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O ESPELHO MÁGICO E A FRAGMENTAÇÃO DA VERDADE

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Era uma vez, num tempo esquecido, onde uma única verdade reinava supremamente entre
o Céu e a Terra, refletida por um espelho mágico. Tudo que se manifestava no mundo
espiritual ecoava fielmente no mundo material. Nenhuma dúvida ousava desafiar a absoluta
veracidade dos acontecimentos. O espelho da verdade repousava delicadamente entre os
dois mundos, guardando com zelo a integridade da realidade.

Neste mundo, vivia Mahura, uma jovem incansável que trabalhava lado a lado com sua mãe,
pilando milho dia e noite. Num fatídico dia, um movimento desajeitado fez com que seu
pilão colidisse com o espelho, estilhaçando-o em mil pedaços. Horrorizada, Mahura partiu
em busca do perdão de D'us.

Para sua surpresa, encontrou o criador descansando serenamente à sombra da imponente


árvore sagrada. Após ouvir as sinceras desculpas de Mahura, o Senhor declarou que, a partir
daquele momento, a verdade não mais seria uma entidade única e incontestável. Cada
fragmento do espelho disperso pelo mundo conteria apenas uma parte da verdade,
refletindo a realidade do local onde estivesse.

E assim, a verdade foi fragmentada, espalhando-se pelos confins do mundo. Quem


encontrasse um pedacinho do espelho, encontraria apenas uma faceta da verdade, uma
pequena peça do quebra-cabeça da realidade.

Mahura, ciente do impacto de suas ações, carregou consigo o conhecimento de que a


verdade era tão vasta e multifacetada quanto os fragmentos do espelho. E assim, cada
indivíduo, ao encontrar um pedaço do espelho, era lembrado da importância de considerar
todas as perspectivas, pois a verdade se revelava na interseção de todas as verdades
parciais.

E assim, a busca pela verdade tornou-se uma jornada de descoberta, onde cada pedacinho
do espelho guiava os buscadores em direção a uma compreensão mais profunda e completa
da realidade, livre das amarras de uma única e absoluta verdade.

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