Você está na página 1de 8

Revista Contexto & Saúde

Editora Unijuí
Programa de Pós-Graduação em Atenção Integral à Saúde
http://dx.doi.org/10.21527/2176-7114.2018.35.19-26

Biotecnologia e Alimentos
Geneticamente Modificados:
Uma Revisão

Bruna Damaceno Vargas1, Arthur Basso2, Thais Valença Rodrigues3,


Luana Bizzi Silva4, Monica Gatzke5, Matias Nunes Frizzo6

RESUMO
A biotecnologia é uma associação de conhecimento científico e tecnológico que usa parte dele para produzir bens e serviços
para a humanidade e ambiente, bem como a criação de seres vivos a partir de práticas laboratoriais. A biotecnologia é, hoje,
necessariamente uma ferramenta a mais à disposição do pesquisador, que permite a aquisição de plantas geneticamente
modificadas de maneira mais previsível com uma maior produção alimentícia. Dessa forma, o presente estudo apresentou
como objetivo realizar uma pesquisa bibliográfica sobre a relação da biotecnologia e agricultura para a obtenção de alimen-
tos geneticamente modificados. Para tal objetivo foi realizada uma revisão descritiva da literatura científica, abordando te-
mas referentes à Biotecnologia, Agricultura e Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). A ciência aplicada à agricul-
tura tem conseguido não somente aumentar a produtividade dos alimentos, mas reduzir, ou mesmo eliminar, danos ao meio
ambiente. Técnicas agrícolas modernas estão aumentando a produtividade e, ao mesmo tempo, melhorando a fertilidade do
solo e protegendo o meio ambiente, ar, água e terra. Os OGMs são aqueles organismos, no caso as plantas, que têm seu ma-
terial genético modificado pela introdução de um ou mais genes por meio da técnica de biologia molecular. Nesse contexto,
é inegável a tendência de que a produção transgênica poderá gerar, além de um crescimento na produtividade agrícola, um
aumento na ordem qualitativa dos alimentos, possibilitando uma ação na prevenção de inúmeras doenças.
Palavras-chave: Biotecnologia. Agricultura. Alimentos geneticamente modificados.

BIOTECHNOLOGY AND GENETICALLY MODIFIED FOODS: A REVIEW


ABSTRACT
Biotechnology is an association of scientific and technological knowledge that uses part of it to produce goods and services
for humanity and the environment, as well as the creation of living beings from laboratory practices. Biotechnology today is
necessarily a tool available to the researcher, which allows the acquisition of genetically modified plants in a more predictable
way with a higher food production. Thus, the present study aimed to carry out a bibliographical research on the relationship
between biotechnology and agriculture to obtain genetically modified foods (GMOs). For this purpose a descriptive review
of the scientific literature was carried out, addressing subjects related to Biotechnology, Agriculture and Genetically Modified
Organisms. Science applied to agriculture has succeeded not only in increasing food productivity, but in reducing or even eli-
minating environmental damage. Modern agricultural techniques are increasing productivity and at the same time improving
soil fertility and protecting the environment, air, water and land. GMOs are those organisms, in this case plants, which have
their genetic material modified by the introduction of one or more genes through the technique of molecular biology. In this
context, it is undeniable the tendency that the transgenic production could generate, besides a growth in the agricultural pro-
ductivity, an increase in the qualitative order of the food, enabling an action in the prevention of numerous diseases.
Keywords: Biotechnology. Agriculture. Genetically modified food.

Recebido em: 17/11/2015


Aceito em: 30/10/2017

1
Aluna do curso de Graduação em Biomedicina CNEC-Iesa. brunavargasvargas8@gmail.com
2
Aluno do curso de Graduação em Biomedicina CNEC-Iesa. arthur_basso@hotmail.com
3
Aluno do curso de Graduação em Biomedicina CNEC-Iesa. thaiis_vanessa@hotmail.com
4
Aluno do curso de Graduação em Biomedicina CNEC-Iesa. luanabizzisilva@hotmail.com
5
Aluno do curso de Graduação em Biomedicina CNEC-Iesa. monicagkelm@gmail.com
6
Professor do Departamento de Ciências da Vida – Unijuí. matias.frizzo@unijui.edu.br

Editora Unijuí – Revista Contexto & Saúde – vol. 18, n. 35, jul./dez. 2018 – ISSN 2176-7114 p. 19-26
Bruna Damaceno Vargas – Arthur Basso – Thais Valença Rodrigues
Luana Bizzi Silva – Monica Gatzke – Matias Nunes Frizzo

INTRODUÇÃO Biotecnologia
O conceito de biotecnologia parte do uso de O termo “biotecnologia” está sendo usado
processos biológicos para a obtenção de bens, que desde a simbiose entre os avanços científicos, habi-
vão de alimentos como, por exemplo, os que neces- lidades técnicas e sua aplicação para a modificação
sitam do processo de fermentação à produção de me- e geração de fenômenos vitais que acontecem, bem
dicamentos em geral, utilizando células vivas e seus como a criação de seres vivos a partir de práticas la-
derivados sintéticos, como as enzimas e aminoácidos boratoriais (SCHRAMM, 2001). É uma associação de
(GIEHL, 2006; VIEIRA, 2006). conhecimento científico e tecnológico que usa parte
A biotecnologia abrange processos muito varia- dele para produzir bens e serviços para a humanidade
dos desde a fermentação industrial, a terapia gênica e ambiente, abordando um avanço progressivo graças
e a clonagem. As repercussões médicas dos avanços à pesquisa que estuda o DNA desenvolvendo melho-
na biotecnologia têm sido fascinantes, mas as impli- rias tecnológicas que estão diretamente associadas ao
cações desses avanços para a saúde humana são nada desenvolvimento da ciência (RENGIFO, 2009).
menos do que impressionantes. O termo biotecno- Esta ciência surgiu centrada na questão da saú-
logia foi empregado originalmente pelo engenheiro de humana e animal, em que se utilizou microrganis-
húngaro Karl Ereky, em 1919, para se referir a “todas mos para a produção de antibióticos. Relatos de culti-
as linhas de trabalho, cujos produtos eram produzidos vos de células in vitro são datados da Segunda Guerra
a partir de matéria bruta com auxílio de organismos Mundial, quando a cultura de Penicillum notarum era
vivos” (STEINBERG, 2002). aproveitada para a fabricação do antibiótico penicili-
Atualmente, é uma área em franca expansão e na, cuja atuação como antibiótico foi desvendada por
tem muito a contribuir para a sociedade do futuro. As Alexander Fleming em 1929. Foi somente no fim do
novas descobertas na área consistirão em um impor- século 19 que ocorreu um acontecimento marcante
tante material para diversas aplicações. A biotecnolo- para a biotecnologia atual. Em 1865, o monge Gregory
gia pode ser uma solução de futuro para o problema Mendel conseguiu descobrir os segredos da heredita-
da alimentação humana, por que graças a ela a pro- riedade, fazendo cruzamentos de ervilhas com distin-
dução anual dos alimentos pode aumentar considera- tas cores de flores no jardim de um monastério. Suas
velmente para satisfazer às necessidades de uma po- experiências criaram uma nova ciência: a genética.
pulação cada vez maior, e serão necessários produtos Atualmente, no entanto, não restam dúvidas de que a
alimentícios econômicos e de melhor qualidade (OR- biotecnologia do século 21 é muito diferente daquela
GANIZAÇÃO..., 2008). que havia no período de Mendel. Em 1953 ocorreu o
A manipulação genética dos alimentos pode descobrimento da hélice dupla do DNA (o material ge-
ser a solução para evitar cenários de fome por todo nético era duplicado e passado de geração a geração)
o globo, posto que alimentos transgênicos podem ser por James Watson e Francis Crick. Este descobrimento
mais nutritivos, mais resistentes a pragas e de maior acarretou consigo um novo conjunto de metáforas e
adaptação em terrenos pobres em nutrientes do que uma nova língua para apresentar a ação biológica que
os convencionais (THIEMAN; PALLADINO, 2004). Além transforma a forma pela qual os biólogos moleculares
disso, são de grande relevância por serem ricos em entendem as alterações genéticas em todos os orga-
nutrientes e contêm mais minerais e vitaminas do nismos (CARRER; BARBOSA; RAMIRO, 2010).
que os encontrados em alimentos tradicionalmente O desenvolvimento acelerado do campo da bio-
cultivados. OGMs são conhecidos por ter caracterís- tecnologia aconteceu a partir da década de 70, mais
ticas que atraem mais o consumo, inclusive um sabor exatamente a partir de 1973, com o desenvolvimen-
mais agradável. Outra razão para os consumidores to da engenharia genética, informação que permite
optarem por alimentos geneticamente modificados é a alteração direta do material genético do DNA/RNA.
que eles apresentam uma vida útil maior e, portan- Tal achado foi obra dos pesquisadores americanos
to, aumentando sua durabilidade para o consumo Stanley Cohen e Herbert Boyer, que realizaram a al-
(BAWA, 2013). teração direta do material genético em que podem
Dessa forma, o presente estudo apresentou revolucionar o entendimento das áreas de diagnósti-
como objetivo realizar uma pesquisa bibliográfica so- co, acompanhamento, tratamento, e também, para al-
bre a relação da biotecnologia e a agricultura para ob- guns tipos de organismos (vegetais), o melhoramento
tenção de alimentos geneticamente modificados. genético (GIEHL, 2006; VIEIRA, 2006).

20 Editora Unijuí – Revista Contexto & Saúde


Biotecnologia e Alimentos Geneticamente Modificados: Uma Revisão

A biotecnologia moderna abrange a análise do Na agricultura, estudos envolvendo DNA das


ácido desoxirribonucleico (DNA), ácido ribonucleico células ocorrem desde o início do século 20, como a
(RNA), genômica, transcriptômica, proteômica, bioin- cultura de tecidos, a fixação biológica de nitrogênio
formática e da engenharia genética aplicada à modi- e o controle biológico de pragas. No conceito atual
ficação genética de organismos vivos. A engenharia de biotecnologia, porém, incluem-se, também, téc-
genética é a técnica de isolamento de DNA no labo- nicas modernas de modificação direta do DNA de
ratório, avaliando e inserindo-o em um organismo di- uma planta ou de um organismo vivo qualquer, de
ferente, mas adequado à finalidade do procedimento forma a modificar-se exatamente as características
da pesquisa. Esta biotecnologia moderna pode e deve desse organismo ou introduzir novas. O processo de
exercer um papel extraordinário no desenvolvimento transferência e modificação genética direta, conheci-
de novos produtos animais, vegetais, fungicos e bac- da como engenharia genética ou tecnologia do DNA
terianos (ORTIZ, 2012). recombinante, mais a genômica, ficaram conhecidas
como “biotecnologia moderna”, em contraposição
Biotecnologia na Agricultura à “biotecnologia tradicional ou clássica”, que inclui
as técnicas tradicionais que alteram seres vivos sem
A biotecnologia é, hoje, essencialmente uma manipulação genética direta. Por conseguinte, o apa-
ferramenta a mais à disposição do pesquisador, que recimento da biotecnologia moderna marca o início
permite a aquisição de plantas geneticamente modi- de um novo aprendizado para a agricultura e conser-
ficadas de maneira mais previsível. Resumidamente, va um papel de realce à genética molecular (JAMES,
pode-se salientar que um gene, ao ser transferido para 2013).
o genoma de outra espécie, vai determinar nessa es- Os progressos no campo da genética vegetal
pécie a mesma qualidade que determinava na espécie têm como resultado reduzir a dependência exagera-
doadora. É por esse pretexto que o gene responsável da da agricultura das inovações mecânicas e químicas,
pela produção de insulina humana, ao ser transferido que constituíram os pilares da revolução verde. Além
para a bactéria Escherichia coli, torna essa bactéria do avanço da produtividade, a biotecnologia moderna
produtora de insulina humana (BORÉM, 2005). pode contribuir para a diminuição dos custos de pro-
A ciência aplicada à agricultura tem conseguido dução para a lavoura de alimentos com melhor qua-
não somente aumentar a produtividade dos alimen- lidade e para o desenvolvimento de técnicas menos
agressivas ao meio ambiente. Deste modo, a principal
tos, mas reduzir, ou mesmo eliminar, danos ao meio
contribuição da biotecnologia moderna à agricultura
ambiente. Técnicas agrícolas modernas estão aumen-
é a probabilidade de criar novas espécies a partir da
tando a produtividade e, ao mesmo tempo, melhoran-
transferência de genes entre duas outras distintas.
do a fertilidade do solo e protegendo o meio ambien-
Essa transferência visa o incremento de uma planta
te, ar, água e terra. Neste sentido, deve-se considerar,
com uma característica de interesse econômico, como
como já mencionado, que a atual geração está toman- é o evento das plantas resistentes a vírus ou a pragas
do o solo por empréstimo das gerações futuras, às (SILVEIRA; BORGES; BUAINAIN, 2005).
quais ele deve ser devolvido com igual potencial pro-
As plantas geneticamente modificadas têm
dutivo e, se possível, melhorado. No melhoramento
demonstrado convincentemente benefícios extraor-
de plantas, considerado como ciência aplicada, é na-
dinários, como o aumento da produtividade e a dimi-
tural o emprego da nova tecnologia para a obtenção
nuição do uso de pesticidas químicos, levando a um
de outras variedades melhoradas (THIEMAN; PALLA- menor escoamento e menos envenenamentos. Um
DINO, 2004). exemplo da importância na biotecnologia na agricul-
Nesse contexto, a transgenia amplia considera- tura é o o cultivo do algodão transgênico na China,
velmente a variabilidade disponível, pois pode utilizar que tem reduzido substancialmente a incidência de
a variabilidade existente em todos os seres vivos. As- envenenamento por pesticidas entre os agricultores e
sim, quando uma característica desejável não é en- suas famílias (BAWA, 2013).
contrada no genoma da espécie de interesse, mas o Mediante a biotecnologia, a clonagem de genes
gene responsável por essa característica é identificado em diversos tipos de organismos vegetais tem propor-
em outra espécie, tal gene pode ser transferido para cionado uma menor necessidade de água, ou maior
a espécie a ser melhorada. Isso é possível porque o resistência à escassez de água, ou uso de organismos
código genético é universal, ou seja, é o mesmo para tolerantes a águas mais salinas, o que tem reforçado
todos os seres vivos (PATERNIANI, 2001). o uso desta tecnologia no mundo. Com secas recor-

ISSN 2176-7114 – vol. 18, n. 35, jul./dez. 2018 21


Bruna Damaceno Vargas – Arthur Basso – Thais Valença Rodrigues
Luana Bizzi Silva – Monica Gatzke – Matias Nunes Frizzo

rentes sobre o Sul da Europa, Austrália, partes dos Organismos Geneticamente Modificados
Estados Unidos e grande parte da África subsaariana,
pequenas melhorias nas necessidades de água para Entende-se por organismo geneticamente mo-
a agricultura podem fazer uma grande diferença nos dificado (OGM) todo o organismo cujo seu material
rendimentos e custo-efetividade da agricultura, sem genético (DNA/RNA) foi manipulado de modo a favo-
contar na diminuição da pobreza e deficiências nutri- recer alguma característica desejada, isto é, cujo ma-
cionais nestas regiões (MILLER, 2010). terial genético foi deliberadamente alterado pelo ser
humano por meio de técnicas de biotecnologia. O pri-
Além disso, são úteis no controle da ocorrência meiro organismo geneticamente modificado transgê-
de certas doenças, pois, ao modificar o DNA de muitos nico criado foi a bactéria Escherichia coli, que sofreu
alimentos, algumas das propriedades que provocam adição de genes humanos para a produção de insuli-
alergias são eliminadas com sucesso. Estes alimentos na na década de 80. Um transgênico é um organismo
crescem mais rápido do que os alimentos que são cul- geneticamente modificado, mas este não é obrigato-
tivados tradicionalmente. Embora as sementes de tais riamente um transgênico; somente é considerado um
produtos sejam bastante caras, o seu custo de produ- transgênico se for introduzido no seu material genéti-
ção é relatado como sendo menor do que a das cultu- co parte de outro material genético de outra espécie
ras tradicionais em virtude da resistência natural para (BECHANE, 2012).
as pragas e insetos, reduzindo a utilização de pestici-
Os termos transgênicos ou organismos geneti-
das e inseticidas nocivos, tornando os alimentos livres
camente modificados (OGMs) referem-se a plantas,
de produtos químicos e favoráveis ao meio ambiente
animais ou microrganismos que receberam genes de
também (BAWA, 2013).
outros organismos no seu genoma para expressar ca-
Nos últimos anos a produção de transgênicos racterísticas desejadas do organismo doador. Desta
se expandiu em praticamente todas as regiões agrí- forma, a barreira do cruzamento entre espécies e até
colas do planeta, e a adoção da biotecnologia na entre diferentes reinos foi rompida, trazendo inúme-
agricultura atinge níveis nunca alcançados por outras ras possibilidades para o melhoramento destes (VER-
tecnologias avançadas em toda a história da agricul- CESIL; RAVAGNANI; DI CIERO, 2009; CORONA, 2007).
tura (JAMES, 2013). Um estudo realizado em 2009 O avanço da ciência nos últimos anos propor-
mostra que o Brasil passou a ser o segundo maior cionou a descoberta de novas tecnologias, um passo
produtor de transgênicos do mundo pela primeira de essencial importância para o progresso da humani-
vez em 2009. O país supera a Argentina e fica atrás dade. No campo agroindustrial, os OGMs são conside-
apenas dos EUA no ranking mundial de cultivos de rados um avanço importante para a melhoria e para o
OGMs, em um universo de 25 países produtores. O aumento do processo produtivo. De fato, a criação das
Brasil plantou 21,4 milhões de hectares com culturas plantas geneticamente modificadas pode ser conside-
geneticamente modificadas (GM) em 2009; um cres- rada um avanço científico e uma certeza de lucro para
cimento de 35,4% em relação a 2008 (equivalente a os grandes centros de biotecnologias e para os produ-
5,6 milhões de hectares). De acordo com o Serviço In- tores rurais, uma vez que confere a elas, por meio da
ternacional para Aquisição de Aplicações em Agrobio- tecnologia do DNA recombinante, características que
tecnologia (ISAAA), trata-se do maior índice de cresci- não seriam adquiridas por meio do melhoramento
mento entre os 25 países produtores de transgênicos, convencional. Os OGMs são aqueles organismos, no
especialmente em razão da rápida adoção do milho e caso as plantas, que têm seu material genético modi-
soja transgênicos (JAMES, 2013; VERCESI; RAVAGNA- ficado pela introdução de um ou mais genes mediante
NI; DI CIERO, 2009). a técnica de biologia molecular. Assim, genes oriundos
É marcante como a biotecnologia tem revolu- de diferentes vegetais, animais ou microrganismos po-
cionado a agricultura com modernas tecnologias que dem ser introduzidos em um genoma vegetal recep-
nos permitem identificar e escolher genes que codi- tor, conferindo às plantas novas características para a
ficam qualidades benéficas para serem usadas como otimização da produção de alimentos, fármacos e ou-
marcadores moleculares nas técnicas de seleção assis- tros produtos industriais (RIBEIRO; MARIN, 2012).
tida, ou ter a expressão de um determinado gene em A ascenção da engenharia genética e a introdu-
outro organismo por transgenia e, assim, com maior ção no mercado mundial de um novo tipo de alimen-
precisão, obter novas características agronômicas e to – “os geneticamente modificados ou transgênicos”
nutricionais desejáveis nos cultivos de plantas (CAR- – têm gerado muita polêmica. De um lado, a indústria
RER; BARBOSA; RAMIRO, 2010). da biotecnologia deposita extrema confiança na segu-

22 Editora Unijuí – Revista Contexto & Saúde


Biotecnologia e Alimentos Geneticamente Modificados: Uma Revisão

rança da engenharia genética e sua importância para Uma estratégia bem-sucedida deve combinar
o desenvolvimento econômico e, de outro, há uma múltiplas abordagens que integram a melhoria conven-
desconfiança generalizada da sociedade, motivada, cional das culturas com a biotecnologia moderna, que
em parte, pela ausência de informação. A falta de ex- mostrou resultados promissores otimizando a produti-
periência com os OGMs e o potencial destes organis- vidade e contribuindo para a segurança alimentar e de
mos para causar certos efeitos adversos como resul- fibra nos últimos dois anos (CHOUDHARY et al., 2014).
tado dos genes inseridos em seus genomas, é à base
das regulamentações de biossegurança. Apesar de que METODOLOGIA
a capacidade de produzir alterações genéticas precisa
aumentar a confiança de que as mudanças não inten- O estudo foi desenvolvido mediante uma revi-
cionais no genoma não irão ocorrer, isto não assegura são descritiva da literatura científica, abordando temas
que todos os aspectos ecológicos importantes do fenó- referentes à Biotecnologia, Agricultura e Organismos
tipo possam ser preditos (BOCCIA, 2015; ANEZ, 2006). Geneticamente Modificados. O processo de revisão foi
realizado por uma busca na base de dados eletrônica,
Na avaliação dos riscos associados com as no- Pubmed e Scielo, a partir de artigos publicados no ano
vas técnicas de produção de alimentos, é necessário 2000, utilizando os descritores Biotecnologia (Biotech-
considerar também a maneira como essas técnicas nology), Agricultura (Agriculture) e Organismos Gene-
diferem das tradicionais empregadas na agricultura. ticamente Modificados (Genetically Modified Food).
Quando são utilizados métodos tradicionais de melho- Foi encontrado o total de 238 artigos. Estes passaram
ramento, visando a incrementar alguma característica por uma análise de título e resumo para, então, refi-
em uma planta, por exemplo, os níveis de toxinas que nar os artigos que estavam mais relacionados ao tema
ocorrem naturalmente podem ser aumentados como pesquisado “Biotecnologia e Alimentos Geneticamente
resultado do cruzamento feito. Desta forma, são ne- Modificados” e que foram publicados a partir do ano
cessários vários anos realizando-se outros cruzamen- 2000. Após essa análise foram selecionados 40 artigos,
tos para tentar livrar a nova planta da característica nos quais foi realizada uma leitura na íntegra, sendo se-
indesejável e, ao mesmo tempo, manter os benefícios lecionados 33 artigos. Os demais artigos (total de 211)
do híbrido. De maneira semelhante, existem riscos foram excluídos por não abordarem a temática preten-
associados aos altos níveis de produtos químicos uti- dida nesta revisão ou por terem sido publicados em
lizados atualmente, os quais permitem às culturas anos anteriores a 2000, conforme mostra a Figura 1) a
tolerarem insetos, doenças e condições climáticas ad- seguir.
versas. Com o emprego das técnicas da biotecnologia,
foram desenvolvidas novas variedades, muitas delas Figura 1 – Fluxograma de análise dos artigos
mais produtivas do que as tradicionalmente utilizadas
e com uma necessidade muito menor de aplicação de
agrotóxicos (XAVIER et al., 2008).
Os OGMs são cada vez mais utilizados em sis-
temas de investigação industriais para a produção de
medicamentos de alto valor, combustíveis e produtos
químicos. Isolamento genético e biotecnologia pro-
porcionariam medidas essenciais de biossegurança
para proteger partes vitais dos genomas, possibilitar
OGMs seguros e auxiliar no desenvolvimento da bior-
remediação e probióticos (ROVNER et al., 2014).
Entre as características mais relevantes presen-
tes em culturas geneticamente modificadas autori-
zadas, tolerância a herbicidas e resistência a insetos
são prevalentes em todo o mundo. As características
de valor agregado, no entanto, tais como diferente
conteúdo de micronutrientes, amadurecimento mais RESULTADOS E DISCUSSÃO
rápido, melhor valor de avanço e altos níveis de antio-
xidantes, também ganharam muita atenção recente- A ciência tem proporcionado uma ampla gama
mente (GERDES et al., 2014; SIMÓ et al., 2014; RIBEI- de possibilidades para modificar diferentes tipos de
RO; MARIN, 2012). organismos, como também ganhos significativos de

ISSN 2176-7114 – vol. 18, n. 35, jul./dez. 2018 23


Bruna Damaceno Vargas – Arthur Basso – Thais Valença Rodrigues
Luana Bizzi Silva – Monica Gatzke – Matias Nunes Frizzo

produtividade e rentabilidade da economia que envol- ciedade, os alimentos são usualmente fornecidos a
ve alimentos e demais produtos geneticamente modi- animais em quantidades equivalentes a um baixo nú-
ficados. Culturas transgênicas já são comercializadas mero de múltiplos daquelas quantidades que prova-
há quase 20 anos, o que consiste num fato oportuno velmente estariam presentes em uma dieta humana,
para discutir sobre as aplicações desta tecnologia, o que implica baixos fatores de segurança. Há, ainda,
como os ganhos na produtividade, assim como no que se considerar em maior profundidade o valor nu-
incremento de nutrientes e moléculas bioativas nos tricional do alimento e, consequentemente, o balan-
OGMs. ceamento das dietas utilizadas. A detecção de quais-
Um aspecto muito significativo associado à quer efeitos adversos potenciais e o relacionamento
biotecnologia foi o desenvolvimento de tecnologias destes a uma característica individual do alimento,
envolvendo melhoria nas metodologias e novas ca- pode ser, entretanto, extremamente difícil. As análi-
racterísticas expressas em variedades introduzidas ses para a determinação da composição de alimentos
na agricultura. Nesse ramo, em especial as indústrias, geneticamente modificados e seus derivados devem
desenvolveram inúmeros transgenes formando verda- focar o conteúdo de nutrientes-chave (macro e micro-
deiras bibliotecas de DNAs de transgenes associados nutrientes), de componentes tóxicos-chaves e de fato-
as mais diversas funções, como resistência aos herbi- res antinutricionais-chaves.
cidas, maior resistência à falta de água, assim como Não há como negar o aumento de produtivi-
transgenes de proteínas ou elementos essenciais que dade agrícola associada aos transgênicos. Por outro
enriquecem determinados alimentos ou são fonte de lado, o uso em longo prazo desses alimentos poderá
extração destas moléculas bioativas. Por outro lado, trazer algumas modificações ao meio, como a geração
os OGMs expõem a saúde humana, o meio ambiente de novas pragas e plantas daninhas por intermédio
e a segurança alimentar a riscos, bem como propor- de modificação das plantas que possuem substâncias
cionam o aparecimento de “traços patógenos para nutritivas diferentes que levarão ao aparecimento de
humanos, animais e plantas; perturbações para o novos parasitas, danos a espécies não alvos com o
ecossistema; transferência de novos traços genéticos transporte do pólen pelo vento, água, insetos e aves,
para outras espécies, com efeitos indesejáveis; depen- e poderá ocorrer a contaminação de plantações na-
dência excessiva face às espécies, com ausência de va- tivas com os genes das modificadas, levando a uma
riação genética” (COTA, 2015). propagação de genes para ouras plantas. Também
O avanço excessivo nessa tecnologia, no en- pode ocorrer a alteração na dinâmica dos ecossiste-
tanto, gerou uma grande variedade de espécies mo- mas, a introdução de uma nova espécie em um meio e
dificadas, mas que ainda necessitam de uma rigorosa as monoculturas podem levar ao desaparecimento de
avaliação pelos órgãos fiscalizadores, como o FDA, Mi- outras espécies da cadeia alimentar que utilizavam o
nistério da Agricultura e Anvisa, para possibilitar uma meio natural para a alimentação e reprodução. A pro-
segurança alimentar aos indivíduos, assim como pos- dução de substâncias tóxicas, a degradação incomple-
suir uma utilização segura ao meio ambiente enquan- ta de produtos químicos perigosos codificados pelos
to produto cultivável. genes modificados e a perda da biodiversidade, pode-
No estudo de Rodríguez-Entrena et al. (2015) rão levar ao desaparecimento de espécies mais frágeis
os resultados demonstraram a prevalência na preo- em relação à adaptação ao meio ambiente mediante
cupação com os fatores de risco ou desconfiança em uma seleção “natural” (ALVES, 2004). Alguns compo-
relação aos OGMs. Além disso, a atitude inovadora nentes presentes em alimentos específicos podem
quanto aos alimentos apresenta uma forte ligação se apresentar com efeitos biológicos potencialmente
com a falta de percepção da segurança destes. Para os benéficos, como as isoflavonas da soja. Há a necessi-
autores, uma estratégia para melhorar a aceitação de dade da verificação da ocorrência de quaisquer anti-
alimentos GM é desenvolver uma estratégia transpa- nutrientes conhecidos, naturalmente presentes no ali-
rente e equilibrada com informações acerca do risco mento, para ter certeza de que os níveis dos mesmos
potencial e informar sobre as avaliações para garantir não tenham aumentado significativamente como re-
segurança e qualidade a estes alimentos. sultado da modificação genética em relação aos níveis
Watanabe e Nutti (2002) constatam que os ali- encontrados em variedades convencionais (COSTA et
mentos geneticamente modificados constituem mis- al., 2011). Dessa forma, é necessário estimular a am-
turas complexas de vários compostos, e são caracteri- pliação da atividade dos órgãos governamentais para
zados por uma ampla variação na composição e valor avaliar os OGMs, a fim de responder essa demanda
nutricional. Em virtude de seu volume e efeito de sa- da população, com políticas de regulamentação para

24 Editora Unijuí – Revista Contexto & Saúde


Biotecnologia e Alimentos Geneticamente Modificados: Uma Revisão

o uso destes alimentos assim como um rigoroso pro- Dessa forma, volta-se à necessidade de maior empe-
grama de controle sanitário objetivando torná-los nho dos órgãos governamentais na fiscalização da pa-
confiáveis à população. Também tem-se direcionado dronização dos produtos aptos a serem cultivados.
a atenção para soluções em metodologias totalmente
inovadoras que mantêm a perspectiva de uma utiliza- CONCLUSÃO
ção mais abrangente de modificação genética na agri-
cultura como um todo, e, em especial, potencializar Um dos maiores benefícios para a biotecnologia
sua utilização na agricultura sustentável. agrícola é a produção de plantas melhoradas geneti-
camente, estabelecendo suportes para as existências
Assim como existem fatores a serem eluci- atuais e futuras de segurança alimentar, para a preser-
dados no emprego da biotecnologia na agricultura, vação dos recursos naturais e para o desenvolvimento
são desenvolvidas ferramentas para o aumento da de uma agricultura sustentável, assim como um sig-
produtividade por meio dos mecanismos de recom- nificativo aumento na produtividade. Os OGMs são
binação gênica e das redes regulatórias envolvidas na mais resistentes às pragas e à escassez de água, além
tolerância a estresses ambientais (seca, frio, calor, sa- disso, a nova geração de alimentos transgênicos com
linidade e acidez do solo, solos menos férteis...), de- enriquecimentos nutricionais auxilia na prevenção de
senvolvimento e crescimento, “desenhando” novas doenças crônicas não transmissíveis, como, por exem-
plantas. As transformações genéticas de plantas cul- plo, na prevenção de doenças cardiovasculares. Nesse
tivadas possibilitam validações funcionais de genes in- contexto, é inegável a tendência de que a produção
dividuais selecionados, bem como a exploração direta transgênica poderá gerar, além de um crescimento na
dos transgênicos no melhoramento genético, visando produtividade agrícola, um aumento na ordem quali-
à inserção de características agronômicas desejáveis tativa dos alimentos, possibilitando uma ação na pre-
(CARRER; BARBOSA; RAMIRO, 2010). venção de inúmeras doenças.
Graças à aplicação da biotecnologia no ramo
agrícola, há uma previsão de crescimento do setor REFERÊNCIAS
agrícola brasileiro, até o ano de 2019, de 40%, quando
ALVES, G. A Biotecnologia dos transgênicos: precaução é a
comparado ao ano 2000. Essa previsão de crescimen-
palavra de ordem. Agrolink, v. 1, n. 1, p. 1-10, 2004.
to deve-se pelas condições econômicas e ambientais
ANEZ, T. Organismos geneticamente modificados: uma
favoráveis do país e pela adoção massificada de cul- abordagem à luz do direito nacional e internacional. Revista
turas geradas com o auxílio da biotecnologia. Os pro- da Faculdade de Direito, v. 18, n. 0, p. 1-12, 2006.
dutos transgênicos estão sendo aplicados em pratica- ARAUJO, J. Produtos Transgênicos na agricultura: questões
mente todas as regiões agrícolas, e a biotecnologia é técnicas, ideológicas e políticas. Caderno de Ciência e Teo-
bastante utilizada pelos produtores, atingindo níveis ria, v. 18, n. 1, p. 117-145, 2001.
nunca alcançados por outras tecnologias avançadas BAWA, A. Segurança, riscos e preocupações comuns: ali-
especialmente no âmbito agrícola (CARRER; BARBO- mentos geneticamente modificados. Journal of Food Sci-
SA; RAMIRO, 2010; JAMES, 2013). ence and Technology, v. 50, n. 6, p. 1.035-1.046, 2013.
Algumas questões, no entanto, necessitam de BECHANE, V. Organismos geneticamente modificados. Jor-
maiores esclarecimentos, pois ainda há, no Brasil, di- nada Científica, v. 1, 2012.
versas polêmicas em torno dos transgênicos. De um BOCCIA, F. Os alimentos geneticamente modificados e pers-
lado há a defesa para a liberação dos transgênicos, pectiva do consumidor. Revista Nutricional Agricultura, São
Paulo, v. 20, n. 1, p. 10-22, 2015.
pois são considerados eficientes em produtividade e
frutos do avanço da ciência. Outros não concordam BORÉM, A. A história da biotecnologia: a ciência que está
surpreendendo até os mais otimistas. Biotecnologia Ciên-
com a sua liberação imediata, pois pontuam a neces-
cias & Desenvolvimento, Viçosa, v. 10, n. 34, p. 10-12, 2005.
sidade de mais estudos e pesquisas, apontando para
CARRER, H.; BARBOSA, A. L.; RAMIRO, D. A. Biotecnologia
os riscos de políticas liberalizantes deliberadas para
na agricultura. Estudos Avançados, v. 24, n. 70, p. 149-164,
estes produtos. O foco principal não está relacionado 2010.
à superprodução agrícola nem ao lucro das empresas CHOUDHARY, B. et al. Opções reguladoras para culturas ge-
e agricultores, tampouco à eficiência agronômica e neticamente modificadas na Índia. Journal Plant Biotechno-
econômica do cultivo, mas, sim, à saúde dos consumi- logy, 12, n. 3, p. 135-146, 2014.
dores e preservação do meio ambiente. O principal ar- CORONA, S. Alguns conceitos relacionados com organismos
gumento contrário a estes produtos é em relação aos geneticamente modificados (OGM). Revista Saúde Huma-
riscos à saúde humana, animais e ao meio ambiente. na, v. 29, n. 1, p. 12- 25, 2007.

ISSN 2176-7114 – vol. 18, n. 35, jul./dez. 2018 25


Bruna Damaceno Vargas – Arthur Basso – Thais Valença Rodrigues
Luana Bizzi Silva – Monica Gatzke – Matias Nunes Frizzo

COSTA, T. E. M. M. et al. Avaliação de risco dos organismos RIBEIRO, I. G., MARIN, V. A. A falta de informação sobre os
geneticamente modificados. Ciência de Saúde Coletiva, Rio Organismos Geneticamente Modificados no Brasil. Ciênc.
de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 327-336, jan. 2011. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 17, n. 2, p. 359-368, 2012.
COTA, M. V. R. Os organismos geneticamente modificados e RODRÍGUEZ-ENTRENA, M. et al. An assessment of the barri-
a rotulagem dos alimentos: uma análise a partir dos direi- ers to the consumers uptake of genetically modified foods:
tos dos consumidores. Curso de Direito, Lisboa, v. 6, n. 2, p. a neural network analysis. Journal Science of Food and Agri-
1-25, dez. 2015. culture, n. 10, v. 2, p. 47-62, 2015.
GERDES, L. A abordagem estatística para quantificação de ROVNER, A. J. et al. Recoded organisms engineered to de-
organismos geneticamente modificados (OGM), utilizando pend on synthetic amino acids. Nature, v. 5, n. 518, p. 89-
as distribuições de freqüência. Jornal BioMed Central, v. 1, 93, 2015.
n. 3, p. 567-587, 2014. SCHRAMM, F. Bioética y biotecnología: lo humano entre
GERDES, M. J. et al. Emerging understanding of multiscale dos paradigmas. Acta Bioethica, v. 7, n. 2, p. 15-27, 2001.
tumor heterogeneity. Front Oncol, v. 18, n. 4, 2014. SILVEIRA, J.; BORGES, I. de C.; BOUAINAIN, A. M. Biotecno-
GIEHL, G. A biotecnologia e segurança dos alimentos trans- logia e agricultura da ciência e tecnologia aos impactos da
gênicos. Revista Âmbito Jurídico, v. 23, n. 5, p. 180-189, inovação. São Paulo em Perspectiva, v. 19, n. 2, p. 101-114,
2006. 2005.
ISAAC N.J.B. Statistics for citizen science: extracting signals STEINBERG, F. Biotecnologia farmacêutica e bioterapia:
of change from noisy ecological data. Britsh Ecological So- uma visão geral. Society for Pharmaceutical Sciences, v. 12,
ciety. Methods in Ecology and Evolution, v. 1, n. 5, p. 1052- n. 3, p. 1-17, 2002.
1060, 2014. THIEMAN, W. J.; PALLADINO, M. A. Introduction to biotech-
JAMES, C. Status global das cultivares transgênicas comer- nology. 4. ed. San Francisco: Pearson/Benjamin Cummings,
cializadas. Serviço Internacional para Aquisição de Aplica- 2004.
ções em Agrobiotecnologia (ISAAA), 2013. VERCESI, A. E.; RAVAGNANI, F. G.; DI CIERO, L. Uso de in-
MILLER, H. A regulamentação da biotecnologia agrícola: a gredientes provenientes de OGM em rações e seu impacto
ciência mostra uma maneira melhor. N. Biotechnology, v. na produção de alimentos de origem animal para humanos.
23, n. 12, p. 324-336, 2010. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, n. 13, p. 56-68, 2009.
MOTTA, B. Responsabilidade por danos causados pela pes- VIEIRA, A. Debates atuais sobre a segurança dos alimentos
quisa e aplicação de organismos geneticamente modifica- transgênicos e os direitos dos consumidores. Revista dos
dos. Revisão Bibliográfica, v. 2, n. 1, p. 12-25, 2010. Tribunais, v. 23, n. 60, p. 37-57, 2006.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Convenção so- WATANABE, E.; NUTTI, M. R. Alimentos geneticamente mo-
bre Diversidade Biológica, 2008. dificados: avaliação de segurança e melhorias de qualidade
ORTIZ, R. La adopción de la biotecnología moderna y su em desenvolvimento. Revista Brasileira de Milho e Sorgo,
compatibilidad con una agricultura sustentable. Idesia, Ari- Guaratiba, v. 1, n. 1, p. 1-14, 30 abr. 2002.
ca, v. 30, n. 3, p. 3-10, 2012. XAVIER et al. Genetically Modified Organisms. Revisão Bi-
PATERNIANI, E. Agricultura sustentável nos trópicos. Estu- bliográfica, v. 12, n. 1, p. 24-37, 2008.
dos Avançados, São Paulo, v. 15, n. 43, p. 303-326, 2001.
RENGIFO, V. Modelo analógico para enseñar biotecnología:
una experiência en el aula. Paradigma, v. 30, n. 2, p. 34-46,
2009.

26 Editora Unijuí – Revista Contexto & Saúde

Você também pode gostar