Argentina, Brasil, Chile e México nos anos 1990

Copyright © 2012 Liber Livro Editora Lrda.

É proibida a reprodução total ou parcial desta publicação,

por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito, da editora.

Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

de 1999, que entrou em vigor no Brasil em 2009.

Conselho Editorial
Bernardete A. Gatti, Iria Brzezinski, Maria Celia de Abreu, Osmar Favero,
Pedro Demo, Rogério de Andrade Córdova, Sofia Lerche Vieira.

Revisão
Rosiver Pavan
Sueli T. Melo

Projeto gráfico e diagramaçâo

Sarnuel Tabosa de Castro

Impressão e acabamento
Gráfica e Editora Viena Ltda.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

K91p

Krawczyk, Nora Rut.

Uma perspectiva histórico-sociológica da reforma educacional na América Latina:
Argentina, Brasil, Chile e México nos anos 19901 Nora Rut Krawczyk ; Vera Lúcia
Vieira - Brasília: Liber Livro, 2012.
164 p. 22,5 cm.

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7963-086-6

1. Educação 2. Reforma educacional 3. América Latina 4. Pesquisa educacional

5. Escola 6. Sistema educacional - Gestão I. Vera Lúcia Vieira 11. Título

CDU - 371.21(7/8=13)

Índices para catálogo sistemático:

1. Educação: América Latina: Gestão escolar 371.21(7/8=13)
2. Gestão escolar: América Latina 371.21(7/8=13)

Liber Livro Editora Ltda,

CLN Qd. 315, Bloco "B" Sala 81
Asa Norte - 70774-520 - Brasília-DF
Fone: (61) 3965-96671 Fax: (61) 3965-9668
editora@Liber Livro.com.br 1 www.LiberLivro.com.br
 NOTA DAS AUTORAS PARA
A SEGUNDA EDIÇÃO

Este livro é resultado do esforço e da ousadia de duas pesquisadoras

que vêm desenvolvendo, em suas instituições, a linha de pesquisa de
estudos latino-americanos. Para esta edição do livro, decidimos inverter
o título, destacando a originalidade da obra: a proposta metodológica
de um diálogo interdisciplinar para a análise da reforma educacional na
América Latina.
A Reforma Educacional na América Latina nos anos 1990 - uma
perspectiva histórico-sociológica, publicado no Brasil em 2008, com
sua primeira edição esgotada, partiu de uma pesquisa documental
realizada in loco em cada um dos países estudados. Tem como eixo
compreender as especificidades ou particularidades das concretizações
nacionais da reforma educacional na região, não apenas no contexto da
mundialização, mas levando em conta também a historicidade inerente
a cada um dos casos.
A década de 90 do século XX demarca, sem dúvida, o início das
políticas educacionais na América Latina, que produzem, na organização
e na gestão do sistema educacional, câmbios estruturais importantes
que expressam uma nova organicidade, vinculada à transformação
do modelo de integração social vigente até esse momento, em graus
distintos, na região. Essas mudanças concretizaram-se com o abandono
da ideia de ser o Estado o único provedor da educação, da reconfiguração
do espaço público e de um processo de descentralização, sendo todas
elas encobertas por um discurso democratizante, participativo e de
responsabilidade social.
Neste início do novo século, temos assistido à ascensão ao poder
político, em muitos dos países da região, de líderes associados ao amplo
espectro chamado de centro-esquerda. Mas, em linhas gerais, podemos
dizer que não houve nem há uma desconstrução do ocorrido na década
anterior, e, sim, um intento de "regulamentar a desregulamentação" Ao
mesmo tempo, mantém-se uma governabilidade baseada na presença
silenciosa do setor privado, principalmente naqueles países onde o
empresariado se tem organizado coletivamente. No limiar do século
XX, frente à desvalorização do setor público e ao desmonte do projeto
solidário próprio do Estado de bem -estar, esse setor da sociedade passou
a ocupar espaços importantes, no âmbito tanto de definição das políticas
educacionais quanto de sua implernentação, através de organizações de
diferentes tipos - fundações, movimentos, ONGs, etc. Assim, continua
se fortalecendo, inclusive com o apoio do poder público, e vem ganhando
cada vez mais espaço e possibilidades de pressão política, em nome de
um projeto societário com "responsabilidade social" compartilhada, que
represente o "interesse geral" e, principalmente, responda às exigências
da dinâmica econômica contemporânea.
Hoje, talvez, possamos entender melhor que a reconfiguração do
Estado e do espaço público não significa, simplesmente, a mudança
de uma lógica de gestão - tão bem identificada no conceito de quase
mercado'. Ela indica, principalmente, o esvaziamento de sentido do
"público" para a construção de um projeto de integração social num
modelo societal solidário, diante da força que têm tomado os "mercados
competitivos" nas últimas décadas, no âmbito internacional. Tal como
afirma Borj (2005), podemos dizer que estamos frente a uma "paradoxal
democracia" com crescimento das expectativas igualitárias junto com o
aumento simultâneo da desigualdade social.
No entanto, no interior de cada um dos países em que as tendências
globalizantes de imposição de modelos institucionais se concretizam,
constroem-se dinâmicas específicas pelas quais a desigualdade se
reproduz. Uma desigualdade que não se mede mais apenas pela falta de
acesso aos bens produzidos socialmente, mas também pela oportunidade,
quando ocorre, de um acesso desqualificado, ou seja, sem a qualidade
que garanta alguma equidade.
Por isso, podemos dizer que a atualidade do livro não está somente
na possibilidade de conhecer as transformações produzidas pela
Reforma dos anos 90 em sociedades histórico concretas, mas também
para compreender o devir do cenário educacional nacional, regional e
internacional.

1 Borj, Bernardo (2005) La democracia inesperada. Buenos Aires: Prameteo libras e Bononiae libris.
 SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 11
(João Barroso - Universidade de Lisboa)

INTRODUÇÃO 17

ARGENTINA
Reconversão do sistema educacional:
da vocação universalista à fragmentação 27

BRASIL
A utopia da democratização e a da modernização 53

CHILE
Equalização educacional e mercado: o equilíbrio frustrado 83

MÉXICO
A ilusão igualitária e a modernização da educação 113

CONCLUSÃO 145

ANEXOS
A - Estrutura geopolítica 158
B - Evolução da população/taxas de analfabetismo 159
C - Estrutura dos sistemas educacionais 160
D - Total de matrículas por nível de ensino (em tabela) 161
E - Total de matrículas por nível de ensino (gráfico) 162

SOBRE AS AUTORAS 163