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Artigos :: Entendendo a Reforma Universitária

Notícias A questão das cotas nas universidades

Documentos O Brasil tem, em sua população, um total de 46% de afrodescendentes, segun


(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mas entre os universitários, el
Semana da volta de 8%, segundo o mesmo instituto. A defasagem é herança da dívida so
Reforma país tem com os negros pelas injustiças e preconceitos que se desenrolam des
primórdios históricos da formação da cultura brasileira. A base para a defesa d
Visita do de que pela discriminação não é dada oportunidade aos negros como aos bran
Ministro mais diversas áreas, o que aumentaria a distância social entre a maioria negra
A discussão do sistema de cotas raciais, porém, não é exclusividade do Brasil.
Entendendo a
localidades nos Estados Unidos também já a adotaram e a opinião quanto aos
Reforma não é unânime.

Algumas ações isoladas foram tomadas a partir de leis estaduais, como no Ma


Sul e na Bahia, cujas universidades estaduais adotaram as cotas a partir disto
federal, a discussão é parte importante da Reforma Universitária.O ministro Ta
enviou proposta ao presidente Lula sobre a reserva de 20% das vagas das un
públicas para alunos cotistas, porém perde o ponto mais importante da medid
que viraria Medida Provisória, foi brecado para ser aprovado a partir de um pr
ser enviado ao Congresso em caráter de urgência. Quanto às particulares, ant
elas estavam inclusas neste mesmo documento, mas o ministro voltou atrás.
cotas raciais para estas instituições estarão inseridas no Universidade para Tod
sobre o projeto no link Universidade para Todos em debate). "Nós não temos
esta questão das cotas, mas acho que elas devem ser destinadas para o estud
comprovadamente carente. Por um lado, a escola - seja ela particular ou públ
ter o seu próprio sistema de avaliação para escolher os alunos. Por outro, o es
deve chegar à universidade apenas por ser negro", afirma José Walter Pereira
secretário executivo da ANUP (Associação Nacional das Universidades Particula
demonstrando sua confusão acerca do assunto. O Governo Federal não tem u
fácil pela frente. A ANUP defende a negociação caso a caso. "Acho que os bran
também devem ter participação. Agora dizer que vai ser imposto às instituiçõe
particulares que colaborem com este projeto do Governo, não é bem assim. C
delas tem modos diferentes de administração. Temos universidades que são e
ensino e precisam de suas compensações para integrar esse programa", diz S
diretor executivo da organização não-governamental Educafro (Educação e Cid
Afrodescendentes e Carentes), Frei Davi, diz que 20% não é o ideal, visto que
afrodescendente brasileira é mais que o dobro disso. "É o início de uma bonita
inclusão", afirma.

UnB é a próxima - A UnB (Universidade de Brasília) foi a primeira universidade


adotar o sistema de cotas, já no vestibular para o segundo semestre deste an
oferecendo 20% das vagas para afrodescendentes, o correspondente a 392 va
Indígenas aprovados em um teste de seleção também ganharam o direito de
UnB. O projeto de cotas da instituição não foi motivado, segundo a relatora do
Metas para Integração Social, Étnica e Racial da UnB, Dione Moura, pela Refor
Universitária. As discussões começaram em 1995 e foram agora aprovadas po
Conselho Universitário.

Não foi sem polêmica que a inscrição para os cotistas negros aconteceu na prá
alunos brancos (até mesmo alguns loiros de olhos claros) se inscreveram para
no sistema de cotas alegando serem descendentes de negros. Mas, pelo adve
fotografia, foram selecionados pelo fenótipo. Na UERJ, onde não utilizaram o r
fotográfico - o que é ainda um tanto delicado - , alunos que não eram "exatam
negros" mas entraram nas cotas, devolveram a vaga por não suportar o const
diário de utizarem de falsidade ideológica num momento tão importatne."Não
pois os cotistas serão selecionados pelo fenótipo, por isso a inscrição não era
base de autodeclaração racial, mas também através de foto que será analisad
comissão", explica a relatora Dione Moura.

Os eliminados pelo fenótipo poderão concorrer aos outros 80% das vagas. "O
deve ser o norteador. O aluno para concorrer às cotas deve se perguntar: ´no
sofro preconceito por causa da minha cor?` Se a resposta for sim, então ele t
concorrer a uma destas vagas", diz Frei Davi, da Educafro, que considera a po
torno da inscrição da UnB uma ótima oportunidade para se discutir a questão

A experiência das estaduais - As primeiras públicas a adotarem algum sistema


cotistas negros foram as estaduais do Rio de Janeiro, Norte Fluminense, Bahia
Grosso do Sul. Embora a iniciativa seja válida, experiências como a da Uerj (U
Estadual do Rio de Janeiro) merecem ser olhadas com cuidado. A Lei Estadual
2003, tornou obrigatória a oferta de 20% das vagas para negros, 20% para o
escola pública e 5% para indígenas e deficientes físicos no estado do Rio de Ja
ano passado, na Uerj, a seleção foi puramente racial, sem levar em conta a co
social dos alunos.

"Os alunos que entraram pelo sistema de cotas ano passado, tanto na porcent
negros, deficientes físicos ou oriundos de escola pública, não eram necessaria
alunos carentes. O Rio de Janeiro tem excelentes colégios públicos e que estã
serem escolas de baixo padrão social. Portanto, esses estudantes tiveram nota
no vestibular aos de fora das cotas, porque tiveram um excelente Ensino Básic
sub-reitora de Graduação da Uerj, Raquel Villardi.

A seleção, a partir deste ano, mudou. Os cotistas que iniciaram no ano de 200
aceitos por meio do fenótipo (via autodeclaração), mas também por comprova
baixa renda. "Espero que nossa experiência possa ser útil para que as instituiç
passem pelo que passamos. A questão que deve ser discutida junto às cotas s
mecanismos de permanência deste aluno na universidade, pois mais cruel que
acesso a ele é não deixa-lo permanecer por não ter dinheiro para comer, comp
ou pagar transporte", afirma a sub-reitora.

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