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O SÁBIO E O ESCORPIÃO

Foto de Alexey Demidov

Havia uma vez um sábio em uma pequena cabana à beira de um rio. Certo dia, enquanto ele
contemplava a natureza ao seu redor, um escorpião se aproximou da margem do rio, visivelmente
aflito.

O sábio observou atentamente enquanto o escorpião lutava para atravessar o rio, mas as
correntezas impiedosas o arrastavam de volta. Vendo o perigo iminente, o sábio estendeu a mão
para ajudar o escorpião.

“Por favor, sábio, me ajude a atravessar este rio. Se eu não chegar ao outro lado, certamente
morrerei”, suplicou o escorpião.

O sábio hesitou por um momento, ciente do veneno mortal do escorpião, mas sua compaixão
superou seu receio. Com cuidado, ele pegou o escorpião em sua mão e o colocou suavemente nas
costas, permitindo-lhe se agarrar enquanto atravessavam o rio juntos.

No meio da jornada, o escorpião, dominado por seu instinto, ergueu seu ferrão e o fincou na mão
do sábio. O sábio, sentindo a dor lancinante da picada, poderia ter facilmente soltado o escorpião,
condenando-o à correnteza furiosa. No entanto, ele permaneceu calmo, compreendendo a
natureza do escorpião.

“Por que você fez isso?”, perguntou o sábio com serenidade, enquanto a dor pulsava em sua mão.

O escorpião, envergonhado, respondeu: “Eu não pude evitar, é minha natureza”.

O sábio, com um sorriso resignado, disse: “E é também da minha natureza ajudar, mesmo que isso
signifique sofrer às vezes.”

Com essas palavras, o sábio continuou a atravessar o rio, carregando o escorpião. Finalmente, eles
alcançaram a outra margem, onde o escorpião foi liberado.

Enquanto o escorpião se afastava, ele olhou para trás para o sábio e murmurou: “Obrigado por sua
bondade, mesmo quando eu não a merecia.”

NAYSON JONATA

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