Você está na página 1de 2

JEAN-CLAUDE MILNER , 14 ^ '

S RE DISCURSO PSICANALTICO / CONEXES I

M659a

Milner, Jean-Claude O amor da lngua / Jean-Claude Milner; trad. Angela Cristina Jesuino. Porto Alegre, Artes Mdicas, 1987. 84p. 1. LINGUSTICA 2. FILOSOFIA I. Jesuino, Angela Cristina II.T. CDU CDU 410 800.1 80

O AMOR DA LNGUA
Traduo: ANGELA CRISTINA JESUINO Psicanalista

NDICE ALFABTICO PARA C T L G SISTEMTICO AO O Lingustica Filosofia Filosofia da linguagem 80 80 .: 800.1

Bibliotecria Neiva Vieira CRB10/563

DISCURSO PSICANALTICO

CONEXES

PORTO ALEGRE 1987

Prefcio
"O campo freudiano co-extensivo ao campo da palavra. Mas a palavra em si mesma no vai em todos os sentidos, chocando-se sem cessar a isto: tudo no se diz. "Pois h um impossvel prprio lngua, que volta sempre ao seu lugar, do qual alguns chegam a se tomar de amores aqueles que denominamos "puristas" : os "diga, mas no diga", a regra, o uso soberano, dito de outra forma um real. Este real, o ser falante tem de se arranjar com ele: o que h de espantoso que ele tente, no sentido prprio, domestic-lo, com esta cincia que se diz gramtica, com esta cincia que se diz lingustica? "Entre a arte e a cincia, o limite encontra-se em um axioma que nega a primeira e no qual a segunda se sustenta: o real da lngua da ordem do calculvel. Mas ao axioma em si no se chega sem desvios: preciso para isso: "1) Constituir a lngua como um real: faz-lo causa de si, afastando toda causa que no seja de sua ordem, fazendo-o causa apenas de sua ordem, o que chamamos o arbitrrio do signo, atravs do que simplesmente dito que o signo no deve ter outro mestre a de si mesmo, e s mestre de si mesmo. lm "2) Constituir a lngua como um real representvel para o clculo, como um real ao qual se possa substituir as letrinhas de uma formalizao. para isso que serve o conceito de signo e o princpio da distino: cada segmento da lngua palavra, frase, som, sentido , entendido como signo, representado de maneira unvoca e analisvel: identidade para identidade, diferena para diferena. "3) Reter de um ser falante em geral apenas o que o faz suporte de um calculvel, pens-lo como um ponto sem diviso nem extenso, sem passado nem futuro, sem consciente e sem inconsciente, sem corpo e sem outro desejo a no ser o de enunciar. o anjo que, desde sempre, imaja o que o sujeito se torna quando s se retm dele a dimenso de pura enunciao. "4) Reter da multiplicidade dos seres falantes apenas o que necessrio para constituir um real calculvel como lngua, ou seja, dois pontos, um de emisso e outro de recepo, dois pontos simtricos, dotados das mesmas propriedades, illdiscerniveis, pois, a no ser pela sua dualidade numrica. o que o conceito de comunicao opera,

Você também pode gostar