maliciosas no mercado como existem vendedores
de ilusão espalhados por aí. E fácil cair em uma dessas ao dar seus primeiros passos
no trading. Se der errado, a empresa fechas as portas, e começa a batalha para
tentar recuperar alguma parte do dinheiro.
Mesmo que seja uma corretora segura, movimentos explosivos, como citei
anteriormente, geram a possibilidade de levar as empresas mais sérias a terem
problemas financeiros, como aconteceu em 2015 com várias delas. E isso pode
afetar você diretamente.
Seja por causa de movimentos explosivos, ou por falhas e problemas da corretora, o

que quero que fique claro para vocês é que a Gestão de Capital mais adequada,
aquela que protege seu patrimônio de eventos como esses, é a seguinte: além de
não deixar todo seu dinheiro na corretora, deixe também o mínimo possível.
DESPERDÍCIO DE DINHEIRO
Outro argumento forte a favor de deixar o

mínimo possível na sua conta é o fato de que se
você depositar mais do que o mínimo necessário,
esse dinheiro ficará parado inutilmente na sua
conta, não vai render absolutamente nada. No
máximo, ficará sujeito às variações cambiais entre
a moeda de seu país e a moeda utilizada como
base na sua conta. Você estará fazendo uma
operação "forçada".
Digamos que pelos cálculos ensinados nessa aula você chegou à conclusão de que
U$ 1000 dólares é suficiente para abrir suas ordens e executar sua estratégia
tranquilamente. Nesse caso, ainda que você tenha um capital de 50 mil dólares,
deixe somente os U$ 1000 necessários na corretora. O que passar disso não vai estar
te rendendo nada, vai ser dinheiro parado. Na verdade, vai estar rendendo muito
para a corretora, já que o dinheiro ficará em bancos gerando rendimentos, e
certamente não será para você que esses ganhos irão.
667
Em vez de deixar seu dinheiro na mão da corretora inutilmente ("inutilmente" para

você, porque a corretora estará ganhando com ele), faça você seus investimentos
com o dinheiro de seu capital que não precisou enviar para a conta. Você pode
deixá-lo em inúmeros investimentos disponíveis no seu país, a seu critério. Hoje
existe uma cesta de ativos disponíveis imensa, cabe unicamente a você estudar e
decidir em qual colocar. Existem a poupança, títulos do Tesouro Direto, CDB's, LCI's,
Fundos de Investimento, Ações, Debêntures, Fundos de Investimento Imobiliário, e
vários outros. Fica a gosto do cliente. Estude sempre, escolha bons ativos, e invista
segundo suas próprias decisões. Faça seu dinheiro render, e não deixe a corretora
ganhando no seu lugar.
CONCLUSÃO
O equilíbrio é a chave desse assunto. O ideal a deixar na corretora é um valor nem

muito grande, nem muito pequeno. Não pode ser muito a ponto de fazer você
correr riscos desnecessários, e ainda manter dinheiro parado, deixando de ganhar
investindo em outros ativos. Mas também não pode ser pouco a ponto de te
impedir de abrir trades devido à falta de margem.
Mas lembre-se sempre, o foco é mandar o mínimo possível, o mínimo que te

permita operar tranquilamente. Com uma boa alavancagem é possível mandar bem
pouco, e operar usando seu R oficial sem problemas. E para isso basta seguir as
dicas desse capítulo que você não vai ficar na mão, e ainda vai auferir renda
deixando o restante de seu capital em ativos que te paguem juros.
668

CAPÍTULO 24
CUSTOS NO FOREX
669
CAPÍTULO 24 - CUSTOS NO FOREX
O mercado de câmbio operado através de CFDs tem várias vantagens, e uma delas
são os baixos custos para negociação. Mas é preciso ficar atento para evitar cair nas
armadilhas que existem escondidas nesse tema. No capítulo que segue vamos falar
dos custos mais convencionais, comissão, spread, swap negativo, taxas de envio e
saque, na corretora e nos bancos ou carteiras digitais.
Quanto aos impostos, apenas falarei o básico nesse tema, pois o assunto tributação
leva um módulo inteiro para ser explicado, e você pode estudar sobre isso no
site eusoutraderinvestidor.com em artigos e vídeos bastante explicativos.
CUSTOS OPERACIONAIS
Aqui se incluem a comissão, o spread e o swap negativo, e é dessas despesas que

vamos tratar agora, uma a uma.
Comissão
A mais simples é a comissão, a qual já foi explicada quando falamos de corretoras.

Ela é a forma de se remunerar a empresa fornecedora do serviço, por permitir
negociações via CFDs com os mesmos preços do sistema ECN, ou mesmo no
670
modelo STP com spread baixo. No capítulo sobre corretoras ficou claro que
ninguém trabalha de graça, e a função delas é fornecer a liquidez para que você
possa especular com os pares de moeda no Forex. Por esse serviço elas precisam
ser remuneradas, do contrário, fechariam as portas.
Como o spread é praticamente zero nas contas baseadas no modelo ECN, a forma
que foi imposta aos clientes para remunerar os serviços da corretora foi cobrar uma
comissão por cada ordem aberta. Essa cobrança se dá de maneira similar na maioria
das empresas. Estabelece-se um valor fixo para o lote standard, de 100 mil unidades
da moeda base, e a partir dele se calcula o restante. Digamos que a comissão base
seja de 7 dólares por lote cheio. Logo, se você abrir uma operação em qualquer
ativo e usar o volume de 1.00, então U$ 7.00 serão descontados de seu saldo ao
final da operação. Se o resultado for lucro, esse ganho será diminuído de U$ 7.00,
mas se for uma perda, esse prejuízo sofrerá um aumento de 7 dólares.
Agora se uma ordem de 0.10 for aberta, isto é, um lote mini, equivalente a 10 mil
unidades da moeda base, então a comissão será proporcional, isto é, não serão os
mesmos 7 dólares do lote cheio. Como o lote mini é 10% do lote standard, logo a
comissão também será de 10%, ou seja, o valor a descontar de saldo nessa
operação será de U$ 0.70. O mesmo vale para o lote 0.01, que é um centésimo do
lote 1.00, e assim a comissão para o lote micro será de apenas U$ 0.07.
Caso uma corretora cobre, por exemplo, U$ 4.20 de comissão no lote standard, o
lote mini terá uma cobrança de U$ 0.42, e o lote micro de U$ 0.04. Volumes
maiores também serão proporcionais. Operar com 5 lotes standards por exemplo,
fará a comissão ser de U$ 21 dólares nesse caso. Por isso é um custo que precisa ser
pensado. A meu ver, diante da problemática envolvendo o spread, como você verá
mais adiante, pagar uma comissão se tornou muito vantajoso, desde que a
diferença entre o BID e o ASK seja praticamente nula.
Para completar essa parte, perceba que a comissão é cobrada ao final da operação,
mas ela pode atrapalhar a margem, pois assim que a ordem é aberta, a comissão já
é descontada do capital flutuante. Mas isso só é problema para quem opera lotes
muito altos, ou tem baixa alavancagem. Não haverá impacto em quem gerencia o
risco adequadamente, e usa alavancagens significativas.
671
Swap Negativo
Esse livro não vai trazer explicações mais aprofundadas sobre o Swap e estratégias
de Carry Trading voltadas ao lucro somente por deixar as ordens abertas, colhendo
os Swaps positivos. Como o foco do livro é mais para o trading em si, e como essa
abordagem do swap positivo está mais para um investimento duradouro, onde as
operações ficam abertas por meses, não iremos nos alongar nesse tema.
Porém se você acessar o site e canal no YouTube terá essas e outras explicações
bem detalhadas. Aqui vou tratar apenas do swap a título de custo, mas obviamente
é preciso entender o que é essa despesa. Por isso, segue uma explicação básica
sobre o swap cambial
Quando se negocia moedas, comprando uma e vendendo outras, é como se

investíssemos nosso dinheiro no país emissor da divisa comprada. Por exemplo, se
eu compro dólares americanos com reais brasileiros, entende-se que eu estou
investindo na economia dos EUA, e tirando investimento do Brasil. Isso acontece
porque haverá demanda por algo pertencente aos Estados Unidos, é como se fosse
comprar um bem daquele país, ou mesmo algum ativo no país destino. Afinal,
dinheiro nada mais é que um título emitido pelo governo.
O swap cambial acontece quando o país da moeda que se está comprando tem
uma taxa de juros básica diferente da taxa do país da moeda que está sendo usada
para pagar. Ao manter o dinheiro em contas no país com juros maior, você ganha
uma diferença positiva nessa situação. Porém se mantiver capital em contas no país
com juros menor, haverá uma diferença negativa, e nesse caso temos uma perda
em andamento. Um exemplo ficará mais claro.
672
Imagine que você tem uma conta no Brasil com 50 mil reais, e decide comprar
dólares, por qualquer motivo. Vamos considerar para efeito didático os seguintes
valores:
- Cotação USDBRL: R$ 5,00

- Juros Básico EUA: 0,25% ao ano
- Juros Básico Brasil (Selic): 2,00% ao ano
Enquanto os R$ 50 mil reais estiverem no Brasil, entende-se para esse cálculo que
no mínimo ele estaria em algum investimento que rendesse ao menos a taxa básica
de juros brasileira, como algum CDB 100%, muito próximo da taxa Selic, que é o
juros básico aqui. Quando esse dinheiro deixa a conta (o investimento), e é enviado
para a compra de 10 mil dólares, entendemos também que, no mínimo, esses
dólares ficarão alocados em ativos atrelados à taxa básica de juros dos EUA, que no
nosso exemplo é de 0,25% ao ano.
Quando os 50 mil reais estavam no Brasil, seu rendimento médio anual era de 1000
reais, 2% ao ano. Mas quando esse dinheiro vira os 10 mil dólares mencionados,
esses U$ 10 mil não renderiam mais 2% ao ano, mas sim 0,25% apenas, já que
estariam alocados em ativos nos EUA. Logo, o rendimento anual seria de 25 dólares,
ou 125 reais, convertidos.
Veja que há uma “perda” por tirar o dinheiro do Brasil, e investi-lo em dólares
americanos, pois no Brasil renderia R$ 1000 reais, e nos EUA apenas R$ 125,00. A
diferença de 875 reais a menos chamamos de SWAP CAMBIAL. É o 'custo' de
oportunidade, por deixar o dinheiro em investimento atrelado à taxa básica de juros
dos EUA, em vez de deixar em ativos no Brasil.
Outra forma de explicar o swap, e aqui ficará mais próximo do que acontece nas
corretoras, é quando se faz operações em moedas das quais não temos sua
propriedade. Por exemplo, um grande banco brasileiro, detentor de reais, que
deseja especular com a valorização da libra versus o dólar, o par GBPUSD. Nesse
caso o banco precisará dispor da moeda respectiva. Se ele quiser comprar libras,
precisará pagar por elas em USDs. Para isso, precisará desses dólares emprestados
com algum banco. A taxa para esse empréstimo ficará próxima da taxa básica de
juros dos EUA. Quando as libras forem adquiridas, elas ficariam alocadas em
investimentos atrelados à taxa básica de juros da Inglaterra.
Consideremos os seguintes dados:
- Cotação GBPUSD: 1.35000

- Juros Básico Reino Unido: 0,10% ao ano
673
Imagine que o banco brasileiro decida comprar 10 milhões de libras esterlinas, para
isso precisará pagar U$ 13,500,000.00 dólares. Suponhamos um empréstimo desse
valor com algum banco americano, a uma taxa de 0,25% ao ano. Os juros pagos
seriam de U$ 33,750.00 por cada 12 meses com esse dinheiro de posse do banco
brasileiro. Quando esses dólares forem usados para comprar libras, esses GBPs
ficariam alocados em investimentos atrelados no mínimo à taxa básica do Reino
Unido, e renderiam algum dinheiro para seu detentor, no caso o banco 'trader'
brasileiro. Vamos calcular esse rendimento.
£ 10,000,000.00 * 0,0010 (0,10%) = £ 10,000.00

Esses 10 mil GBPs valem 13,500.00 dólares. Esse seria o rendimento do banco
brasileiro por deixar as libras aplicadas. Porém, os juros cobrados pelo banco
americano, no empréstimo de 13,500,000.00 de dólares, seriam de U$ 33,750.00, U$
20,250.00 dólares a mais do que o rendimento por manter as libras alocadas em
ativos no Reino Unido. Esse valor então é o swap negativo que o banco 'trader'
brasileiro teria que arcar para poder realizar essa transação. Ele receberia U$
13,500,00 dólares a título de juros por aplicar em ativos no Reino Unido, mas teria
que pagar U$ 33,750.00 ao banco americano que emprestou o dinheiro necessário
para a compra das 10 mil libras. Dessa forma, haveria uma despesa para o banco
brasileiro que decidiu realizar essa operação.
Repare que em ambos os exemplos havia dinheiro de fato indo e vindo, seja de
propriedade do titular, ou mesmo tomado como empréstimo, mas existia a quantia
sendo negociada. Só que no caso do Forex de Varejo, operado através de CFDs,
esse dinheiro, a princípio, não vai circular, ao menos não na quantia negociada
pelos traders.
Como você já sabe, ao negociarmos contratos, o dinheiro operado a título de lote

(volume) não será completamente transferido entre as partes, corretora versus
cliente, mas somente uma margem dele. Quem permite isso é a alavancagem
explicada em outro capítulo, e assim só precisamos garantir um valor mínimo como
'caução'. Mas como disse no parágrafo anterior, mencionei que "a princípio" esse
dinheiro não iria circular, ao menos não no valor total. De fato, não será, mas como
você bem estudou na parte sobre corretoras, elas executam ordens de proteção no
mercado Forex Spot, ou À Vista.
Quando a corretora precisa atuar no mercado interbancário, ou mesmo com algum

grande provedor de liquidez, ela arcará com os swaps negativos que forem
cobrados. E por esse motivo, as corretoras precisam passar esses encargos para os
clientes. Porém o que ocorre é que as empresas visualizaram nesse swap uma
oportunidade de auferir lucros, cobrando um markup e aumentando o valor exigido
do cliente.
674
Você já ouviu falar nesse markup aqui no livro, na parte de spread explicada no
capítulo sobre corretoras. É uma forma de a corretora repassar um custo que ela
tenha, e conseguir um lucro com isso. Pois bem, elas fazem a mesma coisa com o
markup no swap, e assim estabeleceu-se mais uma forma de as corretoras
manterem suas atividades lucrativas dentro desse ramo.
Swap na Prática para Traders de Varejo

Vamos ver na prática como funciona o swap para o Retail Forex. Quando abrimos
uma ordem, a corretora considera o valor do lote operado, e faz o mesmo cálculo
que fizemos nos exemplos mais acima.
Vamos verificar uma operação de compra de lote 1.00 no GBPUSD. Sabemos que
1.00 são 100 mil unidades da moeda base, no caso, 100 mil libras. Considerando os
mesmos valores do exemplo anterior
- Cotação GBPUSD: 1.35000

- Juros Básico Reino Unido: 0,10% ao ano
100.000 libras equivalem a 135 mil dólares. A corretora considerará que esses 135 mil
dólares seriam emprestados a você, para poder adquirir os 100 mil GBPs, e os juros
por esse empréstimo seria a taxa básica americana: 0,25%. Logo, o custo para o
trader seria de U$ 337.50. Mas não se assuste, esse valor é se o trader abrir uma
ordem de 1.00 e ficar posicionado por um ano inteiro. Como as operações dos
traders de varejo dificilmente ficam abertas muitos dias, ninguém vai pagar esse
valor todo a título de swap. Mas a base para o cálculo é essa mesma, calcular o
swap anual em cima do lote cheio, o lote oficial do Forex, o Standard, verificar a
proporção desse valor em relação ao volume da operação, e dividir pelo período
que o trader ficar posicionado.
Mas ainda precisamos verificar como fica a parte positiva da transação, uma vez que
a parte comprada, no caso as libras, vão gerar um rendimento na operação. Nesse
caso, ao adquirir 100 mil GBPs, com uma rentabilidade de 0,10% ao ano, o ganho
aqui seria de 100 libras, que equivalem a U$ 135.00 dólares. Perceba que, mesmo
com esse juros a receber, temos um déficit, pois o ganho com a compra da libra
não cobre o custo do empréstimos dos dólares. Haverá uma diferença de -U$
202.50.
U$ 135.00 - U$ 337.50 = -U$ 202.50

Esses U$ 202.50 serão o swap negativo, sem markup, que a corretora cobraria por
essa operação, caso o trader ficasse um ano posicionado. Porém, como disse,
675
haverá um acréscimo da corretora e assim o swap negativo será maior. Esse markup
vai depender de empresa para empresa, umas cobram mais, outras menos. Porém,
ultimamente a grande maioria delas acabam colocando um markup significativo a
ponto de anular até o swap positivo, que também é possível de acontecer.
Swap Positivo
Caso o trader opere comprado na moeda emitida pelo país com juros básico maior,
então teoricamente haveria um ganho a título de swap. No exemplo anterior, uma
ordem de venda no GBPUSD (que seria uma compra de dólares) geraria um lucro de
U$ 202.50 por ano, e não uma perda, pois a diferença calculada seria positiva, por
deixar o dinheiro, em tese, aplicado no dólar americano, com rendimento de +0,25
ao ano, que é 0,15% a mais que os juros do Reino Unido.
Porém, quando a corretora aplica o markup, esse valor de swap positivo ficará
reduzido, ou seja, o trader receberia uma valor proporcionalmente menor. Acontece
que, quando a diferença entre as taxas de juros é pequena, como no próprio
exemplo do GBPUSD, o markup acaba engolindo esse ganho, e gera também uma
perda para o trader.
Dessa forma, tanto comprado como vendido o cliente pode acabar pagando um
valor a título de swap. A diferença aqui seria na proporção, isto é, se ficar comprado
na moeda do país com juros menor, o swap é mais caro. Se ficar comprado na
divisa do país com maior taxa básica de juros, então o swap ainda seria negativo,
devido ao markup, mas o valor seria menor do que se posicionado na outra direção.
Como o Swap Aparece
Nas plataformas, para saber o swap, basta ir até as informações de cada ativo, lá
geralmente estará descrito em 'pontos'. As corretoras calculam quanto ficaria o
swap no ano inteiro, e fazem a divisão por dias para que o trader fique ciente de
quanto pagará sempre que deixar sua ordem posicionada de um dia para o outro.
Como mencionei, para esse cálculo é usado o valor do swap, acrescido do markup.
No Metatrader basta usar o comando CTRL + U, e ir até as informações de cada

par. Você teve um tutorial completo sobre essa plataforma em capítulo anterior. Se
tiver dúvidas, basta retornar a ele.
676
Como o Swap é Cobrado
As corretoras cobram/pagam o swap sempre no fechamento do dia, isto é, ao final

da sessão de Nova York. Para mais detalhes de que horas é cobrado esse swap no
seu horário local, veja o capítulo sobre o assunto nesse livro.
Existe swap nos fins de semana também, mas como as corretoras não funcionam
nesse período, ele é cobrado de forma tripla em algum outro dia, escolhido pela
empresa. Pode ser na sexta-feira ou inclusive na quarta. No dia selecionado, o swap
será multiplicado por 3, tanto para descontar, como para acrescentar, se for o caso
de swap positivo.
CUSTOS DE ENVIO E SAQUE
O Forex tem várias vantagens, mas certamente algo que não é tão simples é o envio
de dinheiro para a corretora, e o processo para efetuar saques. Toda sistemática já
foi amplamente explicada nesse livro. Agora, vamos estudar sobre os custos para
enviar e sacar.
Há várias formas de envio, e cada uma conta com custos específicos, ou mesmo
gratuitos. A forma básica de mandar e retirar dinheiro é através de transferência
bancária internacional, mas muitas pessoas optam por cartão de crédito e carteiras
virtuais, que são ideais para quem quer mandar pouco dinheiro.
Essa parte da aula será da seguinte forma, passaremos pelos tipos de custo, de
como cada um é cobrado pela corretora e pela instituição de envio, no caso o
banco, cartão, ou empresa de carteira virtual.
677
Cartão de Crédito
Na Corretora
ENVIO: O depósito é gratuito na grande maioria das

vezes, apenas havendo custos na instituição do
cartão.
SAQUE: Também geralmente não há custos, mas

cabe salientar que as corretoras só permitem sacar por cartão de crédito até o limite
do valor enviado, pois essa retirada será feita como se fosse um estorno de compra.
O trader faz a 'aquisição' de saldo e paga com cartão. Quando quiser sacar, esse
mesmo valor pode ser estornado, ou parte dele, desde que não ultrapasse o total
enviado. Ou seja, se mandou U$ 200 dólares via cartão de crédito, que se
converteram em R$ 1200,00 reais para pagar, por exemplo, só poderá sacar até o
limite de 200 dólares. Ainda que a cotação tenha aumentado, a corretora vai
estornar em dólar, e ficará a cargo da empresa do cartão as cobranças extras, como
veremos agora.
No Banco/Instituição
ENVIO: Algumas empresas de cartão de crédito podem cobrar uma taxa pela
compra em moeda estrangeira, mas isso não é comum. O que elas fazem é usar a
cotação do dólar turismo, que não é nada agradável. Esse preço muitas vezes é
entre 4 e 10% mais caro, dependendo da localidade. Por exemplo, se o dólar estiver
R$ 5,37, é fácil encontrar a cotação do USD turismo valendo entre 5,55 e 5,65.
A instituição também vai cobrar o IOF obrigatório para esse tipo de transação. Esse
imposto federal tem um peso significativo quando usado o cartão de crédito. No
momento em que o livro foi elaborado era de aproximadamente 6%! Então já vá
preparado, se mandar 1000 reais, R$ 60 será só de IOF.
SAQUE: As empresas de cartão também não costumam cobrar para esses estornos,
mas aqui o problema será a cotação considerada. É praxe das instituições financeiras
colocar uma cotação abaixo da cotação do dólar atual, para faturar com o spread
(sim, tem spread inclusive aqui). Logo, fazendo a retirada com a cotação a R$ 5,50,
por exemplo, elas podem considerar R$ 5,30, e assim, o valor que vai voltar será
inferior. Por exemplo, se mandar 200 dólares com o dólar a 5,30, sendo considerado
o dólar turismo a 5,60, virá na sua fatura o valor de cobrança de R$ 1120,00 (mais o
IOF). Digamos que agora você quer sacar, e a cotação não mudou. Você não irá
sacar os mesmos 1120,00, será um valor menor. Por exemplo, se a empresa do
cartão considerar a cotação para estorno em 5,20, seus 200 dólares valerão,
portanto, 1040,00, isto é, 80 reais a menos.
678
Quanto ao IOF para sacar, como é um estorno, existe um entendimento jurídico que
você pode pedir restituição desse imposto pago no envio. Mas isso não é tão
simples, nem é tão fácil de conseguir, pois é um procedimento que exige muitas
vezes provocar a justiça para ter o direito. Agora, se a empresa do cartão já fizer
isso automaticamente no estorno, é excelente. Entre em contato com sua instituição
para saber mais sobre a restituição de IOF.
Esses seriam os custos para envio e retirada através de cartão de crédito.

Resumindo, na corretora não tem custos, já na instituição emissora do cartão haverá
o dólar mais caro, e o IOF, que sai do bolso do trader.
Carteiras Virtuais
Na Corretora
ENVIO: A grande maioria não cobra nada para depósitos através de carteira virtuais,
e o envio é instantâneo. Até hoje não tive notícias de cobrança para essa transação,
então se quiser enviar por esse meio, ao menos na corretora você não pagará nada.
SAQUE: Já vi acontecer de cobrarem para sacar por carteiras virtuais, mas não é o
padrão. O comum mesmo é que a retirada seja totalmente gratuita, como é na
corretora recomendada nesse livro. No capítulo específico você viu como abrir uma
conta, e como fazer envios de dinheiro através desse meio.
Na instituição
ENVIO: As empresas proprietárias de carteiras virtuais cobram algumas taxas, tanto

para envio, quanto para saque. Essas instituições servem de intermediárias, pois o
trader precisará tirar o dinheiro da sua conta bancária no país de origem e mandar
para a carteira, e depois tirar de lá, e enviar para a sua corretora. Aqui as taxas são
como nos bancos, para você mandar dinheiro para as carteiras virtuais, muitas vezes
tem cobrança. Para sacar, mais taxas. Fora as cotações que são estabelecidas como
as empresas de cartão, sempre ruim para o trader.
Devido a esses altos custos, é que muitas pessoas, querendo usufruir da rapidez das
carteiras virtuais, escolhem comprar e vender saldo através de outros negociantes,
tentando a todo custo evitar essas despesas. E assim estabeleceu-se um comércio
de valores digitais. Porém é preciso ficar claro que quando se negocia dessa forma,
fica difícil encaixar as transações como ganho de capital em moeda estrangeira, para
fins de isenção do imposto de renda. Mais informações sobre isso você pode ter no
site www.eusoutraderinvestidor.com, já que não é o foco do livro entrar em detalhes
tributários.
679
SAQUE: Para receber das corretoras não há custos. Porém as carteiras virtuais
geralmente cobram para você efetuar retiradas para seu banco de origem. E caso o
trader deseje negociar saldo com outras pessoas, há uma taxa para transferência
entre usuários da plataforma. Uma empresa muito utilizada, a Neteller, cobra entre
1,45 e 4,5%, para se ter uma ideia. Mesmo assim, fica mais barato que fazer
envio/saque direto pela empresa/banco/cartão.
Transferência Internacional
Na Corretora
ENVIO: Mais uma vez, depende da corretora. Algumas podem cobrar uma taxa para
receber dinheiro de instituições em outros países, outras não. De qualquer forma, o
peso maior aqui é certamente no saque, em que a corretora vai de fato cobrar uma
taxa para a retirada.
SAQUE: Como disse, ao solicitar saque para sua conta corrente em banco no seu
país, as corretoras cobram uma taxa. Ela pode oscilar entre 10 e 20 dólares
americanos, mas varia muito de corretora para corretora. Outras podem cobrar um
percentual, porém o mais comum é um valor fixo. Fique sempre atento a esses
custos, para evitar envios e saques constantes, que podem minar seus lucros. Nesse
livro, especificamente nesse módulo de gestão de capital, você já estudou que a
estratégia é sempre dosar o dinheiro na corretora, para que nem fique pouco, nem
fique muito desnecessariamente depositado na sua conta. Porém é preciso haver
um equilíbrio. Certamente, manter-se gerenciando o capital na corretora da forma
ensinada aqui, vai gerar alguns custos, mas são para proteção patrimonial, e ainda
assim, os benefícios compensam. Ficará mais claro com exemplos no capítulo final
desse módulo.
680
No banco/instituição
ENVIO: Bancos cobram taxa de envio, mais o IOF. A cotação geralmente é a cotação
oficial da moeda enviada. O valor da taxa varia entre instituições, mas não é barato
como outros meios. O IOF é menor do que no cartão de crédito, o que é uma
vantagem, variando entre 0,3% e 1,5% dependendo se é para outra titularidade ou a
mesma. No caso do Forex, é sempre para a mesma titularidade, pois corretoras não
aceitam depósitos vindo de contas de terceiros, para evitar lavagem de dinheiro. Um
ponto negativo aqui é o tempo para o dinheiro cair na conta, pois leva entre 2 a 5
dias úteis.
SAQUE: Da mesma forma que no envio, bancos também cobram taxa para
recebimentos de transferências internacionais. Há também o IOF, em valor menor
do que no cartão de crédito. Não existe aqui a figura da devolução do IOF cobrado
no envio, pois no caso das transferências internacionais serão duas operações
diferentes, envio e saque, e cada uma exige pagamento do imposto. No caso do
cartão é compra/estorno, como se fosse uma operação única, que foi cancelada
pelo comprador.
A cotação é o preço de mercado. A espera é na mesma proporção do envio, 2 a 5

dias úteis. Nesse livro você teve detalhes minuciosos de como proceder nessas
transações.
Bancos Intermediários
Nesse caso, funciona exatamente como as transferências internacionais, porém com

a vantagem de taxas menores.
Para enviar para a corretora, primeiro informa-se ao intermediário quais os dados

para depósito na instituição fora do país, o valor a ser enviado, e por fim basta fazer
uma transferência normal para o banco que fará o meio termo. Ele se encarregará
de fazer o envio para a corretora no exterior. O prazo é o mesmo, 2 a 5 dias.
Para sacar, primeiro informa-se à corretora quais os dados do banco intermediário,

e uma vez com o saldo lá, você faz uma transferência normal para sua conta
corrente, que já não será mais internacional, e assim evita-se as altas taxas dos
bancos grandes. Como esse livro é bastante completo, você teve um passo a passo
detalhado para saber fazer todo esse procedimento, tanto de envio, como de
retirada através de bancos intermediários.
Enviar e sacar através de bancos por transferência internacional é o meio mais

seguro, e mais adequado na legislação para esse tipo de transação. Mas como você
viu, não é barato.
681
Não recomendo envio por boletos. Muitos fazem isso para envio de pequenos
valores, pela facilidade. Porém a dificuldade vai ser como declarar tais envios para a
Receita Federal. Se houver uma instituição financeira intermediária, é necessário
solicitar os dados da transferência que ela fará, para que fique tudo registrado, e
você esteja assegurado quanto a suas obrigações com o fisco federal.
IMPOSTO DE RENDA
Como falei, não pretendo tratar aqui no livro a fundo sobre tributação, pois é um
assunto deveras complexo, com mudanças constantes na legislação. Você pode
acessar o site www.eusoutraderinvestidor.com, e o canal no YouTube para
informações detalhadas e atualizadas sobre o assunto.
Mas a título de curiosidade, no Brasil, o imposto para operações no Forex de Varejo,

e qualquer outro Ganho de Capital em Moeda Estrangeira, é cobrado inicialmente
em 15%, com alíquota progressiva conforme o tamanho da negociação.
Há um valor atualmente de isenção mensal para essas transações no trading. Quem

negocia até 35 mil reais por mês fica livre de pagar qualquer valor a título de IR.
Acima disso, será aplicada a alíquota em cima do que for referente a lucros.
SPREAD
Se você conhece o Forex há algum tempo já deve ter ouvido falar sobre o spread,
imagino. Nesse capítulo iremos destrinchar completamente o que é, para que serve,
e como funciona esse item do mercado. Fique atento e craque nesse assunto, para
evitar erros e perder dinheiro desnecessariamente no trading.
682
Definição
Spread nada mais é que a diferença entre o preço de compra e o de venda do par
de moeda, que pode ser a diferença real do mercado, ou um valor incluído pela
corretora, a título de markup, como estudado no capítulo 17.
Basicamente spread é uma das formas que a corretora usa para poder cobrar pelos
seus serviços, e assim seu negócio ser viável. Imagine uma casa de câmbio, você
chega lá e diz que quer comprar 1000 dólares. Imaginando que a empresa vai te
cobrar R$ 5000 reais, já que, digamos, a cotação do dólar era de 5 reais quando
você foi até lá, de repente você se vê diante de um preço total de R$ 5500 reais!
Você então questiona e é informado de que essa diferença, entre o que você
pensava que pagaria e o que de fato vai pagar, é o spread cobrado pela empresa.
Não há o que fazer, em qualquer casa de câmbio ou banco que você for, será
cobrado de você um valor mais alto que a cotação real. É como comprar gasolina,
não pagamos o preço que sai da refinaria, mas sim um apanhado de custos em
cima, o que torna o preço do produto mais caro. Com as moedas é a mesma coisa,
afinal as instituições financeiras têm custos.
Então podemos definir de maneira simples que, o spread é a diferença entre o valor
original do ativo (seu valor de mercado) e seu valor oferecido pelas
corretoras/bancos/casas de câmbio.
Quando se trata de corretoras de Forex, esse valor de spread é significativamente

menor do que nas casas de câmbio. Isso acontece, pois a corretora tem outros
meios de ganhar dinheiro, além de ter altíssima liquidez para poder cobrar um valor
bastante inferior ao das outras instituições. Isso faz com que ela ganhe dinheiro com
milhares de operações, cobrando bem pouco de cada uma.
Como Funciona a Sistemática do Spread
Para muitos traders, a maioria iniciante, o spread na hora de operar é um mistério, e

muitos atuam sem conhecer corretamente como funciona o processo de cobrança
desse custo. Ao estudar esse livro, você certamente não será um iniciante perdido,
sem conhecimento, pois minha função aqui é te deixar preparado. Assim, você não
vai ser pego de surpresa por corretora nenhuma, e vai entender bem sobre como o
spread funciona no trading do Forex.
683
Primeiro Passo
O primeiro passo a dar nesse sentido é entender

tudo sobre cotações. No Forex as cotações de
moedas são em pares, não é um preço único para
um único ativo, são dois preços, para dois ativos,
negociados sempre juntos. No capítulo 2 você
teve uma explicação completa sobre isso, além de
mais ensinamentos ao longo do livro.
Uma vez compreendido o que é uma cotação, e que no Forex ela é composta de dois
valores, o "Bid" e o "Ask", agora podemos nos aprofundar sobre como funciona o
spread.
Segundo Passo
Agora você precisa entender o funcionamento, a sistemática de cobrança desse

spread, que será explicado nas próximas linhas.
O valor do Spread pode ser cobrado em qualquer ordem que viermos a abrir no
mercado. Não importa se é uma compra, ou se é uma venda, se não for uma conta
do tipo que não tenha esse custo, então vamos pagar o spread. E é indiferente se
será uma ordem a mercado, imediata, ou se será uma ordem pendente, não tem
como fugir totalmente, muito provavelmente ele estará lá.
Ordens de COMPRA
Vamos entender primeiro o processo de compra de

pares de moedas. E para ficar bastante didático,
usaremos o exemplo da casa de câmbio.
Digamos que você chega a um desses estabelecimentos

e decide comprar U$ 1000 dólares, pagando em real.
Nesse exemplo, você estará efetuando uma compra no
Forex, mercado à vista, irá pegar no dinheiro vivo, e estará operando o par
USD/BRL, ou Dólar/Real.
Pois bem, você viu que se chegar lá querendo pagar R$ 5,00 reais por 1 dólar, irá
receber uma cara feia da atendente. Obviamente a casa de câmbio precisa de
lucros, como explicado no início. Você então é informado que a cotação naquela
loja é de R$ 5,00 / R$ 5,50, o que isso quer dizer? Significa que a cotação original do
dólar no mercado internacional é 5 reais, mas se você for comprar dólares ali,
684
pagará por eles o segundo valor, ou seja, R$ 5,50. Os U$1000 dólares que você
deseja adquirir, custarão então R$ 5500,00, e não R$ 5 mil como você gostaria.
Como é a empresa que está vendendo para você, R$ 5,50 é o valor que ela está
"pedindo". Na nomenclatura do Forex, o valor pedido é o valor "ASK", o segundo do
"Bid/Ask".
Suponha que você comprou esses dólares para "investir", acreditando que o dólar
iria alcançar o valor de 6 reais. Agora se de fato o dólar alcançar esse patamar, você
vai correndo à casa de câmbio inicial, para vender esses dólares e ganhar seu lucro.
Ao chegar lá, recebe a informação que a cotação do Dólar/Real na loja está em
6,00/6,50, daí você coloca um sorriso no rosto e calcula que ganhará ainda mais.
Pensa assim pois imagina que em vez de vender por 6 reais cada dólar seu,
faturando R$ 6000 reais com seus U$ 1000 dólares, acredita que venderá esses
dólares a R$ 6,50, e fará R$ 500 reais a mais de lucro. Ledo engano, pequeno
gafanhoto.
Nesse momento a "simpática" atendente o irá informar que para vender seus
dólares, a casa de câmbio usará para o cálculo do valor total o primeiro valor da
cotação, e não o segundo. Na hora da compra, o valor que foi usado para saber
quanto você pagaria foi o segundo, mas na hora da venda, o primeiro valor, o valor
original, esse seria o utilizado para você vender e entregar seus dólares em troca de
reais novamente.
Com toda essa operação, você vendeu U$ 1000 dólares e recebeu por eles R$ 6000
reais. E como pagou R$ 5500 na hora de comprar, você lucrou 500 reais. Caso não
houvesse esse spread, você teria comprado por R$ 5000 reais, e o lucro seria maior,
seria R$ 1000 reais líquidos de ganhos. Mas como a casa de câmbio fez esse
intermédio, servindo de contraparte da operação, do trade, ela forneceu um serviço
para você, que é nada mais, nada menos que servir de vendedor/comprador, ou
fornecedor/cliente, pois ela te vendeu, e depois te comprou. É com essa diferença
de preço que ela lucra.
Ordens de VENDA
Pode parecer que já falei sobre venda no tópico

anterior, mas essa aqui será diferente.
Suponha um estrangeiro aqui no Brasil, e que possui

vários dólares. Esse indivíduo se diz investidor, e
percebeu que o real poderia ganhar valor frente ao
dólar, ou seja, o dólar iria ficar mais fraco, iria valer menos que o real. Logo ele
685
percebeu que a cotação do Dólar/Real poderia cair nos próximos dias. Uma
oportunidade estava à porta.
Ele então decide ir a uma casa de câmbio vender seus dólares, pois como ele acredita
que o dólar vai perder valor, depois de um tempo ele poderá recomprar esses
mesmos dólares por um preço inferior ao que vendeu. Assim, ao final dessa operação,
ele quer ter a mesma quantidade de dólares que tinha antes, e mais uma quantidade
extra de reais, que será seu lucro (No capítulo 3 expliquei essa sistemática de operar
vendido).
Portanto, para isso ele vai efetuar uma venda no par USD/BRL, ou seja, irá se
desfazer de seus dólares, e receber em reais, como explicado na aula indicada mais
acima.
Ao chegar na casa de câmbio ele recebe a notícia que a cotação do Dólar/Real está
em R$ 5,00 / R$ 5,50. Ele então decide vender U$ 5000 dólares e é informado que
receberá por esse valor o total de R$ 25 mil reais. O investidor pergunta então por
que não receberá R$ 27.500 reais, já que o valor do dólar tem também o R$ 5,50 na
cotação. Educadamente a atendente explica que o primeiro valor da cotação, que é
o valor original do mercado, esse é o valor usado para que pessoas possam vender
suas moedas, como vimos no exemplo anterior, do outro investidor que primeiro
comprou dólares, para depois revendê-los para a casa de câmbio.
R$ 5,00 é o valor que a casa de câmbio está "oferecendo" para comprar os dólares
do investidor. Na nomenclatura do Forex, o valor oferecido pela corretora, o que
aparece primeiro na cotação, é o famoso "BID", de uma cotação "Bid/Ask".
Se alguém quiser comprar na casa de câmbio, será usado o segundo valor para o
cálculo. E se alguém, qualquer pessoa, quiser vender para a casa de câmbio, será
usado o valor original, o primeiro valor da cotação.
Para concluir a segunda situação, suponha que após alguns dias a cotação do
Dólar/Real subiu para R$ 5,50 no mercado internacional, ao invés de cair como o
investidor estrangeiro queria. Nesse momento ele não quer mais ter prejuízos e
decide recomprar logo seus dólares antes que a cotação suba ainda mais.
Ao chegar na corretora, com os R$ 25 mil reais em mãos, escuta da atendente que

só poderá resgatar U$ 4,166.66 dólares! Quase U$ 900 a menos do que tinha
deixado lá da primeira vez. Foi-lhe dito que a cotação naquele momento era de R$
5,50 / R$ 6,00. O investidor até estranha inicialmente, pois ainda achava que
receberia mais do que foi informado, já que R$ 25 mil reais na cotação do mercado,
R$ 5,50, daria cerca de U$ 4,545.00 dólares, aproximadamente U$ 379 a mais do
que a casa de câmbio estava oferecendo.
686
Porém ele logo lembrou do que foi dito: para vender usa-se a cotação original do
mercado, a que aparece primeiro dos dois valores que compõem a cotação
completa. E para comprar seria o segundo valor. E como esse investidor
iria recomprar seus dólares de volta, seria uma ordem de compra normal.
E ainda que a cotação real internacional do USDBRL fosse de R$ 5,50, na casa de

câmbio a cotação estaria informada da seguinte forma: R$ 5,50 / R$ 6,00. Isso
significa que nosso amigo investidor não vai recomprar seus dólares a R$ 5,50, mas
sim a R$ 6,00.
Se ele conseguisse recomprar a R$ 5,50, então os R$ 25 mil reais que ele tinha em
mãos valeriam U$ 4,545.00 dólares. Mas como dito, a finalização de uma ordem de
venda é uma ordem de compra (recompra, no caso). Portanto, para essa operação
de (re)compra, ele pagaria R$ 6,00 pelo dólar, e não R$ 5,50. Daí, os R$ 25 mil reais
que dispunha valeriam apenas U$ 4166.00 dólares.
Resumindo
Quando compramos qualquer moeda, pagamos uma cotação maior devido ao

spread, e esse valor para compra aparece na segunda posição de uma cotação. Já
quando vendemos, por essa venda nós recebemos com base no valor menor que
aparece na cotação, que é o valor sem spread, o valor real de mercado, e que
aparece na primeira posição de uma cotação.
E isso vale para alguém que inicialmente compre, e depois venda o que comprou.
Quando comprar no começo, pagará mais. Quando for vender o que comprou,
pagará o valor original de mercado.
E também é o mesmo processo para quem vende no começo, e recompra ao final,

para reaver seus valores. Quando chega à casa de câmbio para vender, recebe pela
quantidade vendida considerando a cotação original do mercado. Mas quando for
recomprar o que vendeu inicialmente, pagará o valor maior da cotação, acima do
valor original do mercado.
E dessa forma, a empresa que permitiu essas transações, que serviu de contraparte
para que a operação, o trade, existisse, ela receberá seu pagamento por essa
diferença entre o preço de venda (o primeiro) e o preço de compra (o segundo).
"Tá! E no trading, na plataforma, como isso funciona?"
Muito bem, devidamente compreendido esse processo acima, vamos agora às

operações mais "rápidas" durante o trading no Forex através de corretoras, e não
casas de câmbio. Preparado? Let's go...
687
Como expliquei no exemplo da casa de câmbio, em uma compra o spread é

considerado na hora de abrir a operação. Acontece que depois ele não é mais
relevante. Isso quer dizer que você pagará mais caro do que o valor original para
adquirir a moeda que deseja comprar. Mas no final, na hora de vender, suas
moedas, você não pagará spread nenhum, pois já o pagou no começo, quando
comprou.
Quando for se desfazer da moeda que adquiriu, ou seja quando for vender, quem
for te comprar, no caso a outra parte da negociação, irá pagar o valor original. Para
efeitos didáticos, vamos considerar o mercado Forex à Vista, onde os valores são de
fato negociados, e não os CFDs. Também vamos considerar que quem vai comprar
as moedas de volta será a corretora, que aqui será nossa "Casa de Câmbio".
E no caso de vender inicialmente, para depois recomprar, então o spread é pago ao

final. Sim, quando alguém no começo vende moedas para recomprar ao final da
operação, vende pelo preço original, sem spread. Daí não ser cobrado esse valor no
início. Mas quando finalmente for encerrar a operação, aí sim, como vai recomprar,
será considerado o valor maior da cotação, com o spread.
Esse último parágrafo você precisa entender bem! Leia novamente se necessário.
Comprou? Pagou spread no começo.
Vendeu? Então só vai pagar o spread no final, quando finalizar

a venda, recomprando o que foi inicialmente vendido.
O Spread na Prática Durante o Trading
Bom, tudo o que foi explicado até aqui será mais bem entendido com exemplos
práticos de operações no Forex, diretamente na plataforma que abrimos nossas
negociações.
Para efeitos didáticos, suponha todos os exemplos com spreads fixos. No caso dos
variáveis, basta saber que o spread a ser aplicado será o do momento da operação.
Ao abrir um trade, o spread é aquele que estiver aparecendo no segundo em que a
operação for aberta. E ao encerrar uma posição, é a diferença entre o bid e o ask do
momento do fechamento que será considerado.
Spread em COMPRA na Plataforma
Vamos usar por exemplo, uma compra no EURUSD. A cotação considerada é

de 1.10500/1.10510, e você pode reparar que tem 1 pip de spread. O preço real é
688
1.10500, que é o preço para alguém vender. Esse pode-se dizer que é o valor real
do mercado, o que aparece no gráfico e nos painéis de cotação mundial como
preço oficial da paridade.
Já o preço maior, 1.10510, é incluindo o spread, e é o que a corretora coloca para

você pagar a taxa da compra. Ou seja, na hora de clicar em "comprar", no gráfico
estará aparecendo 1.10500, mas a linha de compra ficará em 1.10510
Isso quer dizer que você entrará na operação em um preço superior ao

original. "Superior, quanto?". No exato valor do Spread. Se o spread fosse de 3 pips,
então a linha de entrada ficaria em 1.10530. É por isso que no momento exato em
que abrimos um trade no Forex, nós já estamos "no prejuízo". Isso ocorre porque
quando abrimos uma compra, nossa ordem fica acima do preço real do mercado
no exato valor do spread. Isso quer dizer que se fecharmos nossa ordem
imediatamente no segundo em que entrarmos, então vamos vender por um preço
inferior ao que compramos.
Voltando ao exemplo, suponha um spread de 3 pips, isto é, a cotação oficial da

corretora aparece assim:
1.10500 / 1.10530
Se abrirmos uma compra de EURUSD, então estamos comprando euros por 1.10530,
nossa linha de entrada fica exatamente em 1.10530. Se a cotação não variar, e
fecharmos a operação, então vamos estar vendendo esses euros a 1.10500, ou
seja, 3 pips a menos do que o valor considerado para compra.
689
Se essa operação for com um lote de 0.10 por exemplo, o prejuízo será de -3
dólares. Isso significa que o valor do Spread para o lote de 0.10 é de U$ 3.00. Claro,
o preço do spread varia de acordo com o lote, pois o spread é dado em PIPS, e o
valor do pip varia com o lote usado.
Mais um exemplo para concluirmos essa parte de compra. Suponha que você
adquira, ou seja compre, o par USDJPY. Significa que estará comprando dólares
americanos. A cotação está em 109.200/109.220, com 2 pips de spread. A operação
terá um lote de 0.50, ou seja, você faz uma aquisição de 50 mil dólares, já que o
dólar, USD, é a moeda base, a que é negociada.
Seu stop loss será colocado em 109.000, e terá um tamanho, portanto, de 22 pips.
ATENÇÃO, o stop não será 20 pips! Pois apesar de a cotação mostrar 119.200, na
hora de executar a compra, a linha de entrada estará em 119.220 no gráfico, e
subtraindo 119.220 - 119.000 temos 22 pips de stop loss. Então, se perder não
perderá só 20 pips, mas sim 22.
Veja que ao entrar na operação você já pagou o spread, pois em vez de entrar
a 119.200, entrou em 119.220. Na hora de encerrar o trade, será uma operação
inversa, ou seja, para fechar o trade de compra, a plataforma e executará
automaticamente uma venda. E você agora sabe que para vender considera-se o
preço que aparece primeiro na cotação. Logo, quando a cotação chegar a 119.000 /
119.020 sua ordem será encerrada no stop loss, e seu prejuízo debitado da sua
conta. Repare que o segundo valor ainda está acima do stop loss, mas como
expliquei bastante até aqui:
Para comprar considera o valor MAIOR, o segundo
Para vender (ou fechar uma operação de compra) considera o

valor menor, o primeiro
Uma dica simples é o seguinte:

Antes de comprar, olhe apenas o segundo valor da cotação, o maior. Ignore
totalmente o outro. Mas assim que abrir o trade, passe a ignorar o segundo valor
totalmente, e olhe apenas para o primeiro valor, o menor, pois é por ele que você
vai se guiar para encerrar a negociação.
"E se o preço SUBIR e eu lucrar? Como fica?"
No caso de subida de preço, e consequente lucro, basta você aguardar o primeiro

preço da cotação alcançar o valor de seu objetivo. Suponha que você queira ganhar
690
o dobro do risco, para isso você precisará ganhar 44 pips, pois já viu que o risco é
de 22 pips, e não de 20.
Para ganhar esses 44 pips, seu take tem que ficar distante da sua entrada nesse
exato valor. Se a entrada de fato ficou em 119.220, o take teria que ficar acima
em 119.660, que é o resultado da soma de 119.220 + 44 pips*
*Atente para a diferença entre pips e pontos. 1 pip vale 10 pontos. Logo 44 pips valem
440 pontos.
Já que para encerrar uma ordem de compra efetua-se uma venda, então considera-
se o primeiro valor para fechar um trade de compra. Ignore completamente o
segundo, fique de olho apenas nesse, o primeiro, o menor.
Assim, nossa ordem do exemplo no USDJPY seria encerrada quando a cotação fosse
de 119.660 / 119.680. Repare que o primeiro valor é igual ao take da ordem.
Ordens PENDENTES
Aqui é preciso uma atenção especial, pois há uma peculiaridade que poucos se dão
conta.
Em ordens pendentes de compra, temos duas situações: ordem tipo Buy Stop e
ordem tipo Buy Limit. Se você ainda não entende sobre a diferença de cada tipo de
ordem, então é crucial que você estude a aula sobre esse assunto, explicado de
forma bem detalhada no capítulo 10.
Primeiro vamos tratar da ordem Buy Stop, que é mais simples.
Consideremos uma compra pendente no EURUSD, estando esse par cotado a

1.10500 / 1.10510, com 1 pip de spread.
Suponha uma ordem Buy Stop, colocada no EURUSD em 1.10700. Como o spread é
de 1 pip, essa ordem vai ser aberta quando o preço oficial chegar a 1.10690 (o preço
original, o primeiro que aparece na cotação), somente aí a ordem será executada.
Ou seja, quando a cotação do EURUSD estiver exatamente em 1.10690/1.10700,

então o trade estará "vivo", aberto oficialmente, gerando lucro ou prejuízo. E no
momento da compra, o ponto de entrada no gráfico ficará no 1.10700, mesmo que
o preço ainda não tenha chegado lá de fato.
Essa última situação pode ter soado estranha. Mas vamos para um exemplo com
spread maior para esclarecer. Suponha outro par, o EURCHF, que geralmente tem
691
maior diferença entre o bid e o ask. Agora vamos visualizar uma situação em que o
spread é de 10 pips, e a cotação esteja em 1.09800 / 1.09900.
Uma ordem de compra tipo buy stop colocada em 1.10300 será executada quando a
cotação for de 1.10200 / 1.10300. Nesse preço, se você verificar no gráfico, o preço
ainda não alcançou o número 1.10300. Isso mesmo, as barras do gráfico ainda não
chegaram até esse valor da compra, pois alcançaram somente o patamar de
1.10200. E por que então a ordem foi executada? Justamente porque para compras
considera-se o segundo valor da cotação, o maior, aquele acrescido do Spread.
Como você já sabe a essa altura, para comprar o spread é cobrado no momento de
abrir o trade.
Concluindo, em uma compra pendente do tipo buy stop, o trade vai abrir antes de
o preço no gráfico alcançar o preço da compra pendente. Ou seja, a ordem será
aberta antes do preço colocado como preço de compra. Antes quanto? O valor
exato do Spread. Nesse caso de ordem de compra, olhe sempre a linha ASK, que é
a linha que fica acima do preço atual de mercado.
Veja uma situação interessante. Caso o preço no gráfico chegue perto da linha de
entrada Buy Stop, a ponto de ativar a ordem antes de ter tocado no exato ponto de
compra (devido ao spread), no caso de o preço cair, o trade estará aberto, e a
perda em andamento. Isso acontecerá mesmo que a cotação no gráfico não tenha
passado da linha de entrada. Veja essa hipótese na imagem abaixo.
692
Agora vamos entender o que acontece no caso de uma ordem tipo buy limit.
Suponha que o preço do EURUSD está em 1.10500/1.10510, com 1 pip de spread, e
você coloca uma ordem pendente buy limit em 1.10200. A operação só será aberta
se o preço cair até 1.10190, 1 pip abaixo da entrada. Isso mesmo, o trade só será
aberto se o preço original, o preço oficial do par, aquele que aparece primeiro na
cotação, o que entendemos por preço no gráfico, quando esse preço PASSAR o
valor colocado como preço de entrada, no valor exato do spread, somente aí é que
o trade será aberto.
693
A dica é sempre visualizar a linha ASK para os casos de compra. Na imagem acima,
a linha com o spread alcançou o ponto de entrada, o que fez com que a compra de
fato abrisse.
Dessa forma entendemos que se o preço no gráfico chegar a 1.10200 exatamente,

ou então cair até, por exemplo, 1.10195, e não cair mais nada, então a ordem não
será aberta. Se isso acontecer, no gráfico a linha ASK não terá alcançado a ordem
de compra Buy Limit.
Agora, para qualquer exemplo, em qualquer situação de compra, o spread será

sempre na entrada. Mas com o trade aberto, a partir desse momento vale o preço
do gráfico, o primeiro na cotação, que é o "Bid".
Para o lucro (Take Profit) ou mesmo a de Stop Loss, no caso de ordens de compra
pendente, nada muda em relação ao que foi explicado mais acima. O processo é o
mesmo. A ordem é encerrada considerando apenas o primeiro preço da cotação.
Daí se alguém compra EURUSD a 1.10500, e coloca um take acima, em 1.10900, para
um spread de 1 pip, então o take só será executado se a cotação alcançar
1.10900/1.10910, com o valor do take no primeiro valor. Se o preço alcançar
1.10890/1.10900 e em seguida cair, então o take não será executado, pois como falei,
após a compra ser aberta, passa a valer o valor que aparece primeiro, o "BID".
694
Spread em VENDA na Plataforma
O processo de cobrança do spread em uma ordem de venda na plataforma é o

mais difícil de entender, e de engolir pela maioria dos traders. Pois aqui acontece
muito de o stop ser executado antes de o preço chegar até ele, levando inúmeros
iniciantes a se perguntarem o que aconteceu.
Também é comum ver traders novatos arrancando os cabelos quando visualizam o

preço passar o valor do take no gráfico, e mesmo assim a ordem não é encerrada.
Recebo perguntas constantemente sobre essas duas situações, e essa aula irá
esclarecer de uma vez por todas as suas dúvidas quanto ao spread em todo tipo de
ordens de venda.
Vamos usar por exemplo, uma venda no EURUSD. A cotação considerada é

de 1.10500/1.10510, e você pode reparar que tem 1 pip de spread. O preço real é
1.10500, que é o preço para alguém vender. Esse pode-se dizer que é o valor real
do mercado, o que aparece no gráfico e que aparece nos painéis de cotação
mundial como preço oficial da paridade.
Já o preço maior, 1.10510, é incluindo o spread, e é o que a corretora coloca para

você pagar a taxa da compra, como vimos ao longo dessa aula.
Quando vendemos, a corretora vai considerar o preço oficial, original, o preço real
do mercado. Ou seja, ela vai te vender considerando o primeiro valor que aparece
na cotação. No caso do EURUSD, assim que clicar em vender, sua ordem será
executada pelo preço de 1.10500. E na hora em que executar a ordem, o preço no
gráfico estará aparecendo 1.10500, e esse será o mesmo valor da linha de venda.
695
Isso quer dizer que o preço com que você entrará na operação será igual ao valor
original do mercado, o preço do gráfico.
Como se sabe, para encerrar a ordem de venda, uma ordem de compra será
executada automaticamente pela corretora. E como você aprendeu até aqui, o
preço usado para comprar é o segundo valor que aparece na cotação. Isso significa
que quando uma venda é feita a 1.10500 o EURUSD, para encerrar o trade será feita
uma compra pela corretora, e será considerado o preço de 1.10510, com 1 pips de
spread. Se imediatamente à abertura do trade em 1.10500, você fechasse a ordem, o
valor do fechamento seria 1 pip acima.
Vamos lá... venda de lote 0.50 de EURUSD, cotado a 1.10500/1.10510. Ordem

executada pelo preço de 1.10500, implica que você vendeu 50.000 Euros, e por esses
euros você recebeu o valor de U$ 55250.00 dólares. Se no mesmo instante você
fechasse a ordem, então você estaria recomprando os 50 mil euros, porém para
essa recompra, a corretora iria cobrar o preço de 1.10510. E mais, vamos ver quantos
euros você recompraria com esse valor:
U$ 55250.00 / 1.10510 = 49995.47 euros

Você somente conseguiria recomprar menos euros do que vendeu inicialmente,
tendo então uma perda.
Para saber o prejuízo nessa operação, basta entender que a perda foi de 1 pip,
referente unicamente ao spread, já que consideramos que a cotação não variou
nada. E no par EURUSD, o lote de 0.50 faz com que o pip valha 5 dólares. Logo, o
prejuízo foi de -5 dólares, o exato valor do spread.
696
O que concluímos desse exemplo é o que foi ensinado alguns parágrafos atrás:
Para vender considera o valor menor, o primeiro.
Para comprar (ou fechar uma operação de venda) considera o

valor MAIOR, o segundo.
Entendendo o STOP das ordens de VENDA
Agora vem a parte interessante. Vamos voltar ao exemplo da venda de lote 0.50 no
EURUSD, cotado a 1.10500 / 1.10530. Repare que agora o spread está em 3 pips,
para facilitar o entendimento. Lembrando que todos os spreads dos exemplos estão
sendo considerados fixos, para efeito de melhor aprendizagem.
Vamos considerar que você queira arriscar 125 dólares nessa operação. Para isso,
seu stop loss precisará ficar 25 pips atrás da entrada, no caso 25 pips acima do valor
de entrada, já que é uma ordem de venda. Serão 25 pips, pois como o pip para o
lote 0.50 vale 5 dólares, então 25 pips de stop valem -125 USD.
Como a entrada foi exatamente em 1.10500, logo, 25 pips acima será em 1.10750.
A partir do momento em que a venda é aberta e o trade está ativo, você deve
ignorar completamente o primeiro valor da cotação, e passar a acompanhar o
segundo valor, a linha ASK, pois esse será o valor considerado pela corretora na
hora de encerrar a operação de venda.
No exato segundo em que o trade abriu, você já estará 3 pips negativos, pois se
fechar a ordem imediatamente, será considerado o preço de 1.10530, como visto
mais acima. Agora suponha que o preço começa se mover contra você e se
aproxima cada vez mais do seu stop loss colocado em 1.10750.
É agora que é preciso entender em que momento exato seu stop será executado, e
a perda será descontada de seu saldo. O trade será encerrado com o prejuízo
quando a cotação do EURUSD estiver em 1.10720 / 1.10750. Veja bem, no gráfico o
preço ainda não alcançou sua linha de stop loss!!! O preço no gráfico é
precisamente 1.10720.
Sim, seu stop será acionado ANTES que a barra do gráfico chegue até seu ponto
definido para perda. É aqui que muita gente não entende e fica se questionando se
a corretora roubou seu dinheiro, pois: "se a barra não alcançou o SL, como que a
ordem foi encerrada?!"
697
Então, se o preço nem sequer for buscar o ponto do stop oficial, e cair em seguida,
mesmo assim a operação já foi encerrada no prejuízo devido ao spread.
Repare também que a perda foi de 25 pips de fato, mesmo que o preço não tenha
andado 25 pips a partir da entrada, mas apenas 22. Os 3 pips restantes foi o spread
que se encarregou, e com eles foi buscar o stop loss.
Mais um exemplo para concluirmos essa parte de prejuízo na venda. Suponha que
você decida vender o par USDJPY. Significa que estará vendendo dólares
americanos. A cotação está em 109.200/109.220, com 2 pips de spread. A operação
698
terá um lote de 0.50, ou seja, você faz uma venda de 50 mil dólares, já que o dólar,
USD, é a moeda base, a que é negociada.
Seu stop loss será colocado em 109.450, e terá um tamanho, portanto, de 25

pips. Veja que ao entrar na operação você ainda não pagou o spread, pois em
vendas o spread é considerado na hora de encerrar a operação.
Na hora de fechar o trade, será uma operação inversa, ou seja, para fechar o trade
de venda, a plataforma executará automaticamente uma compra (recompra). E você
agora sabe que para comprar considera-se o preço que aparece segundo na
cotação, o maior, a linha ASK. Logo, quando a cotação chegar a 119.430 /
119.450 sua ordem será encerrada no stop loss, e seu prejuízo debitado da sua
conta. Repare que o primeiro valor ainda está abaixo do stop loss, e no gráfico a
barra ainda não alcançou o valor de 119.450, e mesmo assim a negociação foi
finalizada
Nunca mais esqueça:
Para vender considera o valor menor, o primeiro, o "Bid".
Para comprar (ou fechar uma operação de venda) considera o

valor MAIOR, o segundo, o "Ask".
A dica simples que dou é a seguinte:
Antes de vender, olhe apenas o primeiro valor da cotação, o menor. Ignore

totalmente o outro. Mas assim que abrir o trade, passe a ignorar o primeiro valor
totalmente, e olhe apenas para o segundo valor, o maior, a linha ASK, pois é por ele
que você vai se guiar para encerrar a negociação.
Antes de comprar, olhe apenas o segundo valor da cotação, o maior, olhe onde
está a linha ASK. Ignore totalmente o outro. Assim que abrir o trade, passe a ignorar
o segundo valor totalmente, e olhe apenas para o primeiro valor, o menor, a linha
do preço no gráfico, pois é por ele que você vai se guiar para encerrar a
negociação.
"E se o preço CAIR e eu lucrar? Como que fica?"
No caso de queda do preço, e consequente lucro na venda, basta você aguardar o

segundo preço da cotação alcançar o valor de seu take. E aqui mora mais um
699
quebra cabeça para os novatos. Leia atentamente que você não terá mais dúvidas
sobre porque algo tão estranho acontece.
Com um exemplo tudo ficará mais claro. No exemplo da venda no EURUSD, cotado
a 1.10500 / 1.10530, com 3 pips de spread, lote 0.50, stop loss em 1.10750, arriscando
perder 25 pips, entrada em 1.10500.
Suponha que você queira ganhar o dobro do risco, para isso você precisará ganhar
50 pips, pois o risco é de 25 pips. Onde colocar o take profit para ganhar esses 50
pips?
Aqui, diferentemente da ordem de compra, você pode calcular diretamente,

subtraindo 50 pips do valor da entrada, pois o spread só vai ser cobrado ao final da
operação.
Portanto, 1.10500 - 50 pips = 1.10000
1.10000 será o Take Profit.
Agora vem o grande 'X' da questão: saber em que momento exato o take será
ativado, e a operação encerrada com o lucro calculado, aumentando assim o saldo
da conta.
O take em 1.10000 só será ativado quando a cotação do EURUSD estiver exatamente

em 1.09970 / 1.10000
Repare bem aqui, a cotação do par precisou ir além do take profit para poder
encerrar o trade. E esse valor que a cotação precisou ultrapassar o take foi de
quanto? O exato valor do spread, e no caso de spread variável, tem que ser o valor
no momento de pegar no take.
E sabe como isso fica no gráfico? A barra precisará ir além da linha do take profit
para ativá-lo. Ou seja, se a barra chegar exatamente a 1.10000 e subir a partir daí,
então o take não será ativado, e a ordem continuará aberta aguardando definição.
Imagine a barra alcançando a mínima de 1.10000, isso significa que na hora em que
a barra estava em sua mínima a cotação era de 1.10000 / 1.10030. E como você
aprendeu que para encerrar uma venda considera-se o segundo valor da cotação,
podemos ver que o segundo valor ainda não alcançou o valor do take profit da
ordem.
Na imagem abaixo, repare que o preço chegou, no gráfico, apenas a 1.09990, e no

momento em que isso ocorreu, a cotação era de 1.09990/1.10020. Veja como o
segundo valor, o que deve ser considerado para encerramento da venda, repare
700
como ele ainda não alcançou o take profit, colocado em 1.10000. Faltam ainda 2
pips para o preço atingir o TP.
Quando o preço cair esses 2 pips, a cotação ficaria em 1.09970/1.10000, e somente

aí o take profit seria ativado. Veja abaixo.
O que é de fazer muita gente querer arrancar os cabelos, é quando acontece de o

preço passar o take e retornar, sem atingir o valor mínimo para que fosse fechada a
ordem. Na imagem abaixo vemos um exemplo de situação bastante estressante e
incompreensível para os novatos.
701
Por isso é comum visualizar a barra "beliscando" nossa linha de take, ou até mesmo
passar, e a ordem ainda ficar aberta. Para que o trade seja encerrado no lucro, a
barra no gráfico tem que passar a linha do take no exato valor do spread. Também
por isso afirmei que o spread é cobrado somente na hora de fechar a operação. É a
linha ASK que precisa tocar a linha do take para encerrar a negociação.
Conclusão Sobre Spread
De toda essa parte, que veio para esclarecer tantos ‘mistérios’ do spread, é
importante que fique claro o poder que o spread tem para atrapalhar um sistema
de negociação. Quem usa stops mais curtos sofre demais com isso, e mesmo stops
mais largos, dependendo do par e do horário, podem ser ativados.
Por isso eu recomendo a todos que me perguntam que abram suas contas com o
mínimo de spread possível. Se puder eliminá-lo, que seja. Ok, estratégias operadas
com stops maiores e em pares com spread menor dificilmente serão afetadas. Mas
veja que o Forex não tem somente ativos de grande liquidez, e consequentemente
spread baixos. Há diversos pares cruzados que podem gerar excelentes sinais. Se
um desses ativos for, por exemplo, com as moedas NZD ou CHF, que comumente
têm grandes diferenças entre o bid e o ask, então, dependendo do horário, mesmo
stops bastante seguros podem sofrer feio com isso.
É plenamente preferível operar pagando comissão, do que ficar à mercê de uma

despesa com o potencial de atrapalhar até mesmo boas estratégias .
Aqui nessa parte não tratei dos spreads variáveis com mais exemplos. Mas a
sistemática é a mesma, a única diferença será na hora de abrir a operação para o
702
caso de compra, e na hora de fechar o trade para o caso de venda. Por exemplo, se
sua estratégia dá mais sinais em horários de baixa volatilidade, suas compras podem
sofrer com as variações do spread nesse momento. Efetuar compras na abertura da
semana, ou durante a sessão de Sidney nos pares com o NZD ou o CHF, por
exemplo, pode jogar uma entrada de BUY muito acima do que o trader gostaria.
Ou, no caso de ordens pendentes, as do tipo Buy Stop podem abrir bem antes do
que você pretende, ou ainda, não abrir ordens do tipo Buy Limit, mesmo o preço
indo bem abaixo do ponto de entrada.
Nas contas baseadas no modelo de precificação ECN, como, por exemplo, a conta
tipo Raw Spread da IC Markets, o spread para os majors é praticamente zero na
maior parte do tempo, e mesmo quando aumentam em períodos de baixa
volatilidade, essa mudança não é significativa. Também nos pares menores, as
oscilações do spread ficam bem controladas. Já nas contas Standards, aquelas que
não pagam comissão, o spread pode, e muitas vezes vai, atrapalhar seus planos.
CONCLUSÃO
Nesse capítulo você aprendeu sobre as mais variadas formas de custos no mercado
Forex de Varejo. Viu como as corretoras variam suas maneiras de cobrar dos traders
seu acesso ao mercado de CFDs, e que elas precisam dessas taxas para cobrir suas
despesas, e poderem auferir lucros. Comissão, spread, swap negativo, custos de
envio e saques de saldo da conta, todas essas formas são necessárias ao bom
funcionamento das empresas. Cabe a você ficar ligado em cada uma delas e como
elas podem afetar seu operacional e sua rentabilidade.
Boas corretoras sempre vão cobrar taxas, é normal. Desconfie de empresas que
reduzem demais os custos, para atrair clientes. Isso muitas vezes é sinal de que a
corretora não está ganhando com essas despesas, mas sim manipulando o mercado
para que quando os traders perderem, ela lucre.
No capítulo seguinte teremos um exemplo prático de como calcular a rentabilidade

real de um investimento no Forex, e como os custos afetam essa valorização e os
ganhos de um trader. Por isso é importante sair dessa aula entendo como são
cobradas as taxas mais comuns do mercado de câmbio.
Na parte de spread eu entendo que podem ter ficado dúvidas, mesmo tendo me
esforçado para detalhar o máximo possível nessa aula. Recomendo estudar
novamente caso não tenha entendido o que foi ensinado ali, especialmente se você
opera em contas que cobram essa diferença entre o preço de compra e de venda.
Caso o spread não seja um problema para você, é bom que saiba que ele existe, e
que em algum momento pode atrapalhar suas operações.
703
Para não ser pego de surpresa, estude bastante como ele é cobrado, e como pode
afetar o seu desempenho utilizando a sua estratégia. Para fugir da maioria dos
problemas do spread, abra uma conta em corretora que forneça o modelo de
precificação baseado no sistema ECN, e adote uma estratégia com stops largos. Se
fizer isso, é praticamente impossível que o spread venha a afetar você em algum
momento.
704

CAPÍTULO 25
A TRAJETÓRIA DE UM
TRADER E SUA
RENTABILIDADE NO FOREX
705
CAPÍTULO 25 - A TRAJETÓRIA DE UM TRADER E

SUA RENTABILIDADE NO FOREX
Neste capítulo você vai ver na prática todo o conhecimento estudado nesse módulo.
Verá sobre a parte de criação e controle de patrimônio desde o zero, e como fazer
toda a gestão de capital ensinada, a partir desse dinheiro. Também entenderá mais
sobre como os custos afetam a rentabilidade, e principalmente, verá em detalhes,
como é a realidade do desenvolvimento e crescimento patrimonial de um
trader/investidor no mercado de Forex ao longo dos anos.
Considerações Iniciais
Para isso usarei um exemplo de um trader/investidor fictício, alguém que desejou

iniciar uma caminhada rumo à independência financeira, e escolheu o Forex como o
mercado que iria estudar e fazer operações de trading. Ou seja, uma pessoa que
tem uma renda, gasta menos do que ganha, poupa a diferença, e assim começou
construir um capital, começando do zero. Todo aquele conhecimento ensinado no
706
capítulo 22 será mostrado aqui na prática, e englobará os assuntos dos outros

capítulos do livro.
Portanto, se você não se identifica com essa gestão patrimonial, e ainda pensa que
pode começar com 1000 dólares, para ter o trading como “renda extra”, pagar
contas, e viver somente com o resultado de suas operações, então não é só esse
capítulo que não serve para você, mas também o ato de operar no Forex não se
encaixa com os seus objetivos. Trading é para rentabilizar melhor seu capital, e
assim ter um crescimento mais robusto e consolidado do patrimônio. Trading NÃO
é para começar e já querer pagar contas de energia, água, comprar carro, fazer
viagens, etc. Operar no mercado tem como objetivo construir patrimônio, e as
negociações no Forex são uma das excelentes formas de conseguir esse objetivo.
Outra consideração a fazer é que o início da estória contada aqui usará como base
o pano de fundo de uma grande maioria de traders iniciantes, que começam da
forma errada e só aprendem o caminho correto ao longo da caminhada (isso
quando decidem aprender). Se você se identificar com o relato, será ótimo para que
veja os passos onde errou, e possa tomar as atitudes corretas. Caso não tenha
passado por nada parecido, de qualquer forma será uma bela lição a deixar na
mente e poder ajudar outras pessoas.
Já durante a parte em que o trader engatar o caminho correto de sua trajetória no

trading, quero deixar claro que em momento algum você deve investir nos ativos
mencionados nessa parte da aula, só por estarem ali descritos. Tudo o que eu falar
aqui é simplesmente educativo, e não direcional ou estimulante à
aquisição/negociação de qualquer investimento elencado nas próximas linhas.
Como diz o aviso legal desse livro, tudo nessa obra deve ser entendido a título de
aprendizado, mas nunca como recomendação de onde aplicar seu dinheiro. Isso
cabe unicamente a você fazer. Esse livro te ajuda entender o mercado, e conhecer
os tipos de abordagens utilizados por aqueles que ganham dinheiro nele, mas não
diz como, quando e onde investir.
O Início da Jornada
Chamaremos o nosso trader do exemplo de João. Ele decidiu que queria algum dia
não precisar mais trabalhar no mercado de trabalho tradicional, e queria ser livre,
podendo viver onde quisesse, apenas usufruindo dos rendimentos de seus
investimentos. João também queria melhorar sua renda, ter mais dinheiro para
usufruir da vida, e buscou essa alternativa nos investimentos. Ele estudou várias
formas de aplicar e conseguir juntar um grande patrimônio. Em suas pesquisas
conheceu o Forex, e viu uma grande possibilidade de fazer dinheiro com esse
mercado.
707
A princípio, e como muitos fazem, João passou alguns meses lendo livros e
assistindo vários vídeos no YouTube. Infelizmente, como a grande maioria, João
acabou tentando investir dinheiro real logo no início, sem passar por todas as etapas
descritas no capítulo 16. Não testou sua estratégia, passou pouquíssimo tempo em
conta demonstrativa, e quando teve uma sequência de lucros, decidiu que já saberia
o que fazer, mandou algum pouco dinheiro para sua conta, e começou a operar.
Após algumas poucas negociações, onde ele acabou ficando tentado e encerrou as
ordens antes do tempo, João teve operações lucrativas, apesar de o ganho ser
pequeno. E assim seu saldo estava aumentando, devagar, mas subindo. Sempre que
ele abria uma operação, assim que ela ficava um pouco lucrativa, fechava a ordem e
embolsava o lucro. Ele até queria ganhar mais, mas sua sede de embolsar logo o
dinheiro era maior. Chegou a dobrar seu saldo depositado na corretora, e viu ali
uma oportunidade como nunca.
Porém as perdas inevitáveis começaram a aparecer. Ao tentar segurar suas ordens

por mais tempo, visando obter lucros maiores, João ficou exposto às normais e
constantes oscilações do mercado, e algumas de suas operações foram direto para
o stop loss. Ao acumular certas perdas, todo o lucro conseguido antes com as
operações menores foi consumido pelos prejuízos. Sem saber o porquê aquilo
estava acontecendo, João ficou confuso. Também passou a perceber que os preços
alcançavam seus stop loss e depois seguiam para onde ele imaginava que iria. Isso o
consumiu, a ponto de não o deixar dormir direito.
Após mais algumas perdas, ele decide que não vai colocar o stop, pois acredita
piamente que é melhor fazer tudo durante o trade aberto, e que tomará melhores
decisões ali, na frente do gráfico. Assim, julgou ele que poderia escapar dos
supostos “caçadores de stop” das corretoras. Após algumas operações nas quais de
fato o preço foi contra e depois retornou a favor da direção desejada por João, ele
chegou à conclusão que agira corretamente. Ele pensou: “Se tivesse colocado o stop,
eu teria sido tirado do trade sem ter a chance de vê-lo virar a meu favor.”. E assim,
adotou o hábito de nunca colocar stop em suas operações, e em caso de o preço ir
contra sua direção inicialmente, iria deixá-lo reverter a seu favor, e poder fechar
com lucro os seus trades.
João passou a ver seu saldo aumentar novamente, e agora já estava mais do que
convicto de que sua atitude de não usar stop foi correta. Após várias operações no
lucro e com o saldo quase dobrando novamente, acontece de um trade específico
não retornar após o preço ir contra inicialmente. Para tentar minimizar a situação
ruim, ele ia abrindo outras ordens, fazendo o preço médio, e assim pensou que
“quando” o preço retornasse, ele fecharia com lucro as operações abertas.
708
Isso começou alongar a perda de João, que se recusava a fechar as ordens após um
prejuízo já considerável, sempre com o argumento de que o preço “iria voltar com
certeza”, como já aconteceu inúmeras vezes. Após alguns dias o preço não voltava e
João já nem dormia direito, acordando durante a noite para dar uma olhada no
mercado. E logo de manhã a primeira coisa que olhava era o celular, para ver como
estava sua operação, se já havia revertido a perda, além de olhar as notícias do dia,
ou ver lives no YouTube, na expectativa de validar sua crença no retorno do preço.
Mas nada era suficiente.
Não importa o quanto João se esforçasse, o preço de sua operação continuava a ir

fortemente contra ele, e o prejuízo era cada vez mais significativo. Determinado dia,
ele recebe um e-mail com a famosa “Chamada de Margem” da corretora, sua
ordem ficou tão negativa, que ou ele depositava mais fundos, ou poderia ter sua
negociação compulsoriamente encerrada pela empresa. Ele não entendeu, pensava
que poderia ficar indefinidamente segurando um prejuízo, até que o preço
retornasse. Como não fez nenhum depósito, e o preço continuou indo contra ele,
sua ordem foi fechada, e o prejuízo contabilizado na sua conta. João perdeu todos
os ganhos que tinha conseguido ao longo do tempo que operou dessa forma, e o
mercado levou também bastante do dinheiro inicial que ele tinha enviado para a
corretora. Estava devastado.
O Ciclo Vicioso
Sem dar o braço a torcer e desistir, João decidiu se dedicar mais e estudar com mais
afinco. Afinal, se havia tantas pessoas na internet conseguindo lucrar, se tantos
outros traders compartilhavam suas ordens lucrativas e seus históricos positivos nos
mais variados grupos e redes sociais, por que ele não poderia ser um desses? A
partir de então, começou buscar mais materiais disponíveis online, chegou a pagar
cursos bem caros, na tentativa de aprender novas estratégias, novos métodos
operacionais, e assim, não passar mais por tudo o que passou, e poder finalmente
tirar sua renda extra do trading.
Passou a estudar as notícias e saber interpretar cada dado econômico. Se

aprofundou no conhecimento dos mais diversos indicadores, e treinou muito sobre
vários padrões gráficos. Estudou sistemas automatizados, plataformas diferentes, leu
sobre diversas teorias de autores famosos no estudo da análise técnica. Passou a
ficar mais atento aos noticiários econômicos. João estava determinado, queria cercar
o mercado por todos os lados, a fim de não permitir sofrer o que sofrera tempos
atrás. João queria “bater o mercado”, queria descobrir e atuar no mundo do trading
de uma forma que saísse vencedor, ganhando dinheiro constantemente, e desejava
assim atingir sua independência financeira.
709
Após alguns meses, lá estava João, tinha conseguido mais um dinheiro com seu
trabalho, e enviado para a corretora. Agora estava lá, novamente diante do
mercado, pronto para iniciar suas tentativas de surrá-lo e tirar dele seus ganhos,
alcançando a vida que almejava. Nas primeiras operações, obteve alguns lucros
usando diversas estratégias que aprendeu nos seus estudos. Quando tinha notícias,
ele era sempre o primeiro a comentar nos grupos dos quais participava, e quando
suas operações ficavam no positivo, ele fazia questão de postar prints dos gráficos,
com seus trades abertos e lucrativos. Até um histórico de operações todas no azul
ele agora tinha para exibir, era motivo de orgulho, inclusive. João estava de volta!
Acontece que todo esse tempo que nosso trader do exemplo passou até aqui não
era sequer uma pequena fração que significasse maturidade, e inevitavelmente
chegou o período ruim que todos passam. As operações de João já não encaixavam
mais, muitas delas sequer permitiam que ele fechasse na mão com algum lucro,
indo direto contra ele. Algumas ele até fechou no stop, outras ele deixava rolar, e
quando revertiam, fechava ‘na mão’ com pouco lucro. O saldo de João já não
estava mais tão vistoso assim.
Nesse período ele evitou postar seus prints nos grupos e redes sociais, afinal, postar
perdas não convence que você é um bom trader, não é mesmo. Existe aquela ideia
de que trader profissional ganha dinheiro constantemente, ou melhor, existe a falsa
tese de que trader consistente não perde, ele ganha muito mais do que tem
prejuízos. Ou seja, muita gente acredita que no mundo do trading os que ganham
dinheiro de verdade conseguem fazer isso de forma contínua, isto é, imagina-se que
são poucas operações com perdas, e muitas operações com ganhos. É normal ver
afirmações por aí no sentido de “Dá para conseguir X dólares por dia! Bater a meta
diária e ir curtir”, ou ainda “Quero fazer só 10% ao mês, tirar meu dinheiro, e estou
satisfeito. E isso não é impossível, basta estudar, acreditar e se esforçar que você
consegue!”.
Mas João, por ter pouco tempo de mercado e ainda não ter percebido como é a
realidade, ele não via isso como pensamentos errados. Não sabia ele que os
profissionais muitas vezes, a grande maioria, perdem mais do que ganham em
termos de quantidade de operações. Se alguém falasse isso, ele simplesmente
estava com a mente fechada para essas ideias “absurdas”. Uma vez alguém disse
para João que era possível um trader ter um ano inteiro negativo, isto é, operar por
12 meses seguidos, e no fim ter perdido dinheiro. João quase teve um infarto, mas
de raiva! Sua mente estava cauterizada para ensinamentos como esse. Até se
afastou de pessoas “negativas”, só porque elas afirmavam que João não deveria se
preocupar em ganhar dinheiro, mas sim em seguir os passos do trading de sucesso,
entre eles, ignorar se ganha ou perde, e continuar seguindo seu plano.
710
João nem tinha um plano, ao menos não o verdadeiro plano, aquele escrito e
registrado. Ele operava com base nos seus estudos, sempre que via um padrão
acontecer, ele operava em cima do que tinha estudado sobre o comportamento de
mercado que o padrão mostrava. Se aparecia um ombro-cabeça-ombro, um pinbar
ou topo/fundo duplo, ele acreditava na reversão da tendência. Quando uma média
cruzava com outra, ele entrava na direção do cruzamento. Quando determinado
indicador mostrava que o preço entrava em sobrecompra, João vendia. E quando
saía alguma notícia forte, ele geralmente entrava na direção oposta da força inicial,
tentando pegar o retorno do preço. João operava várias estratégias, a que
aparecesse no momento, ele agia.
Bom, já fazia mais de um ano entre o dia que João decidiu estudar e operar no
Forex, e o momento que ele estava passando, sem conseguir consistência. Ora
ganhava, ora perdia. Quando perdia, perdia mais do que quando ganhava. Quando
tinha lucros, postava nos grupos... mas quando tinha prejuízos, ficava quieto na dele,
somente comentando os posts dos outros.
Assim, João foi enfraquecendo sua vontade de atuar no trading, pois como não
conseguia consistência, ele passou a deixar de lado aquele desejo forte de ter uma
renda extra com suas negociações. Se ele fez tudo o que podia, estudou tanto, e
não estava conseguindo o sucesso que almejava, ele imaginava que certamente
tinha algo errado. Ele pensava que o trading poderia não ser para ele, que não tinha
o talento nato para aquilo. Também passou pela sua cabeça que havia um complô
no mercado para tirar dinheiro dos traders menores, especialmente dos iniciantes
(aqui há verdade nesse pensamento, mas não da forma como muitos imaginam).
Após quase dois anos lutando, saindo de uma estratégia e indo para outra,
mudando constantemente de sistema de trading, de corretora, buscando sempre
uma que fornecesse melhores condições de spread ou taxas mais baratas. Após
todo esse tempo batalhando contra um sistema que supostamente o fez perder
dinheiro, e ter percebido que não valia a pena continuar, João decidiu sacar o que
restava na sua conta, e foi buscar seus objetivos em outros lugar.
A Reviravolta
Anos depois, sem ainda conseguir alcançar a sua independência financeira, João
conseguiu um novo emprego, e seu salário aumentou com a mudança de atividade.
Ao buscar novas informações na internet, mas longe de trading, especialmente no
Forex, ele decidiu aplicar em renda fixa, e comprar algum CDB e deixar outra parte
no Tesouro Direto do governo.
Seguem as informações de João.
711
- Salário: R$ 3.000,00 por mês, líquidos de impostos e previdência

- 13º e Férias todo ano
- Podendo fazer extras no serviço eventualmente
Ele montou um orçamento no qual conseguiu deixar 10% livre para poupar. Isto é,
sempre que recebia seu salário, João não contaria com R$ 300,00 e esse dinheiro
seria investido em ativos. João deu os quatro primeiros passos para sua
independência financeira:
1 - Conseguiu uma renda (melhorou-a)

2 - Conseguiu planejar gastar menos do que ganha
3 - Pretende poupar regularmente
4 - Decidiu comprar ativos, em vez de passivos
João tinha 30 anos quando começou esse planejamento, e pretendia seguir

fielmente.
A partir de agora, iremos, mês a mês, verificar como andou o patrimônio de João ao
longo dos primeiros anos. Sua pretensão era aportar mensalmente, comprando
sempre os mesmos títulos de renda fixa, até que alcançasse o valor de 10 vezes o
seu salário atual. Isto é, João queria montar uma reserva financeira equivalente a 10
salários, para o caso de uma eventual demissão ou crise no mercado. Ele usaria o
dinheiro separado mensalmente, mais o que ganhasse a título de 13º. O que ele
ganhasse como extras eventualmente também seria destinado 100% para seus
ativos, no momento em que recebesse, pois como era algo inesperado, ele não faria
planos para esse dinheiro. Todos os seus gastos seriam embutidos no seu
orçamento mensal, inclusive aqueles anuais, como impostos de veículo, casa, seguro
de carro, entre outros.
Isso significa que João adotou a seguinte estratégia: Ele calcularia o valor anual
dessas despesas específicas, e dividiria por 12. Mensalmente, como um item do
orçamento, João deixaria o valor separado, em sua conta corrente mesmo, para que
quando chegasse o mês de pagar essa contas anuais, ele não se preocupasse se
teria ou não dinheiro. Isso é o mais prudente a se fazer. Vejo sempre pessoas
passando as maiores dificuldades quando chega janeiro, pois têm IPVA, IPTU, escola
dos filhos, material escolar, roupas, faturas dos cartões com compras de fim de ano,
seguro de carro, entre tantas outras. E assim, muitos já começam o ano endividados,
sem a mínima possibilidade de pensar em investir. Com isso o ciclo da corrida dos
ratos se repete para milhões de famílias ano após ano. João decidiu ser diferente.
712
ANO 1
Segue então o relatório de João ao final dos primeiros 12 meses, de tudo que ele
conseguiu poupar e investir, e sua rentabilidade ao longo do tempo.
Aqui a rentabilidade foi considerada já líquida dos impostos e taxas, como você
aprendeu na aula sobre controle de patrimônio. Fiz isso para facilitar os cálculos
nessa parte inicial apenas. Quando chegarmos à parte dos ganhos no trading no
Forex (é... João vai voltar, calma lá), então eu farei de forma mais detalhada essa
parte dos mais variados custos envolvidos e sua influência na rentabilidade.
Veja que em dezembro João aportou todo o valor recebido de décimo terceiro
salário, e mais os 300 reais já separados para os investimentos. Ao final do ano, ele
tinha um total de R$ 6.706,99. Repare que se não houvesse rentabilidade, só haveria
na conta de João o valor aportado, qual seja, R$ 6.600,00. Mas como os
investimentos renderam alguma coisa, houve um lucro de R$ 106,99 ao final do ano.
Não é nada significativo, e essa era a intenção, focar nos aportes.
Vamos verificar a rentabilidade e o crescimento patrimonial.
Rentabilidade: A princípio poderíamos pensar que a valorização foi de 1,62%, já que

o ganho foi R$ 106,99, e o valor total aportado foi R$ 6.600,00. Mas sabemos que
quando existe aportes, o cálculo correto da rentabilidade deve ser feito através do
sistema de cotas. Ainda não entrarei nessa explicação, pois agora preciso que
entenda a importância do aporte, e da criação do capital. Mais pra frente teremos a
713
explicação completa, um resumo bastante detalhado da aula sobre esse sistema de

cotas.
Crescimento Patrimonial: Aqui seria bem simples, bastaria dividirmos o valor que o
capital aumentou em relação ao valor inicial. Como o capital inicial foi zero, não
faremos esse cálculo, ao menos não no primeiro ano. Para responder então quanto
foi o crescimento patrimonial, basta dizermos que o capital aumentou em R$
6.706,99, pois saiu de zero reais e alcançou esse valor, que foi o saldo final.
ANO 2
Após esses primeiros 12 meses, João passou a adquirir outros tipos de ativos,
também de renda fixa, mas por passar um ano inteiro estudando, ele soube
escolher melhores opções, e assim conseguiu para o ano seguinte uma
rentabilidade melhor. Veja que aqui João está sendo conservador. Ele não quer sair
de 0,40% ao mês e passar a ganhar 2% de cara. Ele simplesmente estudou e viu que
poderia melhorar sua rentabilidade através da mudança de um ativo de renda fixa
para outro, pois queria bater a inflação e sair com um poder aquisitivo maior de seu
patrimônio. O foco de João durante 12 longos meses foi se manter firme aportando
nos ativos, isto é, gastando menos do que ganhando, poupando a diferença, e
comprando mensalmente mais dos títulos na sua carteira. Ou seja, o foco de João
era cumprir seu planejamento financeiro à risca.
João poderia ter pensado em começar com 300 reais e nada além, sem fazer novos
aportes, e poderia pensar em buscar rentabilidades cada vez maiores, como 10% ao
mês, ou até mais... dessa forma seu saldo no final do ano poderia ser até maior. Mas
João aprendeu como é a realidade do mercado, de que não dá para querer ganhar
muito dinheiro em pouco tempo. Depois do fracasso no trading, ele estudou muito
sobre educação financeira, e viu que deveria seguir um caminho mais com o pé no
chão.
Para o ano 2, a rentabilidade conseguida aumentou um pouco, e João conseguiu

fazer extras a cada trimestre (células verdes), aumentando o aporte nos
investimentos, também conforme planejado. Assim, ele teve o seguinte
desempenho ao longo do ano.
714
Repare que o ano 2 começou com o mesmo saldo final do ano 1, e a valorização
mensal agora é um pouco maior que no primeiro ano, mas nada absurdo dentro de
um contexto de renda fixa bem escolhida. Novamente, o foco de João aqui não é
conseguir rentabilidades irreais, para poder ficar rico rápido, mas sim, focar no
aporte, e saber que ao longo dos anos o seu patrimônio pode crescer
consideravelmente, levando em conta os juros compostos. No início de uma
caminhada financeira, aportar é sempre mais importante do que rentabilizar melhor
seus investimentos.
Ao final desse período, João agora tem metade de seu objetivo, já que ele pretende
ter 30 mil reais de reserva, e já alcançou um pouco mais de 15 mil. No ano 3, esse
será o valor a considerar para começar os próximos 12 meses. Vamos ver agora qual
foi a rentabilidade e o crescimento patrimonial.
Rentabilidade: Como houve aportes, o correto é calcular a rentabilidade pelo

sistema de cotas. Mas ainda deixarei isso mais para a frente, para não confundir as
ideias agora no começo. De qualquer forma, não tente somar os valores de
valorização mensais, pois seria o mais errado a se fazer, já que seria o cálculo dos
juros simples. Definitivamente não faça isso! Investimentos de longo prazo devem
sempre ser considerados os juros compostos.
Crescimento Patrimonial: Aqui já podemos fazer o cálculo da porcentagem de

aumento no capital. Basta verificarmos inicialmente a diferença entre o valor final e o
valor inicial. João terminou o ano com R$ 15.704,59, e tinha começado com R$
6.706,99, que foi o saldo final do ano 1. A diferença entre esses valores foi de R$
8997,60. Dividindo esse valor pelo capital inicial do período, temos:
715
R$ 8.799,60 / R$ 6.706,99 = 1,3415 ou 134,15%
O patrimônio de João cresceu, portanto, +134,15% no período. E é fácil perceber

que o valor do crescimento foi acima de 100%, já que o valor do aumento foi
superior ao valor inicial.
ATENTE - esses 134,15% não são a rentabilidade, isso foi o crescimento patrimonial.
São conceitos diferentes, como explicado no capítulo 22.
ANO 3
Para tornar o exemplo prático desse livro mais real, farei algumas mudanças ao
longo do tempo, e você verá que elas se encaixam no dia-a-dia da maioria das
pessoas. Serão despesas supervenientes, ou ainda recebimentos inesperados de
dinheiro. Tudo para que a experiência aqui narrada seja o mais próximo da
realidade possível.
Vamos verificar como seria um ano em que João teve um aumento inesperado em
suas despesas e não conseguiria aportar os 300 reais, mas apenas R$ 100 de seu
salário. Em compensação, João conseguiu uma atividade extra, um bico nas horas
vagas, no qual conseguia outros R$ 100 para aportar. E assim, mesmo com toda
dificuldade, ele conseguiu aportar R$ 200 reais por mês em seus investimentos, para
montar sua reserva, sendo R$ 100 vindo do salário, e mais R$ 100 dos bicos.
Ao final do ano, uma grata surpresa, João recebeu um dinheiro de uma ação na
justiça, parada a alguns anos contra sua empresa anterior, e esse dinheiro, como
não era algo certo, foi prudentemente encaminhado direto para os investimentos de
João, em vez de serem gastos em uma viagem para o caribe, ou mesmo na troca
para um celular de última geração. João está sendo frugal.
Aqui posso abrir um parênteses. Antes que alguém pense que João não está
aproveitando a vida, que está vivendo apenas para juntar dinheiro, e que não é uma
boa forma de passar seus dias, quero que você entenda que temporariamente João
decidiu viver uma vida mais simples, enquanto monta um capital ao menos razoável.
Mesmo assim, entenda que pequenos prazeres ele pode estar usufruindo. Seja um
passeio no final de semana com a família, ou uma viagem por ano para passar um
fim de semana em alguma praia, por exemplo, ou ainda, um presente melhor para
algum ente querido.
Tudo isso ele mantém planejado dentro de suas possibilidades, sem prejudicar os
aportes. E mais, coisas como roupas, manutenção de carro, entre outras despesas,
entendemos que João previu essas coisas mais corriqueiras e já separa um valor no
716
seu orçamento para isso. Com o passar do tempo nesse exemplo, você verá que
contemplarei mais situações do cotidiano, trazendo realidade à situação narrada.
Vamos ver como foi o ano 3 de João com as situações difíceis que passou, a
necessidade de renda extra vinda de bicos, e o dinheiro recebido ao final do ano,
com a vitória em uma ação judicial. Nas células verdes estão os períodos em que ele
fez extras no seu trabalho formal. Não houve diferença na rentabilidade nesse
período.
Vamos ver o que se passou aqui. O aporte regular foi de 200 reais por mês, sendo
R$ 100 do salário e mais R$ 100 dos extras feitos fora do trabalho. Mas a cada
trimestre João permanecia fazendo os extras de seu emprego, também realizados
no ano anterior. Ao final dos 12 meses, além dos R$ 3000,00 de 13º salário, João
recebeu R$ 7.000,00 de uma ação judicial contra a última empresa na qual
trabalhou, e esse dinheiro foi direto para seus investimentos.
Com a rentabilidade conseguida, seu capital agora passou sua meta, e ele terminou
o terceiro ano com mais do que R$ 30 mil reais de patrimônio, precisamente R$
31.223,23. Como consequência por sua disciplina ao longo desses 3 anos firmes nos
aportes e na vida Frugal, João decidiu usar esse excesso de R$ 1223,23 e foi
aproveitar umas boas férias.
Vamos ver agora qual foi a rentabilidade e o crescimento patrimonial.
Rentabilidade: Novamente, como houve aportes, o correto é calcular a rentabilidade

pelo sistema de cotas. Mas ainda deixarei isso mais pra frente, para não confundir as
ideias agora no começo. E não tente somar os valores de valorização mensais. Não
caia na besteira de considerar juros simples. Sempre trabalharemos com juros
compostos.
717
Crescimento Patrimonial: Aqui também podemos fazer o cálculo da porcentagem

de aumento no capital. Basta encontrarmos inicialmente a diferença entre o valor
final e o valor inicial. João terminou o ano com R$ 31.223,23, e tinha começado com
R$ 15.704,59, que foi o saldo final do ano 2. A diferença entre esses valores foi de R$
15.518,64. Dividindo esse valor pelo capital inicial do período, temos:
R$ 15.518,64 / R$ 15.704,59= 0,9881 ou 98,81%

O patrimônio de João cresceu, portanto, +98,81% no ano 2.
ATENTE - esses 98,81% não representam a rentabilidade, isso foi o crescimento

patrimonial. São conceitos diferentes, como explicado no capítulo 22.
ANO 4
Retornando de sua semana de folga em uma praia próxima, João decidiu que
agora, já que sua reserva de emergência estava montada, pensou em buscar outras
formas de investimento. Ele continuaria focando nos aportes, mas queria melhorar
um pouco a rentabilidade. Novamente, veja que não é errado buscar uma
valorização melhor de seus investimentos, o erro é focar apenas nisso, e dar mais
importância a percentual de crescimento do que aos aportes cruciais ao início de
qualquer jornada financeira.
João decidiu montar uma carteira de ações. Adotou um estilo mais conservador, e
decidiu aportar em empresas boas e lucrativas na bolsa. Sua perspectiva era
conseguir ao menos uma média de 1% ao mês com essa carteira de renda variável.
Ele também decidiu que metade de seu aporte seria em renda fixa, e a outra
metade em renda variável, pois não queria concentrar esforços em uma única forma
de investimento. Sua renda fixa seria composta então pela reserva de emergência
de R$ 30.000,00, crescendo apenas com a rentabilidade, sem aportes aqui, e parte
do dinheiro novo seria destinado a uma carteira de ativos de renda fixa em
separado. Além disso, a outra parte do aporte iria para uma carteira de renda
variável, as ações.
No ano 4, o patrimônio de João estaria dividido entre dois tipos de investimentos, e

ele contabilizaria cada um com suas variações respectivas. Agora entramos em um
cálculo interessante o da rentabilidade total da carteira de um investidor. Você verá
na prática que conseguir bons ganhos com ações não quer dizer que o lucro foi
estrondoso, mas sim, que devido à diversificação, haverá um equilíbrio, mas
tendendo a puxar para acima a curva de valorização patrimonial. Veremos na
prática diversos conhecimentos estudados na aula 22.
718
Também nesse quarto ano, passaremos a calcular essa rentabilidade real através do
sistema de cotas. Fique tranquilo, você terá uma revisão conforme formos
analisando os períodos do investimento. A cada mês, um novo aporte, e
consequentemente aumento no número de cotas. E a cada período com
valorização do capital, teremos aumento no valor da cota.
A rentabilidade da carteira de renda fixa se manterá, isto é, 0,65% ao mês, e o

ganho com as ações será descrito mês a mês na tabela abaixo. Também será
considerado que João passou o período difícil do ano 3, podendo retornar a aportar
os R$ 300 reais do salário novamente. E mais, motivado pela renda extra conseguida
com os bicos, João se esforçou mais para melhorar seus aportes, entendendo a
tamanha importância desse dinheiro no seu crescimento patrimonial. Assim, além de
R$ 300, ele conseguiria guardar mais R$ 200 vindo dos bicos mensais, e se manteria
também fazendo os extras trimestrais do trabalho oficial.
Dessa forma, de tudo que for aportado em um determinado mês, metade vai para
renda fixa, e metade para renda variável. Isto é, em meses normais, aportando R$
500, então cada tipo de investimento receberá um aporte de R$ 250,00. Em meses
de Extras, ganhando 400 reais a mais do trabalho, o aporte de R$ 900 será dividido
em dois de R$ 450,00, uma para cada investimento. Ao final do ano, o mesmo
acontecerá com o 13º. Assim, veremos a partir de agora desenvolvimento
patrimonial no ano 4.
Reserva de Emergência
Antes de comentarmos as novas carteiras, vamos ver o crescimento patrimonial da

reserva de emergência. Essa reserva será separada dos outros investimentos, pois
ela tem uma destinação específica. Mas ela pode e deve ser contada como parte do
patrimônio total de João.
719
A reserva de emergência, portanto, finalizou com R$ 2.425,49 reais a mais, um

crescimento de 8,08%, e uma valorização de igual valor, já que não tivemos aportes.
Lembre-se, a rentabilidade só é igual ao crescimento patrimonial em investimentos
sem aportes. Se houver envio de dinheiro novo, o cálculo correto será através de
cotas, como veremos em instantes. Veja que se somarmos os 0,65% durante o ano,
teremos apenas 7,8% de valorização, o que não é a realidade, pois aqui os juros são
compostos, e não simples, esse último seria o cálculo que traria o resultado
incorreto de 7,8%.
Vamos ver agora qual foi a rentabilidade e o crescimento patrimonial da reserva de

emergência.
Rentabilidade: Aqui não tivemos aportes! O capital que começou na reserva foi
rentabilizado mês a mês, sem novas entradas de dinheiro novo. Dessa forma, sem
aportes, a rentabilidade pode ser calculada da maneira mais fácil, dividindo o lucro
pelo capital inicial.
R$ 2.425,49 / R$ 30.000,00 = 0,0808 ou 8,08% aproximado
A rentabilidade da reserva de emergência no ano 4 foi de 8,08%, com um lucro de

R$ 2.425,49, a partir de um capital inicial de R$ 30 mil reais, e sem novos aportes.
Você verá que por não ter entrada de dinheiro novo durante o período, e o
aumento do patrimônio ter vindo apenas da valorização, temos o caso em que a
rentabilidade será igual ao crescimento patrimonial.
720
ATENTE - Cuidado, mesmo sem aportes, não quer dizer que são juros simples, pois
temos juros sobre juros, ou seja, juros compostos.
Crescimento Patrimonial: Aqui já podemos fazer o cálculo da porcentagem de

aumento no capital. Basta encontrarmos inicialmente a diferença entre o valor final e
o valor inicial. João terminou o ano com R$ 32.425,49, e tinha começado com R$
30.000,00, que foi o saldo final do ano 3 da reserva de emergência. A diferença
entre esses valores foi de R$ 2.425,49. Dividindo esse valor pelo capital inicial do
período, temos:
R$ 2.425,49 / R$ 30.000,00 = 0,0808 ou 8,08%
A reserva de emergência de João cresceu, portanto, +8,08% no ano 4. E assim,

temos que o crescimento patrimonial foi idêntico à rentabilidade, pois não houve
aportes no período.
Carteira de Renda Fixa
Vamos seguir e ver como foi o andamento da nova carteira de renda fixa no ano 4,
que iniciou do zero.
Repare inicialmente que em janeiro não havia saldo no começo do mês, pois essa
será uma ‘reserva’ diferente, uma reserva além da de emergência, essa última já
conta com os R$ 30.000,00, tendo apenas a valorização mensal, sem aportes.
Antes de passarmos para a renda variável, vamos tratar da carteira de renda fixa,
parte por parte, para que fique mais fácil avaliar a carteira de ações. Veremos passo
a passo como foi a evolução patrimonial de João, tanto em ativos de renda fixa,
como os de renda variável, com explicações detalhadas de cada um.
721
Nos meses sem extras no trabalho, o aporte total foi de R$ 500 reais, sendo R$ 300
do salário, e R$ 200 vindos dos extras fora da empresa em que exerce suas funções.
Como metade desses R$ 500 vai para renda fixa, você vê ali na tabela os aportes de
R$ 250.
*Para efeitos didáticos, não colocarei valores ‘quebrados’. É normal adquirir títulos de renda fixa com
valores sem serem fechados. Isto significa que, por exemplo, em algum mês o aporte pode ter sido R$
253,45, ou mesmo 249,57. Para melhor compreensão, os valores foram arredondados tanto na renda
fixa, como na renda variável na compra das ações.
No meses em que vemos um aporte de R$ 450,00, concluímos que o aporte total

naquele período específico foi de R$ 900, sendo R$ 300 do salário, R$ 200 vindos
dos extras fora da empresa em que exerce suas funções, e mais R$ 400,00 das horas
extras no trabalho oficial. Como esse valor cheio será dividido em dois aportes, aqui
na renda fixa foram adquiridos títulos em valores de R$ 450,00.
Em dezembro, João recebeu R$ 3000,00 de décimo terceiro salário, R$ 300 ele já

tinha separado para aporte mensal, além de permanecer fazendo extras fora do
serviço, no valor de R$ 200. Desse total de R$ 3500, metade, isto é, R$ 1750 vieram
para os títulos de renda fixa, e a outra metade para a renda variável.
Quanto à parte da rentabilidade mensal, não precisamos traçar novos comentários,

uma vez que desde o início da evolução patrimonial, João vem tendo valorizações
nessa proporção. Vamos estudar agora a parte um pouco mais complicada para
muitos, as cotas, e assim podermos verificar a valorização real do nosso investidor.
Em janeiro, incialmente temos que o valor inicial da cota é de R$ 100,00. Como

aprendemos no capítulo 22, esse é o valor padrão para iniciarmos o cálculo da
rentabilidade pelo sistema de cotas. Ao final do mês, como houve lucros e
consequentemente o capital aumentou, teremos um novo valor de cota. Antes de
calcular o valor final da cota no mês de janeiro, precisamos saber qual era a
quantidade de cotas no início. Para isso precisamos considerar o aporte inicial como
primeiro capital do investimento na carteira. Ou seja, pegaremos R$ 450,00 e
dividiremos por R$ 100, que é o valor da cota. O resultado é o que aparece na
tabela, na primeira linha, isto é, 4,50.
Ao final de janeiro, o valor da cota subiu para R$ 100,65, que é resultado da divisão
do capital no final do mês, R$ 452,93, pela quantidade de cotas, 4,50.
R$ 452,93 / 4,50 = R$ 100,65

Capital no final Quantidade Novo Valor da Cota
Do Período de cotas
722
Quando houver um próximo aporte, uma entrada de dinheiro novo, então esse
novo valor da cota será considerado para cálculo da quantidade de cotas a adquirir
com o aporte. E justamente no mês seguinte, fevereiro, com o acréscimo de mais R$
250 na carteira de renda fixa, teremos que calcular a nova quantidade de cotas. Para
isso, é simples, basta dividir o valor do aporte pelo valor da cota no final de janeiro,
e pegarmos o resultado e somar ao valor atual das cotas.
R$ 250,00 / R$ 100,65 = 2,48

Aporte em Fevereiro Valor da Cota no Final Valor de Cotas que
de Janeiro o novo aporte acrescenta
Então, com R$ 250 reais de aporte em fevereiro, esse valor consegue ‘comprar’ 2,48
cotas, e essas novas cotas serão então acrescentadas às cotas anteriores.
4,50 / 2,48 = 6,98

Qtde de cotas Cotas Adquiridas Nova Qtde
Atual com o aporte de fev de cotas
Veja na linha abaixo, que representa o investimento em fevereiro do ano 4.
Com a valorização de 0,65% no segundo mês, o capital aumentou, chegando ao R$

707,49, e assim, havendo ganhos no período, o valor da cota aumenta. Para saber o
novo valor da cota, basta fazer como fizemos em janeiro, dividir o valor do capital
ao final do mês, R$ 707,49, pela quantidade de cotas, 6,98.
R$ 707,49 / 6,98 = R$ 101,30*

Capital no final Quantidade de Novo Valor da Cota
Do Período - Fev cotas em Fev
* Aqui o valor foi de 101,30, e não 101,35959... pois houve arredondamento na hora de aparecer o
número da planilha. Mas os valores mais aproximados seriam R$ 707,494 .../ R$ 6,9839...
E assim, fevereiro termina com um valor de cota de R$ 101,30, que será o valor para
fazer os cálculos no mês de março, da mesma forma que fizemos em fevereiro. Para
não estender muito, e já entendendo como funciona o sistema de cotas, basta
replicar esse mesmo cálculo para os meses seguintes, e teremos os valores
mostrados na planilha.
723
Ao final do ano 4, vamos verificar como foi a rentabilidade REAL, e o crescimento

patrimonial de João, na sua carteira de renda fixa.
Rentabilidade: Aqui houve aportes! Tivemos entradas de dinheiro novo. Dessa

forma, a rentabilidade deve ser calculada pelo sistema de cotas. E para isso, basta
pegarmos o valor da cota final, e dividir pelo valor da cota inicial.
R$ 108,08 / R$ 100,00 = 1,0808
1,0808 -1 = 0,0808 ou 8,08%

A rentabilidade da carteira de renda fixa no ano 4 foi de 8,08%, com um lucro de R$
179,60, e um valor total aportado de R$ 5300,00.
Aqui temos algo interessante. A rentabilidade da carteira de renda fixa foi

exatamente a mesma da reserva de emergência. E isso é esperado, pois se
verificarmos mês a mês, as duas tiveram performance idêntica, isto é, ambas
valorizaram precisamente +0,65%. Sendo assim, não poderíamos ter duas
rentabilidades distintas, para ativos que renderam igualmente. Lembre-se que tanto
a reserva de emergência, quanto a carteira de renda fixa estão ambas alocadas nos
mesmos ativos, rendendo a mesma coisa.
“Porque então fizemos o cálculo pelo sistema de cotas?”, talvez você pergunte. Pois
bem, veja como seria o cálculo da forma mais simples, em que dividiríamos o lucro
do período, pelo valor aportado.
R$ 179,60 / R$ 5.300,00 = 0,0338 ou 3,38%

Lucro no Ano 4 Valor Total Aportado Rentabilidade Calculada Incorretamente
724
E nós acabamos de ver que os ativos pertencentes tanto à reserva de emergência,

quanto à carteira de renda fixa, valorizaram 8,08% no ano. Logo, não poderíamos
concluir que a rentabilidade desse investimento é apenas 3,38%.
Para recapitular:
Investimento SEM aportes - A rentabilidade pode ser feita do jeito simples, dividindo
o lucro pelo valor total investido;
Investimento COM aportes - A rentabilidade deve ser calculada pelo sistema de

cotas. E dividir o valor da cota final, pelo valor da cota inicial do período.
*Novamente, não tente em hipótese alguma calcular esse rendimento somando as

rentabilidades, pois estaria cometendo o erro de considerar juros simples, que NÃO é
o caso.
capital aumentou em relação ao valor inicial. Como no ano 4 o capital inicial da
carteira de renda fixa foi zero, não faremos esse cálculo, ao menos não no primeiro
ano dessa carteira. Para responder então quanto foi o crescimento patrimonial,
basta dizermos que o capital aumentou em R$ 5.479,60, pois saiu de zero reais e
alcançou esse valor, que foi o saldo final.
Carteira de Renda Variável - Ações
Partiremos agora para a carteira de renda variável, onde poderemos ver

rentabilidades variadas mês a mês. Os aportes foram na mesma proporção daqueles
feitos na carteira de renda Fixa. Veja a tabela abaixo, consolidando os resultados
mês a mês ao final do período.
725
Como já expliquei sobre os aportes na carteira de renda fixa, não vou passar tudo
novamente aqui, seria desnecessário. Também não preciso explicar novamente o
sistema de cotas mês a mês, já que passamos por isso no estudo anterior. Aqui o
foco que quero passar são as variações nas rentabilidades, e o cálculo final da
valorização com base no sistema de cotas.
Atente para as oscilações a cada mês dos ativos dessa carteira de renda variável. O
melhor mês foi quando as ações subiram +5,00% em setembro, e o pior momento
foi em junho, quando a carteira desvalorizou -2,5%. Essas mudanças são muito
significativas, e perto de uma carteira de renda fixa, são algo realmente que podem
impactar o emocional de um investidor despreparado, por exemplo aqueles que
colocam todo o seu dinheiro nesse tipo de investimento.
Mas não João, pois ele estudou, e decidiu diversificar seu patrimônio. Além disso, ele
também já tinha uma reserva de emergência montada em renda fixa, e estava
tranquilo quanto às variações bruscas na bolsa de valores. Pois mesmo que passasse
um mês inteiro e ao final tivesse prejuízo, como em junho, a parte de seu capital
alocado em renda fixa estava tendo lucros. E embora esses ganhos não cobrissem
as perdas, ainda assim essa diversificação ameniza as oscilações.
Claro, o final do ano 4 foi lucro para a carteira de renda variável, e daqui a pouco
iremos calcular essa rentabilidade. Mas ao investir em mercados diferentes, João se
protege contra os solavancos e possíveis quedas bruscas no capital, ocasionado por
ativos de renda variável, como as ações. No ano de 2020, por exemplo, a bolsa
brasileira chegou a desvalorizar cerca de 50%, e algumas ações de empresas
grandes caíram mais de 70%! Quem tinha todo o seu dinheiro investido em renda
variável sofreu demais com esse período. Já quem manteve seus recursos em ativos
diferentes, misturando-os com renda fixa, ou até mesmo outros tipos de
investimento, como imóveis, por exemplo, conseguiu segurar as pontas.
Nos anos bons, a carteira de renda variável sobe mais que a da renda fixa, isso é
ótimo, pois puxa a rentabilidade geral para cima. E é nesses momentos que os
investidores mais iniciantes pensam que deveriam destinar todos os seus aportes
apenas para renda variável, esquecendo-se de se proteger nos ativos mais seguros.
Cada um tem uma estratégia para investir, e esse livro não está recomendando você
aplicar seu dinheiro da mesma forma que João. Mas é preciso entender a
importância da diversificação na alocação de ativos*.
*Alocação de ativos é o ato de fazer a distribuição do capital em investimentos

diferentes, destinando uma determinada quantia para cada um deles. A alocação está
ligada de forma intrínseca à diversificação, com o objetivo de evitar a concentração de
dinheiro em um só lugar.
726
E nesse aprendizado sobre a essencialidade de diversificar, é que aparece o foco

desse livro, o mercado de câmbio. Daqui a algumas páginas, quando João
finalmente decidir voltar a fazer trading, você verá que ele vai conseguir diversificar
ainda mais seus investimentos, e mesmo assim, ter excelentes rentabilidades. O
Forex tem essa grande vantagem, nos dá a possibilidade de ter ganhos maiores,
sem a necessidade de nos desfazermos dos investimentos tradicionais.
Ao final do ano 4, vamos verificar como foi a rentabilidade real, e o crescimento

patrimonial de João, na sua carteira de renda variável.
Rentabilidade: Aqui houve aportes! Tivemos entradas de dinheiro novo. Dessa

forma, a rentabilidade deve ser calculada pelo sistema de cotas. E para isso, basta
pegarmos o valor da cota final, e dividir pelo valor da cota inicial.
R$ 115,39 / R$ 100,00 = 1,1539
1,1539 - 1 = 0,1539 ou 15,39%

A rentabilidade da carteira de renda fixa no ano 4 foi de 15,39%, com um lucro de
R$ 322,34 e um valor total aportado de R$ 5300,00. Não houve capital inicial nesse
investimento.
“Porque fizemos o cálculo pelo sistema de cotas?”
Veja como seria o cálculo da forma mais simples, em que dividiríamos o lucro do
período, pelo valor aportado.
R$ 322,34 / R$ 5.300,00 = 0,0608 ou 6,08%

Lucro no Ano 4 Valor Total Aportado Rentabilidade Calculada Incorretamente
E nós acabamos de ver que a valorização corretamente calculada pelo sistema de

cotas, já que houve aportes no período, foi de 15,39%. Logo, não poderíamos
concluir que a rentabilidade desse investimento é apenas 6,08%.
Para recapitular:
Investimento SEM aportes - A rentabilidade pode ser feita do jeito simples, dividindo
o lucro pelo valor total investido
Investimento COM aportes - A rentabilidade deve ser calculada pelo sistema de

cotas. E dividir o valor da cota final, pelo valor da cota inicial do período.
727
*Novamente, não tente em hipótese alguma calcular esse rendimento somando as

rentabilidades, pois estaria cometendo o erro de considerar juros simples, que não é o
caso.
capital aumentou em relação ao valor inicial. Como no ano 4 o capital inicial da
carteira de renda variável foi zero, não faremos esse cálculo, ao menos não no
primeiro ano dessa carteira. Para responder então quanto foi o crescimento
patrimonial, basta dizermos que o capital aumentou em R$ 5.622,34, pois saiu de
zero reais e alcançou esse valor, que foi o saldo final.
Calculando a Rentabilidade e Crescimento Patrimonial

Consolidados
Bom, agora que conseguimos verificar carteira por carteira as valorizações e

crescimentos, precisamos juntar todas elas e saber qual é o valor total do patrimônio
de João. Saber o capital total do investidor será extremamente importante para a
gestão de patrimônio ensinada nesse livro, e será crucial na definição de quanto
enviar para a corretora. Lembra das 3 perguntas a fazer antes de definir quanto
mandar para sua conta? A primeira delas é exatamente sobre isso, “Qual o
patrimônio atual?”.
Saber quanto dinheiro se tem é tão importante quanto saber o que fazer com ele, e
o que mais se vê hoje são iniciantes que só querem manter o foco em ‘quanto
podem ganhar’, mas sequer sabem o valor que dispõem como patrimônio, se é que
pensam nisso. Traders experientes mantêm adequado e rotineiro controle de seu
patrimônio. Se perguntados, sabem dizer exatamente qual é seu capital, quando
têm de dinheiro, e quanto têm investido. Com o passar dos anos e aumento
significativo do valor do patrimônio, certamente essa rotina ficará tão automática,
que não será preciso manter acompanhamento tão frequente, e o investidor
adotará abordagens mais tranquilas de deixar seu dinheiro rendendo e apenas
colhendo os frutos.
O que quero dizer aqui é que no início de sua caminhada e durante boa parte dela,
é preciso manter acompanhamento constante de seu patrimônio e da evolução que
ele vier tendo. Isto significa que é necessário fazer diferente da grande maioria, que
sequer sabe quanto tem, nem o que fazer exatamente com o dinheiro que
possuem.
Vamos agora fazer a junção dos valores da carteira para saber quanto o capital
cresceu ao longo dos meses, e a valorização obtida a cada mês e ao final do
período de um ano.
728
Na tabela acima o que fiz foi somar os valores iniciais e finais de cada investimento.
Por exemplo, no início de janeiro, antes dos aportes, só havia dinheiro na reserva de
emergência, que era R$ 30 mil reais. Somando todos os aportes nesse primeiro mês,
temos um total de R$ 900 reais de dinheiro novo, e podemos ver esse valor na
primeira linha. A rentabilidade líquida de cada mês pode ser calculada da forma
simples, pois aqui consideramos que o aporte foi feito no início do período. Logo,
no caso de janeiro temos que o capital final foi de R$ 31.106,93, que são R$ 206,93
reais a mais do que o valor inicial, acrescido do aporte. Ou seja, João começou
aquele mês com R$ 30 mil reais na reserva de emergência, e aportou outros R$ 900
reais (considerando todos os aportes), assim ele iniciou o período com R$ 30.900,00,
antes da valorização. Ao final do mês, ele tinha ganhado R$ 206,93 reais, e assim, o
total de seu patrimônio ao final de janeiro era de R$ 31.106,93 (R$ 30.900,00 + R$
206,93). Vamos calcular a rentabilidade daquele primeiro mês especificamente,
usando a forma simples, dividir o lucro pelo valor inicial (saldo inicial + aporte).
R$ 206,93 / R$ 30.900,00 = 0,0067 ou 0,67%

Lucro no em Jan Saldo Inicial + Aporte Rentabilidade no mês de janeiro
Esse cálculo também pode ser feito pelo sistema de cotas, e para que fiquemos mais
adaptados ao seu uso, passarei a fazer as contas considerando apenas essa
sistemática.
A quantidade de cotas em janeiro é dada pela divisão da soma do saldo inicial (R$
30.000,00) mais o aporte daquele mês (R$ 900,00), dividido pelo valor inicial da cota,
que era R$ 100,00.
R$ 30.900,00 / R$ 100,00 = 309 cotas

Saldo Inicial + Aporte Valor Inicial da Cota Total de Cotas Inicial
Para sabermos o novo valor da cota, já que houve ganhos no período, basta
dividirmos o saldo final pela quantidade de cotas. Ou seja, fazemos o mesmo
729
processo que foi realizado em cada ativo, só que agora com todos os saldos
consolidados, e assim, teremos a rentabilidade calculada com base no sistema de
cotas. Dessa forma poderemos concluir qual foi a rentabilidade real considerado
todos os investimentos juntos.
R$ 31.106,93 / 309 = R$ 100,67*

Capital no final Quantidade de = Novo Valor da Cota
Do Período - Janeiro cotas em Janeiro
E com esse novo valor da cota, poderemos calcular a rentabilidade no período, no

caso, o mês de janeiro.
R$ 100,67 / R$ 100,00 = 1,0067
1,0067 - 1 = 0,0067 ou 0,67%

A rentabilidade da carteira consolidada, no mês de janeiro, juntando todos os ativos
(reserva de emergência, renda fixa e renda variável) no ano 4 foi de 0,67%, com um
lucro de R$ 206,93. Esses 0,67% podem ser vistos na primeira linha, na coluna da
“Rentabilidade Líquida”.
Esse processo deve ser repetido mês a mês, e é isso o que a planilha faz. A cada
novo fechamento mensal, o investidor apenas precisa informar 3 dados em cada
ativo. São eles:
1 - Valores iniciais
2 - Os aportes
3 - E por fim, os valores finais de cada ativo naquele mês.
Preenchendo apenas essas informações, a planilha já trará todos os cálculos de

rentabilidade, de quantidade de cotas, e de valor de cota, inicial e final, para fins de
verificação da valorização da carteira.
O cálculo da rentabilidade por ativo é feito em cada tabela, e por fim, tudo é
somado em uma tabela única, para saber a rentabilidade real total do patrimônio.
730
Eu sei que pode parecer muitos cálculos, por isso é importante ter uma planilha de
acompanhamento financeiro, para que você não faça tudo isso na mão. Para te
ajudar, eu disponibilizo uma planilha como essa, porém ainda mais completa, no site
www.eusoutraderinvestidor.com, onde você também encontrará vídeos tutoriais de
como preenchê-la e fazer seus fechamentos mensais. Mas entenda a importância de
saber gerenciar seu capital, entender como é a forma de calcular a rentabilidade
real, e assim, poder fazer suas projeções e controle adequado de seu patrimônio
para atingir a tão sonhada independência financeira.
Antes de passarmos para o ano 5, vamos verificar rapidamente pelos mesmos

cálculos de janeiro, só que agora para fevereiro, apenas para firmar o
conhecimento.
Eis o fechamento do mês de fevereiro, separado por carteira, e consolidado ao final.

Repare em cada tabela que o investidor só precisa preencher os dados de 3
colunas: Valor inicial no período, Aporte e Valor Final, que aparecem em amarelo.
As células em cinza são conseguidas com os cálculos de rentabilidade e cotas.
A rentabilidade do período é calculada pelos sistemas simples e por cotas. Será pelo
sistema simples se não houver aportes, e faremos pelo sistema de cotas se tiver
envio de dinheiro novo, para ficarmos experts nessa forma de cálculo, embora
dentro de um único período, aqui o mensal, poderíamos fazer pelo sistema simples,
e ao final fazer a verificação pelo de cotas. E mais, a preocupação do valor inicial ser
preenchido corretamente é apenas no primeiro mês, pois a partir do segundo, esse
saldo inicial do período é o mesmo saldo final do período anterior, o que reduz a
quantidade de informação para o trader/investidor se preocupar.
A reserva de emergência acima não teve aporte em fevereiro, somente o valor

inicial e final, e chegamos à conclusão da rentabilidade do período pelo sistema
simples, apenas dividindo o lucro do período pelo valor inicial. Em fevereiro o saldo
terminou com R$ 30.391,27, e tinha começado com R$ 30.195,00, logo, o lucro é a
diferença, isto é, R$ 196,27. Dividindo esse lucro pelo valor inicial, o qual não teve
aportes, teremos:
R$ 196,27 / R$ 30.195,00 = 0,0065 ou 0,65%, exatamente conforme a tabela
731
A carteira de renda fixa teve aporte de R$ 250 em fevereiro, e esse valor precisa ser
informado pelo trader, ou seja, ele tem que saber quanto poupou e investiu no
período. Além da quantia aportada, é preciso informar o saldo inicial e final desse
segundo mês. Com essas informações chegamos à conclusão da rentabilidade do
período pelo sistema de cotas.
Ou seja, primeiro saberemos quantas cotas foram adquiras no período com o novo
aporte. Se em fevereiro entraram R$ 250 reais na carteira, e o preço da cota no final
de janeiro era de R$ 100,65, então dava para comprar 2,48 cotas, e assim o total de
cotas passa a ser de 6,98. Estamos apenas recapitulando a forma de elaborar o
cálculo e montar a tabela. Com o saldo final de R$ 707,49, que o trader/investidor
precisa saber qual é ao final do período, e preencher na tabela, saberemos o novo
valor da cota. Para isso, basta dividir o valor final pela quantidade de cotas.
R$ 707,49 / 6,98 = 101,30* é o novo valor da cota ao final de fevereiro
*Há valores quebrados que não aparecem na planilha
Para calcularmos a rentabilidade pelo sistema de cotas, agora que já sabemos o

valor da cota inicial e final, basta dividir a última pela primeira.
R$ 101,30 / R$ 100,65 = 1,0065 aproximado
1,0065 - 1 = 0,0065 ou 0,65%*

Como vemos na planilha, essa foi a rentabilidade no mês de fevereiro.
A carteira de renda variável acima também teve aporte de R$ 250 em fevereiro, e

esse valor precisa ser informado pelo trader, ou seja, ele tem que saber quanto
poupou e investiu no período. Além da quantia aportada, é preciso informar o saldo
732
inicial e final desse segundo mês. Com essas informações chegamos à conclusão da
rentabilidade do período pelo sistema de cotas.
Ou seja, primeiro saberemos quantas cotas foram adquiras no período com o novo
aporte. Se em fevereiro entraram R$ 250 reais na carteira, e o preço da cota no final
de janeiro era de R$ 102,00, então dava para comprar 2,45 cotas, e assim o total de
cotas passa a ser de 6,95. Com o saldo final de R$ 701,91, que o trader/investidor
precisa saber qual é ao final do período, e preencher na tabela, saberemos o novo
valor da cota. Para isso, basta dividir o valor final pela quantidade de cotas.
R$ 701,91 / 6,95 = 100,98* é o novo valor da cota ao final de fevereiro
Repare como temos um valor menor que o da cota inicial. Isso aconteceu devido ao
resultado negativo em fevereiro. Queda no capital implica diminuição do valor da
cota.
Por fim, somamos todos os saldos iniciais, todos os aportes, e todos os saldos finais
de fevereiro e preenchemos nas células amarelas.
Saldos Iniciais de Fevereiro:

- Reserva de Emergência: R$ 30.195,00
- Carteira de Renda Fixa: R$ 452,93
- Carteira de Renda Variável: R$ 459,00
Saldo Inicial Total: R$ 31.106,93, como vemos na tabela dos valores consolidados.
Aportes de fevereiro:
- Reserva de Emergência: sem aportes
Saldo Inicial Total: R$ 500,00, como vemos na tabela dos valores consolidados.
Saldos Finais de Fevereiro:

- Reserva de Emergência: R$ 30.391,27
733
Saldo Inicial Total: R$ 31.800,67, como vemos na tabela dos valores consolidados.
Não irei repetir o cálculo da rentabilidade, pois creio que após todas as explicações,
você já esteja craque em fazer. Se ainda tiver dúvidas, uma releitura tirará suas
dúvidas. Abaixo então vemos todos os meses da tabela dos investimentos
consolidados de João.
Ao final desse ano 4, João obteve uma rentabilidade total e acumulada de 8,49%.
Ainda não foi um valor expressivo, pelo fato de que João ainda tem muito dinheiro
alocado na reserva de emergência, a maior parte, e também pela baixa valorização
da carteira de renda fixa, e uma rentabilidade razoável na carteira de renda variável
(15,39%). Mas entende-se que com o passar do tempo, e consequentemente uma
maior alocação em renda variável, e também no trading, essa valorização do
consolidado conseguirá patamares maiores. Tudo isso você verá ainda nesse
capítulo.
Abaixo uma planilha simples, somente para mostrar o que João tem de forma
resumida ao final do Ano 4.
Aqui temos separado ativo por ativo, somente os valores finais de cada um, e o total
geral do patrimônio de João, que bate com o total final da tabela dos investimentos
consolidados. Na última coluna é um cálculo simples de percentual, apenas para
verificar como o patrimônio dele está alocado. Vemos que mais de 74% está na
reserva de emergência, e cerca de 12% na carteira de renda fixa e outros 12% na de
renda variável. Esses dois últimos tendem a aumentar, pois recebem novos aportes,
734
que é o foco agora do nosso investidor do exemplo. Enquanto o valor da reserva de

emergência só vai subir puxado pela rentabilidade, sem novos aportes.
Recomendo que vá até o site indicado e baixe a planilha para controlar seu
patrimônio, e saber sua rentabilidade real ao longo do tempo, além de vários outros
materiais gratuitos.
Agora vamos seguir para os próximos anos, sem passar por todos esses cálculos já
ensinados, apenas apresentado a evolução do nosso investidor, até que finalmente
comece operar. Quando ele retornar ao trading, passaremos novamente por esses
estudos de rentabilidade, mas apenas para fixar o conhecimento de que a forma de
verificação da rentabilidade deve seguir os mesmos padrões apresentados até aqui.
ANO 5
Para o quinto ano, vamos considerar que João teve um aumento de 20% no seu
salário, indo para R$ 3.600,00. E assim, seguindo o princípio de não cair na
armadilha da lei de Parkinson citada no capítulo 22, ele decide aportar todo o
aumento que teve, sem elevar seu padrão de vida. Logo, João agora passará a
poupar e investir a quantia de R$ 900,00 todos os meses somente da renda de seu
trabalho. Esses R$ 900 são compostos de R$ 300 que ele já aportava normalmente,
e mais R$ 600 que vieram do aumento em sua renda.
ATENÇÃO
Perceba como João vem aprendendo a ser disciplinado já bem antes de começar
novamente no trading. Ele vem passando por um crescimento de mentalidade
incrível nesses anos em que está investindo em ativos que sequer passam perto do
trading como conhecemos. Quando João finalmente voltar a operar, ele estará tão
disciplinado, que não será difícil entender e colocar em prática os hábitos
necessários ao trading de sucesso.
Além do aumento no salário, João conseguiu também aumentar proporcionalmente

o valor de suas horas extras no trabalho, que passaram a lhe render a quantia de R$
480,00, em vez dos R$ 400 de antes.
Já as atividades fora de seu emprego se mantiveram, e o aporte aqui permanece em

R$ 200 mensais. A essa altura podemos considerar que João, querendo um dinheiro
a mais para comprar alguma coisa que sinta necessidade e não planejou no
orçamento, digamos que ele se esforçou nas horas vagas e aumentou seu ganho
com atividades extras fora do seu emprego. Porém, ele estipulou que seguiria o
plano com os R$ 200 mensais, e o que conseguisse além disso seria destinado a
seus objetivos de curto prazo.
735
Até agora, seu aporte será de R$ 1.100,00 nos meses sem extras do emprego, sendo
R$ 900 do trabalho, e mais R$ 200 dos bicos que faz nas horas vagas. E nos meses
com esse dinheiro a mais de seu serviço ordinário ele conseguirá aportar R$ 1580,00
reais, que são compostos por R$ 900,00 do aporte normal do salário, mais R$ 200
dos bicos, e por fim os R$ 480,00 recebidos das horas extras.
ATENÇÃO
João não dá trégua, ele quer muito ser independente financeiramente, mas é muito
pé no chão. Por isso, em vez de buscar rentabilidades absurdas, ele sabe da
importância de trabalhar, gerar renda, poupar uma boa parte, e investir. Portanto,
quando dá em João aquela vontade de chegar logo ao patamar de largar tudo para
viver de renda, aí é que ele trabalha mais. Ele se esforça com mais afinco, sempre
buscando novas formas de ganhar dinheiro extra fora do mercado financeiro, o
qual, como você já sabe, não é lugar de procurar renda extra para ficar pagando
contas. Mercado financeiro e investimentos é visão de longo prazo!
Para o 13º, mesmo plano, João quer aportar tudo, ou seja, os R$ 3600,00 que
recebe agora com o aumento. Para os gastos anuais pagos geralmente em janeiro,
já estão todos planejados por ele e separados em uma conta só para isso. João não
é pego de surpresa por coisas que ele e todos nós já sabemos que virão. Ele se
prepara, e nós devemos fazer o mesmo. Mensalmente, sempre procure separar o
equivalente a 1/12 avos das despesas que aparecem todo final/início de ano. IPTU,
IPVA, escola e material escolar dos filhos, presentes de Natal e Fim de Ano, e se
quiser, uma viagem para curtir um pouco. Se tudo isso junto tem um valor estimado
em R$ 4.500,00 por exemplo, João já separa a cada mês a quantia de R$ 375,00. Ao
final de 12 meses, ele tem o valor completo, e pode até negociar várias coisas à
vista, conseguindo bons descontos.
Planeje tudo, não fique dependendo do limite do cartão para suas coisas,
especialmente essas que já são previstas e esperadas. Quem faz isso permanece na
corrida dos ratos, como muito bem ensinou Robert T. Kiyosaki em seu livro “Pai Rico.
Pai Pobre”, best seller em vendas no mundo todo. Ou pior ainda, fazer empréstimos.
Lembre-se, são coisas que você já espera e conta que sejam cobradas. Não se
preparar é imprudência.
Aqui no exemplo de João, você já viu que ele passou, como todo mundo, por
períodos difíceis, fazendo com que seus aportes ficassem prejudicados. Isso
aconteceu durante o ano 3. Mas ele não esmoreceu, foi à luta e buscou novas
formas de renda, para não parar de aportar. E mesmo que precisasse parar por um
tempo, ele se esforçaria para voltar a ter a capacidade de enviar dinheiro novo para
seus investimentos outra vez.
736
Vamos ver como ficaram os investimentos de João, separados por carteira, e ao final
o resultado consolidado desse ano 5. Agora teremos uma novidade, vamos calcular
a rentabilidade acumulada a cada mês, que deverá bater com a valorização ao final
do período. Tudo pelo sistema de cotas, para ficar correto, já que houve aportes.
Serão apresentados os dados do ano 4 em conjunto, para que fique clara a
evolução patrimonial.
Sem surpresas na reserva de emergência, ela começou o ano com R$ 32.425,49 e

terminou com R$ 2.621,60 a mais de lucros. Como a rentabilidade mensal foi a
mesma, já fizemos o cálculo e chegamos ao resultado de 8,08% ao ano. Mas quanto
será que foi a rentabilidade acumulada dessa reserva? Sem mistérios, como não
tivemos aportes, basta dividir o lucro total, pelo valor inicial, o do começo do ano 4.
R$ 5.047,09 / R$ 30.000,00 = 0,1682 ou 16,82%
737
Mais uma vez, não tente somar as valorizações mensais, pois estamos trabalhando
com juros compostos.
Ao final de cada mês do ano 5, o valor será somado ao das outras carteiras para
sabermos o consolidado. Vamos ver a rentabilidade e o crescimento patrimonial.
- Rentabilidade no Ano 5: +8,08%

- Rentabilidade Geral: +16,82%
- Crescimento Patrimonial Ano 5: R$ 2.621,60, que representa +8,08%

- Crescimento Patrimonial Geral: R$ 5.047,09, que representa +16,82%
Aqui ambos são iguais ao da rentabilidade, pois não houve aportes.

Vamos para a próxima carteira.
Na carteira de renda fixa temos agora mais duas colunas: Rentabilidade Acumulada
no Ano, e Rentabilidade Acumulada Total. A primeira é zerada a cada início de um
novo ano de investimentos, e a última permanece sendo atualizada a cada mês, de
forma ininterrupta. Para sermos mais rápidos, não passaremos por todo o cálculo
utilizado para encontrar os valores e a quantidade de cotas, pois a essa altura creio
que você já esteja bem familiarizado.
Esses números serão usados agora para o cálculo da rentabilidade acumulada no

ano e total, e serão cruciais nessa definição. Se você reparar, a valorização
738
acumulada nas duas últimas colunas é um reflexo da alteração no valor final da cota
de cada mês, especialmente no ano 4, em que são idênticas.
Lembre-se que iniciamos a contagem da rentabilidade dessa carteira no Ano 4, para

que você não confunda. Pois nos 3 primeiros anos, João estava preocupado em
montar sua reserva de emergência, e nem a carteira de renda fixa, nem a de renda
variável existiam naquele período.
No ano 5 a penúltima coluna é zerada, e a rentabilidade acumulada nesses últimos

12 meses tem como base o valor inicial, que era de R$ 5.479,60 em janeiro. A tabela
acima nos mostra que, por exemplo, em março a rentabilidade, até o momento
naquele ano, foi de 1,96%, mas considerando todo os anos desde que a carteira foi
criada, a valorização já alcança a marca de 10,21%. Em dezembro, fechamos um
ciclo anual com percentual de ganho de 8,08%, número já conhecido por nós, que é
o acumulado de 12 meses rendendo igualmente 0,65% por mês. Mas veja agora que
após 2 anos, essa carteira já rendeu para João um total de 16,82%.
Interessante eu fazer mais uma vez o aviso, se somar 8,08% do ano 4 com 8,08% do
ano 5, teríamos 16,16% de valorização, o que é incorreto. A rentabilidade da carteira
de renda fixa acumulada ao longo desses dois anos é de 16,82%. Parece pouco, mas
com muitos anos no cálculo, a discrepância será relevante. Por isso já estamos
fazendo pelo sistema de cotas. E mais, veremos agora o quão essencial é utilizarmos
essa abordagem para chegarmos à rentabilidade acumulada anual e geral.
Vamos ver a rentabilidade e o crescimento patrimonial.

*O mesmo da reserva de emergência
- Crescimento Patrimonial Ano 5: R$ 10.148,37, que representa 185% de aumento
R$ 10.148,37 / R$ 5.479,60 = 1,85
- Crescimento Patrimonial Geral: R$ 15.627,97, sem cálculo percentual, pois o início

foi a partir do zero.
739
Carteira de Renda Variável - Ações
Aqui podemos ver que o ano 5 foi excelente para a carteira de renda variável de
João, um período em que ela mais do que dobrou. No ano 4, o anterior, sem
novidades, a não ser a coluna da rentabilidade acumulada, onde vemos mês a mês
o caminhar das valorizações. Se você quiser saber, por exemplo, na metade do ano
4, qual era a rentabilidade de João com as ações, basta verificar o valor acumulado
no fechamento de junho, e estará lá o valor de +5,99%.
Ao entrarmos no ano 5, a rentabilidade acumulada no ano é zerada, mas a geral

permanece seguindo o fluxo de cálculos. Repare como a valorização de janeiro
reflete exatamente o quanto a carteira rendeu naquele mês, isto é, os mesmos
4,60% da coluna da rentabilidade líquida, é o mesmo da penúltima coluna. A partir
da segunda já teremos valores diferentes, pois a valorização líquida é aquela
conseguida no mês, e a penúltima coluna faz a junção das rentabilidades desde o
começo do período até o momento presente. Assim, em fevereiro do ano 5, João já
estava com +10,65% a mais no seu capital inicial daquele período, sendo que se
considerarmos somente o mês atual, a subida foi de +5,78%. E assim será período
após período, sucessivamente.
No final desse quinto ano, a carteira de João valorizou +107% só nos últimos 12
meses, e isso significa que ela mais que dobrou. Juntando os dois anos, a
rentabilidade já está em +139,18%, e esse último número é facilmente constatado se
dividirmos o valor da cota final de dezembro, pela valor da cota inicial de todo o
período.
R$ 239,18 / R$ 100,00 = 2,3918

Valor da cota no final Valor da cota no início
de dezembro do ano 5 Em janeiro do ano 4
740
2,3918 - 1 = 1,3918 ou 139,18% ( x100 )
João pode dizer que ganhou mais que o dobro no ano 5, pois sua rentabilidade foi
acima de 100%.
Períodos bons assim em renda variável são plenamente possíveis, como também é
perfeitamente plausível passar por períodos negativos. Isto é, quem se submete a
ativos com oscilações mais fortes, como as ações, tem que entender que pode
haver meses positivos e meses negativos, assim como podem acontecer anos no
lucro, e anos com perdas. Tudo é possível, o importante é saber gerenciar o risco.
Esse livro não trará aspectos desse gerenciamento em ações, apenas quando João
começar a operar no Forex é que faremos o passo a passo do risco assumido,
definição do valor a mandar para a conta, envio de dinheiro para corretora,
operações efetivamente fechadas, e gerenciamento do saldo depositado.
Vamos ver a rentabilidade e o crescimento patrimonial.

- Crescimento Patrimonial Ano 5: R$ 19.582,49, que representa 348,29% de

aumento
R$ 19.582,49 / R$ 5.622,34 = 3,4829
- Crescimento Patrimonial Geral: R$ 25.204,83, sem cálculo percentual, pois o início

foi a partir do zero.
741
Carteira Consolidada dos Valores
Após o término de cada mês, João faz um fechamento de tudo que tem, e assim ele
pode saber seu patrimônio total mensalmente. Lembra que essa informação é
crucial na definição do Risco por trade - R ?
É com base no fechamento de cada período considerado (aqui considerei

mensalmente), que o trader precisará rever seu risco. Por exemplo, se a perda limite
por operação é de 1%, e houver um aumento no patrimônio em determinado mês,
o valor a arriscar pode ser maior, para aproveitar os juros compostos. Mas se for um
mês com baixa patrimonial, isto é, diminuição no valor do capital total, o valor do
prejuízo máximo por negociação pode ser proporcionalmente baixado. Ou, como
ensinado no capítulo 15, esse risco pode ser fixo a cada bloco do patrimônio, por
exemplo, a cada 1000 reais, o risco é atualizado. Mas é importante saber o valor do
capital a cada período, pois é em cima dele que esse cálculo do “R” oficial deve ser
feito. Ficará mais claro daqui a pouco, quando colocarmos o trading na equação.
Sem mistérios nessa tabela, apenas lembrar que o valor das células brancas* deve
ser preenchido pelo investidor, e ele será a soma de todos os outros. Por exemplo,
o valor inicial no ano 5 é resultado do total no começo de janeiro para a reserva de
emergência, para a carteira de renda fixa, e da carteira de renda variável (e qualquer
outro investimento que João tivesse a mais. Não se limite ao que está aqui, que é
apenas para explicar a forma de gerenciar o capital).
*As células azuis foram mudadas de cor apenas para destacar os meses em que João conseguiu
aportar mais do que a média. E as células em verde também foram envios de dinheiro novo, sempre
em dezembro, que inclui o décimo terceiro salário de João. Mas tantos as azuis como as verdes são
células onde o investidor precisa informar os valores aportados, isto é, não há cálculos aqui, é a pura
742
constatação de quanto foi investido no período. As células cinzas são aquelas em que haverá fórmulas
para cálculo da rentabilidade, valor e quantidade de cotas. Essas células não são incluídas
manualmente, elas são frutos de cálculos.
Suponha dezembro do ano 5, João vai somar o valor das carteiras e da reserva no
início desse mês, irá somar o valor de todos os aportes feitos naqueles ativos em
dezembro, e irá somar o valor no final do período. Cada resultado ele colocará em
uma célula da linha correspondente ao mês de dezembro. As rentabilidades devem
ser geradas pela planilha, com base no sistema de cotas explicado nesse livro.
R$ 68.232,77 é a soma dos valores iniciais das carteiras e da reserva em dezembro

do ano 5. R$ 4.700,00 foi o total aportado naquele mês. E R$ 75.879,89 é a soma
dos valores no final de dezembro nas carteiras e da reserva de emergência.
A título de curiosidade, as excelentes rentabilidades conseguidas por João no ano 5

foram um espelho das valorizações que eu alcancei em 2019 investindo em ações na
Bovespa, a bolsa brasileira. As explicações da minha forma de investir estão todas no
site e no Estúdio Trader Investidor, uma iniciativa para aqueles que querem
acompanhar ao vivo os investimentos de um trader real. Mais informações podem
ser encontradas em www.eusoutraderinvestidor.com/mentoria
Veja na última imagem a rentabilidade de João no ano 5 considerando todos os

investimentos. Ele conseguiu render 25,88% nos últimos 12 meses, mas tem um
acumulado de +36,57% nos últimos 2 anos, o que é uma rentabilidade muito boa,
considerando que grande parte do capital de João está alocado em renda fixa,
como vemos na tabela mais abaixo.
Por fim, vamos ver a rentabilidade e o crescimento patrimonial.

- Crescimento Patrimonial Ano 5: R$ 32.352,45, que representa 74,32% de aumento
R$ 32.352,45 / R$ 43.527,44 = 0,7432
- Crescimento Patrimonial Geral: R$ 45.879,89, que representa 152,93% de aumento,

pois o início do período considerado, início do ano 4, quando as carteiras foram
montadas, o consolidado já começava com R$ 30.000,00, pertencentes à reserva de
emergência.
743
R$ 45.879,89/ R$ 30.000,00 = 1,5293
Distribuição do Patrimônio
Repare como a reserva de emergência detém quase metade do patrimônio de João.

E veja que o total de renda fixa (Emergência e Carteira de RF) representa 66,8%, isto
é, dois terços de tudo que João tem. Como há muito dinheiro alocado nesses ativos
com baixa rentabilidade, mesmo João tendo uma excelente valorização da carteira
de ações, não foi suficiente para impactar tanto no geral, apesar de ter conseguido
uma rentabilidade acumulada total muito boa no ano 5, mais de 20%. O que é
realmente bom, especialmente para João, que ainda tem pouco tempo investindo,
apenas 5 anos.
Ao final de todo o tempo de investimento, João pode dizer que seu patrimônio total
é de R$ 75.879,89.
Ano 6
Antes de passarmos para o retorno de João ao mundo do trading, vamos verificar

como ele se saiu em mais um ano com algumas intempéries para nosso
trader/investidor do exemplo. Prometo que aqui não me estenderei muito nas
explicações, uma vez que a essa altura muito do que mostrarei agora já está
assimilado por você.
Vamos verificar a hipótese de um ano ruim para os investimentos de João. Digamos

que no ano 6 ele passou por mais algumas dificuldades, as quais listo abaixo.
- Em fevereiro houve a necessidade de compra de uma geladeira nova, pois a

antiga deu defeito irrecuperável. Valor: R$ 3000,00
- Em julho, João precisou pagar um exame que seu plano não cobria, mais alguns
remédios para tratamento de um problema de saúde. Valor: R$ 2000,00
- Em setembro houve uma multa de trânsito, no valor de R$ 1000,00
744
Essas despesas precisaram sair da reserva de emergência dele, e veremos em

instantes como lançar esses valores na planilha de acompanhamento patrimonial.
ATENÇÃO - Esses valores saíram da reserva para serem utilizados em algo que não
diz respeito a investimentos. Logo, na tabela do saldo consolidado, a última
apresentada, esse valor será diminuído no aporte total. Essa informação é
importante, pois como veremos a seguir, o mesmo não vai acontecer com a troca
de ativos.
Outra mudança no patrimônio de João foi um pequeno “giro de patrimônio” que

decidiu fazer. Esse giro é quando o investidor decide tirar dinheiro de um ativo, e
aplicar em outro. No caso de João ele estava com mais de R$ 25 mil nas ações, e
cerca de R$ 15 mil na carteira de renda fixa. Isso aconteceu pela excelente
valorização da carteira de renda variável, que era algo não previsto totalmente por
João. Assim, ele decidiu equilibrar a sua carteira total, que ficou desbalanceada com
essa subida forte das ações. Optou por deixar as duas bem parecidas, e assim, cada
uma ficaria com R$ 20 mil reais no início do ano 6. Para isso, bastaria tirar R$
5.000,00 da carteira de renda variável, e aplicar na carteira de renda fixa.
Esse lançamento do giro do patrimônio é feito através de lançamentos na coluna do

Aporte. Na carteira de ações será uma saída de dinheiro, e na carteira de renda fixa
será uma entrada. Porém, no consolidado final, que é a tabela utilizada para saber a
rentabilidade real, esses valores não aparecerão na coluna do aporte! Isso acontece
porque não são dinheiro novo, mas sim apenas reinvestimento, no caso, uma
alteração de um ativo por outro. Ou seja, na tabela do saldo consolidado, aqui o
tratamento será diferente do que houve com a reserva de emergência, onde o
dinheiro saiu para outros fins, completamente alheios aos investimentos de João.
ATENÇÃO
Giro de patrimônio não é aporte. Aportar é enviar dinheiro novo, mas tirar saldo de
um investimento e mandar para outro é simplesmente uma permuta de ativos.
Tanto é que você verá na tabela do consolidado, ao final, no respectivo mês em que
esse giro foi feito, que o aporte se manteve dentro do padrão. Todavia, na coluna
Aporte das tabelas das carteiras envolvidas, haverá dinheiro saindo e entrando.
Vamos ver como ficam cada uma delas, começando com a Reserva de Emergência,
mantendo o padrão apresentado até aqui.
745
Em janeiro o saldo inicial foi o mesmo do início de dezembro do ano 5. Em fevereiro

João lançou -R$ 3.000,00 na coluna do aporte, o que representa uma retirada, um
“desaporte”. O saldo final nesse mês representa a valorização de 0,65% em cima do
valor final, menos o dinheiro que saiu. Repare na baixa que o saldo final teve entre
fevereiro e março.
Em julho e setembro a mesma coisa, o dinheiro saiu como aporte negativo. O

interessante, como veremos já, é que o cálculo da rentabilidade pelo sistema de
cotas será bastante preciso, mesmo com essas ocasiões de retiradas. Mais um
motivo que faz essa sistemática de cálculo ser a correta, por desconsiderar o envio
de dinheiro novo, ou sua retirada, o “desaporte”, para efeito da valorização no
período.
No final do ano 6, o saldo da reserva de emergência foi de R$ 31.553,50, menor do

que o saldo inicial. Assim, não houve Crescimento Patrimonial, mas sim uma
diminuição do capital, equivalente a -9,96%. Entretanto, se você verificar a
rentabilidade, verá que o investimento valorizou! Sim, houve acréscimo na reserva
de emergência vinda da valorização dos ativos que a compõem. Qual foi então o
percentual de rentabilidade? Para isso, vamos fazer, agora, o cálculo pelo sistema de
cotas.
746
Vejamos que interessante, na penúltima coluna vemos que houve valorização, e o

acumulado no ano é de +8,08%, a mesma dos anos anteriores. Consequentemente
tivemos também uma valorização geral (última coluna) acima daquela que o ano 5
terminou. E esse valor positivo apareceu ali apesar das retiradas de dinheiro, e da
subsequente diminuição do capital ao final do ano 6. Isso nos mostra que usar o
sistema de cotas é mais adequado, pois ele traz a valorização (ou desvalorização)
correta do período.
Carteira de Renda Variável
Antes de mostrar a carteira de renda fixa, decidi alterar a ordem aqui somente para
apresentar primeiro a retirada ocorrida no início do ano 6, visando balancear os
investimentos de João, como mencionado.
747
Antes de falarmos nessas rentabilidades bastante diferentes do convencional, vamos

ver como fica a questão da retirada de dinheiro da carteira de ações para balancear
o patrimônio.
Basta verificarmos que em janeiro houve duas movimentações na coluna do aporte.

Foram elas:
- Entrada de R$ 790,00, que é metade de R$ 1.580,00 (A outra metade foi para renda fixa)
- Saída de -R$ 5.000,00 para balancear a carteira, enviando para a renda fixa
Assim, o saldo líquido da coluna Aporte será a diferença entre o envio e a retirada,
isto é, será colocado o valor de -R$ 4210,00, um número negativo, pois saiu mais
dinheiro do que entrou.
ATENÇÃO - Esse também será o lançamento se acontecer de ser preciso tirar

dinheiro dos investimentos para fins particulares, como foi feito na reserva de
emergência. A diferença ali é que, no saldo consolidado ao final, o “desaporte” da
reserva de emergência será considerado, pois o dinheiro não foi para giro de
patrimônio, mas sim, foi dinheiro retirado dos investimentos como um todo, para
ser utilizado para fins fora do objetivo de investir.
Resumindo
- Se sair dinheiro para qualquer coisa, exceto investir em outro ativo, então o valor
da retirada será considerado tanto na tabela específica do investimento, como
também na tabela do saldo consolidado ao final
- Mas se a retirada foi referente a giro de patrimônio, isto é, para tirar de um ativo e
alocar em outro, então os valores de retirada e envio só serão considerados na
coluna Aporte das respectivas carteiras envolvidas na transação, e NÃO aparecerão
na coluna aporte da tabela do consolidado.
E essas rentabilidades malucas ali? Bom, como você já viu no ano 5, eu tinha usado
os mesmos números apresentados por minha carteira real no mercado, no ano de
2019. Bem, eu decidi fazer o mesmo agora, para discorrer mais sobre o conceito de
renda “Variável”.
Acontece que em 2020, quando tivemos a pandemia do COVID-19, a bolsa

brasileira passou por momentos críticos entre fevereiro e outubro daquele ano,
sendo março seu pior momento. No terceiro mês, no auge dos lockdowns no
mundo todo, minha carteira caia -25%. E devido a um início de ano já não muito
bom, o acumulado era de -33%. Isso significa que naquele momento de queda
fortíssima, meu capital alocado em ações estava valendo 1/3 a menos, eu tinha 33%
de perda acumulada em 2020 na carteira de renda variável.
748
Se não fosse minha diversificação em renda fixa, esse prejuízo seria maior. Mas
como os outros ativos não desvalorizaram, pelo contrário, estavam subindo, o
consolidado naquele momento não era tão ruim. Viu como diversificar é
importante? Fazer isso até pode manter o capital fora de um crescimento
expressivo, o que é sua desvantagem, mas quando o bicho pega no mercado, a
diversificação é um verdadeiro trunfo, é a vacina do investidor para os momentos
ruins, a fim de não ter seu patrimônio derretido pelas nuances do mercado. O
mundo todo estava passando por algo assim, e aqui no Brasil, o índice IBOV chegou
a acumular -36,86% de perdas.
O mais interessante em 2020 é que o momento extremamente ruim que a Bovespa

passou não durou até o final do ano. Já em abril a bolsa se mostrou com certa
recuperação, e em novembro, com uma grande subida no valor de inúmeras ações,
minha carteira não só valorizou mais de 20%, como também ficou positiva no
acumulado de 2020. Em dezembro ainda tive uma rentabilidade superior a 5%, e
terminei aquele ano crítico com quase +22% de valorização da carteira! Foi um ano
que testou os limites dos investidores, e tenha certeza que ao aplicar em renda
variável por anos, certamente períodos de forte alta, com períodos de baixa
significativa serão plenamente normais. Ainda mais no trading, como veremos nesse
capítulo.
No primeiro mês foi feita a alocação de mais R$ 5.000,00 em renda fixa, e esse valor
veio da carteira de ações, como vimos agora há pouco. Mas em janeiro também
houve aporte normal, e com isso R$ 790,00 foram somados ao valor naquele
momento, por isso o saldo que aparece na coluna Aporte é de R$ 5.790,00. Repare
como a valorização no primeiro mês foi exatamente a mesma dos outros, 0,65%.
Veja também que ao final do ano, o acumulado se manteve em 8,08%. Isso mostra
que o sistema de cotas não permite que o aporte afete a rentabilidade. Como tem
que ser. O restante da tabela segue o padrão normal de aportes do ano 5, sendo
João bastante disciplinado, apesar das necessárias saídas de dinheiro.
749
Patrimônio Consolidado
Ao final do ano 6, juntando todos os saldos, temos a tabela acima. No início de

janeiro o valor era de R$ 75.879,89 antes do aporte. Naquele mês João fez o
balanceamento das carteiras, retirando R$ 5.000,00 das ações e alocando na carteira
de renda fixa. Repare que o valor total dos aportes ali é o mesmo de janeiro do ano
5, R$ 1580,00, que já era previsto por João. E o giro de patrimônio ocorrido no
período não afetou o valor, pois da mesma forma que 5 mil reais saíram de um
ativo, os mesmos 5 mil entraram em outro. No fim, foi elas por elas, e ficou tudo na
mesma. Porém o mesmo não aconteceu em fevereiro, julho e setembro.
Nos meses em que João precisou sacar da reserva de emergência para comprar a
geladeira, os medicamentos, pagar o exame e a multa, o aporte total sofreu
alterações. Em fevereiro, em condições normais, apareceria R$ 1.100,00, no
consolidado do aporte de janeiro, mas como saíram R$ 3000,00 para a geladeira, o
saldo ali ficou equivalente à diferença, isto é, -R$ 1.900,00, negativo. O mesmo
aconteceu em julho e setembro. No sétimo mês saiu R$ 2.000,00, mas entrou R$
1.580,00, a diferença foi de -R$ 420,00. E no nono mês saiu R$ 1.000,00 e foram
aportados efetivamente em dinheiro novo R$ 1.100,00, com isso o valor do aporte
ficou positivo em R$ 100,00, como pode ser visto na célula laranja.
Com esse consolidado, verificamos que as rentabilidade no ano foi de +13,77%,

mesmo tendo a bolsa caído bastante e se recuperado ao final. No geral, ao longo
dos anos 4, 5 e 6, a valorização da carteira é de +55,38%. Já o crescimento
patrimonial desde o início do ano 6 foi de R$ 24.554,74 a mais do que João tinha no
início, que representam 32,36% de aumento no capital.
750
Vejamos o patrimônio total de João, e a distribuição por ativos.
João conseguiu chegar à marca de R$ 100 mil reais. Atente, será a partir desse valor
que vamos verificar o Patrimônio Total, na definição do risco, quando João voltar a
operar.
O RETORNO DE JOÃO AO MUNDO DO TRADING
Veja que interessante, essa parte certamente era muito esperada por você, e não é
para menos, afinal é um livro de trading no Forex. Mas até aqui foram mais de 40
páginas te mostrando o passo a passo de um início de carreira bem sucedida nos
investimentos rumo à independência financeira. E tenha certeza, um começo com
esse pensamento é o que leva os traders a terem a possibilidade de sucesso.
Muitos começam no mercado já pelo trading, sem passar ao menos por uma
capacitação financeira básica de criação de capital e controle de patrimônio.
Também não há um interesse em outros tipos de ativo, pois o foco de muitos é
somente o trading, como se fosse a única forma de investir, ou então ao menos a
única capaz de tornar o aspirante a trader em uma pessoa de sucesso.
A expectativa é sempre a mesma que vejo na esmagadora maioria: começar com

poucos dólares, querer ‘alavancar a banca’, e a partir de então, passar a poder sacar
lucros e viver de trading. Meu querido amigo leitor, a essa altura do livro meu
desejo é que você já tenha na sua mente o quanto isso é errado e prejudicial.
Foi exatamente o que João fez no início do nosso exemplo, no começo do capítulo,
antes de estudar o mercado de forma mais séria, e passar a investir em diversos
ativos. É a realidade de milhões de pessoas ao redor do mundo. A rotatividade
nesse ramo é gigantesca, com milhares de novatos entrando e saindo do trading dia
após dia. Os que começam estão com a intenção mencionada, fazer dinheiro em
pouco tempo. Os que saem, ou perderam tudo, ou lutaram até desistirem, sem
entender como se pode ter sucesso nesse negócio, se é que ainda acreditam ser
possível. Ficam desiludidos e frustrados. Você NÃO pode ser mais um!
751
A partir de agora, vamos ver passo a passo como foi a volta de João ao mundo do
trading. Como ele decidiu, as mudanças em sua mente, e como foi o processo de
imersão no Forex, definição da estratégia, planejamento, risco, e gestão do capital,
que é o foco desse módulo.
Os “Primeiros” Passos de João
Durante os anos 5 e 6, João já vinha se interessando novamente pelo mundo do

trading. Chegou a ver alguns materiais, mas sempre com um pé atrás, devido a sua
história de perdas e desacertos de outrora. Até que João se deparou com
ensinamentos diferentes de tudo que já viu, e isso abriu sua mente. Esses
conhecimentos são os mesmos que você vem estudando ao longo de 25 capítulos.
João entendeu que precisava alinhar os 3 pilares do trading:

1 - Ter uma estratégia
2 - Gerenciar seu Risco
3 - Ter a mentalidade correta do mercado
Apesar de já ter estudado bastante coisa no passado, ele via tudo agora com outros
olhos. Na parte de ter um sistema de negociação, ele escolheu um bem simples,
baseado nos conceitos estudados no capítulo 9 desse livro. E conteve a tentação de
ficar mudando de estratégia, se concentrando em testar, e testar muito, apenas a
que ele escolheu. João escreveu tudo o que tinha decidido fazer no seu setup, todos
os critérios que considerava importantes para uma boa negociação. Antes de ir
testar, ele preparou um Diário de Trades em forma de planilha, para registrar todas
as operações que verificaria no passado, e somente as que atendessem aos critérios
de seu trading plan. Assim, João foi para os backtestes.
Ele voltou ao passado no gráfico, e nos últimos dez anos verificou uma quantidade
de ativos razoável. Foi passando candle por candle e analisando minuciosamente
quando os fatores se alinhassem e ele constatasse a confluência. Quando percebia
que estava tudo certo e batendo exatamente como tinha descrito no plano, ele
registrava na planilha como uma operação efetivamente aberta, e fazia o
gerenciamento também previsto no Trading Plan. Aqui ele ainda não tinha definido
o “R” oficial, seu risco por trade, pois para essa definição ele precisa saber as
estatísticas da sua estratégia, que serão conseguidas com os testes.
Quando o teste indicava que o trade teria sido lucrativo, João anotava no Diário
qual foi o resultado em termos de relação risco/retorno. Por exemplo, se o risco era
de 50 pips, e o ganho foi de 100 pips, ele anotava nos registros que o ganho foi de
2 vezes o valor arriscado. E quando alguma operação dava prejuízo, a perda era
752
considerada como -1, ou seja, -1 * “R”. Ele apenas usou essa abordagem de
contagem de pips, porque decidiu fazer tudo sem parciais.
Aqui vamos considerar de maneira bem simples, uma estratégia que busque sempre
um objetivo equivalente ao dobro do risco. Será uma abordagem do tipo Set and
Forget, e João vai sempre fechar ou positivo em 2 vezes o valor do “R”, ou negativo
em 1 vez o risco. Iremos considerar os custos das operações apenas no cálculo final
dos resultados, e não por operação, do contrário esse livro teria mais de 1000
páginas, e não é o foco fazer tão detalhado assim algo que é um exemplo de
gestão patrimonial no contexto geral.
Repito, ainda não dá para trabalhar com valores, pois João precisa de uma grande
amostra de testes para definir essa questão.
Pois bem, ao final dos testes, João tinha contabilizado 2400 exemplos de trading.
Vamos ver alguns dados que serão importantes nas próximas definições de João a
respeito de seu gerenciamento de risco e gestão de capital depositado.
Pares Testados: 10
Período: Últimos 10 anos
Média de operações: 24 trades por mês, sendo 2 por par testado
Total de testes: 2400 operações
Total de trades positivos: 900 - Taxa de operações lucrativas: 37,5%
Total de trade negativos: 1500
Resultado em “R” dos trade positivos: +1800R
Resultado em “R” dos trades negativos: -1500R
Resultado líquido: LUCRO de +300R
Máxima sequência de Stops: 15 trades
Máxima sequência de Takes: 7 trades
A partir das informações acima, João chegou às seguintes conclusões:
- O sistema se mostrou lucrativo, e será a estratégia oficial a ser usada

- Com 15 trades negativos em sequência, João decide mandar para a corretora
exatamente a proporção que cobriria uma série de perdas como essa.
Aqui já temos a definição mais importante, a princípio, pois sem ela, João nem teria
chegado à segunda afirmação. Foi crucial saber que sua estratégia teria dado
retorno se tivesse operado os ativos escolhidos nos últimos 10 anos. Apesar de NÃO
ser garantia lucrar com o sistema no futuro, o backteste trouxe para ele uma
excelente indicação de que ganhar com esse modelo, esse conjunto de critérios,
seria provável.
753
Com a decisão de utilizar a estratégia testada, João já concluiu que o valor a mandar
seria o equivalente a 15 vezes seu “R” oficial, seu risco assumido por operação. Mas
veja, João ainda não definiu esse “R”.
E mais, João precisa passar por mais duas fases antes de começar usar a gestão de
capital adequada ao Forex, e poder considerar-se investindo de fato no mercado de
câmbio.
As Fases Intermediárias
Suponhamos que João passou o final do ano 5 revendo os assuntos sobre o Forex,
estudando novamente o mercado, mas agora ele estava aprendendo os conceitos
corretos, os princípios fundamentais do trading de sucesso. No início do ano 6 foi
quando ele fez esses milhares de testes na estratégia escolhida, passando alguns
meses nessa tarefa.
Antes da metade do sexto ano, após finalizar os backtestes, João abriu uma conta
demo e ficou aproximadamente 3 meses tentando replicar suas verificações no
passado, mas agora com o mercado ao vivo. Foi nesse tempo que João se esforçou
para concentrar-se em não cometer erros, e conter o emocional de operar a
mercado quando via um forte movimento acontecendo. Ele teve que ser forte e
aplicar com disciplina tudo aquilo que fez nos testes, isto é, só abrir uma operação
quando todos os critérios de seu sistema se alinhavavam. Além de se manter
controlado em não interferir em uma ordem aberta. Foi difícil, mas ele conseguiu.
Durante esse tempo, João teve um mês atípico nos seus serviços extras fora do
trabalho, e acabou ganhando mais do que costumava receber. Decidiu, portanto,
que pegaria esse dinheiro, cerca de 700* reais, e mandaria para a corretora, para
poder aplicar a fase de testes com pouco capital. Era um dinheiro totalmente fora
de expectativa, e que poderia tranquilamente perder, que não afetaria nem sequer
1% de seu patrimônio. Foi com base nesse pequeno capital que João decidiu
estabelecer o risco por operação, definido em 2% ou seja, aproximando para 15
reais.
Para ele, ter um prejuízo de R$ 15,00 estaria totalmente aceitável, afinal ele já tinha
colocado na mente que poderia perder todos os R$ 700,00 enviados para a
corretora, pois estabeleceu que seria o valor do aprendizado. Assim, perder ou
ganhar não era o foco de João, ele estava determinado a executar fielmente seu
sistema, ainda que ao final de alguns meses ele perdesse dinheiro.
Perto do final do ano 6, João conseguiu um resultado até interessante, além de

investimentos tradicionais. Mas o mais importante não foi o resultado, foi o fato de
que ele pôde constatar que executou fielmente a sua estratégia, não cometeu
754
nenhum erro bobo e perigoso, como errar o par operado, ou pior ainda, o lote da
ordem. E assim, como já estava para virar o ano, ele decidiu que estaria pronto para
começar, definiria seu Risco Oficial - R, com base em seu patrimônio, e estabeleceu
que seria um valor bem baixo, para poder operar livre de qualquer perigo de deixar
o emocional vulnerável.
*Não queira fazer o mesmo com esses valores, somente por estarem aqui elencados. É tudo a título de
exemplo. Adeque à sua realidade, e sempre assuma o risco.
Definindo o Risco Oficial - “R”
Com base nas constatações de João feitas nos backtestes, e considerando também
seu patrimônio total, ele precisa pensar em quanto arriscar em cada um dos trades
que for abrir a partir de agora pela sua estratégia.
Esse valor, como você já estudou nesse livro, precisa representar uma quantia que
deixe João confortável com a possibilidade real da perda. E não só isso, como ele
sabe que o máximo que o setup indicou sofrer foram 15 prejuízos consecutivos, ele
precisa estar tranquilo com uma sequência de 15 stops perdendo esse valor do “R”.
Por exemplo, sabemos que o patrimônio atual de João ao final do ano 6 era de R$
100.434,63, e se ele decidir arriscar 1% desse valor, o seu “R” oficial seria de
aproximadamente R$ 1.000,00. Caso aconteça o pior cenário previsto, nosso trader
precisa estar confortável de passar por um rebaixamento de -15%, cerca de R$
15.000,00. Caso aconteça essa hipótese em um período de aumento do patrimônio
(aportes e rentabilidades de outras carteiras), o que implica em aumento
proporcional do risco, então esse valor de drawdown pode ser maior ou menor.
Mas é aproximadamente isso, -15%, que João precisa estar totalmente tranquilo em
saber que faz parte do trading e aceitar a perda.
Digamos que João entendeu que 1% seria muito, e então ele passou a pensar em
termos de valores, chegando à conclusão que aceitaria perder R$ 800,00 por
operação, e no pior cenário, perderia R$ 12.000,00, cerca de -12%. Veja bem, na
hipótese mais desfavorável, o resultado negativo não passaria de -12% do seu
capital inicial, e caso pegasse um começo com ordens positivas, o rebaixamento em
termos de percentual seria menor ainda. Imagine que nas primeiras 20 operações,
João tivesse 15 takes e apenas 5 stops, seu resultado líquido seria +R$ 20.000,00,
pois 15 operações lucrativas ganhando o dobro do “R”, isto é, 2R, portanto R$
1.600,00, o total de ganho bruto seria de +R$ 24.000,00. Já com as operações
negativas, João perderia -1R, isto é, -R$ 800,00, e o total de prejuízo acumulado
seria de -R$ 4.000,00. Assim, o ganho bruto menos a perda bruta, geraria um lucro
líquido de +R$ 20.000,00.
755
R$ 24.000,00 - R$ 4.000,00 = +R$ 20.000,00

Nesse caso, o patrimônio de João iria para aproximadamente R$ 120 mil, e se a
partir desse momento houvesse os 15 stops em sequência, seu patrimônio baixaria
para R$ 108.000,00, equivalente a um rebaixamento de -10,0%. O que quero que
você entenda é que o pior cenário é João perder -12% de seu capital, pois se
inicialmente o capital subir, com esse “R” definido em -R$ 800,00, o rebaixamento
tende a diminuir. Isso, claro, se ele não mudar esse valor do risco. Caso, por
exemplo, quando o capital chegar a R$ 110.000,00, João decida que pode arriscar R$
1000,00, então o rebaixamento pode ser maior. Veremos tudo passo a passo em
instantes.
Minha recomendação nesse livro é que você faça ao menos um fechamento a cada
mês. Logo, um bom gerenciamento de risco é definir seu “R” com base no valor do
patrimônio no fim desses 30 dias. Assim, mesmo que durante o período haja perdas,
manter o risco em um determinado valor fixo te ajuda na recuperação, eu já falei
sobre isso no capítulo 15. Porém, conforme o capital for aumentando, você só vai se
beneficiar dos juros compostos se atualizar o seu “R”.
Mesmo assim, mesmo tendo trades lucrativos durante o mês, alterar o risco a cada
nova operação pode gerar uma demanda maior de cálculos, e sobrecarga de
controle. Por isso, especialmente nos primeiros anos, procure deixar o “R” fixo
dentro de um período de 30 dias, ou a cada trimestre, dependendo de sua
estratégia. Mas certifique-se de manter-se atualizando esse valor proporcionalmente
ao aumento de seu capital ao longo do tempo, se possível, mensalmente.
Voltando ao exemplo, João acabara de definir seu “R”, e ele o fixou em R$ 800,00
para o primeiro mês do sétimo ano. A partir de agora, vamos passar os
fechamentos mês a mês, a não ano a ano. Como o foco do livro é o trading,
precisamos ser mais detalhistas no estudo do risco e do capital. Além disso, é
normal haver sinais na maioria dos meses, sendo raro períodos sem nenhuma
configuração de padrão, embora não seja impossível isso acontecer.
Veremos mensalmente os resultados das operações de João, os custos envolvidos,

seu desempenho, e finalmente sua rentabilidade em relação a todo o seu
patrimônio, e não somente seu saldo depositado.
Hora de Enviar o Saldo
Se o máximo de perdas consecutivas verificado nos testes foi de 15 trades negativos,

e se João decidiu arriscar R$ 800,00 por cada operação, então ele vai enviar R$ 12
mil reais para sua conta na corretora. Os meio escolhido, por ser um valor mais alto,
756
foi por transferência internacional, que é a forma recomendada nesse livro, pelos
motivos explicados no capítulo 19. João arcou com custos no valor de R$ 230,00,
optando por enviar via banco intermediário, e assim pagar menos taxas. Dessa
forma, o valor necessário para enviar R$ 12 mil para a corretora, incluindo os custos,
foi de R$ 12.230,00.
Esse dinheiro precisa sair de algum lugar, e João optou por tirar uma parte da
carteira de renda variável, e a outra da de renda fixa, sendo a maior saindo da
carteira de ações. No ano 6, seus ativos de renda variável subiram um valor
considerável, apesar das dificuldades no período (+21%), e assim ele vai poder fazer
mais um equilíbrio nos investimentos.
Para balancear a carteira, João decidiu tirar R$ 8.555,00, vendendo algumas ações
pela sua estratégia, e dos seus títulos de renda fixa ele tirou R$ 3.675,00,
conseguindo assim os R$ 12.230,00. Esse valor vai sair das respectivas carteiras, e
entrar no saldo da corretora. O custo de R$ 230,00 será descontado do saldo final,
para que possamos saber a rentabilidade líquida após o fim do período.
O lançamento no mês de janeiro do Ano 7 será como mostrado abaixo. Repare que
será criada uma outra tabela, de aplicações no Forex
O valor do custo de envio, R$ 230,00, aparece junto com o aporte, para que a
contabilização fique adequada. E embora esse dinheiro não vá entrar na corretora,
sendo descontado do banco de envio, mesmo assim deve ser considerado para
cálculo correto da valorização líquida. Ao final do mês, basta pegarmos o valor em
dólares da conta e multiplicarmos pela cotação. Assim, os custos terão sido
descontados dos lucros no mês. Em caso de prejuízo, a perda seria maior, pois os
custos seriam somados aos valores negativos.
Veja que não há rentabilidade, pois ainda não incluímos as operações.
Importante - Aqui nessa parte da tabela teremos naturalmente oscilações muito

bruscas nas rentabilidades e rebaixamentos. Mas como eu te mostrei em aula
anterior, esses valores não serão levados em consideração, pois não estamos
querendo saber quanto o trader rende em relação a seu capital depositado, mas
sim em relação a todo o patrimônio disponível. Irei te mostrar como saber quanto o
trading rendeu, tanto no consolidado final, como também de forma isolada. Vamos
devagar.
757
Vamos considerar as seguintes informações:

- A conta de João é na IC Markets
- Tipo Raw Spread
- Alavancagem de 1:500
- Cotação do dólar/real: R$ 5,00
- João decide arriscar U$ 160.00 dólares por operação, pois converteu seu risco para
USD
- Com o ”R” valendo U$ 160.00, toda operação negativa terá uma perda de -U$ 160,
e toda operação ganhadora terá um lucro de +U$ 320.
- Convertendo também o saldo, a conta inicialmente terá U$ 2,446.00, pois são R$
12.230,00 divididos pela cotação de 5,00, e é esse valor que aparece na coluna
Aporte. Mas repare que o custo não entra na conta da corretora, pois foi
descontado pelo banco, então aparecerá no saldo de João na plataforma o valor de
U$ 2,400.00. A diferença de -46 dólares reflete essa despesa do envio.
Janeiro/Ano 7
Ao final do primeiro mês operando sua estratégia naquele ano, e usando o risco
estipulado, João abriu 8 trades. Desses, 5 foram take profit, e 3 foram stop loss. Seu
resultado bruto foi o que segue:
- Trades positivos: 5, totalizando +U$ 1,600.00 dólares ganhos (+U$ 320 em cada)
- Trades negativos: 3, em um total de -U$ 480 dólares de prejuízo (-U$ 160 em cada)
Somando os custos totais, tivemos, por exemplo:

- Comissão: -U$ 20.00
- Swap Negativo: -U$ 30.00
Total: -U$ 50.00
Portanto, o resultado líquido em janeiro foi de +U$ 1,070.00 dólares.
U$ 1,600.00 - U$ 480.00 - U$ 50 = U$ 1,070.00

Lucro Bruto Perda Bruta Custos Lucro Líquido
Porém... precisamos descontar o custo do primeiro envio, aqueles R$ 230,00

cobrados pelo banco para mandar o dinheiro para a conta. Lembra que ele aparece
no aporte? Pois bem, agora no final será desconsiderado. Para isso, basta João
verificar o saldo na sua conta da corretora no final de janeiro.
No fim de janeiro, a conta estará com um saldo de U$ 3,470.00, equivalente a R$

17.350,00
758
U$ 2,400.00 + U$ 1,070.00 = U$ 3,470.00

Saldo Inicial sem os Custos Lucro Líquido Saldo no fim de janeiro
Vamos agora para o fechamento do primeiro mês desse ano 7, para verificar a
rentabilidade real de João. A princípio, não vamos considerar variação cambial, isto
é, a cotação do USD/BRL permanecerá em R$ 5,00. Depois estudaremos o
tratamento com a mudança no câmbio.
Agora podemos preencher novamente a tabela da aplicação no Forex, e assim

teremos um saldo final, convertido, de R$ 17.350,00 reais, já que o valor final na
conta foi de U$ 3,470.00 dólares, e a cotação do USD/BRL consideramos que
permaneceu em R$ 5,00.
Repare que a valorização de 41,86% na tabela é encontrada com a divisão do valor

final da cota pelo valor inicial.
R$ 141,86 / R$ 100,00 = 1,4186
1,4186 - 1 = 0,4186 ou 41,86%
Mas você já sabe que isso não vale de nada!!!
Isso mesmo, dizer que ganhou 41,86% no trading em janeiro é totalmente

irrelevante. Pois essa porcentagem está sendo calculada em cima de um valor
depositado, que poderia ser outro, tranquilamente. Imagine que João tivesse
decidido, por segurança, enviar R$ 20 mil reais, e arcado com custos de R$ 400,00,
em vez dos R$ 12 mil. E aí? A rentabilidade seria menor, precisamente 24,26%.
O valor final de R$ 25.350,00 é calculado da seguinte forma.
U$ 4,000.00 + U$ 1,070.00 = U$ 5,070.00

Saldo Inicial na conta Lucro líquido no período Saldo Final na Conta
U$ 5,070.00 * R$ 5,00 = R$ 25.350,00 reais

Cotação USD/BRL
759
Mas se João, querendo aproveitar ao máximo o poder da alavancagem, decidisse

enviar menos que R$ 12 mil, apenas R$ 5 mil reais, ou U$ 1,000.00 dólares, com
custos de R$ 100, então a rentabilidade dele seria muito maior, +102,94%!!!
Qual dessas rentabilidades deveria ser levada em conta? Nenhuma!
A única forma de considerar válida a rentabilidade em relação ao saldo depositado,

é se esse saldo inicial for o patrimônio total do trader. Ou seja, se João decidisse
mandar todos os seus R$ 100 mil reais para a corretora. Aí sim, teríamos um cálculo
real de quanto suas operações lhe renderam naquele período. Mas você já viu que
não precisamos fazer isso.
Podemos operar da exata mesma maneira, seja com menos dinheiro, ou com todo
o nosso capital depositado. Isso significa que se João tivesse enviado os R$ 100 mil
para sua conta na corretora de Forex, ele teria conseguido o mesmo resultado, um
ganho líquido de U$ 1,070.00 dólares. Esse valor representa cerca de 5,35% de R$
100 mil reais, convertidos. E esse seria seu único ganho, pois ao mandar todo o
capital, ele perderia os rendimentos que teria conseguido se tivesse deixado o
dinheiro em suas outras carteiras, como veremos daqui a pouco.
Mas ao tomar a brilhante decisão de enviar pouco capital para a corretora, João
ganhou os mesmos U$ 1,070 dólares, e mais, teve ganhos também em seus outros
investimentos.
Daqui a pouco iremos estudar como contabilizar a rentabilidade real de João,

considerando somente o trading, em relação ao capital completo dele.
Para você entender como João conseguiu operar com um saldo inicial de apenas U$
2400, ou ainda um envio de apenas R$ 5 mil reais, que convertidos seriam U$ 1000
dólares, vamos olhar alguns trades em janeiro, e seus respectivos lotes e pares
negociados. Para facilitar o cálculo e não estender demais o capítulo, usarei
somente ativos em que essa definição é mais simples, ou seja, EURUSD e GBPUSD,
com 2 trades em cada um.
EURUSD - Primeiro Trade:

- Stop de 50 pips
- Risco de U$ 160
- Lote a utilizar: 0.32
760
U$ 160 / 50 / 10 (constante) = 0.32
0.32 são 32 mil euros. Supondo o EURUSD a 1.15000, 32 mil euros são U$ 36,800.00
Como a alavancagem de João na IC Markets, conta Raw Spread, é de 1:500, basta
dividir para saber a margem mínima.
U$ 36,800.00 / 500 = U$ 73.60 dólares de margem mínima
Nessa operação bastaria ter U$ 73.60 na conta para ser possível abrir o trade, e João
tinha bem mais que isso. Seja com os R$ 12.000,00 ou com apenas R$ 5 mil reais
enviados, respectivamente U$ 2,400.00 e U$ 1,000.00, seria possível abrir esse trade
tranquilamente.
Vamos mais rápido agora.
EURUSD - Segundo Trade:

- Stop de 80 pips
- Risco de U$ 160
0.20 são 20 mil euros, que a uma cotação de 1.20000 para o EURUSD, equivalem a
U$ 24,000.00
GBPUSD - Primeiro Trade:

- Stop de 25 pips
- Risco de U$ 160
0.64 são 64 mil libras, que a uma cotação de 1.35000 para o GBPUSD, equivalem a
U$ 86,400.00 dólares
GBPUSD - Segundo Trade:

- Stop de 40 pips
- Risco de U$ 160
761
0.40 são 40 mil libras, que a uma cotação de 1.32000 para o GBPUSD, equivalem a
U$ 52,800.00 dólares
Com essa breve demonstração verificamos que seja com U$ 2400 ou com U$ 1000,
João tinha saldo suficiente para garantir a margem das operações. Ou seja, ele
poderia operar tranquilamente, sem necessitar enviar todo o seu patrimônio para a
corretora. João estava adotando a gestão de capital ideal para operações de trading
em mercados alavancados como o de CFD no Forex.
*Entenda que João não costumava abrir mais do que 2 ou 3 ordens ao mesmo tempo.
Vamos ver como foi o resultado de João em seus outros ativos.
Por manter a reserva de emergência intacta, João ganhou 0,65% ali e um lucro de
R$ 205,10. Ele deixaria de ganhar esse valor se estivesse com tudo na corretora.
Por manter a carteira de renda fixa, retirando somente os R$ 3.675,00* em janeiro,

para enviar para a corretora, João ganhou 0,65% ali e um lucro de R$ 189,26. Ele
deixaria de ganhar esse valor se estivesse com tudo na corretora.
*Em janeiro também houve um aporte de R$ 790,00, e assim, a diferença é o que aparece na tabela
(R$ 790,00 - R$ 3.675,00 = -R$ 2.885,00)
762
Por manter a carteira de ações, retirando somente os R$ 8.555,00* em janeiro, para

enviar para a corretora, João ganhou 4,00% ali e um lucro de R$ 1.164,60. Ele
deixaria de ganhar esse valor se estivesse com tudo na corretora.
*Em janeiro também houve um aporte de R$ 790,00, e assim, a diferença é o que aparece na tabela
(R$ 790,00 - R$ 8.555,00 = -R$ 7.765,00)
No total, só por ter adotado a gestão de capital adequada ao Forex de varejo, João
conseguiu ter um ganho de R$ 1.558,96 com os investimentos mantidos fora da
corretora. Esse lucro representa 1,55% do seu patrimônio no final do ano anterior, e
ele não teria conseguido isso se tivesse enviado todo o seu capital para a conta no
exterior.
Verificando a Rentabilidade do Trading em Relação ao

Patrimônio
Chegamos ao ponto máximo desse capítulo, como você calcular a valorização das
operações em relação ao patrimônio.
Faremos pelo método simples, bastando dividir o lucro no período, pelo capital no
início do mês, considerando o valor do aporte que porventura tiver sido feito. Em
janeiro João lucrou U$ 1,070.00, que convertidos em real são R$ 5.350,00.
R$ 5.350,00 / R$ 100.434,63 = 5,32%

Lucro no Período Patrimônio no Início do Mês Rentabilidade das operações
E chegamos ao valor que de fato deve ser levado em consideração. A rentabilidade

das operações deve ser calculada em relação a todo o patrimônio do trader. Se
João tinha R$ 100.434,63 reais antes de iniciar o mês no trading, e se nesse período
seus ganhos foram de R$ 5.350,00, então esse resultado representa +5,32% de tudo
o que João tem.
Vamos, por fim, ao consolidado geral no primeiro mês, juntando todas as carteiras e
ativos.
763
O aporte em janeiro foi de R$ 1580,00 como vem sendo nos últimos anos. Esse
preenchimento é simples, basta somar os aportes de cada carteira individualmente,
e verificar.
Reserva de Emergência: Sem Aportes

Renda Fixa: -R$ 2.885,00 (R$ 790,00 - R$ 3.675,00 = -R$ 2.885,00)
Renda Variável: -R$ 7765,00 (R$ 790,00 - R$ 8.555,00 = -R$ 7.765,00)
Aplicações no Forex: R$ 12.230,00
A diferença entre esses valores gerou um aporte líquido de R$ 1.580,00, como

vemos na tabela acima. Aqueles valores vermelhos ali na renda fixa e na variável
foram apenas giro de patrimônio, e não ‘desaporte’. No final, ficou tudo como se
não tivesse ocorrido nada, foi apenas retirada de dinheiro de duas carteiras para
uma outra.
Ao final de janeiro João conseguiu uma valorização total de seu patrimônio de

+6,55%! Foi um mês excelente. Da mesma forma que períodos ruins são
absolutamente normais, os tempos bons, quando os trades encaixam e os lucros
vêm, também acontecem.
Espero que a essa altura você não esteja se perguntado por que João não deixa
todo seu capital na corretora, já que no trading ele ganhou mais de 5%, e nas outras
carteiras a rentabilidade foi menor. O pensamento da maioria é o seguinte: “com
mais dinheiro na conta, os lucros serão proporcionalmente maiores”. Mas não preciso
mais bater na tecla de que mais ou menos dinheiro em uma conta de Forex não
interfere no resultado dessa maneira. É o contrário! Ou seja, com mais dinheiro na
conta, o resultado tende a ser menor*.
*A depender da valorização das carteiras em que o restante do dinheiro esteja

alocado. No caso de ficar tudo na renda fixa, por exemplo, então mais dinheiro
depositado na corretora implica um resultado PIOR para o trader! Veja o porquê nas
próximas explicações.
Os lucros ou prejuízos líquidos no trading são exatamente os mesmos, tenha João

mais dinheiro na corretora no exterior, ou somente uma parte por lá. Mas João
perderá o benefício de render em outros mercados, assim como pagará mais custos
por enviar mais capital para a corretora.
764
O que define como será o período do trader é o risco utilizado e o resultado das
operações. O risco tem que ser o mesmo, para muito dinheiro depositado na conta,
ou pouco. E se o “R” por trade é igual durante todo o período, então os lotes NÃO
irão variar de acordo com o saldo, mas sim de acordo com o tamanho do stop.
Por fim, se João tivesse mandado tudo para a corretora, ele deixaria de ganhar os
R$ 1.558,96 conseguidos com os outros investimentos. E agora vamos verificar sua
rentabilidade com esse cenário.
Envio de R$ 100.434,63 para a corretora, custos de R$ 1.500,00. Ao final teríamos a

diferença do envio menos o custo, totalizando R$ 98.934,63 efetivamente enviados
para a conta, equivalente a U$ 19.786,92 dólares. Esse valor somado ao lucro líquido
de U$ 1,070.00 com as operações em janeiro do ano 7, teremos um saldo final de
U$ 20,856.92, convertidos ficam R$ 104.284,63. Vamos preencher esses valores na
tabela.
Temos uma rentabilidade de +3,83% nesse período. Veja que entre 3,83%
operando com todo o patrimônio depositado na conta, e os 6,55% conseguidos
com todos os investimentos no consolidado, João teve um ganho de
aproximadamente 80% a mais. A rentabilidade foi muito melhor por adotar a gestão
de capital ensinada aqui.
Entende agora quando faço a afirmação abaixo?
Trading é uma excelente oportunidade para rentabilizar

melhor seu capital
Conseguimos isso ao fazer esse envio de apenas parte do nosso patrimônio, mas
operando da mesma forma como se ele tivesse todo na corretora. Logo, sem as
operações no Forex, a rentabilidade seria menor, implicando que o trading
melhorou a valorização do capital. E com as negociações no mercado de câmbio
sendo realizadas de acordo com a gestão correta, a rentabilidade foi
significativamente maior. Ganhamos dos dois lados: por fazer trading e por fazê-lo
com a administração adequada do capital.
Essa, meu amigo leitor, é a grande vantagem de operar no Forex através de CFD,
contando com a alavancagem.
765
Fevereiro/Ano 7
Para o próximo mês, João decide não atualizar ainda o seu risco, e assim, ele não
fará mudanças no seu “R” por operação, ainda que o seu patrimônio ao final de
janeiro tenha sido maior.
Vamos relembrar as informações da conta de João:

- A conta é na IC Markets
- Tipo Raw Spread
- Alavancagem de 1:500
- Cotação do dólar/real: R$ 5,00
- João decide arriscar U$ 160.00 dólares por operação, pois converteu seu risco para
USD
- Com o ”R” valendo U$ 160.00, toda operação negativa terá uma perda de -U$ 160,
e toda operação ganhadora terá um lucro de +U$ 320, o dobro.
- A conta inicialmente terá U$ 3,470.00, que é o valor final em janeiro, pois é a soma
do valor inicial na conta, U$ 2,400.00, com o lucro líquido no primeiro mês, U$
1,070.00. Esse valor convertido em reais é o que vai aparecer na coluna Saldo Inicial.
Ao final do segundo mês operando sua estratégia naquele ano, e usando o risco
estipulado, João abriu 11 trades. Desses, 6 foram take profit, e 5 foram stop loss. Seu
resultado bruto foi o que segue:
- Trades positivos: 6, totalizando +U$ 1,920.00 dólares ganhos (+U$ 320 em cada)
- Trades negativos: 5, em um total de -U$ 800 dólares de prejuízo (-U$ 160 em cada)
Somando os custos totais, tivemos, por exemplo:

- Comissão: -U$ 30.00
- Swap Negativo: -U$ 50.00
Total: -U$ 80.00
Portanto, o resultado líquido em janeiro foi de +U$ 1,040.00 dólares.
U$ 1,920.00 - U$ 800.00 - U$ 80 = U$ 1,040.00

Lucro Bruto Perda Bruta Custos Lucro Líquido
Aqui não precisamos mais descontar o custo do envio, pois eles só aparecem nos
meses em que houver mais dinheiro sendo enviado para a corretora. Se o trader
precisar reforçar o capital devido a uma sequência de stops, que possam prejudicar
a margem, então precisará enviar mais uma parte de seu capital, e com isso arcará
com novos custos. Essas despesas serão contabilizadas da mesma forma que
766
fizemos em janeiro, descontando apenas no saldo final do período, para poder

considerá-la no cálculo da rentabilidade.
No fim de fevereiro, a conta estará com um saldo de U$ 4,510.00.
U$ 3,470.00 + U$ 1,040.00 = U$ 4,510.00

Saldo Inicial em fevereiro Lucro Líquido Saldo no fim de fevereiro
Vamos agora para o fechamento do segundo mês desse ano 7, para verificar a
rentabilidade real de João. Aqui já poderemos considerar uma variação cambial,
uma mudança na cotação do USD/BRL, para entendermos a diferença entre
rentabilidade líquida da aplicação no Forex (considerando a variação do câmbio), e
rentabilidade apenas das operações.
Faremos isso pois é comum acontecer de um trader ter um mês positivo com suas
operações, mas devido a uma valorização da sua moeda, isto é, enfraquecimento
do dólar, seu resultado líquido tenha sido negativo. E pode acontecer de o trader
ter um mês ruim com as operações, mas devido a um fortalecimento do dólar,
moeda base da maioria das contas no Forex, haver um ganho líquido naquele
período.
Supondo que o dólar caiu para R$ 4,50, vamos ver como ficam os resultados do
segundo mês do ano 7.
Temos agora 2 meses fechados, e podemos fazer algumas considerações da tabela

acima. O saldo inicial de fevereiro é igual ao saldo final de janeiro, pois aqui é algo
imediato, ou seja, fechou um mês, automaticamente inicia-se outro. Não há
intervalo que permita uma variação de cotação. A mesma cotação terminada no
mês anterior, será a cotação usada no início do mês atual. Ao final de um período é
que poderemos considerar a variação cambial.
No final de fevereiro, como tivemos uma mudança na cotação, então iremos

calcular o saldo final com base no novo preço do USD/BRL. Vamos verificar como
chegamos ao valor de R$ 20.295,00 no valor final.
- Saldo inicial convertido em dólares (mesmo saldo final de janeiro): U$ 3,470.00

- Ganho líquido no período, com as operações: U$ 1,040.00
- Total na conta, em dólares: U$ 4,510.00
- Convertendo para real com a nova cotação ( * 4,50 ) temos: R$ 20.295,00
767
E com esse valor preenchido na tabela, com o sistema de cotas teremos a

valorização líquida de +16,97%. De qualquer forma, você já sabe que esses 16,97%
não querem dizer nada, pois esse valor foi calculado com base no saldo depositado,
e isso é irrelevante para definição da rentabilidade.
Para sabermos a rentabilidade real das operações em relação ao todo o capital,

teremos que dividir os lucros conseguidos, pelo valor do patrimônio no início do
mês, considerando algum possível aporte. O lucros em fevereiro foram de U$
1,040.00, que equivalem a R$ 4.680,00 já com a nova cotação. O saldo no início do
mês foi o mesmo do final de janeiro, que foi R$ 108.693,58
R$ 4.680,00 / R$ 108.693,58 = 4,30%

Lucro no Período Capital no Início do Mês Rentabilidade das operações
E assim, constatamos que a rentabilidade líquida, considerando somente os ganhos

do trading, em relação a todo o patrimônio de João, foi de +4,30%. Esse foi o
rendimento que as operações trouxeram para ele em relação ao valor inicial
daquele mês. E quando falo “rentabilidade líquida” nesse caso, quero dizer que aqui
eu considerei a desvalorização do dólar. Para saber sem essa mudança na cotação,
basta verificar o que teria acontecido desconsiderando a variação cambial. Ou seja,
na hora de calcular os lucros de fevereiro em reais, considere a cotação do dólar no
início do mês, que era de R$ 5,00. Os lucros de U$ 1,040.00 seriam equivalentes a R$
5.200,00 reais. Portanto:
R$ 5.200,00 / R$ 108.693,58 = 4,78%

Lucro no Período Capital no Início do Mês Rentabilidade das operações
A mudança foi singela, de 4,78% para 4,30%. Isto é, com a desvalorização do dólar,
a rentabilidade dos trades perdeu cerca de 0,5%. E com o passar dos anos,
dependendo das oscilações da moeda base da conta em relação a moeda do país
original, poderemos ter os seguintes cenários.
- Valorização da moeda nacional e desvalorização da moeda da conta: Menor

rentabilidade geral
- Desvalorização da moeda nacional e valorização da moeda base da conta: Maior

rentabilidade geral
Qual moeda base escolher para a conta? Aí vai de cada um e de sua análise de
mercado e desejos pessoais. Eu, particularmente, deixo tudo em dólar, por entender
que é uma moeda muito forte. Mas você precisa tomar suas próprias decisões e ver
o que é melhor para o seu patrimônio. Pode ser que alguém tenha o desejo de
morar na Inglaterra quando atingir a independência financeira, e queira sua moeda
768
base da conta em libras. Isso é apenas um exemplo. Cada um terá uma estratégia e
desejo particular.
Agora vamos saber como foi o fechamento consolidado de fevereiro, e para isso
vamos verificar o desenvolvimento de cada uma das carteiras no período.
Por manter a reserva de emergência intacta, João ganhou 0,65% ali e um lucro de
R$ 206,43. Ele deixaria de ganhar esse valor se estivesse com tudo na corretora.
Por manter a carteira de renda fixa, João ganhou 0,65% ali e um lucro de R$ 194,06.
Ele deixaria de ganhar esse valor se estivesse com tudo na corretora. Aqui tivemos
metade do aporte previsto para esse mês.
Aqui tivemos uma excelente rentabilidade, foram ganhos 10% nas ações, e isso vai
afetar a percepção em relação ao trading. Aqui também tivemos metade do aporte
previsto para esse mês.
Por manter a carteira de ações, João ganhou 10,00% ali e um lucro de R$ 3.082,96.
Ele deixaria de ganhar esse valor se estivesse com tudo na corretora.
No total, só por ter adotado a gestão de capital adequada ao Forex de varejo, João
conseguiu ter um ganho de R$ 3.483,45 com os investimentos mantidos fora da
corretora. Esse lucro representa 3,20% do seu patrimônio no final do mês anterior, e
769
ele não teria conseguido isso se tivesse enviado todo o seu capital para a conta no
Forex.
O objetivo do livro é justamente te ensinar a forma de buscar um sucesso

significativo fazendo trading no mercado de câmbio, rendendo cada vez melhor, e
puxando a valorização de uma carteira de investimentos fortemente para cima, de
forma que sem o trading seria muito difícil. Com as negociações no mercado
especulativo do Forex de Varejo essa tarefa fica mais fácil (ou não tão difícil, como
achar melhor...). Ao operar no mercado de câmbio, temos essa chance, render
acima da média do mercado, e alcançar a independência financeira em menos
tempo do que o convencional.
As afirmações acima resumem a essência de todo esse módulo de Gestão de

Capital. Trading é para rentabilizar melhor seus investimentos. Sem ele, a
valorização e crescimento patrimonial seriam de uma forma, mas com as operações,
você ganha mais força na subida da curva patrimonial.
Após toda essa aula, ao pensar naquelas pessoas que pensam em começar com 100
dólares, ‘alavancar a banca’, e poder sacar mensalmente para pagar contas, agora
você percebe como eles estão totalmente na contramão do pensamento de
sucesso, na busca de um patrimônio considerável.
Trader lucrativo, consistente, bem sucedido, não pensa em ganhar em juros simples,
não pensa em ter lucros fixos em um mercado de resultados extremamente variáveis
como o trading. Ele sabe como o mercado funciona, sabe das possibilidades, entre
elas a de perder, e perder muito. Por isso ele gerencia o risco, e busca o sucesso no
longo prazo. Nesse tempo, durante anos, ele não fica fazendo retiradas,
‘desaportes’, para gastar. Não! Ele faz crescer seu patrimônio, pouco a pouco, para
que no tempo certo ele possa colher os frutos. E somente aí, utilizar parte de seus
ganhos em todos os investimentos, em todos os ativos, para poder usufruir de uma
vida mais confortável.
Finalizando o Ano de Trading
Vamos passar direto para o final do ano 7, e agora você já entende como funciona
o fechamento ao final de cada mês, tanto isoladamente em cada carteira, como o
consolidado no fim. Faremos a mesma coisa a seguir, mas incluído os 12 meses do
ano 7.
770
Para a tabela das aplicações no Forex, as operações de João, os resultados foram os

que seguem.
Março
8 operações, sendo 4 positivas e 4 negativas - “R” = U$ 160.00
Resultado líquido, incluindo custos: +U$ 600.00 dólares
Saldo inicial em dólar: U$ 4,510.00
Saldo final em dólar: U$ 5,110.00
Cotação USDBRL: R$ 4,80
Saldo no início, em reais: R$ 20.295,00
Saldo no final, em reais: R$ 24.528,00
Resultado no fim do mês: +R$ 4.233,00*
771
*Considerando a variação cambial, o aumento na cotação do dólar gerou um

resultado líquido maior no mês.
Abril
Resultado líquido, incluindo custos: -U$ 200.00 dólares
Resultado no fim do mês: +R$ 267,50
* Considerando a variação cambial, apesar de perder no trading, o aumento na
cotação gerou um resultado líquido positivo no mês.
Maio
Resultado no fim do mês: +R$ 3024,50*
*Considerando a variação cambial, o aumento na cotação do dólar gerou um
resultado líquido maior no mês.
Junho
Resultado no fim do mês: -R$ 739.00*
*Considerando a variação cambial, a queda na cotação do dólar gerou um resultado
líquido menor no mês, aumentando o prejuízo.
772
Julho
Nesse mês, João decidiu aumentar seu risco para U$ 200.00, tendo em vista ter
aumentado seu patrimônio durante o primeiro semestre.
líquido menor no mês, diminuindo o lucro conseguido.
Agosto
5 operações, sendo todas elas negativas - “R” = U$ 200.00
Resultado no fim do mês: -R$ 5.510,50*
líquido menor no mês, aumentando o prejuízo.
Setembro
Saldo no início, em reais: : R$ 25.789,50
Resultado no fim do mês: -R$ 173,25*
*Não houve variação cambial, portanto o prejuízo nos trades foi o mesmo do prejuízo
real
773
Outubro
Resultado no fim do mês: +R$ 3.719,25*
*Considerando a variação cambial, o aumento significativo na cotação do dólar gerou
um resultado líquido bem maior no mês.
Novembro
líquido menor no mês, diminuindo o lucro conseguido.
Dezembro
Não houve operações, o sistema não mostrou sinal - “R” = U$ 200.00
Resultado líquido, incluindo custos: U$ 0.00 dólares
Saldo final em dólar: U$ 5,735.00 (sem variação)
Saldo no final, em reais: R$ 29.822,00 (leve queda)
Resultado no fim do mês: -R$ 286,75*
*Considerando a variação cambial, a queda na cotação do dólar gerou um prejuízo,
mesmo não havendo operações no período.
774
Ao final do ano 7 teremos o seguinte fechamento das aplicações no Forex.
Verificando a tabela acima, é possível constatar que houve meses em que João
perdeu dinheiro no trading, e isso é absolutamente normal, como você já deve
saber. Também podemos ver que houve meses em que queda na cotação do dólar
ora diminuiu o lucro, ora aumentou o prejuízo. E quando o USD aumentava de valor
frente ao real, possíveis prejuízos eram minimizados, e quando havia lucros esses
eram aumentados. Isso é bastante comum, pois sabemos que não temos câmbio
fixo, mas sim flutuante, como você aprendeu no capítulo 1.
Veja também que as rentabilidades que aparecem ali na tabela são irrelevantes, pois
consideram apenas seu valor diante do capital depositado. Para saber a valorização
REAL (ou prejuízo) de cada mês em relação ao patrimônio todo é preciso considerar
o capital inteiro no início do período. A conta é simples, divida o lucro/perda pelo
valor do patrimônio no começo do mês. Se houver aportes em qualquer carteira,
some esse valor ao saldo inicial antes desse cálculo.
Vamos ver então o consolidado de João ao final do ano 7, sua rentabilidade

OFICIAL, considerando todos os ativos, e o crescimento patrimonial.
A rentabilidade ao final do ano 7 é dada pelo sistema de cotas, e podemos ver na

penúltima coluna que foi de +26,27%. O acumulado ao longo dos 7 anos foi de
+96,21%. Em outras palavras, João ganhou nos últimos 12 meses mais de ¼ do que
775
investiu, e desde que começou aplicar seu dinheiro ele já praticamente dobrou seu
investimento.
O crescimento patrimonial de João foi de R$ 46.492,55, que representam 46,29% de

aumento do capital no ano 7.
Também podemos ver que ele passou por meses ora bastante positivos, ora muito
negativos, mas isso não impactou excessivamente seu patrimônio, pois está bem
diversificado, e isso é extremamente positivo. Como você já aprendeu, alocar nosso
dinheiro em diferentes ativos nos protege de oscilações fortes no mercado, além de
proteger contra problemas que atingem especificamente a carteira no qual estaria
concentrado.
E para terminar essa explicação, de maneira nenhuma sequer cogite a hipótese de

pensar, a essa altura, que por ter uma valorização de “apenas” 26%, era melhor ter
colocado logo todo o dinheiro na corretora e se dedicado ao trading, pois
supostamente iria ganhar mais do que se tivesse separado o capital. Caso esse
pensamento tenha passado na sua cabeça, reveja as explicações dessa aula.
Seja diversificando os ativos, seja com todo o dinheiro depositado na conta da

corretora, o resultado do trading seria exatamente o mesmo. Pois o que determina
os lucros ou prejuízos no final de um período no trading é quanto o trader arrisca, e
não quanto ele tem na conta. O saldo na corretora é, repito, irrelevante para essa
definição.
Não pense que só porque em janeiro do ano 7 João ganhou mais de 40%, que essa
seria a mesma rentabilidade se ele tivesse alocado todo o seu capital na corretora.
Para ganhar esses 40% em cima de todo o seu dinheiro, João teria que ter arriscado
por operação um valor absurdo do patrimônio, e que certamente não o faria bem,
deixando-o totalmente desconfortável com o tamanho do risco. Isso afetaria
sobremaneira seu julgamento objetivo das operações, o que poderia levá-lo a
cometer erros de trading, os quais colocariam em risco o seu capital. Aliás, os
períodos de perdas normais do trading seriam por demais significativos, e o
rebaixamento do patrimônio levaria João a ficar temeroso, por mais disciplinado que
ele achasse que fosse.
Não tem para onde correr, para ganhar mais no trading, somente arriscando mais
por operação, e isso pode gerar medo ou euforia, dois sentimentos muito
perigosos. Além de proporcionar períodos de drawdown mais expressivos,
prejudicando sobremaneira o psicológico do trader. Para se manter objetivo, o
correto é arriscar pouco, a ponto de não sentir que a operação aberta está afetando
o emocional.
776
Se arriscamos pouco, logicamente, os ganhos serão menores do que se

arriscássemos muito. Mas também teremos maior autocontrole, e menores
rebaixamentos, o que inevitavelmente nos favorece a continuarmos operando, e
buscando o sucesso, sempre no longo prazo.
O trading vem, portanto, como fator de melhora na rentabilidade, que de outra

forma, sem ele, não teríamos esse grande benefício de poder render mais,
aumentando curva de crescimento patrimonial.
Abaixo te mostrarei como teria sido se João não tivesse operado no Forex no ano 7.
Ou seja, se João tivesse contado apenas com sua reserva de emergência e suas
duas outras carteiras, fixa e variável. Ele deixaria de ganhar o lucro que obteve com
suas operações, e mesmo que com mais dinheiro nos outros investimentos (já que
não teria mandado para a corretora), ainda assim essa diferença nos lucros não
compensaria a ausência dos resultado das negociações no Forex.
Sem as operações no mercado de câmbio, a rentabilidade de João teria sido de

10,93%, como vemos na penúltima coluna, na linha de dezembro. É um número
menor do que a metade daquilo que João conseguiu por fazer trading com sua
estratégia. Negociando no Forex, a rentabilidade dele foi de 26,27% no consolidado.
Além disso, a rentabilidade geral acumulada seria de 72,36%, cerca de 24% a menos
do que teria se estivesse operando. João conseguiu 96% no total por decidir fazer
trading adotando a gestão de capital aqui ensinada.
Vou repetir aquela frase, para que você a fixe ainda mais em sua mentalidade.
Trading é uma excelente oportunidade para rentabilizar

melhor seu capital
A título de curiosidade, os resultados de João conseguidos nos meses do ano 7 no

trading foram os mesmos que eu consegui operando no Forex com o meu sistema
entre o final de 2018 e o ano de 2019. Nesse período passei por altos e baixos, com
meses excelentes, e meses bem ruins, mas meu capital total ficou estável, devido à
diversificação. Aliás, minha carteira de renda variável, como mostrei nessa aula,
rendeu muito bem em 2019, e eu não teria tido esse rendimento se todo o meu
777
dinheiro estivesse na corretora. Minhas operações no Forex ajudaram e ajudam

meus resultados dos investimentos como um todo.
Milionário com Juros Compostos e Rentabilidade na

Média
Muita gente acredita que pode fazer rentabilidades absurdas e inviáveis, como
dobrar o capital todo mês, ou fazer de forma constante 1% ao dia. Ao estudar esse
livro você teve uma dose de realidade forte, e agora sabe como a banda toca no
mercado financeiro. Mas saber que essas valorizações não existem não deve te
desanimar. Na verdade, você precisa ver com os próprios olhos como uma
porcentagem média como a do exemplo, mantida regularmente, pode tornar uma
pessoa milionária em alguns anos.
Irei apresentar uma tabela mostrando o que seria uma continuação dos
investimentos e trades de João, mas agora avançando por ano, e você perceberá
como a mágica dos juros compostos funciona. Para isso vamos considerar a média
que bons investidores e traders fazem anualmente.
Reforço aqui que ser trata de uma média! Não pense que será assim todos os anos,
nem também se limite acreditar que não haverá períodos com valorizações
fortíssimas, e outros em que se perderia dinheiro. Acredite, buscar uma média anual
de rentabilidade entre 30 e 50%, considerando todos os investimentos, te colocará
muito acima da maioria de pessoas que aplicam seu dinheiro no mundo todo.
Grandes investidores e gestores de fundos conseguem ficar entre 20% e 30%. Já
traders mais experientes conseguem ter uma média muito próxima de 50% ao ano.
O próprio João do exemplo encerrou o ano 7 com rentabilidade acima de 26%.
No caso do nosso trader tratado nesse capítulo, com o passar dos anos sua reserva
de emergência ficaria proporcionalmente inferior a suas outras carteiras, uma vez
que João não estava mais fazendo aportes ali. E certamente ele melhoraria seus
aportes em renda variável quando sentisse mais segurança ao longo dos anos. Por
fim, com uma estratégia consolidada no trading, após alguns anos a fio operando
de forma disciplinada, João também se sentiria mais seguro de aumentar seu risco
nas operações, mas sempre o mantendo dentro de uma sensação de conforto em
caso de perdas sequenciais.
Portanto, é natural pensar que a rentabilidade média de João seria acima do que ele
conseguiu no ano 7. Podemos considerar a título de exemplo, que João ficaria com
uma rentabilidade média entre 35% e 45% ao ano. A planilha a seguir mostra que
ele conseguiu se manter aportando, e com uma valorização média de 40%. Veja
como ficariam os resultados.
778
Após 20 anos operando e investindo, desde que João decidiu montar sua carteira
pela primeira vez, ele obteve os resultados da tabela acima. Com ela podemos
verificar as seguintes situações.
- João deu continuidade à sua estratégia de investimentos, e com o passar do

tempo sua rentabilidade foi aumentando mais do que nos primeiros 7 anos, já que,
como disse, ele foi ficando melhor em renda variável e nos trades.
- Mesmo assim, verificamos que a valorização média nunca saiu de um patamar
dentro da realidade. Ao final desse período, a partir do ano 8 (13 anos), a
rentabilidade média de João ficou em aproximadamente 40% ao ano, pois:
1,40^13=79,37 ou 7937%. Esse é um valor bem próximo do que você encontra
multiplicando as rentabilidades (cada uma somada a +1), e assim consegue a
rentabilidade acumulada.
- Houve meses em que João ganhou mais do que 100% de seu capital, foram os
períodos ótimos.
- Mas também aconteceu de haver períodos em que ele perdeu dinheiro após
investir um ano inteiro. Muitos não aguentam ficar sequer alguns poucos meses
negativo sem querer mudar de estratégia de trading ou de investimentos, sempre
buscando algo perfeito, que certamente não existe.
- Também aconteceram períodos em que João teve uma rentabilidade baixa em
relação a sua média, por exemplo 7,4% e 23,1%.
- João atingiu a marca de R$ 1 milhão no ano 12.
- Ao final de 20 anos, apenas 8 anos depois de seu primeiro milhão, o saldo ficou
superior a R$ 17 milhões de reais. João ganhou muito mais nesse período final, do
que em toda a sua trajetória. É exatamente isso que os juros compostos fazem,
adiam a sua bela atuação para bem depois do que os primeiros anos, onde ele só
fica ali engatinhando.
- Quanto aos aportes, teve um ano em que não foi possível enviar nada de dinheiro
novo, e João contou apenas com a rentabilidade.
- Também houve períodos em que o aporte foi bem menor que a média, e outros
onde João certamente aproveitou algum dinheiro extra que recebeu e investiu mais
do que o normal.
779
- Ao fim de 20 anos, o aporte já não faz muita diferença no crescimento patrimonial

de João, e ele se manteve aportando somente por hábito. Isso prova a explicação
que dei nesse capítulo, que no início os aportes são vitais e muito mais importantes
do que a rentabilidade. Mas com o passar dos anos e a força dos juros compostos,
mandar dinheiro novo é só uma mera formalidade, não impactando tanto assim no
crescimento do capital.
- Para tornar o resultado mais próximo da realidade possível, incluí uma coluna para
considerarmos a inflação e a inflação acumulada ao longo desse tempo. Assim, na
última coluna teremos os valores de saldo final que seriam representados em
valores de hoje. Ou seja, 17 milhões após 13 anos, é como se fossem 10 milhões nos
dias atuais, com a inflação ali representada.
- Se João, após todos esses anos investindo, decidisse viver apenas de renda, vamos
ver quanto ele conseguiria. Imagine que ficasse decidido sacar apenas 10% ao ano
do que ele conseguisse, isso quer dizer que já no ano 21 João conseguiria sacar R$ 1
milhão, considerando a inflação, e viver com esse valor ao longo dos próximos 12
meses. Isso dá mais de R$ 80 mil por mês, repito, em valores atuais.
Desconsiderando a inflação, João estaria vivendo com mais de R$ 140 mil reais
mensalmente. E isso apenas no ano 21, pois a partir daí a tendência é aumentar seu
poder aquisitivo, já que ele está sacando apenas 10%, mas sua rentabilidade média é
de 40% ao ano!
- João poderia ter tomado essa decisão antes? Perfeitamente. Supondo que ele
decidiu sacar uma parte de seus investimentos, os mesmos 10%, quando atingiu R$ 1
milhão, vamos ver como ele teria se saído.
Da imagem acima podemos tirar as seguintes conclusões.

- João somente efetuou aportes enquanto esperava alcançar R$ 1 milhão, já que não
fazia sentido mais aportar em anos nos quais retiraria dinheiro.
- Após 12 anos investindo, uma vez com seu objetivo atingido, ele passou a retirar
10% a cada final de ano, para as despesas do ano seguinte. Isso quer dizer que para
780
o ano 13 ele sacou R$ 110.219,04, que dá em média R$ 9.184,92 para ele viver
mensalmente. Nada mal. E assim foi fazendo ano após ano.
- Como ele continuaria investindo e obtendo os mesmos resultados da tabela
anterior, sua retirada anual foi aumentando, já que ele só retirava 10%; menos do
que rendia em média.
- Ao final do ano 16, quando o resultado foi uma perda de -15%, João permaneceu
sacando, pois sabia que aquilo muito provavelmente era só um período ruim, e não
precisava tomar medidas drásticas, ao menos por enquanto. Mesmo assim, para o
ano 17, ele sacou menos em termos absolutos, pois perdera no ano anterior.
- Nos anos 19 e 20 João já conseguia viver com mais de R$ 50 mil reais mensais, e
continuava investindo, para melhorar cada vez mais seu padrão de vida.
- Como podemos ver, o resultado em termos de valores ao final do período foi
menor nesse segundo cenário, pois João abriu mão de um padrão de vida maior (os
mais de 140 mil por mês na hipótese de esperar chegar no ano 20) para poder
usufruir antes de seus esforços, o que também não é ruim, diga-se de passagem.
Tudo depende de quanto se aporta, quanto se rende, e em que momento da vida o

trader/investidor decidirá sacar parte de seus ganhos para poder viver do mercado
financeiro.
Se tem uma coisa que vejo aos montes são os novatos querendo fazer isso em
pouco tempo, uns 2 ou 3 anos, ou pior, em alguns meses. Tudo o que conseguem é
se frustrar, pois ao colocarem essa carga em si, de terem resultados excelentes
nesse curto espaço de tempo, o que é surreal e inexistente do ponto de vista dentro
do risco adequado, eles estarão fadados ao fracasso. Não vão conseguir um
crescimento patrimonial, e mais, perderão o pouco que enviaram para as suas
operações.
CONCLUSÃO
Nesse capítulo você teve uma real demonstração de como é o desenvolvimento do

capital de um trader. Viu desde seu início, montando uma reserva de emergência,
passando pela experiência com ativos de menor risco e um princípio de
diversificação. Até que finalmente vivenciamos o patrimônio sendo construído
através, também, do trading, em que operações foram realizadas no mercado de
câmbio através de CFD com alavancagem.
Ficou claro que não se pega 100 dólares e já vai direto para o Forex tentar ‘alavancar
a banca’, como muitos iniciantes tentam e só servem para alimentar as péssimas
estatísticas desse mercado. O pensamento profissional do trader consistente passa
antes por uma expressiva educação financeira e construção de capital, antes de
iniciar com dinheiro de verdade em ativos voláteis como os pares do Forex.
781
E ao longo de toda essa aula você teve uma imersão intensa sobre a grande
vantagem de não precisar depositar todo o seu dinheiro na corretora. Viu na
prática, com exemplos detalhados, os cenários possíveis, em que adotar a gestão de
capital adequada a mercados alavancados melhorou e muito a rentabilidade do
patrimônio ao longo do tempo. E viu que se esse gerenciamento não fosse utilizado,
teria minimizado o potencial de lucros.
Aqui terminamos as aulas mais práticas sobre o mercado. Ao longo de 25 capítulos

passamos por bastante coisa, desde o conhecimento básico do básico do que é o
Forex, passando pela parte das estratégias, e por fim, estudando a fundo como
funciona o gerenciamento de risco e gestão de capital no mercado de câmbio. Você
também aprendeu como começar no trading do Forex, entendendo toda a jornada
do trader iniciante, até finalmente estar apto a arriscar dinheiro de fato no mercado,
com conta real e enviando dinheiro para o exterior.
Todo esse conhecimento te preparou para buscar o profissionalismo no trading. E

agora depende de você a parte de colocar em prática tudo aquilo que aqui foi
ensinado, sempre tomando suas decisões adequadas ao que preconiza os princípios
do sucesso nesse ramo.
Ainda não acabou, no módulo final te apresentarei um dos paradoxos mais difíceis
de serem aceitos por operadores no mundo todo. Um contrassenso que te diz para
operar concentrando-se no processo, e ignorando o resultado das operações,
especialmente no começo, em que o iniciante está convicto de que precisa ganhar
dinheiro. Ao final desse livro, você estará anos luz à frente daqueles que não
entendem sequer 5% do que você agora já sabe, e poderá buscar o sucesso, rumo
à independência financeira.
782
MÓDULO FINAL
783

PARTE 1
PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS DO
TRADING DE SUCESSO
784
MÓDULO FINAL
PARTE 1 - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO
TRADING DE SUCESSO
Atenção - O que está definido aqui são conceitos não só importantes, mas também
cruciais para ter uma carreira de sucesso no trading. Isso significa que sem eles, ou
melhor, sem acreditar nessas verdades e sem colocá-las em prática, você estará
trilhando o caminho do INsucesso. Estará fadado a perder dinheiro no mercado, e
entrar em um espiral de derrotas e frustrações difícil de sair.
Os traders de sucesso atuais, que realmente são aqueles que se destacam da

gigantesca maioria, entenderam, aceitaram, e aplicaram no dia-a-dia tudo o que
você vai ler abaixo. O que te peço é que dê um voto de confiança, leia tudo até o
final, com a mente aberta, absorvendo esse conhecimento vital para ser lucrativo no
mercado, e algum dia no futuro poder viver de rendimentos vindos de suas
operações e investimentos no mercado financeiro.
785
PRÍCÍPIOS BASILARES DO TRADING DE SUCESSO
Seguem os FATOS de extrema importância para qualquer trader. Mantenha-os

sempre em mente.
- Não há dinheiro fácil no trading
- Você não vai ganhar muito dinheiro de forma rápida
- Lucrar muito e consistentemente vai levar anos
- Você vai ter perdas no trading
- Já que você vai perder, é preciso saber gerenciar o seu risco
- Para gerenciar o risco, o principal é: Não entrar em um trade sem saber

antecipadamente quanto você pode perder se o preço for contra sua posição
- Abrir trade sem Stop Loss é o pior e maior erro de qualquer trader
- Todo trade pode dar errado
- É obrigatório definir o seu risco antes de abrir qualquer operação, sempre (definir
o Stop Loss antes de abrir o trade)
- O sucesso no trading vai depender de quanto de recompensa você almeja em

relação ao seu risco assumido por trade
- O Trader de sucesso, para ser lucrativo, sempre tem como meta a cada trade
ganhar mais do que o valor arriscado;
- Se você não sabe quanto está arriscando por trade, já está errado antes de
começar
- Ter uma estratégia simples, definida e registrada, em detalhes minuciosos, é

inerente ao sucesso
- Nunca arriscar mais do que se está confortável em perder é vital para ser
consistente
786
- Você fracassará se operar sem ter um Trading Plan registrado, abrindo ordens
supostamente com base em um sistema 'na cabeça'
- O trader de sucesso tem um planejamento de trading, escrito ou digitado, mas

que exista de fato
- O trader iniciante só vai ter sucesso se utilizar inicialmente uma única estratégia, e
ficar um mestre nela
- Abrir um trade fora dos critérios da sua estratégia é ser indisciplinado
- Quando você abre uma operação, tudo pode acontecer: perder pouco, perder
muito, ganhar pouco, ganhar muito, ou até mesmo não ganhar nada
- O trader de sucesso passa mais tempo sem operar do que operando; ele passa
mais tempo fora do mercado, do que acompanhando freneticamente o mover do
preço nos gráficos
- Operar pouco é uma características dos grandes. A exposição demasiada ao

mercado é algo destruidor, e é exatamente o que os perdedores fazem, ao
operarem todos os dias
- Você não precisa, nem deve, abrir operações todos os dias. O sucesso é possível
mesmo que aconteça de você passar dias, semanas, sem abrir uma operação sequer
- Abrir muitas operações no dia, e em sequência, é um veneno para o seu sucesso
- Quem ganha dinheiro de fato no mercado são os que abrem poucas operações;
havendo períodos que nem sequer operam, pois a estratégia simplesmente não
mostrou sinal; o resto, que opera demais, freneticamente, e todos os dias, esses
fracassam miseravelmente
- O trader de sucesso registra tudo e em detalhes no seu Diário de Trades; se você

não mantiver o hábito de registrar todas as suas operações, estará fadado ao
fracasso
- Não há garantias no Trading
- Resultados fixos, diários, e constantes no trading, seja em valores ou em

percentual, não existem a longo prazo;
787
- Os resultados do trading são variáveis. Portanto não há ganhos constantes e

ininterruptos. Traders de muito sucesso têm períodos negativos, e isso é normal e
esperado
- Por ser um resultado extremamente variável, não espere viver unicamente dos
ganhos do trading. Trate o trading como um excelente meio para aumentar seu
patrimônio. E um dia poderá viver dos rendimentos do mercado financeiro como
um todo
- O trading deve ser absolutamente simples, complicar te faz ter mais prejuízos
- No trading, menos é mais; analisar muito traz resultados menores ou mesmo

perdas no longo prazo; arriscar demais ou operar demasiadamente gera resultados
inferiores ou prejuízos com o passar do tempo
- Analisar demais não vai melhorar a probabilidade de acertar; procurar o trade

perfeito vai te fazer perder cada vez mais
- Cada trade tem um resultado aleatório, por isso não adianta querer estar certo
- Há uma distribuição aleatória de ganhos e perdas, de acordo com critérios que

definem uma estratégia
- Ao abrir um trade, você não sabe se será lucrativo ou com prejuízo
- O melhor analista do mundo tem a mesma chance de acertar a direção de um

trade, que um cachorro batendo a pata no botão de comprar ou vender tem
- Traders de sucesso nunca têm certeza do próximo movimento do preço; eles

sabem que a incerteza impera no mercado financeiro
- Não existe "acertar" ou "errar" uma operação; não se opera visando tentar acertar
para onde o preço vai
- No trading você só avalia se 'acertou' ou 'errou' em relação a ter ou não cumprido

seu planejamento à risca
- Ao obedecer a seu plano, você acertou. O resultado é irrelevante. Ao não seguir

os seus critérios, você errou, não importa se ganhar ou perder
788
- Apesar da aleatoriedade do resultado de cada trade, o mercado segue padrões

que se repetem, e quem consegue identificar e operar esses padrões é quem
consegue lucrar no mercado
- Operar com lote muito alto, visando ganhar mais, vai te fazer perder seu capital
- Robôs de trading lucrativos existem, mas rendem muito menos do que a maioria
acredita
- Se alguém te oferecer serviços de administração de dinheiro no trading, de

qualquer tipo, há 99,9% de chances de você ser dar mal se aceitar
- Operar seu próprio capital é melhor que deixá-lo na mão de outro
- Ganhos no trading são algo bem diferente do que a maioria acredita, e que muitos
pilantras e iludidos propagam por aí
- Um rendimento médio entre 2% e 5% ao mês ao longo dos anos, te fará ser um

dos melhores traders do mundo, e você poderá ser multimilionário com os juros
compostos
CONCLUSÃO
Esses são os princípios para se ter sucesso no Forex e no trading em geral. Acreditar
nelas o quanto antes vai te proteger de ter problemas na sua caminhada.
Muitas dessas verdades são difíceis de digerir, e você até pode pensar que são fruto
de opinião própria e particular de uma minoria de traders. E você está certo,
somente um pequeno grupo acredita nessas verdades. Porém aqueles que
realmente ganham no mercado fazem parte dessa minoria. O resto são os 99%,
perdem constantemente, e não acreditam nessas verdades do trading.
Então se você tem um pensamento diferente, mude-o o quanto antes, proteja seu
capital, e tenha a chance de fazer lucros consistentes nesse ambiente tão hostil que
é o mercado.
789

PARTE 2
A IMPORTÂNCIA DO
PROCESSO
790
MÓDULO FINAL
PARTE 2 - A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO
Todos os dias durante a minha trajetória nesse mercado eu me deparo com traders
entrando nesse mundo. As histórias são muito parecidas com a minha quando
comecei. Viemos para o trading na expectativa de ganhar dinheiro, muito dinheiro.
Queremos ser bons nas operações, acertar a direção do mercado, e ganhar com os
fortes e rápidos movimentos do preço.
No começo tudo são flores. Operamos em conta demo, conhecemos as corretoras,

entramos em grupos de trading, onde diversas pessoas postam análises bem
elaboradas, operações lucrativas, vemos muitos take profits, histórico de resultados
com ganhos significativos. Algumas pessoas “chatas” ficam insistindo em coisas que
não fazem sentido. “Operar pouco”, “99% perde dinheiro”, “começar devagar”,
“fazer backtestes”, “operar bastante na demo”... Eu hein! Isso parece tão inútil. O que
queremos mesmo é ganhar dinheiro todo dia, de preferência assim que
começamos.
Alguns até vão para a conta demonstrativa, mas ao conseguirem ganhar em umas
poucas operações, já se sentem dignos de mandar dinheiro para a corretora e
operar em conta real. Afinal, se foi tão simples ganhar na demo, que é uma
simulação da conta real, é só fazer a mesma coisa, mas no mercado ao vivo, em
791
conta de negociação verdadeira, não essa conta demo que só serve pra quem é
iniciante mesmo (sqn).
Perceba que estou sendo irônico nas minhas palavras e logo você vai entender o
porquê. O foco aqui é entender como a maioria dos traders entram nesse ramo,
com as ideias erradas, e uma falsa sensação de que ganhar dinheiro é fácil. Óbvio, é
só clicar em comprar ou vender, e esperar o mercado ir a favor. Até pensam na
possibilidade de o preço ir contra e gerar prejuízo, mas o foco em ganhar é tão
grande que ignoram essa realidade.
PROCESSO VERSUS RESULTADO
Na aula 16 você aprendeu qual é o caminho do trader iniciante. Você viu que é
preciso estudar, estabelecer uma estratégia, elaborar um planejamento, testar a
técnica no passado, treinar na conta demo, operar na real com pouco dinheiro, para
só então estar apto a investir de verdade nisso. E esse processo leva tempo, o que
para muitos é, e deveria ser, muito tempo.
Alguns podem conseguir passar por tudo isso mais rápido, talvez poucos meses,
mas outros podem levar anos, que foi o meu caso. A maioria que hoje é consistente
levou sim anos e anos para aprender, pois não é natural para a nossa mente todos
os conceitos de como se atinge o sucesso nesse mercado. Nosso corpo resiste com
todas as forças aos princípios fundamentais do trading de sucesso, querendo
ignorar esse conhecimento e partir para a prática desenfreada de operar, operar e
operar.
No começo tentamos vencer o mercado na base da força. Pensamos que “quanto

mais nos esforçarmos, mas ganharemos dinheiro”! Não é bem assim. Ok, o esforço é
extremamente importante, mas fazemos isso errado. Direcionamos nossa força para
a análise, tentando acertar para onde o preço vai. Olhamos notícias, gráficos,
indicadores, pesquisamos na internet, fóruns, grupos de mídia social, na busca de
validar o que pensamos sobre determinado ativo, para poder entrar com tudo em
operações naquela direção.
Traders ao redor do mundo lutam diariamente uma guerra perdida. Vejo inúmeros
desses testando várias e várias estratégias direto na conta real. Compram robôs
diferentes na busca daquele que vai dar a vida dos sonhos. Gastam fortunas em
cursos que só fazem ensinar mais estratégias. Assistem horas e horas de vídeos no
YouTube, mas estão absorvendo ideias erradas, falsos mentores supostamente
comprovando seu sucesso somente por operar contas altas, ou com lotes absurdos.
É o famoso “boletar alto”, uma prática recorrente que leva muitos à ilusão do ganho
fácil, e acabam dando credibilidade a pessoas desprovidas dela. Ainda outros
tentam supostamente comprovar sua consistência com resultados de pouquíssimo
792
tempo. Chegam a mostrar um único mês no lucro, onde o resultado foi expressivo,
e têm a cara de pau de dizer que “vivem de trading”.
Esforços são direcionados para coisas que não agregam valor real ao seu
desenvolvimento como trader de sucesso. Foca-se muito em notícias, dados
econômicos mundiais, na busca de pegar algum forte movimento e galgar alguns
pontos. Se esforçam em buscar a plataforma da moda, o site mais atual, o grupo
com mais participantes “por dentro” do mercado.
Outro esforço inútil, e esse é bastante difundido, é tentar criar as mais desvairadas
ideias para evitar o inevitável, as perdas. Perder é natural, faz parte do processo, é
como um empreendedor que precisa pagar os custos de seu negócio. As perdas
são os custos que precisamos ter até encontrarmos os trades lucrativos. O esforço
de muitos hoje é em evitar ao máximo os stops. Estratégias como Martingale, preço
médio sem stop, “grid”, e até o hedge entram na lista das artimanhas para evitar
algo impossível de não se ter, os prejuízos.
Ao longo dos anos me deparei com vários desses, tentando tornar oficial algo que é
contra princípios básicos. Operar sem stop, você viu o quanto é perigoso, e não só
perigoso, é certeza de fracasso no longo prazo. Fazer Hedge, que é uma
abordagem de mercado completamente diferente do trading especulativo, usada
em contexto totalmente longe das operações que fazemos no dia-a-dia. Outra coisa
que tenta com todas as forças evitar o stop é acreditar que há um complô de
corretoras para “caçar stops”. Uma prática que pode existir em empresas maliciosas,
sim, mas não no mercado normal, o Forex de Varejo com corretoras
regulamentadas. O que ocorre é que tentam jogar a culpa de sua irresponsabilidade
nesse suposto “esquema”.
Há um esforço massivo de traders inexperientes e teimosos em evitar algo tão

comum e natural, a perda. Sempre surgem novas táticas para essa tentativa
frustrada de tentar se esquivar do prejuízo, mas essas que citei são as principais,
delas saem outras atrocidades. Você precisa entender que todo o esforço feito
ultimamente no mercado, e que é incentivado por muitos internet à fora, está sendo
direcionado para o lugar errado.
Esse esforço voraz dos dias de hoje não está certo. O local certo de focar essa
determinação é algo tão tedioso, que ninguém dá a mínima. O esforço correto deve
ser em seguir os passos mencionados no capítulo 16. O iniciante que quiser começar
corretamente, esse vai levar somente alguns poucos meses para aprender tudo o
que precisa para buscar o sucesso no trading (o que é raro de acontecer no início
da caminhada). Só que a forma como ele vai direcionar seu esforço será bem
diferente.
793
O ESFORÇO DIRECIONADO
Se você quiser ter sucesso nos primeiros momentos de sua carreira, precisará seguir
o passo a passo mostrado a seguir, direcionando seu esforço para o processo. Isso
significa que sua atenção agora não está em ganhar dinheiro, mas sim, se dedicar a
cada etapa do seu desenvolvimento pessoal como trader consistente. Apesar de
você já ter estudado esse esquema no capítulo 16, aqui eu vou te apresentar onde
você deve direcionar seu foco, e quais métodos e abordagens você deve concentrar
a força. Também te mostrarei onde não aplicar demasiado esforço, ao contrário do
que a maioria faz.
O esforço deve ser direcionado para as áreas descritas em cada um dos itens a
seguir.
Estudar o Mercado
- Onde se concentrar
Aprender sobre funcionamento do mercado, gerenciamento de risco, e mentalidade

adequada. Mas aqui você precisa se destacar por dedicar muito tempo na parte de
gerenciamento e mentalidade. Irá aprender e praticar todos os conceitos que você
estudou no módulo 3 desse curso. Vai ver e rever, até ficar craque no cálculo do
risco, e manejo de operações para melhor relação risco retorno.
- Onde não direcionar muito esforço
Os que fracassam no trading se concentram em estudar diversas estratégias, e ficam

muito tempo aprendendo os mais diferentes operacionais. Se esforçam para
aprender sistemas, indicadores, padrões de Price Action, estratégias com notícias,
Tape Reading, análise fundamentalista, entre tantas outras coisas, que nada mais são
do que simples ferramentas para identificar padrões, sendo muitas delas ruins até
para isso. Quando estudam gerenciamento de risco e controle psicológico, não se
aprofundam nesse conhecimento, ficando sempre na parte superficial,
completamente insuficiente para se ter o mínimo adequado ao trading lucrativo.
Desenvolver uma Estratégia SIMPLES e Colocar em um

Planejamento
Aqui seu distanciamento das atitudes dos iniciantes comuns será o fato de caprichar
em uma bela peça de planejamento, com detalhes bem importantes, tentando
794
fechar todas as brechas que imaginar. Irá buscar a fundo sobre Trading Plans de
outros traders, traders consistentes. E vai fazer de tudo para ter em suas mãos um
verdadeiro esboço de viagem espacial, de tão completo e organizado.
Fazer errado seria adotar a atitude de se concentrar em operar com várias

estratégias, ou mesmo um ou dois sistemas, mas com variáveis tão complicadas,
que não é possível fazer um único backteste objetivo. E pra completar a prática
perniciosa, fazer tudo isso sem um plano registrado.
Acredita-se que mais estratégias gerarão mais oportunidades, e assim, mais

oportunidades implicariam em mais lucro. Por isso há uma dedicação muito grande,
e errada, em aprender o máximo de setups possível. Mas você já viu nos princípios
fundamentais que no Forex mais é menos. Operar mais é inversamente proporcional
aos lucros, ou seja, quanto mais operar, pior vai ser para seu resultado. Logo,
quanto mais estratégias forem usadas, ou quanto mais complicado ficar um sistema,
a consequência serão perdas ainda maiores.
Por fim, seria ir totalmente na contramão do sucesso adotar o mal hábito de querer
fazer tudo ‘de cabeça’, sem ao menos uma página de anotações sobre seu sistema.
Fazer Backtestes na sua Estratégia no Passado
Será preciso fazer centenas, milhares de operações, como se tivesse viajado no

tempo, unicamente para verificar se sua abordagem daria lucros e em que
proporção esse sucesso viria. Esse é o backteste manual, onde você deve dedicar
recursos e tempo. Aqui é onde o trader iniciante disciplinado mais vai se dedicar.
Essa fase pode levar meses! Pois não é só fazer uma constatação visual da coisa
toda. Definitivamente não. Você deve anotar e registrar tudo em diário de trading,
que será seu relatório operacional do backteste. Um verdadeiro documento extenso
e cheio de informações sobre cada operação realizada durante os testes, de
preferência com prints e observações detalhadas de cada uma delas. Com esse
documento detalhado, você terá a base para buscar um operacional livre de viés e
fundamentado em estatísticas confiáveis
Um trader amigo meu costuma dizer: “As pessoas temem o que não conhecem”. Ele
quer dizer que fazer backtestes e conhecer as estatísticas do seu sistema te dará
confiança em operar, pois você já viu que é algo com propriedade. Ou seja, uma
abordagem que já deu lucros no passado tem ótimas chances de repetir o sucesso
nos anos seguintes.
795
Iniciantes muitas vezes querem fazer testes em robôs de forma mais frequente, sem
ao menos nem saber como se faz um backteste manual. O teste no passado das
estratégias, feito ‘na mão’, voltando o gráfico, ou com ferramentas que facilitem essa
visualização de anos anteriores, dá uma ajuda brutal no desenvolvimento de seu
tempo de tela.
Vejo muitos traders querendo ganhar experiência de gráfico acompanhando o

mercado ao vivo por várias horas no dia, e dedicando muito esforço a essa
atividade. Não! Está errado! Para ganhar tempo de tela e maturidade é preciso se
concentrar em fazer testes, backtestes, muitos deles! E não ficar bitolado na frente
do gráfico por horas a fio, querendo virar profissional por osmose.
Aplicar a Estratégia Testada e Comprovada
É preciso primeiramente fazer isso em conta demonstrativa. A conta demo que as

corretoras permitem abrir gratuitamente é uma excelente ferramenta, mas não para
descobrir se a estratégia é lucrativa, pois isso é feito através de backtestes. A conta
demo servirá para replicar o operacional dos testes, porém agora com o mercado
se movimentando ao vivo. Aqui você precisa se concentrar para aplicar os conceitos
de disciplina em seguir a estratégia testada, calcular o lote adequado ao risco de
cada operação, e ficar atento ao aparecimento do padrão escolhido, seu setup, seu
conjunto de critérios que definem o modelo, o sistema de negociação.
Essa fase pode levar o tempo que for preciso até que se sinta confiante de que
executa sua estratégia com a menor incidência de erros possível. Aqui precisa
trabalhar o operacional para não errar na hora de colocar o lote, não errar o par
operado, não errar o padrão, isto é, só operar quando aparecer realmente a
confluência de fatores estabelecida no plano, operar sem dúvida de que aquele sinal
é de fato o da sua estratégia testada. Esses e outros erros que podem prejudicar
seus resultados devem ser evitados ao máximo, e isso se treina na conta demo.
É com o mercado se movimentando ao vivo que você terá seu primeiro contato
com a tentativa de controlar o emocional. Aqui ainda não há dinheiro real em risco,
mas já dá para sentir bem de leve a sensação de estar ‘vendo o jogo acontecer’, já
que é aquele movimento que todos estão visualizando ao mesmo tempo.
796
Definitivamente não se pode operar em conta real imediatamente após os

backtestes. Há um esforço muito grande de traders que mal verificaram seus
estudos no passado (se é que o fizeram) em tentar conseguir as melhores condições
para operar com dinheiro de fato. Buscam as corretoras com as condições mais
atraentes, ou saem à procura de métodos de envio de dinheiro com o menor custo
possível, já para poder operar. Em vez de dedicar tempo a fazer essas operações na
conta demo, o interesse em começar na real é tão grande que pulam essa etapa
muito frequentemente.
Arriscar um Valor Ínfimo por Operação.
Aqui o esforço deve ser direcionado para conter o ímpeto de arriscar muito. Esse é
o primeiro passo mais dentro da realidade possível, pois haverá dinheiro real sendo
arriscado. Como é um dinheiro considerado de pequena importância (deve ser),
então aqui o foco é trabalhar o processo de arriscar pouco. Certamente a tentação
de querer ganhar dinheiro será gigantesca, e a cada trade ficará mais evidente isso.
Essa fase precisa durar muito tempo. Vários traders consistentes ficam anos nesse
processo, pois entenderam que arriscar mais atrapalha seu psicológico, e decidem
focar na aprendizagem do autocontrole. Arriscar pouco é a forma mais adequada
de trabalhar isso. Aqui o esforço é enorme, você sofrerá grandes tentações para
arriscar mais, ou para começar com mais dinheiro antes de se sentir firme. Sentirá a
falsa sensação de que já pode iniciar, especialmente após uma série positiva nas
suas negociações. Nunca é demais lembrar que períodos ruins são tão comuns
como água, e muito provavelmente no exato momento em que decidir arriscar
mais, passará por um desses. O efeito é devastador.
Por isso se esforce e concentre-se no processo. Você precisa treinar seu operacional
para arriscar pouco desde agora. Entenda, não confunda, nessa fase o risco é de
fato ínfimo, algo como 0,1% de seu patrimônio, ou menos. Tem que ser dinheiro
preparado para perder, e mesmo assim não ficar emotivo. É algo como 5 centavos
que cai no chão e você nem se dá conta, esse é o segredo nessa parte. Quando de
fato sair dessa fase, que acontece progressivamente, o risco ainda será baixo, mas
não tão minúsculo. Algo como 0,3%, ou meio porcento. O risco de suas operações
não pode ser superior a um valor que você não aguenta perder em sequência.
Muitos falam em 2% por operação, mas se nos backtestes você tiver verificado que
uma sequência de 10 stops é possível, será que aguentaria ver seu patrimônio
derreter 20%? Ok, em caso de redução do risco proporcional, então não seriam
797
exatos 20%. Mas entende que o rebaixamento pode te afetar? Então arrisque algo
que mesmo após uma grande sequência de stops, você permaneça vivo, e não só
isso, mas permaneça focado na disciplina, executando seus trades sem hesitar.
Nessa parte o grande perigo é esquecer-se dos testes que fez no passado, e do
período treinando em conta demonstrativa. A consequência é querer se dedicar nas
análises para tentar acertar o próximo movimento do preço, afinal, há dinheiro de
verdade em risco. Como as possíveis perdas agora serão prejuízos reais, haverá a
tentação de sentir medo, e esse sentimento leva o trader a passar muito tempo
buscando validar sua estratégia, com base em critérios que não fazem parte de seu
planejamento.
Vejo muitas perguntas de novatos querendo saber se determinada variável tem

força para fazer o preço de um ativo qualquer cair ou subir. Questionam se uma
notícia vai ser impactante para alta, ou se uma Linha de Tendência de Baixa próxima
pode empurrar o preço para a queda. Outros pedem para alguém os ajudar em
identificar melhor uma média móvel (indicador), escolhendo períodos possivelmente
mais prováveis, e ainda outros externam seus receios com padrões de
comportamento de preço alheios ao seu plano. Eu sempre respondo com outra
pergunta: “O que tem no seu planejamento sobre isso?!”. As respostas são sempre
as mesmas: ou não se tem um plano, ou o plano é tão confuso e subjetivo que a
pessoa fica à mercê da aleatoriedade completamente, e não se dá conta disso.
Quando começar a operar com dinheiro real, ainda que na fase de arriscar o
mínimo possível, concentre-se em executar fielmente o que fez nos testes, e o que
treinou na conta demo. Ignore completamente os resultados. Aquele valor que você
arrisca por operação é para perder e não sentir nada. O objetivo dessa fase não é
lucrar! Definitivamente não! O foco aqui é aplicar, com dinheiro real, exatamente o
que fez nas fases anteriores. Se tiver lucro, é consequência da disciplina e do
momento do mercado. Mas ter prejuízos é perfeitamente normal, totalmente
plausível, e até desejável a um certo ponto, pois você estará adquirindo a habilidade
de ignorar as perdas.
Atente ao que falei por último: quando iniciar em conta real, arriscando pouco
dinheiro, se você perder, mas perder fazendo a coisa certa, isso será para você um
aprendizado como nenhum outro! Sua mente estará se adaptando às perdas, e isso
não é ruim, totalmente pelo contrário, acostumar sua mente a perder e não sentir
nada é o que buscamos na mentalidade do trading de sucesso. Eu sei que isso vai
na contramão do que qualquer coach falaria. “Acostumar-se com prejuízos? Com
certeza não!” é o que diriam. Mas o trading está cheio de paradoxos, e um deles
798
certamente é levar sua mente a um estado de completo desapego ao dinheiro

perdido ou ganhado.
Não é pra rasgar dinheiro, gostar de perder, ou focar em jogar dinheiro fora, mas
sim, se acostumar a ignorar os resultados, sejam eles negativos ou positivos. Uma
vez com a mentalidade habituada a agir independentemente do resultado das
últimas operações, seu operacional será extremamente mecânico e objetivo, que é o
padrão mental de um trader de sucesso.
Entendeu como funciona?
Esse é o processo indicado para iniciantes, o

processo que todos deveriam fazer antes de
começar a operar com dinheiro real.
Sabe quantos fazem isso de início? Quase ninguém. Como disse o grande Mark
Douglas, somente alguém treinando desde cedo nesse mercado, com pais ou
tutores próximos que já passaram por isso. E ainda assim é capaz de fazerem
besteira. Então, mesmo sabendo que muitos dos leitores não fazem nem metade
dessas etapas, deixo aqui registrado para que algum dia no futuro esses passos
voltem à sua mente. Caso você não siga esse passo a passo, ou até tente seguir,
mas não com a intensidade necessária, sua jornada será difícil. Quando perceber
que algo não está certo, lembre-se do que ensinei aqui. Mas se você estiver
realmente determinado a passar a fase inicial o mais rápido possível, então:
FOQUE NO PROCESSO, NÃO NO RESULTADO
Esqueça ganhar dinheiro agora! É preciso perder no começo para poder ganhar no
futuro. Se você vai perder no começo, não fique se esforçando demais em ganhar
logo no início da sua jornada. Essa trajetória de trader dura uma vida toda, então o
que são alguns poucos meses até desenvolver a disciplina e mentalidade necessária
para ser um trader lucrativo?
O resultado virá, acredite. Mas só chegará para aqueles que não pensarem nele,
pelo menos não no começo. E mesmo com o passar dos anos, você entenderá que
o crescimento patrimonial é automático, fruto das atitudes corretas. Sempre que
focar em ganhar dinheiro, irá perder. Sempre que sua atenção for executar o
799
processo com excelência, irá galgar os frutos do sucesso, aumento de capital, e será
lucrativo.
Pense em desenvolver as habilidades de trader de sucesso: Paciência, autocontrole,

disciplina, e assim os ganhos serão consequência. Mas se pensar em ganhar
dinheiro, o resultado será que você vai perdê-lo, tão certo como 2+2 são 4.
Sabe outra forma de perder dinheiro em um estalar de dedos? Operar para tentar
“viver de trading”. Começar no mercado para tentar tirar dinheiro e pagar contas é
colocar uma carga enorme em si, e assim você estará afundando qualquer hipótese
de ter um grande patrimônio no longo prazo. Não só por matar os juros
compostos, mas por não conseguir o autocontrole psicológico insano exigido nesse
ramo.
E quer ver o pior de tudo? É alguém que começa nesse mercado para tentar ganhar
dinheiro no início usando dinheiro que não pode perder. Seja emprestado, ou de
suas economias para emergência, ou ainda, vende bens para ter capital e começar.
Esses são os que mais me dói ver fracassarem. Estão completamente perdidos, não
sabem o que fazem, estão dando um tiro no escuro, em uma sala cheia de bombas,
infestada de cobras venenosas, dentro de um navio radioativo, a caminho de um
país de terroristas. Será que eu enfatizei o suficiente? Acho que não. É pior!
Não siga esse caminho, mais uma vez, foque no processo, esqueça o resultado. Os
ganhos virão ao longo do tempo, com o passar dos anos, como consequência de
sua disciplina em esforçar-se da maneira correta.
CONCLUSÃO
Nessa aula você aprendeu a importância do processo para se tornar um trader

consistente, e poder ganhar dinheiro no longo prazo. Viu que não importa o quanto
se esforce, se dedique, se empenhe; se não fizer isso bem direcionado, estará
caminhando a passos largos para o fracasso. Por isso muitas pessoas que se julgam
determinadas e esforçadas desistem do trading, sem entender o que aconteceu. Por
vezes o problema não é falta de foco, muito menos o mercado; apenas não se
concentraram onde deveria: no processo, não no resultado.
800
E AGORA?
Muito bem, até aqui você aprendeu bastante. Se seguir os princípios ensinados
nesse livro, não tenho dúvidas de que estará no caminho certo para ter sucesso no
trading, em relação à parte estratégica, de gerenciamento, disciplina e
conhecimento desse mercado, sua estrutura, participantes, e abordagens usadas.
Porém o aprendizado definitivamente não se esgota aqui. É preciso, é

importantíssimo que você se especialize em gerenciamento de risco, e também na
parte psicológica por trás do mercado. Existe uma forma extremamente específica
de como lidar com o trading, pois o mercado é cruel com as pessoas que tentam
encará-lo de maneira inadequada.
Todos os dias são gastos milhões e milhões em marketing, tentando atrair novas
pessoas para esse meio. O problema é que mostram a face errada do mercado, e
fazem isso ao incentivarem operações em desacordo com os princípios
fundamentais, insistindo que comece operar com dinheiro real, oferecendo diversos
bônus, em um apelo interminável para que você opere muito e frequentemente.
Se você ceder a essas tentações, inexoravelmente fará parte da estatística dos que
perdem dinheiro nesse mercado, podendo chegar a perder tudo que disponibilizar
para esse sistema.
801
É preciso entender como o mercado funciona, e saber abordá-lo da maneira certa.

E a parte de gerenciamento de risco, gestão de capital e controle psicológico são
tão importantes quanto ter dinheiro para operar. Sem um ou outro, simplesmente
não se faz nada. Pior, se não tiver dinheiro para operar, ao menos não vai perdê-lo.
Mas se tiver capital e fizer errado, irá ficar para trás e ter prejuízos.
Então, para não te deixar na mão desse sistema feroz, eu preparei ainda mais aulas
gratuitas, disponíveis no site e no canal do YouTube listados nesse livro. Você
poderá acessá-los para continuar seus estudos, e entender esse mundo do risco e
mentalidade. Será de grande ajuda para o seu sucesso que continue seus estudos
no site e no canal, com os materiais preparados para você. Lá será possível acessar
tanto o material escrito, como também várias vídeo aulas completas sobre cada
assunto.
Você também vai encontrar mais sobre os ensinamentos corretos de administração

do risco e do capital, a parte prática de como desenvolver seu sistema, Trading Plan,
Diário de Trades, como fazer backtestes, como e quanto enviar para a corretora
quando decidir começar. Aprenderá sobre a tributação no Forex, o tão complicado
imposto de renda, que será bem detalhado para você ficar quite com a Receita.
Esses e muitos outros conteúdos de qualidade para você usufruir e se tornar cada
vez mais um Trader Investidor Profissional.
Garanto a você que se der uma chance a esse conhecimento, e usá-lo no seu dia-a-
dia, estará muito bem preparado, e certamente vai se encontrar à frente da massa
dos traders que só fazem alimentar o sistema.
AGRADECIMENTO FINAL
Fico feliz de ter te ajudado até aqui, e espero um dia poder te encontrar e saber que
você obteve sucesso com os ensinamentos desse livro. Meu desejo é que sejam
bem sucedidos todos aqueles que aprenderam a forma correta de operar, e
alcançando assim um grande patrimônio ao participar do mercado financeiro,
especialmente no Forex.
Que Deus te abençoe.
Enéias Nascimento
802
SITE PARA MAIS ESTUDOS E DOWNLOAD DE MATERIAIS
CANAL DO YOUTUBE COM VÍDEO AULAS E ANÁLISES DE MERCAD O

https://bit.ly/34RMMfS
803
O mercado Forex tem se destacado nas últimas décadas por permitir a

pessoas comuns conseguirem aumentar o seu patrimônio
significativamente. O amplo acesso aos mais variados participantes
tornou tudo muito fácil. Mas não se engane, o trading no mercado de
câmbio exige conhecimento, disciplina e experiência.
Nessa obra eu te apresentarei o Forex de uma forma que você nunca

viu. Também te mostrarei o caminho das pedras, o qual eu e outros
traders consistentes passaram, até finalmente mudarem a mentalidade,
e aprenderem como de fato se ganha dinheiro no trading com moedas
ao redor do mundo.
O livro é fruto de mais de 10 anos de experiência nesse mercado. Tenha

certeza de que estará estudando o melhor conteúdo, e tudo
concentrado nesse único lugar.
Forex - O Maior Mercado do Mundo

Enéias Nascimento
804

Livro Forex - o Maior Mercado Do Mundo - 1 Edição

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2020 - Eu Sou Trader Investidor - Enéias Nascimento

FOREX - O Maior Mercado do Mundo - www.eusoutraderinvestidor.com

Autor: ENÉIAS NASCIMENTO

Forex - O Maior Mercado do Mundo

CAPÍTULO 2 - Entendendo as Cotações

CAPÍTULO 5 - Horários e Sessões no Forex

MÓDULO 2 - SISTEMAS E ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO

CAPÍTULO 6 - Conhecendo o Price Action

CAPÍTULO 7 - Tipos de Gráficos e Time Frames

CAPÍTULO 8 - Price Action na Prática

CAPÍTULO 10 - Tipos de Ordens

MÓDULO 3 - GERENCIAMENTO DE RISCO

CAPÍTULO 11 - Gerenciamento de Risco - O Princípio Mais Importante

CAPÍTULO 12 - Como Funcionam os Lotes

CAPÍTULO 14 - Definindo o Risco

CAPÍTULO 15 – O Segredo dos Vencedores

CAPÍTULO 16 - O Caminho do Trader Iniciante

CAPÍTULO 18 - Como Abrir uma Conta no Forex - Real e Demonstrativa

CAPÍTULO 20 - Usando a Plataforma

CAPÍTULO 21 - O que é e Como Funciona a Alavancagem

CAPÍTULO 22 - Controle de Patrimônio e Conceitos de Educação Financeira

CAPÍTULO 24 - Custos no Forex

CAPÍTULO 25 - A Trajetória de um Trader e sua Rentabilidade no Forex

PARTE 2 - A Importância do Processo

Ao final do livro, você terá um entendimento completo e adequado do Forex e de

Os iniciantes ingênuos buscam desenfreadamente um sistema milagroso, que os

O maior mercado do mundo, Forex, o qual está prestes a aprender, e a atividade do

Fique atento, porém, aos artigos e vídeos divulgados constantemente no site e no

Deixo agora você desfrutar de cada página do livro, aproveitando ao máximo o

Um forte abraço e que Deus ilumine seus caminhos sempre.

FOREX - O Maior Mercado do Mundo

Vamos começar aprendendo os conceitos mais iniciais desse mercado. É através

O nome “FOREX” é a abreviatura de “Foreing Exchange”, que traduzida literalmente

Tamanho e Funcionamento do Mercado

O mercado Forex é o maior e mais líquido mercado

“Já que é um ‘mercado’, o que se negocia nele?”

No Forex, como foi explicado, os

Moeda País Símbolo no Forex

De todas as moedas negociadas no mundo, o dólar americano (USD) se sobressai

Sempre que negociamos no Forex, fazemos através de pares de moedas (não se

Quem são os operadores desse mercado?

Bancos - O mercado interbancário permite a

Governos e Bancos Centrais - O Banco Central de um país pode desempenhar um

Fundos de Hedge - A grande maioria das transações de câmbio são de natureza

Investidores - Empresas de investimentos que gerenciam carteiras para seus clientes

Traders de Varejo - E finalmente chegamos aos traders de varejo (eu e você). A

NEGOCIAÇÃO ATRAVÉS DE PARES

Já que no Forex o ativo negociado é o dinheiro, ele é um mercado bem peculiar. Ou

“Para comprar dinheiro,

“Mas como raios isso funciona?”

Digamos que um europeu acredita que a economia do Japão vai piorar e a

“Como assim uma ‘venda’?”

Ocorrerão duas operações, pois há dois envolvidos em uma negociação de

É como quando compramos e vendemos qualquer bem, um carro por exemplo. O

O Brilhante Funcionamento do Mercado de Câmbio

Voltando ao exemplo do trader europeu que desejava comprar libras pagando em

Ao negociar em uma corretora, e informar o intuito de realizar essa negociação, a

Essa explicação do processo de funcionamento do Forex é importante para que

Principais Pares de Moedas

Como dito anteriormente, o dólar, USD, é a moeda mais importante do mercado de

• EURGBP, EURAUD, EURNZD, EURCAD, EURCHF, EURJPY

Portanto, ao todo temos 28 pares mais negociados no Forex, 7 com o dólar

comportamento do mercado. Algumas dessas características serão bem visíveis