Você está na página 1de 68
~ Rowance -ESPIRITA 0 ‘Did bos Mortos No Espaco nay MENSAGENS DE ANDRE LUIZ ray livros do autor espiritual, psicografados por FRANCISCO CANDIDO XAVIER € WALDO VIEIRA. ON melemeelaccr ele eemal eee mag tok Meee Cel espirita, compdem o conjunto Respostas da vida, primeiro Mace lected EN eis sue Renae irene) Brasileira (FEB) e o Grupo de Ideal Espirita André Luiz (Ideal), e Enderecos da paz, editado pela FEB em parceria com o Centro Espirita Unido (CEU). www.febeditora.com.br MW MW ME xPeDIENTE Fundada em 21 de Novernbro de 1883 Fundador: Augusto lias de Siva Reformador Revista de Espiritismo Cristao ‘An0 139 N* 2312 | Noverioro 2021 sou as%9 Propriedde ooientagio da Federacso spirtaBrsilera retort Go Baro Ney or Sera tries rer Redagdo: #00 Sos Calg Soe. Cato Camp song, ei ue oe Caos daha Seractarafures de Chea de uta “Jomalista Responsavel its nso roe TTF SHS ‘oordenare da Er: st Dae age Projeto gfe Sia rae Dlagamagae: ns awe rnirtetscam Revie evra anne Bras Espn vjxaPar Csi Capa: rte ies ir Fol: soscninPesyniey Registre de publespion121°20973I0-1Fo Uepranena de bared Mista dust APE SS HABE Bt eseemses Diego edagto se cern 2 te redacanwiorracr ebay wang ‘woveonetorgte Fesetetnetorgar TARA OBES ‘ssnura aa 2$ 15000 ese og 50.00 ara exenion ‘ssnuraanvat-Us$ 10000 Contats pare Assinar: "ef aa-sil solace cembe ru souetrsptacembr A$ HU MEMES umirio 04 Editorial Opés. 05 Capa Atese das almas g&meas José Carlos da Silva Silveira (08 Sugestées simples ~ Marco Prisco (Espirito) 10. Afé que remove montanhas ‘Mario Frigéri Desencarnagao - Avolta para a casa Lute julito Ribeiro Transtornos - 0. Ginis Esflorando o Evangetho Recebeste luz? / Cui ricevis la luman? Personalismo e Movimento Espirita Waldehir Bezerra de Almeida 26. Porque temer a morte? — Rogério Miguez 30 Atransi¢ao reversa - Paroxismo da Lei de Causa e Efeito Ailton Pugliese 86 Romance espirita ~ Alessandro Viana Vieira de Paula 39 Em dia com o Espiritisno Ohamem virtual - Marea Antunes Moura 44 0 Dia dos Mortos no Espago Allan Kardee (Espirito) 46. Determinismo e livre-arbitrio ‘Martha Franco de Azevedo 50 Ajustiga e o mundo - Daive Sida Souza 54 Vozes do invisivel ~ Lucy Dias Ramos 5) Em busca de uma gnose espirita Marcus Vinicius SY A A TORI AL ee O pos... “Amedida, porém, que haja a queda da infecgao no seu auge, temos que pensar nas consequéncias quando se normalize a situagao. Com certeza, nao mais teremos dias semelhantes aos passados. Novos comportamentos serao necessarios, inusitados instrumentos serao colocados a servico da sociedade e o mundo novo saira dos escombros desse que ira desaparecer inevitavelmente.”? Espirito Manoel Philomeno 0: Miranda em sua obra No rumo da regenera- ¢fo ~ traz-nos ao conhecimen- to a fala do Espirito Francisco Spinelli a nos advertir para pensarmos nas consequéncias apés a crise aguda da pande- mia da COVID-19. Adverte 0 amigo espiritual que os novos dias nao serio semelhantes aos anteriores, que comportamen- tos novos serio necessarios e que instrumentos inusitados serio colocados a servigo da sociedade em um novo mundo qne surge do que esta prestes a desaparecer. Meditemos sobre as revela~ Ges que nos chegam do Alto para que possamos ser ativos protagonistas desse inicio pro- missor de tempos novos que estdo a convidar todos a pratica do amor, nio © amor das sensa- g6es dos homens e mulheres que Reformador | Novernbra de 2021 avangaram e se corromperam, ‘mas 0 amor que resume a Dou- trina do Cristo porinteira, o pon- ‘to mais sublime do sentimento a ser conquistado, & proporgao que nos instruimos e depuramos. Adquirir novoshabitos signi- fica educar-se para vivencié-los. Se os praticados antes da pande- mia se reduzirem a escombros ¢ inevitavelmente desaparecerem, caberd aos que tém olhos de ver e ouvidos de ouvir identificé- -los e iniciar uma etapa nova de renovasio para melhor. Continuar como dantes é sinal de que nada foi aprendi- do com a pandemia. Refletir e meditar sobre 0 que serd neces- sirio é inicio de mudanga para 0s comportamentos novos que caracterizario 0 momento pés experiéncia pandémica. Quais 0s aprendizados? 0 gue deve ser permutado? Qual © novo caminho a trilhar? Questoesa serem feitas, para adaptagio aos tempos novos, que estio convocando a Hu- manidade a reconhecer que 0 poder, até entéo conquistado, & insuficiente para vencer um ser microscépico capaz de atingi-la e deixé-la temerosa e insegura. © futuro esté apontando para a solidariedade, o respei- to, a transparéncia, a busca de valores espirituais, a pratica da benevoléncia, da indulgén- cia, do perdao, enfim do amor fraternal e do maior exemplo deste amor: Jesus. Se aspiramos a novos comportamentos, siga- mo-lo confiantes, pois, 0 Cristo de Deus, nosso Guia e Modelo, jamais se equivoca, REFERENCIA: + FRANCO, Divalda P. No rume do mundo de regenerogéo. Peto Espirito Monae Philomene de Mirando. 1. ed. Salvador, BR: LEAL, 2021. cap. 4 ~ Estudos dos atvidaes Espirito Francisco Spinal A tese das almas gémeas — No sagrado mistério da vida, cada coragao possui no Infinito a alma gémea da sua, companheira divina para a viagem a gloriosa imortalidade’? — EvmanueL TITTLE LAL José Carlos da Silva Silveira csilveits440@gmail.com Resumo meas na literatura espirita, a que o Espirito, um dia, sentira A tese das almas gémeas éin- primeira reago do adepto es- pela Humanidade inteira’? teiramente estranha & concepgio _clarecido foi, naturalmente, de --Vejamos até que pon de metades eternas, inserindo- perplexidade, haja vista que ela to podemos conduzir nossas -se em outro descortino da Vida parecia estar em desacordo com _reflexdes, na tentativa de com- Espiritual. Ela oferece excelente 0 livro dos espiritos, em que se preender a tese de Emmanuel, perspectiva da Sabedoria Divina, 16, claramente, que ninguém considerando nossos conheci- pois apresentaauniaodedoisEs- estipredestinado aunir-sea sua mentos ainda incipientes acerca piritos, perfeitamente simpiticos, _metade, visto que “|... ndoexis- dos mecanismos da evolugio. como base do aprendizado de te unio particular e fatal entre Parece que o primeiro ponto a amor para a aquisigio do amor — duas almas (..."? ser analisado, para o encaminha- universal. Conquistado este dpice Assim, nao seria admissivel mento do assunto, éa questo das evolutivo, o amor das almas gé- a existéncia de Espiritos que se relagbes de simpatia entre os Es- meas ser um foco de luz airra- complementassem, como meta- _ piritos. ‘A simpatia que atrai um diar-se por todaa Humanidade, des eternas. “[..] Se um Espirito Espirito para 0 outro [afirmam fosse a metade do outro [enfati- os Espiritos Orientadores) resulta Palavras-chave zam as Entidades Superiores], se- da perfeita concordancia de seus ‘Almas gémeas; metades eter parado deste, estaria incompleto” _ pendores ¢ instintos (..)"" nas; simpatia perfeita; aprendi- —-Esclarece. Emmanuel, no _Eaperspicéciade Allan Kardec zado de amor; amor universal, _entanto, que ao falar em almas _leva-oabuscaro aprofandamento ‘gemeas no quis referir-se ame- do ensino, indagando dos guias . tades eternas.' © fundo do pen- _ espirituais o seguinte: samento do nobre mentor aflora Quando o Espirito Emmanuel nesta suaassertiva:“[..]O amor A identidade necesséria para introduziu a tese das almas gé- das almas gémeas [...] € aquele a simpatia perfeita consiste Naveriaro de 202 | Reformador 5 643 4 6 apenas na similitude de pen- samentos € sentimentos, ow também na uniformidade dos conhecimentos adquiridos? “Naigualdade dos graus de cleva- ‘¢40 [respondem 0s Espiritos)”” O experimento dos liames de simpatia esta aberto a todos nds. Basta meditarmos sobre 0 conforto que sentimos com a proximidade daqueles que, de algum modo, nos sao afins. E magnetismo das almas que se compreendem. Quanto maior a afinidade, maior o bem-estar. Desse modo, podemos entrever a intensidade da ligagio entre Espiritos no mesmo patamar de progresso, eis que nutrem per- feita simpatia uns pelos outros, Essa simpatia, que atrai o se- melhante para o semelhante, é em verdade, a mola propulsora do amor. O amor jaz inscrito na consciéncia,* por esséncia da Lei Divina? esperando apenas por aperféicoamento. Ea simpatia afi- sgura-se o marco de origem do de- senvolvimento do amor em nés. Ainda queaafinidade entreos Espiritos simpaticos scja menos acentuada, quando um se eleva mais celeremente que 0 outro,” 05 elos de amor que os prendem jamais se partem. O acervo bi- bliogrifico do Espiritismo des- cortina os grandes devotamentos dos Espiritos evolvidos pelos amados que retardam o passo na jornada espiritual. Reformador | Novernbra de 2021 ‘Transparece, por outro lado, no proprio ensinamento espirita sobre a transformagio do prin- cipio inteligente em Espirito," ‘um fato singular: os principios espirituais que, sob o influxo do Criador, venham a se tornar Es- pirites no mesmo contexto de tempo, vencido o periodo de ger- minagao no seio da Natureza, podem ser, decerto, considerados ‘almas gemeas, & semelhanga dos irmaos gémeos, que chegam jun- tos d vida consciente apés a fase de experiéncias no seio mater- no. Eos apontamentos sobre os lagos de simpatia entre os Espi- ritos trazem, por sua vez, a per- cepgao de que as almas gémeas, ja no limiar de suas vidas, seriam Espiritos perfeitamente simpati- cos, por estarem todas elas no mesmo nivel inicial de evolugio. Em decorréncia disso, soa légico conceber que as almas gémeas, ligadas, assim, por simpatia perfeita, possuiriam grandes chances de consolidar rapidamente seus vinculos afeti- vos, desde que mantidas em con- vivéncia. A tese de Emmanuel indica que essa convivéncia real- mente ocorre e se da aos pares. Assevera, ainda, 0 reconhecido benfeitor que os Espiritos que se desviam do bem separam-se de suas almas gémeas, sendo tal separacio uma prova rude ¢ an- gustiante, pela falta que sentem das almas que os sustentam.” Por isso, resplandece, cativante, sua alegoria: “Criadas umas para ‘as outras, as almas gémeas se buscam, sempre que separadas. ‘A uniao perene é-lhes inspira~ ‘¢40 suprema e indefintvel (..]” amor das almas gémeas, in- sondivel em sua origem divina, constitu, nas palavras do mesmo autor “|. a fonte vital do interes- se das criaturas paraas edificagdes da vida?" Assim & porque, dize- mos nés, quanto mais profundo ‘© amor no coragio, mais belos € alvissareiros se evidenciam os anelos de felicidad, E acrescenta Emmanuel: Separadas ou unidas, nas ex- periéncias do mundo, as almas jrmas caminham, ansiosas, pela unio e pela harmonia supremas, até que se integrem, no Plano spiritual, onde se retinem para sempre na mais sublime expres- io de amor divino, finalidade profurnda de todas as cogitagées do ser, no dédalo do destino.'* Nao hi como se imaginar, en- tretanto, que a unido das almas gémeas possa impor restrigdo ao amor universal. Ao contrario, percebe-se, nessa estreita vin- culagao de duas almas, esplén- dido aprendizado dese amor universal, incondicional e puro. Explica Emmanuel que, ao con- quistarem o amor divino, o amor clas almas gémeas passa a abran- ger toda a Humanidade." E isto um fato de ficil compreensio, se pensarmos, com Léon Denis, que o amor, sendo principio “[..] da vida universal, proporciona a alma, em suas manifestagdes mais elevadas e puras, a inten- sidade de radiagao que aquece ¢ vivifica tudo em roda de si [..)""” B, deveras, inegivel a capaci dade radiante do amor, quando isento dos ingredientes da pai- xo, Quem realmente assim ama ndo consegue manter a chama do amor circunscritaao ser ama do, Ela naturalmente se propaga, clareando e envolvendo tudo em derredor. Se vishumbrarmos essa capacidade de radiagio em sua gloriosa culminancia, pode- remos entrever a forga do amor das almas gémeas, cultivado em tao longas peregrinagdes pelos arcanos da eternidade. A tese revela um processo altamente didético do Plano Di- Vino para impulsionar o cultivo do amor no cerne do Espirito, a fim de que esse amor se expanda atudo que 0 cerque. E essa sabe- doria das Leis Divinas patenteia- -se, com maior nitidez, quando adquirimos a convicgéo de que, sem amor, € impossfvel firmar 0 asso na marcha espiritual. Dat a necessidade de intensificé-lo, sem detenga, no amago do ser. © amor é a lei propria da vida [ressalta Emmanuel] e, sob 0 seu dominio sagrado, todas as criaturas ¢ todas as coisas se revinem ao Criador, dentro do plano grandioso da unidade universal. © exemplo mais eloquente de amor das almas gémeas é dado, sem diivida, pelo Espi- rito Alcfone. Ser superior, de qualidades angélicas, recusa- -se a prosseguir além, na tra- jetoria da perfeigio, deixando seu amado Pélux perdido nos tortuosos caminhos humanos. Indo até Pélux, nas esferas espirituais da Terra, promete reencarnar na espessa atmosfera do planeta, para orienté-lo, com ais vigor, na busca de seu glo- rioso destino espiritual. E, numa inequivoca demonstragao de sa~ ctificio por amor, diz. Alcfone ao ente querido: “- Jesus abengoara nossas esperangas [...] Nés que saimos juntos do mesmo sopro de vida, chegaremos juntos aos bragos amoriveis do Eterno”” Em suma, apoiando-nos nes- sas reflexdes, diremos que a tese das almas gémeas é totalmente alheia A ideia de metades eternas, por pertencer a outro Angulo de compreensio da Vida Espiritual. Ela demonstra a sabedoria da Lei Divina, que, favorecendo a unido de dois Espiritos perfei- tamente simpiticos, acelera intensifica seu aprendizado de amor até que possam alcangar a integridade do amor universal Neste climax sublime, © amor das almas gémeas, aprimorado € purificado, iluminaré toda a Humanidade. E isto porque 0 amor, devidamente cultivado na alma, nesta nao se encerra, mas se irradia como a luz de umaes trela, tudo vigorando com seu intenso poder de fulguragio. REFERENCIAS: 4 XAVIER, Francisco C. 0 consolador. Pelo Espirito Emmanuel, 29. ed. 11. imp. BrasiLio, DF: FEB, 2020. 9.325. = KARDEC, ALLon. 0 Livro dos espiritos. Trad. Evandro Nolete Bezerra. 4. ed. 9. imp. Brasitio, OF: FEB, 2020. q, 298. 5 4.298, XAVIER, Francisco C. 0 consotodor. Polo Espirito Emmanuel. 29, ed 11. imp. Brasilio, DF FEB, 2020. Noto é primeira digi, 5 4.326 " KARDEC, ALLon. 0 Liero dos espiritas. Trad. Evandro Nolet Bezerra. 4. ed. 9 imp. Brasivo, DF: FEB, 2020.9, 304. 9.302 —— 0 621 4.848 ® 9.300. 8g 607-0 ® XAVIER, Francisco C. 0 consolador. Pelo Espirito Emmanuel, 29. ed. 11. imp. BrasiLo, DF: FEB, 2020.9, 323. 6g 825, » 9.828, * DENIS, Léon. 0 protteme do ser do destino e do dor. 82. ed, 11. imp. Brasilia, OF: FEB, 2019. 3 pt. As po- ‘ncios do alm, cap. 25 ~ amor. "XAVIER, Franciseo C. 0 consoLoder. Peo Espirito Emmanuel, 29. ed. 14. imp. Brasite, DF: FEB, 2020 522. * Renincia. Pela. Espirta Eamon 3610 mp. Boos, OF: FB, 218. pt, cp. ~ Socios do omer. Naver | Reformador 646 Sugestdes simples mau humor que vocé cultiva terminaré por transformar-se num hé- bito perturbador, que Ihe trard distirbios de varia ordem, nos contetidos fisicos e emocionais. ‘mau humor é morbo que deve ser vencido com eficiéncia. Quem se acostuma com 0 charco, olvida-se da beleza da saiide que proporciona 0 planalto, Torne a sua palavra gen- til e portadora de mensagem edificante verbo, a servigo da verda- de, nao deve ser como 0 gume Reformador | Novernbra de 2021 Marco Prisco (Espirito) afiado da lamina que decepa, mas como o raio de luz que dilui a sombra. Quem pretende aleancar a plenitude, nao deve deixar marcas de angistia pela senda percorrida Sorria confiante quando os desafios Ihe ameagarem o per- curso evolutivo, ‘A alegria de lutar abre es- acos emocionais para que os estimulos se renovem, gerando forgas que se multiplicam. Quem —teme __batalhas, perde as oportunidades de crescimento libertador. Cuide de manter-se bem externa ¢ internamente. Quando alguém se ama, proporciona-se recursos de bem-estar decorrente das pai- sagens intimas que devem ser ricas de belezas. Quem se permite descuidos nos compromissos para consi- go mesmo, jamais atenderd aos deveres maiores do proceso iluminativo. . Faga do trabalho um com- panheiro de todas as horas, no qual vocé encontre renovagio de cenergia para o desempenho dos compromissos superiores da vida. Todo aquele que tem preen- chidas as horas com realiza enobrecedoras, jamais dispée de tempo para a queixa, a depres: io, os conflitos perturbadores. Quem vive & procura de repouso injustificado, perde os melhores momentos da existéncia. Transforme as dificuldades em ocasides de enriquecimento espiritual. Sem os percalgos e proble- mas do cotidiano, que devem ser superados, ninguém cons gue ultrapassar a barreira dos proprios limites Quem se recusa aos en- frentamentos que conduzem a0 progresso, estagna-se_em perigosa paralisia espiritual. . Examine as suas possibilida- des de realizagao execute os seus programas com entusias- mo. No entanto, evite exigir que os demais o sigam na diregio das suas metas. Cada pessoa temas suas pré- prias necessidades e aspiragGes Quem exige dos outros o cumprimento dos deveres, no raro esquece-se de executar aqueles que lhe dizem respeito. Valorize 0 milagre das horas, delas utilizando-se com sabedoria. © tempo nao passa, porque é imutavel. Todavia, aqueles que transitam sob as exigéncias do relégio, nao se podem permitir o prejuizo de nao lhe considerar ovalor. Quem permanece aguardando sem nada fazer, desperta tardia- ‘mente paraa realidade perdida, Seja uitil onde se encontre, porque todos necessitam uns dos outros, Transforme as dificuldades em ocasides de juecimento espiritual... Quando vocé distende maos amigas em favor de alguém, esté contribuindo para que 0 proceso de enriquecimento da vida se torne mais facil e produtivo, Quem se recusa a aju- dar, emaranha-se_em_ doen- tio mecanismo de isolamento emocional. Cultive o hébito saudavel da oragao ativa. Qualquer lugar ¢ momento facultam ensejo a pensamen- tos superiores que se transfor- mam em comunicagao com a Divindade. Quem nao se reabastece na comunhio com Deus propor- cionada pela prece, estiola-se interiormente, desperdigando 05 preciosos recursos da alegria eda paz, EEL (Pégina psicografada pelo. midium Divalde P. Fronco, no dia 25 abril de 2004, em Lisbon, Portugol} Naver | Reformador 9 0ar 4a 10 Afe que remove montanhas TUTTE Resumo Causa estranheza a muita gente a maneira aparentemente indelicada com que Jesus tra- tou aquela mulher estrangeira, cuja filha estava obsidiada. A andlise, porém, do Evangelho & luz da Doutrina do Conso- Iador langa imensa luz sobre 0 fato e revela a divina estratégia empregada pelo Cristo. Palavras-chave A mulher siro-fenicias fé obsessio; dupla vista; cura a distancia. Reformador | Novernbra de 2021 Mario Frigéri mariofrigeri@uol com.or Um dos maiores exem- plos de f& j4 acontecidos neste mundo aparece no Evangelho segundo Mateus, capitulo 15 [v.21 a 28}. Caminhando Jesus com seus discipulos, foi para © lado das cidades de Tito ¢ Sidon, nos confins da Siria e da Fenicia, quando certa mu- Iher gentia - nao pertencente, portanto, & nagéo de Israel -, veio daquela regiio e passou a acompanhé-lo clamando em alta voz: “Senhor, Filho de Davi, tem compaixio de mim! Minha filha esta horri- velmente — endemoninhada!”. Jesus, porém, nao Ihe respon- deu palavra. E seus discipulos, aproximando-se, Ihe rogaram: “Senhor, despede essa mulher, pois ela vem clamando atras de nds sem cessar”. Jesus Ihes respondeu: “Nao fui enviado sendo as ovelhas perdidas da casa de Israel”. A mulher, po- rém, aproximando-se, ajoe- thou-se e 0 adorou, dizendo: “Senhor! Socorre-me!”, Entio, Jesus, respondendo, Ihe disse: “Deixa primeiro que se fartem 0s filhos, pois nao é bom tomar © pio que Ihes é destinado e os langar aos cachorrinhos’. Ela, contudo, replicon: “E verdade. Senhor, mas os cachorrinhos, debaixo da mesa de seus se- nhores, comem das migalhas que caem das criangas”. En- to, Jesus Ihe disse: “O mulher, grande é a tua fé! Faga-se con- tigo segundo a tua vontade. Vai, que o deménio ja saiu de tua filha’. E assim, ao regressar & sua casa, a mulher encon- trou a filha deitada no leito, completamente curada Dessa extraordindria passa- gem, podemos extrair algumas répidas ligées que nos séo pro- porcionadas pela Doutrina do Consolador: 1. Jesus, que era todo amor e caridade, nao repeliu a sério aquela mulher nem o fez por que ela nao pertencesse & na- io judia. Ele o fez para mos- trar aos homens de todos os tempos que, por mais distan- ciados que estejam das cren- Gas cristas, a f em Deus pode sempre operar 0 milagre de que estejam necessitados. 2. E preciso que haja deter- minagdo, obstinagao e perseve- ranga na fé. Tado queo homem pede com verdadeira fé the & concedido, mas nem sempre em condigdes que seus senti- dos grosseiros possam apreciar no mesmo instante. Muitas vezes a graga pedida acontece fora de seus olhos, como no caso dessa mulher siro-fenicia que, apés receber a béngio ¢ a confirmagao de Jesus de que sua filha estava curada, teve de caminhar longo tempo a pé, por trilhas agrestes e solitarias, até chegar & sua casa e verificar o milagre 3. Durante toda a sua vida Jesus se concentrou apenas na doutrinagio do povo judeu. Por isso & que disse & mulher que nao seria bom tirar 0 pio dos filhos para dé-lo aos ca- chorrinhos. Era preciso dar esse exemplo 20s apéstolos para que eles nao dispersas- sem a atengdo em seu labor missionério. $6 no final de sua miso, ja ressurreto, & que Jesus ordenou aos discipulos que fossem pregar por toda a Terra, despertando inclusive aquele gigante adormecido - Paulo de Tarso, o Apéstolo dos Gentios ~ para essa obra pode- rosa. Jesus agia respeitando os preconceitos da época ¢ abrin- do sua missdo para o mundo & medida que abria a mente de seus discipulos, excessiva- mente judeus em sua manei- ra de pensar. Para os judeus, os filhos do Reino eram eles e ninguém mais. Para Jesus, os filhos do Reino sio todos os que creem e¢ seguem a Lei Di- vina, pertengam a que religidio pertencerem ou mesmo nao pertencendo a nenhuma, 4. A ligio nos ensina que devemos ter fé viva e pode- rosa, ter a coragem de ex- pressar nossas opiniées sem hipocrisia, ter a responsabili- dade total de nossos atos sem escondé-los dos homens, por- que nunca os poderemos es- conder de Deus, ¢ sem nunca macularmos os ditames cris- talinos de nossa consciéncia, que é a Lei de Deus inscrita em nés. Devemos receber 0 pio destinado aos filhos e sempre distribui-los aos cachorrinhos esfomeados que nos suplicam as migalhas dese alimento, lembrando, porém, que ca- chorrinhos somos todos nés que dependemos permanente- mente da Misericérdia Divina para a conquista de nossa re- dengio. E para isso é preciso uma fé viva e produtiva; um amor fecundo e operoso; uma abnegagao completa; um ab- soluto esquecimento das ofen- sas; uma caridade do coragaoe dos labios que nao s6 perdoc, mas ainda esqueca que tenha havido ofensa; um concurso miituo, pelo qual o mais forte, © mais destro, o mais inteli- gente socorra sempre aque- le que esteja situado em uma situagdo inferior A sua. 5. Como ensinam os Es- piritos de luz, devemos ser perfeitos tanto quanto nos permita a imperfeigao da nos- sa natureza, porque, apesar de nossa incompletude, podemos muito mais do que pensamos poder. Devemos por em mar- cha todos os recursos da nossa Naveriaro de 202 | Reformador mi 649 2 inteligéncia ¢ todas as forgas da nossa alma para adquirir- mos essa perfeigéo que as En- tidades Superiores esperam de nés, Ela se exalara dos nossos coragées como fecundante perfume e nivelard, em toda a Terra, a condigio humana, es- palhando e fazendo frutificar em todos os coragées as virtu- des que Jesus nos ensinou, 6. Quanto a cura da filha da mulher siro-fenicia, Jesus, segundo a Doutrina do Conso- lador, a vin com sua dupla vista ea libertou, ordenando men- talmente ao obsessor que dela se afastasse, ocorrendo sua li- bertagdo no mesmo instante em que a ordem foi dada. Livre daquela subjugagao, a jovem atormentada sentiu necessi- dade de um repouso que nio tinha havia muito tempo. Daf vem que a sua mae a foi en- contrar deitada no leito, como narra o Evangelho. Cady Fé, razao e luz Todas as vezes que alguém Ora, com fé, no seu lar, Promove a forga do Bem No ambiente familiar. Se tens fé, ao suplicar, Os anjos vém te atender, Pois seria nao te amar Nao te ajudar a viver. Fé inabalavel, irmao, Ba que crenga e luz encerra, de frente, olha a raz 0. Em todos tempos da Terra Fé é luz, saber, jut Para crer, nao basta ver, E, sobretudo, preciso Saber para compreender. Guarda a fé, marchando pelas Provagées da vida dura: Que seria das estrelas Se nao fosse a noite escura? Deus nao se importa, por fim, Com tua crenga ou deserenga: Ele se importa, isto sim, Ecom tua indiferenga! Busquemos a perfeigao tanto El MMe uc eM uc ler) da nossa natureza... Desencarnagao Avolta para casa TATE ATTA TILL Resumo Coma morte do corpo fisico a alma deixa de ter as condigsesna- turais para continvar a habité-lo. Por isso, naturalmente, os lagos perispirituais se soltam ea alma se separa, se desliga do corpo. Essa separagio no produz dores na alma que esté deixando 0 corpo. Apés deixi-lo a alma volta a de- nominar-se Espirito. Nao perde a sua individualidade, a qual pode ser comprovada pelos encarna- dos. A desencarnagio produz um periodo de perturbagio no Es- pirito que acaba de desencarnar, cuja duracio é varidvel, decorren- te doseu grau de evolugio. Luiz Julio Ribeiro tuizjuizonbeitoagmaitcom Palavras-chave Desencarnagéo; morte do indi- corpo; separagio da alma; vidualidade; perturbacao. ta nos fatos naturais e conse- quentemente, nas Leis Naturais que os regem, corroborados pelas revelagdes da Espirituali- dade Maior, cujo cotejamento rigoroso entre os fatos e as re- velagies, sob a égide da logicae da razio, deve ser sempre feito, por recomendacao dos préprios Espiritos. Investiga, sobretudo, 0s fatos de natureza espirituais, por- quanto, como & cedigo, tradicio- nalmente, desde os primérdios, esses fatos foram relegados pela ciéncia humana, sob 0 falso argumento do sobrenatural. Além disso, o Espiritismo par- teda premissa de que no existem Leis Naturais que no tenham sido criadas por Deus, © mais, que todas as coisas que existem no Universo, em sua origem, sio criadas por Ele e regidas por suas sabias, justas e amorosasleis. Com isso, os Espiritos, se- res inteligentes que povoam 0 Espago universal, sto criagoes Naveriaro de 202 | Reformador 13 6a de Deus e regidos, assim como toda matéria existente, por Leis Naturais ou Divinas. Nese despretensioso artigo iremos examinar a desencarna- $40, fendmeno natural, pelo qual passa o Espirito de todo ser hu- ‘mano, por ocasifio ¢ em conse- quéncia da morte do corpo fisico. De inicio & necessétio com- preender que, embora a desen- carnagio seja uma decorréncia da morte do corpo fisico, sio fendmenos priprios, isto 6, dis- tintos, pois aquela sucede a esta, conforme podemos extrait dos ensinamentos ministrados pelo Espirito de Verdade &s indagagies elaboradas por Allan Kardec. Esse importante assunto, dado 0 seu interesse geral, foi investigado pelo Codificador na obra O livro dos espiritos (2020), em seu Livro segundo, capitulo 3,intitulado Retorno da vida cor- ‘pérea a vida espiritual, por inter- médio das questoes 149 165. Na questo 149, Allan Kardec interroga o Espirito de Verdade nos termos seguintes: Em que se torna a alma no instante da morte? “Volta a ser Espirito, isto é, retorna ao mundo dos Es- iritos, que havia deixado momentaneamente” Essa pergunta do preclaro Codificador é de elevado alcan- ce, embora se cultivasse, desde 652 14 Reformador | Novernbra de 2012} 8 primérdios, a crenga na so- brevivéncia da alma 4 morte do corpo; mas a real natureza €.0 modus vivendi desses seres eram, desde entéo, uma incég- nita, envolvida em ideias e cren- as muito vagas e nebulosas, porque nao se tinham evidén- ccias que permitissem desvendar. A resposta, pois, sem ador- nos ou rodeios, & a alma volta a ser Espirito, retorna ao Mundo dos Espiritos, que havia deixado momentaneamente. Com isso, infere-se que 0 ser espiritual quando se reveste de ‘um corpo de carne, sto é quan- do encarna, é denominado alma; ‘mas quando deixa esse corpo de carne, desencarna, e passa a ser chamado de Espirito, retornando ao estado anterior & sua encarna- ‘glo ¢ assim voltando a viver no Mundo Espiritual. A diferen- ‘ca & apenas semantica, levando ‘em conta to s6 0 fato de estar © Espirito encarnado ou desen- carnado, A propésito deste as- sunto e para melhor elucidacio, vvejam-se as questdes 134, 134-2 €134-b, dessa mesma obra. De acordo com o ensino dos Espiritos Superiores, o ser espiti- tual nao é criado por ocastio da fecundagio do corpo fisico enem deixar de existir com a morte esse corpo. O Espirito, que pree- xiste, é que se liga a0 corpo que esté se formando, desde 0 mo- mento da fecundagio, por meio do seu perispirito, e se desliga dele, soltando-se do corpo, em proceso inverso ao do nasci- mento, retornando ao Mundo Expiritual, quando o corpo detxa de tera indispensivel vitalidade, Por meio da questio 152, 0 Codificador inquire o Paraclito nos seguintes termos: Que provas podemos ter da indivi- dualidade da alma apés a morte? “Nao tendes essa prova nas co- municagdes que recebeis? Se nndio fdsseis cegos, verieis; se no fosseis surdos, ouvirieis, pois frequentemente uma vor vos fala e vos revela a existéncia de um ser que esté fora de vés" As provas da existéncia do Mundo Espiritual e, consequen- temente, a dos Espiritos, seus habitantes, sio cabais. Negar essa verdade & atentar contra a His- téria da propria Humanidade; 6 injuriar a honra e a dignidade daqueles que se sacrificaram e deram 0s mais elevados testemu- nnhos de grandeza e elevagao, bem como 08 fatos produzidos pelos seres da Espiritualidade no seio de todas os povos do nosso planeta. Por essa raziio, o Espirito de ‘Verdade enfatiza que se nao fosse- 'mos cegos teriamos visto e se no fssemos surtios teriamos ouvido, dispensando qualquer argumen- taco, pois os fatos dizem mais ‘que uma infinidade de palavras. Importante pontuar que tanto a cegueira como a surdez aqui apontadas nio se referem A visio e a audicdo fisicas, mas 8 intelectual e moral, de nature- za espiritual, visto que existe a deficiéncia visual e auditiva pro- duzida pela conveniéncia, pelo preconceito, pelo orgulho, pela vaidade, pela ambigio, pelo egois- mo ¢ pela mé vontade, o que fez surgir 0 adigio que diz: 0 pior cego & aquele que nao quer ver. Por isso, podemos dizer que os seresespirituais tém demonstrado suas individualidades tanto pela aparéncia da imagem que pos- ‘suiam quando viviam encarnados na Terra, através do compo espiti- tual ou perispirito, como também principalmente, pela manifes- tagio da consciéncia a respeito de si mesmos, demonstrando, de forma inconteste, 0 patriménio intelectual e moral conquistado ea lembranga de acontecimentos ¢ fatos particulares que nao cram do conhecimento de nenhuma ‘otra pessoa, cujas evidéncias sio peremptorias. Essa questo é extremamen- te relevante, porque, caso o Espirito nao preservasse sua in- dividualidade apds a morte do corpo fisico, deixaria de existir como ser individualizado, in- teligente, racional, préprio consciente de si mesmo. Sem isso, perdemos 0 que possuimos de mais valioso, de mais fundamental, 0 maior pa- triménio do ser constituido da inteligéncia e do sentimento do amor. Seria mesmo, se assim fora possivel, a morte da alma. Pois bem! Dentro desse mag- no tema, partindo do pressupos- to de que somente 0 corpo fisico morre e a alma necessariamente teré que se desligar do cadaver, Allan Kardee prope na questio 154, assim formmulad: E dolorosa a separagao da alma e do corpo? “Nao; 0 corpo quase sempre sofre mais durante a vida do que no momento da morte; a alma nenhuma parte toma nis- s0. Os softimentos que algu- ‘mas vezes se experimentam no instante da morte si unt gozo ‘para o Espirito, que ve chegar 0 termo do seu exilio, Essa resposta do Espirito de Verdade & altamente tranquili- zadora, para nao dizer conso- ladora, para todos que vivem atormentados com a ideia apa- vorante que cultivam da morte. E que a morte nos foi apre- sentada, desde os primérdios, como uma terrivel condenagio ou como o fim de tudo ou, ainda, como uma incerteza apavorante quanto a0 nosso destino espiri- tual, sob as hediondas ameacas do fogo crudelissimo do inferno. Vejam que a resposta é cur- ta e enfitica: A separagdo que acontece entre a alma e 0 corpo, em decorréncia da morte deste, simplesmente nao déi. Esclarecendo melhor a res- posta, o Paraclito elucida que, de ordinario, 0 corpo quase sem- pre sofre mais durante a vida do que no momento da morte e aprofunda ainda mais o ensina- mento asseverando que a alma nenhuma parte toma nisso. Na iiltima parte da respos- ta, revela, também, que os so- frimentos que algumas vezes a alma experimenta no instante da morte constituem uma alegria por ver chegarao fimo seuexilio. Continuando a exploragio do tema, 0 Codificador indaga, formulando a questdo 155: Como se opera a separagiio da salma e do corpo? “Desfeitos os lagos que a retinham, ela se desprende” Vejam quao interessante é © fenémeno da separagio: pri- meiro os lagos perispirituais se desfazem, isto é se desman- cham, se desatam, afrouxam, se rompem ¢ se desligam. Ocorri- da essa primeira ctapa, a alma se desprende, se solta, se liberta do corpo que a retinha. Nao obstante, é necessirio compreender que essa descrigdo se refere & separagio da alma e do corpo de um modo genéri co, porquanto ha excegdes cuja descrigio detalhada no cabe nos limites de um artigo, tais as mortes abruptas em acidentes, as decorrentesde suicidioetc. Naveriaro de 202 | Reformador 15 683 64 Contudo, nao podemos es- quecer que o Plano Espiritual possui recursos, assisténcia, aco- Ihimento e amparo para todos ‘os que passam por esse proces- so de retorno ao Mundo Espiri- tual, sendo cada um atendido de acordo com as suas neces des, merecimento e, sobretudo, de conformidade com a Infinita Misericérdia de Deus. ‘Mas, continuando a inqui- tigio ao Espirito de Verdade, Allan Kardec exara a questio 156, nos precisos termos: la- A separagao definitiva da alma do corpo pode ocorrer antes da cessagao completa da vida orgdnica? “Na agonia, a alma, algumas ve- 265, jédeixouo corpo; nada mais ha que a vida orginica. O ho- ‘mem nao tem mais consciéncia de si mesmo ¢, no entanto, ain- da Ihe resta um sopro de vida. O corpo é uma maquina que 0 co- ragio poem movimento existe enquanto 0 coragio faz circular ‘© sangue nas veias e, para isso, no precisa de alma?” Essa revelagao do Pardclito € muito esclarecedora. No mo- mento da morte do corpo fisico observa-se, muitas vezes, as rea- ges quimicas fisicas e nervosas do organismo fisico, porque o fluido vital esta se esgotando e 0 corpo entra na agonia do exau- rimento dos recursos vitais. Reformador | Novernbra de 2021 0 que o Espirito de Verdade assevera € que, algumas vezes, durante esse processo agénico do corpo, a alma jé esta desligada dele, de modo que no participa nem presencia tais fendmenos, inclusive podendo isso aconte- cer por meio da intervengio de equipes espirituais especializadas e encarregadas de promover esse tipo de atendimento ou socorro, desligando o Espiritoe realizando sua imediata remogio. Importante, ainda, destacar a revelagio em que o Paraclito afirma que, na agonia, 0 ho- mem nao tem mais consciéncia de si mesmo, isto porque essa afirmagio diz respeito a0 ser humano e nao ao Espirito, isto 6, refere-se A consciéncia que tem a pessoa por meio dos ér- fos fisicos, os quais ji esto no processo de agonia, de faléncia. Por isso ele afirma que 0 cor- po fisico é uma maquina que o corago poe em movimento ¢ seu funcionamento prescinde de estar habitado por umaalma, mormente nos momentos da desencarnagao. Por meio da questo 161 Allan Kardec propée interessante per- ‘gunta acerca das circunstincias cenvolvendo a separagio da alma € do corpo nos casos de morte violenta, conforme adiante: Na morte violenta ow acidental, quando os érgdos ainda nao se enfraqueceram pela idade ou elas doengas, a separagdo da alma eo cessar da vida ocorrem sinnultaneamente? “Geralmente é assim, mas, em todos os casos, o instante que (0s separa é muito curto” Certamente que essa per- gunta ndo podia faltar, pois incomoda principalmente os familiares nos casos em que um ente querido desencarna tra- gicamente, por exemplo, num incéndio, por afogamento, em soterramento, numa queda de avido, numa explosio ete. Ora, nas mortes naturais pelo envelhecimento do corpo ou por meio de doengas prolongadas os lagos perispirituais vo se soltan- do lentamente até atingir 0 exau- rimento completo da vitalidade e, ‘quando isso acontece, a alma ja se soltou do corpo até sem perceber. Nas mortes violentas ou aci- dentais esse processo de des- ligamento natural ¢ gradativo no acontece, ocorrendo, ge- ralmente, o falecimento do cor- po € 0 rompimento dos lagos perispirituais simultancamente. Todavia, enfatizamos, mais ‘uma vez, 0 pronto-socorro pro- videnciado pelos Espiritos in- cumbidos de realizar esse mister, com a maxima eficiéncia e amor. © Codificador encerra sua investigagao sobre esse relevante tema explorandoa respeito da rea- daptagio do Espirito quando do ‘seu retorno ao Mundo Espiritual, de onde se afastara, parcialmente, no interregno da encarnacio. Dizemos, parcialmente, por- que em realidade a alma, diaria- mente, sobretudo durante o sono, se afasta do corpo fisico e convi- ve com outros seres no Mundo Espiritual, usufruindo das ex- periéncias de sua predilegio ou reencontrando almas e Espiritos aque lhe sio afins ou aos quais es- tea ligada por fatores diversos. Assim, por intermédio da per- gunta 163, Allan Kardec indaga: Deixando 0 corpo, a alma tem imediatamente consciéncia de sirmesma? “Consciéncia imediata nao ébem ‘otermo; ela ficaalgum tempoem estado de perturbagio”” Compreende-se que a de- sencarnagio, embora seja um fenémeno natural, tem alguma semelhanga com a encarnagao, em que toda alma necessita do periodo de infincia do corpo fi- sico, indispensdvel para sua gra- dual ¢ regular adaptagdo vida que se inicia no mundo material. Dando prosseguimento, 0 Codificador formula, entio, a questo 164, nos precisos termos: ‘Todos os Espiritos experimentam, no mesmo gra e pelo mesmo tempo, a perturbagio que se segue 4 separagao da alma e do corpo? “Nao; depende da clevagio de cada um, Aquele que ja esté purificado se reconhece qua- se que imediatamente, porque se libertou da matéria durante a vida do corpo, ao passo que © homem carnal, aquele cuja consciéneia nao é pura, guar- da por muito mais tempo a impressio da matéria” Para melhor compreensio desse assunto, & importante se- parar 0 estado de enfermidade do corpo fisico do estado de elevagio e de enfermidade da alma que o habita, pois uma pessoa pode estar muito doen- te do corpo, mas plenamente saudavel espiritualmente. Alliés, as doengas graves e prolongadas do corpo fisico podem significarexcepcio- nal tratamento e até a cura ea elevagio da alma encarnada naquele corpo enfermo. Isso se pode aferir pelo com- portamento da pessoa revelan- do resignagao, docilidade nas atitudes, destemor da morte, submissao serena ao tratamen- to ¢ restrigdes impostas tanto pelo avanco da idade como pela eventual enfermidade, paciéncia, humildade, indul- géncia com aqueles com quem convive, desapego dos bens valores materiais, fé em Deus, esperanga no futuro etc. Esse estado de perturbagéo pelo qual passa o recém-desen- carnado, por isso mesmo, pode ser de minutos, horas, dias, semanas, meses ou até muitos anos, pois se trata do tempo necessirio & recuperagao e rein- sergao do Espirito & Vida Espi- ritual, de acordo com as sdbias, justas ¢ amorosas Leis de Deus que regem sua obra imensura- vel, Universo. Por isso & que a desencarnagio deve ser con- siderada, simplesmente, a volta do Espirito para casa. Por fim, Allan Kardec propée a questio 165, conforme segue: O conhecimento do Espiritismo exerce alguma influéncia so- bre a duragdo, mais ou menos Tonga, da perturbagao? “Influéncia muito grande, visto que o Espirito ja compreendia de antemio a sua situagio; porém, «pritica do bem e a consciéncia pura exercem maior influéncia” Aqui nos deparamos com a verdade mais pura e sincera, propria dos prepostos de Jesus. © Espiritismo, pelo contetido e alcance dos seus ensinamen- tos, exerce enorme influéncia no que concerne as condigbes com que retornamos & Pétria Espiritual, porém, é pritica do bem e a pureza de consciéncia que exercem maior influéncia, qualquer que seja a religiéo que professe o individuo. REFERENCIA: KARDEG, Allan. 0 Livro dos espiritos. Trad. Evandro Nolete Bezerra. 4. ed. 9 imp. Brasitio, DF: FEB, 2020. Naveriaro de 202 | Reformador 7 6 686 Transtornos TELL Resumo Embora os incriveis avan- g0s tecnoldgicos ¢ cientificos do mundo atual, por toda par- te ocorrea influéncia dos maus Espiritos na Terra, mas tam- bém a protecao dos bons Es- piritos e de Deus, aos que Ihes pedem com ungio, vontade e esforcos em se melhorarem. Com base nessa constatagio, © Espirito Manoel Philomeno de Miranda ditou ao médium Divaldo Pereira Franco a obra Transtornos psiquidtricos ¢ ob- sessivos, 134 de uma série de 18 obras, até o momento em que escrevo estas singelas linhas. Na obra, so citados os esfor- 0s dos bons Espiritos para socorto aos pacientes porta- Reformador | Novernbra de 2021 D.Dinis didinis1952eqmeitcom dores de distirbios psiquié tricos, cuja origem se deve & influéncia de entidades obses- soras. Como lemos nese livro esclarecedor, variados pro- cessos de distirbios mentais © comportamentais tém sua génese nos vinculos de seus portadores com os denomina- dos obsessores. Uns € outros, Espirito vingativo e sua viti- ma atual, sio socorridos por uma equipe espiritual de alta condi¢o moral e intelectual Empenham-se nessa tarefa de esclarecimento e orientacio, além da terapia do trabalho do perdao, promovendo a rea- bilitagdo das almas transtor- nadas, os denodados Espiritos Bezerra de Menezes, Juliano Moreira e Inacio Ferreira, além de José Petitinga, Miranda e outros abnegados e humildes servidores do Cristo. Palavras-chave Transtornos psiquidtricos; ‘obsessio; socorro_espirituals terapias; reabilitagio. © Espirito Manoel Philomeno de Miranda informa-nos, no livro Trans- tornos psiquidtricos e obses- sivos, que a Ciéncia, voltada atualmente para o estudo das manifestagdes mentais, ver contribuindo expressivamente na decifragao dos problemas comportamentais. Suas tera~ pias sao preciosas no tratamen- to dos distiirbios psiquistricos. ‘Apesar disso, explica o elevado Espirito que os diversos meios de comunicac’o_ proporcio- nados pela internet, ao que se somam causas hereditirias ¢ doengas _infectocontagiosas, continuam sendo os responsi- veis pelo surto de “transtornos mentais” no mundo. Tais transtornos caractei zam-se pela procura inconse- quente das drogas, da idolatria 0 sexo, além de outros desvios de conduta, que infelicitam to- dos 0s seus usuarios. As ideo- logias materialistas, segundo Miranda, as ilusdes do poder, dos prazeres abusivos e 0 cul- to a0 ouro respondem pelos dramas conscienciais que infelicitam tais pessoas. Com semelhantes dese- quilibrios, contribuiram ou contribuem, em geral, outras pessoas que, voluntariamen- te, os estimulam. Desse modo, os acumpliciados do mal re- mascem na mesma familia. O objetivo disso é “[...] reconci- liar-se, aprender a servir e am- pliar a capacidade de amar [...]”, segundo Miranda (FRANCO, 2008, Apresentagao, p. 10). O egoismo & grande obsticulo dessa reconciliaga0, pois como lemos na questéo 487 de O [i- -vro dos espiritos, nossos mento- res espirituais afligem-se com a “[..] dureza dos nossos co- ragoes |...” (KARDEC, 2020). Essa falha do nosso carter, le- mos ainda nessa questo que muito aflige os bons Espiritos, pois sabem que os sofrimen- tos materiais so instrumentos divinos para nos corrigir das imperfeigoes morais. A entidade espiritual que respondeu a pergunta, citada acima, Kardec acrescenta que: ‘Vendo nas afligoes da vida um meio de nos adiantarmos, os Espiritos as consideram como crise momentinea que deve salvar 0 doente. Compadecem- -se dos nossos sofrimentos, como nos compadecemos dos de um amigo; porém, enxer- gando as coisas de um pon- to de vista mais justo, eles os apreciam de modo diverso do nosso. Enquanto os Espiritos ‘bons nos levantam 0 dnimo no interesse do. nosso futuro, os outros nos induzem ao deses- pero, visando comprometé- (KARDEC, 2020, comentirio de Kardec 8g. 487). E nesse sentido que o arti- culista espiritual da obra que comento nos explica sobre a grande contribuigio do Es- piritismo, por facultar-nos o entendimento das causas dos sofrimentos, sejam estes de quaisquer etiologias. Os men- sageiros espirituais esclarecem a todos os estudiosos da Dou- trina Espirita, com base no comportamento _observado da pessoa, quem ela é ¢ 0 que motivou, no passado e no pre- sente, seu comportamento em desequilibrio com 0 que se considera normalidade. © conhecimento espirita permite-nos saber igualmen- te que tipos de influéncias espirituais, alheias as mani- festagdes _mentais, proprias de cada pessoa, podem estar envolvidas em seus transtor- nos. Por isso, entender sobre a importancia de observar a in- teragdo entre mente e Espirito facilita conhecer a relagao cla- ra entre 0 doente e a doenga, que 86 existe porque seu por- tador se desviou das leis uni- versais do equilibrio psiquico e espiritual, Essa obra contém 20 capi- tulos que nos mostram a ativi- dade incessante dos Espiritos na vida de todos nés, além das propostas terapéuticas que nos permitam a libertagio das causas dos nossos e dos alheios “transtornos psiquid- tricos e obsessivos”. Foco, en- tretanto, 0 primeiro capitulo, intitulado Morte e imortali- dade pela sua importancia in- questiondvel para aqueles que, como nés, creem na sobrevi- véncia do Espirito apés sua desencarnagao e dos que estio na procura sincera e esforgada Naveriaro de 202 | Reformador 19 7 ose 20 de crer nesta verdade consola- dora. Presente a uma atividade destinada ao esclarecimento de irmaos nossos encarna- dos, vitimas de inimigos do passado e, em consequéncia, com distirbios psiquistricos, Miranda relata a companhia de José Petitinga e dos médicos Bezerra de Menezes, Juliano Moreira e Ignacio Ferreira, tendo sido os dois dltimos re- nomados psiquiatras quando encarnados. Em seguida, in- forma que Ignécio seria 0 ex- positor, sob a presidéncia de Bezerra de Menezes e tendo como mestre de ceriménias 0 elevado Espirito Ivon Costa, renomado conferencista es- pirita brasileiro, também mé- dico, que desencarnou jovem, ou seja, aos 35 anos. © Espirito Ignacio Ferrei- ra, em auditério repleto de cerca de mil pessoas, apés a oragao inicial de Bezerra, ini- ciou falando sobre os diversos tedricos materialistas surgi- dos, a partir do século XVII, apés a denominada “revolugao cultural ¢ cientifica” de Isaac Newton e prosseguida por ou- tros cientistas, com base nas cigncias positivistas. Tal reagio deveu-se & intolerancia reli- giosa e & imposigao de dogmas irracionais, que nao eram acei- tos pelos intelectuais daquela época e séculos posteriores. Reformador | Novernbra de 2021 Com base na interpreta- cdo materialista da teoria de Charles Darwin publicada na obra intitulada Sobre a origem das espécies pelos processos da selegdo natural, explicou 0 orador Lu] 05 laboratérios de pes- quisas _anatomopatologicas aprofundaram 0 bisturi das investigagées no organismo humano, — zombeteiramente procurando encontrar a alma, nos despojos carnais de onde se afastara pelo fendmeno da morte biolégica. (FRANCO, 2008, cap. 1 - Morte e imortalidade, p. 20). Recrudescia, entdo, a re- jeigdo & f€ e as teorias ma- terialistas pareciam reinar soberanas, como ainda ocor- re, nas academias, embora jé haja grande quantidade de pesquisadores sérios que, ba- seados nas descobertas cien- tificas das iltimas décadas, cada vez mais se convencem sobre a realidade do Esp to € a possibilidade de sua manifestago aos que ainda estamos no corpo fisico. A retomada da fé, no mais imposta, mas com base na ra- x40, teve inicio com os fend: menos meditinicos que, desde 1848, manifestaram-se nos Estados Unidos e na Europa, com uma verdadeira “invasio Oamoréo alfa e omega divino, que nos retell g CNT) Peery organizada’, presidida pelo Cristo, despertaram a atengao ¢ deram origem a pesquisas de cientistas e filésofos sé- rios, como William Crookes, Alfred Russel Wallace, Ernesto Bozzano e a monumental obra recebida por Kardec, sob a coordenagio do Espirito de Verdade, iniciada com a pul cago de O livro dos espiritosem 1857. Era a mediunidade que se manifestava, como nunca, em- bora sempre existisse, para dar cumprimento as palavras de Jesus registradas por Jodo, ca tulos 14 € 16 de seu Evangelho. Essa nova revelagio, esclareceu © Espirito Igndcio Ferreira, re- forgada pelas descobertas da Fisica Quintica, da Biologia Molecular, a Neurociéncia, en- tre outras constatagées sobre a realidade de nossa sobrevivén- cia apds a extingio do corpo fi- sico vem dando sentido a vida e dignidade humana. Conclui Ignécio que o amor € 0 caminho seguro a ser percorrido por todos nés, a fim de nos identificarmos com 08 Espiritos elevados, pois o amor é “[..] 0 alfa e 0 6mega [...] divino, que nos cabe co- nhecer e viver em profundi- dade” (FRANCO, 2008, cap. 1 = Morte e imortalidade, p. 25). Concluindo sua oratéria sob a emogio de todos, que fora antecedida de bela interpreta- io das misicas Jesus, Alegria dos Homens de Johann Sebas- tian Bach, e concluida com 0 canto de “Aleluia’, da obra O Messias, de Handel, 0 elevado Espirito Ignécio Ferreira exor- tou sua plateia com as seguin- tes palavras: “A hora é esta, sem nenhuma__postergagio, nem tormento, nem tristeza, antes, com alegria e gratidio a Deus, nosso Pai Genero- so” (FRANCO, 2008, cap. 1 - Morte ¢ imortalidade, p. 26). Em seguida, manifestou a to- dos os presentes votos de paz. © encontro foi encerrado por Bezerra de Menezes com comovente prece. Assim, apés a leitura e trabalho de autoaprimora- mento obtido em obras como esta, que nos mostram o tra- balho incansdvel dos Espiri- tos, que nos “dirigem’, sem que 0 percebamos, muito contribuiremos, com nosso aperfeigoamento _ intelecto- -moral, na elevagdo espiritual do nosso préximo. Conse- quentemente, com uma so- ciedade melhor rumaremos, unidos, na diregdo de um mundo de regeneragao. REFERENCIAS: FRANCO, Divalde P. Transtornos psi- ‘quidtricas obsessivos. Pelo Espi- Fito Monoel Phitomeno de Mirando. Solvador, BA: LEAL, 2008, KARDEG, Allan. 0 Livro dos espiritos. Trad. Evandro Nolete Bezerra. 4. ed. 9 imp. Brasitio, DF: FEB, 2020. Naveriaro de 202 | Reformador al 49 Gy MY MM sf LORANDO O EVANGELHO Pelo Espirito Emmanuel Recebeste a luz? “Recebestes o Espirito Santo quando crestes?” (Atos, 19:2) TUTTELATAT TTA catdlico recolhe sacramento do batismo e gana «um selo para idemtiticagdo pessoal na estatstica da Igeeja a que pertence. rreformista das letras evangélicas entra no mes- ‘mo cerimonial ¢ conquista um miimero no cadastro religioso do templo a que se filia. Ocespintista incorpora-se. essa ou aquela entidade consagrada 4 nossa Doutrina Consoladora e participa verbalmente do trabalho renovador: Todos esses aprendizes da escola ctista se reconfortam e se rejubilam. Uns partilham o contentamento da mesa eucaris- tice que Ihes aviva @ esperanga no Céus outros cantam, em conjunto, exaltando @ Divina Bondade aliciando largo material de estimulo na jornada santificante; outros, ainda, se retinem, ao redor da prece ardente, ¢ recebem mensagens luminoses ¢ reveladoras de emis- sirios celestiais, que Ihes consolidam a convicgéo na imortalidade, além. Todas essas posigées, contudo, sio de proveito, consolagao e vantagem. Eimperioso reconhecer, porém, que se a semente é auxiliada pela adubagao, pela Agua e pelo Sol, é obriga- daa trabalhar, dentro de si mesma, a fim de produzir Medita, pois, na sublimidade da indagagio apostélica:“Recebeste o Espirito Santo quando creste?” Vale-te da revelagio com que a fé te beneficia € santifica 0 teu caminho, espalhando o bem. “Tua vida pode converter-se num manancial de bén- «os para os outros e para tua alma, se te aplicares, em verdade, a0 Mestre do Amor. Lembra-te de que nao és tu quem espera pela Divina Luz. Ea Divina Luz, forga do Céu a0 teu lado, que permanece esperando por ti. AL Cu vi ricevis la lumon? “Cu viticevis ta Sanktan Spiriton, kiam vi ekkredis?” (La Agoj 19:2) FUELED nas sigelon por persona identigo ée la statistiko de la Eklezio, al kiu li apartenas. Reformaciano de la evangeliajskriboj eniras s man ceremonion kaj konkeras numeron ée la religia registro de la templo, kies membro I esas. Spiritistoaligas al tiu a tiu alia asocio dedieita al nia Konsolanta Doktrino kaj perparole partoprenas en renoviga laboro. Cin el &f leenantoj en Ja kristana skolo revigligas kaj jubilas. ‘Unuj guas la gojon de la enkaristia tablo, kiu al ili Vigligas a esperon pri la Cielosaliaj ensemble kantas, glorante la Dian Bonecon kaj sin provizante per v. ta materialo stimulanta la sanktigan argon; anko- rail alia) kunsidas éirkati fervora prego kaj ricevas, de iclaj senditoj, lumajn kaj revelaciain mesaojn, kiuj K= icevas la sakramenton de bapto kaj gaj- al ili solidigas la konvinkitecon pri la transmonda senmorteco, Sed éiuj€i pozicioj staras kiel profitaj, konsolaj kaj avantagaj. ‘Tamen, nepre necesas rekoni, ke, se la semon hel: pas sterko, akvo kaj la Suno, ai devas laboradi en si mem por produktado. ‘ido primedit lasublimecon dela apostola deman- do: "Ca vi ricevis la Sanktan Spititon, kiam vi ekkredis?” Helpu vin per la revelacio, per kiu fido vin bonfa- ras, kaj sanktigu vian vojon per dissemado de bono. Via vivo povas turnigi en fonton de benoj por aliaj homoj kaj por via animo, se vi vere dedios vin al la Majstro de Amo. Memoru, ke ne vi atendas la Dian Lumon. Estas ja la Dia Lumo, Ciela forto apud vi, ki restas vin atendante, Fonte: YAVIER, Francisco C. Fonte viva. Polo Espirito Emmanucl. 1. ed. 9. imp. Brosilia, DF: FEB, 2015. cap. 87. 600 22 Reformador | Novernbra de 2012) Personalismo e Movimento Espirita Resumo Disserta sobre a invasdo organizada dos Espiritos em nosso planeta, no século XIX, de forma ostensiva e democra- tica, aleangando povos distin- tos, nao levando em conta raga, sexo, idade e condigio social, tendo como propésito ofertar a Terceira Revelagao, sendo ela 0 resultado de trabalho de eq pes: uma no Plano Espiritual e outra no plano material e que, em virtude desse cardter, nio acolhe atitudes personalistas de seu integrantes. Palavras-chave Allan Kardee; Arthur Conan Doyle; invasio onganizada; mesasgirantes; Movimento Espirita. Waldehir Bezerra de Almeida waldehiralmeida@gmailcom © criador do famoso dete- tive Sherlock Holmes, Arthur Conan Doyle, na sua classica obra A hist6ria do espiritualis- ‘mo: de Swedenborg a0 inicio do século XX, referindo-se aos fendmenos meditinicos que pu- lulavam em diversas partes do mundo, assim comenta: [1 A tinica diferenga entre os fatos antigos eo moderno mo- ‘vimento € que aqueles podem ser descritos como episédios de viajantes perdidos de algu- ma esfera distante, enquanto este tltimo apresenta as ca- racteristicas de uma invasio organizada [...." (Grifo nosso). Aquela invasio foi mundial, manifestando-se em varios re- cantos geogritficos e em diversos meios sociais, nZo escolhendo raga, credo, sexo e idade para os Expititos se manifestarem. Cita- ‘mos alguns exemplos: a partir de 1829, na Alemanha, publicava-se a obra A vidente de Prévorst, da autoria do Dr. Justinus Kerner, re- Jatando diversos fendmenos com ajuda da médium Sra. Hautffe; em Hydesville, nos Estados Unidos da América, na casa da familia Fox, um Espirito se comunica, por meio de batidas (tiptologia), revelando ter sido um caixeiro- -viajante que fora assassinado no local ¢ ali sepultado. Em 1850, por indicagao dos préprios Es- piritos, os médiuns, em diver- sas partes do globo, passaram a utilizar um novo método de comunicagéo, adotando a priti- ca das mesas girantes, quando as pessoas se sentavam ao redor de ‘uma mesa, em cima da qual colo- cavam as mios e a comunicagio Naveriaro de 202 | Reformador 23 atl 062 cra feita por pancadas dadas pe- los pés da mesa, indicando letras do alfabeto ou algarismos. Ou- tros paises também adotaram esse método para se comunica- rem com o0s ditos mortos, de for- ‘ma muito pueril. Na Alemanha, fendmenos semelhantes aos raps de Hydesville ocorrem na cidade de Bergeabern em 1852. ‘No més de maio de 1855, em Paris - Franca, o prof. Rivail pre- sencia pela primeira vez, na casa da Sra. Plainemaison, o fendme- no das mesas dangantes. A expe- rigncia conduziu o prof. Rivail a fazer contatos com os Espiritos, dando inicio a uma metodolé- gica pesquisa, interrogando as almas dos mortos, com a coope- ragio de varios médiuns, entre elas duas adolescentes, e de Espi- ritos diversos. Tal pesquisa resul- taria na obra O livro dos espiritos, publicado em 18 de abril 1857, dando origem ao Espiritismo. Os registros sobre a invasio organizada dos Espititos em nosso planeta so imimeros ¢ no caberiam no espago que nos € concedido, no entanto, uma conclusio nos é permitida: a in- vasao se revelou extremamente democratica e extremamente democritico foi 0 seu resultado: a Terceira Revelagao ou o Espi- ritismo, Este foi trazido até nés por meio de um esforgo coletivo: no Mundo Espiritual, além da li- deranga do Espirito de Verdade, imimeros Espiritos contribuuiram Reformador | Novernbra de 2021 com as revelag6es; no plano ma- terial, além da condugio de Allan Kardec, centenas de médiuns, de diversas partes do mundo, servi- ram de intermedidtios entre os dois planos da vida. Toda essa estruturagio, caracterizando um trabalho de equipe, determina ‘um principio inamovivel na es- séncia do Espiritismo: 0 principio demoeritico. Este preceito estinno seu cerne e no deve ser desres- peitado em hipétese alguma. No entanto, a Terceira Revela- ‘glo se propaga pelo que chama- mos de Movimento Fspirita, ou seja,a forma como todos nésa vi- venciamos. Essa vivéncia depen- era sempre do conhecimento ‘que temos dos seus postulados e da nossa condigio espiritual para colocé-los em pritica, Nao foi Por outra razo que 0 continua- dor de allan Kardec, 0 poeta do Espiritismo, Léon Denis, lapidou: (0 Espiritismo sera 0 que o fize- rem os homens. [..] Ao contato da Humanidade as mais altas vverdades is vezes se desnaturam ¢ obscurecem. Poder consti- tuir-se uma fonte de abusos. A gota de chuva, conforme o lugar onde cai, continua sendo pérola ‘ou se transforma em lodo* £ chegado o momento de fa- armos sobre o personalismo que desconfigura o principio demo- cxitico do Espiritismo, cultuado por muitos dos seus seguidores. ‘Cremos até que assim ajam mui- tos lideres espiritas por nao per ceberem que sio personalistas, porque nao se conhecem. © personalismo, segundo Abbagnano,’ € “Uma doutri- na ético-politica [...] que insis- te no valor absoluto da pessoa [u.] que tende a enfraquecer 0s lagos de solidariedade entre as pessoas’. Personalista sera, portanto, aquele ou aquela que, tendo uma visio particular so- bre determinada coisa, ira valo- rizar extremamente 0 seu ponto de vista, exercendo 0 culto a si mesmo, demonstrando orgu- tho e egocentrismo, nio dan- do importancia ao outro, no o percebendo como sua referéncia para seu crescimento moral, inte- lectual eespiritual. O personalista nio admite a critica, pois entende que sua atuacio é a melhor, res- pondendo ferozmente aos que tentarem Ihe dizer que existe ou- tra forma de agir: a demoerética. O mestre de Lyon foi imime- ras vezes atacado verbalmente pelos que nao admitiam a co- municabilidade dos Espfritos, nem a reencarnagdo € outros fundamentos do Espiritismo e, muitas vezes Ihe foi pergunta- do por que nao respondia pela Revista Espirita aos ataques di- rigidos contra o Espiritismo em geral, contra seus partidarios e, por vezes, contra ele mesmo... E a sua resposta foi um exemplo de moderagio:

Você também pode gostar