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gabinete de avaliação educacional

INFORMAÇÃO N.º 120.06


Data: 2006.12.15
Para:
– Direcção-Geral de Inovação e de
Desenvolvimento Curricular
– Inspecção Geral de Educação
– Direcções Regionais de Educação
– Secretaria Regional de Educação da Madeira
– Secretaria Regional de Educação dos Açores
– Escolas com Ensino Secundário
– Estabelecimentos de Ensino Particular
e Cooperativo com Paralelismo e com
Ensino Secundário
– CIREP
– FERLAP
– CONFAP
PROVA DE EXAME FINAL
DE ÂMBITO NACIONAL DE
PORTUGUÊS / PORTUGUÊS B
Prova 639
2007
12.º Ano de Escolaridade
Decreto-Lei n.º 286/89, de 29 de Agosto – programas novos –
e Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março
O presente documento visa divulgar as características da prova de exame nacional do Ensino
Secundário das disciplinas de Português / Português B, a realizar em 2007 pelos alunos que se
encontram abrangidos pelos planos de estudo instituídos pelo Decreto-Lei n.º 286/89, de 29 de
Agosto ou pelo Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março, rectificado pela Declaração de
Rectificação n.º 44/2004, de 25 de Maio.
Devem ainda ser tidas em consideração a Portaria n.º 550-D/2004, de 21 de Maio, com as
alterações introduzidas pela Portaria n.º 259/2006, de 14 de Março, o Decreto-Lei n.º 24/2006,
de 6 de Fevereiro, com as rectificações constantes da Declaração de Rectificação n.º 23/2006,
de 7 de Abril e o Despacho Normativo n.º 15/2006, de 13 de Novembro.
A prova de exame nacional a que esta informação se refere incide nas aprendizagens e nas
competências incluídas no Programa de Português, homologado no âmbito da aplicação do
Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março, conforme o estipulado no ponto 9 do Despacho
Normativo n.º 15/2006. A título excepcional, de acordo com o ponto 8 deste Despacho
Normativo, os
ESTE TEXTO CONTÉM HIPERLIGAÇÕES PARA conteúdos
WWW.LETRATURAS.BLOGSPOT.COM programáticos
1. INTRODUÇÃO objecto de exame
referem-se ao
Programa do 12.º
ano.
Este documento visa dar a conhecer, aos diversos intervenientes no processo de exames, as
aprendizagens e as competências que são objecto de avaliação, as características e a estrutura
da prova, o material a utilizar e a duração da mesma. São ainda apresentados os critérios gerais
de classificação da prova, bem como exemplos de itens/descrições de tarefas e respectivos
critérios específicos de classificação.
Os exemplos de itens/descrições de tarefas apresentados, assim como os critérios específicos
de classificação, não constituem um modelo de prova.
A avaliação sumativa externa, realizada através de uma prova escrita de duração limitada, só permite avaliar
parte das aprendizagens e das competências enunciadas no Programa. A resolução da prova pode, no entanto,
implicar a mobilização de outras aprendizagens e competências incluídas no Programa e não expressas no
objecto de avaliação enunciado no ponto 2. deste documento.
As informações sobre o exame apresentadas neste documento não dispensam a consulta da
legislação referida e do Programa da disciplina.
Como informação adicional, as provas de exame desta disciplina, realizadas na 1.ª e na 2.ª
fases dos exames nacionais de 2006, podem ser consultadas em www.gave.pt.
2. OBJECTO DA AVALIAÇÃO
A prova tem por referência o Programa da disciplina de Português em vigor relativo ao 12.º ano
do Ensino Secundário.
As competências, os objectivos e os conteúdos a seguir indicados foram escolhidos e extraídos
do programa, tendo em conta que se está perante uma avaliação sumativa externa que se
realiza através de uma prova escrita de duração limitada.
A prova avalia a competência de comunicação dos examinandos nas seguintes vertentes:
– linguística (conhecer e utilizar dados relativos à estrutura e ao funcionamento da língua);
– discursiva/textual (conhecer, compreender e produzir diversos tipos de texto);
– sociolinguística (conhecer e utilizar regras sociais e culturais que regulam as práticas de
leitura e de escrita, em diferentes contextos);
– estratégica (usar recursos metacognitivos que, no quadro de práticas de leitura e de escrita,
permitem superar problemas no processo de produção de sentido).
Consequentemente, a prova visa avaliar o desempenho dos examinados em relação aos
objectivos do programa que a seguir se indicam:
– desenvolver os processos linguísticos, cognitivos e metacognitivos necessários à
operacionalização das competências de compreensão e produção na modalidade escrita;
– interpretar textos/discursos escritos, reconhecendo as suas diferentes finalidades e as
situações de comunicação em que se produzem;
– desenvolver capacidades de compreensão e de interpretação de textos/discursos com forte
dimensão simbólica, onde predominam efeitos estéticos e retóricos, nomeadamente os textos
literários, mas também os do domínio da publicidade e da informação mediática;
– expressar-se por escrito com coerência, de acordo com as finalidades e situações de
comunicação;
– proceder a uma reflexão linguística e a uma sistematização de conhecimentos sobre o
funcionamento da língua, a sua gramática, o modo de estruturação de textos/discursos, com
vista a uma utilização correcta e adequada dos modos de expressão linguística.
Visando a avaliação das competências e dos objectivos anteriormente explicitados, o objecto de
avaliação centra-se nos conteúdos, processuais e declarativos, consignados no Programa em
vigor para o 12.º ano, relativos à leitura, à expressão escrita e ao funcionamento da língua.
Assim, a resolução da prova implica a mobilização, por parte dos examinandos, de capacidades
indicadas no Programa, nomeadamente as que a seguir se enunciam.
Leitura
– reconhecer a matriz discursiva do texto;
– explicitar o sentido global do texto;
– processar a informação veiculada pelo texto, em função de um determinado objectivo;
– distinguir factos de sentimentos e de opiniões;
– explicitar relações representadas no texto (planos sintáctico, semântico-lexical, pragmático1);
– detectar linhas temáticas e de sentido, relacionando os diferentes elementos constitutivos do
texto;
– realizar deduções e inferências;
– determinar a intencionalidade comunicativa;
– identificar elementos de estruturação do texto, a nível das componentes genológica, retórica
e estilística;
– avaliar aspectos textuais relativos à dimensão estética e simbólica da língua;
– utilizar informação paratextual2, contextual e intertextual na construção de sentidos;
– relacionar elementos do texto com o contexto de produção;
– formular juízos de valor fundamentados;
– interpretar relações entre linguagem verbal e códigos não verbais;
– distinguir as funções argumentativa e crítica da imagem.
Expressão Escrita
– planificar a actividade de escrita de acordo com a tipologia textual requerida;
– adequar o discurso à situação comunicativa;
– mobilizar informação pertinente, em função da tarefa a realizar;
– expressar ideias, opiniões, vivências e factos, de forma pertinente, estruturada e
fundamentada;
– estruturar um texto, com recurso a estratégias discursivas adequadas à defesa de um ponto
de vista ou de uma tese;
– argumentar e contra-argumentar;
– cumprir propriedades da textualidade (continuidade, progressão, coesão e coerência);
– produzir um discurso correcto nos planos lexical, morfológico, sintáctico, semântico,
pragmático, ortográfico e de pontuação.
Funcionamento da Língua
– dominar a norma linguística do português europeu;
– reconhecer produções linguísticas desviantes em relação à norma;
– identificar elementos básicos da língua nos planos fónico, morfológico, lexical, sintáctico,
semântico e pragmático;
– descrever processos de inovação lexical;
– identificar tipos de referência (dêixis, anáfora e co-referência);
– explicitar valores semânticos da estrutura frásica (expressões nominais; tempo, aspecto e
modalidade);
– utilizar diferentes tipos de nexos interfrásicos (estruturas de coordenação e de subordinação);
– explicitar a função de marcadores de continuidade e progressão textual;
– mobilizar diferentes tipos de nexos coesivos (gramaticais e lexicais);
– descrever a estrutura e as características de textos argumentativos / expositivo-argumentativos.

1
Pragmatismo: s. m., doutrina filosófica que adopta como critério da verdade a utilidade prática, identificando o verdadeiro com o útil.
2
Consultar http://letraturas.blogspot.com/2006/11/gramtica.html no tema paratextos.
3. ESTRUTURA E CARACTERIZAÇÃO DA PROVA
A prova integra itens relativos à Leitura, à Expressão Escrita e ao Funcionamento da Língua,
organizados em torno do texto (verbal e/ou visual), entendendo-se por «texto» os textos e tipos
de textos que, no Programa, são indicados para «leitura», para «leitura literária» e para
«escrita».
Leitura
A avaliação da compreensão da leitura dos diferentes textos referidos no Programa pode, entre
outros, ser realizada através de: itens de resposta fechada (de completamento, de
verdadeiro/falso, de escolha múltipla); itens de resposta aberta de composição curta; itens de
resposta aberta de composição extensa.
Seguem-se alguns exemplos de tarefas que podem ser propostas:
– paráfrase3 de um segmento textual;
– relacionação do título com o corpo do texto;
– organização de palavras por campos semânticos e lexicais;
– explicitação das ideias expressas no texto;
– identificação de relações lógicas entre elementos do texto 4(articuladores do discurso);
– análise de recursos retóricos;
– análise de aspectos específicos de um texto poético (sonoridade, metro, rima, estrofe, ritmo,
figuras, estruturas discursivas, etc.);
– análise de aspectos específicos de um texto narrativo (sequência dos eventos narrados,
caracterização e função das personagens, importância das coordenadas de tempo e de
espaço, contributos da instância narradora para a construção de sentidos, etc.);
– análise de aspectos específicos de um texto de teatro5 (estrutura interna e externa,
caracterização e função das personagens, tempo representado e tempo de representação,
formas de estruturação do texto, etc.);
– análise de elementos específicos de um texto informativo (modos de organização da
informação, distinção entre informação principal e secundária, grau de pertinência ou
relevância da informação, etc.);
– análise de elementos específicos de uma imagem (plano, enquadramento, etc.);
– identificação da função da imagem relativamente ao texto verbal;
– interpretação da dimensão simbólica do discurso (verbal ou visual);
– relacionação de um texto com o contexto de produção;
– emissão de juízos fundamentados sobre obras, lidas no âmbito do cânone programático ou
em regime de contrato de leitura.
Expressão Escrita
A avaliação da expressão escrita pode ser realizada, nomeadamente, através de: itens de
resposta aberta de transformação; itens de resposta aberta de composição curta; itens de
resposta aberta de composição extensa.
O examinando deve mobilizar os saberes e as capacidades que lhe permitam demonstrar o
nível de proficiência adquirido nos modos de organização e elaboração do discurso, bem como
no plano da correcção linguística, nas suas várias vertentes.

3
n. f., acto ou efeito de parafrasear; explicação ou tradução mais desenvolvida do que o texto ou enunciado original; tradução
livre e desenvolvida; comentário.
4
Articuladores do discurso: consulte www.letraturas.blogspot.com, na parte da Gramática.
5
Neste caso, apontará para a obra do programa: Felizmente há luar!
Seguem-se alguns exemplos de tarefas que podem ser propostas:
– produção de um texto de reflexão ou de uma dissertação:
• a partir de um tema;
• a partir de um tema, seguindo um esquema formal dado;
• a partir de um tema, com a apresentação do respectivo plano;
– redacção da continuação de um texto argumentativo / expositivo-argumentativo, corroborando
ou refutando a tese apresentada.6
Funcionamento da Língua
A avaliação de conhecimentos relativos ao funcionamento da língua pode ser realizada através
de itens de resposta fechada ou de resposta aberta, destacando-se, entre outros, os dos
seguintes tipos: de completamento; de escolha múltipla; de verdadeiro/falso; de associação; de
ordenamento; de transformação; de composição curta.
Seguem-se alguns exemplos de tarefas que podem ser propostas:
– identificação de unidades linguísticas7;
– classificação de unidades linguísticas ( morfemas8, palavras e expressões);
– completamento de frases ou de excertos de texto, de acordo com parâmetros linguísticos
e/ou enunciativos definidos;
– associação de frases simples para a produção de frases complexas;
– justificação de afirmações ou de respostas dadas;
– explicitação da função de elementos frásicos ou discursivos;
– transformação de pequenos excertos de texto, de acordo com parâmetros linguísticos e/ou
enunciativos definidos.9
4. CRITÉRIOS GERAIS DE CLASSIFICAÇÃO DA PROVA
4.1. Classificações em números inteiros
As classificações a atribuir às respostas dos examinandos são obrigatoriamente expressas em
números inteiros.
Nos casos em que a classificação parcial atribuída aos aspectos de conteúdo (C) e/ou aos
aspectos de organização e correcção linguística (F) for expressa em números decimais, o
professor tem de proceder ao arredondamento – para o número inteiro correspondente – da
soma das classificações parciais (C + F), para obter a classificação global do item.
4.2. Condicionamento da extensão da resposta através da indicação do número de
palavras
Sempre que for indicado um número mínimo e/ou máximo de palavras para a elaboração da
resposta, deve ser tido em conta o seguinte:
a) os limites explicitados (mínimo e/ou máximo) correspondem a requisitos relativos à extensão
de texto, que devem ser respeitados;
b) o incumprimento dos limites de extensão indicados para cada item implica o desconto de
1 (um) ponto por cada palavra, a mais ou a menos, até ao máximo de cinco (1 × 5) pontos.

Nota:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre
elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o
constituam (ex.: /2007/).
2. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.
TEXTO COM ADAPTAÇÕES, VISANDO AGILIZAR O PROCESSO DE LEITURA E
COMPREENSÃO.

6
O texto argumentativo utiliza-se para justificar e/ou refutar opiniões. Quem produz um texto argumentativo pretende
convencer o(s) seu(s) interlocutor(es), obter a sua aprovação relativamente a uma determinada tese, ou refutar uma opinião
de outrem. Assim, poder-se-á dizer que um texto argumentativo se caracteriza, por um lado, pela publicitação de uma
opinião que, sendo controversa, desencadeia uma defesa e abre um campo de contestação e, por outro lado, pela expressão
de argumentos a favor ou contra uma determinada tese. (adaptado da TLEBS/ME)
7
Unidade mínima da língua.
8
Há morfemas lexicais e gramaticais: parte = part- (morfema lexical) + -e (morfema gramatical)
9
Possibilidades: aplicar conhecimentos relativos ao discurso directo/indirecto, voz activa/passiva, preposições, verbos modais…

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