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TERCEIRIZAÇÃO

TRABALHISTA
• A terceirização é um fenômeno resultante da
dinâmica das relações de trabalho, que
proporcionou o surgimento desta nova forma
de subordinação do empregado,
estruturalmente distinta de formas anteriores.
É assunto relativamente recente no Direito do
Trabalho do país, assumindo clareza estrutural
e amplitude de dimensão apenas nas últimas
três décadas do segundo milênio.
 
• Terceirizar uma atividade nada mais é que
repassar a terceiros a sua realização. Em
termos empresariais, podemos dizer que é o
repasse de uma atividade MEIO a terceiros.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
• Atividade meio é aquela que se presta a dar
condições que uma empresa atinja seus
objetivos sociais. Por exemplo: uma empresa
que fabrica roupas (atividade fim) necessita
contratar uma outra empresa que lhe preste
serviços de limpeza. A atividade de limpeza, no
exemplo que acabamos de utilizar, se constitui
em atividade meio da confecção.

• Por não se tratar de contratação de mão-de-


obra, é um contrato regulado pelo Código Civil
Brasileiro, e não pela Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
• A terceirização começou a se desenvolver
primeiro na Europa e Estados Unidos.
Expandindo-se para todo o mundo, a
terceirização é mais do que um modo de
contratar mão-de-obra, constituindo-se me
ferramenta gerencial. Isto porque delegar
operações ou atividades auxiliares a terceiros
faz com que a empresa possa focar suas
atividades fim.

• Foi primeiramente na esfera das relações


públicas que a terceirização foi introduzida e se
desenvolveu no Brasil. Como mentor da
terceirização brasileira, o Poder Público
estabeleceu como alvo o aprimoramento das
estratégias de administração, descentralizando
TENDENCIA ATUAL
• É tendência mundial a terceirização de serviços
nas organizações, sejam eles quais forem.
• O objetivo é que qualquer serviço que não
esteja diretamente ligado a atividade principal
da empresa seja repassado a terceiros
• Existem grandes empresas que terceirizaram
toda a administração, incluindo a área de
faturamento, de cobrança e até o financeiro
• Não há regulamentação na CLT nem em
nenhuma lei. Há apenas decisões do TST
VANTAGENS
• A terceirização oferece muitas vantagens. Por
exemplo, ela permite que as empresas
procurem e contratem experts para um
trabalho especializado. Usar a terceirização
também auxilia as empresas a terem mais
dinheiro na mão, liberando recursos para outros
propósitos, como melhorias em geral. Ela
também é geralmente mais barata em termos
de salários e benefícios, além de reduzir riscos
e custos.

• A terceirização também pode ajudar uma


empresa a focar em seus componentes centrais
sem distrações de auxiliares e funções de
suporte. Outra vantagem, é a velocidade e a
agilidade. Às vezes, é mais rápido e mais
SÚMULA 331 - Contrato de prestação de serviços.
Legalidade (Revisão da Súmula nº 256 - Res.
23/1993, DJ 21.12.1993. Inciso IV alterado

331 TST
pela Res. 96/2000,  DJ 18.09.2000)
I - A contratação de trabalhadores por empresa
interposta é ilegal, formando-se o vínculo
diretamente com o tomador dos serviços, salvo no
caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de
03.01.1974).

II - A contratação irregular de trabalhador, mediante


empresa interposta, não gera vínculo de emprego
com os órgãos da administração pública direta,
indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988).

III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a


contratação de serviços de vigilância (Lei nº
7.102, de 20.06.1983) e de conservação e
limpeza, bem como a de serviços especializados
ligados à atividade-meio do tomador, desde que
inexistente a pessoalidade e a subordinação
direta.

IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas,


por parte do empregador, implica a
responsabilidade subsidiária do tomador dos
serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive
quanto aos órgãos da administração direta, das
autarquias, das fundações públicas, das empresas
TERCEIRIZAÇÃO E A
ADMINISTRAÇÃO
•PÚBLICA
Muita polêmica tem surgido, no entanto, quando a
relação jurídica envolve ente público. No caso da
terceirização irregular, impossível cogitar-se da
formação do vínculo de emprego com Administração
Pública, como ocorre com as empresas privadas, pois
olvidada a formalidade essencial do concurso público
(CF, art. 37, inciso II). A questão vem expressamente
tratada no inciso II do Enunciado 331 do C. TST, não
comportando maiores ilações ante a imperatividade
do dispositivo constitucional. Já no caso da chamada
terceirização lícita, surge a questão acerca da
possibilidade de, a exemplo do que ocorre no campo
privado, também responsabilizar a Administração
Pública pelo inadimplemento das obrigações de índole
• Ora, no caso da terceirização envolvendo a
Administração Pública, e nas hipóteses de
inadimplemento de obrigações trabalhistas, o terceiro
prejudicado é claramente o empregado que não
recebeu os seus direitos, decorrência concorrente da
ação imprudente dos agentes responsáveis pela
licitação e contratação, que mal escolheram a
contratada, não se cercando das garantias legalmente
previstas, e/ou omissão dos responsáveis pela
execução do contrato que inobservaram o
cumprimento das obrigações da prestadora. O nexo
de causalidade é evidente, do que resulta a
responsabilidade também do Estado.
• A licitação como forma de contratação de obras,
serviços, compras e alienações por parte da
Administração Pública(CF, art. 37, inciso XXI), tem por
objetivo selecionar a proposta mais vantajosa para
Poder Público, garantido o princípio constitucional da
isonomia (Lei 8.666/93, art. 3º). De se notar, pois, que
Diversamente do que equivocadamente entendido por
muitos, a licitação não visa o menor preço e sim o melhor
preço, este entendido como o menor ofertado por aqueles
que demonstrem ter condições de cumprir o objeto
pretendido pela Administração. Portanto, cumpre à
Administração selecionar, em primeiro lugar, aquelas
empresas interessadas do ramo que têm condições
jurídica, técnica e econômica de fornecer na íntegra aquilo
que se pretende, para dentre elas contratar aquela que
ofereça o menor preço. Tal atuação faz valer o princípio
da igualdade, pois estabelece diferenças justificáveis
entre empresa idôneas e inidôneas, capazes e
aventureiras, que por óbvio não se equiparam. Tem por
escopo, também, proteger o interesse público. Para tanto
o estatuto das licitações colocou à disposição dos agentes
responsáveis pelo certame os critérios de habilitação(Lei
nº 8.666/93, arts. 27 a 37).
CONCLUSÃO
• A conclusão que se extrai do estudo do instituto da
terceirização trabalhista é que ele é voltado para
flexibilizar os instrumentos de que dispõe o
empregador para contratar empregados para a
consecução de atividades que não se inserem no
núcleo da essência da dinâmica empresarial por ele
desenvolvida, destinando-se àquelas atividades
marginais e periféricas que apenas indiretamente dão
andamento ao negócio. É um importante meio de
desonerar o negócio com os pesados encargos
trabalhistas que normalmente acompanham o
contrato de trabalho.

• Contudo, sua utilização deve se contar dentro dos


limites da licitude, sob pena de configurar-se em
fraude aos preceitos de ordem pública que regem as

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