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2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.

001 — 5

▼B
ANEXO

NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE

IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras (revista em 2007)

IAS 2 Inventários

IAS 7 Demonstrações dos Fluxos de Caixa

IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabi-


lísticas e Erros

IAS 10 Acontecimentos após o Período de Relato

IAS 11 Contratos de Construção

IAS 12 Impostos sobre o Rendimento

IAS 16 Activos Fixos Tangíveis

IAS 17 Locações

IAS 18 Rédito

IAS 19 Benefícios dos Empregados

IAS 20 Contabilização dos Subsídios Governamentais e Divulgação de


Apoios Governamentais

IAS 21 Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio

IAS 23 Custos de Empréstimos Obtidos (revista em 2007)

IAS 24 IAS 24, Divulgações de Partes Relacionadas

IAS 26 Contabilização e Relato dos Planos de Benefícios de Reforma

IAS 27 Demonstrações Financeiras Separadas

IAS 28 Investimentos em Associadas e Empreendimentos Conjuntos

IAS 29 Relato Financeiro em Economias Hiperinflacionárias

IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação

IAS 33 Resultados por Acção

IAS 34 Relato Financeiro Intercalar

IAS 36 Imparidade de Activos

IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes

IAS 38 Activos Intangíveis

IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, com


excepção de certas disposições relacionadas com a contabiliza-
ção de cobertura
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IAS 40 Propriedades de Investimento

IAS 41 Agricultura

IFRS 1 Adopção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de


Relato Financeiro

IFRS 2 Pagamento com Base em Acções

IFRS 3 Concentrações de Actividades Empresariais

IFRS 4 Contratos de Seguro

IFRS 5 Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades


Operacionais Descontinuadas

IFRS 6 Exploração e Avaliação de Recursos Minerais

IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações

IFRS 8 Segmentos Operacionais

IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas

IFRS 11 Acordos conjuntos

IFRS 12 Divulgação de Interesses Noutras Entidades

IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor

IFRIC 1 Alterações em Passivos por Descomissionamento, Restauro e


Outros Semelhantes Existentes

IFRIC 2 Acções dos Membros em Entidades Cooperativas e Instrumentos


Semelhantes

IFRIC 4 Determinar se um Acordo contém uma Locação

IFRIC 5 Direitos a Interesses resultantes de Fundos de Descomissiona-


mento, Restauro e Reabilitação Ambiental

IFRIC 6 Passivos decorrentes da Participação em Mercados Específicos


— Resíduos de Equipamento Eléctrico e Electrónico

IFRIC 7 Aplicar a Abordagem da Reexpressão Prevista na IAS 29 Relato


Financeiro em Economias Hiperinflacionárias

IFRIC 9 Reavaliação de Derivados Embutidos

IFRIC 10 Relato Financeiro Intercalar e Imparidade

IFRIC 12 Interpretação IFRIC 12, Acordos de Concessão de Serviços

IFRIC 13 Interpretação IFRIC 13, Programas de Fidelização de Clientes

IFRIC 14 Interpretação IFRIC 14, IAS 19 — O Limite sobre Um Activo de


Benefícios Definidos, Requisitos de Financiamento Mínimo e
Respectiva Interacção

IFRIC 15 Interpretação IFRIC 15 Acordos para a Construção de Imóveis

IFRIC 16 Interpretação IFRIC 16 Coberturas de um Investimento Líquido


numa Unidade Operacional Estrangeira

IFRIC 17 Interpretação 17 do IFRIC Distribuições aos Proprietários de


Activos que Não São Caixa

IFRIC 18 Interpretação 18 do IFRIC Transferências de Activos Prove-


nientes de Clientes

IFRIC 19 Interpretação IFRIC 19, Extinção de passivos financeiros


através de instrumentos de capital próprio

IFRIC 20 Custos de descobertura na fase de produção de uma mina a céu


aberto
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SIC -7 Introdução do Euro
SIC -10 Apoios Governamentais — Sem Relação Específica com
Actividades Operacionais
SIC -15 Locações Operacionais — Incentivos
SIC -25 Impostos sobre o Rendimento — Alterações na Situação Fiscal
de uma Entidade ou dos seus Accionistas
SIC -27 Avaliação da Substância de Transacções que Envolvam a
Forma Legal de uma Locação
SIC -29 Divulgação — Acordos de Concessão de Serviços
SIC -31 Rédito — Transacções de Troca Directa Envolvendo Serviços de
Publicidade
SIC -32 Activos Intangíveis — Custos com Web Sites

Reprodução autorizada no Espaço Económico Europeu. Todos os di­


reitos reservados fora do EEE, à excepção do direito de reprodução
para uso pessoal ou outra finalidade lícita. Podem ser obtidas informa­
ções suplementares do IASB no seguinte endereço: www.iasb.org
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 1

Este documento constitui um instrumento de documentação e não vincula as instituições

►B REGULAMENTO (CE) N.o 1126/2008 DA COMISSÃO


de 3 de Novembro de 2008
que adopta determinadas normas internacionais de contabilidade nos termos do Regulamento (CE)
n.o 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho
(Texto relevante para efeitos do EEE)

(JO L 320 de 29.11.2008, p. 1)

Alterado por:

Jornal Oficial

n.° página data


►M1 Regulamento (CE) n.o 1260/2008 da Comissão de 10 de Dezembro de L 338 10 17.12.2008
2008
►M2 Regulamento (CE) n.o 1261/2008 da Comissão de 16 de Dezembro de L 338 17 17.12.2008
2008
►M3 Regulamento (CE) n.o 1262/2008 da Comissão de 16 de Dezembro de L 338 21 17.12.2008
2008
►M4 Regulamento (CE) n.o 1263/2008 da Comissão de 16 de Dezembro de L 338 25 17.12.2008
2008
►M5 Regulamento (CE) n.o 1274/2008 da Comissão de 17 de Dezembro de L 339 3 18.12.2008
2008
►M6 Regulamento (CE) n.o 53/2009 da Comissão de 21 de Janeiro de 2009 L 17 23 22.1.2009
►M7 Regulamento (CE) n.o 69/2009 da Comissão de 23 de Janeiro de 2009 L 21 10 24.1.2009
►M8 Regulamento (CE) n.o 70/2009 da Comissão de 23 de Janeiro de 2009 L 21 16 24.1.2009
►M9 Regulamento (CE) n.o 254/2009 da Comissão de 25 de Março de 2009 L 80 5 26.3.2009
►M10 Regulamento (CE) n.o 460/2009 da Comissão de 4 de Junho de 2009 L 139 6 5.6.2009
►M11 Regulamento (CE) n.o 494/2009 da Comissão de 3 de Junho de 2009 L 149 6 12.6.2009
►M12 Regulamento (CE) n.o 495/2009 da Comissão de 3 de Junho de 2009 L 149 22 12.6.2009
►M13 Regulamento (CE) n.o 636/2009 da Comissão de 22 de Julho de 2009 L 191 5 23.7.2009
►M14 Regulamento (CE) n.o 824/2009 da Comissão de 9 de Setembro de L 239 48 10.9.2009
2009
►M15 Regulamento (CE) n.o 839/2009 da Comissão de 15 de Setembro de L 244 6 16.9.2009
2009
►M16 Regulamento (CE) n.o 1136/2009 da Comissão de 25 de Novembro de L 311 6 26.11.2009
2009
►M17 Regulamento (CE) n.o 1142/2009 da Comissão de 26 de Novembro de L 312 8 27.11.2009
2009
►M18 Regulamento (CE) n.o 1164/2009 da Comissão de 27 de Novembro de L 314 15 1.12.2009
2009
►M19 Regulamento (CE) n.o 1165/2009 da Comissão de 27 de Novembro de L 314 21 1.12.2009
2009
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 2

►M20 Regulamento (CE) n.o 1171/2009 da Comissão de 30 de Novembro de L 314 43 1.12.2009


2009
►M21 Regulamento (UE) n.o 1293/2009 da Comissão de 23 de Dezembro de L 347 23 24.12.2009
2009
►M22 Regulamento (UE) n.o 243/2010 da Comissão de 23 de Março de 2010 L 77 33 24.3.2010
►M23 Regulamento (UE) n.o 244/2010 da Comissão de 23 de Março de 2010 L 77 42 24.3.2010
►M24 Regulamento (UE) n.o 550/2010 da Comissão de 23 de Junho de 2010 L 157 3 24.6.2010
►M25 Regulamento (UE) n.o 574/2010 da Comissão de 30 de Junho de 2010 L 166 6 1.7.2010
►M26 Regulamento (UE) n.o 632/2010 da Comissão de 19 de Julho de 2010 L 186 1 20.7.2010
►M27 Regulamento (UE) n.o 633/2010 da Comissão de 19 de Julho de 2010 L 186 10 20.7.2010
►M28 Regulamento (UE) n.o 662/2010 da Comissão de 23 de Julho de 2010 L 193 1 24.7.2010
►M29 Regulamento (UE) n.o 149/2011 da Comissão de 18 de Fevereiro de L 46 1 19.2.2011
2011
►M30 Regulamento (UE) n.o 1205/2011 da Comissão de 22 de Novembro de L 305 16 23.11.2011
2011
►M31 Regulamento (UE) n.o 475/2012 da Comissão de 5 de junho de 2012 L 146 1 6.6.2012
►M32 Regulamento (UE) n.o 1254/2012 da Comissão de 11 de dezembro de L 360 1 29.12.2012
2012
►M33 Regulamento (UE) n.o 1255/2012 da Comissão de 11 de dezembro de L 360 78 29.12.2012
2012
►M34 Regulamento (UE) n.o 1256/2012 da Comissão de 13 de dezembro de L 360 145 29.12.2012
2012
►M35 Regulamento (UE) n.o 183/2013 da Comissão de 4 de março de 2013 L 61 6 5.3.2013
►M36 Regulamento (UE) n.o 301/2013 da Comissão de 27 de março de 2013 L 90 78 28.3.2013
►M37 Regulamento (UE) n.o 313/2013 da Comissão de 4 de abril de 2013 L 95 9 5.4.2013
►M38 Regulamento (UE) n.o 1174/2013 da Comissão de 20 de novembro de L 312 1 21.11.2013
2013
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▼B
REGULAMENTO (CE) N.o 1126/2008 DA COMISSÃO
de 3 de Novembro de 2008
que adopta determinadas normas internacionais de contabilidade
nos termos do Regulamento (CE) n.o 1606/2002 do Parlamento
Europeu e do Conselho
(Texto relevante para efeitos do EEE)

A COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS,

Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia,

Tendo em conta o Regulamento (CE) n.o 1606/2002 do Parlamento


Europeu e do Conselho, de 19 de Julho de 2002, relativo à aplicação
das normas internacionais de contabilidade (1), nomeadamente o n.o 1
do artigo 3.o,

Considerando o seguinte:

(1) De acordo com o Regulamento (CE) n.o 1606/2002, em relação a


cada exercício financeiro com início em ou depois de 1 de Ja­
neiro de 2005, as sociedades regidas pela legislação de um
Estado-Membro cujos títulos são negociados publicamente de­
vem, em determinadas condições, elaborar as suas contas conso­
lidadas em conformidade com as normas internacionais de con­
tabilidade, na acepção do artigo 2.o do mencionado regulamento.

(2) Determinadas normas internacionais e interpretações vigentes em


14 de Setembro de 2002 foram adoptadas no âmbito do Regula­
mento (CE) n.o 1725/2003 da Comissão, de 29 de Setembro de
2003, que adopta certas normas internacionais de contabilidade,
nos termos do Regulamento (CE) n.o 1606/2002 do Parlamento
Europeu e do Conselho (2). A Comissão, após apreciar os pare­
ceres apresentados pelo Grupo de Peritos Técnicos (TEG —
Technical Expert Group) do EFRAG (European Financial Re­
porting Advisory Group), alterou o referido regulamento de forma
a incluir integralmente todas as normas apresentadas pelo Inter­
national Accounting Standards Board (IASB), bem como todas
as interpretações apresentadas pelo International Financial Re­
porting Interpretations Committee (IFRIC), adoptadas na Comu­
nidade até 15 de Outubro de 2008, excepto a IAS 39 (respeitante
ao reconhecimento e mensuração dos instrumentos financeiros),
da qual foram omitidas pequenas partes.

(3) As diversas normas internacionais foram adoptadas no âmbito de


diferentes regulamentos, o que cria insegurança jurídica e difi­
culta a correcta aplicação das normas internacionais de contabi­
lidade na Comunidade. A fim de simplificar a legislação comu­
nitária relativa às normas de contabilidade, é conveniente, por
razões de clareza e transparência, incorporar num único texto
as normas actualmente constantes do Regulamento (CE)
n.o 1725/2003 e respectivos actos modificativos.

(1) JO L 243 de 11.9.2002, p. 1.


(2) JO L 261 de 13.10.2003, p. 1.
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▼B
(4) O Regulamento (CE) n.o 1725/2003 deve, por conseguinte, ser
substituído pelo presente regulamento.
(5) As medidas previstas no presente regulamento estão em confor­
midade com o parecer do Comité de Regulamentação Contabilís­
tica,
ADOPTOU O PRESENTE REGULAMENTO:

Artigo 1.o

São adoptadas em conformidade com o anexo as normas internacionais


de contabilidade, na acepção no artigo 2.o do Regulamento (CE)
n.o 1606/2002.

Artigo 2.o

É revogado o Regulamento (CE) n.o 1725/2003.


As referências ao regulamento revogado devem entender-se como sendo
feitas ao presente regulamento.

Artigo 3.o

O presente regulamento entra em vigor no terceiro dia seguinte ao da


sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia.
O presente regulamento é obrigatório em todos os seus elementos e
directamente aplicável em todos os Estados-Membros.
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▼M5
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 1

Apresentação de Demonstrações Financeiras

OBJECTIVO

1 Esta Norma prescreve a base para a apresentação de demonstrações


financeiras com finalidades gerais, de forma a assegurar a compara­
bilidade quer com as demonstrações financeiras, de períodos anterio­
res, da entidade quer com as demonstrações financeiras de outras
entidades. A Norma estabelece requisitos globais para a apresentação
de demonstrações financeiras, directrizes para a sua estrutura e requi­
sitos mínimos para o respectivo conteúdo.

ÂMBITO

2 Uma entidade deve aplicar esta Norma ao preparar e apresentar de­


monstrações financeiras com finalidades gerais de acordo com as
Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS).

3 Outras IFRS estabelecem os requisitos de reconhecimento, mensura­


ção e divulgação para transacções específicas e outros acontecimentos.

▼M32
4 Esta Norma não se aplica à estrutura e ao conteúdo das demonstrações
financeiras intercalares condensadas elaboradas de acordo com a IAS
34 Relato Financeiro Intercalar. Contudo, os parágrafos 15-35
aplicam-se a tais demonstrações financeiras. Esta Norma aplica-se
igualmente a todas as entidades, incluindo as que apresentam demons­
trações financeiras consolidadas de acordo com a IFRS 10 Demons­
trações Financeiras Consolidadas e as que apresentam demonstrações
financeiras separadas de acordo com a IAS 27 Demonstrações Finan­
ceiras Separadas.

▼M5
5 Esta Norma usa terminologia que é adequada para entidades com fins
lucrativos, incluindo entidades do sector público. Se as entidades não
lucrativas do sector privado ou do sector público aplicarem esta Nor­
ma, poderão ter de emendar as descrições usadas para determinadas
linhas de itens nas demonstrações financeiras e para as próprias de­
monstrações financeiras.

6 Da mesma forma, as entidades que não tenham capital próprio tal


como definida na IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação
(por exemplo, alguns fundos mútuos) e as entidades cujo capital por
acções não seja capital próprio (por exemplo, algumas entidades coo­
perativas) poderão ter de adaptar a apresentação das demonstrações
financeiras dos interesses dos membros ou dos detentores de unidades.

DEFINIÇÕES
▼M31
7 Para efeitos da presente Norma, são aplicáveis as seguintes definições:

▼M5
As demonstrações financeiras com finalidades gerais (referidas como
«demonstrações financeiras») são as que se destinam a satisfazer as
necessidades de utentes que não estejam em posição de exigir a uma
entidade que prepare relatórios à medida das suas necessidades parti­
culares de informação.

Impraticável — A aplicação de um requisito é impraticável quando a


entidade não o pode aplicar depois de ter feito todos os esforços
razoáveis para o conseguir.
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▼M5
As Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) são Normas e
Interpretações adoptadas pelo International Accounting Standards
Board (IASB). Compreendem:

(a) Normas Internacionais de Relato Financeiro;

(b) Normas Internacionais de Contabilidade; e

(c) Interpretações desenvolvidas pelo International Financial Repor­


ting Interpretations Committee (IFRIC) ou pelo anterior Standing
Interpretations Committee (SIC).

Material — As omissões ou distorções de itens são materiais se


puderem, individual ou colectivamente, influenciar as decisões econó­
micas que os utentes tomam com base nas demonstrações financeiras.
A materialidade depende da dimensão e da natureza da omissão ou
distorção ajuizada nas circunstâncias que a rodeiam. A dimensão ou a
natureza do item, ou uma combinação de ambas, pode ser o factor
determinante.

Avaliar se uma omissão ou distorção poderia influenciar as decisões


económicas dos utentes, e, por isso, ser material, exige a consideração
das características desses utentes. A Estrutura Conceptual para a
Preparação e Apresentação de Demonstrações Financeiras dispõe
no parágrafo 25 que «presume-se que os utentes tenham um razoável
conhecimento das actividades empresariais e económicas e da conta­
bilidade e vontade de estudar a informação com razoável diligência».
Por isso, a avaliação deve ter em conta como se pode razoavelmente
esperar que os utentes com tais atributos poderiam ser influenciados
ao tomar decisões económicas.

►M31 As Notas contêm informação para além da apresentada na


demonstração da posição financeira, na(s) demonstração(ões) dos re­
sultados e de outro rendimento integral, ◄ na ►M5 demonstração
do rendimento integral ◄ separada (se apresentada), na demonstração
de alterações no capital próprio e na demonstração dos fluxos de
caixa. As Notas proporcionam descrições narrativas ou desagregações
de itens apresentados nessas demonstrações e informação acerca de
itens que não se qualificam para o reconhecimento nessas demons­
trações.

▼M31
Outro rendimento integral compreende itens de rendimentos e de
gastos (incluindo ajustamentos de reclassificação) que não são reco­
nhecidos nos lucros ou prejuízos, conforme exigido ou permitido por
outras IFRS.

Os componentes de outro rendimento integral incluem:

(a) alterações no excedente de revalorização (ver IAS 16 Activos


Fixos Tangíveis e IAS 38 Activos Intangíveis);

(b) a remensuração dos planos de benefícios definidos (ver a IAS 19


Benefícios do Empregados);

▼M5
(c) ganhos e perdas resultantes da transposição das demonstrações
financeiras de uma unidade operacional estrangeira (ver IAS 21
Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio);

(d) ganhos e perdas da remensuração de activos financeiros disponí­


veis para venda (ver IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhe­
cimento e Mensuração);

(e) a parte eficaz dos ganhos e perdas em instrumentos de cobertura


numa cobertura de fluxo de caixa (ver IAS 39).
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▼M5
Os proprietários são os detentores de instrumentos classificados como
capital próprio.

O lucro ou prejuízo é o total do rendimento menos gastos, excluindo


os componentes do outro rendimento integral.

Os ajustamentos de reclassificação são quantias reclassificadas para


lucros ou prejuízos do período corrente que tinham sido reconhecidas
em outro rendimento integral nos períodos corrente ou anteriores.

O rendimento integral total é a alteração no capital próprio durante


um período resultante de transacções e outros acontecimentos, que não
sejam alterações resultantes de transacções com proprietários na sua
qualidade de proprietários.

O rendimento integral total compreende todos os componentes dos


«lucros ou prejuízos» e de «outro rendimento integral».

8 Apesar de esta Norma usar os termos «outro rendimento integral»,


«lucros ou prejuízos» e «rendimento integral total», uma entidade
pode usar outros termos para descrever os totais, desde que o signi­
ficado seja claro. Por exemplo, uma entidade pode usar o termo
«rendimento líquido» para descrever os lucros ou prejuízos.

▼M6
8A Os seguintes termos são definidos na IAS 32 Instrumentos Financei­
ros: Apresentação e são utilizados na presente norma com o signifi­
cado definido na IAS 32:

(a) instrumento financeiro com uma opção put classificado como um


instrumento de capital próprio (descrito nos parágrafos 16A e 16B
da IAS32);

(b) um instrumento que impõe à entidade uma obrigação de entregar


a outra parte uma parte pro rata dos activos líquidos da entidade
aquando da liquidação e é classificado como um instrumento de
capital próprio (descrito nos parágrafos 16C e 16D da IAS32).

▼M5

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Finalidade das demonstrações financeiras


9 As demonstrações financeiras são uma representação estruturada da
posição financeira e do desempenho financeiro de uma entidade. O
objectivo das demonstrações financeiras é o de proporcionar informa­
ção acerca da posição financeira, do desempenho financeiro e dos
fluxos de caixa de uma entidade que seja útil a uma vasta gama de
utentes na tomada de decisões económicas. As demonstrações finan­
ceiras também mostram os lucros ou prejuízos da condução, por parte
da gerência, dos recursos a ela confiados. Para satisfazer este objec­
tivo, as demonstrações financeiras proporcionam informação de uma
entidade acerca do seguinte:

(a) activos;

(b) passivos;

(c) capital próprio;

(d) rendimentos e gastos, incluindo ganhos e perdas;

(e) contribuições por parte dos proprietários e distribuições aos mes­


mos na sua qualidade de proprietários; e
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▼M5
(f) fluxos de caixa.

Esta informação, juntamente com outra informação nas notas, ajuda os


utentes de demonstrações financeiras a prever os futuros fluxos de
caixa da entidade e, em particular, a sua tempestividade e certeza.

Conjunto completo de demonstrações financeiras


▼M36
10 Um conjunto completo de demonstrações financeiras inclui:

(a) uma demonstração da posição financeira no final do período;

(b) uma demonstração dos resultados e outro rendimento inte­


gral do período;

(c) uma demonstração das alterações no capital próprio do pe­


ríodo;

(d) uma demonstração dos fluxos de caixa do período;

(e) notas, compreendendo um resumo das políticas contabilísti­


cas significativas e outras informações explicativas;

(ea) informação comparativa para o período precedente como es­


pecificado nos parágrafos 38 e 38A; e

(f) uma demonstração da posição financeira no início do período


precedente quando uma entidade aplica uma política conta­
bilística retrospetivamente ou elabora uma reexpressão re­
trospetiva de itens nas suas demonstrações financeiras, ou
quando reclassifica itens nas suas demonstrações financeiras
nos termos dos parágrafos 40A – 40D.

Uma entidade pode usar para as suas demonstrações títulos que


não sejam os usados nesta Norma. Por exemplo, uma entidade
pode usar o título «Demonstração de rendimento integral» em
vez do título «Demonstração dos resultados e de outro rendimento
integral».

▼M31
10A Uma entidade pode apresentar uma única demonstração dos resultados
e de outro rendimento integral, com os resultados e o outro rendi­
mento integral apresentados em duas secções. Essas secções devem
ser apresentadas em conjunto, primeiro a relativa aos resultados e logo
a seguir a relativa ao outro rendimento integral. Uma entidade pode
apresentar a secção relativa aos resultados numa demonstração dos
resultados separada. Se for esse o caso, a demonstração dos resultados
separada deve ser imediatamente seguida da demonstração que apre­
senta o rendimento integral, que deverá começar pelos resultados.

▼M5
11 Uma entidade deve apresentar com igual proeminência todas as de­
monstrações financeiras num conjunto completo de demonstrações
financeiras.

▼M31
__________

▼M5
13 Muitas entidades apresentam, fora das demonstrações financeiras, uma
análise financeira feita pela gerência que descreve e explica as carac­
terísticas principais do desempenho financeiro e da posição financeira
da entidade e as principais incertezas com que ela se depara. Tal
relatório pode incluir uma análise de:

(a) os principais factores e influências que determinam o desempenho


financeiro, incluindo alterações no ambiente em que a entidade
opera, a resposta da entidade a essas alterações e o seu efeito e a
política de investimentos da entidade para manter e melhorar o
desempenho financeiro, incluindo a sua política de dividendos;

(b) as fontes de financiamento da entidade e o respectivo rácio pre­


tendido de passivos em relação ao capital próprio; e

(c) os recursos da entidade não reconhecidos na demonstração da


posição financeira de acordo com as IFRS.
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▼M5
14 Muitas entidades apresentam também, fora das demonstrações finan­
ceiras, relatórios e demonstrações tais como relatórios ambientais e
demonstrações de valor acrescentado, sobretudo nos sectores em que
os factores ambientais são significativos e quando os empregados são
considerados um importante grupo de utentes. Os relatórios e demons­
trações apresentados fora das demonstrações financeiras estão fora do
âmbito das IFRS.

Características gerais

Apresentação apropriada e conformidade com as IFRS


15 As demonstrações financeiras devem apresentar apropriadamente a
posição financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa de
uma entidade. A apresentação apropriada exige a representação fide­
digna dos efeitos das transacções, outros acontecimentos e condições
de acordo com as definições e critérios de reconhecimento para acti­
vos, passivos, rendimentos e gastos estabelecidos na Estrutura Con­
ceptual. Presume-se que a aplicação das IFRS, com divulgação adi­
cional quando necessária, resulta em demonstrações financeiras que
alcançam uma apresentação apropriada.

16 Uma entidade cujas demonstrações financeiras estão em conformidade


com as IFRS deve fazer uma declaração explícita e sem reservas desse
cumprimento nas notas. Uma entidade não deve considerar as de­
monstrações financeiras como estando em conformidade com as IFRS,
a menos que cumpram todos os requisitos das IFRS.

17 Em praticamente todas as circunstâncias, uma entidade consegue fazer


uma apresentação apropriada através do cumprimento com as IFRS
aplicáveis. Uma apresentação apropriada também exige que uma en­
tidade:

(a) seleccione e aplique políticas contabilísticas de acordo com a IAS


8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabi­
lísticas e Erros. A IAS 8 estabelece uma hierarquia de orientações
que faz fé, que a gerência considera na ausência de uma IFRS que
se aplique especificamente a um item.

(b) apresente informação, incluindo políticas contabilísticas, de uma


forma que proporcione informação relevante, fiável, comparável e
compreensível.

(c) proporcione divulgações adicionais quando o cumprimento dos


requisitos específicos contidos nas IFRS é insuficiente para per­
mitir que os utentes compreendam o impacto de determinadas
transacções, outros acontecimentos e condições sobre a posição
financeira e o desempenho financeiro da entidade.

18 Uma entidade não pode rectificar políticas contabilísticas não apro­


priadas nem pela divulgação das políticas contabilísticas usadas nem
por notas ou material explicativo.

19 Nas circunstâncias extremamente raras em que a gerência conclua que


o cumprimento com um requisito de uma IFRS seria tão enganoso que
entraria em conflito com o objectivo das demonstrações financeiras
estabelecido na Estrutura Conceptual, a entidade deve afastar-se desse
requisito da forma disposta no parágrafo 20 se a estrutura conceptual
reguladora relevante exigir, ou não proibir de outra forma, tal afasta­
mento.
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▼M5
20 Quando uma entidade se afastar de um requisito de uma IFRS de
acordo com o parágrafo 19, ela deve divulgar:

(a) que a gerência concluiu que as demonstrações financeiras apre­


sentam de forma apropriada a posição financeira, o desempenho
financeiro e os fluxos de caixa da entidade;

(b) que cumpriu as IFRS aplicáveis, excepto que se afastou de um requi­


sito particular a fim de conseguir uma apresentação apropriada;

(c) o título da IFRS da qual a entidade se afastou, a natureza do


afastamento, incluindo o tratamento que a IFRS exigiria, a razão
pela qual esse tratamento seria tão enganoso nas circunstâncias
que entrasse em conflito com o objectivo das demonstrações fi­
nanceiras estabelecido na Estrutura Conceptual e o tratamento
adoptado; e

(d) para cada período apresentado, o efeito financeiro do afastamento


em cada item nas demonstrações financeiras que teria sido rela­
tado no cumprimento do requisito.

21 Quando uma entidade se afastou de um requisito de uma IFRS num


período anterior, e esse afastamento afectar as quantias reconhecidas
nas demonstrações financeiras do período corrente, ela deve proceder
às divulgações estabelecidas nos parágrafos 20(c) e (d).

22 O parágrafo 21 aplica-se, por exemplo, quando uma entidade se afas­


tou num período anterior de um requisito de mensuração de activos ou
passivos contido numa IFRS e esse afastamento afectar a mensuração
de alterações nos activos e passivos reconhecidos nas demonstrações
financeiras do período corrente.

23 Nas circunstâncias extremamente raras em que a gerência conclua que


o cumprimento com um requisito de uma IFRS seria tão enganoso que
entraria em conflito com o objectivo das demonstrações financeiras
estabelecido na Estrutura Conceptual, mas a estrutura conceptual re­
guladora relevante proibir o afastamento do requisito, a entidade deve,
na máxima medida possível, reduzir os aspectos enganadores detecta­
dos do cumprimento divulgando:

(a) o título da IFRS em questão, a natureza do requisito e a razão


pela qual a gerência concluiu que o cumprimento desse requisito é
tão enganador nas circunstâncias em questão que entra em con­
flito com o objectivo das demonstrações financeiras estabelecido
na Estrutura Conceptual; e

(b) para cada período apresentado, os ajustamentos a cada item nas


demonstrações financeiras que a gerência tenha concluído serem
necessários para conseguir uma apresentação apropriada.

24 Para a finalidade dos parágrafos 19-23, um item de informação en­


traria em conflito com o objectivo das demonstrações financeiras
quando não representar fidedignamente as transacções, outros aconte­
cimentos e condições que ou dê a entender que representa ou possa
razoavelmente esperar-se que represente e, consequentemente, seria
provável que influenciasse as decisões económicas feitas pelos utentes
das demonstrações financeiras. Ao avaliar se o cumprimento de um
requisito específico de uma IFRS seria tão enganador que entraria em
conflito com o objectivo das demonstrações financeiras estabelecido
na Estrutura Conceptual, a gerência considera:

(a) a razão pela qual o objectivo das demonstrações financeiras não é


alcançado nas circunstâncias particulares; e
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▼M5
(b) a forma como as circunstâncias da entidade diferem das circuns­
tâncias de outras entidades que cumprem o requisito. Se outras
entidades em circunstâncias semelhantes cumprem o requisito, há
um pressuposto refutável de que o cumprimento do requisito por
parte da entidade não seria tão enganador que entrasse em conflito
com o objectivo das demonstrações financeiras estabelecido na
Estrutura Conceptual.

Continuidade
25 Aquando da preparação de demonstrações financeiras, a gerência deve
fazer uma avaliação da capacidade de uma entidade de prosseguir
como uma entidade em continuidade. Uma entidade deve preparar
demonstrações financeiras numa base de continuidade, a menos que
a gerência pretenda liquidar a entidade ou cessar de negociar, ou não
tenha alternativa realista senão fazê-lo. Quando a gerência estiver
consciente, ao fazer a sua avaliação, de incertezas materiais relacio­
nadas com acontecimentos ou condições que possam lançar dúvidas
significativas acerca da capacidade da entidade de prosseguir como
uma entidade em continuidade, a entidade deve divulgar essas incer­
tezas. Quando uma entidade não preparar demonstrações financeiras
numa base de continuidade, esse facto deve ser divulgado, juntamente
com as bases pelas quais as demonstrações financeiras foram prepa­
radas e a razão por que a entidade não é considerada como estando
em continuidade.

26 Ao avaliar se o pressuposto de entidade em continuidade é apropriado,


a gerência toma em consideração toda a informação disponível sobre
o futuro, que é pelo menos de, mas não se limita a, doze meses a
partir do fim do período de relato. O grau de consideração depende
dos factos de cada caso. Quando uma entidade tiver uma história de
operações lucrativas e acesso pronto a recursos financeiros, a entidade
pode chegar à conclusão, sem uma análise pormenorizada, de que a
base de contabilidade da entidade em continuidade é apropriada. Nou­
tros casos, a gerência pode necessitar de considerar um vasto leque de
factores relacionados com a rentabilidade corrente e esperada, esque­
mas de reembolso de dívidas e potenciais fontes de financiamentos de
substituição para que ela própria possa estar satisfeita de que a base
da empresa em continuidade é apropriada.

Contabilidade em regime de acréscimo


27 Uma entidade deve preparar as suas demonstrações financeiras, ex­
cepto para informação de fluxos de caixa, utilizando a contabilidade
em regime de acréscimo.

28 Quando a contabilidade em regime de acréscimo for usada, uma en­


tidade reconhece os itens como activos, passivos, capital próprio,
rendimentos e gastos (os elementos das demonstrações financeiras)
quando satisfizerem as definições e os critérios de reconhecimento
para esses elementos contidos na Estrutura Conceptual.

Materialidade e agregação
29 Uma entidade deve apresentar separadamente cada classe material de
itens semelhantes. Uma entidade deve apresentar separadamente os
itens de uma natureza ou função dissemelhante, a menos que sejam
imateriais.
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▼M5
30 As demonstrações financeiras resultam do processamento de grandes
números de transacções ou outros acontecimentos que são agregados
em classes de acordo com a sua natureza ou função. A fase final do
processo de agregação e classificação é a apresentação de dados con­
densados e classificados que formam linhas de itens nas demonstra­
ções financeiras. Se uma linha de item não for individualmente ma­
terial, ela é agregada a outros itens, seja nessas demonstrações seja
nas notas. Um item que não seja suficientemente material para justi­
ficar a sua apresentação separada nessas demonstrações pode justificar
a sua apresentação separada nas notas.

31 Uma entidade não tem de proporcionar uma divulgação específica


exigida por uma IFRS, se a informação não for material.

Compensação
32 Uma entidade não deve compensar activos e passivos ou rendimentos
e gastos, a menos que tal seja exigido ou permitido por uma IFRS.

33 Uma entidade relata separadamente tanto activos e passivos como


rendimentos e gastos. A compensação quer na demonstração do ren­
dimento integral ou da posição financeira quer na
►M5 demonstração do rendimento integral ◄ separada (se apresen­
tada), excepto quando a compensação reflicta a substância da transac­
ção ou outro acontecimento, diminui a capacidade dos utentes não só
de compreender as transacções, outros acontecimentos e condições
que tenham ocorrido, mas também de avaliar os futuros fluxos de
caixa da entidade. A mensuração de activos líquidos de ajustamentos
de valorização, por exemplo ajustamentos de obsolescência nos in­
ventários e ajustamentos de dívidas duvidosas nas contas a receber,
não é compensação.

34 A IAS 18 Rédito define o rédito e exige que a entidade o mensure


pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber, tomando em
consideração a quantia de quaisquer descontos comerciais e abatimen­
tos de volume concedidos pela entidade. Uma entidade empreende, no
decurso das suas actividades ordinárias, outras transacções que não
geram rédito mas que são inerentes às principais actividades que
geram rédito. Uma entidade apresenta os lucros ou prejuízos de tais
transacções, quando esta apresentação reflicta a substância da transac­
ção ou outro acontecimento, compensando qualquer rendimento com
os gastos relacionados resultantes da mesma transacção. Por exemplo:

(a) uma entidade apresenta os ganhos e perdas na alienação de acti­


vos não correntes, incluindo investimentos e activos operacionais,
deduzindo dos proventos da alienação a quantia escriturada do
activo e os gastos de venda relacionados; e

(b) uma entidade pode compensar os dispêndios líquidos relacionados


com uma provisão reconhecida de acordo com a IAS 37 Provi­
sões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes e reembolsada
segundo um acordo contratual com terceiros (por exemplo, um
acordo de garantia de um fornecedor) com o reembolso relacio­
nado.

35 Adicionalmente, uma entidade apresenta os ganhos e perdas prove­


nientes de um grupo de transacções semelhantes numa base líquida,
por exemplo, ganhos e perdas de diferenças cambiais ou ganhos e
perdas provenientes de instrumentos financeiros detidos para negocia­
ção. Contudo, uma entidade apresenta esses ganhos e perdas separa­
damente, se forem materiais.
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▼M5
Frequência de relato
36 Uma entidade deve apresentar um conjunto completo de demonstra­
ções financeiras (incluindo informação comparativa) pelo menos
anualmente. Quando uma entidade alterar o fim do seu período de
relato e apresentar demonstrações financeiras para um período mais
longo ou mais curto do que um ano, uma entidade deve divulgar,
além do período abrangido pelas demonstrações financeiras:

(a) a razão para usar um período mais longo ou mais curto; e

(b) o facto de que as quantias apresentadas nas demonstrações finan­


ceiras não são inteiramente comparáveis.

37 Normalmente, uma entidade prepara consistentemente demonstrações


financeiras para o período de um ano. Porém, por razões práticas,
algumas entidades preferem relatar, por exemplo, para um período
de 52 semanas. Esta Norma não impede esta prática.

Informação comparativa
▼M36
Informação comparativa mínima
38 A menos que as IFRS o permitam ou exijam de outra forma, uma
entidade deve divulgar informação comparativa com respeito ao
período anterior para todas as quantias relatadas nas demons­
trações financeiras do período corrente. Uma entidade deve in­
cluir a informação comparativa para a informação narrativa e
descritiva se tal for relevante para a compreensão das demons­
trações financeiras do período corrente.

38A Uma entidade deve apresentar, no mínimo, duas demonstrações


de posição financeira, duas demonstrações de resultados e outro
rendimento integral, duas demonstrações separadas de resultados
(se apresentadas), duas demonstrações dos fluxos de caixa e duas
demonstrações das alterações do capital próprio, bem como notas
conexas.

38B Em alguns casos, a informação narrativa prestada nas demonstrações


financeiras relativas ao(s) período(s) precedente(s) continua a ser re­
levante no período corrente. Por exemplo, uma entidade divulga no
período corrente os pormenores de um litígio, cujo desfecho era in­
certo no final do período de relato precedente e que ainda está por
resolver. Os utentes podem beneficiar da informação de que a incer­
teza existia no final do período de relato precedente e da divulgação
da informação acerca das medidas adotadas durante o período para
resolver essa incerteza.

Informação comparativa adicional


38C Uma entidade pode apresentar informação comparativa para além das
demonstrações financeiras comparativas mínimas exigidas pelas IFRS,
desde que essas informações sejam elaboradas de acordo com as
IFRS. Essa informação comparativa pode consistir em uma ou mais
das demonstrações referidas no parágrafo 10, mas não necessitam de
incluir um conjunto completo de demonstrações financeiras. Quando
for este o caso, a entidade deve apresentar em nota as informações
relativas a estas demonstrações adicionais.
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▼M36
38D Por exemplo, uma entidade pode apresentar uma terceira demonstra­
ção dos resultados e outro rendimento integral (apresentando assim o
período corrente, o período precedente e um período comparativo
adicional). Contudo, a entidade não é obrigada a apresentar uma
terceira demonstração da posição financeira, uma terceira demonstra­
ção dos fluxos de caixa ou uma terceira demonstração das alterações
do capital próprio (ou seja, uma demonstração financeira adicional
comparativa). A entidade é obrigada a apresentar, nas notas às de­
monstrações financeiras, a informação comparativa relacionada com
essa demonstração adicional de resultados e outro rendimento integral.

__________

Alteração da política contabilística, reexpressão


retrospetiva ou reclassificação
40A Uma entidade deve apresentar uma terceira demonstração da
posição financeira no início do período precedente, para além
das demonstrações financeiras comparativas mínimas exigidas
no parágrafo 38a, se:

(a) aplica uma política contabilística retrospetivamente, faz uma


reexpressão retrospetiva de itens nas suas demonstrações fi­
nanceiras ou reclassifica itens nas suas demonstrações finan­
ceiras; e

(b) a aplicação retrospetiva, a reexpressão retrospetiva ou a re­


classificação tem um impacto significativo sobre a informação
contida na demonstração da posição financeira no início do
período precedente.

40B Nas circunstâncias descritas no parágrafo 40A, uma entidade deve


apresentar três demonstrações da posição financeira:

(a) no final do período corrente;

(b) no final do período precedente; e

(c) no início do período precedente.

40C Quando uma entidade é obrigada a apresentar uma demonstração


adicional da posição financeira em conformidade com o parágrafo
40A, deve divulgar a informação exigida nos parágrafos 41 - 44 e
na IAS 8. No entanto, não necessita de apresentar as notas conexas da
demonstração da posição financeira de abertura no início do período
precedente.

40D A data dessa demonstração da posição financeira de abertura é a do


início do período precedente, independentemente de as demonstrações
financeiras de uma entidade apresentarem ou não informação compa­
rativa de períodos anteriores (tal como permitido no parágrafo 38C).

41 Quando uma entidade altera a apresentação ou a classificação de


itens nas suas demonstrações financeiras, essa entidade deve re­
classificar as quantias comparativas, a menos que a reclassificação
seja impraticável. Quando uma entidade reclassifica quantias
comparativas, deve divulgar (nomeadamente no início do período
precedente):

(a) a natureza da reclassificação;


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▼M36
(b) a quantia de cada item ou classe de itens que é reclassificado; e

(c) o motivo da reclassificação.

▼M5
42 Quando for impraticável reclassificar quantias comparativas, uma en­
tidade deve divulgar:

(a) a razão para não reclassificar as quantias; e

(b) a natureza dos ajustamentos que teriam sido feitos se as quantias


tivessem sido reclassificadas.

43 Aperfeiçoar a comparabilidade de informação inter-períodos ajuda os


utentes a tomar decisões económicas, sobretudo porque lhes permite
avaliar as tendências na informação financeira para finalidades de
previsão. Em algumas circunstâncias, torna-se impraticável reclassifi­
car informação comparativa para um período em particular para con­
seguir comparabilidade com o período corrente. Por exemplo, uma
entidade pode não ter coligido dados no(s) período(s) anterior(es) de
modo a permitir a reclassificação e pode ser impraticável recriar a
informação.

44 A IAS 8 estabelece os ajustamentos exigidos na informação compa­


rativa quando uma entidade altera uma política contabilística ou cor­
rige um erro.

Consistência de apresentação
45 Uma entidade deve manter a apresentação e classificação de itens nas
demonstrações financeiras de um período para o seguinte, a menos
que:

(a) seja evidente, após uma alteração significativa na natureza das


operações da entidade ou uma revisão das suas demonstrações
financeiras, que outra apresentação ou classificação seria mais
apropriada tendo em atenção os critérios para a selecção e apli­
cação de políticas contabilísticas contidos na IAS 8; ou

(b) uma IFRS exija uma alteração na apresentação.

46 Por exemplo, uma aquisição ou alienação significativa, ou uma revi­


são da apresentação das demonstrações financeiras, poderá sugerir que
as demonstrações financeiras devam ser apresentadas diferentemente.
Uma entidade altera a apresentação das suas demonstrações financei­
ras apenas se a apresentação alterada proporcionar informação que
seja fiável e mais relevante para os utentes das demonstrações finan­
ceiras e se for provável que a estrutura revista continue, de modo a
que a comparabilidade não seja prejudicada. Ao efectuar tais altera­
ções na apresentação, uma entidade reclassifica a sua informação
comparativa de acordo com os parágrafos 41 e 42.

ESTRUTURA E CONTEÚDO

Introdução
47 Esta Norma exige determinadas divulgações na demonstração da po­
sição financeira ou do rendimento integral, na ►M5 demonstração do
rendimento integral ◄ separada (se apresentada) ou na demonstração
de alterações no capital próprio e exige a divulgação de outras linhas
de itens nessas demonstrações ou nas notas. A IAS 7 Demonstração
dos Fluxos de Caixa estabelece requisitos para a apresentação de
informação de fluxos de caixa.
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▼M5
48 Esta Norma usa por vezes o termo «divulgação» no sentido lato,
abrangendo itens apresentados nas demonstrações financeiras. Noutras
IFRS, também são exigidas divulgações. A menos que seja especifi­
cado em contrário noutra parte desta Norma ou noutra IFRS, essas
divulgações podem ser feitas nas demonstrações financeiras.

Identificação das demonstrações financeiras


49 Uma entidade deve identificar claramente as demonstrações financei­
ras e distingui-las de outra informação no mesmo documento publi­
cado.

50 As IFRS aplicam-se apenas às demonstrações financeiras e não ne­


cessariamente a outra informação apresentada num relatório anual, em
relatórios de reporte a uma autoridade reguladora ou noutro documen­
to. Por isso, é importante que os utentes consigam distinguir informa­
ção que seja preparada usando as IFRS de outra informação que possa
ser útil aos utentes mas não seja objecto desses requisitos.

51 Uma entidade deve identificar claramente cada demonstração finan­


ceira e as notas. Além disso, uma entidade deve mostrar a seguinte
informação de forma proeminente e repeti-la quando necessário para
que a informação apresentada seja compreensível:

(a) o nome da entidade que relata ou outros meios de identificação, e


qualquer alteração nessa informação desde o fim do período de
relato anterior;

(b) se as demonstrações financeiras são de uma entidade individual


ou de um grupo de entidades;

(c) a data do fim do período de relato ou o período abrangido pelo


conjunto de demonstrações financeiras ou notas;

(d) a moeda de apresentação, tal como definido na IAS 21; e

(e) o nível de arredondamento usado na apresentação de quantias nas


demonstrações financeiras.

52 Uma entidade satisfaz os requisitos do parágrafo 51 apresentando


títulos adequados nas páginas, demonstrações, notas, colunas e outros
elementos do género. Na determinação da melhor forma de apresentar
tal informação, é necessário ajuizar. Por exemplo, quando uma enti­
dade apresenta as demonstrações financeiras electronicamente, nem
sempre são usadas páginas separadas; uma entidade apresenta então
os itens acima para assegurar a devida compreensão da informação
incluída nas demonstrações financeiras.

53 Uma entidade torna muitas vezes as demonstrações financeiras mais


compreensíveis pela apresentação de informação em milhares ou mi­
lhões de unidades da moeda de apresentação. Isto é aceitável desde
que a entidade divulgue o nível de arredondamento e não omita
informação material.

Demonstração da posição financeira

Informação a ser apresentada na demonstração da posição financeira


54 Como mínimo, a demonstração da posição financeira deve incluir
linhas de itens que apresentem as quantias seguintes:

(a) activos fixos tangíveis;

(b) propriedade de investimento;


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▼M5
(c) activos intangíveis;

(d) activos financeiros (excluindo quantias apresentadas segundo as


alíneas (e), (h) e (i));

(e) investimentos contabilizados pelo uso do método da equivalência


patrimonial (equity method);

(f) activos biológicos;

(g) inventários;

(h) contas a receber comerciais e outras;

(i) caixa e equivalentes de caixa;

(j) o total de activos classificados como detidos para venda e de


activos incluídos em grupos para alienação classificados como
detidos para venda de acordo com a IFRS 5 Activos Não Cor­
rentes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Desconti­
nuadas;

(k) contas a pagar comerciais e outras;

(l) provisões;

(m) passivos financeiros (excluindo quantias apresentadas nas alíneas


(k) e (l));

(n) passivos e activos para imposto corrente, conforme definido na


IAS 12 Impostos sobre o Rendimento;

(o) passivos por impostos diferidos e activos por impostos diferidos,


conforme definido na IAS 12;

(p) passivos incluídos em grupos para alienação classificados como


detidos para venda de acordo com a IFRS 5;

(q) ►M11 interesses que não controlam ◄, apresentados dentro do


capital próprio; e

(r) capital emitido e reservas atribuíveis aos proprietários da


empresa-mãe.

55 Uma entidade deve apresentar outras linhas de itens, títulos e subtotais


na demonstração da posição financeira quando essa apresentação for
relevante para uma compreensão da posição financeira da entidade.

56 Quando uma entidade apresentar activos correntes e não correntes, e


passivos correntes e não correntes, como classificações separadas na
sua demonstração da posição financeira, ela não deve classificar activos
(passivos) por impostos diferidos como activos (passivos) correntes.

57 Esta Norma não prescreve a ordem ou formato em que a entidade


apresenta os itens. O parágrafo 54 lista simplesmente itens que são de
natureza ou função suficientemente diferente para justificar a apresen­
tação separada na demonstração da posição financeira. Além disso:

(a) as linhas de itens são incluídas quando a dimensão, a natureza ou


a função de um item ou agregação de itens semelhantes for de tal
forma que a apresentação separada seja relevante para uma com­
preensão da posição financeira da entidade; e
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▼M5
(b) as descrições usadas e a ordenação dos itens ou agregação de
itens semelhantes podem ser emendadas de acordo com a natureza
da entidade e as suas transacções, para proporcionar informação
que seja relevante para uma compreensão da posição financeira da
entidade. Por exemplo, uma instituição financeira pode emendar
as descrições acima referidas para proporcionar informação que
seja relevante para as operações de uma instituição financeira.

58 Uma entidade ajuíza se deve apresentar outros itens separadamente


com base na avaliação do seguinte:

(a) a natureza e liquidez dos activos;

(b) a função dos activos dentro da entidade; e

(c) as quantias, natureza e tempestividade dos passivos.

59 O uso de diferentes bases de mensuração para diferentes classes de


activos sugere que a sua natureza ou função difere e que, por isso, a
entidade deve apresentá-las como linhas de itens separadas. Por exem­
plo, diferentes classes de activos fixos tangíveis podem ser escritura­
das pelo custo ou por quantias revalorizadas de acordo com a IAS 16.

Distinção corrente/não corrente


60 Uma entidade deve apresentar activos correntes e não correntes, e
passivos correntes e não correntes, como classificações separadas na
sua demonstração da posição financeira de acordo com os parágrafos
66-76, excepto quando uma apresentação baseada na liquidez propor­
cionar informação fiável e mais relevante. Quando se aplica essa
excepção, uma entidade deve apresentar todos os activos e passivos
por ordem de liquidez.

61 Qualquer que seja o método de apresentação adoptado, uma entidade


deve divulgar a quantia que se espera que seja recuperada ou liqui­
dada após mais de doze meses por cada linha de item de activo e de
passivo que combine quantias que se espera que sejam recuperadas ou
liquidadas:

(a) não mais de doze meses após o período de relato; e

(b) mais de doze meses após o período de relato.

62 Quando uma entidade fornece bens ou serviços dentro de um ciclo


operacional claramente identificável, a classificação separada de acti­
vos e passivos correntes e não correntes na demonstração da posição
financeira proporciona informação útil ao distinguir os activos líqui­
dos que estejam continuamente em circulação como capital circulante
dos que são usados nas operações de longo prazo da entidade. Essa
classificação também realça os activos que se espera que sejam rea­
lizados dentro do ciclo operacional corrente, bem como os passivos
que devam ser liquidados dentro do mesmo período.
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▼M5
63 Para algumas entidades, tais como instituições financeiras, uma apre­
sentação de activos e passivos por ordem crescente ou decrescente de
liquidez proporciona informação fiável e mais relevante do que uma
apresentação corrente/não corrente porque a entidade não fornece bens
ou serviços dentro de um ciclo operacional claramente identificável.

64 Na aplicação do parágrafo 60, é permitido que uma entidade apresente


alguns dos seus activos e passivos com uma classificação corrente/não
corrente e outros por ordem de liquidez quando tal proporcionar in­
formação fiável e mais relevante. A necessidade de uma base mista de
apresentação pode surgir quando uma entidade tem diversas opera­
ções.

65 A informação acerca das datas previstas para a realização de activos e


de passivos é útil na avaliação da liquidez e solvência de uma enti­
dade. A IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações exige a di­
vulgação das datas de maturidade de activos financeiros e de passivos
financeiros. Os activos financeiros incluem dívidas a receber comer­
ciais e outras e os passivos financeiros incluem dívidas a pagar co­
merciais e outras. A informação sobre a data prevista para a recupe­
ração de activos não monetários tais como inventários e sobre a data
prevista para a liquidação de passivos tais como provisões também é
útil, quer os activos e passivos sejam classificados como correntes ou
não correntes. Por exemplo, uma entidade divulga a quantia de in­
ventários que espera que sejam recuperados mais de doze meses após
o período de relato.

Activos correntes
66 Uma entidade deve classificar um activo como corrente quando:

(a) espera realizar o activo, ou pretende vendê-lo ou consumi-lo, no


decurso normal do seu ciclo operacional;

(b) detém o activo essencialmente para finalidades de negociação;

(c) espera realizar o activo até doze meses após o período de relato;
ou

(d) o activo é caixa ou um equivalente de caixa (conforme definido


na IAS 7), a menos que lhe seja limitada a troca ou uso para
liquidar um passivo durante pelo menos doze meses após o pe­
ríodo de relato.

Uma entidade deve classificar todos os restantes activos como não


correntes.

67 Esta Norma usa o termo «não corrente» para incluir activos tangíveis,
intangíveis e financeiros de natureza de longo prazo. Não proíbe o uso
de descrições alternativas tanto quanto o sentido seja claro.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 23

▼M8
68 O ciclo operacional de uma entidade é o tempo entre a aquisição de
activos para transformação e a sua realização em dinheiro ou seus
equivalentes. Quando o ciclo operacional normal da entidade não for
claramente identificável, pressupõe-se que a sua duração seja de doze
meses. Os activos correntes incluem activos (tais como inventários e
dívidas a receber comerciais) que são vendidos, consumidos ou rea­
lizados como parte do ciclo operacional normal, mesmo quando não
se espere que sejam realizados num período até doze meses após o
período de relato. Os activos correntes incluem igualmente activos
detidos essencialmente para finalidades de negociação (nomeadamente
certos activos financeiros classificados como detidos para negociação
de acordo com a IAS 39) e a parte corrente de activos financeiros não
correntes.

▼M5
Passivos correntes
▼M22
69 Uma entidade deve classificar um passivo como corrente quando:

a) espera liquidar o passivo no decurso normal do seu ciclo ope­


racional;

b) detém o passivo essencialmente para finalidades de negociação;

c) a liquidação do passivo estiver prevista para um período até


doze meses após o período de relato; ou

d) não tiver um direito incondicional de diferir a liquidação do


passivo durante pelo menos doze meses após o período de
relato (ver parágrafo 73). Os termos de um passivo que pode­
ria, por opção da contraparte, resultar na sua liquidação atra­
vés da emissão de instrumentos de capital próprio não afectam
a sua classificação.

Uma entidade deve classificar todos os restantes passivos como


não correntes.

▼M5
70 Alguns passivos correntes, tais como dívidas a pagar comerciais e
alguns acréscimos de custos relativos a empregados e outros custos
operacionais, são parte do capital circulante usado no ciclo operacio­
nal normal da entidade. Uma entidade classifica esses itens operacio­
nais como passivos correntes mesmo que estejam para ser liquidados
mais de doze meses após o período de relato. O mesmo ciclo opera­
cional normal aplica-se à classificação dos activos e passivos de uma
entidade. Quando o ciclo operacional normal da entidade não for
claramente identificável, pressupõe-se que a sua duração seja de
doze meses.

▼M8
71 Outros passivos correntes não são liquidados como parte do ciclo
operacional normal, mas está prevista a sua liquidação dentro de
um período de doze meses após o período de relato ou estão essen­
cialmente detidos para finalidades de negociação. Constituem exem­
plos de tal certos passivos financeiros classificados como detidos para
negociação de acordo com a IAS 39, descobertos bancários e a parte
corrente de passivos financeiros não correntes, dividendos a pagar,
impostos sobre o rendimento e outras contas a pagar não comerciais.
Os passivos financeiros que proporcionem financiamento numa base a
longo prazo (ou seja, não façam parte do capital circulante usado no
ciclo operacional normal da entidade) e cuja liquidação não esteja
prevista dentro de um período de doze meses após o período de relato
são passivos não correntes, sujeitos aos parágrafos 74 e 75.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 24

▼M5
72 Uma entidade classifica os seus passivos financeiros como correntes
quando a sua liquidação estiver prevista dentro de um período de doze
meses após o período de relato, mesmo que:

(a) o prazo original tenha sido por um período superior a doze meses;
e

(b) um acordo de refinanciamento, ou de reescalonamento de paga­


mentos, numa base de longo prazo seja celebrado após o período
de relato e antes das demonstrações financeiras serem autorizadas
para emissão.

73 Se uma entidade esperar, e tiver a possibilidade de, refinanciar ou


substituir sucessivamente uma obrigação durante pelo menos doze
meses após o período de relato segundo uma facilidade de empréstimo
existente, ela classifica a obrigação como não corrente, mesmo que de
outra forma fosse devida dentro de um período mais curto. Contudo,
quando refinanciar ou substituir («roll over») a obrigação não depen­
der do critério da entidade (por exemplo, se não houver um acordo de
refinanciamento), a entidade não considera o potencial de refinancia­
mento da obrigação e classifica a obrigação como corrente.

74 Quando uma entidade não cumprir uma disposição de um acordo de


empréstimo de longo prazo em, ou antes, do fim do período de relato
com o efeito de o passivo se tornar pagável à ordem, ela classifica o
passivo como corrente, mesmo que o mutuante tenha concordado,
após o período de relato e antes da autorização de emissão das de­
monstrações financeiras, em não exigir pagamento como consequência
do incumprimento. Uma entidade classifica o passivo como corrente
porque, no fim do período de relato, ela não tem um direito incondi­
cional de diferir a sua liquidação durante pelo menos doze meses após
essa data.

75 Contudo, uma entidade classifica o passivo como não corrente se o


mutuante tiver concordado, até ao fim do período de relato, em pro­
porcionar um período de graça a terminar pelo menos doze meses
após o período de relato, dentro do qual a entidade pode rectificar o
incumprimento e durante o qual o mutuante não pode exigir o reem­
bolso imediato.

76 Com respeito a empréstimos classificados como passivos correntes, se


os acontecimentos que se seguem ocorrerem entre o fim do período de
relato e a data em que as demonstrações financeiras forem autorizadas
para emissão, esses acontecimentos são divulgados como aconteci­
mentos que não dão lugar a ajustamentos de acordo com a IAS 10
Acontecimentos após o Período de Relato:

(a) refinanciamento numa base de longo prazo;

(b) rectificação de um incumprimento de um acordo de empréstimo


de longo prazo; e

(c) concessão, por parte do mutuante, de um período de graça para


rectificar um incumprimento de um acordo de empréstimo de
longo prazo que termine pelo menos doze meses após o período
de relato.

Informação a ser apresentada ou na demonstração da posição finan­


ceira ou nas notas
77 Uma entidade deve divulgar, ou na demonstração da posição finan­
ceira ou nas notas, outras subclassificações das linhas de itens apre­
sentadas, classificadas de uma forma apropriada para as operações da
entidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 25

▼M5
78 O pormenor proporcionado nas subclassificações depende dos requi­
sitos das IFRS e da dimensão, natureza e função das quantias envol­
vidas. Uma entidade também usa os factores estabelecidos no pará­
grafo 58 para decidir a base da subclassificação. As divulgações va­
riam para cada item, por exemplo:

(a) os itens do activo fixo tangível são desagregados em classes de


acordo com a IAS 16;

(b) as contas a receber são desagregadas em quantias a receber de


clientes comerciais, contas a receber de partes relacionadas, pré-
-pagamentos e outras quantias;

(c) os inventários são desagregados, de acordo com a IAS 2 Inven­


tários, em classificações tais como mercadorias, fornecimentos de
produção, materiais, trabalhos em curso e bens acabados;

(d) as provisões são desagregadas em provisões para benefícios de


empregados e outros itens; e

(e) o capital próprio contribuído e as reservas são desagregadas em


várias classes, tais como capital subscrito e realizado, prémios de
acções e reservas.

79 Uma entidade deve divulgar o seguinte, ou na demonstração da po­


sição financeira ou na demonstração de alterações no capital próprio,
ou nas notas:

(a) para cada classe de capital por acções:

(i) a quantidade de acções autorizadas;

(ii) a quantidade de acções emitidas e inteiramente pagas, e


emitidas mas não inteiramente pagas;

(iii) o valor ao par por acção, ou que as acções não têm valor ao
par;

(iv) uma reconciliação da quantidade de acções em circulação no


início e no fim do período;

(v) os direitos, preferências e restrições associados a essa classe


incluindo restrições na distribuição de dividendos e no reem­
bolso de capital;

(vi) acções da entidade detidas pela própria entidade ou por


subsidiárias ou associadas; e

(vii) acções reservadas para emissão em consequência de opções


e contratos para a venda de acções, incluindo os termos e as
quantias; e

(b) uma descrição da natureza e da finalidade de cada reserva dentro


do capital próprio.

80 Uma entidade sem capital por acções, tal como uma parceria ou trust,
deve divulgar informação equivalente à exigida no parágrafo 79(a),
mostrando as alterações durante o período em cada categoria do ca­
pital próprio e os direitos, preferências e restrições associados a cada
categoria do capital próprio.

▼M6
80A Se uma entidade tiver reclassificado

(a) um instrumento financeiro com uma opção put classificado como


um instrumento de capital próprio, ou
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 26

▼M6
(b) um instrumento que impõe à entidade uma obrigação de entregar
a outra parte uma parte pro rata dos activos líquidos da entidade
aquando da liquidação e é classificado como um instrumento de
capital próprio

entre passivos financeiros e capital próprio, divulgará o montante reclas­


sificado de uma categoria para a outra (passivos financeiro ou capital
próprio), bem como a data e as razões para essa reclassificação.

▼M31
Demonstração dos resultados e de outro rendimento integral

__________

81A A demonstração dos resultados e de outro rendimento integral (de­


monstração do rendimento integral) deve apresentar, para além das
secções relativas aos resultados e ao outro rendimento integral:

(a) o lucro ou prejuízo;

(b) o total de outro rendimento integral;

(c) o rendimento integral do período, composto pelos lucro ou pre­


juízo total e o outro rendimento integral.

Se uma entidade apresentar uma demonstração dos resultados sepa­


rada não deve apresentar uma secção de resultados na demonstração
em que apresenta o rendimento integral.

81B Uma entidade deve apresentar as seguintes rubricas, para além das
secções relativas aos resultados e ao outro rendimento integral, a título
da afectação dos resultados e do outro rendimento integral do período:

(a) lucro ou prejuízo do período atribuível:

(i) a Interesses que não controlam; e

(ii) aos proprietários da empresa-mãe;

(b) rendimento integral do período atribuível:

(i) a Interesses que não controlam; e

(ii) aos proprietários da empresa-mãe.

Se uma entidade apresentar os seus resultados numa demonstração


separada, deve apresentar os dados da alínea (a) nessa demonstração.

Informação a apresentar na secção relativa aos resultados ou na


demonstração dos resultados
82 Para além dos elementos exigidos por outras IFRS, a secção relativa
aos resultados ou a demonstração dos resultados devem incluir rubri­
cas que apresentem as seguintes quantias para o período:

(a) rédito;

(b) custos de financiamento;

(c) participação nos lucros ou prejuízos de associadas e de em­


preendimentos conjuntos contabilizados pelo método da equi­
valência patrimonial;

(d) gastos de impostos;

(e) [suprimida]

(ea) uma quantia única para o total das unidades operacionais des­
continuadas (ver a IFRS 5).

(f)–(i) [suprimida]
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 27

▼M31
Informação a apresentar na secção relativa ao outro rendimento
integral
82A A secção relativa ao outro rendimento integral deve incluir rubricas
que apresentem as quantias do outro rendimento integral para o pe­
ríodo, classificadas por natureza (incluindo a participação no outro
rendimento integral de associadas e de empreendimentos conjuntos
contabilizados pelo método da equivalência patrimonial) e agrupadas
em função das quantias que, em conformidade com outras IFRS;

(a) não irão ser posteriormente reclassificadas nos resultados; e

(b) irão ser posteriormente reclassificadas nos resultados, logo que


estejam preenchidas determinadas condições.

__________

85 Uma entidade deve apresentar rubricas, títulos e subtotais adicionais


na(s) demonstração(ões) que apresenta(m) os resultados e o outro
rendimento integral quando essa apresentação for relevante para
uma compreensão do desempenho financeiro da entidade.

86 Dado que os efeitos das várias actividades, transacções e outros acon­


tecimentos numa entidade diferem em termos de frequência, potencial
de ganho ou perda e previsibilidade, a divulgação dos componentes
do desempenho financeiro ajuda os utentes a compreenderem o de­
sempenho financeiro alcançado e a fazerem projecções do desempe­
nho financeiro futuro. Uma entidade deve incluir rubricas adicionais
na(s) demonstração(ões) que apresenta(m) os resultados e o outro
rendimento integral e emendar as descrições usadas e a ordem das
rubricas quando tal for necessário para explicar os elementos do de­
sempenho financeiro. Uma entidade considera factores como a mate­
rialidade e a natureza e função dos itens de rendimentos e de gastos.
Por exemplo, uma instituição financeira pode emendar as descrições
para proporcionar informação que seja relevante para as operações de
uma instituição financeira. Uma entidade não compensa itens de ren­
dimentos e de gastos, a menos que os critérios do parágrafo 32 sejam
satisfeitos.

87 Uma entidade não deve apresentar quaisquer rubricas de rendimentos


ou de gastos como rubricas extraordinárias na(s) demonstração(ões)
que apresenta(m) os resultados e o outro rendimento integral nem nas
notas.

▼M5
Lucros ou prejuízos do período
88 Uma entidade deve reconhecer todos os itens de rendimentos e de
gastos de um período nos lucros ou prejuízos, a menos que uma IFRS
exija ou permita de outro modo.

89 Algumas IFRS especificam circunstâncias em que uma entidade reco­


nhece determinados itens fora dos lucros ou prejuízos no período
corrente. A IAS 8 especifica duas dessas circunstâncias: a correcção
de erros e o efeito de alterações nas políticas contabilísticas. Outras
IFRS exigem ou permitem que componentes de outro rendimento
integral que satisfaçam a definição de rendimento ou gasto na Estru­
tura Conceptual sejam excluídos dos lucros ou prejuízos (ver pará­
grafo 7).

Outro rendimento integral do período


▼M31
90 Uma entidade deve divulgar a quantia do imposto sobre o rendimento
relacionada com cada componente do outro rendimento integral, in­
cluindo ajustamentos de reclassificação, seja na demonstração dos
resultados e de outro rendimento integral seja nas notas.

91 Uma entidade pode apresentar as rubricas do outro rendimento inte­


gral:

(a) líquidas de efeitos fiscais relacionados; ou


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 28

▼M31
(b) antes dos efeitos fiscais relacionados, com uma quantia mostrada
como a quantia agregada do imposto sobre o rendimento relacio­
nado com essas rubricas.

Se escolher a opção da alínea b), uma entidade deve afectar as ru­


bricas de impostos entre aquelas que poderão ser posteriormente re­
classificadas na secção relativa aos resultados e aquelas que não irão
ser posteriormente reclassificadas nessa secção.

▼M5
92 Uma entidade deve divulgar ajustamentos de reclassificação relacio­
nados com componentes de outro rendimento integral.

93 Outras IFRS especificam se e quando é que as quantias anteriormente


reconhecidas em outro rendimento integral são reclassificadas nos
para lucros ou prejuízos. Essas reclassificações são referidas nesta
Norma como ajustamentos de reclassificação. Um ajustamento de
reclassificação é incluído com o componente relacionado de outro
rendimento integral no período em que o ajustamento é reclassificado
para lucros ou prejuízos. Por exemplo, os ganhos realizados com a
alienação de activos financeiros disponíveis para venda são incluídos
nos lucros ou prejuízos do período corrente. Estas quantias podem ter
sido reconhecidas em outro rendimento integral como ganhos não
realizados no período corrente ou em períodos anteriores. Esses ga­
nhos não realizados têm de ser deduzidos de outro rendimento integral
no período pelo que os ganhos realizados são reclassificados para
lucros ou prejuízos, de modo a evitar incluí-los duas vezes no rendi­
mento integral total.

▼M31
94 Uma entidade pode apresentar ajustamentos de reclassificação na(s)
demonstração(ões) dos resultados e de outro rendimento integral ou
nas notas. Uma entidade que apresente ajustamentos de reclassificação
nas notas apresenta as rubricas de outro rendimento integral após
quaisquer ajustamentos de reclassificação relacionados.

▼M5
95 Os ajustamentos de reclassificação surgem, por exemplo, na alienação
de uma unidade operacional estrangeira (ver IAS 21), no desreconhe­
cimento de activos financeiros disponíveis para venda (ver IAS 39) e
quando uma transacção prevista coberta afectar os lucros ou prejuízos
(ver parágrafo 100 da IAS 39 em relação com as coberturas de fluxo
de caixa).

▼M31
96 Os ajustamentos de reclassificação não surgem em alterações no ex­
cedente de revalorização reconhecido de acordo com a IAS 16 ou a
IAS 38 nem na remensuração de planos de benefícios definidos reco­
nhecidos de acordo com a IAS 19. Estes componentes são reconhe­
cidos em outro rendimento integral e não são reclassificados nos
lucros ou prejuízos em períodos subsequentes. As alterações no ex­
cedente de revalorização podem ser transferidas para resultados retidos
em períodos subsequentes quando o activo for usado ou quando for
desreconhecido (ver IAS 16 e IAS 38).

Informação a apresentar na(s) demonstração(ões) dos resultados e de


outro rendimento integral ou nas notas
▼M5
97 Quando os itens de rendimentos ou de gastos são materiais, uma
entidade deve divulgar a sua natureza e quantia separadamente.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 29

▼M5
98 As circunstâncias que poderiam dar origem à divulgação separada de
itens de rendimento e de gasto incluem:

(a) reduções dos inventários para o valor realizável líquido ou dos


activos fixos tangíveis para a quantia recuperável, bem como
reversões de tais reduções;

(b) reestruturações das actividades de uma entidade e reversões de


quaisquer provisões para os custos de reestruturação;

(c) alienações de itens de activos fixos tangíveis;

(d) alienações de investimentos;

(e) unidades operacionais descontinuadas;

(f) resolução de litígios; e

(g) outras reversões de provisões.

99 Uma entidade deve apresentar uma análise dos gastos reconhecidos


nos lucros ou prejuízos usando uma classificação baseada ou na sua
natureza ou na sua função dentro da entidade, conforme aquela que
proporcionar informação que seja fiável e mais relevante.

▼M31
100 As entidades são encorajadas a apresentar a análise referida no pará­
grafo 99 na(s) demonstração(ões) que apresenta(m) os resultados e o
outro rendimento integral.

▼M5
101 Os gastos são subclassificados a fim de destacar componentes do
desempenho financeiro que possam diferir em termos de frequência,
potencial de ganho ou de perda e previsibilidade. Esta análise é pro­
porcionada numa de duas formas.

102 A primeira forma de análise é o método da «natureza do gasto». Uma


entidade agrega os gastos nos lucros ou prejuízos de acordo com a sua
natureza (por exemplo, depreciações, compras de materiais, custos de
transporte, benefícios dos empregados e custos de publicidade) e não
os volta a imputar entre as várias funções dentro da entidade. Este
método pode ser simples de aplicar porque não são necessárias impu­
tações de gastos a classificações funcionais. Um exemplo de uma
classificação que usa o método da natureza dos gastos é o que se
segue:

Rédito X
Outros rendimentos X
Alterações nos inventários de produtos acabados X
e em curso
Matérias-primas e consumíveis usados X
Gasto com benefícios dos empregados X
Gasto de depreciação e de amortização X
Outros gastos X
Total de gastos (X)
Lucro antes de impostos X
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 30

▼M5
103 A segunda forma de análise é o método da «função do gasto» ou do
«custo de vendas», classificando os gastos de acordo com a sua
função como parte do custo de vendas ou, por exemplo, dos custos
de distribuição ou de actividades administrativas. Como mínimo, uma
entidade divulga o custo de vendas segundo este método separada­
mente dos outros gastos. Este método pode proporcionar informação
mais relevante aos utentes do que a classificação de gastos por natu­
reza, mas a imputação de custos a funções pode exigir imputações
arbitrárias e envolver ponderação considerável. Um exemplo de uma
classificação que usa o método da função de gastos é o seguinte:

Rédito X
Custo de vendas (X)
Lucro bruto X
Outros rendimentos X
Custos de distribuição (X)
Gastos administrativos (X)
Outros gastos (X)
Lucro antes de impostos X

104 Uma entidade que classifique os gastos por função deve divulgar
informação adicional sobre a natureza dos gastos, incluindo gastos
de depreciação e de amortização e gastos com os benefícios dos
empregados.

105 A escolha entre o método da função do gasto e o método da natureza


do gasto depende de factores históricos e sectoriais e da natureza da
entidade. Ambos os métodos proporcionam uma indicação dos custos
que podem variar, directa ou indirectamente, com o nível de vendas
ou de produção da entidade. Dado que cada método de apresentação
tem mérito para diferentes tipos de entidades, esta Norma exige que a
gerência seleccione a apresentação que seja fiável e mais relevante.
Porém, porque a informação sobre a natureza dos gastos é útil ao
prever os futuros fluxos de caixa, é exigida divulgação adicional
quando for usada a classificação com base no método da função do
gasto. No parágrafo 104, «benefícios dos empregados» tem o mesmo
significado que na IAS 19.

Demonstração de alterações no capital próprio


▼M29
Informação a apresentar na demonstração de alterações no capital
próprio
106 Uma entidade deve apresentar uma demonstração de alterações
no capital próprio conforme exigida pelo parágrafo 10. A demons­
tração de alterações no capital próprio inclui as seguintes infor­
mações:

(a) o rendimento integral total do período, mostrando separada­


mente as quantias totais atribuíveis aos proprietários da
empresa-mãe e aos interesses que não controlam;

(b) para cada componente do capital próprio, os efeitos da apli­


cação retrospectiva ou da reexpressão retrospectiva reconhe­
cida de acordo com a IAS 8; e

(c) [suprimida]

(d) para cada componente do capital próprio, uma reconciliação


entre a quantia escriturada no início e no final do período,
divulgando separadamente as alterações resultantes de:

(i) lucros ou prejuízos;

(ii) outro rendimento integral; e


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 31

▼M29
(iii) transacções com proprietários nessa qualidade, mos­
trando separadamente as contribuições por e distribui­
ções a proprietários e as alterações nos interesses de pro­
priedade em subsidiárias que não resultam em perda de
controlo.

Informação a apresentar na demonstração de alterações no capital


próprio ou nas notas
106A Para cada componente do capital próprio, uma entidade deve
apresentar, na demonstração de alterações no capital próprio ou
nas notas, uma análise por item dos outros rendimentos integrais
(ver o parágrafo 106(d)(ii)).

107 Uma entidade deve apresentar, na demonstração de alterações no


capital próprio ou nas notas, a quantia de dividendos reconhecida
como distribuições aos proprietários durante o período e a res­
pectiva quantia de dividendos por acção.

▼M5
108 No parágrafo 106, os componentes do capital próprio incluem, por
exemplo, cada classe de capital próprio contribuído, o saldo acumu­
lado de cada classe de outro rendimento integral e os resultados
retidos.

109 As alterações no capital próprio de uma entidade entre o início e o fim


do período de relato reflectem o aumento ou a redução nos seus
activos líquidos durante o período. Com a excepção das alterações
resultantes de transacções com proprietários na sua qualidade de pro­
prietários (tais como contribuições de capital próprio, reaquisições de
instrumentos de capital próprio da entidade e dividendos) e dos custos
de transacção directamente relacionados com essas transacções, a al­
teração global no capital próprio durante um período representa a
quantia total de rendimentos e gastos, incluindo ganhos e perdas,
gerada pelas actividades da entidade durante esse período.

110 A IAS 8 exige ajustamentos retrospectivos para efectuar alterações nas


políticas contabilísticas, até ao ponto que seja praticável, excepto
quando as disposições transitórias noutra IFRS o exijam de outra
forma. A IAS 8 também exige que as reexpressões para corrigir erros
sejam feitas retrospectivamente, até ao ponto em que seja praticável.
Os ajustamentos retrospectivos e as reexpressões retrospectivas não
são alterações no capital próprio, mas antes ajustamentos no saldo de
abertura dos resultados retidos, excepto quando uma IFRS exige ajus­
tamentos retrospectivos de outro componente do capital próprio. O
parágrafo 106(b) exige a divulgação na demonstração de alterações
no capital próprio do ajustamento total para cada componente do
capital próprio resultante de alterações nas políticas contabilísticas e,
separadamente, de correcções de erros. Estes ajustamentos são divul­
gados para cada período anterior e no início do período.

Demonstração dos fluxos de caixa


111 A informação sobre os fluxos de caixa proporciona aos utentes de
demonstrações financeiras uma base para avaliar a capacidade da
entidade para gerar caixa e equivalentes de caixa e as necessidades
da entidade para utilizar esses fluxos de caixa. A IAS 7 estabelece
requisitos para a apresentação e divulgação de informação dos fluxos
de caixa.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 32

▼M5
Notas

Estrutura
112 As notas devem:

(a) apresentar informação acerca da base de preparação das demons­


trações financeiras e das políticas contabilísticas específicas usa­
das de acordo com os parágrafos 117-124;

(b) divulgar a informação exigida pelas IFRS que não esteja apresen­
tada noutros pontos das demonstrações financeiras; e

(c) proporcionar informação que não esteja apresentada noutros pon­


tos das demonstrações financeiras, mas que seja relevante para
uma compreensão de qualquer uma delas.

113 Uma entidade deve apresentar as notas, tanto quanto for praticável, de
uma forma sistemática. Uma entidade, para cada item nas demons­
trações da posição financeira e do rendimento integral, na
►M5 demonstração do rendimento integral ◄ separada (se apresen­
tada) e nas demonstrações de alterações no capital próprio e dos
fluxos de caixa, deve incluir uma referência cruzada a qualquer in­
formação relacionada nas notas.

114 Uma entidade apresenta normalmente as notas pela seguinte ordem,


para ajudar os utentes a compreender as demonstrações financeiras e a
compará-las com demonstrações financeiras de outras entidades:

(a) declaração de cumprimento das IFRS (ver parágrafo 16);

(b) resumo das políticas contabilísticas significativas aplicadas (ver


parágrafo 117);

(c) informação de suporte para itens apresentados nas demonstrações


da posição financeira e do rendimento integral, na
►M5 demonstração do rendimento integral ◄ separada (se apre­
sentada) e nas demonstrações de alterações no capital próprio e
dos fluxos de caixa, pela ordem em que cada demonstração e cada
linha de item for apresentada; e

(d) outras divulgações, incluindo:

(i) passivos contingentes (ver IAS 37) e compromissos contra­


tuais não reconhecidos; e

(ii) divulgações não financeiras, por exemplo, os objectivos e


políticas de gestão do risco financeiro da entidade (ver
IFRS 7).

▼M31
115 Em algumas circunstâncias, pode ser necessário ou desejável alterar a
ordem de determinadas rubricas nas notas. Por exemplo, uma entidade
pode combinar a informação sobre alterações no justo valor reconhe­
cidas nos resultados com informação sobre a maturidade de instru­
mentos financeiros, embora as primeiras divulgações se relacionem
com a(s) demonstração(ões) que apresenta(m) os resultados e o outro
rendimento integral e as últimas se relacionem com a demonstração da
posição financeira. Contudo, na medida do praticável, uma entidade
mantém uma estrutura sistemática para as notas.

▼M5
116 Uma entidade pode apresentar notas que proporcionem informação
acerca da base de preparação das demonstrações financeiras e das
políticas contabilísticas específicas como uma secção separada das
demonstrações financeiras.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 33

▼M5
Divulgação de políticas contabilísticas
117 Uma entidade deve divulgar no resumo de políticas contabilísticas
significativas:

(a) a base (ou bases) de mensuração usada(s) na preparação das


demonstrações financeiras; e

(b) as outras políticas contabilísticas usadas que sejam relevantes para


uma compreensão das demonstrações financeiras.

118 É importante que uma entidade informe os utentes sobre a base ou


bases de mensuração usada(s) nas demonstrações financeiras (por
exemplo, custo histórico, custo corrente, valor realizável líquido, justo
valor ou quantia recuperável) porque a base em que a entidade pre­
para as demonstrações financeiras afecta significativamente a análise
dos utentes. Quando uma entidade usar mais de uma base de mensu­
ração nas demonstrações financeiras, por exemplo, quando determina­
das classes de activos são revalorizadas, é suficiente proporcionar uma
indicação das categorias de activos e de passivos a que cada base de
mensuração seja aplicada.

119 Ao decidir se uma determinada política contabilística deve ou não ser


divulgada, a gerência considera se a divulgação ajudará os utentes a
compreender de que forma as transacções, outros acontecimentos e
condições estão reflectidos no desempenho financeiro e na posição
financeira relatados. A divulgação de determinadas políticas contabi­
lísticas é especialmente útil para os utentes quando essas políticas são
seleccionadas de entre alternativas permitidas por IFRS. ►M32 Um
exemplo é a divulgação do facto de uma entidade aplicar o justo valor
ou um modelo de custos para as suas propriedade de investimento
(ver a IAS 40 Propriedades de Investimento). Algumas IFRS exigem
especificamente a divulgação de determinadas políticas contabilísticas,
incluindo as escolhas feitas pela administração entre as diferentes
políticas permitidas. ◄ Por exemplo, a IAS 16 exige a divulgação
das bases de mensuração usadas para classes do activo fixo tangível.

120 Cada entidade considera a natureza das suas operações e as políticas


que os utentes das suas demonstrações financeiras esperam que sejam
divulgadas para esse tipo de entidade. Por exemplo, os utentes espe­
ram que uma entidade sujeita a impostos sobre o rendimento divulgue
as suas políticas contabilísticas para impostos sobre o rendimento,
incluindo aquelas que sejam aplicáveis a passivos e activos por im­
postos diferidos. Quando uma entidade tem unidades operacionais
estrangeiras ou transacções significativas em moeda estrangeira, os
utentes esperam a divulgação das políticas contabilísticas para o reco­
nhecimento de ganhos e perdas cambiais.

121 Uma política contabilística pode ser significativa devido à natureza


das operações da entidade mesmo que as quantias de períodos ante­
riores e correntes não sejam materiais. É também apropriado divulgar
cada política contabilística significativa que não seja especificamente
exigida pelas IFRS, mas que a entidade selecciona e aplica de acordo
com a IAS 8.

122 Uma entidade deve divulgar, no resumo das políticas contabilísticas


significativas ou outras notas, os juízos de valor, com a excepção dos
que envolvam estimativas (ver parágrafo 125), que a gerência fez no
processo de aplicação das políticas contabilísticas da entidade e que
tenham o efeito mais significativo nas quantias reconhecidas nas de­
monstrações financeiras.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 34

▼M32
123 No processo de aplicação das políticas contabilísticas da entidade, a
gerência exerce juízos de valor, para além daqueles que envolvem
estimativas, susceptíveis de afectar significativamente as quantias
que reconhece nas demonstrações financeiras. Por exemplo, a gerência
exerce juízos de valor na determinação:

▼M5
(a) se os activos financeiros são investimentos detidos até a maturi­
dade;

▼M32
(b) do momento em que, no essencial, todos os riscos e vantagens
significativos da propriedade de activos financeiros e activos lo­
cados são transferidos para outras entidades; e

(c) se, no essencial, determinadas vendas de bens constituem acordos


financeiros, pelo que não geram receitas.

(d) [suprimido]

▼M5
►M32 124 Algumas das divulgações feitas de acordo com o parágrafo 122
são exigidas por outras IFRS. Por exemplo, a IFRS 12 Divulgação de
Interesses Noutras Entidades exige que uma entidade divulgue os
julgamentos que fez para determinar se controla outra entidade. ◄
A IAS 40 Propriedades de Investimento exige a divulgação dos cri­
térios desenvolvidos pela entidade para distinguir as propriedades de
investimento das propriedades ocupadas pelo proprietário e das pro­
priedades detidas para venda no decurso normal da actividade empre­
sarial, quando a classificação da propriedade é difícil.

Fontes da incerteza das estimativas


125 Uma entidade deve divulgar informação acerca dos pressupostos que
faz relativamente ao futuro, e outras principais fontes da incerteza das
estimativas no fim do período de relato, que tenham um risco signi­
ficativo de resultar num ajustamento material nas quantias escrituradas
de activos e passivos durante o próximo ano financeiro. Com respeito
a esses activos e passivos, as notas devem incluir pormenores do
seguinte:

(a) a sua natureza; e

(b) a sua quantia escriturada no fim do período de relato.

126 Determinar as quantias escrituradas de alguns activos e passivos exige


a estimativa dos efeitos de acontecimentos futuros incertos nesses
activos e passivos no fim do período de relato. Por exemplo, na
ausência de preços de mercado recentemente observados, são neces­
sárias estimativas orientadas para o futuro para mensurar a quantia
recuperável de classes do activo fixo tangível, o efeito da obsolescên­
cia tecnológica nos inventários, as provisões sujeitas ao futuro resul­
tado do litígio em curso e os passivos de benefícios dos empregados
de longo prazo tais como obrigações de pensões. Estas estimativas
implicam pressupostos sobre itens como o ajustamento do risco nos
fluxos de caixa ou nas taxas de desconto, futuras alterações em salá­
rios e futuras alterações nos preços que afectem outros custos.

127 Os pressupostos e outras fontes da incerteza das estimativas divulga­


dos de acordo com o parágrafo 125 relacionam-se com as estimativas
que exigem os juízos de valor mais difíceis, subjectivos ou complexos
da gerência. Uma vez que o número de variáveis e pressupostos que
afectam a possível futura resolução das incertezas aumenta, esses
juízos de valor tornam-se mais subjectivos e complexos, e o potencial
para um consequente ajustamento material nas quantias escrituradas
de activos e passivos aumenta normalmente em conformidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 35

▼M33
128 As divulgações referidas no parágrafo 125 não são exigidas para
activos e passivos que tenham um risco significativo de que as suas
quantias escrituradas se possam alterar materialmente no próximo ano
financeiro se, no fim do período de relato, forem mensurados pelo
justo valor com base num preço cotado num mercado activo para um
activo ou passivo idêntico. Esses justos valores podem alterar-se ma­
terialmente no próximo ano financeiro, mas essas alterações não iriam
surgir de pressupostos ou de outras fontes da incerteza das estimativas
no fim do período de relato.

▼M5
129 Uma entidade apresenta as divulgações referidas no parágrafo 125 de
uma forma que ajuda os utentes de demonstrações financeiras a com­
preender os juízos de valor que a gerência faz acerca do futuro e sobre
outras fontes da incerteza das estimativas. A natureza e extensão da
informação proporcionada variam de acordo com a natureza do pres­
suposto e outras circunstâncias. Exemplos de tipos de divulgação que
uma entidade faz incluem:

(a) a natureza do pressuposto ou outra incerteza das estimativas;

(b) a sensibilidade de quantias escrituradas aos métodos, pressupostos


e estimativas subjacentes ao respectivo cálculo, incluindo as ra­
zões para essa sensibilidade;

(c) a resolução esperada de uma incerteza e a variedade de desfechos


razoavelmente possíveis durante o próximo ano financeiro com
respeito às quantias escrituradas dos activos e passivos afectados;
e

(d) uma explicação de alterações feitas a pressupostos anteriores res­


peitantes a esses activos e passivos, se a incerteza continuar por
resolver.

130 Esta Norma não exige que uma entidade divulgue informação orça­
mental ou previsões ao fazer as divulgações referidas no parágrafo
125.

131 Por vezes, é impraticável divulgar a extensão dos possíveis efeitos de


um pressuposto ou de uma outra fonte da incerteza das estimativas no
fim do período de relato. Nesses casos, a entidade divulga que é
razoavelmente possível, com base no conhecimento existente, que as
consequências ao longo do ano financeiro seguinte, que sejam dife­
rentes do pressuposto, possam exigir um ajustamento material na
quantia escriturada do activo ou passivo afectado. Em todos os casos,
a entidade divulga a natureza e a quantia escriturada do activo ou
passivo específico (ou classe de activos ou passivos) afectado pelo
pressuposto.

132 As divulgações referidas no parágrafo 122 de juízos de valor especí­


ficos feitos pela gerência no processo de aplicação das políticas con­
tabilísticas da entidade não se relacionam com as divulgações de
fontes da incerteza das estimativas referidas no parágrafo 125.

▼M33
133 Outras IFRS exigem a divulgação de alguns dos pressupostos que de
outra forma seriam exigidos nos termos do parágrafo 125. Por exem­
plo, a IAS 37 exige a divulgação, em circunstâncias especificadas, dos
principais pressupostos respeitantes a futuros acontecimentos que afec­
tem classes de provisões. A IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor
exige a divulgação de pressupostos significativos (incluindo a(s) téc­
nica(s) de avaliação e dados), que a entidade utiliza para mensurar o
justo valor dos activos e passivos que são escriturados pelo justo
valor.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 36

▼M5
Capital
134 Uma entidade deve divulgar informação que permita aos utentes das
suas demonstrações financeiras avaliar os objectivos, as políticas e os
processos da entidade para gerir o capital.

135 Para cumprir o parágrafo 134, uma entidade deve divulgar o seguinte:

(a) informação qualitativa sobre os seus objectivos, políticas e pro­


cessos para gerir o capital, incluindo:

(i) uma descrição daquilo que gere como capital;

(ii) quando uma entidade estiver sujeita a requisitos de capital


impostos externamente, a natureza desses requisitos e a
forma como eles são incorporados na gestão do capital; e

(iii) a forma como está a cumprir os seus objectivos de gerir o


capital;

(b) um resumo dos dados quantitativos daquilo que gere como capi­
tal. Algumas entidades encaram alguns passivos financeiros (por
exemplo, determinadas formas de dívida subordinada) como parte
integrante do capital. Outras entidades encaram o capital como
excluindo alguns componentes de capital próprio (por exemplo,
componentes resultantes de coberturas de fluxo de caixa);

(c) quaisquer alterações nas alíneas (a) e (b) do período anterior;

(d) se, durante o período, ela cumpriu os requisitos de capital impos­


tos externamente e aos quais está sujeita;

(e) quando a entidade não cumpriu esses requisitos de capital impos­


tos externamente, as consequências desse incumprimento.

A entidade baseia estas divulgações na informação fornecida interna­


mente ao pessoal chave da gerência.

136 Uma entidade pode gerir o capital de várias formas e estar sujeita a
uma série de diferentes requisitos de capital. Por exemplo, um con­
glomerado pode incluir entidades que desempenham actividades de
seguros e actividades bancárias e essas entidades podem operar em
várias jurisdições. Quando uma divulgação agregada dos requisitos de
capital e sobre a forma como o capital é gerido não proporciona
informação útil ou distorce a compreensão de um utente de demons­
trações financeiras relativamente aos recursos de capital de uma enti­
dade, a entidade deve divulgar informação separada para cada requi­
sito de capital a que ela esteja sujeita.

▼M6
Instrumentos financeiros com uma opção put classificados como ca­
pital próprio
136A Em relação aos instrumentos financeiros com uma opção put classi­
ficados como instrumentos de capital próprio, uma entidade divulga
(na medida em que não sejam divulgados noutro local):

(a) um resumo dos dados quantitativos sobre a quantia classificada


como capital próprio;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 37

▼M6
(b) os seus objectivos, políticas e procedimentos para gerir a sua
obrigação de recomprar ou remir os instrumentos quando tal
seja lhe imposto pelos detentores do instrumento, incluindo quais­
quer alterações em relação ao período precedente;

(c) a saída de caixa esperada em resultado da remição ou recompra


dessa classe de instrumentos financeiros; e

(d) informações sobre a forma como foi determinada a saída de caixa


esperada em resultado da remição ou recompra.

▼M5
Outras divulgações
137 Uma entidade deve divulgar nas notas:

(a) a quantia de dividendos proposta ou declarada antes de as de­


monstrações financeiras serem autorizadas para emissão, mas não
reconhecida como distribuição aos proprietários durante o período,
e a quantia relacionada por acção; e

(b) a quantia de qualquer dividendo preferencial cumulativo não re­


conhecido.

▼M6
138 Uma entidade deve divulgar o seguinte, se não for divulgado noutro
local em informação publicada com as demonstrações financeiras:

(a) o domicílio e a forma jurídica da entidade, o seu país de registo e


o endereço da sede registada (ou o local principal dos negócios, se
diferente da sede registada);

(b) a descrição da natureza das operações da entidade e das suas


principais actividades;

(c) o nome da empresa-mãe e da empresa-mãe de topo do grupo, e

(d) se for uma entidade com um período de vida limitado, informação


em relação à duração do seu período de vida.

▼M5

TRANSIÇÃO E DATA DE EFICÁCIA


139 Uma entidade deve aplicar esta Norma aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2009. É permitida a aplicação mais cedo.
Se uma entidade adoptar esta Norma para um período anterior, ela
deve divulgar esse facto.

▼M11
139A A IAS 27 (tal como emendada pelo International Accounting Stan­
dards Board em 2008) emendou o parágrafo 106. Uma entidade deve
aplicar essa emenda aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 27 (emendada em
2008) a um período anterior, a emenda deverá ser aplicada a esse
período anterior. A emenda deve ser aplicada retrospectivamente.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 38

▼M6
139B O documento Instrumentos financeiros com uma opção put e obriga­
ções decorrentes de uma liquidação (Emendas às IAS 32 e IAS 1),
emitido em Fevereiro de 2008, emendou o parágrafo 138 e inseriu os
parágrafos 8A, 80A e 136A. Uma entidade deve aplicar estas emendas
aos períodos anuais com início em ou após 1 Janeiro 2009. É per­
mitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar as emendas
relativamente a um período anterior, deve divulgar esse facto e aplicar
as emendas às IAS 32, IAS 39, a IFRS 7 e à IFRIC 2 Acções dos
Membros em Entidades Cooperativas e Instrumentos Semelhantes,
que com elas estejam relacionadas.

▼M8
139C Os parágrafos 68 e 71 foram alterados com base no documento Me­
lhoramentos introduzidos nas IFRS, emitido em Maio de 2008. Uma
entidade deve aplicar estas emendas aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2009. É permitida a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar as emendas a um período anterior, deve
divulgar esse facto.

▼M22
139D O parágrafo 69 foi emendado pelo documento Melhoramentos Intro­
duzidos nas IFRS emitido em Abril de 2009. Uma entidade deve
aplicar essa emenda aos períodos anuais com início em ou após
1 de Janeiro de 2010. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma
entidade aplicar a emenda a um período anterior, deve divulgar esse
facto.

▼M29
139F Os parágrafos 106 e 107 foram emendados e o parágrafo 106A adi­
cionado através do documento Melhoramentos introduzidos nas IFRS
emitido em Maio de 2010. Uma entidade deve aplicar estas emendas
aos períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2011. É
permitida a aplicação mais cedo.

▼M32
139H A IFRS 10 e a IFRS 12, emitidas em Maio de 2011, emendaram os
parágrafos 4, 119, 123 e 124. Uma entidade deve aplicar estas emen­
das quando aplicar a IFRS 10 e a IFRS 12.

▼M33
139I A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou os parágrafos 128 e
133. Uma entidade deve aplicar estas emendas quando aplicar
a IFRS 13.

▼M31
139J O documento Apresentação das Rubricas de Outro Rendimento Inte­
gral (Emendas à IAS 1), emitido em Junho de 2011, emendou os
parágrafos 7, 10, 82, 85–87, 90, 91, 94, 100 e 115, aditou os pará­
grafos 10A, 81A, 81B e 82A e suprimiu os parágrafos 12, 81, 83 e
84. Uma entidade deve aplicar estas emendas aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Julho de 2012. É permitida a aplicação mais
cedo. Se uma entidade aplicar as emendas a um período anterior, deve
divulgar esse facto.

139K A IAS 19 Benefícios dos Empregados (conforme emendada em Junho


de 2011) emendou a definição de Outro rendimento integral no pará­
grafo 7 e no parágrafo 96. Uma entidade deve aplicar estas emendas
quando aplicar a IAS 19 (conforme emendada em Junho de 2011).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 39

▼M36
139L O documento Melhoramentos anuais - ciclo 2009 - 2011, emitido em
maio de 2012, emendou os parágrafos 10, 38 e 41, suprimiu os
parágrafos 39-40 e aditou os parágrafos 38A-38D e 40A-40D. Uma
entidade deve aplicar essa emenda retrospetivamente em conformidade
com a IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas
Contabilísticas e Erros aos períodos anuais com início em ou após
1 de janeiro de 2013. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma
entidade aplicar a emenda a um período anterior, deve divulgar esse
facto.
▼M5

RETIRADA DA IAS 1 (REVISTA EM 2003)


140 Esta Norma substitui a IAS 1 Apresentação de Demonstrações Finan­
ceiras revista em 2003, conforme emendada em 2005.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 40

▼B

NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 2

Inventários

OBJECTIVO
1. O objectivo desta Norma é o de prescrever o tratamento contabilístico
para os inventários. Um assunto primordial na contabilização dos
inventários é a quantia do custo a ser reconhecida como um activo
e a ser transportada até que sejam reconhecidos os réditos relaciona­
dos. Esta Norma proporciona orientação na determinação do custo e
no seu subsequente reconhecimento como um gasto, incluindo qual­
quer redução para o valor realizável líquido. Também proporciona
orientação nas fórmulas de custeio que sejam usadas para atribuir
custos aos inventários.

ÂMBITO
2. Esta Norma aplica-se a todos os inventários, com a excepção do
seguinte:

a) produção em curso proveniente de contratos de construção, in­


cluindo contratos de serviços directamente relacionados (ver IAS
11 Contratos de Construção);

b) instrumentos financeiros (ver a IAS 32 Instrumentos Financeiros:


Apresentação e a IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconheci­
mento e Mensuração); e

c) activos biológicos relacionados com a actividade agrícola e o pro­


duto agrícola na altura da colheita (ver IAS 41 Agricultura).

3. Esta Norma não se aplica à mensuração dos inventários detidos por:

a) produtores de produtos agrícolas e florestais, do produto agrícola


após a colheita e de minerais e produtos minerais até ao ponto em
que eles sejam mensurados pelo valor realizável líquido de acordo
com práticas já bem estabelecidas nesses sectores. Quando tais
inventários são mensurados pelo valor realizável líquido, as alte­
rações nesse valor são reconhecidas nos lucros ou prejuízos do
período em que se tenha verificado a alteração.

b) corretores/negociantes de mercadorias que mensurem os seus in­


ventários pelo justo valor menos os custos de vender. Quando tais
inventários são mensurados pelo justo valor menos os custos de
vender, as alterações no justo valor menos os custos de vender são
reconhecidas nos lucros ou prejuízos do período em que se tenha
verificado a alteração.

4. Os inventários referidos no parágrafo 3. alínea a) são mensurados pelo


valor realizável líquido em determinadas fases de produção. Isto ocor­
re, por exemplo, quando as culturas agrícolas tenham sido colhidas ou
os minerais tenham sido extraídos e a venda esteja assegurada nos
termos de um contrato forward ou de uma garantia governamental ou
quando exista um mercado activo e haja um risco negligenciável de
fracasso de venda. Estes inventários apenas são excluídos dos requi­
sitos de mensuração desta Norma.

5. Os corretores/negociantes são aqueles que compram ou vendem mer­


cadorias para outros ou por sua própria conta. Os inventários referidos
no parágrafo 3. alínea b) são essencialmente adquiridos com a finali­
dade de vender no futuro próximo e de gerar lucro com base nas
variações dos preços ou na margem dos corretores/negociantes.
Quando estes inventários são mensurados pelo justo valor menos os
custos de vender, eles são excluídos apenas dos requisitos de mensu­
ração desta Norma.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 41

▼B
DEFINIÇÕES
6. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Os inventários são activos:

a) detidos para venda no decurso ordinário da actividade empresarial;

b) no processo de produção para tal venda; ou

c) na forma de materiais ou bens de consumo a serem consumidos no


processo de produção ou na prestação de serviços.

Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no decurso


ordinário da actividade empresarial menos os custos estimados de
conclusão e os custos estimados necessários para efectuar a venda.

▼M33
Justo Valor é o preço que seria recebido pela venda de um activo ou
pago pela transferência de um passivo numa transacção ordenada
entre participantes no mercado à data da mensuração. (Ver IFRS 13
Mensuração pelo Justo Valor).

7. Valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que uma entidade


espera realizar com a venda do inventário no decurso ordinário da
actividade empresarial. O justo valor reflecte o preço ao qual se con­
cretizaria uma transacção ordenada entre participantes no mercado à
data da mensuração de venda do referido inventário no mercado prin­
cipal (ou mais vantajoso) para esse inventário. O primeiro é um valor
específico para a entidade; o segundo já não o é. O valor realizável
líquido dos inventários pode não ser equivalente ao justo valor menos
os custos de vender.

▼B
8. Os inventários englobam bens comprados e detidos para revenda in­
cluindo, por exemplo, mercadorias compradas por um retalhista e
detidas para revenda ou terrenos e outras propriedades detidas para
revenda. Os inventários também englobam bens acabados produzidos
ou trabalhos a serem produzidos pela entidade e incluem materiais e
bens de consumo aguardando o seu uso no processo de produção.
No caso de um prestador de serviços, os inventários incluem os custos
do serviço, tal como descrito no parágrafo 19, relativamente ao qual a
entidade ainda não tenha reconhecido o respectivo rédito (ver IAS 18
Rédito).

MENSURAÇÃO DE INVENTÁRIOS
9. Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável
líquido, dos dois o mais baixo.

Custo dos inventários


10. O custo dos inventários deve incluir todos os custos de compra, custos
de conversão e outros custos incorridos para colocar os inventários no
seu local e na sua condição actuais.

Custos de compra
11. Os custos de compra dos inventários incluem o preço de compra,
direitos de importação e outros impostos (que não sejam os posterior­
mente recuperáveis das entidades fiscais pela entidade) e custos de
transporte, manuseamento e outros custos directamente atribuíveis à
aquisição de bens acabados, materiais e serviços. Descontos comer­
ciais, abatimentos e outros itens semelhantes deduzem-se na determi­
nação dos custos de compra.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 42

▼B
Custos de conversão
12. Os custos de conversão de inventários incluem os custos directamente
relacionados com as unidades de produção, tais como mão-de-obra
directa. Também incluem uma imputação sistemática de gastos gerais
de produção fixos e variáveis que sejam incorridos ao converter ma­
térias em bens acabados. Os gastos gerais de produção fixos são os
custos indirectos de produção que permanecem relativamente cons­
tantes independentemente do volume de produção, tais como a depre­
ciação e manutenção de edifícios e de equipamento de fábricas e os
custos de gestão e administração da fábrica. Os gastos gerais de
produção variáveis são os custos indirectos de produção que variam
directamente, ou quase directamente, com o volume de produção, tais
como materiais indirectos e mão-de-obra indirecta.

13. A imputação de gastos gerais de produção fixos aos custos de con­


versão é baseada na capacidade normal das instalações de produção.
A capacidade normal é a produção que se espera que seja atingida em
média durante uma quantidade de períodos ou de temporadas em
circunstâncias normais, tomando em conta a perda de capacidade
resultante da manutenção planeada. O nível real de produção pode
ser usado se se aproximar da capacidade normal. A quantia de gastos
gerais fixos imputada a cada unidade de produção não é aumentada
como consequência de baixa produção ou de instalações ociosas. Os
gastos gerais não imputados são reconhecidos como um gasto no
período em que sejam incorridos. Em períodos de produção anormal­
mente alta, a quantia de gastos gerais fixos imputada a cada unidade
de produção é diminuída a fim de que os inventários não sejam
mensurados acima do custo. Os gastos gerais de produção variáveis
são imputados a cada unidade de produção com base no uso real das
instalações de produção.

14. Um processo de produção pode resultar na produção simultânea de


mais de um produto. Este é o caso quando, por exemplo, são produ­
zidos produtos conjuntamente ou quando há um produto principal e
um subproduto. Quando os custos de conversão de cada produto não
são separadamente identificáveis, eles são imputados entre os produtos
por um critério racional e consistente. A imputação pode ser baseada,
por exemplo, no valor relativo das vendas de cada produto seja na
fase do processo de produção quando os produtos se tornam separa­
damente identificáveis seja na de acabamento da produção. A maior
parte dos subprodutos, pela sua natureza, são imateriais. Quando for
este o caso, eles são muitas vezes mensurados pelo valor realizável
líquido e este valor é deduzido do custo do produto principal. Como
consequência, a quantia escriturada do produto principal não é mate­
rialmente diferente do seu custo.

Outros custos
15. Outros custos somente são incluídos nos custos dos inventários até ao
ponto em que sejam incorridos para os colocar no seu local e na sua
condição actuais. Por exemplo, pode ser apropriado incluir no custo
dos inventários gastos gerais que não sejam da produção ou os custos
de concepção de produtos para clientes específicos.

16. Exemplos de custos excluídos do custo dos inventários e reconhecidos


como gastos do período em que sejam incorridos são:

a) quantias anormais de materiais desperdiçados, de mão-de-obra ou


de outros custos de produção;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 43

▼B
b) custos de armazenamento, a menos que esses custos sejam neces­
sários no processo de produção antes de uma nova fase de produ­
ção;

c) gastos gerais administrativos que não contribuam para colocar os


inventários no seu local e na sua condição actuais; e

d) custos de vender.

17. A IAS 23 Custos de Empréstimos Obtidos identifica circunstâncias


limitadas em que os custos de empréstimos obtidos são incluídos no
custo dos inventários.

18. Uma entidade pode comprar inventários com condições de liquidação


diferida. Quando o acordo contém efectivamente um elemento de finan­
ciamento, esse elemento, por exemplo uma diferença entre o preço de
compra para condições de crédito normais e a quantia paga, é reconhe­
cido como gasto de juros durante o período do financiamento.

Custos de inventários de um prestador de serviços


19. Até ao ponto em que os prestadores de serviços tenham inventários,
eles mensuram-nos pelos custos da sua produção. Esses custos con­
sistem sobretudo nos custos de mão-de-obra e outros custos com o
pessoal directamente envolvido na prestação do serviço, incluindo o
pessoal de supervisão, e os gastos gerais atribuíveis. A mão-de-obra e
outros custos relacionados com as vendas e com o pessoal geral
administrativo não são incluídos, mas são reconhecidos como gastos
do período em que sejam incorridos. O custo dos inventários de um
prestador de serviços não inclui as margens de lucro nem os gastos
gerais não atribuíveis que muitas vezes são incluídos nos preços de­
bitados pelos prestadores de serviços.

Custo do produto agrícola colhido proveniente de activos biológicos


▼M8
20 Segundo a IAS 41 Agricultura, os inventários que compreendam pro­
dutos agrícolas que uma entidade tenha colhido a partir dos seus
activos biológicos são mensurados no reconhecimento inicial pelo
seu justo valor menos os custos de vender na altura da colheita.
Este é o custo dos inventários nessa data para aplicação desta Norma.

▼B
Técnicas para a mensuração do custo
21. As técnicas para a mensuração do custo de inventários, tais como o
método do custo-padrão ou o método de retalho, podem ser usadas
por conveniência se os resultados se aproximarem do custo. Os
custos-padrão tomam em consideração os níveis normais dos materiais
e bens de consumo, da mão-de-obra, da eficiência e da utilização da
capacidade produtiva. São regularmente analisados e, se necessário,
revistos à luz das condições correntes.

22. O método de retalho é muitas vezes usado no sector de retalho para


mensurar inventários de grande quantidade de itens que mudam rapi­
damente, que têm margens semelhantes e para os quais não é prati­
cável usar outros métodos de custeio. O custo do inventário é deter­
minado pela redução do valor de venda do inventário na percentagem
apropriada da margem bruta. A percentagem usada toma em conside­
ração o inventário que tenha sido marcado abaixo do seu preço de
venda original. É usada muitas vezes uma percentagem média para
cada departamento de retalho.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 44

▼B
Fórmulas de custeio
23. O custo dos inventários de itens que não sejam geralmente intermu­
táveis e de bens ou serviços produzidos e segregados para projectos
específicos deve ser atribuído pelo uso da identificação específica dos
seus custos individuais.

24. A identificação específica do custo significa que são atribuídos custos


específicos a elementos identificados do inventário. Este é o trata­
mento apropriado para os itens que sejam segregados para um pro­
jecto específico, independentemente de eles terem sido comprados ou
produzidos. Porém, quando há grandes quantidades de itens de inven­
tário que sejam geralmente intermutáveis, a identificação específica de
custos não é apropriada. Em tais circunstâncias, o método de selecção
dos itens que permanecem nos inventários pode ser usado para obter
efeitos predeterminados nos lucros ou prejuízos.

25. O custo dos inventários que não sejam os tratados no parágrafo 23


deve ser atribuído pelo uso da fórmula «primeira entrada, primeira
saída» (FIFO) ou da fórmula do custeio médio ponderado. Uma en­
tidade deve usar a mesma fórmula de custeio para todos os inventários
que tenham uma natureza e um uso semelhantes para a entidade. Para
os inventários que tenham outra natureza ou uso, poderão justificar-se
diferentes fórmulas de custeio.

26. Por exemplo, os inventários usados num segmento operacional podem


ter um uso para a entidade diferente do mesmo tipo de inventários
usados num outro segmento operacional. Porém, uma diferença na
localização geográfica dos inventários (ou nas respectivas regras fis­
cais) não é suficiente, por si só, para justificar o uso de diferentes
fórmulas de custeio.

27. A fórmula FIFO pressupõe que os itens de inventário que foram


comprados ou produzidos primeiro sejam vendidos em primeiro lugar
e consequentemente os itens que permanecerem em inventário no fim
do período sejam os itens mais recentemente comprados ou produzi­
dos. Pela fórmula do custo médio ponderado, o custo de cada item é
determinado a partir da média ponderada do custo de itens semelhan­
tes no começo de um período e do custo de itens semelhantes com­
prados ou produzidos durante o período. A média pode ser determi­
nada numa base periódica ou à medida que cada entrega adicional seja
recebida, dependendo das circunstâncias da entidade.

Valor realizável líquido


28. O custo dos inventários pode não ser recuperável se esses inventários
estiverem danificados, se se tornarem total ou parcialmente obsoletos
ou se os seus preços de venda tiverem diminuído. O custo dos in­
ventários pode também não ser recuperável se os custos estimados de
acabamento ou os custos estimados a serem incorridos para realizar a
venda tiverem aumentado. A prática de reduzir o custo dos inventários
(write down) para o valor realizável líquido é consistente com o
ponto de vista de que os activos não devem ser escriturados por
quantias superiores àquelas que se espera que sejam realizadas com
a sua venda ou uso.

29. Os inventários são geralmente reduzidos para o seu valor realizável


líquido item a item. Nalgumas circunstâncias, porém, pode ser apro­
priado agrupar unidades semelhantes ou relacionadas. Pode ser o caso
dos itens de inventário relacionados com a mesma linha de produtos
que tenham finalidades ou usos finais semelhantes, que sejam produ­
zidos e comercializados na mesma área geográfica e não possam ser
avaliados separadamente de outros itens dessa linha de produtos. Não
é apropriado reduzir inventários com base numa classificação de in­
ventários como, por exemplo, bens acabados, ou em todos os inven­
tários de um determinado sector ou segmento operacional. Normal­
mente, os prestadores de serviços acumulam custos com respeito a
cada serviço para o qual será cobrado um preço de venda separado.
Por isso, cada um destes serviços é tratado como um item separado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 45

▼B
30. As estimativas do valor realizável líquido são baseadas nas provas
mais fiáveis disponíveis no momento em que sejam feitas as estima­
tivas quanto à quantia que se espera que os inventários venham a
realizar. Estas estimativas tomam em consideração as variações nos
preços ou custos directamente relacionadas com acontecimentos que
ocorram após o fim do período, até ao ponto em que tais aconteci­
mentos confirmem condições existentes no fim do período.

31. As estimativas do valor realizável líquido também tomam em consi­


deração a finalidade para a qual o inventário é detido. Por exemplo, o
valor realizável líquido da quantidade de inventário detida para satis­
fazer contratos de venda firmes ou de prestações de serviços é ba­
seado no preço do contrato. Se os contratos de venda dizem respeito a
quantidades inferiores às quantidades de inventário detidas, o valor
realizável líquido do excesso baseia-se em preços gerais de venda.
Podem surgir provisões resultantes de contratos de venda firmes com
quantidades superiores às quantidades de inventário detidas ou resul­
tantes de contratos de compra firmes. Tais provisões são tratadas de
acordo com a IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos
Contingentes.

32. Os materiais e outros fornecimentos detidos para o uso na produção


de inventários não serão reduzidos abaixo do custo se for previsível
que os produtos acabados em que eles serão incorporados sejam ven­
didos pelo custo ou acima do custo. Porém, quando uma diminuição
no preço dos materiais constitui uma indicação de que o custo dos
produtos acabados excede o valor realizável líquido, os materiais são
reduzidos para o valor realizável líquido. Em tais circunstâncias, o
custo de reposição dos materiais pode ser a melhor mensuração dis­
ponível do seu valor realizável líquido.

33. Em cada período subsequente, é feita uma nova avaliação do valor


realizável líquido. Quando as circunstâncias que anteriormente resul­
taram na redução dos inventários abaixo do custo deixarem de existir
ou quando houver uma clara evidência de um aumento no valor
realizável líquido devido à alteração nas circunstâncias económicas,
a quantia da redução é revertida (i.e. a reversão é limitada à quantia
da redução original) de modo a que a nova quantia escriturada seja o
valor mais baixo do custo e do valor realizável líquido revisto. Isto
ocorre, por exemplo, quando um item de inventário que é escriturado
pelo valor realizável líquido, porque o seu preço de venda desceu, está
ainda detido num período posterior e o seu preço de venda aumentou.

RECONHECIMENTO COMO UM GASTO


34. Quando os inventários são vendidos, a quantia escriturada desses
inventários deve ser reconhecida como um gasto do período em que
o respectivo rédito seja reconhecido. A quantia de qualquer redução
dos inventários para o valor realizável líquido e todas as perdas de
inventários devem ser reconhecidas como um gasto do período em
que a redução ou perda ocorra. A quantia de qualquer reversão de
qualquer redução de inventários, proveniente de um aumento no valor
realizável líquido, deve ser reconhecida como uma redução na quantia
de inventários reconhecida como um gasto do período em que a
reversão ocorra.

35. Alguns inventários podem ser imputados a outras contas do activo,


como, por exemplo, inventários usados como um componente de
activos fixos tangíveis de construção própria. Os inventários imputa­
dos desta forma a um outro activo são reconhecidos como um gasto
durante a vida útil desse activo.
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▼B
DIVULGAÇÃO
36. As demonstrações financeiras devem divulgar:

a) as políticas contabilísticas adoptadas na mensuração dos inventá­


rios, incluindo a fórmula de custeio usada;

b) a quantia total escriturada de inventários e a quantia escriturada em


classificações apropriadas para a entidade;

c) a quantia de inventários escriturada pelo justo valor menos os


custos de vender;

d) a quantia de inventários reconhecida como um gasto durante o


período;

e) a quantia de qualquer redução de inventários reconhecida como um


gasto do período de acordo com o parágrafo 34.;

f) a quantia de qualquer reversão de qualquer redução que seja reco­


nhecida como uma redução na quantia de inventários reconhecida
como gasto do período de acordo com o parágrafo 34.;

g) as circunstâncias ou acontecimentos que conduziram à reversão de


uma redução de inventários de acordo com o parágrafo 34.; e

h) a quantia escriturada de inventários dados como penhor de garantia


a passivos.

37. A informação acerca das quantias escrituradas detidas em diferentes


classificações de inventários e a extensão das alterações nesses activos
é útil para os utentes das demonstrações financeiras. As classificações
comuns de inventários são: mercadorias, fornecimentos de produção,
materiais, trabalhos em curso e bens acabados. Os inventários de um
prestador de serviços podem ser descritos como trabalhos em curso.

38. A quantia de inventários reconhecida como um gasto durante o pe­


ríodo, que é muitas vezes referida como o custo das vendas, consiste
nos custos previamente incluídos na mensuração do inventário agora
vendido, nos gastos gerais de produção não imputados e nas quantias
anormais de custos de produção de inventários. As circunstâncias da
entidade também podem admitir a inclusão de outras quantias, tais
como custos de distribuição.

39. Algumas entidades adoptam um formato para os resultados que resulta


na divulgação de quantias que não seja o custo de inventários reco­
nhecido como um gasto durante o período. De acordo com este for­
mato, uma entidade apresenta uma análise dos gastos usando uma
classificação baseada na natureza dos gastos. Neste caso, a entidade
divulga os custos reconhecidos como um gasto relativamente a maté­
rias-primas e consumíveis, custos de mão-de-obra e outros custos
juntamente com a quantia da alteração líquida nos inventários do
período.

DATA DE EFICÁCIA
40. Uma entidade deve aplicar esta Norma aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2005. É encorajada a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar esta Norma a um período que tenha início
antes de 1 de Janeiro de 2005, ela deve divulgar esse facto.

▼M33
40.C. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou a definição de justo
valor no parágrafo 6 e emendou o parágrafo 7. Uma entidade deve
aplicar estas emendas quando aplicar a IFRS 13.
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▼B
RETIRADA DE OUTRAS TOMADAS DE POSIÇÃO
41. Esta Norma substitui a IAS 2 Inventários (revista em 1993).
42. Esta Norma substitui a SIC-1 Consistência — Fórmulas de Custeio
Diferentes para Inventários.
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▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 7

Demonstrações dos Fluxos de Caixa

OBJECTIVO
A informação acerca dos fluxos de caixa de uma entidade é útil ao proporcionar
aos utentes das demonstrações financeiras uma base para determinar a capacidade
da entidade para gerar dinheiro e equivalentes e determinar as necessidades da
entidade de utilizar esses fluxos de caixa. As decisões económicas que sejam
tomadas pelos utentes exigem uma avaliação da capacidade de uma entidade de
gerar dinheiro e seus equivalentes e a tempestividade e certeza da sua geração.

O objectivo desta Norma é o de exigir o fornecimento de informação acerca das


alterações históricas de caixa e seus equivalentes de uma entidade por meio de
uma demonstração dos fluxos de caixa que classifique os fluxos de caixa durante
o período proveniente das actividades operacionais, de investimento e de finan­
ciamento.

ÂMBITO
1. Uma entidade deve preparar uma demonstração dos fluxos de caixa de
acordo com os requisitos desta Norma e deve apresentá-la como parte
integrante das suas demonstrações financeiras de cada período em que
são apresentadas demonstrações financeiras.

2. Esta Norma substitui a IAS 7 Demonstração das Variações na Posi­


ção Financeira, aprovada em Julho de 1977.

3. Os utentes das demonstrações financeiras de uma entidade estão in­


teressados em como a entidade gera e usa o dinheiro e os seus
equivalentes. É este o caso, qualquer que seja a natureza das activi­
dades da entidade e independentemente de o dinheiro poder ser visto
ou não como o produto da entidade, como seja o caso de uma ins­
tituição financeira. As entidades necessitam de dinheiro essencial­
mente pelas mesmas razões, mesmo diferentes que possam ser as
suas actividades principais de produção de rédito. Elas necessitam
de dinheiro para conduzir as suas operações, para pagar as suas ob­
rigações e para proporcionar retornos aos seus investidores. Concor­
dantemente, esta Norma exige que todas as entidades apresentem uma
demonstração dos fluxos de caixa.

BENEFÍCIOS DA INFORMAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA


4. Uma demonstração dos fluxos de caixa, quando usada juntamente
com o restante das demonstrações financeiras, proporciona informação
que facilita aos utentes avaliar as alterações no activo líquido de uma
entidade, na sua estrutura financeira (incluindo a sua liquidez e sol­
vência) e na sua capacidade de afectar as quantias e tempestividade
dos fluxos de caixa a fim de se adaptar às circunstâncias e oportuni­
dades em mudança. A informação de fluxos de caixa é útil na deter­
minação da capacidade da entidade de gerar dinheiro e seus
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 49

▼B
equivalentes e facilita aos utentes desenvolver modelos para determi­
nar e comparar o valor presente dos fluxos de caixa futuros de dife­
rentes entidades. Aumenta também a comparabilidade do relato do
desempenho operacional por diferentes entidades porque elimina os
efeitos do uso de diferentes tratamentos contabilísticos para as mes­
mas operações e acontecimentos.

5. A informação do fluxo de caixa histórico é muitas vezes usada como


um indicador da quantia, da tempestividade e da certeza de fluxos de
caixa futuros. É também usada na verificação do rigor de avaliações
passadas de fluxos de caixa futuros e no exame do relacionamento
entre lucratividade e fluxo de caixa líquido e no impacto de variações
de preços.

DEFINIÇÕES
6. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Caixa compreende o dinheiro em caixa e em depósitos à ordem.

Equivalentes de caixa (dinheiro) são investimentos a curto prazo,


altamente líquidos, que sejam prontamente convertíveis para quantias
conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a um risco insignifi­
cante de alterações de valor.

Fluxos de caixa são influxos (recebimentos, entradas) e exfluxos (pa­


gamentos, saídas) de caixa e seus equivalentes.

Actividades operacionais são as principais actividades produtoras de


rédito da entidade e outras actividades que não sejam de investimento
ou de financiamento.

Actividades de investimento são a aquisição e a alienação de activos a


longo prazo e de outros investimentos não incluídos em equivalentes
de caixa.

Actividades de financiamento são as actividades que têm como con­


sequência alterações na dimensão e na composição do capital próprio
contribuído e nos empréstimos obtidos pela entidade.

Caixa e equivalentes de caixa


7. Os equivalentes de caixa são detidos com a finalidade de satisfazer os
compromissos de caixa a curto prazo e não para investimento ou
outros propósitos. Para um investimento se qualificar como um equi­
valente de caixa, ele tem de ser prontamente convertível para uma
quantia conhecida de dinheiro e estar sujeito a um risco insignificante
de alterações de valor. Por isso, um investimento só se qualifica
normalmente como um equivalente de caixa quando tiver um venci­
mento a curto prazo, seja três meses ou menos a partir da data de
aquisição. Os investimentos em capital próprio são excluídos dos
equivalentes de caixa a menos que sejam, em substância, equivalentes
de caixa, por exemplo, no caso de acções preferenciais adquiridas
dentro de um curto período do seu vencimento e com uma data
específica de remição.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 50

▼B
8. Os empréstimos bancários obtidos são geralmente considerados como
actividades de financiamento. Porém, em alguns países, os saques a
descoberto (overdrafts) que sejam reembolsáveis à ordem formam
uma parte integrante da gestão de caixa de uma entidade. Nestas
circunstâncias, os saques a descoberto são incluídos como um com­
ponente de caixa e seus equivalentes. Uma característica de tais acor­
dos bancários é a de que o saldo de bancos flutua muitas vezes de
positivo a descoberto.

9. Os fluxos de caixa excluem movimentos entre itens que constituam


caixa e seus equivalentes porque estes componentes são parte da
gestão de caixa de uma entidade e não parte das suas actividades
operacionais, de investimento e de financiamento. A gestão de caixa
inclui o investimento de excessos de caixa em equivalentes de caixa.

APRESENTAÇÃO DE UMA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA


10. A demonstração dos fluxos de caixa deve relatar os fluxos de caixa
durante o período classificados por actividades operacionais, de inves­
timento e de financiamento.

11. Uma entidade apresenta os seus fluxos de caixa das actividades ope­
racionais, de investimento e de financiamento da maneira que seja
mais apropriada para os seus negócios. A classificação por actividades
proporciona informação que permite aos utentes determinar o impacto
dessas actividades na posição financeira da entidade e nas quantias de
caixa e seus equivalentes. Esta informação pode ser também usada
para avaliar as relações entre essas actividades.

12. Uma única operação pode incluir fluxos de caixa que sejam classifi­
cados diferentemente. Por exemplo, quando o reembolso de um em­
préstimo inclua quer juros, quer capital, o elemento juro pode ser
classificado como uma actividade operacional e o elemento capital
classificado como uma actividade de financiamento.

Actividades operacionais
13. A quantia de fluxos de caixa proveniente de actividades operacionais
é um indicador-chave, na medida em que as operações da entidade
geraram fluxos de caixa suficientes para pagar empréstimos, manter a
capacidade operacional da entidade, pagar dividendos e fazer novos
investimentos, sem recurso a fontes externas de financiamento. A
informação acerca dos componentes específicos dos fluxos de caixa
operacionais históricos é útil, juntamente com outra informação, na
previsão de futuros fluxos de caixa operacionais.

14. Os fluxos de caixa das actividades operacionais são principalmente


derivados das principais actividades geradoras de réditos da entidade.
Por isso, eles são geralmente consequência das operações e outros
acontecimentos que entram na determinação dos lucros ou prejuízos
da entidade. Exemplos de fluxos de caixa de actividades operacionais
são:

a) recebimentos de caixa provenientes da venda de bens e da presta­


ção de serviços;

b) recebimentos de caixa provenientes de royalties, honorários, co­


missões e outros réditos;
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▼B
c) pagamentos de caixa a fornecedores de bens e serviços;

d) pagamentos de caixa a e a favor de empregados;

e) recebimentos de caixa e pagamentos de caixa de uma entidade


seguradora relativos a prémios e reclamações, anuidades e outros
benefícios derivados das apólices de seguros;

f) pagamentos de caixa ou restituições de impostos sobre o rendi­


mento a menos que possam ser especificamente identificados com
as actividades de financiamento e de investimento; e

g) recebimentos de caixa e pagamentos de caixa de contratos detidos


para fins negociais ou comerciais.

▼M8
Algumas transacções, tais como a venda de um item de uma fábrica,
podem dar origem a um ganho ou a uma perda que seja incluída nos
lucros ou prejuízos reconhecidos. Os fluxos de caixa relacionados
com tais transacções são fluxos de caixa de actividades de investi­
mento. Contudo, os pagamentos a partir de caixa para fabricar ou
adquirir activos detidos para locação a outras partes e detidos subse­
quentemente para venda, tal como descrito no parágrafo 68A da IAS
16 Activos Fixos Tangíveis, são fluxos de caixa das actividades ope­
racionais. Os recebimentos em caixa provenientes da locação e de
vendas subsequentes de tais activos são igualmente fluxos de caixa
das actividades operacionais.

▼B
15. Uma entidade pode deter títulos e empréstimos para fins negociais ou
comerciais, situação em que são similares a inventários adquiridos
especificamente para revenda. Por isso, os fluxos de caixa provenien­
tes da compra e venda de títulos para negociar ou comercializar são
classificados como actividades operacionais. De forma semelhante, os
adiantamentos de caixa e empréstimos feitos por instituições financei­
ras são geralmente classificados como actividades operacionais desde
que se relacionem com as principais actividades geradoras de rédito
dessa entidade.

Actividades de investimento
▼M22
16. A divulgação separada dos fluxos de caixa provenientes das activida­
des de investimento é importante porque os fluxos de caixa represen­
tam a extensão pela qual os dispêndios foram feitos relativamente a
recursos destinados a gerar rendimento e fluxos de caixa futuros.
Apenas os dispêndios que resultam num activo reconhecido na de­
monstração da posição financeira são elegíveis para classificação
como actividades de investimento. São exemplos de fluxos de caixa
provenientes de actividades de investimento:

▼B
a) pagamentos de caixa para aquisição de activos fixos tangíveis,
intangíveis e outros activos a longo prazo. Estes pagamentos in­
cluem os relacionados com custos de desenvolvimento capitaliza­
dos e activos fixos tangíveis autoconstruídos;

b) recebimentos de caixa por vendas de activos fixos tangíveis, in­


tangíveis e outros activos a longo prazo;
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▼B
c) pagamentos de caixa para aquisição de instrumentos de capital
próprio ou de dívida de outras entidades e de interesses em em­
preendimentos conjuntos (que não sejam pagamentos dos instru­
mentos considerados como sendo equivalentes de caixa ou detidos
para fins negociáveis ou comercializáveis);

d) recebimentos de caixa de vendas de instrumentos de capital pró­


prio ou de dívida de outras entidades e de interesses em empreen­
dimentos conjuntos (que não sejam recebimentos dos instrumentos
considerados como equivalentes de caixa e dos detidos para fins de
negociação ou de comercialização);

e) adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a outras partes (que


não sejam adiantamentos e empréstimos feitos por uma instituição
financeira);

f) recebimentos de caixa provenientes do reembolso de adiantamen­


tos e de empréstimos feitos a outras partes (que não sejam adian­
tamentos e empréstimos de uma instituição financeira);

g) pagamentos de caixa relativos a contratos de futuros, contratos de


forwards, contratos de opção e contratos de swap, excepto quando
os contratos sejam mantidos para fins de negociação ou de comer­
cialização, ou os pagamentos sejam classificados como actividades
de financiamento; e

h) recebimentos de caixa de contratos de futuros, contratos forwards,


contratos de opção e contratos de swap, excepto quando os con­
tratos sejam mantidos para fins de negociação ou de comercializa­
ção, ou os recebimentos sejam classificados como actividades de
financiamento.

Quando um contrato for registado como cobertura de uma posição


identificável, os fluxos de caixa do contrato serão classificados da
mesma maneira que os fluxos de caixa da posição que esteja a ser
coberta.

Actividades de financiamento
17. A divulgação separada de fluxos de caixa provenientes das actividades
de financiamento é importante porque é útil na predição de reivindi­
cações futuras de fluxos de caixa pelos fornecedores de capitais à
entidade. São exemplos de fluxos de caixa provenientes de actividades
de financiamento:

a) proventos de caixa provenientes da emissão de acções ou de outros


instrumentos de capital próprio;

b) pagamentos de caixa a detentores para adquirir ou remir as acções


da entidade;

c) entradas de caixa provindas da emissão de certificados de dívida,


empréstimos, livranças, obrigações, hipotecas e outros empréstimos
obtidos a curto ou longo prazo;

d) reembolsos de caixa de quantias de empréstimos obtidos; e

e) pagamentos de caixa por um locatário para a redução de uma


dívida em aberto relacionada com uma locação financeira.
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▼B
O RELATO DE FLUXOS DE CAIXA DE ACTIVIDADES OPERACIONAIS
18. Uma entidade deve relatar os fluxos de caixa provenientes de activi­
dades operacionais usando um dos dois:

a) o método directo, pelo qual são divulgadas as principais classes


dos recebimentos de caixa brutos e dos pagamentos de caixa bru­
tos; ou

b) o método indirecto, pelo qual os lucros ou prejuízos são ajustados


pelos efeitos de transacções de natureza não pecuniária, de quais­
quer diferimentos ou acréscimos de recebimentos a pagamentos de
caixa operacionais passados ou futuros, e itens de rédito ou gasto
associados com fluxos de caixa de investimento ou de financia­
mento.

19. As entidades são encorajadas a relatar fluxos de caixa de actividades


operacionais usando o método directo. Este método proporciona in­
formação que pode ser útil na estimativa de fluxos de caixa futuros e
que não é disponibilizada pelo método indirecto. Pelo método directo,
a informação acerca das principais classes de recebimentos brutos (de
caixa) e de pagamentos brutos (de caixa) pode ser obtida ou:

a) a partir dos registos contabilísticos da entidade; ou

b) pelo ajustamento de vendas, custo das vendas (juros e réditos


similares e gasto de juros e encargos similares para uma instituição
financeira) e outros itens da ►M5 demonstração do rendimento
integral ◄ relativamente a:

i) alterações, durante o período em inventários e dívidas opera­


cionais a receber e a pagar;

ii) outros itens que não sejam de caixa; e

iii) outros itens pelos quais os efeitos de caixa sejam fluxos de


caixa de investimento ou de financiamento.

20. Pelo método indirecto, o fluxo de caixa líquido das actividades ope­
racionais é determinado pelo ajustamento dos lucros ou prejuízos
relativamente aos efeitos de:

a) alterações, durante o período, em inventários e dívidas operacio­


nais a receber e a pagar;

b) itens que não sejam por caixa, tais como depreciações, provisões,
impostos diferidos, perdas e ganhos não realizados de moeda es­
trangeira, lucros de associadas não distribuídos e ►M11 interesses
que não controlam ◄; e

c) todos os outros itens quanto aos quais os efeitos de caixa sejam


fluxos de caixa de investimento ou de financiamento.

Alternativamente, o fluxo de caixa líquido das actividades operacio­


nais pode ser apresentado pelo método indirecto ao mostrar-se os
réditos e os gastos divulgados na ►M5 demonstração do rendimento
integral ◄ e as alterações durante o período em inventários e em
dívidas a receber e a pagar operacionais.

O RELATO DE FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE INVESTI­


MENTO E DE FINANCIAMENTO
21. Uma entidade deve relatar separadamente as principais classes dos
recebimentos brutos (de caixa) e dos pagamentos brutos (de caixa)
provenientes das actividades de investimento e de financiamento, ex­
cepto até ao ponto em que os fluxos de caixa descritos nos parágrafos
22. e 24. sejam relatados numa base líquida.
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▼B
O RELATO DE FLUXOS DE CAIXA NUMA BASE LÍQUIDA
22. Os fluxos de caixa provenientes das actividades operacionais, de in­
vestimento e de financiamento seguintes podem ser relatados numa
base líquida:

a) recebimentos e pagamentos (de caixa) por conta de clientes quando


o fluxo de caixa reflicta as actividades do cliente e não os da
entidade; e

b) recebimentos e pagamentos (de caixa) dos itens em que a rotação


seja rápida, as quantias sejam grandes e as maturidades sejam
curtas.

23. Exemplos de recebimentos e pagamentos (de caixa) referidos no pará­


grafo 22. a) são:

a) a aceitação e o reembolso de depósitos à ordem de um banco;

b) os fundos detidos para clientes por uma entidade de investimentos;


e

c) rendas cobradas por conta de, e pagas a, possuidores de proprie­


dades.

São exemplos de recebimentos (de caixa) e pagamentos (de caixa)


referidos no parágrafo 22. b) os adiantamentos feitos a, e o reembolso
de:

a) as quantias de capital relacionadas com clientes de cartões de


crédito;

b) a compra e a venda de investimentos financeiros; e

c) outros empréstimos obtidos a curto prazo, como, por exemplo, os


que tenham um período de maturidade de três meses ou menos.

24. Os fluxos de caixa de uma instituição financeira provenientes de cada


uma das actividades seguintes podem ser relatados numa base líquida:

a) recebimentos e pagamentos (de caixa) provenientes da aceitação e


do reembolso de depósitos com uma data fixada de maturidade;

b) a colocação de depósitos em, e o levantamento de depósitos de


outras instituições financeiras; e

c) adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a clientes e o reem­


bolso desses adiantamentos e empréstimos.

FLUXOS DE CAIXA DE MOEDA ESTRANGEIRA


25. Os fluxos de caixa resultantes de transacções em moeda estrangeira
devem ser registados na moeda funcional de uma entidade mediante a
aplicação à quantia em moeda estrangeira da taxa de câmbio entre a
moeda funcional e a moeda estrangeira à data do fluxo de caixa.

26. Os fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira devem ser trans­


postos às taxas de câmbio entre a moeda funcional e a moeda estran­
geira às datas dos fluxos de caixa.

27. Os fluxos de caixa denominados numa moeda estrangeira são relata­


dos de maneira consistente com a IAS 21 Os Efeitos de Alterações em
Taxas de Câmbio. Esta permite o uso de uma taxa de câmbio que se
aproxime da taxa real. Por exemplo, uma taxa de câmbio média
ponderada de um período pode ser usada para registar transposições
de moeda estrangeira ou a transposição dos fluxos de caixa de uma
subsidiária estrangeira. Porém, a IAS 21 não permite o uso da taxa de
câmbio ►M5 no fim do período de relato ◄ quando sejam trans­
postos os fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 55

▼B
28. Os ganhos e as perdas não realizados provenientes de alterações de
taxas de câmbio de moeda estrangeira não são fluxos de caixa. Porém,
o efeito das alterações das taxas de câmbio sobre caixa e seus equi­
valentes detidos ou devidos numa moeda estrangeira é relatado na
demonstração dos fluxos de caixa a fim de reconciliar caixa e seus
equivalentes no começo e no fim do período. Esta quantia é apresen­
tada separadamente da dos fluxos de caixa das actividades operacio­
nais, de investimento e de financiamento e inclui as diferenças, se as
houver, caso esses fluxos de caixa tivessem sido relatados às taxas de
câmbio do fim do período.

29. [Eliminado]

30. [Eliminado]

JUROS E DIVIDENDOS
31. Cada um dos fluxos de caixa de juros e dividendos recebidos e pagos
deve ser separadamente divulgado. Cada um deve ser classificado de
maneira consistente de período para período como actividade opera­
cional, de investimento ou de financiamento.

▼M1
32. A quantia total de juros pagos durante um período deve ser divulgada
na demonstração dos fluxos de caixa quer tenha sido reconhecida
como um gasto ►M5 nos lucros ou prejuízos ◄ quer tenha sido
capitalizada de acordo com a IAS 23 Custos de Empréstimos Obtidos.

▼B
33. Os juros pagos e os juros e dividendos recebidos são geralmente
classificados como fluxos de caixa operacionais quanto a uma ins­
tituição financeira. Porém, não há consenso sobre a classificação des­
tes fluxos de caixa relativos a outras entidades. Os juros pagos e juros
e dividendos recebidos podem ser classificados como fluxos de caixa
operacionais porque entram na determinação dos lucros ou prejuízos.
Alternativamente, os juros pagos e os juros e dividendos recebidos
podem ser classificados como fluxos de caixa de financiamento e
fluxos de caixa de investimento respectivamente porque são custos
de obtenção de recursos financeiros ou retornos sobre o investimento.

34. Os dividendos pagos podem ser classificados como fluxos de caixa de


financiamento porque são um custo da obtenção de recursos financei­
ros. Alternativamente, os dividendos pagos podem ser classificados
como um componente de fluxo de caixa das actividades operacionais
a fim de ajudar os utentes a determinar a capacidade de uma entidade
de pagar dividendos a partir dos fluxos de caixa operacionais.

IMPOSTOS SOBRE O RENDIMENTO


35. Os fluxos de caixa provenientes de impostos sobre o rendimento
devem ser divulgados separadamente devendo ser classificados
como fluxos de caixa de actividades operacionais, a menos que pos­
sam ser especificamente identificados com as actividades de financia­
mento e de investimento.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 56

▼B
36. Os impostos sobre o rendimento provêm de transacções que dão
origem a fluxos de caixa que são classificados como actividades
operacionais, de investimento ou de financiamento numa demonstra­
ção dos fluxos de caixa. Enquanto o gasto de impostos pode ser
prontamente identificável com as actividades de financiamento ou
de investimento, os fluxos de caixa relacionados com impostos são
muitas vezes de identificação impraticável, podendo surgir num pe­
ríodo diferente dos fluxos de caixa da operação subjacente. Por isso,
os impostos pagos são geralmente classificados como fluxos de caixa
das actividades operacionais. Porém, quando for praticável identificar
o fluxo de caixa de impostos com transacções individuais que dão
origem a fluxos de caixa que são classificados como actividades de
investimento ou de financiamento, o fluxo de caixa de impostos é
classificado como uma actividade de investimento ou de financiamen­
to, como for apropriado. Quando os fluxos de caixa de impostos
forem imputados a mais do que uma classe de actividade, deve ser
divulgada a quantia total de impostos pagos.

INVESTIMENTOS EM SUBSIDIÁRIAS, ASSOCIADAS E EMPREENDI­


MENTOS CONJUNTOS
▼M32
37. Quando contabilizar um investimento numa associada, num empreen­
dimento conjunto ou numa subsidiária contabilizado pelo uso do mé­
todo da equivalência patrimonial ou pelo método do custo, um inves­
tidor restringe o seu relato na demonstração dos fluxos de caixa aos
fluxos de caixa entre si próprio e a investida, por exemplo a título de
dividendos e adiantamentos.

38. Uma entidade que divulgue o seu interesse numa associada ou num
empreendimento conjunto utilizando o método da equivalência patri­
monial inclui na sua demonstração de fluxos de caixa os fluxos de
caixa respeitantes aos seus investimentos na associada ou empreendi­
mento conjunto e as distribuições e outros pagamentos ou recebimen­
tos entre si e a associada ou o empreendimento conjunto.

▼M11

ALTERAÇÕES NOS INTERESSES DE PROPRIEDADE EM SUBSIDIÁRIAS


E OUTRAS ACTIVIDADES EMPRESARIAIS
39. Os fluxos de caixa agregados provenientes da obtenção ou perda de
controlo de subsidiárias ou de outras actividades empresariais devem
ser apresentados separadamente e classificados como actividades de
investimento.

40. Uma entidade deve divulgar, agregadamente, no que respeita tanto à


obtenção como à perda de controlo de subsidiárias ou de outras ac­
tividades empresariais durante o período cada um dos seguintes ele­
mentos:

(a) a retribuição total paga ou recebida;

(b) a parte da retribuição que consista em caixa e seus equivalentes;

(c) a quantia de caixa e seus equivalentes nas subsidiárias ou outras


actividades empresariais sobre as quais o controlo é obtido ou
perdido; e

(d) a quantia dos activos e passivos que não sejam caixa ou seus
equivalentes nas subsidiárias ou outras actividades empresariais
sobre as quais o controlo é obtido ou perdido, resumida por
cada categoria principal.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 57

▼M38
40.A. Uma entidade de investimento, tal como definido na IFRS 10 De­
monstrações Financeiras Consolidadas, não precisa de aplicar os pa­
rágrafos 40, alínea c), ou 40, alínea d), a um investimento numa
subsidiária que deva ser mensurada pelo justo valor através dos re­
sultados.

▼M11
41. A apresentação separada dos efeitos dos fluxos de caixa da obtenção
ou perda de controlo de subsidiárias e de outras actividades empresa­
riais em linhas de itens autónomas, juntamente com a divulgação
separada das quantias dos activos e de passivos adquiridos ou dispo­
nibilizados, contribui para distinguir esses fluxos de caixa dos fluxos
de caixa provenientes das outras actividades operacionais, de investi­
mento e de financiamento. Os efeitos dos fluxos de caixa da perda de
controlo não são deduzidos dos resultantes da obtenção de controlo.

42. A quantia agregada de dinheiro pago ou recebido como retribuição


pela obtenção ou perda de controlo de subsidiárias ou outras activi­
dades empresariais é relatada na demonstração dos fluxos de caixa
pela quantia líquida de caixa e seus equivalentes adquiridos ou alie­
nados como parte dessas transacções, acontecimentos ou alterações de
circunstâncias.

▼M38
42.A. Os fluxos de caixa resultantes de alterações nos interesses de proprie­
dade numa subsidiária que não resultam em perda de controlo devem
ser classificados como fluxos de caixa de atividades de financiamento,
a menos que a subsidiária seja detida por uma entidade de investi­
mento, tal como definido na IFRS 10, e deva ser mensurada pelo justo
valor através dos resultados.

42.B. As alterações nos interesses de propriedade numa subsidiária que não


resultam em perda de controlo, tal como a compra ou venda subse­
quente pela empresa-mãe de instrumentos de capitais próprios de uma
subsidiária, são contabilizadas como transações de capitais próprios, a
menos que a subsidiária seja detida por uma entidade de investimento,
tal como definido na IFRS 10, e deva ser mensurada pelo justo valor
através dos resultados. Em conformidade, os fluxos de caixa resultan­
tes são classificados da mesma forma que outras transações com
proprietários descritas no parágrafo 17.

▼B

TRANSACÇÕES QUE NÃO SEJAM POR CAIXA


43. As transacções de investimento e de financiamento que não exijam o
uso de caixa ou seus equivalentes devem ser excluídas de uma de­
monstração dos fluxos de caixa. Tais operações devem ser divulgadas
noutra parte das demonstrações financeiras de tal maneira que propor­
cionem toda a informação relevante acerca das actividades de inves­
timento e de financiamento.

44. A maior parte das actividades de financiamento e de investimento não


tem um impacto directo nos fluxos correntes de caixa, se bem que
afectem a estrutura do capital e do activo da entidade. A exclusão das
transacções que não sejam de caixa da demonstração dos fluxos de
caixa é consistente com o objectivo de uma demonstração do fluxo de
caixa porque esses elementos não envolvem fluxos de caixa no pe­
ríodo corrente. Exemplos de operações que não sejam de caixa são:

a) a aquisição de activos seja pela assunção de passivos directamente


relacionados, seja por meio de uma locação financeira;

b) a aquisição de uma entidade por meio de uma emissão de capital; e

c) a conversão de dívida em capital.

COMPONENTES DE CAIXA E SEUS EQUIVALENTES


45. Uma entidade deve divulgar os componentes de caixa e seus equiva­
lentes e deve apresentar uma reconciliação das quantias incluídas na
sua demonstração dos fluxos de caixa com os itens equivalentes re­
latados ►M5 na demonstração da posição financeira ◄.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 58

▼B
46. Devido à variedade das práticas de gestão de caixa e de acordos
bancários em todo o mundo e a fim de haver conformidade com a
IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras, uma entidade
divulga a política que adopta na determinação da composição de caixa
e seus equivalentes.

47. O efeito de qualquer alteração na política de determinação dos com­


ponentes de caixa e seus equivalentes, como, por exemplo, uma alte­
ração na classificação de instrumentos financeiros anteriormente con­
siderados como sendo parte da carteira de investimentos de uma
entidade, será relatado de acordo com a IAS 8 Políticas Contabilísti­
cas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros.

OUTRAS DIVULGAÇÕES
48. Uma entidade deve divulgar, juntamente com um comentário da ge­
rência, a quantia dos saldos significativos de caixa e seus equivalentes
detidos pela entidade que não estejam disponíveis para uso do grupo.

49. Há várias circunstâncias em que os saldos de caixa e seus equivalen­


tes detidos por uma entidade não estão disponíveis para uso do grupo.
Exemplos incluem saldos de caixa e seus equivalentes detidos por
uma subsidiária que opere num país onde se apliquem controlos sobre
trocas monetárias ou outras restrições legais quando os saldos não
estejam disponíveis para uso geral pela empresa-mãe ou outras sub­
sidiárias.

50. Pode ser relevante informação adicional para os utentes para com­
preensão da posição financeira e liquidez de uma entidade.
Encoraja-se a divulgação desta informação, juntamente com um co­
mentário da gerência, podendo incluir:

a) a quantia das facilidades de empréstimos obtidos não usados que


possa estar disponível para actividades operacionais futuras e para
liquidar compromissos de capital, indicando quaisquer restrições
no uso destas facilidades;

▼M32
__________

▼B
c) a quantia agregada de fluxos de caixa que representem aumentos
na capacidade operacional separadamente dos fluxos de caixa que
sejam exigidos para manter a capacidade operacional; e

d) a quantia dos fluxos de caixa provenientes das actividades opera­


cionais, de investimento e de financiamento de cada segmento
relatável (ver IFRS 8 Segmentos Operacionais).

51. É útil a divulgação separada de fluxos de caixa que representem


aumentos na capacidade operacional e fluxos de caixa que sejam
exigidos para manter a capacidade operacional, pois facilita ao utente
determinar se a entidade está a investir adequadamente na manutenção
da sua capacidade operacional. Uma entidade que não invista adequa­
damente na manutenção da sua capacidade operacional pode prejudi­
car a lucratividade futura a favor da liquidez corrente e distribuições a
detentores.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 59

▼B
52. A divulgação de fluxos de caixa por segmentos facilita aos utentes a
obtenção de melhor compreensão da relação entre os fluxos de caixa
da empresa como um todo e os fluxos das suas partes componentes e
a disponibilidade e a variabilidade dos fluxos de caixa por segmentos.

DATA DE EFICÁCIA
53. Esta Norma torna-se operacional para as demonstrações financeiras
que cubram os períodos que comecem em ou após 1 de Janeiro de
1994.
▼M11
54. A IAS 27 (tal como emendada pelo International Accounting Stan­
dards Board em 2008) emendou os parágrafos 39—42 e adicionou os
parágrafos 42A e 42B. Uma entidade deve aplicar estas emendas aos
períodos anuais com início em ou após 1 de Julho de 2009. Se uma
entidade aplicar a IAS 27 (emendada em 2008) a um período anterior,
as emendas deverão ser aplicadas a esse período anterior. As emendas
devem ser aplicadas retrospectivamente.
▼M8
55. O parágrafo 14 foi alterado com base no documento Melhoramentos
introduzidos nas IFRS, emitido em Maio de 2008. Uma entidade deve
aplicar essa emenda aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Janeiro de 2009. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade
aplicar a emenda durante um período anterior deve divulgar esse facto
e aplicar o parágrafo 68A da IAS 16.
▼M22
56. O parágrafo 16 foi emendado pelo documento Melhoramentos Intro­
duzidos nas IFRS emitido em Abril de 2009. Uma entidade deve
aplicar essa emenda aos períodos anuais com início em ou após
1 de Janeiro de 2010. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma
entidade aplicar a emenda a um período anterior, deve divulgar esse
facto.
▼M32
57. A IFRS 10 e a IFRS 11 Acordos Conjuntos, emitidas em Maio de
2011, emendaram os parágrafos 37, 38 e 42B e suprimiram o pará­
grafo 50(b). Uma entidade deve aplicar estas emendas quando aplicar
a IFRS 10 e a IFRS 11.
▼M38
58. O documento Entidades de Investimento (Emendas à IFRS 10, à IFRS
12 e à IAS 27), emitido em outubro de 2012, emendou os parágrafos
42A e 42B e inseriu o parágrafo 40A. Uma entidade deve aplicar
estas emendas em relação aos períodos anuais com início em ou após
1 de janeiro de 2014. É permitida a aplicação antecipada do docu­
mento Entidades de Investimento. Se uma entidade aplicar as emendas
de forma antecipada, deve também aplicar todas as emendas incluídas
no documento Entidades de Investimento ao mesmo tempo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 60

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 8

Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros

OBJECTIVO
1. O objectivo desta Norma é prescrever os critérios para a selecção e a
alteração de políticas contabilísticas, juntamente com o tratamento
contabilístico e a divulgação de alterações nas políticas contabilísticas,
alterações nas estimativas contabilísticas e correcções de erros. A
Norma destina-se a melhorar a relevância e a fiabilidade das demons­
trações financeiras de uma entidade, e a comparabilidade dessas de­
monstrações financeiras ao longo do tempo com as demonstrações
financeiras de outras entidades.

2. Os requisitos de divulgação relativos a políticas contabilísticas, ex­


cepto aqueles que digam respeito a alterações nas políticas contabilís­
ticas, são estabelecidos na IAS 1 Apresentação de Demonstrações
Financeiras.

ÂMBITO
3. Esta Norma deve ser aplicada na selecção e na aplicação de políticas
contabilísticas, e na contabilização de alterações nas políticas conta­
bilísticas, de alterações nas estimativas contabilísticas e de correcções
de erros de períodos anteriores.

4. Os efeitos fiscais de correcções de erros de períodos anteriores e de


ajustamentos retrospectivos feitos para a aplicação de alterações nas
políticas contabilísticas são contabilizados e divulgados de acordo
com a IAS 12 Impostos sobre o Rendimento.

DEFINIÇÕES
5. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Políticas contabilísticas são os princípios, bases, convenções, regras e


práticas específicos aplicados por uma entidade na preparação e na
apresentação de demonstrações financeiras.

Uma alteração na estimativa contabilística é um ajustamento na


quantia escriturada de um activo ou de um passivo, ou a quantia do
consumo periódico de um activo, que resulta da avaliação do presente
estado dos, e obrigações e benefícios futuros esperados associados
aos, activos e passivos. As alterações nas estimativas contabilísticas
resultam de nova informação ou novos desenvolvimentos e, em con­
formidade, não são correcções de erros.

As Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) são Normas e


Interpretações adoptadas pelo International Accounting Standards
Board (IASB). Compreendem:

a) Normas Internacionais de Relato Financeiro;

b) Normas Internacionais de Contabilidade; e

c) Interpretações ►M5 desenvolvidas ◄ pelo International Finan­


cial Reporting Interpretations Committee (IFRIC) ou pelo anterior
Standing Interpretations Committee (SIC).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 61

▼B
Material — As omissões ou distorções de itens são materiais se
puderem, individual ou colectivamente, influenciar as decisões econó­
micas ►M5 que os utentes tomam ◄ com base nas demonstrações
financeiras. A materialidade depende da dimensão e da natureza da
omissão ou distorção ajuizada nas circunstâncias que a rodeiam. A
dimensão ou a natureza do item, ou uma combinação de ambas, pode
ser o factor determinante.

Erros de períodos anteriores são omissões, e distorções, nas demons­


trações financeiras da entidade de um ou mais períodos anteriores
decorrentes da falta de uso, ou uso incorrecto, de informação fiável
que:

a) estava disponível quando as demonstrações financeiras desses


períodos foram autorizadas para emissão; e

b) poderia razoavelmente esperar-se que tivesse sido obtida e tomada


em consideração na preparação e na apresentação dessas demons­
trações financeiras.

Tais erros incluem os efeitos de erros matemáticos, erros na aplicação


de políticas contabilísticas, descuidos ou interpretações incorrectas de
factos e fraudes.

Aplicação retrospectiva é a aplicação de uma nova política contabi­


lística a transacções, outros acontecimentos e condições como se essa
política tivesse sido sempre aplicada.

Reexpressão retrospectiva é a correcção do reconhecimento, mensu­


ração e divulgação de quantias de elementos das demonstrações fi­
nanceiras como se um erro de períodos anteriores nunca tivesse ocor­
rido.

Impraticável — A aplicação de um requisito é impraticável quando a


entidade não pode aplicá-lo depois de ter feito todos os esforços
razoáveis para o conseguir. Para um período anterior em particular,
é impraticável aplicar retrospectivamente uma alteração numa política
contabilística ou fazer uma reexpressão retrospectiva para corrigir um
erro se:

a) os efeitos da aplicação retrospectiva ou da reexpressão retrospec­


tiva não forem determináveis;

b) a aplicação retrospectiva ou a reexpressão retrospectiva exigir pres­


supostos sobre qual teria sido a intenção da gerência nesse período;
ou

c) a aplicação retrospectiva ou a reexpressão retrospectiva exigir es­


timativas significativas de quantias e se for impossível distinguir
objectivamente a informação sobre essas estimativas que:

i) proporciona provas de circunstâncias que existiam na(s) data(s)


em que essas quantias devem ser reconhecidas, mensuradas ou
divulgadas, e

ii) teria estado disponível quando as demonstrações financeiras


desse período anterior foram autorizadas para emissão

de outra informação.

Aplicação prospectiva de uma alteração numa política contabilística e


do reconhecimento do efeito de uma alteração numa estimativa con­
tabilística, respectivamente, são:

a) a aplicação da nova política contabilística a transacções, outros


acontecimentos e condições que ocorram após a data em que a
política é alterada; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 62

▼B
b) o reconhecimento do efeito da alteração na estimativa contabilística
nos períodos corrente e futuros afectados pela alteração.

6. Avaliar se uma omissão ou distorção poderia influenciar as decisões


económicas dos utentes, sendo portanto material, exige a consideração
das características desses utentes. A Estrutura Conceptual para a
Preparação e Apresentação de Demonstrações Financeiras dispõe
no parágrafo 25. que «presume-se que os utentes tenham um razoável
conhecimento das actividades empresariais e económicas e da conta­
bilidade e vontade de estudar a informação com razoável diligência».
Por isso, a avaliação deve ter em conta a forma como se pode esperar
razoavelmente que os utentes com tais atributos possam ser influen­
ciados na tomada de decisões económicas.

POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

Selecção e aplicação de políticas contabilísticas


▼M8
7. Quando uma IFRS se aplica especificamente a uma transacção, a
outro evento ou condição, a política ou políticas contabilísticas apli­
cadas a esse item devem ser determinadas mediante a aplicação da
IFRS.

▼B
8. As IFRS estabelecem políticas contabilísticas que o IASB concluiu
resultarem em demonstrações financeiras contendo informação rele­
vante e fiável sobre as transacções, outros acontecimentos e condições
a que se aplicam. Essas políticas não precisam de ser aplicadas
quando o efeito da sua aplicação for imaterial. Contudo, não é apro­
priado fazer, ou deixar por corrigir, afastamentos imateriais das IFRS
para alcançar uma determinada apresentação da posição financeira,
desempenho financeiro ou fluxos de caixa de uma entidade.

▼M8
9. As IFRS são acompanhadas de orientações para assistir as entidades
na aplicação dos seus requisitos. Todas as orientações indicam se
fazem parte integrante das IFRS. As orientações que fazem parte
integrante das IFRS são obrigatórias. As orientações que não fazem
parte integrante das IFRS não contêm requisitos aplicáveis às demons­
trações financeiras.

▼B
10. Na ausência de uma ►M5 IFRS ◄ que se aplique especificamente a
uma transacção, outro acontecimento ou condição, a gerência fará
julgamentos no desenvolvimento e na aplicação de uma política con­
tabilística que resulte em informação que seja:

a) relevante para a tomada de decisões económicas por parte dos


utentes; e

b) fiável, de tal modo que as demonstrações financeiras:

i) representem fidedignamente a posição financeira, o desempe­


nho financeiro e os fluxos de caixa da entidade,

ii) reflictam a substância económica de transacções, outros acon­


tecimentos e condições e não meramente a forma legal,

iii) sejam neutras, isto é, que estejam isentas de preconceitos,

iv) sejam prudentes, e

v) sejam completas em todos os aspectos materiais.


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 63

▼M8
11. Ao fazer os julgamentos descritos no parágrafo 10, a gerência deve
consultar e considerar a aplicabilidade das seguintes fontes por ordem
descendente:

(a) os requisitos das IFRS que tratam de questões semelhantes e


conexas; e

(b) as definições, critérios de reconhecimento e conceitos de mensu­


ração para activos, passivos, rendimentos e gastos na Estrutura
Conceptual.

▼B
12. Ao fazer os julgamentos descritos no parágrafo 10, a gerência pode
também considerar as mais recentes tomadas de posição de outros
órgãos normalizadores que usem uma estrutura conceptual semelhante
para desenvolver normas de contabilidade, outra literatura contabilís­
tica e práticas aceites do sector, até ao ponto em que estas não entrem
em conflito com as fontes enunciadas no parágrafo 11.

Consistência de políticas contabilísticas


13. Uma entidade deve seleccionar e aplicar as suas políticas contabilís­
ticas consistentemente para transacções semelhantes, outros aconteci­
mentos e condições, a menos que uma ►M5 IFRS ◄ especifica­
mente exija ou permita a categorização de itens para os quais possam
ser apropriadas diferentes políticas. Se uma ►M5 IFRS ◄ exigir ou
permitir tal categorização, uma política contabilística apropriada deve
ser seleccionada e aplicada consistentemente a cada categoria.

Alterações nas políticas contabilísticas


14. Uma entidade só deve alterar uma política contabilística se a altera­
ção:

a) for exigida por uma ►M5 IFRS ◄; ou

b) resultar no facto de as demonstrações financeiras proporcionarem


informação fiável e mais relevante sobre os efeitos das transacções,
outros acontecimentos ou condições na posição financeira, desem­
penho financeiro ou fluxos de caixa da entidade.

15. Os utentes das demonstrações financeiras precisam de poder comparar


as demonstrações financeiras de uma entidade ao longo do tempo para
identificar tendências na sua posição financeira, no desempenho finan­
ceiro e nos fluxos de caixa. Por isso, são aplicadas as mesmas polí­
ticas contabilísticas em cada período e de um período para o outro, a
menos que uma alteração numa política contabilística esteja em con­
formidade com um dos critérios enunciados no parágrafo 14.

16. O que se segue não são alterações nas políticas contabilísticas:

a) a aplicação de uma política contabilística para transacções, outros


acontecimentos ou condições que difiram em substância daqueles
que ocorreram anteriormente; e

b) a aplicação de uma nova política contabilística para transacções,


outros acontecimentos ou condições que não ocorreram anterior­
mente ou eram imateriais.

17. A aplicação inicial de uma política para revalorizar activos em con­


formidade com a IAS 16 Activos Fixos Tangíveis ou a IAS 38 Activos
Intangíveis é uma alteração numa política contabilística a ser tratada
como uma revalorização de acordo com a IAS 16 ou IAS 38, e não de
acordo com esta Norma.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 64

▼B
18. Os parágrafos 19.-31. não se aplicam à alteração na política contabi­
lística descrita no parágrafo 17.

Aplicar alterações nas políticas contabilísticas


19. Sujeito ao parágrafo 23:

a) uma entidade deve contabilizar uma alteração na política contabi­


lística resultante da aplicação inicial de uma ►M5 IFRS ◄ de
acordo com as disposições transitórias específicas, se existirem,
nessa ►M5 IFRS ◄; e

b) quando uma entidade altera uma política contabilística na aplicação


inicial de uma ►M5 IFRS ◄ que não inclua disposições transi­
tórias específicas que se apliquem a essa alteração, ou quando
altera uma política contabilística voluntariamente, ela deve aplicar
a alteração retrospectivamente.

20. Para a finalidade desta Norma, a aplicação antecipada de uma


►M5 IFRS ◄ não é uma alteração voluntária na política contabi­
lística.

21. Na ausência de uma ►M5 IFRS ◄ que se aplique especificamente a


uma transacção, outro acontecimento ou condição, a gerência poderá,
de acordo com o parágrafo 12, aplicar uma política contabilística
proveniente das mais recentes tomadas de posição de outros órgãos
normalizadores que usem uma estrutura conceptual semelhante para
desenvolver normas contabilísticas. Se, no seguimento de uma
emenda de tal tomada de posição, a entidade optar por alterar uma
política contabilística, essa alteração é contabilizada e divulgada como
uma alteração voluntária na política contabilística.

Aplicação retrospectiva
22. Sujeito ao parágrafo 23, quando uma alteração na política contabilís­
tica é aplicada retrospectivamente de acordo com os parágrafos 19.a)
ou b), a entidade deve ajustar o saldo de abertura de cada componente
do capital próprio afectado para o período anterior mais antigo apre­
sentado e as outras quantias comparativas divulgadas para cada pe­
ríodo anterior apresentado como se a nova política contabilística ti­
vesse sempre sido aplicada.

Limitações à aplicação retrospectiva


23. Quando a aplicação retrospectiva for exigida pelos parágrafos 19.a)
ou b), uma alteração na política contabilística deve ser aplicada re­
trospectivamente excepto até ao ponto em que seja impraticável de­
terminar ou os efeitos específicos de um período ou o efeito cumula­
tivo da alteração.

24. Quando for impraticável determinar os efeitos específicos de um pe­


ríodo da alteração numa política contabilística na informação compa­
rativa para um ou mais períodos anteriores apresentados, a entidade
deve aplicar a nova política contabilística às quantias escrituradas de
activos e passivos ao início do período mais antigo para o qual seja
praticável a aplicação retrospectiva, que pode ser o período corrente, e
deve fazer um ajustamento correspondente no saldo de abertura de
cada componente do capital próprio afectado desse período.

25. Quando for impraticável determinar o efeito cumulativo, no início do


período corrente, da aplicação de um nova política contabilística a
todos os períodos anteriores, a entidade deve ajustar a informação
comparativa para aplicar a nova política contabilística prospectiva­
mente a partir da data mais antiga praticável.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 65

▼B
26. Quando uma entidade aplicar uma nova política contabilística retros­
pectivamente, ela aplica a nova política contabilística à informação
comparativa de períodos anteriores tão antigos quanto for praticável.
A aplicação retrospectiva a um período anterior não é praticável a
menos que seja praticável determinar o efeito cumulativo nas quantias
►M5 das demonstrações da posição financeira ◄ de abertura e de
fecho desse período. A quantia do ajustamento resultante relacionado
com períodos anteriores aos apresentados nas demonstrações financei­
ras é feita para o saldo de abertura de cada componente do capital
próprio afectado do período anterior mais antigo apresentado. Normal­
mente, o ajustamento é feito nos resultados retidos. Contudo, o ajus­
tamento pode ser feito noutro componente do capital próprio (por
exemplo, para cumprir uma ►M5 IFRS ◄). Qualquer outra infor­
mação sobre períodos anteriores, tal como resumos históricos de da­
dos financeiros, é também ajustada para períodos tão antigos quanto
for praticável.

27. Quando for impraticável a uma entidade aplicar uma nova política
contabilística retrospectivamente, porque não pode determinar o efeito
cumulativo da aplicação da política a todos os períodos anteriores, a
entidade, de acordo com o parágrafo 25., aplica a nova política pros­
pectivamente desde o início do período mais antigo praticável. Por
isso, ela ignora a parte do ajustamento cumulativo nos activos, pas­
sivos e capital próprio que surja antes dessa data. A alteração numa
política contabilística é permitida mesmo que seja impraticável aplicar
a política prospectivamente a qualquer período anterior. Os parágrafos
50.-53. proporcionam orientação sobre quando é impraticável aplicar
uma nova política contabilística a um ou mais períodos anteriores.

Divulgação
28. Quando a aplicação inicial de uma Norma ou de uma Interpretação
tiver efeitos no período corrente ou em qualquer período anterior,
pudesse ter tais efeitos nesse período mas seja impraticável determinar
a quantia do ajustamento, ou puder ter efeitos em períodos futuros,
uma entidade deve divulgar:

a) o título da ►M5 IFRS ◄;

b) quando aplicável, que a alteração na política contabilística é feita


de acordo com as suas disposições transitórias;

c) a natureza da alteração na política contabilística;

d) quando aplicável, uma descrição das disposições transitórias;

e) quando aplicável, as disposições transitórias que possam ter efeitos


em futuros períodos;

f) para o período corrente e cada período anterior apresentado, até ao


ponto em que seja praticável, a quantia do ajustamento:

i) para cada linha de item afectada da demonstração financeira, e

ii) se a IAS 33 Resultados por Acção se aplicar à entidade, para


resultados por acção básicos e diluídos;

g) a quantia do ajustamento relacionado com períodos anteriores aos


apresentados, até ao ponto em que seja praticável; e

h) se a aplicação retrospectiva exigida pelos parágrafos 19.a) ou b)


for impraticável para um período anterior em particular, ou para
períodos anteriores aos apresentados, as circunstâncias que levaram
à existência dessa condição e uma descrição de como e desde
quando a política contabilística tem sido aplicada.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 66

▼B
As demonstrações financeiras de períodos posteriores não precisam de
repetir estas divulgações.

29. Quando uma alteração voluntária em políticas contabilísticas tiver


efeitos no período corrente ou em qualquer período anterior, possa
ter tais efeitos nesse período mas seja impraticável determinar a quan­
tia do ajustamento, ou puder ter efeitos em períodos futuros, uma
entidade deve divulgar:

a) a natureza da alteração na política contabilística;

b) as razões pelas quais a aplicação da nova política contabilística


proporciona informação fiável e mais relevante;

c) para o período corrente e cada período anterior apresentado, até ao


ponto em que seja praticável, a quantia do ajustamento:

i) para cada linha de item afectada da demonstração financeira, e

ii) se a IAS 33 se aplicar à entidade, para resultados por acção


básicos e diluídos;

d) a quantia do ajustamento relacionado com períodos anteriores aos


apresentados, até ao ponto em que seja praticável; e

e) se a aplicação retrospectiva for impraticável para um período an­


terior em particular, ou para períodos anteriores aos apresentados,
as circunstâncias que levaram à existência dessa condição e uma
descrição de como e desde quando a política contabilística tem
sido aplicada.

As demonstrações financeiras de períodos posteriores não precisam de


repetir estas divulgações.

30. Quando uma entidade não tiver aplicado uma nova ►M5 IFRS ◄
que tenha sido emitida mas que ainda não esteja em vigor, a entidade
deve divulgar:

a) esse facto; e

b) informação conhecida ou razoavelmente calculável que seja rele­


vante para avaliar o possível impacto que a aplicação da nova
►M5 IFRS ◄ irá ter nas demonstrações financeiras da entidade
no período da aplicação inicial.

31. Ao cumprir o parágrafo 30, uma entidade considera a divulgação:

a) do título da nova ►M5 IFRS ◄;

b) da natureza da alteração ou alterações iminentes na política conta­


bilística;

c) da data até à qual se exige a aplicação da ►M5 IFRS ◄;

d) da data na qual ela planeia aplicar inicialmente a ►M5 IFRS ◄;


e

e) ou:

i) de uma discussão do impacto que se espera que a aplicação


inicial da ►M5 IFRS ◄ tenha nas demonstrações financeiras
da entidade, ou

ii) se esse impacto não for conhecido ou razoavelmente calculável,


de uma declaração para esse efeito.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 67

▼B
ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS CONTABILÍSTICAS
32. Como consequência das incertezas inerentes às actividades empresa­
riais, muitos itens nas demonstrações financeiras não podem ser men­
surados com precisão, podendo apenas ser estimados. A estimativa
envolve julgamentos baseados na última informação disponível e fiá­
vel. Por exemplo, podem ser exigidas estimativas de:

a) dívidas incobráveis;

b) obsolescência dos inventários;

c) justo valor de activos financeiros ou passivos financeiros;

d) a vida útil de, ou o modelo esperado de consumo dos futuros


benefícios económicos incorporados em, activos depreciáveis; e

e) obrigações respeitantes a garantias.

33. O uso de estimativas razoáveis é uma parte essencial da preparação de


demonstrações financeiras, não fazendo diminuir a sua fiabilidade.

34. Uma estimativa pode necessitar de revisão se ocorrerem alterações nas


circunstâncias em que a estimativa se baseou ou em consequência de
nova informação ou de mais experiência. Dada a sua natureza, a
revisão de uma estimativa não se relaciona com períodos anteriores
e não é a correcção de um erro.

35. Uma alteração na base de mensuração aplicada é uma alteração numa


política contabilística e não uma alteração numa estimativa contabi­
lística. Quando for difícil distinguir uma alteração numa política con­
tabilística de uma alteração numa estimativa contabilística, a alteração
é tratada como alteração numa estimativa contabilística.

36. O efeito de uma alteração numa estimativa contabilística, que não seja
uma alteração à qual se aplique o parágrafo 37., deve ser reconhecido
prospectivamente incluindo-o nos lucros ou prejuízos de:

a) o período da alteração, se a alteração afectar apenas esse período;


ou

b) o período da alteração e futuros períodos, se a alteração afectar


ambos.

37. Até ao ponto em que uma alteração numa estimativa contabilística dá


origem a alterações em activos e passivos, ou se relaciona com um
item do capital próprio, ela deve ser reconhecida pelo ajustamento da
quantia escriturada do item de capital próprio, activo ou passivo
relacionado no período da alteração.

38. O reconhecimento prospectivo do efeito de uma alteração numa esti­


mativa contabilística significa que a alteração é aplicada a transacções,
outros acontecimentos e condições a partir da data da alteração na
estimativa. Uma alteração numa estimativa contabilística pode afectar
apenas os lucros ou prejuízos do período corrente ou os lucros ou
prejuízos tanto do período corrente como de futuros períodos. Por
exemplo, uma alteração na estimativa da quantia de dívidas incobrá­
veis afecta apenas os lucros ou prejuízos do período corrente e, por
isso, é reconhecida no período corrente. Porém, uma alteração na
estimativa da vida útil de, ou no modelo esperado de consumo dos
futuros benefícios económicos nele incorporados, um activo depreciá­
vel afecta o gasto de depreciação do período corrente e de cada um
dos futuros períodos durante a vida útil remanescente do activo. Em
ambos os casos, o efeito da alteração relacionada com o período
corrente é reconhecido como rendimento ou gasto no período corren­
te. O efeito, caso exista, em futuros períodos é reconhecido como
rendimento ou gasto nesses futuros períodos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 68

▼B
Divulgação
39. Uma entidade deve divulgar a natureza e a quantia de uma alteração
numa estimativa contabilística que tenha um efeito no período cor­
rente ou se espera que tenha um efeito em futuros períodos, excepto
no que respeita à divulgação do efeito em futuros períodos quando for
impraticável calcular esse efeito.

40. Se a quantia do efeito em futuros períodos não for divulgada porque a


estimativa do mesmo é impraticável, uma entidade deve divulgar esse
facto.

ERROS
41. Podem surgir erros no que respeita ao reconhecimento, mensuração,
apresentação ou divulgação de elementos de demonstrações financei­
ras. As demonstrações financeiras não estão em conformidade com as
IFRS se contiverem erros materiais ou erros imateriais feitos intencio­
nalmente para alcançar uma determinada apresentação da posição fi­
nanceira, desempenho financeiro ou fluxos de caixa de uma entidade.
Os potenciais erros do período corrente descobertos nesse período são
corrigidos antes de as demonstrações financeiras serem autorizadas
para emissão. Contudo, os erros materiais por vezes não são desco­
bertos senão num período posterior, e estes erros de períodos anterio­
res são corrigidos na informação comparativa apresentada nas
demonstrações financeiras desse período posterior (ver parágrafos
42.-47.).

42. Sujeita ao parágrafo 43, uma entidade deve corrigir os erros materiais
de períodos anteriores retrospectivamente no primeiro conjunto de
demonstrações financeiras autorizadas para emissão após a sua desco­
berta por:

a) reexpressão das quantias comparativas para o(s) período(s) ante­


rior(es) apresentado(s) em que tenha ocorrido o erro; ou

b) se o erro ocorreu antes do período anterior mais antigo apresenta­


do, reexpressão dos saldos de abertura dos activos, passivos e
capital próprio para o período anterior mais antigo apresentado.

Limitações à reexpressão retrospectiva


43. Um erro de período anterior deve ser corrigido por reexpressão re­
trospectiva excepto até ao ponto em que seja impraticável determinar
ou os efeitos específicos de um período ou o efeito cumulativo do
erro.

44. Quando for impraticável determinar os efeitos específicos de um pe­


ríodo de um erro na informação comparativa para um ou mais perío­
dos anteriores apresentados, a entidade deve reexpressar os saldos de
abertura de activos, passivos e capital próprio para o período mais
antigo para o qual seja praticável a reexpressão retrospectiva (que
pode ser o período corrente).

45. Quando for impraticável determinar o efeito cumulativo, no início do


período corrente, de um erro em todos os períodos anteriores, a en­
tidade deve reexpressar a informação comparativa para corrigir o erro
prospectivamente a partir da data mais antiga praticável.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 69

▼B
46. A correcção de um erro de um período anterior é excluída dos lucros
ou prejuízos do período em que o erro é descoberto. Qualquer infor­
mação apresentada sobre períodos anteriores, incluindo qualquer re­
sumo histórico de dados financeiros, é reexpressa para períodos tão
antigos quanto for praticável.

47. Quando for impraticável determinar a quantia de um erro (por exem­


plo, um erro na aplicação de uma política contabilística) para todos os
períodos anteriores, a entidade, de acordo com o parágrafo 45., reex­
pressa a informação comparativa prospectivamente a partir da data
mais antiga praticável. Por isso, ela ignora a parte da reexpressão
cumulativa de activos, passivos e capital próprio que surja antes dessa
data. Os parágrafos 50.-53. proporcionam orientação sobre quando é
impraticável corrigir um erro para um ou mais períodos anteriores.

48. As correcções de erros distinguem-se de alterações nas estimativas


contabilísticas. As estimativas contabilísticas pela sua natureza são
aproximações que podem necessitar de revisão à medida que se torne
conhecida informação adicional. Por exemplo, o ganho ou a perda
reconhecido no momento do desfecho de uma contingência não é a
correcção de um erro.

Divulgação de erros de períodos anteriores


49. Ao aplicar o parágrafo 42, uma entidade deve divulgar o seguinte:

a) a natureza do erro de um período anterior;

b) para cada período anterior apresentado, até ao ponto em que seja


praticável, a quantia da correcção:

i) para cada linha de item afectada da demonstração financeira, e

ii) se a IAS 33 se aplicar à entidade, para resultados por acção


básicos e diluídos;

c) a quantia da correcção no início do período anterior mais antigo


apresentado; e

d) se a reexpressão retrospectiva for impraticável para um período


anterior em particular, as circunstâncias que levaram à existência
dessa condição e uma descrição de como e desde quando o erro foi
corrigido.

As demonstrações financeiras de períodos posteriores não precisam de


repetir estas divulgações.

IMPRATICABILIDADE COM RESPEITO À APLICAÇÃO RETROSPECTIVA


E À REEXPRESSÃO RETROSPECTIVA
50. Em algumas circunstâncias, torna-se impraticável ajustar informação
comparativa para um ou mais períodos anteriores para conseguir com­
parabilidade com o período corrente. Por exemplo, podem não ter sido
coligidos dados no(s) período(s) anterior(es) de uma forma que per­
mita ou a aplicação retrospectiva de uma nova política contabilística
(incluindo, para a finalidade dos parágrafos 51.–53., a sua aplicação
prospectiva a períodos anteriores) ou a reexpressão retrospectiva para
corrigir um erro de um período anterior, e pode ser impraticável
recriar essa informação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 70

▼B
51. É frequentemente necessário fazer estimativas da aplicação de uma
política contabilística a elementos das demonstrações financeiras
reconhecidos ou divulgados com respeito a transacções, outros
acontecimentos ou condições. A estimativa é inerentemente subjecti­
va, e as estimativas podem ser desenvolvidas ►M5 após o período
de relato ◄. O desenvolvimento de estimativas é potencialmente
mais difícil quando se aplica retrospectivamente uma política conta­
bilística ou se faz uma reexpressão retrospectiva para corrigir um erro
de um período anterior, devido ao período de tempo mais longo que
pode ter decorrido desde que ocorreu a transacção, outro aconteci­
mento ou condição afectado. Contudo, o objectivo das estimativas
relacionadas com períodos anteriores permanece o mesmo que para
as estimativas feitas no período corrente, nomeadamente, que a esti­
mativa reflicta as circunstâncias que existiam quando a transacção,
outro acontecimento ou condição ocorreu.

▼M33
52. Por isso, aplicar retrospectivamente uma nova política contabilística
ou corrigir um erro de um período anterior exige que se distinga a
informação que:

a) proporciona provas de circunstâncias que existiam na(s) data(s) em


que a transacção, outro acontecimento ou condição ocorreu; e

b) teria estado disponível quando as demonstrações financeiras desse


período anterior foram autorizadas para emissão

de outra informação. Para alguns tipos de estimativas (por exemplo,


uma mensuração pelo justo valor que utiliza dados significativos não
observáveis), é impraticável distinguir estes tipos de informação.
Quando a aplicação retrospectiva ou a reexpressão retrospectiva exi­
giriam que se fizesse uma estimativa significativa para a qual seja
impossível distinguir estes dois tipos de informação, é impraticável
aplicar a nova política contabilística ou corrigir o erro de um período
anterior retrospectivamente.

▼B
53. Não deve ser usada percepção ao aplicar uma nova política contabi­
lística a, ou ao corrigir quantias para, um período anterior, quer ao
fazer suposições sobre quais teriam sido as intenções da gerência num
período anterior, quer ao estimar as quantias reconhecidas, mensura­
das ou divulgadas num período anterior. Por exemplo, quando uma
entidade corrige um erro de um período anterior na mensuração de
activos financeiros previamente classificados como investimentos de­
tidos até à maturidade de acordo com a IAS 39 Instrumentos Finan­
ceiros: Reconhecimento e Mensuração, ela não altera a respectiva
base de mensuração para esse período se a gerência tiver decidido
mais tarde não os deter até à maturidade. Além disso, quando uma
entidade corrige um erro de um período anterior ao calcular o seu
passivo relativo a baixa por doença acumulada dos empregados de
acordo com a IAS 19 Benefícios dos Empregados, ela ignora infor­
mação sobre uma época de gripe invulgarmente grave durante o pe­
ríodo seguinte que se tornou disponível depois de as demonstrações
financeiras do período anterior terem sido autorizadas para emissão. O
facto de estimativas significativas serem frequentemente exigidas
quando se emenda informação comparativa apresentada para períodos
anteriores não impede o ajustamento ou a correcção fiável da infor­
mação comparativa.

DATA DE EFICÁCIA
54. Uma entidade deve aplicar esta Norma aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2005. É encorajada a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar esta Norma a um período que tenha início
antes de 1 de Janeiro de 2005, ela deve divulgar esse facto.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 71

▼M33
54.C. A IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor, emitida em Maio de 2011,
emendou o parágrafo 52. Uma entidade deve aplicar esta emenda
quando aplicar a IFRS 13.
▼B

RETIRADA DE OUTRAS TOMADAS DE POSIÇÃO


55. Esta Norma substitui a IAS 8 Lucros ou Prejuízos Líquidos do Pe­
ríodo, Erros Fundamentais e Alterações nas Políticas Contabilísticas,
revista em 1993.
56. Esta Norma substitui as seguintes Interpretações:
a) SIC-2 Consistência — Capitalização de Custos de Empréstimos
Obtidos; e
b) SIC-18 Consistência — Métodos Alternativos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 72

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 10

▼M5
Acontecimentos após o Período de Relato

▼B

OBJECTIVO
1. O objectivo desta Norma é o de prescrever:

a) quando uma entidade deve ajustar as suas demonstrações financei­


ras quanto a acontecimentos ►M5 após o período de relato ◄; e

b) as divulgações que uma entidade deve dar acerca da data em que


as demonstrações financeiras forem autorizadas para emissão e
acerca de acontecimentos ►M5 após o período de relato ◄.

A Norma também exige que uma entidade não deve preparar as suas
demonstrações financeiras numa base de continuidade se os aconteci­
mentos ►M5 após o período de relato ◄ indicarem que o pressu­
posto da continuidade não é apropriado.

ÂMBITO
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização e divulgação de
acontecimentos ►M5 após o período de relato ◄.

DEFINIÇÕES
3. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Acontecimentos ►M5 após o período de relato ◄ são aqueles acon­


tecimentos, favoráveis e desfavoráveis, que ocorram entre a data
►M5 da demonstração da posição financeira ◄ e a data em que
as demonstrações financeiras forem autorizadas para emissão. Podem
ser identificados dois tipos de acontecimentos:

a) aqueles que proporcionem prova de condições que existiam


►M5 no fim do período de relato ◄ (acontecimentos
►M5 após o período de relato ◄ que dão lugar a ajustamen­
tos); e

b) aqueles que sejam indicativos de condições que surgiram


►M5 após o período de relato ◄ (acontecimentos ►M5 após
o período de relato ◄ que não dão lugar a ajustamentos).

4. O processo envolvido na autorização da emissão de demonstrações


financeiras variará dependendo da estrutura de gestão, dos requisitos
oficiais e dos procedimentos seguidos na preparação e finalização das
demonstrações financeiras.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 73

▼B
5. Nalguns casos, exige-se que uma entidade apresente as suas demons­
trações financeiras aos seus accionistas para aprovação após as de­
monstrações financeiras terem sido emitidas. Em tais casos, as de­
monstrações financeiras são autorizadas para emissão na data de emis­
são e não na data em que os accionistas aprovam as demonstrações
financeiras.

Exemplo

A gerência de uma entidade conclui o seu projecto de demons­


trações financeiras relativas ao ano findo em 31 de Dezembro de
20x1 em 28 de Fevereiro de 20x2. Em 18 de Março de 20x2, o
órgão de direcção revê as demonstrações financeiras e autoriza a
sua emissão. A entidade anuncia o seu lucro e outras informa­
ções financeiras seleccionadas em 19 de Março de 20x2. As
demonstrações financeiras ficam disponíveis aos accionistas e a
outros em 1 de Abril de 20x2. Os accionistas aprovam as de­
monstrações financeiras na sua reunião anual em 15 de Maio de
20x2 e as demonstrações financeiras aprovadas são em seguida
depositadas num organismo regulador em 17 de Maio de 20x2.

As demonstrações financeiras são autorizadas para emissão em


18 de Março de 20x2 (data da autorização do Conselho para
emissão).

6. Nalguns casos, exige-se que a gerência de uma entidade emita as suas


demonstrações financeiras para um conselho de supervisão (cons­
tituído unicamente por não executivos) para aprovação. Em tais casos,
as demonstrações financeiras são autorizadas para emissão quando a
gerência autorizar a sua emissão para o conselho de supervisão.

Exemplo

Em 18 de Março de 20x2, a gerência de uma entidade autoriza a


emissão de demonstrações financeiras para o seu conselho de
supervisão. O conselho de supervisão é constituído exclusiva­
mente por não executivos e pode incluir representantes de em­
pregados e de outros interesses estranhos. O conselho de super­
visão aprova as demonstrações financeiras em 26 de Março de
20x2. As demonstrações financeiras ficam disponíveis aos accio­
nistas e a outros em 1 de Abril de 20x2. Os accionistas aprovam
as demonstrações financeiras na sua reunião anual em 15 de
Maio de 20x2 e as demonstrações financeiras são em seguida
depositadas num organismo regulador em 17 de Maio de 20x2.

As demonstrações financeiras são autorizadas para emissão em


18 de Março de 20x2 (data de autorização da gerência para
emissão para o conselho de supervisão).

7. Acontecimentos ►M5 após o período de relato ◄ incluem todos os


acontecimentos até à data em que as demonstrações financeiras são
autorizadas para emissão, mesmo que esses acontecimentos ocorram
após o anúncio público de lucros ou de outra informação financeira
seleccionada.

RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO

Acontecimentos ►M5 após o período de relato ◄ que dão lugar


a ajustamentos
8. Uma entidade deve ajustar as quantias reconhecidas nas suas demons­
trações financeiras para reflectir os acontecimentos ►M5 após o
período de relato ◄ que dão lugar a ajustamentos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 74

▼B
9. Seguem-se exemplos de acontecimentos ►M5 após o período de
relato ◄ que dão lugar a ajustamentos e que exigem que uma enti­
dade ajuste as quantias reconhecidas nas suas demonstrações financei­
ras, ou que reconheça itens que não foram anteriormente reconheci­
dos:

a) a resolução, ►M5 após o período de relato ◄, de um caso


judicial que confirma que a entidade tinha uma obrigação presente
►M5 no fim do período de relato ◄. A entidade ajusta qualquer
provisão anteriormente reconhecida relacionada com este caso ju­
dicial de acordo com a IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e
Activos Contingentes ou reconhece uma nova provisão. A entidade
não divulga meramente um passivo contingente porque a resolução
proporciona provas adicionais que seriam consideradas de acordo
com o parágrafo 16. da IAS 37;

b) a recepção de informação ►M5 após o período de relato ◄ que


indique que um activo estava em imparidade ►M5 no fim do
período de relato ◄, ou que a quantia da perda por imparidade
anteriormente reconhecida para esse activo necessita de ser ajusta­
da. Por exemplo:

i) a falência de um cliente que ocorre ►M5 após o período de


relato ◄ confirma normalmente que existia uma perda
►M5 no fim do período de relato ◄ numa conta a receber
comercial e que a entidade necessita de ajustar a quantia es­
criturada da conta a receber comercial, e

ii) a venda de inventários ►M5 após o período de relato ◄ pode


dar evidência acerca do valor realizável líquido ►M5 no fim
do período de relato ◄;

c) a determinação ►M5 após o período de relato ◄ do custo de


activos comprados, ou os proventos de activos vendidos, antes da
data ►M5 da demonstração da posição financeira ◄;

d) a determinação ►M5 após o período de relato ◄ da quantia de


participação no lucro ou de pagamentos de bónus, caso a entidade
tivesse uma obrigação presente legal ou construtiva ►M5 no fim
do período de relato ◄ de fazer tais pagamentos em consequência
de acontecimentos antes dessa data (ver IAS 19 Benefícios dos
Empregados);

e) a descoberta de fraudes ou erros que mostrem que as demons­


trações financeiras estão incorrectas.

Acontecimentos ►M5 após o período de relato ◄ que não dão


lugar a ajustamentos
10. Uma entidade não deve ajustar as quantias reconhecidas nas suas
demonstrações financeiras para reflectir os acontecimentos
►M5 após o período de relato ◄ que não dão lugar a ajustamentos.

►M33 11. Um exemplo de um acontecimento após o período de relato


que não dá lugar a ajustamentos é um declínio no justo valor dos
investimentos entre o final do período de relato e a data em que foi
autorizada a emissão das demonstrações financeiras. O declínio no
justo valor não está normalmente ligado ao estado dos investimentos
no final do período de relato, mas reflecte circunstâncias que surgiram
posteriormente. ◄ Portanto, uma entidade não ajusta as quantias re­
conhecidas nas suas demonstrações financeiras relativas aos investi­
mentos. De forma semelhante, a entidade não actualiza as quantias
divulgadas relativas aos investimentos ►M5 no fim do período de
relato ◄, embora possa necessitar de dar divulgações adicionais de
acordo com o parágrafo 21.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 75

▼B
Dividendos
12. Se uma entidade declara dividendos a detentores de instrumentos de
capital próprio (conforme definido na IAS 32 Instrumentos Financei­
ros: Apresentação) ►M5 após o período de relato ◄, a entidade não
deve reconhecer esses dividendos como um passivo ►M5 no fim do
período de relato ◄.

▼M17
13. Se os dividendos forem declarados após o período de relato, mas
antes de as demonstrações financeiras terem sido autorizadas para
emissão, os dividendos não são reconhecidos como um passivo no
final do período de relato porque não existe qualquer obrigação nessa
altura. Tais dividendos são divulgados nas notas de acordo com a IAS
1 Apresentação das Demonstrações Financeiras.

▼B

CONTINUIDADE
14. Uma entidade não deve preparar as suas demonstrações financeiras
numa base de continuidade se a gerência determinar ►M5 após o
período de relato ◄ que pretende ou liquidar a entidade ou cessar de
negociar, ou que não tem alternativa realista senão fazê-lo.

15. A deterioração nos resultados operacionais e da posição financeira


►M5 após o período de relato ◄ pode indicar a necessidade de
considerar se ainda é ou não apropriado o pressuposto da continuida­
de. Se o pressuposto da continuidade deixar de ser apropriado, o
efeito é tão profundo que esta Norma exige uma alteração fundamen­
tal no regime de contabilidade, em vez de um ajustamento nas quan­
tias reconhecidas no âmbito do regime de contabilidade original.

16. A IAS 1 especifica as divulgações exigidas se:

a) as demonstrações financeiras não forem preparadas numa base de


continuidade; ou

b) a gerência estiver ciente de incertezas materiais relacionadas com


acontecimentos ou condições que possam lançar dúvida significa­
tiva na capacidade da entidade para prosseguir em continuidade.
Os acontecimentos ou condições que exijam divulgação podem
surgir ►M5 após o período de relato ◄.

DIVULGAÇÃO

Data de autorização para emissão


17. Uma entidade deve divulgar a data em que as demonstrações finan­
ceiras foram autorizadas para emissão e quem deu essa autorização.
Se os proprietários da entidade ou outros tiverem o poder de alterar as
demonstrações financeiras após emissão, a entidade deve divulgar esse
facto.

18. É importante para os utentes saber quando é que as demonstrações


financeiras foram autorizadas para emissão, porque as demonstrações
financeiras não reflectem acontecimentos após essa data.

Actualização da divulgação acerca de condições ►M5 no fim do


período de relato ◄
19. Se uma entidade receber informação ►M5 após o período de relato ◄
acerca de condições que existiam ►M5 no fim do período de relato ◄,
ela deve actualizar as divulgações que se relacionem com essas condi­
ções, à luz da nova informação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 76

▼B
20. Nalguns casos, uma entidade necessita de actualizar as divulgações
nas suas demonstrações financeiras para reflectir as informações rece­
bidas ►M5 após o período de relato ◄, mesmo quando as informa­
ções não afectam as quantias que a entidade reconhece nas suas
demonstrações financeiras. Um exemplo da necessidade de actualizar
divulgações é quando fica disponível evidência ►M5 após o período
de relato ◄ acerca de um passivo contigente que existia ►M5 no
fim do período de relato ◄. Além de considerar se deve ou não
reconhecer ou alterar uma provisão segundo a IAS 37, uma entidade
actualiza as suas divulgações acerca do passivo contigente à luz dessa
evidência.

Acontecimentos ►M5 após o período de relato ◄ que não dão


lugar a ajustamentos
21. Se os acontecimentos após a data de ►M5 demonstração da posição
financeira ◄ que não dão lugar a ajustamentos forem materiais, a não
divulgação poderia influenciar as decisões económicas ►M5 que os
utentes tomam ◄ com base nas demonstrações financeiras. Em con­
formidade, uma entidade deve divulgar o seguinte para cada categoria
material de acontecimentos após a data de ►M5 demonstração da
posição financeira ◄ que não dão lugar a ajustamentos:

a) a natureza do evento; e

b) uma estimativa do seu efeito financeiro, ou uma declaração de que


tal estimativa não pode ser feita.

22. Seguem-se exemplos de acontecimentos ►M5 após o período de


relato ◄ que não dão lugar a ajustamentos e que geralmente resul­
tariam em divulgação:

a) uma importante concentração de actividades empresariais


►M5 após o período de relato ◄ (a IFRS 3 Concentrações de
Actividades Empresariais exige divulgações específicas em tais
casos) ou a alienação de uma importante subsidiária;

b) anúncio de um plano para descontinuar uma unidade operacional;

c) compras importantes de activos, classificação de activos como


detidos para venda de acordo com a IFRS 5 Activos Não Correntes
Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas,
outras alienações de activos, ou expropriação de activos importan­
tes pelo governo;

d) a destruição por um incêndio de uma importante instalação de


produção ►M5 após o período de relato ◄;

e) o anúncio ou início da implementação de uma reestruturação im­


portante (ver IAS 37);

f) importantes transacções de acções ordinárias e de transacções de


potenciais acções ordinárias ►M5 após o período de relato ◄
(a IAS 33 Resultados por Acção exige que uma entidade divulgue
uma descrição de tais transacções, desde que essas transacções não
envolvam capitalização ou emissões de bónus, desdobramento de
acções ou desdobramento inverso de acções, sendo a todos estes
exigido o ajustamento segundo a IAS 33);

g) alterações ►M5 após o período de relato ◄ anormalmente gran­


des em preços de activos ou taxas de câmbio;

h) alterações nas taxas fiscais ou leis fiscais decretadas ou anunciadas


►M5 após o período de relato ◄ que tenham um efeito signifi­
cativo nos activos e passivos por impostos correntes e diferidos
(ver IAS 12 Impostos sobre o Rendimento);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 77

▼B
i) assunção de compromissos ou passivos contingentes significativos,
por exemplo, pela emissão de garantias significativas; e
j) iniciar litígios importantes que provenham unicamente de aconte­
cimentos que ocorreram ►M5 após o período de relato ◄.

DATA DE EFICÁCIA
23. Uma entidade deve aplicar esta Norma aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2005. É encorajada a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar esta Norma a um período que tenha início
antes de 1 de Janeiro de 2005, ela deve divulgar esse facto.
▼M33
23.A. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou o parágrafo 11. Uma
entidade deve aplicar esta emenda quando aplicar a IFRS 13.
▼B

RETIRADA DA IAS 10 (REVISTA EM 1999)


24. Esta Norma substitui a IAS 10 Acontecimentos ►M5 após o período
de relato ◄ (revista em 1999).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 78

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 11

Contratos de Construção

OBJECTIVO
O objectivo desta Norma é o de prescrever o tratamento contabilístico de réditos
e custos associados a contratos de construção. Por força da natureza da actividade
subjacente aos contratos de construção, a data em que a actividade do contrato é
iniciada e a data em que a actividade é concluída caem geralmente em períodos
contabilísticos diferentes. Por isso, o assunto primordial na contabilização dos
contratos de construção é a imputação do rédito do contrato e dos custos do
contrato aos períodos contabilísticos em que o trabalho de construção seja exe­
cutado. Esta Norma usa os critérios de reconhecimento estabelecidos na Estru­
tura Conceptual para a Preparação e Apresentação das Demonstrações Finan­
ceiras para determinar quando os réditos do contrato e os custos do contrato
devam ser reconhecidos como réditos e gastos na ►M5 demonstração do ren­
dimento integral ◄. Ela também proporciona orientação prática na aplicação
destes critérios.

ÂMBITO
1. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização dos contratos de
construção nas demonstrações financeiras de entidades contratadas.

2. Esta Norma substitui a IAS 11 Contabilização dos Contratos de


Construção aprovada em 1978.

DEFINIÇÕES
3. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Um contrato de construção é um contrato especificamente negociado


para a construção de um activo ou de uma combinação de activos que
estejam intimamente inter-relacionados ou interdependentes em termos
da sua concepção, tecnologia e função ou do seu propósito ou uso
final.

Um contrato de preço fixado é um contrato de construção em que a


entidade contratada concorda com um preço fixado ou com uma taxa
fixada por unidade de output, que, nalguns casos, está sujeito a cláu­
sulas de custos escalonados.

Um contrato de «cost plus» é um contrato de construção em que a


entidade contratada é reembolsada por custos permitidos ou de outra
forma definidos, mais uma percentagem destes custos, ou por uma
remuneração fixada.

4. Um contrato de construção pode ser negociado para a construção de


um activo único tal como uma ponte, um edifício, uma barragem, um
oleoduto, uma estrada, um navio ou um túnel. Um contrato de cons­
trução pode também tratar da construção de um número de activos
que estejam intimamente inter-relacionados ou interdependentes em
termos da sua concepção, tecnologia e função ou do seu propósito
ou uso final; entre os exemplos de tais contratos incluem-se os da
construção de refinarias e de outras partes complexas de fábricas ou
de equipamentos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 79

▼B
5. Para os fins desta Norma, os contratos de construção incluem:

a) contratos para a prestação de serviços que estejam directamente


relacionados com a construção do activo, por exemplo, os relativos
a serviços de gestores de projecto e arquitectos; e

b) contratos para a destruição ou restauro de activos e o restauro do


ambiente após a demolição de activos.

6. Os contratos de construção são formulados de várias maneiras mas,


para os fins desta Norma, são classificados como contratos de preço
fixado e contratos de «cost plus». Alguns contratos de construção
podem conter características quer de um contrato de preço fixado,
quer de um contrato de «cost plus» com um preço máximo acordado.
Em tais circunstâncias, um contratado necessita considerar todas as
condições dos parágrafos 23. e 24. a fim de determinar quando reco­
nhecer réditos e gastos do contrato.

COMBINAÇÃO E SEGMENTAÇÃO DE CONTRATOS DE CONSTRUÇÃO


7. Os requisitos desta Norma são usualmente aplicados separadamente a
cada contrato de construção. Porém, em certas circunstâncias, é ne­
cessário aplicar a Norma a componentes separadamente identificáveis
de um único contrato ou conjuntamente a um grupo de contratos, a
fim de reflectir a substância de um contrato ou de um grupo de
contratos.

8. Quando um contrato cobrir vários activos, a construção de cada activo


deve ser tratada como um contrato de construção separado quando:

a) propostas separadas tenham sido submetidas para cada activo;

b) cada activo tenha sido sujeito a negociação separada e a entidade


contratada e o cliente tenham estado em condições de aceitar ou
rejeitar a parte do contrato relacionada com cada activo; e

c) os custos e réditos de cada activo possam ser identificados.

9. Um grupo de contratos, seja com um único cliente, seja com vários


clientes, deve ser tratado como um contrato de construção único
quando:

a) o grupo de contratos seja negociado como um pacote único;

b) os contratos estejam tão intimamente inter-relacionados que sejam,


com efeito, parte de um projecto único com uma margem de lucro
global; e

c) os contratos sejam executados simultaneamente ou numa sequência


contínua.

10. Um contrato pode proporcionar a construção de um activo adicional


por opção do cliente ou pode ser alterado para incluir a construção de
um activo adicional. A construção do activo adicional deve ser tratada
como um contrato de construção separado quando:

a) o activo difira significativamente na concepção, na tecnologia ou


na função do activo ou dos activos cobertos pelo contrato original;
ou
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 80

▼B
b) o preço do activo seja negociado sem atenção ao preço original do
contrato.

RÉDITO DO CONTRATO
11. O rédito do contrato deve compreender:

a) a quantia inicial de rédito acordada no contrato; e

b) variações no trabalho, reclamações e pagamentos de incentivos do


contrato:

i) até ao ponto que seja provável que resultem em rédito, e

ii) estejam em condições de serem fiavelmente mensurados.

12. O rédito do contrato é medido pelo justo valor da retribuição recebida


ou a receber. A mensuração do rédito do contrato é afectada por uma
variedade de incertezas que dependem do desfecho de acontecimentos
futuros. As estimativas necessitam muitas vezes de ser revistas à
medida que os acontecimentos ocorrem e as incertezas se resolvam.
Por isso, a quantia do rédito do contrato pode aumentar ou diminuir
de um período para o seguinte. Por exemplo:

a) uma entidade contratada e um cliente podem acordar variações ou


reivindicações que aumentem ou diminuam o rédito do contrato
num período subsequente àquele em que o contrato foi inicial­
mente acordado;

b) a quantia de rédito acordada num contrato de preço fixado pode


aumentar em consequência de cláusulas de custo escalonadas;

c) a quantia de rédito do contrato pode diminuir como consequência


de penalidades provenientes de atrasos causados pela entidade con­
tratada na conclusão do contrato; ou

d) quando um contrato de preço fixado envolve um preço fixado por


unidade de output, o rédito do contrato aumenta à medida que a
quantidade de unidades aumente.

13. Uma variação é uma instrução dada pelo cliente para uma alteração no
âmbito do trabalho a ser executado segundo o contrato. Uma variação
pode conduzir a um aumento ou a uma diminuição no rédito do
contrato. Exemplos de variações são as alterações nas especificações
ou na concepção do activo e alterações na duração do contrato. Uma
variação é incluída no rédito do contrato quando:

a) seja provável que o cliente aprovará a variação e a quantia de


rédito proveniente da variação; e

b) a quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada.

14. Uma reivindicação é uma quantia que a entidade contratada procura


cobrar do cliente ou de uma outra terceira parte como reembolso de
custos não incluídos no preço do contrato. Uma reivindicação pode
surgir de, por exemplo, demoras causadas por clientes, por erros nas
especificações ou na concepção e de variações discutidas nos traba­
lhos do contrato. A mensuração das quantias de rédito provenientes de
reivindicações está sujeita a um alto nível de incerteza e depende
muitas vezes do desfecho das negociações. Por isso, as reivindicações
são incluídas no rédito do contrato apenas quando:

a) as negociações tenham atingido um estágio avançado de tal forma


que seja provável que o cliente aceitará a reivindicação; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 81

▼B
b) a quantia que seja provável ser aceite pelo cliente possa ser fia­
velmente mensurada.

15. Os pagamentos de incentivos são quantias adicionais pagas à entidade


contratada se os níveis de desempenho especificados forem atingidos
ou excedidos. Por exemplo, um contrato pode permitir um pagamento
de incentivos à entidade contratada pela conclusão do contrato mais
cedo. Os pagamentos de incentivos são incluídos no rédito do contrato
quando:

a) o contrato esteja suficientemente adiantado que seja provável que


os níveis de execução especificados serão atingidos ou excedidos; e

b) a quantia dos pagamentos de incentivos possa ser fiavelmente


mensurada.

CUSTOS DO CONTRATO
16. Os custos do contrato devem compreender:

a) os custos que se relacionem directamente com o contrato especí­


fico;

b) os custos que sejam atribuíveis à actividade do contrato em geral e


possam ser imputados ao contrato; e

c) outros custos que sejam especificamente debitáveis ao cliente nos


termos do contrato.

17. Os custos que directamente se relacionem com um contrato específico


incluem:

a) custos de mão-de-obra local, incluindo supervisão local;

b) os custos de materiais usados na construção;

c) a depreciação de activos fixos tangíveis utilizados no contrato;

d) os custos de movimentar instalações, equipamento e materiais para


e do local do contrato;

e) os custos de alugar instalações e equipamentos;

f) os custos de concepção e de assistência técnica que estejam direc­


tamente relacionados com o contrato;

g) os custos estimados de rectificar e garantir os trabalhos, incluindo


os custos esperados de garantia; e

h) reivindicações de terceiras partes.

Estes custos podem ser reduzidos por qualquer rendimento ocasional


que não esteja incluído no rédito do contrato, por exemplo, rendi­
mento proveniente da venda de materiais excedentários e da alienação
de instalações e equipamentos no fim do contrato.

18. Compreendem-se nos custos que podem ser atribuíveis à actividade do


contrato em geral e que podem ser imputados a contratos específicos:

a) seguros;

b) os custos de concepção e assistência técnica que não estejam di­


rectamente relacionados com um contrato específico; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 82

▼B
c) gastos gerais de construção.

Tais custos são imputados usando métodos que sejam sistemáticos e


racionais e sejam aplicados consistentemente a todos os custos que
tenham características semelhantes. A imputação é baseada no nível
normal de actividade de construção. Os gastos gerais de construção
incluem custos tais como a preparação e o processamento da folha de
salários do pessoal de construção. ►M1 Os custos que possam ser
atribuíveis à actividade do contrato em geral e que possam ser impu­
tados a contratos específicos também incluem custos de empréstimos
obtidos. ◄

19. Os custos que sejam especificamente debitáveis ao cliente segundo os


termos do contrato podem incluir alguns custos gerais administrativos
e custos de desenvolvimento relativo aos quais o reembolso esteja
especificado nos termos do contrato.

20. Os custos que não possam ser atribuídos à actividade do contrato ou


que não possam ser imputados a um contrato são excluídos dos custos
de um contrato de construção. Tais custos incluem:

a) custos administrativos gerais quanto aos quais o reembolso não


esteja especificado no contrato;

b) custos de vender;

c) custos de pesquisa e desenvolvimento quanto aos quais o reem­


bolso não esteja especificado no contrato; e

d) depreciação de instalações e equipamentos ociosos que não sejam


usados num contrato particular.

21. Os custos do contrato incluem os custos atribuíveis a um contrato no


período que vai desde a data de assegurar o contrato até à conclusão
final do contrato. Porém, os custos que se relacionem directamente
com um contrato e que sejam incorridos ao assegurar o contrato são
também incluídos como parte dos custos do contrato se eles puderem
ser separadamente identificados e mensurados fiavelmente e for pro­
vável que o contrato seja obtido. Quando os custos incorridos ao
assegurar o contrato forem reconhecidos como um gasto do período
em que sejam incorridos, não são incluídos nos custos do contrato
quando o contrato for obtido num período subsequente.

RECONHECIMENTO DO RÉDITO E DOS GASTOS DO CONTRATO


22. Quando o desfecho de um contrato de construção puder ser fiavel­
mente estimado, o rédito do contrato e os custos do contrato associa­
dos ao contrato de construção devem ser reconhecidos como rédito e
gastos respectivamente com referência à fase de acabamento da acti­
vidade do contrato ►M5 no fim do período de relato ◄. Uma perda
esperada num contrato de construção deve ser reconhecida imediata­
mente como um gasto de acordo com o parágrafo 36.

23. No caso de um contrato de preço fixado, o desfecho de um contrato


de construção pode ser fiavelmente estimado quando estiverem satis­
feitas todas as condições seguintes:

a) o rédito total do contrato possa ser mensurado fiavelmente;

b) seja provável que os benefícios económicos associados ao contrato


fluirão para a entidade;
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▼B
c) tanto os custos do contrato para o acabar como a fase de acaba­
mento do contrato na data ►M5 da demonstração da posição
financeira ◄ possam ser fiavelmente mensurados; e

d) os custos de contrato atribuíveis ao contrato possam ser claramente


identificados e fiavelmente mensurados de forma que os custos
reais do contrato incorridos possam ser comparados com estimati­
vas anteriores.

24. No caso de um contrato de «cost plus», o desfecho de um contrato de


construção pode ser fiavelmente mensurado quando estiverem satis­
feitas todas as condições seguintes:

a) seja provável que os benefícios económicos associados ao contrato


fluirão para a entidade; e

b) os custos do contrato atribuíveis ao contrato, sejam ou não reem­


bolsáveis, possam ser claramente identificados e fiavelmente men­
surados.

25. O reconhecimento de rédito e de gastos com referência à fase de


acabamento de um contrato é muitas vezes referido como o método
da percentagem de acabamento. Segundo este método, o rédito con­
tratual é balanceado com os gastos contratuais incorridos ao atingir a
fase de acabamento, resultando no relato de rédito, gastos e lucros que
possam ser atribuíveis à proporção de trabalho concluído. Este método
proporciona informação útil sobre a extensão de actividade e desem­
penho do contrato durante um período.

26. Pelo método da percentagem de acabamento, o rédito do contrato é


reconhecido como rédito ►M5 nos lucros ou prejuízos ◄ nos pe­
ríodos contabilísticos em que o trabalho seja executado. Os custos do
contrato são geralmente reconhecidos como um gasto ►M5 nos lu­
cros ou prejuízos ◄ nos períodos contabilísticos em que o trabalho
com o qual se relacionam seja executado. Porém, qualquer excesso
esperado dos custos totais do contrato sobre os réditos totais do con­
trato é reconhecido imediatamente como um gasto, de acordo com o
parágrafo 36.

27. Uma entidade contratada pode ter incorrido em custos do contrato que
se relacionem com a actividade futura de contrato. Tais custos são
reconhecidos como um activo desde que seja provável que sejam
recuperados. Tais custos representam uma quantia devida pelo cliente
e muitas vezes são classificados como trabalho em curso do contrato.

28. O desfecho de um contrato de construção só pode ser estimado fia­


velmente quando for provável que os benefícios económicos associa­
dos ao contrato fluirão para a entidade. Porém, quando surja uma
incerteza acerca da cobrabilidade de uma quantia já incluída no rédito
do contrato, e já reconhecida ►M5 nos lucros ou prejuízos ◄, a
quantia não cobrável ou a quantia a respeito da qual a recuperação
tenha cessado de ser provável é reconhecida como um gasto e não
como um ajustamento da quantia do rédito do contrato.

29. Uma entidade está geralmente em condições de fazer estimativas fiá­


veis após ter aceite um contrato que estabeleça:

a) os direitos a cumprir por cada parte no que respeita ao activo a ser


construído;

b) a retribuição a ser trocada; e

c) o modo e os termos da liquidação.


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 84

▼B
É também normalmente necessário que a entidade tenha um sistema
eficaz de orçamentação e de relato financeiro. A entidade passa em
revista e, quando necessário, revê as estimativas do rédito do contrato
e dos custos do contrato à medida que o trabalho progride. A neces­
sidade de tais revisões não indica necessariamente que o desfecho do
contrato não possa ser estimado com fiabilidade.

30. A fase de acabamento de um contrato pode ser determinada de várias


maneiras. A entidade usa o método que mensure com fiabilidade o
trabalho executado. Dependendo da natureza do contrato, os métodos
podem incluir:

a) a proporção em que os custos do contrato incorridos no trabalho


executado até à data estejam para os custos estimados totais do
contrato;

b) vistorias do trabalho executado; ou

c) conclusão de uma proporção física do trabalho contratado.

Os pagamentos progressivos e os adiantamentos recebidos dos clientes


não reflectem muitas vezes o trabalho executado.

31. Quando a fase de acabamento seja determinada com referência aos


custos do contrato incorridos até à data, somente os custos do contrato
que reflictam trabalho executado são incluídos nos custos incorridos
até à data. São exemplos de custos de contrato que são excluídos:

a) custos do contrato que se relacionem com a actividade futura do


contrato, tais como custos de materiais que tenham sido entregues
num local do contrato ou postos de lado para uso num contrato
mas não ainda instalados, usados ou aplicados durante a execução
do contrato, a menos que os materiais tenham sido produzidos
especificamente para o contrato; e

b) pagamentos feitos a entidades subcontratadas adiantadamente a


trabalho executado segundo o subcontrato.

32. Quando o desfecho de um contrato de construção não possa ser


estimado fiavelmente:

a) o rédito somente deve ser reconhecido até ao ponto em que seja


provável que os custos do contrato incorridos serão recuperáveis; e

b) os custos do contrato devem ser reconhecidos como um gasto no


período em que sejam incorridos.

Uma perda esperada num contrato de construção deve ser reconhecida


imediatamente como um gasto, de acordo com o parágrafo 36.

33. Durante as fases iniciais de um contrato dá-se muitas vezes o caso de


o desfecho do contrato não poder ser fiavelmente estimado. Não obs­
tante, pode ser provável que a entidade recupere os custos incorridos
do contrato. Por isso, o rédito do contrato somente é reconhecido até
ao ponto dos custos incorridos que se espera serem recuperáveis. Por
o desfecho do contrato não poder ser fiavelmente estimado, nenhum
lucro é reconhecido. Porém, mesmo quando o desfecho do contrato
não possa ser fiavelmente estimado, pode ser provável que os custos
totais do contrato excedam os réditos totais do contrato. Em tais
casos, qualquer excesso esperado dos custos totais do contrato sobre
o rédito total do contrato é reconhecido imediatamente como um gasto
de acordo com o parágrafo 36.
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▼B
34. Os custos do contrato que não seja provável serem recuperados são
reconhecidos imediatamente como um gasto. Exemplos das circuns­
tâncias em que a recuperabilidade dos custos do contrato incorridos
pode não ser provável e em que os custos do contrato podem ter de
ser reconhecidos como um gasto incluem contratos:

a) que não sejam inteiramente coagíveis, i.e., a sua validade está


seriamente em questão;

b) a conclusão dos quais esteja sujeita ao desfecho de litígio ou de


legislação pendente;

c) relacionados com propriedades que seja provável estarem conde­


nadas ou serem expropriadas;

d) em que o cliente não esteja em condições de cumprir as suas


obrigações; ou

e) em que a entidade contratada seja incapaz de completar o contrato


ou de cumprir as suas obrigações segundo o contrato.

35. Quando já não existirem as incertezas que impediram que fosse fia­
velmente estimado o desfecho do contrato, o rédito e os gastos asso­
ciados ao contrato de construção devem ser reconhecidos de acordo
com o parágrafo 22. e não de acordo com o parágrafo 32.

RECONHECIMENTO DE PERDAS ESPERADAS


36. Quando for provável que os custos totais do contrato excedam o
rédito total do contrato, a perda esperada deve ser reconhecida ime­
diatamente como um gasto.

37. A quantia de tal perda é determinada independentemente de:

a) ter começado o trabalho do contrato;

b) a fase de acabamento da actividade do contrato; ou

c) a quantia de lucros que se espere que surjam noutros contratos que


não são tratados como um contrato de construção único, de acordo
com o parágrafo 9.

ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS


38. O método da percentagem de acabamento é aplicado numa base acu­
mulada em cada período contabilístico às estimativas correntes de
rédito do contrato e custos do contrato. Por isso, os efeitos de uma
alteração na estimativa no rédito do contrato e nos custos do contrato,
ou os efeitos de uma alteração na estimativa do desfecho de um
contrato, são contabilizados como uma alteração na estimativa conta­
bilística (ver a IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Esti­
mativas Contabilísticas e Erros). As estimativas alteradas são usadas
na determinação da quantia de rédito e de gastos reconhecidos
►M5 nos lucros ou prejuízos ◄ no período em que a alteração
seja feita e em períodos subsequentes.

DIVULGAÇÃO
39. Uma entidade deve divulgar:

a) a quantia do rédito do contrato reconhecida como rédito do perío­


do;

b) os métodos usados para determinar o rédito do contrato reconhe­


cido no período; e

c) os métodos usados para determinar a fase de acabamento dos


contratos em curso.
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▼B
40. Uma entidade deve divulgar o que se segue para os contratos em
curso ►M5 no fim do período de relato ◄:
a) a quantia agregada de custos incorridos e lucros reconhecidos
(menos perdas reconhecidas) até à data;
b) a quantia de adiantamentos recebidos; e
c) a quantia de retenções.
41. Retenções são quantias de facturas progressivas que só são pagas
depois da satisfação das condições especificadas no contrato para o
pagamento de tais quantias ou até que os defeitos tenham sido recti­
ficados. As facturas progressivas são quantias facturadas do trabalho
executado de um contrato, tenham ou não sido pagas pelo cliente.
Adiantamentos são quantias recebidas pela entidade contratada antes
que o respectivo trabalho seja executado.
42. Uma entidade deve apresentar:
a) como um activo, a quantia bruta devida por clientes relativa aos
trabalhos do contrato; e
b) como um passivo, a quantia bruta devida a clientes relativa aos
trabalhos do contrato.
43. A quantia bruta devida por clientes relativa aos trabalhos do contrato é
a quantia líquida de:
a) custos incorridos mais lucros reconhecidos; menos
b) o somatório das perdas reconhecidas e da facturação progressiva
para todos os contratos em curso relativamente aos quais os custos
incorridos mais os lucros reconhecidos (menos perdas reconhecidas)
excedam as facturas progressivas.
44. A quantia bruta devida a clientes pelos trabalhos do contrato é a
quantia líquida de:
a) custos incorridos mais lucros reconhecidos; menos
b) o somatório das perdas reconhecidas e da facturação progressiva
para todos os contratos em curso relativamente aos quais a facturação
em curso exceda os custos incorridos mais os lucros reconhecidos
(menos perdas reconhecidas).
45. Uma entidade divulga quaisquer activos e passivos contingentes de
acordo com a IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos
Contingentes. Os passivos contingentes e os activos contingentes po­
dem provir de itens tais como custos de garantias, reivindicações,
penalidades ou possíveis perdas.

DATA DE EFICÁCIA
46. Esta Norma torna-se operacional para as demonstrações financeiras
que cubram os períodos que comecem em ou após 1 de Janeiro de
1995.
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▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 12

Impostos sobre o Rendimento

OBJECTIVO
O objectivo desta Norma é o de prescrever o tratamento contabilístico dos
impostos sobre o rendimento. O assunto principal na contabilização dos impostos
sobre o rendimento é o de como contabilizar os impostos correntes e futuros
consequentes de:

a) a recuperação (liquidação) futura da quantia escriturada de activos (passivos)


que sejam reconhecidos ►M5 na demonstração da posição financeira ◄ de
uma entidade; e

b) transacções e outros acontecimentos do período corrente que sejam reconhe­


cidos nas demonstrações financeiras de uma entidade.

Está inerente ao reconhecimento de um activo ou passivo que a entidade que


relata espera recuperar ou liquidar a quantia escriturada do activo ou passivo. Se
for provável que a recuperação ou liquidação dessa quantia escriturada faça com
que os pagamentos futuros de impostos sejam maiores (menores) do que seriam
se tais recuperações ou liquidações não tivessem consequências fiscais, esta
Norma exige que uma entidade reconheça um passivo por impostos diferidos
(activo por impostos diferidos), com certas excepções limitadas.

Esta Norma exige que uma entidade contabilize as consequências fiscais das
transacções e outros acontecimentos da mesma forma que contabiliza as próprias
transacções e outros acontecimentos. ►M5 Relativamente a transacções e outros
acontecimentos reconhecidos fora dos lucros ou prejuízos (em outro rendimento
integral ou directamente no capital próprio), quaisquer efeitos fiscais relacionados
também são reconhecidos fora dos lucros ou prejuízos (em outro rendimento
integral ou directamente no capital próprio, respectivamente). ◄ No que diz
respeito a transacções e outros acontecimentos reconhecidos directamente no
capital próprio, qualquer efeito fiscal relacionado também é reconhecido directa­
mente no capital próprio. ►M12 Do mesmo modo, o reconhecimento de activos
e passivos por impostos diferidos numa concentração de actividades empresariais
afecta a quantia de goodwill resultante dessa concentração de actividades em­
presariais ou a quantia reconhecida do ganho com a compra a preço baixo. ◄

Esta Norma trata também do reconhecimento dos activos por impostos diferidos
provenientes de perdas fiscais não usadas ou de créditos fiscais não usados, da
apresentação de impostos sobre o rendimento nas demonstrações financeiras e da
divulgação da informação relacionada com impostos sobre o rendimento.

ÂMBITO
1. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de impostos sobre o
rendimento.

2. Para as finalidades desta Norma, o termo impostos sobre o rendimento


inclui todos os impostos no país e impostos estrangeiros que sejam
baseados em lucros tributáveis. O termo impostos sobre o rendimento
também inclui impostos, tais como impostos por retenção (de divi­
dendos), que sejam pagáveis por uma subsidiária, associada ou
►M32 acordo conjunto ◄ em distribuições à entidade que relata.

3. [Eliminado]
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 88

▼B
4. Esta Norma não trata dos métodos de contabilização dos subsídios
governamentais (ver a IAS 20 Contabilização dos Subsídios Gover­
namentais e Divulgação de Apoios Governamentais) ou de créditos
fiscais por investimentos. Porém, esta Norma trata da contabilização
das diferenças temporárias que possam surgir desses subsídios ou
créditos fiscais por investimentos.

DEFINIÇÕES
5. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Lucro contabilístico é o lucro ou o prejuízo de um período antes da


dedução do gasto de imposto.

Lucro tributável (perda fiscal) é o lucro (perda) de um período,


determinado de acordo com as regras estabelecidas pelas autoridades
fiscais, sobre o qual são pagos (recuperáveis) impostos sobre o ren­
dimento.

Gasto de imposto (rendimento de imposto) é a quantia agregada in­


cluída na determinação do lucro ou do prejuízo do período respeitante
a impostos correntes e a impostos diferidos.

Imposto corrente é a quantia a pagar (a recuperar) de impostos sobre


o rendimento respeitantes ao lucro tributável (perda fiscal) de um
período.

Passivos por impostos diferidos são as quantias de impostos sobre o


rendimento pagáveis em períodos futuros com respeito a diferenças
temporárias tributáveis.

Activos por impostos diferidos são as quantias de impostos sobre o


rendimento recuperáveis em períodos futuros respeitantes a:

a) diferenças temporárias dedutíveis;

b) o reporte de perdas fiscais não utilizadas; e

c) o reporte de créditos fiscais não utilizados.

Diferenças temporárias são diferenças entre a quantia escriturada de


um activo ou de um passivo ►M5 na demonstração da posição
financeira ◄ e a sua base fiscal. As diferenças temporárias podem
ser ou:

a) diferenças temporárias tributáveis, que são diferenças temporárias


de que resultam quantias tributáveis na determinação do lucro
tributável (perda fiscal) de períodos futuros quando a quantia es­
criturada do activo ou do passivo seja recuperada ou liquidada; ou

b) diferenças temporárias dedutíveis, que são diferenças temporárias


de que resultam quantias que são dedutíveis na determinação do
lucro tributável (perda fiscal) de períodos futuros quando a quantia
escriturada do activo ou do passivo seja recuperada ou liquidada.

A base fiscal de um activo ou de um passivo é a quantia atribuída a


esse activo ou passivo para finalidades fiscais.

6. Os gastos de impostos (rendimento de impostos) compreendem o


gasto corrente de impostos (rendimento corrente de impostos) e o
gasto de impostos diferidos (rendimentos de impostos diferidos).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 89

▼B
Base fiscal
7. A base fiscal de um activo é a quantia que será dedutível para fina­
lidades fiscais contra quaisquer benefícios económicos tributáveis que
fluirão para uma entidade quando ela recupere a quantia escriturada
do activo. Se esses benefícios económicos não forem tributáveis, a
base fiscal do activo é igual à sua quantia escriturada.

Exemplos

1 Uma máquina custa 100. Para finalidades de tributação, já foi


deduzida depreciação de 30 nos períodos corrente e anteriores
e o custo remanescente será dedutível em períodos futuros,
quer como depreciação, quer por meio de uma dedução na
alienação. O rédito gerado pelo uso da máquina é tributável e
qualquer ganho de alienação da máquina será tributável e
qualquer perda na venda da máquina será dedutível para
finalidades de impostos. A base fiscal da máquina é de 70.

2 Os juros a receber têm uma quantia escriturada de 100. O


rédito de juros relacionado será tributado em regime de caixa.
A base fiscal do juro a receber é nula.

3 As dívidas a receber comerciais a receber têm uma quantia


escriturada de 100. O rédito relacionado já foi incluído no
lucro tributável (perda fiscal). A base fiscal das dívidas
comerciais a receber é 100.

4 Os dividendos a receber de uma subsidiária têm uma quantia


escriturada de 100. Os dividendos não são tributáveis. Em
substância, a quantia total escriturada do activo é dedutível
dos benefícios económicos. Consequentemente, a base fiscal
dos dividendos a receber é 100 (a).

5 Um empréstimo a receber tem uma quantia escriturada de


100. O reembolso do empréstimo não terá consequências
fiscais. A base fiscal do empréstimo é 100.

___________
(a) Segundo esta análise, não existe diferença temporária tributável. Uma
análise alternativa é que os dividendos acrescidos a receber têm uma
base fiscal nula e uma base fiscal de zero é aplicada à diferença
temporária tributável de 100. Segundo ambas as análises, não há
passivo por impostos diferidos.

8. A base fiscal de um passivo é a sua quantia escriturada, menos qual­


quer quantia que será dedutível para finalidades fiscais com respeito a
esse passivo em períodos futuros. No caso de réditos que sejam
recebidos adiantadamente, a base fiscal do passivo resultante é a
sua quantia escriturada, menos qualquer quantia dos réditos que não
serão tributáveis em períodos futuros.

Exemplos

1 Os passivos correntes incluem gastos acrescidos com uma


quantia escriturada de 100. O gasto relacionado será deduzido
para finalidades fiscais, em regime de caixa. A base fiscal dos
gastos acrescidos é nula.

2 Os passivos correntes incluem rédito de juros recebidos


adiantadamente com uma quantia escriturada de 100. O rédito
de juros relacionado será tributado em regime de caixa. A
base fiscal dos juros recebidos adiantadamente é nula.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 90

▼B

3 Os passivos correntes incluem gastos acrescidos com uma


quantia escriturada de 100. O gasto relacionado já foi dedu­
zido para finalidades fiscais. A base fiscal dos gastos acres­
cidos é 100.
4 Os passivos correntes incluem multas e penalidades acresci­
das com uma quantia escriturada de 100. As multas e pena­
lidades não são dedutíveis para finalidades fiscais. A base
fiscal das multas e penalidades acrescidas (a pagar) é
100 (a).
5 Um empréstimo a pagar tem uma quantia escriturada de 100.
O reembolso do empréstimo não terá consequências fiscais. A
base fiscal do empréstimo é 100.
___________
(a) Segundo esta análise, não há diferença temporária dedutível. Uma
análise alternativa é que as multas e penalidades acrescidas a receber
têm uma base fiscal nula e uma base fiscal de zero é aplicada à
diferença temporária dedutível de 100. Segundo ambas as análises,
não há activo por impostos diferidos

9. Alguns itens têm uma base fiscal mas não são reconhecidos como acti­
vos e como passivos ►M5 na demonstração da posição financeira ◄.
Por exemplo, os custos de pesquisa são reconhecidos como um gasto na
determinação do lucro contabilístico no período em que forem incorridos
mas podem não ser permitidos como uma dedução na determinação do
lucro tributável (perda fiscal) senão num período posterior. A diferença
entre a base fiscal dos custos de pesquisa, que é a quantia que as
autoridades fiscais permitirão como dedução em períodos futuros, e a
quantia escriturada nula é uma diferença temporária dedutível que resulta
num activo por impostos diferidos.
▼M33
10. Quando a base fiscal de um activo ou de um passivo não for imedia­
tamente evidente, é útil considerar o princípio fundamental em que
esta Norma se baseia: o de que uma entidade deve, com certas ex­
cepções limitadas, reconhecer um passivo (activo) por impostos dife­
ridos quando a recuperação ou liquidação da quantia escriturada de
um activo ou de um passivo fizer com que os pagamentos futuros de
impostos sejam maiores (menores) do que seriam se tais recuperações
ou liquidações não tivessem consequências fiscais. O exemplo C a
seguir ao parágrafo 51A ilustra circunstâncias em que pode ser útil
considerar este princípio fundamental, por exemplo, quando a base
fiscal de um activo ou de um passivo depender da maneira esperada
da recuperação ou liquidação.
▼B
11. Nas demonstrações financeiras consolidadas, as diferenças temporárias
são determinadas pela comparação das quantias escrituradas de activos
e de passivos nas demonstrações financeiras consolidadas com a base
fiscal apropriada. A base fiscal é determinada por referência a uma
declaração de impostos consolidada nas jurisdições em que tal de­
monstração seja preenchida. Noutras jurisdições a base fiscal é deter­
minada por referência às declarações de impostos de cada entidade no
grupo.

RECONHECIMENTO DE PASSIVOS POR IMPOSTOS CORRENTES E DE


ACTIVOS POR IMPOSTOS CORRENTES
12. Os impostos correntes de períodos correntes e anteriores devem, na
medida em que não estejam pagos, ser reconhecidos como passivos.
Se a quantia já paga com respeito a períodos correntes e anteriores
exceder a quantia devida para esses períodos, o excesso deve ser
reconhecido como um activo.
13. O benefício relacionado com uma perda fiscal que possa ser reportada
para recuperar impostos correntes de um período anterior deve ser
reconhecido como um activo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 91

▼B
14. Quando uma perda fiscal for usada para recuperar impostos correntes
de um período anterior, uma entidade reconhece o benefício como um
activo do período em que a perda fiscal ocorra porque é provável que
o benefício fluirá para a entidade e que o benefício pode ser fiavel­
mente mensurado.

RECONHECIMENTO DE PASSIVOS POR IMPOSTOS DIFERIDOS E DE


ACTIVOS POR IMPOSTOS DIFERIDOS

DIFERENÇAS TEMPORÁRIAS TRIBUTÁVEIS


15. Um passivo por impostos diferidos deve ser reconhecido para todas as
diferenças temporárias tributáveis, excepto até ao ponto em que esse
passivo por impostos diferidos resultar de:

a) o reconhecimento inicial do goodwill; ou

b) o reconhecimento inicial de um activo ou passivo numa transacção


que:

i) não seja uma concentração de actividades empresariais, e

ii) no momento da transacção, não afecte o lucro contabilístico


nem o lucro tributável (perda fiscal).

Porém, para as diferenças temporárias associadas com investimentos


em subsidiárias, sucursais e associadas e interesses em
►M32 acordos conjuntos ◄, deve ser reconhecido um passivo por
impostos diferidos de acordo com o parágrafo 39.

16. Está inerente ao reconhecimento de um activo que a sua quantia escritu­


rada será recuperada na forma de benefícios económicos que fluam para a
entidade nos períodos futuros. Quando a quantia escriturada do activo
exceder a sua base fiscal, a quantia dos benefícios económicos tributáveis
excederá a quantia que será permitida como dedução para finalidades de
tributação. Esta diferença é uma diferença temporária tributável e a obri­
gação de pagar os resultantes impostos sobre o rendimento em períodos
futuros é um passivo por impostos diferidos. Como a entidade recupera a
quantia escriturada do activo, a diferença temporária tributável reverterá e
a entidade terá lucro tributável. Isto faz com que seja provável que bene­
fícios económicos fluirão da entidade na forma de pagamento de impos­
tos. Por isso, esta Norma exige o reconhecimento de todos os passivos por
impostos diferidos, excepto em certas circunstâncias descritas nos pará­
grafos 15. e 39.

Exemplo

Um activo cujo custo seja 150 tem uma quantia escriturada de


100. A depreciação acumulada para finalidades fiscais é 90 e a
taxa fiscal é 25 %.

A base fiscal do activo é 60 (custo de 150 menos a depreciação


fiscal acumulada de 90). Para recuperar a quantia escriturada
de 100, a entidade deve obter um lucro tributável de 100, mas
será somente capaz de deduzir depreciação de 60. Consequen­
temente, a entidade pagará impostos sobre o rendimento de 10
(40 a 25 %) quando recuperar a quantia escriturada do activo.
A diferença entre a quantia escriturada de 100 e a sua base
fiscal de 60 é uma diferença temporária tributável de 40. Por
isso, a entidade reconhece um passivo por impostos diferidos de
10 (40 a 25 %) que representa os impostos sobre o rendimento
que pagará quando recuperar a quantia escriturada do activo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 92

▼B
17. Algumas diferenças temporárias surgem quando os rendimentos ou
gastos sejam incluídos no lucro contabilístico de um período, se
bem que sejam incluídos no lucro tributável num período diferente.
Tais diferenças temporárias são muitas vezes descritas como diferen­
ças tempestivas. O que se segue são exemplos de diferenças tempo­
rárias desta espécie que são diferenças temporárias tributáveis e que
por isso resultam em passivos por impostos diferidos:

a) o rédito de juros é incluído no lucro contabilístico numa base de


proporção temporal, mas pode, em algumas jurisdições, ser in­
cluído no lucro tributável quando o dinheiro for cobrado. A base
fiscal de qualquer conta a receber reconhecida ►M5 na demons­
tração da posição financeira ◄ com respeito a tais réditos é nula
porque os réditos não afectam o lucro tributável até que seja
recebido o dinheiro;

b) a depreciação usada na determinação do lucro tributável (perda


fiscal) pode diferir da que foi usada na determinação do lucro
contabilístico. A diferença temporária é a diferença entre a quantia
escriturada do activo e a sua base fiscal que é o custo original do
activo menos todas as deduções respeitantes a esse activo permiti­
das pelas autoridades fiscais na determinação do lucro tributável
dos períodos correntes e anteriores. Uma diferença temporária tri­
butável surge, e resulta num passivo por impostos diferidos,
quando a depreciação para tributação seja acelerada (se a depre­
ciação para impostos for menos rápida do que a depreciação con­
tabilística, surge uma diferença temporária dedutível que resulta
num activo por impostos diferidos); e

c) os custos de desenvolvimento podem ser capitalizados e amortiza­


dos durante os períodos futuros na determinação do lucro conta­
bilístico mas deduzidos na determinação do lucro tributável no
período em que sejam incorridos. Tais custos de desenvolvimento
têm uma base fiscal nula porque já tinham sido deduzidos no lucro
tributável. A diferença temporária é a diferença entre a quantia
escriturada dos custos de desenvolvimento e a sua base fiscal nula.

18. Diferenças temporárias também surgem quando:

▼M12
a) os activos identificáveis adquiridos e os passivos assumidos numa
concentração de actividades empresariais são reconhecidos pelos
seus justos valores em conformidade com a IFRS 3 Concentra­
ções de Actividades Empresariais, mas nenhum ajustamento equi­
valente é feito para finalidades fiscais (ver parágrafo 19);

▼B
b) os activos são revalorizados e nenhum ajustamento equivalente é
feito para finalidades fiscais (ver parágrafo 20.);

c) o goodwill surge numa concentração de actividades empresariais


(ver parágrafo 21.);

d) a base fiscal de um activo ou passivo no reconhecimento inicial


difere da sua quantia escriturada inicial, por exemplo, quando
uma entidade beneficia de subsídios governamentais não tributá­
veis relacionados com activos (ver parágrafos 22. e 33.); ou
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 93

▼B
e) a quantia escriturada de investimentos em subsidiárias, sucursais
e associadas ou interesses em ►M32 acordos conjuntos ◄
torna-se diferente da base fiscal do investimento ou interesse
(ver parágrafos 38.-45.).

Concentrações de actividades empresariais


19. ►M12 Com excepções limitadas, os activos identificáveis adquiridos e
os passivos assumidos numa concentração de actividades empresariais
são reconhecidos pelos seus justos valores à data de aquisição. ◄
Diferenças temporárias resultam quando as bases fiscais de activos
identificáveis adquiridos e de passivos assumidos não são afectadas
pela concentração de actividades empresariais ou são afectadas de
forma diferente. Por exemplo, quando a quantia escriturada de um
activo é aumentada até ao justo valor, mas a base fiscal do activo
mantém-se pelo custo para o proprietário anterior, resulta uma diferença
temporária tributável que origina um passivo por impostos diferidos.
O passivo por impostos diferidos resultante afecta o goodwill
(ver parágrafo 66.).

Activos escriturados pelo justo valor


20. As IFRS permitem ou exigem que determinados activos sejam escri­
turados pelo justo valor ou sejam revalorizados (ver, por exemplo, a
IAS 16 Activos Fixos Tangíveis, a IAS 38 Activos Intangíveis, a IAS
39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração e a IAS
40 Propriedades de Investimento). Em algumas jurisdições, a revalo­
rização ou outra reexpressão de um activo para o justo valor afectam
o lucro tributável (perda fiscal) do período corrente. Como resultado,
a base fiscal do activo é ajustada e nenhuma diferença temporária
surge. Em outras jurisdições, a revalorização ou reexpressão de um
activo não afectam o lucro tributável no período da revalorização ou
reexpressão e, consequentemente, a base fiscal do activo não é ajus­
tada. Contudo, a recuperação futura da quantia escriturada resultará
num fluxo tributável de benefícios económicos para a entidade e a
quantia que será dedutível para finalidades fiscais diferirá da quantia
desses benefícios económicos. A diferença entre a quantia escriturada
de um activo revalorizado e a sua base fiscal é uma diferença tem­
porária e dá origem a um passivo ou activo por impostos diferidos.
Isto é verdade mesmo se:

a) a entidade não pretender alienar o activo. Em tais casos, a quantia


escriturada revalorizada do activo será recuperada pelo uso e isto
gerará rendimento tributável que excede a depreciação que será
permitida para finalidades fiscais nos períodos futuros; ou

b) a tributação sobre os ganhos de capital é diferida se os proventos


da alienação do activo forem investidos em activos semelhantes.
Em tais casos, o imposto tornar-se-á por fim pagável pela venda ou
pelo uso dos activos semelhantes.

Goodwill
▼M12
21. O goodwill resultante de uma concentração de actividades empresa­
riais é mensurado como o excesso da alínea (a) sobre a alínea (b)
adiante:

a) o agregado de:

i) a retribuição transferida mensurada em conformidade com a


IFRS 3, que geralmente exige o justo valor à data de aquisi­
ção;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 94

▼M12
ii) a quantia de qualquer interesse que não controla na adquirida
reconhecida em conformidade com a IFRS 3; e

iii) numa concentração de actividades empresariais alcançada por


fases, o justo valor à data de aquisição do interesse de capital
próprio anteriormente detido da adquirente na adquirida.

b) o líquido das quantias à data de aquisição dos activos identificáveis


adquiridos e dos passivos assumidos mensurados em conformidade
com a IFRS 3.

▼B
Muitas autoridades fiscais não permitem reduções na quantia escritu­
rada do goodwill como um gasto dedutível na determinação do lucro
tributável. Além disso, nessas jurisdições, o custo do goodwill é mui­
tas vezes não dedutível quando uma subsidiária aliena a sua actividade
empresarial subjacente. Nessas jurisdições, o goodwill tem uma base
fiscal de zero. Qualquer diferença entre a quantia escriturada de good­
will e a sua base fiscal de zero é uma diferença temporária tributável.
Contudo, esta Norma não permite o reconhecimento do passivo por
impostos diferidos resultante porque o goodwill é mensurado como
residual e o reconhecimento do passivo por impostos diferidos iria
aumentar a quantia escriturada de goodwill.

▼M12
21.A. As reduções posteriores num passivo por impostos diferidos que não
seja reconhecido por resultar do reconhecimento inicial do goodwill
também são consideradas como resultando do reconhecimento inicial
do goodwill, não sendo portanto reconhecidas segundo o parágra­
fo15(a). Por exemplo, se, numa concentração de actividades empresa­
riais, uma entidade reconhecer um goodwill de 100 UM que tenha
uma base fiscal de zero, o parágrafo 15(a) proíbe a entidade de
reconhecer o passivo por impostos diferidos resultante. Se a entidade
reconhecer posteriormente uma perda por imparidade de 20 UM para
esse goodwill, a quantia da diferença temporária tributável relacionada
com o goodwill é reduzida de 100 UM para 80 UM, com o decrés­
cimo resultante no valor do passivo por impostos diferidos não reco­
nhecido. Esse decréscimo no valor do passivo por impostos diferidos
não reconhecido também é visto como estando relacionado com o
reconhecimento inicial do goodwill, estando por isso proibido de ser
reconhecido segundo o parágrafo 15(a).

21.B. Os passivos por impostos diferidos por diferenças temporárias tribu­


táveis relacionadas com o goodwill são, porém, reconhecidos até ao
ponto em que não resultem do reconhecimento inicial do goodwill.
Por exemplo, se, numa concentração de actividades empresariais, uma
entidade reconhecer um goodwill de 100 UM que é dedutível em
termos fiscais à taxa anual de 20 % com início no ano de aquisição,
a base fiscal do goodwill é 100 UM no reconhecimento inicial e 80
UM no final do ano de aquisição. Se a quantia escriturada de goodwill
no final do ano de aquisição se mantiver inalterada em 100 UM, uma
diferença temporária tributável de 20 UM resulta no final do ano.
Dado que essa diferença temporária tributável não se relaciona com
o reconhecimento inicial do goodwill, é reconhecido o passivo por
impostos diferidos resultante.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 95

▼B
Reconhecimento inicial de um activo ou passivo
▼M12
22. Uma diferença temporária pode surgir no reconhecimento inicial de
um activo ou passivo, por exemplo, se parte ou todo o custo de um
activo não for dedutível para finalidades de impostos. O método de
contabilizar tal diferença temporária depende da natureza da transac­
ção que conduziu ao reconhecimento inicial do activo ou passivo:

a) numa concentração de actividades empresariais, uma entidade re­


conhece qualquer passivo ou activo por impostos diferidos e isso
afecta a quantia do goodwill ou do ganho com a compra a preço
baixo que ela reconhece (ver parágrafo 19);

▼B
b) se a transacção afectar o lucro contabilístico ou o lucro tributável,
uma entidade reconhecerá qualquer passivo ou activo por impostos
diferidos e reconhecerá o resultante gasto ou rendimento por
impostos diferidos ►M5 nos lucros ou prejuízos ◄ (ver pará­
grafo 59.);

c) se a transacção não for uma concentração de actividades empresa­


riais, e não afectar nem o lucro contabilístico nem o lucro tributável,
uma entidade, na ausência da excepção prevista nos parágrafos 15. e
24., reconhecerá o passivo ou activo diferido resultante e ajustará a
quantia escriturada do activo ou passivo pela mesma quantia. Tais
ajustamentos tornarão as demonstrações financeiras menos trans­
parentes. Por isso, esta Norma não permite que uma entidade reco­
nheça o passivo ou activo por impostos diferidos resultante, quer no
reconhecimento inicial, quer subsequentemente (ver exemplo adian­
te). Para além disso, uma entidade não reconhece alterações subse­
quentes no passivo ou activo por impostos diferidos não reconheci­
dos enquanto o activo é depreciado.

Exemplo que ilustra o parágrafo 22.c)

Uma entidade pretende usar um activo que custou 1 000 durante


a sua vida útil de cinco anos e depois aliená-lo com um valor
residual nulo. A taxa fiscal é 40 %. A depreciação do activo não
é dedutível para finalidades de tributação. Pela alienação, qual­
quer ganho de capital não será tributável e qualquer perda de
capital não será dedutível.

Enquanto recupera a quantia escriturada do activo, a entidade


obterá rendimento tributável de 1 000 e pagará imposto de 400.
A entidade não reconhece o passivo por impostos diferidos de
400 porque isso resulta do reconhecimento inicial do activo.

No ano seguinte, a quantia escriturada do activo é de 800. Ao


obter rendimentos tributáveis de 800, a entidade pagará imposto
de 320. A entidade não reconhece o passivo por impostos dife­
ridos de 320 porque isso resulta do reconhecimento inicial do
activo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 96

▼B
23. De acordo com a IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação, o
emitente de um instrumento financeiro composto (por exemplo, uma
obrigação convertível) classifica o componente passivo do instrumento
como um passivo e o componente do capital próprio como capital
próprio. Em algumas jurisdições, a base fiscal do componente passivo
no reconhecimento inicial é igual à quantia escriturada inicial da soma
dos componentes do passivo e do capital próprio. A diferença tempo­
rária tributável resultante surge do reconhecimento inicial do compo­
nente do capital próprio separadamente do componente do passivo.
Por isso, a excepção estabelecida no parágrafo 15.b) não se aplica.
Consequentemente, uma entidade reconhece o resultante passivo por
impostos diferidos. ►M5 De acordo com o parágrafo 61A, o imposto
diferido é directamente debitado à quantia escriturada do componente
do capital próprio. De acordo com o parágrafo 58, alterações subse­
quentes no passivo por impostos diferidos são reconhecidas nos lucros
ou prejuízos como gastos (rendimento) por impostos diferidos. ◄

Diferenças temporárias dedutíveis


24. Um activo por impostos diferidos deve ser reconhecido para todas as
diferenças temporárias dedutíveis até ao ponto em que seja provável
que exista um lucro tributável ao qual a diferença temporária dedutí­
vel possa ser usada, a não ser que o activo por impostos diferidos
resulte do reconhecimento inicial de um activo ou passivo numa
transacção que:

a) não seja uma concentração de actividades empresariais; e

b) no momento da transacção, não afecte o lucro contabilístico nem o


lucro tributável (perda fiscal).

Porém, para diferenças temporárias dedutíveis associadas a investi­


mentos em subsidiárias, sucursais e associadas e a interesses em
►M32 acordos conjuntos ◄, deve ser reconhecido um activo por
impostos diferidos de acordo com o parágrafo 44.

25. Está inerente ao reconhecimento de um passivo que a quantia escri­


turada será liquidada em períodos futuros por meio de um exfluxo de
recursos da entidade incorporando benefícios económicos. Quando os
recursos fluam da entidade, parte ou todas as suas quantias podem ser
dedutíveis na determinação do lucro tributável de um período mais
tardio do que o período em que o passivo seja reconhecido. Em tais
casos, uma diferença temporária existe entre a quantia escriturada do
passivo e a sua base fiscal. Concordantemente, um activo por impos­
tos diferidos surge com respeito a impostos sobre o rendimento que
serão recuperáveis em períodos futuros quando seja permitido que
essa parte do passivo seja uma dedução na determinação do lucro
tributável. Semelhantemente, se a quantia escriturada de um activo
for menor do que a sua base fiscal, a diferença dá origem a um activo
por impostos diferidos, com respeito a impostos que serão recuperá­
veis em períodos futuros.

Exemplo

Uma entidade reconhece um passivo de 100 relativo a custos de


garantia de produtos. Para finalidades de impostos, os custos de
garantia de produtos não serão dedutíveis até que a entidade
pague as reclamações. A taxa fiscal é 25 %.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 97

▼B

A base fiscal do passivo é nula (a quantia escriturada de 100,


menos a quantia que será dedutível para finalidades de impostos
com respeito a esse passivo em períodos futuros). Ao liquidar o
passivo pela sua quantia escriturada, a entidade reduzirá o seu
lucro tributável futuro por uma quantia de 100 e, consequente­
mente, reduz os seus pagamentos futuros de impostos de 25 (100
a 25 %). A diferença entre a quantia escriturada de 100 e a sua
base fiscal nula é uma diferença temporária dedutível de 100.
Por isso, a entidade reconhece um activo por impostos diferidos
de 25 (100 a 25 %), desde que seja provável que a entidade
obterá lucro tributável suficiente em períodos futuros para be­
neficiar de uma redução em pagamentos de impostos.

26. O que se segue são exemplos de diferenças temporárias dedutíveis que


resultam em activos por impostos diferidos:

a) os custos de benefícios de reforma podem ser deduzidos na deter­


minação do lucro contabilístico à medida que os serviços são
proporcionados pelo empregado, mas deduzidos na determinação
do lucro tributável quer quando sejam pagas pela entidade as con­
tribuições para um fundo, quer quando os benefícios de reforma
sejam pagos pela entidade. Uma diferença temporária existe entre a
quantia escriturada do passivo e a sua base fiscal. A base fiscal do
passivo é normalmente nula. Tal diferença temporária dedutível
resulta num activo por impostos diferidos enquanto os benefícios
económicos fluirão para a entidade na forma de uma dedução dos
lucros tributáveis quando as contribuições ou os benefícios de
reforma forem pagos;

b) os custos de pesquisa são reconhecidos como um gasto na deter­


minação do lucro contabilístico no período em que sejam incorri­
dos mas não são permitidos como dedução na determinação do
lucro tributável (perda fiscal) senão num período posterior. A di­
ferença entre a base fiscal dos custos de pesquisa, que é a quantia
que as autoridades fiscais permitirão como uma dedução nos pe­
ríodos futuros, e a quantia escriturada nula é uma diferença tem­
porária dedutível que resulta num activo por impostos diferidos;

▼M12
c) com excepções limitadas, uma entidade reconhece os activos iden­
tificáveis adquiridos e os passivos assumidos numa concentração
de actividades empresariais pelos seus justos valores à data de
aquisição. Quando um passivo assumido for reconhecido à data
da aquisição, mas os custos relacionados não forem deduzidos ao
determinar os lucros tributáveis até um período posterior, resulta
uma diferença temporária dedutível que origina um activo por
impostos diferidos. Um activo por impostos diferidos também re­
sulta quando o justo valor de um activo identificável adquirido for
inferior à sua base fiscal. Em ambos os casos, o activo por im­
postos diferidos resultante afecta o goodwill (ver parágrafo 66); e

▼B
d) certos activos podem ser escriturados pelo justo valor, ou podem
ser revalorizados, sem que um ajustamento equivalente seja feito
para finalidades de impostos (ver parágrafo 20.). Uma diferença
temporária dedutível surge se a base fiscal do activo exceder a sua
quantia escriturada.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 98

▼B
27. A reversão de diferenças temporárias dedutíveis resulta em deduções
na determinação de lucros tributáveis de períodos futuros. Contudo, os
benefícios económicos na forma de reduções nos pagamentos de im­
postos fluirão para a entidade somente se ela obtiver lucros tributáveis
suficientes contra os quais as deduções possam ser compensadas. Por
isso, uma entidade reconhece activos por impostos diferidos somente
quando for provável que lucros tributáveis estarão disponíveis contra
os quais as diferenças temporárias dedutíveis possam ser utilizadas.

28. É provável que lucro tributável esteja disponível e contra o qual uma
diferença temporária dedutível possa ser utilizada quando haja dife­
renças temporárias tributáveis suficientes relacionadas com a mesma
autoridade fiscal e com a mesma entidade tributável que se esperem
inverter:

a) no mesmo período que a reversão esperada da diferença temporária


dedutível; ou

b) nos períodos em que uma perda fiscal proveniente do activo por


impostos diferidos possa ser reportada ou transportada.

Em tais circunstâncias, o activo por impostos diferidos é reconhecido


no período em que as diferenças temporárias dedutíveis surjam.

29. Quando haja diferenças temporárias tributáveis insuficientes relacio­


nadas com a mesma autoridade fiscal e a mesma entidade tributável, o
activo por impostos diferidos é reconhecido até ao ponto em que:

a) seja provável que a entidade tenha lucros tributáveis suficientes


relacionados com a mesma autoridade fiscal e a mesma entidade
tributável no mesmo período em que a reversão das diferenças
temporárias dedutíveis (ou nos períodos em que a perda fiscal
proveniente do activo por impostos diferidos possa ser reportada
ou transportada). Ao avaliar se terá ou não lucro tributável sufi­
ciente em períodos futuros, uma entidade ignora quantias tributá­
veis provenientes de diferenças temporárias dedutíveis que se es­
pere se originem em períodos futuros, porque os activos por im­
postos diferidos provenientes destas diferenças temporárias dedutí­
veis exigirão elas próprias lucros tributáveis futuros a fim de serem
utilizadas; ou

b) estejam disponíveis oportunidades de planeamento de impostos à


entidade que criará lucro tributável em períodos apropriados.

30. As oportunidades de planeamento de impostos são acções que a en­


tidade tomará a fim de criar ou aumentar os rendimentos tributáveis
num período particular antes de expirar uma perda fiscal ou um
crédito fiscal a transportar. Por exemplo, em algumas jurisdições, o
lucro tributável pode ser criado ou aumentado ao:

a) eleger ter rendimentos de juros tributados, ou numa base recebida


ou a receber;

b) diferir a reivindicação de certas deduções do lucro tributável;

c) vender, e talvez relocar, activos que tenham apreciado (valorizado)


mas para os quais não tenha sido ajustada a base fiscal para
reflectir tal apreciação; e

d) vender um activo que gere rendimento não tributável (tal como,


nalgumas jurisdições, uma obrigação governamental) a fim de
comprar um outro investimento que gere rendimentos tributáveis.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 99

▼B
Quando as oportunidades de planeamento de impostos anteciparem
lucros tributáveis de um período posterior para um período anterior,
a utilização de uma perda fiscal ou de um crédito fiscal a transportar
ainda depende da existência de lucros tributáveis futuros provenientes
de fontes que não originem futuras diferenças temporárias.

31. Quando uma entidade tenha uma história de prejuízos recentes, a


entidade considera a orientação dos parágrafos 35. e 36.

32. [Eliminado]

▼M12
Goodwill
32.A. Se a quantia escriturada do goodwill resultante de uma concentração
de actividades empresariais for menor do que a sua base fiscal, a
diferença dá origem a um activo por impostos diferidos. O activo
por impostos diferidos resultante do reconhecimento inicial do good­
will deve ser reconhecido como parte da contabilização de uma con­
centração de actividades empresariais até ao ponto em que seja pro­
vável que exista um lucro tributável relativamente ao qual a diferença
temporária dedutível possa ser usada.

▼B
Reconhecimento inicial de um activo ou passivo
33. Um caso em que um activo por impostos diferidos surja no reconhe­
cimento inicial de um activo dá-se quando um subsídio governamental
não tributável relacionado com um activo seja deduzido para chegar à
quantia escriturada do activo, mas, para finalidades de impostos, não
seja deduzida da quantia depreciável do activo (por outras palavras, a
sua base fiscal); a quantia escriturada do activo é menor do que a sua
base fiscal e isto dá origem a uma diferença temporária dedutível. Os
subsídios governamentais podem ser também considerados como ren­
dimentos diferidos no caso em que a diferença entre o rendimento
diferido e a sua base fiscal nula é uma diferença temporária dedutível.
Qualquer que seja o método de apresentação que uma entidade adop­
te, a entidade não reconhece o activo por impostos diferidos resultante
pela razão dada no parágrafo 22.

Perdas fiscais não usadas e créditos fiscais não usados


34. Um activo por impostos diferidos deve ser reconhecido para o trans­
porte de perdas fiscais não usadas e créditos fiscais não usados até ao
ponto em que seja provável que lucros tributáveis futuros estarão
disponíveis contra os quais possam ser usados perdas fiscais não
usadas e créditos fiscais não usados.

35. Os critérios para reconhecer activos por impostos diferidos provenien­


tes do transporte de perdas fiscais e de créditos fiscais não utilizados
são os mesmos que os critérios para o reconhecimento de activos por
impostos diferidos provenientes de diferenças temporárias dedutíveis.
Porém, a existência de perdas fiscais não usadas é forte prova de que
podem não estar disponíveis lucros tributáveis futuros. Por isso,
quando uma entidade tenha uma história de perdas recentes, a enti­
dade reconhece um activo por impostos diferidos proveniente de per­
das fiscais ou de créditos fiscais não utilizados somente até ao
ponto que a entidade tenha suficientes diferenças temporárias tributá­
veis ou que haja outras provas convincentes de que lucros tributáveis
suficientes estarão disponíveis contra os quais as perdas fiscais não
utilizadas ou créditos fiscais não utilizados possam ser utilizados pela
entidade. Em tais circunstâncias, o parágrafo 82. exige a divulgação
da quantia do activo por impostos diferidos e da natureza da prova
que suporta o seu reconhecimento.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 100

▼B
36. Uma entidade considera os critérios seguintes na avaliação da proba­
bilidade de que estará disponível lucro tributável contra o qual perdas
fiscais não usadas ou créditos fiscais não usados possam ser utiliza­
dos:

a) se a entidade tiver diferenças temporárias tributáveis relacionadas


com a mesma autoridade fiscal e com a mesma entidade tributável,
de que resultarão quantias tributáveis contra as quais as perdas
fiscais não usadas ou créditos fiscais não usados possam ser utili­
zados antes que se extingam;

b) se for provável que a entidade tenha lucros tributáveis antes das


perdas fiscais não usadas ou que créditos fiscais não usados ex­
pirem;

c) se as perdas fiscais não usadas resultarem de causas identificáveis


que provavelmente não se repetirão; e

d) se estiverem disponíveis oportunidades de planeamento de impos­


tos (ver parágrafo 30.) para a entidade e que criarão lucros tribu­
táveis no período em que as perdas fiscais não usados ou créditos
fiscais não usados possam ser utilizados.

Até ao ponto em que não seja provável que lucros tributáveis estejam
disponíveis contra os quais as perdas fiscais não usadas ou créditos
fiscais não usados possam ser utilizados, o activo por impostos dife­
ridos não é reconhecido.

Reavaliação de activos por impostos diferidos não reconhecidos


37. ►M5 No fim de cada período de relato ◄, uma entidade reavalia os
activos por impostos diferidos não reconhecidos. A entidade reco­
nhece previamente um activo por impostos diferidos não reconhecido
até ao ponto em que se torne provável que os lucros tributáveis
futuros permitirão que o activo por impostos diferidos seja recupera­
do. Por exemplo, um melhoramento nas condições comerciais pode
tornar mais provável que a entidade seja capaz de gerar suficiente
lucro tributável no futuro para que o activo por impostos diferidos
satisfaça os critérios fixados nos parágrafos 24. ou 34. Um outro
exemplo dá-se quando uma entidade reavalia os activos por impostos
diferidos à data da concentração de actividades empresariais ou sub­
sequentemente (ver parágrafos 67. e 68.).

Investimentos em subsidiárias, sucursais e associadas e interesses


em ►M32 acordos conjuntos ◄
38. As diferenças temporárias surgem quando a quantia escriturada de
investimentos em subsidiárias, sucursais e associadas ou interesses
em ►M32 acordos conjuntos ◄ (nomeadamente a parte da
empresa-mãe ou do investidor nos activos líquidos da subsidiária,
sucursal, associada ou investida, incluindo a quantia escriturada de
goodwill) se torna diferente da base fiscal (que é muitas vezes o
custo) do investimento ou interesse. Tais diferenças podem surgir
numa quantidade de circunstâncias diferentes, por exemplo:

a) a existência de lucros não distribuídos de subsidiárias, sucursais,


associadas e ►M32 acordos conjuntos ◄;

b) alterações nas taxas de câmbio quando uma empresa-mãe e a sua


subsidiária estão localizadas em países diferentes; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 101

▼B
c) uma redução na quantia escriturada de um investimento numa
associada para a sua quantia recuperável.

Nas demonstrações financeiras consolidadas, a diferença temporária


pode ser diferente da diferença temporária associada com esse inves­
timento nas demonstrações financeiras separadas da empresa-mãe se
a empresa-mãe escriturar o investimento nas suas demonstrações fi­
nanceiras separadas pelo custo ou a quantia revalorizada.

▼M32
39. Uma entidade deve reconhecer um passivo por impostos diferidos
para todas as diferenças temporárias tributáveis associadas aos
investimentos em subsidiárias, sucursais e associadas e interesses
em acordos conjuntos, exceto na medida em que ambas as seguin­
tes condições se encontrem preenchidas:

a) a empresa-mãe, o investidor, o empreendedor ou o operador


conjunto conseguem controlar o momento da reversão da di­
ferença temporária; e

▼B
b) seja provável que a diferença temporária não reverterá no futuro
previsível.

40. Dado que a empresa-mãe controla a política de dividendos da sua


subsidiária, é capaz também de controlar a tempestividade da reversão
de diferenças temporárias associadas com esse investimento (incluindo
as diferenças temporárias provenientes não só de lucros não distribuí­
dos mas também de quaisquer diferenças de transposição de moeda
estrangeira). Para além disso, muitas vezes seria impraticável determi­
nar a quantia de impostos sobre rendimento que devam ser pagos
quando as diferenças temporárias se revertam. Por isso, quando
a empresa-mãe tenha determinado que esses lucros não serão distri­
buídos no futuro previsível, a empresa-mãe não reconhece um passivo
por impostos diferidos. As mesmas considerações aplicam-se a inves­
timentos em sucursais.

41. Os activos e passivos não monetários de uma entidade são mensura­


dos na sua moeda funcional (ver IAS 21 Os Efeitos de Alterações em
Taxas de Câmbio). Se os lucros tributáveis e as perdas fiscais (e,
consequentemente, a base fiscal dos seus activos passivos não mone­
tários) forem determinados numa moeda diferente, as alterações na
taxa de câmbio originam diferenças temporárias que resultam num
passivo ou (dependendo do parágrafo 24.) activo por impostos dife­
ridos reconhecido. O imposto diferido resultante é debitado ou credi­
tado nos lucros ou prejuízos (ver parágrafo 58.).

42. Um investidor numa associada não controla essa entidade e geral­


mente não está numa posição para determinar a sua política de divi­
dendos. Por isso, na ausência de um acordo exigindo que os lucros da
associada não serão distribuídos no futuro previsível, um investidor
reconhece um passivo por impostos diferidos provenientes de diferen­
ças temporárias tributáveis associadas ao investimento na associada.
Em alguns casos, um investidor pode não ser capaz de determinar a
quantia de impostos que serão pagos se ele recuperar o custo do seu
investimento na associada mas pode determinar que igualará ou ex­
cederá uma quantia mínima. Em tais casos, o passivo por impostos
diferidos é mensurado por essa quantia.

▼M32
43. O acordo entre as partes de um acordo conjunto trata geralmente da
distribuição dos lucros e identifica se as decisões sobre tais assuntos
exigem ou não o consentimento de todas as partes ou de um grupo
das mesmas. Quando o empreendedor conjunto ou o operador con­
junto conseguem controlar o momento da distribuição da sua parte
nos lucros do acordo conjunto e é provável que a sua parte dos lucros
não seja distribuída num futuro previsível, não é reconhecido um
passivo por impostos diferidos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 102

▼B
44. Uma entidade deve reconhecer um activo por impostos diferidos para
todas as diferenças temporárias dedutíveis provenientes de investimen­
tos em subsidiárias, sucursais e associadas e interesses em
►M32 acordos conjuntos ◄, até ao ponto em que, e somente até
ao ponto em que, seja provável que:

a) a diferença temporária reverterá no futuro previsível; e

b) estará disponível lucro tributável contra o qual a diferença tempo­


rária possa ser utilizada.

45. Ao decidir se um activo por impostos diferidos é reconhecido para


diferenças temporárias dedutíveis associadas aos seus investimentos
em subsidiárias, sucursais e associadas, e seus interesses em
►M32 acordos conjuntos ◄, uma entidade considera a orientação
estabelecida nos parágrafos 28. a 31.

MENSURAÇÃO
46. Os activos (passivos) por impostos correntes dos períodos correntes e
anteriores devem ser mensurados pela quantia que se espera que seja
paga (recuperada de) às autoridades fiscais, usando as taxas fiscais (e
leis fiscais) que tenham sido decretadas ou substantivamente decreta­
das ►M5 no fim do período de relato ◄.

47. Os activos e passivos por impostos diferidos devem ser mensurados


pelas taxas fiscais que se espera que sejam de aplicar no período
quando seja realizado o activo ou seja liquidado o passivo, com
base nas taxas fiscais (e leis fiscais) que tenham sido decretadas ou
substantivamente decretadas ►M5 no fim do período de relato ◄.

48. Os activos e passivos por impostos correntes e diferidos são geral­


mente mensurados usando as taxas fiscais (e leis fiscais) que tenham
sido decretadas. Porém, em algumas jurisdições fiscais, os anúncios de
taxas fiscais (e leis fiscais) pelo governo têm o efeito substantivo de
obrigação real, cuja publicação pode aguardar por um período de
alguns meses. Nestas circunstâncias, os activos e passivos de impostos
são mensurados usando a taxa fiscal (e leis fiscais) anunciada.

49. Quando taxas fiscais diferentes se apliquem a níveis diferentes de


rendimento tributável, os activos e passivos por impostos diferidos
são mensurados usando as taxas médias que se espera aplicar ao lucro
tributável (perda fiscal) dos períodos em que as diferenças temporárias
se espera que se revertam.

50. [Eliminado]

51. A mensuração de passivos por impostos diferidos e de activos por


impostos diferidos deve reflectir as consequências fiscais que se se­
guem derivadas da maneira pela qual a entidade espera, ►M5 no fim
do período de relato ◄, recuperar ou liquidar a quantia escriturada
dos seus activos e passivos.

▼M33
51.A. Em algumas jurisdições, a maneira pela qual uma entidade recupera
(liquida) a quantia escriturada de um activo (passivo) pode afectar, ou
uma ou ambas, de:

(a) a taxa de tributação aplicável quando a entidade recupere (liquide)


a quantia escriturada do activo (passivo); e

(b) a base fiscal do activo (passivo).

Em tais casos, uma entidade mensura os passivos por impostos dife­


ridos e os activos por impostos diferidos usando a taxa de tributação e
a base fiscal que sejam consistentes com a maneira esperada de re­
cuperação ou liquidação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 103

▼M33

Exemplo A
Um item do activo fixo tangível tem uma quantia escriturada de 100 e uma base
fiscal de 60. Uma taxa fiscal de 20 % aplicar-se-ia se o item fosse vendido e uma
taxa de tributação de 30 % aplicar-se-ia aos outros rendimentos.

A entidade reconhece um passivo por impostos diferidos de 8 (20 % de 40), se


espera vender o item sem uso adicional, e um passivo por impostos diferidos de
12 (30 % de 40), se espera reter o item e recuperar a sua quantia escriturada
por meio do uso.

Exemplo B
Um activo fixo tangível com um custo de 100 e uma quantia escriturada de 80 é
reavaliado em 150. Nenhum ajustamento equivalente é feito para finalidades
fiscais. A depreciação acumulada para finalidades fiscais é 30 e a taxa fiscal é
30 %. Se o item for vendido por mais do que o seu custo, a depreciação fiscal
acumulada de 30 será incluída no lucro tributável mas os proventos da venda em
excesso do custo não serão tributáveis.

A base fiscal do item é 70 e há uma diferença temporária tributável de 80. Se a


entidade espera recuperar a quantia escriturada pelo uso do item, isso deve
gerar rendimentos tributáveis de 150, mas somente poderá deduzir depreciação
de 70. Nesta base, há um passivo por impostos diferidos de 24 (30 % de 80). Se
a entidade espera recuperar a quantia escriturada ao vender o item imediata­
mente com proventos de 150, o passivo por impostos diferidos é calculado como
se segue:

Diferença Passivo por


Taxa de
Temporária Impostos
tributação
Tributável Diferidos

Depreciação acumulada para


efeitos fiscais 30 30 % 9

Proventos em excesso do custo 50 —

Total 80 9

(Nota: de acordo com o parágrafo 61A, o imposto diferido adicional que surge
na revalorização é reconhecido em outro rendimento integral).

Exemplo C
Os factos são os mesmos que no exemplo B, excepto que, se o item for vendido
por mais do que o custo, a depreciação acumulada para efeito de impostos será
incluída no rendimento tributável (tributado a 30 %) e os proventos da venda
serão tributados a 40 %, após dedução de um custo ajustado pela inflação de 110.

Se a entidade espera recuperar a quantia escriturada pelo uso do item, isso deve
gerar rendimentos tributáveis de 150, mas somente poderá deduzir depreciação
de 70. Neste caso, a base fiscal é de 70, há uma diferença temporária tributável
de 80 e há um passivo por impostos diferidos de 24 (30 % de 80), como no
exemplo B.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 104

▼M33
Se a entidade espera recuperar a quantia escriturada ao vender imediatamente o
item por proventos de 150, estará em condições de deduzir o custo indexado de
110. Os proventos líquidos de 40 serão tributados a 40 %. Adicionalmente, a
depreciação acumulada para efeitos de impostos de 30 será incluída no rendi­
mento tributável e tributada a 30 %. Neste caso, a base fiscal é 80 (110 menos
30), há uma diferença temporária tributável de 70 e há um passivo por impostos
diferidos de 25 (40 % de 40 mais 30 % de 30). Se a base fiscal não for ime­
diatamente evidente neste exemplo, será útil considerar o princípio fundamental
estabelecido no parágrafo 10.

(Nota: de acordo com o parágrafo 61A, o imposto diferido adicional que surge
na revalorização é reconhecido em outro rendimento integral).

51.B. Se um passivo por impostos diferidos ou um activo por impostos


diferidos decorrer de um activo não depreciável mensurado segundo
o modelo de revalorização da IAS 16, a mensuração do passivo por
impostos diferidos ou do activo por impostos diferidos deve reflectir
as consequências fiscais da recuperação da quantia escriturada do
activo não depreciável por via da venda, independentemente da base
de mensuração da quantia escriturada desse activo. Em conformidade,
se a lei fiscal especificar uma taxa de tributação aplicável à quantia
tributável derivada da venda de um activo que difira da taxa de
tributação aplicável à quantia tributável derivada do uso de um activo,
a primeira dessas taxas é aplicada na mensuração do activo ou passivo
por impostos diferidos relacionado com um activo não depreciável.

51.C. Se um passivo ou activo por impostos diferidos decorrer de uma


propriedade para investimento que é mensurada de acordo com o
modelo do justo valor da IAS 40, existe um pressuposto refutável
de que a quantia escriturada da propriedade para investimento será
recuperada por meio de venda. Em conformidade, salvo se o pressu­
posto for refutado, a mensuração do passivo por impostos diferidos ou
do activo por impostos diferidos deve reflectir as consequências fis­
cais da recuperação da quantia escriturada da propriedade para inves­
timento inteiramente por meio de venda. Este pressuposto é refutado
se a propriedade de investimento for depreciável e se for detida se­
gundo um modelo empresarial cujo objectivo é o consumo substancial
de todos os benefícios económicos incorporados na propriedade para
investimento ao longo do tempo, e não por meio de venda. Se o
pressuposto for refutado, devem ser seguidos os requisitos dos pará­
grafos 51 e 51A.

Exemplo ilustrativo do parágrafo 51C


Uma propriedade para investimento tem um custo de 100 e o justo valor de 150.
É mensurada segundo o modelo do justo valor da IAS 40. É constituída por
terrenos com um custo de 40 e um justo valor de 60 e um edifício com um custo
de 60 e um justo valor de 90. O terreno tem um tempo de vida útil ilimitado.

A depreciação cumulativa do edifício para finalidades fiscais é de 30. As alte­


rações não realizadas no justo valor da propriedade para investimento não afec­
tam o lucro tributável. Se a propriedade para investimento for vendida por mais
do que o seu custo, a inversão da depreciação acumulada para efeitos de impos­
tos, de 30, será incluída no rendimento tributável e tributada à taxa normal de
30 %. No que respeita às receitas da venda em excesso do custo, a lei fiscal
especifica as taxas de tributação de 25 % para os activos detidos por um período
inferior a dois anos e de 20 % para os activos detidos durante dois anos ou mais.

Como a propriedade de investimento é mensurada de acordo com o modelo do


justo valor da IAS 40, há um pressuposto refutável de que a entidade irá
recuperar a quantia escriturada da propriedade para investimento inteiramente
por meio da venda. Se este pressuposto não for refutado, o imposto diferido
reflectirá as consequências fiscais da recuperação da quantia escriturada na sua
totalidade por meio da venda, mesmo que a entidade espere obter rendimentos
de rendas da propriedade antes da venda.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 105

▼M33
A base fiscal do terreno em caso de revenda é de 40 e há uma diferença
temporária tributável de 20 (60 - 40). A base fiscal do edifício em caso de revenda
é de 30 (60 -30) e há uma diferença temporária tributável de 60 (90 -30). Em
consequência, o total da diferença temporária tributável relacionada com a pro­
priedade para investimento é de 80 (20 + 60).

Em conformidade com o parágrafo 47, a taxa de tributação é a taxa que se


espera que seja aplicável no período em que a propriedade de investimento for
liquidada. Assim, o passivo por impostos diferidos resultante é calculado como
se segue, se a entidade espera vender a propriedade depois de a deter durante
mais de dois anos:

Diferença Passivo por


Taxa de
Temporária Impostos
tributação
Tributável Diferidos

Depreciação acumulada
para efeitos fiscais 30 30 % 9

Proventos em excesso do
custo 50 20 % 10

Total 80 19

Se a entidade espera vender a propriedade depois de a deter durante um período


inferior a dois anos, o cálculo acima será alterado a fim de aplicar uma taxa
fiscal de 25 %, em vez de 20 %, aos proventos em excesso do custo.

Se, pelo contrário, a entidade detém o edifício num modelo empresarial cujo
objectivo é o consumo substancial de todos os benefícios económicos incorpo­
rados na propriedade de investimento ao longo do tempo, em vez de o ser por
meio da venda, este pressuposto será refutado no que diz respeito ao edifício.
Contudo, os terrenos não são depreciáveis. Por conseguinte, o pressuposto de
recuperação através da venda não será refutado no que diz respeito ao terreno.
Daqui resulta que o passivo por impostos diferidos deve reflectir as consequên­
cias fiscais da recuperação da quantia escriturada do edifício pelo uso e da
quantia escriturada do terreno pela sua venda.

A base fiscal do edifício, caso seja utilizada, é de 30 (60 - 30) e há uma


diferença temporária tributável de 60 (90 - 30), o que resulta num passivo
por impostos diferidos de 18 (30 % de 60).

A base fiscal do terreno em caso de revenda é de 40 e há uma diferença


temporária tributável de 20 (60 - 40), o que resulta num passivo por impostos
diferidos de 4 (20 % de 20).

Consequentemente, se o pressuposto de recuperação através de venda for refu­


tado relativamente ao edifício, o passivo por impostos diferidos relacionados
com a propriedade de investimento é de 22 (18 + 4).

51.D. O pressuposto refutável do parágrafo 51C aplica-se também quando


um passivo por impostos diferidos ou um activo por impostos diferi­
dos decorre da mensuração de propriedades para investimento numa
concentração de actividades empresariais, se a entidade usar o modelo
do justo valor quando, posteriormente, proceder à mensuração dessa
propriedade para investimento.

51.E. Os parágrafos 51B-51D não modificam os requisitos de aplicação dos


princípios enunciados nos parágrafos 24-33 (diferenças temporárias
dedutíveis) e nos parágrafos 34-36 (perdas fiscais não usadas e cré­
ditos por impostos não usados) desta Norma, ao reconhecer e men­
surar activos por impostos diferidos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 106

▼B
52.A. Em algumas jurisdições, os impostos sobre o rendimento são pagáveis
a uma taxa maior ou menor se parte ou todo o lucro líquido ou os
resultados retidos for pago como um dividendo aos accionistas da
entidade. Em algumas outras jurisdições, os impostos sobre o rendi­
mento podem ser restituíveis ou pagáveis se parte ou todo o lucro
líquido ou os resultados retidos forem pagos como um dividendo aos
accionistas da entidade. Nestas circunstâncias descritas, os activos e
passivos por impostos correntes e diferidos são mensurados à taxa de
imposto aplicável aos lucros não distribuídos.

52.B. Nas circunstâncias descritas no parágrafo 52.A., as consequências no


imposto sobre o rendimento dos dividendos são reconhecidas quando
for reconhecido um passivo para pagar o dividendo. As consequências
no imposto sobre o rendimento dos dividendos estão mais directa­
mente ligadas a transacções ou acontecimentos passados do que a
distribuições a proprietários. Por conseguinte, as consequências no
imposto sobre o rendimento dos dividendos são reconhecidas nos
lucros ou prejuízos do período como exigido pelo parágrafo 58. ex­
cepto até ao ponto em que as consequências dos dividendos no im­
posto sobre o rendimento provenham das circunstâncias descritas nas
alíneas a) e b) do parágrafo 58.

Exemplo que ilustra os parágrafos 52.A. e 52.B.

O exemplo que se segue trata da mensuração de activos e pas­


sivos por impostos correntes e diferidos de uma entidade numa
jurisdição em que os impostos sobre o rendimento sejam pagá­
veis a uma taxa mais alta nos lucros não distribuídos (50 %) com
uma quantia a ser restituída quando os lucros forem distribuídos.
A taxa de imposto sobre os lucros distribuídos é de 35 %.
►M5 No fim do período de relato ◄, 31 de Dezembro de
20x1, a entidade não reconhece um passivo relativo aos dividen­
dos propostos ou declarados ►M5 após o período de relato ◄.
Em consequência, não são reconhecidos quaisquer dividendos no
ano de 20x1. O rendimento tributável de 20x1 é de 100 000. A
diferença temporária tributável líquida do ano de 20x1 é de
40 000.

A entidade reconhece um passivo por impostos correntes e um


gasto por impostos correntes de 50 000. Não é reconhecido
qualquer activo quanto à quantia potencialmente recuperável
em consequência de dividendos futuros. A entidade também re­
conhece um passivo por impostos diferidos e um gasto por
impostos diferidos de 20 000 (50 % de 40 000) que representa
os impostos sobre o rendimento que a entidade pagará quando
recuperar ou liquidar as quantias escrituradas dos seus activos
e passivos com base na taxa fiscal aplicável a dividendos não
distribuídos.

Subsequentemente, em 15 de Março de 20x2 a entidade reco­


nhece dividendos de 10 000 provenientes de lucros operacionais
anteriores como um passivo.

Em 15 de Março de 20x2, a entidade reconhece a recuperação


de impostos sobre o rendimento de 1 500 (15 % dos dividendos
reconhecidos como um passivo) como um activo por impostos
correntes e como uma redução de gasto sobre o rendimento
corrente relativo a 20x2.

53. Activos e passivos por impostos diferidos não devem ser descontados.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 107

▼B
54. A determinação fiável de activos e passivos por impostos diferidos
numa base descontada exige calendarização pormenorizada da tem­
pestividade da reversão de cada diferença temporária. Em muitos
casos tal calendarização é impraticável ou altamente complexa. Por
isso, é inapropriado exigir desconto de activos e passivos diferidos.
Permitir, mas não exigir, o desconto resultaria em activos e passivos
por impostos diferidos que não seriam comparáveis entre entidades.
Por isso, esta Norma não exige nem permite o desconto de activos e
passivos por impostos diferidos.

55. As diferenças temporárias são determinadas por referência à quantia


escriturada de um activo ou um passivo. Isto aplica-se mesmo quando
essa quantia escriturada seja ela própria determinada numa base des­
contada, como por exemplo no caso de obrigações de benefícios de
reforma (ver a IAS 19 Benefícios dos Empregados).

56. A quantia escriturada de um activo por impostos diferidos deve ser


revista ►M5 no fim de cada período de relato ◄. Uma entidade
deve reduzir a quantia escriturada de um activo por impostos diferidos
até ao ponto em que deixe de ser provável que lucros tributáveis
suficientes estarão disponíveis para permitir que o benefício de parte
ou todo desse activo por impostos diferidos seja utilizado. Qualquer
redução deve ser revertida até ao ponto que se torne provável que
lucros tributáveis suficientes estarão disponíveis.

RECONHECIMENTO DE IMPOSTO CORRENTE E DIFERIDO


57. A contabilização dos efeitos de impostos correntes e diferidos de uma
transacção ou de outro acontecimento é consistente com a contabili­
zação da transacção ou do próprio acontecimento. Os parágrafos 58. a
68.C implementam este princípio.

▼M5
Itens reconhecidos nos lucros ou prejuízos
▼M38
58. Os impostos correntes e diferidos devem ser reconhecidos como ren­
dimento ou gasto e incluídos nos resultados do período, exceto na
medida em que o imposto resulte de:

▼M5
a) uma transacção ou acontecimento que seja reconhecido, no mesmo
ou num diferente período, fora dos lucros ou prejuízos, seja em
outro rendimento integral ou directamente no capital próprio (ver
parágrafos 61A a 65);

▼M38
b) uma concentração de atividades empresariais (que não seja a aqui­
sição por uma entidade de investimento, tal como definido na
IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas, de uma sub­
sidiária que deva ser mensurada pelo justo valor através dos resul­
tados) (ver os parágrafos 66 a 68).

▼B
59. A maior parte dos passivos por impostos diferidos e de activos por
impostos diferidos surge quando os rendimentos ou gastos sejam
incluídos no lucro contabilístico num período, se bem que sejam
incluídos no lucro tributável (perda fiscal) noutro período diferente.
O imposto diferido resultante é reconhecido ►M5 nos lucros ou
prejuízos ◄. São exemplos quando:

a) o rédito de juros, royalties ou dividendos seja recebido em mora e


seja incluído no lucro contabilístico numa base de repartição tem­
poral de acordo com a IAS 18 Rédito, mas seja incluído no lucro
tributável (perda fiscal) em regime de caixa; e

b) os custos de activos intangíveis tenham sido capitalizados de


acordo com a IAS 38 e estejam sendo amortizados ►M5 nos
lucros ou prejuízos ◄, mas foram deduzidos para finalidades de
tributação quando foram incorridos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 108

▼B
60. A quantia escriturada dos activos e passivos por impostos diferidos
pode alterar-se mesmo se não houver alteração na quantia das dife­
renças temporárias relacionadas. Isto pode resultar, por exemplo, de:
a) uma alteração nas taxas de tributação ou leis fiscais;
b) uma reavaliação da recuperabilidade de activos por impostos dife­
ridos; ou
c) uma alteração da maneira esperada de recuperação de um activo.
O imposto diferido resultante é reconhecido ►M5 nos lucros ou
prejuízos ◄, excepto até ao ponto em que ele se relacione com itens
previamente ►M5 reconhecidos fora dos lucros ou prejuízos ◄ (ver
parágrafo 63.).

Itens ►M5 reconhecidos fora dos lucros ou prejuízos ◄


▼M5
__________

61.A. O imposto corrente ou imposto diferido deve ser reconhecido fora dos
lucros ou prejuízos se o imposto se relacionar com itens que sejam
reconhecidos, no mesmo ou num diferente período, fora dos lucros ou
prejuízos. Portanto, o imposto corrente e imposto diferido que se
relacione com itens que sejam reconhecidos, no mesmo ou num di­
ferente período:
(a) em outro rendimento integral, deve ser reconhecido em outro
rendimento integral (ver parágrafo 62);
(b) directamente no capital próprio, deve ser reconhecido directa­
mente no capital próprio (ver parágrafo 62A).
62. As Normas Internacionais de Relato Financeiro exigem ou permitem
que determinados itens sejam reconhecidos em outro rendimento in­
tegral. Exemplos desses itens são:
(a) uma alteração na quantia escriturada proveniente da revalorização
do activo fixo tangível (ver IAS 16); e
(b) [eliminado]
(c) as diferenças de câmbio resultantes da transposição das demons­
trações financeiras de uma unidade operacional estrangeira (ver
IAS 21).
(d) [eliminado]
62.A. As Normas Internacionais de Relato Financeiro exigem ou permitem
que determinados itens sejam creditados ou debitados directamente no
capital próprio. Exemplos desses itens são:
(a) um ajustamento no saldo de abertura de resultados retidos resul­
tantes ou de uma alteração na política contabilística aplicada re­
trospectivamente ou da correcção de um erro (ver IAS 8 Políticas
Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Er­
ros); e
(b) quantias provenientes do reconhecimento inicial do componente
de capital próprio de um instrumento financeiro composto (ver
parágrafo 23).
63. Em circunstâncias excepcionais, pode ser difícil determinar a quantia
de impostos correntes e diferidos que se relacione com itens reconhe­
cidos fora dos lucros ou prejuízos (seja em outro rendimento integral
ou directamente no capital próprio). Isto pode ser o caso, por exem­
plo, quando:

▼B
a) haja taxas escalonadas de impostos sobre o rendimento e seja
impossível determinar a taxa pela qual um componente específico
de lucro tributável (perda fiscal) tenha sido tributado;
b) uma alteração na taxa do imposto ou noutras regras de impostos
que afecte um activo ou passivo por impostos diferidos relacionado
(no todo ou em parte) ►M5 com um item que tenha sido previa­
mente reconhecido fora dos lucros ou prejuízos; ou ◄
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 109

▼B
c) uma entidade determine que um activo por impostos diferidos deva
ser reconhecido, ou deixe de ser reconhecido por inteiro,
►M5 e o activo por impostos diferidos se relacione (no todo
ou em parte) com um item que tenha sido anteriormente reconhe­
cido fora dos lucros ou prejuízos. ◄

▼M5
Em tais casos, o imposto corrente e diferido relacionado com itens
que sejam reconhecidos fora dos lucros ou prejuízos é baseado numa
imputação pro rata razoável do imposto corrente e diferido da enti­
dade na jurisdição fiscal respeitante, ou noutro método que atinja uma
imputação mais apropriada nas circunstâncias.
▼B
64. A IAS 16 não especifica se uma entidade deve transferir ano a ano do
excedente (reserva) de revalorização para resultados retidos uma quan­
tia igual à diferença entre a depreciação ou amortização de um activo
revalorizado e a depreciação ou amortização baseada no custo desse
activo. Se uma entidade fizer tal transferência, a quantia transferida é
líquida de qualquer imposto diferido relacionado. Considerações se­
melhantes aplicam-se a transferências feitas pela alienação de um item
de activo fixo tangível.
65. Quando um activo for revalorizado para finalidades de tributação e
essa revalorização estiver relacionada com uma revalorização conta­
bilística de um período anterior, ou com uma que se espera que seja
levada a efeito num período futuro, os efeitos fiscais da revalorização
do activo ou do ajustamento da base fiscal são ►M5 reconhecidos
em outro rendimento integral ◄ nos períodos em que ocorram.
Porém, se a revalorização para finalidades de impostos não for rela­
cionada com uma revalorização contabilística de um período anterior,
ou com uma que se espere que seja levada a efeito num período
futuro, os efeitos fiscais do ajustamento da base fiscal são reconheci­
dos ►M5 nos lucros ou prejuízos ◄.
65.A. Quando uma entidade pagar dividendos aos seus accionistas, pode
ser-lhe exigido que pague uma parcela dos dividendos às autoridades
fiscais em nome dos accionistas. Em muitas jurisdições, esta quantia é
referida como uma retenção de imposto. Tal quantia paga ou a pagar
às autoridades fiscais é debitada ao capital própro como parte dos
dividendos.

Impostos diferidos resultantes de uma concentração de actividades


empresariais
▼M12
66. Tal como explicado nos parágrafos 19 e 26(c), podem surgir diferen­
ças temporárias numa concentração de actividades empresariais. De
acordo com a IFRS 3, uma entidade reconhece quaisquer activos por
impostos diferidos (até ao ponto em que satisfazem os critérios de
reconhecimento do parágrafo 24) ou passivos por impostos diferidos
resultantes como activos identificáveis e passivos à data da aquisição.
Consequentemente, esses activos e passivos por impostos diferidos
afectam a quantia do goodwill ou do ganho com a compra a preço
baixo que a entidade reconhece. Contudo, de acordo com o parágrafo
15(a), uma entidade não reconhece passivos por impostos diferidos
resultantes do reconhecimento inicial do goodwill.
67. Como resultado de uma concentração de actividades empresariais, a
probabilidade de realizar um activo por impostos diferidos pré-aqui­
sição da adquirente poderia sofrer alterações. Uma adquirente pode
considerar que é provável que venha a recuperar o seu próprio activo
por impostos diferidos que não tenha sido reconhecido antes da con­
centração de actividades empresariais. Por exemplo, a adquirente pode
ser capaz de usar o benefício das suas perdas fiscais não usadas face
ao futuro lucro tributável da adquirida. Como alternativa, como resul­
tado da concentração de actividades empresariais, poderá já não ser
provável que um futuro lucro tributável permita que o activo por
impostos diferidos seja recuperado. Nesses casos, a adquirente reco­
nhece uma alteração no activo por impostos diferidos no período da
concentração de actividades empresariais, mas não a inclui como parte
da contabilização da concentração de actividades empresariais. Por­
tanto, a adquirente não a toma em consideração ao mensurar o good­
will ou o ganho com a compra a preço baixo que ela reconhece na
concentração de actividades empresariais.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 110

▼M12
68. O potencial benefício de transportar as perdas para efeitos do imposto
sobre o rendimento no rendimento da adquirida ou de outros activos
por impostos diferidos poderá não satisfazer os critérios relativamente
ao reconhecimento separado quando uma concentração de actividades
empresariais for inicialmente contabilizada mas poderá ser posterior­
mente realizado.

Uma entidade deve reconhecer benefícios por impostos diferidos ad­


quiridos que ela realiza após a concentração de actividades empresa­
riais do seguinte modo:

a) Os benefícios por impostos diferidos adquiridos que sejam reco­


nhecidos no período de mensuração e que resultem de novas in­
formações sobre factos e circunstâncias que existiam à data de
aquisição devem ser aplicados para reduzir a quantia escriturada
de qualquer goodwill relacionado com essa aquisição. Se a quantia
escriturada desse goodwill for zero, quaisquer benefícios por im­
postos diferidos remanescentes devem ser reconhecidos nos lucros
ou prejuízos.

b) Todos os outros benefícios por impostos diferidos adquiridos que


sejam realizados devem ser reconhecidos nos lucros ou prejuízos
(ou, se esta Norma o exigir, fora dos lucros ou prejuízos).

__________

▼B
Impostos correntes e diferidos resultantes de transacções de pa­
gamento com base em acções
68.A. Em algumas jurisdições fiscais, uma entidade recebe uma dedução nos
impostos (i.e., uma quantia que é dedutível na determinação do lucro
tributável) que diz respeito à remuneração paga em acções, a opções
sobre acções ou a outros instrumentos de capital próprio da entidade.
A quantia correspondente a essa dedução nos impostos pode divergir
do respectivo gasto cumulativo com remunerações, e pode surgir num
período contabilístico posterior. Por exemplo, em algumas jurisdições,
uma entidade pode reconhecer um gasto relativo ao consumo de ser­
viços de empregados recebidos como retribuição por opções sobre
acções concedidas, de acordo com a IFRS 2 Pagamento com Base
em Acções, e não receber uma dedução fiscal até que as opções sobre
acções sejam exercidas, sendo que a mensuração da dedução fiscal se
baseia no preço das acções da entidade à data de exercício.

68.B. Tal como acontece com os custos de pesquisa discutidos nos pará­
grafos 9. e 26.b) desta Norma, a diferença entre a base fiscal dos
serviços dos empregados recebidos até à data (que é a quantia que as
autoridades fiscais permitirão como dedução em futuros períodos) e a
quantia escriturada de zero é uma diferença temporária dedutível que
resulta num activo por impostos diferidos. Se a quantia que as auto­
ridades fiscais permitirão como dedução em futuros períodos não for
conhecida no final do período, ela deve ser estimada com base na
informação disponível no final do período. Por exemplo, se a quantia
que as autoridades fiscais permitirão como dedução em futuros perío­
dos estiver dependente do preço das acções da entidade numa data
futura, a mensuração da diferença temporária dedutível deve basear-se
no preço das acções da entidade no final do período.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 111

▼M38
68.C. Tal como indicado no parágrafo 68A, a quantia da dedução fiscal (ou
da dedução fiscal futura estimada, mensurada de acordo com o pará­
grafo 68B) pode ser diferente do respetivo gasto cumulativo com
remunerações. O parágrafo 58 da norma exige que os impostos cor­
rentes e diferidos sejam reconhecidos como rendimento ou gasto e
incluídos nos resultados do período, exceto na medida em que o
imposto resulte de: a) uma transação ou acontecimento que seja reco­
nhecido, no mesmo período ou noutro período, fora dos resultados; ou
b) uma concentração de atividades empresariais (que não a aquisição
por uma entidade de investimento de uma subsidiária que deva ser
mensurada pelo justo valor através dos resultados). Se a quantia da
dedução fiscal (ou da dedução fiscal futura estimada) exceder a quan­
tia do respetivo gasto cumulativo com remunerações, isso indica que a
dedução fiscal diz respeito não apenas ao gasto com remunerações
mas também a uma rubrica dos capitais próprios. Nesta situação, o
excesso do imposto corrente ou diferido associado deve ser reconhe­
cido diretamente no capital próprio.

▼B

APRESENTAÇÃO

Activos por impostos e passivos por impostos


69. [Eliminado]

70. [Eliminado]

Compensação
71. Uma entidade deve compensar activos por impostos correntes e pas­
sivos por impostos correntes nas suas demonstrações financeiras se, e
somente se, a entidade:

a) tiver um direito de cumprimento obrigatório para compensar as


quantias reconhecidas; e

b) pretender liquidar numa base líquida, ou realizar, o activo e liqui­


dar simultaneamente o passivo.

72. Se bem que os activos e passivos por impostos correntes sejam reco­
nhecidos e mensurados separadamente, eles são compensados
►M5 na demonstração da posição financeira ◄ e sujeitos a critérios
semelhantes aos estabelecidos para os instrumentos financeiros na IAS
32. Uma entidade terá normalmente um direito de cumprimento
obrigatório para compensar um activo por impostos correntes contra
um passivo por impostos correntes quando eles se relacionem com
impostos sobre o rendimento lançados pela mesma autoridade fiscal e
esta autoridade permita que a entidade faça ou receba um único
pagamento líquido.

73. Em demonstrações financeiras consolidadas, um activo por impostos


correntes de uma entidade de um grupo é compensado contra um
passivo por impostos correntes de uma outra entidade de um grupo
se, e somente se, a dita entidade tiver um direito de cumprimento
obrigatório de fazer ou receber tal pagamento líquido ou recuperar
o activo e liquidar o passivo simultaneamente.

74. Uma entidade deve compensar os activos por impostos diferidos e


passivos por impostos diferidos se, e somente se:

a) a entidade tiver um direito de cumprimento obrigatório de com­


pensar activos por impostos correntes contra passivos por impostos
correntes; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 112

▼B
b) os activos por impostos diferidos e os passivos por impostos dife­
ridos se relacionarem com impostos sobre o rendimento lançados
pela mesma autoridade fiscal sobre ou:

i) a mesma entidade tributável, ou

ii) diferentes entidades tributáveis que pretendam ou liquidar pas­


sivos e activos por impostos correntes numa base líquida, ou
realizar os activos e liquidar os passivos simultaneamente, em
cada período futuro em que as quantias significativos de pas­
sivos ou activos por impostos diferidos se esperem que sejam
liquidadas ou recuperadas.

75. Para evitar a necessidade de escalonamento detalhado da tempestivi­


dade da reversão de cada diferença temporária, esta Norma exige que
uma entidade compense um activo por impostos diferidos contra um
passivo por impostos diferidos da mesma entidade tributável se, e
somente se, eles se relacionam com impostos sobre o rendimento
lançados pela mesma autoridade fiscal e a entidade tiver um direito
de cumprimento obrigatório de compensar activos por impostos cor­
rentes contra passivos por impostos correntes.

76. Em circunstâncias raras, uma entidade pode ter um direito de cum­


primento obrigatório de compensar, e uma intenção de liquidar de
forma líquida, para alguns períodos mas não para outros. Em tais
circunstâncias raras, pode ser exigido escalonamento detalhado para
estabelecer fiavelmente se o passivo por impostos diferidos de uma
entidade tributável resultará em pagamentos acrescidos de impostos no
mesmo período em que um activo por impostos diferidos de uma
outra entidade tributável resultará em pagamentos decrescidos por
essa segunda entidade tributável.

Gasto de imposto

Gasto (rendimento) de imposto relacionado com lucros ou prejuízos


de actividades ordinárias
▼M31
77. O gasto (rendimento) de impostos relacionado com os lucros ou pre­
juízos de actividades ordinárias deve ser apresentado na qualidade de
lucro ou prejuízo na(s) demonstração(ões) dos resultados e de outro
rendimento integral.

__________

▼B
Diferenças de câmbio em passivos ou activos por impostos estrangei­
ros diferidos
78. A IAS 21 exige que certas diferenças de câmbio sejam reconhecidas
como rendimentos ou gastos mas não especifica onde tais diferenças
devem ser apresentadas na ►M5 demonstração do rendimento inte­
gral ◄. Concordemente, quando diferenças de câmbio de passivos ou
de activos por impostos estrangeiros diferidos sejam reconhecidas na
►M5 demonstração do rendimento integral ◄, tais diferenças po­
dem ser classificadas como gastos (rendimentos) por impostos diferi­
dos se essa apresentação for considerada como a mais útil para os
utentes das demonstrações financeiras.

DIVULGAÇÃO
79. Os principais componentes de gasto (rendimento) de imposto devem
ser divulgados separadamente.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 113

▼B
80. Os componentes do gasto (rendimento) de imposto podem incluir:

a) gasto (rendimento) por impostos correntes;

b) quaisquer ajustamentos reconhecidos no período de impostos cor­


rentes de períodos anteriores;

c) a quantia de gasto (rendimento) por impostos diferidos relacionada


com a origem e reversão de diferenças temporárias;

d) a quantia de gasto (rendimento) por impostos diferidos relacionada


com alterações nas taxas de tributação ou com o lançamento de
novos impostos;

e) a quantia de benefícios provenientes de uma perda fiscal não reco­


nhecida anteriormente, de crédito fiscal ou de diferença temporária
de um período anterior que seja usada para reduzir gasto de im­
postos correntes;

f) a quantia dos benefícios de uma perda fiscal não reconhecida


anteriormente, de crédito fiscal ou de diferenças temporárias de
um período anterior que seja usada para reduzir gastos de impostos
diferidos;

g) gasto por impostos diferidos provenientes de uma redução, ou


reversão de uma diminuição anterior, de um activo por impostos
diferidos de acordo com o parágrafo 56.; e

h) a quantia do gasto (rendimento) de imposto relativa às alterações


nas políticas contabilísticas e nos erros que estão incluídas nos
lucros ou prejuízos de acordo com a IAS 8, porque não podem
ser contabilizadas retrospectivamente.

▼M5
81. O que se segue deve ser também divulgado separadamente:

a) o imposto diferido e corrente agregado relacionado com itens que


sejam debitados ou creditados directamente no capital próprio
(ver parágrafo 62A);

ab) a quantia do imposto sobre o rendimento relacionada com cada


componente de outro rendimento integral (ver parágrafo 62 e IAS
1 (tal como revista em 2007));

b) [eliminado];

▼B
c) uma explicação do relacionamento entre gasto (rendimento) de
impostos e lucro contabilístico em uma ou em ambas das seguin­
tes formas:

i) uma reconciliação numérica entre o gasto (rendimento) de


imposto e o produto do lucro contabilístico multiplicado pe­
la(s) taxa(s) fiscal(ais) aplicável(eis), divulgando também a
base pela qual a(s) taxa(s) fiscal(ais) aplicável(eis) é(são) cal­
culada(s); ou

ii) uma reconciliação numérica entre a taxa média efectiva de


imposto e a taxa de imposto aplicável, divulgando também a
base pela qual é calculada a taxa de imposto aplicável;

d) uma explicação de alterações na taxa(s) de imposto aplicável


comparada com o período contabilístico anterior;

e) a quantia (e a data de extinção, se houver) de diferenças tempo­


rárias dedutíveis, perdas fiscais não usadas, e créditos fiscais não
usados relativamente aos quais nenhum activo por impostos dife­
ridos seja reconhecido ►M5 na demonstração da posição finan­
ceira ◄;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 114

▼B
f) a quantia agregada de diferenças temporárias associadas com in­
vestimentos em subsidiárias, sucursais e associadas e interesses
em ►M32 acordos conjuntos ◄, relativamente aos quais passi­
vos por impostos diferidos não tenham sido reconhecidos (ver
parágrafo 39.);

g) com respeito a cada tipo de diferença temporária e com respeito a


cada tipo de perdas por impostos não usadas e créditos fiscais não
usados:

i) a quantia dos activos e passivos por impostos diferidos reco­


nhecidos ►M5 na demonstração da posição financeira ◄ de
cada período apresentado,

ii) a quantia de rendimentos ou gastos por impostos diferidos


reconhecidos ►M5 nos lucros ou prejuízos ◄, se tal não
for evidente pelas alterações nas quantias reconhecidas
►M5 na demonstração da posição financeira ◄;

▼M12
h) com respeito a unidades operacionais descontinuadas, o gasto
de imposto relacionado com:

i) o ganho ou perda da descontinuação; e

ii) o resultado das actividades ordinárias da unidade opera­


cional descontinuada do período, juntamente com as quan­
tias correspondentes de cada período anterior apresentado;

i) a quantia consequente do imposto sobre o rendimento dos


dividendos aos accionistas da entidade que foram propostos
ou declarados antes das demonstrações financeiras serem au­
torizadas para emissão, mas que não são reconhecidos como
passivo nas demonstrações financeiras;

j) se uma concentração de actividades empresariais na qual a


entidade é a adquirente causar uma alteração na quantia
reconhecida pelo seu activo por impostos diferidos pré-aqui­
sição (ver parágrafo 67), a quantia dessa alteração; e

k) se os benefícios por impostos diferidos adquiridos numa con­


centração de actividades empresariais não forem reconhecidos
à data de aquisição mas forem reconhecidos após a data de
aquisição (ver parágrafo 68), uma descrição do acontecimento
ou da alteração nas circunstâncias que levaram a que os
benefícios por impostos diferidos fossem reconhecidos.

▼B
82. Uma entidade deve divulgar a quantia de um activo por impostos
diferidos e a natureza das provas que suportam o seu reconhecimento,
quando:

a) a utilização do activo por impostos diferidos é dependente de


lucros tributáveis futuros superiores aos lucros provenientes da
reversão de diferenças temporárias tributáveis existentes; e

b) a entidade tiver sofrido um prejuízo quer no período corrente quer


no período precedente na jurisdição fiscal com a qual se realaciona
o activo por impostos diferidos.

82.A. Nas circunstâncias descritas no parágrafo 52.A., uma entidade deve


divulgar a natureza das potenciais consequências do imposto de ren­
dimento que resultariam do pagamento de dividendos aos seus accio­
nistas. Além disso, a entidade deve divulgar as quantias das potenciais
consequências do imposto de rendimento praticamente determináveis
e se existem ou não quaisquer potenciais consequências no imposto de
rendimento não praticamente determináveis.

83. [Eliminado]
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 115

▼B
84. As divulgações exigidas pelo parágrafo 81.c) faz com que os utentes
das demonstrações financeiras compreendam se o relacionamento en­
tre os gastos (rendimento) de impostos e o lucro contabilístico não é
usual e compreendam os factores significativos que podem afectar
esse relacionamento no futuro. O relacionamento entre gasto (rendi­
mento) de impostos e lucro contabilístico pode ser afectado por fac­
tores tais como rédito que seja isento de tributação, gastos que não
sejam dedutíveis na determinação do lucro tributável (perda fiscal), o
efeito de perdas fiscais e o efeito de taxas de tributação estrangeiras.

85. Ao explicar o relacionamento entre gasto (rendimento) de impostos e


lucro contabilístico, uma entidade usa uma taxa de tributação aplicável
que proporcione a informação mais significativa aos utentes das suas
demonstrações financeiras. Muitas vezes, a taxa mais significativa é a
taxa doméstica interna de impostos do país em que a entidade está
domiciliada, agregando a taxa aplicada de impostos nacionais com as
taxas aplicadas de quaisquer impostos locais que sejam calculados
num nível substancialmente semelhante de lucro tributável (perda
fiscal). Porém, para uma entidade que opere em várias jurisdições,
pode ser mais significativo agregar reconciliações separadas prepara­
das em que se use a taxa interna em cada jurisdição individual. O
exemplo seguinte ilustra como a selecção da taxa de imposto aplicável
afecta a apresentação da reconciliação numérica.

Exemplo que ilustra o parágrafo 85.

Em 19X2, uma entidade tem um lucro contabilístico na sua


própria jurisdição (país A) de 1 500 (19X1: 2 000) e no país
B de 1 500 (19X1: 500) A taxa de imposto é de 30 % no país
A e de 20 % no país B. No país A, gastos de 100 (19X1: 200)
não são dedutíveis para efeito de impostos.

O que se segue é um exemplo de uma reconciliação com a taxa


de imposto doméstica.

19X1 19X2

Lucro contabilístico 2 500 3 000


Imposto à taxa doméstica de 750 900
30 %
Efeito fiscal de gastos que não
sejam dedutíveis para fins fiscais 60 30
Efeito de taxas de impostos mais
baixas no país B 50) (150)

Gasto de imposto 760 780

O que se segue é um exemplo de uma reconciliação preparada


por agregação de reconciliações separadas para cada jurisdi­
ção nacional. Por este método, o efeito das diferenças entre a
taxa de tributação doméstica da própria entidade que relata e a
taxa doméstica em outras jurisdições não surge como um item
separado na reconciliação. Uma entidade pode necessitar dis­
cutir o efeito de alterações significativas em taxas quer de im­
postos quer no mix de lucros obtidos em jurisdições diferentes a
fim de explicar alterações na(s) taxa(s) de imposto(s) aplicáveis
como exigido pelo parágrafo 81d).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 116

▼B

Lucro contabilístico 2,500 3,000

Imposto às taxas domésticas


aplicáveis a lucros no país em
causa 700 750
Efeito fiscal de gastos que não
sejam dedutíveis para fins fiscais 60 30

Gasto de imposto 760 780

86. A taxa efectiva média é o gasto (rendimento) de impostos dividido


pelo lucro contabilístico.

87. Seria muitas vezes impraticável calcular a quantia de passivos não


reconhecidos por impostos diferidos provenientes de investimentos
em subsidiárias, sucursais e associadas e interesses em
►M32 acordos conjuntos ◄ (ver parágrafo 39.). Por isso, esta
Norma exige que uma entidade divulgue a quantia agregada das sub­
jacentes diferenças temporárias mas não exige divulgação dos passi­
vos por impostos diferidos. Contudo, quando praticável, as entidades
são encorajadas a divulgar as quantias não reconhecidas de passivos
por impostos diferidos porque os utentes das demonstrações financei­
ras podem achar útil tal informação.

87.A. O parágrafo 82.A. exige que uma entidade divulgue a natureza das
potenciais consequências do imposto sobre o rendimento que resulta­
riam do pagamento de dividendos aos seus accionistas. Uma entidade
divulga as características importantes dos sistemas do imposto de
rendimento e os factores que afectarão a quantia das potenciais con­
sequências dos dividendos no imposto do rendimento.

87.B. Não seria algumas vezes praticável calcular a quantia total das poten­
ciais consequências do imposto sobre o rendimento que resultariam do
pagamento de dividendos a accionistas. Pode ser o caso, por exemplo,
em que uma entidade tenha um grande número de subsidiárias estran­
geiras. Contudo, mesmo em tais circunstâncias, podem ser facilmente
determináveis algumas parcelas da quantia total. Por exemplo, num
grupo consolidado, uma empresa-mãe e algumas das suas subsidiárias
podem ter pago impostos sobre o rendimento a uma taxa mais alta
sobre os lucros não distribuídos e estar ciente da quantia que seria
restituída no pagamento de dividendos futuros aos accionistas a partir
dos lucros retidos consolidados. Neste caso, é divulgada a quantia
restituível. Se aplicável, a entidade divulga também que existem po­
tenciais consequências do imposto sobre o rendimento não pratica­
mente determináveis. Nas demonstrações financeiras separadas da
empresa-mãe, se existirem, a divulgação das potenciais consequências
do imposto sobre o rendimento relaciona-se com os resultados retidos
da empresa-mãe.

87.C. A uma entidade que se exija que proporcione as divulgações do


parágrafo 82.A. pode também ser-lhe pedido que proporcione divul­
gações relacionadas com diferenças temporárias associadas a investi­
mentos em subsidiárias, sucursais e associadas ou interesses em
►M32 acordos conjuntos ◄. Em tais casos, a entidade considera
isto ao determinar a informação a ser divulgada de acordo com o
parágrafo 82.A. Por exemplo, pode ser exigido a uma entidade que
divulgue a quantia agregada de diferenças temporárias associada a
investimentos em subsidiárias relativamente aos quais não foram re­
conhecidos quaisquer passivos por impostos diferidos (ver parágrafo
81f.). Se for impraticável calcular as quantias de passivos por impos­
tos diferidos não reconhecidos (ver parágrafo 87.) podem existir quan­
tias de potenciais consequências do imposto sobre o rendimento de
dividendos não determináveis praticamente relacionados com estas
subsidiárias.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 117

▼B
88. Uma entidade divulga quaisquer passivos contingentes e activos con­
tingentes relacionados com impostos de acordo com a IAS 37 Provi­
sões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes. Podem surgir
passivos contingentes e activos contingentes, por exemplo, de desen­
tendimentos não resolvidos com as autoridades fiscais. Semelhante­
mente, quando alterações nas taxas de impostos ou de leis fiscais
sejam decretadas ou anunciadas ►M5 após o período de relato ◄,
uma entidade divulgará quaisquer efeitos significativos dessas altera­
ções nos seus activos e passivos por impostos correntes e diferidos
(ver a IAS 10 Acontecimentos ►M5 após o período de relato ◄).

DATA DE EFICÁCIA
89. Esta Norma torna-se operacional para as demonstrações financeiras
que cubram os períodos que comecem em, ou após, 1 de Janeiro de
1998, excepto como especificado no parágrafo 91. Se uma entidade
aplicar esta Norma a custos de benefícios de reforma para demons­
trações financeiras que cubram períodos que comecem antes de 1 de
Janeiro de 1998, a entidade deve divulgar o facto de que aplica esta
Norma em vez da IAS 12 Contabilização de Impostos sobre o Ren­
dimento, aprovada em 1979.

90. Esta Norma substitui a IAS 12 Contabilização de Impostos sobre o


Rendimento, aprovada em 1979.

91. Os parágrafos 52.A., 52.B., 65.A., 81.i), 82.A., 87.A., 87.B., 87.C. e a
supressão dos parágrafos 3 e 50 tornam-se operacionais para as de­
monstrações financeiras anuais (1) que cubram os períodos que come­
cem em ou após 1 de Janeiro de 2001. É encorajada a adopção mais
cedo. Se a adopção mais cedo afectar as demonstrações financeiras,
uma entidade deve divulgar esse facto.

▼M5
92. A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada
nas IFRS. Além disso, emendou os parágrafos 23, 52, 58, 60, 62, 63,
65, 68C, 77 e 81, eliminou o parágrafo 61 e adicionou os parágrafos
61A, 62A e 77A. Uma entidade deve aplicar estas emendas aos
períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. Se
uma entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a um período anterior,
as emendas deverão ser aplicadas a esse período anterior.

▼M12
93. O parágrafo 68 deve ser aplicado prospectivamente a partir da
data de eficácia da IFRS 3 (conforme revista pelo International
Accounting Standards Board em 2008) ao reconhecimento de ac­
tivos por impostos diferidos adquiridos em concentrações de acti­
vidades empresariais.

94. Portanto, as entidades não devem ajustar a contabilização de concen­


trações de actividades empresariais anteriores se os benefícios fiscais
não satisfizeram os critérios para o reconhecimento separado à data de
aquisição e forem reconhecidos após a data de aquisição, a menos que
os benefícios sejam reconhecidos no período de mensuração e resul­
tem de novas informações sobre factos e circunstâncias que existiam à
data de aquisição. Outros benefícios fiscais reconhecidos devem ser
reconhecidos nos lucros ou prejuízos (ou, se esta Norma o exigir, fora
dos lucros ou prejuízos).

(1) No parágrafo 91 faz-se referência às «demonstrações financeiras anuais», em conformi­


dade com a linguagem mais explícita adoptada em 1998 para a data de eficácia. O
parágrafo 89. faz referência às «demonstrações financeiras».
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 118

▼M12
95. A IFRS 3 (conforme revista pelo International Accounting Stan­
dards Board em 2008) emendou os parágrafos 21 e 67 e adicionou
os parágrafos 32A e 81(j) e (k). Uma entidade deve aplicar estas
emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de Julho de
2009. Se uma entidade aplicar a IFRS 3 (revista em 2008) a um
período anterior, as emendas também deverão ser aplicadas a esse
período anterior.
▼M33
98. O parágrafo 52 passou a figurar como 51A, o ponto 10 e os exemplos
que se seguem ao parágrafo 51A foram alterados e os parágrafos 51B
e 51C, assim como o exemplo seguinte e os parágrafos 51D, 51E e 99
foram aditados por Impostos Diferidos: Recuperação de Activos Sub­
jacentes, publicado em Dezembro de 2010. Uma entidade deve aplicar
estas emendas aos períodos anuais com início em 1 de Janeiro de
2012 ou após essa data. É permitida a aplicação anterior. Se uma
entidade aplicar as emendas a um período anterior, deve divulgar
esse facto.
▼M32
98.A. A IFRS 11 Acordos Conjuntos, emitida em maio de 2011, emendou
os parágrafos 2, 15, 18(e), 24, 38, 39, 43–45, 81(f), 87 e 87C. Uma
entidade deve aplicar estas alterações quando aplicar a IFRS 11.
▼M31
98.B. O documento Apresentação das Rubricas de Outro Rendimento Inte­
gral (Emendas à IAS 1), emitido em Junho de 2011, emendou o
parágrafo 77 e suprimiu o parágrafo 77A. Uma entidade deve aplicar
estas emendas quando aplicar a IAS 1 (conforme emendada em Junho
de 2011).
▼M38
98.C. O documento Entidades de Investimento (Emendas à IFRS 10, à IFRS
12 e à IAS 27), emitido em outubro de 2012, emendou os parágrafos
58 e 68C. Uma entidade deve aplicar estas emendas em relação aos
períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2014. É
permitida a aplicação antecipada do documento Entidades de Investi­
mento. Se uma entidade aplicar as emendas de forma antecipada, deve
também aplicar todas as emendas incluídas no documento Entidades
de Investimento ao mesmo tempo.
▼M33

REVOGAÇÃO DA SIC-21
99. As alterações feitas por Impostos Diferidos: Recuperação de Activos
Subjacentes, publicado em Dezembro de 2010, substituem a Interpre­
tação SIC 21 Impostos sobre o Rendimento - Recuperação de Activos
Não Depreciáveis Revalorizados.
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▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 16

Activos Fixos Tangíveis

OBJECTIVO
1. O objectivo desta Norma é o de prescrever o tratamento contabilístico
para activos fixos tangíveis, de forma a que os utentes das demons­
trações financeiras possam discernir a informação acerca do investi­
mento de uma entidade nos seus activos fixos tangíveis, bem como as
alterações nesse investimento. Os principais aspectos a considerar na
contabilização dos activos fixos tangíveis são o reconhecimento dos
activos, a determinação das suas quantias escrituradas e os débitos de
depreciação e as perdas por imparidade a serem reconhecidos em
relação com os mesmos.

ÂMBITO
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de activos fixos tan­
gíveis, excepto quando uma outra Norma exija ou permita um trata­
mento contabilístico diferente.

3. Esta Norma não se aplica a:

a) activos fixos tangíveis classificados como detidos para venda de


acordo com a IFRS 5 Activos Não Correntes Detidos para Venda
e Unidades Operacionais Descontinuadas;

b) activos biológicos relacionados com a actividade agrícola (ver a


IAS 41 Agricultura);

c) o reconhecimento e mensuração de activos de exploração e ava­


liação (ver a IFRS 6 Exploração e Avaliação de Recursos Mine­
rais); ou

d) direitos minerais e reservas minerais tais como petróleo, gás natu­


ral e recursos não regenerativos semelhantes.

Contudo, esta Norma aplica-se aos activos fixos tangíveis usados para
desenvolver ou manter os activos descritos nas alíneas b)-d).

4. Outras Normas podem exigir o reconhecimento de um item do activo


fixo intangível com base numa abordagem diferente da usada nesta
Norma. Por exemplo, a IAS 17 Locações exige que uma entidade
avalie o seu reconhecimento de um item do activo fixo tangível
locado na base da transferência de riscos e vantagens. Porém, em
tais casos, outros aspectos do tratamento contabilístico para estes
activos, incluindo a depreciação, são prescritos por esta Norma.

▼M8
5. Uma entidade que use o modelo do custo para propriedades de in­
vestimento em conformidade com a IAS 40 Propriedades de Investi­
mento deve usar o modelo do custo desta Norma.

▼B

DEFINIÇÕES
6. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Quantia escriturada é a quantia pela qual um activo está reconhecido


após dedução de qualquer depreciação acumulada e perdas por impa­
ridade acumuladas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 120

▼B
Custo é a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor
de outra retribuição dada para adquirir um activo no momento da sua
aquisição ou construção ou, quando aplicável, a quantia atribuída a
esse activo aquando do reconhecimento inicial de acordo com os
requisitos específicos de outras IFRS, por exemplo, a IFRS 2 Paga­
mento com Base em Acções.

Quantia depreciável é o custo de um activo ou outra quantia subs­


tituta do custo, menos o seu valor residual.

Depreciação é a imputação sistemática da quantia depreciável de um


activo durante a sua vida útil.

Valor específico para a entidade é o valor presente dos fluxos de


caixa que uma entidade espera que resultem do uso continuado de um
activo e da sua alienação no final da sua vida útil ou em que espera
incorrer ao liquidar um passivo.

▼M33
Justo Valor é o preço que seria recebido pela venda de um activo ou
pago pela transferência de um passivo numa transacção ordenada
entre participantes no mercado à data da mensuração. (Ver IFRS 13
Mensuração pelo Justo Valor).

▼B
Uma perda por imparidade é a quantia pela qual a quantia escriturada
de um activo excede a sua quantia recuperável.

Activos fixos tangíveis são itens tangíveis que:

a) sejam detidos para uso na produção ou fornecimento de bens ou


serviços, para arrendamento a outros, ou para fins administrativos; e

b) se espera que sejam usados durante mais do que um período.

▼M8
Quantia recuperável é o valor mais elevado entre o justo valor de um
activo deduzidos os custos de vender e o seu valor de uso.

▼B
O valor residual de um activo é a quantia estimada que uma entidade
obteria correntemente pela alienação de um activo, após dedução dos
custos estimados de alienação, se o activo já tivesse a idade e as
condições esperadas no final da sua vida útil.

Vida útil é:

a) o período durante o qual uma entidade espera que um activo esteja


disponível para uso; ou

b) o número de unidades de produção ou semelhantes que uma enti­


dade espera obter do activo.

RECONHECIMENTO
7. O custo de um item de activo fixo tangível deve ser reconhecido
como activo se, e apenas se:

a) for provável que futuros benefícios económicos associados ao item


fluirão para a entidade; e

b) o custo do item puder ser mensurado fiavelmente.


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 121

▼M36
8. Os itens como por exemplo peças sobressalentes, equipamentos de
reserva e equipamentos de manutenção são reconhecidos de acordo
com esta IFRS quando satisfazem a definição de ativos fixos tangí­
veis. Caso contrário, são classificados como inventário.

▼B
9. Esta Norma não prescreve a unidade de medida para reconhecimento,
i.e., aquilo que constitui um item do activo fixo tangível. Assim, é
necessário exercer julgamentos ao aplicar os critérios de reconheci­
mento às circunstâncias específicas de uma entidade. Pode ser apro­
priado agregar itens individualmente insignificantes, tais como mol­
des, ferramentas e bases, e aplicar os critérios ao valor agregado.

10. Uma entidade avalia segundo este princípio de reconhecimento todos


os seus custos de activos fixos tangíveis equipamento no momento em
que eles sejam incorridos. Estes custos incluem custos incorridos
inicialmente para adquirir ou construir um item do activo fixo tangível
e os custos incorridos posteriormente para adicionar a, substituir parte
de, ou dar assistência ao mesmo.

Custos iniciais
11. Podem ser adquiridos itens do activo fixo tangível por razões de
segurança ou ambientais. A aquisição de tal activo fixo tangível,
embora não aumentando directamente os futuros benefícios económi­
cos de qualquer item particular existente de activo fixo tangível, pode
ser necessária para que a entidade obtenha os futuros benefícios eco­
nómicos dos seus outros activos. Esses itens do activo fixo tangível
qualificam-se para o reconhecimento como activos porque permitem a
uma entidade obter futuros benefícios económicos dos activos relacio­
nados para além dos que teria obtido se não tivesse adquirido esses
itens. Por exemplo, uma indústria química pode instalar novos pro­
cessos químicos de manuseamento a fim de se conformar com exi­
gências ambientais para a produção e armazenamento de químicos
perigosos; os melhoramentos nas instalações relacionados são reco­
nhecidos como um activo porque, sem eles, a entidade não está em
condições de fabricar e vender tais produtos químicos. Contudo, a
quantia escriturada resultante desse activo e activos relacionados é
revista para imparidade de acordo com a IAS 36 Imparidade de
Activos.

Custos subsequentes
12. Segundo o princípio de reconhecimento do parágrafo 7., uma entidade
não reconhece na quantia escriturada de um item do activo fixo tan­
gível os custos da assistência diária ao item. Pelo contrário, estes
custos são reconhecidos nos lucros ou prejuízos quando incorridos.
Os custos da assistência diária são primordialmente os custos da mão-
-de-obra e dos consumíveis, e podem incluir o custo de pequenas
peças. A finalidade destes dispêndios é muitas vezes descrita como
sendo para «reparações e manutenção» de um item do activo fixo
tangível.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 122

▼B
13. Partes de alguns itens do activo fixo tangível poderão necessitar de
substituições a intervalos regulares. Por exemplo, um forno pode exi­
gir ser restaurado (com tijolos refractários) após uma quantidade de
horas de uso ou os interiores dos aviões tal como assentos e cozinhas
de bordo podem exigir substituição algumas vezes durante a vida da
estrutura. Itens do activo fixo tangível também podem ser adquiridos
para efectuar uma substituição recorrente menos frequente, tal como a
substituição das paredes interiores de um edifício, ou para efectuar
uma substituição não recorrente. Segundo o princípio de reconheci­
mento do parágrafo 7., uma entidade reconhece na quantia escriturada
de um item do activo fixo tangível o custo da peça de substituição
desse item quando o custo for incorrido se os critérios de reconheci­
mento forem cumpridos. A quantia escriturada das peças que são
substituídas é desreconhecida de acordo com as disposições de des­
reconhecimento desta Norma (ver parágrafos 67.-72.).

14. Uma condição para continuar a operar um item do activo fixo tangível
(por exemplo, uma aeronave) pode ser a realização regular de ins­
pecções importantes em busca de falhas, independentemente de as
peças desse item serem ou não substituídas. Quando cada inspecção
importante for efectuada, o seu custo é reconhecido na quantia escri­
turada do item do activo fixo tangível como substituição se os crité­
rios de reconhecimento forem satisfeitos. Qualquer quantia escriturada
remanescente do custo da inspecção anterior (distinta das peças físi­
cas) é desreconhecida. Isto ocorre independentemente de o custo da
inspecção anterior ter sido identificado na transacção em que o item
foi adquirido ou construído. Se necessário, o custo estimado de uma
futura inspecção semelhante pode ser usado como indicador de qual o
custo do componente de inspecção existente quando o item foi adqui­
rido ou construído.

MENSURAÇÃO NO RECONHECIMENTO
15. Um item do activo fixo tangível que seja classificado para reconhe­
cimento como um activo deve ser mensurado pelo seu custo.

Elementos do custo
16. O custo de um item do activo fixo tangível compreende:

a) o seu preço de compra, incluindo os direitos de importação e os


impostos de compra não reembolsáveis, após dedução dos descon­
tos comerciais e abatimentos;

b) quaisquer custos directamente atribuíveis para colocar o activo na


localização e condição necessárias para o mesmo ser capaz de
funcionar da forma pretendida pela gerência;

c) a estimativa inicial dos custos de desmantelamento e remoção do


item e de restauro do local no qual este está localizado, em cuja
obrigação uma entidade incorre seja quando o item é adquirido,
seja como consequência de ter usado o item durante um determi­
nado período para finalidades diferentes da produção de inventá­
rios durante esse período.

17. Exemplos de custos directamente atribuíveis são:

a) custos de benefícios dos empregados (tal como definidos na IAS


19 Benefícios dos Empregados) decorrentes directamente da cons­
trução ou aquisição de um item do activo fixo tangível;

b) custos de preparação do local;

c) custos iniciais de entrega e de manuseamento;


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 123

▼B
d) custos de instalação e montagem;

e) custos de testar se o activo funciona correctamente, após dedução


dos proventos líquidos da venda de qualquer item produzido en­
quanto se coloca o activo nessa localização e condição (tais como
amostras produzidas quando se testa o equipamento); e

f) honorários profissionais.

18. Uma entidade aplica a IAS 2 Inventários aos custos das obrigações de
desmantelamento, remoção e restauro do local em que um item está
localizado que sejam incorridos durante um determinado período
como consequência de ter usado o item para produzir inventários
durante esse período. As obrigações por custos contabilizados de
acordo com a IAS 2 ou a IAS 16 são reconhecidas e mensuradas
de acordo com a IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos
Contingentes.

19. Exemplos de custos que não são custos de um item do activo fixo
tangível são:

a) custos de abertura de novas instalações;

b) custos de introdução de um novo produto ou serviço (incluindo


custos de publicidade ou actividades promocionais);

c) custos de condução do negócio numa nova localização ou com


uma nova classe de clientes (incluindo custos de formação de
pessoal); e

d) custos de administração e outros custos gerais.

20. O reconhecimento dos custos na quantia escriturada de um item do


activo fixo tangível cessa quando o item está na localização e na
condição necessárias para que seja capaz de funcionar da forma pre­
tendida pela gerência. Assim sendo, os custos incorridos na utilização
ou na reinstalação de um item não são incluídos na quantia escriturada
desse item. Por exemplo, os custos seguintes não são incluídos na
quantia escriturada de um item do activo fixo tangível:

a) custos incorridos enquanto um item capaz de funcionar da forma


pretendida pela gerência ainda não tenha sido colocado em uso ou
esteja a ser operado a uma capacidade inferior à sua capacidade
total;

b) perdas operacionais iniciais, tais como as incorridas enquanto


cresce a procura dos bens produzidos com o item; e

c) custos de relocalização ou reorganização de uma parte ou de todas


as operações de uma entidade.

21. Algumas operações ocorrem em ligação com a construção ou o de­


senvolvimento de um item do activo fixo tangível, mas não são ne­
cessárias para colocar o item na localização e na condição necessárias
para que este seja capaz de funcionar da forma pretendida pela ge­
rência. Estas operações ocasionais podem ocorrer antes ou durante as
actividades de construção ou desenvolvimento. Por exemplo, podem
ser obtidos rendimentos através do uso de um local de construção
como um parque de estacionamento até a construção ter início.
Dado que não são necessárias operações ocasionais para colocar um
item na localização e na condição necessárias para que este seja capaz
de funcionar da forma pretendida pela gerência, o rendimento e os
gastos relacionados das operações ocasionais são reconhecidos nos
lucros ou prejuízos e incluídos nas suas respectivas classificações de
rendimento ou de gasto.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 124

▼B
22. O custo de um activo construído pela própria empresa determina-se
usando os mesmos princípios quanto a um activo adquirido. Se uma
entidade produzir activos idênticos para venda no decurso normal das
operações empresariais, o custo do activo é geralmente o mesmo que
o custo de construir um activo para venda (ver IAS 2). Por isso,
quaisquer lucros internos são eliminados para chegar a tais custos.
De forma semelhante, o custo de quantias anormais de materiais, de
mão-de-obra ou de outros recursos desperdiçados incorridos na
auto-construção de um activo não é incluído no custo do activo. A
IAS 23 Custos de Empréstimos Obtidos estabelece critérios para o
reconhecimento do juro como componente da quantia escriturada de
um item do activo fixo tangível construído pela própria empresa.

Mensuração do custo
▼M1
23. O custo de um item de activo fixo tangível é equivalente ao preço a
dinheiro à data do reconhecimento. Se o pagamento for diferido para
além das condições normais de crédito, a diferença entre o equivalente
ao preço a dinheiro e o pagamento total é reconhecida como juro
durante o período de crédito a não ser que esse juro seja capitalizado
de acordo com a IAS 23.

▼B
24. Um ou mais itens do activo fixo tangível podem ser adquiridos em
troca de um activo ou activos não monetários, ou de uma combinação
de activos monetários e não monetários. A discussão seguinte
refere-se simplesmente a uma troca de um activo não monetário por
outro, mas também se aplica a todas as trocas descritas na frase
anterior. O custo de um tal item do activo fixo tangível é mensurado
pelo justo valor a não ser que a) a transacção da troca careça de
substância comercial ou b) nem o justo valor do activo recebido
nem o justo valor do activo cedido sejam fiavelmente mensuráveis.
O item adquirido é mensurado desta forma mesmo que uma entidade
não possa imediatamente desreconhecer o activo cedido. Se o item
adquirido não for mensurado pelo justo valor, o seu custo é mensu­
rado pela quantia escriturada do activo cedido.

25. Uma entidade determina se uma transacção de troca tem substância


comercial considerando a extensão em que espera que os seus futuros
fluxos de caixa sejam alterados como resultado da transacção. Uma
transacção de troca tem substância comercial se:

a) a configuração (risco, tempestividade e quantia) dos fluxos de


caixa do activo recebido diferir da configuração dos fluxos de
caixa do activo transferido; ou

b) o valor específico para a entidade relativo à parte das operações da


entidade afectada pelas alterações na transacção como resultado da
troca; e

c) a diferença na alínea a) ou b) for significativa em relação ao justo


valor dos activos trocados.

Para a finalidade de determinar se uma transacção de troca tem subs­


tância comercial, o valor específico para a entidade relativo à parte
das operações da entidade afectada pela transacção deve reflectir os
fluxos de caixa após impostos. O resultado destas análises pode ser
claro sem que uma entidade tenha de efectuar cálculos detalhados.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 125

▼M33
26. O justo valor de um activo é mensurável fiavelmente se: (a) a varia­
bilidade no conjunto de mensurações razoáveis pelo justo valor não é
significativa para esse activo; ou (b) as probabilidades das várias
estimativas no intervalo podem ser razoavelmente avaliadas e utiliza­
das ao mensurar pelo justo valor. Se uma entidade é capaz de men­
surar fiavelmente o justo valor do activo recebido ou do activo cedido,
o justo valor do activo cedido é utilizado para mensurar o custo do
activo recebido, a não ser que o justo valor do activo recebido seja
mais claramente evidente.

▼B
27. O custo de um item do activo fixo tangível detido por um locatário
segundo uma locação financeira é determinado de acordo com
a IAS 17.

28. A quantia escriturada de um item do activo fixo tangível pode ser


reduzida por subsídios governamentais de acordo com a IAS 20 Con­
tabilização dos Subsídios Governamentais e Divulgação de Apoios
Governamentais.

MENSURAÇÃO APÓS RECONHECIMENTO


29. Uma entidade deve escolher ou o modelo de custo do parágrafo 30.
ou o modelo de revalorização do parágrafo 31. como sua política
contabilística e deve aplicar essa política a uma classe inteira de
activos fixos tangíveis.

Modelo do custo
30. Após o reconhecimento como um activo, um item do activo fixo
tangível deve ser escriturado pelo seu custo menos qualquer deprecia­
ção acumulada e quaisquer perdas por imparidade acumuladas.

Modelo de revalorização
31. Após o reconhecimento como um activo, um item do activo fixo
tangível cujo justo valor possa ser mensurado fiavelmente deve ser
escriturado por uma quantia revalorizada, que é o seu justo valor à
data da revalorização menos qualquer depreciação acumulada subse­
quente e perdas por imparidade acumuladas subsequentes. As revalo­
rizações devem ser feitas com suficiente regularidade para assegurar
que a quantia escriturada não difira materialmente daquela que seria
determinada pelo uso do justo valor ►M5 no fim do período de
relato ◄.

▼M33
__________
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 126

▼B
34. A frequência das revalorizações depende das alterações nos justos
valores dos activos fixos tangíveis que estão a ser revalorizados.
Quando o justo valor de um activo revalorizado diferir materialmente
da sua quantia escriturada, é exigida uma nova revalorização. Alguns
itens do activo fixo tangível sofrem alterações significativas e voláteis
no justo valor, necessitando, por conseguinte, de revalorização anual.
Tais revalorizações frequentes são desnecessárias para itens do activo
fixo tangível apenas com alterações insignificantes no justo valor. Em
vez disso, pode ser necessário revalorizar o item apenas a cada três ou
cinco anos.

▼M33
35. Quando um elemento do activo fixo tangível for reavaliado, qualquer
depreciação acumulada à data da reavaliação é tratada de uma das
seguintes formas:

a) reexpressa proporcionalmente com a alteração na quantia escritu­


rada bruta do activo, a fim de que a quantia escriturada do activo
após a reavaliação iguale a quantia reavaliada.

Este método é muitas vezes usado quando um activo é reavaliado


por meio da aplicação de um índice para determinar o seu custo de
reposição (ver a IFRS 13).

▼B
b) eliminada contra a quantia bruta escriturada do activo e a quantia
líquida reexpressa como a quantia revalorizada do activo. Este
método é muitas vezes usado para edifícios.

A quantia do ajustamento proveniente da reexpressão ou da elimina­


ção da depreciação acumulada faz parte do aumento ou da diminuição
na quantia escriturada que seja contabilizado de acordo com os pará­
grafos 39. e 40.

36. Se um item do activo fixo tangível for revalorizado, toda a classe do


activo fixo tangível à qual pertença esse activo deve ser revalorizada.

37. Uma classe do activo fixo tangível é um agrupamento de activos de


natureza e uso semelhantes nas operações de uma entidade. O que se
segue são exemplos de classes separadas:

a) terrenos;

b) terrenos e edifícios;

c) maquinaria;

d) navios;

e) aviões;

f) veículos a motor;

g) mobiliário e suportes fixos; e

h) equipamento de escritório.

38. Os itens integrados numa classe do activo fixo tangível são revalori­
zados simultaneamente, a fim de serem evitados a revalorização se­
lectiva de activos e o relato de quantias nas demonstrações financeiras
que sejam uma mistura de custos e valores em datas diferentes. Po­
rém, uma classe de activos pode ser revalorizada numa base rotativa
desde que a revalorização da classe de activos seja concluída num
curto período e desde que as revalorizações sejam mantidas actuali­
zadas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 127

▼B
►M5 39. Se a quantia escriturada de um activo for aumentada como
resultado de uma revalorização, o aumento deve ser reconhecido em
outro rendimento integral e acumulado no capital próprio numa conta
com o título de excedente de revalorização. ◄ Contudo, o aumento
deve ser reconhecido nos lucros ou prejuízos até ao ponto em que
reverta um decréscimo de revalorização do mesmo activo previamente
reconhecido nos lucros ou prejuízos.

40. Se a quantia escriturada de um activo for diminuída como resultado


de uma revalorização, a diminuição deve ser reconhecida nos lucros
ou prejuízos. ►M5 Contudo, a diminuição deve ser reconhecida em
outro rendimento integral até ao ponto de qualquer saldo credor exis­
tente no excedente de revalorização com respeito a esse activo. A
diminuição reconhecida em outro rendimento integral reduz a quantia
acumulada no capital próprio com o título de excedente de revalori­
zação. ◄

41. O excedente de revalorização incluído no capital próprio com respeito


a um item do activo fixo tangível pode ser transferido directamente
para resultados retidos quando o activo for desreconhecido. Isto pode
implicar a transferência da totalidade do excedente quando o activo
for retirado ou alienado. Contudo, uma parte do excedente pode ser
transferida quando o activo for usado por uma entidade. Nesse caso, a
quantia do excedente transferida seria a diferença entre a depreciação
baseada na quantia escriturada revalorizada do activo e a depreciação
baseada no custo original do activo. As transferências do excedente de
revalorização para resultados retidos não são feitas através dos lucros
ou prejuízos.

42. Os efeitos dos impostos sobre o rendimento, se os houver, resultantes


da revalorização do activo fixo tangível são reconhecidos e divulgados
de acordo com a IAS 12 Impostos sobre o Rendimento.

Depreciação
43. Cada parte de um item do activo fixo tangível com um custo que seja
significativo em relação ao custo total do item deve ser depreciada
separadamente.

▼M12
44. Uma entidade imputa a quantia inicialmente reconhecida com respeito
a um item do activo fixo tangível às partes significativas deste e
deprecia separadamente cada parte. Por exemplo, pode ser apropriado
depreciar separadamente a estrutura e os motores de uma aeronave,
sejam da propriedade da entidade ou sujeitos a locação financeira. De
modo semelhante, se uma entidade adquirir activos fixos tangíveis
sujeitos a uma locação operacional na qual ela seja o locador, poderá
ser adequado depreciar separadamente quantias reflectidas no custo
desse item que sejam atribuíveis a termos de locação favoráveis ou
desfavoráveis relativamente aos termos de mercado.

▼B
45. Uma parte significativa de um item do activo fixo tangível pode ter
uma vida útil e um método de depreciação que sejam os mesmos que
a vida útil e o método de depreciação de uma outra parte significativa
do mesmo item. Essas partes podem ser agrupadas ao determinar o
custo de depreciação.

46. Na medida em que uma entidade deprecie separadamente algumas


partes de um item do activo fixo tangível, também deprecia separa­
damente o resto do item. O remanescente consiste em partes de um
item que não são individualmente significativas. Se uma entidade tiver
expectativas variadas para essas partes, podem ser necessárias técnicas
de aproximação para depreciar o remanescente de uma forma que
represente fidedignamente o padrão de consumo e/ou a vida útil des­
sas partes.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 128

▼B
47. Uma entidade pode escolher depreciar separadamente as partes de um
item que não tenham um custo que seja significativo em relação ao
custo total do item.

48. O custo de depreciação em cada período deve ser reconhecido nos


lucros ou prejuízos a menos que seja incluído na quantia escriturada
de um outro activo.

49. O custo de depreciação de um período é geralmente reconhecido nos


lucros ou prejuízos. Contudo, por vezes, os futuros benefícios econó­
micos incorporados num activo são absorvidos na produção de outros
activos. Neste caso, o custo de depreciação constitui parte do custo do
outro activo e está incluído na sua quantia escriturada. Por exemplo, a
depreciação de instalações e equipamento de fabrico é incluída nos
custos de conversão de inventários (ver IAS 2). De forma semelhante,
a depreciação de activos fixos tangíveis usados para actividades de
desenvolvimento pode ser incluída no custo de um activo intangível
reconhecido de acordo com a IAS 38 Activos Intangíveis.

Quantia depreciável e período de depreciação


50. A quantia depreciável de um activo deve ser imputada numa base
sistemática durante a sua vida útil.

51. O valor residual e a vida útil de um activo devem ser revistos pelo
menos no final de cada ano financeiro e, se as expectativas diferirem
das estimativas anteriores, a(s) alteração(ões) deve(m) ser contabiliza­
da(s) como uma alteração numa estimativa contabilística de acordo
com a IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas
Contabilísticas e Erros.

52. A depreciação é reconhecida mesmo se o justo valor do activo ex­


ceder a sua quantia escriturada, desde que o valor residual do activo
não exceda a sua quantia escriturada. A reparação e a manutenção de
um activo não evitam a necessidade de o depreciar.

53. A quantia depreciável de um activo é determinada após dedução do


seu valor residual. Na prática, o valor residual de um activo é muitas
vezes insignificante e por isso imaterial no cálculo da quantia depre­
ciável.

54. O valor residual de um activo pode aumentar até uma quantia igual ou
superior à quantia escriturada do activo. Se assim for, o custo de
depreciação do activo é zero a não ser e até que o seu valor residual
diminua posteriormente para uma quantia abaixo da quantia escritu­
rada do activo.

55. A depreciação de um activo começa quando este esteja disponível


para uso, i.e., quando estiver na localização e na condição necessárias
para que seja capaz de operar na forma pretendida pela gerência. A
depreciação de um activo cessa na data que ocorrer mais cedo entre a
data em que o activo for classificado como detido para venda (ou
incluído num grupo para alienação que seja classificado como detido
para venda) de acordo com a IFRS 5 e a data em que o activo é
desreconhecido. Portanto, a depreciação não cessa quando o activo se
tornar ocioso ou for retirado do uso activo, a não ser que o activo
esteja totalmente depreciado. Contudo, segundo os métodos de depre­
ciação pelo uso, o custo de depreciação pode ser zero enquanto não
houver produção.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 129

▼B
56. Os futuros benefícios económicos incorporados num activo são con­
sumidos por uma entidade principalmente através do seu uso. Porém,
outros factores, tais como obsolescência técnica ou comercial e des­
gaste normal enquanto um activo permaneça ocioso, dão origem mui­
tas vezes à diminuição dos benefícios económicos que poderiam ter
sido obtidos do activo. Consequentemente, todos os factores que se
seguem são considerados na determinação da vida útil de um activo:

a) uso esperado do activo. O uso é avaliado por referência à capaci­


dade ou à produção física esperadas do activo;

b) desgaste normal esperado, que depende de factores operacionais


tais como o número de turnos durante os quais o activo será usado
e o programa de reparação e manutenção, e o cuidado e a manu­
tenção do activo enquanto estiver ocioso;

c) obsolescência técnica ou comercial proveniente de alterações ou


melhoramentos na produção, ou de uma alteração na procura de
mercado para o serviço ou produto derivado do activo;

d) limites legais ou semelhantes no uso do activo, tais como as datas


de extinção de locações com ele relacionadas.

57. A vida útil de um activo é definida em termos da utilidade esperada


do activo para a entidade. A política de gestão de activos da entidade
pode envolver a alienação de activos após um período especificado ou
após consumo de uma proporção especificada dos futuros benefícios
económicos incorporados no activo. Por isso, a vida útil de um activo
pode ser mais curta do que a sua vida económica. A estimativa da
vida útil do activo é uma questão de julgamento baseado na experiên­
cia da entidade com activos semelhantes.

58. Os terrenos e edifícios são activos separáveis e são contabilizados


separadamente, mesmo quando sejam adquiridos conjuntamente.
Com algumas excepções, como as pedreiras e os locais usados
como aterros, os terrenos têm uma vida útil ilimitada, pelo que não
são depreciados. Os edifícios têm vida útil limitada e, por isso, são
activos depreciáveis. Um aumento no valor de um terreno no qual um
edifício esteja construído não afecta a determinação da quantia depre­
ciável do edifício.

59. Se o custo do terreno incluir os custos do desmantelamento, remoção


e restauro do local, essa porção do activo terreno é depreciada durante
o período de benefícios obtidos ao incorrer nesses custos. Em alguns
casos, o próprio terreno pode ter uma vida útil limitada, em cujo caso
é depreciado de modo a reflectir os benefícios a serem dele retirados.

Método de depreciação
60. O método de depreciação usado deve reflectir o modelo por que se
espera que os futuros benefícios económicos do activo sejam consu­
midos pela entidade.

61. O método de depreciação aplicado a um activo deve ser revisto pelo


menos no final de cada ano financeiro e, se existiu alguma alteração
significativa no modelo esperado de consumo dos futuros benefícios
económicos incorporados no activo, o método deve ser alterado para
reflectir o modelo alterado. Tal alteração deve ser contabilizada como
alteração numa estimativa contabilística de acordo com a IAS 8.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 130

▼B
62. Pode ser usada uma variedade de métodos de depreciação para impu­
tar a quantia depreciável de um activo numa base sistemática durante
a sua vida útil. Estes métodos incluem o método da linha recta, o
método do saldo decrescente e o método das unidades de produção. A
depreciação em linha recta resulta num débito constante durante a
vida útil do activo se o seu valor residual não se alterar. O método
do saldo decrescente resulta num débito decrescente durante a vida
útil. O método das unidades de produção resulta num débito baseado
no uso ou produção esperados. A entidade selecciona o método que
reflicta mais proximamente o modelo esperado de consumo dos futu­
ros benefícios económicos incorporados no activo. Esse método é
aplicado consistentemente de período para período a menos que
ocorra uma alteração no modelo esperado de consumo desses futuros
benefícios económicos.

Imparidade
63. Para determinar se um item do activo fixo tangível está ou não com
imparidade, uma entidade aplica a IAS 36 Imparidade de Activos.
Essa Norma explica como uma entidade revê a quantia escriturada
dos seus activos, como determina a quantia recuperável de um activo
e quando reconhece ou reverte o reconhecimento de uma perda por
imparidade.

64. [Eliminado]

Compensação por imparidade


65. A compensação de terceiros por itens do activo fixo tangível que
estiverem com imparidade, perdidos ou cedidos deve ser incluída
nos lucros ou prejuízos quando a compensação se tornar recebível.

66. Imparidades ou perdas de itens do activo fixo tangível, reivindicações


relacionadas ou pagamentos de compensação de terceiros e qualquer
aquisição ou construção posterior de activos de substituição cons­
tituem acontecimentos económicos separados que são contabilizados
separadamente como se segue:

a) as imparidades de itens do activo fixo tangível são reconhecidas de


acordo com a IAS 36;

b) o desreconhecimento de itens do activo fixo tangível retirados ou


alienados é determinado de acordo com esta Norma;

c) a compensação de terceiros por itens do activo fixo tangível que


estiverem com imparidade, perdidos ou cedidos é incluída na de­
terminação dos resultados quando a compensação se tornar rece­
bível; e

d) o custo de itens do activo fixo tangível restaurados, comprados ou


construídos como reposições é determinado de acordo com esta
Norma.

DESRECONHECIMENTO
67. A quantia escriturada de um item do activo fixo tangível deve ser
desreconhecida:

a) no momento da alienação; ou

b) quando não se esperam futuros benefícios económicos do seu uso


ou alienação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 131

▼B
68. O ganho, ou perda, decorrente do desreconhecimento de um item do
activo fixo tangível deve ser incluído nos lucros ou prejuízos quando
o item for desreconhecido (a menos que a IAS 17 exija diferentemente
numa venda e relocação). Os ganhos não devem ser classificados
como rédito.

▼M8
68.A. Contudo, uma entidade que, no decurso das suas actividades normais,
vende rotineiramente itens de activos fixos tangíveis que deteve para
locação a outras partes, deve transferir tais activos para inventários
pela sua quantia escriturada quando deixarem de ser objecto de loca­
ção e passarem a ser detidos para venda. Os proventos da venda de
tais activos devem ser reconhecidos como rédito em conformidade
com a IAS 18 Rédito. A IFRS 5 não se aplica quando os activos
detidos para venda no decurso normal da actividade empresarial são
transferidos para inventários.

69. A alienação de um item do activo fixo tangível pode ocorrer numa


variedade de formas (p. ex., por venda, por celebração de um contrato
de locação financeira ou por doação). Na determinação da data da
alienação de um item, uma entidade aplica os critérios da IAS 18 para
reconhecer o rédito da venda de bens. A IAS 17 aplica-se à alienação
por venda e relocação.

▼B
70. Se, segundo o princípio de reconhecimento do parágrafo 7., uma
entidade reconhecer na quantia escriturada de um item do activo
fixo tangível o custo de uma substituição de parte do item, então
ela desreconhece a quantia escriturada da parte substituída indepen­
dentemente de se a parte substituída tiver sido depreciada ou não
separadamente. Se não for praticável que uma entidade determine a
quantia escriturada da parte substituída, ela pode usar o custo da
substituição como indicação do custo da parte substituída que era
no momento em que foi adquirida ou construída.

71. O ganho, ou perda, decorrente do desreconhecimento de um item do


activo fixo tangível deve ser determinado como a diferença entre os
proventos líquidos da alienação, se os houver, e a quantia escriturada
do item.

72. A retribuição a receber pela alienação de um item do activo fixo


tangível é reconhecida inicialmente pelo seu justo valor. Se o paga­
mento do item for diferido, a retribuição recebida é reconhecida ini­
cialmente pelo equivalente ao preço a dinheiro. A diferença entre a
quantia nominal da retribuição e o equivalente ao preço a dinheiro é
reconhecida como rédito de juros de acordo com a IAS 18 reflectindo
o rendimento efectivo sobre a conta a receber.

DIVULGAÇÃO
73. As demonstrações financeiras devem divulgar, com respeito a cada
classe de activos fixos tangíveis:

a) os critérios de mensuração usados para determinar a quantia es­


criturada bruta;

b) os métodos de depreciação usados;

c) as vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas;

d) a quantia escriturada bruta e a depreciação acumulada (agregada


com as perdas por imparidade acumuladas) no início e no fim do
período; e

e) uma reconciliação da quantia escriturada no início e no fim do


período mostrando:

i) adições,
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 132

▼B
ii) activos classificados como detidos para venda ou incluídos
num grupo para alienação classificado como detido para
venda de acordo com a IFRS 5 e outras alienações,

iii) aquisições por intermédio de concentrações de actividades


empresariais,

iv) aumentos ou reduções resultantes de revalorizações segundo


os parágrafos 31., 39. e 40. e de perdas por imparidade
►M5 reconhecidas ou revertidas em outro rendimento inte­
gral ◄ de acordo com a IAS 36,

v) perdas por imparidade reconhecidas nos lucros ou prejuízos


de acordo com a IAS 36,

vi) perdas por imparidade revertidas nos lucros ou prejuízos de


acordo com a IAS 36,

vii) depreciações,

viii) as diferenças cambiais líquidas resultantes da transposição das


demonstrações financeiras da moeda funcional para uma
moeda de apresentação diferente, incluindo a transposição
de uma operação estrangeira para a moeda de apresentação
da entidade que relata, e

ix) outras alterações.

74. As demonstrações financeiras devem também divulgar:

a) a existência e quantias de restrições de titularidade e activos fixos


tangíveis que sejam dados como garantia de passivos;

b) a quantia de dispêndios reconhecida na quantia escriturada de um


item do activo fixo tangível no decurso da sua construção;

c) a quantia de compromissos contratuais para aquisição de activos


fixos tangíveis; e

d) se não for divulgada separadamente ►M5 na demonstração do


rendimento integral ◄, a quantia de compensação de terceiros por
itens do activo fixo tangível que estiverem com imparidade, per­
didos ou cedidos que seja incluída nos lucros ou prejuízos.

75. A selecção do método de depreciação e a estimativa da vida útil dos


activos são questões de julgamento. Por isso, a divulgação dos méto­
dos adoptados e da estimativa das vidas úteis ou das taxas de depre­
ciação proporciona aos utentes das demonstrações financeiras infor­
mação que lhes permite passar em revista as políticas seleccionadas
pela gerência e facilita comparações com outras entidades. Por razões
semelhantes, é necessário divulgar:

a) a depreciação, quer reconhecida nos lucros ou prejuízos, quer


como parte de um custo de outros activos, durante um período; e

b) a depreciação acumulada no final do período.

76. De acordo com a IAS 8, uma entidade divulga a natureza e o efeito de


uma alteração numa estimativa contabilística que tenha um efeito no
período corrente ou se espera que tenha um efeito nos períodos pos­
teriores. Relativamente aos activos fixos tangíveis, tal divulgação pode
resultar de alterações nas estimativas com respeito a:

a) valores residuais;

b) os custos estimados de desmantelamento, remoção ou restauro de


itens do activo fixo tangível;

c) vidas úteis; e

d) métodos de depreciação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 133

▼M33
77. Se elementos do activo fixo tangível forem expressos por quantias
reavaliadas, deve ser divulgado o seguinte, apara além das divul­
gações exigidas pela IFRS 13:

▼B
a) a data de eficácia da revalorização;

b) se esteve ou não envolvido um avaliador independente;

▼M33
c) [suprimida]

d) [suprimida]

▼B
e) para cada classe de activo fixo tangível revalorizada, a quantia
escriturada que teria sido reconhecida se os activos tivessem sido
escriturados de acordo com o modelo de custo; e

f) o excedente de revalorização, indicando a alteração do período e


quaisquer restrições na distribuição do saldo aos accionistas.

78. De acordo com a IAS 36, uma entidade divulga informação sobre
activos fixos tangíveis com imparidade adicionalmente à informação
exigida pelo parágrafo 73.e) iv)-vi).

79. Os utentes das demonstrações financeiras também poderão entender


que a informação seguinte é relevante para as suas necessidades:

a) a quantia escriturada do activo fixo tangível que esteja tempora­


riamente ocioso;

b) a quantia escriturada bruta de qualquer activo fixo tangível total­


mente depreciado que ainda esteja em uso;

c) a quantia escriturada de activos fixos tangíveis retirados de uso


activo e não classificados como detidos para venda de acordo com
a IFRS 5; e

d) quando o modelo de custo for usado, o justo valor do activo fixo


tangível quando este for materialmente diferente da quantia escri­
turada.

Por isso, as entidades são encorajadas a divulgar estas quantias.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
80. Os requisitos dos parágrafos 24.-26. relativos à mensuração inicial de
um item do activo fixo tangível adquirido numa troca de activos
devem ser aplicados prospectivamente apenas a futuras transacções.

DATA DE EFICÁCIA
81. Uma entidade deve aplicar esta Norma aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2005. É encorajada a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar esta Norma a um período que tenha início
antes de 1 de Janeiro de 2005, ela deve divulgar esse facto.

81.A. Uma entidade deve aplicar a emenda do parágrafo 3. aos períodos


anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2006. Se uma entidade
aplicar a IFRS 6 a um período anterior, essas emendas deverão ser
aplicadas a esse período anterior.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 134

▼M5
81.B. A IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como re­
vista em 2007) emendou a terminologia usada nas IFRS. Além disso,
emendou os parágrafos 39, 40 e 73(e)(iv). Uma entidade deve aplicar
estas emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de Ja­
neiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a
um período anterior, as emendas deverão ser aplicadas a esse período
anterior.
▼M12
81.C. A IFRS 3 Concentrações de Actividades Empresariais (conforme
revista pelo International Accounting Standards Board em 2008)
emendou o parágrafo 44. Uma entidade deve aplicar essa emenda
aos períodos anuais com início em ou após 1 de Julho de 2009. Se
uma entidade aplicar a IFRS 3 (revista em 2008) a um período ante­
rior, a emenda também deve ser aplicada a esse período anterior.
▼M8
81.D. Os parágrafos 6 e 69 foram alterados e o parágrafo 68A foi adicio­
nado com base no documento Melhoramentos introduzidos nas IFRS,
emitido em Maio de 2008. Uma entidade deve aplicar estas emendas
aos períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. É
permitida a aplicação mais cedo. Caso uma entidade aplique estas
emendas relativamente a um período anterior, deve divulgar esse facto
e aplicar simultaneamente as emendas correspondentes à IAS 7 De­
monstrações dos Fluxos de Caixa.
81.E. O parágrafo 5 foi alterado com base no documento Melhoramentos
introduzidos nas IFRS, emitido em Maio de 2008. Uma entidade deve
aplicar esta emenda prospectivamente aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2009. É permitida a aplicação mais cedo,
se uma entidade aplicar ao mesmo tempo as emendas aos parágrafos
8, 9, 22, 48, 53, 53A, 53B, 54, 57 e 85B da IAS 40. Se uma entidade
aplicar a emenda a um período anterior, deve divulgar esse facto.
▼M33
81.F. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou a definição de justo
valor no parágrafo 6, emendou os parágrafos 26, 35 e 77 e suprimiu
os parágrafos 32 e 33. Uma entidade deve aplicar estas emendas
quando aplicar a IFRS 13.
▼M36
81.G. O documento Melhoramentos anuais - ciclo 2009 - 2011, emitido em
maio de 2012, emendou o parágrafo 8. Uma entidade deve aplicar
essa emenda retrospetivamente em conformidade com a IAS 8 Polí­
ticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Er­
ros aos períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2013.
É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar a emenda
a um período anterior, deve divulgar esse facto.
▼B

RETIRADA DE OUTRAS TOMADAS DE POSIÇÃO


82. Esta Norma substitui a IAS 16 Activos Fixos Tangíveis (revista em
1998).
83. Esta Norma substitui as seguintes Interpretações:
a) SIC-6 Custos de Modificar Programas Existentes de Computado­
res;
b) SIC-14 Activos Fixos Tangíveis — Compensação para a Impari­
dade ou Perda de Itens; e
c) SIC-23 Activos Fixos Tangíveis — Custos de Inspecção Importante
ou de Revisão Geral.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 135

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 17

Locações

OBJECTIVO
1. O objectivo desta Norma é o de prescrever, para locatários e locado­
res, as políticas contabilísticas e divulgações apropriadas a aplicar em
relação a locações.

ÂMBITO
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de todas as locações
que não sejam:

a) locações para explorar ou usar minérios, petróleo, gás natural e


recursos similares não regeneráveis; e

b) acordos de licenciamentos para itens tais como fitas cinematográ­


ficas, registos de vídeo, peças de teatro, manuscritos, patentes e
direitos de autor (copyrights).

Contudo, esta Norma não deve ser aplicada como base de mensuração
para:

a) propriedade detida por locatários que seja contabilizada como proprie­


dade de investimento (ver IAS 40 Propriedades de Investimento);

b) propriedade de investimento proporcionada por locadores sob a


forma de locações operacionais (ver IAS 40);

c) activos biológicos detidos por locatários segundo locações finan­


ceiras (ver IAS 41 Agricultura); ou

d) activos biológicos proporcionados por locadores segundo locações


operacionais (ver IAS 41).

3. Esta Norma aplica-se a acordos que transfiram o direito de usar ac­


tivos mesmo que serviços substanciais pelo locador possam ser postos
em conexão com o funcionamento ou manutenção de tais activos. Esta
Norma não se aplica a acordos que sejam contratos de serviços que
não transfiram o direito de usar activos de uma parte contratante para
a outra.

DEFINIÇÕES
4. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Uma locação é um acordo pelo qual o locador transmite ao locatário


em troca de um pagamento ou série de pagamentos o direito de usar
um activo por um período de tempo acordado.

Uma locação financeira é uma locação que transfere substancialmente


todos os riscos e vantagens inerentes à propriedade de um activo. O
título de propriedade pode ou não ser eventualmente transferido.

Uma locação operacional é uma locação que não seja uma locação
financeira.

Uma locação não cancelável é uma locação que é apenas cancelável:

a) após a ocorrência de alguma contingência remota;

b) com a permissão do locador;


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▼B
c) se o locatário celebrar uma nova locação para o mesmo activo ou
para um activo equivalente com o mesmo locador; ou

d) após o pagamento pelo locatário de uma quantia adicional tal que,


no início da locação, a continuação da locação seja razoavelmente
certa.

O início da locação é a mais antiga de entre a data do acordo de


locação e a data de um compromisso assumido pelas partes quanto às
principais disposições da locação. Nesta data:

a) uma locação é classificada como uma locação financeira ou uma


locação operacional; e

b) no caso de uma locação financeira, as quantias a reconhecer no


começo do prazo da locação estão determinadas.

O começo do prazo da locação é a data a partir da qual o locatário


passa a poder exercer o seu direito de usar o activo locado. É a data
do reconhecimento inicial da locação (i.e., o reconhecimento dos ac­
tivos, passivos, rendimento ou gastos resultantes da locação, conforme
for apropriado).

O prazo da locação é o período não cancelável pelo qual o locatário


contratou locar o activo juntamente com quaisquer termos adicionais
pelos quais o locatário tem a opção de continuar a locar o activo, com
ou sem pagamento adicional, quando no início da locação for razoa­
velmente certo que o locatário irá exercer a opção.

Pagamentos mínimos da locação são os pagamentos durante o prazo


da locação que o locatário faça, ou que lhe possam ser exigidos que
faça, excluindo a renda contingente, custos relativos a serviços e
impostos a serem pagos pelo, e reembolsados ao, locador, juntamente
com:

a) para um locatário, quaisquer quantias garantidas pelo locatário ou


por uma parte relacionada com o locatário; ou

b) para um locador, qualquer valor residual garantido ao locador por:

i) o locatário,

ii) uma parte relacionada com o locatário, ou

iii) um terceiro não relacionado com o locador que seja financei­


ramente capaz de dar cumprimento às obrigações segundo a
garantia.

Contudo, se o locatário tiver a opção de comprar o activo por um


preço que se espera que seja suficientemente mais baixo do que o
justo valor na data em que a opção se torne exercível, para que, no
início da locação, seja razoavelmente certo que a opção será exercida,
os pagamentos mínimos da locação compreendem os pagamentos
mínimos a pagar durante o prazo da locação até à data esperada do
exercício desta opção de compra e o pagamento necessário para exer­
cer esta opção de compra.

Justo valor é a quantia pela qual um activo podia ser trocado, ou um


passivo liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso numa
transacção em que não existe relacionamento entre elas.

Vida económica é ou:

a) o período durante o qual se espera que um activo seja economi­


camente utilizável por um ou mais utentes; ou

b) o número de unidades de produção ou similares que se espera que


seja obtido a partir do activo por um ou mais utentes.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 137

▼B
Vida útil é o período remanescente estimado, a partir do começo do
prazo da locação, sem limitação pelo prazo da locação, durante o qual
se espera que os benefícios económicos incorporados no activo sejam
consumidos pela entidade.

Valor residual garantido é:

a) para um locatário, a parte do valor residual que seja garantida pelo


locatário ou por uma parte relacionada com o locatário (sendo a
quantia da garantia a quantia máxima que possa, em qualquer caso,
tornar-se pagável); e

b) para um locador, a parte do valor residual que seja garantida pelo


locatário ou por um terceiro não relacionado com o locador que
seja financeiramente capaz de satisfazer as obrigações cobertas
pela garantia.

Valor residual não garantido é a parte do valor residual do activo


locado, cuja realização pelo locador não esteja assegurada ou esteja
unicamente garantida por uma parte relacionada com o locador.

Custos directos iniciais são custos incrementais que são directamente


atribuíveis à negociação e aceitação de uma locação, excepto os cus­
tos incorridos pelos locadores fabricantes ou negociantes.

Investimento bruto na locação é o agregado de:

a) os pagamentos mínimos da locação a receber pelo locador segundo


uma locação financeiro; e

b) qualquer valor residual não garantido que acresça ao locador.

Investimento líquido na locação é o investimento bruto na locação


descontado à taxa de juro implícita na locação.

Rendimento financeiro não obtido é a diferença entre:

a) o investimento bruto na locação; e

b) o investimento líquido na locação.

A taxa de juro implícita na locação é a taxa de desconto que, no


início da locação, faz com que o valor presente agregado de: a) os
pagamentos mínimos da locação; e b) o valor residual não garantido
seja igual à soma i) do justo valor do activo locado e ii) de quaisquer
custos directos iniciais do locador.

A taxa de juro incremental de financiamento do locatário é a taxa de


juro que o locatário teria de pagar numa locação semelhante ou, se
isso não for determinável, a taxa em que, no início da locação, o
locatário incorreria ao pedir emprestado por um prazo semelhante, e
com uma segurança semelhante, os fundos necessários para comprar o
activo.

Renda contingente é a parte dos pagamentos da locação que não seja


de quantia fixada mas antes baseada na futura quantia de um factor
que se altera sem ser pela passagem do tempo (por exemplo, percen­
tagem de futuras vendas, quantidade de futuro uso, futuros índices de
preços, futuras taxas de juro do mercado).

5. Um acordo ou compromisso de locação pode incluir uma disposição


para ajustar os pagamentos da locação devido a alterações na cons­
trução ou no custo de aquisição da propriedade locada ou devido a
alterações numa outra mensuração do custo ou valor, tal como níveis
de preço gerais, ou nos custos de financiamento da locação por parte
do locador, durante o período entre o início da locação e o começo do
prazo de locação. Se assim for, para a finalidade desta Norma, o efeito
de tais alterações deve ser considerado como tendo ocorrido no início
da locação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 138

▼B
6. A definição de uma locação inclui contratos para o aluguer de um
activo que contenha uma disposição que dê àquele que toma de
aluguer uma opção para adquirir o direito ao activo após o cumpri­
mento das condições acordadas. Estes contratos são por vezes conhe­
cidos como contratos de aluguer — compra a prazo.

▼M33
6A. A IAS 17 utiliza a expressão «justo valor» de uma forma que difere
em alguns aspectos da definição de justo valor constante da IFRS 13
Mensuração pelo Justo Valor. Assim, quando aplicar a IAS 17 uma
entidade mensura o justo valor de acordo com a IAS 17, não de
acordo com a IFRS 13.

▼B

CLASSIFICAÇÃO DE LOCAÇÕES
7. A classificação de locações adoptada nesta Norma baseia-se na ex­
tensão até à qual os riscos e vantagens inerentes à propriedade de um
activo locado permanecem no locador ou no locatário. Os riscos
incluem as possibilidades de perdas devidas a capacidade ociosa ou
obsolescência tecnológica e de variações no retorno por causa das
alterações nas condições económicas. As vantagens podem ser repre­
sentadas pela expectativa de funcionamento lucrativo durante a vida
económica do activo e de ganhos derivados de aumentos de valor ou
de realização de um valor residual.

8. Uma locação é classificada como uma locação financeira se ela trans­


ferir substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à proprie­
dade. Uma locação é classificada como uma locação operacional se
ela não transferir substancialmente todos os riscos e vantagens ineren­
tes à propriedade.

9. Dado que a transacção entre um locador e um locatário se baseia num


acordo de locação entre eles, é apropriado usar definições consisten­
tes. A aplicação destas definições às diferentes circunstâncias do lo­
cador e do locatário pode fazer com que a mesma locação seja clas­
sificada de forma diferente por ambos. Por exemplo, este pode ser o
caso se o locador beneficiar de uma garantia de valor residual pro­
porcionada por uma parte não relacionada com o locatário.

10. Se uma locação é uma locação financeira ou uma locação operacional


depende da substância da transacção e não da forma do contrato (1).
Exemplos de situações que individualmente ou em combinação leva­
riam normalmente a que uma locação fosse classificada como locação
financeira são:

a) a locação transfere a propriedade do activo para o locatário no fim


do prazo da locação;

b) o locatário tem a opção de comprar o activo por um preço que se


espera que seja suficientemente mais baixo do que o justo valor à
data em que a opção se torne exercível, para que, no início da
locação, seja razoavelmente certo que a opção será exercida;

c) o prazo da locação refere-se à maior parte da vida económica do


activo mesmo que o título não seja transferido;

d) no início da locação, o valor presente dos pagamentos mínimos da


locação ascende a pelo menos substancialmente todo o justo valor
do activo locado; e

(1) Ver também a SIC-27 Avaliação da Substância de Transacções que Envolvam a Forma
Legal de uma Locação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 139

▼B
e) os activos locados são de uma tal natureza especializada que ape­
nas o locatário os pode usar sem grandes modificações.

11. Os indicadores de situações que individualmente ou em combinação


também podem levar a que uma locação seja classificada como loca­
ção financeira são:

a) se o locatário puder cancelar a locação, as perdas do locador


associadas ao cancelamento são suportadas pelo locatário;

b) os ganhos ou as perdas da flutuação no justo valor do residual


acrescem ao locatário (por exemplo, na forma de um abatimento na
renda que iguale a maior parte dos proventos das vendas no fim da
locação); e

c) o locatário tem a capacidade de continuar a locação por um pe­


ríodo secundário com uma renda que seja substancialmente inferior
à renda do mercado.

12. Os exemplos e indicadores enunciados nos parágrafos 10. e 11. nem


sempre são conclusivos. Se for claro com base noutras características
que a locação não transfere substancialmente todos os riscos e vanta­
gens inerentes à propriedade, a locação é classificada como locação
operacional. Por exemplo, pode ser o caso se a propriedade do activo
se transferir no final da locação mediante um pagamento variável
igual ao seu justo valor no momento, ou se existirem rendas contin­
gentes, como resultado das quais o locatário não tem substancialmente
todos os riscos e vantagens.

13. A classificação da locação é feita no início da locação. Se em qual­


quer altura o locatário e o locador concordarem em modificar as
disposições da locação, excepto por renovação da locação, de tal
maneira que resultasse numa classificação diferente da locação se­
gundo os critérios enunciados nos parágrafos 7.-12. caso os termos
alterados tivessem estado em vigor no início da locação, o acordo
revisto é considerado como um novo acordo durante o seu prazo.
Contudo, as alterações nas estimativas (por exemplo, alterações nas
estimativas relativas à vida económica ou ao valor residual da pro­
priedade locada) ou as alterações nas circunstâncias (por exemplo,
incumprimento por parte do locatário) não originam uma nova clas­
sificação de uma locação para finalidades contabilísticas.

▼M22
__________

15.A. Quando uma locação inclui tanto o elemento terrenos como o ele­
mento edifícios, uma entidade avalia a classificação de cada elemento
como uma locação financeira ou operacional separadamente em con­
formidade com os parágrafos 7–13. Ao determinar se o elemento
terreno é uma locação operacional ou financeira, uma consideração
importante a ter é que o terreno tem normalmente uma vida econó­
mica indefinida.

▼B
16. Sempre que for necessário para classificar e contabilizar uma locação
de terrenos e edifícios, os pagamentos mínimos da locação (incluindo
qualquer pagamento global à cabeça) são imputados entre os elemen­
tos terreno e edifícios em proporção aos justos valores relativos dos
interesses do detentor da locação no elemento terreno e no elemento
edifícios da locação no início da locação. Se os pagamentos da loca­
ção não puderem ser fiavelmente imputados entre estes dois elemen­
tos, a totalidade da locação é classificada como locação financeira, a
não ser que seja claro que ambos os elementos são locações opera­
cionais, em cujo caso a totalidade da locação é classificada como
locação operacional.
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▼B
17. Para uma locação de terrenos e edifícios na qual a quantia que seria
inicialmente reconhecida para o elemento terrenos, de acordo com o
parágrafo 20., seja imaterial, os terrenos e os edifícios podem ser
tratados como uma única unidade para a finalidade da classificação
da locação e classificados como locação financeira ou operacional de
acordo com os parágrafos 7.-13. Em tal caso, a vida económica dos
edifícios é considerada como a vida económica da totalidade do activo
locado.

18. A gestão separada dos elementos terrenos e edifícios não é exigida


quando os interesses do locatário tanto com os terrenos como com os
edifícios forem classificados como propriedade de investimento de
acordo com a IAS 40 e for adoptado o modelo do justo valor. Apenas
são necessários cálculos pormenorizados para esta avaliação se a
classificação de um ou ambos os elementos não for incerta.

19. De acordo com a IAS 40, é possível a um locatário classificar um


interesse de propriedade detido mediante uma locação operacional
como propriedade de investimento. Se assim fizer, o interesse da
propriedade é contabilizado como se fosse uma locação financeira e,
além disso, o modelo do justo valor é usado para o reconhecimento
do activo. O locatário deve continuar a contabilizar a locação como
locação financeira, mesmo que um evento posterior altere a natureza
do interesse de propriedade do locatário de forma que já não esteja
classificado como propriedade de investimento. É este o caso se, por
exemplo, o locatário:

a) ocupar a propriedade, a qual seja depois transferida para proprie­


dade ocupada pelo proprietário por um custo considerado igual ao
seu justo valor à data da alteração no uso; ou

b) conceder uma sublocação que transfira substancialmente todos os


riscos e vantagens inerentes à propriedade do interesse para uma
terceira parte não relacionada. Uma tal sublocação é contabilizada
pelo locatário como locação financeira a um terceiro, embora possa
ser contabilizada como locação operacional pelo terceiro.

LOCAÇÕES NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DE LOCATÁRIOS

Locações financeiras

Reconhecimento inicial
20. No começo do prazo de locação, os locatários devem reconhecer as
locações financeiras como activos e passivos ►M5 nas suas demons­
trações da posição financeira ◄ por quantias iguais ao justo valor da
propriedade locada ou, se inferior, ao valor presente dos pagamentos
mínimos da locação, cada um determinado no início da locação. A
taxa de desconto a usar no cálculo do valor presente dos pagamentos
mínimos da locação é a taxa de juro implícita na locação, se for
praticável determinar essa taxa; se não for, deve ser usada a taxa
incremental de financiamento do locatário. Quaisquer custos directos
iniciais do locatário são adicionados à quantia reconhecida como ac­
tivo.

21. As transacções e outros acontecimentos são contabilizados e apresen­


tados de acordo com a sua substância e realidade financeira e não
meramente com a sua forma legal. Embora a forma legal de um
acordo de locação seja a de que o locatário não possa adquirir o título
legal do activo locado, no caso das locações financeiras, a substância
e a realidade financeira são as de que o locatário adquire os benefícios
económicos do uso do activo locado durante a maior parte da sua vida
económica em troca da celebração de uma obrigação de pagar por tal
direito uma quantia que se aproxima, no início da locação, do justo
valor do activo e do respectivo encargo financeiro.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 141

▼B
22. Se tais transacções de locação não forem reflectidas ►M5 na de­
monstração da posição financeira ◄ do locatário, os recursos econó­
micos e o nível de obrigações de uma entidade estão subexpressos,
distorcendo dessa forma os rácios financeiros. É por isso apropriado
que uma locação financeira seja reconhecida ►M5 na demonstração
da posição financeira ◄ do locatário não só como um activo mas
também como uma obrigação de pagar futuros pagamentos da loca­
ção. No começo do prazo da locação, o activo e o passivo dos futuros
pagamentos da locação são reconhecidos ►M5 na demonstração da
posição financeira ◄ pelas mesmas quantias excepto no caso de
quaisquer custos directos iniciais do locatário que sejam adicionados
à quantia reconhecida como activo.

23. Não é apropriado que os passivos por activos locados sejam apresen­
tados nas demonstrações financeiras como uma dedução dos activos
locados. Se para a apresentação de passivos na face ►M5 da de­
monstração da posição financeira ◄ for feita uma distinção entre
passivos correntes e não correntes, a mesma distinção deve ser feita
para os passivos da locação.

24. São frequentemente incorridos custos directos iniciais em ligação com


actividades específicas de uma locação, tais como o negociar e garan­
tir acordos de locação. Os custos identificados como directamente
atribuíveis a actividades executadas pelo locatário para uma locação
financeira são adicionados à quantia reconhecida como um activo.

Mensuração subsequente
25. Os pagamentos mínimos da locação devem ser repartidos entre o
encargo financeiro e a redução do passivo pendente. O encargo finan­
ceiro deve ser imputado a cada período durante o prazo da locação de
forma a produzir uma taxa de juro periódica constante sobre o saldo
remanescente do passivo. As rendas contingentes devem ser debitadas
como gastos nos períodos em que foram incorridas.

26. Na prática, ao imputar o encargo financeiro aos períodos durante o


prazo da locação, um locatário pode usar uma determinada forma de
aproximação para simplificar os cálculos.

27. Uma locação financeira dá origem a um gasto de depreciação relativo


a activos depreciáveis, assim como um gasto financeiro para cada
período contabilístico. A política de depreciação para os activos loca­
dos depreciáveis deve ser consistente com a dos activos depreciáveis
que se possuam e a depreciação reconhecida deve ser calculada de
acordo com a IAS 16 Activos Fixos Tangíveis e a IAS 38 Activos
Intangíveis. Se não houver certeza razoável de que o locatário virá a
obter a propriedade no fim do prazo da locação, o activo deve ser
totalmente depreciado durante o prazo da locação ou da sua vida útil,
o que for mais curto.

28. A quantia depreciável de um activo locado é imputada a cada período


contabilístico durante o período de uso esperado numa base sistemá­
tica consistente com a política de depreciação que o locatário adopte
para os activos depreciáveis de que seja proprietário. Se houver cer­
teza razoável de que o locatário virá a obter a propriedade no fim do
prazo da locação, o período de uso esperado é a vida útil do activo;
caso contrário, o activo é depreciado durante o prazo da locação ou da
sua vida útil, dos dois o mais curto.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 142

▼B
29. A soma do gasto de depreciação do activo e do gasto financeiro do
período é raramente a mesma que a dos pagamentos da locação a
pagar durante o período, sendo, por isso, inadequado simplesmente
reconhecer os pagamentos da locação a pagar como um gasto. Por
conseguinte, é improvável que o activo e o passivo relacionado sejam
de quantia igual após o começo do prazo da locação.

30. Para determinar se um activo locado ficou em imparidade, uma enti­


dade aplica a IAS 36 Imparidade de Activos.

31. Os locatários, além de cumprir os requisitos da IFRS 7 Instrumentos


Financeiros: Divulgações, devem fazer as seguintes divulgações rela­
tivas a locações operacionais:

a) para cada categoria de activo, a quantia escriturada líquida


►M5 no fim do período de relato ◄;

b) uma reconciliação entre o total dos futuros pagamentos mínimos


da locação ►M5 no fim do período de relato ◄ e o seu valor
presente. Além disso, uma entidade deve divulgar o total dos
futuros pagamentos mínimos da locação ►M5 no fim do período
de relato ◄, e o seu valor presente, para cada um dos seguintes
períodos:

i) não mais de um ano,

ii) mais de um ano e não mais de cinco anos,

iii) mais de cinco anos;

c) as rendas contingentes reconhecidas como um gasto durante o


período;

d) o total dos futuros pagamentos mínimos de sublocação que se


espera que sejam recebidos nas sublocações não canceláveis
►M5 no fim do período de relato ◄;

e) uma descrição geral dos acordos de locação materiais do locatário


incluindo, mas sem limitação, o seguinte:

i) a base pela qual é determinada a renda contingente a pagar,

ii) a existência e termos de renovação ou de opções de compra e


cláusulas de escalonamento, e

iii) restrições impostas por acordos de locação, tais como as que


respeitem a dividendos, dívida adicional, e posterior locação.

32. Além disso, os requisitos de divulgação de acordo com a IAS 16, a


IAS 36, a IAS 38, a IAS 40 e a IAS 41 aplicam-se a locatários por
activos locados segundo locações financeiras.

Locações operacionais
33. Os pagamentos da locação segundo uma locação operacional devem
ser reconhecidos como um gasto numa base de linha recta durante o
prazo da locação salvo se uma outra base sistemática for mais repre­
sentativa do modelo temporal do benefício do utente (1).

34. Para as locações operacionais, os pagamentos da locação (excluindo


os custos de serviços tais como seguros e manutenção) são reconhe­
cidos como um gasto numa base de linha recta salvo se uma outra
base sistemática for representativa do modelo temporal do benefício
do utente, mesmo que os pagamentos não forem feitos nessa base.

(1) Ver também a SIC-15 Locações Operacionais — Incentivos.


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 143

▼B
35. Os locatários, além de cumprir os requisitos da IFRS 7, devem fazer
as seguintes divulgações relativas a locações operacionais:

a) o total dos futuros pagamentos mínimos da locação nas locações


operacionais não canceláveis para cada um dos seguintes períodos:

i) não mais de um ano,

ii) mais de um ano e não mais de cinco anos,

iii) mais de cinco anos;

b) o total dos futuros pagamentos mínimos de sublocação que se


espera que sejam recebidos nas sublocações não canceláveis
►M5 no fim do período de relato ◄;

c) pagamentos de locação e de sublocação reconhecidos como um


gasto do período, com quantias separadas para pagamentos míni­
mos de locação, rendas contingentes, e pagamentos de sublocação;

d) uma descrição geral dos acordos de locação significativos do lo­


catário incluindo, mas sem limitação, o seguinte:

i) a base pela qual é determinada a renda contingente a pagar,

ii) a existência e termos de renovação ou de opções de compra e


cláusulas de escalonamento, e

iii) restrições impostas por acordos de locação, tais como as que


respeitem a dividendos, dívida adicional, e posterior locação.

LOCAÇÕES NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DE LOCADORES

Locações financeiras

Reconhecimento inicial
36. Os locadores devem reconhecer os activos detidos segundo uma loca­
ção financeira ►M5 nas suas demonstrações da posição financeira ◄
e apresentá-los como uma conta a receber por uma quantia igual ao
investimento líquido na locação.

37. Substancialmente, numa locação financeira, todos os riscos e vanta­


gens inerentes à propriedade legal são transferidos pelo locador, e por
conseguinte os pagamentos da locação a receber são tratados pelo
locador como reembolso de capital e rendimento financeiro para reem­
bolsar e recompensar o locador pelo seu investimento e serviços.

38. Os custos directos iniciais são muitas vezes incorridos por locadores e
incluem quantias como comissões, honorários legais e custos internos
que sejam incrementais e directamente atribuíveis à negociação e
aceitação da locação. Excluem gastos gerais tais como aqueles que
são incorridos por uma equipa de vendas e marketing. Para locações
financeiras que não sejam as que envolvem locadores fabricantes ou
negociantes, os custos directos iniciais são incluídos na mensuração
inicial da conta a receber de locação financeira e reduzem a quantia de
rendimento reconhecida durante o prazo da locação. A taxa de juro
implícita na locação é definida de tal forma que os custos directos
iniciais são automaticamente incluídos na conta a receber de locação
financeira; não há necessidade de os adicionar separadamente. Os
custos incorridos pelos locadores fabricantes ou negociantes em liga­
ção com a negociação e aceitação de uma locação estão excluídos da
definição de custos directos iniciais. Como resultado, são excluídos do
investimento líquido na locação e são reconhecidos como um gasto
quando o lucro da venda for reconhecido, o que para uma locação
financeira é normalmente no começo do prazo da locação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 144

▼B
Mensuração subsequente
39. O reconhecimento do rendimento financeiro deve basear-se num mo­
delo que reflicta uma taxa de retorno periódica constante sobre o
investimento líquido do locador na locação financeira.

40. Um locador tem a intenção de imputar o rendimento financeiro du­


rante o prazo da locação numa base sistemática e racional. Esta im­
putação do rendimento baseia-se num modelo que reflecte um retorno
periódico constante sobre o investimento líquido do locador na loca­
ção financeira. Os pagamentos da locação relacionados com o perío­
do, excluindo os custos de serviços, são aplicados ao investimento
bruto na locação não só para reduzir o capital mas também o rendi­
mento financeiro não obtido.

41. São regularmente revistos os valores residuais estimados não garanti­


dos usados no cálculo do investimento bruto do locador numa loca­
ção. Se tiver havido uma redução no valor residual estimado não
garantido, é revista a imputação do rendimento durante o prazo da
locação e é imediatamente reconhecida qualquer redução no que res­
peita a quantias acrescidas.

41.A. Um activo envolvido numa locação financeira que esteja classificado


como detido para venda (ou incluído num grupo para alienação que
esteja classificado como detido para venda) de acordo com a IFRS 5
Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais
Descontinuadas deve ser contabilizado de acordo com essa IFRS.

42. Os locadores fabricantes ou negociantes devem reconhecer lucros ou


prejuízos de venda no período, de acordo com a política seguida pela
entidade para vendas sem condições especiais. Se forem fixadas taxas
de juro artificialmente baixas, o lucro de venda deve ser restrito ao
que se aplicaria se uma taxa de juro do mercado fosse debitada. Os
custos incorridos pelos locadores fabricantes ou negociantes em liga­
ção com a negociação e aceitação de uma locação devem ser reco­
nhecidos como um gasto quando o lucro da venda for reconhecido.

43. Os fabricantes ou comerciantes oferecem muitas vezes a clientes a


escolha entre comprar ou locar um activo. Uma locação financeira
de um activo por um locador fabricante ou negociante dá origem a
dois tipos de rendimento:

a) os lucros ou prejuízos equivalentes aos lucros ou prejuízos resul­


tantes de uma venda sem condições especiais do activo a ser
locado, a preços normais de venda, reflectindo quaisquer descontos
aplicáveis de quantidade ou comerciais; e

b) rendimento financeiro durante o prazo da locação.

44. O rédito de vendas reconhecido no começo do prazo da locação por


um locador fabricante ou negociante é o justo valor do activo, ou, se
for inferior, o valor presente dos pagamentos mínimos da locação que
acresça ao locador, calculado a uma taxa de juro do mercado. O custo
de venda reconhecido no começo do prazo da locação é o custo, ou a
quantia escriturada se diferente, da propriedade locada menos o valor
presente do valor residual não garantido. A diferença entre o rédito da
venda e o custo de venda é o lucro da venda, que é reconhecido de
acordo com a política seguida pela entidade para as vendas sem
condições especiais.

45. Os locadores fabricantes ou negociantes indicam por vezes taxas de


juro artificialmente baixas a fim de atrair clientes. O uso de tal taxa
resultaria numa parte excessiva do rendimento total da transacção a
ser reconhecida no momento da venda. Se forem fixadas taxas de juro
artificialmente baixas, o lucro de venda fica restrito ao que se aplicaria
se fosse debitada uma taxa de juro do mercado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 145

▼B
46. Os custos incorridos por um locador fabricante ou negociante em
ligação com a negociação e aceitação de uma locação financeira são
reconhecidos como um gasto no começo do prazo da locação porque
estão principalmente relacionados com a obtenção do lucro de venda
do fabricante ou do negociante.

47. Os locadores, além de cumprir os requisitos da IFRS 7, devem fazer


as seguintes divulgações para locações financeiras:

a) uma reconciliação entre o investimento bruto na locação ►M5 no


fim do período de relato ◄ e o valor presente dos pagamentos
mínimos da locação a receber ►M5 no fim do período de relato ◄.
Além disso, uma entidade deve divulgar o investimento bruto na
locação e o valor presente dos pagamentos mínimos da locação a
receber ►M5 no fim do período de relato ◄, para cada dos perío­
dos seguintes:

i) não mais de um ano,

ii) mais de um ano e não mais de cinco anos,

iii) mais de cinco anos;

b) rendimento financeiro não obtido;

c) os valores residuais não garantidos que acresçam ao benefício do


locador;

d) a dedução acumulada para pagamentos mínimos incobráveis da


locação a receber;

e) as rendas contingentes reconhecidas como rendimento durante o


período;

f) uma descrição geral dos acordos materiais de locação do locador.

48. Como um indicador do crescimento, é muitas vezes útil divulgar


também o investimento bruto menos o rendimento não obtido em
novos negócios adicionais durante o período, após dedução das quan­
tias relevantes para locações canceladas.

Locações operacionais
49. Os locadores devem apresentar os activos sujeitos a locações opera­
cionais ►M5 nas suas demonstrações da posição financeira ◄ de
acordo com a natureza do activo.

50. O rendimento de locação proveniente de locações operacionais deve


ser reconhecido no rendimento numa base de linha recta durante o
prazo da locação, salvo se outra base sistemática for mais represen­
tativa do modelo temporal em que o benefício do uso do activo
locado seja diminuído (1).

51. Os custos, incluindo a depreciação, incorridos na obtenção do rendi­


mento de locação são reconhecidos como um gasto. O rendimento de
locação (excluindo recebimentos de serviços proporcionados tais
como seguros e manutenção) é reconhecido numa base de linha recta
durante o prazo da locação, mesmo se os recebimentos não forem em
tal base, a menos que uma outra base sistemática seja mais represen­
tativa do modelo temporal em que o benefício do uso do activo
locado é diminuído.

52. Os custos directos iniciais incorridos pelos locadores ao negociar e


aceitar uma locação operacional devem ser adicionados à quantia
escriturada do activo locado e reconhecidos como um gasto durante
o prazo da locação na mesma base do rendimento da locação.

(1) Ver também a SIC-15 Locações Operacionais — Incentivos.


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 146

▼B
53. A política de depreciação para activos locados depreciáveis deve ser
consistente com a política de depreciação normal do locador para
activos semelhantes, e a depreciação deve ser calculada da acordo
com a IAS 16 e a IAS 38.

54. Para determinar se o activo locado ficou em imparidade, uma entidade


aplica a IAS 36.

55. Um locador fabricante ou negociante não reconhece qualquer lucro de


venda ao celebrar uma locação operacional porque não é o equivalente
de uma venda.

56. Os locadores, além de cumprir os requisitos da IFRS 7, devem fazer


as seguintes divulgações para locações operacionais:

a) os futuros pagamentos mínimos da locação segundo locações ope­


racionais não canceláveis no agregado e para cada um dos perío­
dos seguintes:

i) não mais de um ano,

ii) mais de um ano e não mais de cinco anos,

iii) mais de cinco anos;

b) o total das rendas contingentes reconhecidas como rendimento


durante o período;

c) uma descrição geral dos acordos de locação do locador.

57. Além disso, os requisitos de divulgação de acordo com a IAS 16, a


IAS 36, a IAS 38, a IAS 40 e a IAS 41 aplicam-se a locatários por
activos proporcionados segundo locações financeiras.

TRANSACÇÕES DE VENDA E RELOCAÇÃO


58. Uma transacção de venda e relocação envolve a venda de um activo e
a relocação do mesmo activo. O pagamento da locação e o preço de
venda são geralmente interdependentes por serem negociados como
um pacote. O tratamento contabilístico de uma transacção de venda e
relocação depende do tipo de locação envolvido.

59. Se uma transacção de venda e relocação resultar numa locação finan­


ceira, qualquer excesso do provento da venda sobre a quantia escri­
turada não deve ser imediatamente reconhecido como rendimento por
um vendedor-locatário. Como alternativa, deve ser diferido e amorti­
zado durante o prazo da locação.

60. Se a relocação for uma locação financeira, a transacção é um meio


pelo qual o locador proporciona meios financeiros ao locatário, com o
activo como garantia. Por esta razão, não é apropriado considerar
como rendimento um excesso do provento da venda sobre a quantia
escriturada. Tal excesso é diferido e amortizado durante o prazo da
locação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 147

▼B
61. Se uma transacção de venda e relocação resultar numa locação ope­
racional, e se for claro que a transacção é estabelecida pelo justo
valor, quaisquer lucros ou prejuízos devem ser imediatamente reco­
nhecidos. Se o preço de venda estiver abaixo do justo valor, quaisquer
lucros ou prejuízos devem ser imediatamente reconhecidos, excepto
que, se a perda for compensada por futuros pagamentos da locação
abaixo do preço de mercado, ele deve ser diferido e amortizado em
proporção aos pagamentos da locação durante o período pelo qual se
espera que o activo seja usado. Se o preço de venda estiver acima do
justo valor, o excesso sobre o justo valor deve ser diferido e amorti­
zado durante o período pelo qual se espera que o activo seja usado.

62. Se a relocação for uma locação operacional, e os pagamentos da


locação e o preço de venda estiverem estabelecidos pelo justo valor,
houve com efeito uma transacção de venda normal e quaisquer lucros
ou prejuízos são imediatamente reconhecidos.

63. Para as locações operacionais, se o justo valor na altura de uma


transacção de venda e relocação for menor do que a quantia escritu­
rada do activo, deve ser imediatamente reconhecida uma perda igual à
quantia da diferença entre a quantia escriturada e o justo valor.

64. Para locações financeiras, tal ajustamento não é necessário salvo se


tiver havido uma imparidade de valor, caso em que a quantia escri­
turada é reduzida para a quantia recuperável de acordo com a IAS 36.

65. Os requisitos de divulgação para locatários e locadores aplicam-se


igualmente a transacções de venda e relocação. A descrição exigida
dos acordos de locação materiais leva à divulgação de disposições
únicas ou invulgares do acordo ou dos termos das transacções de
venda e relocação.

66. As transacções de venda e relocação podem despoletar os critérios de


divulgação individuais enunciados na IAS 1 Apresentação de De­
monstrações Financeiras.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
67. Sujeita ao parágrafo 68., a aplicação retrospectiva desta Norma é
encorajada mas não exigida. Se a Norma não for aplicada retrospec­
tivamente, o saldo de qualquer locação financeira previamente exis­
tente é considerado como tendo sido adequadamente determinado pelo
locador e deve ser contabilizado a partir daí de acordo com as dispo­
sições desta Norma.

68. Exige-se a uma entidade que tenha anteriormente aplicado a IAS 17


(revista em 1997) que aplique as emendas feitas por esta Norma
retrospectivamente a todas as locações ou, se a IAS 17 (revista em
1997) não foi aplicada retrospectivamente, a todas as locações cele­
bradas desde que a entidade aplicou essa Norma pela primeira vez.

▼M22
68.A. Uma entidade deve reavaliar a classificação do elemento terreno
em locações não expiradas na data em que adoptar as emendas
referidas no parágrafo 69A com base na informação existente no
início dessas locações. Uma entidade deve reconhecer uma locação
recém-classificada como locação financeira retrospectivamente em
conformidade com a IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas
Estimativas Contabilísticas e Erros. Contudo, se uma entidade não
dispuser da informação necessária para aplicar as emendas re­
trospectivamente, deve:

a) aplicar as emendas a essas locações com base nos factos e


circunstâncias existentes à data em que adoptar as emendas; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 148

▼M22
b) reconhecer o activo e o passivo relacionados com a locação de
um terreno recém-classificada como locação financeira pelos
seus justos valores nessa data; qualquer diferença entre esses
justos valores é reconhecida nos resultados retidos.
▼B

DATA DE EFICÁCIA
69. Uma entidade deve aplicar esta Norma aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2005. É encorajada a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar esta Norma a um período que tenha início
antes de 1 de Janeiro de 2005, ela deve divulgar esse facto.
▼M22
69.A. Os parágrafos 14 e 15 foram eliminados e os parágrafos 15A e 68A
foram adicionados como parte do documento Melhoramentos Intro­
duzidos nas IFRS emitido em Abril de 2009. Uma entidade deve
aplicar estas emendas aos períodos anuais com início em ou após
1 de Janeiro de 2010. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma
entidade aplicar as emendas a um período anterior, deve divulgar esse
facto.
▼B

RETIRADA DA IAS 17 (REVISTA EM 1997)


70. Esta Norma substitui a IAS 17 Locações (revista em 1997).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 149

▼B

NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 18


Rédito

OBJECTIVO
O rendimento é definido na Estrutura Conceptual para a Preparação e Apre­
sentação de Demonstrações Financeiras como aumentos de benefícios económi­
cos durante o período contabilístico na forma de influxos ou aumentos de activos
ou diminuições de passivos que resultem em aumentos no capital próprio, que
não sejam os que se relacionem com contribuições dos participantes do capital
próprio. Os rendimentos englobam tanto os réditos como os ganhos. O rédito é o
rendimento que surge no decurso das actividades ordinárias de uma entidade e é
referido por uma variedade de nomes diferentes incluindo vendas, honorários,
juros, dividendos e royalties. O objectivo desta Norma é o de prescrever o
tratamento contabilístico de réditos que surjam de certos tipos de transacções e
acontecimentos.

A questão primordial na contabilização do rédito é a de determinar quando


reconhecer o mesmo. O rédito é reconhecido quando for provável que benefícios
económicos futuros fluirão para a entidade e esses benefícios possam ser fiavel­
mente mensurados. Esta Norma identifica as circunstâncias em que estes critérios
serão satisfeitos e, por isso, o rédito será reconhecido. Ela também proporciona
orientação prática na aplicação destes critérios.

ÂMBITO
1. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização do rédito proveniente
das transacções e acontecimentos seguintes:

a) a venda de bens;

b) a prestação de serviços; e

c) o uso por outros de activos da entidade que produzam juros,


royalties e dividendos.

2. Esta Norma substitui a IAS 18 Reconhecimento do Rédito aprovada


em 1982.

3. O termo bens inclui bens produzidos pela entidade com a finalidade


de serem vendidos e bens comprados para revenda, tais como merca­
dorias compradas por um retalhista ou terrenos e outras propriedades
detidos para revenda.

4. A prestação de serviços envolve tipicamente o desempenho por uma


entidade de uma tarefa contratualmente acordada durante um período
de tempo acordado. Os serviços podem ser prestados dentro de um
período único ou durante mais do que um período. Alguns contratos
para a prestação de serviços estão directamente relacionados com
contratos de construção, como, por exemplo, os contratos para os
serviços de gestores de projectos e de arquitectos. O rédito prove­
niente destes contratos não é tratado nesta Norma mas é tratado de
acordo com os requisitos para os contratos de construção como espe­
cificado na IAS 11 Contratos de Construção.

5. O uso por outros de activos da entidade dá origem a rédito na forma


de:

a) juros — encargos pelo uso de dinheiro ou seus equivalentes ou de


quantias devidas à entidade;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 150

▼B
b) royalties — encargos pelo uso de activos a longo prazo da enti­
dade, como, por exemplo, patentes, marcas, direitos de autor e
software de computadores; e

c) dividendos — distribuições de lucros a detentores de investimentos


em capital próprio na proporção das suas detenções de uma classe
particular de capital.

6. Esta Norma não trata de réditos provenientes de:

a) acordos de locação (ver a IAS 17 Locações);

b) dividendos provenientes de investimentos que sejam contabilizados


pelo método da equivalência patrimonial (ver a ►M32 IAS 28
Investimentos em Associadas e Empreendimentos Conjuntos ◄);

c) contratos de seguros dentro do âmbito da IFRS 4 Contratos de


Seguro;

d) alterações no justo valor de activos financeiros e passivos finan­


ceiros ou da sua alienação (ver a IAS 39 Instrumentos Financei­
ros: Reconhecimento e Mensuração);

e) alterações no valor de outros activos correntes;

f) o reconhecimento inicial e de alterações no justo valor de activos


biológicos relacionados com a actividade agrícola (ver a IAS 41
Agricultura);

g) reconhecimento inicial de produtos agrícolas (ver a IAS 41); e

h) a extracção de minérios.

DEFINIÇÕES
7. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Rédito é o influxo bruto de benefícios económicos durante o período


proveniente do curso das actividades ordinárias de uma entidade
quando esses influxos resultarem em aumentos de capital próprio,
que não sejam aumentos relacionados com contribuições de partici­
pantes no capital próprio.

▼M33
Justo Valor é o preço que seria recebido pela venda de um activo ou
pago pela transferência de um passivo numa transacção ordenada
entre participantes no mercado à data da mensuração. (Ver IFRS 13
Mensuração pelo Justo Valor).

▼B
8. O rédito inclui somente os influxos brutos de benefícios económicos
recebidos e a receber pela entidade de sua própria conta. As quantias
cobradas por conta de terceiros, tais como impostos sobre vendas,
impostos sobre bens e serviços e impostos sobre o valor acrescentado,
não são benefícios económicos que fluam para a entidade e não
resultem em aumentos de capital próprio. Por isso, são excluídos do
rédito. Semelhantemente, num relacionamento de agência, os influxos
brutos de benefícios económicos não resultam em aumentos de capital
próprio para a entidade. As quantias cobradas por conta do capital não
são rédito. Em vez disso, o rédito é a quantia de comissão.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 151

▼B
MENSURAÇÃO DO RÉDITO
9. O rédito deve ser mensurado pelo justo valor da retribuição recebida
ou a receber (1).

10. A quantia de rédito proveniente de uma transacção é geralmente


determinada por acordo entre a entidade e o comprador ou utente
do activo. É mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou
a receber tomando em consideração a quantia de quaisquer descontos
comerciais e de quantidades concedidos pela entidade.

11. Na maior parte dos casos, a retribuição é na forma de dinheiro ou seus


equivalentes e a quantia do rédito é a quantia em dinheiro ou seus
equivalentes recebidos ou a receber. Porém, quando o influxo de
dinheiro ou equivalentes de dinheiro for diferido, o justo valor da
retribuição pode ser menor do que a quantia nominal de dinheiro
recebido ou a receber. Por exemplo, uma entidade pode conceder
crédito isento de juros ao comprador ou aceitar do comprador uma
livrança com taxa de juro inferior à do mercado como retribuição pela
venda dos bens. Quando o acordo constitua efectivamente uma tran­
sacção de financiamento, o justo valor da retribuição é determinado
descontando todos os recebimentos futuros usando uma taxa de juro
imputada. A taxa de juro imputada é a mais claramente determinável
de quer:

a) a taxa prevalecente de um instrumento similar de um emitente com


uma notação (rating) de crédito similar; ou

b) uma taxa de juro que desconte a quantia nominal do instrumento


para o preço de venda corrente a dinheiro dos bens ou serviços.

A diferença entre o justo valor e a quantia nominal da retribuição é


reconhecida como rédito de juros de acordo com os parágrafos 29. e
30. e de acordo com a IAS 39.

12. Quando os bens ou serviços sejam trocados ou objecto de swap por


bens ou serviços que sejam de natureza e valor semelhante, a troca
não é vista como uma transacção que gera réditos. Isto é muitas vezes
o caso de mercadorias como petróleo ou leite, em que os fornecedores
trocam ou entram em swap de inventários em vários locais para
satisfazer a procura numa base tempestiva numa dado local. Quando
os bens sejam vendidos ou os serviços sejam prestados em troca de
bens ou serviços dissemelhantes, a troca é vista como uma transacção
que gera rédito. O rédito é mensurado pelo justo valor dos bens ou
serviços recebidos ajustado pela quantia transferida de qualquer di­
nheiro ou seus equivalentes. Quando o justo valor dos bens ou ser­
viços recebidos não possa ser fiavelmente mensurado, o rédito é
mensurado pelo justo valor dos bens ou serviços entregues, ajustado
pela quantia transferida de qualquer dinheiro ou seus equivalentes.

IDENTIFICAÇÃO DA TRANSACÇÃO
13. Os critérios de reconhecimento nesta Norma são geralmente aplicados
separadamente a cada transacção. Contudo, em certas circunstâncias, é
necessário aplicar os critérios de reconhecimento aos componentes
separadamente identificáveis de uma transacção única a fim de reflec­
tir a substância da transacção. Por exemplo, quando o preço da venda
de um produto inclua uma quantia identificável de serviços subse­
quentes, essa quantia é diferida e reconhecida como rédito durante
o período em que o serviço seja executado. Inversamente, os critérios
de reconhecimento são aplicados a duas ou mais transacções conjun­
tas, quando elas estejam ligadas de tal maneira que o efeito comercial
não possa ser compreendido sem referência às séries de transacções
como um todo. Por exemplo, uma entidade pode vender bens e, ao
mesmo tempo, celebrar um acordo separado para recomprar os bens
numa data posterior, negando assim o efeito substantivo da transac­
ção; em tal caso, as duas transacções são tratadas conjuntamente.

(1) Ver também a SIC-31 Rédito — Transacções de Troca Directa Envolvendo Serviços de
Publicidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 152

▼B
VENDA DE BENS
14. O rédito proveniente da venda de bens deve ser reconhecido quando
tiverem sido satisfeitas todas as condições seguintes:

a) a entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vanta­


gens significativos da propriedade dos bens;

b) a entidade não retenha envolvimento continuado de gestão num


grau geralmente associado com a posse nem o controlo efectivo
dos bens vendidos;

c) a quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada;

d) seja provável que os benefícios económicos associados à transac­


ção fluam para a entidade; e

e) os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transacção


possam ser fiavelmente mensurados.

15. A avaliação de quando uma entidade transferiu os riscos e vantagens


significativos da propriedade para o comprador exige um exame das
circunstâncias da transacção. Na maior parte dos casos, a transferência
dos riscos e vantagens da propriedade coincide com a transferência do
documento legal ou da passagem da posse para o comprador. Este é o
caso da maioria das vendas a retalho. Noutros casos, a transferência
de riscos e vantagens de propriedade ocorre num momento diferente
da transferência do documento legal ou da passagem da posse.

16. Se a entidade retiver significativos riscos de propriedade, a transacção


não é uma venda e o rédito não é reconhecido. Uma entidade pode
reter um risco significativo de propriedade de muitas maneiras. São
exemplos de situações em que a entidade pode reter os riscos signi­
ficativos e vantagens de propriedade:

a) quando a entidade retenha uma obrigação por execução não satis­


fatória não coberta por cláusulas normais de garantia;

b) quando o recebimento do rédito de uma dada venda seja contin­


gente da obtenção de rédito pelo comprador pela sua venda dos
bens;

c) quando os bens sejam expedidos sujeitos a instalação e a instala­


ção seja uma parte significativa do contrato que ainda não tenha
sido concluído pela entidade; e

d) quando o comprador tenha o direito de rescindir a compra por uma


razão especificada no contrato de venda e a entidade não esteja
segura acerca da probabilidade de devolução.

17. Se uma entidade retiver somente um insignificante risco de proprie­


dade, a transacção é uma venda e o rédito é reconhecido. Por exem­
plo, um vendedor pode reter o título legal dos bens unicamente para
proteger a cobrabilidade da quantia devida. Em tal caso, se a entidade
tiver transferido os riscos e vantagens significativos da propriedade, a
transacção é uma venda e o rédito é reconhecido. Um outro exemplo
de uma entidade que retém somente um risco insignificante de pro­
priedade pode ser a de uma venda a retalho quando for oferecido um
reembolso se o cliente não ficar satisfeito. O rédito em tais casos é
reconhecido no momento da venda desde que o vendedor possa fia­
velmente estimar as devoluções futuras e reconheça um passivo por
devoluções com base em experiência anterior e noutros factores rele­
vantes.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 153

▼B
18. O rédito somente é reconhecido quando seja provável que os benefí­
cios económicos inerentes à transacção fluam para a entidade. Em tais
casos, isto só está em condições de se verificar depois de a retribuição
ser recebida ou de uma incerteza ser removida. Por exemplo, pode ser
incerto que uma autoridade governamental estrangeira conceda per­
missão para remeter a retribuição de uma venda num país estrangeiro.
Quando a permissão seja concedida, a incerteza é retirada e o rédito é
reconhecido. Porém, quando surja uma incerteza acerca da cobrabili­
dade de uma quantia já incluída no rédito, a quantia incobrável ou a
quantia cuja recuperação tenha cessado de ser provável é reconhecida
como gasto e não como um ajustamento da quantia do rédito origi­
nalmente reconhecido.

19. O rédito e os gastos que se relacionem com a mesma transacção ou


outro acontecimento são reconhecidos simultaneamente; este processo
é geralmente referido como o balanceamento dos réditos com os
gastos. Os gastos incluindo garantias e outros custos a serem incorri­
dos após a expedição dos bens podem normalmente ser mensurados
com fiabilidade quando as outras condições para o reconhecimento do
rédito tenham sido satisfeitas. Porém, quando os gastos não possam
ser mensurados fiavelmente, o rédito não pode ser reconhecido. Em
tais circunstâncias, qualquer retribuição já recebida pela venda dos
bens é reconhecida como um passivo.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
20. Quando o desfecho de uma transacção que envolva a prestação de
serviços possa ser fiavelmente estimado, o rédito associado com a
transacção deve ser reconhecido com referência à fase de acabamento
da transacção ►M5 no fim do período de relato ◄. O desfecho de
uma transacção pode ser fiavelmente estimado quando todas as con­
dições seguintes forem satisfeitas:

a) a quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada;

b) seja provável que os benefícios económicos associados à transac­


ção fluam para a entidade;

c) a fase de acabamento da transacção ►M5 no fim do período de


relato ◄ possa ser fiavelmente mensurada; e

d) os custos incorridos com a transacção e os custos para concluir a


transacção possam ser fiavelmente mensurados (1).

21. O reconhecimento do rédito com referência à fase de acabamento de


uma transacção é muitas vezes referido como o método da percenta­
gem de acabamento. Por este método, o rédito é reconhecido nos
períodos contabilísticos em que os serviços sejam prestados. O reco­
nhecimento do rédito nesta base proporciona informação útil sobre a
extensão da actividade de serviço e desempenho durante um período.
A IAS 11 também requer o reconhecimento do rédito nesta base. As
exigências dessa Norma são geralmente aplicáveis ao reconhecimento
do rédito e aos gastos associados de uma transacção que envolva a
prestação de serviços.

22. O rédito somente é reconhecido quando seja provável que os benefí­


cios económicos inerentes à transacção fluam para a entidade. Con­
tudo, quando surja uma incerteza acerca da cobrabilidade de uma
quantia já incluída no rédito, a quantia incobrável, ou a quantia a
respeito da qual a recuperação tenha cessado de ser provável, é reco­
nhecida como um gasto, e não como um ajustamento da quantia do
rédito originalmente reconhecido.

(1) Ver também a SIC-27 Avaliação da Substância de Transacções que Envolvam a Forma
Legal de uma Locação e a SIC-31 Rédito — Transacções de Troca Directa Envolvendo
Serviços de Publicidade.
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▼B
23. Uma entidade é geralmente capaz de fazer estimativas fiáveis após ter
concordado com os outros parceiros da transacção no seguinte:

a) os direitos que cada uma das partes está obrigada a cumprir quanto
ao serviço a ser prestado e recebido pelas partes;

b) a retribuição a ser trocada; e

c) o modo e os termos da liquidação.

É também normalmente necessário que a entidade tenha um sistema


eficaz de orçamentação e de relato financeiro. A entidade revê e,
quando necessário, põe o visto nas estimativas de rédito à medida
que o serviço está a ser executado. A necessidade de tais revisões
não indicia necessariamente que o desfecho da transacção não possa
ser estimado com fiabilidade.

24. A fase de acabamento de uma transacção pode ser determinada por


uma variedade de métodos. Uma entidade usa o método que mensure
fiavelmente os serviços executados. Dependendo da natureza da tran­
sacção, os métodos podem incluir:

a) vistorias do trabalho executado;

b) serviços executados até à data expressos como uma percentagem


do total dos serviços a serem executados; ou

c) a proporção que os custos incorridos até à data tenham com os


custos totais estimados da transacção. Somente os custos que re­
flictam serviços executados até à data são incluídos nos custos
incorridos até à data. Somente os custos que reflictam serviços
executados ou a serem executados são incluídos nos custos totais
estimados da transacção.

Os pagamentos progressivos e os adiantamentos recebidos de clientes


não reflectem muitas vezes os serviços executados.

25. Para fins práticos, quando os serviços sejam desempenhados por um


número indeterminado de actos durante um período específico de
tempo, o rédito é reconhecido numa base de linha recta durante o
período específico a menos que haja evidência de que um outro
método represente melhor a fase de acabamento. Quando um acto
específico seja muito mais significativo do que quaisquer outros actos,
o reconhecimento do rédito é adiado até que o acto significativo seja
executado.

26. Quando o desfecho da transacção que envolva a prestação de serviços


não possa ser estimado com fiabilidade, o rédito somente deve ser
reconhecido na medida em que sejam recuperáveis os gastos reconhe­
cidos.

27. Durante as primeiras fases de uma transacção, é frequente que o


desfecho da transacção não possa ser fiavelmente estimado. Contudo,
pode ser provável que a entidade recupere os custos incorridos na
mesma. Por isso, o rédito é reconhecido somente na medida em que
se espere que sejam recuperados os custos incorridos. No caso de o
desfecho da transacção não poder ser fiavelmente estimado, não é
reconhecido qualquer lucro.

28. Quando o desfecho de uma transacção não possa ser fiavelmente


estimado e não seja provável que os custos incorridos sejam recupe­
rados, o rédito não é reconhecido e os custos incorridos são reconhe­
cidos como um gasto. Quando deixarem de existir as incertezas que
impediram o desfecho de o contrato ser fiavelmente estimado, o rédito
é reconhecido de acordo com o parágrafo 20. e não de acordo com o
parágrafo 26.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 155

▼B
JUROS, ROYALTIES E DIVIDENDOS
29. O rédito proveniente do uso por outros de activos da entidade que
produzam juros, royalties e dividendos deve ser reconhecido nas bases
estabelecidas no parágrafo 30., quando:

a) seja provável que os benefícios económicos associados à transac­


ção fluam para a entidade; e

b) a quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada.

30. O rédito deve ser reconhecido nas bases seguintes:

a) os juros devem ser reconhecidos usando o método do juro efectivo


tal como definido na IAS 39, parágrafos 9. e AG5-AG8;

b) os royalties devem ser reconhecidos num regime de acréscimo de


acordo com a substância do acordo relevante; e

c) os dividendos devem ser reconhecidos quando for estabelecido o


direito do accionista de receber pagamento.

31. [Eliminado]

▼M7
32. Quando juros não pagos tenham sido acrescidos antes da aquisição de
um investimento que produza juros, o recebimento subsequente de
juros é imputado entre os períodos de pré e pós aquisição; somente
a parte de pós-aquisição é reconhecida como rédito.

▼B
33. Aos royalties acrescem de acordo com os termos do acordo relevante
e são gradualmente reconhecidas nessa base a menos que, tendo em
atenção a substância do acordo, seja mais apropriado reconhecer o
rédito numa outra base sistemática e racional.

34. O rédito somente é reconhecido quando seja provável que os benefí­


cios económicos inerentes à transacção fluam para a entidade. Con­
tudo, quando surja uma incerteza acerca da cobrabilidade de uma
quantia já incluída no rédito, a quantia incobrável, ou a quantia a
respeito da qual a recuperação tenha cessado de ser provável, é reco­
nhecida como um gasto, e não como um ajustamento da quantia do
rédito originalmente reconhecido.

DIVULGAÇÃO
35. As entidades devem divulgar:

a) as políticas contabilísticas adoptadas para o reconhecimento do


rédito, incluindo os métodos adoptados para determinar a fase de
acabamento de transacções que envolvam a prestação de serviços;

b) a quantia de cada categoria significativa de rédito reconhecida


durante o período, incluindo o rédito proveniente de:

i) a venda de bens,

ii) a prestação de serviços,

iii) juros,

iv) royalties,

v) dividendos; e

c) a quantia de rédito proveniente de trocas de bens ou serviços


incluídos em cada categoria significativa do rédito.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 156

▼B
36. Uma entidade divulga quaisquer activos e passivos contingentes de
acordo com a IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos
Contingentes. Os passivos contingentes e os activos contingentes po­
dem surgir de itens tais como custos de garantia, reclamações, pena­
lidades ou perdas possíveis.

DATA DE EFICÁCIA
37. Esta Norma torna-se operacional para as demonstrações financeiras
que cubram os períodos que comecem em ou após 1 de Janeiro de
1995.
▼M7
38. O documento Custo de um Investimento numa Subsidiária, Entidade
Conjuntamente Controlada ou Associada (emendas à IFRS 1 Adopção
pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro e
à IAS 27 Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas),
emitido em Maio de 2008, emendou o parágrafo 32. Uma entidade
deve aplicar essa emenda prospectivamente aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Janeiro de 2009. É permitida a aplicação mais
cedo. Se uma entidade aplicar as emendas com ela relacionadas, cons­
tantes dos parágrafos 4 e 38A da IAS 27, a um período anterior, deve
aplicar a emenda constante do parágrafo 32 em simultâneo.
▼M32
41. A IFRS 11 Acordos Conjuntos, emitida em maio de 2011, emendou o
parágrafo 6(b). Uma entidade deve aplicar estas alterações quando
aplicar a IFRS 11.
▼M33
42. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou a definição de justo
valor no parágrafo 7. Uma entidade deve aplicar esta emenda quando
aplicar a IFRS 13.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 157

▼B

NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 19


Benefícios dos Empregados

OBJECTIVO
O objectivo desta Norma é o de prescrever a contabilização e a divulgação dos
benefícios dos empregados. A Norma exige que uma entidade reconheça:

a) um passivo quando um empregado tiver prestado serviços em troca de bene­


fícios de empregados a serem pagos no futuro; e

b) um custo quando a entidade consumir o benefício económico proveniente do


serviço proporcionado por um empregado em troca dos benefícios do empre­
gado.

ÂMBITO
1. Esta Norma deve ser aplicada por um empregador na contabilização
de todos os benefícios de empregados, excepto aqueles aos quais se
aplica a IFRS 2 Pagamento com Base em Acções.

2. Esta Norma não trata do relato dos planos de benefícios dos empre­
gados (ver a IAS 26 Contabilização e Relato dos Planos de Benefí­
cios de Reforma).

3. Os benefícios de empregados aos quais esta Norma se aplica incluem


aqueles proporcionados:

a) segundo planos formais ou outros acordos formais entre uma en­


tidade e empregados individuais, grupos de empregados ou seus
representantes;

b) segundo requisitos legais, ou através de acordos sectoriais, pelos


quais se exige às entidades para contribuírem para planos nacio­
nais, estatais, sectoriais ou outros multiempregador; ou

c) pelas práticas informais que dêem origem a uma obrigação cons­


trutiva. As práticas informais dão origem a uma obrigação cons­
trutiva quando a entidade não tiver outra alternativa realista senão
a de pagar os benefícios dos empregados. É um exemplo de uma
obrigação construtiva quando uma alteração nas práticas informais
da entidade causaria um dano inaceitável no seu relacionamento
com os empregados.

4. Os benefícios dos empregados incluem:

a) benefícios a curto prazo de empregados, tais como ordenados,


salários e contribuições para a segurança social, licença anual
paga e baixa por doença paga, participação nos lucros e bónus
(se pagáveis num período de doze meses após o fim do período)
e benefícios não monetários (tais como cuidados médicos, habita­
ção, automóveis e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados) para
os empregados correntes;

b) benefícios pós-emprego tais como pensões, outros benefícios de


reforma, seguro de vida pós-emprego e cuidados médicos pós-
-emprego;

c) outros benefícios a longo prazo de empregados, incluindo licença


por anos de serviço ou licença sabática, jubileu ou outros benefí­
cios por anos de serviço, benefícios de invalidez a longo prazo e,
se não forem pagáveis na totalidade num período de doze meses
após o final do período, participação nos lucros, bónus e remune­
ração diferida; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 158

▼B
d) benefícios de cessação de emprego.

Porque cada categoria identificada de a)-d) acima tem características


diferentes, esta Norma estabelece requisitos separados para cada cate­
goria.

5. Os benefícios dos empregados incluem os benefícios proporcionados


quer a empregados, quer aos seus dependentes e podem ser liquidados
por pagamentos (ou o fornecimento de bens e serviços) feitos quer
directamente aos empregados, aos seus cônjuges, filhos ou outros
dependentes, quer a outros, tais como empresas de seguros.

6. Um empregado pode proporcionar serviços a uma entidade numa base


de tempo completo, de tempo parcial, permanente, acidental ou tem­
porária. Para os fins desta Norma, os empregados incluem directores e
outro pessoal de gerência.

DEFINIÇÕES
7. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Benefícios dos empregados são todas as formas de remuneração dadas


por uma entidade em troca do serviço prestado pelos empregados.

▼M8
Benefícios a curto prazo de empregados são os benefícios de empre­
gados (que não sejam benefícios de cessação de emprego) que se
vencem dentro de doze meses após o final do período em que os
empregados prestem o respectivo serviço.

▼B
Benefícios pós-emprego são benefícios dos empregados (que não se­
jam benefícios de cessação de emprego) que sejam pagáveis após a
conclusão do emprego.

Planos de benefícios pós-emprego são acordos formais ou informais


pelos quais uma entidade proporciona benefícios pós-emprego a um
ou mais empregados.

Planos de contribuição definida são planos de benefícios pós-emprego


pelos quais uma entidade paga contribuições fixadas a uma entidade
separada (um fundo) e não terá obrigação legal ou construtiva de
pagar contribuições adicionais se o fundo não detiver activos suficien­
tes para pagar todos os benefícios dos empregados relativos ao serviço
dos empregados no período corrente e em períodos anteriores.

Planos de benefícios definidos são planos de benefícios pós-emprego


que não sejam planos de contribuição definida.

Planos multiempregador são planos de contribuição definida (que não


sejam planos estatais) ou planos de benefícios definidos (que não
sejam planos estatais) que:

a) ponham em conjunto activos contribuídos por várias entidades que


não estejam sob controlo comum; e

b) usem esses activos para proporcionar benefícios aos empregados


de mais de uma entidade, na base de que os níveis de contribui­
ções e de benefícios são determinados não olhando à identidade da
entidade que emprega os empregados em questão.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 159

▼M8
Outros benefícios a longo prazo de empregados são os benefícios de
empregados (que não sejam benefícios pós-emprego e benefícios de
cessação de emprego) que não se vencem dentro de doze meses após
o final do período em que os empregados prestem o respectivo ser­
viço.

▼B
Benefícios por cessação de emprego (terminus) são benefícios dos
empregados pagáveis em consequência de:

a) a decisão de uma entidade cessar o emprego de um empregado


antes da data normal da reforma; ou

b) a decisão de um empregado de aceitar a redundância voluntária em


troca desses benefícios.

Benefícios adquiridos pelos empregados são benefícios dos emprega­


dos que não estejam condicionados ao futuro emprego.

O valor presente de uma obrigação de benefícios definidos é o valor


presente, sem a dedução de quaisquer activos do plano, dos pagamen­
tos futuros esperados necessários para liquidar a obrigação resultante
do serviço do empregado nos períodos corrente e anteriores.

Custo do serviço corrente é o aumento no valor presente de uma


obrigação de benefícios definidos resultante do serviço do empregado
no período corrente.

Custo de juros é o aumento durante um período no valor presente de


uma obrigação de benefícios definidos que surge porque os benefícios
estão um ano mais próximo da liquidação.

Activos do plano compreendem:

a) activos detidos por um fundo de benefícios a longo prazo de


empregados; e

b) apólices de seguros elegíveis.

Activos detidos por um fundo de benefícios a longo prazo de empre­


gados são activos (que não sejam instrumentos financeiros não trans­
feríveis emitidos pela entidade que relata) que:

a) sejam detidos por uma entidade (o fundo) que esteja legalmente


separada da entidade que relata e exista unicamente para pagar ou
financiar os benefícios dos empregados; e

b) estejam disponíveis para ser unicamente usados para pagar ou


financiar os benefícios dos empregados, não estejam disponíveis
para os credores da própria entidade que relata (mesmo em falên­
cia) e não possam ser devolvidos à entidade que relata, salvo se
ou:

i) os restantes activos do fundo sejam suficientes para satisfazer


todas as respectivas obrigações de benefícios dos empregados
do plano ou da entidade que relata, ou

ii) os activos sejam devolvidos à entidade que relata para a reem­


bolsar relativamente a benefícios de empregados já pagos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 160

▼B
Uma apólice de seguro que se qualifica é uma apólice de seguro (1)
emitida por uma seguradora que não seja uma parte relacionada (como
definido na IAS 24 Divulgações de Partes Relacionadas) da entidade
que relata, se o produto da apólice:

a) só puder ser usado para pagar ou financiar benefícios dos empre­


gados segundo um plano de benefícios definidos; e

b) não estejam disponíveis para os credores da própria entidade que


relata (mesmo em falência) e não possam ser pagos à entidade que
relata, a menos que ou:

i) o produto represente activos excedentários que não sejam ne­


cessários para a apólice satisfazer todas as respectivas obriga­
ções de benefícios dos empregados; ou

ii) o produto seja devolvido à entidade que relata para a reembol­


sar de benefícios de empregados já pagos.

▼M33
Justo Valor é o preço que seria recebido pela venda de um activo ou
pago pela transferência de um passivo numa transacção ordenada
entre participantes no mercado à data da mensuração. (Ver IFRS 13
Mensuração pelo Justo Valor).

▼M8
O retorno dos activos do plano é constituído pelos juros, dividendos e
outros réditos derivados dos activos do plano, juntamente com ganhos
ou perdas realizados e não realizados dos activos do plano, menos
quaisquer custos de administrar o plano (com excepção dos incluídos
nos pressupostos actuariais utilizados para mensurar a obrigação de
benefício definido) e menos qualquer imposto a pagar pelo próprio
plano.

▼B
Ganhos e perdas actuariais compreendem:

a) ajustamentos de experiência (os efeitos de diferenças entre os an­


teriores pressupostos actuariais e aquilo que realmente ocorreu); e

b) os efeitos de alterações nos pressupostos actuariais.

▼M8
O custo do serviço passado é a variação do valor presente da obriga­
ção de benefício definido quanto ao serviço de empregados em pe­
ríodos anteriores, resultante no período corrente da introdução de, ou
alterações a, benefícios pós-emprego ou outros benefícios a longo
prazo dos empregados. O custo do serviço passado pode ser positivo
(quando os benefícios são introduzidos ou modificados de forma que
o valor presente da obrigação de benefício definido aumente) ou
negativo (quando os benefícios existentes são modificados de forma
que o valor presente da obrigação de benefício definido diminua).

▼B

BENEFÍCIOS A CURTO PRAZO DE EMPREGADOS


8. Os benefícios a curto prazo de empregados incluem itens tais como:

a) salários, ordenados e contribuições para a segurança social;

(1) Uma apólice de seguro que se qualifica não é necessariamente um contrato de seguro, tal
como definido na IFRS 4 Contratos de Seguro.
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▼M8
b) ausências compensadas a curto prazo (tais como licença anual paga
e licença por doença paga) em que a compensação das ausências
deve ocorrer dentro do período de doze meses após o final do
período em que os empregados prestam o respectivo serviço;

▼B
c) participação nos lucros e gratificações pagáveis dentro de doze
meses após o final do período em que os empregados prestam o
respectivo serviço; e

d) benefícios não monetários (tais como cuidados médicos, alojamen­


to, automóvel e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados) para os
empregados correntes.

9. A contabilização dos benefícios a curto prazo de empregados é geral­


mente linear porque não são necessários pressupostos actuariais para
mensurar a obrigação ou o custo e não há possibilidade de qualquer
ganho ou perda actuarial. Além do mais, as obrigações dos benefícios
a curto prazo de empregados são mensuradas numa base não descon­
tada.

Reconhecimento e mensuração

Todos os benefícios a curto prazo de empregados


10. Quando um empregado tenha prestado serviço a uma entidade durante
um período contabilístico, a entidade deve reconhecer a quantia não
descontada de benefícios a curto prazo de empregados que espera ser
paga em troca desse serviço:

a) como um passivo (gasto acrescido), após dedução de qualquer


quantia já paga. Se a quantia já paga exceder a quantia não des­
contada dos benefícios, uma entidade deve reconhecer esse excesso
como um activo (gasto pré-pago) na extensão de que o pré-paga­
mento conduzirá, por exemplo, a uma redução em futuros paga­
mentos ou a uma restituição de dinheiro; e

b) como um gasto, salvo se outra Norma exigir ou permitir a inclusão


dos benefícios no custo de um activo (ver, por exemplo, IAS 2
Inventários e IAS 16 Activos Fixos Tangíveis).

Os parágrafos 11., 14. e 17. explicam como uma entidade deve aplicar
este requisito a benefícios a curto prazo de empregados na forma de
ausências permitidas e de planos de participações nos lucros e de
gratificações.

Ausências permitidas a curto prazo


11. Uma entidade deve reconhecer o custo esperado de benefícios a curto
prazo de empregados na forma de ausências permitidas segundo o
parágrafo 10 como se segue:

a) no caso de ausências permitidas acumuladas quando os emprega­


dos prestam serviço que aumente o seu direito a ausências per­
mitidas futuras; e

b) no caso ausências permitidas não acumuladas, quando as faltas


ocorram.

12. Uma entidade pode remunerar empregados por ausência por variadas
razões incluindo férias, doença e incapacidade a curto prazo, mater­
nidade ou paternidade, serviço dos tribunais e serviço militar. O di­
reito a ausências permitidas cai em duas categorias:

a) acumuladas; e

b) não acumuladas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 162

▼B
13. As ausências permitidas acumuladas são as que sejam transportadas e
possam ser usadas nos períodos futuros se o direito do período cor­
rente não for usado por inteiro. As ausências permitidas acumuladas
podem ser ou adquiridas (por outras palavras, os empregados têm
direito a um pagamento em dinheiro quanto ao direito não utilizado
ao saírem da entidade) ou não adquiridas (quando os empregados não
têm direito a um pagamento a dinheiro pelo direito não utilizado ao
saírem). Surge uma obrigação à medida que os empregados prestam
serviço que aumente o seu direito a ausências permitidas futuras. A
obrigação existe, e é reconhecida, mesmo se as ausências permitidas
forem não adquiridas, embora a possibilidade de os empregados po­
derem sair antes de utilizarem direito acumulado não adquirido afecte
a mensuração dessa obrigação.

14. Uma entidade deve mensurar o custo esperado de ausências permiti­


das acumuladas como a quantia adicional que a entidade espera pagar
em consequência do direito não utilizado que tenha acumulado
►M5 no fim do período de relato ◄.

15. O método especificado no parágrafo anterior mensura a obrigação


como a quantia dos pagamentos adicionais que se espera que surjam
exclusivamente do facto de o benefício acumular. Em muitos casos,
uma entidade pode não necessitar de fazer cálculos pormenorizados
para estimar que não existe obrigação material quanto às ausências
permitidas não utilizadas. Por exemplo uma obrigação de licença por
doença só é provável ser material se existir o entendimento formal ou
informal de que a licença por doença paga e não utilizada pode ser
tomada como férias pagas.

Exemplo ilustrativo dos parágrafos 14. e 15.

Uma entidade tem 100 empregados, tendo cada um direito a


cinco dias úteis de licença por doença paga em cada ano. A
licença por doença não utilizada pode ser reportada durante
um ano de calendário. A licença por doença é tirada em primeiro
lugar do direito do ano corrente e em seguida é tirada de qual­
quer saldo reportado do ano anterior (uma base LIFO). Em 30 de
Dezembro de 20X1, o direito não utilizado médio é de dois dias
por empregado. A entidade espera, baseada na experiência pas­
sada que se espera que se mantenha, que 92 empregados não
tirarão mais de cinco dias de licença por doença paga em 20X2 e
que os restantes oito empregados tirarão uma média de seis dias
e meio cada um.

A entidade espera que pagará um adicional de 12 dias de


pagamento por doença em consequência do direito não utilizado
que tenha acumulado em 31 de Dezembro de 20X1 (um dia e
meio cada, para oito empregados). Por conseguinte, a entidade
reconhece um passivo igual a 12 dias de pagamento por doença.

16. As ausências permitidas não acumuladas não se transportam: elas


ficam perdidas se o direito do período corrente não for totalmente
usado e não dão aos empregados o direito de um pagamento a di­
nheiro por direitos não utilizados quando saírem da entidade. Isto é
normalmente o caso dos pagamentos por doença (na medida em que
os direitos passados não utilizados não aumentam os direitos futuros),
licença por maternidade ou paternidade ou ausências permitidas por
serviço nos tribunais ou serviço militar. Uma entidade não reconhece
passivo nem gasto até ao momento da falta, porque o serviço do
empregado não aumenta a quantia do benefício.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 163

▼B
Planos de participação nos lucros e de gratificações
17. Uma entidade deve reconhecer o custo esperado dos pagamentos de
participação nos lucros e gratificações segundo o parágrafo 10 quan­
do, e só quando:

a) a entidade tenha uma obrigação presente legal ou construtiva de


fazer tais pagamentos em consequência de acontecimentos passa­
dos; e

b) possa ser feita uma estimativa fiável da obrigação.

Existe uma obrigação presente quando, e só quando, a entidade não


tem alternativa realista senão a de fazer os pagamentos.

18. Segundo alguns planos de participação nos lucros, os empregados só


recebem uma parte do lucro se permanecerem na entidade durante um
período especificado. Tais planos criam uma obrigação construtiva à
medida que os empregados prestam serviço que aumenta a quantia a
ser paga se permanecerem ao serviço até ao final do período especi­
ficado. A mensuração de tais obrigações construtivas reflecte a pos­
sibilidade de alguns empregados poderem sair sem receberem paga­
mentos de participação nos lucros.

Exemplo ilustrativo do parágrafo 18.

Um plano de participação nos lucros requer que uma entidade


pague uma proporção especificada do seu lucro relativo ao ano
aos empregados que a serviram durante o ano. Se nenhum dos
empregados sair durante o ano, o total dos pagamentos de par­
ticipação nos lucros do ano será de 3 % do lucro. A entidade
estima que a rotação de pessoal reduzirá os pagamentos a 2,5 %
do lucro.

A entidade reconhece um passivo e um gasto de 2,5 % do lucro.

19. Uma entidade pode não ter obrigação legal de pagar uma gratificação.
Não obstante, em alguns casos, uma entidade tem a prática de pagar
gratificações. Em tais casos, a entidade tem uma obrigação construtiva
porque a entidade não tem alternativa realista senão de pagar a gra­
tificação. A mensuração da obrigação construtiva reflecte a possibili­
dade de alguns empregados poderem sair sem receberem a gratifica­
ção.

20. Uma entidade pode fazer uma estimativa fiável da sua obrigação legal
ou construtiva segundo um plano de participação nos lucros ou de
gratificações quando, e só quando:

a) os termos formais do plano contenham uma fórmula para determi­


nar a quantia do benefício;

b) a entidade determine as quantias a serem pagas antes das demons­


trações financeiras serem aprovadas para emissão; ou

c) a prática passada dê evidência clara da quantia da obrigação cons­


trutiva da entidade.

21. Uma obrigação segundo planos de participação nos lucros e de gra­


tificações resulta do serviço dos empregados e não de uma transacção
com os proprietários da entidade. Por conseguinte, uma entidade re­
conhece o custo de planos de participação nos lucros e de gratifica­
ções não como uma distribuição do lucro mas como um gasto.
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▼B
22. Se os pagamentos de participação nos lucros e de gratificações não se
vencerem totalmente dentro de doze meses após o final do período em
que os empregados prestam o respectivo serviço, esses pagamentos
são benefícios a longo prazo de empregados (ver parágrafo 126.-131.).

Divulgação
23. Embora esta Norma não exija divulgações específicas acerca de be­
nefícios a curto prazo de empregados, outras Normas podem exigir
divulgações. Por exemplo, a IAS 24 Divulgações de Partes Relacio­
nadas exige divulgações acerca de benefícios dos empregados para o
pessoal-chave da gerência. A IAS 1 Apresentação de Demonstrações
Financeiras exige a divulgação de gastos com os benefícios dos
empregados.

BENEFÍCIOS PÓS-EMPREGO: DISTINÇÃO ENTRE PLANOS DE CONTRI­


BUIÇÃO DEFINIDA E PLANOS DE BENEFÍCIOS DEFINIDOS
24. Os benefícios pós-emprego incluem por exemplo:

a) benefícios de reforma, tais como pensões; e

b) outros benefícios pós-emprego, tais como seguros de vida pós-


-emprego e cuidados médicos pós-emprego.

Os acordos pelos quais uma entidade proporciona benefícios pós-em­


prego são planos de benefícios pós-emprego. Uma entidade aplica esta
Norma a todos os acordos quer envolvam ou não o estabelecimento
de uma entidade separada para receber as contribuições e pagar os
benefícios.

25. Os planos de benefício pós-emprego classificam-se como planos de


contribuição definida ou como planos de benefícios definidos, depen­
dendo da substância económica do plano que resulte dos seus princi­
pais termos e condições. Pelos planos de contribuição definida:

a) a obrigação legal ou construtiva da entidade é limitada à quantia


que ela aceita contribuir para o fundo. Assim, a quantia dos be­
nefícios pós-emprego recebidos pelo empregado é determinada
pela quantia de contribuições pagas por uma entidade (e talvez
também pelo empregado) para um plano de benefícios pós-em­
prego ou para uma empresa de seguros, juntamente com os retor­
nos do investimento provenientes das contribuições; e

b) em consequência, o risco actuarial (que os benefícios serão infe­


riores aos esperados) e o risco de investimento (que os activos
investidos serão insuficientes para satisfazer os benefícios espera­
dos) recaem no empregado.

26. São exemplos de casos em que uma obrigação de uma entidade não é
limitada à quantia que concorda contribuir para o fundo quando a
entidade tenha uma obrigação legal ou construtiva por meio de:

a) uma fórmula de benefícios do plano que não esteja exclusivamente


ligada à quantia das contribuições;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 165

▼B
b) uma garantia, seja indirectamente através de um plano ou directa­
mente, de um retorno especificado nas contribuições; ou

c) aquelas práticas informais que dão origem a uma obrigação cons­


trutiva. Por exemplo, pode surgir uma obrigação construtiva
quando uma entidade tem um passado de benefícios crescentes
para antigos empregados para se manter ao par com a inflação
mesmo quando não existe obrigação legal de o fazer.

27. Pelos planos de benefícios definidos:

a) a obrigação da entidade é a de proporcionar os benefícios acorda­


dos com os empregados correntes e antigos; e

b) o risco actuarial (que os benefícios custem mais do que o espera­


do) e o risco de investimento recaem, na substância, na entidade.
Se a experiência actuarial ou de investimento forem piores que o
esperado, a obrigação da entidade pode ser aumentada.

28. Os parágrafos 29.-42. adiante explicam a distinção entre planos de


contribuição definida e planos de benefícios definidos no contexto de
planos multiempregador, planos estatais e benefícios segurados.

Planos multiempregador
29. Uma entidade deve classificar um plano multiempregador como um
plano de contribuição definida ou como um plano de benefícios de­
finidos segundo os termos do plano (incluindo qualquer obrigação
construtiva que vá para além dos termos formais). Sempre que um
plano multiempregador for um plano de benefícios definidos, uma
entidade deve:

a) contabilizar a sua parte proporcional da obrigação de benefícios


definidos, dos activos do plano e do custo associado ao plano da
mesma forma como qualquer outro plano de benefícios definidos; e

b) divulgar a informação exigida pelo parágrafo 120.A.

30. Quando não estiver disponível informação suficiente para utilizar a


contabilização de benefícios definidos de um plano multiempregador
que seja um plano de benefícios definidos, uma entidade deve:

a) contabilizar o plano segundo os parágrafos 44.-46. como se fosse


um plano de contribuição definida;

b) divulgar:

i) o facto de o plano ser um plano de benefícios definidos, e

ii) a razão porque não está disponível informação suficiente para


habilitar a entidade a contabilizar o plano como plano de be­
nefícios definidos; e

c) na medida em que um excesso ou um défice no plano possa


afectar a quantia de futuras contribuições, divulgar adicionalmente:

i) qualquer informação disponível acerca do excesso ou do


défice,
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 166

▼B
ii) a base usada para determinar esse excesso ou défice, e

iii) as implicações, se existirem, para a entidade.

31. Um exemplo de um plano multiempregador de benefícios definidos é


um em que:

a) o plano é financiado numa base de «pay as you go» tal que: as


contribuições são fixadas ao nível que se espera ser suficiente para
pagar os benefícios que se vençam num mesmo período; e bene­
fícios futuros obtidos durante o período corrente serão pagos de
futuras contribuições; e

b) os benefícios dos empregados são determinados pela duração do


seu serviço e as entidades participantes não têm meio realista de se
retirarem do plano sem pagarem uma contribuição pelos benefícios
obtidos pelos empregados até à data da retirada. Tal plano cria
risco actuarial para a entidade: se o custo final dos benefícios já
ganhos ►M5 no fim do período de relato ◄ for maior do que o
esperado, a entidade terá de ou aumentar as suas contribuições ou
de persuadir os empregados a aceitar uma redução dos benefícios.
Portanto, tal plano é um plano de benefícios definidos.

32. Quando estiver disponível informação suficiente acerca de um plano


multiempregador que seja um plano de benefícios definidos, uma
entidade contabiliza a sua parte proporcional da obrigação de benefí­
cios definidos dos activos do plano e do custo do beneficio pós-
-emprego associado ao plano da mesma maneira que para qualquer
outro plano de benefícios definidos. Porém, em alguns casos, uma
entidade pode não ser capaz de identificar a sua parte dos subjacentes
posição financeira e desempenho do plano com credibilidade sufi­
ciente para fins contabilísticos. Isto pode ocorrer se:

a) a entidade não tiver acesso a informação acerca do plano que


satisfaça os requisitos desta Norma; ou

b) o plano expuser as entidades participantes a riscos actuariais asso­


ciados aos empregados correntes e antigos de outras entidades,
com a consequência de que não há base consistente e credível
para imputar a obrigação, os activos do plano e o custo às entida­
des individuais que participam no plano.

Nesses casos, uma entidade contabiliza o plano como se fosse um


plano de contribuição definida e divulga informação adicional exigida
pelo parágrafo 30.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 167

▼B
32.A. Poderá haver um acordo contratual entre o plano multiempregador e
os seus participantes que determine de que forma o excedente do
plano será distribuído aos participantes (ou o défice financiado). Um
participante num plano multiempregador com um tal acordo que con­
tabilize o plano como plano de contribuição definida de acordo com o
parágrafo 30. deve reconhecer o activo ou passivo que resulta do
acordo contratual e o rendimento ou gasto resultante nos lucros ou
prejuízos.

Exemplo ilustrativo do parágrafo 32.A.

Uma entidade participa num plano de benefícios definidos mul­


tiempregador que não prepara valorizações do plano numa base
da IAS 19. Contabiliza portanto o plano como se fosse um plano
de contribuição definida. Uma valorização do financiamento não
baseada na IAS 19 mostra um défice de 100 milhões no plano.
O plano acordou por contrato um esquema de contribuições com
os empregadores participantes do plano que irá eliminar o défice
nos próximos cinco anos. As contribuições totais da entidade de
acordo com o contrato são 8 milhões.

A entidade reconhece um passivo pelas contribuições ajustadas


quanto ao valor temporal do dinheiro e um gasto igual nos
lucros ou prejuízos.

▼M8
32.B. A IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes
exige que uma entidade divulgue informações acerca de determinados
passivos contingentes. No contexto de um plano multiempregador, um
passivo contingente pode surgir, por exemplo, de:

▼B
a) perdas actuariais relativas a outras entidades participantes, porque
cada entidade que participe num plano multiempregador partilha
dos riscos actuariais de todos as outras entidades participantes; ou

b) qualquer responsabilidade segundo os termos de um plano para


financiar qualquer carência no plano se outras entidades cessarem
a sua participação.

33. Os planos multiempregador são distintos dos planos geridos conjun­


tamente. Um plano gerido conjuntamente é meramente uma agregação
de planos de empregador individuais combinados para permitir aos
empregadores participantes porem em comum os seus activos para
fins de investimento e reduzir os custos de gestão de investimento e
de administração, mas as reivindicações dos diferentes empregadores
são segregadas para o benefício exclusivo dos seus próprios empre­
gados. Os planos geridos conjuntamente não põem problemas conta­
bilísticos especiais porque a informação está rapidamente disponível
para os tratar da mesma forma que qualquer outro plano de empre­
gador individual e porque tais planos não expõem as entidades parti­
cipantes a riscos actuariais associados aos empregados correntes e
antigos de outras entidades. As definições desta Norma exigem que
uma entidade classifique um plano gerido conjuntamente como um
plano de contribuição definida ou um plano de benefícios definidos de
acordo com os termos do plano (incluindo qualquer obrigação cons­
trutiva que vá para além dos termos formais).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 168

▼B
Planos de benefícios definidos que partilham riscos entre várias
entidades sob controlo comum
34. Os planos de benefícios definidos que partilham riscos entre várias
entidades sob controlo comum, por exemplo, uma entidade-mãe e as
suas subsidiárias, não são planos multiempregador.

34.A. Uma entidade que participe num tal plano deve obter informações
acerca do plano como um todo mensurado de acordo com a IAS 19
na base de pressupostos que se aplicam ao plano como um todo. Se
houver um acordo contratual ou uma política expressa para debitar o
custo líquido dos benefícios definidos do plano como um todo men­
surado de acordo com a IAS 19 a entidades de grupo individuais, a
entidade deve, nas suas demonstrações financeiras separadas ou indi­
viduais, reconhecer o custo líquido dos benefícios definidos assim
debitado. Se não houver um tal acordo ou política, o custo líquido
dos benefícios definidos deve ser reconhecido nas demonstrações fi­
nanceiras separadas ou individuais da entidade de grupo que é legal­
mente o empregador patrocinador do plano. As outras entidades de
grupo devem, nas suas demonstrações financeiras separadas ou indi­
viduais, reconhecer um custo igual à sua contribuição a pagar relativa
ao período.

34.B. A participação num tal plano é uma transacção com partes relaciona­
das para cada entidade de grupo individual. Uma entidade deve por­
tanto, nas suas demonstrações financeiras separadas ou individuais,
fazer as seguintes divulgações:

a) o acordo contratual ou a política expressa para debitar o custo


líquido dos benefícios líquidos ou o facto de não haver uma tal
política.

b) a política para determinar a contribuição a ser paga pela entidade.

c) se a entidade contabilizar uma imputação do custo líquido dos


benefícios definidos de acordo com o parágrafo 34.A., toda a
informação acerca do plano como um todo de acordo com os
parágrafos 120.-121.

d) se a entidade contabilizar a contribuição a pagar relativa ao pe­


ríodo de acordo com o parágrafo 34.A, a informação acerca do
plano como um todo exigida de acordo com os parágrafos
120.A.b)-e), j), n), o), q) e 121. As outras divulgações exigidas
pelo parágrafo 120.A. não se aplicam.

35. [Eliminado]

Planos estatais
36. Uma entidade deve contabilizar um plano estatal da mesma maneira
que um plano multiempregador (ver parágrafos 29. e 30.).

37. Os planos estatais são estabelecidos pela legislação para cobrir todas
as entidades (ou todas as entidades numa particular categoria, por
exemplo um sector específico) e são operados por um governo nacio­
nal ou local ou por outra organização (por exemplo, uma agência
autónoma criada especificamente para esta finalidade) que não está
sujeita a controlo ou influência pela entidade que relata. Alguns pla­
nos estabelecidos por uma entidade proporcionam não só benefícios
obrigatórios que são substitutos dos benefícios que de outra forma
seriam cobertos por um plano estatal, bem como benefícios voluntá­
rios adicionais. Tais planos não são planos estatais.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 169

▼B
38. Os planos estatais são caracterizados como de natureza de benefícios
definidos ou de contribuição definida com base na obrigação da en­
tidade segundo o plano. Muitos planos estatais são financiados numa
base de «pay as you go»: as contribuições são fixadas ao nível que se
espera ser suficiente para pagar os benefícios que se vençam num
mesmo período; benefícios futuros obtidos durante o período corrente
serão pagos de futuras contribuições. Contudo, na maioria dos planos
estatais, a entidade não tem obrigação legal ou construtiva de pagar
esses futuros benefícios: a sua única obrigação é a de pagar as con­
tribuições à medida que se vencem e, se a entidade deixar de empre­
gar membros do plano estatal, não terá obrigação de pagar os bene­
fícios obtidos pelos seus próprios empregados em anos anteriores. Por
esta razão, os planos estatais são normalmente planos de contribuição
definida. Porém, em casos raros, quando um plano estatal for um
plano de benefícios definidos, uma entidade aplica o tratamento pres­
crito nos parágrafos 29. e 30.

Benefícios segurados
39. Uma entidade pode pagar prémios de seguro para contribuir para o
fundo de um plano de benefícios pós-emprego. A entidade deve tratar
tal plano como um plano de contribuição definida salvo se a entidade
venha a ter (quer directamente, quer indirectamente através do plano)
uma obrigação legal ou construtiva de:

a) pagar os benefícios dos empregados directamente quando se ven­


cem; ou

b) pagar contribuições adicionais se o segurador não pagar todos os


benefícios futuros do empregado relativos ao serviço do empre­
gado no período corrente e em anteriores.

Se a entidade retiver tal obrigação legal ou construtiva, a entidade


deve tratar o plano como um plano de benefícios definidos.

40. Os benefícios segurados por um contrato de seguro não precisam de


ter um relacionamento directo ou automático com a obrigação da
entidade quanto aos benefícios dos empregados. Os planos de bene­
fícios pós-emprego que envolvam contratos de seguro estão sujeitos à
mesma distinção entre contabilização e contribuição para o fundo
como outros planos com fundo.

41. Quando uma entidade financia uma obrigação de benefícios pós-em­


prego ao contribuir para uma apólice de seguro pela qual a entidade
(quer directamente, quer indirectamente através do plano, através dum
mecanismo de fixação de futuros prémios, quer através de um rela­
cionamento de parte relacionada com o segurador) retém uma obriga­
ção legal ou construtiva, o pagamento dos prémios não corresponde a
um acordo de contribuição definida. Em consequência, a entidade:

a) contabiliza uma apólice de seguro elegível como um activo de


plano (ver parágrafo 7.); e

b) reconhece outras apólices de seguro como direitos de reembolso


(se as apólices satisfizerem os critérios do parágrafo 104.A.).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 170

▼B
42. Quando uma apólice de seguro estiver no nome de um especificado
participante do plano ou de um grupo de participantes do plano e a
entidade não tiver qualquer obrigação legal ou construtiva para cobrir
qualquer perda na apólice, a entidade não tem obrigação de pagar
benefícios aos empregados e o segurador tem a responsabilidade ex­
clusiva de pagar os benefícios. Pagamento de prémios fixados se­
gundo tais contratos é, em substância, a liquidação da obrigação de
benefícios do empregado e não um investimento para satisfazer a
obrigação. Consequentemente, a entidade deixa de ter um activo ou
um passivo. Portanto, a entidade trata tais pagamentos como contri­
buições para um plano de contribuição definida.

BENEFÍCIOS PÓS-EMPREGO: PLANOS DE CONTRIBUIÇÃO DEFINIDA


43. A contabilização dos planos de contribuição definida é linear porque a
obrigação da entidade que relata relativamente a cada período é de­
terminada pelas quantias a serem contribuídas relativas a esse período.
Consequentemente, não são necessários pressupostos actuariais para
mensurar a obrigação ou o gasto e não há possibilidade de qualquer
ganho ou perda actuarial. Além disso, as obrigações são mensuradas
numa base não descontada, excepto quando não se vençam comple­
tamente dentro de doze meses após o final do período em que os
empregados prestam o respectivo serviço.

Reconhecimento e mensuração
44. Quando um empregado tiver prestado serviço a uma entidade durante
um período, a entidade deve reconhecer a contribuição a pagar para
um plano de contribuição definida em troca desse serviço:

a) como um passivo (gasto acrescido), após dedução de qualquer


contribuição já paga. Se a contribuição já paga exceder a contri­
buição devida relativo ao serviço antes da data da
►M5 demonstração da posição financeira ◄, uma entidade
deve reconhecer esse excesso como um activo (gasto pré-pago)
na medida em que o pré-pagamento conduzirá, por exemplo, a
uma redução em futuros pagamentos ou numa restituição de di­
nheiro; e

b) como um gasto, salvo se outra Norma exigir ou permitir a inclusão


da contribuição no custo de um activo (ver, por exemplo, IAS 2
Inventários e IAS 16 Activos Fixos Tangíveis).

45. Quando as contribuições para um plano de contribuição definida não


se vençam completamente dentro de doze meses após o final do
período em que os empregados prestam o respectivo serviço, elas
devem ser descontadas usando a taxa de desconto especificada no
parágrafo 78.

Divulgação
46. Uma entidade deve divulgar a quantia reconhecida como um gasto no
que respeita a planos de contribuição definida.

47. Sempre que exigido pela IAS 24, uma entidade divulga informação
acerca de contribuições para planos de contribuição definida relativa­
mente ao pessoal-chave da gerência.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 171

▼B
BENEFÍCIOS PÓS-EMPREGO: PLANOS DE BENEFÍCIOS DEFINIDOS
48. A contabilização dos planos de benefícios definidos é complexa por­
que são necessários pressupostos actuariais para mensurar a obrigação
e o gasto e existe a possibilidade de ganhos e perdas actuariais. Além
disso, as obrigações são mensuradas numa base descontada porque
elas podem ser liquidadas muitos anos após os empregados prestarem
o respectivo serviço.

Reconhecimento e mensuração
49. Os planos de benefícios definidos podem não ter fundo constituído,
ou podem estar total ou parcialmente cobertos pelas contribuições de
uma entidade, e algumas vezes dos seus empregados, para uma enti­
dade, ou fundo, que está legalmente separada da entidade que relata e
a partir da qual são pagos os benefícios dos empregados. O paga­
mento dos benefícios contribuídos para qualquer fundo quando se
vencem depende não somente da posição financeira e do desempenho
dos investimentos do fundo mas também da capacidade (e vontade) da
entidade de suprir carência nos activos do fundo. Portanto, a entidade
está, em substância a tomar os riscos actuariais e de investimento
associados ao plano. Consequentemente, o gasto reconhecido relativo
a um plano de benefícios definidos não é necessariamente a quantia
da contribuição devida relativa ao período.

▼M33
50. A contabilização por uma entidade dos planos de benefícios definidos
envolve os seguintes passos:

▼B
a) usar técnicas actuariais para fazer uma estimativa credível da quan­
tia de benefício que os empregados obtiveram em paga do seu
serviço no período corrente e nos anteriores. Isto exige que uma
entidade determine quanto benefício é atribuível aos períodos cor­
rente e anteriores (ver parágrafos 67.-71.) e fazer estimativas (pres­
supostos actuariais) acerca de variáveis demográficas (tais como
rotação e mortalidade dos empregados) e variáveis financeiras (tais
como aumentos futuros nos ordenados e nos custos médicos) que
influenciarão o custo do benefício (ver parágrafos 72.-91.);

b) descontar esse benefício usando o Método da Unidade de Crédito


Projectada a fim de determinar o valor presente da obrigação de
benefícios definidos e do custo de serviço corrente (ver parágrafos
64.-66.);

▼M33
c) mensuração pelo justo valor quaisquer activos do plano (ver pará­
grafos 102-104);

▼B
d) determinar a quantia total dos ganhos e perdas actuariais e a
quantia dos ganhos e perdas actuariais a serem reconhecidos (ver
parágrafos 92.-95.);

e) quando tenha sido introduzido ou alterado um plano, determinar o


custo do serviço passado resultante (ver parágrafos 96.-101.); e

f) quando um plano tenha sido cortado ou liquidado, determinar o


ganho ou perda resultante (ver parágrafos 109.-115.).

Quando uma entidade tiver mais de um plano de benefícios definidos,


a entidade aplica estes procedimentos separadamente a cada um dos
planos que seja material.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 172

▼B
51. Nalguns casos, as estimativas, as médias e as simplificações de cál­
culo podem proporcionar uma aproximação credível dos cálculos por­
menorizados ilustrados nesta Norma.

Contabilização da obrigação construtiva


52. Uma entidade deve contabilizar não somente a sua obrigação legal
segundo os termos formais de um plano de benefícios definidos, mas
também qualquer obrigação construtiva que surja a partir das práticas
informais da entidade. As práticas informais dão origem a uma obri­
gação construtiva quando a entidade não tiver outra alternativa realista
senão a de pagar os benefícios dos empregados. É um exemplo de
uma obrigação construtiva quando uma alteração nas práticas infor­
mais da entidade causaria um dano inaceitável no seu relacionamento
com os empregados.

53. Os termos formais de um plano de benefícios definidos podem per­


mitir que uma entidade dê como finda a sua obrigação segundo o
plano. Contudo, é usualmente muito difícil para uma entidade cancelar
um plano se os empregados são para ser mantidos. Portanto, na falta
de prova em contrário a contabilização dos benefícios pós-emprego
pressupõe que uma entidade que esteja actualmente a prometer tais
benefícios continuará a fazê-lo durante as restantes vidas de trabalho
dos empregados.

▼M5
Demonstração da posição financeira
▼B
54. A quantia reconhecida como um passivo de benefícios definidos deve
ser o total líquido das seguintes quantias:

a) o valor presente da obrigação de benefícios definidos ►M5 no


fim do período de relato ◄ (ver parágrafo 64.);

b) mais quaisquer ganhos actuariais (menos quaisquer perdas actua­


riais) não reconhecidos devido ao tratamento estabelecido nos pa­
rágrafos 92. e 93.;

c) menos qualquer custo do serviço passado ainda não reconhecido


(ver parágrafo 96.);

d) menos o justo valor ►M5 no fim do período de relato ◄ dos


activos do plano (se os houver) dos quais as obrigações devem ser
liquidadas directamente (ver parágrafos 102.-104.).

55. O valor presente da obrigação de benefícios definidos é a obrigação


bruta, antes de deduzir o justo valor de quaisquer activos do plano.

56. Uma entidade deve determinar o valor presente das obrigações de


benefícios definidos e o justo valor de quaisquer activos do plano
com suficiente regularidade a fim de que as quantias reconhecidas
nas demonstrações financeiras não difiram materialmente das quantias
que seriam determinadas ►M5 no fim do período de relato ◄.

57. Esta Norma encoraja, mas não exige, que uma entidade envolva um
actuário qualificado na mensuração de todas as obrigações materiais
de benefícios pós-emprego. Por razões práticas, uma entidade pode
pedir a um actuário qualificado que leve a efeito uma valorização
pormenorizada da obrigação antes da data ►M5 da demonstração
da posição financeira ◄. Contudo, os resultados dessa valorização
são actualizados devido a quaisquer transacções materiais e outras
alterações materiais nas circunstâncias (incluindo alterações nos pre­
ços de mercado e nas taxas de juro) até ►M5 no fim do período de
relato ◄.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 173

▼B
58. A quantia determinada segundo o parágrafo 54. pode ser negativa (um
activo). Uma entidade deve mensurar o activo resultante pelo mais
baixo de:

a) a quantia determinada segundo o parágrafo 54.; e

b) o total de:

i) quaisquer perdas actuariais e custo do serviço passado acumu­


lados, líquidos e não reconhecidos (ver parágrafos 92., 93. e
96.), e

ii) o valor presente de quaisquer benefícios económicos disponí­


veis na forma de reembolsos do plano ou reduções em con­
tribuições futuras para o plano. O valor presente destes bene­
fícios económicos deve ser determinado usando a taxa de des­
conto especificada no parágrafo 78.

58.A. A aplicação do parágrafo 58. não deve resultar no reconhecimento de


um ganho apenas como resultado de uma perda actuarial ou do custo
do serviço passado no período corrente nem no reconhecimento de
uma perda apenas como resultado de um ganho actuarial no período
corrente. A entidade deve, portanto, reconhecer imediatamente o que
se segue, nos termos do parágrafo 54., na medida em que ocorram
quando o activo de benefícios definidos é determinado em conformi­
dade com o parágrafo 58.b):

a) perdas actuariais líquidas do período corrente e o custo do serviço


passado do período corrente na medida em que excedam qualquer
redução no valor presente dos benefícios económicos especificados
no parágrafo 58.b)ii). Se não houver alteração ou aumento no valor
presente dos benefícios económicos, a totalidade das perdas actua­
riais líquidas do período corrente e do custo do serviço passado do
período corrente deve ser imediatamente reconhecida nos termos
do parágrafo 54.

b) ganhos actuariais líquidos do período corrente após dedução do


custo do serviço passado do período corrente na medida em que
excedam qualquer aumento no valor presente dos benefícios eco­
nómicos especificados no parágrafo 58.b)ii). Se não houver altera­
ção ou redução no valor presente dos benefícios económicos, a
totalidade dos ganhos actuariais líquidos do período corrente após
dedução do custo do serviço passado do período corrente deve ser
imediatamente reconhecida nos termos do parágrafo 54.

58.B. O parágrafo 58.A aplica-se a uma entidade apenas se esta apresentar,


no início ou fim do período contabilístico, um excedente (1) num
plano de benefícios definido e não puder, com base nos termos actuais
do plano, recuperar esse excesso na sua totalidade através de reem­
bolsos ou reduções em futuras contribuições. Nestes casos, o custo do
serviço passado e as perdas actuariais que ocorram durante o período,
cujo reconhecimento seja diferido nos termos do parágrafo 54., farão
aumentar o montante especificado no parágrafo 58.b)i). Se esse au­
mento não for compensado por uma igual redução no valor presente
de benefícios económicos que se qualificam para reconhecimento nos
termos do parágrafo 58.b)ii), haverá um aumento no total líquido
especificado no parágrafo 58.b) e, portanto, um ganho reconhecido.
O parágrafo 58.A. proíbe o reconhecimento de um ganho nestas cir­
cunstâncias. O efeito contrário ocorre com os ganhos actuariais que
ocorram durante o período, cujo reconhecimento seja diferido nos
termos do parágrafo 54., na medida em que os ganhos actuariais
reduzem as perdas actuariais acumuladas não reconhecidas. O pará­
grafo 58.A. proíbe o reconhecimento de uma perda nestas circuns­
tâncias. Para obter exemplos da aplicação deste parágrafo, consulte o
Apêndice C.

(1) Um excedente é um excesso do justo valor dos activos do plano sobre o valor presente
da obrigação de benefícios definidos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 174

▼B
59. Um activo pode surgir quando um plano de benefícios definidos tenha
sido contribuído em excesso ou em certos casos quando sejam reco­
nhecidos ganhos actuariais. Uma entidade reconhece um activo em
tais casos porque:

a) a entidade controla um recurso, que é a capacidade de usar o


excesso para gerar benefícios futuros;

b) esse controlo é o resultado de acontecimentos passados (contribui­


ções pagas pela entidade e serviço prestado pelo empregado); e

c) estão disponíveis benefícios económicos futuros para a entidade na


forma de uma redução em contribuições futuras ou de uma resti­
tuição de dinheiro, quer directamente para a entidade, quer indi­
rectamente para outro plano em défice.

60. O limite do parágrafo 58.b) não derroga o reconhecimento posterior


de determinadas perdas actuariais (ver parágrafos 92. e 93.) e deter­
minado custo do serviço passado (ver parágrafo 96.), excepto o espe­
cificado no parágrafo 58.A. Porém, esse limite derroga a opção tran­
sitória do parágrafo 155.b). O parágrafo 120.A.f)iii) exige que uma
entidade divulgue qualquer quantia não reconhecida como um activo
por causa do limite do parágrafo 58.b).

Exemplo ilustrativo do parágrafo 60.

Um plano de benefícios definidos tem as seguintes característi­


cas:

Valor presente da obrigação 1 100


Justo valor dos activos do plano (1 190)

(90)
(110)
Perdas actuariais não reconhecidas
Custo do serviço passado não reconhecido (70)
Aumento não reconhecido no passivo relativo à
adopção inicial da Norma segundo o parágrafo
155.b) (50)
Quantia negativa determinada segundo o parágrafo
(320)
54.
Valor presente de restituições futuras disponíveis e
de reduções em contribuições futuras 90
O limite segundo o parágrafo 58.b) calcula-se
como segue:
Perdas actuariais não reconhecidas 110
Custo do serviço passado não reconhecido 70
Valor presente de restituições futuras disponíveis
e de reduções em contribuições futuras 90

Limite 270

270 é inferior a 320. Portanto, a entidade reconhece um activo


de 270 e divulga que o limite reduziu a quantia escriturada do
activo em 50 [ver parágrafo 120.A.f)iii)].
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 175

▼B
Lucros ou prejuízos
61. Uma entidade deve reconhecer o total líquido das seguintes quantias
nos lucros ou prejuízos, excepto na medida em que outra Norma exija
ou permita a sua inclusão no custo de um activo:

a) custo do serviço corrente (ver parágrafos 63.-91.);

b) custo de juros (ver parágrafo 82.);

c) o retorno esperado de quaisquer activos do plano (ver parágrafos


105.-107.) e sobre quaisquer direitos de reembolso (ver parágrafo
104.A.);

d) ganhos e perdas actuariais, tal como exigido de acordo com a


política contabilística da entidade (ver parágrafos 92.-93.D.);

e) custo do serviço passado (ver parágrafo 96.);

f) o efeito de quaisquer cortes ou liquidações (ver parágrafos 109. e


110.); e

g) o efeito do limite do parágrafo 58.b), a não ser que seja reconhe­


cido fora dos lucros ou prejuízos de acordo com o parágrafo 93.C.

62. Outras Normas exigem a inclusão de determinados custos de benefí­


cios de empregados dentro do custo de activos tais como inventários
ou activos fixos tangíveis (ver a IAS 2 e a IAS 16). Quaisquer custos
de benefícios pós-emprego incluídos no custo de tais activos incluem
a proporção apropriada dos componentes listados no parágrafo 61.

Reconhecimento e mensuração: valor presente das obrigações de


benefícios definidos e custo do serviço corrente
63. O custo final de um plano de benefícios definidos pode ser influen­
ciado por muitas variáveis, tais como ordenados finais, rotação e
mortalidade dos empregados, tendências de custos médicos e, relati­
vamente a um plano com fundo constituído, os resultados de investi­
mento nos activos do plano. O custo final do plano é incerto e esta
incerteza é provável que persista durante um longo período de tempo.
A fim de mensurar o valor presente das obrigações de benefício pós-
-emprego e o respectivo custo de serviço corrente é necessário:

a) aplicar um método de valorização actuarial (ver parágrafos


64.-66.);

b) atribuir benefício aos períodos de serviço (ver parágrafos 67.-71.); e

c) fazer pressupostos actuariais (ver parágrafos 72.-91.).

Método de valorização actuarial


64. Uma entidade deve usar o Método da Unidade de Crédito Projectada
para determinar o valor presente das suas obrigações de benefícios
definidos e respectivo custo do serviço corrente e, quando aplicável, o
custo do serviço passado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 176

▼B
65. O Método da Unidade de Crédito Projectada (também conhecido
como método de benefícios acrescidos com pro rata do serviço ou
como método benefício/anos de serviço) vê cada período de serviço
como dando origem a uma unidade adicional do direito do benefício
(ver parágrafos 67.-71.) e mensura cada unidade separadamente para
construir a obrigação final (ver parágrafos 72.-91.).

Exemplo ilustrativo do parágrafo 65.

Um benefício de quantia única é pagável na cessação de emprego e igual a 1 % do ordenado final de


cada ano de serviço. O ordenado do ano 1 é de 10 000 e presume-se aumentar todos os anos 7 %
(composto). A taxa de desconto utilizada é de 10 % ao ano. A tabela que se segue mostra como a
obrigação se constitui para um empregado que se espera que saia no final do ano 5, pressupondo que
não há alterações nos pressupostos actuariais. Por simplicidade, este exemplo ignora o ajustamento
adicional necessário para reflectir a probabilidade de um empregado poder deixar a entidade numa data
mais cedo ou mais tarde.

Ano 1 2 3 4 5

Benefício atribuído a:
— anos anteriores 0 131 262 393 524
— ano corrente (1 % do or­
denado final) 131 131 131 131 131

— anos corrente e anteriores 131 262 393 524 655

Obrigação de abertura — 89 196 324 476


Juro a 10 % — 9 20 33 48
Custo do serviço corrente 89 98 108 119 131

Obrigação de fecho 89 196 324 476 655

Nota:

1. A obrigação de abertura é o valor presente do benefício atribuído a anos anteriores.


2. O custo do serviço corrente é o valor presente do benefício atribuído ao ano corrente.
3. A obrigação de fecho é o valor presente do benefício atribuído aos anos corrente e anteriores.

66. ►M5 Uma entidade desconta o total de uma obrigação de benefícios


pós-emprego, mesmo se parte da obrigação se vencer dentro de doze
meses depois do período de relato. ◄

Atribuição do benefício a períodos de serviço


67. Na determinação do valor presente das sua obrigações de benefícios
definidos e do respectivo custo do serviço corrente e, quando aplicá­
vel, do custo do serviço passado, uma entidade deve atribuir benefício
a períodos de serviço de acordo com a fórmula de benefícios do
plano. Porém, se o serviço de um empregado nos últimos anos con­
duzir a um nível materialmente mais elevado de benefício que em
anos anteriores, uma entidade deve atribuir benefício numa base de
linha recta desde:

a) a data em que o serviço do empregado dá lugar pela primeira vez a


benefícios segundo o plano (quer os benefícios estejam, quer não
condicionados por serviço futuro); até
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 177

▼B
b) a data em que o futuro serviço de um empregado não dará lugar a
uma quantia material de benefícios adicionais segundo o plano,
que não sejam provenientes de novos aumentos de ordenado.

68. O Método da Unidade de Crédito Projectada exige que uma entidade


atribua benefício ao período corrente (a fim de determinar o custo do
serviço corrente) e aos períodos corrente e anteriores (a fim de deter­
minar o valor presente das obrigações de benefícios definidos). Uma
entidade atribui benefício aos períodos em que surge a obrigação de
proporcionar benefícios pós-emprego. Essa obrigação surge à medida
que os empregados prestam serviços em compensação de os benefí­
cios pós-emprego que a entidade espera pagar em futuros períodos de
relato. As técnicas actuariais permitem que uma entidade mensure essa
obrigação com credibilidade suficiente para justificar o reconheci­
mento de um passivo.

Exemplos ilustrativos do parágrafo 68.

1. Um plano de benefícios definidos proporciona um benefício


de quantia única de 100 pagável à reforma por cada ano de
serviço.

É atribuído um benefício de 100 a cada ano. O custo do


serviço corrente é o valor presente desse benefício. O valor
presente da obrigação de benefício definido é o valor pre­
sente de 100, multiplicado pelo número de anos de serviço
até à data da ►M5 demonstração da posição financeira ◄.

Se o benefício for pagável imediatamente quando o empre­


gado deixa a entidade, o custo do serviço corrente e o valor
presente da obrigação de benefício definido reflectem a data
em que se espera que o empregado saia. Assim, devido ao
efeito de desconto, eles são inferiores às quantias que seriam
determinadas se o empregado saísse ►M5 no fim do pe­
ríodo de relato ◄.

2. Um plano proporciona uma pensão mensal de 0,2 % do


ordenado final por cada ano de serviço. A pensão é pagável
a partir da idade de 65 anos.

É atribuído a cada ano de serviço um benefício igual ao


valor presente, à data esperada de reforma, de uma pensão
mensal de 0,2 % do ordenado final estimado pagável a partir
da data esperada de reforma até à data esperada de morte.
O custo do serviço corrente é o valor presente desse bene­
fício. O valor presente da obrigação de benefício definido é o
valor presente dos pagamentos mensais de pensão de 0,2 %
do ordenado final, multiplicado pelo número de anos de
serviço até à data da ►M5 demonstração da posição finan­
ceira ◄. O custo do serviço corrente e o valor presente da
obrigação de benefício definido são descontados porque os
pagamentos da pensão começam aos 65 anos.

69. O serviço do empregado dá origem a uma obrigação segundo um


plano de benefícios definidos mesmo se os benefícios estiverem con­
dicionados a futuro emprego (por outras palavras, eles não estão
adquiridos ou conferidos). O serviço dos empregados antes da data
de aquisição dá origem a uma obrigação construtiva porque ►M5 no
fim de cada sucessivo período de relato ◄ se reduz a quantidade de
serviço futuro que um empregado tem de prestar antes de ter direito
ao benefício. Ao mensurar a sua obrigação de benefícios definidos,
uma entidade considera a probabilidade de que alguns empregados
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 178

▼B
possam não satisfazer quaisquer requisitos de aquisição. De forma
semelhante, embora determinados benefícios pós-emprego, por exem­
plo, benefícios médicos pós-emprego apenas se tornem pagáveis se
ocorrer um acontecimento especificado quando o empregado já não
está empregado, cria-se uma obrigação quando o empregado presta
serviço que proporcionará o direito ao benefício se ocorrer o aconte­
cimento especificado. A probabilidade de que o acontecimento espe­
cificado ocorrerá afecta a mensuração da obrigação, mas não deter­
mina se a obrigação existe ou não.

Exemplos ilustrativos do parágrafo 69.

1. Um plano paga um benefício de 100 por cada ano de serviço.


Os benefícios adquirem-se após 10 anos de serviço.

É atribuído um benefício de 100 a cada ano. Em cada um


dos dez primeiros anos o custo do serviço corrente e o valor
presente da obrigação reflectem a probabilidade de o em­
pregado poder não completar 10 anos de serviço.

2. Um plano paga um benefício de 100 por cada ano de serviço,


excluindo o serviço antes dos 25 anos. Os benefícios
adquirem-se imediatamente.

Nenhum benefício é atribuído ao serviço antes dos 25 anos


porque o serviço antes dessa data não dá lugar a benefícios
(condicionados ou não condicionados). É atribuído um be­
nefício de 100 a cada ano subsequente.

70. A obrigação aumenta até à data em que o serviço adicional prestado


pelo empregado dê lugar a quantia não material de benefícios futuros.
Portanto, todo o benefício é atribuído aos períodos que terminem em
ou antes dessa data. O benefício é atribuído a períodos contabilísticos
individuais segundo a forma de benefício do plano. Porém, se o
serviço do empregado em anos posteriores conduzir a um nível ma­
terialmente mais elevado de benefício do que em anos mais recentes,
uma entidade atribui o benefício numa base de linha recta até à data
em que o serviço adicional do empregado dê lugar a uma quantia não
material de benefícios adicionais. Isto é devido a que o serviço do
empregado durante a totalidade do período dará em ultima análise
lugar a benefício a esse nível mais alto.

Exemplos ilustrativos do parágrafo 70.

1. Um plano paga um benefício de quantia única de 1 000 que


se adquire após 10 anos de serviço. O plano não prevê be­
nefício adicional para serviço subsequente.

Um benefício de 100 (1 000 dividido por dez) é atribuído a


cada um dos primeiros 10 anos. O custo do serviço corrente
em cada um dos 10 primeiros anos reflecte a probabilidade
de o empregado não completar 10 anos de serviço. Nenhum
benefício é atribuído a anos subsequentes.

2. Um plano paga um benefício de reforma de quantia única de


2 000 a todos os empregados que ainda estejam empregados
aos 55 anos após vinte anos de serviço, ou que ainda estejam
empregados aos 65, independentemente da duração do seu
serviço.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 179

▼B

Para os empregados que sejam admitidos antes dos 35, o


serviço dá primeiro lugar aos benefícios segundo o plano
dos 35 anos (um empregado pode deixar com 30 anos e
retornar aos 33 sem efeito na quantia ou tempestividade de
benefícios). Esses benefícios estão condicionados a serviço
futuro. Também o serviço para além dos 55 não dará lugar
a quantia material de benefícios futuros. Para estes empre­
gados, a entidade atribui um benefício de 100 (2 000 divi­
dido por 20) a cada ano desde os 35 até aos 55 anos.

Para os empregados que sejam admitidos entre os 35 e os 45


anos, o serviço para além de 20 anos não dará lugar a
quantia material de benefícios adicionais. Para esses empre­
gados, a entidade atribui benefício de 100 (2 000 dividido
por 20) a cada um dos primeiros 20 anos.

Para um empregado que seja admitido aos 55, o serviço


para além de 10 anos não dará lugar a quantia material
de benefícios futuros. Para este empregado, a entidade atri­
bui benefício de 200 (2 000 dividido por 10) a cada um dos
10 primeiros anos.

Para todos os empregados, o custo do serviço corrente e o


valor presente da obrigação reflectem a probabilidade de o
empregado poder não completar o necessário período de
serviço.

3. Um plano médico pós-emprego reembolsa 40 % dos custos


médicos pós-emprego de um empregado se um empregado
sair após mais de dez e menos de vinte anos de serviço e
50 % desses custos se o empregado sair após vinte ou mais
anos de serviço.

Segundo a fórmula de benefícios do plano, a entidade atribui


4 % do valor presente dos custos médicos esperados (40 %
dividido por dez) a cada um dos primeiros 10 anos e 1 %
(10 % dividido por 10) a cada um dos segundos 10 anos. O
custo do serviço corrente em cada ano reflecte a probabili­
dade de o empregado poder não completar o período de
serviço necessário para obter parte ou todos os benefícios.
Para os empregados que se espera que saiam dentro de dez
anos, nenhum benefício é atribuído.

4. Um plano médico pós-emprego reembolsa 10 % dos custos


médicos pós-emprego de um empregado se um empregado
sair após mais de dez e menos de vinte anos de serviço e
50 % desses custos se o empregado sair após vinte ou mais
anos de serviço.

O serviço em anos mais afastados conduzirá a um nível de


benefícios materialmente mais elevado do que em anos re­
centes. Portanto, para os empregados que se espera que
saiam após vinte ou mais anos, a entidade atribui benefício
numa base de linha recta segundo o parágrafo 68. O serviço
para além de vinte anos não dará lugar a quantia material
de benefícios futuros. Portanto, o benefício atribuído a cada
um dos primeiros vinte anos é de 2,5 % do valor presente
dos custos médicos esperados (50 % dividido por vinte).
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▼B

Para os empregados que se espera que saiam entre dez e


vinte anos, o benefício atribuído a cada um dos primeiros 10
anos é de 1 % do valor presente dos custos médicos espera­
dos. Para estes empregados, nenhum benefício é atribuído ao
serviço entre o final do décimo ano e a data estimada de
saída.

Para os empregados que se espera que saiam dentro de dez


anos, nenhum benefício é atribuído.

71. Quando a quantia de um benefício é uma proporção constante do


ordenado final relativo a cada ano de serviço, os aumentos futuros
dos ordenados afectarão a quantia necessária para liquidar a obrigação
que existe relativa ao serviço antes da data ►M5 da demonstração da
posição financeira ◄, mas não criam uma obrigação adicional. Por­
tanto:

a) para a finalidade do parágrafo 67.b), os aumentos de ordenado não


conduzem a benefícios adicionais, mesmo se a quantia dos bene­
fícios for dependente do ordenado final; e

b) a quantia do benefício atribuído a cada período é uma proporção


constante do ordenado ao qual o benefício está ligado.

Exemplo ilustrativo do parágrafo 71.

Os empregados têm direito a um benefício de 3 % do ordenado


final por cada ano de serviço antes dos 55 anos.

O benefício de 3 % do ordenado final estimado é atribuído a


cada ano até aos 55. Esta é a data em que o serviço adicional
prestado pelo empregado não dará lugar a uma quantia mate­
rial de benefícios futuros segundo o plano. Nenhum benefício é
atribuído ao serviço após essa idade.

Pressupostos actuariais
72. Os pressupostos actuariais não devem ser preconceituosos e devem ser
mutuamente compatíveis.

73. Os pressupostos actuariais são as melhores estimativas da entidade das


variáveis que determinarão o custo final de proporcionar benefícios
pós-emprego. Os pressupostos actuariais compreendem:

a) pressupostos demográficos acerca das características futuras de


empregados (e seus dependentes) correntes e antigos que sejam
elegíveis para os benefícios. Os pressupostos demográficos tratam
matérias tais como:

i) mortalidade, tanto durante como após o emprego,

ii) taxas de rotação, de incapacidade e de reforma antecipada dos


empregados,

iii) a proporção dos membros do plano quando dependentes que


sejam elegíveis para os benefícios, e

iv) taxas de reivindicação segundo os planos médicos; e

b) pressupostos financeiros, tratando de itens tais como:

i) a taxa de desconto (ver parágrafos 78.-82.),


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 181

▼B
ii) níveis de ordenados futuros e de benefícios (ver parágrafos
83.-87.),

iii) no caso de benefícios médicos, custos médicos futuros incluin­


do, quando material, o custo de administrar reivindicações e
pagamentos de benefícios (ver parágrafo 88.-91.), e

iv) taxa esperada de retorno dos activos do plano (ver parágrafos


105.-107.).

74. Os pressupostos actuariais não são preconceituosos se eles não forem


nem imprudentes nem excessivamente conservadores.

75. Os pressupostos actuariais são mutuamente compatíveis se reflectirem


os relacionamentos económicos entre factores tais como inflação, ta­
xas de aumento dos ordenados, taxa de retorno dos activos do plano e
de desconto. Por exemplo, todos os pressupostos que dependem de
um dado nível de inflação (tais como pressupostos sobre taxas de juro
e aumentos de ordenados e de benefícios) em qualquer dado período
futuro pressupõem o mesmo nível de inflação nesse período.

76. Uma entidade determina a taxa de desconto e outros pressupostos


financeiros em termos nominais (declarados), salvo se forem mais
credíveis estimativas em termos reais (ajustadas pela inflação), por
exemplo, numa economia hiperinflacionária (ver a IAS 29 Relato
Financeiro em Economias Hiperinflacionárias) ou quando o benefício
está indexado e existe um mercado activo em obrigações indexadas de
mesmos moeda e prazo.

77. Os pressupostos financeiros devem basear-se em expectativas de mer­


cado, ►M5 no fim do período de relato ◄, relativamente ao período
durante o qual se liquidam as obrigações.

Pressupostos actuariais: taxa de desconto


78. A taxa usada para descontar as obrigações de benefícios pós-emprego
(com fundo ou sem fundo) deve ser determinada por referência aos
rendimentos do mercado ►M5 no fim do período de relato ◄ em
obrigações de alta qualidade de sociedades. Nos países em que não
haja um mercado activo em tais obrigações, devem ser usados os
rendimentos de mercado (►M5 no fim do período de relato ◄)
em obrigações governamentais. A moeda e o prazo das obrigações
das sociedades ou das obrigações governamentais devem ser consis­
tentem com a moeda e o prazo esperados das obrigações de benefício
pós-emprego.

79. Um pressuposto actuarial que tem um efeito material é a taxa de


desconto. A taxa de desconto reflecte o valor temporal do dinheiro
mas não o risco actuarial ou de investimento. Além disso, a taxa de
desconto não reflecte o risco de crédito específico da entidade supor­
tado pelos credores da entidade, nem reflecte o risco de a experiência
futura poder diferir dos pressupostos actuariais.

80. A taxa de desconto reflecte a tempestividade estimada de pagamentos


de benefícios. Na prática, uma entidade consegue muitas vezes isto ao
aplicar uma única taxa de desconto média ponderada que reflicta a
tempestividade e a quantia estimadas dos pagamentos de benefícios e
a moeda em que os benefícios vão ser pagos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 182

▼B
81. Nalguns casos, não existe um mercado activo em obrigações com uma
maturidade suficientemente longa para balancear com a maturidade
estimada a todos os pagamentos de benefício. Em tais casos, uma
entidade usa taxas de mercado corrente do prazo apropriado para
descontar pagamentos a prazos mais curtos, e estima a taxa de des­
conto para vencimentos mais longos ao extrapolar taxas de mercado
correntes ao longo da curva de rendimentos. O valor presente total
numa obrigação de benefícios definidos não é provável ser particular­
mente sensível à taxa de desconto aplicada à porção dos benefícios
que seja pagável para além da maturidade final das obrigações das
sociedades ou das obrigações governamentais disponíveis.

82. O custo dos juros é calculado multiplicando a taxa de desconto tal


como determinada no início do período pelo valor presente da obri­
gação de benefícios definidos ao longo desse período, tomando em
conta quaisquer alterações significativas na obrigação. O valor pre­
sente da obrigação diferirá do passivo reconhecido ►M5 no fim do
período de relato ◄ porque o passivo é reconhecido após deduzir o
justo valor de quaisquer activos do plano e devido a que alguns
ganhos e perdas actuariais, e a algum custo do serviço passado, não
são reconhecidos imediatamente. [O Apêndice A ilustra, entre outras
coisas, o cálculo do custo dos juros.]

Pressupostos actuariais: ordenados, benefícios e custos médicos


83. As obrigações de benefícios pós-emprego devem ser mensuradas
numa base que reflicta:

a) aumentos estimados de ordenados futuros;

b) os benefícios estabelecidos nos termos do plano (ou que resultem


de qualquer obrigação construtiva que vá para além desses termos)
à data da ►M5 demonstração da posição financeira ◄; e

c) alterações futuras estimadas no nível de quaisquer benefícios esta­


tais que afectem os benefícios pagáveis segundo um plano de
benefícios definido, se, e só se:

i) essas alterações forem decretadas antes da data ►M5 da de­


monstração da posição financeira ◄, ou

ii) o passado histórico, ou outra evidência credível, indicie que


esses benefícios estatais se alterarão de uma maneira de algum
modo previsível, por exemplo, em linha com alterações futuras
nos níveis gerais de preços ou níveis gerais de ordenado.

84. As estimativas de aumentos de ordenados futuros tomam em conta a


inflação, a experiência, as promoções e outros factores relevantes, tais
como oferta e procura no mercado de emprego.

85. Se os termos formais de um plano (ou de uma obrigação construtiva


que vá para além desses termos) exijam que uma entidade altere
benefícios em períodos futuros, a mensuração da obrigação reflecte
essas alterações. Este é o caso quando, por exemplo:

a) a entidade tem um passado histórico de benefícios crescentes, por


exemplo, para mitigar os efeitos da inflação, e não existe indicação
de que esta prática se alterará no futuro; ou

b) já foram reconhecidos ganhos actuariais nas demonstrações finan­


ceiras e a entidade é obrigada, seja pelos termos formais de um
plano (ou de uma obrigação construtiva que vá para além desses
termos) ou por legislação, a usar quaisquer excedentes do plano no
benefício dos participantes do plano [ver parágrafo 98.c)].
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 183

▼B
86. Os pressupostos actuariais não reflectem alterações em benefícios futu­
ros que não estejam estabelecidas nos termos formais do plano (ou de
uma obrigação construtiva) ►M5 no fim do período de relato ◄. Tais
alterações resultarão de:

a) custo do serviço passado, na medida em que alterem benefícios


relativos ao serviço antes da alteração; e

b) custo do serviço corrente relativo a períodos após a alteração na


medida em que eles alterem benefícios relativos a serviços após a
alteração.

87. Alguns benefícios pós-emprego estão ligados a variáveis tais como o


nível de benefícios de reforma estatais ou de cuidados médicos esta­
tais. A mensuração de tais benefícios reflecte as alterações esperadas
em tais variáveis baseadas no passado histórico e em outra evidência
credível.

88. Os pressupostos acerca de custos médicos devem tomar em conta as


alterações futuras estimadas no custo dos serviços médicos, que re­
sultem não só da inflação como de alterações específicas nos custos
médicos.

89. A mensuração de benefícios médicos pós-emprego exige pressupostos


acerca do nível e da frequência de reivindicações futuras e do custo de
satisfazer essas reivindicações. Uma entidade estima os custos médi­
cos futuros na base de dados históricos acerca da própria experiência
da entidade, suplementada sempre que necessário por dados históricos
de outras entidades, de empresas de seguros de fornecedores de ser­
viços médicos ou de outras fontes. As estimativas dos custos médicos
futuros consideram o efeito dos avanços tecnológicos, das alterações
na utilização dos cuidados de saúde ou de modelos de prestação
desses cuidados e alterações nas condições de saúde dos participantes
do plano.

90. O nível e a frequência das reivindicações são particularmente sensí­


veis à idade, às condições de saúde e sexo dos empregados (e dos
seus dependentes) e podem ser sensíveis a outros factores, tais como
localização geográfica. Por conseguinte, os dados históricos são ajus­
tados na medida em que o conjunto demográfico da população difere
do da população usada como base dos dados históricos. São também
ajustados sempre que haja evidência credível de que as tendências
históricas não continuarão.

91. Alguns planos de cuidados de saúde pós-emprego exigem que os


empregados contribuam para os custos médicos cobertos pelo plano.
As estimativas de custos médicos futuros tomam em conta quaisquer
dessas contribuições, com base nos termos do plano ►M5 no fim do
período de relato ◄ (ou com base em qualquer obrigação construtiva
que vá para além desses termos). As alterações nas contribuições
desses empregados têm como consequência custo do serviço passado
ou, quando aplicável, cortes. O custo de satisfazer as reivindicações
pode ser reduzido por benefícios provenientes do estado ou de outros
prestadores de serviços médicos [ver parágrafos 83.c) e 87.].

Ganhos e perdas actuariais


92. Ao mensurar o seu passivo de benefícios definidos de acordo com o
parágrafo 54., uma entidade deve, sujeita ao parágrafo 58.A, reconhe­
cer uma porção (como especificado no parágrafo 93.) dos seus ganhos
e perdas actuariais como rendimento ou gasto se o líquido acumulado
dos ganhos e perdas actuariais não reconhecidos no final do período
de relato anterior exceder o maior de:

a) 10 % do valor presente da obrigação de benefícios definidos nessa


data (antes da dedução dos activos do plano); e
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▼B
b) 10 % do justo valor de quaisquer activos do plano nessa data.

Estes limites devem ser calculados e aplicados separadamente relati­


vamente a cada plano de benefício definido.

93. A porção de ganhos e perdas actuariais a ser reconhecida relativa­


mente a cada plano de benefício definido é o excesso determinado de
acordo com o parágrafo 92., dividido pelas médias esperadas das
restantes vidas de trabalho dos empregados participantes nesse plano.
No entanto, uma entidade pode adoptar qualquer método sistemático
que resulte num acelerado reconhecimento dos ganhos e perdas ac­
tuariais, na condição de que a mesma base seja aplicada tanto a
ganhos como a perdas e que a base seja aplicada consistentemente
de período para período. Uma entidade pode aplicar tais métodos
sistemáticos aos ganhos e perdas actuariais mesmo se eles estiverem
dentro dos limites especificados no parágrafo 92.

►M5 93.A. Se, tal como permitido pelo parágrafo 93, uma entidade adop­
tar uma política de reconhecimento de ganhos e perdas actuariais no
período em que ocorram, ela pode reconhecê-los em outro rendimento
integral, de acordo com os parágrafos 93B-93D, desde que ◄ o faça
para:

a) todos os seus planos de benefícios definidos; e

b) todos os seus ganhos e perdas actuariais.

▼M5
93.B. Os ganhos e perdas actuariais reconhecidos em outro rendimento
integral tal como permitido pelo parágrafo 93A devem ser apresenta­
dos na demonstração do rendimento integral.

93.C. Uma entidade que reconheça ganhos e perdas actuariais de acordo


com o parágrafo 93A deve também reconhecer quaisquer ajustamentos
resultantes do limite do parágrafo 58(b) em outro rendimento integral.

93.D. Os ganhos e perdas actuariais e os ajustamentos resultantes do limite


do parágrafo 58(b) que tenham sido reconhecidos em outro rendi­
mento integral devem ser reconhecidos imediatamente nos resultados
retidos. Não devem ser reclassificados nos lucros ou prejuízos num
período posterior.

▼B
94. Os ganhos e perdas actuariais podem resultar de aumentos ou dimi­
nuições seja no valor presente de uma obrigação de benefícios defi­
nidos seja no justo valor de quaisquer activos do plano relacionados.
As causas de ganhos e perdas actuariais incluem, por exemplo:

a) taxas inesperadamente altas ou baixas de rotação dos empregados,


de reformas antecipadas ou de mortalidade ou de aumentos em
ordenados, em benefícios (se os termos formais ou construtivos
de um plano proporcionarem aumentos de benefícios inflacioná­
rios) ou custos médicos;

b) o efeito de alterações nas estimativas de futuras rotações dos em­


pregados, de reformas antecipadas ou de mortalidade ou de au­
mentos em ordenados, em benefícios (se os termos formais ou
construtivos de um plano proporcionarem aumentos de benefícios
inflacionários) ou custos médicos;

c) o efeito de alterações na taxa de desconto; e

d) diferenças entre o retorno real dos activos do plano e o retorno


esperado dos activos do plano (ver parágrafos 105.-107.).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 185

▼B
95. A longo prazo, os ganhos e perdas actuariais podem compensar-se uns
com os outros. Por conseguinte, as estimativas das obrigações de
benefícios pós-emprego podem ser vistas como um intervalo (ou
«corridor») à volta da melhor estimativa. Permite-se, mas não se exige
que uma entidade reconheça ganhos e perdas actuariais que caiam
dentro desse intervalo. Esta Norma exige que uma entidade reconheça,
como mínimo, uma porção especificada dos ganhos e perdas actuariais
que caiam fora de um «corridor» de mais ou menos 10 %. [O Apên­
dice A ilustra, entre outras coisas, o tratamento de ganhos e perdas
actuariais.] A Norma permite também métodos sistemáticos de reco­
nhecimento acelerado, na condição de que esses métodos satisfaçam
as condições estabelecidas no parágrafo 93. Tais métodos permitidos
incluem, por exemplo, o reconhecimento imediato de todos os ganhos
e perdas actuariais, tanto dentro como fora do «corridor». O parágrafo
155.b)iii) explica a necessidade de considerar qualquer parte não re­
conhecida do passivo de transição na contabilização dos subsequentes
ganhos actuariais.

Custo do serviço passado


96. Ao mensurar o seu passivo de benefícios definidos segundo o pará­
grafo 54., uma entidade deve, sujeita ao parágrafo 58.A., reconhecer o
custo do serviço passado como um gasto numa base de linha recta
durante o período médio até que os benefícios se tornem adquiridos.
Na medida em que os benefícios já estão adquiridos imediatamente a
seguir à introdução de, ou alterações a, um plano de benefícios defi­
nidos, uma entidade deve reconhecer o custo do serviço passado
imediatamente.

▼M8
97. O custo do serviço passado surge quando uma entidade introduz um
plano de benefício definido que atribui benefícios ao serviço passado
ou altera os benefícios a pagar por esse serviço ao abrigo de um plano
de benefício definido existente. Tais alterações são em paga do ser­
viço dos empregados durante o período até os respectivos benefícios
serem adquiridos. Por conseguinte, a entidade reconhece o custo do
serviço passado durante esse período, independentemente do facto de
o custo se referir ao serviço dos empregados em períodos anteriores.
A entidade afere o custo do serviço passado como a alteração no
passivo resultante da emenda (ver parágrafo 64). Surge um custo do
serviço passado negativo quando uma entidade modifica os benefícios
atribuíveis ao serviço passado por forma a que o valor presente da
obrigação de benefício definido diminua.

▼B

Exemplo ilustrativo do parágrafo 97.

Uma entidade opera um plano de pensões que proporciona uma


pensão de 2 % do ordenado final por cada ano de serviço. Os
benefícios tornam-se adquiridos após cinco anos de serviço. Em
1 de Janeiro de 20X5, a entidade melhora a pensão para 2,5 %
do ordenado final por cada ano de serviço que se tenha iniciado
desde 1 de Janeiro de 20X1. À data da melhoria, o valor pre­
sente dos benefícios adicionais relativos ao serviço de 1 de
Janeiro de 20X1 a 1 de Janeiro de 20X5 é como se segue:

Empregados com mais de cinco anos de serviço


em 1/1/X5 150
Empregados com menos de cinco anos de serviço
em 1/1/X5 (período médio até à aquisição: três
anos) 120

270
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▼B

A entidade reconhece 150 imediatamente porque esses benefí­


cios já estão adquiridos. A entidade reconhece 120 numa base
de linha recta durante três anos a partir de 1 de Janeiro de
20X5.

▼M8
98. O custo do serviço passado exclui:

(a) o efeito de diferenças, entre aumentos de ordenados reais e os


anteriormente pressupostos, na obrigação de pagar benefícios
relativos ao serviço em anos anteriores (não há custo do serviço
passado porque os pressupostos actuariais contemplam ordena­
dos projectados);

(b) as estimativas por defeito e por excesso de aumentos discricioná­


rios das pensões quando uma entidade tem a obrigação construtiva
de conceder tais aumentos (não há custo do serviço passado por­
que os pressupostos actuariais têm em conta tais aumentos);

(c) as estimativas de melhorias de benefícios que resultem de ganhos


actuariais que já foram reconhecidos nas demonstrações financei­
ras se a entidade estiver obrigada, quer pelos termos formais de
um plano (ou por uma obrigação construtiva que vá para além
desses termos) quer pela legislação, a usar qualquer excedente no
plano em benefício dos seus participantes, mesmo se o aumento
dos benefícios não tiver ainda sido formalmente concedido
(o aumento resultante da obrigação é uma perda actuarial e não
um custo do serviço passado, ver parágrafo 85(b));

(d) o aumento de benefícios adquiridos quando, na ausência de be­


nefícios novos ou melhorados, os empregados satisfaçam os re­
quisitos de aquisição (não há custo do serviço passado porque a
entidade reconheceu o custo estimado dos benefícios como custo
do serviço corrente à medida que o serviço foi prestado); e

(e) o efeito de alterações do plano que reduzam os benefícios relati­


vos a serviço futuro (um corte).

▼B
99. Uma entidade estabelece o mapa de amortizações relativo ao custo do
serviço passado quando os benefícios são introduzidos ou alterados.
Seria impraticável manter os registos pormenorizados necessários para
identificar e implementar alterações subsequentes nesse mapa das
amortizações. Além disso, só é provável que o efeito seja material
quando haja um corte ou uma liquidação. Por conseguinte, uma en­
tidade só altera o mapa de amortizações relativo ao custo do serviço
passado se houver um corte ou liquidação.

100. Quando uma entidade reduz os benefícios a pagar segundo um plano


de benefícios existente, a redução resultante no passivo de benefícios
definidos é reconhecida como custo do serviço passado (negativo)
durante o período médio até que a porção reduzida dos benefícios
se torna adquirida.

101. Quando uma entidade reduz determinados benefícios a pagar segundo


um plano de benefícios existente e, ao mesmo tempo aumenta, outros
benefícios a pagar segundo o plano para os mesmo empregados, a
entidade trata a alteração como uma alteração líquida única.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 187

▼B
Reconhecimento e mensuração: activos do plano

Justo valor dos activos do plano


▼M33
102. O justo valor de quaisquer activos do plano é deduzido na determi­
nação da quantia reconhecida na demonstração da posição financeira
segundo o parágrafo 54.

▼B
103. Os activos do plano excluem contribuições não pagas devidas para o
fundo pela entidade que relata, bem como quaisquer instrumentos
financeiros não transferíveis emitidos pela entidade e detidos pelo
fundo. Os activos do plano são reduzidos por quaisquer passivos do
fundo que não se relacionem com os benefícios dos empregados, por
exemplo, contas a pagar e passivos comerciais e activos resultantes de
instrumentos financeiros derivados.

104. Quando os activos do plano incluírem apólices de seguro elegíveis


que exactamente balanceiam a quantia e a tempestividade de alguns
ou todos os benefícios a pagar segundo o plano, o justo valor dessas
apólices de seguro é considerado ser o valor presente das respectivas
obrigações, como descrito no parágrafo 54. (sujeito a qualquer redu­
ção necessária se as quantias a receber segundo as apólices de seguro
não sejam recuperáveis na totalidade).

Reembolsos
104.A. Quando, e só quando, for virtualmente certo que uma outra parte
reembolsará alguns ou todos os dispêndios necessários para liquidar
uma obrigação de benefícios definidos, uma entidade deve reconhecer
o seu direito ao reembolso como um activo separado. A entidade deve
mensurar o activo ao justo valor. Em todos ou outros aspectos, uma
entidade deve tratar esse activo do mesmo modo que os activos do
plano. Na ►M5 demonstração do rendimento integral ◄, o gasto
relativo a um plano de benefícios definidos deve ser apresentado
líquido da quantia reconhecida de um reembolso.

104.B. Algumas vezes, uma entidade está em condições de pedir que uma
outra parte, tal como uma seguradora, pague parte ou a totalidade do
dispêndio necessário para liquidar uma obrigação de benefícios defi­
nidos. Apólices de seguros elegíveis, como definidas no parágrafo 7.,
são activos do plano. Uma entidade contabiliza apólices de seguros
elegíveis da mesma maneira que os outros activos do plano e o
parágrafo 104. A não se aplica (ver parágrafos 39.-42. e 104.).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 188

▼B
104.C. Quando uma apólice de seguro não for uma apólice de seguro elegível
não é um activo do plano. O parágrafo 104.A trata de tais casos: a
entidade reconhece o seu direito ao reembolso de acordo com a apó­
lice de seguro como um activo separado, e não como uma dedução ao
determinar o passivo de benefícios definidos reconhecidos de acordo
com o parágrafo 54.; em todos os outros aspectos, a entidade trata
esse activo do mesmo modo que os activos do plano. Em particular, o
passivo de benefícios definidos reconhecido de acordo com o pará­
grafo 54. é aumentado (reduzido) até ao ponto em que os ganhos
(perdas) actuariais acumulados líquidos da obrigação de benefícios
definidos e do respectivo direito ao reembolso fiquem por reconhecer
de acordo com os parágrafos 92. e 93. O parágrafo 120.A.f)iv) exige
que a entidade divulgue uma breve descrição da ligação entre o direito
ao reembolso e a respectiva obrigação.

Exemplo ilustrativo dos parágrafos 104.A-104.C

Valor presente da obrigação 1 241


Ganhos actuariais não reconhecidos 17
Passivo reconhecido ►M5 na demonstração da
posição financeira ◄ 1 258

Direitos de acordo com as apólices de seguro que


balanceiam exactamente a quantia e a data de
alguns dos benefícios a pagar de acordo com o
plano. Esses benefícios têm um valor presente de
1 092 1 092

Os ganhos actuariais não reconhecidos de 17 são os ganhos


actuariais acumulados líquidos sobre a obrigação e sobre os
direitos de reembolso.

104.D. Se o direito ao reembolso provier segundo uma apólice de seguros


que balanceie exactamente a quantia e a data de todos ou alguns dos
benefícios a pagar segundo um plano de benefícios definidos, o justo
valor do direito de reembolso considera-se ser o valor presente da
respectiva obrigação, como descrito no parágrafo 54. (sujeito a qual­
quer redução necessária se o reembolso não for recuperável na tota­
lidade).

Retorno dos activos do plano


105. O retorno esperado dos activos do plano é uma componente do gasto
reconhecido ►M5 nos lucros ou prejuízos ◄. A diferença entre o
retorno esperado dos activos do plano e o retorno real dos activos do
plano é um ganho ou perda actuarial; é incluída nos ganhos e perdas
actuariais da obrigação de benefícios definidos ao determinar a quan­
tia líquida que é comparada com os limites do «corridor» de 10 %
especificado no parágrafo 92.

106. O retorno esperado dos activos do plano baseia-se em expectativas do


mercado, no começo do período, relativas a retornos durante a vida
inteira da respectiva obrigação. O retorno esperado dos activos do
plano reflecte alterações no justo valor dos activos do plano durante
o período em consequência das contribuições reais pagas para o fundo
e benefícios reais pagos do fundo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 189

▼B

Exemplo ilustrativo do parágrafo 106.


Em 1 de Janeiro de 20X1, o justo valor dos activos do plano era
10 000 e os ganhos actuariais líquidos acumulados não reconhe­
cidos eram 760. Em 30 de Junho de 20X1, o plano pagou
benefícios de 1 900 e recebeu contribuições de 4 900. Em 31
de Dezembro de 20X1, o justo valor dos activos do plano era de
15 000 e o valor presente da obrigação de benefícios definidos
era de 14 792. As perdas actuariais sobre a obrigação com res­
peito a 20X1 eram 60.

Em 1 de Janeiro de 20X1, a entidade que relata fez as seguintes


estimativas, baseadas em preços de mercado nessa data

Rendimento de juros e dividendos, após impostos


a pagar pelo fundo 9,25
Ganhos realizados e não realizados nos activos do
plano (após impostos) 2,00
Custos de administração (1,00)

Taxa esperada de retorno 10,25

Relativamente a 20X1, os retornos esperados e


reais dos activos do plano são como se segue:
Retorno em 10 000 detidos durante 12 meses a
10,25 % 1 025
Retorno em 3 000 detidos durante seis meses a
5 % (equivalente a 10,25 % anualmente, com­
posto de 6 em 6 meses) 150

Retorno esperado dos activos do plano em 20X1 1 175

Justo valor dos activos do plano em 31 de De­


zembro de 20X1 15 000
Menos justo valor dos activos do plano em 1 de
Janeiro de 20X1 (10 000)
Menos contribuições recebidas (4 900)
Adicionar benefícios pagos 1 900

Retorno efectivo dos activos do plano 2 000

A diferença entre o retorno esperado dos activos do plano


(1 175) e o retorno real dos activos do plano (2 000) é um
ganho actuarial de 825. Portanto, os ganhos actuariais acumu­
lados líquidos não reconhecidos são 1 525 (760 mais 825 menos
60). Segundo o parágrafo 92, os limites do «corridor» estão
fixados em 1 500 [maior de: i) 10 % de 15 000 e ii) 10 % de
14 792]. No ano seguinte (20X2), a entidade reconhece
►M5 nos lucros ou prejuízos ◄ um ganho actuarial de 25
(1 525 menos 1 500) dividido pela vida de trabalho esperada
média remanescente dos respectivos empregados.

O retorno esperado dos activos do plano para 20X2 será ba­


seado nas expectativas de mercado em 1/1/X2 para retornos
durante a vida inteira da obrigação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 190

▼B
107. Ao determinar o retorno real e esperado dos activos do plano, uma
entidade deduz os custos esperados de administração, que não sejam
os incluídos nos pressupostos actuariais usados para mensurar a obri­
gação.

Concentrações de actividades empresariais


108. Numa concentração de actividades empresariais, uma entidade reco­
nhece activos e passivos resultantes de benefícios pós-emprego pelo
valor presente da obrigação menos o justo valor de quaisquer activos
de plano (ver IFRS 3 Concentrações de Actividades Empresariais).
O valor presente da obrigação inclui tudo o que se segue, mesmo que
a adquirida ainda não os tenha reconhecido à data de aquisição:

a) ganhos e perdas actuariais que surgiram antes da data de aquisição


(quer tenham caído ou não dentro do «corridor» de 10 %);

b) custo de serviço passado que surgiu de alterações nos benefícios,


ou da introdução de um plano, antes da data de aquisição; e

c) quantias que, segundo as disposições transitórias da alínea b) do


parágrafo 155., a adquirida não tivesse reconhecido.

Cortes e liquidações
109. Uma entidade deve reconhecer ganhos ou perdas no corte ou na
liquidação de um plano de benefícios definidos quando o corte ou
liquidação ocorrer. O ganho ou perda de um corte ou liquidação deve
compreender:

a) qualquer alteração resultante no valor presente da obrigação de


benefícios definidos;

b) qualquer alteração resultante no justo valor dos activos do plano;

c) quaisquer ganhos e perdas actuariais e custo do serviço passado


relacionados que, segundo os parágrafos 92. e 96., não tivessem
sido previamente reconhecidos.

110. Antes de determinar o efeito de um corte ou liquidação, uma entidade


deve remensurar a obrigação (e os respectivos activos do plano, se
existirem) usando pressupostos actuariais correntes (incluindo taxas de
juro de mercado correntes e outros preços de mercado correntes).

▼M8
111. Um corte ocorre quando uma entidade:

(a) está demonstravelmente comprometida a fazer uma redução sig­


nificativa no número de empregados cobertos por um plano; ou

(b) altera os termos de um plano de benefício definido de forma tal


que um elemento significativo do serviço futuro dos empregados
actuais deixará de se qualificar para benefícios, ou se qualificará
apenas para benefícios reduzidos.

Pode surgir um corte a partir de um evento isolado, como o encerra­


mento de uma fábrica, a interrupção de uma operação ou o termo ou
suspensão de um plano, ou uma redução da medida em que os au­
mentos salariais futuros estão ligados aos benefícios a pagar pelo
serviço passado. Os cortes estão muitas vezes ligados a reestrutura­
ções. Neste caso, uma entidade contabiliza um corte na mesma altura
que a respectiva reestruturação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 191

▼M8
111.A. Quando uma alteração do plano reduz os benefícios, apenas o efeito
da redução para o serviço futuro é um corte. O efeito de qualquer
redução do serviço passado é um custo do serviço passado negativo.

▼B
112. Ocorre uma liquidação quando uma entidade celebra uma transacção
que elimina todas as futuras obrigações construtivas ou legais relati­
vamente a parte ou todos os benefícios proporcionados por um plano
de benefícios definidos, por exemplo quando um pagamento único em
dinheiro é feito a, ou a favor de, os participantes do plano, em troca
dos seus direitos de receber benefícios pós-emprego especificados.

▼M31
113. O justo valor de quaisquer activos do plano é deduzido na determi­
nação do défice ou excedente.

▼B
114. Ocorre uma liquidação juntamente com um corte se um plano for
terminado de forma tal que a obrigação é liquidada e o plano deixa
de existir. Porém, o término de um plano não é um corte ou liquida­
ção se o plano for substituído por um novo plano que ofereça bene­
fícios que, em substância, sejam idênticos.

115. Quando um corte se relacione apenas com alguns dos empregados


cobertos por um plano ou quando apenas parte de uma obrigação
seja liquidada, o ganho ou perda inclui uma fracção proporcional do
custo do serviço passado e dos ganhos e perdas actuariais anterior­
mente por reconhecer [e as quantias transitórias remanescentes por
reconhecer de acordo com a alínea b) do parágrafo 155]. A fracção
proporcional é determinada na base do valor presente das obrigações
antes e após o corte ou liquidação, salvo se outra base for mais
racional nas circunstâncias. Por exemplo, pode ser apropriado aplicar
qualquer ganho que surja num corte ou liquidação do mesmo plano a
eliminar em primeiro lugar qualquer custo do serviço passado por
reconhecer relativo ao mesmo plano.

Exemplo ilustrativo do parágrafo 115.

Uma entidade descontinua um segmento operacional e os empregados do segmento


descontinuado não obterão benefícios futuros. Isto é um corte sem liquidação.
Usando pressupostos actuariais correntes (incluindo taxas de juro de mercado cor­
rentes e outros preços de mercado correntes) imediatamente antes do corte, a
entidade tem uma obrigação de benefícios definidos com um valor presente líquido
de 1 000, activos do plano com um justo valor de 820 e ganhos actuariais líquidos
acumulados não reconhecidos de 50. A entidade adoptou pela primeira vez a
Norma há um ano. Isto aumentou o passivo líquido em 100, que a entidade
escolheu reconhecer ao longo de cinco anos (ver alínea b) do parágrafo 155). O
corte reduz o valor presente líquido da obrigação de 100 ficando em 900.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 192

▼B

Dos ganhos actuariais e quantias transitórias anteriormente por reconhecer, 10 %


(100/1 000) relaciona-se com a parte da obrigação que foi eliminada por meio do
corte. Por conseguinte, o efeito do corte é como segue:

Antes do Ganho do Depois do


corte corte corte

Valor presente líquido da obriga­


ção 1 000 (100) 900
Justo valor dos activos do plano (820) — (820)

180 (100) 80
Ganhos actuariais não reconheci­
dos 50 (5) 45
Quantia transitória não reconhe­
cida (100 × 4/5) (80) 8 (72)
Passivo líquido reconhecido
►M5 na demonstração da posição
financeira ◄ 150 (97) 53

Apresentação

Compensação
116. Uma entidade deve compensar um activo relativo a um plano com um
passivo relativo a outro plano quando, e só quando, a entidade:

a) tenha um direito legalmente executável de usar um excedente num


plano para liquidar obrigações do outro plano; e

b) pretenda quer liquidar as obrigações numa base líquida, quer rea­


lizar simultaneamente o excedente de um plano e liquidar a sua
obrigação de acordo com o outro plano.

117. Os critérios de compensação são semelhantes aos estabelecidos para


os instrumentos financeiros na IAS 32 Instrumentos Financeiros:
Apresentação.

Distinção corrente/não corrente


118. Algumas entidades distinguem activos e passivos correntes de activos
e passivos não correntes. Esta norma não especifica se uma entidade
deve distinguir as fracções corrente e não corrente de activos e pas­
sivos provenientes de benefícios pós-emprego.

Componentes financeiros de custos de benefício pós-emprego


119. Esta Norma não especifica se uma entidade deve apresentar o custo
do serviço corrente, o custo de juros e o retorno esperado dos activos
do plano como componentes de um elemento único dos rendimentos
ou gastos no rosto da ►M5 demonstração do rendimento integral ◄.

Divulgação
120. Uma entidade deve divulgar informações que permitam aos utentes
das demonstrações financeiras avaliar a natureza dos seus planos de
benefícios definidos e os efeitos financeiros das alterações nesses
planos durante o período.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 193

▼M5
120.A. Uma entidade deve divulgar a seguinte informação sobre planos de
benefícios definidos:

▼B
a) a política contabilística da entidade para reconhecer ganhos e
perdas actuariais;

b) uma descrição geral do tipo de plano;

c) uma reconciliação dos saldos de abertura e de fecho do valor


presente da obrigação de benefícios definidos mostrando separa­
damente, se aplicável, os efeitos durante o período atribuíveis a
cada um dos seguintes:

i) custo do serviço corrente,

ii) custo de juros,

iii) contribuições de participantes do plano,

iv) ganhos e perdas actuariais,

v) alterações cambiais nos planos mensurados numa moeda di­


ferente da moeda de apresentação da entidade,

vi) benefícios pagos,

vii) custo do serviço passado,

viii) concentrações de actividades empresariais,

ix) cortes e

x) liquidações;

d) uma análise da obrigação de benefícios definidos por quantias


resultantes de planos que estão totalmente sem fundo e por quan­
tias resultantes de planos que estão total ou parcialmente com
fundo constituído;

e) uma reconciliação dos saldos de abertura e de fecho do justo valor


dos activos do plano e dos saldos de abertura e de fecho de
qualquer direito de reembolso reconhecido como activo de acordo
com o parágrafo 104.A., mostrando separadamente, se aplicável,
os efeitos durante o período atribuíveis a cada um dos seguintes:

i) retorno esperado dos activos do plano,

ii) ganhos e perdas actuariais,

iii) alterações cambiais nos planos mensurados numa moeda di­


ferente da moeda de apresentação da entidade,

iv) contribuições do empregador,

v) contribuições de participantes do plano,

vi) benefícios pagos,

vii) concentrações de actividades empresariais e

viii) liquidações;

f) uma reconciliação do valor presente da obrigação de benefícios


definidos da alínea c) e do justo valor dos activos do plano da
alínea e) com os activos e passivos reconhecidos ►M5 na de­
monstração da posição financeira ◄, mostrando pelo menos:

i) os ganhos ou perdas actuariais líquidos não reconhecidos


►M5 na demonstração da posição financeira ◄ (ver pará­
grafo 92.),
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 194

▼B
ii) o custo do serviço passado não reconhecido ►M5 na de­
monstração da posição financeira ◄ (ver parágrafo 96.),

iii) qualquer quantia não reconhecida como um activo, por causa


do limite do parágrafo 58.b),

iv) o justo valor ►M5 no fim do período de relato ◄ de qual­


quer direito de reembolso reconhecido como um activo de
acordo com o parágrafo 104.A. (com uma breve descrição
da ligação entre o direito de reembolso e a respectiva obriga­
ção), e

v) as outras quantias reconhecidas ►M5 na demonstração da


posição financeira ◄;

g) o gasto total reconhecido nos lucros ou prejuízos para cada um


dos elementos seguintes, e a linha de item na qual estão incluídos:

i) custo do serviço corrente,

ii) custo de juros,

iii) retorno esperado dos activos do plano,

iv) o retorno esperado de qualquer direito de reembolso reco­


nhecido como activo de acordo com o parágrafo 104.A.,

v) ganhos e perdas actuariais,

vi) custo do serviço passado,

vii) o efeito de qualquer corte ou liquidação, e

viii) o efeito do limite do parágrafo 58.b);

▼M5
h) a quantia total reconhecida em outro rendimento integral para cada
um dos seguintes itens:

▼B
i) ganhos e perdas actuariais, e

ii) o efeito do limite do parágrafo 58.b);

▼M5
i) para entidades que reconhecem ganhos e perdas actuariais em
outro rendimento integral de acordo com o parágrafo 93A, a
quantia cumulativa de ganhos e perdas actuariais reconhecida
em outro rendimento integral;

▼B
j) para cada categoria principal de activos do plano, que devem
incluir, entre outros, instrumentos de capital próprio, instrumentos
de dívida, propriedade, e todos os outros activos, a percentagem
ou quantia de cada categoria principal constituindo o justo valor
do total dos activos do plano;

k) as quantias incluídas no justo valor dos activos do plano para:

i) cada categoria dos próprios instrumentos financeiros da enti­


dade, e

ii) qualquer propriedade ocupada, ou outros activos utilizados,


pela entidade;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 195

▼B
l) uma descrição narrativa da base usada para determinar a taxa
esperada global de retorno dos activos, incluindo o efeito das
principais categorias de activos do plano;

m) o retorno real dos activos do plano, bem como o retorno real


sobre qualquer direito de reembolso reconhecido como um activo
de acordo com o parágrafo 104.A;

n) os principais pressupostos actuariais usados ►M5 no fim do


período de relato ◄, incluindo, quando aplicável:

i) as taxas de desconto,

ii) as taxas esperadas do retorno em quaisquer activos do plano


para os períodos apresentados nas demonstrações financeiras,

iii) as taxas esperadas de retorno relativas aos períodos apresen­


tados nas demonstrações financeiras sobre qualquer direito de
reembolso reconhecido como um activo de acordo com o
parágrafo 104.A.,

iv) as taxas esperadas de aumentos de ordenado (e de alterações


num índice ou outra variável especificada nos termos de um
plano formal ou construtivo como a base para futuros aumen­
tos de benefícios),

v) taxas de tendência dos custos médicos, e

vi) quaisquer outros pressupostos actuariais materiais usados.

Uma entidade deve divulgar cada pressuposto actuarial em


termos absolutos (por exemplo, como uma percentagem abso­
luta) e não apenas como uma margem entre diferentes per­
centagens ou outras variáveis;

o) o efeito de um aumento de um ponto percentual e o efeito de um


decréscimo de um ponto percentual nas taxas de tendência dos
custos médicos assumidos:

i) no agregado do custo do serviço corrente e de componentes de


custo de juros dos custos médicos pós-emprego periódicos
líquidos, e

ii) na obrigação acumulada de benefícios pós-emprego relativa a


custos médicos.

Para a finalidade desta divulgação, todos os outros pressupostos


devem permanecer constantes. Relativamente aos planos que ope­
ram num ambiente de elevada inflação, a divulgação deve ser o
efeito de um aumento ou decréscimo de percentagem na taxa de
tendência dos custos médicos assumidos de uma importância se­
melhante a um ponto percentual num ambiente de baixa inflação;

p) as quantias do período anual corrente e dos quatro períodos anuais


anteriores de:

i) o valor presente da obrigação de benefícios definidos, o justo


valor dos activos do plano e o excedente ou défice do plano, e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 196

▼B
ii) os ajustamentos de experiência resultantes do seguinte:

a) os passivos do plano expressos quer como (1) uma quantia


quer como (2) uma percentagem dos passivos do plano
►M5 no fim do período de relato ◄; e

b) os activos do plano expressos quer como (1) uma quantia


quer como (2) uma percentagem dos activos do plano
►M5 no fim do período de relato ◄;

q) a melhor estimativa do empregador, assim que possa ser razoa­


velmente determinada, das contribuições que se espera que sejam
pagas ao plano durante o período anual que começa após a data
da ►M5 demonstração da posição financeira ◄.

121. O parágrafo 120.A.b) exige uma descrição geral do tipo de plano. Tal
descrição distingue, por exemplo, planos de pensões de ordenado
nivelado de planos de pensões de ordenado final e de planos médicos
pós-emprego. A descrição do plano deve incluir práticas informais que
dêem origem a obrigações construtivas incluídas na mensuração da
obrigação de benefícios definidos de acordo com o parágrafo 52. Mais
detalhe não é necessário.

122. Quando uma entidade tenha mais do que um plano de benefícios


definidos, podem ser feitas divulgações em total, separadamente
para cada plano, ou agrupadas como sejam considerados como sendo
o mais útil. Pode ser útil para distinguir agrupamentos por critérios
tais como os seguintes:

a) a localização geográfica dos planos, por exemplo distinguindo


planos domésticos de planos estrangeiros; ou

b) se os planos estão sujeitos a riscos materialmente diferentes, por


exemplo, distinguindo planos de pensões de ordenado nivelado de
planos de pensões de ordenado final e de planos médicos pós-
-emprego.

Quando uma entidade proporciona divulgações pelo total para um


agrupamento de planos, tais divulgações são fornecidas sob a forma
de média ponderada ou de intervalos relativamente estreitos.

123. O parágrafo 30. exige divulgações adicionais sobre planos de benefí­


cios definidos multiempregador que sejam tratados como se fossem
planos de contribuição definida.

124. Quando exigido pela IAS 24, uma entidade divulga informação sobre:

a) transacções com partes relacionadas com planos de benefícios pós-


-emprego; e

b) benefícios pós-emprego para o pessoal-chave da gerência.

125. Quando exigido pela IAS 37, uma entidade divulga informação sobre
passivos contingentes resultantes de obrigações de benefícios pós-em­
prego.

OUTROS BENEFÍCIOS A LONGO PRAZO DE EMPREGADOS


126. Outros benefícios a longo prazo de empregados incluem, por exem­
plo:

a) ausências permitidas de longo prazo tais como licença por serviço


duradouro ou sabática;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 197

▼B
b) benefícios de jubileu ou por outro serviço duradouro;

c) benefícios a longo prazo de incapacidade;

d) participação nos lucros e gratificações pagáveis doze meses ou


mais após o fim do período no qual os empregados prestam o
respectivo serviço; e

e) remunerações diferidas pagas doze meses ou mais após o fim do


período no qual seja obtida.

127. A mensuração de outros benefícios a longo prazo de empregados não


é geralmente sujeita ao mesmo grau de incerteza que a mensuração de
benefícios pós-emprego. Além disso, a introdução de, ou alterações a,
outros benefícios a longo prazo de empregados raramente dá origem a
uma quantia material de custo do serviço passado. Por estas razões,
esta Norma exige um método simplificado de contabilização para
outros benefícios a longo prazo de empregados. Este método difere
da contabilização exigida para benefícios pós-emprego como se segue:

a) ganhos e perdas actuariais são imediatamente reconhecidos e não


se aplica o «corridor»; e

b) todo o custo do serviço passado é imediatamente reconhecido.

Reconhecimento e mensuração
128. A quantia reconhecida como um passivo relativa a outros benefícios a
longo prazo de empregados deve ser o total líquido das seguintes
quantias:

a) o valor presente da obrigação de benefícios definidos


►M5 no fim do período de relato ◄ (ver parágrafo 64.);

b) menos o justo valor ►M5 no fim do período de relato ◄ dos


activos do plano (se os houver) dos quais as obrigações devem ser
liquidadas directamente (ver parágrafos 102.-104.).

Ao mensurar o passivo, uma entidade deve aplicar os parágrafos 49.-


-91., excluindo os parágrafos 54. e 61. Uma entidade deve aplicar o
parágrafo 104.A ao reconhecer e mensurar qualquer direito de reem­
bolso.

129. Para outros benefícios a longo prazo de empregados, uma entidade


deve reconhecer o total líquido das seguintes quantias como gasto ou
(sujeito ao parágrafo 58.) rendimento, excepto na medida em que
outra Norma exija ou permita a sua inclusão no custo de um activo:

a) custo do serviço corrente (ver parágrafos 63.-91.);

b) custo de juros (ver parágrafo 82.);

c) o retorno esperado em quaisquer activos do plano (ver parágrafos


105.-107.) e sobre qualquer direito de reembolso reconhecido
como um activo (ver parágrafo 104.A.);

d) ganhos e perdas actuariais, que devem ser todos imediatamente


reconhecidos;

e) custo do serviço passado, que deve ser todo imediatamente reco­


nhecido; e

f) o efeito de quaisquer cortes ou liquidações (ver parágrafos 109. e


110.).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 198

▼B
130. Uma forma de outros benefícios a longo prazo do empregado é be­
nefício de incapacidade a longo prazo. Se o nível do benefício de­
pende da duração do serviço, uma obrigação surge quando o serviço é
prestado. A mensuração dessa obrigação reflecte a probabilidade desse
pagamento ser obrigatório e a duração do tempo durante o qual se
espera que o pagamento seja feito. Se o nível do benefício for o
mesmo para qualquer empregado inválido independentemente dos
anos de serviço, o custo esperado desses benefícios é reconhecido
quando ocorre um acontecimento que cause uma incapacidade a longo
prazo.

Divulgação
131. Embora esta Norma não exija divulgações específicas acerca de outros
benefícios a longo prazo de empregados, outras Normas podem exigir
divulgações, por exemplo, quando o gasto resultante desses benefícios
for material e dessa forma exigisse divulgação de acordo com a IAS
1. Quando exigido pela IAS 24, uma entidade divulga informação
acerca de outros benefícios a longo prazo de empregados para o
pessoal-chave da gerência.

BENEFÍCIOS DE CESSAÇÃO DE EMPREGO


132. Esta Norma trata de benefícios de cessação de emprego em separado
de outros benefícios dos empregados devido a que o acontecimento
que dá origem a uma obrigação é a cessação em vez do serviço do
empregado.

Reconhecimento
133. Uma entidade deve reconhecer benefícios de cessação de emprego
como um passivo e um gasto quando, e somente quando, a entidade
esteja comprometida de uma forma demonstrável, ou a:

a) cessar o emprego de um empregado ou grupo de empregados antes


da data normal de reforma; ou

b) proporcionar benefícios de cessação como resultado de uma oferta


feita a fim de encorajar a redundância voluntária.

134. Uma entidade está demonstravelmente comprometida a uma cessação


de emprego quando, e somente quando, a entidade tem um plano
formal pormenorizado para a cessação e não exista possibilidade rea­
lista de retirada. O plano detalhado deve incluir, como mínimo:

a) a localização, a função, e o número aproximado de empregados


cujos serviços estão para ser cessados;

b) o benefício de cessação para cada classificação ou função de em­


prego; e

c) o momento em que o plano será implementado. A implementação


deve começar com a maior brevidade possível e o período de
tempo para completar a implementação deve ser tal que não sejam
prováveis alterações materiais para o plano.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 199

▼B
135. Uma entidade pode estar comprometida, pela legislação, por acordos
contratuais ou outros com empregados ou os seus representantes ou
por uma obrigação construtiva baseada na prática da entidade, cos­
tume ou um desejo de agir com equidade, a fazer pagamentos (ou
proporcionar outros benefícios) aos empregados quando dá por ces­
sado o seu emprego. Tais pagamentos são benefícios de cessação.
Benefícios de cessação de emprego são tipicamente pagamentos de
quantia única, mas por vezes também incluem:

a) um alargamento de benefícios de reforma ou de outros benefícios


pós-emprego, quer indirectamente através de um plano de benefí­
cios do empregado ou directamente; e

b) ordenados até ao final de um período de aviso especificado se o


empregado não prestar mais serviço adicional que proporcione
benefícios económicos para a entidade.

136. Alguns benefícios dos empregados são pagáveis independentemente


da razão para a saída do empregado. O pagamento de tais benefícios é
certo (sujeito a quaisquer requisitos de aquisição ou de serviço míni­
mo) mas a tempestividade do seu pagamento é incerta. Embora tais
benefícios sejam descritos nalguns países como indemnizações de
cessação de emprego, ou liberalidades de cessação de emprego, eles
são benefícios pós-emprego, em vez de benefícios de cessação de
emprego e uma entidade contabiliza-os como benefícios pós-emprego.
Algumas entidades proporcionam um nível mais baixo de benefícios
para cessação de emprego voluntário a pedido do empregado (em
substância, um benefício pós-emprego) do que para cessação de em­
prego involuntário a pedido da entidade. O benefício adicional a pagar
da cessação involuntária é um benefício de cessação de emprego.

137. Os benefícios de cessação de emprego não proporcionam a uma en­


tidade futuros benefícios económicos e são reconhecidos como um
gasto imediatamente.

138. Quando uma entidade reconheça benefícios de cessação, a entidade


pode também ter necessidade de contabilizar um corte de benefícios
de reforma ou outros benefícios dos empregados (ver parágrafo 109.).

Mensuração
139. Sempre que benefícios de cessação de emprego se vençam a mais de
12 meses ►M5 após o período de relato ◄, eles devem ser descon­
tados usando a taxa de desconto especificada no parágrafo 78.

140. No caso de uma oferta feita para encorajar a redundância voluntária, a


mensuração dos benefícios de cessação de emprego deve basear-se no
número de empregados que se espera que aceitem a oferta.

Divulgação
141. Quando existir uma incerteza acerca do número de empregados que
aceitarão uma oferta de benefícios de cessação de emprego, existe um
passivo contingente. Conforme exigido pela IAS 37, uma entidade
divulga informação acerca do passivo contingente salvo se a possibi­
lidade de qualquer exfluxo na liquidação for remota.

142. Conforme exigido pela IAS 1, uma entidade divulga a natureza e a


quantia de um gasto se for material. Os benefícios de cessação de
emprego podem resultar num gasto que exija divulgação a fim de
cumprir este requisito.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 200

▼B
143. Quando exigido pela IAS 24, uma entidade divulga informação sobre
benefícios de cessação de emprego relativos ao pessoal-chave da ge­
rência.

144.-152. [Eliminados]

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
153. Esta secção especifica o tratamento transitório para planos de benefí­
cios definidos. Quando uma entidade adoptar pela primeira vez esta
Norma para outros benefícios dos empregados, a entidade aplica a
IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabi­
lísticas e Erros.

154. Quando adoptar pela primeira vez esta Norma, uma entidade deve
determinar o seu passivo de transição para planos de benefícios defi­
nidos nessa data como:

a) o valor presente da obrigação (ver parágrafo 64.) na data de adop­


ção;

b) menos o justo valor, na data de adopção, dos activos do plano (se


os houver) dos quais as obrigações deverão ser directamente liqui­
dadas (ver parágrafos 102.-104.);

c) menos quaisquer custo do serviço passado que, sob o parágrafo


96., deva ser reconhecido em períodos posteriores.

155. Se o passivo de transição for maior do que o passivo que teria sido
reconhecido na mesma data segundo a anterior política contabilística
da entidade, a entidade deve fazer uma escolha irrevogável para reco­
nhecer esse aumento como parte do seu passivo de benefícios defini­
dos segundo o parágrafo 54.:

a) imediatamente, segundo a IAS 8; ou

b) como um gasto numa base de linha recta durante e até cinco anos
da data de adopção. Se uma entidade escolher b), a entidade deve:

i) aplicar o limite descrito no parágrafo 58.b) ao mensurar qual­


quer activo reconhecido ►M5 na demonstração da posição
financeira ◄,

ii) divulgar em cada data ►M5 da demonstração da posição


financeira ◄: (1) a quantia do aumento que fique por reco­
nhecer; e (2) a quantia reconhecida no período corrente,

iii) limitar o reconhecimento de subsequentes ganhos actuariais


(mas não custo do serviço passado negativo) como se segue.
Se um ganho actuarial é para ser reconhecido segundo os
parágrafos 92. e 93., uma entidade somente deve reconhecer
esse ganho actuarial na medida em que os ganhos actuariais
acumulados líquidos não reconhecidos (antes do reconheci­
mento desse ganho actuarial) excedam a parte não reconhecida
do passivo de transição, e

iv) incluir a parte relacionada do passivo de transição não reco­


nhecido na determinação de qualquer subsequente ganho ou
perda em liquidação ou corte.

Se o passivo de transição for menor do que o passivo que teria sido


reconhecido à mesma data segundo a anterior política contabilística da
entidade, a entidade deve reconhecer essa diminuição imediatamente
segundo a IAS 8.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 201

▼B
156. Na adopção inicial da Norma, o efeito da alteração na política con­
tabilística inclui todos os ganhos e perdas actuariais que surjam em
períodos anteriores mesmo se eles caírem dentro de 10 % do «corri­
dor» especificado no parágrafo 92.

Exemplo ilustrativo dos parágrafos 154. a 156.


Em 31 de Dezembro de 1998, ►M5 a demonstração da posição
financeira ◄ de uma entidade inclui um passivo de pensão de
100. A entidade adopta a Norma a partir de 1 de Janeiro de
1999, quando o valor presente da obrigação segundo a Norma é
de 1 300 e o justo valor dos activos do plano é de 1 000. Em
1 de Janeiro de 1993, a entidade melhorou as pensões (custo
para benefícios não adquiridos: 160; e período médio restante
nessa data até a aquisição: 10 anos).

O efeito de transição é o seguinte:

Valor presente da obrigação 1 300


Justo valor dos activos do plano (1 000)
Menos: custo do serviço passado a ser reco­
nhecido nos períodos posteriores (160 × 4/10) (64)
Passivo de transição 236
Passivo já reconhecido 100
Aumento no passivo 136

A entidade pode escolher reconhecer o aumento de 136 ou


imediatamente ou durante até 5 anos. A escolha é irrevogável.

Em 31 de Dezembro de 1999, o valor presente da obrigação


segundo a Norma é de 1 400 e o justo valor dos activos do
plano é de 1 050. Ganhos actuariais líquidos acumulados não
reconhecidos desde a data de adopção da Norma são de 120.
A média esperada da restante vida de trabalho dos empregados
que participam no plano é de oito anos. A entidade tem adoptado
uma política de reconhecer todos os ganhos e perdas actuariais
imediatamente, como permitido pelo parágrafo 93.

O efeito do limite no parágrafo 155.b)iii) é como segue:

Ganhos actuariais acumulados líquidos não


reconhecidos 120
Parte não reconhecida do passivo de transi­
ção (136 × 4/5) (109)
Ganho máximo a ser reconhecido [parágrafo
155.b)iii)] 11

DATA DE EFICÁCIA
157. Esta Norma entra em vigor para as demonstrações financeiras que
cubram os períodos que comecem em ou após 1 de Janeiro de 1999,
excepto conforme especificado nos parágrafos 159.-159.C. É encora­
jada a adopção mais cedo. Se uma entidade aplicar esta Norma a
custos de benefícios de reforma para demonstrações financeiras que
cubram períodos que comecem antes de 1 de Janeiro de 1999, a
entidade deve divulgar o facto de que aplica esta Norma em vez da
IAS 19 Benefícios dos Empregados aprovada em 1993.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 202

▼B
158. Esta Norma substitui a IAS 19 Benefícios dos Empregados aprovada
em 1993.

159. O que se segue torna-se operacional nas demonstrações financeiras


anuais (1) que cubram períodos que comecem em ou após 1 de Janeiro
de 2001:

a) a definição revista de activos do plano do parágrafo 7. e as res­


pectivas definições de activos detidos por um fundo de benefícios
a longo prazo de empregados e de apólice de seguros elegíveis; e

b) os requisitos de reconhecimento e mensuração relativos a reembol­


sos dos parágrafos 104.A., 128. e 129. e respectivas divulgações
dos parágrafos 120.A.f)iv), 120.A.g)iv), 120.A.m) e 120.A.n)iii).

É encorajada a adopção mais cedo. Se a adopção mais cedo afectar as


demonstrações financeiras, uma entidade deve divulgar esse facto.

159.A. A emenda do parágrafo 58.A. torna-se operacional para demonstra­


ções financeiras anuais que cubram os períodos que terminem em ou
após 31 de Maio de 2002. É encorajada a adopção mais cedo. Se a
adopção mais cedo afectar as demonstrações financeiras, uma entidade
deve divulgar esse facto.

159.B. Uma entidade deve aplicar as emendas aos parágrafos 32.A., 34.-
-34.B., 61. e 120.-121. a períodos anuais com início em ou após
1 de Janeiro de 2006. É encorajada a aplicação mais cedo. Se uma
entidade aplicar estas emendas a um período com início antes de 1 de
Janeiro de 2006, ela deve divulgar esse facto.

159.C. A opção dos parágrafos 93.A.-93.D. pode ser usada para períodos
anuais que terminem em ou após 16 de Dezembro de 2004. Uma
entidade que use a opção para períodos anuais com início antes de
1 de Janeiro de 2006 deve também aplicar as emendas dos parágrafos
32.A., 34.-34.B., 61. e 120.-121.

▼M8
159.D. Os parágrafos 7, 8 (b), 32B, 97, 98 e 111 foram alterados e o pará­
grafo 111A foi adicionado com base no documento Melhoramentos
introduzidos nas IFRS, emitido em Maio de 2008. Uma entidade deve
aplicar as emendas aos parágrafos 7, 8(b), 32B aos períodos anuais
com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. É permitida a aplicação
mais cedo. Se uma entidade aplicar as emendas a um período anterior,
deve divulgar esse facto. Uma entidade deve aplicar as emendas aos
parágrafos 97, 98, 111 e 111A às alterações dos benefícios ocorridas
em ou após 1 de Janeiro de 2009.

160. A IAS 8 é aplicada quando uma entidade altera as suas políticas


contabilísticas para reflectir as alterações especificadas nos parágrafos
159-159D. Ao aplicar essas alterações retrospectivamente, conforme
requerido pela IAS 8, a entidade trata essas alterações como se tives­
sem sido aplicadas ao mesmo tempo que o resto da presente norma. A
excepção consiste no facto de uma entidade poder divulgar as quan­
tias exigidas pelo parágrafo 120A(p) à medida que as quantias são
determinadas prospectivamente para cada período anual, a partir do
primeiro período anual apresentado nas demonstrações financeiras em
que a entidade tenha aplicado pela primeira vez as emendas ao pará­
grafo 120A.

(1) Os parágrafos 159. e 159.A referem-se a «demonstrações financeiras anuais» em linha


com uma linguagem mais explícita para a escrita de datas de eficácia adoptadas em 1998.
O parágrafo 157. refere-se a «demonstrações financeiras».
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 203

▼M5
161. A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada
nas IFRS. Além disso, emendou os parágrafos 93A-93D, 106 (Exem­
plo) e 120A. Uma entidade deve aplicar estas emendas aos períodos
anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. Se uma entidade
aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a um período anterior, as emendas
deverão ser aplicadas a esse período anterior.
▼M33
162. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou a definição de justo
valor no parágrafo 7 e emendou os parágrafos 50 e 102. Uma entidade
deve aplicar estas emendas quando aplicar a IFRS 13.
▼M31
174. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou a definição de justo
valor no parágrafo 8 e o parágrafo 113. Uma entidade deve aplicar
esta emenda quando aplicar a IFRS 13.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 204

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 20

Contabilização dos Subsídios Governamentais e Divulgação de Apoios


Governamentais

ÂMBITO ►M8 (1) ◄


1. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização e na divulgação de
subsídios governamentais e na divulgação de outras formas de apoio
governamental.

2. Esta Norma não trata de:

a) os problemas especiais que surgem da contabilização dos subsídios


governamentais em demonstrações financeiras que reflictam os
efeitos das alterações de preços ou na informação suplementar
de uma natureza semelhante;

▼M8
b) apoios governamentais prestados a uma entidade sob a forma de
benefícios que estão disponíveis na determinação do lucro tributá­
vel ou da perda fiscal, ou são determinados ou limitados com base
no passivo do imposto sobre o rendimento. Os exemplos de tais
benefícios são isenções temporárias do imposto sobre o rendimen­
to, créditos fiscais por investimentos, permissão de depreciações
aceleradas e taxas reduzidas de impostos sobre o rendimento;

▼B
c) a participação do governo na propriedade (capital) da entidade; e

d) os subsídios governamentais cobertos pela IAS 41 Agricultura.

DEFINIÇÕES
3. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Governo refere-se ao governo, agências do governo e organismos


semelhantes, sejam eles locais, nacionais ou internacionais.

Apoio governamental é a acção concebida pelo governo para propor­


cionar benefícios económicos específicos a uma entidade ou a uma
categoria de entidades que a eles se propõem segundo certos critérios.
O apoio governamental, para os fins desta Norma, não inclui os
benefícios única e indirectamente proporcionados através de acções
que afectem as condições comerciais gerais, tais como o fornecimento
de infra-estruturas em áreas de desenvolvimento ou a imposição de
restrições comerciais sobre concorrentes.

Subsídios governamentais são auxílios do governo na forma de trans­


ferência de recursos para uma entidade em troca do cumprimento
passado ou futuro de certas condições relacionadas com as actividades
operacionais da entidade. Excluem as formas de apoio governamental
às quais não possa razoavelmente ser-lhes dado um valor e transac­
ções com o governo que não possam ser distinguidas das transacções
comerciais normais da entidade (2).

(1) No quadro dos Melhoramentos introduzidos nas IFRS, documento emitido em Maio de
2008, e a fim de assegurar a coerência com as outras IFRS, o Conselho alterou a
terminologia utilizada nesta Norma do seguinte modo:
(a) «rendimento colectável» foi alterado para «lucro tributável ou perda fiscal»,
(b) «reconhecidos como rendimentos/gastos» foi alterado para «reconhecidos como lu­
cros ou perdas»,
(c) «directamente creditados ao capital próprio» foi alterado para «reconhecidos fora dos
lucros ou perdas»; e
(d) «revisão de uma estimativa contabilística» foi alterada para «alteração de uma
estimativa contabilística».
(2) Ver também a SIC-10 Apoios Governamentais —Sem Relação Específica com Activida­
des Operacionais.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 205

▼B
Subsídios relacionados com activos são subsídios governamentais cuja
condição primordial é a de que a entidade que a eles se propõe deve
comprar, construir ou por qualquer forma adquirir activos a longo
prazo. Podem também estar ligadas condições subsidiárias restrin­
gindo o tipo ou a localização dos activos ou dos períodos durante
os quais devem ser adquiridos ou detidos.

Subsídios relacionados com rendimentos são subsídios governamen­


tais que não sejam os que estão relacionados com activos.

Empréstimos perdoáveis são empréstimos em que o mutuante se com­


promete a renunciar ao seu reembolso sob certas condições prescritas.

▼M33
Justo Valor é o preço que seria recebido pela venda de um activo ou
pago pela transferência de um passivo numa transacção ordenada
entre participantes no mercado à data da mensuração. (Ver IFRS 13
Mensuração pelo Justo Valor).

▼B
4. O apoio governamental toma muitas formas variando quer na natureza
da assistência dada quer nas condições que estão geralmente ligadas a
ele. O propósito dos apoios pode ser o de encorajar uma entidade a
seguir um certo rumo que ela normalmente não teria tomado se o
apoio não fosse proporcionado.

5. A aceitação de apoio governamental por uma entidade pode ser sig­


nificativo para a preparação das demonstrações financeiras por duas
razões. Primeira, porque se os recursos tiverem sido transferidos, deve
ser encontrado um método apropriado de contabilização para a trans­
ferência. Segunda, porque é desejável dar uma indicação da extensão
pela qual a entidade beneficiou de tal apoio durante o período de
relato. Isto facilita as comparações das demonstrações financeiras da
entidade com as de períodos anteriores e com as de outras entidades.

6. Os subsídios governamentais são algumas vezes denominados por


outros nomes, como dotações, subvenções ou prémios.

SUBSÍDIOS GOVERNAMENTAIS
7. Os subsídios governamentais, incluindo subsídios não monetários pelo
justo valor, só devem ser reconhecidos após existir segurança de que:

a) a entidade cumprirá as condições a eles associadas; e

b) os subsídios serão recebidos.

8. Um subsídio governamental não é reconhecido até que haja segurança


razoável de que a entidade cumprirá as condições a ele associadas, e
que o subsídio será recebido. O recebimento de um subsídio não
proporciona ele próprio prova conclusiva de que as condições asso­
ciadas ao subsídio tenham sido ou serão cumpridas.

9. A maneira por que um subsídio é recebido não afecta o método


contabilístico a ser adoptado com respeito ao subsídio. Por conseguin­
te, um subsídio é contabilizado da mesma maneira quer ele seja
recebido em dinheiro, quer como redução de um passivo para com
o governo.

10. Um empréstimo perdoável do governo é tratado como um subsídio


governamental quando haja segurança razoável de que a entidade
satisfará as condições de perdão do empréstimo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 206

▼M8
10.A. O benefício de um empréstimo governamental com uma taxa de juro
inferior à do mercado é tratado como um subsídio governamental. O
empréstimo deve ser reconhecido e aferido em conformidade com a
IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração. O
benefício da taxa de juro inferior à do mercado deve ser medido como
a diferença entre a quantia escriturada inicial do empréstimo determi­
nada em conformidade com a IAS 39 e os proventos recebidos. O
benefício é contabilizado em conformidade com a presente norma. A
entidade deve ter em conta as condições e obrigações que foram, ou
devem ser, satisfeitas ao identificar os custos que o benefício do
empréstimo visa compensar.

▼B
11. Uma vez que o subsídio governamental seja reconhecido, qualquer
contingência relacionada será tratada de acordo com a IAS 37 Provi­
sões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.

▼M8
12. Os subsídios governamentais devem ser reconhecidos como lucros ou
perdas numa base sistemática durante os períodos nos quais a entidade
reconhece como gastos os custos relativos, que os subsídios visam
compensar.

13. Existem duas abordagens gerais relativamente à contabilidade dos


subsídios governamentais: a abordagem pelo capital, ao abrigo da
qual um subsídio é reconhecido fora dos lucros ou perdas, e a abor­
dagem pelos rendimentos, no âmbito da qual um subsídio é reconhe­
cido como lucro ou perda durante um ou mais períodos.

14. Aqueles que apoiam a abordagem pelo capital argumentam como se


segue:

(a) os subsídios governamentais são um dispositivo de financiamento


e devem ser tratados como tal na declaração da posição financeira
em vez de serem reconhecidos como lucros ou perdas para com­
pensar os itens de gastos que financiam. Porque não se espera
qualquer reembolso, tais subsídios devem ser reconhecidos fora
dos lucros ou perdas.

(b) é inapropriado reconhecer os subsídios governamentais como lu­


cros ou perdas, dado que não são obtidos, mas representam, pelo
contrário, um incentivo proporcionado pelo governo sem custos
relacionados.

15. Os argumentos em suporte da abordagem pelos rendimentos são os


seguintes:

(a) porque os subsídios do governo são recebimentos de uma fonte


que não os accionistas, não devem ser reconhecidos directamente
no capital próprio, mas devem ser reconhecidos nos lucros ou
perdas em períodos adequados.

(b) os subsídios governamentais raramente são gratuitos. A entidade


obtém-nos ao cumprir as suas condições e a satisfazer as obriga­
ções previstas. Devem, por conseguinte, ser reconhecidos como
lucros ou perdas durante os períodos nos quais a entidade reco­
nhece como gastos os custos associados que o subsídio visa com­
pensar.

(c) porque o rendimento e outros impostos são gastos, é lógico tratar


igualmente os subsídios governamentais, que são uma extensão
das políticas fiscais, como lucros ou perdas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 207

▼M8
16. É fundamental para a abordagem pelos rendimentos que os subsídios
governamentais sejam reconhecidos como lucros ou perdas numa base
sistemática durante os períodos nos quais a entidade reconhece como
gastos os custos associados que o subsídio visa compensar. O reco­
nhecimento dos subsídios governamentais como lucros ou perdas na
base de recebimentos não está de acordo com o princípio contabilís­
tico do acréscimo (ver IAS 1 Apresentação de Demonstrações Finan­
ceiras) e tal só seria aceitável se não existisse qualquer outra base
para imputar os subsídios a períodos, que não fosse a de os imputar
aos períodos em que são recebidos.

17. Na maioria dos casos, os períodos durante quais uma entidade reco­
nhece os custos ou gastos relacionados com um subsídio governamen­
tal podem ser determinados rapidamente. Desta forma, os subsídios
concedidos para cobrir gastos específicos são reconhecidos como lu­
cros ou perdas no mesmo período que os gastos relevantes. Do
mesmo modo, os subsídios relacionados com os activos depreciáveis
são geralmente reconhecidos em lucro ou perda durante os períodos e
nas proporções nas quais o gasto de depreciação desses activos é
reconhecido.

18. Os subsídios relacionados com os activos não depreciáveis podem


também requerer o cumprimento de certas obrigações, sendo então
reconhecidos em lucro ou perda durante os períodos que suportam
o custo de satisfazer as obrigações. Como exemplo, um subsídio de
terrenos pode ser condicionado pela construção de um edifício no
local, podendo ser apropriado reconhecê-lo em lucro ou perda durante
a vida do edifício.

▼B
19. Os subsídios são algumas vezes recebidos como um pacote de ajudas
financeiras ou fiscais a que está associado um certo número de con­
dições. Em tais casos, é necessário cuidado na identificação das con­
dições que dão origem aos custos e gastos que determinam os perío­
dos durante os quais o subsídio será obtido. Pode ser apropriado
imputar parte de um subsídio numa determinada base e parte numa
outra.

▼M8
20. Um subsídio governamental que se torna recebível como compensa­
ção por gastos ou perdas já incorridos ou para a finalidade de dar
suporte financeiro imediato à entidade sem qualquer futuro custo
relacionado deve ser reconhecido com lucro ou perda do período
em que se tornar recebível.

21. Em algumas circunstâncias, um subsídio governamental pode ser con­


cedido para a finalidade de dar suporte financeiro imediato a uma
entidade e não como um incentivo para realizar dispêndios específi­
cos. Tais subsídios podem ser limitados a uma entidade individual e
podem não estar disponíveis para toda uma classe de beneficiários.
Estas circunstâncias podem garantir o reconhecimento de um subsídio
como lucro ou perda do período em que a entidade se qualificar para
o receber, com a divulgação necessária para assegurar que o seu efeito
seja claramente compreendido.

22. Um subsídio governamental pode tornar-se recebível por uma entidade


como compensação por gastos ou perdas incorridos num período
anterior. Um tal subsídio é reconhecido em lucro ou perda do período
em que se tornar recebível, com a divulgação necessária para assegu­
rar que o seu efeito seja claramente compreendido.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 208

▼B
Subsídios governamentais não monetários
23. Um subsídio governamental pode tomar a forma de transferência de
um activo não monetário, tal como terrenos ou outros recursos, para
uso da entidade. Nestas circunstâncias é usual avaliar o justo valor do
activo não monetário e contabilizar quer o subsídio, quer o activo por
esse justo valor. Um processo alternativo que algumas vezes se segue
é o de registar tanto o activo como o subsídio por uma quantia
nominal.

Apresentação de subsídios relacionados com activos


24. Os subsídios governamentais relacionados com activos, incluindo os
subsídios não monetários pelo justo valor, devem ser apresentados
►M5 na demonstração da posição financeira ◄ quer tomando o
subsídio como rendimento diferido, quer deduzindo o subsídio para
chegar à quantia escriturada do activo.

25. São vistos como alternativas aceitáveis dois métodos de apresentação


nas demonstrações financeiras de subsídios (ou as partes apropriadas
de subsídios) relacionadas com activos.

▼M8
26. Um método reconhece o subsídio como rendimentos diferidos que são
reconhecidos como lucro ou perda numa base sistemática durante a
vida útil do activo.

27. O outro método deduz o subsídio para chegar à quantia escriturada do


activo. O subsídio é reconhecido como lucro ou perda durante a vida
de um activo depreciável como um gasto de depreciação reduzido.

▼B
28. A compra de activos e o recebimento dos subsídios relacionados
podem causar movimentos importantes no fluxo de caixa de uma
entidade. Por esta razão, e a fim de mostrar o investimento bruto
em activos, tais movimentos são muitas vezes divulgados como itens
separados na demonstração dos fluxos de caixa sem atender a se o
subsídio é ou não deduzido do respectivo activo ►M5 para finalida­
des de apresentação na demonstração da posição financeira ◄.

Apresentação de subsídios relacionados com o rendimento


▼M31
29. Os subsídios relacionados com rendimentos são apresentados como
parte dos resultados, quer separadamente quer sob um titulo geral
como «Outros rendimentos»; em alternativa, esses subsídios são de­
duzidos ao relatar o gasto relacionado.

__________

▼B
30. Os que apoiam o primeiro método reivindicam que não é apropriado
compensar os elementos de rendimentos e de gastos e que a separação
do subsídio dos gastos facilita a comparação com outros gastos não
afectados por um subsídio. Pelo segundo método, é argumentado que
os gastos poderiam muito bem não ter sido incorridos pela entidade se
o subsídio não tivesse ficado disponível sendo por isso enganosa a
apresentação do gasto sem compensar o subsídio.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 209

▼B
31. Ambos os métodos são vistos como aceitáveis para a apresentação dos
subsídios relacionados com rendimentos. A divulgação do subsídio
pode ser necessária para a devida compreensão das demonstrações
financeiras. É geralmente apropriada a divulgação do efeito do subsí­
dio em qualquer item do rendimento ou do gasto que seja necessário
divulgar separadamente.

Reembolso de subsídios governamentais


▼M8
32. Um subsídio governamental que se torne reembolsável deve ser con­
tabilizado como uma alteração de uma estimativa contabilística (ver a
IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabi­
lísticas e Erros). O reembolso de um subsídio relacionado com ren­
dimentos deve ser aplicado em primeiro lugar contra qualquer crédito
diferido não amortizado reconhecido com respeito ao subsídio. Na
medida em que o reembolso exceda tal crédito diferido, ou quando
não exista crédito diferido, o reembolso deve ser reconhecido imedia­
tamente como lucro ou perda. O reembolso de um subsídio relacio­
nado com um activo deve ser reconhecido aumentando a quantia
escriturada do activo ou reduzindo o saldo do rendimento diferido
pela quantia reembolsável. A depreciação adicional acumulada que
teria sido reconhecida como lucro ou perda até à data na ausência
do subsídio deve ser reconhecida imediatamente como lucro ou perda.

▼B
33. Perante as circunstâncias que dão origem ao reembolso de um subsí­
dio relacionada com um activo, pode ser necessário tomar em consi­
deração a possível imparidade da nova quantia escriturada do activo.

APOIOS GOVERNAMENTAIS
34. Certas formas de apoio governamental que não possam ter um valor
razoavelmente atribuído são excluídas da definição de apoio governa­
mental dada no parágrafo 3, assim como as transacções com o go­
verno que não possam ser distinguidas das operações comerciais nor­
mais da entidade.

35. São exemplos de apoio que não podem de uma maneira razoável ter
valor atribuído os conselhos técnicos e de comercialização gratuitos e
a concessão de garantias. Um exemplo de apoio que não pode ser
distinguido das operações comerciais normais da entidade é o da
política de aquisições do governo a qual seja responsável por parte
das vendas da entidade. A existência do benefício pode ser indiscu­
tível mas qualquer tentativa de segregar as actividades comerciais das
do apoio governamental pode muito bem ser arbitrária.

36. O significado do benefício nos exemplos atrás pode ser tal que a
divulgação da natureza, extensão e duração do apoio seja necessária
a fim de que as demonstrações financeiras não sejam enganosas.

▼M8
__________

▼B
38. Nesta Norma, o apoio governamental não inclui o fornecimento de
infra-estruturas através da melhoria da rede de transportes e de comu­
nicações gerais e o fornecimento de meios melhorados, tais como
irrigação ou rede de águas que fiquem disponíveis numa base contí­
nua e indeterminada para o benefício de toda uma comunidade local.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 210

▼B
DIVULGAÇÃO
39. Devem ser divulgados os assuntos seguintes:
a) a política contabilística adoptada para os subsídios governamentais,
incluindo os métodos de apresentação adoptados nas demonstra­
ções financeiras;
b) a natureza e a extensão dos subsídios governamentais reconhecidos
nas demonstrações financeiras e a indicação de outras formas de
apoio governamental de que a entidade tenha directamente bene­
ficiado; e
c) condições não satisfeitas e outras contingências ligadas ao apoio
governamental que tenham sido reconhecidas.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
40. Uma entidade que adopte a Norma pela primeira vez deve:
a) cumprir os requisitos de divulgação, quando apropriados; e
b) ou:
i) ajustar as demonstrações financeiras pelas alterações na política
contabilística de acordo com a IAS 8, ou
ii) aplicar as disposições contabilísticas da Norma só a subsídios
ou a partes de subsídios que se tornem recebíveis ou reembol­
sáveis após a data de eficácia da Norma.

DATA DE EFICÁCIA
41. Esta Norma torna-se operacional para as demonstrações financeiras
que cubram os períodos que comecem em ou após 1 de Janeiro de
1984.
▼M5
42. A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada
nas IFRS. Além disso, adicionou o parágrafo 29A. Uma entidade deve
aplicar estas emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a
um período anterior, as emendas deverão ser aplicadas a esse período
anterior.
▼M8
43. O parágrafo 37 foi suprimido e o parágrafo 10A foi adicionado com
base no documento Melhoramentos introduzidos nas IFRS, emitido
em Maio de 2008. Uma entidade deve aplicar essas emendas pros­
pectivamente a empréstimos governamentais obtidos em períodos que
começam em ou após 1 de Janeiro de 2009. É permitida a aplicação
mais cedo. Se uma entidade aplicar as emendas a um período anterior,
deve divulgar esse facto.
▼M33
45. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou a definição de justo
valor no parágrafo 3. Uma entidade deve aplicar esta emenda quando
aplicar a IFRS 13.
▼M31
46. O documento Apresentação das Rubricas de Outro Rendimento Inte­
gral (Emendas à IAS 1), emitido em Junho de 2011, emendou o
parágrafo 29 e suprimiu o parágrafo 29A. Uma entidade deve aplicar
estas emendas quando aplicar a IAS 1 (conforme emendada em Junho
de 2011).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 211

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 21

Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio

OBJECTIVO
1. Uma entidade pode levar a efeito actividades estrangeiras de duas
maneiras. Pode ter transacções em moeda estrangeira ou pode ter
unidades operacionais estrangeiras. Além disso, uma entidade pode
apresentar as suas demonstrações financeiras numa moeda estrangeira.
O objectivo desta Norma é prescrever como se deve incluir transac­
ções em moeda estrangeira e unidades operacionais estrangeiras nas
demonstrações financeiras de uma entidade e como se deve transpor
demonstrações financeiras para uma moeda de apresentação.

2. As principais questões prendem-se com a(s) taxa(s) de câmbio a usar


e com o relato dos efeitos das alterações nas taxas de câmbio nas
demonstrações financeiras.

ÂMBITO
3. Esta Norma deve ser aplicada (1):

a) ao contabilizar transacções e saldos em moedas estrangeiras, ex­


cepto para as transacções e saldos de derivados que estejam dentro
do âmbito da IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e
Mensuração;

b) ao transpor os resultados e a posição financeira de unidades


operacionais estrangeiras que sejam incluídas nas demonstrações fi­
nanceiras da entidade pela consolidação ►M32
__________ ◄
ou pelo método de equivalência patrimonial; e

c) ao transpor os resultados e a posição financeira de uma entidade


para a moeda de apresentação.

4. A IAS 39 aplica-se a muitos derivados em moeda estrangeira e,


consequentemente, estes estão excluídos do âmbito desta Norma. Con­
tudo, os derivados em moeda estrangeira que não estejam dentro do
âmbito da IAS 39 (por exemplo, alguns derivados em moeda estran­
geira que estão embutidos noutros contratos) encontram-se dentro do
âmbito desta Norma. Além disso, esta Norma aplica-se quando uma
entidade transpõe quantias relacionadas com derivados da sua moeda
funcional para a sua moeda de apresentação.

5. Esta Norma não se aplica à contabilidade de cobertura de itens em


moeda estrangeira, incluindo a cobertura de um investimento líquido
numa unidade operacional estrangeira. A IAS 39 aplica-se à contabi­
lidade de cobertura.

6. Esta Norma aplica-se à apresentação das demonstrações financeiras de


uma entidade numa moeda estrangeira e estabelece os requisitos para
que as demonstrações financeiras resultantes sejam descritas como
estando em conformidade com as Normas Internacionais de Relato
Financeiro. Para transposições de informação financeira para uma
moeda estrangeira que não satisfaçam estes requisitos, esta Norma
especifica a informação a divulgar.

7. Esta Norma não se aplica à apresentação numa demonstração dos


fluxos de caixa resultantes de transacções numa moeda estrangeira
nem à transposição de fluxos de caixa de uma unidade operacional
estrangeira (ver a IAS 7 Demonstrações dos Fluxos de Caixa).

(1) Ver também a SIC-7 Introdução do Euro.


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 212

▼B
DEFINIÇÕES
8. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Taxa de fecho é a taxa de câmbio à vista ►M5 no fim do período de


relato ◄.

Diferença de câmbio é a diferença resultante da transposição de um


determinado número de unidades de uma moeda para outra moeda a
diferentes taxas de câmbio.

Taxa de câmbio é o rácio de troca de duas moedas.

▼M33
Justo Valor é o preço que seria recebido pela venda de um activo ou
pago pela transferência de um passivo numa transacção ordenada
entre participantes no mercado à data da mensuração. (Ver IFRS 13
Mensuração pelo Justo Valor).

▼B
Moeda estrangeira é uma moeda que não seja a moeda funcional da
entidade.

Unidade operacional estrangeira é uma entidade que seja subsidiária,


associada, ►M32 acordo conjunto ◄ ou sucursal de uma entidade
que relata, cujas actividades sejam baseadas ou conduzidas num país
ou numa moeda que não seja o país ou a moeda da entidade que
relata.

Moeda funcional é a moeda do ambiente económico principal no qual


a entidade opera.

Um grupo é constituído por uma empresa-mãe e todas as suas subsi­


diárias.

Itens monetários são unidades monetárias detidas e activos e passivos


a receber ou a pagar num número fixado ou determinável de unidades
de moeda.

Investimento líquido numa unidade operacional estrangeira é a quan­


tia do interesse da entidade que relata nos activos líquidos dessa
unidade operacional.

Moeda de apresentação é a moeda na qual as demonstrações finan­


ceiras são apresentadas.

Taxa de câmbio à vista é a taxa de câmbio para entrega imediata.

Elaboração das definições

Moeda funcional

9. O ambiente económico principal no qual uma entidade opera é nor­


malmente aquele em que a entidade gera e gasta caixa. Uma entidade
considera os seguintes factores ao determinar a sua moeda funcional:

a) a moeda:

i) que influencia principalmente os preços de venda dos bens e


serviços (muitas vezes, esta será a moeda na qual os preços de
venda dos seus bens e serviços estão denominados e são liqui­
dados), e

ii) do país cujas forças competitivas e regulamentos determinam


principalmente os preços de venda dos seus bens e serviços;

b) a moeda que influencia principalmente a mão-de-obra, o material e


outros custos do fornecimento de bens e serviços (esta será muitas
vezes a moeda na qual estes custos estão denominados e liquida­
dos).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 213

▼B
10. Os seguintes factores podem também proporcionar evidência relativa­
mente à moeda funcional de uma entidade:

a) a moeda na qual os fundos de actividades de financiamento (i.e., a


emissão de instrumentos de dívida e de capital próprio) são gera­
dos;

b) a moeda na qual os recebimentos relativos a actividades operacio­


nais são normalmente retidos.

11. Os seguintes factores adicionais são considerados ao determinar a


moeda funcional de uma unidade operacional estrangeira, e se a sua
moeda funcional for a mesma que a da entidade que relata (a entidade
que relata, neste contexto, é a entidade que tem a unidade operacional
estrangeira como subsidiária, sucursal, associada ou ►M32 acordo
conjunto ◄):

a) se as actividades de uma unidade operacional estrangeira forem


realizadas como extensão da entidade que relata, em vez de serem
realizadas com um grau significativo de autonomia. Um exemplo
da primeira situação é quando a unidade operacional estrangeira
apenas vende bens importados da entidade que relata e remete os
proventos para esta. Um exemplo da segunda situação é quando a
unidade operacional acumula caixa e outros itens monetários, in­
corre em gastos, gera rendimento e obtém empréstimos, todos
substancialmente na sua moeda local;

b) se as transacções com a entidade que relata forem uma proporção


alta ou baixa das actividades da unidade operacional estrangeira;

c) se os fluxos de caixa das actividades da unidade operacional es­


trangeira afectarem directamente os fluxos de caixa da entidade
que relata e se estiverem facilmente disponíveis para serem reme­
tidos à mesma;

d) se os fluxos de caixa resultantes das actividades da unidade ope­


racional estrangeira forem suficientes para servir o cumprimento da
dívida existente e normalmente esperada sem que sejam disponi­
bilizados fundos pela entidade que relata.

12. Quando os indicadores atrás forem mistos e a moeda funcional não


for óbvia, a gerência usa o seu julgamento para determinar a moeda
funcional que mais fidedignamente representa os efeitos económicos
das transacções, acontecimentos e condições subjacentes. Como parte
desta abordagem, a gerência dá prioridade aos indicadores primários
do parágrafo 9. antes de considerar os indicadores dos parágrafos 10.
e 11., que foram concebidos para proporcionar evidência adicional de
suporte para determinar a moeda funcional de uma entidade.

13. A moeda funcional de uma entidade reflecte as transacções, aconte­


cimentos e condições subjacentes que sejam relevantes para a mesma.
Em conformidade, uma vez determinada, a moeda funcional não é
alterada a não ser que ocorra uma alteração nessas transacções, acon­
tecimentos e condições subjacentes.

14. Se a moeda funcional for a moeda de uma economia hiperinflacioná­


ria, as demonstrações financeiras da entidade são reexpressas em con­
formidade com a IAS 29 Relato Financeiro em Economias Hiperin­
flacionárias. Uma entidade não pode evitar a reexpressão em confor­
midade com a IAS 29, por exemplo, ao adoptar como sua moeda
funcional uma moeda diferente da moeda funcional determinada de
acordo com esta Norma (tal como a moeda funcional da sua
empresa-mãe).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 214

▼B
Investimento líquido numa unidade operacional estrangeira
15. Uma entidade pode ter um item monetário que seja a receber de ou a
pagar a uma unidade operacional estrangeira. Um item cuja liquidação
não esteja planeada nem seja provável que ocorra num futuro previ­
sível faz parte, em substância, do investimento líquido da entidade
nessa unidade operacional estrangeira, sendo contabilizado em confor­
midade com os parágrafos 32. e 33. Tais itens monetários podem
incluir contas a receber ou empréstimos de longo prazo. Não incluem
contas a receber comerciais nem contas a pagar comerciais.

15.A. A entidade que tenha um item monetário a receber de ou a pagar a


uma unidade operacional estrangeira, descrito no parágrafo 15., pode
ser qualquer subsidiária do grupo. Por exemplo, uma entidade tem
duas subsidiárias, A e B, sendo a subsidiária B uma unidade opera­
cional estrangeira. A subsidiária A concede um empréstimo à subsi­
diária B. O empréstimo da subsidiária A a receber da subsidiária B
fará parte do investimento líquido da entidade na subsidiária B, se a
liquidação do empréstimo não estiver planeada nem for provável que
venha a ocorrer num futuro previsível. Tal aplicar-se-á igualmente se
a própria subsidiária A for uma unidade operacional estrangeira.

Itens monetários
16. A característica essencial de um item monetário é um direito de
receber (ou uma obrigação de entregar) um número fixo ou determi­
nável de unidades monetárias. Exemplos incluem: pensões e outros
benefícios de empregados a serem pagos em numerário; provisões que
devam ser liquidadas em numerário; e dividendos em numerário que
sejam reconhecidos como um passivo. Da mesma forma, um contrato
para receber (ou entregar) um número variável dos instrumentos de
capital próprio da entidade ou uma quantidade variável de activos dos
quais o justo valor a receber (ou a entregar) equivalha a um número
fixo ou determinável de unidades monetárias é um item monetário.
Pelo contrário, a característica essencial de um item não monetário é a
ausência de um direito de receber (ou de uma obrigação de entregar)
um número fixo ou determinável de unidades monetárias. Exemplos
incluem: quantias pré-pagas de bens e serviços (por exemplo, a renda
pré-paga); goodwill; activos intangíveis; inventários; activos fixos tan­
gíveis; e provisões que devam ser liquidadas pela entrega de um
activo não monetário.

RESUMO DA ABORDAGEM EXIGIDA POR ESTA NORMA


17. Ao preparar demonstrações financeiras, cada entidade — seja uma
entidade autónoma, uma entidade com unidades operacionais estran­
geiras (como uma empresa-mãe) ou uma unidade operacional estran­
geira (como uma subsidiária ou uma sucursal) — determina a sua
moeda funcional em conformidade com os parágrafos 9.-14. A enti­
dade transpõe os itens de moeda estrangeira para a sua moeda fun­
cional e relata os efeitos dessa transposição de acordo com os pará­
grafos 20.-37. e 50.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 215

▼B
18. Muitas entidades que relatam compreendem um número de entidades
individuais (por exemplo, um grupo é composto por uma
empresa-mãe e uma ou mais subsidiárias). Vários tipos de entidades,
sejam membros de um grupo ou diferentemente, podem ter investi­
mentos em associadas ou ►M32 acordos conjuntos ◄. Também
podem ter sucursais. É necessário que os resultados e a posição fi­
nanceira de cada entidade individual incluída na entidade que relata
sejam transpostos para a moeda na qual a entidade que relata apre­
senta as suas demonstrações financeiras. Esta Norma permite que a
moeda de apresentação de uma entidade que relata seja qualquer
moeda (ou moedas). Os resultados e a posição financeira de qualquer
entidade individual da entidade que relata e cuja moeda funcional
difira da moeda de apresentação são transpostos de acordo com os
parágrafos 38.-50.

►M32 19. Esta Norma também permite que uma entidade autónoma que
prepare demonstrações financeiras ou uma entidade que prepare de­
monstrações financeiras separadas de acordo com a IAS 27 Demons­
trações Financeiras Separadas apresente as suas demonstrações fi­
nanceiras em qualquer moeda (ou moedas). ◄ Se a moeda de apre­
sentação da entidade diferir da sua moeda funcional, os seus resulta­
dos e posição financeira também são transpostos para a moeda de
apresentação de acordo com os parágrafos 38.-50.

RELATO DE TRANSACÇÕES EM MOEDA ESTRANGEIRA NA MOEDA


FUNCIONAL

Reconhecimento inicial
20. Uma transacção em moeda estrangeira é uma transacção que seja
denominada ou exija liquidação numa moeda estrangeira, incluindo
transacções que resultem de quando uma entidade:

a) compra ou vende bens ou serviços cujo preço seja denominado


numa moeda estrangeira;

b) pede emprestado ou empresta fundos quando as quantias a pagar


ou a receber sejam denominadas numa moeda estrangeira; ou

c) de outra forma adquire ou aliena activos ou incorre em ou liquida


passivos, denominados numa moeda estrangeira.

21. Uma transacção em moeda estrangeira deve ser registada, na moeda


funcional no momento do reconhecimento inicial, pela aplicação à
quantia em moeda estrangeira da taxa de câmbio à vista entre a moeda
funcional e a moeda estrangeira à data da transacção.

22. A data de uma transacção é a data na qual a transacção se qualifica


inicialmente para reconhecimento de acordo com as Normas Interna­
cionais de Relato Financeiro. Por razões práticas, é muitas vezes
usada uma taxa que se aproxime da taxa real à data da transacção;
por exemplo, pode ser usada uma taxa média para uma semana ou um
mês para todas as transacções em cada moeda estrangeira que ocorram
durante esse período. Porém, se as taxas de câmbio variarem signifi­
cativamente, o uso da taxa média de um período não é apropriado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 216

▼M5

Relato no fim dos períodos de relato posteriores


▼M33
23. No final de cada período de relato:

▼B
a) os itens monetários em moeda estrangeira devem ser transpostos
pelo uso da taxa de fecho;

b) os itens não monetários que sejam mensurados em termos de custo


histórico numa moeda estrangeira devem ser transpostos pelo uso
da taxa de câmbio à data da transacção; e

▼M33
c) os elementos não monetários mensurados pelo justo valor
numa moeda estrangeira devem ser transpostos utilizando as
taxas de câmbio à data em que o justo valor foi mensurado.

▼B
24. A quantia escriturada de um item é determinada em conjunto com
outras Normas relevantes. Por exemplo, os activos fixos tangíveis
podem ser mensurados em termos de justo valor ou custo histórico
de acordo com a IAS 16 Activos Fixos Tangíveis. Quer a quantia
escriturada seja determinada na base do custo histórico, quer na
base do justo valor, se a quantia for determinada numa moeda estran­
geira, ela deve ser transposta para a moeda funcional de acordo com
esta Norma.

25. A quantia escriturada de alguns itens é determinada pela comparação


de duas ou mais quantias. Por exemplo, a quantia escriturada de
inventários é a menor do custo e do valor realizável líquido de acordo
com a IAS 2 Inventários. Da mesma forma, de acordo com a IAS 36
Imparidade de Activos, a quantia escriturada de um activo para o qual
exista a indicação de imparidade é a menor da sua quantia escriturada
antes de considerar as possíveis perdas por imparidade e da sua
quantia recuperável. Quando um tal activo é não monetário e é men­
surado numa moeda estrangeira, a quantia escriturada é determinada
comparando:

a) o custo ou quantia escriturada, conforme apropriado, transposto à


taxa de câmbio na data em que a quantia foi determinada (i.e., a
taxa à data da transacção para um item mensurado em termos de
custo histórico); e

b) o valor realizável líquido ou quantia recuperável, conforme apro­


priado, transposto à taxa de câmbio na data em que o valor foi
determinado (por exemplo, a taxa de fecho ►M5 no fim do
período de relato ◄).

O efeito desta comparação pode ser que uma perda por imparidade
seja reconhecida na moeda funcional, mas não seja reconhecida na
moeda estrangeira, ou vice-versa.

26. Quando estão disponíveis várias taxas de câmbio, a taxa usada é


aquela pela qual os futuros fluxos de caixa representados pela tran­
sacção ou saldo poderiam ter sido liquidados se esses fluxos de caixa
tivessem ocorrido na data da mensuração. Se a capacidade de câmbio
entre duas moedas estiver temporariamente suspensa, a taxa usada é a
primeira taxa subsequente pela qual os câmbios podem ser efectuados.

Reconhecimento de diferenças de câmbio


27. Tal como se refere no parágrafo 3., a IAS 39 aplica-se à contabilidade
de cobertura para itens em moeda estrangeira. A aplicação da conta­
bilidade de cobertura exige que uma entidade contabilize algumas
diferenças de câmbio diferentemente do tratamento de diferenças de
câmbio exigido nesta Norma. Por exemplo, a IAS 39 exige que as
diferenças de câmbio em itens monetários que se qualifiquem como
instrumentos de cobertura numa cobertura de fluxo de caixa sejam
►M5 inicialmente reconhecidas em outro rendimento integral ◄ até
ao ponto em que a cobertura seja eficaz.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 217

▼B
28. As diferenças de câmbio resultantes da liquidação de itens monetários
ou da transposição de itens monetários a taxas diferentes daquelas a
que foram transpostos no reconhecimento inicial durante o período ou
em demonstrações financeiras anteriores devem ser reconhecidas nos
lucros ou prejuízos do período em que ocorram, excepto tal como
descrito no parágrafo 32.

29. Quando itens monetários resultam de uma transacção em moeda es­


trangeira e ocorre uma alteração na taxa de câmbio entre a data da
transacção e a data da liquidação, o resultado é uma diferença de
câmbio. Quando a transacção é liquidada dentro do mesmo período
contabilístico em que ocorreu, toda a diferença de câmbio é reconhe­
cida nesse período. Porém, quando a transacção é liquidada num
período contabilístico subsequente, a diferença de câmbio reconhecida
em cada período até à data de liquidação é determinada pela alteração
nas taxas de câmbio durante cada período.

30. Quando um ganho ou uma perda num item não monetário é


►M5 reconhecida em outro rendimento integral ◄, qualquer com­
ponente de câmbio desse ganho ou perda deve ser ►M5 reconhecida
em outro rendimento integral ◄. Pelo contrário, quando um ganho ou
uma perda com um item não monetário é reconhecido nos lucros ou
prejuízos, qualquer componente de câmbio desse ganho ou perda deve
ser reconhecido nos lucros ou prejuízos.

31. Outras Normas exigem que alguns ganhos ou perdas sejam


►M5 reconhecidas em outro rendimento integral ◄. Por exemplo,
a IAS 16 exige que alguns ganhos ou perdas resultantes de uma
revalorização de activos fixos tangíveis sejam ►M5 reconhecidas
em outro rendimento integral ◄. Quando um tal activo é mensurado
numa moeda estrangeira, o parágrafo 23.c) desta Norma exige que a
quantia revalorizada seja transposta usando a taxa à data em que o
valor é determinado, resultando numa diferença de câmbio que tam­
bém é ►M5 reconhecida em outro rendimento integral ◄.

32. As diferenças de câmbio resultantes de um item monetário que faça


parte do investimento líquido numa unidade operacional estrangeira de
uma entidade que relata (ver parágrafo 15.) devem ser reconhecidas
nos lucros ou prejuízos nas demonstrações financeiras separadas da
entidade que relata ou nas demonstrações financeiras individuais da
unidade operacional estrangeira, conforme apropriado. Nas demons­
trações financeiras que incluam a unidade operacional estrangeira e a
entidade que relata (por exemplo, as demonstrações financeiras con­
solidadas quando a unidade operacional estrangeira for uma subsidiá­
ria), essas diferenças de câmbio devem ser ►M5 reconhecidas ini­
cialmente em outro rendimento integral e reclassificadas do capital
próprio para os lucros ou prejuízos ◄ aquando da alienação do in­
vestimento líquido de acordo com o parágrafo 48.

33. Quando um item monetário fizer parte do investimento líquido de uma


unidade operacional estrangeira de uma entidade que relata e estiver
denominado na moeda funcional da entidade que relata, surge uma
diferença de câmbio nas demonstrações financeiras individuais da
unidade operacional estrangeira de acordo com o parágrafo 28. Se
esse item estiver denominado na moeda funcional da unidade opera­
cional estrangeira, surge uma diferença de câmbio nas demonstrações
financeiras separadas da entidade que relata de acordo com o pará­
grafo 28. Se esse item estiver denominado numa moeda diferente da
moeda funcional, tanto da entidade que relata como da unidade ope­
racional estrangeira, surge uma diferença de câmbio nas demonstra­
ções financeiras separadas da entidade que relata e nas demonstrações
financeiras individuais da unidade operacional estrangeira, de acordo
com o parágrafo 28. Essas diferenças de câmbio são
►M5 reconhecidas em outro rendimento integral ◄ nas demonstra­
ções financeiras que incluem a unidade operacional estrangeira e a
entidade que relata (i.e., as demonstrações financeiras nas quais a
unidade operacional estrangeira está consolidada
►M32
__________ ◄ ou contabilizada usando o método da
equivalência patrimonial).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 218

▼B
34. Quando uma entidade mantiver os seus livros e registos numa moeda
diferente da sua moeda funcional, no momento em que a entidade
preparar as suas demonstrações financeiras, todas as quantias são
transpostas para a moeda funcional de acordo com os parágrafos
20.-26. Isto resulta nas mesmas quantias na moeda funcional que
teriam ocorrido se os itens tivessem sido registados inicialmente na
moeda funcional. Por exemplo, os itens monetários são transpostos
para a moeda funcional usando a taxa de fecho, e os itens não mo­
netários que são mensurados numa base do custo histórico são trans­
postos usando a taxa de câmbio à data da transacção que resultou no
seu reconhecimento.

Alteração na moeda funcional


35. Quando ocorrer uma alteração na moeda funcional de uma entidade, a
entidade deve aplicar os procedimentos de transposição aplicáveis à
nova moeda funcional prospectivamente a partir da data da alteração.

36. Conforme referido no parágrafo 13., a moeda funcional de uma enti­


dade reflecte as transacções, acontecimentos e condições subjacentes
que sejam relevantes para a entidade. Em conformidade, uma vez
determinada a moeda funcional, ela só pode ser alterada se ocorrer
uma alteração nessas transacções, acontecimentos e condições subja­
centes. Por exemplo, uma alteração na moeda que influencia princi­
palmente os preços de venda dos bens e serviços pode levar a uma
alteração na moeda funcional de uma entidade.

37. O efeito de uma alteração na moeda funcional é contabilizado pros­


pectivamente. Por outras palavras, uma entidade transpõe todos os
itens para a nova moeda funcional usando a taxa de câmbio à data
da alteração. As quantias transpostas resultantes para itens não mone­
tários são tratadas como o seu custo histórico. ►M5 As diferenças de
câmbio resultantes da transposição de uma unidade operacional es­
trangeira anteriormente reconhecida em outro rendimento integral de
acordo com os parágrafos 32 e 39(c) não são reclassificadas do capital
próprio para os lucros ou prejuízos até à alienação da unidade ope­
racional. ◄

USO DE UMA MOEDA DE APRESENTAÇÃO DIFERENTE DA MOEDA


FUNCIONAL

Transposição para a moeda de apresentação


38. Uma entidade pode apresentar as suas demonstrações financeiras em
qualquer moeda (ou moedas). Se a moeda de apresentação diferir da
moeda funcional da entidade, ela transpõe os seus resultados e posição
financeira para a moeda de apresentação. Por exemplo, quando um
grupo contiver entidades individuais com diferentes moedas funcio­
nais, os resultados e a posição financeira de cada entidade são ex­
pressos numa moeda comum para que seja possível apresentar de­
monstrações financeiras consolidadas.

▼M31
39. Os resultados e a posição financeira de uma entidade cuja moeda
funcional não seja a moeda de uma economia hiperinflacionária de­
vem ser convertidos para uma moeda de apresentação diferente
usando os seguintes procedimentos:

▼B
a) os activos e passivos de cada ►M5 demonstração da posição
financeira ◄ apresentada (i.e., incluindo comparativos) devem
ser transpostos ►M5 à taxa de fecho na data dessa demonstração
da posição financeira ◄;

▼M31
b) os rendimentos e gastos para cada divulgação que apresenta os
resultados e o outro rendimento integral (incluindo portanto infor­
mação comparativa) devem ser convertidos usando a taxa de câm­
bio à data das transacções; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 219

▼B
c) todas as diferenças de câmbio resultantes devem ser reconhecidas
►M5 em outro rendimento integral ◄.

40. Por razões práticas, é muitas vezes usada uma taxa que se aproxime
das taxas de câmbio à data das transacções, por exemplo, uma taxa
média do período, para transpor os itens de rendimentos e de gastos.
Porém, se as taxas de câmbio variarem significativamente, o uso da
taxa média de um período não é apropriado.

41. As diferenças de câmbio referidas no parágrafo 39.c) resultam:

▼M5
a) da transposição de rendimentos e gastos às taxas de câmbio nas
datas das transacções e de activos e passivos à taxa de fecho;

▼B
b) da transposição dos activos líquidos de abertura a uma taxa de
fecho que difira da taxa de fecho anterior.

►M5 Estas diferenças de câmbio não são reconhecidas nos lucros ou


prejuízos porque as alterações nas taxas de câmbio têm pouco ou
nenhum efeito sobre os fluxos de caixa presentes e futuros das ope­
rações. A quantia cumulativa das diferenças de câmbio é apresentada
num componente separado de capital próprio até à alienação da uni­
dade operacional estrangeira. Quando as diferenças de câmbio se
relacionam com uma unidade operacional estrangeira que esteja con­
solidada mas não totalmente detida ◄, as diferenças de câmbio acu­
muladas resultantes da transposição e atribuíveis a ►M11 interesses
que não controlam ◄ são imputadas a, e reconhecidas como parte de,
►M11 interesses que não controlam ◄ ►M5 na demonstração da
posição financeira ◄ consolidada.

42. Os resultados e posição financeira de uma entidade cuja moeda fun­


cional seja a moeda de uma economia hiperinflacionária devem ser
transpostos para uma moeda de apresentação diferente usando os
seguintes procedimentos:

a) todas as quantias (i.e., activos, passivos, itens de capital próprio,


rendimento e gastos, incluindo comparativos) devem ser transpos­
tas à taxa de fecho na data ►M5 da demonstração da posição
financeira ◄ mais recente, excepto que

b) quando as quantias são transpostas para a moeda de uma economia


não hiperinflacionária, as quantias comparativas devem ser aquelas
que tenham sido apresentadas como quantias do ano corrente nas
demonstrações financeiras relevantes do ano anterior (i.e., não
ajustadas para alterações subsequentes no nível de preço ou alte­
rações subsequentes nas taxas de câmbio).

43. Quando a moeda funcional de uma entidade é a moeda de uma eco­


nomia hiperinflacionária, a entidade deve reexpressar as suas demons­
trações financeiras de acordo com a IAS 29 antes de aplicar o método
de transposição definido no parágrafo 42., excepto no caso de quantias
comparativas que sejam transpostas para uma moeda de uma economia
não hiperinflacionária [ver parágrafo 42.b)]. Quando a economia deixar
de ser hiperinflacionária e a entidade já não reexpressar as suas de­
monstrações financeiras de acordo com a IAS 29, ela deve usar como
custos históricos para a transposição para a moeda de apresentação as
quantias reexpressas ao nível de preço à data em que a entidade cessou
de reexpressar as suas demonstrações financeiras.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 220

▼B
Transposição de uma unidade operacional estrangeira
44. Os parágrafos 45.-47., além dos parágrafos 38.-43., aplicam-se quando
os resultados e a posição financeira de uma unidade operacional es­
trangeira são transpostos para uma moeda de apresentação a fim de
que a unidade operacional estrangeira possa ser incluída nas demons­
trações financeiras da entidade que relata pela consolidação
►M32
__________ ◄ ou pelo método de equivalência patrimo­
nial.

►M32 45. A incorporação dos resultados e da posição financeira de uma


unidade operacional estrangeira com os elementos análogos da
entidade relatora deve respeitar os procedimentos normais de conso­
lidação, como a eliminação dos saldos e transacções intragrupo de
uma subsidiária (ver a IFRS 10 Demonstrações Financeiras
Consolidadas). ◄ Contudo, um activo (ou passivo) monetário intra­
grupo, seja de curto ou longo prazo, não pode ser eliminado contra o
correspondente passivo (ou activo) intragrupo sem que sejam mostra­
dos os resultados das flutuações da moeda nas demonstrações finan­
ceiras consolidadas. Isto resulta do facto de o item monetário repre­
sentar um compromisso para converter uma moeda noutra e expor a
entidade que relata a um ganho ou perda através das flutuações cam­
biais. ►M5 Em conformidade, nas demonstrações financeiras conso­
lidadas da entidade que relata, essa diferença de câmbio é reconhecida
nos lucros ou prejuízos ou, se derivar das circunstâncias descritas no
parágrafo 32, é reconhecida em outro rendimento integral e acumulada
num componente separado de capital próprio até à alienação da uni­
dade operacional estrangeira. ◄

►M32 46. Se as demonstrações financeiras de uma unidade operacional


estrangeira se reportam a uma data diferente da entidade relatora, a
unidade operacional prepara em muitos casos demonstrações adicio­
nais que se reportam à mesma data que as demonstrações financeiras
da entidade relatora. Quando tal não for feito, a IFRS 10 permite a
utilização de uma data diferente, desde que a diferença não seja su­
perior a três meses e sejam efectuados ajustamentos para ter em conta
os efeitos de qualquer transacção significativa ou outros acontecimen­
tos que ocorrem entre as diferentes datas. Nesse caso, os activos e
passivos da unidade operacional estrangeira são convertidos à taxa de
câmbio do final do período de referência da unidade operacional
estrangeira. São efectuados ajustamentos para as alterações significa­
tivas das taxas de câmbio até ao final do período de relato da entidade
relatora, em conformidade com as IFRS 10. ◄►M32 A mesma
abordagem é usada na aplicação do método da equivalência patrimo­
nial a associadas e a empreendimentos conjuntos em conformidade
com a IAS 28 (conforme emendada em 2011). ◄

47. Qualquer goodwill proveniente da aquisição de uma unidade opera­


cional estrangeira e quaisquer ajustamentos do justo valor nas quantias
escrituradas de activos e passivos provenientes da aquisição dessa
unidade operacional estrangeira serão tratados como activos e passivos
da unidade operacional estrangeira. Desse modo, serão expressos na
moeda funcional da unidade operacional estrangeira e serão transpos­
tos à taxa de fecho de acordo com os parágrafos 39. e 42.

▼M11
Alienação ou alienação parcial de uma unidade operacional es­
trangeira
▼M5
48. Com a alienação de uma unidade operacional estrangeira, a quantia
cumulativa das diferenças de câmbio relacionadas com essa unidade
operacional estrangeira, reconhecida em outro rendimento integral e
acumulada num componente separado do capital próprio, deve ser
reclassificada do capital próprio para os lucros ou prejuízos (como
ajustamento de reclassificação) quando o ganho ou perda resultante da
alienação for reconhecido (ver IAS 1 Apresentação de Demonstrações
Financeiras (tal como revista em 2007)).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 221

▼M32
48.A. Para além da cessão da totalidade dos interesses de uma entidade
numa operação estrangeira, são contabilizadas como cessões as se­
guintes cessões parciais:

(a) quando a cessão parcial envolve a perda de controlo de uma


subsidiária que inclui uma operação estrangeira, independente­
mente de a entidade manter ou não um interesse sem controlo
na sua antiga subsidiária após a cessão parcial; e

(b) quando o interesse retido após a cessão parcial de um interesse


num acordo conjunto ou a cessão parcial de um interesse numa
associada que inclui uma operação estrangeira é um ativo finan­
ceiro que inclui uma operação estrangeira.

(c) [suprimida]

▼M11
48.B. Na alienação de uma subsidiária que inclua uma unidade operacional
estrangeira, a quantia acumulada das diferenças de câmbio relaciona­
das com a unidade operacional estrangeira que tenham sido atribuídas
aos interesses que não controlam deve ser desreconhecida, mas não
deve ser reclassificada nos lucros ou prejuízos.

48.C. Na alienação parcial de uma subsidiária que inclua uma unidade


operacional estrangeira, a entidade deve reatribuir a parte proporcional
da quantia acumulada das diferenças de câmbio reconhecida em outro
rendimento integral aos interesses que não controlam nessa unidade
operacional estrangeira. Em qualquer outra alienação parcial de uma
unidade operacional estrangeira, a entidade deve reclassificar nos lu­
cros ou prejuízos apenas a parte proporcional da quantia acumulada
das diferenças de câmbio reconhecidas em outro rendimento integral.

48.D. Uma alienação parcial do interesse de uma entidade numa unidade


operacional estrangeira é qualquer redução no interesse de propriedade
de uma entidade numa unidade operacional estrangeira, excepto as
reduções indicadas no parágrafo 48 A que sejam contabilizadas
como alienações.

▼M7
49. Uma entidade pode alienar total ou parcialmente os seus interesses
numa unidade operacional estrangeira pela venda, pela liquidação,
pelo reembolso do capital por acções ou pelo abandono de parte ou
da totalidade dessa entidade. Uma redução da quantia escriturada de
uma unidade operacional estrangeira, quer devido às suas próprias
perdas ou por causa de uma imparidade reconhecida pelo investidor,
não constitui uma alienação parcial. Em conformidade, nenhuma parte
do ganho ou perda cambial reconhecida em outro rendimento integral
é reclassificada nos lucros ou prejuízos no momento da redução.

▼B

EFEITOS FISCAIS DE TODAS AS DIFERENÇAS DE CÂMBIO


50. Os ganhos e perdas com transacções em moeda estrangeira e as
diferenças de câmbio resultantes da transposição dos resultados e da
posição financeira de uma entidade (incluindo uma unidade operacio­
nal estrangeira) para outra moeda podem ter efeitos fiscais. A IAS 12
Impostos sobre o Rendimento aplica-se a estes efeitos fiscais.

DIVULGAÇÃO
51. Nos parágrafos 53. e 55.-57., as referências a «moeda funcional»
aplicam-se, no caso de um grupo, à moeda funcional da empresa-mãe.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 222

▼B
52. As entidades devem divulgar:

a) a quantia das diferenças de câmbio reconhecidas nos lucros ou


prejuízos excepto as que resultem de instrumentos financeiros
mensurados pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos de
acordo com a IAS 39; e

▼M5
b) as diferenças de câmbio líquidas reconhecidas em outro rendi­
mento integral e acumuladas num componente separado de capital
próprio, e uma reconciliação da quantia de tais diferenças de câm­
bio no começo e no fim do período.

▼B
53. Quando a moeda de apresentação for diferente da moeda funcional,
esse facto deve ser declarado, junto com a divulgação da moeda
funcional e a razão para o uso de uma moeda de apresentação dife­
rente.

54. Quando houver uma alteração na moeda funcional tanto da entidade


que relata como de uma unidade operacional estrangeira significativa,
esse facto e a razão para a alteração na moeda funcional devem ser
divulgados.

55. Quando uma entidade apresentar as suas demonstrações financeiras


numa moeda que seja diferente da sua moeda funcional, ela só deve
descrever as demonstrações financeiras como conformes com as Nor­
mas Internacionais de Relato Financeiro se elas cumprirem todos os
requisitos de cada Norma aplicável e de cada Interpretação dessas
Normas aplicável, incluindo o método de transposição descrito nos
parágrafos 39. e 42.

56. Por vezes, uma entidade apresenta as suas demonstrações financeiras


ou outra informação financeira numa moeda que não seja a sua moeda
funcional sem satisfazer os requisitos do parágrafo 55. Por exemplo,
uma entidade pode converter noutra moeda apenas itens seleccionados
das suas demonstrações financeiras. Ou uma entidade cuja moeda
funcional não seja a moeda de uma economia hiperinflacionária
pode converter as demonstrações financeiras noutra moeda através
da transposição de todos os itens à taxa de fecho mais recente. Essas
conversões não estão em conformidade com as Normas Internacionais
de Relato Financeiro, sendo necessárias as divulgações definidas no
parágrafo 57.

57. Quando uma entidade apresentar as suas demonstrações financeiras ou


outra informação financeira numa moeda que seja diferente tanto da
sua moeda funcional como da sua moeda de apresentação e os requi­
sitos do parágrafo 55. não são sejam satisfeitos, ela deve:

a) identificar claramente a informação como informação suplementar


para distingui-la da informação que satisfaça as Normas Interna­
cionais de Relato Financeiro;

b) divulgar a moeda na qual a informação suplementar seja apresen­


tada; e

c) divulgar a moeda funcional da entidade e o método de transposi­


ção usado para determinar a informação suplementar.

DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO


58. Uma entidade deve aplicar esta Norma aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2005. É encorajada a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar esta Norma a um período que tenha início
antes de 1 de Janeiro de 2005, ela deve divulgar esse facto.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 223

▼B
58.A. Investimento Líquido numa Unidade Operacional Estrangeira
(Emenda à IAS 21), emitida em Dezembro de 2005, tendo sido adi­
tado o parágrafo 15.A e alterado o parágrafo 33. Uma entidade deve
aplicar estas emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Janeiro de 2006. É encorajada a aplicação mais cedo.

59. Uma entidade deve aplicar o parágrafo 47. prospectivamente a todas


as aquisições que ocorram após o início do período de relato finan­
ceiro em que esta Norma seja aplicada pela primeira vez. É permitida
a aplicação retrospectiva do parágrafo 47. a aquisições anteriores. Para
a aquisição de uma unidade operacional estrangeira tratada prospecti­
vamente mas que tenha ocorrido antes da data em que esta Norma
tenha sido aplicada pela primeira vez, a entidade não deve reexpressar
os anos anteriores e em conformidade pode, quando apropriado, tratar
os ajustamentos no goodwill e no justo valor que resultem dessa
aquisição como activos e passivos da entidade em vez de activos e
passivos da unidade operacional estrangeira. Assim sendo, esses ajus­
tamentos no goodwill e no justo valor ou estão já expressos na moeda
funcional da entidade ou são itens não monetários em moeda estran­
geira, que são relatados usando a taxa de câmbio à data da aquisição.

60. Todas as outras alterações resultantes da aplicação desta Norma de­


vem ser contabilizadas de acordo com os requisitos da IAS 8 Políticas
Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros.

▼M5
60.A. A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada
nas IFRS. Além disso, emendou os parágrafos 27, 30–33, 37, 39, 41,
45, 48 e 52. Uma entidade deve aplicar estas emendas aos períodos
anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. Se uma entidade
aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a um período anterior, as emendas
deverão ser aplicadas a esse período anterior.

▼M29
60.B. A IAS 27 (conforme emendada em 2008) acrescentou os parágrafos
48A-48D e emendou o parágrafo 49. Uma entidade deve aplicar estas
emendas prospectivamente aos períodos anuais com início em ou após
1 de Julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 27 (emendada em
2008) a um período anterior, as emendas devem ser aplicadas a esse
período anterior.

60.D. O parágrafo 60B foi emendado pelo documento Melhoramentos in­


troduzidos nas IFRS emitido em Maio de 2010. Uma entidade deve
aplicar esta emenda aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Julho de 2010. É permitida a aplicação mais cedo.

▼M32
60.F. A IFRS 10 e a IFRS 11 Acordos Conjuntos, emitidas em Maio de
2011, emendaram os parágrafos 3(b), 8, 11, 18, 19, 33, 44-46 e 48A.
Uma entidade deve aplicar estas emendas quando aplicar a IFRS 10 e
a IFRS 11.

▼M33
60.G. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou a definição de justo
valor no parágrafo 8 e emendou o parágrafo 23. Uma entidade deve
aplicar estas emendas quando aplicar a IFRS 13.

▼M31
60.H. O documento Apresentação das Rubricas de Outro Rendimento Inte­
gral (Emendas à IAS 1), emitido em Junho de 2011, emendou o
parágrafo 39. Uma entidade deve aplicar esta emenda quando aplicar
a IAS 1 (conforme emendada em Junho de 2011).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 224

▼B
RETIRADA DE OUTRAS TOMADAS DE POSIÇÃO
61. Esta Norma substitui a IAS 21 Os Efeitos de Alterações em Taxas de
Câmbio (revista em 1993).
62. Esta Norma substitui as seguintes Interpretações:
a) SIC-11 Moeda Estrangeira — Capitalização de Perdas Resultan­
tes de Desvalorizações Monetárias Bruscas;
b) SIC-19 Moeda de Relato — Mensuração e Apresentação de De­
monstrações Financeiras segundo a IAS 21 e a IAS 29; e
c) SIC-30 Moeda de Relato — Transposição da Moeda de Mensura­
ção para a Moeda de Apresentação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 225

▼M1
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 23
Custos de Empréstimos Obtidos

PRINCÍPIO NUCLEAR
1 Os custos de empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis
à aquisição, construção ou produção de um activo que se qualifica
formam parte do custo desse activo. Outros custos de empréstimos
obtidos são reconhecidos como um gasto.

ÂMBITO
2 Uma entidade deve aplicar esta Norma na contabilização dos custos
de empréstimos obtidos.

3 A Norma não trata do custo real ou imputado do capital próprio,


incluindo o capital preferencial não classificado como passivo.

4 Uma entidade não tem a obrigação de aplicar a Norma a custos de


empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisição,
construção ou produção de:

(a) um activo que se qualifica mensurado pelo justo valor, por exem­
plo, um activo biológico; ou

(b) inventários que sejam fabricados, ou de outro modo produzidos,


em grandes quantidades de uma forma repetitiva.

DEFINIÇÕES
5 Esta Norma usa os seguintes termos com os significados especifica­
dos:

Custos de empréstimos obtidos são os custos de juros e outros incor­


ridos por uma entidade relativamente a pedidos de empréstimos de
fundos.

Um activo que se qualifica é um activo que leva necessariamente um


período substancial de tempo para ficar pronto para o seu uso preten­
dido ou para a sua venda.

▼M8
6 Os custos de empréstimos obtidos incluem:

(a) gastos com juros calculados com base na utilização do método do


juro efectivo, tal como descrito na IAS 39 Instrumentos Finan­
ceiros: Reconhecimento e Mensuração;

(b) [eliminado]

(c) [eliminado]

(d) encargos financeiros respeitantes a locações financeiras reconhe­


cidas de acordo com a IAS 17 Locações; e

(e) diferenças de câmbio provenientes de empréstimos obtidos em


moeda estrangeira na medida em que sejam consideradas um
ajustamento dos custos com juros.

▼M1
7 Dependendo das circunstâncias, qualquer dos seguintes elementos po­
dem constituir activos que se qualificam:

(a) inventários

(b) instalações industriais


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 226

▼M1
(c) instalações de geração de energia

(d) activos intangíveis

(e) propriedades de investimento.

Os activos financeiros, e os inventários que sejam fabricados, ou de


outro modo produzidos, durante um curto período de tempo não são
activos que se qualificam. Os activos que estejam prontos para o seu
uso pretendido ou para a sua venda quando adquiridos não são activos
que se qualificam.

RECONHECIMENTO
8 Uma entidade deve capitalizar os custos de empréstimos obtidos que
sejam directamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de
um activo que se qualifica como parte do custo desse activo. Uma
entidade deve reconhecer outros custos de empréstimos obtidos como
um gasto no período em que sejam incorridos.

9 Os custos de empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis


à aquisição, construção ou produção de um activo que se qualifica são
incluídos no custo desse activo. Tais custos dos empréstimos obtidos
são capitalizados como parte do custo do activo quando seja provável
que deles resultarão benefícios económicos futuros para a entidade e
os custos possam ser fiavelmente mensurados. Quando uma entidade
aplicar a IAS 29 Relato Financeiro em Economias Hiperinflacioná­
rias, ela reconhece como gasto a parte dos custos de empréstimos
obtidos que compensa a inflação durante o mesmo período, em con­
formidade com o parágrafo 21 dessa Norma.

Custos de empréstimos obtidos elegíveis para capitalização


10 Os custos de empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis
à aquisição, construção ou produção de um activo que se qualifica são
os custos de empréstimos obtidos que teriam sido evitados se o dis­
pêndio no activo que se qualifica não tivesse sido feito. Quando uma
entidade pede fundos emprestados especificamente com o fim de obter
um determinado activo que se qualifica, os custos dos empréstimos
obtidos que estejam relacionados directamente com esse activo que se
qualifica podem ser prontamente identificados.

11 Pode ser difícil identificar um relacionamento directo entre certos


empréstimos obtidos e um activo que se qualifica e determinar os
empréstimos obtidos que poderiam de outra maneira ser evitados.
Tal dificuldade ocorre, por exemplo, quando a actividade financeira
de uma entidade for centralmente coordenada. Também surgem difi­
culdades quando um grupo usa uma variedade de instrumentos de
dívida para pedir fundos emprestados a taxas de juro variáveis e
empresta esses fundos em bases variadas a outras entidades no grupo.
Outras complicações surgem através do uso de empréstimos estabele­
cidos em ou ligados a moedas estrangeiras, quando o grupo opera em
economias altamente inflacionárias, e de flutuações em taxas de câm­
bio. Como consequência, a determinação da quantia dos custos de
empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisição
de um activo que se qualifica é difícil sendo de exigir o exercício de
julgamento.

12 Na medida em que uma entidade peça fundos emprestados especifi­


camente com o fim de obter um activo que se qualifica, a entidade
deve determinar a quantia dos custos de empréstimos obtidos elegíveis
para capitalização como os custos reais dos empréstimos obtidos in­
corridos nesse empréstimo durante o período menos qualquer rendi­
mento de investimento resultante do investimento temporário desses
empréstimos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 227

▼M1
13 Os acordos de financiamento de um activo que se qualifica podem
fazer com que uma entidade obtenha fundos emprestados e incorra em
custos de empréstimos associados antes de alguns ou todos os fundos
serem usados para dispêndios no activo que se qualifica. Em tais
circunstâncias, os fundos são muitas vezes temporariamente investidos
aguardando o seu dispêndio no activo que se qualifica. Ao determinar
a quantia dos custos de empréstimos obtidos elegíveis para capitali­
zação durante um período, qualquer rendimento do investimento ge­
rado de tais fundos é deduzido dos custos incorridos nos empréstimos
obtidos.

14 Na medida em que uma entidade peça fundos emprestados de uma


forma geral e os use com o fim de obter um activo que se qualifica, a
entidade deve determinar a quantia de custos de empréstimos obtidos
elegíveis para capitalização mediante a aplicação de uma taxa de
capitalização aos dispêndios respeitantes a esse activo. A taxa de
capitalização deve ser a média ponderada dos custos de empréstimos
obtidos aplicável aos empréstimos contraídos pela entidade que este­
jam em circulação no período, que não sejam empréstimos obtidos
feitos especificamente com o fim de obter um activo que se qualifica.
A quantia dos custos de empréstimos obtidos que uma entidade capi­
taliza durante um período não deve exceder a quantia dos custos de
empréstimos obtidos incorridos durante esse período.

15 Em algumas circunstâncias, é apropriado incluir todos os empréstimos


obtidos da empresa-mãe e das suas subsidiárias quando seja calculada
uma média ponderada dos custos dos empréstimos obtidos; noutras
circunstâncias, é apropriado para cada subsidiária usar uma média
ponderada dos custos dos empréstimos obtidos aplicáveis aos seus
próprios empréstimos obtidos.

Excesso da quantia escriturada do activo que se qualifica sobre a


quantia recuperável
16 Quando a quantia escriturada ou o último custo esperado do activo
que se qualifica exceda a sua quantia recuperável ou o seu valor
realizável líquido, a quantia escriturada é reduzida ou anulada de
acordo com as exigências de outras Normas. Em certas circunstâncias,
a quantia da redução ou do abate é revertida de acordo com essas
outras Normas.

Começo da capitalização
17 Uma entidade deve começar a capitalização dos custos de emprésti­
mos obtidos como parte do custo de um activo que se qualifica na
data de começo. A data de começo da capitalização é a data em que a
entidade passa a satisfazer todas as seguintes condições:

(a) incorre em dispêndios com o activo;

(b) incorre em custos de empréstimos obtidos; e

(c) realiza actividades que sejam necessárias para preparar o activo


para o seu uso pretendido ou para a sua venda.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 228

▼M1
18 Os dispêndios de um activo que se qualifica incluem somente os
dispêndios que tenham resultado em pagamentos por caixa, transferên­
cia de outros activos ou a assunção de passivos que incorram em
juros. Os dispêndios são reduzidos por quaisquer pagamentos progres­
sivos recebidos e por subsídios recebidos relacionados com o activo
(ver a IAS 20 Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação
de Apoios do Governo). A quantia escriturada média do activo durante
um período, incluindo os custos de empréstimos obtidos previamente
capitalizados, é normalmente uma aproximação razoável dos dispên­
dios aos quais a taxa de capitalização é aplicada nesse período.

19 As actividades necessárias para preparar o activo para o seu uso


pretendido ou para a sua venda englobam mais do que a construção
física do activo. Elas englobam o trabalho técnico e administrativo
anterior ao começo da construção física, tais como as actividades
associadas à obtenção de licenças antes do começo da construção
física. Porém, tais actividades excluem a detenção de um activo
quando nenhuma produção ou desenvolvimento que altere a condição
do activo esteja a ter lugar. Por exemplo, os custos de empréstimos
obtidos incorridos enquanto o terreno esteja em desenvolvimento são
capitalizados durante o período em que as actividades relacionadas
com o desenvolvimento estejam a decorrer. Porém, os custos de em­
préstimos obtidos incorridos enquanto os terrenos adquiridos para fins
de construção sejam detidos sem qualquer actividade associada de
desenvolvimento não são qualificáveis para capitalização.

Suspensão da capitalização
20 Uma entidade deve suspender a capitalização dos custos de emprés­
timos obtidos durante períodos prolongados em que suspenda o de­
senvolvimento activo de um activo que se qualifica.

21 Uma entidade poderá incorrer em custos de empréstimos obtidos du­


rante um período prolongado em que suspenda as actividades neces­
sárias para preparar um activo para o seu uso pretendido ou para a sua
venda. Tais custos são custos de detenção de activos parcialmente
concluídos e não são qualificáveis para capitalização. Porém, uma
entidade não suspende normalmente a capitalização de custos de em­
préstimos obtidos durante um período em que realize trabalho técnico
e administrativo substancial. Uma entidade também não suspende a
capitalização de custos de empréstimos obtidos quando uma demora
temporária seja uma parte necessária do processo de preparar um
activo para o seu uso pretendido ou para a sua venda. Por exemplo,
a capitalização continua durante o período prolongado em que os
níveis altos das águas atrasam a construção de uma ponte, se esses
níveis de água altos forem usuais durante o período da construção na
região geográfica envolvida.

Cessação da capitalização
22 Uma entidade deve cessar a capitalização de custos de empréstimos
obtidos quando substancialmente todas as actividades necessárias para
preparar o activo que se qualifica para o seu uso pretendido ou para a
sua venda estejam concluídas.

23 Um activo está normalmente pronto para o seu uso pretendido ou para


a sua venda quando a construção física do activo estiver concluída
ainda que o trabalho administrativo de rotina possa continuar. Se
modificações menores, tais como a decoração de uma propriedade
conforme as especificações do comprador ou do utente, sejam tudo
o que está por completar, isto indica que substancialmente todas as
actividades estão concluídas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 229

▼M1
24 Quando uma entidade concluir a construção de um activo que se
qualifica por partes e cada parte estiver em condições de ser usada
enquanto a construção continua noutras partes, a entidade deve cessar
a capitalização dos custos de empréstimos obtidos quando substancial­
mente todas as actividades necessárias para preparar essa parte para o
seu uso pretendido ou para a sua venda estejam concluídas.
25 Um parque empresarial compreendendo vários edifícios em que cada
um deles pode ser usado individualmente é um exemplo de um activo
que se qualifica relativamente ao qual cada parte está em condições de
ser usada embora a construção continue noutras partes. Um exemplo
de um activo que se qualifica que necessita de estar concluído antes
que cada parte possa ser usada é uma instalação industrial que en­
volve vários processos que devem ser executados sequencialmente em
diferentes partes da fábrica dentro do mesmo local, tal como uma
laminagem de aço.

DIVULGAÇÃO
26 Uma entidade deve divulgar:
(a) a quantia de custos de empréstimos obtidos capitalizada durante o
período; e
(b) a taxa de capitalização usada para determinar a quantia dos custos
dos empréstimos obtidos elegíveis para capitalização.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
27 Quando a aplicação desta Norma constituir uma alteração na política
contabilística, uma entidade deve aplicar a Norma a custos de em­
préstimos obtidos relacionados com activos que se qualificam cuja
data de começo da capitalização seja em ou após a data de eficácia.
28 Porém, uma entidade pode designar qualquer data antes da data de
eficácia e aplicar a Norma a custos de empréstimos obtidos relacio­
nados com todos os activos que se qualificam cuja data de começo da
capitalização seja em ou após essa data.

DATA DE EFICÁCIA
29 Uma entidade deve aplicar a Norma aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2009. É permitida a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar a Norma a partir de uma data antes de 1 de
Janeiro de 2009, ela deve divulgar esse facto.
▼M8
29A O parágrafo 6 foi alterado com base no documento Melhoramentos
introduzidos nas IFRS, emitido em Maio de 2008. Uma entidade deve
aplicar essa emenda aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Janeiro de 2009. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade
aplicar as emendas a um período anterior, deve divulgar esse facto.
▼M1

RETIRADA DA IAS 23 (REVISTA EM 1993)


30 Esta Norma substitui a IAS 23 Custos de Empréstimos Obtidos revista
em 1993.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 230

▼M26
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 24
Divulgações de Partes Relacionadas

OBJECTIVO
1 O objectivo desta Norma é assegurar que as demonstrações financeiras
de uma entidade contenham as divulgações necessárias para chamar a
atenção para a possibilidade de que a sua posição financeira e lucros
ou prejuízos possam ter sido afectados pela existência de partes rela­
cionadas e por transacções e saldos pendentes, incluindo compromis­
sos, com tais partes.

ÂMBITO
2 Esta Norma deve ser aplicada ao:

(a) identificar relacionamentos e transacções com partes relacio­


nadas;

(b) identificar saldos pendentes, incluindo compromissos, entre


uma entidade e as suas partes relacionadas;

(c) identificar as circunstâncias em que é exigida a divulgação dos


itens das alíneas a) e b); e

(d) determinar as divulgações a fazer relativamente a esses itens.

▼M32
3 Esta Norma exige a divulgação das transacções com partes rela­
cionadas e das transacções e saldos pendentes, incluindo os com­
promissos, nas demonstrações financeiras consolidadas e separa­
das de uma empresa-mãe investidora com o controlo conjunto ou
influência significativa sobre uma investida, apresentadas de
acordo com a IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas
ou com a IAS 27 Demonstrações Financeiras Separadas. Esta
Norma aplica-se também às demonstrações financeiras indivi­
duais.

▼M38
4 As transações com partes relacionadas e os saldos pendentes com
outras entidades de um grupo são divulgados nas demonstrações fi­
nanceiras de uma entidade. As transações e os saldos pendentes com
partes relacionadas dentro do grupo deverão ser eliminados, com ex­
ceção daqueles entre uma entidade de investimento e as suas subsi­
diárias mensuradas pelo justo valor através dos resultados, na prepa­
ração das demonstrações financeiras consolidadas do grupo.

▼M26

FINALIDADE DAS DIVULGAÇÕES DE PARTES RELACIONADAS


5 Os relacionamentos com partes relacionadas são uma característica
normal do comércio e negócios. Por exemplo, as entidades realizam
frequentemente partes das suas actividades através de subsidiárias,
empreendimentos conjuntos e associadas. Nestas circunstâncias, a en­
tidade tem a capacidade de afectar as políticas financeiras e operacio­
nais da investida por via da presença de controlo, controlo conjunto
ou influência significativa.

6 Um relacionamento com partes relacionadas pode ter um efeito nos


lucros ou prejuízos e na posição financeira de uma entidade. As partes
relacionadas podem efectuar transacções que partes não relacionadas
não realizariam. Por exemplo, uma entidade que venda bens à sua
empresa-mãe pelo custo poderá não vender nesses termos a outro
cliente. Além disso, as transacções entre partes relacionadas podem
não ser feitas pelas mesmas quantias que entre partes não relaciona­
das.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 231

▼M26
7 Os lucros ou prejuízos e a posição financeira de uma entidade podem
ser afectados por um relacionamento com partes relacionadas mesmo
que não ocorram transacções com partes relacionadas. A mera exis­
tência do relacionamento pode ser suficiente para afectar as transac­
ções da entidade com outras partes. Por exemplo, uma subsidiária
pode cessar relações com um parceiro comercial aquando da aquisição
pela empresa-mãe de uma subsidiária colega dedicada à mesma acti­
vidade que o parceiro comercial anterior. Como alternativa, uma parte
pode abster-se de agir por causa da influência significativa de outra —
por exemplo, uma subsidiária pode ser instruída pela sua empresa-mãe
a não se dedicar a actividades de pesquisa e desenvolvimento.

8 Por estas razões, o conhecimento das transacções, saldos pendentes,


incluindo compromissos, e relacionamentos com partes relacionadas
pode afectar as avaliações das suas operações pelos utentes, incluindo
avaliações dos riscos e de oportunidades que se deparem à entidade.

DEFINIÇÕES
▼M38
9 Os termos «controlo» e «entidade de investimento», «controlo
conjunto» e «influência significativa» são definidos na IFRS 10,
na IFRS 11 Acordos Conjuntos e na IAS 28 Investimentos em
Associadas e Empreendimentos Conjuntos e são utilizadas nesta
Norma com os significados especificados nessas IFRS.

▼M26
Uma parte relacionada é uma pessoa ou entidade relacionada com
a entidade que está a preparar as suas demonstrações financeiras
(referida nesta Norma como a «entidade relatora»).

(a) uma pessoa ou um membro íntimo da sua família é relacio­


nado com uma entidade relatora se:

(i) tiver o controlo ou ►M32 controlo conjunto da ◄ enti­


dade relatora;

(ii) tiver uma influência significativa sobre a entidade relato­


ra; ou

(iii) for membro do pessoal-chave da gerência da entidade


relatora ou de uma empresa-mãe dessa entidade relatora;

(b) uma entidade é relacionada com uma entidade relatora se


estiver cumprida qualquer uma das seguintes condições:

(i) a entidade e a entidade relatora são membros de um


mesmo grupo (o que implica que as empresas-mãe, sub­
sidiárias e subsidiárias colegas estão relacionadas entre
si);

(ii) uma entidade é associada ou constitui um empreendi­


mento comum da outra entidade (ou é associada ou cons­
titui um empreendimento comum de um membro de um
grupo a que pertence a outra entidade);

(iii) ambas as entidades são empreendimentos comuns da


mesma parte terceira;

(iv) uma entidade representa um empreendimento comum da


entidade terceira e a outra entidade é associada da enti­
dade terceira;

(v) a entidade é um plano de benefícios pós-emprego a favor


dos empregados da entidade relatora ou de uma entidade
relacionada com a entidade relatora. Se uma entidade
relatora for ela própria um plano desse tipo, os empre­
gadores promotores são também relacionados com a en­
tidade relatora;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 232

▼M26
(vi) a entidade é controlada ou conjuntamente controlada por
uma pessoa identificada na alínea a);

(vii) uma pessoa identificada na alínea (a)(i) detém uma in­


fluência significativa sobre a entidade ou é membro do
pessoal-chave da gerência da entidade (ou de uma
empresa-mãe da entidade).

Uma transacção com partes relacionadas é uma transferência de


recursos, serviços ou obrigações entre uma entidade relatora e
uma entidade relacionada, independentemente de haver ou não
um débito de preço.

Membros íntimos da família de uma pessoa são aqueles membros


da família que se espera possam influenciar ou ser influenciados
por essa pessoa nos seus negócios com a entidade, incluindo:

(a) os filhos e o cônjuge ou parceiro doméstico da pessoa em


causa;

(b) os filhos do cônjuge ou parceiro doméstico da pessoa em cau­


sa; e

(c) os dependentes da pessoa em causa ou do seu cônjuge ou


parceiro doméstico.

Remuneração inclui todos os benefícios dos empregados (tal como


definidos na IAS 19 Benefícios dos Empregados), incluindo os
benefícios dos empregados a que se aplica a IFRS 2 Pagamento
com Base em Acções. Os benefícios dos empregados são todas as
formas de retribuição paga, pagável ou proporcionada pela enti­
dade, ou por conta da entidade, em troca de serviços prestados à
entidade. Incluem também as retribuições pagas em nome de uma
entidade empresa-mãe com respeito à entidade. A remuneração
inclui:

(a) benefícios a curto prazo de empregados, tais como ordenados,


salários e contribuições para a segurança social, licença anual
paga e baixa por doença paga, participação nos lucros e bónus
(se pagáveis num período de doze meses após o fim do perío­
do) e benefícios não monetários (tais como cuidados médicos,
habitação, automóveis e bens ou serviços gratuitos ou subsi­
diados) para os empregados em actividade;

(b) benefícios pós-emprego tais como pensões, outros benefícios de


reforma, seguro de vida pós-emprego e cuidados médicos pós-
-emprego;

(c) outros benefícios a longo prazo de empregados, incluindo li­


cença por anos de serviço ou licença sabática, benefícios por
jubileu ou outros benefícios ligados à antiguidade no serviço,
benefícios de invalidez a longo prazo e, se não forem pagáveis
na totalidade num período de doze meses após o final do pe­
ríodo, participação nos lucros, bónus e remuneração diferida;

(d) benefícios de cessação de emprego; e

(e) pagamento com base em acções.

▼M32
__________
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 233

▼M26
Pessoal chave de gerência são as pessoas que têm autoridade e
responsabilidade pelo planeamento, direcção e controlo das acti­
vidades da entidade, directa ou indirectamente, incluindo qual­
quer administrador (executivo ou outro) dessa entidade.

▼M32
__________

▼M26
Administração pública refere-se à administração pública e às suas
agências e organismos similares, sejam eles locais, nacionais ou
internacionais.

Uma entidade relacionada com o Estado é uma entidade controla­


da, controlada conjuntamente ou sob a influência significativa de
uma administração pública.

▼M32
Os termos «controlo», «controlo conjunto» e «influência significa­
tiva» são definidos na IFRS 10, IFRS 11 Acordos Conjuntos e IAS
28 Investimentos em Associadas e Empreendimentos Conjuntos e
são utilizadas nesta Norma com os significados especificados nes­
sas IFRS.

▼M26
10 Ao considerar cada possível relacionamento com partes relacionadas,
a atenção é dirigida para a substância do relacionamento e não me­
ramente para a sua forma legal.

11 No contexto desta Norma, não são partes relacionadas:

(a) duas entidades simplesmente por terem um administrador ou outro


membro do pessoal-chave da gerência em comum ou por um
membro do pessoal-chave da gerência de uma entidade ter in­
fluência significativa sobre a outra entidade.

(b) dois ►M32 empreendedores conjuntos ◄ simplesmente por par­


tilharem o ►M32 controlo conjunto de ◄ um empreendimento
conjunto.

(c) (i) entidades que proporcionam financiamentos,

(ii) sindicatos,

(iii) empresas de serviços públicos, e

(iv) departamentos e agências de uma administração pública que


não exercem controlo, controlo conjunto ou influência signi­
ficativa sobre a entidade relatora.

simplesmente em virtude dos seus negócios normais com uma


entidade (embora possam afectar a liberdade de acção de uma
entidade ou participar no seu processo de tomada de decisões).

(d) um cliente, fornecedor, franchisador, distribuidor ou agente geral


com quem uma entidade transaccione um volume de negócios
significativo, meramente em virtude da dependência económica
resultante.

12 Na definição de uma parte relacionada, tanto os associados como os


empreendimentos conjuntos incluem as respectivas subsidiárias. As­
sim, por exemplo, uma subsidiária de uma associada e um investidor
que disponha de uma influência significativa sobre essa associada são
partes relacionadas entre si.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 234

▼M26
DIVULGAÇÕES

Todas as entidades
13 Os relacionamentos entre uma empresa-mãe e as suas subsidiárias
devem ser divulgados independentemente de ter havido ou não
transacções entre elas. Uma entidade deve divulgar o nome da
sua empresa-mãe e, se for diferente, da parte controladora final.
Se nem a empresa-mãe da entidade nem a parte controladora
final produzirem demonstrações financeiras disponíveis para uso
público, deve também ser divulgado o nome da empresa-mãe
superior seguinte que as produza.

14 Para permitir aos utentes de demonstrações financeiras ter uma visão


acerca dos efeitos dos relacionamentos com partes relacionadas numa
entidade, é apropriado divulgar o relacionamento com partes relacio­
nadas onde exista controlo, tenha havido ou não transacções entre as
partes relacionadas.

▼M32
15 O requisito de divulgação dos relacionamentos com partes terceiras
entre uma empresa-mãe e as suas subsidiárias é adicional aos requi­
sitos de divulgação impostos pela IAS 27 e pela IFRS 12 Divulgação
de Interesses Noutras Entidades.

▼M26
16 O parágrafo 13 faz referência à empresa-mãe superior seguinte. Essa
referência respeita à primeira empresa-mãe do grupo, acima da
empresa-mãe imediata, que produz demonstrações financeiras conso­
lidadas disponíveis para uso público.

17 Uma entidade deve divulgar a remuneração do pessoal-chave da


gerência no total e para cada uma das seguintes categorias:

(a) benefícios a curto prazo de empregados;

(b) benefícios pós-emprego;

(c) outros benefícios a longo prazo;

(d) benefícios de cessação de emprego; e

(e) pagamento com base em acções.

18 Se uma entidade tiver levado a cabo transacções com partes re­


lacionadas durante os períodos abrangidos pelas demonstrações
financeiras, deve divulgar a natureza do relacionamento com essas
partes, assim como informação sobre as transacções e saldos pen­
dentes, incluindo compromissos, necessária para a compreensão
do potencial efeito do relacionamento nas demonstrações financei­
ras por parte dos respectivos utentes. Estes requisitos de divulga­
ção são adicionais aos previstos no parágrafo 17. No mínimo, as
divulgações devem incluir:

(a) a quantia das transacções;

(b) a quantia dos saldos pendentes, incluindo compromissos, e:

(i) os seus termos e condições, incluindo se estão ou não se­


guros, e a natureza da retribuição a ser proporcionada
aquando da liquidação; e

(ii) pormenores de quaisquer garantias dadas ou recebidas;


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 235

▼M26
(c) provisões para dívidas duvidosas relacionadas com a quantia
dos saldos pendentes; e

(d) os gastos reconhecidos durante o período a respeito de dívidas


incobráveis ou duvidosas devidas por partes relacionadas.

▼M32
19 As divulgações exigidas no parágrafo 18 devem ser feitas separa­
damente para cada uma das seguintes categorias:

(a) a empresa-mãe;

(b) entidades com controlo conjunto ou influência significativa


sobre a entidade;

(c) subsidiárias;

▼M26
(d) associadas;

(e) empreendimentos conjuntos nos quais a entidade seja um


►M32 empreendedor conjunto ◄;

(f) pessoal-chave da gerência da entidade ou da respectiva


entidade-mãe; e

(g) outras partes relacionadas.

20 A classificação de quantias a pagar a, e a receber de, partes relacio­


nadas em diferentes categorias conforme exigido no parágrafo 19 é
uma extensão do requisito de divulgação determinado na IAS 1 Apre­
sentação de Demonstrações Financeiras relativamente à informação a
apresentar na demonstração da posição financeira ou nas notas. As
categorias são alargadas para proporcionar uma análise mais exaustiva
dos saldos das partes relacionadas e aplicam-se a transacções com
partes relacionadas.

21 Seguem-se exemplos de transacções que são divulgadas se forem


feitas com uma parte relacionada:

(a) compras ou vendas de bens (acabados ou não acabados);

(b) compras ou vendas de imóveis e outros activos;

(c) prestação ou recepção de serviços;

(d) locações;

(e) transferências de pesquisa e desenvolvimento;

(f) transferências segundo acordos de licenciamento.

(g) transferências ao abrigo de acordos financeiros (incluindo emprés­


timos e contribuições de capital em dinheiro ou em espécie);

(h) prestação de garantias ou de colaterais;

(i) compromissos no sentido de fazer algo se um determinado evento


ocorrer ou não ocorrer no futuro, nomeadamente contratos execu­
tórios (1) (reconhecidos e não reconhecidos); e

(1) A IAS 37 Provisões, passivos eventuais e activos contingentes define os contratos


executórios como contratos pelos quais nenhuma das partes cumpriu qualquer das suas
obrigações ou ambas as partes só tenham parcialmente cumprido as suas obrigações em
igual extensão.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 236

▼M26
(j) liquidação de passivos em nome da entidade ou pela entidade em
nome dessa parte relacionada.

▼M31
22 A participação de uma empresa-mãe ou subsidiária num plano de
benefícios definidos que partilha riscos entre entidades de grupo é
uma transacção entre partes relacionadas (ver parágrafo 42 da IAS
19 (conforme emendada em 2011)).

▼M26
23 As divulgações de que as transacções com partes relacionadas foram
feitas em termos equivalentes aos que prevalecem nas transacções em
que não existe relacionamento entre as partes são feitas apenas se
esses termos puderem ser comprovados.

24 Os itens de natureza semelhante podem ser divulgados de forma


agregada, excepto quando divulgações separadas forem necessá­
rias para a compreensão dos efeitos das transacções com partes
relacionadas nas demonstrações financeiras da entidade.

Entidades ligadas à administração pública


▼M32
25 Uma entidade relatora está isenta dos requisitos de divulgação do
parágrafo 18 no que respeita às transações e saldos pendentes,
incluindo compromissos, com as seguintes partes relacionadas:

(a) uma administração pública que controle, ou controle conjun­


tamente ou tenha influência significativa sobre a entidade que
relata; e

(b) outra entidade que seja parte relacionada pelo facto de a


mesma administração pública controlar, ou controlar conjun­
tamente ou ter influência significativa tanto sobre a entidade
relatora quanto sobre essa outra entidade.

▼M26
26 Se uma entidade relatora aplicar a isenção prevista no parágrafo
25, deve divulgar os seguintes elementos no que respeita às tran­
sacções e aos respectivos saldos pendentes referidos nesse pará­
grafo:

(a) nome da administração pública e natureza da sua relação com


a entidade relatora (isto é, controlo, controlo conjunto ou
influência significativa);

(b) a seguinte informação, com um grau de pormenor suficiente


para permitir aos utentes das demonstrações financeiras da
entidade a compreensão dos efeitos das transacções com a
parte relacionada nessas demonstrações financeiras:

(i) natureza e quantia de cada transacção individualmente


significativa; e

(ii) em relação a outras transacções que sejam no seu con­


junto mas não individualmente significativas, uma indica­
ção qualitativa ou quantitativa da respectiva dimensão. Os
tipos de transacção em causa incluem as transacções refe­
ridas no parágrafo 21.

27 Ao utilizar o seu julgamento para decidir do nível de pormenor a


divulgar em conformidade com os requisitos do parágrafo 26(b), a
entidade relatora deve tomar em consideração o grau de proximidade
com a parte relacionada e outros factores relevantes para a determi­
nação do nível de relevância das transacções, verificando nomeada­
mente se são:

(a) significativas em termos de dimensão;

(b) conduzidas em condições que não são as condições de mercado;


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 237

▼M26
(c) distintas das operações comerciais normais, como a aquisição ou
alienação de empresas;
(d) divulgadas a autoridades de regulação ou de supervisão;
(e) comunicadas à gerência de topo;
(f) sujeitas a aprovação pelos accionistas.

DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO


28 Uma entidade deve aplicar esta Norma de forma retroactiva aos pe­
ríodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2011. É per­
mitida a aplicação mais cedo, tanto da Norma no seu todo como da
isenção parcial prevista nos parágrafos 25-27 no que respeita às en­
tidades ligadas à administração pública. Se uma entidade aplicar esta
Norma no seu todo ou essa isenção parcial a um período que tenha
início antes de 1 de Janeiro de 2011, deve divulgar esse facto.
▼M32
28A A IFRS 10, a IFRS 11 Acordos Conjuntos e a IFRS 12, emitidas em
Maio de 2011, emendaram os parágrafos 3, 9, 11(b), 15, 19(b) e (e) e
25. Uma entidade deve aplicar estas emendas ao aplicar a IFRS 10, a
IFRS 11 e a IFRS 12.
▼M38
28B O documento Entidades de Investimento (Emendas à IFRS 10, à IFRS
12 e à IAS 27), emitido em outubro de 2012, emendou os parágrafos
4 e 9. Uma entidade deve aplicar estas emendas em relação aos
períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2014. É
permitida a aplicação antecipada do documento Entidades de Investi­
mento. Se uma entidade aplicar as emendas de forma antecipada, deve
também aplicar todas as emendas incluídas no documento Entidades
de Investimento ao mesmo tempo.
▼M26

RETIRADA DA IAS 24 (2003)


29 Esta Norma substitui a IAS 24 Divulgações de Partes Relacionadas
(conforme revista em 2003).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 238

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 26

Contabilização e Relato dos Planos de Benefícios de Reforma

ÂMBITO
1. Esta Norma deve ser aplicada nas demonstrações financeiras dos pla­
nos de benefícios de reforma sempre que tais demonstrações finan­
ceiras forem preparadas.

2. Os planos de benefícios de reforma são muitas vezes referidos por


vários outros nomes, tais como «esquemas de pensão», «esquemas
supra anuais» ou «esquemas de benefício de reforma». Esta Norma
vê um plano de benefício de reforma como uma entidade de relato
separada da dos empregadores dos participantes no plano. Todas as
outras Normas se aplicam às demonstrações financeiras de planos que
não sejam derrogadas por esta Norma.

3. Esta Norma trata da contabilização e relato do plano para todos os


participantes como um grupo. Não trata de relatórios para participan­
tes individuais acerca dos seus direitos de benefícios de reforma.

4. A IAS 19 Benefícios dos Empregados está conotada com a determi­


nação do custo de benefícios de reforma nas demonstrações financei­
ras de empregadores que tenham planos. Daqui que esta Norma seja
complementar da IAS 19.

5. Os planos de benefícios de reforma podem ser definidos como planos


de contribuição definida ou planos de benefício definido. Muitos re­
querem a criação de fundos separados, que podem ou não ter identi­
dade jurídica separada e podem não ter trustees, a quem são feitas as
contribuições e pelos quais são pagos os benefícios de reforma. Esta
Norma aplica-se independentemente de tal fundo estar ou não criado e
independentemente de existir ou não trustees.

6. Os planos de benefícios de reforma com activos investidos em em­


presas de seguros estão sujeitos aos mesmos requisitos contabilísticos
e de afectação de activos (funding) que os acordos investidos de
maneira privada. Concordantemente, eles situam-se no âmbito desta
Norma a menos que o contrato com a empresa de seguros esteja em
nome de um determinado participante ou de um grupo de participan­
tes e a obrigação de benefícios de reforma seja exclusivamente da
responsabilidade da empresa de seguros.

7. Esta Norma não trata de outras formas de benefícios de emprego, tais


como indemnizações por cessação de emprego, acordos de retribuição
diferida, benefícios aos que deixam a entidade após longos anos de
serviço, planos especiais de reforma antecipada ou de redundância,
planos de saúde e de bem-estar ou planos de bonificações/gratifica­
ções. Os acordos tipo segurança social do governo também são ex­
cluídos do âmbito desta Norma.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 239

▼B
DEFINIÇÕES
8. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Planos de benefícios de reforma são acordos, pelos quais uma enti­


dade proporciona benefícios aos empregados na ou após a cessação do
serviço (quer na forma de um rendimento anual, quer como uma
quantia total) quando tais benefícios, ou as contribuições para eles,
puderem ser determinados ou estimados de antemão em relação à
reforma a partir das cláusulas de um documento ou das práticas da
entidade.

Planos de contribuição definida são planos de benefícios de reforma


pelos quais as quantias a serem pagas como benefícios de reforma são
determinadas pelas contribuições para um fundo juntamente com os
respectivos ganhos de investimento.

Planos de benefícios definidos são planos de benefícios de reforma


pelos quais as quantias a serem pagas como benefício de reforma são
geralmente determinadas por referência a uma fórmula usualmente
baseada nos ganhos do empregado e/ou nos anos de serviço.

Contribuição para o fundo é a transferência de activos para uma


entidade (o fundo) separada da entidade do empregador para satisfazer
obrigações futuras de pagamento dos benefícios de reforma.

Para os fins desta Norma são também usados os termos seguintes:

Participantes são os membros de um plano de benefícios de reforma


bem como outros que tenham direito a benefícios segundo o plano.

Activos líquidos disponíveis para benefícios são os activos menos os


passivos de um plano que não sejam o valor presente actuarial dos
benefícios de reforma prometidos.

Valor presente actuarial dos benefícios de reforma prometidos é o


valor presente dos pagamentos esperados através de um plano de
benefícios de reforma a empregados existentes e antigos, atribuível
aos serviços já prestados.

Benefícios adquiridos (conferidos) são benefícios cujos direitos, de


acordo com as condições de um plano de benefício de reforma, não
estejam condicionados a emprego continuado.

9. Alguns planos de benefícios de reforma têm patrocinadores diferentes


dos empregadores; esta Norma também se aplica às demonstrações
financeiras desses planos.

10. A maior parte dos planos de benefícios de reforma é baseada em


acordos formais. Alguns planos são informais mas adquiriram um
grau de obrigação como resultado das práticas estabelecidas do em­
pregador. Enquanto que alguns planos permitem ao empregador limi­
tar as suas obrigações fixadas nos planos, geralmente é difícil para um
empregador cancelar um plano se quiser reter os empregados. O
mesmo regime de contabilidade e relato aplica-se tanto a um plano
informal como a um plano formal.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 240

▼B
11. Muitos planos de benefícios de reforma proporcionam o estabeleci­
mento de fundos separados para os quais são feitas contribuições e
dos quais são pagos benefícios. Tais fundos podem ser administrados
por terceiras partes que actuam independentemente na gestão dos
activos do fundo. Essas terceiras partes são chamadas trustees em
alguns países. O termo trustee é usado nesta Norma para descrever
tais terceiras partes sem atenção a se se formou ou não trust.

12. Os planos de benefícios de reforma são normalmente descritos quer


como planos de contribuição definida, quer como planos de benefícios
definidos, tendo cada um deles as suas próprias características distin­
tas. Existem ocasionalmente planos que contêm características de am­
bos. Tais planos híbridos consideram-se que são planos de benefícios
definidos para os fins desta Norma.

PLANOS DE CONTRIBUIÇÃO DEFINIDA


13. As demonstrações financeiras de um plano de contribuição definida
devem conter uma demonstração dos activos líquidos disponíveis para
benefícios e uma descrição da política de constituição do fundo.

14. Por um plano de contribuição definida, a quantia dos benefícios fu­


turos de um participante é determinada pelas contribuições pagas pelo
empregador, pelo participante, ou por ambos, e pela eficiência opera­
cional e ganhos de investimento do fundo. As obrigações do empre­
gador são geralmente desoneradas pelas contribuições para o fundo.
Não é normalmente necessário o conselho de um actuário, se bem que
tal conselho seja algumas vezes utilizado para estimar os benefícios
futuros que possam ser atingíveis com base nas contribuições actuais e
nos níveis de variação das contribuições futuras e ganhos do investi­
mento.

15. Os participantes estão interessados nas actividades do plano porque


elas afectam directamente o nível dos seus benefícios futuros. Os
participantes estão interessados em saber se as contribuições foram
recebidas e se foi exercido controlo apropriado para proteger os di­
reitos dos beneficiários. Um empregador está interessado no funcio­
namento eficiente e adequado do plano.

16. O objectivo do relatório de um plano de contribuição definida é


proporcionar periodicamente informação acerca do plano e do desem­
penho dos seus investimentos. Esse objectivo é geralmente atingido ao
serem proporcionadas demonstrações financeiras incluindo o seguinte:

a) uma descrição das actividades significativas do período e o efeito


de quaisquer alterações relacionadas com o plano, e com os seus
membros e seus termos e condições;

b) demonstrações relatando sobre as operações e o desempenho dos


investimentos do período e a posição financeira do plano no fim
do período; e

c) uma descrição das políticas de investimento.

PLANOS DE BENEFÍCIOS DEFINIDOS


17. As demonstrações financeiras de um plano de benefícios definidos
devem conter ou:

a) uma demonstração que mostre:

i) os activos líquidos disponíveis para benefícios,


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 241

▼B
ii) o valor presente actuarial dos benefícios de reforma prometi­
dos, distinguindo entre benefícios adquiridos e benefícios não
adquiridos, e

iii) o excesso ou o défice resultante; ou

b) uma demonstração dos activos líquidos disponíveis para benefícios


incluindo ou:

i) uma nota a divulgar o valor presente actuarial dos benefícios de


reforma prometidos, distinguindo entre benefícios adquiridos e
benefícios não adquiridos, ou

ii) uma referência a esta informação num relatório actuarial que a


acompanhe.

Se uma avaliação actuarial não tiver sido preparada à data das de­
monstrações financeiras, a avaliação mais recente deve ser usada
como base e divulgada a data da avaliação.

18. Para os fins do parágrafo 17., o valor presente actuarial dos benefícios
de reforma prometidos deve ser baseado nos benefícios prometidos
segundo as cláusulas do plano, sobre os serviços prestados até à data
usando quer níveis de salário corrente, quer níveis de salário projec­
tado com divulgação da base usada. O efeito de quaisquer alterações
nos pressupostos actuariais que tenha tido um efeito significativo no
valor presente actuarial dos benefícios de reforma prometidos deve
também ser divulgado.

19. As demonstrações financeiras devem explicar a relação entre o valor


presente actuarial dos benefícios de reforma prometidos e os activos
líquidos disponíveis para benefícios e a política da constituição do
fundo de benefícios prometidos.

20. Por um plano de benefícios definidos, o pagamento dos benefícios de


reforma prometidos depende da posição financeira do plano e da
capacidade dos contribuintes fazerem contribuições futuras para o
plano assim como o desempenho do investimento e eficiência opera­
cional do plano.

21. Um plano de benefícios definidos necessita do conselho periódico de


um actuário para determinar a condição financeira do plano, rever os
pressupostos e recomendar níveis de contribuição futura.

22. O objectivo do relatório de um plano de benefícios definidos é perio­


dicamente proporcionar informação acerca dos recursos e actividades
do plano que seja útil na determinação das relações entre a acumula­
ção de recursos e os benefícios do plano ao longo do tempo. Este
objectivo é geralmente atingido ao serem proporcionadas demonstra­
ções financeiras incluindo o seguinte:

a) uma descrição das actividades significativas do período e o efeito


de quaisquer alterações relacionadas com o plano, e com os seus
membros e seus termos e condições;

b) demonstrações relatando sobre as operações e o desempenho dos


investimentos do período e a posição financeira do plano no fim
do período;

c) informação actuarial seja como parte das demonstrações, seja por


meio de um relatório separado; e

d) uma descrição das políticas de investimento.


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 242

▼B
Valor presente actuarial dos benefícios de reforma prometidos
23. O valor presente dos pagamentos esperados segundo um plano de
benefícios de reforma pode ser calculado e relatado usando níveis
salariais correntes ou níveis de salário projectados para o momento
da reforma dos participantes.

24. As razões dadas para adoptar uma abordagem pelos salários correntes
incluem:

a) o valor presente actuarial dos benefícios de reforma prometidos,


que é a soma das quantias presentemente atribuíveis a cada um dos
participantes do plano, pode ser calculado mais objectivamente do
que com níveis de salário projectados, porque isso envolve menos
pressupostos;

b) os aumentos nos benefícios atribuíveis a um aumento salarial


tornam-se numa obrigação do plano no momento do aumento de
salário; e

c) a quantia do valor presente actuarial dos benefícios de reforma


prometidos usando os níveis de salário correntes está geralmente
mais intimamente relacionada com a quantia a pagar no caso de o
plano terminar ou ser interrompido.

25. As razões dadas para a adopção de uma abordagem pelo salário


projectado incluem:

a) a informação financeira deve ser preparada na base do princípio da


continuidade empresarial sem atender aos pressupostos e estimati­
vas que tenham de ser feitos;

b) pelos planos de pagamento finais, os benefícios são determinados


com referência a salários em ou perto da data de reforma; daqui
que os salários, níveis de contribuição e taxas de retorno devam ser
projectados; e

c) a falha de incorporar projecções de salários, quando a maior parte da


constituição de fundos é baseada em projecções salariais, pode re­
sultar no relato de um evidente sobrefinanciamento do fundo quando
o plano não está sobrefinanciado, ou no relato de uma constituição
do fundo adequada quando o plano está subfinanciado.

26. O valor presente actuarial de benefícios de reforma prometidos basea­


dos nos salários correntes é divulgado nas demonstrações financeiras
do plano para indicar a obrigação dos benefícios obtidos à data das
demonstrações financeiras. O valor presente actuarial dos benefícios
de reforma prometidos baseados nos salários projectados é divulgado
para indicar a grandeza da obrigação potencial segundo o princípio da
continuidade da entidade o qual é geralmente a base da constituição
do fundo. Adicionalmente à divulgação do valor presente actuarial dos
benefícios de reforma prometidos, pode ser necessário dar explanação
suficiente a fim de indicar claramente o contexto em que deve ser lido
o valor presente actuarial dos benefícios de reforma prometidos. Tal
explanação pode ser na forma de informação acerca da adequação da
prevista constituição futura do fundo e da política da constituição do
fundo baseada nas projecções salariais. Isto pode ser incluído nas
demonstrações financeiras ou no relatório do actuário.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 243

▼B
Frequência das valorizações actuariais
27. Em muitos países, as valorizações actuariais não são obtidas mais
frequentemente do que de três em três anos. Se uma avaliação actua­
rial não tiver sido preparada na data das demonstrações financeiras, a
avaliação mais recente é usada como base, sendo divulgada a data da
avaliação.

Conteúdo das demonstrações financeiras


28. Para planos de benefícios definidos, a informação é apresentada numa
das formas seguintes que reflectem práticas diferentes na divulgação e
na apresentação da informação actuarial:

a) é incluída nas demonstrações financeiras uma demonstração que


mostre os activos líquidos disponíveis para benefícios, o valor
presente actuarial dos benefícios de reforma prometidos e o ex­
cesso ou défice resultante. As demonstrações financeiras do plano
também contêm demonstrações de alterações nos activos líquidos
disponíveis para benefícios e alterações no valor presente actuarial
dos benefícios de reforma prometidos. As demonstrações financei­
ras podem ser acompanhadas por um relatório separado do actuário
que suporte o valor presente actuarial dos benefícios de reforma
prometidos;

b) demonstrações financeiras que incluam uma demonstração dos ac­


tivos líquidos disponíveis para benefícios e uma demonstração de
alterações nos activos líquidos disponíveis para benefícios. O valor
presente actuarial dos benefícios de reforma prometidos é divul­
gado numa nota às demonstrações. As demonstrações financeiras
também podem ser acompanhadas por um relatório de um actuário
que suporte o valor presente actuarial dos benefícios de reforma
prometidos; e

c) demonstrações financeiras que incluam uma demonstração dos ac­


tivos líquidos disponíveis para benefícios e uma demonstração de
alterações nos activos líquidos disponíveis para benefícios com o
valor presente actuarial dos benefícios de reforma prometidos con­
tido num relatório actuarial separado.

Em cada forma de apresentação pode também acompanhar as demons­


trações financeiras um relatório dos mandatários (trustees), semelhante
a um relatório de direcção ou da gerência, e um relatório sobre os
investimentos.

29. Os que são a favor das formas de apresentação descritas nos pará­
grafos 28.a) e b) crêem que a quantificação dos benefícios de reforma
prometidos e as outras informações proporcionadas por essas aborda­
gens ajudam os utilizadores a estimar a situação corrente do plano e a
probabilidade de serem satisfeitas as obrigações do plano. Crêem
também que as demonstrações financeiras devem ser completas em
si próprias e não confiarem nas demonstrações que as acompanhem.
Porém, alguns crêem que as formas descritas no parágrafo 28.a) po­
dem dar a impressão que existe uma obrigação, quando o valor pre­
sente actuarial dos benefícios de reforma prometidos não tem na sua
opinião todas as características de um passivo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 244

▼B
30. Os que são a favor da forma de apresentação descrita no parágrafo
28.c) crêem que o valor presente actuarial dos benefícios de reforma
prometidos não deve ser incluído numa demonstração dos activos
líquidos disponíveis para benefícios como na forma de apresentação
descrita no parágrafo 28.a) ou mesmo ser divulgado numa nota como
em 28.b) porque será comparado directamente com os activos do
plano e tal comparação pode não ser válida. Eles contestam que os
actuários não comparam necessariamente o valor presente actuarial
dos benefícios de reforma prometidos com os valores de mercado
dos investimentos mas em lugar disso podem estimar o valor presente
dos fluxos de caixa esperados dos investimentos. Por isso, os que são
a favor desta forma crêem improvável que tal comparação reflicta a
estimativa global do plano pelo actuário e que isso possa ser mal
entendido. Também, alguns crêem que, independentemente de estar
ou não quantificada, a informação acerca dos benefícios de reforma
prometidos deve estar contida unicamente no relatório actuarial sepa­
rado desde que possa ser proporcionada explanação apropriada.

31. Esta Norma aceita os pontos de vista a favor da permissão de divul­


gação da informação respeitante aos benefícios de reforma prometidos
num relatório actuarial separado. Rejeita os argumentos contra a quan­
tificação do valor presente actuarial dos benefícios de reforma prome­
tidos. Concordantemente, as formas de apresentação descritas nos
parágrafos 28.a) e b) são consideradas aceitáveis nesta Norma bem
como a descrita no parágrafo 28.c) na medida em que as demons­
trações financeiras contenham uma referência a, e sejam acompanha­
das por, um relatório actuarial que inclua o valor presente actuarial
dos benefícios de reforma prometidos.

TODOS OS PLANOS

Valorização dos activos do plano


32. Os investimentos do plano de benefícios de reforma devem ser escri­
turados pelo justo valor. No caso dos títulos negociáveis, o justo valor
é o valor de mercado. Quando sejam detidos investimentos do plano
para os quais não seja possível uma estimativa do justo valor, deve ser
feita a divulgação da razão por que é que não é usado o justo valor.

33. No caso de títulos negociáveis o justo valor é geralmente o valor de


mercado porque este é considerado a medida mais útil para os títulos
à data do relatório e para o desempenho do investimento no período.
Os títulos que tenham um valor fixo de resgate e que tenham sido
adquiridos para fazer face às obrigações do plano, ou partes específi­
cas do mesmo, podem ser escriturados por quantias baseadas no seu
valor de resgate presumindo uma taxa constante de retorno até ao
vencimento. Quando sejam mantidos planos de investimento para os
quais uma estimativa do justo valor não seja possível, tal como de­
tenção total de uma entidade, é feita divulgação da razão por que o
justo valor não é usado. O justo valor é também geralmente divulgado
na medida em que os investimentos sejam escriturados por outras
quantias que não sejam as do valor de mercado ou do justo valor.
Os activos usados nas operações do fundo são contabilizados de
acordo com as Normas aplicáveis.

Divulgação
34. As demonstrações financeiras de um plano de benefícios de reforma,
quer de benefícios definidos, quer de contribuição definida, devem
também conter as informações seguintes:

a) uma demonstração de alterações nos activos líquidos disponíveis


para benefícios;
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▼B
b) um resumo das políticas contabilísticas significativas; e

c) uma descrição do plano e os efeitos de quaisquer alterações no


plano durante o período.

35. As demonstrações financeiras proporcionadas pelos planos de benefí­


cios de reforma podem incluir o que se segue, se aplicável:

a) uma demonstração dos activos líquidos disponíveis divulgando:

i) activos no fim do período convenientemente classificados,

ii) a base de valorização dos activos,

iii) pormenores de qualquer investimento singular excedendo 5 %


dos activos líquidos disponíveis para benefícios ou 5 % de
qualquer classe ou tipo de títulos,

iv) pormenores de qualquer investimento no empregador, e

v) passivos que não sejam o valor presente actuarial dos benefí­


cios de reforma prometidos;

b) uma demonstração de alterações nos activos líquidos disponíveis


para benefícios mostrando o que se segue:

i) contribuições do empregador,

ii) contribuições do empregado,

iii) rendimentos do investimento tais como juros e dividendos,

iv) outros rendimentos,

v) benefícios pagos ou a pagar (analisados, por exemplo, como


benefícios de reforma, por morte e por incapacidade, bem
como pagamentos de quantias globais),

vi) gastos administrativos,

vii) outros gastos,

viii) impostos sobre o rendimento,

ix) lucros e prejuízos pela alienação de investimentos e alterações


no valor dos investimentos, e

x) transferência de e para outros planos;

c) uma descrição da política de constituição do fundo;

d) para os planos de benefícios definidos, o valor presente actuarial


dos benefícios de reforma prometidos (que podem distinguir entre
benefícios adquiridos e benefícios não adquiridos) baseado nos
benefícios prometidos segundo as cláusulas do plano, nos serviços
prestados até à data e usando quer o nível de salários correntes
quer o nível de salários projectados; esta informação pode ser
incluída num relatório actuarial para ser lido em conjunto com
as respectivas demonstrações financeiras que o acompanham; e

e) para os planos de benefício definido, uma descrição dos pressu­


postos actuariais significativos adoptados e do método usado para
calcular o valor presente actuarial dos benefícios de reforma pro­
metidos.

36. O relatório de um plano de benefício definido contém uma descrição


do plano, quer como parte das demonstrações financeiras quer num
relatório separado. Pode conter o seguinte:

a) os nomes dos empregadores e os grupos de empregados abrangi­


dos;
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▼B
b) o número de participantes que recebem benefícios e o número de
outros participantes, apropriadamente classificado;
c) o tipo de plano — contribuição definida ou benefício definido;
d) uma nota quanto a se os participantes contribuem ou não para o
plano;
e) uma descrição dos benefícios de reforma prometidos aos partici­
pantes;
f) uma descrição de quaisquer cláusulas de extinção do plano; e
g) alterações nos itens a) a f) durante o período abrangido pelo rela­
tório.
Às vezes faz-se referência a outros documentos que estejam pronta­
mente disponíveis aos utilizadores e em que o plano seja descrito, e só
se inclui informação sobre subsequentes alterações.

DATA DE EFICÁCIA
37. Esta Norma torna-se operacional para as demonstrações financeiras
dos planos de benefícios de reforma que cubram os períodos que
comecem em ou após 1 de Janeiro de 1988.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 247

▼M32

NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 27


Demonstrações Financeiras Separadas

OBJETIVO
1 O objetivo desta Norma é prescrever os requisitos de contabilização e
divulgação aplicáveis aos investimentos em subsidiárias, empreendi­
mentos conjuntos ou associadas quando uma entidade prepara de­
monstrações financeiras separadas.

ÂMBITO
2 Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de investimentos
em subsidiárias, empreendimentos conjuntos ou associadas
quando uma entidade optar por apresentar demonstrações finan­
ceiras separadas ou tal lhe for exigido pelos regulamentos locais.
3 Esta Norma não estipula quais as entidades que apresentam demons­
trações financeiras separadas. Aplica-se quando uma entidade prepara
demonstrações financeiras separadas que cumprem as Normas Inter­
nacionais de Relato Financeiro.

DEFINIÇÕES
4 Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os signi­
ficados especificados:
Demonstrações financeiras consolidadas são as demonstrações fi­
nanceiras de um grupo em que os ativos, passivos, capitais pró­
prios, rendimentos, gastos e fluxos de caixa da empresa-mãe e das
suas subsidiárias são apresentados como respeitantes a uma única
entidade económica.
Demonstrações financeiras separadas são as que são apresentadas
por uma empresa-mãe (ou seja, um investidor que exerce controlo
sobre uma subsidiária) ou por um investidor que exerce o con­
trolo conjunto ou uma influência significativa sobre uma investi­
da, em que os investimentos são contabilizados pelo custo ou em
conformidade com a IFRS 9 Instrumentos Financeiros.
▼M38
5 Os seguintes termos são definidos no Apêndice A da IFRS 10 De­
monstrações Financeiras Consolidadas, no Apêndice A da IFRS 11
Acordos Conjuntos e no parágrafo 3 da IAS 28 Investimentos em
Associadas e Empreendimentos Conjuntos.
— associada
— controlo de uma investida
— grupo
— entidade de investimento
— controlo conjunto
▼M32
— empreendimento conjunto
— empreendedor conjunto
— empresa-mãe
— influência significativa
— subsidiária
▼M38
6 As demonstrações financeiras separadas são as apresentadas além das
demonstrações financeiras consolidadas ou além das demonstrações
financeiras em que os investimentos em associadas ou empreendimen­
tos conjuntos são contabilizados pelo método de equivalência patri­
monial, exceto nas circunstâncias previstas nos parágrafos 8-8A. As
demonstrações financeiras separadas não precisam de ser anexadas ou
de acompanhar essas demonstrações.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 248

▼M32
7 As demonstrações financeiras em que é utilizado o método de equi­
valência patrimonial não são demonstrações financeiras separadas. Do
mesmo modo, as demonstrações financeiras de uma entidade que não
tenha qualquer subsidiária, associada ou interesse num empreendi­
mento conjunto na qualidade de co-empreendedor não são demons­
trações financeiras separadas.

8 Uma entidade dispensada de consolidação em conformidade com o


parágrafo 4(a) da IFRS 10 ou dispensada da aplicação do método de
equivalência patrimonial em conformidade com o parágrafo 17 da IAS
28 (tal como emendada em 2011) pode apresentar demonstrações
financeiras separadas como as suas únicas demonstrações financeiras.

▼M38
8A Uma entidade de investimento que seja obrigada, ao longo do período
em curso e de todos os períodos comparativos apresentados, a aplicar
a exceção à consolidação de todas as suas subsidiárias de acordo com
o parágrafo 31 da IFRS 10 deverá apresentar demonstrações financei­
ras separadas como as suas únicas demonstrações financeiras.

▼M32

PREPARAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS SEPARADAS


9 As demonstrações financeiras separadas são preparadas em con­
formidade com todas as IFRS aplicáveis, exceto no que respeita ao
disposto no parágrafo 10.

10 Quando uma entidade preparar demonstrações financeiras sepa­


radas, deve contabilizar os investimentos em subsidiárias, em­
preendimentos conjuntos e associadas:

(a) pelo custo, ou

(b) em conformidade com a IFRS 9.

A entidade deve aplicar o mesmo método contabilístico para cada


categoria de investimentos. Os investimentos contabilizados pelo
custo devem ser contabilizados em conformidade com a IFRS 5
Ativos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais
Descontinuadas quando forem classificados como detidos para
venda (ou incluídos num grupo para alienação classificado como
detido para venda). A mensuração de investimentos contabilizados
em conformidade com a IFRS 9 não é alterada em tais circuns­
tâncias.

11 Se uma entidade optar, em conformidade com o parágrafo 18 da IAS


28 (tal como emendada em 2011), por mensurar os seus investimentos
em associadas ou empreendimentos conjuntos pelo justo valor através
dos resultados em conformidade com a IFRS 9, deve também conta­
bilizar esses investimentos da mesma forma nas suas demonstrações
financeiras separadas.

▼M38
11A Se uma empresa-mãe for obrigada, de acordo com o parágrafo 31 da
IFRS 10, a mensurar o seu investimento numa subsidiária pelo justo
valor através dos resultados de acordo com a IFRS 9, deve contabi­
lizar o seu investimento numa subsidiária da mesma forma nas suas
demonstrações financeiras separadas.

11B Quando uma empresa-mãe deixar de ser ou se tornar uma entidade de


investimento, deve contabilizar essa alteração a partir da data em que
ocorreu a alteração de estatuto, da seguinte forma:

a) Quando uma entidade deixa de ser uma entidade de investimento,


deve, de acordo com o parágrafo 10, optar por:

i) contabilizar um investimento numa subsidiária pelo custo. O


justo valor da subsidiária à data da alteração do estatuto deve
ser usado como o custo considerado nessa data; ou

ii) continuar a contabilizar um investimento numa subsidiária de


acordo com a IFRS 9.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 249

▼M38
b) Quando uma entidade se tornar uma entidade de investimento,
deve contabilizar um investimento numa subsidiária pelo justo
valor através dos resultados de acordo com a IFRS 9. A diferença
entre o valor contabilístico anterior da subsidiária e o seu justo
valor à data da alteração de estatuto da investidora deve ser reco­
nhecida como um ganho ou perda nos resultados. A quantia acu­
mulada de qualquer ajustamento pelo justo valor anteriormente
reconhecido em outro rendimento integral em relação a essas sub­
sidiárias deve ser tratada como se a entidade de investimento ti­
vesse alienado essas subsidiárias à data da alteração de estatuto.

▼M32
12 Uma entidade deve reconhecer um dividendo de uma subsidiária,
empreendimento conjunto ou associada nos resultados das suas
demonstrações financeiras separadas quando o seu direito de re­
ceber o dividendo estiver estabelecido.

13 Quando uma empresa-mãe reorganiza a estrutura do seu grupo me­


diante o estabelecimento de uma nova entidade como a sua
empresa-mãe, de modo a satisfazer os seguintes critérios:

(a) a nova empresa-mãe obtém o controlo da empresa-mãe inicial me­


diante a emissão de instrumentos de capital próprio em troca de
instrumentos de capital próprio existentes da empresa-mãe inicial;

(b) os ativos e passivos do novo grupo e do grupo inicial são os


mesmos imediatamente antes e depois da reorganização; e

(c) os proprietários da empresa-mãe inicial antes da reorganização


têm os mesmos interesses absolutos e relativos nos ativos líquidos
do grupo inicial e do novo grupo imediatamente antes e depois da
reorganização;

e a nova empresa-mãe contabiliza o seu investimento na empresa-mãe


inicial nas suas demonstrações financeiras separadas em conformidade
com o parágrafo 10(a), a nova empresa-mãe deve mensurar o custo
pela quantia escriturada da sua parte dos itens de capital próprio
apresentadas nas demonstrações financeiras separadas da
empresa-mãe inicial à data da reorganização.

14 Do mesmo modo, uma entidade que não é uma empresa-mãe pode


estabelecer uma nova entidade como a sua empresa-mãe de modo a
satisfazer os critérios constantes do parágrafo 13. Os requisitos cons­
tantes do parágrafo 13 aplicam-se igualmente a tais reorganizações.
Nesses casos, as referências à «empresa-mãe inicial» e ao «grupo
inicial» devem ser entendidas como referências à «entidade inicial».

DIVULGAÇÃO
15 Uma entidade deve aplicar todas as IFRS aplicáveis quando pro­
cede a divulgações nas suas demonstrações financeiras separadas,
incluindo os requisitos dos parágrafos 16 e 17.

16 Quando uma empresa-mãe, em conformidade com o parágrafo


4(a) da IFRS 10, opta por não preparar demonstrações financei­
ras consolidadas e preparar em seu lugar demonstrações financei­
ras separadas, deve divulgar nessas demonstrações financeiras
separadas:

(a) o facto de que as demonstrações financeiras são demonstra­


ções financeiras separadas; que a dispensa de consolidação foi
usada; a denominação e o local principal em que desenvolve
as suas atividades (e o país de constituição, se for diferente) da
entidade cujas demonstrações financeiras consolidadas que
cumprem as Normas Internacionais de Relato Financeiro fo­
ram preparadas para uso público; e a morada onde essas
demonstrações financeiras consolidadas podem ser obtidas;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 250

▼M32
(b) uma lista dos investimentos significativos em subsidiárias, em­
preendimentos conjuntos e associadas, incluindo:

(i) a denominação dessas investidas;

(ii) o local principal em que essas investidas desenvolvem as


suas atividades (e o país de constituição, se for diferente);

(iii) a proporção do interesse de propriedade que detêm (e


proporção dos direitos de voto que detêm, se for diferen­
te) nessas investidas;

(c) uma descrição do método usado para contabilizar os investi­


mentos enumerados na alínea b).

▼M38
16A Quando uma entidade de investimento que é uma empresa-mãe
(que não seja uma empresa-mãe abrangida pelo parágrafo 16)
preparar, de acordo com o parágrafo 8A, demonstrações finan­
ceiras separadas como as suas únicas demonstrações financeiras,
deverá divulgar esse facto. A entidade de investimento deverá
também apresentar as divulgações relativas às entidades de inves­
timento exigidas pela IFRS 12 Divulgação de Interesses Nutras
Entidades.

17 Quando uma empresa-mãe (que não seja uma empresa-mãe


abrangida pelos parágrafos 16-16A) ou uma investidora que de­
tém o controlo conjunto ou exerce uma influência significativa
sobre uma investida prepara demonstrações financeiras separa­
das, essa empresa-mãe ou investidora deve identificar as demons­
trações financeiras preparadas em conformidade com a IFRS 10,
com a IFRS 11 ou com a IAS 28 (tal como emendada em 2011)
com as quais estão relacionadas. A empresa-mãe ou investidora
deve também divulgar nas suas demonstrações financeiras sepa­
radas:

▼M32
(a) o facto de que as demonstrações são demonstrações financei­
ras separadas e as razões pelas quais essas demonstrações
foram preparadas, no caso de não serem exigidas por lei;

(b) uma lista dos investimentos significativos em subsidiárias, em­


preendimentos conjuntos e associadas, incluindo:

(i) a denominação dessas investidas;

(ii) o local principal em que essas investidas desenvolvem as


suas atividades (e o país de constituição, se for diferente);

(iii) a proporção do interesse de propriedade que detêm (e


proporção dos direitos de voto que detêm, se for diferen­
te) nessas investidas;

(c) uma descrição do método usado para contabilizar os investi­


mentos enumerados na alínea b).

A empresa-mãe ou o investidor deve também identificar as de­


monstrações financeiras preparadas em conformidade com a
IFRS 10, com a IFRS 11 ou com a IAS 28 (tal como emendada
em 2011) com as quais estão relacionadas.

DATA DE ENTRADA EM VIGOR E TRANSIÇÃO


18 Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos anuais com
início em ou após 1 de janeiro de 2013. É permitida a aplicação mais
cedo. ►M38 Se uma entidade aplicar esta norma de forma antecipa­
da, deve divulgar esse facto e aplicar a IFRS 10, a IFRS 11, a IFRS
12 e a IAS 28 (tal como emendada em 2011) ao mesmo tempo. ◄
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 251

▼M38
18A O documento Entidades de Investimento (Emendas à IFRS 10, à IFRS
12 e à IAS 27), emitido em outubro de 2012, emendou os parágrafos
5, 6, 17 e 18 e inseriu os parágrafos 8A, 11A–11B, 16A e 18B–18I.
Uma entidade deve aplicar estas emendas em relação aos períodos
anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2014. É permitida a
adoção antecipada, Se uma entidade aplicar as emendas de forma
antecipada, deve divulgar esse facto e aplicar todas as emendas in­
cluídas no documento Entidades de Investimento ao mesmo tempo.

18B Se, na data de aplicação inicial das alterações do documento Entida­


des do Investimento (que, para efeitos desta IFRS, é a data de início
do exercício de relato anual no qual essas emendas são aplicadas pela
primeira vez), uma empresa-mãe concluir que é uma entidade de
investimento, deve aplicar os parágrafos 18C-18I ao seu investimento
numa subsidiária.

18C Na data da aplicação inicial, uma entidade de investimento que tenha


anteriormente mensurado o seu investimento numa subsidiária pelo
custo deverá, em vez disso, mensurar esse investimento pelo justo
valor através dos resultados como se os requisitos desta IFRS tives­
sem estado sempre em vigor. A entidade de investimento deve ajustar
retrospetivamente o período anual imediatamente anterior à data da
aplicação inicial e deverá ajustar os resultados retidos no início do
período imediatamente anterior para corrigir qualquer diferença entre:

a) A quantia escriturada anterior do investimento; e

b) O justo valor do investimento da entidade investidora na subsidiária.

18D Na data da aplicação inicial, uma entidade de investimento que tenha


anteriormente mensurado o seu investimento numa subsidiária pelo
justo valor em outro rendimento integral deverá continuar a mensurar
esse investimento pelo justo valor. A quantia acumulada de qualquer
ajustamento pelo justo valor anteriormente reconhecidos em outro
rendimento integral deve ser transferida para os resultados retidos
no início do período anual imediatamente anterior à data da aplicação
inicial.

18E Na data da aplicação inicial, uma entidade de investimento não deve


fazer ajustamentos à contabilização anterior de um interesse numa
subsidiária que tenha previamente decidido mensurar pelo justo valor
através dos resultados de acordo com a IFRS 9, como permitido pelo
parágrafo 10.

18F Antes da data de adoção da IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor,


uma entidade de investimento deve usar as quantias de justo valor
anteriormente divulgadas aos investidores ou aos órgãos de gestão, se
essas quantias representarem o montante pelo qual o investimento
poderia ter sido transacionado entre partes conhecedoras e dispostas
a isso sem qualquer relacionamento entre si à data da avaliação.

18G Se for impraticável mensurar o investimento na subsidiária de acordo


com os parágrafos 18C-18F (tal como definido na IAS 8 Políticas
Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros),
uma entidade de investimento deve aplicar os requisitos desta IFRS no
início do primeiro período ao qual for praticável aplicar os parágrafos
18C-18F, que pode ser o período em curso. A investidora deve ajustar
retrospetivamente o período anual imediatamente anterior à data da
aplicação inicial, a menos que o início do primeiro período relativa­
mente ao qual a aplicação deste parágrafo é praticável seja o período
em curso. Quando a data em que é praticável à entidade de investi­
mento mensurar o justo valor da subsidiária for anterior ao início do
período imediatamente anterior, a investidora deve ajustar o capital
próprio no início do período imediatamente anterior para qualquer
diferença entre:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 252

▼M38
a) A quantia escriturada anterior do investimento; e
b) O justo valor do investimento da entidade investidora na subsidiá­
ria.
Se o primeiro período relativamente ao qual a aplicação deste pará­
grafo é praticável for o período em curso, o ajustamento dos capitais
próprios deve ser reconhecido no início do período em curso.
18H Se uma entidade de investimento tiver alienado ou perdido o controlo
de um investimento numa subsidiária antes da data de aplicação ini­
cial das alterações do documento Entidades de Investimento, a enti­
dade de investimento não é obrigada a fazer ajustamentos na conta­
bilização anterior desse investimento.
18I Não obstante as referências ao período anual imediatamente anterior à
data da aplicação inicial (o «período imediatamente anterior») nos
parágrafos 18C–18G, uma entidade pode também apresentar informa­
ção comparativa ajustada para quaisquer períodos anteriores apresen­
tados, mas não é obrigatório que o faça. Se uma entidade não apre­
sentar informação comparativa ajustada para qualquer período ante­
rior, todas as referências ao «período imediatamente anterior» nos
parágrafos 18C–18G devem ser lidas como o «primeiro período com­
parativo ajustado apresentado». Se uma entidade apresentar informa­
ção comparativa não ajustada relativamente a quaisquer períodos an­
teriores, deve identificar claramente as informações que não foram
ajustadas, declarar que as mesmas foram preparadas segundo uma
base diferente e explicar essa base.
▼M32
Referências à IFRS 9
19 Se uma entidade aplicar esta Norma mas ainda não aplicar a IFRS 9,
qualquer referência à IFRS 9 deve ser entendida como uma referência
à IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

RETIRADA DA IAS 27 (2008)


20 Esta Norma é emitida conjuntamente com a IFRS 10. Em conjunto, as
duas IFRS substituem a IAS 27 Demonstrações Financeiras Conso­
lidadas e Separadas (tal como emendada em 2008).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 253

▼M32

NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 28


Investimentos em Associadas e Empreendimentos Conjuntos

OBJETIVO
1 O objetivo desta Norma é prescrever o tratamento contabilístico
dos investimentos em associadas e definir os requisitos para a
aplicação do método da equivalência patrimonial no tratamento
contabilístico dos investimentos em associadas e empreendimentos
conjuntos.

ÂMBITO
2 Esta Norma será aplicada por todas as entidades investidoras que
exerçam o controlo conjunto ou uma influência significativa sobre
uma investida.

DEFINIÇÕES
3 Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os signi­
ficados especificados:

Uma associada é uma entidade sobre a qual a investidora exerce


uma influência significativa.

Demonstrações financeiras consolidadas são as demonstrações fi­


nanceiras de um grupo em que os ativos, passivos, capital próprio,
rendimento, gastos e fluxos de caixa da empresa-mãe e das suas
subsidiárias são apresentados como os de uma única entidade
económica.

O método da equivalência patrimonial é um método contabilístico


nos termos do qual o investimento é inicialmente reconhecido pelo
custo e é depois ajustado em função da evolução pós-aquisição da
quota-parte dos ativos líquidos da investida detidos pela investi­
dora. Os resultados da investidora incluem a sua quota-parte nos
resultados da investida e o outro rendimento integral da investi­
dora inclui a sua quota-parte no outro rendimento integral da
investida.

Uma atividade conjunta é uma atividade sobre a qual duas ou


mais partes exercem controlo conjunto.

Controlo conjunto é a partilha contratualmente acordada do con­


trolo sobre uma atividade, que apenas existe quando as decisões
relativas às atividades relevantes exigem o consentimento unânime
das partes que exercem o controlo partilhado.

Um empreendimento conjunto é uma atividade conjunta em rela­


ção à qual as partes que exercem o controlo conjunto dispõem de
direitos sobre os ativos líquidos da atividade.

Um empreendedor conjunto é uma parte num empreendimento


conjunto que sobre ele exerce um controlo conjunto.

Influência significativa é o poder de participar nas decisões de


política financeira e operacional da investida, sem todavia exercer
um controlo ou um controlo conjunto dessas políticas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 254

▼M32
4 Os termos que se seguem são definidos no parágrafo 4 da IAS 27
Demonstrações Financeiras Separadas e no Apêndice A da IFRS 10
Demonstrações Financeiras Consolidadas, sendo usados nesta Norma
com os significados especificados nas IFRS em que são definidos:

— controlo de uma investida

— grupo

— empresa-mãe

— demonstrações financeiras separadas

— subsidiária

INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA
5 Se uma entidade detiver, direta ou indiretamente (por exemplo através
de subsidiárias), 20 % ou mais dos direitos de voto na investida,
presume-se que essa entidade exerce uma influência significativa, a
não ser que possa ser claramente demonstrado que não é esse o caso.
Inversamente, se a entidade detiver, direta ou indiretamente (por
exemplo através de subsidiárias), menos de 20 % dos direitos de
voto na investida, presume-se que a entidade não exerce uma influên­
cia significativa, a menos que tal influência possa ser claramente
demonstrada. A existência de um interesse de propriedade substancial
ou maioritário por parte de outro investidor não exclui necessaria­
mente que uma entidade disponha de uma influência significativa.

6 A existência de influência significativa por uma entidade é geralmente


evidenciada por uma ou mais das seguintes situações:

(a) representação no órgão de direção ou órgão de gestão equivalente


da investida;

(b) participação em processos de definição de políticas, incluindo a


participação em decisões sobre dividendos ou outras distribuições;

(c) transações materiais entre a entidade e a investida;

(d) intercâmbio de pessoal de gestão; ou

(e) fornecimento de informação técnica essencial.

7 Uma entidade pode ser proprietária de warrants de ações, opções de


compra de ações, instrumentos de dívida ou de capital próprio con­
vertíveis em ações ordinárias ou outros instrumentos semelhantes que
tenham o potencial, se exercidos ou convertidos, para conferir à en­
tidade direitos de voto adicionais ou para reduzir os direitos de voto
de outra parte relativamente à política financeira e operacional de
outra entidade (ou seja, direitos de voto potenciais). A existência e
o efeito de direitos de voto potenciais exercíveis ou convertíveis no
momento, incluindo direitos de voto potenciais detidos por outras
entidades, são considerados ao avaliar se uma entidade exerce uma
influência significativa. Os direitos de voto potenciais não são exer­
cíveis ou convertíveis no momento quando, por exemplo, não pude­
rem ser exercidos ou convertidos antes de uma data futura ou da
ocorrência de um acontecimento futuro.

8 Ao avaliar se os direitos de voto potenciais contribuem para uma


influência significativa, a entidade examina todos os factos e circuns­
tâncias (incluindo as condições de exercício dos direitos de voto
potenciais e quaisquer outros acordos contratuais, considerados indi­
vidualmente ou em conjunto) que afetem os direitos potenciais, com
exceção das intenções da gerência e da capacidade financeira para
exercer ou converter esses direitos potenciais.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 255

▼M32
9 Uma entidade perde a influência significativa sobre uma investida
quando perde o poder de participar nas decisões de política financeira
e operacional dessa investida. A perda de influência significativa pode
ocorrer com ou sem alteração nos níveis absolutos ou relativos de
propriedade. Pode ocorrer, por exemplo, quando uma associada passa
a estar sujeita ao controlo de uma administração pública, tribunal,
administrador judicial ou autoridade reguladora. Pode também ocorrer
como resultado de um acordo contratual.

MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL


10 No método da equivalência patrimonial, o investimento numa asso­
ciada ou num empreendimento conjunto é reconhecido pelo custo
aquando do reconhecimento inicial, sendo a quantia escriturada au­
mentada ou diminuída para reconhecer a evolução da quota-parte da
investidora nos resultados da investida depois da data da aquisição. A
quota-parte da investidora nos resultados da investida é reconhecida
nos resultados da investidora. As distribuições recebidas de uma in­
vestida reduzem a quantia escriturada do investimento. A quantia
escriturada poderá também ter de ser ajustada por forma a refletir a
evolução do interesse da investidora na investida no seguimento de
alterações no outro rendimento integral da investida. Tais alterações
incluem as resultantes da revalorização de ativos fixos tangíveis e das
diferenças de transposição de moeda estrangeira. A parte da investi­
dora nessas alterações é reconhecida no outro rendimento integral da
investidora (ver a IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financei­
ras).

11 O reconhecimento de rendimentos com base em distribuições recebi­


das pode não ser uma mensuração adequada do rendimento obtido por
uma investidora com um investimento numa associada ou num em­
preendimento conjunto, pelo facto de as distribuições recebidas pode­
rem ter pouca relação com o desempenho da associada ou do em­
preendimento conjunto. Dado que a investidora exerce o controlo
conjunto ou uma influência significativa sobre a investida, a investi­
dora tem um interesse no desempenho da associada ou empreendi­
mento conjunto e, consequentemente, no retorno do seu investimento.
A investidora contabiliza este interesse alargando o âmbito das suas
demonstrações financeiras para incluir a sua quota-parte nos resulta­
dos de uma tal investida. Daí resulta que a aplicação do método da
equivalência patrimonial proporciona um relato mais informativo dos
ativos líquidos e dos resultados da investidora.

12 Quando existirem direitos de voto potenciais ou outros instrumentos


derivados que incluam direitos de voto potenciais, o interesse de uma
entidade numa associada ou num empreendimento conjunto é deter­
minado exclusivamente com base dos interesses de propriedade exis­
tentes e não reflete o eventual exercício ou conversão dos direitos de
voto potenciais e outros instrumentos derivados, exceto quando o
parágrafo 13 for aplicável.

13 Em certas circunstâncias, uma entidade dispõe da propriedade em


termos substantivos como resultado de uma transação que lhe confere
nesse momento acesso aos rendimentos associados a um interesse de
propriedade. Nessas circunstâncias, a proporção atribuída à entidade é
determinada tomando em consideração o eventual exercício desses
direitos de voto potenciais e outros instrumentos derivados que con­
ferem nesse momento à entidade o acesso aos rendimentos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 256

▼M32
14 A IFRS 9 Instrumentos Financeiros não se aplica aos interesses em
associadas e empreendimentos conjuntos contabilizados pelo método
da equivalência patrimonial. Nos casos em que instrumentos que in­
cluem direitos de voto potenciais conferem nesse momento e em
termos substantivos um acesso aos rendimentos associados a um in­
teresse de propriedade numa associada ou num empreendimento con­
junto, esses instrumentos não estão sujeitos à IFRS 9. Em todos os
outros casos, os instrumentos que incluem direitos de voto potenciais
numa associada ou num empreendimento conjunto devem ser conta­
bilizados em conformidade com a IFRS 9.

15 Exceto quando um investimento ou parte de um investimento numa


associada ou num empreendimento conjunto for classificado como
detido para venda em conformidade com a IFRS 5 Ativos Não Cor­
rentes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas,
esse investimento, ou qualquer interesse retido no mesmo não classi­
ficado como detido para venda, deve ser classificado como um ativo
não corrente.

APLICAÇÃO DO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL


16 Uma entidade que exerce o controlo conjunto ou uma influência
significativa sobre uma investida deve contabilizar o seu investimento
numa associada ou empreendimento conjunto usando o método da
equivalência patrimonial, exceto quando esse investimento puder be­
neficiar de uma dispensa em conformidade com os parágrafos 17-19.

Dispensas da aplicação do método da equivalência patrimonial


17 Uma entidade não é obrigada a aplicar o método da equivalência
patrimonial ao seu investimento numa associada ou empreendimento
conjunto se for uma empresa-mãe que se encontra dispensada de
preparar demonstrações financeiras consolidadas nos termos da dis­
pensa geral prevista no parágrafo 4(a) da IFRS 10 ou se estiverem
cumpridas cumulativamente as seguintes condições:

(a) A entidade é uma subsidiária total ou parcialmente detida por


outra entidade e os seus outros proprietários, incluindo aqueles
que de outra forma não teriam direito a voto, foram informados de
que a entidade não aplica o método da equivalência patrimonial e
não objetaram a tal situação;

(b) Os instrumentos de dívida ou de capital próprio da entidade não


são negociados num mercado público (uma bolsa de valores na­
cional ou estrangeira ou um mercado de balcão, incluindo merca­
dos locais e regionais);

(c) A entidade não depositou nem está em vias de depositar as suas


demonstrações financeiras junto de uma comissão de valores mo­
biliários ou de outra organização reguladora, com a finalidade de
emitir qualquer categoria de instrumentos num mercado público;

(d) A empresa-mãe final ou qualquer empresa-mãe intermédia da


entidade produz demonstrações financeiras consolidadas disponí­
veis para uso público que cumprem as IFRS.

18 Quando um investimento numa associada ou empreendimento con­


junto for detido por uma entidade que é uma organização de capital
de risco, um fundo mútuo, um trust ou uma entidade semelhante,
incluindo fundos de seguros ligados a investimentos, ou indiretamente
detido através de uma entidade desse tipo, a investidora pode optar
por mensurar os investimentos nessas associadas ou empreendimentos
conjuntos pelo justo valor através dos resultados, em conformidade
com a IFRS 9.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 257

▼M32
19 Quando uma entidade detiver um investimento numa associada ou
empresa comum, parte do qual é detido indiretamente através de
uma organização de capital de risco, um fundo mútuo, um trust ou
uma entidade semelhante, incluindo fundos de seguros ligados a in­
vestimentos, a entidade pode optar por mensurar essa parte do inves­
timento pelo justo valor através dos resultados em conformidade com
a IFRS 9, independentemente de a organização de capital de risco,
fundo mútuo, trust ou entidade semelhante, incluindo fundos de se­
guros ligados a investimentos, ter ou não uma influência significativa
sobre essa parte do investimento. Se optar por essa via, a entidade
deve aplicar o método da equivalência patrimonial a qualquer parte
remanescente do seu investimento numa associada que não seja detida
através de uma organização de capital de risco, um fundo mútuo, um
trust ou uma entidade semelhante, incluindo fundos de seguros liga­
dos a investimentos.

Classificação como detido para venda


20 Uma entidade deve aplicar a IFRS 5 aos investimentos ou partes de
investimentos numa associada ou empreendimento conjunto que cum­
pram os critérios para ser classificados como detidos para venda.
Qualquer parte retida de um investimento numa associada ou em­
preendimento conjunto que não tenha sido classificada como detida
para venda deve ser contabilizada pelo método da equivalência patri­
monial até à alienação da parte classificada como detida para venda.
Após a alienação, uma entidade deve contabilizar qualquer interesse
retido numa associada ou empreendimento conjunto em conformidade
com a IFRS 9, salvo quando esse interesse retido continua a ser uma
associada ou empreendimento conjunto, caso em que a entidade de­
verá usar o método da equivalência patrimonial.

21 Quando um investimento ou parte de um investimento numa asso­


ciada ou empreendimento conjunto, anteriormente classificado como
detido para venda, deixar de satisfazer os critérios dessa classificação,
deve ser contabilizado com base no método da equivalência patrimo­
nial de forma retroativa, a partir da data da sua classificação como
detido para venda. As demonstrações financeiras relativas aos perío­
dos posteriores à classificação como detido para venda devem ser
emendadas em conformidade.

Cessação da utilização do método da equivalência patrimonial


22 Uma entidade deve pôr termo à utilização do método de equiva­
lência patrimonial a partir da data em que o seu investimento
deixe de ser uma associada ou um empreendimento conjunto,
do seguinte modo:

(a) Se o investimento se tornar numa subsidiária, a entidade deve


contabilizar o seu investimento em conformidade com a IFRS
3 Concentrações de Atividades Empresariais e com a IFRS 10.

(b) Se o interesse retido na antiga associada ou empreendimento


conjunto for um ativo financeiro, a entidade deve mensurar
esse interesse retido pelo justo valor. O justo valor do inte­
resse retido deve ser considerado como o seu justo valor
aquando do reconhecimento inicial na qualidade de ativo fi­
nanceiro em conformidade com a IFRS 9. A entidade deve
reconhecer nos seus resultados qualquer diferença entre:

(i) o justo valor de qualquer interesse retido e quaisquer


receitas da alienação de um interesse parcial na associada
ou empreendimento conjunto; e

(ii) a quantia escriturada do investimento à data em que dei­


xou de ser utilizado o método da equivalência patrimonial.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 258

▼M32
(c) Quando uma entidade põe termo à utilização do método da
equivalência patrimonial, deve contabilizar todas as quantias
anteriormente reconhecidas em outro rendimento integral em
relação a esse investimento da mesma forma que lhe seria
exigido se a investida tivesse alienado diretamente os ativos
ou passivos correspondentes.

23 Assim, caso um lucro ou perda anteriormente reconhecido pela inves­


tida em outro rendimento integral devesse ser reclassificado como
lucro ou perda por ocasião da alienação dos ativos ou passivos cor­
respondentes, a entidade reclassifica o lucro ou perda de capital pró­
prio nos seus resultados (ajustamento de reclassificação) quando o
método da equivalência patrimonial deixa de ser utilizado. Por exem­
plo, se uma associada ou empreendimento conjunto apresentar dife­
renças cambiais acumuladas, relacionadas com uma unidade operacio­
nal estrangeira, e a entidade deixar de usar o método da equivalência
patrimonial, deve reclassificar nos seus resultados o lucro ou perda
anteriormente reconhecido em outro rendimento integral em relação à
unidade operacional estrangeira.

24 Se um investimento numa associada se tornar num investimento


num empreendimento conjunto ou se um investimento num em­
preendimento conjunto se tornar num investimento numa associa­
da, a entidade continua a aplicar o método da equivalência pa­
trimonial e não volta a mensurar o interesse retido.

Alterações no interesse de propriedade


25 Se o interesse de propriedade de uma entidade numa associada ou
empreendimento conjunto for reduzido, mas a entidade continuar a
aplicar o método da equivalência patrimonial, deve reclassificar nos
seus resultados a parte dos lucros ou perdas anteriormente reconheci­
dos em outro rendimento integral relacionada com essa redução do
interesse de propriedade, se esses lucros ou perdas devessem ser
reclassificados nos resultados aquando da alienação dos ativos ou
passivos relacionados.

Procedimentos do método da equivalência patrimonial


26 Muitos dos procedimentos apropriados para a aplicação do método da
equivalência patrimonial são semelhantes aos procedimentos de con­
solidação descritos na IFRS 10. Além disso, os conceitos subjacentes
aos procedimentos usados na contabilização da aquisição de uma
subsidiária são também adotados na contabilização da aquisição de
um investimento numa associada ou empreendimento conjunto.

27 A quota-parte detida por um grupo numa associada ou empreendi­


mento conjunto é igual à soma das participações detidas nessa asso­
ciada ou empreendimento conjunto pela empresa-mãe e pelas suas
subsidiárias. As participações detidas pelas outras associadas ou em­
preendimentos conjuntos do grupo são ignoradas para este fim.
Quando uma associada ou empreendimento conjunto tiver subsidiá­
rias, associadas ou empreendimentos conjuntos, os resultados, o outro
rendimento integral e os ativos líquidos tomados em consideração na
aplicação do método da equivalência patrimonial são os reconhecidos
nas demonstrações financeiras da associada ou empreendimento con­
junto (incluindo a parte dos resultados que cabe à associada ou ao
empreendimento conjunto e o outro rendimento integral e ativos lí­
quidos das suas associadas e empreendimentos conjuntos), depois de
qualquer ajustamento necessário para garantir a uniformidade das po­
líticas contabilísticas (ver os parágrafos 35 e 36).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 259

▼M32
28 Os lucros e perdas resultantes de transações «ascendentes» e «descen­
dentes» entre uma entidade (incluindo as suas subsidiárias consolida­
das) e uma sua associada ou empreendimento conjunto só são reco­
nhecidos nas demonstrações financeiras da entidade na medida dos
interesses de investidores não relacionados na associada ou empreen­
dimento conjunto. Operações «ascendentes» são, por exemplo, vendas
de ativos de uma associada ou empreendimento conjunto à investido­
ra. Operações «descendentes» são, por exemplo, vendas ou contribui­
ções de ativos da investidora para a sua associada ou empreendimento
conjunto. A quota-parte da investidora nos lucros ou perdas da asso­
ciada ou empreendimento conjunto resultantes destas transações é
eliminada.

29 Quando as operações «descendentes» evidenciam uma redução no


valor líquido realizável dos ativos a vender ou a transferir, ou uma
perda por imparidade desses ativos, essas perdas devem ser integral­
mente reconhecidas pela investidora. Quando as operações «ascenden­
tes» evidenciam uma redução no valor líquido realizável dos ativos a
adquirir ou uma perda por imparidade desses ativos, a investidora
deve reconhecer a sua quota-parte nessas perdas.

30 A transferência de um ativo não monetário para uma associada ou


empreendimento conjunto em troca de um interesse no capital próprio
da associada ou empreendimento conjunto deve ser contabilizada em
conformidade com o parágrafo 28, exceto quando essa transferência
carecer de substância comercial, na aceção descrita na IAS 16 Ativos
Fixos Tangíveis. Se tal transferência carecer de substância comercial,
o lucro ou perda é considerado como não realizado e não é reconhe­
cido, a menos que também seja aplicável o parágrafo 31. Esses lucros
e perdas não realizados devem ser eliminados do investimento conta­
bilizado, utilizando o método da equivalência patrimonial, e não de­
vem ser apresentados como lucros ou perdas diferidos na demons­
tração da posição financeira consolidada da entidade ou na demons­
tração da posição financeira da entidade em que os investimentos são
contabilizados utilizando o método da equivalência patrimonial.

31 Se, além de receber um interesse no capital próprio de uma associada


ou empreendimento conjunto, uma entidade receber ativos monetários
ou não monetários, deve reconhecer integralmente nos seus resultados
a quota-parte do lucro ou perda associada à sua contribuição não
monetária relativamente aos ativos monetários ou não monetários re­
cebidos.

32 Um investimento é contabilizado pelo método da equivalência patri­


monial a partir da data em que se torne uma associada ou um em­
preendimento conjunto. Na aquisição do investimento, qualquer dife­
rença entre o custo do investimento e a quota-parte da entidade no
justo valor líquido dos ativos e passivos identificáveis da investida é
contabilizada do seguinte modo:

(a) O goodwill relacionado com uma associada ou empreendimento


conjunto é incluído na quantia escriturada do investimento. A
amortização desse goodwill não é permitida.

(b) Qualquer valor em excesso da quota-parte da entidade no justo


valor líquido dos ativos e passivos identificáveis da investida
relativamente ao custo do investimento é incluído como rendi­
mento na determinação da quota-parte da entidade nos resultados
da associada ou empreendimento conjunto no período em que o
investimento é adquirido.

A quota-parte da entidade nos resultados da associada ou empreendi­


mento conjunto após a aquisição é sujeita aos ajustamentos apropria­
dos para contabilizar, por exemplo, a depreciação dos ativos depre­
ciáveis com base nos seus justos valores à data da aquisição. Da
mesma forma, a quota-parte da entidade nos resultados da associada
ou empreendimento conjunto após a aquisição é sujeita aos ajusta­
mentos apropriados relativamente às perdas por imparidade, nomea­
damente a nível do goodwill ou dos ativos fixos tangíveis.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 260

▼M32
33 Para a aplicação do método da equivalência patrimonial, a enti­
dade utiliza as demonstrações financeiras mais recentes que se
encontrem disponíveis da associada ou empreendimento conjunto.
Quando a data final do período de relato da entidade for diferente
da data final do período de relato da associada ou empreendi­
mento conjunto, a associada ou o empreendimento conjunto pre­
param, para uso da entidade, demonstrações financeiras com a
mesma data das demonstrações financeiras da entidade, a menos
que seja impraticável fazê-lo.

34 Quando, em conformidade com o parágrafo 33, as demonstrações


financeiras de uma associada ou empreendimento conjunto utili­
zadas na aplicação do método da equivalência patrimonial forem
preparadas em relação a uma data diferente da utilizada pela
entidade, devem ser feitos ajustamentos para ter em conta os
efeitos de transações ou acontecimentos significativos que ocorram
entre essa data e a data das demonstrações financeiras da entida­
de. Em qualquer caso, a diferença entre a data final do período de
relato da associada ou empreendimento conjunto e a data final do
período de relato da entidade não deve exceder três meses. A
duração dos períodos de relato e qualquer diferença entre as
datas finais dos períodos de relato devem manter-se de período
para período.

35 As demonstrações financeiras da entidade devem ser preparadas


através de políticas contabilísticas uniformes para transações e
acontecimentos idênticos em circunstâncias semelhantes.

36 Se uma associada ou um empreendimento conjunto utilizar políticas


contabilísticas diferentes das da entidade para transações e aconteci­
mentos idênticos em circunstâncias semelhantes, devem ser feitos
ajustamentos para garantir a conformidade das políticas contabilísticas
da associada ou empreendimento conjunto com as da entidade,
quando as demonstrações financeiras da associada ou empreendimento
conjunto forem usadas pela entidade para efeitos da aplicação do
método da equivalência patrimonial.

37 Se uma associada ou um empreendimento conjunto tiver ações prefe­


renciais cumulativas em circulação que sejam detidas por partes dife­
rentes da entidade e classificadas como capital próprio, a entidade
calcula a sua quota-parte nos resultados depois de ajustamentos para
ter em conta os dividendos de tais ações, quer os dividendos tenham
ou não sido declarados.

38 Se a quota-parte de uma entidade nas perdas de uma associada ou


empreendimento conjunto igualar ou exceder o seu interesse na asso­
ciada ou empreendimento conjunto, a entidade deixa de reconhecer a
sua quota-parte das perdas futuras. O interesse numa associada ou
num empreendimento conjunto é a quantia escriturada do investi­
mento na associada ou empreendimento conjunto, determinada com
base no método da equivalência patrimonial, juntamente com quais­
quer interesses de longo prazo que, em substância, façam parte do
investimento líquido da entidade na associada ou empreendimento
conjunto. Por exemplo, um item cuja liquidação não esteja planeada
nem seja provável num futuro previsível constitui, em substância, uma
extensão do investimento da entidade nessa associada ou empreendi­
mento conjunto. Tais itens podem incluir ações preferenciais e em­
préstimos ou contas a receber a longo prazo, mas não incluem contas
de clientes ou quaisquer contas a receber a longo prazo para as quais
existam garantias adequadas, tais como empréstimos garantidos. As
perdas reconhecidas segundo o método da equivalência patrimonial
que excedam o investimento da entidade em ações ordinárias são
aplicadas aos outros componentes do interesse da entidade numa as­
sociada ou empreendimento conjunto pela ordem inversa da sua an­
tiguidade (isto é, da prioridade na liquidação).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 261

▼M32
39 Depois de o interesse da entidade ser reduzido a zero, as perdas
adicionais só são tomadas em consideração, sendo reconhecido um
passivo, na medida em que a entidade tenha assumido obrigações
legais ou construtivas ou feito pagamentos por conta da associada
ou do empreendimento conjunto. Se posteriormente a associada ou
empreendimento conjunto registar lucros, a entidade só retoma o re­
conhecimento da sua quota-parte nesses lucros a partir do momento
em que essa quota-parte igualar a parte não reconhecida das perdas.

Perdas por imparidade


40 Após a aplicação do método da equivalência patrimonial, incluindo o
reconhecimento das perdas da associada ou empreendimento conjunto
em conformidade com o parágrafo 38, a entidade aplica a IAS 39
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração para deter­
minar se é necessário reconhecer qualquer perda adicional por impa­
ridade em relação ao seu investimento líquido na associada ou em­
preendimento conjunto.

41 A entidade aplica também a IAS 39 para determinar se deve ser


reconhecida qualquer perda adicional por imparidade em relação ao
seu interesse na associada ou empreendimento conjunto que não cons­
titua parte do investimento líquido, bem como a quantia correspon­
dente a essa perda por imparidade.

42 Uma vez que o goodwill incluído na quantia escriturada de um in­


vestimento numa associada ou empreendimento conjunto não é reco­
nhecido separadamente, não é testado separadamente quanto à impa­
ridade aplicando os requisitos do teste de imparidade do goodwill
contidos na IAS 36 Imparidade de Ativos. Ao invés, a totalidade da
quantia escriturada do investimento é testada quanto à imparidade em
conformidade com a IAS 36 como um ativo único, comparando a sua
quantia recuperável (o valor mais elevado entre o valor de uso e o
justo valor, menos os custos de venda) com a sua quantia escriturada,
sempre que a aplicação da IAS 39 indicar que o investimento se pode
encontrar em situação de imparidade. Uma perda por imparidade re­
conhecida nessas circunstâncias não é imputada a qualquer ativo,
incluindo o goodwill, que faça parte da quantia escriturada do inves­
timento na associada ou empreendimento conjunto. Do mesmo modo,
qualquer inversão dessa perda por imparidade é reconhecida em con­
formidade com a IAS 36, na medida em que a quantia recuperável do
investimento aumente subsequentemente. Para determinar o valor de
uso do investimento, uma entidade estima:

(a) a sua quota-parte do valor atual dos futuros fluxos de caixa esti­
mados que se espera venham a ser gerados pela associada ou
empreendimento conjunto, incluindo os fluxos de caixa decorren­
tes da atividade da associada ou empreendimento conjunto e as
receitas da alienação definitiva do investimento; ou

(b) o valor atual dos futuros fluxos de caixa estimados que se espera
venham a surgir por via de dividendos a receber do investimento
e da sua alienação final.

Utilizando pressupostos apropriados, ambos os métodos dão o mesmo


resultado.

43 A quantia recuperável de um investimento numa associada ou em­


preendimento conjunto deve ser avaliada para cada associada ou em­
preendimento conjunto, a menos que a associada ou empreendimento
conjunto não dê origem a fluxos de caixa positivos, derivados do seu
uso continuado, que sejam em grande medida independentes dos flu­
xos provenientes de outros ativos da entidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 262

▼M32
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS SEPARADAS
44 Um investimento numa associada ou empreendimento conjunto deve
ser contabilizado nas demonstrações financeiras separadas da entidade
em conformidade com o parágrafo 10 da IAS 27 (conforme emendada
em 2011).

DATA DE ENTRADA EM VIGOR E TRANSIÇÃO


45 Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos anuais com
início em ou após 1 de janeiro de 2013. É permitida a aplicação mais
cedo. Se uma entidade aplicar esta Norma mais cedo, deve divulgar
esse facto e aplicar ao mesmo tempo a IFRS 10, a IFRS 11 Atividades
Conjuntas, a IFRS 12 Divulgação de Interesses Noutras Entidades e a
IAS 27 (conforme emendada em 2011).
Referências à IFRS 9
46 Se uma entidade aplicar esta Norma mas ainda não aplicar a IFRS 9,
qualquer referência à IFRS 9 deve ser entendida como uma referência
à IAS 39.

RETIRADA DA IAS 28 (2003)


47 Esta Norma substitui a IAS 28 Investimentos em Associadas (con­
forme revista em 2003).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 263

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 29

Relato Financeiro em Economias Hiperinflacionárias

ÂMBITO ►M8 (1) ◄


1. Esta Norma deve ser aplicada às demonstrações financeiras, incluindo
as demonstrações financeiras consolidadas, de qualquer entidade cuja
moeda funcional seja a moeda de uma economia hiperinflacionária.

2. Numa economia hiperinflacionária, não é útil o relato dos resultados


operacionais e da posição financeira na moeda local sem reexpressão.
O dinheiro perde poder de compra a uma taxa tal que a comparação
de quantias de transacções e de outros acontecimentos que ocorreram
em tempos diferentes, mesmo que durante o mesmo período contabi­
lístico, é enganadora.

3. Esta Norma não estabelece uma taxa absoluta a partir da qual se


presuma estar perante hiperinflação. É uma questão de ajuizar quando
se tornará necessária a reexpressão das demonstrações financeiras de
acordo com esta Norma. A hiperinflação é indicada por características
do ambiente económico de um país que incluem, mas não se limitam
a, as seguintes situações:

a) a população em geral prefere conservar a sua riqueza em activos


não monetários ou numa moeda estrangeira relativamente estável.
As quantias de moeda local detidas são imediatamente investidas
para manter o poder de compra;

b) a população em geral vê as quantias monetárias não em termos de


moeda local mas em termos de uma moeda estrangeira estável. Os
preços podem ser cotados nessa moeda;

c) as vendas e compras a crédito têm lugar a preços que compensem


a perda esperada de poder de compra durante o período de crédito,
mesmo que o período seja curto;

d) as taxas de juro, os salários e os preços estão ligados a um índice


de preços; e

e) a taxa de inflação acumulada durante três anos aproxima-se de


100 % ou excede este valor.

4. É preferível que todas as entidades que relatam na moeda da mesma


economia hiperinflacionária apliquem esta Norma a partir da mesma
data. Contudo, esta Norma aplica-se às demonstrações financeiras de
qualquer entidade desde o início do período de relato em que se
identifique a existência de hiperinflação no país em cuja moeda ela
relata.

A REEXPRESSÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


5. Os preços variam no decorrer do tempo como resultado de várias
forças políticas, económicas e sociais, específicas ou gerais. Forças
específicas tais como alterações na oferta e na procura e mudanças
tecnológicas podem fazer com que os preços individuais aumentem ou
diminuam significativa e independentemente uns dos outros. Adicio­
nalmente, as forças gerais podem fazer com que surjam alterações no
nível geral de preços e por isso no poder geral de compra do dinheiro.

(1) No quadro dos Melhoramentos introduzidos nas IFRS, documento emitido em Maio de
2008, e a fim de assegurar a coerência com as outras IFRS, o Conselho alterou a
terminologia utilizada na IAS 29 do seguinte modo: (a) «valor de mercado» foi alterado
para «justo valor», e (b) «resultados de operações» e «rendimento líquido» foram alte­
rados para «lucro ou perda».
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 264

▼M8
6. As entidades que preparam demonstrações financeiras com base no
custo histórico fazem-no sem ter em conta as variações do nível geral
de preços ou os aumentos de preços específicos de activos ou passivos
reconhecidos. As excepções a esta prática são os activos e passivos
que a entidade deve mensurar, ou opta por mensurar, pelo justo valor.
Por exemplo, os activos fixos tangíveis podem ser reavaliados pelo
justo valor e requer-se normalmente que os activos biológicos também
o sejam. Algumas entidades, porém, apresentam as demonstrações
financeiras baseadas na abordagem do custo corrente, que reflecte
os efeitos das variações de preços específicos dos activos detidos.

▼B
7. Numa economia hiperinflacionária, as demonstrações financeiras, se­
jam elas baseadas numa abordagem pelo custo histórico ou numa
abordagem pelo custo corrente, só são úteis se forem expressas em
termos de unidade de mensuração corrente ►M5 no fim do período
de relato ◄. Em consequência, esta Norma aplica-se às demonstra­
ções financeiras de entidades que relatem na moeda de uma economia
hiperinflacionária. A apresentação da informação requerida por esta
Norma como suplemento às demonstrações financeiras não reexpres­
sas não é permitida. Além disso, é desencorajada a apresentação
individual das demonstrações financeiras antes da reexpressão.

▼M8
8. As demonstrações financeiras de uma entidade cuja moeda funcional
seja a moeda de uma economia hiperinflacionária, quer estejam ba­
seadas na abordagem pelo custo histórico ou na abordagem pelo custo
corrente, devem ser expressas em termos da unidade de mensuração
corrente no final do período de relato. Os números correspondentes ao
período precedente exigidos pela IAS 1 Apresentação de Demons­
trações Financeiras (tal como revista em 2007) e qualquer informação
no que respeita aos períodos anteriores devem igualmente ser expres­
sos em termos da unidade de mensuração corrente no final do período
de relato. Para a finalidade de apresentar quantias comparativas numa
moeda de apresentação diferente, aplicam-se os parágrafos 42(b) e 43
da IAS 21 Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio.

▼B
9. O ganho ou a perda na posição monetária líquida deve ser incluído
nos lucros ou prejuízos e divulgado separadamente.

10. A reexpressão das demonstrações financeiras de acordo com esta Norma


requer a aplicação de certos procedimentos assim como um julgamento. A
aplicação consistente destes procedimentos e julgamentos de período a
período é mais importante de que a precisão das quantias resultantes
incluídas nas demonstrações financeiras reexpressas.

Demonstrações financeiras a custo histórico


▼M5
Demonstração da posição financeira
▼B
11. As quantias ►M5 da demonstração da posição financeira ◄ ainda
não expressas em termos da unidade de mensuração corrente
►M5 no fim do período de relato ◄ são reexpressas pela aplicação
de um índice geral de preços.

12. Os itens monetários não são reexpressos porque já estão expressos em


termos da unidade monetária corrente ►M5 no fim do período de
relato ◄. Os itens monetários representam dinheiro detido e elemen­
tos a ser recebidos ou a ser pagos em dinheiro.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 265

▼B
13. Os activos e passivos ligados por acordo às alterações de preços, tais
como obrigações e empréstimos indexados, são ajustados nos termos
do acordo a fim de determinar a quantia em aberto ►M5 no fim do
período de relato ◄. Estes itens são escriturados por esta quantia
ajustada ►M5 na demonstração da posição financeira ◄ reexpresso.

▼M8
14. Todos os outros activos e passivos são não monetários. Alguns itens
não monetários são escriturados pelas quantias correntes no final do
período de relato, como o valor realizável líquido e o justo valor, pelo
que não são reexpressos. Todos os outros activos e passivos não
monetários são reexpressos.

15. A maior parte dos itens não monetários é escriturada pelo custo ou
pelo custo menos depreciação; por conseguinte são expressos em
quantias correntes à data da sua aquisição. O custo reexpresso ou o
custo menos depreciação de cada item é determinado pela aplicação
ao seu custo histórico e à depreciação acumulada da variação de um
índice geral de preços a partir da data da aquisição e até à data de
relato. Por exemplo, os activos fixos tangíveis, inventários de maté­
rias-primas e mercadorias, goodwill, patentes, marcas e activos simi­
lares são reexpressos a partir das datas da sua compra. Os inventários
de produtos semiacabados e acabados são reexpressos a partir das
datas em que foram incorridos os custos de compra e de conversão.

▼B
16. Podem não estar disponíveis registos pormenorizados das datas de
aquisição de itens dos activos fixos tangíveis ou não serem susceptí­
veis de estimativa. Nestas circunstâncias raras, pode ser necessário, no
primeiro período de aplicação desta Norma, usar uma avaliação pro­
fissional independente do valor dos itens como a base para a sua
reexpressão.

17. Um índice geral de preços pode não estar disponível para os períodos
relativamente aos quais a reexpressão dos activos fixos tangíveis é
exigida por esta Norma. Nestas circunstâncias, pode ser necessário
usar uma estimativa baseada, por exemplo, nos movimentos da taxa
de câmbio entre a moeda funcional e uma moeda estrangeira relati­
vamente estável.

18. Alguns itens não monetários são escriturados por quantias correntes de
datas diferentes das de aquisição ou ►M5 da demonstração da posição
financeira ◄, como por exemplo, os activos fixos tangíveis que tenham
sido revalorizados numa data anterior. Nestes casos, as quantias escri­
turadas serão reexpressas a partir da data da revalorização.

▼M8
19. A quantia reexpressa de um item não monetário é reduzida, em con­
formidade com as IFRS relevantes, quando excede a sua quantia
recuperável. Por exemplo, as quantias reexpressas de activos fixos
tangíveis, goodwill, patentes e marcas são reduzidas para a quantia
recuperável e as quantias reexpressas de inventários são reduzidas
para o valor realizável líquido.

20. Uma investida que seja contabilizada pelo método da equivalência


patrimonial pode relatar na moeda de uma economia hiperinflacioná­
ria. A demonstração da posição financeira e a demonstração do ren­
dimento integral dessa investida são reexpressas em conformidade
com esta Norma, a fim de calcular a parte do investidor dos seus
activos líquidos e lucro ou perda. Quando as demonstrações financei­
ras reexpressas da investida forem expressas numa moeda estrangeira
são transpostas às taxas de fecho.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 266

▼B
21. O impacto de inflação é reconhecido nos custos de empréstimos. Não
é apropriado reexpressar os dispêndios de capital financiados pelo
empréstimo e capitalizar aquela parte dos custos do empréstimo que
compensa a inflação durante o mesmo período. Esta parte dos custos
do empréstimo é reconhecida como um gasto no período em que os
custos sejam incorridos.

22. Uma entidade pode adquirir activos por meio de um acordo que lhe
permita diferir o pagamento sem incorrer num encargo de juros ex­
plícito. Quando for impraticável imputar a quantia dos juros, esses
activos são reexpressos a partir da data do pagamento e não da data
da compra.

23. [Eliminado]

24. No início do primeiro período de aplicação desta Norma, os compo­


nentes do capital próprio dos proprietários, excepto resultados retidos
e qualquer excedente de revalorização, são reexpressos pela aplicação
de um índice geral desde as datas em que os componentes foram
constituídos ou surgiram. Qualquer excedente de reavaliação que ti­
vesse origem em períodos anteriores é eliminado. Os resultados reti­
dos reexpressos são determinados a partir de todas as outras quantias
►M5 na demonstração da posição financeira reexpressa ◄.

25. No fim do primeiro período e nos períodos subsequentes, todos os


componentes do capital próprio dos proprietários são reexpressos pela
aplicação de um índice geral de preços desde o início do período ou
da data da sua constituição se posterior. Os movimentos do período,
no capital próprio dos proprietários, são divulgados de acordo com
a IAS 1.

▼M5
Demonstração do rendimento integral
▼B
26. Esta Norma requer que todos os itens da ►M5 demonstração do
rendimento integral ◄ sejam expressos em termos da unidade de
mensuração corrente ►M5 no fim do período de relato ◄. Por isso,
todas as quantias necessitam de ser reexpressas pela aplicação da
alteração no índice geral de preços a partir das datas em que os itens
de rendimentos e gastos foram inicialmente registados nas demons­
trações financeiras.

Ganho ou perda na posição monetária líquida


27. Num período de inflação, uma entidade que detenha um excesso de
activos monetários sobre os passivos monetários perde poder de com­
pra e uma entidade com um excesso de passivos monetários sobre os
activos monetários ganha poder de compra até ao ponto em que os
activos e passivos não estejam indexados a um nível de preços. Este
ganho ou esta perda na posição monetária líquida pode ser obtido a
partir da diferença resultante da reexpressão de activos não monetá­
rios, do capital próprio dos proprietários e ►M5 itens na demons­
tração do rendimento integral ◄ e do ajustamento de activos e pas­
sivos indexados. O ganho, ou a perda, pode ser estimado pela apli­
cação da variação do índice geral de preços à média ponderada do
período da diferença entre activos monetários e passivos monetários.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 267

▼M8
28. O ganho ou perda na posição monetária líquida está incluído em lucro
ou perda. O ajustamento feito em conformidade com o parágrafo 13
dos activos e passivos ligados por acordo às variações nos preços é
compensado com o ganho ou a perda na posição monetária líquida.
Outros itens do rendimento ou dos gastos, tais como rendimentos e
gastos de juros e diferenças de câmbio relacionadas com fundos in­
vestidos ou recebidos de empréstimo são também associadas à posição
monetária líquida. Se bem que tais itens sejam separadamente divul­
gados, pode ser vantajoso que eles sejam apresentados juntamente
com o ganho ou com a perda da posição monetária líquida na de­
monstração do rendimento integral.

▼B
Demonstrações financeiras a custo corrente
▼M5
Demonstração da posição financeira
▼B
29. Os itens expressos pelo custo corrente não são reexpressos porque
estão já expressos em termos da unidade de mensuração corrente
►M5 no fim do período de relato ◄. Outros itens ►M5 da de­
monstração da posição financeira ◄ são reexpressos de acordo com
os parágrafos 11. a 25.

▼M5
Demonstração do rendimento integral
▼B
30. A ►M5 demonstração do rendimento integral ◄ a custo corrente,
antes da reexpressão, relata geralmente custos correntes no momento
em que ocorreram as transacções ou os acontecimentos subjacentes. O
custo das vendas e a depreciação são registados pelos custos correntes
no momento do consumo; as vendas e outros gastos são registados
pelas quantias em dinheiro quando ocorrerem. Por isso, todas as
quantias necessitam de ser reexpressas para a unidade monetária cor­
rente ►M5 no fim do período de relato ◄ pela aplicação de um
índice geral de preços.

Ganho ou perda na posição monetária líquida


31. O ganho ou perda na posição monetária líquida é contabilizado de
acordo com os parágrafos 27. e 28.

Impostos
32. A reexpressão de demonstrações financeiras de acordo com esta
Norma pode originar diferenças entre a quantia escriturada de activos
e passivos individuais ►M5 na demonstração da posição financeira ◄
e as suas bases fiscais. Estas diferenças são contabilizadas de acordo
com a IAS 12 Impostos sobre o Rendimento.

Demonstrações dos fluxos de caixa


33. Esta Norma exige que todos os itens da demonstração dos fluxos de
caixa sejam expressos em termos da unidade de mensuração corrente
►M5 no fim do período de relato ◄.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 268

▼B
Números comparativos
▼M8
34. Os números correspondentes do período de relato anterior, quer se
tenham baseado numa abordagem pelo custo histórico ou numa abor­
dagem pelo custo corrente, são reexpressos pela aplicação de um
índice geral de preços para que as demonstrações financeiras compa­
rativas sejam apresentadas em termos da corrente unidade de mensu­
ração no final do período de relato. A informação divulgada a respeito
de períodos anteriores também é expressa em termos da unidade de
mensuração corrente no final do período de relato. Para efeitos de
apresentação de quantias comparativas numa moeda de apresentação
diferente, aplicam-se os parágrafos 42(b) e 43 da IAS 21.

▼B
Demonstrações financeiras consolidadas
35. Uma empresa-mãe que relate na moeda de uma economia hiperinfla­
cionária pode ter subsidiárias que também relatem nas moedas de
economias hiperinflacionárias. As demonstrações financeiras de qual­
quer tal subsidiária necessitam de ser reexpressas pela aplicação de
um índice geral de preços do país em cuja moeda ela relata antes que
sejam incluídas nas demonstrações financeiras consolidadas emitidas
pela sua empresa-mãe. Quando tal subsidiária seja uma subsidiária
estrangeira as suas demonstrações financeiras reexpressas são trans­
postas às taxas do fecho. As demonstrações financeiras de subsidiárias
que não relatem nas moedas de economias hiperinflacionárias são
tratadas de acordo com a IAS 21.

36. Se forem consolidadas demonstrações financeiras com ►M5 fins de


períodos de relato ◄ diferentes, todas os itens, sejam eles monetários
ou não monetários, necessitam de ser reexpressos em unidades de men­
suração corrente à data das demonstrações financeiras consolidadas.

Escolha e uso do índice geral de preços


37. A reexpressão das demonstrações financeiras em conformidade com
esta Norma requer o uso de um índice geral de preços que reflicta
alterações no poder geral de compra. É preferível que todas as enti­
dades que relatem na moeda da mesma economia usem o mesmo
índice.

ECONOMIAS QUE CESSEM DE SER HIPERINFLACIONÁRIAS


38. Quando uma economia cessar de ser hiperinflacionária e uma entidade
interromper a preparação e apresentação de demonstrações financeiras
preparadas de acordo com esta Norma, ela deve tratar as quantias
expressas na unidade de medida corrente no fim do período anterior
de relato como a base para as quantias escrituradas nas suas demons­
trações financeiras subsequentes.

DIVULGAÇÕES
39. Devem ser feitas as divulgações seguintes:

a) o facto de que as demonstrações financeiras e os valores corres­


pondentes de períodos anteriores foram reexpressos devido às al­
terações no poder geral de compra da moeda funcional e, como
resultado, são expressos em termos da unidade de mensuração
corrente ►M5 no fim do período de relato ◄;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 269

▼B
b) se as demonstrações financeiras estão ou não baseadas numa
abordagem pelo custo histórico ou numa abordagem pelo custo
corrente; e
c) a identificação e o nível do índice de preços ►M5 no fim do
período de relato ◄ e o movimento no índice durante o período
corrente de relato e durante o período imediatamente anterior.
40. As divulgações requeridas por esta Norma são necessárias para tornar
clara a base de tratamento dos efeitos da inflação nas demonstrações
financeiras. Elas destinam-se também a proporcionar outras informa­
ções necessárias à compreensão dessa base e das quantias resultantes.

DATA DE EFICÁCIA
41. Esta Norma torna-se operacional para as demonstrações financeiras
que cubram os períodos que comecem em ou após 1 de Janeiro de
1990.
▼M32
__________
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 270

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 32

Instrumentos Financeiros: Apresentação

OBJECTIVO
1. [Eliminado]

2. O objectivo desta Norma é o de estabelecer princípios para a apre­


sentação de instrumentos financeiros como passivos ou capital próprio
e para a compensação entre activos financeiros e passivos financeiros.
Aplica-se à classificação de instrumentos financeiros, do ponto de
vista do emitente, em activos financeiros, passivos financeiros e ins­
trumentos de capital próprio; à classificação dos juros, dividendos e
perdas e ganhos associados; e às circunstâncias em que os activos
financeiros e os passivos financeiros devem ser compensados.

3. Os princípios estabelecidos nesta Norma complementam os princípios


para o reconhecimento e a mensuração de activos financeiros e de
passivos financeiros enunciados na IAS 39 Instrumentos Financeiros:
Reconhecimento e Mensuração, bem como os princípios para a divul­
gação de informação sobre os mesmos enunciados na IFRS 7 Ins­
trumentos Financeiros: Divulgações.

ÂMBITO
▼M38
4. Esta Norma deve ser aplicada por todas as entidades a todos os tipos
de instrumentos financeiros exceto:

a) as participações em subsidiárias, associadas e empreendimentos


conjuntos que sejam contabilizadas em conformidade com a
IRFS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas, a IAS 27 De­
monstrações Financeiras Separadas ou a IAS 28 Investimentos em
Associadas e Empreendimentos Conjuntos. Contudo, em alguns
casos, a IFRS 10, a IAS 27 ou a IAS 28 exigem ou permitem
que as entidades contabilizem os interesses numa subsidiária, as­
sociada ou empreendimento conjunto aplicando a IFRS 9; nesses
casos, as entidades devem aplicar os requisitos desta IFRS. As
entidades também devem aplicar esta Norma a todos os derivados
associados a interesses em subsidiárias, associadas ou empreendi­
mentos conjuntos.

▼B
b) direitos e obrigações dos empregadores segundo planos de benefí­
cios dos empregados, aos quais se aplica a IAS 19 Benefícios dos
Empregados.

▼M12
__________

▼B
d) contratos de seguro tal como definidos na IFRS 4 Contratos de
Seguro. Contudo, esta Norma aplica-se a derivados que estejam
embutidos em contratos de seguro se a IAS 39 exigir que a enti­
dade os contabilize separadamente. Além disso, um emitente deve
aplicar esta Norma aos contratos de garantia financeira, caso o
emitente aplique a IAS 39 ao reconhecimento e à mensuração
dos contratos, aplicando todavia a IFRS 4 caso o emitente decida,
de acordo com a alínea d) do parágrafo 4. da IFRS 4, aplicar esta
Norma ao seu reconhecimento e mensuração.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 271

▼B
e) instrumentos financeiros que estejam dentro do âmbito da IFRS 4
porque contêm uma característica de participação discricionária. O
emitente destes instrumentos está dispensado de aplicar a estas
características os parágrafos 15.-32. e AG25-AG35 desta Norma
no que diz respeito à distinção entre passivos financeiros e ins­
trumentos de capital próprio. Contudo, estes instrumentos estão
sujeitos a todos os outros requisitos desta Norma. Além disso,
esta Norma aplica-se aos derivados que estejam embutidos nestes
instrumentos (ver IAS 39).

f) instrumentos financeiros, contratos e obrigações segundo transac­


ções de pagamento com base em acções aos quais se aplica a IFRS
2 Pagamento com Base em Acções, com a excepção de:

i) contratos dentro do âmbito dos parágrafos 8.-10. desta Norma,


aos quais esta Norma se aplica,

ii) os parágrafos 33. e 34. desta Norma, que devem ser aplicados
às acções próprias compradas, vendidas, emitidas ou canceladas
em ligação com os planos de opções sobre acções de empre­
gados, planos de compra de acções de empregados, e todos os
outros acordos de pagamento com base em acções.

5.-7. [Eliminados]

8. Esta Norma deve ser aplicada àqueles contratos de compra ou venda


de um item não financeiro que possam ser liquidados de forma líquida
em dinheiro ou outro instrumento financeiro, ou pela troca de ins­
trumentos financeiros, como se os contratos fossem instrumentos fi­
nanceiros, à excepção dos contratos celebrados e que continuam a
estar detidos para recebimento ou entrega de um item não financeiro,
de acordo com os requisitos de compra, venda ou uso esperados pela
entidade.

9. Existem várias formas pelas quais um contrato de compra ou venda de


um item não financeiro pode ser liquidado de forma líquida em di­
nheiro ou outro instrumento financeiro ou pela troca de instrumentos
financeiros. Nestas incluem-se:

a) quando os termos do contrato permitem a qualquer das partes a


liquidação de forma líquida em dinheiro ou outro instrumento
financeiro ou pela troca de instrumentos financeiros;

b) quando a capacidade de liquidar de forma líquida em dinheiro ou


outro instrumento financeiro, ou pela troca de instrumentos finan­
ceiros, não está explícita nos termos do contrato, mas a entidade
tem uma prática de liquidação de forma líquida de contratos simi­
lares em dinheiro ou outro instrumento financeiro, ou pela troca de
instrumentos financeiros (quer seja com a contraparte, mediante a
celebração de contratos de compensação ou a venda do contrato
antes do seu exercício ou da sua expiração);

c) quando, para contratos similares, a entidade tem uma prática de


aceitar a entrega do subjacente e vendê-lo num curto período após
a entrega com a finalidade de gerar lucro com as flutuações de
curto prazo no preço ou na margem do negociante; e

d) quando o item não financeiro que é o objecto do contrato é ime­


diatamente convertível em dinheiro.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 272

▼B
Um contrato ao qual se apliquem as alíneas b) ou c) não se celebra
com a finalidade de receber ou entregar o item não financeiro de
acordo com os requisitos de compra, venda ou uso esperados pela
entidade e, por conseguinte, está dentro do âmbito desta Norma.
Outros contratos aos quais se aplica o parágrafo 8. são avaliados
para determinar se foram celebrados e se continuam a estar detidos
para a finalidade de receber ou entregar o item não financeiro de
acordo com os requisitos de compra, venda ou uso esperados pela
entidade, e, por conseguinte, se cabem no âmbito desta Norma.

10. Uma opção subscrita de compra ou venda de um item não financeiro


que possa ser liquidada de forma líquida em dinheiro ou outro ins­
trumento financeiro, ou pela troca de instrumentos financeiros, de
acordo com o parágrafo 9. alínea a) ou d) encontra-se dentro do
âmbito desta Norma. Tal contrato não se pode celebrar com a finali­
dade de receber ou entregar o item não financeiro de acordo com os
requisitos de compra, venda ou uso esperados pela entidade.

DEFINIÇÕES (VER TAMBÉM OS PARÁGRAFOS AG3-AG23)


11. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Um instrumento financeiro é qualquer contrato que dê origem a um


activo financeiro de uma entidade e a um passivo financeiro ou ins­
trumento de capital próprio de uma outra entidade.

Um activo financeiro é qualquer activo que seja:

a) dinheiro;

b) um instrumento de capital próprio de uma outra entidade;

c) um direito contratual:

i) de receber dinheiro ou outro activo financeiro de outra entida­


de, ou

ii) de trocar activos financeiros ou passivos financeiros com outra


entidade em condições que sejam potencialmente favoráveis
para a entidade; ou

d) um contrato que será ou poderá ser liquidado nos instrumentos de


capital próprio da própria entidade e que seja:

i) um não derivado para o qual a entidade esteja ou possa estar


obrigada a receber um número variável dos instrumentos de
capital próprio da própria entidade, ou

▼M6
ii) um derivado que será ou poderá ser liquidado de forma dife­
rente da troca de uma quantia fixa em dinheiro ou outro activo
financeiro por um número fixo dos instrumentos de capital
próprio da própria entidade. Para este efeito, os instrumentos
de capital próprio da entidade não incluem os instrumentos
financeiros com uma opção put, classificados como instrumen­
tos de capital próprio em conformidade com os parágrafos 16A
e 16B, os instrumentos que impõem à entidade uma obrigação
de entrega a outra parte de uma parte pro rata dos activos
líquidos da entidade apenas no caso de liquidação e sejam
classificados como instrumentos de capital próprio em confor­
midade com os parágrafos 16C e 16D, ou os instrumentos que
consistam em contratos que estabeleçam uma futura recepção
ou entrega de instrumentos de capital próprio da entidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 273

▼M6
Um passivo financeiro é qualquer passivo que seja:

(a) uma obrigação contratual:

(i) de entregar dinheiro ou outro activo financeiro a uma outra


entidade; ou

(ii) de trocar activos financeiros ou passivos financeiros com ou­


tra entidade em condições que sejam potencialmente desfavo­
ráveis para a entidade; ou

(b) um contrato que será ou poderá ser liquidado nos instrumentos de


capital próprio da própria entidade e que seja:

(i) um não derivado para o qual a entidade esteja ou possa estar


obrigada a entregar um número variável de instrumentos de
capital próprio da própria entidade; ou

(ii) ►M21 um derivado que será ou poderá ser liquidado de


forma diferente da troca de uma quantia fixa em dinheiro
ou outro activo financeiro por um número fixo de instrumen­
tos de capital próprio da própria entidade. Para este efeito, os
direitos, opções ou warrants que conferem o direito de com­
prar um número fixo de instrumentos de capital próprio da
própria entidade por uma quantia fixa de qualquer moeda
constituem instrumentos de capital próprio se a entidade os
oferecer pro rata a todos os proprietários da mesma classe dos
seus próprios instrumentos de capital próprio não derivados.
Também para este efeito, os instrumentos de capital próprio
da própria entidade ◄ não incluem os instrumentos financei­
ros com uma opção put classificados como instrumentos de
capital próprio em conformidade com os parágrafos 16A e
16B, os instrumentos que impõem à entidade uma obrigação
de entrega a outra parte de uma parte pro rata dos activos
líquidos da entidade apenas no caso de liquidação e que sejam
classificados como instrumentos de capital próprio em con­
formidade com os parágrafos 16C e 16D, ou os instrumentos
que consistem em contratos que estabelecem uma futura re­
cepção ou entrega de instrumentos de capital próprio da pró­
pria entidade.

A título de excepção, um instrumento que satisfaça a definição de


passivo financeiro será classificado como instrumento do capital pró­
prio se tiver todas as características e satisfizer todas as condições
estabelecidas nos parágrafos 16A e 16B ou nos parágrafos 16C e 16D.

▼B
Um instrumento de capital próprio é qualquer contrato que evidencie
um interesse residual nos activos de uma entidade após dedução de
todos os seus passivos.

▼M33
Justo Valor é o preço que seria recebido pela venda de um activo ou
pago pela transferência de um passivo numa transacção ordenada
entre participantes no mercado à data da mensuração. (Ver IFRS 13
Mensuração pelo Justo Valor).

▼M6
Um instrumento com uma opção put é um instrumento financeiro que
confere ao seu detentor o direito de o devolver ao emitente contra um
pagamento em dinheiro ou num outro activo financeiro ou que é
automaticamente devolvido ao emitente aquando da ocorrência de
um determinado evento ou por morte ou passagem à reforma do
detentor do instrumento.

▼B
12. Os seguintes termos são definidos no parágrafo 9. da IAS 39 e são
usados nesta Norma com o significado especificado na IAS 39:

— custo amortizado de um activo financeiro ou de um passivo finan­


ceiro
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 274

▼B
— activos financeiros disponíveis para venda

— desreconhecimento

— derivado

— método do juro efectivo

— activo financeiro ou passivo financeiro pelo justo valor através dos


lucros ou prejuízos

— contrato de garantia financeira

— compromisso firme

— transacção prevista

— eficácia de cobertura

— item coberto

— instrumento de cobertura

— investimentos detidos até à maturidade

— empréstimos concedidos e contas a receber

— compra ou venda «regular way»

— custos de transacção.

13. Nesta Norma, «contrato» e «contratual» referem-se a um acordo entre


duas ou mais partes que tenha claras consequências económicas rela­
tivamente às quais as partes tenham pouca, se alguma, possibilidade
de evitar, geralmente porque o acordo é obrigatório por lei. Os con­
tratos, e por conseguinte os instrumentos financeiros, podem tomar
formas variadas não necessitando de ser formalizados por escrito.

14. Nesta Norma, «entidade» inclui indivíduos, parcerias, sociedades,


trusts e agências governamentais.

APRESENTAÇÃO
▼M6
Passivos e capital próprio (ver também os parágrafos
AG13-AG14J e AG25-AG29A)
▼B
15. O emitente de um instrumento financeiro deve classificar o instrumen­
to, ou as suas partes componentes, no reconhecimento inicial como
um passivo financeiro, um activo financeiro ou um instrumento de
capital próprio de acordo com a substância do acordo contratual e as
definições de passivo financeiro, activo financeiro ou instrumento de
capital próprio.

16. Quando um emitente aplica as definições do parágrafo 11. para de­


terminar se um instrumento financeiro é um instrumento de capital
próprio em vez de um passivo financeiro, o instrumento é um ins­
trumento de capital próprio se, e apenas se, ambas as condições a) e
b) abaixo forem cumpridas.

a) O instrumento não inclui qualquer obrigação contratual:

i) de entregar dinheiro ou outro activo financeiro a uma outra


entidade, ou

ii) de trocar activos financeiros ou passivos financeiros com outra


entidade em condições que sejam potencialmente desfavoráveis
para o emitente;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 275

▼M21
b) Se o instrumento for ou puder ser liquidado nos instrumentos de
capital próprio do próprio emitente, é:

i) um não derivado que não inclui qualquer obrigação contratual


para o emitente de entregar um número variável dos seus pró­
prios instrumentos de capital próprio, ou

ii) um derivado que será liquidado apenas pelo emitente trocando


uma quantia fixa em dinheiro ou outro activo financeiro por um
número fixo dos seus próprios instrumentos de capital próprio.
Para este efeito, os direitos, opções ou warrants que conferem o
direito de comprar um número fixo de instrumentos de capital
próprio da própria entidade por uma quantia fixa de qualquer
moeda constituem instrumentos de capital próprio se a entidade
os oferecer pro rata a todos os proprietários da mesma classe
dos seus próprios instrumentos de capital próprio não deriva­
dos. Também para este efeito, os instrumentos de capital pró­
prio do próprio emitente não incluem os instrumentos que têm
todas as características e satisfazem todas as condições descritas
nos parágrafos 16A e 16B ou 16C e 16D nem os instrumentos
que consistem em contratos para o futuro recebimento ou en­
trega de instrumentos de capital próprio do próprio emitente.

▼M6
Uma obrigação contratual, incluindo a que decorre de um instrumento
financeiro derivado, que resultará ou poderá resultar no futuro rece­
bimento ou entrega dos instrumentos de capital próprio do próprio
emitente, mas que não corresponde às condições (a) e (b) acima, não é
um instrumento de capital próprio. A título de excepção, um instru­
mento que satisfaça a definição de passivo financeiro será classificado
como instrumento do capital próprio se tiver todas as características e
satisfizer as condições estabelecidas nos parágrafos 16A e 16B ou nos
parágrafos 16C e 16D.

Instrumentos com uma opção put


16.A. Um instrumento com uma opção put inclui uma obrigação contratual
para o emitente de o recomprar ou remir contra dinheiro ou outro
instrumento financeiro, aquando do exercício da opção. A título de
excepção à definição de passivo financeiro, um instrumento que inclua
uma tal obrigação será classificado como um instrumento de capital
próprio se tiver todas as características seguintes:

(a) Dá ao seu detentor o direito a uma parte pro rata dos activos
líquidos da entidade no caso da sua liquidação. Os activos líqui­
dos da entidade são os activos remanescentes após dedução de
todos os outros créditos sobre os seus activos. A parte pro rata é
determinada do seguinte modo:

(i) Dividindo os activos líquidos da entidade em liquidação em


unidades de igual valor; e

(ii) Multiplicando esse valor pelo número de unidades na posse


do detentor do instrumento financeiro.

(b) O instrumento pertence à classe de instrumentos que é subordi­


nada a todas as outras classes. Um instrumento que pertença a tal
classe:

(i) Não tem qualquer prioridade face a outros créditos em relação


aos activos da entidade em liquidação, e

(ii) Não tem de ser convertido noutro instrumento antes de entrar


na classe de instrumentos que é subordinada em relação a
todas as outras classes.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 276

▼M6
(c) Todos os instrumentos da classe que é subordinada em relação a
todas as outras classes têm características idênticas. Por exemplo,
todos eles devem dispor de uma opção put e a fórmula ou outro
método utilizado para calcular o preço de recompra ou de remição
deve ser igual para todos os instrumentos da classe.

(d) Para além da obrigação contratual que recai no emitente de re­


comprar ou remir o instrumento contra dinheiro ou outro activo
financeiro, o instrumento não inclui qualquer obrigação contratual
de entregar dinheiro ou outro activo financeiro a outra entidade ou
de trocar activos financeiros ou passivos financeiros com outra
entidade em condições potencialmente desfavoráveis para si, não
devendo ser um contrato que possa ou deva ser liquidado nos
instrumentos de capital próprio da entidade, nos termos da suba­
línea (b) da definição de passivo financeiro.

(e) Os fluxos de caixa totais esperados, que podem ser atribuídos aos
instrumentos ao longo da sua vida, baseiam-se em grande parte no
lucro ou prejuízo, na alteração dos activos líquidos reconhecidos
ou na alteração do justo valor dos activos reconhecidos e não
reconhecidos da entidade ao longo da vida do instrumento (com
a exclusão de quaisquer efeitos do instrumento).

16.B. Para que um instrumento possa ser classificado como um instrumento


de capital próprio, para além de dever ter todas as características
acima referidas, o emitente não deve ter qualquer outro instrumento
financeiro ou contrato que tenha:

(a) fluxos de caixa totais que se baseiam em grande parte no lucro ou


prejuízo, na alteração dos activos líquidos reconhecidos ou na
alteração do justo valor dos activos líquidos reconhecidos e não
reconhecidos da entidade ao longo da vida dos instrumento (com
a exclusão de quaisquer efeitos do instrumento);

(b) o efeito de fixar ou restringir substancialmente o retorno residual


para os detentores do instrumento com uma opção put.

Para efeitos da aplicação desta condição, a entidade não terá em conta


os contratos não financeiros com um detentor de um instrumento
descrito no parágrafo 16, cujos termos e condições contratuais são
semelhantes às cláusulas e às condições contratuais de um contrato
equivalente, que poderia ocorrer entre um não detentor do instrumento
e a entidade emitente. Se a entidade não puder determinar se esta
condição está a ser cumprida, não classifica o instrumento com uma
opção put como um instrumento de capital próprio.

Instrumentos, ou componentes de instrumentos, que impõem à enti­


dade uma obrigação de entregar a outra parte uma parte pro rata dos
activos líquidos da entidade apenas em caso de liquidação
16.C. Alguns instrumentos financeiros impõem à entidade emitente uma
obrigação contratual de entregar a outra entidade uma parte pro
rata dos seus activos líquidos apenas em caso de liquidação. A obri­
gação surge porque existe certeza quanto à ocorrência da liquidação e
esta escapa ao controlo da entidade (por exemplo, uma entidade com
uma duração de vida limitada) ou é incerta, mas constitui uma opção
para o detentor do instrumento. A título de excepção à definição de
passivo financeiro, um instrumento que inclui tal obrigação será clas­
sificado como um instrumento de capital próprio se tiver todas as
características seguintes:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 277

▼M6
(a) Confere ao detentor o direito a uma parte pro rata dos activos
líquidos da entidade no caso da sua liquidação. Os activos líqui­
dos da entidade são os activos remanescentes após a dedução de
todos os outros créditos sobre os seus activos. A parte pro rata
será determinada:

(i) dividindo os activos líquidos da entidade em liquidação em


unidades de igual valor; e

(ii) multiplicando esse valor pelo número de unidades na posse de


detentor do instrumento financeiro.

(b) O instrumento pertence à classe de instrumentos que é subordi­


nada em relação a todas as outras classes. Um instrumento que
pertença a tal classe:

(i) não tem qualquer prioridade face a outros créditos em relação


aos activos da entidade em liquidação, e

(ii) não tem de ser convertido noutro instrumento antes de entrar


na classe de instrumentos que é subordinada em relação a
todas as outras classes.

(c) Todos os instrumentos da classe que é subordinada em relação a


todas as outras classes devem prever uma obrigação contratual
idêntica para a entidade emitente de entregar uma parcela propor­
cional dos seus activos líquidos da liquidação.

16.D. Para que um instrumento possa ser classificado como um instrumento


de capital próprio, para além de ter todas as características acima
referidas, o emitente não deve ter qualquer outro instrumento finan­
ceiro ou contrato que tenha:

(a) fluxos de caixa totais que se baseiam em grande parte no lucro ou


prejuízo, na alteração dos activos líquidos reconhecidos ou na
alteração do justo valor dos activos líquidos reconhecidos e não
reconhecidos da entidade (com a exclusão de quaisquer efeitos de
um tal instrumento ou contrato); e

(b) O efeito de fixar ou restringir substancialmente o retorno residual


para os detentores do instrumento.

Para efeitos da aplicação desta condição, a entidade não toma em


consideração os contratos não financeiros com um detentor de um
instrumento descrito no parágrafo 16C com termos e condições con­
tratuais semelhantes às cláusulas e às condições contratuais de um
contrato equivalente que poderia ocorrer entre um não detentor do
instrumento e a entidade emitente. Se a entidade não puder determinar
se esta condição está a ser cumprida, não classifica o instrumento
como um instrumento de capital próprio.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 278

▼M6
Reclassificação de instrumentos com uma opção put ou instrumentos
que impõem à entidade uma obrigação de entregar a outra parte uma
parte pro rata dos activos líquidos da entidade apenas em caso de
liquidação
16.E. Uma entidade classificará um instrumento financeiro como um ins­
trumento de capital próprio em conformidade com os parágrafos 16A
e 16B ou com os parágrafos 16C e 16D a partir da data em que o
instrumento tiver adquirido todas as características e satisfizer as con­
dições enumeradas nesses parágrafos. Uma entidade reclassificará um
instrumento financeiro a partir da data em que o instrumento deixar de
ter todas as características ou de cumprir todas as condições enume­
radas nesses parágrafos. Por exemplo, se uma entidade remir todos os
seus instrumentos não acompanhados de uma opção put por si emi­
tidos e quaisquer instrumentos com uma opção put remanescentes
tiverem todas as características e cumprirem todas as condições enu­
meradas nos parágrafos 16A e 16B, a entidade reclassificará os ins­
trumentos com uma opção put como instrumentos de capital próprio a
partir da data em que remir os instrumentos não acompanhados de
uma opção put.

16.F. Uma entidade contabilizará do seguinte modo a reclassificação de um


instrumento em conformidade com o parágrafo 16E:

(a) A reclassificação de um instrumento de capital próprio como um


passivo financeiro deve ocorrer a partir da data em que o ins­
trumento deixar de ter todas as características ou cumprir as con­
dições enumeradas nos parágrafos 16A e 16B ou nos parágrafos
16C e 16D. O passivo financeiro será mensurado pelo justo valor
do instrumento na data de reclassificação. A entidade reconhece
no capital próprio qualquer diferença entre o valor contabilístico
do instrumento de capital próprio e o justo valor do passivo
financeiro à data da reclassificação.

(b) A reclassificação de um passivo financeiro como instrumento de


capital próprio deve ocorrer a partir da data em que o instrumento
adquirir todas as características e cumprir as condições enumera­
das nos parágrafos 16A e 16B ou nos parágrafos 16C e 16D. Um
instrumento de capital próprio será mensurado pelo valor conta­
bilístico do passivo financeiro na data de reclassificação.

▼B
Nenhuma obrigação contratual de entregar dinheiro ou outro activo
financeiro [parágrafo 16.a)]
►M6 17. Com excepção das circunstâncias descritas nos parágrafos
16A e 16B ou nos parágrafos 16C e 16D, uma característica crítica
na diferenciação entre um passivo financeiro e um instrumento de
capital próprio é a existência de uma obrigação contratual de um
participante no instrumento financeiro (o emitente), seja de entregar
dinheiro ou outro activo financeiro ao outro participante (o detentor),
seja de trocar activos financeiros ou passivos financeiros com o de­
tentor em condições que sejam potencialmente desfavoráveis para o
emitente. ◄ Embora o detentor de um instrumento de capital próprio
possa ter o direito de receber uma parte pro rata de quaisquer divi­
dendos ou outras distribuições de capital próprio, o emitente não tem
uma obrigação contratual de fazer tais distribuições porque não se lhe
pode exigir que entregue dinheiro ou outro activo financeiro a uma
outra parte.

▼M6
18. A substância de um instrumento financeiro, mais do que a sua forma
legal, rege a sua classificação na demonstração da posição financeira
da entidade. Substância e forma legal são geralmente consistentes,
mas nem sempre. Alguns instrumentos financeiros tomam a forma
legal de capital próprio, embora sejam passivos em substância, e
outros podem combinar características associadas a instrumentos de
capital próprio com características associadas a passivos financeiros.
Por exemplo:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 279

▼B
(a) uma acção preferencial que esteja sujeita a remição obrigatória
pelo emitente por uma quantia fixa ou determinável numa data
futura fixa ou determinável ou der ao detentor o direito de exigir
que o emitente redima o instrumento em ou após uma data par­
ticular por uma quantia fixa ou determinável, é um passivo finan­
ceiro.

▼M6
(b) um instrumento financeiro que dá ao detentor o direito de entregar
de volta o instrumento ao emitente em troca de dinheiro ou outro
activo financeiro (um «instrumento com uma opção put») é um
passivo financeiro, à excepção dos instrumentos classificados
como instrumentos de capital próprio em conformidade com os
parágrafos 16A e 16B ou os parágrafos 16C e 16D. O instrumento
financeiro é um passivo financeiro, mesmo que a quantia de di­
nheiro ou de outros activos financeiros seja determinada com base
num índice ou em outro item susceptível de subir ou descer. A
existência de uma opção para o detentor de entregar de volta o
instrumento ao emitente em troca de dinheiro ou outro activo
financeiro significa que o instrumento com uma opção put cor­
responde à definição de passivo financeiro, à excepção dos ins­
trumentos classificados como instrumentos de capital próprio em
conformidade com os parágrafos 16A e 16B ou os parágrafos 16C
e 16D. Por exemplo, os fundos mútuos abertos, trusts, parcerias e
algumas entidades cooperativas podem proporcionar aos seus de­
tentores ou membros o direito de remir os seus interesses no
emitente em qualquer momento por uma quantia em dinheiro, o
que terá com resultado que os interesses dos detentores ou mem­
bros sejam classificados como instrumentos de capital, em con­
formidade com os parágrafos 16A e 16B ou os parágrafos 16C e
16D. Contudo, a classificação como um passivo financeiro não
exclui o uso de descritores como «valor do activo líquido atribuí­
vel aos detentores» e «alteração no valor do activo líquido atri­
buível aos detentores» nas demonstrações financeiras de uma en­
tidade que não tenha capital próprio contribuído (como, por exem­
plo, alguns fundos mútuos e trusts — ver Exemplo Ilustrativo 7)
nem o uso de divulgação adicional para mostrar que os interesses
totais dos membros compreendem itens como reservas que cor­
respondem à definição de capital próprio e instrumentos com uma
opção put que não correspondem (ver Exemplo Ilustrativo 8).

19. Se uma entidade não tiver um direito incondicional de evitar a entrega


de dinheiro ou outro activo financeiro para liquidação de uma obri­
gação contratual, a obrigação corresponde à definição de passivo fi­
nanceiro, excepto no caso de instrumentos classificados como instru­
mentos do passivo em conformidade com os parágrafos 16A e 16B ou
os parágrafos 16C e 16D. Por exemplo:

▼B
a) uma restrição na capacidade de uma entidade de satisfazer uma
obrigação contratual, tal como a falta de acesso a moeda estran­
geira ou a necessidade de obter aprovação de pagamento de uma
autoridade reguladora, não nega a obrigação contratual da entidade
nem o direito contratual do detentor segundo o instrumento.

b) uma obrigação contratual que seja condicional numa contraparte


que exerça o seu direito de remir é um passivo financeiro porque a
entidade não tem o direito incondicional de evitar entregar dinheiro
ou outro activo financeiro.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 280

▼B
20. Um instrumento financeiro que não estabeleça explicitamente uma
obrigação contratual de entregar dinheiro ou outro activo financeiro
pode estabelecer uma obrigação indirectamente através dos seus ter­
mos e condições. Por exemplo:

a) um instrumento financeiro pode conter uma obrigação não finan­


ceira que deve ser liquidada se, e apenas se, a entidade não efec­
tuar distribuições ou não remir o instrumento. Se a entidade pode
evitar uma transferência de dinheiro ou outro activo financeiro
sóliquidando a obrigação não financeira, o instrumento financeiro
é um passivo financeiro.

b) um instrumento financeiro é um passivo financeiro se proporcionar


que no momento da liquidação a entidade vai entregar ou:

i) dinheiro ou outro activo financeiro, ou

ii) as suas próprias acções cujo valor esteja determinado para ex­
ceder substancialmente o valor do dinheiro ou do outro activo
financeiro.

Embora a entidade não tenha uma obrigação contratual explícita de


entregar dinheiro ou outro activo financeiro, o valor da alternativa
de liquidação das acções é tal que a entidade liquidará em dinhei­
ro. Em qualquer caso, o detentor tem substancialmente garantido o
recebimento de uma quantia que é pelo menos equivalente à opção
de liquidação em dinheiro (ver parágrafo 21.).

Liquidação nos instrumentos de capital próprio da própria entidade


[parágrafo 16.b)]
21. Um contrato não é um instrumento de capital próprio apenas porque
pode resultar no recebimento ou entrega dos instrumentos de capital
próprio da própria entidade. Uma entidade pode ter um direito ou
obrigação contratual de receber ou entregar um número das suas
próprias acções ou outros instrumentos de capital próprio que varia
de forma a que o justo valor dos instrumentos de capital próprio da
própria entidade a receber ou entregar seja equivalente à quantia do
direito ou obrigação contratual. Esse direito ou obrigação contratual
pode corresponder a uma quantia fixa ou a uma quantia que flutue
parcial ou totalmente em resposta a alterações numa variável diferente
do preço de mercado dos instrumentos de capital próprio da própria
entidade (p. ex., uma taxa de juro, o preço de uma mercadoria ou o
preço de um instrumento financeiro). Dois exemplos são a) um con­
trato para entregar o número de instrumentos de capital próprio da
entidade que corresponda ao valor de 100 UM (1), e b) um contrato
para entregar o número de instrumentos de capital próprio da entidade
que corresponda ao valor de 100 onças de ouro. Tal contrato é um
passivo financeiro da entidade mesmo que a entidade deva ou possa
liquidá-lo entregando os seus instrumentos de capital próprio. Não é
um instrumento de capital próprio porque a entidade utiliza um nú­
mero variável dos seus instrumentos de capital próprio como forma de
liquidar o contrato. Em conformidade, o contrato não denuncia um
interesse residual nos activos da entidade após dedução de todos os
seus passivos.

(1) Nesta Norma, as quantias monetárias estão denominadas em «unidades


monetárias» (UM).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 281

▼B
►M6 22. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 22A, um contrato que
será liquidado pela entidade (recebendo ou) entregando um número
fixo dos seus instrumentos de capital próprio em troca de uma quantia
fixa em dinheiro ou outro activo financeiro é um instrumento de
capital próprio. Por exemplo ◄, uma opção sobre acções emitida
que dê à contraparte o direito de comprar um número fixo de acções
da entidade por um preço fixo ou por uma quantia de capital decla­
rada e fixa de uma obrigação é um instrumento de capital próprio. As
alterações no justo valor de um contrato decorrentes de variações nas
taxas de juro do mercado que não afectem a quantia em dinheiro ou
outros activos financeiros a serem pagos ou recebidos, ou o número
de instrumentos de capital próprio a serem recebidos ou entregues, no
momento da liquidação do contrato não impedem que o contrato seja
um instrumento de capital próprio. Qualquer retribuição recebida (tal
como o prémio recebido por uma opção subscrita ou um warrant
sobre as acções da própria entidade) é adicionada directamente ao
capital próprio. Qualquer retribuição paga (tal como um prémio
pago por uma opção adquirida) é deduzida directamente no capital
próprio. As alterações no justo valor de um instrumento de capital
próprio não são reconhecidas nas demonstrações financeiras.

▼M6
22.A. Se os instrumentos de capital próprio da própria entidade, a receber ou
a entregar pela entidade, no quadro da liquidação de um contrato,
forem instrumentos financeiros com uma opção put com todas as
características e que satisfazem as condições descritas parágrafos
16A e 16B, ou instrumentos que impõem à entidade uma obrigação
de entregar a outra parte uma parte pro rata dos activos líquidos da
entidade apenas em caso de liquidação, e que têm todas as caracte­
rísticas e satisfazem as condições descritas parágrafos 16C e 16D, esse
contrato será um activo financeiro ou um passivo financeiro. Este
facto é extensível a um contrato a ser liquidado pela entidade que
recebe ou entrega um número fixo de tais instrumentos em troca de
uma quantidade fixa de dinheiro ou de outro activo financeiro.

▼B
►M6 23. Com excepção das circunstâncias descritas nos parágrafos
16A e 16B ou nos parágrafos 16C e 16D, um contrato que contém
uma obrigação para que uma entidade compre os seus próprios ins­
trumentos de capital próprio contra dinheiro ou qualquer outro activo
financeiro dá origem a um passivo financeiro correspondente ao valor
presente da quantia de remição (por exemplo, para o valor presente do
preço de recompra a prazo, do preço de exercício de opção ou de
outra quantia de remição). É este o caso mesmo que o próprio con­
trato seja um instrumento de capital próprio. Um exemplo ◄ é a
obrigação de uma entidade segundo um contrato forward de comprar
a dinheiro os próprios instrumentos de capital próprio.
►M33 O passivo financeiro é reconhecido inicialmente pelo valor
actual da quantia de remição, e é reclassificado fora dos capitais
próprios. ◄ Quando o passivo financeiro é reconhecido inicialmente
segundo a IAS 39, o seu justo valor (o valor presente da quantia de
remição) é reclassificado do capital próprio. Se o contrato expirar sem
entrega, a quantia escriturada do passivo financeiro é reclassificada
para o capital próprio. A obrigação contratual de uma entidade de
comprar os seus próprios instrumentos de capital próprio dá origem
a um passivo financeiro pelo valor presente da quantia de remição
mesmo que a obrigação de comprar seja condicional ao exercício de
um direito de remir pela contraparte (p. ex., uma opção put subscrita
que proporcione à contraparte o direito de vender os instrumentos de
capital próprio de uma entidade à entidade por um preço fixo).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 282

▼B
24. Um contrato que será liquidado pela entidade entregando ou rece­
bendo um número fixo dos seus instrumentos de capital próprio em
troca de uma quantia variável em dinheiro ou outro activo financeiro é
um activo financeiro ou um passivo financeiro. Um exemplo é um
contrato para que a entidade entregue 100 dos seus instrumentos de
capital próprio em troca de uma quantia em dinheiro calculada para
igualar o valor de 100 onças de ouro.

Cláusulas de liquidação contingente


▼M6
25. Um instrumento financeiro pode exigir que a entidade entregue di­
nheiro ou outro activo financeiro, ou que o liquide de outra forma de
modo que constitua um passivo financeiro, no caso de ocorrência ou
não ocorrência de acontecimentos futuros incertos (ou como resultado
de circunstâncias incertas) que estejam fora do controlo tanto do
emitente como do detentor do instrumento, tal como uma alteração
no índice do mercado de acções, no índice de preços no consumidor,
na taxa de juro ou nos requisitos fiscais, ou nos futuros lucros, ren­
dimento líquido ou rácio dívida/capital próprio do emitente. O emi­
tente de tal instrumento não tem o direito incondicional de evitar
entregar dinheiro ou outro activo financeiro (ou de outra forma liqui­
dar o mesmo de modo a que seja um passivo financeiro). Portanto, é
um passivo financeiro do emitente a não ser que:

(a) a parte da cláusula de liquidação contingente susceptível de exigir


a liquidação em dinheiro ou outro activo financeiro (ou, de outra
forma, de modo que constitua um passivo financeiro) não seja
genuína;

(b) possa ser exigido ao emitente que liquide a obrigação em dinheiro


ou outro activo financeiro (ou que a liquide de outra forma, de
modo que constitua um passivo financeiro) apenas no caso de
liquidação por parte do emitente. ou

(c) o instrumento tem todas as características e cumpre as condições


enumeradas nos parágrafos 16A e 16B.

▼B
Opções de liquidação
26. Quando um instrumento financeiro derivado dá a uma parte a escolha
sobre como será liquidado (p. ex., o emitente ou o detentor pode optar
pela liquidação de forma líquida em dinheiro ou por troca de acções
por dinheiro), trata-se de um activo financeiro ou de um passivo
financeiro a não ser que todas as alternativas de liquidação resultem
em que seja um instrumento de capital próprio.

27. Um exemplo de instrumento financeiro derivado com opção de liqui­


dação que seja um passivo financeiro é uma opção sobre acções que o
emitente pode decidir liquidar de forma líquida em dinheiro ou tro­
cando as suas próprias acções por dinheiro. De forma semelhante,
alguns contratos para comprar ou vender um item não financeiro
em troca dos instrumentos de capital próprio da própria entidade estão
dentro do âmbito desta Norma porque podem ser liquidados ou por
entrega do item não financeiro ou de forma líquida em dinheiro ou
outro instrumento financeiro (ver parágrafos 8.-10.). Esses contratos
são activos financeiros ou passivos financeiros e não instrumentos de
capital próprio.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 283

▼B
Instrumentos financeiros compostos (ver também os parágrafos
AG30-AG35 e Exemplos Ilustrativos 9-12)
28. O emitente de um instrumento financeiro não derivado deve avaliar os
termos do instrumento financeiro para determinar se este contém tanto
um componente do passivo como um do capital próprio. Tais com­
ponentes devem ser classificados separadamente como passivos finan­
ceiros, activos financeiros ou instrumentos de capital próprio de
acordo com o parágrafo 15.

29. Uma entidade reconhece separadamente os componentes de um ins­


trumento financeiro que a) crie um passivo financeiro na entidade e b)
conceda uma opção ao detentor do instrumento para o converter num
instrumento de capital próprio da entidade. Por exemplo, uma obriga­
ção ou instrumento similar convertível pelo emitente num número fixo
de acções ordinárias da entidade é um instrumento financeiro com­
posto. Do ponto de vista da entidade, tal instrumento compreende dois
componentes: um passivo financeiro (um acordo contratual para en­
tregar dinheiro ou outro activo financeiro) e um instrumento de capital
próprio (uma opção call concedendo ao detentor o direito, por um
período de tempo especificado, de o converter num número fixo de
acções ordinárias da entidade). O efeito económico de emitir tal ins­
trumento é substancialmente o mesmo que emitir simultaneamente um
instrumento de dívida com uma cláusula de liquidação antecipada e
warrants de compra de acções ordinárias, ou que emitir um instru­
mento de dívida com warrants destacáveis de compra de acções. Por
conseguinte, em todos os casos, a entidade apresenta os componentes
do passivo e do capital próprio separadamente ►M5 na sua demons­
tração da posição financeira ◄.

30. A classificação dos componentes do passivo e do capital próprio de


um instrumento convertível não é revista em consequência de uma
alteração na probabilidade de uma opção de conversão vir a ser exer­
cida, mesmo quando o exercício da opção possa parecer ter-se tornado
economicamente vantajosa para alguns detentores. Os detentores po­
dem nem sempre agir da forma que se possa esperar porque, por
exemplo, as consequências fiscais resultantes das conversões podem
divergir entre os detentores. Além disso, a probabilidade de conversão
alterar-se-á de tempos a tempos. A obrigação contratual da entidade
de fazer futuros pagamentos permanece pendente até que seja extinta
pela conversão, pela maturidade do instrumento ou por alguma outra
transacção.

31. A IAS 39 trata da mensuração dos activos financeiros e dos passivos


financeiros. Os instrumentos de capital próprio são instrumentos que
evidenciam um interesse residual nos activos de uma entidade após
dedução de todos os seus passivos. Portanto, quando a quantia escri­
turada inicial de um instrumento financeiro composto é imputada aos
seus componentes do capital próprio e do passivo, ao componente do
capital próprio é atribuída a quantia residual depois de deduzida ao
justo valor do instrumento como um todo a quantia separadamente
determinada para o componente do passivo. O valor de quaisquer
características de derivado (tal com uma opção call) embutidas no
instrumento financeiro composto diferente do componente do capital
próprio (tal como uma opção de conversão de capital próprio) está
incluído no componente do passivo. A soma das quantias escrituradas
atribuídas aos componentes do passivo e do capital próprio no reco­
nhecimento inicial é sempre igual ao justo valor que seria atribuído ao
instrumento como um todo. Nenhum ganho ou perda resulta do reco­
nhecimento inicial separado dos componentes do instrumento.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 284

▼B
32. Segundo a abordagem descrita no parágrafo 31., o emitente de uma
obrigação convertível em acções ordinárias começa por determinar a
quantia escriturada do componente do passivo mensurando o justo
valor de um passivo similar (incluindo quaisquer características em­
butidas de derivado que não seja capital próprio) que não tenha um
componente do capital próprio associado. A quantia escriturada do
instrumento de capital próprio representada pela opção de converter
o instrumento em acções ordinárias é então determinada ao deduzir-se
o justo valor do passivo financeiro ao justo valor do instrumento
financeiro composto como um todo.

Acções próprias (ver também o parágrafo AG36)


33. Se uma entidade readquirir os seus próprios instrumentos de capital
próprio, esses instrumentos («acções próprias») devem ser deduzidos
no capital próprio. Não será reconhecido qualquer ganho ou perda nos
lucros ou prejuízos da compra, venda, emissão ou cancelamento dos
instrumentos de capital próprio de uma entidade. Essas acções pró­
prias podem ser adquiridas e detidas pela entidade ou por outros
membros do grupo consolidado. As retribuições pagas ou recebidas
devem ser reconhecidas directamente no capital próprio.

34. A quantidade de acções próprias detidas é divulgada separadamente


ou na face ►M5 da demonstração da posição financeira ◄ ou nas
notas, de acordo com a IAS 1 Apresentação de Demonstrações Fi­
nanceiras. Uma entidade proporciona a divulgação de acordo com a
IAS 24 Divulgações de Partes Relacionadas se a entidade readquirir
os seus próprios instrumentos de capital próprio a partir de partes
relacionadas.

Juros, dividendos, perdas e ganhos (ver também o parágrafo AG37)


▼M36
35. Os juros, dividendos, perdas e ganhos relacionados com um ins­
trumento financeiro ou com um componente que seja um passivo
financeiro devem ser reconhecidos como rendimento ou despesa
nos resultados. As distribuições de rendimentos aos detentores de
um instrumento de capital próprio devem ser reconhecidas pela
entidade diretamente no capital próprio. Os custos de transação
de uma transação de capital próprio devem ser contabilizados
como uma dedução ao capital próprio.

35.A. O imposto sobre o rendimento respeitante às distribuições de rendi­


mentos aos detentores de um instrumento de capital próprio e aos
custos de transação de uma transação de capital próprio devem ser
contabilizados de acordo com a IAS 12 Impostos sobre o rendimento.

▼B
36. A classificação de um instrumento financeiro como um passivo finan­
ceiro ou um instrumento de capital próprio determina se os juros, os
dividendos, as perdas e os ganhos relacionados com esse instrumento
são reconhecidos como rendimento ou gasto nos lucros ou prejuízos.
Assim, os pagamentos de dividendos sobre acções totalmente reco­
nhecidas como passivos são reconhecidos como gastos da mesma
forma que os juros sobre uma obrigação. Da mesma forma, os ganhos
e perdas associados às remições ou refinanciamentos de passivos
financeiros são reconhecidos nos lucros ou prejuízos, enquanto que
as remições ou refinanciamentos de instrumentos de capital próprio
são reconhecidos como alterações no capital próprio. As alterações no
justo valor de um instrumento de capital próprio não são reconhecidas
nas demonstrações financeiras.

▼M36
37. Uma entidade incorre normalmente em vários custos ao emitir ou
adquirir os seus próprios instrumentos de capital próprio. Esses custos
podem incluir taxas de registo e outras taxas reguladoras, montantes
pagos a conselheiros jurídicos, contabilísticos e outros profissionais,
custos de impressão e imposto de selo. Os custos de transação de uma
transação de capital próprio são contabilizados em dedução ao capital
próprio na medida em que são custos incrementais diretamente impu­
táveis à transação de capital próprio, que de outra forma teriam sido
evitados. Os custos de uma transação de capital próprio que se aban­
donou são reconhecidos como uma despesa.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 285

▼B
38. Os custos de transacção que se relacionam com a emissão de um
instrumento financeiro composto são imputados aos componentes do
passivo e do capital próprio do instrumento em proporção à imputação
de proventos. Os custos de transacção que se relacionam juntamente
com mais de uma transacção (por exemplo, os custos de uma oferta
concomitante de algumas acções e uma cotação na bolsa de outras
acções) são imputados a essas transacções utilizando uma base de
imputação que seja racional e consistente com transacções similares.

▼M36
39. O montante dos custos de transação contabilizados em dedução ao
capital próprio durante o período é divulgado separadamente, de
acordo com a IAS 1.

▼M31
40. Os dividendos classificados como um gasto podem ser apresentados
na(s) demonstração(ões) dos resultados e de outro rendimento integral
quer com juros sobre outros passivos quer como uma rubrica separa­
da. Além dos requisitos desta Norma, a divulgação dos juros e divi­
dendos está sujeita aos requisitos da IAS 1 e da IFRS 7. Nalgumas
circunstâncias, devido às diferenças entre juros e dividendos relativa­
mente a aspectos como a dedutibilidade fiscal, é desejável divulgá-los
separadamente na(s) demonstração(ões) dos resultados e de outro ren­
dimento integral. As divulgações relativas aos efeitos fiscais são feitas
em conformidade com a IAS 12.

▼B
41. Ganhos e perdas relacionados com alterações na quantia escriturada de
um passivo financeiro são reconhecidos como rendimento ou gasto
nos lucros ou prejuízos mesmo quando se relacionam com um ins­
trumento que inclui um direito a um interesse residual nos activos da
entidade em troca de dinheiro ou outro activo financeiro [ver pará­
grafo 18b)]. Segundo a IAS 1, a entidade apresenta qualquer ganho ou
perda resultante da remensuração desse instrumento separadamente
►M5 na demonstração do rendimento integral ◄ quando é relevante
para explicar o desempenho da entidade.

Compensação de um activo financeiro com um passivo financeiro


(ver também os parágrafos AG38 e AG39)
42. Um activo financeiro e um passivo financeiro devem ser compensados
e a quantia líquida apresentada ►M5 na demonstração da posição
financeira ◄ quando, e apenas quando, uma entidade:

a) tiver actualmente um direito de cumprimento obrigatório para com­


pensar as quantias reconhecidas; e

b) pretender, ou liquidar numa base líquida, ou realizar o activo e


liquidar simultaneamente o passivo.

Ao contabilizar uma transferência de um activo financeiro que não se


qualifique para desreconhecimento, a entidade não deve compensar o
activo transferido e o passivo associado (ver IAS 39, parágrafo 36.).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 286

▼M34
43. A presente Norma exige a apresentação dos ativos financeiros e pas­
sivos financeiros numa base líquida, sempre que isso constitua reflexo
dos futuros fluxos de caixa previstos de uma entidade decorrentes da
liquidação de dois ou mais instrumentos financeiros distintos. Quando
uma entidade tem o direito de receber ou a obrigação de pagar uma
quantia líquida única e tenciona fazê-lo, só tem, na realidade, um
único ativo financeiro ou passivo financeiro. Noutras circunstâncias,
os ativos financeiros e os passivos financeiros são apresentados sepa­
radamente uns dos outros, de forma coerente com as suas caracterís­
ticas enquanto recursos ou obrigações da entidade. Uma entidade deve
divulgar as informações exigidas pelos parágrafos 13B–13E da IFRS
7 relativamente aos instrumentos financeiros reconhecidos que sejam
abrangidos pelo parágrafo 13A da IFRS 7.

▼B
44. A compensação de um activo financeiro reconhecido com um passivo
financeiro reconhecido e a apresentação da quantia líquida difere do
desreconhecimento de um activo financeiro ou de um passivo finan­
ceiro. Embora a compensação não dê origem ao reconhecimento de
um ganho ou de uma perda, o desreconhecimento de um instrumento
financeiro resulta não somente na remoção do item previamente reco­
nhecido ►M5 da demonstração da posição financeira ◄, mas pode
também resultar no reconhecimento de um ganho ou de uma perda.

45. Um direito de compensar é um direito legal do devedor, por contrato


ou de outra maneira, de liquidar ou de outra maneira eliminar toda ou
uma parte de uma quantia devida a um credor ao aplicar contra essa
quantia uma quantia devida pelo credor. Em circunstâncias não usuais,
um devedor pode ter um direito legal de aplicar uma quantia devida
de uma terceira parte contra a quantia devida a um credor desde que
haja um acordo entre as três partes que estabeleça claramente o direito
do devedor de compensar quantias. Porque o direito de compensar é
um direito legal, as condições que suportam o direito podem variar de
uma jurisdição legal para uma outra e as leis aplicáveis às relações
entre as partes devem ser consideradas.

46. A existência de um direito que possa ser de cumprimento obrigatório


de compensar um activo financeiro com um passivo financeiro afecta
os direitos e as obrigações associados a um activo financeiro e a um
passivo financeiro e pode afectar a exposição de uma entidade aos
riscos de crédito e de liquidez. Porém, a existência do direito, por si
mesma, não é uma base suficiente para a compensação. Na ausência
de uma intenção de exercer o direito ou de liquidar simultaneamente,
não são afectadas a quantia e a tempestividade dos futuros fluxos de
caixa de uma entidade. Quando uma entidade pretende exercer o
direito ou liquidar simultaneamente, a apresentação do activo e do
passivo numa base líquida reflecte mais apropriadamente as quantias
e a tempestividade dos futuros fluxos de caixa esperados, assim como
os riscos a que estão expostos tais fluxos de caixa. A intenção por
uma ou ambas as partes de liquidar numa base líquida sem o direito
legal de o fazer não é suficiente para justificar a compensação dado
que os direitos e obrigações associados ao activo financeiro e passivo
financeiro individuais permanecem inalterados.

47. As intenções de uma entidade com respeito à liquidação de activos e


passivos particulares podem ser influenciadas pelas suas práticas ne­
gociais normais, pelos requisitos dos mercados financeiros e por ou­
tras circunstâncias que possam limitar a capacidade de liquidar de
forma líquida ou de liquidar simultaneamente. … Quando uma enti­
dade tem o direito de compensar, mas não pretende liquidar de forma
líquida ou realizar o activo e liquidar o passivo simultaneamente, o
efeito do direito na exposição ao risco de crédito da entidade será
divulgado de acordo com o parágrafo 36. da IFRS 7.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 287

▼B
48. A liquidação simultânea de dois instrumentos financeiros pode ocorrer
através de, por exemplo, a operação de uma câmara de compensação
num mercado financeiro organizado ou de uma troca directa. Nestas
circunstâncias, os fluxos de caixa são, com efeito, equivalentes a uma
quantia única líquida e não há exposição a riscos de crédito ou de
liquidez. Noutras circunstâncias, uma entidade pode liquidar dois ins­
trumentos ao receber e pagar quantias separadas, ficando exposta a
risco de crédito por toda a quantia do activo ou a risco de liquidez por
toda a quantia do passivo. Tais exposições ao risco podem ser signi­
ficativas ainda que por relativamente pouco tempo. Desse modo, a
realização de um activo financeiro e a liquidação de um passivo
financeiro são apenas tratadas como simultâneas quando as transac­
ções ocorrem no mesmo momento.

49. As condições estabelecidas no parágrafo 42. não são geralmente sa­


tisfeitas e a compensação é geralmente desapropriada quando:

a) vários instrumentos financeiros diferentes são usados para emular


as características de um instrumento financeiro único (um «ins­
trumento sintético»);

b) os activos financeiros e passivos financeiros provêm de instrumen­


tos financeiros que tenham a mesma exposição a riscos primários
(por exemplo, activos e passivos de uma carteira de contratos
«forward» ou de outros instrumentos derivados) mas envolvem
diferentes contrapartes;

c) os activos financeiros ou outros são dados de penhor como garan­


tia colateral de passivos financeiros sem recurso;

d) os activos financeiros são postos de lado com custódia de outrem


(«trust») por um devedor com o fim de cumprir uma obrigação
sem que aqueles activos tenham sido aceites pelo credor em liqui­
dação da obrigação (por exemplo, a constituição de um fundo
consolidado); ou

e) se espera que as obrigações incorridas como resultado de aconte­


cimentos que deram origem a perdas sejam recuperadas de uma
terceira parte em virtude de uma reivindicação feita de acordo com
um contrato de seguro.

50. Uma entidade que negoceie uma quantidade de transacções de ins­


trumentos financeiros com uma única contraparte pode entrar num
«acordo principal de compensação» com essa contraparte. Tal acordo
proporciona uma liquidação de forma líquida única de todos os ins­
trumentos financeiros cobertos pelo acordo no caso de incumprimento
ou no término de qualquer contrato. Estes acordos são geralmente
usados por instituições financeiras para proporcionar protecção contra
perdas no caso de falência ou de outras circunstâncias que resultem na
incapacidade de uma contraparte de cumprir as suas obrigações. Um
acordo principal de compensação geralmente cria um direito de com­
pensação que se torna de cumprimento obrigatório e só afecta a
realização ou a liquidação de activos financeiros e de passivos finan­
ceiros individuais no seguimento de um acontecimento especificado
de incumprimento ou noutras circunstâncias que não se espera que
surjam no decurso normal do negócio. Um acordo principal de com­
pensação não proporciona uma base de compensação a menos que
ambos os critérios do parágrafo 42. sejam satisfeitos. Quando os
activos financeiros e os passivos financeiros sujeitos a um acordo
principal de compensação não são compensados, o efeito do acordo
na exposição de uma entidade ao risco de crédito será divulgado de
acordo com o parágrafo 36. da IFRS 7.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 288

▼B
DIVULGAÇÃO
51.-95. [Eliminados]

▼M8

DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO


▼B
96. Uma entidade deve aplicar esta Norma aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2005. É permitida a aplicação mais cedo.
Uma entidade não deve aplicar esta Norma a períodos anuais com
início antes de 1 de Janeiro de 2005, a não ser que também aplique a
IAS 39 (emitida em Dezembro de 2003), incluindo as emendas emi­
tidas em Março de 2004. Se uma entidade aplicar esta Norma a um
período que tenha início antes de 1 de Janeiro de 2005, ela deve
divulgar esse facto.

▼M6
96.A. O documento Instrumentos financeiros com uma opção put e obriga­
ções decorrentes de uma liquidação (emendas às IAS 32 e IAS),
emitido em Fevereiro de 2008, determina que os instrumentos finan­
ceiros com todas as características e que cumprem as condições enu­
meradas nos parágrafos 16A e 16B ou os parágrafos 16C e 16D
devem ser classificados como instrumentos de capital próprio, emen­
dou os parágrafos 11, 16, 17-19, 22, 23, 25, AG13, AG14 e AG27, e
acrescentou os parágrafos 16A-16F, 22A, 96B, 96C, 97C, AG14A-
-AG14J e AG29A. Uma entidade deve aplicar estas emendas aos
períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. É
permitida a aplicação mais cedo. Caso as entidades apliquem estas
emendas relativamente a um período anterior, devem divulgar esse
facto e aplicar em simultâneo as emendas às IAS 1, IAS 7, IAS 39,
IFRS 7 e IFRIC 2.

96.B. O documento Instrumentos financeiros com uma opção put e obriga­


ções decorrentes de uma liquidação introduziu uma excepção de âm­
bito limitado; por conseguinte, uma entidade não deve aplicar a ex­
cepção por analogia.

96.C. A classificação de instrumentos ao abrigo desta excepção é restringida


à contabilização de tal instrumento nos termos da IAS 1, IAS 32, IAS
39 e IFRS 7. O instrumento não deve ser considerado um instrumento
de capital próprio ao abrigo de outras orientações, como por exemplo
a IFRS 2 Pagamento com base em Acções.

▼B
97. Esta Norma deve ser aplicada retrospectivamente.

▼M5
97.A. A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada
nas IFRS. Além disso, emendou o parágrafo 40. Uma entidade deve
aplicar estas emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a
um período anterior, as emendas deverão ser aplicadas a esse período
anterior.

▼M29
97.B. A IFRS 3 (conforme revista em 2008) eliminou o parágrafo 4(c). Uma
entidade deve aplicar essa emenda aos períodos anuais com início em
ou após 1 de Janeiro de 2011. Se uma entidade aplicar a IFRS 3
(revista em 2008) a um período anterior, a emenda também deve ser
aplicada a esse período anterior. No entanto, a emenda não se aplica
às retribuições contingentes decorrentes de uma concentração de ac­
tividades empresariais em que a data de aquisição seja anterior à
aplicação da IFRS 3 (revista em 2008). A entidade deve, nesse caso,
contabilizar essas retribuições em conformidade com os parágrafos
65A–65E da IFRS 3 (conforme emendada em 2010).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 289

▼M6
97.C. Ao aplicar as alterações descritas no parágrafo 96A, uma entidade
deve dividir os instrumentos financeiros compostos que incluem
uma obrigação de entregar a outra parte uma parte pro rata dos
activos líquidos da entidade apenas em caso de liquidação em com­
ponentes distintos do passivo e do capital próprio. Se a componente
do passivo tiver deixado de ser devida, a aplicação retrospectiva des­
sas emendas à IAS 32 implicaria a separação em duas componentes
do capital próprio. A primeira componente seria incluída nos resulta­
dos retidos e representaria os juros acumulados, acrescidos à compo­
nente do passivo. A outra componente representaria a componente
inicial do capital próprio. Por conseguinte, uma entidade não terá de
separar estas duas componentes se a componente do passivo tiver
deixado de ser devida à data de aplicação das emendas.

▼M8
97.D. O parágrafo 4 foi alterado com base no documento Melhoramentos
introduzidos nas IFRS, emitido em Maio de 2008. Uma entidade deve
aplicar essa emenda aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Janeiro de 2009. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade
aplicar a emenda a um período anterior, deve divulgar esse facto e
aplicar a esse período anterior as emendas ao parágrafo 3 da IFRS 7,
ao parágrafo 1 da IAS 28 e ao parágrafo 1 da IAS 31, emitidas em
Maio de 2008. É permitido a uma entidade aplicar prospectivamente a
emenda.

▼M21
97.E. Os parágrafos 11 e 16 foram alterados com base no documento Clas­
sificação dos Direitos de Emissão, emitido em Outubro de 2009. Uma
entidade deve aplicar estas emendas aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Fevereiro de 2010. É permitida a aplicação mais
cedo. Se aplicar as emendas a um período anterior, a entidade deve
divulgar esse facto.

▼M29
97.G. O parágrafo 97B foi emendado pelo documento Melhoramentos in­
troduzidos nas IFRS emitido em Maio de 2010. Uma entidade deve
aplicar esta emenda aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Julho de 2010. É permitida a aplicação mais cedo.

▼M32
97.I. A IFRS 10 e a IFRS 11, emitidas em Maio de 2011, emendaram os
parágrafos 4(a) e AG29. Uma entidade deve aplicar estas emendas
quando aplicar a IFRS 10 e a IFRS 11.

▼M33
97.J. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou a definição de justo
valor no parágrafo 11 e emendou os parágrafos 23 e AG31. Uma
entidade deve aplicar estas emendas quando aplicar a IFRS 13.

▼M31
97.K. O documento Apresentação das Rubricas de Outro Rendimento Inte­
gral (Emendas à IAS 1), emitido em Junho de 2011, emendou o
parágrafo 40. Uma entidade deve aplicar esta emenda quando aplicar
a IAS 1 (conforme emendada em Junho de 2011).

▼M34
97.L. O documento Compensação entre Ativos Financeiros e Passivos Fi­
nanceiros (Emendas à IAS 32), emitido em dezembro de 2011, su­
primiu o parágrafo AG38 e aditou os parágrafos AG38A–AG38F.
Uma entidade deve aplicar estas emendas em relação aos períodos
anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2014. Uma entidade
deve aplicar estas emendas de forma retroativa. É permitida a aplica­
ção antecipada. Se uma entidade aplicar estas emendas relativamente a
um período anterior, deve divulgar esse facto e proceder também às
divulgações exigidas pelo documento Divulgações—Compensação en­
tre Ativos Financeiros e Passivos Financeiros (Emendas à IFRS 7),
emitido em dezembro de 2011.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 290

▼M36
97.M. O documento Melhoramentos anuais – ciclo 2009 - 2011, emitido em
maio de 2012, emendou os parágrafos 35, 37 e 39 e adicionou o
parágrafo 35A. Uma entidade deve aplicar essa emenda retrospetiva­
mente em conformidade com a IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alte­
rações nas Estimativas Contabilísticas e Erros aos períodos anuais
com início em ou após 1 de janeiro de 2013. É permitida a aplicação
mais cedo. Se uma entidade aplicar a emenda a um período anterior,
deve divulgar esse facto.
▼M38
97.N. O documento Entidades de Investimento (Emendas à IFRS 10, à IFRS
12 e à IAS 27), emitido em outubro de 2012, emendou o parágrafo 4.
Uma entidade deve aplicar esta emenda em relação aos períodos
anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2014. É permitida a
aplicação antecipada do documento Entidades de Investimento. Se
uma entidade aplicar a emenda de forma antecipada, deve também
aplicar todas as emendas incluídas no documento Entidades de Inves­
timento ao mesmo tempo.
▼B

RETIRADA DE OUTRAS TOMADAS DE POSIÇÃO


98. Esta Norma substitui a IAS 32 Instrumentos Financeiros: Divulgação
e Apresentação revista em 2000. (1)
99. Esta Norma substitui as seguintes Interpretações:
a) SIC-5 Classificação de Instrumentos Financeiros — Cláusulas de
Liquidação Contingente;
b) SIC-16 Capital por Acções — Instrumentos de Capital próprio
Readquiridos (Acções Próprias); e
c) SIC-17 Capital próprio — Custos de uma Transacção de Capital
próprio.
100. Esta Norma retira o projecto da Interpretação SIC-D34 Instrumentos
Financeiros — Instrumentos ou Direitos Remíveis pelo Detentor.

(1) Em Agosto de 2005, o IASB transferiu todas as divulgações relacionadas com instru­
mentos financeiros para a IFRS 7 Instrumento financeiros: Divulgações.
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▼B

Apêndice

GUIA DE APLICAÇÃO

IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação


Este apêndice faz parte integrante desta Norma.

AG1 Este Guia de Aplicação explica a aplicação de determinados aspectos


da Norma.

AG2 A Norma não trata do reconhecimento ou da mensuração de instru­


mentos financeiros. Os requisitos acerca do reconhecimento e da
mensuração de activos financeiros e passivos financeiros estão esta­
belecidos na IAS 39.

DEFINIÇÕES (PARÁGRAFOS 11.-14.)


Activos financeiros e passivos financeiros
AG3 O dinheiro (caixa) é um activo financeiro porque representa o meio de
troca, sendo, por isso, a base pela qual são mensuradas e reconhecidas
todas as transacções nas demonstrações financeiras. Um depósito de
dinheiro num banco ou em instituição financeira semelhante é um
activo financeiro porque representa o direito contratual do depositante
de obter dinheiro da instituição ou de sacar um cheque ou instrumento
financeiro semelhante contra o saldo a favor de um credor em paga­
mento de um passivo financeiro.

AG4 Exemplos comuns de activos financeiros que representam um direito


contratual de receber dinheiro no futuro e de passivos financeiros
correspondentes que representam uma obrigação contratual de entre­
gar dinheiro no futuro são:

a) contas comerciais a receber e a pagar;

b) livranças a receber e a pagar;

c) empréstimos a receber e a pagar; e

d) obrigações a receber e a pagar.

Em cada caso, o direito contratual de uma parte de receber (ou obri­


gação de pagar) dinheiro é balanceado pela obrigação correspondente
da outra parte de pagar (ou direito de receber).

AG5 Um outro tipo de instrumento financeiro é aquele pelo qual o bene­


fício económico a ser recebido ou cedido é um activo financeiro, que
não seja caixa. Por exemplo, uma livrança pagável em obrigações
governamentais dá ao detentor o direito contratual de receber e ao
emitente a obrigação contratual de entregar obrigações governamen­
tais, mas não dinheiro (caixa). As obrigações são activos financeiros
porque representam obrigações do governo emitente de pagar caixa
(dinheiro). A livrança é, por isso, um activo financeiro do detentor da
livrança e um passivo financeiro do emitente da mesma.

AG6 Instrumentos de dívida «perpétuos» (tais como obrigações «per­


pétuas», debentures e consolidados) proporcionam normalmente ao
detentor o direito contratual de receber pagamentos por conta de juros
em datas fixas que se prolongam para o futuro indefinido, seja sem
qualquer direito de receber um retorno de capital seja um direito a um
retorno de capital segundo termos que tornem isso muito improvável
ou muito longínquo no futuro. Por exemplo, uma entidade pode emitir
um instrumento financeiro que exija que se façam pagamentos anuais
em perpetuidades iguais a uma taxa de juro expressa de 8 % aplicada
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 292

▼B
a uma quantia expressa ao par ou quantia de capital de 1 000 UM (1).
Presumindo que 8 % seja a taxa de juro do mercado para o instru­
mento quando emitido, o emitente assume uma obrigação contratual
de fazer um fluxo de pagamentos de juros futuros que tenham um
justo valor (valor presente) de 1 000 UM no reconhecimento inicial. O
detentor e o emitente do instrumento têm um activo financeiro e um
passivo financeiro, respectivamente.

AG7 Um direito contratual ou uma obrigação contratual de receber, entre­


gar ou trocar instrumentos financeiros é, em si mesmo, um instru­
mento financeiro. Uma cadeia de direitos contratuais ou de obrigações
contratuais satisfaz a definição de um instrumento financeiro se acabar
por conduzir ao recebimento ou pagamento de dinheiro ou à aquisição
ou emissão de um instrumento de capital próprio.

AG8 A capacidade de exercer um direito contratual ou o requisito de


satisfazer uma obrigação contratual podem ser absolutos ou podem
estar dependentes da ocorrência de um acontecimento futuro. Por
exemplo, uma garantia financeira é um direito contratual do mutuante
de receber dinheiro do fiador, e uma obrigação contratual correspon­
dente do fiador de pagar ao mutuante, se o mutuário não pagar. O
direito e a obrigação contratuais existem por força de uma transacção
ou acontecimento passado (pressuposto da garantia), mesmo se a
capacidade do mutuante de exercer o seu direito e o requisito do
fiador de cumprir a sua obrigação forem ambos contingentes de um
acto futuro de não cumprimento por parte do mutuário. Um direito e
uma obrigação contingentes satisfazem a definição de activo finan­
ceiro e de passivo financeiro, mesmo se tais activos e passivos nem
sempre forem reconhecidos nas demonstrações financeiras. Alguns
destes direitos e obrigações contingentes podem constituir contratos
de seguro no âmbito da IFRS 4.

AG9 Segundo a IAS 17 Locações, considera-se que uma locação financeira


é primordialmente um direito do locador de receber, e uma obrigação
do locatário de pagar, uma série de pagamentos que são substancial­
mente o mesmo que pagamentos combinados de capital e de juros
segundo um acordo de empréstimo. O locador contabiliza o seu in­
vestimento pela quantia a receber segundo o contrato de locação e não
segundo o próprio activo locado. Uma locação operacional, por outro
lado, considera-se que é primordialmente um contrato não concluído
que compromete o locador a proporcionar o uso de um activo em
períodos futuros em troca de uma retribuição semelhante a uma re­
muneração por um serviço. O locador continua a contabilizar o pró­
prio activo locado e não qualquer quantia a receber no futuro segundo
o contrato. Em conformidade, considera-se uma locação financeira um
instrumento financeiro e uma locação operacional não se considera
um instrumento financeiro (excepto no que respeita aos pagamentos
individuais correntemente devidos e pagáveis).

AG10 Os activos físicos (tais como inventários, activos fixos tangíveis), os


activos locados e os activos intangíveis (tais como patentes e marcas
comerciais) não são activos financeiros. O controlo de tais activos
físicos e intangíveis cria uma oportunidade de gerar um influxo de
caixa ou outro activo financeiro, mas não dá origem a um direito
presente de receber dinheiro ou outro activo financeiro.

AG11 Os activos (tais como gastos pré-pagos) pelos quais o benefício eco­
nómico futuro seja o recebimento de bens ou serviços e não o direito
de receber dinheiro ou um outro activo financeiro não são activos
financeiros. De forma semelhante, itens tais como rédito diferido e
a maior parte das obrigações respeitantes a garantias não são passivos
financeiros porque o exfluxo de benefícios económicos a eles asso­
ciados é a entrega de bens e serviços e não uma obrigação contratual
de pagar dinheiro ou outro activo financeiro.

(1) Neste guia, as quantias monetárias estão denominadas em «unidades monetárias» (UM).
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▼B
AG12 Os passivos ou activos que não sejam contratuais (tais como impostos
sobre o rendimento que sejam criados em consequência de exigências
legais impostas pelos governos) não são passivos financeiros nem
activos financeiros. A contabilização de impostos sobre o rendimento
é tratada na IAS 12. De forma semelhante, as obrigações construtivas,
tal como definido na IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e
Activos Contingentes, não resultam de contratos e não são passivos
financeiros.

Instrumentos de capital próprio


▼M6
AG13 Exemplos de instrumentos de capital próprio incluem acções ordiná­
rias sem opção put, alguns instrumentos com uma opção put (ver
parágrafos 16A e 16B), alguns instrumentos que impõem à entidade
a obrigação de entregar a outra parte uma parte pro rata dos seus
activos líquidos apenas em caso de liquidação (ver parágrafos 16C e
16D), alguns tipos de acções preferenciais (ver parágrafos AG25 e
AG26) e warrants ou opções call subscritas que permitam ao detentor
subscrever ou comprar um número fixo de acções ordinárias sem
opção put na entidade emissora em troca de uma quantia fixa de
dinheiro ou de um outro activo financeiro. A obrigação de uma en­
tidade emitir ou comprar um número fixo dos seus próprios instru­
mentos de capital próprio em troca de uma quantia fixa de dinheiro ou
de um outro activo financeiro é um instrumento de capital próprio da
entidade (sem prejuízo do disposto no parágrafo 22A). Contudo, se tal
contrato contiver uma obrigação para que a entidade pague uma
quantia em dinheiro ou outro activo financeiro (com excepção de
um contrato classificado com instrumento de capital próprio em con­
formidade com os parágrafos 16A e 16B ou os parágrafos 16C e
16D), dá também origem a uma responsabilidade correspondente ao
valor presente da quantia de remição (ver parágrafo AG27 (a)). Um
emitente de acções ordinárias sem opção put assume um passivo
quando agir formalmente para fazer uma distribuição e se tornar le­
galmente obrigado perante os accionistas a fazê-lo. Isto pode ser o
caso que se segue à declaração de um dividendo ou quando a entidade
estiver a ser liquidada e quaisquer activos remanescentes após a sa­
tisfação dos passivos se tornarem distribuíveis aos accionistas.

AG14 Uma opção call comprada ou outro contrato semelhante adquirido por
uma entidade que lhe dê o direito de readquirir um número fixo dos
seus próprios instrumentos de capital próprio em troca da entrega de
uma quantia fixa de dinheiro ou de um outro activo financeiro não é
um activo financeiro da entidade (excepto no caso referido no pará­
grafo 22A). Em vez disso, qualquer retribuição paga por tal contrato é
deduzida do capital próprio.

Classe de instrumentos subordinada a todas as outras classes (pará­


grafos 16A (b) e 16C (b))
AG14A Uma das características descritas nos parágrafos 16A e 16C consiste
no facto de o instrumento financeiro pertencer à classe de instrumen­
tos subordinada a todas as outras classes.

AG14B Para determinar se um instrumento está na classe subordinada, uma


entidade avalia o crédito sobre o instrumento aquando da liquidação
como se fosse proceder à liquidação na data em que classifica o
instrumento. Uma entidade reaprecia a classificação se ocorre uma
alteração das circunstâncias relevantes. Por exemplo, se a entidade
emitir ou remir outro instrumento financeiro, este facto pode afectar
a inclusão do instrumento em questão na classe de instrumentos su­
bordinada a todas as outras classes.
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▼M6
AG14C Um instrumento que confere um direito preferencial aquando da li­
quidação da entidade não é um instrumento que confere um direito a
uma parte pro rata dos activos líquidos da entidade. Por exemplo, um
instrumento confere um direito preferencial aquando da liquidação se
conferir ao seu detentor um dividendo fixo em caso de liquidação,
para além de uma parte dos activos líquidos da entidade, enquanto
outros instrumentos na classe subordinada com um direito a uma parte
proporcional dos activos líquidos da entidade não conferem o mesmo
direito em caso de liquidação.

AG14D Se uma entidade tiver apenas uma classe de instrumentos financeiros,


essa classe será tratada como se fosse subordinada em relação a todas
as outras classes.

Fluxos de caixa totais esperados atribuíveis ao instrumento durante a


sua vida (parágrafo 16A (e))
AG14E Os fluxos de caixa totais esperados do instrumento durante a sua vida
devem basear-se substancialmente no lucro ou prejuízo, na variação
dos activos líquidos reconhecidos ou no justo valor dos activos líqui­
dos reconhecidos e não reconhecidos da entidade durante a vida do
instrumento. O lucro ou prejuízo e a variação dos activos líquidos
reconhecidos devem ser mensurados em conformidade com as IFRS
relevantes.

Transacções em que uma das partes é um detentor do instrumento


que não seja o proprietário da entidade (alíneas 16A e 16C)
AG14F O detentor de um instrumento financeiro com uma opção put ou de
um instrumento que impõe à entidade uma obrigação de entregar a
outra parte uma parte pro rata dos activos líquidos da entidade,
apenas em caso de liquidação, pode concluir transacções com a enti­
dade, desde que não seja na qualidade de proprietário. Por exemplo, o
detentor de um instrumento pode ser igualmente um empregado da
entidade. Só devem ser tomados em consideração os fluxos de caixa e
os termos e as condições contratuais do instrumento que se referem ao
detentor do instrumento na qualidade de proprietário da entidade, com
vista a avaliar se o instrumento deve ser classificado como um ins­
trumento de capital próprio ao abrigo 16A ou do parágrafo 16C.

AG14G Um exemplo pode ser constituído por uma parceria (partnership) com
sócios gerais e sócios de responsabilidade limitada. Alguns sócios
gerais podem prestar uma garantia à entidade e podem ser remunera­
dos por esse facto. Em tais situações, a garantia e os fluxos de caixa
associados referem-se aos detentores do instrumento na qualidade de
garantes e não na qualidade de proprietários da entidade. Por conse­
guinte, a prestação de uma tal garantia e os fluxos de caixa corres­
pondentes não teriam como efeito o facto de os sócios gerais serem
considerados subordinados face aos sócios de responsabilidade limi­
tada e seriam negligenciados ao avaliar se os termos contratuais dos
instrumentos da parceria de responsabilidade limitada e os dos ins­
trumentos da parceria geral são idênticos.

AG14H Outro exemplo é um acordo de partilha de lucros ou prejuízos que os


atribui aos detentores do instrumento com base nos serviços prestados
ou no negócio gerado no ano corrente e nos precedentes. Tais acordos
são transacções concluídas com os detentores de instrumentos na sua
qualidade de não proprietários e não deveriam ser tomados em con­
sideração para avaliar as características enumeradas no parágrafo 16A
ou no parágrafo 16C. Contudo, os acordos de partilha de lucros ou
prejuízos que os atribuem aos detentores do instrumento com base na
proporção do valor nominal dos seus instrumentos face a outros na
classe, representam transacções com os detentores de instrumentos na
sua qualidade de proprietários e deverão ser tomados em consideração
aquando da avaliação das características enumeradas no parágrafo
16A ou no parágrafo 16C.
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▼M6
AG14I Os fluxos de caixa e os termos e as condições contratuais de uma
transacção entre o detentor do instrumento (na qualidade de não pro­
prietário) e a entidade emissora devem ser semelhantes aos de uma
transacção equivalente que poderia ocorrer entre um não detentor do
instrumento e a entidade emitente.

Inexistência outro instrumento financeiro ou contrato com fluxos de


caixa totais que fixam ou restringem substancialmente o retorno re­
sidual a favor do detentor do instrumento (Parágrafos 16B e 16D)
AG14J Uma das condições para que um instrumento financeiro que preenche,
em relação aos restantes aspectos, os critérios enumerados no pará­
grafo 16A ou no parágrafo 16C seja classificado nos capitais próprios
consiste no facto de a entidade não deter outro instrumento ou con­
trato financeiro (a) com fluxos de caixa totais baseados substancial­
mente no lucro ou prejuízo, na variação dos activos líquidos reconhe­
cidos ou na variação do justo valor dos activos líquidos reconhecidos
e não reconhecidos da entidade e (b) tenha o efeito de restringir ou
fixar substancialmente o retorno residual. Os seguintes instrumentos,
quando contratados em condições comerciais normais com partes in­
dependentes, não são susceptíveis de impedir que os instrumentos
que, em relação aos restantes aspectos, preenchem os critérios enu­
merados no parágrafo 16A ou no parágrafo 16C, sejam classificados
no capital próprio:

(a) instrumentos com fluxos de caixa totais baseados substancial­


mente em activos específicos da entidade;

(b) instrumentos com os fluxos de caixa totais baseados numa per­


centagem do rédito;

(c) contratos concebidos para recompensar empregados individuais


por serviços prestados à entidade;

(d) contratos que prevêem o pagamento de uma percentagem insigni­


ficante do lucro pelos serviços prestados ou produtos fornecidos.

▼B
Instrumentos financeiros derivados
AG15 Os instrumentos financeiros incluem instrumentos primários (tais
como contas a receber, contas a pagar e instrumentos de capital pró­
prio) e instrumentos financeiros derivados (tais como opções financei­
ras, futuros e forwards, swaps de taxas de juro e swaps de moeda). Os
instrumentos financeiros derivados satisfazem a definição de um ins­
trumento financeiro, pelo que, em conformidade, estão dentro do
âmbito desta Norma.

AG16 Os instrumentos financeiros derivados criam direitos e obrigações que


implicam o efeito de transferir entre as partes do instrumento um ou
mais dos riscos financeiros inerentes a um instrumento financeiro
primário subjacente. No início, os instrumentos financeiros derivados
dão a uma das partes um direito contratual de trocar activos financei­
ros ou passivos financeiros com uma outra parte em condições que
sejam potencialmente favoráveis, ou uma obrigação contratual de tro­
car activos financeiros ou passivos financeiros com uma outra parte
em condições que sejam potencialmente desfavoráveis. Contudo, ge­
ralmente (1) não resultam numa transferência do instrumento finan­
ceiro primário subjacente no início do contrato, nem tal transferência
ocorre necessariamente na maturidade do contrato. Alguns instrumen­
tos incorporam tanto um direito como uma obrigação de fazer uma
troca. Dado que os termos da troca são determinados no início do
instrumento derivado, logo que os preços nos mercados financeiros se
alterem, esses termos podem tornar-se favoráveis ou desfavoráveis.

(1) Isto é verdade para a maior parte, mas não para todos, os derivados, por exemplo, em
alguns swaps de taxa de juro de moeda cruzada, o capital é trocado no início (e trocado
novamente na maturidade).
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▼B
AG17 Uma opção put ou call para trocar instrumentos financeiros ou pas­
sivos financeiros (i.e. instrumentos financeiros que não sejam os pró­
prios instrumentos de capital próprio da entidade) dá ao detentor o
direito de obter potenciais benefícios económicos futuros associados
às alterações no justo valor do instrumento financeiro subjacente ao
contrato. Inversamente, o subscritor de uma opção assume uma obri­
gação de renunciar a potenciais benefícios económicos futuros ou de
suportar potenciais perdas de benefícios económicos associados a al­
terações no justo valor do instrumento financeiro subjacente. O direito
contratual do detentor e a obrigação do subscritor satisfazem a defi­
nição de um activo financeiro e de um passivo financeiro, respecti­
vamente. O instrumento financeiro subjacente a um contrato de opção
pode ser qualquer activo financeiro, incluindo acções de outras enti­
dades e instrumentos que vençam juros. Uma opção pode exigir que o
subscritor emita um instrumento de dívida, em vez de transferir um
activo financeiro, mas o instrumento subjacente à opção constituirá
um activo financeiro do detentor se a opção for exercida. O direito do
detentor da opção de trocar o activo financeiro em condições poten­
cialmente favoráveis e a obrigação do subscritor de trocar o activo
financeiro em condições potencialmente desfavoráveis são distintas do
activo financeiro subjacente a ser trocado no exercício da opção. A
natureza do direito do detentor e da obrigação do subscritor não é
afectada pela probabilidade de a opção vir a ser exercida.

AG18 Um outro exemplo de um instrumento financeiro derivado é um con­


trato forward a ser liquidado no prazo de seis meses em que uma parte
(o comprador) promete entregar 1 000 000 UM em dinheiro em troca
de 1 000 000 UM da quantia facial de obrigações governamentais de
taxa fixa e a outra parte (o vendedor) promete entregar 1 000 000 UM
da quantia facial de obrigações governamentais de taxa fixa em troca
de 1 000 000 UM em dinheiro. Durante os seis meses, ambas as
partes têm um direito contratual e uma obrigação contratual de trocar
instrumentos financeiros. Se o preço de mercado das obrigações go­
vernamentais subir acima de 1 000 000 UM, as condições são favo­
ráveis para o comprador e desfavoráveis para o vendedor; se o preço
de mercado descer abaixo de 1 000 000 UM, o efeito será o oposto. O
comprador tem um direito contratual (um activo financeiro) seme­
lhante ao direito segundo uma opção call detida e uma obrigação
contratual (um passivo financeiro) semelhante à obrigação segundo
uma opção put subscrita; o vendedor tem um direito contratual (um
activo financeiro) semelhante ao direito segundo uma opção put detida
e uma obrigação contratual (um passivo financeiro) semelhante à
obrigação segundo uma opção call subscrita. Tal como acontece
com as opções, estes direitos e obrigações contratuais constituem
activos financeiros e passivos financeiros separados e distintos de
instrumentos financeiros subjacentes (as obrigações e o dinheiro a
serem trocados). Ambas as partes de um contrato forward têm uma
obrigação de agir no momento acordado, ao passo que o desempenho
segundo um contrato de opção só ocorre se e quando o detentor da
opção optar por exercê-la.

AG19 Muitos outros tipos de instrumentos derivados incorporam um direito


ou obrigação de fazer uma troca futura, incluindo swaps de taxa de
juro e de moeda, caps de taxa de juro, collars e floors, compromissos
de empréstimo, facilidades de emissão de livranças e cartas de crédito.
Um contrato de swap de taxa de juro pode ser visto como uma
variação de um contrato forward em que as partes concordam em
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▼B
fazer uma série de trocas futuras de quantias de dinheiro, uma quantia
calculada com referência a uma taxa de juro flutuante e a outra com
referência a uma taxa de juro fixa. Os contratos de futuros são uma
outra variação dos contratos forward, diferindo primordialmente em
que os contratos estão normalizados e são comercializados numa
bolsa.

Contratos de compra ou venda de itens não financeiros (parágra­


fos 8.-10.)
AG20 Os contratos de compra ou venda de itens não financeiros não satis­
fazem a definição de um instrumento financeiro porque o direito
contratual de uma parte receber um activo não financeiro ou serviço
e a correspondente obrigação da outra parte não estabelecem um
direito ou obrigação presente de qualquer das partes de receber, en­
tregar ou trocar um activo financeiro. Por exemplo, os contratos que
proporcionam a liquidação apenas por recebimento ou entrega de um
item não financeiro (por exemplo, uma opção, contrato de futuros ou
forward sobre prata) não são instrumentos financeiros. A maior parte
dos contratos de mercadorias são deste tipo. Alguns estão normaliza­
dos na forma e comercializados em mercados organizados da mesma
forma que alguns instrumentos financeiros derivados. Por exemplo,
um contrato de futuros sobre mercadorias pode ser prontamente com­
prado e vendido a dinheiro dado que está cotado para negociação
numa bolsa, podendo mudar de mãos muitas vezes. Porém, as partes
que compram e que vendem o contrato estão, com efeito, a negociar a
mercadoria subjacente. A capacidade de comprar ou de vender um
contrato sobre mercadorias a dinheiro, a facilidade com que ele pode
ser comprado ou vendido e a possibilidade de negociar uma liquida­
ção em dinheiro da obrigação de receber ou de entregar a mercadoria
não alteram o carácter fundamental do contrato de tal maneira que cria
um instrumento financeiro. Não obstante, alguns contratos de compra
ou venda de itens não financeiros que possam ser liquidados de forma
líquida ou por troca de instrumentos financeiros, ou em que o item
não financeiro seja prontamente convertível em dinheiro, estão dentro
do âmbito da Norma como se fossem instrumentos financeiros (ver
parágrafo 8.).

AG21 Um contrato que envolva o recebimento ou a entrega de activos


físicos não dá origem a um activo financeiro de uma parte e a um
passivo financeiro da outra parte a menos que qualquer pagamento
correspondente seja diferido para além da data em que os activos
físicos sejam transferidos. Tal é o caso da compra ou venda de
bens a crédito.

AG22 Alguns contratos estão vinculados a mercadorias, mas não envolvem


liquidação por intermédio do recebimento ou entrega físicos de uma
mercadoria. Eles especificam liquidações por meio de pagamentos a
dinheiro que são determinados de acordo com uma fórmula incluída
no contrato e não por meio de pagamento de quantias fixadas. Por
exemplo, a quantia do capital de uma obrigação pode ser calculada
pela aplicação do preço do mercado do petróleo prevalecente na data
do vencimento da obrigação para uma quantidade fixada de petróleo.
O capital é indexado com referência a um preço de mercadoria, mas é
liquidado apenas a dinheiro. Tal contrato constitui um instrumento
financeiro.

AG23 A definição de instrumento financeiro abrange também um contrato


que dê origem a um activo não financeiro ou a um passivo não
financeiro além de um activo ou passivo financeiro. Tais instrumentos
financeiros dão muitas vezes a uma parte uma opção de trocar um
activo financeiro por um activo não financeiro. Por exemplo, uma
obrigação vinculada ao petróleo pode dar ao detentor o direito de
receber um fluxo de pagamentos de juros periódicos fixados e uma
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▼B
quantia fixada de dinheiro no vencimento, com a opção de trocar a
quantia do capital por uma quantia fixada de petróleo. A conveniência
de exercer esta opção variará de tempos a tempos dependendo do
justo valor do petróleo relativo ao rácio de troca de dinheiro por
petróleo (o preço de troca) inerente na obrigação. As intenções do
detentor da obrigação respeitantes ao exercício da opção não afectam
a substância dos activos componentes. O activo financeiro do detentor
e o passivo financeiro do emitente fazem da obrigação um instru­
mento financeiro, independentemente dos outros tipos de activos e
passivos também criados.

AG24 [Eliminado]

APRESENTAÇÃO
Passivos e capital próprio (parágrafos 15.-27.)

Nenhuma obrigação contratual de entregar dinheiro ou outro activo


financeiro (parágrafos 17.-20.)
AG25 Acções preferenciais podem ser emitidas com vários direitos. Ao
determinar se uma acção preferencial é um passivo financeiro ou
um instrumento de capital próprio, um emitente avalia os direitos
específicos associados à acção para determinar se ela exibe ou não
a característica fundamental de um passivo financeiro. Por exemplo,
uma acção preferencial que proporcione remição numa data específica
ou de acordo com a opção do detentor contém um passivo financeiro
porque o emitente tem a obrigação de transferir activos financeiros
para o detentor da acção. A potencial incapacidade de um emitente de
satisfazer uma obrigação de remir uma acção preferencial quando for
contratualmente obrigado a fazê-lo, seja devido a uma falta de fundos,
a uma restrição estatutária ou a lucros ou reservas insuficientes, não
nega a obrigação. Uma opção do emitente de remir as acções por
dinheiro não satisfaz a definição de passivo financeiro porque o emi­
tente não tem uma obrigação presente de transferir activos financeiros
para os accionistas. Neste caso, a remição das acções depende unica­
mente da vontade do emitente. Pode surgir uma obrigação, porém,
quando o emitente das acções exercer a sua opção, geralmente noti­
ficando formalmente os accionistas da intenção de remir as acções.

AG26 Quando as acções preferenciais são não remíveis, a classificação apro­


priada é determinada pelos outros direitos que a elas estejam ligados.
A classificação baseia-se numa avaliação da substância dos acordos
contratuais e das definições de passivo financeiro e de instrumento de
capital próprio. Quando distribuições a detentores das acções prefe­
renciais, cumulativas ou não cumulativas, forem feitas de acordo com
a vontade do emitente, as acções são instrumentos de capital próprio.
A classificação de uma acção preferencial como instrumento de capi­
tal próprio ou passivo financeiro não é afectada, por exemplo, por:

a) um historial de fazer distribuições;

b) uma intenção de fazer distribuições no futuro;

c) um possível impacto negativo no preço de acções ordinárias do


emitente se não forem feitas distribuições (devido a restrições no
pagamento de dividendos das acções ordinárias se não forem pagos
dividendos das acções preferenciais);

d) a quantia das reservas do emitente;


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▼B
e) a expectativa de um emitente de obter lucros ou prejuízos num
período; ou

f) a capacidade ou incapacidade do emitente de influenciar a quantia


dos seus lucros ou prejuízos do período.

Liquidação nos instrumentos de capital próprio da própria entidade


(parágrafos 21.-24.)
▼M6
AG27 Os exemplos que se seguem ilustram a forma como devem ser clas­
sificados os diferentes tipos de contratos sobre os instrumentos de
capital próprio da própria entidade:

a) Um contrato que será liquidado quando a entidade receber ou


entregar um número fixo das suas próprias acções sem retribuição
futura, ou trocar um número fixo das suas próprias acções por uma
quantia fixa de dinheiro ou outro activo financeiro, é um instru­
mento de capital próprio (excepto nos termos do disposto no pará­
grafo 22A). Em conformidade, qualquer retribuição recebida ou
paga por tal contrato é directamente adicionada a ou deduzida
do capital próprio. Um exemplo é uma opção sobre acções emitida
que dê à contraparte o direito de comprar um número fixo de
acções da entidade por uma quantia fixa em dinheiro. Contudo,
se o contrato exigir que a entidade compre (faça a remição) as suas
próprias acções por dinheiro ou outro activo financeiro numa data
fixa ou determinável ou a seu pedido, a entidade reconhece tam­
bém um passivo financeiro para o valor presente da quantia de
remição (com excepção dos instrumentos que têm todas as carac­
terísticas e cumprem as condições enumeradas nos parágrafos 16A
e 16B ou nos parágrafos 16C e 16D). Um exemplo é a obrigação
imposta a uma entidade de recomprar um número fixo das suas
próprias acções por uma quantia fixa em dinheiro, por força de um
contrato forward;

b) A obrigação imposta a uma entidade de comprar as suas próprias


acções por dinheiro dá origem a um passivo financeiro pelo valor
presente da quantia de remição, mesmo que o número de acções
que a entidade está obrigada a recomprar não seja fixo ou que a
obrigação esteja dependente de a contraparte exercer o direito de
remição (excepto nos termos do disposto nos parágrafos 16A e
16B ou nos parágrafos 16C e 16D). Um exemplo de uma obriga­
ção condicional é uma opção emitida que exige que a entidade
recompre as suas próprias acções por dinheiro se a contraparte
exercer a opção;

c) Um contrato que será liquidado em dinheiro ou noutro activo


financeiro é um activo financeiro ou passivo financeiro mesmo
que a quantia de dinheiro ou de outro activo financeiro que será
recebida ou entregue se baseie em alterações no preço de mercado
do próprio capital próprio da entidade (excepto nos termos do
disposto nos parágrafos 16A e 16B ou nos parágrafos 16C e 16D).
Um exemplo é uma opção sobre acções cuja quantia líquida é paga
em dinheiro;

▼B
d) Um contrato que será liquidado num número variável das acções
da própria entidade cujo valor equivale a uma quantia fixa ou a
uma quantia baseada em alterações numa variável subjacente (por
exemplo, o preço de uma mercadoria) é um activo financeiro ou
um passivo financeiro. Um exemplo é uma opção emitida para
comprar ouro que, quando exercida, é liquidada de forma líquida
nos instrumentos da própria entidade pelo facto de a entidade
entregar tantos desses instrumentos quanto for equivalente ao
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 300

▼B
valor do contrato de opção. Tal contrato é um activo financeiro ou
um passivo financeiro mesmo que a variável subjacente seja o
preço de cada acção da entidade em vez de ouro. De forma seme­
lhante, um contrato que será liquidado num número fixo das pró­
prias acções da entidade, mas em que os direitos associados a essas
acções serão variados de modo a que o valor de liquidação seja
equivalente a uma quantia fixa ou a uma quantia baseada nas
alterações numa variável subjacente, é um activo financeiro ou
um passivo financeiro.

Cláusulas de liquidação contingente (parágrafo 25.)


AG28 O parágrafo 25. exige que, se uma parte de uma cláusula de liquida­
ção contingente que possa exigir liquidação em dinheiro ou noutro
activo financeiro (ou de outra forma que resultasse que o instrumento
fosse um passivo financeiro) não for genuína, a cláusula de liquidação
não afecta a classificação de um instrumento financeiro. Deste modo,
um contrato que exija a liquidação em dinheiro ou num número
variável das próprias acções da entidade apenas na ocorrência de
um acontecimento que seja extremamente raro, altamente anormal e
muito pouco provável de ocorrer é um instrumento de capital próprio.
De forma semelhante, a liquidação num número fixo das próprias
acções de uma entidade pode ser contratualmente impedida em cir­
cunstâncias que estejam fora do controlo da entidade, mas se essas
circunstâncias não tiverem qualquer possibilidade genuína de ocorre­
rem, a classificação como um instrumento de capital próprio é apro­
priada.

Tratamento nas demonstrações financeiras consolidadas


►M32 AG29 Nas demonstrações financeiras consolidadas, uma entidade
apresenta os interesses que não controlam — ou seja, os interesses
de outras partes no capital próprio e rendimento das suas subsidiárias
— de acordo com a IAS 1 e com a IFRS 10. ◄ Quando classificar
um instrumento financeiro (ou um componente do mesmo) em de­
monstrações financeiras consolidadas, uma entidade considera todos
os termos e condições acordados entre membros do grupo e os de­
tentores do instrumento ao determinar se o grupo como um todo tem
uma obrigação de entregar dinheiro ou outro activo financeiro a res­
peito do instrumento ou de o liquidar de uma forma que resulte na
classificação como passivo. Quando uma subsidiária de um grupo
emitir um instrumento financeiro e uma empresa-mãe ou outra enti­
dade de grupo acordar outros termos directamente com os detentores
do instrumento (por exemplo, uma garantia), o grupo poderá não ter
poder sobre distribuições ou remição. Embora a subsidiária possa
classificar o instrumento apropriadamente nas suas demonstrações fi­
nanceiras individuais sem considerar estes termos adicionais, o efeito
de outros acordos entre membros do grupo e os detentores do ins­
trumento é considerado por forma a assegurar que as demonstrações
financeiras consolidadas reflictam os contratos e as transacções cele­
brados pelo grupo como um todo. Até ao ponto em que exista tal
obrigação ou cláusula de liquidação, o instrumento (ou o componente
do mesmo que esteja sujeito à obrigação) é classificado como passivo
financeiro nas demonstrações financeiras consolidadas.

▼M6
AG29A Alguns tipos de instrumentos que impõem uma obrigação contratual à
entidade são classificados como instrumentos de capital próprio em
conformidade com os parágrafos 16A e 16B ou os parágrafos 16C e
16D. A classificação em conformidade com esses parágrafos constitui
uma excepção aos princípios que de outra forma seriam aplicados à
classificação de um instrumento. Esta excepção não é alargada à
classificação dos interesses que não controlam nas demonstrações
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 301

▼M6
financeiras consolidadas. Por conseguinte, os instrumentos classifica­
dos como instrumentos de capital próprio em conformidade com os
parágrafos 16A e 16B ou os parágrafos 16C e 16D nas demonstrações
financeiras separadas ou individuais que são interesses que não con­
trolam são classificados como elementos do passivo nas demonstra­
ções financeiras consolidadas do grupo.

▼B
Instrumentos financeiros compostos (parágrafos 28.-32.)
AG30 O parágrafo 28. aplica-se apenas aos emitentes de instrumentos finan­
ceiros compostos não derivados. O parágrafo 28. não trata dos ins­
trumentos financeiros compostos na perspectiva dos detentores. A IAS
39 trata da separação de derivados embutidos na perspectiva de de­
tentores de instrumentos financeiros compostos que contenham carac­
terísticas de dívida e de capital social.

▼M33
AG31 Uma forma comum de instrumento financeiro composto é um ins­
trumento de dívida com uma opção de conversão embutida, por exem­
plo uma obrigação convertível em acções ordinárias do emitente, e
sem quaisquer outras características de derivado embutido. O pará­
grafo 28 exige que o emitente de tal instrumento financeiro apresente
separadamente o componente do passivo e o componente do capital
próprio na demonstração da posição financeira, do seguinte modo:

▼B
a) A obrigação do emitente de fazer pagamentos calendarizados de
juros e de capital constitui um passivo financeiro que existe en­
quanto o instrumento não for convertido. No reconhecimento ini­
cial, o justo valor do componente do passivo é o valor presente do
fluxo contratualmente determinado de fluxos de caixa futuros des­
contados à taxa de juro aplicada pelo mercado nessa altura a ins­
trumentos de crédito de estatuto comparável e que proporcionem
substancialmente o mesmo fluxo de caixa, nos mesmos termos,
mas sem a opção de conversão.

▼M33
b) o instrumento de capital próprio é uma opção embutida de con­
versão do passivo em capital próprio do emitente. Tem valor no
reconhecimento inicial mesmo quando o seu preço de exercício for
superior ao valor actual (out of the money).

▼B
AG32 Na conversão de um instrumento convertível no momento da maturi­
dade, a entidade desreconhece o componente do passivo e
reconhece-o como capital próprio. O componente original do capital
próprio permanece como capital próprio (embora possa ser transferido
de uma linha de item dentro do capital próprio para outra). Não há
qualquer ganho ou perda na conversão no momento da maturidade.

AG33 Quando uma entidade extingue um instrumento convertível antes da


maturidade através de uma remição ou recompra antecipada em que
os privilégios originais da conversão permanecem inalterados, a enti­
dade imputa a retribuição paga e quaisquer custos de transacção pela
recompra ou remição aos componentes do passivo e do capital próprio
do instrumento à data da transacção. O método usado na imputação da
retribuição paga e dos custos de transacção aos componentes separa­
dos é consistente com o usado na imputação original aos componentes
separados dos proventos recebidos pela entidade quando o instru­
mento convertível foi emitido, de acordo com os parágrafos 28.-32.

AG34 Uma vez que a imputação da retribuição é feita, qualquer ganho ou


perda resultante é tratado de acordo com princípios contabilísticos
aplicáveis ao componente relacionado, da seguinte forma:

a) a quantia do ganho ou perda relacionado com o componente do


passivo é reconhecida nos lucros ou prejuízos; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 302

▼B
b) a quantia de retribuição relacionada com o componente do capital
próprio é reconhecida no capital próprio.

AG35 Uma entidade pode emendar os termos de um instrumento convertível


para induzir a conversão antecipada, por exemplo, oferecendo um
rácio de conversão mais favorável ou pagando outra retribuição adi­
cional na eventualidade de conversão antes de uma data especificada.
A diferença, à data em que os termos são emendados, entre o justo
valor da retribuição que o detentor recebe na conversão do instru­
mento segundo os termos revistos e o justo valor da retribuição que
o detentor teria recebido segundo os termos originais é reconhecida
como uma perda nos lucros ou prejuízos.

Acções próprias (parágrafos 33. e 34.)


AG36 Os instrumentos de capital próprio de uma entidade não são reconhe­
cidos como um activo financeiro independentemente da razão pela
qual sejam readquiridos. O parágrafo 33 exige que uma entidade
que readquira os seus próprios instrumentos de capital próprio deduza
esses instrumentos de capital próprio do capital próprio. Contudo,
quando uma entidade detém e seu próprio capital próprio em nome
de outros, por exemplo, uma instituição financeira que detém o seu
próprio capital próprio em nome de um cliente, existe um relaciona­
mento de agência e, como resultado, essas detenções não são incluídas
►M5 na demonstração da posição financeira ◄ da entidade.

Juros, dividendos, perdas e ganhos (parágrafos 35.-41.)


AG37 O seguinte exemplo ilustra a aplicação do parágrafo 35. a um ins­
trumento financeiro composto. Vamos assumir que uma acção prefe­
rencial não cumulativa é obrigatoriamente remível em dinheiro em
cinco anos, mas que os dividendos são devidos à discrição da entidade
antes da data da remição. Tal instrumento é instrumento financeiro
composto, sendo que o componente do passivo é o valor presente da
quantia da remição. O desenrolar do desconto neste componente é
reconhecido nos lucros ou prejuízos e classificado como gasto de
juros. Quaisquer dividendos pagos relacionam-se com o componente
do capital próprio e, em conformidade, são reconhecidos como uma
distribuição dos lucros ou prejuízos. Um tratamento semelhante
aplicar-se-ia se a remição não fosse obrigatória mas à escolha do
detentor, ou se a acção fosse obrigatoriamente convertível num nú­
mero variável de acções ordinárias calculadas para igualar uma quan­
tia fixa ou uma quantia baseada nas alterações numa variável subja­
cente (por exemplo, uma mercadoria). Contudo, se quaisquer dividen­
dos por pagar forem adicionados à quantia da remição, a totalidade do
instrumento é um passivo. Em tal caso, quaisquer dividendos são
classificados como gasto de juros.

Compensação de um activo financeiro com um passivo financeiro


(parágrafos 42.-50.)
▼M34
__________

Critério segundo o qual uma entidade «tem atualmente um direito


de cumprimento obrigatório para compensar as quantias reconhe­
cidas» (parágrafo 42 (a))
AG38A Um direito de compensação pode estar atualmente disponível ou pode
depender de um acontecimento futuro (por exemplo, o direito pode ser
desencadeado ou só poder ser exercido quando ocorrer um determi­
nado acontecimento futuro, como o incumprimento, a insolvência ou a
falência de uma das contrapartes). Mesmo que o direito de compen­
sação não dependa de um acontecimento futuro, poderá só ser de
cumprimento obrigatório no decurso das atividades normais da em­
presa ou em caso de incumprimento, insolvência ou falência de uma
ou de todas as contrapartes.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 303

▼M34
AG38B Para preencher o critério referido no parágrafo 42 (a), uma entidade
deve possuir no momento um direito de cumprimento obrigatório de
compensação. Tal significa que o direito de compensação:

(a) não pode estar dependente de um acontecimento futuro; e

(b) deve ser de cumprimento obrigatório em todas as seguintes cir­


cunstâncias:

(i) no decurso das atividades normais da empresa;

(ii) em caso de incumprimento; e

(iii) em caso de insolvência ou falência

da entidade e de todas as contrapartes.

AG38C A natureza e a extensão do direito de compensação, incluindo quais­


quer condições associadas ao seu exercício e a possibilidade de se
manter nos casos de incumprimento, insolvência ou falência, podem
variar de uma jurisdição para outra. Por conseguinte, não se pode
assumir que o direito de compensação esteja automaticamente dispo­
nível fora do decurso das atividades normais da empresa. Por exem­
plo, em determinadas circunstâncias, a legislação de uma jurisdição
em matéria de falência ou insolvência pode proibir ou limitar o direito
de compensação em caso de falência ou insolvência.

AG38D A legislação aplicável às relações entre as partes (por exemplo, dis­


posições contratuais, a legislação que rege o contrato ou a legislação
em matéria de incumprimento, insolvência ou falência aplicável às
partes) deve ser tida em conta para determinar se o direito de com­
pensação é de cumprimento obrigatório no decurso das atividades
normais da empresa e em caso de incumprimento, insolvência ou
falência da entidade e de todas as contrapartes (tal como especificado
no parágrafo AG38B (b)).

Critério segundo o qual uma entidade «pretende liquidar numa


base líquida, ou realizar o ativo e liquidar simultaneamente o
passivo» (parágrafo 42 (b))
AG38E Para preencher o critério referido no parágrafo 42 (b), uma entidade
deve pretender liquidar numa base líquida ou realizar o ativo e liqui­
dar simultaneamente o passivo. Embora possa ter o direito de liquidar
numa base líquida, a entidade continua a poder realizar o ativo e
liquidar separadamente o passivo.

AG38F Quando uma entidade estiver em condições de liquidar quantias de


modo a que o resultado seja, na realidade, equivalente a uma liqui­
dação pelos valores líquidos, essa entidade preenche o critério de
liquidação pelos valores líquidos referido no parágrafo 42 (b). Tal
ocorrerá se, e apenas se, o mecanismo de liquidação pelos valores
brutos incluir características que eliminem ou resultem num risco de
crédito e de liquidez pouco significativo, e que processem as contas a
receber e a pagar num único processo ou ciclo de liquidação. Por
exemplo, um sistema de liquidação pelos valores brutos que inclua
todas as seguintes características preencheria o critério de liquidação
pelos valores líquidos referido no parágrafo 42 (b):

(a) os ativos financeiros e os passivos financeiros elegíveis para com­


pensação são apresentados para processamento no mesmo mo­
mento;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 304

▼M34
(b) ao apresentarem os ativos financeiros e os passivos financeiros
para processamento, as partes assumem o compromisso de cum­
prir a obrigação de liquidação;

(c) não existem perspetivas de alteração dos fluxos de caixa prove­


nientes dos ativos e passivos depois de terem sido apresentados
para processamento (a menos que o processamento falhe—ver a
alínea (d));

(d) os ativos e passivos garantidos por valores mobiliários serão


liquidados através de um sistema de transferência dos valores
mobiliários ou similar (por exemplo, entrega contra pagamento),
de modo a que, no caso de a transferência de valores mobiliários
falhar, o processamento da conta a receber ou a pagar associada
que esses títulos garantem também falhará (e vice-versa);

(e) todas as transações falhadas, como descrito na alínea (d), serão


novamente introduzidas para processamento até serem liquidadas;

(f) a liquidação é realizada através da mesma instituição de liquida­


ção (por exemplo, um banco de liquidação, um banco central ou
uma central de depósito de títulos);

(g) existe um sistema de crédito intradiário que disponibilizará valores


a descoberto suficientes para permitir o processamento dos paga­
mentos na data de liquidação para cada uma das partes, sendo
praticamente certo que esse sistema de crédito intradiário cumprirá
as respetivas funções, se vier a ser acionado.

▼B
AG39 A Norma não proporciona tratamento especial para os chamados «ins­
trumentos sintéticos», que são grupos de instrumentos financeiros
separados adquiridos e detidos para igualar as características de um
outro instrumento. Por exemplo, uma dívida a longo prazo de taxa
flutuante combinada com um swap de taxa de juro que envolva rece­
ber pagamentos flutuantes e fazer pagamentos fixados sintetiza uma
dívida a longo prazo de taxa fixa. Cada um dos instrumentos finan­
ceiros individuais que em conjunto constitua um «instrumento sinté­
tico» representa um direito ou uma obrigação contratual com os seus
próprios termos e condições e cada um pode ser transferido ou liqui­
dado separadamente. Cada instrumento financeiro está exposto a ris­
cos que podem diferir dos riscos a que estejam expostos outros ins­
trumentos financeiros. Em conformidade, quando um instrumento fi­
nanceiro de um «instrumento sintético» é um activo e o outro é um
passivo, eles não são compensados e apresentados ►M5 na demons­
tração da posição financeira de uma entidade ◄ numa base líquida a
menos que satisfaçam os critérios de compensação do parágrafo 42.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 305

▼B
DIVULGAÇÃO
Activos financeiros e passivos financeiros pelo justo valor através
dos lucros ou prejuízos [parágrafo 94.f)]
AG40 [Eliminado]
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 306

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 33

Resultados por Acção

OBJECTIVO
1. O objectivo desta Norma é o de prescrever princípios para a determi­
nação e a apresentação de resultados por acção, com vista a melhorar
as comparações de desempenho entre diferentes entidades no mesmo
período de relato e entre períodos de relato diferentes para a mesma
entidade. Mesmo que os dados dos resultados por acção tenham limi­
tações por causa das diferentes políticas contabilísticas que podem ser
usadas para determinar «resultados», um denominador determinado
consistentemente melhora o relato financeiro. O foco desta Norma
está no denominador do cálculo dos resultados por acção.

ÂMBITO
2. A presente Norma aplica-se:

a) às demonstrações financeiras separadas ou individuais de uma en­


tidade:

i) cujas acções ordinárias ou potenciais acções ordinárias sejam


negociadas num mercado público (uma bolsa de valores nacio­
nal ou estrangeira ou um mercado de balcão, incluindo merca­
dos locais e regionais), ou

ii) que tenha depositado, ou esteja em vias de depositar, as suas


demonstrações financeiras junto de uma comissão de valores
mobiliários ou de outra organização reguladora, com vista a
emitir acções ordinárias num mercado público; e

b) às demonstrações financeiras consolidadas de um grupo com uma


empresa-mãe:

i) cujas acções ordinárias ou potenciais acções ordinárias sejam


negociadas num mercado público (uma bolsa de valores nacio­
nal ou estrangeira ou um mercado de balcão, incluindo merca­
dos locais e regionais), ou

ii) que tenha depositado, ou esteja em vias de depositar, as suas


demonstrações financeiras junto de uma comissão de valores
mobiliários ou de outra organização reguladora, com vista a
emitir acções ordinárias num mercado público.

3. Uma entidade que divulgue resultados por acção deve calcular e


divulgar esses resultados por acção em conformidade com esta
Norma.

►M32 4. Quando uma entidade apresenta demonstrações financeiras consolida­


das e demonstrações financeiras preparadas de acordo com a IFRS 10
Demonstrações Financeiras Consolidadas e com a IAS 27 Demons­
trações Financeiras Separadas, respectivamente, as divulgações exi­
gidas por esta Norma podem ser apresentadas apenas com base na
informação consolidada. ◄ Uma entidade que escolha divulgar os
resultados por acção com base nas suas demonstrações financeiras
separadas deve apresentar essa informação relativa aos resultados por
acção apenas ►M5 na sua demonstração do rendimento integral ◄.
Nenhuma entidade deve apresentar tal informação sobre os resultados
por acção nas demonstrações financeiras consolidadas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 307

▼M31
4.A. Se uma entidade apresentar rubricas dos resultados numa demonstra­
ção separada, tal como descrito no parágrafo 10A da IAS 1 Apresen­
tação de Demonstrações Financeiras (conforme emendada em 2011),
apresenta os resultados por acção apenas nessa demonstração
separada.

▼B

DEFINIÇÕES
5. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Antidiluição é um aumento nos resultados por acção ou uma redução


na perda por acção resultante do pressuposto de que os instrumentos
convertíveis são convertidos, de que as opções ou warrants são exer­
cidos ou de que são emitidas acções ordinárias após satisfação das
condições especificadas.

Um acordo de emissão de acções contingente é um acordo para emitir


acções que esteja dependente da satisfação de condições especificadas.

Acções ordinárias contingentemente emissíveis são acções ordinárias


emissíveis por pouco ou nenhum dinheiro ou outra retribuição após
satisfação das condições especificadas num acordo de acções conti­
gente.

Diluição é uma redução nos resultados por acção ou um aumento na


perda por acção resultante do pressuposto de que os instrumentos
convertíveis são convertidos, de que as opções ou warrants são exer­
cidos ou de que são emitidas acções ordinárias após satisfação das
condições especificadas.

Opções, warrants e seus equivalentes são instrumentos financeiros que


dão ao detentor o direito de comprar acções ordinárias.

Uma acção ordinária é um instrumento de capital próprio que está


subordinado a todas as outras classes de instrumentos de capital pró­
prio.

Uma potencial acção ordinária é um instrumento financeiro ou outro


contrato que dá ao seu detentor o direito a acções ordinárias.

Opções put sobre acções ordinárias são contratos que dão ao seu
detentor o direito de vender acções ordinárias a um preço especificado
durante um determinado período.

6. As acções ordinárias somente participam nos lucros do período após


outros tipos de acções, tais como acções preferenciais, terem partici­
pado. Uma entidade pode ter mais de uma classe de acções ordinárias.
As acções ordinárias da mesma classe têm os mesmos direitos a
receber dividendos.

7. São exemplos de potenciais acções ordinárias:

a) passivos financeiros ou instrumentos de capital próprio, incluindo


acções preferenciais, que sejam convertíveis em acções ordinárias;

b) opções e warrants;

c) acções que seriam emitidas após o cumprimento de condições


resultantes de acordos contratuais, tais como a compra de uma
empresa ou de outros activos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 308

▼M33
8. Os termos definidos na IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresenta­
ção são utilizados nesta Norma com os significados especificados no
parágrafo 11 da IAS 32, salvo indicação em contrário. A IAS 32
define instrumento financeiro, activo financeiro, passivo financeiro e
instrumento de capital próprio e proporciona orientação sobre a apli­
cação dessas definições. A IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor
define justo valor e estabelece os requisitos de aplicação desta defi­
nição.

▼B

MENSURAÇÃO
Resultados por acção básicos
9. Uma entidade deve calcular as quantias dos resultados por acção
básicos relativas aos lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores
de capital próprio ordinária da entidade-mãe e, se apresentado, os
lucros ou prejuízos resultantes das unidades operacionais em conti­
nuação atribuíveis a esses detentores de capital próprio.

10. Os resultados por acção básicos devem ser calculados dividindo os


lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores de capital próprio ordi­
nária da entidade-mãe (o numerador) pelo número médio ponderado
de acções ordinárias em circulação (o denominador) durante o
período.

11. O objectivo da informação relativa aos resultados por acção básicos é


proporcionar uma mensuração dos interesses de cada acção ordinária
de uma entidade-mãe no desempenho da entidade durante o período
de relato.

Resultados
12. Para a finalidade de calcular os resultados por acção básicos, as
quantias atribuíveis aos detentores de capital próprio ordinária da
entidade-mãe com respeito a:

a) lucros ou prejuízos resultantes das unidades operacionais em con­


tinuação atribuíveis à entidade-mãe; e

b) lucros ou prejuízos atribuíveis à entidade-mãe

devem ser as quantias correspondentes às alíneas a) e b) ajustadas


para as quantias após impostos dos dividendos preferenciais, diferen­
ças resultantes da liquidação das acções preferenciais e outros efeitos
semelhantes das acções preferenciais classificadas como capital
próprio.

13. Todos os itens de rendimentos e gastos atribuíveis aos detentores de


capital próprio ordinária da entidade-mãe que forem reconhecidos
num período, incluindo gasto de imposto e dividendos de
acções preferenciais classificados como passivos, são incluídos na
determinação dos lucros ou prejuízos para o período atribuíveis aos
detentores de capital próprio ordinária da entidade-mãe (ver IAS 1
►M5
__________ ◄).

14. A quantia após impostos dos dividendos preferenciais que é deduzida


dos lucros ou prejuízos é:

a) a quantia após impostos de quaisquer dividendos preferenciais de


acções preferenciais não cumulativas declarados com respeito ao
período; e

b) a quantia após impostos dos dividendos preferenciais de acções


preferenciais cumulativas necessárias relativas ao período, quer
os dividendos tenham ou não sido declarados. A quantia de divi­
dendos preferenciais do período não inclui a quantia de quaisquer
dividendos preferenciais de acções preferenciais cumulativas pagos
ou declarados durante o período corrente com respeito a períodos
anteriores.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 309

▼B
15. As acções preferenciais que proporcionam um baixo dividendo inicial
para compensar uma entidade pela venda das acções preferenciais com
desconto ou um dividendo acima do preço do mercado em períodos
posteriores para compensar os investidores pela aquisição de acções
preferenciais acima do preço de mercado são, por vezes, referidos
como acções preferenciais de taxa crescente. Qualquer desconto ou
prémio na emissão original de acções preferenciais de taxa crescente é
amortizado em resultados retidos usando o método do juro efectivo e
é tratado como dividendo preferencial para calcular os resultados por
acção.

16. As acções preferenciais podem ser readquiridas segundo uma oferta de


aquisição de uma entidade feita aos detentores. O excesso do justo
valor da retribuição paga aos accionistas preferenciais em relação com
a quantia escriturada das acções preferenciais representa um retorno
para os detentores das acções preferencias e um débito nos resultados
retidos para a entidade. Esta quantia é deduzida no cálculo dos lucros
ou prejuízos atribuíveis aos detentores de capital próprio ordinária da
entidade-mãe.

17. A conversão precoce de acções preferenciais convertíveis pode ser


induzida por uma entidade através de alterações favoráveis aos termos
de conversão originais ou do pagamento de retribuição adicional. O
excesso do justo valor das acções ordinárias ou de outras retribuições
pagas em relação com o justo valor das acções ordinárias emissíveis
segundo os termos de conversão originais é um retorno para os ac­
cionistas preferenciais, sendo deduzido no cálculo dos lucros ou pre­
juízos atribuíveis aos detentores de capital próprio ordinária da
entidade-mãe.

18. Qualquer excesso da quantia escriturada de acções preferenciais sobre


o justo valor da retribuição paga para as liquidar é adicionado no
cálculo dos lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores de capital
próprio ordinária da entidade-mãe.

Acções
19. Para a finalidade de calcular os resultados por acção básicos, o nú­
mero de acções ordinárias deve corresponder ao número médio pon­
derado de acções ordinárias em circulação durante o período.

20. O uso do número médio ponderado de acções ordinárias em circula­


ção durante o período reflecte a possibilidade de a quantia de capital
dos accionistas poder ter variado durante o período como resultado do
maior ou menor número de acções em circulação em qualquer mo­
mento. O número médio ponderado de acções ordinárias em circula­
ção durante o período é o número de acções ordinárias em circulação
no início do período, ajustado pelo número de acções ordinárias read­
quiridas ou emitidas durante o período multiplicado por um factor
ponderador de tempo. O factor ponderador de tempo é o número de
dias que as acções estão em circulação como uma proporção do
número total de dias do período; uma aproximação razoável da média
ponderada é adequada em muitas circunstâncias.

21. As acções são normalmente incluídas no número médio ponderado de


acções desde a data em que a retribuição seja recebível (que é geral­
mente a data da sua emissão), por exemplo:

a) as acções ordinárias emitidas em troca de dinheiro são incluídas


quando o dinheiro seja recebível;

b) as acções ordinárias emitidas por reinvestimento voluntário de


dividendos em acções ordinárias ou preferenciais são incluídas
quando os dividendos são reinvestidos;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 310

▼B
c) as acções ordinárias emitidas em resultado da conversão de um
instrumento de dívida em acções ordinárias são incluídas desde a
data em que o juro cessa de acrescer;

d) as acções ordinárias emitidas em lugar de juros ou de capital de


outros instrumentos financeiros são incluídas desde a data em que
o juro cessa de acrescer;

e) as acções ordinárias emitidas em troca da liquidação de um passivo


da entidade são incluídas desde a data da liquidação;

f) as acções ordinárias emitidas como compensação pela aquisição de


um activo que não seja dinheiro são incluídas à data em que a
aquisição seja reconhecida; e

g) as acções ordinárias emitidas em troca da prestação de serviços à


entidade são incluídas logo que os serviços sejam prestados.

A tempestividade da inclusão de acções ordinárias é determinada


pelos termos e condições associados à sua emissão. É dada a devida
importância à substância de qualquer contrato associado à emissão.

▼M12
22. As acções ordinárias emitidas como parte da retribuição transferida
numa concentração de actividades empresariais são incluídas no nú­
mero médio ponderado de acções a partir da data de aquisição. Isto
deve-se ao facto de a adquirente incorporar na sua demonstração do
rendimento integral os lucros e prejuízos da adquirida a partir dessa
data.

▼B
23. As acções ordinárias que sejam emitidas aquando da conversão de um
instrumento obrigatoriamente convertível são incluídas no cálculo dos
resultados por acção básicos a partir da data de celebração do con­
trato.

24. As acções contingentemente emissíveis são tratadas como estando em


circulação e são incluídas no cálculo dos resultados por acção básicos
apenas a partir da data em que todas as condições necessárias estejam
satisfeitas (i.e., em que os acontecimentos tenham ocorrido). As ac­
ções que apenas sejam emissíveis após a passagem do tempo não são
acções contingentemente emissíveis, dado que a passagem do tempo é
uma certeza. As acções ordinárias em circulação que sejam contin­
gentemente retornáveis (i.e., sujeitas a recompra) não são tratadas
como estando em circulação e são excluídas do cálculo dos resultados
por acção básicos até à data em que as acções deixem de estar sujeitas
a recompra.

25. [Eliminado]

26. O número médio ponderado de acções ordinárias em circulação du­


rante o período e para todos os períodos apresentados deve ser ajus­
tado aos acontecimentos, que não sejam a conversão de potenciais
acções ordinárias, que tenham alterado o número de acções ordinárias
em circulação sem a correspondente alteração nos recursos.

27. As acções ordinárias podem ser emitidas, ou o número de acções


ordinárias em circulação pode ser reduzido, sem a correspondente
alteração nos recursos. Exemplos incluem:

a) uma emissão de capitalização ou de bónus (por vezes referenciada


como dividendo em acções);

b) um elemento de bónus em qualquer outra emissão, por exemplo,


um elemento de bónus numa emissão de direitos aos accionistas
existentes;

c) um desdobramento de acções; e

d) um desdobramento de acções inverso (consolidação de acções).


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 311

▼B
28. Numa emissão de capitalização ou de bónus ou num desdobramento
de acções, são emitidas acções ordinárias para os accionistas existen­
tes sem qualquer retribuição adicional. Por isso, o número de acções
ordinárias em circulação é aumentado sem um aumento nos recursos.
O número de acções ordinárias em circulação antes do acontecimento
é ajustado quanto à alteração proporcional na quantidade de acções
ordinárias em circulação como se o acontecimento tivesse ocorrido no
começo do período mais antigo apresentado. Por exemplo, numa
emissão de bónus de duas para uma, o número de acções ordinárias
em circulação anterior à emissão é multiplicado por três, para obter a
nova quantidade total de acções ordinárias, ou por dois, para obter o
número de acções ordinárias adicionais.

29. Uma consolidação de acções ordinárias reduz normalmente o número


de acções ordinárias em circulação sem uma redução correspondente
nos recursos. Contudo, quando o efeito global é uma recompra de
acções ao justo valor, a redução no número de acções ordinárias em
circulação é o resultado de uma redução correspondente nos recursos.
Um exemplo é uma consolidação de acções combinada com um di­
videndo especial. O número médio ponderado de acções ordinárias em
circulação para o período em que a transacção combinada tem lugar é
ajustado para a redução no número de acções ordinárias a partir da
data em que o dividendo especial é reconhecido.

Resultados por acção diluídos


30. Uma entidade deve calcular as quantias relativas aos resultados por
acção diluídos para os lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores
ordinários de capital próprio da entidade-mãe e, se apresentados, os
lucros ou prejuízos resultantes das unidades operacionais em conti­
nuação atribuíveis a esses detentores de capital próprio.

31. Para a finalidade de calcular os resultados por acção diluídos, uma


entidade deve ajustar os lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores
ordinários de capital próprio da entidade-mãe, bem como o número
médio ponderado de acções em circulação, para efeitos de todas as
potenciais acções ordinárias diluidoras.

32. O objectivo dos resultados por acção diluídos é consistente com o dos
resultados por acção básicos — proporcionar uma mensuração do
interesse de cada acção ordinária no desempenho de uma
entidade — ao mesmo tempo que se consideram todas as potenciais
acções ordinárias diluidoras em circulação durante o período. Como
resultado:

a) os lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores ordinários de


capital próprio da entidade-mãe são aumentados pela quantia
após impostos de dividendos e de interesse reconhecidos no pe­
ríodo com respeito às potenciais acções ordinárias diluidoras e são
ajustados por quaisquer outras alterações nos rendimentos ou gas­
tos que resultariam da conversão das potenciais acções ordinárias
diluidoras; e

b) o número médio ponderado de acções ordinárias em circulação é


aumentado pelo número médio ponderado de outras acções ordi­
nárias que teriam estado em circulação assumindo a conversão de
todas as potenciais acções ordinárias diluidoras.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 312

▼B
Resultados
33. Para a finalidade de calcular os resultados por acção diluídos, uma
entidade deve ajustar os lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores
ordinários de capital próprio da entidade-mãe, tal como calculado de
acordo com o parágrafo 12, pelo efeito após impostos de:

a) quaisquer dividendos ou outros itens relacionados com potenciais


acções ordinárias diluidoras que tenham sido deduzidos para che­
gar aos os lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores ordinários
de capital próprio da entidade-mãe, tal como calculado de acordo
com o parágrafo 12;

b) qualquer interesse reconhecido no período relacionado com as po­


tenciais acções ordinárias diluidoras; e

c) quaisquer outras alterações nos rendimentos ou gastos que resul­


tariam da conversão das potenciais acções ordinárias diluidoras.

34. Após as potenciais acções ordinárias terem sido convertidas em acções


ordinárias, os itens identificados no parágrafo 33.a)-c) já não se apli­
cam. Em vez disso, as novas acções ordinárias têm o direito de
participar nos lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores ordinários
de capital próprio da entidade-mãe. Deste modo, os lucros ou prejuí­
zos atribuíveis aos detentores ordinários de capital próprio da
entidade-mãe calculados de acordo com o parágrafo 12. são ajustados
para os itens identificados no parágrafo 33.a)-c) e quaisquer impostos
relacionados. Os gastos associados às potenciais acções ordinárias
incluem custos de transacção e descontos contabilizados em confor­
midade com o método do juro efectivo (ver parágrafo 9. da IAS 39
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, tal como
revista em 2003).

35. A conversão de potenciais acções ordinárias pode conduzir a conse­


quentes alterações nos rendimentos ou gastos. Por exemplo, a redução
de gasto de juros relacionado com as potenciais acções ordinárias e o
aumento resultante no lucro ou a redução na perda podem conduzir a
um aumento nos gastos relacionado com um plano não discricionário
de participação nos lucros por empregados. Para a finalidade de cal­
cular os resultados por acção diluídos, os lucros ou prejuízos atribuí­
veis aos detentores ordinários de capital próprio da entidade-mãe são
ajustados para tais alterações consequentes nos rendimentos ou gastos.

Acções
36. Para a finalidade de calcular os resultados por acção diluídos, o nú­
mero de acções ordinárias deve ser o número médio ponderado de
acções ordinárias calculado de acordo com os parágrafos 19. e 26.,
mais o número médio ponderado de acções ordinárias que seriam
emitidas na conversão de todas as potenciais acções ordinárias dilui­
doras em acções ordinárias. As potenciais acções ordinárias diluidoras
devem-se considerar como tendo sido convertidas em acções ordiná­
rias no início do período ou, se mais tarde, na data de emissão das
potenciais acções ordinárias.

37. As potenciais acções ordinárias diluidoras devem ser determinadas


independentemente para cada período apresentado. O número de po­
tenciais acções ordinárias diluidoras incluídas no período desde o
início do ano até à data não é uma média ponderada das potenciais
acções ordinárias diluidoras incluídas em cada computação intercalar.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 313

▼B
38. As potenciais acções ordinárias são ponderadas no período em que
estão em circulação. As potenciais acções ordinárias que são cance­
ladas ou em condições de expiração durante o período somente são
incluídas no cálculo dos resultados por acção diluídos para a parte do
período durante o qual estão em circulação. As potenciais acções
ordinárias que são convertidas em acções ordinárias durante o período
são incluídas no cálculo dos resultados por acção diluídos desde o
começo do período até à data da conversão; a partir da data da
conversão, as acções ordinárias resultantes são incluídas tanto nos
resultados por acção básicos como nos diluídos.

39. O número de acções ordinárias que seriam emitidas na conversão de


potenciais acções ordinárias diluidoras é determinado a partir dos
termos das potenciais acções ordinárias. Quando existe mais de uma
base de conversão, o cálculo presume a taxa de conversão mais van­
tajosa ou o preço de exercício do ponto de vista do detentor das
potenciais acções ordinárias.

▼M32
40. Uma subsidiária, um empreendimento conjunto ou uma associada
pode emitir para outras partes que não a empresa-mãe ou investidores
com o controlo conjunto, ou com influência significativa, sobre o
potencial da investida, ações ordinárias que são convertíveis quer
em ações ordinárias da subsidiária, do empreendimento conjunto ou
da associada, ou em ações ordinárias da empresa-mãe ou de investi­
dores com controlo conjunto, ou com influência significativa (a enti­
dade que relata), sobre a investida. Se estas potenciais ações ordiná­
rias da subsidiária, do empreendimento conjunto ou da associada
tiverem um efeito diluidor nos resultados por ação básicos da entidade
que relata, elas são incluídas no cálculo dos resultados por ação
diluídos.

▼B
Potenciais acções ordinárias diluidoras
41. As potenciais acções ordinárias devem ser tratadas como diluidoras
quando, e somente quando, a sua conversão em acções ordinárias
diminuiria os resultados por acção ou aumentaria a perda por acção
provenientes de unidades operacionais em continuação.

42. Uma entidade usa os lucros ou prejuízos de unidades operacionais em


continuação atribuíveis à entidade-mãe como o número de controlo
para estabelecer se as potenciais acções ordinárias são diluidoras ou
antidiluidoras. Os lucros ou prejuízos de unidades operacionais em
continuação atribuíveis à entidade-mãe são ajustados de acordo com
o parágrafo 12. e excluem itens relacionados com as unidades opera­
cionais descontinuadas.

43. As potenciais acções ordinárias são antidiluidoras quando a sua con­


versão em acções ordinárias aumentaria os resultados por acção ou
diminuiria a perda por acção das unidades operacionais em continua­
ção. O cálculo dos resultados por acção diluídos não presume a con­
versão, o exercício ou outra emissão de potenciais acções ordinárias
que teria um efeito antidiluidor sobre os resultados por acção.

44. Ao determinar se as potenciais acções ordinárias são diluidoras ou


antidiluidoras, cada emissão ou série de potenciais acções ordinárias
é considerada separadamente e não em conjunto. A sequência em que
as potenciais acções ordinárias são consideradas pode afectar a qua­
lificação como sendo diluidoras. Deste modo, para maximizar a dilui­
ção dos resultados por acção básicos, cada emissão ou série de po­
tenciais acções ordinárias é considerada em sequência desde a mais
diluidora à menos diluidora, i.e., as potenciais acções ordinárias
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 314

▼B
diluidoras com menos «resultados por acção incremental» são incluí­
das no cálculo dos resultados por acção diluídos antes daquelas que
tenham mais resultados por acção incremental. As opções e os war­
rants são geralmente incluídos primeiro porque não afectam o nume­
rador do cálculo.

Opções, warrants e seus equivalentes


45. Para a finalidade de calcular os resultados por acção diluídos, uma
entidade deve assumir o exercício de opções e warrants diluidores da
entidade. Os proventos assumidos destes instrumentos devem ser vis­
tos como tendo sido recebidos da emissão de acções ordinárias ao
preço médio de mercado das acções ordinárias durante o período. A
diferença entre o número de acções ordinárias emitidas e o número de
acções ordinárias que teriam sido emitidas ao preço médio de mercado
das acções ordinárias durante o período deve ser tratada como uma
emissão de acções ordinárias sem qualquer retribuição.

46. As opções e os warrants são diluidores quando resultariam na emis­


são de acções ordinárias por menos do que o preço médio de mercado
das acções ordinárias durante o período. A quantia da diluição é o
preço médio de mercado das acções ordinárias durante o período
menos o preço de emissão. Deste modo, para calcular os resultados
por acção diluídos, as potenciais acções ordinárias são tratadas como
consistindo nas duas situações seguintes:

a) um contrato para emitir um certo número das acções ordinárias


pelo seu preço médio de mercado durante o período. Pressupõe-se
que essas acções ordinárias têm um preço justo e não são dilui­
doras nem antidiluidoras. São ignoradas no cálculo de resultados
por acção diluídos.

b) um contrato para emitir as acções ordinárias remanescentes sem


qualquer retribuição. Tais acções ordinárias não geram proventos e
não têm efeitos nos lucros ou prejuízos atribuíveis às acções ordi­
nárias em circulação. Por isso, tais acções são diluidoras e são
adicionadas ao número de acções ordinárias em circulação no
cálculo dos resultados por acção diluídos.

47. As opções e os warrants só têm um efeito diluidor quando o preço


médio de mercado das acções ordinárias durante o período exceder o
preço de exercício das opções ou warrants (i.e., estão in the money).
Os resultados por acção anteriormente apresentados não são ajustados
retroactivamente para reflectir as alterações nos preços das acções
ordinárias.

▼M33
47.A. Relativamente a opções sobre acções e outros acordos de pagamento
com base em acções aos quais aplica a IFRS 2 Pagamento com Base
em Acções, o preço de emissão referido no parágrafo 46 e o preço de
exercício referido no parágrafo 47 devem incluir o justo valor (men­
surado em conformidade com a IFRS 2) de quaisquer bens ou servi­
ços a fornecer à entidade no futuro segundo a opção sobre acções ou
outro acordo de pagamento com base em acções.

▼B
48. As opções sobre acções de empregados com termos fixados ou deter­
mináveis e as acções ordinárias não adquiridas são tratadas como
opções no cálculo dos resultados por acção diluídos, mesmo que
possam ser contingentes na aquisição. São tratadas como estando
em circulação na data da concessão. As opções sobre acções de
empregados baseadas no desempenho são tratadas como acções con­
tingentemente emissíveis porque a sua emissão é contingente após a
satisfação das condições especificadas, além da passagem do tempo.
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▼B
Instrumentos convertíveis
49. O efeito diluidor dos instrumentos convertíveis deve ser reflectido nos
resultados por acção diluídos, de acordo com os parágrafos 33. e 36.

50. As acções preferenciais convertíveis são antidiluidoras sempre que a


quantia do dividendo dessas acções declarada ou acumulada para o
corrente período por acção ordinária passível de obtenção por conver­
são, excede os resultados por acção básicos. De modo semelhante, a
dívida convertível é antidiluidora sempre que o seu juro (líquido de
impostos e de outras alterações nos rendimentos ou gastos) por acção
ordinária passível de obtenção por conversão exceda os resultados por
acção básicos.

51. A remição ou conversão induzida das acções preferenciais convertí­


veis pode afectar apenas uma parte das acções preferenciais convertí­
veis anteriormente em circulação. Nesses casos, qualquer retribuição
em excesso referida no parágrafo 17. é atribuída às acções que foram
remidas ou convertidas para a finalidade de determinar se as restantes
acções preferencias em circulação são diluidoras. As acções remidas
ou convertidas são consideradas separadamente das acções que não
foram remidas ou convertidas.

Acções contingentemente emissíveis


52. Tal como no cálculo dos resultados por acção básicos, as acções
ordinárias contingentemente emissíveis são tratadas como estando
em circulação e incluídas no cálculo dos resultados por acção diluídos
se as condições forem satisfeitas (i.e., os acontecimentos tiverem
ocorrido). As acções contingentemente emissíveis são incluídas desde
o início do período (ou desde a data do acordo de emissão contingente
de acções, se for posterior). Se as condições não forem satisfeitas, o
número de acções contingentemente emissíveis incluídas no cálculo
dos resultados por acção diluídos baseia-se no número de acções que
seriam emissíveis se o fim do período fosse o fim do período de
contingência. A reexpressão não é permitida se as condições não
foram satisfeitas quando se extinguir o período de contingência.

53. Se alcançar ou manter uma quantia especificada de resultados para um


período for a condição para a emissão contingente e se essa quantia
tiver sido alcançada no final do período de relato mas tiver de ser
mantida para lá do final do período de relato durante um período
adicional, então as acções ordinárias adicionais são tratadas como
estando em circulação, se o efeito for diluidor, aquando do cálculo
dos resultados por acção diluídos. Nesse caso, o cálculo dos resulta­
dos por acção diluídos baseia-se no número de acções ordinárias que
teriam sido emitidas se a quantia dos resultados no final do período de
relato fosse a quantia dos resultados no final do período de contin­
gência. Uma vez que os resultados podem mudar num futuro período,
o cálculo dos resultados por acção básicos não inclui tais acções
ordinárias contingentemente emissíveis até ao final do período de
contingência porque nem todas as condições necessárias foram satis­
feitas.

54. O número de acções ordinárias contingentemente emissíveis pode


depender do futuro preço de mercado das acções ordinárias. Nesse
caso, se o efeito for diluidor, o cálculo dos resultados por acção
diluídos baseia-se no número de acções ordinárias que teriam sido
emitidas se o preço de mercado no final do período de relato fosse
o preço de mercado no final do período de contingência. Se a condi­
ção se basear numa média dos preços de mercado durante um período
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 316

▼B
de tempo que se estende para lá do final do período de relato, é usada
a média para o período de tempo que decorreu. Uma vez que o preço
de mercado pode mudar num futuro período, o cálculo dos resultados
por acção básicos não inclui tais acções ordinárias contingentemente
emissíveis até ao final do período de contingência porque nem todas
as condições necessárias foram satisfeitas.

55. O número de acções ordinárias contingentemente emissíveis pode


depender dos futuros resultados e dos futuros preços das acções or­
dinárias. Nesses casos, o número de acções ordinárias incluídas no
cálculo dos resultados por acção diluídos baseia-se em ambas as
condições (i.e., resultados até à data e o preço de mercado corrente
no final do período de relato). As acções ordinárias contingentemente
emissíveis não são incluídas no cálculo dos resultados por acção
diluídos, a não ser que ambas as condições sejam cumpridas.

56. Noutros casos, o número de acções ordinárias contingentemente emis­


síveis depende de uma condição diferente dos resultados ou do preço
de mercado (por exemplo, a abertura de um número específico de
lojas de retalho). Nesses casos, assumindo que o presente estado da
condição se mantém inalterado até ao final do período de contingên­
cia, as acções ordinárias contingentemente emissíveis são incluídas no
cálculo dos resultados por acção diluídos de acordo com a situação no
final do período de relato.

57. As potenciais acções ordinárias contingentemente emissíveis (diferen­


tes daquelas cobertas por um acordo de emissão contingente de ac­
ções, tais como os instrumentos convertíveis contingentemente emis­
síveis) são incluídas no cálculo dos resultados por acção diluídos
como se indica a seguir:

a) uma entidade determina se as potenciais acções ordinárias podem


ser assumidas como emissíveis com base nas condições especifica­
das para a sua emissão em conformidade com as disposições rela­
tivas às acções ordinárias contingentes nos parágrafos 52.-56.; e

b) se essas potenciais acções ordinárias devem ser reflectidas nos


resultados por acção diluídos, uma entidade determina o seu im­
pacte no cálculo dos resultados por acção diluídos seguindo as
disposições para opções e warrants nos parágrafos 45.-48., as dis­
posições para instrumentos convertíveis nos parágrafos 49.-51., as
disposições para contratos que possam ser liquidados em acções
ordinárias ou em dinheiro nos parágrafos 58.-61., ou outras dispo­
sições, conforme se julgar apropriado.

Contudo, o exercício ou a conversão não é assumido para a finalidade


de calcular os resultados por acção diluídos, a menos que seja assu­
mido o exercício ou a conversão de potenciais acções ordinárias em
circulação similares que não sejam contingentemente emissíveis.

Contratos que possam ser liquidados em acções


ordinárias ou dinheiro
58. Quando uma entidade tenha emitido um contrato que possa ser liqui­
dado em acções ordinárias ou dinheiro por opção da entidade, a
entidade deve presumir que o contrato será liquidado em acções or­
dinárias e as potenciais acções ordinárias resultantes devem ser incluí­
das nos resultados por acção diluídos se o efeito for diluidor.

59. Quando tal contrato for apresentado para fins contabilísticos como
activo ou passivo, ou tiver um componente da capital próprio e um
componente de passivo, a entidade deve ajustar o numerador para
quaisquer alterações nos lucros ou prejuízos que tivessem resultado
durante o período se o contrato tivesse sido classificado totalmente
como instrumento de capital próprio. Esse ajustamento é semelhante
aos ajustamentos exigidos no parágrafo 33.
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▼B
60. Para contratos que possam ser liquidados em acções ordinárias ou
dinheiro por opção do detentor, o mais diluidor entre liquidação em
dinheiro e liquidação em acções será usado no cálculo dos resultados
por acção diluídos.

61. Um exemplo de um contrato que pode ser liquidado em acções ordi­


nárias ou dinheiro é um instrumento de dívida que, na maturidade,
concede à entidade o direito ilimitado de liquidar a quantia de capital
em dinheiro ou nas suas próprias acções ordinárias. Outro exemplo é
uma opção put subscrita que permite ao detentor escolher entre liqui­
dação em acções ordinárias e liquidação em dinheiro.

Opções compradas
62. Os contratos como opções put compradas e opções call compradas
(i.e., opções detidas pela entidade sobre as suas próprias acções ordi­
nárias) não são incluídos no cálculo dos resultados por acção diluídos
porque a sua inclusão seria antidiluidora. A opção put seria exercida
apenas se o preço de exercício fosse superior ao preço de mercado e a
opção call seria exercida apenas se o preço de exercício fosse inferior
ao preço de mercado.

Opções put subscritas


63. Os contratos que exijam que a entidade readquira as suas próprias
acções, tais como as opções put subscritas e os contratos de compra
forward, são reflectidos no cálculo dos resultados por acção diluídos
se o efeito for diluidor. Se estes contratos estiverem «in the Money»
durante o período (i.e., o preço de exercício ou de liquidação for
superior ao preço médio de mercado para esse período), o potencial
efeito diluidor sobre os resultados por acção deve ser calculado da
seguinte forma:

a) deve presumir-se que, no início do período, suficientes acções


ordinárias serão emitidas (ao preço médio do mercado durante o
período) para gerar proventos que satisfaçam o contrato;

b) deve presumir-se que os proventos resultantes da emissão serão


usados para satisfazer o contrato (i.e., para comprar de volta as
acções ordinárias); e

c) as acções ordinárias incrementais (a diferença entre o número de


acções ordinárias assumidas emitidas e o número de acções ordi­
nárias recebidas como resultado da satisfação do contrato) devem
ser incluídas no cálculo dos resultados por acção diluídos.

AJUSTAMENTOS RETROSPECTIVOS
64. Se o número de acções ordinárias ou potenciais acções ordinárias em
circulação aumentar como resultado de uma capitalização, uma emis­
são de bónus ou de um desdobramento de acções ou diminuir como
resultado de um desdobramento de acções inverso, o cálculo dos
resultados por acção básicos e diluídos para todos os períodos apre­
sentados deve ser ajustado retrospectivamente. Se estas alterações
ocorrerem ►M5 após o período de relato ◄, mas antes da autori­
zação para a emissão das demonstrações financeiras, os cálculos por
acção daquelas e de quaisquer demonstrações financeiras de períodos
anteriores apresentadas devem ser baseados no novo número de ac­
ções. Deve ser divulgado o facto de os cálculos por acção reflectirem
tais alterações no número de acções. Além disso, os resultados por
acção básicos e diluídos de todos os períodos apresentados devem ser
ajustados quanto aos efeitos dos erros e ajustamentos resultantes de
alterações nas políticas contabilísticas contabilizadas retrospectiva­
mente.
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▼B
65. Uma entidade não reexpressa os resultados por acção diluídos de
qualquer período anterior apresentado devido a alterações nos pressu­
postos usados no cálculo dos resultados por acção ou para a conver­
são de potenciais acções ordinárias em acções ordinárias.

APRESENTAÇÃO
66. Uma entidade deve apresentar os resultados por acção básicos e di­
luídos ►M5 na demonstração do rendimento integral ◄ relativa­
mente aos lucros ou prejuízos das unidades operacionais em continua­
ção atribuíveis aos detentores ordinários de capital próprio da
entidade-mãe e relativamente aos lucros ou prejuízos atribuíveis aos
detentores ordinários de capital próprio da entidade-mãe durante o
período, para cada classe de acções ordinárias que tenha um direito
diferente de participação no lucro durante o período. Uma entidade
deve apresentar os resultados por acção básicos e diluídos com igual
proeminência para todos os períodos apresentados.

67. Os resultados por acção são apresentados para cada período para o
qual seja apresentada uma ►M5 demonstração do rendimento inte­
gral ◄. Se os resultados por acção diluídos forem relatados para pelo
menos um período, devem ser relatados para todos os períodos apre­
sentados, mesmo que sejam iguais aos resultados por acção básicos.
Se os resultados por acção básicos e diluídos forem iguais, pode ser
feita uma dupla apresentação numa só linha da ►M5 demonstração
do rendimento integral. ◄

▼M31
67.A. Se uma entidade apresentar rubricas dos resultados numa demonstra­
ção separada, tal como descrito no parágrafo 10A da IAS 1 (conforme
emendada em 2011), apresenta os resultados por acção básicos e
diluídos, tal como exigido nos parágrafos 66 e 67, nessa demonstração
separada.

▼B
68. Uma entidade que relate uma unidade operacional descontinuada deve
divulgar as quantias por acção básicas e diluídas relativamente à
unidade operacional descontinuada, seja ►M5 na demonstração do
rendimento integral ◄ ou nas notas.

▼M31
68.A. Se uma entidade apresentar rubricas dos resultados numa demonstra­
ção separada tal como descrito no parágrafo 10A da IAS 1 (conforme
emendada em 2011), apresenta os resultados por acção básicos e
diluídos para a unidade operacional descontinuada, tal como exigido
no parágrafo 68, nessa demonstração separada ou nas notas.

▼B
69. Uma entidade deve apresentar os resultados por acção básicos e di­
luídos, mesmo que as quantias divulgadas sejam negativas (i.e., uma
perda por acção).

DIVULGAÇÃO
70. Uma entidade deve divulgar o seguinte:

a) as quantias usadas como numeradores no cálculo dos resultados


por acção básicos e diluídos e uma reconciliação dessas quantias
com os lucros ou prejuízos atribuíveis à entidade-mãe para o pe­
ríodo em questão. A reconciliação deve incluir o efeito individual
de cada classe de instrumentos que afecta os resultados por acção;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 319

▼B
b) o número médio ponderado de acções ordinárias usado como de­
nominador no cálculo dos resultados por acção básicos e diluídos e
uma reconciliação destes denominadores uns com os outros. A
reconciliação deve incluir o efeito individual de cada classe de
instrumentos que afecta os resultados por acção;

c) instrumentos (incluindo acções contingentemente emissíveis) que


poderiam diluir os resultados por acção básicos no futuro, mas que
não foram incluídos no cálculo dos resultados por acção diluídos
porque são antidiluidores para o(s) período(s) apresentado(s);

d) uma descrição das transacções de acções ordinárias ou das tran­


sacções de potenciais acções ordinárias, que não sejam aquelas
contabilizadas em conformidade com o parágrafo 64., que ocorram
►M5 após o período de relato ◄ e que teriam alterado signifi­
cativamente o número de acções ordinárias ou de potenciais acções
ordinárias em circulação no final do período se essas transacções
tivessem ocorrido antes do final do período de relato.

71. Exemplos de transacções referidas no parágrafo 70.d) incluem:

a) uma emissão de acções a dinheiro;

b) uma emissão de acções quando os proventos são usados para


reembolsar dívidas ou acções preferenciais em circulação
►M5 no fim do período de relato ◄;

c) a remição de acções ordinárias em circulação;

d) a conversão ou o exercício de potenciais acções ordinárias em


circulação ►M5 no fim do período de relato ◄ em acções ordi­
nárias;

e) uma emissão de opções, warrants ou instrumentos convertíveis; e

f) a consecução de condições que resultariam na emissão de acções


contingentemente emissíveis.

As quantias dos resultados por acção não são ajustadas devido a


transacções que ocorram ►M5 após o período de relato ◄ porque
tais transacções não afectam a quantia de capital usada para produzir o
resultado do período.

72. Os instrumentos financeiros e outros contratos que gerem potenciais


acções ordinárias podem incorporar termos e condições que afectem a
mensuração de resultados por acção básicos e diluídos. Estes termos e
condições podem determinar se quaisquer potenciais acções ordinárias
são diluidoras e, em caso afirmativo, o efeito sobre o número médio
ponderado de acções em circulação e quaisquer consequentes ajusta­
mentos nos lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores de capital
próprio ordinária. A divulgação dos termos e condições desses ins­
trumentos financeiros e outros contratos é encorajada, se não for
exigida (ver IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 320

▼B
73. Se uma entidade divulgar, além dos resultados por acção básicos e
diluídos, quantias por acção usando um componente relatado da
►M5 demonstração do rendimento integral ◄ diferente do exigido
por esta Norma, tais quantias devem ser calculadas usando o número
médio ponderado de acções ordinárias determinado de acordo com
esta Norma. As quantias básicas e diluídas por acção relativamente
a esse componente devem ser divulgadas com igual proeminência e
apresentadas nas notas. Uma entidade deve indicar a base segunda a
qual o(s) numerador(es) é(são) determinado(s), incluindo se as quan­
tias por acção são antes ou depois dos impostos. Se um componente
da ►M5 demonstração do rendimento integral ◄ for usado que não
seja relatado como linha de item na ►M5 demonstração do rendi­
mento integral ◄, deve ser fornecida uma reconciliação entre o com­
ponente usado e uma linha de item que seja relatada na
►M5 demonstração do rendimento integral ◄.
▼M31
73.A. O parágrafo 73 é também aplicável a uma entidade que divulgue, para
além dos resultados por acção básicos e diluídos, quantias por acção
utilizando uma rubrica de divulgação dos resultados diferente da exi­
gida por esta Norma.
▼B

DATA DE EFICÁCIA
74. Uma entidade deve aplicar esta Norma aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2005. É encorajada a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar a Norma a um período que tenha início antes
de 1 de Janeiro de 2005, ela deve divulgar esse facto.
▼M5
74.A. A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada
nas IFRS. Além disso, adicionou os parágrafos 4A, 67A, 68A e 73A.
Uma entidade deve aplicar estas emendas aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a
IAS 1 (revista em 2007) a um período anterior, estas emendas deverão
ser aplicadas a esse período anterior.
▼M32
74.B. A IFRS 10 e a IFRS 11 Acordos Conjuntos, emitidas em Maio de
2011, emendaram os parágrafos 4, 40 e A11. Uma entidade deve
aplicar estas emendas quando aplicar a IFRS 10 e a IFRS 11.
▼M33
74.C. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou os parágrafos 8, 47A
e A2. Uma entidade deve aplicar estas emendas quando aplicar
a IFRS 13.
▼M31
74.D. O documento Apresentação das Rubricas de Outro Rendimento Inte­
gral (Emendas à IAS 1), emitido em Junho de 2011, emendou os
parágrafos 4A, 67A, 68A e 73A. Uma entidade deve aplicar estas
emendas quando aplicar a IAS 1 (conforme emendada em Junho de
2011).
▼B

RETIRADA DE OUTRAS TOMADAS DE POSIÇÃO


75. Esta Norma substitui a IAS 33 Resultados por Acção (emitida em
1997).
76. Esta Norma substitui a SIC-24 Resultados por Acção — Instrumentos
Financeiros e Outros Contratos que Possam ser Liquidados em Ac­
ções.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 321

▼B

Apêndice A

GUIA DE APLICAÇÃO

Este apêndice faz parte integrante desta Norma.

LUCROS OU PREJUÍZOS ATRIBUÍVEIS À ENTIDADE-MÃE


A1 Para a finalidade de calcular os resultados por acção com base nas
demonstrações financeiras consolidadas, os lucros ou prejuízos atri­
buíveis à entidade-mãe referem-se aos lucros ou prejuízos da entidade
consolidada depois do ajustamento devido a ►M11 interesses que
não controlam ◄.

EMISSÃO DE DIREITOS
►M33 A2 A emissão de acções ordinárias no momento do exercício ou
da conversão de potenciais acções ordinárias não origina normalmente
um elemento de bónus. Isto deve-se ao facto de as potenciais acções
ordinárias serem normalmente emitidas pelo seu justo valor, resul­
tando numa alteração proporcional nos recursos disponíveis da enti­
dade. Numa emissão de direitos, contudo,, o preço de exercício é em
muitos casos menor que o justo valor das acções. ◄ Deste modo,
conforme indicado no parágrafo 27.b), tal emissão de direitos inclui
um elemento de bónus. Se uma emissão de direitos for oferecida a
todos os accionistas existentes, o número de acções ordinárias a serem
usadas no cálculo de resultados por acção básicos e diluídos para
todos os períodos antes da emissão de direitos é o número de acções
ordinárias em circulação antes da emissão, multiplicado pelo seguinte
factor:

Justo valor por acção imediatamente antes do exercício dos direitos

Justo valor teórico da acção sem direitos

▼M33
O justo valor teórico da acção sem direitos é calculado adicionando o
justo valor agregado das acções imediatamente anterior ao exercício
dos direitos aos proventos obtidos pelo exercício dos direitos e divi­
dindo pelo número de acções em circulação após o exercício dos
direitos. Quando os direitos forem publicamente negociados separada­
mente das acções antes da data do exercício, o justo valor é mensu­
rado no fecho do último dia em que as acções sejam negociadas
juntamente com os direitos.

▼B
NÚMERO DE CONTROLO
A3 Para ilustrar a aplicação da noção de número de controlo descrita nos
parágrafos 42. e 43., assuma-se que uma entidade tem lucro resultante
de unidades operacionais em continuação atribuível à entidade-mãe no
valor de 4 800 UM (1) uma perda resultante de unidades operacionais
descontinuadas atribuível à entidade-mãe de (7 200 UM), uma perda
atribuível à entidade-mãe de (2 400 UM) e 2 000 acções ordinárias e
400 potenciais acções ordinárias em circulação. Os resultados por
acção básicos da entidade são 2,40 UM para as unidades operacionais
em continuação (3,60 UM) para as unidades operacionais desconti­
nuadas e (1,20 UM) para a perda. As 400 potenciais acções ordinárias
são incluídas no cálculo dos resultados por acção diluídos porque os

(1) Neste guia, as quantias monetárias estão denominadas em «unidades monetárias» (UM).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 322

▼B
resultados resultantes de 2,00 UM por acção para as unidades opera­
cionais em continuação é diluidor, assumindo nenhum impacte dessas
400 potenciais acções ordinárias nos lucros ou prejuízos. Dado que o
lucro das unidades operacionais em continuação atribuível à
entidade-mãe é o número de controlo, a entidade também inclui essas
400 potenciais acções ordinárias no cálculo das quantias dos outros
resultados por acção, mesmo que as quantias dos resultados por acção
resultantes sejam antidiluidoras para as suas quantias comparáveis dos
resultados por acção básicos, i.e. a perda por acção é menor [(3,00
UM) por acção para a perda decorrente das unidades operacionais
descontinuadas e (1,00 UM) por acção para a perda].

PREÇO MÉDIO DE MERCADO DAS ACÇÕES ORDINÁRIAS


A4 Para a finalidade de calcular os resultados por acção diluídos, o preço
médio de mercado das acções ordinárias assumidas como emitidas é
calculado com base no preço médio de mercado das acções ordinárias
durante o período. Teoricamente, cada transacção de mercado relativa
às acções ordinárias de uma entidade poderia ser incluída na determi­
nação do preço médio de mercado. Como medida prática, contudo, é
normalmente adequada uma média simples dos preços semanais ou
mensais.

A5 Em geral, as cotações de fecho são adequadas para calcular o preço


médio do mercado. Porém, quando ocorre uma grande flutuação nos
preços, a média dos preços mais alto e mais baixo costuma produzir
um preço mais representativo. O método usado para calcular o preço
médio de mercado é usado de forma consistente, a menos que deixe
de ser representativo devido a condições alteradas. Por exemplo, uma
entidade que usa as cotações de fecho para calcular o preço médio do
mercado durante vários anos de preços relativamente estáveis pode
mudar para a média dos preços mais alto e mais baixo se os preços
começarem a ter grande flutuação e as cotações de fecho deixarem de
produzir um preço médio representativo.

OPÇÕES, WARRANTS E SEUS EQUIVALENTES


A6 As opções ou warrants para compra de instrumentos convertíveis são
assumidos como exercidos para compra do instrumento convertível
sempre que o preço médio tanto do instrumento convertível como
das acções ordinárias passíveis de obtenção por conversão estiver
acima do preço de exercício das opções ou warrants. Contudo, o
exercício não é assumido, a menos que a conversão de semelhantes
instrumentos convertíveis em circulação, caso existam, também seja
assumida.

A7 As opções ou warrants podem permitir ou exigir a oferta de aquisição


da dívida ou de outros instrumentos da entidade (ou da respectiva
entidade-mãe ou uma subsidiária) como pagamento da totalidade ou
de uma parte do preço de exercício. No cálculo dos resultados por
acção diluídos, essas opções ou warrants têm um efeito diluidor se a)
o preço médio de mercado das acções ordinárias relacionadas para o
período exceder o preço de exercício ou b) o preço de venda do
instrumento a ser oferecido para aquisição for inferior ao preço pelo
qual o instrumento possa ser oferecido para aquisição segundo o
acordo de opção ou warrant e o desconto resultante estabelecer um
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 323

▼B
preço de exercício efectivo abaixo do preço de mercado das acções
ordinárias passíveis de obtenção mediante exercício. No cálculo dos
resultados por acção diluídos, essas opções ou warrants são assumidos
como exercidos e a dívida ou outros instrumentos são assumidos
como oferecidos para aquisição. Se o dinheiro da oferta de aquisição
for mais vantajoso para o detentor da opção ou do warrant e o con­
trato permitir dinheiro da oferta de aquisição, assume-se o dinheiro da
oferta de aquisição. O juro (líquido de impostos) de qualquer dívida
assumida como oferecida para aquisição é adicionado como ajusta­
mento no numerador.

A8 Recebem um tratamento semelhante as acções preferenciais que te­


nham disposições semelhantes, bem como outros instrumentos que
tenham opções de conversão que permitem ao investidor pagar em
dinheiro para obter uma taxa de conversão mais favorável.

A9 Os termos subjacentes a certas opções ou warrants podem exigir que


os proventos recebidos do exercício desses instrumentos sejam apli­
cados para remir dívidas ou outros instrumentos da entidade (ou da
respectiva entidade- -mãe ou de uma subsidiária). No cálculo dos
resultados por acção diluídos, essas opções ou warrants são assumidos
como exercidos e os proventos são aplicados para compra da dívida
ao seu preço médio de mercado em vez da compra de acções ordi­
nárias. Contudo, o excesso de proventos recebidos do exercício assu­
mido sobre a quantia usada para a compra assumida da dívida é
considerado (i.e., assumido como usado para comprar de volta acções
ordinárias) no cálculo dos resultados por acção diluídos. O juro (lí­
quido de impostos) de qualquer dívida assumida como comprada é
adicionado como ajustamento no numerador.

OPÇÕES PUT SUBSCRITAS


A10 Para ilustrar a aplicação do parágrafo 63., assuma-se que uma enti­
dade tem 120 opções put subscritas em circulação sobre as suas
acções ordinárias, com um preço de exercício de 35 UM. O preço
médio de mercado das suas acções ordinárias durante o período é 28
UM. Ao calcular os resultados por acção diluídos, a entidade assume
que emitiu 150 acções a 28 UM por acção no início do período para
satisfazer a sua obrigação put de 4 200 UM. A diferença entre as 150
acções ordinárias emitidas e as 120 acções ordinárias recebidas como
resultado da satisfação da opção put (30 acções ordinárias incremen­
tais) é adicionada ao denominador no cálculo dos resultados por acção
diluídos.

INSTRUMENTOS DE SUBSIDIÁRIAS, EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS


OU ASSOCIADAS
▼M32
A11 As potenciais ações ordinárias de uma subsidiária, empreendimento
conjunto ou associada convertíveis quer em ações ordinárias da sub­
sidiária, do empreendimento conjunto ou da associada, quer em ações
ordinárias da empresa-mãe, ou de investidores com controlo conjunto,
ou com influência significativa (a entidade relatora) sobre a investida,
são incluídas no cálculo dos resultados por ação diluídos da seguinte
forma:

▼B
a) os instrumentos emitidos por uma subsidiária, um empreendimento
conjunto ou uma associada que permitam aos seus detentores a
obtenção de acções ordinárias da subsidiária, do empreendimento
conjunto ou da associada são incluídos no cálculo dos dados re­
lativos aos resultados por acção diluídos da subsidiária, do em­
preendimento conjunto ou da associada. Esses resultados por acção
são então incluídos nos cálculos dos resultados por acção da enti­
dade que relata, com base na detenção, por parte da entidade que
relata, dos instrumentos da subsidiária, do empreendimento con­
junto ou da associada.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 324

▼B
b) os instrumentos de uma subsidiária, empreendimento conjunto ou
associada que sejam convertíveis em acções ordinárias da entidade
que relata são considerados entre as potenciais acções ordinárias da
entidade que relata para a finalidade de calcular os resultados por
acção diluídos. Do mesmo modo, as opções ou warrants emitidos
por uma subsidiária, empreendimento conjunto ou associada para a
compra de acções ordinárias da entidade que relata são considera­
dos entre as potenciais acções ordinárias da entidade que relata no
cálculo dos resultados por acção diluídos consolidados.

A12 Para a finalidade de determinar o efeito dos resultados por acção dos
instrumentos emitidos por uma entidade que relata e que sejam con­
vertíveis em acções ordinárias de uma subsidiária, empreendimento
conjunto ou associada, os instrumentos são assumidos como conver­
tidos e o numerador (lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores de
capital próprio ordinária da entidade-mãe) é ajustado conforme neces­
sário de acordo com o parágrafo 33. Além desses ajustamentos, o
numerador é ajustado para qualquer alteração nos lucros ou prejuízos
registados pela entidade que relata (tal como rendimento de dividen­
dos ou rendimento do método da equivalência patrimonial) que sejam
atribuíveis ao aumento no número de acções ordinárias em circulação
da subsidiária, empreendimento conjunto ou associada como resultado
da conversão assumida. O denominador do cálculo dos resultados por
acção diluídos não é afectado porque o número de acções ordinárias
em circulação da entidade que relata não se alteraria com a conversão
assumida.

INSTRUMENTOS DE CAPITAL PRÓPRIO PARTICIPANTES E ACÇÕES


ORDINÁRIAS DE DUPLA CLASSE
A13 O capital próprio de algumas entidades inclui:

a) instrumentos que participam nos dividendos com acções ordinárias


de acordo com uma fórmula predeterminada (por exemplo, duas
para uma), com, por vezes, um limite superior na extensão da
participação (por exemplo, até ao máximo de uma quantia especi­
ficada por acção).

b) uma classe de acções ordinárias com uma taxa de dividendo dife­


rente da de uma outra classe de acções ordinárias, mas sem direitos
de antiguidade ou senioridade.

A14 Para a finalidade de calcular os resultados por acção diluídos, a con­


versão é assumida para aqueles instrumentos descritos no parágrafo
A13 que são convertíveis em acções ordinárias se o efeito for diluidor.
Para aqueles instrumentos que não sejam convertíveis numa classe de
acções ordinárias, os lucros ou prejuízos para o período são atribuídos
às diferentes classes de acções e instrumentos de capital próprio par­
ticipantes de acordo com os seus direitos a dividendos ou outros
direitos e participação nos resultados não distribuídos. Para calcular
os resultados por acção básicos e diluídos:

a) os lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores de capital próprio


ordinária da entidade-mãe são ajustados (um lucro reduzido e uma
perda aumentada) pela quantia de dividendos declarada no período
para cada classe de acções e pela quantia contratual de dividendos
(ou juros das obrigações participantes) que devem ser pagas rela­
tivamente ao período em questão (por exemplo, dividendos cumu­
lativos não pagos).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 325

▼B
b) os restantes lucros ou prejuízos são atribuídos às acções ordinárias
e aos instrumentos de capital próprio participantes, na medida em
que cada instrumento participe nos resultados, como se todos os
lucros ou prejuízos do período tivessem sido distribuídos. O total
dos lucros ou prejuízos atribuídos a cada classe de instrumento de
capital próprio é determinado adicionando a quantia atribuída para
dividendos à quantia atribuída para um elemento de participação.
c) a quantia total dos lucros ou prejuízos atribuída a cada classe de
instrumentos de capital próprio é dividida pelo número de instru­
mentos em circulação aos quais os resultados são atribuídos para
determinar os resultados por acção do instrumento.
Para o cálculo dos resultados por acção diluídos, todas as potenciais
acções ordinárias que se assume terem sido emitidas são incluídas nas
acções ordinárias em circulação.
ACÇÕES PARCIALMENTE PAGAS
A15 Quando sejam emitidas acções ordinárias, mas não totalmente pagas,
estas são tratadas no cálculo dos resultados por acção básicos com
uma fracção de uma acção ordinária até ao ponto em que tenham o
direito de participar nos dividendos durante o período relativo a uma
acção ordinária totalmente paga.
A16 Na medida em que as acções parcialmente pagas não tenham o direito
de participar nos dividendos durante o período, estas são tratadas
como equivalentes a warrants ou opções no cálculo dos resultados
por acção diluídos. A diferença não paga é assumida como represen­
tando proventos usados para a compra de acções ordinárias. O número
de acções incluídas nos resultados por acção diluídos é a diferença
entre o número de acções subscritas e o número de acções que se
assume terem sido compradas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 326

▼B

NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 34

Relato Financeiro Intercalar

OBJECTIVO
O objectivo desta Norma é o de prescrever o conteúdo mínimo de um relatório
financeiro intercalar e de prescrever os princípios de reconhecimento e de men­
suração em demonstrações financeiras completas ou condensadas para um pe­
ríodo intercalar. A tempestividade e fiabilidade do relato financeiro intercalar
melhora a capacidade dos investidores, credores e de outros para compreender
a capacidade de uma entidade gerar resultados e fluxos de caixa e a sua situação
financeira e liquidez.

ÂMBITO
1. Esta Norma não define a que entidades deve ser exigido que publi­
quem relatórios financeiros intercalares, qual a frequência, qual o
prazo após o final de um período intercalar. Porém, os governos, os
reguladores de valores mobiliários, as bolsas de valores e as organi­
zações contabilísticas exigem muitas vezes que as entidades cuja dí­
vida ou valores mobiliários de capital próprio sejam publicamente
negociados publiquem relatórios financeiros intercalares. Esta Norma
aplica-se se for exigido a uma entidade ou se decidir publicar um
relatório financeiro intercalar de acordo com as Normas Internacionais
de Relato Financeiro. O International Accounting Standards Commit­
tee encoraja as entidades cujos títulos sejam publicamente negociados
a proporcionar relatórios financeiros intercalares que se conformem
com o reconhecimento, a mensuração e a divulgação dos princípios
estabelecidos nesta Norma. Especificamente, as entidades cujos valo­
res mobiliários sejam publicamente negociados são encorajadas a:

a) proporcionar relatórios financeiros intercalares pelo menos no fim


da primeira metade do seu ano financeiro; e

b) tornar os seus relatórios financeiros intercalares disponíveis não


mais tarde do que 60 dias após o fim do período intercalar.

2. Cada relatório financeiro, anual ou intercalar, é avaliado por si próprio


quanto à conformidade com as Normas Internacionais de Relato Fi­
nanceiro. O facto de que uma entidade possa não ter proporcionado
relatórios financeiros intercalares durante um particular ano financeiro,
ou possa ter proporcionado relatórios financeiros intercalares que não
se conformem com esta Norma, não evita que as demonstrações fi­
nanceiras anuais da entidade não se conformem com as Normas In­
ternacionais de Relato Financeiro se de outra forma não o estiverem.

3. Se um relatório financeiro intercalar de uma entidade for descrito


como estando em conformidade com as Normas Internacionais de
Relato Financeiro, então tem de conformar-se com todos os requisitos
desta Norma. O parágrafo 19. exige certas divulgações a este respeito.

DEFINIÇÕES
4. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 327

▼B
Período intercalar é um período de relato financeiro mais curto do que um ano
financeiro completo.

▼M5
Relatório financeiro intercalar significa um relatório financeiro contendo quer
um conjunto completo de demonstrações financeiras (como descrito na IAS 1
Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revista em 2007)) ou um
conjunto de demonstrações financeiras condensadas (como descrito nesta Norma)
para um período intercalar.

▼B
CONTEÚDO DE UM RELATÓRIO FINANCEIRO INTERCALAR
▼M36
5. A IAS 1 define um conjunto completo de demonstrações financeiras
como incluindo as componentes seguintes:

(a) uma demonstração da posição financeira no final do período;

(b) uma demonstração dos resultados e outro rendimento integral do


período;

(c) uma demonstração das alterações no capital próprio do período;

(d) uma demonstração dos fluxos de caixa do período;

(e) notas, compreendendo um resumo das políticas contabilísticas


significativas e outras informações explicativas;

(ea) informação comparativa para o período precedente, como espe­


cificado nos parágrafos 38 e 38A da IAS 1; e

(f) uma demonstração da posição financeira no início do período


precedente quando uma entidade aplica uma política contabilís­
tica retrospetivamente ou elabora uma reexpressão retrospetiva de
itens nas suas demonstrações financeiras, ou quando reclassifica
itens nas suas demonstrações financeiras nos termos dos parágra­
fos 40A – 40D da IAS1.

Uma entidade pode usar títulos para as suas demonstrações que não
sejam os usados nesta Norma. Por exemplo, uma entidade pode usar o
título «Demonstração de rendimento integral» em vez do título «De­
monstração dos resultados e outro rendimento integral».

▼B
6. No interesse das considerações da tempestividade e do custo e para
evitar repetição de informação previamente relatada, pode ser exigido
a uma entidade, ou esta pode decidir, proporcionar menos informação
em datas intercalares do que em comparação com as suas demons­
trações financeiras anuais. Esta Norma define o conteúdo mínimo de
um relatório financeiro intercalar como o que inclui demonstrações
financeiras condensadas e notas explicativas seleccionadas.
Pretende-se que o relatório financeiro intercalar proporcione uma ac­
tualização do último conjunto de demonstrações financeiras anuais.
Nessa conformidade, ele dá ênfase a novas actividades, acontecimen­
tos e circunstâncias mas não duplica informação previamente relatada.

7. Nada nesta Norma pretende proibir ou desencorajar uma entidade de


publicar um conjunto completo de demonstrações financeiras (como
descrito na IAS 1) no seu relatório financeiro intercalar, e não nas
demonstrações financeiras condensadas e notas explicativas seleccio­
nadas. Nem esta Norma proíbe ou desencoraja uma entidade de incluir
nas demonstrações financeiras condensadas mais do que as linhas de
itens seleccionadas ou notas explicativas mínimas como estabelecido
nesta Norma. As orientações de reconhecimento e de mensuração
nesta Norma aplicam-se também a demonstrações financeiras comple­
tas de um período intercalar e tais demonstrações devem incluir todas
as divulgações exigidas por esta Norma (particularmente as divulga­
ções de notas seleccionadas do parágrafo 16.) assim como as exigidas
por outras Normas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 328

▼B
Componentes mínimos de um relatório financeiro intercalar
▼M31
8. Um relatório financeiro intercalar deve incluir, no mínimo, os seguin­
tes componentes:

▼M5
a) uma demonstração condensada da posição financeira;

▼M31
b) uma demonstração condensada ou demonstrações condensadas dos
resultados e do outro rendimento integral;

▼M5
c) uma demonstração condensada de alterações no capital próprio;

d) uma demonstração condensada dos fluxos de caixa; e

e) notas explicativas seleccionadas.

▼M31
8.A. Se uma entidade apresentar rubricas dos resultados numa demonstra­
ção separada, tal como descrito no parágrafo 10A da IAS 1 (conforme
emendada em 2011), apresenta as informações intercalares condensa­
das a partir dessa demonstração.

▼B
Forma e conteúdo de demonstrações financeiras intercalares
9. Se uma entidade publicar um conjunto completo de demonstrações
financeiras no seu relatório financeiro intercalar, a forma e o conteúdo
dessas demonstrações devem conformar-se com os requisitos da IAS 1
relativos a um conjunto completo de demonstrações financeiras.

10. Se uma entidade publicar um conjunto de demonstrações financeiras


condensadas no seu relatório financeiro intercalar, essas demonstra­
ções condensadas devem incluir, como mínimo, cada um dos títulos e
subtotais que foram incluídos nas suas demonstrações financeiras
anuais mais recentes e as notas explicativas seleccionadas como exi­
gido por esta Norma. Devem ser incluídos linhas de itens adicionais
ou outros se a sua omissão fizer com que as demonstrações financei­
ras condensadas intercalares fiquem enganosas.

▼M8
11. Na declaração que apresenta os componentes de lucro ou perda de um
período intercalar, uma entidade deve apresentar os resultados por
acção básicos e diluídos para o período em que a entidade se encontra
no âmbito da IAS 33 Resultados por Acção (1).

▼M31
11.A. Se uma entidade apresentar rubricas dos resultados numa demonstra­
ção separada, tal como descrito no parágrafo 10A da IAS 1 (conforme
emendada em 2011), apresenta os resultados por acção básicos e
diluídos nessa demonstração.

(1) Este parágrafo foi alterado com base no documento Melhoramentos introduzidos nas
IFRS, emitido em Maio de 2008, a fim de esclarecer o âmbito da IAS 34.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 329

▼B
►M5 12. A IAS 1 (tal como revista em 2007) proporciona orientação
sobre a estrutura das demonstrações financeiras. ◄ O Guia de Im­
plementação da IAS 1 ilustra as formas em que ►M5 a demons­
tração da posição financeira ◄, a ►M5 demonstração do rendi­
mento integral ◄ e a demonstração de alterações no capital próprio
podem ser apresentados.

▼M5
__________

▼B
14. Um relatório financeiro intercalar será preparado numa base consoli­
dada se as mais recentes demonstrações financeiras anuais da entidade
tenham sido demonstrações consolidadas. As demonstrações financei­
ras separadas da empresa-mãe não são consistentes ou comparáveis
com as demonstrações consolidadas no mais recente relatório finan­
ceiro anual. Se um relatório financeiro anual de uma entidade incluiu
as demonstrações financeiras separadas da empresa-mãe adicional­
mente às demonstrações financeiras consolidadas, esta Norma nem
exige nem proíbe a inclusão das demonstrações separadas da
empresa-mãe no relatório financeiro intercalar da entidade.

▼M29
Transacções e acontecimentos significativos
15. Uma entidade deve incluir no seu relatório financeiro intercalar uma
explicação dos acontecimentos e transacções significativos para a
compreensão das alterações na posição financeira e no desempenho
da entidade desde o último relatório anual. A informação divulgada
em relação a esses acontecimentos e transacções deve actualizar as
informações pertinentes apresentadas no mais recente relatório finan­
ceiro anual.

15.A. Um utente de um relatório financeiro intercalar de uma entidade terá


também acesso ao relatório financeiro anual mais recente dessa enti­
dade. É desnecessário, por isso, que as notas de um relatório finan­
ceiro intercalar incluam actualizações relativamente insignificantes da
informação já relatada nas notas no relatório anual mais recente.

15.B. Apresenta-se em seguida uma lista de acontecimentos e transacções


cuja divulgação será necessária, caso sejam significativos. A lista
apresentada não é exaustiva.

(a) redução dos inventários para o valor realizável líquido e a rever­


são de tal redução;

(b) reconhecimento de uma perda por imparidade de activos finan­


ceiros, activos fixos tangíveis, activos intangíveis ou outros acti­
vos e a reversão de tal perda por imparidade;

(c) reversão de qualquer provisão para custos de reestruturação;

(d) aquisições e alienações de itens de activo fixo tangível;

(e) compromissos de compra de activos fixos tangíveis;

(f) resolução de litígios;

(g) correcções de erros de períodos anteriores;

(h) evolução das circunstâncias comerciais ou económicas que afec­


tem o justo valor dos activos e passivos financeiros da entidade,
sejam esses activos ou passivos reconhecidos pelo justo valor ou
pelo custo amortizado;

(i) qualquer incumprimento de um empréstimo ou violação de um


acordo de empréstimo que não tenha sido remediado até ao final
do período de relato;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 330

▼M29
(j) transacções com partes relacionadas;

(k) transferências entre os diferentes níveis hierárquicos de justo va­


lor utilizados na mensuração do justo valor de instrumentos fi­
nanceiros;

(l) variações na classificação de activos financeiros em resultado de


uma alteração na finalidade ou utilização desses activos; e

(m) alterações em passivos contingentes ou activos contingentes.

15.C. As IFRS individuais proporcionam orientação sobre os requisitos de


divulgação aplicáveis a muitos dos itens listados no parágrafo 15B.
Quando uma transacção ou acontecimento for significativo para a
compreensão das alterações na posição financeira ou no desempenho
de uma entidade desde o último período anual de relato, o relatório
financeiro intercalar dessa entidade deverá apresentar uma explicação
e uma actualização das informações relevantes incluídas nas demons­
trações financeiras do último período anual de relato.

__________

Outras divulgações
▼M38
16.A. Além de divulgar as transações e acontecimentos significativos em
conformidade com os parágrafos 15–15C, uma entidade deve incluir
a informação a seguir indicada nas notas às suas demonstrações fi­
nanceiras intercalares, se não tiver sido divulgada noutra parte do
relatório financeiro intercalar. A informação deve normalmente ser
relatada na base do exercício financeiro até à data.

▼M29
(a) uma declaração de que as demonstrações financeiras interca­
lares seguem as mesmas políticas contabilísticas e métodos de
cálculo aplicados nas mais recentes demonstrações financeiras
anuais ou, se essas políticas ou métodos tiverem sido alterados,
uma descrição da natureza e efeitos dessa alteração;

(b) comentários explicativos acerca da sazonabilidade ou do ca­


rácter cíclico das operações intercalares;

(c) a natureza e a quantia dos itens que afectem activos, passivos,


capital próprio, rendimento líquido ou fluxos de caixa e que
sejam não usuais devido à sua natureza, dimensão ou incidên­
cia;

(d) a natureza e quantia das alterações nas estimativas de quan­


tias relatadas em períodos intercalares anteriores do exercício
financeiro corrente ou das alterações em estimativas de quan­
tias relatadas nos exercícios financeiros anteriores.

(e) emissões, recompras e reembolsos de valores mobiliários re­


presentativos de dívida e de capital próprio;

(f) dividendos pagos (agregados ou por acção) separadamente


para as acções ordinárias e para outras categorias de acções;

▼M36
(g) as seguintes informações por segmentos (a divulgação de in­
formação por segmentos só é exigida no relatório financeiro
intercalar de uma entidade se a IFRS 8 Segmentos Operacio­
nais exigir que a entidade divulgue informações por segmentos
nas suas demonstrações financeiras anuais):

▼M29
(i) réditos provenientes de clientes externos, desde que sejam
incluídos na mensuração dos lucros ou prejuízos do seg­
mento analisada pelo principal responsável pela tomada
de decisões operacionais ou apresentada regularmente a
este;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 331

▼M29
(ii) réditos intersegmentos, desde que sejam incluídos na
mensuração dos lucros ou prejuízos do segmento anali­
sada pelo principal responsável pela tomada de decisões
operacionais ou apresentada regularmente a este,

(iii) uma mensuração dos lucros ou prejuízos do segmento;

▼M36
(iv) uma mensuração do total dos ativos e dos passivos de um
determinado segmento de relato, se esses montantes forem
apresentados regularmente ao principal responsável pela to­
mada de decisões operacionais e se se tiver verificado uma
alteração substancial do valor divulgado nas últimas de­
monstrações financeiras anuais para esse segmento de relato;

▼M29
(v) uma descrição das diferenças relativamente às últimas
demonstrações financeiras anuais na base de segmentação
ou na base de mensuração dos lucros ou prejuízos do
segmento;

(vi) uma reconciliação do total das mensurações dos lucros ou


prejuízos dos segmentos relatáveis com os lucros ou prejuí­
zos da entidade antes dos gastos de imposto (rendimentos de
imposto) e unidades operacionais descontinuadas. Todavia,
se a entidade imputar a segmentos relatáveis itens como
gastos de imposto (rendimentos de imposto), pode reconci­
liar o total das mensurações dos lucros ou prejuízos dos
segmentos com os lucros ou prejuízos depois desses itens.
Os itens de reconciliação materiais devem ser identificados
separadamente e descritos nessa reconciliação;

(h) acontecimentos após o período intercalar que não tenham sido


reflectidos nas demonstrações financeiras desse período intercalar;

(i) o efeito das alterações na composição da entidade durante o


período intercalar, incluindo concentrações de actividades em­
presariais, obtenção ou perda de controlo de subsidiárias e
investimentos de longo prazo, reestruturações e unidades ope­
racionais descontinuadas. No caso das concentrações de acti­
vidades empresariais, a entidade deve divulgar a informação
exigida pela IFRS 3 Concentrações de actividades empresariais.

▼M33
(j) no caso dos instrumentos financeiros, as divulgações sobre o
justo valor exigidas pelos parágrafos 91-93(h), 94-96, 98 e 99
da IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor e pelos parágrafos
25, 26 e 28-30 da IFRS 7 Instrumentos Financeiros:
Divulgações ;

▼M38
(k) para as entidades que se tornem ou deixem de ser entidades de
investimento, tal como definido na IFRS 10 Demonstrações Fi­
nanceiras Consolidadas, as divulgações previstas no parágrafo 9B
da IFRS 12 Divulgação de Interesses Noutras Entidades.

▼M29
__________

▼B
Divulgação de conformidade com as IFRS
19. Se o relatório financeiro intercalar de uma entidade estiver em con­
formidade com esta Norma, esse facto deve ser divulgado. Um rela­
tório financeiro intercalar não deve ser descrito como estando em
conformidade com as Normas a menos que se conforme com todos
os requisitos das Normas Internacionais de Relato Financeiro.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 332

▼B
Períodos em que se exige que as demonstrações financeiras inter­
calares sejam apresentadas
▼M31
20. Os relatórios intercalares devem incluir demonstrações financeiras in­
tercalares (condensadas ou completas) para os períodos do seguinte
modo:

▼B
a) ►M5 demonstração da posição financeira ◄ no fim do período
intercalar corrente e ►M5 uma demonstração da posição finan­
ceira ◄ comparativo no fim do ano financeiro imediatamente
precedente;

▼M31
b) demonstrações dos resultados e do outro rendimento integral para
o período intercalar corrente e cumulativamente para o ano finan­
ceiro corrente até à data, com demonstrações comparativas dos
resultados e do rendimento integral para os períodos intercalares
comparáveis (corrente e desde o início do ano até à data) do ano
financeiro imediatamente precedente. Na medida do permitido pela
IAS 1 (conforme emendada em 2011), um relatório intercalar pode
apresentar para cada período uma demonstração ou demonstrações
dos resultados e de outro rendimento integral;

▼B
c) demonstração que mostre alterações no capital próprio cumulativa­
mente para o ano financeiro corrente desde o início até à data, com
uma demonstração comparativa para o período comparável desde o
início do ano até à data, do ano financeiro imediatamente prece­
dente; e

d) demonstração dos fluxos de caixa cumulativamente para o ano


financeiro corrente até à data, com uma demonstração comparativa
para o período comparável desde o início do ano até à data, do ano
financeiro imediatamente precedente.

21. Para uma entidade cujo negócio seja altamente sazonal, pode ser útil
informação financeira para os doze meses ►M5 até ao fim do pe­
ríodo intercalar ◄ e informação comparativa para o período anterior
de doze meses. Nessa conformidade, as entidades cujo negócio seja
altamente sazonal são encorajadas a considerar relatar tal informação
adicionalmente à informação pedida no parágrafo precedente.

22. O Apêndice A ilustra os períodos exigidos a serem apresentados por


uma entidade que relate semestralmente e uma entidade que relate
trimestralmente.

Materialidade
23. Ao decidir como reconhecer, mensurar, classificar ou divulgar um
item para finalidades de relato financeiro intercalar, a materialidade
deve ser avaliada com relação aos dados financeiros do período in­
tercalar. Ao se fazerem avaliações da materialidade, deve ser reconhe­
cido que mensurações intercalares podem contar com estimativas
numa extensão mais vasta do que as mensurações de dados financei­
ros anuais.

24. A IAS 1 e a IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estima­


tivas Contabilísticas e Erros definem um item como material se a sua
omissão ou demonstração incorrecta pudessem influenciar as decisões
económicas dos utentes das demonstrações financeiras. A IAS 1 exige
a divulgação separada de itens materiais, incluindo (por exemplo)
unidades operacionais em descontinuação, e a IAS 8 exige a divulga­
ção de alterações nas estimativas contabilísticas, erros e alterações nas
políticas contabilísticas. As duas Normas não contêm orientação quan­
tificada no que respeita à materialidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 333

▼B
25. Embora o julgamento seja sempre exigido para avaliar a materialida­
de, esta Norma baseia a decisão de reconhecimento e de divulgação
em dados do período intercalar, só por si por razões de compreensi­
bilidade dos números intercalares. Deste modo, por exemplo, os itens
não usuais, as alterações nas políticas ou estimativas contabilísticas e
os erros são reconhecidos e divulgados na base da materialidade em
relação a dados do período intercalar para evitar interferências enga­
nadoras que possam resultar da não divulgação. O objectivo que
prevalece é o de assegurar que um relatório financeiro intercalar in­
clua toda a informação relevante para a compreensão da posição e do
desempenho financeiros de uma entidade durante o período intercalar.

DIVULGAÇÃO NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ANUAIS


26. Se uma estimativa de uma quantia relatada num período intercalar for
significativamente alterada durante o período intercalar final do ano
financeiro mas um relatório financeiro separado não for publicado
para esse período intercalar final, a natureza e quantia dessa alteração
na estimativa deve ser divulgada numa nota às demonstrações finan­
ceiras anuais para esse ano financeiro.

27. A IAS 8 exige a divulgação da natureza e (se praticável) da quantia de


uma alteração numa estimativa que tenha ou um efeito material no
período corrente ou que se espere que venha a ter um efeito material
nos períodos posteriores. O parágrafo 16.d) desta Norma exige uma
divulgação semelhante num relatório financeiro intercalar. Os exem­
plos incluem alterações nas estimativas do período intercalar final
referentes a reduções dos inventários, reestruturações ou perdas por
imparidade relatadas num período intercalar anterior do ano financei­
ro. A divulgação exigida pelo parágrafo anterior é consistente com o
requisito da IAS 8 e destina-se a ter um âmbito estreito —
relacionando-se apenas com a alteração nas estimativas. Não se exige
que uma entidade inclua informação financeira adicional relativa ao
período intercalar nas suas demonstrações financeiras anuais.

RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO
As mesmas políticas contabilísticas que as anuais
28. Uma entidade deve aplicar as mesmas políticas contabilísticas nas
suas demonstrações financeiras intercalares que as que sejam aplicadas
nas suas demonstrações financeiras anuais, excepto quanto a altera­
ções de políticas contabilísticas feitas após a data das mais recentes
demonstrações financeiras anuais que devam ser reflectidas nas pró­
ximas demonstrações financeiras anuais. Porém, a frequência do relato
de uma entidade (anual, semestral ou trimestral) não deve afectar a
mensuração dos seus resultados anuais. Para conseguir esse objectivo,
as mensurações para finalidades de relato intercalar devem ser feitas
na base desde o início do ano até à data.

29. A exigência de que uma entidade aplique as mesmas políticas conta­


bilísticas nas suas demonstrações financeiras intercalares como nas
suas demonstrações anuais pode parecer sugerir que as mensurações
do período intercalar sejam feitas como se cada período intercalar seja
considerado como um período de relato independente. Porém, ao
dispor que a frequência de relato de uma entidade não deve afectar
a mensuração dos seus resultados anuais, o parágrafo 28. reconhece
que um período intercalar é uma parte do ano financeiro maior. A
mensuração actualizada pode envolver alterações na estimativa de
quantias relatadas em períodos intercalares anteriores do ano finan­
ceiro corrente. Mas os princípios de reconhecimento de activos, pas­
sivos, rendimentos e gastos dos períodos intercalares são os mesmos
que nas demonstrações financeiras anuais.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 334

▼B
30. Como ilustração:

a) os princípios de reconhecimento e de mensuração de perdas por


reduções nas quantias de inventários, reestruturações ou imparida­
des num período intercalar são os mesmos que os que uma enti­
dade seguiria se somente fossem preparadas demonstrações finan­
ceiras anuais. Porém, se tais rubricas forem reconhecidas e men­
suradas num único período intercalar e a estimativa se altera num
período intercalar subsequente desse ano financeiro, a estimativa
original é alterada num período intercalar subsequente quer por
acréscimo de uma quantia adicional de perdas quer por reversão
da quantia previamente reconhecida;

b) um custo que não satisfaça a definição de activo no fim de um


período intercalar não é diferido ►M5 na demonstração da posi­
ção financeira ◄ quer para aguardar informação futura quanto a
se satisfez a definição de activo quer para alisar resultados durante
períodos intercalares dentro de um ano financeiro; e

c) os gastos de impostos sobre o rendimento são reconhecidos em


cada período intercalar baseados na melhor estimativa da taxa
média ponderada anual de imposto sobre o rendimento esperados
para o ano financeiro inteiro. As quantias associadas de gastos de
impostos sobre o rendimento associadas a um período intercalar
podem ter de ser ajustadas num período intercalar subsequente
desse ano financeiro se a estimativa da taxa anual do imposto
sobre o rendimento se alterar.

31. Segundo a Estrutura Conceptual para a Preparação e Apresentação


de Demonstrações Financeiras (a Estrutura Conceptual), reconheci­
mento é o «processo de incorporar ►M5 na demonstração da posição
financeira ◄ ou na ►M5 demonstração do rendimento integral ◄
um item que satisfaça a definição de um elemento e satisfaça os
critérios de reconhecimento». As definições de activos, passivos,
rendimentos e gastos são fundamentais para o reconhecimento,
►M5 no fim tanto do período de relato financeiro anual como do
período de relato financeiro intercalar ◄.

32. Quanto a activos, os mesmos testes de benefícios económicos futuros


aplicam-se tanto nas datas intercalares como no final do ano finan­
ceiro de uma entidade. Custos que, pela sua natureza, se não se
qualificarem como activos no final do ano financeiro, não se qualifi­
carão da mesma forma em datas intercalares. Similarmente, um pas­
sivo ►M5 no fim de um período de relato anual ◄ tem de repre­
sentar uma obrigação existente nessa data, tal como tem na data de
relato anual.

33. Uma característica essencial de rendimentos (réditos) e de gastos é a


de que os influxos e exfluxos relacionados de activos e de passivos
tenham já tido lugar. Se esses influxos ou exfluxos tiverem já acon­
tecido, os réditos e os gastos são reconhecidos; de outro modo, não
são reconhecidos. A Estrutura Conceptual diz que «os gastos são
reconhecidos na ►M5 demonstração do rendimento integral ◄
quando tenha surgido uma diminuição dos benefícios económicos
futuros relacionados com uma diminuição num activo ou com um
aumento de um passivo e que possam ser mensurados com fiabilida­
de… [A] Estrutura Conceptual não permite o reconhecimento de itens
►M5 na demonstração da posição financeira ◄ que não satisfaçam
a definição de activos ou passivos».

34. Na mensuração de activos, passivos, rendimentos, gastos e fluxos de


caixa relatados nas suas demonstrações financeiras, uma entidade que
só relata anualmente está apta a tomar em consideração informação
que se torne disponível durante o ano financeiro. As suas mensurações
são feitas, com efeito, na base desde o início do ano até à data.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 335

▼B
35. Uma entidade que relata semestralmente usa informação disponível no
meio do ano ou perto dele, ao fazer as mensurações nas suas demons­
trações financeiras para o primeiro período de seis meses e informação
disponível no fim do ano ou próximo, para o período de doze meses.
As mensurações de doze meses reflectirão possíveis alterações nas
estimativas de quantias relatadas para o primeiro período de seis meses.
As quantias incluídas no relato financeiro intercalar para o primeiro
período de seis meses não são ajustadas retrospectivamente. Os pará­
grafos 16.d) e 26. exigem, porém, que sejam divulgadas a natureza e
quantia de quaisquer alterações significativas nas estimativas.

36. Uma entidade que relate mais frequentemente do que semestralmente


mensura os rendimentos e gastos na base desde o início do ano até à
data para cada período intercalar ao usar informação disponível
quando cada conjunto de demonstrações financeiras esteja sendo pre­
parado. As quantias de rendimentos e gastos relatados no período
intercalar corrente reflectirão quaisquer alterações nas estimativas de
quantias relatadas em períodos intercalares anteriores do ano financei­
ro. As quantias relatadas em períodos intercalares anteriores não são
retrospectivamente ajustadas. Os parágrafos 16.d) e 26. exigem, po­
rém, que sejam divulgadas a natureza e quantia de quaisquer altera­
ções significativas nas estimativas.

Réditos recebidos sazonal, cíclica ou ocasionalmente


37. Os réditos que sejam recebidos sazonal, cíclica ou ocasionalmente
dentro de um ano financeiro não devem ser antecipados ou diferidos
numa data intercalar se a antecipação ou diferimento não for apro­
priada no fim do ano financeiro da entidade.

38. Exemplos incluem o rédito de dividendos, de royalties e de subsídios


governamentais. Adicionalmente, algumas entidades obtêm consisten­
temente mais réditos em certos períodos intercalares de um ano finan­
ceiro do que em outros períodos intercalares, como, por exemplo,
réditos sazonais de retalhistas. Tais réditos são reconhecidos quando
ocorrerem.

Custos incorridos não linearmente durante o ano financeiro


39. Os custos que sejam incorridos não linearmente durante o ano finan­
ceiro de uma entidade devem ser antecipados ou diferidos para fina­
lidades de relato intercalar se, e somente se, for também apropriado
antecipar ou diferir esse tipo de custo no fim do ano financeiro.

Aplicação dos princípios de reconhecimento e mensuração


40. O Apêndice B proporciona exemplos de aplicação dos princípios
gerais de reconhecimento e de mensuração estabelecidos nos parágra­
fos 28.-39.

Uso de estimativas
41. Os procedimentos de mensuração a serem seguidos num relatório
financeiro intercalar devem ser concebidos para assegurar que a in­
formação resultante seja fiável e que toda a informação financeira
material que seja relevante para a compreensão da posição financeira
ou do desempenho da entidade seja apropriadamente divulgada. Em­
bora as mensurações tanto nos relatórios financeiros anuais como nos
intercalares sejam muitas vezes baseadas em estimativas razoáveis, a
preparação de relatórios financeiros intercalares exigirá geralmente um
maior uso de métodos de estimativa do que os relatórios financeiros
anuais.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 336

▼B
42. O Apêndice C proporciona exemplos do uso de estimativas em pe­
ríodos intercalares.

REEXPRESSÃO DE PERÍODOS INTERCALARES ANTERIORMENTE RE­


LATADOS
43. Uma alteração na política contabilística, que não seja uma alteração
para a qual a transição seja especificada por uma nova
►M5 IFRS ◄, deve ser reflectida por:

a) reexpressão das demonstrações financeiras de períodos intercalares


anteriores do ano financeiro corrente e de períodos intercalares
comparáveis de qualquer ano financeiro anterior que serão reex­
pressos nas demonstrações financeiras anuais de acordo com a
IAS 8; ou

b) quando for impraticável determinar o efeito cumulativo no início


do ano financeiro da aplicação de uma nova política contabilística
a todos os períodos anteriores, do ajustamento das demonstrações
financeiras de períodos intercalares anteriores do ano financeiro
corrente, e de períodos intercalares comparáveis de anos financei­
ros anteriores para aplicar a nova política contabilística prospecti­
vamente a partir da data mais antiga praticável.

44. Um objectivo do princípio precedente é assegurar que uma só política


contabilística seja aplicada a uma determinada classe de transacções
ao longo de todo o ano financeiro. Segundo a IAS 8, uma alteração na
política contabilística é reflectida pela aplicação retrospectiva, com
reexpressão de dados financeiros do período anterior até uma data
tão antiga quanto for praticável. Contudo, se for impraticável deter­
minar a quantia cumulativa do ajustamento relativo aos anos finan­
ceiros anteriores, segundo a IAS 8, a nova política é aplicada pros­
pectivamente a partir da data mais antiga praticável. O efeito do
princípio enunciado no parágrafo 43. é exigir que durante o ano
financeiro corrente qualquer alteração na política contabilística seja
aplicada ou retrospectivamente ou, se tal não for praticável, prospec­
tivamente, a partir do início do ano financeiro no máximo e não
depois.

45. Permitir que alterações contabilísticas sejam reflectidas como de uma


data intercalar dentro do ano financeiro daria lugar a que duas dife­
rentes políticas contabilísticas fossem aplicadas a uma classe particular
de transacções dentro de um único ano financeiro. O resultado seria
dificuldades de imputação intercalar, resultados operacionais obscure­
cidos, e análises complicadas e incompreensibilidade de informação
periódica intercalar.

DATA DE EFICÁCIA
46. Esta Norma torna-se operacional para as demonstrações financeiras
que cubram os períodos que comecem em ou após 1 de Janeiro de
1999. É encorajada a aplicação mais cedo.

▼M5
47. A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada
nas IFRS. Além disso, emendou os parágrafos 4, 5, 8, 11, 12 e 20,
eliminou o parágrafo 13 e adicionou os parágrafos 8A e 11A. Uma
entidade deve aplicar estas emendas aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1
(revista em 2007) a um período anterior, as emendas deverão ser
aplicadas a esse período anterior.

▼M12
48. A IFRS 3 (conforme revista pelo International Accounting Standards
Board em 2008) emendou o parágrafo 16(i). Uma entidade deve
aplicar essa emenda aos períodos anuais com início em ou após
1 de Julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IFRS 3 (revista em
2008) a um período anterior, a emenda também deve ser aplicada a
esse período anterior.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 337

▼M29
49. O parágrafo 15 foi emendado, os parágrafos 15A–15C e 16A foram
acrescentados e os parágrafos 16–18 foram suprimidos através do
documento Melhoramentos introduzidos nas IFRS emitido em Maio
de 2010. Uma entidade deve aplicar estas emendas aos períodos
anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2011. É permitida a
aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar as emendas a um pe­
ríodo anterior, deve divulgar esse facto.
▼M33
50. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, aditou o parágrafo 16A(j).
Uma entidade deve aplicar esta emenda quando aplicar a IFRS 13.
▼M31
51. O documento Apresentação das Rubricas de Outro Rendimento Inte­
gral (Emendas à IAS 1), emitido em Junho de 2011, emendou os
parágrafos 8, 8A, 11A e 20. Uma entidade deve aplicar estas emendas
quando aplicar a IAS 1 (conforme emendada em Junho de 2011).
▼M36
52. O documento Melhoramentos anuais - ciclo 2009 - 2011, emitido em
maio de 2012, emendou o parágrafo 5, como emenda consequente à
emenda da IAS 1 Apresentação de demonstrações financeiras. Uma
entidade deve aplicar essa emenda retrospetivamente em conformidade
com a IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas
Contabilísticas e Erros aos períodos anuais com início em ou após
1 de janeiro de 2013. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma
entidade aplicar a emenda a um período anterior, deve divulgar esse
facto.
53. O documento Melhoramentos anuais - ciclo 2009 - 2011, emitido em
maio de 2012, emendou o parágrafo 16A. Uma entidade deve aplicar
essa emenda retrospetivamente em conformidade com a IAS 8 Polí­
ticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Er­
ros aos períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2013.
É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar a emenda
a um período anterior, deve divulgar esse facto.
▼M38
54. O documento Entidades de Investimento (Emendas à IFRS 10, à IFRS
12 e à IAS 27), emitido em outubro de 2012, aditou o parágrafo 16A.
Uma entidade deve aplicar esta emenda em relação aos períodos
anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2014. É permitida a
aplicação antecipada do documento Entidades de Investimento. Se
uma entidade aplicar a emenda de forma antecipada, deve também
aplicar todas as emendas incluídas no documento Entidades de Inves­
timento ao mesmo tempo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 338

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 36

Imparidade de Activos

OBJECTIVO
1. O objectivo desta Norma é o de prescrever os procedimentos que uma
entidade aplica para assegurar que os seus activos sejam escriturados
por não mais do que a sua quantia recuperável. Um activo é escritu­
rado por mais do que a sua quantia recuperável se a sua quantia
escriturada exceder a quantia a ser recuperada através do uso ou da
venda do activo. Se este for o caso, o activo é descrito como estando
com imparidade e a Norma exige que a entidade reconheça uma perda
por imparidade. A Norma também especifica as circunstâncias em que
uma entidade deve reverter uma perda por imparidade e prescreve
divulgações.

ÂMBITO
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização da imparidade de
todos os activos, que não sejam:

a) inventários (ver a IAS 2 Inventários);

b) activos provenientes de contratos de construção (ver a IAS 11


Contratos de Construção);

c) activos por impostos diferidos (ver a IAS 12 Impostos sobre o


Rendimento);

d) activos provenientes de benefícios de empregados (ver a IAS 19


Benefícios dos Empregados);

e) activos financeiros que estejam no âmbito da IAS 39 Instrumentos


Financeiros: Reconhecimento e Mensuração;

f) propriedades de investimento que sejam mensuradas pelo justo


valor (ver a IAS 40 Propriedades de Investimento);

▼M8
g) activos biológicos relacionados com a actividade agrícola que
sejam mensurados pelo ►M33 justo valor menos os custos de
alienação ◄ (ver a IAS 41 Agricultura);

▼B
h) custos de aquisição diferidos, e activos intangíveis, resultantes dos
direitos contratuais de uma seguradora segundo contratos de se­
guro no âmbito da IFRS 4 Contratos de Seguro; e

i) activos não correntes (ou grupos para alienação) classificados


como detidos para venda de acordo com a IFRS 5 Activos Não
Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Desconti­
nuadas.

3. Esta Norma não se aplica a inventários, activos resultantes de con­


tratos de construção, activos por impostos diferidos, activos resultan­
tes de benefícios de empregados ou activos classificados como detidos
para venda (ou incluídos num grupo para alienação que esteja classi­
ficado como detido para venda) dado que as Normas existentes apli­
cáveis a esses activos contêm requisitos para o reconhecimento e a
mensuração desses activos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 339

▼M32
4. Esta Norma aplica-se aos activos financeiros classificados como:

a) subsidiárias, tal como definido na IFRS 10 Demonstrações Finan­


ceiras Consolidadas;

▼B
b) associadas, tal como definido na ►M32 IAS 28 Investimentos em
Associadas e Empreendimentos Conjuntos ◄; e

c) empreendimentos conjuntos, tal como definido na ►M32 IFRS 11


Acordos Conjuntos ◄.

Quanto à imparidade de outros activos financeiros, remete-se para


a IAS 39.

▼M33
5. Esta Norma não se aplica a activos financeiros no âmbito da IAS 39,
a propriedades de investimento mensuradas pelo justo valor de acordo
com a IAS 40 ou a activos biológicos relacionados com a actividade
agrícola mensurados pelo justo valor menos os custos de vender, de
acordo com a IAS 41. Aplica-se, no entanto, a activos escriturados
pela quantia reavaliada (ou seja, o justo valor à data da reavaliação
menos qualquer depreciação ou perda por imparidade acumuladas
subsequentes), de acordo com outras IFRS, tais como os modelos
de reavaliação da IAS 16 Activos Fixos Tangíveis e da IAS 38 Activos
Intangíveis. A única diferença entre o justo valor de um activo e o seu
justo valor menos os custos de alienação são os custos directos
incrementais imputáveis à alienação do activo.

a) i) se os custos de alienação forem negligenciáveis, a quantia


recuperável do activo reavaliado aproxima-se necessariamente
da sua quantia revalorizada. Neste caso, após terem sido apli­
cados os requisitos de reavaliação, é improvável que o activo
reavaliado esteja com imparidade e não será necessário estimar
a quantia recuperável.

ii) [suprimida]

b) [suprimida]

c) Se os custos de alienação não forem negligenciáveis, o justo valor


menos os custos de alienação do activo reavaliado é necessaria­
mente inferior ao seu justo valor. Por isso, o activo reavaliado está
com imparidade se o seu valor de uso for inferior à sua quantia
reavaliada. Neste caso, após terem sido aplicados os requisitos de
reavaliação, uma entidade aplica esta Norma para determinar se o
activo pode estar com imparidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 340

▼B
DEFINIÇÕES
▼M33
6. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os signi­
ficados especificados:

[suprimida]

(a) [suprimida]

(b) [suprimida]

(c) [suprimida]

▼M12
__________

▼B
Quantia escriturada é a quantia pela qual um activo é reconhecido
após dedução de qualquer depreciação acumulada (amortização) e de
perdas por imparidade acumuladas resultantes.

Uma unidade geradora de caixa é o mais pequeno grupo identificável


de activos que seja gerador de influxos de caixa e que seja em larga
medida independente dos influxos de caixa de outros activos ou gru­
pos de activos.

Activos corporate são activos excepto goodwill que contribuam para


os fluxos de caixa futuros quer da unidade geradora de caixa em
causa, quer de outras unidades geradoras de caixa.

Custos de alienação são custos incrementais directamente atribuíveis à


alienação de um activo ou unidade geradora de caixa, excluindo cus­
tos de financiamento e gastos de impostos sobre o rendimento.

Quantia depreciável é o custo de um activo, ou outra quantia subs­


tituta do custo nas demonstrações financeiras, menos o seu valor
residual.

Depreciação (amortização) é a imputação sistemática da quantia de­


preciável de um activo durante a sua vida útil (1).

▼M33
Justo Valor é o preço que seria recebido pela venda de um activo
ou pago pela transferência de um passivo numa transacção orde­
nada entre participantes no mercado à data da mensuração. (Ver
IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor)

▼B
Uma perda por imparidade é a quantia pela qual a quantia escriturada
de um activo ou unidade geradora de caixa excede a sua quantia
recuperável.

A quantia recuperável de um activo ou unidade geradora de caixa é o


valor mais elevado entre o ►M33 justo valor menos os custos de
alienação ◄ e o seu valor de uso.

Vida útil é ou:

a) o período de tempo durante o qual se espera que um activo seja


usado pela entidade; ou

b) o número de unidades de produção ou similares que se espera que


seja obtido do activo pela entidade.

(1) No caso de um activo intangível, o termo «amortização» é geralmente usado em vez de


«depreciação». Ambos os termos têm o mesmo sentido.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 341

▼B
Valor de uso é o valor presente dos fluxos de caixa futuros que se
espera que sejam derivados de um activo ou unidade geradora de
caixa.

IDENTIFICAÇÃO DE UM ACTIVO QUE POSSA ESTAR COM IMPARI­


DADE
7. Os parágrafos 8.-17. especificam quando a quantia recuperável deve
ser determinada. Estes requisitos usam o termo «um activo» mas
aplicam-se igualmente a um activo individual ou a uma unidade ge­
radora de caixa. O restante desta Norma está estruturado como se
segue:

a) os parágrafos 18.-57. estabelecem os requisitos de mensuração da


quantia recuperável. Estes requisitos também usam o termo «um
activo» mas aplicam-se igualmente a um activo individual ou a
uma unidade geradora de caixa;

b) os parágrafos 58.-108. estabelecem os requisitos de reconheci­


mento e mensuração de perdas por imparidade. O reconhecimento
e a mensuração das perdas por imparidade de activos individuais
que não sejam goodwill são tratados nos parágrafos 58.-64. Os
parágrafos 65. a 108. tratam do reconhecimento e mensuração de
perdas por imparidade de unidades geradoras de caixa e goodwill;

c) os parágrafos 109.-116. estabelecem os requisitos de reversão de


uma perda por imparidade reconhecida em períodos anteriores para
um activo ou uma unidade geradora de caixa. Mais uma vez, estes
requisitos usam o termo «um activo» mas aplicam-se igualmente a
um activo individual ou a uma unidade geradora de caixa. São
estabelecidos requisitos adicionais para um activo individual nos
parágrafos 117.-121., para uma unidade geradora de caixa nos
parágrafos 122. e 123. e para o goodwill nos parágrafos 124. e
125.;

d) os parágrafos 126.-133. especificam a informação a divulgar acerca


das perdas por imparidade e das reversões de perdas por impari­
dade para activos e unidades geradoras de caixa. Os parágrafos
134.-137. especificam requisitos de divulgação adicionais para uni­
dades geradoras de caixa em relação às quais o goodwill ou activos
intangíveis com vidas úteis indefinidas foram imputados para fina­
lidades de teste de imparidade.

8. Um activo está com imparidade quando a sua quantia escriturada


exceda a quantia recuperável. Os parágrafos 12.-14. descrevem algu­
mas indicações de que uma perda por imparidade possa ter ocorrido.
Se qualquer dessas indicações estiver presente, exige-se que uma
entidade faça uma estimativa formal da quantia recuperável. Excepto
como descrito no parágrafo 10., esta Norma não exige que uma en­
tidade faça uma estimativa formal da quantia recuperável se não es­
tiver presente qualquer indicação de perda por imparidade.

9. Uma entidade deve avaliar em ►M5 no fim de cada período de


relato ◄ se há qualquer indicação de que um activo possa estar
com imparidade. Se qualquer indicação existir, a entidade deve esti­
mar a quantia recuperável do activo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 342

▼B
10. Independentemente de existir ou não qualquer indicação de imparida­
de, uma entidade deve também:

a) testar anualmente a imparidade de um activo intangível com uma


vida útil indefinida ou um activo intangível ainda não disponível
para uso comparando a sua quantia escriturada com a sua quantia
recuperável. Este teste de imparidade pode ser efectuado em qual­
quer momento durante o período anual, desde que seja efectuado
no mesmo momento de cada ano. Activos intangíveis diferentes
podem ser testados quanto a imparidade em momentos diferentes.
Contudo, se um desses activos intangíveis foi inicialmente reco­
nhecido durante o período anual corrente, esse activo intangível
deve ser testado quanto a imparidade antes do final do período
anual corrente;

b) testar anualmente a imparidade do goodwill adquirido numa con­


centração de actividades empresariais de acordo com os parágrafos
80.-99.

11. A capacidade de um activo intangível gerar benefícios económicos


futuros suficientes para recuperar a sua quantia escriturada está nor­
malmente sujeita a uma maior incerteza antes de o activo estar dis­
ponível para uso do que depois. Portanto, esta Norma requer que uma
entidade teste a imparidade, pelo menos anualmente, da quantia
escriturada de um activo intangível que ainda não esteja disponível
para uso.

▼M33
12. Ao avaliar se existe qualquer indicação de que um activo possa
estar com imparidade, uma entidade deve considerar, como
mínimo, as seguintes indicações:

Fontes externas de informação

a) existem indicações observáveis de que durante o período em


causa o valor do activo diminuiu significativamente mais do
que seria esperado como resultado da passagem do tempo ou
do uso normal;

▼B
b) ocorreram, durante o período, ou irão ocorrer no futuro próximo,
alterações significativas com um efeito adverso na entidade, rela­
tivas ao ambiente tecnológico, de mercado, económico ou legal em
que a entidade opera ou no mercado ao qual o activo está dedi­
cado;

c) as taxas de juro de mercado ou outras taxas de mercado de retorno


sobre investimento aumentaram durante o período, e esses aumen­
tos provavelmente afectarão a taxa de desconto usada no cálculo
do valor de uso de um activo e diminuirão materialmente a quantia
recuperável do activo;

d) a quantia escriturada dos activos líquidos da entidade é superior à


sua capitalização de mercado.

Fontes internas de informação

e) está disponível evidência de obsolescência ou dano físico de um


activo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 343

▼B
f) alterações significativas com um efeito adverso na entidade ocor­
reram durante o período, ou espera-se que ocorram num futuro
próximo, até ao ponto em que, ou na forma em que, um activo
seja usado ou se espera que seja usado. Estas alterações incluem
um activo que se tornou ocioso, planos para descontinuar ou rees­
truturar a unidade operacional a que o activo pertence, planos para
alienar um activo antes da data anteriormente esperada, e a reava­
liação da vida útil de um activo como finita em vez de indefini­
da (1),

g) existe evidência nos relatórios internos que indica que o desempe­


nho económico de um activo é, ou será, pior do que o esperado.

▼M7
Dividendo de uma subsidiária, ►M32 associada ou empreendimento
conjunto ◄

h) para um investimento numa subsidiária, ►M32 associada ou


empreendimento conjunto ◄, o investidor reconhece um divi­
dendo do investimento e estão disponíveis provas de que:

(i) a quantia escriturada do investimento constante das demons­


trações financeiras separadas excede as quantias escrituradas
dos activos líquidos da investida constantes das demonstrações
financeiras consolidadas, incluindo o goodwill associado; ou

(ii) o dividendo excede o rendimento integral total da subsidiária,


►M32 associada ou empreendimento conjunto ◄ no período
em que o dividendo é declarado.

▼B
13. A lista do parágrafo 12. não é exaustiva. Uma entidade pode identi­
ficar outras indicações de que um activo possa estar com imparidade e
estas também exigiriam que a entidade determine a quantia recuperá­
vel do activo ou, no caso de goodwill, efectue um teste de imparidade
de acordo com os parágrafos 80.-99.

14. A evidência proveniente de relatórios internos que indica que um


activo pode estar com imparidade inclui a existência de:

a) fluxos de caixa para a aquisição do activo, ou necessidades de


caixa subsequentes para operar ou manter o mesmo, que sejam
significativamente mais elevados do que os originariamente orça­
mentados;

b) fluxos de caixa reais líquidos ou lucros ou prejuízos operacionais


que fluam do activo que sejam significativamente piores do que os
orçamentados;

c) um declínio significativo nos fluxos de caixa líquidos orçamenta­


dos ou no lucro operacional, ou um aumento significativo em
perdas orçamentadas, fluindo do activo; ou

d) perdas operacionais ou exfluxos de caixa líquidos relativos ao


activo, quando quantias do período corrente são agregadas com
quantias orçamentadas para o futuro.

(1) Quando um activo corresponder aos critérios para ser classificado como detido para
venda (ou for incluído num grupo para alienação que seja classificado como detido
para venda), ele será excluído do âmbito desta Norma e contabilizado de acordo com
a IFRS 5 Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descon­
tinuadas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 344

▼B
15. Conforme indicado no parágrafo 10., esta Norma exige que um activo
intangível com vida útil indefinida ou ainda não disponível para uso e
o goodwill sejam testados quanto a imparidade, pelo menos anual­
mente. Com excepção de quando se apliquem os requisitos do pará­
grafo 10., o conceito de materialidade aplica-se ao identificar se a
quantia recuperável de um activo necessita ou não de ser estimada.
Por exemplo, se cálculos anteriores mostrarem que a quantia recupe­
rável de um activo for significativamente superior à sua quantia es­
criturada, a entidade não necessita de reestimar a quantia recuperável
do activo se nenhuns acontecimentos tiverem ocorrido que eliminas­
sem essa diferença. De modo semelhante, a análise anterior pode
mostrar que a quantia recuperável de um activo não é sensível a
uma (ou mais) das indicações listadas no parágrafo 12.

16. Como ilustração do parágrafo 15., se as taxas de juro de mercado ou


outras taxas de mercado de retorno sobre investimento tiverem au­
mentado durante o período, não é exigido a uma entidade que faça
uma estimativa formal da quantia recuperável de um activo nos casos
seguintes:

a) se for improvável que a taxa de desconto usada ao calcular o valor


de uso de um activo seja afectada pelo aumento nestas taxas de
mercado. Por exemplo, os aumentos nas taxas de juro de curto
prazo podem não ter um efeito material na taxa de desconto usada
para um activo que tenha uma longa vida útil remanescente;

b) se for provável que a taxa de desconto usada ao calcular o valor de


uso de um activo seja afectada pelo aumento nestas taxas de
mercado mas as anteriores análises de sensibilidade da quantia
recuperável mostrarem que:

i) é improvável que haja um decréscimo material na quantia re­


cuperável porque os fluxos de caixa futuros também aumentam
provavelmente (por exemplo, em alguns casos, uma entidade
pode ser capaz de demonstrar que ajusta os seus réditos para
compensar qualquer aumento nas taxas de mercado), ou

ii) o decréscimo na quantia recuperável é improvável que resulte


numa perda por imparidade material.

17. Se houver uma indicação de que um activo possa estar com impari­
dade, isto pode indicar que a vida útil remanescente, o método de
depreciação (amortização) ou o valor residual do activo precisam de
ser revistos e ajustados de acordo com a Norma aplicável ao activo,
mesmo que não seja reconhecida qualquer perda por imparidade re­
lativa a esse activo.

MENSURAÇÃO DA QUANTIA RECUPERÁVEL


18. Esta Norma define quantia recuperável como o justo valor mais alto
de um activo ou de uma unidade geradora de caixa menos os custos
►M33 de alienação ◄ e o seu valor de uso. Os parágrafos 19.-57.
estabelecem os requisitos de mensuração da quantia recuperável. Estes
requisitos usam o termo «um activo» mas aplicam-se igualmente a um
activo individual ou a uma unidade geradora de caixa.

19. Nem sempre é necessário determinar tanto o justo valor de um activo


menos os custos ►M33 de alienação ◄ como o seu valor de uso. Se
qualquer destas quantias exceder a quantia escriturada do activo, o
activo não está com imparidade e não é necessário estimar a outra
quantia.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 345

▼M33
20. Pode ser possível mensurar o justo valor menos os custos de aliena­
ção, mesmo que não exista um preço cotado num mercado activo para
um activo idêntico. Porém, por vezes, não será possível mensurar o
justo valor menos os custos de alienação porque não há qualquer base
para fazer uma estimativa fiável do preço ao qual decorreria uma
operação ordenada de venda do activo entre participantes no mercado
à data da mensuração nas condições correntes de mercado. Neste caso,
a entidade pode usar o valor de uso do activo como a sua quantia
recuperável.

▼B
21. Se não houver razão para crer que o valor de uso de um activo
excede materialmente o seu ►M33 justo valor menos os custos de
alienação ◄, o ►M33 justo valor menos os custos de alienação ◄
pode ser usado como sua quantia recuperável. Isto será muitas vezes o
caso de um activo que seja detido para alienação. Isto porque o valor
de uso de um activo detido para alienação consistirá principalmente
nos proventos líquidos da alienação, pois os fluxos de caixa futuros
derivados do uso continuado do activo até à sua alienação são pro­
vavelmente negligenciáveis.

22. A quantia recuperável é determinada para um activo individual, a


menos que o activo não consiga gerar influxos de caixa que sejam
em grande medida independentes dos de outros activos ou grupos de
activos. Se for este o caso, a quantia recuperável é determinada para a
unidade geradora de caixa à qual o activo pertença (ver parágrafos
65.-103.), a não ser que ou:

a) o ►M33 justo valor menos os custos de alienação ◄ seja supe­


rior à sua quantia escriturada; ou

▼M33
b) o valor de uso do activo possa ser estimado estar próximo do seu
justo valor menos os custos de alienação e o justo valor menos os
custos de alienação possa ser determinado.

▼B
23. Em alguns casos, estimativas, médias e simplificações computacionais
podem proporcionar aproximações razoáveis dos cálculos pormenori­
zados exemplificados nesta Norma para determinar o ►M33 justo
valor menos os custos de alienação ◄ ou o valor de uso.

Mensuração da quantia recuperável de um activo intangível com


uma vida útil indefinida
24. O parágrafo 10. exige que um activo intangível com uma vida útil
indefinida seja anualmente testado quanto a imparidade mediante
comparação da sua quantia escriturada com a sua quantia recuperável,
independentemente de existir ou não qualquer indicação de que possa
estar com imparidade. Contudo, o cálculo detalhado mais recente da
quantia recuperável de um tal activo feito num período precedente
pode ser usado no teste de imparidade para esse activo no período
corrente, desde que os seguintes critérios sejam satisfeitos:

a) se o activo intangível não gerar influxos de caixa resultantes do


uso continuado que sejam em larga medida independentes dos de
outros activos ou grupos de activos e for portanto testado quanto a
imparidade como parte de uma unidade geradora de caixa à qual
pertença, os activos e passivos que compõem essa unidade não
mudaram significativamente desde o cálculo mais recente da quan­
tia recuperável;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 346

▼B
b) o mais recente cálculo da quantia recuperável resultou numa quan­
tia que excedeu a quantia escriturada do activo por uma margem
substancial; e

c) com base numa análise dos acontecimentos que tenham ocorrido e


das circunstâncias que tenham mudado desde o cálculo mais re­
cente da quantia recuperável, a probabilidade de que uma determi­
nação da quantia recuperável corrente seja inferior à quantia es­
criturada do activo é remota.

▼M33
Justo valor menos os custos de alienação

__________

▼B
►M33 28. Os custos de alienação, que não tenham sido os reconhecidos
como passivos, são deduzidos na mensuração pelo justo valor menos
os custos de alienação. ◄ Exemplos de tais custos são os custos
legais, imposto de selo e impostos sobre transacções semelhantes,
custos de remoção do activo e custos incrementais directos para co­
locar um activo em condições para a sua venda. Porém, os benefícios
de cessação de emprego (tal como definidos na IAS 19) e custos
associados à redução ou reorganização de uma empresa a seguir à
alienação de um activo não são custos incrementais directos de alienar
o activo.

29. Por vezes, a alienação de um activo exige que o comprador assuma


um passivo e apenas existe um único ►M33 justo valor menos os
custos de alienação ◄ tanto para o activo como para o passivo. O
parágrafo 78. explica como tratar de tais casos.

Valor de uso
30. Os seguintes elementos devem ser reflectidos no cálculo do valor de
uso de um activo:

a) uma estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera


obter do activo;

b) expectativas acerca das possíveis variações na quantia ou na tem­


pestividade desses fluxos de caixa futuros;

c) o valor temporal do dinheiro, representado pela taxa corrente de


juro sem risco do mercado;

d) o preço de suportar a incerteza inerente ao activo; e

e) outros factores, tais como a falta de liquidez, que os participantes


do mercado reflectissem no apreçamento dos fluxos de caixa fu­
turos que a entidade espera obter do activo.

31. A estimativa do valor de uso de um activo envolve os seguintes


passos:

a) estimar os influxos e exfluxos de caixa futuros a serem derivados


do uso continuado do activo e da sua alienação final; e

b) aplicar a taxa de desconto apropriada a esses fluxos de caixa


futuros.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 347

▼B
32. Os elementos identificados no parágrafo 30.b), d) e e) podem ser
reflectidos ou como ajustamentos nos fluxos de caixa futuros ou
como ajustamentos na taxa de desconto. Qualquer abordagem que
uma entidade adopte para reflectir as expectativas acerca das possíveis
variações na quantia ou na tempestividade de fluxos de caixa futuros,
o resultado deve reflectir o valor presente esperado dos fluxos de
caixa futuros, i.e., a média ponderada de todos os desfechos possíveis.
O Apêndice A proporciona orientação adicional sobre o uso das téc­
nicas de valor presente ao mensurar o valor de uso de um activo.

Bases para estimativas de fluxos de caixa futuros


33. Ao mensurar o valor de uso, uma entidade deve:

a) basear as projecções de fluxos de caixa em pressupostos razoáveis


e suportáveis que representem a melhor estimativa da gerência da
escala de condições económicas que existirão durante a vida útil
remanescente do activo. Deve ser dada maior ponderação a evi­
dências externas;

b) basear as projecções de fluxos de caixa nos orçamentos/previsões


financeiros mais recentes aprovados pela gerência, mas deve ex­
cluir quaisquer influxos ou exfluxos de caixa futuros estimados
que se espera venham a resultar de reestruturações futuras ou de
aumentos ou melhorias no desempenho do activo. As projecções
baseadas nestes orçamentos/previsões devem abranger um período
máximo de cinco anos, a menos que um período mais longo possa
ser justificado;

c) estimar projecções de fluxos de caixa para além do período abran­


gido pelos orçamentos/previsões mais recentes extrapolando as
projecções baseadas nos orçamentos/previsões pelo uso de uma
taxa de crescimento estável ou decrescente para os anos subse­
quentes, a menos que uma taxa crescente possa ser justificada.
Esta taxa de crescimento não deve exceder a taxa de crescimento
média a longo prazo dos produtos, sectores ou país ou países em
que a entidade opera, ou do mercado em que o activo seja usado, a
menos que uma taxa mais alta possa ser justificada.

34. A gerência avalia a razoabilidade dos pressupostos em que se baseiam


as suas projecções correntes dos fluxos de caixa ao examinar as
causas das diferenças entre projecções passadas dos fluxos de caixa
e os fluxos de caixa reais. A gerência deve assegurar que os pressu­
postos sobre os quais se baseiam as suas projecções correntes dos
fluxos de caixa sejam consistentes com desfechos passados reais,
desde que os efeitos de acontecimentos ou circunstâncias subsequen­
tes que não existiam quando esses fluxos de caixa reais foram gerados
tornem este requisito apropriado.

35. Não estão, geralmente, disponíveis orçamentos/previsões financeiros


pormenorizados, explícitos e fiáveis de fluxos de caixa futuros para
períodos superiores a cinco anos. Por esta razão, as estimativas da
gerência de fluxos de caixa futuros são baseadas nos mais recentes
orçamentos/previsões para um máximo de cinco anos. A gerência
pode usar projecções de fluxos de caixa baseadas em orçamentos/pre­
visões financeiros durante um período superior a cinco anos se estiver
confiante de que essas projecções são fiáveis e possa demonstrar a sua
capacidade, baseada na experiência passada, para prever fluxos de
caixa com rigor durante esse período mais longo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 348

▼B
36. As projecções de fluxos de caixa até ao fim da vida útil de um activo
são estimadas extrapolando as projecções de fluxos de caixa baseadas
nos orçamentos/previsões financeiros usando uma taxa de crescimento
para os anos subsequentes. Esta taxa é estável ou decrescente, a
menos que um aumento na taxa coincida com informação objectiva
acerca de modelos durante o ciclo de vida de um produto ou de um
sector. Se apropriado, a taxa de crescimento é zero ou negativa.

37. Quando as condições forem favoráveis, é provável que concorrentes


entrem no mercado e restrinjam o crescimento. Por isso, as entidades
terão dificuldade em exceder a longo prazo (diga-se, vinte anos) a
taxa histórica média de crescimento dos produtos, sectores industriais,
ou país ou países em que a entidade opera, ou no mercado em que o
activo seja usado.

38. Ao usar informação dos orçamentos/previsões financeiros, uma enti­


dade considera se a informação reflecte pressupostos razoáveis e su­
portáveis e representa a melhor estimativa da gerência em relação ao
conjunto de condições económicas que existirão durante a vida útil
remanescente do activo.

Composição das estimativas de fluxos de caixa futuros


39. As estimativas de fluxos de caixa futuros devem incluir:

a) projecções de influxos de caixa derivados do uso continuado do


activo;

b) projecções de exfluxos de caixa que sejam necessariamente incor­


ridos para gerar os influxos de caixa derivados do uso continuado
do activo (incluindo exfluxos de caixa para preparar o activo para
uso) e possam ser directamente atribuídos, ou imputados numa
base razoável e consistente, ao activo; e

c) fluxos de caixa líquidos, se os houver, a receber (ou a pagar) pela


alienação do activo no fim da sua vida útil.

40. As estimativas de fluxos de caixa futuros e a taxa de desconto re­


flectem pressupostos consistentes acerca de aumentos de preços atri­
buíveis à inflação geral. Por isso, se a taxa de desconto incluir o efeito
de aumentos de preços atribuíveis à inflação geral, os fluxos de caixa
futuros são estimados em termos nominais. Se a taxa de desconto
excluir o efeito dos aumentos de preços atribuíveis à inflação geral,
os fluxos de caixa futuros são estimados em termos reais (mas in­
cluem os futuros aumentos ou diminuições de preços específicos).

41. As projecções de exfluxos de caixa incluem as da manutenção diária


do activo, assim como gastos gerais futuros que possam ser directa­
mente atribuídos, ou imputados numa base razoável e consistente, ao
uso do activo.

42. Quando a quantia escriturada de um activo ainda não incluir todos os


exfluxos de caixa a serem incorridos antes de estar pronto para uso ou
venda, a estimativa de exfluxos de caixa futuros inclui uma estimativa
de quaisquer exfluxos de caixa adicionais que se espera que sejam
incorridos antes de o activo estar pronto para uso ou venda. Por
exemplo, este é o caso de um edifício em construção ou de um
projecto de desenvolvimento que ainda não esteja concluído.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 349

▼B
43. Para evitar a dupla contagem, as estimativas de fluxos de caixa futu­
ros não incluem:

a) influxos de caixa de activos que criem influxos de caixa que sejam


em larga medida independentes dos influxos de caixa do activo em
causa (por exemplo, activos financeiros tais como dívidas a rece­
ber); e

b) exfluxos de caixa que se relacionem com obrigações que tenham


sido reconhecidas como passivos (por exemplo, dívidas a pagar,
pensões ou provisões).

44. Os futuros fluxos de caixa devem ser estimados para o activo na


condição corrente. Estimativas de futuros fluxos de caixa não devem
incluir futuros influxos ou exfluxos de caixa que se esperem como
resultado de:

a) uma reestruturação futura com a qual uma entidade ainda não


esteja comprometida; ou

b) aumentos ou melhorias no desempenho do activo.

45. Dado que os fluxos de caixa futuros são estimados para o activo na
condição corrente, o valor de uso não reflecte:

a) exfluxos de caixa futuros ou poupanças de custos relacionadas (por


exemplo, reduções nos custos de pessoal) ou benefícios que se
espera que surjam de uma reestruturação futura com a qual uma
entidade ainda não esteja comprometida; ou

b) exfluxos de caixa futuros que melhorem ou aumentem o desempe­


nho do activo ou os influxos de caixa relacionados que se espera
que resultem desses exfluxos.

46. Uma reestruturação é um programa que é planeado e controlado pela


gerência e altera materialmente quer o âmbito do negócio empreen­
dido por uma entidade, quer a maneira pela qual o negócio é condu­
zido. A IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contin­
gentes contém orientação que esclarece quando é que uma empresa
está comprometida com uma reestruturação.

47. Quando uma entidade ficar comprometida com uma reestruturação, é


provável que alguns activos sejam afectados por essa reestruturação.
Logo que a entidade esteja comprometida com a reestruturação:

a) as suas estimativas dos influxos e exfluxos de caixa futuros para a


finalidade de determinar o valor de uso reflectem as poupanças de
custos e outros benefícios da reestruturação (baseadas nos mais
recentes orçamentos/previsões financeiros que tenham sido aprova­
dos pela gerência); e

b) as suas estimativas de exfluxos de caixa futuros para a reestrutu­


ração são incluídas numa provisão para reestruturação de acordo
com a IAS 37.

O Exemplo Ilustrativo 5 mostra o efeito de uma futura reestruturação


no cálculo de um valor de uso.

48. Até que uma entidade incorra em exfluxos de caixa que aumentem ou
melhorem o desempenho do activo, as estimativas de fluxos de caixa
futuros não incluem os influxos de caixa futuros estimados que se
espera que resultem do aumento de benefícios económicos associados
ao exfluxo de caixa (ver Exemplo Ilustrativo 6).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 350

▼B
49. As estimativas de fluxos de caixa futuros incluem os exfluxos de
caixa futuros necessários à manutenção do nível de benefícios econó­
micos que se espera que resultem do activo na sua corrente condição.
Quando uma unidade geradora de caixa consistir em activos com
diferentes vidas úteis estimadas, sendo todos essenciais para a conti­
nuação do funcionamento da unidade, a substituição de activos com
vidas mais curtas é considerada como fazendo parte da manutenção
diária da unidade ao estimar os fluxos de caixa futuros associados à
unidade. Da mesma forma, quando um único activo consistir em
componentes com diferentes vidas úteis estimadas, a substituição de
componentes com vidas mais curtas é considerada como fazendo parte
da manutenção diária do activo ao estimar os fluxos de caixa futuros
gerados pelo activo.

50. As estimativas de fluxos de caixa futuros não devem incluir:

a) influxos ou exfluxos de caixa provenientes de actividades de fi­


nanciamento; ou

b) recebimentos ou pagamentos de impostos sobre o rendimento.

51. As estimativas de fluxos de caixa futuros reflectem pressupostos que


são consistentes com a forma como a taxa de desconto é determinada.
De outro modo, o efeito de alguns pressupostos será tido em consi­
deração duas vezes ou ignorado. Porque o valor temporal do dinheiro
é considerado ao descontar os fluxos de caixa futuros estimados, estes
fluxos de caixa excluem influxos ou exfluxos de caixa derivados das
actividades de financiamento. Da mesma forma, dado que a taxa de
desconto é determinada numa base antes dos impostos, os fluxos de
caixa futuros são também estimados numa base antes dos impostos.

52. A estimativa de fluxos de caixa líquidos a receber (ou a pagar) pela


alienação de um activo no fim da sua vida útil deve ser a quantia que
uma entidade espera obter da alienação do activo numa transacção
entre partes conhecedoras e dispostas a isso sem qualquer relaciona­
mento entre elas, após dedução dos custos de alienação estimados.

53. A estimativa de fluxos de caixa líquidos a receber (ou a pagar) pela


alienação de um activo no fim da sua vida útil é determinada de
maneira semelhante ao ►M33 justo valor menos os custos de alie­
nação ◄, excepto que, ao estimar esses fluxos de caixa líquidos:

a) uma entidade usa os preços prevalecentes à data da estimativa para


activos semelhantes que tenham atingido o fim da sua vida útil e
tenham operado em condições semelhantes àquelas em que o ac­
tivo será usado;

b) a entidade ajusta esses preços devido ao efeito não só de futuros


aumentos de preços devido à inflação geral mas também de futuros
aumentos ou diminuições de preços específicos. Contudo, se as
estimativas dos fluxos de caixa futuros derivados do uso conti­
nuado do activo e da taxa de desconto excluírem o efeito da
inflação geral, a entidade também exclui este efeito da estimativa
de fluxos de caixa líquidos da alienação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 351

▼M33
53.A. O justo valor difere do valor de uso. O justo valor reflecte os pres­
supostos que os participantes no mercado considerariam ao apreçar o
activo. Em contraste, o valor de uso reflecte os efeitos de factores que
podem ser específicos da entidade e não aplicáveis às entidades em
geral. Por exemplo, o justo valor não reflecte nenhum dos seguintes
factores, na medida em que os mesmos não estão geralmente dispo­
níveis para os participantes no mercado:

(a) valor adicional derivado do agrupamento de activos (como seja a


criação de uma carteira de propriedades de investimento em dife­
rentes locais);

(b) sinergias entre o activo a mensurar e outros activos;

(c) direitos ou restrições legais específicos e exclusivos do actual


proprietário do activo; e

(d) benefícios ou encargos fiscais específicos do actual proprietário


do activo.

▼B
Fluxos de caixa futuros de moeda estrangeira
54. Os fluxos de caixa futuros são estimados na moeda em que serão
gerados e depois descontados usando uma taxa de desconto apro­
priada para essa moeda. Uma entidade transpõe o valor presente
usando a taxa de câmbio à vista na data do cálculo do valor de uso.

Taxa de desconto
55. A taxa (taxas) de desconto deve(m) ser uma taxa (taxas) antes dos
impostos que reflicta(m) as avaliações correntes de mercado sobre:

a) o valor temporal do dinheiro; e

b) os riscos específicos para o activo em relação aos quais as esti­


mativas de fluxos de caixa futuros não foram ajustadas.

56. Uma taxa que reflicta as avaliações correntes de mercado do valor


temporal do dinheiro e dos riscos específicos para o activo é o retorno
que os investidores exigiriam se fossem eles a escolher um investi­
mento que gerasse fluxos de caixa de quantias, tempestividade e perfil
de risco equivalentes àquelas que a entidade espera obter do activo.
Esta taxa é estimada a partir da taxa implícita nas correntes transac­
ções de mercado para activos semelhantes ou a partir do custo médio
ponderado de capital de uma entidade cotada em bolsa que tenha um
único activo (ou uma carteira de activos) semelhante em termos de
potencial de serviço e de riscos para o activo em causa. Contudo, a(s)
taxa(s) de desconto usada(s) para mensurar o valor de uso de um
activo não deve(m) reflectir os riscos em relação aos quais as estima­
tivas de fluxos de caixa futuros tenham sido ajustadas. De outro
modo, o efeito de alguns pressupostos será tido em consideração
duas vezes.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 352

▼B
57. Quando uma taxa de um activo específico não estiver directamente
disponível no mercado, uma entidade usa substitutos para estimar a
taxa de desconto. O Apêndice A proporciona orientação adicional
sobre a estimativa da taxa de desconto nessas circunstâncias.

RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DE UMA PERDA POR IMPARI­


DADE
58. Os parágrafos 59.-64. estabelecem os requisitos para o reconheci­
mento e mensuração de perdas por imparidade de um activo indivi­
dual que não seja o goodwill. O reconhecimento e a mensuração de
perdas por imparidade a unidades geradoras de caixa e goodwill são
tratados nos parágrafos 65.-108.

59. Se, e apenas se, a quantia recuperável de um activo for inferior à sua
quantia escriturada, a quantia escriturada do activo deve ser reduzida
para a sua quantia recuperável. Esta redução é uma perda por impa­
ridade.

60. Uma perda por imparidade deve ser imediatamente reconhecida nos
lucros ou prejuízos, a não ser que o activo seja escriturado pela
quantia revalorizada de acordo com uma outra Norma (por exemplo,
de acordo com o modelo de revalorização da IAS 16 Activos Fixos
Tangíveis). Qualquer perda por imparidade de um activo revalorizado
deve ser tratada como decréscimo de revalorização de acordo com
essa outra Norma.

▼M5
61. Uma perda por imparidade num activo não revalorizado é reconhecida
nos lucros ou prejuízos. Porém, uma perda por imparidade num activo
revalorizado é reconhecida em outro rendimento integral até ao
ponto em que a perda por imparidade não exceda a quantia no ex­
cedente de revalorização do mesmo activo. Essa perda por imparidade
num activo revalorizado reduz o excedente de revalorização desse
activo.

▼B
62. Quando a quantia estimada de uma perda por imparidade for superior
à quantia escriturada do activo com o qual se relaciona, uma entidade
deve reconhecer um passivo se, e apenas se, tal for exigido por uma
outra Norma.

63. Após o reconhecimento de uma perda por imparidade, o débito de


depreciação (amortização) do activo deve ser ajustado nos períodos
futuros para imputar a quantia escriturada revista do activo, menos o
seu valor residual (se o houver), numa base sistemática, durante a sua
vida útil remanescente.

64. Se uma perda por imparidade for reconhecida, quaisquer respectivos


activos ou passivos por impostos diferidos são determinados de
acordo com a IAS 12, ao comparar a quantia escriturada revista do
activo com a sua base fiscal (ver Exemplo Ilustrativo 3).

UNIDADES GERADORAS DE CAIXA E GOODWILL


▼M12
65. Os parágrafos 66–108 e o Apêndice C estabelecem os requisitos para
identificar a unidade geradora de caixa à qual um activo pertence e
determinar a quantia escriturada das unidades geradoras de caixa e
goodwill, e reconhecer as perdas por imparidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 353

▼B
Identificação da unidade geradora de caixa a que pertence um
activo
66. Se houver qualquer indicação de que um activo possa estar com
imparidade, a quantia recuperável do activo individual deve ser esti­
mada. Se não for possível estimar a quantia recuperável do activo
individual, uma entidade deve determinar a quantia recuperável da
unidade geradora de caixa à qual o activo pertence (a unidade gera­
dora de caixa do activo).

67. A quantia recuperável de um activo individual não pode ser determi­


nada se:

a) o valor de uso do activo não puder ser estimado como estando


próximo do seu ►M33 justo valor menos os custos de alienação ◄
(por exemplo, quando os fluxos de caixa futuros provenientes do uso
continuado do activo não puderem ser estimados como sendo negli­
genciáveis); e

b) o activo não gerar influxos de caixa que sejam em larga medida


independentes dos de outros activos.

Em tais casos, o valor de uso e, por isso, a quantia recuperável só


podem ser determinados para a unidade geradora de caixa do activo.

Exemplo

Uma entidade mineira possui uma linha férrea privada para su­
portar as suas actividades mineiras. A linha férrea privada só
pode ser vendida pelo valor de sucata e não gera influxos de
caixa que sejam em larga medida independentes dos influxos de
caixa de outros activos da mina.

Não é possível estimar a quantia recuperável da linha férrea


privada porque o seu valor de uso não pode ser determinado e é
provavelmente diferente do valor de sucata. Por isso, a entidade
estima a quantia recuperável da unidade geradora de caixa à
qual a linha férrea privada pertence, isto é, a mina como um
todo.

68. Tal como definido no parágrafo 6., a unidade geradora de caixa de um


activo é o grupo mais pequeno de activos que inclui o activo e que
gera influxos de caixa que sejam em larga medida independentes dos
influxos de caixa de outros activos ou grupos de activos. A identifi­
cação da unidade geradora de caixa de um activo envolve julgamento.
Se a quantia recuperável não puder ser determinada para um activo
individual, uma entidade identifica o menor agregado de activos que
geram influxos de caixa em larga medida independentes.

Exemplo

Uma empresa de autocarros presta serviços sob contrato com um


município que exige serviço mínimo em cada uma de cinco
carreiras separadas. Os activos afectos a cada carreira e os fluxos
de caixa de cada carreira podem ser identificados separadamente.
Uma das carreiras opera com perdas significativas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 354

▼B

Dado que a entidade não tem a opção de encerrar qualquer


carreira de autocarros, o nível mais baixo dos influxos de caixa
identificáveis que sejam em larga medida independentes dos
influxos de caixa provenientes de outros activos ou grupos de
activos é o que corresponde aos influxos de caixa gerados pelas
cinco carreiras conjuntamente. A unidade geradora de caixa
para cada carreira é a empresa de autocarros no seu todo.

69. Os influxos de caixa são influxos de caixa e equivalentes de caixa


recebidos de partes externas à entidade. Ao identificar se os influxos
de caixa de um activo (ou grupo de activos) são em larga medida
independentes dos influxos de caixa de outros activos (ou grupos de
activos), uma entidade considera vários factores incluindo a forma
como a gerência monitoriza as unidades operacionais da entidade (tais
como por linhas de produtos, negócios, locais individuais, áreas dis­
tritais ou regionais) ou como a gerência toma decisões acerca da
continuação ou alienação dos activos e unidades operacionais da en­
tidade. O Exemplo Ilustrativo 1 dá exemplos de identificação de uma
unidade geradora de caixa.

70. Se existir um mercado activo para o output produzido por um activo


ou grupo de activos, esse activo ou grupo de activos deve ser iden­
tificado como uma unidade geradora de caixa, mesmo se uma parte ou
todo o output for usado internamente. Se os influxos de caixa gerados
por qualquer activo ou unidade geradora de caixa forem afectados
pelo preço de transferência interno, uma entidade deve usar a melhor
estimativa da gerência relativa ao(s) futuro(s) preço(s) que possa(m)
ser alcançado(s) em transacções em que não exista relacionamento
entre as partes ao estimar:

a) os influxos de caixa futuros usados para determinar o valor de uso


do activo ou da unidade geradora de caixa; e

b) os exfluxos de caixa futuros usados para determinar o valor de uso


de quaisquer outros activos ou unidades geradoras de caixa que
sejam afectados pelo preço de transferência interno.

71. Mesmo se parte ou todo o output produzido por um activo ou grupo


de activos for usado por outras unidades da entidade (por exemplo,
produtos num estádio intermédio de um processo de produção), este
activo ou grupo de activos forma uma unidade geradora de caixa
separada se a entidade puder vender o output num mercado activo.
Isto é assim porque o activo ou grupo de activos podia gerar influxos
de caixa que seriam em grande medida independentes dos influxos de
caixa de outros activos ou grupos de activos. Ao usar informação
baseada em orçamentos/previsões financeiros com relação a uma tal
unidade geradora de caixa, ou a qualquer outro activo ou unidade
geradora de caixa afectado por preços de transferência internos, uma
entidade ajusta esta informação se os preços de transferência internos
não reflectirem a melhor estimativa da gerência relativamente a preços
futuros que poderiam ser alcançados em transacções em que não
exista relacionamento entre as partes.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 355

▼B
72. As unidades geradoras de caixa devem ser identificadas consistente­
mente de período para período relativamente ao mesmo activo ou
tipos de activos, a menos que se justifique uma alteração.

73. Se uma entidade determinar que um activo pertence a uma unidade


geradora de caixa diferente da de períodos anteriores, ou que os tipos
de activos agregados da unidade geradora de caixa do activo se alte­
raram, o parágrafo 130. exige divulgações acerca da unidade geradora
de caixa, se uma perda por imparidade for reconhecida ou revertida
para a unidade geradora de caixa.

Quantia recuperável e quantia escriturada de uma unidade gera­


dora de caixa

74. A quantia recuperável de uma unidade geradora de caixa é a mais alta


de entre o ►M33 justo valor menos os custos de alienação ◄ da
unidade geradora de caixa e o seu valor de uso. Para a finalidade de
determinar a quantia recuperável de uma unidade geradora de caixa,
qualquer referência nos parágrafos 19.-57. a «um activo» é lida como
uma referência a «uma unidade geradora de caixa».

75. A quantia escriturada de uma unidade geradora de caixa deve ser


determinada numa base consistente com a forma como a quantia
recuperável da unidade geradora de caixa é determinada.

76. A quantia escriturada de uma unidade geradora de caixa:

a) inclui apenas a quantia escriturada dos activos que possam ser


directamente atribuídos, ou imputados numa base razoável e con­
sistente, à unidade geradora de caixa e que gerarão os influxos de
caixa futuros usados ao determinar o valor de uso da unidade
geradora de caixa; e

b) não inclui a quantia escriturada de qualquer passivo reconhecido, a


menos que a quantia recuperável da unidade geradora de caixa não
possa ser determinada sem considerar este passivo.

Isto dá-se porque o ►M33 justo valor menos os custos de alienação ◄


e o valor de uso de uma unidade geradora de caixa são determinados
excluindo os fluxos de caixa relacionados com activos que não façam
parte da unidade geradora de caixa e passivos que tenham sido reconhe­
cidos (ver parágrafos 28. e 43.).

77. Quando os activos são agrupados para avaliação da sua recuperabili­


dade, é importante incluir na unidade geradora de caixa todos os
activos que geram ou são usados para gerar a corrente relevante de
influxos de caixa. Se assim não for, a unidade geradora de caixa pode
parecer que é totalmente recuperável quando de facto ocorreu uma
perda por imparidade. Em alguns casos, se bem que certos activos
contribuam para os fluxos de caixa futuros estimados de uma unidade
geradora de caixa, eles não podem ser imputados à unidade geradora
de caixa numa base razoável e consistente. Este pode ser o caso para
o goodwill ou activos «corporate» tais como os activos dos escritórios
centrais. Os parágrafos 80.-103. explicam como tratar estes activos ao
testar a imparidade de uma unidade geradora de caixa.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 356

▼M33
78. Pode ser necessário considerar alguns passivos reconhecidos para de­
terminar a quantia recuperável de uma unidade geradora de caixa. Isto
pode ocorrer se a alienação de uma unidade geradora de caixa exigir
que o comprador assuma o passivo. Neste caso, o justo valor menos
os custos de alienação (ou o fluxo de caixa estimado da última alie­
nação) da unidade geradora de caixa é o preço para vender os activos
da unidade geradora de caixa e o passivo conjuntamente, menos os
custos de alienação. Para executar uma comparação com sentido entre
a quantia escriturada da unidade geradora de caixa e a sua quantia
recuperável, a quantia escriturada do passivo é deduzida ao determinar
tanto o valor de uso da unidade geradora de caixa como a sua quantia
escriturada.

▼B

Exemplo

Uma empresa explora uma mina num país onde a legislação


exige que o proprietário restaure o local quando concluir a sua
exploração da mina. O custo de restauro inclui a reposição da
camada de terra que teve de ser removida antes do começo da
exploração mineira. Uma provisão para os custos de reposição
da camada de terra foi reconhecida logo que a camada foi re­
movida. A quantia proporcionada foi reconhecida como parte do
custo da mina e tem sido depreciada durante a vida útil da mina.
A quantia escriturada da provisão para os custos de restauro
corresponde a 500 UM (a).

A entidade está a testar a imparidade da mina. A unidade gera­


dora de caixa da mina é a mina na sua totalidade. A entidade
recebeu várias ofertas de compra da mina a um preço aproxi­
mado de 800 UM. Este preço reflecte o facto de que o com­
prador assumirá a obrigação de restaurar a camada de terra. Os
custos de alienação da mina são negligenciáveis. O valor de uso
da mina é aproximadamente 1 200 UM, excluindo os custos de
restauro. A quantia escriturada da mina é 1 000 UM.

O ►M33 justo valor menos os custos de alienação ◄ da


unidade geradora de caixa é 800 UM. Esta quantia considera
os custos de restauro que já foram providenciados. Como con­
sequência, o valor de uso da unidade geradora de caixa é
determinado após consideração dos custos de restauro e é esti­
mado em 700 UM (1 200 UM menos 500 UM). A quantia es­
criturada da unidade geradora de caixa é 500 UM, que é a
quantia escriturada da mina (1 000 UM) menos a quantia es­
criturada da provisão para custos de restauro (500 UM). Por­
tanto, a quantia recuperável da unidade geradora de caixa ex­
cede a sua quantia escriturada.

___________
(a) Nesta Norma, as quantias monetárias estão denominadas em «unidades
monetárias» (UM).

79. Por razões práticas, a quantia recuperável de uma unidade geradora de


caixa é por vezes determinada após tomar em consideração activos
que não façam parte da unidade geradora de caixa (por exemplo,
dívidas a receber ou outros activos financeiros) ou passivos que
tenham sido reconhecidos (por exemplo, dívidas a pagar, pensões e
outras provisões). Nestes casos, a quantia escriturada da unidade
geradora de caixa é aumentada pela quantia escriturada desses activos
e diminuída pela quantia escriturada desses passivos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 357

▼B
Goodwill

Imputação de goodwill a unidades geradoras de


caixa
▼M22
80. Para efeitos de testar a imparidade, o goodwill adquirido numa
concentração de actividades empresariais deve, a partir da data
da aquisição, ser imputado a cada uma das unidades geradoras de
caixa, ou grupo de unidades geradoras de caixa, da adquirente,
que se espera que beneficiem das sinergias da concentração de
actividades empresariais, independentemente de outros activos ou
passivos da adquirida serem atribuídos a essas unidades ou gru­
pos de unidades. Cada unidade ou grupo de unidades ao qual o
goodwill seja assim imputado:

a) deve representar o nível mais baixo no seio da entidade ao qual


o goodwill é monitorizado para finalidades de gestão interna; e

b) não deve ser maior do que um segmento operacional conforme


definido pelo parágrafo 5 da IFRS 8 Segmentos Operacionais
antes da agregação.

▼M12
81. O goodwill reconhecido numa concentração de actividades empresa­
riais é um activo que representa os benefícios económicos futuros
resultantes de outros activos adquiridos numa concentração de activi­
dades empresariais que não sejam individualmente identificados nem
separadamente reconhecidos. O goodwill não gera fluxos de caixa
independentemente de outros activos ou grupos de activos e muitas
vezes contribui para os fluxos de caixa de várias unidades geradoras
de caixa. O goodwill por vezes não pode ser imputado numa base não
arbitrária a unidades geradoras de caixa individuais, mas apenas a
grupos de unidades geradoras de caixa. Como resultado, o nível
mais baixo dentro da entidade no qual o goodwill é monitorizado
para finalidades de gestão interna compreende por vezes um número
de unidades geradoras de caixa com as quais o goodwill se relaciona,
mas a que não pode ser imputado. As referências nos parágrafos
83–99 e no Apêndice C a uma unidade geradora de caixa à qual o
goodwill é imputado devem ser lidas como referências também a um
grupo de unidades geradoras de caixa às quais o goodwill é imputado.

▼B
82. A aplicação dos requisitos do parágrafo 80. faz com que o goodwill
seja testado por imparidade a um nível que reflicta a forma como uma
entidade gere as suas unidades operacionais e com que o goodwill
estaria naturalmente associado. Portanto, o desenvolvimento de siste­
mas de relato adicionais não é tipicamente necessário.

83. Uma unidade geradora de caixa à qual o goodwill seja imputado para
a finalidade de testar a imparidade pode não coincidir com o nível a
que o goodwill é imputado de acordo com a IAS 21 Os Efeitos de
Alterações em Taxas de Câmbio para a finalidade de mensurar os
ganhos e perdas cambiais. Por exemplo, se a uma entidade for exigido
pela IAS 21 que impute goodwill a níveis relativamente baixos com a
finalidade de mensurar os ganhos e perdas cambiais, não é exigido
que teste o goodwill quanto a imparidade ao mesmo nível a não ser
que também monitorize o goodwill a esse nível para finalidades de
gestão interna.

84. Se a imputação inicial do goodwill adquirido numa concentração de


actividades empresariais não pude ser concluída antes do fim do
período anual em que seja efectuada a concentração de actividades
empresariais, essa imputação inicial deve ser concluída antes do fim
do primeiro período anual com início após a data da aquisição.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 358

▼M12
85. De acordo com a IFRS 3 Concentrações de Actividades Empresariais,
se a contabilização inicial de uma concentração de actividades em­
presariais puder ser determinada apenas provisoriamente no final do
período em que a concentração seja efectuada, a adquirente:

a) contabiliza a concentração usando esses valores provisórios; e

b) reconhece qualquer ajustamento a esses valores provisórios como


resultado de concluir a contabilização inicial no período de men­
suração, o qual não deve exceder doze meses após a data de
aquisição.

Nessas circunstâncias, também pode não ser possível concluir a impu­


tação inicial do goodwill reconhecido na concentração antes do fim do
período anual em que a concentração seja efectuada. Quando for este o
caso, a entidade divulga a informação exigida pelo parágrafo 133.

▼B
86. Se o goodwill tiver sido imputado a uma unidade geradora de caixa e
a entidade alienar uma unidade operacional dessa unidade, o goodwill
associado à unidade operacional alienada deve ser:

a) incluído na quantia escriturada da unidade operacional aquando da


determinação de ganhos ou perdas no momento da alienação; e

b) mensurado na base dos valores relativos de uma unidade operacio­


nal alienada e da porção da unidade geradora de caixa retida, a não
ser que a entidade possa demonstrar que algum outro método re­
flecte melhor o goodwill associado à unidade operacional alienada.

Exemplo

Uma entidade vende por 100 UM uma unidade operacional que


fazia parte de uma unidade geradora de caixa a que tinha sido
imputado goodwill O goodwill imputado à unidade não pode ser
identificado ou associado a um grupo de activos a um nível
inferior ao dessa unidade, excepto arbitrariamente. A quantia
recuperável da porção da unidade geradora de caixa retida é
de 300 UM.

Porque o goodwill imputado à unidade geradora de caixa não


pode ser identificado ou associado a um grupo de activos de
forma não arbitrária a um nível inferior ao dessa unidade, o
goodwill associado à unidade operacional alienada é mensu­
rado na base dos valores relativos da unidade operacional alie­
nada e da porção da unidade retida. Assim, 25 % do goodwill
imputado à unidade geradora de caixa é incluído na quantia
escriturada da unidade operacional que é vendida.

87. Se uma entidade reorganiza a sua estrutura de relato de forma que


altera a composição de uma ou mais unidades geradoras de caixa às
quais tenha sido imputado goodwill, o goodwill deve ser reimputado
às unidades afectadas. Esta nova imputação deve ser efectuada usando
uma abordagem pelo valor relativo semelhante à utilizada quando uma
entidade aliena uma unidade operacional no seio de uma unidade
geradora de caixa, a não ser que a entidade possa demonstrar que
outro método reflecte melhor o goodwill associado às unidades reor­
ganizadas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 359

▼B

Exemplo

O goodwill tinha anteriormente sido imputado à unidade gera­


dora de caixa A. O goodwill imputado a A não pode ser iden­
tificado ou associado a um grupo de activos a um nível inferior
ao de A, excepto arbitrariamente. A vai ser dividida e integrada
em três outras unidades geradoras de caixa, B, C e D.

Dado que o goodwill imputado a A não pode ser identificado ou


associado a um grupo de activos de forma não arbitrária a um
nível inferior ao de A, ele é reimputado às unidades B, C e D na
base dos valores relativos das três porções de A antes de essas
porções serem integradas em B, C e D.

Testar a imparidade das unidades geradoras de


caixa com goodwill
88. Quando, tal como descrito no parágrafo 81., o goodwill se relaciona
com uma unidade geradora de caixa mas não tenha sido imputado a
essa unidade, a unidade deve ser testada quanto a imparidade, sempre
que exista uma indicação de que essa unidade pode estar com impa­
ridade, comparando a quantia escriturada da unidade, excluindo qual­
quer goodwill, com a sua quantia recuperável. Qualquer perda por
imparidade deve ser reconhecida de acordo com o parágrafo 104.

89. Se uma unidade geradora de caixa descrita no parágrafo 88. incluir na


sua quantia escriturada um activo intangível que tenha uma vida útil
indefinida ou ainda não esteja disponível para uso e se esse activo
puder ser testado quanto a imparidade apenas como parte da unidade
geradora de caixa, o parágrafo 10. exige que a unidade também seja
testada quanto a imparidade anualmente.

90. Uma unidade geradora de caixa à qual tenha sido imputado goodwill
deve ser testada quanto a imparidade anualmente, e sempre que exista
uma indicação de que essa unidade possa estar com imparidade,
comparando a quantia escriturada da unidade, incluindo o goodwill,
com a quantia recuperável da unidade. Se a quantia recuperável da
unidade exceder a quantia escriturada da unidade, a unidade e o
goodwill imputado a essa unidade devem ser considerados como
não estando com imparidade. Se a quantia escriturada da unidade
exceder a quantia recuperável da unidade, a entidade deve reconhecer
a perda por imparidade de acordo com o parágrafo 104.

▼M12
__________

▼B
Tempestividade dos testes de imparidade
96. O teste de imparidade anual para uma unidade geradora de caixa a
que tenha sido imputado goodwill pode ser efectuado a qualquer
momento durante um período anual, desde que o teste seja efectuado
no mesmo momento todos os anos. Unidades geradoras de caixa
diferentes podem ser testadas quanto a imparidade em momentos
diferentes. Contudo, se uma parte ou todo o goodwill imputado a
uma unidade geradora de caixa foi adquirido numa concentração de
actividades empresariais durante o período corrente anual, essa uni­
dade deve ser testada quanto a imparidade antes do final do período
corrente anual.

97. Se os activos que constituem a unidade geradora de caixa a que tenha


sido imputado goodwill forem testados quanto a imparidade ao mesmo
tempo que a unidade que contém o goodwill, eles devem ser testados
quanto a imparidade antes da unidade que contém o goodwill. Do
mesmo modo, se as unidades geradoras de caixa que constituem um
grupo de unidades geradoras de caixa a que tenha sido imputado
goodwill forem testadas quanto a imparidade ao mesmo tempo que
o grupo de unidades que contém o goodwill, as unidades individuais
devem ser testadas quanto a imparidade antes do grupo de unidades
que contém o goodwill.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 360

▼B
98. No momento do teste de imparidade de uma unidade geradora de
caixa à qual tenha sido imputado goodwill, pode haver uma indicação
de uma imparidade de um activo dentro da unidade que contém o
goodwill. Nessas circunstâncias, a entidade testa o activo quanto a
imparidade primeiro, e reconhece qualquer perda por imparidade nesse
activo antes de testar a imparidade da unidade geradora de caixa que
contém o goodwill. Do mesmo modo, pode haver uma indicação de
uma imparidade de uma unidade geradora de caixa dentro de um
grupo de unidades que contém o goodwill. Nessas circunstâncias, a
entidade testa a unidade geradora de caixa quanto a imparidade pri­
meiro, e reconhece qualquer perda por imparidade nessa unidade antes
de testar a imparidade do grupo de unidades ao qual seja imputado o
goodwill.

99. O cálculo detalhado mais recente, feito num período precedente, da


quantia recuperável de uma unidade geradora de caixa à qual tenha
sido imputado goodwill pode ser usado no teste de imparidade dessa
unidade no corrente período, desde que os seguintes critérios sejam
satisfeitos:

a) os activos e passivos que compõem a unidade não foram signifi­


cativamente alterados desde o mais recente cálculo da quantia
recuperável;

b) o mais recente cálculo da quantia recuperável resultou numa quan­


tia que excedeu a quantia escriturada da unidade numa margem
substancial; e

c) com base numa análise dos acontecimentos que tenham ocorrido e


das circunstâncias que tenham mudado desde o cálculo mais re­
cente da quantia recuperável, a probabilidade de que uma determi­
nação corrente da quantia recuperável seria inferior à quantia es­
criturada da unidade é remota.

Activos corporate
100. Os activos «corporate» incluem activos do grupo ou activos divisio­
nais tais como o edifício de uma sede ou de uma divisão da entidade,
equipamento de processamento de dados (EDP) ou um centro de
pesquisa. A estrutura de uma entidade determina se um activo satisfaz
a definição desta Norma de activos corporate para uma unidade ge­
radora de caixa em particular. As características distintivas dos activos
corporate são as de que eles não geram influxos de caixa indepen­
dentemente de outros activos ou grupos de activos e que a sua quantia
escriturada não pode ser inteiramente atribuída à unidade geradora de
caixa em questão.

101. Porque os activos corporate não geram influxos de caixa separados, a


quantia recuperável de um activo «corporate» individual não pode ser
determinada a não ser que a gerência tenha decidido alienar o activo.
Consequentemente, se houver uma indicação de que um activo cor­
porate possa estar com imparidade, a quantia recuperável é determi­
nada para a unidade geradora de caixa ou grupo de unidades gerado­
ras de caixa ao qual o activo corporate pertença, sendo comparada
com a quantia escriturada desta unidade geradora de caixa ou grupo
de unidades geradoras de caixa. Uma perda por imparidade é reco­
nhecida de acordo com o parágrafo 104.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 361

▼B
102. Ao testar a imparidade de uma unidade geradora de caixa, uma enti­
dade deve identificar todos os activos corporate que se relacionem
com a unidade geradora de caixa em análise. Se uma parte da quantia
escriturada de um activo corporate:

a) puder ser imputada numa base razoável e consistente a essa uni­


dade, a entidade deve comparar a quantia escriturada da unidade,
incluindo a parte da quantia escriturada do activo corporate impu­
tada à unidade, com a sua quantia recuperável. Qualquer perda por
imparidade deve ser reconhecida de acordo com o parágrafo 104.

b) não puder ser imputada numa base razoável e consistente a essa


unidade, a entidade deve:

i) comparar a quantia escriturada da unidade, excluindo o activo


corporate, com a sua quantia recuperável e reconhecer qual­
quer perda por imparidade de acordo com o parágrafo 104.,

ii) identificar o mais pequeno grupo de unidades geradoras de


caixa que inclua a unidade geradora de caixa em questão e a
que uma parte da quantia escriturada do activo corporate possa
ser imputada numa base razoável e consistente, e

iii) comparar a quantia escriturada desse grupo de unidades gera­


doras de caixa, incluindo a parte da quantia escriturada do
activo corporate imputada a esse grupo de unidades, com a
quantia recuperável do grupo de unidades. Qualquer perda por
imparidade deve ser reconhecida de acordo com o parágrafo
104.

103. O Exemplo Ilustrativo 8 ilustra a aplicação destes requisitos aos ac­


tivos corporate.

Perda por imparidade de uma unidade geradora de caixa


104. Uma perda por imparidade deve ser reconhecida para uma unidade
geradora de caixa (o grupo mais pequeno de unidades geradoras de
caixa ao qual tenha sido imputado goodwill ou um activo corporate)
se, e apenas se, a quantia recuperável da unidade (grupo de unidades)
for inferior à quantia escriturada da unidade (grupo de unidades). A
perda por imparidade deve ser imputada para reduzir a quantia escri­
turada dos activos da unidade (grupo de unidades) pela ordem que se
segue:

a) primeiro, para reduzir a quantia escriturada de qualquer goodwill


imputado à unidade geradora de caixa (grupo de unidades); e

b) depois, aos outros activos da unidade (grupo de unidades) pro rata


na base da quantia escriturada de cada activo da unidade (grupo de
unidades).

Estas reduções nas quantias escrituradas devem ser tratadas como


perdas por imparidade nos activos individuais e reconhecidas de
acordo com o parágrafo 60.

▼M33
105. Ao imputar uma perda por imparidade nos termos do parágrafo
104, uma entidade não deve reduzir o a quantia escriturada de
um activo para um valor menor que o maior valor de:

a) o seu justo valor menos os custos de alienação (se forem men­


suráveis);

▼B
b) o seu valor de uso (caso seja determinável); e

c) zero.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 362

▼B
A quantia da perda por imparidade que de outra forma teria sido
imputada ao activo deve ser imputada pro rata aos outros activos da
unidade (grupo de unidades).

106. Se não for praticável estimar a quantia recuperável de cada activo


individual de uma unidade geradora de caixa, esta Norma exige
uma imputação arbitrária de uma perda por imparidade entre os acti­
vos dessa unidade, que não sejam goodwill, dado que todos os activos
de uma unidade geradora de caixa funcionam conjuntamente.

107. Se a quantia recuperável de um activo individual não puder ser de­


terminada (ver parágrafo 67.):

a) é reconhecida uma perda por imparidade do activo se a sua quantia


escriturada for maior do que o mais alto do seu ►M33 justo valor
menos os custos de alienação ◄ e os resultados dos procedimen­
tos de imputação descritos nos parágrafos 104. e 105.; e

b) não é reconhecida qualquer perda por imparidade do activo se a


unidade geradora de caixa relacionada não estiver com imparidade.
Isto aplica-se mesmo se o ►M33 justo valor menos os custos de
alienação ◄ do activo for inferior à sua quantia escriturada.

Exemplo

Uma máquina sofreu danos físicos mas está ainda a trabalhar, se


bem que não tão bem como antes de ficar danificada. O
►M33 justo valor da máquina menos os custos de alienação ◄
é inferior à sua quantia escriturada. A máquina não gera influxos
de caixa independentes. O mais pequeno grupo de activos iden­
tificável que inclua a máquina e que crie influxos de caixa que
sejam em larga medida independentes dos influxos de caixa de
outros activos é a linha de produção à qual pertence a máquina.
A quantia recuperável da linha de produção mostra que a linha
de produção tomada no seu todo não está com imparidade.

Pressuposto 1: orçamentos/previsões aprovados pela gerência


não reflectem qualquer compromisso da mesma para substituir
a máquina.

A quantia recuperável desta máquina sozinha não pode ser


estimada porque o valor de uso da máquina:

a) pode diferir do seu ►M33 justo valor menos os custos de


alienação ◄; e

b) somente pode ser determinada para a unidade geradora de


caixa a que a máquina pertence (a linha de produção).

A linha de produção não está com imparidade. Portanto, não é


reconhecida qualquer perda por imparidade em relação à má­
quina. Contudo, a entidade pode necessitar de reavaliar o pe­
ríodo de depreciação ou o método de depreciação da máquina.
Talvez um período de depreciação mais curto ou um método de
depreciação mais rápido seja exigido para reflectir a vida útil
remanescente esperada da máquina ou o modelo em que se
espera que os benefícios económicos sejam consumidos pela
entidade.

Pressuposto 2: orçamentos/provisões aprovados pela gerência


reflectem um compromisso da mesma para substituir a máquina
e vendê-la no futuro próximo. Estima-se que os fluxos de caixa
provenientes do uso continuado da máquina até à sua alienação
serão negligenciáveis.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 363

▼B

O valor de uso da máquina pode ser estimado como estando


próximo do seu ►M33 justo valor menos os custos de aliena­
ção ◄. Por isso, a quantia recuperável da máquina pode ser
determinada e não é atribuída qualquer consideração à unidade
geradora de caixa a que pertence a máquina (i.e. a linha de
produção). Dado que o ►M33 justo valor menos os custos de
alienação ◄ da máquina é inferior à sua quantia escriturada, é
reconhecida uma perda por imparidade na máquina.

108. Após os requisitos dos parágrafos 104. e 105. terem sido aplicados,
deve ser reconhecido um passivo para qualquer quantia remanescente
de uma perda por imparidade de uma unidade geradora de caixa se, e
apenas se, isso for exigido por outra Norma.

REVERTER UMA PERDA POR IMPARIDADE


109. Os parágrafos 110.-116. estabelecem os requisitos de reversão de uma
perda por imparidade reconhecida em períodos anteriores para um
activo ou unidade geradora de caixa. Estes requisitos usam o termo
«um activo» mas aplicam-se igualmente a um activo individual ou a
uma unidade geradora de caixa. São estabelecidos requisitos adicio­
nais para um activo individual nos parágrafos 117.-121., para uma
unidade geradora de caixa nos parágrafos 122. e 123. e para o good­
will nos parágrafos 124. e 125.;

110. Uma entidade deve avaliar ►M5 no fim de cada período de relato ◄
se há qualquer indicação de que uma perda por imparidade reconhecida
em períodos anteriores relativamente a um activo, que não o goodwill,
possa já não existir ou possa ter diminuído. Se qualquer indicação
existir, a entidade deve estimar a quantia recuperável desse activo.

▼M33
111. Ao avaliar se existe qualquer indicação de que uma perda por
imparidade reconhecida em períodos anteriores relativamente a
um activo, que não o goodwill, possa já não existir ou possa ter
diminuído, uma entidade deve considerar, no mínimo, as seguintes
indicações:

Fontes externas de informação

a) existem indicações observáveis de que o valor do activo aumen­


tou significativamente durante o período;

▼B
b) tenham ocorrido durante o período, ou irão ocorrer no futuro
próximo, alterações significativas, no ambiente tecnológico, de
mercado, económico ou legal em que a entidade opera ou no
mercado a que o activo esteja dedicado com um efeito favorável
na entidade;

c) as taxas de juro do mercado ou outras taxas de mercado de retorno


sobre investimento tenham diminuído durante o período, e essas
diminuições poderão afectar a taxa de desconto usada ao calcular o
valor de uso do activo e aumentar materialmente a quantia recu­
perável do activo.

Fontes internas de informação

d) ocorreram durante o período alterações significativas com um


efeito favorável na entidade, ou espera-se que ocorram num futuro
próximo, até ao ponto em que, ou na forma em que, o activo seja
usado ou se espera que seja usado. Estas alterações incluem os
custos incorridos durante o período para melhorar ou aumentar o
desempenho do activo ou reestruturar a unidade operacional à qual
o activo pertence;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 364

▼B
e) está disponível evidência proveniente de relatórios internos que
indica que o desempenho económico do activo é, ou será, melhor
do que o esperado.

112. Indicações de um potencial decréscimo numa perda por imparidade no


parágrafo 111. espelham principalmente as indicações de uma poten­
cial perda por imparidade no parágrafo 12.

113. Se houver uma indicação de que uma perda por imparidade reconhe­
cida de um activo, que não o goodwill, possa já não existir ou possa
ter diminuído, isto pode indicar que a vida útil remanescente, o mé­
todo de depreciação (amortização) ou o valor residual pode necessitar
de ser revisto e ajustado de acordo com a Norma aplicável ao activo,
mesmo que nenhuma perda por imparidade do activo seja revertida.

114. Uma perda por imparidade de um activo, que não o goodwill, reco­
nhecida em períodos anteriores deve ser revertida se, e apenas se,
houver uma alteração nas estimativas usadas para determinar a quantia
recuperável do activo desde que a última perda por imparidade foi
reconhecida. Se for este o caso, a quantia escriturada do activo deve,
excepto como descrito no parágrafo 117., ser aumentada até à sua
quantia recuperável. Este aumento é uma reversão de uma perda por
imparidade.

115. Uma reversão de uma perda por imparidade reflecte um aumento no


potencial de serviço estimado do activo, seja por uso ou por venda,
desde a última data em que uma entidade reconheceu uma perda por
imparidade nesse activo. O parágrafo 130. exige que uma entidade
identifique a alteração nas estimativas que origina o aumento no
potencial de serviço estimado. Exemplos de alterações nas estimativas
incluem:

a) uma alteração na base da quantia recuperável (isto é, se a quantia


recuperável está baseada no ►M33 justo valor menos os custos
de alienação ◄ ou no valor de uso);

b) se a quantia recuperável foi baseada no valor de uso, uma alteração


na quantia ou na tempestividade dos fluxos de caixa futuros esti­
mados ou na taxa de desconto; ou

c) se a quantia recuperável foi baseada no ►M33 justo valor menos


os custos de alienação ◄, uma alteração na estimativa dos com­
ponentes do ►M33 justo valor menos os custos de alienação ◄.

116. O valor de uso de um activo pode tornar-se maior do que a quantia


escriturada do activo simplesmente porque o valor presente dos in­
fluxos de caixa futuros aumentam à medida que se tornam mais
próximos. Porém, o potencial de serviço do activo não aumentou.
Por conseguinte, uma perda por imparidade não é revertida apenas
por efeito da passagem do tempo (por vezes chamado o «desenrolar»
do desconto), mesmo se a quantia recuperável do activo se tornar
superior à sua quantia escriturada.

Reverter uma perda por imparidade de um activo individual


117. A quantia escriturada aumentada de um activo, que não o goodwill,
atribuível a uma reversão de uma perda por imparidade não deve
exceder a quantia escriturada que teria sido determinada (líquida de
amortização ou depreciação) se nenhuma perda por imparidade tivesse
sido reconhecida no activo em anos anteriores.

118. Qualquer aumento na quantia escriturada de um activo, que não o


goodwill, acima da quantia escriturada que teria sido determinada
(líquida de amortização ou depreciação) se nenhuma perda por impa­
ridade tivesse sido reconhecida nesse activo em anos anteriores é uma
revalorização. Ao contabilizar tal revalorização, uma entidade aplica a
Norma aplicável a esse activo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 365

▼B
119. Uma reversão de uma perda por imparidade de um activo, que não o
goodwill, deve ser reconhecida imediatamente nos lucros ou prejuízos,
a não ser que o activo esteja escriturado pela quantia revalorizada
segundo uma outra Norma (por exemplo, o modelo de revalorização
da IAS 16). Qualquer reversão de uma perda por imparidade de um
activo revalorizado deve ser tratada como um acréscimo de revalori­
zação de acordo com essa outra Norma.

►M5 120. Uma reversão de uma perda por imparidade num activo
revalorizado é reconhecida em outro rendimento integral e aumenta
o excedente de revalorização desse activo. Contudo, ◄ até ao
ponto em que uma perda por imparidade no mesmo activo revalori­
zado foi anteriormente reconhecida nos lucros ou prejuízos, uma re­
versão dessa perda por imparidade também é reconhecida nos lucros
ou prejuízos.

121. Após ser reconhecida uma reversão de uma perda por imparidade, o
débito de depreciação (amortização) do activo deve ser ajustado em
períodos futuros para imputar a quantia escriturada revista do activo,
menos o seu valor residual (se o houver), numa base sistemática
durante a sua vida útil remanescente.

Reverter uma perda por imparidade de uma unidade geradora de


caixa
122. Uma reversão de uma perda por imparidade de uma unidade geradora
de caixa deve ser imputada aos activos da unidade, excepto para o
goodwill, pro rata em relação às quantias escrituradas desses activos.
Estes aumentos nas quantias escrituradas devem ser tratados como
reversão de perdas por imparidade de activos individuais e reconhe­
cidos de acordo com o parágrafo 119.

123. Ao imputar uma reversão de uma perda por imparidade de uma uni­
dade geradora de caixa de acordo com o parágrafo 122., a quantia
escriturada de um activo não deve ser aumentada acima do mais baixo
de entre:

a) a sua quantia recuperável (se determinável); e

b) a quantia escriturada que teria sido determinada (líquida de amor­


tização ou depreciação) se nenhuma perda por imparidade tivesse
sido reconhecida no activo em períodos anteriores.

A quantia da reversão da perda por imparidade que de outra forma


teria sido imputada ao activo deve ser imputada pro rata aos outros
activos da unidade, excepto para o goodwill.

Reverter uma perda por imparidade de goodwill


124. Uma perda por imparidade reconhecida para o goodwill não deve ser
revertida num período posterior.

125. A IAS 38 Activos Intangíveis proíbe o reconhecimento de goodwill


gerado internamente. Qualquer aumento na quantia recuperável de
goodwill nos períodos que se seguem ao reconhecimento de uma
perda por imparidade nesse goodwill é provável que seja um aumento
no goodwill gerado internamente, em vez de uma reversão da perda
por imparidade reconhecida no goodwill adquirido.

DIVULGAÇÃO
126. Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada classe de activos:

a) a quantia de perdas por imparidade reconhecidas nos lucros ou


prejuízos durante o período e as linhas de itens da
►M5 demonstração do rendimento integral ◄ em que essas per­
das por imparidade são incluídas;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 366

▼B
b) a quantia de reversões de perdas por imparidade reconhecidas nos
lucros ou prejuízos durante o período e as linhas de itens da
►M5 demonstração do rendimento integral ◄ em que essas per­
das por imparidade são revertidas;

c) a quantia de perdas por imparidade em activos revalorizados reco­


nhecidas ►M5 em outro rendimento integral ◄ durante o perío­
do;

d) a quantia de reversões de perdas por imparidade em activos reva­


lorizados reconhecidas ►M5 em outro rendimento integral ◄
durante o período.

127. Uma classe de activos é um agrupamento de activos de natureza e uso


semelhantes nas operações de uma entidade.

128. A informação exigida no parágrafo 126. pode ser apresentada com


outra informação divulgada para a classe de activos. Por exemplo, esta
informação pode ser incluída numa reconciliação da quantia escritu­
rada de activos fixos tangíveis, no início e no fim do período, tal
como exigido pela IAS 16.

129. Uma entidade que relata informação por segmentos de acordo com a
IFRS 8 deve divulgar o seguinte para cada segmento relatável

a) a quantia de perdas por imparidade reconhecidas nos lucros ou


prejuízos e ►M5 em outro rendimento integral ◄ durante o
período;

b) a quantia de reversões de perdas por imparidade reconhecidas nos


lucros ou prejuízos e ►M5 em outro rendimento integral ◄ du­
rante o período.

▼M33
130. Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada perda material
por imparidade reconhecida ou revertida durante o período no
que respeita a um activo individual, incluindo goodwill, ou uma
unidade geradora de caixa:

▼B
a) os acontecimentos e circunstâncias que conduziram ao reconheci­
mento ou reversão da perda por imparidade;

b) a quantia da perda por imparidade reconhecida ou revertida;

c) para um activo individual:

i) a natureza do activo, e

ii) se a entidade relatar informação por segmentos de acordo com


a IFRS 8, o segmento relatável ao qual o activo pertence;

d) para uma unidade geradora de caixa:

i) uma descrição da unidade geradora de caixa (por exemplo, se


é uma linha de produtos, uma fábrica, uma unidade operacio­
nal de negócio, uma área geográfica ou um segmento relatável
tal como definido na IFRS 8),

ii) a quantia da perda por imparidade reconhecida ou revertida por


classe de activos e, se a entidade relatar informação por seg­
mentos de acordo com a IFRS 8, por segmento relatável, e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 367

▼B
iii) se a agregação de activos relativa à identificação da unidade
geradora de caixa se alterou desde a estimativa anterior da
quantia recuperável (se a houver) da unidade geradora de cai­
xa, uma descrição da maneira corrente e anterior de agregar
activos e as razões de alterar a maneira como é identificada a
unidade geradora de caixa;

e) se a quantia recuperável do activo (unidade geradora de caixa) é o


seu ►M33 justo valor menos os custos de alienação ◄ ou o seu
valor de uso;

▼M33
f) se a quantia recuperável for o justo valor menos os custos de
alienação, a base usada para mensurar o justo valor menos os
custos de alienação (por exemplo, se o justo valor foi mensu­
rado por referência a um preço cotado num mercado activo
para um activo idêntico). Uma entidade não é obrigada a for­
necer as divulgações exigidas pela IFRS 13;

▼B
g) se a quantia recuperável for o valor de uso, a(s) taxa(s) de des­
conto usada(s) na estimativa corrente e anterior (se houver) do
valor de uso.

131. Uma entidade deve divulgar a seguinte informação para as perdas por
imparidade agregadas e as reversões agregadas de perdas por impari­
dade reconhecidas durante o período para o qual nenhuma informação
é divulgada de acordo com o parágrafo 130.:

a) as principais classes de activos afectadas por perdas por impari­


dade e as principais classes de activos afectadas por reversões de
perdas por imparidade;

b) os principais acontecimentos e circunstâncias que levaram ao reco­


nhecimento destas perdas por imparidade e reversões de perdas por
imparidade.

132. Uma entidade é encorajada a divulgar os pressupostos usados para


determinar a quantia recuperável de activos (unidades geradoras de
caixa) durante o período. Contudo, o parágrafo 134. exige que uma
entidade divulgue informação acerca das estimativas usadas para men­
surar a quantia recuperável de uma unidade geradora de caixa quando
o goodwill ou um activo intangível com uma vida útil indefinida for
incluído na quantia escriturada dessa unidade.

133. Se, de acordo com o parágrafo 84., qualquer porção do goodwill


adquirido numa concentração de actividades empresariais durante o
período não tiver sido imputada a uma unidade geradora de caixa
(grupo de unidades) ►M5 no fim do período de relato ◄, a quantia
do goodwill não imputado deve ser divulgada em conjunto com as
razões pelas quais a quantia se mantém não imputada.

Estimativas usadas para mensurar quantias recuperáveis de uni­


dades geradoras de caixa contendo goodwill ou activos intangíveis
com vidas úteis indefinidas
▼M33
134. Uma entidade deve divulgar a informação exigida pelas alíneas
(a)-(f) relativa a cada unidade geradora de caixa (grupo de uni­
dades) para a qual a quantia escriturada de goodwill ou de activos
intangíveis com vida útil indefinida imputados a essa unidade
(grupo de unidades) seja significativa em comparação com a
quantia escriturada total de goodwill ou de activos intangíveis
com vida útil indefinida da entidade:

▼B
a) a quantia escriturada de goodwill imputada à unidade (grupo de
unidades);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 368

▼B
b) a quantia escriturada de activos intangíveis com vidas úteis inde­
finidas imputada à unidade (grupo de unidades);

▼M33
c) a quantia recuperável da unidade (ou grupo de unidades) e a
base de cálculo da quantia recuperável da unidade (grupo de
unidades) tenha sido determinada (ou seja, valor de uso ou o
justo valor menos os custos de alienação);

d) se a quantia recuperável da unidade (grupo de unidades) for


baseada no valor de uso:

i) cada pressuposto-chave em que a gerência baseou as suas


projecções de fluxos de caixa para o período abrangido
pelos orçamentos/previsões mais recentes. Os
pressupostos-chave são aqueles relativamente aos quais a
quantia recuperável da unidade (grupo de unidades) seja
mais sensível,

▼B
ii) uma descrição da abordagem da gerência para determinar o(s)
valor(es) atribuído(s) a cada pressuposto-chave, quer esse(s)
valor(es) sejam) o reflexo de experiência passada ou, se apro­
priado, sejam) consistente(s) com fontes externas de informa­
ção, e, caso contrário, como e porque diferem da experiência
passada ou das fontes externas de informação,

iii) o período sobre o qual a gerência projectou fluxos de caixa


com base em orçamentos/previsões financeiros aprovados pela
gerência e, quando for usado um período superior a cinco anos
para uma unidade geradora de caixa (grupo de unidades), uma
explicação da justificação de utilizar um período mais longo,

iv) a taxa de crescimento usada para extrapolar projecções de


fluxos de caixa para além do período abrangido pelos orça­
mentos/previsões mais recentes, e a justificação para usar qual­
quer taxa de crescimento que exceda a taxa média de cresci­
mento a longo prazo para os produtos, indústrias ou país ou
países nos quais a entidade opera, ou para o mercado ao qual a
unidade (grupo de unidades) se dedicou,

v) a(s) taxa(s) de desconto aplicada(s) às projecções de fluxos de


caixa.

▼M33
e) se a quantia recuperável da unidade (grupo de unidades) se
basear no justo valor menos os custos de alienação, a(s) técni­
ca(s) de avaliação utilizada(s) para mensurar pelo justo valor
menos os custos de alienação. Uma entidade não é obrigada a
fornecer as divulgações exigidas pela IFRS 13; Se o justo valor
menos os custos de alienação não é mensurado com base num
preço cotado de uma unidade (grupo de unidades) idêntica(s),
uma entidade deve divulgar a seguinte informação:

(i) cada pressuposto-chave no qual a gerência baseou o seu


cálculo de justo valor menos os custos de alienação. Os
pressupostos-chave são aqueles relativamente aos quais a
quantia recuperável da unidade (grupo de unidades) seja
mais sensível,

▼M8
(ii) uma descrição da abordagem da gerência para determinar o(s)
valor(es) atribuído(s) a cada pressuposto-chave, quer esses va­
lores sejam o reflexo de experiência passada ou, se apropriado,
sejam consistentes com fontes externas de informação, e, caso
contrário, como e porque diferem da experiência passada ou
das fontes externas de informação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 369

▼M33
(iiA) o nível na hierarquia do justo valor (ver a IFRS 13) no qual
a mensuração pelo justo valor é classificada na sua totalidade
(sem ter em conta a observância dos «custos da alienação»).

(iiB) se tiver ocorrido uma alteração na técnica de avaliação, a


alteração e o(s) respectivo(s) motivo(s).

Se o justo valor menos os custos de alienação é mensurado


utilizando projecções de fluxos de caixa descontados, uma en­
tidade deve divulgar a seguinte informação:

(iii) o período durante o qual a gerência projectou os fluxos de


caixa;

(iv) a taxa de crescimento utilizada para extrapolar as projec­


ções de fluxos de caixa;

(v) a(s) taxa(s) de desconto aplicada(s) às projecções de fluxos


de caixa.

▼B
f) se uma alteração razoavelmente possível num pressuposto-chave
em que a gerência tenha baseado a sua determinação da quantia
recuperável da unidade (grupo de unidades) fizesse com que a
quantia escriturada da unidade (grupo de unidades) excedesse a
sua quantia recuperável:

i) a quantia pela qual a quantia recuperável da unidade (grupo de


unidades) excede a sua quantia escriturada,

ii) o valor atribuído ao pressuposto-chave,

iii) a quantia pela qual o valor atribuído ao pressuposto-chave


deverá ser alterado, após incorporar quaisquer efeitos conse­
quenciais dessa alteração nas outras variáveis usadas para men­
surar a quantia recuperável, por forma a que a quantia recu­
perável da unidade (grupo de unidades) seja igual à sua quan­
tia escriturada.

135. Se uma parte ou toda a quantia escriturada de goodwill ou activos


intangíveis com vidas úteis indefinidas for imputada a várias unidades
geradoras de caixa (grupos de unidades), e a quantia assim imputada a
cada unidade (grupo de unidades) não for significativa em compara­
ção com a quantia escriturada total de goodwill ou activos intangíveis
com vidas úteis indefinidas da entidade, esse facto deve ser divulgado,
junto com a quantia escriturada agregada de goodwill ou activos
intangíveis com vidas úteis indefinidas imputada a essas unidades
(grupos de unidades). Além disso, se as quantias recuperáveis de
qualquer dessas unidades (grupos de unidades) se basearem no(s)
mesmo(s) pressuposto(s) chave e a quantia escriturada agregada de
goodwill ou activos intangíveis com vidas indefinidas imputada às
mesmos for significativa em comparação com a quantia escriturada
total de goodwill ou activos intangíveis com vidas indefinidas da
entidade, uma entidade deve divulgar esse facto, em conjunto com:

a) a quantia escriturada agregada de goodwill imputada a essas uni­


dades (grupo de unidades);

b) a quantia escriturada agregada de activos intangíveis com vidas


úteis indefinidas imputada a essas unidades (grupo de unidades);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 370

▼B
c) uma descrição do(s) pressuposto(s)-chave;

d) uma descrição da abordagem da gerência para determinar o(s)


valor(es) atribuído(s) ao(s) pressuposto(s)-chave, se esse(s) va­
lor(es) reflectem a experiência passada ou, se apropriado, são con­
sistente(s) com fontes externas de informação, e, caso contrário,
como e porque diferem da experiência passada ou das fontes ex­
ternas de informação;

e) se uma alteração razoavelmente possível no(s) pressuposto(s)-


-chave levasse a que o agregado das quantias escrituradas das uni­
dades (grupos de unidades) exceda o agregado das suas quantias
recuperáveis:

i) a quantia pela qual o agregado das quantias recuperáveis das


unidades (grupos de unidades) excede o agregado das suas
quantias escrituradas,

ii) o(s) valor(es) atribuído(s) ao(s) pressuposto(s)-chave,

iii) a quantia pela qual o(s) valor(es) atribuído(s) ao(s) pressupos­


to(s)-chave deverá(ão) ser alterado(s), após incorporação de
quaisquer efeitos consequenciais da alteração nas outras variá­
veis usadas para mensurar a quantia recuperável, por forma a
que o agregado das quantias recuperáveis das unidades (grupo
de unidades) seja igual ao agregado das suas quantias escritu­
radas.

136. O cálculo detalhado mais recente, feito num período precedente, da


quantia recuperável de uma unidade geradora de caixa (grupo de
unidades) pode, de acordo com o parágrafo 24. ou 99., ser transpor­
tado e usado no teste de imparidade para essa unidade (grupo de
unidades) no corrente período, desde que sejam satisfeitos os critérios
especificados. Quando for este o caso, a informação relativa a essa
unidade (grupo de unidades) que é incorporada nas divulgações exi­
gidas pelos parágrafos 134. e 135. relaciona-se com o cálculo trans­
portado da quantia recuperável.

137. O Exemplo Ilustrativo 9 ilustra as divulgações exigidas pelos pará­


grafos 134. e 135.

Disposições transitórias e data de eficácia


▼M12
__________

139. Uma entidade deve aplicar esta Norma:

▼B
a) ao goodwill e a activos intangíveis adquiridos em concentrações de
actividades empresariais para as quais a data do acordo seja em ou
após 31 de Março de 2004; e

b) a todos os outros activos prospectivamente a partir do início do


primeiro período anual com início em ou após 31 de Março de
2004.

140. As entidades às quais se aplica o parágrafo 139 são encorajadas a


aplicar os requisitos desta Norma antes das datas de eficácia especi­
ficadas no parágrafo 139. Contudo, se uma entidade aplicar esta
Norma antes dessas datas de eficácia, deve também aplicar a IFRS
3 e a IAS 38 (tal como revista em 2004) ao mesmo tempo.

▼M5
140.A. A IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como re­
vista em 2007) emendou a terminologia usada nas IFRS. Além disso,
emendou os parágrafos 61, 120, 126 e 129. Uma entidade deve aplicar
estas emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de Ja­
neiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a
um período anterior, as emendas deverão ser aplicadas a esse período
anterior.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 371

▼M12
140.B. A IFRS 3 (conforme revista pelo International Accounting Standards
Board em 2008) emendou os parágrafos 65, 81, 85 e 139, eliminou os
parágrafos 91–95 e 138 e adicionou o Apêndice C. Uma entidade
deve aplicar estas emendas aos períodos anuais com início em ou
após 1 de Julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IFRS 3 (revista
em 2008) a um período anterior, as emendas também deverão ser
aplicadas a esse período anterior.

▼M8
140.C. O parágrafo 134(e) foi alterado com base no documento Melhoramen­
tos introduzidos nas IFRS, emitido em Maio de 2008. Uma entidade
deve aplicar essa emenda aos períodos anuais com início em ou após
1 de Janeiro de 2009. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma
entidade aplicar as emendas a um período anterior, ela deve divulgar
esse facto.

▼M7
140.D. O documento Custo de um Investimento numa Subsidiária, Entidade
Conjuntamente Controlada ou Associada (emendas à IFRS 1 Adopção
pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro e
à IAS 27), emitido em Maio de 2008, adicionou o parágrafo 12(h).
Uma entidade deve aplicar essa emenda prospectivamente aos perío­
dos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. É permitida a
aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar as emendas com ela
relacionadas, constantes dos parágrafos 4 e 38A da IAS 27, a um
período anterior, deve aplicar a emenda constante do parágrafo 12(h)
em simultâneo.

▼M22
140.E. O documento Melhoramentos Introduzidos nas IFRS emitido em Abril
de 2009 emendou o parágrafo 80(b). Uma entidade deve aplicar essa
emenda prospectivamente aos períodos anuais com início em ou após
1 de Janeiro de 2010. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma
entidade aplicar a emenda a um período anterior, deve divulgar esse
facto.

▼M32
140.H. A IFRS 10 e a IFRS 11, emitidas em Maio de 2011, emendaram o
parágrafo 4, o título que antecede os parágrafo 12(h) e o parágrafo
12(h). Uma entidade deve aplicar estas emendas quando aplicar a
IFRS 10 e a IFRS 11.

▼M33
140.I. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou os parágrafos 5, 6,
12, 20, 78, 105, 111, 130 e 134, suprimiu os parágrafos 25-27 e
adicionou os parágrafos 25A e 53A. Uma entidade deve aplicar estas
emendas quando aplicar a IFRS 13.

▼B
Retirada da IAS 36 (emitida em 1998)
141. Esta Norma substitui a IAS 36 Imparidade de Activos (emitida em
1998).

Apêndice A

USO DE TÉCNICAS DE VALOR PRESENTE PARA MENSURAR O


VALOR DE USO

Este apêndice faz parte integrante desta Norma. Proporciona orientação sobre o
uso das técnicas de valor presente na mensuração do valor de uso. Embora a
orientação use o termo «activo», ela aplica-se igualmente a um grupo de activos
que formem uma unidade geradora de caixa.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 372

▼B
Os componentes de uma mensuração do valor presente
A1 Os seguintes elementos em conjunto captam as diferenças económicas
entre activos:

a) uma estimativa do fluxo de caixa futuro, ou em casos mais com­


plexos, da série de fluxos de caixa futuros que a entidade espera
obter de um activo;

b) expectativas acerca das variações possíveis na quantia ou na tem­


pestividade desses fluxos de caixa;

c) o valor temporal do dinheiro, representado pela taxa corrente de


juro sem risco do mercado;

d) o preço de suportar a incerteza inerente ao activo; e

e) outros factores (tais como a falta de liquidez), por vezes não


identificáveis, que os participantes do mercado reflectiriam ao
apreçar os fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter
do activo.

A2 Este apêndice contrasta duas abordagens para calcular o valor presen­


te, qualquer das quais pode ser usada para estimar o valor de uso de
um activo, dependendo das circunstâncias. Segundo a abordagem
«tradicional», os ajustamentos nos factores b) a e) descritos no pará­
grafo A1 estão embutidos na taxa de desconto. Segundo a abordagem
pelo «fluxo de caixa esperado», os factores b), d) e e) causam ajus­
tamentos ao atingir fluxos de caixa esperados com risco ajustado.
Qualquer abordagem que uma entidade adopte para reflectir as expec­
tativas acerca das possíveis variações na quantia ou na tempestividade
de fluxos de caixa futuros, o resultado deve reflectir o valor presente
esperado dos fluxos de caixa futuros, i.e. a média ponderada de todos
os desfechos possíveis.

Princípios gerais
A3 As técnicas usadas para estimar os fluxos de caixa futuros e as taxas
de juro variarão de uma situação para outra dependendo das circuns­
tâncias que rodeiam o activo em questão. Contudo, os princípios
gerais seguintes regulam qualquer aplicação das técnicas de valor
presente na mensuração de activos:

a) as taxas de juro usadas para descontar fluxos de caixa devem


reflectir pressupostos que sejam consistentes com os inerentes
aos fluxos de caixa estimados. De outro modo, o efeito de alguns
pressupostos será tido em consideração duas vezes ou ignorado.
Por exemplo, uma taxa de desconto de 12 % pode ser aplicada a
fluxos de caixa contratuais de um empréstimo a receber. Essa taxa
reflecte as expectativas acerca de futuros incumprimentos de em­
préstimos com características particulares. Os mesmos 12 % de
taxa não deveriam ser usados para descontar fluxos de caixa es­
perados porque esses fluxos de caixa já reflectem pressupostos
acerca de futuros incumprimentos;

b) os fluxos de caixa e as taxas de desconto estimados devem estar


isentos tanto de preconceitos como de factores não relacionados
com o activo em questão. Por exemplo, uma subexpressão delibe­
rada dos fluxos de caixa líquidos estimados para melhorar a futura
lucratividade aparente de um activo introduz um preconceito na
mensuração;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 373

▼B
c) os fluxos de caixa ou as taxas de desconto estimados devem
reflectir a variedade de possíveis desfechos em vez de uma única
quantia possível, mínima ou máxima mais provável.

Abordagens tradicional e pelo fluxo de caixa esperado ao valor presente


Abordagem tradicional
A4 As aplicações contabilísticas do valor presente têm tradicionalmente
usado um único conjunto de fluxos de caixa estimados e uma única
taxa de desconto, muitas vezes descrita como «a taxa correspondente
ao risco». Com efeito, a abordagem tradicional assume que uma con­
venção única de taxa de desconto pode incorporar todas as expecta­
tivas acerca dos fluxos de caixa futuros e o prémio de risco apropria­
do. Assim sendo, a abordagem tradicional coloca a maior parte da
ênfase na selecção da taxa de desconto.

A5 Em algumas circunstâncias, tais como as em que possam ser obser­


vados no mercado activos comparáveis, uma abordagem tradicional é
relativamente fácil de aplicar. Para activos com fluxos de caixa con­
tratuais, ela é consistente com a forma como os participantes do
mercado descrevem os activos, como em «uma obrigação a 12 %».

A6 Contudo, a abordagem tradicional pode não tratar apropriadamente de


alguns problemas de mensuração complexos, tais como a mensuração
de activos não financeiros para os quais não existe mercado para o
item ou um item comparável. Uma busca correcta «da taxa corres­
pondente ao risco» exige a análise de pelo menos dois itens-um activo
que exista no mercado e que tenha uma taxa de juro observada e o
activo a mensurar. A taxa de desconto apropriada para os fluxos de
caixa a mensurar deve ser inferida da taxa de juro observável nesse
outro activo. Para efectuar essa inferência, as características dos fluxos
de caixa do outro activo devem ser semelhantes às do activo a men­
surar. Portanto, a pessoa que mensura deve fazer o seguinte:

a) identificar o conjunto de fluxos de caixa que serão descontinuados;

b) identificar outro activo no mercado que pareça ter características de


fluxo de caixa semelhantes;

c) comparar os conjuntos de fluxos de caixa dos dois itens para


assegurar que sejam semelhantes (por exemplo, são ambos conjun­
tos de fluxos de caixa contratuais, ou um é contratual e o outro um
fluxo de caixa estimado?);

d) avaliar se há um elemento num item que não esteja presente no


outro (por exemplo, um é menos líquido do que o outro?); e

e) avaliar se é provável que ambos os conjuntos de fluxos de caixa se


comportem (i.e., variem) de forma semelhante face a condições
económicas em mutação.

Abordagem pelo fluxo de caixa esperado


A7 A abordagem pelo fluxo de caixa esperado é, em algumas situações,
uma ferramenta de mensuração mais eficaz do que a abordagem tra­
dicional. Ao desenvolver uma mensuração, a abordagem pelo fluxo de
caixa esperado usa todas as expectativas acerca dos possíveis fluxos
de caixa em vez do fluxo de caixa singular mais provável. Por exem­
plo, um fluxo de caixa pode corresponder a 100 UM, 200 UM ou 300
UM com probabilidades de 10 %, 60 % e 30 %, respectivamente. O
fluxo de caixa esperado é de 220 UM. A abordagem pelo fluxo de
caixa esperado difere assim da abordagem tradicional ao focar a aná­
lise directa dos fluxos de caixa em questão e em demonstrações mais
explícitas dos pressupostos usados na mensuração.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 374

▼B
A8 A abordagem pelo fluxo de caixa esperado também permite o uso de
técnicas de valor presente quando a tempestividade dos fluxos de
caixa for incerta. Por exemplo, um fluxo de caixa de 1 000 UM
pode ser recebido num ano, dois anos ou três anos com probabilidades
de 10 %, 60 % e 30 %, respectivamente. O exemplo abaixo mostra a
computação do valor presente esperado nessa situação.

Valor presente de 1 000 UM


em 1 ano a 5 % 952,38 UM
Probabilidade 10,00 % 95,24 UM

Valor presente de 1 000 UM


em 2 anos a 5,25 % 902,73 UM
Probabilidade 60,00 % 541,64 UM

Valor presente de 1 000 UM


em 3 anos a 5,50 % 851,61 UM
Probabilidade 30,00 % 255,48 UM

Valor presente esperado 892,36 UM

A9 O valor presente esperado de 892,36 UM difere da noção tradicional


da melhor estimativa de 902,73 UM (a probabilidade de 60 %). Uma
computação tradicional do valor presente aplicada a este exemplo
exige uma decisão sobre a tempestividade possível dos fluxos de
caixa a usar e, em conformidade, não reflecte as probabilidades de
outras tempestividades. Isto deve-se ao facto de a taxa de desconto
numa computação de valor presente tradicional não reflectir as incer­
tezas da tempestividade.

A10 O uso de probabilidades é um elemento essencial da abordagem pelo


fluxo de caixa esperado. Alguns questionam se a atribuição de pro­
babilidades a estimativas altamente subjectivas sugere maior precisão
do que, de facto, existe. Contudo, a correcta aplicação da abordagem
tradicional (descrita no parágrafo A6) exige as mesmas estimativas e
subjectividade sem proporcionar a transparência computacional da
abordagem pelo fluxo de caixa esperado.

A11 Muitas estimativas desenvolvidas na prática corrente já incorporam


informalmente os elementos dos fluxos de caixa esperados. Além
disso, os contabilistas enfrentam muitas vezes a necessidade de men­
surar um activo ao usar informação limitada sobre as probabilidades
de possíveis fluxos de caixa. Por exemplo, um contabilista pode ser
confrontado com as seguintes situações:

a) a quantia estimada recai algures entre 50 UM e 250 UM, mas


nenhuma quantia neste intervalo é mais provável do que qualquer
outra quantia. Com base nessa informação limitada, o fluxo de
caixa esperado estimado é de 150 UM [(50 + 250)/2].

b) a quantia estimada recai algures entre 50 UM e 250 UM, e a


quantia mais provável é 100 UM. Contudo, as probabilidades as­
sociadas a cada quantia são desconhecidas. Com base nessa infor­
mação limitada, o fluxo de caixa esperado estimado é de 133,33
UM [(50 + 100 + 250)/3].

c) a quantia estimada será 50 UM (10 % de probabilidade), 250 UM


(30 % de probabilidade) ou 100 UM (60 % de probabilidade). Com
base nessa informação limitada, o fluxo de caixa esperado esti­
mado é de 140 UM [(50 × 0,10) + (250 × 0,30) + (100 × 0,60)].

Em cada caso, é provável que o fluxo de caixa esperado estimado


proporcione uma melhor estimativa do valor de uso do que o mínimo,
o mais provável ou o máximo tomados individualmente.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 375

▼B
A12 A aplicação de uma abordagem pelo fluxo de caixa esperado está
sujeita a um constrangimento baseado na relação custos/benefícios.
Em alguns casos, uma entidade pode ter acesso a muitos dados que
podem ser capazes de desenvolver muitos cenários de fluxo de caixa.
Noutros casos, uma entidade pode não ser capaz de desenvolver mais
do que demonstrações gerais acerca da variabilidade dos fluxos de
caixa sem incorrer em custos substanciais. A entidade precisa de
equilibrar o custo da obtenção de informação adicional face à fiabili­
dade adicional que essa informação trará à mensuração.

A13 Alguns defendem que as técnicas pelo fluxo de caixa esperado não
são apropriadas para mensurar um único item ou um item com um
número limitado de possíveis desfechos. Oferecem um exemplo de
um activo com dois possíveis desfechos: uma probabilidade de 90 %
de que o fluxo de caixa seja 10 UM e uma probabilidade de 10 % de
que o fluxo de caixa seja 1 000 UM. Observam que o fluxo de caixa
esperado nesse exemplo é 109 UM e criticam o resultado como não
representando nenhuma das quantias que podem, por fim, ser pagas.

A14 Afirmações como a anterior reflectem desacordo subjacente com o


objectivo da mensuração. Se o objectivo é a acumulação dos custos
em que se incorre, os fluxos de caixa esperados podem não produzir
uma estimativa fidedignamente representativa do custo esperado. Con­
tudo, esta Norma diz respeito à mensuração da quantia recuperável de
um activo. Não é provável que a quantia recuperável do activo neste
exemplo seja de 10 UM, mesmo que esse seja o fluxo de caixa mais
provável. Isto deve-se ao facto de uma mensuração de 10 UM não
incorporar a incerteza do fluxo de caixa na mensuração do activo. Em
vez disso, o fluxo de caixa incerto é apresentado como se fosse um
fluxo de caixa certo. Nenhuma entidade racional venderia um activo
com estas características por 10 UM.

Taxa de desconto
A15 Qualquer que seja a abordagem que uma entidade adopte para men­
surar o valor de uso de um activo, as taxas de juro usadas para
descontar os fluxos de caixa não devem reflectir riscos para os quais
os fluxos de caixa estimados tenham sido ajustados. De outro modo, o
efeito de alguns pressupostos será tido em consideração duas vezes.

A16 Quando uma taxa de um activo específico não estiver directamente


disponível no mercado, uma entidade usa substitutos para estimar a
taxa de desconto. A finalidade é estimar, tanto quanto possível, uma
avaliação de mercado:

a) do valor temporal do dinheiro para os períodos até ao fim da vida


útil do activo; e

b) dos factores b), d) e e) descritos no parágrafo A1, até ao ponto em


que esses factores não originaram ajustamentos para atingir os
fluxos de caixa estimados.

A17 Como ponto de partida na determinação de tal estimativa, a entidade


deve ter em conta as seguintes taxas:

a) o custo médio ponderado de capital da entidade determinado pelo


uso de técnicas tais como o Modelo de Apreçamento de Activos de
Capital (Capital Asset Pricing Model);

b) a taxa incremental de empréstimos obtidos pela entidade; e

c) outras taxas de mercado de empréstimos obtidos.


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 376

▼B
A18 Contudo, estas taxas devem ser ajustadas:

a) para reflectir a forma como o mercado avaliaria os riscos especí­


ficos associados aos fluxos de caixa estimados do activo; e

b) para excluir os riscos que não sejam relevantes para os fluxos de


caixa estimados do activo ou para os quais os fluxos de caixa
estimados tenham sido ajustados.

Deve ser dada consideração a riscos como o risco de país, o risco de


moeda e o risco de preço.

A19 A taxa de desconto é independente da estrutura do capital da entidade


e da forma como a entidade financiou a compra do activo, porque os
fluxos de caixa futuros que se espera obter de um activo não depen­
dem da forma como a entidade financiou a compra do activo.

A20 O parágrafo 55 exige que a taxa de desconto usada seja uma taxa
antes dos impostos. Portanto, quando a base usada para estimar a taxa
de desconto for após os impostos, essa base é ajustada para reflectir
uma taxa antes dos impostos.

A21 Uma entidade usa normalmente uma taxa de desconto única para a
estimativa do valor de uso de um activo. Porém, uma entidade usa
taxas de desconto separadas para períodos futuros distintos quando o
valor de uso for sensível a uma diferença nos riscos para períodos
distintos ou à estrutura de prazos das taxas de juro.

▼M12
Apêndice C

Este apêndice faz parte integrante desta Norma.

Testar a imparidade de unidades geradoras de caixa com goodwill e inte­


resses que não controlam
C1 Em conformidade com a IFRS 3 (conforme revista pelo International
Accounting Standards Board em 2008), a adquirente mensura e reco­
nhece o goodwill à data de aquisição como o excesso da alínea (a)
sobre a alínea (b) adiante:

a) o agregado de:

i) a retribuição transferida mensurada em conformidade com a


IFRS 3, que geralmente exige o justo valor à data de aquisi­
ção;

ii) a quantia de qualquer interesse que não controla na adquirida


mensurada em conformidade com a IFRS 3; e

iii) numa concentração de actividades empresariais alcançada por


fases, o justo valor à data de aquisição do interesse de capital
próprio anteriormente detido da adquirente na adquirida.

b) o líquido das quantias à data de aquisição dos activos identificáveis


adquiridos e dos passivos assumidos mensurados em conformidade
com a IFRS 3.

Imputação de goodwill
C2 O parágrafo 80 desta Norma exige que o goodwill adquirido numa
concentração de actividades empresariais seja imputado a cada uma
das unidades geradoras de caixa, ou grupos de unidades geradoras de
caixa, da adquirente, que se espera que beneficiem das sinergias da
concentração, independentemente de outros activos ou passivos da
adquirida serem ou não atribuídos a essas unidades ou grupos de
unidades. É possível que algumas das sinergias resultantes de uma
concentração de actividades empresariais sejam imputadas a uma uni­
dade geradora de caixa na qual o interesse que não controla não tem
um interesse.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 377

▼M12
Testar a imparidade
C3 O teste da imparidade implica comparar a quantia recuperável de uma
unidade geradora de caixa com a quantia escriturada da unidade ge­
radora de caixa.
C4 Se uma entidade mensurar interesses que não controlam como o seu
interesse proporcional nos activos identificáveis líquidos de uma sub­
sidiária à data de aquisição, em vez de pelo justo valor, o goodwill
atribuível a interesses que não controlam é incluído na quantia recu­
perável da unidade geradora de caixa relacionada, mas não é reco­
nhecido nas demonstrações financeiras consolidadas da empresa-mãe.
Como consequência, uma entidade deve tornar bruta a quantia escri­
turada de goodwill imputada à unidade de modo a incluir o goodwill
atribuível ao interesse que não controla. Esta quantia escriturada ajus­
tada é depois comparada com a quantia recuperável da unidade para
determinar se a unidade geradora de caixa está com imparidade.
Imputar uma perda por imparidade
C5 O parágrafo 104 exige que qualquer perda por imparidade identificada
seja primeiro imputada para reduzir a quantia escriturada de goodwill
imputada à unidade e depois aos outros activos da unidade pro rata
na base da quantia escriturada de cada activo da unidade.
C6 Se uma subsidiária, ou parte de uma subsidiária, com um interesse
que não controla for ela própria uma unidade geradora de caixa, a
perda por imparidade é imputada entre a empresa-mãe e o interesse
que não controla na mesma base na qual os lucros ou prejuízos são
imputados.
C7 Se uma subsidiária, ou parte de uma subsidiária, com um interesse
que não controla fizer parte de uma unidade geradora de caixa maior,
as perdas de goodwill por imparidade são imputadas às partes da
unidade geradora de caixa que têm um interesse que não controla e
às partes que não o têm. As perdas por imparidade devem ser impu­
tadas às partes da unidade geradora de caixa com base no seguinte:
a) até ao ponto em que a imparidade se relacione com o goodwill na
unidade geradora de caixa, os valores escriturados relativos do
goodwill das partes antes da imparidade; e
b) até ao ponto em que a imparidade se relacione com activos iden­
tificáveis na unidade geradora de caixa, os valores escriturados
relativos dos activos identificáveis líquidos das partes antes da
imparidade. Qualquer imparidade deste género é imputada aos
activos das partes de cada unidade pro rata na base da quantia
escriturada de cada activo da parte.
Nas partes que tenham um interesse que não controla, a perda por
imparidade é imputada entre a empresa-mãe e o interesse que não
controla na mesma base na qual os lucros ou prejuízos são imputados.
C8 Se uma perda por imparidade atribuível a um interesse que não con­
trola se relacionar com o goodwill que não esteja reconhecido nas
demonstrações financeiras consolidadas da empresa-mãe (ver pará­
grafo C4), essa imparidade não é reconhecida como uma perda de
goodwill por imparidade. Nesses casos, apenas a perda por imparidade
relacionada com o goodwill que é imputado à empresa-mãe é reco­
nhecida como uma perda de goodwill por imparidade.
C9 O Exemplo Ilustrativo 7 ilustra o teste de imparidade de uma unidade
geradora de caixa com goodwill não totalmente detida.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 378

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 37

Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes

OBJECTIVO
O objectivo desta Norma é o de assegurar que sejam aplicados critérios de
reconhecimento e bases de mensuração apropriados a provisões, passivos contin­
gentes e activos contingentes e que seja divulgada informação suficiente nas
notas de modo a permitir aos utentes compreender a sua natureza, tempestividade
e quantia.

ÂMBITO
1. Esta Norma deve ser aplicada por todas as entidades na contabilização
de provisões, passivos contingentes e activos contingentes, excepto:

a) os que resultem de contratos executórios, excepto quando o con­


trato for oneroso; e

b) [eliminado]

c) os cobertos por uma outra Norma.

2. Esta Norma não se aplica a instrumentos financeiros (incluindo ga­


rantias) que se encontrem dentro do âmbito da IAS 39 Instrumentos
Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

3. Contratos executórios são contratos pelos quais nenhuma parte cum­


priu qualquer das suas obrigações ou ambas as partes só tenham
parcialmente cumprido as suas obrigações em igual extensão. Esta
Norma não se aplica a contratos executórios a menos que eles sejam
onerosos.

4. [Eliminado]

▼M12
5. Quando outra Norma trata de um tipo específico de provisão, passivo
contingente ou activo contingente, uma entidade aplica essa Norma
em vez da presente Norma. Por exemplo, certos tipos de provisões são
tratados nas Normas relativas a:

▼B
a) contratos de construção (ver a IAS 11 Contratos de Construção);

b) impostos sobre o rendimento (ver a IAS 12 Impostos sobre o


Rendimento);

c) locações (ver a IAS 17 Locações). Porém, como a IAS 17 não


contem requisitos específicos para tratar locações operacionais que
se tenham tornado onerosas, esta Norma aplica-se a tais casos;

d) benefícios dos empregados (ver a IAS 19 Benefícios dos Empre­


gados); e

e) contratos de seguro (ver a IFRS 4 Contratos de Seguro). Contudo,


esta Norma aplica-se a provisões, passivos contingentes e activos
contingentes de uma seguradora, que não sejam os resultantes das
suas obrigações e direitos contratuais segundo os contratos de
seguro dentro do âmbito da IFRS 4.

6. Algumas quantias tratadas como provisões podem relacionar-se com o


reconhecimento do rédito, por exemplo quando uma entidade dê ga­
rantias em troca de uma remuneração. Esta Norma não trata do reco­
nhecimento do rédito. A IAS 18 Rédito identifica as circunstâncias em
que o rédito é reconhecido e proporciona orientação prática sobre a
aplicação dos critérios de reconhecimento. Esta Norma não altera os
requisitos da IAS 18.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 379

▼B
7. Esta Norma define provisões como passivos de tempestividade ou
quantia incertas. Em alguns países o termo «provisão» é também
usado no contexto de itens tais como depreciação, imparidade de
activos e dívidas de cobrança duvidosa: estes são ajustamentos às
quantias escrituradas de activos e não são tratados nesta Norma.

8. Outras Normas especificam se os dispêndios são tratados como acti­


vos ou como gastos. Estes assuntos não são tratados nesta Norma.
Concordantemente, esta Norma nem proíbe nem exige a capitalização
dos custos reconhecidos quando é feita uma provisão.

9. Esta Norma aplica-se a provisões para reestruturações (incluindo uni­


dades operacionais descontinuadas). Quando uma reestruturação satis­
fizer a definição de uma unidade operacional descontinuada, a IFRS 5
Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais
Descontinuadas pode exigir divulgações adicionais.

DEFINIÇÕES
10. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Uma provisão é um passivo de tempestividade ou quantia incerta.

Um passivo é uma obrigação presente da entidade proveniente de


acontecimentos passados, cuja liquidação se espera que resulte num
exfluxo de recursos da entidade que incorporam benefícios económicos.

Um acontecimento que cria obrigações é um acontecimento que cria


uma obrigação legal ou construtiva que faça com que uma entidade
não tenha nenhuma alternativa realista senão liquidar essa obrigação.

Uma obrigação legal é uma obrigação que deriva de:

a) um contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos);

b) legislação; ou

c) outra operação da lei.

Uma obrigação construtiva é uma obrigação que decorre das acções


de uma entidade em que:

a) por via de um modelo estabelecido de práticas passadas, de polí­


ticas publicadas ou de uma declaração corrente suficientemente
específica, a entidade tenha indicado a outras partes que aceitará
certas responsabilidades; e

b) em consequência, a entidade tenha criado uma expectativa válida


nessas outras partes de que cumprirá com essas responsabilidades.

Um passivo contingente é:

a) uma possível obrigação que resulta de acontecimentos passados e


cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de
um ou mais acontecimentos futuros incertos não totalmente sob
controlo da entidade; ou

b) uma obrigação presente que resulta de acontecimentos passados,


mas que não é reconhecida porque:

i) não é provável que um exfluxo de recursos que incorporam


benefícios económicos seja exigido para liquidar a obrigação,
ou

ii) a quantia da obrigação não pode ser mensurada com suficiente


fiabilidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 380

▼B
Um activo contingente é um possível activo proveniente de aconteci­
mentos passados e cuja existência somente será confirmada pela ocor­
rência ou não ocorrência de um ou mais acontecimentos futuros in­
certos não totalmente sob o controlo da entidade.

Um contrato oneroso é um contrato em que os custos inevitáveis de


satisfazer as obrigações do contrato excedem os benefícios económi­
cos que se esperam que sejam recebidos ao abrigo do mesmo.

Uma reestruturação é um programa que é planeado e controlado pela


gerência e altera materialmente:

a) ou o âmbito de um negócio empreendido por uma entidade; ou

b) a maneira como o negócio é conduzido.

Provisões e outros passivos


11. As provisões podem ser distinguidas de outros passivos tais como
contas a pagar comerciais e acréscimos porque há incerteza acerca
da tempestividade ou da quantia do dispêndio futuro necessário para
a sua liquidação. Por contraste:

a) as contas a pagar comerciais são passivos a pagar por bens ou


serviços que tenham sido facturados ou formalmente acordados
com o fornecedor; e

b) os acréscimos são passivos a pagar por bens ou serviços que


tenham sido recebidos ou fornecidos mas que não tenham sido
pagos, facturados ou formalmente acordados com o fornecedor,
incluindo quantias devidas a empregados (por exemplo, quantias
relacionadas com pagamento acrescido de férias). Se bem que
algumas vezes seja necessário estimar a quantia ou tempestividade
de acréscimos, a incerteza é geralmente muito menor do que nas
provisões.

Os acréscimos são muitas vezes relatados como parte das contas a


pagar comerciais e outras, enquanto que as provisões são relatadas
separadamente.

Relacionamento entre provisões e passivos contingentes


12. Num sentido geral, todas as provisões são contingentes porque são
incertas na sua tempestividade ou quantia. Porém, nesta Norma o
termo «contingente» é usado para passivos e activos que não sejam
reconhecidos porque a sua existência somente será confirmada pela
ocorrência ou não ocorrência de um ou mais acontecimentos futuros
incertos não totalmente sob o controlo da entidade. Adicionalmente, o
termo «passivo contingente» é usado para passivos que não satisfaçam
os critérios de reconhecimento.

13. Esta Norma distingue entre:

a) provisões — que são reconhecidas como passivos (presumindo que


possa ser feita uma estimativa fiável) porque são obrigações presen­
tes e é provável que um exfluxo de recursos que incorporem bene­
fícios económicos será necessário para liquidar as obrigações; e

b) passivos contingentes — que não sejam reconhecidos como passi­


vos porque são ou:

i) obrigações possíveis, dado terem ainda de ser confirmados se a


entidade tem ou não uma obrigação presente que possa condu­
zir a um exfluxo de recursos que incorporem benefícios eco­
nómicos, ou
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 381

▼B
ii) obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reco­
nhecimento desta Norma (porque ou não é provável que será
necessário um exfluxo de recursos que incorporem benefícios
económicos para liquidar a obrigação, ou não pode ser feita
uma estimativa suficientemente fiável da quantia da obrigação).

RECONHECIMENTO
Provisões
14. Uma provisão deve ser reconhecida quando:

a) uma entidade tenha uma obrigação presente (legal ou construtiva)


como resultado de um acontecimento passado;

b) seja provável que será necessário um exfluxo de recursos que


incorporem benefícios económicos para liquidar a obrigação; e

c) possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação.

Se estas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser


reconhecida.

Obrigação presente
15. Em casos raros não é claro se existe ou não uma obrigação presente.
Nestes casos, presume-se que um acontecimento passado dá origem a
uma obrigação presente se, tendo em conta toda a evidência disponí­
vel, é mais propenso do que não que existe uma obrigação presente
►M5 no fim do período de relato ◄.

16. Em quase todos os casos será claro se um acontecimento passado deu


origem a uma obrigação presente. Em casos raros, por exemplo num
processo judicial, pode ser discutido quer se certos acontecimentos
ocorreram quer se esses acontecimentos resultaram numa obrigação
presente. Em tal caso, uma entidade determina se uma obrigação
presente existe ►M5 no fim do período de relato ◄ ao ter em conta
toda a evidência disponível incluindo por exemplo, a opinião de pe­
ritos. A evidência considerada inclui qualquer evidência adicional
proporcionada por acontecimentos ►M5 após o período de relato ◄.
Com base em tal evidência:

a) quando seja mais propenso do que não que exista uma obrigação
presente ►M5 no fim do período de relato ◄, a entidade reco­
nhece uma provisão (se os critérios de reconhecimento forem sa­
tisfeitos); e

b) quando seja mais propenso que não exista uma obrigação presente
►M5 no fim do período de relato ◄, a entidade divulga um
passivo contingente, a menos que seja remota a possibilidade de
um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos
(ver parágrafo 86.).

Acontecimento passado
17. Um acontecimento passado que conduza a uma obrigação presente é
chamado um acontecimento que cria obrigações. Para um aconteci­
mento ser um acontecimento que cria obrigações, é necessário que a
entidade não tenha nenhuma alternativa realista senão liquidar a ob­
rigação criada pelo acontecimento. Este é o caso somente:

a) quando a liquidação da obrigação possa ser imposta legalmente; ou


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 382

▼B
b) no caso de uma obrigação construtiva, quando o acontecimento
(que pode ser uma acção da entidade) crie expectativas válidas
em terceiros de que a entidade cumprirá a obrigação.

18. As demonstrações financeiras tratam da posição financeira da entidade


no fim do seu período de relato e não da sua possível posição no
futuro. Por isso, nenhuma provisão é reconhecida para os custos que
necessitam de ser incorridos para operar no futuro. Os únicos passivos
reconhecidos ►M5 no demonstração da posição financeira ◄ de uma
entidade são os que existam ►M5 no fim do período de relato ◄.

19. São apenas reconhecidas como provisões as obrigações que surgem


provenientes de acontecimentos passados que existam independente­
mente de acções futuras de uma entidade (isto é, a conduta futura dos
seus negócios). São exemplos de tais obrigações as penalizações ou os
custos de limpeza de danos ambientais ilegais, que em ambos os casos
dariam origem na liquidação a um exfluxo de recursos que incorpo­
rem benefícios económicos sem atenção às futuras acções da entidade.
Semelhantemente, uma entidade reconhece uma provisão para os cus­
tos de descomissionamento de um poço de petróleo ou de uma central
eléctrica nuclear até ao ponto em que uma entidade seja obrigada a
rectificar danos já causados. Em contraste, devido a pressões comer­
ciais ou exigências legais, uma entidade pode pretender ou precisar de
levar a efeito dispêndios para operar de uma forma particular no
futuro (por exemplo, montando filtros de fumo num certo tipo de
fábricas). Dado que a entidade pode evitar os dispêndios futuros pelas
suas próprias acções por exemplo alterando o seu método de operar,
ela não tem nenhuma obrigação presente relativamente a esse dispên­
dio futuro e não é reconhecida provisão.

20. Uma obrigação envolve sempre uma outra parte a quem a obrigação é
devida. É necessário, porém, saber a identidade da parte a quem a
obrigação é devida — na verdade a obrigação pode ser ao público em
geral. Porque uma obrigação envolve sempre um compromisso com
uma outra parte, isto implica que uma decisão de gerência ou de
conselho de administração não dá origem a uma obrigação construtiva
►M5 no fim do período de relato ◄ a menos que a decisão tenha
sido comunicada antes daquela data aos afectados por ela de uma
maneira suficientemente específica para suscitar neles uma expectativa
válida de que a entidade cumprirá as suas responsabilidades.

21. Um acontecimento que não dê origem imediatamente a uma obrigação


pode dá-la numa data posterior, por força de alterações na lei ou
porque um acto da entidade (por exemplo, uma declaração pública
suficientemente específica) dê origem a uma obrigação construtiva.
Por exemplo, quando forem causados danos ambientais pode não
haver obrigação para remediar as consequências. Porém, o facto de
ter havido o dano tornar-se-á um acontecimento que cria obrigações
quando uma nova lei exigir que o dano existente seja rectificado ou
quando a entidade publicamente aceitar a responsabilidade pela recti­
ficação de uma maneira que crie uma obrigação construtiva.

22. Quando os pormenores de uma nova lei proposta tiverem ainda de ser
ultimados, uma obrigação só se verifica quando se tiver virtualmente a
certeza de que a legislação será decretada conforme proposto. Para a
finalidade desta Norma, tal obrigação é tratada como uma obrigação
legal. As diferenças de circunstâncias que rodeiem a promulgação
tornam impossível especificar um único acontecimento que tornará a
promulgação de uma lei virtualmente certa. Em muitos casos será
impossível ter-se virtualmente a certeza de que uma lei será decretada
até que seja decretada.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 383

▼B
Exfluxo provável de recursos que incorporam benefícios económicos
23. Para que um passivo se qualifique para reconhecimento precisa de
haver não somente uma obrigação presente mas também a probabili­
dade de um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económi­
cos para liquidar essa obrigação. Para a finalidade desta Norma (1),
um exfluxo de recursos ou outro acontecimento é considerado como
provável se o acontecimento for mais propenso do que não de ocorrer,
isto é, se a probabilidade de que o acontecimento ocorrerá for maior
do que a probabilidade de isso não acontecer. Quando não for pro­
vável que exista uma obrigação presente, uma entidade divulga um
passivo contingente, a menos que a possibilidade de um exfluxo de
recursos que incorporem benefícios económicos seja remota (ver pa­
rágrafo 86.).

24. Quando houver várias obrigações semelhantes (por exemplo, garantias


de produtos ou contratos semelhantes) a probabilidade de que um
exfluxo será exigido na liquidação é determinado ao se considerar a
classe de obrigações como um todo. Se bem que a probabilidade de
exfluxo de qualquer item possa ser pequeno, pode bem ser possível
que algum exfluxo de recursos será necessário para liquidar a classe
de obrigações como um todo. Se esse for o caso, é reconhecida uma
provisão (se os outros critérios de reconhecimento forem satisfeitos).

Estimativa fiável da obrigação


25. O uso de estimativas é uma parte essencial da preparação de demons­
trações financeiras e não prejudica a sua fiabilidade. Isto é especial­
mente verdade no caso de provisões, que pela sua natureza são mais
incertas do que a maior parte de outros ►M5 itens na demonstração
da posição financeira ◄. Excepto em casos extremamente raros, uma
entidade será capaz de determinar uma gama de desfechos possíveis e
pode por isso fazer uma estimativa da obrigação que seja suficiente­
mente fiável para usar ao reconhecer uma provisão.

26. Nos casos extremamente raros em que nenhuma estimativa fiável


possa ser feita, existe um passivo que não pode ser reconhecido.
Esse passivo é divulgado como um passivo contingente (ver parágrafo
86.).

Passivos contingentes
27. Uma entidade não deve reconhecer um passivo contingente.

28. Um passivo contingente é divulgado, como exigido pelo parágrafo


86., a menos que seja remota a possibilidade de um exfluxo de
recursos que incorporem benefícios económicos.

29. Quando uma entidade estiver conjunta e solidariamente comprometida


a uma obrigação, a parte da obrigação que se espera que seja satisfeita
por outras partes é tratada como um passivo contingente. A entidade
reconhece uma provisão para a parte da obrigação relativamente à
qual seja provável um exfluxo de recursos que incorporem benefícios
económicos, excepto nas circunstâncias extremamente raras em que
nenhuma estimativa possa ser feita.

(1) A interpretação de «provável» nesta Norma como «mais propenso do que não» não se
aplica necessariamente a outras Normas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 384

▼B
30. Os passivos contingentes podem desenvolver-se de uma maneira não
inicialmente esperada. Por isso, são continuadamente avaliados para
determinar se um exfluxo de recursos que incorporem benefícios eco­
nómicos se tornou provável. Se se tornar provável que um exfluxo de
benefícios económicos futuros serão exigidos para um item previa­
mente tratado como um passivo contingente, é reconhecida uma pro­
visão nas demonstrações financeiras do período em que a alteração da
probabilidade ocorra (excepto nas circunstâncias extremamente raras
em que nenhuma estimativa fiável possa ser feita).

Activos contingentes
31. Uma entidade não deve reconhecer um activo contingente.

32. Os activos contingentes surgem normalmente de acontecimento não


planeados ou de outros não esperados que dão origem à possibilidade
de um influxo de benefícios económicos para a entidade. Um exemplo
é uma reivindicação que uma entidade esteja a intentar por intermédio
de processos legais, em que o desfecho seja incerto.

33. Os activos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações fi­


nanceiras desde que isto possa resultar no reconhecimento de rendi­
mentos que possam nunca ser realizados. Porém, quando a realização
de rendimentos esteja virtualmente certa, então o activo relacionado
não é um activo contingente e o seu reconhecimento é apropriado.

34. Um activo contingente é divulgado, como exigido pelo parágrafo 89.,


quando for provável um influxo de benefícios económicos.

35. Os activos contingentes são avaliados continuadamente para assegurar


que os desenvolvimentos sejam apropriadamente reflectidos nas de­
monstrações financeiras. Se se tornar virtualmente certo que ocorrerá
um influxo de benefícios económicos, o activo e o rendimento rela­
cionado são reconhecidos nas demonstrações financeiras do período
em que a alteração ocorra. Se um influxo de benefícios económicos se
tornar provável, uma entidade divulga o activo contingente (ver pará­
grafo 89.).

MENSURAÇÃO
A melhor estimativa
36. A quantia reconhecida como uma provisão deve ser a melhor
estimativa do dispêndio exigido para liquidar a obrigação presente
►M5 no fim do período de relato ◄.

37. A melhor estimativa do dispêndio exigido para liquidar a obrigação


presente é a quantia que uma entidade racionalmente pagaria para
liquidar a obrigação ►M5 no fim do período de relato ◄ ou para
a transferir para uma terceira parte nesse momento. Será muitas vezes
impossível ou proibitivamente dispendioso liquidar ou transferir uma
obrigação ►M5 no fim do período de relato ◄. Porém, a estimativa
da quantia que uma entidade racionalmente pagaria para liquidar ou
transferir a obrigação produz a melhor estimativa do dispêndio exi­
gido para liquidar a obrigação presente ►M5 no fim do período de
relato ◄.

38. As estimativas do desfecho e do efeito financeiro são determinadas


pelo julgamento da gerência da entidade, suplementada pela experiên­
cia de transacções semelhantes e, em alguns casos, por relatos de
peritos independentes. A evidência considerada inclui qualquer evi­
dência adicional proporcionada por acontecimentos ►M5 após o
período de relato ◄.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 385

▼B
39. As incertezas que rodeiam a quantia a ser reconhecida como uma
provisão são tratadas por vários meios de acordo com as circunstân­
cias. Quando a provisão a ser mensurada envolva uma grande popu­
lação de itens, a obrigação é estimada ponderando todos os possíveis
desfechos pelas suas probabilidades associadas. O nome para este
método estatístico de estimativa é «valor esperado». A provisão será
por isso diferente dependendo de se a probabilidade de uma perda de
uma dada quantia seja, por exemplo, de 60 por cento ou de 90 por
cento. Quando houver uma escala contínua de desfechos possíveis, e
cada ponto nessa escala é tão provável como qualquer outro, é usado
o ponto médio da escala.

Exemplo

Uma entidade vende bens com uma garantia segundo a qual os


clientes estão cobertos pelo custo das reparações de qualquer
defeito de fabricação que se torna evidente dentro dos primeiros
seis meses após a compra. Se forem detectados defeitos menores
em todos os produtos vendidos, resultarão custos de reparar de 1
milhão. Se forem detectados defeitos maiores em todos os pro­
dutos vendidos, resultarão custos de reparação de 4 milhões. A
experiência passada da entidade e as expectativas futuras indi­
cam que, para o ano que vem, 75 por cento dos bens vendidos
não terão defeito, 20 por cento dos bens vendidos terão defeitos
menores e 5 por cento dos bens vendidos terão defeitos maiores.
De acordo com o parágrafo 24, uma entidade avalia a probabi­
lidade de um exfluxo para as obrigações de garantias como um
todo.

O valor esperado do custo das reparações é:

(75 % de nada) + (20 % de 1 m) + (5 % de 4 m) = 400 000

40. Quando uma única obrigação estiver a ser mensurada, o desfecho


individual mais provável pode ser a melhor estimativa do passivo.
Porém, mesmo em tal caso, a entidade considera outras consequências
possíveis. Quando outras consequências possíveis forem ou maiorita­
riamente mais altas ou maioritariamente mais baixas do que a conse­
quência mais provável, a melhor estimativa será uma quantia mais alta
ou mais baixa. Por exemplo, se uma entidade tiver de rectificar uma
avaria grave numa fábrica importante que tenha construído para um
cliente, a consequência mais provável pode ser a reparação ter sucesso
à primeira tentativa por um custo de 1 000, mas é feita uma provisão
por uma quantia maior se houver uma oportunidade significativa de
que serão necessárias tentativas posteriores.

41. A provisão é mensurada antes dos impostos, porque as consequências


fiscais da provisão, e alterações na mesma, são tratadas pela IAS 12.

Riscos e incertezas
42. Os riscos e incertezas que inevitavelmente rodeiam muitos aconteci­
mentos e circunstâncias devem ser tidos em conta para se chegar à
melhor estimativa de uma provisão.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 386

▼B
43. O risco descreve a variabilidade de desfechos. Um ajustamento do
risco pode aumentar a quantia pela qual é mensurado um passivo. É
necessária cautela ao fazer julgamentos em condições de incerteza, a
fim de que os rendimentos ou activos não sejam subavaliados e os
gastos ou passivos não sejam sobreavaliados. Porém, a incerteza não
justifica a criação de provisões excessivas ou uma sobreavaliação
deliberada de passivos. Por exemplo, se os custos projectados de
um desfecho particularmente adverso forem estimados numa base
prudente, esse desfecho não é então deliberadamente tratado como
mais provável do que for realisticamente o caso. É necessário cuidado
para evitar duplicar ajustamentos do risco e incerteza com a conse­
quente sobreavaliação de uma provisão.

44. A divulgação das incertezas que rodeiam a quantia do dispêndio é


feita de acordo com o parágrafo 85.b).

Valor presente
45. Quando o efeito do valor temporal do dinheiro for material, a quantia
de uma provisão deve ser o valor presente dos dispêndios que se
espera que sejam necessários para liquidar a obrigação.

46. Por causa do valor temporal do dinheiro, as provisões relacionadas


com exfluxos de caixa que surjam logo ►M5 após o período de
relato ◄ são mais onerosas do que aquelas em que os exfluxos de
caixa da mesma quantia surgem mais tarde. As provisões são por isso
descontadas, quando o efeito seja material.

47. A taxa (ou taxas) de desconto deve(m) ser uma taxa (ou taxas) antes
dos impostos que reflicta(m) as avaliações correntes de mercado do
valor temporal do dinheiro e dos riscos específicos do passivo. A(s)
taxa(s) de desconto não devem) reflectir os riscos relativamente aos
quais as estimativas de fluxos de caixa futuros tenham sido ajustados.

Acontecimentos futuros
48. Os acontecimentos futuros que possam afectar a quantia necessária
para liquidar uma obrigação devem ser reflectidos na quantia de uma
provisão quando houver evidência objectiva suficiente de que eles
ocorrerão.

49. Os acontecimentos futuros esperados podem ser particularmente im­


portantes ao mensurar as provisões. Por exemplo, uma entidade pode
crer que o custo de limpar um local no fim da sua vida útil será
reduzido por alterações futuras de tecnologia. A quantia reconhecida
reflecte uma expectativa razoável de observadores tecnicamente qua­
lificados e objectivos, tendo em conta toda a evidência disponível
quanto à tecnologia que estará disponível no momento da limpeza.
Por conseguinte é apropriado incluir, por exemplo, reduções de custo
esperadas associadas com experiência acrescida na aplicação de tec­
nologia existente ou o custo esperado de aplicação de tecnologia
existente a uma operação de limpeza maior ou mais complexa da
que previamente tenha sido levada a efeito. Porém, uma entidade
não antecipa o desenvolvimento de uma tecnologia completamente
nova de limpeza a menos que tal seja apoiado por evidência objectiva
suficiente.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 387

▼B
50. O efeito de nova legislação possível é tido em consideração na men­
suração de uma obrigação existente quando exista evidência objectiva
suficiente de que a promulgação da lei é virtualmente certa. A varie­
dade de circunstâncias que surgem na prática torna impossível espe­
cificar um acontecimento único que proporcionará evidência subjec­
tiva suficiente em todos os casos. É requerida evidência quer do que a
legislação vai exigir quer de que a sua promulgação e a sua imple­
mentação são virtualmente certas. Em muitos casos evidência objec­
tiva suficiente não existirá até que a nova legislação seja promulgada.

Alienação esperada de activos


51. Os ganhos da alienação esperada de activos não devem ser tidos em
consideração ao mensurar uma provisão.

52. Os ganhos na alienação esperada de activos não são tidos em conta ao


mensurar uma provisão, mesmo se a alienação esperada estiver inti­
mamente ligada ao acontecimento que dê origem à provisão. Em vez
disso, uma entidade reconhece ganhos nas alienações esperadas de
activos no momento especificado pela Norma que trata dos respecti­
vos activos.

REEMBOLSOS
53. Quando se esperar que algum ou todo o dispêndio necessário para
liquidar uma provisão seja reembolsado por uma outra parte, o reem­
bolso deve ser reconhecido quando, e somente quando, seja virtual­
mente certo que o reembolso será recebido se a entidade liquidar a
obrigação. O reembolso deve ser tratado como um activo separado. A
quantia reconhecida para o reembolso não deve exceder a quantia da
provisão.

54. Na ►M5 demonstração do rendimento integral ◄, o gasto relacio­


nado com uma provisão pode ser apresentado líquido da quantia
reconhecida de um reembolso.

55. Algumas vezes, uma entidade é capaz de esperar que outra parte
pague parte ou todo o dispêndio necessário para liquidar a provisão
(por exemplo, por intermédio de contratos de seguro, cláusulas de
indemnização ou garantias de fornecedores). A outra parte pode reem­
bolsar quantias pagas pela entidade ou pagar directamente as quantias.

56. Na maioria dos casos, a entidade permanecerá comprometida pela


totalidade da quantia em questão de forma que a entidade teria de
liquidar a quantia inteira se a terceira parte deixasse de efectuar o
pagamento por qualquer razão. Nesta situação, é reconhecida uma
provisão para a quantia inteira do passivo e é reconhecido um activo
separado pelo reembolso esperado quando seja virtualmente certo que
o reembolso será recebido se a entidade liquidar o passivo.

57. Nalguns casos, a entidade não estará comprometida pelos custos em


questão se a terceira parte deixar de efectuar o pagamento. Em tal
caso a entidade não tem nenhum passivo por esses custos não sendo
assim incluídos na provisão.

58. Como referido no parágrafo 29., uma obrigação pela qual uma enti­
dade esteja conjunta é solidariamente responsável é um passivo con­
tingente até ao ponto em que seja esperado que a obrigação será
liquidada pelas outras partes.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 388

▼B
ALTERAÇÕES EM PROVISÕES
59. As provisões devem ser revistas ►M5 no fim de cada período de
relato ◄ e ajustadas para reflectir a melhor estimativa corrente. Se
deixar de ser provável que será necessário um exfluxo de recursos que
incorporem benefícios económicos futuros para liquidar a obrigação, a
provisão deve ser revertida.

60. Quando seja usado o desconto, a quantia escriturada de uma provisão


aumenta em cada período para reflectir a passagem do tempo. Este
aumento é reconhecido como um custo de empréstimo obtido.

USO DE PROVISÕES
61. Uma provisão deve ser usada somente para os dispêndios relativos aos
quais a provisão foi originalmente reconhecida.

62. Somente os dispêndios que se relacionem com a provisão original são


contrabalançados com a mesma. Contrabalançar os dispêndios com
uma provisão que foi originalmente reconhecida para uma outra fina­
lidade esconderia o impacto de dois acontecimentos diferentes.

APLICAÇÃO DAS REGRAS DE RECONHECIMENTO E DE MENSURA­


ÇÃO
Perdas operacionais futuras
63. Não devem ser reconhecidas provisões para perdas operacionais futu­
ras.

64. As perdas operacionais futuras não satisfazem a definição de passivo


do parágrafo 10. e os critérios gerais de reconhecimento estabelecidos
no parágrafo 14.

65. Uma expectativa de perdas operacionais futuras é uma indicação de


que certos activos da unidade operacional podem estar em imparidade.
Uma entidade testa estes activos quanto a imparidade segundo a IAS
36 Imparidade de Activos.

Contratos onerosos
66. Se a entidade tiver um contrato que seja oneroso, a obrigação presente
segundo o contrato deve ser reconhecida e mensurada como uma
provisão.

67. Muitos contratos (por exemplo, algumas ordens de compra de rotina)


podem ser cancelados sem pagar compensação à outra parte e por isso
não há obrigação. Outros contratos estabelecem tanto direitos como
obrigações para cada uma das partes do contrato. Quando os aconteci­
mentos tornem tal contrato oneroso, o contrato cai dentro do âmbito
desta Norma, existindo um passivo que é reconhecido. Os contratos
executórios que não sejam onerosos caem fora do âmbito desta Norma.

68. Esta Norma define um contrato oneroso como um contrato em que os


custos inevitáveis de satisfazer as obrigações segundo o contrato ex­
cedem os benefícios económicos que se espera venham a ser recebi­
dos segundo o mesmo. Os custos inevitáveis segundo um contrato
reflectem o menor do custo líquido de sair do contrato, que é o
mais baixo do custo de o cumprir e de qualquer compensação ou
de penalidades provenientes da falta de o cumprir.

69. Antes de ser estabelecida uma provisão separada para um contrato


oneroso, uma entidade reconhece qualquer perda por imparidade
que tenha ocorrido nos activos inerentes a esse contrato (ver a IAS
36).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 389

▼B
Reestruturação
70. O que se segue são exemplos de acontecimentos que podem cair na
definição de reestruturação:

a) venda ou cessação de uma linha de negócios;

b) o fecho de locais de negócio num país ou região ou a relo­


calização de actividades de negócio de um país ou de uma
região para um outro ou uma outra;

c) alterações na estrutura de gerência, por exemplo, eliminar um nível


de gestão; e

d) reorganizações fundamentais que tenham um efeito material na


natureza e foco das operações da entidade.

71. Uma provisão para custos de reestruturação somente é reconhecida


quando os critérios de reconhecimento gerais de provisões estabeleci­
dos no parágrafo 14. sejam satisfeitos. Os parágrafos 72.-83. estabe­
lecem como os critérios gerais de reconhecimento se aplicam a rees­
truturações.

72. Uma obrigação construtiva de reestruturar somente surge quando uma


entidade:

a) tenha um plano formal detalhado para a reestruturação identifi­


cando pelo menos:

i) o negócio ou parte de um negócio em questão,

ii) as principais localizações afectadas,

iii) a localização, função e número aproximado de empregados que


serão retribuídos pela cessação dos seus serviços,

iv) os dispêndios que serão levados a efeito, e

v) quando será implementado o plano; e

b) tenha criado uma expectativa válida nos afectados de que levará a


efeito a reestruturação ao começar a implementar esse plano ou ao
anunciar as suas principais características aos afectados por ele.

73. A evidência de que uma entidade tenha começado a implementar um


plano de reestruturação será proporcionada, por exemplo, ao desman­
telar a fabrica ou ao vender activos ou pelo anúncio público das
principais características do plano. Um anúncio público de um plano
detalhado para reestruturar somente constitui uma obrigação constru­
tiva para reestruturar se ele for feito de tal maneira e em pormenor
suficiente (isto é, estabelecendo as principais características do plano)
que dê origem a expectativas válidas em outras partes, tais como
clientes, fornecedores e empregados (ou os seus representantes) de
que a entidade levará a efeito a reestruturação.

74. Para que um plano seja suficiente para dar origem a uma obrigação
construtiva quando comunicado aos afectados pelo mesmo, a sua
implementação necessita ser planeada para começar logo que possível
e ser completada segundo um calendário que torne improváveis alte­
rações significativas ao plano. Se se esperar que haverá uma longa
demora antes da reestruturação começar ou que a reestruturação levará
um longo tempo não razoável, é improvável que o plano suscite uma
expectativa válida da parte de outros de que a entidade está presen­
temente comprometida com a reestruturação, porque o calendário dá
oportunidades à entidade de alterar os seus planos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 390

▼B
75. Uma decisão de reestruturação da gerência ou do conselho tomada
antes da data ►M5 da demonstração da posição financeira ◄ não
conduz a uma obrigação construtiva ►M5 no fim da período de
relato ◄ a menos que a entidade tenha, antes da data de
►M5 demonstração da posição financeira ◄:

a) iniciado a implementação do plano de reestruturação; ou

b) anunciado as principais características do plano de reestruturação


àqueles afectados pelo mesmo, de forma suficientemente específica
para levantar nos mesmos expectativas válidas de que a entidade
irá realizar a reestruturação.

Se uma entidade começar a implementar um plano de reestruturação,


ou se anunciar as suas principais características àqueles afectados
pelo plano, só depois da data ►M5 da demonstração da posição
financeira ◄, é exigida divulgação segundo a IAS 10 Acontecimentos
►M5 após o período de relato ◄, se a reestruturação for material e
se a não divulgação puder influenciar as decisões económicas
►M5 que os utentes tomam ◄ com base nas demonstrações finan­
ceiras.

76. Se bem que uma obrigação construtiva não seja criada unicamente por
uma decisão da gerência, uma obrigação pode resultar de outros
acontecimentos anteriores juntamente com tal decisão. Por exemplo,
negociações com representantes de empregados para pagamentos de
cessação de emprego, ou com compradores para a venda de uma
unidade operacional podem ter sido concluídas sujeitos somente à
aprovação do conselho. Uma vez que a aprovação tenha sido obtida
e comunicada a outras partes, a entidade tem uma obrigação cons­
trutiva de reestruturar, se as condições do parágrafo 72. forem satis­
feitas.

77. Em alguns países, a autoridade final está investida num conselho


cujos membros incluem representantes de interesses que não sejam
os da gerência (por exemplo, empregados) ou pode ser necessária
notificação a tais representantes antes da decisão do conselho ser
tomada. Porque uma decisão por tal conselho envolve comunicação
a esses representantes, pode resultar numa obrigação construtiva de
reestruturar.

78. Nenhuma obrigação surge pela venda de uma unidade operacional até
que a entidade esteja comprometida com a venda, isto é, haja um
acordo de venda vinculativo.

79. Mesmo quando uma entidade tenha tomado uma decisão de vender
uma unidade operacional e anunciado publicamente essa decisão, ela
não pode estar comprometida com a venda até que um comprador
tenha sido identificado e que haja um acordo vinculativo de venda.
Até que haja um acordo vinculativo de venda, a entidade estará em
condições de alterar a sua intenção e na verdade terá de tomar uma
outra orientação se não puder ser encontrado um comprador em ter­
mos aceitáveis. Quando a venda de uma unidade operacional for
concebida como parte de uma reestruturação, os activos da unidade
operacional são revistos quanto à sua imparidade, segundo a IAS 36.
Quando uma venda for somente parte de uma reestruturação, pode
surgir uma obrigação construtiva para as outras partes da reestrutura­
ção antes que exista um acordo de venda vinculativo.

80. Uma provisão de reestruturação somente deve incluir os dispêndios


directos provenientes da reestruturação, que simultaneamente sejam:

a) necessariamente consequentes da reestruturação; e

b) não associados às actividades continuadas da entidade.


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 391

▼B
81. Uma provisão de reestruturação não inclui custos tais como:

a) nova formação ou relocalização de pessoal que continua;

b) marketing; ou

c) investimento em novos sistemas e redes de distribuição.

Estes dispêndios relacionam-se com a conduta futura da empresa


e não são passivos de reestruturação ►M5 no fim do período de
relato ◄. Tais dispêndios são reconhecidos na mesma base como
se surgissem independentemente de uma reestruturação.

82. Perdas operacionais futuras identificáveis até à data de uma reestru­


turação não são incluídas numa provisão, a menos que se relacionem
com um contrato oneroso como definido no parágrafo 10.

83. Como exigido pelo parágrafo 51, os ganhos esperados na alienação de


activos não são tidos em consideração na mensuração de uma provi­
são de reestruturação, mesmo se a venda de activos for vista como
parte da reestruturação.

DIVULGAÇÃO
84. Para cada classe de provisão, uma entidade deve divulgar:

a) a quantia escriturada no começo e no fim do período;

b) as provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas


provisões existentes;

c) as quantias usadas (isto é, incorridas e debitadas à provisão) du­


rante o período;

d) quantias não usadas revertidas durante o período; e

e) o aumento durante o período na quantia descontada proveniente da


passagem do tempo e o efeito de qualquer alteração na taxa de
desconto.

Não é exigida informação comparativa.

85. Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada classe de provisão:

a) uma breve descrição da natureza da obrigação e do momento de


ocorrência esperado de quaisquer exfluxos de benefícios económi­
cos resultantes;

b) uma indicação das incertezas acerca da quantia ou do momento de


ocorrência desses exfluxos. Sempre que necessário para proporcio­
nar informação adequada, uma entidade deve divulgar os principais
pressupostos feitos com respeito a acontecimentos futuros, como
tratado no parágrafo 48.; e

c) a quantia de qualquer reembolso esperado, declarando a quantia de


qualquer activo que tenha sido reconhecido para esse reembolso
esperado.

86. A menos que a possibilidade de qualquer exfluxo na liquidação seja


remota, uma entidade deve divulgar para cada classe de passivo con­
tingente ►M5 no fim do período de relato ◄ uma breve descrição
da natureza do passivo contingente e, quando praticável:

a) uma estimativa do seu efeito financeiro, mensurado segundo os


parágrafos 36.-52.;

b) uma indicação das incertezas que se relacionam com a quantia ou


momento de ocorrência de qualquer exfluxo; e

c) a possibilidade de qualquer reembolso.


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 392

▼B
87. Ao determinar que provisões ou passivos contingentes podem ser
agregados para formar uma classe, é necessário considerar se a natu­
reza dos elementos é suficientemente semelhante para uma única de­
claração acerca deles de modo a cumprir os requisitos dos parágrafos
85.a) e b) e 86.a) e b). Por conseguinte, pode ser apropriado tratar
como uma classe única de provisão, quantias relacionadas com garan­
tias de produtos diferentes mas não seria apropriado tratar como uma
classe única quantias relacionadas com garantias normais e quantias
que estão sujeitas a processos judiciais.
88. Quando uma provisão e um passivo contingente surjam provenientes
do mesmo conjunto de circunstâncias, uma entidade faz as divulga­
ções exigidas pelos parágrafos 84.-86. de uma maneira que mostre a
ligação entre a provisão e o passivo contingente.
89. Quando um influxo de benefícios económicos for provável, uma en­
tidade deve divulgar uma breve descrição da natureza dos activos
contingentes ►M5 no fim do período de relato ◄ e, quando prati­
cável, uma estimativa dos seu efeito financeiro, mensurada usando os
princípios estabelecidos para as provisões nos parágrafos 36.-52.
90. É importante que as divulgações de activos contingentes evitem dar
indicações enganosas da probabilidade de surgirem rendimentos.
91. Quando qualquer da informação exigida pelos parágrafos 86. e 89.
não estiver divulgada porque não é praticável fazê-lo, esse facto deve
ser declarado.
92. Em casos extremamente raros, pode esperar-se que a divulgação de
alguma ou toda a informação exigida pelos parágrafos 84.-89. preju­
dique seriamente a posição da entidade numa disputa com outras
partes nos assuntos sujeitos a provisão, passivo contingente ou activo
contingente. Em tais casos, uma entidade não necessita de divulgar a
informação, mas deve divulgar a natureza geral da questão, junta­
mente com o facto de que, e a razão por que, a informação não foi
divulgada.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
93. O efeito de adoptar esta Norma na sua data de eficácia (ou mais cedo)
deve ser relatado como um ajustamento do saldo de abertura dos
resultados retidos do período em que a Norma foi adoptada pela
primeira vez. As entidades são encorajadas, mas não se lhes exige,
a ajustar o saldo de abertura dos resultados retidos do período mais
cedo apresentado e de refazer a informação comparativa. Se a infor­
mação comparativa não for refeita, este facto deve ser divulgado.
94. [Eliminado]
DATA DE EFICÁCIA
95. Esta Norma torna-se operacional para as demonstrações financeiras
anuais que cubram os períodos que comecem em ou após 1 de Julho
de 1999. É encorajada a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar
esta Norma a períodos que tenham início antes de 1 de Julho de 1999,
ela deve divulgar esse facto.
96. [Eliminado]
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 393

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 38

Activos Intangíveis

OBJECTIVO
1. O objectivo desta Norma é o de prescrever o tratamento contabilístico
de activos intangíveis que não sejam especificamente tratados noutras
Normas. Esta Norma exige que uma entidade reconheça um activo
intangível se, e apenas se, critérios especificados forem satisfeitos. A
Norma também especifica como mensurar a quantia escriturada de
activos intangíveis e exige divulgações especificadas acerca de activos
intangíveis.

ÂMBITO
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de activos intangíveis,
excepto:

a) activos intangíveis que estejam no âmbito de outra Norma;

b) activos financeiros, tal como definidos na IAS 32 Instrumentos


Financeiros: Apresentação;

c) o reconhecimento e mensuração de activos de exploração e ava­


liação (ver a IFRS 6 Exploração e Avaliação de Recursos Mine­
rais); e

d) dispêndios com o desenvolvimento e extracção de minérios, petró­


leo, gás natural e recursos não regenerativos similares.

▼M32
3. Se uma outra Norma prescrever a contabilização de um tipo específico
de activo intangível, uma entidade aplica essa Norma em vez desta
Norma. Por exemplo, esta Norma não se aplica a:

▼B
a) activos intangíveis detidos por uma entidade para venda no de­
curso ordinário da actividade empresarial (ver a IAS 2 Inventários
e a IAS 11 Contratos de Construção).

b) activos por impostos diferidos (ver a IAS 12 Impostos sobre o


Rendimento).

c) locações que estejam dentro do âmbito da IAS 17 Locações.

d) activos provenientes de benefícios de empregados (ver a IAS 19


Benefícios dos Empregados).

▼M32
e) activos financeiros, tal como definido na IAS 32. O reconheci­
mento e mensuração de alguns activos financeiros são abrangidos
pela IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas, IAS 27
Demonstrações Financeiras Separadas e IAS 28 Investimentos em
Associadas e Empreendimentos Conjuntos.

▼B
f) goodwill adquirido numa concentração de actividades empresariais
(ver a IFRS 3 Concentrações de Actividades Empresariais).

g) custos de aquisição diferidos, e activos intangíveis, resultantes dos


direitos contratuais de uma seguradora segundo contratos de se­
guro no âmbito da IFRS 4 Contratos de Seguro. A IFRS 4 define
os requisitos específicos de divulgação para aqueles custos de
aquisição diferidos mas não para aqueles activos intangíveis. Por­
tanto, os requisitos de divulgação nesta Norma aplicam-se a esses
activos intangíveis.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 394

▼B
h) activos intangíveis não correntes classificados como detidos para
venda (ou incluídos num grupo para alienação que esteja classifi­
cado como detido para venda) de acordo com a IFRS 5 Activos
Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Des­
continuadas.

4. Alguns activos intangíveis podem estar contidos numa substância


física tal como um disco compacto (no caso de software de compu­
tadores), documentação legal (no caso de uma licença ou patente) ou
filme. Ao determinar se um activo que incorpore tanto elementos
intangíveis como tangíveis deve ser tratado segundo a IAS 16 Activos
Fixos Tangíveis ou como um activo intangível segundo esta Norma, a
entidade usa o julgamento para avaliar qual o elemento mais signifi­
cativo. Por exemplo, o software de computador de uma máquina-
-ferramenta controlada por computador que não funcione sem esse
software específico é uma parte integrante do equipamento respectivo
e é tratado como activo fixo tangível. O mesmo se aplica ao sistema
operativo de um computador. Quando o software não for uma parte
integrante do hardware respectivo, o software de computador é tra­
tado como um activo intangível.

5. Esta Norma aplica-se, entre outras coisas, a dispêndios com publici­


dade, formação, arranque e actividades de pesquisa e desenvolvimen­
to. As actividades de pesquisa e desenvolvimento destinam-se ao
desenvolvimento de conhecimentos. Por isso, se bem que estas acti­
vidades possam resultar num activo com substância física (por exem­
plo, num protótipo), o elemento físico do activo é secundário em
relação ao seu componente intangível, i.e., o conhecimento incorpo­
rado no mesmo.

6. No caso de uma locação financeira, o activo subjacente pode ser


tangível ou intangível. Após o reconhecimento inicial, um locatário
contabiliza um activo intangível, detido sob uma locação financeira,
de acordo com esta Norma. Os direitos protegidos por acordos de
licenciamento de itens tais como filmes, vídeos, peças de teatro, ma­
nuscritos, patentes e copyrights são excluídos do âmbito da IAS 17 e
caem dentro do âmbito desta Norma.

7. As exclusões do âmbito de uma Norma podem ocorrer se as activi­


dades ou transacções forem tão especializadas que dêem origem a
questões contabilísticas que podem necessitar de ser tratadas de uma
maneira diferente. Tais questões surgem na contabilização dos dispên­
dios com a exploração de, ou desenvolvimento e extracção de, petró­
leo, gás e depósitos minerais em indústrias extractivas e no caso de
contratos de seguro. Por isso, esta Norma não se aplica a dispêndios
com tais actividades e contratos. Porém, esta Norma aplica-se a outros
activos intangíveis usados (tais como software de computador), e a
outros dispêndios incorridos (tais como custos de arranque), em in­
dústrias extractivas ou por seguradoras.

DEFINIÇÕES
▼M33
8. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os signi­
ficados especificados:

[suprimida]

(a) [suprimida]

(b) [suprimida]

(c) [suprimida]
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 395

▼M12
__________

▼B
Amortização é a imputação sistemática da quantia depreciável de um
activo intangível durante a sua vida útil.

Um activo é um recurso:

a) controlado por uma entidade como resultado de acontecimentos


passados; e

b) do qual se espera que fluam benefícios económicos futuros para a


entidade.

Quantia escriturada é a quantia pela qual um activo é reconhecido


►M5 na demonstração da posição financeira ◄ após dedução de
qualquer amortização acumulada e de perdas por imparidade acumu­
ladas a ele inerentes.

Custo é a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor


de outra retribuição dada para adquirir um activo no momento da sua
aquisição ou construção, ou, quando aplicável, a quantia atribuída a
esse activo aquando do reconhecimento inicial de acordo com os
requisitos específicos de outras IFRS, por exemplo, a IFRS 2 Paga­
mento com Base em Acções.

Quantia depreciável é o custo de um activo ou outra quantia subs­


tituta do custo, menos o seu valor residual.

Desenvolvimento é a aplicação das descobertas derivadas da pesquisa


ou de outros conhecimentos a um plano ou concepção para a produ­
ção de materiais, mecanismos, aparelhos, produtos, processos, siste­
mas ou serviços, novos ou substancialmente melhorados, antes do
início da produção comercial ou uso.

Valor específico para a entidade é o valor presente dos fluxos de


caixa que uma entidade espera que resultem do uso continuado de um
activo e da sua alienação no final da sua vida útil ou em que espera
incorrer ao liquidar um passivo.

▼M33
Justo Valor é o preço que seria recebido pela venda de um activo
ou pago pela transferência de um passivo numa transacção orde­
nada entre participantes no mercado à data da mensuração. (Ver
IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor)

▼B
Uma perda por imparidade é a quantia pela qual a quantia escriturada
de um activo excede a sua quantia recuperável.

Um activo intangível é um activo não monetário identificável sem


substância física.

Activos monetários são dinheiros detidos e activos a ser recebidos em


quantias fixadas ou determináveis de dinheiro.

Pesquisa é a investigação original e planeada levada a efeito com a


perspectiva de obter novos conhecimentos científicos ou técnicos.

O valor residual de um activo intangível é a quantia estimada que


uma entidade obteria correntemente pela alienação do activo, após
dedução dos custos de alienação estimados, se o activo já tivesse na
idade e nas condições esperadas no final da sua vida útil.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 396

▼B
Vida útil é:

a) o período durante o qual uma entidade espera que um activo esteja


disponível para uso; ou

b) o número de unidades de produção ou semelhantes que uma enti­


dade espera obter do activo.

Activos intangíveis
9. As entidades gastam com frequência recursos, ou incorrem em passi­
vos, pela aquisição, desenvolvimento, manutenção ou melhoria de
recursos intangíveis tais como conhecimentos científicos ou técnicos,
concepção e implementação de novos processos ou sistemas, licenças,
propriedade intelectual, conhecimento de mercado e marcas comer­
ciais (incluindo nomes comerciais e títulos de publicações). Exemplos
comuns de itens englobados nestes grupos são o software de compu­
tadores, patentes, copyrights, filmes, listas de clientes, direitos de
hipotecas, licenças de pesca, quotas de importação, franchises, rela­
cionamentos com clientes ou fornecedores, fidelidade de clientes,
quota de mercado e direitos de comercialização.

10. Nem todos os itens descritos no parágrafo 9. satisfazem a definição de


um activo intangível, i.e. identificabilidade, controlo sobre um recurso
e existência de benefícios económicos futuros. Se um item que esteja
dentro do âmbito desta Norma não satisfizer a definição de um activo
intangível, o dispêndio para o adquirir ou gerar internamente é reco­
nhecido como um gasto quando for incorrido. Porém, se o item for
adquirido numa concentração de actividades empresariais, faz parte do
goodwill reconhecido à data da aquisição (ver parágrafo 68.).

Identificabilidade
▼M12
11. A definição de um activo intangível exige que um activo intangível
seja identificável para o distinguir do goodwill. O goodwill reconhe­
cido numa concentração de actividades empresariais é um activo que
representa os benefícios económicos futuros resultantes de outros ac­
tivos adquiridos numa concentração de actividades empresariais que
não sejam individualmente identificados nem separadamente reconhe­
cidos. Os benefícios económicos futuros podem resultar de sinergias
entre os activos identificáveis adquiridos ou de activos que, indivi­
dualmente, não se qualificam para reconhecimento nas demonstrações
financeiras.

12. Um activo é identificável se:

a) for separável, i.e., capaz de ser separado ou dividido da entidade e


vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja indivi­
dualmente ou em conjunto com um contrato, activo ou passivo
identificável relacionados, independentemente da intenção da enti­
dade de o fazer; ou

b) decorrer de direitos contratuais ou de outros direitos legais, quer


esses direitos sejam transferíveis quer sejam separáveis da entidade
ou de outros direitos e obrigações.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 397

▼B
Controlo
13. Uma entidade controla um activo se a entidade tiver o poder de obter
benefícios económicos futuros que fluam do recurso subjacente e
puder restringir o acesso de outros a esses benefícios. A capacidade
de uma entidade de controlar os benefícios económicos futuros de um
activo intangível enraíza-se nos direitos legais que sejam imponíveis
num tribunal. Na ausência de direitos legais, é mais difícil demonstrar
controlo sobre o activo. Porém, o cumprimento legal de um direito
não é uma condição necessária para o controlo porque uma entidade
pode ser capaz de controlar os benefícios económicos futuros de
alguma outra maneira.

14. O mercado e o conhecimento técnico podem dar origem a benefícios


económicos futuros. Uma entidade controla esses benefícios se, por
exemplo, o conhecimento estiver protegido por direitos legais tais
como copyrights, uma restrição de acordos de comércio (quando per­
mitido) ou por deveres legais dos empregados de manter a confiden­
cialidade.

15. Uma entidade pode ter uma equipa de pessoal habilitado e pode ser
capaz de identificar capacidades incrementais do pessoal que condu­
zam a benefícios económicos futuros derivados da formação. A enti­
dade pode também esperar que o pessoal continue a pôr as suas
capacidades ao dispor da entidade. Porém, geralmente uma entidade
não tem controlo suficiente sobre os benefícios económicos futuros
provenientes de uma equipa de pessoal habilitado e da formação para
que estes itens satisfaçam a definição de um activo intangível. Por
uma razão semelhante, é improvável que uma gestão específica ou um
talento técnico satisfaça a definição de activo intangível, a menos que
esteja protegido por direitos legais para usá-lo e obter dele os bene­
fícios económicos futuros esperados e que também satisfaça as outras
partes da definição.

16. Uma entidade pode ter uma carteira de clientes ou uma quota de
mercado e esperar que, devido aos seus esforços para criar relaciona­
mentos e fidelizar clientes, estes continuarão a negociar com a em­
presa. Porém, na ausência de direitos legais para proteger, ou de
outras formas controlar, o relacionamento com clientes ou a sua fide­
lidade para com a entidade, a entidade geralmente não tem controlo
suficiente sobre os benefícios económicos esperados derivados do
relacionamento e fidelização dos clientes para que tais itens (por
exemplo, carteira de clientes, quotas de mercado, relacionamento
com clientes e fidelidade dos clientes) satisfaçam a definição de ac­
tivos intangíveis. Na ausência de direitos legais para proteger os re­
lacionamentos com os clientes, as transacções de troca para os mes­
mos relacionamentos com os clientes ou outros semelhantes (que não
sejam como parte de uma concentração de actividades empresariais)
constituem prova de que a entidade está não obstante capacitada para
controlar os benefícios económicos futuros esperados que fluam dos
relacionamentos com os clientes. Dado que essas transacções de troca
também constituem prova de que os relacionamentos com os clientes
são separáveis, esses relacionamentos com os clientes satisfazem a
definição de activo intangível.

Benefícios económicos futuros


17. Os benefícios económicos futuros que fluem de um activo intangível
podem incluir réditos da venda de produtos ou serviços, poupanças de
custos, ou outros benefícios resultantes do uso do activo pela entida­
de. Por exemplo, o uso da propriedade intelectual num processo de
produção pode reduzir os custos de produção futuros e não aumentar
os réditos futuros.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 398

▼B
RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO
18. O reconhecimento de um item como activo intangível exige que uma
entidade demonstre que o item satisfaz:

a) a definição de um activo intangível (ver parágrafos 8.-17.); e

b) os critérios de reconhecimento (ver parágrafos 21.-23.).

Este requisito aplica-se aos custos incorridos inicialmente para adqui­


rir ou gerar internamente um activo intangível e aqueles incorridos
posteriormente para adicionar a, substituir parte de ou dar assistência
ao mesmo.

19. Os parágrafos 25.-32. tratam da aplicação dos critérios de reconheci­


mento a activos intangíveis adquiridos separadamente, e os parágrafos
33.-43. tratam da sua aplicação a activos intangíveis adquiridos numa
concentração de actividades empresariais. O parágrafo 44. trata da
mensuração inicial dos activos intangíveis adquiridos por meio de
subsídio governamental, os parágrafos 45.-47. das trocas de activos
intangíveis e os parágrafos 48.-50. do tratamento do goodwill gerado
internamento. Os parágrafos 51.-67. tratam do reconhecimento e men­
suração iniciais dos activos intangíveis gerados internamente.

20. A natureza dos activos intangíveis é tal que, em muitos casos, não há
adições a um tal activo ou substituições de parte do mesmo. Em
conformidade, é provável que a maioria dos dispêndios subsequentes
mantenham os futuros benefícios económicos esperados incorporados
num activo intangível existente em vez de corresponder à definição de
activo intangível e aos critérios de reconhecimento nesta Norma.
Além disso, é muitas vezes difícil atribuir os dispêndios subsequentes
directamente a um activo intangível em particular em vez de à em­
presa como um todo. Portanto, apenas raramente os dispêndios sub­
sequentes — dispêndios incorridos após o reconhecimento inicial de
um activo intangível adquirido ou após a conclusão de um activo
intangível gerado internamente — serão reconhecidos na quantia
escriturada de um activo. Consistentemente com o parágrafo 63., os
dispêndios subsequentes com marcas, cabeçalhos, títulos de publica­
ções, listas de clientes e itens substancialmente semelhantes (sejam
comprados externamente ou gerados internamente) são sempre reco­
nhecidos nos lucros ou prejuízos como incorridos. Tal acontece por­
que um tal dispêndio não pode ser distinguido do dispêndio para
desenvolver o negócio como um todo.

21. Um activo intangível deve ser reconhecido se, e apenas se:

a) for provável que os benefícios económicos futuros esperados que


sejam atribuíveis ao activo fluam para a entidade; e

b) o custo do activo possa ser fiavelmente mensurado.

22. Uma entidade deve avaliar a probabilidade de benefícios económicos


futuros esperados usando pressupostos razoáveis e suportáveis que
representem a melhor estimativa da gerência do conjunto de condições
económicas que existirão durante a vida útil do activo.

23. Uma entidade usa o julgamento para avaliar o grau de certeza ligado
ao fluxo de benefícios económicos futuros que sejam atribuíveis ao
uso do activo na base da evidência disponível no momento do reco­
nhecimento inicial, dando maior peso à evidência externa.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 399

▼B
24. Um activo intangível deve ser mensurado inicialmente pelo seu custo.

Aquisição separada
▼M12
25. Normalmente, o preço que uma entidade paga para adquirir separada­
mente um activo intangível irá reflectir as expectativas acerca da
probabilidade de que os benefícios económicos futuros esperados in­
corporados no activo irão fluir para a entidade. Por outras palavras, a
entidade espera que haja um influxo de benefícios económicos,
mesmo que haja incerteza quanto à tempestividade ou à quantia do
influxo. Assim, o critério de reconhecimento da probabilidade no
parágrafo 21(a) é sempre considerado como estando satisfeito para
activos intangíveis adquiridos separadamente.

▼B
26. Além disso, o custo de um activo intangível adquirido separadamente
pode normalmente ser mensurado com fiabilidade. Isto é particular­
mente assim quando a retribuição de compra for na forma de dinheiro
ou outros activos monetários.

27. O custo de um activo intangível adquirido separadamente compreende:

a) o seu preço de compra, incluindo os direitos de importação e os


impostos de compra não reembolsáveis, após dedução dos descon­
tos comerciais e abatimentos; e

b) qualquer custo directamente atribuível de preparação do activo para


o seu uso pretendido.

28. Exemplos de custos directamente atribuíveis são:

a) custos de benefícios dos empregados (tal como definidos na IAS


19) directamente resultantes de levar o activo à sua condição de
funcionamento;

b) honorários profissionais resultantes directamente de levar o activo


até à sua condição de funcionamento; e

c) custos de testes para concluir se o activo funciona correctamente.

29. Exemplos de dispêndios que não fazem parte do custo de um activo


intangível são:

a) custos de introdução de um novo produto ou serviço (incluindo


custos de publicidade ou actividades promocionais);

b) custos de condução do negócio numa nova localização ou com


uma nova classe de clientes (incluindo custos de formação de
pessoal); e

c) custos de administração e outros custos gerais.

30. O reconhecimento de custos na quantia escriturada de um activo


intangível cessa quando o activo está na condição necessária para
ser capaz de funcionar da forma pretendida pela gerência. Assim
sendo, os custos incorridos na utilização ou reinstalação de um activo
intangível não são incluídos na quantia escriturada desse activo. Por
exemplo, os custos seguintes não são incluídos na quantia escriturada
de um activo intangível:

a) os custos incorridos enquanto um activo capaz de funcionar da


forma pretendida pela gerência ainda esteja para ser colocado em
uso; e

b) perdas operacionais iniciais, tais como as incorridas enquanto


cresce a procura da produção do activo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 400

▼B
31. Algumas operações ocorrem em ligação com o desenvolvimento de
um activo intangível, mas não são necessárias para colocar o activo na
condição necessária para que seja capaz de funcionar da forma pre­
tendida pela gerência. Estas operações ocasionais podem ocorrer antes
ou durante as actividades desenvolvimento. Dado que as operações
ocasionais não são necessárias para colocar um activo na condição
necessária para que seja capaz de funcionar da forma pretendida pela
gerência, o rendimento e os gastos relacionados de operações ocasio­
nais são reconhecidos imediatamente nos lucros ou prejuízos e incluí­
dos nas respectivas classificações de rendimento ou gasto.

▼M1
32. Se o pagamento de um activo intangível for diferido para além do
prazo normal de crédito, o seu custo é o equivalente ao preço a
dinheiro. A diferença entre esta quantia e os pagamentos totais é
reconhecida como gasto de juros durante o período do crédito a não
ser que seja capitalizada de acordo com a IAS 23 Custos de Emprés­
timos Obtidos.

▼B
Aquisição como parte de uma concentração de actividades empre­
sariais
▼M12
►M33 33. De acordo com a IFRS 3 Concentrações de Actividades Em­
presariais, se um activo intangível for adquirido numa concentração
de actividades empresariais, o custo desse activo intangível é o seu
justo valor à data da aquisição. O justo valor de um activo intangível
irá reflectir as expectativas dos participantes no mercado à data da
aquisição sobre a probabilidade de que os benefícios económicos
futuros esperados incorporados no activo se concretizem em favor
da entidade. ◄ Por outras palavras, a entidade espera que haja um
influxo de benefícios económicos, mesmo que haja incerteza quanto à
tempestividade ou à quantia do influxo. Assim, o critério de reconhe­
cimento da probabilidade no parágrafo 21(a) é sempre considerado
como estando satisfeito para activos intangíveis adquiridos em con­
centrações de actividades empresariais. Se um activo adquirido numa
concentração de actividades empresariais for separável ou decorrer de
direitos contratuais ou de outros direitos legais, existe informação
suficiente para fiavelmente mensurar o justo valor do activo. Assim,
o critério da mensuração fiável no parágrafo 21(b) é sempre conside­
rado como estando satisfeito para activos intangíveis adquiridos em
concentrações de actividades empresariais.

34. De acordo com esta Norma e com a IFRS 3 (conforme revista pelo
International Accounting Standards Board em 2008), uma adquirente
reconhece na data da aquisição, separadamente do goodwill, um ac­
tivo intangível da adquirida, independentemente de o activo ter sido
ou não reconhecido pela adquirida antes da concentração de activida­
des empresariais. Isto significa que a adquirente reconhece como um
activo separadamente do goodwill um projecto de pesquisa e desen­
volvimento em curso da adquirida caso o projecto corresponda à
definição de activo intangível. Um projecto de pesquisa e desenvol­
vimento em curso de uma adquirida satisfaz a definição de activo
intangível quando:

a) satisfaz a definição de activo; e

b) é identificável, i.e., separável, ou decorre de direitos contratuais ou


outros direitos legais.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 401

▼M33

Activo intangível adquirido numa concentração de actividades


empresariais
▼M12
35. Se um activo intangível adquirido numa concentração de actividades
empresariais for separável ou decorrer de direitos contratuais ou de
outros direitos legais, existe informação suficiente para fiavelmente
mensurar o justo valor do activo. Quando, para as estimativas usadas
para mensurar o justo valor de um activo intangível, existir uma série
de possíveis desfechos com diferentes probabilidades, essa incerteza
entra na mensuração do justo valor do activo.

▼M22
36. Um activo intangível adquirido numa concentração de actividades
empresariais pode ser separável, mas apenas em conjunto com um
contrato relacionado ou um activo ou passivo identificável relaciona­
do. Nestes casos, a adquirente reconhece o activo intangível separa­
damente do goodwill, mas em conjunto com o item relacionado.

37. A adquirente pode reconhecer um grupo de activos intangíveis com­


plementares como um activo único desde que os activos individuais
do grupo tenham vidas úteis semelhantes. Por exemplo, os termos
«marca» e «nome de marca» são muitas vezes usados como sinóni­
mos de marcas comerciais e outras marcas. Contudo, os primeiros são
termos gerais de marketing que são tipicamente usados para referir um
grupo de activos complementares tais como uma marca comercial (ou
marca de serviço) e o nome comercial, fórmulas, receitas e especia­
lização tecnológica com ela relacionados.

▼M12
__________

▼M33
__________

▼B
Dispêndio subsequente num projecto de pesquisa e desenvolvimento
em curso adquirido
42. O dispêndio com pesquisa e desenvolvimento que:

a) se relacione com um projecto de pesquisa ou desenvolvimento em


curso adquirido separadamente ou numa concentração de activida­
des empresariais e reconhecido como activo intangível; e

b) seja incorrido após a aquisição desse projecto

deve ser contabilizado de acordo com os parágrafos 54.-62.

43. A aplicação dos requisitos dos parágrafos 54.-62. significa que o


dispêndio subsequente num projecto de pesquisa ou investigação em
curso adquirido separadamente ou numa concentração de actividades
empresariais e reconhecido como activo intangível é:

a) reconhecido como um gasto quando incorrido se for dispêndio de


pesquisa;

b) reconhecido como um gasto quando incorrido se for dispêndio de


desenvolvimento que não satisfaça os critérios de reconhecimento
como activo intangível do parágrafo 57.; e

c) adicionado à quantia escriturada do projecto de pesquisa ou desen­


volvimento em curso adquirido se for dispêndio de desenvolvi­
mento que satisfaça os critérios de reconhecimento do parágrafo 57.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 402

▼B
Aquisição por meio de um subsídio governamental
44. Em alguns casos, um activo intangível pode ser adquirido livre de
encargos, ou por retribuição nominal, por meio de um subsídio
governamental. Isto pode acontecer quando um governo transferir
ou imputar a uma entidade activos intangíveis tais como direitos de
aterragem em aeroportos, licenças para operar estações de rádio ou de
televisão, licenças de importação ou quotas ou direitos para aceder a
outros recursos restritos. De acordo com a IAS 20 Contabilização dos
Subsídios Governamentais e Divulgação de Apoios Governamentais,
uma entidade pode escolher reconhecer inicialmente pelo justo valor
tanto o activo intangível como o subsídio. Se uma entidade escolher
não reconhecer o activo inicialmente pelo justo valor, a entidade
reconhece inicialmente o activo por uma quantia nominal (o outro
tratamento permitido pela IAS 20) mais qualquer dispêndio que seja
directamente atribuível para preparar o activo para o seu uso preten­
dido.

Trocas de activos
45. Um ou mais activos intangíveis podem ser adquiridos em troca de um
activo ou activos não monetários, ou de uma combinação de activos
monetários e não monetários. A discussão seguinte refere-se simples­
mente a uma troca de um activo não monetário por outro, mas tam­
bém se aplica a todas as trocas descritas na frase anterior. O custo de
tal activo intangível é mensurado pelo justo valor a não ser que a) a
transacção da troca careça de substância comercial ou b) nem o justo
valor do activo recebido nem o justo valor do activo cedido sejam
fiavelmente mensuráveis. O activo adquirido é mensurado desta forma
mesmo que uma entidade não possa imediatamente desreconhecer o
activo cedido. Se o activo adquirido não for mensurado pelo justo
valor, o seu custo é mensurado pela quantia escriturada do activo
cedido.

46. Uma entidade determina se uma transacção de troca tem substância


comercial considerando a extensão em que espera que os seus futuros
fluxos de caixa sejam alterados como resultado da transacção. Uma
transacção de troca tem substância comercial se:

a) a configuração (i.e., risco, tempestividade e quantia) dos fluxos de


caixa do activo recebido diferir da configuração dos fluxos de
caixa do activo transferido; ou

b) o valor específico para a entidade relativo à parte das operações da


entidade afectada pelas alterações na transacção como resultado da
troca; e

c) a diferença na alínea a) ou b) for significativa em relação ao justo


valor dos activos trocados.

Para a finalidade de determinar se uma transacção de troca tem subs­


tância comercial, o valor específico para a entidade relativo à parte
das operações da entidade afectada pela transacção deve reflectir os
fluxos de caixa após impostos. O resultado destas análises pode ser
claro sem que uma entidade tenha de efectuar cálculos detalhados.

▼M33
47. O parágrafo 21(b) especifica que uma condição para o reconheci­
mento de um activo intangível é que o custo do activo possa ser
fiavelmente mensurado. O justo valor de um activo intangível é fia­
velmente mensurável se (a) a variabilidade no intervalo de mensura­
ções razoáveis pelo justo valor não for significativa para esse activo;
ou (b) as probabilidades das várias estimativas dentro do intervalo
puderem ser razoavelmente avaliadas e usadas na mensuração pelo
justo valor. Se uma entidade puder mensurar fiavelmente o justo valor
do activo recebido ou do activo cedido, o justo valor do activo cedido
é usado para mensurar o custo, a menos que o justo valor do activo
recebido seja mais claramente evidente.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 403

▼B
Goodwill gerado internamente
48. O goodwill gerado internamente não deve ser reconhecido como um
activo.

49. Em alguns casos, é incorrido dispêndio para gerar benefícios econó­


micos futuros, mas isso não resulta na criação de um activo intangível
que satisfaça os critérios de reconhecimento desta Norma. Tal dispên­
dio é muitas vezes descrito como contribuindo para o goodwill gerado
internamente. O goodwill gerado internamente não é reconhecido
como activo porque não é um recurso identificável (i.e., não é sepa­
rável nem resulta de direitos contratuais ou de outros direitos legais)
controlado pela entidade que possa ser fiavelmente mensurado pelo
custo.

▼M33
50. As diferenças entre o justo valor de uma entidade e a quantia escri­
turada dos seus activos líquidos identificáveis em qualquer momento
podem reflectir uma série de factores que afectam o justo valor da
entidade. Tais diferenças não representam, porém, o custo dos activos
intangíveis controlados pela entidade.

▼B
Activos intangíveis gerados internamente
51. Por vezes, é difícil avaliar se um activo intangível gerado interna­
mente se qualifica para reconhecimento por causa de problemas em:

a) identificar se e quando existe um activo identificável que gere


benefícios económicos futuros esperados; e

b) determinar fiavelmente o custo do activo. Em alguns casos, o custo


de gerar internamente um activo intangível não pode ser distin­
guido do custo de manter ou aumentar o goodwill da entidade
gerado internamente ou do decorrer operacional do dia-a-dia.

Por isso, além de se conformar com os requisitos gerais do reconhe­


cimento e mensuração inicial de um activo intangível, uma entidade
aplica os requisitos e orientação dos parágrafos 52.-67. a todos os
activos intangíveis gerados internamente.

52. Para avaliar se um activo intangível gerado internamente satisfaz os


critérios de reconhecimento, uma entidade classifica a geração do
activo em:

a) uma fase de pesquisa; e

b) uma fase de desenvolvimento.

Se bem que os termos «pesquisa» e «desenvolvimento» estejam de­


finidos, os termos «fase de pesquisa» e «fase de desenvolvimento»
têm um sentido mais amplo para a finalidade desta Norma.

53. Se uma entidade não puder distinguir a fase de pesquisa da fase de


desenvolvimento num projecto interno para criar um activo intangível,
a entidade trata o dispêndio nesse projecto como se fosse incorrido
somente na fase de pesquisa.

Fase de pesquisa
54. Nenhum activo intangível proveniente de pesquisa (ou da fase de
pesquisa de um projecto interno) deve ser reconhecido. O dispêndio
com pesquisa (ou da fase de pesquisa de um projecto interno) deve ser
reconhecido como um gasto quando for incorrido.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 404

▼B
55. Na fase de pesquisa de um projecto interno, uma entidade não pode
demonstrar que existe um activo intangível que irá gerar benefícios
económicos futuros prováveis. Por isso, este dispêndio é reconhecido
como um gasto quando for incorrido.

56. Exemplos de actividades de pesquisa são:

a) actividades visando a obtenção de novos conhecimentos;

b) a procura de, avaliação e selecção final de, aplicações das desco­


bertas de pesquisa ou de outros conhecimentos;

c) a procura de alternativas para materiais, aparelhos, produtos, pro­


cessos, sistemas ou serviços; e

d) a formulação, concepção, avaliação e selecção final de possíveis


alternativas de materiais, aparelhos, produtos, processos, sistemas
ou serviços novos ou melhorados.

Fase de desenvolvimento
57. Um activo intangível proveniente de desenvolvimento (ou da fase de
desenvolvimento de um projecto interno) deve ser reconhecido se, e
apenas se, uma entidade puder demonstrar tudo o que se segue:

a) a viabilidade técnica de concluir o activo intangível afim de que


esteja disponível para uso ou venda.

b) a sua intenção de concluir o activo intangível e usá-lo ou vendê-lo.

c) a sua capacidade de usar ou vender o activo intangível.

d) a forma como o activo intangível gerará prováveis benefícios eco­


nómicos futuros. Entre outras coisas, a entidade pode demonstrar a
existência de um mercado para a produção do activo intangível ou
para o próprio activo intangível ou, se for para ser usado interna­
mente, a utilidade do activo intangível.

e) a disponibilidade de adequados recursos técnicos, financeiros e


outros para concluir o desenvolvimento e usar ou vender o activo
intangível.

f) a sua capacidade para mensurar fiavelmente o dispêndio atribuível


ao activo intangível durante a sua fase de desenvolvimento.

58. Na fase de desenvolvimento de um projecto interno, uma entidade


pode, nalguns casos, identificar um activo intangível e demonstrar
que o activo gerará prováveis benefícios económicos futuros. Tal
acontece porque a fase de desenvolvimento de um projecto é mais
avançada do que a fase de pesquisa.

59. Exemplos das actividades de desenvolvimento são:

a) a concepção, construção e teste de protótipos e modelos de pré-


-produção ou de pré-uso;

b) a concepção de ferramentas, utensílios, moldes e suportes envol­


vendo nova tecnologia;

c) a concepção, construção e operação de uma fábrica piloto que não


seja de uma escala económica exequível para produção comercial;
e

d) a concepção, construção e teste de uma alternativa escolhida para


materiais, aparelhos, produtos, processos, sistemas ou serviços no­
vos ou melhorados.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 405

▼B
60. Para demonstrar como um activo intangível gerará benefícios econó­
micos futuros prováveis, uma entidade avalia os futuros benefícios
económicos a serem recebidos do activo usando os princípios da
IAS 36 Imparidade de Activos. Se o activo gerar benefícios econó­
micos apenas em combinação com outros activos, a entidade aplica o
conceito de unidades geradoras de caixa tal como definido na IAS 36.

61. A disponibilidade de recursos para concluir, usar e obter os benefícios


de um activo intangível pode ser demonstrada por, por exemplo, um
plano empresarial que mostre os recursos técnicos, financeiros e ou­
tros necessários e a capacidade da entidade para assegurar esses re­
cursos. Em alguns casos, uma entidade demonstra a disponibilidade de
financiamento externo pela obtenção de uma indicação do mutuante
da sua vontade de financiar o plano.

62. Os sistemas de custeio de uma entidade podem muitas vezes mensurar


com fiabilidade o custo de gerar internamente um activo intangível,
tais como os ordenados e outros dispêndios incorridos para assegurar
copyrights ou licenças ou para desenvolver software de computadores.

63. As marcas, cabeçalhos, títulos de publicações, listas de clientes e itens


substancialmente semelhantes gerados internamente não devem ser
reconhecidos como activos intangíveis.

64. Dispêndios com marcas, cabeçalhos, títulos de publicações, listas de


clientes e itens semelhantes em substância gerados internamente não
podem ser distinguidos do custo de desenvolver a empresa no seu
todo. Por isso, tais itens não são reconhecidos como activos intangí­
veis.

Custo de um activo intangível gerado internamente


65. O custo de um activo intangível gerado internamente para a finalidade
do parágrafo 24. é a soma dos dispêndios incorridos desde a data em
que o activo intangível primeiramente satisfaz os critérios de reconhe­
cimento dos parágrafos 21., 22. e 57. O parágrafo 71. proíbe a repo­
sição de dispêndio anteriormente reconhecido como um gasto.

66. O custo de um activo intangível gerado internamente compreende


todos os custos directamente atribuíveis necessários para criar, produ­
zir e preparar o activo para ser capaz de funcionar da forma preten­
dida pela gerência. Exemplos de custos directamente atribuíveis são:

a) os custos dos materiais e serviços usados ou consumidos ao gerar


o activo intangível;

b) os custos dos benefícios dos empregados (tal como definido na


IAS 19) resultantes da geração do activo intangível;

c) as taxas de registo de um direito legal; e

d) a amortização de patentes e licenças que sejam usadas para gerar o


activo intangível.

A IAS 23 especifica os critérios para o reconhecimento do juro como


um elemento do custo de um activo intangível gerado internamente.

67. O que se segue não são componentes do custo de um activo intangível


gerado internamente:

a) os dispêndios com vendas, administrativos e outros gastos gerais a


menos que estes dispêndios possam ser directamente atribuídos à
preparação do activo para uso;

b) ineficiências identificadas e perdas operacionais iniciais incorridas


antes de o activo atingir o desempenho planeado; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 406

▼B
c) dispêndios com a formação do pessoal para operar o activo.

Exemplo ilustrativo do parágrafo 65.


Uma entidade está a desenvolver um novo processo de produ­
ção. Durante 20X5, os dispêndios incorridos foram 1 000
UM (a), das quais 900 UM foram incorridas antes de 1 de
Dezembro de 20X5 e 100 UM foram incorridas entre 1 de
Dezembro de 20X5 e 31 de Dezembro de 20X5. A entidade é
capaz de demonstrar que, em 1 de Dezembro de 20X5, o pro­
cesso de produção satisfazia os critérios de reconhecimento
como um activo intangível. A quantia recuperável do know-
-how incorporado no processo (incluindo os exfluxos de caixa
futuros para concluir o processo antes de ele estar disponível
para uso) é estimada em 500 UM.

No fim de 20X5, o processo de produção é reconhecido como


um activo intangível por um custo de 100 UM (dispêndio incor­
rido desde a data em que os critérios de reconhecimento foram
satisfeitos, isto é, 1 de Dezembro de 20X5). O dispêndio de 900
UM incorrido antes de 1 de Dezembro de 20X5 foi reconhecido
como um gasto porque os critérios de reconhecimento não
foram satisfeitos até 1 de Dezembro de 20X5. Este dispêndio
não faz parte do custo do processo de produção reconhecido
►M5 na demonstração da posição financeira ◄.

Durante 20X6, o dispêndio incorrido foi de 2 000 UM. No fim


de 20X6, a quantia recuperável do know-how incorporado no
processo (incluindo os exfluxos de caixa futuros para concluir o
processo antes de ele estar disponível para uso) é estimada em
1 900 UM.

No fim de 20X6, o custo do processo de produção é de 2.100


UM (dispêndio de 100 UM reconhecido no fim de 20X5 mais
dispêndio de 2 000 UM reconhecido em 20X6). A entidade
reconhece uma perda por imparidade de 200 UM para ajustar
a quantia escriturada do processo antes da perda por impari­
dade (2 100 UM) à sua quantia recuperável (1 900 UM). Esta
perda por imparidade será revertida num período subsequente
se os requisitos da IAS 36 para a reversão de uma perda por
imparidade forem satisfeitos.

___________
(a) Nesta Norma, as quantias monetárias estão denominadas em «unidades
monetárias».

RECONHECIMENTO DE UM GASTO
▼M12
68. O dispêndio com um item intangível deve ser reconhecido como um
gasto quando for incorrido a menos que:

a) faça parte do custo de um activo intangível que satisfaça os crité­


rios de reconhecimento (ver parágrafos 18–67); ou

b) o item seja adquirido numa concentração de actividades empresa­


riais e não possa ser reconhecido como um activo intangível. Se
for este o caso, ele faz parte da quantia reconhecida como goodwill
à data de aquisição (ver a IFRS 3).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 407

▼M8
69. Em alguns casos, o dispêndio é incorrido para proporcionar benefícios
económicos futuros a uma entidade, mas não é adquirido ou criado
qualquer activo intangível ou outro activo que possa ser reconhecido.
No caso do fornecimento de bens, a entidade reconhece tal dispêndio
como um gasto quando tem o direito de acesso a esses bens. No caso
da prestação de serviços, a entidade reconhece o dispêndio como um
gasto quando recebe os serviços. Por exemplo, o dispêndio com pes­
quisa é reconhecido como um gasto quando for incorrido (ver pará­
grafo 54), excepto quando for adquirido como parte de uma concen­
tração de actividades empresariais. Outros exemplos de dispêndio que
seja reconhecido como um gasto quando for incorrido incluem:

▼B
a) dispêndio com actividades de arranque (i.e., custos de arranque), a
não ser que este dispêndio esteja incluído no custo de um item de
activo fixo tangível de acordo com a IAS 16. Os custos de arran­
que podem consistir em custos de estabelecimento tais como os
custos legais ou de secretariado incorridos no estabelecimento de
uma entidade legal, dispêndios para abrir novas instalações ou
negócio (i.e., custos pré-abertura) ou dispêndios para iniciar novas
unidades operacionais ou lançar novos produtos ou processos (i.e.,
custos pré-operacionais).

b) dispêndios com actividades de formação.

▼M8
c) o dispêndio com actividades de publicidade e promocionais
(incluindo catálogos de venda por correspondência).

▼B
d) dispêndios com a mudança de local ou reorganização de uma
entidade no seu todo ou em parte.

▼M8
69.A. Uma entidade tem o direito de acesso aos bens quando estão na sua
posse. Do mesmo modo, tem o direito de acesso aos bens quando
forem produzidos por um fornecedor em conformidade com os termos
de um contrato de fornecimento e a entidade puder exigir a sua
entrega em contrapartida de um pagamento. Os serviços são recebidos
quando forem prestados por um prestador em conformidade com um
contrato de prestação à entidade e não quando a entidade os utilizar
para prestar outro serviço, por exemplo, para entregar um anúncio a
clientes.

70. O parágrafo 68 não exclui a possibilidade de uma entidade reconhecer


um pré-pagamento como um activo quando o pagamento dos bens for
feito antes de a entidade obter o direito de acesso a esses bens. Do
mesmo modo, o parágrafo 68 não exclui a possibilidade de uma
entidade reconhecer um pré-pagamento como um activo quando o
pagamento dos serviços for efectuado antes de a entidade receber
esses serviços.

▼B
Gastos passados a não serem reconhecidos como um activo
71. O dispêndio com um item intangível que tenha sido inicialmente
reconhecido como um gasto não deve ser reconhecido como parte
do custo de um activo intangível em data posterior.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 408

▼B
MENSURAÇÃO APÓS RECONHECIMENTO
72. Uma entidade deve escolher ou o modelo de custo do parágrafo 74.
ou o modelo de reavaliação do parágrafo 75. como sua política con­
tabilística. Se um activo intangível for contabilizado usando o modelo
de revalorização, todos os outros activos da sua classe devem também
ser contabilizados usando o mesmo modelo, a não ser que não haja
mercado activo para esses activos.

73. Uma classe de activos intangíveis é um agrupamento de activos de


natureza e uso semelhantes nas operações de uma entidade. Os itens
de uma classe de activos intangíveis são simultaneamente revaloriza­
dos para evitar revalorizações selectivas de activos e o relato de
quantias nas demonstrações financeiras que representem uma mistura
de custos e de valores em datas diferentes.

Modelo do custo
74. Após o reconhecimento inicial, um activo intangível deve ser escritu­
rado pelo seu custo menos qualquer amortização acumulada e quais­
quer perdas por imparidade acumuladas.

Modelo de revalorização
75. Após o reconhecimento inicial, um activo intangível deve ser escritu­
rado por uma quantia revalorizada, que seja o seu justo valor à data da
revalorização menos qualquer amortização acumulada subsequente e
quaisquer perdas por imparidade acumuladas subsequentes.
►M33 Para efeitos das reavaliações nos termos desta Norma, o
justo valor deve ser mensurado por referência a um mercado
activo. ◄ As revalorizações devem ser feitas com tal regularidade
que na data ►M5 da demonstração da posição financeira ◄ a quan­
tia escriturada do activo não difira materialmente do seu justo valor.

76. O modelo de revalorização não permite:

a) a revalorização de activos intangíveis que não tenham sido previa­


mente reconhecidos como activos; ou

b) o reconhecimento inicial de activos intangíveis por quantias que


não sejam o custo.

77. O modelo de revalorização é aplicado depois de um activo ter sido


inicialmente reconhecido pelo seu custo. Porém, se apenas parte do
custo de um activo intangível for reconhecido como um activo porque
o activo só satisfez os critérios de reconhecimento a meio do seu
processo de fabrico (ver parágrafo 65.), o modelo de revalorização
pode ser aplicado ao total desse activo. Além disso, o modelo de
revalorização pode ser aplicado a um activo intangível que tenha
sido recebido por meio de um subsídio governamental e reconhecido
por uma quantia nominal (ver parágrafo 44.).

►M33 78. Não é vulgar que exista um mercado activo para um activo
intangível, se bem que isto possa acontecer. ◄ Por exemplo, em
algumas jurisdições, pode existir um mercado activo para licenças
de táxis livremente transferíveis, licenças de pesca ou quotas de pro­
dução. Contudo, pode não existir um mercado activo para marcas,
cabeçalhos de jornais, direitos de editar músicas e filmes, patentes ou
marcas comerciais, porque cada um de tais activos é único. Além
disso, se bem que activos intangíveis sejam comprados e vendidos,
os contratos são negociados entre compradores e vendedores indivi­
duais, sendo as transacções relativamente pouco frequentes. Por estas
razões, o preço pago por um activo pode não proporcionar evidência
suficiente do justo valor de um outro. Além disso, os preços não estão
muitas vezes disponíveis publicamente.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 409

▼B
79. A frequência de revalorizações depende da volatilidade dos justos
valores dos activos intangíveis que estão a ser revalorizados. Se o
justo valor de um activo revalorizado diferir materialmente da sua
quantia escriturada, é necessária uma revalorização adicional. Alguns
activos intangíveis podem sofrer movimentos significativos e voláteis
no justo valor necessitando, por conseguinte, de revalorizações anuais.
Tais frequentes revalorizações são desnecessárias para activos intan­
gíveis com apenas movimentos insignificantes no justo valor.

80. Se um activo intangível for revalorizado, qualquer amortização acu­


mulada à data da revalorização é ou:

a) reexpressa proporcionalmente com a alteração na quantia escritu­


rada bruta do activo a fim de que a quantia escriturada do activo
após a revalorização iguale a quantia revalorizada; ou

b) eliminada contra a quantia bruta escriturada do activo e a quantia


líquida reexpressa como a quantia revalorizada do activo.

81. Se um activo intangível numa classe de activos intangíveis revalori­


zados não puder ser revalorizado porque não há qualquer mercado
activo para esse activo, o activo deve ser escriturado pelo seu custo
menos qualquer amortização e perdas por imparidade acumuladas.

▼M33
82. Se o justo valor de um activo intangível revalorizado deixou de
poder ser mensurado com referência a um mercado activo, a
quantia escriturada do activo deve ser a sua quantia reavaliada
à data da mais recente reavaliação com referência ao mercado
activo menos qualquer amortização e qualquer perda por impa­
ridade acumuladas subsequentes.

▼B
83. O facto de já não existir um mercado activo para um activo intangível
revalorizado pode indicar que o activo pode estar com imparidade e
que ele necessita de ser testado de acordo com a IAS 36.

▼M33
84. Se o justo valor do activo pode ser mensurado por referência a um
mercado activo numa data de mensuração subsequente, o modelo de
reavaliação é aplicado a partir dessa data.

▼B
►M5 85. Se a quantia escriturada de um activo intangível for aumentada
como resultado de uma revalorização, o aumento deve ser reconhecido em
outro rendimento integral e acumulado no capital próprio numa conta com
o título de excedente de revalorização. Contudo, ◄ o aumento deve ser
reconhecido nos lucros ou prejuízos até ao ponto em que reverta um
decréscimo de revalorização do mesmo activo previamente reconhecido
nos lucros ou prejuízos.

86. Se a quantia escriturada de um activo intangível for diminuída como


resultado de uma revalorização, a diminuição deve ser reconhecida
nos lucros ou prejuízos. ►M5 Contudo, a diminuição deve ser reco­
nhecida em outro rendimento integral até ao ponto de qualquer saldo
credor existente no excedente de revalorização com respeito a esse
activo. A diminuição reconhecida em outro rendimento integral reduz
a quantia acumulada no capital próprio com o título de excedente de
revalorização. ◄
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 410

▼B
87. O excedente de revalorização acumulado incluído no capital próprio
só pode ser transferido directamente para resultados retidos quando o
excedente for realizado. O excedente total pode ser realizado pela
retirada ou pela alienação do activo. Contudo, uma parte do excedente
pode ser realizada quando o activo for usado pela entidade; nesse
caso, a quantia do excedente realizada seria a diferença entre a amor­
tização baseada na quantia escriturada revalorizada do activo e a
amortização que teria sido reconhecida com base no custo histórico
do activo. A transferência do excedente de revalorização para resul­
tados retidos não é feita ►M5 através dos lucros ou prejuízos ◄.

VIDA ÚTIL
88. Uma entidade deve avaliar se a vida útil de um activo intangível é
finita ou indefinida e, se for finita, a duração de, ou o número de
produção ou de unidades similares constituintes, dessa vida útil. Um
activo intangível deve ser visto pela entidade como tendo uma vida
útil indefinida quando, com base numa análise de todos os factores
relevantes, não houver limite previsível para o período durante o qual
se espera que o activo gere influxos de caixa líquidos para a entidade.

89. A contabilização de um activo intangível baseia-se na sua vida útil.


Um activo intangível com uma vida útil finita é amortizado (ver
parágrafos 97.-106.), e um activo intangível com uma vida útil inde­
finida não o é (ver parágrafos 107.-110.). Os Exemplos Ilustrativos
que acompanham esta Norma ilustram a determinação da vida útil
para diferentes activos intangíveis, e a contabilização subsequente
para esses activos com base nas determinações da vida útil.

90. Muitos factores são considerados na determinação da vida útil de um


activo intangível, incluindo:

a) o uso esperado do activo por parte da entidade e se o activo puder


ser eficientemente gerido por uma outra equipa de gestão;

b) os ciclos de vida típicos para o activo e a informação pública sobre


estimativas de vida útil de activos semelhantes que sejam usados
de forma semelhante;

c) obsolescência técnica, tecnológica, comercial ou de outro tipo;

d) a estabilidade do sector em que o activo opera e alterações na


procura do mercado para os produtos ou serviços produzidos
pelo activo;

e) acções esperadas dos concorrentes ou potenciais concorrentes;

f) o nível de dispêndio de manutenção exigido para obter os benefí­


cios económicos futuros esperados do activo e a capacidade e
intenção da entidade para atingir tal nível;

g) o período de controlo sobre o activo e limites legais ou semelhan­


tes sobre o uso do activo, tais como as datas de extinção de
locações relacionadas; e

h) se a vida útil do activo está dependente da vida útil de outros


activos da entidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 411

▼B
91. O termo «indefinida» não significa «infinita». A vida útil de um
activo intangível reflecte apenas o nível de dispêndio de manutenção
futuro exigido para manter o activo no seu padrão de desempenho
avaliado no momento da estimativa da vida útil do activo, e a capa­
cidade e intenção da entidade para atingir tal nível. Uma conclusão de
que a vida útil de um activo intangível é indefinida não deve depender
do dispêndio futuro planeado para além do exigido para manter o
activo nesse padrão de desempenho.

92. Dada a história de rápidas alterações na tecnologia, o software de


computadores e muitos outros activos intangíveis são susceptíveis
de obsolescência tecnológica. Por isso, é provável que a sua vida
útil seja curta.

93. A vida útil de um activo intangível pode ser muito longa ou mesmo
indefinida. A incerteza justifica estimar a vida útil de um activo
intangível numa base prudente, mas isso não justifica escolher uma
vida que seja irrealisticamente curta.

▼M12
94. A vida útil de um activo intangível que resulte de direitos contratuais
ou de outros direitos legais não deve exceder o período dos direitos
contratuais ou de outros direitos legais, mas pode ser mais curta
dependendo do período durante o qual a entidade espera usar o activo.
Se os direitos contratuais ou outros direitos legais forem transmitidos
por um prazo limitado que possa ser renovado, a vida útil do activo
intangível deve incluir o(s) período(s) de renovação apenas se existir
evidência que suporte a renovação pela entidade sem um custo signi­
ficativo. A vida útil de um direito readquirido reconhecido como
activo intangível numa concentração de actividades empresariais é o
restante período contratual do contrato no qual o direito foi concedido
e não incluirá períodos de renovação.

▼B
95. Podem existir tanto factores legais como económicos que influenciem
a vida útil de um activo intangível. Os factores económicos determi­
nam o período durante o qual os benefícios económicos futuros serão
recebidos pela entidade. Os factores legais podem restringir o período
durante o qual a entidade controla o acesso a esses benefícios. A vida
útil é o mais curto dos períodos determinados por estes factores.

96. A existência dos seguintes factores, entre outros, indica que uma
entidade deveria ser capaz de renovar os direitos contratuais ou outros
direitos legais sem um custo significativo:

a) há evidência, possivelmente baseada na experiência, de que os


direitos contratuais ou outros direitos legais serão renovados. Se
a renovação depender do consentimento de terceiros, isto inclui
evidência de que os terceiros darão o seu consentimento;

b) há evidência de que quaisquer condições necessárias para obter a


renovação serão satisfeitas; e

c) o custo da renovação para a entidade não é significativo quando


comparado com os benefícios económicos futuros que se espera
que fluam para a entidade a partir da renovação.

Se o custo da renovação for significativo quando comparado com os


benefícios económicos futuros que se espera que fluam para a enti­
dade a partir da renovação, o custo de «renovação» representa, em
substância, o custo de aquisição de um novo activo intangível à data
de renovação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 412

▼B
ACTIVOS INTANGÍVEIS COM VIDAS ÚTEIS FINITAS
Período de amortização e método de amortização
97. A quantia depreciável de um activo intangível com uma vida útil
finita deve ser imputada numa base sistemática durante a sua vida
útil. A amortização deve começar quando o activo estiver disponível
para uso, i.e., quando estiver na localização e condição necessárias
para que seja capaz de operar da forma pretendida pela gerência. A
amortização deve cessar na data que ocorrer mais cedo entre a data
em que o activo for classificado como detido para venda (ou incluído
num grupo para alienação que seja classificado como detido para
venda) de acordo com a IFRS 5 e a data em que o activo for desre­
conhecido. O método de amortização usado deve reflectir o modelo
pelo qual se espera que os futuros benefícios económicos do activo
sejam consumidos pela entidade. Se não for possível determinar fia­
velmente esse modelo, deve usar-se o método da linha recta. O custo
de amortização em cada período deve ser reconhecido nos lucros ou
prejuízos a menos que esta ou outra Norma permita ou exija incluí-lo
na quantia escriturada de um outro activo.

▼M8
98. Pode ser usada uma variedade de métodos de amortização para im­
putar a quantia depreciável de um activo numa base sistemática du­
rante a sua vida útil. Estes métodos incluem o método da linha recta,
o método degressivo e o método da unidade de produção. O método
usado é seleccionado na base do modelo de consumo esperado dos
futuros benefícios económicos incorporados no activo e é aplicado
consistentemente de período a período, a não ser que ocorra uma
alteração no modelo de consumo esperado desses futuros benefícios
económicos.

▼B
99. A amortização é normalmente reconhecida nos lucros ou prejuízos.
Contudo, por vezes, os futuros benefícios económicos incorporados
num activo são absorvidos pela produção de outros activos. Neste
caso, o custo de amortização constitui parte do custo do outro activo
e é incluído na sua quantia escriturada. Por exemplo, a amortização de
activos intangíveis usados num processo de produção é incluída na
quantia escriturada dos inventários (ver IAS 2 Inventários).

Valor residual
▼M33
100. O valor residual de um activo intangível com uma vida útil finita
deve ser assumido como sendo zero a menos que:

▼B
a) haja um compromisso de um terceiro de comprar o activo no final
da sua vida útil; ou

▼M33
b) exista um mercado activo (tal como definido na IFRS 13) para
o activo e:

▼B
i) o valor residual possa ser determinado com referência a esse
mercado; e

ii) seja provável que tal mercado exista no final da sua vida útil.

101. A quantia depreciável de um activo com uma vida útil finita é deter­
minada após dedução do seu valor residual. Um valor residual que
não seja zero implica que uma entidade espera alienar o activo intan­
gível antes do fim da sua vida económica.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 413

▼B
102. Uma estimativa do valor residual de um activo baseia-se na quantia
recuperável resultante da alienação usando os preços prevalecentes à
data da estimativa para a venda de um activo semelhante que tenha
atingido o final da sua vida útil e que tenha funcionado em condições
semelhantes àquelas em que o activo será utilizado. O valor residual é
revisto pelo menos no final de cada ano financeiro. De acordo com a
IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabi­
lísticas e Erros, uma alteração no valor residual do activo é contabi­
lizada como alteração numa estimativa contabilística.

103. O valor residual de um activo intangível pode aumentar até uma


quantia igual ou superior à quantia escriturada do activo. Se assim
for, o débito de amortização do activo é zero a não ser e até que o seu
valor residual diminua posteriormente para uma quantia abaixo da
quantia escriturada do activo.

Revisão do período de amortização e do método de amortização


104. O período de amortização e o método de amortização para um activo
intangível com uma vida útil finita devem ser revistos pelo menos no
final de cada ano financeiro. Se a vida útil esperada de um activo for
diferente das estimativas anteriores, o período de amortização deve ser
alterado em conformidade. Se tiver havido uma alteração no modelo
de consumo esperado dos futuros benefícios económicos incorporados
no activo, o método de amortização deve ser alterado para reflectir o
modelo alterado. Tais alterações devem ser contabilizadas como alte­
rações em estimativas contabilísticas de acordo com a IAS 8.

105. Durante a vida de um activo intangível, pode tornar-se evidente que a


estimativa da vida útil é desapropriada. Por exemplo, o reconheci­
mento de uma perda por imparidade pode indicar que o período de
amortização deve ser alterado.

106. Com o decorrer do tempo, o modelo de benefícios económicos futuros


que são esperados que fluam para uma entidade provenientes de um
activo intangível pode alterar-se. Por exemplo, pode tornar-se evidente
que um método de amortização de saldo decrescente seja apropriado e
não um método de linha recta. Um outro exemplo é se o uso dos
direitos representados por uma licença é diferido dependendo de acção
sobre outros componentes do plano de negócio. Neste caso, os bene­
fícios económicos que fluem do activo só podem vir a ser recebidos
em períodos mais tardios.

ACTIVOS INTANGÍVEIS COM VIDAS ÚTEIS INDEFINIDAS


107. Um activo intangível com uma vida útil indefinida não deve ser
amortizado.

108. De acordo com a IAS 36, a uma entidade é exigido que teste a
imparidade de um activo intangível com uma vida útil indefinida
comparando a sua quantia recuperável com a sua quantia escriturada

a) anualmente; e

b) sempre que haja uma indicação de que o activo intangível pode


estar com imparidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 414

▼B
Revisão da avaliação da vida útil
109. A vida útil de um activo intangível que não esteja a ser amortizado
deve ser revista a cada período para determinar se os acontecimentos e
circunstâncias continuam a apoiar uma avaliação de vida útil indefi­
nida para esse activo. Se assim não for, a alteração na avaliação da
vida útil de indefinida para finita deve ser contabilizada como altera­
ção numa estimativa contabilística em conformidade com a IAS 8.

110. De acordo com a IAS 36, a reavaliação da vida útil de um activo


intangível como finita em vez de indefinida é um indicador de que o
activo pode estar com imparidade. Como resultado, a entidade testa a
imparidade do activo comparando a sua quantia recuperável, determi­
nada de acordo com a IAS 36, com a sua quantia escriturada, e
reconhecendo qualquer excesso da quantia escriturada em relação à
quantia recuperável como uma perda por imparidade.

RECUPERABILIDADE DA QUANTIA ESCRITURADA — PERDAS POR


IMPARIDADE
111. Para determinar se um activo intangível está com imparidade, uma
entidade aplica a IAS 36. Esta Norma explica quando e como uma
entidade revê a quantia escriturada dos seus activos, como determina a
quantia recuperável de um activo e quando reconhece ou reverte uma
perda por imparidade.

RETIRADAS E ALIENAÇÕES
112. Um activo intangível deve ser desreconhecido:

a) no momento da alienação; ou

b) quando não se esperam futuros benefícios económicos do seu uso


ou alienação.

113. O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um activo


intangível deve ser determinado como a diferença entre os proventos
líquidos da alienação, se os houver, e a quantia escriturada do activo.
Deve ser reconhecido nos lucros ou prejuízos quando o activo for
desreconhecido (a menos que a IAS 17 o exija de outra forma
numa venda e relocação). Os ganhos não devem ser classificados
como rédito.

114. A alienação de um activo intangível pode ocorrer numa variedade de


formas (p. ex., por celebração de uma locação financeira ou por
doação). Ao determinar a data da alienação desse activo, uma entidade
aplica os critérios da IAS 18 Rédito para reconhecer o rédito da venda
de bens. A IAS 17 aplica-se à alienação por venda e relocação.

115. Se de acordo com o princípio de reconhecimento do parágrafo 21 uma


entidade reconhecer na quantia escriturada de um activo o custo de
uma substituição de parte de um activo intangível, então ela desreco­
nhece a quantia escriturada da parte substituída. Se não for praticável
que uma entidade determine a quantia escriturada da parte substituída,
ela pode usar o custo da substituição como indicação de qual o custo
da parte substituída no momento em que foi adquirida ou gerada
internamente.

▼M12
115.A. No caso de um direito readquirido numa concentração de actividades
empresariais, se o direito for subsequentemente reemitido (vendido) a
terceiros, a quantia escriturada relacionada, se houver, deve ser usada
para determinar o ganho ou perda com a reemissão.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 415

▼B
116. A retribuição recebível pela alienação de um activo intangível é reco­
nhecida inicialmente pelo seu justo valor. Se o pagamento do activo
intangível for diferido, a retribuição recebida é reconhecida inicial­
mente pelo equivalente ao preço a dinheiro. A diferença entre a
quantia nominal da retribuição e o equivalente ao preço a dinheiro
é reconhecida como rédito de juros de acordo com a IAS 18 reflec­
tindo o rendimento efectivo sobre a conta a receber.

117. A amortização de um activo intangível com uma vida útil finita não
cessa quando o activo intangível já não for usado, a não ser que o
activo tenha sido totalmente depreciado ou esteja classificado como
detido para venda (ou incluído num grupo para alienação que esteja
classificado como detido para venda) de acordo com a IFRS 5.

DIVULGAÇÃO
Geral
118. Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada classe de activos
intangíveis, distinguindo entre os activos intangíveis gerados interna­
mente e outros activos intangíveis:

a) se as vidas úteis são indefinidas ou finitas e, se forem finitas, as


vidas úteis ou as taxas de amortização usadas;

b) os métodos de amortização usados para activos intangíveis com


vidas úteis finitas;

c) a quantia bruta escriturada e qualquer amortização acumulada


(agregada com as perdas por imparidade acumuladas) no começo
e fim do período;

d) os itens de cada linha da ►M5 demonstração do rendimento


integral ◄ em que qualquer amortização de activos intangíveis
esteja incluída;

e) uma reconciliação da quantia escriturada no início e no fim do


período mostrando:

i) adições, indicando separadamente as adições provenientes de


desenvolvimento interno, as adquiridas separadamente e as
adquiridas através de concentrações de actividades empresa­
riais,

ii) activos classificados como detidos para venda ou incluídos


num grupo para alienação classificado como detido para
venda de acordo com a IFRS 5 e outras alienações,

iii) aumentos ou diminuições durante o período resultantes de


revalorizações segundo os parágrafos 75., 85. e 86. e de
perdas por imparidade reconhecidas ou revertidas ►M5 em
outro rendimento integral ◄ de acordo com a IAS 36
(se existirem),

iv) perdas por imparidade reconhecidas nos lucros ou prejuízos


durante o período de acordo com a IAS 36 (se houver),

v) perdas por imparidade revertidas nos lucros ou prejuízos du­


rante o período de acordo com a IAS 36 (se houver),

vi) qualquer amortização reconhecida durante o período,


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 416

▼B
vii) diferenças cambiais líquidas resultantes da transposição das
demonstrações financeiras para a moeda de apresentação, e da
transposição de uma unidade operacional estrangeira para a
moeda de apresentação da entidade, e

viii) outras alterações na quantia escriturada durante o período.

119. Uma classe de activos intangíveis é um agrupamento de activos de


natureza e uso semelhantes nas operações de uma entidade. Exemplos
de classes separadas podem incluir:

a) (nomes de) marcas comerciais;

b) cabeçalhos e títulos de publicações;

c) software de computadores;

d) licenças e franquias;

e) copyrights, patentes e outros direitos de propriedade industrial,


direitos de serviços e operacionais;

f) receitas, fórmulas, modelos, concepções e protótipos; e

g) activos intangíveis em desenvolvimento.

As classes mencionadas acima são desagregadas (agregadas) em clas­


ses mais pequenas (maiores) se isto resultar em informação mais
relevante para os utentes das demonstrações financeiras.

120. Uma entidade deve divulgar informação sobre activos intangíveis com
imparidade de acordo com a IAS 36 adicionalmente à informação
exigida pelo parágrafo 118.e)iii)-v).

121. A IAS 8 exige de uma entidade a divulgação da natureza e da quantia


de uma alteração numa estimativa contabilística que tenha um efeito
material no período corrente ou que se espere que venha a ter um
efeito material nos períodos posteriores. Tais divulgações podem sur­
gir de alterações:

a) na avaliação da vida útil de um activo intangível;

b) no método de amortização; ou

c) em valores residuais.

122. Uma entidade deve também divulgar:

a) para um activo intangível avaliado como tendo uma vida útil in­
definida, a quantia escriturada desse activo e as razões que apoiam
a avaliação de uma vida útil indefinida. Ao apresentar estas razões,
a entidade deve descrever o(s) factor(es) que desempenhou(aram)
um papel significativo na determinação de que o activo tem uma
vida útil indefinida;

b) uma descrição, a quantia escriturada e o período de amortização


restante de qualquer activo intangível individual que seja material
para as demonstrações financeiras da entidade;

c) para os activos intangíveis adquiridos por meio de um subsídio


governamental e inicialmente reconhecidos pelo justo valor (ver
parágrafo 44.):

i) o justo valor inicialmente reconhecido para estes activos,


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 417

▼B
ii) a sua quantia escriturada, e

iii) se são mensurados após o reconhecimento segundo o modelo


de custo ou o modelo de revalorização;

d) a existência e as quantias escrituradas de activos intangíveis cuja


titularidade esteja restringida e as quantias escrituradas de activos
intangíveis dados como garantia de passivos;

e) a quantia de compromissos contratuais para aquisição de activos


intangíveis.

123. Quando uma entidade descrever o(s) factor(es) que desempe­


nhou(aram) um papel significativo na determinação de que a vida
útil de um activo intangível é indefinida, a entidade considera a lista
de factores do parágrafo 90.

Activos intangíveis mensurados após reconhecimento usando o


modelo de revalorização
▼M33
124. Se activos intangíveis forem contabilizados por quantias revalori­
zadas, uma entidade deve divulgar o seguinte:

a) por classe de activos intangíveis:

▼B
i) a data de eficácia da revalorização;

ii) a quantia escriturada de activos intangíveis revalorizados; e

▼M33
iii) a quantia escriturada que teria sido reconhecida se a classe
revalorizada de activos intangíveis tivesse sido mensurada
após o reconhecimento usando o modelo de custo no parágrafo
74; e

b) a quantia do excedente de revalorização relacionada com activos


intangíveis no início e no final do período, indicando as alterações
durante o período e quaisquer restrições na distribuição do saldo
aos accionistas.

c) [suprimida]

▼B
125. Pode ser necessário agregar as classes de activos revalorizados em
classes maiores para finalidades de divulgação. Porém, as classes não
são agregadas se isto resultar na combinação de uma classe de activos
intangíveis que inclua quantias mensuradas tanto segundo o modelo
de custo como o de revalorização.

Dispêndios de pesquisa e desenvolvimento


126. Uma entidade deve divulgar a quantia agregada do dispêndio de
pesquisa e desenvolvimento reconhecido como um gasto durante o
período.

127. O dispêndio com pesquisa e desenvolvimento compreende todo o


dispêndio que seja directamente atribuível a actividades de pesquisa
ou desenvolvimento (ver parágrafos 66. e 67. para orientação sobre o
tipo de dispêndio a incluir para a finalidade do requisito de divulgação
no parágrafo 126.).

Outras informações
128. Uma entidade é encorajada, mas não se lhe exige, a divulgar a in­
formação seguinte:

a) uma descrição de qualquer activo intangível inteiramente amorti­


zado que ainda esteja em uso; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 418

▼B
b) uma breve descrição de activos intangíveis significativos controla­
dos pela entidade mas não reconhecidos como activos porque não
satisfazem os critérios de reconhecimento desta Norma ou porque
foram adquiridos ou gerados antes de a versão da IAS 38 Activos
Intangíveis emitida em 1998 ter entrado em vigor.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E DATA DE EFICÁCIA


▼M12
__________

130. Uma entidade deve aplicar esta Norma:

▼B
a) à contabilização de activos intangíveis adquiridos em concentra­
ções de actividades empresariais para as quais a data de acordo
seja em ou após 31 de Março de 2004; e

b) à contabilização de todos os outros activos intangíveis prospecti­


vamente a partir do início do primeiro período anual com início
em ou após 31 de Março de 2004. Assim, a entidade não deve
ajustar a quantia escriturada dos activos intangíveis reconhecidos
nessa data. Contudo, a entidade deve, nessa data, aplicar esta
Norma para reavaliar as vidas úteis desses activos intangíveis.
Se, como resultado dessa reavaliação, a entidade alterar a sua
avaliação da vida útil de um activo, essa alteração deve ser con­
tabilizada como alteração numa estimativa contabilística de acordo
com a IAS 8.

130.A. As entidades deverão aplicar as emendas do parágrafo 2. aos períodos


anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2006. Se uma entidade
aplicar a IFRS 6 a um período anterior, essas emendas deverão ser
aplicadas a esse período anterior.

▼M5
130.B. A IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como re­
vista em 2007) emendou a terminologia usada nas IFRS. Além disso,
emendou os parágrafos 85, 86 e 118(e)(iii). Uma entidade deve aplicar
estas emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de Ja­
neiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a
um período anterior, as emendas deverão ser aplicadas a esse período
anterior.

▼M22
130.C. A IFRS 3 (conforme revista em 2008) emendou os parágrafos 12,
33–35, 68, 69, 94 e 130, eliminou os parágrafos 38 e 129 e adicionou
o parágrafo 115A. O documento Melhoramentos Introduzidos nas
IFRS emitido em Abril de 2009 emendou os parágrafos 36 e 37.
Uma entidade deve aplicar estas emendas prospectivamente aos pe­
ríodos anuais com início em ou após 1 de Julho de 2009. Portanto, as
quantias reconhecidas de activos intangíveis e goodwill relativos a
concentrações de actividades empresariais anteriores não devem ser
ajustadas. Se uma entidade aplicar a IFRS 3 (revista em 2008) a um
período anterior, deve aplicar as emendas a esse período anterior e
divulgar esse facto.

▼M8
130.D. Os parágrafos 69, 70 e 98 foram alterados e o parágrafo 69A foi
adicionado com base no documento Melhoramentos introduzidos
nas IFRS, emitido em Maio de 2008. Uma entidade deve aplicar estas
emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de
2009. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar as
emendas a um período anterior, deve divulgar esse facto.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 419

▼M33
__________

▼M32
130.F. A IFRS 10 e a IFRS 11 Acordos Conjuntos, emitidas em Maio de
2011, emendara o parágrafo 3(e). Uma entidade deve aplicar estas
emendas ao aplicar a IFRS 10 e a IFRS 11.
▼M33
130.G. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou os parágrafos 8, 33,
47, 50, 75, 78, 82, 84, 100 e 124 e suprimiu os parágrafos 39-41 e
130E. Uma entidade deve aplicar estas emendas quando aplicar
a IFRS 13.
▼B
Trocas de activos semelhantes
131. O requisito dos parágrafos 129. and 130.b) relativo à aplicação pros­
pectiva desta Norma significa que se uma troca de activos for men­
surada antes da data de eficácia desta Norma com base na quantia
escriturada do activo cedido, a entidade não reexpressa a quantia
escriturada do activo adquirido para reflectir o seu justo valor na
data da aquisição.
Aplicação antecipada
132. As entidades às quais se aplica o parágrafo 130. são encorajadas a
aplicar os requisitos desta Norma antes das datas de eficácia especi­
ficadas no parágrafo 130. Contudo, se uma entidade aplicar esta
Norma antes dessas datas de eficácia, deve também aplicar a IFRS
3 e a IAS 36 (tal como revista em 2004) ao mesmo tempo.
RETIRADA DA IAS 38 (EMITIDA EM 1998)
133. Esta Norma substitui a IAS 38 Activos Intangíveis (emitida em 1998).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 420

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 39

Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração

OBJECTIVO
1. O objectivo desta Norma é estabelecer princípios para reconhecer e
mensurar activos financeiros, passivos financeiros e alguns contratos
de compra ou venda de itens não financeiros. Os requisitos para
apresentar informações acerca de instrumentos financeiros estão de­
senvolvidos na IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação. Os
requisitos para divulgar informações acerca de instrumentos financei­
ros estão tratados na IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações.

ÂMBITO
▼M38
2. Esta Norma deve ser aplicada por todas as entidades a todos os tipos
de instrumentos financeiros exceto:

a) as participações em subsidiárias, associadas e empreendimentos


conjuntos que sejam contabilizadas em conformidade com a
IRFS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas, a IAS 27 De­
monstrações Financeiras Separadas ou a IAS 28 Investimentos em
Associadas e Empreendimentos Conjuntos. Contudo, em alguns
casos, a IFRS 10, a IAS 27 ou a IAS 28 exigem ou permitem
que uma entidade contabilize o interesse numa subsidiária, asso­
ciada ou empreendimento conjunto aplicando alguns ou todos os
requisitos desta IFRS. As entidades também devem aplicar esta
Norma a derivados de um interesse numa subsidiária, associada
ou empreendimento conjunto, a não ser que o derivado corres­
ponda à definição de instrumento de capitais próprios da entidade
contida na IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação;

▼B
b) direitos e obrigações relativos a locações às quais se aplica a IAS
17 Locações. Contudo:

i) as contas a receber de locações reconhecidas por um locador


estão sujeitas às disposições de desreconhecimento e de impa­
ridade desta Norma (ver parágrafos 15.-37., 58., 59., 63.-65. e
Apêndice A parágrafos AG36-AG52 e AG84-AG93),

ii) as contas a pagar de locações financeiras reconhecidas por um


locatário estão sujeitas às disposições de desreconhecimento
desta Norma (ver parágrafos 39.-42. e Apêndice A parágrafos
AG57-AG63), e

iii) os derivados que estejam embutidos em locações estão sujeitos


às disposições desta Norma sobre derivados embutidos (ver
parágrafos 10.-13. e Apêndice A parágrafos AG27-AG33);

c) direitos e obrigações dos empregadores segundo planos de benefí­


cios dos empregados, aos quais se aplica a IAS 19 Benefícios dos
Empregados;

▼M6
d) instrumentos financeiros emitidos pela entidade que satisfaça a
definição de instrumento de capital próprio estabelecida na IAS
32 (incluindo opções e warrants) ou que devam ser classificadas
como instrumentos de capital próprio em conformidade com os
parágrafos 16A e 16B ou os parágrafos 16C e 16D da IAS 32.
Contudo, o detentor de tais instrumentos de capital próprio deve
aplicar esta Norma a esses instrumentos, a não ser que satisfaçam a
excepção indicada na alínea (a) atrás;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 421

▼B
e) direitos e obrigações decorrentes de i) um contrato de seguro
definido na IFRS 4 Contratos de Seguro, excepto os direitos e
obrigações de um emitente decorrentes de um contrato de seguro
que respeite a definição de um contrato de garantia financeira
contida no parágrafo 9, ou (ii) um contrato abrangido pelo âmbito
da IFRS 4 por conter uma característica de participação discricio­
nária. Contudo, esta Norma aplica-se a um derivado que esteja
embutido num contrato no âmbito da IFRS 4 se o derivado não
for em si mesmo um contrato dentro do âmbito da IFRS 4 (ver
parágrafos 10-13 e parágrafos AG27-AG33 do Apêndice A desta
Norma). Além disso, caso um emitente de contratos de garantia
financeira tenha estabelecido previamente de modo explícito que
considera esses contratos como contratos de seguro e caso tenha
utilizado a contabilização aplicável aos contratos de seguro, o
emitente poderá decidir aplicar quer esta Norma quer a IFRS 4 a
esses contratos de garantia financeira (ver parágrafos AG4 e
AG4A). O emitente poderá tomar essa decisão contrato a contrato,
sendo cada uma dessas decisões irrevogável;

▼M12
__________

▼M38
g) qualquer contrato forward celebrado entre uma adquirente e um
acionista vendedor com vista a comprar ou vender uma adquirida
do qual resultará uma concentração de atividades empresariais na
aceção da IFRS 3 Concentrações de Atividades Empresariais
numa data de aquisição futura. O prazo do contrato forward não
deve exceder um período razoável normalmente necessário para
obter qualquer aprovação necessária e para concluir a transação;

▼B
h) compromissos de empréstimo que não sejam os compromissos de
empréstimo descritos no parágrafo 4. Um emitente de compromis­
sos de empréstimo deve aplicar a IAS 37 Provisões, Passivos
Contingentes e Activos Contingentes aos compromissos de emprés­
timo não abrangidos pelo âmbito desta Norma. No entanto, todos
os compromissos de empréstimo estão sujeitos às disposições de
desreconhecimento desta Norma (ver parágrafos 15.-42. e parágra­
fos AG36-AG63 do Apêndice A);

i) instrumentos financeiros, contratos e obrigações segundo transac­


ções de pagamento com base em acções aos quais se aplica a IFRS
2 Pagamento com Base em Acções, com a excepção de contratos
dentro do âmbito dos parágrafos 5.-7. desta Norma, aos quais se
aplica esta Norma;

j) direitos a pagamentos para reembolsar a entidade pelo dispêndio


que tem de fazer para liquidar um passivo que ela reconhece como
uma provisão de acordo com a IAS 37, ou relativamente ao qual,
num período anterior, ela reconheceu uma provisão de acordo com
a IAS 37.

3. [Eliminado]

4. Encontram-se dentro do âmbito desta Norma os seguintes compromis­


sos de empréstimo:

a) os compromissos de empréstimo que a entidade designa como


passivos financeiros pelo justo valor através dos lucros ou prejuí­
zos. Uma entidade que tenha uma prática passada de vender os
activos resultantes dos seus compromissos de empréstimo pouco
tempo depois da sua origem deve aplicar esta Norma a todos os
seus compromissos de empréstimo da mesma classe;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 422

▼B
b) os compromissos de empréstimo que podem ser liquidados de
forma líquida em dinheiro ou entregando ou emitindo outro ins­
trumento financeiro. Estes compromissos de empréstimo cons­
tituem derivados. Um compromisso de empréstimo não é conside­
rado como estando liquidado de forma líquida meramente porque o
empréstimo é pago em prestações (por exemplo, um empréstimo
hipotecário para construção que seja pago em prestações em fun­
ção do progresso da construção);

c) os compromissos que proporcionam um empréstimo a uma taxa de


juro inferior à do mercado. A alínea d) do parágrafo 47. especifica
a mensuração subsequente de passivos decorrentes destes compro­
missos de empréstimo.

5. Esta Norma deve ser aplicada àqueles contratos de compra ou venda


de um item não financeiro que possam ser liquidados de forma líquida
em dinheiro ou outro instrumento financeiro, ou pela troca de ins­
trumentos financeiros, como se os contratos fossem instrumentos fi­
nanceiros, à excepção dos contratos celebrados e que continuam a
estar detidos para recebimento ou entrega de um item não financeiro,
de acordo com os requisitos de compra, venda ou uso esperados pela
entidade.

6. Existem várias formas pelas quais um contrato de compra ou venda de


um item não financeiro pode ser liquidado de forma líquida em di­
nheiro ou outro instrumento financeiro ou pela troca de instrumentos
financeiros. Nestas incluem-se:

a) quando os termos do contrato permitem a qualquer das partes a


liquidação de forma líquida em dinheiro ou outro instrumento
financeiro ou pela troca de instrumentos financeiros;

b) quando a capacidade de liquidar de forma líquida em dinheiro ou


outro instrumento financeiro, ou pela troca de instrumentos finan­
ceiros, não está explícita nos termos do contrato, mas a entidade
tem uma prática de liquidação de forma líquida de contratos simi­
lares em dinheiro ou outro instrumento financeiro, ou pela troca de
instrumentos financeiros (quer seja com a contraparte, mediante a
celebração de contratos de compensação, quer a venda do contrato
antes de este ser exercido ou da sua expiração);

c) quando, para contratos similares, a entidade tem uma prática de


aceitar a entrega do subjacente e vendê-lo num curto período após
a entrega com a finalidade de gerar lucro com as flutuações de
curto prazo no preço ou na margem do negociante; e

d) quando o item não financeiro que é o objecto do contrato é ime­


diatamente convertível em dinheiro.

Um contrato ao qual se apliquem as alíneas b) ou c) não se celebra


com a finalidade de receber ou entregar o item não financeiro de
acordo com os requisitos de compra, venda ou uso esperados pela
entidade, e, por conseguinte, está dentro do âmbito desta Norma.
Outros contratos aos quais se aplica o parágrafo 5. são avaliados
para determinar se foram celebrados e se continuam a estar detidos
para a finalidade de receber ou entregar o item não financeiro de
acordo com os requisitos de compra, venda ou uso esperados pela
entidade e, por conseguinte, se cabem no âmbito desta Norma.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 423

▼B
7. Uma opção subscrita de compra ou venda de um item não financeiro
que possa ser liquidada de forma líquida em dinheiro ou outro ins­
trumento financeiro, ou pela troca de instrumentos financeiros, de
acordo com o parágrafo 6. alínea a) ou d) encontra-se dentro do
âmbito desta Norma. Tal contrato não se pode celebrar com a finali­
dade de receber ou entregar o item não financeiro de acordo com os
requisitos de compra, venda ou uso esperados pela entidade.

DEFINIÇÕES
8. Os termos definidos na IAS 32 são usados nesta Norma com os
significados especificados no parágrafo 11. da IAS 32. A IAS 32
define os seguintes termos:

— instrumento financeiro

— activo financeiro

— passivo financeiro

— instrumento de capital próprio

e proporciona orientação sobre a aplicação dessas definições.

▼M33
9. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os signi­
ficados especificados:

▼B
Definição de um derivado

Um derivado é um instrumento financeiro ou outro contrato dentro do


âmbito desta Norma (ver parágrafos 2.-7.) com todas as três caracte­
rísticas seguintes:

a) o seu valor altera-se em resposta à alteração numa taxa de juro,


preço de instrumento financeiro, preço de mercadoria, taxa de
câmbio, índice de preços ou taxas, notação de crédito ou índice
de crédito ou outra variável, desde que, no caso de uma variável
não financeira, a variável não seja específica de uma das partes do
contrato (por vezes denominada «subjacente»);

b) não é necessário qualquer investimento líquido inicial ou um in­


vestimento líquido inicial que seja inferior ao que seria exigido
para outros tipos de contratos que se esperaria que tivessem uma
resposta semelhante às alterações nos factores de mercado; e

c) é liquidado numa data futura.

Definições de quatro categorias de instrumentos financeiros

Um activo financeiro ou passivo financeiro pelo justo valor através


dos lucros ou prejuízos é um activo financeiro ou um passivo finan­
ceiro que satisfaz qualquer das seguintes condições.

▼M8
a) Está classificado como detido para negociação. Um activo finan­
ceiro ou passivo financeiro está classificado como detido para
negociação se:

(i) for adquirido ou incorrido principalmente para a finalidade


de o vender ou de o recomprar num prazo próximo;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 424

▼M8
(ii) fizer parte, aquando do reconhecimento inicial, de uma car­
teira de instrumentos financeiros identificados que são geri­
dos em conjunto e para os quais existe evidência de um
modelo real recente de tomada de lucros a curto prazo; ou

(iii) for um derivado (excepto no caso de um derivado que seja


um contrato de garantia financeira ou um instrumento de
cobertura designado e eficaz).

▼B
b) No momento do reconhecimento inicial ele é designado pela
entidade pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos. Uma
entidade só poderá usar esta designação quando for permitido
pelo parágrafo 11A, ou quando tal resultar em informação mais
relevante, porque ou

i) elimina ou reduz significativamente uma inconsistência na


mensuração ou no reconhecimento (por vezes, denominada
«uma falta de balanceamento contabilística») que de outra
forma resultaria da mensuração de activos ou passivos ou
do reconhecimento de ganhos e perdas sobre os mesmos em
diferentes bases, ou

ii) um grupo de activos financeiros, passivos financeiros ou am­


bos é gerido e o seu desempenho avaliado numa base de justo
valor, de acordo com uma estratégia documentada de gestão
do risco ou de investimento, e a informação sobre o grupo é
fornecida internamente ao pessoal-chave da gerência da enti­
dade nessa base (tal como definido na IAS 24 Divulgações de
Partes Relacionadas (revista em 2003)), por exemplo, o órgão
de direcção e o director executivo da entidade.

Na IFRS 7, os parágrafos 9.-11. e B4 exigem que a entidade


proporcione divulgações acerca dos activos financeiros e passivos
financeiros que designou pelo justo valor através dos lucros ou
prejuízos, incluindo a forma como satisfez estas condições. Re­
lativamente aos instrumentos que se qualificam de acordo com a
alínea ii) atrás, essa divulgação inclui uma descrição narrativa de
como a designação pelo justo valor através dos lucros ou prejuí­
zos é consistente com a estratégia documentada da entidade de
gestão do risco ou de investimento.

Os investimentos em instrumentos de capital próprio que não


tenham um preço de mercado cotado num mercado activo, e
cujo justo valor não possa ser mensurado com fiabilidade (ver
parágrafo 46.c) e Apêndice A parágrafos AG80 e AG81), não
devem ser designados pelo justo valor através dos lucros ou
prejuízos.

▼M33
Deve notar-se que a IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor
estabelece os requisitos para mensurar o justo valor de um
activo financeiro ou passivo financeiro, seja por designação
ou por outro método, ou cujo justo valor é divulgado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 425

▼B
Investimentos detidos até à maturidade são activos financeiros não
derivados com pagamentos fixados ou determináveis e maturidade
fixada que uma entidade tem a intenção positiva e a capacidade de
deter até à maturidade (ver Apêndice A parágrafos AG16-AG25) que
não sejam:

a) os que a entidade designa no reconhecimento inicial pelo justo


valor através dos lucros ou prejuízos;

b) os que a entidade designa como disponíveis para venda; e

c) os que satisfazem a definição de empréstimos concedidos e contas


a receber.

Uma entidade não deve classificar qualquer activo financeiro como


detido até à maturidade se a entidade tiver, durante o ano financeiro
corrente ou durante os dois anos financeiros precedentes, vendido ou
reclassificado mais do que uma quantia insignificante de investimen­
tos detidos até à maturidade antes da maturidade (mais do que insig­
nificante em relação à quantia total dos investimentos detidos até à
maturidade) que não seja por vendas ou reclassificações que:

i) estejam tão próximas da maturidade ou da data de compra do


activo financeiro (por exemplo, menos de três meses antes da
maturidade) que as alterações na taxa de juro do mercado não
teriam um efeito significativo no justo valor do activo financeiro,

ii) ocorram depois de a entidade ter substancialmente recebido todo o


capital original do activo financeiro através de pagamentos esca­
lonados ou de pré-pagamentos, ou

iii) sejam atribuíveis a um acontecimento isolado que esteja fora do


controlo da entidade, não seja recorrente e não pudesse ter sido
razoavelmente previsto pela entidade.

Empréstimos concedidos e contas a receber são activos financeiros


não derivados com pagamentos fixados ou determináveis que não
estão cotados num mercado activo, que não sejam:

a) os que a entidade tem intenção de vender imediatamente ou num


prazo próximo, os quais serão classificados como detidos para
negociação, e os que a entidade após reconhecimento inicial de­
signa pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos;

b) os que a entidade após reconhecimento inicial designa como dis­


poníveis para venda; ou

c) aqueles em relação aos quais o detentor não possa recuperar subs­


tancialmente a totalidade do seu investimento inicial, que não seja
devido à deterioração do crédito, que serão classificados como
disponíveis para venda.

Um interesse adquirido num conjunto de activos que não sejam em­


préstimos concedidos ou contas a receber (por exemplo, um interesse
num fundo mútuo ou num fundo semelhante) não é um empréstimo
concedido nem uma conta a receber.

Activos financeiros disponíveis para venda são aqueles activos finan­


ceiros não derivados que sejam designados como disponíveis para
venda ou que não sejam classificados como a) empréstimos concedi­
dos ou contas a receber, b) investimentos detidos até à maturidade ou
c) activos financeiros pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 426

▼B
Definição de contrato de garantia financeira

Um contrato de garantia financeira consiste num contrato que requer


que o emitente efectue pagamentos especificados, a fim de reembolsar
o detentor por uma perda em que incorra devido ao facto de um
devedor especificado não efectuar o pagamento na data prevista, de
acordo com as condições iniciais ou alteradas de um instrumento de
dívida.

Definições relativas ao reconhecimento e mensuração

O custo amortizado de um activo financeiro ou de um passivo finan­


ceiro é a quantia pela qual o activo financeiro ou o passivo financeiro
é mensurado no reconhecimento inicial menos os reembolsos de ca­
pital, mais ou menos a amortização cumulativa usando o método do
juro efectivo de qualquer diferença entre essa quantia inicial e a
quantia na maturidade, e menos qualquer redução (directamente ou
por meio do uso de uma conta de abatimento) quanto à imparidade ou
incobrabilidade.

O método do juro efectivo é um método de calcular o custo amorti­


zado de um activo financeiro ou de um passivo financeiro (ou grupo
de activos financeiros ou de passivos financeiros) e de imputar o
rendimento de juros ou o gasto de juros durante o período relevante.
A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta exactamente os paga­
mentos ou recebimentos de caixa futuros estimados durante a vida
esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, um pe­
ríodo mais curto na quantia escriturada líquida do activo financeiro
ou do passivo financeiro. Ao calcular a taxa de juro efectiva, uma
entidade deve estimar os fluxos de caixa considerando todos os ter­
mos contratuais do instrumento financeiro (por exemplo, pré-paga­
mento, opções call e semelhantes), mas não deve considerar perdas
de crédito futuras. O cálculo inclui todas as comissões e pontos pagos
ou recebidos entre as partes do contrato que são parte integrante da
taxa de juro efectiva (ver IAS 18 Rédito), dos custos de transacção, e
de todos os outros prémios ou descontos. Existe um pressuposto de
que os fluxos de caixa e a vida esperada de um grupo de instrumentos
financeiros semelhantes possam ser estimados fiavelmente. Contudo,
naqueles casos raros em que não seja possível estimar fiavelmente os
fluxos de caixa ou a vida esperada de um instrumento financeiro (ou
grupo de instrumentos financeiros), a entidade deve usar os fluxos de
caixa contratuais durante todo o prazo contratual do instrumento fi­
nanceiro (ou grupo de instrumentos financeiros).

Desreconhecimento é a remoção de um activo financeiro ou de um


passivo financeiro anteriormente reconhecido ►M5 da demonstração
da posição financeira ◄ de uma entidade.

▼M33
Justo Valor é o preço que seria recebido pela venda de um activo ou
pago pela transferência de um passivo numa transacção ordenada
entre participantes no mercado à data da mensuração. (Ver IFRS 13)

▼B
Uma compra ou venda «regular way» é uma compra ou venda de um
activo financeiro segundo um contrato cujos termos exigem a entrega
do activo dentro do prazo estabelecido geralmente por regulação ou
convenção no mercado em questão.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 427

▼B
Custos de transacção são custos incrementais que sejam directamente
atribuíveis à aquisição, emissão ou alienação de um activo financeiro
ou de um passivo financeiro (ver Apêndice A parágrafo AG13). Um
custo incremental é aquele que não teria sido incorrido se a entidade
não tivesse adquirido, emitido ou alienado o instrumento financeiro.

Definições relativas à contabilidade de cobertura

Um compromisso firme é um acordo vinculativo para a troca de uma


quantidade especificada de recursos a um preço especificado numa
data ou em datas futuras especificadas.

Uma transacção prevista é uma transacção futura não comprometida


mas antecipada.

Um instrumento de cobertura é um derivado designado ou (apenas


para uma cobertura do risco de alterações nas taxas de câmbio de
moeda estrangeira) um activo financeiro não derivado designado ou
um passivo financeiro não derivado cujo justo valor ou fluxos de
caixa se espera que compense as alterações no justo valor ou fluxos
de caixa de um item coberto designado (os parágrafos 72.-77. e
Apêndice A parágrafos AG94-AG97 elaboram a definição de um ins­
trumento de cobertura).

Um item coberto é um activo, passivo, compromisso firme, transacção


prevista altamente provável ou investimento líquido numa unidade
operacional estrangeira que a) expõe a entidade ao risco de alterações
no justo valor ou nos fluxos de caixa futuros e b) foi designado como
estando coberto (os parágrafos 78.–84. e o Apêndice A parágrafos
AG98-AG101 desenvolvem a definição de itens cobertos).

Eficácia de cobertura é o grau segundo o qual as alterações no justo


valor ou nos fluxos de caixa do item coberto que sejam atribuíveis a
um risco coberto são compensadas por alterações no justo valor ou
nos fluxos de caixa do instrumento de cobertura (ver Apêndice A
parágrafos AG105-AG113).

DERIVADOS EMBUTIDOS
10. Um derivado embutido é um componente de um instrumento híbrido
(combinado) que também inclui um contrato de acolhimento não de­
rivado — com o efeito de que alguns dos fluxos de caixa do ins­
trumento combinado variam de forma semelhante a um derivado au­
tónomo. Um derivado embutido dá origem a que alguns ou todos os
fluxos de caixa que de outra forma seriam exigidos pelo contrato
sejam modificados de acordo com uma taxa de juro especificada,
preço de instrumento financeiro, preço de mercadoria, taxa de câmbio,
índice de preços ou de taxas, notação de crédito ou índice de crédito,
ou outra variável, desde que, no caso de uma variável não financeira,
a variável não seja específica de uma das partes do contrato. Um
derivado que esteja adstrito a um instrumento financeiro mas que
seja contratualmente transferível independentemente desse instrumen­
to, ou que tenha uma contraparte diferente desse instrumento, não é
um derivado embutido, mas um instrumento financeiro separado.

11. Um derivado embutido deve ser separado do contrato de acolhimento


e contabilizado como derivado segundo esta Norma se, e apenas se:

a) as características económicas e os riscos do derivado embutido não


estiverem intimamente relacionados com as características econó­
micas e os riscos do contrato de acolhimento (ver Apêndice A
parágrafos AG30 e AG33);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 428

▼B
b) um instrumento separado com os mesmos termos que o derivado
embutido satisfizesse a definição de um derivado; e

c) o instrumento híbrido (combinado) não for mensurado pelo justo


valor com as alterações no justo valor reconhecidas nos lucros ou
prejuízos (i.e., um derivado que esteja embutido num activo finan­
ceiro ou passivo financeiro pelo justo valor através dos lucros ou
prejuízos não é um derivado separado).

Se um derivado embutido for separado, o contrato de acolhimento


deve ser contabilizado segundo esta Norma se ele for um instrumento
financeiro, e de acordo com outras Normas apropriadas se não for um
instrumento financeiro. Esta Norma não trata a questão de determinar
se um derivado embutido deve ser apresentado separadamente
►M5 na demonstração da posição financeira ◄.

11.A. Não obstante o parágrafo 11., se um contrato contiver um ou mais


derivados embutidos, uma entidade pode designar a totalidade do
contrato híbrido (combinado) como um activo financeiro ou um pas­
sivo financeiro pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos, a não
ser que:

a) o(s) derivado(s) embutido(s) não modifique(m) significativamente


os fluxos de caixa que de outra forma seriam exigidos pelo con­
trato; ou

b) fique claro, com pouca ou nenhuma análise quando um instru­


mento híbrido (combinado) semelhante for considerado pela pri­
meira vez, que a separação do(s) derivado(s) embutido(s) está
proibida, como, por exemplo, uma opção de pré-pagamento
embutida num empréstimo que permita ao detentor pré-pagar o
empréstimo por aproximadamente o seu custo amortizado.

▼M20
12. Se, por esta Norma, se exigir a uma entidade que separe um derivado
embutido do seu contrato de acolhimento, mas essa entidade não
estiver em condições de mensurar separadamente o derivado embutido
quer à data de aquisição quer no fim de um período de relato finan­
ceiro subsequente, ela deve designar todo o contrato híbrido (combi­
nado) pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos. De modo
semelhante, se uma entidade não estiver em condições de mensurar
separadamente o derivado embutido que teria de ser separado no
momento da reclassificação de um contrato híbrido (combinado),
retirando-o da categoria de justo valor através dos lucros ou prejuízos,
essa reclassificação é proibida. Nessas circunstâncias, o contrato
híbrido (combinado) permanece classificado, na sua totalidade, na
categoria de justo valor através dos lucros ou prejuízos.

▼M33
13. Se uma entidade não estiver em condições de mensurar fiavelmente o
justo valor de um derivado embutido na base dos seus termos e
condições (por exemplo, porque o derivado embutido se baseia num
instrumento de capital próprio que não tem um preço cotado num
mercado activo para um instrumento idêntico, ou seja, um dado de
nível 1), o justo valor do derivado embutido é a diferença entre o
justo valor do instrumento híbrido (combinado) e o justo valor do
contrato de acolhimento. Se a entidade não estiver em condições de
mensurar o justo valor do derivado embutido utilizando este método,
aplica-se o parágrafo 12 e o instrumento híbrido (combinado) é de­
signado como contabilizado pelo justo valor por via dos resultados.

▼B
RECONHECIMENTO E DESRECONHECIMENTO
Reconhecimento inicial
14. Uma entidade deve reconhecer um activo financeiro ou um passivo
financeiro ►M5 na sua demonstração da posição financeira ◄ quan­
do, e apenas quando, a entidade se tornar uma parte das disposições
contratuais do instrumento. (Ver parágrafo 38. com respeito a compras
«regular way» de activos financeiros.)
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 429

▼B
Desreconhecimento de um activo financeiro
▼M32
15. Nas demonstrações financeiras consolidadas, os parágrafos 16-23 e os
parágrafos AG34-AG52 do Apêndice A são aplicados a nível conso­
lidado. Assim, uma entidade consolida primeiramente todas as subsi­
diárias de acordo com a IFRS 10 e posteriormente aplica os parágra­
fos 16-23 e os parágrafos AG34-AG52 do Apêndice A ao grupo
resultante.

▼B
16. Antes de avaliar se, e até que ponto, o desreconhecimento é apro­
priado segundo os parágrafos 17.-23., uma entidade determina se
esses parágrafos devem ser aplicados a uma parte de um activo
financeiro (ou a uma parte de um grupo de activos financeiros seme­
lhantes) ou a um activo financeiro (ou a um grupo de activos finan­
ceiros semelhantes) na sua totalidade, como se segue.

a) Os parágrafos 17.-23. são aplicados a uma parte de um activo


financeiro (ou a uma parte de um grupo de activos financeiros
semelhantes) se, e apenas se, a parte a ser considerada para des­
reconhecimento satisfizer uma das seguintes três condições:

i) A parte compreende apenas fluxos de caixa especificamente


identificados resultantes de um activo financeiro (ou de um
grupo de activos financeiros semelhantes). Por exemplo,
quando uma entidade entra num «strip» de taxa de juro através
do qual a contraparte obtém o direito aos fluxos de caixa de
juros, mas não aos fluxos de caixa de capital de um instru­
mento de dívida, os parágrafos 17.-23. aplicam-se aos fluxos
de caixa de juros,

ii) A parte compreende apenas uma percentagem (pro rata) total­


mente proporcional dos fluxos de caixa resultantes de um
activo financeiro (ou de um grupo de activos financeiros
semelhantes). Por exemplo, quando uma entidade entra num
acordo através do qual a contraparte obtém os direitos a 90 %
de todos os fluxos de caixa de um instrumento de dívida, os
parágrafos 17.-23. aplicam-se a 90 % desses fluxos de caixa.
Se houver mais de uma contraparte, não é exigido a cada
contraparte que tenha uma percentagem proporcional dos flu­
xos de caixa desde que a entidade que transfere tenha uma
percentagem totalmente proporcional,

iii) A parte compreende apenas uma percentagem (pro rata) total­


mente proporcional dos fluxos de caixa especificamente iden­
tificados resultantes de um activo financeiro (ou de um grupo
de activos financeiros semelhantes). Por exemplo, quando uma
entidade entra num acordo através do qual a contraparte obtém
os direitos a 90 % dos fluxos de caixa de juros resultantes de
um activo financeiro, os parágrafos 17.-23. aplicam-se a 90 %
desses fluxos de caixa de juros. Se houver mais de uma con­
traparte, não é exigido a cada contraparte que tenha uma per­
centagem proporcional dos fluxos de caixa especificamente
identificados desde que a entidade que transfere tenha uma
percentagem totalmente proporcional.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 430

▼B
b) Em todos os outros casos, os parágrafos 17.-23. aplicam-se ao
activo financeiro na sua totalidade (ou ao grupo de activos finan­
ceiros semelhantes na sua totalidade). Por exemplo, quando uma
entidade transfere i) os direitos aos primeiros ou últimos 90 % das
cobranças de caixa resultantes de um activo financeiro (ou de um
grupo de activos financeiros), ou ii) os direitos a 90 % dos fluxos
de caixa de um grupo de contas a receber, mas proporciona uma
garantia para compensar o comprador por quaisquer perdas de
crédito até 8 % da quantia de capital das contas a receber, os
parágrafos 17.-23. aplicam-se ao activo financeiro (ou a um grupo
de activos financeiros semelhantes) na sua totalidade.

Nos parágrafos 17.-26., o termo «activo financeiro» refere-se ou a


uma parte de um activo financeiro (ou a uma parte de um grupo de
activos financeiros semelhantes) tal como identificado na alínea a)
atrás ou, de outra forma, a um activo financeiro (ou a um grupo de
activos financeiros semelhantes) na sua totalidade.

17. Uma entidade deve desreconhecer um activo financeiro quando, e


apenas quando:

a) os direitos contratuais aos fluxos de caixa resultantes do activo


financeiro expiram; ou

b) transfere o activo financeiro tal como definido nos parágrafos 18. e


19. e a transferência se qualifica para desreconhecimento de acordo
com o parágrafo 20.

(Ver parágrafo 38. para vendas «regular way» de activos financeiros.)

18. Uma entidade transfere um activo financeiro se, e apenas se, ou:

a) transferir os direitos contratuais de receber os fluxos de caixa do


activo financeiro; ou

b) retiver os direitos contratuais de receber os fluxos de caixa do


activo financeiro, mas assumir uma obrigação contratual de pagar
os fluxos de caixa a um ou mais destinatários num acordo que
satisfaça as condições do parágrafo 19.

19. Quando uma entidade retém os direitos contratuais de receber os


fluxos de caixa de um activo financeiro (o «activo original»), mas
assume uma obrigação contratual de pagar esses fluxos de caixa a
uma ou mais entidades (os «destinatários finais»), a entidade trata a
transacção como uma transferência de um activo financeiro se, e
apenas se, todas as três condições que se seguem forem satisfeitas.

a) A entidade não tem qualquer obrigação de pagar quantias aos


destinatários finais a menos que receba quantias equivalentes re­
sultantes do activo original. Os adiantamentos a curto prazo pela
entidade com o direito de total recuperação da quantia emprestada
acrescida dos juros às taxas de mercado não violam esta condição;

b) A entidade está proibida pelos termos do contrato de transferência


de vender ou penhorar o activo original que não seja como garan­
tia aos eventuais destinatários pela obrigação de lhes pagar fluxos
de caixa;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 431

▼B
c) A entidade tem uma obrigação de remeter qualquer fluxo de caixa
que receba em nome dos eventuais destinatários sem atrasos ma­
teriais. Além disso, a entidade não tem o direito de reinvestir esses
fluxos de caixa, excepto no caso de investimentos em caixa ou
seus equivalentes (tal como definido na IAS 7 Demonstrações dos
Fluxos de Caixa) durante o curto período de liquidação desde a
data de recebimento até à data da entrega exigida aos destinatários
finais, e os juros recebidos como resultado desses investimentos
são passados aos destinatários finais.

20. Quando uma entidade transfere um activo financeiro (ver parágrafo


18.), deve avaliar até que ponto ela retém os riscos e vantagens da
propriedade do activo financeiro. Neste caso:

a) se a entidade transferir substancialmente todos os riscos e vanta­


gens da propriedade do activo financeiro, a entidade deve desreco­
nhecer o activo financeiro e reconhecer separadamente como acti­
vos ou passivos quaisquer direitos e obrigações criados ou retidos
com a transferência;

b) se a entidade retiver substancialmente todos os riscos e vantagens


da propriedade do activo financeiro, a entidade deve continuar a
reconhecer o activo financeiro;

c) se a entidade não transferir nem retiver substancialmente todos os


riscos e vantagens da propriedade do activo financeiro, a entidade
deve determinar se reteve o controlo do activo financeiro. Neste
caso:

i) se a entidade não reteve o controlo, ela deve desreconhecer o


activo financeiro e reconhecer separadamente como activos ou
passivos quaisquer direitos e obrigações criados ou retidos com
a transferência,

ii) se a entidade reteve o controlo, ela deve continuar a reconhecer


o activo financeiro até ao ponto do seu envolvimento conti­
nuado no activo financeiro (ver parágrafo 30.).

21. A transferência de riscos e vantagens (ver parágrafo 20.) é avaliada


por comparação da exposição da entidade, antes e depois da trans­
ferência, com a variabilidade das quantias e a tempestividade dos
fluxos de caixa líquidos do activo transferido. Uma entidade reteve
substancialmente todos os riscos e vantagens da propriedade de um
activo financeiro se a sua exposição à variabilidade do valor presente
dos fluxos de caixa líquidos futuros resultantes do activo financeiro
não se alterar significativamente como resultado da transferência (por
exemplo, porque a entidade vendeu um activo financeiro sujeito a um
acordo de recompra a um preço fixado ou ao preço de venda acres­
cido do retorno do mutuante). Uma entidade transferiu substancial­
mente todos os riscos e vantagens da propriedade de um activo fi­
nanceiro se a sua exposição a essa variabilidade já não for significa­
tiva em relação à variabilidade total do valor presente dos fluxos de
caixa líquidos futuros associados ao activo financeiro (por exemplo,
porque a entidade vendeu um activo financeiro sujeito apenas a uma
opção de recompra pelo seu justo valor no momento da recompra ou
transferiu uma percentagem totalmente proporcional dos fluxos de
caixa resultantes de um activo financeiro maior num acordo, tal
como uma subparticipação num empréstimo, que satisfaça as condi­
ções do parágrafo 19.).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 432

▼B
22. Frequentemente, será óbvio se a entidade transferiu ou reteve subs­
tancialmente todos os riscos e vantagens da propriedade e não haverá
necessidade de efectuar quaisquer cálculos. Noutros casos, será neces­
sário calcular e comparar a exposição da entidade à variabilidade do
valor presente dos fluxos de caixa líquidos futuros antes e depois da
transferência. O cálculo e a comparação são feitos usando como taxa
de desconto uma taxa de juro de mercado corrente apropriada. Toda a
variabilidade razoavelmente possível nos fluxos de caixa líquidos é
considerada, sendo atribuída maior ponderação aos desfechos que
sejam mais prováveis de ocorrer.

23. Se a entidade reteve ou não o controlo (ver parágrafo 20.c)) do activo


transferido depende da capacidade daquele que recebe a transferência
para vender o activo. Se aquele que recebe a transferência tiver ca­
pacidade prática para vender o activo na sua totalidade a um terceiro
não relacionado e for capaz de exercer essa capacidade unilateral­
mente e sem necessitar de impor restrições adicionais sobre a trans­
ferência, a entidade não reteve o controlo. Em todos os outros casos, a
entidade reteve o controlo.

Transferências que se qualificam para desreconhecimento [ver pará­


grafo 20.a) e c)i)]
24. Se uma entidade transferir um activo financeiro numa transferência
que se qualifique para desreconhecimento na sua totalidade e retiver o
direito por serviço (de dívida) ao activo financeiro em troca de co­
missões, ela deve reconhecer ou um activo por serviço ou um passivo
por serviço para esse contrato por serviço. Se não se esperar que as
comissões a receber compensem a entidade adequadamente pela rea­
lização do serviço, um passivo por serviço para a obrigação de serviço
deve ser reconhecido pelo seu justo valor. Se se esperar que as co­
missões a receber sejam mais do que a compensação adequada pelo
serviço, um activo por serviço deve ser reconhecido para o direito por
serviço por uma quantia determinada na base de uma imputação da
quantia escriturada do activo financeiro maior de acordo com o pará­
grafo 27.

25. Se, como resultado de uma transferência, um activo financeiro for


desreconhecido na sua totalidade mas a transferência resultar em
que a entidade obtém um novo activo financeiro ou assume um
novo passivo financeiro, ou um passivo por serviço, a entidade
deve reconhecer o novo activo financeiro, passivo financeiro ou pas­
sivo por serviço pelo justo valor.

26. No desreconhecimento de um activo financeiro na sua totalidade, a


diferença entre:

a) a quantia escriturada; e

b) a soma de i) a retribuição recebida (incluindo qualquer novo activo


obtido menos qualquer novo passivo assumido) e ii) qualquer ganho
ou perda cumulativo que tenha sido ►M5 reconhecido(a)(s) em
outro rendimento integral ◄ [ver parágrafo 55.b)]

deve ser reconhecida nos lucros ou prejuízos.

27. Se o activo transferido fizer parte de um activo financeiro maior [por


exemplo, quando uma entidade transfere fluxos de caixa de juros que
façam parte de um instrumento de dívida, ver parágrafo 16.a)] e a
parte transferida se qualificar para desreconhecimento na sua totalida­
de, a quantia escriturada anterior do activo financeiro maior deve ser
imputada entre a parte que continua a ser reconhecida e a parte que é
desreconhecida, com base nos justos valores relativos dessas
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 433

▼B
partes à data da transferência. Para esta finalidade, um activo por
serviço retido deve ser tratado como uma parte que continua a ser
reconhecida. A diferença entre:

a) a quantia escriturada imputada à parte desreconhecida; e

b) a soma de i) a retribuição recebida pela parte desreconhecida


(incluindo qualquer novo activo obtido menos qualquer novo pas­
sivo assumido) e ii) qualquer ganho ou perda cumulativo imputado
à mesma que tenha sido ►M5 reconhecido(a)(s) em outro rendi­
mento integral ◄ [ver parágrafo 55.b)]

deve ser reconhecida nos lucros ou prejuízos. Um ganho ou perda


cumulativo que tenha sido ►M5 reconhecido em outro rendimento
integral ◄ é imputado entre a parte que continua a ser reconhecida e
a parte que é desreconhecida, com base nos justos valores relativos
dessas partes.

►M33 28. Quando uma entidade afecta separadamente a quantia anterior­


mente escriturada de um activo financeiro importante entre a parte que
continua a ser reconhecida e a parte que é desreconhecida, o justo valor
da parte que continua a ser reconhecida tem de ser mensurado. ◄
Quando a entidade tem um historial de venda de partes semelhantes
à parte que continua a ser reconhecida ou quando outras transacções de
mercado existem para essas partes, os preços recentes das transacções
reais proporcionam a melhor estimativa do seu justo valor. Quando não
há cotações de preços ou transacções de mercado recentes para dar
suporte ao justo valor da parte que continua a ser reconhecida, a melhor
estimativa do justo valor é a diferença entre o justo valor do activo
financeiro maior como um todo e a retribuição recebida de quem
recebeu a transferência pela parte que é desreconhecida.

Transferências que não se qualificam para desreconhecimento [ver


parágrafo 20.b)]
29. Se uma transferência não resultar em desreconhecimento porque a
entidade reteve substancialmente todos os riscos e vantagens da pro­
priedade do activo transferido, a entidade deve continuar a reconhecer
o activo transferido na sua totalidade e deve reconhecer um passivo
financeiro pela retribuição recebida. Em períodos subsequentes, a en­
tidade deve reconhecer qualquer rendimento do activo transferido e
qualquer gasto incorrido com o passivo financeiro.

Envolvimento continuado em activos transferidos [ver parágrafo


20.c)ii)]
30. Se uma entidade não transferir nem retiver substancialmente todos os
riscos e vantagens da propriedade de um activo transferido, e retiver o
controlo do activo transferido, a entidade continua a reconhecer o
activo transferido até ao ponto do seu envolvimento continuado. A
medida do envolvimento continuado da entidade no activo transferido
é o ponto até ao qual ela está exposta a alterações no valor do activo
transferido. Por exemplo:

a) quando o envolvimento continuado da entidade assumir a forma de


garantia do activo transferido, a medida do envolvimento conti­
nuado da entidade é a menor de i) a quantia do activo e ii) a
quantia máxima da retribuição recebida que a entidade pode ser
obrigada a reembolsar («a quantia de garantia»);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 434

▼B
b) quando o envolvimento continuado da entidade assumir a forma de
uma opção subscrita ou comprada (ou ambas) sobre o activo trans­
ferido, a medida do envolvimento continuado da entidade é a
quantia do activo transferido que a entidade poderá recomprar.
Contudo, no caso de uma opção put subscrita sobre um activo
que seja mensurado pelo justo valor, a medida do envolvimento
continuado da entidade está limitada ao menor entre o justo valor
do activo transferido e o preço de exercício da opção (ver pará­
grafo AG48);

c) quando o envolvimento continuado da entidade assumir a forma de


uma opção liquidada financeiramente ou de uma provisão seme­
lhante sobre o activo transferido, a medida do envolvimento con­
tinuado da entidade é mensurada da mesma forma que o envolvi­
mento resultante de opções não liquidadas financeiramente tal
como definido na alínea b) atrás.

31. Quando uma entidade continua a reconhecer um activo até ao


ponto do seu envolvimento continuado, a entidade também reconhece
um passivo associado. Apesar dos outros requisitos de mensuração
contidos nesta Norma, o activo transferido e o passivo associado são
mensurados numa base que reflecte os direitos e obrigações que a
entidade reteve. O passivo associado é mensurado de tal forma que a
quantia escriturada líquida do activo transferido e do passivo asso­
ciado é:

a) o custo amortizado dos direitos e obrigações retidos pela entidade,


se o activo transferido for mensurado pelo custo amortizado; ou

b) igual ao justo valor dos direitos e obrigações retidos pela entidade


quando mensurada numa base autónoma, se o activo transferido
for mensurado pelo justo valor.

32. A entidade deve continuar a reconhecer qualquer rendimento resul­


tante do activo transferido até ao ponto do seu envolvimento conti­
nuado e deve reconhecer qualquer gasto incorrido com o passivo
associado.

33. Para a finalidade de mensuração subsequente, as alterações reconhe­


cidas no justo valor do activo transferido e no passivo associado são
contabilizadas consistentemente umas com as outras de acordo com o
parágrafo 55., e não devem ser compensadas.

34. Se o envolvimento continuado de uma entidade for apenas numa parte


de um activo financeiro (por exemplo, quando uma entidade retém
uma opção de recompra de parte de um activo transferido, ou retém
um interesse residual que não resulte na retenção de substancialmente
todos os riscos e vantagens da propriedade e a entidade retém o
controlo), a entidade imputa a quantia escriturada anterior do activo
financeiro entre a parte que continua a reconhecer segundo o envol­
vimento continuado, e a parte que deixou de reconhecer na base dos
justos valores relativos dessas partes à data da transferência. Para tal
finalidade, aplicam-se os requisitos do parágrafo 28. A diferença
entre:

a) a quantia escriturada imputada à parte que deixa de ser reconhe­


cida; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 435

▼B
b) a soma de i) a retribuição recebida pela parte já não reconhecida e
ii) qualquer ganho ou perda cumulativo imputado à mesma que
tivesse sido ►M5 reconhecido em outro rendimento integral ◄
[ver parágrafo 55.b)]

deve ser reconhecida nos lucros ou prejuízos. Um ganho ou perda


cumulativo que tenha sido ►M5 reconhecido em outro rendimento
integral ◄ é imputado entre a parte que continua a ser reconhecida e
a parte que deixou de ser reconhecida na base dos justos valores
relativos dessas partes.

35. Se o activo transferido for mensurado pelo custo amortizado, a opção


contida nesta Norma de designar um passivo financeiro pelo justo
valor através dos lucros ou prejuízos não é aplicável ao passivo as­
sociado.

Todas as transferências
36. Se um activo transferido continuar a ser reconhecido, o activo e o
passivo associado não devem ser compensados. Do mesmo modo, a
entidade não deve compensar qualquer rendimento resultante do ac­
tivo transferido com qualquer gasto incorrido com o passivo associado
(ver IAS 32 parágrafo 42).

37. Se quem transfere proporcionar garantias colaterais não monetárias


(tais como instrumentos de dívida ou de capital próprio) a quem
recebe a transferência, a contabilização das garantias colaterais por
quem transfere e por quem recebe a transferência depende se quem
recebe a transferência tem o direito de vender ou voltar a penhorar a
garantia colateral e se quem transfere incorreu em incumprimento.
Quem transfere e quem recebe a transferência devem contabilizar a
garantia colateral do seguinte modo:

a) Se quem recebe a transferência tiver o direito por contrato ou por


costume de vender ou voltar a penhorar a garantia colateral, então
quem transfere deve reclassificar esse activo ►M5 na sua de­
monstração da posição financeira ◄ (por exemplo, como activo
emprestado, instrumentos de capital próprio penhorados ou conta a
receber de recompra) separadamente de outros activos;

b) Se quem recebe a transferência vender a garantia colateral a ela


penhorada, deve reconhecer os proventos da venda e um passivo
mensurado pelo justo valor quanto à sua obrigação de devolver a
garantia colateral;

c) Se quem transfere não cumprir os termos do contrato e perder o


direito de redimir a garantia colateral, deve desreconhecer a garan­
tia colateral, e quem recebe a transferência deve reconhecer a
garantia colateral como seu activo inicialmente mensurado pelo
justo valor ou, se já vendeu a garantia colateral, desreconhecer a
sua obrigação de devolver a garantia colateral;

d) Com excepção do disposto na alínea c), quem transfere deve con­


tinuar a escriturar a garantia colateral como seu activo, e quem
recebe a transferência não deve reconhecer a garantia colateral
como um activo.

Compra ou venda «regular way» de um activo financeiro


38. Uma compra ou venda «regular way» de activos financeiros deve ser
reconhecida e desreconhecida, conforme aplicável, usando a contabi­
lização pela data da negociação ou a contabilização pela data da
liquidação (ver Apêndice A parágrafos AG53-AG56).

Desreconhecimento de um passivo financeiro


39. Uma entidade deve remover um passivo financeiro (ou uma parte de
um passivo financeiro) ►M5 na sua demonstração da posição finan­
ceira ◄ quando, e apenas quando, for extinto — isto é, quando a
obrigação especificada no contrato for satisfeita ou cancelada ou ex­
pirar.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 436

▼B
40. Uma troca entre um mutuário existente e um mutuante de instrumen­
tos de dívida com termos substancialmente diferentes deve ser conta­
bilizada como extinção do passivo financeiro original e reconheci­
mento de um novo passivo financeiro. De modo semelhante, uma
modificação substancial nos termos de um passivo financeiro existente
ou de uma parte do mesmo (seja ou não atribuível à dificuldade
financeira do devedor) deve ser contabilizada como extinção do pas­
sivo financeiro original e reconhecimento de um novo passivo finan­
ceiro.

41. A diferença entre a quantia escriturada de um passivo financeiro (ou


de parte de um passivo financeiro) extinto ou transferido para outra
parte e a retribuição paga, incluindo quaisquer activos não monetários
transferidos ou passivos assumidos, deve ser reconhecida nos lucros
ou prejuízos.

42. Se uma entidade recomprar uma parte de um passivo financeiro, a


entidade deve imputar a quantia escriturada anterior do passivo finan­
ceiro entre a parte que continua a ser reconhecida e a parte que é
desreconhecida com base nos justos valores relativos dessas partes à
data da recompra. A diferença entre a) a quantia escriturada imputada
à parte desreconhecida e b) a retribuição paga, incluindo quaisquer
activos não monetários transferidos ou passivos assumidos, pela parte
desreconhecida deve ser reconhecida nos lucros ou prejuízos.

MENSURAÇÃO
Mensuração inicial de activos financeiros e passivos financeiros
43. Quando um activo financeiro ou um passivo financeiro é inicialmente
reconhecido, uma entidade deve mensurá-lo pelo seu justo valor mais,
no caso de um activo financeiro ou passivo financeiro que não seja
pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos, os custos de transac­
ção que sejam directamente atribuíveis à aquisição ou emissão do
activo financeiro ou passivo financeiro.

▼M33
43.A. No entanto, se o justo valor do activo financeiro ou passivo finan­
ceiro no reconhecimento inicial difere do preço de transacção,
uma entidade deve aplicar o parágrafo AG76.

▼B
44. Quando uma entidade usa a contabilização pela data de liquidação
para um activo que seja subsequentemente mensurado pelo custo ou
pelo custo amortizado, o activo é reconhecido inicialmente pelo seu
justo valor à data da negociação (ver Apêndice A parágrafos
AG53-AG56).

Mensuração subsequente de activos financeiros


45. Para a finalidade de mensurar um activo financeiro após o reconhe­
cimento inicial, esta Norma classifica activos financeiros em quatro
categorias definidas no parágrafo 9:

a) activos financeiros pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos;

b) investimentos detidos até à maturidade;

c) empréstimos concedidos e contas a receber; e

d) activos financeiros disponíveis para venda.


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 437

▼B
Estas categorias aplicam-se à mensuração e ao reconhecimento dos
lucros ou prejuízos segundo esta Norma. A entidade poderá usar outros
descritores para estas categorias ou outras categorizações quando apre­
sentar a informação na face das demonstrações financeiras. A entidade
deve divulgar nas notas a informação exigida pela IFRS 7.

46. Após o reconhecimento inicial, uma entidade deve mensurar os acti­


vos financeiros, incluindo os derivados que sejam activos, pelos seus
justos valores sem qualquer dedução para os custos de transacção em
que possa incorrer na venda ou outra alienação, excepto quanto aos
seguintes activos financeiros:

a) empréstimos concedidos e contas a receber tal como definido no


parágrafo 9., os quais devem ser mensurados pelo custo amorti­
zado usando o método do juro efectivo;

b) investimentos detidos até à maturidade tal como definido no pará­


grafo 9., os quais devem ser mensurados pelo custo amortizado
usando o método do juro efectivo; e

c) investimentos em instrumentos de capital próprio que não tenham


um preço de mercado cotado num mercado activo e cujo justo
valor não possa ser fiavelmente mensurado e derivados que este­
jam ligados a e devam ser liquidados pela entrega de tais instru­
mentos de capital próprio não cotados, os quais devem ser men­
surados pelo custo (ver Apêndice A parágrafos AG80 e AG81).

Os activos financeiros que sejam designados como itens cobertos


estão sujeitos a mensuração segundo os requisitos da contabilidade
de cobertura contidos nos parágrafos 89.-102. Todos os activos finan­
ceiros excepto aqueles mensurados pelo justo valor através dos lucros
ou prejuízos estão sujeitos a revisão quanto à imparidade de acordo
com os parágrafos 58.-70. e o Apêndice A parágrafos AG84-AG93.

Mensuração subsequente de passivos financeiros


▼M33
47. Após o reconhecimento inicial, uma entidade deve mensurar todos
os passivos financeiros pelo custo amortizado usando o método do
juro efectivo, excepto quanto a:

a) passivos financeiros pelo justo valor por via dos resultados.


Tais passivos, incluindo derivados que sejam passivos, devem
ser mensurados pelo justo valor, excepto no caso de um pas­
sivo derivado que esteja ligado e que deva ser liquidado pela
entrega de um instrumento de capital próprio que não tem um
preço cotado num mercado activo para um instrumento idên­
tico (ou seja, um dado de nível 1) e cujo justo valor não possa
ser mensurado fiavelmente de outra forma, devendo ser men­
surado pelo custo.

▼B
b) passivos financeiros que surjam quando uma transferência de um
activo financeiro não se qualifica para desreconhecimento ou
quando se aplica a abordagem do envolvimento continuado. Os
parágrafos 29. e 31. aplicam-se à mensuração de tais passivos
financeiros.

c) contratos de garantia financeira tal como definidos no parágrafo 9.


Após o reconhecimento inicial, o emitente desse contrato deve
mensurá-lo [salvo se se aplicar a alínea a) ou b) do parágrafo
47.] pelo mais alto dos seguintes valores:

i) a quantia determinada segundo a IAS 37, e

ii) a quantia inicialmente reconhecida (ver parágrafo 43.) menos,


quando apropriado, a amortização cumulativa reconhecida de
acordo com a IAS 18;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 438

▼B
d) os compromissos que proporcionam um empréstimo a uma taxa de
juro inferior à do mercado. Após o reconhecimento inicial, o emi­
tente desse contrato deve mensurá-lo (salvo se se aplicar a
alínea a) do parágrafo 47.) pelo mais alto dos seguintes valores:

i) a quantia determinada segundo a IAS 37, e

ii) a quantia inicialmente reconhecida (ver parágrafo 43.) menos,


quando apropriado, a amortização cumulativa reconhecida de
acordo com a IAS 18.

Os passivos financeiros designados como itens cobertos estão sujeitos


aos requisitos da contabilidade de cobertura constantes dos parágrafos
89.-102.

▼M33
__________

▼B
Reclassificações
50. Uma entidade:

(a) não deve reclassificar um derivado, retirando-o da categoria de


justo valor através dos lucros ou prejuízos, enquanto estiver detido
ou emitido;

(b) não deve reclassificar um instrumento financeiro, retirando-o da


categoria de justo valor através dos lucros ou prejuízos se,
aquando do reconhecimento inicial, tiver sido designado pela
mesma entidade como pertencendo à categoria de justo valor
através dos lucros ou prejuízos; e

(c) pode reclassificar um activo financeiro que já não seja detido para
efeitos de venda ou recompra a curto prazo (não obstante poder
ter sido adquirido ou incorrido principalmente para efeitos de
venda ou recompra a curto prazo), retirando-o da categoria de
justo valor através dos lucros ou prejuízos, se forem cumpridos
os requisitos dos parágrafos 50B ou 50D.

Uma entidade não deve reclassificar um instrumento financeiro


colocando-o na categoria de justo valor através dos lucros ou prejuí­
zos, após o reconhecimento inicial.

▼M8
50.A. As seguintes alterações de circunstâncias não são reclassificações para
efeitos do parágrafo 50:

(a) um derivado que era previamente um instrumento de cobertura


designado e eficaz numa cobertura de fluxos de caixa ou numa
cobertura de investimentos líquidos deixa de se qualificar como
tal;

(b) um derivado torna-se um instrumento de cobertura designado e


eficaz numa cobertura de fluxos de caixa ou numa cobertura de
investimentos líquidos;

(c) os activos financeiros são reclassificados quando uma empresa de


seguros modifica as suas políticas contabilísticas em conformidade
com o parágrafo 45 da IFRS 4.

▼B
50.B. Um activo financeiro ao qual se aplique a alínea c) do parágrafo 50
(com excepção dos activos financeiros do tipo descrito no parágrafo
50D) só em circunstâncias excepcionais pode ser reclassificado me­
diante retirada da categoria de justo valor através dos lucros ou pre­
juízos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 439

▼B
50.C. Se uma entidade reclassificar um activo financeiro, retirando-o da
categoria de justo valor através dos lucros ou prejuízos, em confor­
midade com o parágrafo 50B, esse activo financeiro deve ser reclas­
sificado pelo seu justo valor à data da reclassificação. Os ganhos ou
perdas já reconhecidos nos lucros ou prejuízos não devem ser rever­
tidos. O justo valor do activo financeiro à data da reclassificação
tornar-se-á o seu novo custo ou custo amortizado, conforme aplicável.

50.D. Um activo financeiro ao qual se aplique a alínea c) do parágrafo 50 e


que corresponderia à definição de empréstimos concedidos e contas a
receber (se não tivesse sido exigida a sua classificação como detido
para negociação no reconhecimento inicial) pode ser reclassificado
mediante retirada da categoria de justo valor através dos lucros ou
prejuízos, se a entidade tiver intenção e capacidade de o deter no
futuro previsível ou até à maturidade.

50.E. Um activo financeiro classificado como disponível para venda e que


corresponda à definição de empréstimos concedidos e contas a receber
(se não tivesse sido designado como disponível para venda) pode ser
reclassificado mediante transferência da categoria de activos disponí­
veis para venda para a categoria de empréstimos concedidos e contas
a receber, se a entidade tiver intenção e capacidade de o deter no
futuro previsível ou até à maturidade.

50.F. Se uma entidade reclassificar um activo financeiro retirando-o da


categoria de justo valor através dos lucros ou prejuízos, em confor­
midade com o parágrafo 50D, ou retirando-o da categoria de activos
disponíveis para venda, em conformidade com o parágrafo 50E, re­
classificá-lo-á pelo seu justo valor à data da reclassificação. No caso
de um activo financeiro reclassificado em conformidade com o pará­
grafo 50D, os ganhos ou perdas já reconhecidos nos lucros ou pre­
juízos não devem ser revertidos. O justo valor do activo financeiro à
data da reclassificação tornar-se-á o seu novo custo ou custo amorti­
zado, conforme aplicável. No caso de um activo financeiro reclassi­
ficado mediante retirada da categoria de activos disponíveis para
venda em conformidade com o parágrafo 50E, qualquer ganho ou
perda anterior que tenha sido reconhecido noutro rendimento integral
em conformidade com a alínea b) do parágrafo 55 deve ser contabi­
lizado em conformidade com o parágrafo 54.

51. Se, como resultado de uma alteração na intenção ou capacidade,


deixar de ser apropriado classificar um investimento como detido
até à maturidade, este deve ser reclassificado como disponível para
venda e remensurado pelo justo valor, e a diferença entre a sua
quantia escriturada e o justo valor deve ser contabilizada de acordo
com o parágrafo 55.b).

52. Sempre que vendas ou reclassificações de mais de uma quantia insig­


nificante de investimentos detidos até à maturidade não satisfizerem
qualquer das condições do parágrafo 9., qualquer investimento detido
até à maturidade remanescente deve ser reclassificado como disponí­
vel para venda. Numa tal reclassificação, a diferença entre a quantia
escriturada e o justo valor deve ser contabilizada de acordo com o
parágrafo 55.b).

53. Se uma medida fiável se tornar disponível para um activo financeiro


ou passivo financeiro para o qual essa medida não estivesse anterior­
mente disponível, e se se exigir que o activo ou passivo seja mensu­
rado pelo justo valor caso uma medida fiável esteja disponível (ver
parágrafos 46.c) e 47.), o activo ou passivo deve ser remensurado pelo
justo valor, e a diferença entre a sua quantia escriturada e o justo valor
deve ser contabilizada de acordo com o parágrafo 55.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 440

▼B
54. Se, como resultado de uma alteração na intenção ou capacidade ou
nas raras circunstâncias em que uma medida fiável do justo valor
deixe de estar disponível (ver parágrafos 46c) e 47) ou porque os
«dois anos financeiros precedentes» referidos no parágrafo 9. já pas­
saram, se tornar apropriado escriturar um activo financeiro ou passivo
financeiro pelo custo ou pelo custo amortizado em vez de pelo justo
valor, a quantia escriturada do justo valor do activo financeiro ou do
passivo financeiro nessa data torna-se o seu novo custo ou custo
amortizado, conforme aplicável. ►M5 Qualquer ganho ou perda an­
terior naquele activo que tenha sido reconhecido em outro rendimento
integral de acordo com o parágrafo 55(b) deve ser contabilizado como
se segue: ◄

a) No caso de um activo financeiro com maturidade fixada, o ganho


ou perda deve ser amortizado nos lucros ou prejuízos durante a
vida remanescente do investimento detido até à maturidade usando
o método do juro efectivo. Qualquer diferença entre o novo custo
amortizado e a quantia na maturidade deve também ser amortizada
durante a vida remanescente do activo financeiro usando o método
do juro efectivo, semelhante à amortização de um prémio e de um
desconto. ►M5 Se o activo financeiro estiver subsequentemente
com imparidade, qualquer ganho ou perda que tenha sido reconhe­
cido em outro rendimento integral é reclassificado do capital pró­
prio para os lucros ou prejuízos de acordo com o parágrafo 67. ◄

▼M5
b) No caso de um activo financeiro que não tenha uma maturidade
fixada, o ganho ou perda deve ser reconhecido nos lucros ou
prejuízos quando o activo financeiro for vendido ou de outra forma
alienado. Se o activo financeiro estiver subsequentemente com
imparidade, qualquer ganho ou perda anterior que tenha sido reco­
nhecido em outro rendimento integral é reclassificado do capital
próprio para os lucros ou prejuízos de acordo com o parágrafo 67.

▼B
Ganhos e perdas
55. Um ganho ou perda proveniente de uma alteração no justo valor de
um activo financeiro ou passivo financeiro que não faça parte de um
relacionamento de cobertura (ver parágrafos 89.-102.) deve ser reco­
nhecido como se segue:

a) Um ganho ou perda resultante de um activo financeiro ou passivo


financeiro classificado pelo justo valor através dos lucros ou pre­
juízos deve ser reconhecido nos lucros ou prejuízos;

▼M5
b) Um ganho ou perda resultante de um activo financeiro disponível
para venda deve ser reconhecido em outro rendimento integral,
excepto no caso de perdas por imparidade (ver parágrafos 67-70)
e de ganhos e perdas cambiais (ver Apêndice A, parágrafo AG83),
até que o activo financeiro seja desreconhecido. Nessa altura, o
ganho ou perda cumulativo previamente reconhecido em outro
rendimento integral deve ser reclassificado do capital próprio
para os lucros ou prejuízos como ajustamento de reclassificação
(ver IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como
revista em 2007)). Contudo, o juro calculado usando o método do
juro efectivo (ver parágrafo 9.) é reconhecido nos lucros ou pre­
juízos (ver IAS 18). Os dividendos resultantes de um instrumento
de capital próprio disponível para venda são reconhecidos nos
lucros ou prejuízos quando o direito da entidade de receber paga­
mento for estabelecido (ver IAS 18).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 441

▼B
56. Para os activos financeiros e passivos financeiros escriturados pelo
custo amortizado (parágrafos 46. e 47.), é reconhecido um ganho
ou perda nos lucros ou prejuízos quando o activo financeiro ou o
passivo financeiro for desreconhecido ou sujeito a imparidade, bem
como através do processo de amortização. Contudo, para os activos
financeiros ou passivos financeiros que sejam itens cobertos (ver pa­
rágrafos 78.-84. e Apêndice A parágrafos AG98-AG101), a contabi­
lização do ganho ou perda deve seguir os parágrafos 89.-102.

57. Se uma entidade reconhecer activos financeiros usando a contabiliza­


ção pela data de liquidação (ver parágrafo 38. e Apêndice A pará­
grafos AG53 a AG56), qualquer alteração no justo valor do activo a
ser recebido durante o período entre a data de negociação e a data de
liquidação não é reconhecida quanto aos activos escriturados pelo
custo ou pelo custo amortizado (excepto perdas por imparidade).
Quanto aos activos escriturados pelo justo valor, contudo, a alteração
no justo valor deve ser reconhecida nos lucros ou prejuízos ou no
capital próprio, conforme apropriado segundo o parágrafo 55.

Imparidade e incobrabilidade de activos financeiros


58. Uma entidade deve avaliar ►M5 no fim de cada período de relato ◄
se existe ou não qualquer prova objectiva de que um activo financeiro
ou um grupo de activos financeiros esteja com imparidade. Se tal prova
existir, a entidade deve aplicar o parágrafo 63. (para activos financeiros
escriturados pelo custo amortizado), o parágrafo 66. (para activos fi­
nanceiros escriturados pelo custo) ou o parágrafo 67. (para activos
financeiros disponíveis para venda) para determinar a quantia de qual­
quer perda por imparidade.

59. Um activo financeiro ou um grupo de activos financeiros está com


imparidade e são incorridas perdas por imparidade se, e apenas se,
existir prova objectiva de imparidade como resultado de um ou mais
acontecimentos que ocorreram após o reconhecimento inicial do ac­
tivo (um «acontecimento de perda») e se esse acontecimento (ou
acontecimentos) de perda tiver um impacte nos fluxos de caixa futuros
estimados do activo financeiro ou do grupo de activos financeiros que
possa ser fiavelmente estimado. Pode não ser possível identificar um
único e discreto acontecimento que tenha causado a imparidade. Pelo
contrário, o efeito combinado de vários acontecimentos pode ter cau­
sado a imparidade. As perdas esperadas como resultado de aconteci­
mentos futuros, independentemente do grau de probabilidade, não são
reconhecidas. A prova objectiva de que um activo financeiro ou um
grupo de activos está com imparidade inclui dados observáveis que
chamam a atenção do detentor do activo acerca dos seguintes acon­
tecimentos de perda:

a) significativa dificuldade financeira do emitente ou do obrigado;

b) uma quebra de contrato, tal como um incumprimento ou relaxe nos


pagamentos de juro ou de capital;

c) o mutuante, por razões económicas ou legais relacionadas com as


dificuldades financeiras do mutuário, oferece ao mutuário uma
concessão que o mutuante de outra forma não consideraria;

d) torna-se provável que o mutuário vá entrar em processo de falência


ou outra reorganização financeira;

e) o desaparecimento de um mercado activo para esse activo finan­


ceiro devido a dificuldades financeiras; ou
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 442

▼B
f) dados observáveis indicando que existe um decréscimo mensurável
nos fluxos de caixa futuros estimados de um grupo de activos
financeiros desde o reconhecimento inicial desses activos, embora
o decréscimo ainda não possa ser identificado com os activos
financeiros individuais do grupo, incluindo:

i) alterações adversas no estado de pagamento dos mutuários do


grupo (por exemplo, um número crescente de pagamentos atra­
sados ou um número crescente de mutuários de cartão de cré­
dito que atingiram o seu limite de crédito e estão a pagar a
quantia mínima mensal), ou

ii) as condições económicas nacionais ou locais que se correlacio­


nam com os incumprimentos relativos aos activos do grupo
(por exemplo, um aumento na taxa de desemprego na área
geográfica dos mutuários, um decréscimo nos preços das pro­
priedades para hipotecas na área relevante, um decréscimo nos
preços do petróleo para activos de empréstimo a produtores de
petróleo, ou alterações adversas nas condições do sector que
afectem os mutuários do grupo).

60. O desaparecimento de um mercado activo porque os instrumentos


financeiros de uma entidade deixaram de ser negociados publicamente
não é prova de imparidade. Uma baixa na notação de crédito de uma
entidade não é, por si só, prova de imparidade, embora possa ser
prova de imparidade quando considerada com outras informações
disponíveis. Um declínio no justo valor de um activo financeiro
abaixo do seu custo ou custo amortizado não é necessariamente prova
de imparidade (por exemplo, um declínio no justo valor de um in­
vestimento num instrumento de dívida que resulte de um acréscimo da
taxa de juro sem risco).

61. Além dos tipos de acontecimentos no parágrafo 59., a prova objectiva


de imparidade para um investimento num instrumento de capital pró­
prio inclui informação acerca de alterações significativas com um
efeito adverso que tenham tido lugar no ambiente tecnológico, de
mercado, económico ou legal no qual o emissor opere, e indica que
o custo do investimento no instrumento de capital próprio pode não
ser recuperado. Um declínio significativo ou prolongado no justo
valor de um investimento num instrumento de capital próprio abaixo
do seu custo também constitui prova objectiva de imparidade.

62. Em alguns casos, os dados observáveis exigidos para estimar a quan­


tia de uma perda por imparidade resultante de um activo financeiro
podem estar limitados ou não ser já totalmente relevantes para as
circunstâncias correntes. Por exemplo, este pode ser o caso quando
um mutuário está em dificuldades financeiras e há poucos dados
históricos disponíveis relacionados com mutuários semelhantes. Nes­
ses casos, uma entidade usa o seu julgamento da experiência para
estimar a quantia de qualquer perda por imparidade. De forma seme­
lhante, uma entidade usa o seu julgamento da experiência para ajustar
os dados observáveis para que um grupo de activos financeiros reflicta
as circunstâncias correntes (ver parágrafo AG89). O uso de estimati­
vas razoáveis é uma parte essencial da preparação de demonstrações
financeiras, não fazendo diminuir a sua fiabilidade.

Activos financeiros escriturados pelo custo amortizado


63. Se existir prova objectiva de que foi incorrida uma perda por impa­
ridade em empréstimos concedidos e contas a receber ou investimen­
tos detidos até à maturidade escriturados pelo custo amortizado, a
quantia da perda é mensurada como a diferença entre a quantia es­
criturada do activo e o valor presente dos fluxos de caixa futuros
estimados (excluindo as perdas de crédito futuras que não tenham
sido incorridas) descontado à taxa de juro efectiva original do activo
financeiro (i.e., a taxa de juro efectiva calculada no reconhecimento
inicial). A quantia escriturada do activo deve ser reduzida ou directa­
mente ou através do uso de uma conta de abatimento. A quantia da
perda deve ser reconhecida nos lucros ou prejuízos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 443

▼B
64. Uma entidade avalia primeiro se a prova objectiva de imparidade
existe individualmente para activos financeiros que sejam individual­
mente significativos, e individual ou colectivamente para activos
financeiros que não sejam individualmente significativos (ver pará­
grafo 59.). Se uma entidade determinar que não existe prova objectiva
de imparidade para um activo financeiro individualmente avaliado,
quer seja significativo ou não, ela inclui o activo num grupo de
activos financeiros com características semelhantes de risco de crédito
e avalia-os colectivamente quanto à imparidade. Os activos que sejam
individualmente avaliados quanto à imparidade e para os quais uma
perda por imparidade é ou continua a ser reconhecida não são incluí­
dos numa avaliação colectiva da imparidade.

65. Se, num período subsequente, a quantia da perda por imparidade


diminuir e a diminuição puder ser objectivamente relacionada com
um acontecimento que ocorra após o reconhecimento da imparidade
(tal como uma melhoria na notação de crédito do devedor), a perda
por imparidade anteriormente reconhecida deve ser revertida seja di­
rectamente seja ajustando uma conta de abatimento. A reversão não
deve resultar numa quantia escriturada do activo financeiro que ex­
ceda o que o custo amortizado poderia ter sido, caso a imparidade não
tivesse sido reconhecida à data em que a imparidade foi revertida. A
quantia da reversão deve ser reconhecida nos lucros ou prejuízos.

Activos financeiros escriturados pelo custo


66. Se existir prova objectiva de que uma perda por imparidade foi in­
corrida num instrumento de capital próprio não cotado que não seja
escriturado pelo justo valor porque o seu justo valor não pode ser
fiavelmente mensurado, ou num activo derivado que esteja ligado a e
deva ser liquidado por entrega de um tal instrumento de capital pró­
prio não cotado, a quantia da perda por imparidade é mensurada como
a diferença entre a quantia escriturada do activo financeiro e o valor
presente dos fluxos de caixa futuros estimados descontados à taxa de
retorno de mercado corrente para um activo financeiro semelhante
(ver parágrafo 46.c) e Apêndice A parágrafos AG80 e AG81). Tais
perdas por imparidade não devem ser revertidas.

Activos financeiros disponíveis para venda


67. Quando um declínio no justo valor de um activo financeiro disponível
para venda tenha sido ►M5 reconhecido(a)(s) em outro rendimento
integral ◄ e houver prova objectiva de que o activo está com impa­
ridade (ver parágrafo 59.), a perda cumulativa que tinha sido
►M5 reconhecido(a)(s) em outro rendimento integral ◄ deve ser
►M5 reclassificada do capital próprio para os lucros ou prejuízos
como ajustamento de reclassificação ◄ ainda que o activo financeiro
não tenha sido desreconhecido.

68. A quantia da perda cumulativa que seja ►M5 reclassificada do ca­


pital próprio para os lucros ou prejuízos ◄ segundo o parágrafo 67.
deve ser a diferença entre o custo de aquisição (líquido de qualquer
reembolso e amortização de capital) e o justo valor corrente, menos
qualquer perda por imparidade resultante desse activo financeiro an­
teriormente reconhecido nos lucros ou prejuízos.

69. As perdas por imparidade reconhecidas nos lucros ou prejuízos para


um investimento num instrumento de capital próprio classificado
como disponível para venda não devem ser revertidas através dos
lucros ou prejuízos.
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▼B
70. Se, num período subsequente, o justo valor de um instrumento de
dívida classificado como disponível para venda aumentar e o aumento
puder estar objectivamente relacionado com um acontecimento que
ocorra após o reconhecimento da perda por imparidade nos lucros
ou prejuízos, a perda por imparidade deve ser revertida, sendo a
quantia da reversão reconhecida nos lucros ou prejuízos.

COBERTURA
71. Se houver um relacionamento de cobertura designado entre um ins­
trumento de cobertura e um item coberto tal como descrito nos pará­
grafos 85.-88. e no Apêndice A parágrafos AG102-AG104, a conta­
bilização do ganho ou da perda resultante do instrumento de cobertura
e do item coberto deve seguir os parágrafos 89.-102.

Instrumentos de cobertura

Instrumentos que se qualificam


72. Esta Norma não restringe as circunstâncias em que um derivado possa
ser designado como um instrumento de cobertura desde que as con­
dições do parágrafo 88. sejam satisfeitas, com a excepção de deter­
minadas opções subscritas (ver Apêndice A parágrafo AG94). Porém,
um activo financeiro não derivado ou um passivo financeiro não
derivado só pode ser designado como um instrumento de cobertura
para a cobertura de um risco cambial.

▼M8
73. Para finalidades de contabilidade de cobertura, apenas os instrumentos
que envolvam uma parte externa à entidade que relata (p. ex., externa
ao grupo ou entidade individual sobre quem se relata) podem ser
designados como instrumentos de cobertura. Embora as entidades
individuais dentro de um grupo consolidado ou as divisões dentro
de uma entidade possam entrar em transacções de cobertura com
outras entidades dentro do grupo ou outras divisões dentro da entida­
de, quaisquer transacções intragrupo são eliminadas na consolidação.
Portanto, tais transacções de cobertura não se qualificam para a con­
tabilidade de cobertura nas demonstrações financeiras consolidadas do
grupo. Contudo, podem qualificar-se para a contabilidade de cobertura
nas demonstrações financeiras individuais ou separadas de entidades
individuais do grupo, desde que sejam externas à entidade individual
sobre quem se está a relatar.

▼B
Designação de instrumentos de cobertura
74. Existe normalmente uma única medida do justo valor para um ins­
trumento de cobertura na sua totalidade, e os factores que dão origem
a alterações no justo valor são codependentes. Assim, um relaciona­
mento de cobertura é designado por uma entidade para um instru­
mento de cobertura na sua totalidade. As únicas excepções permitidas
são:

a) separar o valor intrínseco e o valor temporal de um contrato de


opção e designar como instrumento de cobertura apenas a alteração
no valor intrínseco de uma opção e excluindo a alteração no seu
valor temporal; e

b) separar o elemento do juro e o preço à vista de um contrato


forward.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 445

▼B
Estas excepções são permitidas porque o valor intrínseco da opção e o
prémio sobre o forward podem geralmente ser mensurados separada­
mente. Uma estratégia de cobertura dinâmica que avalia tanto o valor
intrínseco como o valor temporal de um contrato de opção pode
qualificar-se para contabilidade de cobertura.

75. Uma proporção do total do instrumento de cobertura, tal como 50 %


da quantia nocional, pode ser designada como o instrumento de co­
bertura num relacionamento de cobertura. Porém, um relacionamento
de cobertura não pode ser designado para apenas uma porção do
período de tempo durante o qual o instrumento de cobertura está
em circulação.

76. Um único instrumento de cobertura pode ser designado como cober­


tura para mais de um tipo de risco desde que a) os riscos cobertos
possam ser claramente identificados; b) a eficácia da cobertura possa
ser demonstrada; e c) seja possível assegurar que existe uma desig­
nação específica do instrumento de cobertura e diferentes posições de
risco.

77. Dois ou mais derivados, ou proporções dos mesmos (ou, no caso de


uma cobertura de risco de moeda, dois ou mais não derivados ou
proporções dos mesmos, ou uma combinação de derivados e não
derivados ou proporções dos mesmos), podem ser vistos em combi­
nação e conjuntamente designados como o instrumento de cobertura,
incluindo quando o(s) risco(s) resultante(s) de alguns derivados com­
pensa(m) os resultantes de outros. Contudo, um «collar» de taxa de
juro ou outro instrumento derivado que combine uma opção subscrita
e uma opção comprada não se qualifica como instrumento de cober­
tura se for, com efeito, uma opção subscrita líquida (para a qual um
prémio líquido seja recebido). De forma semelhante, dois ou mais
instrumentos (ou proporções dos mesmos) só podem ser designados
como o instrumento de cobertura se nenhum deles for uma opção
subscrita ou uma opção subscrita líquida.

Itens cobertos

Itens que se qualificam


78. Um item coberto pode ser um activo ou passivo reconhecido, um
compromisso firme não reconhecido, uma transacção prevista alta­
mente provável ou um investimento líquido numa unidade operacional
estrangeira. O item coberto pode ser a) um único activo, passivo,
compromisso firme, transacção prevista altamente provável ou inves­
timento líquido numa unidade operacional estrangeira, b) um grupo de
activos, passivos, compromissos firmes, transacções previstas alta­
mente prováveis ou investimentos líquidos em unidades operacionais
estrangeiras com características de risco semelhantes ou c) apenas
numa cobertura de carteira do risco de taxa de juro, uma porção da
carteira de activos financeiros ou passivos financeiros que partilham o
risco que está a ser coberto.

79. Ao contrário dos empréstimos concedidos e das contas a receber, um


investimento detido até à maturidade não pode ser um item coberto a
respeito do risco de taxa de juro ou do risco de pré-pagamento porque
a designação de um investimento como detido até à maturidade exige
uma intenção de deter o investimento até à maturidade sem atender às
alterações no justo valor ou fluxos de caixa desse investimento atri­
buíveis a alterações nas taxas de juro. Porém, um instrumento detido
até à maturidade pode ser um item coberto com respeito a riscos
provenientes de alterações em taxas de câmbio de moeda estrangeira
e risco de crédito.
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▼B
►M22 80. Para finalidades de contabilidade de cobertura, apenas activos,
passivos, compromissos firmes ou transacções previstas altamente
prováveis que envolvam uma parte externa à entidade podem ser
designados como itens cobertos. ◄►M38 Isto significa que a con­
tabilidade de cobertura só pode ser aplicada a transações entre enti­
dades do mesmo grupo nas demonstrações financeiras individuais ou
separadas dessas entidades e não nas demonstrações financeiras con­
solidadas do grupo, exceto para as demonstrações financeiras conso­
lidadas de uma entidade de investimento, tal como definido na IFRS
10, caso em que as transações entre uma entidade de investimento e
as suas subsidiárias mensuradas pelo justo valor através dos resultados
não serão eliminadas nas demonstrações financeiras consolidadas. ◄
Em conformidade com a IAS 21, os ganhos e perdas cambiais resul­
tantes de itens monetários intragrupo não são totalmente eliminados
na consolidação quando o item monetário intragrupo é transaccionado
entre duas entidades do grupo que tenham diferentes moedas funcio­
nais. Além disso, o risco cambial de uma transacção intragrupo pre­
vista altamente provável pode qualificar-se como um item coberto nas
demonstrações financeiras consolidadas, desde que a transacção seja
denominada numa moeda que não a moeda funcional da entidade
participante na transacção e o risco cambial venha a afectar os lucros
ou prejuízos consolidados.

Designação de itens financeiros como itens cobertos


81. Se o item coberto for um activo financeiro ou um passivo financeiro,
pode ser um item coberto com respeito aos riscos associados apenas a
uma porção dos seus fluxos de caixa ou justo valor (tais como um ou
mais fluxos de caixa contratuais seleccionados ou porções dos mes­
mos ou uma percentagem do justo valor) desde que essa eficácia
possa ser mensurada. Por exemplo, uma porção identificável e sepa­
radamente mensurável da exposição à taxa de juro de um activo que
vença juros ou de um passivo que vença juros pode ser designada
como o risco coberto (tal como uma taxa de juro sem risco ou um
componente de referência de taxa de juro da exposição total à taxa de
juro de um instrumento financeiro coberto).

81.A. Numa cobertura de justo valor da exposição à taxa de juro de uma


carteira de activos financeiros ou passivos financeiros (e apenas numa
tal cobertura), a porção coberta pode ser designada em termos de uma
quantia de uma moeda (por exemplo, uma quantia em dólares, euros,
libras ou rands) em vez de o ser como activos (ou passivos) indivi­
duais. Embora a carteira possa, para finalidades de gestão do risco,
incluir activos e passivos, a quantia designada é uma quantia de
activos ou uma quantia de passivos. A designação de uma quantia
líquida incluindo activos e passivos não é permitida. A entidade pode
cobrir uma porção do risco de taxa de juro associado a esta quantia
designada. Por exemplo, no caso de uma cobertura de uma carteira
que contém activos pré-pagáveis, a entidade pode cobrir a alteração
no justo valor que seja atribuível a uma alteração na taxa de juro
coberta com base nas datas de reapreçamento esperadas em vez das
datas contratuais […].
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 447

▼B
Designação de itens não financeiros como itens cobertos
82. Se o item coberto for um activo não financeiro ou um passivo não
financeiro, deve ser designado como um item coberto a) para riscos
cambiais, ou b) na sua totalidade para todos os riscos, devido à
dificuldade de isolar e mensurar a porção apropriada das alterações
nos fluxos de caixa ou no justo valor atribuíveis a riscos específicos
que não sejam riscos cambiais.

Designação de grupos de itens como itens cobertos


83. Activos semelhantes ou passivos semelhantes devem ser agregados e
cobertos como um grupo, só se os activos individuais ou passivos
individuais do grupo partilharem a exposição ao risco designada como
estando coberta. Além disso, esperar-se-á que a alteração no justo
valor atribuível ao risco coberto relativo a cada item individual do
grupo seja aproximadamente proporcional à alteração global no justo
valor atribuível ao risco coberto do grupo de itens.

84. Dado que uma entidade avalia a eficácia da cobertura comparando a


alteração no justo valor ou no fluxo de caixa de um instrumento de
cobertura (ou grupo de instrumentos de cobertura semelhantes) e de
um item coberto (ou grupo de itens cobertos semelhantes), comparar
um instrumento de cobertura com uma posição líquida global (por
exemplo, o líquido de todos os activos de taxa fixa e passivos de
taxa fixa com maturidades semelhantes), em vez de comparar com um
item coberto específico, não dá origem a qualificação para contabili­
dade de cobertura.

Contabilidade de cobertura
85. A contabilidade de cobertura reconhece os efeitos de compensação
nos lucros ou prejuízos das alterações nos justos valores do instru­
mento de cobertura e do item coberto.

86. Os relacionamentos de cobertura são de três tipos:

a) cobertura de justo valor: uma cobertura da exposição às alterações


no justo valor de um activo ou passivo reconhecido ou de um
compromisso firme não reconhecido, ou de uma porção identifi­
cada de tal activo, passivo ou compromisso firme, que seja atri­
buível a um risco particular e possa afectar os lucros ou prejuízos;

b) cobertura de fluxo de caixa: uma cobertura da exposição à varia­


bilidade nos fluxos de caixa que i) seja atribuível a um risco
particular associado a um activo ou passivo reconhecido (tal
como todos ou alguns dos futuros pagamentos de juros sobre
uma dívida de taxa variável) ou a uma transacção prevista alta­
mente provável e que ii) possa afectar os lucros ou prejuízos;

c) cobertura de um investimento líquido numa unidade operacional


estrangeira tal como definido na IAS 21.

87. Uma cobertura de um risco cambial de um compromisso firme pode


ser contabilizada como uma cobertura de justo valor ou como uma
cobertura de fluxo de caixa.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 448

▼M33
88. Um relacionamento de cobertura é elegível para contabilidade de
cobertura segundo os parágrafos 89-102 se, e apenas se, estiverem
cumpridas todas as seguintes condições.

▼B
a) No início da cobertura, existe designação e documentação formais
do relacionamento de cobertura e do objectivo e estratégia da
gestão de risco da entidade para levar a efeito a cobertura. Essa
documentação deve incluir a identificação do instrumento de co­
bertura, o item ou transacção coberto, a natureza do risco a ser
coberto e a forma como a entidade vai avaliar a eficácia do ins­
trumento de cobertura na compensação da exposição a alterações
no justo valor ou fluxos de caixa do item coberto atribuíveis ao
risco coberto;

b) Espera-se que a cobertura seja altamente eficaz (ver Apêndice A


parágrafos AG105-AG113) ao conseguir alterações de compensa­
ção no justo valor ou fluxos de caixa atribuíveis ao risco coberto,
consistentemente com a estratégia de gestão de risco originalmente
documentada para esse relacionamento de cobertura em particular;

c) Quanto a coberturas de fluxos de caixa, uma transacção prevista


que seja o objecto da cobertura tem de ser altamente provável e
tem de apresentar uma exposição a variações nos fluxos de caixa
que poderia em última análise afectar os lucros ou prejuízos;

▼M33
d) A eficácia da cobertura pode ser mensurada fiavelmente, isto é,
o justo valor ou os fluxos de caixa do instrumento que é objecto
da cobertura imputáveis ao risco coberto e o justo valor do
instrumento de cobertura podem ser mensurados fiavelmente;

▼B
e) A cobertura é avaliada numa base contínua e efectivamente deter­
minada como tendo sido altamente eficaz durante todo o período
de relato financeiro para o qual a cobertura foi designada.

Coberturas de justo valor


89. Se uma cobertura de justo valor satisfizer as condições do parágrafo
88. durante o período, ela deve ser contabilizada como se segue:

a) o ganho ou perda resultante da remensuração do instrumento de


cobertura pelo justo valo (para um instrumento de cobertura deri­
vado) ou do componente de moeda estrangeira da sua quantia
escriturada mensurado de acordo com a IAS 21 (para um instru­
mento de cobertura não derivado) deve ser reconhecido nos lucros
ou prejuízos; e

b) o ganho ou perda resultante do item coberto atribuível ao risco


coberto deve ajustar a quantia escriturada do item coberto e ser
reconhecido nos lucros ou prejuízos. Isto aplica-se se o item co­
berto for de outra forma mensurado pelo custo. O reconhecimento
do ganho ou perda atribuível ao risco coberto nos lucros ou pre­
juízos aplica-se se o item coberto for um activo financeiro dispo­
nível para venda.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 449

▼B
89.A. Para uma cobertura de justo valor da exposição à taxa de juro de uma
porção de uma carteira de activos financeiros ou passivos financeiros
(e apenas numa tal cobertura), o requisito do parágrafo 89.b) pode ser
satisfeito apresentando o ganho ou perda atribuível ao item coberto
ou:

a) numa única linha de item separada entre os activos, para aqueles


períodos de tempo de reapreçamento durante os quais o item co­
berto é um activo; ou

b) numa única linha de item separada entre os passivos, para aqueles


períodos de tempo de reapreçamento durante os quais o item co­
berto é um passivo.

As linhas de itens separadas referidas nas alíneas a) e b) acima devem


ser apresentadas ao lado de activos financeiros ou passivos financei­
ros. As quantias incluídas nestas linhas de itens devem ser retiradas
►M5 da demonstração da posição financeira ◄ quando os activos
ou passivos a que digam respeito forem desreconhecidos.

90. Se só forem cobertos riscos particulares atribuíveis a um item coberto,


as alterações reconhecidas no justo valor do item coberto não relacio­
nadas com o risco coberto são reconhecidas tal como definido no
parágrafo 55.

91. Uma entidade deve descontinuar prospectivamente a contabilidade de


cobertura especificada no parágrafo 89. se:

a) o instrumento de cobertura expirar ou for vendido, terminado ou


exercido (para esta finalidade, a substituição ou passagem de um
instrumento de cobertura para outro instrumento de cobertura não é
uma expiração ou terminação se essa substituição ou passagem
fizer parte da estratégia de cobertura documentada da entidade);

b) a cobertura deixar de satisfazer os critérios para contabilidade de


cobertura do parágrafo 88.; ou

c) a entidade revogar a designação.

92. Qualquer ajustamento resultante do parágrafo 89.b) feito na quantia


escriturada de um instrumento financeiro coberto para o qual seja
usado o método do juro efectivo (ou, no caso de uma cobertura de
carteira do risco de taxa de juro, ►M5 na linha de item separada na
demonstração da posição financeira ◄ descrita no parágrafo 89.A.)
deve ser amortizado nos lucros ou prejuízos. A amortização pode
começar assim que um ajustamento existir e deve começar não mais
tarde do que quando o item coberto cessar de ser ajustado quanto às
alterações no seu justo valor atribuíveis ao risco que está a ser cober­
to. O ajustamento baseia-se numa taxa de juro efectiva recalculada à
data de início da amortização. Contudo, se, no caso de uma cobertura
de justo valor da exposição à taxa de juro de uma carteira de activos
financeiros ou passivos financeiros (e apenas numa tal cobertura), a
amortização usando uma taxa de juro efectiva recalculada não for
praticável, o ajustamento deve ser amortizado usando um método de
linha recta. O ajustamento deve ser completamente amortizado até à
maturidade do instrumento financeiro ou, no caso de uma cobertura de
carteira do risco de taxa de juro, até à expiração do período de tempo
de reapreçamento relevante.

93. Quando um compromisso firme não reconhecido for designado como


um item coberto, a alteração cumulativa subsequente no justo valor do
compromisso firme atribuível ao risco coberto é reconhecida como um
activo ou passivo com um ganho ou perda correspondente reconhe­
cido nos lucros ou prejuízos [ver parágrafo 89.b)]. As alterações no
justo valor do instrumento de cobertura também são reconhecidas nos
lucros ou prejuízos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 450

▼B
94. Quando uma entidade entra num compromisso firme de adquirir um
activo ou de assumir um passivo que seja um item coberto numa
cobertura de justo valor, a quantia escriturada inicial do activo ou
do passivo que resulta de a entidade satisfazer o compromisso firme
é ajustada para incluir a alteração cumulativa no justo valor do com­
promisso firme atribuível ao risco coberto que foi reconhecido
►M5 na demonstração da posição financeira ◄.

Coberturas de fluxo de caixa


95. Se uma cobertura de fluxo de caixa satisfizer as condições do pará­
grafo 88. durante o período, ela deve ser contabilizada como se segue:

a) a porção do ganho ou perda resultante do instrumento de cobertura


que seja determinada como uma cobertura eficaz (ver parágrafo
88.) deve ser ►M5 reconhecida em outro rendimento integral ◄; e

b) a porção ineficaz do ganho ou perda resultante do instrumento de


cobertura deve ser reconhecida nos lucros ou prejuízos.

96. Mais especificamente, uma cobertura de fluxos de caixa é contabili­


zada como se segue:

a) o componente separado do capital próprio associado ao item co­


berto é ajustado para o mais baixo do seguinte (em quantias ab­
solutas):

i) o ganho ou perda cumulativo resultante do instrumento de


cobertura desde o início da cobertura, e

ii) a alteração cumulativa no justo valor (valor presente) dos flu­


xos de caixa futuros esperados do item coberto desde o início
da cobertura;

b) qualquer ganho ou perda remanescente resultante do instrumento


de cobertura ou do componente designado do mesmo (que não seja
uma cobertura eficaz) é reconhecido nos lucros ou prejuízos; e

c) se a estratégia documentada da gestão de risco de uma entidade


relativa a um relacionamento de cobertura particular excluir da
avaliação da eficácia da cobertura um componente específico do
ganho ou perda ou os respectivos fluxos de caixa do instrumento
de cobertura [ver parágrafos 74., 75. e 88.a)], esse componente do
ganho ou perda excluído é reconhecido de acordo com o pará­
grafo 55.

▼M22
97. Se uma cobertura de uma transacção prevista resultar subsequen­
temente no reconhecimento de um activo financeiro ou de um
passivo financeiro, os ganhos ou perdas associados que foram
reconhecidos em outro rendimento integral de acordo com o pa­
rágrafo 95 devem ser reclassificados do capital próprio para os
lucros ou prejuízos como ajustamento de reclassificação (ver IAS
1 (tal como revista em 2007)) no mesmo período ou períodos
durante os quais os fluxos de caixa previstos cobertos afectam
os lucros ou prejuízos (tal como nos períodos em que é reconhe­
cido o rendimento de juros ou o gasto de juros). Contudo, se uma
entidade tiver a expectativa de que a totalidade ou uma parte de
uma perda reconhecida em outro rendimento integral não será
recuperada num ou mais períodos futuros, deve reclassificar nos
lucros ou prejuízos como ajustamento de reclassificação a quantia
que não espera recuperar.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 451

▼B
98. Se uma cobertura de uma transacção prevista resultar subsequente­
mente no reconhecimento de um activo não financeiro ou de um
passivo não financeiro, ou se uma transacção prevista de um activo
não financeiro ou de um passivo não financeiro se tornar um com­
promisso firme para o qual se aplica contabilidade de cobertura de
justo valor, então a entidade deve adoptar a alínea a) ou b) adiante:

►M5 a) Reclassifica os ganhos e perdas associados que foram


reconhecidos em outro rendimento integral de acordo com o pará­
grafo 95 nos lucros ou prejuízos como ajustamento de reclassifi­
cação (ver IAS 1 (revista em 2007)) no mesmo período ou perío­
dos durante os quais o activo adquirido ou o passivo assumido
afecta os lucros ou prejuízos (tal como nos períodos em que o
gasto de depreciação ou o custo das vendas é reconhecido). Con­
tudo, se uma entidade tiver a expectativa de que a totalidade ou
uma parte de uma perda reconhecida em outro rendimento integral
não será recuperada num ou mais períodos futuros, ela deve re­
classificar do capital próprio para os lucros ou prejuízos como
ajustamento de reclassificação a quantia que não espera recuperar;

b) Remove os ganhos e perdas associados que foram reconhecidos em


outro rendimento integral de acordo com o parágrafo 95 ◄., e
inclui-os no custo inicial ou noutra quantia escriturada do activo
ou passivo.

99. Uma entidade deve adoptar ou a alínea a) ou a alínea b) do parágrafo


98. como sua política contabilística e deve aplicá-la consistentemente
a todas as coberturas com as quais o parágrafo 98. se relaciona.

▼M22
100. Relativamente às coberturas de fluxos de caixa que não sejam as
abrangidas pelos parágrafos 97 e 98, as quantias que tenham sido
reconhecidas em outro rendimento integral devem ser reclassifi­
cadas do capital próprio para os lucros ou prejuízos como ajus­
tamento de reclassificação (ver IAS 1 (revista em 2007)) no mesmo
período ou períodos durante os quais os fluxos de caixa previstos
cobertos afectam os lucros ou prejuízos (por exemplo, quando
ocorrer uma venda prevista).

▼B
101. Em qualquer das seguintes circunstâncias, uma entidade deve descon­
tinuar prospectivamente a contabilidade de cobertura especificada nos
parágrafos 95.-100.:

a) O instrumento de cobertura expira ou é vendido, terminado ou


exercido (para esta finalidade, a substituição ou passagem de um
instrumento de cobertura para outro instrumento de cobertura não é
uma expiração ou terminação se essa substituição ou passagem
fizer parte da estratégia de cobertura documentada da entidade).
Neste caso, o ganho ou perda cumulativo resultante do instrumento
de cobertura que ►M5 tenha sido reconhecido em outro rendi­
mento integral ◄ desde o período em que a cobertura era eficaz
[ver parágrafo 95.a)] ►M5 deve permanecer separadamente no
capital próprio ◄ até que a transacção prevista ocorra. Quando
a transacção ocorrer, aplicam-se os parágrafos 97., 98. ou 100.

b) A cobertura deixa de satisfazer os critérios para contabilidade de


cobertura do parágrafo 88. Neste caso, o ganho ou perda cumula­
tivo resultante do instrumento de cobertura que ►M5 tenha sido
reconhecido em outro rendimento integral ◄ desde o período em
que a cobertura era eficaz [ver parágrafo 95.a)] ►M5 deve per­
manecer separadamente no capital próprio ◄ até que a transacção
prevista ocorra. Quando a transacção ocorrer, aplicam-se os pará­
grafos 97., 98. ou 100.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 452

▼B
c) Já não se espera que a transacção prevista ocorra, caso em que
qualquer ganho ou perda cumulativo relacionado resultante do ins­
trumento de cobertura que permaneça reconhecido directamente no
capital próprio desde o período em que a cobertura era efectiva
[ver parágrafo 95.a)] ►M5 deve ser reclassificado do capital pró­
prio para os lucros ou prejuízos como ajustamento de reclassifica­
ção ◄. Pode ainda esperar-se que ocorra uma transacção prevista
que deixou de ser altamente provável [ver parágrafo 88.c)].

d) A entidade revoga a designação. Para coberturas de uma transac­


ção prevista, o ganho ou perda cumulativo resultante do instru­
mento de cobertura que ►M5 tenha sido reconhecido em outro
rendimento integral ◄ desde o período em que a cobertura era
eficaz [ver parágrafo 95.a)] ►M5 deve permanecer separadamente
no capital próprio ◄ até que a transacção prevista ocorra ou deixe
de se esperar que ocorra. Quando a transacção ocorrer, aplicam-se
os parágrafos 97., 98. ou 100. Se já não se esperar que a transac­
ção ocorra, o ganho ou perda cumulativo que tenha sido
►M5 reconhecido(a)(s) em outro rendimento integral ◄
►M5 deve ser reclassificado do capital próprio para os lucros
ou prejuízos como ajustamento de reclassificação ◄.

Coberturas de um investimento líquido


102. As coberturas de um investimento líquido numa unidade operacional
estrangeira, incluindo uma cobertura de um item monetário que seja
contabilizada como parte do investimento líquido (ver a IAS 21),
devem ser contabilizadas de forma semelhante às coberturas de fluxo
de caixa:

▼M5
a) a porção do ganho ou perda resultante do instrumento de cobertura
que seja determinada como uma cobertura eficaz (ver parágrafo
88) deve ser reconhecida em outro rendimento integral; e

b) a porção ineficaz deve ser reconhecida nos lucros ou prejuízos.

▼M11
O ganho ou perda resultante do instrumento de cobertura relacionado
com a porção eficaz da cobertura que tenha sido reconhecida em outro
rendimento integral deve ser reclassificado do capital próprio para os
lucros ou prejuízos como ajustamento de reclassificação [ver a IAS 1
(revista em 2007)] de acordo com os parágrafos 48–49 da IAS 21 na
alienação ou alienação parcial da unidade operacional estrangeira.

▼B
DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO
103. Uma entidade deve aplicar esta Norma (incluindo as emendas emitidas
em Março de 2004) aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Janeiro de 2005. É permitida a aplicação mais cedo. Uma entidade
não deve aplicar esta Norma (incluindo as emendas emitidas em
Março de 2004) aos períodos anuais com início antes de 1 de Janeiro
de 2005 a não ser que também aplique a IAS 32 (emitida em Dezem­
bro de 2003). Se uma entidade aplicar esta Norma a um período que
tenha início antes de 1 de Janeiro de 2005, ela deve divulgar esse
facto.

103.A. Uma entidade deve aplicar a emenda do parágrafo 2.j) aos períodos
anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2006. Se uma entidade
aplicar a IFRIC 5 Direitos a Interesses resultantes de Fundos de
Descomissionamento, Restauro e Reabilitação Ambiental a um pe­
ríodo anterior, esta emenda deve ser aplicada a esse período anterior.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 453

▼B
103.B. O documento intitulado Contratos de Garantia Financeira (Emendas
à IAS 39 e à IFRS 4), emitido em Agosto de 2005, emendou as
alíneas e) e h) do parágrafo 2. e os parágrafos 4., 47. e AG4, aditou
o parágrafo AG4A, aditou uma nova definição de contratos de garan­
tia financeira no parágrafo 9. e suprimiu o parágrafo 3. Uma entidade
deve aplicar estas emendas aos períodos anuais com início em ou após
1 de Janeiro de 2006. É encorajada a aplicação mais cedo. Caso uma
entidade aplique estas emendas relativamente a um período anterior,
ela deve divulgar esse facto e aplicar as emendas à IAS 32 (1) e à
IFRS 4 em simultâneo.

▼M5
103.C. A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada
nas IFRS. Além disso, emendou os parágrafos 26, 27, 34, 54, 55, 57,
67, 68, 95(a), 97, 98, 100, 102, 105, 108, AG4D, AG4E(d)(i), AG56,
AG67, AG83 e AG99B. Uma entidade deve aplicar estas emendas aos
períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. Se uma
entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a um período anterior, as
emendas deverão ser aplicadas a esse período anterior.

▼M29
103.D. A IFRS 3 (conforme revista em 2008) eliminou o parágrafo 2(f). Uma
entidade deve aplicar essa emenda aos períodos anuais com início em
ou após 1 de Janeiro de 2011. Se uma entidade aplicar a IFRS 3
(revista em 2008) a um período anterior, a emenda também deve ser
aplicada a esse período anterior. No entanto, a emenda não se aplica
às retribuições contingentes decorrentes de uma concentração de ac­
tividades empresariais em que a data de aquisição seja anterior à
aplicação da IFRS 3 (revista em 2008). A entidade deve, nesse caso,
contabilizar essas retribuições em conformidade com os parágrafos
65A–65E da IFRS 3 (conforme emendada em 2010).

▼M11
103.E. A IAS 27 (tal como emendada pelo International Accounting Stan­
dards Board em 2008) emendou o parágrafo 102. Uma entidade deve
aplicar essa emenda aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 27 (emendada em
2008) a um período anterior, a emenda deverá ser aplicada a esse
período anterior.

▼M6
103.F. Uma entidade deve aplicar a emenda do parágrafo 2 aos períodos
anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. Se uma entidade
aplicar o documento Instrumentos financeiros com uma opção put e
obrigações decorrentes de uma liquidação (Emendas às IAS 32 e IAS
1), emitido em Fevereiro de 2008, em relação a um período anterior, a
alteração do parágrafo 2 deve ser aplicada a esse período anterior.

▼M14
__________

▼M15
103.G. Uma entidade deve aplicar os parágrafos AG99BA, AG99E, AG99F,
AG110A e AG110B retrospectivamente aos períodos anuais com iní­
cio em ou após 1 de Julho de 2009, em conformidade com a IAS 8
Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar
Itens Cobertos Elegíveis (Emenda à IAS 39) a períodos com início
antes de 1 de Julho de 2009, ele deve divulgar esse facto.

(1) Quando uma entidade aplicar a IFRS 7, a referência à IAS 32 é substituída por uma
referência à IFRS 7.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 454

▼M14
103.H. O documento Reclassificação de activos financeiros (emendas à IAS
39 e à IFRS 7), emitido em Outubro de 2008, emendou os parágrafos
50 e AG8 e adicionou os parágrafos 50B-50F. As entidades devem
aplicar estas emendas com efeitos em ou a partir de 1 de Julho de
2008. As entidades não devem reclassificar activos financeiros em
conformidade com os parágrafos 50B, 50D ou 50E com efeitos ante­
riores a 1 de Julho de 2008. Qualquer reclassificação de um activo
financeiro feita em ou depois de 1 de Novembro de 2008 só produzirá
efeitos a partir da data em que seja feita a reclassificação. Qualquer
reclassificação de um activo financeiro em conformidade com os pa­
rágrafos 50B, 50D ou 50E não deve ser aplicada retroactivamente
com efeitos anteriores a 1 de Julho de 2008.

103.I. O documento Reclassificação de activos financeiros — Data de Efi­


cácia e Transição (emendas à IAS 39 e à IFRS 7), emitido em
Novembro de 2008, emendou o parágrafo 103H. As entidades devem
aplicar esta emenda com efeitos em ou a partir de 1 de Julho de 2008.

▼M20
103.J. Uma entidade deve aplicar o parágrafo 12, conforme emendado pelo
documento intitulado Derivados Embutidos (Emendas à IFRIC 9 e à
IAS 39), emitido em Março de 2009, aos períodos anuais que termi­
nem em ou após 30 de Junho de 2009.

▼M22
103.K. O documento Melhoramentos Introduzidos nas IFRS emitido em Abril
de 2009 emendou os parágrafos 2(g), 97, 100 e AG30(g). Uma enti­
dade deve aplicar as emendas feitas nos parágrafos 2(g), 97 e 100
prospectivamente a todos os contratos não expirados durante os pe­
ríodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2010. Uma
entidade deve aplicar a emenda no parágrafo AG30(g) aos períodos
anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2010. É permitida a
aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar a emenda a um período
anterior, deve divulgar esse facto.

▼M29
103.N. O parágrafo 103D foi emendado pelo documento Melhoramentos in­
troduzidos nas IFRS emitido em Maio de 2010. Uma entidade deve
aplicar esta emenda aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Julho de 2010. É permitida a aplicação mais cedo.

▼M32
103.P. A IFRS 10 e a IFRS 11 Acordos Conjuntos, emitidas em Maio de
2011, emendaram os parágrafos 2(a), 15, AG3, AG36-AG38 e
AG41(a). Uma entidade deve aplicar estas emendas quando aplicar
a IFRS 10 e a IFRS 11.

▼M33
103.Q. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou os parágrafos 9, 13,
28, 47, 88, AG46, AG52, AG64, AG76, AG76A, AG80, AG81 e
AG96, adicionou o parágrafo 43A e suprimiu os parágrafos 48-49,
AG69-AG75, AG77-AG79 e AG82. Uma entidade deve aplicar estas
emendas quando aplicar a IFRS 13.

▼M38
103.R. O documento Entidades de Investimento (Emendas à IFRS 10, à IFRS
12 e à IAS 27), emitido em outubro de 2012, emendou os parágrafos
2 e 80. Uma entidade deve aplicar estas emendas em relação aos
períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2014. É
permitida a aplicação antecipada do documento Entidades de Investi­
mento. Se uma entidade aplicar as emendas de forma antecipada, deve
também aplicar todas as emendas incluídas no documento Entidades
de Investimento ao mesmo tempo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 455

▼B
104. Esta Norma deve ser aplicada retrospectivamente excepto tal como
especificado nos parágrafos 105.-108. O saldo de abertura dos resul­
tados retidos do período anterior mais recente apresentado e todas as
outras quantias comparativas devem ser ajustados como se esta Norma
tivesse sempre estado em uso a não ser que seja impraticável reex­
pressar a informação. Se a reexpressão for impraticável, a entidade
deve divulgar esse facto e indicar até que ponto a informação foi
reexpressa.

105. Quando esta Norma for aplicada pela primeira vez, é permitido a uma
entidade que designe um activo financeiro anteriormente reconhecido
como disponível para venda. ►M5 Para este tipo de activo financei­
ro, a entidade deve reconhecer todas as alterações cumulativas no
justo valor num componente separado do capital próprio até ao des­
reconhecimento ou imparidade subsequente, momento em que a enti­
dade deve reclassificar esse ganho ou perda cumulativo do capital
próprio para os lucros ou prejuízos como ajustamento de reclassifica­
ção (ver IAS 1 (revista em 2007)). ◄ A entidade também deve:

a) reexpressar o activo financeiro usando a nova designação nas de­


monstrações financeiras comparativas; e

b) divulgar o justo valor dos activos financeiros na data da designa­


ção e a sua classificação e quantia escriturada nas demonstrações
financeiras anteriores.

105.A. Uma entidade deve aplicar os parágrafos 11.A., 48.A., AG4B-AG4K,


AG33A e AG33B, bem como as emendas de 2005 nos parágrafos 9.,
12. e 13., aos períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de
2006. É encorajada a aplicação mais cedo.

105.B. Uma entidade que aplique pela primeira vez os parágrafos 11.A.,
48.A., AG4B-AG4K, AG33A e AG33B, bem como as emendas de
2005 nos parágrafos 9., 12. e 13., ao seu período anual com início
antes de 1 de Janeiro de 2006:

a) pode designar, no momento em que esses parágrafos novos e


emendados forem aplicados pela primeira vez, pelo justo valor
através dos lucros ou prejuízos qualquer activo financeiro ou pas­
sivo financeiro anteriormente reconhecido que nessa altura se qua­
lifique para tal designação. Quando o período anual tiver início
antes de 1 de Setembro de 2005, essas designações não têm de
estar concluídas antes de 1 de Setembro de 2005 e também pode­
rão incluir activos financeiros e passivos financeiros reconhecidos
entre o início desse período anual e 1 de Setembro de 2005. Não
obstante o parágrafo 91., quaisquer activos financeiros e passivos
financeiros designados pelo justo valor através dos lucros ou pre­
juízos de acordo com esta alínea que tenham sido anteriormente
designados como o item coberto em relacionamentos de contabi­
lidade de cobertura de justo valor devem ser desdesignados desses
relacionamentos na mesma altura em que forem designados pelo
justo valor através dos lucros ou prejuízos;

b) deve divulgar o justo valor de quaisquer activos financeiros ou


passivos financeiros designados de acordo com a alínea a) na
data da designação, bem como a sua classificação e quantia escri­
turada, nas demonstrações financeiras anteriores.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 456

▼B
c) deve desdesignar qualquer activo financeiro ou passivo financeiro
anteriormente designado pelo justo valor através dos lucros ou
prejuízos se ele não se qualificar para essa designação de acordo
com esses parágrafos novos e emendados. Quando um activo fi­
nanceiro ou passivo financeiro for mensurado pelo custo amorti­
zado após a desdesignação, a data da desdesignação é considerada
a sua data de reconhecimento inicial.

d) deve divulgar o justo valor de quaisquer activos financeiros ou


passivos financeiros desdesignados de acordo com a alínea c) na
data da desdesignação e as suas novas classificações.

105.C. Uma entidade que aplique pela primeira vez os parágrafos 11.A.,
48.A., AG4B-AG4K, AG33A e AG33B, bem como as emendas de
2005 nos parágrafos 9., 12. e 13., ao seu período anual com início em
ou após 1 de Janeiro de 2006:

a) só deve desdesignar qualquer activo financeiro ou passivo finan­


ceiro anteriormente designado pelo justo valor através dos lucros
ou prejuízos se ele não se qualificar para essa designação de
acordo com esses parágrafos novos e emendados. Quando um
activo financeiro ou passivo financeiro for mensurado pelo custo
amortizado após a desdesignação, a data da desdesignação é con­
siderada a sua data de reconhecimento inicial;

b) não deve designar pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos
quaisquer activos financeiros ou passivos financeiros anteriormente
reconhecidos:

c) deve divulgar o justo valor de quaisquer activos financeiros ou


passivos financeiros desdesignados de acordo com a alínea a) na
data da desdesignação e as suas novas classificações.

105.D. Uma entidade deve reexpressar as suas demonstrações financeiras


comparativas usando as novas designações no parágrafo 105.B. ou
105.C. desde que, no caso de um activo financeiro, passivo financeiro
ou grupo de activos financeiros, passivos financeiros ou ambos, de­
signado pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos, esses itens ou
grupos teriam satisfeito os critérios do parágrafo 9.b)i), 9.b)ii) ou 11.A
no início do período comparativo ou, se foram adquiridos após o
início do período comparativo, teriam satisfeito os critérios do pará­
grafo 9.b)i), 9.b)ii) ou 11.A. na data do reconhecimento inicial.

106. Exceptuando quando permitido pelo parágrafo 107., uma entidade


deve aplicar os requisitos de desreconhecimento dos parágrafos
15.-37. e do Apêndice A parágrafos AG36-AG52 prospectivamente.
Em conformidade, se uma entidade desreconheceu activos financeiros
segundo a IAS 39 (revista em 2000) como resultado de uma transac­
ção que ocorreu antes de 1 de Janeiro de 2004 e esses activos não
teriam sido desreconhecidos segundo esta Norma, a entidade não deve
reconhecer esses activos.

107. Não obstante o parágrafo 106., uma entidade pode aplicar os requisi­
tos de desreconhecimento dos parágrafos 15.-37. e do Apêndice A
parágrafos AG36-AG52 retrospectivamente a partir de uma data à
escolha da entidade, desde que a informação necessária para aplicar
a IAS 39 a activos e passivos desreconhecidos como resultado de
transacções passadas tenha sido obtida no momento da contabilização
inicial dessas transacções.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 457

▼B
107.A. Não obstante o parágrafo 104., uma entidade pode aplicar os requisi­
tos da última frase do parágrafo AG76, e do parágrafo AG76A, em
qualquer uma das seguintes formas:

a) prospectivamente a transacções celebradas após 25 de Outubro de


2002; ou

b) prospectivamente a transacções celebradas após 1 de Janeiro de


2004.

▼M5
108. Uma entidade não deve ajustar a quantia escriturada de activos não
financeiros e de passivos não financeiros para excluir ganhos e perdas
relacionados com as coberturas de fluxos de caixa que tenham sido
incluídas na quantia escriturada antes do início do ano financeiro no
qual esta Norma seja aplicada pela primeira vez. No início do período
financeiro no qual esta Norma seja aplicada pela primeira vez, qual­
quer quantia reconhecida fora dos lucros ou prejuízos (em outro ren­
dimento integral ou directamente no capital próprio) para uma cober­
tura de um compromisso firme que segundo esta Norma seja conta­
bilizada como cobertura de justo valor deve ser reclassificada como
um activo ou passivo, excepto no caso de uma cobertura de risco
cambial que continue a ser tratada como cobertura de fluxo de caixa.

▼B
108.A. Uma entidade deve aplicar a última frase do parágrafo 80. e os pará­
grafos AG99A e AG99B a períodos anuais com início em ou após
1 de Janeiro de 2006. É encorajada a aplicação mais cedo. No caso de
uma entidade ter designado como item coberto uma transacção pre­
vista externa que:

a) seja denominada na moeda funcional da entidade que seja parte na


transacção;

b) implique uma exposição que venha a ter um efeito sobre os lucros


ou prejuízos consolidados (isto é, seja denominada numa moeda
que não a moeda de apresentação das demonstrações financeiras
do grupo); e

c) teria sido elegível para efeitos de contabilidade de cobertura, caso


não tivesse sido denominada na moeda funcional da entidade parte
na transacção,

essa entidade pode aplicar a contabilidade de cobertura nas demons­


trações financeiras consolidadas no período ou períodos anteriores à
data de aplicação do último período do parágrafo 80 e dos parágrafos
AG99A e AG99B.

108.B. Uma entidade não tem de aplicar o parágrafo AG99B à informação


comparativa relativa aos períodos anteriores à data de aplicação da
última frase do parágrafo 80. e do parágrafo AG99A.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 458

▼M22
108.C. Os parágrafos 9, 73 e AG8 foram emendados e o parágrafo 50A foi
adicionado pelo documento Melhoramentos Introduzidos nas IFRS
emitido em Maio de 2008. O parágrafo 80 foi emendado pelo docu­
mento Melhoramentos Introduzidos nas IFRS emitido em Abril de
2009. Uma entidade deve aplicar estas emendas aos períodos anuais
com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. Uma entidade deve
aplicar as emendas feitas nos parágrafos 9 e 50A a partir da data e da
mesma forma que aplicou as emendas de 2005 descritas no parágrafo
105A. É permitida a aplicação mais cedo de todas as emendas. Se
uma entidade aplicar as emendas a um período anterior, deve divulgar
esse facto.

▼B
RETIRADA DE OUTRAS TOMADAS DE POSIÇÃO
109. Esta Norma substitui a IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconheci­
mento e Mensuração revista em Outubro de 2000.

110. Esta Norma e o Guia de Implementação que a acompanha substituem


o Guia de Implementação emitido pelo Implementation Guidance
Committee da IAS 39, estabelecido pelo anterior IASC.

Apêndice A

Guia de aplicação
Este apêndice faz parte integrante desta Norma.

ÂMBITO (parágrafos 2.-7.)


AG1 Alguns contratos exigem um pagamento com base em variáveis cli­
máticas, geológicas ou outras variáveis físicas. (Os contratos baseados
em variáveis climáticas são por vezes referidos como «derivados do
tempo».) Se esses contratos não estiverem dentro do âmbito da IFRS
4, encontram-se no âmbito desta Norma.

AG2 Esta Norma não altera os requisitos relacionados com os planos de


benefícios dos empregados que cumprem a IAS 26 Contabilização e
Relato de Planos de Benefícios de Reforma e acordos de royalty
baseados no volume de vendas ou nos réditos de serviços que sejam
contabilizados segundo a IAS 18.

▼M32
AG3 Por vezes, uma entidade faz aquilo que considera um «investimento
estratégico» em instrumentos de capital próprio emitidos por outra
entidade, com a intenção de estabelecer ou manter um relacionamento
operacional a longo prazo com a entidade na qual o investimento é
feito. A entidade investidora usa a IAS 28 para determinar se o
método de contabilização da equivalência patrimonial é apropriado
para um tal investimento. Se o método da equivalência patrimonial
não for adequado, a entidade aplica esta Norma ao investimento es­
tratégico em questão.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 459

▼B
AG3A Esta Norma aplica-se aos activos financeiros e passivos financeiros
das seguradoras, que não sejam direitos e obrigações que o parágrafo
2.e) exclui por resultarem de contratos dentro do âmbito da IFRS 4.

AG4 Os contratos de garantia financeira podem revestir várias formas le­


gais, tais como uma garantia, certos tipos de carta de crédito, um
contrato de crédito que cubra o risco de incumprimento ou um con­
trato de seguro. O seu tratamento contabilístico não depende da sua
forma legal. Apresentam-se os seguintes exemplos de tratamento ade­
quado [ver alínea e) do parágrafo 2]:

a) Embora um contrato de garantia financeira respeite a definição de


um contrato de seguro na IFRS 4, no caso de o risco transferido
ser significativo, o emitente aplica esta Norma. Contudo, caso o
emitente tenha estabelecido previamente que considera esses con­
tratos como contratos de seguro e caso tenha efectuado a contabi­
lização aplicável a esses contratos, o emitente pode decidir aplicar
quer esta Norma quer a IFRS 4 a esses contratos de garantia
financeira. Caso se aplique esta Norma, o parágrafo 43 requer
que o emitente reconheça inicialmente pelo justo valor um contrato
de garantia financeira. Caso o contrato de garantia financeira tenha
sido emitido para um terceiro não relacionado numa transacção
autónoma em que não exista relacionamento entre as partes, o
seu justo valor inicial deve ser igual ao prémio recebido, salvo
se houver prova do contrário. Subsequentemente, excepto se o
contrato de garantia financeira tiver sido designado inicialmente
pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos ou se os parágrafos
29.-37. e AG47-AG52 forem aplicáveis (quando uma transferência
de um activo financeiro não se qualifica para desreconhecimento
ou quando se aplica a abordagem do envolvimento continuado), o
emitente mensura-o pelo mais alto dos seguintes valores:

i) a quantia determinada segundo a IAS 37; e

ii) a quantia inicialmente reconhecida menos, quando apropriado,


a amortização cumulativa reconhecida de acordo com a IAS 18
(ver alínea c) do parágrafo 43.);

b) Como condição prévia para o pagamento, certas garantias relacio­


nadas com o crédito não requerem que o detentor esteja exposto a
ou tenha incorrido numa perda relativa ao incumprimento de pa­
gamento nos prazos previstos por parte do devedor no que diz
respeito ao activo garantido. Um exemplo dessa garantia pode
consistir numa garantia que requeira pagamentos em resposta a
alterações numa determinada notação de crédito ou índice de cré­
dito. Essas garantias não são contratos de garantia financeira, tal
como definidos nesta Norma, nem contratos de seguro, tal como
definidos na IFRS 4. Essas garantias são derivados e o emitente
aplica-lhes esta Norma;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 460

▼B
c) Caso um contrato de garantia financeira tenha sido emitido em
conexão com a venda de bens, o emitente aplica a IAS 18 na
determinação do momento em que reconhece o rédito proveniente
da garantia e da venda dos bens.

AG4A As asserções de que um emitente considera os contratos como con­


tratos de seguro são de ocorrência frequente ao longo das comunica­
ções do emitente com os clientes e as autoridades reguladoras, con­
tratos, documentação comercial e demonstrações financeiras. Além
disso, os contratos de seguro estão frequentemente sujeitos a requisi­
tos contabilísticos distintos dos requisitos relativos a outros tipos de
transacções, tais como contratos emitidos pelos bancos ou empresas
comerciais. Nesses casos, as demonstrações financeiras de um emi­
tente incluirão normalmente uma declaração de que respeitou esses
requisitos contabilísticos.

DEFINIÇÕES (parágrafos 8. e 9.)


Designação pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos
AG4B O parágrafo 9. desta Norma permite que uma entidade designe um
activo financeiro, um passivo financeiro ou um grupo de instrumentos
financeiros (activos financeiros, passivos financeiros ou ambos) pelo
justo valor através dos lucros ou prejuízos desde que tal resulte em
informação mais relevante.

AG4C A decisão de uma entidade designar um activo financeiro ou um


passivo financeiro pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos é
semelhante à escolha de uma política contabilística (embora, ao con­
trário da escolha de uma política contabilística, não se exija que seja
aplicada consistentemente a todas as transacções semelhantes).
Quando uma entidade tem este tipo de escolha, o parágrafo 14.b)
da IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Con­
tabilísticas e Erros exige que a política escolhida faça com que as
demonstrações financeiras proporcionem informação fiável e mais re­
levante acerca dos efeitos de transacções, outros acontecimentos e
condições na posição financeira, desempenho financeiro ou fluxos
de caixa da entidade. No caso da designação pelo justo valor através
dos lucros ou prejuízos, o parágrafo 9. estabelece as duas circuns­
tâncias em que o requisito de informação mais relevante será satisfei­
to. Em conformidade, para escolher essa designação de acordo com o
parágrafo 9., a entidade tem de demonstrar que ela se insere numa (ou
ambas) destas duas circunstâncias.

Parágrafo 9.b)i): a designação elimina ou reduz significativamente


uma inconsistência na mensuração ou no reconhecimento que de
outra forma surgiria
AG4D Segundo a IAS 39, a mensuração de um activo financeiro ou passivo
financeiro e a classificação de alterações reconhecidas no seu valor
são determinadas pela classificação do item e pelo facto de o item
fazer ou não parte de um relacionamento de cobertura designado.
Esses requisitos podem criar uma inconsistência na mensuração ou
no reconhecimento (por vezes, denominada uma «falta de balancea­
mento contabilística») quando, por exemplo, na ausência de uma de­
signação pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos, um activo
financeiro fosse classificado como disponível para venda (com a
maior parte das alterações no justo valor ►M5 reconhecidas em
outro rendimento integral ◄) e um passivo que a entidade considere
relacionado fosse mensurado pelo custo amortizado (com alterações
no justo valor não reconhecidas). Nestas circunstâncias, uma entidade
pode concluir que as suas demonstrações financeiras proporcionarão
informação mais relevante se tanto o activo como o passivo forem
classificados pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 461

▼B
AG4E Os exemplos seguintes mostram quando é que esta condição poderá
ser satisfeita. Em todos os casos, uma entidade pode usar esta condi­
ção para designar activos financeiros ou passivos financeiros pelo
justo valor através dos lucros ou prejuízos apenas se satisfizer o
princípio enunciado no parágrafo 9.b)i).

a) Uma entidade tem passivos cujos fluxos de caixa se baseiam con­


tratualmente no desempenho dos activos que de outra forma seriam
classificados como disponíveis para venda. Por exemplo, uma se­
guradora poderá ter passivos contendo uma característica de parti­
cipação discricionária que paguem benefícios em função dos retor­
nos de investimento realizados e/ou não realizados de um conjunto
especificado dos activos da seguradora. Se a mensuração desses
passivos reflectir os preços de mercado actuais, classificar os acti­
vos pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos significa que
as alterações no justo valor dos activos financeiros são reconheci­
das nos lucros ou prejuízos no mesmo período que as alterações
relacionadas no valor dos passivos;

b) Uma entidade tem passivos segundo contratos de seguro cuja men­


suração incorpora informação actual (tal como permitido pela IFRS
4, parágrafo 24.), e activos financeiros que ela considera relacio­
nados que de outra forma seriam classificados como disponíveis
para venda ou mensurados pelo custo amortizado;

c) Uma entidade tem activos financeiros, passivos financeiros ou am­


bos que partilham um risco, como o risco de taxa de juro, que dá
origem a alterações opostas no justo valor que tendem
a compensar-se. Contudo, apenas alguns dos instrumentos seriam
mensurados pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos (i.e.,
são derivados ou são classificados como detidos para negociação).
Também se poderá dar o caso de que os requisitos para a conta­
bilidade de cobertura não estão satisfeitos, por exemplo, devido ao
facto de os requisitos para a eficácia indicados no parágrafo 88.
não estarem satisfeitos;

d) Uma entidade tem activos financeiros, passivo financeiros ou am­


bos que partilham um risco, como o risco de taxa de juro, que dá
origem a alterações opostas no justo valor que tendem
a compensar-se e a entidade não se qualifica para contabilidade
de cobertura porque nenhum dos instrumentos é um derivado.
Além disso, na ausência de contabilidade de cobertura, há uma
inconsistência significativa no reconhecimento de ganhos e perdas.
Por exemplo:

i) a entidade financiou uma carteira de activos de taxa fixa que de


outra forma seriam classificados como disponíveis para venda
com obrigações de taxa fixa cujas alterações no justo valor
tendem a compensar-se. O relato tanto dos activos como das
obrigações pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos
corrige a inconsistência que de outra forma resultaria da men­
suração dos activos pelo justo valor com ►M5 alterações re­
conhecidas em outro rendimento integral ◄ e das obrigações
pelo custo amortizado,
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 462

▼B
ii) a entidade financiou um grupo especificado de empréstimos
concedidos ao emitir obrigações negociadas cujas alterações
no justo valor tendem a compensar-se. Se, além disso, a enti­
dade comprar e vender as obrigações regularmente, mas rara­
mente, se é que alguma vez, comprar e vender os empréstimos
concedidos, o relato tanto dos empréstimos como das obriga­
ções pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos elimina a
inconsistência na tempestividade do reconhecimento de ganhos
e perdas que de outra forma resultaria da mensuração de ambos
pelo custo amortizado e do reconhecimento de um ganho ou
perda sempre que uma obrigação for recomprada.

AG4F Nos casos como aqueles descritos no parágrafo precedente, designar,


no reconhecimento inicial, os activos financeiros e os passivos finan­
ceiros que de outra forma não sejam assim mensurados pelo justo
valor através dos lucros ou prejuízos pode eliminar ou significativa­
mente reduzir a inconsistência na mensuração ou no reconhecimento e
produzir informação mais relevante. Para efeitos práticos, a entidade
não precisa de contratar todos os activos e passivos que dão origem à
inconsistência na mensuração ou no reconhecimento exactamente na
mesma altura. É permitido um atraso razoável desde que cada tran­
sacção seja designada pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos
no seu reconhecimento inicial e, ao mesmo tempo, se espere a ocor­
rência de quaisquer transacções restantes.

AG4G Não seria aceitável designar apenas alguns dos activos financeiros e
passivos financeiros que dão origem à inconsistência pelo justo valor
através dos lucros ou prejuízos se tal não eliminasse ou reduzisse
significativamente a inconsistência e portanto não resultasse em infor­
mação mais relevante. Contudo, seria aceitável designar apenas alguns
de uma série de activos financeiros semelhantes ou passivos financei­
ros semelhantes se tal resultasse numa redução significativa (e possi­
velmente numa maior redução do que outras designações permitidas)
na inconsistência. Por exemplo, vamos assumir que uma entidade tem
uma série de passivos financeiros semelhantes que somam 100 UM (1)
e uma série de activos financeiros semelhantes que somam 50 UM,
mas que são mensurados numa base diferente. A entidade pode redu­
zir significativamente a inconsistência na mensuração ao designar
todos os activos no reconhecimento inicial, mas apenas alguns dos
passivos (por exemplo, passivos individuais com um total combinado
de 45 UM), pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos. Contudo,
dado que a designação pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos
só pode ser aplicada à totalidade de um instrumento financeiro, a
entidade neste exemplo tem de designar um ou mais passivos na
sua totalidade. Não poderá designar quer um componente de um
passivo (por exemplo, alterações no valor atribuíveis a um único risco,
tais como alterações numa taxa de juro de referência) quer uma pro­
porção (i.e., percentagem) de um passivo.

Parágrafo 9.b)ii): um grupo de activos financeiros, passivos financei­


ros ou ambos é gerido e o seu desempenho avaliado numa base de
justo valor, de acordo com uma estratégia documentada de gestão do
risco ou de investimento
AG4H Uma entidade pode gerir e avaliar o desempenho de um grupo de
activos financeiros, passivos financeiros ou ambos de tal forma que a
mensuração desse grupo pelo justo valor através dos lucros ou pre­
juízos resulte em informação mais relevante. O enfoque neste exemplo
está na forma como a entidade gere e avalia o desempenho e não na
natureza dos seus instrumentos financeiros.

(1) Nesta Norma, as quantias monetárias estão denominadas em «unidades


monetárias» (UM).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 463

▼B
AG4I Os exemplos seguintes mostram quando é que esta condição poderá
ser satisfeita. Em todos os casos, uma entidade só pode usar esta
condição para designar activos financeiros ou passivos financeiros
pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos se satisfizer o princí­
pio enunciado no parágrafo 9.b)ii).

▼M32
a) A entidade é uma organização de capital de risco, fundo mútuo,
trust ou entidade semelhante cuja atividade consiste em investir
em ativos financeiros com vista a lucrar com o retorno total dos
mesmos na forma de juros ou dividendos e de alterações no justo
valor. A IAS 28 permite que tais investimentos sejam medidos
pelo valor justo por via dos resultados, em conformidade com a
presente Norma. Uma entidade poderá aplicar a mesma política
contabilística a outros investimentos geridos numa base de re­
torno total, mas nos quais a sua influência é insuficiente para
que estejam dentro do âmbito da IAS 28 ou da IAS 31;

▼B
b) A entidade tem activos financeiros e passivos financeiros que
partilham um ou mais riscos e esses riscos são geridos e avalia­
dos numa base de justo valor de acordo com uma política docu­
mentada de gestão de activos e passivos. Um exemplo pode ser
uma entidade que tenha emitido «produtos estruturados» con­
tendo derivados embutidos múltiplos e que faça a gestão dos
riscos resultantes numa base de justo valor usando uma mistura
de instrumentos financeiros derivados e não derivados. Um exem­
plo semelhante pode ser uma entidade que origine empréstimos
de taxa de juro fixa e que faça a gestão do risco de taxa de juro
de referência resultante usando uma mistura de instrumentos fi­
nanceiros derivados e não derivados;

c) A entidade é uma seguradora que detém uma carteira de activos


financeiros, gere essa carteira de modo a maximizar o seu retorno
total (i.e., juros ou dividendos e alterações no justo valor) e avalia
o seu desempenho nessa base. A carteira pode ser detida para
apoiar passivos específicos, capital próprio ou ambos. Se a car­
teira for detida para apoiar passivos específicos, a condição no
parágrafo 9.b)ii) pode ser satisfeita para os activos independen­
temente de a seguradora também gerir e avaliar os passivos numa
base de justo valor. A condição no parágrafo 9.b)ii) pode ser
satisfeita quando o objectivo da seguradora for maximizar o re­
torno total sobre os activos num prazo mais longo ainda que as
quantias pagas aos detentores de contratos participantes depen­
dam de outros factores como a quantidade de ganhos realizados
num período mais curto (por exemplo, um ano) ou estejam su­
jeitos ao critério da seguradora.

AG4J Tal como indicado atrás, esta condição depende da forma como a
entidade gere e avalia o desempenho do grupo de instrumentos finan­
ceiros a ser considerado. Em conformidade, (sujeito ao requisito de
designação no reconhecimento inicial) uma entidade que designe ins­
trumentos financeiros pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos
na base desta condição deverá da mesma forma designar todos os
instrumentos financeiros elegíveis que sejam geridos e avaliados em
conjunto.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 464

▼B
AG4K A documentação da estratégia da entidade não tem de ser extensa,
mas deve ser suficiente para demonstrar a conformidade com o pará­
grafo 9.b)ii). Esta documentação não é obrigatória para cada item
individual, mas pode ser feita numa base de carteira. Por exemplo,
se o sistema de gestão do desempenho de um departamento — tal
como aprovado pelo pessoal-chave da gerência da entidade — de­
monstrar claramente que o seu desempenho é avaliado numa base
de retorno total, não é necessário apresentar mais documentação
para demonstrar a conformidade com o parágrafo 9.b)ii).

Taxa de juro efectiva


AG5 Em alguns casos, os activos financeiros são adquiridos com um pro­
fundo desconto que reflecte as perdas de crédito incorridas. As enti­
dades incluem essas perdas de crédito incorridas nos fluxos de caixa
estimados quando calculam a taxa de juro efectiva.

AG6 Quando aplica o método do juro efectivo, uma entidade geralmente


amortiza quaisquer comissões, pontos pagos ou recebidos, custos de
transacção e outros prémios ou descontos incluídos no cálculo da taxa
de juro efectiva durante a vida útil esperada do instrumento. Contudo,
um período mais curto é usado se este for o período a que dizem
respeito as comissões, pontos pagos ou recebidos, custos de transac­
ção, prémios ou descontos. Será este o caso quando a variável com a
qual se relacionam as comissões, pontos pagos ou recebidos, custos de
transacção, prémios ou descontos for reapreçada às taxas de mercado
antes da esperada maturidade do instrumento. Nesse caso, o período
de amortização apropriado é o período até à data seguinte de reapre­
çamento. Por exemplo, se um prémio ou desconto num instrumento de
taxa flutuante reflectir os juros que foram acrescidos ao instrumento
desde o último pagamento de juros, ou as alterações nas taxas de
mercado desde que a taxa de juro flutuante foi redefinida de acordo
com as taxas de mercado, ele será amortizado até à data seguinte em
que a taxa de juro é redefinida de acordo com as taxas de mercado.
Isto deve-se ao facto de o prémio ou desconto se relacionar com o
período até à próxima data de redefinição da taxa de juro porque,
nessa data, a variável à qual o prémio ou desconto diz respeito (i.e.,
taxas de juro) é redefinida de acordo com as taxas de mercado. Se,
porém, o prémio ou desconto resultar de uma alteração no spread de
crédito sobre a taxa flutuante especificada no instrumento, ou outras
variáveis que não sejam redefinidas de acordo com as taxas de mer­
cado, ele é amortizado durante a vida útil esperada do instrumento.

AG7 Para activos financeiros de taxa flutuante e passivos financeiros de


taxa flutuante, a reestimativa periódica dos fluxos de caixa para re­
flectir os movimentos nas taxas de juro do mercado altera a taxa de
juro efectiva. Se um activo financeiro de taxa flutuante ou um passivo
financeiro de taxa flutuante for inicialmente reconhecido por uma
quantia igual ao capital a receber ou a reembolsar na maturidade, a
reestimativa dos futuros pagamentos de juros normalmente não tem
efeito significativo na quantia escriturada do activo ou passivo.

▼M8
AG8 Se uma entidade revê as suas estimativas de pagamentos ou recebi­
mentos, a entidade deve ajustar a quantia escriturada do activo finan­
ceiro ou do passivo financeiro (ou grupo de instrumentos financeiros)
para reflectir os fluxos de caixa estimados reais e revistos. A entidade
recalcula a quantia escriturada mediante o cálculo do valor presente
dos fluxos de caixa futuros estimados à taxa de juro efectiva inicial do
instrumento financeiro ou, quando aplicável, à taxa de juro efectiva
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 465

▼M8
revista calculada em conformidade com o parágrafo 92. O ajustamento
é reconhecido nos lucros ou prejuízos como um rendimento ou gasto.
Se um activo financeiro for reclassificado em conformidade com os
parágrafos 50B, 50D ou 50E e, posteriormente, em resultado de uma
recuperabilidade acrescida dos fluxos de caixa futuros, a entidade
revir em alta as suas estimativas relativas aos mesmos fluxos, o efeito
dessa revisão em alta deve ser reconhecido como um ajustamento da
taxa de juro efectiva a partir da data da nova estimativa, e não como
um ajustamento da quantia escriturada do activo à data da nova esti­
mativa.

▼B
Derivados
AG9 São típicos exemplos de derivados os contratos de futuros e forward,
de swap e de opções. Um derivado tem normalmente uma quantia
nocional, que é uma quantia em moeda, um número de acções, um
número de unidades de peso ou volume ou outras unidades especifi­
cadas no contrato. Porém, um instrumento derivado não exige que o
detentor ou subscritor invista ou receba a quantia nocional no início
do contrato. Como alternativa, um derivado pode exigir um paga­
mento fixo ou o pagamento de uma quantia que pode mudar (mas
não proporcionalmente com uma alteração no subjacente) como resul­
tado de algum acontecimento futuro que não esteja relacionado com
uma quantia nocional. Por exemplo, um contrato pode exigir um
pagamento fixo de 1 000 UM (1) se a LIBOR a seis meses aumentar
em 100 pontos base. Um tal contrato é um derivado ainda que não
seja especificada uma quantia nocional.

AG10 A definição de um derivado nesta Norma inclui contratos que sejam


liquidados de forma bruta pela entrega do item subjacente (por exem­
plo, um contrato forward para comprar um instrumento de dívida de
taxa fixa). Uma entidade pode ter um contrato de compra ou venda de
um item não financeiro que pode ser liquidado de forma líquida em
dinheiro ou outro instrumento financeiro ou pela troca de instrumentos
financeiros (por exemplo, um contrato de compra ou venda de uma
mercadoria por um preço fixo numa data futura). Tal contrato está
dentro do âmbito desta Norma a não ser que tenha sido celebrado e
continue a ser detido para a finalidade de entregar um item não
financeiro de acordo com os requisitos esperados de compra, venda
ou uso da entidade (ver parágrafos 5.-7.).

AG11 Uma das características definidoras de um derivado é que tem um


investimento líquido inicial que é mais pequeno do que seria exigido
para outros tipos de contratos que se esperaria que tivessem uma
resposta semelhante às alterações nos factores de mercado. Um con­
trato de opção satisfaz a definição porque o prémio é inferior ao
investimento que seria necessário para obter o instrumento financeiro
subjacente ao qual a opção está ligada. Um swap de moeda que exija
uma troca inicial de diferentes moedas de igual justo valor satisfaz a
definição porque tem investimento inicial líquido de zero.

AG12 Uma compra ou venda regular way dá origem a um compromisso de


preço fixo entre a data de negociação e a data da liquidação que
satisfaz a definição de derivado. Porém, devido à curta duração do
compromisso, ele não é reconhecido como um instrumento financeiro
derivado. Pelo contrário, esta Norma proporciona uma contabilização
especial para tais contratos regular way (ver parágrafos 38 e
AG53-AG56).

(1) Nesta Norma, as quantias monetárias estão denominadas em «unidades


monetárias» (UM).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 466

▼B
AG12A A definição de derivado refere-se a variáveis não financeiras que não
são específicas de uma parte do contrato. Estas incluem um índice de
perdas por sismo numa determinada região e um índice de tempera­
turas numa determinada cidade. As variáveis não financeiras especí­
ficas de uma parte do contrato incluem a ocorrência ou não ocorrência
de um incêndio que danifique ou destrua um activo de uma parte do
contrato. Uma alteração no justo valor de um activo não financeiro é
específica do proprietário se o justo valor reflectir não só as alterações
nos preços de mercado desses activos (uma variável financeira), mas
também a condição do activo não financeiro específico detido (uma
variável não financeira). Por exemplo, se uma garantia do valor resi­
dual de um carro específico expuser o fiador ao risco de alterações na
condição física do carro, a alteração no valor residual é específica do
proprietário do carro.

Custos de transacção
AG13 Os custos de transacção incluem honorários e comissões pagas a
agentes (incluindo empregados que ajam como agentes de vendas),
consultores, corretores e negociantes; taxas cobradas por agências
reguladoras e bolsas de valores mobiliários, e taxas e impostos de
transferência. Os custos de transacção não incluem prémios ou des­
contos de dívida, custos de financiamento ou custos internos adminis­
trativos ou de detenção.

Activos financeiros e passivos financeiros detidos para negociação


AG14 A negociação reflecte normalmente a compra e venda activas e fre­
quentes, e os instrumentos financeiros detidos para negociação são
geralmente usados com o objectivo de gerar lucro com as flutuações
de curto prazo no preço ou na margem do negociante.

AG15 Os passivos financeiros detidos para negociação incluem:

a) passivos derivados que não sejam contabilizados como instrumen­


tos de cobertura;

b) obrigações de entregar activos financeiros emprestados por um


vendedor curto (i.e., uma entidade que vende activos financeiros
que obteve por empréstimo e que ainda não possui);

c) passivos financeiros que sejam incorridos com a intenção de os


recomprar num futuro próximo (por exemplo, um instrumento de
dívida cotado que o emitente pode recomprar no curto prazo de­
pendendo de alterações no seu justo valor); e

d) passivos financeiros que façam parte de uma carteira de instrumen­


tos financeiros identificados que são geridos em conjunto e para os
quais existe evidência de um padrão recente de tomada de lucros a
curto prazo.

O facto de um passivo ser usado para financiar actividades de nego­


ciação não torna esse passivo um passivo detido para negociação.

Investimentos detidos até à maturidade


AG16 Uma entidade não tem uma intenção positiva de deter até à maturi­
dade um investimento num activo financeiro com maturidade fixa se:

a) a entidade pretender deter o activo financeiro por um período


indefinido;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 467

▼B
b) a entidade estiver pronta para vender o activo financeiro (excepto
se uma situação surgir que não seja recorrente e que não podia ter
sido razoavelmente prevista pela entidade) em resposta a alterações
nas taxas de juro de mercado ou nos riscos, a necessidades de
liquidez, a alterações na disponibilidade e no rendimento de in­
vestimentos alternativos, a alterações nas fontes e condições de
financiamento ou a alterações no risco cambial; ou

c) o emitente tiver o direito de liquidar o activo financeiro por uma


quantia significativamente abaixo do seu custo amortizado.

AG17 Um instrumento de dívida com uma taxa de juro variável pode satis­
fazer os critérios de um investimento detido até à maturidade. Os
instrumentos de capital próprio não podem ser investimentos detidos
até à maturidade ou porque têm uma vida útil indefinida (tal como
acções ordinárias) ou porque as quantias que o detentor pode receber
podem variar de uma maneira que não é predeterminada (tal como no
caso de opções sobre acções, warrants e direitos semelhantes). Com
respeito à definição de investimentos detidos até à maturidade, os
pagamentos fixos ou determináveis e a maturidade fixa significam
que um acordo contratual define as quantias e as datas de pagamento
ao detentor, como os pagamentos de capital e de juros. Um risco
significativo de não pagamento não exclui a classificação de um
activo financeiro como detido até à maturidade desde que os seus
pagamentos contratuais sejam fixos ou determináveis e os outros cri­
térios para essa classificação sejam satisfeitos. Se os termos de um
instrumento de dívida perpétuo proporcionam pagamentos de juros
durante um período indefinido, o instrumento não pode ser classifi­
cado como detido até à maturidade porque não existe data de matu­
ridade.

AG18 Os critérios de classificação como investimento detido até à maturi­


dade são satisfeitos para um activo financeiro que seja resgatável pelo
emitente se o detentor tiver a intenção e estiver em condições de o
deter até que seja resgatado ou até à maturidade e se o detentor
pudesse recuperar substancialmente toda a sua quantia escriturada.
A opção call do emitente, se exercida, acelera simplesmente a matu­
ridade do activo. Porém, se o activo financeiro for resgatável numa
base que resultaria em que o detentor não recuperasse substancial­
mente toda a sua quantia escriturada, o activo financeiro não pode
ser classificado como investimento detido até à maturidade. A enti­
dade considera qualquer prémio pago e custos de transacção capitali­
zados ao determinar se a quantia escriturada seria ou não substancial­
mente recuperada.

AG19 Um activo financeiro que seja puttable (i.e., o detentor tem o direito
de exigir que o emitente volte a pagar ou redima o activo financeiro
antes da maturidade) não pode ser classificado como investimento
detido até à maturidade porque o pagamento de uma característica
put num activo financeiro é inconsistente com a expressão de uma
intenção de deter o activo financeiro até à maturidade.

AG20 Para a maioria dos activos financeiros, o justo valor é uma medida
mais apropriada do que o custo amortizado. A classificação de detido
até à maturidade é uma excepção, mas só se a entidade tiver uma
intenção positiva e capacidade para deter o investimento até à matu­
ridade. Quando as acções de uma entidade puserem em dúvida a sua
intenção e capacidade para deter tais investimentos até à maturidade, o
parágrafo 9. exclui o uso da excepção durante um período de tempo
razoável.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 468

▼B
AG21 Um cenário de desastre que seja apenas remotamente possível, tal
como uma corrida a um banco ou uma situação semelhante que afecte
uma companhia de seguros, não é algo que seja avaliado por uma
entidade ao decidir se tem ou não intenção positiva e capacidade para
deter um investimento até à maturidade.

AG22 As vendas antes da maturidade podem satisfazer a condição do pará­


grafo 9. — e portanto não levantar dúvidas quanto à intenção da
entidade de deter outros investimentos até à maturidade — se forem
atribuíveis a qualquer das seguintes situações:

a) uma deterioração significativa na valia de crédito do emitente. Por


exemplo, uma venda a seguir a uma descida na notação de crédito
por parte de uma agencia de notação externa não iria necessaria­
mente levantar dúvidas quanto à intenção da entidade de deter
outros investimentos até à maturidade se a descida proporcionar
evidência de uma deterioração significativa na valia de crédito do
emitente julgada com referência à notação de crédito no reconhe­
cimento inicial. De forma semelhante, se uma entidade usar nota­
ções internas para avaliar exposições, as alterações nessas notações
internas podem ajudar a identificar os emitentes nos quais tenha
havido uma deterioração significativa na valia de crédito, desde
que a abordagem da entidade à atribuição de notações internas e as
alterações nessas notações proporcionem uma medida consistente,
fiável e objectiva da qualidade do crédito dos emitentes. Se houver
evidência de que um activo financeiro está com imparidade (ver
parágrafos 58 e 59), a deterioração na valia de crédito é muitas
vezes considerada significativa;

b) uma alteração na lei fiscal que elimine ou reduza significativa­


mente a situação de isenção fiscal de juros sobre o investimento
detido até à maturidade (mas não uma alteração na lei fiscal que
reveja as taxas fiscais marginais aplicáveis a rendimentos de juros);

c) uma importante concentração de actividades empresariais ou uma


importante alienação (tal como a venda de um segmento) que
obrigue à venda ou transferência de investimentos detidos até à
maturidade para manter a posição de risco de taxa de juro ou a
política de risco de crédito existente da entidade (embora a concen­
tração de actividades empresariais seja um acontecimento dentro
do controlo da entidade, as alterações na sua carteira de investi­
mentos para manter uma posição de risco de taxa de juro ou
política de risco de crédito podem ser consequenciais em vez de
previstas);

d) uma alteração nos requisitos oficiais ou reguladores que modifique


substancialmente quer o que constitui um investimento permissível
quer o máximo nível de tipos de investimento específicos, fazendo
com que a entidade tenha de alienar um investimento detido até à
maturidade;

e) um aumento significativo nos requisitos reguladores essenciais do


sector que dê origem a que a entidade «emagreça» vendendo in­
vestimentos detidos até à maturidade;

f) um aumento significativo nas ponderações dos riscos de investi­


mentos detidos até à maturidade usados para fins regulamentares
de capital baseado em risco.

AG23 Uma entidade não tem uma capacidade demonstrada para deter até à
maturidade um investimento num activo financeiro com maturidade
fixa se:

a) não tiver os recursos financeiros disponíveis para continuar a fi­


nanciar o investimento até à maturidade; ou
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 469

▼B
b) estiver sujeita a uma restrição legal ou outra existente que possa
frustrar a sua intenção de deter o activo financeiro até à maturida­
de. (Contudo, a opção call de um emitente não frustra necessaria­
mente a intenção de uma entidade deter um activo financeiro até à
maturidade — ver parágrafo AG18.)

AG24 Outras circunstâncias que não sejam as descritas nos parágrafos


AG16-AG23 podem indicar que uma entidade não tem uma intenção
positiva ou capacidade para deter um investimento até à maturidade.

AG25 Uma entidade avalia a sua intenção e capacidade para deter os seus
investimentos detidos até à maturidade não só quando esses activos
financeiros são inicialmente reconhecidos, mas também ►M5 no fim
de cada período de relato posterior ◄.

Empréstimos concedidos e contas a receber


AG26 Qualquer activo financeiro não derivado com pagamentos fixos ou
determináveis (incluindo activos de empréstimo, contas a receber co­
merciais, investimentos em instrumentos de dívida e depósitos detidos
em bancos) pode potencialmente satisfazer a definição de empréstimos
concedidos e contas a receber. Contudo, um activo financeiro que
esteja cotado num mercado activo (tal como um instrumento de dívida
cotado, ver parágrafo AG71) não se qualifica para classificação como
empréstimo ou conta a receber. Os activos financeiros que não satis­
façam a definição de empréstimos concedidos e contas a receber
podem ser classificados como investimentos detidos até à maturidade
se satisfizerem as condições para essa classificação (ver parágrafos 9.
e AG16-AG25). No reconhecimento inicial de um activo financeiro
que de outra forma seria classificado como empréstimo ou conta a
receber, uma entidade pode designá-lo como activo financeiro pelo
justo valor através dos lucros ou prejuízos, ou como disponível para
venda.

DERIVADOS EMBUTIDOS (parágrafos 10.-13.)


AG27 Se um contrato de acolhimento não tiver maturidade expressa ou
predeterminada e representar um juro residual nos activos líquidos
de uma entidade, então as suas características e riscos económicos
são os de um instrumento de capital próprio, e um derivado embutido
teria de possuir características de capital próprio relacionadas com a
mesma entidade para ser considerado intimamente relacionado. Se o
contrato de acolhimento não for um instrumento de capital próprio e
satisfizer a definição de instrumento financeiro, então as suas carac­
terísticas e riscos económicos são os de um instrumento de dívida.

AG28 Um derivado sem opção embutido (tal como um contrato forward ou


de swap embutido) é separado do seu contrato de acolhimento de
acordo com os seus termos substantivos expressos ou implícitos,
para que tenha um justo valor de zero no reconhecimento inicial.
Um derivado baseado numa opção embutido (tal como uma opção
put, call, cap, floor ou swap embutida) é separado do seu contrato de
acolhimento de acordo com os termos expressos na característica da
opção. A quantia escriturada inicial do instrumento de acolhimento é a
quantia residual depois de separar o derivado embutido.

AG29 Normalmente, vários derivados embutidos num único instrumento são


tratados como um único derivado embutido composto. Contudo, os
derivados embutidos que sejam classificados como capital próprio (ver
a IAS 32) são contabilizados separadamente daqueles classificados
como activos ou passivos. Além disso, se um instrumento tiver
mais de um derivado embutido e esses derivados se relacionarem
com diferentes exposições ao risco e forem facilmente separáveis e
independentes um do outro, eles são contabilizados separadamente um
do outro.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 470

▼B
AG30 As características e riscos económicos de um derivado embutido não
estão intimamente relacionados com o contrato de acolhimento [pará­
grafo 11.a)] nos exemplos que se seguem. Nestes exemplos, assu­
mindo que as condições dos parágrafos 11.b) e c) são satisfeitas,
uma entidade contabiliza o derivado embutido separadamente do con­
trato de acolhimento.

a) Uma opção put embutida num instrumento que permita ao detentor


exigir ao emitente a recompra do instrumento por uma quantia de
dinheiro ou outros activos que varie de acordo com a alteração no
preço ou índice de capital próprio ou de mercadorias não está
intimamente relacionada com um instrumento de dívida de acolhi­
mento;

b) Uma opção call embutida num instrumento de capital próprio que


permita ao emitente recomprar esse instrumento de capital próprio
por um preço especificado não está intimamente relacionada com o
instrumento de capital próprio de acolhimento na perspectiva do
detentor (na perspectiva do emitente, a opção call é um instru­
mento de capital próprio desde que satisfaça as condições para essa
classificação segundo a IAS 32, caso em que é excluída do âmbito
desta Norma);

c) Uma opção ou uma disposição automática para alargar o restante


prazo até à maturidade de um instrumento de dívida não está
intimamente relacionada com o instrumento de dívida de acolhi­
mento a menos que exista um ajustamento simultâneo em relação à
taxa de juro do mercado corrente aproximada no momento da
extensão. Se uma entidade emitir um instrumento de dívida e o
detentor desse instrumento de dívida subscrever uma opção call
sobre o instrumento de dívida para um terceiro, o emitente consi­
dera essa opção call como estendendo o prazo até à maturidade de
um instrumento de dívida desde que seja possível exigir que o
emitente participe ou facilite a recomercialização do instrumento
de dívida como resultado do exercício da opção call;

d) Os pagamentos de juros ou de capital indexados ao capital próprio


embutidos num instrumento de dívida ou contrato de seguro de
acolhimento — pelo qual a quantia de juros ou de capital é in­
dexada ao valor dos instrumentos de capital próprio — não estão
intimamente relacionados com o instrumento de acolhimento por­
que os riscos inerentes ao contrato de acolhimento e ao derivado
embutido são dissemelhantes;

e) Os pagamentos de juros ou de capital indexados a mercadorias


embutidos num instrumento de dívida ou contrato de seguro de
acolhimento — pelo qual a quantia de juros ou de capital é in­
dexada ao preço de uma mercadoria (tal como o ouro) — não
estão intimamente relacionados com o instrumento de acolhimento
porque os riscos inerentes ao contrato de acolhimento e ao deri­
vado embutido são dissemelhantes;

f) Uma característica de conversão de capital próprio embutida num


instrumento de dívida convertível não está intimamente relacionada
com o instrumento da dívida de acolhimento na perspectiva do
detentor do instrumento (na perspectiva do emitente, a opção de
conversão do capital próprio é um instrumento de capital próprio e
está excluída do âmbito desta Norma desde que satisfaça as con­
dições para essa classificação segundo a IAS 32);

▼M22
g) Uma opção call, put ou de pré-pagamento embutida num contrato
de dívida de acolhimento ou num contrato de seguro de acolhi­
mento não está intimamente relacionada com o contrato de aco­
lhimento a não ser que:

i) o preço de exercício da opção seja aproximadamente igual em


cada data de exercício ao custo amortizado do instrumento de
dívida de acolhimento ou à quantia escriturada do contrato de
seguro de acolhimento; ou
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 471

▼M22
ii) o preço de exercício de uma opção de pré-pagamento reem­
bolse o mutuante numa quantia até ao valor presente aproxi­
mado dos juros perdidos durante o prazo remanescente do con­
trato de acolhimento. Os juros perdidos são o produto da quan­
tia do capital pré-paga multiplicada pelo diferencial da taxa de
juro. O diferencial da taxa de juro é o excesso da taxa de juro
efectiva do contrato de acolhimento em relação à taxa de juro
efectiva que a entidade receberia na data de pré-pagamento se
tivesse reinvestido a quantia do capital pré-paga num contrato
semelhante durante o prazo remanescente do contrato de aco­
lhimento.

A avaliação para determinar se a opção call ou put está intima­


mente relacionada com o contrato de dívida de acolhimento deve
ser feita antes de separar o elemento de capital próprio de um
instrumento de dívida convertível segundo a IAS 32.

▼B
h) Os derivados de crédito que estejam embutidos num instrumento
de dívida de acolhimento e permitam a uma parte (o «beneficiá­
rio») transferir o risco de crédito de um activo de referência par­
ticular, que pode não possuir, para uma outra parte (o «fiador»)
não estão intimamente relacionados com o instrumento de dívida
de acolhimento. Tais derivados de crédito permitem ao fiador as­
sumir o risco de crédito associado ao activo de referência sem o
possuir directamente.

AG31 Um exemplo de um instrumento híbrido é um instrumento financeiro


que dá ao detentor o direito de devolver o instrumento financeiro ao
emitente em troca de uma quantia em dinheiro ou outros activos
financeiros que varie de acordo com a alteração num índice de capital
próprio ou de mercadorias que possa aumentar ou diminuir (um «ins­
trumento com opção put»). A não ser que o emitente designe no
reconhecimento inicial o instrumento com opção put como passivo
financeiro pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos, é-lhe exi­
gido que separe um derivado embutido (i.e., o pagamento de capital
indexado) segundo o parágrafo 11. porque o contrato de acolhimento
é um instrumento de dívida segundo o parágrafo AG27 e o pagamento
de capital indexado não está intimamente relacionado com um ins­
trumento de dívida de acolhimento segundo o parágrafo AG30a).
Dado que o pagamento de capital pode aumentar ou diminuir, o
derivado embutido é um derivado sem opção cujo valor está indexado
à variável subjacente.

AG32 No caso de um instrumento com opção put que pode ser devolvido
em qualquer momento em troca de dinheiro equivalente a uma parte
proporcional do valor do activo líquido de uma entidade (tal como
unidades de um fundo mútuo aberto ou alguns produtos de investi­
mento de ligação a unidades), o efeito de separar um derivado em­
butido e de contabilizar cada componente é mensurar o instrumento
combinado pela quantia de remição que seja devida à data da
►M5 demonstração da posição financeira ◄ se o detentor exerceu
o seu direito de devolver o instrumento ao emitente.

AG33 As características e riscos económicos de um derivado embutido estão


intimamente relacionados com as características e riscos económicos
do contrato de acolhimento nos exemplos seguintes. Nestes exemplos,
uma entidade não contabiliza o derivado embutido separadamente do
contrato de acolhimento.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 472

▼B
a) Um derivado embutido, no qual o subjacente é uma taxa de juro
ou um índice de taxas de juro que pode alterar a quantia de juros
que de outra forma seria paga ou recebida segundo um contrato de
dívida de acolhimento ou um contrato de seguro que vença juros,
está intimamente relacionado com o contrato de acolhimento, a não
ser que o instrumento combinado possa ser liquidado de tal forma
que o detentor não recupere substancialmente todo o seu investi­
mento reconhecido ou que o derivado embutido possa pelo menos
duplicar a taxa de retorno inicial do detentor segundo o contrato de
acolhimento e possa resultar numa taxa de retorno que seja pelo
menos o dobro do que seria o retorno de mercado para um con­
trato com os mesmos termos do contrato de acolhimento;

b) Um floor ou cap embutido na taxa de juro de um contrato de


dívida ou de um contrato de seguro está intimamente relacionado
com o contrato de acolhimento, desde que o cap esteja à taxa de
juro do mercado ou acima da mesma e o floor esteja à taxa de juro
do mercado ou abaixo da mesma quando o contrato for emitido, e
o cap ou o floor não esteja alavancado em relação ao contrato de
acolhimento. De forma semelhante, as disposições incluídas num
contrato de compra ou venda de um activo (por exemplo, uma
mercadoria) que estabelecem um cap e um floor sobre o preço a
ser pago ou recebido pelo activo estão intimamente relacionadas
com o contrato de acolhimento se tanto o cap como o floor esti­
verem «out of the money» no início e não estiverem alavancados;

c) Um derivado embutido em moeda estrangeira que proporcione um


fluxo de pagamentos de juros ou de capital denominados numa
moeda estrangeira e esteja embutido num instrumento de dívida de
acolhimento (por exemplo, uma obrigação em moeda dupla) está
intimamente relacionado com o instrumento de dívida de acolhi­
mento. Tal derivado não é separado do instrumento de acolhimento
porque a IAS 21 exige que os ganhos e perdas em moeda estran­
geira em itens monetários sejam reconhecidos nos lucros ou pre­
juízos;

d) Um derivado embutido em moeda estrangeira de um contrato de


acolhimento que é um contrato de seguro e não um instrumento
financeiro (tal como um contrato de compra ou venda de um item
não financeiro em que o preço seja denominado numa moeda
estrangeira) está intimamente relacionado com o contrato de aco­
lhimento desde que não esteja alavancado, não contenha uma ca­
racterística de opção, e exija pagamentos denominados numa das
seguintes moedas:

i) a moeda funcional de uma parte substancial desse contrato;

ii) a moeda na qual o preço do bem adquirido ou do serviço


prestado está normalmente denominado em transacções comer­
ciais em todo o mundo (como por exemplo o dólar dos Esta­
dos Unidos para transacções de petróleo); ou

iii) uma moeda que seja normalmente usada em contratos de com­


pra ou venda de itens não financeiros no ambiente económico
no qual a transacção se realiza (por exemplo, uma moeda
relativamente estável e líquida que seja normalmente usada
em transacções comerciais locais ou em negociações externas);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 473

▼B
e) Uma opção de pré-pagamento embutida num strip só de juros ou
só de capital está intimamente relacionada com o contrato de aco­
lhimento desde que o contrato de acolhimento i) tenha inicialmente
resultado da separação do direito de receber fluxos de caixa con­
tratuais de um instrumento financeiro que, só por si, não continha
um derivado embutido, e que ii) não contenha quaisquer termos
não presentes no contrato de dívida de acolhimento original;

f) Um derivado embutido num contrato de locação de acolhimento


está intimamente relacionado com o contrato de acolhimento se o
derivado embutido for i) um índice relacionado com a inflação tal
como um índice de pagamentos de locação para um índice de
preços ao consumidor (contanto que a locação não esteja alavan­
cada e o índice se relacione com a inflação no próprio ambiente
económico da entidade), ii) rendas contingentes baseadas em ven­
das relacionadas, ou iii) rendas contingentes baseadas em taxas de
juro variáveis;

g) Uma característica de ligação a unidades embutida num instru­


mento financeiro de acolhimento ou num contrato de seguro de
acolhimento está intimamente relacionada com o instrumento de
acolhimento ou o contrato de acolhimento se os pagamentos de­
nominados em unidades forem mensurados por valores unitários
correntes que reflictam os justos valores dos activos do fundo.
Uma característica de ligação a unidades é um termo contratual
que exige pagamentos denominados em unidades de um fundo de
investimento interno ou externo;

h) Um derivado embutido de um contrato de seguro está intimamente


relacionado com o contrato de seguro de acolhimento se o deri­
vado embutido e o contrato de seguro de acolhimento forem tão
interdependentes que uma entidade não possa mensurar o derivado
embutido separadamente (i.e., sem considerar o contrato de aco­
lhimento).

Instrumentos contendo derivados embutidos


AG33A Quando uma entidade se tornar parte de um instrumento híbrido
(combinado) que contenha um ou mais derivados embutidos, o pará­
grafo 11. exige que a entidade identifique esse derivado embutido,
avalie se deverá ser separado do contrato de acolhimento e, relativa­
mente àqueles para os quais se exija essa separação, mensure os
derivados pelo justo valor no reconhecimento inicial e subsequente­
mente. Estes requisitos podem ser mais complexos, ou resultar em
mensurações menos fiáveis, do que a mensuração da totalidade do
instrumento pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos. Por
essa razão, esta Norma permite que a totalidade do instrumento seja
designada pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos.

AG33B Tal designação pode ser usada quer o parágrafo 11. exija que os
derivados embutidos sejam separados do contrato de acolhimento
quer proíba tal separação. Porém, o parágrafo 11.A não justificaria
a designação do instrumento híbrido (combinado) pelo justo valor
através dos lucros ou prejuízos nos casos desenvolvidos nos parágra­
fos 11.Aa) e b) porque essa designação não reduziria a complexidade
nem aumentaria a fiabilidade.

RECONHECIMENTO E DESRECONHECIMENTO (parágrafos 14.-42.)


Reconhecimento inicial (parágrafo 14.)
AG34 Como consequência do princípio enunciado no parágrafo 14., uma
entidade reconhece todos os seus direitos e obrigações contratuais se­
gundo derivados ►M5 na sua demonstração da posição financeira ◄
como activos e passivos, respectivamente, excepto no caso
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 474

▼B
de derivados que impedem uma transferência de activos financeiros de
ser contabilizada como venda (ver parágrafo AG49). Se uma trans­
ferência de um activo financeiro não se qualificar para desreconheci­
mento, aquele que recebe a transferência não reconhece o activo trans­
ferido como seu activo (ver parágrafo AG50).

AG35 Seguem-se exemplos de aplicação do princípio do parágrafo 14.:

a) contas a receber e contas a pagar sem condições são reconhecidas


como activos ou passivos quando a entidade se tornar uma parte
do contrato e, como consequência, tiver um direito legal de receber
ou uma obrigação legal de pagar a dinheiro;

b) activos a adquirir e passivos a incorrer como resultado de um


compromisso firme de comprar ou vender bens ou serviços não
são geralmente reconhecidos até que pelo menos uma das partes
tenha agido segundo o acordo. Por exemplo, uma entidade que
receba uma encomenda firme de um cliente geralmente não reco­
nhece um activo (e a entidade que coloca a encomenda não reco­
nhece um passivo) no momento do compromisso, mas, em vez
disso, atrasa o reconhecimento até que os bens ou serviços enco­
mendados tenham sido expedidos, entregues ou prestados. Se um
compromisso firme de comprar ou vender itens não financeiros
estiver dentro do âmbito desta Norma segundo os parágrafos 5.-7.,
o seu justo valor líquido é reconhecido como um activo ou passivo
na data do compromisso (ver a alínea c) abaixo). Além disso, se um
compromisso firme anteriormente não reconhecido for designado
como item coberto numa cobertura de justo valor, qualquer alteração
no justo valor líquido atribuível ao risco coberto é reconhecida
como activo ou passivo depois do início da cobertura (ver parágra­
fos 93. e 94.);

c) um contrato forward que esteja dentro do âmbito desta Norma (ver


parágrafos 2.-7.) é reconhecido como activo ou passivo à data do
compromisso, em vez da data em que a liquidação ocorrer.
Quando uma entidade se torna parte de um contrato forward, os
justos valores do direito e da obrigação são muitas vezes iguais, de
modo que o justo valor líquido do forward seja zero. Se o justo
valor líquido do direito e da obrigação não for zero, o contrato é
reconhecido como activo ou passivo;

d) contratos de opção que estejam dentro do âmbito desta Norma (ver


parágrafos 2.-7.) são reconhecidos como activos ou passivos
quando o detentor ou subscritor se tornar parte do contrato;

e) transacções futuras planeadas, independentemente de serem ou não


prováveis, não são activos e passivos porque a entidade não se
tornou parte de um contrato.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 475

▼B
Desreconhecimento de um activo financeiro (parágrafos 15.-37.)
AG36 O seguinte fluxograma ilustra o método de avaliar se um activo
financeiro está ou não desreconhecido e até que ponto o está.

►(1) M32 HB

Acordos segundo os quais uma entidade retém os direitos contratuais


de receber os fluxos de caixa de um activo financeiro, mas assume
uma obrigação contratual de pagar os fluxos de caixa a um ou mais
destinatários [parágrafo 18.b)]
▼M32
AG37 A situação descrita no parágrafo 18(b) (quando uma entidade retém os
direitos contratuais de receber os fluxos de caixa de um activo finan­
ceiro, mas assume uma obrigação contratual de pagar os fluxos de
caixa a um ou mais destinatários) ocorre, por exemplo, se a entidade
for um trust, e emitir interesses benéficos a investidores nos activos
financeiros subjacentes de que é proprietária e proporcionar o serviço
desses activos financeiros. Nesse caso, os activos financeiros podem
ser desreconhecidos se estiverem cumpridas as condições referidas nos
parágrafos 19 e 20.
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▼M32
AG38 Ao aplicar o parágrafo 19, a entidade poderia ser, por exemplo, a
geradora do activo financeiro, ou poderia ser um grupo que inclui
uma subsidiária que tenha adquirido o activo financeiro e transfere
fluxos de caixa para investidores terceiros não relacionados.

▼B
Avaliação da transferência dos riscos e vantagens de propriedade
(parágrafo 20.)
AG39 Exemplos de quando uma entidade transferiu substancialmente todos
os riscos e vantagens de propriedade são:

a) uma venda incondicional de um activo financeiro;

b) uma venda de um activo financeiro em conjunto com uma opção


de recomprar o activo financeiro pelo seu justo valor no momento
da recompra; e

c) uma venda de um activo financeiro em conjunto com uma opção


put ou call que esteja profundamente out of the money (i.e., uma
opção que está tão out of the money que é altamente improvável
que passe a estar in the money antes de expirar).

AG40 Exemplos de quando uma entidade reteve substancialmente todos os


riscos e vantagens de propriedade são:

a) uma transacção de venda e recompra em que o preço de recompra


é um preço fixo ou o preço de venda mais um retorno do mutuan­
te;

b) um acordo de empréstimo de títulos;

c) uma venda de um activo financeiro em conjunto com um total


return swap que transfere a exposição ao risco do mercado de
volta para a entidade;

d) uma venda de um activo financeiro em conjunto com uma opção


put ou call que esteja profundamente in the money (i.e., uma opção
que está tão in the money que é altamente improvável que passe a
estar out of the money antes de expirar); e

e) uma venda de contas a receber a curto prazo em que a entidade


garante que compensa aquele que recebe a transferência por perdas
de crédito que provavelmente irão ocorrer.

AG41 Se uma entidade determinar que, como resultado da transferência, ela


transferiu substancialmente todos os riscos e vantagens da propriedade
do activo transferido, ela não volta a reconhecer o activo transferido
num período futuro, a não ser que volte a adquirir o activo transferido
numa nova transacção.

Avaliação da transferência do controlo


AG42 Uma entidade não reteve o controlo de um activo transferido se
aquele que recebe a transferência tiver capacidade prática para vender
o activo transferido. Uma entidade reteve o controlo de um activo
transferido se aquele que recebe a transferência não tiver capacidade
prática para vender o activo transferido. Aquele que recebe a trans­
ferência tem capacidade prática para vender o activo transferido se
este for negociado num mercado activo porque aquele que recebe a
transferência poderia recomprar o activo transferido no mercado se
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▼B
necessitar de devolver o activo à entidade. Por exemplo, aquele que
recebe a transferência pode ter capacidade prática para vender um
activo transferido se o activo transferido estiver sujeito a uma opção
que permita à entidade recomprá-lo, mas aquele que recebe a trans­
ferência pode obter imediatamente o activo transferido no mercado se
a opção for exercida. Aquele que recebe a transferência não tem
capacidade prática para vender o activo transferido se a entidade
retiver uma tal opção e aquele que recebe a transferência não pode
obter imediatamente o activo transferido no mercado se a entidade
exercer a sua opção.

AG43 Aquele que recebe a transferência tem capacidade prática para vender
o activo transferido só se aquele que recebe a transferência puder
vender o activo transferido na sua totalidade a um terceiro não rela­
cionado e for capaz de exercer essa capacidade unilateralmente e sem
impor restrições adicionais à transferência. A questão crítica é saber
aquilo que aquele que recebe a transferência é capaz de fazer na
prática e não quais os direitos contratuais que aquele que recebe a
transferência tem relativamente aquilo que pode fazer com o activo
transferido ou quais as proibições contratuais que existem. Em parti­
cular:

a) um direito contratual de alienar o activo transferido tem pouco


efeito prático se não houver mercado para o activo transferido; e

b) a capacidade para alienar o activo transferido tem pouco efeito


prático se não puder ser exercida livremente. Por essa razão:

i) a capacidade daquele que recebe a transferência para alienar o


activo transferido deve ser independente das acções de outros
(i.e., deve ser uma capacidade unilateral), e

ii) aquele que recebe a transferência deve ser capaz de alienar o


activo transferido sem precisar de anexar à transferência con­
dições restritivas ou «senãos» (por exemplo, condições de ser­
viço do activo de empréstimo ou uma opção conferindo àquele
que recebe a transferência o direito de recomprar o activo).

AG44 Que aquele que recebe a transferência tenha pouca probabilidade de


vender o activo transferido não significa, em si mesmo, que aquele
que transfere tenha retido o controlo do activo transferido. Contudo,
se uma opção put ou uma garantia impedir que aquele que recebe a
transferência venda o activo transferido, então aquele que transfere
reteve o controlo do activo transferido. Por exemplo, se uma opção
put ou uma garantia for suficientemente valiosa, ela impede aquele
que recebe a transferência de vender o activo transferido porque
aquele que recebe a transferência, na prática, não venderia o activo
transferido a um terceiro sem anexar uma opção semelhante ou outras
condições restritivas. Em vez disso, aquele que recebe a transferência
iria deter o activo transferido de forma a obter pagamentos segundo a
garantia ou opção put. Nestas circunstâncias, aquele que transfere
reteve o controlo do activo transferido.

Transferências que se qualificam para desreconhecimento


AG45 Uma entidade pode reter o direito a uma parte dos pagamentos de
juros sobre os activos transferidos como remuneração pela manuten­
ção desses activos. A parte dos pagamentos de juros de que a entidade
desistiria ao terminar ou transferir o contrato de manutenção é impu­
tada ao activo por serviço ou passivo por serviço. A parte dos paga­
mentos de juros de que a entidade não desistiria é um strip só de juros
a receber. Por exemplo, se a entidade não desistiu de qualquer juro
aquando da cessação ou transferência do contrato de manutenção, o
spread de juros total é um strip só de juros a receber. Para a finali­
dade de aplicar o parágrafo 27., os justos valores do activo por serviço
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 478

▼B
e o strip só de juros a receber são usados para imputar a quantia
escriturada da conta a receber entre a parte do activo que é desreco­
nhecida e a parte que continua a ser reconhecida. Se não houver
qualquer comissão de manutenção especificada ou se não se esperar
que a comissão a receber compense adequadamente a entidade pela
manutenção, um passivo pela obrigação de manutenção é reconhecido
pelo justo valor.

▼M33
AG46 Ao mensurar os justos valores da parte que continua a ser reconhecida
e da parte que é desreconhecida para efeitos da aplicação do parágrafo
27, uma entidade aplica os requisitos de mensuração pelo justo valor
definidos pela IFRS 13, para além do parágrafo 28.

▼B
Transferências que não se qualificam para desreconhecimento
AG47 Segue-se uma aplicação do princípio delineado no parágrafo 29. Se
uma garantia proporcionada pela entidade por perdas por incumpri­
mento sobre o activo transferido impedir um activo transferido de ser
desreconhecido porque a entidade reteve substancialmente todos os
riscos e vantagens da propriedade do activo transferido, o activo trans­
ferido continua a ser reconhecido na sua totalidade e a retribuição
recebida é reconhecida como passivo.

Envolvimento continuado em activos transferidos


AG48 Seguem-se exemplos de como uma entidade mensura um activo trans­
ferido e o passivo associado segundo o parágrafo 30.

Todos os activos
a) Se uma garantia proporcionada por uma entidade para pagar per­
das por incumprimento sobre um activo transferido impedir que o
activo transferido seja desreconhecido até ao ponto do envolvi­
mento continuado, o activo transferido à data da transferência é
mensurado pelo menor de i) a quantia escriturada do activo e ii) a
quantia máxima de retribuição recebida pela transferência que a
entidade poderia ser obrigada a reembolsar («a quantia de garan­
tia»). O passivo associado é inicialmente mensurado pela quantia
de garantia mais o justo valor da garantia (que corresponde nor­
malmente à retribuição recebida pela garantia). Posteriormente, o
justo valor inicial da garantia é reconhecido nos lucros ou prejuí­
zos numa base de proporção temporal (ver IAS 18) e o valor
escriturado do activo é reduzido por quaisquer perdas por impari­
dade;

Activos mensurados pelo custo amortizado


b) Se uma obrigação de opção put subscrita por uma entidade ou se
um direito de opção call detido por uma entidade impedir que um
activo transferido seja desreconhecido e a entidade mensurar o
activo transferido pelo custo amortizado, o passivo associado é
mensurado pelo seu custo (i.e., a retribuição recebida) ajustado
para a amortização de qualquer diferença entre esse custo e o
custo amortizado do activo transferido na data de expiração da
opção. Por exemplo, vamos assumir que o custo amortizado e a
quantia escriturada do activo à data da transferência é 98 UM e
que a retribuição recebida é 95 UM. O custo amortizado do activo
na data de exercício da opção será 100 UM. A quantia escriturada
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▼B
inicial do passivo associado é 95 UM e a diferença entre 95 UM e
100 UM é reconhecida nos lucros ou prejuízos usando o método
do juro efectivo. Se a opção for exercida, qualquer diferença entre
a quantia escriturada do passivo associado e o preço de exercício é
reconhecida nos lucros ou prejuízos;

Activos mensurados pelo justo valor


c) Se um direito de opção call retido por uma entidade impedir que
um activo transferido seja desreconhecido e a entidade mensurar o
activo transferido pelo justo valor, o activo continua a ser men­
surado pelo seu justo valor. O passivo associado é mensurado i)
pelo preço de exercício da opção menos o valor temporal da opção
se a opção estiver in the money ou at the money, ou (ii) pelo justo
valor do activo transferido menos o valor temporal da opção se a
opção estiver out of the money. O ajustamento à mensuração do
passivo associado garante que a quantia escriturada líquida do
activo e do passivo associado seja o justo valor do direito da
opção call. Por exemplo, se o justo valor do activo subjacente
for 80 UM, o preço de exercício da opção for 95 UM e o valor
temporal da opção for 5 UM, a quantia escriturada do passivo
associado é 75 UM (80 UM-5 UM) e a quantia escriturada do
activo transferido é 80 UM (i.e., o seu justo valor);

d) Se uma opção put subscrita por uma entidade impedir que um


activo transferido seja desreconhecido e a entidade mensurar o
activo transferido pelo justo valor, o passivo associado é mensu­
rado pelo preço de exercício da opção mais o valor temporal da
opção. A mensuração do activo pelo justo valor está limitada pelo
menor do justo valor e do preço de exercício da opção porque a
entidade não tem o direito de aumentar o justo valor do activo
transferido acima do preço de exercício da opção. Isto garante que
a quantia escriturada líquida do activo e do passivo associado seja
o justo valor da obrigação da opção put. Por exemplo, se o justo
valor do activo subjacente for 120 UM, o preço de exercício da
opção for 100 UM e o valor temporal da opção for 5 UM, a
quantia escriturada do passivo associado é 105 UM (100 UM +
5 UM) e a quantia escriturada do activo transferido é 100 UM
(neste caso, o preço de exercício da opção);

e) Se um collar, na forma de um call comprado e de um put subs­


crito, impedir que um activo transferido seja desreconhecido e a
entidade mensurar o activo pelo justo valor, ela continua a men­
surar o activo pelo justo valor. O passivo associado é mensurado
i) pela soma do preço de exercício do call e do justo valor da
opção put menos o valor temporal da opção call, se a opção call
estiver in the money ou at the money, ou ii) pela soma do justo
valor do activo e do justo valor da opção put menos o valor
temporal da opção call se a opção call estiver out of the money.
O ajustamento ao passivo associado garante que a quantia escri­
turada líquida do activo e o passivo associado seja o justo valor
das opções detidas e subscritas pela entidade. Por exemplo, vamos
assumir que uma entidade transfere um activo financeiro que é
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▼B
mensurado pelo justo valor ao mesmo tempo que compra um call
com um preço de exercício de 120 UM e subscreve um put com
um preço de exercício de 80 UM. Considere-se também que o
justo valor do activo é 100 UM à data da transferência. Os valores
temporais do put e do call são respectivamente 1 UM e 5 UM.
Neste caso, a entidade reconhece um activo de 100 UM (o justo
valor do activo) e um passivo de 96 UM [(100 UM + 1 UM) - 5
UM]. Isto dá um valor do activo líquido de 4 UM, que é o justo
valor das opções detidas e subscritas pela entidade.

Todas as transferências
AG49 Até ao ponto em que uma transferência de um activo financeiro não
se qualifique para desreconhecimento, os direitos ou obrigações con­
tratuais daquele que transfere relacionados com a transferência não
são contabilizados separadamente como derivados se o reconheci­
mento tanto do derivado como do activo transferido ou do passivo
decorrente da transferência resultar no reconhecimento dos mesmos
direitos ou obrigações duas vezes. Por exemplo, uma opção call retida
por aquele que transfere pode impedir que a transferência de activos
financeiros seja contabilizada como venda. Nesse caso, a opção call
não é reconhecida separadamente como activo derivado.

AG50 Até ao ponto em que uma transferência de um activo financeiro não


se qualifique para desreconhecimento, aquele que recebe a transferên­
cia não reconhece o activo transferido como seu activo. Aquele que
recebe a transferência desreconhece o dinheiro ou outra retribuição
paga e reconhece uma conta a receber daquele que transfere. Se
aquele que transfere tem tanto um direito como uma obrigação de
readquirir o controlo da totalidade do activo transferido por uma
quantia fixa (por exemplo, segundo um acordo de recompra), aquele
que recebe a transferência pode contabilizar a sua conta a receber
como empréstimo ou conta a receber.

Exemplos
AG51 Os exemplos que se seguem ilustram a aplicação dos princípios de
desreconhecimento desta Norma.

a) Acordos de recompra e empréstimo de títulos. Se um activo fi­


nanceiro for vendido segundo um acordo de recompra a um preço
fixo ou ao preço de venda mais o retorno do mutuante ou se for
emprestado segundo um acordo de devolução àquele que trans­
fere, ele não é desreconhecido porque aquele que transfere retém
substancialmente todos os riscos e vantagens da propriedade. Se
aquele que recebe a transferência obtiver o direito de vende ou
penhorar o activo, aquele que transfere reclassifica o activo
►M5 na sua demonstração da posição financeira ◄, por exem­
plo, como activo emprestado ou conta a receber de recompra;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 481

▼B
b) Acordos de recompra e empréstimo de títulos — activos que são
substancialmente os mesmos. Se um activo financeiro for vendido
segundo um acordo de recomprar o mesmo ou substancialmente o
mesmo activo a um preço fixo ou ao preço de venda mais o
retorno do mutuante ou se um activo financeiro for tomado ou
dado como empréstimo segundo um acordo de devolução do
mesmo ou substancialmente o mesmo activo àquele que transfere,
ele não é desreconhecido porque aquele que transfere retém subs­
tancialmente todos os riscos e vantagens da propriedade;

c) Acordos de recompra e empréstimo de títulos — direito de subs­


tituição. Se um acordo de recompra a um preço de recompra fixo
ou a um preço igual ao preço de venda mais o retorno do mu­
tuante, ou uma transacção de empréstimo de títulos semelhante,
proporcionar àquele que recebe a transferência um direito de subs­
tituir activos que sejam semelhantes ao activo transferido e te­
nham um justo valor igual ao mesmo à data da recompra, o activo
vendido ou mutuado segundo uma transacção de recompra ou de
empréstimo de títulos não é desreconhecido porque aquele que
transfere retém substancialmente todos os riscos e vantagens da
propriedade;

d) Direito de recompra de primeira recusa pelo justo valor. Se uma


entidade vender um activo financeiro e retiver apenas um direito
de primeira recusa de recomprar o activo transferido pelo justo
valor se aquele que recebe a transferência o vender posteriormen­
te, a entidade desreconhece o activo porque transferiu substancial­
mente todos os riscos e vantagens da propriedade;

e) Transacção «wash sale». A recompra de um activo financeiro


pouco tempo depois de ter sido vendido é por vezes referida
como uma wash sale. Uma tal recompra não exclui o desreco­
nhecimento desde que a transacção original satisfaça os requisitos
de desreconhecimento. Contudo, se um acordo de vender um
activo financeiro for celebrado simultaneamente com um acordo
de recomprar o mesmo activo a um preço fixo ou ao preço de
venda mais o retorno do mutuante, então o activo não é desreco­
nhecido;

f) Opções «put» e opções «call» que estão profundamente «in the


money». Se um activo financeiro transferido puder ser recebido de
volta por aquele que transfere e a opção call estiver profunda­
mente in the money, a transferência não se qualifica para desreco­
nhecimento porque aquele que transfere reteve substancialmente
todos os riscos e vantagens da propriedade. De forma semelhante,
se o activo financeiro puder ser entregue por aquele que recebeu a
transferência e a opção put estiver profundamente in the money, a
transferência não se qualifica para desreconhecimento porque
aquele que transfere reteve substancialmente todos os riscos e
vantagens da propriedade.

g) Opções «put» e opções «call» que estão profundamente «out of


the money». Um activo financeiro que é transferido sujeito apenas
a uma opção put profundamente out of the money detida por
aquele que recebe a transferência ou uma opção call profunda­
mente out of the money detida por aquele que transfere é desreco­
nhecido. Isto deve-se ao facto de aquele que transfere ter trans­
ferido substancialmente todos os riscos e vantagens da propriedade;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 482

▼B
h) Activos prontamente obteníveis sujeitos a uma opção «call» que
nem está profundamente «in the money» nem profundamente «out
of the Money». Se uma entidade detiver uma opção call sobre um
activo que pode ser prontamente obtido no mercado e a opção não
estiver nem profundamente in the money nem profundamente out
of the money, o activo é desreconhecido. Isto deve-se ao facto de
a entidade i) não ter retido nem transferido substancialmente todos
os riscos e vantagens da propriedade, e ii) não ter retido o con­
trolo. Contudo, se o activo não puder ser prontamente obtido no
mercado, o desreconhecimento é excluído até ao ponto da quantia
do activo que está sujeita à opção call porque a entidade reteve o
controlo do activo;

i) Um activo não prontamente obtenível sujeito a uma opção «put»


subscrita por uma entidade que nem está profundamente «in the
Money» nem profundamente «out of the money». Se uma entidade
transferir um activo financeiro que não seja prontamente obtenível
no mercado, e subscrever uma opção put que não esteja profun­
damente out of the money, a entidade nem retém nem transfere
substancialmente todos os riscos e vantagens da propriedade de­
vido à opção put subscrita. A entidade retém o controlo do activo
se a opção put for suficientemente valiosa para evitar que aquele
que recebe a transferência venda o activo, caso em que o activo
continua a ser reconhecido até ao ponto do envolvimento conti­
nuado daquele que transfere (ver parágrafo AG44). A entidade
transfere o controlo do activo se a opção put não for suficiente­
mente valiosa para evitar que aquele que recebe a transferência
venda o activo, caso em que o activo é desreconhecido;

j) Activos sujeitos a uma opção «put» ou «call» pelo justo valor ou


a um acordo de recompra «forward». Uma transferência de um
activo financeiro que apenas esteja sujeito a uma opção put ou
call ou a um acordo de recompra forward com um preço de
exercício ou de recompra igual ao justo valor do activo financeiro
no momento da recompra resulta no desreconhecimento devido à
transferência de substancialmente todos os riscos e vantagens da
propriedade;

k) Opções «put'» ou «call'» liquidadas financeiramente. Uma enti­


dade avalia a transferência de um activo financeiro que esteja
sujeito a uma opção put ou call ou a um acordo de recompra
forward que será liquidado de forma líquida em dinheiro para
determinar se reteve ou transferiu substancialmente todos os riscos
e vantagens da propriedade. Se a entidade não reteve substancial­
mente todos os riscos e vantagens da propriedade do activo trans­
ferido, ela determina se reteve o controlo do activo transferido.
Que o put ou o call ou o acordo de recompra forward seja
liquidado de forma líquida em dinheiro não significa automatica­
mente que a entidade tenha transferido o controlo (ver parágrafo
AG44 e alíneas g), h) e i) acima);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 483

▼B
l) Eliminação da «accounts provision». Uma eliminação da accounts
provision é uma opção (call) de recompra incondicional que con­
fere a uma entidade o direito de reclamar activos transferidos
sujeito a algumas restrições. Desde que essa opção resulte em
que a entidade não retenha nem transfira substancialmente todos
os riscos e vantagens da propriedade, ela exclui o desreconheci­
mento apenas até ao ponto da quantia sujeita a recompra (assu­
mindo que aquele que recebe a transferência não pode vender os
activos). Por exemplo, se a quantia escriturada e os proventos da
transferência de activos de empréstimo for 100 000 UM e qual­
quer empréstimo individual puder ser recebido de volta, mas a
quantia agregada de empréstimos que poderia ser recomprada não
podia exceder 10 000 UM, 90 000 UM dos empréstimos
qualificar-se-iam para desreconhecimento;

m) «Clean-up calls». Uma entidade, que pode ser aquele que trans­
fere, que mantenha activos transferidos pode deter uma clean-up
call para comprar o remanescente dos activos transferidos quando
a quantia dos activos em circulação cai dentro de um nível espe­
cificado no qual o custo da manutenção desses activos se torna
oneroso em relação com os benefícios da manutenção. Desde que
uma tal clean-up call resulte em que a entidade não retenha nem
transfira substancialmente todos os riscos e vantagens da proprie­
dade e que aquele que recebe a transferência não possa vender os
activos, ela só exclui o desreconhecimento até ao ponto da quantia
dos activos que esteja sujeita à opção call;

n) Juros retidos subordinados e garantias de crédito. Uma entidade


pode proporcionar àquele que recebe a transferência um aumento
de crédito subordinando uma parte ou a totalidade do seu juro
retido no activo transferido. Como alternativa, uma entidade pode
proporcionar àquele que recebe a transferência um aumento de
crédito sob a forma de uma garantia de crédito que poderia ser
ilimitada ou limitada a uma quantia específica. Se a entidade
retiver substancialmente todos os riscos e vantagens da proprie­
dade do activo transferido, o activo continua a ser reconhecido na
sua totalidade. Se a entidade retiver alguns, mas não substancial­
mente todos, os riscos e vantagens da propriedade e retiver o
controlo, o desreconhecimento é excluído até ao ponto da quantia
em dinheiro ou outros activos que a entidade poderia ser obrigada
a pagar;

o) «Total return swaps». Uma entidade pode vender um activo


financeiro àquele que recebe a transferência e celebrar um total
return swap com aquele que recebe a transferência, segundo o
qual todos os fluxos de caixa de pagamento de juros decorrentes
do activo subjacente são remetidos para a entidade em troca de
um pagamento fixo ou de um pagamento de taxa variável e qual­
quer aumento ou redução no justo valor do activo subjacente é
absorvido pela entidade. Em tal caso, o desreconhecimento da
totalidade do activo é proibido;

p) «Swaps» de taxa de juro. Uma entidade pode transferir para


aquele que recebe a transferência um activo financeiro de taxa
fixa e celebrar um swap de taxa de juro com aquele que recebe
a transferência para receber uma taxa de juro fixa e pagar uma
taxa de juro variável com base numa quantia nocional que seja
igual à quantia do capital do activo financeiro transferido. O swap
de taxa de juro não exclui o desreconhecimento do activo
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 484

▼B
transferido desde que os pagamentos sobre o swap não estejam
condicionados por pagamentos a serem feitos sobre o activo trans­
ferido;

q) Amortizar «swaps» de taxa de juro. Uma entidade pode transferir


para aquele que recebe a transferência um activo financeiro de
taxa fixa que é pago ao longo do tempo, e celebrar um swap de
taxa de juro de amortização com aquele que recebe a transferência
para receber uma taxa de juro fixa e pagar uma taxa de juro
variável com base numa quantia nocional. Se a quantia nocional
do swap for amortizada de forma a que seja igual à quantia do
capital do activo financeiro transferido em circulação em qualquer
momento, o swap resultaria normalmente em que a entidade reti­
vesse o risco de pré-pagamento substancial, em cujo caso a enti­
dade ou continua a reconhecer a totalidade do activo transferido
ou continua a reconhecer o activo transferido até ao ponto do seu
envolvimento continuado. Inversamente, se a amortização da
quantia nocional do swap não estiver ligada à quantia do capital
em circulação do activo transferido, esse swap não resultaria em
que a entidade retivesse o risco de pré-pagamento sobre o activo.
Assim, não excluiria o desreconhecimento do activo transferido
desde que os pagamentos sobre o swap não estejam condicionados
por pagamentos de juros a serem feitos sobre o activo transferido
e que o swap não resulte em que a entidade retenha quaisquer
outros riscos e vantagens de propriedade significativos sobre o
activo transferido.

►M33 AG52 Este parágrafo ilustra a aplicação da abordagem de relaciona­


mento continuado quando o relacionamento continuado da enti­
dade respeita a uma parte de um activo financeiro.

Suponha-se que uma entidade dispõe de uma carteira de emprés­


timos amortizáveis antecipadamente ◄ cujo cupão e taxa de juro
efectiva é 10 % e cuja quantia de capital e custo amortizado
corresponde a 10 000 UM. A entidade realiza uma transacção
na qual, em troca de um pagamento de 9 115 UM, aquele que
recebe a transferência obtém o direito a 9 000 UM de qualquer
cobrança de capital mais juros resultantes a 9,5 %. A entidade
retém direitos a 1 000 UM de quaisquer cobranças de capital
mais juros resultantes a 10 %, mais o spread em excesso de
0,5 % das restantes 9 000 UM do capital. As cobranças de pré-
-pagamentos são imputadas entre a entidade e aquele que recebe a
transferência na proporção de 1:9, mas quaisquer incumprimentos
são deduzidos do juro da entidade de 1 000 UM até que esse juro
seja esgotado. ►M33 O justo valor dos empréstimos à data da
transacção é de 10 100 UC e o justo valor do diferencial de
0,5 % é 40 UC. ◄

A entidade determina que transferiu alguns riscos e vantagens de


propriedade significativos (por exemplo, risco de pré-pagamento
significativo), mas também reteve alguns riscos e vantagens de
propriedade significativos (devido ao seu juro retido subordinado)
e reteve o controlo. Aplica portanto a abordagem pelo envolvi­
mento continuado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 485

▼B

Para aplicar esta Norma, a entidade analisa a transacção como a) uma


retenção de um juro retido totalmente proporcional de 1 000 UM, e
como b) a subordinação desse juro retido para proporcionar um
aumento de crédito àquele que recebe a transferência por perdas de
crédito.

A entidade calcula que 9 090 UM (90 % × 10 100 UM) da


retribuição recebida de 9 115 UM representa a retribuição por
uma parte totalmente proporcional de 90 %. O remanescente da
retribuição recebida (25 UM) representa a retribuição recebida
por ter subordinado o seu juro retido para proporcionar um au­
mento de crédito àquele que recebe a transferência por perdas de
crédito. Além disso, o spread em excesso de 0,5 % representa a
retribuição recebida pelo aumento de crédito. Em conformidade,
a retribuição total recebida pelo aumento de crédito corresponde a
65 UM (25 UM+40 UM).

▼M33
A entidade calcula os ganhos ou perdas da venda da parte de
90 % dos fluxos de caixa. Assumindo que não estão disponíveis
na data da transferência justos valores distintos para a parte de
90 % transferida e para a parte de 10 % retida, a entidade imputa
a quantia escriturada do activo em conformidade com o parágrafo
28 do seguinte modo:

Quantia
Percenta­
Justo valor escriturada
gem
imputada

90 %
Parte transferida 9,090 9,000
Parte retida 1,010 10 % 1,000

Total 10,100 10,000

▼B
A entidade calcula o seu ganho ou perda com a venda da parte de
90 % dos fluxos de caixa deduzindo a quantia escriturada impu­
tada da parte transferida na retribuição recebida, i.e., 90 UM
(9 090 UM - 9 000 UM). A quantia escriturada da parte retida
pela entidade é 1 000 UM.

Além disso, a entidade reconhece o envolvimento continuado que


resulta da subordinação do seu juro retido por perdas de crédito.
Em conformidade, ela reconhece um activo de 1 000 UM
(a quantia máxima dos fluxos de caixa que não receberia com
a subordinação), e um passivo associado de 1 065 UM (que é a
quantia máxima dos fluxos de caixa que não receberia com a
subordinação, i.e., 1 000 UM mais o justo valor da subordinação
de 65 UM).

A entidade usa toda a informação acima para contabilizar a tran­


sacção como se segue:

Débito Crédito

Activo original — 9 000


Activo reconhecido
para subordinação
ou o juro residual 1 000 —
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 486

▼B

Débito Crédito

Activo para a retri­


buição recebida sob
a forma de spread
em excesso 40 —

Lucros ou prejuízos
(ganho com a
transferência) — 90

Passivo — 1 065

Dinheiro recebido 9 115 —

Total 10 155 10 155

Imediatamente após a transacção, a quantia escriturada do activo


corresponde a 2 040 UM, composta por 1 000 UM que represen­
tam o custo imputado da parte retida e 1 040 UM que represen­
tam o envolvimento continuado adicional da entidade resultante
da subordinação do seu juro retido por perdas de crédito (que
inclui o spread em excesso de 40 UM).

Em períodos posteriores, a entidade reconhece a retribuição re­


cebida pelo aumento de crédito (65 UM) numa base de proporção
temporal, acresce juros sobre o activo reconhecido usando o
método do juro efectivo e reconhece qualquer imparidade de
crédito sobre os activos reconhecidos. Como exemplo,
considere-se que no ano seguinte há uma perda por imparidade
de crédito nos empréstimos subjacentes de 300 UM. A entidade
reduz o seu activo reconhecido em 600 UM (300 UM relaciona­
das com o seu juro retido e 300 UM relacionadas com o envol­
vimento continuado adicional que resulta da subordinação do seu
juro retido por perdas de crédito), e reduz o seu passivo reco­
nhecido em 300 UM. O resultado líquido é um débito nos lucros
ou prejuízos por imparidade de crédito de 300 UM.

Compra ou venda regular way de um activo financeiro


(parágrafo 38.)
AG53 Uma compra ou venda regular way de activos financeiros é reconhe­
cida usando ou a contabilização pela data de negociação ou a conta­
bilização pela data de liquidação conforme descrito nos parágrafos
AG55 e AG56. O método usado é aplicado consistentemente para
todas as compras e vendas de activos financeiros que pertençam à
mesma categoria de activos financeiros definida no parágrafo 9. Para
esta finalidade, os activos que são detidos para negociação formam
uma categoria separada dos activos designados pelo justo valor atra­
vés dos lucros ou prejuízos.

AG54 Um contrato que exija ou permita a liquidação de forma líquida da


alteração no valor do contrato não é um contrato regular way. Em vez
disso, um tal contrato é contabilizado como derivado no período entre
a data de negociação e a data de liquidação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 487

▼B
AG55 A data de negociação é a data em que uma entidade se compromete a
comprar ou vender um activo. A contabilização pela data de negocia­
ção refere-se a) ao reconhecimento de um activo a ser recebido e do
passivo a ser pago por ele na data de negociação, e b) ao desreco­
nhecimento de um activo que seja vendido, ao reconhecimento de
qualquer ganho ou perda no momento da alienação e ao reconheci­
mento de uma conta a receber do comprador pelo pagamento à data
de negociação. De uma forma geral, o juro só começa a acrescer sobre
o activo e correspondente passivo após a data de liquidação quando se
transmitir o título.

AG56 A data de liquidação é a data em que um activo é entregue à ou pela


entidade. A contabilização pela data de liquidação refere-se a) ao
reconhecimento de um activo no dia em que é recebido pela entidade,
e b) ao desreconhecimento de um activo e ao reconhecimento de
qualquer ganho ou perda no momento da alienação no dia em que
for entregue pela entidade. Quando for aplicada a contabilização pela
data de liquidação, uma entidade contabiliza qualquer alteração no
justo valor do activo a ser recebido durante o período entre a data
de negociação e a data de liquidação da mesma forma que contabiliza
o activo adquirido. Por outras palavras, a alteração no valor não é
reconhecida para activos escriturados pelo custo ou pelo custo amor­
tizado; é reconhecida nos lucros ou prejuízos para activos classifica­
dos como activos financeiros pelo justo valor através dos lucros ou
prejuízos; e é ►M5 reconhecida em outro rendimento integral ◄
para activos classificados como disponíveis para venda.

Desreconhecimento de um passivo financeiro (parágrafos 39.-42.)


AG57 Um passivo financeiro (ou parte do mesmo) extingue-se quando o
devedor ou:

a) liquida o passivo (ou parte do mesmo) pagando ao credor, nor­


malmente, com dinheiro, outros activos financeiros, bens, ou ser­
viços; ou

b) fica legalmente liberto da responsabilidade primária pelo passivo


(ou parte do mesmo) seja por processo de lei ou pelo credor. (Se o
devedor deu uma garantia, esta condição pode ainda ser satisfeita.)

AG58 Se um emitente de um instrumento de dívida recomprar esse instru­


mento, a dívida é extinta mesmo se o emitente for um market maker
desse instrumento ou pretender revendê-lo no curto prazo.

AG59 O pagamento a um terceiro, incluindo um trust (por vezes chamado


«in-substance defeasance»), não liberta, por si mesmo, o devedor da
sua obrigação primária ao credor, na ausência de libertação legal.

AG60 Se um devedor pagar a um terceiro para assumir uma obrigação e


notificar o seu credor de que o terceiro assumiu a sua obrigação de
dívida, o devedor não desreconhece a obrigação de dívida a não ser
que a condição do parágrafo AG57b) seja satisfeita. Se o devedor
pagar a um terceiro para assumir uma obrigação e obtiver libertação
legal do seu credor, o devedor extinguiu a dívida. Contudo, se o
devedor concordar em fazer pagamentos sobre a dívida ao terceiro
ou directamente ao credor original, o devedor reconhece uma nova
obrigação de dívida para com o terceiro.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 488

▼B
AG61 Embora a libertação legal, quer judicialmente quer pelo credor, resulte
no desreconhecimento de um passivo, a entidade pode reconhecer um
novo passivo se os critérios de desreconhecimento dos parágrafos
15.-37. não forem satisfeitos quanto aos activos financeiros transferi­
dos. Se esses critérios não forem satisfeitos, os activos transferidos
não são desreconhecidos, e a entidade reconhece um novo passivo
relacionado com os activos transferidos.

AG62 Para a finalidade do parágrafo 40., os termos são substancialmente


diferentes se o valor presente descontado dos fluxos de caixa de
acordo com os novos termos, incluindo quaisquer comissões pagas
líquidas de quaisquer comissões recebidas e descontadas usando a
taxa de juro efectiva original, for pelo menos 10 % diferente do valor
presente descontado dos fluxos de caixa restantes do passivo finan­
ceiro original. Se uma troca de instrumentos de dívida ou uma mo­
dificação dos termos for contabilizada como extinção, quaisquer cus­
tos ou comissões incorridas são reconhecidos como parte do ganho ou
perda no momento da extinção. Se a troca ou modificação não for
contabilizada como extinção, quaisquer custos ou comissões incorri­
dos ajustam a quantia escriturada do passivo e são amortizados du­
rante o termo remanescente do passivo modificado.

AG63 Nalguns casos, um credor liberta um devedor de uma obrigação pre­


sente de fazer pagamentos, mas o devedor assume uma obrigação de
garantia de pagar se a parte que assume a responsabilidade primária
não cumprir. Nesta circunstância, o devedor:

a) reconhece um novo passivo financeiro baseado no justo valor da


sua obrigação quanto à garantia; e

b) reconhece um ganho ou uma perda com base na diferença entre i)


quaisquer proventos pagos e ii) a quantia escriturada do passivo
financeiro original menos o justo valor do novo passivo financeiro.

MENSURAÇÃO (parágrafos 43.-70.)


Mensuração inicial de activos financeiros e de passivos financeiros
(parágrafo 43.)
▼M33
AG64 O justo valor de um instrumento financeiro no reconhecimento inicial
é normalmente o preço de transacção (ou seja, o justo valor da con­
traprestação fornecida ou recebida, ver também a IFRS 13 e parágrafo
AG76). No entanto, se parte da contraprestação fornecida ou recebida
não corresponder ao instrumento financeiro, a entidade deve mensurar
o justo valor do instrumento financeiro. Por exemplo, o justo valor de
um empréstimo ou valor a receber a longo prazo sem juros pode ser
mensurado como o valor actual de todos os recebimentos futuros
descontado à(s) taxa(s) de juro de mercado vigentes(s) para um ins­
trumento semelhante (no que respeita à moeda, ao prazo, ao tipo de
taxa de juro e a outros factores), com um notação de crédito seme­
lhante. Qualquer quantia adicional emprestada constitui um gasto ou
uma redução de rendimento, a menos que possa ser reconhecida como
outro tipo de activo.

▼B
AG65 Se uma entidade originar um empréstimo com uma taxa de juro
diferente da taxa do mercado (por exemplo, 5 % quando a taxa do
mercado para empréstimos semelhantes é 8 %), e receber uma comis­
são à cabeça como retribuição, a entidade reconhece o empréstimo
pelo seu justo valor, i.e., líquido da comissão que recebe. A entidade
acresce o desconto aos lucros ou prejuízos usando o método da taxa
de juro efectiva.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 489

▼B
Mensuração posterior de activos financeiros (parágrafos 45. e 46.)
AG66 Se um instrumento financeiro que foi previamente reconhecido como
activo financeiro for mensurado pelo justo valor e o seu justo valor
cair abaixo de zero, é um passivo financeiro mensurado de acordo
com o parágrafo 47.

AG67 O seguinte exemplo ilustra a contabilização de custos de transacção na


mensuração inicial e posterior de um activo financeiro disponível para
venda. Um activo é adquirido por 100 UM mais uma comissão de
compra de 2 UM. Inicialmente, o activo é reconhecido por 102 UM.
►M5 O fim do período de relato ◄ ocorre um dia depois, quando o
preço de mercado cotado do activo é 100 UM. Se o activo fosse
vendido, seria paga uma comissão de 3 UM. Nessa data, o activo é
mensurado a 100 UM (sem considerar a possível comissão de venda) e
uma perda de 2 UM é ►M5 reconhecida em outro rendimento
integral ◄. Se o activo financeiro disponível para venda tiver paga­
mentos fixos ou determináveis, os custos de transacção são amortizados
nos lucros ou prejuízos usando o método do juro efectivo. Se o activo
financeiro disponível para venda não tiver pagamentos fixos ou deter­
mináveis, os custos de transacção são reconhecidos nos lucros ou pre­
juízos quando o activo for desreconhecido ou ficar com imparidade.

AG68 Os instrumentos que sejam classificados como empréstimos concedi­


dos e contas a receber são mensurados pelo custo amortizado sem
considerar a intenção da entidade de os deter até à maturidade.

▼M33
__________

▼B
Sem mercado activo: técnica de valorização
▼M33
__________

AG76 O melhor indicador do justo valor de um instrumento financeiro no


reconhecimento inicial é normalmente o preço de transacção (ou seja,
o justo valor da contraprestação fornecida ou recebida, ver também a
IFRS 13). Se concluir que o justo valor no reconhecimento inicial
difere do preço de transacção como mencionado no parágrafo 43A,
uma entidade deve contabilizar esse instrumento nessa data do se­
guinte modo:

(a) pela mensuração exigida pelo parágrafo 43 se o justo valor for


decorrente de um preço cotado num mercado activo para um
activo ou passivo idêntico (ou seja, um dado de nível 1) ou
com base numa técnica de avaliação que utiliza apenas dados
de mercado observáveis. Uma entidade deve reconhecer a dife­
rença entre o justo valor no reconhecimento inicial e o preço da
transacção como um ganho ou perda;

(b) em todos os outros casos, pela mensuração exigida pelo parágrafo


43, ajustada para diferir a diferença entre o justo valor no reco­
nhecimento inicial e o preço da operação. Após o reconhecimento
inicial, a entidade deve reconhecer essa diferença diferida como
um ganho ou perda apenas na medida em que decorra de uma
alteração num factor (incluindo o tempo) que os participantes no
mercado considerariam ao apreçar o activo ou passivo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 490

▼M33
AG76A A mensuração subsequente do activo financeiro ou passivo financeiro
e o reconhecimento subsequente dos ganhos e perdas devem ser coe­
rentes com os requisitos desta Norma.

__________

▼B
Sem mercado activo: instrumentos de capital próprio
▼M33
AG80 O justo valor dos investimentos em instrumentos de capital próprio
sem um preço cotado num mercado activo para um instrumento idên­
tico (ou seja, um dado de nível 1) e derivados ligados a tais ins­
trumentos de capital próprio que devam ser liquidados pela entrega
dos mesmos (ver parágrafos 46(c) e 47) é mensurável fiavelmente se:
(a) a variabilidade no intervalo de mensurações razoáveis pelo justo
valor não for significativa para esse instrumento; ou (b) as probabili­
dades das várias estimativas dentro do intervalo puderem ser razoa­
velmente avaliadas e usadas na mensuração pelo justo valor.

AG81 Há muitas situações em que a variabilidade no intervalo de mensura­


ções razoáveis do justo valor dos investimentos em instrumentos de
capital próprio sem um preço cotado num mercado activo para um
instrumento idêntico (ou seja, um dado de nível 1) e em derivados
ligados a tais instrumentos de capital próprio que devam ser liquida­
dos pela entrega dos mesmos (ver parágrafos 46(c) e 47) não será
provavelmente significativa. Normalmente é possível mensurar o justo
valor de um activo financeiro que uma entidade tenha adquirido a
uma parte externa. No entanto, se o intervalo de medidas razoáveis do
justo valor é significativo e as probabilidades das várias estimativas
não podem ser razoavelmente avaliadas, uma entidade vê-se impedida
de mensurar o instrumento pelo justo valor.

__________

▼B
Ganhos e perdas (parágrafos 55.-57.)
AG83 Uma entidade aplica a IAS 21 a activos financeiros e passivos finan­
ceiros que sejam itens monetários de acordo com a IAS 21 e estejam
denominados numa moeda estrangeira. De acordo com a IAS 21,
qualquer ganho e perda em moeda estrangeira relativo a activos mo­
netários e passivos monetários é reconhecido nos lucros ou prejuízos.
Uma excepção é um item monetário que é designado como instru­
mento de cobertura ou numa cobertura de fluxo de caixa (ver pará­
grafos 95.-101.) ou numa cobertura de um investimento líquido (ver
parágrafo 102.). Para a finalidade de reconhecer ganhos e perdas em
moeda estrangeira de acordo com a IAS 21, um activo financeiro
monetário disponível para venda é tratado como se fosse escriturado
pelo custo amortizado na moeda estrangeira. Em conformidade, para
um tal activo financeiro, as diferenças de câmbio resultantes de alte­
rações no custo amortizado são reconhecidas nos lucros ou prejuízos e
outras alterações na quantia escriturada são reconhecidas de acordo
com o parágrafo 55.b). Relativamente aos activos financeiros dispo­
níveis para venda que não sejam itens monetários de acordo com a
IAS 21 (por exemplo, instrumentos de capital próprio), o ganho ou
perda que é ►M5 reconhecido(a)(s) em outro rendimento integral ◄
de acordo com o parágrafo 55.b) inclui qualquer componente em
moeda estrangeira relacionado. Se houver um relacionamento de
cobertura entre um activo monetário não derivado e um passivo mo­
netário não derivado, as alterações no componente em moeda estran­
geira desses instrumentos financeiros são reconhecidas nos lucros ou
prejuízos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 491

▼B
Imparidade e incobrabilidade de activos financeiros (parágrafos
58.-70.)

Activos financeiros escriturados pelo custo amortizado (parágrafos


63.-65.)
AG84 A imparidade de um activo financeiro escriturado pelo custo amorti­
zado é mensurada usando a taxa de juro efectiva original do instru­
mento financeiro porque descontar à taxa de juro do mercado corrente
iria, com efeito, impor a mensuração do justo valor sobre activos
financeiros que são de outro modo mensurados pelo custo amortizado.
Se os termos de um empréstimo, de uma conta a receber ou de um
investimento detido até à maturidade forem renegociados ou de outra
forma modificados devido a dificuldades financeiras do mutuário ou
do emitente, a imparidade é mensurada usando a taxa de juro efectiva
original antes da modificação dos termos. Os fluxos de caixa relacio­
nados com contas a receber a curto prazo não são descontados se o
efeito do desconto for imaterial. Se um empréstimo, uma conta a
receber ou um investimento detido até à maturidade tiver uma taxa
de juro variável, a taxa de desconto para mensurar qualquer perda por
imparidade segundo o parágrafo 63. é a(s) taxa(s) de juro efectiva
corrente(s) determinada(s) de acordo com o contrato. Como expe­
diente prático, um credor pode mensurar a imparidade de um activo
financeiro escriturado pelo custo amortizado na base do justo valor de
um instrumento usando um preço de mercado observável. O cálculo
do valor presente de fluxos de caixa futuros estimados de um activo
financeiro colateralizado reflecte os fluxos de caixa que podem resul­
tar da execução menos os custos da obtenção e da venda da garantia
colateral, quer a execução seja ou não provável.

AG85 O processo de estimar a imparidade considera todas as exposições ao


crédito e não apenas aquelas de baixa qualidade de crédito. Por exem­
plo, se uma entidade usar um sistema interno de classificação de
crédito, ela considera todas as classificações de crédito e não apenas
aquelas que reflectem uma grave deterioração de crédito.

AG86 O processo de estimar a quantia de uma perda por imparidade pode


resultar tanto numa única quantia como num intervalo de possíveis
quantias. Neste último caso, a entidade reconhece uma perda por
imparidade igual à melhor estimativa dentro do intervalo (1) levando
em conta todas as informações relevantes disponíveis antes das de­
monstrações financeiras serem emitidas relativamente às condições
existentes ►M5 no fim do período de relato ◄.

AG87 Para a finalidade de uma avaliação colectiva da imparidade, os activos


financeiros são agrupados de acordo com características de risco de
crédito semelhantes que são indicativas da capacidade do devedor
para pagar todas as quantias devidas de acordo com os termos con­
tratuais (por exemplo, na base de uma avaliação de risco de crédito ou
de um processo de classificação que considere o tipo de activo, o
sector, a localização geográfica, o tipo de colateral, o atraso no paga­
mento e outros factores relevantes). As características escolhidas são
relevantes para a estimativa dos fluxos de caixa futuros para grupos de
tais activos por serem indicativas da capacidade do devedor para
pagar todas as quantias devidas de acordo com os termos contratuais
dos activos a serem avaliados. Contudo, as probabilidades de perda e
outras estatísticas de perda diferem ao nível de um grupo entre a)
activos que tenham sido individualmente avaliados quanto à impari­
dade, concluindo-se que não estão com imparidade, e b) activos que
não tenham sido individualmente avaliados quanto à imparidade, com
o resultado de que uma quantia diferente de imparidade poderá ser
exigida. Se uma entidade não tiver um grupo de activos com carac­
terísticas de risco semelhantes, não realiza a avaliação adicional.

(1) A IAS 37, no parágrafo 39, contém orientação sobre como determinar a melhor estima­
tiva num intervalo de possíveis desfechos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 492

▼B
AG88 As perdas por imparidade reconhecidas numa base de grupo represen­
tam um passo intercalar dependente da identificação de perdas por
imparidade em activos individuais do grupo de activos financeiros que
são colectivamente avaliados quanto à imparidade. Assim que houver
informação que identifique especificamente perdas em activos de um
grupo que estejam individualmente com imparidade, esses activos são
removidos do grupo.

AG89 Os fluxos de caixa futuros num grupo de activos financeiros que


sejam colectivamente avaliados quanto à imparidade são estimados
com base na experiência de perdas históricas para activos com carac­
terísticas de risco de crédito semelhantes às do grupo. As entidades
que não tenham experiência de perdas específica da entidade ou su­
ficiente experiência usam a experiência de grupos pares para grupos
comparáveis de activos financeiros. A experiência de perdas históricas
é ajustada com base nos dados observáveis correntes para reflectir os
efeitos de condições correntes que não afectaram o período no qual se
baseia a experiência de perdas históricas e para remover os efeitos de
condições no período histórico que não existem correntemente. As
estimativas de alterações nos fluxos de caixa futuros reflectem e são
direccionalmente consistentes com as alterações nos dados observá­
veis relacionados de período a período (tal como alterações nas taxas
de desemprego, nos preços de imóveis, nos preços de mercadorias, no
estado dos pagamentos ou noutros factores que sejam indicativos de
perdas incorridas no grupo e da sua magnitude). A metodologia e os
pressupostos usados para estimar fluxos de caixa futuros são revistos
regularmente para reduzir qualquer diferença entre as estimativas de
perda e a experiência efectiva de perda.

AG90 Como exemplo da aplicação do parágrafo AG89, uma entidade pode


determinar, com base na experiência histórica, que uma das causas
principais do não pagamento de empréstimos por cartão de crédito é a
morte do mutuário. A entidade pode observar que a taxa de mortes se
manteve inalterada de um ano para o seguinte. Não obstante, alguns
dos mutuários do grupo de empréstimos por cartão de crédito da
entidade podem ter falecido nesse ano, indicando que uma perda
por imparidade ocorreu em relação a esses empréstimos, mesmo
que, no final do ano, a entidade ainda não tenha conhecimento da
morte desses mutuários. Seria apropriado que uma perda por impari­
dade fosse reconhecida em relação com essas perdas «incorridas mas
não relatadas». Contudo, não seria apropriado reconhecer uma perda
por imparidade para mortes que se espera que ocorram num período
futuro, porque o acontecimento de perda necessário (a morte do mu­
tuário) ainda não ocorreu.

AG91 Ao usar taxas de perdas históricas na estimativa de fluxos de caixa


futuros, é importante que a informação acerca das taxas de perdas
históricas seja aplicada a grupos que estejam definidos de forma con­
sistente com os grupos relativamente aos quais as taxas de perdas
históricas foram observadas. Assim, o método usado deve permitir
que cada grupo seja associado à informação acerca da experiência
de perdas passadas em grupos de activos com características de risco
de crédito semelhantes e dados observáveis relevantes que reflictam as
condições correntes.

AG92 Abordagens baseadas em fórmulas ou métodos estatísticos podem ser


usados para determinar as perdas por imparidade num grupo de acti­
vos financeiros (por exemplo, para empréstimos de menor saldo)
desde que sejam consistentes com os requisitos dos parágrafos 63.-65.
e AG87-AG91. Qualquer modelo usado deve incorporar o efeito do
valor temporal do dinheiro, considerar os fluxos de caixa de toda a
restante vida de um activo (e não apenas do ano seguinte), considerar
a idade dos empréstimos no âmbito da carteira e não originar uma
perda por imparidade no reconhecimento inicial de um activo finan­
ceiro.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 493

▼B
Rendimento de juros após reconhecimento da imparidade
AG93 Uma vez que um activo financeiro ou um grupo de activos financeiros
semelhantes tenha sido reduzido como resultado de uma perda por
imparidade, o rendimento de juros é daí em diante reconhecido
usando a taxa de juro usada para descontar os fluxos de caixa futuros
para a finalidade de mensurar a perda por imparidade.

COBERTURA (parágrafos 71.-102.)


Instrumentos de cobertura (parágrafos 72.-77.)

Instrumentos que se qualificam (parágrafos 72. e 73.)


AG94 A potencial perda com uma opção que uma entidade subscreva pode
ser significativamente superior ao potencial ganho em valor de um
item coberto relacionado. Por outras palavras, uma opção subscrita
não é eficaz na redução da exposição aos lucros ou prejuízos de
um item coberto. Portanto, uma opção subscrita não se qualifica
como instrumento de cobertura a não ser que seja designada como
uma compensação de uma opção comprada, incluindo uma que esteja
embutida noutro instrumento financeiro (por exemplo, uma opção call
subscrita usada para a cobertura de um passivo resgatável). Pelo con­
trário, uma opção comprada tem potenciais ganhos iguais ou superio­
res às perdas e, por conseguinte, tem o potencial para reduzir a
exposição aos lucros ou prejuízos devido a alterações nos justos va­
lores os fluxos de caixa. Consequentemente, pode qualificar-se como
um instrumento de cobertura.

AG95 Um investimento detido até à maturidade escriturado pelo custo amor­


tizado pode ser designado como instrumento de cobertura numa co­
bertura de risco cambial.

▼M33
AG96 Um investimento num instrumento de capital próprio sem um preço
cotado num mercado activo para um instrumento idêntico (ou seja, um
dado de nível 1) não é escriturado pelo justo valor porque o seu justo
valor não pode ser mensurado fiavelmente ou um derivado ligado a tal
instrumento de capital próprio e que deve ser liquidado pela entrega
do mesmo (ver parágrafos 46(c) e 47) não pode ser designado como
instrumento de cobertura.

▼B
AG97 Os instrumentos de capital próprio da própria entidade não são activos
financeiros nem passivos financeiros da entidade e portanto não po­
dem ser designados como instrumentos de cobertura.

Itens cobertos (parágrafos 78.-84.)

Itens que se qualificam (parágrafos 78.-80.)


AG98 Um compromisso firme para adquirir um negócio numa concentração
de actividades empresariais não pode ser um item coberto, excepto
quanto ao risco cambial, porque os outros riscos a serem cobertos não
podem ser especificamente identificados e mensurados. Esses outros
riscos são riscos gerais do negócio.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 494

▼B
AG99 Um investimento pelo método da equivalência patrimonial não pode
ser um item coberto numa cobertura de justo valor porque o método
da equivalência patrimonial reconhece nos lucros ou prejuízos a parte
do investidor nos lucros ou prejuízos da associada, em vez de altera­
ções no justo valor do investimento. Por uma razão semelhante, um
investimento numa subsidiária consolidada não pode ser um item
coberto numa cobertura de justo valor porque a consolidação reco­
nhece nos lucros ou prejuízos os lucros ou prejuízos da subsidiária,
em vez de alterações no justo valor do investimento. Uma cobertura
de um investimento líquido numa unidade operacional estrangeira é
diferente porque é uma cobertura da exposição a moeda estrangeira e
não uma cobertura de justo valor da alteração no valor do investi­
mento.

AG99A O parágrafo 80 estabelece que, nas demonstrações financeiras conso­


lidadas, o risco cambial de uma transacção intragrupo prevista alta­
mente provável pode ser qualificado como um item coberto numa
cobertura de fluxos de caixa, desde que a transacção seja denominada
numa moeda que não a moeda funcional da entidade participante na
transacção e que o risco cambial venha a afectar os lucros ou prejuí­
zos consolidados. Para o efeito, uma entidade pode ser uma
empresa-mãe, uma subsidiária, uma associada, um empreendimento
conjunto ou uma sucursal. Caso o risco cambial de uma transacção
intragrupo prevista não afecte os lucros ou prejuízos consolidados,
essa transacção não pode ser qualificada como um item coberto.
Este é normalmente o caso dos pagamentos de royalties, dos paga­
mentos de juros ou dos encargos de gestão entre os membros do
mesmo grupo, excepto se existir uma transacção externa relacionada.
No entanto, caso o risco cambial de uma transacção intragrupo pre­
vista venha a afectar os lucros ou prejuízos consolidados, a transacção
intragrupo pode ser qualificada como um item coberto. Um exemplo
dessa situação consiste em vendas previstas ou em compras previstas
de elementos dos inventários entre membros do mesmo grupo, caso se
venha a verificar uma venda subsequente de elementos dos inventários
a uma parte externa ao grupo. Analogamente, a venda intragrupo
prevista de instalações produtivas e de equipamentos da entidade do
grupo que os produziu a uma entidade do grupo que utilizará nas suas
operações essas instalações e equipamentos pode afectar os lucros ou
prejuízos consolidados. Tal pode suceder, por exemplo, devido ao
facto de as instalações produtivas e os equipamentos virem a ser
depreciadas pela entidade compradora e o montante reconhecido ini­
cialmente relativamente às instalações produtivas e aos equipamentos
poder alterar-se, caso a transacção intragrupo prevista seja denominada
numa moeda que não a moeda funcional da entidade compradora.

▼M5
AG99B Se uma cobertura de uma transacção intragrupo prevista se qualificar
para contabilidade de cobertura, qualquer ganho ou perda reconhecido
em outro rendimento integral de acordo com o parágrafo 95(a) deve
ser reclassificado do capital próprio para os lucros ou prejuízos como
ajustamento de reclassificação no mesmo período ou períodos durante
os quais o risco cambial da transacção coberta afecta os lucros ou
prejuízos consolidados.

▼M15
AG99BA Uma entidade pode designar todas as alterações nos fluxos de caixa
ou justo valor de um item coberto num relacionamento de cobertura.
Uma entidade também pode designar apenas alterações nos fluxos de
caixa ou justo valor de um item coberto acima ou abaixo de um preço
especificado ou de outra variável (um risco unilateral). O valor in­
trínseco de um instrumento de cobertura de opção comprada (presu­
mindo que tem os mesmos principais termos que o risco designado),
mas não o seu valor temporal, reflecte um risco unilateral num item
coberto. Por exemplo, uma entidade pode designar a variabilidade de
futuros desfechos de fluxos de caixa resultante de um aumento de
preço de uma compra de mercadoria prevista. Neste tipo de situação,
apenas são designadas as perdas de fluxos de caixa resultantes de um
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 495

▼M15
aumento de preço acima do nível especificado. O risco coberto não
inclui o valor temporal de uma opção comprada porque o valor tem­
poral não é um componente da transacção prevista que afecte os
lucros ou prejuízos [parágrafo 86(b)].

▼B
Designação de itens financeiros como itens cobertos (parágrafos 81.
e 81.A)
AG99C […] A entidade pode designar todos os fluxos de caixa da totalidade
do activo financeiro ou passivo financeiro como o item coberto e
cobri-los apenas em relação a um único risco particular (por exemplo,
apenas em relação a alterações que sejam atribuíveis a alterações na
taxa LIBOR). Por exemplo, no caso de um passivo financeiro cuja
taxa de juro efectiva seja 100 pontos base abaixo da taxa LIBOR, uma
entidade pode designar como o item coberto a totalidade do passivo
(i.e., o capital mais o juro à taxa LIBOR menos 100 pontos base) e
cobrir a alteração no justo valor ou nos fluxos de caixa da totalidade
do passivo que seja atribuível a alterações na taxa LIBOR. A entidade
também pode escolher um rácio de cobertura diferente de um para um
por forma a melhorar a eficácia da cobertura tal como descrito no
parágrafo AG100.

AG99D Além disso, se um instrumento financeiro de taxa fixa estiver coberto


algum tempo depois da sua originação e as taxas de juro tiverem
entretanto mudado, a entidade pode designar uma parte igual à taxa
de referência […]. Por exemplo, considere-se que uma entidade ori­
gina um activo financeiro de taxa fixa de 100 UM com uma taxa de
juro efectiva de 6 % numa altura em que a taxa LIBOR está a 4 %.
Começa a cobrir esse activo algum tempo depois quando a taxa
LIBOR subiu para 8 % e o justo valor do activo desceu para 90
UM. A entidade calcula que se tivesse comprado o activo na data
em que primeiro o designou como o item coberto pelo seu justo valor
de 90 UM nessa altura, o rendimento efectivo teria sido de 9,5 %.
[…] A entidade pode designar uma parte da LIBOR de 8 % que
consiste parcialmente nos fluxos de caixa do juro contratual e parcial­
mente na diferença entre o justo valor corrente (i.e., 90 UM) e a
quantia reembolsável na maturidade (i.e., 100 UM).

▼M15
AG99E O parágrafo 81 permite a uma entidade designar algo que não seja a
totalidade da alteração no justo valor ou da variabilidade nos fluxos
de caixa de um instrumento financeiro. Por exemplo:

a) todos os fluxos de caixa de um instrumento financeiro podem ser


designados para alterações nos fluxos de caixa ou no justo valor
atribuíveis a alguns (mas não todos os) riscos; ou

b) alguns (mas não todos os) fluxos de caixa de um instrumento


financeiro podem ser designados para alterações nos fluxos de
caixa ou no justo valor atribuíveis a todos ou apenas a alguns
riscos (i.e., uma «porção» dos fluxos de caixa do instrumento
financeiro pode ser designada para alterações atribuíveis a todos
ou apenas a alguns riscos).

AG99F Para serem elegíveis para a contabilidade de cobertura, os riscos e


porções designados têm de ser componentes separadamente identifi­
cáveis do instrumento financeiro, e as alterações nos fluxos de caixa
ou no justo valor da totalidade do instrumento financeiro decorrentes
de alterações nos riscos e porções designados têm de ser fiavelmente
mensuráveis. Por exemplo:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 496

▼M15
a) para um instrumento financeiro de taxa fixa coberto para alterações
no justo valor atribuíveis a alterações numa taxa de juro sem risco
ou de referência, a taxa sem risco ou de referência é normalmente
encarada como um componente separadamente identificável de um
instrumento financeiro e como fiavelmente mensurável.

b) a inflação não é separadamente identificável e fiavelmente mensu­


rável e não pode ser designada como um risco ou uma porção de
um instrumento financeiro, a menos que os requisitos da alínea (c)
sejam satisfeitos.

c) uma porção de inflação contratualmente especificada dos fluxos de


caixa de uma obrigação indexada à inflação reconhecida (presu­
mindo que não haja qualquer requisito de contabilizar um derivado
embutido separadamente) é separadamente identificável e fiavel­
mente mensurável desde que outros fluxos de caixa do instrumento
não sejam afectados pela porção de inflação.

▼B
Designação de itens não financeiros como itens cobertos (parágrafo 82.)
AG100 As alterações no preço de um ingrediente ou de um componente de
um activo não financeiro ou de um passivo não financeiro não têm, de
uma forma geral, um efeito previsível e separadamente mensurável no
preço do item que seja comparável ao efeito de, por exemplo, uma
alteração nas taxas de juro do mercado ou no preço de uma obrigação.
Assim, um activo não financeiro ou um passivo não financeiro só é
um item coberto na sua totalidade ou para risco cambial. Se existir
uma diferença entre os termos do instrumento de cobertura e o item
coberto (tal como na cobertura da previsão de compra de café do
Brasil usando um contrato forward para comprar café da Colômbia
em termos de outro modo semelhantes), o relacionamento de cober­
tura pode, não obstante, qualificar-se como relacionamento de cober­
tura desde que todas as condições do parágrafo 88. sejam satisfeitas,
incluindo que se espera que a cobertura seja altamente eficaz. Para
esta finalidade, a quantia do instrumento de cobertura pode ser supe­
rior ou inferior à do item coberto se isto melhorar a eficácia do
relacionamento de cobertura. Por exemplo, pode ser efectuada uma
análise de regressão para estabelecer um relacionamento estatístico
entre o item coberto (por exemplo, uma transacção em café do Brasil)
e o instrumento de cobertura (por exemplo, uma transacção em café
da Colômbia). Se existir um relacionamento estatístico válido entre as
duas variáveis (i.e., entre os preços unitários do café brasileiro e do
café colombiano), pode ser usado o declive da linha de regressão para
estabelecer o rácio de cobertura que irá maximizar a eficácia esperada.
Por exemplo, se o declive da linha de regressão corresponder a 1,02,
um rácio de cobertura baseado em 0,98 unidades de itens cobertos
para 1,00 unidades do instrumento de cobertura maximiza a eficácia
esperada. Contudo, o relacionamento de cobertura pode resultar em
ineficácia que é reconhecida nos lucros ou prejuízos durante o prazo
do relacionamento de cobertura.

Designação de grupos de itens como itens cobertos (parágrafos 83.


e 84.)
AG101 Uma cobertura de uma posição líquida global (por exemplo, o líquido
de todos os activos de taxa fixa e passivos de taxa fixa com maturi­
dades semelhantes), em vez de um item coberto específico, não se
qualifica para contabilidade de cobertura. Contudo, praticamente o
mesmo efeito sobre os lucros ou prejuízos da contabilidade de cober­
tura para este tipo de relacionamento de cobertura pode ser alcançado
designando como o item coberto parte dos itens subjacentes. Por
exemplo, se um banco tiver 100 UM de activos e 90 UM de passivos
com riscos e condições de natureza semelhante e cobrir a exposição
líquida de 10 UM, ele pode designar 10 UM desses activos como o
item coberto. Esta designação pode ser usada se tais activos e passivos
forem instrumentos de taxa fixa, caso em que é uma cobertura de
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 497

▼B
justo valor, ou se forem instrumentos de taxa variável, caso em que é
uma cobertura de fluxo de caixa. De forma semelhante, se uma enti­
dade tiver um compromisso firme para efectuar uma compra numa
moeda estrangeira de 100 UM e um compromisso firme para efectuar
uma venda na moeda estrangeira de 90 UM, ela pode cobrir a quantia
líquida de 10 UM adquirindo um derivado e designando-o como um
instrumento de cobertura associado a 10 UM do compromisso firme
de compra de 100 UM.

Contabilidade de cobertura (parágrafos 85.-102.)


AG102 Um exemplo de uma cobertura de justo valor é a cobertura da ex­
posição a alterações no justo valor de um instrumento de dívida de
taxa fixa em consequência de alterações nas taxas de juro. Tal cober­
tura podia ser celebrada pelo emitente ou pelo detentor.

AG103 Um exemplo de uma cobertura de fluxo de caixa é o uso de um swap


para alterar a dívida de taxa flutuante para dívida de taxa fixa (i.e.,
uma cobertura de uma transacção futura em que os fluxos de caixa
futuros a serem cobertos são os pagamentos de juros futuros).

AG104 Uma cobertura de um compromisso firme (por exemplo, uma cober­


tura da alteração no preço do combustível relacionada com um com­
promisso contratual não reconhecido de um serviço público de elec­
tricidade para comprar combustível a um preço fixado) é uma cober­
tura de uma exposição a uma alteração no justo valor. Em conformi­
dade, uma tal cobertura é uma cobertura de justo valor. Contudo,
segundo o parágrafo 87., uma cobertura do risco cambial de um
compromisso firme pode alternativamente ser contabilizada como co­
bertura de fluxo de caixa.

Avaliar a eficácia de cobertura


AG105 Uma cobertura só é considerada altamente eficaz se ambas as condi­
ções seguintes forem satisfeitas:

a) No início da cobertura e em períodos posteriores, espera-se que a


cobertura seja altamente eficaz em alcançar alterações de compen­
sação no justo valor ou nos fluxos de caixa atribuíveis ao risco
coberto durante o período relativamente ao qual a cobertura foi
designada. Uma tal expectativa pode ser demonstrada de várias
formas, incluindo uma comparação das alterações passadas no
justo valor ou nos fluxos de caixa do item coberto que sejam
atribuíveis ao risco coberto com as alterações passadas no justo
valor ou nos fluxos de caixa do instrumento de cobertura, ou pela
demonstração de uma elevada correlação estatística entre o justo
valor ou os fluxos de caixa do item coberto e os do instrumento de
cobertura. A entidade pode escolher um rácio de cobertura dife­
rente de um para um por forma a melhorar a eficácia da cobertura
tal como descrito no parágrafo AG100.

b) Os resultados reais da cobertura estão dentro do intervalo de


80-125 %. Por exemplo, se os resultados reais forem tais que a
perda no instrumento de cobertura corresponder a 120 UM e o
ganho no instrumento de caixa corresponder a 100 UM, a com­
pensação pode ser mensurada por 120/100, que é 120 %, ou por
100/120, que é 83 %. Neste exemplo, presumindo que a cobertura
satisfaz a condição da alínea a), a entidade concluiria que a co­
bertura tem sido altamente eficaz.

AG106 A eficácia é avaliada, no mínimo, no momento em que a entidade


prepara as suas demonstrações financeiras anuais ou intercalares.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 498

▼B
AG107 Esta Norma não especifica um método único para avaliar a eficácia de
cobertura. O método que uma entidade adoptar para avaliar a eficácia
da cobertura depende da sua estratégia de gestão do risco. Por exem­
plo, se a estratégia de gestão do risco da entidade for a de ajustar a
quantia do instrumento de cobertura periodicamente para reflectir as
alterações na posição coberta, a entidade precisa de demonstrar que só
se espera que a cobertura seja altamente eficaz durante o período até
que a quantia do instrumento de cobertura seja novamente ajustada.
Nalguns casos, uma entidade adopta métodos diferentes para tipos
diferentes de cobertura. A documentação da entidade da sua estratégia
de cobertura inclui os seus procedimentos para avaliar a eficácia.
Esses procedimentos dispõem sobre se a avaliação inclui todo o ganho
ou perda num instrumento de cobertura ou se o valor temporal do
instrumento é ou não excluído.

AG107A […].

AG108 Se as principais condições do instrumento de cobertura e do activo


coberto, passivo, compromisso firme ou transacção prevista altamente
provável forem as mesmas, as alterações no justo valor e nos fluxos
de caixa atribuíveis ao risco que está a ser coberto podem compensar
completamente umas com as outras, não só quando a cobertura for
celebrada como depois. Por exemplo, um swap de taxa de juro pode
ser uma cobertura eficaz se as quantias nocional e de capital, o prazo,
as datas de reapreçamento, as datas dos recebimentos e pagamentos de
juros e de capital, e a base de mensuração das taxas de juro forem os
mesmos para o instrumento de cobertura e para o item coberto. Além
disso, uma cobertura de uma altamente provável compra prevista
de uma mercadoria com um contrato forward pode ser altamente
eficaz se:

a) o contrato forward for relativo à compra da mesma quantidade da


mesma mercadoria na mesma data e localização que a compra
prevista coberta;

b) o justo valor do contrato forward no início for zero; e

c) ou a alteração no desconto ou no prémio sobre o contrato forward


for excluída da avaliação da eficácia e reconhecida nos lucros ou
prejuízos ou a alteração nos fluxos de caixa esperados da transac­
ção prevista altamente provável se basear no preço forward da
mercadoria.

AG109 Por vezes, o instrumento de cobertura compensa apenas parte do risco


coberto. Por exemplo, uma cobertura não será totalmente eficaz se o
instrumento de cobertura e o item coberto forem denominados em
moedas diferentes que não se movam em paralelo. Além disso, uma
cobertura de risco de taxa de juro usando um derivado não será
completamente eficaz se parte da alteração no justo valor do derivado
for atribuível ao risco de crédito da contraparte.

AG110 Para se qualificar para contabilidade de cobertura, a cobertura tem de


se relacionar com um risco específico identificado e designado, e não
meramente com os riscos comerciais gerais da entidade, e em última
análise tem de afectar os lucros ou prejuízos da entidade. Uma co­
bertura do risco de obsolescência de um activo físico ou do risco de
expropriação de propriedade por parte de um governo não é elegível
para contabilidade de cobertura; a eficácia não pode ser mensurada
porque esses riscos não são mensuráveis com fiabilidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 499

▼M15
AG110A O parágrafo 74(a) permite a uma entidade separar o valor intrínseco e
o valor temporal de um contrato de opção e designar como instru­
mento de cobertura apenas a alteração no valor intrínseco do contrato
de opção. Este tipo de designação pode resultar num relacionamento
de cobertura que seja perfeitamente eficaz em alcançar alterações de
compensação nos fluxos de caixa atribuíveis a um risco unilateral
coberto de uma transacção prevista, se os principais termos da tran­
sacção prevista e do instrumento de cobertura forem os mesmos.

AG110B Se uma entidade designar a totalidade de uma opção comprada como


o instrumento de cobertura de um risco unilateral decorrente de uma
transacção prevista, o relacionamento de cobertura não será perfeita­
mente eficaz. Isto deve-se ao facto de o prémio pago pela opção
incluir o valor temporal e, conforme expresso no parágrafo AG99BA,
um risco unilateral designado não inclui o valor temporal de uma
opção. Portanto, nesta situação, não haverá compensação entre os
fluxos de caixa relacionados com o valor temporal do prémio pago
pela opção e o risco coberto designado.

▼B
AG111 No caso de risco de taxa de juro, a eficácia da cobertura pode ser
avaliada preparando um quadro de maturidades para activos financei­
ros e passivos financeiros que mostre a exposição à taxa de juro
líquida para cada período de tempo, desde que a exposição líquida
esteja associada a um activo ou passivo específico (ou um grupo
específico de activos ou passivos ou uma parte específica dos mes­
mos) dando origem à exposição líquida, e a eficácia da cobertura seja
avaliada face a esse activo ou passivo.

AG112 Ao avaliar a eficácia de uma cobertura, uma entidade considera nor­


malmente o valor temporal do dinheiro. A taxa de juro fixa sobre um
item coberto não necessita de corresponder exactamente à taxa de juro
fixa sobre um swap designado como uma cobertura de justo valor.
Nem a taxa de juro variável sobre um activo ou passivo que vença
juros necessita de ser a mesma que a taxa de juro variável sobre um
swap designado como uma cobertura de fluxo de caixa. O justo valor
de um swap deriva das suas liquidações de forma líquida. As taxas
fixas e variáveis sobre um swap podem ser alteradas sem afectar a
liquidação de forma líquida se ambas forem alteradas pela mesma
quantia.

AG113 Se uma entidade não cumprir os critérios de eficácia de cobertura, a


entidade descontinua a contabilidade de cobertura desde a última data
em que a conformidade com a eficácia de cobertura foi demonstrada.
Contudo, se a entidade identificar o acontecimento ou a alteração nas
circunstâncias que levaram o relacionamento de cobertura a não sa­
tisfazer os critérios de eficácia, e demonstrar que a cobertura foi eficaz
antes da ocorrência do acontecimento ou da alteração nas circuns­
tâncias, a entidade descontinua a contabilidade de cobertura a partir
da data do acontecimento ou da alteração nas circunstâncias.

Contabilidade de cobertura do justo valor para uma cobertura de


carteira do risco de taxa de juro
AG114 Relativamente a uma cobertura de justo valor do risco de taxa de
juro associada a uma carteira de activos financeiros ou passivos
financeiros, uma entidade satisfaria os requisitos desta Norma se
cumprir os procedimentos definidos nas alíneas a)-i) e nos parágrafos
AG115-AG132 adiante.

a) Como parte do seu processo de gestão do risco, a entidade iden­


tifica uma carteira de itens cujo risco de taxa de juro pretenda
cobrir. A carteira pode compreender apenas activos, apenas passi­
vos ou activos e passivos. A entidade pode identificar duas ou
mais carteiras (por exemplo, a entidade pode agrupar os seus ac­
tivos disponíveis para venda numa carteira separada), caso em que
aplica a orientação adiante a cada carteira separadamente;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 500

▼B
b) A entidade analisa a carteira em períodos de tempo de reapreça­
mento com base nas datas de reapreçamento esperadas, em vez de
contratuais. A análise em períodos de tempo de reapreçamento
pode ser efectuada de várias formas, incluindo a calendarização
de fluxos de caixa nos períodos em que se espera que ocorram,
ou a calendarização de quantias nocionais de capital em todos os
períodos até que se espera que o reapreçamento ocorra;

c) Com base nesta análise, a entidade decide a quantia que pretende


cobrir. A entidade designa como o item coberto uma quantia de
activos ou passivos (mas não uma quantia líquida) da carteira
identificada igual à quantia que pretende designar como estando
coberta […];

d) A entidade designa o risco de taxa de juro que está a cobrir. Este


risco pode ser uma parte do risco de taxa de juro em cada um dos
itens na posição coberta, tal como uma taxa de juro de referência
(por exemplo, a taxa LIBOR);

e) A entidade designa um ou mais instrumentos de cobertura para


cada período de tempo de reapreçamento;

f) Usando as designações feitas nas alíneas c)-e) atrás, a entidade


avalia, no início e em períodos posteriores, se se espera que a
cobertura seja altamente eficaz durante o período relativamente
ao qual a cobertura esteja designada;

g) Periodicamente, a entidade mensura a alteração no justo valor do


item coberto [tal como designado na alínea c)] que é atribuível ao
risco coberto [tal como designado na alínea d)] […]. Desde que se
determine realmente que a cobertura foi altamente eficaz quando
avaliada usando o método documentado da entidade de avaliação
da eficácia, a entidade reconhece a alteração no justo valor do item
coberto como um ganho ou uma perda nos lucros ou prejuízos e
numa de duas linhas de itens ►M5 na demonstração da posição
financeira ◄ tal como descrito no parágrafo 89.A. A alteração no
justo valor não necessita de ser imputada a activos ou passivos
individuais;

h) A entidade mensura a alteração no justo valor do(s) instrumento(s)


de cobertura [tal como designado na alínea e)] e reconhece-a como
ganho ou perda nos lucros ou prejuízos. O justo valor do(s) ins­
trumento(s) de cobertura é reconhecido como activo ou passivo
►M5 na demonstração da posição financeira ◄;

i) Qualquer ineficácia (1) será reconhecida nos lucros ou prejuízos


como a diferença entre a alteração no justo valor referida na
alínea g) e a referida na alínea h).

AG115 Esta abordagem está descrita adiante mais pormenorizadamente. A


abordagem deve ser aplicada apenas a uma cobertura de justo valor
do risco de taxa de juro associado a uma carteira de activos financei­
ros ou passivos financeiros.

AG116 A carteira identificada no parágrafo AG114.a) pode conter activos e


passivos. Como alternativa, pode tratar-se de uma carteira contendo
apenas activos, ou apenas passivos. A carteira é usada para determinar
a quantia dos activos ou passivos que a entidade pretende cobrir.
Contudo, a carteira não está em si própria designada como o item
coberto.

(1) Aplicam-se neste contexto as mesmas considerações de materialidade que se aplicam a


todas as IFRS.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 501

▼B
AG117 Ao aplicar o parágrafo AG114.b), a entidade determina a data de
reapreçamento esperada de um item como a mais antiga das datas
em que se espera que o item atinja a maturidade ou o reapreçamento
de acordo com as taxas de mercado. As datas de reapreçamento
esperadas são estimadas no início da cobertura e durante o prazo da
cobertura, com base na experiência histórica e noutras informações
disponíveis, incluindo informações e expectativas relativas a taxas de
pré-pagamento, taxas de juro e à interacção entre ambas. As entidades
que não tenham experiência específica da entidade ou suficiente ex­
periência usam a experiência de grupos de pares para instrumentos
financeiros comparáveis. Estas estimativas são revistas periodicamente
e actualizadas à luz da experiência. No caso de um item de taxa fixa
que seja pré-pagável, a data de reapreçamento esperada é a data em
que se espera que o item seja pré-pago a menos que seja reapreçado
de acordo com as taxas de mercado numa data anterior. Para um
grupo de itens semelhantes, a análise em períodos de tempo com
base nas datas de reapreçamento esperadas pode tomar a forma de
imputação de uma percentagem do grupo, em vez de itens individuais,
para cada período de tempo. Uma entidade pode aplicar outras meto­
dologias para essas finalidades de imputação. Por exemplo, pode usar
um multiplicador da taxa de pré-pagamento para imputar empréstimos
amortizáveis a períodos de tempo baseados em datas de reapreça­
mento esperadas. Contudo, a metodologia para uma tal imputação
deve estar de acordo com os procedimentos e objectivos de gestão
do risco da entidade.

AG118 Como exemplo da designação definida no parágrafo AG114.c), se,


num período de tempo de reapreçamento particular, uma entidade
estimar que tem activos de taxa fixa de 100 UM e passivos de taxa
fixa de 80 UM e decidir cobrir toda a posição líquida de 20 UM, ela
designa como os activos de itens cobertos na quantia de 20 UM (uma
parte dos activos). (1) A designação é expressa como uma «quantia de
uma moeda» (por exemplo, uma quantia de dólares, euros, libras ou
rands) em vez de activos individuais. Segue-se que todos os activos
(ou passivos) dos quais a quantia coberta é retirada — i.e., todas as
100 UM de activos no exemplo acima — devem ser itens cujo justo
valor se altera em resposta às alterações na taxa de juro a ser cober­
ta[…].

AG119 A entidade também cumpre os outros requisitos de designação e


documentação definidos no parágrafo 88.a). Para uma cobertura de
carteira do risco de taxa de juro, estas designação e documentação
especificam a política da entidade para todas as variáveis que são
usadas para identificar a quantia que é coberta e a forma como a
eficácia é mensurada, incluindo o seguinte:

a) quais os activos e passivos que devem ser incluídos na cobertura


da carteira e a base a ser usada para remover os mesmos da
carteira;

b) como a entidade estima as datas de reapreçamento, incluindo os


pressupostos de taxa de juro subjacentes às estimativas de taxas de
pré-pagamento e a base para alterar essas estimativas. O mesmo
método é usado tanto para as estimativas iniciais feitas no mo­
mento em que um activo ou passivo é incluído na carteira coberta
como para qualquer revisão posterior dessas estimativas;

(1) A Norma permite que uma entidade designe qualquer quantia dos activos ou passivos
disponíveis que se qualificam, i.e., neste exemplo, qualquer quantia de activos entre 0
UM e 100 UM.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 502

▼B
c) o número e a duração dos períodos de tempo de reapreçamento;

d) a frequência com que a entidade vai testar a eficácia […];

e) a metodologia usada pela entidade para determinar a quantia de


activos ou passivos que é designada como o item coberto […];

f) […]. se a entidade vai testar a eficácia para cada período de tempo


de reapreçamento individualmente, para todos os períodos de
tempo em agregado ou usando alguma combinação dos dois.

As políticas especificadas ao designar e documentar o relacionamento


de cobertura devem estar de acordo com os procedimentos e objecti­
vos de gestão do risco da entidade. Não devem ser feitas alterações
arbitrárias nas políticas. Elas devem ser justificadas com base nas
alterações nas condições do mercado e noutros factores em que devem
ser fundadas e consistentes com os procedimentos e objectivos de
gestão do risco da entidade.

AG120 O instrumento de cobertura referido no parágrafo AG114.e) pode ser


um derivado único ou uma carteira de derivados contendo todos
exposição ao risco de taxa de juro coberto designado no parágrafo
AG114.d) (por exemplo, uma carteira de swaps de taxa de juro con­
tendo todos exposição à taxa LIBOR). Uma tal carteira de derivados
pode conter posições de risco que se compensam. Contudo, pode não
incluir opções subscritas ou opções subscritas líquidas, porque a Nor­
ma (1) não permite que tais opções sejam designadas como instrumen­
tos de cobertura (excepto quando uma opção subscrita é designada
como compensação por uma opção comprada). Se o instrumento de
cobertura cobrir a quantia designada no parágrafo AG114.c) por mais
de um período de tempo de reapreçamento, ele é imputado a todos os
períodos de tempo que cobrir. Contudo, a totalidade do instrumento
de cobertura deve ser imputada a esses períodos de tempo de reapre­
çamento porque a Norma (2) não permite que um relacionamento de
cobertura seja designado apenas para uma parte do período de tempo
durante o qual o instrumento de cobertura se mantém em circulação.

AG121 Quando a entidade mensura a alteração no justo valor de um item pré-


-pagável de acordo com o parágrafo AG114.g), uma alteração nas
taxas de juro afecta o justo valor do item pré-pagável de duas formas:
afecta o justo valor dos fluxos de caixa contratuais e o justo valor da
opção de pré-pagamento que está contida num item pré-pagável. O
parágrafo 81. da Norma permite que uma entidade designe uma parte
de um activo financeiro ou passivo financeiro, que partilhem uma
exposição comum ao risco, como o item coberto, desde que a eficácia
possa ser mensurada. […].

AG122 A Norma não especifica as técnicas usadas para determinar a quantia


mencionada no parágrafo AG114.g), nomeadamente a alteração no
justo valor do item coberto que é atribuível ao risco coberto. […].
Não é apropriado presumir que as alterações no justo valor do item
coberto sejam iguais às alterações no valor do instrumento de cober­
tura.

(1) Ver parágrafos 77. e AG94


(2) Ver parágrafo 75.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 503

▼B
AG123 O parágrafo 89.A exige que, se o item coberto para um período de
tempo de reapreçamento particular for um activo, a alteração no seu
valor seja apresentada numa linha de item separada dentro dos acti­
vos. Inversamente, se o item coberto para um período de tempo de
reapreçamento particular for um passivo, a alteração no seu valor é
apresentada numa linha de item separada dentro dos passivos. Estas
são as linhas de itens separadas mencionadas no parágrafo AG114.g).
Não é exigida a imputação específica a activos (ou passivos) indivi­
duais.

AG124 O parágrafo AG114.i) faz notar que a ineficácia resulta até ao


ponto em que a alteração no justo valor do item coberto que é atri­
buível ao risco coberto difere da alteração no justo valor do derivado
de cobertura. Uma tal diferença pode resultar de uma série de razões,
incluindo:

a) […];

b) itens da carteira coberta passarem a estar com imparidade ou a ser


desreconhecidos;

c) as datas de pagamento do instrumento de cobertura e do item


coberto serem diferentes; e

d) outras causas […].

Tal ineficácia (1) deve ser identificada e reconhecida nos lucros ou


prejuízos.

AG125 Geralmente, a eficácia da cobertura será melhorada:

a) se a entidade calendarizar itens com diferentes características de


pré-pagamento de uma forma que tome em linha de conta as
diferenças no comportamento de pré-pagamento;

b) quando o número de itens na carteira for superior. Quando apenas


alguns itens estão contidos na carteira, é provável que ocorra uma
ineficácia relativamente alta se um dos itens for pré-pago antes ou
depois do esperado. Inversamente, quando a carteira contiver mui­
tos itens, o comportamento de pré-pagamento pode ser previsto
com maior exactidão;

c) quando os períodos de tempo de reapreçamento são mais estreitos


(por exemplo, 1 mês por oposição a períodos de tempo de rea­
preçamento de 3 meses). Períodos de tempo de reapreçamento
mais estreitos reduzem o efeito de qualquer não correspondência
entre as datas de reapreçamento e de pagamento (dentro do período
de tempo de reapreçamento) do item coberto e as do instrumento
de cobertura;

d) quanto maior for a frequência com que a quantia do instrumento


de cobertura é ajustada para reflectir alterações no item coberto
(por exemplo, devido a alterações nas expectativas de pré-paga­
mento).

AG126 Uma entidade testa a eficácia periodicamente. […].

(1) Aplicam-se neste contexto as mesmas considerações de materialidade que se aplicam a


todas as IFRS.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 504

▼B
AG127 Ao mensurar a eficácia, a entidade destingue as revisões das datas de
reapreçamento estimadas de activos (ou passivos) existentes da origi­
nação de novos activos (ou passivos), sendo que apenas a primeira
resulta em ineficácia […]. Uma vez reconhecida a ineficácia conforme
descrito acima, a entidade estabelece uma nova estimativa do total dos
activos (ou passivos) em cada período de tempo de reapreçamento,
incluindo novos activos (ou passivos) que tenham sido originados
desde a última vez que testou a eficácia, e designa uma nova quantia
como o item coberto e uma nova percentagem como a percentagem
coberta[…].

AG128 Os itens que tenham sido originalmente calendarizados num período


de tempo de reapreçamento podem ser desreconhecidos devido a um
pré-pagamento mais cedo do que o esperado ou a amortizações cau­
sadas por imparidade ou venda. Quando isto ocorrer, a quantia da
alteração no justo valor incluída na linha de item separada mencionada
no parágrafo AG114g) que se relaciona com o item desreconhecido
deve ser removida ►M5 da demonstração da posição financeira ◄,
e incluída no ganho ou perda decorrente do desreconhecimento do item.
Para esta finalidade, é necessário conhecer o(s) período(s) de tempo de
reapreçamento no(s) qual(is) o item desreconhecido foi calendarizado,
porque isto determina o(s) período(s) de tempo de reapreçamento do(s)
qual(is) deverá ser removido e portanto a quantia a remover da linha de
item separada mencionada no parágrafo AG114.g). Quando um item é
desreconhecido, se for possível determinar o período de tempo em que
foi incluído, ele é removido desse período de tempo. Se não for pos­
sível, ele é removido do primeiro período de tempo se o desreconhe­
cimento resultou de pré-pagamentos mais elevados do que o esperado,
ou imputado a todos os períodos de tempo que contenham o item
desreconhecido numa base sistemática e racional se o item foi vendido
ou se passou a estar com imparidade.

AG129 Além disso, qualquer quantia relacionada com um período de tempo


particular que não tenha sido desreconhecida quando o período de
tempo expirou é reconhecida nos lucros ou prejuízos nesse momento
(ver parágrafo 89.A.) […].

AG130 […].

AG131 Se a quantia coberta para um período de tempo de reapreçamento for


reduzida sem que os activos (ou passivos) relacionados sejam desre­
conhecidos, a quantia incluída na linha de item separada mencionada
no parágrafo AG114.g) que se relaciona com a redução deve ser
amortizada de acordo com o parágrafo 92.

AG132 Uma entidade pode pretender aplicar a abordagem definida nos pará­
grafos AG114-AG131 a uma cobertura de carteira que tenha sido
anteriormente contabilizada como cobertura de fluxo de caixa de
acordo com a IAS 39. Tal entidade deve revogar a designação anterior
de uma cobertura de fluxo de caixa de acordo com o parágrafo 101.d),
e aplicar os requisitos definidos nesse parágrafo. Deve também rede­
signar a cobertura como uma cobertura de justo valor e aplicar a
abordagem definida nos parágrafos AG114-AG131 prospectivamente
a períodos contabilísticos posteriores.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 505

▼B
TRANSIÇÃO (parágrafos 103.-108.b.)
AG133 Uma entidade pode ter designado uma transacção intragrupo prevista
como um item coberto no início de um período anual que comece em
ou após 1 de Janeiro de 2005 (ou, para efeitos de reformulação da
informação comparativa, no início de um período comparativo ante­
rior) numa cobertura que se qualificaria para efeitos de contabilidade
de cobertura em conformidade com a presente Norma (tal como
emendada pela última frase do parágrafo 80.). Essa entidade pode
utilizar essa designação para aplicar a contabilidade de cobertura às
demonstrações financeiras consolidadas a partir do início do período
anual que comece em ou após 1 de Janeiro de 2005 (ou do início do
período comparativo anterior). Essa entidade também deve aplicar os
parágrafos AG99A e AG99B a partir do início do período anual que
comece em ou após 1 de Janeiro de 2005. Porém, em conformidade
com o parágrafo 108B, não tem de aplicar o parágrafo AG99B à
informação comparativa de períodos anteriores.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 506

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 40
Propriedades de Investimento
OBJECTIVO
1. O objectivo desta Norma é o de prescrever o tratamento contabilístico
de propriedades de investimento e respectivos requisitos de divulgação.

ÂMBITO
2. Esta Norma deve ser aplicada no reconhecimento, mensuração e di­
vulgação de propriedades de investimento.

3. Entre outras coisas, esta Norma aplica-se à mensuração nas demons­


trações financeiras de um locatário de interesses de propriedades de
investimento detidos numa locação contabilizada como locação finan­
ceira e à mensuração nas demonstrações financeiras de um locador de
propriedades de investimento disponibilizadas a um locatário numa
locação operacional. Esta Norma não trata de assuntos cobertos pela
IAS 17 Locações, incluindo:

a) classificação de locações como locações financeiras ou locações


operacionais;

b) reconhecimento de rendimentos de locações resultantes de proprie­


dades de investimento (ver também IAS 18 Rédito);

c) mensuração nas demonstrações financeiras de um locatário de in­


teresses de propriedade detidos segundo uma locação contabilizada
como locação operacional;

d) mensuração nas demonstrações financeiras de um locador do seu


investimento líquido numa locação financeira;

e) contabilização de transacções de venda e relocação; e

f) divulgações acerca de locações financeiras e de locações operacio­


nais.

4. Esta Norma não se aplica a:

a) activos biológicos relacionados com a actividade agrícola (ver a


IAS 41 Agricultura); e

b) direitos minerais e reservas minerais tais como petróleo, gás natu­


ral e recursos não regenerativos semelhantes.

DEFINIÇÕES
5. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

Quantia escriturada é a quantia pela qual um activo é reconhecido


►M5 na demonstração da posição financeira ◄.

Custo é a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor


de outra retribuição dada para adquirir um activo no momento da sua
aquisição ou construção ou, quando aplicável, a quantia atribuída a
esse activo aquando do reconhecimento inicial de acordo com os
requisitos específicos de outras IFRS, por exemplo, a IFRS 2 Paga­
mento com Base em Acções.

▼M33
Justo Valor é o preço que seria recebido pela venda de um activo ou
pago pela transferência de um passivo numa transacção ordenada
entre participantes no mercado à data da mensuração. (Ver IFRS 13
Mensuração pelo Justo Valor).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 507

▼B
Propriedade de investimento é a propriedade (terreno ou um edifício
— ou parte de um edifício — ou ambos) detida (pelo proprietário ou
pelo locatário numa locação financeira) para obter rendas ou para
valorização do capital ou para ambas, e não para:

a) uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para


finalidades administrativas; ou

b) venda no curso ordinário do negócio.

Propriedade ocupada pelo proprietário é a propriedade detida (pelo


proprietário ou pelo locatário segundo uma locação financeira) para
uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para fina­
lidades administrativas.

6. Um interesse de propriedade que seja detido por um locatário segundo


uma locação operacional pode ser classificado e contabilizado como
propriedade de investimento se, e apenas se, a propriedade satisfizer
de outra forma a definição de uma propriedade de investimento e o
locatário usasse o modelo do justo valor definido nos parágrafos 33.-
-55. para o activo reconhecido. Esta classificação alternativa está dis­
ponível numa base de propriedade por propriedade. Contudo, uma vez
escolhida esta classificação alternativa para um interesse de proprie­
dade deste género detido segundo uma locação operacional, todas as
propriedades classificadas como propriedade de investimento devem
ser contabilizadas usando o modelo do justo valor. Quando esta clas­
sificação alternativa for escolhida, qualquer interesse assim classifi­
cado é incluído nas divulgações exigidas nos parágrafos 74.-78.

7. As propriedades de investimento são detidas para obter rendas ou para


valorização do capital ou para ambas. Por isso, uma propriedade de
investimento gera fluxos de caixa altamente independentes dos outros
activos detidos por uma entidade. Isto distingue as propriedades de
investimento de propriedades ocupadas pelos proprietários. A produ­
ção ou fornecimento de bens ou serviços (ou o uso de propriedades
para finalidades administrativas) gera fluxos de caixa que são atribuí­
veis não apenas às propriedades, mas também a outros activos usados
no processo de produção ou de fornecimento. A IAS 16 Activos Fixos
Tangíveis aplica-se a propriedades ocupadas pelos proprietários.

8. O que se segue são exemplos de propriedades de investimento:

a) terrenos detidos para valorização do capital a longo prazo e não


para venda a curto prazo no curso ordinário de negócios;

b) terrenos detidos para um futuro uso correntemente indeterminado


(se uma entidade não tiver determinado que usará o terreno como
propriedade ocupada pelo proprietário ou para venda a curto prazo
no curso ordinário do negócio, o terreno é considerado como
detido para valorização do capital);

c) um edifício que seja propriedade da entidade (ou detido pela en­


tidade numa locação financeira) e que seja locado segundo uma ou
mais locações operacionais;

d) um edifício que esteja desocupado mas detido para ser locado


segundo uma ou mais locações operacionais;

▼M8
e) propriedade que esteja a ser construída ou desenvolvida para futuro
uso como propriedade de investimento.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 508

▼B
9. Seguem-se exemplos de itens que não são propriedades de investi­
mento, estando, por isso, fora do âmbito desta Norma:

a) propriedades destinadas à venda no curso ordinário do negócio ou


em vias de construção ou desenvolvimento para tal venda (ver IAS
2 Inventários), por exemplo, propriedade adquirida exclusivamente
com vista a alienação subsequente no futuro próximo ou para
desenvolvimento e revenda;

b) propriedade que esteja a ser construída ou desenvolvida por conta


de terceiros (ver IAS 11 Contratos de Construção);

c) propriedade ocupada pelo proprietário (ver IAS 16), incluindo (en­


tre outras coisas) propriedade detida para futuro uso como proprie­
dade ocupada pelo proprietário, propriedade detida para futuro
desenvolvimento e uso subsequente como propriedade ocupada
pelo proprietário, propriedade ocupada por empregados (paguem
ou não os empregados rendas a taxas de mercado) e propriedade
ocupada pelo proprietário aguardando alienação;

▼M8
__________

▼B
e) propriedade que seja locada a outra entidade segundo uma locação
financeira.

10. Algumas propriedades compreendem uma parte que é detida para


obter rendas ou para valorização de capital e uma outra parte que é
detida para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou
para finalidades administrativas. Se estas partes puderem ser vendidas
separadamente (ou locadas separadamente segundo uma locação fi­
nanceira), uma entidade contabilizará as partes separadamente. Se as
partes não puderem ser vendidas separadamente, a propriedade só é
uma propriedade de investimento se uma parte não significativa for
detida para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou
para finalidades administrativas.

11. Em alguns casos, uma entidade proporciona serviços de apoio aos


ocupantes de uma propriedade que ela detenha. Uma entidade trata
tal propriedade como propriedade de investimento se os serviços fo­
rem insignificantes em relação ao acordo como um todo. Um exemplo
é quando o proprietário de um edifício de escritórios proporciona
serviços de segurança e de manutenção aos locatários que ocupam
o edifício.

12. Noutros casos, os serviços prestados são significativos. Por exemplo,


se uma entidade possui e gere um hotel, os serviços proporcionados
aos hóspedes são significativos para o acordo como um todo. Por isso,
um hotel gerido pelo proprietário, é uma propriedade ocupada pelo
proprietário e não uma propriedade de investimento.

13. Pode ser difícil determinar se os serviços de apoio são ou não tão
significativos que uma propriedade não se qualifique como proprie­
dade de investimento. Por exemplo, o proprietário de um hotel por
vezes transfere algumas responsabilidades a terceiros segundo um
contrato de gestão. Os termos de tais contratos variam grandemente.
Num extremo do espectro, a posição do proprietário pode, em subs­
tância, ser a de um investidor passivo. No outro extremo do espectro,
o proprietário pode simplesmente ter procurado fora funções do dia a
dia embora ficando com significativa exposição a riscos de variações
nos fluxos de caixa gerados pelas operações do hotel.

14. É necessário julgamento para determinar se uma propriedade se qua­


lifica como uma propriedade de investimento. Uma entidade desen­
volve critérios afim de que possa exercer esse julgamento de forma
consistente de acordo com a definição de propriedade de investimento
e com a relacionada orientação nos parágrafos 7.-13. O parágrafo
75.c) exige que uma entidade divulgue estes critérios quando a clas­
sificação for difícil.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 509

▼B
15. Em alguns casos, uma entidade possui propriedade que está locada e
ocupada pela sua empresa-mãe ou por uma outra subsidiária. A pro­
priedade não se qualifica como propriedade de investimento nas de­
monstrações financeiras consolidadas, porque a propriedade está ocu­
pada pelo proprietário da perspectiva do grupo. Porém, da perspectiva
da entidade que a possui, tal propriedade é propriedade de investi­
mento se satisfizer a definição do parágrafo 5. Por isso, o locador trata
a propriedade como propriedade de investimento nas suas demons­
trações financeiras individuais.

RECONHECIMENTO
16. A propriedade de investimento deve ser reconhecida como um activo
quando, e apenas quando:

a) for provável que os futuros benefícios económicos que estejam


associados à propriedade de investimento fluirão para a entidade; e

b) o custo da propriedade de investimento possa ser mensurado fia­


velmente.

17. Uma entidade avalia segundo este princípio de reconhecimento todos


os seus custos da propriedade de investimento no momento em que
eles sejam incorridos. Estes custos incluem custos incorridos inicial­
mente para adquirir uma propriedade de investimento e custos incor­
ridos subsequentemente para adicionar a, substituir partes de, ou pres­
tar manutenção a uma propriedade.

18. Segundo o princípio de reconhecimento do parágrafo 16., uma enti­


dade não reconhece na quantia escriturada de uma propriedade de
investimento os custos da manutenção diária à propriedade. Pelo con­
trário, estes custos são reconhecidos nos lucros ou prejuízos quando
incorridos. Os custos da manutenção diária são basicamente os custos
da mão-de-obra e dos consumíveis, e podem incluir o custo de peças
sobresselentes menores. A finalidade destes dispêndios é muitas vezes
descrita como sendo para «reparações e manutenção» da propriedade.

19. Partes de propriedades de investimento podem ter sido adquiridas por


substituição. Por exemplo, as paredes interiores podem ser substitui­
ções das paredes originais. Segundo o princípio do reconhecimento,
uma entidade reconhece na quantia escriturada de uma propriedade de
investimento o custo da parte de substituição de uma propriedade de
investimento existente no momento em que o custo seja incorrido se
os critérios de reconhecimento forem cumpridos. A quantia escriturada
das partes que sejam substituídas é desreconhecida de acordo com as
disposições de desreconhecimento desta Norma.

MENSURAÇÃO NO RECONHECIMENTO
20. Uma propriedade de investimento deve ser mensurada inicialmente
pelo seu custo. Os custos de transacção devem ser incluídos na men­
suração inicial.

21. O custo de uma propriedade de investimento comprada compreende o


seu preço de compra e qualquer dispêndio directamente atribuível. Os
dispêndios directamente atribuíveis incluem, por exemplo, as remune­
rações profissionais por serviços legais, impostos de transferência de
propriedade e outros custos de transacção.

▼M8
__________

▼B
23. O custo de uma propriedade de investimento não é aumentado por:

a) custos de arranque (a menos que sejam necessários para trazer a


propriedade à condição necessária para que seja capaz de funcionar
da forma pretendida pela gerência);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 510

▼B
b) perdas operacionais incorridas antes de a propriedade de investi­
mento ter atingido o nível de ocupação previsto; ou

c) quantidades anormais de material, mão-de-obra ou outros recursos


consumidos incorridos na construção ou desenvolvimento da pro­
priedade.

24. Se o pagamento de uma propriedade de investimento for diferido, o


seu custo é o equivalente ao preço a dinheiro. A diferença entre esta
quantia e os pagamentos totais é reconhecida como gasto de juros
durante o período de crédito.

25. O custo inicial do interesse de propriedade detido numa locação e


classificado como uma propriedade de investimento deve estar de
acordo com o prescrito para uma locação financeira no parágrafo 20
da IAS 17, i.e., o activo deve ser reconhecido pelo menor do justo
valor da propriedade e do valor presente dos pagamentos mínimos da
locação. Uma quantia equivalente deve ser reconhecida como passivo
de acordo com o mesmo parágrafo.

26. Qualquer prémio pago por uma locação é tratado como parte dos
pagamentos mínimos da locação para esta finalidade, e é portanto
incluído no custo do activo, mas excluído do passivo. Se um interesse
de propriedade detido segundo uma locação for classificado como
propriedade de investimento, o item contabilizado pelo justo valor é
esse interesse e não a propriedade subjacente. ►M33 A orientação
para a determinação do justo valor de um interesse de propriedade
está desenvolvida para o modelo do justo valor nos parágrafos 33-52 e
na IFRS 13. Essa orientação também é relevante para a mensuração
do justo valor quando esse valor é usado como custo para fins de
reconhecimento inicial. ◄

27. Uma ou mais propriedades de investimento podem ser adquiridas em


troca de um activo ou activos não monetários, ou de uma combinação
de activos monetários e não monetários. A discussão seguinte
refere-se a uma troca de um activo não monetário por um outro,
mas também se aplica a todas as trocas descritas na frase anterior.
O custo de tal propriedade de investimento é mensurado pelo justo
valor a menos que a) a transacção de troca careça de substância
comercial ou b) nem o justo valor do activo recebido nem o justo
valor do activo cedido sejam fiavelmente mensuráveis. O activo ad­
quirido é mensurado desta forma mesmo que uma entidade não possa
imediatamente desreconhecer o activo cedido. Se o activo adquirido
não for mensurado pelo justo valor, o seu custo é mensurado pela
quantia escriturada do activo cedido.

28. Uma entidade determina se uma transacção de troca tem substância


comercial considerando a extensão em que espera que os seus futuros
fluxos de caixa sejam alterados como resultado da transacção. Uma
transacção de troca tem substância comercial se:

a) a configuração (risco, tempestividade e quantia) dos fluxos de


caixa do activo recebido diferir da configuração dos fluxos de
caixa do activo transferido; ou

b) o valor específico para a entidade relativo à parte das operações da


entidade afectadas pela transacção se altera em resultado da troca; e

c) a diferença na alínea a) ou b) for significativa em relação ao justo


valor dos activos trocados.

Para a finalidade de determinar se uma transacção de troca tem subs­


tância comercial, o valor específico para a entidade relativo à parte
das operações da entidade afectada pela transacção deve reflectir os
fluxos de caixa após impostos. O resultado destas análises pode ser
claro sem que uma entidade tenha de efectuar cálculos detalhados.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 511

▼M33
29. O justo valor de um activo é mensurável fiavelmente se: (a) a varia­
bilidade no intervalo de mensurações razoáveis pelo justo valor não é
significativa para esse activo; ou (b) as probabilidades das várias
estimativas no intervalo podem ser razoavelmente avaliadas e utiliza­
das ao mensurar pelo justo valor. Se a entidade for capaz de mensurar
fiavelmente o justo valor do activo recebido ou do activo cedido, o
justo valor do activo cedido é utilizado para mensurar o custo, a
menos que o justo valor do activo recebido seja mais claramente
evidente.

▼B
MENSURAÇÃO APÓS RECONHECIMENTO
Políticas contabilísticas
30. Com as excepções indicadas nos parágrafos 32.A. e 34., uma entidade
deve escolher como sua política contabilística ou o modelo do justo
valor nos parágrafos 33.-55. ou o modelo do custo no parágrafo 56. e
deve aplicar essa política a todas as suas propriedades de investimento.

▼M8
31. A IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Conta­
bilísticas e Erros indica que uma alteração voluntária da política
contabilística deve ser feita apenas se a alteração resultar em demons­
trações financeiras que facultem informação fiável e mais relevante
sobre os efeitos de transacções, outros eventos ou condições sobre a
posição financeira, desempenho financeiro ou fluxo de caixa da enti­
dade. É altamente improvável que uma alteração do modelo do justo
valor para o modelo do custo venha a resultar numa apresentação
mais relevante.

▼M33
32. Esta Norma exige que todas as entidades mensurem o justo valor das
propriedades de investimento para efeitos de mensuração (se a enti­
dade usar o modelo do justo valor) ou de divulgação (se usar o
modelo do custo). Incentiva-se uma entidade, mas não se lhe exige,
a mensurar pelo justo valor a propriedade de investimento com base
numa avaliação efectuada por um avaliador independente com uma
qualificação profissional reconhecida e relevante e com experiência
recente na localização e na categoria da propriedade de investimento
a avaliar.

▼B
32.A. Uma entidade pode:

a) escolher ou o modelo do justo valor ou o modelo do custo para


todas as propriedades de investimento que suportem passivos que
pagam um retorno directamente ligado ao justo valor de, ou aos
retornos de, activos especificados incluindo essa propriedade de
investimento; e

b) escolher ou o modelo do justo valor ou o modelo do custo para


todas as outras propriedades de investimento, independentemente
da escolha feita na alínea a).

32.B. Algumas seguradoras e outras entidades operam um fundo de proprie­


dades de investimento que emite unidades nocionais, com algumas
unidades detidas por investidores em contratos associados e outras
detidas pela entidade. O parágrafo 32.A. não permite que uma enti­
dade mensure a propriedade detida pelo fundo parcialmente pelo custo
e parcialmente pelo justo valor.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 512

▼B
32.C. Se uma entidade escolher diferentes modelos para as duas categorias
descritas no parágrafo 32.A., as vendas de propriedades de investi­
mento entre conjuntos de activos mensurados usando modelos dife­
rentes devem ser reconhecidas pelo justo valor e a alteração cumula­
tiva no justo valor deve ser reconhecida nos lucros ou prejuízos. Em
conformidade, se a propriedade de investimento for vendida de um
conjunto em que se usa o modelo do justo valor para um conjunto em
que se usa o modelo do custo, o justo valor da propriedade à data da
venda torna-se o seu custo considerado.

Modelo do justo valor


33. Após o reconhecimento inicial, uma entidade que escolha o modelo
do justo valor deve mensurar todas as suas propriedades de investi­
mento pelo justo valor, excepto nos casos descritos no parágrafo 53.

34. Quando um interesse de propriedade detido por um locatário numa


locação operacional for classificado como uma propriedade de inves­
timento segundo o parágrafo 6., o parágrafo 30. deixa de ser opcional;
o modelo do justo valor deve ser aplicado.

35. Um ganho ou uma perda proveniente de uma alteração no justo valor


de propriedades de investimento deve ser reconhecido nos lucros ou
prejuízos do período em que ocorra.

▼M33
__________

40. Ao mensurar o justo valor da propriedade de investimento de acordo


com a IFRS 13, a entidade deve garantir que o justo valor reflecte,
entre outras coisas, os rendimentos locativos de arrendamentos em
curso e outros pressupostos que os participantes no mercado conside­
rariam ao apreçar a propriedade de investimento em condições cor­
rentes de mercado.

▼B
41. O parágrafo 25. especifica a base do reconhecimento inicial do custo
de um interesse numa propriedade locada. O parágrafo 33. exige que
o interesse numa propriedade locada seja remensurado, se necessário,
pelo justo valor. Numa locação negociada às taxas de mercado, o
justo valor de um interesse numa propriedade locada na aquisição,
líquido de todos os pagamentos de locação esperados (incluindo os
relativos a passivos reconhecidos), deve ser zero. Este justo valor não
se altera independentemente, para fins contabilísticos, de um activo e
passivo locados serem reconhecidos pelo justo valor ou pelo valor
presente dos pagamentos mínimos da locação, de acordo com o pará­
grafo 20. da IAS 17. Assim, remensurar um activo locado para o
custo de acordo com o parágrafo 25. para o justo valor de acordo
com o parágrafo 33. não deveria resultar em qualquer ganho ou perda
inicial, a não ser que o justo valor seja mensurado em momentos
diferentes. Isto pode ocorrer quando for feita uma escolha para aplicar
o modelo do justo valor após o reconhecimento inicial.

▼M33
__________

48. Em casos excepcionais, há indícios claros quando uma entidade ad­


quire pela primeira vez uma propriedade de investimento (ou quando
uma propriedade existente se torna pela primeira vez propriedade de
investimento na sequência de uma alteração do uso), de que a varia­
bilidade no intervalo de mensurações razoáveis pelo justo valor será
de tal forma elevada e as probabilidades dos vários resultados possí­
veis de tal forma difíceis de avaliar que uma mensuração única do
justo valor será inútil. Isto pode indicar que o justo valor da proprie­
dade não será mensurável com fiabilidade numa base continuada (ver
parágrafo 53).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 513

▼M33
__________

▼M8
50. Ao determinar a quantia escriturada da propriedade de investimento
segundo o modelo do justo valor, uma entidade não conta duplamente
activos ou passivos que estejam reconhecidos como activos ou passi­
vos separados. Por exemplo:

▼B
a) equipamento, tal como elevadores ou ar condicionado, é muitas
vezes uma parte integrante de um edifício e está geralmente in­
cluído no justo valor da propriedade de investimento, não sendo
reconhecido separadamente como activos fixos tangíveis;

b) se um escritório for locado mobilado, o justo valor do escritório


inclui geralmente o justo valor da mobília, porque o rendimento
das rendas se relaciona com o escritório mobilado. Quando a
mobília for incluída no justo valor da propriedade de investimento,
uma entidade não reconhece a mobília como um activo separado;

c) o justo valor da propriedade de investimento exclui o rendimento


da locação operacional acrescido ou pré-pago, porque a entidade
reconhece-o como um passivo ou activo separado;

▼M8
d) o justo valor da propriedade de investimento detida ao abrigo de
uma locação reflecte os fluxos de caixa esperados (incluindo a
renda contingente que se espera que se torne pagável). Em con­
formidade, se uma valorização obtida para uma propriedade for
líquida de todos os pagamentos que se espera que sejam feitos,
será necessário voltar a adicionar qualquer passivo de locação
reconhecido, para atingir a quantia escriturada da propriedade de
investimento segundo o modelo do justo valor.

▼M33
__________

▼B
52. Em alguns casos, uma entidade espera que o valor presente dos seus
pagamentos relacionados com uma propriedade de investimento (que
não sejam pagamentos relacionados com passivos reconhecidos) ex­
cederá o valor presente dos respectivos recebimentos de caixa. Uma
entidade aplica a IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos
Contingentes para determinar se reconhece um passivo e, nesse caso,
como mensurá-lo.

▼M33
Incapacidade de mensurar fiavelmente o justo valor
53. Há uma presunção refutável de que uma entidade pode mensurar
fiavelmente o justo valor de uma propriedade de investimento
numa base continuada. Contudo, em casos excepcionais, há uma
evidência clara quando uma entidade adquire pela primeira vez
uma propriedade de investimento (ou quando uma propriedade
existente se torna pela primeira vez propriedade de investimento
na sequência de uma alteração de uso) de que o valor justo da
propriedade de investimento não é fiavelmente mensurável numa
base continuada. Isto ocorre quando, e apenas quando, o mercado
de propriedades comparáveis se encontra inactivo (ou seja, são
poucas as transacções recentes, as cotações de preços não estão
actualizadas ou os preços de transacção observados indicam que o
vendedor foi forçado a vender) e não estão disponíveis mensura­
ções alternativas fiáveis do justo valor (por exemplo, com base em
projecções de fluxos de caixa descontados). Se uma entidade de­
terminar que o justo valor de uma propriedade de investimento
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 514

▼M33
em construção não é fiavelmente mensurável, mas esperar que o
justo valor da propriedade seja fiavelmente mensurável quando a
construção estiver concluída, deve mensurar essa propriedade de
investimento em construção pelo custo até o seu justo valor se
tornar fiavelmente mensurável ou até à conclusão da construção
(aplicando-se o que ocorrer primeiro). Se uma entidade determi­
nar que o justo valor de uma propriedade de investimento (com
excepção de uma propriedade de investimento em construção) não
é fiavelmente mensurável numa base continuada, a entidade deve
mensurar essa propriedade de investimento utilizando o modelo
do custo previsto na IAS 16. O valor residual da propriedade de
investimento deve ser presumido como sendo zero. A entidade
deve aplicar a IAS 16 até à alienação da propriedade de investi­
mento.

▼M8
53.A. Quando uma entidade pode mensurar de forma fiável o justo valor de
uma propriedade de investimento em construção que foi previamente
mensurada pelo custo, deve mensurar essa propriedade pelo seu justo
valor. Uma vez concluída a construção dessa propriedade, presume-se
que o justo valor pode ser mensurado de forma fiável. Se não for esse
o caso, em conformidade com o parágrafo 53, a propriedade deve ser
contabilizada utilizando o modelo do custo em conformidade com
a IAS 16.

53.B. A presunção de que o justo valor da propriedade de investimento em


construção pode ser mensurado de forma fiável pode ser refutada
apenas no reconhecimento inicial. ►M33 Uma entidade que tenha
mensurado uma propriedade de investimento em construção pelo justo
valor não pode concluir que o justo valor da propriedade de investi­
mento concluída não pode ser mensurado fiavelmente. ◄

54. Nos casos excepcionais em que uma entidade é obrigada, pela razão
referida no parágrafo 53, a mensurar uma propriedade de investimento
utilizando o modelo do custo em conformidade com a IAS 16, afere
pelo justo valor todas as suas outras propriedades de investimento,
incluindo as propriedade de investimento em construção. Nestes ca­
sos, embora uma entidade possa usar o modelo do custo para uma
propriedade de investimento, a entidade deve continuar a contabilizar
cada uma das propriedades restantes usando o modelo do justo valor.

▼B
55. Se uma entidade tiver previamente mensurado uma propriedade de
investimento pelo justo valor, ela deve continuar a mensurar a pro­
priedade pelo justo valor até à alienação (ou até que a propriedade se
torne propriedade ocupada pelo proprietário ou a entidade comece a
desenvolver a propriedade para subsequente venda no curso ordinário
do negócio) mesmo que transacções de mercado comparáveis se tor­
nem menos frequentes ou que os preços do mercado se tornem menos
prontamente disponíveis.

Modelo do custo
56. Após o reconhecimento inicial, uma entidade que escolha o modelo
do custo deve mensurar todas as suas propriedades de investimento
de acordo com os requisitos da IAS 16 para esse modelo, excepto
aquelas que satisfaçam os critérios de classificação como detidas
para venda (ou que estejam incluídas num grupo para alienação
que esteja classificado como detido para venda), de acordo com a
IFRS 5 Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Ope­
racionais Descontinuadas. As propriedades de investimento que sa­
tisfaçam os critérios de classificação como detidas para venda (ou que
estejam incluídas num grupo para alienação que esteja classificado
como detido para venda) devem ser mensuradas de acordo com
a IFRS 5.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 515

▼B
TRANSFERÊNCIAS
▼M8
57. As transferências para, ou de, propriedades de investimento devem ser
feitas quando, e apenas quando, houver uma alteração de uso, eviden­
ciada pelo seguinte:

▼B
a) começo de ocupação pelo proprietário, para uma transferência de
propriedade de investimento para propriedade ocupada pelo pro­
prietário;

b) começo de desenvolvimento com vista à venda, para uma trans­


ferência de propriedade de investimento para inventários;

▼M8
c) fim de ocupação pelo proprietário, com vista a uma transferência
da propriedade ocupada pelo proprietário para propriedade de in­
vestimento; ou

d) começo de uma locação operacional a uma outra entidade, com


vista a uma transferência de inventários para propriedade de in­
vestimento.

__________

▼B
58. O parágrafo 57.b) exige que uma entidade transfira uma propriedade
de propriedade de investimento para inventários quando, e apenas
quando, houver uma alteração no uso, evidenciada pelo começo de
desenvolvimento com vista à venda. Quando uma entidade decidir
alienar uma propriedade de investimento sem desenvolvimento, ela
continua a tratar a propriedade como uma propriedade de investimento
até que seja desreconhecida (eliminada ►M5 da demonstração da
posição financeira ◄) e deixe de a tratar como inventário. De forma
semelhante, se uma entidade começar a desenvolver de novo uma
propriedade de investimento existente para futuro uso continuado
como propriedade de investimento, a propriedade permanece uma
propriedade de investimento não sendo reclassificada como proprie­
dade ocupada pelo proprietário durante o novo desenvolvimento.

59. Os parágrafos 60.-65. aplicam-se aos aspectos de reconhecimento e


mensuração resultantes quando uma entidade usa o modelo do justo
valor para propriedades de investimento. Quando uma entidade usar o
modelo do custo, as transferências entre propriedades de investimento,
propriedades ocupadas pelo proprietário e inventários não alteram a
quantia escriturada da propriedade transferida e não alteram o custo
dessa propriedade para finalidades de mensuração ou divulgação.

60. Para uma transferência de propriedade de investimento escriturada


pelo justo valor para propriedade ocupada pelo proprietário ou para
inventários, o custo considerado da propriedade para subsequente
contabilização de acordo com a IAS 16 ou a IAS 2 deve ser o seu
justo valor à data da alteração de uso.

61. Se uma propriedade ocupada pelo proprietário se tornar uma proprie­


dade de investimento que seja escriturada pelo justo valor, uma enti­
dade deve aplicar a IAS 16 até à data da alteração de uso. A entidade
deve tratar qualquer diferença nessa data entre a quantia escriturada de
propriedade de acordo com a IAS 16 e o seu justo valor da mesma
forma que uma revalorização de acordo com a IAS 16.

62. Até à data em que uma propriedade ocupada pelo proprietário se torne
uma propriedade de investimento escriturada pelo justo valor, uma
entidade deprecia a propriedade e reconhece quaisquer perdas por
imparidade que tenham ocorrido. A entidade trata qualquer diferença
nessa data entre a quantia escriturada de propriedade de acordo com a
IAS 16 e o seu justo valor da mesma forma que uma revalorização de
acordo com a IAS 16. Por outras palavras:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 516

▼M5
a) qualquer diminuição resultante na quantia escriturada da proprie­
dade é reconhecida nos lucros ou prejuízos. Porém, até ao
ponto em que uma quantia seja incluída no excedente de revalo­
rização dessa propriedade, a diminuição é reconhecida em outro
rendimento integral e reduz o excedente de revalorização no ca­
pital próprio;

▼B
b) qualquer aumento resultante na quantia escriturada é tratado
como se segue:

i) até ao ponto em que o aumento reverta uma anterior perda por


imparidade dessa propriedade, o aumento é reconhecido nos
lucros ou prejuízos. A quantia reconhecida nos lucros ou
prejuízos não pode exceder a quantia necessária para repor a
quantia escriturada para a quantia escriturada que teria sido
determinada (líquida de depreciação) caso nenhuma perda por
imparidade tivesse sido reconhecida,

►M5 ii) qualquer parte remanescente do aumento é reconhe­


cida em outro rendimento integral e aumenta o excedente de
revalorização no capital próprio. ◄ Na alienação subsequente
da propriedade de investimento, o excedente de revalorização
incluído no capital próprio pode ser transferido para resultados
retidos. A transferência do excedente de revalorização para
resultados retidos não é feita através dos lucros ou prejuízos.

63. Para uma transferência de inventários para propriedades de investi­


mento que sejam escrituradas pelo justo valor, qualquer diferença
entre o justo valor da propriedade nessa data e a sua quantia escritu­
rada anterior deve ser reconhecida nos lucros ou prejuízos.

64. O tratamento de transferências de inventários para propriedades de


investimento que serão escrituradas pelo justo valor é consistente
com o tratamento de vendas de inventários.

65. Quando uma entidade concluir a construção ou o desenvolvimento de


uma propriedade de investimento de construção própria que será es­
criturada pelo justo valor, qualquer diferença entre o justo valor da
propriedade nessa data e a sua quantia escriturada anterior deve ser
reconhecida nos lucros ou prejuízos.

ALIENAÇÕES
66. Uma propriedade de investimento deve ser desreconhecida (eliminada
►M5 da demonstração da posição financeira ◄) na alienação ou
quando a propriedade de investimento for permanentemente retirada
de uso e nenhuns benefícios económicos forem esperados da sua
alienação.

67. A alienação de uma propriedade de investimento pode ser alcançada


pela venda ou pela celebração de uma locação financeira. Ao deter­
minar a data de alienação da propriedade de investimento, uma enti­
dade aplica os critérios enunciados na IAS 18 para reconhecimento do
rédito da venda de bens e considera a respectiva orientação no Apên­
dice da IAS 18. A IAS 17 aplica-se a uma alienação efectuada pela
celebração de uma locação financeira e a uma venda e relocação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 517

▼B
68. Se, de acordo com o princípio de reconhecimento do parágrafo 16.,
uma entidade reconhecer na quantia escriturada de um activo o custo
de uma substituição de parte de uma propriedade de investimento,
então ela desreconhece a quantia escriturada da parte substituída.
Relativamente à propriedade de investimento contabilizada usando o
modelo do custo, uma parte substituída pode não ser uma parte que
tenha sido depreciada separadamente. Se não for praticável que uma
entidade determine a quantia escriturada da parte substituída, ela pode
usar o custo da substituição como indicação do custo da parte subs­
tituída que era no momento em que foi adquirida ou construída.
Segundo o modelo do justo valor, o justo valor da propriedade de
investimento pode já reflectir o facto de que a parte a ser substituída
perdeu o seu valor. Noutros casos, pode ser difícil discernir quanto do
justo valor deve ser reduzido para a parte a ser substituída. Uma
alternativa à redução do justo valor para a parte substituída, quando
não for prático realizar essa redução, é incluir o custo da substituição
na quantia escriturada do activo e reavaliar o justo valor, como seria
exigido para adições não envolvendo substituição.

69. Os ganhos ou perdas provenientes da retirada ou alienação de pro­


priedades de investimento devem ser determinados como a diferença
entre os proventos líquidos da alienação e a quantia escriturada do
activo e devem ser reconhecidos nos lucros ou prejuízos (a menos que
a IAS 17 exija doutra maneira no caso de uma venda e relocação) no
período da retirada ou da alienação.

70. A retribuição a receber com a alienação de uma propriedade de in­


vestimento é inicialmente reconhecida pelo justo valor. Em particular,
se o pagamento de uma propriedade de investimento for diferido, a
retribuição recebida é reconhecida inicialmente pelo equivalente ao
preço a dinheiro. A diferença entre a quantia nominal da retribuição
e o equivalente ao preço a dinheiro é reconhecida como rédito de
juros de acordo com a IAS 18 usando o método do juro efectivo.

71. Uma entidade aplica a IAS 37 ou outras Normas, conforme apropria­


do, a quaisquer passivos que retenha após a alienação de uma pro­
priedade de investimento.

72. A compensação de terceiros para propriedades de investimento que


tenham sofrido imparidade, se tenham perdido ou tenham sido cedidas
deve ser reconhecida nos lucros ou prejuízos quando a compensação
se tornar recebível.

73. Imparidades ou perdas de propriedades de investimento, reivindica­


ções relacionadas por ou pagamentos de compensação de terceiros e
qualquer aquisição ou construção posterior de activos de substituição
constituem acontecimentos económicos separados que são contabili­
zados separadamente como se segue:

a) as imparidades da propriedade de investimento são reconhecidas de


acordo com a IAS 36;

b) as retiradas ou alienações da propriedade de investimento são re­


conhecidas de acordo com os parágrafos 66.-71. desta Norma;

c) a compensação de terceiros por propriedades de investimento que


tenham sofrido imparidade, se tenham perdido ou tenham sido
cedidas é reconhecida nos lucros ou prejuízos quando se tornar
recebível; e

d) o custo dos activos restaurados, comprados ou construídos como


substituições é determinado de acordo com os parágrafos 20.-29.
desta Norma.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 518

▼B
DIVULGAÇÃO
Modelo do justo valor e modelo do custo
74. As divulgações seguintes aplicam-se adicionalmente às que constam
na IAS 17. De acordo com a IAS 17, o proprietário de uma proprie­
dade de investimento proporciona as divulgações dos locadores acerca
das locações que tenham celebrado. Uma entidade que detenha uma
propriedade de investimento numa locação financeira ou operacional
proporciona divulgações dos locatários para locações financeiras e
divulgações dos locadores para qualquer locação operacional que te­
nham celebrado.

75. As entidades devem divulgar:

a) se aplicam o modelo do justo valor ou o modelo do custo;

b) caso apliquem o modelo do justo valor, se, e em que circunstân­


cias, os interesses de propriedade detidos em locações operacionais
são classificados e contabilizados como propriedades de investi­
mento;

c) quando a classificação for difícil (ver parágrafo 14.), os critérios


que usa para distinguir propriedades de investimento de proprie­
dades ocupadas pelo proprietário e de propriedades detidas para
venda no curso ordinário dos negócios;

▼M33
__________

▼B
e) a extensão até à qual o justo valor da propriedade de investimento
(tal como mensurado ou divulgado nas demonstrações financeiras)
se baseia numa valorização de um avaliador independente que
possua uma qualificação profissional reconhecida e relevante e
que tenha experiência recente na localização e na categoria da
propriedade de investimento que está a ser valorizada. Se não tiver
havido tal valorização, esse facto deve ser divulgado;

f) as quantias reconhecidas nos lucros ou prejuízos para:

i) rendimentos de rendas de propriedades de investimento,

ii) gastos operacionais directos (incluindo reparações e manuten­


ção) provenientes de propriedades de investimento que gera­
ram rendimentos de rendas durante o período, e

iii) gastos operacionais directos (incluindo reparações e manuten­


ção) provenientes de propriedades de investimento que não
geraram rendimentos de rendas durante o período,

iv) a alteração cumulativa no justo valor reconhecido nos lucros


ou prejuízos com a venda de uma propriedade de investimento
de um conjunto de activos em que se usa o modelo do custo
para um conjunto em que se usa o modelo do justo valor (ver
parágrafo 32.C);

g) a existência e quantias de restrições sobre a capacidade de reali­


zação de propriedades de investimento ou a remessa de rendimen­
tos e proventos de alienação;

h) obrigações contratuais para comprar, construir ou desenvolver


propriedades de investimento ou para reparações, manutenção ou
aumentos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 519

▼B
Modelo do justo valor
76. Além das divulgações exigidas pelo parágrafo 75., uma entidade que
aplique o modelo do justo valor dos parágrafos 33.-55. deve divulgar
uma reconciliação entre as quantias escrituradas da propriedade de
investimento no início e no fim do período, que mostre o seguinte:

a) adições, divulgando separadamente as adições resultantes de aqui­


sições e as resultantes de dispêndio subsequente reconhecido na
quantia escriturada de um activo;

b) adições que resultem de aquisições por intermédio de concentra­


ções de actividades empresariais;

c) activos classificados como detidos para venda ou incluídos num


grupo para alienação classificado como detido para venda de
acordo com a IFRS 5 e outras alienações;

d) ganhos ou perdas líquidos provenientes de ajustamentos de justo


valor;

e) as diferenças cambiais líquidas resultantes da transposição das de­


monstrações financeiras para outra moeda de apresentação, e da
transposição de uma unidade operacional estrangeira para a moeda
de apresentação da entidade que relata;

f) transferências para e de inventários e propriedade ocupada pelo


proprietário; e

g) outras alterações.

77. Quando uma valorização obtida para propriedade de investimento é


ajustada significativamente para a finalidade das demonstrações finan­
ceiras, por exemplo para evitar contagem dupla de activos ou passivos
que sejam reconhecidos como activos e passivos separados conforme
descrito no parágrafo 50., a entidade deve divulgar uma reconciliação
entre a valorização obtida e a valorização ajustada incluída nas de­
monstrações financeiras, mostrando separadamente a quantia agregada
de quaisquer obrigações de locação reconhecidas que tenham sido
novamente adicionadas, e qualquer outro ajustamento significativo.

▼M33
78. Nos casos excepcionais referidos no parágrafo 53, quando uma
entidade mensura uma propriedade de investimento utilizando o
modelo do custo da IAS 16, a reconciliação exigida pelo parágrafo
76 deve divulgar as quantias relacionadas com essa propriedade
de investimento separadamente das quantias relacionadas com
outras propriedades de investimento. Além disso, a entidade
deve divulgar:

▼B
a) uma descrição da propriedade de investimento;

▼M33
b) uma explicação dos motivos pelos quais o justo valor não pode
ser mensurado fiavelmente;

▼B
c) se possível, o intervalo de estimativas dentro das quais seja alta­
mente provável que caia o justo valor; e

d) no momento da alienação da propriedade de investimento não


escriturada pelo justo valor:

i) o facto de que a entidade alienou a propriedade de investi­


mento não escriturada pelo justo valor,

ii) a quantia escriturada dessa propriedade de investimento no


momento da venda, e

iii) a quantia de ganho ou perda reconhecida.


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 520

▼B
Modelo do custo
▼M33
79. Além das divulgações exigidas pelo parágrafo 75, uma entidade
que aplique o modelo do custo do parágrafo 56 deve divulgar:

▼B
a) os métodos de depreciação usados;

b) as vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas;

c) a quantia escriturada bruta e a depreciação acumulada (agregada


com as perdas por imparidade acumuladas) no início e no fim do
período;

d) uma reconciliação da quantia escriturada da propriedade de inves­


timento no início e no fim do período, mostrando o seguinte:

i) adições, divulgando separadamente as adições que resultem


de aquisições e as que resultem de dispêndio subsequente
reconhecido como activo,

ii) adições que resultem de aquisições por intermédio de concen­


trações de actividades empresariais,

iii) activos classificados como detidos para venda ou incluídos


num grupo para alienação classificado como detido para
venda de acordo com a IFRS 5 e outras alienações,

iv) depreciações,

v) a quantia de perdas por imparidade reconhecida e a quantia


de perdas por imparidade revertida durante o período de
acordo com a IAS 36,

vi) as diferenças cambiais líquidas resultantes da transposição das


demonstrações financeiras para outra moeda de apresentação,
e da transposição de uma unidade operacional estrangeira
para a moeda de apresentação da entidade que relata,

vii) transferências para e de inventários e propriedade ocupada


pelo proprietário, e

viii) outras alterações; e

▼M33
e) o justo valor da propriedade de investimento. Nos casos excep­
cionais descritos no parágrafo 53, quando uma entidade não
estiver em condições de mensurar o justo valor da propriedade
de investimento fiavelmente, deve divulgar:

▼B
i) uma descrição da propriedade de investimento,

▼M33
ii) uma explicação dos motivos pelos quais o justo valor não
pode ser mensurado fiavelmente; e

▼B
iii) se possível, o intervalo de estimativas dentro do qual seja
altamente provável que o justo valor venha a recair.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Modelo do justo valor
▼M33
80. Uma entidade que tenha anteriormente aplicado a IAS 40 (2000) e
escolha pela primeira vez classificar e contabilizar alguns ou todos
os interesses de propriedade elegíveis detidos segundo locações
operacionais como propriedades de investimento deve reconhecer
o efeito dessa escolha como um ajustamento no saldo de abertura
dos resultados retidos no período no qual a escolha foi inicial­
mente feita. Além disso:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 521

▼M33
a) se a entidade tiver anteriormente divulgado publicamente (nas
demonstrações financeiras ou de outro modo) o justo valor
desses interesses de propriedade em períodos anteriores (men­
surado numa base que satisfaça a definição de justo valor da
IFRS 13), a entidade é incentivada,, mas não lhe é exigido, a:

▼B
i) ajustar o saldo de abertura dos resultados retidos relativamente
ao período mais recente apresentado cujo justo valor foi publi­
camente divulgado, e

ii) reexpressar a informação comparativa desses períodos; e

b) se a entidade não tiver anteriormente divulgado publicamente a


informação descrita na alínea a), a entidade não deve reexpressar
a informação comparativa e deve divulgar esse facto.

81. Esta Norma exige um tratamento diferente do exigido pela IAS 8. A


IAS 8 exige que a informação comparativa seja reexpressa, a menos
que essa reexpressão seja impraticável.

82. Quando uma entidade aplicar esta Norma pela primeira vez, o ajus­
tamento no saldo de abertura de resultados retidos inclui a reclassifi­
cação de qualquer quantia detida no excedente de revalorização da
propriedade de investimento.

Modelo do custo
83. A IAS 8 aplica-se a qualquer alteração nas políticas contabilísticas que
seja feita quando uma entidade aplicar esta Norma pela primeira vez e
optar por usar o modelo do custo. O efeito da alteração nas políticas
contabilísticas inclui a reclassificação de qualquer quantia detida no
excedente de revalorização da propriedade de investimento.

84. Os requisitos dos parágrafos 27.-29. relativos à mensuração inicial de


uma propriedade de investimento adquirida numa transacção de troca
de activos devem ser aplicados prospectivamente apenas a futuras
transacções.

DATA DE EFICÁCIA
85. Uma entidade deve aplicar esta Norma aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2005. É encorajada a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar esta Norma a um período que tenha início
antes de 1 de Janeiro de 2005, ela deve divulgar esse facto.

▼M5
85.A. A IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como re­
vista em 2007) emendou a terminologia usada nas IFRS. Além disso,
emendou o parágrafo 62. Uma entidade deve aplicar estas emendas
aos períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. Se
uma entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a um período anterior,
as emendas deverão ser aplicadas a esse período anterior.

▼M8
85.B. Os parágrafos 8, 9, 48, 53, 54 e 57 foram alterados, o parágrafo 22 foi
suprimido e os parágrafos 53A e 53B foram adicionados com base no
documento Melhoramentos introduzidos nas IFRS, emitido em Maio
de 2008. Uma entidade deve aplicar estas emendas prospectivamente
aos períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009.
►M33 Uma entidade pode aplicar as emendas às propriedades de
investimento em construção a partir de qualquer data anterior a 1 de
Janeiro de 2009, desde que os justos valores das propriedades de
investimento em construção tenham sido mensurados nessas datas. ◄
É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar as emen­
das a um período anterior, deve divulgar esse facto e aplicar ao
mesmo tempo as emendas aos parágrafos 5 e 81E da IAS 16 Activos
Fixos Tangíveis.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 522

▼M33
85.C. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou a definição de justo
valor no parágrafo 5, emendou os parágrafos 26, 29, 32, 40, 48, 53,
53B, 78-80 e 85B e suprimiu os parágrafos 36-39, 42-47, 49, 51 e
75(d). Uma entidade deve aplicar estas emendas quando aplicar
a IFRS 13.
▼B
RETIRADA DA IAS 40 (2000)
86. Esta Norma substitui a IAS 40 Propriedades de Investimento (emitida
em 2000).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 523

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 41

Agricultura

OBJECTIVO
O objectivo desta Norma é o de estabelecer o tratamento contabilístico e as
divulgações relativas à actividade agrícola.

ÂMBITO
1. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização do que se segue
quando se relacione com a actividade agrícola:

a) activos biológicos;

b) produto agrícola no ponto da colheita; e

c) subsídios governamentais incluídos nos parágrafos 34.-35.

2. Esta Norma não se aplica a:

a) terrenos relacionados com a actividade agrícola (ver a IAS 16


Activos Fixos Tangíveis e a IAS 40 Propriedades de Investimento); e

b) activos intangíveis relacionados com a actividade agrícola (ver a


IAS 38 Activos Intangíveis).

3. Esta Norma é aplicada ao produto agrícola, que é o produto colhido


dos activos biológicos da entidade, somente no momento da colheita.
Após isso, é aplicada a IAS 2 Inventários ou uma outra Norma
aplicável. Concordantemente esta Norma não trata do processamento
do produto agrícola após colheita; por exemplo, a transformação de
uvas em vinho por um vitivinicultor que tenha cultivado a vinha e
colhido as uvas. Se bem que tal processamento possa ser uma exten­
são lógica e natural da actividade agrícola e os acontecimentos que
tenham tido lugar possam ter alguma similitude com a transformação
biológica, tal processamento não é incluído adentro da definição de
actividade agrícola nesta Norma.

4. O quadro abaixo indicado proporciona exemplos de activos biológi­


cos, produto agrícola e produtos que são o resultado de processamento
após colheita:

Produtos resultantes de
Activos biológicos Produto agrícola
processamento após colheita

Carneiros Lã Fio de lã, carpetes

▼M8
Árvores numa plantação flores­ Árvores abatidas Troncos, madeira serrada
tal

▼B
Plantas Algodão Fio de algodão, roupas

Cana Colhida Açúcar

Gado produtor de leite Leite Queijo

Porcos Carcassas Salsichas, presuntos curados


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 524

▼B

Produtos resultantes de
Activos biológicos Produto agrícola
processamento após colheita

Arbustos Folhas Chá, tabaco curado

Vinhas Uvas Vinho

Árvores de fruto Frutos colhidos Frutos processados

DEFINIÇÕES
Definições relacionadas com a agricultura
5. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significa­
dos especificados:

▼M8
Actividade agrícola é a gestão por uma entidade da transformação
biológica e a colheita de activos biológicos para venda ou para con­
versão em produtos agrícolas ou em activos biológicos adicionais.

▼B
Produto Agrícola é o produto colhido dos activos biológicos da en­
tidade.

Um activo biológico é um animal ou planta vivos.

A transformação biológica compreende os processos de crescimento


natural, degeneração, produção e procriação que causem alterações
qualitativas e quantitativas num activo biológico.

Um grupo de activos biológicos é uma agregação de animais ou de


plantas vivos semelhantes.

Colheita é a separação de um produto de um activo biológico ou a


cessação dos processos de vida de um activo biológico.

▼M8
Custos de vender são os custos marginais directamente atribuíveis à
alienação de um activo, com exclusão de custos financeiros e impos­
tos sobre o rendimento.

▼B
6. A actividade agrícola cobre uma escala diversa de actividades; por
exemplo, criação de gado, silvicultura, safra anual ou perene, cultivo
de pomares e de plantações, floricultura e aquacultura (incluindo cria­
ção de peixes). Existem certas características comuns adentro desta
diversidade:

a) Capacidade de alteração. Os animais vivos e as plantas são ca­


pazes de transformação biológica;

b) Gestão de alterações. A gestão facilita a transformação biológica


pelo aumento, ou, pelo menos, estabilização, de condições neces­
sárias para que o processo tenha lugar (por exemplo, níveis nu­
tricionais, mistura, temperatura, fertilidade e luz). Tal gestão dis­
tingue a actividade agrícola de outras actividades. Por exemplo,
colher de fontes não geridas (tais como pesca oceânica e de flo­
restação) não é uma actividade agrícola; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 525

▼M8
c) Mensuração de alterações. A alteração de qualidade (por exemplo,
mérito genético, densidade, amadurecimento, cobertura de gordura,
conteúdo de proteínas e resistência das fibras) ou de quantidade
(por exemplo, progénie, peso, metros cúbicos, comprimento ou
diâmetro das fibras e número de rebentos) ocasionada por trans­
formação biológica ou colheita é mensurada e monitorizada como
uma função de gestão rotinada.

▼B
7. A transformação biológica resulta nos tipos seguintes de consequên­
cias:

a) alterações de activos por intermédio de i) crescimento (um au­


mento de quantidade ou melhoramento na qualidade de um animal
ou planta), ii) degeneração (uma diminuição na quantidade ou
deterioração na qualidade de um animal ou planta), ou iii) procria­
ção (criação de animais ou de plantas vivos adicionais); ou

b) produção de produto agrícola tal como borracha em bruto (látex),


folhas de chá, lã e leite.

Definições gerais
▼M33
8. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os signi­
ficados especificados:

[suprimida]

(a) [suprimida]

(b) [suprimida]

(c) [suprimida]

▼B
Quantia escriturada é a quantia pela qual um activo é reconhecido
►M5 na demonstração da posição financeira ◄.

▼M33
Justo Valor é o preço que seria recebido pela venda de um activo
ou pago pela transferência de um passivo numa transacção orde­
nada entre participantes no mercado à data da mensuração. (Ver
IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor)

▼B
Subsídios governamentais são os definidos na IAS 20 Contabilização
dos Subsídios Governamentais e Divulgação de Apoios Governamen­
tais.

▼M33
__________

▼B
RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO
10. Uma entidade deve reconhecer um activo biológico ou produto agrí­
cola quando, e somente quando:

a) a entidade controle o activo como consequência de acontecimentos


passados;

b) for provável que futuros benefícios económicos associados ao ac­


tivo fluirão para a entidade; e

c) o justo valor ou custo do activo possa ser fiavelmente mensurado.


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 526

▼B
11. Na actividade agrícola, o controlo pode ser evidenciado, por exemplo,
pela posse legal do gado e a marcação a quente ou, de outro modo, a
marcação do gado na aquisição, no nascimento ou na desmama. Os
benefícios económicos futuros são normalmente estimados pela men­
suração dos atributos físicos significativos.

12. Um activo biológico deve ser mensurado no reconhecimento inicial e


em cada data ►M5 da demonstração da posição financeira ◄ pelo
seu justo valor menos os ►M8 custos de vender ◄, excepto no caso
descrito no parágrafo 30. em que o justo valor não pode ser fiavel­
mente mensurado.

13. O produto agrícola colhido dos activos biológicos de uma entidade


deve ser mensurado pelo seu justo valor menos os ►M8 custos de
vender ◄ no momento da colheita. Tal mensuração é o custo nessa
data aquando da aplicação da IAS 2 Inventários ou uma outra Norma
aplicável.

▼M8
__________

▼B
►M33 15. A mensuração pelo justo valor de um activo biológico ou
produto agrícola pode ser facilitada pelo agrupamento de activos bio­
lógicos ou de produtos agrícolas de acordo com atributos relevantes,
por exemplo, por idade ou qualidade. ◄ Uma entidade selecciona os
atributos que correspondam aos atributos usados no mercado como
base de apreçamento.

►M33 16. As entidades celebram muitas vezes contratos para vender os


seus activos biológicos ou produtos agrícolas numa data futura. Os
preços de contrato não são necessariamente relevantes na mensuração
pelo justo valor, porque o justo valor reflecte as condições correntes
do mercado em que os participantes no mercado compradores e ven­
dedores procederiam à transacção. ◄ Consequentemente, o justo va­
lor de um activo biológico ou produto agrícola não é ajustado por
força da existência de um contracto. Em alguns casos, um contracto
para a venda de um activo biológico ou produto agrícola pode ser um
contracto oneroso, como definido na IAS 37 Provisões, Passivos
Contingentes e Activos Contingentes. A IAS 37 aplica-se aos con­
tractos onerosos.

▼M33
__________

▼B
22. Uma entidade não inclui quaisquer fluxos de caixa para financiar os
activos, impostos, ou repor activos biológicos após colheita (por
exemplo, o custo de replantar árvores numa plantação após o corte).

▼M33
__________

▼B
24. O custo pode aproximar-se algumas vezes do justo valor, particular­
mente quando:

a) tenha tido lugar pouca transformação biológica desde que foi in­
corrido o custo inicial (por exemplo, pés de árvores de fruto bro­
tados de sementes, plantados imediatamente antes ►M5 do fim de
um período de relato ◄); ou

b) não se espera que o impacto da transformação biológica sobre os


preços seja material (por exemplo, no crescimento inicial num,
ciclo de produção de 30 anos de uma plantação de pinheiros).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 527

▼B
25. Os activos biológicos estão muitas vezes fisicamente implantados nos
terrenos (por exemplo, árvores numa floresta plantada). Pode não
haver mercado separado para activos biológicos que estejam implan­
tados no terreno mas pode existir um mercado activo para os activos
combinados, isto é, para os activos biológicos, terrenos em bruto e
melhoramentos de terrenos, como um conjunto. ►M33 Uma entidade
pode usar informação relativa a activos combinados para mensurar o
justo valor de activos biológicos. ◄ Por exemplo, o justo valor de
terrenos em bruto e melhoramento de terrenos pode ser deduzido do
justo valor dos activos combinados para chegar ao justo valor de
activos biológicos.

Ganhos e perdas
26. Um ganho ou uma perda proveniente do reconhecimento inicial de um
activo biológico pelo justo valor menos os ►M8 custos de vender ◄
e de uma alteração de justo valor menos os ►M8 custos de vender ◄
de um activo biológico devem ser incluídos nos lucros ou prejuízos do
período em que surja.

27. Pode surgir uma perda no reconhecimento inicial de um activo bio­


lógico, porque os ►M8 custos de vender ◄ são deduzidos ao de­
terminar o justo valor menos os ►M8 custos de vender ◄ de um
activo biológico. Pode surgir um ganho no reconhecimento inicial de
um activo biológico, tal como quando nasce um bezerro.

28. Um ganho ou perda que surjam no reconhecimento inicial do produto


agrícola pelo justo valor menos os ►M8 custos de vender ◄ devem
ser incluídos nos lucros ou prejuízos do período em que surja.

29. Pode surgir um ganho ou uma perda no reconhecimento inicial do


produto agrícola como consequência de colheitas.

Incapacidade de mensurar fiavelmente o justo valor


►M33 30. Há um pressuposto de que o justo valor pode ser mensu­
rado com fiabilidade para um activo biológico. Contudo, esse
pressuposto pode ser refutado apenas no reconhecimento inicial
de um activo biológico relativamente ao qual não estão disponí­
veis preços cotados de mercado e cujas mensurações alternativas
do justo valor estão determinadas como sendo claramente pouco
fiáveis. ◄ Nesse caso, esse activo biológico deve ser mensurado pelo
custo menos qualquer depreciação acumulada e qualquer perda por
imparidade acumulada. Quando o justo valor desse activo biológico se
tornar fiavelmente mensurável, uma entidade deve mensurá-lo pelo
seu justo valor menos os custos estimados do ponto de venda.
Quando um activo biológico não corrente satisfizer os critérios de
classificação como detido para venda (ou for incluído num grupo
para alienação que esteja classificado como detido para venda) de
acordo com a IFRS 5 Activos Não Correntes Detidos para Venda e
Unidades Operacionais Descontinuadas, presume-se que o justo valor
pode ser mensurado com fiabilidade.

31. A presunção do parágrafo 30. somente pode ser refutada no reconhe­


cimento inicial. Uma entidade que tenha previamente mensurado um
activo biológico pelo seu justo valor menos os ►M8 custos de
vender ◄ continuará a mensurar o activo biológico pelo seu justo
valor menos os ►M8 custos de vender ◄ até à sua alienação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 528

▼B
32. Em todos os casos, uma entidade mensura o produto agrícola no
ponto de colheita pelo seu justo valor menos os ►M8 custos de
vender ◄. Esta Norma reflecte o ponto de vista de que o justo valor
do produto agrícola no ponto de colheita pode ser sempre fiavelmente
mensurado.

33. Ao determinar o custo, depreciação acumulada e perdas por impari­


dade acumuladas, uma entidade toma em consideração a IAS 2 In­
ventários, a IAS 16 Activos Fixos Tangíveis e a IAS 36 Imparidade
de Activos.

SUBSÍDIOS GOVERNAMENTAIS
▼M8
34. Um subsídio governamental incondicional relacionado com um activo
biológico mensurado pelo seu justo valor menos os custos de vender
deve ser reconhecido em lucro ou perda quando, e apenas quando, o
subsídio governamental se tornar recebível.

35. Se um subsídio governamental relacionado com um activo biológico


mensurado pelo seu justo valor menos os custos de vender for con­
dicional, incluindo quando um subsídio governamental exige que uma
entidade não realize uma actividade agrícola especificada, uma enti­
dade deve reconhecer o subsídio governamental como lucro ou perda
quando, e apenas quando, as condições associadas ao subsídio gover­
namental forem cumpridas.

36. Os termos e condições de subsídios governamentais variam. Por


exemplo, um subsídio pode exigir que uma entidade cultive num
dado local durante cinco anos e exigir que a entidade devolva todo
o subsídio se ela cultivar durante menos do que cinco anos. Neste
caso, o subsídio não é reconhecido como lucro ou perda até que os
cinco anos passem. Contudo, se os termos do subsídio permitirem que
parte dele seja retido de acordo com o tempo que decorreu, a entidade
reconhece essa parte como lucro ou perda à medida que o tempo
passar.

▼B
37. Se um subsídio governamental se relacionar com um activo biológico
mensurado pelo seu custo menos qualquer depreciação acumulada e
quaisquer perdas por imparidade acumuladas (ver parágrafo 30.), será
aplicada a IAS 20 Contabilização dos Subsídios Governamentais e
Divulgação de Apoios Governamentais.

38. Esta Norma exige um tratamento diferente do da IAS 20, se um


subsídio governamental se relacionar com um activo biológico men­
surado pelo seu justo valor menos os ►M8 custos de vender ◄ ou
um subsídio governamental exigir que uma entidade não se ocupe
numa actividade agrícola especificada. A IAS 20 é somente aplicada
a um subsídio governamental relacionado com um activo biológico
mensurado pelo seu custo menos qualquer depreciação acumulada e
quaisquer perdas por imparidade acumuladas.

DIVULGAÇÃO
39. [Eliminado]

Geral
40. Uma entidade deve divulgar o ganho ou a perda agregada que surjam
durante o período corrente aquando do reconhecimento inicial dos
activos biológicos e do produto agrícola e surjam da alteração de
justo valor menos os ►M8 custos de vender ◄ de activos biológi­
cos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 529

▼B
41. Uma entidade deve proporcionar uma descrição de cada grupo de
activos biológicos.

42. A divulgação exigida pelo parágrafo 41. pode tomar a forma de uma
descrição narrativa ou quantificada.

43. Uma entidade é encorajada a proporcionar uma descrição quantificada


de cada grupo de activos biológicos, distinguindo entre activos bio­
lógicos consumíveis e de produção ou entre activos biológicos madu­
ros ou adultos e imaturos ou juvenis, como apropriado. Por exemplo,
uma entidade pode divulgar as quantias escrituradas de activos bioló­
gicos consumíveis e de produção por grupos. Uma entidade pode
adicionalmente dividir essas quantias escrituradas entre activos madu­
ros ou adultos e imaturos ou juvenis. Estas distinções proporcionam
informação que pode ser de auxílio na avaliação da tempestividade de
fluxos de caixa futuros. Uma entidade divulgará a base para fazer tais
distinções.

44. Os activos biológicos consumíveis são os que estejam para ser colhi­
dos como produto agrícola ou vendidos como activos biológicos.
Exemplos de activos biológicos consumíveis são o gado destinado à
produção de carne, gado detido para venda, peixe em aquacultura,
colheitas tal como milho e trigo e árvores que estejam em desenvol­
vimento para obtenção de madeiras. Os activos biológicos de produ­
ção são os que não sejam activos biológicos consumíveis; por exem­
plo, gado do qual pode ser obtido leite, vinhas, árvores de fruto e
árvores a partir das quais se obtenha lenha por desbaste enquanto
essas árvores permanecem vivas. Os activos biológicos de produção
não são produto agrícola mas, antes, de regeneração própria.

45. Os activos biológicos podem ser classificados quer como activos bio­
lógicos maduros (ou adultos), quer como activos biológicos imaturos
(ou juvenis). Os activos biológicos maduros (ou adultos) são os que
tenham atingido as especificações de colhíveis (relativamente aos ac­
tivos biológicos consumíveis) ou sejam susceptíveis de sustentar co­
lheitas regulares (relativamente aos activos biológicos de produção).

46. Uma entidade deve divulgar, se não tiver divulgado noutros documen­
tos de informação com as demonstrações financeiras:

a) a natureza das suas actividades que envolvam cada grupo de acti­


vos biológicos; e

b) medidas ou estimativas não financeiras das quantidades físicas de:

i) cada um dos grupos de activos biológicos da entidade no fim


do período, e

ii) output de produtos agrícolas durante o período.

▼M33
__________

▼B
49. As entidades devem divulgar:

a) a existência e quantias escrituradas de activos biológicos cuja


posse seja restrita e as quantias escrituradas de activos biológicos
penhorados como garantia de passivos;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 530

▼B
b) a quantia de compromissos relativos ao desenvolvimento ou à
aquisição de activos biológicos; e

c) as estratégias de gestão de riscos financeiros relacionados com a


actividade agrícola.

50. Uma entidade deve apresentar uma reconciliação das alterações na


quantia escriturada dos activos biológicos entre o início e o final do
período corrente. A reconciliação deve incluir:

a) o ganho ou a perda provenientes de alterações no justo valor


menos os ►M8 custos de vender ◄;

b) aumentos devidos a compras;

c) os decréscimos atribuíveis a vendas e a activos biológicos classi­


ficados como detidos para venda (ou incluídos num grupo para
alienação que esteja classificado como detido para venda) de
acordo com a IFRS 5;

d) diminuições devidas a colheitas;

e) aumentos devidos a concentrações de actividades empresariais;

f) diferenças cambiais líquidas resultantes da transposição de de­


monstrações financeiras para outra moeda de apresentação, e da
transposição de uma unidade operacional estrangeira para a moeda
de apresentação da entidade que relata; e

g) outras alterações.

51. O justo valor menos os ►M8 custos de vender ◄ de um activo bio­


lógico pode alterar-se quer devido a alterações físicas quer devido a
alterações de preços no mercado. É útil a divulgação separada de alte­
rações físicas e de preços na avaliação do desempenho do período cor­
rente e das perspectivas futuras, particularmente quando haja um ciclo de
produção maior do que um ano. Em tais casos, uma entidade é encora­
jada a divulgar, por grupo ou de qualquer outra maneira, a quantia de
alterações no justo valor menos os ►M8 custos de vender ◄ incluída
nos lucros ou prejuízos devida a alterações físicas e a alterações de
preços. Esta informação é geralmente menos útil quando o ciclo produ­
tivo seja menor do que um ano (por exemplo, quando se criem frangos
ou se cultivem cereais).

52. A transformação biológica origina uma quantidade de tipos de altera­


ções físicas — crescimento, degeneração, produção e procriação, cada
uma das quais é observável e mensurável. Cada um desses tipos de
alterações físicas tem um relacionamento directo com benefícios eco­
nómicos futuros. Uma alteração de justo valor de um activo biológico
devido a colheita é também uma alteração física.

53. A actividade agrícola é muitas vezes exposta a riscos climáticos, de


doenças e outros riscos naturais. Se ocorrer um acontecimento que dê
origem a um item material de rendimento ou de gasto, a natureza e a
quantia desse item são divulgadas de acordo com a IAS 1 Apresen­
tação de Demonstrações Financeiras. Exemplos de um tal aconteci­
mento incluem o surto de uma doença virulenta, uma inundação, uma
seca ou geada grave e uma praga de insectos.

Divulgações adicionais de activos biológicos em que o justo valor


não possa ser mensurado fiavelmente
54. Se uma entidade mensura os activos biológicos pelo seu custo menos
qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas por imparidade
acumuladas (ver parágrafo 30.) no fim do período, a entidade deve
divulgar em relação a tais activos biológicos:

a) uma descrição dos activos biológicos;


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 531

▼B
b) uma explicação da razão por que não podem ser fiavelmente men­
surados;

c) se possível, o intervalo de estimativas dentro das quais seja alta­


mente provável que caia o justo valor;

d) o método de depreciação usado;

e) as vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas; e

f) a quantia escriturada bruta e a depreciação acumulada (agregada


com as perdas por imparidade acumuladas) no começo e fim do
período.

55. Se, durante o período corrente, uma entidade mensurar os activos


biológicos pelo seu custo menos qualquer depreciação acumulada e
quaisquer perdas por imparidade acumuladas (ver parágrafo 30.), uma
entidade deve divulgar qualquer ganho ou perda reconhecido na alie­
nação de tais activos biológicos e a reconciliação exigida pelo pará­
grafo 50. deve divulgar separadamente as quantias relacionadas com
tais activos biológicos. Adicionalmente, a reconciliação deve incluir as
seguintes quantias incluídas nos lucros ou prejuízos relacionadas com
esses activos biológicos:

a) perdas por imparidade;

b) reversão das perdas por imparidade; e

c) depreciação.

56. Se o justo valor dos activos biológicos previamente mensurados pelo


seu custo menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas
por imparidade acumuladas se tornar fiavelmente mensurável durante
o período corrente, uma entidade deve divulgar em relação a esses
activos biológicos:

a) uma descrição dos activos biológicos;

b) uma explanação da razão pela qual o justo valor se tornou fiavel­


mente mensurável; e

c) o efeito da alteração.

Subsídios governamentais
57. Uma entidade deve divulgar o que se segue relacionado com a acti­
vidade agrícola abrangida por esta Norma:

a) a natureza e a extensão dos subsídios governamentais reconhecidos


nas demonstrações financeiras;

b) condições não cumpridas e outras contingências ligadas aos subsí­


dios governamentais; e

c) diminuições significativas que se esperam no nível de subsídios


governamentais

DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO


58. Esta Norma torna-se operacional para as demonstrações financeiras
anuais que cubram os períodos que comecem em ou após 1 de Janeiro
de 2003. É encorajada a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar
esta Norma a períodos que tenham início antes de 1 de Janeiro de
2003, ela deve divulgar esse facto.

59. Esta Norma não estabelece quaisquer disposições transitórias. A adop­


ção desta Norma é contabilizada de acordo com a IAS 8 Políticas
Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 532

▼M8
60. Os parágrafos 5, 6, 17, 20 e 21 foram emendados e o parágrafo 14 foi
suprimido com base no documento Melhoramentos introduzidos nas
IFRS, emitido em Maio de 2008. Uma entidade deve aplicar estas
emendas prospectivamente aos períodos anuais com início em ou após
1 de Janeiro de 2009. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma
entidade aplicar as emendas a um período anterior, ela deve divulgar
esse facto.
▼M33
61. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou os parágrafos 8, 15,
16, 25 e 30 e suprimiu os parágrafos 9, 17-21, 23, 47 e 48. Uma
entidade deve aplicar estas emendas quando aplicar a IFRS 13.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 533

▼M16
NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 1

Adopção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro

OBJECTIVO
1 O objectivo desta IFRS é assegurar que as primeiras demonstrações
financeiras de uma entidade de acordo com as IFRS, e os seus rela­
tórios financeiros intercalares correspondentes a uma parte do período
abrangido por essas demonstrações financeiras, contenham informação
de elevada qualidade que:

(a) seja transparente para os utentes e comparável em todos os pe­


ríodos apresentados;

(b) proporcione um ponto de partida adequado para a contabilização


de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro
(IFRS); e

(c) possa ser gerada a um custo que não exceda os benefícios.

ÂMBITO
2 Uma entidade deve aplicar esta IFRS:

(a) nas suas primeiras demonstrações financeiras de acordo com as


IFRS; e

(b) em cada relatório financeiro intercalar, caso exista, que venha a


apresentar de acordo com a IAS 34 Relato Financeiro Intercalar
para uma parte do período abrangido pelas primeiras demonstra­
ções financeiras de acordo com as IFRS.

3 As primeiras demonstrações financeiras de uma entidade de acordo


com as IFRS são as primeiras demonstrações financeiras anuais nas
quais a entidade adopta as IFRS, expressando, por meio de uma
declaração explícita e sem reservas nessas demonstrações financeiras,
que as mesmas se conformam com as IFRS. As demonstrações finan­
ceiras de acordo com as IFRS são as primeiras demonstrações finan­
ceiras de uma entidade que estão de acordo com as IFRS, se, por
exemplo, a entidade:

(a) apresentou as suas mais recentes demonstrações financeiras ante­


riores:

(i) de acordo com disposições nacionais que não sejam consis­


tentes com as IFRS em todos os aspectos;

(ii) em conformidade com as IFRS em todos os aspectos, com


excepção de que as demonstrações financeiras não continham
uma declaração explícita e sem reservas da sua conformidade
com as IFRS;

(iii) contendo uma declaração explícita de conformidade com al­


gumas, mas não todas, as IFRS;

(iv) de acordo com disposições nacionais inconsistentes com as


IFRS, empregando algumas IFRS individuais para contabili­
zar itens para os quais não existiam disposições nacionais; ou

(v) de acordo com disposições nacionais, com uma reconciliação


de algumas quantias com as quantias determinadas de acordo
com as IFRS;

(b) preparou demonstrações financeiras de acordo com as IFRS ape­


nas para uso interno, sem as disponibilizar aos proprietários da
entidade ou a quaisquer outros utentes externos;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 534

▼M16
(c) preparou um pacote de relatos segundo as IFRS para fins de
consolidação sem preparar um conjunto completo de demonstra­
ções financeiras como definido na IAS 1 Apresentação de De­
monstrações Financeiras (conforme revista em 2007); ou

(d) não apresentou demonstrações financeiras nos períodos anteriores.

4 Esta IFRS aplica-se quando uma entidade adopta as IFRS pela pri­
meira vez. Não se aplica quando, por exemplo, uma entidade:

(a) deixa de apresentar demonstrações financeiras de acordo com os


requisitos nacionais, tendo-as apresentado anteriormente bem como
um outro conjunto de demonstrações financeiras que continham uma
declaração explícita e sem reservas de conformidade com as IFRS;

(b) apresentou demonstrações financeiras no ano anterior de acordo


com os requisitos nacionais e essas demonstrações financeiras
continham uma declaração explícita e sem reservas de conformi­
dade com as IFRS; ou

(c) apresentou demonstrações financeiras no ano anterior que conti­


nham uma declaração explícita e sem reservas de conformidade
com as IFRS, ainda que os auditores tenham expresso reservas no
seu relatório de auditoria sobre essas demonstrações financeiras.

▼M36
4A Sem prejuízo dos parágrafos 2 e 3, uma entidade que tenha aplicado
as IFRS num período de relato anterior, mas cujas demonstrações
financeiras anuais anteriores mais recentes não contenham uma decla­
ração explícita e sem reservas de conformidade com as IFRS, deve
aplicar esta IFRS, ou aplicar as IFRS retrospetivamente em conformi­
dade com a IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas estimati­
vas e erros, como se a entidade nunca tivesse deixado de aplicar as
IFRS.

4B Quando uma entidade optar por não aplicar esta IFRS em conformi­
dade com o disposto no parágrafo 4A, a entidade deve não obstante
aplicar os requisitos de divulgação constantes dos parágrafos 23A -
23B da IFRS 1, para além dos requisitos de divulgação contidos na
IAS 8.

▼M16
5 Esta IFRS não se aplica às alterações nas políticas contabilísticas
feitas por uma entidade que já aplique as IFRS. Essas alterações
são tratadas como:

(a) requisitos relativos a alterações nas políticas contabilísticas da IAS


8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabi­
lísticas e Erros; e

(b) requisitos de transição específicos de outras IFRS.

RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO
Demonstração da posição financeira de abertura de acordo com
as IFRS
6 Uma entidade deve preparar e apresentar uma demonstração da po­
sição financeira de abertura de acordo com as IFRS na data de
transição para as IFRS. Este é o ponto de partida para a contabili­
zação de acordo com as IFRS.

Políticas contabilísticas
7 Uma entidade deve usar as mesmas políticas contabilísticas na sua
demonstração da posição financeira de abertura de acordo com as
IFRS e em todos os períodos apresentados nas suas primeiras
demonstrações financeiras de acordo com as IFRS. Essas políticas
contabilísticas devem estar em conformidade com cada IFRS em
vigor no fim do primeiro período de relato de acordo com as IFRS,
com excepção do especificado nos parágrafos 13–19 e Apêndices B–E.

8 Uma entidade não deve aplicar diferentes versões das IFRS que
tenham estado em vigor em datas anteriores. Uma entidade pode
aplicar uma nova IFRS que ainda não seja obrigatória caso essa
IFRS permita a sua aplicação mais cedo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 535

▼M16
Exemplo: Aplicação consistente da versão mais recente das IFRS
Contexto
O fim do primeiro período de relato de acordo com as IFRS da
entidade A é 31 de Dezembro de 20X5. A entidade A decide apre­
sentar informação comparativa nessas demonstrações financeiras rela­
tiva apenas a um ano (ver parágrafo 21). Por conseguinte, a sua data
de transição para as IFRS é o início da actividade em 1 de Janeiro de
20X4 (ou, de forma equivalente, o fecho da actividade em 31 de
Dezembro de 20X3). A entidade A apresentou anualmente as demons­
trações financeiras de acordo com os seus PCGA anteriores, em 31 de
Dezembro de cada ano até 31 de Dezembro de 20X4, inclusive.

Aplicação dos requisitos


Exige-se que a entidade A aplique as IFRS em vigor para os períodos
findos a 31 de Dezembro de 20X5, ao:

(a) preparar e apresentar a sua demonstração da posição financeira de


abertura de acordo com as IFRS a 1 de Janeiro de 20X4; e

(b) preparar e apresentar na sua demonstração da posição financeira


de 31 de Dezembro de 20X5 (incluindo quantias comparativas
relativas a 20X4), demonstração do rendimento integral, demons­
tração de alterações no capital próprio e demonstração dos fluxos
de caixa para o ano findo a 31 de Dezembro de 20X5 (incluindo
quantias comparativas relativas a 20X4) e divulgações (incluindo
informação comparativa relativa a 20X4).

Se uma nova IFRS ainda não for obrigatória mas permitir a aplicação
mais cedo, permite-se, mas não é exigido, que a entidade A aplique
essa IFRS nas suas primeiras demonstrações financeiras de acordo
com as IFRS.

9 As disposições transitórias de outras IFRS aplicam-se às alterações


nas políticas contabilísticas efectuadas por uma entidade que já utiliza
as IFRS; não se aplicam à transição para as IFRS do adoptante pela
primeira vez, excepto como especificado nos Apêndices B–E.

10 Com excepção do descrito nos parágrafos 13–19 e nos Apêndices


B–E, uma entidade deve, na sua demonstração da posição financeira
de abertura de acordo com as IFRS:

(a) reconhecer todos os activos e passivos cujo reconhecimento seja


exigido pelas IFRS;

(b) não reconhecer itens como activos ou passivos se as IFRS não


permitirem esse reconhecimento;

(c) reclassificar itens que reconheceu de acordo com os PCGA ante­


riores como um tipo de activo, passivo ou componente do capital
próprio, mas que são um tipo diferente de activo, passivo ou
componente do capital próprio de acordo com as IFRS; e

(d) aplicar as IFRS na mensuração de todos os activos e passivos


reconhecidos.

11 As políticas contabilísticas que uma entidade usa na sua demonstração


da posição financeira de abertura de acordo com as IFRS podem
diferir daquelas que usou para a mesma data usando os seus PCGA
anteriores. Os ajustamentos resultantes derivam de acontecimentos e
transacções anteriores à data da transição para as IFRS. Por conse­
guinte, uma entidade deve reconhecer esses ajustamentos directamente
nos resultados retidos (ou, se apropriado, noutra categoria de capital
próprio) à data da transição para as IFRS.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 536

▼M16
12 Esta IFRS estabelece duas categorias de excepções em relação ao
princípio de que a demonstração da posição financeira de abertura
de acordo com as IFRS de uma entidade deve estar conforme com
cada uma das IFRS:

(a) o Apêndice B proíbe a aplicação retrospectiva de alguns aspectos


de outras IFRS.

(b) os Apêndices C–E concedem isenções de alguns requisitos de


outras IFRS.

Excepções à aplicação retrospectiva de outras IFRS


13 Esta IFRS proíbe a aplicação retrospectiva de alguns aspectos de
outras IFRS. Estas excepções estão estabelecidas nos parágrafos
14–17 e no Apêndice B.

Estimativas
14 As estimativas de uma entidade de acordo com as IFRS, à data da
transição para as IFRS, devem ser consistentes com as estimativas
feitas para a mesma data de acordo com os PCGA anteriores
(depois dos ajustamentos para reflectir qualquer diferença nas
políticas contabilísticas), salvo se existir prova objectiva de que
essas estimativas estavam erradas.

15 Depois da data de transição para as IFRS, uma entidade pode obter


informação sobre as estimativas que tenha feito segundo os PCGA
anteriores. Nos termos do parágrafo 14, uma entidade tratará a obten­
ção dessa informação da mesma forma que os acontecimentos após o
período de relato que não dão lugar a ajustamentos de acordo com a
IAS 10 Acontecimentos após o Período de Relato. Por exemplo,
consideremos que a data de transição de uma entidade para as IFRS
é 1 de Janeiro de 20X4 e a nova informação obtida em 15 de Julho de
20X4 exige a revisão de uma estimativa feita de acordo com os
PCGA anteriores em 31 de Dezembro de 20X3. A entidade não
deve reflectir esta nova informação na sua demonstração da posição
financeira de abertura de acordo com as IFRS (salvo se as estimativas
necessitarem de ajustamento por quaisquer diferenças nas políticas
contabilísticas ou se existir prova objectiva de que as estimativas
estavam erradas). Em vez disso, a entidade deve reflectir a nova
informação nos lucros ou prejuízos (ou, se for apropriado, no rendi­
mento integral) do ano findo em 31 de Dezembro de 20X4.

16 Uma entidade pode necessitar de fazer estimativas de acordo com as


IFRS à data da transição para as IFRS que não eram exigidas nessa
data pelos PCGA anteriores. Para se obter consistência com a IAS 10,
essas estimativas de acordo com as IFRS devem reflectir as condições
existentes à data da transição para as IFRS. Em particular, à data da
transição para as IFRS, as estimativas relativas a preços de mercado,
taxas de juro ou taxas de câmbio devem reflectir as condições do
mercado nessa data.

17 Os parágrafos 14–16 aplicam-se à demonstração da posição financeira


de abertura de acordo com as IFRS. Aplicam-se, também, a um pe­
ríodo comparativo apresentado nas primeiras demonstrações financei­
ras de uma entidade de acordo com as IFRS, em cujo caso as refe­
rências à data de transição para as IFRS são substituídas por referên­
cias ao final desse período comparativo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 537

▼M16
Isenções de outras IFRS
18 Uma entidade pode optar por usar uma ou mais isenções contidas nos
Apêndices C–E. Uma entidade não deve aplicar estas isensções por
analogia com outros itens.

▼M33
__________

▼M16
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
20 Esta IFRS não proporciona isenções relativas aos requisitos de apre­
sentação e divulgação contidos noutras IFRS.

Informação comparativa
▼M36
21 As primeiras demonstrações financeiras de uma entidade de acordo
com as IFRS devem incluir pelo menos três demonstrações da posição
financeira, duas demonstrações dos resultados e outro rendimento
integral, duas demonstrações dos resultados separadas (se apresenta­
das), duas demonstrações dos fluxos de caixa e duas demonstrações
das alterações no capital próprio e notas conexas, incluindo informa­
ção comparativa para todas as demonstrações apresentadas.

▼M16
Informação comparativa e resumos históricos anteriores à adopção
das IFRS
22 Algumas entidades apresentam resumos históricos de dados seleccio­
nados relativos a períodos anteriores ao primeiro período para o qual
apresentam informação comparativa completa de acordo com as IFRS.
Esta IFRS não exige que tais resumos cumpram os requisitos de
reconhecimento e mensuração das IFRS. Além disso, algumas entida­
des apresentam informação comparativa de acordo com os PCGA
anteriores, assim como a informação comparativa exigida pela IAS
1. Em qualquer demonstração financeira que contenha resumos histó­
ricos ou informação comparativa de acordo com PCGA anteriores,
uma entidade deve:

(a) assinalar claramente que a informação fornecida com base nos


PCGA anteriores não foi preparada de acordo com as IFRS; e

(b) divulgar a natureza dos principais ajustamentos que fariam com


que a informação se conformasse com as IFRS. A entidade não
necessita de quantificar esses ajustamentos.

Explicação sobre a transição para as IFRS


23 Uma entidade deve explicar de que forma a transição dos PCGA
anteriores para as IFRS afectou o relato da sua posição financei­
ra, do seu desempenho financeiro e dos seus fluxos de caixa.

▼M36
23A Uma entidade que tenha aplicado as IFRS num período anterior, tal
como descrito no parágrafo 4A, deve divulgar:

(a) o motivo pelo qual deixou de aplicar as IFRS; assim como

(b) o motivo pelo qual volta a aplicar as IFRS.

23B Quando uma entidade, nos termos do disposto no parágrafo 4A, não
optar por aplicar a IFRS 1, deve explicar os motivos pelos quais optou
por aplicar as IFRS, como se nunca tivesse deixado de aplicar as
IFRS.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 538

▼M16
Reconciliações
24 Para estar conforme com o parágrafo 23, as primeiras demonstrações
financeiras de acordo com as IFRS de uma entidade devem incluir:

(a) reconciliações do seu capital próprio relatado de acordo com os


PCGA anteriores com o seu capital próprio de acordo com as
IFRS, para as duas datas seguintes:

(i) a data de transição para as IFRS; e

(ii) o final do último período apresentado nas mais recentes de­


monstrações financeiras anuais da entidade, elaboradas de
acordo com os PCGA anteriores.

(b) uma reconciliação com o seu rendimento integral total de acordo


com as IFRS para o último período nas demonstrações financeiras
anuais mais recentes da entidade. O ponto de partida para essa
reconciliação deve ser o rendimento integral total de acordo com
os PCGA anteriores do mesmo período ou, se a entidade não
relatou esse total, os lucros ou prejuízos segundo os PCGA ante­
riores.

(c) caso a entidade tenha reconhecido ou revertido quaisquer perdas


por imparidade pela primeira vez ao preparar a demonstração da
posição financeira de abertura de acordo com as IFRS, as divul­
gações que a IAS 36 Imparidade de Activos teria exigido se a
entidade tivesse reconhecido essas perdas por imparidade ou re­
versões no período que começa na data de transição para as IFRS.

25 As reconciliações exigidas nos parágrafos 24(a) e (b) devem propor­


cionar suficientes pormenores para permitir aos utentes compreende­
rem os ajustamentos materiais na demonstração da posição financeira
e na demonstração do rendimento integral. Caso uma entidade apre­
sente uma demonstração dos fluxos de caixa segundo os PCGA an­
teriores, deve também explicar os ajustamentos materiais na demons­
tração dos fluxos de caixa.

26 Caso uma entidade tenha conhecimento de erros feitos segundo os


PCGA anteriores, as reconciliações exigidas nos parágrafos 24(a) e (b)
devem distinguir a correcção desses erros das alterações às políticas
contabilísticas.

▼M29
27 A IAS 8 não se aplica às alterações nas políticas contabilísticas efec­
tuadas por uma entidade quando adopta as IFRS ou às alterações
nessas políticas até que a entidade apresente as suas primeiras de­
monstrações financeiras de acordo com as IFRS. Por essa razão, os
requisitos da IAS 8 relativos às alterações das políticas contabilísticas
não se aplicam às primeiras demonstrações financeiras de uma enti­
dade de acordo com as IFRS.

27A Se, durante o período abrangido pelas suas primeiras demonstrações


financeiras de acordo com as IFRS. uma entidade alterar as suas
políticas contabilísticas ou o modo como usa as isenções previstas
na presente IFRS, deve explicar as diferenças entre o seu primeiro
relatório financeiro intercalar de acordo com as IFRS e as suas pri­
meiras demonstrações financeiras de acordo com as IFRS, em confor­
midade com o parágrafo 23, e actualizar as reconciliações exigidas
pelo parágrafo 24(a) e (b).

▼M16
28 Se uma entidade não apresentou demonstrações financeiras relativas
aos períodos anteriores, as suas primeiras demonstrações financeiras
de acordo com as IFRS devem divulgar esse facto.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 539

▼M16
Designação de activos financeiros ou de passivos financeiros
29 É permitido a uma entidade designar um activo financeiro ou um
passivo financeiro anteriormente reconhecido como activo financeiro
ou passivo financeiro pelo justo valor por via dos lucros ou prejuízos
ou como um activo financeiro disponível para venda de acordo com o
parágrafo D19. A entidade deve divulgar o justo valor de activos
financeiros ou passivos financeiros designados para cada categoria
na data da designação e a sua classificação e quantia escriturada
nas demonstrações financeiras anteriores.

Uso do justo valor como custo considerado


30 Se uma entidade usar o justo valor na demonstração da posição fi­
nanceira de abertura de acordo com as IFRS como custo considerado
de um item do activo fixo tangível, uma propriedade de investimento
ou um activo intangível (ver parágrafos D5 e D7), as primeiras de­
monstrações financeiras da entidade de acordo com as IFRS devem
divulgar, para cada linha da demonstração da posição financeira de
abertura de acordo com as IFRS:

(a) o agregado desses justos valores; e

(b) o ajustamento agregado nas quantias escrituradas relatadas se­


gundo os PCGA anteriores.

Uso do custo considerado para investimentos em subsidiárias,


►M32 associadas e empreendimentos conjuntos ◄
31 De modo semelhante, se uma entidade usar um custo considerado na
demonstração da posição financeira de abertura de acordo com as
IFRS para um investimento numa ►M32 associada e empreendi­
mento conjunto ◄ nas suas demonstrações financeiras separadas
(ver parágrafo D15), as primeiras demonstrações financeiras separadas
de acordo com as IFRS devem divulgar:

(a) o custo considerado agregado desses investimentos para os quais


o custo considerado seja a respectiva quantia escriturada de
acordo com os PCGA anteriores;

(b) o custo considerado agregado desses investimentos para os quais


o custo considerado seja o justo valor; e

(c) o ajustamento agregado nas quantias escrituradas relatadas se­


gundo os PCGA anteriores.

▼M24
Uso do custo considerado para os activos em petróleo e gás
31A Se uma entidade usar a isenção prevista no parágrafo D8A, alínea b),
em relação a activos em petróleo e gás, deve divulgar esse facto, bem
como a base na qual foram escrituradas as quantias determinadas nos
termos dos anteriores Princípios Contabilísticos Geralmente
Aceites (PCGA).

▼M29
Uso do custo considerado para operações sujeitas a taxas regula­
mentadas
31B Se uma entidade usar a isenção prevista no parágrafo D8B em relação
a operações sujeitas a taxas regulamentadas, deve divulgar esse facto,
bem como a base na qual as quantias escrituradas foram determinadas
nos termos dos anteriores Princípios Contabilísticos Geralmente
Aceites (PCGA).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 540

▼M33

Utilização do custo considerado numa situação de hiperinflação


grave
31C Se uma entidade optar por mensurar os activos e passivos pelo justo
valor e usar esse justo valor como custo considerado no balanço de
abertura elaborado de acordo com as IFRS, em virtude de uma hipe­
rinflação grave (ver parágrafos D26 – D30),essas primeiras demons­
trações financeiras de acordo com as IFRS devem incluir uma expli­
cação de como e porquê essa entidade utilizava, e em seguida aban­
donou, uma moeda funcional com as duas seguintes características:

(a) não existe um índice geral de preços fiável à disposição de todas


as entidades que efectuam transacções e contas nessa moeda.

(b) essa moeda não é convertível numa moeda estrangeira relativa­


mente estável.

▼M16
Relatórios financeiros intercalares
▼M29
32 Para estar conforme com o parágrafo 23, se uma entidade apresentar
um relatório financeiro intercalar de acordo com a IAS 34 relativo a
uma parte do período abrangido pelas suas primeiras demonstrações
financeiras de acordo com as IFRS, deve satisfazer os seguintes re­
quisitos, além dos requisitos enunciados na IAS 34:

(a) Se a entidade apresentou um relatório financeiro intercalar para o


período intercalar comparável do exercício financeiro imediata­
mente precedente, cada um destes relatórios financeiros intercala­
res deve incluir:

(i) uma reconciliação do seu capital próprio de acordo com os


PCGA anteriores no final desse período intercalar comparável
com o seu capital próprio de acordo com as IFRS à mesma
data;

(ii) uma reconciliação com o seu rendimento integral total de


acordo com as IFRS para esse período intercalar comparável
(corrente e desde o início do ano até à data). O ponto de
partida para essa reconciliação deve ser o rendimento integral
total de acordo com os PCGA anteriores para o mesmo pe­
ríodo ou, se a entidade não relatou esse total, os lucros ou
prejuízos de acordo com os PCGA anteriores.

(b) além das reconciliações exigidas na alínea (a), o primeiro relatório


financeiro intercalar de uma entidade de acordo com a IAS 34
relativo a uma parte do período abrangido pelas suas primeiras
demonstrações financeiras de acordo com as IFRS deve incluir as
reconciliações descritas no parágrafo 24(a) e (b) (complementadas
pelos pormenores exigidos nos parágrafos 25 e 26) ou uma refe­
rência cruzada para um outro documento publicado em que este­
jam incluídas essas reconciliações.

(c) se uma entidade alterar as suas políticas contabilísticas ou o modo


como usa as isenções previstas na presente IFRS, deve explicar as
diferenças em cada um dos seus relatórios financeiros intercalares
em conformidade com o parágrafo 23 e actualizar as reconcilia­
ções exigidas pelas alíneas (a) e (b).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 541

▼M16
33 A IAS 34 exige divulgações mínimas, as quais se baseiam no pres­
suposto de que os utentes do relatório financeiro intercalar também
têm acesso às demonstrações financeiras anuais mais recentes. Con­
tudo, a IAS 34 também exige que uma entidade divulgue «quaisquer
acontecimentos ou transacções que sejam materiais para uma com­
preensão do período intercalar corrente». Por conseguinte, se um
adoptante pela primeira vez não divulgou, nas suas demonstrações
financeiras anuais mais recentes de acordo com os PCGA anteriores,
informação material para uma compreensão do período intercalar cor­
rente, o seu relatório financeiro intercalar deve divulgar essa informa­
ção ou incluir uma referência cruzada para outro documento publicado
que inclua essa informação.

DATA DE EFICÁCIA
34 Uma entidade deve aplicar esta IFRS se as suas primeiras demons­
trações financeiras de acordo com as IFRS corresponderem a um
período com início em ou após 1 de Julho de 2009. É permitida a
aplicação mais cedo.

35 Uma entidade deve aplicar as emendas aos parágrafos D1(n) e D23


aos períodos anuais com início em ou após 1 de Julho de 2009. Se
uma entidade aplicar a IAS 23 Custos de Empréstimos Obtidos (con­
forme revista em 2007) a um período anterior, estas emendas devem
ser aplicadas a esse período anterior.

36 A IFRS 3 Concentrações de Actividades Empresariais (conforme


revista em 2008) emendou os parágrafos 19, C1 e C4(f) e (g). Se
uma entidade aplicar a IFRS 3 (revista em 2008) a um período ante­
rior, as emendas também deverão ser aplicadas a esse período ante­
rior.

37 A IAS 27 Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas


(conforme emendada em 2008) emendou os parágrafos 13 e B7. Se
uma entidade aplicar a IAS 27 (emendada em 2008) a um período
anterior, as emendas devem ser aplicadas a esse período anterior.

38 O documento Custo de um Investimento numa Subsidiária, Entidade


Conjuntamente Controlada ou Associada (Emendas às IFRS 1 e IAS
27), emitido em Maio de 2008, adicionou os parágrafos 31, D1(g),
D14 e D15. Uma entidade deve aplicar estes parágrafos aos períodos
anuais com início em ou após 1 de Julho de 2009. É permitida a
aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar os parágrafos a um
período anterior, ela deve divulgar esse facto.

39 O parágrafo B7 foi emendado pelo documento Melhoramentos intro­


duzidos nas IFRS emitido em Maio de 2008. Uma entidade deve
aplicar estas emendas aos períodos anuais com início em ou após
1 de Julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 27 (emendada
em 2008) a um período anterior, as emendas devem ser aplicadas a
esse período anterior.

▼M24
39A As Isenções adicionais para os adoptantes pela primeira vez das
IFRS (Emendas à IFRS 1), emitidas em Julho de 2009, adicionaram
os parágrafos 31A, D8A, D9A e D21A e emendaram o parágrafo D1,
alíneas c), d) e l). Uma entidade deve aplicar estas emendas aos
períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2010. É
permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar as emendas
a um período anterior, deve divulgar esse facto.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 542

▼M25
39C O documento Isenção limitada da obrigação de apresentar divulgações
comparativas de acordo com a IFRS 7 para os adoptantes pela pri­
meira vez (Emenda à IFRS 1), emitido em Janeiro de 2010, adiciona o
parágrafo E3. Uma entidade deve aplicar esta emenda aos períodos
anuais com início em ou após 1 de Julho de 2010. É permitida a
aplicação mais cedo. Se aplicar as emendas a um período anterior, a
entidade deve divulgar esse facto.

▼M29
39E O documento Melhoramentos introduzidos nas IFRS emitido em Maio
de 2010 acrescentou os parágrafos 27A, 31B e D8B e alterou os
parágrafos 27, 32, D1(c) e D8. Uma entidade deve aplicar estas
emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro
de 2011. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar
as emendas a um período anterior, deve divulgar esse facto. As enti­
dades que tenham adoptado as IFRS em períodos anteriores à data de
eficácia da IFRS 1 ou que tenham aplicado a IFRS 1 num período
anterior podem aplicar a emenda ao parágrafo D8 retrospectivamente
ao primeiro período anual após a data de eficácia da emenda. Uma
entidade que aplique o parágrafo D8 retrospectivamente deve divulgar
esse facto.

▼M30
39F O documento Divulgações — Transferências de activos financeiros
(emendas à IFRS 7) emitido em Outubro de 2010 aditou o parágrafo
E4. Uma entidade deve aplicar esta emenda aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Julho de 2011. É permitida a aplicação mais
cedo. Se uma entidade aplicar as emendas a partir de uma data ante­
rior, deve divulgar esse facto.

▼M33
39H O documento Hiperinflação grave e supressão de datas fixas para os
adoptantes pela primeira vez das IFRS (Emendas à IFRS 1), emitido
em Dezembro de 2010, emendou os parágrafos B2, D1 e D20 e
adicionou os parágrafos 31Ce D26 – D30). Uma entidade deve aplicar
essas emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de Julho
de 2011. É permitida a aplicação mais cedo.

▼M32
39I A IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas e a IFRS 11
Acordos Conjuntos, emitidas em Maio de 2011, emendaram os pará­
grafos 31, B7, C1, D1, D14 e D15 e D31 e acrescentaram o parágrafo
D31. Uma entidade deve aplicar estas emendas quando aplicar a IFRS
10 e a IFRS 11.

▼M16
39J A IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor, emitida em Maio de 2011,
suprimiu o parágrafo 19, emendou a definição de justo valor no
Apêndice A e emendou os parágrafos D15 e D20. Uma entidade
deve aplicar estas emendas quando aplicar a IFRS 13.

▼M31
39K O documento Apresentação das Rubricas de Outro Rendimento Inte­
gral (Emendas à IAS 1), emitido em Junho de 2011, emendou o
parágrafo 21. Uma entidade deve aplicar esta emenda quando aplicar
a IAS 1 (conforme emendada em Junho de 2011).

39L A IAS 19 Benefícios dos Empregados (conforme emendada em Junho


de 2011) emendou o parágrafo D1, suprimiu os parágrafos D10 e D11
e aditou o parágrafo E5. Uma entidade deve aplicar estas emendas
quando aplicar a IAS 19 (conforme emendada em Junho de 2011).

▼M33
39M O documento IFRIC 20 Custos de descobertura na fase de produção
de uma mina a céu aberto aditou o parágrafo D32 e emendou o
parágrafo D1. Uma entidade deve aplicar estas emendas ao aplicar
a IFRIC 20.

▼M35
39N O documento Empréstimos governamentais (Emendas à IFRS 1),
emitido em março de 2012, aditou os parágrafos B1(f) e B10–B12.
Uma entidade deve aplicar estes parágrafos aos períodos anuais com
início em ou após 1 de janeiro de 2013. É permitida a aplicação mais
cedo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 543

▼M35
39O Os parágrafos B10 e B11 são referentes à IFRS 9. Se uma entidade
aplicar a presente IFRS mas ainda não aplicar a IFRS 9, as referências
à IFRS 9 nos parágrafos B10 e B11 devem ser lidas como referências
à IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

▼M36
39P O documento Melhoramentos anuais - ciclo 2009 - 2011, emitido em
maio de 2012, adita os parágrafos 4A – 4B e 23A – 23B. Uma
entidade deve aplicar essa emenda retrospetivamente em conformidade
com a IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas
Contabilísticas e Erros aos períodos anuais com início em ou após
1 de janeiro de 2013. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma
entidade aplicar a emenda a um período anterior, deve divulgar esse
facto.

39Q O documento Melhoramentos anuais - ciclo 2009 - 2011, emitido em


maio de 2012, emendou o parágrafo D23. Uma entidade deve aplicar
essa emenda retrospetivamente em conformidade com a IAS 8 Polí­
ticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Er­
ros aos períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2013.
É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar a emenda
a um período anterior, deve divulgar esse facto.

39R O documento Melhoramentos anuais - ciclo 2009 - 2011, emitido em


maio de 2012, emendou o parágrafo 21. Uma entidade deve aplicar
essa emenda retrospetivamente em conformidade com a IAS 8 Polí­
ticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Er­
ros aos períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2013.
É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar a emenda
a um período anterior, deve divulgar esse facto.

▼M16
39S Demonstrações Financeiras Consolidadas, Acordos Conjuntos e Di­
vulgação de Interesses Noutras Entidades: Orientações de transição
(emendas à IFRS 10, à IFRS 11 e à IFRS 12): emitido em junho de
2012, aditou o parágrafo D31. As entidades devem aplicar esta
emenda quando aplicarem a IFRS 11 (conforme emendada em junho
de 2012).

▼M38
39T O documento Entidades de Investimento (Emendas à IFRS 10, à IFRS
12 e à IAS 27), emitido em outubro de 2012, emendou os parágrafos
D16, D17 e o Apêndice C e inseriu um título e os parágrafos E6-E7.
Uma entidade deve aplicar estas emendas em relação aos períodos
anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2014. É permitida a
aplicação antecipada do documento Entidades de Investimento. Se
uma entidade aplicar as emendas de forma antecipada, deve também
aplicar todas as emendas incluídas no documento Entidades de Inves­
timento ao mesmo tempo.

▼M16
RETIRADA DA IFRS 1 (EMITIDA EM 2003)
40 Esta IFRS substitui a IFRS 1 (emitida em 2003 e emendada em Maio
de 2008).

Apêndice A
Termos definidos
Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.

data de transição para as IFRS O início do período mais antigo relati­


vamente ao qual uma entidade apresenta
informação comparativa completa se­
gundo as IFRS, nas suas primeiras de­
monstrações financeiras de acordo
com as IFRS.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 544

▼M16
custo considerado Quantia usada como um substituto do
custo ou do custo depreciado numa
data determinada. A depreciação ou
amortização posterior assume que a en­
tidade tinha inicialmente reconhecido o
activo ou o passivo numa determinada
data e que o seu custo era igual ao custo
considerado.

▼M33
justo valor é o preço que seria recebido pela venda
de um activo ou pago pela transferência
de um passivo numa transacção orde­
nada entre participantes no mercado à
data da mensuração. (Ver IFRS 13)

primeiras demonstrações As primeiras demonstrações financeiras


financeiras de acordo anuais em que uma entidade adopta as
com as IFRS Normas Internacionais de Relato
Financeiro (IFRS), expressando, por
meio de uma declaração explícita e
sem reservas, que as mesmas se confor­
mam com as IFRS.

primeiro período de relato O período de relato mais recente abran­


de acordo com as IFRS gido pelas primeiras demonstrações fi­
nanceiras de acordo com as IFRS de
uma entidade.

adoptante pela primeira vez Entidade que apresenta as suas primei­


ras demonstrações financeiras de
acordo com as IFRS.

Normas Internacionais de Normas e Interpretações adoptadas pelo


Relato Financeiro (IFRS) International Accounting Standards
Board (IASB). Compreendem:

a) Normas Internacionais de Relato


Financeiro;

b) Normas Internacionais de Contabili­


dade; e

c) Interpretações desenvolvidas pelo


International Financial Reporting
Interpretations Committee (IFRIC)
ou pelo anterior Standing Interpreta­
tions Committee (SIC).

demonstração da posição A demonstração da posição financeira


financeira de abertura de de uma entidade à data de transição
acordo com as IFRS para as IFRS.

PCGA anteriores Normativo contabilístico que um adop­


tante pela primeira vez utilizou ime­
diatamente antes de adoptar as IFRS.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 545

▼M16

Apêndice B
Excepções à aplicação retrospectiva de outras IFRS
Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.

▼M35
B1 Uma entidade deve aplicar as seguintes exceções:

(a) Desreconhecimento de ativos financeiros e passivos financeiros


(parágrafos B2 e B3);

(b) Contabilidade de cobertura (parágrafos B4–B6);

(c) Interesses que não controlam (parágrafo B7);

(d) Classificação e mensuração de ativos financeiros (parágrafo B8);

(e) Derivados embutidos (parágrafo B9); e

(f) Empréstimos governamentais (parágrafos B10–B12).

▼M16
Desreconhecimento de activos financeiros e passivos financeiros
▼M33
B2 Com excepção do permitido no parágrafo B3, um adoptante pela
primeira vez deve aplicar os requisitos de desreconhecimento previs­
tos na IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e mensura­
ção prospectivamente às transacções que ocorram em ou após a data
de transição para as IFRS. Por exemplo, se um adoptante pela pri­
meira vez desreconheceu activos ou passivos financeiros não deriva­
dos de acordo com os seus PCGA anteriores em resultado de uma
transacção que tenha ocorrido antes da data de transição para as IFRS,
não deverá reconhecer esses activos e passivos de acordo com as
IFRS (a menos que esse reconhecimento seja permitido em virtude
de uma transacção ou acontecimento posterior).

▼M16
B3 Não obstante o parágrafo B2, uma entidade pode aplicar os requisitos
de desreconhecimento da IAS 39 retrospectivamente a partir de uma
data à escolha da entidade, desde que a informação necessária para
aplicar a IAS 39 a activos financeiros e passivos financeiros desreco­
nhecidos como resultado de transacções passadas tenha sido obtida no
momento da contabilização inicial dessas transacções.

Contabilidade de cobertura
B4 Conforme exigido pela IAS 39, à data da transição para as IFRS, uma
entidade deve:

(a) mensurar todos os derivados pelo justo valor; e

(b) eliminar todos os ganhos e perdas diferidos decorrentes de deri­


vados que tenham sido relatados de acordo com os PCGA ante­
riores como se fossem activos ou passivos.

B5 Uma entidade não deve reflectir na sua demonstração da posição


financeira de abertura de acordo com as IFRS um relacionamento
de cobertura de um tipo que não se qualifique para contabilidade de
cobertura de acordo com a IAS 39 (por exemplo, muitos relaciona­
mentos de cobertura em que o instrumento de cobertura é um ins­
trumento de caixa ou uma opção subscrita; quando o item coberto é
uma posição líquida; ou quando a cobertura cobre o risco de juro num
investimento detido até à maturidade). Contudo, se uma entidade
designar uma posição líquida como um item coberto de acordo com
os PCGA anteriores, pode designar um item individual incluído nessa
posição líquida como um item coberto de acordo com as IFRS, desde
que não o faça após a data de transição para as IFRS.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 546

▼M16
B6 Se, antes da data da transição para as IFRS, uma entidade tivesse
designado uma transacção como uma cobertura mas a cobertura não
satisfisesse as condições da contabilidade de cobertura da IAS 39, a
entidade deve aplicar os parágrafos 91 e 101 da IAS 39 para descon­
tinuar a contabilidade de cobertura. As transacções celebradas antes da
data de transição para as IFRS não devem ser retrospectivamente
designadas como coberturas.
Interesses que não controlam
▼M32
B7 Um adoptante pela primeira vez deve aplicar os seguintes requisitos
da IFRS 10 prospectivamente a partir da data de transição para as
IFRS:
(a) o requisito do parágrafo B94, no sentido de que o rendimento
integral total é imputado aos proprietários da empresa-mãe e aos
interesses que não controlam, mesmo que isso implique que os
resultados dos interesses que não controlam tenham um saldo
negativo;
(b) os requisitos dos parágrafos 23 e B93 relativamente à contabili­
zação de alterações no interesse de propriedade da empresa-mãe
numa subsidiária que não tenham como consequência uma perda
de controlo; e
(c) os requisitos dos parágrafos B97-B99 relativamente à contabiliza­
ção de uma perda de controlo sobre uma subsidiária, e os requi­
sitos conexos do parágrafo 8A da IFRS 5 Activos Não Correntes
Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas.
No entanto, se um adoptante pela primeira vez optar por aplicar a
IFRS 3 retrospectivamente a concentrações de actividades empresa­
riais anteriores, deve também aplicar a IFRS 10, em conformidade
com o parágrafo C1 desta Norma.
▼M35
Empréstimos governamentais
B10 Um adotante pela primeira vez deve classificar todos os empréstimos
governamentais recebidos como passivos financeiros ou instrumentos
de capitais próprios em conformidade com a IAS 32 Instrumentos
Financeiros: Apresentação. Exceto nas condições permitidas pelo pa­
rágrafo B11, um adotante pela primeira vez deve aplicar os requisitos
da IFRS 9 Instrumentos Financeiros e da IAS 20 Contabilização dos
Subsídios Governamentais e Divulgação de Apoios Governamentais
prospetivamente aos empréstimos governamentais existentes à data de
transição para as IFRS e não deve reconhecer o benefício correspon­
dente a esses empréstimos governamentais a uma taxa de juro inferior
à do mercado como subvenções governamentais. Por conseguinte, se
um adotante pela primeira vez não tiver, de acordo com os PCGA
anteriores, reconhecido e mensurado um empréstimo governamental a
uma taxa de juro inferior à do mercado numa base coerente com os
requisitos das IFRS, deve utilizar a quantia escriturada para o emprés­
timo de acordo com os PCGA anteriores, à data da transição para as
IFRS, como a quantia escriturada do empréstimo na demonstração da
posição financeira inicial de acordo com as IFRS. Uma entidade deve
aplicar a IFRS 9 para a mensuração desses empréstimos após a data
de transição para as IFRS.
B11 Sem prejuízo do parágrafo B10, uma entidade pode aplicar retrospe­
tivamente os requisitos da IFRS 9 e da IAS 20 a qualquer empréstimo
governamental anterior à data de transição para as IFRS, desde que as
informações necessárias para o fazer tenham sido obtidas no momento
da contabilização inicial desse empréstimo.
B12 Os requisitos e orientações referentes aos parágrafos B10 e B11 não
excluem a possibilidade de uma entidade poder utilizar as isenções
descritas nos pontos D19–D19D em relação à contabilização de ins­
trumentos financeiros anteriormente reconhecidos pelo justo valor por
via dos resultados.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 547

▼M16
Apêndice C
Isenções para concentrações de actividades empresariais
▼M38
Este apêndice faz parte integrante desta IFRS. Uma entidade deve aplicar os
seguintes requisitos às concentrações de atividades empresariais que a entidade
reconheceu antes da data de transição para as IFRS. O presente Apêndice só
deve ser aplicado às concentrações de atividades empresariais abrangidas pela
IFRS 3 Concentrações de Atividades Empresariais.

▼M32
C1 Um adoptante pela primeira vez pode optar por não aplicar retrospec­
tivamente a IFRS 3 a concentrações de actividades empresariais an­
teriores (concentrações de actividades empresariais que ocorreram an­
tes da data de transição para as IFRS). No entanto, se reexpressar
qualquer concentração de actividades empresariais de modo a cumprir
a IFRS 3, deve reexpressar todas as concentrações de actividades
empresariais posteriores e também aplicar a IFRS 10 partir da mesma
data. Por exemplo, se um adoptante pela primeira vez optar por reex­
pressar uma concentração de actividades empresariais que ocorreu a
30 de Junho de 20X6, deve reexpressar todas as concentrações de
actividades empresariais que ocorreram entre 30 de Junho de 20X6 e
a data de transição para as IFRS e deve também aplicar a IFRS 10 a
partir de 30 de Junho de 20X6.

▼M16
C2 Uma entidade não tem de aplicar a IAS 21 Os Efeitos de Alterações
em Taxas de Câmbio retrospectivamente aos ajustamentos no justo
valor e ao goodwill resultantes de concentrações de actividades em­
presariais ocorridas antes da data de transição para as IFRS. Se a
entidade não aplicar a IAS 21 retrospectivamente a esses ajustamentos
no justo valor e ao goodwill, deve tratá-los como activos e passivos
da entidade em vez de os tratar como activos e passivos da adquirida.
Assim, esses ajustamentos no justo valor e goodwill ou estão já
expressos na moeda funcional da entidade ou são itens não monetários
em moeda estrangeira, que são relatados usando a taxa de câmbio
aplicada de acordo com os PCGA anteriores.

C3 Uma entidade pode aplicar a IAS 21 retrospectivamente aos ajusta­


mentos no justo valor e ao goodwill resultantes de:

(a) todas as concentrações de actividades empresariais que tenham


ocorrido antes da data de transição para as IFRS; ou

(b) todas as concentrações de actividades empresariais que a entidade


optar por reexpressar para cumprir a IFRS 3, de acordo com o
permitido no parágrafo C1 acima.

C4 Caso um adoptante pela primeira vez não aplique a IFRS 3 retros­


pectivamente a uma concentração de actividades empresariais passada,
as consequências para essa concentração de actividades empresariais
serão as seguintes:

(a) O adoptante pela primeira vez deve manter a mesma classificação


(como uma aquisição pela adquirente legal, uma aquisição inversa
pela adquirida legal, ou uma unificação de interesses) que tinha
nas demonstrações financeiras segundo os PCGA anteriores.

(b) O adoptante pela primeira vez deve reconhecer, à data da transi­


ção para as IFRS, todos os seus activos e passivos que tenham
sido adquiridos ou assumidos numa concentração de actividades
empresariais passada, com excepção de:

(i) alguns activos financeiros e passivos financeiros desreconhe­


cidos de acordo com os PCGA anteriores (ver parágrafo B2); e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 548

▼M16
(ii) activos, incluindo goodwill, e passivos que não tenham sido
reconhecidos na demonstração da posição financeira consoli­
dada da adquirente de acordo com os PCGA anteriores e que
também não se qualificariam para reconhecimento de acordo
com as IFRS na demonstração da posição financeira separada
da adquirida [ver alíneas (f)–(i) adiante].

O adoptante pela primeira vez deve reconhecer qualquer alteração


daí resultante, ajustando os resultados retidos (ou, se for apropria­
do, outra categoria do capital próprio), excepto se a alteração
resultar do reconhecimento de um activo intangível que tenha
sido previamente incorporado no goodwill [ver alínea (g)(i)
adiante].

(c) O adoptante pela primeira vez deve excluir da sua demonstração


da posição financeira de abertura de acordo com as IFRS qualquer
item reconhecido de acordo com os PCGA anteriores que não se
qualifique para o reconhecimento como activo ou passivo segundo
as IFRS. O adoptante pela primeira vez deve contabilizar a alte­
ração daí resultante do seguinte modo:

(i) o adoptante pela primeira vez pode ter classificado uma con­
centração de actividades empresariais passada como uma
aquisição e reconhecido como activo intangível um item
que não se qualifica para reconhecimento como activo de
acordo com a IAS 38 Activos Intangíveis. Deve reclassificar
esse item (e, se houver, o imposto diferido e interesses que
não controlam relacionados) como parte do goodwill [excepto
se deduziu o goodwill directamente do capital próprio de
acordo com os PCGA anteriores - ver alíneas (g)(i) e (i)
adiante].

(ii) o adoptante pela primeira vez deve reconhecer todas as res­


tantes alterações resultantes como resultados retidos (1).

(d) As IFRS exigem uma mensuração posterior de alguns activos e


passivos numa base que não seja o custo original, como é o caso,
por exemplo, do justo valor. O adoptante pela primeira vez deve
mensurar estes activos e passivos nesta base na demonstração da
posição financeira de abertura de acordo com as IFRS, mesmo
que tenham sido adquiridos ou assumidos numa concentração de
actividades empresariais passada. Deve reconhecer qualquer alte­
ração daí resultante na quantia escriturada ajustando os resultados
retidos (ou, se for apropriado, outra categoria do capital próprio),
em vez do goodwill.

(e) Imediatamente após a concentração de actividades empresariais, a


quantia escriturada de acordo com os PCGA anteriores dos acti­
vos adquiridos e passivos assumidos nessa concentração de acti­
vidades empresariais deve ser o seu custo considerado de acordo
com as IFRS nessa data. Caso as IFRS exijam uma mensuração
baseada nos custos desses activos e passivos numa data posterior,
esse custo considerado deve constituir a base para depreciação ou
amortização a partir da data da concentração de actividades
empresariais.

(1) Tais alterações incluem reclassificações de ou para activos intangíveis se o goodwill não
foi reconhecido como activo de acordo com os PCGA anteriores. Esta situação ocorre se,
de acordo com os PCGA anteriores, a entidade (a) deduziu o goodwill directamente do
capital próprio ou (b) não tratou a concentração de actividades empresariais como uma
aquisição.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 549

▼M16
(f) Se um activo adquirido, ou um passivo assumido, numa concen­
tração de actividades empresariais passada não foi reconhecido de
acordo com os PCGA anteriores, ele não terá um custo conside­
rado de zero na demonstração da posição financeira de abertura de
acordo com as IFRS. Em vez disso, a adquirente reconhecê-lo-á e
mensurá-lo-á na sua demonstração da posição financeira consoli­
dada na mesma base que as IFRS exigiriam para a demonstração
da posição financeira da adquirida. Como ilustração: se a adqui­
rente não tiver capitalizado, de acordo com os PCGA anteriores,
as locações financeiras adquiridas numa concentração de activida­
des empresariais passada, deve capitalizar essas locações nas suas
demonstrações financeiras consolidadas, conforme a IAS 17 Lo­
cações exigiria que a adquirida o fizesse na sua demonstração da
posição financeira de acordo com as IFRS. De modo semelhante,
se a adquirente não tiver reconhecido, de acordo com os PCGA
anteriores, um passivo contingente que ainda exista à data da
transição para as IFRS, a adquirente deve reconhecer esse passivo
contingente nessa data, a menos que a IAS 37 Provisões, Passivos
Contingentes e Activos Contingentes proibisse o seu reconheci­
mento nas demonstrações financeiras da adquirida. Inversamente,
se um activo ou passivo estava incorporado no goodwill de
acordo com os PCGA anteriores, mas teria sido reconhecido in­
dividualmente segundo a IFRS 3, esse activo ou passivo mantém-
-se como goodwill, a não ser que as IFRS exijam o seu reconhe­
cimento nas demonstrações financeiras da adquirida.

(g) A quantia escriturada de goodwill, na demonstração da posição


financeira de abertura de acordo com as IFRS, deve ser a quantia
escriturada de acordo com os PCGA anteriores à data da transição
para as IFRS, depois de feitos os dois ajustamentos seguintes:

(i) Se exigido pela alínea (c)(i) acima, o adoptante pela primeira


vez deve aumentar a quantia escriturada de goodwill quando
reclassificar um item que reconheceu como activo intangível
de acordo com os PCGA anteriores. Da mesma forma, se a
alínea (f) exigir que o adoptante pela primeira vez reconheça
um activo intangível que estava incorporado no goodwill re­
conhecido de acordo com os PCGA anteriores, o adoptante
pela primeira vez deve reduzir a quantia escriturada de good­
will em conformidade (e, se aplicável, ajustar os impostos
diferidos e os interesses que não controlam).

(ii) Independentemente de haver ou não indicação de que o good­


will possa estar em imparidade, o adoptante pela primeira vez
deve aplicar a IAS 36 para testar a imparidade do goodwill à
data da transição para as IFRS e ao reconhecer qualquer perda
por imparidade daí resultante nos resultados retidos (ou, se for
exigido pela IAS 36, no excedente de revalorização). O teste
de imparidade deve basear-se nas condições existentes à data
da transição para as IFRS.

(h) Não serão feitos outros ajustamentos na quantia escriturada de


goodwill à data da transição para as IFRS. Por exemplo, o adop­
tante pela primeira vez não deve reexpressar a quantia escriturada
de goodwill:

(i) para excluir a investigação e desenvolvimento em curso ad­


quiridos nessa concentração de actividades empresariais (ex­
cepto se o activo intangível relacionado se qualificar para
reconhecimento de acordo com a IAS 38, na demonstração
da posição financeira da adquirida);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 550

▼M16
(ii) para ajustar uma amortização anterior do goodwill;
(iii) para reverter os ajustamentos no goodwill que a IFRS 3 não
permitiria, mas que foram feitos de acordo com os PCGA
anteriores devido aos ajustamentos efectuados em activos e
passivos entre a data da concentração de actividades empre­
sariais e a data da transição para as IFRS.
(i) Se o adoptante pela primeira vez reconheceu o goodwill de acordo
com os PCGA anteriores como dedução no capital próprio:
(i) não deve reconhecer esse goodwill na sua demonstração da
posição financeira de abertura de acordo com as IFRS. Além
disso, não deve reclassificar esse goodwill nos lucros ou pre­
juízos se alienar a subsidiária ou se o investimento na subsi­
diária ficar em imparidade.
(ii) os ajustamentos resultantes da subsequente resolução de uma
contingência que afecte a retribuição de compra devem ser
reconhecidos nos resultados retidos.
(j) O adoptante pela primeira vez pode não ter consolidado uma
subsidiária adquirida numa concentração de actividades empresa­
riais passada de acordo com os PCGA anteriores, (por exemplo,
porque a empresa-mãe não a considerou como subsidiária de
acordo com os PCGA anteriores ou não preparou demonstrações
financeiras consolidadas). O adoptante pela primeira vez deve
ajustar as quantias escrituradas dos activos e passivos da subsi­
diária face às quantias que as IFRS exigiriam na demonstração da
posição financeira da subsidiária. O custo considerado do good­
will é igual à diferença, à data da transição para as IFRS, entre:
(i) o interesse da empresa-mãe nessas quantias escrituradas ajus­
tadas; e
(ii) o custo nas demonstrações financeiras separadas da
empresa-mãe do seu investimento na subsidiária.
(k) A mensuração dos interesses que não controlam e do imposto
diferido decorre da mensuração de outros activos e passivos.
Por isso, os ajustamentos atrás indicados aos activos e passivos
reconhecidos afectam os interesses que não controlam e o imposto
diferido.
C5 A isenção para concentrações de actividades empresariais passadas
também se aplica a aquisições passadas de investimentos em associa­
das e de interesses em empreendimentos conjuntos. Além disso, a data
seleccionada em conformidade com o parágrafo C1 aplica-se igual­
mente a todas estas aquisições.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 551

▼M16
Apêndice D
Isenções de outras IFRS

Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.

▼M32
D1 Uma entidade pode optar pelo uso de uma ou mais das seguintes
isenções:

▼M33
(a) transações de pagamento com base em ações (parágrafos D2 e D3);

▼M16
(b) contratos de seguro (parágrafo D4);

▼M29
(c) custo considerado (parágrafos D5–D8B);

▼M24
(d) locações (parágrafos D9 e D9A);

▼M31
__________

▼M16
(f) diferenças de transposição acumuladas (parágrafos D12 e D13);
(g) investimentos em subsidiárias, ►M32 associadas e empreen­
dimentos conjuntos ◄ (parágrafos D14 e D15);
(h) activos e passivos de subsidiárias, associadas e empreendimen­
tos conjuntos (parágrafos D16 e D17);
(i) instrumentos financeiros compostos (parágrafo D18);
(j) designação de instrumentos financeiros previamente reconheci­
dos (parágrafo D19);
(k) mensuração pelo justo valor de activos financeiros ou passivos
financeiros no reconhecimento inicial (parágrafo D20);

▼M24
(l) passivos por descomissionamento incluídos no custo do activo
fixo tangível (parágrafos D21 e D21A);

▼M33
(m) ativos financeiros ou ativos intangíveis contabilizados de acordo
com a IFRIC 12 Acordos de Concessão de Serviços (parágrafo
D22);
(n) custos de empréstimos obtidos (parágrafo D23);
(o) transferências de ativos provenientes de clientes (parágrafo
D24);

▼M32
(p) extinção de passivos financeiros através de instrumentos de
capital próprio (parágrafo D25);
(q) hiperinflação grave (parágrafos D26 a D30);
(r) acordos conjuntos (parágrafo D31);

▼M33
(s) custos de descobertura na fase de produção de uma mina a céu
aberto (parágrafo D32).

▼M16
Uma entidade não deve aplicar estas isenções por analogia com outros
itens.
Transacções de pagamento com base em acções
D2 Um adoptante pela primeira vez é encorajado, mas não obrigado, a
aplicar a IFRS 2 Pagamento com Base em Acções a instrumentos de
capital próprio que tenham sido concedidos em ou antes de 7 de
Novembro de 2002. Um adoptante pela primeira vez é também enco­
rajado, mas não obrigado, a aplicar a IFRS 2 a instrumentos de capital
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 552

▼M16
próprio que tenham sido concedidos após 7 de Novembro de 2002 e
que tenham sido adquiridos antes da data mais recente de entre (a) a
data de transição para as IFRS e (b) 1 de Janeiro de 2005. Contudo,
se um adoptante pela primeira vez optar por aplicar a IFRS 2 a tais
instrumentos de capital próprio, apenas poderá fazê-lo se a entidade
tiver divulgado publicamente o justo valor desses instrumentos de
capital próprio, determinado à data da mensuração, conforme definido
na IFRS 2. Relativamente a todas as concessões de instrumentos de
capital próprio às quais a IFRS 2 não tenha sido aplicada (por exem­
plo, instrumentos de capital próprio concedidos em ou antes de 7 de
Novembro de 2002), um adoptante pela primeira vez deve não obs­
tante divulgar a informação exigida pelos parágrafos 44 e 45 da IFRS
2. Se um adoptante pela primeira vez modificar os termos e condições
de uma concessão de instrumentos de capital próprio à qual a IFRS 2
não tenha sido aplicada, a entidade não tem de aplicar os parágrafos
26–29 da IFRS 2 se a modificação tiver ocorrido antes da data de
transição para as IFRS.

D3 Um adoptante pela primeira vez é encorajado, mas não obrigado, a


aplicar a IFRS 2 aos passivos resultantes de transacções de pagamento
com base em acções que tenham sido liquidadas antes da data de
transição para as IFRS. Um adoptante pela primeira vez também é
encorajado, mas não obrigado, a aplicar a IFRS 2 aos passivos que
tenham sido liquidados antes de 1 de Janeiro de 2005. Relativamente
aos passivos aos quais a IFRS 2 seja aplicada, um adoptante pela
primeira vez não tem de reexpressar a informação comparativa, na
medida em que essa informação diga respeito a um período ou data
anterior a 7 de Novembro de 2002.

Contratos de seguro
D4 Um adoptante pela primeira vez pode aplicar as disposições transitó­
rias da IFRS 4 Contratos de Seguro. A IFRS 4 restringe as alterações
nas políticas contabilísticas para contratos de seguro, incluindo as
alterações feitas por um adoptante pela primeira vez.

Justo valor ou revalorização como custo considerado


D5 Uma entidade pode optar por mensurar um item de activo fixo tan­
gível na data de transição para as IFRS pelo seu justo valor e usar
esse justo valor como custo considerado nessa data.

D6 Um adoptante pela primeira vez pode optar por usar uma revaloriza­
ção de um item de activo fixo tangível com base nos PCGA anterio­
res, antes ou na data de transição para as IFRS, como custo conside­
rado à data da revalorização, caso a revalorização seja, à data da
mesma, globalmente comparável ao:

(a) justo valor; ou

(b) custo ou custo depreciado de acordo com as IFRS, ajustado para


reflectir, por exemplo, as alterações num índice de preços geral ou
específico.

D7 As opções enunciadas nos parágrafos D5 e D6 estão também dispo­


níveis para:

(a) propriedade de investimento, caso a entidade opte por usar o


modelo do custo apresentado na IAS 40 Propriedades de Inves­
timento; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 553

▼M16
(b) activos intangíveis que satisfaçam:

(i) os critérios de reconhecimento enunciados na IAS 38


(incluindo mensuração fiável do custo original); e

(ii) os critérios enunciados na IAS 38 para efeitos de revaloriza­


ção (incluindo a existência de um mercado activo).

Uma entidade não deve usar estas opções para outros activos ou
passivos.

▼M29
D8 Um adoptante pela primeira vez pode ter estabelecido um custo con­
siderado de acordo com os PCGA anteriores para alguns ou todos os
seus activos e passivos, mediante a mensuração pelo seu justo valor
numa determinada data, devido a um acontecimento como uma pri­
vatização ou uma oferta pública inicial.

(a) se a data de mensuração for igual ou anterior à data de transição


para as IFRS, a entidade pode utilizar tais mensurações pelo justo
valor em função dos acontecimentos como custo considerado para
as IFRS à data dessa mensuração.

(b) se a data de mensuração for posterior à data de transição para as


IFRS, mas durante o período abrangido pelas primeiras demons­
trações financeiras de acordo com as IFRS, as mensurações pelo
justo valor em função dos acontecimentos podem ser utilizadas
como custo considerado quando esses acontecimentos se concre­
tizarem. Uma entidade deve reconhecer os consequentes ajusta­
mentos directamente nos resultados retidos (ou, se apropriado,
noutra categoria de capital próprio) à data da mensuração. À
data da transição para as IFRS, a entidade deve determinar o custo
considerado aplicando os critérios dos parágrafos D5-D7 ou men­
surar os activos e passivos em conformidade com os demais
requisitos desta IFRS.

▼M24
Custo considerado
D8A Segundo determinadas disposições nacionais de contabilidade, os cus­
tos de prospecção e desenvolvimento em activos fixos tangíveis que
contêm petróleo e gás durante as fases de desenvolvimento e produ­
ção são escriturados em centros de custo que incluem todos os activos
fixos numa zona geográfica alargada. Um adoptante pela primeira vez
das IFRS que utilizava esse modelo de contabilidade ao abrigo dos
PCGA anteriores pode optar pela mensuração dos activos em petróleo
e gás à data de transição para as IFRS na seguinte base:

a) Activos nas fases de prospecção e avaliação pela quantia determi­


nada ao abrigo dos PCGA anteriores da entidade; e

b) Activos nas fases de desenvolvimento e produção pela quantia


determinada para o centro de custo ao abrigo dos PCGA anteriores
da entidade. Essa quantia é escriturada pro rata pela entidade nos
activos subjacentes do centro de custo utilizando os volumes ou o
valor das reservas à data em causa.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 554

▼M24
A entidade testa os activos das fases de prospecção e avaliação e das
fases de desenvolvimento e produção quanto à imparidade à data da
transição para as IFRS segundo a IFRS 6 Exploração e Avaliação de
Recursos Minerais ou segundo a IAS 36, respectivamente, e, se ne­
cessário, reduz a quantia assim determinada de acordo com as alíneas
a) ou b) supra. Para efeitos deste parágrafo, os activos em petróleo e
gás compreendem apenas os activos utilizados na prospecção, avalia­
ção, desenvolvimento ou produção de petróleo e gás.

▼M29
D8B Algumas entidades são titulares de activos fixos tangíveis ou de ac­
tivos intangíveis que são, ou que já foram, utilizados em operações
sujeitas a taxas regulamentadas. A quantia escriturada correspondente
a esses itens pode incluir quantias determinadas em conformidade
com os PCGA anteriores, mas que não são elegíveis para capitaliza­
ção de acordo com as IFRS. Se for esse o caso, um adoptante pela
primeira vez pode optar por usar a quantia escriturada de um item em
conformidade com os PCGA anteriores à data da transição para as
IFRS como custo considerado. Se uma entidade aplicar esta isenção a
um item, não terá de a aplicar a todos os itens. À data da transição
para as IFRS, uma entidade deve testar a imparidade em conformidade
com a IAS 36 para cada item em relação ao qual tenha usado esta
isenção. Para efeitos de aplicação do presente parágrafo, as operações
são sujeitas a taxas regulamentadas se fornecerem bens ou serviços a
clientes a preços (ou seja, taxas) definidos por um organismo autori­
zado habilitado para definir taxas vinculativas para os clientes, con­
cebidas de modo a recuperar os custos específicos incorridos pela
entidade para o fornecimento dos produtos ou serviços regulamenta­
dos e a obter um determinado retorno. O retorno pode ser especificado
sob a forma de um valor mínimo ou de um intervalo e não terá de ser
fixo ou garantido.

▼M16
Locações
D9 Um adoptante pela primeira vez pode aplicar as disposições transitó­
rias da IFRIC 4 Determinar se um Acordo contém uma Locação.
Portanto, um adoptante pela primeira vez pode determinar se um
acordo existente à data da transição para as IFRS contém uma locação
com base nos factos e circunstâncias existentes nessa data.

▼M24
D9A Se um adoptante pela primeira vez tiver determinado se um acordo
contém uma locação, em conformidade com os PCGA anteriores, da
mesma forma que é definida pela IFRIC 4, mas numa data diferente
da exigida pela mesma IFRIC, o adoptante pela primeira vez não terá
de reavaliar essa determinação no momento da adopção das IFRS.
Para que se considere que uma entidade determinou se o acordo
contém uma locação em conformidade com os PCGA anteriores da
mesma forma que é definida pelas IFRIC, essa determinação terá de
ter tido o mesmo resultado que teria a aplicação da IAS 17 Locações e
da IFRIC 4.

▼M31
__________
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 555

▼M16
Diferenças de transposição cumulativas
D12 A IAS 21 exige que uma entidade:

(a) reconheça algumas diferenças de transposição como outro rendi­


mento integral e acumule essas diferenças num componente sepa­
rado do capital próprio; e

(b) aquando da alienação de uma unidade operacional estrangeira,


reclassifique a diferença de transposição cumulativa dessa unidade
operacional estrangeira (incluindo, caso se aplique, ganhos e per­
das em instrumentos de cobertura relacionados) do capital próprio
para os lucros ou prejuízos, como parte do ganho ou perda resul­
tante da alienação.

D13 Contudo, um adoptante pela primeira vez não necessita de cumprir


estes requisitos relativamente às diferenças de transposição cumulati­
vas que existiam à data de transição para as IFRS. Caso um adoptante
pela primeira vez use esta isenção:

(a) as diferenças de transposição cumulativas de todas as unidades


operacionais estrangeiras são consideradas como sendo zero à data
de transição para as IFRS; e

(b) o ganho ou perda resultante de uma alienação posterior de qual­


quer unidade operacional estrangeira deve excluir as diferenças de
transposição que tenham surgido antes da data de transição para
as IFRS e deve incluir as diferenças de transposição posteriores.

Investimentos em subsidiárias, ►M32 associadas e empreendi­


mentos conjuntos ◄
D14 Quando uma entidade preparar demonstrações financeiras separadas, a
IAS 27 (conforme emendada em 2008) exige que ela contabilize os
seus investimentos em subsidiárias, ►M32 associadas e empreendi­
mentos conjuntos ◄ ou:

(a) pelo custo; ou

(b) de acordo com a IAS 39.

▼M33
D15 Se um adoptante pela primeira mensura tal investimento pelo custo,
de acordo com a IAS 27, deve mensurar esse investimento como uma
das seguintes quantias na sua demonstração separada da posição fi­
nanceira de abertura de acordo com as IFRS:

▼M16
(a) custo determinado de acordo com a IAS 27; ou

▼M33
(b) custo considerado: o custo considerado de tal investimento será:

(i) o justo valor na data de transição da entidade para as IFRS


nas suas demonstrações financeiras separadas, ou
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 556

▼M16
(ii) a quantia escriturada nessa data de acordo com os PCGA
anteriores.

Um adoptante pela primeira vez pode escolher a alínea (i) ou (ii)


para mensurar o seu investimento em cada subsidiária,
►M32 associada e empreendimento conjunto ◄, relativamente
à qual tenha optado pela mensuração com base num custo consi­
derado.

Activos e passivos de subsidiárias, associadas e empreendimentos


conjuntos
▼M38
D16 Se uma subsidiária se tornar uma adotante pela primeira vez mais
tarde que a sua empresa-mãe, a subsidiária deve, nas suas demons­
trações financeiras, mensurar os seus ativos e passivos como:

(a) as quantias escrituradas que seriam incluídas nas demonstrações


financeiras consolidadas da empresa-mãe, com base na data de
transição da empresa-mãe para as IFRS, se não tiverem sido feitos
ajustamentos para efeitos dos procedimentos de consolidação e
para ter em conta o impacto da concentração de atividades em­
presariais pela qual a empresa-mãe adquiriu a subsidiária (esta
opção não está disponível para uma subsidiária de uma entidade
de investimento, tal como definido na IFRS 10, que deva ser
mensurada pelo justo valor através dos resultados); ou

▼M16
(b) pelas quantias escrituradas exigidas pelo restante da presente
IFRS, com base na data de transição da subsidiária para as IFRS.
Estas quantias escrituradas podem diferir das descritas na
alínea (a):

(i) quando as isenções estipuladas nesta IFRS resultem em men­


surações que dependam da data de transição para as IFRS.

(ii) quando as políticas contabilísticas usadas nas demonstrações


financeiras da subsidiária difiram das constantes das demons­
trações financeiras consolidadas. Por exemplo, a subsidiária
pode usar como política contabilística o modelo de custo
descrito na IAS 16 Activos Fixos Tangíveis, enquanto que o
grupo pode usar o modelo de revalorização.

Existe uma opção semelhante para uma associada ou empreendi­


mento conjunto que seja adoptante pela primeira vez mais tarde
do que uma entidade que disponha de influência significativa ou
controlo conjunto sobre a mesma.

►M38 D17 Contudo, se uma entidade se tornar adotante pela primeira vez
mais tarde do que a sua subsidiária (ou associada ou empreendimento
conjunto), essa entidade deve, nas suas demonstrações financeiras
consolidadas, mensurar os ativos e passivos da subsidiária (ou asso­
ciada ou empreendimento conjunto) pelas mesmas quantias escritura­
das que se encontram nas demonstrações financeiras da subsidiária
(ou associada ou empreendimento conjunto), depois de efetuar ajus­
tamentos para efeitos de consolidação e contabilização pelo método da
equivalência patrimonial, bem como para os efeitos da concentração
de atividades empresariais pela qual a entidade adquiriu a subsidiária.
Não obstante este requisito, uma empresa-mãe que não seja uma
entidade de investimento não deve aplicar a exceção à consolidação
usada pelas subsidiárias das entidades de investimento. ◄ Da mesma
forma, se uma empresa-mãe for um adoptante pela primeira vez para
as suas demonstrações financeiras separadas mais cedo ou mais tarde
do que para as suas demonstrações financeiras consolidadas, deve
mensurar os seus activos e passivos pelas mesmas quantias em ambas
as demonstrações financeiras, excepto quanto aos ajustamentos de
consolidação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 557

▼M16
Instrumentos financeiros compostos
D18 A IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação exige que uma
entidade divida no início os instrumentos financeiros compostos em
componentes separados do passivo e do capital próprio. Caso o com­
ponente do passivo já não esteja pendente, a aplicação retrospectiva
da IAS 32 implica a separação em duas partes do capital próprio. A
primeira parte é incluída nos resultados retidos e representa os juros
cumulativos acrescidos sobre o componente do passivo. A outra parte
representa o componente original do capital próprio. Contudo, de
acordo com a presente IFRS, se o componente do passivo já não
estiver pendente à data da transição para as IFRS, um adoptante
pela primeira vez não tem de separar estas duas partes.

Designação de instrumentos financeiros previamente reconhecidos


D19 A IAS 39 permite que um activo financeiro seja designado no reco­
nhecimento inicial como disponível para venda ou que um instru­
mento financeiro (desde que satisfaça determinados critérios) seja
designado como um activo financeiro ou passivo financeiro pelo justo
valor por via dos lucros ou prejuízos. Não obstante este requisito,
aplicam-se excepções nas seguintes circunstâncias:

(a) uma entidade pode fazer uma designação como disponível para
venda na data de transição para as IFRS.

(b) uma entidade pode designar, na data de transição para as IFRS,


qualquer activo financeiro ou passivo financeiro pelo justo valor
por via dos lucros ou prejuízos desde que o activo ou passivo
satisfaça os critérios dos parágrafos 9(b)(i), 9(b)(ii) ou 11A da
IAS 39 nessa data.

Mensuração pelo justo valor de activos financeiros ou passivos


financeiros no reconhecimento inicial
▼M33
D20 Não obstante os requisitos dos parágrafos 7 e 9, uma entidade pode
aplicar os requisitos do parágrafo AG76(a) da IAS 39, de uma das
seguintes formas:

▼M16
(a) prospectivamente a transacções celebradas após 25 de Outubro de
2002; ou

(b) prospectivamente a transacções celebradas após 1 de Janeiro de


2004.

Passivos por descomissionamento incluídos no custo do activo fixo


tangível
D21 A IFRIC 1 Alterações em Passivos por Descomissionamento, Res­
tauro e Outros Semelhantes Existentes exige que alterações específi­
cas num passivo por descomissionamento, restauro ou outro seme­
lhante sejam adicionadas ou deduzidas ao custo do activo ao qual
estão relacionadas; a quantia depreciável ajustada do activo é então
depreciada prospectivamente durante o resto da sua vida útil. Um
adoptante pela primeira vez não necessita de cumprir estes requisitos
relativamente às alterações nesses passivos que tenham ocorrido antes
da data de transição para as IFRS. Caso um adoptante pela primeira
vez use esta isenção, deve:

(a) mensurar o passivo na data de transição para as IFRS de acordo


com a IAS 37;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 558

▼M16
(b) na medida em que o passivo estiver dentro do âmbito da IFRIC 1,
estimar a quantia que teria sido incluída no custo do activo rela­
cionado quando o passivo surgiu, descontandooaté essa data
usando a melhor estimativa da(s) taxa(s) de desconto histórica(s)
ajustada(s) ao risco que teria(m) sido aplicada(s) a esse passivo
durante o período de intervenção; e

(c) calcular a depreciação acumulada dessa quantia, à data de transi­


ção para as IFRS, na base da estimativa corrente da vida útil do
activo, usando a política de depreciação adoptada pela entidade de
acordo com as IFRS.

▼M24
D21A Uma entidade que use a isenção prevista no parágrafo D8A, alínea b)
(em relação a activos em petróleo e gás nas fases de desenvolvimento
e produção, contabilizados em centros de custo que incluem todas as
propriedades de uma zona geográfica alargada ao abrigo dos PCGA
anteriores), deve, em vez de aplicar o parágrafo D21 ou a IFRIC 1:

a) Mensurar os passivos do descomissionamento, da restauração e


similares à data da transição para as IFRS de acordo com a IAS
37; e

b) Reconhecer directamente como resultado retido qualquer diferença


entre essa quantia e a quantia escriturada desses passivos à data de
transição para as IFRS determinada de acordo com os PCGA
anteriores da entidade.

▼M16
Activos financeiros ou activos intangíveis contabilizados de acordo
com a IFRIC 12
D22 Um adoptante pela primeira vez pode aplicar as disposições transitó­
rias da IFRIC 12.

Custos de empréstimos obtidos


▼M36
D23 Um adotante pela primeira vez pode optar por aplicar os requisitos da
IAS 23 a partir da data de transição ou a partir de uma data anterior,
tal como permitido pelo parágrafo 28 da IAS 23. A partir da data em
que uma entidade que aplique esta isenção começa a aplicar a IAS 23,
essa entidade:

(a) não deve reexpressar a componente dos custos de contração de


empréstimos que foi objeto de capitalização de acordo com os
PCGA anteriores e que foi incluída no valor contabilístico dos
ativos nessa data; e

(b) deve contabilizar os custos de empréstimos obtidos incorridos em


ou após essa data de acordo com a IAS 23, incluindo os custos de
empréstimos obtidos incorridos em ou após essa data em ativos
elegíveis já em construção.

▼M18
Transferências de activos provenientes de clientes
D24 Um adoptante pela primeira vez pode aplicar as disposições transitó­
rias estabelecidas no parágrafo 22 da IFRIC 18 Transferências de
Activos Provenientes de clientes. Nesse parágrafo, a referência à
data de eficácia deve ser interpretada como 1 de Julho de 2009 ou
a data de transição para as IFRS, consoante a que for mais recente.
Além disso, um adoptante pela primeira vez pode designar qualquer
data antes da data de transição para as IFRS e aplicar a IFRIC 18 a
todas as transferências de activos provenientes de clientes recebidas
em ou após essa data.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 559

▼M28
Extinção de passivos financeiros através de instrumentos de capi­
tal próprio
D25 As sociedades que adoptem pela primeira vez as IFRS podem aplicar
as disposições transitórias constantes da IFRIC 19 Extinção de passi­
vos financeiros através de instrumentos de capital próprio.

▼M33
Hiperinflação grave
D26 Se uma entidade tem uma moeda funcional que foi, ou é, a moeda de
uma economia híper inflacionária, essa entidade deve determinar se
aquela moeda foi sujeita a uma hiperinflação grave antes da data de
transição para as IFRS. Isto aplica-se tanto às entidades que adoptam
as IFRS pela primeira vez como às entidades que já as tenham apli­
cado anteriormente.

D27 Considera-se que a moeda de uma economia híper inflacionária está


sujeita a hiperinflação grave se tem as duas seguintes características:

(a) não existe um índice geral de preços fiável à disposição de todas


as entidades que efectuam transacções e contas nessa moeda.

(b) essa moeda não é convertível numa moeda estrangeira relativa­


mente estável.

D28 A moeda funcional de uma entidade deixa de estar sujeita a hiperin­


flação grave à data da sua normalização. Essa data é a data em que
deixa de se verificar uma ou ambas as condições enunciadas no
parágrafo D27, ou a data em que a entidade adopte outra moeda
funcional, que não esteja sujeita a hiperinflação grave.

D29 Quando a data de transição de uma entidade para as IFRS é igual ou


posterior à data de normalização da moeda funcional, a entidade pode
optar por mensurar todos os activos e passivos detidos antes dessa
data de normalização pelo justo valor à data de transição para as
IFRS. A entidade pode utilizar esse justo valor como o custo consi­
derado desses activos e passivos no balanço de abertura elaborado de
acordo com as IFRS.

D30 Quando a data de normalização da moeda funcional se situar dentro


de um período comparativo de 12 meses, esse período comparativo
poderá ser inferior a 12 meses, desde que seja elaborado um conjunto
completo de demonstrações financeiras (de acordo com o previsto no
parágrafo 10 da IAS 1) para esse período mais curto.

▼M37
Acordos conjuntos
D31 Uma entidade que adote pela primeira vez as IFRS pode aplicar as
disposições de transição da IFRS 11, com as seguintes exceções:

a) Ao aplicar as disposições de transição da IFRS 11, a entidade que


adote pela primeira vez as IFRS deve aplicá-las na data da transi­
ção para a IFRS.

b) Ao mudar da consolidação proporcional para o método da equiva­


lência patrimonial, a entidade que adote pela primeira vez as IFRS
deve testar a possível imparidade do investimento em conformi­
dade com a IAS 36 na data da transição para a IFRS, independen­
temente de haver ou não qualquer indicação de que o investimento
possa estar em imparidade. Qualquer imparidade resultante deve
ser reconhecida como um ajustamento dos lucros retidos na data da
transição para a IFRS.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 560

▼M33
Custos de descobertura na fase de produção de uma mina a céu
aberto
D32 Um adotante pela primeira vez pode aplicar as disposições transitórias
constantes dos parágrafos A1 a A4 da IFRIC 20 Custos de descober­
tura na fase de produção de uma mina a céu aberto. Nesses pará­
grafos, a referência à data de eficácia deve ser interpretada como 1 de
janeiro de 2013 ou como o início do primeiro período de relato de
acordo com as IFRS, consoante o que for mais recente.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 561

▼M16
Apêndice E
Isenções de curto prazo das IFRS

Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.


[Apêndice reservado para eventuais futuras isenções de curto prazo].
▼M25
Divulgações de instrumentos financeiros
E3 Um adoptante pela primeira vez pode aplicar as disposições transitó­
rias do parágrafo 44G da IFRS 7. (*)
▼M30
E4 Um adoptante pela primeira vez pode aplicar as disposições transitó­
rias constantes do parágrafo 44M da IFRS 7. (**)
▼M31
Benefícios dos empregados
E5 Um adoptante pela primeira vez pode aplicar as disposições transitó­
rias do parágrafo 173, alínea b), da IAS 19.
▼M38
Entidades de investimento
E6 Um adotante pela primeira vez que seja uma empresa-mãe deve ava­
liar se é uma entidade de investimento, tal como definido na IFRS 10,
com base nos factos e circunstâncias existentes na data de transição
para as IFRS.
E7 Um adotante pela primeira vez que seja uma entidade de investimen­
to, tal como definido na IFRS 10, pode aplicar as disposições transi­
tórias dos parágrafos C3C-C3D da IFRS 10 e dos parágrafos 18C-18G
da IAS 27 se as suas primeiras demonstrações financeiras de acordo
com as IFRS respeitarem a um período anual que termine em 31 de
dezembro de 2014 ou antes dessa data. As referências, nesses pará­
grafos, ao período anual que precede imediatamente a data da aplica­
ção inicial devem ser lidas como respeitantes ao primeiro período
anual apresentado. Consequentemente, as referências nesses parágra­
fos devem ser lidas como a data de transição para as IFRS.
___________
(*) O parágrafo E3 foi adicionado em consequência do documento Isenção limitada da
obrigação de apresentar divulgações comparativas de acordo com a IFRS 7 para
os adoptantes pela primeira vez (Emenda à IFRS 1), emitido em Janeiro de 2010.
Para evitar a potencial aplicação retrospectiva e garantir que os adoptantes pela
primeira vez não fiquem em desvantagem em relação às entidades que já preparam
as suas demonstrações financeiras de acordo com as IFRS, o Conselho decidiu que
os adoptantes pela primeira vez devem ser autorizados a utilizar as mesmas dispo­
sições transitórias permitidas a essas entidades, previstas no documento Melhoria
das Divulgações de Instrumentos Financeiros (Emendas à IFRS 7).
(**) O parágrafo E4 foi aditado na sequência do documento Divulgações — Transferên­
cias de activos financeiros (emendas à IFRS 7) emitido em Outubro de 2010. Para
evitar a eventual utilização de conhecimentos obtidos a posteriori e garantir que os
adoptantes pela primeira vez não fiquem em desvantagem em relação às entidades
que já preparam as suas demonstrações financeiras de acordo com as IFRS, o
Conselho decidiu que os adoptantes pela primeira vez devem ser autorizados a
utilizar as mesmas disposições transitórias permitidas a essas entidades, previstas
no documento Divulgações - Transferências de activos financeiros (Emendas à
IFRS 7).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 562

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 2

Pagamento com Base em Acções

OBJECTIVO
1. O objectivo desta IFRS é especificar o relato financeiro por parte de
uma entidade quando esta empreende uma transacção de pagamento
com base em acções. Em particular, ela exige que uma entidade
reflicta nos seus lucros ou prejuízos e posição financeira os efeitos
das transacções de pagamento com base em acções, incluindo os
gastos associados a transacções em que opções sobre acções são
concedidas aos empregados.

ÂMBITO
▼M23
2. Uma entidade deve aplicar esta IFRS na contabilização de todas as
transacções de pagamento com base em acções, quer a entidade possa
ou não identificar especificamente alguns ou todos os bens ou servi­
ços recebidos, incluindo:

a) transacções de pagamento com base em acções e liquidadas com


capital próprio,

b) transacções de pagamento com base em acções e liquidadas fi­


nanceiramente,

c) transacções em que a entidade recebe ou adquire bens ou serviços


e os termos do acordo proporcionam à entidade ou ao fornecedor
desses bens ou serviços a escolha de a entidade liquidar a transac­
ção em dinheiro (ou outros activos) ou mediante emissão de ins­
trumentos de capital próprio,

com excepção do previsto nos parágrafos 3A-6. Na ausência de bens


ou serviços especificamente identificáveis, a existência de outras cir­
cunstâncias pode indicar que os bens ou serviços foram (ou serão)
recebidos, aplicando-se neste caso a presente IFRS.

__________

3.A. As transacções de pagamento com base em acções podem ser liqui­


dadas por outra entidade do grupo (ou por um accionista de qualquer
entidade do grupo) por conta da entidade que recebe ou adquire os
bens ou serviços. O parágrafo 2 aplica-se igualmente a uma entidade
que:

a) recebe bens ou serviços quando outra entidade do mesmo grupo


(ou um accionista de qualquer entidade do grupo) tem a obrigação
de liquidar a transacção de pagamento com base em acções, ou

b) tem a obrigação de liquidar uma transacção de pagamento com


base em acções quando outra entidade do mesmo grupo recebe os
bens ou serviços

a menos que a transacção se destine claramente a um fim que não o


pagamento pelos bens fornecidos ou serviços prestados à entidade que
os recebe.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 563

▼B
4. Para as finalidades desta IFRS, uma transacção com um empregado
(ou outra parte) na sua capacidade como detentor de instrumentos de
capital próprio da entidade não é uma transacção de pagamento com
base em acções. Por exemplo, se uma entidade conceder a todos os
detentores de uma determinada classe dos seus instrumentos de capital
próprio o direito de adquirir instrumentos de capital próprio adicionais
da entidade a um preço inferior ao justo valor desses instrumentos de
capital próprio, e um empregado receber esse direito por ser detentor
de instrumentos de capital próprio dessa classe em particular, a con­
cessão ou exercício desse direito não está sujeita aos requisitos desta
IFRS.

5. Conforme indicado no parágrafo 2, esta IFRS aplica-se a transacções


de pagamento com base em acções em que a entidade adquire ou
recebe bens ou serviços. Os bens incluem inventários, consumíveis,
activos fixos tangíveis, activos intangíveis e outros activos não finan­
ceiros. ►M22 Contudo, uma entidade não deve aplicar esta IFRS a
transacções em que a entidade adquire bens como parte dos activos
líquidos adquiridos numa concentração de actividades empresariais
conforme definido pela IFRS 3 Concentrações de Actividades Empre­
sariais (tal como revista em 2008), numa concentração de entidades
ou actividades empresariais sob controlo comum conforme descrito
nos parágrafos B1–B4 da IFRS 3 ou no contributo de uma actividade
empresarial para a formação de um empreendimento conjunto con­
forme definido pela ►M32 IFRS 11 Acordos Conjuntos ◄. Deste
modo, os instrumentos de capital próprio emitidos ◄ numa concen­
tração de actividades empresariais em troca do controlo da adquirida
não se encontram no âmbito desta IFRS. Contudo, os instrumentos de
capital próprio concedidos a empregados da adquirida na sua capaci­
dade de empregados (por exemplo, em troca de serviço continuado)
encontram-se no âmbito desta IFRS. ►M12 De modo semelhante, o
cancelamento, substituição ou outra modificação de acordos de paga­
mento com base em acções devido a uma concentração de actividades
empresariais ou a outras reestruturações de capital próprio devem ser
contabilizados de acordo com esta IFRS. A IFRS 3 proporciona orien­
tação sobre como determinar se instrumentos de capital próprio emi­
tidos numa concentração de actividades empresariais fazem parte da
retribuição transferida em troca do controlo da adquirida (e portanto
dentro do âmbito da IFRS 3) ou se, em troca de serviço continuado,
devem ser reconhecidos no período pós-concentração (e portanto den­
tro do âmbito desta IFRS). ◄

6. Esta IFRS não se aplica a transacções de pagamento com base em


acções em que a entidade recebe ou adquire bens ou serviços de
acordo com um contrato dentro do âmbito dos parágrafos 8.-10. da
IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação (tal como revista em
2003) (1) ou dos parágrafos 5.-7. da IAS 39 Instrumentos Financeiros:
Reconhecimento e Mensuração (tal como revisto em 2003).

▼M33
6.A. Esta Norma utiliza a expressão «justo valor» de uma forma que difere
em alguns aspectos da definição de justo valor constante da IFRS 13
Mensuração pelo Justo Valor. Assim, quando aplicar a IFRS 2 uma
entidade mensura o justo valor de acordo com esta Norma e não de
acordo com a IFRS 13.

▼B
RECONHECIMENTO
7. Uma entidade deve reconhecer os bens ou serviços recebidos ou
adquiridos numa transacção de pagamento com base em acções
quando obtiver os bens ou à medida que receber os serviços. A
entidade deve reconhecer um aumento correspondente no capital pró­
prio se os bens ou serviços foram recebidos numa transacção de
pagamento com base em acções e liquidada com capital próprio, ou
um passivo se os bens e serviços foram adquiridos numa transacção
de pagamento com base em acções e liquidada financeiramente.

(1) O título da IAS 32 foi emendado em 2005.


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 564

▼B
8. Quando os bens ou serviços recebidos ou adquiridos numa transacção
de pagamento com base em acções não se qualificam para reconhe­
cimento como activos, devem ser reconhecidos como gastos.

9. Tipicamente, um gasto resulta do consumo de bens ou serviços. Por


exemplo, os serviços são tipicamente consumidos de imediato, caso
em que é reconhecido um gasto quando a contraparte presta o serviço.
Os bens podem ser consumidos durante um período de tempo ou, no
caso de inventários, vendidos numa data posterior, caso em que é
reconhecido um gasto quando os bens são consumidos ou vendidos.
Contudo, por vezes, é necessário reconhecer um gasto antes de os
bens ou serviços serem consumidos ou vendidos, porque não se qua­
lificam para reconhecimento como activos. Por exemplo, uma enti­
dade pode adquirir bens como parte de uma fase de investigação de
um projecto para desenvolver um novo produto. Embora esses bens
não tenham ainda sido consumidos, podem não se qualificar para
reconhecimento como activos segundo a IFRS aplicável.

TRANSACÇÕES DE PAGAMENTO COM BASE EM ACÇÕES E LIQUIDA­


DAS COM CAPITAL PRÓPRIO
Descrição geral
10. Relativamente às transacções de pagamento com base em acções e
liquidadas com capital próprio, a entidade deve mensurar os bens ou
serviços recebidos, e o correspondente aumento no capital próprio,
directamente, pelo justo valor dos bens ou serviços recebidos, a não
ser que esse justo valor não possa ser estimado com fiabilidade. Se a
entidade não puder estimar com fiabilidade o justo valor dos bens ou
serviços recebidos, a entidade deve mensurar o seu valor, e o corres­
pondente aumento no capital próprio, indirectamente, por referência
ao (1) justo valor dos instrumentos de capital próprio concedidos.

11. Para aplicar os requisitos do parágrafo 10. a transacções com empre­


gados e outros que forneçam serviços semelhantes (2), a entidade deve
mensurar o justo valor dos serviços recebidos por referência ao justo
valor dos instrumentos de capital próprio concedidos, porque tipica­
mente não é possível estimar com fiabilidade o justo valor dos servi­
ços recebidos, conforme se explica no parágrafo 12. O justo valor
desses instrumentos de capital próprio deve ser mensurado à data da
concessão.

12. Tipicamente, as acções, as opções sobre acções ou outros instrumen­


tos de capital próprio são concedidos a empregados como parte do seu
pacote remuneratório, em suplemento ao salário em dinheiro e a ou­
tros benefícios de emprego. Normalmente, não é possível mensurar
directamente os serviços recebidos por componentes particulares do
pacote remuneratório do empregado. Também poderá não ser possível
mensurar o justo valor do pacote remuneratório total de forma inde­
pendente, sem mensurar directamente o justo valor dos instrumentos
de capital próprio concedidos. Além disso, acções e opções sobre

(1) Esta IFRS usa a expressão «por referência ao» em vez de «pelo» porque a transacção é
finalmente mensurada multiplicando o justo valor dos instrumentos de capital próprio
concedidos, mensurados na data especificada nos parágrafos 11. ou 13. (dependendo do
que seja aplicável), pelo número de instrumentos de capital próprio que sejam adquiridos,
conforme explicado no parágrafo 19.
(2) No restante desta IFRS, todas as referências a empregados também incluem outros que
forneçam serviços semelhantes.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 565

▼B
acções são por vezes concedidas como parte de um acordo de bónus,
em vez de o serem como parte da remuneração básica, por exemplo,
como incentivo aos empregados para que se mantenham ao serviço da
entidade ou como recompensa pelos seus esforços em melhorar o
desempenho da entidade. Ao conceder acções ou opções sobre acções,
além de outras remunerações, a entidade está a pagar remuneração
adicional para obter benefícios adicionais. É provável que a estimativa
do justo valor desses benefícios adicionais seja difícil. Dada a dificul­
dade de mensurar directamente o justo valor dos serviços recebidos, a
entidade deve mensurar o justo valor dos serviços dos empregados
recebidos por referência ao justo valor dos instrumentos de capital
próprio concedidos.

13. Para aplicar os requisitos do parágrafo 10. a transacções com outras


partes diferentes dos empregados, deve haver um pressuposto refutá­
vel de que o justo valor dos bens ou serviços recebidos possa ser
estimado com fiabilidade. Esse justo valor deve ser mensurado à data
em que a entidade obtém os bens ou a contraparte presta o serviço.
Em casos raros, se a entidade refutar este pressuposto por não poder
estimar com fiabilidade o justo valor dos bens ou serviços recebidos, a
entidade deve mensurar os bens ou serviços recebidos, e o correspon­
dente aumento no capital próprio, indirectamente, por referência ao
justo valor dos instrumentos de capital próprio concedidos, mensura­
dos à data em que a entidade obtém os bens ou a contraparte presta o
serviço.

▼M23
13.A. Em especial, caso se afigure que a retribuição identificável recebida
(caso exista) pela entidade é inferior ao justo valor dos instrumentos
de capital próprio atribuídos ou do passivo assumido, esta situação
indica normalmente que foi (ou será) recebida outra retribuição (isto é,
bens ou serviços não identificáveis) pela entidade. A entidade deve
mensurar os bens ou serviços identificáveis recebidos de acordo com a
presente IFRS. A entidade deve mensurar os bens ou serviços não
identificáveis recebidos (ou a receber) como a diferença entre o justo
valor do pagamento com base em acções e o justo valor de quaisquer
bens ou serviços identificáveis recebidos (ou a receber). A entidade
deve mensurar os bens ou serviços não identificáveis recebidos à data
de concessão. Contudo, para transacções liquidadas financeiramente, o
passivo deve voltar a ser mensurado no final de cada período de relato
até que seja liquidado em conformidade com os parágrafos 30-33.

▼B
Transacções em que são recebidos serviços
14. Se os instrumentos de capital próprio concedidos forem imediatamente
adquiridos, a contraparte não tem de terminar o período de serviço
especificado antes de ter incondicionalmente o direito a esses instru­
mentos de capital próprio. Na ausência de provas em contrário, a
entidade deve presumir que os serviços prestados pela contraparte
como retribuição pelos instrumentos de capital próprio foram recebi­
dos. Neste caso, na data da concessão, a entidade deve reconhecer os
serviços recebidos na totalidade, com um aumento correspondente no
capital próprio.

15. Se os instrumentos de capital próprio concedidos não forem adquiri­


dos enquanto a contraparte não terminar o período de serviço especi­
ficado, a entidade deve presumir que os serviços a serem prestados
pela contraparte como retribuição por esses instrumentos de capital
próprio serão recebidos no futuro, durante o período de aquisição. A
entidade deve contabilizar esses serviços à medida que forem presta­
dos pela contraparte durante o período de aquisição, com o corres­
pondente aumento no capital próprio. Por exemplo:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 566

▼B
a) se a um empregado forem concedidas opções sobre acções condi­
cionadas ao cumprimento de três anos de serviço, então a entidade
deve presumir que os serviços a serem prestados pelo empregado
como retribuição pelas opções sobre acções serão recebidos no
futuro, durante os três anos de período de aquisição;

b) se a um empregado forem concedidas opções sobre acções condi­


cionadas à realização de uma condição de desempenho e à sua
permanência como empregado da entidade até que essa condição
de desempenho seja satisfeita, e a duração do período de aquisição
variar consoante o momento em que a condição de desempenho
for satisfeita, a entidade deve presumir que os serviços a serem
prestados pelo empregado como retribuição pelas opções sobre
acções serão recebidos no futuro, durante o período de aquisição
esperado. A entidade deve estimar a duração do período de aqui­
sição esperado na data de concessão, com base no desfecho mais
provável da condição de desempenho. Se a condição de desempe­
nho for uma condição de mercado, a estimativa da duração do
período de aquisição esperado deve ser consistente com os pres­
supostos usados ao estimar o justo valor das opções concedidas, e
não deve ser posteriormente revista. Se a condição de desempenho
não for uma condição de mercado, a entidade deve rever a sua
estimativa da duração do período de aquisição, se necessário, caso
informações posteriores indiquem que a duração do período de
aquisição difere das estimativas anteriores.

Transacções mensuradas por referência ao justo valor dos ins­


trumentos de capital próprio concedidos

Determinar o justo valor dos instrumentos de capital próprio conce­


didos
16. Relativamente a transacções mensuradas por referência ao justo valor
dos instrumentos de capital próprio concedidos, uma entidade deve
mensurar o justo valor dos instrumentos de capital próprio concedidos
à data de mensuração, com base nos preços de mercado se disponí­
veis, tomando em consideração os termos e condições segundo os
quais esses instrumentos de capital próprio foram concedidos (sujeito
aos requisitos dos parágrafos 19.-22.).

17. Se os preços de mercado não estiverem disponíveis, a entidade deve


estimar o justo valor dos instrumentos de capital próprio concedidos
usando uma técnica de valorização para estimar qual teria sido o preço
desses instrumentos de capital próprio à data de mensuração numa
transacção entre partes conhecedoras e dispostas a isso em que não
exista relacionamento entre elas. A técnica de valorização deve ser
consistente com as metodologias de valorização geralmente aceites
para apreçar instrumentos financeiros, e deve incorporar todos os
factores e pressupostos que participantes de mercado conhecedores e
dispostos a isso considerariam na definição do preço (sujeito aos
requisitos dos parágrafos 19.-22.).

18. O Apêndice B contém mais orientação sobre a mensuração do justo


valor de acções e de opções sobre acções, focando os termos e con­
dições específicos que sejam características comuns de uma concessão
de acções ou de opções sobre acções aos empregados.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 567

▼B
Tratamento de condições de aquisição
19. Uma concessão de instrumentos de capital próprio pode estar condi­
cionada à satisfação de condições de aquisição específicas. Por exem­
plo, uma concessão de acções ou de opções sobre acções a um em­
pregado está tipicamente condicionada à permanência desse empre­
gado ao serviço da entidade durante um período de tempo especifi­
cado. Poderá haver condições de desempenho que terão de ser satis­
feitas, tais como a entidade alcançar um crescimento especificado nos
lucros ou um aumento especificado no preço das acções da entidade.
As condições de aquisição, que não sejam condições de mercado, não
devem ser tidas em conta ao estimar o justo valor das acções ou das
opções sobre acções à data de mensuração. Em vez disso, as condi­
ções de aquisição devem ser tidas em conta ao ajustar o número de
instrumentos de capital próprio incluídos na mensuração da quantia
transaccionada de modo a que, em última análise, a quantia reconhe­
cida de bens e serviços recebidos como retribuição pelos instrumentos
de capital próprio concedidos seja baseada no número de instrumentos
de capital próprio que no final foram adquiridos. Portanto, numa base
cumulativa, nenhuma quantia é reconhecida por bens ou serviços
recebidos se os instrumentos de capital próprio concedidos não forem
adquiridos devido ao não cumprimento de uma condição de aquisição,
por exemplo, a contraparte não termina o período de serviço especi­
ficado, ou uma condição de desempenho não é satisfeita, sujeita aos
requisitos do parágrafo 21.

20. Para aplicar os requisitos do parágrafo 19., a entidade deve reconhecer


uma quantia para os bens ou serviços recebidos durante o período de
aquisição com base na melhor estimativa disponível do número de
instrumentos de capital próprio que se espera que sejam adquiridos e
deve rever essa estimativa, se necessário, se informações posteriores
indicarem que o número de instrumentos de capital próprio que se
espera que sejam adquiridos difere das estimativas anteriores. Na data
de aquisição, a entidade deve rever a estimativa para igualar o número
de instrumentos de capital próprio que são finalmente adquiridos,
sujeito aos requisitos do parágrafo 21.

21. As condições de mercado, tais como um preço de acção alvo ao qual


a aquisição (ou exercitabilidade) esteja condicionada, devem ser tidas
em conta ao estimar o justo valor dos instrumentos de capital próprio
concedidos. Portanto, relativamente às concessões de instrumentos de
capital próprio com condições de mercado, a entidade deve reconhecer
os bens ou serviços recebidos de uma contraparte que satisfaça todas
as outras condições de aquisição (por exemplo, serviços recebidos de
um empregado que permaneça ao serviço durante o período de serviço
especificado), independentemente de a condição de mercado ter sido
ou não satisfeita.

▼M2
Tratamento de condições de não aquisição
21.A. De forma semelhante, uma entidade deve considerar todas as condi­
ções de não aquisição quando estimar o justo valor dos instrumentos
de capital próprio concedidos. Portanto, relativamente às concessões
de instrumentos de capital próprio com condições de não aquisição, a
entidade deve reconhecer os bens ou serviços recebidos de uma con­
traparte que satisfaça todas as condições de aquisição que não sejam
condições de mercado (por exemplo, serviços recebidos de um em­
pregado que permaneça ao serviço durante o período de serviço es­
pecificado), independentemente de as condições de não aquisição te­
rem sido ou não satisfeitas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 568

▼B
Tratamento de uma característica de recarga
22. Relativamente a opções com uma característica de recarga, a carac­
terística de recarga não deve ser tida em conta ao estimar o justo valor
das opções concedidas à data de mensuração. Em vez disso, uma
opção de recarga deve ser contabilizada como concessão de uma
nova opção, se e quando a opção de recarga for posteriormente con­
cedida.

Após a data de aquisição


23. Tendo reconhecido os bens ou serviços recebidos de acordo com os
parágrafos 10.-22., e um correspondente aumento no capital próprio, a
entidade não deve fazer qualquer ajustamento posterior no capital
próprio total após a data de aquisição. Por exemplo, a entidade não
deve reverter posteriormente a quantia reconhecida por serviços rece­
bidos de um empregado se os instrumentos de capital próprio adqui­
ridos forem posteriormente recusados ou, no caso de opções sobre
acções, as opções não forem exercidas. Contudo, este requisito não
exclui que a entidade reconheça uma transferência no capital próprio,
i.e., uma transferência de um componente do capital próprio para um
outro.

Se o justo valor dos instrumentos de capital próprio não puder ser


estimado com fiabilidade
24. Os requisitos dos parágrafos 16.-23. aplicam-se quando a entidade tem
de mensurar uma transacção de pagamento com base em acções por
referência ao justo valor dos instrumentos de capital próprio concedi­
dos. Em casos raros, a entidade pode não ser capaz de estimar com
fiabilidade o justo valor dos instrumentos de capital próprio concedi­
dos à data de mensuração, de acordo com os requisitos dos parágrafos
16.-22. Apenas nesses casos raros, a entidade deve em vez disso:

a) mensurar os instrumentos de capital próprio pelo seu valor intrín­


seco, inicialmente à data em que a entidade obtém os bens ou a
contraparte presta o serviço e posteriormente ►M5 no fim de
cada período de relato ◄ e à data da liquidação final, com qual­
quer alteração no valor intrínseco reconhecida nos lucros ou pre­
juízos. Relativamente a uma concessão de opções sobre acções, o
acordo de pagamento com base em acções é finalmente liquidado
quando as opções forem exercidas, recusadas (por exemplo, na
cessação do emprego) ou caducarem (por exemplo, no final da
vida da opção).

b) reconhecer os bens ou serviços recebidos com base no número de


instrumentos de capital próprio que finalmente são adquiridos ou
(quando aplicável) finalmente são exercidos. Para aplicar este re­
quisito a opções sobre acções, por exemplo, a entidade deve reco­
nhecer os bens ou serviços recebidos durante o período de aquisi­
ção, se houver, de acordo com os parágrafos 14. e 15., excepto se
os requisitos do parágrafo 15.b) respeitantes a uma condição de
mercado não se aplicarem. A quantia reconhecida de bens ou
serviços recebidos durante o período de aquisição deve basear-se
no número de opções sobre acções que se espera que sejam ad­
quiridas. A entidade deve rever essa estimativa, se necessário, caso
informações posteriores indiquem que o número de opções sobre
acções que se espera que sejam adquiridas difere de estimativas
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 569

▼B
anteriores. Na data de aquisição, a entidade deve rever a estimativa
para igualar o número de instrumentos de capital próprio que
finalmente são adquiridos. Após a data de aquisição, a entidade
deve reverter a quantia reconhecida por bens ou serviços recebidos
se as opções sobre acções forem posteriormente recusadas, ou
caducarem no final da vida das opções sobre acções.

25. Se uma entidade aplicar o parágrafo 24., não é necessário aplicar os


parágrafos 26.-29., porque quaisquer modificações nos termos e con­
dições segundo os quais os instrumentos de capital próprio foram
concedidos serão tidas em conta ao aplicar o método do valor intrín­
seco estabelecido no parágrafo 24. Contudo, se uma entidade liquidar
uma concessão de instrumentos de capital próprio à qual o parágrafo
24. tenha sido aplicado:

a) se a liquidação ocorrer durante o período de aquisição, a entidade


deve contabilizar a liquidação como uma aceleração da aquisição,
devendo portanto reconhecer imediatamente a quantia que de outra
forma teria sido reconhecida por serviços recebidos durante o res­
tante do período de aquisição;

b) qualquer pagamento feito no momento da liquidação deve ser


contabilizado como recompra dos instrumentos de capital próprio,
i.e., como uma dedução no capital próprio, excepto até ao
ponto em que o pagamento exceder o valor intrínseco dos ins­
trumentos de capital próprio, mensurados à data da recompra.
Um tal excesso deve ser reconhecido como um gasto.

Modificações nos termos e condições segundo os quais os instru­


mentos de capital próprio foram concedidos, incluindo cancela­
mentos e liquidações
26. Uma entidade poderá modificar os termos e condições segundo os
quais os instrumentos de capital próprio foram concedidos. Por exem­
plo, poderá reduzir o preço de exercício de opções concedidas a
empregados (i.e., reapreçar as opções), o que aumenta o justo valor
dessas opções. Os requisitos dos parágrafos 27.-29. relativos à conta­
bilização dos efeitos de modificações são expressos no contexto de
transacções de pagamento com base em acções feitas com emprega­
dos. Contudo, os requisitos também devem ser aplicados a transacções
de pagamento com base em acções feitas com outras partes que não
empregados que sejam mensuradas por referência ao justo valor dos
instrumentos de capital próprio concedidos. Neste último caso, quais­
quer referências nos parágrafos 27.-29. à data de concessão devem,
em vez disso, referir-se à data em que a entidade obtém os bens ou a
contraparte presta o serviço.

27. A entidade deve reconhecer, no mínimo, os serviços recebidos men­


surados pelo justo valor à data de concessão dos instrumentos de
capital próprio concedidos, a não ser que esses instrumentos de capital
próprio não sejam adquiridos por incumprimento da condição de
aquisição (que não seja uma condição de mercado) que tenha sido
especificada na data de concessão. Isto aplica-se independentemente
de quaisquer modificações nos termos e condições segundo os quais
os instrumentos de capital próprio foram concedidos, ou de um can­
celamento ou liquidação dessa concessão de instrumentos de capital
próprio. Além disso, a entidade deve reconhecer os efeitos das modi­
ficações que aumentam o justo valor total do acordo de pagamento
com base em acções ou que de outro modo sejam benéficos para o
empregado. O Apêndice B proporciona orientação para a aplicação
deste requisito.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 570

▼M2
28. Se uma concessão de instrumentos de capital próprio for cancelada ou
liquidada durante o período de aquisição (que não seja uma concessão
cancelada por renúncia quando as condições de aquisição não forem
satisfeitas):

▼B
a) a entidade deve contabilizar o cancelamento ou a liquidação como
uma aceleração da aquisição, devendo portanto reconhecer imedia­
tamente a quantia que de outra forma teria sido reconhecida por
serviços recebidos durante o restante do período de aquisição;

▼M2
b) qualquer pagamento feito ao empregado no momento do cancela­
mento ou da liquidação da concessão deve ser contabilizado como
recompra de um interesse no capital próprio, i.e., como uma de­
dução no capital próprio, excepto até ao ponto em que o paga­
mento exceder o justo valor dos instrumentos de capital próprio
concedidos, mensurados à data da recompra. Um tal excesso deve
ser reconhecido como um gasto. Porém, se o acordo de pagamento
com base em acções incluía componentes do passivo, a entidade
deve remensurar o justo valor do passivo à data de cancelamento
ou de liquidação. Qualquer pagamento feito para liquidar o com­
ponente do passivo deve ser contabilizado como extinção do pas­
sivo;

▼B
c) se novos instrumentos de capital próprio forem concedidos ao empre­
gado e, na data em que esses novos instrumentos de capital próprio
forem concedidos, a entidade identificar os novos instrumentos de
capital próprio concedidos como instrumentos de capital próprio de
substituição pelos instrumentos de capital próprio cancelados, a enti­
dade deve contabilizar a concessão dos instrumentos de capital próprio
de substituição da mesma forma que uma modificação na concessão
original de instrumentos de capital próprio, de acordo com o parágrafo
27. e a orientação do Apêndice B. O justo valor incremental concedido
é a diferença entre o justo valor dos instrumentos de capital próprio de
substituição e o justo valor líquido dos instrumentos de capital próprio
cancelados, à data em que os instrumentos de capital próprio de subs­
tituição forem concedidos. O justo valor líquido dos instrumentos de
capital próprio cancelados é o seu justo valor imediatamente antes do
cancelamento, menos a quantia de qualquer pagamento feito ao em­
pregado aquando do cancelamento dos instrumentos de capital próprio
que é contabilizada como dedução no capital próprio de acordo com a
alínea b) atrás. Se a entidade não identificar os novos instrumentos de
capital próprio concedidos como instrumentos de capital próprio de
substituição pelos instrumentos de capital próprio cancelados, a enti­
dade deve contabilizar esses novos instrumentos de capital próprio
como uma nova concessão de instrumentos de capital próprio.

▼M2
28.A. Se uma entidade ou contraparte puder optar por cumprir ou não uma
condição de não aquisição, a entidade deve tratar o não cumprimento,
por parte da entidade ou da contraparte, dessa condição de não aqui­
sição, durante o período de aquisição, como um cancelamento.

▼B
29. Se uma entidade recomprar instrumentos de capital próprio adquiri­
dos, o pagamento feito ao empregado deve ser contabilizado como
uma dedução no capital próprio, excepto até ao ponto em que o
pagamento exceder o justo valor dos instrumentos de capital próprio
recomprados, mensurados à data da recompra. Um tal excesso deve
ser reconhecido como um gasto.

TRANSACÇÕES DE PAGAMENTO COM BASE EM ACÇÕES E LIQUIDA­


DAS FINANCEIRAMENTE
30. Relativamente a transacções de pagamento com base em acções e
liquidadas financeiramente, a entidade deve mensurar os bens ou ser­
viços adquiridos e o passivo incorrido pelo justo valor do passivo. Até
o passivo ser liquidado, a entidade deve remensurar o justo valor do
passivo ►M5 no fim de cada período de relato ◄ e na data de
liquidação, com quaisquer alterações no justo valor reconhecidas
nos lucros ou prejuízos do período.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 571

▼B
31. Por exemplo, uma entidade poderá conceder direitos de valorização de
acções aos empregados como parte do seu pacote remuneratório, pelo
que os empregados terão direito a um futuro pagamento em dinheiro
(em vez de um instrumento de capital próprio), com base no aumento
do preço das acções da entidade a partir de um nível especificado e
durante um período de tempo especificado. Ou uma entidade poderá
conceder aos seus empregados o direito de receber um futuro paga­
mento em dinheiro concedendo-lhes o direito a acções (incluindo
acções a serem emitidas mediante o exercício de opções sobre acções)
que sejam remíveis, tanto obrigatoriamente (por exemplo, aquando da
cessação do emprego) como por opção do empregado.

32. A entidade deve reconhecer os serviços recebidos, e um passivo para


pagar esses serviços, à medida que os empregados prestarem o servi­
ço. Por exemplo, alguns direitos de valorização de acções são adqui­
ridos imediatamente, pelo que os empregados não têm de terminar um
período de serviço especificado para terem direito ao pagamento em
dinheiro. Na ausência de provas em contrário, a entidade deve presu­
mir que os serviços prestados pelos empregados em troca dos direitos
de valorização de acções foram recebidos. Assim, a entidade deve
reconhecer imediatamente os serviços recebidos e um passivo para
pagar esses serviços. Se os direitos de valorização de acções não
forem adquiridos até os empregados terem terminado o período de
serviço especificado, a entidade deve reconhecer os serviços recebi­
dos, e um passivo para pagar os mesmos, à medida que os emprega­
dos prestam os serviços durante esse período.

33. O passivo deve ser mensurado, inicialmente ►M5 no fim de cada


período de relato ◄ até que esteja liquidado, pelo justo valor dos
direitos de valorização de acções, aplicando um modelo de apreça­
mento de opções, tendo em conta os termos e condições segundo os
quais foram concedidos os direitos de valorização de acções, e até que
ponto os empregados prestaram os serviços até à data.

TRANSACÇÕES DE PAGAMENTO COM BASE EM ACÇÕES E COM AL­


TERNATIVAS EM DINHEIRO
34. Relativamente a transacções de pagamento com base em acções em
que os termos do acordo proporcionam ou à entidade ou à contraparte
a escolha de a entidade liquidar a transacção em dinheiro (ou outros
activos) ou através da emissão de instrumentos de capital próprio, a
entidade deve contabilizar essa transacção, ou os componentes dessa
transacção, como transacção de pagamento com base em acções e
liquidada financeiramente se, e até ao ponto em que, a entidade in­
correu num passivo para liquidar em dinheiro ou outros activos, ou
como transacção de pagamento com base em acções e liquidada com
capital próprio se, e até ao ponto em que, esse passivo não foi in­
corrido.

Transacções de pagamento com base em acções em que os termos


do acordo proporcionam à contraparte uma opção de liquidação
35. Se uma entidade concedeu à contraparte o direito de escolher se uma
transacção de pagamento com base em acções é liquidada em
dinheiro (1) ou pela emissão de instrumentos de capital próprio, a
entidade concedeu um instrumento financeiro composto, que inclui

(1) Nos parágrafos 35.-43., todas as referências a dinheiro também incluem outros activos da
entidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 572

▼B
um
componente de dívida (i.e., o direito da contraparte de exigir o paga­
mento em dinheiro) e um componente do capital próprio (i.e., o
direito da contraparte de exigir a liquidação em instrumentos de ca­
pital próprio em vez de dinheiro). Relativamente a transacções com
outras partes diferentes dos empregados, em que o justo valor dos
bens ou serviços recebidos é mensurado directamente, a entidade deve
mensurar o componente do capital próprio do instrumento financeiro
composto como sendo a diferença entre o justo valor dos bens ou
serviços recebidos e o justo valor do componente da dívida, à data em
que os bens ou serviços são recebidos.

36. Relativamente a outras transacções, incluindo transacções com empre­


gados, a entidade deve mensurar o justo valor do instrumento finan­
ceiro composto à data da mensuração, levando em conta os termos e
condições segundo os quais os direitos a receber dinheiro ou instru­
mentos de capital próprio foram concedidos.

37. Para aplicar o parágrafo 36., a entidade deve primeiro mensurar o


justo valor do componente da dívida, e depois mensurar o justo valor
do componente do capital próprio — levando em conta que a con­
traparte deve recusar o direito de receber dinheiro para poder receber
o instrumento de capital próprio. O justo valor do instrumento finan­
ceiro composto é a soma dos justos valores dos dois componentes.
Contudo, as transacções de pagamento com base em acções em que a
contraparte pode optar pela liquidação são muitas vezes estruturadas
por forma a que o justo valor de uma alternativa de liquidação seja o
mesmo da outra. Por exemplo, a contraparte poderá escolher entre
receber opções sobre acções ou direitos de valorização de acções
liquidadas financeiramente. Nesses casos, o justo valor do compo­
nente do capital próprio é zero, pelo que o justo valor do instrumento
financeiro composto é o mesmo que o justo valor do componente da
dívida. Pelo contrário, se os justos valores das alternativas de liqui­
dação diferirem, o justo valor do componente da capital próprio será
normalmente superior a zero, caso em que o justo valor do instru­
mento financeiro composto será superior ao justo valor do compo­
nente da dívida.

38. A entidade deve contabilizar separadamente os bens ou serviços re­


cebidos ou adquiridos com respeito a cada componente do instru­
mento financeiro composto. Relativamente ao componente da dívida,
a entidade deve reconhecer os bens ou serviços adquiridos, e um
passivo para pagar esses bens ou serviços, à medida que a contraparte
fornecer bens ou prestar serviços, de acordo com os requisitos que se
aplicam às transacções de pagamento com base em acções e liquida­
das financeiramente (parágrafos 30.-33.). Relativamente ao compo­
nente do capital próprio (se houver), a entidade deve reconhecer os
bens ou serviços recebidos, e um acréscimo no capital próprio, à
medida que a contraparte fornecer bens ou prestar serviços, de acordo
com os requisitos que se aplicam às transacções de pagamento com
base em acções e liquidadas com capital próprio (parágrafos 10.-29.).

39. À data da liquidação, a entidade deve remensurar o passivo pelo seu


justo valor. Se a entidade emitir instrumentos de capital próprio no
momento da liquidação em vez de pagar em dinheiro, o passivo deve
ser transferido directamente para o capital próprio, como retribuição
pelos instrumentos de capital próprio emitidos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 573

▼B
40. Se a entidade pagar em dinheiro no momento da liquidação em vez de
emitir instrumentos de capital próprio, esse pagamento deve ser apli­
cado para liquidar o passivo na sua totalidade. Um componente do
capital próprio anteriormente reconhecido deve manter-se no capital
próprio. Ao optar por receber dinheiro no momento da liquidação, a
contraparte recusa o direito de receber instrumentos de capital próprio.
Contudo, este requisito não exclui que a entidade reconheça uma
transferência no capital próprio, i.e., uma transferência de um compo­
nente do capital próprio para um outro.

Transacções de pagamento com base em acções em que os termos


do acordo proporcionam à entidade uma opção de liquidação
41. Relativamente a uma transacção de pagamento com base em acções
em que os termos do acordo proporcionam a uma entidade a opção de
liquidar em dinheiro ou de emitir instrumentos de capital próprio, a
entidade deve determinar se tem uma obrigação presente de liquidar
em dinheiro e de contabilizar a transacção de pagamento com base em
acções em conformidade. A entidade tem uma obrigação presente de
liquidar em dinheiro se a opção de liquidação em instrumentos de
capital próprio não tiver qualquer substância comercial (por exemplo,
porque a entidade está legalmente proibida de emitir acções), ou se a
entidade tiver uma prática passada ou uma política declarada de li­
quidar em dinheiro, ou se normalmente liquidar em dinheiro sempre
que a contraparte solicitar liquidação em dinheiro.

42. Se a entidade tiver uma obrigação presente de liquidar em dinheiro,


ela deve contabilizar a transacção de acordo com os requisitos apli­
cáveis às transacções de pagamento com base em acções e liquidadas
financeiramente, nos parágrafos 30.-33.

43. Se não existir essa obrigação, a entidade deve contabilizar a transac­


ção de acordo com os requisitos aplicáveis às transacções de paga­
mento com base em acções e liquidadas com capital próprio, nos
parágrafos 10.-29. No momento da liquidação:

a) se a entidade optar por liquidar em dinheiro, o pagamento em


dinheiro deve ser contabilizado como recompra de um interesse
no capital próprio, i.e., uma dedução no capital próprio, com a
excepção indicada na alínea c) adiante;

b) se a entidade optar por liquidar através da emissão de instrumentos


de capital próprio, não é exigida qualquer contabilização adicional
(a não ser uma transferência de um componente do capital próprio
para outro, se necessário), com a excepção indicada na alínea c)
adiante;

c) se uma entidade optar pela alternativa de liquidação com o justo


valor mais elevado à data da liquidação, a entidade deve reconhe­
cer um gasto adicional para o valor em excesso dado, i.e., a
diferença entre o dinheiro pago e o justo valor dos instrumentos
de capital próprio que de outra forma teriam sido emitidos, ou a
diferença entre o justo valor dos instrumentos de capital próprio
emitidos e a quantia de dinheiro que de outra forma teria sido
paga, o que for aplicável.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 574

▼M23
TRANSACÇÕES DE PAGAMENTO COM BASE EM ACÇÕES ENTRE EN­
TIDADES DO MESMO GRUPO (EMENDAS DE 2009)
43.A. Relativamente a transacções de pagamento com base em acções entre
entidades do mesmo grupo, nas suas demonstrações financeiras sepa­
radas ou individuais, a entidade que recebe os bens ou serviços deve
mensurá-los como uma transacção de pagamento com base em acções
e liquidada com capital próprio ou liquidada financeiramente, me­
diante a avaliação do seguinte:

a) a natureza dos prémios concedidos, e

b) os seus próprios direitos e obrigações.

A quantia reconhecida pela entidade que recebe os bens ou serviços


pode diferir da quantia reconhecida pelo grupo consolidado ou por
outra entidade do grupo que liquida a transacção de pagamento com
base em acções.

43.B. A entidade que recebe os bens ou serviços deve mensurá-los como


uma transacção de pagamento com base em acções e liquidada com
capital próprio quando:

a) os prémios concedidos são os seus próprios instrumentos de capital


próprio, ou

b) a entidade não tem a obrigação de liquidar a transacção de paga­


mento com base em acções.

A entidade deve subsequentemente voltar a mensurar essa transacção


de pagamento com base em acções e liquidada com capital próprio
apenas no que diz respeito a alterações das condições de aquisição
que não sejam condições de mercado, em conformidade com os pará­
grafos 19-21. Em todas as outras circunstâncias, a entidade que recebe
os bens ou serviços deve mensurá-los como uma transacção de paga­
mento com base em acções e liquidada financeiramente.

43.C. A entidade que liquida uma transacção de pagamento com base em


acções quando outra entidade do grupo recebe os bens ou serviços só
deverá reconhecer a transacção como uma transacção de pagamento
com base em acções e liquidada com capital próprio se for liquidada
com instrumentos de capital próprio da entidade. Caso contrário, a
transacção deve ser reconhecida como uma transacção de pagamento
com base em acções e liquidada financeiramente.

43.D. Algumas transacções no âmbito de um grupo envolvem acordos de


reembolso que exigem que uma entidade do grupo pague a outra
entidade do grupo pela realização dos pagamentos com base em acções
aos fornecedores dos bens ou serviços. Nesses casos, a entidade que
recebe os bens ou serviços deve contabilizar a transacção de pagamento
com base em acções em conformidade com o parágrafo 43B, indepen­
dentemente dos acordos de reembolso intragrupo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 575

▼B
DIVULGAÇÕES
44. Uma entidade deve divulgar informação que permita aos utentes das
demonstrações financeiras compreender a natureza e a extensão dos
acordos de pagamento com base em acções que existiram durante o
período.

45. Para tornar efectivo o princípio do parágrafo 44., a entidade deve


divulgar pelo menos o seguinte:

a) uma descrição de cada tipo de acordo de pagamento com base em


acções que tenha existido em qualquer momento durante o perío­
do, incluindo os termos e condições gerais de cada acordo, tal
como os requisitos de aquisição, o termo máximo de opções con­
cedidas, e o método de liquidação (por exemplo, se em dinheiro ou
capital próprio). Uma entidade com tipos de acordos de pagamento
com base em acções substancialmente semelhantes pode agregar
esta informação, a menos que seja necessária a divulgação sepa­
rada de cada acordo para satisfazer o princípio do parágrafo 44.

b) o número e a média ponderada dos preços de exercício das opções


sobre acções para cada um dos seguintes grupos de opções:

i) em circulação no início do período,

ii) concedidas durante o período,

iii) recusadas durante o período,

iv) exercidas durante o período,

v) expiradas durante o período,

vi) em circulação no final do período, e

vii) exercitáveis no final do período;

c) para as opções sobre acções exercidas durante o período, a média


ponderada do preço das acções à data do exercício. Se as opções
foram exercidas numa base regular ao longo do período, a entidade
pode alternativamente divulgar a média ponderada do preço das
acções durante o período.

d) para opções sobre acções em circulação no final do período, o


intervalo dos preços de exercício e da média ponderada da vida
contratual remanescente. Se o intervalo dos preços de exercício for
grande, as opções em circulação devem ser divididas em intervalos
que sejam significativos para avaliar o número e a tempestividade
de acções adicionais que possam ser emitidas e do dinheiro que
possa ser recebido com o exercício dessas opções.

46. Uma entidade deve divulgar informação que permita aos utentes das
demonstrações financeiras compreender como foi determinado o justo
valor dos bens ou serviços recebidos, ou o justo valor dos instrumen­
tos de capital próprio concedidos, durante o período.

47. Se a entidade tiver mensurado indirectamente o justo valor dos bens


ou serviços recebidos como retribuição por instrumentos de capital
próprio da entidade, por referência ao justo valor dos instrumentos
de capital próprio concedidos da entidade, para tornar efectivo o
princípio do parágrafo 46., a entidade deve divulgar pelo menos o
seguinte:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 576

▼B
a) para as opções sobre acções concedidas durante o período, a média
ponderada do justo valor dessas opções à data de mensuração e
informação sobre como o justo valor foi mensurado, incluindo:

i) o modelo de apreçamento de opções usado e os inputs desse


modelo, incluindo a média ponderada do preço das acções, o
preço de exercício, a volatilidade esperada, a vida da opção, os
dividendos esperados, a taxa de juro sem riscos e quaisquer
outros inputs do modelo, incluindo o método usado e os pres­
supostos feitos para incorporar os efeitos do exercício anteci­
pado esperado,

ii) a forma como a volatilidade esperada foi determinada, in­


cluindo uma explicação de até que ponto a volatilidade espe­
rada se baseou na volatilidade histórica, e

iii) se e de que forma qualquer outra característica da opção con­


cedida foi incorporada na mensuração do justo valor, como por
exemplo uma condição de mercado;

b) para outros instrumentos de capital próprio concedidos durante o


período (i.e., diferentes das opções sobre acções), o número e a
média ponderada do justo valor desses instrumentos de capital
próprio à data de mensuração, e informação sobre a forma como
o justo valor foi mensurado, incluindo:

i) se o justo valor não foi mensurado na base de um preço de


mercado observável, como foi determinado,

ii) se e a forma como os dividendos esperados foram incorpora­


dos na mensuração do justo valor, e

iii) se e a forma como qualquer outra característica dos instrumen­


tos de capital próprio concedidos foi incorporada na mensura­
ção do justo valor;

c) para acordos de pagamento com base em acções que tenham sido


modificados durante o período:

i) uma explicação dessas modificações,

ii) o justo valor incremental concedido (como resultado dessas


modificações), e

iii) informação sobre a forma como o justo valor incremental


concedido foi mensurado, consistentemente com os requisitos
definidos nas alíneas a) e b) atrás, quando aplicável.

48. Se a entidade tiver mensurado directamente o justo valor de bens ou


serviços recebidos durante o período, a entidade deve divulgar a
forma como esse justo valor foi determinado, por exemplo, se o justo
valor foi mensurado pelo preço de mercado desses bens ou serviços.

49. Se a entidade refutou o pressuposto do parágrafo 13., ela deve divul­


gar esse facto e dar uma explicação para a refutação do pressuposto.

50. Uma entidade deve divulgar informação que permita aos utentes das
demonstrações financeiras compreender o efeito das transacções de
pagamento com base em acções nos lucros ou prejuízos da entidade
do período em questão e na sua posição financeira.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 577

▼B
51. Para tornar efectivo o princípio do parágrafo 50., a entidade deve
divulgar pelo menos o seguinte:

a) o gasto total reconhecido para o período resultante de transacções


de pagamento com base em acções em que os bens ou serviços
recebidos não se qualificaram para reconhecimento como activos e
portanto foram reconhecidos imediatamente como um gasto, in­
cluindo a divulgação separada da porção do gasto total que resulta
de transacções contabilizadas como transacções de pagamento com
base em acções e liquidadas com capital próprio;

b) para passivos resultantes de transacções de pagamento com base


em acções:

i) a quantia escriturada total no final do período; e

ii) o valor intrínseco total no final do período dos passivos para os


quais o direito da contraparte a receber dinheiro ou outros
activos foi adquirido até ao final do período (por exemplo,
direitos de valorização de acções adquiridos).

52. Se a informação que esta IFRS exige que seja divulgada não satisfizer
os princípios enunciados nos parágrafos 44, 46 e 50, a entidade deve
divulgar qualquer informação adicional que seja necessária para os
satisfazer.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
53. Relativamente a transacções de pagamento com base em acções e
liquidadas com capital próprio, a entidade deve aplicar esta IFRS a
concessões de acções, opções sobre acções ou outros instrumentos de
capital próprio que tenham sido concedidos após 7 de Novembro de
2002 e que não tenham ainda sido adquiridos à data de eficácia desta
IFRS.

54. A entidade é encorajada, mas não obrigada, a aplicar esta IFRS a


outras concessões de instrumentos de capital próprio se a entidade
tiver divulgado publicamente o justo valor desses instrumentos de
capital próprio, determinado à data da mensuração.

55. Relativamente a todas as concessões de instrumentos de capital pró­


prio às quais esta IFRS seja aplicada, a entidade deve reexpressar
informação comparativa e, quando aplicável, ajustar o saldo de aber­
tura dos resultados retidos para o período mais antigo apresentado.

56. Relativamente a todas as concessões de instrumentos de capital pró­


prio às quais esta IFRS não tenha sido aplicada (por exemplo, ins­
trumentos de capital próprio concedidos em ou antes de 7 de Novem­
bro de 2002), a entidade deve não obstante divulgar a informação
exigida nos parágrafos 44. e 45.

57. Se, após a data de eficácia da IFRS, uma entidade modificar os termos
ou condições de uma concessão de instrumentos de capital próprio às
quais esta IFRS não tenha sido aplicada, a entidade deve não obstante
aplicar os parágrafos 26.-29. para contabilizar essas modificações.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 578

▼B
58. Relativamente a passivos resultantes de transacções de pagamento
com base em acções existentes à data de eficácia desta IFRS, a
entidade deve aplicar a IFRS retrospectivamente. Relativamente a
esses passivos, a entidade deve reexpressar informação comparativa,
incluindo ajustamentos no saldo de abertura de resultados retidos no
período mais antigo apresentado para o qual tenha sido reexpressa
informação comparativa, com a excepção de que a entidade não
tem de reexpressar informação comparativa até ao ponto em que
essa informação diga respeito a um período ou data anterior a 7 de
Novembro de 2002.

59. A entidade é encorajada, mas não obrigada, a aplicar a IFRS retros­


pectivamente a outros passivos resultantes de transacções de paga­
mento com base em acções, por exemplo, a passivos que tenham
sido liquidados durante um período para o qual seja apresentada in­
formação comparativa.

DATA DE EFICÁCIA
60. Uma entidade deve aplicar esta IFRS aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2005. É encorajada a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar a IFRS a um período que tenha início antes
de 1 Janeiro 2005, ela deve divulgar esse facto.

▼M22
61. A IFRS 3 (tal como revista em 2008) e o documento Melhoramentos
Introduzidos nas IFRS emitido em Abril de 2009 emendaram o pará­
grafo 5. Uma entidade deve aplicar estas emendas aos períodos anuais
com início em ou após 1 de Julho de 2009. É permitida a aplicação
mais cedo. Se uma entidade aplicar a IFRS 3 (revista em 2008) a um
período anterior, as emendas também deverão ser aplicadas a esse
período anterior.

▼M2
62. Uma entidade deve aplicar as seguintes emendas retrospectivamente
aos períodos anuais com início em ou após 1 Janeiro 2009:

(a) os requisitos do parágrafo 21A a respeito do tratamento de con­


dições de não aquisição;

(b) as definições revistas de «adquirir» e de «condições de aquisição»


no Apêndice A;

(c) as emendas nos parágrafos 28 e 28A a respeito de cancelamentos.

É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar estas


emendas a um período com início antes de 1 Janeiro 2009, ela
deve divulgar esse facto.

▼M23
63. Uma entidade deve aplicar retroactivamente as seguintes emendas
introduzidas pelo documento Transacções de pagamento intragrupo
com base em acções e liquidadas financeiramente, emitido em Junho
de 2009, sob reserva das disposições transitórias enunciadas nos pará­
grafos 53-59, em conformidade com a IAS 8 Políticas Contabilísticas,
Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros, relativamente a
períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2010:

a) a emenda do parágrafo 2, a supressão do parágrafo 3 e o adita­


mento dos parágrafos 3A e 43A-43D e dos parágrafos B45, B47,
B50, B54, B56-B58 e B60 do Apêndice B no que diz respeito à
contabilização das transacções entre entidades do mesmo grupo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 579

▼M23
b) as definições revistas do Apêndice A dos seguintes termos:

— transacção de pagamento com base em acções e liquidada fi­


nanceiramente,

— transacção de pagamento com base em acções e liquidada com


capital próprio,

— acordo de pagamento com base em acções, e

— transacção de pagamento com base em acções.

Se não estiverem disponíveis as informações necessárias para a apli­


cação retrospectiva, uma entidade deve reflectir nas suas demonstra­
ções financeiras separadas ou individuais as quantias reconhecidas
previamente nas demonstrações financeiras consolidadas do grupo. É
permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar estas emen­
das a um período com início antes de 1 de Janeiro de 2010, deve
divulgar esse facto.

▼M32
63.A. A IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas e a IFRS 11,
emitidas em Maio de 2011, emendaram o parágrafo 5 e o Apêndice
A. Uma entidade deve aplicar estas emendas quando aplicar a IFRS
10 e a IFRS 11.

▼M23
RETIRADA DE INTERPRETAÇÕES
64. O documento Transacções de pagamento intragrupo com base em
acções e liquidadas financeiramente, emitido em Junho de 2009,
substitui a IFRIC 8 Âmbito da IFRS 2 e a IFRIC 11 IFRS 2 —
Transacções Intragrupo e de Acções Próprias. As emendas introdu­
zidas por esse documento incluem os requisitos estabelecidos anterior­
mente na IFRIC 8 e na IFRIC 11 do seguinte modo:

a) o parágrafo 2 emendado e o parágrafo 13A aditado no que diz


respeito à contabilização de transacções em que a entidade não
pode identificar especificamente alguns ou todos os bens ou ser­
viços recebidos. Esses requisitos tornaram-se aplicáveis para perío­
dos anuais com início em ou após 1 de Maio de 2006.

b) os parágrafos aditados B46, B48, B49, B51-B53, B55, B59 e B61


do Apêndice B no que diz respeito à contabilização de transacções
entre entidades do grupo. Esses requisitos tornaram-se aplicáveis
para períodos anuais com início em ou após 1 de Março de 2007.

Esses requisitos foram aplicados retroactivamente em conformidade


com os requisitos da IAS 8, sob reserva das disposições transitórias
da IFRS 2.

▼B
Apêndice A
Termos definidos
Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.

▼M23
transacção de paga­ Uma transacção de pagamento com base em
mento com base em ac­ acções em que a entidade adquire bens ou serviços
ções e liquidada finan­ ao incorrer num passivo para transferir dinheiro ou
ceiramente outros activos para o fornecedor desses bens ou
serviços por quantias que se baseiam no preço
(ou valor) de instrumentos de capital próprio
(incluindo acções ou opções sobre acções) da en­
tidade ou de outra entidade do grupo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 580

▼B
empregados e outros que Indivíduos que prestam serviços pessoais à enti­
forneçam serviços seme­ dade e quer a) os indivíduos são considerados em­
lhantes pregados para efeitos legais ou fiscais, quer b) os
indivíduos trabalham para a entidade sob a sua
direcção da mesma forma que os indivíduos que
são considerados empregados para efeitos legais ou
fiscais, quer c) os serviços prestados são semelhan­
tes aos prestados por empregados. Por exemplo, o
termo engloba todo o pessoal de gestão, i.e., aque­
las pessoas que têm autoridade e responsabilidade
no planeamento, direcção e controlo das activida­
des da entidade, incluindo directores não executi­
vos.

(1)

instrumento de capital Um contrato que evidencie um interesse residual


próprio nos activos de uma entidade após dedução de to­
dos os seus passivos(1)
.

instrumento de capital O direito (condicional ou incondicional) a um ins­


próprio concedido trumento de capital próprio da entidade conferido
pela entidade a outra parte, de acordo com um
acordo de pagamento com base em acções.

▼M23
transacção de paga­ Uma transacção de pagamento com base em
mento com base em acções em que a entidade
acções e liquidada com
capital próprio

a) recebe bens ou serviços como retribuição pelos


instrumentos do seu capital próprio (incluindo
acções ou opções sobre acções), ou

b) recebe bens ou serviços sem ter a obrigação de


liquidar a transacção junto do fornecedor.

▼B

justo valor A quantia pela qual um activo pode ser trocado,


um passivo liquidado, ou um instrumento de capi­
tal próprio concedido trocado, entre partes conhe­
cedoras e dispostas a isso, numa transacção em que
não exista relacionamento entre as partes.

(1) A Estrutura Conceptual define um passivo como uma obrigação presente da entidade
resultante de acontecimentos passados, cuja liquidação se espera que resulte num exfluxo
da entidade de recursos incorporando benefícios económicos (i.e., um exfluxo de di­
nheiro ou outros activos da entidade).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 581

▼B
data de concessão A data em que a entidade e outra parte (incluindo
um empregado) acordam um acordo de pagamento
com base em acções, sendo quando a entidade e a
contraparte tiverem uma compreensão partilhada
dos termos e condições do acordo. Na data da
concessão, a entidade confere à contraparte o di­
(1) reito a receber dinheiro, outros activos, ou instru­
mentos de capital próprio da entidade, desde que
as condições de aquisição especificadas, se existi­
rem, sejam satisfeitas. Se esse acordo estiver su­
jeito a um processo de aprovação (por exemplo,
por accionistas), a data de concessão é a data em
que a aprovação for obtida.

valor intrínseco A diferença entre o justo valor das acções que a


contraparte tem o direito (condicional ou incondi­
cional) de subscrever ou o direito de receber, e o
preço (se houver) que a contraparte é (ou será)
obrigada a pagar por essas acções. Por exemplo,
uma opção sobre acções com um preço de exercí­
cio de 15 UM (1), numa acção com um justo valor
de 20 UM, tem um valor intrínseco de 5 UM.

condição de mercado Uma condição da qual depende o preço de exercí­


cio, a aquisição ou a exercitabilidade de um ins­
trumento de capital próprio e que está relacionada
com o preço de mercado dos instrumentos de ca­
pital próprio da entidade, como por exemplo, atin­
gir um determinado preço de acção ou uma deter­
minada quantia de valor intrínseco de uma opção
sobre acções, ou alcançar um determinado alvo
que se baseie no preço de mercado dos instrumen­
tos de capital próprio da entidade em relação com
um índice de preços de mercado dos instrumentos
de capital próprio de outras entidades.

data de mensuração A data à qual o justo valor dos instrumentos de


capital próprio concedidos é mensurado para a fi­
nalidade desta IFRS. Para transacções com empre­
gados e outros que forneçam serviços semelhantes,
a data de mensuração é a data de concessão. Para
transacções com partes que não sejam empregados
(e aqueles que fornecem serviços semelhantes), a
data de mensuração é a data em que a entidade
obtém os bens ou a contraparte presta o serviço.

característica de recarga Uma característica que proporciona uma concessão


automática de opções sobre acções adicionais sem­
pre que o detentor da opção exercer opções ante­
riormente concedidas usando as acções da entida­
de, e não dinheiro, para satisfazer o preço de exer­
cício.

(1) Neste apêndice, as quantias monetárias estão denominadas em «unidades


monetárias» (UM).
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▼B

opção de recarga Uma nova opção sobre acções concedida quando


uma acção é usada para satisfazer o preço de exer­
cício de uma opção sobre acções anterior.

▼M23
acordo de pagamento Um acordo entre a entidade (ou outra entidade do
com base em acções grupo (a) ou qualquer accionista de qualquer enti­
dade do grupo) e outra parte (incluindo um empre­
gado) que autoriza a outra parte a receber

a) dinheiro ou outros activos da entidade por


quantias baseadas no preço (ou valor) dos ins­
trumentos de capital próprio (incluindo ac­
ções ou opções sobre acções) da entidade ou
de outra entidade do grupo, ou

b) instrumentos de capital próprio (incluindo ac­


ções ou opções sobre acções) da entidade ou
de outra entidade do grupo,

desde que sejam cumpridas as condições de aqui­


sição especificadas, caso existam.

(a) ►M32 Um «grupo» é definido no Apêndice da


IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consoli­
dadas como «uma empresa-mãe e todas as suas
subsidiárias» na perspectiva da empresa-mãe fi­
nal da entidade de relato. ◄

transacção de paga­ Uma transacção em que a entidade


mento com base em
acções
a) recebe bens ou serviços do respectivo fornece­
dor (incluindo um empregado) no quadro de
um acordo de pagamento com base em ac­
ções, ou

b) incorre na obrigação de liquidar a transacção


junto do fornecedor no quadro de um acordo
de pagamento com base em acções quando
outra entidade do grupo recebe esses bens ou
serviços.

▼B

opção sobre acções Um contrato que dá ao detentor o direito, mas não


a obrigação, de subscrever acções da entidade a
um preço fixado ou determinável durante um pe­
ríodo de tempo especificado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 583

▼M2

adquirir Passar a ter um direito. Segundo um acordo de


pagamento com base em acções, o direito de uma
contraparte de receber dinheiro, outros activos ou
instrumentos de capital próprio da entidade é
adquirido quando o direito da contraparte deixar
de depender da satisfação de quaisquer condições
de aquisição.

condições de aquisição As condições que determinam se a entidade recebe


os serviços que dão o direito à contraparte de re­
ceber dinheiro, outros activos ou instrumentos de
capital próprio da entidade, segundo um acordo
de pagamento com base em acções. As condições
de aquisição são ou condições de serviço ou con­
dições de desempenho. As condições de serviço
exigem que a contraparte complete um período
de serviço especificado. As condições de desempe­
nho exigem que a contraparte complete um período
de serviço especificado e que alvos de desempenho
especificados sejam alcançados (tais como um au­
mento especificado no lucro da entidade durante
um período de tempo especificado). Uma condição
de desempenho poderá incluir uma condição de
mercado.

▼B

período de aquisição O período durante o qual todas as condições de


aquisição especificadas num acordo de pagamento
com base em acções devem ser satisfeitas.

Apêndice B

Guia de Aplicação

Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.

Estimar o justo valor dos instrumentos de capital próprio concedidos

B1 Os parágrafos B2-B41 deste apêndice tratam da mensuração do justo


valor de acções e de opções sobre acções concedidas, focando os
termos e condições específicos que são características comuns de
uma concessão de acções ou de opções sobre acções a empregados.
Portanto, não é exaustivo. Além disso, dado que as questões relativas
à valorização discutidas adiante focam acções e opções sobre acções
concedidas a empregados, assume-se que o justo valor das acções ou
opções sobre acções é mensurado à data da concessão. Contudo,
muitas questões relativas à valorização discutidas adiante (por exem­
plo, a determinação da volatilidade esperada) também se aplicam no
contexto da estimativa do justo valor das acções ou das opções sobre
acções concedidas a partes que não sejam empregados à data em que
a entidade obtém os bens ou a contraparte presta o serviço.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 584

▼B
Acções
B2 Para acções concedidas a empregados, o justo valor das acções deve
ser mensurado pelo preço de mercado das acções da entidade (ou por
um preço de mercado estimado, se as acções da entidade não forem
negociadas publicamente), ajustado para ter em consideração os ter­
mos e condições segundo os quais as acções foram concedidas (ex­
cepto as condições de aquisição que estejam excluídas da mensuração
do justo valor de acordo com os parágrafos 19.-21.).

B3 Por exemplo, se um empregado não tiver direito a receber dividendos


durante o período de aquisição, este factor será tido em conta ao
estimar o justo valor das acções concedidas. De modo semelhante,
se as acções estiverem sujeitas a restrições de transferência após a data
de aquisição, esse factor deve ser tido em conta, mas apenas na
medida em que as restrições pós-aquisição possam afectar o preço
que um participante de mercado conhecedor e disposto a isso pagaria
por essa acção. Por exemplo, se as acções forem activamente nego­
ciadas num mercado profundo e líquido, as restrições de transferência
pós-aquisição podem ter pouco, ou nenhum, efeito sobre o preço que
um participante de mercado conhecedor e disposto a isso pagaria por
essas acções. As restrições de transferência ou outras restrições que
existam durante o período de aquisição não devem ser tidas em conta
ao estimar o justo valor à data da concessão das acções concedidas,
porque essas restrições derivam da existência de condições de aquisi­
ção, as quais são contabilizadas de acordo com os parágrafos 19.-21.

Opções sobre acções


B4 Relativamente a opções sobre acções concedidas a empregados, em
muitos casos, os preços de mercado não estão disponíveis, porque as
opções concedidas estão sujeitas a termos e condições que não se
aplicam às opções negociadas. Se opções negociadas com termos e
condições semelhantes não existirem, o justo valor das opções conce­
didas deve ser estimado aplicando um modelo de apreçamento de
opções.

B5 A entidade deve considerar factores que participantes de mercado


conhecedores e dispostos a isso teriam em consideração ao seleccionar
o modelo de apreçamento de opções a aplicar. Por exemplo, muitas
opções de empregados têm vidas longas, são normalmente exercitá­
veis durante o período entre a data de aquisição e o final da vida das
opções e são muitas vezes exercidas cedo. Estes factores devem ser
considerados ao estimar o justo valor à data de concessão das opções.
Para muitas entidades, isto pode excluir o uso da fórmula de
Black-Scholes-Merton, a qual não permite a possibilidade de exercício
antes do final da vida da opção e pode não reflectir adequadamente os
efeitos do exercício antecipado esperado. Não permite a possibilidade
de que a volatilidade esperada e outros inputs do modelo possam
variar durante a vida da opção. Contudo, para opções sobre acções
com vidas contratuais relativamente curtas, ou que devam ser exerci­
das dentro de um curto período de tempo após a data de aquisição, os
factores identificados acima podem não se aplicar. Nestes casos, a
fórmula Black-Scholes-Merton pode produzir um valor que seja subs­
tancialmente o mesmo que um modelo de apreçamento de opções
mais flexível.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 585

▼B
B6 Todos os modelos de apreçamento de opções têm em conta, no mí­
nimo, os seguintes factores:

a) o preço de exercício da opção;

b) a vida da opção;

c) o preço corrente das acções subjacentes;

d) a volatilidade esperada do preço das acções;

e) os dividendos esperados das acções (se apropriado); e

f) a taxa de juro sem risco durante a vida da opção.

B7 Outros factores que participantes de mercado conhecedores e dispos­


tos a isso considerariam na definição do preço também devem ser
tidos em conta (excepto as condições de aquisição e as características
de recarga que estão excluídas da mensuração do justo valor de
acordo com os parágrafos 19.-22.).

B8 Por exemplo, uma opção sobre acções concedida a um empregado não


pode normalmente ser exercida durante períodos especificados (por
exemplo, durante o período de aquisição ou durante períodos especi­
ficados por entidades regulamentadoras de valores mobiliários). Este
factor deve ser tido em conta se o modelo de apreçamento de opções
aplicado assumir que a opção poderia ser exercida em qualquer mo­
mento durante a sua vida. Contudo, se uma entidade usar um modelo
de apreçamento de opções que valoriza opções que só podem ser
exercidas no final da vida dessas opções, nenhum ajustamento é ne­
cessário para a incapacidade de as exercer durante o período de aqui­
sição (ou outros períodos durante a vida das opções), porque o mo­
delo assume que as opções não podem ser exercidas durante esses
períodos.

B9 De modo semelhante, outro factor comum às opções sobre acções de


empregados é a possibilidade de exercício antecipado da opção, por
exemplo, porque a opção não é livremente transferível, ou porque o
empregado tem de exercer todas as opções adquiridas aquando da
cessação do emprego. Os efeitos do exercício antecipado esperado
devem ser tidos em conta, tal como discutido nos parágrafos
B16-B21.

B10 Os factores que um participante de mercado conhecedor e disposto a


isso não consideraria na definição do preço de uma opção sobre
acções (ou de outro instrumento de capital próprio) não devem ser
tidos em conta ao estimar o justo valor das opções sobre acções (ou
de outros instrumentos de capital próprio) concedidas. Por exemplo,
relativamente a opções sobre acções concedidas a empregados, os
factores que afectam o valor da opção apenas da perspectiva indivi­
dual do empregado não são relevantes para estimar o preço que seria
definido por um participante de mercado conhecedor e disposto a isso.
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▼B
Inputs dos modelos de apreçamento de opções
B11 Ao estimar a volatilidade esperada e os dividendos das acções subja­
centes, o objectivo é aproximar as expectativas que seriam reflectidas
num preço de mercado corrente ou de troca negociada pela opção. De
modo semelhante, ao estimar os efeitos do exercício antecipado das
opções sobre acções de empregados, o objectivo é aproximar as ex­
pectativas que uma parte externa com acesso a informação detalhada
acerca do comportamento de exercício dos empregados teria desen­
volvido com base na informação disponível à data da concessão.

B12 Muitas vezes, é provável que haja um intervalo de expectativas ra­


zoáveis acerca da volatilidade, dividendos e comportamento de exer­
cício futuros. Se assim for, um valor esperado deve ser calculado
pesando cada quantia dentro desse intervalo com a respectiva proba­
bilidade de ocorrência.

B13 As expectativas acerca do futuro são geralmente baseadas na expe­


riência, modificadas se houver expectativas razoáveis de que o futuro
seja diferente do passado. Em algumas circunstâncias, os factores
identificáveis podem indicar que a experiência histórica não ajustada
é um factor de previsão relativamente fraco no que concerne à ex­
periência futura. Por exemplo, se uma entidade com duas actividades
comerciais distintas alienar aquela que apresentar um risco significa­
tivamente menor do que a outra, a volatilidade histórica pode não ser
a melhor informação na qual se devam basear expectativas razoáveis
em relação ao futuro.

B14 Noutras circunstâncias, a informação histórica pode não estar dispo­


nível. Por exemplo, uma entidade recentemente cotada terá poucos
dados históricos, se é que terá alguns, sobre a volatilidade dos preços
das suas acções. Entidades não cotadas ou recentemente cotadas são
discutidas mais adiante.

B15 Em resumo, uma entidade não deve simplesmente basear as estimati­


vas de volatilidade, comportamento de exercício e dividendos em
informações históricas sem considerar até que ponto se espera que a
experiência passada seja razoavelmente prognóstica da experiência
futura.

Exercício antecipado esperado


B16 Muitas vezes, os empregados exercem as opções sobre acções anteci­
padamente, por uma variedade de razões. Por exemplo, as opções
sobre acções de empregados são tipicamente não transferíveis. Isto
leva muitas vezes os empregados a exercer as suas opções sobre
acções antecipadamente, porque é a única forma de os empregados
liquidarem a sua posição. Além disso, os empregados que cessam o
seu trabalho são normalmente obrigados a exercer qualquer opção
adquirida dentro de um curto prazo, caso contrário, as opções sobre
acções são recusadas. Este factor também origina o exercício anteci­
pado das opções sobre acções dos empregados. Outros factores que
originam o exercício antecipado são a aversão ao risco e a falta de
diversificação da riqueza.

B17 Os meios pelos quais os efeitos do exercício antecipado esperado são


tidos em conta dependem do tipo de modelo de apreçamento de
opções aplicado. Por exemplo, o exercício antecipado esperado pode
ser tido em conta usando uma estimativa da vida esperada da opção
(a qual, para uma opção sobre acções de empregado, corresponde ao
período de tempo entre a data de concessão e a data em que se espera
que a opção seja exercida) como input de um modelo de apreçamento
de opções (por exemplo, a fórmula Black-Scholes-Merton). Como
alternativa, o exercício antecipado esperado pode ser modelado num
modelo de apreçamento de opções binomial ou semelhante que use a
vida contratual como input.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 587

▼B
B18 Os factores a considerar ao estimar o exercício antecipado incluem:

a) a duração do período de aquisição, dado que a opção sobre acções


não pode normalmente ser exercida até ao final do período de
aquisição. Deste modo, a determinação das implicações da valori­
zação do exercício antecipado esperado baseia-se no pressuposto
de que as opções serão adquiridas. As implicações das condições
de aquisição são discutidas nos parágrafos 19.-21.;

b) a duração média em que opções semelhantes tenham continuado


em circulação no passado;

c) o preço das acções subjacentes. A experiência pode indicar que os


empregados tendem a exercer as opções quando o preço das ac­
ções atinge um nível especificado acima do preço de exercício;

d) o nível do empregado dentro da organização. Por exemplo, a


experiência pode indicar que os empregados de nível mais elevado
tendem a exercer as opções mais tarde do que os empregados de
nível mais baixo (discutido adiante no parágrafo B21);

e) volatilidade esperada das acções subjacentes. Em média, os em­


pregados podem tender a exercer as opções sobre acções altamente
voláteis mais cedo do que sobre acções com baixa volatilidade.

B19 Tal como indicado no parágrafo B17, os efeitos do exercício anteci­


pado podem ser tidos em conta usando uma estimativa da vida espe­
rada da opção como input num modelo de apreçamento de opções. Ao
estimar a vida esperada das opções sobre acções concedidas a um
grupo de empregados, a entidade poderia basear essa estimativa
numa apropriada média ponderada da vida esperada para a totalidade
do grupo de empregados ou numa apropriada média ponderada da
vida para subgrupos de empregados do grupo, com base em dados
mais detalhados sobre o comportamento de exercício dos empregados
(discutido mais adiante).

B20 Separar uma concessão de opções em grupos de empregados com


comportamentos de exercício relativamente homogéneos poderá ser
importante. O valor da opção não é uma função linear do prazo da
opção; o valor aumenta a uma taxa decrescente à medida que o prazo
aumenta. Por exemplo, se todos os outros pressupostos forem iguais,
embora uma opção a dois anos valha mais do que uma opção a um
ano, ela não vale o dobro. Isso significa que calcular o valor estimado
da opção na base de uma única média ponderada da vida que inclua
vidas individuais totalmente diferentes seria sobreexpressar o justo
valor total das opções sobre acções concedidas. Separar as opções
concedidas em vários grupos, cada um dos quais com um intervalo
de vidas relativamente estreito incluído na média ponderada da sua
vida, reduz essa sobreexpressão.

B21 Aplicam-se considerações semelhantes quando se usa um modelo bi­


nomial ou semelhante. Por exemplo, a experiência de uma entidade
que concede opções amplamente a todos os níveis de empregados
pode indicar que os executivos de topo tendem a deter as suas opções
mais tempo do que os empregados de níveis intermédios e que os
empregados de níveis mais baixos tendem a exercer as suas opções
mais cedo do que qualquer outro grupo. Além disso, os empregados
que são encorajados ou obrigados a deter uma quantia mínima dos
instrumentos de capital próprio do seu empregador, incluindo opções,
poderão em média exercer as opções mais tarde do que os
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 588

▼B
empregados que não estejam sujeitos a essa disposição. Nessas situa­
ções, separar as opções por grupos de destinatários com comporta­
mentos de exercício relativamente homogéneos resultará numa estima­
tiva mais exacta do justo valor total das opções sobre acções conce­
didas.

Volatilidade esperada
B22 A volatilidade esperada é uma medida da quantia pela qual se espera
que um preço flutue durante um período. A medida da volatilidade
usada nos modelos de apreçamento de opções é o desvio padrão
anualizado das taxas de retorno de uma acção continuamente compos­
tas durante um período de tempo. A volatilidade é normalmente ex­
pressa em termos anualizados que são comparáveis independente­
mente do período de tempo usado no cálculo, por exemplo, observa­
ções de preços diárias, semanais ou mensais.

B23 A taxa de retorno (que pode ser positiva ou negativa) de uma acção
durante um período mensura o quanto um accionista beneficiou dos
dividendos e da valorização (ou depreciação) do preço da acção.

B24 A volatilidade anualizada esperada de uma acção é o intervalo dentro


do qual se espera que a taxa de retorno anual continuamente composta
caia aproximadamente dois terços do tempo. Por exemplo, dizer que
uma acção com uma taxa de retorno continuamente composta espe­
rada de 12 % tem uma volatilidade de 30 % significa que a probabi­
lidade de a taxa de retorno da acção durante um ano se situar entre -
18 % (12 % - 30 %) e 42 % (12 % + 30 %) é aproximadamente de
dois terços. Se o preço da acção for 100 UM no início do ano e não
forem pagos dividendos, espera-se que o preço da acção no final do
ano esteja entre 83,53 UM (100 UM × e-0,18) e 152,20 UM (100 UM
× e0,42) aproximadamente dois terços do tempo.

B25 Os factores a considerar ao estimar a volatilidade esperada incluem:

a) a volatilidade inerente das opções sobre acções negociadas sobre


as acções da entidade, ou outros instrumentos negociados da enti­
dade que incluam características de opções (tais como dívida con­
vertível), se houver;

b) a volatilidade histórica do preço das acções durante o período mais


recente que é geralmente proporcional ao prazo esperado da opção
(tendo em conta a vida contratual remanescente da opção e os
efeitos do exercício antecipado esperado);

c) o período de tempo durante o qual as acções de uma entidade


tenham sido publicamente negociadas. Uma entidade recentemente
cotada poderá ter uma volatilidade histórica elevada, comparada
com entidades semelhantes que estejam cotadas há mais tempo.
Encontrará adiante orientação adicional relativamente a entidades
recém-cotadas;

d) a tendência da volatilidade para reverter para a sua média, i.e., o


seu nível médio de longo prazo, e outros factores que indicam que
a volatilidade futura esperada pode diferir da volatilidade passada.
Por exemplo, se preço das acções de uma entidade foi extraordi­
nariamente volátil durante um período de tempo identificável por
causa de uma oferta de takeover falhada ou de uma reestruturação
importante, esse período poderia ser ignorado ao calcular a vola­
tilidade histórica média anual;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 589

▼B
e) intervalos apropriados e regulares para observações de preços. As
observações de preços deviam ser consistentes de período em pe­
ríodo. Por exemplo, uma entidade poderá usar o preço de fecho de
cada semana ou o preço mais alto da semana, mas não deve usar o
preço de fecho de determinadas semanas e o preço mais alto de
outras. Além disso, as observações de preços devem ser expressas
na mesma moeda que a do preço de exercício.

Entidades recém-cotadas
B26 Conforme referido no parágrafo B25, uma entidade deve considerar a
volatilidade histórica do preço das acções durante o período mais
recente que é geralmente proporcional ao prazo da opção esperado.
Se uma entidade recém-cotada não tiver informação suficiente sobre a
volatilidade histórica, ela deve não obstante calcular a volatilidade
histórica referente ao período mais longo para o qual a actividade
de negociação esteja disponível. Deve também considerar a volatili­
dade histórica de entidades semelhantes no seguimento de um período
comparável nas suas vidas. Por exemplo, uma entidade que esteja
cotada há apenas um ano e que conceda opções com uma vida média
esperada de cinco anos poderá considerar o padrão e o nível de
volatilidade histórica das entidades do mesmo sector durante os pri­
meiros seis anos em que as acções dessas entidades foram publica­
mente negociadas.

Entidades não cotadas


B27 Uma entidade não cotada não terá informações históricas a considerar
quando estimar a volatilidade esperada. Alguns factores alternativos a
considerar são indicados adiante.

B28 Em alguns casos, uma entidade não cotada que emita regularmente
opções ou acções para os empregados (ou outras partes) poderá ter
estabelecido um mercado interno para as suas acções. Deve
considerar-se a volatilidade dos preços dessas acções ao estimar a
volatilidade esperada.

B29 Como alternativa, a entidade pode considerar a volatilidade histórica


ou inerente de entidades cotadas semelhantes, para as quais estejam
disponíveis informações sobre o preço da acção ou sobre o preço da
opção, para usar ao estimar a volatilidade esperada. Isto será apro­
priado se a entidade tiver baseado o valor das suas acções nos preços
das acções de entidades cotadas semelhantes.

B30 Se a entidade não tiver baseado a sua estimativa do valor das suas
acções nos preços das acções de entidades cotadas semelhantes, e
tiver usado outra metodologia de valorização para determinar o valor
das suas acções, a entidade pode derivar uma estimativa da volatili­
dade esperada que seja consistente com a estimativa da metodologia
de valorização. Por exemplo, a entidade poderá avaliar as suas acções
numa base de activos líquidos ou resultados. Deve considerar a vo­
latilidade esperada desses valores de activos líquidos ou resultados.

Dividendos esperados
B31 Se os dividendos esperados devem ser tidos em conta ao mensurar o
justo valor das acções ou das opções concedidas depende se a con­
traparte tiver direito a dividendos ou a equivalentes a dividendos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 590

▼B
B32 Por exemplo, se aos empregados foram concedidas opções e tiverem
direito a dividendos sobre as acções subjacentes ou equivalentes a
dividendos (os quais poderão ser pagos em dinheiro ou aplicados
para reduzir o preço de exercício) entre a data da concessão e a
data de exercício, as opções concedidas devem ser valorizadas
como se não fossem pagos dividendos sobre as acções subjacentes,
i.e., o input para dividendos esperados deve ser zero.

B33 De modo semelhante, quando for estimado o justo valor à data da


concessão das acções concedidas a empregados, não é exigido qual­
quer ajustamento para dividendos esperados se o empregado tiver
direito a receber dividendos pagos durante o período de aquisição.

B34 Pelo contrário, se os empregados não tiverem direito a dividendos ou


equivalentes a dividendos durante o período de aquisição (ou antes do
exercício, no caso de uma opção), a valorização à data da concessão
dos direitos a acções ou a opções deve ter em conta os dividendos
esperados. Ou seja, quando o justo valor de uma concessão de opções
for estimado, os dividendos esperados devem ser incluídos na aplica­
ção de um modelo de apreçamento de opções. Quando o justo valor
de uma concessão de acções for estimado, essa valorização deve ser
reduzida pelo valor presente dos dividendos que se espera que sejam
pagos durante o período de aquisição.

B35 Os modelos de apreçamento de opções exigem normalmente o rendi­


mento esperado de dividendos. Contudo, os modelos podem ser mo­
dificados para usar uma quantia esperada de dividendos em vez de um
rendimento. Uma entidade pode usar tanto o seu rendimento esperado
como os seus pagamentos esperados. Se a entidade usar o segundo,
deve considerar o seu padrão histórico de aumentos nos dividendos.
Por exemplo, se a política de uma entidade tiver sido normalmente o
aumento dos dividendos em aproximadamente 3 % ao ano, o seu valor
de opção estimado não deve assumir uma quantia fixa de dividendo
durante a vida da opção a não ser que exista prova que suporte esse
pressuposto.

B36 Geralmente, o pressuposto acerca dos dividendos esperados deve


basear-se em informações disponíveis ao público. Uma entidade que
não paga dividendos e não tenha planos de o fazer deve assumir um
rendimento de dividendos esperado de zero. Contudo, uma entidade
emergente sem historial de pagar dividendos poderá esperar começar a
pagar dividendos durante as vidas esperadas das opções sobre acções
do seu empregado. Essas entidades podem usar uma média entre o seu
rendimento de dividendos passado (zero) e o rendimento de dividen­
dos médio de um grupo par apropriadamente comparável.

Taxa de juro sem risco


B37 Normalmente, a taxa de juro sem risco é o rendimento inerente cor­
rentemente disponível em emissões do governo de cupão zero do país
em cuja moeda o preço de exercício está expresso, com um prazo
remanescente igual ao prazo esperado da opção a ser valorizada (com
base na vida contratual remanescente da opção e tendo em conta os
efeitos do exercício antecipado esperado). Poderá ser necessário usar
um substituto apropriado, se não existirem emissões governamentais
desse tipo ou se as circunstâncias indicarem que o rendimento inerente
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▼B
das emissões governamentais de cupão zero não é representativo da
taxa de juro sem risco (por exemplo, em economias de inflação ele­
vada). Além disso, um substituto apropriado deve ser usado se os
participantes do mercado determinarem tipicamente a taxa de juro
sem risco usando esse substituto, em vez do rendimento inerente
das emissões governamentais de cupão zero, ao estimar o justo valor
de uma opção com uma vida igual ao prazo esperado da opção a ser
valorizada.

Efeitos na estrutura do capital


B38 Normalmente, são os terceiros, e não a entidade, que subscrevem
opções sobre acções negociadas. Quando essas opções sobre acções
são exercidas, o subscritor entrega as acções ao detentor da opção.
Essas acções são adquiridas a accionistas existentes. Desta forma, o
exercício de opções sobre acções negociadas não tem qualquer efeito
diluidor.

B39 Pelo contrário, se as opções sobre acções forem subscritas pela enti­
dade, novas acções são emitidas quando aquelas opções sobre acções
forem exercidas (ou realmente emitidas ou emitidas em substância, se
forem usadas acções previamente recompradas e detidas em tesoura­
ria). Dado que as acções serão emitidas ao preço de exercício e não ao
preço de mercado corrente à data de exercício, esta diluição real ou
potencial pode reduzir o preço da acção, de forma que o detentor da
opção não tem um ganho tão grande no momento do exercício como
ao exercer uma outra opção negociada semelhante que não dilua o
preço da acção.

B40 Se isto tem um efeito significativo no valor das opções sobre acções
concedidas depende de vários factores, tais como o número de novas
acções que serão emitidas no momento do exercício das opções com­
parado com o número de acções já emitidas. Além disso, se o mer­
cado já espera que a concessão de opções tenha lugar, o mercado
pode já ter incluído a potencial diluição no preço das acções à data da
concessão.

B41 Contudo, a entidade deve considerar se o possível efeito diluidor do


futuro exercício das opções sobre acções concedidas poderá ter um
impacto no seu justo valor estimado à data da concessão. Os modelos
de apreçamento de opções podem ser adaptados para ter em conta este
potencial efeito diluidor.

Modificações nos acordos de pagamento com base em acções liquidados com


capital próprio
B42 O parágrafo 27. exige que, independentemente de quaisquer modifi­
cações nos termos e condições segundo os quais os instrumentos de
capital próprio foram concedidos, ou um cancelamento ou uma liqui­
dação dessa concessão de instrumentos de capital próprio, a entidade
deve reconhecer, no mínimo, os serviços recebidos mensurados pelo
justo valor à data da concessão dos instrumentos de capital próprio
concedidos, a não ser que esses instrumentos de capital próprio não
sejam adquiridos por incumprimento de uma condição de aquisição
(que não seja uma condição de mercado) que tenha sido especificada
na data da concessão. Além disso, a entidade deve reconhecer os
efeitos das modificações que aumentam o justo valor total do acordo
de pagamento com base em acções ou que de outra forma sejam
benéficos para o empregado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 592

▼B
B43 Para aplicar os requisitos do parágrafo 27.:

a) se a modificação aumentar o justo valor dos instrumentos de ca­


pital próprio concedidos (por exemplo, reduzindo o preço de exer­
cício), mensurado imediatamente antes e depois da modificação, a
entidade deve incluir o justo valor incremental concedido na men­
suração da quantia reconhecida por serviços recebidos como retri­
buição pelos instrumentos de capital próprio concedidos. O justo
valor incremental concedido é a diferença entre o justo valor do
instrumento de capital próprio modificado e o do instrumento de
capital próprio original, ambos estimados à data da modificação.
Se a modificação ocorrer durante o período de aquisição, o justo
valor incremental concedido é incluído na mensuração da quantia
reconhecida por serviços recebidos durante o período entre a data
de modificação e a data em que os instrumentos de capital próprio
modificados forem adquiridos, além da quantia baseada no justo
valor à data da concessão dos instrumentos de capital próprio
originais, que é reconhecido durante o remanescente do período
de aquisição original. Se a modificação ocorrer após a data de
aquisição, o justo valor incremental concedido é reconhecido ime­
diatamente, ou durante o período de aquisição se o empregado
tiver de terminar um período de serviço adicional antes de se
tornar incondicionalmente detentor desses instrumentos de capital
próprio modificados;

b) de modo semelhante, se a modificação aumentar o número de


instrumentos de capital próprio concedidos, a entidade deve incluir
o justo valor dos instrumentos de capital próprio concedidos adi­
cionais, mensurados à data da modificação, no momento da men­
suração da quantia reconhecida por serviços recebidos como retri­
buição pelos instrumentos de capital próprio concedidos, consis­
tentemente com os requisitos da alínea a) acima. Por exemplo, se a
modificação ocorrer durante o período de aquisição, o justo valor
dos instrumentos de capital próprio concedidos adicionais é in­
cluído na mensuração da quantia reconhecida por serviços recebi­
dos durante o período entre a data de modificação e a data em que
os instrumentos de capital próprio adicionais forem adquiridos,
além da quantia baseada no justo valor à data de concessão dos
instrumentos de capital próprio originalmente concedidos, a qual é
reconhecida durante o remanescente do período de aquisição ori­
ginal;

c) se a entidade modificar as condições de aquisição de uma forma


que seja benéfica para o empregado, por exemplo, reduzindo o
período de aquisição ou modificando ou eliminando uma condição
de desempenho (que não seja uma condição de mercado, cujas
alterações são contabilizadas de acordo com a alínea a) acima), a
entidade deve ter em conta as condições de aquisição modificadas
ao aplicar os requisitos dos parágrafos 19.-21.

B44 Além disso, se a entidade modificar os termos ou condições dos ins­


trumentos de capital próprio concedidos de uma forma que reduza o
justo valor total do acordo de pagamento com base em acções, ou que
não seja benéfica para o empregado, a entidade deve não obstante
continuar a contabilizar os serviços recebidos como retribuição pelos
instrumentos de capital próprio concedidos como se essa modificação
não tivesse ocorrido (a não ser que seja um cancelamento de alguns
ou todos os instrumentos de capital próprio concedidos, que devem
ser contabilizados de acordo com o parágrafo 28.). Por exemplo:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 593

▼B
a) se a modificação reduzir o justo valor dos instrumentos de capital
próprio concedidos, mensurados imediatamente antes e depois da
modificação, a entidade não deve ter em conta esse decréscimo no
justo valor e deve continuar a mensurar a quantia reconhecida por
serviços recebidos como retribuição pelos instrumentos de capital
próprio com base no justo valor à data da concessão dos instru­
mentos de capital próprio concedidos;

b) se a modificação reduzir o número de instrumentos de capital


próprio concedidos a um empregado, essa redução deve ser con­
tabilizada como um cancelamento dessa porção da concessão, de
acordo com os requisitos do parágrafo 28.;

c) se a entidade modificar as condições de aquisição de uma forma


que não seja benéfica para o empregado, por exemplo, aumentando
o período de aquisição ou modificando ou adicionando uma con­
dição de desempenho (que não seja uma condição de mercado,
cujas alterações são contabilizadas de acordo com a alínea a) aci­
ma), a entidade não deve ter em conta as condições de aquisição
modificadas ao aplicar os requisitos dos parágrafos 19.-21.

▼M23
Transacções de pagamento com base em acções entre entidades do mesmo
grupo (emendas de 2009)
B45 Os parágrafos 43A–43C tratam da contabilização das transacções de
pagamento com base em acções entre entidades do mesmo grupo no
quadro das demonstrações financeiras separadas ou individuais de
cada entidade. Nos parágrafos B46-B61 analisa-se o modo como de­
vem ser respeitados os requisitos constantes dos parágrafos 43A–43C.
Tal como salientado no parágrafo 43D, podem realizar-se transacções
de pagamento com base em acções entre entidades do mesmo grupo
devido a uma série de diferentes razões, em função dos factos e das
circunstâncias. Por conseguinte, esta análise não é exaustiva e pres­
supõe, quando a entidade que recebe os bens ou serviços não tem a
obrigação de liquidar a transacção, que esta transacção constitui uma
contribuição de capital próprio por parte da empresa-mãe à sua sub­
sidiária, independentemente de quaisquer acordos de reembolso intra­
grupo.

B46 Embora a análise apresentada seguidamente se centre em transacções


com empregados, aplica-se igualmente a transacções de pagamento
com base em acções similares realizadas com fornecedores de bens
ou serviços que não sejam empregados. Um acordo entre uma
empresa-mãe e a sua subsidiária pode exigir que esta última faça
um pagamento à primeira em contrapartida da concessão dos instru­
mentos de capital próprio aos empregados. A análise apresentada
seguidamente não aborda o modo como deve ser contabilizado tal
acordo de pagamento intragrupo.

B47 Surgem geralmente quatro questões associadas às transacções de pa­


gamento com base em acções entre entidades do mesmo grupo. Para
maior facilidade, os exemplos apresentados seguidamente permitem
analisar as questões que se suscitam em relação à empresa-mãe e à
sua subsidiária.

Acordos de pagamento com base em acções que envolvem instrumen­


tos de capital próprio de uma entidade
B48 A primeira questão consiste em saber se as transacções enunciadas
seguidamente e que envolvem instrumentos de capital próprio de uma
entidade devem ser contabilizadas como tendo sido liquidadas com
capital próprio ou liquidadas financeiramente, em conformidade com
os requisitos da presente IFRS:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 594

▼M23
a) uma entidade concede aos seus empregados direitos sobre instru­
mentos do seu capital próprio (por exemplo, opções sobre acções)
e decide ou é obrigada a adquirir instrumentos de capital próprio
(ou seja, acções próprias) a outra parte, a fim de satisfazer as suas
obrigações para com os seus empregados; e

b) são concedidos aos empregados de uma entidade direitos sobre


instrumentos do seu capital próprio (como, por exemplo, opções
sobre acções), quer pela própria entidade quer pelos accionistas, e
estes últimos proporcionam os instrumentos de capital próprio ne­
cessários.

B49 A entidade deve contabilizar as transacções de pagamento com base


em acções nas quais recebe serviços em retribuição dos seus instru­
mentos de capital próprio como sendo transacções liquidadas com
capital próprio. Tal aplica-se independentemente de a entidade decidir
ou ser obrigada a comprar esses instrumentos de capital próprio a
outra parte, a fim de satisfazer as suas obrigações para com os seus
empregados, por força do acordo de pagamento com base em acções.
A presente disposição aplica-se também independentemente do se­
guinte:

a) os direitos dos empregados sobre instrumentos de capital próprio


da entidade terem sido concedidos pela própria entidade ou pelo(s)
seu(s) accionista(s); ou

b) o acordo de pagamento com base em acções ter sido liquidado pela


própria entidade ou pelo(s) seu(s) accionista(s).

B50 Se o accionista tiver a obrigação de liquidar a transacção com os


empregados da sua investida, deve conceder instrumentos de capital
próprio da sua investida em vez dos seus próprios. Por conseguinte, se
a sua investida pertencer ao mesmo grupo que o accionista, em con­
formidade com o parágrafo 43C, este deve mensurar a sua obrigação
de acordo com os requisitos aplicáveis às transacções de pagamento
com base em acções e liquidadas financeiramente nas suas demons­
trações financeiras separadas, bem como com os requisitos aplicáveis
às transacções de pagamento com base em acções e liquidadas com
capital próprio nas suas demonstrações financeiras consolidadas.

Acordos de pagamento com base em acções que envolvam instrumen­


tos de capital próprio da empresa-mãe
B51 A segunda questão refere-se às transacções de pagamento com base
em acções entre duas ou mais entidades no mesmo grupo que envol­
vam um instrumento de capital próprio de outra entidade do grupo.
Por exemplo, são concedidos aos empregados de uma subsidiária
direitos sobre instrumentos de capital próprio da sua empresa-mãe
em contrapartida dos serviços prestados à subsidiária.

B52 Por conseguinte, a segunda questão diz respeito aos seguintes acordos
de pagamento com base em acções:

a) uma empresa-mãe concede direitos sobre os seus instrumentos de


capital próprio directamente aos empregados da sua subsidiária:
a empresa-mãe (e não a subsidiária) tem a obrigação de conceder
aos empregados da subsidiária os instrumentos de capital próprio; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 595

▼M23
b) uma subsidiária concede aos seus empregados direitos sobre os
instrumentos de capital próprio da sua empresa-mãe: a subsidiária
tem a obrigação de conceder aos seus empregados os instrumentos
de capital próprio.

Uma empresa-mãe concede direitos sobre os seus


instrumentos de capital próprio aos empregados
da sua subsidiária (parágrafo B52(a))
B53 A subsidiária não tem a obrigação de entregar instrumentos de capital
próprio da sua empresa-mãe aos seus empregados. Por conseguinte,
em conformidade com o parágrafo 43B, a subsidiária deve mensurar
os serviços recebidos dos seus empregados de acordo com os requi­
sitos aplicáveis às transacções de pagamento com base em acções e
liquidadas com capital próprio e reconhecer um aumento correspon­
dente do capital próprio como sendo a contribuição da empresa-mãe.

B54 A empresa-mãe tem a obrigação de liquidar a transacção junto dos


empregados da subsidiária mediante a entrega de instrumentos do seu
capital próprio. Por conseguinte, em conformidade com o parágrafo
43C, a empresa-mãe deve mensurar a sua obrigação em conformidade
com os requisitos aplicáveis às transacções de pagamento com base
em acções e liquidadas com capital próprio.

Uma subsidiária concede direitos sobre os instru­


mentos de capital próprio da sua empresa-mãe aos
seus empregados (parágrafo B52(b))
B55 Devido ao facto de a subsidiária não respeitar uma das condições
constantes do parágrafo 43B, deve contabilizar a transacção com os
seus empregados como sendo liquidada financeiramente. Este requi­
sito aplica-se independentemente do modo como a subsidiária obtém
os instrumentos de capital próprio com vista a satisfazer as suas
obrigações para com os seus empregados.

Acordos de pagamento com base em acções que envolvem pagamen­


tos em dinheiro aos empregados
B56 A terceira questão prende-se com o modo como uma entidade que
recebe bens ou serviços dos seus fornecedores (incluindo os empre­
gados) deve contabilizar os acordos com base em acções que são
liquidados financeiramente quando a própria entidade não tem qual­
quer obrigação de efectuar os pagamentos exigidos aos seus fornece­
dores. Por exemplo, no caso dos seguintes acordos em que a empresa-
-mãe (não a própria entidade) tem a obrigação de efectuar os paga­
mentos em dinheiro exigidos aos empregados da entidade:

a) os empregados da entidade irão receber pagamentos em dinheiro


relacionados com o preço dos seus instrumentos de capital próprio.

b) os empregados da entidade irão receber pagamentos em dinheiro


relacionados com o preço dos instrumentos de capital próprio da
sua empresa-mãe.

B57 A subsidiária não tem a obrigação de liquidar a transacção junto dos


seus empregados. Por conseguinte, a subsidiária deve contabilizar a
transacção com os seus empregados como sendo liquidada com capital
próprio e reconhecer um aumento correspondente no capital próprio
como uma contribuição da sua empresa-mãe. A subsidiária deve voltar
a mensurar subsequentemente o custo da transacção relativamente a
todas as alterações resultantes do não cumprimento de condições de
aquisição que não sejam condições de mercado, em conformidade
com os parágrafos 19-21. Este tratamento não corresponde à mensu­
ração da transacção como sendo liquidada financeiramente no quadro
das demonstrações financeiras consolidadas do grupo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 596

▼M23
B58 Pelo facto de a empresa-mãe ter a obrigação de liquidar a transacção
com os empregados e a retribuição ser em dinheiro, a empresa-mãe (e
o grupo consolidado) devem mensurar a sua obrigação em conformi­
dade com os requisitos aplicáveis às transacções de pagamento com
base em acções e liquidadas financeiramente constantes do parágrafo
43C.
Transferência de empregados entre entidades do grupo
B59 A quarta questão refere-se aos acordos de pagamento com base em
acções do grupo que envolvem empregados de mais de uma das suas
entidades. Por exemplo, uma empresa-mãe pode conceder direitos
sobre os seus instrumentos de capital próprio aos empregados das
suas subsidiárias, na condição de a conclusão da prestação continuada
do serviço ao grupo chegar ao seu termo dentro do período especifi­
cado. Um empregado de uma subsidiária pode transferir o seu vínculo
laboral para outra subsidiária durante o período de aquisição especi­
ficado sem serem afectados os seus direitos sobre instrumentos de
capital próprio da empresa-mãe, nos termos do acordo de pagamento
com base em acções inicial. Se as subsidiárias não tiverem a obriga­
ção de liquidar a transacção de pagamento com base em acções junto
dos seus empregados, devem contabilizá-la como sendo uma transac­
ção liquidada com capital próprio. Cada subsidiária deve mensurar os
serviços recebidos do empregado por referência ao justo valor dos
instrumentos de capital próprio à data de concessão inicial dos direitos
sobre esses instrumentos por parte da empresa-mãe, definida no Apên­
dice A, bem como à proporção do período de aquisição em que o
empregado esteve ao serviço de cada subsidiária.
B60 Se a subsidiária tiver a obrigação de liquidar a transacção junto dos
seus empregados com instrumentos de capital próprio da sua
empresa-mãe, deve contabilizar a transacção como sendo liquidada
financeiramente. Todas as subsidiárias devem mensurar os serviços
recebidos com base no justo valor à data de concessão dos instrumen­
tos de capital próprio relativamente à proporção do período de aqui­
sição em que o empregado esteve ao serviço de cada subsidiária.
Além disso, todas as subsidiárias devem reconhecer quaisquer altera­
ções do valor justo dos instrumentos de capital próprio durante o
período de serviço do empregado junto de cada subsidiária.
B61 Após ter sido transferido entre entidades do grupo, esse empregado
pode deixar de satisfazer uma condição de aquisição que não seja uma
condição de mercado, tal como definida no Apêndice A, nomeada­
mente se o empregado deixar o grupo antes de concluir o período de
serviço. Neste caso, porque a condição de aquisição consiste em estar
ao serviço do grupo, cada uma das subsidiárias deve ajustar a quantia
reconhecida previamente no que diz respeito aos serviços recebidos do
empregado, em conformidade com os princípios constantes do pará­
grafo 19. Por conseguinte, caso os direitos sobre instrumentos de
capital próprio concedidos pela empresa-mãe não sejam adquiridos
devido ao facto de um empregado não satisfazer uma condição de
aquisição que não seja uma condição de mercado, não é reconhecida
qualquer quantia numa base cumulativa nas demonstrações financeiras
de qualquer entidade do grupo pelos serviços recebidos desse empre­
gado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 597

▼M12

NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 3

Concentrações de Actividades Empresariais

OBJECTIVO
1. O objectivo desta IFRS é melhorar a relevância, fiabilidade e compa­
rabilidade das informações que uma entidade que relata proporciona
nas suas demonstrações financeiras sobre uma concentração de acti­
vidades empresariais e os seus efeitos. Para tal, esta IFRS estabelece
princípios e requisitos para a forma como o adquirente:

a) reconhece e mensura nas suas demonstrações financeiras os activos


identificáveis adquiridos, os passivos assumidos e qualquer inte­
resse que não controla na adquirida;

b) reconhece e mensura o goodwill adquirido na concentração de


actividades empresariais ou um ganho resultante de uma compra
a preço baixo; e

c) determina as informações a divulgar que permitam aos utentes das


demonstrações financeiras avaliar a natureza e os efeitos financei­
ros da concentração de actividades empresariais.

ÂMBITO
2. Esta IFRS aplica-se a uma transacção ou outro acontecimento que
cumpra a definição de uma concentração de actividades empresariais.
Esta IFRS não se aplica:

a) à formação de um empreendimento conjunto.

b) à aquisição de um activo ou grupo de activos que não constitua


uma actividade empresarial. Nesses casos, a adquirente deve iden­
tificar e reconhecer os activos identificáveis individuais adquiridos
(incluindo os activos que cumprem a definição de, e os critérios de
reconhecimento para, activos intangíveis na IAS 38 Activos Intan­
gíveis) e passivos assumidos. O custo do grupo deve ser imputado
aos activos identificáveis individuais e passivos com base nos seus
justos valores relativos à data de compra. Este tipo de transacção
ou acontecimento não dá origem a goodwill.

c) a uma concentração de entidades ou actividades empresariais sob


controlo comum (os parágrafos B1–B4 proporcionam as respecti­
vas orientações de aplicação).

▼M38
2.A. Os requisitos desta norma não se aplicam à aquisição por uma enti­
dade de investimento, tal como definido na IFRS 10 Demonstrações
Financeiras Consolidadas, de um investimento numa subsidiária que
deva ser mensurada pelo justo valor através dos resultados.

▼M12
IDENTIFICAR UMA CONCENTRAÇÃO DE ACTIVIDADES EM­
PRESARIAIS
3. Uma entidade deve determinar se uma transacção ou outro acon­
tecimento é uma concentração de actividades empresariais apli­
cando a definição contida nesta IFRS, que exige que os activos
adquiridos e os passivos assumidos constituam uma actividade
empresarial. Se os activos adquiridos não são uma actividade
empresarial, a entidade que relata deve contabilizar a transacção
ou outro acontecimento como uma aquisição de activos. Os pará­
grafos B5–B12 proporcionam orientação sobre a identificação de
uma concentração de actividades empresariais e a definição de
uma actividade empresarial.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 598

▼M12
O MÉTODO DE AQUISIÇÃO
4. Uma entidade deve contabilizar cada concentração de actividades
empresariais aplicando o método de aquisição.

5. A aplicação do método de aquisição exige:

a) a identificação da adquirente;

b) a determinação da data de aquisição;

c) o reconhecimento e mensuração dos activos identificáveis adquiri­


dos, dos passivos assumidos e de qualquer interesse que não con­
trola na adquirida; e

d) o reconhecimento e mensuração do goodwill ou de um ganho


resultante de uma compra a preço baixo.

Identificar a adquirente
6. Para cada concentração de actividades empresariais, uma das
entidades que se concentram deve ser identificada como a adqui­
rente.

▼M32
►M38 7. As orientações incluídas na IFRS 10 devem ser utilizadas para iden­
tificar a adquirente ◄, ou seja, a entidade que obtém controlo de
outra entidade, a adquirida. Se tiver ocorrido uma concentração de
actividades empresariais mas a aplicação das orientações da IFRS 10
não indicar claramente qual das entidades concentradas é a adquirente,
os factores referidos nos parágrafos B14-B18 devem ser considerados
nessa determinação.

▼M12
Determinar a data de aquisição
8. A adquirente deve identificar a data de aquisição, que é a data na
qual a adquirente obtém o controlo sobre a adquirida.

9. A data na qual a adquirente obtém o controlo da adquirida é geral­


mente a data na qual a adquirente transfere legalmente a retribuição,
adquire os activos e assume os passivos da adquirida - a data de
fecho. Porém, a adquirente poderá obter o controlo numa data que
seja antes ou depois da data de fecho. Por exemplo, a data de aqui­
sição precede a data de fecho se um acordo por escrito estipular que a
adquirente obtém o controlo da adquirida numa data antes da data de
fecho. Uma adquirente deve considerar todos os factos e circunstân­
cias pertinentes ao identificar a data de aquisição.

Reconhecer e mensurar os activos identificáveis adquiridos, os


passivos assumidos e qualquer interesse que não controla na ad­
quirida

Princípio do reconhecimento
10. A partir da data de aquisição, a adquirente deve reconhecer,
separadamente do goodwill, os activos identificáveis adquiridos,
os passivos assumidos e qualquer interesse que não controla na
adquirida. O reconhecimento de activos identificáveis adquiridos e
passivos assumidos está sujeito às condições especificadas nos pa­
rágrafos 11 e 12.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 599

▼M12
Condições de reconhecimento
11. Para se qualificarem para reconhecimento como parte da aplicação do
método de aquisição, os activos identificáveis adquiridos e os passivos
assumidos têm de cumprir as definições de activos e passivos contidas
na Estrutura Conceptual para a Preparação e Apresentação de De­
monstrações Financeiras à data de aquisição. Por exemplo, os custos
que a adquirente espera, mas nos quais não é obrigada a incorrer no
futuro para efectivar o seu plano de abandonar uma actividade de uma
adquirida ou de terminar o emprego de ou transferir empregados de
uma adquirida não são passivos à data de aquisição. Portanto, a ad­
quirente não reconhece esses custos como parte da aplicação do mé­
todo de aquisição. Em vez disso, a adquirente reconhece esses custos
nas suas demonstrações financeiras pós-concentração em conformi­
dade com outras IFRS.

12. Além disso, para se qualificarem para reconhecimento como parte da


aplicação do método de aquisição, os activos identificáveis adquiridos
e os passivos assumidos têm de fazer parte daquilo que a adquirente e
a adquirida (ou os seus ex-proprietários) trocaram na transacção da
concentração de actividades empresariais, em vez do resultado de
transacções separadas. A adquirente deve aplicar a orientação contida
nos parágrafos 51–53 para determinar quais os activos adquiridos ou
os passivos assumidos que fazem parte da troca pela adquirida e
quais, se os houver, são o resultado de transacções separadas a serem
contabilizadas em conformidade com a sua natureza e as IFRS apli­
cáveis.

13. A aplicação, por parte da adquirente, do princípio e das condições de


reconhecimento pode resultar no reconhecimento de alguns activos e
passivos que a adquirida não tinha previamente reconhecido como
activos e passivos nas suas demonstrações financeiras. Por exemplo,
a adquirente reconhece os activos intangíveis identificáveis adquiridos,
tais como o nome de uma marca, uma patente ou o relacionamento
com clientes, que a adquirida não reconheceu como activos nas suas
demonstrações financeiras porque os tinha desenvolvido internamente
e debitado os custos relacionados como gastos.

14. Os parágrafos B28–B40 proporcionam orientação sobre o reconheci­


mento de locações operacionais e activos intangíveis. Os parágrafos
22–28 especificam os tipos de activos identificáveis e de passivos que
incluem itens para os quais esta IFRS proporciona excepções limita­
das ao princípio e condições de reconhecimento.

Classificar ou designar activos identificáveis ad­


quiridos e passivos assumidos numa concentração
de actividades empresariais
15. À data de aquisição, a adquirente deve classificar ou designar os
activos identificáveis adquiridos e os passivos assumidos conforme
necessário para aplicar outras IFRS subsequentemente. A adqui­
rente deve fazer essas classificações ou designações com base nos
termos contratuais, nas condições económicas, nas suas políticas
operacionais ou contabilísticas e noutras condições pertinentes
conforme existirem à data de aquisição.

16. Nalgumas situações, as IFRS estabelecem uma contabilização diferen­


te, dependendo da forma como uma entidade classifica ou designa um
determinado activo ou passivo. Exemplos de classificações ou desig­
nações que a adquirente deve fazer com base nas condições pertinen­
tes que existirem à data de aquisição incluem, entre outros:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 600

▼M12
a) a classificação de activos e passivos financeiros específicos como
um activo ou passivo financeiro pelo justo valor através dos lucros
ou prejuízos, ou como um activo financeiro disponível para venda
ou detido até à maturidade, em conformidade com a IAS 39 Ins­
trumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração;

b) a designação de um instrumento derivado como um instrumento de


cobertura em conformidade com a IAS 39; e

c) a avaliação para determinar se um derivado embutido deve ser


separado do contrato de acolhimento em conformidade com a
IAS 39 (que é uma questão de «classificação» na acepção desse
termo nesta IFRS).

17. Esta IFRS proporciona duas excepções ao princípio no parágrafo 15:

a) a classificação de um contrato de locação como uma locação ope­


racional ou uma locação financeira em conformidade com a IAS
17 Locações; e

b) a classificação de um contrato como um contrato de seguro em


conformidade com a IFRS 4 Contratos de Seguro.

A adquirente deve classificar esses contratos na base dos termos con­


tratuais e outros factores no início do contrato (ou, se os termos do
contrato tiverem sido modificados de um modo que altere a sua
classificação, à data dessa modificação, que poderá ser a data de
aquisição).

Princípio da mensuração
18. A adquirente deve mensurar os activos identificáveis adquiridos e os
passivos assumidos pelos seus justos valores à data de aquisição.

▼M29
19. Para cada concentração de actividades empresariais, a adquirente deve
mensurar à data de aquisição os componentes de interesses que não
controlam na adquirida que constituem interesses de propriedade pre­
sentes e conferem aos seus detentores o direito a uma parte propor­
cional dos activos líquidos da entidade em caso de liquidação:

(a) pelo justo valor; ou

(b) pela parte proporcional que os interesses de propriedade presentes


representam em relação às quantias reconhecidas para os activos
líquidos identificáveis da adquirida.

Todas as outras componentes dos interesses que não controlam devem


ser mensuradas pelo justo valor à data da aquisição, salvo se as IFRS
exigirem outra base de mensuração.

▼M33
20. Os parágrafos 24-31 especificam os tipos de activos e passivos iden­
tificáveis que incluem instrumentos relativamente aos quais esta
Norma prevê excepções limitadas ao princípio de mensuração.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 601

▼M12
Excepções aos princípios do reconhecimento ou da mensuração
21. Esta IFRS proporciona excepções limitadas aos seus princípios do
reconhecimento e da mensuração. Os parágrafos 22–31 especificam
quer os itens específicos para os quais se proporcionam excepções
quer a natureza dessas excepções. A adquirente deve contabilizar
esses itens aplicando os requisitos constantes dos parágrafos 22–31,
resultando que alguns itens serão:

a) reconhecidos ou pela aplicação de condições de reconhecimento


além das mencionadas nos parágrafos 11 e 12 ou pela aplicação
dos requisitos de outras IFRS, com resultados que diferem da
aplicação do princípio e das condições de reconhecimento.

b) mensurados por uma quantia diferente dos seus justos valores à


data de aquisição.

Excepção ao princípio do reconhecimento


Passivos contingentes

22. A IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contin­


gentes define um passivo contingente como:

a) uma possível obrigação que resulta de acontecimentos passados e


cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de
um ou mais acontecimentos futuros incertos não totalmente sob
controlo da entidade; ou

b) uma obrigação presente que resulta de acontecimentos passados,


mas que não é reconhecida porque:

i) não é provável que um exfluxo de recursos que incorporam


benefícios económicos seja exigido para liquidar a obrigação;
ou

ii) a quantia da obrigação não pode ser mensurada com suficiente


fiabilidade.

23. Os requisitos da IAS 37 não se aplicam ao determinar quais os pas­


sivos contingentes a reconhecer à data de aquisição. Em vez disso, a
adquirente deve reconhecer à data de aquisição um passivo contin­
gente assumido numa concentração de actividades empresariais se for
uma obrigação presente que resulta de acontecimentos passados e o
seu justo valor possa ser mensurado com fiabilidade. Portanto, ao
contrário da IAS 37, a adquirente reconhece um passivo contingente
assumido numa concentração de actividades empresariais à data de
aquisição, mesmo que não seja provável que um exfluxo de recursos
incorporando benefícios económicos será exigido para liquidar a ob­
rigação. O parágrafo 56 proporciona orientação sobre a contabilização
subsequente de passivos contingentes.

Excepções a ambos os princípios do reconheci­


mento e da mensuração
Impostos sobre o rendimento
24. A adquirente deve reconhecer e mensurar um activo ou passivo por
impostos diferidos resultante dos activos adquiridos e passivos assu­
midos numa concentração de actividades empresariais em conformi­
dade com a IAS 12 Impostos sobre o Rendimento.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 602

▼M12
25. A adquirente deve contabilizar os potenciais efeitos fiscais de diferen­
ças temporárias e transportes de uma adquirida que existam à data de
aquisição ou que surjam como resultado da aquisição em conformi­
dade com a IAS 12.

Benefícios dos empregados


26. A adquirente deve reconhecer e mensurar um passivo (ou activo, se
houver) relacionado com os acordos de benefícios dos empregados da
adquirida em conformidade com a IAS 19 Benefícios dos Emprega­
dos.

Activos de indemnização
27. O vendedor numa concentração de actividades empresarias pode in­
demnizar contratualmente a adquirente pelo desfecho de uma contin­
gência ou incerteza relacionada com todo ou parte de um activo ou
passivo específico. Por exemplo, o vendedor pode indemnizar a ad­
quirente por perdas acima de uma quantia especificada sobre um
passivo resultante de uma contingência particular; por outras palavras,
o vendedor vai garantir que o passivo da adquirente não excede uma
quantia especificada. Como resultado, a adquirente obtém um activo
de indemnização. A adquirente deve reconhecer um activo de indem­
nização ao mesmo tempo que reconhece o item indemnizado mensu­
rado na mesma base que o item indemnizado, sujeito à necessidade de
uma dedução de valorização por quantias incobráveis. Portanto, se a
indemnização se relacionar com um activo ou passivo que seja reco­
nhecido à data de aquisição e mensurado pelo seu justo valor à data
de aquisição, a adquirente deve reconhecer o activo de indemnização
à data de aquisição mensurado pelo seu justo valor à data de aquisi­
ção. Para um activo de indemnização mensurado pelo justo valor, os
efeitos da incerteza quanto a fluxos de caixa futuros devido a consi­
derações de cobrabilidade são incluídos na mensuração pelo justo
valor, não sendo necessária uma dedução de valorização (o parágrafo
B41 proporciona as respectivas orientações de aplicação).

28. Nalgumas circunstâncias, a indemnização poderá relacionar-se com


um activo ou passivo que seja uma excepção aos princípios de reco­
nhecimento ou de mensuração. Por exemplo, uma indemnização po­
derá relacionar-se com um passivo contingente que não seja reconhe­
cido à data de aquisição porque o seu justo valor não é fiavelmente
mensurável nessa data. Como alternativa, uma indemnização poderá
relacionar-se com um activo ou um passivo, por exemplo, um que
resulte de um benefício de empregado, que seja mensurado numa base
que não seja o justo valor à data de aquisição. Nessas circunstâncias,
o activo de indemnização deve ser reconhecido e mensurado usando
pressupostos consistentes com aqueles usados para mensurar o item
indemnizado, sujeito à avaliação pela gerência da cobrabilidade do
activo de indemnização e a quaisquer limitações contratuais sobre a
quantia indemnizada. O parágrafo 57 proporciona orientação sobre a
contabilização subsequente de um activo de indemnização.

Excepções ao princípio da mensuração


Direitos readquiridos
▼M33
29. A adquirente deve mensurar o valor de um direito readquirido reco­
nhecido na qualidade de activo intangível com base no prazo rema­
nescente do contrato conexo, independentemente de se os participan­
tes no mercado considerariam ou não potenciais renovações contra­
tuais ao mensurar o respectivo justo valor. Os parágrafos B35 e B36
fornecem orientações de aplicação sobre a questão.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 603

▼M29
Transacções de pagamento com base em acções
30. A adquirente deve mensurar um passivo ou um instrumento de capital
próprio relacionado com transacções de pagamento com base em
acções da adquirida, ou a substituição das transacções de pagamento
com base em acções da adquirida por transacções de pagamento com
base em acções da adquirente, em conformidade com o método des­
crito na IFRS 2 Pagamento com base em acções, à data de aquisição.
(Esta IFRS refere-se ao resultado desse método como a «mensuração
baseada no mercado» da transacção de pagamento com base em ac­
ções).

▼M12
Activos detidos para venda
31. A adquirente deve mensurar um activo não corrente adquirido (ou
grupo de alienação) que seja classificado como detido para venda à
data de aquisição em conformidade com a IFRS 5 Activos Não Cor­
rentes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas
pelo justo valor menos os custos de vender em conformidade com os
parágrafos 15–18 dessa IFRS.

Reconhecer e mensurar o goodwill ou um ganho resultante de


uma compra a preço baixo
32. A adquirente deve reconhecer o goodwill à data de aquisição
mensurado como o excesso da alínea (a) sobre a alínea (b)
adiante:

a) o agregado de:

i) a retribuição transferida mensurada em conformidade com


esta IFRS, que geralmente exige o justo valor à data de
aquisição (ver parágrafo 37);

ii) a quantia de qualquer interesse que não controla na ad­


quirida mensurada em conformidade com esta IFRS; e

iii) numa concentração de actividades empresariais alcançada


por fases (ver parágrafos 41 e 42), o justo valor à data de
aquisição do interesse de capital próprio anteriormente de­
tido da adquirente na adquirida.

b) o líquido das quantias à data de aquisição dos activos identi­


ficáveis adquiridos e dos passivos assumidos mensurados em
conformidade com esta IFRS.

33. Numa concentração de actividades empresariais em que a adquirente e


a adquirida (ou os seus ex-proprietários) trocam apenas interesses de
capital próprio, o justo valor à data de aquisição dos interesses de
capital próprio da adquirida poderão ser mais fiavelmente mensurados
do que o justo valor à data de aquisição dos interesses de capital
próprio da adquirente. Se assim for, a adquirente deve determinar a
quantia de goodwill usando o justo valor à data de aquisição dos
interesses de capital próprio da adquirida em vez do justo valor à
data de aquisição dos interesses de capital próprio transferidos.
►M33 Para determinar o valor do goodwill numa concentração de
actividades empresariais em que nenhuma retribuição é transferida, a
adquirente deve utilizar o justo valor à data de aquisição do interesse
da adquirente na adquirida em vez do justo valor à data de aquisição
da retribuição transferida (parágrafo 32(a)(i)). ◄ Os parágrafos
B46–B49 proporcionam as respectivas orientações de aplicação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 604

▼M12
Compras a preço baixo
34. Ocasionalmente, uma adquirente fará uma compra a preço baixo, que
é uma concentração de actividades empresariais em que a quantia no
parágrafo 32(b) excede o agregado das quantias especificadas no pa­
rágrafo 32(a). Se esse excesso permanecer após a aplicação dos re­
quisitos contidos no parágrafo 36, a adquirente deve reconhecer o
ganho resultante nos lucros ou prejuízos à data de aquisição. O ganho
deve ser atribuído à adquirente.

35. Uma compra a preço baixo poderá ocorrer, por exemplo, numa con­
centração de actividades empresariais que seja uma venda forçada em
que o vendedor está a agir por compulsão. Contudo, as excepções ao
reconhecimento ou à mensuração de itens específicos referidos nos
parágrafos 22–31 também poderão resultar no reconhecimento de um
ganho (ou alterar a quantia de um ganho reconhecido) com uma
compra a preço baixo.

36. Antes de reconhecer um ganho numa compra a preço baixo, a adqui­


rente deve reavaliar se identificou correctamente todos os activos
adquiridos e todos os passivos assumidos e deve reconhecer quaisquer
activos ou passivos adicionais que estejam identificados nessa revisão.
A adquirente deve então rever os procedimentos usados para mensurar
as quantias que esta IFRS exige que sejam reconhecidas à data de
aquisição para todos os seguintes elementos:

a) os activos identificáveis adquiridos e os passivos assumidos;

b) o interesse que não controla na adquirida, se houver;

c) no caso de uma concentração de actividades empresariais alcan­


çada por fases, o interesse de capital próprio na adquirida anterior­
mente detido pela adquirente; e

d) a retribuição transferida.

O objectivo da revisão é assegurar que as mensurações reflectem


adequadamente a consideração de todas as informações disponíveis
à data de aquisição.

Retribuição transferida
37. A retribuição transferida numa concentração de actividades empresa­
riais deve ser mensurada pelo justo valor, o qual deve ser calculado
como a soma dos justos valores à data de aquisição dos activos trans­
feridos pela adquirente, dos passivos incorridos pela adquirente em
relação a ex-proprietários da adquirida e os interesses de capital pró­
prio emitidos pela adquirente. (Contudo, qualquer porção dos prémios
de pagamento com base em acções da adquirente trocados por pré­
mios detidos pelos empregados da adquirida que seja incluída na
retribuição transferida na concentração de actividades empresariais
deve ser mensurada em conformidade com o parágrafo 30 em vez
de pelo justo valor.) Exemplos de potenciais formas de retribuição
incluem dinheiro, outros activos, uma actividade empresarial ou uma
subsidiária da adquirente, retribuição contingente, instrumentos de
capital próprio ordinários ou preferenciais, opções, warrants e interes­
ses de membros de entidades mútuas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 605

▼M12
38. A retribuição transferida poderá incluir activos ou passivos da adqui­
rente que tenham quantias escrituradas que diferem dos seus justos
valores à data de aquisição (por exemplo, activos não monetários ou
uma actividade empresarial da adquirente). Se assim for, a adquirente
deve remensurar os activos ou passivos transferidos pelos seus justos
valores à data de aquisição e reconhecer os ganhos ou perdas resul­
tantes, se os houver, nos lucros ou prejuízos. Porém, por vezes, os
activos ou passivos transferidos permanecem na entidade concentrada
após a concentração de actividades empresariais (por exemplo, porque
os activos ou passivos foram transferidos para a adquirida em vez de
para os seus ex-proprietários), pelo que a adquirente retém o controlo
sobre eles. Nessa situação, a adquirente deve mensurar esses activos e
passivos pelas suas quantias escrituradas imediatamente antes da data
de aquisição e não deve reconhecer, nos lucros ou prejuízos, um
ganho ou perda com activos ou passivos que ela controla tanto antes
como após a concentração de actividades empresariais.

Retribuição contingente
39. A retribuição que a adquirente transfere em troca da adquirida inclui
qualquer activo ou passivo resultante de um acordo de retribuição
contingente (ver parágrafo 37). A adquirente deve reconhecer o justo
valor à data de aquisição da retribuição contingente como parte da
retribuição transferida em troca da adquirida.

40. A adquirente deve classificar uma obrigação de pagar uma retribuição


contingente como um passivo ou como capital próprio com base nas
definições de um instrumento de capital próprio e de um passivo
financeiro contidas no parágrafo 11 da IAS 32 Instrumentos Finan­
ceiros: Apresentação ou noutras IFRS aplicáveis. A adquirente deve
classificar como um activo o direito ao retorno de uma retribuição
previamente transferida se se verificarem as condições especificadas.
O parágrafo 58 proporciona orientação sobre a contabilização subse­
quente de uma retribuição contingente.

Orientação adicional para aplicação do método de aquisição a


tipos específicos de concentrações de actividades empresariais

Uma concentração de actividades empresariais alcançada por fases


41. Por vezes, uma adquirente obtém o controlo de uma adquirida na qual
detinha um interesse de capital próprio imediatamente antes da data de
aquisição. Por exemplo, a 31 de Dezembro de 20X1, a Entidade A
detém um interesse de capital próprio que não controla de 35 % na
Entidade B. Nessa data, a Entidade A compra outros 40 % de inte­
resse na Entidade B, o que lhe confere o controlo sobre a Entidade B.
Esta IFRS refere-se a este tipo de transacção como uma concentração
de actividades empresariais alcançada por fases, por vezes também
referida como uma aquisição por passos.

42. Numa concentração de actividades empresariais alcançada por fases, a


adquirente deve mensurar o seu interesse de capital próprio previa­
mente detido na adquirida pelo seu justo valor à data de aquisição e
deve reconhecer o ganho ou perda resultante, se houver, nos lucros ou
prejuízos. Em períodos de relato anteriores, a adquirente pode ter
reconhecido alterações no valor do seu interesse de capital próprio
na adquirida em outro rendimento integral (por exemplo, porque o
investimento foi classificado como disponível para venda). Se o fez, a
quantia que foi reconhecida em outro rendimento integral deve ser
reconhecida na mesma base que teria sido exigido se a adquirente
tivesse alienado directamente o interesse de capital próprio previa­
mente detido.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 606

▼M12
Uma concentração de actividades empresariais alcançada sem a
transferência de retribuição
43. Por vezes, uma adquirente obtém o controlo de uma adquirida sem
transferir uma retribuição. O método de aquisição da contabilização de
uma concentração de actividades empresariais aplica-se a essas con­
centrações. Essas circunstâncias incluem:

a) A adquirida volta a comprar um número suficiente das suas pró­


prias acções para um investidor existente (a adquirente) obter o
controlo.

b) Os direitos de veto minoritários, que anteriormente impediam a


adquirente de controlar uma adquirida na qual a adquirente detinha
a maioria dos direitos de voto, expiram.

c) A adquirente e a adquirida concordam em concentrar as suas ac­


tividades empresariais apenas por contrato. A adquirente não trans­
fere qualquer retribuição em troca do controlo de uma adquirida e
não detém quaisquer interesses de capital próprio na adquirida, seja
na data de aquisição seja anteriormente. Exemplos de concentra­
ções de actividades empresariais alcançadas apenas por contrato
incluem a junção de duas actividades empresariais num acordo
de integração ou a formação de uma sociedade com dupla cotação
na bolsa.

44. Numa concentração de actividades empresariais alcançada apenas por


contrato, a adquirente deve atribuir aos proprietários da adquirida a
quantia dos activos líquidos da adquirida reconhecida em conformi­
dade com esta IFRS. Por outras palavras, os interesses de capital
próprio na adquirida detidos por partes que não sejam a adquirente
são um interesse que não controla nas demonstrações financeiras pós-
-concentração da adquirente, mesmo que o resultado seja que todos os
interesses de capital próprio na adquirida são atribuídos ao interesse
que não controla.

Período de mensuração
45. Se a contabilização inicial de uma concentração de actividades
empresariais não estiver concluída no final do período de relato
em que ocorre a concentração, a adquirente deve relatar nas suas
demonstrações financeiras quantias provisórias para os itens cuja
contabilização não tenha sido concluída. Durante o período de
mensuração, a adquirente deve ajustar retrospectivamente as
quantias provisórias reconhecidas à data de aquisição de modo
a reflectir novas informações obtidas sobre factos e circunstâncias
que existiam à data de aquisição e que, se fossem conhecidas,
teriam afectado a mensuração das quantias reconhecidas nessa
data. Durante o período de mensuração, a adquirente deve tam­
bém reconhecer activos ou passivos adicionais se novas informa­
ções forem obtidas sobre factos e circunstâncias que existiam à
data de aquisição e que, se fossem conhecidas, teriam resultado no
reconhecimento desses activos e passivos nessa data. O período de
mensuração termina assim que a adquirente receber as informa­
ções que procurava sobre factos e circunstâncias que existiam à
data de aquisição ou vier a saber que não é possível obter mais
informações. Porém, o período de mensuração não deve exceder
um ano a contar da data de aquisição.

46. O período de mensuração é o período após a data de aquisição du­


rante o qual a adquirente pode ajustar as quantias provisórias reco­
nhecidas para uma concentração de actividades empresariais. O pe­
ríodo de mensuração proporciona um período de tempo razoável à
adquirente para obter as informações necessárias para identificar e
mensurar o seguinte à data de aquisição em conformidade com os
requisitos desta IFRS:

a) os activos identificáveis adquiridos, os passivos assumidos e qual­


quer interesse que não controla na adquirida;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 607

▼M12
b) a retribuição transferida para a adquirida (ou outra quantia utilizada
na mensuração do goodwill);

c) no caso de uma concentração de actividades empresariais alcan­


çada por fases, o interesse de capital próprio na adquirida anterior­
mente detido pela adquirente; e

d) o goodwill ou ganho resultante de uma compra a preço baixo.

47. A adquirente deve considerar todos os factores pertinentes ao deter­


minar se as informações obtidas após a data de aquisição devem
resultar num ajustamento nas quantias provisórias reconhecidas ou
se essas informações resultam de acontecimentos que ocorreram
após a data de aquisição. Os factores pertinentes incluem a data em
que foram obtidas informações adicionais e se a adquirente pode
identificar uma razão para uma alteração nas quantias provisórias.
As informações obtidas pouco depois da data de aquisição têm mais
probabilidades de reflectirem circunstâncias que existiam à data de
aquisição do que as informações obtidas vários meses depois.
►M33 Por exemplo, a menos que seja possível identificar a ocor­
rência de um acontecimento que tenha alterado o seu justo valor, é
provável que a venda de um activo a terceiros pouco depois da data
de aquisição por uma quantia que difere significativamente do seu
justo valor provisório mensurado nessa data indique um erro na quan­
tia provisória. ◄

48. A adquirente reconhece um aumento (redução) na quantia provisória


reconhecida para um activo identificável (passivo) através de uma
redução (aumento) no goodwill. Porém, as novas informações obtidas
durante o período de mensuração poderão, por vezes, resultar num
ajustamento na quantia provisória de mais de um activo ou passivo.
Por exemplo, a adquirente pode ter assumido um passivo para pagar
danos relacionados com um acidente numa das instalações da adqui­
rida, os quais estão cobertos, no todo ou em parte, pela apólice de
seguro de responsabilidade da adquirida. Se a adquirente obtiver no­
vas informações durante o período de mensuração sobre o justo valor
à data de aquisição desse passivo, o ajustamento no goodwill resul­
tante de uma alteração na quantia provisória reconhecida para o pas­
sivo seria compensado (no todo ou em parte) por um ajustamento
correspondente no goodwill resultante de uma alteração na quantia
provisória reconhecida para a indemnização a receber da seguradora.

49. Durante o período de mensuração, a adquirente deve reconhecer ajus­


tamentos nas quantias provisórias como se a contabilização da con­
centração de actividades empresariais tivesse sido concluída à data de
aquisição. Deste modo, a adquirente deve rever as informações com­
parativas de períodos anteriores apresentadas em demonstrações finan­
ceiras conforme necessário, o que inclui fazer qualquer alteração na
depreciação, amortização ou outros efeitos no rendimento reconheci­
dos ao concluir a contabilização inicial.

50. Terminado o período de mensuração, a adquirente deve rever a con­


tabilização de uma concentração de actividades empresariais apenas
para corrigir um erro em conformidade com a IAS 8 Políticas Con­
tabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 608

▼M12
Determinar o que faz parte da transacção de uma concentração
de actividades empresariais
51. A adquirente e a adquirida poderão já ter tido uma relação ou
outro acordo antes de se terem iniciado as negociações relativas à
concentração de actividades empresariais, ou poderão fazer um
acordo durante as negociações que seja separado da concentração
de actividades empresariais. Em qualquer das situações, a adqui­
rente deve identificar quaisquer quantias que não façam parte
daquilo que a adquirente e a adquirida (ou os seus
ex-proprietários) trocaram na concentração de actividades empre­
sariais, i.e., quantias que não façam parte da troca pela adquirida.
A adquirente deve reconhecer, como parte da aplicação do mé­
todo de aquisição, apenas a retribuição transferida pela adquirida
e os activos adquiridos e passivos assumidos em troca pela adqui­
rida. Transacções separadas devem ser contabilizadas de acordo
com as IFRS relevantes.

52. É provável que uma transacção celebrada pela adquirente ou por


representante da mesma ou basicamente em favor da adquirente ou
da entidade concentrada, em vez de basicamente em favor da adqui­
rida (ou seus ex-proprietários) antes da concentração, seja uma tran­
sacção separada. Seguem-se exemplos de transacções separadas que
não devem ser incluídas ao aplicar o método de aquisição:

a) uma transacção que, com efeito, liquida relações pré-existentes


entre a adquirente e a adquirida;

b) uma transacção que remunera os empregados ou ex-proprietários


da adquirida por serviços futuros; e

c) uma transacção que reembolsa a adquirida ou seus ex-proprietários


pelo pagamento dos custos da adquirente relacionados com a aqui­
sição.

Os parágrafos B50–B62 proporcionam as respectivas orientações de


aplicação.

Custos relacionados com a aquisição


53. Os custos relacionados com a aquisição são custos em que a adqui­
rente incorre para tornar efectiva uma concentração de actividades
empresariais. Esses custos incluem honorários do descobridor; hono­
rários de consultoria, legais, contabilísticos, de valorização e outros
honorários profissionais ou de consultoria; custos administrativos ge­
rais, incluindo os custos de manter um departamento de aquisições
internas; e custos do registo e emissão de valores mobiliários repre­
sentativos de dívida e de capital próprio. A adquirente deve contabi­
lizar os custos relacionados com a aquisição como gastos nos períodos
em que os custos são incorridos e os serviços são recebidos, com uma
excepção. Os custos da emissão de valores mobiliários representativos
de dívida ou de capital próprio devem ser reconhecidos em confor­
midade com a IAS 32 e a IAS 39.

MENSURAÇÃO E CONTABILIZAÇÃO SUBSEQUENTES


54. Em geral, uma adquirente deve mensurar e contabilizar subse­
quentemente os activos adquiridos, passivos assumidos ou incor­
ridos e instrumentos de capital próprio emitidos numa concentra­
ção de actividades empresariais em conformidade com outras
IFRS aplicáveis a esses itens, dependendo da sua natureza. Con­
tudo, esta IFRS proporciona orientação sobre a mensuração e
contabilização subsequentes dos seguintes activos adquiridos, pas­
sivos assumidos ou incorridos e instrumentos de capital próprio
emitidos numa concentração de actividades empresariais:

a) direitos readquiridos;

b) passivos contingentes reconhecidos à data de aquisição;

c) activos de indemnização; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 609

▼M12
d) retribuição contingente.

O parágrafo B63 proporciona as respectivas orientações de apli­


cação.

Direitos readquiridos
55. Um direito readquirido reconhecido como activo intangível deve ser
amortizado ao longo do restante período contratual do contrato no
qual o direito foi concedido. Uma adquirente que vender subsequen­
temente um direito readquirido a terceiros deve incluir a quantia es­
criturada do activo intangível ao determinar o ganho ou perda com a
venda.

Passivos contingentes
56. Após o reconhecimento inicial e até o passivo ser liquidado, cance­
lado ou expirar, a adquirente deve mensurar um passivo contingente
reconhecido numa concentração de actividades empresariais pelo valor
mais alto entre:

a) a quantia que seria reconhecida de acordo com a IAS 37; e

b) a quantia inicialmente reconhecida menos, quando apropriado, a


amortização cumulativa reconhecida de acordo com a IAS 18 Ré­
dito.

Este requisito não se aplica a contratos contabilizados de acordo com


a IAS 39.

Activos de indemnização
57. No final de cada período de relato subsequente, a adquirente deve
mensurar um activo de indemnização que tenha sido reconhecido à
data de aquisição na mesma base que o passivo ou activo indemni­
zado, sujeito a quaisquer limitações contratuais à sua quantia e, no
caso de um activo de indemnização que não seja subsequentemente
mensurado pelo seu justo valor, à avaliação por parte da gerência da
cobrabilidade do activo de indemnização. A adquirente deve desreco­
nhecer o activo de indemnização apenas quando cobrar o activo, o
vender ou de outro modo perder o direito ao mesmo.

Retribuição contingente
58. Algumas alterações no justo valor da retribuição contingente que a
adquirente reconheça após a data de aquisição podem ser o resultado
de informações adicionais que a adquirente obteve após essa data
sobre factos e circunstâncias que existiam à data de aquisição. Essas
alterações são ajustamentos durante o período de mensuração em
conformidade com os parágrafos 45–49. Porém, as alterações resul­
tantes de acontecimentos após a data de aquisição, tais como atingir a
meta prevista para os resultados, alcançar um preço por acção espe­
cificado ou chegar a uma determinada etapa num projecto de pesquisa
e desenvolvimento, não são ajustamentos durante o período de men­
suração. A adquirente deve contabilizar as alterações no justo valor da
retribuição contingente que não sejam ajustamentos durante o período
de mensuração do seguinte modo:

a) A retribuição contingente classificada como capital próprio não


deve ser remensurada e a sua liquidação subsequente deve ser
contabilizada no capital próprio.

b) A retribuição contingente classificada como um activo ou passivo


que:

i) seja um instrumento financeiro e esteja no âmbito da IAS 39


deve ser mensurada pelo justo valor, sendo que qualquer ganho
ou perda resultante é reconhecido ou nos lucros e prejuízos ou
em outro rendimento integral em conformidade com essa IFRS.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 610

▼M12
ii) não esteja no âmbito da IAS 39 deve ser contabilizada em
conformidade com a IAS 37 ou outras IFRS conforme apro­
priado.

DIVULGAÇÕES
59. A adquirente deve divulgar informação que permita aos utentes
das demonstrações financeiras avaliar a natureza e o efeito
financeiro de uma concentração de actividades empresariais que
ocorra:

a) durante o período de relato corrente; ou

b) após o fim do período de relato mas antes de as demonstrações


financeiras receberem autorização de emissão.

60. Para cumprir o objectivo do parágrafo 59, a adquirente deve divulgar


a informação especificada nos parágrafos B64–B66.

61. A adquirente deve divulgar informação que permita aos utentes


das suas demonstrações financeiras avaliar os efeitos financeiros
de ajustamentos reconhecidos no período de relato corrente que se
relacionam com concentrações de actividades empresariais que
tenham ocorrido no período ou em períodos de relato anteriores.

62. Para cumprir o objectivo do parágrafo 61, a adquirente deve divulgar


a informação especificada no parágrafo B67.

63. Se as divulgações específicas exigidas por esta e outras IFRS não


cumprirem os objectivos estabelecidos nos parágrafos 59 e 61, a
adquirente deve divulgar quaisquer informações adicionais que sejam
necessárias para cumprir esses objectivos.

DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO


Data de eficácia
64. Esta IFRS deve ser aplicada prospectivamente a concentrações de
actividades empresariais cujas datas de aquisição sejam em ou após
o início do primeiro período de relato anual com início em ou após
1 de Julho de 2009. É permitida a aplicação mais cedo. Contudo, esta
IFRS só deve ser aplicada no início de um período de relato anual que
tenha início em ou após 30 de Junho de 2007. Se uma entidade
aplicar esta IFRS antes de 1 de Julho de 2009, ela deve divulgar
esse facto e aplicar a IAS 27 (conforme emendada pelo International
Accounting Standards Board em 2008) ao mesmo tempo.

▼M29
64.B. O documento Melhoramentos introduzidos nas IFRS emitido em Maio
de 2010 emendou os parágrafos 19, 30 e B56 e acrescentou os pará­
grafos B62A e B62B. Uma entidade deve aplicar estas emendas aos
períodos anuais com início em ou após 1 Julho 2010. É permitida a
aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar as emendas a um pe­
ríodo anterior, deve divulgar esse facto. A aplicação deve ser pros­
pectiva a contar da data em que a entidade aplicar esta IFRS pela
primeira vez.

64.C. Os parágrafos 65A–65E foram adicionados através do documento


Melhoramentos introduzidos nas IFRS emitido em Maio de 2010.
Uma entidade deve aplicar estas emendas aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Janeiro de 2011. É permitida a aplicação mais
cedo. Se uma entidade aplicar as emendas a um período anterior, deve
divulgar esse facto. As emendas devem ser aplicadas aos saldos de
retribuição contingente decorrentes de concentrações de actividades
empresariais em que a data de aquisição seja anterior à aplicação
desta IFRS, conforme emitida em 2008.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 611

▼M32
64.E. A IFRS 10, emitida em Maio de 2011, emendou os parágrafos 7, B13,
B63(e) e o Apêndice A. Uma entidade deve aplicar essas emendas
quando aplicar a IFRS 10.

▼M33
64.F. A IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor, emitido em Maio de 2011,
emendou os parágrafos 20, 29, 33 e 47, emendou a definição de justo
valor no Apêndice A e emendou os parágrafos B22, B40, B43-B46,
B49 e B64. Uma entidade deve aplicar estas emendas quando aplicar
a IFRS 13.

▼M38
64.G. O documento Entidades de Investimento (Emendas à IFRS 10, à IFRS
12 e à IAS 27), emitido em outubro de 2012, emendou o parágrafo 7
e inseriu o parágrafo 2A. Uma entidade deve aplicar estas emendas
em relação aos períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de
2014. É permitida a aplicação antecipada do documento Entidades de
Investimento. Se uma entidade aplicar as emendas antecipadamente,
deve também aplicar todas as emendas incluídas em Entidades de
Investimento ao mesmo tempo.

▼M12
Transição
65. Os activos e passivos que tenham surgido de concentrações de acti­
vidades empresariais cujas datas de aquisição antecederam a aplicação
desta IFRS não devem ser ajustados com a aplicação desta IFRS.

▼M29
65.A. Os saldos de retribuição contingente decorrentes de concentrações de
actividades empresariais em que a data de aquisição seja anterior à
data em que uma entidade aplicou pela primeira vez esta IFRS, con­
forme emitida em 2008, não devem ser ajustados quando esta IFRS
for aplicada pela primeira vez. Os parágrafos 65B–65E devem ser
aplicados na contabilização subsequente desses saldos. Os parágrafos
65B–65E não devem ser aplicados na contabilização dos saldos de
retribuição contingente decorrentes de concentrações de actividades
empresariais em que a data de aquisição seja igual ou posterior à
data em que a entidade aplicou pela primeira vez esta IFRS, conforme
emitida em 2008. Nos parágrafos 65B–65E, a expressão «concentra­
ção de actividades empresariais» refere-se exclusivamente às concen­
trações de actividades empresariais em que a data de aquisição seja
anterior à data em que começou a ser aplicada a presente IFRS,
conforme emitida em 2008.

65.B. Quando um acordo de concentração de actividades empresariais previr


um ajustamento no custo da concentração dependente de acontecimen­
tos futuros, a adquirente deve incluir a quantia desse ajustamento no
custo da concentração de actividades empresariais à data da aquisição
se o ajustamento for provável e puder ser mensurado com fiabilidade.

65.C. Um acordo de concentração de actividades empresariais poderá per­


mitir ajustamentos no custo da concentração que estejam dependentes
de um ou mais acontecimentos futuros. O ajustamento poderá, por
exemplo, estar dependente da manutenção ou da obtenção em perío­
dos futuros de um determinado nível de lucro, ou da manutenção do
preço de mercado dos instrumentos emitidos. É normalmente possível
estimar a quantia desse ajustamento no momento da contabilização
inicial da concentração sem que a fiabilidade da informação seja
afectada, apesar de existir alguma incerteza. Se os referidos aconteci­
mentos não ocorrerem ou se a estimativa tiver de ser revista, o custo
da concentração de actividades empresariais deve ser ajustado em
conformidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 612

▼M29
65.D. Contudo, quando um acordo de concentração de actividades empre­
sariais proporcionar tal ajustamento, esse ajustamento não é incluído
no custo da concentração no momento da sua contabilização inicial se
não for provável ou não puder ser mensurado com fiabilidade. Se esse
ajustamento se tornar posteriormente provável e puder ser mensurado
com fiabilidade, a retribuição adicional deve ser tratada como um
ajustamento do custo da concentração.

65.E. Em algumas circunstâncias, poderá ser exigido à adquirente que faça


um pagamento posterior à vendedora como compensação por uma
redução no valor dos activos cedidos, instrumentos de capital próprio
emitidos ou passivos incorridos ou assumidos pela adquirente em
troca do controlo da adquirida. É este o caso, por exemplo, quando
a adquirente garante o preço de mercado dos instrumentos de capital
próprio ou de dívida emitidos como parte do custo da concentração de
actividades empresariais e se vê obrigada a emitir mais instrumentos
de capital próprio ou de dívida para repor o custo inicialmente deter­
minado. Nestes casos, não é reconhecido qualquer aumento no custo
da concentração de actividades empresariais. No caso dos instrumen­
tos de capital próprio, o justo valor do pagamento adicional é com­
pensado por uma redução de igual quantia no valor atribuído aos
instrumentos inicialmente emitidos. No caso de instrumentos de dívi­
da, o pagamento adicional é considerado como uma redução do pré­
mio ou um aumento do desconto da emissão inicial.

▼M12
66. Uma entidade, como por exemplo uma entidade mútua, que ainda não
tenha aplicado a IFRS 3 e que tinha uma ou mais concentrações de
actividades empresariais que foram contabilizadas usando o método de
compra deve aplicar as disposições de transição dos parágrafos B68 e
B69.

Impostos sobre o rendimento


67. Para concentrações de actividades empresariais em que a data de
aquisição foi anterior à aplicação desta IFRS, a adquirente deve apli­
car os requisitos do parágrafo 68 da IAS 12, conforme emendado por
esta IFRS, prospectivamente. Isto é, a adquirente não deve ajustar a
contabilização de concentrações de actividades empresariais anteriores
para ter em conta alterações previamente reconhecidas em activos por
impostos diferidos reconhecidos. Contudo, a partir da data em que
esta IFRS for aplicada, a adquirente deve reconhecer, como ajusta­
mento nos lucros ou prejuízos (ou, se a IAS 12 o exigir, fora dos
lucros ou prejuízos), alterações em activos por impostos diferidos
reconhecidos.

RETIRADA DA IFRS 3 (2004)


68. Esta IFRS substitui a IFRS 3 Concentrações de Actividades Empre­
sariais (tal como emitida em 2004).

Apêndice A
Termos definidos

Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.

adquirida A actividade empresarial ou actividades em­


presariais sobre as quais a adquirente ob­
tém o controlo numa concentração de ac­
tividades empresariais.

adquirente A entidade que obtém o controlo da adqui­


rida.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 613

▼M12
data de aquisição A data em que a adquirente obtém o con­
trolo sobre a adquirida.

actividade empresarial Um conjunto integrado de actividades e ac­


tivos que pode ser dirigido e gerido com a
finalidade de proporcionar um retorno, na
forma de dividendos, custos reduzidos ou
outros benefícios económicos, directamente
aos investidores ou outros proprietários,
membros ou participantes.

concentração de actividades Uma transacção ou outro acontecimento em


empresariais que uma adquirente obtém o controlo sobre
uma ou mais actividades empresariais. As
transacções por vezes referidas como «ver­
dadeiras fusões» ou «fusões de iguais» são
também concentrações de actividades em­
presariais na acepção do termo utilizada
nesta IFRS.

retribuição contingente Normalmente, uma obrigação da adqui­


rente de transferir activos ou interesses de
capital próprio adicionais aos
ex-proprietários de uma adquirida como
parte da troca pelo controlo da adquirida
se ocorrerem acontecimentos futuros especi­
ficados ou se se verificarem condições espe­
cificadas. Porém, uma retribuição contin­
gente também pode conferir à adquirente
o direito ao retorno de uma retribuição pre­
viamente transferida se as condições especi­
ficadas se verificarem.

▼M32
__________

▼M12
interesses de capital próprio Para a finalidade desta IFRS, o termo inte­
resses de capital próprio é utilizado com o
sentido lato de interesses de propriedade de
entidades detidas pelos investidores e inte­
resses de proprietários, membros ou partici­
pantes de entidades mútuas.

▼M33
justo valor é o preço que seria recebido pela venda de
um activo ou pago pela transferência de um
passivo numa transacção ordenada entre par­
ticipantes no mercado à data da mensuração.
(Ver IFRS 13)

goodwill Um activo que representa os benefícios eco­


nómicos futuros resultantes de outros acti­
vos adquiridos numa concentração de acti­
vidades empresariais que não sejam indi­
vidualmente identificados nem separada­
mente reconhecidos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 614

▼M12
identificável Um activo é identificável se:

a) for separável, i.e., capaz de ser separado


ou dividido da entidade e vendido, trans­
ferido, licenciado, alugado ou trocado,
seja individualmente ou em conjunto
com um contrato relacionado, um activo
ou um passivo identificável, independen­
temente da intenção da entidade de o
fazer; ou

b) resultar de direitos contratuais ou de ou­


tros direitos legais, quer esses direitos
sejam transferíveis quer sejam separáveis
da entidade ou de outros direitos e obri­
gações.

activo intangível Um activo não monetário identificável sem


substância física.

entidade mútua Uma entidade, que não seja uma entidade


detida pelo investidor, que proporciona di­
videndos, custos mais baixos ou outros be­
nefícios económicos directamente aos seus
proprietários, membros ou participantes.
Por exemplo, uma mútua de seguros, uma
cooperativa de crédito e uma entidade coo­
perativa são todas entidades mútuas.

interesse que não controla O capital próprio numa subsidiária não atri­
buível, directa ou indirectamente, a uma
empresa-mãe.

proprietários Para as finalidades desta IFRS, o termo pro­


prietários é utilizado com o sentido lato de
modo a incluir detentores de interesses de
capital próprio de entidades detidas pelos
investidores e proprietários, membros ou
participantes de entidades mútuas.

Apêndice B
Guia de aplicação

Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.

CONCENTRAÇÕES DE ACTIVIDADES EMPRESARIAIS DE EN­


TIDADES SOB CONTROLO COMUM [APLICAÇÃO DO PARÁ­
GRAFO 2(c)]
B1 Esta IFRS não se aplica a uma concentração de actividades empresa­
riais de entidades ou actividades empresariais sob controlo comum.
Uma concentração de actividades empresariais que envolva entidades
ou actividades empresariais sob controlo comum é uma concentração
de actividades empresariais em que todas as entidades ou actividades
empresariais que se concentram são em última análise controladas
pela mesma parte ou partes tanto antes como após a concentração
de actividades empresariais, sendo que esse controlo não é transitório.
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▼M12
B2 Deve considerar-se um grupo de indivíduos como estando a controlar
uma entidade quando, como resultado de acordos contratuais, tiver
colectivamente o poder de gerir as suas políticas financeiras e opera­
cionais de forma a obter benefícios das suas actividades. Portanto,
uma concentração de actividades empresariais está fora do âmbito
desta IFRS quando o mesmo grupo de indivíduos tiver, como resul­
tado de acordos contratuais, o poder colectivo final de gerir as polí­
ticas financeiras e operacionais de cada uma das entidades que se
concentram por forma a obter benefícios das suas actividades, e
esse poder colectivo final não for transitório.

B3 Uma entidade pode ser controlada por um indivíduo, ou por um grupo


de indivíduos a agir em conjunto segundo um acordo contratual, e
esse indivíduo ou grupo de indivíduos pode não estar sujeito aos
requisitos de relato financeiro das IFRS. Por isso, não é necessário
que as entidades que se concentram estejam incluídas nas mesmas
demonstrações financeiras consolidadas de uma concentração de acti­
vidades empresariais para serem vistas como entidades concentradas
que envolvem entidades sob controlo comum.

B4 A extensão dos interesses que não controlam em cada uma das enti­
dades que se concentram antes e após a concentração de actividades
empresariais não é relevante para determinar se a concentração en­
volve entidades sob controlo comum. De forma semelhante, o facto de
uma das entidades que se concentram ser uma subsidiária que tenha
sido excluída das demonstrações financeiras consolidadas não é rele­
vante para determinar se a concentração envolve entidades sob con­
trolo comum.

IDENTIFICAR UMA CONCENTRAÇÃO DE ACTIVIDADES EM­


PRESARIAIS (APLICAÇÃO DO PARÁGRAFO 3)
B5 Esta IFRS define uma concentração de actividades empresariais como
uma transacção ou outro acontecimento em que uma adquirente obtém
o controlo sobre uma ou mais actividades empresariais. Uma adqui­
rente poderá obter o controlo de uma adquirida de uma variedade de
formas, por exemplo:

a) transferindo caixa, equivalentes de caixa ou outros activos (in­


cluindo activos líquidos que constituam uma actividade empresa­
rial);

b) incorrendo em passivos;

c) emitindo interesses de capital próprio;

d) proporcionando mais de um tipo de retribuição; ou

e) sem transferir retribuição, incluindo apenas por contrato (ver pará­


grafo 43).

B6 Uma concentração de actividades empresariais pode ser estruturada


numa variedade de formas por razões legais, fiscais ou outras, as quais
incluem, entre outras:

a) uma ou mais actividades empresariais tornam-se subsidiárias de


uma adquirente ou os activos líquidos de uma ou mais actividades
empresariais são legalmente fundidos na adquirente;

b) uma entidade que se concentra transfere os seus activos líquidos,


ou os seus proprietários transferem os seus interesses de capital
próprio, para outra entidade que se concentra ou para os seus
proprietários;
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▼M12
c) todas as entidades que se concentram transferem os seus activos
líquidos, ou os proprietários dessas entidades transferem os seus
interesses de capital próprio, para uma entidade recém-formada
(por vezes referida como uma transacção roll-up ou put-together);
ou

d) um grupo de ex-proprietários de uma das entidades que se concen­


tram obtém o controlo da entidade concentrada.

DEFINIÇÃO DE UMA ACTIVIDADE EMPRESARIAL (APLICA­


ÇÃO DO PARÁGRAFO 3)
B7 Uma actividade empresarial consiste em inputs e processos aplicados
a esses inputs com capacidade para criar produções. Embora as acti­
vidades empresariais tenham geralmente produções, estas não são
exigidas para um conjunto integrado se qualificar como actividade
empresarial. Os três elementos de uma actividade empresarial são
definidos do seguinte modo:

a) Input: Qualquer recurso económico que cria, ou tem capacidade


para criar, produções quando lhe seja aplicado um ou mais pro­
cessos. Exemplos incluem activos não correntes (incluindo activos
intangíveis ou direitos de utilizar activos não correntes), proprie­
dade intelectual, a capacidade para obter acesso a materiais neces­
sários ou a direitos e empregados.

b) Processo: Qualquer sistema, norma, protocolo, convenção ou regra


que, quando aplicado a um input ou inputs, cria ou tem a capaci­
dade para criar produções. Exemplos incluem processos de gestão
estratégicos, processos operacionais e processos de gestão de re­
cursos. Estes processos estão normalmente documentados, mas
uma força de trabalho organizada com as competências e a expe­
riência necessárias e que obedeça a regras e convenções poderá
proporcionar os processos necessários que possam ser aplicados a
inputs para criar produções. (Os sistemas de contabilidade, factu­
ração, folha de remunerações e outros sistemas administrativos não
são normalmente processos usados para criar produções.)

c) Produção: O resultado de inputs e de processos aplicados a esses


inputs que proporciona ou tem a capacidade para proporcionar um
retorno, na forma de dividendos, custos reduzidos ou outros bene­
fícios económicos, directamente aos investidores ou outros proprie­
tários, membros ou participantes.

B8 Para poder ser dirigido e gerido para as finalidades definidas, um


conjunto integrado de actividades e activos requer dois elementos
essenciais—inputs e processos aplicados a esses inputs, que, em con­
junto, são ou serão usados para criar produções. Contudo, uma acti­
vidade empresarial não tem de incluir todos os inputs ou processos
que o vendedor usou ao operar essa actividade empresarial se os
participantes de mercado forem capazes de adquirir a actividade em­
presarial e de continuar a produzir o processo produtivo, por exemplo,
integrando a actividade empresarial com os seus próprios inputs e
processos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 617

▼M12
B9 A natureza dos elementos de uma actividade empresarial varia por
sector e pela estrutura das operações (actividades) de uma entidade,
incluindo a fase de desenvolvimento da entidade. Muitas vezes, as
actividades empresariais estabelecidas têm diversos tipos de inputs,
processos e produções, ao passo que as novas actividades empresariais
têm muitas vezes poucos inputs e processos e, por vezes, apenas uma
única produção (produto). Quase todas as actividades empresariais
também têm passivos, mas uma actividade empresarial não tem de
ter passivos.

B10 Um conjunto integrado de actividades e activos na fase de desenvolvi­


mento poderá não ter produções. Se não as tiver, a adquirente deve
considerar outros factores para determinar se o conjunto é uma activi­
dade empresarial. Esses factores incluem, entre outros, se o conjunto:

a) já começou actividades principais planeadas;

b) dispõe de empregados, propriedade intelectual e outros inputs e


processos que poderiam ser aplicados a esses inputs;

c) está a executar um plano para produzir produções; e

d) poderá obter acesso aos clientes que irão comprar as produções.

Nem todos esses factores precisam de estar presentes para um deter­


minado conjunto integrado de actividades e activos na fase de desen­
volvimento para se qualificarem como actividade empresarial.

B11 Determinar se um conjunto específico de activos e actividades é uma


actividade empresarial deve ter como base o facto de o conjunto
integrado ser ou não capaz de ser dirigido e gerido como uma acti­
vidade empresarial por um participante de mercado. Deste modo, ao
avaliar se um conjunto específico é uma actividade empresarial, não é
relevante se o vendedor operou o conjunto como uma actividade
empresarial ou se a adquirente tenciona operar o conjunto como
uma actividade empresarial.

B12 Na ausência de evidência em contrário, um conjunto específico de


activos e actividades no qual esteja presente goodwill deve ser pre­
sumido como uma actividade empresarial. Contudo, uma actividade
empresarial não tem de ter goodwill.

IDENTIFICAR A ADQUIRENTE (APLICAÇÃO DOS PARÁGRA­


FOS 6 E 7)
▼M32
B13 As orientações da IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas
devem ser utilizadas para identificar a adquirente, ou seja, a entidade
que obtém o controlo da adquirida. Se tiver ocorrido uma concen­
tração de actividades empresariais mas a aplicação das orientações da
IFRS 10 não indicar claramente qual das entidades concentradas é a
adquirente, os factores referidos nos parágrafos B14-B18 devem ser
considerados nessa determinação.

▼M12
B14 Numa concentração de actividades empresariais que se torne efectiva
principalmente ao transferir caixa ou outros activos ou ao incorrer em
passivos, a adquirente é normalmente a entidade que transfere a caixa
ou outros activos ou que incorre em passivos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 618

▼M12
B15 Numa concentração de actividades empresariais que se torne efectiva
principalmente pela troca de interesses de capital próprio, a adquirente
é normalmente a entidade que emite os seus interesses de capital
próprio. Porém, nalgumas concentrações de actividades empresariais,
comummente chamadas «aquisições inversas», a entidade emitente é a
adquirida. Os parágrafos B19-B27 proporcionam orientação sobre a
contabilização de aquisições inversas. Outros factos e circunstâncias
pertinentes também devem ser considerados ao identificar a adquirente
numa concentração de actividades empresariais que se torne efectiva
pela troca de interesses de capital próprio, incluindo:

a) os direitos de voto relativos na entidade concentrada após a con­


centração de actividades empresariais—A adquirente é normal­
mente a entidade que se concentra cujos proprietários como um
grupo retêm ou recebem a maior porção dos direitos de voto na
entidade concentrada. Ao determinar qual o grupo de proprietários
que retém ou recebe a maior porção dos direitos de voto, uma
entidade deve considerar a existência de quaisquer acordos de
voto invulgares ou especiais, bem como opções, warrants ou va­
lores mobiliários convertíveis.

b) a existência de um grande interesse de voto minoritário na enti­


dade concentrada, se nenhum outro proprietário ou grupo orga­
nizado de proprietários tiver um interesse de voto significativo—A
adquirente é normalmente a entidade que se concentra cujo único
proprietário ou grupo organizado de proprietários detém o maior
interesse de voto minoritário na entidade concentrada.

c) a composição do órgão de gestão da entidade concentrada—A


adquirente é normalmente a entidade que se concentra cujos pro­
prietários têm a capacidade para eleger ou nomear ou para remover
uma maioria dos membros do órgão de gestão da entidade concen­
trada.

d) a composição da gerência sénior da entidade concentrada—A


adquirente é normalmente a entidade que se concentra cuja (ex-)
gerência domina a gerência da entidade concentrada.

e) os termos da troca de interesses de capital próprio—A adquirente


é normalmente a entidade que se concentra que paga um prémio
sobre o justo valor pré-concentração dos interesses de capital pró­
prio da(s) outra(s) entidade(s) que se concentra(m).

B16 A adquirente é normalmente a entidade que se concentra cuja dimen­


são relativa (mensurada, por exemplo, em termos de activos, rédito ou
lucro) é significativamente superior à da(s) outra(s) entidade(s) que se
concentra(m).

B17 Numa concentração de actividades empresariais que envolva mais de


duas entidades, determinar a adquirente deve incluir a consideração
de, entre outras coisas, quais as entidades que se concentram que
iniciaram a concentração, bem como a dimensão relativa das entidades
que se concentram.

B18 Uma nova entidade constituída para efectivar uma concentração de


actividades empresariais não é necessariamente a adquirente. Se uma
nova entidade for constituída para emitir interesses de capital próprio
para efectivar uma concentração de actividades empresariais, uma das
entidades que se concentram que existiam antes da concentração deve
ser identificada como a adquirente pela aplicação da orientação pro­
porcionada nos parágrafos B13–B17. Por contraste, uma nova enti­
dade que transfira dinheiro ou outros activos ou que incorra em pas­
sivos como retribuição poderá ser a adquirente.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 619

▼M12
AQUISIÇÕES INVERSAS
B19 Uma aquisição inversa ocorre quando a entidade que emite valores
mobiliários (a adquirente legal) for identificada como a adquirida para
finalidades contabilísticas com base na orientação proporcionada nos
parágrafos B13–B18. A entidade cujos interesses de capital próprio
são adquiridos (a adquirida legal) tem de ser a adquirente para fina­
lidades contabilísticas para a transacção ser considerada uma aquisição
inversa. Por exemplo, por vezes ocorrem aquisições inversas quando
uma entidade operacional privada se quer tornar uma entidade pública
mas não quer registar as suas acções de capital próprio. Para tal, a
entidade privada celebra um acordo com uma entidade pública para
esta adquirir os seus interesses de capital próprio em troca dos inte­
resses de capital próprio da entidade pública. Neste exemplo, a enti­
dade pública é a adquirente legal porque emitiu os seus interesses de
capital próprio, e a entidade privada é a adquirida legal porque os
seus interesses de capital próprio foram adquiridos. Contudo, a apli­
cação da orientação proporcionada nos parágrafos B13–B18 resulta na
identificação:

a) da entidade pública como a adquirida para finalidades contabilís­


ticas (a adquirida contabilística); e

b) da entidade privada como a adquirente para finalidades contabi­


lísticas (a adquirente contabilística).

A adquirida contabilística tem de cumprir a definição de actividade


empresarial para que a transacção seja contabilizada como aquisição
inversa, e deve aplicar-se todos os princípios de reconhecimento e
mensuração nesta IFRS, incluindo o requisito de reconhecer goodwill.

Mensurar a retribuição transferida


B20 Numa aquisição inversa, a adquirente contabilística normalmente não
emite qualquer retribuição para a adquirida. Em vez disso, a adquirida
contabilística normalmente emite as suas acções de capital próprio
para os proprietários da adquirente contabilística. Em conformidade,
o justo valor à data de aquisição da retribuição transferida pela ad­
quirente contabilística pelo seu interesse na adquirida contabilística
baseia-se no número de interesses de capital próprio que a subsidiária
legal teria tido de emitir para dar aos proprietários da empresa-mãe
legal a mesma percentagem de interesse de capital próprio na entidade
concentrada que resulta da aquisição inversa. O justo valor do número
de interesses de capital próprio calculado dessa forma pode ser usado
como o justo valor da retribuição transferida em troca da adquirida.

Preparação e apresentação de demonstrações financeiras consoli­


dadas
B21 As demonstrações financeiras consolidadas preparadas na sequência
de uma aquisição inversa são emitidas sob o nome da empresa-mãe
legal (adquirida contabilística), mas descritas nas notas como conti­
nuação das demonstrações financeiras da subsidiária legal (adquirente
contabilística), com um ajustamento, que consiste em ajustar retro­
activamente o capital legal da adquirente contabilística de modo a
reflectir o capital legal da adquirida contabilística. Esse ajustamento
é exigido para reflectir o capital da empresa-mãe legal (a adquirida
contabilística). A informação comparativa apresentadas nessas de­
monstrações financeiras consolidadas também é retroactivamente ajus­
tada de modo a reflectir o capital legal da empresa-mãe legal (adqui­
rida contabilística).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 620

▼M33
B22 Dado que as demonstrações financeiras consolidadas representam a
continuação das demonstrações financeiras da subsidiária legal ex­
cepto no que respeita à sua estrutura de capital, as demonstrações
financeiras consolidadas reflectem:

▼M12
a) os activos e passivos da subsidiária legal (a adquirente contabilís­
tica) reconhecidos e mensurados pelas suas quantias escrituradas
anteriores à concentração.

b) os activos e passivos da empresa-mãe legal (a adquirida contabi­


lística) reconhecidos e mensurados em conformidade com esta
IFRS.

c) os resultados retidos e outros saldos de capital próprio da subsi­


diária legal (adquirente contabilística) antes da concentração de
actividades empresariais.

►M33 d) a quantia reconhecida como interesses de capital próprio


emitidos nas demonstrações financeiras consolidadas determinada
adicionando o interesse de capital próprio emitido da subsidiária
legal (a adquirente contabilística) em circulação imediatamente
antes da concentração de actividades empresariais ao justo valor
da empresa-mãe legal (adquirida contabilística). ◄ Contudo, a
estrutura de capital próprio (i.e., o número e o tipo de interesses
de capital próprio emitidos) reflecte a estrutura de capital próprio
da empresa-mãe legal (a adquirida contabilística), incluindo os
interesses de capital próprio emitidos pela empresa-mãe legal
para efectuar a concentração. Em conformidade, a estrutura de
capital próprio da subsidiária legal (a adquirente contabilística) é
reexpressa usando o rácio de troca estabelecido no acordo de
aquisição para reflectir o número de acções da empresa-mãe legal
(a adquirida contabilística) emitidas na aquisição inversa.

e) a parte proporcional do interesse que não controla das quantias


escrituradas pré-concentração da subsidiária legal (adquirente con­
tabilística) de resultados retidos e outros interesses de capital pró­
prio conforme descrito nos parágrafos B23 e B24.

Interesse que não controla


B23 Numa aquisição inversa, alguns dos proprietários da adquirida legal (a
adquirente contabilística) poderão não trocar os seus interesses de
capital próprio por interesses de capital próprio da empresa-mãe legal
(a adquirida contabilística). Esses proprietários são tratados como um
interesse que não controla nas demonstrações financeiras consolidadas
após a aquisição inversa. Isto deve-se ao facto de os proprietários da
adquirida legal que não trocam os seus interesses de capital próprio
por interesses de capital próprio da adquirente legal terem um inte­
resse apenas nos resultados e activos líquidos da adquirida legal, e não
nos resultados e activos líquidos da entidade concentrada. Inversamen­
te, mesmo que a adquirente legal seja a adquirida para finalidades
contabilísticas, os proprietários da adquirente legal têm um interesse
nos resultados e activos líquidos da entidade concentrada.

B24 Os activos e passivos da adquirida legal devem ser mensurados e


reconhecidos nas demonstrações financeiras consolidadas pelas suas
quantias escrituradas anteriores à concentração (ver parágrafo B22(a)).
Portanto, numa aquisição inversa, o interesse que não controla reflecte
o interesse proporcional dos accionistas que não controlam nas quan­
tias escrituradas pré-concentração dos activos líquidos da adquirida
legal mesmo que os interesses que não controlam noutras aquisições
sejam mensurados pelo seu justo valor à data de aquisição.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 621

▼M12
Resultados por acção
B25 Tal como indicado no parágrafo B22(d), a estrutura de capital próprio
que aparece nas demonstrações financeiras consolidadas na sequência
de uma aquisição inversa reflecte a estrutura de capital próprio da
adquirente legal (a adquirida contabilística), incluindo os interesses
de capital próprio emitidos pela adquirente legal para efectuar a con­
centração de actividades empresariais.

B26 Ao calcular o número médio ponderado de acções ordinárias em


circulação (o denominador do cálculo dos resultados por acção) du­
rante o período em que a aquisição inversa ocorre:

a) o número de acções ordinárias em circulação desde o início desse


período até à data de aquisição deve ser calculado com base no
número médio ponderado de acções ordinárias da adquirida legal
(adquirente contabilística) em circulação durante o período multi­
plicado pelo rácio de troca estabelecido no acordo de fusão; e

b) o número de acções ordinárias em circulação desde a data de


aquisição até ao final desse período será o número real de acções
ordinárias da adquirente legal (a adquirida contabilística) em cir­
culação durante esse período.

B27 Os resultados por acção básicos de cada período comparativo antes da


data de aquisição apresentados nas demonstrações financeiras conso­
lidadas na sequência de uma aquisição inversa devem ser calculados
dividindo:

a) os lucros ou prejuízos da adquirida legal atribuíveis a accionistas


ordinários em cada um desses períodos pelo

b) número médio ponderado histórico de acções ordinárias em circu­


lação da adquirida legal multiplicado pelo rácio de troca estabele­
cido no acordo de aquisição.

RECONHECER ACTIVOS ADQUIRIDOS E PASSIVOS ASSUMI­


DOS ESPECÍFICOS (APLICAÇÃO DOS PARÁGRAFOS 10–13)

Locações operacionais
B28 A adquirente não deve reconhecer quaisquer activos ou passivos re­
lacionados com uma locação operacional em que a adquirida é o
locatário, excepto conforme exigido pelos parágrafos B29 e B30.

B29 A adquirente deve determinar se os termos de cada locação operacio­


nal em que a adquirida é o locatário são favoráveis ou desfavoráveis.
A adquirente deve reconhecer um activo intangível se os termos de
uma locação operacional forem favoráveis relativamente aos termos de
mercado e um passivo se os termos forem desfavoráveis relativamente
aos termos de mercado. O parágrafo B42 proporciona orientação sobre
a mensuração do justo valor à data de aquisição dos activos sujeitos a
locações operacionais em que a adquirida é o locador.

B30 Um activo intangível identificável pode estar associado a uma locação


operacional, o que pode ser evidenciado pela vontade dos participan­
tes de mercado de pagar um preço pela locação mesmo que seja nos
termos de mercado. Por exemplo, uma locação de portas num aero­
porto ou de espaço de retalho numa zona de compras privilegiada
poderá proporcionar a entrada num mercado ou outros benefícios
económicos futuros que se qualificam como activos intangíveis iden­
tificáveis, por exemplo, uma relação com um cliente. Nessa situação,
a adquirente deve reconhecer o(s) activo(s) intangível(eis) identificá­
vel(eis) associado(s) em conformidade com o parágrafo B31.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 622

▼M12
Activos intangíveis
B31 A adquirente deve reconhecer, separadamente do goodwill, os activos
intangíveis identificáveis adquiridos numa concentração de actividades
empresariais. Um activo intangível é identificável se cumprir ou o
critério da separabilidade ou o critério contratual-legal.

B32 Um activo intangível que cumpra o critério contratual-legal é identi­


ficável mesmo que o activo não seja transferível ou separável da
adquirida ou de outros direitos e obrigações. Por exemplo:

a) uma adquirida faz a locação de umas instalações de produção nos


termos de uma locação operacional que tem termos favoráveis
relativamente aos termos de mercado. Os termos da locação proí­
bem explicitamente a transferência da locação (através de venda ou
sublocação). A quantia pela qual os termos da locação são favo­
ráveis em comparação com os termos de transacções de mercado
correntes para os mesmos itens ou itens semelhantes é um activo
intangível que cumpre o critério contratual-legal para o reconheci­
mento separadamente do goodwill, mesmo que a adquirente não
possa vender ou de outro modo transferir o contrato de locação.

b) uma adquirida é proprietária e opera uma central de energia nu­


clear. A licença para operar a central de energia é um activo
intangível que cumpre o critério contratual-legal para o reconheci­
mento separadamente do goodwill, mesmo que a adquirente não o
possa vender nem transferir separadamente da central de energia
adquirida. Uma adquirente poderá reconhecer o justo valor da
licença de funcionamento e o justo valor da central de energia
como um único activo para finalidades de relato financeiro se as
vidas úteis desses activos forem semelhantes.

c) uma adquirida é proprietária de uma patente de tecnologia. Licen­


ciou essa patente a outros para o seu uso exclusivo fora do mer­
cado doméstico, recebendo em troca uma percentagem especificada
de rédito estrangeiro futuro. Tanto a patente de tecnologia como o
respectivo contrato de licença cumprem o critério contratual-legal
para o reconhecimento separadamente do goodwill, mesmo que a
venda ou a troca da patente e respectivo contrato de licença sepa­
radamente um do outro não fosse praticável.

B33 O critério de separabilidade significa que um activo intangível adqui­


rido é capaz de ser separado ou dividido da adquirida e vendido,
transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja individualmente ou
em conjunto com um contrato, activo identificável ou passivo relacio­
nados. Um activo intangível que a adquirente teria capacidade para
vender, licenciar ou de outro modo trocar por outra coisa de valor
cumpre o critério da separabilidade mesmo se a adquirente não o
pretender vender, licenciar ou de outro modo trocar. Um activo in­
tangível adquirido cumpre o critério da separabilidade se houver pro­
vas de transacções de troca para esse tipo de activo ou para um activo
de tipo semelhante, mesmo que essas transacções não sejam frequen­
tes e independentemente de a adquirente estar ou não envolvida nes­
sas transacções. Por exemplo, as listas de clientes e de assinantes são
frequentemente licenciadas, pelo que cumprem o critério da separabi­
lidade. Mesmo que uma adquirida acredite que as suas listas de
clientes têm características diferentes de outras listas de clientes, o
facto de que as listas de clientes são frequentemente licenciadas
quer geralmente dizer que a lista de clientes adquirida cumpre o
critério da separabilidade. Contudo, uma lista de clientes adquirida
numa concentração de actividades empresariais não cumpriria o crité­
rio da separabilidade se os termos de confidencialidade ou outros
acordos proibirem uma entidade de vender, locar ou de outro modo
trocar informações sobre os seus clientes.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 623

▼M12
B34 Um activo intangível que não seja individualmente separável da ad­
quirida ou da entidade concentrada cumpre o critério da separabilidade
se for separável em combinação com um contrato, activo identificável
ou passivo relacionados. Por exemplo:

a) os participantes de mercado trocam passivos de depósito e respec­


tivos activos intangíveis de relação com o depositante em transac­
ções de troca observáveis. Portanto, a adquirente deve reconhecer
o activo intangível de relação com o depositante separadamente do
goodwill.

b) uma adquirida é proprietária de uma marca comercial registada e


de conhecimentos técnicos documentados mas sem patente usados
para fabricar o produto de marca comercial. Para transferir a pro­
priedade de uma marca comercial, o proprietário também está
obrigado a transferir tudo o mais que seja necessário para o
novo proprietário poder produzir um produto ou serviço indistin­
guível daquele produzido pelo ex-proprietário. Dado que os co­
nhecimentos técnicos sem patente têm de ser separados da adqui­
rida ou da entidade concentrada e vendidos se a correspondente
marca comercial for vendida, cumpre o critério da separabilidade.

Direitos readquiridos
B35 Como parte de uma concentração de actividades empresariais, uma
adquirente poderá readquirir um direito que tenha previamente conce­
dido à adquirida de usar um ou mais dos activos reconhecidos ou não
reconhecidos da adquirente. Exemplos desses direitos incluem o di­
reito de usar o nome comercial da adquirente nos termos de um
contrato de franquia ou o direito de usar a tecnologia da adquirente
nos termos de um contrato de licença de tecnologia. Um direito read­
quirido é um activo intangível identificável que a adquirente reco­
nhece separadamente do goodwill. O parágrafo 29 proporciona orien­
tação sobre a mensuração de um direito readquirido e o parágrafo 55
proporciona orientação sobre a subsequente contabilização de um di­
reito readquirido.

B36 Se os termos do contrato que dá origem a um direito readquirido


forem favoráveis ou desfavoráveis relativamente aos termos de tran­
sacções de mercado correntes pelos mesmos itens ou itens semelhan­
tes, a adquirente deve reconhecer um ganho ou perda de liquidação. O
parágrafo B52 proporciona orientação sobre a mensuração desse ga­
nho ou perda de liquidação.

Força de trabalho reunida e outros itens que não são identificáveis


B37 A adquirente incorpora no goodwill o valor de um activo intangível
adquirido que não é identificável à data de aquisição. Por exemplo,
uma adquirente poderá atribuir valor à existência de uma força de
trabalho reunida, que corresponde a um conjunto existente de empre­
gados que permite à adquirente continuar a operar uma actividade
empresarial adquirida a partir da data de aquisição. Uma força de
trabalho reunida não representa o capital intelectual da força de traba­
lho qualificada—os conhecimentos e a experiência (muitas vezes es­
pecializados) que os empregados de uma adquirida trazem para os
seus empregos. Dado que a força de trabalho reunida não é um activo
identificável para ser reconhecido separadamente do goodwill, qual­
quer valor que lhe seja atribuído é incorporado no goodwill.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 624

▼M12
B38 A adquirente também incorpora no goodwill qualquer valor atribuído
a itens que não se qualificam como activos à data de aquisição. Por
exemplo, a adquirente poderá atribuir valor a potenciais contratos que
a adquirida esteja a negociar com potenciais novos clientes à data de
aquisição. Dado que esses potenciais contratos não são eles próprios
activos à data de aquisição, a adquirente não os reconhece separada­
mente do goodwill. A adquirente não deve reclassificar subsequente­
mente o valor desses contratos a partir do goodwill para acontecimen­
tos que ocorram após a data de aquisição. Porém, a adquirente deve
avaliar os factos e as circunstâncias envolvidos nos acontecimentos
que ocorram pouco depois da aquisição para determinar se um activo
intangível separadamente reconhecível existia à data de aquisição.

B39 Após o reconhecimento inicial, uma adquirente contabiliza activos


intangíveis adquiridos numa concentração de actividades empresariais
em conformidade com as disposições da IAS 38 Activos Intangíveis.
Contudo, conforme descrito no parágrafo 3 da IAS 38, a contabiliza­
ção de alguns activos intangíveis adquiridos após o reconhecimento
inicial está prescrita por outras IFRS.

►M33 B40 Os critérios da identificabilidade determinam se um activo


intangível é reconhecido separadamente do goodwill. No entanto, os
critérios não dão orientações nem limitam os pressupostos a utilizar
para a mensuração de um activo intangível pelo justo valor. Por
exemplo, o adquirente levaria em conta os pressupostos que os par­
ticipantes no mercado considerariam ao apreçar o activo intangível,
tais como expectativas de futuras renovações contratuais, na mensu­
ração pelo justo valor. ◄ Não é necessário que as próprias renova­
ções cumpram os critérios de identificabilidade. (Porém, consulte o
parágrafo 29, que estabelece uma excepção ao princípio da mensura­
ção do justo valor para direitos readquiridos reconhecidos numa con­
centração de actividades empresariais.) Os parágrafos 36 e 37 da IAS
38 proporcionam orientação para determinar se os activos intangíveis
devem ser combinados numa única unidade de conta com outros
activos intangíveis ou tangíveis.

MENSURAR O JUSTO VALOR DE ACTIVOS IDENTIFICÁVEIS


ESPECÍFICOS E DE UM INTERESSE QUE NÃO CONTROLA
NUMA ADQUIRIDA (APLICAÇÃO DOS PARÁGRAFOS 18 E 19)

Activos com fluxos de caixa incertos (deduções de valorização)


B41 A adquirente não deve reconhecer uma dedução de valorização sepa­
rada à data de aquisição para activos adquiridos numa concentração de
actividades empresariais que sejam mensurados pelos seus justos va­
lores à data de aquisição porque os efeitos da incerteza quanto aos
fluxos de caixa futuros estão incluídos na mensuração do justo valor.
Por exemplo, dado que esta IFRS exige que a adquirente mensure
contas a receber adquiridas, incluindo empréstimos, pelos seus justos
valores à data de aquisição, a adquirente não reconhece uma dedução
de valorização separada para os fluxos de caixa contratuais que sejam
considerados incobráveis nessa data.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 625

▼M12
Activos sujeitos a locações operacionais em que a adquirida é o
locador
B42 Ao mensurar o justo valor à data de aquisição de um activo como um
edifício ou uma patente que esteja sujeito a uma locação operacional
em que a adquirida é o locador, a adquirente deve tomar em consi­
deração os termos da locação. Por outras palavras, a adquirente não
reconhece um activo ou passivo separado se os termos de uma loca­
ção operacional forem favoráveis ou desfavoráveis quando compara­
dos com os termos de mercado conforme exigido pelo parágrafo B29
para locações em que a adquirida seja o locatário.

Activos que a adquirente pretende não usar ou usar de uma


forma diferente da forma como os outros participantes de mer­
cado os usariam
▼M33
B43 Para proteger a sua posição concorrencial, ou por outros motivos, o
adquirente pode ter a intenção de não utilizar um activo não-finan­
ceiro adquirido, ou pode não ter a intenção de utilizar o activo de
acordo com a sua maior e melhor utilização. Por exemplo, poderá ser
esse o caso de um activo intangível adquirido na forma de investiga­
ção e desenvolvimento que a adquirente pretende utilizar defensiva­
mente, impedindo outros de o fazer. No entanto, a adquirente deve
mensurar o justo valor do activo não-financeiro assumindo a sua
maior e melhor utilização pelos participantes no mercado de acordo
com o pressuposto de avaliação apropriada, tanto inicialmente como
ao mensurar o justo valor menos os custos de alienação para os
subsequentes testes de imparidade.

▼M12
Interesse que não controla numa adquirida
▼M33
B44 Esta Norma permite que a adquirente mensure um interesse que não
controla na adquirida pelo seu justo valor à data de aquisição. Por
vezes, uma adquirente poderá mensurar o justo valor à data de aqui­
sição de um interesse que não controla com base num preço cotado
num mercado activo para as acções de capital próprio (ou seja, para
aquelas que não são detidas pelo adquirente). Noutras situações, po­
rém, não haverá um preço cotado num mercado activo para as acções
de capital próprio. Nessas situações a adquirente mensuraria o justo
valor do interesse que não controla utilizando outras técnicas de ava­
liação.

B45 Os justos valores por acção do interesse da adquirente na adquirida e


do interesse que não controla podem ser diferentes. A principal dife­
rença será provavelmente a inclusão de um prémio de controlo no
justo valor por acção do interesse da adquirente na adquirida ou, pelo
contrário, a inclusão de um desconto por falta de controlo (também
referido como desconto por interesse que não controla) no justo valor
por acção do interesse que não controla se os participantes no mer­
cado considerassem tal prémio ou desconto ao apreçar o interesse que
não controla.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 626

▼M12
MENSURAR O GOODWILL OU UM GANHO RESULTANTE DE
UMA COMPRA A PREÇO BAIXO

Mensurar o justo valor à data de aquisição do interesse da ad­


quirente na adquirida usando técnicas de valorização (aplicação
do parágrafo 33)
▼M33
B46 Numa concentração de actividades empresariais alcançada sem a
transferência de retribuição, a adquirente tem de substituir o justo
valor à data de aquisição do seu interesse na adquirida pelo justo
valor à data de aquisição da retribuição transferida para mensurar o
goodwill ou um ganho resultante de uma compra a preço baixo (ver
parágrafos 32-34).

▼M12
Considerações especiais ao aplicar o método de aquisição a con­
centrações de entidades mútuas (aplicação do parágrafo 33)
B47 Quando duas entidades mútuas se concentram, o justo valor dos in­
teresses de capital próprio ou dos interesses de membros na adquirida
(ou o justo valor da adquirida) pode ser mais fiavelmente mensurável
do que o justo valor dos interesses de membros transferidos pela
adquirente. Nessa situação, o parágrafo 33 exige que a adquirente
determine a quantia de goodwill usando o justo valor à data de aqui­
sição dos interesses de capital próprio da adquirida em vez do justo
valor à data de aquisição dos interesses de capital próprio da adqui­
rente transferidos como retribuição. Além disso, a adquirente numa
concentração de entidades mútuas deve reconhecer os activos líquidos
da adquirida como adição directa ao capital ou ao capital próprio na
sua demonstração da posição financeira e não como uma adição aos
resultados retidos, o que é consistente com a forma como outros tipos
de entidades aplicam o método de aquisição.

B48 Embora sejam semelhantes, em muitas formas, a outras actividades


empresariais, as entidades mútuas têm características distintas que
decorrem sobretudo do facto de os seus membros serem clientes e
proprietários ao mesmo tempo. Os membros de entidades mútuas têm,
em geral, a expectativa de receber benefícios decorrentes da sua filia­
ção, frequentemente na forma de taxas reduzidas cobradas por bens e
serviços ou dividendos de patrocínio. A parte dos dividendos de pa­
trocínio imputada a cada membro baseia-se, muitas vezes, na quanti­
dade de negócio que o membro realizou com a entidade mútua du­
rante o ano.

▼M33
B49 Uma mensuração pelo justo valor de uma entidade mútua deve incluir
os pressupostos que os participantes no mercado fariam sobre os
futuros benefícios de membros, bem como quaisquer outros pressu­
postos relevantes que os participantes no mercado fariam sobre a
entidade mútua. Por exemplo, uma técnica de valor actual poderá
ser usada para mensurar o justo valor de uma entidade mútua. Os
fluxos de caixa utilizados como dados no modelo devem basear-se
nos fluxos de caixa esperados da entidade mútua, que provavelmente
reflectirão reduções dos benefícios dos membros, tais como taxas
reduzidas cobradas por bens e serviços.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 627

▼M12
DETERMINAR O QUE FAZ PARTE DA TRANSACÇÃO DE
UMA CONCENTRAÇÃO DE ACTIVIDADES EMPRESARIAIS
(APLICAÇÃO DOS PARÁGRAFOS 51 E 52)
B50 A adquirente deve considerar os seguintes factores, os quais não são
nem mutuamente exclusivos nem individualmente conclusivos, para
determinar se uma transacção faz parte da troca pela adquirida ou se a
transacção é separada da concentração de actividades empresariais:

a) as razões da transacção—Compreender as razões pelas quais as


partes da concentração (a adquirente e a adquirida e respectivos
proprietários, directores e gestores—e respectivos agentes) celebra­
ram uma determinada transacção ou acordo poderá esclarecer se a
transacção faz parte da retribuição transferida e dos activos adqui­
ridos ou dos passivos assumidos. Por exemplo, se uma transacção
for acordada principalmente para o benefício da adquirente ou da
entidade concentrada em vez de principalmente para o benefício da
adquirida ou dos seus proprietários antes da concentração, essa
parte do preço de transacção pago (e quaisquer activos ou passivos
relacionados) terá menos probabilidades de fazer parte da troca
pela adquirida. Em conformidade, a adquirente contabilizaria essa
parte separadamente da concentração de actividades empresariais.

b) quem iniciou a transacção—Compreender quem iniciou a tran­


sacção também poderá esclarecer se ela faz parte da troca pela
adquirida. Por exemplo, uma transacção ou outro acontecimento
que seja iniciado pela adquirente poderá ser celebrado com a fi­
nalidade de proporcionar benefícios económicos futuros à adqui­
rente ou entidade concentrada com pouco ou nenhum benefício
recebido pela adquirida ou os seus proprietários antes da concen­
tração. Por outro lado, uma transacção ou acordo iniciado pela
adquirida ou os seus ex-proprietários tem menos probabilidades
de ser para o benefício da adquirente ou da entidade concentrada
e mais probabilidades de fazer parte da transacção da concentração
de actividades empresariais.

c) a tempestividade da transacção—A tempestividade da transacção


também poderá esclarecer se ela faz parte da troca pela adquirida.
Por exemplo, uma transacção entre a adquirente e a adquirida que
ocorra durante as negociações dos termos de uma concentração de
actividades empresariais poderá ter sido celebrada em contempla­
ção da concentração de actividades empresariais para proporcionar
benefícios económicos futuros à adquirente ou à entidade concen­
trada. Se assim for, a adquirida ou os seus proprietários antes da
concentração de actividades empresariais receberão provavelmente
pouco ou nenhum benefício da transacção, excepto benefícios que
recebam como parte da entidade concentrada.

Liquidação efectiva de uma relação pré-existente entre a adqui­


rente e a adquirida numa concentração de actividades empresa­
riais [aplicação do parágrafo 52(a)]
B51 A adquirente e a adquirida poderão ter uma relação que existia antes
de terem contemplado a concentração de actividades empresariais,
aqui referida como uma «relação pré-existente». Uma relação pré-
-existente entre a adquirente e a adquirida poderá ser contratual (por
exemplo, fornecedor e cliente ou licenciante e licenciado) ou não
contratual (por exemplo, queixoso e réu).

B52 Se a concentração de actividades empresariais liquidar efectivamente


uma relação pré-existente, a adquirente reconhece um ganho ou perda,
mensurado do seguinte modo:

a) para uma relação pré-existente não contratual (como uma acção


judicial), pelo justo valor.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 628

▼M12
b) para uma relação pré-existente contratual, pela valor mais baixo
das alíneas (i) e (ii):

i) a quantia pela qual o contrato é favorável ou desfavorável na


perspectiva da adquirente em comparação com os termos de
transacções de mercado correntes para os mesmos itens ou itens
semelhantes. (Um contrato desfavorável é um contrato que é
desfavorável em função dos termos de mercado correntes. Não
é necessariamente um contrato oneroso em que os custos ine­
vitáveis de satisfazer as obrigações do contrato excedem os
benefícios económicos que se esperam que sejam recebidos
ao abrigo do mesmo.)

ii) a quantia de quaisquer cláusulas de liquidação expressas no


contrato disponível para a contraparte para quem o contrato é
desfavorável.

Se a alínea (ii) for inferior à alínea (i), a diferença é incluída como


parte da contabilização da concentração de actividades empresa­
riais.

A quantia de ganho ou perda reconhecida poderá depender, em parte,


do facto de a adquirente ter ou não reconhecido previamente um
activo ou passivo relacionado, pelo que o ganho ou perda relatado
poderá diferir da quantia calculada pela aplicação dos requisitos aci­
ma.

B53 Uma relação pré-existente poderá ser um contrato que a adquirente


reconhece como um direito readquirido. Se o contrato incluir termos
que sejam favoráveis ou desfavoráveis quando comparados com os
preços de transacções de mercado correntes para os mesmos itens ou
itens semelhantes, a adquirente reconhece, separadamente da concen­
tração de actividades empresariais, um ganho ou perda pela liquidação
efectiva do contrato, mensurado em conformidade com o parágrafo
B52.

Acordos para pagamentos contingentes a empregados ou accionis­


tas vendedores [aplicação do parágrafo 52(b)]
B54 Se os acordos para pagamentos contingentes aos empregados ou ac­
cionistas vendedores são retribuição contingente na concentração de
actividades empresariais ou se são transacções separadas, depende da
natureza dos acordos. Compreender as razões pelas quais o acordo de
aquisição inclui uma disposição para pagamentos contingentes, quem
iniciou o acordo e quando é que as partes celebraram o acordo pode
ser útil para avaliar a natureza do acordo.

B55 Se não for claro se um acordo para pagamentos a empregados ou


accionistas vendedores faz parte da troca pela adquirida ou se é
uma transacção separada da concentração de actividades empresariais,
a adquirente deve considerar os seguintes indicadores:

a) Emprego contínuo—Os termos do emprego contínuo por parte dos


accionistas vendedores que se tornam empregados chave poderão
ser um indicador da substância de um acordo de retribuição con­
tingente. Os termos relevantes do emprego contínuo poderão ser
incluídos num acordo de emprego, num acordo de aquisição ou
noutro documento. Um acordo de retribuição contingente em que
os pagamentos são automaticamente recusados se o emprego ter­
minar é remuneração por serviços pós-concentração. Os acordos
em que os pagamentos contingentes não são afectados pela cessa­
ção do emprego poderão indicar que os pagamentos contingentes
são retribuição adicional em vez de remuneração.

b) Duração do emprego contínuo—Se o período de emprego obriga­


tório coincidir com ou for superior ao período de pagamentos
contingentes, esse facto poderá indicar que os pagamentos contin­
gentes são, em substância, remuneração.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 629

▼M12
c) Nível de remuneração—Situações em que a remuneração dos em­
pregados que não sejam os pagamentos contingentes está a um
nível razoável em comparação com o de outros empregados chave
na entidade concentrada poderão indicar que os pagamentos con­
tingentes são retribuição adicional em vez de remuneração.

d) Pagamentos incrementais aos empregados—Se os accionistas ven­


dedores que não se tornam empregados receberem pagamentos
contingentes mais baixos numa base por acção do que os de ac­
cionistas vendedores que se tornam empregados da entidade con­
centrada, esse facto poderá indicar que a quantia incremental dos
pagamentos contingentes aos accionistas vendedores que se tornam
empregados é remuneração.

e) Número de acções detidas—O número relativo de acções da pro­


priedade dos accionistas vendedores que permanecem empregados
chave poderá ser um indicador da substância do acordo de retri­
buição contingente. Por exemplo, se os accionistas vendedores que
detinham a propriedade de substancialmente todas as acções na
adquirida continuarem como empregados chave, esse facto poderá
indicar que o acordo é, em substância, um acordo de participação
nos lucros destinado a proporcionar remuneração por serviços pós-
-concentração. Como alternativa, se os accionistas vendedores que
continuarem como empregados chave apenas detinham a proprie­
dade de um pequeno número de acções da adquirida e todos os
accionistas vendedores receberem a mesma quantia de retribuição
contingente numa base por acção, esse facto poderá indicar que os
pagamentos contingentes são retribuição adicional. Os interesses de
propriedade pré-aquisição detidos pelas partes relacionadas com os
accionistas vendedores que continuam como empregados chave,
tais como membros da família, também devem ser considerados.

f) Ligação à valorização—Se a retribuição inicial transferida à data


de aquisição se baseia no limite inferior de um intervalo estabele­
cido na valorização da adquirida e a fórmula contingente se rela­
ciona com essa abordagem de valorização, esse facto poderá su­
gerir que os pagamentos contingentes são retribuição adicional.
Como alternativa, se a fórmula dos pagamentos contingentes for
consistente com acordos de participação nos lucros anteriores, esse
facto poderá sugerir que a substância do acordo é a de proporcio­
nar remuneração.

g) Fórmula para determinar retribuição—A fórmula usada para de­


terminar o pagamento contingente poderá ser útil na avaliação da
substância do acordo. Por exemplo, se um pagamento contingente
for determinado na base de múltiplos resultados, isso poderá su­
gerir que a obrigação é retribuição contingente na concentração de
actividades empresariais e que a fórmula se destina a estabelecer
ou a verificar o justo valor da adquirida. Por contraste, um paga­
mento contingente que seja uma percentagem especificada dos
resultados poderá sugerir que a obrigação para com empregados
é um acordo de participação nos lucros para remunerar os empre­
gados por serviços prestados.

h) Outros acordos e questões—Os termos de outros acordos com


accionistas vendedores (tais como acordos de não concorrência,
contratos executórios, contratos de consultoria e acordos de loca­
ção de propriedade) e o tratamento em termos de imposto sobre o
rendimento de pagamentos contingentes poderão indicar que os
pagamentos contingentes são atribuíveis a outra coisa que não a
retribuição pela adquirida. Por exemplo, em ligação com a aquisi­
ção, a adquirente poderá celebrar um acordo de locação de pro­
priedade com um accionista vendedor significativo. Se os paga­
mentos de locação especificados no contrato de locação estiverem
significativamente abaixo do mercado, alguns ou todos os paga­
mentos contingentes ao locador (o accionista vendedor) exigidos
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 630

▼M12
por um outro acordo separado para pagamentos contingentes po­
derão ser, em substância, pagamentos pelo uso da propriedade
locada que a adquirente deve reconhecer separadamente nas suas
demonstrações financeiras pós-concentração. Por contraste, se o
contrato de locação especificar pagamentos de locação que sejam
consistentes com os termos de mercado para a propriedade locada,
o acordo para pagamentos contingentes ao accionista vendedor
poderá ser retribuição contingente na concentração de actividades
empresariais.

Prémios de pagamento com base em acções da adquirente troca­


dos por prémios detidos pelos empregados da adquirida [aplica­
ção do parágrafo 52(b)]
▼M29
B56 Uma adquirente pode trocar os seus prémios de pagamento com base
em acções (1) (prémios de substituição) por prémios detidos por em­
pregados da adquirida. As trocas de opções sobre acções ou de outros
prémios de pagamento com base em acções no quadro de uma con­
centração de actividades empresariais são contabilizadas como modi­
ficações dos prémios de pagamento com base em acções em confor­
midade com a IFRS 2 Pagamento com Base em Acções. Se a adqui­
rente substituir os prémios da adquirida, a totalidade ou parte da
mensuração baseada no mercado dos prémios de substituição da ad­
quirente deve ser incluída na mensuração da retribuição transferida na
concentração de actividades empresariais. Os parágrafos B57–B62
proporcionam orientações quanto ao modo de afectar a mensuração
baseada no mercado.

Todavia, nas situações em que os prémios da adquirida caducariam


em resultado dessa concentração de actividades empresariais e em que
a adquirente substitui esses prémios sem que estivesse obrigada a
fazê-lo, a totalidade da mensuração baseada no mercado dos prémios
de substituição deve ser reconhecida como custo de remuneração nas
demonstrações financeiras pós-concentração em conformidade com a
IFRS 2. Por outras palavras, nenhuma parte da mensuração baseada
no mercado desses prémios deve ser incluída na mensuração da re­
tribuição transferida na concentração de actividades empresariais. A
adquirente é obrigada a substituir os prémios da adquirida se a ad­
quirida ou os seus empregados puderem impor essa substituição. Por
exemplo, para fins da aplicação desta orientação, a adquirente é ob­
rigada a substituir os prémios da adquirida se a substituição for exi­
gida:

(a) nos termos do acordo de aquisição;

(b) nos termos dos prémios da adquirida;

(c) pelas leis ou regulamentos aplicáveis.

▼M12
B57 Para determinar a parte de um prémio de substituição que faz parte da
retribuição transferida pela adquirida e a parte que é remuneração por
serviço pós-concentração, a adquirente deve mensurar tanto os pré­
mios de substituição concedidos pela adquirente como os prémios da
adquirida à data de aquisição em conformidade com a IFRS 2. A parte
da mensuração baseada no mercado do prémio de substituição que faz
parte da retribuição transferida em troca da adquirida equivale à parte
do prémio da adquirida que é atribuível a serviço pré-concentração.

(1) Nos parágrafos B56–B62, a expressão «prémios de pagamento com base em acções»
refere-se às transacções de pagamento com base em acções cujos direitos já tenham ou
não sido adquiridos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 631

▼M12
B58 A parte do prémio de substituição atribuível a serviço pré-concentra­
ção é a mensuração baseada no mercado do prémio da adquirida
multiplicada pelo rácio entre a parte do período de aquisição con­
cluído e o maior entre o período de aquisição total e o período de
aquisição original do prémio da adquirida. O período de aquisição é o
período durante o qual todas as condições de aquisição especificadas
devem ser satisfeitas. As condições de aquisição são definidas na
IFRS 2.
B59 A parte de um prémio de substituição não adquirido atribuível a
serviço pós-concentração, e portanto reconhecida como custo de re­
muneração nas demonstrações financeiras pós-concentração, equivale
à totalidade da mensuração baseada no mercado do prémio de subs­
tituição menos a quantia atribuída a serviço pré-concentração. Portan­
to, a adquirente atribui qualquer excesso da mensuração baseada no
mercado do prémio de substituição em relação à mensuração baseada
no mercado do prémio da adquirida a serviço pós-concentração e
reconhece esse excesso como custo de remuneração nas demonstra­
ções financeiras pós-concentração. A adquirente deve atribuir uma
parte de um prémio de substituição a serviço pós-concentração se
ela precisar de serviço pós-concentração, independentemente de os
empregados terem ou não prestado todo o serviço necessário para
que os seus prémios da adquirida fossem adquiridos antes da data
de aquisição.
B60 A parte de um prémio de substituição não adquirido atribuível a
serviço pré-concentração, bem como a parte atribuível a serviço
pós-concentração, devem reflectir a melhor estimativa disponível do
número de prémios de substituição que se espera que sejam adquiri­
dos. Por exemplo, se a mensuração baseada no mercado da parte de
um prémio de substituição atribuída a serviço pré-concentração for
100 UM e a adquirente esperar que apenas 95 % do prémio vai ser
adquirido, a quantia incluída na retribuição transferida na concentra­
ção de actividades empresariais corresponde a 95 UM. As alterações
no número estimado de prémios de substituição que se espera que
sejam adquiridos são reflectidas no custo de remuneração para os
períodos em que ocorram as alterações ou os confiscos e não como
ajustamentos na retribuição transferida na concentração de actividades
empresariais. De modo semelhante, os efeitos de outros acontecimen­
tos, tais como modificações ou o desfecho final de prémios com
condições de desempenho, que ocorram após a data de aquisição
são contabilizados em conformidade com a IFRS 2 na determinação
do custo de remuneração para o período em que ocorre um aconteci­
mento.
B61 Aplicam-se os mesmos requisitos para determinar as partes de um
prémio de substituição atribuíveis a serviço pré-concentração e pós-
-concentração, independentemente de um prémio de substituição ser
classificado como um passivo ou como um instrumento de capital
próprio em conformidade com as disposições da IFRS 2. Todas as
alterações na mensuração baseada no mercado de prémios classifica­
dos como passivos após a data de aquisição e nos respectivos efeitos
sobre o imposto sobre o rendimento são reconhecidas nas demons­
trações financeiras pós-concentração da adquirente no(s) período(s)
em que ocorrem as alterações.
B62 Os efeitos sobre o imposto sobre o rendimento dos prémios de subs­
tituição de pagamentos com base em acções devem ser reconhecidos
em conformidade com as disposições da IAS 12 Impostos sobre o
Rendimento.

▼M29
Transacções de pagamento com base em acções da adquirida
liquidadas com instrumentos de capital próprio
B62A A adquirida pode ter operações de pagamento com base em acções
pendentes que a adquirente não troca por transacções de pagamento
com base em acções da sua responsabilidade. Se os respectivos direi­
tos já tiverem sido adquiridos, essas transacções de pagamento com
base em acções da adquirida fazem parte do interesse que não controla
na adquirida e são mensuradas pela sua mensuração baseada no mer­
cado. Se os respectivos direitos ainda não tiverem sido adquiridos, são
mensuradas pela mensuração baseada no mercado considerando como
data de aquisição a data de atribuição, em conformidade com os
parágrafos 19 e 30.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 632

▼M29
B62B A mensuração baseada no mercado das transacções de pagamento
com base em acções cujos direitos ainda não tenham sido adquiridos
é afectada aos interesses que não controlam com base no rácio entre a
parte já decorrida do período a que se refere a transacção e o maior de
entre o período total de aquisição do direito e o período de aquisição
do direito inicialmente previsto na transacção de pagamento com base
em acções. O saldo é afectado ao serviço pós-concentração.

▼M12
OUTRAS IFRS QUE PROPORCIONAM ORIENTAÇÃO SOBRE
MENSURAÇÃO E CONTABILIZAÇÃO SUBSEQUENTES (APLI­
CAÇÃO DO PARÁGRAFO 54)
▼M32
B63 São exemplos de outras IFRS que incluem orientações sobre a men­
suração e a contabilização posterior de activos adquiridos e passivos
assumidos ou suportados numa concentração de actividades empresa­
riais:

▼M12
a) A IAS 38 prescreve a contabilização de activos intangíveis iden­
tificáveis adquiridos numa concentração de actividades empresa­
riais. A adquirente mensura o goodwill pela quantia reconhecida à
data de aquisição menos quaisquer perdas por imparidade acumu­
ladas. A IAS 36 Imparidade de Activos prescreve a contabilização
de perdas por imparidade.

b) A IFRS 4 Contratos de Seguro proporciona orientação sobre a


contabilização subsequente de um contrato de seguro adquirido
numa concentração de actividades empresariais.

c) A IAS 12 prescreve a contabilização subsequente de activos por


impostos diferidos (incluindo activos por impostos diferidos não
reconhecidos) e passivos adquiridos numa concentração de activi­
dades empresariais.

d) A IFRS 2 proporciona orientação sobre a mensuração e contabili­


zação subsequentes da parte dos prémios de substituição de paga­
mento com base em acções emitidos por uma adquirente que seja
atribuível aos futuros serviços dos empregados.

▼M32
e) A IFRS 10 proporciona orientações sobre a contabilização de al­
terações no interesse de propriedade de uma empresa-mãe numa
subsidiária após a obtenção do controlo.

▼M12
DIVULGAÇÕES (APLICAÇÃO DOS PARÁGRAFOS 59 E 61)
▼M33
B64 Para realizar o objectivo do parágrafo 59, a adquirente deve divulgar a
seguinte informação para cada concentração de actividades empresa­
riais que ocorra durante o período de relato:

▼M12
a) o nome e uma descrição da adquirida.

b) a data da aquisição.

c) a percentagem de interesses de capital próprio com direito a voto


adquiridos.

d) as principais razões para a concentração de actividades empresa­


riais e uma descrição de como a adquirente obteve o controlo da
adquirida.

e) uma descrição qualitativa dos factores que compõem o goodwill


reconhecido, tais como sinergias esperadas decorrentes da concen­
tração de unidades operacionais da adquirida e da adquirente,
activos intangíveis que não se qualificam para reconhecimento
separado ou outros factores.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 633

▼M33
f) o justo valor à data de aquisição do retribuição total transferida e
o justo valor à data de aquisição de cada uma das principais
classes de retribuição, como por exemplo:

▼M12
i) dinheiro;

ii) outros activos tangíveis ou intangíveis, incluindo uma activi­


dade empresarial ou subsidiária da adquirente;

iii) passivos incorridos, por exemplo, um passivo por retribuição


contingente; e

▼M33
iv) interesses de capital próprio da adquirente, incluindo o nú­
mero de instrumentos ou interesses emitidos ou passíveis de
emissão e o método de mensuração pelo justo valor desses
instrumentos ou interesses.

▼M12
g) para os acordos de retribuição contingente e activos de indemni­
zação:

i) a quantia reconhecida à data de aquisição;

ii) uma descrição do acordo e a base para determinar a quantia


do pagamento; e

iii) uma estimativa do intervalo de desfechos (não descontado)


ou, se não for possível estimar um intervalo, esse facto e as
razões pelas quais não é possível estimar um intervalo. Se a
quantia máxima do pagamento for ilimitada, a adquirente deve
divulgar esse facto.

h) para contas a receber adquiridas:

i) o justo valor das contas a receber;

ii) as quantias contratuais brutas a receber; e

iii) a melhor estimativa à data de aquisição dos fluxos de caixa


contratuais que não se espera que sejam cobrados.

As divulgações devem ser fornecidas por principal classe de con­


tas a receber, tais como empréstimos, locações financeiras directas
e qualquer outra classe de contas a receber.

i) as quantias reconhecidas à data de aquisição para cada principal


classe de activos adquiridos e de passivos assumidos.

j) para cada passivo contingente reconhecido em conformidade com


o parágrafo 23, as informações exigidas no parágrafo 85 da IAS
37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes. Se
um passivo contingente não for reconhecido porque o seu justo
valor não pode ser fiavelmente mensurado, a adquirente deve
divulgar:

i) as informações exigidas pelo parágrafo 86 da IAS 37; e

ii) as razões pelas quais o passivo não pode ser fiavelmente men­
surado.

k) a quantia total do goodwill que se espera que seja dedutível para


finalidades fiscais.

l) para transacções que sejam reconhecidas separadamente da aqui­


sição de activos e da assunção de passivos na concentração de
actividades empresariais em conformidade com o parágrafo 51:

i) uma descrição de cada transacção;

ii) a forma como a adquirente contabilizou cada transacção;


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 634

▼M12
iii) as quantias reconhecidas para cada transacção e a linha de
item nas demonstrações financeiras em que cada quantia é
reconhecida; e

iv) se a transacção for a liquidação efectiva de uma relação pré-


-existente, o método usado para determinar a quantia da liqui­
dação.

m) a divulgação de transacções separadamente reconhecidas exigida


pela alínea (l) deve incluir a quantia dos custos relacionados com
a aquisição e, separadamente, a quantia desses custos reconhecida
como gasto e a(s) linha(s) de item na demonstração do rendimento
integral em que esses gastos são reconhecidos. A quantia de
quaisquer custos de emissão não reconhecidos como um gasto e
a forma como foram reconhecidos também deve ser divulgado.

n) numa compra a preço baixo (ver parágrafos 34–36):

i) a quantia de qualquer ganho reconhecida de acordo com o


parágrafo 34 e a linha de item na demonstração do rendimento
integral na qual o ganho é reconhecido; e

ii) uma descrição das razões pelas quais a transacção resultou


num ganho.

▼M33
o) para cada concentração de actividades empresariais na qual a
adquirente detém menos de 100 % dos interesses de capital pró­
prio na adquirida à data de aquisição:

▼M12
i) a quantia do interesse que não controla na adquirida reconhe­
cida à data de aquisição e a base de mensuração para essa
quantia; e

▼M33
ii) para cada interesse que não controla numa adquirida mensu­
rado pelo justo valor, a(s) técnica(s) de avaliação e os dados
significativos utilizados para mensurar esse valor.

▼M12
p) numa concentração de actividades empresariais alcançada por fa­
ses:

i) o justo valor à data de aquisição do interesse de capital próprio


na adquirida detido pela adquirente imediatamente antes da
data de aquisição; e

ii) a quantia de qualquer ganho ou perda reconhecido como re­


sultado da remensuração do justo valor do interesse de capital
próprio na adquirida detido pela adquirente antes da concen­
tração de actividades empresariais (ver parágrafo 42) e a linha
de item na demonstração do rendimento integral na qual esse
ganho ou perda é reconhecido.

q) as seguintes informações:

i) as quantias do rédito e dos lucros ou prejuízos da adquirida


desde a data de aquisição incluídas na demonstração do ren­
dimento integral consolidada do período de relato; e

ii) o rédito e os lucros ou prejuízos da entidade concentrada do


período de relato corrente como se a data de aquisição para
todas as concentrações de actividades empresariais ocorridas
durante o ano tivesse sido o início do período de relato anual.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 635

▼M12
Se a divulgação de qualquer informação exigida por esta
alínea for impraticável, a adquirente deve divulgar esse facto e
explicar a razão pela qual a divulgação é impraticável. Esta IFRS
usa o termo «impraticável» com o mesmo significado que na IAS
8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilís­
ticas e Erros.

B65 Para concentrações de actividades empresariais individualmente ima­


teriais que ocorram durante o período de relato e que sejam materiais
colectivamente, a adquirente deve divulgar em conjunto as informa­
ções exigidas pelo parágrafo B64(e)–(q).

B66 Se a data de aquisição de uma concentração de actividades empresa­


riais for após o fim do período de relato mas antes de as demons­
trações financeiras serem autorizadas para emissão, a adquirente deve
divulgar as informações exigidas pelo parágrafo B64, a menos que a
contabilização inicial da concentração de actividades empresariais não
esteja concluída na altura em que as demonstrações financeiras são
autorizadas para emissão. Nessa situação, a adquirente deve descrever
as divulgações que não foi possível fazer e as respectivas razões.

B67 Para cumprir o objectivo do parágrafo 61, a adquirente deve divulgar


a seguinte informação para cada concentração de actividades empre­
sariais material ou no conjunto para concentrações de actividades
empresariais individualmente imateriais que sejam materiais colectiva­
mente:

a) se a contabilização inicial de uma concentração de actividades


empresariais não estiver concluída (ver parágrafo 45) para deter­
minados activos, passivos, interesses que não controlam ou itens
de retribuição, sendo que as quantias reconhecidas nas demons­
trações financeiras da concentração de actividades empresariais
estão determinadas apenas provisoriamente:

i) as razões pelas quais a contabilização inicial da concentração


de actividades empresariais não está concluída;

ii) os activos, passivos, interesses de capital próprio ou itens de


retribuição relativamente aos quais a contabilização inicial não
está concluída; e

iii) a natureza e a quantia de quaisquer ajustamentos durante o


período de mensuração reconhecidos durante o período de
relato em conformidade com o parágrafo 49.

b) para cada período de relato após a data de aquisição até a entidade


cobrar, vender ou de outro modo perder o direito a um activo de
retribuição contingente, ou até a entidade liquidar um passivo de
retribuição contingente ou o passivo for cancelado ou expirar:

i) quaisquer alterações nas quantias reconhecidas, incluindo


quaisquer diferenças decorrentes da liquidação;

ii) quaisquer alterações no intervalo de desfechos (não desconta­


do) e as razões para essas alterações; e

iii) as técnicas de valorização e os principais inputs de modelo


usados para mensurar a retribuição contingente.

c) para passivos contingentes reconhecidos numa concentração de


actividades empresariais, a adquirente deve divulgar as informa­
ções exigidas nos parágrafos 84 e 85 da IAS 37 para cada classe
de provisão.

d) uma reconciliação da quantia escriturada do goodwill no início e


no fim do período de relato mostrando separadamente:

i) a quantia bruta e as perdas por imparidade acumuladas no


início do período de relato;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 636

▼M12
ii) o goodwill adicional reconhecido durante o período de relato,
com a excepção do goodwill incluído num grupo para alie­
nação que, no momento da aquisição, satisfaz os critérios
para ser classificado como detido para venda de acordo
com a IFRS 5 Activos Não Correntes Detidos para Venda
e Unidades Operacionais Descontinuadas;

iii) os ajustamentos resultantes do reconhecimento posterior de


activos por impostos diferidos durante o período de relato
de acordo com o parágrafo 67;

iv) o goodwill incluído num grupo para alienação classificado


como detido para venda de acordo com a IFRS 5 e o good­
will desreconhecido durante o período de relato sem ter sido
anteriormente incluído num grupo para alienação classificado
como detido para venda;

v) as perdas por imparidade reconhecidas durante o período de


relato de acordo com a IAS 36; (Além deste requisito, a IAS
36 exige a divulgação de informações sobre a quantia recu­
perável e a imparidade do goodwill.)

vi) as diferenças cambiais líquidas que surjam durante o período


de relato de acordo com a IAS 21 Os Efeitos de Alterações
em Taxas de Câmbio;

vii) quaisquer outras alterações na quantia escriturada durante o


período de relato;

viii) a quantia bruta e as perdas por imparidade acumuladas no


final do período de relato.

e) a quantia e uma explicação sobre qualquer ganho ou perda reco­


nhecido no período de relato corrente que:

i) se relacione com os activos identificáveis adquiridos ou os


passivos assumidos numa concentração de actividades empre­
sariais que tenha sido efectuada no período corrente ou num
período de relato anterior; e

ii) seja de tal dimensão, natureza ou incidência que a divulgação


se torne relevante para uma compreensão das demonstrações
financeiras da entidade concentrada.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS PARA CONCENTRAÇÕES DE


ACTIVIDADES EMPRESARIAIS QUE ENVOLVAM APENAS
ENTIDADES MÚTUAS OU APENAS POR CONTRATO (APLICA­
ÇÃO DO PARÁGRAFO 66)
B68 O parágrafo 64 dispõe que esta IFRS se aplica prospectivamente a
concentrações de actividades empresariais cujas datas de aquisição
sejam em ou após o início do primeiro período de relato anual com
início em ou após 1 de Julho de 2009. É permitida a aplicação mais
cedo. Contudo, uma entidade só deve aplicar esta IFRS no início de
um período de relato anual que tenha início em ou após 30 de Junho
de 2007. Se uma entidade aplicar esta IFRS antes da sua data de
eficácia, a entidade deve divulgar esse facto e aplicar a IAS 27 (con­
forme emendada pelo International Accounting Standards Board em
2008) ao mesmo tempo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 637

▼M12
B69 O requisito de aplicar esta IFRS prospectivamente tem o seguinte
efeito para uma concentração de actividades empresariais que envolva
apenas entidades mútuas ou apenas por contrato se a data de aquisição
dessa concentração de actividades empresariais for anterior à aplicação
desta IFRS:
a) Classificação—Uma entidade deve continuar a classificar a con­
centração de actividades empresariais anterior em conformidade
com as políticas contabilísticas anteriores da entidade para essas
concentrações.
b) Goodwill previamente reconhecido—No início do primeiro período
anual em que esta IFRS for aplicada, a quantia escriturada do
goodwill resultante da concentração de actividades empresariais
anterior deve ser a sua quantia escriturada nessa data em confor­
midade com políticas contabilísticas anteriores da entidade. Ao
determinar essa quantia, a entidade deve eliminar a quantia escri­
turada de qualquer amortização acumulada desse goodwill e da
correspondente redução no goodwill. Nenhum outro ajustamento
deve ser feito na quantia escriturada do goodwill.
c) Goodwill previamente reconhecido como uma dedução no capital
próprio—As políticas contabilísticas anteriores da entidade pode­
rão ter resultado em goodwill decorrente do facto de a concentra­
ção de actividades empresariais anterior ter sido reconhecida como
uma dedução no capital próprio. Nessa situação, a entidade não
deve reconhecer esse goodwill como um activo no início do pri­
meiro período anual em que esta IFRS for aplicada. Além disso, a
entidade não deve reconhecer nos lucros ou prejuízos qualquer
parte desse goodwill quando alienar toda ou parte da actividade
empresarial relacionada com esse goodwill ou quando uma uni­
dade geradora de caixa relacionada com o goodwill ficar com
imparidade.
d) Contabilização subsequente do goodwill—Desde o início do pri­
meiro período anual em que esta IFRS for aplicada, uma entidade
deve descontinuar a amortização do goodwill decorrente da con­
centração de actividades empresariais anterior e deve testar o good­
will quanto a imparidade em conformidade com a IAS 36.
e) Goodwill negativo previamente reconhecido—Uma entidade que
tenha contabilizado a concentração de actividades empresariais an­
terior aplicando o método de compra poderá ter reconhecido um
crédito diferido por um excesso do seu interesse no justo valor
líquido dos activos identificáveis e passivos da adquirida em rela­
ção ao custo desse interesse (por vezes denominado goodwill ne­
gativo). Se assim for, a entidade deve desreconhecer a quantia
escriturada desse crédito diferido no início do primeiro período
anual em que esta IFRS for aplicada com um correspondente
ajustamento no saldo de abertura dos resultados retidos nessa data.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 638

▼B

NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 4

Contratos de Seguro

OBJECTIVO
1. O objectivo desta IFRS é especificar o relato financeiro para contratos
de seguro por parte de uma entidade que emita esses contratos (des­
crita nesta IFRS como seguradora) até que o Conselho termine a
segunda fase do seu projecto sobre contratos de seguro. Em particular,
esta IFRS exige:

a) melhorias limitadas na contabilização de contratos de seguro por


parte de seguradoras;

b) divulgação que identifique e explique as quantias nas demonstra­


ções financeiras de uma seguradora resultantes de contratos de
seguro e que ajude os utentes dessas demonstrações financeiras a
compreender a quantia, a tempestividade e a incerteza de fluxos de
caixa futuros derivados de contratos de seguro.

ÂMBITO
2. Uma entidade deve aplicar esta IFRS a:

a) contratos de seguro (incluindo contratos de resseguro) que emita e


a contratos de resseguro que detenha.

b) instrumentos financeiros que emita com uma característica de


participação discricionária (ver parágrafo 35.). A IFRS 7 Instru­
mentos Financeiros: Divulgações exige a divulgação relativa a
instrumentos financeiros, incluindo instrumentos financeiros que
contenham essas características.

3. Esta IFRS não trata de outros aspectos da contabilização por parte de


seguradoras, tais como a contabilização de activos financeiros detidos
por seguradoras e de passivos financeiros emitidos por seguradoras (ver
a IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação, a IAS 39 Instru­
mentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração e a IFRS 7), ex­
cepto nas disposições transitórias do parágrafo 45.

4. Uma entidade não deve aplicar esta IFRS a:

a) garantias de produtos emitidas directamente por um fabricante,


negociante ou retalhista (ver a IAS 18 Rédito e a IAS 37 Provi­
sões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes);

b) activos e passivos de empregadores segundo planos de benefícios


de empregados (ver a IAS 19 Benefícios dos Empregados e a IFRS
2 Pagamento com Base em Acções) e obrigações de benefícios de
reforma relatados por planos de benefícios de reforma definidos
(ver a IAS 26 Contabilização e Relato de Planos de Benefícios de
Reforma);

c) direitos contratuais ou obrigações contratuais que estejam depen­


dentes do futuro uso, ou direito de uso, de um item não financeiro
(por exemplo, algumas taxas de licença, royalties, pagamentos de
locações contingentes e itens semelhantes), assim como a garantia
de valor residual de um locatário embutida numa locação finan­
ceira (ver a IAS 17 Locações, a IAS 18 Rédito e a IAS 38 Activos
Intangíveis);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 639

▼B
d) contratos de garantia financeira, salvo se o emitente tiver indicado
anteriormente, de modo explícito, que considera esses contratos
como contratos de seguro e tiver efectuado a contabilização de
acordo com o tratamento reservado a esses contratos, caso em
que pode decidir aplicar quer a IAS 39, a IAS 32 e a IFRS 7
quer esta Norma a esses contratos de garantia financeira. O emi­
tente poderá tomar essa decisão contrato a contrato, sendo cada
uma dessas decisões irrevogável;

e) retribuição contingente a pagar ou a receber numa concentração de


actividades empresariais (ver a IFRS 3 Concentrações de Activi­
dades Empresariais);

f) contratos de seguro directos que uma entidade detenha (i.e., con­


tratos de seguro directos em que a entidade é o tomador do segu­
ro). Contudo, um cedente deve aplicar esta IFRS a contratos de
resseguro que detenha.

5. Por motivos de facilidade de referência, esta IFRS descreve qualquer


entidade que emita um contrato de seguro como uma seguradora, quer
o emitente seja ou não considerado uma seguradora para finalidades
legais e de supervisão.

6. Um contrato de resseguro é um tipo de contrato de seguro. Em


conformidade, todas as referências nesta IFRS a contratos de seguro
também se aplicam a contratos de resseguro.

Derivados embutidos
7. A IAS 39 exige que uma entidade separe alguns derivados embutidos
do seu contrato de acolhimento, os mensure pelo seu justo valor e
inclua as alterações no seu justo valor nos lucros ou prejuízos. A IAS
39 aplica-se a derivados embutidos num contrato de seguro a não ser
que o derivado embutido seja em si um contrato de seguro.

8. Como excepção ao requisito da IAS 39, uma seguradora não necessita


de separar, e mensurar pelo justo valor, a opção de um tomadores de
seguro de resgatar um contrato de seguro por uma quantia fixa (ou por
uma quantia baseada numa quantia fixa e numa taxa de juro), mesmo
se o preço de exercício diferir da quantia escriturada do passivo por
contrato de seguro de acolhimento. Contudo, o requisito da IAS 39
não se aplica a uma opção put nem a uma opção de resgate de caixa
embutida num contrato de seguro se o valor do resgate variar em
resposta à alteração numa variável financeira (tal como um preço
ou um índice de capital próprio ou de mercadoria), ou numa variável
não financeira que não seja específica de uma parte do contrato. Além
disso, esse requisito também se aplica se a capacidade do detentor
para exercer uma opção put ou uma opção de resgate de caixa for
despoletada por uma alteração numa variável dessas (por exemplo,
uma opção put que possa ser exercida se o índice de um mercado
de acções atingir um nível especificado).

9. O parágrafo 8. aplica-se igualmente a opções de resgate de um ins­


trumento financeiro contendo uma característica de participação dis­
cricionária.

Separação de componentes de depósito


10. Alguns contratos de seguro contêm tanto uma componente de seguro
como uma componente de depósito. Em alguns casos, é exigido ou
permitido a uma seguradora que separe essas componentes:

a) a separação é exigida se ambas as condições seguintes se verifi­


carem:

i) a seguradora pode mensurar a componente de depósito (in­


cluindo qualquer opção de resgate embutida) separadamente
(i.e., sem considerar a componente de seguro),
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 640

▼B
ii) as políticas contabilísticas da seguradora não exigem, de outro
modo, que ela reconheça todas as obrigações e direitos resul­
tantes da componente de depósito;

b) a separação é permitida, mas não exigida, se a seguradora puder


mensurar a componente de depósito separadamente tal como defi­
nido na alínea a)i) mas as suas políticas contabilísticas exigirem
que reconheça todas as obrigações e direitos resultantes da com­
ponente de depósito, independentemente da base usada para men­
surar esses direitos e obrigações.

c) a separação é proibida se uma seguradora não puder mensurar a


componente de depósito separadamente tal como definido na
alínea a)i).

11. Segue-se um exemplo de um caso em que as políticas contabilísticas


da seguradora não exigem que ela reconheça todas as obrigações
resultantes de uma componente de depósito. Um cedente recebe com­
pensação por perdas de uma resseguradora, mas o contrato obriga o
cedente a pagar a compensação em anos futuros. Essa obrigação
resulta de uma componente de depósito. Se as políticas contabilísticas
do cedente permitissem de outro modo que ele reconhecesse a com­
pensação como rendimento sem reconhecer a obrigação resultante,
seria exigida a separação.

12. Para separar um contrato, uma seguradora deve:

a) aplicar esta IFRS ao componente de seguro.

b) aplicar a IAS 39 ao componente de depósito.

RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO
Isenção temporária de algumas outras IFRS
13. Os parágrafos 10.-12. da IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações
nas Estimativas Contabilísticas e Erros especificam critérios que uma
entidade deve usar ao desenvolver uma política contabilística se ne­
nhuma IFRS se aplicar especificamente a um determinado item. Con­
tudo, esta IFRS isenta uma seguradora de aplicar esses critérios às
suas políticas contabilísticas relativamente a:

a) contratos de seguro que emita (incluindo custos de aquisição rela­


cionados e activos intangíveis relacionados, tais como os descritos
nos parágrafos 31. e 32.); e

b) contratos de resseguro que detenha.

14. Não obstante, esta IFRS não isenta uma seguradora de algumas im­
plicações dos critérios enunciados nos parágrafos 10.-12. da IAS 8.
Especificamente, uma seguradora:

a) não deve reconhecer como passivo quaisquer provisões relativas a


possíveis sinistros futuros, se esses sinistros resultarem de contratos
de seguro que não existam ►M5 no fim do período de relato ◄
(tais como provisões para riscos catastróficos e provisões para des­
vios de sinistralidade);

b) deve realizar o teste de adequação das responsabilidades descrito


nos parágrafos 15.-19.;

c) deve remover um passivo por contrato de seguro (ou uma parte de


um passivo por contrato de seguro) ►M5 da sua demonstração da
posição financeira ◄ quando, e apenas quando, for extinto — isto
é, quando a obrigação especificada no contrato for satisfeita, can­
celada ou expirar;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 641

▼B
d) não deve compensar:

i) activos por contrato de resseguro em função dos passivos por


contrato de seguro relacionados, ou

ii) rendimentos ou gastos de contratos de resseguro em função do


rendimentos ou gastos dos contratos de seguro relacionados;

e) deve considerar se os activos por contrato de resseguro estão com


imparidade (ver o parágrafo 20.).

Teste de adequação das responsabilidades


15. Uma seguradora deve avaliar ►M5 no fim de cada período de
relato ◄ se os seus passivos por contrato de seguro reconhecidos
são adequados, usando estimativas correntes de fluxos de caixa futu­
ros de acordo os seus contratos de seguro. Se essa avaliação mostrar
que a quantia escriturada dos seus passivos por contrato de seguro
(menos os custos de aquisição diferidos relacionados e os activos
intangíveis relacionados, tais como os discutidos nos parágrafos 31.
e 32.) é inadequada à luz dos fluxos de caixa futuros estimados, a
totalidade da deficiência deve ser reconhecida nos lucros ou prejuízos.

16. Se uma seguradora aplicar um teste de adequação das responsabilida­


des que satisfaça os requisitos mínimos especificados, esta IFRS não
impõe qualquer requisito adicional. Os requisitos mínimos são os
seguintes:

a) O teste toma em consideração as estimativas correntes de todos os


fluxos de caixa contratuais, e de fluxos de caixa relacionados tais
como custos de gestão de sinistros, bem como de fluxos de caixa
resultantes de opções e garantias embutidas;

b) Se o teste mostrar que o passivo é inadequado, a totalidade da


deficiência é reconhecida nos lucros ou prejuízos.

17. Se as políticas contabilísticas de uma seguradora não exigirem um


teste de adequação das responsabilidades que satisfaça os requisitos
mínimos do parágrafo 16., a seguradora deve:

a) determinar a quantia escriturada dos passivos por contrato de se­


guro relevantes (1) menos a quantia escriturada de:

i) quaisquer custos de aquisição diferidos relacionados, e

ii) quaisquer activos intangíveis relacionados, tais como os adqui­


ridos numa concentração de actividades empresariais ou numa
transferência de carteira (ver parágrafos 31. e 32.). Contudo, os
activos por contrato de resseguro relacionados não são consi­
derados porque uma seguradora contabiliza-os separadamente
(ver parágrafo 20.);

b) determinar se a quantia descrita na alínea a) é inferior à quantia


escriturada que seria exigida caso os passivos por contrato de
seguro relevantes estivessem dentro do âmbito da IAS 37. Se for
inferior, a seguradora deve reconhecer a totalidade da diferença
nos lucros ou prejuízos e reduzir a quantia escriturada dos custos
de aquisição diferidos relacionados ou dos activos intangíveis re­
lacionados ou aumentar a quantia escriturada das responsabilidades
de seguro relevantes.

(1) Os passivos por contrato de seguro relevantes são aqueles passivos por contrato de
seguro (e os custos de aquisição diferidos relacionados e os activos intangíveis relacio­
nados) relativamente aos quais as políticas contabilísticas da seguradora não exigem um
teste de adequação das responsabilidades que satisfaça os requisitos mínimos do pará­
grafo 16.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 642

▼B
18. Se o teste de adequação das responsabilidades de uma seguradora
satisfizer os requisitos mínimos do parágrafo 16., o teste é aplicado
ao nível de agregação especificado nesse teste. Se o teste de adequa­
ção das responsabilidades não satisfizer esses requisitos mínimos, a
comparação descrita no parágrafo 17. deve ser feita ao nível de uma
carteira de contratos que estejam sujeitos a riscos amplamente seme­
lhantes e geridos em conjunto como uma carteira única.

19. A quantia descrita no parágrafo 17.b) (i.e., o resultado da aplicação da


IAS 37) deve reflectir margens futuras de investimento (ver parágrafos
27.-29.) se, e apenas se, a quantia descrita no parágrafo 17.a) também
reflectir essas margens.

Imparidade de activos por contrato de resseguro


20. Se um activo por contrato de resseguro de um cedente estiver com
imparidade, o cedente deve reduzir a sua quantia escriturada em con­
formidade e reconhecer essa perda por imparidade nos lucros ou
prejuízos. Um activo por contrato de resseguro está com imparidade
se, e apenas se:

a) existir prova objectiva, como resultado de um acontecimento que


tenha ocorrido após o reconhecimento inicial do activo por con­
trato de resseguro, de que o cedente possa não receber todas as
quantias que lhe são devidas nos termos do contrato; e

b) esse acontecimento tiver um impacto fiavelmente mensurável sobre


as quantias que o cedente receberá da resseguradora.

Alterações nas políticas contabilísticas


21. Os parágrafos 22.-30. aplicam-se a alterações feitas por uma segura­
dora que já aplica as IFRS e a alterações feitas por uma seguradora
que adopte as IFRS pela primeira vez.

22. Uma seguradora pode alterar as suas políticas contabilísticas para


contratos de seguro se, e apenas se, a alteração tornar as demons­
trações financeiras mais relevantes para as necessidades dos utentes
em termos de tomada de decisões económicas e não menos fiáveis, ou
mais fiáveis e não menos relevantes para essas necessidades. Uma
seguradora deve ajuizar a relevância e a fiabilidade de acordo com
os critérios da IAS 8.

23. Para justificar a alteração nas suas políticas contabilísticas para con­
tratos de seguro, uma seguradora deve mostrar que a alteração leva a
que as suas demonstrações financeiras satisfaçam melhor os critérios
da IAS 8, mas a alteração não precisa de alcançar total conformidade
com esses critérios. As seguintes questões específicas são discutidas
adiante:

a) taxas de juro correntes (parágrafo 24.);

b) continuação de práticas existentes (parágrafo 25.);

c) prudência (parágrafo 26.);

d) margens futuras de investimento (parágrafos 27.-29.); e

e) shadow accounting (parágrafo 30.).


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 643

▼B
Taxas de juro de mercado correntes
24. A uma seguradora é permitido, mas não exigido, que altere as suas
políticas contabilísticas para poder remensurar passivos por contrato
de seguro designados (1) por forma a reflectir taxas de juro de mer­
cado correntes e reconhecer as alterações nesses passivos nos lucros
ou prejuízos. Nessa altura, pode também introduzir políticas contabi­
lísticas que exijam outras estimativas e pressupostos correntes para os
passivos designados. A escolha proporcionada por este parágrafo per­
mite à seguradora alterar as suas políticas contabilísticas para passivos
designados, sem aplicar essas políticas de forma consistente a todos os
passivos semelhantes tal como a IAS 8 de outro modo exigiria. Se
uma seguradora designar passivos para esta escolha, ela deve conti­
nuar a aplicar as taxas de juro de mercado correntes (e, se aplicável,
as outras estimativas e pressupostos correntes) de forma consistente
em todos os períodos a todos estes passivos até que sejam extintos.

Continuação das práticas existentes


25. Uma seguradora pode continuar as seguintes práticas, mas a introdu­
ção de qualquer delas não satisfaz o parágrafo 22.:

a) mensurar passivos por contrato de seguro numa base não descon­


tada;

b) mensurar direitos contratuais para comissões futuras de gestão de


investimento por uma quantia que excede o seu justo valor como
se conclui da comparação com as taxas correntes debitadas por
outros participantes do mercado para serviços semelhantes. É pro­
vável que o justo valor no início desses direitos contratuais seja
igual aos custos de origem pagos, a não ser que as comissões
futuras de gestão de investimento e os custos relacionados estejam
fora dos valores comparáveis do mercado;

c) usando políticas contabilísticas não uniformes para os contratos de


seguro (e os custos de aquisição diferidos relacionados e os activos
intangíveis relacionados, se houver) das subsidiárias, excepto con­
forme permitido pelo parágrafo 24. Se essas políticas contabilísti­
cas não forem uniformes, uma seguradora pode alterá-las desde
que a alteração não torne as políticas contabilísticas mais diversas
e também satisfaça os demais requisitos desta IFRS.

Prudência
26. Uma seguradora não precisa de alterar as suas políticas contabilísticas
relativas a contratos de seguro para eliminar a prudência excessiva.
Contudo, se uma seguradora já mensurar os seus contratos de seguro
com suficiente prudência, não deve introduzir prudência adicional.

Margens futuras de investimento


27. Uma seguradora não precisa de alterar as suas políticas contabilísticas
para contratos de seguro para eliminar margens futuras de investimen­
to. Contudo, há um pressuposto refutável de que as demonstrações
financeiras de uma seguradora se tornam menos relevantes e fiáveis se
esta introduzir uma política contabilística que reflicta margens futuras
de investimento na mensuração de contratos de seguro, a não ser que
essas margens afectem os pagamentos contratuais. Dois exemplos de
políticas contabilísticas que reflectem essas margens são:

a) usar uma taxa de desconto que reflecte o retorno estimado dos


activos da seguradora; ou

(1) Neste parágrafo, os passivos por contrato de seguro incluem custos de aquisição diferidos
e activos intangíveis relacionados, tais como os discutidos nos parágrafos 31. e 32.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 644

▼B
b) projectar os retornos desses activos a uma taxa de retorno estima­
da, descontando esses retornos projectados a uma taxa diferente e
incluindo o resultado na mensuração do passivo.

28. Uma seguradora pode ultrapassar o pressuposto refutável descrito no


parágrafo 27. se, e apenas se, os outros componentes de uma alteração
nas políticas contabilísticas aumentarem suficientemente a relevância e
a fiabilidade das suas demonstrações financeiras para superar o de­
créscimo na relevância e fiabilidade causado pela inclusão de margens
futuras de investimento. Por exemplo, suponhamos que as políticas
contabilísticas existentes de uma seguradora para contratos de seguro
envolvem pressupostos excessivamente prudentes definidos no início e
uma taxa de desconto prescrita por uma entidade reguladora sem
referência directa às condições do mercado, e ignoram algumas op­
ções e garantias embutidas. A seguradora pode tornar as suas demons­
trações financeiras mais relevantes e não menos fiáveis mudando para
um regime de contabilidade orientado para o investidor e mais abran­
gente que seja amplamente usada e envolva:

a) estimativas e pressupostos correntes;

b) um ajustamento razoável (mas não excessivamente prudente) para


reflectir o risco e a incerteza;

c) mensurações que reflictam tanto o valor intrínseco como o valor


temporal das opções e garantias embutidas; e

d) uma taxa de desconto de mercado corrente, mesmo se essa taxa de


desconto reflectir o retorno estimado dos activos da seguradora.

29. Em algumas abordagens de mensuração, a taxa de desconto é usada


para determinar o valor presente de uma margem futura de lucro. Essa
margem de lucro é então atribuída a diferentes períodos usando uma
fórmula. Nessas abordagens, a taxa de desconto afecta a mensuração
do passivo apenas indirectamente. Em particular, o uso de uma taxa
de desconto menos apropriada tem um efeito limitado ou nenhum
sobre a mensuração inicial do passivo. Contudo, noutras abordagens,
a taxa de desconto determina directamente a mensuração do passivo.
Neste último caso, dado que a introdução de uma taxa de desconto
com base no activo tem um efeito mais significativo, é altamente
improvável que uma seguradora possa ultrapassar o pressuposto refu­
tável descrito no parágrafo 27.

Shadow accounting
30. Em alguns modelos contabilísticos, os ganhos ou perdas realizados
com os activos de uma seguradora têm um efeito directo sobre a
mensuração de alguns ou todos os seus a) passivos por contrato de
seguro, b) custos de aquisição diferidos relacionados e c) activos
intangíveis relacionados, tais como os descritos nos parágrafos 31. e
32. A uma seguradora é permitido, mas não exigido, que altere as
suas políticas contabilísticas para que um ganho ou perda reconhecido
mas não realizado resultante de um activo afecte essas mensurações
da mesma forma que um ganho ou perda realizado. ►M5 O ajusta­
mento relacionado no passivo por contrato de seguro (ou nos custos
de aquisição diferidos ou activos intangíveis) deve ser reconhecido em
outro rendimento integral se, e apenas se, os ganhos ou perdas não
realizados forem reconhecidos em outro rendimento integral. ◄ Esta
prática é por vezes descrita como «shadow accounting».
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 645

▼B
Contratos de seguro adquiridos numa concentração de actividades
empresariais ou numa transferência de carteira
31. Para cumprir a IFRS 3, uma seguradora deve, na data de aquisição,
mensurar pelo justo valor os passivos por contrato de seguro assumi­
dos e os activos por contrato de seguro adquiridos numa concentração
de actividades empresariais. Contudo, a uma seguradora é permitido,
mas não exigido, que use uma apresentação alargada que divida o
justo valor dos contratos de seguro adquiridos em duas componentes:

a) um passivo mensurado de acordo com as políticas contabilísticas


da seguradora para os contratos de seguro que ela emite; e

b) um activo intangível, representando a diferença entre i) o justo


valor dos direitos de seguro contratuais adquiridos e das obriga­
ções de seguro assumidas e ii) a quantia descrita na alínea a). A
mensuração subsequente deste activo deve ser consistente com a
mensuração do passivo por contrato de seguro relacionado.

32. Uma seguradora que adquira uma carteira de contratos de seguro pode
usar a apresentação alargada descrita no parágrafo 31.

33. Os activos intangíveis descritos nos parágrafos 31. e 32. são excluídos
do âmbito da IAS 36 Imparidade de Activos e da IAS 38. Contudo, a
IAS 36 e a IAS 38 aplicam-se a listas de clientes e a relacionamentos
com clientes que reflictam a expectativa de contratos futuros que não
façam parte dos direitos de seguro contratuais e das obrigações de
seguro contratuais que existiam à data da concentração de actividades
empresariais ou da transferência de carteira.

Características de participação discricionária

Características de participação discricionária em contratos de seguro


34. Alguns contratos de seguro contêm uma característica de participação
discricionária, assim como um elemento garantido. O emitente de um
tal contrato:

a) pode, mas não é obrigado a, reconhecer o elemento garantido


separadamente da característica de participação discricionária. Se
o emitente não os reconhecer separadamente, deve classificar a
totalidade do contrato como um passivo. Se o emitente os classi­
ficar separadamente, deve classificar o elemento garantido como
um passivo;

b) deve, se reconhecer a característica de participação discricionária


separadamente do elemento garantido, classificar essa característica
ou como passivo ou como componente separado do capital pró­
prio. Esta IFRS não especifica de que forma o emitente determina
se a característica é um passivo ou capital próprio. O emitente
pode dividir essa característica em componentes do passivo e do
capital próprio e deve usar uma política contabilística consistente
para essa divisão. O emitente não deve classificar essa caracterís­
tica como categoria intermédia que não seja nem passivo nem
capital próprio;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 646

▼B
c) pode reconhecer todos os prémios recebidos como rendimento sem
separar qualquer parte que se relacione com o componente do
capital próprio. As alterações resultantes no elemento garantido e
na parte da característica de participação discricionária classificada
como passivo devem ser reconhecidas nos lucros ou prejuízos. Se
parte ou toda a característica de participação discricionária estiver
classificada como capital próprio, uma parte dos lucros ou prejuí­
zos pode ser atribuível a essa característica (da mesma forma que
uma parte pode ser atribuível a ►M11 interesses que não con­
trolam ◄). O emitente deve reconhecer a parte dos lucros ou
prejuízos atribuível a qualquer componente do capital próprio de
uma característica de participação discricionária como uma impu­
tação de lucros ou prejuízos e não como gasto ou rendimento (ver
a IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras);

d) deve, se o contrato contiver um derivado embutido dentro do


âmbito da IAS 39, aplicar a IAS 39 a esse derivado embutido;

e) deve, em todos os aspectos não descritos nos parágrafos 14.-20. e


34.a)-d), continuar as suas políticas contabilísticas existentes para
esses contratos, a não ser que altere essas políticas contabilísticas
de forma a cumprir os parágrafos 21.-30.

Características de participação discricionária em instrumentos finan­


ceiros
35. Os requisitos do parágrafo 34. também se aplicam a um instrumento
financeiro que contenha uma característica de participação discricio­
nária. Além disso:

a) se o emitente classificar a totalidade da característica de participa­


ção discricionária como passivo, deve aplicar o teste de adequação
das responsabilidades dos parágrafos 15.-19. à totalidade do con­
trato (i.e., tanto ao elemento garantido como à característica de
participação discricionária). O emitente não precisa de determinar
a quantia que resultaria da aplicação da IAS 39 ao elemento ga­
rantido;

b) se o emitente classificar parte ou toda essa característica como


componente separado do capital próprio, o passivo reconhecido
para a totalidade do contrato não deve ser inferior à quantia que
resultaria da aplicação da IAS 39 ao elemento garantido. Essa
quantia deve incluir o valor intrínseco de uma opção de resgate
do contrato, mas não precisa de incluir o seu valor temporal se o
parágrafo 9 isenta essa opção da mensuração pelo justo valor. O
emitente não precisa de divulgar a quantia que resultaria da apli­
cação da IAS 39 ao elemento garantido, nem precisa de apresentar
essa quantia separadamente. Além disso, o emitente não precisa de
determinar essa quantia se o passivo total reconhecido for clara­
mente superior;

c) embora estes contratos sejam instrumentos financeiros, o emitente


pode continuar a reconhecer os prémios para esses contratos como
rédito e reconhecer como gasto o aumento resultante na quantia
escriturada do passivo;

d) embora estes contratos sejam instrumentos financeiros, um emi­


tente que aplique o parágrafo 20.b) da IFRS 7 a contratos com
uma característica de participação discricionária deve divulgar o
total dos gastos de juros reconhecidos nos lucros ou prejuízos,
mas não é obrigado a calcular esses gastos de juros usando o
método do juro efectivo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 647

▼B
DIVULGAÇÃO
Explicação das quantias reconhecidas
36. Uma seguradora deve divulgar informações que identifiquem e expli­
quem as quantias indicadas nas suas demonstrações financeiras resul­
tantes de contratos de seguro.

37. Para cumprir o parágrafo 36., uma seguradora deve divulgar:

a) as suas políticas contabilísticas para contratos de seguro e activos,


passivos, rendimento e gasto relacionados.

b) os activos, passivos, rendimento e gasto reconhecidos (e, se apre­


sentar a sua demonstração dos fluxos de caixa usando o método
directo, os fluxos de caixa) resultantes de contratos de seguro.
Além disso, se a seguradora for um cedente, ela deve divulgar:

i) os ganhos e perdas reconhecidos nos lucros ou prejuízos resul­


tantes da compra de resseguros, e

ii) se o cedente diferir e amortizar os ganhos e perdas resultantes


da compra de resseguros, a amortização relativa ao período e as
quantias que continuam por amortizar no início e no final do
período;

c) o processo usado para determinar os pressupostos que têm maior


efeito na mensuração das quantias reconhecidas descritas na
alínea b). Quando praticável, uma seguradora deve também divul­
gar a quantificação desses pressupostos.

d) o efeito de alterações nos pressupostos usados para mensurar ac­


tivos por contrato de seguro e passivos por contrato de seguro,
mostrando separadamente o efeito de cada alteração que tenha um
efeito material nas demonstrações financeiras.

e) reconciliações de alterações nos passivos por contrato de seguro,


activos por contrato de resseguro e, se houver, custos de aquisição
diferidos relacionados.

Natureza e extensão dos riscos resultantes de contratos de seguro


38. Uma seguradora deve divulgar informações que ajudem os utentes das
suas demonstrações financeiras a avaliar a natureza e a extensão dos
riscos resultantes de contratos de seguro.

39. Para cumprir o parágrafo 38., uma seguradora deve divulgar:

a) os seus objectivos, políticas e processos de gestão dos riscos re­


sultantes de contratos de seguro e os métodos usados para gerir
esses riscos.

b) [eliminado]

c) informações sobre risco de seguro (tanto antes como depois da


mitigação do risco por resseguro), incluindo informações sobre:

i) a sensibilidade ao risco de seguro (ver parágrafo 39.A),

ii) concentrações de risco de seguro, incluindo uma descrição da


forma como a gerência determina as concentrações, bem como
uma descrição da característica comum que identifica cada
concentração (por exemplo, tipo de acontecimento segurado,
área geográfica ou moeda),
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 648

▼B
iii) sinistros efectivos comparados com estimativas anteriores (i.e.,
desenvolvimento de sinistros). A divulgação acerca do desen­
volvimento de sinistros deve recuar ao período em que foi
apresentado o sinistro material mais antigo relativamente ao
qual ainda haja incerteza acerca da quantia e da tempestividade
dos pagamentos do sinistro, mas não precisa de recuar mais de
dez anos. Uma seguradora não precisa de divulgar estas infor­
mações relativas aos sinistros cuja incerteza acerca da quantia
e da tempestividade dos pagamentos de sinistros seja tipica­
mente resolvida no prazo de um ano;

▼M19
d) informações acerca do risco de crédito, do risco de liquidez e do
risco de mercado que os parágrafos 31-42 da IFRS 7 exigiriam se
os contratos de seguro estivessem dentro do âmbito da IFRS 7.
Contudo:

(i) uma seguradora não precisa de apresentar a análise de matu­


ridade exigida pelo parágrafo 39(a) e (b) da IFRS 7 se, em vez
disso, divulgar informações acerca da tempestividade estimada
dos exfluxos de caixa líquidos resultantes de passivos de se­
guro reconhecidos. Essa divulgação pode assumir a forma de
uma análise, por tempestividade estimada, das quantias reco­
nhecidas na demonstração da posição financeira.

▼B
(ii) se uma seguradora usar um método alternativo de gestão da
sensibilidade às condições de mercado, tal como uma análise
do valor embutido, ela pode usar essa análise de sensibilidade
para cumprir o requisito do parágrafo 40.a) da IFRS 7. Essa
seguradora deve igualmente fornecer as divulgações exigidas
pelo parágrafo 41. da IFRS 7;

e) informação acerca das exposições ao risco de mercado resultantes


de derivados embutidos contidos num contrato de seguro de aco­
lhimento se a seguradora não for obrigada a mensurar os derivados
embutidos pelo justo valor e não proceder a essa mensuração.

39.A. Para cumprir o parágrafo 39.c)i), uma seguradora deve divulgar o


constante das alíneas a) ou b) como se segue:

►M5 a) uma análise de sensibilidade que mostre de que forma os


lucros ou prejuízos e o capital próprio teriam sido afectados se as
alterações na variável de risco relevante que eram razoavelmente
possíveis no fim do período de relato tivessem ocorrido; os mé­
todos e pressupostos usados na elaboração da análise de sensibi­
lidade; e quaisquer alterações do período anterior nos métodos e
pressupostos usados. ◄ Porém, se uma seguradora usar um mé­
todo alternativo de gestão da sensibilidade às condições de mer­
cado, tal como uma análise do valor embutido, ela pode cumprir
este requisito divulgando essa análise de sensibilidade alternativa,
bem como as divulgações exigidas pelo parágrafo 41. da IFRS 7;

b) informação qualitativa acerca da sensibilidade e informação acerca


dos termos e condições dos contratos de seguro que têm um efeito
material sobre a quantia, a tempestividade e a incerteza dos futuros
fluxos de caixa da seguradora.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 649

▼B
DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO
40. As disposições transitórias dos parágrafos 41.-45. são ambas aplicá­
veis a uma entidade que já aplique as IFRS quando aplicar esta IFRS
pela primeira vez e a uma entidade que aplique as IFRS pela primeira
vez (um adoptante pela primeira vez).

41. Uma entidade deve aplicar esta IFRS aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2005. É encorajada a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar esta IFRS a um período anterior, ela deve
divulgar esse facto.

41.A. O documento Contratos de Garantia Financeira (Emendas à IAS 39


e à IFRS 4), emitido em Agosto de 2005, emendou as alíneas d), g) e
f), respectivamente, dos parágrafos 4., B18 e B19. Uma entidade deve
aplicar estas emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Janeiro de 2006. É encorajada a aplicação mais cedo. Caso as enti­
dades apliquem estas emendas relativamente a um período anterior,
devem divulgar esse facto e aplicar as respectivas emendas às IAS 39
e IAS 32 (1) em simultâneo.

▼M5
41.B. A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada
nas IFRS. Além disso, emendou o parágrafo 30. Uma entidade deve
aplicar estas emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a
um período anterior, as emendas deverão ser aplicadas a esse período
anterior.

▼M33
41.E. A IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor, emitida em Maio de 2011,
emendou a definição de justo valor no Apêndice A. Uma entidade
deve aplicar esta emenda quando aplicar a IFRS 13.

▼B
Divulgação
42. Uma entidade não precisa de aplicar os requisitos de divulgação desta
IFRS a informação comparativa relacionada com períodos anuais com
início antes de 1 de Janeiro de 2005, excepto no que respeita às
divulgações exigidas pelos parágrafos 37.a) e b) acerca das políticas
contabilísticas, e activos, passivos, rendimento e gasto reconhecidos (e
fluxos de caixa se for usado o método directo).

43. Se for impraticável aplicar um determinado requisito dos parágrafos


10.-35. a informação comparativa relacionada com períodos anuais
com início antes de 1 de Janeiro de 2005, a entidade deve divulgar
esse facto. Aplicar o teste de adequação das responsabilidades (pará­
grafos 15.-19.) a essa informação comparativa pode por vezes ser
impraticável, mas é muito pouco provável que seja impraticável apli­
car outros requisitos dos parágrafos 10.-35. a essa informação com­
parativa. A IAS 8 explica o termo «impraticável».

44. Ao aplicar o parágrafo 39.c)iii), uma entidade não precisa de divulgar


informações acerca do desenvolvimento de sinistros que tenham ocor­
rido antes dos cinco anos anteriores ao final do primeiro ano finan­
ceiro em que aplicar esta IFRS. Além disso, se for impraticável,
quando uma entidade aplicar esta IFRS pela primeira vez, preparar
informações acerca do desenvolvimento de sinistros que tenha ocor­
rido antes do início do período mais antigo para o qual a entidade
apresentar informação comparativa completa que cumpra esta IFRS, a
entidade deve divulgar esse facto.

(1) Quando uma entidade aplicar a IFRS 7, a referência à IAS 32 é substituída por uma
referência à IFRS 7.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 650

▼B
Redesignação de activos financeiros
45. Quando uma seguradora alterar as suas políticas contabilísticas para
passivos por contrato de seguro, é permitido, mas não exigido, que
reclassifique alguns ou todos os seus activos financeiros como «pelo
justo valor através dos lucros ou prejuízos». Esta reclassificação é
permitida se uma seguradora alterar as políticas contabilísticas quando
aplicar esta IFRS pela primeira vez e se fizer uma alteração posterior
nas políticas permitida pelo parágrafo 22. A reclassificação é uma
alteração na política contabilística e aplica-se a IAS 8.

Apêndice A

Termos definidos

Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.

cedente O tomador de seguro de acordo com um contrato


de resseguro.

componente de depósito Componente contratual que não é contabilizada


como derivado segundo a IAS 39 e que estaria
no âmbito da IAS 39 se fosse um instrumento
separado.

contrato de seguro directo Um contrato de seguro que não seja um contrato


de resseguro.

característica de partici­ Um direito contratual de receber, como suplemento


pação discricionária de benefícios garantidos, benefícios adicionais:
a) que provavelmente serão uma parte significa­
tiva da totalidade dos benefícios contratuais;
b) cuja quantia ou tempestividade esteja contra­
tualmente à discrição do emitente; e
c) que se baseiem contratualmente:
i) no desempenho de um conjunto de contra­
tos especificado ou de um tipo de contrato
especificado,
ii) nos retornos de investimento realizados
e/ou não realizados de um conjunto especi­
ficado de activos detidos pelo emitente, ou
iii) nos lucros ou prejuízos da sociedade, fundo
ou outra entidade que emita o contrato.

▼M33

justo valor é o preço que seria recebido pela venda de um


activo ou pago pela transferência de um passivo
numa transacção ordenada entre participantes no
mercado à data da mensuração. (Ver IFRS 13).

▼B

contrato de garantia fi­ Um contrato que requer que o emitente efectue


nanceira pagamentos especificados, a fim de reembolsar o
detentor por uma perda em que incorra devido ao
facto de um devedor especificado não efectuar o
pagamento quando vencido, de acordo com as con­
dições iniciais ou alteradas de um instrumento de
dívida.
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▼B

risco financeiro O risco de uma possível alteração futura numa ou


mais taxas de juro, preços de instrumentos finan­
ceiros, preços de mercadorias, taxas de câmbio,
índices de preços ou taxas, notações de crédito
ou índices de crédito ou outra variável especifica­
da, desde que, no caso de uma variável não finan­
ceira, a variável não seja específica de uma parte
do contrato.

benefícios garantidos Pagamentos ou outros benefícios em relação aos


quais um determinado tomador de seguro ou in­
vestidor tem um direito incondicional que não está
sujeito à discrição contratual do emitente.

elemento garantido Uma obrigação de pagar benefícios garantidos,


incluída num contrato que contém uma caracterís­
tica de participação discricionária.

activo por contrato de se­ Os direitos contratuais líquidos de uma segura­


guro dora de acordo com um contrato de seguro.

contrato de seguro Um contrato segundo o qual uma parte (a segura­


dora) aceita um risco de seguro significativo de
outra parte (o tomador de seguro) aceitando com­
pensar o tomador de seguro no caso de um acon­
tecimento futuro incerto especificado (o aconteci­
mento seguro) afectar adversamente o tomador de
seguro. (Consultar o Apêndice B para obter orien­
tação sobre esta definição.)

passivo por contrato de As obrigações contratuais líquidas de uma segura­


seguro dora de acordo com um contrato de seguro.

risco de seguro Risco, que não seja um risco financeiro, trans­


ferido do detentor de um contrato para o emitente.

acontecimento seguro Um acontecimento futuro incerto que está coberto


por um contrato de seguro e que cria um risco de
seguro.

seguradora A parte que tem a obrigação de acordo com um


contrato de seguro de compensar o tomador de
seguro se ocorrer um acontecimento seguro.

teste de adequação das Uma avaliação sobre se a quantia escriturada de


responsabilidades um passivo por contrato de seguro precisa de
ser aumentada (ou reduzida a quantia escriturada
dos custos de aquisição diferidos relacionados ou
dos activos intangíveis relacionados), com base
numa análise dos fluxos de caixa futuros.

tomador de seguro Uma parte que tem o direito a compensação se­


gundo um contrato de seguro se ocorrer um
acontecimento seguro.

activos por contrato de Os direitos contratuais líquidos de um cedente de


resseguro acordo com um contrato de resseguro.

contrato de resseguro Um contrato de seguro emitido por uma segura­


dora (a resseguradora) para compensar outra se­
guradora (o cedente) por perdas resultantes de um
ou mais contratos emitidos pelo cedente.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 652

▼B

resseguradora A parte que tem a obrigação de acordo com um


contrato de resseguro de compensar um cedente
se ocorrer um acontecimento seguro.

separação Contabilizar as componentes de um contrato como


se fossem contratos separados.

Apêndice B

Definição de um contrato de seguro

Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.

B1 Este apêndice proporciona orientação sobre a definição de um con­


trato de seguro incluída no Apêndice A. Trata das seguintes questões:

a) o termo «acontecimento futuro incerto» (parágrafos B2-B4);

b) pagamentos em espécie (parágrafos B5-B7);

c) risco de seguro e outros riscos (parágrafos B8-B17);

d) exemplos de contratos de seguro (parágrafos B18-B21);

e) risco de seguro significativo (parágrafos B22-B28); e

f) alterações no nível do risco de seguro (parágrafos B29 e B30).

Acontecimento futuro incerto


B2 A incerteza (ou risco) é a essência de um contrato de seguro. Em
conformidade, pelo menos um dos seguintes aspectos é incerto no
início de um contrato de seguro:

a) se um acontecimento seguro vai ou não ocorrer;

b) quando vai ocorrer; ou

c) a quantia que a seguradora terá de pagar caso ocorra.

B3 Em alguns contratos de seguro, o acontecimento seguro é a descoberta


de uma perda durante o prazo do contrato, mesmo que a perda resulte
de um acontecimento que tenha ocorrido antes do início do contrato.
Noutros contratos de seguro, o acontecimento seguro é um aconteci­
mento que ocorre durante o prazo do contrato, mesmo se a perda
resultante for descoberta após o final do prazo do contrato.

B4 Alguns contratos de seguro cobrem acontecimentos que já ocorreram,


mas cujo efeito financeiro ainda é incerto. Um exemplo é um contrato
de resseguro que cobre a seguradora directa contra o desenvolvimento
adverso de sinistros já relatados por tomadores de seguro. Nesses
contratos, o acontecimento seguro é a descoberta do custo final desses
sinistros.

Pagamentos em espécie
B5 Alguns contratos de seguro exigem ou permitem que os pagamentos
sejam feitos em espécie. Um exemplo é quando a seguradora substitui
um artigo roubado directamente, em vez de reembolsar o segurado.
Outro exemplo é quando uma seguradora usa os seus próprios hospi­
tais e pessoal médico para providenciar os serviços médicos cobertos
pelos contratos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 653

▼B
B6 Alguns contratos de serviços de comissão fixa em que o nível de
serviço depende de um acontecimento incerto satisfazem a definição
de um contrato de seguro contida nesta IFRS, mas não estão regula­
mentados como contratos de seguro em alguns países. Um exemplo é
o contrato de manutenção em que o fornecedor do serviço concorda
em reparar o equipamento especificado após uma avaria. A comissão
de serviço fixa baseia-se no número esperado de avarias, mas é in­
certo se uma determinada máquina se vai avariar. A avaria do equi­
pamento afecta adversamente o seu proprietário e o contrato compensa
o proprietário (em espécie, em vez de dinheiro). Outro exemplo é o
contrato para serviços de reparação de viaturas em que o fornecedor
concorda, por um pagamento anual fixo, em fornecer assistência ro­
doviária ou rebocar o veículo até uma garagem próxima. Este último
contrato pode satisfazer a definição de contrato de seguro mesmo que
o fornecedor não concorde em efectuar reparações ou substituir peças.

B7 A aplicação da IFRS aos contratos descritos no parágrafo B6 não


deverá ser mais onerosa do que aplicar as IFRS que seriam aplicáveis
se esses contratos estivessem fora do âmbito desta IFRS:

a) É pouco provável que haja responsabilidades materiais por avarias


ou problemas de funcionamento que já tenham ocorrido;

b) Se a IAS 18 Rédito fosse aplicável, o fornecedor de serviços


deveria reconhecer rédito por referência à fase de conclusão (e
sujeito a outros critérios especificados). Essa abordagem também
é aceitável segundo esta IFRS, que permite que o fornecedor de
serviços i) continue as suas políticas contabilísticas existentes para
estes contratos a não ser que envolvam práticas proibidas pelo
parágrafo 14 e ii) melhore as suas políticas contabilísticas se tal
for permitido pelos parágrafos 22.-30.;

c) O fornecedor de serviços considera se o custo de satisfazer a sua


obrigação contratual de fornecer os serviços excede o rédito rece­
bido em antecipação. Para tal, o fornecedor aplica o teste de ade­
quação da responsabilidade descrito nos parágrafos 15.-19. desta
IFRS. Se esta IFRS não se aplicasse a estes contratos, o fornecedor
de serviços deveria aplicar a IAS 37 para determinar se os con­
tratos são onerosos;

d) Relativamente a estes contratos, os requisitos de divulgação desta


IFRS não deverão acrescentar significativamente às divulgações
exigidas por outras IFRS.

Distinção entre risco de seguro e outros riscos


B8 A definição de um contrato de seguro refere-se a um risco de seguro,
que esta IFRS define como risco, diferente do risco financeiro, trans­
ferido do detentor de um contrato para o emitente. Um contrato que
expõe o emitente a risco financeiro sem risco de seguro significativo
não é um contrato de seguro.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 654

▼B
B9 A definição de risco financeiro no Apêndice A inclui uma lista de
variáveis financeiras e não financeiras. Essa lista inclui variáveis não
financeiras que não são específicas de uma parte do contrato, tais
como um índice de perdas por sismo numa determinada região ou
um índice de temperaturas numa determinada cidade. A lista exclui
variáveis não financeiras que são específicas de uma parte do contrato,
tais como a ocorrência ou não de um incêndio que danifique ou
destrua um activo dessa parte. Além disso, o risco de alterações no
justo valor de um activo não financeiro não constitui um risco finan­
ceiro se o justo valor reflectir não apenas as alterações nos preços de
mercado desses activos (uma variável financeira) mas também a con­
dição de um activo não financeiro específico detido por uma parte de
um contrato (uma variável não financeira). Por exemplo, se uma
garantia do valor residual de um carro específico expuser o fiador
ao risco de alterações na condição física do carro, esse risco constitui
um risco de seguro e não um risco financeiro.

B10 Alguns contratos expõem o emitente a risco financeiro, além do risco


de seguro significativo. Por exemplo, muitos contratos de seguro de
vida garantem uma taxa mínima de retorno aos tomadores de seguro
(criando um risco financeiro) ao mesmo tempo que prometem bene­
fícios por morte que por vezes excedem significativamente o saldo de
conta do tomadores de seguro (criando um risco de seguro na forma
de risco de mortalidade). Esses contratos são contratos de seguro.

B11 Segundo alguns contratos, um acontecimento seguro despoleta o pa­


gamento de uma quantia por referência a um índice de preços. Esses
contratos são contratos de seguro, desde que o pagamento que está
dependente do acontecimento seguro possa ser significativo. Por
exemplo, uma anuidade dependente da vida associada a um índice
de custo de vida transfere o risco de seguro porque o pagamento é
despoletado por um acontecimento incerto — a sobrevivência do
beneficiário da anuidade. A ligação ao índice de preços é um derivado
embutido, mas também transfere o risco de seguro. Se a transferência
resultante do risco de seguro for significativa, o derivado embutido
satisfaz a definição de contrato de seguro, em cujo caso não precisa de
ser separado e mensurado pelo justo valor (ver parágrafo 7. desta
IFRS).

B12 A definição de risco de seguro refere-se ao risco que a seguradora


aceita do segurado. Por outras palavras, o risco de seguro é um risco
preexistente transferido dos tomadores de seguro para a seguradora.
Assim, o novo risco criado pelo contrato não é um risco de seguro.

B13 A definição de contrato de seguro refere-se a um efeito adverso para o


segurado. A definição não limita o pagamento por parte da seguradora
a uma quantia igual ao impacto financeiro do acontecimento adverso.
Por exemplo, a definição não exclui a cobertura «novo por velho» que
paga ao tomadores de seguro o suficiente para permitir a substituição
de um activo velho e danificado por um activo novo. De forma
semelhante, a definição não limita o pagamento segundo um contrato
de seguro de vida a prazo à perda financeira sofrida pelos dependentes
do falecido nem exclui o pagamento de quantias predeterminadas para
quantificar a perda causada por morte ou acidente.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 655

▼B
B14 Alguns contratos exigem um pagamento caso ocorra um aconteci­
mento incerto especificado, mas não exigem um efeito adverso sobre
os tomadores de seguro como condição prévia de pagamento. Um tal
contrato não constitui um contrato de seguro mesmo que o detentor
use o contrato para mitigar uma exposição ao risco subjacente. Por
exemplo, se um detentor usar um derivado para dar cobertura a uma
variável não financeira subjacente que esteja correlacionada com flu­
xos de caixa de um activo da entidade, o derivado não constitui um
contrato de seguro porque o pagamento não está condicionado pelo
facto de o detentor ser ou não adversamente afectado por uma redução
nos fluxos de caixa resultantes do activo. Inversamente, a definição de
um contrato de seguro refere-se a um acontecimento incerto para o
qual um efeito adverso nos tomadores de seguro constitui uma con­
dição prévia contratual para o pagamento. Esta condição prévia con­
tratual não exige que a seguradora investigue se o acontecimento
causou efectivamente um efeito adverso, mas permite que a segura­
dora negue o pagamento se não estiver convencida de que o aconte­
cimento causou um efeito adverso.

B15 O risco de anulação ou de persistência (i.e., o risco de que a con­


traparte cancele o contrato mais cedo ou mais tarde do que o emitente
esperava ao determinar o preço do contrato) não constitui risco de
seguro porque o pagamento à contraparte não está dependente de um
acontecimento futuro incerto que afecte adversamente a contraparte.
De forma semelhante, o risco de gasto (i.e., o risco de aumentos
inesperados nos custos administrativos associados ao cumprimento
dos serviços de um contrato, em vez de nos custos associados a
acontecimentos seguros) não constitui risco de seguro porque um
aumento inesperado nos gastos não afecta adversamente a contraparte.

B16 Portanto, um contrato que expõe o emitente a risco de anulação, risco


de persistência ou risco de gasto não constitui um contrato de seguro a
não ser que exponha o emitente a risco de seguro. Contudo, se o
emitente desse contrato mitigar esse risco usando um segundo con­
trato para transferir parte desse risco para outra parte, o segundo
contrato expõe essa outra parte a risco de seguro.

B17 Uma seguradora só pode aceitar um risco de seguro significativo dos


tomadores de seguro se a seguradora for uma entidade separada do
segurado. No caso de uma seguradora mútua, esta aceita o risco de
cada tomador de seguro e partilha esse risco. Embora os tomadores de
seguro suportem esse risco partilhado colectivamente na sua capaci­
dade de proprietários, a entidade mútua aceitou o risco que é a es­
sência de um contrato de seguro.

Exemplos de contratos de seguro


B18 Seguem-se exemplos de contratos que são contratos de seguro, se a
transferência de risco de seguro for significativa:

a) seguro contra roubo ou danos de propriedade;

b) seguro de responsabilidade por produtos, responsabilidade profis­


sional, responsabilidade civil ou gastos legais;

c) seguro de vida e planos de pré-pagamento de funeral (embora a


morte seja certa, é incerto o momento de ocorrência da morte ou,
para alguns tipos de seguros, se a morte vai ocorrer durante o
período coberto pelo seguro);

d) anuidades e pensões dependentes da vida (i.e., contratos que pro­


porcionam compensação pelo acontecimento futuro incerto — a
sobrevivência do beneficiário da anuidade ou do pensionista —
para ajudar o beneficiário da anuidade ou o pensionista a manter
um determinado nível de vida, que de outra forma poderia ser
adversamente afectado pela sua sobrevivência);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 656

▼B
e) invalidez e cobertura médica;

f) cauções, obrigações de fidelidade, obrigações de desempenho e


«bid bonds» (i.e., contratos que proporcionam compensação se
outra parte falhar no cumprimento de uma obrigação contratual,
por exemplo, a obrigação de construir um edifício);

g) seguro de crédito que proporciona pagamentos especificados a


serem efectuados para reembolsar o detentor por uma perda em
que incorre devido ao facto de um devedor especificado não
efectuar um pagamento quando era devido de acordo com os
termos originais ou modificados de um instrumento de dívida.
Estes contratos podem revestir várias formas legais, tais como
uma garantia, certos tipos de carta de crédito, um contrato de
derivado de crédito que cubra o risco de incumprimento ou um
contrato de seguro. No entanto, embora estes contratos satisfaçam
a definição de contrato de seguro, satisfazem igualmente a defi­
nição de contrato de garantia financeira constante da IAS 39 e
encontram-se abrangidos pelo âmbito das IAS 32 (1) e IAS 39,
mas não por esta IFRS [ver alínea d) do parágrafo 4.]. Contudo,
se um emitente de contratos de garantia financeira tiver indicado
anteriormente, de modo explícito, que considera esses contratos
como contratos de seguro e tiver efectuado a contabilização de
acordo com o tratamento reservado a esses contratos, ele pode
decidir aplicar quer a IAS 39 e a IAS 32 (1) quer esta Norma a
esses contratos de garantia financeira;

h) garantias de produto. As garantias de produto emitidas por outra


parte para bens vendidos por um fabricante, negociante ou reta­
lhista estão dentro no âmbito desta IFRS. Contudo, as garantias de
produto emitidas directamente por um fabricante, negociante ou
retalhista estão fora do seu âmbito, porque se encontram dentro do
âmbito da IAS 18 e da IAS 37;

i) seguro do título (i.e., seguro contra a descoberta de problemas no


título de uma propriedade que não eram evidentes quando o con­
trato de seguro foi subscrito). Neste caso, o acontecimento seguro
é a descoberta de um problema no título e não o problema em si;

j) assistência em viagem (i.e., compensação em dinheiro ou em


espécie aos tomadores de seguro por perdas sofridas enquanto
viajam). Os parágrafos B6 e B7 discutem alguns contratos deste
tipo;

k) obrigações catastróficas que proporcionam pagamentos reduzidos


de capital, juros ou ambos se um acontecimento especificado
afectar adversamente o emitente da obrigação (a não ser que o
acontecimento especificado não crie risco de seguro significativo,
por exemplo, se o acontecimento for uma alteração numa taxa de
juro ou numa taxa de câmbio);

l) swaps de seguro e outros contratos que exigem um pagamento


com base em alterações em variáveis climáticas, geológicas ou
outras variáveis físicas que sejam específicas de uma parte do
contrato;

m) contratos de resseguro.

(1) Quando uma entidade aplicar a IFRS 7, a referência à IAS 32 é substituída por uma
referência à IFRS 7.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 657

▼B
B19 Seguem-se exemplos de itens que não são contratos de seguro:

a) contratos de investimento que têm a forma legal de um contrato de


seguro, mas não expõem a seguradora a um risco de seguro sig­
nificativo, por exemplo, contratos de seguro de vida em que a
seguradora não suporta qualquer risco de mortalidade significativo
(tais contratos são instrumentos financeiros do tipo não seguro ou
contratos de serviços; ver parágrafos B20 e B21);

b) contratos que têm a forma legal de seguros, mas passam todo o


risco de seguro significativo para o tomadores de seguro através de
mecanismos não canceláveis e coagíveis que ajustam pagamentos
futuros por parte do tomadores de seguro como resultado directo
de perdas seguradas, por exemplo, alguns contratos de resseguro
financeiros ou alguns contratos de grupo (tais contratos são nor­
malmente instrumentos financeiros de tipo não seguro ou contratos
de serviços; ver parágrafos B20 e B21);

c) auto-seguro, por outras palavras, a retenção de um risco que podia


ter sido coberto por seguro (não há contrato de seguro porque não
há acordo com outra parte);

d) contratos (como os contratos de jogo) que exigem um pagamento


se ocorrer um acontecimento futuro incerto especificado, mas não
exigem, como condição prévia contratual para o pagamento, que o
acontecimento afecte adversamente o segurado. Contudo, isto não
exclui a especificação de um pagamento predeterminado para
quantificar a perda causada por um acontecimento especificado,
como a morte ou um acidente (ver também o parágrafo B13);

e) derivados que expõem uma parte a risco financeiro, mas não a


risco de seguro, porque exigem que essa parte faça um pagamento
unicamente com base em alterações numa ou mais taxas de juro
especificadas, preços de instrumentos financeiros, preços de mer­
cadorias, taxas de câmbio, índices de preços ou taxas, notações de
crédito ou índices de crédito ou outra variável, desde que, no caso
de uma variável não financeira, a variável não seja específica de
uma parte do contrato (ver IAS 39);

f) uma garantia relacionada com um crédito (ou carta de crédito,


contrato de derivado de crédito que cubra o risco de incumpri­
mento ou contrato de seguro de crédito) que requer que se efec­
tuem pagamentos, mesmo se o detentor não tiver incorrido em
perdas devido ao incumprimento das obrigações de pagamento
por parte do devedor quando vencidos (ver IAS 39);

g) contratos que exigem um pagamento com base numa variável


climática, geológica ou outra variável física que não seja específica
de uma parte do contrato (normalmente descrita como derivados
do tempo);

h) obrigações catastróficas que proporcionam pagamentos reduzidos


de capital, juros ou ambos, com base numa variável climática,
geológica ou outra variável física que não seja específica de uma
parte do contrato.

B20 Se os contratos descritos no parágrafo B19 não criarem activos finan­


ceiros ou passivos financeiros, eles estão dentro do âmbito da IAS 39.
Entre outras coisas, isto significa que as partes do contrato usam o
que por vezes é designado por contabilização de depósito, que en­
volve o seguinte:

a) uma parte reconhece a retribuição recebida como passivo financei­


ro, em vez de rédito;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 658

▼B
b) a outra parte reconhece a retribuição paga como activo financeiro,
em vez de gasto.

B21 Se os contratos descritos no parágrafo B19 não criarem activos finan­


ceiros ou passivos financeiros, aplica-se a IAS 18. Segundo a IAS 18,
o rédito associado a uma transacção envolvendo a prestação de ser­
viços é reconhecido por referência à fase de conclusão da transacção
se o desfecho da transacção puder ser estimado com fiabilidade.

Risco de seguro significativo


B22 Um contrato é um contrato de seguro apenas se transferir um risco de
seguro significativo. Os parágrafos B8-B21 discutem o risco de segu­
ro. Os parágrafos seguintes discutem a avaliação feita para determinar
se o risco de seguro é ou não significativo.

B23 O risco de seguro é significativo se, e apenas se, um acontecimento


seguro puder obrigar uma seguradora a pagar benefícios adicionais
significativos em qualquer cenário, excluindo cenários com falta de
substância comercial (i.e., não têm efeito discernível sobre a economia
de uma transacção). Se benefícios adicionais significativos forem pa­
gáveis em cenários com substância comercial, a condição enunciada
na frase anterior pode ser satisfeita mesmo se o acontecimento seguro
for extremamente improvável ou mesmo se o valor presente esperado
(i.e., ponderado em função de probabilidades) dos fluxos de caixa
contingentes for uma pequena proporção do valor presente esperado
de todos os fluxos de caixa contratuais remanescentes.

B24 Os benefícios adicionais descritos no parágrafo B23 referem-se a


quantias que excedem aquelas que seriam pagáveis se não ocorresse
qualquer acontecimento seguro (excluindo cenários em que falta subs­
tância comercial). Essas quantias adicionais incluem custos de gestão
e de avaliação de sinistros, mas excluem:

a) a perda da capacidade de cobrar ao tomadores de seguro serviços


futuros. Por exemplo, num contrato de seguro de vida associado a
um investimento, a morte dos tomadores de seguro significa que a
seguradora já não pode prestar serviços de gestão do investimento
e cobrar uma comissão por isso. Contudo, esta perda económica
para a seguradora não reflecte risco de seguro, da mesma forma
que a entidade gestora do fundo mútuo não assume um risco de
seguro em relação à possível morte do cliente. Portanto, a poten­
cial perda de futuras comissões de gestão de investimento não é
relevante ao avaliar o grau de risco de seguro que é transferido por
um contrato.

b) dispensa por morte dos custos que seriam feitos por cancelamento
ou resgate. Dado que o contrato criou esses custos, a dispensa
desses custos não compensa os tomadores de seguro por um risco
preexistente. Deste modo, os custos não são relevantes ao avaliar o
grau do risco de seguro que é transferido por um contrato.

c) um pagamento condicionado a um acontecimento que não causa


uma perda significativa ao detentor do contrato. Por exemplo,
considere-se um contrato que exija que o emitente pague um mi­
lhão em unidades monetárias se um activo sofrer danos físicos que
causem uma perda económica insignificante de uma unidade mo­
netária para o detentor. Neste contrato, o detentor transfere para a
seguradora o risco insignificante da perda de uma unidade mone­
tária. Ao mesmo tempo, o contrato cria um risco de tipo não
seguro de que o emitente tenha de pagar 999 999 unidades mone­
tárias se o acontecimento especificado ocorrer. Dado que o emi­
tente não aceita o risco de seguro significativo do detentor, este
contrato não constitui um contrato de seguro;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 659

▼B
d) possíveis recuperações de resseguros. A seguradora contabiliza-os
separadamente.

B25 Uma seguradora deve avaliar o significado do risco de seguro contrato


a contrato, em vez de o fazer por referência à materialidade das
demonstrações financeiras (1). Assim, o risco de seguro pode ser sig­
nificativo mesmo que exista uma probabilidade mínima de perdas
materiais para uma carteira completa de contratos. Esta avaliação
contrato a contrato facilita a classificação de um contrato como con­
trato de seguro. Contudo, se se souber que uma carteira relativamente
homogénea de pequenos contratos consiste em contratos que trans­
ferem risco de seguro, uma seguradora não precisa de examinar cada
contrato dessa carteira para identificar uns poucos contratos não deri­
vados que transferem risco de seguro insignificante.

B26 Conclui-se dos parágrafos B23-B25 que se um contrato pagar um


benefício por morte que exceda a quantia a pagar por sobrevivência,
o contrato é um contrato de seguro a não ser que o benefício adicional
por morte seja insignificante (ajuizado por referência ao contrato em
vez de à totalidade da carteira de contratos). Conforme notado no
parágrafo B24b), a dispensa por morte dos custos de cancelamento
ou de resgate não está incluída nesta avaliação se esta dispensa não
compensar os tomadores de seguro por um risco preexistente. De
forma semelhante, um contrato de anuidades que paga somas regula­
res para o resto da vida dos tomadores de seguro é um contrato de
seguro, a não ser que os pagamentos agregados contingentes da vida
sejam insignificantes.

B27 O parágrafo B23 faz referência a benefícios adicionais. Esses benefí­


cios adicionais podem incluir um requisito de pagar benefícios mais
cedo se o acontecimento seguro ocorrer mais cedo e o pagamento não
estiver ajustado ao valor temporal do dinheiro. Um exemplo é o
seguro total de vida por uma quantia fixa (por outras palavras, seguro
que proporciona um benefício por morte fixo quando o tomadores de
seguro morre, sem data de expiração para a cobertura). É certo que o
tomadores de seguro vai morrer, mas a data da morte é incerta. A
seguradora vai sofrer uma perda naqueles contratos individuais em
que o tomador de seguro morre cedo, mesmo que não haja qualquer
perda global na totalidade da carteira de contratos.

B28 Se um contrato de seguro for separado numa componente de depósito


e numa componente de seguro, o significado do risco de seguro trans­
ferido é avaliado por referência à componente de seguro. O signifi­
cado do risco de seguro transferido por um derivado embutido é
avaliado por referência ao derivado embutido.

Alterações no nível de risco de seguro


B29 Alguns contratos não transferem qualquer risco de seguro para o
emitente no início, embora transfiram risco de seguro num momento
posterior. Por exemplo, considere-se um contrato que proporciona um
retorno de investimento especificado e inclui uma opção para o toma­
dores de seguro usar os proventos do investimento aquando da ma­
turidade para comprar uma anuidade dependente da vida às taxas de
anuidade correntes cobradas pela seguradora a outros novos benefi­
ciários da anuidade quando o tomadores de seguro exercer essa opção.
O contrato não transfere qualquer risco de seguro para o emitente

(1) Para esta finalidade, os contratos celebrados simultaneamente com uma única contraparte
(ou os contratos que são de outra forma interdependentes) configuram um único contrato.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 660

▼B
enquanto a opção não for exercida, dado que a seguradora permanece
livre de apreçar a anuidade numa base que reflicta o risco de seguro
transferido para a seguradora nesse momento. Contudo, se o contrato
especificar as taxas da anuidade (ou uma base para definir as taxas da
anuidade), o contrato transfere risco de seguro para o emitente no seu
início.
B30 Um contrato que se qualifica como contrato de seguro mantém-se
como contrato de seguro até que todos os direitos e obrigações sejam
extintos ou expirem.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 661

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 5

Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais


Descontinuadas

OBJECTIVO
1. O objectivo desta IFRS é especificar a contabilização de activos de­
tidos para venda, e a apresentação e divulgação de unidades opera­
cionais descontinuadas. Em particular, a IFRS exige:

a) os activos que satisfazem os critérios de classificação como detidos


para venda sejam mensurados pelo menor valor entre a quantia
escriturada e o justo valor menos os custos de vender, e que a
depreciação desses activos deve cessar; e

b) os activos que satisfazem os critérios de classificação como detidos


para venda sejam apresentados separadamente na face ►M5 da
demonstração da posição financeira ◄ e que os resultados das
unidades operacionais descontinuadas sejam apresentados separa­
damente na ►M5 demonstração do rendimento integral ◄.

ÂMBITO
2. Os requisitos de classificação e de apresentação desta IFRS aplicam-se
a todos os activos não correntes (1) reconhecidos e a todos os grupos
para alienação de uma entidade. Os requisitos de mensuração desta
IFRS aplicam-se a todos os activos não correntes reconhecidos e aos
grupos para alienação (tal como definido no parágrafo 4), com a
excepção dos activos enunciados no parágrafo 5. que devem continuar
a ser mensurados de acordo com a Norma indicada.

3. Os activos classificados como não correntes de acordo com a


IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras
►M5
__________ ◄ não devem ser reclassificados como activos
correntes enquanto não satisfizerem os critérios de classificação como
detidos para venda de acordo com esta IFRS. Os activos de uma
classe que uma entidade normalmente consideraria como não corrente
que sejam adquiridos exclusivamente com vista a uma revenda não
devem ser classificados como correntes a não ser que satisfaçam os
critérios de classificação como detidos para venda de acordo com esta
IFRS.

4. Por vezes, uma entidade aliena um grupo de activos, possivelmente


com alguns passivos directamente associados, em conjunto numa
única transacção. Um tal grupo para alienação pode ser um grupo
de unidades geradoras de caixa, uma única unidade geradora de

(1) Relativamente aos activos classificados de acordo com uma apresentação de liquidez, os
activos não correntes são activos que incluem quantias que se espera recuperar mais de
doze meses ►M5 após o período de relato ◄. O parágrafo 3. aplica-se à classificação
desses activos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 662

▼B
caixa, ou parte de uma unidade geradora de caixa (1). O grupo pode
incluir quaisquer activos e quaisquer passivos da entidade, incluindo
activos correntes, passivos correntes e activos excluídos pelo pará­
grafo 5. dos requisitos de mensuração desta IFRS. Se um activo
não corrente dentro do âmbito dos requisitos de mensuração desta
IFRS fizer parte de um grupo para alienação, os requisitos de men­
suração desta IFRS aplicam-se ao grupo como um todo, de forma que
o grupo seja mensurado pelo menor valor entre a sua quantia escri­
turada e o justo valor menos o custo de vender. Os requisitos para
mensuração de activos e passivos individuais dentro do grupo para
alienação estão definidos nos parágrafos 18., 19. e 23.

▼M8
5. As disposições de mensuração desta IFRS (2) não se aplicam aos
seguintes activos, que estão abrangidos pelas IFRS indicadas, seja
como activos individuais seja como parte de um grupo para alienação:

▼B
a) activos por impostos diferidos (IAS 12 Impostos sobre o Rendi­
mento);

b) activos provenientes de benefícios de empregados (IAS 19 Bene­


fícios dos Empregados);

c) activos financeiros no âmbito da IAS 39 Instrumentos Financeiros:


Reconhecimento e Mensuração;

d) activos não correntes que sejam contabilizados de acordo com o


modelo do justo valor da IAS 40 Propriedades de Investimento;

▼M8
e) activos não correntes que sejam mensurados pelo justo valor me­
nos os custos de vender, de acordo com a IAS 41 Agricultura;

▼B
f) direitos contratuais de acordo com contratos de seguro tal como
definido na IFRS 4 Contratos de Seguro.

▼M17
5.A. Os requisitos em matéria de classificação, apresentação e mensuração
contidos nesta IFRS e aplicáveis a um activo não corrente (ou grupo
para alienação) que esteja classificado como detido para venda tam­
bém se aplicam a um activo não corrente (ou grupo para alienação)
que esteja classificado como detido para distribuição aos proprietários
que agem nessa qualidade (detido para distribuição aos proprietários).

▼M22
5.B. Esta IFRS especifica as divulgações necessárias a respeito de activos
não correntes (ou grupos para alienação) classificados como detidos
para venda ou unidades operacionais descontinuadas. As divulgações
especificadas noutras IFRS não se aplicam a esses activos (ou grupos
para alienação) a menos que essas IFRS exijam:

a) divulgações específicas a respeito de activos não correntes (ou


grupos para alienação) classificados como detidos para venda ou
unidades operacionais descontinuadas; ou

(1) Contudo, uma vez que se espera que os fluxos de caixa de um activo ou grupo de activos
resultem principalmente da venda e não do uso continuado, estes tornam-se menos
dependentes dos fluxos de caixa resultantes de outros activos, e um grupo para alienação
que fez parte de uma unidade geradora de caixa torna-se uma unidade geradora de caixa
separada.
(2) Além dos parágrafos 18 e 19, que exigem que os activos em questão sejam mensurados
de acordo com outras IFRS aplicáveis.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 663

▼M22
b) divulgações sobre a mensuração de activos e passivos num grupo
para alienação que não se integrem no âmbito do requisito de
mensuração da IFRS 5 e essas divulgações ainda não foram feitas
nas outras notas às demonstrações financeiras.

Poderão ser necessárias outras divulgações sobre activos não correntes


(ou grupos para alienação) classificados como detidos para venda ou
unidades operacionais descontinuadas para cumprir os requisitos ge­
rais da IAS 1, em particular os parágrafos 15 e 125 dessa Norma.

▼M17
CLASSIFICAÇÃO DE ACTIVOS NÃO CORRENTES (OU GRUPOS PARA
ALIENAÇÃO) COMO DETIDOS PARA VENDA OU DETIDOS PARA DIS­
TRIBUIÇÃO AOS PROPRIETÁRIOS
▼B
6. Uma entidade deve classificar um activo não corrente (ou um grupo
para alienação) como detido para venda se a sua quantia escriturada
vai ser recuperada principalmente através de uma transacção de venda
em vez de através de uso continuado.

7. Para que este seja o caso, o activo (ou grupo para alienação) deve
estar disponível para venda imediata na sua condição presente sujeito
apenas aos termos que sejam habituais e costumeiros para vendas de
tais activos (ou grupos para alienação) e a sua venda deve ser alta­
mente provável.

▼M17
8. Para que a venda seja altamente provável, o nível de gestão apro­
priado deve estar empenhado num plano para vender o activo (ou
grupo para alienação), e deve ter sido iniciado um programa activo
para localizar um comprador e concluir o plano. Além disso, o activo
(ou grupo para alienação) deve ser activamente publicitado para venda
a um preço que seja razoável em relação ao seu justo valor corrente.
Além disso, deve esperar-se que a venda se qualifique para reconhe­
cimento como venda concluída até um ano a partir da data da clas­
sificação, excepto conforme permitido pelo parágrafo 9, e as acções
necessárias para concluir o plano devem indicar a improbabilidade de
alterações significativas no plano ou de o plano ser retirado. A pro­
babilidade de aprovação pelos accionistas (se exigida na jurisdição)
deve ser considerada como parte da avaliação que determina se a
venda é altamente provável ou não.

▼M8
8.A. Uma entidade que assumiu um compromisso relativamente a um
plano de vendas que envolve a perda de controlo de uma subsidiária
deve classificar todos os activos e passivos dessa subsidiária como
detidos para venda quando são respeitados os critérios estabelecidos
nos parágrafos 6-8, independentemente do facto de a entidade reter
um interesse que não controla na sua antiga subsidiária após a venda.

▼B
9. Os acontecimentos ou circunstâncias podem estender o período para
concluir a venda para lá de um ano. Uma extensão do período durante
o qual se exige que a venda seja concluída não exclui que um activo
(ou grupo para alienação) seja classificado como detido para venda se
o atraso for causado por acontecimentos ou circunstâncias fora do
controlo da entidade e se houver suficiente prova de que a entidade
continua comprometida com o seu plano de vender o activo (ou grupo
para alienação). Será este o caso quando os critérios do Apêndice B
forem satisfeitos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 664

▼B
10. As transacções de venda incluem trocas de activos não correntes por
outros activos não correntes quando uma troca tiver substância co­
mercial de acordo com a IAS 16 Activos Fixos Tangíveis.

11. Quando uma entidade adquire um activo não corrente (ou grupo para
alienação) exclusivamente com vista à sua posterior alienação, só deve
classificar o activo não corrente (ou o grupo de disposição) como
detido para venda à data de aquisição se o requisito de um ano do
parágrafo 8. for satisfeito (excepto conforme permitido pelo parágrafo
9.) e se for altamente provável que qualquer outro critério dos pará­
grafos 7. e 8. que não esteja satisfeito nessa data estará satisfeito num
curto prazo após a aquisição (normalmente, num prazo de três meses).

12. Se os critérios dos parágrafos 7. e 8. forem satisfeitos ►M5 após o


período de relato ◄, uma entidade não deve classificar um activo não
corrente (ou grupo para alienação) como detido para venda nessas
demonstrações financeiras quando forem emitidas. Contudo, quando
esses critérios forem satisfeitos ►M5 após o período de relato ◄
mas antes da autorização para emissão das demonstrações financeiras,
a entidade deve divulgar a informação especificada nos parágrafos
41.a), b) e d) das notas.

▼M17
12.A. Um activo não corrente (ou grupo para alienação) é classificado como
detido para distribuição aos proprietários quando a entidade está em­
penhada em distribuir o activo (ou grupo para alienação) aos proprie­
tários. Para que este seja o caso, os activos têm de estar disponíveis
para distribuição imediata na sua condição presente e a distribuição
tem de ser altamente provável. Para que a distribuição seja altamente
provável, é necessário que tenham sido iniciadas acções para concluir
a distribuição e deve esperar-se que tais acções estejam concluídas no
prazo de um ano a contar da data de classificação. As acções neces­
sárias para concluir a distribuição devem indicar que é pouco provável
que ocorram alterações significativas na distribuição ou que a distri­
buição seja anulada. A probabilidade de aprovação pelos accionistas
(se exigida na jurisdição) deve ser considerada como parte da avalia­
ção que determina se a distribuição é altamente provável ou não.

▼B
Activos não correntes que deverão ser abandonados
13. Uma entidade não deve classificar como detido para venda um activo
não corrente (ou grupo para alienação) que deverá ser abandonado.
Isto deve-se ao facto de a sua quantia escriturada ser recuperada
principalmente através do uso continuado. Contudo, se o grupo para
alienação a ser abandonado satisfizer os critérios do parágrafo 32.a)-
-c), a entidade deve apresentar os resultados e fluxos de caixa do grupo
para alienação como unidades operacionais descontinuadas de acordo
com os parágrafos 33. e 34. à data na qual ele deixe de ser usado. Os
activos não correntes (ou grupos para alienação) a serem abandonados
incluem activos não correntes (ou grupos para alienação) que deverão
ser usados até ao final da sua vida económica e os activos não
correntes (ou grupos para alienação) que deverão ser encerrados em
vez de vendidos.

14. Uma entidade não deve contabilizar um activo não corrente que tenha
sido temporariamente retirado de serviço como se tivesse sido aban­
donado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 665

▼B
MENSURAÇÃO DE ACTIVOS NÃO CORRENTES (OU GRUPOS PARA
ALIENAÇÃO) CLASSIFICADOS COMO DETIDOS PARA VENDA
Mensuração de um activo não corrente (ou grupo para alienação)
15. Uma entidade deve mensurar um activo não corrente (ou grupo para
alienação) classificado como detido para venda pelo menor valor entre
a sua quantia escriturada e o justo valor menos os custos de vender.

▼M17
15.A. Uma entidade deve mensurar um activo não corrente (ou grupo para
alienação) classificado como detido para distribuição aos proprietários
pelo menor valor entre a sua quantia escriturada e o justo valor menos
os custos de distribuir (1).

▼B
16. Se um activo (ou grupo para alienação) recém-adquirido satisfizer os
critérios de classificação como detido para venda (ver parágrafo 11.),
a aplicação do parágrafo 15. resultará em que o activo (ou grupo para
alienação) seja mensurado no reconhecimento inicial pelo valor mais
baixo entre a sua quantia escriturada se não tivesse sido assim clas­
sificado (por exemplo, o custo) e o justo valor menos os custos de
vender. Assim, se o activo (ou grupo para alienação) for adquirido
como parte de uma concentração de actividades empresariais, ele deve
ser mensurado pelo justo valor menos os custos de vender.

17. Quando se espera que a venda ocorra para além de um ano, a entidade
deve mensurar os custos de vender pelo valor presente. Qualquer
aumento no valor presente dos custos de vender que resulte da pas­
sagem do tempo deve ser apresentado nos lucros ou prejuízos como
custo de financiamento.

18. Imediatamente antes da classificação inicial do activo (ou grupo para


alienação) como detido para venda, as quantias escrituradas do activo
(ou de todos os activos e passivos do grupo) devem ser mensuradas
de acordo com a IFRS aplicáveis.

19. Na remensuração posterior de um grupo para alienação, as quantias


escrituradas de quaisquer activos e passivos que não estejam no âm­
bito dos requisitos de mensuração desta IFRS, mas estejam incluídos
num grupo para alienação classificado como detido para venda, de­
vem ser remensurados de acordo com as IFRS aplicáveis antes de o
justo valor menos os custos de vender do grupo para alienação ser
remensurado.

Reconhecimento de perdas por imparidade e de reversões


20. Uma entidade deve reconhecer uma perda por imparidade relativa­
mente a qualquer redução inicial ou posterior do activo (ou grupo
para alienação) para o justo valor menos os custos de vender, até
ao ponto em que não tenha sido reconhecida de acordo com o pará­
grafo 19.

21. Uma entidade deve reconhecer um ganho para qualquer aumento


posterior no justo valor menos os custos de vender de um activo,
mas não para além da perda por imparidade cumulativa que tenha
sido reconhecida seja de acordo com esta IFRS seja anteriormente de
acordo com a IAS 36 Imparidade de Activos.

(1) Os custos de distribuir são os custos incrementais directamente atribuíveis à distribuição,


excluindo custos de financiamento e gastos de impostos sobre o rendimento.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 666

▼B
22. Uma entidade deve reconhecer um ganho para qualquer aumento
posterior no justo valor menos os custos de vender de um grupo
para alienação:

a) até ao ponto em que não tenha sido reconhecido de acordo com o


parágrafo 19.; mas

b) não para além da perda por imparidade cumulativa que tenha sido
reconhecida, seja de acordo com esta IFRS ou anteriormente de
acordo com a IAS 36, relativamente aos activos não correntes que
estejam dentro do âmbito dos requisitos de mensuração desta
IFRS.

23. A perda por imparidade (ou qualquer ganho posterior) reconhecida


para um grupo para alienação deve reduzir (ou aumentar) a quantia
escriturada dos activos não correntes do grupo que estejam dentro do
âmbito dos requisitos de mensuração desta IFRS, pela ordem de im­
putação definida nos parágrafos 104.a) e b) e 122. da IAS 36 (tal
como revista em 2004).

24. Um ganho ou perda que não tenha sido anteriormente reconhecido à


data da venda de um activo não corrente (ou grupo para alienação)
deve ser reconhecido à data do desreconhecimento. Os requisitos
relacionados com o desreconhecimento estão definidos:

a) nos parágrafos 67.-72. da IAS 16 (tal como revista em 2003)


relativamente a activos fixos tangíveis, e

b) nos parágrafos 112.-117. da IAS 38 Activos Intangíveis (tal como


revista em 2004) relativamente a activos intangíveis.

25. Uma entidade não deve depreciar (ou amortizar) um activo não cor­
rente enquanto estiver classificado como detido para venda ou en­
quanto fizer parte de um grupo para alienação classificado como
detido para venda. Os juros e outros gastos atribuíveis aos passivos
de um grupo para alienação classificado como detido para venda
devem continuar a ser reconhecidos.

Alterações num plano de venda


26. Se uma entidade classificou um activo (ou grupo para alienação)
como detido para venda, mas os critérios dos parágrafos 7.-9. já
não estiverem satisfeitos, a entidade deve cessar de classificar o activo
(ou grupo para alienação) como detido para venda.

27. A entidade deve mensurar um activo não corrente que deixe de ser
classificado como detido para venda (ou deixe de ser incluído num
grupo para alienação classificado como detido para venda) pelo valor
mais baixo entre:

a) a sua quantia escriturada antes de o activo (ou grupo para aliena­


ção) ser classificado como detido para venda, ajustada a qualquer
depreciação, amortização ou revalorização que teria sido reconhe­
cida se o activo (ou grupo para alienação) não estivesse classifi­
cado como detido para venda, e

b) a sua quantia recuperável à data da decisão posterior de não


vender (1).

(1) Se um activo não corrente fizer parte de uma unidade geradora de caixa, a sua quantia
recuperável é a quantia escriturada que teria sido reconhecida após a imputação de
qualquer perda por imparidade resultante dessa unidade geradora de caixa de acordo
com a IAS 36.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 667

▼M32
28. A entidade deve incluir qualquer ajustamento exigido na quantia es­
criturada de um ativo não corrente que deixe de ser classificado como
detido para venda nos resultados [nota de rodapé omitida] de opera­
ções em curso no período em que os critérios dos parágrafos 7–9 já
não estiverem satisfeitos. As demonstrações financeiras para os perío­
dos desde a classificação como detido para venda devem ser alteradas
em conformidade se o grupo de alienação ou ativo não-corrente que
deixa de ser classificado como detido para venda for uma subsidiária,
uma operação conjunta, um empreendimento conjunto, uma associada
ou uma parte de um interesse num empreendimento conjunto ou numa
associada. A entidade deve apresentar esse ajustamento no mesmo
título da demonstração do rendimento integral usado para apresentar
um ganho ou perda, caso exista, reconhecido de acordo com o pará­
grafo 37.

▼B
29. Se uma entidade remover um activo ou passivo individual de um
grupo para alienação classificado como detido para venda, os activos
e passivos restantes do grupo para alienação a ser vendido devem
continuar a ser mensurados como um grupo apenas se o grupo satis­
fizer os critérios dos parágrafos 7.-9. De outro modo, os activos não
correntes restantes do grupo que satisfizerem individualmente os cri­
térios de classificação como detidos para venda devem ser mensura­
dos individualmente pelo menor valor entre as suas quantias escritu­
radas e os justos valores menos os custos de vender nessa data.
Quaisquer activos não correntes que não satisfaçam os critérios devem
deixar de ser classificados como detidos para venda de acordo com o
parágrafo 26.

APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
30. Uma entidade deve apresentar e divulgar informação que permita aos
utentes das demonstrações financeiras avaliar os efeitos financeiros
das unidades operacionais descontinuadas e das alienações de activos
não correntes (ou grupos para alienação).

Apresentar unidades operacionais descontinuadas


31. Um componente de uma entidade compreende unidades operacionais
e fluxos de caixa que podem ser claramente distinguidos, operacio­
nalmente e para finalidades de relato financeiro, do resto da entidade.
Por outras palavras, um componente de uma entidade terá sido uma
unidade geradora de caixa ou um grupo de unidades geradoras de
caixa enquanto detida para uso.

32. Uma unidade operacional descontinuada é um componente de uma


entidade que ou foi alienada ou está classificada como detida para
venda, e

a) representa uma importante linha de negócios ou área geográfica de


operações separada;

b) é parte integrante de um único plano coordenado para alienar uma


importante linha de negócios ou área geográfica de operações
separada; ou

c) é uma subsidiária adquirida exclusivamente com vista à revenda.

33. As entidades devem divulgar:

a) uma quantia única ►M5 na demonstração do rendimento integral ◄


compreendendo o total de:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 668

▼B
i) os lucros ou prejuízos após os impostos das unidades operacio­
nais descontinuadas, e

ii) os ganhos ou perdas após os impostos reconhecidos na mensu­


ração pelo justo valor menos os custos de vender ou na alie­
nação de activos ou de grupo(s) para alienação que constituam
a unidade operacional descontinuada.

b) uma análise da quantia única referida na alínea a):

i) no rédito, nos gastos e nos lucros ou prejuízos antes dos im­


postos das unidades operacionais descontinuadas,

ii) nos gastos de imposto sobre o rendimento relacionados con­


forme exigido pelo parágrafo 81h) da IAS 12,

iii) nos ganhos ou perdas reconhecidos na mensuração pelo justo


valor menos os custos de vender ou na alienação dos activos
ou de grupo(s) para alienação que constituam a unidade ope­
racional descontinuada, e

iv) nos gastos de imposto sobre o rendimento relacionados con­


forme exigido pelo parágrafo 81h) da IAS 12.

A análise pode ser apresentada nas notas ou ►M5 na demons­


tração do rendimento integral ◄. Se for apresentada ►M5 na
demonstração do rendimento integral ◄, deve ser apresentada
numa secção identificada como estando relacionada com as unida­
des operacionais descontinuadas, i.e., separadamente das unidades
operacionais em continuação. A análise não é exigida para grupos
para alienação que sejam subsidiárias recém-adquiridas que satis­
façam os critérios de classificação como detidos para venda no
momento da aquisição (ver parágrafo 11.).

c) os fluxos de caixa líquidos atribuíveis às actividades de explora­


ção, investimento e financiamento de unidades operacionais des­
continuadas. Estas divulgações podem ser apresentadas ou nas
notas ou ►M5 nas ◄ demonstrações financeiras. Estas divulga­
ções não são exigidas para grupos para alienação que sejam sub­
sidiárias recém-adquiridas que satisfaçam os critérios de classifica­
ção como detidos para venda no momento da aquisição (ver pará­
grafo 11.).

▼M11
d) a quantia do rendimento de unidades operacionais em continuação
e de unidades operacionais descontinuadas atribuível aos proprie­
tários da empresa-mãe. Estas divulgações podem ser apresentadas
ou nas notas ou na demonstração do rendimento integral.

▼M31
33.A. Se uma entidade apresentar as rubricas de resultados numa demons­
tração separada, tal como descrito no parágrafo 10A da IAS 1 (con­
forme emendada em 2011), uma secção identificada como estando
relacionada com as unidades operacionais descontinuadas é apresen­
tada nessa demonstração.

▼B
34. Uma entidade deve apresentar novamente as divulgações do parágrafo
33. para períodos anteriores apresentados nas demonstrações financei­
ras de forma a que as divulgações se relacionem com todas as uni­
dades operacionais que tenham sido descontinuadas ►M5 no fim do
período de relato ◄ para o último período apresentado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 669

▼B
35. Os ajustamentos efectuados no período corrente nas quantias previa­
mente apresentadas em unidades operacionais descontinuadas que es­
tejam directamente relacionados com a alienação de uma unidade
operacional descontinuada num período anterior devem ser classifica­
dos separadamente nas unidades operacionais descontinuadas. A na­
tureza e a quantia desses ajustamentos devem ser divulgadas. Exem­
plos de circunstâncias em que estes ajustamentos podem resultar in­
cluem o seguinte:

a) a resolução de incertezas que resultem dos termos da transacção de


alienação, tais como a resolução dos ajustamentos no preço de
compra e das questões de indemnização com o comprador.

b) a resolução de incertezas que resultem de e estejam directamente


relacionadas com as unidades operacionais do componente antes
da sua alienação, tais como obrigações ambientais e de garantia de
produtos retidas pelo vendedor.

c) a liquidação das obrigações de planos de benefícios de emprega­


dos, desde que essa liquidação esteja directamente relacionada com
a transacção de alienação.

36. Se uma entidade deixar de classificar um componente de uma enti­


dade como detida para venda, os resultados das unidades operacionais
do componente anteriormente apresentados nas unidades operacionais
descontinuadas de acordo com os parágrafos 33-35 devem ser reclas­
sificados e incluídos no rendimento das unidades operacionais em
continuação para todos os períodos apresentados. As quantias relativas
a períodos anteriores devem ser descritas como tendo sido novamente
apresentadas.

▼M8
36.A. Uma entidade que assumiu um compromisso relativamente a um
plano de vendas que envolve a perda de controlo de uma subsidiária
deve divulgar as informações exigidas pelos parágrafos 33-36 quando
a subsidiária for um grupo para alienação que satisfaz a definição de
unidade operacional descontinuada em conformidade com o pará­
grafo 32.

▼B
Ganhos ou perdas relacionados com unidades operacionais em
continuação
37. Qualquer ganho ou perda relativo à remensuração de um activo não
corrente (ou grupo para alienação) classificado como detido para
venda que não satisfaça a definição de unidade operacional desconti­
nuada deve ser incluído nos lucros ou prejuízos das unidades opera­
cionais em continuação.

Apresentação de um activo não corrente ou de um grupo para


alienação classificado como detido para venda
38. Uma entidade deve apresentar um activo não corrente classificado
como detido para venda e os activos de um grupo para alienação
classificado como detido para venda separadamente dos outros activos
►M5 na demonstração da posição financeira ◄. Os passivos de um
grupo para alienação classificado como detido para venda devem ser
apresentados separadamente dos outros passivos ►M5 na demons­
tração da posição financeira ◄. Esses activos e passivos não devem
ser compensados nem apresentados como uma única quantia. As
principais classes de activos e passivos classificados como detidos
para venda devem ser divulgadas separadamente ou ►M5 nas ◄
►M5 da demonstração da posição financeira ◄ ou nas notas, ex­
cepto conforme permitido pelo parágrafo 39. Uma entidade deve
apresentar separadamente qualquer rendimento ou gasto cumulativo
►M5 reconhecido em outro rendimento integral ◄ relacionado
com um activo não corrente (ou grupo para alienação) classificado
como detido para venda.

39. Se o grupo para alienação for uma subsidiária recém-adquirida que


satisfaça os critérios de classificação como detido para venda no
momento da aquisição (ver parágrafo 11.), não é exigida a divulgação
das principais classes de activos e passivos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 670

▼B
40. Uma entidade não deve reclassificar ou voltar a apresentar quantias
apresentadas para activos não correntes ou para activos e passivos de
grupos para alienação classificados como detidos para venda
►M5 nas demonstrações da posição financeira ◄ de períodos ante­
riores para reflectir a classificação ►M5 na demonstração da posição
financeira ◄ relativa ao último período apresentado.

Divulgações adicionais
41. Uma entidade deve divulgar a seguinte informação nas notas do pe­
ríodo em que o activo não corrente (ou grupo para alienação) foi ou
classificado como detido para venda ou vendido:

a) uma descrição do activo não corrente (ou grupo para alienação);

b) uma descrição dos factos e circunstâncias da venda, ou que con­


duziram à alienação esperada, e a forma e tempestividade espera­
das para essa alienação;

c) o ganho ou a perda reconhecidos de acordo com os parágrafos


20.-22. e, se não for apresentado separadamente ►M5 na ◄
►M5 demonstração do rendimento integral ◄, o título na
►M5 demonstração do rendimento integral ◄ que inclui esse
ganho ou perda;

d) se aplicável, o segmento relatável em que o activo não corrente (ou


grupo para alienação) está apresentado de acordo com a IFRS 8
Segmentos Operacionais.

42. Caso se aplique o parágrafo 26 ou o parágrafo 29, uma entidade deve


divulgar, no período da decisão para alterar o plano de vender o
activo não corrente (ou grupo para alienação), uma descrição dos
factos e circunstâncias que levaram à decisão e o efeito dessa decisão
nos resultados das unidades operacionais para esse período e qualquer
período anterior apresentado.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
43. A IFRS deve ser aplicada prospectivamente a activos não correntes
(ou grupos para alienação) que satisfaçam os critérios de classificação
como detidos para venda e a unidades operacionais que satisfaçam os
critérios de classificação como descontinuadas após a data de eficácia
da IFRS. Uma entidade pode aplicar os requisitos da IFRS a todos os
activos não correntes (ou grupos para alienação) que satisfaçam os
critérios de classificação como detidos para venda e a unidades ope­
racionais que satisfaçam os critérios de classificação como desconti­
nuadas após qualquer data antes da data de eficácia da IFRS, desde
que as valorizações e outras informações necessárias para aplicar a
IFRS tenham sido obtidas no momento em que esses critérios foram
originalmente satisfeitos.

DATA DE EFICÁCIA
44. Uma entidade deve aplicar esta IFRS aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2005. É encorajada a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar a IFRS a um período que tenha início antes
de 1 Janeiro 2005, ela deve divulgar esse facto.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 671

▼M5
44.A. A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada
nas IFRS. Além disso, emendou os parágrafos 3 e 38 e adicionou o
parágrafo 33A. Uma entidade deve aplicar estas emendas aos períodos
anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. Se uma entidade
aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a um período anterior, as emendas
deverão ser aplicadas a esse período anterior.

▼M11
44.B. A IAS 27 (tal como emendada pelo International Accounting Stan­
dards Board em 2008) adicionou o parágrafo 33(d). Uma entidade
deve aplicar essa emenda aos períodos anuais com início em ou
após 1 de Julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 27 (emen­
dada em 2008) a um período anterior, a emenda deverá ser aplicada a
esse período anterior. A emenda deve ser aplicada retrospectivamente.

▼M8
44.C. Os parágrafos 8A e 36A foram adicionados com base no documento
Melhoramentos introduzidos nas IFRS, emitido em Maio de 2008.
Uma entidade deve aplicar estas emendas aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Julho de 2009. É permitida a aplicação mais
cedo. Contudo, uma entidade não deve aplicar essas emendas aos
períodos anuais com início antes de 1 de Julho de 2009, a não ser
que também aplique a IFRS 27 (tal como alterada em Maio de 2008).
Se uma entidade aplicar as emendas antes de 1 de Julho de 2009,
deve divulgar esse facto. Uma entidade deve aplicar as emendas
prospectivamente a partir da data na qual aplicou pela primeira vez
a IFRS 5, sujeita às disposições transitórias constantes do parágrafo
45 da IAS 27 (emendada em Maio de 2008).

▼M17
44.D. Foram adicionados os parágrafos 5A, 12A e 15A e o parágrafo 8 foi
emendado pela IFRIC 17 Distribuições aos Proprietários de Activos
que Não São Caixa em Novembro de 2008. Estas emendas devem ser
aplicadas prospectivamente a activos não correntes (ou grupos para
alienação) que estejam classificados como detidos para distribuição
aos proprietários nos períodos anuais com início em ou após 1 de
Julho de 2009. Não é permitida a aplicação retrospectiva. É permitida
a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar as emendas a um
período com início antes de 1 de Julho de 2009, deve divulgar esse
facto e também aplicar a IFRS 3 Concentrações de Actividades Em­
presariais (conforme revista em 2008), a IAS 27 (conforme emendada
em Maio de 2008) e a IFRIC 17.

▼M22
44.E. O parágrafo 5B foi adicionado pelo documento Melhoramentos Intro­
duzidos nas IFRS emitido em Abril de 2009. Uma entidade deve
aplicar essa emenda prospectivamente aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2010. É permitida a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar a emenda a um período anterior, deve divul­
gar esse facto.

▼M32
44.G. A IFRS 11 Acordos Conjuntos, emitida em maio de 2011, alterou o
parágrafo 28. Uma entidade deve aplicar esta alteração quando aplicar
a IFRS 11.

▼M33
44.H. A IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor, emitida em Maio de 2011,
emendou a definição de justo valor no Apêndice A. Uma entidade
deve aplicar esta emenda quando aplicar a IFRS 13.

▼M31
44.I. O documento Apresentação das Rubricas de Outro Rendimento Inte­
gral (Emendas à IAS 1), emitido em Junho de 2011, emendou o
parágrafo 33A. Uma entidade deve aplicar esta emenda quando aplicar
a IAS 1 (conforme emendada em Junho de 2011).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 672

▼B
RETIRADA DA IAS 35
45. Esta IFRS substitui a IAS 35 Unidades Operacionais em Desconti­
nuação.

Apêndice A

Termos definidos
Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.

unidade geradora de caixa O mais pequeno grupo identificável de activos que


seja gerador de influxos de caixa e que seja em
larga medida independente dos influxos de caixa
de outros activos ou grupos de activos.

componente de uma enti­ Unidades operacionais e fluxos de caixa que po­


dade dem ser claramente distinguidos, operacionalmente
e para finalidades de relato financeiro, do resto da
entidade.

custos de vender Os custos incrementais directamente atribuíveis à


alienação de um activo (ou grupo para aliena­
ção), excluindo custos de financiamento e gastos
de impostos sobre o rendimento.

activo corrente ►M5 Uma entidade deve classificar um activo


como corrente quando:
a) espera realizar o activo, ou pretende vendê-lo
ou consumi-lo, no decurso normal do seu ciclo
operacional;
b) detém o activo essencialmente para finalidades
de negociação;
c) espera realizar o activo até doze meses após o
período de relato; ou
d) o activo é caixa ou um equivalente de caixa (tal
como definido na IAS 7), a menos que lhe seja
limitada a troca ou uso para liquidar um pas­
sivo durante pelo menos doze meses após o
período de relato. ◄

unidade operacional des­ É um componente de uma entidade que ou foi


continuada alienado ou está classificado como detido para
venda e:
a) representa uma importante linha de negócios ou
área geográfica de operações separada;
b) é parte integrante de um único plano coorde­
nado para alienar uma importante linha de ne­
gócios ou área geográfica de operações separa­
da; ou
c) é uma subsidiária adquirida exclusivamente
com vista à revenda.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 673

▼B

grupo para alienação Um grupo de activos a alienar, por venda ou de


outra forma, em conjunto como um grupo numa só
transacção, e passivos directamente associados a
esses activos que serão transferidos na transacção.
O grupo inclui goodwill adquirido numa concen­
tração de actividades empresariais se o grupo for
uma unidade geradora de caixa à qual tenha sido
imputado goodwill de acordo com os requisitos
dos parágrafos 80.-87. da IAS 36 Imparidade de
Activos (tal como revista em 2004) ou se for uma
unidade operacional dentro dessa unidade geradora
de caixa.

▼M33

justo valor é o preço que seria recebido pela venda de um


activo ou pago pela transferência de um passivo
numa transacção ordenada entre participantes no
mercado à data da mensuração. (Ver IFRS 13).

▼B

compromisso firme de Um acordo com uma parte não relacionada, vincu­


compra lando ambas as partes e normalmente legalmente
imponível, que a) especifica todos os termos sig­
nificativos, incluindo o preço e a tempestividade
das transacções, e b) inclui um desincentivo por
não desempenho que é suficientemente grande
para tornar o desempenho altamente provável.

altamente provável Significativamente mais propenso do que prová­


vel.

activo não corrente Um activo que não satisfaz a definição de um


activo corrente.

provável Mais propenso que não.

quantia recuperável O valor mais alto entre o justo valor de um activo


menos os custos de vender e o seu valor de uso.

valor de uso O valor presente dos fluxos de caixa futuros esti­


mados que se espera que surjam do uso continuado
de um activo e da sua alienação no fim da sua vida
útil.

Apêndice B

Suplemento de aplicação

Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.

EXTENSÃO DO PERÍODO EXIGIDO PARA CONCLUIR UMA VENDA


B1 Tal como indicado no parágrafo 9., uma extensão do período durante
o qual se exige que a venda seja concluída não exclui que um activo
(ou grupo para alienação) seja classificado como detido para venda se
o atraso for causado por acontecimentos ou circunstâncias fora do
controlo da entidade e se houver suficiente prova de que a entidade
continua comprometida com o seu plano de vender o activo (ou grupo
para alienação). Uma excepção ao requisito de um ano no parágrafo 8.
deve portanto aplicar-se nas seguintes situações em que esses aconte­
cimentos ou circunstâncias ocorram:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 674

▼B
a) à data em que uma entidade se compromete a planear a venda de
um activo não corrente (ou grupo para alienação), ela espera ra­
zoavelmente que outros (não um comprador) imponham condições
à transferência do activo (ou grupo para alienação) que estendam o
período exigido para que a venda seja concluída, e:
i) as acções necessárias para responder a essas condições não
podem ser iniciadas antes de um compromisso firme de compra
ser obtido, e
ii) um compromisso firme de compra é altamente provável dentro
de um ano;
b) uma entidade obtém um compromisso firme de compra e, como
resultado, um comprador ou outros impõem inesperadamente con­
dições à transferência de um activo não corrente (ou grupo para
alienação) anteriormente classificado como detido para venda que
irão estender o período exigido para que a venda seja concluída, e:
i) foram tomadas as acções atempadas necessárias para responder
às condições, e
ii) espera-se uma resolução favorável dos factores que condicio­
nam um atraso;
c) durante o período inicial de um ano, ocorrem circunstâncias que
foram anteriormente consideradas improváveis e, como resultado,
um activo não corrente (ou grupo para alienação) anteriormente
classificado como detido para venda não é vendido até ao final
desse período, e:
i) durante o período inicial de um ano, a entidade envidou as
acções necessárias para responder à alteração nas circunstân­
cias,
ii) o activo não corrente (ou grupo para alienação) está a ser
activamente publicitado a um preço que é razoável, dada a
alteração nas circunstâncias, e
iii) foram satisfeitos os critérios dos parágrafos 7. e 8.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 675

▼B
NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 6

Exploração e Avaliação de Recursos Minerais

OBJECTIVO
1. O objectivo desta IFRS é especificar o relato financeiro da exploração
e avaliação de recursos minerais.

2. Em particular, a IFRS exige:

a) melhorias limitadas a práticas contabilísticas existentes de dispên­


dios de exploração e avaliação;

b) que as entidades que reconheçam activos de exploração e avalia­


ção apreciem esses activos quanto a imparidade de acordo com
esta IFRS e mensurem qualquer imparidade de acordo com a IAS
36 Imparidade de Activos;

c) divulgações que identifiquem e expliquem as quantias nas demons­


trações financeiras da entidade que resultem da exploração e ava­
liação de recursos minerais e ajudem os utentes dessas demons­
trações financeiras a compreender a quantia, tempestividade e cer­
teza de fluxos de caixa futuros de quaisquer activos de exploração
e avaliação reconhecidos.

ÂMBITO
3. Uma entidade deve aplicar a IFRS aos dispêndios de exploração e
avaliação em que incorra.

4. A IFRS não trata de outros aspectos da contabilização por entidades


dedicadas à exploração e avaliação de recursos minerais.

5. Uma entidade não deve aplicar esta IFRS a dispêndios incorridos:

a) antes da exploração e avaliação de recursos minerais, tais como


dispêndios incorridos antes de a entidade ter obtido os direitos
legais de explorar uma área específica;

b) depois de serem demonstráveis a exequibilidade técnica e viabili­


dade comercial da extracção de um recurso mineral.

RECONHECIMENTO DE ACTIVOS DE EXPLORAÇÃO E AVALIAÇÃO


Dispensa temporária dos parágrafos 11. e 12. da IAS 8
6. Quando desenvolver as suas políticas contabilísticas, uma entidade
que reconheça activos de exploração e avaliação deve aplicar o pará­
grafo 10. da IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estima­
tivas Contabilísticas e Erros.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 676

▼B
7. É exigido que a gerência considere os parágrafos 11. e 12. da IAS 8
que especificam fontes de requisitos e orientação autorizados ao de­
senvolver uma política contabilística para um item se nenhuma IFRS
se aplicar especificamente a esse item. Sujeito aos parágrafos 9. e 10.
adiante, esta IFRS dispensa uma entidade de aplicar esses parágrafos
às suas políticas contabilísticas para o reconhecimento e mensuração
de activos de exploração e avaliação.

MENSURAÇÃO DE ACTIVOS DE EXPLORAÇÃO E AVALIAÇÃO


Mensuração no reconhecimento
8. Os activos de exploração e avaliação devem ser mensurados pelo
custo.

Elementos do custo de activos de exploração e avaliação


9. Uma entidade deve determinar uma política contabilística que especi­
fique que dispêndios são reconhecidos como activos de exploração e
avaliação e aplicar essa política consistentemente. Ao tomar esta de­
terminação, uma entidade considera até que ponto o dispêndio pode
ser associado à descoberta de recursos minerais específicos. O que se
segue são exemplos de dispêndios que podem ser incluídos na men­
suração inicial de activos de exploração e avaliação (a lista não é
exaustiva):

a) aquisição de direitos de exploração;

b) estudos topográficos, geológicos, geoquímicos e geofísicos;

c) perfuração exploratória;

d) valas;

e) amostragem; e

f) actividades relacionadas com a avaliação da exequibilidade técnica


e viabilidade comercial da extracção de um recurso mineral.

10. Os dispêndios relacionados com o desenvolvimento de recursos mi­


nerais não devem ser reconhecidos como activos de exploração e
avaliação. A Estrutura Conceptual e a IAS 38 Activos Intangíveis
proporcionam orientação sobre o reconhecimento de activos resultan­
tes de desenvolvimento.

11. De acordo com a IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos


Contingentes, uma entidade reconhece quaisquer obrigações de remo­
ção e restauro que sejam incorridas durante um determinado período
como consequência de ter levado a cabo a exploração e avaliação de
recursos minerais.

Mensuração após reconhecimento


12. Após o reconhecimento, uma entidade deve aplicar ou o modelo de
custo ou o modelo de revalorização aos activos de exploração e
avaliação. Se o modelo de revalorização for aplicado (ou o modelo
da IAS 16 Activos Fixos Tangíveis ou o modelo da IAS 38), ele deve
ser consistente com a classificação dos activos (ver parágrafo 15.).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 677

▼B
Alterações nas políticas contabilísticas
13. Uma entidade pode alterar as suas políticas contabilísticas para dis­
pêndios de exploração e avaliação se a alteração tornar as demons­
trações financeiras mais relevantes para as necessidades de tomada de
decisões económicas dos utentes e não menos fiáveis, ou mais fiáveis
e não menos relevantes para essas necessidades. Uma entidade deve
ajuizar a relevância e a fiabilidade usando os critérios da IAS 8.

14. Para justificar a alteração das suas políticas contabilísticas para dis­
pêndios de exploração e avaliação, uma entidade deve demonstrar que
a alteração leva as suas demonstrações financeiras a satisfazerem mais
aproximadamente os critérios da IAS 8, mas a alteração não precisa
de alcançar total conformidade com esses critérios.

APRESENTAÇÃO
Classificação de activos de exploração e avaliação
15. Uma entidade deve classificar os activos de exploração e avaliação
como tangíveis ou intangíveis de acordo com a natureza dos activos
adquiridos e aplicar a classificação consistentemente.

16. Alguns activos de exploração e avaliação são tratados como intangí­


veis (por exemplo, direitos de perfuração), enquanto outros são tan­
gíveis (por exemplo, veículos e plataformas de perfuração). Até ao
ponto em que um activo tangível seja consumido no desenvolvimento
de um activo intangível, a quantia que reflecte esse consumo faz parte
do custo do activo intangível. Contudo, o uso de um activo tangível
para desenvolver um activo intangível não transforma um activo tan­
gível num activo intangível.

Reclassificação de activos de exploração e avaliação


17. Um activo de exploração e avaliação deve deixar de ser classificado
como tal quando a exequibilidade técnica e viabilidade comercial de
extracção de um recurso mineral for demonstrável. Os activos de
exploração e avaliação devem ser avaliados quanto a imparidade, e
quanto a qualquer perda por imparidade reconhecida, antes da reclas­
sificação.

IMPARIDADE
Reconhecimento e mensuração
18. Os activos de exploração e avaliação devem ser avaliados quanto a
imparidade quando os factos e circunstâncias sugerirem que a quantia
escriturada de um activo de exploração e avaliação pode exceder a sua
quantia recuperável. Quando os factos e circunstâncias sugerirem que
a quantia escriturada excede a quantia recuperável, uma entidade deve
mensurar, apresentar e divulgar qualquer perda por imparidade resul­
tante de acordo com a IAS 36, excepto conforme estabelecido pelo
parágrafo 21. adiante.

19. Apenas para as finalidades dos activos de exploração e avaliação,


quando for identificado um activo de exploração e avaliação que
possa estar com imparidade deve ser aplicado o parágrafo 20 desta
IFRS em vez dos parágrafos 8.-17. da IAS 36. O parágrafo 20. usa o
termo «activos» mas aplica-se igualmente a activos de exploração e
avaliação separados ou a uma unidade geradora de caixa.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 678

▼B
20. Um ou mais dos seguintes factos e circunstâncias indica que uma
entidade deve testar os activos de exploração e avaliação quanto a
imparidade (a lista não é exaustiva):

a) o período em que a entidade tem o direito de explorar na área


específica expirou durante o período ou vai expirar no futuro
próximo, e não se espera que seja renovado;

b) não estão orçamentados nem planeados dispêndios substanciais


relativos a posterior exploração e avaliação de recursos minerais
na área específica;

c) a exploração e avaliação de recursos minerais na área específica


não levaram à descoberta de quantidades comercialmente viáveis
de recursos minerais e a entidade decidiu descontinuar essas acti­
vidades na área específica;

d) existem suficientes dados para indicar que, embora um desenvol­


vimento na área específica seja provável que resulte, é improvável
que a quantia escriturada do activo de exploração e avaliação seja
recuperada na totalidade como consequência de um desenvolvi­
mento bem-sucedido ou por venda.

Em qualquer caso, ou em casos semelhantes, a entidade deve efectuar


um teste de imparidade de acordo com a IAS 36. Qualquer perda por
imparidade é reconhecida como um gasto de acordo com a IAS 36.

Especificar o nível em que os activos de exploração e avaliação


são avaliados quanto a imparidade
21. Uma entidade deve determinar uma política contabilística para a im­
putação de activos de exploração e avaliação a unidades geradoras de
caixa ou grupos de unidades geradoras de caixa com a finalidade de
avaliar esses activos quanto a imparidade. Cada unidade geradora de
caixa ou grupo de unidades a que um activo de exploração e avaliação
seja imputado não deve ser maior do que um segmento operacional
determinado de acordo com a IFRS 8 Segmentos Operacionais.

22. O nível identificado pela entidade para a finalidade de testar activos


de exploração e avaliação quanto a imparidade pode compreender
uma ou mais unidades geradoras de caixa.

DIVULGAÇÃO
23. Uma entidade deve divulgar informação que identifique e explique as
quantias reconhecidas nas suas demonstrações financeiras resultantes
da exploração e avaliação de recursos minerais.

24. Para cumprir o parágrafo 23., uma entidade deve divulgar:

a) as suas políticas contabilísticas relativas a dispêndios de explora­


ção e avaliação incluindo o reconhecimento de activos de explo­
ração e avaliação;

b) as quantias de activos, passivos, rendimentos e gastos e fluxos de


caixa operacionais e de investimento resultantes da exploração e
avaliação de recursos minerais.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 679

▼B
25. Uma entidade deve tratar os activos de exploração e avaliação como
uma classe separada de activos e fazer as divulgações exigidas ou pela
IAS 16 ou pela IAS 38 consistentemente com a forma como os
activos estão classificados.
DATA DE EFICÁCIA
26. Uma entidade deve aplicar esta IFRS aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2006. É encorajada a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar a IFRS a um período que tenha início antes
de 1 de Janeiro de 2006, ela deve divulgar esse facto.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
27. Se for impraticável aplicar um determinado requisito do parágrafo 18.
à informação comparativa relacionada com períodos anuais com início
antes de 1 de Janeiro de 2006, a entidade deve divulgar esse facto. A
IAS 8 explica o termo «impraticável».
Apêndice A

Termos definidos
Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.
activos de exploração e Dispêndios de exploração e avaliação reconhecidos
avaliação como activos de acordo com a política contabilís­
tica da entidade.
dispêndios de exploração Dispêndios incorridos por uma entidade em ligação
e avaliação com a exploração e avaliação de recursos minerais
antes que a exequibilidade técnica e viabilidade
comercial da extracção de um recurso mineral se­
jam demonstráveis.
exploração e avaliação de A pesquisa de recursos minerais, incluindo miné­
recursos minerais rios, petróleo, gás natural e recursos não regenera­
tivos semelhantes depois de a entidade ter obtido
os direitos legais de explorar numa área específica,
bem como a determinação da exequibilidade téc­
nica e viabilidade comercial de extrair o recurso
mineral.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 680

▼B

NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 7

Instrumentos Financeiros: Divulgações

OBJECTIVO
1. O objectivo desta IFRS é exigir às entidades que forneçam divulga­
ções nas suas demonstrações financeiras que permitam que os utentes
avaliem:

a) o significado dos instrumentos financeiros para a posição e o


desempenho financeiros da entidade; e

b) a natureza e a extensão dos riscos decorrentes de instrumentos


financeiros aos quais a entidade está exposta durante o período e
na data de relato, assim como a forma como a entidade gere esses
riscos.

2. Os princípios estabelecidos nesta IFRS complementam os princípios


para o reconhecimento, a mensuração e a apresentação de activos
financeiros e de passivos financeiros enunciados na IAS 32 Instru­
mentos Financeiros: Apresentação e na IAS 39 Instrumentos Finan­
ceiros: Reconhecimento e Mensuração.

ÂMBITO
▼M38
3. A presente IFRS deve ser aplicada por todas as entidades a todos os
tipos de instrumentos financeiros, exceto:

a) as participações em subsidiárias, associadas e empreendimentos


conjuntos que sejam contabilizadas em conformidade com a
IRFS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas, a IAS 27 De­
monstrações Financeiras Separadas ou a IAS 28 Investimentos em
Associadas e Empreendimentos Conjuntos. Contudo, em alguns
casos, a IFRS 10, a IAS 27 ou a IAS 28 exigem ou permitem
que as entidades contabilizem os interesses numa subsidiária, as­
sociada ou empreendimento conjunto aplicando a IFRS 9; nesses
casos, as entidades devem aplicar os requisitos desta IFRS e, para
os interesses mensurados pelo justo valor, os requisitos da IFRS 13
Mensuração pelo Justo Valor. As entidades também devem aplicar
esta IFRS a todos os derivados associados a interesses em subsi­
diárias, associadas ou empreendimentos conjuntos, salvo se os
derivados corresponderem à definição de instrumentos de capitais
próprios da IAS 32;

▼B
b) direitos e obrigações dos empregadores decorrentes de planos de
benefícios dos empregados, aos quais se aplica a IAS 19 Benefí­
cios dos Empregados;

▼M12
__________

▼B
d) contratos de seguro tal como definidos na IFRS 4 Contratos de
Seguro. Contudo, esta IFRS aplica-se a derivados que estejam
embutidos nos contratos de seguro sempre que a IAS 39 exija
que a entidade os contabilize separadamente. Além disso, um emi­
tente deve aplicar esta IFRS aos contratos de garantia financeira,
caso o emitente aplique a IAS 39 ao reconhecimento e à mensu­
ração dos contratos, aplicando todavia a IFRS 4 caso o emitente
decida, de acordo com a alínea d) do parágrafo 4 da IFRS 4,
aplicar esta Norma ao seu reconhecimento e mensuração;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 681

▼B
e) instrumentos financeiros, contratos e obrigações ao abrigo de tran­
sacções de pagamento com base em acções aos quais se aplique a
IFRS 2 Pagamentos com Base em Acções, excepto quando esta
IFRS se aplique a contratos descritos nos parágrafos 5.-7. da
IAS 39 ;

▼M6
f) instrumentos que devam ser classificados como instrumentos de
capital próprio em conformidade com os parágrafos 16A e 16B
ou os parágrafos 16C e 16D da IAS 32.

4. Esta IFRS aplica-se a instrumentos financeiros reconhecidos e não


reconhecidos. Os instrumentos financeiros reconhecidos incluem acti­
vos financeiros e passivos financeiros que se encontram dentro do
âmbito da IAS 39. Os instrumentos financeiros não reconhecidos
incluem alguns instrumentos financeiros que, embora fora do âmbito
da IAS 39, se encontram dentro do âmbito desta IFRS (tal como
alguns compromissos de empréstimo).

5. Esta IFRS aplica-se aos contratos de compra e venda de um item não


financeiro abrangidos pelo âmbito de aplicação da IAS 39 (ver pará­
grafos 5.-7. da IAS 39).

CLASSES DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS E NÍVEL DE DIVULGA­


ÇÃO
6. Quando esta IFRS exigir a divulgação por classes de instrumentos
financeiros, uma entidade deve agrupar os instrumentos financeiros
em classes que sejam apropriadas à natureza da informação divulgada,
e que tomem em consideração as características dos instrumentos
financeiros. Uma entidade deve fornecer informação suficiente para
permitir uma reconciliação com as linhas de itens apresentadas
►M5 na demonstração da posição financeira ◄.

SIGNIFICADO DOS INSTRUMENTOS FINANCEIROS PARA A POSIÇÃO E


O DESEMPENHO FINANCEIROS
7. Uma entidade deve divulgar informação que permita aos utentes das
suas demonstrações financeiras avaliar o significado dos instrumentos
financeiros para a sua posição e desempenho financeiros.

▼M5
Demonstração da posição financeira
▼B
Categorias de activos financeiros e passivos financeiros
8. As quantias escrituradas de cada uma das seguintes categorias, tal
como definidas na IAS 39, devem ser divulgadas ou na face
►M5 da demonstração da posição financeira ◄ ou nas notas:

a) activos financeiros pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos,


discriminando i) os designados como tal no momento do reconhe­
cimento inicial e ii) os classificados como detidos para negociação
segundo a IAS 39;

b) investimentos detidos até à maturidade;

c) empréstimos concedidos e contas a receber;


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 682

▼B
d) activos financeiros disponíveis para venda;

e) passivos financeiros pelo justo valor através dos lucros ou prejuí­


zos, discriminando separadamente i) os designados como tal no
momento do reconhecimento inicial e ii) os classificados como
detidos para negociação segundo a IAS 39; e

f) passivos financeiros mensurados pelo custo amortizado.

Activos financeiros e passivos financeiros pelo justo valor através dos


lucros ou prejuízos
9. Se a entidade designou um empréstimo concedido ou uma conta a
receber (ou grupo de empréstimos concedidos ou de contas a receber)
pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos, ela deve divulgar:

a) a exposição máxima ao risco de crédito (ver parágrafo 36.a)) do


empréstimo concedido ou conta a receber (ou grupo de emprésti­
mos concedidos ou contas a receber) ►M5 no fim do período de
relato ◄;

b) a quantia pela qual os derivados de crédito relacionados ou ins­


trumentos similares permitem mitigar essa exposição máxima ao
risco de crédito;

c) a quantia da alteração, durante o período e de forma cumulativa,


no justo valor do empréstimo concedido ou conta a receber (ou
grupo de empréstimos concedidos ou contas a receber) atribuível a
alterações no risco de crédito do activo financeiro, determinado de
uma das duas formas seguintes:

i) como a quantia da alteração no justo valor que não é atribuível


a alterações nas condições do mercado que possam dar origem
a risco de mercado, ou

ii) usando um método alternativo que a entidade considera repre­


sentar de forma mais fidedigna a quantia da alteração no justo
valor que seja atribuível a alterações no risco de crédito do
activo.

As alterações nas condições de mercado que dão origem a risco de


mercado incluem alterações numa taxa de juro (de referência)
observada, no preço de uma mercadoria, numa taxa de câmbio
ou num índice de preços ou de taxas;

d) a quantia da alteração no justo valor de quaisquer derivados de


crédito relacionados ou instrumentos similares ocorrida durante o
período e de forma cumulativa desde a designação do empréstimo
concedido ou da conta a receber.

10. Se uma entidade designou um passivo financeiro como mensurado


pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos, segundo o parágrafo
9. da IAS 39, ela deve divulgar:

a) a quantia da alteração, durante o período e de forma cumulativa,


no justo valor do passivo financeiro atribuível a alterações no risco
de crédito do passivo financeiro, determinada de uma das duas
formas seguintes:

i) como a quantia da alteração no justo valor que não é atribuível


a alterações nas condições do mercado que possam dar origem
a risco de mercado (ver Apêndice B, parágrafo B4), ou

ii) usando um método alternativo que a entidade considera repre­


sentar de forma mais fidedigna a quantia de alteração no justo
valor atribuível a alterações no risco de crédito do passivo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 683

▼B
As alterações nas condições de mercado que dão origem a risco de
mercado incluem alterações na taxa de juro de referência, no preço
de um instrumento financeiro de outra entidade, no preço de uma
mercadoria, na taxa de câmbio ou no índice de preços ou de taxas.
No caso de contratos que incluem uma característica de ligação a
unidades de participação («unit-linking feature»), as alterações nas
condições de mercado incluem alterações no desempenho do fundo
de investimento interno ou externo associado;

b) a diferença entre a quantia escriturada do passivo financeiro e a


quantia que a entidade teria contratualmente de pagar no venci­
mento ao detentor da obrigação.

11. A entidade deve divulgar:

a) os métodos utilizados para cumprir os requisitos dos parágrafos


9.c) e 10.a);

b) se a entidade considerar que a divulgação fornecida em conformi­


dade com os requisitos do parágrafo 9.c) ou 10.a) não representa
de forma fidedigna a alteração no justo valor do activo financeiro
ou do passivo financeiro atribuível a alterações no seu risco de
crédito, as razões que a levaram a chegar a essa conclusão e os
factores que considerar relevantes.

Reclassificação
12. Se a entidade tiver reclassificado um activo financeiro (em conformi­
dade com os parágrafos 51 a 54 da IAS 39) como um activo men­
surado:

a) pelo custo ou pelo custo amortizado, em vez de o ser pelo justo


valor; ou

b) pelo justo valor, em vez de o ser pelo custo ou pelo custo amor­
tizado,

deve divulgar a quantia que, por via dessa reclassificação, entrou e


saiu de cada categoria, bem como a razão da reclassificação.

12.A. Se a entidade tiver reclassificado um activo financeiro, retirando-o da


categoria de justo valor através dos lucros ou prejuízos em conformi­
dade com o parágrafo 50B ou 50D da IAS 39 ou retirando-o da
categoria de activos disponíveis para venda em conformidade com o
parágrafo 50E da IAS 39, deve divulgar:

a) a quantia que, por via dessa reclassificação, entrou e saiu de cada


categoria;

b) para cada período de relato até ao desreconhecimento, as quantias


escrituradas e os justos valores de todos os activos financeiros que
foram reclassificados no período de relato em curso e nos períodos
de relato anteriores;

c) se um activo financeiro foi reclassificado em conformidade com o


parágrafo 50B, a situação excepcional e os factos e circunstâncias
que indiquem que se tratou de uma situação excepcional;

d) para o período de relato no qual o activo financeiro foi reclassifi­


cado, o ganho ou perda no justo valor do activo financeiro reco­
nhecido nos lucros ou prejuízos ou outro rendimento integral nesse
período de relato e no período de relato anterior;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 684

▼B
e) para cada período de relato que se segue à reclassificação (in­
cluindo o período de relato no qual o activo financeiro foi reclas­
sificado) até ao desreconhecimento do activo financeiro, o ganho
ou perda no justo valor que teria sido reconhecido nos lucros ou
prejuízos ou outro rendimento integral se o activo financeiro não
tivesse sido reclassificado, e os ganhos, perdas, rendimentos e
gastos reconhecidos nos lucros ou prejuízos; e

f) a taxa de juro efectiva e as quantias estimadas de fluxos de caixa


que a entidade espera recuperar, à data da reclassificação do activo
financeiro.

▼M34
__________

Compensação entre ativos financeiros e passivos financeiros


13.A. As divulgações referidas nos parágrafos 13B–13E complementam os
outros requisitos de divulgação constantes da presente IFRS e são
exigidas em relação a todos os instrumentos financeiros reconhecidos
que são compensados nos termos do parágrafo 42 da IAS 32. Estas
divulgações aplicam-se também a instrumentos financeiros reconheci­
dos que estejam sujeitos a um acordo principal de compensação de
cumprimento obrigatório ou outro acordo semelhante, independente­
mente de serem ou não compensados nos termos do parágrafo 42 da
IAS 32.

13.B. Uma entidade deve divulgar informações que permitam que os utili­
zadores das suas demonstrações financeiras avaliem o efeito ou pos­
sível efeito dos acordos de compensação na situação financeira da
entidade. Tal inclui o efeito ou possível efeito de direitos de compen­
sação associados aos ativos financeiros reconhecidos e passivos finan­
ceiros reconhecidos da entidade abrangidos pelo parágrafo 13A.

13.C. Para alcançar o objetivo do parágrafo 13B, uma entidade deve divul­
gar, no final do período de relato, as seguintes informações quantita­
tivas, em separado, quanto aos ativos financeiros reconhecidos e pas­
sivos financeiros reconhecidos abrangidos pelo parágrafo 13A:

(a) as quantias brutas desses ativos financeiros reconhecidos e passi­


vos financeiros reconhecidos;

(b) as quantias compensadas em conformidade com os critérios refe­


ridos no parágrafo 42 da IAS 32 para efeitos da determinação das
quantias líquidas apresentadas na demonstração da situação finan­
ceira;

(c) as quantias líquidas apresentadas na demonstração da situação


financeira;

(d) as quantias sujeitas a um acordo principal de compensação de


cumprimento obrigatório ou acordo semelhante e que não sejam
abrangidas pelo parágrafo 13C (b), incluindo:

(i) quantias relacionadas com instrumentos financeiros reconhe­


cidos que não preenchem a totalidade ou parte dos critérios de
compensação referidos no parágrafo 42 da IAS 32; e

(ii) quantias relacionadas com garantias financeiras (incluindo ga­


rantias em dinheiro); e

(e) a quantia líquida após dedução das quantias referidas em (d) das
quantias referidas em (c).

As informações exigidas nos termos do presente parágrafo devem ser


apresentadas em formato de tabela, separadamente para os ativos
financeiros e os passivos financeiros, a menos que outro formato
seja mais adequado.

13.D. A quantia total divulgada nos termos do parágrafo 13C (d) em relação
a um instrumento deve ser limitada à quantia indicada no parágrafo
13C (c) para esse instrumento.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 685

▼M34
13.E. Uma entidade deve incluir nas divulgações uma descrição dos direitos
de compensação associados aos ativos financeiros reconhecidos e
passivos financeiros reconhecidos da entidade sujeitos a acordos prin­
cipais de compensação de cumprimento obrigatório e a acordos seme­
lhantes e divulgados nos termos do parágrafo 13C (d), incluindo a
natureza desses direitos.

13.F. Se as informações exigidas pelos parágrafos 13B–13E forem divulga­


das em mais de uma nota às demonstrações financeiras, a entidade
deve fazer referências cruzadas entre essas notas.

▼B
Garantias colaterais
14. Uma entidade deve divulgar:

a) a quantia escriturada dos activos financeiros penhorados como


garantia colateral de passivos ou passivos contingentes, incluindo
as quantias reclassificadas conforme descrito no parágrafo 37.a) da
IAS 39; e

b) os termos e condições relacionados com a penhora.

15. Quando uma entidade detém uma garantia colateral (de activos finan­
ceiros ou não financeiros) e pode vender ou voltar a penhorar a
garantia colateral em caso de não incumprimento pelo proprietário
da garantia colateral, ela deve divulgar:

a) o justo valor da garantia colateral detida;

b) o justo valor de qualquer garantia colateral, vendida ou repenho­


rada, bem como se a entidade tem uma obrigação de a devolver; e

c) os termos e condições associados ao seu uso da garantia colateral.

Conta de abatimento para perdas de crédito


16. Quando os activos financeiros estão com imparidade por perdas de
crédito e a entidade regista a imparidade numa conta separada (por
exemplo, uma conta de abatimento usada para registar imparidades
individuais ou uma conta semelhante usada para registar uma impa­
ridade colectiva de activos), em vez de reduzir directamente a quantia
escriturada do activo, ela deve divulgar a reconciliação das alterações
nessa conta durante o período para cada classe de activos financeiros.

Instrumentos financeiros compostos com múltiplos derivados embuti­


dos
17. Se uma entidade emitiu um instrumento que contenha tanto um com­
ponente de passivo como um componente de capital próprio (ver
parágrafo 28. da IAS 32) e o instrumento tiver múltiplos derivados
embutidos, cujos valores sejam interdependentes (tais como um ins­
trumento de dívida convertível resgatável), ela deve divulgar a exis­
tência dessas características.

Incumprimentos e violações
18. No que diz respeito a empréstimos a pagar reconhecidos ►M5 no
fim do período de relato ◄, uma entidade deve divulgar:

a) os pormenores de quaisquer incumprimentos a nível de capital,


juros, fundo consolidado ou condições para remição sobre esses
empréstimos a pagar durante o período;

b) a quantia escriturada dos empréstimos a pagar em incumprimento


►M5 no fim do período de relato ◄; e

c) se o incumprimento foi sanado ou os termos dos empréstimos a


pagar renegociados antes da data em que as demonstrações finan­
ceiras foram aprovadas para emissão.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 686

▼B
19. Na eventualidade de, durante o período, terem ocorrido violações dos
termos de um acordo de empréstimo que não as descritas no parágrafo
18., uma entidade deve divulgar a mesma informação exigida pelo
parágrafo 18. se essas violações permitiram ao mutuante exigir o
reembolso acelerado (salvo se o incumprimento tiver sido sanado ou
os termos do empréstimo a pagar tiverem sido renegociados à
►M5 no fim do período de relato ◄ ou até ela).

▼M5
Demonstração do rendimento integral
▼B
Itens de rendimento, gasto, ganhos ou perdas
▼M5
20. Uma entidade deve divulgar os seguintes itens de rendimentos, gastos,
ganhos ou perdas ou na demonstração do rendimento integral ou nas
notas:

▼B
a) ganhos líquidos ou perdas líquidas com:

i) activos financeiros ou passivos financeiros pelo justo valor


através dos lucros ou prejuízos, mostrando separadamente os
activos financeiros ou passivos financeiros designados como
tal no momento do reconhecimento inicial e os activos finan­
ceiros ou passivos financeiros classificados como detidos para
negociação segundo a IAS 39,

▼M5
ii) activos financeiros disponíveis para venda, indicando separa­
damente a quantia do ganho ou perda reconhecida em outro
rendimento integral durante o período e a quantia reclassificada
do capital próprio para os lucros ou prejuízos do período,

▼B
iii) investimentos detidos até à maturidade,

iv) empréstimos concedidos e contas a receber, e

v) passivos financeiros mensurados pelo custo amortizado;

b) o total dos rendimentos de juros e o total dos gastos de juros


(calculados pelo método do juro efectivo) dos activos financeiros
e passivos financeiros que não sejam mensurados pelo justo valor
através dos lucros ou prejuízos;

c) rendimentos e gastos de honorários (para além das quantias incluí­


das no cálculo da taxa de juro efectiva) resultantes de:

i) activos financeiros ou passivos financeiros que não sejam men­


surados pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos, e

ii) trusts e outras actividades fiduciárias que impliquem a detenção


ou o investimento de activos em nome de indivíduos, trusts,
planos de benefícios de reforma e outras instituições;

d) o rendimento de juros de activos financeiros com imparidade


acrescidos de acordo com o parágrafo AG93 da IAS 39; e

e) a quantia de qualquer perda por imparidade para cada classe de


activo financeiro.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 687

▼B
Outras divulgações

Políticas contabilísticas
▼M5
21. De acordo com o parágrafo 117 da IAS 1 Apresentação de Demons­
trações Financeiras (tal como revista em 2007), uma entidade divul­
ga, no resumo das políticas contabilísticas significativas, a base (ou
bases) de mensuração usada na preparação das demonstrações finan­
ceiras e as outras políticas contabilísticas usadas que sejam relevantes
para uma compreensão das demonstrações financeiras.

▼B
Contabilidade de cobertura
22. Uma entidade deve divulgar, separadamente para cada tipo de cober­
tura descrita na IAS 39 (ou seja, coberturas de justo valor, coberturas
de fluxos de caixa e coberturas de investimentos líquidos em unidades
operacionais estrangeiras):

a) uma descrição de cada tipo de cobertura;

b) uma descrição dos instrumentos financeiros designados como ins­


trumentos de cobertura e os seus justos valores ►M5 no fim do
período de relato ◄; e

c) a natureza dos riscos a serem cobertos.

23. Quanto às coberturas dos fluxos de caixa, a entidade deve divulgar:

a) os períodos em que se espera que ocorram os fluxos de caixa e


quando se espera que venham a afectar os lucros ou prejuízos;

b) uma descrição de qualquer transacção prevista relativamente à qual


tenha sido previamente usada a contabilidade de cobertura, mas
que já não se espera que ocorra;

▼M5
c) a quantia que foi reconhecida em outro rendimento integral durante
o período;

d) a quantia que foi reclassificada do capital próprio para os lucros ou


prejuízos do período, indicando a quantia incluída em cada linha
de item na demonstração do rendimento integral; e

▼B
e) a quantia que foi removida do capital próprio durante o período e
incluída nos custos iniciais ou outra quantia escriturada de um
activo não financeiro ou de um passivo não financeiro, cuja aqui­
sição ou ocorrência fosse uma transacção coberta prevista e alta­
mente provável.

24. Uma entidade deve divulgar separadamente:

a) nas coberturas de justo valor, os ganhos ou perdas:

i) sobre o instrumento de cobertura, e

ii) sobre o item coberto atribuível ao risco coberto;

b) a ineficácia reconhecida nos lucros ou prejuízos decorrente das


coberturas de fluxo de caixa; e

c) a ineficácia reconhecida nos lucros ou prejuízos decorrente das


coberturas de investimentos líquidos em unidades operacionais es­
trangeiras.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 688

▼B
Justo valor
25. Com excepção do estabelecido no parágrafo 29., uma entidade deve
divulgar, para cada classe de activos financeiros e de passivos finan­
ceiros (ver parágrafo 6.), o justo valor dessa classe de activos e de
passivos de forma a permitir a sua comparação com as suas quantias
escrituradas.

26. Na divulgação de justos valores, uma entidade deve agrupar os activos


financeiros e os passivos financeiros em classes e fazer a sua
compensação apenas na medida em que as respectivas quantias
escrituradas sejam compensadas ►M5 na demonstração da posição
financeira ◄.

▼M33
__________

28. Em determinados casos, uma entidade não reconhece um ganho ou


uma perda no reconhecimento inicial de um activo financeiro ou
passivo financeiro porque o justo valor não é indicado por um preço
cotado num mercado activo para um activo ou passivo idêntico (ou
seja, por um dado de nível 1) nem se baseia numa técnica de avalia­
ção que utilize apenas dados de mercados observáveis (ver parágrafo
AG76 da IAS 39). Nesses casos, a entidade deve divulgar, por classe
de activo financeiro ou passivo financeiro:

a) a sua política contabilística quanto ao reconhecimento nos resulta­


dos da diferença entre o justo valor no reconhecimento inicial e o
preço da transacção para reflectir uma alteração em factores (in­
cluindo o tempo) que os participantes no mercado considerariam
ao apreçar o activo ou passivo (ver parágrafo AG76(b) da IAS 39);

▼B
b) a diferença agregada ainda a ser reconhecida nos lucros ou prejuí­
zos no início e no fim do período e uma reconciliação das altera­
ções no saldo dessa diferença;

▼M33
c) os motivos pelos quais a entidade concluiu que o preço da tran­
sacção não constitui o melhor indicador do justo valor, incluindo
uma descrição dos dados que servem de base ao justo valor.

29. Não é exigida qualquer divulgação do justo valor:

▼B
a) quando a quantia escriturada é uma aproximação razoável do justo
valor, por exemplo, para instrumentos financeiros tais como contas
comerciais a receber ou a pagar a curto prazo;

▼M33
b) no que diz respeito a investimentos em instrumentos de capital
próprio não cotados num mercado activo ou a derivados associa­
dos a esses instrumentos de capital próprio que sejam mensurados
pelo custo segundo a IAS 39, porque o seu justo valor não pode
ser mensurado com fiabilidade; ou

▼B
c) no que diz respeito a contratos que contenham uma característica
de participação discricionária (tal como descrita na IFRS 4) se o
justo valor dessa característica não puder ser mensurado com fia­
bilidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 689

▼B
30. Nos casos descritos no parágrafo 29.b) e c), uma entidade deve di­
vulgar informação para ajudar os utentes das demonstrações financei­
ras a efectuar os seus próprios julgamentos acerca da extensão de
possíveis diferenças entre a quantia escriturada desses activos finan­
ceiros e passivos financeiros e o seu justo valor, designadamente:

a) o facto de a informação do justo valor não ter sido divulgada para


estes instrumentos pelo facto de não ser possível mensurar o justo
valor com fiabilidade;

b) uma descrição dos instrumentos financeiros e das suas quantias


escrituradas, bem como uma explicação da razão pela qual o seu
justo valor não pode ser mensurado com fiabilidade;

c) informação acerca do mercado para os instrumentos;

d) informação sobre se e como a entidade pretende alienar os ins­


trumentos financeiros; e

e) se os instrumentos financeiros cujo justo valor não pôde anterior­


mente ser mensurado com fiabilidade forem desreconhecidos, esse
facto, bem como a sua quantia escriturada à data do desreconhe­
cimento e a quantia de ganhos e perdas reconhecida.

NATUREZA E EXTENSÃO DOS RISCOS RESULTANTES DE INSTRU­


MENTOS FINANCEIROS
31. Uma entidade deve divulgar informação para permitir aos utentes das
suas demonstrações financeiras avaliar a natureza e a extensão dos
riscos resultantes de instrumentos financeiros aos quais a entidade está
exposta ►M5 no fim do período de relato ◄.

32. As divulgações exigidas nos parágrafos 33.-42. referem-se essencial­


mente aos riscos associados a instrumentos financeiros e à forma
como eles foram geridos. Normalmente, estes riscos incluem, entre
outros, o risco de crédito, o risco de liquidez e o risco de mercado.

▼M29
32.A. Proporcionar divulgações qualitativas no contexto das divulgações
quantitativas permite aos utentes estabelecer a ligação entre divulga­
ções conexas e, por conseguinte, obter um panorama geral da natureza
e extensão dos riscos associados a instrumentos financeiros. A inte­
racção entre a divulgação de informações qualitativas e quantitativas
contribui para a divulgação das informações numa forma que permite
aos utentes avaliar melhor a exposição de uma entidade aos riscos.

▼B
Divulgações qualitativas
33. Para cada tipo de risco associado a instrumentos financeiros, uma
entidade deve divulgar:

a) a sua exposição ao risco e a origem dos riscos;

b) os seus objectivos, políticas e procedimentos de gestão de risco e


os métodos utilizados para mensurar o risco; e

c) quaisquer alterações nas alíneas a) ou b) referentes ao período


anterior.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 690

▼B
Divulgações quantitativas
▼M29
34. Para cada tipo de risco associado a instrumentos financeiros, a enti­
dade deve divulgar:

(a) um resumo dos dados quantitativos relativos à sua exposição a


esse risco no final do período de relato. Esta divulgação deve
basear-se na informação facultada internamente ao pessoal chave
da gerência da entidade (tal como definido na IAS 24 Divulgações
de Partes Relacionadas), por exemplo o conselho de direcção ou
o director executivo (CEO) da entidade;

(b) as divulgações exigidas pelos parágrafos 36–42, na medida em


que não sejam apresentadas em conformidade com a alínea (a).

(c) as concentrações de risco, se não forem evidentes a partir das


divulgações em conformidade com as alíneas (a) e (b).

▼B
35. Se os dados quantitativos divulgados ►M5 no fim do período de
relato ◄ não forem representativos dos riscos aos quais está exposta
a entidade durante esse período, uma entidade deve fornecer informa­
ção adicional que seja representativa.

Risco de crédito
▼M29
36. Para cada classe de instrumentos financeiros, uma entidade deve di­
vulgar:

(a) a quantia que melhor representa a sua exposição máxima ao risco


de crédito no final do período de relato sem ter em consideração
quaisquer garantias colaterais detidas ou outros aumentos de cré­
dito de crédito (por exemplo, acordos de compensação que não se
classificam para compensação segundo a IAS 32); esta divulgação
não será exigida para instrumentos financeiros cuja quantia escri­
turada seja a melhor representação da exposição máxima ao risco
de crédito;

(b) uma descrição das garantias detidas a título de caução e de outras


melhorias da qualidade de crédito, bem como do respectivo efeito
financeiro (por exemplo, quantificação da medida em que as ga­
rantias e outras melhorias da qualidade de crédito limitam o risco
de crédito) no que diz respeito à quantia que melhor representa a
exposição máxima ao risco de crédito (divulgada em conformi­
dade com a alínea (a) ou representada pela quantia escriturada de
um instrumento financeiro);

(c) informação acerca da qualidade de crédito de activos financeiros


que não estejam vencidos nem em imparidade.

(d) [suprimida]

Activos financeiros vencidos ou em imparidade


37. Para cada classe de activo financeiro, uma entidade deve divulgar:

(a) uma análise da idade dos activos financeiros vencidos no final do


período de relato mas que não se encontram em imparidade; e

(b) uma análise dos activos financeiros que são considerados como
estando em imparidade no final do período de relato, designada­
mente os factores que a entidade considerou na determinação
dessa imparidade.

(c) [suprimida]
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 691

▼M29
Garantias e outras melhorias da qualidade de crédito obtidas
38. Quando uma entidade obtém activos financeiros ou não financeiros
durante o período assumindo a posse de garantias que detém ou
utilizando outras melhorias da qualidade de crédito (por exemplo,
cauções) e esses activos satisfizerem os critérios de reconhecimento
de outras IFRS, essa entidade deve divulgar, em relação a esses
activos que detenha no final do período de relato:

(a) as respectivas natureza e quantia escriturada; e

(b) quando os activos não sejam prontamente convertíveis em dinhei­


ro, as suas políticas para a alienação ou para a utilização desses
activos nas suas operações.

▼B
Risco de liquidez
▼M19
39. Uma entidade deve divulgar:

(a) uma análise da maturidade dos passivos financeiros não derivados


(incluindo contratos de garantia financeira emitidos) que indique
as maturidades contratuais remanescentes.

(b) uma análise da maturidade dos passivos financeiros derivados. A


análise da maturidade deve incluir as maturidades contratuais re­
manescentes dos passivos financeiros derivados relativamente aos
quais as maturidades contratuais são essenciais para uma com­
preensão da tempestividade dos fluxos de caixa (ver parágrafo
B11B).

(c) uma descrição da forma como gere o risco de liquidez inerente às


alíneas (a) e (b).

▼B
Risco de mercado

Análise da sensibilidade
40. Excepto se a entidade cumprir o parágrafo 41., ela deve divulgar:

a) uma análise de sensibilidade para cada tipo de risco de mercado ao


qual esteja exposta ►M5 no fim do período de relato ◄, que
mostre a forma como os lucros ou prejuízos e o capital próprio
teriam sido afectados por alterações na variável de risco relevante
que fossem razoavelmente possíveis àquela data;

b) os métodos e pressupostos usados na preparação da análise de


sensibilidade; e

c) as alterações introduzidas nos métodos e pressupostos utilizados


face ao período anterior, bem como as razões dessas alterações.

41. Caso uma entidade prepare uma análise de sensibilidade, tal como
uma análise do valor em risco (value-at-risk), que reflicta interdepen­
dências entre variáveis de risco (por exemplo, taxas de juro e taxas de
câmbio) e utilize essa análise para gerir os riscos financeiros, ela pode
usar essa análise de sensibilidade em vez da análise especificada no
parágrafo 40. A entidade deve igualmente divulgar:

a) uma descrição do método utilizado na preparação dessa análise de


sensibilidade, assim como dos principais critérios e pressupostos
subjacentes aos dados fornecidos; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 692

▼B
b) uma explicação do objectivo do método utilizado e das limitações
que podem resultar do facto de a informação não reflectir cabal­
mente o justo valor dos activos e dos passivos envolvidos.

Outras divulgações de risco de mercado


42. Se a análise de sensibilidade divulgada nos termos dos parágrafos 40.
ou 41. não for representativa do risco inerente a um instrumento
financeiro (por exemplo, porque a exposição no final do ano não
reflecte a exposição durante o ano), a entidade deve divulgar esse
facto, bem como a razão pela qual entende que a análise de sensibi­
lidade não é representativa.

▼M30
TRANSFERÊNCIAS DE ACTIVOS FINANCEIROS
42A. Os requisitos de divulgação constantes dos parágrafos 42B-42H rela­
cionados com a transferência de activos financeiros complementam os
outros requisitos de divulgação desta IFRS. Uma entidade deve apre­
sentar as divulgações exigidas pelos parágrafos 42B-42H numa única
nota às suas demonstrações financeiras. Uma entidade deve apresentar
as divulgações exigidas em relação a todos os activos financeiros que
não tenham sido desreconhecidos e a qualquer envolvimento conti­
nuado num activo transferido, existente à data de relato, independen­
temente do momento em que tenha ocorrido a transferência corres­
pondente. Para efeitos da aplicação dos requisitos de divulgação cons­
tantes desses parágrafos, uma entidade transfere a totalidade ou parte de
um activo financeiro (o activo financeiro transferido) se e apenas se:

(a) Transferir os direitos contratuais a receber os fluxos de caixa


desse activo financeiro; ou

(b) Retiver os direitos contratuais a receber os fluxos de caixa desse


activo financeiro, mas assumir uma obrigação contratual de pagar
esses fluxos de caixa a um ou mais beneficiários num acordo.

42B. Uma entidade deve divulgar informação que permita aos utentes das
suas demonstrações financeiras:

(a) Compreender a relação entre os activos financeiros transferidos


não desreconhecidos na sua totalidade e os passivos associados; e

(b) Avaliar a natureza do envolvimento continuado da entidade nos


activos financeiros desreconhecidos e os riscos a ele associados.

42C. Para efeitos da aplicação dos requisitos de divulgação constantes dos


parágrafos 42E-42H, uma entidade mantém um envolvimento conti­
nuado num activo financeiro transferido se, no âmbito da transferên­
cia, conservar algum dos direitos ou obrigações contratuais inerentes
ao activo financeiro transferido ou adquirir novos direitos ou obriga­
ções contratuais relacionados com o activo financeiro transferido. Para
efeitos da aplicação dos requisitos de divulgação dos parágrafos
42E-42H, não constituem um envolvimento continuado:

(a) Declarações e garantias normais relacionadas com as transferên­


cias fraudulentas e com as noções de razoabilidade, boa-fé e
equidade nas transacções, susceptíveis de invalidar uma trans­
ferência em resultado de uma acção judicial;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 693

▼M30
(b) Contratos forward, opções e outros contratos de recompra do
activo financeiro transferido nos quais o preço contratado (ou o
preço de exercício da opção) seja o justo valor do activo finan­
ceiro transferido; ou

(c) Acordos pelos quais uma entidade conserva os direitos contratuais


a receber os fluxos de caixa de um activo financeiro, mas assume
uma obrigação contratual no sentido de pagar esses fluxos de
caixa a uma ou mais entidades, estando preenchidas as condições
do parágrafo 19(a)-(c) da IAS 39.

Activos financeiros transferidos não desreconhecidos na sua tota­


lidade
42D. Uma entidade pode ter transferido activos financeiros de tal forma que
parte ou a totalidade dos activos financeiros transferidos não reúna as
condições para desreconhecimento. A fim de cumprir os objectivos
definidos no parágrafo 42B(a), a entidade deve divulgar em cada data
de relato e para cada classe de activos financeiros transferidos não
desreconhecidos na totalidade:

(a) A natureza dos activos transferidos;

(b) A natureza dos riscos e benefícios inerentes à propriedade desses


activos a que a entidade está sujeita;

(c) Uma descrição da natureza da relação entre os activos transferidos


e os passivos associados, nomeadamente restrições associadas à
transferência que afectem a utilização dos activos transferidos pela
entidade que relata;

(d) Quando a(s) contraparte(s) nos passivos associados adquirir(em)


direitos apenas em relação aos activos transferidos, um plano que
estabeleça o justo valor dos activos transferidos, o justo valor dos
passivos associados e a posição líquida (a diferença entre o justo
valor dos activos transferidos e o dos passivos associados);

(e) Quando a entidade continuar a reconhecer a totalidade dos activos


transferidos, as quantias escrituradas dos activos transferidos e dos
passivos associados;

(f) Quando a entidade continuar a reconhecer os activos em função


do seu envolvimento continuado (ver os parágrafos 20(c)(ii) e 30
da IAS 39), a quantia total escriturada dos activos originais antes
da transferência, a quantia escriturada dos activos que a entidade
continua a reconhecer e a quantia escriturada dos passivos asso­
ciados.

Activos financeiros transferidos desreconhecidos na sua totalidade


42E. A fim de cumprir os objectivos definidos no parágrafo 42B(b),
quando uma entidade desreconhecer activos financeiros transferidos
na sua totalidade (ver parágrafo 20(a) e (c)(i) da IAS 39), mas man­
tiver um envolvimento continuado nesses activos, deve divulgar, no
mínimo e para cada tipo de envolvimento continuado, em cada data
de relato:

(a) A quantia escriturada dos activos e passivos reconhecidos na


demonstração da posição financeira da entidade e que representam
o envolvimento continuado da entidade nos activos financeiros
desreconhecidos, bem como as rubricas em que a quantia escri­
turada desses activos e passivos foi reconhecida;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 694

▼M30
(b) O justo valor dos activos e passivos que representam o envolvi­
mento continuado da entidade nos activos financeiros desreconhe­
cidos;

(c) A quantia que melhor representa a exposição máxima da entidade


a perdas decorrentes do seu envolvimento continuado nos activos
financeiros desreconhecidos, bem como informações que demons­
trem o modo de cálculo da exposição máxima a perdas;

(d) Os fluxos de saída de caixa não descontados que sejam ou pos­


sam ser necessários para a recompra dos activos financeiros des­
reconhecidos (por exemplo, o preço de exercício de um acordo de
opção) ou outras quantias a pagar ao destinatário da transferência,
relacionadas com os activos transferidos. Se os fluxos de saída de
caixa forem variáveis, a quantia divulgada deve basear-se nas
condições vigentes em cada data de relato;

(e) Uma análise da maturidade dos fluxos de saída de caixa não


descontados que sejam ou possam ser necessários para a recompra
dos activos financeiros desreconhecidos ou de outras quantias a
pagar ao destinatário da transferência em relação aos activos trans­
feridos, com indicação das maturidades contratuais remanescentes
em função do envolvimento continuado da entidade;

(f) Informação qualitativa que explique e substancie as divulgações


quantitativas exigidas nas alíneas a)-e).

42F. Uma entidade pode agregar as informações exigidas no parágrafo 42E


relativamente a um determinado activo, se tiver mais de um tipo de
envolvimento continuado nesse activo financeiro desreconhecido, di­
vulgando essas informações ao abrigo de um único tipo de envolvi­
mento continuado.

42G. Além disso, uma entidade deve divulgar, para cada tipo de envolvi­
mento continuado:

(a) Os ganhos ou perdas reconhecidos à data da transferência dos


activos;

(b) Os rendimentos e gastos reconhecidos, tanto durante o período de


relato como de forma cumulativa, devido ao envolvimento conti­
nuado da entidade nos activos financeiros desreconhecidos (por
exemplo, alterações do justo valor de instrumentos derivados);

(c) Se a quantia total dos proveitos da actividade de transferência


(elegível para desreconhecimento) num período de relato não es­
tiver uniformemente distribuída ao longo do período de relato (por
exemplo, se uma parte substancial da quantia total das transferên­
cias tiver lugar nos últimos dias de um período de relato):

(i) Em que período se concentrou a actividade de transferência


durante o período de relato em causa (por exemplo, nos
últimos cinco dias antes do final do período de relato);

(ii) A quantia (por exemplo, ganhos ou perdas relacionados)


reconhecida para a actividade de transferência nessa parte
do período de relato; e

(iii) A quantia total dos proveitos da actividade de transferência


nessa parte do período de relato.

Uma entidade deve apresentar esta informação em relação a cada


período para o qual seja apresentada uma demonstração do ren­
dimento integral.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 695

▼M30
Informação suplementar
42H. Uma entidade deve divulgar qualquer informação adicional que en­
tenda necessária para o cumprimento dos objectivos de divulgação
previstos no parágrafo 42B.

▼B
DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO
43. Uma entidade deve aplicar esta IFRS aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Janeiro de 2007. É encorajada a aplicação mais cedo.
Se uma entidade aplicar esta IFRS a um período anterior, ela deve
divulgar esse facto.

44. Se uma entidade aplicar esta IFRS a períodos anuais que tenham
início antes de 1 de Janeiro de 2006, ela não necessita de apresentar
informação comparativa para as divulgações exigidas nos parágrafos
31.-42. relativamente à natureza e extensão dos riscos associados a
instrumentos financeiros.

▼M5
44.A. A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada
nas IFRS. Além disso, emendou os parágrafos 20, 21, 23(c) e (d),
27(c) e B5 do Apêndice B. Uma entidade deve aplicar estas emendas
aos períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. Se
uma entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a um período anterior,
as emendas deverão ser aplicadas a esse período anterior.

▼M29
44.B. A IFRS 3 (conforme revista em 2008) eliminou o parágrafo 3(c). Uma
entidade deve aplicar essa emenda aos períodos anuais com início em
ou após 1 de Janeiro de 2011. Se uma entidade aplicar a IFRS 3
(revista em 2008) a um período anterior, a emenda também deve ser
aplicada a esse período anterior. No entanto, a emenda não se aplica
às retribuições contingentes decorrentes de uma concentração de ac­
tividades empresariais em que a data de aquisição seja anterior à
aplicação da IFRS 3 (revista em 2008). A entidade deve, nesse caso,
contabilizar essas retribuições em conformidade com os parágrafos
65A–65E da IFRS 3 (conforme emendada em 2010).

▼M6
44.C. Uma entidade deve aplicar a emenda do parágrafo 3 aos períodos
anuais com início em ou após 1 Janeiro 2009. Se uma entidade aplicar
o documento Instrumentos financeiros com uma opção put e obriga­
ções decorrentes de uma liquidação (Emendas às IAS 32 e IAS 1),
emitido em Fevereiro de 2008, em relação a um período anterior, a
alteração do parágrafo 3 deve ser aplicada a esse período anterior.

▼M8
44.D. O parágrafo 3(a) foi alterado com base no documento Melhoramentos
introduzidos nas IFRS, emitido em Maio de 2008. Uma entidade deve
aplicar essa emenda aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Janeiro de 2009. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade
aplicar a emenda a um período anterior, deve divulgar esse facto e
aplicar a esse período anterior as emendas ao parágrafo 1 da IAS 28,
ao parágrafo 1 da IAS 31 e ao parágrafo 4 da IAS 32 emitidas em
Maio de 2008. É permitido a uma entidade aplicar prospectivamente a
emenda.

▼M14
44.E. O documento Reclassificação de activos financeiros (emendas à IAS
39 e à IFRS 7), emitido em Outubro de 2008, emendou o parágrafo
12 e adicionou o parágrafo 12A. As entidades devem aplicar estas
emendas com efeitos em ou a partir de 1 de Julho de 2008.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 696

▼M14
44.F. O documento Reclassificação de activos financeiros — Data de Efi­
cácia e Transição (emendas à IAS 39 e à IFRS 7), emitido em
Novembro de 2008, emendou o parágrafo 44E. As entidades devem
aplicar esta emenda com efeitos em ou a partir de 1 de Julho de 2008.

▼M25
44.G. O documento Melhoria das Divulgações de Instrumentos Financeiros
(Emendas à IFRS 7), emitido em Março de 2009, emendou os pará­
grafos 27, 39 e B11 e adicionou os parágrafos 27A, 27B, B10A e
B11A–B11F. Uma entidade deve aplicar estas emendas aos períodos
anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. No primeiro ano
de aplicação, uma entidade não precisa de prestar informações com­
parativas para as divulgações exigidas pelas emendas. É permitida a
aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar as emendas a um pe­
ríodo anterior, ela deve divulgar esse facto.

DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO


44.G. O documento Melhoria das Divulgações de Instrumentos Financeiros
(Emendas à IFRS 7), emitido em Março de 2009, emendou os pará­
grafos 27, 39 e B11 e adicionou os parágrafos 27A, 27B, B10A e
B11A–B11F. Uma entidade deve aplicar estas emendas aos períodos
anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. Uma entidade
não é obrigada a proceder às divulgações exigidas pelas emendas em
relação:

(a) a qualquer período anual ou intercalar, incluindo quaisquer de­


monstrações da posição financeira, apresentado no quadro de um
período comparativo anual que termine antes de 31 de Dezembro
de 2009, ou

(b) a quaisquer demonstrações da posição financeira no início do


primeiro período comparativo anterior a 31 de Dezembro de 2009.

É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar as emendas a um


período anterior, deve divulgar esse facto. (*)

___________
(*) O parágrafo 44G foi emendado em consequência do documento Isenção limitada da obri­
gação de apresentar divulgações comparativas de acordo com a IFRS 7 para os adoptantes
pela primeira vez (Emenda à IFRS 1) emitida em Janeiro de 2010. O Conselho emendou o
parágrafo 44G para esclarecer as suas conclusões e a transição pretendida com o documento
Melhoria das Divulgações de Instrumentos Financeiros (Emendas à IFRS 7).

▼M29
44.K. O parágrafo 44B foi emendado pelo documento Melhoramentos in­
troduzidos nas IFRS emitido em Maio de 2010. Uma entidade deve
aplicar esta emenda aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Julho de 2010. É permitida a aplicação mais cedo.

44.L. O documento Melhoramentos introduzidos nas IFRS, emitido em


Maio de 2010, acrescentou o parágrafo 32A e alterou os parágrafos
34 e 36-38. Uma entidade deve aplicar estas emendas aos períodos
anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2011. É permitida a
aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar as emendas a um pe­
ríodo anterior, deve divulgar esse facto.

▼M30
44.M. O documento Divulgações — Transferências de activos financeiros
(emendas à IFRS 7) emitido em Outubro de 2010 suprimiu o pará­
grafo 13 e aditou os parágrafos 42A-42H e B29-B39. Uma entidade
deve aplicar estas emendas aos períodos anuais com início em ou após
1 de Julho de 2011. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma
entidade aplicar as emendas a partir de uma data anterior, deve divul­
gar esse facto. Uma entidade não terá de apresentar as divulgações
exigidas por essas alterações em relação a qualquer período abrangido
iniciado antes da data de primeira aplicação das alterações.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 697

▼M32
44.O. A IFRS 10 e a IFRS 11 Acordos Conjuntos, emitidas em Maio de
2011, emendaram o parágrafo 3. Uma entidade deve aplicar estas
emendas ao aplicar a IFRS 10 e a IFRS 11.

▼M33
44.P. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou os parágrafos 3, 28,
29, B4 e B26 e o Apêndice A e suprimiu os parágrafos 27-27B. Uma
entidade deve aplicar estas emendas quando aplicar a IFRS 13.

▼M31
44.Q. O documento Apresentação das Rubricas de Outro Rendimento Inte­
gral (Emendas à IAS 1), emitido em Junho de 2011, emendou o
parágrafo 27B. Uma entidade deve aplicar esta emenda quando aplicar
a IAS 1 (conforme emendada em Junho de 2011).

▼M34
44.R. O documento Divulgações—Compensação entre Ativos Financeiros e
Passivos Financeiros (Emendas à IFRS 7), emitido em dezembro de
2011, aditou os parágrafos IN9, 13A–13F e B40–B53. Uma entidade
deve aplicar estas emendas em relação aos períodos anuais com início
em ou após 1 de janeiro de 2013 e aos períodos intercalares dentro
desses períodos anuais. Uma entidade deve apresentar as divulgações
exigidas por essas emendas de forma retroativa.

▼M38
44.X. O documento Entidades de Investimento (Emendas à IFRS 10, à IFRS
12 e à IAS 27), emitido em outubro de 2012, emendou o parágrafo 3.
Uma entidade deve aplicar esta emenda em relação aos períodos
anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2014. É permitida a
aplicação antecipada do documento Entidades de Investimento. Se
uma entidade aplicar a emenda de forma antecipada, deve também
aplicar todas as emendas incluídas no documento Entidades de Inves­
timento ao mesmo tempo.

▼B
RETIRADA DA IAS 30
45. Esta IFRS substitui a IAS 30 Divulgações nas Demonstrações Finan­
ceiras de Bancos e Instituições Financeiras Similares.

Apêndice A

Termos definidos

Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.

risco de crédito O risco de que um participante de um instrumento


financeiro não venha a cumprir uma obrigação,
provocando deste modo uma perda financeira
para o outro participante.

risco de moeda O risco de que o justo valor ou os fluxos de caixa


futuros de um instrumento financeiro venham a
flutuar devido a alterações nas taxas de câmbio.

risco de taxa de juro O risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa


futuro de um instrumento financeiro venha a flu­
tuar devido a alterações nas taxas de juro do mer­
cado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 698

▼M19

risco de liquidez O risco de uma entidade vir a encontrar dificulda­


des para satisfazer obrigações associadas a passi­
vos financeiros que sejam liquidadas através da
entrega de dinheiro ou outro activo financeiro.

▼B

empréstimos a pagar Os empréstimos a pagar que não sejam contas co­


merciais a pagar a curto prazo com termos de
crédito normais, constituem passivos financeiros.

risco de mercado O risco de que o justo valor ou os fluxos de caixa


futuros de um instrumento financeiro venham a
flutuar devido a alterações nos preços de mercado.
O risco de mercado engloba três tipos de risco:
risco de moeda, risco de taxa de juro e outros
riscos de preço.

▼M33
outros riscos de preço O risco de que o justo valor ou os fluxos de caixa
futuros de um instrumento financeiro venham a
flutuar devido a alterações nos preços de mercado
(que não as associadas a riscos de taxa de juro ou
riscos de moeda), quer essas alterações sejam cau­
sadas por factores específicos do instrumento fi­
nanceiro individual ou do seu emitente, quer por
factores que afectem todos os instrumentos simila­
res negociados no mercado.

▼B

vencido Um activo financeiro é considerado vencido


quando a contraparte não satisfez um pagamento
previsto contratualmente.

Os termos que se seguem estão definidos no parágrafo 11. da IAS 32 ou no


parágrafo 9. da IAS 39 e são usados nesta IFRS com os significados especifi­
cados na IAS 32 e na IAS 39.
— custo amortizado de um activo financeiro ou de um passivo financeiro
— activos financeiros disponíveis para venda
— desreconhecimento

— derivado
— método do juro efectivo
— instrumento de capital próprio
— justo valor
— activo financeiro
— instrumento financeiro
— passivo financeiro
— activo financeiro ou passivo financeiro pelo justo valor através dos lucros ou
prejuízos
— contrato de garantia financeira

— activo financeiro ou passivo financeiro detido para negociação


— transacção prevista
— instrumento de cobertura
— investimentos detidos até à maturidade
— empréstimos concedidos e contas a receber
— compra ou venda «regular way»
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 699

▼B
Apêndice B

Guia de aplicação

Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.

CLASSES DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS E NÍVEL DE DIVULGA­


ÇÃO (PARÁGRAFO 6.)
B1 O parágrafo 6. exige que uma entidade agrupe os instrumentos finan­
ceiros em classes que se ajustem à natureza da informação divulgada e
que tenham em consideração as características desses instrumentos
financeiros. As classes descritas no parágrafo 6. são determinadas
pela entidade, pelo que diferem das categorias de instrumentos finan­
ceiros especificadas na IAS 39 (que estipula como é feita a mensu­
ração dos instrumentos financeiros e quando são reconhecidas as al­
terações no justo valor).

B2 Ao determinar a classe de um instrumento financeiro, uma entidade


deve, pelo menos:

a) distinguir os instrumentos mensurados pelo custo amortizado dos


mensurados pelo justo valor;

b) tratar como classe ou classes separadas os instrumentos financeiros


não abrangidos pelo âmbito desta IFRS.

B3 Uma entidade decidirá, à luz das próprias circunstâncias, o nível de


pormenor a ser divulgado para satisfazer os requisitos desta IFRS, a
ênfase que coloca nos vários aspectos dos requisitos e a forma como
deve agrupar a informação para transmitir uma imagem global, sem
combinar informação com características distintas. É necessário fazer
com que haja um equilíbrio entre demonstrações financeiras sobrecar­
regadas com pormenores excessivos que podem não ajudar os utentes
das demonstrações financeiras e informação importante obscura como
resultado de demasiada agregação. Por exemplo, uma entidade não
deve dissimular informação importante apresentando-a em conjunto
com um grande volume de outros pormenores insignificantes. Da
mesma forma, a entidade não deve divulgar informação de tal forma
agregada que oculte diferenças importantes entre transacções indivi­
duais ou riscos associados.

SIGNIFICADO DOS INSTRUMENTOS FINANCEIROS PARA A POSIÇÃO


FINANCEIRA E O DESEMPENHO
Passivos financeiros pelo justo valor através dos lucros ou prejuí­
zos (parágrafos 10. e 11.)
B4 Se uma entidade designar um passivo financeiro como mensurado
pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos, o parágrafo 10.a)
exige que ela divulgue a quantia da alteração no justo valor do pas­
sivo financeiro atribuível a alterações no risco de crédito desse pas­
sivo. O parágrafo 10.a)i) permite a uma entidade determinar esta
quantia como a quantia da alteração no justo valor desse passivo
que não é atribuível a alterações nas condições do mercado, que
possam dar origem a risco de mercado. Se as únicas alterações rele­
vantes nas condições de mercado para um passivo forem as alterações
numa taxa de juro (de referência) observada, esta quantia pode ser
estimada da seguinte forma:

a) Primeiro, a entidade calcula a taxa de retorno interna do passivo no


início do período usando o preço de mercado observado do pas­
sivo e os fluxos de caixa contratuais do passivo no início do
período. Deduz a esta taxa de retorno a taxa de juro (de referência)
observada no início do período, para obter um componente da taxa
de retorno interna específica do instrumento;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 700

▼B
b) Em seguida, a entidade calcula o valor presente dos fluxos de
caixa associados ao passivo usando os fluxos de caixa contratuais
do passivo no final do período e uma taxa de desconto igual à
soma i) da taxa de juro (de referência) observada no final do
período e ii) do componente da taxa de retorno interna específica
do instrumento descrita na alínea a);

c) A diferença entre o preço de mercado do passivo observado no


final do período e a quantia obtida na alínea b) equivale à alteração
no justo valor que não é atribuível a alterações na taxa de juro (de
referência) observada. Esta é a quantia que deve ser divulgada.

Este exemplo pressupõe que a alteração no justo valor resultante de


outros factores que não as alterações do risco de crédito do instru­
mento ou a alteração nas taxas de juro não é significativa. Se o ins­
trumento no exemplo supra contiver um derivado embutido, a altera­
ção no justo valor desse derivado embutido é excluída na determina­
ção da quantia a ser divulgada segundo o parágrafo 10.a).

Outras divulgações — políticas contabilísticas (parágrafo 21.)


B5 O parágrafo 21. exige a divulgação da base (ou bases) de mensuração
utilizada na preparação das demonstrações financeiras, assim como
das outras políticas contabilísticas utilizadas, que sejam relevantes
para a compreensão das demonstrações financeiras. Para os instrumen­
tos financeiros, deve ser divulgado:

a) relativamente a activos financeiros ou passivos financeiros desig­


nados pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos:

i) a natureza dos activos financeiros ou dos passivos financeiros


que a entidade designou como mensurados pelo justo valor
através dos lucros ou prejuízos,

ii) os critérios para dessa forma designar esses activos financeiros


ou passivos financeiros no reconhecimento inicial, e

iii) a forma como a entidade satisfez as condições estabelecidas


nos parágrafos 9., 11.A ou 12. da IAS 39 para essa designa­
ção. Para instrumentos designados segundo o parágrafo b)i) da
definição de activo financeiro e de passivo financeiro pelo
justo valor através dos lucros ou prejuízos, constante da IAS
39, essa divulgação inclui uma descrição narrativa das circuns­
tâncias subjacentes à inconsistência que ocorreria na mensura­
ção ou no reconhecimento caso a opção tomada fosse outra.
Para instrumentos designados segundo o parágrafo b)ii) da
definição de activo financeiro e de passivo financeiro pelo
justo valor através dos lucros ou prejuízos constante da IAS
39, essa divulgação inclui uma descrição narrativa da forma
como a designação pelo justo valor através dos lucros ou
prejuízos é consistente com a gestão de riscos documentada
ou a estratégia de investimentos da entidade;

b) os critérios para designar activos financeiros como estando dispo­


níveis para venda;

c) se as compras e vendas «regular way» (normalizadas) de activos


financeiros foram contabilizadas à data da negociação ou à data da
liquidação (ver parágrafo 38. da IAS 39);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 701

▼B
d) quando for usada uma conta de abatimento para reduzir a quantia
escriturada de activos financeiros com imparidade por perdas de
crédito:

i) os critérios usados para determinar quando é que a quantia


escriturada de activos financeiros com imparidade é reduzida
directamente (ou, no caso de uma reversão de uma redução,
aumentada directamente) e quando é que a conta de abatimento
é usada, e

ii) os critérios para eliminar as quantias debitadas na conta de


abatimento contra a quantia escriturada de activos financeiros
com imparidade (ver parágrafo 16.);

e) a forma como foram determinados os ganhos líquidos ou as perdas


líquidas sobre cada categoria do instrumento financeiro [ver pará­
grafo 20.a)], por exemplo, se esses ganhos líquidos ou perdas
líquidas sobre itens pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos
incluem rendimentos de juros ou de dividendos;

f) os critérios usados pela entidade para concluir que existem provas


objectivas de que se trata de uma perda por imparidade [ver pará­
grafo 20.e)];

g) quando foram renegociados os termos de activos financeiros que,


de outra forma, teriam vencido ou estariam com imparidade, a
política contabilística seguida para os activos financeiros cujos
termos foram objecto de renegociação [ver parágrafo 36.d)].

▼M5
O parágrafo 122 da IAS 1 (tal como revista em 2007) também exige
que as entidades divulguem, no resumo das políticas contabilísticas
significativas ou outras notas, os juízos de valor, com a excepção dos
que envolvem estimativas, que a gerência fez no processo de aplica­
ção das políticas contabilísticas da entidade e que têm o efeito mais
significativo nas quantias reconhecidas nas demonstrações financeiras.

▼B
NATUREZA E EXTENSÃO DOS RISCOS RESULTANTES DE INSTRU­
MENTOS FINANCEIROS (PARÁGRAFOS 31.-42.)
B6 As divulgações exigidas pelos parágrafos 31.-42. deverão ser feitas
nas demonstrações financeiras ou incorporadas, por referência cruzada
nas demonstrações financeiras, para alguma outra demonstração, tal
como um comentário da gerência ou um relatório de riscos, que
estejam disponíveis aos utentes das demonstrações financeiras nas
mesmas condições e na mesma altura que as demonstrações financei­
ras. Sem essa informação incluída por referência cruzada, as demons­
trações financeiras são consideradas incompletas.

Divulgações quantitativas (parágrafo 34.)


B7 O parágrafo 34.a) exige a divulgação de uma síntese de dados quan­
titativos relativos aos riscos a que está exposta uma entidade com base
na informação fornecida internamente ao pessoal chave da gerência da
entidade. Quando uma entidade recorre a vários métodos de gestão da
sua exposição ao risco, a entidade deve divulgar a informação usando
o método ou métodos que forneçam a informação mais relevante e
mais fiável. A IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Esti­
mativas Contabilísticas e Erros trata da relevância e da fiabilidade.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 702

▼B
B8 O parágrafo 34.c) exige a divulgação de concentrações de risco. As
concentrações de risco resultam de instrumentos financeiros que te­
nham características semelhantes e são afectados de forma similar por
alterações nas condições económicas ou outras. A identificação de
concentrações de risco requer que sejam tomadas em linha de conta
as circunstâncias da entidade. A divulgação de concentrações de risco
deve incluir:

a) uma descrição da forma como a direcção determina as concentra­


ções;

b) uma descrição das características comuns que identificam cada


concentração (por exemplo, contraparte, área geográfica, moeda
ou mercado); e

c) a quantia exposta ao risco associada a todos os instrumentos fi­


nanceiros que partilham essa característica.

Exposição máxima ao risco de crédito [parágrafo 36.a)]


B9 O parágrafo 36.a) exige a divulgação da quantia que melhor repre­
sente a exposição máxima da entidade ao risco de crédito. Para um
activo financeiro, essa quantia corresponde geralmente à quantia es­
criturada bruta, líquida de:

a) quaisquer quantias compensadas segundo a IAS 32; e

b) quaisquer perdas por imparidade reconhecidas segundo a IAS 39.

B10 As actividades que dão origem a riscos de crédito e à respectiva


exposição máxima ao risco de crédito incluem, entre outras:

a) conceder empréstimos e contas a receber aos clientes e colocar


depósitos junto de outras entidades. Nestes casos, a exposição
máxima ao risco de crédito é a quantia escriturada dos activos
financeiros respectivos;

b) celebrar contratos de derivados, por exemplo, contratos em moeda


estrangeira, swaps de taxa de juro e derivados de crédito. Quando
o activo resultante for mensurado pelo justo valor, a exposição
máxima ao risco de crédito ►M5 no fim do período de relato ◄
é igual à quantia escriturada;

c) conceder garantias financeiras. Neste caso, a exposição máxima ao


risco de crédito é a quantia máxima que a entidade terá de pagar
caso a garantia seja executada, a qual poderá ser consideravel­
mente superior à quantia reconhecida como passivo;

d) assumir compromissos de crédito que sejam irrevogáveis durante a


vida do instrumento ou revogáveis apenas em resposta a uma
alteração material adversa. Se o emitente não liquidar o compro­
misso de empréstimo de forma líquida em dinheiro ou em outro
instrumento financeiro, a exposição máxima ao risco de crédito é a
quantia total do compromisso. A razão reside no facto de não ser
certo que a quantia de uma parcela não possa ser sacada no futuro.
Neste caso, a quantia em questão poderá ser consideravelmente
superior à quantia reconhecida como passivo.

▼M19
Divulgações quantitativas do risco de liquidez (parágrafos 34(a) e
39(a) e (b))
B10A Em conformidade com o parágrafo 34(a), uma entidade divulga uma
síntese de dados quantitativos relativos à sua exposição ao risco de
liquidez com base nas informações prestadas internamente ao
pessoal-chave da gerência. Uma entidade deve explicar de que forma
esses dados são determinados. Se os exfluxos de caixa (ou outro
activo financeiro) incluídos nesses dados:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 703

▼M19
a) ocorrerem significativamente mais cedo do que o indicado nos
dados, ou

b) se referirem a quantias significativamente diferentes das indicadas


nos dados (p. ex., para um derivado cuja liquidação esteja incluída
nos dados numa base líquida, mas para o qual a contraparte tem a
opção de exigir a liquidação em termos brutos),

a entidade deve divulgar esse facto e fornecer informações quantita­


tivas que permitam aos utentes das demonstrações financeiras avaliar
a extensão desse risco, a menos que essas informações estejam in­
cluídas na análise da maturidade contratual exigida pelo parágrafo
39(a) ou (b).

B11 Ao preparar a análise da maturidade exigida pelo parágrafo 39(a) e


(b), uma entidade usa o seu julgamento para determinar um número
apropriado de intervalos temporais. Por exemplo, uma entidade pode
entender que os seguintes intervalos temporais são apropriados:

a) não superior a um mês;

b) superior a um mês e não superior a três meses;

c) superior a três meses e não superior a um ano; e

d) superior a um ano e não superior a cinco anos.

B11A Para cumprir com o parágrafo 39(a) e (b), uma entidade não deve
separar um derivado embutido de um instrumento financeiro híbrido
(combinado). A esse instrumento, uma entidade deve aplicar o pará­
grafo 39(a).

B11B O parágrafo 39(b) exige que uma entidade divulgue uma análise
quantitativa da maturidade dos passivos financeiros derivados que
mostre as maturidades contratuais remanescentes, quando as maturi­
dades contratuais forem essenciais para uma compreensão da tempes­
tividade dos fluxos de caixa. Por exemplo, este seria o caso para:

a) um swap de taxa de juro com uma maturidade remanescente de


cinco anos numa cobertura de fluxos de caixa de um activo ou
passivo financeiro de taxa variável.

b) todos os compromissos de empréstimos.

B11C O parágrafo 39(a) e (b) exige que uma entidade divulgue análises de
maturidade de passivos financeiros que mostrem as maturidades con­
tratuais remanescentes de alguns passivos financeiros. Nesta divulga­
ção:

a) quando uma contraparte tem a possibilidade de escolher quando é


que uma quantia é paga, o passivo é imputado ao período mais
próximo no qual o pagamento pode ser exigido à entidade. Por
exemplo, os passivos financeiros de uma entidade que podem ser
exigidos para pagamento à vista (como depósitos à ordem) são
incluídos no intervalo de tempo mais próximo.

b) quando uma entidade se compromete a disponibilizar quantias em


prestações, cada prestação é imputada ao período mais próximo no
qual o pagamento pode ser exigido à entidade. Por exemplo, um
empréstimo não utilizado é incluído no intervalo de tempo mais
próximo em que possa ser exigido.

c) para os contratos de garantia financeira emitidos, a quantia máxima


da garantia é imputada ao período mais próximo no qual a garantia
pode ser executada.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 704

▼M19
B11D As quantias contratuais divulgadas nas análises de maturidades con­
forme exigido pelo parágrafo 39(a) e (b) são os fluxos de caixa
contratuais não descontados, como por exemplo:

a) obrigações brutas de locações financeiras (antes de deduzidos os


encargos financeiros);

b) preços especificados em acordos forward para aquisição de activos


financeiros a dinheiro;

c) quantias líquidas para swaps de taxa de juro de «pagamento va­


riável/recebimento fixo» (pay-floating/receive-fixed) relativamente
aos quais são trocados fluxos de caixa líquidos;

d) quantias contratuais a ser trocadas num instrumento financeiro


derivado (por exemplo, um swap de moeda), relativamente aos
quais são trocados fluxos de caixa brutos; e

e) compromissos de empréstimos brutos.

Esses fluxos de caixa não descontados diferem da quantia incluída na


demonstração da posição financeira porque esta última se baseia em
fluxos de caixa descontados. Quando a quantia a pagar não é fixa, a
quantia divulgada é calculada com base nas condições existentes no
final do período de relato. Por exemplo, quando a quantia a pagar
varia com as alterações de um índice, a quantia divulgada pode ser
baseada no nível do índice no final do período.

B11E O parágrafo 39(c) exige que uma entidade descreva a forma como
gere o risco de liquidez inerente aos itens divulgados nas divulgações
quantitativas exigidas pelo parágrafo 39(a) e (b). Uma entidade deve
divulgar uma análise de maturidade dos activos financeiros que detém
para gerir o risco de liquidez (p. ex., activos financeiros que sejam
prontamente realizáveis ou que se espera que venham a gerar influxos
de caixa para satisfazer os exfluxos de caixa com passivos financei­
ros), quando essa informação é necessária para permitir aos utentes
das demonstrações financeiras avaliarem a natureza e extensão do
risco de liquidez.

B11F Uma entidade poderá considerar outros factores para apresentar a


divulgação exigida no parágrafo 39(c). Incluem-se, entre outros, os
seguintes quando a entidade:

a) contratou facilidades de crédito (p. ex., facilidades de papel co­


mercial) ou outras linhas de crédito (p. ex., facilidades de crédito
em reserva) às quais possa recorrer para satisfazer necessidades de
liquidez;

b) detém depósitos em bancos centrais para satisfazer necessidades de


liquidez;

c) dispõe de fontes de financiamento muito diversificadas;

d) tem concentrações significativas de risco de liquidez quer nos seus


activos quer nas suas fontes de financiamento;

e) dispõe de processos de controlo interno e planos de contingência


para gerir o risco de liquidez;

f) dispõe de instrumentos que incluem cláusulas de reembolso acele­


rado (p. ex., na descida de notação de crédito da entidade);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 705

▼M19
g) dispõe de instrumentos que poderiam exigir a entrega de colateral
(p. ex., exigências de reforço da margem em relação a derivados);

h) dispõe de instrumentos que permitem à entidade escolher se pre­


tende liquidar os seus passivos financeiros através de entrega de
dinheiro (ou outro activo financeiro) ou através da entrega das suas
próprias acções; ou

i) dispõe de instrumentos que estejam sujeitos a acordos principais de


compensação.

__________

▼B
Risco de mercado — análise de sensibilidade (parágrafos 40. e 41.)
B17 O parágrafo 40.a) exige uma análise de sensibilidade para cada tipo de
risco de mercado ao qual a entidade está exposta. De acordo com o
parágrafo B3, uma entidade decide a forma como deve agregar a
informação de forma a transmitir uma imagem global sem combinar
informações com características diferentes acerca de exposições a
riscos associados a ambientes económicos consideravelmente diferen­
tes. Por exemplo:

a) uma entidade que negoceia instrumentos financeiros pode divulgar


esta informação separadamente para instrumentos financeiros deti­
dos para negociação e não detidos para negociação;

b) a entidade não deverá agregar a sua exposição a riscos de mercado


em áreas de hiperinflação com a sua exposição aos mesmos riscos
de mercado em áreas de inflação muito baixa.

Se uma entidade estiver exposta a apenas um tipo de risco de mercado


em apenas um ambiente económico, não deve apresentar essa infor­
mação de forma desagregada.

B18 O parágrafo 40.a) exige que a análise de sensibilidade revele os


efeitos nos lucros ou prejuízos e no capital próprio de alterações
razoavelmente possíveis na variável de risco relevante (por exemplo,
taxas de juro do mercado prevalecentes, taxas de câmbio, preços de
acções ou de mercadorias). Para estes fins:

a) as entidades não necessitam de calcular quais seriam os lucros ou


prejuízos do período caso as variáveis de risco relevantes tivessem
sido outras. Em vez disso, as entidades divulgarão o efeito sobre
os lucros ou prejuízos e o capital próprio ►M5 no fim do período
de relato ◄, pressupondo que tivesse ocorrido uma razoavelmente
possível alteração da variável de risco relevante ►M5 no fim do
período de relato ◄ e que tivesse sido aplicada às exposições de
risco existentes nessa data. Por exemplo, se uma entidade tiver um
passivo de taxa variável no final do ano, divulgará o efeito nos
lucros ou prejuízos (i.e., gastos de juros) do exercício corrente caso
as taxas de juro tivessem variado de forma razoavelmente possível;

b) as entidades não necessitam de divulgar o efeito nos lucros ou


prejuízos e no capital próprio para cada alteração dentro de uma
gama de alterações razoavelmente possíveis da variável de risco
relevante. Seria suficiente divulgar os efeitos das alterações nos
limites extremos da gama de alterações razoavelmente possíveis.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 706

▼B
B19 Ao determinar o que é uma alteração razoavelmente possível na va­
riável de risco relevante, uma entidade deve considerar:

a) os ambientes económicos nos quais opera. Uma alteração razoa­


velmente possível não inclui as condições mais desfavoráveis, ce­
nários remotos nem situações escolhidas para a realização de testes
de esforço. Além disso, se a taxa de alteração da variável de risco
subjacente for estável, a entidade não necessita de mudar a altera­
ção razoavelmente possível escolhida para a variável de risco. A
título ilustrativo, se as taxas de juro forem de 5 % e a entidade
estimar que é razoavelmente possível uma flutuação nas taxas de
juro de ± 50 pontos base, ela deverá divulgar o efeito nos lucros
ou prejuízos e no capital próprio, se as taxas de juro sofressem
uma alteração para 4,5 % ou 5,5 %. No período seguinte, as taxas
de juro aumentaram para 5,5 %. A entidade continua a acreditar
que as taxas de juro poderão flutuar em ± 50 pontos base (i.e., que
a taxa de alteração nas taxas de juro é estável). A entidade divul­
gará o efeito nos lucros ou prejuízos e no capital próprio, se as
taxas de juro sofressem uma alteração para 5 % ou 6 %. A enti­
dade não seria obrigada a rever a sua avaliação de que a flutuação
razoável das taxas de juro é de ± 50 pontos base, excepto se
surgissem dados que indicassem que as taxas de juro se tinham
tornado significativamente mais voláteis;

b) o enquadramento temporal para o qual ela faz essa avaliação. A


análise de sensibilidade deve indicar os efeitos de alterações con­
sideradas razoavelmente possíveis ao longo do período que decorre
até à data da divulgação seguinte, que corresponde normalmente
ao período anual de relato seguinte.

B20 O parágrafo 41. permite que a entidade use uma análise de sensibili­
dade que reflicta interdependências entre variáveis de risco, como a
metodologia do valor em risco, na eventualidade de usar esta análise
para gerir a sua exposição a riscos financeiros. Isto aplica-se mesmo
que uma metodologia mensure apenas o potencial de perdas e não
mensure o potencial de ganhos. A entidade satisfaz o requisito do
parágrafo 41.a) divulgando o tipo de modelo de valor em risco usado
(por exemplo, se é um modelo com base em simulações Monte Carlo)
e fornecendo uma explicação do funcionamento do modelo e dos seus
principais pressupostos (por exemplo, o período de detenção e o nível
de confiança). As entidades podem igualmente divulgar o período
histórico de observação e as ponderações usadas nas observações
dentro desse período, uma explicação da forma como as opções são
tratadas nos cálculos e que volatilidades e correlações são usadas (ou,
em alternativa, simulações de distribuição probabilística pelo método
de Monte Carlo).

B21 Uma entidade deve apresentar análises de sensibilidade para a totalidade


das suas actividades, mas pode fornecer tipos diferentes de análises de
sensibilidade para classes diferentes de instrumentos financeiros.

Risco de taxa de juro


B22 O risco de taxa de juro advém de instrumentos financeiros que
vencem juros, reconhecidos ►M5 na demonstração da posição finan­
ceira ◄ (por exemplo, empréstimos concedidos e contas a receber e
instrumentos de dívida emitidos), e de alguns instrumentos financeiros
não reconhecidos ►M5 na demonstração da posição financeira ◄
(por exemplo, alguns compromissos de empréstimo).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 707

▼B
Risco de moeda
B23 O risco de moeda (ou o risco de taxa de câmbio) advém de ins­
trumentos financeiros denominados em moeda estrangeira, i.e.,
numa moeda que não a moeda funcional na qual são mensurados.
Para os fins desta IFRS, o risco de moeda não resulta de instrumentos
financeiros que sejam elementos não monetários ou de instrumentos
financeiros denominados na moeda funcional.

B24 Deve ser divulgada uma análise de sensibilidade para cada moeda à
qual uma entidade esteja exposta de forma significativa.

Outros riscos de preço


B25 Os outros riscos de preço advêm de instrumentos financeiros devido a
alterações nos preços de mercadorias ou nos preços de acções, por
exemplo. Para estar em conformidade com o parágrafo 40., uma en­
tidade pode divulgar o efeito de uma diminuição em determinado
índice da bolsa, preço de mercadoria ou outra variável de risco. Por
exemplo, se uma entidade conceder garantias de valor residual que
sejam instrumentos financeiros, a entidade deve divulgar o aumento
ou a diminuição do valor dos activos aos quais a garantia se aplica.

B26 Dois exemplos de instrumentos financeiros que dão origem a um risco


do preço das acções são a) a detenção de acções noutra entidade e b)
um investimento num trust que, por sua vez, detém investimentos em
instrumentos de capital próprio. Outros exemplos incluem contratos
forward e opções de compra ou venda de determinadas quantidades
de um instrumento de capital próprio e swaps indexados a preços de
acções. Os justos valores desses instrumentos financeiros são afecta­
dos por alterações nos preços de mercado dos instrumentos de capital
próprio em questão.

B27 Segundo o parágrafo 40.a), a sensibilidade dos lucros ou prejuízos


(que resulta, por exemplo, de instrumentos classificados pelo justo
valor através dos lucros ou prejuízos e de imparidades de activos
financeiros disponíveis para venda) é divulgada separadamente da
sensibilidade do capital próprio (que resulta, por exemplo, de instru­
mentos classificados como disponíveis para venda).

B28 Os instrumentos financeiros que uma entidade classificar como ins­


trumentos de capital próprio não são mensurados novamente. Nem os
lucros ou prejuízos nem o capital próprio serão afectados pelo risco
do preço das acções inerente a esses instrumentos. Por essa razão, não
é necessária uma análise da sensibilidade.

▼M30
DESRECONHECIMENTO (PARÁGRAFOS 42C-42H)
Envolvimento continuado (parágrafo 42C)
B29 A avaliação do envolvimento continuado num activo financeiro trans­
ferido para efeitos dos requisitos de divulgação dos parágrafos 42E-
-42H é feita ao nível da entidade que relata. Por exemplo, se uma
subsidiária transferir para um terceiro não relacionado um activo fi­
nanceiro em que a empresa-mãe mantém um envolvimento continua­
do, a filial não inclui esse envolvimento da empresa-mãe na avaliação
do seu próprio envolvimento continuado no activo transferido nas
suas demonstrações financeiras individuais (ou seja, quando a filial
é a entidade que relata). Contudo, a empresa-mãe incluirá o seu
envolvimento continuado (ou o envolvimento continuado de outro
membro do grupo) num activo financeiro transferido pela sua filial
na determinação de um envolvimento continuado da sua parte no
activo transferido nas suas demonstrações financeiras consolidadas
(ou seja, quando a entidade que relata é o grupo).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 708

▼M30
B30 Uma entidade não tem um envolvimento continuado num activo fi­
nanceiro transferido se, no âmbito da transferência, não retiver ne­
nhum dos direitos ou obrigações contratuais inerentes ao activo finan­
ceiro transferido nem adquirir novos direitos ou obrigações contratuais
relacionados com o activo financeiro transferido. Uma entidade não
mantém um envolvimento continuado num activo financeiro trans­
ferido se não conservar qualquer interesse no desempenho futuro do
activo financeiro transferido nem, em nenhuma circunstância, a res­
ponsabilidade por futuros pagamentos relacionados com o activo fi­
nanceiro transferido.

B31 Um envolvimento continuado num activo financeiro transferido pode


resultar de cláusulas contratuais do acordo de transferência ou de um
acordo separado celebrado com o destinatário da transferência ou com
um terceiro em ligação com a transferência.

Activos financeiros transferidos não desreconhecidos na sua tota­


lidade
B32 O parágrafo 42D exige divulgações quando parte ou a totalidade dos
activos financeiros transferidos não for elegível para desreconheci­
mento. Tais divulgações são exigidas em todas as datas de relato
nas quais a entidade continue a reconhecer os activos financeiros
transferidos, independentemente do momento em que ocorreu a trans­
ferência.

Tipos de envolvimento continuado (parágrafos 42E–42H)


B33 Os parágrafos 42E-42H exigem divulgações qualitativas e quantitati­
vas para cada tipo de envolvimento continuado em activos financeiros
desreconhecidos. Uma entidade agrega o seu envolvimento continuado
de acordo com tipos representativos da sua exposição aos riscos. Por
exemplo, uma entidade pode agregar o seu envolvimento continuado
por tipo de instrumento financeiro (por exemplo, garantias ou opções
call) ou por tipo de transferência (por exemplo, factoring de créditos a
receber, titularizações e empréstimo de títulos).

Análise da maturidade dos fluxos de saída de caixa não descon­


tados destinados à recompra de activos transferidos [parágrafo
42E(e)]
B34 O parágrafo 42E(e) exige que uma entidade divulgue uma análise da
maturidade dos fluxos de saída de caixa não descontados destinados à
recompra de activos financeiros desreconhecidos ou de outras quantias
a pagar ao destinatário da transferência, relacionadas com os activos
financeiros desreconhecidos, indicando as maturidades contratuais re­
manescentes do envolvimento continuado da entidade. Esta análise
deve distinguir os fluxos de caixa de pagamento obrigatório (por
exemplo, contratos forward), os fluxos de caixa que a entidade poderá
ser chamada a pagar (por exemplo, opções put subscritas) e os fluxos
de caixa que a entidade poderá decidir pagar (por exemplo, opções
call compradas).

B35 Uma entidade deve usar o seu julgamento para determinar um número
apropriado de intervalos temporais para a preparação da análise da
maturidade exigida pelo parágrafo 42E(e). Por exemplo, uma entidade
pode entender que os seguintes intervalos temporais de maturidade
são apropriados:

(a) Um prazo máximo de um mês;

(b) Mais de um mês e não mais de três meses;

(c) Mais de três meses e não mais de seis meses;

(d) Mais de seis meses e não mais de um ano;


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 709

▼M30
(e) Mais de um ano e não mais de três anos;

(f) Mais de três anos e não mais de cinco anos; e

(g) Mais de cinco anos.

B36 Se existirem diversas maturidades possíveis, os fluxos de caixa são


incluídos com base na primeira data em que a entidade pode ser
obrigada ou autorizada a pagar.

Informação qualitativa [parágrafo 42E(f)]


B37 A informação qualitativa exigida pelo parágrafo 42E(f) inclui uma
descrição dos activos financeiros desreconhecidos e da natureza e
objectivo do envolvimento continuado após a transferência desses
activos. Inclui também uma descrição dos riscos a que uma entidade
está exposta, nomeadamente:

(a) Uma descrição da forma como a entidade gere o risco inerente ao


seu envolvimento continuado nos activos financeiros desreconhe­
cidos;

(b) Se a entidade está ou não obrigada a suportar perdas antes de


outras partes, bem como a ordem de prioridade e a quantia das
perdas a suportar pelas partes cujos interesses tenham uma prio­
ridade inferior ao interesse da entidade no activo (isto é, o seu
envolvimento continuado no activo);

(c) Uma descrição de quaisquer factores susceptíveis de despoletar


obrigações de apoio financeiro ou de recompra de um activo
financeiro transferido.

Ganhos ou perdas no desreconhecimento [parágrafo 42G(a)]


B38 O parágrafo 42G(a) exige que uma entidade divulgue os ganhos ou
perdas no desreconhecimento relacionados com activos financeiros em
que a entidade mantenha um envolvimento continuado. A entidade
deve divulgar se um ganho ou perda no desreconhecimento surgiu
porque os justos valores dos componentes do activo anteriormente
reconhecido (ou seja, o interesse no activo desreconhecido e o inte­
resse mantido pela entidade) eram diferentes do justo valor da totali­
dade do activo anteriormente reconhecido. Nessa situação, a entidade
deve também divulgar se as mensurações do justo valor incluíam
elementos significativos que não se baseavam em dados de mercado
observáveis, como descrito no parágrafo 27A.

Informação suplementar (parágrafo 42H)


B39 As divulgações exigidas pelos parágrafos 42D-42G podem não ser
suficientes para satisfazer os objectivos de divulgação do parágrafo
42B. Se for esse o caso, a entidade deve divulgar qualquer informação
adicional necessária para cumprir esses objectivos de divulgação. A
entidade decidirá, à luz das suas circunstâncias próprias, o nível de
informação suplementar que terá de fornecer para satisfazer as neces­
sidades de informação dos utentes e a ênfase que deve colocar nos
diferentes aspectos dessa informação adicional. É necessário garantir
um equilíbrio entre demonstrações financeiras sobrecarregadas com
pormenores excessivos que possam não ter utilidade para os seus
utentes e a ocultação de informação em resultado de uma agregação
excessiva.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 710

▼M34
Compensação entre ativos financeiros e passivos financeiros
(parágrafos 13A–13F)

Âmbito (parágrafo 13A)


B40 As divulgações referidas nos parágrafos 13B–13E são exigidas em
relação a todos os instrumentos financeiros reconhecidos que são
compensados nos termos do parágrafo 42 da IAS 32. Além disso,
os instrumentos financeiros são abrangidos pelos requisitos de divul­
gação referidos nos parágrafos 13B–13E, caso estejam sujeitos a um
acordo principal de compensação de cumprimento obrigatório ou
acordo semelhante que abranja instrumentos financeiros e transações
semelhantes, independentemente de os instrumentos financeiros serem
ou não compensados nos termos do parágrafo 42 da IAS 32.

B41 Os acordos semelhantes referidos nos parágrafos 13A e B40 incluem


acordos de compensação de derivados, acordos principais globais de
recompra, acordos principais globais de empréstimo de valores mobi­
liários e quaisquer direitos relacionados com garantias financeiras. Os
instrumentos financeiros e transações semelhantes referidos no pará­
grafo B40 incluem derivados, acordos de venda e recompra, acordos
de revenda e recompra e acordos de contração de empréstimo de
valores mobiliários e de concessão de empréstimo de valores mobi­
liários. São exemplo de instrumentos financeiros não abrangidos pelo
parágrafo 13A os empréstimos e depósitos de clientes na mesma ins­
tituição (a menos que sejam compensados na demonstração da situa­
ção financeira) e os instrumentos financeiros sujeitos apenas a um
acordo de garantia.

Divulgação de informações quantitativas sobre ativos financeiros re­


conhecidos e passivos financeiros reconhecidos no âmbito do pará­
grafo 13A (parágrafo 13C)
B42 Os instrumentos financeiros divulgados nos termos do parágrafo 13C
podem estar sujeitos a diferentes requisitos de mensuração (por exem­
plo, uma conta a pagar associada a um acordo de recompra pode ser
mensurada pelo custo amortizado, ao passo que um derivado será
mensurado pelo justo valor). Uma entidade deve incluir os instrumen­
tos pelas suas quantias reconhecidas e descrever quaisquer diferenças
de mensuração resultantes nas divulgações relacionadas.

Divulgação das quantias brutas de ativos financeiros reconhecidos e


passivos financeiros reconhecidos no âmbito do parágrafo 13A (pa­
rágrafo 13C (a))
B43 As quantias cuja divulgação é exigida pelo parágrafo 13C (a) estão
relacionadas com instrumentos financeiros reconhecidos que são com­
pensados nos termos do parágrafo 42 da IAS 32. As quantias cuja
divulgação é exigida pelo parágrafo 13C (a) também estão relaciona­
das com instrumentos financeiros reconhecidos sujeitos a um acordo
principal de compensação de cumprimento obrigatório ou acordo se­
melhante, independentemente de preencherem ou não os critérios de
compensação. No entanto, as divulgações exigidas pelo parágrafo 13C
(a) não se relacionam com quaisquer quantias reconhecidas que resul­
tem de acordos de garantia que não preencham os critérios de com­
pensação referidos no parágrafo 42 da IAS 32. Essas quantias devem
antes ser divulgadas nos termos do parágrafo 13C (d).

Divulgação das quantias compensadas em conformidade com os cri­


térios referidos no parágrafo 42 da IAS 32 (parágrafo 13C (b))
B44 O parágrafo 13C (b) exige que as entidades divulguem as quantias
compensadas nos termos do parágrafo 42 da IAS 32 aquando da
determinação das quantias líquidas apresentadas na demonstração da
situação financeira. As quantias dos ativos financeiros reconhecidos e
dos passivos financeiros reconhecidos sujeitos a compensação ao
abrigo de um mesmo acordo serão divulgadas tanto nas divulgações
do ativo financeiro como do passivo financeiro. No entanto, as quan­
tias divulgadas (por exemplo, numa tabela) estão limitadas às quantias
sujeitas a compensação. Por exemplo, uma entidade pode ter um ativo
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 711

▼M34
derivado reconhecido e um passivo derivado reconhecido que preen­
cham os critérios de compensação referidos no parágrafo 42 da IAS
32. Se o valor bruto do ativo derivado for superior ao valor bruto do
passivo derivado, a tabela de divulgação do ativo financeiro deve
incluir o valor total do ativo derivado (nos termos do parágrafo
13C (a)) e o valor total do passivo derivado (nos termos do parágrafo
13C (b)). No entanto, apesar de a tabela de divulgação do passivo
financeiro incluir o valor total do passivo derivado (nos termos do
parágrafo 13C (a)), apenas incluirá o valor do ativo derivado (nos
termos do parágrafo 13 C (b)) correspondente ao valor do passivo
derivado.

Divulgação das quantias líquidas apresentadas na demonstração da


situação financeira (parágrafo 13C (c))
B45 Se uma entidade possuir instrumentos abrangidos por estas divulga­
ções (tal como especificado no parágrafo 13A), mas que não preen­
chem os critérios de compensação referidos do parágrafo 42 da IAS
32, as quantias que devem ser divulgadas nos termos do parágrafo
13C (c) serão equivalentes às quantias que devem ser divulgadas nos
termos do parágrafo 13C (a).

B46 As quantias que devem ser divulgadas nos termos do parágrafo 13C
(c) devem ser reconciliadas com as quantias das rubricas individuais
apresentadas na demonstração da situação financeira. Por exemplo, se
uma entidade determinar que a agregação ou desagregação de quantias
de rubricas individuais da demonstração financeira proporciona infor­
mações mais relevantes, deve reconciliar as quantias agregadas ou
desagregadas divulgadas nos termos do parágrafo 13C (c) com as
quantias das rubricas individuais apresentadas na demonstração da
situação financeira.

Divulgação das quantias sujeitas a um acordo principal de compen­


sação de cumprimento obrigatório ou acordo semelhante e não
abrangidas pelo parágrafo 13C (b) (parágrafo 13C (d))
B47 O parágrafo 13C (d) exige que as entidades divulguem as quantias
sujeitas a um acordo principal de compensação de cumprimento ob­
rigatório ou acordo semelhante que não são abrangidas pelo parágrafo
13C (b). O parágrafo 13C (d) (i) refere-se a quantias relacionadas com
instrumentos financeiros reconhecidos que não preenchem a totalidade
ou parte dos critérios de compensação mencionados no parágrafo 42
da IAS 32 (por exemplo, direitos atuais de compensação que não
preencham o critério do parágrafo 42 (b) da IAS 32, ou direitos
condicionais de compensação que sejam de cumprimento obrigatório
e passíveis de serem exercidos apenas em caso de incumprimento, ou
apenas em caso de insolvência ou falência de uma das contrapartes).

B48 O parágrafo 13C (d) (ii) refere-se a quantias relacionadas com garan­
tias financeiras, incluindo garantias em dinheiro, tanto recebidas como
concedidas. Uma entidade deve divulgar o justo valor dos instrumen­
tos financeiros dados ou recebidos em garantia. As quantias divulga­
das nos termos do parágrafo 13C (d) (ii) devem relacionar-se com as
garantias realmente dadas ou recebidas e não com quaisquer contas a
pagar ou a receber daí resultantes que tenham sido reconhecidas tendo
em vista a devolução dessas garantias.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 712

▼M34
Limites às quantias divulgadas no parágrafo 13C (d) (parágrafo
13D)
B49 Ao divulgar as quantias em conformidade com o parágrafo 13C (d),
uma entidade deve levar em conta os efeitos da sobregarantia por
instrumento financeiro. Para tal, uma entidade deve deduzir primeiro
as quantias divulgadas nos termos do parágrafo 13C (d) (i) da quantia
divulgada nos termos do parágrafo 13C (c). A entidade deve em
seguida limitar as quantias divulgadas nos termos do parágrafo 13C
(d) (ii) ao valor remanescente referido no parágrafo 13C (c) relativa­
mente ao instrumento financeiro associado. No entanto, se os direitos
à garantia puderem ser exercidos sobre os instrumentos financeiros,
esses direitos podem ser incluídos na divulgação prevista nos termos
do parágrafo 13D.

Descrição dos direitos de compensação sujeitos a acordos principais


de compensação de cumprimento obrigatório e acordos semelhantes
(parágrafo 13E)
B50 Uma entidade deve descrever os tipos de direitos de compensação e
acordos semelhantes divulgados nos termos do parágrafo 13C (d),
incluindo a natureza desses direitos. Por exemplo, uma entidade
deve descrever os seus direitos condicionais. Em relação a instrumen­
tos sujeitos a direitos de compensação que não dependam de um
acontecimento futuro mas que não preencham os restantes critérios
referidos no parágrafo 42 da IAS 32, a entidade deve descrever o(s)
motivo(s) pelo(s) qual(ais) os critérios não se encontram preenchidos.
Em relação a qualquer garantia financeira recebida ou concedida, a
entidade deve descrever os termos do acordo de garantia (por exem­
plo, quando a garantia for limitada).

Divulgação por tipo de instrumento financeiro ou por contraparte


B51 As divulgações quantitativas exigidas pelo parágrafo 13C (a)–(e) po­
dem ser agrupadas por tipo de instrumento financeiro ou de transação
(por exemplo, derivados, acordos de recompra e de revenda ou acor­
dos de concessão ou de contração de empréstimos em valores mobi­
liários).
B52 Em alternativa, uma entidade pode agrupar as divulgações quantitati­
vas exigidas pelo parágrafo 13C (a)–(c) por tipo de instrumento fi­
nanceiro e as divulgações quantitativas exigidas pelo parágrafo 13C
(c) –(e) por contraparte. Se fornecer as informações exigidas por
contraparte, a entidade não é obrigada a identificar as contrapartes
pelo nome. No entanto, a designação das contrapartes (Contraparte
A, Contraparte B, Contraparte C, etc.) deve manter-se coerente de ano
para ano relativamente aos anos apresentados, de modo a assegurar a
comparabilidade. Devem ser consideradas divulgações qualitativas que
permitam fornecer informação adicional sobre os tipos de contrapar­
tes. Quando a divulgação das quantias referidas no parágrafo 13C
(c)–(e) for fornecida por contraparte, as quantias que sejam indivi­
dualmente significativas em termos das quantias totais respeitantes a
contrapartes devem ser divulgadas em separado, e as restantes quan­
tias, individualmente pouco significativas em termos de contrapartes,
devem ser agregadas numa única rubrica.

Diversos
B53 As divulgações específicas exigidas pelos parágrafos 13C–13E cons­
tituem requisitos mínimos. Com vista a alcançar o objetivo do pará­
grafo 13B, uma entidade pode necessitar de complementá-las com
divulgações (qualitativas) adicionais, dependendo dos termos dos
acordos principais de compensação de cumprimento obrigatório e
acordos relacionados, incluindo a natureza dos direitos de compensa­
ção e o seu efeito ou possível efeito sobre a situação financeira da
entidade.
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▼B

NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 8

Segmentos Operacionais

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL
1. Uma entidade deve divulgar informações que permitam aos utentes
das suas demonstrações financeiras avaliar a natureza e os efeitos
financeiros das actividades de negócio em que está envolvida, assim
como os ambientes económicos em que opera.

ÂMBITO
2. A presente IFRS aplica-se:

a) às demonstrações financeiras separadas ou individuais de uma en­


tidade:

i) cujos instrumentos de dívida ou de capital próprio sejam nego­


ciados num mercado público (uma bolsa de valores nacional ou
estrangeira ou um mercado de balcão, incluindo mercados lo­
cais e regionais), ou

ii) que tenha depositado, ou esteja em vias de depositar, as suas


demonstrações financeiras junto de uma comissão de valores
mobiliários ou de outra organização reguladora, com vista a
emitir qualquer classe de instrumentos num mercado público; e

b) às demonstrações financeiras consolidadas de um grupo com uma


empresa-mãe:

i) cujos instrumentos de dívida ou de capital próprio sejam nego­


ciados num mercado público (uma bolsa de valores nacional ou
estrangeira ou um mercado de balcão, incluindo mercados lo­
cais e regionais), ou

ii) que tenha depositado, ou esteja em vias de depositar, as de­


monstrações financeiras consolidadas junto de uma comissão de
valores mobiliários ou de outra organização reguladora, com
vista a emitir qualquer classe de instrumentos num mercado
público.

3. Se uma entidade, que não se encontre obrigada a aplicar a presente


IFRS, optar por divulgar informações sobre segmentos não conformes
à presente IFRS, ela não deve descrever essas informações como
informação por segmentos.

4. Se um relato financeiro contiver tanto as demonstrações financeiras


consolidadas de uma empresa-mãe abrangida pelo âmbito de aplicação
da presente IFRS como as demonstrações financeiras separadas da
empresa-mãe, a informação por segmentos é exigida unicamente nas
demonstrações financeiras consolidadas.

SEGMENTOS OPERACIONAIS
5. Um segmento operacional é uma componente de uma entidade:

a) que desenvolve actividades de negócio de que pode obter réditos e


incorrer em gastos (incluindo réditos e gastos relacionados com
transacções com outros componentes da mesma entidade);

b) cujos resultados operacionais são regularmente revistos pelo prin­


cipal responsável pela tomada de decisões operacionais da entidade
para efeitos da tomada de decisões sobre a imputação de recursos
ao segmento e da avaliação do seu desempenho; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 714

▼B
c) relativamente à qual esteja disponível informação financeira
distinta.

Um segmento operacional pode desenvolver actividades de negócio


para as quais não tenha ainda obtido réditos; por exemplo, as opera­
ções de início de actividade podem constituir segmentos operacionais
antes da obtenção de réditos.

6. Nem todas as partes de uma entidade constituem, necessariamente,


segmentos operacionais ou partes de um segmento operacional. Por
exemplo, a sede de uma sociedade ou alguns departamentos funcio­
nais podem não obter réditos ou podem obter réditos que tenham um
carácter meramente acessório face às actividades da entidade, não
constituindo assim segmentos operacionais. Para efeitos da presente
IFRS, os planos de benefícios pós-emprego de uma entidade não
constituem segmentos operacionais.

7. A expressão «principal responsável pela tomada de decisões operacio­


nais» identifica uma função e não, necessariamente, um gerente com
um título específico. Essa função consiste em imputar recursos e
avaliar o desempenho dos segmentos operacionais de uma entidade.
Frequentemente, o principal responsável pela tomada de decisões ope­
racionais de uma entidade é o seu director executivo ou o director
operacional principal, mas pode ser, por exemplo, um grupo de direc­
tores executivos ou outros.

8. Relativamente a muitas entidades, as três características dos segmen­


tos operacionais descritas no parágrafo 5. identificam claramente os
seus segmentos operacionais. Contudo, uma entidade pode elaborar
relatórios em que as suas actividades de negócio sejam apresentadas
de vários modos. Se o principal responsável pela tomada de decisões
operacionais utilizar mais de um conjunto de informações por seg­
mentos, outros factores podem identificar um único conjunto de com­
ponentes como os segmentos operacionais de uma entidade, incluindo
a natureza das actividades de negócio de cada componente, a existên­
cia de gerentes responsáveis por essas actividades e as informações
apresentadas ao órgão de direcção.

9. Em geral, a um segmento operacional corresponde um gerente de


segmento, que é directamente responsável perante o principal respon­
sável pela tomada de decisões operacionais e com este mantém um
contacto regular para examinar actividades operacionais, resultados
financeiros, previsões ou planos para o segmento. A expressão «ge­
rente de segmento» designa uma função e não, necessariamente, um
gerente com um título específico. Em determinados segmentos opera­
cionais, o principal responsável pela tomada de decisões operacionais
pode ser simultaneamente o gerente de segmento. Um único gerente
pode ser o gerente de segmento de mais de um segmento operacional.
Se as características enunciadas no parágrafo 5. se aplicarem a mais
de um conjunto de componentes de uma organização, mas houver
apenas um conjunto pelo qual sejam responsabilizados os gerentes
de segmento, esse conjunto de componentes constituirá os segmentos
operacionais.

10. As características enunciadas no parágrafo 5. podem aplicar-se a dois


ou mais conjuntos de componentes que se sobreponham, em relação
aos quais os gerentes são responsabilizados. Por vezes, essa estrutura
é referida como uma forma de organização matricial. Por exemplo,
nalgumas entidades, alguns gerentes são responsáveis por diversas
linhas de produtos e de serviços a nível mundial, enquanto outros
gerentes são responsáveis por áreas geográficas específicas. O princi­
pal responsável pela tomada de decisões operacionais analisa regular­
mente os resultados operacionais de ambos os conjuntos de compo­
nentes, e estão disponíveis informações financeiras sobre ambos. Nes­
sas circunstâncias, a entidade deve determinar o conjunto de compo­
nentes que constitui os segmentos operacionais tomando por referên­
cia o princípio fundamental.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 715

▼B
SEGMENTOS RELATÁVEIS
11. Uma entidade deve relatar separadamente as informações sobre cada
segmento operacional que:

a) tenha sido identificado de acordo com os parágrafos 5.-10. ou que


resulte da agregação de dois ou mais desses segmentos de acordo
com o parágrafo 12.; e

b) supere os patamares quantitativos referidos no parágrafo 13.

Os parágrafos 14.-19. especificam outras situações em que devem ser


relatadas informações separadas sobre um segmento operacional.

Critérios de agregação
12. Os segmentos operacionais com características económicas semelhan­
tes apresentam, frequentemente, um desempenho financeiro a longo
prazo semelhante. Por exemplo, espera-se que, se as características
económicas de dois segmentos operacionais forem semelhantes, as
suas margens brutas médias a longo prazo serão também, em geral,
semelhantes. Dois ou mais segmentos operacionais podem ser agre­
gados num único segmento operacional, se a agregação for consistente
com o princípio fundamental da presente IFRS, se os segmentos
tiverem características económicas semelhantes e se forem semelhan­
tes em relação a cada um dos seguintes aspectos:

a) a natureza dos produtos e serviços;

b) a natureza dos processos de produção;

c) o tipo ou classe de cliente dos seus produtos e serviços;

d) os métodos usados para distribuir os seus produtos ou prestar os


seus serviços; e

e) se aplicável, a natureza do ambiente regulador, como, por exem­


plo, a banca, os seguros ou os serviços públicos.

Patamares quantitativos
13. Uma entidade deve relatar separadamente as informações sobre um
segmento operacional que respeite um dos seguintes patamares quan­
titativos:

a) O seu rédito relatado, incluindo não só as vendas a clientes ex­


ternos como também as vendas ou transferências intersegmentos, é
igual ou superior a 10 % do seu rédito combinado, interno e ex­
terno, de todos os segmentos operacionais;

b) A quantia em termos absolutos dos seus lucros ou prejuízos rela­


tados é igual ou superior a 10 % do maior, em termos absolutos,
dos seguintes valores: i) os lucros relatados combinados de todos
os segmentos operacionais que não relataram prejuízos; e ii) os
prejuízos relatados combinados de todos os segmentos operacio­
nais que relataram prejuízos;

c) Os seus activos são iguais ou superiores a 10 % dos activos com­


binados de todos os segmentos operacionais.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 716

▼B
Os segmentos operacionais que não respeitam qualquer dos patamares
quantitativos podem ser considerados relatáveis, e divulgados separa­
damente, se a gerência entender que essa informação sobre o seg­
mento seria útil para os utentes das demonstrações financeiras.

14. Uma entidade só pode combinar informações sobre segmentos opera­


cionais que não respeitam os patamares quantitativos com informações
sobre outros segmentos operacionais que não respeitam os patamares
quantitativos para produzir um segmento relatável, se os segmentos
operacionais possuírem características económicas semelhantes e par­
tilharem a maioria dos critérios de agregação enunciados no pará­
grafo 12.

15. Se o rédito externo total relatado pelos segmentos operacionais repre­


sentar menos de 75 % do rédito da entidade, devem ser identificados
outros segmentos operacionais como segmentos relatáveis (ainda que
não satisfaçam os critérios enunciados no parágrafo 13.) até que pelo
menos 75 % do rédito da entidade esteja incluído em segmentos re­
latáveis.

16. As informações sobre outras actividades de negócio e segmentos


operacionais não relatáveis devem ser combinadas e divulgadas
numa categoria «todos os outros segmentos», separadamente de outros
itens de reconciliação, para efeitos das reconciliações exigidas pelo
parágrafo 28. Devem ser descritas as fontes do rédito incluído na
categoria «todos os outros segmentos».

17. Se a gerência entender que um segmento operacional definido como


relatável no período imediatamente anterior mantém uma importância
significativa, as informações sobre esse segmento devem continuar a
ser relatadas separadamente no período corrente, ainda que o seg­
mento tenha deixado de satisfazer os critérios que determinam os
critérios de relato enunciados no parágrafo 13.

18. Se um segmento operacional for identificado como segmento relatável


no período corrente, de acordo com os patamares quantitativos, os
dados por segmento respeitantes a um período anterior, apresentados
para efeitos comparativos, devem ser reexpressos de modo a reflectir
o novo segmento relatável como um segmento distinto, ainda que no
período anterior esse segmento não tenha satisfeito os critérios que
determinam a obrigação de relato enunciados no parágrafo 13., salvo
se as informações necessárias não se encontrarem disponíveis e o
custo da sua elaboração for excessivo.

19. Pode ser estabelecido um limite prático para o número de segmentos


relatáveis, divulgados separadamente por uma entidade, para além do
qual a informação por segmentos poderá tornar-se demasiado porme­
norizada. Embora não esteja fixado qualquer limite preciso, logo que
o número de segmentos relatáveis de acordo com os parágrafos 13.-
-18. for superior a 10, a entidade deve ponderar a possibilidade de ter
sido atingido um limite prático.

DIVULGAÇÃO
20. Uma entidade deve divulgar informações que permitam aos utentes
das suas demonstrações financeiras avaliar a natureza e os efeitos
financeiros das actividades de negócio em que está envolvida, assim
como os ambientes económicos em que opera.

21. Para aplicar o princípio enunciado no parágrafo 20., uma entidade


deve divulgar as seguintes informações em relação a cada período
para o qual seja apresentada uma ►M5 demonstração do rendimento
integral ◄:

a) informações gerais, conforme descrito no parágrafo 22.;


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 717

▼B
b) informações sobre os lucros ou prejuízos relatados dos segmentos,
incluindo réditos e gastos específicos incluídos nos lucros ou pre­
juízos desses segmentos e respectivos activos, passivos e bases de
mensuração, conforme descrito nos parágrafos 23.-27.; e

c) reconciliações dos totais dos réditos, lucros ou prejuízos relatados,


activos, passivos e outros itens materiais dos segmentos com as
quantias correspondentes da entidade, conforme descrito no pará­
grafo 28.

▼M5
São necessárias reconciliações das quantias na demonstração da posi­
ção financeira de segmentos relatáveis com as quantias na demons­
tração da posição financeira da entidade para cada data em que seja
apresentada uma demonstração da posição financeira. A informação
relativa a períodos anteriores deve ser reexpressa tal como descrito
nos parágrafos 29 e 30.

▼B
Informações gerais
22. Uma entidade deve divulgar as seguintes informações gerais:

a) os factores utilizados para identificar os segmentos relatáveis da


entidade, incluindo a base de organização (por exemplo, se a ge­
rência optou por organizar a entidade segundo os produtos e ser­
viços, áreas geográficas, ambientes reguladores, ou uma combina­
ção de factores e se os segmentos operacionais foram agregados); e

b) os tipos de produtos e serviços a partir dos quais cada segmento


relatável obtém os seus réditos.

Informações sobre lucros ou prejuízos, activos e passivos


▼M22
23. Uma entidade deve relatar uma mensuração dos lucros ou prejuízos de
cada segmento relatável. Uma entidade deve relatar uma mensuração
do total dos activos e dos passivos de cada segmento relatável, se
essas quantias forem apresentadas regularmente ao principal respon­
sável pela tomada de decisões operacionais. Se as quantias especifi­
cadas forem incluídas na mensuração dos lucros ou prejuízos dos
segmentos, analisada pelo principal responsável pela tomada de deci­
sões operacionais, ou se forem regularmente apresentadas a este, ainda
que não incluídas nessa mensuração dos lucros ou prejuízos dos seg­
mentos, uma entidade deve divulgar igualmente, para cada segmento
relatável, as seguintes informações:

a) réditos provenientes de clientes externos;

▼B
b) réditos de transacções com outros segmentos operacionais da
mesma entidade;

c) rédito de juros;

d) gastos de juros;

e) depreciações e amortizações;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 718

▼M5
f) itens materiais de rendimentos e gastos divulgados de acordo com
o parágrafo 97 da IAS 1 Apresentação de Demonstrações Finan­
ceiras (tal como revista em 2007);

▼B
g) o interesse da entidade nos lucros ou prejuízos de associadas e de
empreendimentos conjuntos, contabilizado segundo o método da
equivalência patrimonial;

h) gasto ou rendimento do imposto sobre o rendimento; e

i) itens materiais que não sejam a dinheiro e que não sejam depre­
ciações e amortizações.

Uma entidade deve relatar os réditos de juros separadamente dos


gastos de juros para cada segmento relatável, salvo se a maioria dos
réditos do segmento provier de juros e o principal responsável pela
tomada de decisões operacionais se basear principalmente nos réditos
de juros líquidos para avaliar o desempenho do segmento e tomar
decisões sobre os recursos a imputar ao mesmo. Nessa situação, as
entidades podem relatar o rédito de juros desse segmento líquidos dos
seus gastos de juros e divulgar que procederam desse modo.

▼M31
24. Uma entidade deve divulgar as seguintes informações sobre cada
segmento relatável se as quantias especificadas estiverem incluídas
na mensuração dos activos do segmento analisada pelo principal res­
ponsável pela tomada de decisões operacionais ou for apresentada
regularmente a este, ainda que não incluída na mensuração dos activos
do segmento:

▼B
a) a quantia do investimento em associadas e empreendimentos con­
juntos contabilizada pelo método da equivalência patrimonial;

▼M31
b) as quantias de adições aos activos não correntes (1), excepto ins­
trumentos financeiros, activos por impostos diferidos, activos líqui­
dos de benefícios definidos (ver IAS 19 Benefícios do Emprega­
dos) e direitos provenientes de contratos de seguro.

▼B
MENSURAÇÃO
25. A quantia de cada item do segmento relatado deve corresponder à
mensuração relatada ao principal responsável pela tomada de decisões
operacionais para efeitos da tomada de decisões sobre a imputação de
recursos ao segmento e da avaliação do seu desempenho. Os ajusta­
mentos e eliminações efectuados no âmbito da preparação das de­
monstrações financeiras e da imputação de réditos, gastos e ganhos
ou perdas de uma entidade só devem ser incluídos na determinação
dos lucros ou prejuízos do segmento relatado se estiverem incluídos
na respectiva mensuração utilizada pelo principal responsável pela
tomada de decisões operacionais. De igual modo, relativamente a
esse segmento, devem ser relatados apenas os activos e passivos
incluídos nas correspondentes mensurações utilizadas pelo principal
responsável pela tomada de decisões operacionais. Se forem imputa­
das quantias aos lucros ou prejuízos, activos ou passivos do segmento
relatado, essas quantias devem ser imputadas numa base razoável.

(1) Relativamente aos activos classificados de acordo com uma apresentação de liquidez, os
activos não correntes são activos que incluem quantias que se espera recuperar mais de
doze meses ►M5 após o período de relato ◄.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 719

▼B
26. Se o principal responsável pela tomada de decisões operacionais uti­
lizar apenas uma mensuração dos lucros ou prejuízos e dos activos e
passivos de um segmento operacional na avaliação do desempenho
desse segmento e na decisão sobre o modo de imputação dos recursos,
os lucros ou prejuízos do segmento e os seus activos ou passivos
devem ser relatados segundo essa mensuração. Se o principal respon­
sável pela tomada de decisões operacionais utilizar mais de uma
mensuração dos lucros ou prejuízos e dos activos e passivos do seg­
mento operacional, as mensurações relatadas devem ser as que a
gerência entender que são determinadas de acordo com os princípios
de mensuração mais consistentes com os utilizados na mensuração das
quantias correspondentes nas demonstrações financeiras da entidade.

27. Uma entidade deve apresentar para cada segmento relatável uma ex­
plicação das mensurações dos lucros ou prejuízos e dos activos e
passivos do segmento. Uma entidade deve divulgar, no mínimo, os
seguintes elementos:

a) o regime de contabilidade de quaisquer transacções entre segmen­


tos relatáveis;

b) a natureza de quaisquer diferenças entre as mensurações dos lucros


ou prejuízos do segmento relatável e dos lucros ou prejuízos da
entidade antes do gasto ou rendimento do imposto sobre o rendi­
mento e unidades operacionais descontinuadas (se não forem evi­
dentes pelas reconciliações descritas no parágrafo 28.). Essas dife­
renças podem incluir políticas contabilísticas e políticas de impu­
tação de custos suportados centralmente, necessárias para uma
compreensão da informação por segmentos relatada;

c) a natureza de quaisquer diferenças entre as mensurações dos acti­


vos dos segmentos relatáveis e dos activos da entidade (se não
forem evidentes pelas reconciliações descritas no parágrafo 28.).
Essas diferenças podem incluir políticas contabilísticas e políticas
de imputação de activos utilizados conjuntamente, necessárias para
uma compreensão da informação por segmentos relatada;

d) a natureza de quaisquer diferenças entre as mensurações dos pas­


sivos dos segmentos relatáveis e dos passivos da entidade (se não
forem evidentes pelas reconciliações descritas no parágrafo 28.).
Essas diferenças podem incluir políticas contabilísticas e políticas
de imputação de passivos utilizados conjuntamente, necessárias
para uma compreensão da informação por segmentos relatada;

e) a natureza de quaisquer alterações, relativamente a períodos ante­


riores, nos métodos de mensuração utilizados para determinar os
lucros ou prejuízos do segmento relatado e o eventual efeito dessas
alterações na mensuração dos lucros ou prejuízos do segmento;

f) a natureza e o efeito de quaisquer imputações assimétricas a seg­


mentos relatáveis. Por exemplo, uma entidade pode imputar gastos
de depreciação a um segmento sem lhe imputar os correspondentes
activos depreciáveis.

Reconciliações
28. As entidades devem proporcionar reconciliações dos seguintes ele­
mentos:

a) o total dos réditos dos segmentos relatáveis com o rédito da enti­


dade;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 720

▼B
b) o total das mensurações dos lucros ou prejuízos dos segmentos
relatáveis com os lucros ou prejuízos da entidade antes do gasto
de imposto (rendimento de imposto) e unidades operacionais des­
continuadas. Todavia, se uma entidade imputar a segmentos rela­
táveis itens como gastos de imposto (rendimentos de imposto), ela
pode reconciliar o total das mensurações dos lucros ou prejuízos
dos segmentos com os lucros ou prejuízos da entidade depois
desses itens;

c) o total dos activos dos segmentos relatáveis com os activos da


entidade;

d) o total dos passivos dos segmentos relatáveis com os passivos da


entidade, se os passivos dos segmentos forem relatados de acordo
com o parágrafo 23.;

e) o total das quantias dos segmentos relatáveis respeitantes a quais­


quer outros itens materiais das informações divulgadas com as
correspondente quantias da entidade.

Todos os itens de reconciliação materiais devem ser identificados e


descritos separadamente. Por exemplo, a quantia de cada ajustamento
material necessário para reconciliar os lucros ou prejuízos do seg­
mento relatável com os lucros ou prejuízos da entidade, decorrente
de diferentes políticas contabilísticas, deve ser identificada e descrita
separadamente.

Reexpressão de informação relatada anteriormente


29. Se uma entidade alterar a estrutura da sua organização interna de um
modo susceptível de alterar a composição dos seus segmentos relatá­
veis, devem ser reexpressas as correspondentes informações relativas
aos períodos anteriores, incluindo os períodos intercalares, salvo se as
informações não se encontrarem disponíveis e o custo da sua elabo­
ração for excessivo. A determinação da disponibilidade das informa­
ções e do carácter excessivo do custo da sua elaboração deve ser
efectuada para cada item de divulgação. Na sequência de uma altera­
ção na composição dos seus segmentos relatáveis, a entidade em
causa deve informar se reexpressou ou não os itens correspondentes
da informação por segmentos respeitantes aos períodos anteriores.

30. Se uma entidade tiver alterado a estrutura da sua organização interna


de um modo susceptível de alterar a composição dos seus segmentos
relatáveis e se a informação por segmentos respeitante aos períodos
anteriores, incluindo os períodos intercalares, não for reexpressa de
modo a reflectir essa alteração, a entidade em causa deve divulgar, no
ano em que se verificou a alteração, a informação por segmentos
respeitante ao período corrente, tanto para a antiga como para a
nova base de segmentação, salvo se as informações necessárias não
se encontrarem disponíveis e o custo da sua elaboração for excessivo.

DIVULGAÇÕES RELATIVAS AO CONJUNTO DA ENTIDADE


31. Os parágrafos 32.-34. aplicam-se a todas as entidades sujeitas à pre­
sente IFRS, incluindo as que disponham de um único segmento rela­
tável. As actividades de negócio de algumas entidades poderão não se
encontrar organizadas em função das diferenças nos produtos e servi­
ços relacionados ou das diferenças nas áreas geográficas das unidades
operacionais. Esses segmentos relatáveis das entidades podem relatar
réditos de uma ampla gama de produtos e serviços essencialmente
diferentes ou mais de um dos seus segmentos relatáveis pode fornecer
essencialmente os mesmos produtos e serviços. De igual modo, os
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 721

▼B
segmentos relatáveis de uma entidade podem deter activos em dife­
rentes áreas geográficas e relatar réditos provenientes de clientes em
diferentes áreas geográficas ou mais de um dos seus segmentos rela­
táveis pode operar na mesma área geográfica. As informações exigi­
das nos parágrafos 32.-34. só devem ser prestadas se não forem
integradas na informação por segmento relatável exigida pela presente
IFRS.

Informações sobre produtos e serviços


32. Uma entidade deve relatar os réditos provenientes dos clientes exter­
nos em relação a cada produto e serviço ou a cada grupo de produtos
e serviços semelhantes, salvo se as informações necessárias não se
encontrarem disponíveis e o custo da sua elaboração for excessivo,
devendo tal facto ser divulgado. As quantias dos réditos relatadas
devem basear-se nas informações financeiras utilizadas para elaborar
as demonstrações financeiras da entidade.

Informações sobre áreas geográficas


33. Uma entidade deve relatar as seguintes informações geográficas, salvo
se as informações necessárias não se encontrarem disponíveis e o
custo da sua elaboração for excessivo:

a) réditos provenientes de clientes externos i) atribuídos ao país de


estabelecimento da entidade e ii) atribuídos globalmente a todos os
países estrangeiros de onde a entidade obtém réditos. Se os réditos
provenientes de clientes externos atribuídos a um determinado país
estrangeiro forem materiais, devem os mesmos ser divulgados se­
paradamente. Uma entidade deve divulgar a base de atribuição dos
réditos provenientes de clientes externos aos diferentes países;

b) activos não correntes (1), excepto instrumentos financeiros, activos


por impostos diferidos, activos por benefícios pós-emprego e di­
reitos provenientes de contratos de seguro i) localizados no país de
estabelecimento da entidade e ii) localizados em todos os países
estrangeiros em que a entidade detém activos. Se os activos num
determinado país estrangeiro forem materiais, devem os mesmos
ser divulgados separadamente.

As quantias relatadas devem basear-se nas informações financeiras


utilizadas para elaborar as demonstrações financeiras da entidade. Se
as informações necessárias não se encontrarem disponíveis e o custo
da sua elaboração for excessivo, deve tal facto ser divulgado. Uma
entidade pode divulgar, para além das informações exigidas pelo pre­
sente parágrafo, subtotais de informações geográficas sobre grupos de
países.

(1) Relativamente aos activos classificados de acordo com uma apresentação de liquidez, os
activos não correntes são activos que incluem quantias que se espera recuperar mais de
doze meses ►M5 após o período de relato ◄.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 722

▼B
Informações sobre os principais clientes
▼M26
34. Uma entidade deve prestar informações sobre o grau da sua depen­
dência relativamente aos seus principais clientes. Se os réditos prove­
nientes das transacções com um único cliente externo representarem
10 % ou mais dos réditos totais de uma entidade, esta deve divulgar
tal facto, bem como a quantia total dos réditos provenientes de cada
um destes clientes e a identidade do segmento ou segmentos que
relatam os réditos. A entidade não está obrigada a divulgar a identi­
dade de um grande cliente nem a quantia de réditos provenientes
desse cliente relatados por cada segmento. Para efeitos da presente
IFRS, um grupo de entidades que, de acordo com as informações de
que a entidade relatora dispõe, se encontram sob um controlo comum
deve ser considerado um único cliente. No entanto, será necessário
exercer julgamento para avaliar se, assim como uma administração
pública (nacional, estadual, provincial, territorial, local ou estrangei­
raincluindo agências estatais e organismos similares, a nível local,
nacional ou internacional) e as entidades que, de acordo com as
informações de que a entidade relatora dispõe, se encontram sob o
controlo dessa administração devem sersão considerados um único
cliente Para fins dessa avaliação, a entidade relatora deve tomar em
consideração o grau de integração económica entre essas entidades.
▼B
TRANSIÇÃO E DATA DE EFICÁCIA
35. Uma entidade deve aplicar a presente IFRS às suas demonstrações
financeiras anuais relativas a períodos com início em ou após 1 de
Janeiro de 2009. É permitida a aplicação mais cedo. Caso uma enti­
dade aplique a presente IFRS às suas demonstrações financeiras de
um período com início anterior a 1 de Janeiro de 2009, ela deve
divulgar esse facto.
▼M22
35.A. O parágrafo 23 foi emendado pelo documento Melhoramentos Intro­
duzidos nas IFRS emitido em Abril de 2009. Uma entidade deve
aplicar essa emenda aos períodos anuais com início em ou após
1 de Janeiro de 2010. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma
entidade aplicar a emenda a um período anterior, deve divulgar esse
facto.
36. A informação por segmentos relativa a anos anteriores, relatada como
informação comparativa respeitante ao primeiro ano de aplicação (in­
cluindo a aplicação da emenda ao parágrafo 23 feita em Abril de
2009), deve ser reexpressa de modo a cumprir os requisitos da pre­
sente IFRS, salvo se as informações necessárias não se encontrarem
disponíveis e o custo da sua elaboração for excessivo.
▼M5
36.A. A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada
nas IFRS. Além disso, emendou o parágrafo 23(f). Uma entidade deve
aplicar estas emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a
um período anterior, as emendas deverão ser aplicadas a esse período
anterior.
▼M26
36.B. A IAS 24 Divulgações de Partes Relacionadas (conforme revista em
2009) emendou o parágrafo 34 para os períodos anuais com início em
ou após 1 de Janeiro de 2011. Se uma entidade aplicar a IAS 24
(revista em 2009) a um período anterior, a emenda do parágrafo 34
deve ser aplicada a esse período anterior.
▼B
RETIRADA DA IAS 14
37. A presente IFRS substitui a IAS 14 Relato por Segmentos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 723

▼B
Apêndice A

Termo definido

Este apêndice faz parte integrante desta IFRS.

segmento operacional Um segmento operacional é um componente de


uma entidade:
a) que desenvolve actividades de negócio de que
obtém réditos e pelas quais incorre em gastos
(incluindo réditos e gastos relacionados com
transacções com outros componentes da mesma
entidade);
b) cujos resultados operacionais são regularmente
revistos pelo principal responsável pela tomada
de decisões operacionais da entidade para efei­
tos da tomada de decisões sobre a imputação de
recursos ao segmento e da avaliação do seu
desempenho; e
c) sobre a qual esteja disponível informação finan­
ceira discreta.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 724

▼M32
NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 10
Demonstrações Financeiras Consolidadas
OBJECTIVO
1 O objectivo desta Norma é estabelecer princípios para a apresentação
e preparação de demonstrações financeiras consolidadas quando uma
entidade controla uma ou várias outras entidades.

Realização do objectivo
▼M38
2 Para realizar o objetivo estabelecido no parágrafo 1, esta IFRS:

▼M32
(a) exige que uma entidade (a empresa-mãe) que controla uma ou
várias outras entidades (subsidiárias) apresente demonstrações fi­
nanceiras consolidadas;

(b) define o princípio do controlo e estabelece esse controlo como a


base para a consolidação;

▼M38
(c) estabelece a forma de aplicação do princípio do controlo para
concluir se uma investidora controla uma investida e deve, por­
tanto, consolidar essa investida;

(d) estabelece os requisitos contabilísticos para a preparação de de­


monstrações financeiras consolidadas; e

(e) define uma entidade de investimento e prevê uma exceção à


consolidação de determinadas subsidiárias de uma entidade de
investimento.

▼M32
3 Esta Norma não aborda os requisitos contabilísticos relativos às con­
centrações de actividades empresariais e os seus efeitos na consolida­
ção, nomeadamente o goodwill resultante de uma concentração de
actividades empresariais (ver a IFRS 3 Concentrações de Actividades
Empresariais).

ÂMBITO
▼M38
4 Uma entidade que é uma empresa-mãe deve apresentar demonstrações
financeiras consolidadas. Esta IFRS aplica-se a todas as entidades,
com as seguintes exceções:

▼M32
(a) uma empresa-mãe não tem de apresentar demonstrações financei­
ras consolidadas se cumprir todas as seguintes condições:

(i) é uma subsidiária total ou parcialmente detida por outra en­


tidade e todos os seus outros proprietários, incluindo aqueles
que de outra forma não teriam direito a voto, foram informa­
dos de que a entidade não apresenta demonstrações financei­
ras consolidadas e não se opuseram a tal situação;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 725

▼M32
(ii) os seus instrumentos de dívida ou de capital próprio não são
negociados num mercado público (uma bolsa de valores na­
cional ou estrangeira ou um mercado de balcão, incluindo
mercados locais e regionais);

(iii) não depositou nem está em vias de depositar as suas demons­


trações financeiras junto de uma comissão de valores mobi­
liários ou de outra organização reguladora com a finalidade
de emitir qualquer categoria de instrumentos num mercado
público; e

(iv) a sua empresa-mãe final ou qualquer empresa-mãe intermédia


elabora demonstrações financeiras consolidadas disponíveis
para uso público e que cumprem as IFRS.

(b) planos de benefícios pós-emprego ou outros planos de benefícios


de longo prazo dos empregados aos quais se aplica a IAS 19
Benefícios dos Empregados.

▼M38
(c) uma entidade de investimento não precisa de apresentar demons­
trações financeiras consolidadas se lhe for exigida, de acordo com
o parágrafo 31 desta IFRS, a mensuração de todas as suas subsi­
diárias pelo justo valor através dos resultados.

▼M32
Controlo
5 Independentemente da natureza do seu relacionamento com uma
entidade (a investida), um investidor deve determinar se é uma
empresa-mãe verificando se controla ou não a investida.

6 Um investidor controla uma investida quando está exposto ou é


detentor de direitos relativamente a resultados variáveis por via
do seu relacionamento com a mesma e tem capacidade para afec­
tar esses resultados através do poder que exerce sobre a investida.

7 Assim, um investidor controla uma investida se e apenas se tiver,


cumulativamente:

(a) poder sobre a investida (ver parágrafos 10 a 14);

(b) exposição ou direitos a resultados variáveis por via do seu


relacionamento com a investida (ver parágrafos 15 e 16);

(c) a capacidade de usar o seu poder sobre a investida para


afectar o valor dos resultados para os investidores (ver pará­
grafos 17 e 18).

8 Um investidor deve atender a todos os factos e circunstâncias para


verificar se controla uma investida. O investidor deve reavaliar se
controla uma investida se os factos e circunstâncias indicarem a ocor­
rência de alterações no que respeita a um ou mais dos três elementos
de controlo referidos no parágrafo 7 (ver parágrafos B80-B85).

9 Dois ou mais investidores controlam colectivamente uma investida se


necessitarem de actuar em conjunto para orientar as actividades rele­
vantes. Nesses casos, como nenhum investidor pode orientar as acti­
vidades sem a cooperação dos outros, nenhum investidor controla
individualmente a investida. Cada investidor deve contabilizar o seu
interesse na investida em conformidade com as IFRS relevantes, como
a IFRS 11 Acordos Conjuntos, a IAS 28 Investimentos em Associadas
e Empreendimentos Conjuntos ou a IFRS 9 Instrumentos Financeiros.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 726

▼M32
Poder
10 Um investidor tem poder sobre uma investida se for detentor de
direitos existentes que lhe conferem num determinado momento a
capacidade de orientar as actividades relevantes, ou seja, as activida­
des que afectam significativamente os resultados da investida.

11 O poder deriva de direitos. Por vezes, a consideração da existência de


poder é simples, nomeadamente quando o poder sobre uma investida
decorre directa e unicamente dos direitos de voto conferidos por ins­
trumentos de capital próprio, como acções, e pode ser avaliado con­
siderando os direitos de voto conferidos por essas participações. Nou­
tros casos, a avaliação é mais complexa e exige a consideração de
vários factores, nomeadamente quando o poder resulta de uma ou de
várias acordos contratuais.

12 Um investidor com capacidade para orientar num determinado mo­


mento as actividades relevantes tem poder mesmo quando os seus
direitos de orientação ainda não tiverem sido exercidos. A evidência
de que o investidor tem vindo a orientar actividades relevantes pode
ajudar a determinar se tem poder, mas tal evidência não é, por si só,
conclusiva para determinar se o investidor tem poder sobre uma in­
vestida.

13 Se dois ou mais investidores detiverem, cada um, direitos existentes


que lhes conferem a capacidade unilateral de orientar diferentes acti­
vidades relevantes, o investidor que tiver num determinado momento
a capacidade de orientar as actividades que afectam mais significati­
vamente os resultados da investida tem poder sobre a investida.

14 Um investidor pode ter poder sobre uma investida mesmo quando


outras entidades detiverem direitos existentes que lhes conferem nesse
momento a capacidade de participar na orientação das actividades
relevantes, como por exemplo quando outra entidade dispõe de uma
influência significativa. No entanto, um investidor que apenas é de­
tentor de direitos de protecção não tem poder sobre uma investida (ver
parágrafos B26-B28), pelo que não controla a investida.

Resultados
15 Um investidor está exposto ou é detentor de direitos a resultados
variáveis por via do seu relacionamento com a investida se os resul­
tados do investidor por via do seu relacionamento com a investida
puderem variar em função do desempenho da mesma. Os resultados
do investidor podem ser apenas positivos, apenas negativos ou total­
mente positivos e negativos.

16 Embora apenas um investidor possa controlar uma investida, os re­


sultados de uma investida podem beneficiar mais de uma parte. Por
exemplo, os detentores de interesses minoritários podem ter uma par­
ticipação nos lucros ou nas distribuições de uma investida.

Ligação entre poder e resultados


17 Um investidor controla uma investida se tiver não só poder sobre a
investida e exposição ou direitos a resultados variáveis por via do seu
relacionamento com a investida, mas também a capacidade de utilizar
o seu poder para afectar os seus resultados como investidor por via do
seu relacionamento com a investida.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 727

▼M32
18 Assim, um investidor com direito efectivo de tomar decisões deve
determinar se é um mandante ou um mandatário. Um investidor que
é um mandatário de acordo com os parágrafos B58-B72 não controla
uma investida quando exerce um direito de tomar decisões que lhe
tenha sido delegado.

REQUISITOS DE CONTABILIZAÇÃO
19 Uma empresa-mãe deve preparar demonstrações financeiras con­
solidadas seguindo políticas contabilísticas uniformes para tran­
sacções semelhantes e outros acontecimentos que ocorram em cir­
cunstâncias semelhantes.

20 A consolidação de uma investida inicia-se a partir da data em que o


investidor obtém controlo da investida e cessa quando o investidor
perde controlo da mesma.

21 Os parágrafos B86-B93 estabelecem orientações para a preparação de


demonstrações financeiras consolidadas.

Interesses que não controlam


22 Na demonstração da posição financeira consolidada no capital próprio,
uma empresa-mãe deve apresentar os interesses que não controlam
separadamente do capital próprio dos proprietários da empresa-mãe.

23 As alterações no interesse de propriedade de uma empresa-mãe numa


subsidiária que não resultem numa perda de controlo dessa subsidiária
são contabilizadas como transacções de capital próprio (ou seja, tran­
sacções com proprietários na sua qualidade de proprietários).

24 Os parágrafos B94-B96 estabelecem orientações para a contabilização


dos interesses que não controlam nas demonstrações financeiras con­
solidadas.

Perda de controlo
25 Se uma empresa-mãe perde o controlo de uma subsidiária:

(a) desreconhece os activos e passivos da ex-subsidiária nas suas


demonstrações consolidadas da posição financeira;

(b) reconhece qualquer investimento que mantenha na ex-subsidiária


pelo seu justo valor no momento em que o controlo é perdido,
contabilizando-o posteriormente, bem como quaisquer valores de­
vidos pela ex-subsidiária ou à ex-subsidiária, em conformidade
com as IFRS relevantes. Esse justo valor deve ser considerado
como o justo valor do reconhecimento inicial de um activo finan­
ceiro de acordo com a IFRS 9 ou, quando for caso disso, o custo
do reconhecimento inicial de um investimento numa associada ou
empreendimento conjunto;

(c) reconhece o lucro ou perda associado à perda de controlo e im­


putável ao anterior interesse que controla.

26 Os parágrafos B97-B99 estabelecem orientações para a contabilização


da perda de controlo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 728

▼M38
DETERMINAR SE UMA ENTIDADE É UMA ENTIDADE DE INVESTI­
MENTO
27 Uma empresa-mãe deve determinar se é uma entidade de inves­
timento. Uma entidade de investimento é uma entidade que:

a) Obtém fundos de um ou mais investidores com a finalidade de


proporcionar a esse(s) investidor(es) serviços de gestão de in­
vestimentos;

b) Assegura ao(s) seu(s) investidor(es) que o seu objeto social é


investir fundos exclusivamente para obter mais-valias, rendi­
mento do investimento, ou ambos; e

c) Mede e avalia o desempenho de praticamente todos os seus


investimentos com base no justo valor.

Os parágrafos B85A–B85M fornecem as orientações de aplicação


sobre a questão.

28 Ao determinar se corresponde à definição descrita no parágrafo 27,


uma entidade deve considerar se reúne as seguintes características
típicas de uma entidade de investimento:

a) Tem mais do que um investimento (ver parágrafos B85O-B85P);

b) Tem mais de um investidor (ver parágrafos B85Q-B85S);

c) Tem investidores que não são partes relacionadas com a entidade


(ver parágrafos B85T-B85U); e

d) Tem interesses de propriedade sob a forma de participações no


capital ou interesses semelhantes (ver parágrafos B85V-B85W).

A ausência de qualquer uma destas características típicas não impede


necessariamente que uma entidade possa ser classificada como uma
entidade de investimento. Uma entidade de investimento que não
reúna todas estas características típicas apresenta as divulgações adi­
cionais exigidas pelo parágrafo 9A da IFRS 12 Divulgação de Inte­
resses Noutras Entidades.

29 Se os factos e as circunstâncias indicarem a existência de alterações


em relação a um ou mais dos três elementos que compõem a definição
de entidade de investimento, tal como descritos no parágrafo 27, ou às
características típicas de uma entidade de investimento, tal como des­
critas no parágrafo 28, uma empresa-mãe deve reavaliar se é uma
entidade de investimento.

30 Uma empresa-mãe que deixe de ser ou se torne uma entidade de


investimento deverá registar prospetivamente essa alteração do seu
estatuto a partir da data em que essa alteração ocorreu (ver parágrafos
B100-B101).

ENTIDADES DE INVESTIMENTO: EXCEÇÕES À CONSOLIDAÇÃO


31 Exceto nas situações descritas no parágrafo 32, uma entidade de
investimento não deve consolidar as suas subsidiárias ou aplicar a
IFRS 3 quando tiver obtido o controlo sobre outra entidade. Em
vez disso, a entidade deve mensurar um investimento numa sub­
sidiária pelo justo valor através dos resultados de acordo com o
IFRS 9 (1).

(1) O parágrafo C7 da IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas determina que «Se


uma entidade aplica esta Norma mas ainda não aplica a IFRS 9, qualquer referência nesta
Norma à IFRS 9 deve ser lida como uma referência à IAS 39 Instrumentos Financeiros:
Reconhecimento e Mensuração.»
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 729

▼M38
32 Não obstante o requisito do parágrafo 31, se uma entidade de inves­
timento tiver uma subsidiária que preste serviços que se relacionem
com as atividades de investimento da entidade de investimento (ver
parágrafos B85C-B85E), deve consolidar essa subsidiária em confor­
midade com os parágrafos 19-26 desta IFRS e aplicar os requisitos da
IFRS 3 para a aquisição de qualquer subsidiária desse tipo.

33 Uma empresa-mãe de uma entidade de investimento deve consolidar


todas as entidades que controla, incluindo as controladas por meio de
uma entidade de investimento subsidiária, a menos que a empresa-mãe
seja ela própria uma entidade de investimento.

▼M32
Apêndice A
Definições
O presente apêndice faz parte integrante desta Norma.

demonstrações financeiras As demonstrações financeiras de um grupo


consolidadas em que os activos, passivos, capital próprio,
receita, gastos e fluxos de caixa da empre­
sa-mãe e das suas subsidiárias são apresen­
tados como os de uma única entidade eco­
nómica.

controlo de uma investida Um investidor controla uma investida


quando está exposto ou é detentor de direi­
tos relativamente a resultados variáveis por
via do seu relacionamento com a mesma e
tem capacidade para afectar esses resultados
através do poder que exerce sobre a inves­
tida.

decisor Uma entidade com direito efectivo de tomar


decisões na qualidade de mandante ou de
mandatário de outras partes

grupo Uma empresa-mãe e as suas subsidiárias.

▼M38
entidade de investimento Uma entidade que:

a) Obtém fundos de um ou mais investido­


res com a finalidade de proporcionar a
esse(s) investidor(es) serviços de gestão
de investimentos;

b) Assegura ao(s) seu(s) investidor(es) que


o seu objeto social é investir fundos ex­
clusivamente para obter mais-valias, ren­
dimento do investimento, ou ambos; e

c) Mede e avalia o desempenho de pratica­


mente todos os seus investimentos com
base no justo valor.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 730

▼M32
interesse que não controla Participação no capital de uma subsidiária
não imputável, directa ou indirectamente, a
uma empresa-mãe.

empresa-mãe Uma entidade que controla uma ou mais


entidades.

poder Direitos existentes que conferem num deter­


minado momento a capacidade de orientar
as actividades relevantes.

direitos protectores Direitos concebidos para proteger o inte­


resse da parte que deles é detentora, sem
lhe conferir poder sobre a entidade a que
esses direitos respeitam.

actividades relevantes Para efeitos desta Norma, as actividades re­


levantes são as actividades da investida que
afectam significativamente os seus resulta­
dos.

direito de destituição Direito de retirar ao decisor a sua autoridade


para decidir.

subsidiária Uma entidade que é controlada por outra


entidade.

Os termos seguintes são definidos nas IFRS 11, IFRS 12 Divulgação de Inte­
resses Noutras entidades, IAS 28 (como emendada em 2011) ou IAS 24 Divul­
gações de Partes Relacionadas e são utilizados nesta Norma com os significados
especificados nessas IFRS:

— associada

— interesse noutra entidade

— empreendimento conjunto

— pessoal-chave de gerência

— parte relacionada

— influência significativa

Apêndice B
Guia de aplicação
O presente apêndice faz parte integrante desta Norma. Descreve a aplicação dos
parágrafos 1-26 e tem o mesmo valor que as outras partes da Norma.

B1 Os exemplos deste apêndice retratam situações hipotéticas. Embora


alguns aspectos dos exemplos possam estar presentes em situações
reais, na aplicação da IFRS 10 há que considerar todos os factos e
circunstâncias de uma determinada situação real.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 731

▼M32
AVALIAÇÃO DO CONTROLO
B2 Para determinar se controla uma investida, um investidor deve consi­
derar se dispõe cumulativamente de:

(a) poder sobre a investida;

(b) exposição ou direitos a resultados variáveis por via do seu rela­


cionamento com a investida; e

(c) capacidade para usar o seu poder sobre a investida para afectar o
valor dos resultados dos investidores.

B3 A consideração dos seguintes factores pode ajudar a essa determina­


ção:

(a) propósito e estrutura da investida (ver parágrafos B5-B8);

(b) natureza das actividades relevantes e forma como as decisões


sobre essas actividades são tomadas (ver parágrafos B11-B13);

(c) se os direitos do investidor lhe conferem a capacidade efectiva


para orientar as actividades relevantes (ver parágrafos B14-B54);

(d) se o investidor está exposto ou tem direitos a resultados variáveis


por via do seu relacionamento com a investida (ver parágrafos
B55-B57)

(e) se o investidor tem a capacidade de utilizar o seu poder sobre a


investida para afectar o valor dos resultados dos investidores (ver
parágrafos B58-B72).

B4 Ao avaliar o controlo de uma investida, um investidor deve considerar


a natureza do seu relacionamento com outras partes (ver parágrafos
B73-B75).

Propósito e estrutura de uma investida


B5 Ao avaliar o controlo de uma investida, o investidor deve considerar o
propósito e a estrutura da mesma, a fim de identificar as actividades
relevantes, a forma como as decisões sobre essas actividades são
tomadas, quem tem num determinado momento a capacidade para
orientar essas actividades e quem beneficia dos resultados das mes­
mas.

B6 Ao considerar-se o propósito e a estrutura de uma investida, pode


tornar-se evidente que essa investida é controlada através de instru­
mentos de capital próprio que conferem ao seu detentor direitos de
voto proporcionais, como sejam acções ordinárias da investida. Neste
caso, na ausência de quaisquer acordos adicionais que alterem o pro­
cesso de tomada de decisões, a avaliação do controlo deve verificar se
alguma parte tem capacidade para exercer direitos de voto suficientes
para determinar as políticas operacional e de financiamento da inves­
tida (ver parágrafos B34-B50). No caso mais simples, o investidor
detentor da maioria dos direitos de voto controla, na ausência de
quaisquer outros factores, a investida.

B7 Em casos mais complexos, poderá revelar-se necessário considerar


alguns ou todos os factores referidos no parágrafo B3 para determinar
se um investidor controla uma investida.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 732

▼M32
B8 Uma investida pode estar estruturada de tal modo que os direitos de
voto não são o factor dominante para decidir quem a controla, como
ocorre quando os direitos de voto respeitam apenas a tarefas adminis­
trativas e as actividades relevantes são geridas por intermédio de
acordos contratuais. Em tais casos, a consideração, por parte de um
investidor, do propósito e estrutura da investida deve também incluir
os riscos a que a investida esteja exposta por via da sua estrutura, os
riscos que, em função dessa mesma estrutura, são transferidos para as
partes relacionadas com a investida e a verificação sobre se o inves­
tidor está exposto a alguns ou à totalidade desses riscos. A conside­
ração dos riscos inclui não apenas o risco negativo, mas também o
potencial de eventos positivos.

Poder
B9 Para ter poder sobre uma investida, um investidor deve deter direitos
existentes que lhe conferem num determinado momento a capacidade
para orientar as actividades relevantes. Para efeitos de avaliação do
poder, apenas devem ser considerados os direitos substantivos e os
direitos distintos de direitos de protecção (ver parágrafos B22-B28).

B10 A determinação da existência de poder por parte de um investidor


depende das actividades relevantes, do modo como são tomadas as
decisões sobre essas actividades relevantes e dos direitos detidos pelo
investidor e por outras partes em relação à investida.

Actividades relevantes e a sua orientação


B11 Em muitas investidas, os resultados são significativamente afectados
por um conjunto de actividades operacionais e de financiamento.
Entre os exemplos de actividades que, dependendo das circunstâncias,
podem ser actividades relevantes incluem-se, nomeadamente:

(a) a venda e compra de bens ou serviços;

(b) a gestão de activos financeiros ao longo da sua vida (nomeada­


mente em caso de incumprimento)

(c) a escolha, aquisição ou alienação de bens;

(d) a investigação e desenvolvimento de novos produtos ou proces­


sos; e

(e) a determinação de uma estrutura de financiamento ou a obtenção


de financiamento.

B12 São exemplos de decisões sobre actividades relevantes, nomeadamen­


te:

(a) as decisões quanto às transacções e ao capital da investida, in­


cluindo orçamentos; e

(b) a nomeação e remuneração do pessoal-chave de gerência de uma


investida ou de prestadores de serviços e a rescisão dos seus
serviços ou emprego.

B13 Em algumas situações, certas actividades anteriores e posteriores à


ocorrência de um determinado conjunto de circunstâncias ou aconte­
cimentos podem constituir actividades relevantes. Quando dois ou
mais investidores têm num determinado momento a capacidade de
orientar as actividades relevantes e essas actividades ocorrem em
momentos diferentes, os investidores devem determinar que investidor
tem capacidade para orientar as actividades que afectam mais signifi­
cativamente os resultados, em coerência com o tratamento dos direitos
de decisão nesse momento (ver parágrafo 13). Os investidores devem
reconsiderar essa avaliação se os factos ou as circunstâncias relevantes
se alterarem.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 733

▼M32
Exemplos de aplicação
Exemplo 1
Dois investidores constituem uma investida para desenvolver e comer­
cializar um produto médico. Um investidor é responsável pelo desen­
volvimento e obtenção de aprovação regulamentar do produto médico
– essa responsabilidade inclui a capacidade unilateral de tomar todas
as decisões relativas ao desenvolvimento do produto e à obtenção de
aprovação regulamentar. A partir do momento em que o regulador
aprove o produto, o outro investidor irá fabricá-lo e comercializá-lo –
esse investidor tem a capacidade unilateral de tomar todas as decisões
sobre o fabrico e a comercialização no âmbito do projecto. Se todas as
actividades – desenvolvimento e obtenção de aprovação regulamentar,
bem como fabrico e comercialização do produto médico – forem
actividades relevantes, cada investidor deve determinar se tem capa­
cidade para orientar as actividades que afectam mais significativa­
mente os resultados da investida. Assim, cada investidor tem de con­
siderar se a actividade que afecta mais significativamente os resulta­
dos da investida é o desenvolvimento e obtenção de aprovação regu­
lamentar ou o fabrico e comercialização do produto médico e se tem
capacidade para orientar essa actividade. Ao determinar que investidor
tem poder, os investidores devem considerar:

(a) o propósito e a estrutura da investida;

(b) os factores que determinam a margem de lucro, as receitas e o


valor da investida, bem como o valor do produto médico;

(c) o efeito sobre os resultados da investida resultante da autoridade


de cada investidor quanto às decisões relativas aos factores refe­
ridos na alínea b); e

(d) a exposição dos investidores à variabilidade dos resultados.

Neste exemplo particular, os investidores devem também considerar:

(e) a incerteza inerente à obtenção de aprovação regulamentar (con­


siderando a medida em que o investidor foi anteriormente bem
sucedido no desenvolvimento e obtenção de aprovação regula­
mentar de produtos médicos) e os esforços necessários para tal
aprovação; e

(f) que investidor controla o produto médico a partir do momento em


que a fase de desenvolvimento se encontre concluída.

Exemplo 2
Um veículo de investimento (a investida) é criado e financiado através
de um instrumento de dívida detido por um investidor (o investidor
financiador) e de instrumentos de capital próprio detidos por vários
outros investidores. A parcela do capital está estruturada para absorver
os prejuízos iniciais e para receber qualquer resultado residual da
investida. Um dos investidores, detentor de 30 % do capital, é tam­
bém o gestor dos activos. A investida utiliza as suas receitas para
adquirir uma carteira de activos financeiros, expondo-se ao risco de
crédito associado ao possível incumprimento do pagamento do capital
e dos juros desses activos. A transacção é comercializada junto do
investidor financiador na qualidade de investimento com exposição
mínima ao risco de crédito associado ao possível incumprimento
dos activos da carteira devido à natureza desses activos e ao facto
de a parcela de capital estar estruturada para absorver os prejuízos
iniciais da investida. Os resultado da investida são significativamente
afectados pela gestão da sua carteira de activos, nomeadamente por
decisões sobre a escolha, aquisição e alienação dos activos em con­
formidade com as orientações de composição da carteira e sobre a
gestão dos activos em caso de incumprimento. Todas essas activida­
des são geridas pelo gestor de activos até os incumprimentos atingi­
rem uma determinada proporção do valor da carteira (ou seja, até que
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 734

▼M32
o valor da carteira seja tal que implica o consumo total da parcela de
capital da investida). A partir desse momento, um administrador ex­
terno gere os activos em regime de trust, de acordo com as instruções
do investidor financiador. A gestão da carteira de activos da investida
é a actividade relevante da investida. O gestor dos activos tem a
capacidade de orientar as actividades relevantes até que os activos
em incumprimento alcancem a proporção especificada do valor da
carteira; o investidor financiador tem a capacidade de orientar as
actividades relevantes quando o valor dos activos em incumprimento
supera a proporção especificada do valor da carteira. O gestor dos
activos e o investidor financiador devem, cada um por sua parte,
determinar se têm a capacidade de orientar as actividades que afectam
mais significativamente os resultados da investida, nomeadamente
considerando o propósito e a estrutura da investida, bem como a
exposição de cada parte à variabilidade dos resultados.

Direitos que conferem a um investidor poder sobre uma investida


B14 O poder deriva de direitos. Para ter poder sobre uma investida, um
investidor deve ter direitos existentes que lhe conferem a capacidade
efectiva para orientar as actividades relevantes. Os direitos susceptí­
veis de conferir poder a um investidor podem diferir de investida para
investida.

B15 São nomeadamente exemplos de direitos que, individualmente ou


combinados, podem conferir poder a um investidor:

(a) direitos na forma de direitos de voto (ou potenciais direitos de


voto) numa investida (ver parágrafos B34-B50);

(b) direitos de nomear, transferir ou destituir membros do


pessoal-chave de gerência de uma investida que têm a capacidade
de orientar as actividades relevantes;

(c) direitos de nomear ou destituir outra entidade que orienta as ac­


tividades relevantes;

(d) direitos de instruir a investida no sentido de participar ou de vetar


quaisquer alterações em transacções para benefício do investidor;
e

(e) outros direitos (por exemplo direitos a tomar decisões especifica­


dos num contrato de gestão) que conferem ao seu detentor a
capacidade de orientar as actividades relevantes.

B16 Geralmente, quando uma investida apresenta um conjunto de activi­


dades operacionais e financeiras que afectam significativamente os
seus resultados e é necessário tomar continuamente decisões substan­
tivas relativamente a essas actividades, são os direitos de voto ou
outros direitos similares que conferem poder a um investidor, indivi­
dualmente ou em combinação com outros acordos.

B17 Quando os direitos de voto não são susceptíveis de ter um efeito


significativo sobre os resultados de uma investida, o que ocorre, por
exemplo, quando os direitos de voto respeitam apenas a tarefas ad­
ministrativas e a orientação das actividades relevantes é determinada
por acordos contratuais, o investidor tem de avaliar esses acordos
contratuais para determinar se é detentor de direitos suficientes para
ter poder sobre a investida. Para determinar se é detentor de direitos
suficientes para ter poder, um investidor deve considerar o propósito e
a estrutura da investida (ver parágrafos B5-B8) e os requisitos dos
parágrafos B51-B54, juntamente com parágrafos B18-B20.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 735

▼M32
B18 Em determinadas circunstâncias, pode ser difícil determinar se os
direitos do investidor são suficientes para lhe conferir poder sobre
uma investida. Nesses casos, para poder determinar se dispõe de
poder, um investidor deve ter em conta dados que evidenciem se
dispõe da capacidade prática para orientar as actividades relevantes
de forma unilateral. Deve ter nomeadamente em consideração os se­
guintes elementos, que, quando considerados conjuntamente com os
seus direitos e com os indicadores referidos nos parágrafos B19-B20,
podem indicar que os direitos do investidor são suficientes para lhe
conferir poder sobre a investida:

(a) o investidor pode, sem ter o direito contratual de o fazer, nomear


ou aprovar o pessoal-chave de gerência da investida que tem a
capacidade de orientar as actividades relevantes;

(b) o investidor pode, sem ter o direito contratual de o fazer, instruir a


investida no sentido de participar ou de vetar quaisquer alterações
em transacções para benefício do investidor;

(c) o investidor pode dominar o processo de nomeações para eleição


de membros do órgão de gestão da investida ou a obtenção de
procurações de outros detentores de direitos de voto;

(d) o pessoal-chave de gerência da investida é parte relacionada com


o investidor (por exemplo, o director-geral da investida e o
director-geral do investidor são a mesma pessoa);

(e) a maioria dos membros do órgão de gestão da investida são partes


relacionadas com o investidor.

B19 Por vezes, existem indicações de que o investidor tem um relaciona­


mento especial com a investida, o que sugere que tem um interesse
mais que passivo na mesma. A existência de qualquer indicador in­
dividual ou de uma determinada combinação de indicadores não sig­
nifica necessariamente que o critério de poder se encontre cumprido.
No entanto, ter um interesse mais que passivo na investida pode
indicar que um investidor é detentor de outros direitos conexos sufi­
cientes para lhe conferirem poder ou constituírem indício da existência
de poder sobre uma investida. Por exemplo, as seguintes circunstân­
cias sugerem que o investidor tem um interesse mais que passivo na
investida e, em combinação com outros direitos, podem indicar a
existência de poder:

(a) o pessoal-chave de gerência da investida com capacidade para


orientar as actividades relevantes é ou já foi empregado do inves­
tidor;

(b) as operações da investida dependem do investidor, como acontece


nas seguintes situações:

(i) a investida depende do investidor para financiar uma parte


significativa das suas operações;

(ii) o investidor garante uma parte significativa das obrigações da


investida;

(iii) a investida depende do investidor no que respeita a serviços,


tecnologia, fornecimentos ou matérias-primas fundamentais;

(iv) o investidor controla activos, como sejam licenças ou marcas,


fundamentais para as operações da investida;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 736

▼M32
(v) a investida depende do investidor no que respeita a pessoal-
-chave de gerência, o que acontece nomeadamente quando o
pessoal do investidor dispõe de conhecimentos especializados
acerca das operações da investida;

(c) uma proporção significativa das actividades da investida envolve


o investidor ou é conduzida em seu nome;

(d) a exposição ou os direitos do investidor a resultados por via do


seu relacionamento com a investida é desproporcionadamente
maior do que os seus direitos de voto ou outros direitos seme­
lhantes. Por exemplo, pode ocorrer uma situação em que um
investidor tem direito ou está exposto a mais da metade dos
resultados da investida mas é detentor de menos de metade dos
direitos de voto na mesma.

B20 Quanto maior forem a exposição ou os direitos de um investidor à


variabilidade dos resultados decorrentes do seu relacionamento com
uma investida, maior é o incentivo para que obtenha direitos suficien­
tes para lhe conferirem poder. Assim, uma exposição importante à
variabilidade dos resultados constitui uma indicação de que um in­
vestidor pode ter poder. No entanto, o grau de exposição do investidor
não determina, por si só, se um investidor tem poder sobre a inves­
tida.

B21 Quando os factores estabelecidos no parágrafo B18 e os indicadores


estabelecidos nos parágrafos B19 e B20 são considerados juntamente
com os direitos de um investidor, deve ser dado maior peso às in­
dicações de existência de poder descritas no parágrafo B18.

Direitos substantivos
B22 Ao considerar se tem poder, um investidor apenas tem em conta os
direitos substantivos relativos a uma investida (detidos pelo investidor
e por outros). Para que um direito seja substantivo, o seu detentor
deve ter a capacidade prática de o exercer.

B23 Determinar se os direitos são substantivos exige o exercício de juízos


de valor, tendo em conta todos os factos e circunstâncias. Os factores
a considerar nessa determinação incluem nomeadamente:

(a) a existência de barreiras (económicas ou outras) que impeçam o


detentor (ou detentores) de exercer os direitos; são nomeadamente
exemplos de tais barreiras:

(i) sanções e incentivos financeiros que impedem (ou dissua­


dem) o detentor de exercer os seus direitos;

(ii) um preço de exercício ou de conversão que origina uma


barreira financeira que impede (ou dissuade) o detentor de
exercer os seus direitos;

(iii) termos e condições que tornam improvável que os direitos


possam ser exercidos, como por exemplo condições que
limitam estritamente o período do respectivo exercício;

(iv) a ausência, nos estatutos de uma investida ou nas leis ou


regulamentos aplicáveis, de um mecanismo explícito e ra­
zoável que permita ao detentor exercer os seus direitos;

(v) a incapacidade do detentor dos direitos para obter as infor­


mações necessárias para os exercer;

(vi) barreiras ou incentivos operacionais que impedem (ou dis­


suadem) o detentor de exercer os seus direitos (por exemplo,
a ausência de outros gestores dispostos ou capazes de prestar
serviços especializados ou de prestar esses serviços e assu­
mir outros interesses do gestor incumbente);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 737

▼M32
(vii) requisitos legais ou regulamentares que impedem o detentor
de exercer os seus direitos (por exemplo, quando um inves­
tidor estrangeiro está proibido de exercer os seus direitos).

(b) quando o exercício de direitos exige o acordo de mais de uma


parte, ou quando os direitos são detidos por mais de uma parte, a
existência de um mecanismo que garante a essas partes a capaci­
dade prática de exercerem os seus direitos colectivamente, se
assim o decidirem. A inexistência de tal mecanismo é indicação
de que os direitos podem não ser substantivos. Quanto mais partes
forem obrigadas a concordar com o exercício dos direitos, menos
provável será que esses direitos sejam substantivos. No entanto,
um conselho de administração cujos membros são independentes
do decisor pode servir de mecanismo de actuação colectiva de
vários investidores no exercício de seus direitos. Assim, os direi­
tos de destituição que possam ser exercidos por um conselho de
administração independente são mais susceptíveis de serem subs­
tantivos do que os mesmos direitos exercidos individualmente por
um elevado número de investidores;

(c) se a(s) parte(s) detentora(as) dos direitos irá(ão) beneficiar do


exercício desses direitos. Por exemplo, o detentor de direitos de
voto potenciais numa investida (ver parágrafos B47-B50) deve
considerar o preço do exercício ou conversão do instrumento.
Os termos e condições dos direitos de voto potenciais são mais
susceptíveis de serem substantivos quando o valor corrente de
mercado do instrumento for superior ao seu preço de exercício
(in the money) ou quando o investidor estiver em posição de obter
benefícios por outros motivos (por exemplo por via da realização
de sinergias entre o investidor e a investida) através do exercício
dos seus direitos ou da conversão do instrumento.

B24 Para serem substantivos, os direitos têm também de poder ser exer­
cidos em decisões sobre a orientação das actividades relevantes. Nor­
malmente, para serem substantivos, os direitos têm de poder ser exer­
cidos no momento. No entanto, por vezes os direitos podem ser subs­
tantivos apesar de não serem poderem ser exercidos nesse momento.

Exemplos de aplicação
Exemplo 3
A investida realiza anualmente assembleias-gerais de accionistas nas
quais são tomadas as decisões que orientam as actividades relevantes.
A próxima assembleia-geral está prevista para daqui a oito meses.
No entanto, os accionistas que, individual ou colectivamente, sejam
detentores de pelo menos 5 % dos direitos de voto podem convocar
uma assembleia extraordinária para alterar as políticas existentes no
que respeita às actividades relevantes, embora a obrigação de notifi­
carem os restantes accionistas implique que tal assembleia apenas se
poderá realizar daí a pelo menos 30 dias. As políticas relativas às
actividades relevantes só podem ser alteradas em assembleias extraor­
dinárias ou programadas. Este requisito inclui a aprovação de vendas
materiais de activos, bem como a realização ou a alienação de inves­
timentos significativos.

O quadro factual acima referido aplica-se aos exemplos 3A-3D, a


seguir descritos. Cada exemplo é considerado de forma isolada.

Exemplo 3A
Um investidor é detentor da maioria dos direitos de voto na investida.
Os direitos de voto do investidor são substantivos, na medida em que
o investidor tem capacidade para tomar decisões sobre a orientação
das actividades relevantes, quando essas decisões forem necessárias. O
facto de serem necessários 30 dias para que o investidor possa exercer
os seus direitos de voto não impede que o mesmo tenha nesse mo­
mento capacidade para orientar as actividades relevantes, a partir do
momento em que adquiriu a participação accionista.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 738

▼M32
Exemplo 3B
Um investidor celebrou um contrato de futuros para adquirir a maioria
do capital da investida. A data de liquidação do contrato é daí a 25
dias. Os accionistas existentes são incapazes de alterar as políticas
existentes relativamente às actividades relevantes, na medida em que
não é possível realizar uma assembleia extraordinária antes de pelo
menos 30 dias, momento em que o contrato de futuros terá sido
liquidado. Assim, o investidor tem direitos que são essencialmente
equivalentes aos do accionista maioritário do exemplo 3a, acima (ou
seja, o investidor detentor do contrato de futuros pode tomar decisões
sobre a orientação das actividades relevantes, quando essas decisões
forem necessárias). O contrato de futuros do investidor constitui um
direito substantivo que lhe confere no momento em causa a capaci­
dade de orientar as actividades relevantes, mesmo antes de ser liqui­
dado.

Exemplo 3C
Um investidor é detentor de uma opção substantiva para adquirir a
maioria do capital da investida, que pode ser exercida daí a 25 dias e
apresenta um valor corrente de mercado muito superior ao preço de
exercício (deeply in the money). A conclusão é a mesma do exemplo 3B.

Exemplo 3D
Um investidor celebrou um contrato de futuros para adquirir a maioria
do capital da investida, sem outros direitos conexos sobre a mesma. A
data de liquidação do contrato de futuros é daí a seis meses. Em
contraste com os exemplos acima, o investidor não tem no momento
em causa capacidade para orientar as actividades relevantes. Os ac­
cionistas actuais têm nesse momento a capacidade de orientar as
actividades relevantes, na medida em que podem alterar as políticas
existentes relativamente às actividades relevantes antes da liquidação
do contrato de futuros.

B25 Direitos substantivos exercidos por outras partes podem impedir que o
investidor controle a investida a que esses direitos respeitam. Tais
direitos substantivos não exigem que os detentores tenham a capaci­
dade de propor decisões. Desde que os direitos não sejam meramente
direitos de protecção (ver parágrafos B26-B28), os direitos substanti­
vos detidos por outras partes podem impedir o investidor de controlar
a investida, mesmo que esses direitos apenas confiram aos seus de­
tentores, nesse momento, a capacidade de aprovar ou bloquear deci­
sões que respeitam às actividades relevantes.

Direitos de protecção
B26 Ao considerar se os direitos de que é detentor lhe conferem poder
sobre uma investida, o investidor deve verificar se os seus direitos e
os direitos detidos por outras partes são direitos de protecção. Os
direitos de protecção dizem respeito a alterações fundamentais das
actividades de uma investida ou só são aplicáveis em circunstâncias
excepcionais. No entanto, nem todos os direitos que se aplicam em
circunstâncias excepcionais ou dependem de determinados aconteci­
mentos são direitos de protecção (ver parágrafos B13-B53).

B27 Na medida em que os direitos de protecção são concebidos para


proteger os interesses do seu detentor sem lhe conferirem poder sobre
a investida a que esses direitos respeitam, um investidor que apenas
seja detentor de direitos de protecção não pode ter poder ou impedir
outra parte de ter poder sobre uma investida (ver parágrafo 14).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 739

▼M32
B28 São nomeadamente exemplos de direitos protectores:

(a) o direito de um mutuante impedir que um mutuário exerça acti­


vidades que possam alterar significativamente o risco de crédito
do mutuário em detrimento do mutuante;

(b) o direito de uma parte detentora de um interesse que não controla


numa investida a aprovar previamente as despesas de capital su­
periores às exigidas pela actividade empresarial normal ou a emis­
são de instrumentos de capital próprio ou de dívida;

(c) o direito de um mutuante a confiscar os bens de um mutuário se


este não cumprir as condições de reembolso do empréstimo espe­
cificadas.

Franquias
B29 Um acordo de franquia no qual a investida é o franqueado confere em
muitos casos ao franqueador direitos concebidos para proteger a marca
franqueada. Os acordos de franquia conferem normalmente aos fran­
queadores alguns direitos de decisão relativamente às operações do
franqueado.

B30 Geralmente, os direitos do franqueador não limitam a capacidade


doutras partes que não o franqueado para tomar decisões que tenham
um efeito significativo sobre os resultados do franqueado. Os direitos
conferidos ao franqueador pelos acordos de franquia também não lhe
conferem necessariamente num determinado momento a capacidade
de orientar as actividades que afectam significativamente os resultados
do franqueado.

B31 É necessário distinguir entre a capacidade de tomar num determinado


momento decisões que afectam significativamente o resultado do fran­
queado e a capacidade de tomar decisões que protegem a marca
franqueada. O franqueador não tem poder sobre o franqueado se
outras partes detiverem direitos existentes que lhes conferem num
determinado momento a capacidade de orientar as actividades relevan­
tes do franqueado.

B32 Ao celebrar o contrato de franquia, o franqueado tomou uma decisão


unilateral no sentido de desenvolver o seu negócio de acordo com os
termos do acordo de franquia, mas por sua própria conta.

B33 O controlo sobre decisões fundamentais como a forma jurídica do


franqueado e sua estrutura de financiamento pode ser determinado
por outras partes distintas do franqueador e pode afectar significati­
vamente os resultados do franqueado. Quanto menor for o nível de
apoio financeiro prestado pelo franqueador e menor for a exposição
do franqueador à variabilidade dos resultados do franqueado, mais
provável será que o franqueador apenas detenha direitos de protecção.

Direitos de voto
B34 Em muitos casos, o investidor tem num determinado momento a
capacidade, através de direito de voto ou direitos semelhantes, de
orientar as actividades relevantes. Se as actividades relevantes de
uma investida forem orientadas através de direitos de voto, um inves­
tidor considera os requisitos previstos nesta secção (parágrafos B35-
-B50).

Poder com a maioria dos direitos de voto


B35 Excepto quando os parágrafos B36 ou B37 forem aplicáveis, um
investidor que é detentor de mais de metade dos direitos de voto
numa investida tem poder nas seguintes situações:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 740

▼M32
(a) as actividades relevantes são orientadas pelo voto do detentor da
maioria dos direitos de voto, ou

(b) a maioria dos membros do órgão de gestão que orienta as activi­


dades relevantes é nomeada por um voto do detentor da maioria
dos direitos de voto.

Maioria dos direitos de voto sem poder


B36 Para que um investidor que é detentor de metade dos direitos de voto
numa investida tenha poder sobre a mesma, os direitos de voto do
investidor devem ser substantivos, de acordo com os parágrafos B22-
-B25, e devem conferir-lhe num determinado momento a capacidade
de orientar as actividades relevantes, em muitos casos através da
determinação das políticas operacionais e de financiamento. Se outra
entidade for detentora nesse momento de direitos que lhe conferem a
capacidade de orientar as actividades relevantes e se essa entidade não
for um mandatário do investidor, o investidor não tem poder sobre a
investida.

B37 Um investidor não tem poder sobre uma investida, mesmo que seja
detentor da maioria dos direitos de voto na mesma, se esses direitos
de voto não forem substantivos. Por exemplo, um investidor que seja
detentor de mais de metade dos direitos de voto numa investida não
pode ter poder se as actividades relevantes estiverem sujeitas à orien­
tação de um governo, tribunal, administrador judicial, administrador
de falência, liquidatário ou regulador.

Poder sem a maioria dos direitos de voto


B38 Um investidor pode ter poder mesmo quando não é detentor da
maioria dos direitos de voto numa investida. Um investidor pode
nomeadamente ter poder sem ser detentor da maioria dos direitos de
voto numa investida através de:

(a) um acordo contratual entre o investidor e outros detentores de


direitos de voto (ver parágrafo B39);

(b) direitos decorrentes de outros acordos contratuais (ver parágrafo


B40);

(c) direitos de voto (ver parágrafos B41-B45);

(d) direitos potenciais de voto (ver parágrafos B47-B50); ou

(e) uma combinação de (a)-(d).

Acordo contratual com outros detentores de direitos de voto


B39 Um acordo contratual entre um investidor e outros detentores de
direitos de voto pode conferir ao investidor o direito de exercer di­
reitos de voto suficientes para lhe conferir poder, mesmo se o inves­
tidor não for detentor de direitos de voto suficientes para ter poder
sem o acordo contratual. No entanto, um acordo contratual pode
garantir a um investidor a capacidade de influenciar um número su­
ficiente de outros detentores de direito de voto relativamente ao seu
sentido do voto, permitindo-lhe tomar decisões sobre as actividades
relevantes.

Direitos decorrentes de outros acordos contratuais


B40 Outras direitos efectivos de decisão, em combinação com direitos de
voto, podem conferir a um investidor num determinado momento a
capacidade de orientar as actividades relevantes. Por exemplo, os
direitos especificados num acordo contratual em combinação com
direitos de voto podem ser suficientes para conferir a um investidor
num determinado momento a capacidade para orientar os processos de
fabrico ou outras actividades operacionais ou de financiamento de
uma investida que afectam significativamente os resultados desta.
No entanto, na ausência de quaisquer outros direitos, a dependência
económica de uma investida relativamente a um investidor (como
sejam as relações de um fornecedor com o seu principal cliente)
não implica que um investidor tenha poder sobre a investida.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 741

▼M32
Direitos de voto do investidor
B41 Um investidor que não disponha da maioria dos direitos de voto é
detentor de direitos suficientes para ter poder quando tem na prática a
capacidade de orientar as actividades relevantes de forma unilateral.

B42 Ao considerar se os direitos de voto de um investidor são suficientes


para lhe conferirem poder, um investidor considera todos os factos e
circunstâncias, nomeadamente:

(a) a dimensão da sua participação em termos de direitos de voto


relativamente à dimensão e dispersão das participações dos outros
detentores de direitos de voto, tendo em conta que:

(i) quanto mais direitos de voto um investidor detiver, maior é a


probabilidade de dispor de direitos que lhe conferem nesse
momento a capacidade para orientar as actividades relevantes;

(ii) quanto mais direitos de voto um investidor detiver relativa­


mente a outros detentores de direito de voto, mais provável é
que disponha de direitos que lhe conferem nesse momento a
capacidade para orientar as actividades relevantes;

(iii) quanto maior o número de partes que têm de actuar conjun­


tamente para contrariar o sentido de voto do investidor, mais
provável será que este disponha de direitos que lhe conferem
nesse momento a capacidade para orientar as actividades
relevantes;

(b) os direitos de voto potenciais detidos pelo investidor, por outros


detentores de direitos de voto ou por outras partes (ver parágrafos
B47-B50);

(c) os direitos decorrentes de outros acordos contratuais (ver pará­


grafo B40); e

(d) quaisquer factos e circunstâncias adicionais que indiquem que o


investidor tem ou não a capacidade de orientar as actividades
relevantes no momento em que as decisões devem ser tomadas,
incluindo tendências de voto em assembleias anteriores.

B43 Quando a orientação de actividades relevantes é determinada por


maioria de votos e um investidor é detentor de direitos de voto em
número significativamente superior ao de qualquer outro detentor ou
grupo organizado de detentores de direitos de voto e as restantes
participações se encontram muito dispersas, pode tornar-se evidente,
após consideração apenas dos factores enumerados no parágrafo 42
(a)-(c), que o investidor tem poder sobre a investida.

Exemplos de aplicação
Exemplo 4
Um investidor adquire 48 % dos direitos de voto numa investida. Os
restantes direitos de voto são detidos por milhares de accionistas,
nenhum dos quais é detentor de mais de 1 % dos direitos de voto.
Nenhum dos accionistas celebrou qualquer acordo no sentido de con­
sultar os restantes ou de adoptar decisões colectivas. Ao considerar a
proporção de direitos de voto a adquirir, com base na dimensão
relativa das outras participações, o investidor determinou que uma
participação de 48 % seria suficiente para garantir o controlo. Neste
caso, com base na dimensão absoluta da sua participação e na dimen­
são relativa das outras participações, o investidor conclui que é de­
tentor de direitos de voto suficientes para satisfazer o critério de
existência de poder sem precisar de considerar qualquer outra indica­
ção desse poder.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 742

▼M32
Exemplo 5
O investidor A é detentor de 40 % dos direitos de voto numa inves­
tida e doze outros investidores são detentores, cada um, de 5 % dos
direitos de voto na mesma investida. Um acordo de accionistas con­
fere ao investidor A o direito de nomear e destituir os responsáveis
pela orientação das actividades relevantes, bem como de determinar a
respectiva remuneração. Para alterar esse acordo, é necessária uma
maioria de dois terços dos accionistas. Neste caso, o investidor A
conclui que a dimensão absoluta da sua participação e a dimensão
relativa das outras participações não são, por si só, conclusivos para
determinar se é detentor de direitos suficientes para ter poder.
No entanto, o investidor A determina que o seu direito contratual
de nomear e destituir os gestores, bem como de determinar a respec­
tiva remuneração, é suficiente para concluir que tem poder sobre a
investida. O facto de o investidor A poder não ter exercido esse
direito ou a probabilidade de o investidor A exercer o seu direito
de escolher, nomear e destituir os gestores não deve ser considerado
ao apurar se o investidor A tem poder.

B44 Noutras situações, pode tornar-se evidente após consideração apenas


dos factores enumerados no parágrafo B42 (a)-(c), que um investidor
não tem poder.

Exemplo de aplicação
Exemplo 6
O investidor A é detentor de 45 % dos direitos de voto numa inves­
tida. Dois outros investidores são detentores, cada um, de 26 % dos
direitos de voto na mesma investida. Os restantes direitos de voto são
detidos por três outros sócios, cada um com 1 %. Não existem outros
acordos que afectem a tomada de decisões. Neste caso, a dimensão
dos interesses com direito de voto do investidor e a sua dimensão em
relação às outras participações são suficientes para concluir que o
investidor A não tem poder. Bastará que dois outros investidores
cooperem entre si para poderem impedir que o investidor A oriente
as actividades relevantes da investida.

B45 No entanto, os factores enumerados no parágrafo B42 (a)-(c), podem


não ser, por si só, conclusivos. Se um investidor, tendo considerado
esses factores, não tiver a certeza de que tem poder, deve considerar
outros factos e circunstâncias, como por exemplo se os outros accio­
nistas são passivos por natureza, conforme demonstrado pelas tendên­
cias de voto em assembleias anteriores. Neste âmbito inclui-se a ava­
liação dos factores enunciados no parágrafo B18 e os indicadores dos
parágrafos B19 e B20. Quanto menos direitos de voto o investidor
detiver, e quanto menor o número partes que têm de actuar conjun­
tamente para contrariar o seu sentido de voto, maior consideração
deve ser atribuída aos factos e circunstâncias adicionais para concluir
se os direitos do investidor são suficientes para lhe conferirem poder.
Quando os factos e as circunstâncias referidos nos parágrafos
B18-B20 são considerados juntamente com os direitos do investidor,
deve ser dada maior importância à demonstração de existência de
poder referida no parágrafo B18 do que aos indicadores de poder
referidos nos parágrafos B19 e B20.

Exemplos de aplicação
Exemplo 7
Um investidor é detentor de 45 % dos direitos de voto numa inves­
tida. Onze outros accionistas são detentores, cada um, de 5 % dos
direitos de voto na mesma investida. Nenhum dos accionistas celebrou
qualquer acordo contratual no sentido de consultar os restantes ou de
adoptar decisões colectivas. Neste caso, a dimensão absoluta da par­
ticipação do investidor e a dimensão relativa das outras participações
não são, por si só, conclusivos para determinar se o investidor é
detentor de direitos suficientes para ter poder. Devem ser considerado
factos e circunstâncias adicionais que possam demonstrar se um
investidor tem ou não poder.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 743

▼M32
Exemplo 8
Um investidor é detentor de 35 % dos direitos de voto numa inves­
tida. Três outros accionistas são detentores, cada um, de 5 % dos
direitos de voto na mesma investida. Os direitos de voto restantes
são detidos por vários outros accionistas, nenhum dos quais possui
individualmente mais de 1 % dos direitos de voto. Nenhum dos ac­
cionistas celebrou qualquer acordo no sentido de consultar os restantes
ou de adoptar decisões colectivas. As decisões sobre as actividades
relevantes da investida exigem a aprovação de uma maioria dos votos
expressos nas assembleias de accionistas relevantes – nas mais recen­
tes assembleias de accionistas relevantes foram exercidos 75 % dos
direitos de voto na investida. Neste caso, a participação activa dos
restantes accionistas nas mais recentes assembleias de accionistas in­
dica que o investidor não tem capacidade prática para orientar as
actividades relevantes de forma unilateral, independentemente de o
investidor já ter ou não orientado as actividades relevantes devido
ao facto de um número suficiente de outros accionistas ter votado
da mesma forma que o investidor.

B46 Se não for claro, considerados os factores enumerados no parágrafo


B42 (a)-(d), que um investidor tem poder, o investidor não controla a
investida.

Direitos de voto potenciais


B47 Ao considerar a existência de controlo, um investidor deve ter em
conta os seus direitos de voto potenciais, bem como os direitos de
voto potenciais detidos por outras partes, para determinar se tem
poder. Os direitos de voto potenciais são direitos que permitem obter
direitos de voto numa investida, como sejam os originados por ins­
trumentos convertíveis ou opções, incluindo contratos de futuros. Es­
ses direitos de voto potenciais apenas são considerados se forem subs­
tantivos (ver parágrafos B22-B25).

B48 Ao considerar os direitos de voto potenciais, um investidor deve ter


em conta o propósito e a estrutura do instrumento, bem como o
propósito e a estrutura de qualquer outro relacionamento que tenha
com a investida. Essa consideração inclui uma avaliação dos vários
termos e condições do instrumento, bem como, as expectativas apa­
rentes, os motivos e as razões que levaram o investidor a concordar
com os termos e condições em causa.

B49 Se um investidor também for detentor de direitos de voto ou de outros


direitos de decisão sobre as actividades da investida, deve avaliar se
esses direitos, em combinação com os direitos de voto potenciais, lhe
conferem poder.

B50 Os direitos de voto potenciais substantivos, por si só ou em combi­


nação com outros direitos, podem conferir a um investidor num de­
terminado momento a capacidade de orientar as actividades relevantes.
Por exemplo, é provável que isso aconteça numa situação em que um
investidor é detentor de 40 % dos direitos de voto numa investida e,
em conformidade com o parágrafo B23, é detentor de direitos subs­
tantivos decorrentes de opções para a aquisição de uma parcela adi­
cional de 20 % dos direitos de voto.

Exemplos de aplicação
Exemplo 9
O investidor A é detentor de 70 % dos direitos de voto numa inves­
tida. O Investidor B é detentor de 30 % dos direitos de voto na
mesma investida, bem como de uma opção de compra de metade
dos direitos de voto do investidor A. A opção pode ser exercida
nos próximos dois anos a um preço fixo que é muito superior ao
valor corrente de mercado (deeply out of the money), situação que
deverá previsivelmente manter-se durante esse período. O investidor A
tem vindo a exercer os seus direitos de voto e orienta activamente as
actividades relevantes da investida. Neste caso, é possível que o in­
vestidor A satisfaça o critério para a existência de poder, pois parece
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 744

▼M32
ter no momento a capacidade de orientar as actividades relevantes.
Embora o investidor B seja actualmente detentor de opções que po­
dem ser exercidas para adquirir direitos de voto adicionais (e que, se
exercidas, lhe conferem a maioria dos direitos de voto da investida), a
natureza dos termos e condições associados a essas opções faz com
que as mesmas não sejam consideradas substantivas.

Exemplo 10
O investidor A e dois outros investidores são detentores, cada um, de
um terço dos direitos de voto numa investida. A actividade empresa­
rial desta está estreitamente associada ao investidor A. Além dos seus
instrumentos de capital, o investidor A é também detentor de ins­
trumentos de dívida convertíveis a qualquer momento em acções or­
dinárias da investida por um preço fixo superior, mas não muito, ao
valor corrente de mercado (out of the money). Se a dívida fosse
convertida, o investidor A passaria a ser detentor de 60 % dos direitos
de voto na investida. O investidor A beneficiaria da concretização de
sinergias se os instrumentos de dívida fossem convertidos em acções
ordinárias. O investidor A tem poder sobre a investida, pois é detentor
de direitos de voto na investida juntamente com direitos de voto
potenciais substantivos que lhe conferem nesse momento a capacidade
para orientar as actividades relevantes.

Poder em circunstâncias em que os direitos de voto ou direitos


semelhantes não têm um efeito significativo nos resultados da
investida
B51 Na avaliação do propósito e estrutura de uma investida (ver parágrafos
B5-B8), um investidor deve considerar o seu envolvimento e as de­
cisões estruturais tomadas aquando da constituição dessa investida e
considerar se os termos da transacção e as características do relacio­
namento garantem ao investidor direitos suficientes para lhe conferi­
rem poder. O envolvimento na criação de uma investida não é, por si
só, suficiente para conferir controlo a um investidor. No entanto, esse
envolvimento na criação da investida pode indicar que um investidor
teve a oportunidade de obter direitos suficientes para lhe conferirem
poder sobre a mesma.

B52 Além disso, um investidor deve considerar acordos contratuais, tais


como direitos de compra, direitos de venda e direitos de liquidação
estabelecidos aquando da constituição da investida. Se esses acordos
contratuais envolvem actividades que estão estreitamente relacionados
com a investida, essas actividades constituem, em termos substantivos,
parte integrante das actividades globais da investida, ainda que pos­
sam realizar-se fora dos limites legais da investida. Assim, os direitos
decisão explícitos ou implícitos incorporados em acordos contratuais
estreitamente relacionados com a investida devem ser considerados
actividades relevantes ao aferir-se a existência de poder sobre a in­
vestida.

B53 As actividades relevantes de algumas investidas realizam-se apenas


quando ocorrem circunstâncias ou acontecimentos particulares. A in­
vestida pode ser concebida de modo a que a orientação das suas
actividades e os seus lucros sejam pré-determinados a menos e até
que ocorram essas circunstâncias ou esses acontecimentos particulares.
Neste caso, apenas as decisões sobre as actividades da investida
aquando da ocorrência dessas circunstâncias ou acontecimentos po­
dem afectar significativamente os seus resultados e ser, pois, activi­
dades relevantes. Não é necessário que as circunstâncias ou os acon­
tecimentos tenham ocorrido para que um investidor com a capacidade
de tomar essas decisões tenha poder. O facto de que o direito de
tomar decisões depende da ocorrência das circunstâncias decorrentes
de um evento não significa, por si só, que esses direitos devam ser
considerados de protecção.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 745

▼M32
Exemplos de aplicação
Exemplo 11
A única actividade empresarial de uma investida, conforme especifi­
cado nos seus estatutos, é a compra de valores a receber e a prestação
de serviços correntes em relação aos mesmos por conta dos seus
investidores. A prestação de serviços correntes inclui a cobrança e a
transferência de pagamentos de capital e juros à medida que vencem.
Em caso de incumprimento de um valor a receber, a investida vende
automaticamente o valor a receber a um investidor, conforme estabe­
lecido, separadamente, num acordo de venda celebrado entre o inves­
tidor e a investida. A única actividade relevante é a gestão dos valores
a receber em caso de incumprimento, pois trata-se da única actividade
que pode afectar significativamente os resultados da investida. A ges­
tão dos valores a receber anterior a um incumprimento não é uma
actividade relevante, na medida em que não exige decisões substan­
tivas que possam afectar significativamente os resultados da investida
– as actividades anteriores a um incumprimento estão predeterminadas
e resumem-se à recolha de fluxos de caixa à medida que se vencem e
à sua transferência para os investidores. Assim, apenas o direito do
investidor a gerir os activos em caso de incumprimento deve ser tido
em conta na consideração das actividades gerais da investida que
afectam significativamente os respectivos resultados. Neste exemplo,
a estrutura da investida garante que o investidor tem poder de decisão
sobre as actividades que afectam significativamente os resultados no
único momento em que a autoridade de decisão é necessária. Os
termos do acordo de venda são parte integrante da transacção global­
mente considerada e da estrutura da investida. Assim, juntamente com
os estatutos da investida, os termos do acordo de venda levam a
concluir que o investidor tem poder sobre a investida, embora o
investidor só assuma os valores a receber e realize a gestão dos
valores a receber fora dos limites legais da investida em caso de
incumprimento.

Exemplo 12
Os únicos activos de uma investida são valores a receber. Quando são
considerados o propósito e a estrutura da investida, conclui-se que a
única actividade relevante é a gestão dos valores a receber em caso de
incumprimento. A parte que tem a capacidade de gerir valores a
receber em incumprimento tem poder sobre a investida, independen­
temente de qualquer dos devedores ter ou não entrado em incumpri­
mento.

B54 Um investidor pode ter assumido um compromisso explícito ou im­


plícito no sentido de garantir que uma investida continua a operar
como definido aquando da sua constituição. Tal compromisso pode
aumentar a exposição do investidor à variabilidade dos resultados e,
assim, aumentar o incentivo para que o investidor obtenha direitos
suficientes para lhe conferirem poder. Assim, um compromisso no
sentido de garantir que uma investida continue a operar como definido
aquando da sua constituição pode ser um indicador de que um in­
vestidor tem poder, mas não confere, por si só, poder a um investidor,
nem impede que uma outra parte o tenha.

Exposição ou direitos a resultados variáveis de uma investida


B55 Ao considerar se tem o controlo de uma investida, um investidor
determina se está exposto ou tem direitos a resultados variáveis por
via do seu relacionamento com a investida.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 746

▼M32
B56 Resultados variáveis são resultados não fixos que podem variar em
função do desempenho de uma investida. Os resultados variáveis
podem ser apenas positivos, apenas negativos ou positivos e negativos
(ver parágrafo 15). Um investidor considera se os resultados de uma
investida são variáveis e o respectivo grau de variabilidade com base
na substância do acordo e independentemente da forma jurídica dos
resultados. Por exemplo, um investidor pode ser detentor de uma
obrigação com juros fixos. Os pagamentos de juros fixos são resulta­
dos variáveis para os propósitos desta Norma, pois estão sujeitos a
risco de incumprimento e expõem um investidor ao risco de crédito
do emissor do título. A dimensão quantitativa da variabilidade (ou
seja, a variabilidade dos resultados) depende do risco de crédito da
obrigação. Da mesma forma, as comissões fixas de gestão dos activos
de uma investida são resultados variáveis na medida em que expõem
o investidor ao risco associado ao desempenho da investida. A di­
mensão quantitativa da variabilidade depende da capacidade da inves­
tida para gerar receitas suficientes para pagar a comissão.

B57 São exemplos de resultados:

(a) dividendos, outras distribuições de benefícios económicos de uma


investida (por exemplo, juros de títulos de dívida emitidos pela
investida) e alterações no valor do investimento do investidor
nessa investida;

(b) remuneração por serviços de gestão dos activos ou passivos de


uma investida, comissões e exposição a perdas por concessão de
crédito ou de liquidez, interesses residuais nos activos e passivos
da investida aquando da liquidação dessa investida, benefícios
fiscais e acesso a liquidez futura de que um investidor dispõe
em decorrência do seu relacionamento com uma investida;

(c) resultados não disponíveis para outros detentores de interesses.


Por exemplo, um investidor pode utilizar os seus activos em
combinação com os activos da investida, por exemplo combi­
nando as funções operacionais para alcançar economias de escala,
redução de custos, obter produtos escassos, obter acesso a conhe­
cimentos exclusivos ou limitar algumas operações ou activos, de
modo a aumentar o valor de outros activos do investidor.

Ligação entre poder e resultados

Poder delegado
B58 Ao considerar se controla uma investida, um investidor com direitos
efectivos de decisão (um decisor) deve determinar se é um mandante
ou um mandatário. Esse investidor deve também determinar se uma
outra entidade com direitos efectivos de decisão actua na qualidade de
sua mandatária. Um mandatário é uma parte que, no essencial, actua
em nome e em benefício da outra parte ou partes (o(s) mandante(s)) e,
portanto, não controla a investida ao exercer a sua autoridade de
decisão (ver parágrafos 17 e 18). Assim, por vezes o poder de um
mandante pode ser detido e exercido por um mandatário, mas em
nome do mandante. Um decisor não é um mandatário apenas porque
outras partes podem beneficiar das decisões que toma.

B59 Um investidor pode delegar os seus poderes de decisão a um manda­


tário no que respeita a algumas questões específicas ou à totalidade
das actividades relevantes. Ao considerar se controla uma investida, o
investidor deve considerar os direitos efectivos de decisão delegados
ao seu mandatário como se fosse detidos directamente por si. Em
situações em que existe mais de um mandante, cada um dos mandan­
tes deve considerar se tem poder sobre a investida, tendo em conta os
requisitos dos parágrafos B5-B54. Os parágrafos B60-B72 proporcio­
nam orientação sobre a forma de determinar se um decisor é um
mandatário ou um mandante.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 747

▼M32
B60 Um decisor deve considerar o relacionamento global entre si, a in­
vestida sob gestão e outras partes relacionadas com a investida, em
particular todos os factores a seguir referidos, para determinar se é um
mandatário:

(a) o âmbito da sua autoridade de decisão sobre a investida (pará­


grafos B62 e B63);

(b) os direitos detidos por outras partes (parágrafos B64-B67);

(c) a remuneração a que tem direito, em conformidade com o(s)


acordo(s) de remuneração (parágrafos B68-B70);

(d) a sua exposição à variabilidade dos resultados em função de


outros interesses de que é detentor na investida (parágrafos B71
e B72).

Devem ser aplicadas diferentes ponderações a cada um dos factores


com base em factos e circunstâncias específicas.

B61 Para determinar se um decisor é um mandatário é necessário avaliar


todos os factores enumerados no parágrafo B60, a menos que uma
única parte seja detentora de direitos substantivos que lhe permitam
destituir o decisor (direitos de destituição) e possa fazê-lo sem justi­
ficação (ver parágrafo B65).

Âmbito dos poderes de decisão


B62 O âmbito dos poderes de decisão de um decisor é avaliado conside­
rando:

(a) as actividades permitidas em conformidade com o(s) acordo(s)


relativos aos poderes de decisão e especificadas por lei; e

(b) o poder discricionário do decisor nas decisões relativas a essas


actividades.

B63 Um decisor deve considerar o propósito e a estrutura da investida, os


riscos a que está exposta de acordo com a forma como foi estruturada,
os riscos que, também segundo a forma como foi estruturada, trans­
fere para as partes com ela relacionadas e o grau de participação do
decisor na estruturação da investida. Por exemplo, se um decisor está
significativamente envolvido na estruturação da investida (nomeada­
mente na determinação do âmbito dos poderes de decisão), essa par­
ticipação pode indicar que teve a oportunidade e o incentivo para
obter direitos que lhe conferem a capacidade para orientar as activi­
dades relevantes.

Direitos detidos por outras partes


B64 Os direitos substantivos detidos por outras partes podem afectar a
capacidade do decisor para orientar as actividades relevantes de
uma investida. O direito substantivo de destituição e outros direitos
podem indicar que o decisor é um mandatário.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 748

▼M32
B65 Quando uma única parte é detentora de direitos de destituição subs­
tantivos e pode destituir o decisor sem justificação, esse facto é, por si
só, suficiente para concluir que o decisor é um mandatário. Se esses
direitos forem detidos por diversas partes (e nenhuma dessas partes
puder pode destituir individualmente o decisor sem a concordância de
outras partes), não são, por si só, conclusivos para determinar se um
decisor actua principalmente em nome e para o benefício de terceiros.
Além disso, quanto maior o número de partes que têm de actuar
conjuntamente para exercer o direito de destituir um decisor e quanto
maiores forem os outros interesses económicos do decisor (remunera­
ção e outros interesses) e a variabilidade associada aos mesmos, me­
nor a ponderação que deve ser atribuída a esse factor.

B66 Ao considerar se o decisor é um mandatário, os direitos substantivos


detidos por outras partes que restringem o poder discricionário do
decisor devem ser considerados de forma semelhante aos direitos
destituição. Por exemplo, um decisor que para actuar tenha de obter
a aprovação de um pequeno número de outras partes é geralmente um
mandatário. (Ver parágrafos B22-B25 para orientações adicionais so­
bre os direitos e o carácter substantivo dos mesmos).

B67 A consideração dos direitos detidos por outras partes deve incluir uma
avaliação de quais os direitos que podem ser exercidos pelo conselho
de administração de uma investida (ou outro órgão de gerência) e dos
seus efeitos sobre os poderes de decisão (ver parágrafo B23(b)).

Remuneração
B68 Quanto maior for a remuneração do decisor relativamente aos resul­
tados esperados das actividades da investida e a variabilidade asso­
ciada, mais provável é que o decisor seja um mandante.

B69 Ao determinar se é um mandante ou um mandatário, o decisor deve


também considerar se se verificam as seguintes condições:

(a) a remuneração do decisor é compatível com os serviços prestados;

(b) o acordo de remuneração apenas inclui termos, condições ou


valores habitualmente presentes em acordos de prestação de ser­
viços semelhantes e níveis de competências negociados num con­
texto de plena concorrência.

B70 Um decisor não pode ser um mandatário, a menos que se verifiquem


as condições estabelecidas no parágrafo B69(a) e (b). Contudo, o
cumprimento dessas condições não é suficiente, por si só, para con­
cluir que um decisor é um mandatário.

Exposição à variabilidade dos resultados de outros interesses


B71 Ao considerar se é um mandatário, um decisor detentor de outros
interesses numa investida (por exemplo, investimentos na investida
ou prestação de garantias no que diz respeito ao desempenho da
investida) deve ter em conta a sua exposição à variabilidade dos
resultados decorrentes desses interesses. A detenção de outros interes­
ses numa investida indica que o decisor poderá ser um mandante.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 749

▼M32
B72 Ao considerar a sua exposição à variabilidade dos resultados decor­
rentes de outros interesses na investida, um decisor deve ter em conta
o seguinte:

(a) quanto maiores forem os seus interesses económicos, conside­


rando a sua remuneração e outros interesses em termos agregados,
e maior a respectiva variabilidade, maior será a probabilidade de
que o decisor seja um mandante;

(b) se a sua exposição à variabilidade dos resultados é diferente da


exposição dos outros investidores e, se assim for, se esse facto
poderá influenciar os seus actos. Por exemplo, pode ser esse o
caso quando um decisor é detentor de interesses subordinados ou
presta outras formas de melhoria da qualidade do crédito a uma
investida.

O decisor deve considerar a sua exposição em relação à variabilidade


total dos resultados da investida. Esta consideração é realizada prin­
cipalmente com base nos resultados esperados das actividades da
investida, mas não deve ignorar a exposição máxima do decisor à
variabilidade dos resultados da investida por via de outros interesses
detidos pelo decisor.

Exemplos de aplicação
Exemplo 13
Um decisor (gestor de fundos) constituiu, comercializa e gere um
fundo regulado e negociado publicamente seguindo parâmetros estri­
tamente definidos no mandato de investimento, conforme exigido
pelas leis e regulamentos locais. O fundo foi comercializado junto
dos investidores na qualidade de investimento numa carteira diversi­
ficada de títulos representativos do capital de entidades cujos títulos
são negociados publicamente. No âmbito dos parâmetros definidos, o
gestor do fundo tem poder discricionário sobre os activos em que
investe. O gestor do fundo realizou um investimento proporcional
de 10 % no fundo e recebe pelos seus serviços uma comissão nas
condições de mercado, de 1 % do valor do activo líquido do fundo.
As comissões são compatíveis com os serviços prestados. O gestor do
fundo não tem qualquer obrigação de financiar perdas para além do
seu investimento de 10 %. O fundo não é obrigado a constituir um
conselho de administração independente e ainda não o fez. Os inves­
tidores não são detentores de quaisquer direitos substantivos que afec­
tem os poderes de decisão do gestor do fundo, mas podem resgatar os
seus interesses em conformidade com determinados limites estabele­
cidos pelo fundo.

Embora operando em conformidade com os parâmetros estabelecidos


no mandato de investimento e de acordo com os requisitos regula­
mentares, o gestor do fundo é detentor de direitos de decisão que lhe
conferem num determinado momento a capacidade para orientar as
actividades relevantes do fundo – os investidores não possuem direitos
substantivos que possam afectar os poderes de decisão do gestor do
fundo. O gestor do fundo recebe pelos seus serviços uma comissão
nas condições de mercado compatível com os serviços prestados e
também fez um investimento proporcional no fundo. A remuneração e
o seu investimento expõem o gestor do fundo à variabilidade dos
resultados das actividades do fundo sem originar uma exposição su­
ficientemente significativa que indique que o gestor do fundo é um
mandante.

Neste exemplo, a consideração da exposição do gestor do fundo à


variabilidade dos resultados do fundo, juntamente com os seus pode­
res de decisão no âmbito de parâmetros restritos, indica que o gestor
do fundo é um mandatário. Assim, o gestor do fundo conclui que não
tem controlo sobre o fundo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 750

▼M32
Exemplo 14
Um decisor constituiu, comercializa e gere um fundo que disponibiliza
oportunidades de investimento a vários investidores. O decisor (gestor
de fundos) está obrigado a tomar decisões de acordo com o interesse
de todos os investidores e em conformidade com os acordos que
regem o fundo. No entanto, o gestor do fundo dispõe de um amplo
poder discricionário de decisão. O gestor do fundo recebe pelos seus
serviços uma comissão nas condições de mercado, 1 % dos activos
geridos, e 20 % dos lucros do fundo caso seja alcançado um deter­
minado valor de lucros. As comissões são compatíveis com os servi­
ços prestados.

Embora esteja obrigado a tomar decisões de acordo com o interesse


de todos os investidores, o gestor do fundo tem poderes de decisão
suficientemente amplos para orientar as actividades relevantes do fun­
do. O gestor do fundo recebe comissões fixas e comissões relaciona­
das com o desempenho que são compatíveis com os serviços presta­
dos. Além disso, a remuneração harmoniza os interesses do gestor do
fundo e os dos outros investidores no sentido de aumentar o valor do
fundo sem gerar uma exposição à variabilidade dos resultados das
actividades do fundo suficientemente significativa para que a remune­
ração, quando considerada isoladamente, indique que o gestor do
fundo é um mandante.

O conjunto geral de factos e a análise acima apresentados aplicam-se


aos exemplos 14A a 14C, a seguir descritos. Cada exemplo é consi­
derado de forma isolada.

Exemplo 14A
O gestor do fundo é também detentor de um investimento de 2 % no
fundo que harmoniza os seus interesses com os dos outros investido­
res. O gestor do fundo não tem qualquer obrigação de financiar perdas
para além do seu investimento de 2 %. Os investidores podem desti­
tuir o gestor do fundo por votação com maioria simples, mas apenas
em caso de violação de contrato.

O investimento de 2 % do gestor do fundo aumenta a sua exposição à


variabilidade dos resultados das actividades do fundo sem originar
uma exposição suficientemente significativa para indicar que o gestor
do fundo é um mandante. Os direitos dos outros investidores a des­
tituir o gestor do fundo são considerados direitos de protecção, uma
vez que só podem ser exercidos em caso de violação de contrato.
Neste exemplo, embora o gestor do fundo disponha de um amplo
poder decisório e esteja exposto à variabilidade dos resultados decor­
rentes do seu interesse e da sua remuneração, a sua exposição indica
que é um mandatário. Assim, o gestor do fundo conclui que não tem
controlo sobre o fundo.

Exemplo 14B
O gestor do fundo é detentor de um investimento proporcional mais
substancial no fundo, mas não tem qualquer obrigação de financiar as
perdas para além desse investimento. Os investidores podem destituir
o gestor do fundo por votação com maioria simples, mas apenas em
caso de violação de contrato.

Neste exemplo, os direitos dos outros investidores a destituir o gestor


do fundo são considerados direitos de protecção, uma vez que só
podem ser exercidos em caso de violação de contrato. Embora o
gestor do fundo receba comissões fixas e comissões relacionadas
com o desempenho que são compatíveis com os serviços prestados,
a combinação do seu investimento com a sua remuneração pode gerar
uma exposição à variabilidade dos resultados das actividades do fundo
suficientemente significativa para indicar que o gestor do fundo é um
mandante. Quanto maiores forem os interesses económicos do gestor
do fundo (considerando-se a sua remuneração e outros interesses
agregadamente) e a variabilidade associada aos mesmos, maior deve
ser o peso que o gestor deve atribuir a esses interesses económicos na
análise e mais provável será que o gestor do fundo seja um mandante.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 751

▼M32
Por exemplo, após ter em conta a sua remuneração e outros factores, o
gestor do fundo pode considerar que um investimento de 20 % é
suficiente para concluir que controla o fundo. No entanto, em circuns­
tâncias diferentes (ou seja, se a remuneração ou outros factores forem
diferentes), pode existir controlo quando o nível de investimento é
diferente.

Exemplo 14C
O gestor do fundo é detentor de um investimento proporcional de
20 % no fundo, mas não tem qualquer obrigação de financiar os
prejuízos para além do seu investimento de 20 %. O fundo tem um
conselho de administração, cujos membros são individualmente inde­
pendentes do gestor do fundo e nomeados pelos outros investidores. O
conselho de administração nomeia anualmente o gestor do fundo. Se o
conselho de administração decidir não renovar o contrato do gestor do
fundo, os serviços prestados por este podem ser realizados por outros
gestores do sector.

Embora o gestor do fundo receba comissões fixas e comissões rela­


cionadas com o desempenho que são compatíveis com os serviços
prestados, a combinação do investimento de 20 % com a sua remu­
neração gera uma exposição à variabilidade dos resultados das activi­
dades do fundo suficientemente significativa para indicar que o gestor
do fundo é um mandante. No entanto, os investidores são titulares de
direitos substantivos de destituição do gestor do fundo – o conselho
de administração constitui um mecanismo que garante que os inves­
tidores podem destituir o gestor do fundo se assim o decidirem.

Neste exemplo, o gestor do fundo atribui na sua análise maior ênfase


aos direitos substantivos de destituição. Assim, embora o gestor do
fundo disponha de amplos poderes de decisão e esteja exposto à
variabilidade dos resultados do fundo por via da sua remuneração e
do seu investimento, os direitos substantivos dos outros investidores
indicam que o gestor do fundo é um mandatário. Assim, o gestor do
fundo conclui que não tem controlo sobre o fundo.

Exemplo 15
Uma investida é constituída para adquirir uma carteira de títulos ga­
rantidos por activos de taxa fixa, financiados por instrumentos de
dívida e instrumentos de capital próprio de taxa fixa. Os instrumentos
de capital próprio foram estruturados para garantir que os investidores
em títulos de dívida fiquem protegidos contra as perdas iniciais e
recebam qualquer resultado residual da investida. A transacção foi
comercializada junto de potenciais investidores em títulos de dívida
na qualidade de investimento numa carteira de títulos garantidos por
activos com exposição ao risco de crédito associado ao possível in­
cumprimento por parte dos emissores dos títulos garantidos por acti­
vos incluídos na carteira e ao risco de taxa de juro associado à gestão
da carteira. Após serem constituídos, os instrumentos de capital pró­
prio representam 10 % do valor dos activos adquiridos. Um decisor
(o gestor de activos) gere a carteira activa de activos, tomando as
decisões de investimento em conformidade com os parâmetros defi­
nidos no prospecto da investida. Em contrapartida por esses serviços,
o gestor de activos recebe uma comissão fixa em condições de mer­
cado (ou seja, 1 % dos activos geridos) e comissões relacionadas com
o desempenho (ou seja, 10 % dos lucros) se os lucros da investida
ultrapassarem um determinado nível. As comissões são compatíveis
com os serviços prestados. O gestor de activos é titular de 35 % do
capital social da investida.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 752

▼M32
Os restantes 65 % do capital e todos os instrumentos de dívida são
detidos por um elevado número de investidores terceiros, dispersos e
não relacionados entre si. O gestor de activos pode ser destituído, sem
justificação, por decisão da maioria simples dos outros investidores.

O gestor de activos recebe comissões fixas e comissões relacionadas


com o desempenho que são compatíveis com os serviços prestados. A
remuneração harmoniza os interesses do gestor do fundo e os dos
outros investidores no sentido de aumentar o valor do fundo. O gestor
de activos tem exposição à variabilidade dos resultados das activida­
des do fundo, devido ao facto de ser detentor de 35 % do capital e à
sua remuneração.

Apesar de operar no âmbito dos parâmetros estabelecidos no pros­


pecto da investida, o gestor de activos tem nesse momento a capaci­
dade de tomar decisões de investimento que afectam significativa­
mente os resultados da mesma – os direitos de destituição detidos
pelos outros investidores recebem pouca ponderação na análise, pois
são detidos por um grande número de investidores dispersos. Neste
exemplo, o gestor de activos atribui maior peso à sua exposição à
variabilidade dos resultados do fundo decorrentes da sua participação
accionista, que está subordinada aos instrumentos de dívida. A deten­
ção de 35 % do capital gera uma exposição subordinada a perdas e
direitos a resultados da investida com importância suficiente para
indicar que o gestor de activos é um mandante. Assim, o gestor de
activos conclui que controla a investida.

Exemplo 16
Um decisor (o patrocinador) patrocina um canal com vários vendedo­
res que emite instrumentos dívida de curto prazo para investidores
terceiros não relacionados entre si. A transacção foi comercializada
junto dos potenciais investidores na qualidade de um investimento
numa carteira de activos de médio prazo com avaliações elevadas e
exposição mínima ao risco de crédito associado ao incumprimento
pelos emitentes dos activos incluídos na carteira. Vários serviços de
cedência vendem ao canal carteiras de activos de médio prazo de
elevada qualidade. Cada cedente gere a carteira de activos que vende
ao canal e os valores a receber em caso de incumprimento em troca de
uma comissão nas condições de mercado. Cada cedente garante tam­
bém protecção contra as perda iniciais nas perdas de crédito da sua
carteira de activos através da sobre-titularização dos activos transferi­
dos para o canal. O patrocinador estabelece os termos de operação do
canal e gere as operações do mesmo em troca de uma comissão nas
condições de mercado. A comissão é compatível com os serviços
prestados. O patrocinador define os vendedores autorizados a vender
ao canal, aprova os activos a adquirir pelo canal e toma decisões
sobre o financiamento do mesmo. O patrocinador é obrigado a agir
de acordo com o interesse de todos os investidores.

O patrocinador tem direito a qualquer resultado residual do canal e


fornece-lhe também facilidades de melhoria do crédito e de liquidez.
A melhoria do crédito fornecida pelo patrocinador absorve as perdas até
5 % da totalidade dos activos do canal, acima dos prejuízos absorvidos
pelos cedentes. As facilidades de liquidez não se aplicam a activos em
incumprimento. Os investidores não possuem direitos substantivos que
possam afectar os poderes de decisão do patrocinador.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 753

▼M32
Embora o patrocinador receba uma comissão nas condições de mer­
cado pelos seus serviços que é compatível com os serviços prestados,
tem exposição à variabilidade dos resultados das actividades do canal
devido aos seus direitos a quaisquer resultados residuais do canal e à
prestação das facilidades de melhoria do crédito e de liquidez (ou seja,
o canal está exposto ao risco de liquidez porque utiliza instrumentos
de dívida de curto prazo para financiar activos de médio prazo).
Embora cada um dos cedentes seja titular de poderes de decisão
que afectam o valor dos activos do canal, o patrocinador tem amplos
poderes de decisão que lhe conferem nesse momento a capacidade
para orientar as actividades que afectam mais significativamente os
resultados do canal (ou seja, o patrocinador estabeleceu os termos de
operação do canal, tem o direito de tomar decisões sobre os activos
(aprovando os activos a adquirir e os cedentes desses activos) e o
financiamento do canal (para o qual é necessário obter regularmente
novos investimentos)). O direito aos resultados residuais do canal e o
fornecimento de facilidades de melhoria de crédito e de liquidez ex­
põem o patrocinador a uma variabilidade dos resultados das activida­
des da canal que é diferente da dos outros investidores. Nesse sentido,
essa exposição indica que o patrocinador é um mandante e o patro­
cinador conclui, pois, que controla o canal. A obrigação de o patro­
cinador agir no interesse de todos os investidores não impede que seja
um mandante.

Relacionamento com outras partes


B73 Ao considerar a existência de controlo, um investidor deve ter em
conta a natureza do seu relacionamento com outras partes e se estas
actuam em nome do investidor (ou seja, se são mandatários de facto).
Determinar se as outras partes actuam como mandatários de facto
exige um juízo de valor, considerando não apenas a natureza do
relacionamento mas também a forma como essas partes interagem
entre si e com o investidor.

B74 Tal relacionamento não tem de envolver um acordo contratual. Uma


parte é um mandatário de facto quando um investidor ou quem orienta
as actividades de um investidor tiver a capacidade de orientar essa
parte no sentido de actuar em nome do investidor. Nestas circuns­
tâncias, para avaliar se tem o controlo de uma investida o investidor
deve ter em conta os direitos de decisão do seu mandatário de facto e
a sua exposição ou direitos indirectos a resultados variáveis, através
desse mandatário de facto, juntamente com a mesma exposição ou
direitos directos.

B75 São exemplos de partes que, pela natureza de seu relacionamento,


podem actuar como mandatários de facto do investidor:

(a) partes relacionadas com o investidor;

(b) uma parte que recebeu o seu interesse na investida na qualidade


de contribuição ou empréstimo do investidor;

(c) uma parte que concordou não vender, transferir ou onerar os seus
interesses na investida sem aprovação prévia do investidor (com
excepção de situações em que um investidor e a outra parte têm o
direito de aprovação prévia e os direitos se baseiam em termos
mutuamente acordados de livre vontade por partes independentes);

(d) uma parte que não é capaz financiar as suas operações sem o
apoio financeiro subordinado do investidor;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 754

▼M32
(e) uma investida na qual a maioria dos membros do órgão de direc­
ção ou as pessoas que constituem o pessoal-chave de gerência são
as mesmas que as do investidor;

(f) uma parte com um relacionamento comercial estreito com um


investidor, como seja o relacionamento entre um prestador de
serviços profissional e um dos seus clientes importantes.

Controlo de activos especificados


B76 Um investidor deve considerar se trata uma parcela de uma investida
como uma entidade considerada separada e, em caso afirmativo, se
controla a entidade considerada separada.

B77 Um investidor deve tratar uma parcela de uma investida como uma
entidade considerada separada se e apenas se estiver cumprida a se­
guinte condição:

Os activos especificados da investida (e as respectivas melhorias da


qualidade do crédito, caso existam) são a única fonte de pagamento de
passivos especificados da investida ou de outros interesses especifica­
dos na mesma. Nenhuma outra parte, para além das detentoras dos
passivos especificados, tem direitos ou obrigações em relação com os
activos especificados ou com os fluxos de caixa residuais desses
activos. No essencial, nenhum dos resultados dos activos especifica­
dos pode ser utilizado pelas outras partes da investida e nenhum dos
passivos da entidade considerada separada pode ser pago a partir dos
activos de outras partes da investida. Assim, no essencial, todos os
activos, passivos e capital da entidade considerada separada estão
protegidos no que respeita à investida globalmente considerada. Tal
entidade considerada separada é em muitos casos denominada um
«silo».

B78 Quando se verifica a condição referida no parágrafo B77, um inves­


tidor deve identificar as actividades que afectam significativamente os
resultados da entidade considerada separada e a forma como essas
actividades são orientadas para verificar se tem poder sobre essa
parcela da investida. Ao considerar a existência de controlo da enti­
dade considerada separada, o investidor deve também verificar se tem
uma exposição ou direitos a resultados variáveis decorrentes do seu
relacionamento com essa entidade considerada separada e a capaci­
dade de utilizar o seu poder sobre essa parcela da investida para
afectar o valor dos resultados que dela obtém.

B79 Se controlar a entidade considerada separada, o investidor deve con­


solidar essa parcela da investida. Nesse caso, as outras partes excluem
essa parte da investida em termos de existência de controlo e de
consolidação.

Avaliação contínua
B80 Um investidor deve reconsiderar se controla uma investida se os
factos e circunstâncias indicarem que ocorreram alterações num ou
mais dos três elementos de controlo referidos no parágrafo 7.

B81 Se ocorrer uma alteração na forma como o poder sobre uma investida
pode ser exercido, essa alteração deve reflectir-se na forma como um
investidor considera se tem poder sobre uma investida. Por exemplo,
alterações nos direitos efectivos de decisão podem significar que as
actividades relevantes já não são orientadas através de direitos de voto
e que, em vez disso, outros acordos, como sejam contratos, conferem
a outra parte ou partes a capacidade de orientar nesse momento as
actividades relevantes.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 755

▼M32
B82 Um determinado acontecimento pode implicar que um investidor ob­
tenha ou perca o poder sobre uma investida, mesmo sem estar envol­
vido nesse acontecimento. Por exemplo, um investidor pode obter
poder sobre uma investida porque os direitos efectivos de decisão
de outra parte ou partes que anteriormente impediam que o investidor
a controlasse expiraram.

B83 Um investidor considera também as alterações que afectem a sua


exposição ou direitos a resultados variáveis decorrentes do seu rela­
cionamento com uma investida. Por exemplo, um investidor com
poder sobre uma investida pode perder o controlo da mesma se deixar
de ter direito a receber resultados ou a ser exposto a obrigações, já
que deixará de cumprir o disposto no parágrafo 7(b) (por exemplo, no
seguimento da rescisão de um contrato pelo qual recebia comissões
relacionadas com o desempenho).

B84 Um investidor deve considerar se a conclusão em relação ao facto de


actuar na qualidade de mandatário ou mandante se alterou. Alterações
no relacionamento genérico entre os investidores e outras partes po­
dem significar que um investidor deixa de actuar na qualidade de
mandatário, quando antes o fazia, e vice-versa. Por exemplo, se ocor­
rem alterações dos direitos do investidor ou de outras partes, o in­
vestidor deve reconsiderar a sua qualidade de mandante ou de man­
datário.

B85 A conclusão inicial, por parte de um investidor, sobre a existência de


controlo ou sobre o seu estatuto enquanto mandante ou mandatário
não se altera simplesmente porque houve uma alteração nas condições
de mercado (por exemplo, uma alteração nos resultados da investida
decorrente das condições de mercado), a menos que a alteração nas
condições de mercado altere um ou mais que um dos três elementos
de controlo referidos no parágrafo 7 ou altere o relacionamento ge­
nérico entre um mandante e um mandatário.

▼M38
DETERMINAR SE UMA ENTIDADE É UMA ENTIDADE DE INVESTI­
MENTO
B85A Uma entidade deve considerar todos os factos e circunstâncias ao
avaliar se é uma entidade de investimento, incluindo a sua finalidade
e modelo. Uma entidade que possua os três elementos da definição de
uma entidade de investimento estabelecidos no parágrafo 27 é uma
entidade de investimento. Os parágrafos B85B-B85M descrevem os
elementos da definição com maior detalhe.

Objetivo comercial
B85B A definição de uma entidade de investimento requer que a finalidade
da entidade seja investir exclusivamente para obter mais-valias, ren­
dimento do investimento (na forma de dividendos, juros ou rendas),
ou ambos. Os documentos indicativos dos objetivos da entidade de
investimento, tais como prospetos de oferta, publicações distribuídas
pela entidade e outros documentos corporativos ou societários, evi­
denciam normalmente o objetivo comercial da entidade de investimen­
to. Outros dados podem incluir a maneira como a entidade se apre­
senta a terceiros (tais como potenciais investidores ou potenciais in­
vestidas); por exemplo, uma entidade pode apresentar a sua atividade
como prestadora de investimento a médio prazo para obtenção de
mais-valias. Por outro lado, uma entidade que se apresente como
uma investidora cujo objetivo é desenvolver, produzir ou comerciali­
zar produtos conjuntamente com as suas subsidiárias tem um objetivo
comercial que é não é coerente com os objetivos de uma entidade de
investimento, uma vez que a entidade irá lucrar com as atividades de
desenvolvimento, produção ou comercialização, para além de com os
seus investimentos (ver o parágrafo B85I).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 756

▼M38
B85C Uma entidade de investimento pode prestar serviços relacionados com
o investimento (por exemplo, serviços de consultoria de investimento,
gestão de investimentos, apoio ao investimento e serviços adminis­
trativos), quer diretamente quer através de uma subsidiária, a terceiros
como aos seus investidores, mesmo que essas atividades sejam subs­
tanciais para a entidade.

B85D Uma entidade de investimento pode também participar nas seguintes


atividades relacionadas com os investimentos, tanto diretamente como
através de uma subsidiária, se essas atividades forem realizadas para
maximizar o retorno do investimento (mais-valias ou rendimento do
investimento) nas suas investidas e não representarem um ramo de
negócio substancial separado ou uma fonte de rendimentos substancial
separada da entidade de investimento:

a) Prestação de serviços de gestão e consultoria estratégica a uma


investida; e

b) Prestação de apoio financeiro a uma investida, nomeadamente por


via de um empréstimo, de um compromisso de injeção de capital
ou de uma garantia.

B85E Se uma entidade de investimento tiver uma subsidiária que presta


serviços ou exerce atividades em relação com os investimentos,
como os descritos nos parágrafos B85C-B85D, à entidade ou a outras
partes, deve consolidar essa subsidiária em conformidade com o pará­
grafo 32.

Estratégias de saída
B85F Os planos de investimento de uma entidade também contribuem para
evidenciar o seu objetivo comercial. Uma característica que diferencia
uma entidade de investimento de outras entidades é que uma entidade
de investimento não tem a intenção de manter os seus investimentos
indefinidamente, mas antes detê-los por um período limitado. Como
os investimentos em participações e em ativos não-financeiros podem
potencialmente ser mantidos indefinidamente, uma entidade de inves­
timento deve ter uma estratégia de saída que documente o modo como
prevê realizar mais-valias a partir de praticamente todos os seus in­
vestimentos em participações e em ativos não-financeiros. Uma enti­
dade de investimento deve também ter uma estratégia de saída para
todos os instrumentos de dívida que possam potencialmente ser man­
tidos indefinidamente, como por exemplo investimentos em instru­
mentos de dívida perpétuos. A entidade não terá de documentar es­
tratégias de saída específicas para cada investimento, mas deve iden­
tificar diferentes estratégias potenciais para diferentes tipos ou cartei­
ras de investimentos, incluindo um calendário concreto para sair dos
investimentos. Os mecanismos de saída que são postos em prática
apenas em caso de incumprimento, tal como a quebra ou a não-exe­
cução de um contrato, não são considerados estratégias de saída para
efeitos desta avaliação.

B85G As estratégias de saída podem variar por tipo de investimento. As


estratégias de saída para investimentos em títulos representativos de
participações podem por exemplo incluir incluir a oferta pública ini­
cial, a colocação privada, a venda de um negócio, as distribuições (aos
investidores) de interesses de propriedade em investidas e a venda de
ativos (incluindo a venda dos ativos de uma investida seguida da sua
liquidação). As estratégias de saída para investimentos em participa­
ções negociadas num mercado público podem por exemplo incluir
incluir a venda do investimento através de colocação privada ou
num mercado público. As estratégias de saída para investimentos
imobiliários podem por exemplo incluir a venda do imóvel através
de mediadores imobiliários ou no mercado aberto.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 757

▼M38
B85H Uma entidade de investimento pode ter um investimento noutra enti­
dade de investimento que tenha sido constituída em ligação com a
entidade por razões jurídicas, regulamentares, tributárias ou outras
razões comerciais semelhantes. Neste caso, o investidor da entidade
de investimento não precisa de ter uma estratégia de saída para esse
investimento, desde que a entidade de investimento investida tenha
estratégias de saída adequadas para os seus investimentos.

Receitas de investimentos
B85I Uma entidade não está a investir apenas com vista à obtenção de
mais-valias, de rendimento do investimento ou de ambos se essa
entidade ou outro membro do grupo a que a entidade pertença (ou
seja, do grupo controlado pela empresa-mãe final da entidade de
investimento) obtiver, ou tiver o objetivo de obter, outros benefícios
dos investimentos da entidade que não estejam disponíveis a terceiros
não relacionados com a investida. Tais benefícios incluem:

a) A aquisição, utilização, troca ou exploração dos processos, dos


ativos ou da tecnologia de uma investida. Ficam abrangidas as
entidades ou outros membros do grupo com direitos desproporcio­
nais, ou exclusivos, para a aquisição de ativos, tecnologia, produ­
tos ou serviços de qualquer investida, por exemplo conservando
uma opção de compra de um ativo de uma investida se a evolução
desse ativo for considerada bem-sucedida;

b) Acordos conjuntos (tal como definidos na IFRS 11) ou outros


acordos entre a entidade ou outro membro do grupo e uma inves­
tida para desenvolver, produzir, comercializar ou fornecer produtos
ou serviços;

c) Garantias financeiras ou ativos fornecidos por uma investida para


servir como garantia a um acordo de empréstimo da entidade ou de
outro membro do grupo (no entanto, uma entidade de investimento
poderá ainda assim usar um investimento numa investida como
garantia para qualquer um de seus empréstimos);

d) Uma opção, detida por uma parte relacionada com a entidade, de


adquirir, a essa entidade ou a outro membro do grupo, um inte­
resse de propriedade numa investida da entidade;

e) Exceto como descrito no parágrafo B85J, as transações entre a


entidade ou outro membro do grupo e uma investida que:

i) sejam lavradas em termos que não estejam disponíveis a enti­


dades que não sejam partes relacionadas com a entidade, com
outro membro do grupo ou com a investida,

ii) não sejam lavradas pelo justo valor, ou

iii) representem uma parte substancial da atividade da investida ou


da entidade investidora, incluindo as atividades das outras en­
tidades do grupo.

B85J Uma entidade de investimento pode ter uma estratégia de investir em


mais do que uma investida do mesmo setor, mercado ou área geo­
gráfica a fim de beneficiar de sinergias que aumentem as mais-valias e
os rendimentos do investimento nessas investidas. Sem prejuízo do
parágrafo B85I, alínea e), uma entidade não deixa de poder ser clas­
sificada como entidade de investimento simplesmente porque tais in­
vestidas negoceiam umas com as outras.
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▼M38
Mensuração pelo justo valor
B85K Um elemento essencial da definição de uma entidade de investimento
é que esta meça e avalie o desempenho de praticamente todos os seus
investimentos com base no justo valor, uma vez que o uso desta
mensuração resulta em informações mais relevantes do que, por exem­
plo, a consolidação das suas subsidiárias ou o recurso ao método da
equivalência patrimonial para as suas participações em associadas ou
empreendimentos conjuntos. A fim de demonstrar que cumpre este
elemento da definição, uma entidade de investimento deve:

a) Oferecer aos investidores informação sobre o justo valor e mensu­


rar praticamente todos os seus investimentos pelo justo valor nas
suas demonstrações financeiras, sempre que a medição pelo justo
valor for exigida ou permitida em conformidade com as IFRS; e

b) Divulgar internamente informações sobre o justo valor aos respon­


sáveis de gestão da entidade (tal como definido na IAS 24), que
usam o justo valor como principal medida para avaliar o desempe­
nho de praticamente todos os seus investimentos e para tomar
decisões de investimento.

B85L A fim de satisfazer o requisito previsto no parágrafo B85K, alínea a),


uma entidade de investimento deve:

a) Optar por contabilizar qualquer propriedade de investimento


usando o modelo do justo valor referido na IAS 40 Propriedades
de Investimento;

b) Optar pela isenção da aplicação do método da equivalência patri­


monial referido na IAS 28 para os seus investimentos em associa­
das e empreendimentos conjuntos; e

c) Mensurar os seus ativos financeiros pelo justo valor de acordo com


os requisitos da IFRS 9.

B85M Uma entidade de investimento pode ter alguns ativos que não sejam
ativos de investimento, como um edifício de sede e equipamentos
relacionados, e pode também ter passivos financeiros. O elemento
de medição pelo justo valor constante da definição de entidade de
investimento no parágrafo 27, alínea c), aplica-se aos investimentos de
uma entidade de investimento. Assim sendo, uma entidade de inves­
timento não precisa de mensurar os seus ativos que não sejam ativos
de investimento ou os seus passivos pelo justo valor.

Características típicas de uma entidade de investimento


B85N Ao determinar se corresponde à definição de uma entidade de inves­
timento, uma entidade deve considerar se reúne as características tí­
picas dessas entidades (ver parágrafo 28). A ausência de uma ou mais
destas características típicas não impede necessariamente uma enti­
dade de ser classificada como uma entidade de investimento, mas
indica que é necessária uma avaliação adicional para determinar se
a entidade é uma entidade de investimento.

Mais de um investimento
B85O Uma entidade de investimento detém normalmente vários investimen­
tos para diversificar o seu risco e maximizar os retornos. Uma enti­
dade pode deter uma carteira de investimentos direta ou indiretamente,
por exemplo através de um único investimento noutra entidade de
investimento que, por sua vez, detenha vários investimentos.

B85P Poderá haver momentos em que a entidade só é detentora de um


único investimento. No entanto, ser detentora de um único investi­
mento não impede necessariamente que uma entidade corresponda à
definição de entidade de investimento. Por exemplo, uma entidade de
investimento pode ser detentora de um único investimento quando:
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▼M38
a) Está na sua fase de arranque e ainda não identificou investimentos
adequados, pelo que ainda não executou o seu plano de investi­
mento para adquirir vários investimentos;

b) Ainda não fez outros investimentos para substituir os que alienou;

c) Foi constituída para reunir os fundos de investidores num único


investimento que não estaria acessível a investidores individuais
(por exemplo, quando o investimento mínimo exigido é demasiado
alto para um investidor individual); ou

d) Está em processo de liquidação.

Mais de um investidor
B85Q Normalmente, uma entidade de investimento terá vários investidores
que combinam os seus recursos para ter acesso a serviços de gestão de
investimentos e a oportunidades de investimento a que não poderiam
aceder individualmente. A existência de vários investidores torna me­
nos provável que a entidade, ou outros membros do grupo em que a
entidade esteja inserida, obtenham outros benefícios para além de
mais-valias ou rendimentos de investimento (ver o parágrafo B85I).

B85R Em alternativa, uma entidade de investimento pode ser formada por


um único investidor, ou para um único investidor, que represente ou
defenda os interesses de um grupo mais amplo de investidores (por
exemplo, um fundo de pensões, um fundo de investimento governa­
mental ou o trust de uma família).

B85S Também pode haver momentos em que a entidade tenha temporaria­


mente um único investidor. Por exemplo, uma entidade de investi­
mento pode ter apenas um único investidor quando a entidade:

a) Está no seu período de oferta inicial, que ainda não expirou, e está
a identificar ativamente investidores adequados;

b) Ainda não identificou investidores adequados para substituir inte­


resses de propriedade que foram resgatados; ou

c) Está em processo de liquidação.

Investidores não relacionados


B85T Normalmente, uma entidade de investimento tem vários investidores
que não são partes relacionadas (tal como definido na IAS 24) com a
entidade ou com outros membros do grupo a que a entidade pertence.
A existência de investidores não relacionados torna menos provável
que a entidade, ou outros membros do grupo em que a entidade esteja
inserida, obtenham outros benefícios para além de mais-valias ou
rendimentos de investimento (ver o parágrafo B85I).

B85U No entanto, uma entidade pode ainda ser elegível como entidade de
investimento mesmo que os seus investidores estejam relacionados
com a entidade. Por exemplo, uma entidade de investimento pode
criar um fundo «paralelo» separado para um grupo dos seus empre­
gados (como os responsáveis de gestão) ou para um investidor ou
investidores de outra parte relacionada, que acompanha os investimen­
tos do fundo de investimento principal da entidade. Este fundo «pa­
ralelo» pode ser elegível como entidade de investimento apesar de
todos os seus investidores serem partes relacionadas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 760

▼M38
Interesses de propriedade
B85V Uma entidade de investimento é normalmente, mas não é obrigada a
ser, uma entidade jurídica autónoma. Os interesses de propriedade
numa entidade de investimento assumem tipicamente a forma de
ações ou interesses semelhantes (p.ex.: quotas), aos quais são afetadas
partes proporcionais dos ativos líquidos da entidade de investimento.
No entanto, ter diferentes classes de investidores, alguns dos quais
com direitos somente sobre um investimento ou grupos de investi­
mentos específicos, ou que tenham uma parte proporcional diferente
nos ativos líquidos, não impede que a entidade possa ser uma entidade
de investimento.

B85W Além disso, uma entidade que tenha interesses de propriedade signi­
ficativos sob a forma de dívida que, de acordo com outras IFRS
aplicáveis, não corresponda à definição de capitais próprios, pode
ainda ser elegível como entidade de investimento, desde que os de­
tentores da dívida estejam expostos a um retorno variável em função
de alterações no justo valor dos ativos líquidos da entidade.

▼M32
REQUISITOS DE CONTABILIZAÇÃO
Procedimentos de consolidação
B86 As demonstrações financeiras consolidadas devem:

(a) combinar os componentes idênticos dos activos, passivos, partici­


pações no capital, receitas, gastos e fluxos de caixa da
empresa-mãe com os das suas subsidiárias;

(b) compensar (eliminar) a quantia escriturada do investimento da


empresa-mãe em cada subsidiária e a parcela da empresa-mãe
no capital de cada subsidiária (a IFRS 3 explica de que modo
deve ser considerado qualquer goodwill conexo);

(c) eliminar totalmente os activos e passivos, participações no capital,


receitas, gastos e fluxos de caixa relativos a transacções entre
entidades do grupo (os lucros ou perdas resultantes de transacções
intragrupo que se encontrem reconhecidos nos activos, como in­
ventários e activos fixos, são totalmente eliminados). As perdas
em transacções intragrupo podem indicar uma imparidade que
exija reconhecimento nas demonstrações financeiras consolidadas.
A IAS 12 Impostos sobre o Rendimento é aplicável às diferenças
temporárias decorrentes da eliminação dos lucros e perdas resul­
tantes de transacções intragrupo.

Políticas contabilísticas uniformes


B87 Se um membro do grupo seguir políticas contabilísticas diferentes das
adoptadas nas demonstrações financeiras consolidadas para transac­
ções e acontecimentos semelhantes em circunstâncias semelhantes,
devem ser realizados ajustamentos apropriados às demonstrações fi­
nanceiras desse membro do grupo aquando da elaboração das de­
monstrações financeiras consolidadas de modo a assegurar a confor­
midade com as políticas contabilísticas do grupo.

Mensuração
B88 Uma entidade inclui as receitas e os gastos de uma subsidiária nas
suas demonstrações financeiras consolidadas a partir da data em que
obtém controlo e até à data em deixa de controlar a subsidiária. As
receitas e gastos da subsidiária baseiam-se nos valores dos activos e
passivos reconhecidos nas demonstrações financeiras consolidadas na
data da aquisição. Por exemplo, as despesas de depreciação reconhe­
cidas na demonstração consolidada de rendimento integral após a data
de aquisição baseia-se no justo valor dos activos depreciáveis conexos
reconhecido nas demonstrações financeiras consolidadas na data da
aquisição.
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▼M32
Direitos de voto potenciais
B89 Quando existem direitos de voto potenciais, ou outros derivados que
incluam direitos de voto potenciais, a proporção de lucros ou perdas e
as alterações no capital próprio imputadas aos interesses da
empresa-mãe e aos interesses que não controlam é determinada, na
preparação das demonstrações financeiras consolidadas, exclusiva­
mente em função de interesses de propriedade existentes e não reflecte
o possível exercício ou a conversão de direitos de voto potenciais e
outros derivados, a menos que se aplique o parágrafo B90.

B90 Em certas circunstâncias, uma entidade tem, em termos substantivos,


um interesse de propriedade em resultado de uma transacção que lhe
confere nesse momento acesso aos resultados associados a uma par­
ticipação accionista. Em tais circunstâncias, a proporção imputada aos
interesses da empresa-mãe e aos interesses que não controlam é de­
terminada, na preparação de demonstrações financeiras consolidadas,
tendo em conta o eventual exercício dos direitos de voto potenciais e
de outros derivados que permitem à entidade ter acesso, nesse mo­
mento, aos resultados.

B91 A IFRS 9 não se aplica aos interesses em subsidiárias que se encon­


tram consolidadas. Se instrumentos que contêm direitos de voto po­
tenciais substantivos conferirem num determinado momento acesso
aos resultados associados a um interesse de propriedade numa subsi­
diária, esses instrumentos não estão sujeitos aos requisitos da IFRS 9.
Em todos os outros casos, os instrumentos que contenham direitos de
voto potenciais numa subsidiária são contabilizados de acordo com
a IFRS 9.

Data de relato
B92 As demonstrações financeiras da empresa-mãe e das suas subsidiárias
utilizadas na preparação das demonstrações financeiras consolidadas
devem ter a mesma data de relato. Quando o final do período de
relato da empresa-mãe for diferente do de uma subsidiária, a subsi­
diária deve preparar, para fins de consolidação, informações financei­
ras adicionais com a mesma data que as demonstrações financeiras da
empresa-mãe de modo a permitir que esta consolide as informações
financeiras da subsidiária, a menos que seja impraticável fazê-lo.

B93 Se for impraticável fazê-lo, a empresa-mãe deve consolidar as infor­


mações financeiras da subsidiária utilizando as declarações financeiras
mais recentes desta ajustadas para os efeitos de transacções ou acon­
tecimentos significativos que ocorram entre a data dessas demonstra­
ções financeiras e a data das demonstrações financeiras consolidadas.
Em qualquer caso, a diferença entre a data das demonstrações finan­
ceiras da subsidiária e a data das demonstrações financeiras consoli­
dadas não deve ser superior a três meses, e a duração dos períodos de
relato e qualquer diferença entre as datas das demonstrações financei­
ras devem ser as mesmas de período para período.

Interesses que não controlam


B94 Uma entidade deve imputar os lucros e perdas e cada um dos com­
ponentes de outros rendimentos integrais aos proprietários da
empresa-mãe e aos interesses que não controlam. A entidade deve
também imputar o rendimento integral total aos proprietários da
empresa-mãe e aos interesses que não controlam, mesmo que isso
implique que os resultados dos interesses que não controlam tenham
um saldo negativo.

B95 Se uma subsidiária tem acções preferenciais cumulativas em circula­


ção classificadas como capital próprio e detidas por interesses que não
controlam, a entidade deve calcular a sua quota-parte dos lucros ou
perdas após ajustamento para considerar os dividendos de tais acções,
independentemente de esses dividendos terem sido ou não declarados.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 762

▼M32
Alterações na quota-parte detida por interesses que não contro­
lam
B96 Quando a quota-parte do capital detida por interesses que não con­
trolam se altera, a entidade deve ajustar as quantias escrituradas dos
interesses que controlam e dos interesses que não controlam de modo
a reflectir as alterações dos interesses relativos na subsidiária. A en­
tidade deve reconhecer directamente no capítulo relativo aos capitais
próprios qualquer diferença entre o valor pelo qual os interesses que
não controlam foram ajustados e o justo valor da retribuição paga ou
recebida, imputando-a aos proprietários da empresa-mãe.

Perda de controlo
B97 Uma empresa-mãe pode perder o controlo de uma subsidiária por via
de dois ou mais acordos (transacções). Por vezes, no entanto, as
circunstâncias indicam que os múltiplos acordos devem ser contabili­
zados como uma única transacção. Ao decidir se deve fazê-lo,
a empresa-mãe deve considerar todos os termos e condições dos
acordos e os respectivos efeitos económicos. A ocorrência de uma
ou várias das seguintes situações indica que a empresa-mãe deve
contabilizar múltiplos acordos como uma única transacção:

(a) os acordos foram celebrados simultaneamente ou são interdepen­


dentes;

(b) os acordos formam uma única transacção concebida para alcançar


um efeito comercial global;

(c) a ocorrência de um acordo está dependente da ocorrência de pelo


menos um outro acordo;

(d) um dos acordos, se considerado individualmente, não tem justifi­


cação económica, mas tem justificação económica quando consi­
derado em conjunto com outros acordos. Um exemplo desta si­
tuação ocorre quando uma alienação de acções é objecto de
acordo a um preço inferior ao preço do mercado e é compensada
por uma alienação subsequente a preço superior ao preço de
mercado.

B98 Se uma empresa-mãe perde o controlo de uma subsidiária:

(a) desreconhece:

(i) os activos (incluindo qualquer goodwill) e passivos da subsi­


diária pelas suas quantias escrituradas à data em que perde o
controlo; e

(ii) a quantia escriturada de quaisquer interesses que não contro­


lam na ex-subsidiária à data em que perde o controlo (in­
cluindo quaisquer componentes de outro rendimento integral
imputável aos mesmos);

(b) reconhece:

(i) o justo valor da retribuição recebida, se for o caso, na se­


quência da transacção, acontecimento ou circunstância que
resultou na perda de controlo:

(ii) se a transacção, acontecimento ou circunstância que resultou


na perda de controlo envolveu uma distribuição de acções da
subsidiária a proprietários nessa sua qualidade, essa distribui­
ção; e

(iii) qualquer investimento retido na ex-subsidiária pelo seu justo


valor à data em que perdeu o controlo;

(c) reclassifica como lucro ou perda, ou transfere directamente para


resultados retidos se exigido de acordo com outras IFRS, as quan­
tias reconhecidas como outros rendimentos integrais em relação à
subsidiária com base no descrito no parágrafo B99;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 763

▼M32
(d) reconhece qualquer diferença resultante como lucro ou perda nos
resultados imputáveis à empresa-mãe.

B99 Se empresa-mãe perde o controlo de uma subsidiária, deve contabili­


zar todos os valores previamente reconhecidos como outros rendimen­
tos integrais relativamente a essa subsidiária da mesma forma que o
teria de fazer se a empresa-mãe tivesse alienado directamente os ac­
tivos ou passivos relacionados. Assim, se um lucro ou perda anterior­
mente reconhecido como outro rendimento integral devesse ser reclas­
sificado como lucro ou perda na alienação dos activos ou passivos
conexos, a empresa-mãe deve reclassificar o lucro ou perda em termos
de capital próprio nos seus resultados (como ajustamento de reclassi­
ficação) ao perder o controlo da subsidiária. Se um excedente de
avaliação anteriormente reconhecido como outro rendimento integral
devesse ser transferido directamente para resultados retidos aquando
da alienação do activo, a empresa-mãe deve transferir esse excedente
de avaliação directamente para resultados retidos ao perder o controlo
da subsidiária.

▼M38
CONTABILIZAÇÃO DE UMA MUDANÇA NO ESTATUTO DE ENTIDADE
DE INVESTIMENTO
B100 Quando uma entidade deixa de ser uma entidade de investimento,
deverá aplicar a IFRS 3 a qualquer subsidiária anteriormente mensu­
rada pelo justo valor através dos resultados de acordo com o parágrafo
31. A data da alteração do estatuto deve ser considerada a data de
aquisição. O justo valor da subsidiária na data de aquisição conside­
rada deverá representar a contraprestação transferida considerada para
a avaliação do goodwill ou dos lucros de uma compra vantajosa
decorrente da aquisição considerada. Todas as subsidiárias serão con­
solidadas em conformidade com os parágrafos 19-24 desta IFRS a
partir da data da alteração do estatuto.

B101 Quando uma entidade se torna uma entidade de investimento, deixa de


consolidar as suas subsidiárias na data da alteração do estatuto, à
exceção de qualquer subsidiária que deva continuar a ser consolidada
em conformidade com o parágrafo 32. A entidade de investimento
deve aplicar os requisitos dos parágrafos 25 e 26 às subsidiárias que
deixa de consolidar como se a entidade de investimento tivesse per­
dido o controlo dessas subsidiárias nessa data.

▼M32
Apêndice C
Data de eficácia e transição
O presente apêndice faz parte integrante desta Norma e tem o mesmo valor que
as outras partes da mesma.

DATA DE EFICÁCIA
C1 Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos anuais com
início em ou após 1 de Janeiro de 2013. É permitida a aplicação
anterior. Se aplicar esta Norma mais cedo, uma entidade deve divulgar
o facto e aplicar simultaneamente as IFRS 11, IFRS 12, IAS 27
Demonstrações Financeiras Separadas e IAS 28 (como emendada
em 2011).

▼M37
C1A Demonstrações Financeiras Consolidadas, Acordos Conjuntos e Di­
vulgação de Interesses Noutras Entidades: Orientações de transição
(emendas à IFRS 10, à IFRS 11 e à IFRS 12): emitido em junho de
2012, emendou os parágrafos C2–C6 e aditou os parágrafos C2A–
C2B, C4A–C4C, C5A e C6A–C6B. As entidades devem aplicar estas
emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de
2013. Se uma entidade aplicar a IFRS 10 a um período anterior, deve
aplicar estas emendas a esse período anterior.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 764

▼M38
C1B O documento Entidades de Investimento (Emendas à IFRS 10, à IFRS
12 e à IAS 27), emitido em outubro de 2012, emendou os parágrafos
2, 4, C2A, C6A e o Apêndice A e inseriu os parágrafos 27-33, B85A-
-B85W, B100-B101 e C3A-C3F. Uma entidade deve aplicar estas
emendas em relação aos períodos anuais com início em ou após
1 de janeiro de 2014. É permitida a aplicação antecipada. Se uma
entidade aplicar as emendas de forma antecipada, deve divulgar esse
facto e aplicar todas as emendas incluídas no documento Entidades de
Investimento ao mesmo tempo.

▼M32
TRANSIÇÃO
▼M37
C2 As entidades devem aplicar esta Norma retrospetivamente, de acordo
com a IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas
Contabilísticas e Erros, exceto quanto ao especificado nos parágrafos
C2A-C6.

▼M38
C2A Não obstante os requisitos do parágrafo 28 da IAS 8, quando esta
IFRS for aplicada pela primeira vez e, caso ocorra posteriormente,
quando as emendas do documento Entidades de Investimento à pre­
sente IFRS forem aplicadas pela primeira vez, a entidade só precisa de
apresentar as informações quantitativas exigidas pelo parágrafo 28,
alínea f), da IAS 8 para o período anual imediatamente anterior à
data da aplicação inicial desta IFRS (o «período imediatamente ante­
rior»). Uma entidade pode também apresentar estas informações rela­
tivamente ao período em curso ou a períodos comparativos anteriores,
mas não é obrigatório que o faça.

▼M37
C2B Para os efeitos desta Norma, a data da aplicação inicial é o início do
período anual de relato relativamente ao qual a Norma é aplicada pela
primeira vez.

C3 Na data da aplicação inicial, as entidades não têm de fazer ajustamen­


tos à contabilização anterior pelo seu envolvimento com:

a) Entidades que seriam consolidadas nessa data de acordo com a


IAS 27 Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas e
com a SIC-12 Consolidação — Entidades com Finalidade Espe­
cial e que, de acordo com esta Norma, são ainda consolidadas; ou

b) Entidades que não seriam consolidadas nessa data de acordo com a


IAS 27 ou a SIC–12 e que, de acordo com esta Norma, não são
consolidadas.

▼M38
C3A Na data de aplicação inicial, uma entidade deve avaliar se é uma
entidade de investimento com base nos factos e circunstâncias exis­
tentes nessa data. Se, na data de aplicação inicial, uma entidade con­
cluir que é uma entidade de investimento, deve aplicar os requisitos
dos parágrafos C3B-C3F em vez dos parágrafos C5-C5A.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 765

▼M38
C3B Com exceção de qualquer subsidiária consolidada em conformidade
com o parágrafo 32 (à qual se apliquem os parágrafos C3 e C6 ou C4-
-C4C, conforme relevante), uma entidade de investimento deve men­
surar o seu investimento em cada subsidiária pelo justo valor através
dos resultados como se os requisitos desta IFRS tivessem estado
sempre em vigor. A entidade de investimento deve ajustar retrospeti­
vamente tanto o período anual imediatamente anterior à data da apli­
cação inicial como o capital próprio no início do período imediata­
mente anterior para corrigir qualquer diferença entre:

a) A quantia escriturada anterior da subsidiária, e

b) O justo valor do investimento da entidade de investimento na


subsidiária.

O valor acumulado de quaisquer ajustamentos pelo justo valor ante­


riormente reconhecidos em outro rendimento integral é transferido
para os resultados retidos no início do período anual imediatamente
anterior à data da aplicação inicial.

C3C Antes da data de adoção da IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor,


uma entidade de investimento deve usar as quantias de justo valor
anteriormente divulgadas aos investidores ou aos órgãos de gestão, se
essas quantias representarem o montante pelo qual o investimento
poderia ter sido transacionado entre partes conhecedoras e dispostas
a isso sem qualquer relacionamento entre si à data da avaliação.

C3D Se não for praticável mensurar o investimento numa subsidiária de


acordo com os parágrafos C3B–C3C (como definido na IAS 8), o
investidor deve aplicar os requisitos desta IFRS no início do primeiro
período em que a aplicação dos parágrafos C3B–C3C seja praticável,
que pode ser o período em curso. O investidor deve ajustar retrospe­
tivamente o período anual imediatamente anterior à data da aplicação
inicial, a menos que o início do primeiro período relativamente ao
qual a aplicação deste parágrafo é praticável seja o período em curso.
Nesse caso, o ajustamento do capital próprio deve ser reconhecido no
início do período em curso.

C3E Se uma entidade de investimento tiver alienado ou perdido o controlo


de um investimento numa subsidiária antes da data de aplicação ini­
cial desta IFRS, não é obrigada a fazer ajustamentos à contabilização
anterior dessa subsidiária.

C3F Se uma entidade aplicar as emendas do documento Entidades de


Investimento para um período posterior aquele em que aplica pela
primeira vez a IFRS 10, a referência à «data de aplicação inicial»
nos parágrafos C3A-C3E deve ser lida como «o início do período
anual de relato relativamente ao qual as emendas contidas no docu­
mento Entidades de Investimento (Emendas à IFRS 10, à IFRS 12 e à
IAS 27), emitido em outubro de 2012, são aplicadas pela primeira
vez».
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 766

▼M37
C4 Se, à data da primeira aplicação, um investidor concluir que deve
consolidar uma participada não consolidada de acordo com a IAS
27 e a SIC–12, adota-se o seguinte procedimento:

a) Se a participada for uma atividade empresarial (na aceção da IFRS


3 Concentrações de Atividades Empresariais), o investidor deve
mensurar os ativos, os passivos e as participações não dominantes
dessa participada anteriormente não consolidada, como se tivesse
sido consolidada (e, portanto, tivesse aplicado a contabilização da
aquisição de acordo com a IFRS 3) a partir da data em que o
investidor obteve o controlo da participada em causa com base nos
requisitos estabelecidos nesta Norma. O investidor deve ajustar
retrospetivamente o período anual imediatamente anterior à data
da aplicação inicial. Se a data em que o controlo foi obtido for
anterior ao início do período imediatamente precedente, o investi­
dor deve reconhecer, como ajustamento do património no início do
período imediatamente precedente, qualquer diferença entre:

i) o montante correspondente a ativos, passivos e participações


não dominantes reconhecido; e

ii) o montante anteriormente escriturado do relacionamento do


investidor com a participada.

b) Se a participada não for uma atividade empresarial (na aceção da


IFRS 3), o investidor deve mensurar os ativos, os passivos e as
participações não dominantes dessa participada anteriormente não
consolidada, como se tivesse sido consolidada (aplicando o método
de aquisição descrito na IFRS 3 sem reconhecer qualquer goodwill
relativamente à participada) a partir da data em que o investidor
obteve o controlo da participada com base nos requisitos desta
Norma. O investidor deve ajustar retrospetivamente o período
anual imediatamente anterior à data da aplicação inicial. Se a
data em que o controlo foi obtido for anterior ao início do período
imediatamente precedente, o investidor deve reconhecer, como
ajustamento do património no início do período imediatamente
precedente, qualquer diferença entre:

i) o montante correspondente a ativos, passivos e participações


não dominantes reconhecido; e

ii) o montante anteriormente escriturado do relacionamento do


investidor com a participada.

C4A Se a mensuração dos ativos, dos passivos e das participações não


dominantes de uma participada, de acordo com o parágrafo C4(a)
ou C4(b), não for praticável (na aceção da IAS 8), adota-se o seguinte
procedimento:

a) Se a participada for uma atividade empresarial, o investidor deve


aplicar o prescrito na IFRS 3 a partir da data de aquisição consi­
derada. A data de aquisição considerada deve ser o início do
primeiro período relativamente ao qual a aplicação do parágrafo
C4(a) é praticável, que pode ser o período em curso.

b) Se a participada não for uma atividade empresarial, o investidor


deve aplicar o método de aquisição descrito na IFRS 3, mas sem
reconhecer qualquer goodwill relativamente à participada a partir
da data de aquisição considerada. A data de aquisição considerada
deve ser o início do primeiro período relativamente ao qual a
aplicação do parágrafo C4(b) é praticável, que pode ser o período
em curso.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 767

▼M37
O investidor deve ajustar retrospetivamente o período anual imedia­
tamente anterior à data da aplicação inicial, a menos que o início do
primeiro período relativamente ao qual a aplicação deste parágrafo é
praticável seja o período em curso. Se a data de aquisição considerada
for anterior ao início do período imediatamente precedente, o inves­
tidor deve reconhecer, como ajustamento do património no início do
período imediatamente precedente, qualquer diferença entre:

c) O montante correspondente a ativos, passivos e participações não


dominantes reconhecido; e

d) O montante anteriormente escriturado do relacionamento do inves­


tidor com a participada.

Se o primeiro período relativamente ao qual a aplicação deste pará­


grafo é praticável for o período em curso, o ajustamento ao capital
deve ser reconhecido no início do período em curso.

C4B Se um investidor aplicar os parágrafos C4–C4A e a data em que o


controlo foi obtido de acordo com esta Norma for posterior à data de
vigência da IFRS 3 revista em 2008 (IFRS 3 (2008)), a referência à
IFRS 3 nos parágrafos C4 e C4A deve ser a IFRS 3 (2008). Se o
controlo tiver sido obtido antes da data de vigência da IFRS 3 (2008),
o investidor deve aplicar a IFRS 3 (2008) ou a IFRS 3 (emitida em
2004).

C4C Se um investidor aplicar os parágrafos C4–C4A e se a data em que o


controlo foi obtido de acordo com esta Norma for posterior à data de
vigência da IAS 27 revista em 2008 (IAS 27 (2008)), o investidor
deve aplicar o prescrito nesta Norma relativamente a todos os perío­
dos em que a participada está retrospetivamente consolidada de
acordo com os parágrafos C4–C4A. Se o controlo tiver sido obtido
antes da data de vigência da IAS 27 (2008), o investidor deve:

a) Aplicar o prescrito nesta Norma relativamente a todos os períodos


em que a participada está retrospetivamente consolidada de acordo
com os parágrafos C4–C4A; ou

b) Aplicar o prescrito na versão da IAS 27 emitida em Maio 2003


(IAS 27 (2003)) relativamente aos períodos anteriores à data de
eficácia da IAS 27 (2008) e o prescrito nesta Norma relativamente
aos períodos subsequentes.

C5 O investidor que, à data da primeira aplicação, concluir que já não vai


consolidar uma participada consolidada de acordo com a IAS 27 e a
SIC–12 deve mensurar a sua participação na participada pelo mon­
tante em relação ao qual ela teria sido mensurada se o prescrito nesta
Norma fosse aplicável no momento em que o investidor iniciou o
relacionamento com a participada (mas não obteve controlo de acordo
com esta Norma) ou perdeu o controlo da mesma. O investidor deve
ajustar retrospetivamente o período anual imediatamente anterior à
data da aplicação inicial. Se a data em que o investidor iniciou o
relacionamento com a participada (mas não obteve controlo de acordo
com esta Norma) ou em que o investidor perdeu o controlo da par­
ticipada for anterior ao início do período imediatamente precedente, o
investidor deve reconhecer, como ajustamento do património no início
do período imediatamente precedente, qualquer diferença entre:

a) O montante anteriormente escriturado correspondente a ativos, pas­


sivos e participações não dominantes; e

b) O montante reconhecido da participação do investidor na partici­


pada.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 768

▼M37
C5A Se não for praticável mensurar a participação na participada de acordo
com o parágrafo C5 (na aceção da IAS 8), o investidor deve aplicar o
prescrito nesta Norma no início do primeiro período relativamente ao
qual a aplicação do parágrafo C5 é praticável, que pode ser o período
em curso. O investidor deve ajustar retrospetivamente o período anual
imediatamente anterior à data da aplicação inicial, a menos que o
início do primeiro período relativamente ao qual a aplicação deste
parágrafo é praticável seja o período em curso. Se a data em que o
investidor iniciou o relacionamento com a participada (mas não ob­
teve controlo de acordo com esta Norma) ou em que o investidor
perdeu o controlo da participada for anterior ao início do período
imediatamente precedente, o investidor deve reconhecer, como
ajustamento do património no início do período imediatamente
precedente, qualquer diferença entre:

a) O montante anteriormente escriturado correspondente a ativos, pas­


sivos e participações não dominantes; e

b) O montante reconhecido da participação do investidor na partici­


pada.

Se o primeiro período relativamente ao qual a aplicação deste pará­


grafo é praticável for o período em curso, o ajustamento do patrimó­
nio deve ser reconhecido no início do período em curso.

C6 Os parágrafos 23, 25, B94 e B96-B99 constituíram emendas à IAS 27


em 2008 que transitaram para a IFRS 10. Exceto quando aplica o
parágrafo C3 ou tem de aplicar os parágrafos C4–C5A, a entidade
deve aplicar o prescrito naqueles parágrafos do seguinte modo:

▼M32
(a) uma entidade não deve reexpressar qualquer imputação de lucros
ou perdas referente a períodos de relato anteriores ao momento
em que aplicou pela primeira vez a emenda do parágrafo B94;

(b) os requisitos dos parágrafos 23 e B96 relativos à contabilização de


alterações nas participações numa subsidiária após obtenção de
controlo não se aplicam às alterações ocorridas antes de uma
entidade ter aplicado estas emendas pela primeira vez;

(c) uma entidade não deve reexpressar a quantia escriturada de um


investimento numa ex-subsidiária se o controlo tiver sido perdido
antes de ter aplicado pela primeira vez as emendas aos parágrafos
25 e B97-B99. Além disso, a entidade não deve recalcular qual­
quer lucro ou perda relativamente à perda do controlo de uma
subsidiária que tenha ocorrido antes das emendas dos parágrafos
25 e B97-B99 terem sido aplicadas pela primeira vez.

▼M37
Referências ao «período imediatamente precedente»
▼M38
C6A Não obstante as referências ao período anual imediatamente anterior à
data da aplicação inicial (o «período imediatamente anterior») nos
parágrafos C3B-C5A, uma entidade pode também apresentar informa­
ções comparativas ajustadas para quaisquer períodos anteriores apre­
sentados, mas não é obrigatório que o faça. Se uma entidade apresen­
tar informação comparativa ajustada para quaisquer períodos anterio­
res, todas as referências ao «período imediatamente anterior» nos
parágrafos C3B-C5A devem ser lidas como «primeiro período com­
parativo ajustado apresentado».

▼M37
C6B A entidade que apresentar informações comparativas não ajustadas
relativas a quaisquer períodos anteriores deve identificar claramente
as informações que não foram ajustadas, declarar que as mesmas
foram preparadas segundo um critério diferente e explicar esse crité­
rio.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 769

▼M32
Referências à IFRS 9
C7 Se uma entidade aplica esta Norma mas ainda não aplica a IFRS 9,
qualquer referência nesta Norma à IFRS 9 deve ser lida como uma
referência à IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e
Mensuração.
RETIRADA DE OUTRAS IFRS
C8 Esta Norma substitui os requisitos relativos às demonstrações finan­
ceiras consolidadas constantes da IAS 27 (como emendada em 2008).
C9 Esta Norma substitui também a SIC-12 Consolidação — Entidades
com Finalidade Especial.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 770

▼M32
NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 11
Acordos conjuntos
OBJETIVO
1 O objetivo desta Norma consiste em estabelecer princípios para o
relato financeiro por parte das entidades com interesses em acor­
dos controlados conjuntamente (ou seja, acordos conjuntos).

Cumprimento do objetivo
2 Para realizar o objetivo previsto no parágrafo 1, esta Norma define
controlo conjunto e exige que uma entidade que seja parte num
acordo conjunto determine o tipo de acordo conjunto no qual está
envolvida avaliando os seus direitos e obrigações respetivos e conta­
bilize esses direitos e obrigações de acordo com esse tipo de acordo
conjunto.

ÂMBITO
3 Esta Norma deve ser aplicada por todas as entidades que sejam
parte num acordo conjunto.

ACORDOS CONJUNTOS
4 Um acordo conjunto é um acordo sobre o qual duas ou mais
partes têm o controlo conjunto.

5 Um acordo conjunto tem as seguintes características:

(a) As partes estão vinculadas por um acordo contratual (ver os


parágrafos B2–B4);

(b) O acordo contratual confere a duas ou mais dessas partes o


controlo conjunto do acordo (ver os parágrafos 7–13).

6 Um acordo conjunto é uma operação conjunta ou um empreendi­


mento conjunto.

Controlo conjunto
7 O controlo conjunto consiste na partilha contratualmente acor­
dada do controlo sobre um acordo, que só existe quando as deci­
sões sobre as atividades relevantes requerem o consentimento unâ­
nime das partes que partilham o controlo.

8 Uma entidade que seja parte num acordo deve apreciar se o acordo
contratual confere a todas as partes, ou a um grupo das partes, o
controlo coletivo do acordo. Todas as partes, ou um grupo das partes,
controlam o acordo coletivamente quando têm de agir em conjunto
para dirigir as atividades que afetem de forma significativa o retorno
do acordo (ou seja, as atividades relevantes).

9 A partir do momento em que seja determinado que todas as partes, ou


um grupo das partes, controlam coletivamente o acordo, o controlo
conjunto existe apenas nos casos em que as decisões acerca das
atividades relevantes requerem o consentimento unânime das partes
que controlam coletivamente o acordo.

10 Num acordo conjunto, nenhuma parte controla por si só o acordo.


Uma parte que detenha o controlo conjunto de um acordo pode im­
pedir que qualquer uma das outras partes ou grupo de partes contro­
lem o acordo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 771

▼M32
11 Um acordo pode ser um acordo conjunto ainda que nem todas as
partes do mesmo detenham o controlo conjunto do acordo. A presente
Norma distingue entre partes que detêm o controlo conjunto de um
acordo conjunto (operadores conjuntos ou empreendedores conjuntos)
e partes que participam num acordo conjunto mas não detêm o con­
trolo conjunto do mesmo.

12 Uma entidade terá de aplicar o seu julgamento ao apreciar se todas as


partes, ou um grupo das partes, detêm o controlo conjunto de um
acordo. As entidades devem fazer esta apreciação tendo em conside­
ração todos os factos e circunstâncias (ver parágrafos B5–B11).

13 Se os factos e as circunstâncias se alterarem, a entidade deve reapre­


ciar se ainda detém ou não o controlo conjunto do acordo.

Tipos de acordo conjunto


14 Uma entidade determina o tipo de acordo conjunto no qual está
envolvida. A classificação de um acordo conjunto como uma ope­
ração conjunta ou um empreendimento conjunto depende dos
direitos e obrigações das partes no acordo.

15 Uma operação conjunta é um acordo conjunto pelo qual as partes


que detêm o controlo conjunto do acordo têm direitos sobre os
ativos e obrigações pelos passivos relacionados com esse acordo.
Estas partes são denominadas operadores conjuntos.

16 Um empreendimento conjunto é um acordo conjunto pelo qual as


partes que detêm o controlo conjunto do acordo têm direitos
sobre os ativos líquidos do acordo. Estas partes são denominadas
empreendedores conjuntos.

17 Uma entidade aplica o seu julgamento ao apreciar se um acordo


conjunto é uma operação conjunta ou um empreendimento conjunto.
Uma entidade determina o tipo de acordo conjunto no qual está en­
volvida tendo em consideração os direitos e obrigações decorrentes do
acordo. Uma entidade aprecia os seus direitos e obrigações tendo em
consideração a estrutura e a forma legal do acordo, os termos acor­
dados pelas partes no acordo contratual e, quando relevantes, outros
factos e circunstâncias (ver parágrafos B12–B33).

18 Por vezes, as partes estão vinculadas por um acordo-quadro que de­


fine os termos contratuais gerais para realizar uma ou mais atividades.
O acordo-quadro poderá definir que as partes estabeleçam outros
acordos conjuntos para lidar com atividades específicas que fazem
parte do acordo. Ainda que esses acordos conjuntos estejam relacio­
nados com o mesmo acordo-quadro, o seu tipo poderá ser diferente se
os direitos e obrigações das partes forem diferentes conforme as ati­
vidades a realizar no âmbito do acordo-quadro. Por conseguinte, as
operações conjuntas e empreendimentos conjuntos podem coexistir
quando as partes empreendem diferentes atividades abrangidas por
um mesmo acordo-quadro.

19 Se os factos e as circunstâncias se alterarem, a entidade deve reapre­


ciar se o tipo de acordo conjunto no qual está envolvida mudou ou
não.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 772

▼M32
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DAS PARTES NUM ACORDO CON­
JUNTO
Operações conjuntas
20 Um operador conjunto reconhece, relativamente ao seu interesse
numa operação conjunta:

(a) os seus ativos, incluindo a sua parte de qualquer ativo detido


conjuntamente;

(b) os seus passivos, incluindo a sua parte em quaisquer passivos


incorridos conjuntamente;

(c) o seu rendimento proveniente da venda da sua parte da pro­


dução decorrente da operação conjunta;

(d) a sua parte dos rendimentos decorrentes da venda da produ­


ção por parte da operação conjunta; e

(e) as suas despesas, incluindo a sua parte de quaisquer despesas


incorridas em conjunto.

21 Um operador conjunto é responsável pelos ativos, passivos, rendimen­


tos e despesas relacionados com o seu interesse numa operação con­
junta de acordo com as IFRS aplicáveis a esses ativos, passivos,
rendimentos e despesas em concreto.

22 A contabilização de transações como a venda, contribuição ou compra


de ativos entre uma entidade e uma operação conjunta na qual é um
operador conjunto encontra-se especificada nos parágrafos B34–B37.

23 Uma parte que participe numa operação conjunta mas não detenha o
controlo conjunto contabiliza também o seu interesse no acordo em
conformidade com os números 20–22, se tiver direitos sobre os ativos
e obrigações pelos passivos relacionados com a operação conjunta. Se
uma parte que participa numa operação conjunta mas não detém o
controlo conjunto da mesma não tiver direitos nos ativos e obrigações
pelos passivos relativamente a essa operação conjunta, contabiliza o
seu interesse na operação conjunta de acordo com as IFRS aplicáveis
a esse interesse.

Empreendimentos conjuntos
24 Um empreendedor conjunto reconhece o seu interesse num em­
preendimento conjunto como um investimento e contabiliza esse
investimento utilizando o método da equivalência patrimonial de
acordo com a IAS 28 Investimentos em Associadas e Empreendi­
mentos Conjuntos a menos que a entidade esteja isenta da aplica­
ção do método da equivalência patrimonial conforme especificado
nessa Norma.

25 Uma parte que participa num empreendimento conjunto mas não de­
tém o controlo conjunto contabiliza o seu interesse no acordo em
conformidade com a IFRS 9 Instrumentos Financeiros, a menos
que tenha uma influência significativa sobre o empreendimento con­
junto, caso em que contabiliza o mesmo de acordo com a IAS 28
(conforme emendada em 2011).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 773

▼M32
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS SEPARADAS
26 Nas suas demonstrações financeiras separadas, um operador con­
junto ou um empreendedor conjunto contabiliza os seus interes­
ses:

(a) numa operação conjunta de acordo com os parágrafos 20–22;

(b) num empreendimento conjunto de acordo com o parágrafo 10


da IAS 27 Demonstrações Financeiras Separadas.

27 Nas suas demonstrações financeiras separadas, uma parte que


participa num acordo conjunto mas não detém o controlo con­
junto contabiliza o seu interesse:

(a) numa operação conjunta de acordo com o parágrafo 23;

(b) num empreendimento conjunto de acordo com a IFRS 9, a


menos que a entidade tenha uma influência significativa sobre
o empreendimento conjunto, caso em que aplica o parágrafo
10 da IAS 27 (conforme emendada em 2011).

Apêndice A
Definições
O presente apêndice faz parte integrante desta Norma.

acordo conjunto Um acordo sobre o qual duas ou mais partes


detêm o controlo conjunto.

controlo conjunto A partilha contratualmente acordada do con­


trolo sobre um acordo, que só existe quando
as decisões sobre as atividades relevantes
requerem o consentimento unânime das par­
tes que partilham o controlo.

operação conjunta Um acordo conjunto pelo qual as partes


que detêm o controlo conjunto do acordo
têm direitos sobre os ativos e obrigações
pelos passivos relacionados com esse acor­
do.

operador conjunto Uma parte numa operação conjunta que


detém o controlo conjunto sobre essa ope­
ração conjunta.

empreendimento conjunto Um acordo conjunto pelo qual as partes


que detém o controlo conjunto do acordo
têm direitos sobre os ativos líquidos do
acordo.

empreendedor conjunto Uma parte num empreendimento conjunto


que detém o controlo conjunto sobre esse
empreendimento conjunto.

parte num acordo conjunto Uma entidade que participa num acordo
conjunto, independentemente de deter ou
não o controlo conjunto sobre esse acordo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 774

▼M32
veículo separado Uma estrutura financeira identificável sepa­
radamente, incluindo entidades jurídicas se­
paradas ou entidades reconhecidas por esta­
tuto, independentemente de essas entidades
terem ou não personalidade jurídica.

Os termos seguintes encontram-se definidos na IAS 27 (conforme emendada em


2011), na IAS 28 (conforme emendada em 2011) ou na IFRS 10 Demonstrações
Financeiras Consolidadas e são utilizados na presente Norma com o significado
especificado nessas IFRS:

— controlo de uma investida;

— método da equivalência patrimonial;

— poder;

— direitos de proteção;

— atividades relevantes;

— demonstrações financeiras separadas;

— influência significativa.

Apêndice B
Guia de aplicação
O presente apêndice faz parte integrante desta Norma. Descreve a aplicação dos
parágrafos 1–27 e tem o mesmo valor que as outras partes da Norma.

B1 Os exemplos neste apêndice retratam situações hipotéticas. Embora


alguns aspetos dos exemplos possam estar presentes em situações
reais, na aplicação da IFRS 11 há que considerar todos os factos e
circunstâncias de uma determinada situação real.

ACORDOS CONJUNTOS
Acordo contratual (parágrafo 5)
B2 Os acordos contratuais podem ser evidenciados de diversas formas.
Um acordo contratual passível de aplicação é muitas vezes, mas não
sempre, efetuado por escrito, habitualmente na forma de um contrato
ou de discussões documentadas entre as partes. Os mecanismos esta­
tutários podem também criar acordos passíveis de aplicação, quer por
si só quer em conjugação com contratos entre as partes.

B3 Quando os acordos conjuntos são estruturados através de um veículo


separado (ver parágrafos B19–B33), o acordo contratual ou alguns
dos seus aspetos serão nalguns casos incorporados no articulado, nos
estatutos ou no pacto social do veículo separado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 775

▼M32
B4 O acordo contratual define os termos nos quais as partes participam na
atividade objeto do acordo. O acordo contratual lida geralmente com
assuntos como:

(a) o objetivo, atividade e duração do acordo conjunto;

(b) a forma como os membros da direção ou de um órgão dirigente


equivalente do acordo conjunto são nomeados;

(c) o processo de decisão: os assuntos que requerem decisões das


partes, os direitos de voto das partes e o nível requerido de apoio
para esses assuntos. O processo de decisão refletido no acordo
contratual estabelece o controlo conjunto do acordo (ver parágra­
fos B5–B11);

(d) o capital ou outras contribuições exigidas às partes;

(e) a forma como as partes partilham os ativos, passivos, rendimen­


tos, despesas ou resultados relacionados com o acordo conjunto.

Controlo conjunto (parágrafos 7–13)


B5 Ao apreciar se uma entidade detém ou não o controlo conjunto de um
acordo, uma entidade deve apreciar em primeiro lugar se todas as
partes, ou um grupo das partes, controlam o acordo. A IFRS 10 define
controlo e deve ser utilizada para determinar se todas as partes, ou um
grupo das partes, estão ou não expostas ou têm direito a um retorno
variável pelo seu envolvimento no acordo e se têm a capacidade para
afetar esse retorno através do seu poder sobre o acordo. Quando todas
as partes, ou um grupo das partes, consideradas coletivamente, têm
capacidade para dirigir as atividades que afetam significativamente o
retorno do acordo (ou seja, as atividades relevantes), as partes con­
trolam o acordo coletivamente.

B6 Depois de concluir que todas as partes, ou um grupo das partes,


controlam o acordo coletivamente, uma entidade deverá apreciar se
tem ou não controlo conjunto do acordo. O controlo conjunto existe
apenas quando as decisões acerca das atividades relevantes requerem
o consentimento unânime das partes que controlam coletivamente o
acordo. Apreciar se o acordo é ou não controlado conjuntamente por
todas as partes ou por um grupo das partes no mesmo, ou se é
controlado por apenas uma das suas partes pode exigir o exercício
de julgamentos.

B7 Por vezes, o processo de decisão acordado pelas partes no respetivo


acordo contratual conduz implicitamente ao controlo conjunto. Por
exemplo, imaginemos que duas partes estabelecem um acordo no
qual cada uma detém 50 % dos direitos de voto e o acordo contratual
entre elas especifica que são necessários pelo menos 51 % dos direitos
de voto para tomar decisões acerca das atividades relevantes. Neste
caso, as partes acordaram implicitamente que detêm o controlo con­
junto do acordo porque as decisões sobre as atividades relevantes não
podem ser tomadas sem o acordo de ambas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 776

▼M32
B8 Noutras circunstâncias, o acordo contratual requer uma proporção
mínima dos direitos de voto para tomar decisões acerca das atividades
relevantes. Quando essa proporção mínima necessária dos direitos de
voto pode ser atingida por mais de uma combinação das partes que
acordam em conjunto, esse acordo não é um acordo conjunto a menos
que o acordo contratual especifique quais as partes (ou a combinação
de partes) que têm de acordar unanimemente as decisões acerca das
atividades relevantes do acordo.

Exemplos de aplicação
Exemplo n.o 1
Imaginemos que três partes estabelecem um acordo. A tem 50 % dos
direitos de voto no acordo, B tem 30 % e C tem 20 %. O acordo
contratual entre A, B e C especifica que são necessários pelo menos
75 % dos direitos de voto para tomar decisões acerca das atividades
relevantes do acordo. Embora A possa bloquear qualquer decisão, não
controla o acordo porque necessita do acordo de B. O facto de os
termos do respetivo acordo contratual exigirem pelo menos 75 % dos
direitos de voto para tomar decisões acerca das atividades relevantes
implica que A e B detêm o controlo conjunto do acordo porque as
decisões acerca das atividades relevantes do acordo não podem ser
tomadas sem o acordo tanto de A como de B.

Exemplo n.o 2
Imaginemos que um acordo tem três partes: A tem 50 % dos direitos
de voto no acordo e B e C têm, cada uma, 25 %. O acordo contratual
entre A, B e C especifica que são necessários pelo menos 75 % dos
direitos de voto para tomar decisões acerca das atividades relevantes
do acordo. Embora A possa bloquear qualquer decisão, não controla o
acordo porque necessita do acordo de B ou de C. Neste exemplo, A,
B e C controlam coletivamente o acordo. Contudo, existe mais de
uma combinação das partes que podem chegar a acordo para obter os
75 % dos direitos de voto (ou seja, A e B ou A e C). Nesta situação,
para ser um acordo conjunto o acordo contratual entre as partes teria
de especificar qual a combinação das partes que tem de acordar una­
nimemente as decisões acerca das atividades relevantes do acordo.

Exemplo n.o 3
Imaginemos um acordo no qual A e B têm cada uma 35 % dos
direitos de voto no acordo, estando os restantes 30 % bastante disper­
sos. As decisões acerca das atividades relevantes necessitam de apro­
vação por uma maioria dos direitos de voto. A e B só detêm o
controlo conjunto sobre o acordo se o acordo contratual especificar
que as decisões acerca das atividades relevantes do acordo necessitam
do acordo de A e de B.

B9 O requisito de consentimento unânime significa que qualquer parte


com controlo conjunto do acordo pode impedir qualquer uma das
outras partes, ou grupo das partes, de tomar decisões unilaterais
(acerca das atividades relevantes) sem o seu consentimento. Se o
requisito de consentimento unânime estiver apenas relacionado com
decisões que confiram a uma parte direitos de proteção e não com
decisões acerca das atividades relevantes de um acordo, essa parte não
detém o controlo conjunto do acordo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 777

▼M32
B10 Um acordo contratual pode incluir cláusulas sobre a resolução de
litígios, por exemplo por via de arbitragem. Estas disposições podem
permitir que as decisões sejam tomadas na ausência de consentimento
unânime entre as partes que detêm o controlo conjunto. A existência
de tais disposições não impede que o acordo seja conjuntamente con­
trolado e, por conseguinte, seja um acordo conjunto.

Apreciação do controlo conjunto

B11 Quando um acordo se encontra fora do âmbito da IFRS 11, as enti­


dades contabilizam os seus interesses no acordo em conformidade
com as IFRS relevantes, como por exemplo a IFRS 10, a IAS 28
(conforme emendada em 2011) ou a IFRS 9.

TIPOS DE ACORDO CONJUNTO (PARÁGRAFOS 14–19)


B12 Os acordos conjuntos são estabelecidos com diversos objetivos (por
exemplo como uma forma de as partes partilharem custos e riscos ou
como uma forma de proporcionar às partes o acesso a novas tecno­
logias ou a novos mercados) e podem ser estabelecidos utilizando
diversas estruturas e formas jurídicas.

B13 Alguns acordos não exigem que a atividade objeto do acordo seja
levada a cabo através de um veículo separado. Contudo, outros acor­
dos envolvem o estabelecimento de um veículo separado.

B14 A classificação dos acordos conjuntos exigida pela presente IFRS


depende dos direitos e obrigações das partes decorrentes do acordo
no decurso normal das atividades. A presente IFRS classifica os
acordos conjuntos como operações conjuntas ou como empreendimen­
tos conjuntos. Quando uma entidade tem direitos sobre os ativos e
obrigações pelos passivos relacionados com o acordo, este constitui
uma operação conjunta. Quando uma entidade tem direitos sobre os
ativos líquidos do acordo, este constitui um empreendimento conjunto.
Os parágrafos B16–B33 definem a apreciação levada a cabo por uma
entidade para determinar se tem um interesse numa operação conjunta
ou num empreendimento conjunto.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 778

▼M32
Classificação de um acordo conjunto
B15 Como referido no parágrafo B14, a classificação dos acordos conjun­
tos exige que as partes apreciem os respetivos direitos e obrigações
decorrentes do acordo. Ao efetuar essa apreciação, uma entidade deve
considerar:

(a) a estrutura do acordo conjunto (ver parágrafos B16–B21);

(b) quando o contrato conjunto está estruturado através de um veículo


separado:

(i) a forma jurídica do veículo separado (ver parágrafos


B22–B24);

(ii) os termos do acordo contratual (ver parágrafos B25–B28); e

(iii) quando relevante, outros factos e circunstâncias (ver parágra­


fos B29–B33).

Estrutura do acordo conjunto

Acordos conjuntos não estruturados através de um veículo separado


B16 Um acordo conjunto que não esteja estruturado através de um veículo
separado é uma operação conjunta. Nesses casos, o acordo contratual
estabelece os direitos das partes sobre os ativos e as suas obrigações
pelos passivos relacionados com o acordo, bem como os direitos das
partes sobre os rendimentos e as suas obrigações pelas despesas cor­
respondentes.

B17 O acordo contratual costuma descrever a natureza das atividades ob­


jeto do acordo e a forma como as partes tencionam realizar em con­
junto essas atividades. Por exemplo, as partes num acordo conjunto
podem acordar fabricar um produto em conjunto, sendo cada uma das
partes responsável por uma tarefa específica e utilizando cada uma
delas os seus próprios ativos e incorrendo nos seus próprios passivos.
O acordo contratual poderá igualmente especificar de que forma os
rendimentos e despesas comuns às partes deverão ser partilhados entre
elas. Nesse caso, cada operador conjunto reconhece nas suas demons­
trações financeiras os ativos e passivos a que recorreu para a tarefa
específica, reconhecendo também a sua parte nos rendimentos e des­
pesas em conformidade com o acordo contratual.

B18 Noutros casos, as partes num acordo conjunto poderão acordar, por
exemplo, partilhar e operar um ativo em conjunto. Neste caso, o
acordo contratual estabelece os direitos das partes sobre o ativo ope­
rado conjuntamente e a forma como a produção ou os rendimentos
desse ativo e os seus custos operacionais são partilhados entre as
partes. Cada operador contabiliza a sua parte do ativo conjunto e a
sua parte acordada de quaisquer passivos e reconhece a sua parte da
produção, rendimentos e despesas em conformidade com o acordo
contratual.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 779

▼M32
Acordos conjuntos estruturados através de um veículo separado
B19 Um acordo conjunto no qual os ativos e passivos relacionados com o
acordo são detidos num veículo separado pode ser um empreendi­
mento conjunto ou uma operação conjunta.

B20 O facto de a parte ser um operador conjunto ou um empreendedor


conjunto depende dos direitos sobre os ativos e das obrigações pelos
passivos relacionados com o acordo detidos num veículo separado.

B21 Conforme referido no parágrafo B15, quando as partes estruturam um


acordo conjunto num veículo separado, terão de apreciar se a forma
jurídica desse veículo, os termos do acordo contratual e, quando re­
levantes, quaisquer outros factos e circunstâncias lhes conferem:

(a) direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos relacionados


com o acordo (ou seja, se o acordo é uma operação conjunta); ou

(b) direitos sobre os ativos líquidos do acordo (ou seja, se o acordo é


um empreendimento conjunto).

Classificação de um acordo conjunto: apreciação dos direitos e


obrigações das partes decorrentes do acordo

Forma jurídica do veículo separado


B22 A forma jurídica do veículo separado é relevante ao apreciar o tipo de
acordo conjunto. A forma jurídica ajuda na apreciação inicial dos
direitos das partes sobre os ativos e das suas obrigações pelos passi­
vos detidos no veículo separado, tal como a saber se as partes detêm
ou não interesses nos ativos detidos no veículo separado e se são ou
não responsáveis pelos passivos detidos no veículo separado.

B23 Por exemplo, as partes poderão conduzir o acordo conjunto através de


um veículo separado, cuja forma jurídica faça com que o veículo
separado seja considerado por direito próprio (ou seja, os ativos e
passivos detidos no veículo separado são ativos e passivos do veículo
separado e não das partes). Nesse caso, a apreciação dos direitos e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 780

▼M32
obrigações conferidos às partes pela forma jurídica do veículo sepa­
rado indica que o acordo é um empreendimento conjunto. Contudo, os
termos acordados pelas partes no seu acordo contratual (ver parágrafos
B25–B28) e, quando relevantes, outros factos e circunstâncias (ver
parágrafos B29–B33) podem sobrepor-se à apreciação dos direitos e
obrigações conferidos às partes pela forma jurídica do veículo sepa­
rado.

B24 A apreciação dos direitos e obrigações conferidos às partes pela forma


jurídica do veículo separado é suficiente para concluir que o acordo é
uma operação conjunta apenas se as partes conduzirem o acordo
conjunto através de um veículo separado cuja forma jurídica não
confira separação entre as partes e o veículo separado (ou seja, os
ativos e passivos detidos no veículo separado são ativos e passivos
das partes).

Apreciar os termos do acordo contratual


B25 Em muitos casos, os direitos e obrigações acordados pelas partes nos
seus acordos contratuais são coerentes, ou não entram em conflito,
com os direitos e obrigações conferidos às partes pela forma jurídica
do veículo separado no qual o acordo foi estruturado.

B26 Noutros casos, as partes utilizam o acordo contratual para reverter ou


modificar os direitos e obrigações conferidos pela forma jurídica de
um veículo separado no qual o acordo foi estruturado.

Exemplo de aplicação
Exemplo n.o 4
Imaginemos que duas partes estruturam um acordo conjunto numa
entidade registada. Cada parte tem 50 % de interesse de propriedade
na entidade registada. O registo permite a separação da entidade dos
seus proprietários e, por conseguinte, os ativos e passivos detidos são
ativos e passivos da entidade registada. Nesse caso, a apreciação dos
direitos e obrigações conferidos às partes pela forma jurídica do veí­
culo separado indica que as partes têm direitos sobre os ativos líqui­
dos do acordo.

Contudo, as partes modificam as características da empresa através do


respetivo acordo contratual, de forma que cada uma delas tenha um
interesse sobre os ativos da entidade registada e cada uma delas seja
responsável pelos passivos da entidade registada numa proporção
especificada. Essas modificações contratuais às características de
uma empresa podem fazer com que um acordo seja uma operação
conjunta.

B27 O quadro que se segue compara termos comuns em acordos contra­


tuais entre partes numa operação conjunta e termos comuns em acor­
dos contratuais entre partes num empreendimento conjunto. Os exem­
plos dos termos contratuais fornecidos no quadro seguinte não são
exaustivos.

Apreciar os termos do acordo contratual

Operação conjunta Empreendimento conjunto

Termos do acordo con­ O acordo contratual confere às partes no O acordo contratual confere às partes no
tratual acordo conjunto direitos sobre os ativos acordo conjunto direitos sobre os ativos
e obrigações pelos passivos relacionados líquidos do acordo (ou seja, é o veículo
com o acordo. separado, e não as partes, que detém os
direitos sobre os ativos e as obrigações
pelos passivos relacionados com o acor­
do).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 781

▼M32

Operação conjunta Empreendimento conjunto

Direitos sobre os ativos O acordo contratual estabelece que as O acordo contratual estabelece que os
partes no acordo conjunto partilham to­ ativos trazidos para o acordo ou subse­
dos os interesses (por exemplo, direitos, quentemente adquiridos pelo acordo
título ou propriedade) sobre os ativos conjunto são ativos do acordo. As par­
relacionados com o acordo numa deter­ tes não têm interesses (ou seja, não têm
minada proporção (por exemplo, na pro­ direitos, título ou propriedade) sobre os
porção do interesse de propriedade das ativos do acordo.
partes no acordo ou na proporção da
atividade levada a cabo através do
acordo que lhes é diretamente atribuída).

Obrigações pelos passi­ O acordo contratual estabelece que as O acordo contratual estabelece que o
vos partes no acordo conjunto partilham to­ acordo conjunto é responsável pelas dí­
dos os passivos, obrigações, custos e vidas e obrigações do acordo.
despesas numa proporção especificada
(por exemplo, na proporção do interesse
de propriedade das partes no acordo ou O acordo contratual estabelece que as
na proporção da atividade levada a cabo partes no acordo conjunto são responsá­
através do acordo que lhes é diretamente veis relativamente ao acordo apenas na
atribuída). medida dos seus investimentos respeti­
vos no acordo, das respetivas obriga­
ções de contribuírem com qualquer ca­
pital não pago ou adicional para o acor­
do, ou de ambas.

O acordo contratual estabelece que as O acordo contratual declara que os cre­


partes no acordo conjunto são responsá­ dores do acordo conjunto não dispõem
veis pelos créditos invocados por tercei­ de direitos de recurso contra qualquer
ros. parte relativamente a dívidas ou obriga­
ções do acordo.

Rendimentos, despesas, O acordo contratual estabelece a distri­ O acordo contratual estabelece a parte
resultados buição dos rendimentos e despesas com dos lucros ou perdas relacionados com
base no desempenho relativo de cada as atividades do acordo que cabe a cada
parte no acordo conjunto. Por exemplo, uma das partes no acordo.
o acordo contratual poderá estabelecer
que os rendimentos e despesas são dis­
tribuídos com base na capacidade que
cada parte utiliza numa fábrica explo­
rada conjuntamente, que pode ser dife­
rente do respetivo interesse de proprie­
dade no acordo conjunto. Noutros casos,
as partes poderão ter acordado partilhar
os resultados relacionados com o acordo
com base numa proporção especificada,
como por exemplo o interesse de pro­
priedade das partes no acordo. Tal não
impediria o acordo de ser uma operação
conjunta se as partes tivessem direitos
sobre os ativos e obrigações pelos pas­
sivos relacionados com o acordo.

Garantias As partes em acordos conjuntos têm muitas vezes de fornecer garantias a terceiros
que, por exemplo, recebem um serviço do acordo conjunto ou lhe fornecem
financiamento. O fornecimento dessas garantias ou o compromisso das partes
no sentido de as fornecer não determina, por si só, que o acordo conjunto seja
uma operação conjunta. A característica que determina se o acordo conjunto é
uma operação conjunta ou um empreendimento conjunto é o facto de as partes
terem ou não obrigações pelos passivos relacionados com o acordo (relativamente
a alguns dos quais as partes poderão ou não ter fornecido uma garantia).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 782

▼M32
B28 Quando o acordo contratual especifica que as partes têm direitos sobre
os ativos e obrigações pelos passivos relacionados com o acordo, são
partes numa operação conjunta e não necessitam de ter em conta
outros factos e circunstâncias (parágrafos B29–B33) para fins de clas­
sificação do acordo conjunto.

Apreciação de outros factos e circunstâncias


B29 Quando os termos do acordo contratual não especificam que as partes
têm direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos relacionados
com o acordo, as partes deverão considerar outros factos e circuns­
tâncias para apreciar se o acordo é uma operação conjunta ou um
empreendimento conjunto.

B30 Um acordo conjunto poderá ser estruturado num veículo separado cuja
forma jurídica confira separação entre as partes e o veículo separado.
Mesmo quando os termos contratuais acordados entre as partes não
especificam os direitos das partes sobre os ativos e as suas obrigações
pelos passivos, a consideração de outros factos e circunstâncias poderá
levar a que um acordo deste tipo seja classificado como uma operação
conjunta. Será esse o caso quando outros factos e circunstâncias con­
ferem às partes direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos
relacionados com o acordo.

B31 Quando as atividades de um acordo se destinam principalmente à


produção de resultados para as partes, isso indica que as partes têm
direito a substancialmente todos os benefícios económicos dos ativos
do acordo. As partes neste tipo de acordos costumam assegurar o seu
acesso aos resultados proporcionados pelo acordo impedindo o acordo
de vender esses resultados a terceiros.

B32 O efeito de um acordo com este tipo de conceção e objetivo consiste


em que os passivos incorridos pelo acordo sejam, na sua substância,
satisfeitos pelos fluxos de caixa recebidos das partes através da aqui­
sição dos respetivos resultados. Quando as partes são substancial­
mente a única fonte de fluxos de caixa que contribui para a continui­
dade das operações do acordo, isso indica que as partes se obrigam
pelos passivos relacionados com o acordo.

Exemplo de aplicação
Exemplo n.o 5
Imaginemos que duas partes estruturam um acordo conjunto numa
entidade registada (entidade C), na qual cada uma das partes detém
50 % de interesse de propriedade. O objetivo do acordo é fabricar
materiais de que as partes necessitam para os seus próprios processos
individuais de fabrico. O acordo assegura que as partes exploram as
instalações que produzem os materiais respeitando as especificações
de quantidade e qualidade das partes.

A forma jurídica da entidade C (uma entidade registada) por intermé­


dio da qual as atividades são inicialmente conduzidas indica que os
ativos e passivos detidos na entidade C são ativos e passivos da
entidade C. O acordo contratual entre as partes não especifica que
as partes têm direitos sobre os ativos ou obrigações pelos passivos da
entidade C. Por conseguinte, a forma jurídica da entidade C e os
termos do acordo contratual indicam que o acordo é um empreendi­
mento conjunto.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 783

▼M32
No entanto, as partes consideram também os seguintes aspetos do
acordo:

— As partes concordaram em adquirir toda a produção da entidade C


num rácio de 50:50. A entidade C não pode vender nenhuma parte
da sua produção a terceiros, a menos que tal seja aprovado pelas
duas partes no acordo. Dado que o objetivo do acordo é fornecer
às partes a produção de que necessitam, pressupõe-se que tais
vendas a terceiros sejam pontuais e não significativas.

— O preço da produção vendida às partes é estabelecido por ambas


as partes num montante calculado para cobrir os custos de produ­
ção e as despesas administrativas incorridos pela entidade C. Com
base no modelo operacional, o acordo deverá funcionar apenas
com base na compensação dos custos.

Do padrão factual acima descrito, são relevantes os seguintes factos e


circunstâncias:

— A obrigação de as partes adquirirem a totalidade da produção


fabricada pela entidade C reflete a dependência exclusiva da en­
tidade C relativamente às partes para gerar fluxos de caixa e,
consequentemente, as partes têm a obrigação de financiar a liqui­
dação dos passivos da entidade C.

— O facto de as partes deterem direitos sobre a totalidade da produ­


ção fabricada pela entidade C significa que as partes estão a
consumir todos os benefícios económicos dos ativos da entidade
C, tendo consequentemente direito aos mesmos.

Estes factos e circunstâncias indicam que o acordo é uma operação


conjunta. A conclusão acerca da classificação do acordo conjunto
nestas circunstâncias não se alteraria se, em vez de as partes usarem
elas próprias a sua parte da produção num processo de fabrico sub­
sequente, vendessem a sua parcela da produção a terceiros.

Se as partes tivessem alterado os termos do acordo contratual no


sentido de este permitir a venda de produção a terceiros, tal teria
como resultado que entidade C assumiria riscos relacionados com a
procura, o inventário e o crédito. Nesse cenário, esta alteração nos
factos e circunstâncias exigiria uma reapreciação da classificação do
acordo conjunto. Tais factos e circunstâncias indicariam que o acordo
seria um empreendimento conjunto.

B33 O fluxograma seguinte reflete a apreciação efetuada por uma entidade


para classificar um acordo quando o acordo conjunto é estruturado
através de um veículo separado:

Classificação de um acordo conjunto estruturado através de um


veículo separado
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 784

▼M32

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DAS PARTES NUM ACORDO CON­


JUNTO (PARÁGRAFO 22)
Contabilização de vendas ou contribuições de ativos para uma
operação conjunta
B34 Quando uma entidade participa numa transação com uma operação
conjunta na qual é um operador conjunto, como seja uma venda ou
contribuição de ativos, está a conduzir a transação com as restantes
partes da operação conjunta e, enquanto tal, o operador conjunto deverá
reconhecer os ganhos e perdas resultantes dessa transação apenas na
medida dos interesses de outras partes na operação conjunta.
B35 Quando essas transações indiciarem uma redução no valor líquido
realizável dos ativos a vender ou entregues como contribuição para
a operação conjunta, ou de uma perda por imparidade desses ativos,
tais perdas devem ser integralmente reconhecidas pelo operador con­
junto.
Contabilização das aquisições de ativos de uma operação conjunta
B36 Quando uma entidade participa numa transação com uma operação
conjunta na qual é um operador conjunto, como por exemplo uma
aquisição de ativos, não reconhece a sua parte dos ganhos e perdas até
que revenda esses ativos a terceiros.
B37 Quando tais transações indiciarem uma redução no valor líquido rea­
lizável dos ativos a adquirir ou uma perda por imparidade desses
ativos, o operador conjunto deve reconhecer a sua parte dessas perdas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 785

▼M32
Apêndice C
Data de eficácia, transição e retirada de outras IFRS
O presente anexo faz parte integrante e tem o mesmo valor que as outras partes
da Norma.

DATA DE EFICÁCIA
C1 Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos anuais com
início em ou após 1 de janeiro de 2013. É permitida a aplicação mais
cedo. Se uma entidade aplicar esta IFRS mais cedo, deve divulgar
esse facto e aplicar a IFRS 10, a IFRS 12 Divulgação de Interesses
Noutras Entidades, a IAS 27 (conforme emendada em 2011) e a IAS
28 (conforme emendada em 2011) ao mesmo tempo.

▼M37
C1A Demonstrações Financeiras Consolidadas, Acordos Conjuntos e Di­
vulgação de Interesses Noutras Entidades: Orientações de transição
(emendas à IFRS 10, à IFRS 11 e à IFRS 12): emitido em junho de
2012, emendou os parágrafos C2–C5, C7–C10 e C12 e aditou os
parágrafos C1B e C12A–C12B. As entidades devem aplicar estas
emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro
de 2013. A entidade que aplicar a IFRS 11 a um período anterior
deve aplicar estas emendas a esse período anterior.

▼M32
TRANSIÇÃO
▼M37
C1B Sem prejuízo do prescrito no parágrafo 28 da IAS 8 Políticas Con­
tabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros,
quando esta Norma é aplicada pela primeira vez, as entidades têm
apenas de apresentar as informações quantitativas requeridas pelo pa­
rágrafo 28(f) da IAS 8 relativamente ao período anual imediatamente
anterior ao primeiro período anual relativamente ao qual a IFRS 11 é
aplicada (o «período imediatamente precedente»). As entidades podem
também apresentar estas informações relativamente ao período em
curso ou a períodos comparativos anteriores, mas não é obrigatório
que o façam.

Empreendimentos conjuntos – transição da consolidação propor­


cional para o método da equivalência patrimonial
C2 Ao mudar da consolidação proporcional para o método da equivalên­
cia patrimonial, a entidade deve reconhecer o seu investimento no
empreendimento conjunto a partir do início do período imediatamente
precedente. Esse investimento inicial deve ser mensurado como o
agregado dos montantes escriturados dos ativos e passivos que a
entidade tiver previamente consolidado de forma proporcional, in­
cluindo qualquer goodwill decorrente da aquisição. Se o goodwill
pertencia anteriormente a uma unidade maior geradora de liquidez
(ou a um grupo de unidades geradoras de liquidez), a entidade deve
imputar o goodwill ao empreendimento conjunto com base na dimen­
são relativa dos montantes escriturados do empreendimento conjunto e
da unidade geradora de liquidez (ou do grupo de unidades geradoras
de liquidez) a que pertencia.

C3 O saldo inicial do investimento determinado nos termos do parágrafo


C2 é entendido como o custo estimado do investimento no reconhe­
cimento inicial. Uma entidade deve aplicar os parágrafos 40–43 da
IAS 28 (conforme emendada em 2011) ao saldo inicial do investi­
mento para estimar se o investimento se encontra em imparidade e
deve reconhecer qualquer perda por imparidade como um ajustamento
dos lucros retidos no início do período imediatamente precedente. A
exceção ao reconhecimento inicial previsto nos parágrafos 15 e 24 da
IAS 12 Impostos sobre o Rendimento não se aplica quando a entidade
reconhece um investimento num empreendimento conjunto resultante
da aplicação dos requisitos de transição para empreendimentos con­
juntos que anteriormente eram proporcionalmente consolidados.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 786

▼M37
C4 Se a agregação de todos os ativos e passivos anteriormente consoli­
dados de forma proporcional resultar em ativos líquidos negativos, a
entidade deve apreciar se tem obrigações legais ou construtivas em
relação com os ativos líquidos negativos e, em caso afirmativo, deve
reconhecer o passivo correspondente. Se concluir que não tem obri­
gações legais ou construtivas em relação com os ativos líquidos ne­
gativos, a entidade não deve reconhecer o passivo correspondente mas
deve ajustar os lucros retidos no início do período imediatamente
precedente. A entidade deve revelar este facto, juntamente com a
sua parte não reconhecida nas perdas cumulativas dos seus empreen­
dimentos conjuntos no início do período imediatamente precedente e à
data em que esta Norma é aplicada pela primeira vez.

C5 Uma entidade deve divulgar uma repartição dos ativos e passivos que
foram agregados numa única rubrica de investimento à data de início
do período imediatamente precedente. Essa divulgação deve ser pre­
parada de forma agregada para todos os empreendimentos conjuntos
relativamente aos quais a entidade aplique os requisitos de transição
referidos nos parágrafos C2–C6.

▼M32
C6 Após o reconhecimento inicial, uma entidade deve contabilizar o seu
investimento no empreendimento conjunto utilizando o método da
equivalência patrimonial em conformidade com a IAS 28 (conforme
emendada em 2011).

▼M37
Operações conjuntas – transição do método da equivalência pa­
trimonial para a contabilização de ativos e passivos
C7 Ao mudar do método da equivalência patrimonial para a contabiliza­
ção de ativos e passivos relativamente aos seus interesses numa ope­
ração conjunta, uma entidade deve, no início do período imediata­
mente precedente, desreconhecer o investimento previamente contabi­
lizado pelo método da equivalência patrimonial e quaisquer outras
rubricas que integrassem o investimento líquido da entidade no acordo
em conformidade com o parágrafo 38 da IAS 28 (conforme emendada
em 2011) e reconhecer a sua parte em cada um dos ativos e passivos
relacionados com o seu interesse na operação conjunta, incluindo
qualquer goodwill que possa ter sido integrado no montante escritu­
rado do investimento.

C8 As entidades devem determinar a sua participação nos ativos e pas­


sivos relacionados com a operação conjunta com base nos respetivos
direitos e obrigações numa proporção determinada em conformidade
com o acordo contratual. As entidades mensuram os montantes escri­
turados iniciais dos ativos e passivos desagregando-os do montante
escriturado do investimento no início do período imediatamente pre­
cedente, com base na informação que utilizam para a aplicação do
método da equivalência patrimonial.

C9 Qualquer diferença que surja entre os montantes reconhecidos do


investimento anteriormente contabilizado pelo método da equivalência
patrimonial juntamente com quaisquer outras rubricas que faziam
parte do investimento líquido da entidade no acordo em conformidade
com o parágrafo 38 da IAS 28 (conforme emendada em 2011) e o
montante líquido dos ativos e passivos, incluindo um eventual good­
will, deve ser:

a) Compensada em relação a qualquer goodwill relacionado com o


investimento com qualquer diferença residual ajustada nos lucros
retidos no início do período imediatamente precedente, se o mon­
tante líquido reconhecido dos ativos e passivos, incluindo um
eventual goodwill, for superior ao investimento (e quaisquer outras
rubricas que faziam parte do investimento líquido da entidade) que
é desreconhecido;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 787

▼M37
b) Ajustada em relação aos lucros retidos no início do período ime­
diatamente precedente, se o montante líquido reconhecido dos ati­
vos e passivos, incluindo um eventual goodwill, for inferior ao
investimento (e quaisquer outras rubricas que faziam parte do in­
vestimento líquido da entidade) que é desreconhecido.
C10 Uma entidade que mude do método da equivalência patrimonial para
a contabilização de ativos e passivos deve disponibilizar uma recon­
ciliação entre o investimento desreconhecido e os ativos e passivos
que passam a ser reconhecidos, juntamente com qualquer diferença
residual ajustada face aos lucros retidos no início do período imedia­
tamente precedente.
▼M32
C11 A exceção do reconhecimento inicial prevista nos parágrafos 15 e 24
da IAS 12 não se aplica quando a entidade reconhece ativos e passi­
vos relacionados com o seu interesse numa operação conjunta.
▼M37
Disposições transitórias nas demonstrações financeiras separadas
de uma entidade
C12 A entidade que, em conformidade com o parágrafo 10 da IAS 27,
contabilizasse anteriormente nas suas demonstrações financeiras sepa­
radas as suas participações numa operação conjunta como um inves­
timento pelo custo ou em conformidade com a IFRS 9 deve:
a) Desreconhecer o investimento e reconhecer os ativos e passivos
respeitantes à sua participação na operação conjunta, nos montan­
tes determinados em conformidade com os parágrafos C7–C9.
b) Disponibilizar uma reconciliação entre o investimento desreconhe­
cido e os ativos e passivos reconhecidos, juntamente com qualquer
diferença residual ajustada nos lucros retidos, no início do período
imediatamente precedente.

Referências ao «período imediatamente precedente»


C12A Não obstante as referências ao «período imediatamente precedente»
nos parágrafos C2–C12, uma entidade pode também apresentar infor­
mações comparativas ajustadas relativas a quaisquer períodos anterio­
res apresentados, mas não é obrigatório que o faça. Se a entidade
apresentar informações comparativas ajustadas relativas a períodos
anteriores, todas as referências ao «período imediatamente preceden­
te» nos parágrafos C2–C12 devem ser interpretadas como incidindo
no «mais antigo período comparativo ajustado apresentado».
C12B A entidade que apresentar informações comparativas não ajustadas
relativas a quaisquer períodos anteriores deve identificar claramente
as informações que não foram ajustadas, declarar que as mesmas
foram preparadas segundo uma base diferente e explicar essa base.
▼M32
C13 A exceção ao reconhecimento inicial prevista nos parágrafos 15 e 24
da IAS 12 não se aplica quando a entidade reconhece ativos e passi­
vos relacionados com os seus interesses numa operação conjunta nas
suas demonstrações financeiras separadas em resultado da aplicação
dos requisitos de transição para as operações conjuntas referidos no
número C12.
Referências à IFRS 9
C14 Se uma entidade aplica esta Norma mas ainda não aplica a IFRS 9,
qualquer referência à IFRS 9 deve ser lida como uma referência à IAS
39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.
RETIRADA DE OUTRAS IFRS
C15 Esta Norma substitui as seguintes IFRS:
(a) IAS 31 Interesses em Empreendimentos Conjuntos; e
(b) SIC-13 Entidades Conjuntamente Controladas – Contribuições
Não Monetárias por Empreendedores.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 788

▼M32
NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 12
Divulgação de Interesses Noutras Entidades
OBJETIVO
1 O objetivo desta Norma é exigir que uma entidade divulgue in­
formação nas suas demonstrações financeiras que permita que os
utentes avaliem:

(a) a natureza e os riscos associados aos seus interesses noutras


entidades; e

(b) os efeitos desses interesses na sua posição financeira, desempe­


nho financeiro e fluxos de caixa.

Realização do objetivo
▼M38
2 Para realizar o objetivo previsto no parágrafo 1, uma entidade deve
divulgar:

(a) os julgamentos e pressupostos mais relevantes em que se baseou


para determinar:

(i) a natureza do seu interesse noutra entidade ou acordo;

(ii) o tipo de acordos conjuntos em que tem interesses (parágra­


fos 7-9);

(iii) que se enquadra na definição de entidade de investimento, se


aplicável (parágrafo 9A); e

▼M32
(b) informação sobre os seus interesses em:

(i) subsidiárias (parágrafos 10–19);

(ii) acordos conjuntos e associadas (parágrafos 20–23); e

(iii) entidades estruturadas que não sejam controladas pela enti­


dade (entidades estruturadas não consolidadas) (parágrafos
24–31).

3 Se as divulgações requeridas por esta IFRS, juntamente com as di­


vulgações requeridas por outras IFRS, não cumprirem o objetivo pre­
visto no parágrafo 1, a entidade deve divulgar quaisquer informações
adicionais que sejam necessárias para cumprir esse objetivo.

4 Uma entidade deve considerar o nível de pormenor necessário para


satisfazer o objetivo de divulgação e a ênfase que coloca em cada um
dos requisitos no âmbito desta Norma. Deve agregar ou desagregar as
divulgações de modo a que a informação útil não seja obscurecida
tanto pela inclusão de uma grande quantidade de pormenores insigni­
ficantes como pela agregação de rubricas que tenham características
diferentes (ver parágrafos B2–B6).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 789

▼M32
ÂMBITO
5 Esta Norma deve ser aplicada por uma entidade que tenha um inte­
resse em qualquer uma das seguintes:

(a) subsidiárias;

(b) acordos conjuntos (isto é, operações conjuntas ou empreendimen­


tos conjuntos);

(c) associadas;

(d) entidades estruturadas não consolidadas.

6 Esta Norma não se aplica:

(a) a planos de benefícios pós-emprego ou outros benefícios a longo


prazo dos empregados abrangidos pela IAS 19 Benefícios dos
Empregados;

(b) às demonstrações financeiras separadas de uma entidade abrangi­


das pela IAS 27 Demonstrações Financeiras Separadas. Todavia,
se uma entidade tiver interesses em entidades estruturadas não
consolidadas e elaborar demonstrações financeiras separadas
como as suas únicas demonstrações financeiras, deve aplicar os
requisitos nos parágrafos 24–31 na preparação dessas demonstra­
ções financeiras separadas;

(c) a um interesse mantido por uma entidade que participe mas não
disponha do controlo conjunto num acordo conjunto, a menos que
esse interesse resulte numa influência significativa sobre o acordo
ou constitua um interesse numa entidade estruturada;

(d) um interesse noutra entidade deve ser contabilizado de acordo


com a IFRS 9 Instrumentos Financeiros. Uma entidade deve,
todavia, aplicar esta Norma:

(i) quando esse interesse for um interesse numa associada ou


num empreendimento conjunto que, de acordo com a IAS
28 Investimentos em Associadas e em Empreendimentos Con­
juntos, seja mensurado pelo justo valor através dos resultados;
ou

(ii) quando esse interesse for um interesse numa entidade estru­


turada não consolidada.

JULGAMENTOS E PRESSUPOSTOS SIGNIFICATIVOS


7 Uma entidade deve divulgar informação sobre os julgamentos e
pressupostos significativos nos quais se baseou (e sobre as altera­
ções a esses julgamentos e pressupostos) para determinar:

(a) que exerce controlo sobre a outra entidade, isto é que a outra
entidade é uma investida, como descrito nos números 5 e 6 da
IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas;

(b) que exerce o controlo conjunto sobre um acordo ou que tem


uma influência significativa sobre outra entidade; e

(c) o tipo de acordo conjunto (isto é, operação conjunta ou em­


preendimento conjunto), quando o acordo estiver estruturado
através de um veículo separado.

8 Os julgamentos e pressupostos significativos divulgados de acordo


com o parágrafo 7 incluem aqueles em que a entidade se baseia
quando as alterações nos factos e nas circunstâncias são de tal ordem
que a conclusão sobre se e entidade exerce controlo, controlo conjunto
ou influência significativa se modifica durante o período de relato.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 790

▼M32
9 Para dar cumprimento ao parágrafo 7, uma entidade deve divulgar,
por exemplo, os julgamentos e pressupostos significativos nos quais
se baseou para determinar:

(a) que não controla outra entidade ainda que detenha mais de metade
dos direitos de voto na mesma;

(b) que controla outra entidade ainda que detenha menos de metade
dos direitos de voto na mesma;

(c) que é um agente ou um responsável principal (ver os parágrafos


58–72 da IFRS 10);

(d) que não tem influência significativa ainda que detenha 20 % ou


mais dos direitos de voto noutra entidade;

(e) que tem influência significativa ainda que detenha menos de 20 %


dos direitos de voto noutra entidade.

▼M38
Estatuto de entidade de investimento
9A Quando uma empresa-mãe determina que é uma entidade de
investimento de acordo com o parágrafo 27 da IFRS 10, deve
divulgar informações sobre os julgamentos e pressupostos mais
relevantes em que se baseou para determinar que é uma entidade
de investimento. Se a entidade de investimento não reúne uma ou
mais das características típicas de uma entidade de investimento
(ver o parágrafo 28 da IFRS 10), deve divulgar as razões para
concluir que não deixa de ser uma entidade de investimento.

9B Quando uma entidade se tornar ou deixar de ser uma entidade de


investimento, deve divulgar a alteração desse estatuto e as razões
para essa alteração. Além disso, uma entidade que se torne uma
entidade de investimento deve divulgar o efeito dessa alteração de
estatuto sobre as demonstrações financeiras para o período apresenta­
do, incluindo:

a) O justo valor total, a partir da data da alteração de estatuto, das


subsidiárias que deixam de ser consolidadas;

b) Os resultados totais, se for o caso, calculados de acordo com o


parágrafo B101 da IFRS 10; e

c) A(s) rubrica(s) do balanço na(s) qual(is) esses ganhos ou perdas


foram reconhecidos (se não forem apresentados separadamente).

▼M32
INTERESSES EM SUBSIDIÁRIAS
10 Uma entidade deve divulgar informação que permita aos utentes
das suas demonstrações financeiras consolidadas

(a) compreender:

(i) a composição do agrupamento; e

(ii) o interesse que os interesses que não controlam detêm


sobre as atividades e os fluxos de caixa do grupo (pará­
grafo 12); e

(b) avaliar:

(i) a natureza e a extensão das restrições significativas à sua


capacidade de aceder a ou de usar ativos e liquidar pas­
sivos do grupo (parágrafo 13);

(ii) a natureza, e as alterações nessa natureza, dos riscos as­


sociados a interesses em entidades estruturadas consolida­
das (parágrafos 14–17);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 791

▼M32
(iii) as consequências das alterações nos seus interesses de
propriedade numa subsidiária que não resultam numa
perda do controlo (parágrafo 18); e

(iv) as consequências da perda de controlo de uma subsidiária


durante o período de relato (parágrafo 19).

11 Quando as demonstrações financeiras de uma subsidiária usadas para


preparar demonstrações financeiras consolidadas correspondam a uma
data ou a um período diferente do das demonstrações financeiras
consolidadas (ver os parágrafos B92 e B93 da IFRS 10), uma entidade
deve divulgar:

(a) a data de fim do período de relato das demonstrações financeiras


dessa subsidiária; e

(b) a razão pela qual usa uma data ou período diferente.

Interesse detido por interesses que não controlam nas atividades e


nos fluxos de caixa de um grupo
12 Uma entidade deve divulgar, para cada uma das suas subsidiárias em
que detenha interesses que não controlam que sejam materiais para a
entidade que relata:

(a) o nome da subsidiária;

(b) o local principal das atividades (e país em que está constituída, se


for diferente do local principal das atividades) da subsidiária;

(c) a proporção dos interesses de propriedade detidos por interesses


que não controlam;

(d) a proporção dos direitos de voto detidos por interesses que não
controlam, se diferente da proporção de direitos de propriedade
detidos por interesses desse tipo;

(e) as perdas ou os lucros da subsidiária atribuídos a interesses que


não controlam durante o período de relato;

(f) os interesses que não controlam acumulados da subsidiária no


final do período de relato;

(g) um resumo da informação financeira sobre a subsidiária (ver o


parágrafo B10).

Natureza e âmbito das restrições significativas


13 Uma entidade deve divulgar:

(a) as restrições significativas (nomeadamente legais, contratuais ou


de regulamentares) à sua capacidade para aceder a ou usar ativos
e liquidar passivos do grupo, como por exemplo:

(i) restrições à capacidade de uma empresa-mãe ou das suas


subsidiárias para transferirem dinheiro ou outros ativos de
(ou para) outras entidades do mesmo grupo;

(ii) garantias ou outros requisitos que possam restringir o paga­


mento de dividendos e outras distribuições de capital ou a
concessão ou reembolso de empréstimos ou de adiantamentos
a (ou por) outras entidades do mesmo grupo;

(b) a natureza e a medida em que os direitos de proteção dos inte­


resses que não controlam podem restringir significativamente a
capacidade da entidade para aceder a ou usar ativos e liquidar
passivos do grupo (como por exemplo quando uma empresa-mãe
é obrigada a liquidar passivos de uma subsidiária antes de liquidar
os seus próprios passivos ou quando a aprovação dos interesses
que não controlam é exigida para aceder aos ativos ou para liqui­
dar passivos de uma subsidiária);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 792

▼M32
(c) as quantias escrituradas nas demonstrações financeiras consolida­
das dos ativos e passivos abrangidos por essas restrições.

Natureza dos riscos associados aos interesses de uma entidade em


entidades estruturadas consolidadas
14 Uma entidade deve divulgar os termos de quaisquer disposições con­
tratuais que possam exigir que a empresa-mãe ou as suas subsidiárias
forneçam assistência financeira a uma entidade estruturada consolida­
da, incluindo eventos ou circunstâncias que possam expor a entidade
que relata a uma perda (por exemplo, acordos de liquidez ou critérios
de notação de crédito associados a obrigações de compra de ativos da
entidade estruturada ou de prestação de assistência financeira à
mesma).

15 Se durante o período de relato uma empresa-mãe ou alguma das suas


subsidiárias tiver fornecido, sem que tivesse a obrigação contratual de
o fazer, assistência financeira ou de outro tipo a uma entidade estru­
turada consolidada (por exemplo comprando ativos ou instrumentos
emitidos pela entidade estruturada), a entidade deve divulgar:

(a) o tipo e montante da assistência fornecida, incluindo situações em


que a empresa-mãe ou as suas subsidiárias tenham ajudado a
entidade estruturada a obter assistência financeira; e

(b) as razões para essa assistência.

16 Se durante o período de relato uma empresa-mãe ou alguma das suas


subsidiárias tiver fornecido, sem que tivesse a obrigação contratual de
o fazer, assistência financeira ou de outro tipo a uma entidade estru­
turada previamente não consolidada e dessa prestação de assistência
resulte que a entidade assuma o controlo da entidade estruturada, a
entidade deve divulgar uma explicação dos fatores relevantes para
essa decisão.

17 Uma entidade deve divulgar quaisquer atuais intenções de fornecer


assistência financeira ou de outro tipo a uma entidade estruturada
consolidada, incluindo a intenção de ajudar a entidade estruturada a
obter assistência financeira.

Consequências de alterações no interesse de propriedade de uma


empresa-mãe numa subsidiária que não resultem numa perda de
controlo
18 Uma entidade deve apresentar um calendário que mostre os efeitos na
participação atribuível aos proprietários da empresa-mãe de quaisquer
alterações do seu interesse de propriedade numa subsidiária que não
resultem numa perda de controlo.

Consequências da perda de controlo de uma subsidiária durante o


período de relato
19 Uma entidade deve divulgar os ganhos ou perdas, caso existam, cal­
culados em conformidade com o parágrafo 25 da IFRS 10 e:

(a) a parte desses ganhos ou perdas atribuível à mensuração de qual­


quer investimento retido na antiga subsidiária pelo seu justo valor
à data em que ocorreu a perda de controlo; e

(b) a(s) rubrica(s) de lucros ou perdas nas quais esses ganhos ou


perdas foram reconhecidos (se não forem apresentados separada­
mente).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 793

▼M38
INTERESSES EM SUBSIDIÁRIAS NÃO CONSOLIDADAS (ENTIDADES DE
INVESTIMENTO)
19A Uma entidade de investimento que, de acordo com a IFRS 10, seja
obrigada a aplicar a exceção à consolidação e em vez disso contabi­
lizar o seu investimento numa subsidiária pelo justo valor através dos
resultados deve divulgar esse facto.

19B Para cada subsidiária não consolidada, uma entidade de investimento


deve divulgar:

a) O nome da subsidiária;

b) O local principal de atividade (e o país em que está constituída, se


for diferente do local principal da atividade) da subsidiária; e

c) A proporção dos interesses de propriedade detidos pela entidade


investimento e, se for diferente, a proporção dos direitos de voto
detidos.

19C Se uma entidade de investimento for a empresa-mãe de outra entidade


de investimento, deverá igualmente apresentar as divulgações previs­
tas no parágrafo 19B, alíneas a)–c) relativamente aos investimentos
controlados pela entidade de investimento sua subsidiária. A divulga­
ção pode ser fornecida pela inclusão, nas demonstrações financeiras
da empresa-mãe, das demonstrações financeiras da subsidiária (ou
subsidiárias) que contenham as informações acima.

19D Uma entidade de investimento deve divulgar:

a) A natureza e a extensão de quaisquer restrições significativas (por


exemplo, resultantes de acordos de empréstimo, requisitos regula­
mentares ou acordos contratuais) sobre a capacidade de uma sub­
sidiária não consolidada para transferir fundos para a entidade
investimento sob a forma de dividendos em dinheiro ou de reem­
bolsar empréstimos ou adiantamentos feitos à subsidiária não con­
solidada pela entidade de investimento; e

b) Quaisquer compromissos atuais ou intenções de fornecer apoio


financeiro ou outro a uma subsidiária não consolidada, incluindo
os compromissos ou intenções de ajudar a subsidiária na obtenção
de apoio financeiro.

19E Se, durante o período de relato, uma entidade de investimento ou


qualquer das suas subsidiárias tiver, sem ter obrigação contratual de
o fazer, prestado apoio financeiro ou outro a uma subsidiária não
consolidada (por exemplo, comprando ativos ou instrumentos emitidos
pela subsidiária ou ajudando a subsidiária na obtenção de apoio fi­
nanceiro), a entidade deverá divulgar:

a) O tipo e o montante do apoio fornecido a cada subsidiária não


consolidada; e

b) As razões para prestar esse apoio.

19F Uma entidade deve divulgar os termos de quaisquer disposições con­


tratuais que possam exigir que a entidade ou as suas subsidiárias não
consolidadas forneçam apoio financeiro a uma entidade estruturada,
controlada, não consolidada, incluindo eventos ou circunstâncias que
possam expor a entidade que relata a uma perda (por exemplo, acor­
dos de liquidez ou critérios de notação de crédito associados a obri­
gações de compra de ativos da entidade estruturada ou de prestação de
apoio financeiro à mesma).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 794

▼M38
19G Se durante o período de relato uma entidade de investimento ou
qualquer das suas subsidiárias não consolidadas tiver, sem ter obriga­
ção contratual de o fazer, prestado apoio financeiro ou outro a uma
entidade estruturada não consolidada que a entidade investimento não
controle, e se essa prestação de apoio resultou no controlo da entidade
estruturada pela entidade de investimento, esta deve divulgar uma
explicação dos fatores relevantes que levaram à decisão de fornecer
esse apoio.

▼M32
INTERESSES EM ACORDOS CONJUNTOS E ASSOCIADAS
20 Uma entidade deve divulgar informação que permita aos utentes
das suas demonstrações financeiras avaliar:

(a) a natureza, extensão e efeitos financeiros dos seus interesses


em acordos conjuntos e associadas, incluindo a natureza e os
efeitos do seu relacionamento contratual com outros investi­
dores com controlo conjunto ou com influência significativa
sobre os acordos conjuntos e associadas (parágrafos 21 e 22);
e

(b) a natureza e as alterações nos riscos associados a interesses em


empreendimentos conjuntos e associadas (parágrafo 23).

Natureza, extensão e efeitos financeiros dos interesses de uma


entidade em acordos conjuntos e associadas
21 Uma entidade deve divulgar:

(a) para cada acordo conjunto e associada que seja material para a
entidade que relata:

(i) o nome do acordo conjunto ou associada;

(ii) a natureza do relacionamento da entidade com o acordo con­


junto ou associada (através, por exemplo, da descrição da
natureza das atividades do acordo conjunto ou associada e
uma indicação sobre se os mesmos são estratégicos para as
atividades da entidade);

(iii) o local principal das atividades (e país em que está cons­


tituída, se for diferente do local principal das atividades) do
acordo conjunto ou associada;

(iv) a proporção de interesses de propriedade ou a quota acionista


detida pela entidade e, se diferente, a proporção de direitos
de voto detidos (se aplicável);

(b) para cada empreendimento conjunto e associada que seja material


para a entidade que relata:

(i) se o investimento no empreendimento conjunto ou associada


é mensurado utilizando o método da equivalência patrimonial
ou pelo justo valor;

(ii) um resumo da informação financeira sobre o empreendi­


mento conjunto ou associada, conforme especificado nos pa­
rágrafos B12 e B13;

(iii) se o empreendimento conjunto ou associado for contabilizado


através do método da equivalência patrimonial, o justo valor
do seu investimento no empreendimento conjunto ou asso­
ciada, caso exista uma cotação de mercado para o mesmo;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 795

▼M32
(c) a informação financeira especificada no parágrafo B16 sobre os
investimentos em empreendimentos conjuntos e associadas que
não sejam individualmente materiais:

(i) na forma agregada para todos os empreendimentos conjuntos


individualmente imateriais e, separadamente,

(ii) na forma agregada para todas as associadas individualmente


imateriais.

▼M38
21A Uma entidade de investimento não é obrigada a apresentar as divul­
gações exigidas pelo parágrafo 21, alíneas b)–c).

▼M32
22 Uma entidade deve também divulgar:

(a) a natureza e a extensão de quaisquer restrições significativas (por


exemplo resultantes de acordos de empréstimo, requisitos regula­
mentares ou disposições contratuais entre investidores com con­
trolo conjunto ou influência significativa sobre um empreendi­
mento conjunto ou uma associada) à capacidade dos empreendi­
mentos conjuntos ou associadas para transferirem fundos para a
entidade sob a forma de dividendos em dinheiro ou para reem­
bolsarem empréstimos ou adiantamentos feitos pela entidade;

(b) quando as demonstrações financeiras de um empreendimento con­


junto ou associada usadas para a aplicação do método da equiva­
lência patrimonial correspondam a uma data ou a um período que
seja diferente do da entidade:

(i) a data de fim do período de relato das demonstrações finan­


ceiras desse empreendimento conjunto ou associada; e

(ii) a razão pela qual usa uma data ou período diferente.

(c) a parte não reconhecida nas perdas de um empreendimento con­


junto ou associada, tanto para o período de relato como cumula­
tiva, se a entidade tiver deixado de reconhecer a sua parte nas
perdas do empreendimento conjunto ou associada quando passou
a aplicar o método da equivalência patrimonial.

Riscos associados aos interesses de uma entidade em empreendi­


mentos conjuntos e associadas
23 Uma entidade deve divulgar:

(a) os compromissos que tenha relativamente aos seus empreendi­


mentos conjuntos, em separado da quantia de outros compromis­
sos, como especificado nos parágrafos B18–B20.

(b) em conformidade com a IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes


e Ativos Contingentes, a menos que a probabilidade de perdas seja
remota, os passivos contingentes incorridos relativamente aos seus
interesses em empreendimentos conjuntos ou associadas (in­
cluindo a sua parte nos passivos contingentes incorridos em con­
junto com outros investidores com controlo conjunto ou com
influência significativa sobre os empreendimentos conjuntos ou
associadas), em separado da quantia correspondente a outros pas­
sivos contingentes.

INTERESSES EM ENTIDADES ESTRUTURADAS NÃO CONSOLIDADAS


24 Uma entidade deve divulgar informação que permita aos utentes
das suas demonstrações financeiras:

(a) compreender a natureza e a extensão dos seus interesses em


entidades estruturadas não consolidadas (parágrafos 26–28); e

(b) avaliar a natureza e as alterações nos riscos associados aos


seus interesses em entidades estruturadas não consolidadas
(parágrafos 29–31).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 796

▼M32
25 A informação requerida nos termos do parágrafo 24(b) inclui infor­
mação sobre a exposição de uma entidade ao risco devido ao envol­
vimento que tenha tido com entidades estruturadas não consolidadas
em períodos anteriores (por exemplo, patrocinando a entidade estru­
turada), mesmo que a entidade já não tenha qualquer envolvimento
contratual com a entidade estruturada à data de relato.

▼M38
25A Uma entidade de investimento não é obrigada a apresentar as divul­
gações exigidas pelo parágrafo 24 em relação a uma entidade estru­
turada não consolidada que controla e sobre a qual apresente as di­
vulgações exigidas pelos parágrafos 19A-19G.

▼M32
Natureza dos interesses
26 Uma entidade deve divulgar informação qualitativa e quantitativa so­
bre os seus interesses em entidades estruturadas não consolidadas,
incluindo, entre outros, a natureza, os fins, a dimensão e as atividades
da entidade estruturada e o seu modo de financiamento.

27 Se uma entidade tiver patrocinado uma entidade estruturada não con­


solidada relativamente à qual não forneça a informação exigida no
parágrafo 29 (por exemplo porque não tem um interesse na entidade à
data de relato), a entidade deve divulgar:

(a) o modo como determinou quais as entidades estruturadas que


patrocinou;

(b) o rendimento obtido dessas entidades estruturadas durante o pe­


ríodo de relato, incluindo uma descrição dos tipos de rendimentos
apresentados; e

(c) a quantia escriturada (à data da transferência) de todos os ativos


transferidos para aquelas entidades estruturadas durante o período
de relato.

28 Uma entidade deve apresentar a informação exigida pelo parágrafo


27(b) e (c) em forma de tabela, exceto quando outro formato for mais
adequado, e classificar as suas atividades de patrocínio em categorias
relevantes (ver os parágrafos B2–B6).

Natureza dos riscos


29 Uma entidade deve divulgar em forma de tabela, exceto quando outro
formato for mais adequado, um resumo:

(a) das quantias escrituradas dos Ativos e passivos reconhecidos nas


suas demonstrações financeiras relativas aos seus interesses em
entidades estruturadas não consolidadas;

(b) das rubricas da demonstração de posição financeira nas quais


esses Ativos e passivos são reconhecidos;

(c) da quantia que melhor representa a exposição máxima da entidade


a perdas decorrentes dos seus interesses em entidades estruturadas
não consolidadas, nomeadamente como é que essa exposição má­
xima a perdas foi determinada. Se uma entidade não puder quan­
tificar a sua exposição máxima a perdas decorrentes dos seus
interesses em entidades estruturadas não consolidadas, deve divul­
gar esse facto e as razões que o justificam;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 797

▼M32
(d) uma comparação entre as quantias escrituradas dos Ativos e pas­
sivos da entidade relacionados com os seus interesses em entida­
des estruturadas não consolidadas e a exposição máxima da enti­
dade a perdas daquelas entidades.

30 Se durante o período de relato uma entidade tiver fornecido, sem que


tivesse a obrigação contratual de o fazer, assistência financeira ou de
outro tipo a uma entidade estruturada não consolidada na qual tenha
tido anteriormente ou tenha atualmente um interesse (por exemplo
comprando ativos ou instrumentos emitidos pela entidade estruturada),
a entidade deve divulgar:

(a) o tipo e montante da assistência fornecida, incluindo situações em


que a entidade tenha ajudado a entidade estruturada a obter assis­
tência financeira; e

(b) as razões para essa assistência.

31 Uma entidade deve divulgar quaisquer atuais intenções de fornecer


assistência financeira ou de outro tipo a uma entidade estruturada não
consolidada, incluindo as intenções de ajudar a entidade estruturada a
obter assistência financeira.

Apêndice A
Definições
O presente apêndice faz parte integrante desta Norma.

rendimento de uma entidade Para efeitos desta Norma, o rendimento


estruturada de uma entidade estruturada inclui, en­
tre outros, comissões recorrentes e não
recorrentes, juros, dividendos, ganhos ou
perdas na nova mensuração ou no desre­
conhecimento de interesses em entidades
estruturadas e ganhos ou perdas da trans­
ferência de ativos e passivos para a enti­
dade estruturada.

Interesses noutra entidade Para efeitos desta Norma, um interesse


noutra entidade refere-se ao envolvimento
contratual e não-contratual que expõe
uma entidade a uma variabilidade do re­
torno em função do desempenho da outra
entidade. Um interesse noutra entidade
pode ser evidenciado, entre outros, pela
propriedade de ações ou de instrumentos
de dívida, bem como por outras formas
de envolvimento como o fornecimento de
financiamento, de assistência à liquidez,
de aumentos de crédito e de garantias.
Isso inclui os meios pelos quais uma en­
tidade tem controlo, controlo conjunto ou
influência significativa sobre outra entida­
de. Uma entidade não tem necessaria­
mente um interesse noutra entidade ape­
nas por via de uma normal relação de
cliente-fornecedor.

Os parágrafos B7–B9 fornecem mais in­


formações sobre os interesses noutras en­
tidades.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 798

▼M32
Os parágrafos B55–B57 da IFRS 10 ex­
plicam a variabilidade do retorno.

entidade estruturada Uma entidade que tenha sido concebida


de modo a que os direitos de voto ou
direitos semelhantes não são o fator do­
minante para decidir quem a controla,
como por exemplo quando quaisquer di­
reitos de voto estão relacionados apenas
com as tarefas administrativas e as ativi­
dades relevantes são regidas por disposi­
ções contratuais.

Os parágrafos B22–B24 fornecem mais


informações sobre as entidades estrutura­
das.

▼M38
Os seguintes termos são definidos na IAS 27 (tal como emendada em 2011), na
IAS 28 (tal como emendada em 2011), na IFRS 10 e na IFRS 11 Acordos
Conjuntos e são utilizados nesta IFRS com os significados especificados nessas
IFRS:

— associada

— demonstrações financeiras consolidadas

— controlo de uma entidade

— método da equivalência patrimonial

— grupo

— entidade de investimento

— acordo conjunto

▼M32
— controlo conjunto;

— operação conjunta;

— empreendimento conjunto;

— interesse que não controla;

— empresa-mãe;

— direitos de proteção;

— atividades relevantes;

— demonstrações financeiras separadas;

— veículo separado;

— influência significativa;

— subsidiária.

Apêndice B
Guia de aplicação
O presente apêndice faz parte integrante desta Norma. Descreve a aplicação dos
parágrafos 1-31 e tem o mesmo valor que as outras partes da Norma

B1 Os exemplos neste apêndice retratam situações hipotéticas. Embora


alguns aspetos dos exemplos possam estar presentes em situações
reais, na aplicação da IFRS 12 há que considerar todos os factos e
circunstâncias de uma determinada situação real.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 799

▼M32
AGREGAÇÃO (PARÁGRAFO 4)
B2 Uma entidade decidirá, à luz das suas circunstâncias próprias, o nível
de pormenor que fornece para satisfazer as necessidades de informa­
ção dos utentes, a ênfase que deve colocar nos diferentes aspetos dos
requisitos e o modo como agrega a informação. É necessário garantir
um equilíbrio entre demonstrações financeiras sobrecarregadas com
pormenores excessivos que possam não ter utilidade para os seus
utentes e a dificuldade de perceção da informação em resultado de
uma agregação excessiva.

B3 Uma entidade pode agregar as divulgações requeridas por esta Norma


em relação aos seus interesses em entidades semelhantes, se essa
agregação for coerente com o objetivo de divulgação e com o requi­
sito previsto no parágrafo B4 e desde que não dificultar a perceção da
informação fornecida. Uma entidade deve divulgar o modo como
agregou os seus interesses em entidades semelhantes.

B4 Uma entidade deve apresentar informação em separado para os inte­


resses em:

(a) subsidiárias;

(b) empreendimentos conjuntos;

(c) operações conjuntas;

(d) associadas; e

(e) entidades estruturadas não consolidadas.

B5 Ao determinar se agrega ou não a informação, uma entidade deve


considerar a informação quantitativa e qualitativa sobre as diferentes
características de risco e de retorno de cada entidade em relação à
qual esteja a considerar a possibilidade de agregação e a importância
de cada uma dessas entidades para a entidade de relato. A entidade
deve apresentar as divulgações de uma maneira que explique clara­
mente aos utentes de demonstrações financeiras a natureza e a dimen­
são dos seus interesses nessas outras entidades.

B6 São exemplos de níveis de agregação dentro das classes de entidades


definidas no parágrafo B4 que podem ser adequadas:

(a) a natureza das atividades (por exemplo, uma entidade de investi­


gação e desenvolvimento, uma entidade de titularização de cartões
de crédito renovável);

(b) a classificação setorial;

(c) a geografia (por exemplo, país ou região).

INTERESSES NOUTRAS ENTIDADES


B7 Um interesse noutra entidade refere-se ao envolvimento contratual e
não-contratual que expõe uma entidade que relata a uma variabilidade
do retorno em função do desempenho da outra entidade. A conside­
ração do objetivo e conceção da outra entidade pode ajudar a entidade
que relata a avaliar se tem um interesse nessa entidade e se, portanto,
tem que fornecer as divulgações definidas nesta Norma. Essa avalia­
ção deve incluir uma consideração dos riscos que a outra entidade
tenha sido concebida para criar e dos riscos que a outra entidade tenha
sido concebida para transferir para a entidade que relata e para outras
partes.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 800

▼M32
B8 Uma entidade que relata está normalmente exposta à variabilidade do
retorno em função do desempenho de outra entidade por via da de­
tenção de instrumentos (como participações no capital ou instrumentos
de dívida emitidos pela outra entidade) ou de outro envolvimento que
absorva a variabilidade. Assuma-se, por exemplo, que uma entidade
estruturada detém uma carteira de empréstimos. A entidade estrutu­
rada adquire um swap de risco de incumprimento junto de outra
entidade (a entidade que relata) para se proteger de um incumprimento
no pagamento de juros e do capital emprestado. A entidade que relata
tem um envolvimento que a expõe a variabilidade do retorno em
função do desempenho da entidade estruturada na medida em que o
swap de risco de incumprimento absorve a variabilidade dos resulta­
dos da entidade estruturada.

B9 Alguns instrumentos são concebidos para transferir o risco de uma


entidade que relata para outra entidade. Esses instrumentos criam
variabilidade do retorno para a outra entidade, mas não expõem nor­
malmente a entidade que relata à variabilidade do retorno em função
do desempenho da outra entidade. Assuma-se, por exemplo, que uma
entidade estruturada é estabelecida para fornecer oportunidades de
investimento a investidores que pretendem assumir uma exposição
ao risco de crédito da entidade Z (a entidade Z não está relacionada
com nenhuma das partes envolvidas no acordo). A entidade estrutu­
rada obtém financiamento através da emissão a esses investidores de
títulos de dívida indexados ao risco de crédito da entidade Z (títulos
de dívida indexados ao crédito) e utiliza os proveitos para investir
numa carteira de ativos financeiros sem risco. A entidade estruturada
assume uma exposição ao risco de crédito da entidade Z ao participar
num swap de risco de incumprimento (CDS) com uma contraparte
nesse swap. O CDS transfere o risco de crédito da entidade Z para a
entidade estruturada em troca de uma comissão paga pela contraparte
do swap. Os investidores na entidade estruturada recebem um retorno
mais elevado que reflete tanto o retorno da entidade estruturada por
via da sua carteira de ativos como a comissão pelo CDS. A contra­
parte no swap não tem um envolvimento com a entidade estruturada
que a exponha à variabilidade do retorno em função do desempenho
da entidade estruturada, uma vez que o CDS transfere a variabilidade
para a entidade estruturada, em vez de absorver a variabilidade do
retorno da entidade estruturada.

INFORMAÇÃO FINANCEIRA RESUMIDA DE SUBSIDIÁRIAS, EMPREEN­


DIMENTOS CONJUNTOS E ASSOCIADAS (PARÁGRAFOS 12 E 21)
B10 Para cada uma das suas subsidiárias que tenha interesses que não
controlam e que sejam materiais para a entidade que relata, uma
entidade deve divulgar:

(a) os dividendos pagos a interesses que não controlam;

(b) informação financeira resumida sobre os ativos, passivos, resulta­


dos e fluxos de caixa da subsidiária que permita aos utentes
compreenderem qual o impacto dos interesses que não controlam
nas atividades e nos fluxos de caixa do grupo. Esta informação
pode incluir, por exemplo, ativos correntes, ativos não correntes,
passivos correntes, passivos não correntes, receitas, resultados e
rendimento integral total.

B11 A informação financeira resumida exigida nos termos do parágrafo


B10(b) deve ser fornecida na forma das quantias antes das compen­
sações intragrupo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 801

▼M32
B12 Para cada empreendimento conjunto e associada material para a enti­
dade que relata, uma entidade deve divulgar:

(a) os dividendos recebidos do empreendimento conjunto ou associa­


da;

(b) a informação financeira resumida relativa ao empreendimento


conjunto ou associada (ver os parágrafos B14 e B15), incluindo,
mas não necessariamente limitada a:

(i) ativos correntes;

(ii) ativos não correntes;

(iii) passivos correntes;

(iv) passivos não correntes;

(v) receitas;

(vi) resultados das operações em curso;

(vii) resultados após impostos das unidades operacionais descon­


tinuadas;

(viii) outro rendimento integral;

(ix) rendimento integral total.

B13 Além da informação financeira resumida exigida nos termos do pará­


grafo B12, uma entidade deve divulgar para cada empreendimento
conjunto material para a entidade de relato as quantias:

(a) da caixa e seus equivalentes incluídos no parágrafo B12(b)(i);

(b) dos passivos financeiros correntes (excluindo dívidas comerciais,


outros valores a pagar e provisões) incluídos no parágrafo
B12(b)(iii);

(c) dos passivos financeiros não correntes (excluindo dívidas comer­


ciais, outros valores a pagar e provisões) incluídos no parágrafo
B12(b)(iii);

(d) das depreciações e amortizações;

(e) das receitas de juros;

(f) das despesas com juros;

(g) dos gastos ou rendimentos do imposto sobre o rendimento.

B14 A informação financeira resumida apresentada de acordo com os pa­


rágrafos B12 e B13 deve consistir nas quantias incluídas nas demons­
trações financeiras preparadas de acordo com as IFRS do empreendi­
mento conjunto ou associada (e não a parte da entidade nessas quan­
tias). Se a entidade contabilizar os seus interesses no empreendimento
conjunto ou associada utilizando o método da equivalência patrimo­
nial:

(a) as quantias incluídas nas demonstrações financeiras preparadas de


acordo com as IFRS do empreendimento conjunto ou associada
devem ser ajustadas de modo a refletir os ajustamentos feitos pela
entidade ao usar o método da equivalência patrimonial, como por
exemplo os ajustamentos pelo justo valor feitos à data de aquisi­
ção e os ajustamentos por diferenças nas políticas contabilísticas;

(b) a entidade deve fornecer uma reconciliação da informação finan­


ceira resumida apresentada com a quantia escriturada do seu in­
teresse no empreendimento conjunto ou associada.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 802

▼M32
B15 Uma entidade pode apresentar a informação financeira resumida exi­
gida nos termos dos parágrafos B12 e B13 com base nas demons­
trações financeiras do empreendimento conjunto ou associada se:

(a) a entidade mensurar o seu interesse no empreendimento conjunto


ou associada pelo justo valor de acordo com a IAS 28 (conforme
emendada em 2011); e

(b) o empreendimento conjunto ou associada não preparar demons­


trações financeiras de acordo com as IFRS e a preparação nessa
base for impraticável ou resultar em custos indevidos.

Nesse caso, a entidade deve divulgar a base sobre a qual preparou a


informação financeira resumida.

B16 Uma entidade deve divulgar, em agregado, a quantia escriturada dos


seus interesses em todos os empreendimentos conjuntos ou associadas
imateriais que sejam contabilizados através do método da equivalência
patrimonial. Uma entidade deve também divulgar em separado a
quantia agregada da sua parte nesses empreendimentos conjuntos ou
associadas:

(a) resultados das operações em curso;

(b) resultados após impostos das unidades operacionais descontinua­


das;

(c) outro rendimento integral;

(d) rendimento integral total.

Uma entidade fornece divulgações separadas para os empreendimen­


tos conjuntos e associadas.

B17 Quando o interesse de uma entidade numa subsidiária, num empreen­


dimento conjunto ou numa associada (ou uma porção do seu interesse
num empreendimento conjunto ou numa associada) for classificado
como detido para venda de acordo com a IFRS 5 Ativos Não Cor­
rentes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas,
a entidade não é obrigada a divulgar informação financeira resumida
relativamente a essa subsidiária, empreendimento conjunto ou asso­
ciada de acordo com os parágrafos B10–B16.

COMPROMISSOS PARA EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS (PARÁ­


GRAFO 23(A))
B18 Uma entidade deve divulgar todos os compromissos que assumiu mas
que não são reconhecidos à data de relato (incluindo a sua parte em
compromissos feitos conjuntamente com outros investidores com con­
trolo conjunto de um empreendimento conjunto) relativamente aos
seus interesses em empreendimentos conjuntos. Os compromissos
são os elementos que podem dar origem a uma futura saída de caixa
ou de outros recursos.

B19 Os compromissos não reconhecidos que podem dar origem a uma


futura saída de caixa ou de outros recursos incluem:

(a) compromissos não reconhecidos de contribuir com financiamento


ou recursos em resultado, por exemplo:

(i) de acordos de constituição ou aquisição de um empreendi­


mento conjunto (que exijam, por exemplo, que uma entidade
contribua com fundos durante um período de tempo especí­
fico);

(ii) de projetos de investimento assumidos por um empreendi­


mento conjunto;

(iii) de obrigações de aquisição incondicionais, incluindo aquisi­


ção de equipamento, inventário ou serviços que uma entidade
se tenha comprometido a comprar a, ou em nome de, um
empreendimento conjunto;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 803

▼M32
(iv) de compromissos não reconhecidos para o fornecimento de
empréstimos ou de outra assistência financeira a um em­
preendimento conjunto;

(v) de compromissos não reconhecidos para a contribuição com


recursos, como por exemplo ativos ou serviços, para um
empreendimento conjunto;

(vi) de outros compromissos não reconhecidos não canceláveis


relativos a um empreendimento conjunto;

(b) compromissos não reconhecidos de aquisição de um direito de


propriedade de outra parte (ou de parte desse direito de proprie­
dade) num empreendimento conjunto, caso um determinado
evento ocorra ou não no futuro.

B20 Os requisitos e exemplos que constam dos parágrafosB18 e B19 ilus­


tram alguns dos tipos de divulgação exigidos pelo parágrafo 18 da
IAS 24 Divulgações de Partes Relacionadas.

INTERESSES EM ENTIDADES ESTRUTURADAS NÃO CONSOLIDADAS


(PARÁGRAFOS 24–31)
Entidades estruturadas
B21 Uma entidade estruturada é uma entidade que tenha sido concebida de
modo a que os direitos de voto ou direitos semelhantes não são o fator
dominante para decidir quem a controla, como por exemplo quando
quaisquer direitos de voto estão relacionados apenas com as tarefas
administrativas e as atividades relevantes são regidas por disposições
contratuais.

B22 Uma entidade estruturada tem frequentemente algumas ou todas as


seguintes características ou atributos:

(a) atividades restritas;

(b) um objetivo restrito e bem definido, como a execução de uma


locação fiscalmente eficaz, a realização de atividades de investi­
gação e desenvolvimento, o fornecimento de uma fonte de capital
ou de financiamento a uma entidade ou o fornecimento de opor­
tunidades de investimento a investidores através da transferência
dos riscos e das recompensas associados aos ativos da entidade
estruturada para esses investidores;

(c) capital insuficiente para permitir que a entidade estruturada finan­


cie as suas atividades sem assistência financeira subordinada;

(d) financiamento sob a forma de múltiplos instrumentos contratual­


mente associados para investidores que criem concentrações de
crédito ou outros riscos (tranches).

B23 São exemplos de entidades consideradas entidades estruturadas, no­


meadamente:

(a) veículos de titularização;

(b) financiamentos garantidos por ativos;

(c) certos fundos de investimento.

B24 Uma entidade que é controlada por direitos de voto não é uma enti­
dade estruturada simplesmente porque recebe, por exemplo, financia­
mento de terceiras partes no seguimento de uma reestruturação.

Natureza dos riscos associados aos interesses em entidades estru­


turadas não consolidadas (parágrafos 29-31)
B25 Além da informação exigida pelos parágrafos 29-31, uma entidade
deve divulgar a informação adicional necessária para cumprir o obje­
tivo de divulgação previsto no parágrafo 24(b).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 804

▼M32
B26 São exemplos de informação adicional que, dependendo das circuns­
tâncias, pode ser relevante para uma avaliação dos riscos a que uma
entidade está exposta quando tem um interesse numa entidade estru­
turada não consolidada:

(a) os termos de um acordo que possam exigir que a entidade forneça


assistência financeira a uma entidade estruturada não consolidada
(por exemplo, acordos de liquidez ou critérios de notação de
crédito associados a obrigações de compra de ativos da entidade
estruturada ou de prestação de assistência financeira à mesma),
incluindo:

(i) uma descrição de eventos ou circunstâncias que possam ex­


por a entidade que relata a uma perda;

(ii) a existência ou não de determinados termos que limitem a


obrigação;

(iii) a existência ou não de outras partes que prestem assistência


financeira e, se for o caso, a forma como a obrigação da
entidade de relato se posiciona face a essas outras partes;

(b) perdas incorridas pela entidade durante o período de relato relati­


vamente aos seus interesses em entidades estruturadas não conso­
lidadas;

(c) os tipos de rendimento recebidos pela entidade durante o período


de relato relativamente aos seus interesses em entidades estrutu­
radas não consolidadas;

(d) se a entidade estiver obrigada a absorver perdas de uma entidade


estruturada não consolidada antes de outras partes, o limite má­
ximo dessas perdas para a entidade e (se relevante) o posiciona­
mento e o montante de perdas potenciais suportadas pelas partes
cujos interesses são hierarquicamente inferiores aos interesses da
entidade na entidade estruturada não consolidada;

(e) informação sobre eventuais acordos de liquidez, garantias ou ou­


tros compromissos com partes terceiras que possam afetar o justo
valor ou o risco dos interesses da entidade em entidades estrutu­
radas não consolidadas;

(f) quaisquer dificuldades que uma entidade estruturada não consoli­


dada tenha experimentado para financiar as suas atividades du­
rante o período de relato;

(g) relativamente ao financiamento de uma entidade estruturada não


consolidada, as formas de financiamento (por exemplo, papel co­
mercial ou títulos de dívida a médio prazo) e respetiva duração
média ponderada. Esta informação pode incluir análises da matu­
ridade dos ativos e do financiamento de uma entidade estruturada
não consolidada, se a mesma detiver ativos de longo prazo finan­
ciados por financiamento de curto prazo.

Apêndice C
Data de eficácia e transição
O presente apêndice faz parte integrante desta Norma e tem o mesmo valor que
as outras partes da mesma.

DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO


C1 Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos anuais com
início em ou após 1 de janeiro de 2013. É permitida a aplicação mais
cedo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 805

▼M37
C1A Demonstrações Financeiras Consolidadas, Acordos Conjuntos e Di­
vulgação de Interesses Noutras Entidades: Orientações de transição
(emendas à IFRS 10, à IFRS 11 e à IFRS 12): emitido em junho de
2012, aditou os parágrafos C2A–C2B. As entidades devem aplicar
estas emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro
de 2013. A entidade que aplicar a IFRS 12 a um período anterior deve
aplicar estas emendas a esse período anterior.
▼M38
C1B O documento Entidades de Investimento (Emendas à IFRS 10, à IFRS
12 e à IAS 27), emitido em outubro de 2012, emendou o parágrafo 2
e o Apêndice A e inseriu os parágrafos 9A–9B, 19A–19G, 21A e
25A. Uma entidade deve aplicar estas emendas em relação aos perío­
dos anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2014. É permitida a
adoção antecipada, Se uma entidade aplicar as emendas de forma
antecipada, deve divulgar esse facto e aplicar todas as emendas in­
cluídas no documento Entidades de Investimento ao mesmo tempo.
▼M32
C2 As entidades são encorajadas a fornecer a informação exigida por esta
Norma para períodos anuais anteriores aos períodos anuais com início
em ou após 1 de janeiro de 2013. O fornecimento de algumas das
divulgações exigidas por esta Norma não obriga a entidade a cumprir
todos os requisitos desta Norma nem a aplicar a IFRS 10, a IFRS 11,
a IAS 27 (conforme emendada em 2011) e a IAS 28 (conforme
emendada em 2011) mais cedo.
▼M37
C2A Os requisitos de divulgação desta Norma não têm de ser aplicados
relativamente a qualquer período apresentado que tenha início antes
do período anual imediatamente anterior ao primeiro período anual
relativamente ao qual a IFRS 12 é aplicada.
C2B Os requisitos de divulgação dos parágrafos 24–31 e as corresponden­
tes orientações nos parágrafos B21–B26 desta Norma não têm de ser
aplicados relativamente a qualquer período apresentado que tenha
início antes do primeiro período anual relativamente ao qual a IFRS
12 é aplicada.
▼M32
REFERÊNCIAS À IFRS 9
C3 Se uma entidade aplica esta Norma mas ainda não aplica a IFRS 9,
qualquer referência à IFRS 9 deve ser lida como uma referência à IAS
39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 806

▼M33
NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13

Mensuração pelo Justo Valor

OBJECTIVO
1 Esta Norma:

(a) define justo valor;

(b) estabelece numa única IFRS um quadro para a mensuração


pelo justo valor; e

(c) exige a divulgação das mensurações pelo justo valor.

2 O justo valor é uma medida de mercado, não uma medida específica


para uma determinada entidade. Em relação a alguns activos e passi­
vos, poderão existir transacções ou informações de mercado observá­
veis. Para outros activos e passivos, podem não estar existir transac­
ções e informações de mercado observáveis. No entanto, o objectivo
de uma mensuração pelo justo valor é o mesmo em ambos os casos
— estimar o preço pelo qual uma transacção ordenada de venda do
activo ou de transferência do passivo ocorreria entre participantes no
mercado à data da mensuração e nas condições vigentes de mercado
(ou seja, um preço de saída, à data da mensuração, na perspectiva de
um participante no mercado que seja detentor do activo ou do
passivo).

3 Quando o preço de um activo ou passivo idêntico não é observável,


uma entidade mensura o justo valor usando uma outra técnica de
avaliação que maximiza a utilização de dados observáveis relevantes
e minimiza a utilização de dados não observáveis. Como o justo valor
se baseia nas condições de mercado, é mensurado com base nos
pressupostos que os participantes no mercado considerariam ao apre­
çar o activo ou passivo, incluindo pressupostos sobre risco. Assim, as
intenções de uma entidade ao manter um activo ou ao liquidar ou de
outra forma cumprir uma responsabilidade não são relevantes na men­
suração do justo valor.

4 A definição de justo valor centra-se nos activos e passivos porque


estes são o principal objecto da mensuração contabilística. Além des­
ses activos e passivos, esta Norma deve ser aplicada aos instrumentos
de capital próprio de uma entidade mensurados pelo justo valor.

ÂMBITO
5 Esta Norma aplica-se quando outra IFRS exige ou permite men­
surações pelo justo valor ou divulgações sobre mensurações pelo
justo valor (bem como mensurações baseadas no justo valor, como
o justo valor menos os custos de vender, ou divulgações sobre
essas mensurações), excepto nos casos especificados nos parágra­
fos 6 e 7.

6 Os requisitos de mensuração e divulgação desta Norma não se apli­


cam nos seguintes casos::

(a) transacções de pagamento com base em acções abrangidas pela


IFRS 2 Pagamento com Base em Acções;

(b) transacções de locação abrangidas pela IAS 17 Locações;

(c) mensurações com algumas semelhanças com o justo valor, mas


que não o são, como sejam o valor realizável líquido, na IAS 2
Inventários, ou o valor em utilização, na IAS 36 Imparidade de
Activos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 807

▼M33
7 As divulgações exigidas por esta Norma não são necessárias nos
seguinte casos:

(a) activos do plano mensurados pelo justo valor de acordo com a


IAS 19 Benefícios dos Empregados;

(b) investimentos em planos de benefícios de reforma mensurados


pelo justo valor de acordo com a IAS 26 Contabilização e Relato
de Planos de Benefícios de Reforma; e

(c) activos relativamente aos quais a quantia recuperável é o justo


valor menos os custos de alienação de acordo com a IAS 36.

8 O quadro para a mensuração pelo justo valor descrito nesta Norma


aplica-se tanto à mensuração inicial como às mensurações subsequen­
tes quando o justo valor for exigido ou permitido por outras IFRS.

MENSURAÇÃO
Definição de justo valor
9 Esta Norma define justo valor como o preço que seria recebido
pela venda de um activo ou pago para transferir um passivo
numa transacção ordenada entre participantes no mercado à
data da mensuração.

10 0 parágrafo B2 descreve a abordagem geral da mensuração pelo justo


valor.

O activo ou passivo
11 Uma mensuração pelo justo valor diz respeito a um determinado
activo ou passivo. Assim, ao mensurar o justo valor uma entidade
deve ter em conta as características do activo ou passivo que os
participantes no mercado teriam em consideração ao apreçar o
activo ou passivo à data da mensuração. Tais características in­
cluem, por exemplo:

(a) o estado e localização do activo; e

(b) as restrições, se existirem, sobre a venda ou utilização do


activo.

12 O efeito de uma característica particular sobre a mensuração será


variável dependendo de como essa característica seria tida em consi­
deração pelos participantes no mercado.

13 O activo ou passivo mensurado pelo justo valor pode ser:

(a) um activo ou passivo autónomo (por exemplo, um instrumento


financeiro ou um instrumento não-financeiro), ou

(b) um grupo de activos, um grupo de passivos ou um grupo de


activos e passivos (por exemplo, uma unidade geradora de fluxos
de caixa ou uma empresa).

14 A natureza do activo ou passivo – se é um activo ou passivo autó­


nomo, um grupo de activos, um grupo de passivos ou um grupo de
activos e passivos – para fins de reconhecimento ou divulgação de­
pende da sua unidade de conta. A unidade de conta do activo ou
passivo deve ser determinada de acordo com a IFRS que exige ou
permite a mensuração pelo justo valor, excepto nos casos previstos na
presente Norma.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 808

▼M33
Transacção
15 Uma mensuração pelo justo valor assume que o activo ou passivo
é transaccionado entre participantes no mercado numa transacção
ordenada de venda do activo ou de transferência do passivo à
data de mensuração nas condições vigentes de mercado.

16 Uma mensuração pelo justo valor assume que a transacção de


venda do activo ou de transferência do passivo se realiza:

(a) no mercado principal desse activo ou passivo; ou

(b) não existindo um mercado principal, no mercado mais vanta­


joso para esse activo ou passivo.

17 Uma entidade não tem de realizar uma procura exaustiva de todos os


mercados possíveis para identificar o mercado principal ou, não exis­
tindo um mercado principal, o mercado mais vantajoso, mas deve ter
em conta toda a informação que esteja razoavelmente disponível. Na
ausência de prova em contrário, presume-se que o mercado em que a
entidade realizaria em condições normais a transacção de venda do
activo ou de transferência do passivo é o mercado principal ou, não
existindo um mercado principal, o mercado mais vantajoso.

18 Se existir um mercado principal para o activo ou passivo, a mensu­


ração pelo justo valor deve representar o preço nesse mercado (quer
esse preço seja directamente observável quer seja estimado por re­
curso a outra técnica de avaliação), mesmo que o preço num outro
mercado fosse potencialmente mais vantajoso à data da mensuração.

19 A entidade deve ter acesso ao mercado principal (ou mais vantajoso) à


data da mensuração. Na medida em que diferentes entidades (e divi­
sões dentro dessas entidades) com diferentes actividades podem ter
acesso a diferentes mercados, o mercado principal (ou mais vantajoso)
para um activo ou passivo pode ser diferente para diferentes entidades
(e divisões dentro dessas entidades). Assim, o mercado principal (ou
mais vantajoso) e, consequentemente, os participantes no mercado
devem ser considerados na perspectiva da entidade, contemplando,
portanto, a possibilidade de diferenças entre entidades com diferentes
actividades.

20 Embora a entidade deva estar em condições de aceder ao mercado,


não precisa necessariamente de ter a possibilidade de vender o activo
ou de transferir o passivo em questão à data de mensuração para
poder mensurar o justo valor com base no preço nesse mercado.

21 Ainda que não exista um mercado observável que forneça informação


de preço relativamente à venda do activo ou à transferência do pas­
sivo à data da mensuração, a mensuração pelo justo valor deve assu­
mir a ocorrência de uma transacção nessa data, considerada a partir da
perspectiva de um participante no mercado que é detentor do activo
ou devedor do passivo. Essa transacção assumida serve de base à
estimação do preço de venda do activo ou de transferência do passivo.

Participantes no mercado
22 Uma entidade deve mensurar o justo valor de um activo ou pas­
sivo com base nos pressupostos que os participantes no mercado
considerariam ao apreçar o activo ou passivo, assumindo que os
participantes no mercado actuam no seu próprio interesse econó­
mico.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 809

▼M33
23 Ao elaborar esses pressupostos, uma entidade não tem de identificar
participantes específicos no mercado. A entidade deve, isso sim, iden­
tificar as características que distinguem os participantes no mercado
em geral, considerando factores específicos relativamente a cada um
dos seguintes elementos:

(a) o activo ou passivo;

(b) o mercado principal (ou mais vantajoso) para o activo ou passivo;


e

(c) os participantes no mercado com quem a entidade realizaria uma


transacção nesse mercado.

Preço
24 O justo valor é o preço que seria recebido pela venda de um
activo ou pago pela transferência de um passivo numa transacção
ordenada no mercado principal (ou mais vantajoso) à data da
mensuração, nas condições vigentes de mercado (ou seja, um
preço de saída), independentemente de esse preço ser directa­
mente observável ou estimado por recurso a outra técnica de
avaliação.

25 O preço no mercado principal (ou mercado mais vantajoso) utilizado


para mensurar pelo justo valor o activo ou passivo não deve ser
ajustado em função dos custos de transacção. Os custos de transacção
devem ser contabilizados de acordo com outras IFRS. Os custos de
transacção não são uma característica de um determinado activo ou
passivo, mas sim específicos a cada transacção, e serão diferentes
dependendo da forma como uma entidade participa na transacção
relativa ao activo ou passivo.

26 Os custos da transacção não incluem custos de transporte. Se a loca­


lização for uma característica do activo (como pode acontecer, por
exemplo, com uma matéria-prima), o preço no mercado principal (ou
mais vantajoso) deve ser ajustado considerando os custos, se existi­
rem, que seriam suportados para transportar o activo do local onde se
encontram para esse mercado.

Aplicação a activos não-financeiros


Maior e melhor utilização de activos não-financeiros
27 A mensuração pelo justo valor de um activo não-financeiro toma
em conta a capacidade de um participante no mercado para gerar
benefícios económicos utilizando o activo da maior e melhor ma­
neira ou vendendo-o a outro participante no mercado que o irá
utilizar da maior e melhor maneira.

28 A maior e melhor utilização de um activo não-financeiro toma em


conta uma utilização do activo que é fisicamente possível, legalmente
admissível e financeiramente viável, do seguinte modo:

(a) uma utilização que é fisicamente possível considera as caracterís­


ticas físicas do activo que os participantes no mercado considera­
riam ao apreçar o activo (por exemplo, a localização ou a dimen­
são de uma propriedade);

(b) uma utilização que é legalmente permitida considera quaisquer


restrições legais à utilização do activo que os participantes no
mercado considerariam ao apreçar o activo (por exemplo, regras
de urbanismo aplicáveis a uma propriedade);

(c) uma utilização que é financeiramente viável considera se uma


utilização do activo que é fisicamente possível e legalmente per­
mitida gera rendimentos ou fluxos de caixa adequados (tendo em
conta os custos de conversão do activo para essa utilização) que
permitam obter um resultado do investimento que os participantes
no mercado exigiriam de um investimento nesse activo e para essa
utilização.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 810

▼M33
29 A maior e melhor utilização é determinada na perspectiva dos parti­
cipantes no mercado, mesmo que a entidade vise uma utilização di­
ferente. No entanto, presume-se que a utilização actual de um activo
não-financeiro por uma entidade é a sua mais maior e melhor utiliza­
ção, a menos que factores de mercado ou outros sugiram que uma
outra utilização por parte dos participantes no mercado maximizaria o
valor do activo.

30 Para proteger sua posição competitiva, ou por outras razões, uma


entidade pode não pretender utilizar activamente um activo não-finan­
ceiro adquirido ou não o utilizar de acordo com a sua maior e melhor
utilização. Isso pode acontecer, por exemplo, com um activo intangí­
vel adquirido que a entidade pretenda utilizar defensivamente, impe­
dindo que terceiros o façam. No entanto, a entidade deve mensurar
pelo justo valor um activo não-financeiro assumindo a sua maior e
melhor utilização por parte dos participantes no mercado.

Pressupostos de avaliação de activos não-financeiros


31 A maior e melhor utilização de um activo não-financeiro estabelece os
pressupostos de avaliação a utilizar para mensurar o activo pelo justo
valor, do seguinte modo:

(a) a maior e melhor utilização de um activo não-financeiro poderá


implicar que o máximo valor para os participantes no mercado
passe pela sua utilização em combinação com um grupo de outros
activos (conforme instalados ou de outra forma configurados para
utilização) ou em combinação com outros activos e passivos (por
exemplo, uma empresa);

(i) se a maior e melhor utilização do activo passar por uma


utilização em combinação com outros activos ou com outros
activos e passivos, o justo valor do activo é o preço que seria
recebido numa transacção de venda do activo no momento
em causa assumindo que o mesmo seria utilizado em con­
junto com outros activos ou com outros activos e passivos e
que esses activos e passivos (ou seja, activos complementares
e passivos associados) estariam disponíveis para os partici­
pantes no mercado;

(ii) os passivos associados ao activo e aos activos complemen­


tares incluem passivos para financiar um fundo de maneio,
mas não incluem passivos utilizados para financiar outros
activos que não aqueles que integram o grupo de activos;

(iii) os pressupostos sobre a maior e melhor utilização de um


activo não-financeiro devem ser consistentes para todos os
activos (para os quais a maior e melhor utilização seja rele­
vante) do grupo de activos ou do grupo de activos e passivos
no âmbito do qual o activo seria utilizado;

(b) a maior e melhor utilização de um activo não-financeiro poderá


implicar que o máximo valor para os participantes no mercado
passe pela sua utilização de forma autónoma. Se a maior e melhor
utilização do activo passar por uma utilização autónoma, o justo
valor do activo é o preço que seria recebido numa transacção de
venda do activo no momento em causa a participantes no mercado
que o iriam utilizar de forma autónoma.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 811

▼M33
32 A mensuração pelo justo valor de um activo não-financeiro assume
que o activo será vendido em conformidade com a unidade de conta
especificada noutras IFRS (que pode ser um activo individual). É esse
o caso inclusivamente quando essa mensuração pelo justo valor as­
sume que a maior e melhor utilização do activo passa pela sua utili­
zação em combinação com outros activos ou com outros activos e
passivos porque a mensuração pelo justo valor assume que o partici­
pante no mercado já é detentor dos activos complementares e dos
passivos associados.

33 O parágrafo B3 descreve a aplicação do conceito de pressuposto de


avaliação para os activos não-financeiros.

Aplicação aos passivos e aos instrumentos de capital próprio de


uma entidade
Princípios gerais
34 A mensuração pelo justo valor assume que um passivo financeiro
ou não-financeiro ou um instrumento de capital próprio de uma
entidade (por exemplo, participações emitidas como contrapresta­
ção numa concentração de actividades empresariais) é transferido
para um participante no mercado à data da mensuração. A trans­
ferência de um passivo ou instrumento de capital próprio de uma
entidade pressupõe o seguinte:

(a) um passivo continuará pendente e o participante no mercado


receptor da transferência terá de cumprir a obrigação. O
passivo não será liquidado junto da contraparte nem de outra
forma extinto à data da mensuração;

(b) um instrumento de capital próprio da entidade continuará


pendente e o participante no mercado receptor da transferên­
cia assumirá os direitos e responsabilidades associados ao ins­
trumento. O instrumento não será cancelado nem de outra
forma extinto à data da mensuração.

35 Mesmo quando não existe um mercado observável que permita obter


informações sobre o preço de transferência de um passivo ou ins­
trumento de capital próprio de uma entidade (por exemplo porque
existem restrições contratuais ou outras restrições legais que impedem
a transferência desses instrumentos), pode existir um mercado obser­
vável para esses instrumentos se os mesmos forem detidos por outras
partes na qualidade de activos (por exemplo, uma obrigação ou uma
opção de compra sobre as acções de uma entidade).

36 Em todos os casos, a entidade deve maximizar a utilização dos dados


observáveis relevantes e minimizar a utilização de dados não obser­
váveis de modo a cumprir o objectivo de uma mensuração pelo justo
valor, que consiste em estimar o preço ao qual uma transacção orde­
nada de transferência do passivo ou instrumento de capital próprio
ocorreria entre participantes no mercado à data da mensuração nas
condições vigentes de mercado.

Passivos e instrumentos de capital próprio detidos por outras partes


como activos
37 Quando não existir um preço cotado para a transferência de um
passivo ou de um instrumento de capital próprio da entidade
idêntico ou semelhante e o passivo ou instrumento em causa for
detido por outra parte como activo, a entidade deve mensurar o
justo valor do passivo ou instrumento de capital próprio na pers­
pectiva de um participante de mercado que seja detentor do um
passivo ou instrumento idêntico como activo à data da mensura­
ção.

38 Nesses casos, a entidade deve mensurar o justo valor do passivo ou


instrumento de capital próprio do seguinte modo:

(a) utilizando o preço cotado num mercado activo para o passivo ou


instrumento idêntico detido por outra parte como activo, se esse
preço cotado existir;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 812

▼M33
(b) se não existir um preço cotado, utilizando outros dados observá­
veis, tais como o preço cotado num mercado que não está activo
para um passivo ou instrumento idêntico detido por outra parte
como activo;

(c) se os preços observáveis em (a) e (b) não estiverem disponíveis,


utilizando uma outra técnica de avaliação, como seja:

(i) uma abordagem de rendimento (por exemplo, uma técnica de


determinação do valor actual que tenha em conta os fluxos de
caixa futuros que um participante no mercado esperaria rece­
ber por ser detentor do passivo ou do instrumento de capital
próprio como activo; ver parágrafos B10 e B11);

(ii) uma abordagem de mercado (por exemplo utilizando os


preços cotados de passivos ou instrumentos de capital
semelhantes detidos por outras partes como activos; ver pará­
grafos B5-B7).

39 Uma entidade só deve ajustar o preço cotado de um passivo ou ins­


trumento de capital próprio de uma entidade detida por outra parte
como activo se existem factores específicos a esse activo que não
sejam aplicáveis na mensuração pelo justo valor do passivo ou ins­
trumento de capital próprio. Uma entidade deve garantir que o preço
do activo não reflecte o efeito de uma restrição que impede a venda
desse activo. Entre os factores que podem indicar que o preço cotado
do activo deve ser ajustado incluem-se:

(a) o preço cotado do activo respeita a um passivo ou instrumento de


capital próprio semelhante (mas não idêntico) detido por outra
parte como activo. Por exemplo, o passivo ou instrumento de
capital próprio pode apresentar uma característica particular (por
exemplo, a notação de crédito do emitente) diferente daquilo que
se encontra reflectido no justo valor do passivo ou instrumento de
capital próprio semelhante detido como activo;

(b) a unidade de conta do activo não é a mesma do passivo ou ins­


trumento de capital próprio. Por exemplo, no caso dos passivos,
pode ocorrer que o preço de um activo reflecte um preço combi­
nado respeitante a um pacote que inclui as quantias devidas pelo
emitente e uma melhoria do risco de crédito de terceiros. Se a
unidade de conta do passivo não for a mesma que a do pacote
combinado, o objectivo é mensurar o justo valor do passivo do
emitente, e não o justo valor do pacote combinado. Assim, nesses
casos, uma entidade deve ajustar o preço observado do activo de
modo a excluir o efeito da melhoria do risco de crédito de ter­
ceiros.

Passivos e instrumentos de capital não detidos por outras partes


como activos
40 Quando não existir um preço cotado para a transferência de um
passivo ou de um instrumento de capital próprio da entidade
idêntico ou semelhante e o passivo ou instrumento idêntico não
for detido por outra parte como activo, a entidade deve mensurar
o justo valor do passivo ou instrumento de capital próprio utili­
zando uma técnica de avaliação na perspectiva de um participante
no mercado que seja detentor do passivo ou que tenha emitido o
direito ao capital.

41 Por exemplo, quando aplicar uma técnica de valor actual, uma enti­
dade poderá levar em conta:

(a) as futuras saídas de caixa que um participante no mercado espe­


raria ter de suportar para cumprimento da obrigação, incluindo a
remuneração que um participante no mercado exigiria para assu­
mir a obrigação (ver parágrafos B31-B33);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 813

▼M33
(b) a quantia que um participante no mercado receberia por assumir
ou emitir um passivo ou instrumento de capital próprio idêntico,
utilizando os pressupostos que os participantes no mercado utili­
zariam para apreçar um passivo ou instrumento idêntico (por
exemplo, com as mesmas características de risco de crédito) no
mercado principal (ou no mercado mais vantajoso) pela emissão
de um passivo ou instrumento de capital próprio nos mesmos
termos contratuais.

Risco de desempenho
42 O justo valor de um passivo reflecte o efeito do risco de desempe­
nho. O risco de desempenho inclui, entre outros possíveis compo­
nentes, o risco de crédito da própria entidade (como definido na
IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações). Assume-se que o
risco de desempenho é o mesmo antes e depois da transferência do
passivo.

43 Ao medir o justo valor de um passivo, uma entidade deve ter em


conta o efeito do seu risco de crédito (qualidade de crédito) e quais­
quer outros factores que possam influenciar a probabilidade de incum­
primento da obrigação. Esse efeito pode variar em função do passivo,
por exemplo:

(a) de o passivo ser uma obrigação de entrega de dinheiro (um pas­


sivo financeiro) ou uma obrigação de entrega de bens ou serviços
(um passivo não-financeiro);

(b) dos termos das melhorias do risco de crédito relacionadas com o


passivo, caso existam.

44 O justo valor de um passivo reflecte o efeito do risco de desempenho


tendo por base a sua unidade de conta. O emitente de um passivo
emitido com uma melhoria do risco de crédito de terceiros indisso­
ciável que é contabilizada separadamente do passivo não deve incluir
o efeito da melhoria do risco de crédito (por exemplo, uma garantia da
dívida por terceiros) na mensuração do justo valor do passivo. Se a
melhoria do risco de crédito for contabilizada separadamente do pas­
sivo, ao mensurar o justo valor do passivo o emitente deve ter em
conta a sua própria qualidade de crédito e não a do terceiro que
garante a dívida.

Restrição que impede a transferência de um passivo ou instru­


mento de capital próprio de uma entidade
45 Ao mensurar um passivo ou instrumento de capital próprio de uma
entidade pelo justo valor, uma entidade não deve incluir um dado
específico nem ajustar outros dados relacionados com a existência
de uma restrição que impede a transferência do item. O efeito de
uma restrição que impede a transferência de um passivo ou instru­
mento de capital próprio de uma entidade é implícita ou explicita­
mente incluído nos outros dados que contribuem para a mensuração
pelo justo valor.

46 Por exemplo, à data da transacção, tanto o credor como o devedor


aceitaram o preço de transacção do passivo com pleno conhecimento
de que a obrigação incluía uma restrição que impede a sua trans­
ferência. Como a restrição foi incluída no preço da transacção, não
é exigida um dado separado ou um ajustamento dos dados existentes à
data da transacção para reflectir o efeito da restrição à transferência.
Da mesma forma, não é necessário um dado separado nem qualquer
ajuste aos dados existentes em datas de mensuração posteriores para
reflectir o efeito da restrição à transferência.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 814

▼M33
Passivo financeiro que inclua um elemento à ordem
47 O justo valor de um passivo financeiro que inclua um elemento à
ordem (por exemplo, um depósito à ordem) não é inferior à quantia
pagável à ordem, descontada a partir da primeira data em que essa
quantia seja exigível.

Aplicação a activos financeiros e passivos financeiros com posições


compensadas no que respeita aos riscos de mercado ou ao risco de
crédito de contraparte
48 Uma entidade que seja detentora de um grupo de activos financeiros e
passivos financeiros está exposta a riscos de mercado (como definidos
na IFRS 7) e ao risco de crédito (como definido na IFRS 7) de cada
uma das contrapartes. Se gerir esse grupo de activos e passivos fi­
nanceiros com base na sua exposição líquida aos riscos de mercado ou
ao risco de crédito, a entidade pode aplicar uma excepção a esta
Norma no que respeita à mensuração pelo justo valor. Essa excepção
permite que uma entidade mensure o justo valor de um grupo de
activos financeiros e passivos financeiros com base no preço que seria
recebido pela venda de uma posição líquida longa (ou seja, de um
activo) relativamente a uma determinada exposição ao risco ou pela
transferência de uma posição líquida curta (ou seja, de um passivo)
relativamente a uma determinada exposição ao risco numa transacção
ordenada entre participantes no mercado à data da mensuração e nas
condições vigentes de mercado. Assim, a entidade deve mensurar o
justo valor do grupo de activos financeiros e passivos financeiros de
forma consistente com a forma como os participantes no mercado
apreçariam a exposição líquida ao risco à data da mensuração.

49 Uma entidade só pode utilizar a excepção do parágrafo 48 se cumprir


todas as seguintes condições:

(a) gere o grupo de activos financeiros e passivos financeiros com


base na exposição líquida da entidade a um determinado risco (ou
riscos) de mercado ou no risco de crédito de uma contraparte
específica, de acordo com a política documentada de gestão do
risco ou com a estratégia de investimento documentada da enti­
dade;

(b) disponibiliza, com base neste princípio, informações sobre o


grupo de activos financeiros e passivos financeiros ao
pessoal-chave de gerência da entidade, conforme definido na
IAS 24 Divulgações de Partes Relacionadas; e

(c) é obrigada ou optou por mensurar esses activos financeiros e


passivos financeiros pelo justo valor na sua demonstração da
posição financeira no final de cada período de relato.

50 A excepção do parágrafo 48 não á aplicável à apresentação de demons­


trações financeiras. Em alguns casos, a base para a apresentação de
instrumentos financeiros na demonstração da posição financeira é dife­
rente da base utilizada na mensuração dos instrumentos financeiros,
como acontece por exemplo se uma IFRS não exigir ou permitir que
os instrumentos financeiros sejam apresentados em termos líquidos. Em
tais casos, uma entidade pode ter de imputar os ajustes a nível da
carteira (ver parágrafos 53-56) a cada um dos activos ou passivos
que compõem o grupo de activos financeiros e passivos financeiros
geridos com base na exposição líquida ao risco da entidade. Uma
entidade deve realizar essas imputações em termos razoáveis e consis­
tentes, utilizando uma metodologia adequada às circunstâncias.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 815

▼M33
51 Uma entidade deve tomar uma decisão no âmbito da sua política
contabilística e de acordo com a IAS 8 Políticas Contabilísticas,
Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros quanto à utilização
da excepção do parágrafo 48. Uma entidade que utiliza a excepção
deve aplicar essa política contabilística, incluindo a sua política de
imputação dos ajustes por diferenciais entre cotações de compra e de
venda (ver parágrafos 53-55) e dos ajustes de crédito (ver parágrafo
56), se aplicável, de forma consistente entre períodos no que respeita a
uma determinada carteira.

52 A excepção do parágrafo 48 só é aplicável aos activos financeiros e


passivos financeiros abrangidos pela IAS 39 Instrumentos Financei­
ros:. Reconhecimento e Mensuração ou pela IFRS 9 Instrumentos
Financeiros.

Exposição a riscos de mercado


53 Ao utilizar a excepção do parágrafo 48 para mensurar o justo valor de
um grupo de activos financeiros e passivos financeiros geridos com
base na sua exposição líquida a um determinado risco (ou riscos) de
mercado, uma entidade deve aplicar à sua exposição líquida a esses
riscos de mercado um preço no intervalo entre a cotação de compra e
a cotação de venda que seja o mais representativo do justo valor nas
circunstâncias que se verifiquem (ver parágrafos 70 e 71).

54 Ao utilizar a excepção do parágrafo 48, a entidade deve garantir que o


risco (ou riscos) de mercado a se encontra exposta no âmbito desse
grupo de activos financeiros e passivos financeiros é no essencial o
mesmo. Por exemplo, a entidade não deve combinar o risco de taxa
de juro associado a um activo financeiro com o risco ligado à evolu­
ção do preço dos produtos de base associados a um passivo financei­
ro, já que isso não iria reduzir a sua exposição ao risco de taxa de juro
nem ao risco ligado à evolução do preço das matérias-primas. Ao
utilizar a excepção do parágrafo 48, qualquer risco de base resultante
de diferenças nos parâmetros de risco de mercado deve ser tido em
consideração na mensuração do justo valor dos activos financeiros e
passivos financeiros no âmbito do grupo.

55 Da mesma forma, a duração da exposição da entidade a um determi­


nado risco (ou riscos) de mercado associado aos activos financeiros e
passivos deve ser no essencial a mesma. Por exemplo, uma entidade
que utiliza um contrato de futuros a 12 meses contra os fluxos de
caixa associado ao valor correspondente a 12 meses de exposição ao
risco de taxa de juro num instrumento financeiro com duração de
cinco anos no âmbito de um grupo composto apenas por esses activos
financeiros e passivos financeiros mensura o justo valor da exposição
ao risco de taxa de juro para um período de 12 meses em termos
líquidos e o restante risco de taxa de juro (ou seja, o risco de taxa de
juro dos anos 2-5) em valores brutos.

Exposição ao risco de crédito de uma contraparte específica


56 Ao utilizar a excepção do parágrafo 48 para mensurar pelo justo valor
de um grupo de activos financeiros e passivos financeiros acordados
com uma determinada contraparte, a entidade deve incluir na mensu­
ração pelo justo valor o efeito da exposição líquida da entidade ao
risco de crédito dessa contraparte ou da exposição líquida da contra­
parte ao risco de crédito da entidade se os participantes no mercado
tivessem normalmente em conta quaisquer acordos existentes que
atenuam a exposição ao risco de crédito em caso de incumprimento
(por exemplo, um acordo-quadro de compensação com a contraparte
ou um acordo que exija a troca de garantias com base na exposição
líquida de cada parte ao risco de crédito da outra parte). A mensura­
ção pelo justo valor deve reflectir as expectativas dos participantes no
mercado relativamente à probabilidade de que tal acordo seja legal­
mente aplicável em caso de incumprimento.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 816

▼M33
Justo valor no reconhecimento inicial
57 Quando um activo é adquirido ou um passivo é assumido numa
transacção em bolsa desse activo ou passivo, o preço da transacção
é a quantia paga para adquirir o activo ou assumir o passivo (um
preço de entrada). Em contraste, o justo valor do activo ou passivo é
o preço que seria recebido pela venda do activo ou que seria pago
pela transferência do passivo (um preço de saída). As entidades não
vendem necessariamente os activos ao preço que pagaram para os
adquirir. Da mesma forma, as entidades não transferem necessaria­
mente os passivos ao preço que receberam para os assumir.

58 Em muitos casos, o preço da transacção é igual ao justo valor (por


exemplo, poderá ser esse o caso quando, à data da transacção, ocorre
uma transacção de compra de um activo no mercado em que o activo
seria vendido).

59 Ao determinar se o justo valor no reconhecimento inicial é igual ao


preço da transacção, uma entidade deve tomar em conta os factores
específicos da transacção e do activo ou passivo. O parágrafo B4
descreve situações em que o preço da transacção pode não representar
o justo valor de um activo ou um passivo no reconhecimento inicial.

60 Se outra IFRS exigir ou autorizar que uma entidade mensure inicial­


mente um activo ou um passivo pelo justo valor e o preço da tran­
sacção for diferente desse justo valor, a entidade deve reconhecer o
ganho ou perda daí resultante na sua demonstração de resultados, a
menos que as IFRS especifiquem outra linha de acção.

Técnicas de avaliação
61 Uma entidade deve utilizar técnicas de avaliação apropriadas às
circunstâncias e para as quais existam dados suficientes para
mensurar o justo valor, maximizando a utilização de dados rele­
vantes observáveis e minimizando a utilização de dados não ob­
serváveis.

62 O objectivo da utilização de uma técnica de avaliação é estimar o


preço ao qual se faria uma transacção ordenada de venda do activo ou
transferência do passivo entre participantes no mercado à data da
mensuração e nas condições vigentes de mercado. Três técnicas de
avaliação muito utilizadas são a abordagem de mercado, a abordagem
de custo e a abordagem de rendimento. Os principais aspectos dessas
abordagens são resumidos nos parágrafos B5-B11. Uma entidade deve
utilizar técnicas de avaliação coerentes com uma ou mais dessas
abordagens para mensurar o justo valor.

63 Em determinados casos, é apropriada uma técnica de avaliação indi­


vidual (por exemplo, quando se avalia um activo ou um passivo
utilizando os preços cotados de activos ou passivos idênticos). Nou­
tros casos, serão adequadas técnicas de avaliação múltiplas (como
poderá acontecer na avaliação de uma unidade geradora de fluxos
de caixa). Se forem utilizadas técnicas de avaliação múltiplas para
mensurar o justo valor, os resultados (ou seja, as respectivas indica­
ções do justo valor) devem ser avaliados tendo em conta a razoabi­
lidade do intervalo de valores indicados por essas técnicas. A men­
suração pelo justo valor é o ponto no interior desse intervalo mais
representativo do justo valor nas circunstâncias que se verifiquem.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 817

▼M33
64 Se o preço de transacção for o justo valor no reconhecimento inicial e
se vai utilizar uma técnica de avaliação que recorre a dados não
observáveis para mensurar o justo valor em períodos subsequentes,
a técnica de avaliação deve ser calibrada de modo a que, no reco­
nhecimento inicial, o resultado da mesma seja igual ao preço de
transacção. A calibração assegura que a técnica de avaliação reflecte
as condições de mercado no momento em causa, ajudando uma enti­
dade a determinar se é necessário um ajustamento da técnica de
avaliação (por exemplo, pode existir uma característica do activo ou
passivo que não é captada pela técnica de avaliação). Após o reco­
nhecimento inicial, ao mensurar o justo valor utilizando uma técnica
ou técnicas de avaliação que utilizam dados não observáveis, a enti­
dade deve garantir que essas técnicas de avaliação reflectem os dados
observáveis de mercado (por exemplo, o preço de um activo ou
passivo semelhante) à data da mensuração.

65 As técnicas de avaliação utilizadas para mensurar o justo valor devem


ser aplicadas de forma consistente. Torna-se, no entanto, pertinente
uma alteração numa técnica de avaliação ou na sua aplicação (por
exemplo, uma alteração na sua ponderação quando forem utilizados
técnicas de avaliação múltiplas ou uma alteração num ajustamento
aplicado a uma técnica de avaliação) se a alteração resultar numa
medida tão ou mais representativa do justo valor nas circunstâncias
que se verificam. Pode ser esse o caso, por exemplo, se qualquer dos
seguintes eventos ocorrer:

(a) surgiram novos mercados;

(b) há novas informações disponíveis;

(c) informações anteriormente utilizadas deixaram de estar disponí­


veis;

(d) as técnicas de avaliação melhoraram; ou

(e) as condições de mercado alteraram-se.

66 As revisões resultantes de uma alteração da técnica de avaliação ou da


sua aplicação devem ser contabilizadas como uma alteração na esti­
mativa contabilística de acordo com a IAS 8. No entanto, as divul­
gações no âmbito da IAS 8 relativamente a uma alteração na estima­
tiva contabilística não são exigidas no caso de revisões resultantes de
uma alteração de uma técnica de avaliação ou da sua aplicação.

Dados utilizados nas técnicas de avaliação


Princípios gerais
67 As técnicas de avaliação utilizadas para mensurar o justo valor
devem maximizar a utilização de dados relevantes observáveis e
minimizar a utilização de dados não observáveis.

68 São exemplos de mercados em que os dados podem ser observáveis


para alguns activos e passivos (por exemplo, instrumentos financeiros)
os mercados bolsistas, os mercados de corretagem financeira, os mer­
cados de corretagem e os mercados de negociação por conta própria
(ver parágrafo B34).

69 Uma entidade deve seleccionar os dados consistentes com as caracte­


rísticas do activo ou passivo que os participantes no mercado teriam
em conta numa transacção desse activo ou passivo (ver parágrafos 11
e 12). Em determinados casos, essas características resultam na apli­
cação de um ajustamento, como seja um prémio ou desconto (por
exemplo, um prémio pelo controlo ou um desconto por interesses
que não controlam). No entanto, uma mensuração pelo justo valor
não deve incorporar um prémio ou desconto que seja incompatível
com a unidade de conta referida na IFRS que exige ou permite a
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 818

▼M33
mensuração pelo justo valor (ver parágrafos 13 e 14). Numa mensu­
ração pelo justo valor, não são permitidos prémios ou descontos para
reflectir a dimensão como característica das participações da entidade
(especificamente, um factor de bloqueio que ajuste o preço cotado de
um activo ou um passivo pelo facto de o volume normal de negocia­
ção diária no mercado não ser suficiente para absorver a quantidade
detida pela entidade, como descrito no parágrafo 80) e não como
característica do activo ou passivo (por exemplo, um prémio pelo
controlo quando se mensura o justo valor de uma participação que
confere controlo). De qualquer modo, se existir um preço cotado num
mercado activo (ou seja, um dado de nível 1) para um activo ou um
passivo, uma entidade deve utilizar esse preço sem ajustamento ao
mensurar o justo valor, excepto nas condições especificadas no pará­
grafo 79.

Dados baseados em cotações de compra e venda


70 Se um activo ou um passivo mensurado pelo justo valor tem um preço
de compra e um preço de venda (por exemplo, um dado existente
num mercado com intermediação), na mensuração pelo justo valor
deve ser utilizado o preço dentro do intervalo entre a cotação de
compra e a cotação de venda que seja mais representativo do justo
valor nas circunstâncias, independentemente da posição desse dado na
hierarquia do justo valor (ou seja, nível 1, 2 ou 3; ver parágrafos
72-90). A utilização de preços de compra, para os activos, e de preços
de venda, para os passivos, é permitida, mas não é exigida.

71 Esta Norma não impede a utilização de preços médios de mercado ou


outras convenções de preços utilizadas pelos participantes no mercado
como expediente prático para a mensuração pelo justo valor no in­
tervalo entre a cotação de compra e a cotação de venda.

Hierarquia do justo valor


72 Para aumentar a coerência e a comparabilidade da mensuração pelo
justo valor e das divulgações conexas, esta Norma estabelece uma
hierarquia do justo valor que classifica em três níveis (ver parágrafos
76-90) os dados a utilizar nas técnicas de mensuração pelo justo valor.
A hierarquia do justo valor atribui prioridade máxima aos preços
cotados (não ajustados) de activos ou passivos idênticos em mercados
activos (dados de nível 1) e prioridade mínima aos dados não obser­
váveis (dados de nível 3).

73 Em determinados casos, os dados utilizados para mensurar o justo


valor de um activo ou um passivo podem ser classificados em dife­
rentes níveis da hierarquia do justo valor. Nesses casos, a mensuração
pelo justo valor é classificada na íntegra no mesmo nível da hierarquia
do justo valor que o dado de nível mais baixo que seja significativo
para a mensuração no seu todo. A avaliação da significância de um
determinado dado para toda a mensuração exige o exercício de juízos
de valor, tendo em conta factores específicos do activo ou passivo. Os
ajustamentos que visem produzir mensurações com base no justo
valor, por exemplo ajustamentos relacionados com os custos de ven­
der, ao mensurar o justo valor menos os custos de vender, não devem
ser tidos em conta para a determinação do nível de hierarquia em que
se deverá classificar uma mensuração do justo valor.

74 A disponibilidade de dados relevantes e sua subjectividade relativa


podem afectar a escolha das técnicas de avaliação apropriadas (ver
parágrafo 61). No entanto, a hierarquia do justo valor estabelece a
prioridade dos dados a utilizar nas técnicas de avaliação e não das
próprias técnicas de avaliação para mensurar o justo valor. Por exem­
plo, uma mensuração de justo valor que utilize uma técnica do valor
actual pode ser classificada no nível 2 ou no nível 3, dependendo dos
dados que sejam significativos para a mensuração no seu todo e do
nível de hierarquia do justo valor em que os dados são categorizados.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 819

▼M33
75 Se um dado observável exigir um ajustamento com recurso a um dado
não observável e esse ajustamento resultar numa mensuração do justo
valor significativamente superior ou inferior, a mensuração resultante
é classificada no nível 3 da hierarquia do justo valor. Por exemplo, se
for de esperar que um participante no mercado tome em conta o efeito
de uma restrição à venda de um activo ao estimar o preço do mesmo,
uma entidade deve ajustar o preço cotado de modo a reflectir o efeito
dessa restrição. Se esse preço cotado for um dado de nível 2 e o
ajustamento for um dado não observável significativo para a mensu­
ração no seu todo, essa mensuração deverá ser classificada no nível 3
da hierarquia do justo valor.

Dados de nível 1
76 Os dados de nível 1 são preços cotados (não ajustados) dos activos ou
passivos em mercados activos a que a entidade tem acesso à data da
mensuração.

77 Um preço cotado num mercado activo fornece a indicação mais fiável


do justo valor e deve ser utilizado sem ajustamento na mensuração
pelo justo valor sempre que exista, excepto nas condições especifica­
das no parágrafo 79.

78 Para muitos activos financeiros e passivos financeiros, que em muitos


casos podem ser transaccionados em vários mercados activos (por
exemplo, em diferentes bolsas), existirão dados de nível 1. Assim,
no nível 1 a tónica estará na determinação dos dois elementos seguin­
tes:

(a) mercado principal para o activo ou passivo ou, na ausência de um


mercado principal, mercado mais vantajoso para o activo ou pas­
sivo; e

(b) se a entidade pode participar numa transacção do activo ou pas­


sivo ao preço vigente nesse mercado à data da mensuração.

79 Uma entidade não deve efectuar um ajustamento a um dado de


nível 1, excepto nas seguintes circunstâncias:

(a) quando uma entidade é detentora de um elevado número de acti­


vos ou passivos (por exemplo, títulos de dívida) semelhantes (mas
não idênticos) que são mensurados pelo justo valor e existe, mas
não se encontra prontamente acessível, um preço cotado num
mercado activo para cada um desses activos ou passivos (ou seja,
tendo em conta o elevado número de activos ou passivos seme­
lhantes detidos pela entidade, seria difícil obter informações sobre
os preços para cada activo ou passivo individual à data da men­
suração). Nesse caso, como expediente prático, uma entidade pode
mensurar pelo justo valor através de um método alternativo de
determinação do preço que não dependa exclusivamente dos pre­
ços cotados (por exemplo, matrizes de preços). No entanto, a
utilização de um método alternativo de determinação do preço
resulta numa mensuração pelo justo valor categorizada num nível
mais baixo da hierarquia do justo valor;

(b) quando um preço cotado num mercado activo não representa o


justo valor à data da mensuração. Pode ser o caso se, por exem­
plo, acontecimentos significativos (como transacções num mer­
cado de negociação por conta própria ou num mercado de corre­
tagem ou anúncios relevantes) ocorrerem após o fecho de um
mercado, mas antes da data de mensuração. Uma entidade deve
estabelecer e aplicar de forma coerente uma política para identi­
ficar os acontecimentos que podem afectar a mensuração pelo
justo valor. No entanto, se o preço cotado dor ajustado de
modo a incorporar a nova informação, o ajustamento resulta
numa mensuração pelo justo valor categorizada num nível mais
baixo da hierarquia do justo valor;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 820

▼M33
(c) na mensuração do justo valor de um passivo ou instrumento de
capital próprio de uma entidade utilizando o preço cotado para em
passivo ou instrumento idêntico negociado como activo num mer­
cado activo e em que esse preço tem de ser ajustado para ter em
conta factores específicos do item ou do activo (ver parágrafo 39).
Se não for necessário qualquer ajustamento ao preço cotado do
activo, o resultado é uma mensuração pelo justo valor classificada
no nível 1 da hierarquia do justo valor. Todavia, qualquer ajus­
tamento do preço cotado do activo resulta numa mensuração pelo
justo valor categorizada num nível mais baixo da hierarquia do
justo valor.

80 Se uma entidade detiver uma posição num único activo ou passivo


(incluindo uma posição que inclua um elevado número de activos e
passivos idênticos, como uma participação composta por instrumentos
financeiros) e esse activo ou passivo for negociado num mercado
activo, o justo valor do activo ou passivo deve ser mensurado no
nível 1 multiplicando o preço cotado do activo ou passivo individual­
mente considerado pala quantidade detida pela entidade. Isso acontece
mesmo quando o volume de negociação diária normal num mercado
não seja suficiente para absorver a quantidade detida e a colocação de
ordens de venda da posição numa única transacção possa afectar o
preço cotado.

Dados de nível 2
81 Dados de nível 2 são dados distintos dos preços cotados incluídos no
nível 1 directa ou indirectamente observáveis para o activo ou
passivo.

82 Se o activo ou passivo tem um determinado prazo (contratual), deve


ser observável um dado de nível 2 relativamente à data substantiva de
maturidade do activo ou passivo. Os dados de nível 2 incluem:

(a) preços cotados de activos ou passivos semelhantes em mercados


activos;

(b) preços cotados de activos ou passivos idênticos ou semelhantes


em mercados não activos;

(c) dados distintos dos preços cotados observáveis relativamente ao


activo ou passivo, como por exemplo:

(i) taxas de juros e curvas de rendimento observáveis em inter­


valos de cotação habituais;

(ii) volatilidades implícitas; e

(iii) spreads de crédito;

(d) dados corroborados pelo mercado.

83 Os ajustamentos aos dados de nível 2 variam dependendo de factores


específicos do activo ou passivo. Esses factores incluem:

(a) o estado ou localização do activo;

(b) a medida em que os dados estão relacionados com activos ou


passivos comparáveis aos activos ou passivos em causa (incluindo
os factores descritos no parágrafo 39); e

(c) o volume ou nível de actividade nos mercados em que os dados


são observados.

84 Um ajustamento a um dado de nível 2 que seja significativo para a


mensuração no seu todo pode resultar numa mensuração pelo justo
valor classificada no nível 3 da hierarquia do justo valor se o ajusta­
mento utilizar dados não observáveis significativos.

85 O parágrafo B35 descreve a utilização de dados de nível 2 para


determinados activos e passivos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 821

▼M33
Dados de nível 3
86 Os dados de nível 3 são dados não observáveis relativamente ao
activo ou passivo.

87 Os dados não observáveis devem ser utilizados para mensurar pelo


justo valor na medida em que não existam dados observáveis relevan­
tes, permitindo assim contemplar situações em que existe pouca ou
nenhuma actividade de mercado no que respeita ao activo ou passivo
à data da mensuração. No entanto, o objectivo da mensuração pelo
justo valor permanece o mesmo, ou seja, um preço de saída à data da
mensuração na perspectiva de um participante no mercado que é
detentor do activo ou devedor do passivo. Assim, os dados não ob­
serváveis devem reflectir os pressupostos que os participantes no
mercado considerariam ao apreçar o activo ou passivo, incluindo
pressupostos sobre o risco.

88 Os pressupostos sobre o risco incluem o risco inerente a uma deter­


minada técnica de avaliação utilizada para mensurar pelo justo valor
(como seja um modelo de preços) e os riscos inerentes aos dados
utilizados na técnica de avaliação. Uma mensuração que não inclua
um ajustamento para o risco não representa uma mensuração pelo
justo valor se for de esperar que os participantes no mercado proce­
dessem a tal ajustamento ao apreçarem um activo ou passivo. Por
exemplo, pode ser necessário incluir um ajustamento para o risco
quando existir uma incerteza de mensuração significativa (por exem­
plo, quando tiver ocorrido uma diminuição significativa do volume ou
nível de actividade em comparação com a actividade normal do mer­
cado no que respeita ao activo ou passivo, ou a activos ou passivos
semelhantes, e a entidade tiver concluído que o preço de transacção
ou a cotação não representam o justo valor, conforme descrito nos
parágrafos B37-B47).

89 Uma entidade deve desenvolver dados não observáveis utilizando a


melhor informação disponível nas circunstâncias, que poderá incluir
os dados da própria entidade. Ao desenvolver dados não observáveis,
uma entidade pode começar pelos seus próprios dados, mas deve
ajustá-los se a informação razoavelmente disponível indicar que outros
participantes no mercado utilizariam dados diferentes ou se a entidade
beneficiar de condições não disponíveis para outros participantes no
mercado (por exemplo, uma sinergia específica da entidade). Uma
entidade não tem de empreender esforços exaustivos para obter infor­
mações sobre os pressupostos dos participantes no mercado.
No entanto, deve ter em conta todas as informações sobre os pressu­
postos dos participantes no mercado que estejam razoavelmente dis­
poníveis. Os dados não observáveis desenvolvidos da forma acima
descrita são considerados pressupostos dos participantes no mercado
e cumprem o objectivo de uma mensuração pelo justo valor.

90 O parágrafo B36 descreve a utilização de dados de nível 3 para


determinados activos e passivos.

DIVULGAÇÃO
91 Uma entidade deve divulgar informação que auxilie os utentes
das suas demonstrações financeiras a avaliar os dois elementos
seguintes:

(a) no caso de activos e passivos mensurados pelo justo valor de


forma recorrente ou não recorrente na demonstração da po­
sição financeira após o reconhecimento inicial, as técnicas de
avaliação e dados utilizados para desenvolver essas mensura­
ções;.

(b) no caso de mensurações pelo justo valor regulares utilizando


dados não observáveis significativos (nível 3), o efeito das
mensurações sobre os resultados ou sobre o outro rendimento
integral do período.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 822

▼M33
92 Para cumprir os objectivos no parágrafo 91, uma entidade deve con­
siderar todos os seguintes elementos:

(a) o nível de detalhe necessário para satisfazer os requisitos de di­


vulgação;

(b) a ênfase a atribuir a cada um dos vários requisitos;

(c) o nível de agregação ou desagregação a aplicar; e

(d) se os utentes das demonstrações financeiras necessitam de infor­


mações adicionais para avaliar as informações quantitativas divul­
gadas.

Se as informações previstas de acordo com esta Norma e outras IFRS


forem insuficientes para a realização dos objectivos do parágrafo 91, a
entidade deve divulgar as informações adicionais necessárias para a
realização desses objectivos.

93 Para a realização dos objectivos do parágrafo 91, uma entidade deve


divulgar pelo menos as seguintes informações em relação a cada
classe de activos e passivos (ver o parágrafo 94 para informações
sobre a determinação das classes apropriadas de activos e passivos)
mensurados pelo justo valor (incluindo mensurações baseadas no justo
valor no âmbito desta Norma) na demonstração da posição financeira
após o reconhecimento inicial:

(a) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes e não recor­


rentes, a mensuração pelo justo valor no final do período de relato
e, no caso de mensurações pelo justo valor não recorrentes, os
motivos da mensuração. As mensurações recorrentes de activos ou
passivos pelo justo valor são aquelas que outras IFRS exigem ou
permitem na demonstração da posição financeira no final de cada
período de relato. As mensurações não recorrentes de activos ou
passivos pelo justo valor são aquelas que outras IFRS exigem ou
permitem na demonstração da posição financeira em circunstân­
cias particulares (por exemplo, quando uma entidade mensura um
activo detido para venda pelo justo valor menos os custos de
vender, de acordo com a IFRS 5 Activos Não Correntes Detidos
para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas, devido ao
facto de o justo valor menos os custos de vender do activo ser
inferior ao seu valor escriturado);

(b) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes e não recor­


rentes, o nível da hierarquia do justo valor em que todas as
mensurações pelo justo valor são categorizadas (nível 1, 2 ou 3);

(c) no caso de activos e passivos detidos no final do período de relato


que sejam mensurados pelo justo valor de forma recorrente, as
quantias correspondentes a quaisquer transferências entre o nível 1
e o nível 2 na hierarquia do justo valor, os motivos para essas
transferências e a política seguida pela entidade para determinar o
momento em que se considera terem ocorrido as transferências
entre os níveis (ver parágrafo 95). As transferências de entrada em
cada nível devem ser divulgadas e discutidas em separado das
transferências de saída de cada nível;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 823

▼M33
(d) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes e não recor­
rentes categorizadas no nível 2 e no nível 3 da hierarquia do justo
valor, uma descrição da(s) técnica(s) de avaliação e dos dados
utilizados na mensuração pelo justo valor. Se ocorreu uma alte­
ração na técnica de avaliação (por exemplo, passagem de uma
abordagem de mercado para uma abordagem de rendimento ou
utilização de uma técnica de avaliação adicional), a entidade deve
divulgar essa alteração e o(s) motivo(s) para fazê-lo. No caso de
mensurações de justo valor classificadas no nível 3 da hierarquia
do justo valor, a entidade deve fornecer informação quantitativa
sobre os dados não observáveis significativos utilizados na men­
suração pelo justo valor. Uma entidade não é obrigada a criar
informação quantitativa para cumprir este requisito de divulgação
se não desenvolver dados quantitativos não observáveis aquando
da mensuração pelo justo valor (por exemplo, quando uma enti­
dade utiliza os preços de transacções anteriores ou informação de
terceiros sobre esses preços sem ajustamento). No entanto, ao
divulgar esta informação uma entidade não pode ignorar dados
quantitativos não observáveis que sejam significativos para a men­
suração pelo justo valor e que estejam razoavelmente à sua dis­
posição;

(e) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes classificadas


no nível 3 da hierarquia do justo valor, uma reconciliação entre os
saldos iniciais e finais, divulgando separadamente as alterações
ocorridas durante o período imputáveis a:

(i) ganhos ou perdas totais do período reconhecidos nos resul­


tados, e a rubrica(s) dos resultados em que esses ganhos ou
perdas são reconhecidos;

(ii) ganhos ou perdas totais do período reconhecidos noutro ren­


dimento integral, e a rubrica(s) noutro rendimento integral em
que esses ganhos ou perdas são reconhecidos;

(iii) compras, vendas, emissões e liquidações (sendo cada um


desses tipos de alterações divulgados separadamente);

(iv) quantia correspondente a todas as transferências de ou para o


nível 3 da hierarquia do justo valor, motivos para essas trans­
ferências e política seguida pela entidade para determinar o
momento em que se considera terem ocorrido essas trans­
ferências entre os níveis (ver parágrafo 95). As transferências
de entrada no nível 3 devem ser divulgadas e discutidas
separadamente das transferências de saída do nível 3;

(f) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes classificadas


no nível 3 da hierarquia do justo valor, a quantia correspondente
aos ganhos ou perdas totais do período referidas na alínea (e)(i)
incluídas nos resultados imputável à alteração de ganhos ou per­
das não realizados relacionados com os activos e passivos detidos
no final do período de relato, e a rubrica(s) dos resultados em que
esses ganhos ou perdas são reconhecidos;

(g) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes e não recor­


rentes classificadas no nível 3 da hierarquia do justo valor, uma
descrição dos processos de avaliação utilizados pela entidade (in­
cluindo, por exemplo, a forma como a entidade decide as suas
políticas e procedimentos de avaliação e analisa as alteração da
mensuração pelo justo valor de período para período);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 824

▼M33
(h) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes classificadas
no nível 3 da hierarquia do justo valor:

(i) no caso de todas estas mensurações, uma descrição narrativa


da sensibilidade da mensuração pelo justo valor a alterações
em dados não observáveis se uma alteração desses dados para
um valor diferente puder resultar numa mensuração pelo justo
valor significativamente superior ou inferior. Se existirem
inter-relações entre esses dados e outros dados não observá­
veis utilizados na mensuração pelo justo valor, uma entidade
deve também apresentar uma descrição dessas inter-relações e
da forma como podem aumentar ou diminuir o efeito das
alterações nos dados não observáveis na mensuração pelo
justo valor. Para cumprir esse requisito de divulgação, a des­
crição narrativa da sensibilidade às alterações de dados não
observáveis deve incluir, no mínimo, os dados não observá­
veis divulgados em conformidade com a alínea (d);

(ii) no que respeita a activos financeiros e passivos financeiros, se


a alteração de um ou mais dados não observáveis de modo a
reflectir pressupostos alternativos razoavelmente possíveis al­
terar significativamente o justo valor, uma entidade deve in­
dicar esse facto e divulgar o efeito dessas alterações. A enti­
dade deve divulgar a forma como foi calculado o efeito de
uma alteração efectuada para reflectir um pressuposto alterna­
tivo razoavelmente possível. Para esse efeito, a significância
deve ser considerado relativamente os resultados e ao activo
total ou passivo total ou, quando as alterações no justo valor
forem reconhecidos noutros rendimentos integrais, ao capital
próprio total;

(i) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes e não recor­


rentes, se a maior e melhor utilização de um activo não financeiro
difere da sua utilização actual, uma entidade deve divulgar esse
facto e o motivo pelo qual o activo não financeiro está a ser
utilizado de uma forma que difere da sua maior e melhor
utilização.

94 Uma entidade deve determinar classes apropriadas de activos e pas­


sivos com base nos seguintes elementos:

(a) natureza, características e riscos do activo ou passivo; e

(b) nível de hierarquia do justo valor em que a mensuração pelo justo


valor é categorizada.

O número de classes poderá ter de ser maior no caso de mensurações


pelo justo valor classificadas no nível 3 da hierarquia do justo valor,
já que essas mensurações apresentam maior grau de incerteza e sub­
jectividade. A determinação das classes apropriadas de activos e pas­
sivos que exigem divulgações sobre as mensurações de justo valor
exige o exercício de juízos de valor. Em muitos casos, uma classe de
activos e passivos exigirá uma desagregação maior do que as rubricas
contempladas na demonstração da posição financeira. No entanto, a
entidade deve apresentar informação suficiente para permitir a recon­
ciliação com as rubricas apresentadas na demonstração da posição
financeira. Se outra IFRS especificar a classe de um activo ou um
passivo, a entidade pode utilizar essa classe nas divulgações exigidas
nesta Norma se essa classe cumprir os requisitos deste parágrafo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 825

▼M33
95 Uma entidade deve divulgar e respeitar de forma consistente a sua
política com vista à determinação do momento em que considera
terem ocorrido as transferências entre níveis da hierarquia do justo
valor em conformidade com o parágrafo 93(c) e (e)(iv). A política no
que respeita ao momento do reconhecimento das transferências deve
ser a mesma para as transferências de entrada nos níveis e para trans­
ferências de saída dos níveis. São exemplos de políticas de determi­
nação do momento das transferências:

(a) a data do acontecimento ou da alteração de circunstâncias que


motivaram a transferência;

(b) o início do período de relato;

(c) o fim do período de relato.

96 Se uma entidade decide, no âmbito da sua política contabilística,


utilizar a excepção do parágrafo 48, deve divulgar esse facto.

97 Para cada classe de activos e passivos não mensurados pelo justo


valor na demonstração da posição financeira, mas para a qual o justo
valor é divulgado, a entidade deve apresentar a informação exigida
pelo parágrafo 93(b), (d) e (i). No entanto, não é obrigada a apresentar
divulgações quantitativas sobre dados não observáveis significativos
utilizados em mensurações pelo justo valor classificadas no nível 3 da
hierarquia do justo valor exigidas pelo parágrafo 93(d). Uma entidade
não tem de apresentar as outras divulgações exigidas por esta Norma
no que respeita a esses activos e passivos.

98 No caso de um passivo mensurado pelo justo valor e emitido com


uma melhoria do risco de crédito de terceiros indissociável, um emi­
tente deve divulgar a existência dessa melhoria da qualidade de cré­
dito e se a mesma se reflecte na mensuração pelo justo valor do
passivo.

99 Uma entidade deve apresentar as divulgações quantitativas exigidas


por esta Norma em formato de tabela, a menos que outro formato seja
mais adequado.

Apêndice A
Termos definidos
O presente apêndice faz parte integrante desta Norma.

mercado activo Um mercado em que ocorrem transacções


do activo ou passivo com frequência e vo­
lume suficientes para fornecer informação
sobre preços de forma contínua

abordagem de custo Técnica de mensuração que reflecte a quan­


tia que seria necessária num determinado
momento para substituir a capacidade de
serviço de um activo (habitualmente desig­
nada por custo actual de substituição)

preço de entrada O preço pago para adquirir um activo ou


recebido para assumir um passivo numa
transacção em bolsa

preço de saída O preço que seria recebido pela venda de


um activo ou pago pela transferência de um
passivo

fluxo de caixa esperado A média ponderada em função da probabi­


lidade (ou seja, a média da distribuição) dos
possíveis fluxos de caixa futuros
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 826

▼M33
justo valor O preço que seria recebido pela venda de
um activo ou pago pela transferência de um
passivo numa transacção ordenada entre par­
ticipantes no mercado à data da mensuração

maior e melhor utilização A utilização de um activo não-financeiro


pelos participantes no mercado que maxi­
miza o valor do activo ou grupo de activos
e passivos (por exemplo, uma actividade
empresarial) no âmbito do qual ou dos quais
o recurso seria utilizado

abordagem de rendimento Técnicas de avaliação que convertem quan­


tias futuras (por exemplo, fluxos de caixa ou
receitas e gastos) num valor actual (ou seja,
descontado) único. A mensuração pelo justo
valor é determinada com base no valor in­
dicado pelas expectativas actuais do mer­
cado relativamente a essas quantias futuras

dados Os pressupostos que os participantes no


mercado utilizariam na determinação do
preço do activo ou passivo, incluindo pres­
supostos sobre o risco, do seguinte modo:

(a) o risco inerente a uma determinada téc­


nica de avaliação utilizada para mensu­
rar pelo justo valor (como seja um mo­
delo de preços); e

(b) o risco inerente aos dados utilizados na


técnica de avaliação.

Os dados podem ser observáveis ou não


observáveis

dados de nível 1 Preços cotados (não ajustados) em mercados


activos para activos ou passivos idênticos a
que a entidade pode aceder à data da men­
suração

dados de nível 2 Dados distintos dos preços cotados incluídos


no nível 1 e que são observáveis directa ou
indirectamente no que respeita ao activo ou
passivo

dados de nível 3 Dados não observáveis no que respeita ao


activo ou passivo

abordagem de mercado Técnica de avaliação que utiliza os preços e


outras informações relevantes geradas por
transacções de mercado que envolvem acti­
vos, passivos ou grupos de activos e passi­
vos idênticos ou comparáveis (isto é, seme­
lhantes), como seja uma actividade empre­
sarial

dados corroborados pelo Dados principalmente derivados de informa­


mercado ção de mercado observável ou corroborados
pela mesma por correlação ou outros meios
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 827

▼M33
participantes no mercado Compradores e vendedores no mercado
principal (ou mais vantajoso) do activo ou
passivo e que apresentam todas as seguintes
características:

(a) são independentes entre si, ou seja, não


são partes relacionadas tal como defini­
das na IAS 24, embora o preço de uma
transacção com partes relacionadas
possa ser utilizado como dado para
uma mensuração pelo justo valor se a
entidade tem provas de que a transacção
foi realizada em condições de mercado;

(b) estão bem informados, possuindo uma


compreensão razoável do activo ou pas­
sivo e da transacção, e utilizam todas as
informações disponíveis, incluindo in­
formações que podem ser obtidas pelas
diligências habituais;

(c) têm capacidade para participar numa


transacção do activo ou passivo;

(d) estão dispostos a participar numa tran­


sacção do activo ou passivo, ou seja,
encontram-se motivados para tal, mas
não são forçados ou obrigados a fazê-lo.

mercado mais vantajoso O mercado que maximiza a quantia que se­


ria recebida pela venda do activo ou que
minimiza a quantia que seria paga pela
transferência do passivo, tidos em conta os
custos da transacção e os custos de trans­
porte

risco de desempenho O risco de que uma entidade não cumpra


uma obrigação. O risco de desempenho in­
clui o risco de crédito da própria entidade,
mas pode incluir outros riscos

dados observáveis Dados que são desenvolvidos utilizando in­


formação de mercado, como seja a informa­
ção publicamente disponível relativa a acon­
tecimentos ou transacções reais, e que re­
flectem os pressupostos que os participantes
no mercado utilizariam na determinação do
preço do activo ou passivo

transacção ordenada Uma transacção que envolve uma exposição


ao mercado durante um determinado pe­
ríodo anterior à data de mensuração para
permitir actividades de comercialização nor­
mais e habituais nas transacções que envol­
vem os referidos activos ou passivos; não é
uma transacção forçada (por exemplo, uma
liquidação forçada ou uma venda de aflição)
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 828

▼M33
mercado principal O mercado com o volume e o nível de ac­
tividade mais elevados no que respeita ao
activo ou passivo

prémio de risco Compensação procurada pelos participantes


no mercado avessos ao risco para suportar a
incerteza inerente ao fluxo de caixa de um
activo ou um passivo. Também referido
como «ajustamento pelo risco»

custos da transacção Os custos de vender um activo ou de trans­


ferir de um passivo no seu mercado princi­
pal (ou mais vantajoso), directamente impu­
táveis à venda do activo ou à transferência
do passivo e que respeitam todos os seguin­
tes critérios:

(a) resultam directamente da transacção e


são essenciais à mesma;

(b) não seriam suportados pela entidade se


a decisão de vender o activo ou trans­
ferir o passivo não tivesse sido tomada
(semelhante aos custos de vender, con­
forme definido na IFRS 5)

custos de transporte Os custos que teriam de ser suportados para


transportar um activo do local onde se en­
contra para o seu mercado principal (ou
mais vantajoso)

unidade de conta O nível ao qual um activo ou um passivo é


agregado ou desagregado, no âmbito de uma
IFRS, para fins de reconhecimento

dados não observáveis Dados para os quais que não há informação


de mercado disponível e que são desenvol­
vidos utilizando a melhor informação dispo­
nível relativamente aos pressupostos que os
participantes no mercado considerariam ao
apreçar o activo ou passivo

Apêndice B
Guia de Aplicação
O presente apêndice faz parte integrante desta Norma. Descreve a aplicação dos
parágrafos 1-99 e tem o mesmo valor que as outras partes da Norma

B1 Os juízos de valor aplicados em diferentes situações de avaliação


podem ser diferentes. Este apêndice descreve os juízos de valor que
poderão ser aplicáveis quando uma entidade mensura pelo justo valor
em diferentes situações de avaliação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 829

▼M33
ABORDAGEM DA MENSURAÇÃO PELO JUSTO VALOR
B2 O objectivo de uma mensuração pelo justo valor é estimar o preço
pelo qual uma operação ordenada de venda do activo ou transferência
do passivo ocorreria entre participantes no mercado à data da mensu­
ração nas condições correntes do mercado. Uma mensuração pelo
justo valor exige que uma entidade determine todos os seguintes
elementos:

(a) o activo ou passivo específico sujeito a mensuração (de forma


consistente com a sua unidade de conta);

(b) no caso de um activo não-financeiro, o pressuposto de avaliação


apropriado para a mensuração (de forma consistente com a sua
maior e melhor utilização);

(c) o mercado principal (ou mais vantajoso) para o activo ou passivo


em causa;

(d) a(s) técnica(s) de avaliação apropriada(s) à mensuração, conside­


rando a disponibilidade de informação a partir da qual se possam
desenvolver dados que representem os pressupostos que os parti­
cipantes no mercado considerariam ao apreçar o activo ou passivo
e determinar o nível da hierarquia do justo valor no qual esses
dados deverão ser categorizados.

PRESSUPOSTO DE AVALIAÇÃO DE ACTIVOS NÃO-FINANCEIROS (PA­


RÁGRAFOS 31-33)
B3 Ao mensurar o justo valor de um activo não-financeiro utilizado em
combinação com outros activos num grupo (tal como esteja instalado
ou de outra forma configurado para utilização) ou em combinação
com outros activos e passivos (por exemplo, uma actividade empre­
sarial), o efeito do pressuposto de avaliação depende das circunstân­
cias que se verifiquem. Por exemplo:

(a) o justo valor do activo pode ser o mesmo independentemente de


ser utilizado de forma autónoma ou em combinação com outros
activos ou com outros activos e passivos. Pode ser esse o caso se
o activo for uma actividade empresarial que os participantes no
mercado continuariam a desenvolver. Nesse caso, a transacção
implicaria mensurar a actividade empresarial na sua totalidade.
A utilização em grupo dos activos numa actividade empresarial
em curso geraria sinergias que estariam disponíveis para os par­
ticipantes no mercado (isto é, sinergias dos participantes no mer­
cado que devem, portanto, afectar o justo valor do activo tanto
numa utilização autónoma como em combinação com outros ac­
tivos ou com outros activos e passivos);

(b) a utilização de um activo em combinação com outros activos ou


com outros activos e passivos pode ser incorporada na mensura­
ção pelo justo valor através de ajustamentos ao valor do activo
numa utilização autónoma. Pode ser esse o caso se o activo for
uma máquina e a mensuração pelo justo valor for determinada
utilizando um preço observado para uma máquina semelhante
(não instalada ou de outra forma configurada para utilização),
ajustado em função dos custos de transporte e instalação de forma
a que a mensuração pelo justo valor seja reflexo do estado e da
localização actuais da máquina (instalada e configurada para uti­
lização);

(c) a utilização de um activo em combinação com outros activos ou


com outros activos e passivos pode ser incorporada na mensura­
ção pelo justo valor através dos pressupostos que os participantes
no mercado utilizariam para mensurar o activo pelo justo valor.
Por exemplo, se o activo é composto por um inventário de traba­
lhos originais em curso que os participantes no mercado deverão
converter em produtos acabados, o justo valor desse inventário
deve assumir que os participantes no mercado já adquiriram ou
irão adquirir toda a maquinaria especializada necessária para con­
verter o inventário em produtos acabados;
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(d) a utilização de um activo em combinação com outros activos ou
com outros activos e passivos pode ser incorporada na técnica de
avaliação utilizada para mensurar o activo pelo justo valor. Pode
ser esse o caso se se utiliza o chamado «método dos ganhos
adicionais ao longo de vários períodos» para mensurar um activo
intangível pelo justo valor, já que essa técnica de avaliação tem
especificamente em conta a contribuição de quaisquer activos
complementares e dos passivos associados no grupo em que tal
activo intangível seria utilizado;

(e) em situações mais limitadas, quando uma entidade utiliza um


activo no âmbito de um grupo de activos, pode mensurar o activo
por uma quantia que se aproxima do seu justo valor na discrimi­
nação do justo valor do grupo de activos por cada activo que o
compõe. Pode ser esse o caso se a avaliação envolver propriedade
imobiliária e o justo valor da propriedade renovada (ou seja, um
grupo de activos) for discriminado pelos activos que a compõem
(como sejam os terrenos e as obras realizadas).

JUSTO VALOR NO RECONHECIMENTO INICIAL (PARÁGRAFOS 57-60)


B4 Ao determinar se o justo valor no reconhecimento inicial é igual ao
preço da transacção, uma entidade deve tomar em conta os factores
específicos da transacção e do activo ou passivo. Por exemplo, o
preço da transacção pode não representar o justo valor de um activo
ou passivo no reconhecimento inicial se se verificar qualquer uma das
seguintes condições:

(a) a transacção decorreu entre partes relacionadas, embora o preço de


uma transacção com partes relacionadas possa ser utilizado como
dado para uma mensuração pelo justo valor se a entidade tem
provas de que a transacção foi realizada em condições de
mercado;

(b) a transacção decorreu sob coação ou o vendedor foi obrigado a


aceitar o preço da transacção. Pode ser esse o caso, por exemplo,
se o vendedor se encontrar em dificuldades financeiras;

(c) a unidade de conta representada pelo preço da transacção é dife­


rente da unidade de conta do activo ou passivo mensurado pelo
justo valor. Por exemplo, pode ser esse o caso se o activo ou
passivo mensurado pelo justo valor for apenas um dos elementos
da transacção (por exemplo, numa concentração de actividades
empresariais), se a transacção incluir direitos e privilégios não
declarados que sejam mensurados separadamente de acordo com
outra IFRS ou se o preço da transacção incluir os custos de
transacção;

(d) o mercado em que a transacção ocorre não é o mercado principal


(ou o mercado mais vantajoso). Por exemplo, esses mercados
podem ser diferentes se a entidade for uma sociedade financeira
de corretagem que realiza transacções com clientes no mercado
retalhista, mas o mercado principal (ou mais vantajoso) para a
transacção de saída forem outras sociedades financeiras de corre­
tagem presentes num mercado de corretagem financeira.
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TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO (PARÁGRAFOS 61-66)
Abordagem de mercado
B5 A abordagem de mercado utiliza preços e outras informações relevan­
tes geradas a partir de transacções de mercado que envolvam activos,
passivos ou grupos de activos e passivos idênticos ou comparáveis
(isto é, semelhantes), como seja uma actividade empresarial.

B6 Por exemplo, as técnicas de avaliação coerentes com a abordagem de


mercado utilizam habitualmente índices de mercado derivados de um
conjunto de elementos comparáveis. Podem existir vários tipos de
índices, com um índice diferente para cada elemento comparável. A
selecção dos índices apropriados a partir do universo relevante exige o
exercício de juízos de valor, considerando os factores qualitativos e
quantitativos específicos da mensuração.

B7 As técnicas de avaliação coerentes com a abordagem de mercado


incluem as matrizes de preços. A determinação do preço a partir de
matrizes de preços é uma técnica matemática principalmente utilizada
para avaliar determinados tipos de instrumentos financeiros, como
títulos de dívida, sem depender exclusivamente dos seus preços cota­
dos, mas antes recorrendo à relação entre esses títulos e outros títulos
cotados de referência.

Abordagem de custo
B8 A abordagem de custo reflecte a quantia que seria actualmente neces­
sária para substituir a capacidade de serviço de um activo (frequen­
temente referida como o custo actual de substituição).

B9 Na perspectiva de um participante no mercado vendedor, o preço que


seria recebido pelo activo é baseado no custo, para o participante no
mercado comprador, de aquisição ou construção de um bem alterna­
tivo de utilidade comparável, ajustado pela obsolescência. Isto deve-se
ao facto de que um participante do mercado comprador não pagaria
mais por um activo do que a quantia que lhe permitiria substituir a
capacidade de serviço desse activo. A obsolescência engloba a dete­
rioração física, a obsolescência funcional (tecnológica) e obsolescência
económica (externa) e é mais ampla do que a depreciação para fins de
relato financeiro (uma imputação do custo histórico) ou para efeitos
fiscais (com uma vida útil especificada). Em muitos casos, o método
do custo actual de substituição é utilizado para mensurar pelo justo
valor os activos tangíveis utilizados em combinação com outros acti­
vos ou com outros activos e passivos.

Abordagem de rendimento
B10 A abordagem de rendimento converte quantias futuras (por exemplo,
fluxos de caixa ou receitas e gastos) num valor único actual (ou seja,
descontado). Quando a abordagem de rendimento é utilizada, a men­
suração pelo justo valor reflecte as expectativas actuais do mercado
relativamente a essas quantias futuras.

B11 As técnicas de avaliação incluem, por exemplo:

(a) técnicas de valor actual (ver parágrafos B12-B30);

(b) modelos opcionais de definição do preço, como seja a fórmula de


Black-Scholes-Merton ou um modelo binomial (ou seja, probabi­
lístico), que incorporam técnicas de valor actual e reflectem o
valor do tempo e o valor intrínseco de uma opção; e
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(c) o chamado «método dos ganhos adicionais ao longo de vários
períodos», que é utilizado para mensurar o justo valor de alguns
activos intangíveis.

Técnicas de valor actual


B12 Os parágrafos B13-B30 descrevem a utilização de técnicas de valor
actual para a mensuração pelo justo valor. Esses parágrafos abordam
uma técnica de ajustamento da taxa de desconto e uma técnica de
fluxo de caixa esperado (valor actual esperado). Não prescrevem a
utilização de uma única técnica específica de valor actual nem limitam
a utilização de técnicas de valor actual para mensuração pelo justo
valor às técnicas discutidas. A técnica do valor actual utilizada para
mensurar pelo justo valor depende de factos e circunstâncias especí­
ficos relativamente ao activo ou passivo a mensurar (por exemplo,
depende de os preços dos activos ou passivos semelhantes poderem
ser observados no mercado) e à disponibilidade de dados suficientes.

Componentes de uma mensuração de valor actual


B13 O valor actual (ou seja, uma aplicação da abordagem de rendimento) é
uma ferramenta utilizada para associar quantias futuras (fluxos de
caixa ou valores, por exemplo) a um valor actual, utilizando uma
taxa de desconto. A mensuração pelo justo valor de um activo ou
um passivo utilizando uma técnica de valor actual capta a totalidade
dos seguintes elementos, na perspectiva dos participantes no mercado
e à data da mensuração:

(a) uma estimativa dos fluxos de caixa do activo ou passivo a men­


surar;

(b) as expectativas sobre possíveis variações no valor e momentos de


ocorrência dos fluxos de caixa, que representa a incerteza inerente
a esses fluxos de caixa;

(c) o valor temporal do dinheiro, representado por uma taxa associada


a activos monetários sem risco com datas de maturidade ou du­
rações que coincidem com o período abrangido pelos fluxos de
caixa e não apresentam incerteza quanto aos momentos de ocor­
rência nem risco de incumprimento pelo detentor (ou seja, uma
taxa de juro sem risco);

(d) o preço de suportar a incerteza inerente aos fluxos de caixa (ou


seja, um prémio de risco);

(e) outros factores que os participantes no mercado considerariam nas


circunstâncias;

(f) no caso de um passivo, o risco de desempenho relativo a esse


passivo, incluindo o próprio risco de crédito da entidade (ou seja,
do devedor).

Princípios gerais
B14 As técnicas de valor actual diferem na forma como captam os ele­
mentos referidos no parágrafo B13. No entanto, todos os princípios
gerais a seguir referidos orientam a aplicação de qualquer técnica de
valor actual utilizada para mensurar pelo justo valor:

(a) os fluxos de caixa e as taxas de desconto devem reflectir pressu­


postos que os participantes no mercado considerariam ao apreçar
o activo ou passivo;

(b) os fluxos de caixa e as taxas de desconto devem ter conta apenas


os factores imputáveis ao activo ou passivo a mensurar;
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(c) para evitar a dupla contabilização ou a omissão dos efeitos dos
factores de risco, as taxas de desconto devem reflectir pressupos­
tos coerentes com os pressupostos inerentes ao cálculo dos fluxos
de caixa. Por exemplo, uma taxa de desconto que reflecte a in­
certeza nas expectativas relativamente a futuros incumprimentos é
apropriada se se utilizarem os fluxos de caixa contratuais de um
empréstimo (ou seja, uma técnica de ajustamento da taxa de des­
conto). Essa mesma taxa não deve ser utilizada se se utilizarem
fluxos de caixa esperados (ou seja, ponderados pela probabilida­
de), ou seja, uma técnica de valor actual esperado, na medida em
que os fluxos de caixa esperados já reflectem pressupostos acerca
da incerteza relativamente a incumprimentos futuros; deve ser
utilizada, em vez disso, uma taxa de desconto conforme com o
risco inerente aos fluxos de caixa esperados.

(d) os pressupostos acerca dos fluxos de caixa e taxas de desconto


devem ser internamente coerentes. Por exemplo, os fluxos de
caixa nominais, que incluem o efeito da inflação, devem ser des­
contados a uma taxa que inclua o efeito da inflação. A taxa de
juro nominal sem risco inclui o efeito da inflação. Os fluxos de
caixa reais, que excluem o efeito da inflação, devem ser descon­
tados a uma taxa que exclua o efeito da inflação. Da mesma
forma, os fluxos de caixa depois de impostos devem ser descon­
tados utilizando uma taxa de desconto depois de impostos. Os
fluxos de caixa antes de impostos devem ser descontados a uma
taxa coerente com tais fluxos de caixa;

(e) as taxas de desconto devem ser coerentes com os factores econó­


micos subjacentes à moeda em que os fluxos de caixa são deno­
minados.

Risco e incerteza
B15 Uma mensuração pelo justo valor através de técnicas de valor actual é
realizada em condições de incerteza na medida em que os fluxos de
caixa utilizados são estimativas e não valores conhecidos. Em muitos
casos, a quantia e os momentos de ocorrência dos fluxos de caixa são
incertos. Mesmo quantias contratualmente fixadas, como os reembol­
sos de um empréstimo, são incertas se existir risco de incumprimento.

B16 Os participantes no mercado procuram geralmente obter compensação


(ou seja, um prémio de risco) pelo facto de suportarem a incerteza
inerente aos fluxos de caixa de um activo ou passivo. A mensuração
pelo justo valor deve incluir um prémio de risco que seja reflexo da
quantia que os participantes no mercado exigiriam como compensação
pela incerteza inerente aos fluxos de caixa. Caso contrário, a mensu­
ração não representará fielmente o justo valor. Em determinados ca­
sos, pode ser difícil determinar o prémio de risco adequado.
No entanto, o grau de dificuldade não é, por si só, razão suficiente
para excluir um prémio de risco.

B17 As técnicas de valor actual diferem na forma como ajustam para o


risco e o tipo de fluxos de caixa que utilizam. Por exemplo:

(a) a técnica de ajustamento da taxa de desconto (ver parágrafos


B18-B22) utiliza uma taxa de desconto ajustada pelo risco e os
fluxos de caixa contratuais, prometidos ou mais prováveis;

(b) o método 1 da técnica de valor actual esperado (ver parágrafo


B25) utiliza fluxos de caixa esperados ajustados pelo risco e uma
taxa sem risco;

(c) o método 2 da técnica de valor actual esperado (ver parágrafo


B26) utiliza fluxos de caixa esperados não ajustados pelo risco e
uma taxa de desconto ajustada de modo a incluir o prémio de
risco que os participantes no mercado exigem. Essa taxa é dife­
rente da taxa utilizada na técnica de ajustamento de taxa de des­
conto.
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▼M33
Técnica de ajustamento da taxa de desconto
B18 A técnica de ajustamento da taxa de desconto utiliza um único con­
junto de fluxos de caixa no intervalo de valores estimados possíveis,
sejam os mesmos contratuais ou prometidos (como é o caso de uma
obrigação) ou os fluxos de caixa mais prováveis. Em todos os casos,
esses fluxos de caixa estão condicionados à ocorrência de aconteci­
mentos especificados (por exemplo, os fluxos de caixa contratuais ou
prometidos de uma obrigação estão dependentes de o devedor não
entrar em incumprimento). A taxa de desconto utilizada na técnica
de ajustamento da taxa de desconto deriva das taxas de rendimento
observadas de activos ou passivos comparáveis negociados no merca­
do. Assim, os fluxos de caixa contratuais, prometidos ou mais prová­
veis são descontados a uma taxa de mercado observada ou estimada
para tais fluxos de caixa condicionais (isto é, uma taxa de rendimento
de mercado).

B19 A técnica de ajustamento da taxa de desconto exige uma análise da


informação de mercado relativa a activos ou passivos semelhantes. A
comparabilidade é estabelecida considerando a natureza dos fluxos de
caixa (por exemplo, se os fluxos de caixa são contratuais ou extracon­
tratuais e se são susceptíveis de reagir de modo semelhante a altera­
ções nas condições económicas), bem como outros factores (por
exemplo, posição financeira, garantias, duração, cláusulas restritivas
e liquidez). Alternativamente, se um único activo ou passivo compa­
rável não reflecte suficientemente o risco inerente aos fluxos de caixa
do activo ou passivo a mensurar, pode ser possível estimar uma taxa
de desconto utilizando dados relativos a vários activos ou passivos
comparáveis em conjunto com a curva de rendimento sem risco (ou
seja, utilizando uma abordagem «progressiva»).

B20 Para ilustrar uma abordagem de construção, assuma-se o activo A é


um direito contratual a receber 800 UM (1) daí a um ano (ou seja, não
existe incerteza temporal). Existe um mercado estabelecido para acti­
vos comparáveis e informação disponível sobre esses activos, in­
cluindo informação sobre preços. De entre esses activos comparáveis:

(a) o activo B é um direito contratual a receber 1 200 UM daí a um


ano e tem um preço de mercado de 1 083 UM. Assim, a taxa
implícita de rendimento anual (ou seja, uma taxa de rendimento
de mercado a um ano) é de 10,8 % [(1 200 UM/1 083 UM) – 1];

(b) o activo C é um direito contratual a receber 700 UM daí a dois


anos e tem um preço de mercado de 566 UM. Assim, a taxa
implícita de rendimento anual (ou seja, uma taxa de rendimento
de mercado a dois anos) é de 11,2 % [(700 UM/566 UM) ^ 0,5-1];

(c) os três activos são comparáveis em termos de risco (ou seja, da


dispersão de possíveis pagamentos e do crédito).

B21 Com base no calendário dos pagamentos contratuais a receber pelo


activo A relativamente aos calendários dos activos B e C (ou seja, um
ano para o activo B, contra dois anos para o activo C), o activo B é
considerado mais comparável com o activo A. Utilizando o paga­
mento contratual a receber pelo activo A (800 UM) e a taxa de
mercado a um ano derivada do activo B (10,8 %), o justo valor do
activo A é de 722 UM (800 UM/1,108). Em alternativa, na ausência
de informações disponíveis no mercado sobre o activo B, a taxa de
mercado a um ano poderia ser derivada do activo C utilizando a
abordagem progressiva. Nesse caso, a taxa de mercado a dois anos
indicada pelo activo C (11,2 %) seria ajustada para uma taxa de
mercado a um ano utilizando a estrutura da curva de rendimento
sem risco. Podem ser necessárias informações e análises adicionais
para determinar se os prémios de risco para activos a um ano e a dois
anos são os mesmos. Se se concluir que os prémios de risco para
activos a um ano e a dois anos não são os mesmos, a taxa de
rendimento de mercado a dois anos teria de ser novamente ajustada
para ter em conta esse efeito.

(1) Nesta Norma, as quantias monetárias são denominadas em «unidades monetárias» (UM).
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▼M33
B22 Quando a técnica de ajustamento da taxa de desconto é aplicada a
receitas ou pagamentos fixos, o ajustamento pelo risco inerente aos
fluxos de caixa do activo ou passivo que está a ser mensurado é
incluído na taxa de desconto. Em algumas aplicações da técnica de
ajustamento da taxa de desconto a fluxos de caixa que não são recei­
tas ou pagamentos fixos, pode ser necessário um ajustamento dos
fluxos de caixa para se poder fazer uma comparação com o activo
ou passivo observado a partir do qual é derivada a taxa de desconto.

Técnica do valor actual esperado


B23 A técnica do valor actual esperado usa como ponto de partida um
intervalo de fluxos de caixa que representam a probabilidade média
ponderada de todos os fluxos de caixa futuros possíveis (ou seja, os
fluxos de caixa esperados). A estimativa resultante é idêntica ao valor
esperado, que corresponde, em termos estatísticos, à média ponderada
dos valores discretos possíveis de uma variável aleatória, com as
respectivas probabilidades como ponderações. Como todos os possí­
veis fluxos de caixa são ponderados pela probabilidade, o fluxo de
caixa esperado resultante não depende da ocorrência de qualquer
acontecimento especificado (ao contrário dos fluxos de caixa utiliza­
dos na técnica de ajustamento da taxa de desconto).

B24 Ao tomar uma decisão de investimento, os participantes no mercado


avessos ao risco levariam em conta o risco de que os fluxos de caixa
reais possam ser diferentes dos fluxos de caixa esperados. A teoria das
carteiras de investimento distingue dois tipos de risco:

(a) risco não-sistemático (diversificável), que é o risco específico de


um determinado activo ou passivo;

(b) risco sistemático (não-diversificável), que é o risco comum a um


activo ou passivo e aos outros activos e passivos de uma carteira
diversificada.

A teoria das carteiras de investimento estipula que, num mercado em


equilíbrio, os participantes no mercado só serão compensados pelo
risco sistemático inerente aos fluxos de caixa. (Em mercados inefi­
cientes ou não equilibrados, podem estar disponíveis outras formas de
rendimento ou compensação)

B25 O método 1 da técnica do valor actual esperado ajusta os fluxos de


caixa esperados de um activo pelo risco sistemático (ou seja, pelo
risco de mercado) deduzindo um prémio de risco em dinheiro (ou
seja, fluxos de caixa esperados ajustados pelo risco). Esses fluxos
de caixa esperados ajustados pelo risco representam o equivalente
de um fluxo de caixa certo, que é descontado a uma taxa de juro
sem risco. Um equivalente a um fluxo de caixa certo refere-se a um
fluxo de caixa esperado (conforme definido) ajustado pelo risco de
forma a que para um participante do mercado seja indiferente tran­
saccionar um fluxo de caixa certo por um fluxo de caixa esperado.
Por exemplo, se um participante do mercado estiver disposto a tran­
saccionar um fluxo de caixa esperado de 1 200 UM por um fluxo de
caixa certo de 1 000 UM, 1 000 UM é o equivalente certo das 1 200
UM esperadas (ou seja, as 200 UM representam um prémio de risco
em dinheiro). Nesse caso, o participante do mercado seria indiferente
quanto ao activo detido.
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▼M33
B26 Em contraste, o método 2 da técnica do valor actual esperado ajusta
pelo risco sistemático (ou seja, pelo risco de mercado) aplicando um
prémio de risco à taxa de juro sem risco. Assim, os fluxos de caixa
esperados são descontados a uma taxa correspondente a uma taxa
esperada associada com fluxos de caixa ponderados pela probabili­
dade (ou seja, uma taxa de rendimento esperada). Os modelos utili­
zados no apresamento de activos com risco, como seja o modelo de
avaliação de activos em capital (capital asset pricing model), podem
ser utilizados para estimar a taxa de rendimento esperada. Como a
taxa de desconto utilizada na técnica de ajustamento da taxa de des­
conto é uma taxa de rendimento que se refere a fluxos de caixa
condicionais, é provável que seja superior à taxa de desconto utilizada
no método 2 da técnica do valor actual esperado, que é uma taxa de
rendimento esperada referente a fluxos de caixa esperados ou ponde­
rados pela probabilidade.

B27 Para ilustrar os métodos 1 e 2, assuma-se que um activo tem asso­


ciado fluxos de caixa esperados de 780 UM daí a um ano, com base
nos fluxos de caixa possíveis e nas probabilidades apresentadas abai­
xo. A taxa de juro sem risco aplicável aos fluxos de caixa com um
horizonte de um ano é de 5 %, e o prémio de risco sistemático de um
activo com o mesmo perfil de risco é de 3 %.

Fluxos de caixa ponderados


Fluxos de caixa possíveis Probabilidade
pela probabilidade

500 UM 15 % 75 UM

800 UM 60 % 480 UM

900 UM 25 % 225 UM

Fluxos de caixa esperados 780 UM

B28 Neste exemplo simples, os fluxos de caixa esperados (780 UM) re­
presentam a média ponderada pela probabilidade dos três resultados
possíveis. Em situações mais realistas, podem existir muitos resultados
possíveis. No entanto, para aplicar a técnica do valor actual esperado
nem sempre é necessário ter em conta as distribuições de todos os
fluxos de caixa possíveis recorrendo a modelos e técnicas complexos.
Poderá ser possível, pelo contrário, desenvolver um número limitado
de cenários e probabilidades discretas que captam o intervalo de
fluxos de caixa possíveis. Por exemplo, uma entidade pode utilizar
os fluxos de caixa realizados num período relevante anterior, ajustados
em função das alterações das circunstâncias ocorridas posteriormente
(por exemplo, alterações de factores externos, incluindo condições
económicas ou de mercado, tendências sectoriais e concorrenciais,
bem como alterações em factores internos que afectam mais especifi­
camente a entidade), tendo em conta os pressupostos dos participantes
no mercado.

B29 Em teoria, o valor actual (ou seja, o justo valor) dos fluxos de caixa
do activo é o mesmo quer seja determinado pelo método 1 ou 2, como
segue:
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▼M33
(a) utilizando o método 1, os fluxos de caixa esperados são ajustados
pelo risco sistemático (ou seja, pelo risco de mercado). Na ausên­
cia de informação de mercado que indique directamente a quantia
do ajustamento pelo risco, esse ajustamento pode ser derivado de
um modelo de apreçamento de activos que recorra ao conceito de
equivalentes certos. Por exemplo, o ajustamento pelo risco (isto é,
o prémio de risco de 22 UM) pode ser determinado utilizando um
prémio de risco sistemático de 3 % (780 UM - [780 UM ×
(1,05/1,08)]), o que resulta em fluxos de caixa esperados ajustados
pelo risco de 758 UM (780 UM - 22 UM). A quantia de 758 UM
é o equivalente certo de 780 UM e é descontada à taxa de juro
sem risco (5 %). O valor actual (ou seja, o justo valor) do activo é
722 UM (758 UM/1,05);

(b) utilizando o método 2, os fluxos de caixa esperados não são


ajustados pelo risco sistemático (ou seja, pelo risco de mercado).
O ajustamento pelo risco é, isso sim, incluído na taxa de descon­
to. Assim, os fluxos de caixa esperados são descontados a uma
taxa de rendimento esperada de 8 % (ou seja, os 5 % de taxa de
juro sem risco acrescidos do prémio de risco sistemático de 3 %).
O valor actual (ou seja, o justo valor) do activo é 722 UM (780
UM/1,08).

B30 Quando se utiliza uma técnica do valor actual esperado para mensurar
pelo justo valor, pode recorrer-se ao método 1 ou ao método 2. A
escolha depende dos factos e circunstâncias específicos do activo ou
passivo que está a ser mensurado, da disponibilidade de dados sufi­
cientes e dos juízos de valor aplicados.

APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE VALOR ACTUAL A PASSIVOS E AOS


INSTRUMENTOS DE CAPITAL PRÓPRIO DE UMA ENTIDADE NÃO DE­
TIDOS POR OUTRAS PARTES COMO ACTIVOS (PARÁGRAFOS 40 E 41)
B31 Ao utilizar uma técnica de valor actual para mensurar o justo valor de
um passivo que não é detido por outra parte como activo (por exem­
plo, uma compromisso de desmantelamento), a entidade deve, entre
outras coisas, estimar as saídas de caixa futuras que os participantes
no mercado esperariam ter de suportar no cumprimento dessa obriga­
ção. As saídas de caixa futuras devem incluir as expectativas dos
participantes no mercado quanto aos custos de cumprir a obrigação
e a compensação que um participante do mercado exigiria para a
assumir. Essa compensação inclui o rendimento que um participante
no mercado exigiria relativamente aos seguintes elementos:

(a) realizar a actividade (ou seja, o valor de cumprir a obrigação; por


exemplo utilizando recursos que poderiam ser utilizados noutras
actividades); e

(b) assumir o risco associado à obrigação (ou seja, um prémio de


risco que reflecte o risco de os fluxos de caixa reais poderem
diferir das saídas de caixa esperadas; ver parágrafo B33).

B32 Por exemplo, um passivo não-financeiro não inclui uma taxa de ren­
dimento contratual e não existe um rendimento de mercado observável
para o mesmo. Em certos casos, os componentes de rendimento que
os participantes no mercado exigiriam são indistinguíveis entre si (por
exemplo, quando se utiliza o preço que um subempreiteiro cobraria
num regime de preço fixo). Noutros casos, uma entidade deve estimar
esses componentes separadamente (por exemplo, quando utilizar o
preço que um subempreiteiro cobraria num regime de custos mais
margem, porque nesse caso o subempreiteiro não correria o risco de
futuras alterações nos custos).
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▼M33
B33 Uma entidade pode incluir um prémio de risco na mensuração pelo justo
valor de um passivo ou instrumento de capital próprio de uma entidade
que não é detido por outra parte como activo de uma das seguintes formas:

(a) ajustando os fluxos de caixa (ou seja, aumentando a quantia das


saídas de caixa), ou

(b) ajustando a taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa


futuros para o seu valor actual (ou seja, reduzindo a taxa de
desconto).

Uma entidade deve assegurar-se de não efectua uma dupla contagem


nem omite ajustamentos para o risco. Por exemplo, se os fluxos de
caixa estimados forem aumentados de modo a ter em conta a com­
pensação pela assunção do risco associado à obrigação, a taxa de
desconto não deve ser ajustada para reflectir esse risco.

DADOS PARA AS TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO (PARÁGRAFOS 67-71)


B34 São exemplos de mercados nos quais podem ser observáveis dados
para alguns activos e passivos (por exemplo, instrumentos financei­
ros):

(a) Mercados bolsistas. num mercado bolsista, os preços de fecho


estão prontamente disponíveis e são geralmente representativos
do justo valor. Um exemplo desse tipo de mercado é a Bolsa
de Valores de Londres;

(b) Mercados de corretagem financeira. num mercado de corretagem


financeira, as sociedades financeiras de corretagem (dealers) estão
dispostas a realizar transacções (comprando ou vendendo por conta
própria), proporcionando assim liquidez ao utilizarem o seu capital
para manterem um inventário relativamente ao qual são formadoras
de mercado. Habitualmente, os preços das propostas de compra e
venda (que representam, respectivamente, o preço a que a sociedade
financeira de corretagem está disposta a comprar e a vender) estão
mais facilmente disponíveis do que os preços de fecho. Os mercados
de balcão (em que os preços são divulgados publicamente) são mer­
cados de corretagem financeira. Também existem mercados de cor­
retagem financeira para alguns outros activos e passivos, nomeada­
mente certos instrumentos financeiros, matérias-primas e activos físi­
cos (por exemplo equipamentos usados);

(c) Mercados de corretagem: num mercado de corretagem, os corre­


tores (brokers) procuram fazer o encontro entre compradores e
vendedores, mas não estão dispostos a transaccionar por conta
própria. Por outras palavras, os correctores não usam o seu pró­
prio capital para deter um inventário relativamente ao qual sejam
formadores de mercado. Os corretores conhecem os preços de
compra e venda propostos pelas respectivas partes, mas normal­
mente cada uma das partes não terá conhecimento dos preços
propostos pela outra partes. Os preços das transacções concluídas
estão por vezes disponíveis. Os mercados de corretagem incluem
redes electrónicas de comunicações, nas quais as ordens de com­
pra e de venda são conciliadas, e mercados de imobiliário comer­
cial e residencial;

(d) Mercados de negociação por conta própria. num mercado de


negociação por conta própria, as transacções, tanto primeiras ven­
das como revendas, são negociadas de forma independente, sem
intermediários. A informação publicamente disponível sobre essas
transacções poderá ser limitada.

HIERARQUIA DO JUSTO VALOR (PARÁGRAFOS 72-90)


Dados de nível 2 (parágrafos 81-85)
B35 São exemplos de dados de nível 2 para determinados activos e pas­
sivos:

(a) swap de taxas de juro de recebimento fixo e pagamento variável


baseado na taxa de swap da London Interbank Offered
Rate (LIBOR). Um dado de nível 2 seria a taxa de swap da
LIBOR, se essa taxa for observável em intervalos de cotação
habituais no que respeita ao período substancial do swap;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 839

▼M33
(b) swap de taxas de juro de recebimento fixo e pagamento variável
baseado numa curva de rendimento denominado em moeda es­
trangeira. Um dado de nível 2 seria a taxa dos swap baseados
numa curva de rendimento denominado em moeda estrangeira
observável em intervalos de cotação habituais no que respeita
ao período substancial do swap. Seria esse o caso se o período
do swap for de 10 anos e a taxa for observável em intervalos de
cotação habituais durante 9 anos, desde que qualquer extrapolação
razoável da curva de rendimento para o ano 10 não seja signifi­
cativa para a mensuração pelo justo valor do swap na sua totali­
dade;

(c) swap de taxas de juro de recebimento fixo e pagamento variável


baseado na taxa de referência de um determinado banco. Um
dado de nível 2 seria a taxa de referência do banco derivada por
extrapolação, se os valores extrapolados forem corroborados por
informação de mercado observável, por exemplo por correlação
com uma taxa de juro observável ao longo de período substancial
do swap;

(d) opção a três anos sobre acções negociadas em bolsa. Um dado


de nível 2 seria a volatilidade implícita das acções derivada por
extrapolação para o ano 3, se se verificarem cumulativamente as
seguintes condições:

(i) os preços das opções sobre as acções a um ano e a dois anos


são observáveis;

(ii) a volatilidade implícita extrapolada de uma opção a três anos


é corroborada por informação de mercado observável no que
respeita ao período substantivo da opção;

nesse caso, a volatilidade implícita pode ser obtida por extrapolação a


partir da volatilidade implícita das opções sobre as acções a um ano e
a dois anos e corroborada pela volatilidade implícita das opções sobre
as acções de entidades comparáveis a três anos, desde que se deter­
mine a existência de uma correlação com as volatilidades implícitas a
um ano e a dois anos.

(e) acordo de licenciamento. No caso de um acordo de licenciamento


adquirido por via de uma concentração de actividades empresa­
riais e recentemente negociado com uma parte não relacionada
pela entidade adquirida (a parte no acordo de licenciamento),
um dado de nível 2 seria a taxa de royalties do contrato celebrado
com a parte não relacionada no início do acordo;

(f) inventário de produtos acabados num ponto de venda. No caso de


um inventário de produtos acabados adquiridos por via de uma
concentração de actividades empresariais, um dado de nível 2
poderia ser um preço para os clientes num mercado retalhista
ou um preço para os retalhistas num mercado grossista, ajustado
pelas diferenças entre o estado e a localização do inventário e de
inventários comparáveis (isto é, semelhantes) de modo a que a
mensuração pelo justo valor seja reflexo do preço que seria rece­
bido numa transacção de venda do inventário a outro retalhista
que seria responsável pelos trâmites necessários à venda. Em
termos conceptuais, a mensuração pelo justo valor será igual in­
dependentemente de os ajustamentos serem efectuados em relação
a um preço retalhista (descendentes) ou a um preço grossista
(ascendentes). Regra geral, na mensuração pelo justo valor deve
ser utilizado o preço que exija a menor quantidade de ajustamen­
tos subjectivos;.

(g) edifício detido e em utilização. Um dado de nível 2 seria o preço


por metro quadrado do edificado (um múltiplo de mensuração)
derivado de informação de mercado observável, por exemplo múl­
tiplos derivados do preço de transacções observadas com edifícios
comparáveis (isto é, semelhantes) em locais semelhantes;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 840

▼M33
(h) unidade geradora de caixa. Um dado de nível 2 seria um múltiplo
de mensuração (por exemplo, um múltiplo dos ganhos ou receitas
ou de uma medida de desempenho semelhante) derivado de in­
formação de mercado observável, por exemplo múltiplos deriva­
dos do preço de transacções observadas que envolvam actividades
empresariais comparáveis (isto é, semelhantes), tendo em conta os
factores operacionais, de mercado, financeiros e não-financeiros.

Dados de nível 3 (parágrafos 86-90)


B36 São exemplos de dados de nível 3 para determinados activos e pas­
sivos:

(a) swap de divisas a longo prazo. Um dado de nível 3 seria uma


taxa de juro para uma determinada divisa que não seja observável
e não possa ser corroborada por informação de mercado observá­
vel a intervalos habitualmente cotados ou de outra forma em
relação ao período substantivo do swap de divisas; As taxas de
juro num swap de divisas são as taxas de swap calculadas a partir
das curvas de rendimento dos respectivos países;

(b) opção a três anos sobre acções negociadas em bolsa. Um dado


de nível 3 seria a volatilidade histórica, isto é, a volatilidade das
acções derivada do histórico de preços das mesmas. Normalmente,
a volatilidade histórica não representa as expectativas correntes
dos participantes no mercado relativamente à volatilidade futura,
ainda que seja a única informação disponível para apreçar uma
opção;

(c) swap de taxas de juro. Um dado de nível 3 seria um ajustamento


para um preço médio de mercado consensual (não vinculativo) do
swap, desenvolvido a partir de dados não directamente observá­
veis e que não possam ser corroborados por informação de mer­
cado observável;

(d) compromisso de desmantelamento assumido numa concentração


de actividades empresariais. Um dado de nível 3 seria uma esti­
mativa actual utilizando os dados da própria entidade relativa­
mente às saídas de caixa futuras a pagar para cumprimento da
obrigação (incluindo as expectativas dos participantes no mercado
quanto aos custos de cumprimento da obrigação e a compensação
que um participante no mercado exigiria para assumir a obrigação
de desmantelar o activo), quando não exista informação razoavel­
mente disponível que indique que os participantes no mercado
utilizariam pressupostos diferentes. Esse dado de nível 3 seria
utilizado numa técnica de valor actual juntamente com outros
dados, por exemplo uma taxa vigente de juro sem risco ou uma
taxa de juro sem risco ajustada pelo risco de crédito, se o efeito da
posição financeira da entidade no justo valor do passivo estiver
reflectido na taxa de desconto e não na estimativa de saídas de
caixa futuras;

(e) unidade geradora de caixa. Um dado de nível 3 seria uma pre­


visão financeira (por exemplo, dos fluxos de caixa ou dos resul­
tados) elaborada com base nos dados da própria entidade, caso
não exista informação razoavelmente disponível que indique que
os participantes no mercado utilizariam pressupostos diferentes.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 841

▼M33
MENSURAÇÃO PELO JUSTO VALOR QUANDO O VOLUME OU NÍVEL
DE ACTIVIDADE EM RELAÇÃO A UM ACTIVO OU PASSIVO DIMINUIU
SIGNIFICATIVAMENTE
B37 O justo valor de um activo ou passivo pode ser afectado se tiver
ocorrido uma diminuição significativa no volume ou nível de activi­
dade em relação a esse activo ou passivo por comparação com a
actividade normal de mercado para o activo ou passivo (ou para
activos ou passivos semelhantes). Para determinar, com base nas in­
dicações disponíveis, se ocorreu uma diminuição significativa no vo­
lume ou nível de actividade em relação a um activo ou passivo, uma
entidade deve avaliar a significância e relevância de factores como:

(a) ocorrência de poucas transacções recentes;

(b) cotações de preços que não são elaboradas com base em informa­
ções actualizadas;

(c) cotações de preços muito variáveis, tanto no tempo como entre


formadores de mercado (por exemplo, alguns mercados de corre­
tagem);

(d) índices que anteriormente apresentavam correlações elevadas com


o justo valor do activo ou passivo mostram-se comprovadamente
não correlacionados com as indicações mais recentes de justo
valor desse activo ou passivo;

(e) aumento significativo dos prémios implícitos para cobertura do


risco de liquidez, das rentabilidades ou dos indicadores de desem­
penho (como sejam as taxas de incumprimento ou a gravidade das
perdas) relativamente às transacções observadas ou aos preços
cotados, quando comparados com a estimativa da entidade sobre
os fluxos de caixa esperados, tendo em conta todos os dados de
mercado disponíveis sobre o risco de crédito e outros riscos de
desempenho do activo ou passivo;

(f) grande diferencial entre os valores das propostas de compra e de


venda ou aumento significativo desse diferencial;

(g) declínio significativo na actividade de um mercado de novas


emissões ou ausência de tal mercado (ou seja, de um mercado
primário) no que respeita ao activo ou passivo ou a activos ou
passivos semelhantes;

(h) pouca informação publicamente disponível (por exemplo relativa­


mente a transacções que ocorrem num mercado de negociação por
conta própria).

B38 Se uma entidade concluir que ocorreu uma diminuição significativa no


volume ou nível de actividade em relação a um activo ou passivo por
comparação com a actividade normal de mercado para esse activo ou
passivo (ou para activos ou passivos semelhantes), será necessária
uma análise mais aprofundada das transacções ou dos preços cotados.
Por si só, uma diminuição no volume ou nível de actividade pode não
indicar que um preço de transacção ou cotação não representa o justo
valor ou que uma transacção nesse mercado não decorreu de forma
ordenada. No entanto, se uma entidade determinar que uma transacção
ou cotação não representa o justo valor (por exemplo, podem ocorrer
operações que não sejam ordenadas), a entidade deverá proceder a um
ajustamento das transacções ou dos preços cotados se os quiser utili­
zar como base para mensuração pelo justo valor, ajustamento esse que
poderá ser significativo para mensuração pelo justo valor no seu todo.
Podem também ser necessários ajustamentos noutras circunstâncias
(por exemplo, quando o preço de um activo semelhante exigir um
ajustamento significativo para se tornar comparável ao do activo a
mensurar ou quando o preço estiver desactualizado).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 842

▼M33
B39 Esta Norma não prescreve uma metodologia para a realização de
ajustamentos significativos em transacções ou preços cotados. Os pa­
rágrafos 61-66 e B5-B11 discutem a utilização de técnicas de avalia­
ção na mensuração pelo justo valor. Independentemente da técnica de
avaliação utilizada, uma entidade deve incluir ajustamentos pelo risco
adequados, nomeadamente um prémio de risco em função da quantia
que os participantes no mercado exigiriam como compensação pela
incerteza inerente aos fluxos de caixa de um activo ou passivo (ver
parágrafo B17). Caso contrário, a mensuração não representará fiel­
mente o justo valor. Em determinados casos, poderá ser difícil deter­
minar o ajustamento adequado pelo risco. No entanto, o grau de
dificuldade não é, por si só, uma base suficiente para excluir um
ajustamento pelo risco. O ajustamento pelo risco deve reflectir uma
operação ordenada entre participantes no mercado à data da mensu­
ração e nas condições vigentes de mercado.

B40 Se tiver ocorrido uma diminuição significativa no volume ou nível de


actividade em relação ao activo ou passivo, poderá ser apropriado
alterar a técnica de avaliação ou utilizar técnicas de avaliação múlti­
plas (por exemplo, recorrer a uma abordagem de mercado e a uma
técnica de valor actual). Ao atribuir ponderações aos justos valores
resultantes da utilização de técnicas de avaliação múltiplas, uma en­
tidade deve considerar a razoabilidade do intervalo das mensurações
pelo justo valor. O objectivo é determinar o ponto desse intervalo que
seja mais representativo do justo valor nas condições vigentes de
mercado. Uma grande variabilidade das mensurações pelo justo valor
pode ser sinal de que é necessária análise adicional.

B41 Ainda que tenha ocorrido uma diminuição significativa no volume ou


nível de actividade em relação ao activo ou passivo, o objectivo de
uma mensuração pelo justo valor continua a ser o mesmo. O justo
valor é o preço que seria recebido pela venda de um activo ou pago
pela transferência de um passivo numa transacção ordenada (ou seja,
que não seja uma liquidação forçada nem uma venda de aflição) entre
participantes no mercado à data da mensuração e nas condições vi­
gentes de mercado.

B42 A estimação do preço pelo qual os participantes no mercado estariam


dispostos a participar numa transacção à data da mensuração nas
condições vigentes de mercado se tiver ocorrido uma diminuição
significativa no volume ou nível de actividade em relação ao activo
ou passivo depende dos factos e circunstâncias à data da mensuração
e exige o exercício de juízos de valor. A intenção de uma entidade
manter o activo ou liquidar ou cumprir de outra forma a responsabi­
lidade inerente ao passivo não é relevante para a mensuração pelo
justo valor, que é uma medida baseada no mercado e não uma medida
específica para a entidade.

Identificar transacções não ordenadas


B43 Determinar se uma transacção é (ou não) ordenada é mais difícil se
tiver ocorrido uma diminuição significativa no volume ou nível de
actividade em relação ao activo ou passivo por comparação com a
actividade normal de mercado para o activo ou passivo (ou para
activos ou passivos semelhantes). Em tais circunstâncias não é cor­
recto concluir que todas as transacções nesse mercado são desordena­
das (ou seja, liquidações forçadas ou vendas de aflição). As circuns­
tâncias que podem indicar que uma transacção não é ordenada in­
cluem, nomeadamente:

(a) não houve uma exposição adequada ao mercado durante um pe­


ríodo anterior à data da mensuração que permitisse as actividades
de comercialização normais e habituais nas operações que envol­
vem esses activos ou passivos nas condições vigentes de mercado;

(b) decorreu um período de comercialização normal e habitual, mas o


vendedor comercializou o activo ou passivo junto de um único
participante no mercado;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 843

▼M33
(c) o vendedor encontra-se em situação de quase falência ou liquida­
ção (ou seja, está em situação de aflição);
(d) o vendedor teve de vender para atender a exigências regulamen­
tares ou legais (ou seja, foi forçado a vender);
(e) o preço da transacção não corresponde aos valores normais de
outras transacções recentes do mesmo activo ou passivo ou de
activos ou passivos semelhantes.
Uma entidade deve avaliar as circunstâncias para determinar se, con­
siderando os dados disponíveis, a transacção é ordenada.
B44 Ao mensurar pelo justo valor ou ao estimar os prémios pelo risco de
mercado, uma entidade deve considerar todos os seguintes elementos:
(a) se os dados indicarem que uma transacção não é ordenada, uma
entidade deve atribuir uma ponderação nula ou reduzida (em
comparação com outras indicações do justo valor) ao preço dessa
transacção;
(b) se os dados indicarem que uma transacção é ordenada, uma en­
tidade deve ter em conta o respectivo preço. A ponderação atri­
buída a esse preço de transacção em comparação com outras
indicações do justo valor depende dos factos e circunstâncias,
nomeadamente:
(i) do volume da transacção;
(ii) da comparabilidade da transacção com o activo ou passivo a
mensurar;
(iii) da proximidade temporal da transacção com a data de men­
suração;
(c) se uma entidade não dispõe de informações suficientes para con­
cluir se uma transacção foi ordenada ou não, deve ter em conta o
preço da transacção; No entanto, esse preço de transacção pode
não representar o justo valor (ou seja, o preço de transacção não é
necessariamente o único ou o principal elemento em que se baseia
a mensuração pelo justo valor ou a estimação dos prémios pelo
risco de mercado). Quando não dispõe de informações suficientes
para concluir se determinadas transacção foram ordenadas, uma
entidade deve atribuir menor ponderação a essas transacções, em
comparação com outras transacções que se sabe terem decorrido
de forma ordenada.
Uma entidade não tem de realizar esforços exaustivos para determinar
se uma transacção foi ou não ordenada, mas não deve ignorar infor­
mação razoavelmente disponível. Presume-se que, sendo parte numa
transacção, uma entidade dispõe de informações suficientes para con­
cluir se a transacção é ordenada.
Utilização de preços cotados fornecidos por terceiros
B45 Esta Norma não impede a utilização de preços cotados fornecidos por
terceiros, como sejam serviços de divulgação de preços ou corretores,
se uma entidade tiver concluído que os preços cotados fornecidos por
essas partes são elaborados de acordo com esta Norma.
B46 Se ocorreu uma diminuição significativa no volume ou nível de acti­
vidade em relação ao activo ou passivo, a entidade deve avaliar se os
preços cotados fornecidos por terceiros são elaborados utilizando in­
formação disponível no momento que reflecte operações ordenadas ou
uma técnica de avaliação que reflecte os pressupostos dos participan­
tes no mercado (incluindo pressupostos sobre o risco). Ao atribuir
uma ponderação a um preço cotado que servirá de dado para uma
mensuração pelo justo valor, uma entidade atribui menor ponderação
(em comparação com outras indicações do justo valor que reflectem
os resultados de transacções) a cotações que não reflectem o resultado
de transacções.
B47 Por outro lado, a natureza de uma cotação (por exemplo, se é um
preço indicativo ou uma oferta vinculativa) deve ser tida em conta na
ponderação dos dados disponíveis, atribuindo maior ponderação a
cotações fornecidas por terceiros que constituam ofertas vinculativas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 844

▼M33

Apêndice C
Data de eficácia e transição

O presente apêndice faz parte integrante desta Norma e tem o mesmo valor que
as outras partes da mesma.
C1 Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos anuais com
início em ou após 1 de Janeiro de 2013. É permitida a aplicação
anterior. Se uma entidade aplicar esta Norma a um período anterior,
deve divulgar esse facto.
C2 Esta Norma deve ser aplicada prospectivamente a partir do início do
período anual ao qual é aplicada pela primeira vez.
C3 Os requisitos de divulgação desta Norma não têm de ser aplicados à
informação comparativa relativa a períodos anteriores à primeira apli­
cação desta Norma.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 845

▼B

INTERPRETAÇÃO IFRIC 1

Alterações em Passivos por Descomissionamento, Restauro e Outros


Semelhantes Existentes
REFERÊNCIAS
▼M5
— IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revista em
2007)

▼B
— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros

— IAS 16 Activos Fixos Tangíveis (tal como revista em 2003)

— IAS 23 Custos de Empréstimos Obtidos

— IAS 36 Imparidade de Activos (tal como revista em 2004)

— IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes

ANTECEDENTES
1. Muitas entidades têm a obrigação de desmantelar, remover e restaurar
itens do activo fixo tangível. Nesta Interpretação, essas obrigações são
referidas como «passivos por descomissionamento, restauro e outros
semelhantes». Segundo a IAS 16, o custo de um item do activo fixo
tangível inclui a estimativa inicial dos custos de desmantelamento e
remoção do item e de restauro do local no qual este está localizado,
em cuja obrigação uma entidade incorre seja quando o item é adqui­
rido seja como consequência de ter usado o item durante um deter­
minado período para finalidades diferentes da produção de inventários
durante esse período. A IAS 37 contém requisitos sobre como men­
surar passivos por descomissionamento, restauro e outros semelhantes.
Esta Interpretação proporciona orientação sobre como contabilizar o
efeito das alterações na mensuração de passivos por descomissiona­
mento, restauro e outros semelhantes existentes.

ÂMBITO
2. Esta Interpretação aplica-se às alterações na mensuração de qualquer
passivo por descomissionamento, restauro ou outro semelhante exis­
tente que seja:

a) reconhecido como parte do custo de um item do activo fixo tan­


gível de acordo com a IAS 16; e

b) reconhecido como passivo de acordo com a IAS 37.

Por exemplo, um passivo por descomissionamento, restauro ou outro


semelhante pode existir para descomissionar uma fábrica, reabilitar
danos ambientais em indústrias extractivas, ou remover equipamento.

QUESTÃO
3. Esta Interpretação trata da forma como o efeito dos seguintes acon­
tecimentos que alteram a mensuração de um passivo por descomis­
sionamento, restauro ou outro semelhante existente deve ser contabi­
lizado:

a) uma alteração no exfluxo estimado de recursos que incorporam


benefícios económicos (por exemplo, fluxos de caixa) necessários
para liquidar a obrigação;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 846

▼B
b) uma alteração na taxa de desconto corrente baseada no mercado tal
como definida no parágrafo 47. da IAS 37 (isto inclui alterações
no valor temporal do dinheiro e os riscos específicos do passivo); e

c) um aumento que reflecte a passagem do tempo (também referido


como o desenrolar do desconto).

CONSENSO
4. As alterações na mensuração de um passivo por descomissionamento,
restauro e outro semelhante existente que resultem de alterações na
tempestividade ou quantia estimadas do exfluxo de recursos que in­
corporam benefícios económicos necessários para liquidar a obriga­
ção, ou uma alteração na taxa de desconto, devem ser contabilizadas
de acordo com os parágrafos 5.-7. adiante.

5. Se o activo relacionado for mensurado usando o modelo do custo:

a) sujeito à alínea b), as alterações no passivo devem ser adicionadas,


ou deduzidas, ao custo do activo relacionado no período corrente;

b) a quantia deduzida do custo do activo não deve exceder a sua


quantia escriturada. Se uma redução no passivo exceder a quantia
escriturada do activo, o excesso deve ser reconhecido imediata­
mente nos lucros ou prejuízos;

c) se o ajustamento resultar numa adição ao custo de um activo, a


entidade deve considerar se isto é uma indicação de que a nova
quantia escriturada do activo poderá não ser totalmente recuperá­
vel. Se for essa indicação, a entidade deve testar o activo quanto a
imparidade estimando a sua quantia recuperável, e deve contabili­
zar qualquer perda por imparidade, de acordo com a IAS 36.

6. Se o activo relacionado for mensurado usando o modelo de revalori­


zação:

a) as alterações no passivo alteram o excedente ou o défice de reva­


lorização anteriormente reconhecido para esse activo, de forma
que:

►M5 (i) uma redução no passivo seja (sujeito à alínea (b))


reconhecida em outro rendimento integral e aumente o excedente
de revalorização no capital próprio, ◄ excepto que deve ser reco­
nhecida nos lucros ou prejuízos na medida em que reverta um
défice de revalorização no activo que tenha sido anteriormente
reconhecido nos lucros ou prejuízos,

►M5 (ii) um aumento no passivo seja reconhecido nos lucros ou


prejuízos, excepto que deve ser reconhecido em outro rendimento
integral, e reduza o excedente de revalorização no capital próprio
na medida de ◄ qualquer saldo de crédito existente no excedente
de revalorização a respeito desse activo;

b) no caso de uma redução no passivo exceder a quantia escriturada


que teria sido reconhecida se o activo tivesse sido escriturado
segundo o modelo do custo, o excesso deve ser reconhecido ime­
diatamente nos lucros ou prejuízos;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 847

▼B
c) uma alteração no passivo é uma indicação de que o activo pode ter
de ser revalorizado por forma a assegurar que a quantia escriturada
não difira materialmente da quantia que teria sido determinada
usando o justo valor na data ►M5 da demonstração da posição
financeira ◄. ►M5 Uma tal revalorização deve ser tida em conta
ao determinar as quantias que devem ser reconhecidas nos lucros
ou prejuízos ou em outro rendimento integral segundo a alínea (a).
Se for necessária uma revalorização, todos os activos dessa classe
devem ser revalorizados; ◄
▼M5
d) a IAS 1 exige a divulgação na demonstração do rendimento in­
tegral de cada componente de outro rendimento ou gasto integral.
Ao cumprir este requisito, a alteração no excedente de revaloriza­
ção resultante de uma alteração no passivo deve ser separadamente
identificada e divulgada como tal.
▼B

7. A quantia depreciável ajustada do activo é depreciada durante a sua


vida útil. Portanto, assim que o activo relacionado tiver atingido o
final da sua vida útil, todas as alterações subsequentes no passivo
devem ser reconhecidos nos lucros ou prejuízos à medida que forem
ocorrendo. Isto aplica-se tanto segundo o modelo do custo como
segundo o modelo de revalorização.
▼M1
8. O desenrolar periódico do desconto deve ser reconhecido nos resul­
tados como custo financeiro à medida que for ocorrendo. A capitali­
zação segundo a IAS 23 não é permitida.
▼B
DATA DE EFICÁCIA
9. Uma entidade deve aplicar esta Interpretação aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Setembro de 2004. É encorajada a aplicação
mais cedo. Se uma entidade aplicar a Interpretação a um período com
início antes de 1 de Setembro de 2004, ela deve divulgar esse facto.
▼M5
9.A. A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada
nas IFRS. Além disso, emendou o parágrafo 6. Uma entidade deve
aplicar estas emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a
um período anterior, as emendas deverão ser aplicadas a esse período
anterior.
▼B
TRANSIÇÃO
10. As alterações nas políticas contabilísticas devem ser contabilizadas de
acordo com os requisitos da IAS 8 Políticas Contabilísticas, Altera­
ções nas Estimativas Contabilísticas e Erros (1).

(1) Se uma entidade aplicar esta Interpretação a um período com início antes de 1 de Janeiro
de 2005, a entidade deve seguir os requisitos da versão anterior da IAS 8, intitulada
Resultados Líquidos do Período, Erros Fundamentais e Alterações nas Políticas Con­
tabilísticas, a menos que a entidade esteja a aplicar a versão revista dessa Norma a esse
período anterior.
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▼B

INTERPRETAÇÃO IFRIC 2

Acções dos Membros em Entidades Cooperativas e Instrumentos Semelhantes


REFERÊNCIAS
— IAS 32 Instrumentos Financeiros: Divulgação e Apresentação (tal como
revista em 2003) (1)

— IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração (tal como


revista em 2003)

▼M33
— IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor

▼B
ANTECEDENTES
1. As entidades cooperativas e outras entidades semelhantes são cons­
tituídas por grupos de pessoas para satisfazer necessidades económicas
ou sociais comuns. As leis nacionais normalmente definem uma coo­
perativa como uma sociedade que se esforça por promover o avanço
económico dos seus membros por intermédio de uma unidade opera­
cional de negócios conjunta (o princípio da auto-ajuda). Os interesses
dos membros numa cooperativa são muitas vezes caracterizados como
acções dos membros, unidades ou algo semelhante, e são referidos
adiante como «acções dos membros».

2. A IAS 32 estabelece princípios para a classificação de instrumentos


financeiros como passivos financeiros ou capital próprio. Em particu­
lar, esses princípios aplicam-se à classificação de instrumentos com
opção put que permitam ao detentor o direito de entregar de volta
esses instrumentos ao emitente em troca de dinheiro ou outro ins­
trumento financeiro. A aplicação desses princípios a acções dos mem­
bros de entidades cooperativas e de instrumentos semelhantes é difícil.
Alguns constituintes do International Accounting Standards Board
pediram ajuda para compreenderem de que forma os princípios da
IAS 32 se aplicam a acções dos membros e instrumentos semelhantes
que tenham certas características, e as circunstâncias em que essas
características afectam a classificação como passivos ou capital pró­
prio.

ÂMBITO
3. Esta Interpretação aplica-se a instrumentos financeiros dentro do âm­
bito da IAS 32, incluindo instrumentos financeiros emitidos a mem­
bros de entidades cooperativas que evidenciam o interesse de proprie­
dade de membros na entidade. Esta Interpretação não se aplica a
instrumentos financeiros que irão ou possam ser liquidados contra
os próprios instrumentos de capital próprio da entidade.

QUESTÃO
4. Muitos instrumentos financeiros, incluindo acções dos membros, têm
características de capital próprio, incluindo direitos de voto e direitos
de participar em distribuições de dividendos. Alguns instrumentos
financeiros dão ao detentor o direito de pedir a remição em dinheiro
ou por outro activo financeiro, mas podem incluir ou estar sujeitos a
limites em que os instrumentos financeiros serão remidos. Como de­
verão esses termos de remição ser avaliados ao determinar se os ins­
trumentos financeiros devem ser classificados como passivos ou como
capital próprio?

(1) ►M6 Em Agosto de 2005, a IAS 32 passou a chamar-se IAS 32 Instrumentos Finan­
ceiros: Apresentação. Em Fevereiro de 2008 o IASB alterou a IAS 32 estabelecendo que
os instrumentos devem ser classificados como capital próprio no caso de terem todas as
características e cumprirem as condições enumeradas nos parágrafos 16A e 16B ou os
parágrafos 16C e 16D da IAS 32. ◄
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▼B
CONSENSO
5. O direito contratual do detentor de um instrumento financeiro (in­
cluindo acções dos membros de entidades cooperativas) de pedir a
remição não exige, por si, que o instrumento financeiro seja classifi­
cado como passivo financeiro. Pelo contrário, a entidade tem de con­
siderar todos os termos e condições do instrumento financeiro ao
determinar a sua classificação como passivo financeiro ou como ca­
pital próprio. Esses termos e condições incluem leis locais e regula­
mentos relevantes e os estatutos da entidade em vigor à data da
classificação, mas não emendas futuras esperadas a essas leis, regula­
mentos ou estatutos.

▼M6
6. As acções dos membros que seriam classificadas como capital próprio
se não tivessem um direito de pedir a remição são capital próprio se
qualquer uma das condições descritas nos parágrafos 7 e 8 estiver
presente ou se as acções dos membros tiverem todas as características
e cumprirem as condições enumeradas nos parágrafos 16A e 16B ou
os parágrafos 16C e 16D da IAS 32. Depósitos à ordem, incluindo
contas correntes, contas de depósito a prazo e contratos semelhantes
que resultam quando os membros agem como clientes são passivos
financeiros da entidade.

▼B
7. As acções dos membros são capital próprio se a entidade tiver um
direito incondicional de recusar a remição das acções dos membros.

8. A lei local, os regulamentos ou o organograma que governam a


entidade podem impor vários tipos de proibições à remição das acções
dos membros, por exemplo, proibições incondicionais ou proibições
baseadas em critérios de liquidez. Se a remição for incondicional­
mente proibida por lei local, regulamento ou estatutos da entidade,
as acções dos membros são situação líquida. Contudo, as disposições
na lei local, regulamentos ou estatutos da entidade que proíbam a
remição apenas se as condições — tais como restrições de liquidez
— forem satisfeitas (ou não satisfeitas) não resultam em que as acções
dos membros sejam capital próprio.

▼M6
9. Uma proibição incondicional pode ser absoluta, no sentido de que
todas as remições são proibidas. Uma proibição incondicional pode
ser parcial, no sentido de que proíbe a remição de acções dos mem­
bros se essa remição fizesse com que o número de acções dos mem­
bros ou a quantia de capital realizado pelas acções dos membros
descesse abaixo de um nível especificado. As acções dos membros
que excedam o montante objecto da proibição de remição constituem
passivos, a menos que a entidade tenha o direito incondicional de
recusar a remição, tal como descrito no parágrafo 7 ou as acções
dos membros tenham todas as características e cumpram as condições
enumeradas nos parágrafos 16A e 16B ou os parágrafos 16C e 16D da
IAS 32. Em alguns casos, o número de acções ou a quantia de capital
realizado sujeito à proibição de remição pode mudar de tempos a
tempos. Tal alteração na proibição de remição leva a uma transferên­
cia entre passivos financeiros e capital próprio.

▼B
10. No reconhecimento inicial, uma entidade deve mensurar pelo justo
valor os seus passivos financeiros para remição. No caso de acções
dos membros com uma característica de remição, a entidade mensura
o justo valor do passivo financeiro para remição por um valor não
inferior à quantia máxima pagável segundo as disposições de remição
dos seus estatutos ou da lei aplicável descontado desde a primeira data
em que o pagamento da quantia possa ser exigido (ver exemplo 3).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 850

▼M36
11. Tal como exigido pelo parágrafo 35 da IAS 32, as distribuições de
rendimentos a detentores de instrumentos de capital próprio são reco­
nhecidas diretamente no capital próprio. Os juros, dividendos e outros
rendimentos relacionados com instrumentos financeiros classificados
como passivos financeiros são despesas, independentemente de esses
montantes pagos serem legalmente caracterizados como dividendos,
juros ou de outra forma.

▼B
12. O Apêndice, que é parte integrante do consenso, proporciona exem­
plos de aplicação deste consenso.

DIVULGAÇÃO
13. Quando uma alteração na proibição de remição leva a uma trans­
ferência entre passivos financeiros e capital próprio, a entidade deve
divulgar separadamente a quantia, a tempestividade e a razão da trans­
ferência.

DATA DE EFICÁCIA
14. A data de eficácia e os requisitos de transição desta Interpretação são
os mesmos da IAS 32 (tal como revista em 2003). Uma entidade deve
aplicar esta Interpretação aos períodos anuais com início em ou após
1 de Janeiro de 2005. Se uma entidade aplicar esta Interpretação a um
período com início antes de 1 de Janeiro de 2005, ela deve divulgar
esse facto. Esta Interpretação deve ser aplicada retrospectivamente.

▼M6
14.A. Uma entidade deve aplicar as emendas aos parágrafos 6, 9, A1 e A12
aos períodos anuais que começam em ou após 1 de Janeiro de 2009.
Se uma entidade aplicar o documento Instrumentos financeiros com
uma opção put e obrigações decorrentes de uma liquidação (Emendas
às IAS 32 e IAS 1), emitido em Fevereiro de 2008, em relação a um
período anterior, as alterações dos parágrafos 6, 9, A1 e A12 devem
ser aplicadas a esse período anterior.

▼M33
16. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou o parágrafo A8. Uma
entidade deve aplicar esta emenda quando aplicar a IFRS 13.

▼M36
17. O documento Melhoramentos anuais - ciclo 2009 - 2011, emitido em
maio de 2012, emendou o parágrafo 11 Uma entidade deve aplicar
essa emenda retrospetivamente em conformidade com a IAS 8 Polí­
ticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Er­
ros aos períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2013.
Se uma entidade aplicar essa emenda à IAS 32 no contexto dos
Melhoramentos anuais - ciclo 2009 - 2011 (emitido em maio de
2012) a um período anterior, a emenda ao parágrafo 11 deve ser
aplicada a esse período anterior.

▼B

Apêndice

Exemplos de aplicação do consenso

Este apêndice faz parte integrante da Interpretação.

▼M6
A1 Este apêndice desenvolve sete exemplos de aplicação do consenso da
IFRIC. Os exemplos não constituem uma lista exaustiva; são possíveis
outras situações com padrões idênticos. Cada exemplo parte do pres­
suposto de que não existem condições diferentes das enunciadas nos
factos do exemplo, susceptíveis de impor a classificação do instru­
mento financeiro como passivo financeiro e que o instrumento finan­
ceiro não tem todas as características ou não cumpre as condições
enumeradas nos parágrafos 16A e 16B ou nos parágrafos 16C e 16D
da IAS 32.
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▼B
DIREITO INCONDICIONAL DE RECUSAR A REMIÇÃO (parágrafo 7.)
Exemplo 1
Factos
A2 Os estatutos da entidade dispõem que as remições são feitas à exclu­
siva discrição da entidade. Os estatutos não proporcionam desenvol­
vimento adicional ou outras limitações a essa discrição. No seu his­
torial, a entidade nunca recusou a remição de acções dos membros,
embora o órgão de gestão tenha o direito de o fazer.

Classificação
A3 A entidade tem o direito incondicional de recusar a remição e as
acções dos membros são capital próprio. A IAS 32 estabelece princí­
pios de classificação que se baseiam nos termos do instrumento fi­
nanceiro e salienta que um historial de, ou a intenção de fazer, paga­
mentos discricionários não despoleta a classificação como passivo. O
parágrafo AG26 da IAS 32 dispõe que:

Quando as acções preferenciais são não remíveis, a classificação apro­


priada é determinada pelos outros direitos que a elas estejam ligados.
A classificação baseia-se numa avaliação da substância dos acordos
contratuais e das definições de passivo financeiro e de instrumento de
situação líquida. Quando distribuições a detentores das acções prefe­
renciais, cumulativas ou não cumulativas, forem feitas de acordo com
a vontade do emitente, as acções são instrumentos de capital próprio.
A classificação de uma acção preferencial como instrumento de capi­
tal próprio ou passivo financeiro não é afectada, por exemplo, por:

a) um historial de fazer distribuições;

b) uma intenção de fazer distribuições no futuro;

c) um possível impacto negativo no preço de acções ordinárias do


emitente se não forem feitas distribuições (devido a restrições no
pagamento de dividendos das acções ordinárias se não forem pagos
dividendos das acções preferenciais);

d) a quantia das reservas do emitente;

e) a expectativa de um emitente de obter lucros ou prejuízos num


período; ou

f) a capacidade ou incapacidade do emitente de influenciar a quantia


dos seus lucros ou prejuízos do período.

Exemplo 2
Factos
A4 Os estatutos da entidade dispõem que as remições são feitas à exclu­
siva discrição da entidade. Contudo, os estatutos também dispõem que
a aprovação de um pedido de remição é automática a não ser que a
entidade não seja capaz de fazer pagamentos sem violar regulamentos
locais relativos a liquidez ou a reservas.

Classificação
A5 A entidade não tem o direito incondicional de recusar a remição e as
acções dos membros são um passivo financeiro. As restrições descri­
tas atrás baseiam-se na capacidade da entidade para liquidar o seu
passivo. Restringem as remições apenas se os requisitos de liquidez
ou das reservas não forem satisfeitos e apenas até ao momento em que
sejam satisfeitos. Assim, de acordo com os princípios estabelecidos na
IAS 32, não resultam na classificação do instrumento financeiro como
capital próprio. O parágrafo AG25 da IAS 32 dispõe que:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 852

▼B
Acções preferenciais podem ser emitidas com vários direitos. Ao
determinar se uma acção preferencial é um passivo financeiro ou
um instrumento de situação líquida, um emitente avalia os direitos
específicos associados à acção para determinar se ela exibe ou não a
característica fundamental de um passivo financeiro. Por exemplo,
uma acção preferencial que proporcione remição numa data específica
ou de acordo com a opção do detentor contém um passivo financeiro
porque o emitente tem a obrigação de transferir activos financeiros
para o detentor da acção. A potencial incapacidade de um emitente de
satisfazer uma obrigação de remir uma acção preferencial quando for
contratualmente obrigado a fazê-lo, seja devido a uma falta de fun­
dos, a uma restrição estatutária ou a lucros ou reservas insuficientes,
não nega a obrigação. [Ênfase adicionada]

PROIBIÇÕES CONTRA A REMIÇÃO (parágrafos 8. e 9.)


Exemplo 3
Factos
A6 Uma entidade cooperativa emitiu acções aos seus membros em datas
diferentes e por quantias diferentes no passado do seguinte modo:

a) 1 de Janeiro de 20X1 100 000 acções a 10 UM cada (1 000 000


UM);

b) 1 de Janeiro de 20X2 100 000 acções a 20 UM cada (2 000 000


UM suplementares, pelo que o total das acções emitidas é
3 000 000 UM).

As acções são remíveis à ordem pela quantia pela qual foram


emitidas.

A7 Os estatutos da entidade dispõem que as remições cumulativas não


podem exceder 20 % do número mais elevado de acções dos mem­
bros já em circulação. A 31 de Dezembro de 20X2, a entidade tem
200 000 acções em circulação, que é o número mais elevado de
acções dos membros já em circulação e não foram remidas quais­
quer acções no passado. Em 1 de Janeiro de 20X3, a entidade
emenda os seus estatutos e aumenta o nível permitido de remições
cumulativas para 25 % do número mais elevado de acções dos
membros já em circulação.

Classificação

Antes de os estatutos serem emendados


▼M33
A8 As acções dos membros que excedam a proibição de remição são
passivos financeiros. A entidade cooperativa mensura este passivo
financeiro pelo justo valor no reconhecimento inicial. Dado que estas
acções são remíveis à ordem, a entidade cooperativa mensura o justo
valor desses passivos financeiros tal como exigido pelo parágrafo 47
da IFRS 13, que dispõe que: «O justo valor de um passivo financeiro
com uma característica de ser à ordem (por exemplo, um depósito à
ordem) não é inferior à quantia pagável à ordem …». Em conformi­
dade, a entidade cooperativa classifica como passivos financeiros a
quantia máxima pagável à ordem segundo as disposições de remição.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 853

▼B
A9 Em 1 de Janeiro de 20X1, a quantia máxima pagável segundo as
disposições de remição é de 20 000 acções a 10 UM cada e em
conformidade a entidade classifica 200 000 UM como passivo finan­
ceiro e 800 000 UM como capital próprio. Contudo, em 1 de Janeiro
de 20X2, devido à nova emissão de acções a 20 UM, a quantia
máxima pagável segundo as disposições de remição aumenta para
40 000 acções a 20 UM cada. A emissão de acções adicionais a 20
UM cria um novo passivo que é mensurado no reconhecimento inicial
pelo justo valor. Após a emissão destas acções, o passivo é 20 % do
total de acções emitidas (200 000), mensuradas a 20 UM, ou 800 000
UM. Isto exige o reconhecimento de um passivo adicional de 600 000
UM. Neste exemplo, não é reconhecido qualquer ganho ou perda. Em
conformidade, a entidade classifica agora 800 000 UM como passivos
financeiros e 2 200 000 UM como capital próprio. Este exemplo as­
sume que estas quantias não foram alteradas entre 1 de Janeiro de
20X1 e 31 de Dezembro de 20X2.

Depois de os estatutos serem emendados


A10 Na sequência da alteração dos seus estatutos, pode agora ser exigido à
entidade cooperativa que proceda à remição de um máximo de 25 %
das suas acções em circulação ou um máximo de 50 000 acções a 20
UM cada. Em conformidade, a 1 de Janeiro de 20x3, a entidade
cooperativa classifica como passivos financeiros uma quantia de
1 000 000 UM como sendo a quantia máxima pagável à ordem se­
gundo as disposições de remição, tal como determinado de acordo
com o parágrafo 49 da IAS 39. Assim, ela transfere a 1 de Janeiro de
20X3 liquidado capital próprio para passivos financeiros uma quantia
de 200 000 UM, deixando 2 000 000 UM classificadas como capital
próprio. Neste exemplo, a entidade não reconhece um ganho ou perda
com a transferência.

Exemplo 4
Factos
A11 A lei local que regula as operações das cooperativas, ou os termos dos
estatutos da entidade, proíbem uma entidade de remir acções dos
membros se, ao proceder à remição, reduzir o capital realizado pelas
acções dos membros abaixo de 75 % da quantia mais elevada de
capital realizado pelas acções dos membros. A quantia mais elevada
de uma determinada cooperativa é 1 000 000 UM. ►M5 No fim do
período de relato ◄, o saldo do capital realizado é 900 000 UM.

Classificação
A12 Neste caso, 750 000 UM seriam classificadas como capital próprio e
150 000 UM seriam classificadas como passivos financeiros. Além
dos parágrafos já citados, o parágrafo 18.b) da IAS 32 dispõe em
parte:

▼M6
um instrumento financeiro que dá ao detentor o direito de entregar de
volta o instrumento ao emitente em troca de dinheiro ou outro activo
financeiro (um «instrumento com uma opção put») é um passivo
financeiro, à excepção dos instrumentos classificados como instrumen­
tos de capital próprio em conformidade com os parágrafos 16A e 16B
ou os parágrafos 16C e 16D. O instrumento financeiro é um passivo
financeiro mesmo que a quantia de dinheiro ou de outros activos
financeiros seja determinada com base num índice ou em outro item
susceptível de subir ou descer. A existência de uma opção para o
detentor de entregar de volta o instrumento ao emitente em troca de
dinheiro ou outro activo financeiro significa que o instrumento com
uma opção put corresponde à definição de passivo financeiro, à ex­
cepção dos instrumentos classificados como instrumentos de capital
próprio em conformidade com os parágrafos 16A e 16B ou os pará­
grafos 16C e 16D.
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▼B
A13 A proibição de remição descrita neste exemplo é diferente das res­
trições descritas nos parágrafos 19. e AG25 da IAS 32. Essas res­
trições são limitações à capacidade da entidade para pagar a quantia
devida por um passivo financeiro, isto é, impedem o pagamento do
passivo apenas se as condições especificadas forem satisfeitas. Por
contraste, este exemplo descreve uma proibição incondicional de re­
mições para além de uma quantia especificada, independentemente da
capacidade da entidade para remir as acções dos membros (por exem­
plo, considerando os seus recursos de caixa, lucros ou reservas dis­
tribuíveis). Com efeito, a proibição de remição impede a entidade de
incorrer em qualquer passivo financeiro para remir mais de uma
quantia especificada do capital realizado. Portanto, a parte das acções
sujeita a proibição de remição não é um passivo financeiro. Embora as
acções de cada membro possam ser individualmente remíveis, uma
parte do total das acções em circulação não é remível em qualquer
circunstância que não seja a liquidação da entidade.

Exemplo 5
Factos
A14 Os factos deste exemplo são expressos no exemplo 4. Além disso,
►M5 no fim do período de relato ◄, os requisitos de liquidez
impostos pela jurisdição local impedem a entidade de remir quaisquer
acções dos membros a não ser que as suas detenções de dinheiro e
investimentos a curto prazo sejam superiores a uma quantia especifi­
cada. O efeito destes requisitos de liquidez ►M5 no fim do período
de relato ◄ é que a entidade não pode pagar mais de 50 000 UM
para remir as acções dos membros.

Classificação
A15 Tal como no exemplo 4, a entidade classifica 750 000 UM como
capital próprio e 150 000 UM como passivo financeiro. Isto deve-se
ao facto de a quantia classificada como passivo basear-se no direito
incondicional da entidade de recusar a remição e não em restrições
condicionais que impeçam a remição apenas se a liquidez ou outras
condições não forem satisfeitas e depois apenas até ao momento em
que sejam satisfeitas. As disposições dos parágrafos 19. e AG25 da
IAS 32 aplicam-se neste caso.

Exemplo 6
Factos
A16 Os estatutos da entidade proíbem a remição de acções dos membros,
excepto até ao ponto de proventos recebidos da emissão de acções
adicionais dos membros a membros novos ou existentes durante os
três anos anteriores. Os proventos da emissão de acções dos membros
têm de ser aplicados para remir as acções para as quais os membros
tenham pedido a remição. Durante os três anos anteriores, os proven­
tos da emissão de acções dos membros foram 12 000 UM e não foram
remidas quaisquer acções dos membros.

Classificação
A17 A entidade classifica 12 000 UM de acções dos membros como pas­
sivos financeiros. Consistentemente com as conclusões descritas no
exemplo 4, as acções dos membros sujeitas a uma proibição incondi­
cional de remição não são passivos financeiros. Essa proibição incon­
dicional aplica-se a uma quantia igual aos proventos de acções emi­
tidas antes dos três anos anteriores, e em conformidade, esta quantia é
classificada como capital próprio. Contudo, uma quantia igual aos
proventos de quaisquer acções emitidas nos três anos anteriores não
está sujeita à proibição incondicional de remição. Em conformidade,
os proventos da emissão de acções dos membros nos três anos ante­
riores dão origem a passivos financeiros até que deixem de estar
disponíveis para remição de acções dos membros. Como resultado,
a entidade tem um passivo financeiro igual aos proventos de acções
emitidas durante os três anos anteriores, líquidos de quaisquer remi­
ções durante esse período.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 855

▼B
Exemplo 7
Factos
A18 A entidade é um banco cooperativo. A lei local que regula as opera­
ções de bancos cooperativos dispõe que pelo menos 50 % do total dos
«passivos em circulação» (um termo definido nos regulamentos para
incluir as contas de acções dos membros) da entidade tem de existir
na forma de capital realizado pelos membros. O efeito da regulamen­
tação é que se todos os passivos em circulação de uma cooperativa
existirem na forma de acções dos membros, a cooperativa pode remir
todas as acções. A 31 de Dezembro de 20X1, a entidade tem um total
de passivos em circulação de 200 000 UM, das quais 125 000 UM
representam contas de acções dos membros. Os termos das contas de
acções dos membros permitem ao detentor remir as acções à ordem e
não há limitações à remição nos estatutos da entidade.
Classificação
A19 Neste exemplo, as acções dos membros são classificadas como pas­
sivos financeiros. Essa restrição é uma limitação condicional à capa­
cidade da entidade para pagar a quantia devida por um passivo finan­
ceiro, isto é, impedem o pagamento do passivo apenas se as condições
especificadas forem satisfeitas. Mais especificamente, podia ser exi­
gido à entidade que proceda à remição da totalidade da quantia de
acções dos membros (125 000 UM) se pagasse todos os seus outros
passivos (75 000 UM). Como consequência, a proibição de remição
não impede que a entidade incorra num passivo financeiro para remir
mais de um número especificado de acções dos membros ou a quantia
de capital realizado. Permite que a entidade apenas difira a remição
até que uma condição seja satisfeita, isto é, o pagamento de outros
passivos. As acções dos membros neste exemplo não estão sujeitas a
uma proibição incondicional de remição, sendo portanto classificadas
como passivos financeiros.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 856

▼B

INTERPRETAÇÃO IFRIC 4

Determinar se um Acordo contém uma Locação


REFERÊNCIAS
— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros

— IAS 16 Activos Fixos Tangíveis (tal como revista em 2003)

— IAS 17 Locações (tal como revista em 2003)

— IAS 38 Activos Intangíveis (tal como revista em 2004)

▼M33
— IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor

▼B
ANTECEDENTES
1. Uma entidade pode celebrar um acordo, compreendendo uma transac­
ção ou uma série de transacções relacionadas, que não assuma a forma
legal de uma locação mas transmita um direito de usar um activo (por
exemplo, um item do activo fixo tangível) em retorno de um paga­
mento ou de uma série de pagamentos. Exemplos de acordos em que
uma entidade (o fornecedor) pode transmitir a outra entidade (o com­
prador) um tal direito de usar um activo, muitas vezes juntamente com
serviços relacionados, incluem:

— acordos de fornecimentos exteriores (por exemplo, os fornecimen­


tos exteriores das funções de processamento de dados de uma
entidade).

— acordos no sector das telecomunicações, nos quais os fornecedores


de capacidade de rede celebram contratos para fornecer aos com­
pradores direitos de capacidade.

— contratos take-or-pay ou semelhantes, em que os compradores têm


de fazer pagamentos especificados independentemente de recebe­
rem os produtos contratados ou serviços contratados (por exemplo,
um contrato take-or-pay para adquirir substancialmente toda a
produção de um gerador de energia de um fornecedor).

2. Esta Interpretação proporciona orientação para determinar se esses


acordos são, ou contêm, locações que devam ser contabilizadas de
acordo com a IAS 17. Não proporciona orientação para determinar de
que forma essa locação deverá ser classificada de acordo com essa
Norma.

3. Em alguns acordos, o activo subjacente que é o objecto da locação é


uma parte de um activo de maiores dimensões. Esta Interpretação não
trata da forma como se determina quando é que uma parte de um
activo de maiores dimensões é ela própria o activo subjacente para a
finalidade de aplicar a IAS 17. Não obstante, os acordos em que o
activo subjacente representaria uma unidade de conta quer na IAS 16
quer na IAS 38 estão dentro do âmbito desta Interpretação.

ÂMBITO
▼M9
4. Esta Interpretação não se aplica a acordos que:

(a) sejam, ou contenham, locações excluídas do âmbito da IAS 17; ou

(b) sejam acordos de concessão de serviços pelo sector público ao


privado no âmbito da IFRIC 12 Acordos de Concessão de
Serviços.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 857

▼B
QUESTÕES
5. As questões tratadas nesta Interpretação são:

a) como determinar se um acordo é, ou contém, uma locação con­


forme definido na IAS 17;

b) quando deve ser feita a avaliação ou uma reavaliação de se um


acordo é, ou contém, uma locação; e

c) se um acordo for, ou contiver, uma locação, como devem ser


separados os pagamentos da locação dos pagamentos por quaisquer
outros elementos do acordo.

CONSENSO
Determinar se um acordo é, ou contém, uma locação
6. Determinar se um acordo é, ou contém, uma locação deve basear-se
na substância do acordo e exige uma avaliação de se:

a) o cumprimento do acordo está dependente do uso de um activo ou


activos específicos (o activo); e

b) o acordo transmite um direito de usar o activo.

O cumprimento do acordo está dependente do uso de um activo


específico
7. Embora um activo específico possa ser explicitamente identificado
num acordo, não é o objecto de uma locação se o cumprimento do
acordo não está dependente do uso do activo especificado. Por exem­
plo, se o fornecedor for obrigado a entregar uma quantidade especi­
ficada de bens ou serviços e tiver o direito e a capacidade de fornecer
esses bens ou serviços pelo uso de outros activos não especificados no
acordo, então o cumprimento do acordo não está dependente do activo
especificado e o acordo não contém uma locação. Uma obrigação de
garantia que permita ou exija a substituição do mesmo activo ou de
activos semelhantes quando o activo especificado não estiver a fun­
cionar correctamente não exclui o tratamento de locação. Além disso,
uma disposição contratual (contingente ou outra) que permita ou exija
que o fornecedor substitua outros activos por qualquer razão em ou
após uma data especificada não exclui o tratamento por locação antes
da data de substituição.

8. Um activo foi implicitamente especificado se, por exemplo, o forne­


cedor detiver ou locar apenas um activo para cumprir a obrigação e
isso não for economicamente viável ou praticável para o fornecedor
cumprir a sua obrigação através do uso de activos alternativos.

O acordo transmite um direito de usar o activo


9. Um acordo transmite o direito de usar o activo se o acordo transmitir
ao comprador (locatário) o direito de controlar o uso do activo sub­
jacente. O direito de controlar o uso do activo subjacente é trans­
mitido se qualquer uma das condições seguintes for satisfeita:

a) O comprador tem a capacidade ou o direito de operar o activo ou


de mandar outros operar o activo da forma que ele determinar
enquanto obtém ou controla mais do que uma quantia insignifi­
cante da produção ou de outra utilidade do activo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 858

▼B
b) O comprador tem a capacidade ou o direito de controlar o acesso
físico ao activo subjacente enquanto obtém ou controla mais do
que uma quantia insignificante da produção ou de outra utilidade
do activo.

c) Os factos e as circunstâncias indicam que é uma hipótese remota


que uma ou mais partes que não o comprador assumam mais do
que um volume insignificante da produção ou de outro serviço
público que será produzido ou gerado pelo activo durante o prazo
do acordo, e o preço que o comprador irá pagar pela produção não
está nem contratualmente fixado por unidade de produção nem é
igual ao preço de mercado corrente por unidade de produção no
momento da entrega da produção.

Avaliar ou reavaliar se um acordo é, ou contém, uma locação


10. A avaliação de se um acordo contém uma locação deve ser feita no
início do acordo, que é a data mais antiga entre a data do acordo e a
data do compromisso pelas partes em relação aos principais termos do
acordo, com base em todos os factos e circunstâncias. A reapreciação
de se o acordo contém uma locação após o início do acordo só deve
ser feita se qualquer das seguintes condições for satisfeita:

a) Há uma alteração nos termos contratuais, a não ser que a alteração


apenas renove ou estenda o acordo.

b) uma opção de renovação é exercida ou uma extensão do acordo é


acordada pelas partes, a não ser que o prazo da renovação ou
extensão tenha sido inicialmente incluído no prazo da locação de
acordo com o parágrafo 4. da IAS 17. Uma renovação ou extensão
do acordo que não inclua a modificação de quaisquer termos do
acordo original antes do final do prazo do acordo original deve ser
avaliada segundo os parágrafos 6.-9. apenas no que respeita ao
período de renovação ou de extensão.

c) Há uma alteração na determinação sobre se o cumprimento está


dependente de um activo especificado.

d) Há uma alteração substancial no activo, por exemplo, uma altera­


ção física substancial em activos fixos tangíveis.

11 Uma reapreciação de um acordo deve basear-se nos factos e circuns­


tâncias à data da reavaliação, incluindo o restante prazo do acordo. As
alterações na estimativa (por exemplo, a quantia estimada de produção
a ser entregue ao comprador ou outros potenciais compradores) não
iriam despoletar uma reavaliação. Se um acordo for reavaliado e se for
determinado que contém uma locação (ou não contém uma locação),
deve aplicar-se (ou deixar de aplicar) a contabilização de locações a
partir do seguinte momento:

a) no caso das alíneas a), c) ou d) do parágrafo 10., quando ocorrer a


alteração nas circunstâncias que dá origem à reavaliação;

b) no caso da alínea b) do parágrafo 10., no início do período de


renovação ou de extensão.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 859

▼B
Separar pagamentos da locação de outros pagamentos
12. Se um acordo contiver uma locação, as partes do acordo devem
aplicar os requisitos da IAS 17 ao elemento de locação do acordo,
a não ser que estejam dispensadas desses requisitos de acordo com o
parágrafo 2. da IAS 17. Em conformidade, se um acordo contiver uma
locação, essa locação deve ser classificada como locação financeira ou
como locação operacional de acordo com os parágrafos 7.-19. da IAS
17. Outros elementos do acordo que não estejam no âmbito da IAS 17
devem ser contabilizados de acordo com outras Normas.

13. Para a finalidade de aplicar os requisitos da IAS 17, os pagamentos e


outras retribuições exigidos pelo acordo devem ser separados no início
do acordo ou no momento de uma reavaliação do acordo naqueles que
dizem respeito à locação e naqueles que dizem respeito a outros
elementos com base nos seus justos valores relativos. Os pagamentos
mínimos de locação conforme definido no parágrafo 4. da IAS 17
incluem apenas os pagamentos da locação (i.e., o direito de usar o
activo) e excluem os pagamentos de outros elementos do acordo (por
exemplo, por serviços e o custo dos inputs).

14. Em alguns casos, a separação dos pagamentos da locação dos paga­


mentos de outros elementos do acordo vai exigir que o comprador use
uma técnica de estimativa. Por exemplo, um comprador pode estimar
os pagamentos da locação com referência a um acordo de locação
relativo a um activo comparável que não contenha outros elementos,
ou estimando os pagamentos dos outros elementos do acordo com
referência a acordos comparáveis e depois deduzindo esses pagamen­
tos do total de pagamentos segundo o acordo.

15. Se um comprador concluir que é impraticável separar os pagamentos


com fiabilidade, ele deve:

a) no caso de uma locação financeira, reconhecer um activo e um


passivo por uma quantia igual ao (1) do activo subjacente que foi
identificado nos parágrafos 7. e 8. como o objecto da locação.
Posteriormente, o passivo deve ser reduzido à medida que os
pagamentos vão sendo feitos e um débito financeiro imputado
sobre o passivo deve ser reconhecido usando a taxa de juro de
empréstimo incremental do comprador (2);

b) no caso de uma locação operacional, tratar todos os pagamentos


segundo o acordo como pagamentos de locação para a finalidade
de cumprir os requisitos de divulgação da IAS 17, mas

i) divulgar esses pagamentos separadamente dos pagamentos mí­


nimos de locação de outros acordos que não incluam pagamen­
tos de elementos que não sejam de locação, e

ii) declarar que os pagamentos divulgados também incluem paga­


mentos de elementos do acordo que não são de locação.

DATA DE EFICÁCIA
16. Uma entidade deve aplicar esta Interpretação aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Janeiro de 2006. É encorajada a aplicação
mais cedo. Se uma entidade aplicar esta Interpretação a um período
com início antes de 1 de Janeiro de 2006, ela deve divulgar esse facto.

(1) ►M33 A IAS 17 utiliza a expressão «justo valor» de uma forma que difere em
alguns aspectos da definição de justo valor da IFRS 13. Assim, quando aplicar a
IAS 17 uma entidade mensura o justo valor de acordo com a IAS 17, não de acordo
com a IFRS 13. ◄
(2) I.e., a taxa de juro de empréstimo incremental do locatário conforme definido no pará­
grafo 4. da IAS 17.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 860

▼B
TRANSIÇÃO
17. A IAS 8 especifica como uma entidade aplica uma alteração na po­
lítica contabilística resultante da aplicação inicial de uma Interpreta­
ção. A uma entidade não é exigido que se conforme com esses re­
quisitos quando aplicar esta Interpretação pela primeira vez. Se uma
entidade usar esta dispensa, ela deve aplicar os parágrafos 6.-9. da
Interpretação aos acordos existentes no início do primeiro período
para o qual seja apresentada informação comparativa segundo as
IFRS com base nos factos e circunstâncias existentes no início desse
período.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 861

▼B

INTERPRETAÇÃO IFRIC 5

Direitos a Interesses resultantes de Fundos de Descomissionamento, Restauro


e Reabilitação Ambiental
REFERÊNCIAS
— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros

▼M32
__________

— IAS 28 Investimentos em Associadas e Empreendimentos Conjuntos

__________

▼B
— IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes

— IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração (tal como


revista em 2003)

▼M32
— IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas

— IFRS 11 Acordos Conjuntos

▼B
— SIC12 Consolidação — Entidades com Finalidade Especial (tal como revista
em 2004)

ANTECEDENTES
1. A finalidade dos fundos de descomissionamento, restauro e reabilita­
ção ambiental, daqui por diante referidos como «fundos de descomis­
sionamento» ou «fundos», é segregar activos para financiar alguns ou
todos os custos de descomissionamento de fábricas (como uma central
nuclear) ou de determinado equipamento (como carros), ou de levar a
cabo a reabilitação ambiental (como rectificar a poluição da água ou
restaurar terreno minado), referidos em conjunto como «descomissio­
namento».

2. As contribuições para estes fundos podem ser voluntárias ou exigidas


por regulamentação ou por lei. Os fundos podem ter uma das seguin­
tes estruturas:

a) fundos que sejam estabelecidos por um único contribuinte para


financiar as suas próprias obrigações de descomissionamento,
seja para um local em particular, ou para um número de locais
geograficamente dispersos;

b) fundos que sejam estabelecidos por vários contribuintes para finan­


ciar as suas obrigações individuais ou conjuntas de descomissio­
namento, quando os contribuintes têm direito a reembolso dos
gastos de descomissionamento até ao ponto das suas contribuições
mais quaisquer ganhos reais sobre essas contribuições menos a sua
parte dos custos de administrar o fundo. Os contribuintes podem
ter uma obrigação de fazer contribuições adicionais, por exemplo,
no caso de falência de um outro contribuinte;

c) fundos que sejam estabelecidos com vários contribuintes para fi­


nanciar as suas obrigações individuais ou conjuntas de descomis­
sionamento quando o nível de contribuições exigido se baseia na
actividade corrente de um contribuinte e o benefício obtido pelo
contribuinte se baseia na sua actividade passada. Nesses casos, há
uma potencial falta de balanceamento entre a quantia de contribui­
ções feita por um contribuinte (com base na actividade corrente) e
o valor realizável pelo fundo (com base na actividade passada).

3. Esses fundos têm geralmente as seguintes características:

a) o fundo é administrado separadamente por trustees independentes;


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 862

▼B
b) as entidades (contribuintes) fazem contribuições para o fundo, que
são investidas numa variedade de activos que podem incluir tanto
investimentos em dívida como em capital próprio, e estão dispo­
níveis para ajudar a pagar os custos de descomissionamento dos
contribuintes. Os trustees determinam a forma como as contribui­
ções são investidas, dentro das restrições definidas pelos documen­
tos estatutários do fundo e qualquer legislação ou outros regula­
mentos aplicáveis;

c) os contribuintes ficam com a obrigação de pagar os custos de


descomissionamento. Contudo, os contribuintes podem obter do
fundo um reembolso dos custos de descomissionamento até ao
mais baixo dos custos de descomissionamento incorridos e da parte
do contribuinte dos activos do fundo;

d) os contribuintes podem ter acesso restrito ou nenhum acesso a


qualquer excedente de activos do fundo sobre os usados para
satisfazer os custos de descomissionamento elegíveis.

ÂMBITO
4. Esta Interpretação aplica-se à contabilização, nas demonstrações finan­
ceiras de um contribuinte, dos interesses resultantes de fundos de
descomissionamento que tenham ambas as seguintes características:

a) os activos são administrados separadamente (quer detidos numa


entidade legal separada, quer como activos segregados noutra en­
tidade); e

b) o direito de um contribuinte de aceder aos activos é restrito.

5. Um interesse residual num fundo que se estenda para além do direito


a reembolso, tal como um direito contratual a distribuições uma vez
que todo o descomissionamento esteja concluído ou no momento de
encerramento do fundo, pode ser um instrumento de capital próprio
dentro do âmbito da IAS 39 e não está dentro do âmbito desta Inter­
pretação.

QUESTÕES
6. As questões tratadas nesta Interpretação são:

a) como deve um contribuinte contabilizar o seu interesse num fun­


do?;

b) quando um contribuinte tem a obrigação de fazer contribuições


adicionais, por exemplo, no caso de falência de um outro contri­
buinte, como deve essa obrigação ser contabilizada?

CONSENSO
Contabilizar um interesse num fundo
7. O contribuinte deve reconhecer a sua obrigação de pagar custos de
descomissionamento como um passivo e reconhecer o seu interesse no
fundo separadamente a não ser que o contribuinte não seja responsá­
vel por pagar custos de descomissionamento mesmo que o fundo não
pague.

▼M32
8. O contribuinte deve determinar se tem controlo ou controlo conjunto
ou influência significativa sobre o fundo tendo por referência a IFRS
10, a 11 IFRS e a IAS 28. Se assim for, o contribuinte deve conta­
bilizar o seu interesse no fundo em conformidade com essas normas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 863

▼M32
9. Se um contribuinte não tiver controlo, controlo conjunto ou influência
significativa sobre o fundo, deve reconhecer o direito a receber reem­
bolsos do fundo como um reembolso de acordo com a IAS 37. Esse
reembolso é mensurado como o menor de:
▼B
a) a quantia da obrigação de descomissionamento reconhecida; e
b) a parte do contribuinte do justo valor dos activos líquidos do fundo
atribuível aos contribuintes.
As alterações na quantia escriturada do direito de receber reembolso
que não sejam contribuições para e pagamentos do fundo devem ser
reconhecidas nos lucros ou prejuízos no período em que essas altera­
ções ocorram.
Contabilizar obrigações de fazer contribuições adicionais
10. Quando um contribuinte tem uma obrigação de fazer potenciais con­
tribuições adicionais, por exemplo, no caso de falência de outro con­
tribuinte ou se o valor dos activos de investimento detidos pelo fundo
diminuir até ao ponto de ser insuficiente para cumprir as obrigações
de reembolso do fundo, esta obrigação é um passivo contingente
dentro do âmbito da IAS 37. O contribuinte deve reconhecer um
passivo apenas se for provável que serão feitas contribuições adicio­
nais.
Divulgação
11. Um contribuinte deve divulgar a natureza do seu interesse num fundo
e quaisquer restrições no acesso aos activos do fundo.
12. Quando um contribuinte tiver uma obrigação de fazer potenciais con­
tribuições adicionais que não seja reconhecida como passivo (ver
parágrafo 10.), ele deve fazer as divulgações exigidas pelo parágrafo
86. da IAS 37.
13. Quando um contribuinte contabilizar o seu interesse no fundo de
acordo com o parágrafo 9., ele deve fazer as divulgações exigidas
pelo parágrafo 85.c) da IAS 37.
DATA DE EFICÁCIA
14. Uma entidade deve aplicar esta Interpretação aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Janeiro de 2006. É encorajada a aplicação
mais cedo. Se uma entidade aplicar esta Interpretação a um período
com início antes de 1 de Janeiro de 2006, ela deve divulgar esse facto.
▼M32
14.B. A IFRS 10 e a IFRS 11, emitidas em Maio de 2011, emendaram os
parágrafos 8 e 9. Uma entidade deve aplicar estas emendas quando
aplicar a IFRS 10 e a IFRS 11.
▼B
TRANSIÇÃO
15. As alterações nas políticas contabilísticas devem ser contabilizadas de
acordo com os requisitos da IAS 8.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 864

▼B

INTERPRETAÇÃO IFRIC 6

Passivos decorrentes da Participação em Mercados Específicos — Resíduos de


Equipamento Eléctrico e Electrónico

REFERÊNCIAS
— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros

— IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes

ANTECEDENTES
1. O parágrafo 17. da IAS 37 especifica que um acontecimento que cria
obrigações é um acontecimento passado que conduz a uma obrigação
presente, desde que a entidade não tenha uma alternativa realista
senão a de liquidar a obrigação.

2. O parágrafo 19. da IAS 37 estabelece que apenas são reconhecidas


provisões para as «obrigações que surjam de acontecimentos passados
que existam independentemente de acções futuras de uma entidade».

3. A Directiva relativa aos resíduos de equipamentos eléctricos e


electrónicos (REEE) da União Europeia, que regula a recolha, trata­
mento, valorização e eliminação sem danos para o ambiente dos re­
síduos de equipamentos suscitou a questão de saber em que momento
deverão ser reconhecidos os passivos associados ao descomissiona­
mento de REEE. A Directiva distingue entre resíduos «novos» e
«históricos» e entre resíduos de particulares e de outras fontes. Os
resíduos novos dizem respeito a produtos vendidos após 13 de Agosto
de 2005. Para efeitos da Directiva, considera-se que todos os equipa­
mentos domésticos vendidos antes dessa data darão origem a resíduos
históricos.

4. A Directiva estabelece que o custo da gestão de resíduos de equipa­


mentos domésticos históricos deve ser suportado por produtores desse
tipo de equipamento, que estejam no mercado durante um período a
ser especificado pela legislação aplicável dos Estados-Membros (o
período de mensuração). A Directiva estabelece que cada
Estado-Membro estabelecerá um mecanismo que assegure que os pro­
dutores contribuam proporcionalmente para os custos, isto é, «na
proporção da respectiva quota do mercado por tipo de equipamento».

5. Vários termos utilizados na Interpretação, tais como «quota do mer­


cado» e «período de mensuração», podem ser definidos de forma
muito diferenciada na legislação aplicável dos Estados-Membros.
Por exemplo, a duração do período de mensuração poderá ser de
um ano ou de apenas um mês. De igual modo, a determinação da
quota de mercado e as fórmulas para o cálculo do valor da obrigação
poderão divergir nas várias legislações nacionais. Todavia, todos estes
exemplos afectam apenas a mensuração do passivo, que não está
dentro do âmbito da Interpretação.

ÂMBITO
6. Esta Interpretação proporciona orientações sobre o reconhecimento,
nas demonstrações financeiras dos produtores, dos passivos associados
à gestão dos resíduos, segundo a Directiva REEE da União Europeia,
relativamente às vendas de equipamentos domésticos históricos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 865

▼B
7. A Interpretação nem trata os novos resíduos nem os resíduos históri­
cos de fontes que não sejam os particulares. Os passivos decorrentes
da gestão desse tipo de resíduos estão devidamente cobertos na IAS
37. Todavia, se os novos resíduos de particulares forem tratados, na
legislação nacional, de uma maneira semelhante à dos resíduos histó­
ricos domésticos, os princípios da Interpretação aplicam-se por refe­
rência à hierarquia dos parágrafos 10.-12. da IAS 8. A hierarquia
estabelecida na IAS 8 é também relevante para outras regulamenta­
ções que imponham obrigações de uma forma similar ao modelo de
atribuição do custo especificado na Directiva da União Europeia.
QUESTÃO
8. Foi pedido ao IFRIC que determinasse, no contexto do descomissio­
namento de REEE, aquilo que constitui, de acordo com a alínea a) do
parágrafo 14. da IAS 37, o acontecimento que obriga a reconhecer
uma provisão para custos de gestão de resíduos:
— Produção ou venda de equipamentos domésticos históricos?
— Participação no mercado durante o período de mensuração?
— Incorrer em custos por força das actividades de gestão de resí­
duos?
CONSENSO
9. A participação no mercado durante o período de mensuração é o
acontecimento que obriga de acordo com a alínea a) do parágrafo
14. da IAS 37. Consequentemente, a produção ou venda de equipa­
mentos domésticos históricos não dá lugar a um passivo associado aos
custos de gestão de resíduos. Uma vez que a obrigação decorrente dos
equipamentos domésticos históricos está ligada à participação no mer­
cado durante o período de mensuração, e não à produção ou à venda
dos itens a serem eliminados, não há a obrigação, a menos que, ou até
que, exista uma quota de mercado durante o período de mensuração.
A tempestividade do acontecimento que cria as obrigações pode tam­
bém ser independente do período particular em que as actividades
para executar a gestão de resíduos sejam empreendidas e dos custos
relacionados incorridos.
DATA DE EFICÁCIA
10. Uma entidade deve aplicar esta Interpretação aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Dezembro de 2005. É encorajada a aplicação
mais cedo. Se uma entidade aplicar a Interpretação a um período com
início antes de 1 de Dezembro de 2005, ela deve divulgar esse facto.
TRANSIÇÃO
11. As alterações nas políticas contabilísticas devem ser contabilizadas de
acordo com a IAS 8.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 866

▼B

INTERPRETAÇÃO IFRIC 7

Aplicar a Abordagem da Reexpressão Prevista na IAS 29 Relato Financeiro


em Economias Hiperinflacionárias

REFERÊNCIAS
— IAS 12 Impostos sobre o Rendimento

— IAS 29 Relato Financeiro em Economias Hiperinflacionárias

ANTECEDENTES
1. Esta Interpretação proporciona orientação sobre como aplicar os re­
quisitos previstos na IAS 29, num período de relato em que uma
entidade identifica (1) a existência de hiperinflação na economia da
sua moeda funcional, quando essa economia não era hiperinflacionária
no período anterior, e, por isso, a entidade reexpressa as suas demons­
trações financeiras de acordo com a IAS 29.

QUESTÕES
2. As questões tratadas nesta Interpretação são as seguintes:

a) Como deve ser interpretado o requisito «… expressas em termos


da unidade de mensuração corrente ►M5 no fim do período de
relato ◄», previsto no ponto 8. da IAS 29, quando uma entidade
aplicar a norma?;

b) Como deve uma entidade contabilizar os itens por impostos dife­


ridos de abertura nas suas demonstrações financeiras reexpressas?

CONSENSO
3. No período de relato em que uma entidade identifica a existência de
hiperinflação na economia da sua moeda funcional, não tendo sido
hiperinflacionária no período anterior, a entidade deve aplicar os
requisitos previstos na IAS 29 como se a economia tivesse sido
sempre hiperinflacionária. Por conseguinte, relativamente a itens não
monetários mensurados pelo custo histórico, ►M5 a demonstração da
posição financeira ◄ de abertura da entidade no início do primeiro
período apresentado nas demonstrações financeiras deve ser reexpres­
so, para reflectir o efeito da inflação a partir da data em que os activos
foram adquiridos e os passivos foram incorridos ou assumidos
até ►M5 ao fim do período de relato ◄. Relativamente a itens
não monetários escriturados ►M5 na demonstração da posição
financeira ◄ de abertura pelas quantias correntes em datas que não
a de aquisição ou daquela em que foram incorridas, essa reexpressão
deve reflectir, em vez disso, o efeito da inflação desde as datas em
que essas quantias escrituradas foram determinadas até ►M5 ao fim
do período de relato ◄.

4. ►M5 No fim do período de relato ◄, os itens por impostos diferi­


dos são reconhecidos e mensurados de acordo com a IAS 12.
No entanto, as quantias de impostos diferidos ►M5 na demonstração
da posição financeira ◄ de abertura do período de relato devem ser
determinadas como se segue:

a) A entidade torna a mensurar os itens por impostos diferidos de


acordo com a IAS 12, após ter reexpresso as quantias nominais
escrituradas dos seus itens não monetários ►M5 no fim do pe­
ríodo de relato ◄ de abertura do período de relato ao aplicar a
unidade de mensuração nessa data;

(1) A identificação de hiperinflação baseia-se no julgamento da entidade dos critérios pre­


vistos no parágrafo 3. da IAS 29.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 867

▼B
b) Os itens por impostos diferidos remensurados de acordo com a
alínea a) são reexpressos em função da alteração da unidade de
mensuração, a partir da data ►M5 da demonstração da posição
financeira ◄ de abertura do período de relato até ►M5 ao fim
desse período de relato ◄.
A entidade aplica a abordagem das alíneas a) e b) aquando da reex­
pressão dos itens por impostos diferidos ►M5 na demonstração da
posição financeira ◄ de abertura de quaisquer períodos comparativos
apresentados nas demonstrações financeiras reexpressas do período de
relato em que a entidade aplicar a IAS 29.
5. Após uma entidade ter reexpresso as suas demonstrações financeiras,
todas as quantias correspondentes das demonstrações financeiras de
um período de relato subsequente, incluindo itens por impostos dife­
ridos, serão reexpressos pela entidade, ao aplicar a alteração da uni­
dade de mensuração desse período de relato subsequente apenas às
demonstrações financeiras reexpressas do período de relato anterior.
DATA DE EFICÁCIA
6. Uma entidade deve aplicar esta Interpretação aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Março de 2006. É encorajada a aplicação mais
cedo. Se uma entidade aplicar esta Interpretação às demonstrações
financeiras de um período com início anterior a 1 de Março de 2006,
ela deve divulgar esse facto.
▼M23
__________
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 868

▼B

INTERPRETAÇÃO IFRIC 9

Reavaliação de Derivados Embutidos

REFERÊNCIAS
— IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração

— IFRS 1 Adopção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relato


Financeiro

— IFRS 3 Concentrações de Actividades Empresariais

ANTECEDENTES
1. O parágrafo 10. da IAS 39 descreve um derivado embutido como «um
componente de um instrumento híbrido (combinado) que também
inclui um contrato de acolhimento não derivado — com o efeito de
que alguns dos fluxos de caixa do instrumento combinado variam de
forma semelhante a um derivado autónomo».

2. O parágrafo 11. da IAS 39 exige que os derivados embutidos sejam


separados do contrato de acolhimento e contabilizados como um de­
rivado se, e apenas se:

a) as características económicas e os riscos do derivado embutido não


estiverem intimamente relacionados com as características econó­
micas e os riscos do contrato de acolhimento;

b) um instrumento separado com os mesmos termos que o derivado


embutido satisfizesse a definição de um derivado; e

c) o instrumento híbrido (combinado) não for mensurado pelo justo


valor com as alterações no justo valor reconhecidas nos lucros ou
prejuízos (i.e., um derivado que esteja embutido num activo finan­
ceiro ou passivo financeiro pelo justo valor através dos lucros ou
prejuízos não se separa).

ÂMBITO
3. Sem prejuízo do disposto nos parágrafos 4. e 5., a presente Interpre­
tação aplica-se a todos os derivados embutidos no âmbito da IAS 39.

4. Esta Interpretação não trata as questões associadas a uma nova men­


suração decorrentes de uma reavaliação de derivados embutidos.

▼M22
5. Esta interpretação não se aplica a derivados embutidos em contratos
adquiridos:

a) numa concentração de actividades empresariais (tal como definida


na IFRS 3 Concentrações de Actividades Empresariais conforme
revista em 2008);

b) numa concentração de entidades ou actividades empresariais sob


controlo comum conforme descrito nos parágrafos B1–B4 da IFRS
3 (revista em 2008); ou

c) na formação de um empreendimento conjunto conforme definido


na ►M32 IFRS 11 Acordos Conjuntos ◄

nem à sua possível reavaliação à data de aquisição (1).

(1) A IFRS 3 (conforme revista em 2008) trata a aquisição de contratos com derivados
embutidos numa concentração de actividades empresariais.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 869

▼B
QUESTÕES
6. A IAS 39 exige que uma entidade avalie, quando se tornar uma parte
de um contrato, se quaisquer derivados embutidos contidos no con­
trato devem ser separados do contrato de acolhimento e contabilizados
como derivados segundo a Norma. Esta Interpretação trata as seguin­
tes questões:

a) Exige a IAS 39 que uma tal avaliação seja efectuada apenas


quando a entidade se torna pela primeira vez parte do contrato
ou a avaliação deve ser revista ao longo de toda a vigência do
contrato?;

b) Deve um adoptante pela primeira vez efectuar a sua avaliação com


base nas condições existentes quando se tornou parte do contrato
ou com base nas condições prevalecentes aquando da adopção pela
primeira vez das IFRS?

CONSENSO
▼M20
7. Uma entidade deve avaliar se um derivado embutido deve ser sepa­
rado do contrato de acolhimento e contabilizado como um derivado
quando se tornar parte do contrato. A reavaliação subsequente é proi­
bida, salvo se existir (a) uma alteração nos termos do contrato que
modifique significativamente os fluxos de caixa que de outro modo
seriam exigidos ao abrigo do contrato ou (b) uma reclassificação de
um activo financeiro retirando-o da categoria de justo valor através
dos lucros ou prejuízos, casos em que se exige uma avaliação. Uma
entidade determina se uma modificação nos fluxos de caixa é signi­
ficativa ao considerar a extensão em que os fluxos de caixa futuros
esperados, associados ao derivado embutido, ao contrato de acolhi­
mento ou a ambos, se alteraram e se a alteração é significativa em
relação aos fluxos de caixa previstos anteriormente com base no con­
trato.

7.A. A avaliação que determina se é necessário que um derivado embutido


seja separado do contrato de acolhimento e contabilizado como um
derivado no momento da reclassificação de um activo financeiro,
retirando-o da categoria de justo valor através dos lucros ou prejuízos,
em conformidade com o parágrafo 7 deve ser feita com base nas
circunstâncias que existiam à data mais recente das duas seguintes:

(a) quando a entidade se tornou parte do contrato; e

(b) quando uma alteração nos termos do contrato modificou signifi­


cativamente os fluxos de caixa que de outro modo seriam exigi­
dos ao abrigo do contrato.

Para efeitos desta avaliação, o parágrafo 11(c) da IAS 39 não deve ser
aplicado (i.e., o contrato híbrido (combinado) deve ser tratado como
se não tivesse sido mensurado pelo justo valor com as alterações no
justo valor reconhecidas nos lucros ou prejuízos). Se uma entidade
não puder fazer esta avaliação, o contrato híbrido (combinado) per­
manece classificado, na sua totalidade, na categoria de justo valor
através dos lucros ou prejuízos.

▼B
8. Um adoptante pela primeira vez deve avaliar se é necessário que um
derivado embutido seja separado do contrato de acolhimento e conta­
bilizado como um derivado com base nas condições que existiam à
data em que se tornou pela primeira vez parte do contrato e à data em
que é exigida uma reavaliação por força do parágrafo 7., consoante
aquela que ocorrer mais tarde.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 870

▼B
DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO
9. Uma entidade deve aplicar esta Interpretação aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Junho de 2006. É encorajada a aplicação mais
cedo. Se uma entidade aplicar a Interpretação a um período com início
antes de 1 de Junho de 2006, ela deve divulgar esse facto. A inter­
pretação será aplicada retroactivamente.
▼M20
10. O documento intitulado Derivados Embutidos (Emendas à IFRIC 9 e
à IAS 39), emitido em Março de 2009, emendou o parágrafo 7 e
adicionou o parágrafo 7A. Uma entidade deve aplicar estas emendas
aos períodos anuais que terminem em ou após 30 de Junho de 2009.
▼M22
11. O parágrafo 5 foi emendado pelo documento Melhoramentos Intro­
duzidos nas IFRS emitido em Abril de 2009. Uma entidade deve
aplicar essa emenda prospectivamente aos períodos anuais com início
em ou após 1 de Julho de 2009. Se uma entidade aplicar a IFRS 3
(conforme revista em 2008) a um período anterior, deve aplicar a
emenda a esse período anterior e divulgar esse facto.
▼M32
12. A IFRS 11, emitida em maio de 2011, emendou o parágrafo 5(c).
Uma entidade deve aplicar estas alterações quando aplicar a IFRS 11.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 871

▼B

INTERPRETAÇÃO IFRIC 10

Relato Financeiro Intercalar e Imparidade

REFERÊNCIAS
— IAS 34 Relato Financeiro Intercalar

— IAS 36 Imparidade de Activos

— IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração

ANTECEDENTES
1. Exige-se que uma entidade avalie a imparidade do goodwill
►M5 no fim de cada período de relato ◄, a imparidade dos inves­
timentos em instrumentos de capital próprio e em activos financeiros
escriturados pelo custo ►M5 no fim de cada período de relato ◄ e,
se necessário, reconheça uma perda por imparidade nessas datas, em
conformidade com a IAS 36 e a IAS 39. Todavia, ►M5 no fim de
um período de relato posterior ◄, as condições poderão ter-se alte­
rado a ponto tal que a perda por imparidade se teria reduzido ou
mesmo evitado se avaliação da imparidade tivesse sido feita apenas
nessa data. A presente Interpretação contém orientações quanto à
eventualidade de tais perdas por imparidade poderem ser revertidas.

2. A presente Interpretação trata a interacção entre os requisitos da IAS


34 e o reconhecimento das perdas por imparidade no goodwill, em
conformidade com a IAS 36, e em certos activos financeiros, em
conformidade com a IAS 39. Trata também o efeito dessa interacção
em posteriores demonstrações financeiras intercalares e anuais.

QUESTÃO
3. O parágrafo 28. da IAS 34 dispõe que as entidades apliquem nas suas
demonstrações financeiras intercalares as mesmas políticas contabilís­
ticas das suas demonstrações financeiras anuais. Estipula igualmente
que «a frequência do relato de uma entidade (anual, semestral ou
trimestral) não deve afectar a mensuração dos seus resultados anuais.
Para conseguir esse objectivo, as mensurações para finalidades de
relato intercalar devem ser feitas na base desde o início do ano até
à data».

4. O parágrafo 124. da IAS 36 estipula que «uma perda por imparidade


reconhecida para o goodwill não deve ser revertida num período
posterior».

5. O parágrafo 69. da IAS 39 estipula que «as perdas por imparidade


reconhecidas nos lucros ou prejuízos para um investimento num ins­
trumento de capital próprio classificado como disponível para venda
não devem ser revertidas através dos lucros ou prejuízos».

6. O parágrafo 66. da IAS 39 exige que as perdas por imparidade em


activos financeiros escriturados pelo custo (tais como uma perda por
imparidade num instrumento de capital próprio não cotado que não
seja escriturado pelo justo valor porque o seu justo valor não pode ser
fiavelmente mensurado) não devem ser revertidas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 872

▼B
7. A presente Interpretação trata a seguinte questão:
Deve uma entidade reverter perdas por imparidade, reconhecidas num
período intercalar, no goodwill e em investimentos em instrumentos
de capital próprio e em activos financeiros escriturados pelo custo, se
uma perda não tivesse sido reconhecida, ou tivesse sido reconhecida
uma perda menor, caso a avaliação da imparidade tivesse sido feita
apenas ►M5 no fim de um período de relato posterior ◄?
CONSENSO
8. Uma entidade não deve reverter uma perda por imparidade reconhe­
cida num período intercalar anterior a respeito do goodwill ou de um
investimento num instrumento de capital próprio ou num activo finan­
ceiro escriturado pelo custo.
9. Uma entidade não deve alargar este consenso, por analogia, a outras
áreas de conflito potencial entre a IAS 34 e outras normas.
DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO
10. Uma entidade deve aplicar a Interpretação aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Novembro de 2006. É encorajada a aplicação
mais cedo. Se uma entidade aplicar a Interpretação a um período com
início antes de 1 de Novembro de 2006, ela deve divulgar esse facto.
Uma entidade deve aplicar a Interpretação ao goodwill prospectiva­
mente a partir da data em que aplicar pela primeira vez a IAS 36; e
deve aplicar a Interpretação a investimentos em instrumentos de ca­
pital próprio ou em activos financeiros escriturados pelo custo pros­
pectivamente a partir da data em que aplicar pela primeira vez os
critérios de mensuração da IAS 39.
▼M23
__________
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 873

▼M9

INTERPRETAÇÃO IFRIC 12

Acordos de Concessão de Serviços


REFERÊNCIAS
— Estrutura Conceptual para a Apresentação e Preparação de Demonstrações
Financeiras

— IFRS 1 Adopção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relato


Financeiro

— IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgação de Informações

— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e


Erros

— IAS 11 Contratos de construção

— IAS 16 Activos Fixos Tangíveis

— IAS 17 Locações

— IAS 18 Rédito

— IAS 20 Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do


Governo

— IAS 23 Custos de Empréstimos Obtidos

— IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação

— IAS 36 Imparidade de Activos

— IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes

— IAS 38 Activos Intangíveis

— IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração

— IFRIC 4 Determinar se um Acordo contém uma Locação

— SIC-29 Divulgações - Acordos de Concessão de Serviço

ANTECEDENTES
1 Em muitos países, as infra-estruturas dos serviços públicos — como
estradas, pontes, túneis, prisões, hospitais, aeroportos, infra-estruturas
de distribuição de água e redes de fornecimento de energia e de
telecomunicações — têm sido tradicionalmente construídas, explora­
das e mantidas pelo sector público e financiadas com base em dota­
ções orçamentais.

2 Em alguns países, os Governos introduziram acordos de prestação


contratual de serviços, com vista a incentivar a participação do sector
privado no desenvolvimento, financiamento, operação e manutenção
dessas infra-estruturas. As infra-estruturas podem já existir ou podem
ser construídas durante a vigência do acordo de prestação de serviços.
Um acordo na acepção desta interpretação envolve tipicamente uma
entidade do sector privado (um concessionário) que constrói as
infra-estruturas utilizadas para prestar o serviço público ou para a
sua melhoria (por exemplo, ao aumentar a sua capacidade) e que
explora e mantém essas infra-estruturas durante um período especifi­
cado. O concessionário é pago pelos seus serviços durante a vigência
do acordo. O acordo rege-se por um contrato que estabelece os pa­
drões de desempenho, os mecanismos de ajustamento dos preços e as
disposições para a resolução de litígios. Um tal acordo é frequente­
mente designado como um acordo de concessão de serviços do tipo
«construção-exploração-transferência» de «recuperação-exploração-
-transferência» ou «pelo sector público ao privado».
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 874

▼M9
3 Uma característica destes acordos de prestação de serviços é a natu­
reza de serviço público da obrigação assumida pelo concessionário. A
política pública vai no sentido de que os serviços relacionados com as
infra-estruturas devem ser disponibilizados ao público, independente­
mente da identidade da parte que presta os serviços. O acordo de
prestação de serviços obriga contratualmente o concessionário a pres­
tar os serviços ao público por conta da entidade do sector público. As
características comuns são, nomeadamente, as seguintes:

(a) A parte que atribui o acordo de prestação de serviços (entidade


concedente) é uma entidade do sector público, nomeadamente um
organismo da administração pública, ou uma entidade do sector
privado a quem foi delegada a responsabilidade pela prestação do
serviço.

(b) O concessionário é responsável, pelo menos, pela gestão de uma


parte das funções de gestão das infra-estruturas e serviços conexos
e não actua apenas como um agente por conta da entidade con­
cedente.

(c) O contrato fixa os preços iniciais a cobrar pelo concessionário e


regulamenta as revisões de preços durante a vigência do acordo de
prestação de serviços.

(d) O concessionário está obrigado a transferir as infra-estruturas para


a entidade concedente, no final da vigência do acordo, que devem
estar numa condição especificada, sem qualquer retribuição ou
uma retribuição adicional reduzida, independentemente da parte
que assegurou o seu financiamento inicial.

ÂMBITO DE APLICAÇÃO
4 A presente interpretação proporciona orientações quanto à contabili­
zação pelos concessionários dos acordos de concessão de serviços
pelo sector público ao privado.

5 A presente interpretação aplica-se aos acordos de concessão de servi­


ços pelo sector público ao privado, se:

(a) A entidade concedente controla ou regulamenta os serviços que o


concessionário deve prestar com as infra-estruturas, a quem os
deve prestar e a que preço;

(b) A entidade concedente controla — através da propriedade, de


direitos de beneficiário ou de outro modo — qualquer interesse
residual significativo nas infra-estruturas no final da vigência do
acordo.

6 As infra-estruturas utilizadas, no quadro de um acordo de concessão


de serviços pelo sector público ao privado, durante a totalidade da sua
vida útil (a totalidade da vida dos activos) estão abrangidas pelo
âmbito da presente interpretação, caso sejam respeitadas as condições
previstas no parágrafo 5(a). Os parágrafos AG1–AG8 proporcionam
orientações para determinar se e em que medida os acordos de con­
cessão de serviços pelo sector público ao privado são abrangidos pelo
âmbito da presente interpretação.

7 A presente interpretação aplica-se:

(a) Às infra-estruturas que o concessionário constrói ou adquire a um


terceiro para efeitos do acordo de prestação de serviços;

(b) Às infra-estruturas já existentes, cujo acesso ao concessionário é


proporcionado pela entidade adjacente para efeitos do acordo de
prestação de serviços.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 875

▼M9
8 A presente interpretação não especifica a contabilização das
infra-estruturas detidas e reconhecidas como activos fixos tangíveis
pelo concessionário antes da conclusão do acordo de prestação de
serviços. Os requisitos em matéria de anulação do reconhecimento
previstos nas IFRS (estabelecidos na IAS 16) aplicam-se a essas
infra-estruturas.

9 A presente interpretação não especifica a contabilização por parte dos


entidade concedentes.

QUESTÕES
10 A presente interpretação estabelece princípios gerais em matéria de
reconhecimento e mensuração das obrigações e direitos conexos no
quadro dos acordos de concessão de serviços. Os requisitos em ma­
téria de divulgação de informações sobre acordos de concessão de
serviços estão contidos na SIC-29 Acordos de Concessão de Serviços:
Divulgações. As questões tratadas na presente interpretação são as
seguintes:

(a) Tratamento dos direitos do concessionário relativamente às


infra-estruturas;

(b) Reconhecimento e mensuração da retribuição prevista nos acor­


dos;

(c) Serviços de construção ou de valorização;

(d) Serviços operacionais;

(e) Custos de empréstimos obtidos;

(f) Tratamento contabilístico subsequente de um activo financeiro e


de um activo intangível;

(g) Itens disponibilizados ao concessionário pela entidade concedente.

CONSENSO
Tratamento dos direitos do concessionário relativamente às
infra-estruturas
11 No âmbito da presente interpretação, as infra-estruturas não devem ser
reconhecidas como activos fixos tangíveis do concessionário, dado
que o acordo de prestação contratual de serviços não confere ao
concessionário o direito de controlar o uso das infra-estruturas de
serviço público. O concessionário tem acesso às infra-estruturas, a
fim de prestar o serviço público por conta da entidade concedente,
de acordo com as condições especificadas no contrato.

Reconhecimento e mensuração da retribuição dos acordos


12 Nos termos dos acordos contratuais concluídos, abrangidos pela pre­
sente interpretação, o concessionário actua como um prestador de
serviços. O concessionário constrói ou valoriza as infra-estruturas
(serviços de construção ou de valorização) utilizadas para prestar
um serviço público e opera e mantém essas infra-estruturas (serviços
operacionais) durante um período especificado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 876

▼M9
13 O concessionário deve reconhecer e mensurar o rédito, de acordo com
as IAS 11 e 18, relativamente aos serviços que presta. Caso o con­
cessionário preste mais do que um serviço (ou seja, serviços de cons­
trução ou de valorização e serviços operacionais) no quadro de um
único contrato ou acordo, a retribuição recebida ou a receber deve ser
imputada por referência aos justos valores relativos dos serviços pres­
tados, quando as quantias forem identificáveis separadamente. A na­
tureza da retribuição determina o seu tratamento contabilístico subse­
quente. A contabilização subsequente da retribuição recebida como
um activo financeiro e como um activo intangível encontra-se descrita
em pormenor nos parágrafos 23–26.

Serviços de construção ou de valorização


14 O concessionário deve contabilizar o rédito e os custos relativos aos
serviços de construção ou de valorização, de acordo com a IAS 11.

Retribuição prestada pela entidade concedente ao concessionário


15 Caso o concessionário preste serviços de construção ou de valoriza­
ção, a retribuição recebida ou a receber pelo concessionário deve ser
reconhecida pelo seu justo valor. A retribuição pode corresponder a
direitos sobre:

(a) Um activo financeiro;

(b) Um activo intangível.

16 O concessionário deve reconhecer um activo financeiro na medida em


que tenha um direito contratual incondicional de receber dinheiro ou
outro activo financeiro relativamente aos serviços de construção, da
parte da entidade concedente, ou segundo as instruções desta. A en­
tidade concedente dispõe de poucos ou nenhuns poderes discricioná­
rios para evitar o pagamento, em virtude de o acordo ser, em geral,
legalmente vinculativo. O concessionário tem um direito incondicional
de receber dinheiro, caso a entidade concedente garanta contratual­
mente o pagamento ao concessionário do seguinte: (a) quantias espe­
cificadas ou determináveis ou (b) a diferença que subsista entre as
quantias recebidas dos utentes do serviço público e as quantias espe­
cificadas ou determináveis, mesmo que o pagamento dependa do facto
de o concessionário assegurar que as infra-estruturas respeitem requi­
sitos especificados em matéria de qualidade ou eficiência.

17 O concessionário deve reconhecer um activo intangível na medida em


que lhe seja conferido o direito (licença) de cobrar um preço aos
utentes do serviço público. O direito de impor um pagamento aos
utentes do serviço público não é um direito incondicional de receber
dinheiro, dado que as quantias dependem da medida em que o público
utiliza o serviço.

18 Caso o concessionário seja pago em relação aos serviços de cons­


trução com base, em parte, num activo financeiro e, em parte, num
activo intangível, é necessário contabilizar separadamente cada com­
ponente da retribuição do concessionário. A retribuição recebida ou a
receber relativamente às duas componentes deve ser reconhecida ini­
cialmente pelo seu justo valor.

19 A natureza da retribuição fornecida pela entidade concedente ao con­


cessionário deve ser determinada por referência às condições contra­
tuais e, se aplicável, ao direito dos contratos relevante.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 877

▼M9
Serviços operacionais
20 O concessionário deve contabilizar o rédito e os custos relativos aos
serviços operacionais, de acordo com a IAS 18.

Obrigações contratuais de conferir às infra-estruturas um nível espe­


cificado de capacidade para a prestação de serviços
21 O concessionário pode ter obrigações contratuais a respeitar a título de
condição subjacente à sua licença, a fim de: (a) manter as
infra-estruturas em função de um nível especificado de capacidade
para a prestação de serviços ou (b) restabelecer as infra-estruturas
uma condição especificada, antes da sua transferência para a entidade
concedente no final da vigência do acordo de prestação de serviços.
Estas obrigações contratuais de manter ou restabelecer as condições
das infra-estruturas, com excepção de qualquer elemento de valoriza­
ção (ver o parágrafo 14), devem ser reconhecidas e mensuradas de
acordo com a IAS 37, ou seja, de acordo com a melhor estimativa do
dispêndio necessário para liquidar a obrigação presente na data do
balanço.

Custos de empréstimos obtidos incorridos pelo concessionário


22 De acordo com a IAS 23, os custos de empréstimos obtidos que sejam
imputáveis ao acordo devem ser reconhecidos como um gasto do
período em que sejam incorridos, salvo se o concessionário tiver
um direito contratual de receber um activo intangível (o direito de
cobrar um preço aos utentes do serviço público). Neste caso, os custos
de empréstimos obtidos, que sejam atribuíveis ao acordo, devem ser
capitalizados durante a fase de construção do acordo, em conformi­
dade com essa norma.

Activos financeiros
23 As IAS 32 e 39 e a IFRS 7 aplicam-se aos activos financeiros reco­
nhecidos de acordo com os parágrafos 16 e 18.

24 A quantia devida da entidade concedente, ou segundo as instruções


deste, é contabilizada de acordo com a IAS 39 como:

(a) Um empréstimo ou conta a receber;

(b) Um activo financeiro disponível para venda;

(c) Caso assim designados no reconhecimento inicial, um activo fi­


nanceiro pelo justo valor por via dos resultados, se forem satis­
feitas as condições para essa classificação.

25 Caso a quantia devida da entidade concedente seja contabilizada como


um empréstimo ou conta a receber ou como um activo financeiro
disponível para venda, a IAS 39 requer que os juros calculados
pelo método do juro efectivo sejam reconhecidos nos resultados.

Activos intangíveis
26 A IAS 38 aplica-se aos activos intangíveis reconhecidos de acordo
com os parágrafos 17 e 18. Os parágrafos 45–47 da IAS 38 propor­
cionam orientações quanto à mensuração dos activos intangíveis ad­
quiridos em troca de um activo ou activos não monetários ou de uma
combinação de activos monetários e não monetários.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 878

▼M9
Itens postos à disposição do concessionário pela entidade conce­
dente
27 De acordo com o parágrafo 11, os itens de infra-estruturas aos quais a
entidade concedente deu acesso ao concessionário, para efeitos do
acordo de prestação de serviços, não são reconhecidos como activos
fixos tangíveis do concessionário. A entidade concedente pode dispo­
nibilizar igualmente outros itens ao concessionário, que este pode
manter ou conferir-lhes o uso que pretender. Caso esses activos façam
parte da retribuição a prestar pela entidade concedente a título da
prestação dos serviços, não constituirão subsídios do governo de
acordo com a definição que lhes é dada na IAS 20. São reconhecidos
como activos do concessionário e mensurados pelo justo valor no
reconhecimento inicial. O concessionário deve reconhecer um passivo
em relação a obrigações não cumpridas que assumiu em troca dos
activos.

DATA DE EFICÁCIA
28 As entidades aplicarão a presente interpretação aos períodos anuais
com início em ou após 1 de Janeiro de 2008. No entanto, é permitido
que a sua aplicação tenha início numa data anterior. Se uma entidade
aplicar a presente interpretação a um período com início antes de 1 de
Janeiro de 2008, deve divulgar esse facto.

TRANSIÇÃO
29 Sem prejuízo do parágrafo 30, as alterações das políticas contabilísti­
cas são contabilizadas em consonância com a IAS 8, ou seja, retros­
pectivamente.

30 Caso, no que diz respeito a qualquer acordo de prestação de serviços


específico, seja impraticável para um concessionário aplicar a presente
interpretação retrospectivamente no início do primeiro período apre­
sentado, este deve:

(a) Reconhecer os activos financeiros e os activos intangíveis exis­


tentes no início do primeiro período apresentado;

(b) Utilizar a quantia anteriormente escriturada desses activos finan­


ceiros e intangíveis (independentemente da classificação anterior)
como as suas quantias a escriturar nessa data;

(c) Testar os activos financeiros e intangíveis reconhecidos nessa data


no que diz respeito à imparidade, salvo se não for praticável,
sendo, nesse caso, as quantias sujeitas a este teste em condições
idênticas às da imparidade no início do período corrente.

Apêndice A

GUIA DE APLICAÇÃO

Este apêndice faz parte integrante da interpretação.

ÂMBITO (parágrafo 5)
AG1 O parágrafo 5 da presente interpretação especifica que as
infra-estruturas se enquadram no âmbito da interpretação, sempre
que estiverem reunidas as seguintes condições:

a) A entidade concedente controla ou regulamenta os serviços que o


concessionário deve prestar com as infra-estruturas, a quem os
deve prestar e a que preço;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 879

▼M9
b) A entidade concedente controla — através da propriedade, de
direitos de beneficiário ou de outro modo — qualquer interesse
residual significativo nas infra-estruturas no final da vigência do
acordo.

AG2 O controlo ou regulamentação referidos na condição (a) podem ser


assegurados com base nas disposições contratuais ou de outro modo
(como uma autoridade de regulamentação) e abrangerem as circuns­
tâncias em que a entidade concedente compra a totalidade da produ­
ção assim como as circunstâncias em que uma parte ou a totalidade da
produção é adquirida por outros utentes. Na aplicação desta condição,
a entidade concedente e quaisquer partes relacionadas devem ser con­
sideradas colectivamente. Caso a entidade concedente seja uma enti­
dade do sector público, o sector público no seu conjunto, juntamente
com quaisquer autoridades de regulamentação que actuem no interesse
público, deve ser considerado como relacionado com uma entidade
concedente, para efeitos da presente interpretação.

AG3 Para efeitos da condição (a), a entidade concedente não necessita de


ter pleno controlo do preço: é suficiente que o preço seja regulamen­
tado pela entidade concedente, pelas disposições contratuais ou pela
autoridade de regulamentação, por exemplo através de um mecanismo
de aplicação de tectos. No entanto, a condição deve ser aplicada à
substância do acordo. As características não substantivas, como um
tecto que só se aplicará em circunstâncias excepcionais, devem ser
ignoradas. Inversamente, caso, por exemplo, um contrato implique
conceder ao concessionário a liberdade de fixação de preços, sendo
contudo quaisquer lucros em excesso devolvidos à entidade conceden­
te, é imposto um tecto ao retorno do concessionário e é satisfeito o
elemento do teste relativo ao controlo dos preços.

AG4 Para efeitos da condição (b), o controlo da entidade concedente sobre


qualquer interesse residual significativo deve restringir a capacidade
prática do concessionário para vender ou dar em garantia as
infra-estruturas e deve conceder à entidade concedente um direito
de uso contínuo ao longo de toda a vigência do acordo. O interesse
residual nas infra-estruturas consiste no seu valor corrente estimado,
no pressuposto de já terem a idade e de estarem nas condições pre­
vistas no final da vigência do acordo.

AG5 Deve distinguir-se o controlo da gestão. Caso a entidade concedente


retenha o grau de controlo descrito no parágrafo 5(a) e qualquer
interesse residual significativo nas infra-estruturas, o concessionário
apenas gere as infra-estruturas por conta da entidade concedente —
apesar de, em muitos casos, pode dispor de poderes discricionários
amplos em matéria de gestão.

AG6 As condições (a) e (b) identificam conjuntamente quando as


infra-estruturas, incluindo as eventuais substituições necessárias (ver
o parágrafo 21), são controladas pela entidade concedente durante a
totalidade da sua vida económica. Por exemplo, caso o concessionário
tenha de substituir uma parte de um item das infra-estruturas durante a
vigência do acordo (por exemplo, o pavimento de uma estrada ou a
cobertura de um edifício), o item das infra-estruturas deve ser consi­
derado como um conjunto. Por conseguinte, a condição (b) é respei­
tada relativamente à totalidade das infra-estruturas, incluindo a parte
substituída, caso a entidade concedente tenha um controlo sobre qual­
quer interesse residual significativo na derradeira substituição dessa
parte.

AG7 O uso das infra-estruturas é por vezes regulamentado parcialmente do


modo descrito no parágrafo 5(a) e parcialmente desregulamentado.
No entanto, estes acordos assumem uma variedade de formas:
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 880

▼M9
(a) Quaisquer infra-estruturas fisicamente separáveis e capazes de
serem exploradas independentemente e que respeitem a definição
de unidade geradora de caixa, definida na IAS 36, devem ser
analisadas separadamente, caso sejam exclusivamente utilizadas
para fins não regulamentados. Por exemplo, tal poder-se-á aplicar
a uma ala privada de um hospital, sendo a parte restante do
hospital utilizada pela entidade concedente para o tratamento de
doentes no âmbito do sistema público de saúde.
(b) Sempre que as actividades puramente acessórias (como a loja de
um hospital) estejam desregulamentadas, os testes de controlo
devem ser aplicados como se esses serviços não existissem,
dado que, nos casos em que a entidade concedente controla os
serviços do modo descrito no parágrafo 5, a existência de activi­
dades acessórias não afecta o controlo da entidade concedente
sobre as infra-estruturas.
AG8 O concessionário pode ter o direito de utilizar as infra-estruturas
separáveis descritas no parágrafo AG7(a) ou as instalações utilizadas
para prestar os serviços desregulamentados acessórios descritos no
parágrafo AG7(b). Em qualquer um dos casos pode existir, em termos
substantivos, uma locação da entidade concedente ao concessionário.
Em caso afirmativo, essa locação deve ser contabilizada de acordo
com a IAS 17.
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▼M3

INTERPRETAÇÃO IFRIC 13

Programas de Fidelidade do Cliente

REFERÊNCIAS
— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros

— IAS 18 Rédito

— IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes

▼M33
— IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor

▼M3
ANTECEDENTES
1. Os programas de fidelidade do cliente são usados pelas entidades para
proporcionar incentivos aos clientes para comprarem os seus bens ou
serviços. Se um cliente comprar bens ou serviços, a entidade
concede-lhe créditos de prémio (muitas vezes designados por «pon­
tos»). O cliente pode resgatar os créditos por prémios como bens ou
serviços gratuitos ou com desconto.

2. Os programas funcionam de várias formas. Os clientes poderão ter de


acumular um determinado número ou valor mínimo de créditos de
prémio para poderem resgatá-los. Os créditos de prémio poderão estar
associados a compras ou grupos de compras individuais ou a um
clientelismo continuado durante um período especificado. A entidade
pode operar o programa de fidelidade do cliente ela própria ou pode
participar num programa operado por terceiros. Os prémios oferecidos
podem incluir produtos ou serviços fornecidos pela própria entidade
e/ou direitos a reclamar bens ou serviços de terceiros.

ÂMBITO
3. Esta Interpretação aplica-se aos créditos de prémio por fidelidade do
cliente que:

a) uma entidade concede aos seus clientes como parte de uma tran­
sacção de venda, i.e. a venda de bens, a prestação de serviços ou o
uso de activos da entidade pelo cliente; e

b) sujeito ao cumprimento de outras condições de qualificação, os


clientes podem resgatar no futuro bens ou serviços gratuitos ou
com desconto.

A Interpretação trata da contabilização pela entidade que concede


créditos de prémio aos seus clientes.

QUESTÕES
4. As questões tratadas nesta Interpretação são:

a) se a obrigação de a entidade proporcionar bens ou serviços gratui­


tos ou com desconto («prémios») no futuro deverá ser reconhecida
e mensurada:

i) imputando uma parte da importância recebida ou a receber da


transacção de venda aos créditos de prémio e diferindo o reco­
nhecimento de rédito (aplicando o parágrafo 13 da IAS 18); ou

ii) provisionando os futuros custos estimados do fornecimento dos


prémios (aplicando o parágrafo 19 da IAS 18); e

b) se for imputada uma importância aos créditos de prémio:

i) quanto lhes deve ser imputado;


2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 882

▼M3
ii) quando é que o rédito deve ser reconhecido; e

iii) se for um terceiro a fornecer os prémios, como é que o rédito


deve ser mensurado.

CONSENSO
5. Uma entidade deverá aplicar o parágrafo 13 da IAS 18 e contabilizar
os créditos de prémio como componente separadamente identificável
da(s) transacção(ões) de venda em que sejam concedidos (a «venda
inicial»). O justo valor da importância recebida ou a receber relativa­
mente à venda inicial deverá ser imputado aos créditos de prémio e
aos outros componentes da venda.

▼M33
6. A importância imputada aos créditos de prémio deve ser mensurada
por referência ao respectivo justo valor.

▼M3
7. Se for a própria entidade a fornecer os prémios, ela deverá reconhecer
a importância atribuída a créditos de prémio como rédito quando os
créditos de prémio forem resgatados e cumprir as suas obrigações de
fornecer os prémios. A quantia de rédito reconhecida deverá basear-se
no número de créditos de prémio que tenham sido resgatados em troca
de prémios, relativamente ao número total que se espera que venha a
ser resgatado.

8. Se for um terceiro a fornecer os prémios, a entidade deverá avaliar se


vai cobrar a importância imputada aos créditos de prémio por sua
própria conta (i.e. como o principal responsável da transacção) ou
por conta do terceiro (i.e. como agente do terceiro).

a) Se a entidade cobrar a importância por conta do terceiro, deverá:

i) mensurar o seu rédito como a quantia líquida retida por sua


própria conta, i.e. a diferença entre a importância imputada aos
créditos de prémio e a quantia a pagar ao terceiro por fornecer
os prémios; e

ii) reconhecer esta quantia líquida como rédito quando o terceiro


tiver a obrigação de fornecer os prémios e tiver o direito de
receber a importância pela execução dessa obrigação. Estes
acontecimentos podem ocorrer assim que os créditos de prémio
forem concedidos. Como alternativa, se o cliente puder escolher
entre reclamar os prémios junto da entidade ou junto de um
terceiro, estes acontecimentos apenas podem ocorrer quando o
cliente optar por reclamar os prémios junto do terceiro.

b) Se a entidade cobrar a importância por sua própria conta, ela


deverá mensurar o seu rédito pela importância bruta imputada
aos créditos de prémio e reconhecer o rédito quando cumprir as
suas obrigações relativamente aos prémios.

9. Se, em qualquer momento, for expectável que os custos inevitáveis do


cumprimento das obrigações de fornecer os prémios venham a exce­
der a importância recebida e a receber por eles (i.e. a importância
imputada aos créditos de prémio na altura da venda inicial que ainda
não foi reconhecida como rédito mais qualquer outra importância a
receber quando o cliente resgatar os créditos de prémio), a entidade
tem contratos onerosos. Deverá ser reconhecido um passivo pelo ex­
cesso em conformidade com a IAS 37. A necessidade de reconhecer
esse passivo poderá surgir se os custos esperados pelo fornecimento
dos prémios aumentarem, por exemplo, se a entidade proceder à
revisão em alta das suas expectativas relativas ao número de créditos
de prémio que será resgatado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 883

▼M3
DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO
10. Uma entidade deve aplicar esta Interpretação a períodos anuais com
início em ou após 1 de Julho de 2008. É permitida a aplicação mais
cedo. Se uma entidade aplicar a Interpretação a um período com início
antes de 1 de Julho de 2008, ela deve divulgar esse facto.
▼M29
10.A. O parágrafo AG2 foi emendado através do documento Melhoramentos
introduzidos nas IFRS emitido em Maio de 2010. Uma entidade deve
aplicar esta emenda aos períodos anuais com início em ou após 1 Ja­
neiro 2011. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade
aplicar a emenda a um período anterior, deve divulgar esse facto.
▼M33
10.B. A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou os parágrafos 6 e
AG1-AG3. Uma entidade deve aplicar estas emendas quando aplicar
a IFRS 13.
▼M3
11. As alterações na política contabilística devem ser contabilizadas de
acordo com a IAS 8.

Apêndice
Guia de Aplicação

Este apêndice faz parte integrante da Interpretação.


Mensurar o justo valor dos créditos de prémio
▼M33
AG1 O parágrafo 6 do consenso exige que a importância imputada aos
créditos de prémio seja mensurada por referência ao respectivo justo
valor. Se não existir um preço de mercado cotado para um crédito de
prémio idêntico, o justo valor deve ser mensurado utilizando uma
outra técnica de avaliação.
AG2 Uma entidade pode mensurar o justo valor dos créditos de prémio por
referência ao justo valor dos prémios pelos quais podem ser trocados.
O justo valor dos créditos de prémio tem em conta, conforme o caso:
(a) a quantia correspondente aos descontos ou incentivos que seriam
oferecidos aos clientes que não ganharam créditos de prémios
numa venda inicial;
(b) a proporção de créditos de prémios que não se espera venham a
ser resgatados pelos clientes; e
(c) o risco de desempenho.
Se os clientes puderem escolher entre uma gama de diferentes pré­
mios, o justo valor dos créditos de prémio irá reflectir os justos
valores da gama de prémios disponíveis, ponderado pela frequência
com que se espera que cada prémio venha a ser seleccionado.
AG3 Em algumas circunstâncias, poderão ser usadas outras técnicas de
estimativa. Por exemplo, se um terceiro fornecer os prémios e a
entidade pagar ao terceiro por cada crédito de prémio que conceder,
poderá estimar o justo valor dos créditos de prémio por referência à
quantia que pagar ao terceiro, acrescentando uma margem de lucro
razoável. É necessário exercer juízos de valor para seleccionar e apli­
car a técnica de avaliação que satisfaça os requisitos do parágrafo 6
do consenso e que seja mais apropriada, tendo em conta as circuns­
tâncias.
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▼M4
INTERPRETAÇÃO IFRIC 14

IAS 19 — O Limite Sobre Um Activo de Benefícios Definidos, Requisitos de


Financiamento Mínimo e Respectiva Interacção
REFERÊNCIAS
— IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras

— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e


Erros

— IAS 19 Benefícios dos Empregados ►M31 (conforme emendada em 2011) ◄

— IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes

ANTECEDENTES
▼M31
1. O parágrafo 64 da IAS 19 limita a mensuração de um activo líquido
de benefícios definidos ao mais baixo dos seguintes valores: o exce­
dente no plano de benefícios definidos e o limite máximo de activos.
O parágrafo 8 da IAS 19 define o limite máximo de activos como «o
valor presente de eventuais benefícios económicos disponíveis na
forma de restituições do plano ou reduções em contribuições futuras
para o plano». Têm surgido dúvidas quanto às situações em que as
restituições ou as reduções em futuras contribuições deverão ser con­
sideradas disponíveis, sobretudo quando existe um requisito de finan­
ciamento mínimo.

▼M4
2. Existem requisitos de financiamento mínimo em muitos países para
melhorar a segurança da promessa de benefícios pós-emprego feita
aos membros de um plano de benefícios de empregados. Esses requi­
sitos normalmente estipulam uma quantia ou nível mínimo de con­
tribuições que têm de ser feitas para um plano durante um determi­
nado período. Portanto, um requisito de financiamento mínimo pode
limitar a capacidade da entidade para reduzir futuras contribuições.

3. Além disso, o limite sobre a mensuração de um activo de benefícios


definidos pode tornar oneroso o requisito de financiamento mínimo.
Normalmente, um requisito para fazer contribuições para um plano
não afectaria a mensuração do activo ou passivo de benefícios defi­
nidos. Isto explica-se porque as contribuições, uma vez pagas,
tornam-se activos do plano, pelo que o passivo líquido adicional é
nulo. Porém, um requisito de financiamento mínimo pode dar origem
a um passivo, se as contribuições obrigatórias não ficarem disponíveis
para a entidade uma vez que tenham sido pagas.

▼M27
3.A. Em Novembro de 2009, o International Accounting Standards Board
emendou a IFRIC 14 de modo a eliminar uma consequência não
intencional decorrente do tratamento de pré-pagamentos de futuras
contribuições em determinadas circunstâncias em que é aplicável um
requisito de financiamento mínimo.

▼M4
ÂMBITO
4. Esta Interpretação aplica-se a todos os benefícios definidos pós-em­
prego e a outros benefícios definidos a longo prazo de empregados.

5. Para a finalidade desta Interpretação, os requisitos de financiamento


mínimo referem-se a qualquer requisito de financiar um plano de
benefícios definidos pós-emprego ou outro plano de benefícios defi­
nidos a longo prazo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 885

▼M4
QUESTÕES
▼M31
6. As questões tratadas nesta Interpretação são:

a) quando é que as restituições ou reduções em futuras contribuições


devem ser consideradas como disponíveis, de acordo com a defi­
nição de limite máximo de activos no parágrafo 8 da IAS 19.

▼M4
b) de que forma um requisito de financiamento mínimo pode afectar a
disponibilidade de reduções em futuras contribuições.

c) quando é que um requisito de financiamento mínimo pode dar


origem a um passivo.

CONSENSO
Disponibilidade de uma restituição ou redução em futuras con­
tribuições
7. Uma entidade deverá determinar a disponibilidade de uma restituição
ou de uma redução em futuras contribuições em conformidade com os
termos e condições do plano e com quaisquer exigências legais na
jurisdição do plano.

8. Um benefício económico, na forma de uma restituição ou de uma


redução em futuras contribuições, está disponível se a entidade puder
realizá-lo em algum momento durante a vida do plano ou quando os
passivos do plano forem liquidados. Em particular, esse benefício
económico pode estar disponível mesmo que não seja imediatamente
realizável na data do balanço.

9. O benefício económico disponível não depende da forma como a


entidade pretende usar o excedente. Uma entidade deverá determinar
o máximo benefício económico que esteja disponível resultante de
restituições, reduções em futuras contribuições ou de uma combinação
de ambas. Uma entidade não deverá reconhecer benefícios económi­
cos resultantes de uma combinação de restituições e de reduções em
futuras contribuições com base em pressupostos que sejam mutua­
mente exclusivos.

10. De acordo com a IAS 1, a entidade deverá divulgar informações


acerca das principais fontes de incerteza das estimativas à data do
balanço que tenham um risco significativo de provocar um ajusta­
mento material na quantia escriturada do ►M5 activo ou passivo
líquido reconhecido na demonstração da posição financeira ◄. Isto
pode incluir a divulgação de quaisquer restrições sobre a capacidade
corrente de realização do excedente ou a divulgação da base usada
para determinar a quantia do benefício económico disponível.

O benefício económico disponível como uma restituição


O direito a uma restituição
11. Uma restituição só está disponível para uma entidade se esta tiver um
direito incondicional de receber uma restituição:

a) durante a vida do plano, sem o pressuposto de que os passivos do


plano têm de estar liquidados para a entidade obter a restituição (p.
ex., em algumas jurisdições, a entidade poderá ter direito a uma
restituição durante a vida do plano, independentemente de os pas­
sivos do plano estarem ou não liquidados); ou

b) presumindo a liquidação gradual dos passivos do plano durante o


tempo até que todos os membros tenham abandonado o plano; ou
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 886

▼M4
c) presumindo a total liquidação dos passivos do plano num único
acontecimento (i.e. como encerramento do plano).

Um direito incondicional de receber uma restituição pode existir in­


dependentemente do nível de financiamento de um plano à data do
balanço.

12. Se o direito de uma entidade à restituição de um excedente depender


da ocorrência ou não ocorrência de um ou mais futuros acontecimen­
tos incertos não totalmente sob o seu controlo, a entidade não tem um
direito incondicional e não deverá reconhecer um activo.

13. Uma entidade deverá mensurar o benefício económico disponível


como restituição como a quantia do excedente à data do balanço
(sendo o justo valor dos activos do plano menos o valor presente
da obrigação de benefícios definidos) que a entidade tenha o direito
de receber como restituição, menos quaisquer custos associados. Por
exemplo, se uma restituição estiver sujeita a um imposto que não o
imposto sobre o rendimento, uma entidade deverá mensurar a quantia
da restituição líquida do imposto.

14. Ao mensurar a quantia de uma restituição disponível quando o plano


for encerrado [parágrafo 11(c)], uma entidade deverá incluir os custos,
para o plano, de liquidar os passivos do plano e de realizar a resti­
tuição. Por exemplo, uma entidade deverá deduzir os honorários pro­
fissionais, se estes forem pagos pelo plano e não pela entidade, e os
custos de quaisquer prémios de seguros que possam ser necessários
para assegurar o passivo na altura do encerramento.

15. Se a quantia de uma restituição for determinada como a quantia total


ou como uma proporção do excedente, em vez de uma quantia fixa,
uma entidade não deverá fazer qualquer ajustamento para o valor
temporal do dinheiro, mesmo que a restituição apenas seja realizável
numa data futura.

O benefício económico disponível como redução da contribuição


▼M27
16. Se não houver um requisito de financiamento mínimo para as con­
tribuições relativas a futuros serviços, o benefício económico dispo­
nível como redução em futuras contribuições é:

(a) [suprimida]

(b) o futuro custo do serviço para a entidade em cada período durante


a vida esperada do plano ou a vida esperada da entidade, con­
soante o que for mais curto. o futuro custo do serviço para a
entidade exclui as quantias que serão suportadas pelos emprega­
dos.

▼M31
17. Uma entidade deverá determinar os custos futuros do serviço usando
pressupostos consistentes com os usados para determinar a obrigação
de benefícios definidos e com a situação que exista no final do pe­
ríodo de relato, tal como determinado pela IAS 19. Portanto, uma
entidade não deverá assumir qualquer alteração nos benefícios a serem
proporcionados por um plano no futuro enquanto o plano não for
emendado e deverá assumir um número de empregados estável no
futuro, a menos que a entidade faça uma redução no número de
empregados abrangidos pelo plano. No último caso, o pressuposto
sobre o futuro número de empregados deverá incluir a redução.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 887

▼M27
O efeito de um requisito de financiamento mínimo no benefício eco­
nómico disponível como redução em futuras contribuições
18. Uma entidade deverá analisar qualquer requisito de financiamento
mínimo, em qualquer data, para contribuições que sejam necessárias
para cobrir (a) qualquer carência existente na base do financiamento
mínimo por serviços passados, e (b) futuros serviços.

▼M4
19. As contribuições para cobrir qualquer carência existente na base do
financiamento mínimo a respeito de serviços já recebidos não afectam
contribuições futuras para serviço futuro. Poderão dar origem a um
passivo, de acordo com os parágrafos 23–26.

▼M27
20. Se houver um requisito de financiamento mínimo para contribuições
relacionadas com futuros serviços, o benefício económico disponível
como redução em futuras contribuições é a soma de:

(a) qualquer quantia que reduza os futuros requisitos de financia­


mento mínimo para contribuições relativas a futuros serviços
pelo facto de a entidade ter procedido a um pré-pagamento (ou
seja, ter pago essa quantia antes da data exigida); e

(b) o futuro custo do serviço estimado para cada período, de acordo


com os parágrafos 16 e 17, menos as contribuições estimadas do
financiamento mínimo necessárias para futuros serviços nesses
períodos, caso não ocorra qualquer pré-pagamento como descrito
na alínea a).

21. Uma entidade deverá estimar as futuras contribuições do financia­


mento mínimo necessárias para os futuros serviços tomando em con­
sideração o efeito de qualquer excedente determinado na base do
requisito do financiamento mínimo mas excluindo o pré-pagamento
descrito no parágrafo 20(a). Uma entidade deverá usar pressupostos
consistentes com a base de financiamento mínimo e, relativamente a
quaisquer factores não especificados por essa base, pressupostos con­
sistentes com os usados para determinar a obrigação de benefícios
definidos e com a situação que exista no final do período de relato,
tal como determinado pela IAS 19. A estimativa deverá incluir quais­
quer alterações esperadas como resultado de a entidade pagar as con­
tribuições mínimas no momento em que são devidas. Contudo, a
estimativa não deverá incluir o efeito de alterações esperadas nos
termos e condições da base do financiamento mínimo que não estejam
substancialmente adoptadas ou contratualmente acordadas no final do
período de relato.

22. Quando uma entidade determina a quantia descrita no parágrafo 20(b),


se as contribuições futuras do financiamento mínimo relativas a futu­
ros serviços excederem o futuro custo do serviço nos termos da IAS
19 num determinado período, o valor desse excesso reduz a quantia
do benefício económico disponível como redução em contribuições
futuras. Porém, a quantia referida no parágrafo 20(b) nunca pode ser
inferior a zero.

▼M4
Situações em que um requisito de financiamento mínimo pode dar
origem a um passivo
23. Se uma entidade tiver a obrigação, ao abrigo de um requisito de
financiamento mínimo, de pagar contribuições para cobrir uma carên­
cia existente na base do financiamento mínimo relativamente a servi­
ços já recebidos, a entidade deverá determinar se as contribuições a
pagar ficarão disponíveis como restituição ou como redução em con­
tribuições futuras depois de serem pagas ao plano.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 888

▼M31
24. Na medida em que as contribuições a pagar não ficarão disponíveis
depois de serem pagas ao plano, a entidade deverá reconhecer um
passivo quando a obrigação surgir. O passivo deverá reduzir o activo
líquido de benefícios definidos ou aumentar o passivo líquido de
benefícios definidos, de modo que nenhum ganho ou perda seja es­
perado em resultado da aplicação do parágrafo 64 da IAS 19 quando
as contribuições forem pagas.

__________

▼M4
DATA DE EFICÁCIA
27. Uma entidade deve aplicar esta Interpretação a períodos anuais com
início em ou após 1 de Janeiro de 2008. É permitida a aplicação mais
cedo.
▼M5
27.A. A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada
nas IFRS. Além disso, emendou o parágrafo 26. Uma entidade deve
aplicar essas emendas aos períodos anuais com início em ou após 1 de
Janeiro de 2009. Se uma entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a
um período anterior, as emendas deverão ser aplicadas a esse período
anterior.
▼M27
27.B. O documento Pré-pagamento de um requisito de financiamento mí­
nimo aditou o parágrafo 3A e emendou os parágrafos 16-18 e 20-22.
Uma entidade deve aplicar estas emendas a períodos anuais com
início em ou após 1 de Janeiro de 2011. É permitida a aplicação
mais cedo. Se uma entidade aplicar as emendas a um período anterior,
deve divulgar esse facto.
▼M31
27.C. A IAS 19 (conforme emendada em 2011) emendou os parágrafos 1, 6,
17 e 24 e suprimiu os parágrafos 25 e 26. Uma entidade deve aplicar
estas emendas quando aplicar a IAS 19 (conforme emendada em
2011).
▼M4
TRANSIÇÃO
28. Uma entidade deve aplicar esta Interpretação desde o início do pri­
meiro período apresentado nas primeiras demonstrações financeiras às
quais se aplique a Interpretação. Uma entidade deve reconhecer qual­
quer ajustamento inicial resultante da aplicação desta Interpretação nos
resultados retidos no início desse período.
▼M27
29. Uma entidade deve aplicar as emendas constantes dos parágrafos 3A,
16-18 e 20-22 desde o início do primeiro período de comparação
apresentado nas primeiras demonstrações financeiras às quais a enti­
dade aplique a presente Interpretação. Se uma entidade já tinha apli­
cado a presente interpretação antes de aplicar as emendas, deve reco­
nhecer o ajustamento resultante da aplicação dessas emendas nos
resultados retidos no início do primeiro período de comparação apre­
sentado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 889

▼M13

INTERPRETAÇÃO IFRIC 15

Acordos para a Construção de Imóveis

REFERÊNCIAS
— IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revista em
2007)

— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e


Erros

— IAS 11 Contratos de Construção

— IAS 18 Rédito

— IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes

— IFRIC 12 Acordos de Concessão de Serviços

— IFRIC 13 Programas de Fidelidade do Cliente

ANTECEDENTES
1 No sector imobiliário, as entidades que empreendem a construção de
imóveis, directamente ou através de subempreiteiros, podem celebrar
acordos com um ou mais compradores antes da conclusão da cons­
trução. Esses acordos assumem diversas formas.

2 Por exemplo, as entidades que empreendem a construção de imóveis


residenciais podem começar a comercializar unidades individuais
(apartamentos ou moradias) em «off plan», p. ex., com a construção
ainda em curso ou até mesmo antes de ter começado. Cada comprador
celebra um acordo com a entidade para adquirir uma determinada
unidade quando estiver pronta para ser habitada. Tipicamente, o com­
prador paga um depósito à entidade, o qual é reembolsável apenas se
a entidade não entregar a unidade concluída em conformidade com os
termos contratados. O saldo do preço de compra é normalmente pago
à entidade apenas no momento da conclusão do contrato, quando o
comprador obtém a posse da unidade.

3 As entidades que empreendem a construção de imóveis comerciais ou


industriais podem celebrar um acordo com um único comprador. O
comprador pode ter de fazer pagamentos progressivos entre o mo­
mento do acordo inicial e a conclusão do contrato. A construção
pode realizar-se em terreno que o comprador possua ou arrende antes
do início da construção.

ÂMBITO
4 Esta Interpretação aplica-se à contabilização de réditos e gastos asso­
ciados de entidades que empreendem a construção de imóveis direc­
tamente ou através de subempreiteiros.

5 Os acordos no âmbito desta Interpretação são acordos para a cons­


trução de imóveis. Além da construção de imóveis, estes acordos
podem incluir a entrega ou prestação de outros bens ou serviços.

QUESTÕES
6 A presente Interpretação aborda duas questões:

a) O acordo está dentro do âmbito da IAS 11 ou da IAS 18?

b) Quando é que o rédito proveniente da construção de imóveis deve


ser reconhecido?
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 890

▼M13
CONSENSO
7 A seguinte discussão parte do princípio de que a entidade analisou
previamente o acordo para a construção de imóveis e outros eventuais
acordos relacionados e que concluiu que não vai manter nem um
envolvimento de gestão continuado na medida geralmente associada
à propriedade nem o controlo efectivo dos imóveis construídos numa
medida que impedisse o reconhecimento de uma parte ou da totali­
dade da retribuição como rédito. Se o reconhecimento de uma parte da
retribuição como rédito for impedido, a seguinte discussão aplica-se
apenas à parte do acordo cujo rédito será reconhecido.

8 Num único acordo, uma entidade pode contratar a entrega de bens ou


a prestação de serviços além da construção de imóveis (por exemplo,
a venda de terreno ou a prestação de serviços de gestão de proprie­
dade). Em conformidade com o parágrafo 13 da IAS 18, este tipo de
acordo pode ter de ser dividido em componentes separadamente iden­
tificáveis, incluindo um para a construção de imóveis. O justo valor
da retribuição total recebida ou a receber relativamente ao acordo deve
ser imputado a cada componente. Se forem identificados componentes
separados, a entidade aplica os parágrafos 10-12 desta Interpretação
ao componente da construção de imóveis por forma a determinar se
esse componente está dentro do âmbito da IAS 11 ou da IAS 18. Os
critérios de segmentação da IAS 11 aplicam-se então a qualquer
componente do acordo que esteja determinado como sendo um con­
trato de construção.

9 A seguinte discussão refere-se a um acordo para a construção de


imóveis, mas também se aplica a um componente para a construção
de imóveis identificado num acordo que inclui outros componentes.

Determinar se o acordo está dentro do âmbito da IAS 11 ou da


IAS 18
10 Determinar se um acordo para a construção de imóveis está dentro do
âmbito da IAS 11 ou da IAS 18 depende dos termos do acordo e de
todos os factos e circunstâncias envolventes. Esta determinação exige
o julgamento de cada acordo.

11 A IAS 11 aplica-se quando o acordo cumpre a definição de contrato


de construção estabelecida no parágrafo 3 da IAS 11: «um contrato
especificamente negociado para a construção de um activo ou de uma
combinação de activos …». Um acordo para a construção de imóveis
cumpre a definição de contrato de construção quando o comprador
consegue especificar os principais elementos estruturais da concepção
do imóvel antes do início da construção e/ou especificar as principais
alterações estruturais quando a construção estiver em curso (indepen­
dentemente de ele exercer ou não essa capacidade). Quando se aplicar
a IAS 11, o contrato de construção também inclui quaisquer contratos
ou componentes para a prestação de serviços que estejam directamente
relacionados com a construção dos imóveis em conformidade com o
parágrafo 5(a) da IAS 11 e o parágrafo 4 da IAS 18.

12 Por contraste, um acordo para a construção de imóveis em que os


compradores têm apenas capacidade limitada para influenciar a con­
cepção dos imóveis, por exemplo, para seleccionar uma concepção de
entre uma selecção de opções especificada pela entidade ou para
especificar apenas pequenas variações na concepção básica, é um
contrato para a venda de bens dentro do âmbito da IAS 18.

Contabilizar o rédito proveniente da construção de imóveis


O acordo é um contrato de construção
13 Quando o acordo estiver dentro do âmbito da IAS 11 e for possível
estimar fiavelmente o seu desfecho, a entidade deve reconhecer o
rédito por referência à fase de acabamento da actividade do contrato
em conformidade com a IAS 11.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 891

▼M13
14 O acordo poderá não cumprir a definição de contrato de construção e,
portanto, estar dentro do âmbito da IAS 18. Neste caso, a entidade
deve determinar se o acordo é para a prestação de serviços ou para a
venda de bens.

O acordo é um acordo para a prestação de serviços


15 Se a entidade não tiver de comprar e fornecer materiais de construção,
o acordo poderá ser apenas um acordo para a prestação de serviços
em conformidade com a IAS 18. Neste caso, se os critérios do pará­
grafo 20 da IAS 18 forem satisfeitos, a IAS 18 exige que o rédito seja
reconhecido por referência à fase de acabamento da transacção usando
o método da percentagem de acabamento. Os requisitos da IAS 11 são
geralmente aplicáveis ao reconhecimento do rédito e gastos associados
deste tipo de transacção (parágrafo 21 da IAS 18).

O acordo é um acordo para a venda de bens


16 Se a entidade tiver de prestar serviços em conjunto com o forneci­
mento de materiais de construção para poder desempenhar a sua
obrigação contratual de entregar o imóvel ao comprador, o acordo é
um acordo para a venda de bens e aplicam-se os critérios para o
reconhecimento do rédito estabelecidos no parágrafo 14 da IAS 18.

17 A entidade pode transferir para o comprador o controlo e os riscos e


vantagens significativos da propriedade da obra em curso no seu
estado actual à medida que a construção vai progredindo. Neste caso,
se todos os critérios do parágrafo 14 da IAS 18 forem satisfeitos
continuamente e à medida que a construção vai progredindo, a enti­
dade deve reconhecer o rédito por referência à fase de acabamento
usando o método da percentagem de acabamento. Os requisitos da
IAS 11 são geralmente aplicáveis ao reconhecimento do rédito e
gastos associados deste tipo de transacção.

18 A entidade poderá transferir para o comprador o controlo e os riscos e


vantagens significativos da propriedade do imóvel na sua totalidade e
num único momento (por exemplo, no momento da conclusão, no
momento da entrega ou após a entrega). Neste caso, a entidade
deve reconhecer o rédito apenas quando todos os critérios do pará­
grafo 14 da IAS 18 forem satisfeitos.

19 Quando a entidade tiver de realizar mais obras no imóvel já entregue


ao comprador, ela deve reconhecer um passivo e um gasto em con­
formidade com o parágrafo 19 da IAS 18. O passivo deve ser men­
surado de acordo com a IAS 37. Quando a entidade tiver de entregar
mais bens ou prestar mais serviços que sejam identificáveis separada­
mente do imóvel já entregue ao comprador, ela deve identificar os
restantes bens ou serviços como componente separado da venda, em
conformidade com o parágrafo 8 desta Interpretação.

Divulgações
20 Quando uma entidade reconhece o rédito usando o método da per­
centagem de acabamento para acordos que satisfazem todos os crité­
rios do parágrafo 14 da IAS 18 continuamente e à medida que a
construção vai progredindo (ver parágrafo 17 da Interpretação), ela
deve divulgar:

a) Como é que determina os acordos que satisfazem todos os critérios


do parágrafo 14 da IAS 18 continuamente e à medida que a cons­
trução vai progredindo;

b) A quantia de rédito resultante desses acordos durante o período; e

c) Os métodos usados para determinar a fase de acabamento dos


acordos em curso.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 892

▼M13
21 Relativamente aos acordos descritos no parágrafo 20 que estejam em
curso à data de relato, a entidade também deve divulgar:
a) A quantia agregada de custos incorridos e lucros reconhecidos
(menos perdas reconhecidas) até à data; e
b) A quantia de adiantamentos recebidos.
EMENDAS AO APÊNDICE DA IAS 18
22-23 [Emenda não aplicável às Normas propriamente ditas e numeradas]
DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO
24 Uma entidade deve aplicar esta Interpretação aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Janeiro de 2009. É permitida a aplicação mais
cedo. Se uma entidade aplicar a Interpretação a um período com início
antes de 1 de Janeiro de 2009, ela deve divulgar esse facto.
25 As alterações nas políticas contabilísticas devem ser contabilizadas
retrospectivamente de acordo com a IAS 8.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 893

▼M10

INTERPRETAÇÃO IFRIC 16

Coberturas de um Investimento Líquido numa Unidade Operacional


Estrangeira

REFERÊNCIAS
— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros

— IAS 21 Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio

— IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração

ANTECEDENTES
1 Muitas entidades que relatam têm investimentos em unidades opera­
cionais estrangeiras (tal como definido no parágrafo 8 da IAS 21).
Essas unidades operacionais estrangeiras podem ser subsidiárias, as­
sociadas, empreendimentos conjuntos ou sucursais. A IAS 21 exige
que uma entidade determine a moeda funcional de cada uma das suas
unidades operacionais estrangeiras como a moeda do contexto econó­
mico principal dessa unidade operacional. Quando transpuser os re­
sultados e a posição financeira de uma unidade operacional estrangeira
para uma moeda de apresentação, a entidade é obrigada a reconhecer
diferenças cambiais em outro rendimento integral até alienar a unidade
operacional estrangeira.

2 A contabilidade de cobertura do risco cambial decorrente de um in­


vestimento líquido numa unidade operacional estrangeira apenas se
aplica quando os activos líquidos dessa unidade operacional estran­
geira forem incluídos nas demonstrações financeiras. ►M32 (1) ◄
O item coberto devido ao risco cambial decorrente do investimento
líquido numa unidade operacional estrangeira pode ser uma quantia de
activos líquidos igual ou inferior à quantia escriturada dos activos
líquidos da unidade operacional estrangeira.

3 A IAS 39 exige a designação de um item coberto elegível e de ins­


trumentos de cobertura elegíveis num relacionamento de contabilidade
de cobertura. Se houver um relacionamento de cobertura designado,
no caso da cobertura de um investimento líquido, o ganho ou perda
decorrente do instrumento de cobertura que seja determinado como
cobertura eficaz do investimento líquido é reconhecido em outro ren­
dimento integral e é incluído com as diferenças cambiais decorrentes
da transposição dos resultados e posição financeira da unidade ope­
racional estrangeira.

4 Uma entidade com muitas unidades operacionais estrangeiras pode ser


exposta a uma série de riscos cambiais. Esta Interpretação proporciona
orientação sobre a identificação dos riscos cambiais que se qualificam
como risco coberto na cobertura de um investimento líquido numa
unidade operacional estrangeira.

5 A IAS 39 permite que uma entidade designe um instrumento finan­


ceiro derivado ou um não derivado (ou uma combinação de instru­
mentos financeiros derivados e não derivados) como instrumentos de
cobertura para o risco cambial. Esta Interpretação proporciona orien­
tação sobre as situações, no seio de um grupo, em que os instrumen­
tos de cobertura que sejam coberturas de um investimento líquido
numa unidade operacional estrangeira se possam qualificar para con­
tabilidade de cobertura.

(1) Será este o caso das demonstrações financeiras consolidadas, das demonstrações finan­
ceiras nas quais os investimentos tais como associadas ou empreendimentos conjuntos
são contabilizados utilizando o método da equivalência patrimonial e das demonstrações
financeiras que incluem uma sucursal ou uma operação conjunta conforme definido na
IFRS 11 Acordos Conjuntos.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 894

▼M10
6 A IAS 21 e a IAS 39 exigem que quantias cumulativas reconhecidas
em outro rendimento integral, relacionadas tanto com as diferenças
cambiais decorrentes da transposição dos resultados e da posição
financeira da unidade operacional estrangeira como com o ganho ou
perda decorrente do instrumento de cobertura que seja determinado
como cobertura eficaz do investimento líquido, sejam reclassificadas
do capital próprio para os lucros ou prejuízos como ajustamento de
reclassificação quando a empresa-mãe alienar a unidade operacional
estrangeira. Esta Interpretação proporciona orientação sobre a forma
como uma entidade deve determinar as quantias a serem reclassifica­
das do capital próprio para os lucros ou prejuízos tanto para o ins­
trumento de cobertura como para o item coberto.

ÂMBITO
7 Esta Interpretação aplica-se a uma entidade que cubra o risco cambial
decorrente dos seus investimentos líquidos em unidades operacionais
estrangeiras e queira qualificar-se para contabilidade de cobertura em
conformidade com a IAS 39. Por conveniência, esta Interpretação
refere-se a este tipo de entidade como uma empresa-mãe e às demons­
trações financeiras nas quais se incluem os activos líquidos de unida­
des operacionais estrangeiras como demonstrações financeiras conso­
lidadas. Todas as referências a uma empresa-mãe aplicam-se igual­
mente a uma entidade que tenha um investimento líquido numa uni­
dade operacional estrangeira que seja um empreendimento conjunto,
uma associada ou uma sucursal.

8 Esta Interpretação aplica-se apenas a coberturas de investimentos lí­


quidos em unidades operacionais estrangeiras; não deve ser aplicada
por analogia a outros tipos de contabilidade de cobertura.

QUESTÕES
9 Os investimentos em unidades operacionais estrangeiras podem ser
detidos directamente por uma empresa-mãe ou indirectamente pela
sua subsidiária ou subsidiárias. As questões tratadas nesta Interpreta­
ção são:

a) a natureza do risco coberto e a quantia do item coberto relativa­


mente aos quais possa ser designado um relacionamento de co­
bertura:

i) se a empresa-mãe pode designar como risco coberto apenas as


diferenças cambiais decorrentes de uma diferença entre as moe­
das funcionais da empresa-mãe e da sua unidade operacional
estrangeira, ou se pode também designar como risco coberto as
diferenças cambiais decorrentes da diferença entre a moeda de
apresentação das demonstrações financeiras consolidadas da
empresa-mãe e a moeda funcional da unidade operacional es­
trangeira;

ii) se a empresa-mãe detiver a unidade operacional estrangeira


indirectamente, se o risco coberto pode incluir apenas as dife­
renças cambiais decorrentes de diferenças nas moedas funcio­
nais entre a unidade operacional estrangeira e a sua
empresa-mãe imediata, ou se o risco coberto também pode
incluir quaisquer diferenças cambiais entre a moeda funcional
da unidade operacional estrangeira e qualquer empresa-mãe
intermédia ou final (i.e., se o facto de o investimento líquido
na unidade operacional estrangeira ser detido através de uma
empresa-mãe intermédia afecta o risco económico para
a empresa-mãe final);
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 895

▼M10
b) em que parte de um grupo pode ser detido o instrumento de
cobertura:

i) se só é possível estabelecer um relacionamento de contabilidade


de cobertura que se qualifica se a entidade que dá cobertura ao
seu investimento líquido é parte do instrumento de cobertura ou
se qualquer entidade do grupo, independentemente da sua
moeda funcional, pode deter o instrumento de cobertura;

ii) se a natureza do instrumento de cobertura (derivado ou não


derivado) ou o método de consolidação afecta a avaliação da
eficácia de cobertura;

c) que quantias devem ser reclassificadas do capital próprio para os


lucros ou prejuízos como ajustamentos de reclassificação no mo­
mento da alienação da unidade operacional estrangeira:

i) quando uma unidade operacional estrangeira que tenha sido


coberta for alienada, que quantias da reserva de transposição
de moeda estrangeira da empresa-mãe relativamente ao instru­
mento de cobertura e relativamente a essa unidade operacional
estrangeira devem ser reclassificadas do capital próprio para os
lucros ou prejuízos nas demonstrações financeiras consolidadas
da empresa-mãe;

ii) se o método de consolidação afecta a determinação das quan­


tias a serem reclassificadas do capital próprio para os lucros ou
prejuízos.

CONSENSO
Natureza do risco coberto e quantia do item coberto relativamente
aos quais possa ser designado um relacionamento de cobertura
10 A contabilidade de cobertura só pode ser aplicada às diferenças cam­
biais que surjam entre a moeda funcional da unidade operacional
estrangeira e a moeda funcional da empresa-mãe.

11 Numa cobertura dos riscos cambiais decorrentes de um investimento


líquido numa unidade operacional estrangeira, o item coberto pode ser
uma quantia de activos líquidos igual ou inferior à quantia escriturada
dos activos líquidos da unidade operacional estrangeira nas demons­
trações financeiras consolidadas da empresa mãe. A quantia escritu­
rada dos activos líquidos de uma unidade operacional estrangeira que
possa ser designada como o item coberto nas demonstrações financei­
ras consolidadas de uma empresa-mãe depende do facto de uma
empresa-mãe de nível inferior da unidade operacional estrangeira ter
aplicado a contabilidade de cobertura à totalidade ou a uma parte dos
activos líquidos dessa unidade operacional estrangeira e de essa con­
tabilidade ter sido mantida nas demonstrações financeiras consolidadas
da empresa-mãe.

12 O risco coberto pode ser designado como a exposição cambial que


surja entre a moeda funcional da unidade operacional estrangeira e a
moeda funcional de qualquer empresa-mãe (a empresa-mãe imediata,
intermédia ou final) dessa unidade operacional estrangeira. O facto de
o investimento líquido ser detido através de uma empresa-mãe inter­
média não afecta a natureza do risco económico decorrente da expo­
sição cambial à empresa mãe final.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 896

▼M10
13 Uma exposição ao risco cambial decorrente de um investimento lí­
quido numa unidade operacional estrangeira pode qualificar-se para
contabilidade de cobertura apenas uma vez nas demonstrações finan­
ceiras consolidadas. Por isso, se os mesmos activos líquidos de uma
unidade operacional estrangeira forem cobertos por mais de uma
empresa-mãe de um grupo (por exemplo, tanto por uma
empresa-mãe directa como por uma indirecta) para o mesmo risco,
apenas um relacionamento de cobertura se qualifica para contabilidade
de cobertura nas demonstrações financeiras consolidadas da
empresa-mãe final. Um relacionamento de cobertura designado por
uma empresa-mãe nas suas demonstrações financeiras consolidadas
não tem de ser mantido por outra empresa mãe de nível superior.
Contudo, se não for mantido pela empresa-mãe de nível superior, a
contabilidade de cobertura aplicada pela empresa-mãe de nível inferior
tem de ser revertida antes de a contabilidade de cobertura da
empresa-mãe de nível superior ser reconhecida.

Onde é que o instrumento de cobertura pode ser detido


▼M22
14 Um instrumento derivado ou não derivado (ou uma combinação de
instrumentos derivados e não derivados) pode ser designado como
instrumento de cobertura numa cobertura de um investimento líquido
numa unidade operacional estrangeira. O(s) instrumento(s) de cober­
tura pode(m) ser detido(s) por qualquer entidade ou entidades de um
grupo, desde que sejam satisfeitos os requisitos de designação, docu­
mentação e eficácia do parágrafo 88 da IAS 39 relacionados com a
cobertura de um investimento líquido. Em particular, a estratégia de
cobertura do grupo deve estar claramente documentada devido à pos­
sibilidade de diferentes designações a diferentes níveis do grupo.

▼M10
15 Para a finalidade de avaliar a eficácia, a alteração no valor do ins­
trumento de cobertura relativamente ao risco cambial é calculada por
referência à moeda funcional da empresa-mãe em função da qual é
mensurado o risco coberto, em conformidade com a documentação da
contabilidade de cobertura. Dependendo de onde o instrumento de
cobertura seja detido, na ausência de contabilidade de cobertura, a
alteração total no valor pode ser reconhecida nos lucros ou prejuízos,
em outro rendimento integral ou em ambos. Porém, a avaliação da
eficácia não é afectada conforme a alteração no valor do instrumento
de cobertura seja reconhecida nos lucros ou prejuízos ou em outro
rendimento integral. Como parte da aplicação da contabilidade de
cobertura, a porção efectiva total da alteração é incluída em outro
rendimento integral. A avaliação da eficácia não é afectada conforme
o instrumento de cobertura seja um instrumento derivado ou não
derivado nem é afectada pelo método de consolidação.

Alienação de uma unidade operacional estrangeira coberta


16 Quando uma unidade operacional estrangeira que tenha sido coberta
for alienada, a quantia reclassificada da reserva de transposição de
moeda estrangeira para os lucros ou prejuízos como ajustamento de
reclassificação nas demonstrações financeiras consolidadas da
empresa-mãe relativamente ao instrumento de cobertura é a quantia
que o parágrafo 102 da IAS 39 exige que seja identificada. Essa
quantia é o ganho ou perda cumulativo decorrente do instrumento
de cobertura que foi determinado como sendo uma cobertura eficaz.

17 A quantia reclassificada da reserva de transposição de moeda estran­


geira para os lucros ou prejuízos nas demonstrações financeiras con­
solidadas de uma empresa-mãe relativamente ao investimento líquido
nessa unidade operacional estrangeira em conformidade com o pará­
grafo 48 da IAS 21 é a quantia incluída na reserva de transposição de
moeda estrangeira dessa empresa-mãe relativamente a essa unidade
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 897

▼M10
operacional estrangeira. Nas demonstrações financeiras consolidadas
da empresa-mãe final, a quantia líquida agregada reconhecida na re­
serva de transposição de moeda estrangeira relativamente a todas as
unidades operacionais estrangeiras não é afectada pelo método de
consolidação. Porém, conforme a empresa-mãe final use o método
de consolidação directo ou o método de consolidação passo a pas­
so (1), a quantia incluída na sua reserva de transposição de moeda
estrangeira relativamente a uma unidade operacional estrangeira indi­
vidual pode ser afectada. O uso do método de consolidação passo a
passo pode resultar na reclassificação para os lucros ou prejuízos de
uma quantia diferente da usada para determinar a eficácia de cober­
tura. Esta diferença pode ser eliminada determinando a quantia rela­
cionada com essa unidade operacional estrangeira que teria resultado
se o método de consolidação directo tivesse sido usado. A IAS 21 não
exige este ajustamento. Contudo, é uma opção de política contabilís­
tica que deve ser seguida consistentemente para todos os investimen­
tos líquidos.

DATA DE EFICÁCIA
▼M22
18 Uma entidade deve aplicar esta Interpretação aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Outubro de 2008. Uma entidade deve aplicar a
emenda no parágrafo 14 feita pelo documento Melhoramentos Intro­
duzidos nas IFRS emitido em Abril de 2009 aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Julho de 2009. É permitida a aplicação mais
cedo de ambas. Se uma entidade aplicar esta Interpretação a um
período com início antes de 1 Outubro 2008, ou a emenda feita no
parágrafo 14 antes de 1 de Julho de 2009, deve divulgar esse facto.

▼M10
TRANSIÇÃO
19 A IAS 8 especifica como uma entidade aplica uma alteração na po­
lítica contabilística resultante da aplicação inicial de uma Interpreta­
ção. A uma entidade não é exigido que se conforme com esses re­
quisitos quando aplicar a Interpretação pela primeira vez. Se uma
entidade tiver designado um instrumento de cobertura como uma
cobertura de um investimento líquido mas a cobertura não satisfizer
as condições da contabilidade de cobertura nesta Interpretação, a en­
tidade deve aplicar a IAS 39 para descontinuar essa contabilidade de
cobertura prospectivamente.

Apêndice

Guia de aplicação

Este apêndice faz parte integrante da Interpretação.

AG1 Este apêndice ilustra a aplicação da Interpretação usando a estrutura


empresarial ilustrada abaixo. Em todos os casos, os relacionamentos
de cobertura descritos seriam testados quanto à eficácia em conformi­
dade com a IAS 39, embora esses testes não sejam discutidos neste
apêndice. A Empresa-Mãe, sendo a empresa-mãe final, apresenta as
suas demonstrações financeiras consolidadas na sua moeda funcional

(1) O método directo é o método de consolidação pelo qual as demonstrações financeiras da


unidade operacional estrangeira são transpostas directamente para a moeda funcional da
empresa-mãe final. O método passo a passo é o método de consolidação pelo qual as
demonstrações financeiras da unidade operacional estrangeira são pela primeira vez trans­
postas para a moeda funcional de quaisquer empresas-mãe intermédias e depois trans­
postas para a moeda funcional da empresa-mãe final (ou para a moeda de apresentação se
for diferente).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 898

▼M10
do euro (EUR). Cada uma das subsidiárias é totalmente detida. O
investimento líquido de £500 milhões da Empresa-Mãe na Subsidiária
B [moeda funcional libra esterlina (GBP)] inclui o equivalente de
£159 milhões do investimento líquido de US$300 milhões da Subsi­
diária B na Subsidiária C [moeda funcional dólares
norte-americanos (USD)]. Por outras palavras, os activos líquidos da
Subsidiária B que não sejam o seu investimento na Subsidiária C
equivalem a £341 milhões.

Natureza do risco coberto relativamente ao qual possa ser desig­


nado um relacionamento de cobertura (parágrafos 10-13)

AG2 A Empresa-Mãe pode dar cobertura ao seu investimento líquido em


cada uma das Subsidiárias A, B e C para o risco cambial entre as
respectivas moedas funcionais (iene japonês (JPY), libra esterlina e
dólar norte-americano) e o euro. Além disso, a Empresa-Mãe pode dar
cobertura ao risco cambial USD/GBP entre as moedas funcionais da
Subsidiária B e da Subsidiária C. Nas suas demonstrações financeiras
consolidadas, a Subsidiária B pode dar cobertura ao seu investimento
líquido na Subsidiária C para o risco cambial entre as suas moedas
funcionais do dólar norte-americano e da libra esterlina. Nos exemplos
que se seguem, o risco designado é o risco cambial à vista porque os
instrumentos de cobertura não são derivados. Se os instrumentos de
cobertura fossem contratos forward, a Empresa-Mãe poderia designar
o risco cambial forward.

Quantia do item coberto relativamente ao qual possa ser desig­


nado um relacionamento de cobertura (parágrafos 10–13)

AG3 A Empresa-Mãe pretende dar cobertura ao risco cambial decorrente do


seu investimento líquido na Subsidiária C. Vamos assumir que a
Subsidiária A tem um empréstimo contraído no exterior de US$300
milhões. Os activos líquidos da Subsidiária A no início do período de
relato correspondem a ¥400 000 milhões, incluindo os proventos do
empréstimo contraído no exterior de US$300 milhões.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 899

▼M10
AG4 O item coberto pode ser uma quantia de activos líquidos igual ou
inferior à quantia escriturada do investimento líquido da Empresa-Mãe
na Subsidiária C (US$300 milhões) nas suas demonstrações financei­
ras consolidadas. Nas suas demonstrações financeiras consolidadas,
a Empresa-Mãe pode designar o empréstimo contraído no exterior
de US$300 milhões na Subsidiária A como uma cobertura do risco
cambial à vista EUR/USD associado ao seu investimento líquido nos
US$300 milhões de activos líquidos da Subsidiária C. Neste caso,
tanto a diferença cambial EUR/USD sobre o empréstimo contraído
no exterior de US$300 milhões na Subsidiária A como a
diferença cambial EUR/USD sobre o investimento líquido de US$300
milhões na Subsidiária C são incluídas na reserva de transposição de
moeda estrangeira nas demonstrações financeiras consolidadas da
Empresa-Mãe após a aplicação da contabilidade de cobertura.

AG5 Na ausência de contabilidade de cobertura, a diferença cambial USD/


/EUR total sobre o empréstimo contraído no exterior de US$300 mi­
lhões na Subsidiária A seria reconhecida nas demonstrações financei­
ras consolidadas da Empresa-Mãe da seguinte forma:

— alteração na taxa de câmbio à vista USD/JPY, transposta para


euros, nos lucros ou prejuízos; e

— alteração na taxa de câmbio à vista JPY/EUR em outro rendi­


mento integral.

Em vez da designação no parágrafo AG4, nas suas demonstrações


financeiras consolidadas, a Empresa-Mãe pode designar o empréstimo
contraído no exterior de US$300 milhões na Subsidiária A como
cobertura do risco cambial à vista GBP/USD entre a Subsidiária C
e a Subsidiária B. Neste caso, a diferença cambial USD/EUR total
sobre o empréstimo contraído no exterior de US$300 milhões na
Subsidiária A seria então reconhecida nas demonstrações financeiras
consolidadas da Empresa-Mãe da seguinte forma:

— a alteração na taxa de câmbio à vista GBP/USD na reserva de


transposição de moeda estrangeira relativa à Subsidiária C;

— alteração na taxa de câmbio à vista GBP/JPY, transposta para


euros, nos lucros ou prejuízos; e

— alteração na taxa de câmbio à vista JPY/EUR em outro rendi­


mento integral.

AG6 A Empresa-Mãe não pode designar o empréstimo contraído no exte­


rior de US$300 milhões na Subsidiária A como cobertura tanto do
risco cambial à vista EUR/USD como do risco cambial à vista GBP/
/USD nas suas demonstrações financeiras consolidadas. Um único ins­
trumento de cobertura pode dar cobertura ao mesmo risco designado
apenas uma vez. A Subsidiária B não pode aplicar contabilidade de
cobertura às suas demonstrações financeiras consolidadas porque o
instrumento de cobertura é detido fora do grupo que integra a Subsi­
diária B e a Subsidiária C.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 900

▼M10
Em que parte de um grupo pode ser detido o instrumento de
cobertura (parágrafos 14 e 15)?
AG7 Conforme indicado no parágrafo AG5, a alteração total no valor re­
lativamente ao risco cambial do empréstimo contraído no exterior de
US$300 milhões na Subsidiária A seria registada tanto nos lucros ou
prejuízos (risco à vista USD/JPY) como em outro rendimento integral
(risco à vista EUR/JPY) nas demonstrações financeiras consolidadas
da Empresa-Mãe na ausência de contabilidade de cobertura. Ambas as
quantias são incluídas para a finalidade de avaliar a eficácia da co­
bertura designada no parágrafo AG4 porque a alteração no valor tanto
do instrumento de cobertura como do item coberto é calculada por
referência à moeda funcional do euro da Empresa-Mãe contra a
moeda funcional do dólar norte-americano da Subsidiária C, em con­
formidade com a documentação de cobertura. O método de consoli­
dação (i.e., o método directo ou o método passo a passo) não afecta a
avaliação da eficácia da cobertura.

Quantias reclassificadas para os lucros ou prejuízos no momento


da alienação de uma unidade operacional estrangeira (parágrafos
16 e 17)
AG8 Quando a Subsidiária C for alienada, as quantias reclassificadas da sua
reserva de transposição de moeda estrangeira (FCTR) para os lucros
ou prejuízos nas demonstrações financeiras consolidadas da
Empresa-Mãe são:

a) a respeito do empréstimo contraído no exterior de US$300 milhões


da Subsidiária A, a quantia que a IAS 39 exige que seja identifi­
cada, i.e., a alteração total no valor relativamente ao risco cambial
que foi reconhecido em outro rendimento integral como a porção
eficaz da cobertura; e

b) a respeito do investimento líquido de US$300 milhões na Subsi­


diária C, a quantia determinada pelo método de consolidação da
entidade. Se a Empresa-Mãe usar o método directo, a sua FCTR
relativamente à Subsidiária C será determinada directamente pela
taxa de câmbio EUR/USD. Se a Empresa-Mãe usar o método
passo a passo, a sua FCTR relativamente à Subsidiária C será
determinada pela FCTR reconhecida pelo facto de a Subsidiária
B reflectir a taxa de câmbio GBP/USD, transposta para a moeda
funcional da Empresa-Mãe usando a taxa de câmbio EUR/GBP. O
facto de a Empresa-Mãe ter usado o método de consolidação passo
a passo em períodos anteriores não a obriga nem a impede de
determinar a quantia de FCTR a ser reclassificada quando alienar
a Subsidiária C como a quantia que teria reconhecido se tivesse
sempre usado o método directo, dependendo da sua política con­
tabilística.

Dar cobertura a mais de uma unidade operacional estrangeira


(parágrafos 11, 13 e 15)
AG9 Os exemplos que se seguem ilustram que, nas demonstrações finan­
ceiras consolidadas da Empresa-Mãe, o risco que pode ser coberto é
sempre o risco entre a sua moeda funcional (euro) e as moedas
funcionais das Subsidiárias B e C. Independentemente da forma
como as coberturas são designadas, as quantias máximas que podem
ser coberturas eficazes a serem incluídas na reserva de transposição de
moeda estrangeira nas demonstrações financeiras consolidadas da
Empresa-Mãe quando ambas as unidades operacionais estrangeiras
estiverem cobertas são US$300 milhões para o risco EUR/USD e
£341 milhões para o risco EUR/GBP. Outras alterações no valor
devido a alterações nas taxas de câmbio são incluídas nos lucros ou
prejuízos consolidados da Empresa-Mãe. Obviamente, seria possível à
Empresa-Mãe designar US$300 milhões apenas por alterações na taxa
de câmbio à vista USD/GBP ou £500 milhões apenas por alterações
na taxa de câmbio à vista GBP/EUR.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 901

▼M10
A Empresa-Mãe detém instrumentos de cobertura tanto em USD
como em GBP
AG10 A Empresa-Mãe pode querer dar cobertura ao risco cambial em relação
com os seus investimentos líquidos tanto na Subsidiária B como na
Subsidiária C. Vamos assumir que a Empresa-Mãe detém instrumentos
de cobertura adequados denominados em dólares norte-americanos e
libras esterlinas que poderia designar como coberturas dos seus inves­
timentos líquidos na Subsidiária B e na Subsidiária C. As designações
que a Empresa-Mãe pode fazer nas suas demonstrações financeiras
consolidadas incluem, entre outras, as seguintes:

a) Instrumento de cobertura de US$300 milhões designado como


cobertura do investimento líquido de US$300 milhões na Subsi­
diária C sendo o risco a exposição cambial à vista (EUR/USD)
entre a Empresa-Mãe e a Subsidiária C e até ao instrumento de
cobertura de £341 milhões designado como cobertura do investi­
mento líquido de £341 milhões na Subsidiária B sendo o risco a
exposição cambial à vista (EUR/GBP) entre a Empresa-Mãe e a
Subsidiária B.

b) Instrumento de cobertura de US$300 milhões designado como


cobertura do investimento líquido de US$300 milhões na Subsi­
diária C sendo o risco a exposição cambial à vista (GBP/USD)
entre a Subsidiária B e a Subsidiária C e até ao instrumento de
cobertura de £500 milhões como cobertura do investimento líquido
de £500 milhões na Subsidiária B sendo o risco a exposição cam­
bial à vista (EUR/GBP) entre a Empresa-Mãe e a Subsidiária B.

AG11 O risco EUR/USD decorrente do investimento líquido da


Empresa-Mãe na Subsidiária C é um risco diferente
do risco EUR/GBP decorrente do investimento líquido da
Empresa-Mãe na Subsidiária B. Porém, no caso descrito no parágrafo
AG10(a), pelo facto de designar o instrumento de cobertura em USD
que detém, a Empresa-Mãe já deu total cobertura ao risco EUR/USD
decorrente do seu investimento líquido na Subsidiária C. Se
a Empresa-Mãe também designou um instrumento em GBP que detém
como cobertura do seu investimento líquido de £500 milhões na
Subsidiária B, £159 milhões desse investimento líquido, representando
o equivalente em GBP do seu investimento líquido em USD na Sub­
sidiária C, seriam cobertos duas vezes pelo risco GBP/EUR nas de­
monstrações financeiras consolidadas da Empresa-Mãe.

AG12 No caso descrito no parágrafo AG10(b), se a Empresa-Mãe designar o


risco coberto como a exposição cambial à vista (GBP/USD) entre a
Subsidiária B e a Subsidiária C, apenas a parte GBP/USD da alteração
no valor do seu instrumento de cobertura de US$300 milhões é in­
cluída na reserva de transposição de moeda estrangeira da
Empresa-Mãe relativa à Subsidiária C. O restante da alteração (equi­
valente à alteração GBP/EUR nos £159 milhões) é incluído nos lucros
ou prejuízos consolidados da Empresa-Mãe, tal como no parágrafo
AG5. Dado que a designação do risco USD/GBP entre as Subsidiárias
B e C não inclui o risco GBP/EUR, a Empresa-Mãe também consegue
designar até £500 milhões do seu investimento líquido na Subsidiária
B sendo o risco a exposição cambial à vista (GBP/EUR) entre
a Empresa-Mãe e a Subsidiária B.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 902

▼M10
A Subsidiária B detém o instrumento de cobertura em USD
AG13 Vamos assumir que a Subsidiária B detém US$300 milhões em dívida
externa, cujos proventos foram transferidos para a Empresa-Mãe atra­
vés de um empréstimo interempresas denominado em libras esterlinas.
Dado que tanto os seus activos como passivos aumentaram £159
milhões, os activos líquidos da Subsidiária B permanecem inalterados.
A Subsidiária B poderia designar a dívida externa como cobertura do
risco GBP/USD do seu investimento líquido na Subsidiária C nas suas
demonstrações financeiras consolidadas. A Empresa-Mãe poderia
manter a designação da Subsidiária B desse instrumento de cobertura
como cobertura do seu investimento líquido de US$300 milhões na
Subsidiária C para o risco GBP/USD (ver parágrafo 13) e a Empresa-
-Mãe poderia designar o instrumento de cobertura em GBP que detém
como cobertura de todo o seu investimento líquido de £500 milhões
na Subsidiária B. A primeira cobertura, designada pela Subsidiária B,
seria avaliada por referência à moeda funcional da Subsidiária B
(libras esterlinas) e a segunda cobertura, designada pela
Empresa-Mãe, seria avaliada por referência à moeda funcional da
Empresa-Mãe (euros). Neste caso, apenas o risco GBP/USD decor­
rente do investimento líquido da Empresa-Mãe na Subsidiária C foi
coberto nas demonstrações financeiras consolidadas da Empresa-Mãe
pelo instrumento de cobertura em USD e não a totalidade
do risco EUR/USD. Portanto, a totalidade do risco EUR/GBP decor­
rente do investimento líquido de £500 milhões da Empresa-Mãe na
Subsidiária B pode ser coberto nas demonstrações financeiras conso­
lidadas da Empresa-Mãe.
AG14 Todavia, a contabilização do empréstimo de £159 milhões da
Empresa-Mãe a pagar à Subsidiária B também tem de ser considerada.
Se o empréstimo a pagar da Empresa-Mãe não for considerado como
parte integrante do seu investimento líquido na Subsidiária B por não
satisfazer as condições estipuladas no parágrafo 15 da IAS 21, a
diferença cambial GBP/EUR decorrente da sua transposição seria in­
cluída nos lucros ou prejuízos consolidados da Empresa-Mãe. Se o
empréstimo de £159 milhões a pagar à Subsidiária B for considerado
como parte integrante do investimento líquido da Empresa-Mãe, esse
investimento líquido seria apenas de £341 milhões e a quantia que
a Empresa-Mãe poderia designar como o item coberto para o risco
GBP/EUR seria reduzida de £500 milhões para £341 milhões, em
conformidade.
AG15 Se a Empresa-Mãe revertesse o relacionamento de cobertura desig­
nado pela Subsidiária B, a Empresa-Mãe poderia designar o emprés­
timo contraído no exterior de US$300 milhões detido pela Subsidiária
B como cobertura do seu investimento líquido de US$300 milhões na
Subsidiária C para o risco EUR/USD e designar o instrumento de
cobertura em GBP que ela própria detém como cobertura de apenas
um máximo de £341 milhões do investimento líquido na Subsidiária
B. Neste caso, a eficácia de ambas as coberturas seria calculada por
referência à moeda funcional da Empresa-Mãe (euro). Consequente­
mente, tanto a alteração USD/GBP no valor do empréstimo contraído
no exterior detido pela Subsidiária B como a alteração GBP/EUR no
valor do empréstimo da Empresa-Mãe a pagar à Subsidiária B (equi­
valente a USD/EUR no total) seriam incluídas na reserva de trans­
posição de moeda estrangeira nas demonstrações financeiras consoli­
dadas da Empresa-Mãe. Dado que a Empresa-Mãe já deu total cober­
tura ao risco EUR/USD decorrente do seu investimento líquido na
Subsidiária C, ela só pode dar cobertura até ao máximo de £341
milhões para o risco EUR/GBP do seu investimento líquido na Sub­
sidiária B.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 903

▼M17

INTERPRETAÇÃO IFRIC 17

Distribuições aos Proprietários de Activos que Não São Caixa


REFERÊNCIAS
— IFRS 3 Concentrações de Actividades Empresariais (conforme revista em
2008)

— IFRS 5 Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais


Descontinuadas

— IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações

▼M32
— IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas

▼M33
— IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor

▼M17
— IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revista em
2007)

— IAS 10 Acontecimentos após o Período de Relato

— IAS 27 Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas (conforme


emendada em Maio de 2008)

ANTECEDENTES
1 Por vezes, uma entidade distribui dividendos sob a forma de activos
que não são caixa aos seus proprietários (1) que agem nessa qualidade.
Nessas situações, uma entidade também pode dar aos seus proprietá­
rios a opção de receberem ou activos que não são caixa ou uma
alternativa a caixa. O IFRIC recebeu pedidos de orientação sobre a
forma como uma entidade deve contabilizar estas distribuições.

2 As Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) não propor­


cionam orientação sobre a forma como uma entidade deve mensurar
as distribuições aos seus proprietários (normalmente denominadas di­
videndos). A IAS 1 exige que uma entidade apresente detalhes sobre
os dividendos reconhecidos como distribuições aos proprietários, na
demonstração das alterações no capital próprio ou nas notas às de­
monstrações financeiras.

ÂMBITO
3 Esta Interpretação aplica-se aos seguintes tipos de distribuições não
recíprocas de activos por parte de uma entidade aos seus proprietários
que agem nessa qualidade:

(a) distribuições de activos que não são caixa (por exemplo, itens do
activo fixo tangível, actividades empresariais tal como definidas
na IFRS 3, interesses de propriedade noutra entidade ou grupos
para alienação tal como definidos na IFRS 5); e

(b) distribuições que dão aos proprietários a opção de receberem ou


activos que não são caixa ou uma alternativa a caixa.

4 Esta Interpretação apenas se aplica a distribuições em que todos os


proprietários da mesma classe de instrumentos de capital próprio são
tratados de forma igual.

(1) O parágrafo 7 da IAS 1 define proprietários como detentores de instrumentos classifi­


cados como capital próprio.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 904

▼M17
5 Esta Interpretação não se aplica a uma distribuição de um activo que
não é caixa que, em última análise, é controlado pela mesma parte ou
partes antes e depois da distribuição. Esta exclusão aplica-se às de­
monstrações financeiras separadas, individuais e consolidadas de uma
entidade que faça a distribuição.

6 Em conformidade com o parágrafo 5, esta Interpretação não se aplica


quando o activo que não seja de caixa é em última análise controlado
pelas mesmas partes tanto antes como depois da distribuição. O pará­
grafo B2 da IFRS 3 estabelece que «deve considerar-se um grupo de
indivíduos como estando a controlar uma entidade quando, como
resultado de acordos contratuais, tiver colectivamente o poder de gerir
as suas políticas financeiras e operacionais de forma a obter benefícios
das suas actividades.». Portanto, para que uma distribuição esteja fora
do âmbito desta Interpretação com base no facto de que ambas as
partes controlam o activo tanto antes como depois da distribuição, um
grupo de accionistas individuais que recebam a distribuição tem de
ter, como resultado de acordos contratuais, esse poder colectivo final
sobre a entidade que faz a distribuição.

▼M32
7 De acordo com o parágrafo 5, esta Interpretação não se aplica quando
uma entidade distribui alguns dos seus interesses de propriedade numa
subsidiária mas mantém o controlo da mesma. A entidade que efectua
uma distribuição da qual resulta o reconhecimento, pela sua parte, de
um interesse que não controla na sua subsidiária contabiliza a distri­
buição de acordo com a IFRS 10.

▼M17
8 Esta Interpretação apenas trata da contabilização por parte de uma
entidade relativamente a uma distribuição de activos que não são
caixa, não tratando da contabilização realizada pelos accionistas que
recebem essa distribuição.

QUESTÕES
9 Quando uma entidade declara uma distribuição e tem uma obrigação
de distribuir os activos em causa aos seus proprietários, deve reco­
nhecer um passivo pelo dividendo a pagar. Consequentemente, esta
Interpretação trata das seguintes questões:

(a) Quando é que uma entidade deve reconhecer o dividendo a pagar?

(b) Como é que uma entidade deve mensurar o dividendo a pagar?

(c) Quando uma entidade liquida o dividendo a pagar, como é que


deve contabilizar qualquer diferença entre a quantia escriturada
dos activos distribuídos e a quantia escriturada do dividendo a
pagar?

CONSENSO
Quando deve ser reconhecido um dividendo a pagar
10 A responsabilidade de pagar um dividendo deve ser reconhecida
quando o dividendo estiver adequadamente autorizado e já não estiver
sujeito ao critério da entidade, o que corresponde à data em que:

(a) a declaração do dividendo, por exemplo, pela gerência ou pelo


órgão de direcção, é aprovada pela autoridade relevante, isto é, os
accionistas, se a jurisdição exigir essa aprovação, ou

(b) o dividendo é declarado, por exemplo, pela gerência ou pelo


órgão de direcção, se a jurisdição não exigir qualquer outra apro­
vação.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 905

▼M17
Mensuração de um dividendo a pagar
11 Uma entidade deve mensurar uma responsabilidade pela distribuição
de activos que não são caixa como dividendo aos seus proprietários
pelo justo valor dos activos a serem distribuídos.

12 Se uma entidade der aos seus proprietários a opção de receberem um


activo que não é caixa ou outra alternativa a caixa, a entidade deve
estimar o dividendo a pagar considerando, tanto o justo valor de cada
alternativa como a probabilidade associada à escolha pelos proprietá­
rios de cada alternativa.

13 No final de cada período de relato e à data de liquidação, a entidade


deve rever e ajustar a quantia escriturada do dividendo a pagar, e
quaisquer alterações na quantia escriturada do dividendo a pagar de­
vem ser reconhecidas no capital próprio como ajustamentos à quantia
da distribuição.

Contabilização de qualquer diferença entre a quantia escriturada


dos activos distribuídos e a quantia escriturada do dividendo a
pagar quando uma entidade liquida os dividendos a pagar
14 Quando uma entidade liquida os dividendos a pagar, deve reconhecer
nos lucros ou prejuízos qualquer eventual diferença entre a quantia
escriturada dos activos distribuídos e a quantia escriturada do divi­
dendo a pagar.

Apresentação e divulgação
15 Uma entidade deve apresentar a diferença descrita no parágrafo 14
como uma linha separada nos lucros ou prejuízos.

16 Quando aplicável, uma entidade deve divulgar as seguintes informa­


ções:

(a) a quantia escriturada do dividendo a pagar no início e no fim do


período; e

(b) o aumento ou a redução na quantia escriturada reconhecida no


período, em conformidade com o parágrafo 13, como resultado de
uma alteração no justo valor dos activos a serem distribuídos.

▼M33
17 Se, após o fim de um período de relato mas antes de as demonstrações
financeiras serem autorizadas para emissão, uma entidade declarar
como dividendo para distribuir um activo que não é caixa, deve
divulgar:

▼M17
(a) a natureza do activo a ser distribuído;

(b) a quantia escriturada do activo a ser distribuído no final do pe­


ríodo de relato; e

▼M33
(c) o justo valor do activo a ser distribuído no final do período de
relato, se for diferente da sua quantia escriturada, bem como a
informação sobre o(s) método(s) usado(s) para mensurar esse
justo valor, conforme exigido pelos parágrafos 93(b), (d), (g) e
(i) e 99 da IFRS 13.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 906

▼M17
DATA DE EFICÁCIA
18 Uma entidade deve aplicar esta Interpretação prospectivamente aos
períodos anuais com início em ou após 1 de Julho de 2009. Não é
permitida a aplicação retrospectiva. É permitida a aplicação mais ce­
do. Se uma entidade aplicar esta Interpretação a um período com
início antes de 1 de Julho de 2009, deve divulgar esse facto e também
aplicar a IFRS 3 (conforme revista em 2008), a IAS 27 (conforme
emendada em Maio de 2008) e a IFRS 5 (conforme emendada por
esta Interpretação).
▼M32
19 A IFRS 10, emitida em Maio de 2011, emendou o parágrafo 7. Uma
entidade deve aplicar esta emenda ao aplicar a IFRS 10.
▼M33
20 A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou o parágrafo 17. Uma
entidade deve aplicar esta emenda quando aplicar a IFRS 13.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 907

▼M18
INTERPRETAÇÃO IFRIC 18

Transferências de Activos Provenientes de Clientes


REFERÊNCIAS
— Estrutura Conceptual para a Preparação e Apresentação de Demonstrações
Financeiras

— IFRS 1 Adopção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relato


Financeiro (conforme revista em 2008)

— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e


Erros

— IAS 16 Activos Fixos Tangíveis

— IAS 18 Rédito

— IAS 20 Contabilização dos Subsídios Governamentais e Divulgação de


Apoios Governamentais

— IFRIC 12 Acordos de Concessão de Serviços

ANTECEDENTES
1 No sector dos serviços de utilidade pública, uma entidade pode rece­
ber dos seus clientes itens do activo fixo tangível que tenham de ser
utilizados para ligar esses clientes a uma rede e lhes proporcionar
acesso contínuo ao fornecimento de bens, tais como electricidade,
gás ou água. Como alternativa, uma entidade pode receber dinheiro
dos clientes para a aquisição ou construção dos referidos itens do
activo fixo tangível. Tipicamente, os clientes têm de pagar quantias
adicionais pela compra de bens ou serviços em função do consumo.

2 A transferência de activos provenientes de clientes também pode


ocorrer noutros sectores que não o dos serviços de utilidade pública.
Por exemplo, uma entidade que proceda à externalização (outsour­
cing) das suas funções no domínio das tecnologias de informação
pode transferir os seus itens existentes do activo fixo tangível para
o fornecedor externo de tais serviços.

3 Nalguns casos, a entidade que transfere o activo pode não ser a


entidade que terá acesso contínuo ao fornecimento de bens ou servi­
ços e que será o destinatário desses bens ou serviços. Contudo, por
conveniência, esta Interpretação refere-se à entidade que transfere o
activo como o cliente.

ÂMBITO
4 Esta Interpretação aplica-se à contabilização de transferências de itens
do activo fixo tangível por parte de entidades que recebem essas
transferências dos seus clientes.

5 Os acordos abrangidos por esta Interpretação são os acordos através


dos quais uma entidade recebe de um cliente um item do activo fixo
tangível que a entidade terá então de utilizar, seja para ligar o cliente a
uma rede ou para proporcionar ao cliente acesso contínuo ao forne­
cimento de bens ou serviços, ou ainda para ambos os fins.

6 Esta Interpretação também se aplica a acordos através dos quais uma


entidade recebe dinheiro de um cliente quando essa quantia de di­
nheiro tem de ser utilizada apenas para construir ou adquirir um item
do activo fixo tangível, sendo que a entidade terá então de utilizar o
item do activo fixo tangível para ligar o cliente a uma rede ou para
proporcionar ao cliente acesso contínuo a um fornecimento de bens ou
serviços, ou ainda para ambas as situações.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 908

▼M18
7 Esta Interpretação não se aplica aos acordos em que o objecto da
transferência seja um subsídio governamental, tal como definido na
IAS 20, ou uma infra-estrutura utilizada num acordo de concessão de
serviços que esteja dentro do âmbito da IFRIC 12.

QUESTÕES
8 A presente Interpretação aborda as seguintes questões:

(a) A definição de activo está satisfeita?

(b) Se a definição de activo estiver satisfeita, como é que o item do


activo fixo tangível transferido deve ser mensurado no reconhe­
cimento inicial?

(c) Se o item do activo fixo tangível for mensurado pelo justo valor
no reconhecimento inicial, como é que o correspondente crédito
deve ser contabilizado?

(d) Como é que a entidade deve contabilizar uma transferência de


dinheiro proveniente do seu cliente?

CONSENSO
A definição de activo está satisfeita?
9 Quando uma entidade receber de um cliente uma transferência de um
item do activo fixo tangível, deve avaliar se o item transferido cor­
responde à definição de activo estabelecida na Estrutura Conceptual.
O parágrafo 49(a) da Estrutura Conceptual dispõe que «um activo é
um recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimen­
tos passados e do qual se espera que fluam para a entidade benefícios
económicos futuros». Na maior parte das circunstâncias, a entidade
obtém o direito de propriedade do item do activo fixo tangível trans­
ferido. Porém, ao determinar se um activo existe, o direito de pro­
priedade não é essencial. Portanto, se o cliente continuar a controlar o
item transferido, a definição de activo não estará satisfeita, apesar da
transferência de propriedade.

10 Uma entidade que controle um activo pode, em geral, utilizar esse


activo como quiser. Por exemplo, a entidade pode trocar esse activo
por outros activos, utilizá-lo para produzir bens ou serviços, cobrar
um preço para outros o utilizarem, utilizá-lo para liquidar passivos,
detê-lo ou distribuí-lo aos proprietários. A entidade que receber de um
cliente, mediante transferência, um item do activo fixo tangível deve
considerar todos os factos e circunstâncias relevantes ao avaliar o
controlo do item transferido. Por exemplo, embora a entidade tenha
de utilizar o item do activo fixo tangível transferido para prestar um
ou mais serviços ao cliente, poderá ter a capacidade para decidir como
é que o item do activo fixo tangível transferido é operado e mantido e
quando é que é substituído. Neste caso, a entidade deve normalmente
concluir que controla o item do activo fixo tangível transferido.

Como é que o item do activo fixo tangível transferido deve ser


mensurado no reconhecimento inicial?
11 Se a entidade concluir que a definição de activo está satisfeita, deve
reconhecer o activo transferido como item do activo fixo tangível em
conformidade com o parágrafo 7 da IAS 16 e mensurar o seu custo no
reconhecimento inicial pelo justo valor em conformidade com o pará­
grafo 24 dessa Norma.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 909

▼M18
Como é que o crédito deve ser contabilizado?
12 A discussão que se segue parte do princípio de que a entidade que
recebe um item do activo fixo tangível concluiu que o item transferido
deve ser reconhecido e mensurado em conformidade com os parágra­
fos 9–11.

13 O parágrafo 12 da IAS 18 dispõe que «Quando os bens sejam ven­


didos ou os serviços sejam prestados em troca de bens ou serviços
dissemelhantes, a troca é vista como uma transacção que gera rédito.»
Nos termos dos acordos alcançados e que abrangidos pela presente
Interpretação, uma transferência de um item do activo fixo tangível é
considerada uma troca por bens ou serviços dissemelhantes. Conse­
quentemente, a entidade deve reconhecer o rédito em conformidade
com a IAS 18.

Identificar os serviços separadamente identificáveis


14 Uma entidade pode aceitar prestar um ou mais serviços em troca do
item do activo fixo tangível transferido, tais como ligar o cliente a
uma rede, proporcionar ao cliente acesso contínuo ao fornecimento de
bens ou serviços ou ambas as situações. Em conformidade com o
parágrafo 13 da IAS 18, a entidade deve identificar os serviços sepa­
radamente identificáveis incluídos no acordo.

15 As características que indicam que ligar o cliente a uma rede constitui


um serviço separadamente identificável incluem:

(a) é proporcionada ao cliente uma ligação de serviço, que representa


um valor autónomo para esse cliente;

(b) o justo valor da ligação de serviço pode ser fiavelmente mensu­


rado.

16 Uma característica indicativa de que a disponibilização ao cliente de


acesso contínuo a um fornecimento de bens ou serviços constitui um
serviço separadamente identificável consiste no facto de, no futuro, o
cliente que fizer a transferência receber o acesso contínuo, os bens ou
serviços ou ambas as coisas a um preço inferior ao que seria cobrado
sem a transferência do item do activo fixo tangível.

17 Inversamente, uma característica indicativa de que a obrigação de


proporcionar ao cliente acesso contínuo ao fornecimento de bens ou
serviços resulta dos termos da licença de exploração da entidade ou de
outro regulamento e não do acordo relativo à transferência de um item
do activo fixo tangível consiste no facto de os clientes que fazem uma
transferência pagarem o mesmo preço, pelo acesso contínuo, pelos
bens ou serviços ou por ambas as coisas, que aqueles que não o
fazem.

Reconhecimento do rédito
18 Se apenas for identificado um serviço, a entidade deve reconhecer o
rédito quando o serviço for prestado, em conformidade com o pará­
grafo 20 da IAS 18.

19 Se for identificado mais de um serviço separadamente identificável, o


parágrafo 13 da IAS 18 exige que o justo valor da retribuição total
recebida ou a receber pelo acordo seja imputado a cada serviço, sendo
então aplicados a cada um deles os critérios de reconhecimento da
IAS 18.

20 Se for identificado um serviço contínuo como parte do acordo, o


período durante o qual se deve reconhecer o rédito por esse serviço
é geralmente determinado pelos termos do acordo com o cliente. Se o
acordo não especificar um período, o rédito deve ser reconhecido
durante um período que não exceda a vida útil do activo transferido
utilizado para proporcionar o serviço contínuo.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 910

▼M18
Como é que a entidade deve contabilizar uma transferência de
dinheiro do seu cliente?
21 Quando uma entidade receber uma transferência de dinheiro prove­
niente de um cliente, deve avaliar se o acordo está abrangida por esta
Interpretação em conformidade com o parágrafo 6. Se estiver, a enti­
dade deve avaliar se o item do activo fixo tangível construído ou
adquirido corresponde à definição de activo em conformidade com
os parágrafos 9 e 10. Se a definição de activo estiver satisfeita, a
entidade deve reconhecer o item do activo fixo tangível pelo seu custo
em conformidade com a IAS 16 e deve reconhecer o rédito em
conformidade com os parágrafos 13–20 pela quantia de dinheiro re­
cebida do cliente.
DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO
22 Uma entidade deve aplicar esta Interpretação prospectivamente a
transferências de activos provenientes de clientes recebidas em ou
após 1 de Julho de 2009. É permitida a aplicação mais cedo, desde
que as valorizações e outras informações necessárias para aplicar a
Interpretação a transferências passadas tenham sido obtidas no mo­
mento da ocorrência dessas transferências. Uma entidade deve divul­
gar a data a partir da qual a Interpretação foi aplicada.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 911

▼M28
INTERPRETAÇÃO IFRIC 19

Extinção de passivos financeiros através de instrumentos de capital próprio


REFERÊNCIAS
— Estrutura Conceptual para a Preparação e Apresentação de Demonstrações
Financeiras

— IFRS 2 Pagamento com Base em Acções

— IFRS 3 Concentrações de Actividades Empresariais

▼M33
— IFRS 13 Mensuração pelo Justo Valor

▼M28
— IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras

— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e


Erros

— IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação

— IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração

ANTECEDENTES
1 Um devedor e um credor podem renegociar os termos de um passivo
financeiro de modo a que o devedor extinga o passivo total ou par­
cialmente através da emissão de instrumentos de capital próprio em
favor do credor. Essas transacções são por vezes referidas como «debt
for equity swaps» (conversão da dívida em capital). A IFRIC recebeu
pedidos de orientação quanto à contabilização desse tipo de transac­
ções.

ÂMBITO DE APLICAÇÃO
2 A presente Interpretação trata o modo como uma entidade deve con­
tabilizar as transacções em que os termos de um passivo financeiro
são renegociados e resultam numa emissão pela entidade de instru­
mentos de capital próprio em favor de um seu credor com a resultante
extinção da totalidade ou de parte desse passivo financeiro. Não trata
a questão da contabilização pelo credor.

3 Uma entidade não deve aplicar esta Interpretação a transacções numa


situação em que:

(a) o credor é também accionista, directa ou indirectamente, e actua


na sua capacidade de accionista directo ou indirecto actual;

(b) o credor e a entidade são controlados pela mesma parte ou partes


antes e após a transacção e esta inclui, na sua substância, uma
distribuição de capitais próprios pela entidade ou uma contribui­
ção para os capitais próprios da entidade;

(c) a extinção do passivo financeiro através da emissão de títulos de


capital próprio está em conformidade com os termos originais do
passivo financeiro.

QUESTÕES
4 Esta interpretação examina as seguintes questões:

(a) os instrumentos de capital próprio emitidos com vista à extinção


total ou parcial de um passivo financeiro são «retribuições pagas»
de acordo com o parágrafo 41 da IAS 39?
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 912

▼M28
(b) como deve uma entidade mensurar inicialmente os instrumentos
de capital próprio emitidos com vista à extinção desse passivo
financeiro?

(c) como deve uma entidade contabilizar qualquer diferença entre a


quantia escriturada do passivo financeiro extinto e a quantia ini­
cial mensurada dos instrumentos de capital próprio emitidos?

CONSENSO
5 A emissão de instrumentos de capital próprio por uma entidade em
favor de um credor com vista à extinção total ou parcial de um
passivo financeiro é uma retribuição paga de acordo com o parágrafo
41 da IAS 39. Uma entidade deve eliminar um passivo financeiro (ou
parte de um passivo financeiro) das demonstrações da sua posição
financeira quando, e apenas quando, esse passivo tenha sido extinta
de acordo com o parágrafo 39 da IAS 39.

6 Quando os instrumentos de capital próprio emitidos em favor de um


credor com vista à extinção total ou parcial de um passivo financeiro
forem reconhecidos inicialmente, uma entidade deve mensurá-los pelo
justo valor dos instrumentos de capital próprio emitidos, excepto
quando esse justo valor não possa ser mensurado de forma fiável.

▼M33
7 Se o justo valor dos instrumentos de capital próprio emitidos não pode
ser mensurado de forma fiável, esses instrumentos devem ser mensu­
rados de modo a reflectir o justo valor do passivo financeiro extinto.
Para a mensuração pelo justo valor de um passivo financeiro extinto
que inclua um elemento à ordem (por exemplo um depósito à ordem),
não é aplicável o parágrafo 47 da IFRS 13.

▼M28
8 Se apenas for extinta parte do passivo financeiro, a entidade deve
avaliar se alguma da retribuição paga está relacionada com uma mo­
dificação dos termos do passivo que continua pendente. Se parte da
retribuição paga estiver relacionada com uma modificação dos termos
do passivo que continua pendente, a entidade deve discriminar que
parte dessa retribuição paga corresponde ao passivo que foi extinto e
que parte corresponde ao passivo que continua pendente. Na determi­
nação dessa repartição, a entidade deve tomar em consideração todas
as circunstâncias e factos relevantes ligados à transacção.

9 A diferença entre a quantia escriturada do passivo financeiro (ou parte


do passivo financeiro) extinto e a retribuição paga deve ser reconhe­
cida como lucro ou prejuízo de acordo com o parágrafo 41 da IAS 39.
Os instrumentos de capital próprio emitidos devem ser reconhecidos
inicialmente e mensurados à data em que o passivo financeiro (ou
parte do passivo financeiro) é extinto.

10 Quando o passivo financeiro só for parcialmente extinto, a retribuição


deve ser repartida de acordo com o parágrafo 8. A retribuição corres­
pondente ao passivo que continua pendente deve ser tomada em con­
sideração para avaliar se os termos desse passivo foram substancial­
mente modificados. Se o passivo que continua pendente tiver sido
substancialmente modificado, a entidade deve contabilizar essa modi­
ficação sob a forma da extinção do passivo original e do reconheci­
mento de um novo passivo, como exigido pelo parágrafo 40 da
IAS 39.

11 Uma entidade deve divulgar os lucros ou prejuízos reconhecidos de


acordo com os parágrafos 9 e 10 numa linha separada de lucros ou
prejuízos ou nas notas.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 913

▼M28
DATA DE EFICÁCIA E TRANSIÇÃO
12 As entidades aplicarão esta Interpretação aos períodos anuais com
início em ou após 1 de Julho de 2010. É permitida a aplicação
mais cedo. Se uma entidade aplicar esta Interpretação a um período
com início antes de 1 de Julho de 2010, deve divulgar esse facto.
13 As entidades aplicarão uma alteração da política contabilística de
acordo com a IAS 8 a partir do início do período comparativo mais
antigo apresentado.
▼M33
15 A IFRS 13, emitida em Maio de 2011, emendou o parágrafo 7. Uma
entidade deve aplicar esta emenda quando aplicar a IFRS 13.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 914

▼M33
INTERPRETAÇÃO IFRIC 20

Custos de descobertura na fase de produção de uma mina a céu aberto

REFERÊNCIAS
— Estrutura conceptual para o relato financeiro

— IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras

— IAS 2 Inventários

— IAS 16 Ativos Fixos Tangíveis

— IAS 38 Ativos Intangíveis

ANTECEDENTES
1 Na mineração a céu aberto, as entidades podem necessitar de remover
formações de cobertura para ter acesso aos depósitos de minério. A
esta atividade de remoção de material estéril dá-se o nome de «des­
cobertura» ou «descobrimento».

2 Durante a fase de desenvolvimento da mina (antes de se iniciar a


produção), os custos de descobertura são normalmente capitalizados
como parte do custo de depreciação da preparação, construção e
montagem da mina. Esses custos capitalizados são depreciados ou
amortizados de forma sistemática, utilizando em geral as unidades
do método de produção, uma vez iniciada a produção.

3 Uma entidade mineira pode continuar a remover formações de cober­


tura, incorrendo nos respetivos custos, durante a fase de produção da
mina.

4 O material de cobertura removido na fase de produção não consiste


necessariamente em 100 % de resíduos: é frequente ser uma combi­
nação de minério e estéreis. A proporção minério/estéreis pode variar
de um grau inferior (sem valor económico) a um grau elevado (eco­
nomicamente rentável). A remoção de material com baixa proporção
minério/estéreis pode produzir algum material útil para inventário.
Pode também permitir acesso a camadas mais profundas de material
com melhor proporção minério/estéreis. A atividade de descobertura
pode, pois, trazer dois benefícios à entidade: minério útil para a pro­
dução de inventário e melhor acesso a quantidades adicionais de
material para extração futura.

5 A presente Interpretação debruça-se sobre o momento e o modo de


contabilizar, separadamente, estes dois benefícios decorrentes da ati­
vidade de descobertura, bem como o modo de os medir, quer no
início quer subsequentemente.

ÂMBITO DE APLICAÇÃO
6 A presente Interpretação aplica-se aos custos da remoção de estéreis
que a mineração a céu aberto gera quando a mina se encontra na fase
de produção («custos de descobertura em produção»).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 915

▼M33
QUESTÕES
7 A presente Interpretação examina as seguintes questões:

(a) Reconhecimento dos custos de descobertura em produção como


um ativo;

(b) Mensuração inicial do ativo da atividade de descobertura; e

(c) Mensuração subsequente do ativo da atividade de descobertura.

CONSENSO
Reconhecimento dos custos de descobertura em produção como um ativo
8 Na medida em que o benefício da atividade de descobertura se con­
cretize sob a forma de inventário produzido, a entidade contabiliza os
custos dessa atividade segundo os princípios da IAS 2 Inventários. Na
medida em que o benefício se traduza por um melhor acesso ao
minério, a entidade reconhece aqueles custos como ativo não-corrente,
desde que estejam preenchidos os critérios do parágrafo 9. A presente
Interpretação refere-se ao ativo não-corrente como «ativo da atividade
de descobertura».

9 A entidade reconhece um ativo da atividade de descobertura se e só se


estiverem reunidos os seguintes critérios:

(a) É provável que os futuros benefícios económicos associados à


atividade de descobertura (melhor acesso ao minério) fluirão
para a entidade;

(b) A entidade pode identificar a componente do minério em relação


à qual o acesso foi melhorado;

(c) Os custos relativos à atividade de descobertura associada àquela


componente podem ser medidos com fiabilidade.

10 O ativo da atividade de descobertura é contabilizado como comple­


mento ou reforço de um ativo existente. Por outras palavras, o ativo
da atividade de descobertura é contabilizado como parte de um ativo
existente.

11 A classificação do ativo da atividade de descobertura como tangível


ou intangível é a mesma que a do ativo existente. Por outras palavras,
a natureza desse ativo existente determina se a entidade deve classi­
ficar o ativo da atividade de descobertura como tangível ou intangível.

Mensuração inicial do ativo da atividade de descobertura


12 A entidade mede inicialmente o ativo da atividade de descobertura
pelo custo, definindo-se este como a soma dos custos diretamente
decorrentes da atividade de descobertura que melhora o acesso à
componente identificada do minério, mais os custos fixos diretamente
atribuíveis à operação. Simultaneamente com a atividade de descober­
tura em produção, podem ter lugar algumas operações circunstanciais
mas não necessárias para que a atividade de descobertura em produ­
ção continue conforme o planeado. Os custos associados a essas
operações circunstanciais não são incluídos no custo do ativo da
atividade de descobertura.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 916

▼M33
13 Se os custos do ativo da atividade de descobertura e do inventário
produzido não forem identificáveis separadamente, a entidade distribui
os custos de descobertura em produção entre o inventário produzido e
o ativo da atividade de descobertura, com base numa medida de
produção adequada. Essa medida de produção é calculada em relação
à componente identificada do minério e utilizada como padrão para
identificar em que medida se verificou a atividade adicional de criar
um benefício futuro. Exemplos de tais medidas:
(a) Custo do inventário produzido, em comparação com o custo pre­
visto;
(b) Volume de estéreis extraído, em comparação com o volume pre­
visto, para um dado volume de produção de minério;
(c) Teor em mineral do minério extraído, em comparação com o teor
que se previa extrair, para uma dada quantidade de minério pro­
duzida.
Mensuração subsequente do ativo da atividade de descobertura
14 Após o reconhecimento inicial, o ativo da atividade de descobertura é
assumido segundo o seu custo ou o seu montante reavaliado, menos a
depreciação ou a amortização e menos as perdas por imparidade, do
mesmo modo que o ativo existente do qual faz parte.
15 O ativo da atividade de descobertura é depreciado ou amortizado de
forma sistemática, ao longo da vida útil prevista da componente iden­
tificada do minério que se torna mais acessível em resultado da ati­
vidade de descobertura. São aplicadas as unidades do método de
produção, a menos que outro método se revele mais adequado.
16 A vida útil prevista da componente identificada do minério, que se
utiliza para depreciar ou amortizar o ativo da atividade de descober­
tura, é diferente da vida útil prevista que se utiliza para depreciar ou
amortizar a própria mina e os ativos da vida da mina correlatos. A
exceção a esta regra são aquelas circunstâncias limitadas em que a
atividade de descobertura melhora o acesso à totalidade do minério
restante, como pode acontecer, por exemplo, perto do final da vida
útil da mina, quando a componente identificada representa a parte
final do minério que pode ser extraído.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 917

▼M33
Apêndice A

Data de eficácia e transição

O presente apêndice faz parte integrante da Interpretação e tem o mesmo valor


que as outras partes da mesma.
A1 As entidades devem aplicar a presente Interpretação aos exercícios
anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2013. É permitida a
aplicação mais cedo, devendo então as entidades comunicar esse facto.
A2 As entidades devem aplicar a presente Interpretação aos custos de
descobertura em produção gerados no início ou após o início do
período mais antigo apresentado.
A3 No início do período mais antigo apresentado, qualquer balanço de
ativos previamente reconhecido que tenha resultado de uma atividade
de descobertura empreendida durante a fase de produção («ativo de
descobertura antecessor») deve ser reclassificado como parte de um
ativo existente relacionado com a atividade de descobertura, na me­
dida em que reste uma componente identificável do minério à qual o
ativo de descobertura antecessor possa ser associado. Tais balanços
devem ser depreciados ou amortizados em relação à vida útil prevista
da componente identificada do minério à qual se refere cada balanço
de ativos de descobertura antecessores.
A4 Se não houver nenhuma componente identificável do minério à qual o
ativo de descobertura antecessor se refira, este deve ser reconhecido em
resultados transitados no início do período mais antigo apresentado.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 918

▼B

INTERPRETAÇÃO SIC 7

Introdução do Euro
REFERÊNCIAS
▼M5
— IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revista em
2007)

▼B
— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros

— IAS 10 Acontecimentos ►M5 após o período de relato ◄ (tal como revista


em 2003)

— IAS 21 Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio (tal como revista em


2003)

▼M11
— IAS 27 Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas (tal como
emendada em 2008)

▼B
QUESTÃO
1. A partir de 1 de Janeiro de 1999, a data do início efectivo da União
Monetária e Económica (UME), o euro tornar-se-á uma moeda de seu
pleno direito e as taxas de conversão entre o euro e as moedas
nacionais participantes estarão irrevogavelmente fixadas, isto é, o risco
de diferenças de câmbio subsequentes relacionadas com essas moedas
fica eliminado a partir dessa data.

2. A questão é a aplicação da IAS 21 à mudança das moedas nacionais


dos Estados-Membros participantes da União Europeia para o euro («a
mudança»).

CONSENSO
3. Os requisitos da IAS 21 respeitantes à transposição de transacções e
de demonstrações financeiras em moeda estrangeira de unidades ope­
racionais estrangeiras devem ser aplicados de forma estrita à mudança.
O mesmo raciocínio se aplica à fixação de taxas de câmbio quando
países aderirem à UME em fases posteriores.

4. Isto significa que, em particular:

a) activos e passivos monetários em moeda estrangeira resultantes de


transacções devem continuar a ser transpostos para a moeda fun­
cional à taxa de fecho. Quaisquer diferenças de câmbio resultantes
devem ser reconhecidas como rendimento ou gasto imediatamente,
excepto que uma entidade deve continuar a aplicar a sua política
contabilística existente para ganhos e perdas cambiais relacionados
com as coberturas do Risco de Moeda de uma transacção prevista;

▼M11
b) diferenças de câmbio acumuladas relacionadas com a transposição
de demonstrações financeiras de unidades operacionais estrangei­
ras, reconhecidas em outro rendimento integral, devem ser acumu­
ladas no capital próprio e devem ser reclassificadas do capital
próprio para lucros ou prejuízos apenas em caso de alienação ou
alienação parcial do investimento líquido na unidade operacional
estrangeira; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 919

▼B
c) as diferenças de câmbio resultantes da transposição de passivos
denominados em moedas participantes não devem ser incluídas
na quantia escriturada de activos relacionados.
DATA DO CONSENSO
Outubro de 1997
DATA DE EFICÁCIA
Esta Interpretação torna-se eficaz em 1 de Junho de 1998. As alterações nas
políticas contabilísticas devem ser contabilizadas de acordo com os requisitos da
IAS 8.
▼M5
A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada nas IFRS.
Além disso, emendou o parágrafo 4. Uma entidade deve aplicar estas emendas
aos períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. Se uma
entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a um período anterior, as emendas
deverão ser aplicadas a esse período anterior.
▼M11
A IAS 27 (tal como emendada pelo International Accounting Standards Board
em 2008) emendou o parágrafo 4(b). Uma entidade deve aplicar essa emenda aos
períodos anuais com início em ou após 1 de Julho de 2009. Se uma entidade
aplicar a IAS 27 (emendada em 2008) a um período anterior, a emenda deverá
ser aplicada a esse período anterior.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 920

▼B

INTERPRETAÇÃO SIC 10

Apoios Governamentais — Sem Relação Específica com Actividades


Operacionais

REFERÊNCIAS
— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros
— IAS 20 Contabilização dos Subsídios Governamentais e Divulgação de
Apoios Governamentais
QUESTÃO
1. Nalguns países, o apoio governamental a entidades pode ter como fim
o encorajamento ou o apoio a longo prazo de actividades empresariais
quer em determinadas regiões quer em sectores industriais. As condi­
ções para receber tal apoio podem não estar especificamente relacio­
nadas com as actividades operacionais da entidade. São exemplos de
tal apoio as transferências de recursos por governos para entidades
que:
a) operem num determinado sector;
b) continuem a operar em sectores recentemente privatizados; ou
c) iniciem ou continuem a gerir os seus negócios em áreas subdesen­
volvidas.
2. A questão é se tal apoio governamental é um «subsídio governamen­
tal» no âmbito da IAS 20 e, portanto, deve ser contabilizado de
acordo com esta Norma.
CONSENSO
3. O apoio governamental a entidades satisfaz a definição de subsídios
governamentais da IAS 20, mesmo se não existirem condições espe­
cificamente relacionadas com as actividades operacionais da entidade
que não seja o requisito de operar em determinadas regiões ou sec­
tores industriais. Tais subsídios não devem portanto ser creditados
directamente nos ►M5 interesses dos accionistas ◄.
DATA DO CONSENSO
Janeiro de 1998
DATA DE EFICÁCIA
Esta Interpretação torna-se eficaz em 1 de Agosto de 1998. As alterações nas
políticas contabilísticas devem ser contabilizadas de acordo com a IAS 8.
▼M32
__________

__________
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 921

▼B

INTERPRETAÇÃO SIC 15

Locações operacionais — incentivos

REFERÊNCIAS
▼M5
— IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revista em
2007)

▼B
— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros

— IAS 17 Locações (tal como revista em 2003)

QUESTÃO
1. Ao negociar uma locação operacional nova ou renovada, o locador pode
proporcionar incentivos ao locatário para celebrar o acordo. São exemplos
de tais incentivos um pagamento em dinheiro inicial ao locatário ou o reem­
bolso ou assunção pelo locador de custos do locatário (tais como custos de
relocalização, melhorias do objecto de locação e custos associados a um
compromisso de locação preexistente do locatário). Alternativamente, pode
ser acordado que períodos iniciais da locação sejam isentos de renda ou uma
renda reduzida.

2. A questão é como devem ser reconhecidos incentivos de uma locação ope­


racional nas demonstrações financeiras tanto do locatário como do locador.

CONSENSO
3. Todos os incentivos relativos ao acordo de uma locação operacional nova ou
renovada devem ser reconhecidos como uma parte integrante da retribuição
líquida acordada para o uso do activo locado, independentemente da natureza
ou forma do incentivo ou da tempestividade dos pagamentos.

4. O locador deve reconhecer o custo agregado dos incentivos como uma re­
dução do rendimento das rendas durante o período do contrato, numa base de
linha recta salvo se outra base sistemática for representativa do quadro tem­
poral durante o qual o benefício do activo locado é diminuído.

5. O locatário deve reconhecer o benefício agregado dos incentivos como uma


redução do gasto de renda durante o período da locação, numa base de linha
recta salvo se outra base sistemática for representativa do quadro temporal do
benefício do locatário a partir do uso do activo locado.

6. Os custos incorridos pelo locatário, incluindo custos em ligação com uma


locação preexistente (por exemplo, custos por cessação de emprego, reloca­
lização ou melhorias do bem locado), devem ser contabilizados pelo locatário
de acordo com as Normas aplicáveis a esses custos, incluindo custos que
sejam efectivamente reembolsados por meio de um acordo de incentivos.

DATA DO CONSENSO
Junho de 1998

DATA DE EFICÁCIA
Esta Interpretação torna-se eficaz para prazos de locação com início em ou após
1 de Janeiro de 1999.

▼M33
__________
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 922

▼B

INTERPRETAÇÃO SIC 25

Impostos sobre o Rendimento — Alterações na Situação Fiscal de uma


Entidade ou dos seus Accionistas

REFERÊNCIAS
▼M5
— IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revista em
2007)

▼B
— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros

— IAS 12 Impostos sobre o Rendimento

QUESTÃO
1. Uma alteração na situação fiscal de uma entidade ou dos seus accio­
nistas pode ter consequências para uma entidade por aumentar ou por
diminuir os seus activos e passivos fiscais. Isto pode, por exemplo,
ocorrer após a entrada na Bolsa dos instrumentos de capital próprio de
uma entidade ou após a reestruturação do capital próprio de uma
entidade. Pode também ocorrer após um movimento do controlo ac­
cionista para um país estrangeiro. Como consequência de tal aconte­
cimento, uma entidade pode ser taxada de forma diferente; pode por
exemplo ganhar ou perder incentivos fiscais ou ficar sujeita a uma
diferente taxa de imposto no futuro.

2. Uma alteração na situação fiscal de uma entidade ou dos seus accio­


nistas pode ter um efeito imediato nos passivos ou activos por im­
postos correntes da entidade. A alteração pode também aumentar ou
diminuir os passivos e activos por impostos diferidos reconhecidos
pela entidade, dependendo do efeito que a alteração na situação fiscal
tenha nas consequências fiscais que surgirão resultantes de recuperar
ou de liquidar a quantia escriturada dos activos e passivos da entidade.

3. A questão é como uma entidade deve contabilizar as consequências


fiscais de uma alteração na sua situação fiscal ou na dos seus accio­
nistas.

CONSENSO
▼M5
4. Uma alteração na situação fiscal de uma entidade ou dos seus accio­
nistas não dá origem a aumentos ou diminuições em quantias reco­
nhecidas fora dos lucros ou prejuízos. As consequências dos impostos
correntes e diferidos de uma alteração na situação fiscal devem ser
incluídas nos lucros ou prejuízos do período, a menos que essas
consequências se relacionem com transacções e acontecimentos que
resultem, no mesmo período ou noutro, num crédito ou débito directo
à quantia reconhecida de capital próprio ou em quantias reconhecidas
em outro rendimento integral. Essas consequências fiscais que se
relacionam com alterações na quantia reconhecida de capital próprio,
no mesmo período ou noutro (não incluídos nos lucros ou prejuízos),
devem ser debitadas ou creditadas no capital próprio. Essas conse­
quências fiscais que se relacionam com quantias reconhecidas em
outro rendimento integral devem ser reconhecidas em outro rendi­
mento integral.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 923

▼B
DATA DO CONSENSO
Agosto de 1999
DATA DE EFICÁCIA
Este consenso torna-se eficaz em 15 de Julho de 2000. As alterações nas políticas
contabilísticas devem ser contabilizadas de acordo com a IAS 8.
▼M5
A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada nas IFRS.
Além disso, emendou o parágrafo 4. Uma entidade deve aplicar estas emendas
aos períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. Se uma
entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a um período anterior, as emendas
deverão ser aplicadas a esse período anterior.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 924

▼B

INTERPRETAÇÃO SIC 27

Avaliação da Substância de Transacções que Envolvam a Forma Legal de uma


Locação

REFERÊNCIAS
— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros

— IAS 11 Contratos de Construção

— IAS 17 Locações (tal como revista em 2003)

— IAS 18 Rédito

— IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes

— IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração (tal como


revista em 2003)

— IFRS 4 Contratos de Seguro

QUESTÃO
1. Uma Entidade pode celebrar uma transacção ou uma série de transac­
ções estruturadas (um acordo) com uma parte ou partes não relacio­
nadas (um Investidor) que envolva a forma legal de uma locação. Por
exemplo, uma Entidade pode locar activos a um Investidor e relocar o
mesmo activo, ou, alternativamente, vender legalmente activos e re­
locar os mesmos activos. A forma de cada acordo e os seus termos e
condições podem variar significativamente. No exemplo de locação e
de relocação, pode ser que o acordo seja concebido para alcançar uma
vantagem fiscal para o Investidor que seja partilhada com a Entidade
na forma de uma remuneração, e não para transmitir o direito de usar
um activo.

2. Quando um acordo com um Investidor envolva a forma legal de uma


locação, as questões são:

a) como determinar se uma série de transacções estão ligadas e de­


vem ser contabilizadas como uma única transacção;

b) se o acordo satisfaz a definição de uma locação segundo a IAS 17;


e, se não,

i) se uma conta de investimento separada e obrigações de paga­


mento da locação que possam existir representam activos e
passivos da Entidade (por exemplo, considere o exemplo des­
crito no parágrafo A2a) do Apêndice A),

ii) como a Entidade deve contabilizar outras obrigações resultan­


tes do acordo, e

iii) como a Entidade deve contabilizar uma remuneração que possa


receber de um Investidor.

CONSENSO
3. Uma série de transacções que envolvam a forma legal de uma locação
está ligada e deve ser contabilizada como uma única transacção
quando o efeito económico global não possa ser compreendido sem
referência à série de transacções como um todo. É este o caso, por
exemplo, quando as séries de transacções estão intimamente relacio­
nadas, negociadas como uma transacção única, e realizam-se simulta­
neamente ou numa sequência contínua. (O Apêndice A proporciona
ilustrações de aplicação desta Interpretação.)
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 925

▼B
4. A contabilização deve reflectir a substância do acordo. Todos os
aspectos e implicações de um acordo devem ser avaliados para deter­
minar a sua substância, ponderando aqueles aspectos e implicações
que tenham um efeito económico.

5. A IAS 17 aplica-se quando a substância de um acordo inclui a trans­


missão do direito de usar um activo durante um período acordado de
tempo. Incluem-se entre os indicadores que individualmente demons­
tram que um acordo pode, em substância, não envolver uma locação
de acordo com a IAS 17 (o Apêndice B proporciona ilustrações de
aplicação desta Interpretação):

a) uma Entidade retém todos os riscos e vantagens inerentes à pro­


priedade de um activo subjacente e goza substancialmente dos
mesmos direitos ao seu uso como antes do acordo;

b) a principal razão para o acordo é conseguir um dado resultado


fiscal, e não transmitir o direito ao uso de um activo; e

c) é incluída uma opção em termos que tornam quase certo o seu


exercício (por exemplo, uma opção de compra que seja exercível a
um preço suficientemente mais elevado do que o seu justo valor
quando se tornar exercível).

6. As definições e a orientação dos parágrafos 49.-64. da Estrutura


Conceptual devem ser aplicados ao determinar se, em substância,
uma conta de investimento separada e obrigações de pagamento da
locação representam activos e passivos da Entidade. Incluem-se entre
os indicadores que demonstram colectivamente que, em substância,
uma conta de investimento separada e obrigações de pagamento da
locação não satisfazem as definições de um activo e de um passivo e
não devem ser reconhecidas pela Entidade:

a) a Entidade não está em condições de controlar a conta de inves­


timento no prosseguimento dos seus próprios objectivos e não é
obrigada a pagar os pagamentos da locação. Isto ocorre, quando,
por exemplo, uma quantia pré-paga é colocada numa conta de
investimento separada para proteger o Investidor e só pode ser
usada para pagar ao Investidor, o Investidor aceita que as obriga­
ções de pagamento da locação devem ser pagas a partir de fundos
na conta de investimento, e a Entidade não tem capacidades de
retirar pagamentos para o Investidor a partir da conta de investi­
mento;

b) a Entidade tem apenas um risco remoto de reembolsar a quantia


total de qualquer remuneração recebida de um Investidor e possi­
velmente de pagar alguma quantia adicional ou, quando uma re­
muneração não seja recebida, apenas um risco remoto de pagar
uma quantia por outras obrigações (por exemplo, uma garantia).
Apenas existe um risco remoto de pagamento quando, por exem­
plo, os termos do acordo requerem que seja investida uma quantia
pré-paga em activos isentos de risco que se espera que gerem
fluxos de caixa suficientes para satisfazer as obrigações de paga­
mento da locação; e

c) os únicos fluxos de caixa que se espera segundo o acordo, que não


sejam os fluxos de caixa iniciais no inicio do acordo, são os
pagamentos da locação que sejam somente satisfeitos a partir de
fundos retirados da conta de investimento separada constituída com
os fluxos de caixa iniciais.

7. Outras obrigações de um acordo, incluindo quaisquer garantias pres­


tadas e obrigações incorridas aquando da cessação antecipada, devem
ser contabilizadas de acordo com a IAS 37, a IAS 39 ou a IFRS 4,
dependendo dos termos.
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▼B
8. Os critérios do parágrafo 20. da IAS 18 devem ser aplicados aos
factos e circunstâncias de cada acordo para determinar quando reco­
nhecer como rendimento uma remuneração que uma Entidade possa
receber. Devem ser considerados factores tais como se existe, ou não,
um envolvimento continuado na forma de obrigações de desempenho
futuro significativo necessárias para obter a remuneração, se existem
ou não riscos retidos, os termos de quaisquer acordos de garantia, e o
risco de devolver a remuneração. Nos indicadores que individual­
mente demonstrem que o reconhecimento de toda a remuneração
como rendimento quando recebida, se recebida no início do acordo,
é inapropriado incluir:

a) obrigações quer para levar a efeito, quer para se abster de deter­


minadas actividades significativas são condições para obter a re­
muneração recebida, e portanto a execução de um acordo legal­
mente vinculativo não é o acto mais significativo exigido pelo
acordo;

b) limitações postas ao uso do activo subjacente que têm o efeito


prático de restringir e significativamente alterar a capacidade da
Entidade de usar (por exemplo, deperecer, vender ou dar em pe­
nhor como garantia) o activo;

c) a possibilidade de reembolsar qualquer quantia da remuneração e a


possibilidade de pagar alguma quantia adicional não são remotas.
Isto ocorre quando, por exemplo,

i) o activo subjacente não é um activo especializado que é neces­


sário para a Entidade conduzir o seu negócio, e por isso existe
uma possibilidade de a Entidade poder pagar uma quantia para
cessar o acordo mais cedo; ou

ii) se exige que a Entidade invista pelos termos do acordo, ou


quando tem o poder total ou parcial, de investir uma quantia
pré-paga em activos de uma quantidade insignificante de risco
(por exemplo, moeda, taxa de juro ou risco de crédito). Nestas
circunstâncias, o risco de o valor do investimento ser insufi­
ciente para satisfazer as obrigações de pagamento da locação
não é remoto, e por isso existe uma possibilidade de que se
exija à Entidade que pague alguma quantia.

9. A remuneração deve ser apresentada na ►M5 demonstração do ren­


dimento integral ◄ com base na substância económica e natureza.

DIVULGAÇÃO
10. Todos os aspectos de um acordo que, na substância, não envolva uma
locação segundo a IAS 17 devem ser considerados na determinação
das divulgações apropriadas que sejam necessárias para compreender
o acordo e o tratamento contabilístico adoptado. Uma Entidade deve
divulgar o que se segue em cada período em que exista um acordo:

a) uma descrição do acordo incluindo:

i) o activo subjacente e quaisquer restrições ao seu uso,

ii) a vida e outros termos significativos do acordo,

iii) as transacções que estejam interrelacionadas, incluindo quais­


quer opções; e

b) o tratamento contabilístico aplicado a qualquer remuneração rece­


bida, a quantia reconhecida como rendimento no período, e a linha
de item da ►M5 demonstração do rendimento integral ◄ em que
ela esteja incluída.
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▼B
11. As divulgações exigidas de acordo com o parágrafo 10. desta Inter­
pretação devem ser proporcionadas individualmente para cada acordo
ou em agregado para cada classe de acordo. Uma classe é um agru­
pamento de acordos com activos subjacentes de uma natureza similar
(por exemplo, fábricas de energia).
DATA DO CONSENSO
Fevereiro de 2000
DATA DE EFICÁCIA
Esta Interpretação torna-se eficaz em 31 de Dezembro de 2001. As alterações nas
políticas contabilísticas devem ser contabilizadas de acordo com a IAS 8.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 928

▼B

INTERPRETAÇÃO SIC 29

▼M9
Acordos de Concessão de Serviços: Divulgações

▼B
REFERÊNCIAS
▼M5
— IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revista em
2007)

▼B
— IAS 16 Activos Fixos Tangíveis (tal como revista em 2003)

— IAS 17 Locações (tal como revista em 2003)

— IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes

— AS 38 IActivos Intangíveis (tal como revista em 2004)

QUESTÃO
1. Uma entidade (o operador da concessão) pode celebrar um acordo
com uma outra entidade (►M9 a entidade concedente ◄) para pro­
porcionar serviços que dêem ao público acesso às principais instala­
ções económicas e sociais. ►M9 A entidade concedente ◄ pode ser
uma entidade do sector público ou privado, incluindo uma organiza­
ção governamental. Os exemplos de acordos de concessão de serviços
envolvem instalações de tratamento e fornecimento de água,
auto-estradas, parques de estacionamento, túneis, pontes, aeroportos
e redes de telecomunicações. Os exemplos de acordos que não são
acordos de concessão de serviços incluem uma entidade procurando
fora o funcionamento dos seus serviços internos (por exemplo, a
cafetaria dos empregados, a manutenção dos edifícios, e as funções
de contabilidade ou de tecnologias de informação).

2. Um acordo de concessão de serviços envolve geralmente


►M9 a entidade concedente ◄ durante o período da concessão
para o operador da concessão:

a) o direito de proporcionar serviços que dão ao público acesso a


instalações económicas e sociais importantes; e

b) em alguns casos, o direito de usar activos tangíveis, activos intan­


gíveis, ou activos financeiros especificados,

em troca do operador da concessão:

c) comprometer-se a proporcionar os serviços de acordo com deter­


minados termos e condições durante o período de concessão; e

d) quando aplicável, comprometer-se a devolver no final do período


de concessão os direitos recebidos no início do período da con­
cessão e/ou adquiridos durante o período de concessão.

3. A característica comum de todos os acordos de concessão de serviços


é que o operador da concessão não só recebe um direito mas também
incorre na obrigação de proporcionar serviços públicos.

4. A questão é qual a informação que deve ser divulgada nas notas às


demonstrações financeiras de um ►M9 concessionário ◄ e de
►M9 uma entidade concedente ◄.
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▼B
5. Determinados aspectos e divulgações relativos a alguns acordos de
concessão de serviços estão já tratados por Normas Internacionais de
Relato Financeiro existentes (por exemplo, a IAS 16 aplica-se a aqui­
sições de itens de activos fixos tangíveis, a IAS 17 aplica-se a loca­
ções de activos, e a IAS 38 aplica-se a aquisições de activos intan­
gíveis). Porém, um acordo de concessão de serviços pode envolver
contratos executórios que não sejam tratados em Normas Internacio­
nais de Relato Financeiro, salvo se os contratos forem onerosos, caso
em que a IAS 37 se aplica. Por conseguinte, esta Interpretação trata
divulgações adicionais de acordos de concessão de serviços.

CONSENSO
6. Todos os aspectos de um acordo de concessão de serviços devem ser
considerados na determinação das divulgações apropriadas nas notas.
Um ►M9 concessionário ◄ e ►M9 uma entidade concedente ◄
devem divulgar em cada período o seguinte:

a) uma descrição do acordo;

b) os termos significativos do acordo que possam afectar a quantia, a


tempestividade e a certeza de futuros fluxos de caixa (por exemplo,
o período da concessão, as datas de reapreçamento e a base pela
qual é determinado o reapreçamento ou a renegociação);

c) a natureza e extensão (por exemplo, quantidade, período de tempo


ou quantia conforme apropriado) de:

i) direitos de usar activos especificados,

ii) obrigações de proporcionar ou direitos de esperar fornecimen­


tos de serviços,

iii) obrigações de adquirir ou construir itens de activos fixos tan­


gíveis,

iv) obrigações de entregar ou direitos a receber activos especifi­


cados no final do período de concessão,

v) opções de renovação e de cessação, e

vi) outros direitos e obrigações (por exemplo, revisões importan­


tes); e

d) alterações no acordo que ocorreram durante o período


►M9 ; e ◄

▼M9
e) o modo como o acordo de prestação de serviços foi classificado.

6.A. Os concessionários devem divulgar as quantias de rédito e de resul­


tados reconhecidas no período relativamente à troca de serviços de
construção por activos financeiros ou activos intangíveis.

▼B
7. As divulgações exigidas de acordo com o parágrafo 6. desta Inter­
pretação devem ser proporcionadas individualmente para cada acordo
de concessão de serviços ou em agregado para cada classe de acordos
de concessão de serviços. Uma classe é um grupo de acordos de
concessão de serviços que envolvam serviços de uma natureza similar
(por exemplo, cobranças de portagens, telecomunicações e serviços de
tratamento de água).
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 930

▼B
DATA DO CONSENSO
Maio de 2001
DATA DE EFICÁCIA
Esta Interpretação torna-se eficaz em 31 de Dezembro de 2001.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 931

▼B

INTERPRETAÇÃO SIC 31

Rédito — Transacções de Troca Directa Envolvendo Serviços de Publicidade

REFERÊNCIAS
— IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros
— IAS 18 Rédito
QUESTÃO
1. Uma entidade (Vendedor) pode celebrar uma transacção de troca di­
recta para prestar serviços de publicidade em troca de receber serviços
de publicidade do seu cliente (Cliente). Os anúncios podem ser exi­
bidos na Internet ou em locais de cartazes, emissão na televisão ou na
rádio, publicados em revistas ou jornais, ou apresentados num outro
meio.
2. Em alguns casos, não é trocado dinheiro ou outra retribuição entre as
entidades. Em alguns outros casos, quantias iguais ou aproximada­
mente iguais de dinheiro ou outra retribuição são também trocadas.
3. Um Vendedor que proporcione serviços de publicidade no decurso
das suas actividades normais reconhece o rédito segundo a IAS 18
a partir de uma transacção de troca directa que envolva publicidade
quando, entre outros critérios, os serviços trocados forem disseme­
lhantes (parágrafo 12. da IAS 18) e a quantia de rédito puder ser
mensurada fiavelmente (parágrafo 20.a) da IAS 18). Esta Interpretação
só se aplica a uma troca de serviços de publicidade dissemelhantes.
Uma troca de serviços de publicidade semelhantes não é uma tran­
sacção que gere rédito segundo a IAS 18.
4. A questão é em que circunstâncias pode um Vendedor mensurar
fiavelmente o rédito pelo justo valor dos serviços recebidos ou pres­
tados numa transacção de troca directa.
CONSENSO
5. O rédito de uma transacção de troca directa que envolva publicidade
não pode ser mensurado fiavelmente pelo justo valor dos serviços de
publicidade recebidos. Porém, um Vendedor pode fiavelmente men­
surar rédito pelo justo valor dos serviços de publicidade que propor­
ciona numa transacção de troca directa, por referência apenas a tran­
sacções que não sejam de troca directa que:
a) envolvam publicidade similar à publicidade na transacção de troca
directa;
b) ocorram frequentemente;
c) representem um número predominante de transacções e quantias
quando comparado com todas as transacções que proporcionem
publicidade que seja similar à publicidade na transacção de troca
directa;
d) envolvam dinheiro e/ou uma outra forma de retribuição (por exem­
plo, títulos negociáveis, activos não monetários, e outros serviços)
que tenha um justo valor fiavelmente mensurável; e
e) não envolvam a mesma contraparte da transacção de troca directa.
DATA DO CONSENSO
Maio de 2001
DATA DE EFICÁCIA
Esta Interpretação torna-se eficaz em 31 de Dezembro de 2001. As alterações nas
políticas contabilísticas devem ser contabilizadas de acordo com a IAS 8.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 932

▼B

INTERPRETAÇÃO SIC 32

Activos Intangíveis — Custos com Web Sites

REFERÊNCIAS
▼M5
— IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras (tal como revista em
2007)

▼B
— IAS 2 Inventários (tal como revista em 2003)

— IAS 11 Contratos de Construção

— IAS 16 Activos Fixos Tangíveis (tal como revista em 2003)

— IAS 17 Locações (tal como revista em 2003)

— IAS 36 Imparidade de Activos (tal como revista em 2004)

— IAS 38 Activos Intangíveis (tal como revista em 2004)

— IFRS 3 Concentrações de Actividades Empresariais

QUESTÃO
1. Uma entidade pode incorrer em dispêndios internos com o desenvol­
vimento e o funcionamento do seu web site para acesso interno ou
externo. Um web site concebido para acesso externo pode ser utili­
zado para vários efeitos, tais como para promover e publicitar os
produtos e serviços de uma entidade, proporcionar serviços electróni­
cos e vender produtos e serviços. Um web site concebido para acesso
interno pode ser utilizado para armazenar políticas da empresa e dados
dos clientes, bem como para procurar informações relevantes.

2. As fases de desenvolvimento de um web site podem ser descritas da


seguinte forma:

a) Planeamento — inclui a realização de estudos de viabilidade, a


definição de objectivos e especificações, a avaliação de alternativas
e escolhas de preferências.

b) Desenvolvimento de Aplicações e da Infra-estrutura — inclui a


obtenção de um nome de domínio, a aquisição e desenvolvimento
de hardware e software operativo, a instalação de aplicações de­
senvolvidas e o teste de valores-limite.

c) Desenvolvimento de Desenho Gráfico — inclui a concepção do


aspecto gráfico das páginas web.

d) Desenvolvimento de Conteúdos — inclui a criação, a aquisição, a


preparação e a transferência de informação, seja de natureza textual
ou gráfica, no web site, antes da conclusão do desenvolvimento do
web site. Esta informação pode ser armazenada em bases de dados
individuais integradas no (ou acedidas a partir do) web site ou
directamente codificada nas páginas web.

3. Uma vez concluído o desenvolvimento de um web site, começa a fase


do Funcionamento. Durante esta fase, uma entidade mantém e aper­
feiçoa as aplicações, a infra-estrutura, o desenho gráfico e o conteúdo
do web site.

4. Ao contabilizar os dispêndios internos com o desenvolvimento e o


funcionamento do web site de uma entidade para acesso interno ou
externo, as questões a ter em conta são as seguintes:

a) se o web site constitui um activo intangível gerado internamente e


sujeito aos requisitos da IAS 38; e
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 933

▼B
b) o tratamento contabilístico apropriado a tais dispêndios.

5. Esta Interpretação não se aplica ao dispêndio com a aquisição, o


desenvolvimento e o funcionamento de hardware (p. ex., servidores
web, servidores de teste, servidores de produção e ligações à internet)
de um web site. Tal dispêndio é contabilizado segundo a IAS 16.
►M5 Além disso, quando uma entidade incorre em dispêndios
com um fornecedor de serviços da Internet que realiza a hospedagem
do web site da mesma, o dispêndio é reconhecido como um gasto
segundo o parágrafo 88 da IAS 1 e a Estrutura Conceptual quando os
serviços são recebidos. ◄

6. A IAS 38 não se aplica a activos intangíveis detidos por uma entidade


para venda no decurso normal da actividade empresarial (ver a IAS 2
e a IAS 11) nem a locações que caiam dentro do âmbito da IAS 17.
Em conformidade, esta Interpretação não se aplica ao dispêndio com o
desenvolvimento ou funcionamento de um web site (ou software de
web site) para venda a outra entidade. Quando um web site é locado
nos termos de uma locação operacional, o locador aplica esta Inter­
pretação. Quando um web site é locado nos termos de uma locação
financeira, o locador aplica esta Interpretação após o reconhecimento
inicial do activo locado.

CONSENSO
7. O web site de uma entidade que decorra da fase de desenvolvimento e
se destine ao acesso interno ou externo constitui um activo intangível
gerado internamente e sujeito aos requisitos da IAS 38.

8. Um web site resultante de desenvolvimento deve ser reconhecido


como activo intangível se, e apenas se, além de cumprir os requisitos
gerais descritos na IAS 38 parágrafo 21. para reconhecimento e men­
suração inicial, uma entidade satisfizer os requisitos da IAS 38 pará­
grafo 57. Em particular, uma entidade poderá ter capacidade para
satisfazer o requisito de demonstrar de que forma o seu web site irá
gerar prováveis benefícios económicos futuros de acordo com o pará­
grafo 57.d) da IAS 38 quando, por exemplo, o web site tem capaci­
dade para gerar réditos, incluindo réditos directos decorrentes da dis­
ponibilização de um serviço de encomendas. Uma entidade não pode
demonstrar de que forma um web site, desenvolvido exclusiva e ba­
sicamente para promoção e publicidade dos seus produtos e serviços,
irá gerar prováveis benefícios económicos futuros, pelo que todos os
dispêndios com o desenvolvimento de tal web site deverão ser reco­
nhecidos como um gasto no momento em que forem incorridos.

9. Qualquer dispêndio interno com o desenvolvimento e funcionamento


do web site de uma entidade deve ser contabilizado em conformidade
com a IAS 38. A natureza de cada actividade que tenha gerado
dispêndio (por exemplo, formação de funcionários e manutenção do
web site) e a fase de desenvolvimento ou pós-desenvolvimento do
web site devem ser avaliadas para determinar o tratamento contabilís­
tico apropriado (o Apêndice desta Interpretação proporciona orienta­
ção adicional). Por exemplo:

a) a fase do Planeamento é semelhante em natureza à fase da pes­


quisa descrita nos parágrafos 54.-56. da IAS 38. O dispêndio
incorrido nesta fase deve ser reconhecido como um gasto no mo­
mento em que for incorrido;
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 934

▼B
b) a fase do Desenvolvimento de Aplicações e da Infra-estrutura, a
fase do Desenho Gráfico e a fase do Desenvolvimento de Conteú­
dos, na medida em que o conteúdo seja desenvolvido para efeitos
que não seja a publicidade e a promoção dos produtos e serviços
de uma entidade, são semelhantes em natureza à fase de desenvol­
vimento descrita nos parágrafos 57.-64. da IAS 38. O dispêndio
incorrido nestas fases deve ser incluído no custo de um web site
reconhecido como activo intangível, em conformidade com o pa­
rágrafo 8. desta Interpretação, quando o dispêndio puder ser direc­
tamente atribuído e for necessário para a criação, produção ou
preparação do web site para que este seja capaz de funcionar da
forma prevista pela gerência. Por exemplo, o dispêndio com a
aquisição ou a criação de conteúdos (que não publicitem e promo­
vam os produtos e serviços de uma entidade) especificamente
destinados a um web site, ou o dispêndio incorrido para permitir
a utilização dos conteúdos (por exemplo, uma taxa para adquirir
uma licença de reprodução) no web site, deve ser incluído no custo
de desenvolvimento quando esta condição for satisfeita. Porém, em
conformidade com o parágrafo 71. da IAS 38, o dispêndio com um
item intangível que inicialmente tenha sido reconhecido como um
gasto em demonstrações financeiras anteriores não deve ser reco­
nhecido como parte do custo de um activo intangível numa data
posterior (por exemplo, se os custos de um copyright estiverem
totalmente amortizados e o conteúdo for posteriormente disponibi­
lizado num web site).

c) o dispêndio incorrido na fase de Desenvolvimento de Conteúdos,


na medida em que o conteúdo seja desenvolvido para publicitar e
promover os produtos e serviços de uma entidade (por exemplo,
fotografias digitais dos produtos), deve ser reconhecido como um
gasto quando incorrido em conformidade com o parágrafo 69.c) da
IAS 38. Por exemplo, ao contabilizar o dispêndio com os serviços
profissionais prestados para tirar as fotografias digitais dos produ­
tos de uma entidade e aperfeiçoar a respectiva apresentação, o
dispêndio deve ser reconhecido como um gasto à medida que os
serviços profissionais vão sendo recebidos durante o processo e
não quando as fotografias digitais forem apresentadas no web site.

d) a fase de Funcionamento começa quando o desenvolvimento de


um web site estiver concluído. O dispêndio incorrido nesta fase
deve ser reconhecido como um gasto no momento em que for
incorrido, a menos que cumpra os critérios de reconhecimento
enunciados no parágrafo 18. da IAS 38.

10. Um web site que seja reconhecido como activo intangível nos termos
do parágrafo 8. desta Interpretação deve ser mensurado após o reco­
nhecimento inicial aplicando os requisitos estipulados nos parágrafos
72.-87. da IAS 38. A melhor estimativa da vida útil de um web site
deve ser curta.

DATA DO CONSENSO
Maio de 2001

DATA DE EFICÁCIA
Esta Interpretação torna-se eficaz em 25 de Março de 2002. Os efeitos de
adopção desta Interpretação devem ser contabilizados com base nos requisitos
de transição enunciados na versão da IAS 38 emitida em 1998. Por conseguinte,
quando um web site não cumpre os critérios de reconhecimento como activo
intangível, mas foi anteriormente reconhecido como activo, o item deve ser
desreconhecido à data de eficácia desta Interpretação. Quando um web site existe
e o dispêndio com o seu desenvolvimento cumpre os critérios de reconhecimento
como activo intangível, mas não estava previamente reconhecido como activo, o
activo intangível não deve ser reconhecido à data de eficácia desta Interpretação.
Quando um web site existe e o dispêndio com o seu desenvolvimento cumpre os
critérios de reconhecimento como activo intangível, mas foi anteriormente reco­
nhecido como activo e inicialmente mensurado pelo seu custo, considera-se que a
quantia inicialmente reconhecida foi devidamente determinada.
2008R1126 — PT — 01.01.2014 — 012.001 — 935

▼M5
A IAS 1 (tal como revista em 2007) emendou a terminologia usada nas IFRS.
Além disso, emendou o parágrafo 5. Uma entidade deve aplicar estas emendas
aos períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. Se uma
entidade aplicar a IAS 1 (revista em 2007) a um período anterior, as emendas
deverão ser aplicadas a esse período anterior.

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