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DOC.

APONTAMENTOS SOBRE A COORDENAÇÃO INTER-CONCELHIA DAS BIBLIOTECAS


ESCOLARES

Informações Gerais:

Conhecer o Programa RBE, as suas metodologias e formas de actuação, manusear com


destreza a Página RBE e possuir um razoável conhecimento / actualização, relativamente à
legislação emanada do ME, são pontos prévios que favorecem o trabalho no terreno.

Ao preparar o contacto com uma escola deve considerar-se:

 a situação da BE na RBE (ano de integração recente ou não ... concelhia ou não; se não está
integrada, nO de apoios, verba atribuída ... );

 a tipologia das escolas: EB1; EB1/JI; EB2; EBI; EB2I3; ES (pode estar conjugada com outros
ciclos), pois a condução da reunião terá características diferentes consoante a forma de trabalhar
da BE, que também é diversa;

 se se trata de uma sede de agrupamento ou uma escola integrada em agrupamento, pois estes
casos, também têm particularidades, nomeadamente no que respeita à articulação e à visão
global do serviço de informação do agrupamento.

O primeiro contacto é feito com o Conselho Executivo, via telefone, apresentando-se a pessoa e
as funções que desempenha, solicitando e agendando uma reunião, sobre a qual se explica o
objectivo. Esta aproximação deve ser feita com diplomacia.

Solicita-se a presença do Conselho Executivo (presidente, preferencialmente); Coordenador da


BE ou das BE's se for o caso (EB1's - recurso destacado ou professor responsável pela BE); e o mais
possível outros elementos da equipa (EB1's coordenador de escola e membros da equipa da BE),
bem como o(s) AAE’s que trabalham na(s) BE's.

O contacto directo com as escolas, deve ser preparado para dois tipos genéricos de situação:

 primeira reunião (vide FRI- Ficha de Recolha de Informações - em anexo);

 reuniões seguintes.

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1ª Reunião

• Quando marcamos a reunião é usual solicitar que tenham disponível para nós:
Regulamento Interno da Escola / Agrupamento - o sumário e parte relativa á BE; PEE, parte relativa
à BE; Plano de Actividades da BE e Regimento da BE - estes documentos são normalmente
abordados na segunda reunião, após leitura e análise nossa.

• Esta é uma reunião de primeiro contacto, de apresentação e explicitação das nossas funções, pelo
que deve promover a proximidade. Assim, pretende-se conhecer o espaço físico da SE,
mobiliário/equipamento, serviços, os recursos humanos, forma de trabalhar… no fundo é fazer um
levantamento de informações, que permitem fazer "a ficha" da escola (para nós). Nesta primeira
sessão de trabalho devemos fazer um registo fotográfico da BE.

• É comum utilizar uma grelha que auxilia na recolha desses dados, mas não devemos fazer a
reunião como se estivéssemos a fazer um inquérito, a grelha auxilia a não esquecer nenhum
aspecto e a registar os dados.

• As informações sobre o n° de alunos, de escolas, etc ... devemos procurar tê-Ias antecipadamente
através da Direcção Regional, por exemplo, podendo/devendo, eventualmente, confirmá-Ios. A
reunião deve ser uma conversa sobre a BE, sem carácter "inquisidor". No entanto, se detectarmos
algum aspecto em que a BE se afaste dos princípios do programa RBE (por ex. equipa sem nº de
horas recomendado, não representação da BE no C. Pedagógico; BE que fecha à hora de almoço,
ou que não tem uma cobertura de horário que acompanhe as horas de funcionamento da escola…),
devemos chamar à atenção para isso e propor a alteração (aspecto que devemos monitorizar em
contactos posteriores).

• Devemos treinar a observação da BE, bem como procurar percepcionar o relacionamento das
pessoas (Coordenador/Executivo; Coordenador/AAE; Coordenador/Elementos da equipa...). Através
desta estratégia, conseguimos obter informações geralmente muito úteis para a actuação futura.

• No final da reunião, com base nos dados recolhidos e na observação, devemos ficar com uma ideia
genérica do ponto da situação desta BE quanto ao seu desenvolvimento e aos princípios do
programa, o que nos permite começar a delinear o trabalho a realizar com esta(s) escola(s).

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Reuniões seguintes

• Normalmente, como referenciado, a 2a reunião permite uma abordagem dos documentos recebidos
e dar sugestões de melhoria, se for o caso.

• Nesta fase, começamos a intervir em particular num ou outro aspecto em que seja necessário, de
acordo com o diagnóstico realizado, ao que damos continuidade nas sessões seguintes.

• Quando, numa dada área geográfica, se constata a existência de um mesmo problema, fazem-se
reuniões conjuntas, com professores de várias escolas e/ou concelhos, sobre um determinado
assunto. Esta metodologia não se adequa a todas as áreas nem a todos os concelhos: há que
proceder a contextualizações.

• Exemplos de sessões de trabalho com as escolas podem ver-se nos anexos 1, 2 e 3.

• Nota: os exemplos apresentados, são apenas isso, modelos e resultam da prática de cada um e da
partilha de conhecimentos e experiências que o grupo de trabalho da zona centro tem promovido
desde 2004/1005. Cada um de nós domina melhor um ou outro aspecto do trabalho e essa partilha é
fundamental para a exigência das funções que desempenhamos.

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Anexo 1

Acção: intervenção ao nível do sistema de arrumação da BE

Enquadramento: (escolas 2°, 3° ciclos e Secundário, o 1° ciclo é prioritário quando a BM não existe ou
não faz o tratamento técnico).

Objectivos:

Compreensão por parte da equipa de como funciona a tabela CDU (Classificação Decimal Universal) e
de como utilizá-Ia para arrumar o Fundo Documental em livre acesso.

Criação de um sistema de arrumação para a BE normalizado e eficaz.

Definição de um esquema de trabalho para agilizar o processo de atribuição de cotas e arrumação.

Desenvolvimento na equipa de conhecimentos para gerir a continuidade, ao nível do sistema de


arrumação.

Dependendo do grau de conhecimento da equipa da CDU, normalmente faz-se uma sessão de


trabalho - mais teórica - sobre a tabela seguida de uma sessão de trabalho claramente prática - com cada
equipa, na respectiva escola. Pode não ser necessário fazer a 1ª sessão, se a equipa já tiver formação, o
que amiúde vai acontecendo.

Na sessão prática, partimos duma conversa para averiguar o que as pessoas sabem do trabalho
com a tabela e, a partir daí, vamos construir em conjunto o sistema de arrumação da BE. Isto é, passo a
passo, define-se a adaptação da CDU, àquela BE. No fim deste trabalho temos uma listagem de assuntos
a abrir na prateleira em função do Fundo Documental existente, das necessidades dos utilizadores, das
perspectivas de crescimento e do espaço.

A equipa começa posteriormente a testar, surgem as dúvidas e vamos encontrando soluções e


ajustes à Iistagem que passa a integrar o Manual de Procedimentos da BE.

Esta última fase é feita por mail ou, em casos mais difíceis de esclarecer, aconselhamos a
contemporizar sinalizando nova sessão para breve.

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Seguidamente procedemos à preparação de material e calendarização de sessões com os
utilizadores para familiarização com o sistema de arrumação.

Anexo 2

Acção: início/revisão do processo de automatização do catálogo

Objectivos:

Dotar os elementos da equipa dos conhecimentos mínimos para o trabalho com o software de gestão
bibliográfica.

Consciencializar que saber trabalhar com o software não é a mesma coisa que saber catalogar e que é
preciso ter conhecimentos das duas coisas.

Exemplificar e treinar a captura de registos de outras bases de dados on line ou facultadas (por ex. da BM)
e o seu ajuste à base dados local.

Alertar para a necessidade de realizar cópias de segurança exemplificando a sua concretização e definindo
uma rotina para esta tarefa.

Colaborar na definição de um esquema de trabalho na equipa para realização do trabalho de tratamento


técnico.

Com a equipa, faz-se uma sessão prática de trabalho, exemplificando e treinando as várias acções com o
software e as várias situações a gerir, para a concretização da automatização do catálogo.

Alerta-se para o registo de procedimentos no Manual da BE.

Anexo 3

Acção: intervir na comunidade escolar I educativa.

Metodologia das sessões de trabalho:

A. BE's em implementacão (actualizar consoante a tipologia de escola e os parceiros) - ano em que


decorre o processo de instalação ou no ano seguinte.

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• Debater a missão e os objectivos da BE: actualidade, diferentes suportes, múltiplas
utilizações, actividades interactivas.
• Promover a integração da BE na prática pedagógica dos professores / educadores: a
exploração dos conteúdos curriculares e não curriculares deve ser feita em articulação com o
acervo da BE.
• Definir o funcionamento da Equipa da BE: atribuições dos elementos, horário, Plano de
Acção; Plano de Actividades; Regimento...).

Estas sessões serão acompanhadas com frequência através de contactos, reuniões posteriores,
onde se vão solicitando/recebendo o resultado do trabalho autónomo das equipas.

B. BE's integradas na RBE: formação/sensibilização para potenciar a utilização da BE (docentes e


equipas) e impulsionar a formação do utilizador.

IALGUMAS ESTRATÉGIAS

• EB1/JI's - reunião com todos os professores e educadores que devem utilizar a BE:

ο deverá contar com a presença do coordenador da BE da sede e, em determinadas reuniões,


o bibliotecário/serviço SABE (falar sobre empréstimo domiciliário, horário, gestão da BE);

ο deverá ter sempre aspectos práticos sensibilizando os docentes para a promoção da leitura
em articulação com a BE pelo que é conveniente fornecermos alguma documentação
estruturada sobre este aspecto; articulação como PNL;

ο tem-se mostrado vantajosa a preparação/dinamização da reunião ser feita em parceria com


um docente do 10 Ciclo ou Educador ligado à BE (Recurso Partilhado ou não), visto que tem
uma proximidade e um conhecimento específicos destes níveis de ensino;

ο O uso da BE por parte dos docentes responsáveis por esta deverá constituir exemplo para a
comunidade escolar, promovendo múltiplas práticas de utilização da BE de acordo com o
contexto: em grupo/turma, de forma autónoma, fomentando quer a pesquisa quer a leitura
recreativa.

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o Representação no Conselho Pedagógico / Articulação com Assembleia de
Escola - as funções/responsabilidades destes órgãos podem constituir um meio decisivo
para institucionalizar a Biblioteca na escola.

o Envolvimento de toda a escola - a realização de sessões de sensibilização tem


demonstrado ser meritória, nomeadamente no início do ano lectivo após a integração da
escola na RBE e nas escolas que se encontram na rede há mais tempo. No entanto
devemos gerir a utilização desta estratégia com a Equipa e o CE dando resposta a uma
dificuldade sentida, evitando qualquer imposição;

o Criação grupos concelhios: estes grupos, constituídos pelos coordenadores de BE's e


Bibliotecário Municipal, estruturam a organização de redes concelhias, prosseguindo práticas
e políticas comuns:
- política de gestão documental articulada; planificação conjunta da colecção; partilha do
processo de automatização do catálogo; partilha do catálogo;
- organização conjunta de actividades de promoção da leitura; preparação de estratégias
para a formação de utilizadores;
no âmbito destes grupos são elaborados documentos com padrões comuns, salvaguardando
as particularidades relativas à população escolar, como o Manual de Procedimentos, Política
de Desenvolvimento da Colecção, dinâmicas conjuntas;

o Envolver pais e encarregados de educação - sessões com a participação dos


encarregados de educação .A título de exemplo, poderão ser abordados temas relacionados
com a educação, a leitura, PNl, ou outros assuntos oportunos.

Nota final: estas sessões são preparadas com tempo, não ocorrem com a mesma frequência em todos
os concelhos e/ou escolas e devem, tanto quanto possível, surgir da vontade dos elementos da escola,
mesmo que diplomaticamente induzidas por nós.

Documento de trabalho elaborado por Lucília Santos


e José Saro

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