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Rochas Sedimentares

Rochas Sedimentares
Definições
Características Gerais
Tipos de Sedimento
Estruturas
Estágios “sedimentares” no ciclo das rochas
Intemperismo
Erosão, Transporte
Deposição
Diagênese
Cimentação
Compactação
Classificação Rochas Sedimentares
Recursos Minerais Associados
Referências
3 Grandes Grupos de Rochas na Crosta
Ciclo das Rochas
Ciclo das Rochas
Visão Mineralógica
Rochas Sedimentares
— Definição
— originadas do acúmulo e consolidação de materiais
provenientes da desagregação de sedimentos de rochas
pré-existentes (clásticas)
— formadas por precipitação de minerais por processos
inorgânicos ou orgânicos (não-clásticas ou químicas)
Rochas Sedimentares
— Características Gerais
— Geralmente pouco resistentes (moles) e porosas
— Constituintes não imbricados
— Clastos geralmente fragmentados e arredondados;
alguns cristalinos e geométricos
— Comum a presença de estratificações
— Podem conter fósseis
— Predomínio de quartzo, carbonatos
(calcita e dolomita) e argilominerais
Rochas Sedimentares
— Terminologia
— Rochas Sedimentares Clásticas
— Arenito
— Rochas Sedimentares não-Clásticas
— Conglomerado
(ou Rochas Sedimentares Químicas)
— Siltito
— Calcáreos
— Argilito
— Evaporitos
— Folhelho
— Fosforitos

— Silexitos
Rochas Sedimentares – Clás8cas

Folhelho Arenito
Acamadamento plano-parelelo estratificação plano-paralela
fino (laminação)

Brecha
Conglomerado
fragmentos
fragmentos
angulosos
arredondados
Rochas Sedimentares – Não-Clás8cas
(Químicas)
Calcário
Chert

Evaporito (halita) Coquina


Tipos de Sedimentos
Rochas Sedimentares Clás8cas : Cons8tuição
Rochas Sedimentares Clás8cas: Estruturas Típicas
Estra&ficação
Plano-Paralela

Estratificação - estrutura sedimentar típica formada pela superposição de camadas (ou


estratos) durante a deposição.
Estra&ficação
Cruzada
Gretas de Contração
Marcas Onduladas
Fósseis
Estágios sedimentares no
ciclo das rochas
— Processos envolvidos na Formação de Rochas Sedimentares
— Intemperismo
— Erosão
— Transporte
— Deposição (sedimentação)
— Soterramento
— Diagênese
Intemperismo
• Processos que modificam as rochas originais ao aflorar na
superfície da Terra, por conta da exposição à ação da atmosfera,
hidrosfera e biosfera.

• Modificações :
• física (desagregação)
• química (decomposição)
• biológica.

• Produtos dos intemperismo:


• rocha alterada
• solo
• sedimento
Intemperismo ?sico
— Todos os processos que causam desagregação das
rochas
– separação dos grãos minerais
– fragmentação dos grãos minerais
material coeso è material fraturado, friável, incoerente
— Fatores:
— Variações de Temperatura
— Congelamento de água
— Cristalização de sais
— Alívio de pressão
— Crescimento de raízes
Intemperismo ?sico
Intemperismo químico
• Condições superficiais são diferentes das condições
que os minerais se formaram
– temperatura
– pressão
– H2 O e O 2
• Ocorrem reações para formação de minerais mais
estáveis em superfície
• Principal agente: água
– pH ácido (CO2 atm e ácidos orgânicos)
Intemperismo químico
— Fase solúvel: constituintes mais solúveis são
transportados (água rica em Ca2+, Na+, Mg2+, K+, etc.)
— Fase residual: permanecem no perfil de alteração
— minerais primários residuais (quartzo)
— minerais secundários que se formaram no perfil
(oxi-hidróxidos de Fe e Al e minerais de argila)
— Reações:
— Hidrólise
— Acidólise
— Oxidação
— Hidratação
— Dissolução
Reações do Intemperismo Químico
Hidrólise — pH entre 5 e 9
Reações do Intemperismo Químico
Acidólise Oxidação
• similar à hidrólise
• pH <5 (participação de
ácidos orgânicos)
• forma solos ricos em SiO2
Reações do Intemperismo Químico
Hidratação Dissolução

• CaCO3 = Ca2+ + CO32-

• NaCl = Na+ + Cl-


Intemperismo biológico
• Microorganismos
– liquens (toleram temperaturas extremas): seus ácidos
dissolvem os minerais da rocha, formando solo
– vida microbiana vivendo abaixo da terra, na superfície
dos minerais
• Plantas (liberam ácidos orgânicos que atacam as
rochas)
• O intemperismo biológico deve ter um papel mais
importante na alteração dos minerais que o
reconhecido anteriormente
Fatores que controlam o intemperismo

— material progenitor
— clima
— topografia
— biosfera
— tempo
Fatores que controlam o intemperismo –
Material Progenitor
— Material progenitor
— tipo de rocha/conteúdo
mineral
— circulação de água
(fraturamento,
porosidade)
Fatores que controlam o intemperismo –
Material Progenitor
Fatores que controlam o intemperismo –
Material Progenitor
Fatores que controlam o intemperismo - Clima
Fatores que controlam o intemperismo - Topografia
Solo
• O solo é o produto do intemperismo, remanejamento
e organização das camadas superiores da crosta
terrestre in situ, sob ação da atmosfera, da hidrosfera,
da biosfera e das trocas de energia envolvidas.
• O solo é mais do que detritos intemperizados, é uma
combinação de minerais e matéria orgânica, água e ar.
• o perfil do solo possui diferentes horizontes.
• Pedologia: ciência que estuda os solos.
Sedimento
• Definição:
– Sedis (latim) = assento, deposição
– Sedimento = o que é passível de se depositar ou que se
depositou
– Pressupõe movimento, transporte.
• Partículas e íons que sofrem erosão, transporte e
sedimentação nos vários ambientes da superfície da
Terra.
• A força da gravidade é a variável básica em todos os
fenômenos de sedimentação.
Classificação dos Sedimentos por granulometria
Erosão, transporte e deposição
• A erosão é a remoção do material intemperizado.
Sem a erosão, as partículas resultantes do
intemperismo das rochas se acumulariam onde foram
formadas.
• O transporte está intimamente relacionada com a
erosão, levando as partículas (sedimentos) para outras
localidades.
• Quando o transporte cessa, ocorre a deposição do
sedimento, numa forma característica do agente que o
transportou.
Transporte
• Químico: não há matéria sólida, só íons em solução
(precisa de água)
• Mecânico: há matéria sólida (partículas):
– Transporte de grãos livres ou fluxo pouco denso: os
grãos apresentam suficiente liberdade de movimento
em um fluido pouco viscoso (rio), ou sem fluido.
– Transporte gravitacional ou fluxo denso: grãos estão
muito próximos uns dos outros, em alta concentração
em relação ao fluido (deslizamento).
Intemperismo, erosão, transporte e deposição
Intemperismo, erosão, transporte e deposição
— Três principais domínios:
— predomina intemperismo: interior da serra, planície litorânea;
— predomina erosão/transporte: a escarpa da serra;
— predomina a deposição: planície litorânea e em grande parte
do oceano.
Intemperismo, erosão, transporte e deposição

• Área-fonte: denominação dada aos dois primeiros


domínios, responsáveis pelo fornecimento de
sedimentos.
• Bacia sedimentar: denominação dada ao domínio
onde a deposição predomina.
• Nível de base: nível horizontal imaginário abaixo do
qual a deposição predomina sobre a erosão e o
intemperismo
Erosão e transporte
• Ação de:
• rios
• ventos
• geleiras
• deslizamentos de encostas
• correntes oceânicas.

• Cada modo de transporte irá produzir depósitos


sedimentares com características distintas.
Fluxo gravitacional

— Definição: fluxo de sedimentos cujo movimento


depende da ação direta da gravidade.
Morro do Bumba (abril/2010)

Ilha Grande (janeiro/2010)


Rios e processos aluviais
• Rios são cursos naturais de água doce, com canais
definidos e fluxo permanente ou sazonal
• São os principais agentes de transformação da
paisagem
• Processos aluviais compreendem a erosão, transporte
e sedimentação em leques aluviais, rios e leques
deltáicos.
• Formam depósitos aluviais, com sedimentos
essencialmente clásticos e granulação muito variável.
Ação geológica do geloLateral
Moraines

Medial
Moraines
Ação geológica do gelo
Processos eólicos
— Quanto maior a
velocidade do vento,
maior a capacidade de
transporte.
Processos eólicos
— As tempestade de areia
do Saara podem
transportar partículas a
centenas de quilômetros
de distancia sobre o
oceano
Processos eólicos
— Dunas: formadas pelo
transporte e deposição
de partículas pelo vento
Processos oceânicos
• A maioria das partículas geradas pelo intemperismo e
erodidas nos continentes é depositada nas áreas
oceânicas.
• os sedimentos marinhos podem ser:
– terrígenos: de origem continental
– autigênicos: precipitados à partir da água do mar
– biogênicos: conchas e matéria orgânica derivada da vida
marinha e terrestre
– outros (vulcanogênicos, cosmogênicos)
Processos oceânicos
Cânion
Plataforma continental submarino Talude
continental Planície
Elevação abissal
Ambientes de Sedimentação
Ambientes de Sedimentação
Diagênese
— Processo – físico e químico – que transforma os
sedimentos em rochas sedimentares
— Cimentação – diagênese química – minerais são
precipitados nos poros dos sedimentos, formando o
cimento que liga os clastos e os fragmentos de rocha
entre si (decréscimo na porosidade).
— Compactação – diagênese física – clastos são
comprimidos pelo peso dos sedimentos sobrepostos
(decréscimo no volume e na porosidade)
Diagênese
Estudo de Paleoambientes

Grau de
Seleção

Grau de
Arredondamento
Estudo de Paleoambientes

— Tamanho do sedimento:
— energia do agente transportador
— viscosidade do agente
— sedimentos depositados quando a energia do agente
diminui:
ar ⇒ água ⇒ (lama) ⇒ gelo
Sedimentos Vulcanoclás8cos –
Rochas Piroclás8cas ou Vulcanoclás8cas

tufo, Resting Springs Pass, Death Valley, CA

sedimentação e li&ficação de cinza vulcânica,


púmice, fragmentos de rocha,
de minerais e de vidro
velocidade de fluxo pode ser >100 km/h, T >500°C
tufo com shards em seção delgada
Rochas Sedimentares Não-Clás8cas
— Precipitação química de minerais (processo inorgânico), a
partir dos íons dissolvidos em solução (intemperismo)
devido à evaporação, mudanças de Temperatura, Eh ou pH do
sistema.

— Precipitação bioquímica (processo orgânico), a partir de


organismos que secretam carbonato e outros compostos
fosfatos e sulfatos), como parte de seu processo de crescimento
– conchas e esqueletos (corais, algas, foraminíferos)

— Rochas mais comuns:


— Calcário (carbonato de cálcio - calcita)
— Dolomito (carbonato de magnésio - dolomita)
— Evaporito (halita, gipsita)
— Precipitação a partir de soluções saturadas
— Cristalização a partir de
Soluções Aquosas a
Baixas T (<100oC)

— Típicas em:
Evaporitos
Plataformas carbonáticas marinhas

À medida que ocorrer a evaporação de uma solução saturada....


Inicialmente: formação de cristais microscópicos
Posteriormente: coalescência de cristais
Revista Planeta, abril de 2010

Mar Morto
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Classificação Rochas Sedimentares
— Função de:
— composição química e mineralógica

— dimensão dos grãos


— características texturais
Classificação Rochas Sedimentares Clás8cas

— A classificação
destes
sedimentos e
rochas é feita
apenas pelo
TAMANHO do
clasto (em mm).
Classificação Rochas Sedimentares Clás8cas
Tamanho (mm) Nome do clasto Nome do sedimento Rocha sedimentar
> 256 Matacão Conglomerado
(grãos
64-256 Bloco Cascalho (de arrendodados) ou
4-64 Seixo matacões, seixos, etc.) Brecha (grãos
angulares)
2-4 Grânulo

0,25-2 Grão Areia Grossa Arenito (grosso, etc.)


0,062-0,25 Grão Areia fina

0,005-0,062 Partícula de silte Silte Siltito

< 0,005 Partícula de argila Argila Argilito (folhelho se


laminado)
Mineralogia – Rochas Sedimentares Clás8cas
— Principais Minerais Fomadores:
— Quartzo
— Feldspato
— Micas e Argilominerais
— Fragmentos de Rocha

— Exemplos:
— Conglomerados: fragmentos maiores de minerais e rochas
— Arenitos: grãos de quartzo, também feldspatos, micas, opacos
— Siltitos: grãos menores de quartzo, etc., com proporções variáveis de
grãos de fração areia e argila
— Argilitos: principalmente, argilominerais
Classificação Rochas Sedimentares Clás8cas
Classificação
Rochas Sedimentares
Químicas

— Químicas: calcários e
dolomitos (constituídos
por calcita e dolomita);
evaporitos (halita,
gipsita)

— Biogênicas: carvão,
recifes (com estruturas
de crescimento;
coquina (fragmentos de
conchas)
Mineralogia – Rochas Sedimentares Químicas
— Calcário: calcita e dolomita

— Evaporito: halita, silvita, gipso, anidrita

— Silexito ou cherts: quartzo, calcedônia, opala

— Fosforito: apatita

— Carvão mineral: compostos carbonosos

— Recifes (bioherme): calcita, aragonita


Recursos Minerais em Rochas Sedimentares
— Hidrocarbonetos (gás, petróleo): transformação de
biomassa em bacias sedimentares; acumulação em
rochas sedimentares (trapps ou armadilhas).
— Carvão Mineral: camadas de biomassa transformada
em bacia sedimentar, em ambiente redutor.
— Calcários e Dolomitos: matéria prima para siderúrgia
e calagem de solos para a agricultura.
— Águas Subterrâneas: os aqüíferos mais importantes
são sedimentos e rochas sedimentares clásticas de
granulação média a grossa.
— Evaporitos (sal gema): obtenção de sal de cozinha.
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Rochas Sedimentares e Sedimentos na Construção Civil
— Areias e cascalhos: agregado graúdo e miúdo para
concreto.
— Argilitos, calcários: matéria prima para a produção de
clínquer (cimento) e cal.
— Solos argilosos: materiais para aterros e
impermeabilização em barragens.
— Rochas químicas evaporíticas: gipsita (fabricação de
gesso).
— Arenito: pedras de revestimento.

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REFERÊNCIAS

TEIXEIRA, W., FAIRCHILD, T., TOLEDO, M.C.M. & TAIOLI, F. (2009) Decifrando
a Terra. 2º Edição, São Paulo, SP: Companhia Editora Nacional. 623 p.
PRESS, F., SIEVER, R. GROTZINGER, J. e JORDAN, T.H. (2006) Para entender a
Terra. Tradução R. Menegat (coord.), 4ª Edição, Porto Alegre, RS: Bookman.
656p.

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